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O que já flui e o que sou-FLUI-E-O-QUE-SO… · O que já flui e o que sou, é uma reunião, um sa-rau de poesia de amigos antigos, onde o amor revela-se e a dor perde toda vergonha

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O que já flui e o que sou

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GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO

Flávio DinoGovernador do Estado

Felipe CamarãoSecretário de Educação

Jhonatan AlmadaReitor do IEMA

ASCOM / IEMA

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O que já flui e o que sou

Marysol S. Costa

1º EDIÇÃO

SÃO LUÍS - MA

- 2019 -

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C837q Costa, Marysol S.

O que já flui e o que sou. / Marysol S. Costa – São Luís: Engenho, 2019.

68 p.

ISBN 978-85-69805-31-1

1. Contos. 2. Literatura brasileira. 3 Literatura maranhense. Título.

CDU 82-3 CDD B869.3

OBS.: Todo o conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade da sua autora.Aprovado pelo Edital de nº 12

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Elaborada por Soraya C. B. Carvalho – CRB 13/822

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SUMÁRIO

Biografia........................................................... 3

Apresentação ............................................................ 9

Agradecimento ...................................................... 11

1. O que já flui ...................................................... 13

2. O êxtase efêmero ............................................ 23

3. Maré da cara liberdade ................................ 35

4. A desintegração .............................................. 45

5. Miolo de girassol ............................................ 57

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APRESENTAÇÃOQuando criança, não gostava de escrever. Mas eu sem-

pre gostei de arte, e quando descobri que pela arte eu podia falar por mim e pelo meu povo, já era. Tal qual Clarice Lispec-tor “Eu escrevo para me manter viva”, idem. Não só escrevo. Canto. Desenho. Vivo o que crio. Sinto o que sangramos. Der-ramo quando percebo as amarras silenciosas desse sistema que amarga nossas almas. Luto. Lute você também. Existem coisas nessa vida que não se pode entender. Sinta, observe, silencie seus preconceitos, seja gentil, não milite só na internet. E água, já bebeu hoje? O que já flui e o que sou, é uma reunião, um sa-rau de poesia de amigos antigos, onde o amor revela-se e a dor perde toda vergonha que um dia rotularam de fraqueza, e goza, cansada, porém, esperançosa.

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Gratidão ao meu pai, à minha mãe (in memorian), a todos os professores que sempre acreditaram em mim, à minha famìlia, aos amigos e todos aqueles que me são brasa.

QUIÇÁ A DESINTEGRAÇÃO DA CARNE PARA O DELEITE DA ALMA.

O que já flui e o que sou: é pecado solitário, onda de mar e lava de vulcão.

AGRADECIMENTO

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1. O que já flui

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

Já me perdi em vários céusVárias nuvens Cometas PlanetasMas na constelação que existe em seu corpo e na galáxia existente no que é deixar papel em cinzasapós um momento de intensa profundidade e conexão foi o que fez perder-me no teu olharpara poder me encontrar.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

Um riso maquinalInfértilEnferrujaE ele é tão medieval quanto o show de luzes da geração coca-colamostram com plim plim que é esse o riso. Fenomenal.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

IluminaAssim como a luz laranja do fim da tarde acolhe os olhos da menina seus braços me colhemfeito um pássaro que acolhe as asas para o céu voar. Feito perigo, encontrados em esquinas.É como se eu fosse o papel e você a tinta. Eu fogo e você gasolina.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

A vida me faz de céuAs pessoas me fazem de felEu tiro meu véu para assim ser seu Tiro meu chapéu, para assim ser meu Ser céuInferno Anjo MulherA maior decadência de uma mente é poder pensar sempre o que quiser.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

NegrosSão os olhos meusQue ao topar-se com os olhos teusFormam um véu.Véu esse que foi tecido em fibras de mistério e romaria. Conexão que é tempestade e calmariaAlgo muito mais profunda que qualquer filosofia.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

A mais pura poesiaFez-se com a mais louca calmariaQue é sentir tuas mãos bordando meu quadril. Na mais intensa agoniaA mais louca postura abre as pupilas da almaE ao enxergar-te deitadoSob o céu-teatro que nos permite fazer do paraíso, o inferno.Na mais desvairada dançaO mais lento dos movimentos Explodem dentro de mim Sinto-me escorrerEscorro chuva de alegria.Com a ebulição da mais calma calmaria

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

Fez-se em antropofagiaNossa dança ebuliçãoOpondo-se a qualquer melancoliaUm dia ou menos dia, qualquer um desse refrão de bolero nos vigiamas saiba que seu minotauro só morre quando eu entro e luto no seu labirinto labirinto esse que a mais bacanas das musas não souber aproveitar nem das tuas lembranças ao nela pensar.Afago não dado não afaga; amarga. Como um só punhado de afago afaga Envolvendo a alma em carinhoNem que seja só por um segundoAfaga.Afago não dado, não afaga Só amola os gumes da fala Amarga os gumes da fala Amarga o corpoAlma Gavetas Água e SalaComo um só punhado de afago não dado não afagaÉ com punhaladas de amargura que vegeta em carne o sertão do meu coração.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

Querido papai Noel.:Já é natal e continuamos a dar as mãos numa só corrente que prendeCom um pseudo riso contenteO capitalismo presente num sistema opressorNuma missa poenteOnde seu dízimo vale apenas um pingente na coleira do Messias vira-lata que vendem por aí]Num passado sem presenteNum presente sem futuroOnde a esperança é ardente num mar de felicidade sempre ausente.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

Ser poeta é beijar a face gélida das lágrimas do diabo. É gemer em compunçãoDilatar em agoniaE gozar a sopesar na balança dos amores deslindadosO coração de poeta encarnadoMal afagado]

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

2. O êxtase efêmero

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

Os olhos são como duas fogueiras de São JoãoDe chamas num vermelho profundo, que mescla com azul de bandeirolas a se pintarem no ambiente do arraiá.Os olhos são como uma festa, o arraiá saravá e carnavá, que é meu coração depois que você chegou.Os olhos me ensinam a ouvir e me ensinam que a boca nada dizsomente o olhar fala o que é pra ser dito]Os olhos me ensinam a ser forte, resiliente e aprender que o melhor que há pra viver é o amor. Os olhos ensinam que a gente pode encontrar nossa casa no cheiro do cangote da constelação. Os olhos ensinam que se pode ser feliz, só.Que solitude não é solidão.Os olhos ensinam que fazer amor não é só o tesão carnal.É continuar vivendo em variadas cores, mesmo após o fim do carnaval.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

Crescer exige sentir a garganta doer até o sorrisopor fimdar as caras ao arriscar sem pensar nos tapase sim no brilho do arrancado siso ao sorrir após a cicatrizaçãodas entranhas da vidaao abraço do anjo terrestre.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

Num dia de mare altanem a mais funda onda e capaz de me levar t ã o f u n d oquanto as profundezas do teu olhar.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

Para os bolsos nos aros do diabo, a família perfeita.:Eu estou cansada de tanta sujeira disfarçada de tristeza na sua depressão particular.Eu não suporto ver gente sorrindo pelos dedos que faltam das mãos alheias e chorar de tristeza por ser rejeitado pela moça popular.

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Em canto de galoO corpo acordaA alma já acesa já esperava a hora de te ver. Seja um pouco de anjoTanto um quanto muito de demônioEle não cabe nem nos mais belos dos meus sonhos. Não se sabe a origem desse calor que queimaAssim Sopro azul Tanto blues Tanto rockDe dentro pra fora do peitoArrepio que desperta a almaQue repara os pelos da barba mal feita pela solidão que a falta dela me fazArrepio que desperta a almaE repara com a lava mais quente Os corações antes bagunça Agora

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Em direção ao caos que é a alma de quem se encontra em outra’lma. Onde você me leva nemDeus muito menos oDiabo andará.Teu cangote tem cheiro de perdiçãoBeijo nosso Combustão de almas Queima de farpasDe amor Afagas o afago Antes não dado Até então gelado Amargo.Dar-te-ei amor bordadoDireto na alma Com linhas tortas Escritas de ternuraNo teu corpo sagradoCom minha alma imoralFecho o envelope como um cemitério alagado num movimento primordialPara a volúpia cordialComo em superfície um ato superficial.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

Bem querer nossoQuerer bem...Bem querer nossoQue de tão intensoQuer bem o querer e bem não queres amargar com a solidão. Então, se sou mulher te querendoTe querendo sou mulher ou mais do que seu olho permite ver?

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Ela tem entrelinhas fáceis de rimarEle nem de rima gostaEla é montanhaEle tem medo de alturaEla é poesiaEle não sabe ler.

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Debaixo dessa carneUma Alma NuaTe chama. Vem?

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Debaixo de minha saia tem uma boca que lateja a gritar teu nome. Debaixo da minha unha, tem hipoderme tua.Debaixo da minha carne tem uma alma nua.

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Ele é um rapaz noturnoCarrega no olhar a luz do luar, senão a própria lua nua.Mal sabe ele que és a fonte de toda segurança que existe na alma dela. Ela é diurna, carrega nos olhos algo solar, senão o próprio sol.E por mais engraçado que pareça, a balança se equilibra com a essência do escorpião e os dois mil chocalhos da canela dela.Casal madrugadaUma almaDuas línguasSem palavras se entendem Com palavras, não rendem. O essencial não é dito,o que épode-se ler nas entrelinhas de um olhar da aura do ser.

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3. Maré da cara liberdade

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Você chegou incendiando meu coração Você é e sempre foi pseudofruto Menina luz efêmeraLeão do rugir de desenho animadoTufão.

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0 luzir da vida e claro e quente como o solTodaviaFrio e melanc6lico como uma flor ferida por seusPrópriosEspinhos.

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Não deixes o cotidiano te calarComo falso poder de uma colher de feijãoGoela abaixo.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

Baile das sombras (sobras) Dê vinho para sua solidão Embebede-aAgrade-aAgarre-aE a enterre debaixo do salão Depois bebe as sobras do vinho E liberta-te do porão.

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Tabuísmos a parteFo.der/Futuo-ereVerbo que se fez alardeQue faz gemer emAis Ais AisSó não AI5.A censura não é permitida. Sem boicote de prazer, de ser. Sem cortes de alegria100 posições para se dançar o desabrochar de ser flor.

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

In êxtaseNa descoberta da flor divinaCatastróficaFuiHora invictaHora bandidaPor hora, quebrada. FuiFloresci Me refiz Flui FluindoFluidos corporais Agora escassos Buscando apenas Meu algoz psique E nada mais.

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Afagar em Claude Monet. Há muito um lago fluiHá menos um homem flutua sob o queimar do céu Onde existem curvas vorazes para não lhe ter só fel O vento ruge, as águas que nunca são verdadeirasLevam o homem tempo para o microssegundo da complexidadeO olho da tempestade acordaMas dorme novamentePara sonhar a descobrir o fundo das águas. Paradoxalmente.O nascer mata gente.Morrer é viver ou viver é morrer costumeiramente? Nunca sabe(remos)Pois o olho fecha aquiMas abre láE todos sobre um mesmo céuNunca vão saber como nadar sem se afogar no afagar.

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De frente para a luaMirando o distanteNa minha frente a lembrança do teu beijoCada segundo é ofegante De frente para a lua Mirando o instanteÉ no presente de agoraQue o passado vem feirante Vende as frutas mais gostosas Do teu beijo, vejo as glóriasMas eu lembro que foi te pertencendo que esqueci de me quererE que teu beijo é uma das curvas mais perigosasQue eu hesitei em querer ter.

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4. A desintegração

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1.0“Disparo contra o solSou forte, sou por acasoMinha metralhadora cheia de mágoasEu NÃO sou um cara”Sou essa mulher que aqui vos falacansada de ouvir que ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico,PÁTRIA AMADA É O CARALHO, ‘CÊS’ PREFEREM OS ESTADOS UNIDOSé tanto negócio nesse bordel, é agro é thec, agro é pop, agro é vida..Nesse momento, com as bundas dormentes de tanto ouvir e não escutar nada, o mais interessante é falar das tais capitanias hereditáriasou de caule, folha e frutonada de conscientizar sobre o estupro.Ou numa rotina exploradora de enfiar Enem goela abaixo em pessoas que vão ter que lutar para uma vaga com quem já foi classificado.Eu, mais um resto de um país abortado. Ouço falar que“O trabalho dignifica o homem...” “Estudem enquanto eles se divertem...”Até quando vocês vão plantar tragédia? Os frutos estão aí? Eu? Sou o joio no meio do trigo da igreja. Essa é a nossa divina comédia.OH POBRE EDUCAÇÃO, ISSO É O QUE ENSINAM PARA o futuro do Brasil!Eu fugi de um chicote para vir dar esse aviso pra vocês, eu fugi do meu senhor pra chegar até aqui pra dizer que...

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1.1De quem moro só recebo faca afiadaNão me machuca maisjá que é no meu corpo onde jaz satanásTá lá mais um corpo estendido no chãoa bala tá perdida mas tudo mundo sabe que veio da pistola do patrãoPatrão Mata LadrãoPreto, pobre, condenado. Padrãoque alimentam todo dia com a punheta da covardiaquem resistir só mais um dia verá que amanhã mais uma alma morre in algia alergia a preto?Quero é ver quem aqui não tem sangue de gueto. Todo dia me jogam pedrastodo dia me cobram notas podem cobrar meus pontosmas minha alma não se mede em hipócritas presidencial clubmotel pra branco mato feito de pub

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1.2pro estupro grupal aborto não é legalporque feto pobre nem é gente é animalonde eu denuncio o estupro se a polícia é quem estupra?onde eu mato esse verme que aqui dentro me chuta?queria ver era a freira criar filho de abuso não é questão de religiãoé questão de economiajá que prezam tanto o dinheiro por que essa covardia?a Globo apoiou a ditaduraa Globo apoia a pica dura do moleque que me abusa em praça públicaQuero ver quem apoia quem faz a rapadura.. Me mandaram calar a bocaEu gritei mais altoEu grito, grito mesmoMinha voz ninguém vai silenciar, eu ‘tô’ virada é no Jiraya e ninguém vai me calar. Eu venho aqui falar disso porque não passa no jornalEu vim aqui pra correr ser o risco, já que minha cor é do malEu vim aqui pra vingar o suicídio no navio negreiro

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1.3Quem é você pra dizer que bandido bom é bandido mortoE não apoia o aborto? São vários problemas, Uma soluçãoOU O RESPEITO COMEÇA AGORA OU TÁ TUDO FODIDO MESMO, IRMÃO. Enquanto houver medoEnquanto houver burguêsEnquanto houver patriarcadoEu sou Frida, eu morro, mas não me Kahlo.

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2.0AAAAAAH VAH!CÊS acham que eu não me respeito só porque ando com pouca roupa? Aaaah nem brisaMe poupaSou minha e essa é só uma das minhas postura no anzol você mesmo é a iscatua luz é de natal, ela oscila, mas todo mundo pensa que brilha porque pisca pisca piscaisca que desliza na boca do aronos bolsos sinto o faro do cachorro eu não corro eu bato de frente ninguém aqui vai tremernão temo as correntesouviu? Ninguém vai Temer!minha cor é que faz isso tudo aqui valerminha voz é que tá fazendo essa porra ACONTECER! Teu foco é a dita...dura!Me respeita seu ‘feladuma’ putaEu rebolo não pro teu agrado

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O QUE JÁ FLUI E O QUE SOU

2.1Se eu danço é porque a bunda é minha e não porque quero teu faroFaro Faro...Farejou medo, respira direito seu acéfaloNum era só tirar a Dilma? Agora a fila tá aíFilmaCompra uma coxinha pro trabalho valer a rimaMira nos tucanosa bancada divina não faz mas o PC Faria.Faria? ‘Taí’ Não fezporque não quis, o trabalho é todo nosso, é o suor de nêgo que sustenta esse paísFaria? Não fezporque não quisindependente de toda desordemDona Maria diz que é felizUma coisa ‘cês’ falaram certoo filho aqui é da puta e não foge a própria lutao aborto não deu certo mas uma hora o estuprador se educaE não importa o ritmo que eu dançar

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2.2nem se ‘tô’ de batina ou de saia curtaO bagulho mano, é que tá tudo sujo de sangue, do planalto ao vaticano o bagulho é que se tudo isso tá queimandovem lá das caravelasque o mar veio atravessando os índios eles mataram estupraramdesde lá o Brasil pelo Brasil se abandonando.

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IDa série em que decidi em não te chamar de meu homem, e sim ser minhaC H A M A mulher.O pó de ouro sob meu colo, apenas reafirma que meu México também fica entre vísceras. O rubro dos meus só reafirma que meu Diego nunca foi de Frida, nem meu, uma farça de propriedade.

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IIAfirma que Diego ligado a mim, também fica entre I e K.Certo de que com Diego eu era feliz, ou pelo menos perdia isso. Mas é fato que sem Diego eu sou a própria felicidade.& isso é uma certeza.

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III- Quando recordo dos teus olhos melancia. O calor dessa madrugada friaMe desenha na primaziaDos lençóis maranhenses salgados de tanto te lacrimejar. Pasmem! Eu acordei.Felicidade mesmo é saber tu, de mim se afastar.

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“Os incomodados que se retirem.” UMA PIADA!O mundo não precisa de gente que se acomoda& sim de pessoas que se incomodam e não se retiram.

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5. Miolo de girassol

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O que turva no silêncio.

Na penumbra vagarosa das almasPensantesVê-se curvas tortasQue refletem o imundoNo olhar de quem é o que vê, mais torto se enxergaNo olhar de quem é o que sente, mais tordo se entrega.

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A pronúncia dos teus lábios dos céusNão faz sentido nos seus Não faz sentidos nos meus Faz sentido no breu.A penumbra do final da batalhaAlaranja tua pele tanjaToda roupa arranhaQuando o vento ousa-lhe tocarNão sei o que é melhor Teu olhar fundo de mar Ou teu riso navalhaNo meu barco a naufragar.

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Teu cangote tem cheiro de perdiçãoBeijo nosso Combustão de almas Queima de farpasDe amorAfagasO afagoAntes não dado Até então Amargo.Dar-te-ei amor bordadoDireito nos lençóis da almaCom linhas tortas escritas de ternuraNo teu templo sagradoCom minha alma imoralFecho o envelope como um cemitério alagado

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Num movimento primordial para a volúpia cordial.Fecho como quem fecha os portões da alma no semblante de um falso amor. FechoComo a flecha fecha o buraco, ao mesmo tempo que alarga o caminho de caçador. Enquanto a carne tiver mais importância que a essência, a alma perecerá em decadência.

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Fugere discamus perdere paucis minutis.Traduza como quiser, mas aprenda a cair e se levantar quando uma das penas apenas se perder num complexo ato de voar.

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A cura é contra indicada para portadores de arrogância.Num mundo onde a maioria faz e pensa que o amor é a feraa feridaa fera feridaAinda existem pessoas que sabem que a real do amor é ser a cura e não a doença. CrescerAo som da sucinta infinitude dos bem-te-vis amordaçados

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Debruço os olhos negros sobre o pé de ipêNão tem flores alarmantes nem perfumehá algo bem mais cortante no seu presente. Antes das flores acenarem a chegadaa árvore decompõe-se de dentro pra forase assim tiver de serpor entender o seu amadurecer de dentro pra foramorrer pra viver.Somos todos flores de ipêalguns flora que por acaso do ser cômodoesqueceu-se de desabrochar pensando que ali era seu último anoitecer& outrosmuitos tantos outros oh, tantos outros! pés de ipêflorescem mesmo após o anoiteceraté mesmo depois de todos pensarem que iria morrer o pertencer a dore por fim os olhos mareadosser de si o gozo dos olhos, fervendo, como a lava a escorrer pelos portos alagados.

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IA noitesupostamente calada, faz levitaros corações dos casais apaixonados.

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IIA noitecertamente fadada, faz acordar os corações depois do efemero levitar.

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Pele constelação.Ao tocar a superfície da sua peleLembro-me das récitas poéticas dos antigos gregos. Da sujeira gregoriana, idem.Sua pele é lira, que meus lábios amam beijar.Já cantaram “meu bem você me dá, água na boca”

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Refaço quantas vezes eu sentir necessidadeMeu bem, você me faz de(lira)r, fazendo fantasias, fugindo do povo... In psico carnalA febra ferve em arrepios memoraAo ansiar bravamentePor um embrenhar-te-(me).

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Dentro desse corpo negro Habita uma alma encarnada. Rubro de quedasDe machadasDe marés altas e ronco de vilões.

Negra melanina sorriso de menina olhos vulcões

Chuvisco de poesia calma marésalgada maresialuzes -onze- de natal

O melhor de viver é saber que tudo de tão ruim &de tão bom que aconteceé imperfeitamente real.

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Carta à mangadirri:

Aceito que tu amas a lua. Mas eu que sou(era) teu solsó sei que você é constelação por demaispara se prender aos restos lunares que sempre estiveram à sua disposição. Se permita não habitar mais à rasura da escuridãoSe respeite, constelação.Céu, terra, fogo, ar

Estrelas, trovão, raios e mar. Entende?

Seja a chuva de novembro que faz florescer um jardim onde tu quiseres.Era só ter resistido que eu te provaria que “somente o verdadeiro amor é aquele que apesar da chuva, floresce. Apesar das quedas, cresce. Apesar das noites longas amanhce”.

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