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Er orç.\o Srn.,NAL uo J o>Rl'U O Secolo N ... 97 Hlu.stracáoPortuf)ueza DIRECTOR : f;ar!OS ll!.'llbtllO Dias - Propriédadé 3. 3. Oa $llOa (!raça - DIRECTOR A l\TISTTCO : flAfttiSCO ttiXlifl J.sglpa\1lll pa.ra Portugal, co! Oll!as t Beope.nha 1 A"isn>tura eonjuncta cio Seeulo, Supplem0'1\o Bumoriitlco cio Seeulo <>da ftlustn.çlo Pertugue:a Anno ..................................................... 4'800 F>ORTUGAl-, COL ONtAS E .... ESPANHA 1 1 .. P . ! Capa : o SR. CAplT.\O E T RES OFl'ICIAl:S DA tXPl:Ol,YÃO (didrl pl10l1!.::rop4ia l'as91us/ @ Texto: o JOAO t'RANCO POR DENTRO, 20 1llust. (• A DF. AB8ERT Vl?A ll.".S CORTES EM tS.42, ó iltust. fi COMO St ATTRAE o EST R.ANC.EI J<O: o QUE Df.VE FAZER-SE, U4 tllu.;. t. DE REGRESSO DA HA)A; t.Yi LI SBOA A F!GllR-' PRI MACIAL OA CONFf:REK<.:.IA. ! 1> >illu.;t, lj. AlFAR.RABI STA..o;;, s l llust. @ ® (O, @ @ ® ti!> •) !; @ @ @ @ i; (jo @ IS @ lil

o Srn.,NAL uo Jo>Rl'U Secolo N 97 Hlu.stracáoPortuf)uezahemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1907/N97/N97... · 1 v voLOuB - 30 de dezembro de 1

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Erorç.\o Srn.,NAL uo J o>Rl'U O Secolo N ... 97

Hlu.stracáoPortuf)ueza DIRECTOR : f;ar!OS ll!.'llbtllO Dias - Propriédadé dê 3. 3. Oa $llOa (!raça - DIRECTOR Al\TISTTCO : flAfttiSCO ttiXlifl

J.sglpa\1lll pa.ra Portugal, co!Oll!as t Beope.nha 1 A"isn>tura eonjuncta cio Seeulo, Supplem0'1\o Bumoriitlco cio Seeulo <>da ftlustn.çlo Pertugue:a Anno ..................................................... 4'800 F>ORTUGAl-, COL ONtAS E .... ESPANHA

rn~~~~~·::::::::::::: : ::::::: :::::::: :::::::: :: ::::: : ~~~ 1 ~~~s·t~e:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: :::~ 1 ~~~et:~e .. (j.~'b:,'~)':.'.'.'.'.".:'.::·:: :·::· ·::::.:::::: ,s~

P . ! Capa : o SR. CAplT.\O ~OÇADAS E TRES OFl'ICIAl:S DA tXPl:Ol,YÃO (didrl ~{(l • pl10l1!.::rop4ia l'as91us/ @

Texto: o ~R. JOAO t'RANCO POR DENTRO, 20 1llust. (• A ~tSSAO l~EAL DF. AB8ERT Vl?A ll.".S CORTES EM tS.42, ó iltust. fi COMO St ATTRAE o EST R.ANC.EIJ<O : o QUE Df.VE FAZER-SE, U 4 tllu.;.t. ~· DE REGRESSO umma~IO DA HA)A; PF.SEMRA~CA t.Yi LISBOA A F!GllR-' PRIMACIAL OA CONFf:REK<.:.IA. !1> >illu.;t, lj. AlFAR.RABISTA..o;;, s l llust. @ ® ~ (O, @ ~ @ ® ti!> •) !; @ @ @ • @ i; ~ ~, •)~ ~ ~· (jo @ IS @ lil

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II SERI E

#AO OOMPREM

HIH~MA SfOA S.J11 p"'llr aatoii aro ••oalrt.9 du

•••••••••••••• • •

S~!~~i d:!~ .!ú':s .... ~!:!ee:".Fd:!~ª; .. tofoa d • • • d • • p a ra tra· /o• d• c• • • rnenro, d • bal~ ,., d• •*Olr4-• • d e 11••­.. 1o, 1)91n ('Qmo 1,•r• b/MSaa, forro. , e-te •• e• pr$tO, b ta•co • C'Ór, de 1 fr. :?O • 1~ fr. 50 o metro • Ve11d.i1110~ dlHct•­~nJe aoa 11artlt:1ul•r•• e onviamos aos dom1.klli<>J1 fra11-coa: d • 11orle, º' estofo& e!I-> colhld .. •t•••••••••••

dos. rt;eons- • tituldos. a form-osta· • dos, fortific.ados com :

•..._. as U•• • / Pllulas Orlentaes :

O unico producto que • : em dois meus ASsegurA o de~nvol- : e vimento e a firmeia do peito sem e

scHWEIZER & e. A LUCER NE Z. 20•.SUl.SllA

• .&wortnçifo ~e ee~ne •

• caussr damno algum t s.aude. Apro- • • vado pelas notabilld.ades meJka<>. • • J .. RatN, l'h .. 6 , P••••,,. Ver- • : lhlau, PARIS. Fraiseo com instrue- : • çOes, 1$600 ,. • • Franco p1ra vale e e do ..:orreio. enviado a J . P. B • •to• e • & o.•, as, R. Aupsl•, LllJBOA • • • •••••••••••••••••••••••••

ln S t I• tUt" LJ x1ocasadomundo \1 para o tratamento do ro:,to1 hy~iene, bcl-

d b li lez:t ~conservação da

~ ~ ~z~ juventude. Produ(tos ~ ~ ~ U sdcntificos invisiveis ap­

provados pelo Laborato­rio Municipal de P.vh. Apparelhns e productos contra a obc:sidade e contra a excessiva magreza.

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26, Place Vendôme. 26-PARIS ••

!LLU;;TR A<,'Ã • > P< >RTlTGllEZA

Gaston Lot PROTHESE DENTARIA

EXTRACÇÃO ~g, :.:;:::', .. ~~ Col\.Gca~!o d@ de:ite.s dNa~

1looo r~ I$. Consultorio olrurgico-den .. ta.rio, R. das Chagas, 4211."

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O sr. João Franco por dentro A • ILLUsTR.u-;\o PuRn·r.t·H \• J 't.Rl\ l't .\ o PRt).Jt•t '!'li t-: oo c.n.s-.1-.1.no L ol·Y• .\S ct'Rlo:.:\' i<fYEJ "'·~•ts

o'UM ~F:U A\IJC..O IH INf"A~nA

A rua da Bmf'nJa, dê 'Iº'' o ronselh(liro d• f. .. t.1do, ~a tra~tt.l;a, CJlltl meut,. .. d~~nirada .. pr .. tPrmde~~em I"\'ª' pre~idt·ntf' d;1 ruo!'ellto Je minhtro~. d1·tlou Je "'"f a cabo. ma .. qul!I a s.audi! d·J u. li.tio ~ra11,10 ,.if.. .... ~a,sof ..

um doi. morado~" 111u .. 1re ... e Ja,, frer com a p··rmaw~ucia 11'11ma

pouei' rnb ari .. 1oc-r1Uch da •11· h:tbitaçào •JUt>1 11h•·t-z exrellt•fllf' tig.t 1.i ... boa 0t•-t·11h•11t~I. A'b ouie 1,:u·a um mr>rador ''n\lt{ar, nuuc;l o hora!\ da manhã. re111A ali un·a:• J,• ~eri:t para 11u1•m lt"''ª a ,. ida 1J,. ce 1rao11u1hiJ.1de pnH·iuciau:t,c••· lrabalh.., aíaJln .. o t en:t.tnu .. 1tt> 1u" mo ao meio 1ha t á noile; ''""ºª ~ohrtt º"' seu.;. hombmr•. pe .. a. ~ lt. pH (\mpicia l tfU••m. ~m !'+• a(a.,• fonm 0> Vl~ioho:"> qm~ Ímput••UO• tar do oontà1> da capital, 11u1- ;io ..;tnl1orlo o dt':o1tflt>dimt1Ho do wr 1 .. olar-se du líHH' i111c 11 lo u do dkt:ulor,-foram o~ mediro.;, 'fllt' ruído. A'quella hora Cl'UZ3111•"t' ()ff'~Ct1•veram ao rrtimt>iro 111ini •

ran>s O:, tr.-.o::-.t>UOln e. apre'"ª" Iro a rnudao~a para& 'tu b 1 h1 l)

d.u e curio~h. a .. ~omam a uma p,.,,,,;il ... ou ou1ra ja.nf'lla t"n•dioha~ galan- 1 \ 's onzehora1. da manhi, •1u:m-11·~, 11ara alrgran1m 01' pulOJÜ•'" 1· 1 do . eu, a\·ido tle crnuhec-t"r o sr. o~ olhos, aprov41itando o re..:olhi· Joil) l'ranCQ 1ll1r <l1•mtro. tra.11"1•0-mi•nLO das senh&Ji 1111e OOlllt!·::rnl nho o limiar tb aunr4a ~l('flJ., o a r111r1-gar·~P á, m) .. &.-ri~".a" ,. f oom•io a cavallo m o guarda d._, b'ª'·es urerh du totteadur. ~.,,, \ .. eynrant.a rale:-lrann 00 ve .. ubulu ,-u11a(H da n.•$idt>ncia p~~id .. 11· e• olham-me rnrn a 1oalural 1l11iiflt .. cial dL':oioobrcnhSO dn rua. o~ vt.1~· r1'nçt1 de <ruem t•itL-\ habitn:ulo :. til(i0'1 dos quadradrinbos. br:a111·-0l'l .' ,.,·,r .. ubir 6 d1•,r••r :u.111u•llt>-. l.t111;0:; do:\ tt--cnptos. A11uPlle p1la .. ·.-~. J .. "'-'i.cada.s toda a :-1nrl~ d~ •r , de m1.J.~.sla appan:ut1a, ja a;ura u.t~•·u ... fawili:u-.,, ''º ··xoll<U, h1 .. aor1co, tera Jrnlro em bre\·,, { ~f,· .. d~ o pod••n'"" • ·acifflll' 1l1• ~'. 1111\'0 1nqttilioo. E 11ue l~nda!<. st~ [ :mlí1•, NU Trat•O!o.·'\luntc~. ao l~ ... uào roijitl'am elll lnrno d'csle opi- PC''ll!ldo e lou1.·o .rí-eporttr d'um.t "'01lio banal! ll1wve quem av1·11· ~ 4(U!ll•1n~r ~al.t"ta l>rr1tauo1c.a. 1111t!I 1.a .. ,.., 11ue, re-···•hº"' dá pnh1b1l1· 1114tm. como eu, M' ~julg.am. nu.,,.. d;11l4' d'urna ir:mJfl ~.a.l.3 .. 1rori.... damt>nte. uo d1rt•11 i _1 d .... ;a ª'"1111.ar o~ rnnradores dl\ rua da Emt>uda cu1n o f)fl'~id ... nle do 1 oon~rlho ,. d•· lrnh:un feito cht·~llr :í .. mãos do llw prop.Ur 111•rf.(Ullt.t.as a 11111~ 1•111•, pmpril'tario do pr"dio uma 1wt1· 111• lmiu rosto. li~ 1d1"'" re .. p1J111I•·,·. t.il}. rt"cheada d,. \l~lt:'IUDes e irrt "• .. mhora t':!olf'j3 .... ·r\ 1flnnJ1> o seu p'l111l1\·11iSOOTI"IÍd1•randus. para r1ue rrttlOSO temro. 41Ud" lbe nlt_1 ~ J•·"·•• ordem dfl dtt .... llfljo 21• "'''"'"' lwJJ. para O:-. arJ11•1-,'.'I uef!oC10t 1•11 du go\·~roo, quando afinal tudn /"/- Miro, •.• "" rt,~umiu em uv11tar n3o 11uü o ~ ~ \ (1Pqueua !!lll,1 J~ e~pt•ra 1b :o.ili!) Ífls--e tli~alto J'Uln3 j)3\"MO• Q puú.l('H/~:l::/tJ;n;;'";.(.~~Jndu "'' /~Sta f2• l Üa TU3 J3 f.t:cneuJ,i 1 ~l.;&\~l

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lS4z-ILLUSTRAÇÀO PORTUGUEZA 1v voLt:l.IK- jO de dezembro de lQOi

O Jt-, pr"idenl' rfn ttutulho, Ht> St'U 1abind~ da r1111 do l.m.enda, a;,.. " d1 . &limd/<1 e o t:()llQ~rod11r da IUu-.traç.10 Portugueu

l1•ft!(8 de ÍUt'r suppôr 1 ÍOflUOI lllrÍhuida ao c-befe do ~OTttno, •jlle un .. dizem ser fahulu.;a & outllh hypothe­uca. no que niogutm acertou. ll'h 11ue. nid··attmen1e, ' º não nlt'rioris.a oo~ mo,·e1~ 130 simpfh 11 Lào .apro,·eita· do~ '{llt' OrDl­

nm .º :lp<l'St"D­

to. l rn "ºi1ha. uns J'uut~u,11 íorrad~• do ju­t:t. lhn 1>irrno \'Crtical, sobte cuja esuut~ "e amontoam ptr-111ura, : p.,f,.,. '"\ a 1ra~t·d1" lyrica d" ()< ni-1~111 : a /,;,,,,_

mtiru mini)l,1ro, ouço rom prait'r um do~ ~NI~ iotimo~. fil'.'1~ .. apailonado~ amigos que m•o com~• mo .. traodo CO· mo f'U dt':Wjo arrecial·O~ -oio Uli. SUH id6u Ol~lhC~. oio 110, tru~ plano .. de gonroo, t.._~e uni\'er>.almeu&e di­

vulgado• qu»i tm lau1a... lio­l'" ª"' como o pch•1Ml0 de Ao­d11··ru que vejo ~ub1·e a mezi • 11ha a lltte me apoio. mas no !11t•u ,.j\·er inti· m..>, IJO!' seu:. pt0('f'5!ii0S de 1rab1lho. o o~ S4"U' goelo!', 01.:i

~"ª" lfTt'i(Õt~. nos .:e'U.s eolre­ttnimPntos .. .

Ü D I .\ 00 rRt•

\lt:rltO M I·

" " RO Jll! A N I NC.U~&J SR NH.\ . C0-\10 l~SPIR.A

U... "\U' -.JOK• 'S'Af-"' S ~ .,... (1,\ (tf'K>-

"Ç\o f! O AB.,llJHO

"""·do IJ1u1 .. . N'uma mr1ad111 jo~o. • eJu:iu poll glolla da ln.ri,. du Au · du:!ro d4' CJ111•11-,,., , t1 um1H'lf11l'· no album, ~nu· f'l!'Klr 1/f / ,o{it)(I, eom pl-..1ll•1o1ra­rh1u do·"''º "• lltodiciaa. rl• . • . :\ada mai,, 1-:m01uao-10 o criailo par­ci<"ular me 11u­nunr1a e aguar· do O 1110111f'OlO de pas'4ar :i pr<'· seu~• do pri- (J s,.-. JolltJ Fnrn<o, .f u g espvs4 e SNa c1rnhada l'I# v1/t~,fhrf1u a no Alcaid~

, {Cl~IC: ll it l){,) flM , \'l!',ÇQN OR DO At..CAIOlt)

ll ei• o que ouvi e mais me agu~ou a intcn· , .. nciedade de

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1 v voLOuB - 30 de dezembro de 1<)07 ILLUSTRAÇÀO PORTlJ.GUEZA-813

O primlO!iro ministcrlo do s r. com;elhciro João Franco na nquerdo. poro. a din•;ui : constllteiroJ Lui: de <ffa,alhii,-s,

;1fa/Miro Rrymito, Vfuco11ul/os Ptn to. Ayres d'Onr.:lfnJ, (UAfados) jost NoNus. jo4() Fn.111~0 < E'niesto Scllrltfn (CLICUÉ DA f'HOT. 80UON8:)

viucias . intlurntes poliiieos. pre1eol.den1e . ..:, e<•mmissões de dasses e amigos que elle primai em o5o deixar de "<-'olher e de ou\·ir, para qoe oãojulglmm <1ue o deslum­bra a rmineud;i da po~ição sncial e 1 que é hoje diverso do que roi ho11 t('m. p-0r ser cliefedogfo\·eruo. Quo1idiana· mc:nle. rt-Cl·be tambem, de manhã e til tarde, quando lhes não Fala pelo ICl•·phooc, :t.e pol'\'entura o :-.('tvi~o a~·rta, os directorf's dos dois jornaes que na im· prvoi:a ttaduzem a sua opil1iiio f' orienta-os so­brú • dcícu· e sobre o ataque, porque, como se sabo, os orgãos do go· \'t'rnO, abolindo ,·elh1s pra:...es, se não circum­~('rcvem aJ>l~nas á dc­reza, mas são eomba­lt'llll'S fogosos como os Ili ais aguerridos dos o "'· prusiU111e d" conulh<J ~eus advers.arios:. A lei- "" MJtorlcu jc1rnflda dt> Pof"/tJ 1ura da imprens.a oppo- -n de;pwho lfl" 'IJf'i

sici0t1ista1 uo E1ue lhe possa iuteressar> é facilitada ao pregsidente do cOuS<'lho pelos <úl'les <1ue do mais ponderoso de digno de uoia lhe faz um dos seus seeretarlos particul:lares. Da sua cor­rcspondencia ~ó toma conhecimento ddirecto quando mo­tivos e:-peciacs o reclamam, o <rue é 1 frequente. Uo res10 communicam-lhe o essencial. De ordilinario não escreve._ prefori odo dieiar, porque d'ostc modo l poupa tempo e pr~·

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Nl -CLLU:ffRAÇAO PORTUGUKZA rv VOU11t.&-30 de dezembro de 1ÇtYJ

t.;m rltno apostolado liberal-/_? dl' innctrtJ d' /')O,/

(J>l1otorn1p1tia lfroda "º /'ot/o /'C' occasi4o dd milsilh "" f"·"f"k•Hdo. d.o al!l1utl pr·nr'ttbH/I' '-----' J., coriulli~ t' hllf f'"' u rhm ,-,wnidos olr•ns dt1s rntns fins po.rlU/er-i.- do sr·. /tJlo F1auru)

JhJ n9•ndo /''1'"11 8 drrcr/tJ - CPHU/ltnr·o1 T.:t ''"" dL ViU.lO'fU/101. f Wf l d, /tfO.f'O./ltks, >farl1rr1 dt' Cllt'l'll/ltd. f.llÚllNO

""""""• ,.,,.,_, dl' Jlcspi10. Joao S.roi:-•, A"'º"'º l°N•••· """'""-') jf)sl .Vw1us, /~o Fra•co , ·"'"º, .SO..S•

~trn a iua .. and4'. que~ r6f!DI~ da vidaM."dtolariaeda qoui ir11moh1lidaidr que tXife o lra~lho de carttira. Es· QUt'\'".'°' da• refei\-.""~, quando .. jl,ti OC(Upadn. e não f caito 1111,:ular o d., o surprehenderf'm H qualro horas da

(CLICHÉ DA f'Uor. llllL.

Em Cintra , nosjartlins da bella 'f"ivtnda de 1ua <o;:ra ou ptb!i 1pnzivei~ e delei1osas mallh cirt'umj.1rtnt~ çanJl.3 o mais dex•ro t<•ulp,nhetro. Em Ca!-C)t"&, •m lo11s:o pu­~e10 a pé i UocC'a do Inferno e e:;trada dtt (:uia lun, na

e$coridlio d'una calida uoite de tarJ" !IPfll almo~'" r\ão bebe vi· nltu. N!1t1 rum~ .. Dapois de jantnr, lr.1h:ilha r1uasi S(j:mpre até nlta noite, se as obrigaçõe:i do cargo 113.1J impôt!m a ~ua pf(t:ieO­ça ua rúrt•• ou na ~iedade ••. NJ.o dorme mau J_, cioco a *i' hora), ma.: oi a.em. somno~ .. ão proíuodot e npanid~ ...

~ ~~... , e.stio, pate,1r:rndo com uw. •m!-'i},..Í: , go, encerra 1m• olle u111 par11-~ tular encanto. Ern C.arnido, oa

fidalga residenc1a clu "ºª cunha·

~ ' da, a sr.• condf·~~a d"t1iot4' tuulo,

eoconlra. e~ualnwnh•, um do-. , \ seus caro.s n-lm.> ... ~M. tempos

~ do o ... \nci,mo d•'<"orrtnm·lht

o '"· j u\o fR\Sro. OIE"FB nr: t.\l!ILIA 6, 0 RETt> 1,10 mt "-· t·.R..L"'USCO OF. f'.\tt.\6Bn.HA~. PEDES·

\

ali,, onde a mmdf't 'º ('(IDJrtga roda a Íatn11!1, hOrl3 Uli~íella~,

Q \ ' o·om j3-0lamtnlo rrhi • .\ \'l~ta, ' opulenu pro1or1P1bd• nlTertcia

~ /ti tio exten~b 1·ua~ ~$ Mlb rer­oas iufati~avri:4, romo tl:lro~ ho·

, risontes e 1w1"11a~ ~' m!lrttis â

l'Rf.\..,.hMO & :O.lUSIC.\

Chore du família ex1remo;o e exemplBr, o chere do governo ama o cantinho da. ~ua. Ca.'Sa.­prostguiu o ob$~uioso (ran­quí110. Quoudo .e llle propor­ciona o eo .. ejo, ooropra.z·~ tom ... e rerue"iar uo:; momento~ oa au~tt"Fa ru1denci1 de madaru~ ~chiodler, sua ~peitaV"el s~n. .. emS. FraumcodePoula,alhoan­do-se da administra~ão e da po-

' / sua medilAtio. Na •gilidode e ~ \.~11 , uo rnt,.aitt coníundia-g~com "-CU ~ """- lilho e com ciftb .. obrwhos, o~ ~ ~ ,,1.J Arriaga StreN, filhoi da con· ~ <::::.J <::7' dt»•. Nndan:ea lourt~dos oo-

A1 f'IÍ9tiras tle>Ç.Oes .Jo v. Jo.IO Franco mo o primo • ,\'4 a JI, /U'"'"'"' ti.o C.()lfS~lh '~""º . ,. ,,,,,,..... noi ltS ('thUYl·U

••1

d• lnn:_";: t1':a';::10"':t~";;::,.."" '' >:il•"4 quasi sempre a '"

lltir~. t:mn -.ua espo.sa, dama dist'.uc.1í~>1ima, modelo de prcdu·ailos dorne~•ioos .. espirito de rel1uiutada cultu1·a, t'tr'· tu•JI ·do piano e delicada compositora, e com ~uascuoha­das 4(111' t•guahneute S-e nolabili:,am prlo~ rwimores doca · rac11•r e da Hlu~1raç.ào, o con~elh••irn Joao ~·r1uco eucoulrâ n'e~;e d1·1icioM> at !tome, cheio de lf'rll!t !l!implicidade1 a Ji..,tra~lo f' O repou~o de que CJr('(.f\ ft que sio ju~IOS. 0 prut-r ,to pln"Ulhrsis aberto Oh radi~H da Fovtroaçio 11ublic.a au~olenla e redol1ra ~ ~ .. ,j pl'f'1f'ol,. o •Sf'U pe­queno• ~- Fred"rico. o filho unico, a quem adora C' cujos triompl90$ acad,.micos >ão um d<·ll "tUJ maiort".s Ofl!'.Ulh<b ...

O prt•.$id,.ole do con.S(lho nãn jo-,:a, a u.&o ~rr~ bilhar ..• Conh"ce· .. e a ~ua atreitão â. e:;gri111a. ma' talvtz ~ não ~1ibi11114llé um valeote pede!'itreaui:;.11. No AkaidP,em Cio· trA, ern CJl!ctles, um dos seu:i ruaiore$ gotito" é per'(.(lrrer br~M di.~111ci•s a pé. O bucolismo d• aldeia nalal sedul-o.

os seu.:; auclorc~ pre-. dileclo" •.

- E as incliuatões hllerarias e arlistÍU!"t do pre~1d1•11te do conselho, tant:ts vt>zc:oe por ta s cm dn,•ida t- inquiri. ..

- A musica onthu~iasmt·O. T(\m uma afTPctuo1a iJ)mpathia, ~enuinamentA fl-Orlu­gu<'u, Jlfla ~uitarra ... QuaolO j! !>UU affei­çõe~ lt11rr1nu •..

. . . O criado, aonuociando que o !<ir tOD· ,.,u,.;ro Joio Franco me aguanlav• no stu • ~abi11t111. iotrmlfD~•u o pan~ riro tlo.1u~n· ~ ecalorosodnmcu ioterloculiOr, ...,t>U ami~ de 1ofanci1. Ot:!'.'iptdi-mr com milharei de E• na,rante a~r1d...c;11111·n~'4 por tanta coisa 1ned11a, ex- O,,.., pn1ukr.1·

clamandu, soff~$!0: '' dQ -D:t!l l uns :allei(Ues litterarias, falar· me- ,,::r::~~º do

ha dle. propno. , • 1~r1.

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1v VOLUl.LB - 30 de dezembro de 1rp;

Uu qno no RoT .u1n...,wo tj)t> ... XfRVOS

I· A LESO.\ O.\

J.ll>IU'JllN.\ 6 () S.\~fiUF.­llH.10 ip li:J.f VIU n'eM TY-

1~,\ NXO l:J.t

AllJ-IU Tl\"O f!

A J.l.~D.\ DE TU.fOR

O prlmPiro mi­n i~1ro~ .. lá d~~-._i, no ~eu e~cri pro· rm 11ue duas j3· 111..•lla"' illum1· n:un. e~cr,i1nor10 bur-1itueim=-scon· íuna \"1•J. onde $C at·rurnulam. com o~H,·m ... .-o~ pa­J'lt·1s. numero~a::;.

pholnJt!raphia~ d~

l~ .... oa .. dt" fami­,~. velhu alTei­

ç.'•·-. CUITfli~e>-0 ,,., JU<ilo Fr•11co nn 1·""1 nlnfü fer\"On>·

(•Hor. _.,.~•uCAl'IA.) ~º"· EutrP doa~ e~t:.nte:oi. n•plt'lí'S,

uma cadtiirà de e~paldar. de c011· ro pt'f\l(llf'ado: u:t p~rede. clomi ~ nandu P:..i1a C'ádcir a .. 1ue é o favo· rito ª""''1110 do e!o-ladbl3, a,·uham os r\'tra11111. de Fo11te~ e Carlos Lol><J de .\•·ila. :'Í> VJ ... de fronlN· ra ao /.11,...,..,.,.,,,.,,,,,,, .. obl'f' o qu .. I <o ·~ a 1·hu•••T•pliia do fi'ho ama do, trajando aura~ batina uni· ver.;iuriat:. um mai=Otfito. ~nd~ rP•r:ito·l·u ... 10 d" p•u! t.fo pn-~1rlf'n· te. do ron.;elho, a quem e~te v,·n~· ra e ~ 11u1•111, em plena rua, r~"· raito!l:\llWll10 OHUla U:t m~o e Ili\ Ít1<·~. l111j1• como hon1e1u. SolJrt• o ,, .. Jt••''~ l·i ancv um:. c~1l1•i r:i. um elrgante eslf•.i1>, ,.,,, ,,,·1.1 ·U·110T. ux LUI~ qu•' ;1•m du\·ida e.ontem 'fualqtll·r º'"' '"'9''KRQ\JK)

l'r•·cioi-iJ:1dP, P, f' ... ,>r('Ítaodo d' t•ulre u~ n lumr~ da,'.', e~· un1l' ... OJ•b e fila!' atub e brauu .. d1• 111~m.agt"n". que Jo oulr"" tanlM tropht"u~ dt• joruadh ~ puttuu. pc.llli· C'.J-,, .\ or1l1·m qu" em ludo ... t ma111fr•la, a arrumatào iu~lliJ:tDlti da ""ºª !'ttttlária. ondtt ª"t>na~ ~f> ,,, abf'no um numtro da llt~'lra~Un P.-tltt1ti": 1, rno ... tnm que o rhtfo dl) governo acabava de enlrar f' qu•· O•·m ..,, .. Sf<ntara ainda.

O '1u11 11utr diier isto~ f!Prguntou·nw. na Hl:l w1z mru1l11 a, o con"rll1f'iro João Frauco, n1.0111audo p~ra a jll\~111 .1 d11 /1lusfn1~ã.11 onde, ~úb o 111t1to dn (Ju•1t1fu ru<:­ftJ11 11 ldlfufoi!J.. se estampam as í·Oigi~·-i do n. Pedro IV, 'rou .. inlio d• Sil,·eir;1 e a sn~ propr1a ••

CA111put'i·lf'lf*, o'aquelle mom1•ntn, ao t•H11la11tl' a 1111•·m o (lrofí·>~"r rolh1·:;st ck surprtu, em l1u11("0. Nâ<t J.,ra o artil(Cl: u 1o rfp:aran, au mtuo~. n-0.. r1·tra1n,. 11m• o illu ... -tram . \las arcudiu-me re.--pond··r illlct·tJ1114.•uh• o qué pt"D,l\"I:

- Crt>io 11ue com o medalhão de \luu .. rnlt0 o anrwr anon\·mo man·a o inicio das liberdade" publ1l'.1!C. _, ('om o dr v ." 4'\. • a morle das me~ma.s hberd:ulr!'I ....

O cherc do µovPrno, com um bnw1., mal 1M.•rcep1h·el ~orri:-.o, 1·eplh.011:

-Sim. Cuido 11ue é o fJUC se prel('ndo in~inunr . . .

11.1.USTRAÇ.l.0 PuRTL'GU!:.Z.\ - '45

U rnridi'!:Ul.n ia~ ... pera­du nio aguara 3 boa dis­poi-1t~O d1' '"f1it1111 em cpH• mi• 11:.r ... c1•u achar­tie " dic·tatlor, ern tujo aeollli111N1lo tlc.scerimo­uio:;n, ti•rrn·1Hurra, não ha. !IO!Hbl'il dz..; UllClllO•

~ª"· c:lkul;1d:t-. ma11eiras d'u111 d1j•loina1.a, uem t''ll'lf" a ~ .. "" arrog:mt.P 11u"" JIOJ,·rn1 dar-k'- quem de liu di ... i·r«ionar!o~ O $r. FrNltr'''"' S<lt111dl~r F•t1tti<1'~ pod~tt.., tr.. encootra !n- fil4o d" n .. ,,,,,d,,•u do 'º"utlw \"t,lldu. l. IU• trato IO- 'a/a.,.110 ~•'"'"" ff L1u:,, ...... llmo o 11.•mt·m mai~ ... im- Jad~. pie .. ti'""'º 111a111lll. S1·n-~·~ 1- .. 1• n:. t::ulPira tio co:;1ume. gentilrrn,•nlt' pnin1p10 a ~u­Jf'•IAr· ... 1• nn nu•u lfllt'1nigalt.lrio • ••

,\fn11 1rtt .. tt•i d('l'l_t·jos d~ t'Oal1ecer a Jli ... 1ril111ii;I1.o <lo teuipo do 11ri n1Piro 111i111i-tro e ~e elle, tão :ifff,•11·11:1cl() fios CthlU· mes in~:lt·11• ... , ~e ciugia porventura 3 uni l1u1;1rio

-l1111'n~i-.h1•I uma labflla, - di!\'.'('.•.· Od1dedo~o,·er· no ha dt· ouvir a todo ... e ha d*' fot.".r-.. •• :rn 1·um·111i• d1' 1uJu. Hal11tu r_uuuda uhima. pJia .. edorou1i,YiiH11ot 1111•~ uioé íacil d1· .. fnuuar dl• procnpto. Ttudo dt' atut•n.Jt't a tauta ,:t·n~ que 01e (irorura e ~1ue me de~go .. lan&I 1130 rf'tebtr • !'""d­~.mdo d.., lr)halltar, com a collaboratiio tk~) m,.n .. rol e;al'o. rm n1·~1>t 111 .. Ja ma1~ :ali.a monta. o::um .aJ>r1• ... tt-U •jU:bi ,·rrtiJ.cmCl-~ 'I'º' *'"' 4.'irt·ums1anr1a .. t"<f:1g1 rn " 1111~ .. -t••mo pod1•rm ... 11j1•1tar-tllf' a um horarin~ Dd·.,,11.- 1111i-, '•rovt>oiPn· tf' ~'' C•>imhr:.. J"'"Umbarc1twi no Rro1·M p:na ,·ir formar g:1b11rnh', :;p11 1lo :ll.:olhitlo cvlll 111orrnio; ~ 11•1 d4• J:J dr fo\·e· rf'iro, 11.h· l!uj11, Ji>c.Orridos detoito 111 .. m•.;, 111111l'a drix.t>i de ln 1wla fn•nh\ :icln~r~arios l111e (illl'••i:nm 11111 cl111iruhar-me ~ il.r(àO.., !llJ.!~ravi'\rn ª'~itn .a rn1~u ... idMJ .. cln 1m·u f'!!-lor~o •..

_,,. .. , "''jluudo a lenda, não !i-t' aroutf;'Ua .. m ,., 1.•x.il a fltub!'"r~n('il ti•• u .. rvo~. '111'9 prtt1).nm 1le ter acAlmado~ com IOJ"C\'ue .. de 111urpl11ua . •

-Ab1olu1:u1u•a1e io .... 1ac10. ~unra ll'trt"l11 u'"' '0Jt"C(l°llC." .. , nPm 'l .. •111t•r 110 1wrindo m.ab 1;::ud11 htu mrnh:u uenal­g'ia ... , cun~ .... (u1·uc1a d'uma eu(l'"r1111JaJe ,r:u1rka d~ qu~

me rt'~ta~lt>1 i l.1 íura. SUCCI:"· deu um JiK• 1111•• a \'iuli'nt'1~ das dOres me nt'z l"'nh•r o~ ~wnu­dos. P\)is hu~111 • 11ào 1111! pa~~ou pela cal1N:t:l ;1 i1l1'•1\ di' rt'tN rer á morphima f1<1f";' allPLmar o AAffrintt'fiht,.,, (),. 11·~to, ~a1l•a qul' .. ou nr111 h·1111em nll .. c1id1• ~ !-•'h"Do. \\' u 111·.a 111•· , iallo n1•m ptf\.'O a tl~m1m1 nos mom..-nh·~ mai~ 1·rili(to,. .\ 11t~ubf.uuc1a ~itl' nef\"1h lenho.a, JS ,·,•14·~.

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84ó - ILLUSTRAÇAO PORTUCliKZ.\ 1v voLulUJ- JO de dciembro de 1907

talvet o merece!ti;.e . •• Em ~umn1i1. 1•0 oào sou um tyr3nno. como algmn :.~s.t'· V('ram, mas um :i ffecti\'(), l're111lo·m~ IH'lo coração, ft .... '.\t~uru lhe 4ue tt•nho amijtos df'dic.ado". qutt 001Tt:1:i-puud1>m a minha amiudo e 't"' cb.riam por mim at1• o san10" e a \'1da , d~1okreu.aJ1· lllt'Dte •• •

As LJ~rrUKAS no lf~J" \Ol(\TA 4j) S 11 .\• Kl:~WSAR ... , \t 1·,~ 1n • .'.\(OMM"'HS . • , Ull .MOS )J.()1.0 J)O • H:IC\RDO 111 •

lote~u"i o vrim.-iro rurni .. tro .. obrt ~e nio adotava a rudeu eoorDlé d1 Mii a.b..or\•eute, e>magadora 1arefa no ron· vi vio de quael'l<JUt!r auctores querido~. Todos temos o po('ta, o rom:mcÍ1'IJ\ , o historiador cuja lci1ura é um 111anjar ,., .. piriwal que no.; touitica a alma . • .

- :ião m1• rt:olll agora octal'liio p.ara ? sr }.,., Ft·• •co • o •.Ir• d• <•t<lú "' s. X•c•ril> outra.i leitora~ que oio ~DI ª' IR•

d1speo.sa'feis a 'bboraçio da:i nifor­mas em <1ue e-iou empenhado-"'"'n1uiu. lias 1euho hJo e leio mmto. Auetor~ dilectos' O a.,~ombroso Shake .. pe11r~ 3cima de todos .• . Euire os lu . .;tori:idorcs. Momm:ieu. o eruditis~ imo ro1111nophilo- morro por elle, o mf'u Mom· m.seu, - d1i, indicando-o na f'll1111 ... '1acaulav, o ·r arnl-. Toda a obra m1gis1ral do Tain•. Clo$ ~ud.; rom1n<1>· ta$ francezt~. o Pl'l)'Chologo e f'~tyhs11 f l.aubeorteon..,ont110 Oaudet. Entre o:i poetas ltu" .. t't, o da dt"licadt:a. o rlo sen1io1cn10, o du mulheres. Oos no•••>. Eça e t:n millo, João de ll•u•. Garren e Junquriro. Hamalho Oriigão. o prosador eo critifo, admiro-o ta nto mais qu:rnto é <·erto 1·lle ter sido, durante muitos auao~, um profls)ional 'llW \'l\'t•u t xclusivamrnto das tenras .. .

rém, a lau~• foi quebrar-se, em plena praea-aind• exi•· tia o vellio mercado -- de encontro a um11 Ca1Totª· A pare­lha crnbrulliou·5(1-, .\ pcei me. Tomt:'i li mi ulta bengala, os mf'."u.i papeis, 1i;. minha~ quejjadas t\ .. c·~ui pa:ra a e.a.,,. do!!: l'i•i'li's como ,.. nada houves.e &uedd•clo • .\liuha mulher to:oi.Lraobou \"1•r .. me cht";u a pé, ma .. 'ó ma_i.s urde :M>Ube o uue acootttt~ra e 11ue lhP íõra •t-tbd., adivinhar, mercr da minl1a impablftl ~t>renidade, rNI e não appartuld. O meu pulso bate !lt'lllpl'e oom a mesma pancada regular e r)1llunica. V f'ja ..

Taeteei o for1e l'u1s.o dictatorial 11 i~ocl1rono e o cl•l'Ít~ do go"~rno pr<>~r~um, "'ílrr-iodo:

-A lenda da n•.-vluoa é oomo a leada de Ti mor. IJ1. \'UIJOO·"'e &amhf.m 'lºer ru mandára muua gente na.. .. uhi· ma. .. ~maou para 111u~la pos.;;p...,.,:io. S.1b. a minha palnr.t dn hoor.a l~e d1~0 1111• 1 !ai*. Ni-0 íoi omguem para T1· mt>r, o que nlio significa que deiu<t.ie do l1ner quem

Fei-~ uma pau,a. lnda,mei dl) .. ~otiol010 ... O n)l1-

~be1ro Jo.30 • rauco f.alott•m", 1 proposilo. d~ Sp1·U<"rr e de Liur•. . Turoe1 a Sbal~.pe•re. Qual da, "ªf"J11< do colo~so in~lei prefon a?

Vi-.ta geral do Ale.ai&! ( J.'1-i~ oo /Ott!f' • loJtt1 d• '·'"""ª "'"'' -;,, lurf>IUa"4 o 11 , conul1t.nro }1>611 1-·1••<0)

Í fUOT. 00 SR.. VISCONl'>K 00 AL<.:.AtOB)

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av VUl;UMK ... 30 de dezembro de 190; 11..LUSTRAÇÃO PORT'UGUKZA- '41

- Eu ••i ~ Todas ella, m• en1hu .. 1a•m1m poregual. ~io '.wlflC('l'>Oarri. porqu,. lOda.s a l'UrA M ftt'1t10,cuja e .... panto:ta intu1tio a critica moderna r .. -gil'>tn ;ulmirad:., a.s~ignalou dt~ t~XC(llprionat•.i. hellczas.

O dirtador foi a uma da• ~~t:'Hll1'1 Ao ac.aso~ tirou ou, .. rn1ilc1 Ili.

-- 1\(1('.ofdf•mos um dos :;o. IM>rb0t monologo• do rei. E' um1 m1ra,·1lh1. X.a sua tf"n· da, ltmbra-s•T- llicardo acorda d'um medonho pe-•· deUo. Sumira·s• o cori.jo d• pl~nta~mu tjueo tinham •io­do inl'repar. aotando-ihe em ro...,10 a!'I ~ma~ maldadei:t e pro­tervias: -os phau1.a.srnas do princir,e Eduardo, de lleori­que ' 1, do Clanmee, de Ri­vcrs, d< Grey,,de Vaugbau, de rll t11ing1. lll r1i11ha Anua, o"· ""'"'"'i«I F'rtu.Uo, '"" do Jr'. ""sidou de llucL.ingh•m. O rei, como m, <onst'IA.o em dehrio, fala .•.

• • . E o pruideoie do roo· M!lho, do p#, oa >U• se<era, ha­bnuaJ '"'''"'*· de talht> inglei., com um ardor juftoil, quai\i declama, n'urn:a du 1raduc~s franef'za:4, o 1nuuc:.logo da trage· di~ shaku~peruaua;

- c/Jomu·;,··rtrni 1w m1lnc/r1> .. 1•<111 Pnun t1H',, b/,.u1wt~ J Ay &

pil4!, Jf1.1~'' 0tJUr.1'1ntN-t, Jt rê· t"l'lttif'ulrtn,.nt. Ofâ MroAScún· rt, ronwt, I• nt,. lou.rm,.nlesl /;1 /l,, .. ,,,,,.r bl'Wl,.1 "''"' Mw1 '°"''",... ,,,.,,.,,ttMrtl "• plt1r• ,..,,,,., llt ;a ••ui. º" /r(}f· o u, /tf'iuJ,,.1, tio "'".Jdll,, '""""' .. """ 0>• 0 "" Jnz014llt• fi· 1•.t•1·1, m·r«Aú~ "'~''ª""'o sr. P.-410 6º•'''"

P"" 1'1/11101, pn-lt11t llff mn 1·Ãa1r trrtM61aJd,. l:J• bU11' EsJ.i-, 't..., )'ai J"Vr ,,, mo..'"' il n .. y «' }-tr•ma" 4 '1Hdrt 1 -~ que m1111 li•· hanl rw11e R1-ch~rd ttl j,. 'ui1 ~'''' là, trt(Ji artr t1W>1. } · 11·l·1l m1 mew·­Jrj,p-r iru 'I N''" j otu; ;,. 1ui~ ici: alorrs f1uma, Ft10· de 111qi mt=me í/ ti JlüUt' q1u"1e 11rund,. •·ai-&on~ JJ,. Jih•r•lt 1Ntt'.ertgrf'1 (Jt101- l 1111' f'fHyn· tlt mor su.r '#e()â lntla•! J' .,,..·a1111tt" PtQt·

,,.;,,,,., l:?t r•rvvo• ,,., rr,.,,,.., 10•r .,,,., fNI" ''' b1nt '(W )t "'' tNi\ fait' ci M&i•Mf llit~f>4, 1'011,

àfla1! }f" mr .luu plu/61. moi· 111bnf' p11>1tr lt1 tt• lmM odit"tut' commt.lmc /HH' tNm·tnhM ! Je sui& um 11"/ltrnt : rtpNtd•mt, not1,j1 111r11s, jtt ,.·,.,, 31,iJ pos un. :;o1,, tJt1r{t llini rlt toi-1n€· tne:-MOI, n' lt /'11111 p,,s. Jfa c1.J1$r1r1flrt 1111rl' 111,H1 lángun diflff"Jtt; ri t/tll• tlNI' J, ff'S fatJ. gKts mu fa1t.,.. r('(1I 1'1QirtJ1t,

etcAanwrt Mtrt1 rHtl••tt0wla1111 · ., t"OMIHI ... ll:tVrGI ,,,, por­jurt, ~ P"•'J•rt •• pJN.1AaNl dt­grt, /1 tnrurtn 1ou• 111 for,,., la plus cnulll1. lmu /,, triwtJ áiff,;4

rtNll com.1riii 1oui t111t/n- tis fm·· m.e1, $>tnUt1111'1JI ântrnt l" tribu.· 11al, t·riartit t1m1: l.'01111c1M••, cou· pahltl Jt dM~ dh.r~prrrr: il t1'y a ptu unt-• N'1•nl11rr ytú tr1'aimc; ti 11 jtmnw ·'· 1"11' 11nriim,.t1'ot1r1J ptlii dt Jnf111; ri J' urym11 <m­roitnl·#t, E•iltl, f110fJ!fU fn(I J' "' /nUrt'l'JI,.. t·DllDUUbl'llll.,,,,,v ptn1r moi-.m/,.,_ li ,.•o ~.,.IJk '}Mt ln «hNl'I Jr /t)tfj fl"MZ 'JU

O t:OHllf/I() dl niinisJr()$ ,nalido n11 salll d.~ (fnr1dlr11 de F.stodo, ·nt> di11 li d#' d~:nubrfJ, /J010 t a 1#'tlarp1() rl<ftmJ1:•a da ,~formá da Ca11111ra dos /'a,u

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84S- ILLUSTRAÇÃO PORTUGUEZA

j'ur 111 tr.~.~lJ.(Jin!s i'approrl.111,.111 Jt ma ttJtit, ti 'J"t tlrn~ e111• llrn1JUl sur lo 11:11 rlt R1rli11r1l la mtnnrt tlt .fa rtlf­.'ft'rltu'I' pourdnn.aiti .•. •

Emqu:iuto nervoi1a1111•111n, \'ilnando decomm~ão, o prc" sidt•nlt! lia e~ta formidttH·I pagina, em que ~e rOC(Jl"l:t 3. p!'~ ('tm·patbolOjria inl'-'111 d'um c.aracter, eu {)fll"ª"ª ua "ºª rtpuur.ão de iimoraocia, d•• d·· .. ape~ iS> cui .. a"' doe ... ,,irilo, Je quasi anlipallua ou enfado pelas lettra.& e Pfla .. art".5, repUll~àO que )IJ.· tr1•aram (f"fLameo~ ldYf'fUrÍfü •JU~ uuuca eolr'ellver:un º" 11t•u-t ocio:<1 na i~itura de .-htf1r 1& o , (.'/ •flpolra, de Row'lt , J11l1~lâ ou de T""''" 111' . 1th1-tt111. O tif. João Franco ad•"iuhuu-m(• no oll1ar a ~urp1·11J::t.

-;-\li 1 acredito que amo a l>oil, a amlien11cA liueratu· ra... E, ro11ondo n:\ c·,unit! o~euShake'.'ipe~1rf'o11a· .. ~ou a r~d,n11t:1 de llo:i:~{'t. Ur1111.1is da ,·iolencia tragic:a, o reli­nam1•nio h rico. )l{'moro11. J,. rdtocP, a.-. aw·nturu. da c1ue hu baroueU Dud.•vant eom Jult>~ Saodeao. d~ cujo 111pcl­lido. como todo:t sa~m. pro,·eiu o p!'eudonymo immorul da ~:11od a ligat.io ~U(ú">'1n da ~r1ptora jl'lono .. a civm o P•)tta e. alludindo ã nlllurncia decbiu 11ur •> r11111p1-

11wuto na viagem il 11atia •wrcera na e"·olu~ào do :HH'lor tH.lm1rnel da~ i\uil.~ e d" Jnrqws Jlolla. diJr;"DMl•M' 1t1r 111e alguma:; das magna das estro11l10~ do Souv1 ,.,,., parl\ llh' tt•:s· t4•muuhar o seu culto por ~· ..... e exc.el· ""'1111~t.1 que ellt conft11 .... a 1•rt'Ít'rir a \'ictf•I Uu~o. Di•lolnPdo o ,·vlume ao M'U lot=u· o dittador, .-v1no qut"r 't••e (h :if'U~ olhos. pent'lrln~ .... ~ 6xa:o-• vm ua .. lombada~ du!I l'ro:o-.. O:S tomo.) Ja e .. etilhida biblioth•-ca, tvroi•u aaci­C'1•nt113r o seu gosto pi:lo h'.udo tia lho1wr,a. A esse estudo, criwriuw. dPmM:i.do e 3ttento. :utr 1l1ttf\ m:tf{ntt JUltl't•l~a na forruatãodo !>l'U raractt•r, ua i•rff'UUIÇiV da-. !1113'" jJj!o,a..:, Ol l''"r!'-"\'C'tlnç.a da!i- :o-ua .. t"nrr~ih mo .. ru~ ..

A Ll"ll\ DO ll.\T~-1.\TOS . :\ E."­GRllJ..\ POR 1(\(,1rs1

$ A l.llXSAC~t:" on BA..s.111

JV VOLCkS-JO de dti~mbro de 1907

ounciavam-.. 1' uma.. apõ;; outras. A rurio.:!.idad~ cr6· cento do r'rM.1rter, 1J1au grado o S<'U rmpeoho, não podia pre,•alecer tis momcutosu q.ut>l\IÕI\~ tfa at.lminisLraçào e da politicn. ~~oi 1io~10 ponto na cnLr~''Í•H(I presidencial, mas o 'uma C11\J..:a rne ficavam O"i c.ll11•ll e er.a ella o coírr

~~:: ~~'~;:l:a~oe:~d~e'·~~~t~::1~,~r\·:~,·~•r:.~ ~o~~~~r: qnt.· t .... e t .. cojo routinh.a. Foi carinhou1ntuc.e bu:o-t-al·o, púl--O ~ub~ a !iU& 1~rellria, ratf'IDltoU•m'O "ot'ffi Yaidad~ e aby:.mei-m_, W\ cuatt!mplat:U. da men ... :-gtul oe ~au-d:Jtão e ;1ppl:nuo ti!! trmta mil portugu .. ze ... ,e:;itleo1e .. uo Bra11I, c11m u ~us"' refulgeucia~ d1\ l1iro. :i1 suaves 1in· tas da~ sunit 1llu111i 11uras. a infind:iv('I s4'r1e de nomes de tompa1rio1:1.; fi1111aodo e~se documC'uto, m3guiticamPnt<' impre~"º• P 1111f! 't'iu Jk'pula.rb" um Wlfahulo grego em Portugal: 77,,,fou•1, tltalm.sa,-o mar, o mar ...

1-·_\0.\00 -so tu aço .p A PJot.Ot"RH J,\ no ll\'STF.Rro~o l'OBRE·PEOIS'"lf.

A ~a11·1a ,lt\ 1• .. p1 rae~lau eh .. ia. O amanl (1anqui!>la1 que l3UIO Í"rihtAl':I a minha JllÍ,.~30 00111 d1•.svendar-me purmeuoroit i11 111nos do chefe do ~overuo, lá. se eucon·

trava, aguardaucJo racil•ntcmeut& a ""ª Y('t. t\ào me di-.~él'a tudo1 mui­LO mai,;:; 1ml1a a d1ter-me. Resumir· ~-t•ia, pvrfom. a um Cl!'O apena .... ,­fan~n ca--0 ~ ...... ~ O ~r. oo.oselheiro João fnn<o í.Jra fad•do no be~ .. E a ... sim me l"unlt>U, com a con•ie~ão de quem tran-.mttte u1ua Vt't'dade pr1J­wu1.-.01c das rontN~ hili\Oricas mai:, 11mpid::i:i., sr111r..inM<la pelos mais ldone<is l <'~temuoho..;. o episod:o es· Lraulto de ha r11u.·°" ula aooos. cujo rouht-timtn1n ..,·. l~je trau~põe o tt:»­Uiclo ambi10 ran1ihar·

- Fo1n'umdia rí,:"ro"-Oda S'J!"Ul'I·

da quinien1 de ''""''"' de ll»>. Ua rt!~idt>nda do Al<:aid11t era l'Ondu11·

)), • ..,!'~tudo~ hililOl'ICCI"' dt•rf\'Otl na· tur:tllllt'Ole 3 touver!<!:t J>:ir~ O~ 111·i­m1•1ro .. e .. tuJo!). Ao-. 1Jitu 1111111 .. ,·1-nlia da ~ua alcki.a JtJ .\kaidtt t1ara u .. t.ioa raur 0.S prer.aratnno~. Qllat.· diJ c•·udu1u a formatura em d1ren·•. rra 1> mai~ novo do .. e!1l11J:iut1· .. do "'t'U 1..:ur;,o. 1 h ':iaudo ... u ... kmpu~ de (À1rnLrn! Com uma al1·ir1• IJ1Juhou1ia, qm• ui11guem :iUJlf}Or:l na tigurn do

doa bap1i>ar "·~"'j" parochial G li· lho unittcuito do {l'. I' . Frederico Fran .. co, e que r ouC'C>'\ dias de existenc1a ainda contava. () 11t•c1ueUÍM neophy­VI ia ao c.o41o da romadre, acompa· nhado por "'" pa., 11•·IO> padrinhc», 1.alve1 por outn•~ panook°.) oo amigo!'> da e.,,., .\pf"l'l'Cf" um pobre implo-

•'' rru"'"X'"' r11t·••d• raodo e; mola, 111a ... 41U' nào ~ re~1ri11-µ1a <t>Iº"'-' pm ,,,,uao do Ri4' "' /0Hr1To ~iu .i costullUlda lamm 11. Ergue-o a

ai> u. f11rJ1den1~ do co,,u/lu1 voz, em ar 1>rorlU'tiro, e vaticinou aquelle <1ue i• .-~r•·ber sobre a fronto

as aguas '1ue i!irntam da culpa ongi11 111 um lop:aremíoenli\ e uma act~o 1•1'tpondeP•nte no Cuturu. l)t• rt'J.!n•:;.l)O da egrr· ja, ao dt>pur juuto doltito da rn'.ie., ainda oàq resubtlt'óda do parto, a '""aucooba, a u.madr. ..,r .. ria·lh• o ªl'"'d,.-el ''ati..-1oio ..• \laudtm pre~~unNlm'n~ a ,.4•01.-...-a J>flomrndi· to. para o 1;~ ... :.lhar e dec.erto para bu,·1r da ~ua propria bocc.a a rt>f'"ll~ào da proptiecia, ma-. o p.·d1ote mysterio--0 não tomãrt\ a .. .-r vi~to no logar e oin~u1•m di\·a cone.a do rumo ~ue l!le.,;uira • . .

dieta.dor, ~obrau..:em1 Au-. 111;.ii"\ tumultuosos cmL~1t'!4., o rou-. .. lheiro João Franco ru1 11~1uouu·adas lendu Nll •(UC o 1•11,·oh·em:

lliamam-me para ahi o J/ala·g·•/Of, filiando a dt­nominatio em ima~io)tiOJ itati(idio:. noc1uro< .... ~r1Jti·lra· d1>t 1ltU1DdO fttqUt>Ull'i a t"u1Htr~idJ.de. 0111~ 'JU" ~ uma ft'íal"lihl rnv.·u~ão • Fui 11,.·uu um rapaz azuu~tdô c1ic~Hl lloto ... outru~. 1urbull1Utu t' n'u:-() se quizert.>m, 1111t' d1•1 e 14W61, mas uão tenho ua. cou"c1eucia o remorso da~ cul­p:i.., com qut! eotewfom ctirrj·~ar-me ...

O kmpt•raménto 00111IJ1llt\'O do pre:side.ntc di· con,dho allinnara-~e, poil),de.:dt> o:o-baoco~ da es.cola. Oíft>tt!'l'fll·"1'· mi• a O('Cl.Jiiode lhe íal.u no...-u afTectoao1<porl da ... arma ....

- Eº o unicoque l··nho culuudo. e.."('Jarec:tu .. \uLouio ~fartiu .. f'oi meu mr::o-lre dt C!Sf:'rima. lloje pra1ic.:v a. dnh ou trr•, ,.l"l~i por .. ('tnana. qu~ndo os mtth atraurh o cvn•1t•nteol, com Franco \"f"~a. Ma~. actua1mentt', (a(O·a m1-~I0!1 ror lpOrl do que [l()r rrrceilO h\·r;ietllCO Qlltl 1 me-dil'lll3 me recommcnda. ·

• . • Soa,·a a c-ampninl111 l4.•lcphonica. As visi1u an·

• . • O; i>Ct'Jllico~ rir·se·hào piedo5itmf'nt,. dos qu~ 1l'í·~­tas eo1has ~t~ au·c,·em a n!r bignilkatlo mais a1La do ql14' a minima qnl'o 1-0-."iuem. o~ 1conoda .. 1a'( e os m~tholo~o:-. hão df\ da""llkar a minudencia bi<";.?raphir11 com a crotla ~citntifa:a dfl qu•~ u"i.lm em ~iluaç\•h <1.f'melhaot.es. A toin­cidtncia. port•m, 6 impo~h·el or.z-.I ·•, porque oio re:-ta duvida de f}Ue' '(!cumpriram O:o- íado~

Av8UNO Oh Auu:io.\ .

(C1,.JÇt1t\t1 Dlf 16NOLIEL)

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D~1ranh• a minha residcnçb c·m he1wdiui11a, que :-.1· n 111vc·rt1•u <:m pro-Li~bu;,, tev1' lng.-r a abertura di•'i ,._,. pri1·th\d(' n;.wional: 1•111 Oi.! l n1mu é mar,1~. Tod<)-. ai;:uardav3m t•-.tc- cli.a sabido, cc.•1(·brav;uu ª' ~U.\" S1·.,:..,1\es na-; cwn a m IÍ·,r l"'i:pectaç:\n, prio1 ipóil· l\1·cc ....... id:;d(·'" ~. l'B(•utn :,, um grnnde mNl\t" p• •r "{·r a primeira V("t. c~W' ...r Cfiitkio, C"\ljo írunlt .. "j •in 1 tc·m 1 tio pé-. n:uni.un c.i,1 d('Jl'Utado!> clrpoii da fl"I· ele cumprim("11t1,l, ~"\o ll"'mpu de -.cus uur.11;:\1.• <la C.uta. e a primrir~1 ni rdii;::i ..... '5 habi1a&1m-~. r--1a\'aln ali e-.. que funn i1111a'a a cama~• do-. pucs t1bel<'1 id:\_.;, ~' Tc.1nc ,,., T uubu e a aula depoti 1le u·na intemipç!b d.~ t."'L'ii díphmatica. para q\ue irr.am d~tinad~ .. anrn~. \~ d«·~ tinhatn sido mi11io; ~ oa~ de abüb;lCU:& á prm-a dr ft"'Z'•· t•·rl.u'1 p• 1r u111a grande maioria: p•l• < • rom·ento comém1 ac ualnv·mr. ;L.., .... 1· rém. apt·~•ir d' "t•>. pareda n:'\o "IC' ç;,,,,;,,,,,,..,,~~~~--~--'-..) h."I de amba:) as ri .l111.1ra.-c e .... ~ua!) tn c;t 1hl"kdd11 ainda uma L"Onti.,ui..;a rc· .. pCdl\'as :secrctaMa.i e ma1 ... reparti-univer.,;11. E'-p;1lha\"am-se noticias atei ç·).c~ . Os deputad1>-1111(.·<·upam uma gran· radnr<h, f;_l l;wa·M' l"n\ uma aublcV<t• A Romled ele i;.;tb cen·nda dlt.' trihun•l"I, na qual Ç)u do~ num·hi"itit"i, e até :se 1•rop<'· ._, l ~;.1inha faz a al>-t.·•nur.1 cl,1s tamar;_L ... Liv;am retci·1" ;'w<·r(':a da condi~·l'h.1 ftnur.1 d01<1 gt-rdl'd1ia~ Qu:\1Mk, di'\"i' trr li>gar esta tõolemnucta(lr, rt•m11\"f'·"e a. m:ti" «"lt·\";_ula .. , J)o.>tici<LS que ent·ontra\"otm t•1·ho L(lnt.o rn'Hra cio prC''-irlente e em seu 1 ~ar M: 1·!1l;1lie'erf' um in;u1•r, 1iumto é l'trto que J)lh p;iiu ... t1•11vuJ .. :unentc thn1n•l1 •m h;tld;u1uin11. ~ parc-"•)lro1rumc1lad.' chrt-i· ~.1 td ,,. h0t qu.asi. :;ctnprc uma -;..'T.mc:k- prnli1"'"_i\lo pa- to dtl thrvr..-1. e <r. dt-pu.tado.. collooc-.1m·1e á t'!lllU<·rtb: ra ai-.: cit 1r como pro,•,·cl o é"\tr.tunlínano .• fmt;.1 ... per- o int«n·,1110 d J m( io fict lh re- para <• JlC'C"'llt J n-al . .\ ... .,._10.ig~·n-t dl) C.)rpô d.i- ----- du:l ... ~ tnbunJ..." d.t, lado do pti)nu1a... .. , :u:rollta,-am throlno ~o rt"SCr,·ada. .. ain Lt algun" tfo1., ;mtt'~, par.t ( 1~ttc e •1ar.t , ,

n•·l\ in1c r,1 ('otwin;:lo, rurp:n 11i11l• 1111ali• o; ;1 ..

•l\tt' ..... t·,t.tva ~obre ;.1 da:, 1lrt:ii uutra .... pan•d1·" n;ll1•r., do um vulcao. stlo .Ht1·21ti11.

1ul,1...i para. o

AJ>P"M d1> que - 1udo pubh<co: n 1· .. ~.-... ª'"101 ~ p 1,·•ou • nm a maior com• n na .. ou1 ra .. , entr.i-lr.ui 1mllitladc: e o mi- st" ~·1 p11r uwiq rle t.illhe-ni .. t.·rio 11ui· f'1C dizia te ... '\ 11ihuoa c-tiplnma-._ ... l:\r .-m t~1n10 pcri;·' tica ittl~'·ª""''~ muito te·u .1d 1uindo C"ada \"el cheiaa, nrt'un ~t.1nc: a que nuh t"~.tbili,Lclc de· ~m~ntr fot oo·.u:fa pui .. d'a 1t~l1.1 epc• tt. por u,)(\i:K. \lil ~ que ~-

:'\' m.mh:l d.> dia 10 ria m\w1o dilf.cil <Wrvar clt• ju ha.1, c.1>111 um tem· o me->:o.U11p 1»1-r.1 OhTV-h .,n~ p•• m.1i..;níh11>, d1rit.,"1ruo-- lt'ri••m-,. t"º'l"-''"<lm o n.1., .ur.t,·/·t ~LL' rua.~ por 1)ri11v:r·ir·~ 1·~.ir º' l1Jhi· onde dr via º"'" 'r o cor· l• ):, halan·:; de .11011 ... i;,:11'11'

tejo, que ~·· :u havam 1 Cap.1.11.n ini. . \ ,,.._., imelli· ornada11 rir.;uucnte e gc'1\lt • phrsic •li• 1111ia ti~ha apinh.tcl.\'I clr imnwnS4..) a 1·xnJT<'"1~·111 d., 11\;lxuua 1111\0. l>r muita.'!. janel· 1 tra0lpp1illichd1· r lwllP\·o. lü pcn•h.1m akatif<b e le11•1:i..1,1·1••rtlc1r.11.d'eUe tlKm,l\·am hanJciras ü;1 ..... ,. o n'1>t· c'pre---.i· Cúfn ·•• lt ''"·'' c{1rt'-- na- ,._. <" ti rtK11 dv abba· t·ic)0;1Cj(1).0tr-Jjohwa- ~ '\"ur.irddli Junto a g.1ro d,, cnrlelc TclrL.' Capa.11.ccuu a.:l~\.l· ... odi-;1ur.1h1.1 mu11;:1s 'i~3!'; pl 1m.1ata <11 ,\u-.1n.t t:oin turiuM,, e alg\IDM" ex- ...eu 1unitorm( hr;11100 e lr•·mamrnk Í•1rmosas. nun um l'i' mMante já :\a maic>r patll' da.3 ruas qu;is muilh• •IMI. A pnu· 1Urmav.11n :il.1"1 '' tropa l-:<i di·1,1~md.i l•1rd H11ward dC' lin11a r. glMrd.t U)U- ~•orri-la i111liUh1·t1kim·nte nidp.11. e amh;_'"I ri\"ali- e uU:h:1\,1 par.l tnda. a ,;ivam cm elq;M" ia. As partt·· 1·lwi•)(11• -.;1ti~faça.o. ,~t1rLt·11 rl un•·m-~ cm S. cmquuu1L 1 o ma,,-o e Hent·•, nuti~a abbadi.t ._·om~·ritb pr5t~'"\l e o

( • I A\ ant1us côrtt na­.:ion.,e ... uut t tncama;Jo. 11>ram n2 Ilha Terceiu mulaJ1" em azul e bran­co, rua fvttu equ1vooos pr1n,1palmente na~ ti~n­~lr;l,, pt)r 15,;o que as primeiru tlnh11m ~uo con­~l·rndu pelos mlguelis­t:ts, O tllf'/iU d:t Te,-aira, presidente do Nmu/lw

r ..... 1.1, de abutrl"' d«" A,,ii­lar. co ~ntc tic [, -iar­b·n .. , pro1.ur.1,,1m .ip•pn~ x_;m:iar-o;c cfdle. Ti'l'! o !:ti.htnule ,::r l.1mlx-m ali ;h rci1~.rc-; 11.11 i111~l("ltl;.1 mi­

nha J p.11 n.1, 1·tn um dtl·fc de 1m1i"i ... :'\11 rt.'("t•11temcntc thc-g•\•'d" t' 1·nnhe1 id•1 por

Page 12: o Srn.,NAL uo Jo>Rl'U Secolo N 97 Hlu.stracáoPortuf)uezahemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1907/N97/N97... · 1 v voLOuB - 30 de dezembro de 1

8,10- ILLUSTRAÇÃO PORTUGUEZA

grande ent("nd('C1or cm bella~ri1·,, t cm um jmen e tle­g-... nte ~·n.-t.ario dc~mba:n .1•1o ha'~ pouco e filhn de um <clebre pr0Cc.tt.1r. ,\ Su«ia. Dm.unot.rca, Bel:;:lc-.t, Hol­laucLl, Brazil e:- ~;1rdcnha (julgu 11ue nao t'"""-1\IC\;º nada) ttnham taml,e111 ali os ::icus n:prr-.cntante:"I i e um f'3[Xl7. adamado. t' de.• cabcUo ll)Uro, rc-prcsenta'a ;\ l"rnl)ça, ~to m<=' Lli,~ram. P;is ..... d .. "' poun:>:-. 1llt•me11101<, en­trou a impcr.llnt na tribun.1 diplum;ttica Jl;u;1 ~r dirigir á que lh(' era d~•inad."l: o !ioCU mo1dom·•·DlÓr1 () mar· quez de Re.z··111.lc-, um homemz1nl.n \Clho ranc-gO'l10 de c.·ondecor.u/•f's, tmha ;.t honra''<' ;1. ac~11npanhar. Trazia um \'estido de luto Lravejado tlc diamante$ e ::t11 peito o l'ctrato de D. Pt·dm drçumd,1do <lo-t mair11'C"'lt bdlhan· ti-s. Tinha·...,. · .'· n·unido gr.md(! numero dl" dt'J'X.1l.i.1d~; UM esta'-am .-:11W., _ -. jur.to :d s is han1.1ucta... •utros ~~em tomo()( .... SC\IS dw:f<.. .. _ :\foito .... traziam os .... :u .. unií11mw- rn1htart.--s, 1l'I membro .. 1(,1- trlb\11);.1e_.., '·inh.am co1n "" sua-: he­~··•' negra.... •t rcrl<''iav li• r•' t )JD h.al,ll• •i Ltl"'n_· .... e outri::-.s nnham de Gl­

sa< J. To<Lll:t p:uecl..i.m 11fü·dar um:1 n::tt~' 1iber­ll.1de de m;:11u·ir;1., e con­trasL1vam .. i11:,tularinen.te t('UI ;\ ~:•kllllk' zr'cl\'ida­de dç. .. 1n~. t.IUC ~ ~l-1..nam r-in"":UDl"Pº tam('n-lc n;l~ su;t"i l-.t1l(i.r-'"'· 1_1U ) e:~ 1l;!s:ieavamo .. te11\•ll$.lmen- ~ k l'Om seu .m11gi1 lrajo ~, lw'}lanltolde \<'llt11lopre- ~-·=' to e de a~tntnh ... '"Cr- <;)

~~:le!~' ~u1~:U~~~·cl:~ti <~-( ~;, '!")M t:i11l) Ll~uitl.ulc 'e'· ~J

~~:~' ;tat111t~;;~d~i:i~~:~~~~ ~..{» f-i1 porquanh• é 111uitn ía<:il ~ ~·r d<': um a outn C''õ­

lttm•> e ..,.melhoar vu um prinópc de t.t~tro, ou um cabid(· dt~ fat": <' é lambem o que "cnnle1.:i;:1 a~)K bon' p;ut" J1l 1rtu­gue1c ... , com 1'"\k.°1l' ("X­~-ep;t ies: a ~'\. ... pcrten­l'e mteirnnlCJlh" o duquot:" d.L Ten:dr;t. f J .. tcnt~tva­st• comna ant1g;1 1mag:cm de al~utn gra11c:lt• ~lCr­re1ro rla C'ürt.;1, qoe de­pc•-.ita intcir.i con~-a na .;.ua espatfa e rl(h. que ;• tlll ~Q,' ..-ui>< 1rdi0Jdn-s. O duque de Pa1mclla paren·u-inc tambem aprr...emar­'º magest0t.am<'lll<' : tinha tldn '-' precauç?lu de 1nan­clM elevar •tl;ztm1 t .. mo m;tis .1 .. u;.t safü.·nte cad('ira de prc.)idenida; · ·nn1tudo talw·i ten.• ... ido prudcnt~ fozcr (vnar de no, . ., aquella cadetrd. culo ,·çlho est.•fo YCrde aiulado ~ta\"'a. ,:, g;i .. tu e <k:-... hot.tdo. :\Iuito tempo an­tr' da abertur.l, .. entou-..t- li n.1bre thl(lllt' ('01m l<><.li.l a c.hsti1lt·çào no i-cu lngar; o gromdc l-Ollar do Tv-.30 de Uuru ba1ouç:w:t·fte·lhc J'XllHJ)usamenic ~bre as rc11das qu<" lhe cing1am n pe~ro,;o e.• º"" armioho:-. que- lhe co­\,ri..m os hombr· ... e ...-ibre •> c<Çu estrell:td•• de coode­cur.u,:t.e:s Qlk lhe pendiam ao fW'ito. Prosimo a elle es­t." a o seu cunhado, o conde de \·ilia Real, ,·om uma phy~illnornia d1:<1tiw ta e uma tt·,ta elevada e dr...erta de rabcUos. E1n vt\o procurei t·um a vista o mai!'I gentil de todo:, º' pare-~, aquellc <'111 <luem e~ trajo devia

1v vo1.1;a.11-30 de deiembro de 1907

procluzir um efü·itn ma~nifio). () inarquez de Loulé. (."\Ili\ º" ,-~ tk_..c ~ de (1,ihppe rr. p:tr~ cria ckt:trto um BucL.1~1 am, ou o bc1n<[Uic:to de- loc.W a_,

f0t111li.1 .. gal;uueadnr;.1., <lo-. tcmp•llll feud:lt's. Iníc-li11t1t"nte n:.o ~e- õt<"ha\-a pre~l'nte, e Sil maii tanle me· foi 1)11~i· \Cl ,.~r c.'se por111Am:z admirt\Hlmf"nlr bcllo t· verda· dtir.ur.eute perii.:mo. e emao .. r ton.ou riam p;1ra mim t·oru11 c·lle tini.a t·n"·uquocido t:.nta ... -all("\-:t' frmilllllõl", Conttu1plá~ por a $:Ulll U!·m1•, .l '''"~dda 111uhid.lo. tiu·· ..,.. acha,·a n.a "tia, onde· .1 t!ltn·it;i p~• ... ..a;:,tm di_• mf'111 parecia separar o 1met\allo cl•• trcs scn1l1,.., qu.mdo alguns tiros de J>eic;a annun1 i:u;im a s;1ida da Rt1inha. Con·c•r.am todos a 1K-cupar os l!IC'U~ lnW'res; muitnN que 'e achavam no1 corredores e t-alas adjacentes rntra\ am aprc,-;ada1nente na ~la. e u..da~ ;_" , istas "'° diri~am para º' dois chc{~ do gabinete. qUt" n 'aquelle momc.·nlo

i..im \amar as q),;}_, <a­d<"ira!'I minis.teriae1. ( > tlu· cj\1(' da Terceira t'!'ltava 1!'111 tranquillo e 1--rnhor dr i.i. o.-.mo lilC' estive ... -.;{'" ,., t".UUJIO de lxttalha cm fr<"ntr. do ininu~ : 005

olhn-1, IM C'.\pre ... -t.'l· 1, em lotl., a figur..l do outro pan·ri-<t h;w('r um turbi· lh:\o c1ue punh;t t·m "di• "·:d.1de toda a .. u;1 'ri;:.~ niuçl11•.

1,.inaltuente um t·erto m· wi111ento e um brne 'l\l"l'Ul m denunciou u ap-1 rroximac:;ão da.-. l>Cl""i1 ma­grn• rcacs. Le\'ant.o\r~m­., t,.11ln, imm~~l.uu('n­

c.•. appateCetilm na porta n·utr~tl º' por.eiro~ ti.ti a­mara com as su~t!t m:u;"s clr. pr.ata; ~guiram•M' lo­go, ~dois a d•)i.;, º' tt"i' d arma..... e . '!'> -·•u - JM'­,·wantn com trJ_jo§ <l.a o·,.. d·• decitoü qUJn• • ~ culn, 1~ grandci uffidac" d~1 «·a!-:\ real, a'! do11n;.1s de ho1)0r da RainJ\a, a l;aocltirJ. nacional, a C<\­

pad;, rc:al e as m.1i" ln· ''=°'·li do paço, ql)(' <"r.tm lt·'·'d L"' pelos r~pcct1\·, "" 111lkiacs da cortj.a, A R ai­nh;1 .1pp:treceu ent1'11 com um ,.e .... lido de caud.1 rôr de rt,...a, deriqui ... ,ima --e­da, bvniado" ttatiz e 4 JU-

ru, e litteralmeute co­berto com ;,l. mai" pompo:-a pt."(.iraria de amb('ls os hemi .. phcrios. t: m di.adema e uma pequena t·ori1•1. de brilhantes adonm\am a ~u:l joHn cabeça. Deu o braço a El-Rci, e "ishelmc:n•e se coohecia ei-tar ~t~­ucb. a\tra\·(~·t»U a ufa com a n~ digoidt•de, oeubiu au tbrooo e colloo.:-ou-~ â direit.'4. O Rei Ol.'CUPJU Wll

logar ao lado d'dla; trazia a fard.L J"IQfl~z;.1 de ma­n·rha1 de c3mpo e as condecoraçõc-s regias cJ,...., lres ord<·ns militares rNmidas. Os adornos militares hcam muito bem !1 sua C"llatura ah;_i e bella figura. Quando " Rainha se '>C'nti:1u, Costa ~bral approximuu·M" ao d1ronn. CUJ'\OU o .!Of'lho e apn-:-.erilOU a Sua )t4" .. tade o diacurso do thrnno. A Rainha lt·u-o em \OZ alta, a princ.ipio algum tanlo commo,·ida, e 1~ depois ('um toda :~ segi.ttançaa; é o seguinte :

·Dignos pares cio reir~ e bel\hores deputado~ da na-

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Costa Cabrl'll, mbii.$/Y() do reino, rom os aYmilll1os de par

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851 -ILLvSTRAÇAO PORTUCUElA 1v VOLU>H- 30 de dezembro de 1907

.ar~-cçlo ponugo~u.-0 VuUDa• r~«_~~~~:""\ • ~)S d'aminÍ"lttaÇ:h, d'e-.te-. e u>n.11 ~l'litaneamen~e ni.J.· .tc:JY -- •" ~ _R e.remos.

u1irt·'1t.u.lo 1ú• .. te-; reinos Me de· t.\ i..· ...J · ~..i:>l~ Está abcna .t f!C.u.10." • h·nninou, cm cl~·sempenho d<1 ~l·1 ''~~ . ~ .,.., \ • .• . . . . •. •••. , • , . , • • , ..• u1Mi1 l'l<\J.;l'<ul1, dever, a deda· ~ c[)('pois de a lüiuh:t ler li-• rM t-111 \igor, et11110 lei funda 'J '~ do a fala cio 1hrono, levantou-unental dei EMado, a C ... .o:~:~ t (). ~ se, e, p<-lo hr.1~·0 de lolell real • Ô1n ... 1itudn1i;tl da monarchia, ~ esposo, rlt"ixnu a 'lólla pela couthnrgad.1 por Meu A~"t.:.i · ~· mel'ma l)rdem 1 om 4JUC tinha • P.u· de s.1uJ. •la memoria. 1-i: t (' cntradtl. Na, :mtC•!'alas e t--c•r· • \ OSSil nut.do Cülb:>lidal·a: e \ rodores rc•mi;1·il!" um Jl13.0de •Eu O::•nti•J em que a de:-em· \.'.: numero de prtina.'\ em tomo •pcnhar<L"'· Cúntinúo a rece· ~ de ~s ;\[~~t.;,~lc-t. para lhes •ber d r.1 ~>bcr'dl)lh me-w; allia· (; beiiarem a m~o ~do o u.....o •d•h "'ª'i"fat• •ria.' df'moru;tra- ~ da ·rone. O par ttal M.&hiu en· «1./•f'i d,• o.trnú;u.lt- t ha.rutonia: tao para um íorm·~• r1111pl in· e 1~1\11 l'C"'" <l Meu govemo dez. amarellu íorr;1tl1, tlc ... ~tuu <le pr• lfl.lr<tf c"'teucler as nos- branco. Era pmc.u'41 por M!is "ª' rr. l a~·l'•C~ politicas e 0011\· ) 1uagnifico! c:H·a1h.~ hranços de mrn ia1·11. t.. 1aça pottuguc1n, qu(• ela .llrno-

C.·m plena s;t.lisril("~O minha ·1 G fada dirigia um muito !whil ço-• \.i dwgar a e..,t.a n'",rte o irl· cheiro ingler.: lt.im.·tt-mc qu(•

temu1}1 lO de ~ua Slntidadf. vale a ptna íazer mcriç1'o d' ctY " A. ... mui1as \·irtude~ e luus do te incfü·Ktoo c·mint·nte o.a "U3

.Summo Poutihce ~o mui --e· arte. mr ... mo até pda raz."o ;uro l""nh--)r de ro~ia e ciLs "WI ... ~UllCÇ•'iH h.~\·erem da·

•de q~ a t"~cja. Lti....itana. e.lo occasa!'io ª.um tkbatc ex· 1 .. em '""""hra dJ.s preroga.tl\;t.. tremamente: ri1l1• ul1>. ( ..._ patrio-• d:.t cori"M, que o Me\I gO\emo tas seternbrl .. n", 1)11 l(•mpo ('1n

• ha de "'l·tupre manter. go .. ~tr.'t qu~ gO\"t"rnar:nn, tioh.un repu· •da IM:t dt· <1ue tauto ~e can·r<· tado deshonm··o JMra a Mia na-• 1);1ra u t:no~·rvaçào da oTd(·m ç~o que a t•a.1 rungl·m d;_~ Rai-• puhlica ci t1';ul'1ulllidade da!t nha Ít~&'iC gui .. da nr1s c.li;t.., de cou"l ieuo..i;.1"4. b' lambem c:om A •·Qrn/fa D. Ma, ia li solemniclade por mn br<.'l\O e pra1t•r CjUC \'I l!I. Annun- nào por Ull\ r1nrtugurz.

cdo hl\Crl"'m cgu; .. lmcn- e por o.1~um tempo -..(" tl" cl~adQ a e .. t.a o°';r- ouv:lt-...c:enicku cum <" .. ta

.~ e terem apre1enta- ab....-iud.i cx~·n1 ia. l.1li· <L• olf ~Uª" credencfacs ma.mt!".~le. ·' Carta de

•Chn-pr~ntantt-.. OORci novo _ro:t.1~le<i1la tt· cda Pni. .. !-i~l e cfo de Sar· nmdu:m.t 1> cxpul""l Au-•denha. l1lmrd.m p..1ra o a~n-

• E .. tlo ;,x...,ig0<1d.os e to ~'ip.loado, 4l qu'' íui , \'º' M.~r ... 1 > pre~entes im- io•v·i;:;:1\'clme1uc oma r:t-' mc<li;H.;uncntc, de pu ls zoaVl'l n'staur;.\ç!\o, visto tde ratiliradn'4, doL.;i lra- que c.-111• dirige os :-.cu~ • tldns 'IU{' celebrei n:un fogosos n\";•llrn1 por rua ... t.Sua ~ltt'-::l'"'tad<! a Rai· i~<-11ws nuu muil•> mais , nha da < ;ra-Hrcta.nha; scgu.r.m1,; t e df·"llrçza d· •

um d'dl4'."S para a re- qtw- º" !9Cu. ... 0\"3.N ~,.•r· ·~1, do lrJfico da togi.l<'z:1.:-. • .-\ rcp.·ut.11,.ã.o t e;~.:-rõt\.atura : o outro d.JsC".l\;1ll:miÇn.t~. Ôt" •par.i tirm:u ª"' mutua:; que natur~lmen.tc -.~1 lit-· t:rcJaç,~e~ de oommcn:io \·ade> ~ fabr. cx:Utc no.1 ' e 1M\·1-,r.1ç~··· O orça- melhnr ontem 1)1~ ... :;h·cl mentll tL\ re<:eita e des· e dt·ve :,, ,,,,1blai; dis·

. p · 1.a JMra u corrente posiÇ1).(''i e rigi<la dlsd· anno en11~lnlico \'Os :se.. plina <lo duque ela Ter· r!1 ap1e ... (·11toulo. ceira n. app;.lrC11th\ l.>ri·

h~p<."ro d1> patriotis- füantc que aprc .. cnt~ ... • mo d;Ls 1 i"·rtes todo o ficando " pM ti " mC"-de!li\"t'"l11 no• dcS('1npenbo lhorc<i. c.a\,111anç.J.s do

• dais IUU füna.;1"'-C.'>, para CC•nt:incnH:, r •·Úmcutc ~ lixarem utna \tt as ter:"t que crdc-r :,.., de ln-

cba!es üo .. , .... tt-ma de t:btcrra.• cfa.zrnd:t, <k-..çm'Ol\-et"de ' Do.>\,> os importante... re­• ("UNos da'I po~1e:'i

uhr;.unarilla3 e aper.­t Ít·i\·oar tnd1 •s os ra-

l'ftl'.lfíll'I DI l.tc. H SO\\. ~K \"

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COMO SE ATRÁE O ESTJ?ANGEJROsr~Á~ O OUE D EVE FAZER-S E \,J T ~

~~~~"""'~"\'í~~~~~~~'~"~8

~ -- ~-..... A «Rarnha das

V AMOS mostrar âs t\OS-sas praias o qu-.: os

belgas fizeram d'uma pequena terra de pescadores, tornando-a uma das mais bellas p raias do mundo. Referimo-oos a Ostende. Quem chegue em agosto a esta praia recebe logo uma impre~o de grandeza. sumptuosidade, bom gos­to e ~legria que d ispõe bem; a bella cidade tem o a r de cst.ar ~mpre em festa .

l ~ P'raias , residencia 1)) rreal e capital de ve-

R

:.~ºa ~:a ~~~~~:iri~:~ d1c universal ao jcr

~ g<o, aos auractivos qrne offcrcce ao visi-

~ tamte, pois, a par 1/'.'":-, d~as di\'crsões ~as

1 nnelhorcs praias, I rreune todas as com-

imodidades das gran­dtes capitaes, e á fa­ciilldade de commu­nlicações por meio die expressos que á V<elocidade de qo ki­lcometros a ligam com ê'US principaes cida­diC> da Europa. A ctommunicaçào tri­

d iaria com a Inglaterra é manttida por uma frota de dez: vapores, a que nem (falta a t~legrapbia Marconi1 dos quacs os providos ·de turbinas. como o veloz Princtssc Eli.sabeth, á vel<.ocidade cie 2.J nós fazem a travessia em 3 horas. Uma. estrada especial de automoveis liga Ostende a Paris . Eis porque a for .. mosa cidade de 40:000 habit.anues e no ver:t.o visi .. tada por 25o:OC)() estnmgeiros, prrincipalmente ame· ricanos e inglezes, que, por prcçoos fabulosos, se re­vezam nos mais ricos hoteis, Jevamdo ali o seu ouro que circula copiosamente. Anno 1.;em

-'-=-J~J 'J )

UM A)PE(TO DA-PRAIA Á HOf~A DOIBANHCO

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85~-ll.LUSTRAÇÃO PORTUCUEZA

que o go,·erno, n "um prurido do honesti· dade, prohibe o jo­go, fat. a mizeria de Os.tende pela ausen­cia do estram:eiro e ex.ode, dt nacional. tendo que appellar á circulaç~o fiducrn· ria!

A cidade encerra ,·erda.dcira.s obras de arte e o \CU desen­volvimento rapi do deve-o no munici -pio. ao bom empre­go por parte da So· ciedade do. Banho> de Mar d<» lucros colouacs do tapi.s ve,-1 e á munificen­cia do rei. que? com extraordinario gosto, tem em­pregado em Ostende i- parte do seu grande rcn· dimento do Congo.

A situação da cidade é imponente, comquanto algo desabrigada e exposta h nortndas. Eleva-se a meio da facha de areia de 35 milha,, sem um rochedo, sobre que assentam, de um e outro lado, ridcntes povoaçoe. até La Panne na fronteira da França e Koocke na da Hollanda, todas ligadas por uma linha ferrea marginal.

Ostende fórma um quadrilatero limitado pela 1'>raia sobre o Mar do Norte, ao oriente oela .r.:.t.ac.a.da 1passeio de f.>00 metros entrando pelo mar formando a enttada do porto) e relo Caes dos Pescadoreo. ao sul pela estação dos caminhos de rerro e trcs Cipa .. çosas do<::a!t que na bclla estaç~o !tC conservam cheias de bellO!li J'ttd1ts, habitações fluctuantes dos proprie· ta.rios e teus convidado~. Pelo occidente limita .. a o novo bairro que se estende do Royal Palace l lotel

rv vOLU>r&- 30 de dezembro de 1907

e Hippodromo Wel· liogton, ao norte, atf ao gracio~o parque Marie 1 lcnriettc (mi· niatura do Bois de Boulogne), ao sul

Esta d"posiçao tem muito de s.eme· lhaote á da nossa fl.

• 1 gueira da Foz, t!\o digna de me-lhor sor .. te, no ~u aogulo rcctO que tem por \"crtlce o ca'itello da foz e por lados o molhe e docas da margem do Monde· go e a extensa linha de praia na direcção sul norte cm cujo ponto tcrmiuus, so ..

bre a povoaçào de Buarcos, se elc\'a a penedia do Cabo Mondego, que a protege dos vendavaes do norte.

O Kur$3al, edificio extremamente elegante, im­pi.'>e .. sc pelo gosto artistico e pela graode1.a, cobrin­do uma area de 10:000 metros quadrados sobre uma curva saliente da cDigue de Mer-, amplo pas­seio marginal revestido de cimento.

F..ste passeio sobre o mar é o maior e mais bello do mundo, desenrola-se para um e outro lado do Kursaal n'uma extensão (IC rcrca de 4 milhas. con· sthuindo wn'<t dai obras mai11 grandiosas da cidade. Em todo o seu comprimento <::stào edificados os ho· teis suai! luxuosos e as mais elcgaotes .... mu.. A sua parte occidental, que acomp.anha a praia de ba· nhos cm toda a extens!lo, desde o Kursaal até ao cPalace Hotel•, ê a mais elegante e freq.ucntada. Pasi,agem obrig-atoria para os hoteis, encontram-se ali antes de almoço e a tarde a5 americanas e inglc-

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•• 'VOLUM&-30 de d01embro de •'Pl ILLUSTRAÇÃO PORTUGCJEZA - '"

zas mais clegan· ~ ÕSTENC!: pe!ms mc·r:&dorcs. tes e rorm0$a$. De ~ on~c dcpoi" da!<> manhà nos "cus ref~çõcs tomam vestido~ gracio~a- cartr, Icem e, ás mente leves de ._ vcut•, mulheres mou~sclin:t ou de lim\1;:111 pussam o linho branro bor- dia co<i.tur.mdo. dados d jour ou ~\ftfr., .ali·m 1 a a relevo, J'anamá ccrtta altura. que e n indi1pcn!!avcl o iuola da furiosa· c!lminho, i t:1rde daõlc: publica. cle-nas mai1 capricho- ,·a-•sc o palario do sas loiltlltsdoscmr rei Leopoldo. em. turt'irüs à moda. do1is grandes e elc-Em di::h de muito ~mte! cMltls. vi~-vcn:o, longo guar· t 011 a e ;JniMica-da·p~~ em seda ou m~ntc plntadns. linho e, nlém dn véo habitual , um outro comprido co- Cercado tle jardins, é Jadeado. solhro " cDigue:i-, mo para nu tomovcl pre ndendo o chnp<:u sob o quci· por duns h<~lla!4 galerias em va liosas ocolumnas de pe· xo. Nos homens vê.se de tudo, desde o elegante irre· <ll'a; a oriental, fcd,ada, é artistica1ml-ntc mobilada, prehcn'livcl, no 'º"'/Jkl de flanclla bran::a, elegante a occidental. extcn.sis.sima, recentenncntt m:mdada nó de marinheiro e panamá, até ao janota ridiculo edificar pelo rei, que graciosamentre a • t'deu para de calça Jc algodào branco t!lo ent·olhida e curta anncxo do Kuf'aa1. é lambem form;.ada por grandes que <!.cisa vêr a meia por cima da bota. na cat~ columua..'\, duas a duas, dividida cm· to<l.a a e:itcnSoao uma âipecie de fr\;'"ideira, o laço da gra,·ata pare- por cnormt:a folhas de crystal par~ protegerem os cendo uma mOM:a eriçada e na m!lo uma tlo imper- passeantes da \'Cntanja e encimada por u10 terraço tinente badme que appetece dar·lhcs com cll31 communiC".ando com o palacio.

A partir do Kursaal notam·se, dcp:>i' do Hotel E, finalmente, o'~te extremo da 1t01gue-. ergue· U~llin.flon, auccessivamente o Cot"úu11l11I et)m as se imponente o Royal Palace Hotel, cn mai~ nandioso suas bellas torres e columnas, l...'Ort11n, /..a Plag-e da costn helgri. Uma entrada monumiental dá atccsso dos mnis tllics, Beau Ri".1age e o elegornti;,.1imu ..S:Ol.ell· ao jardim, maior que o nosso Rodo;, dci~ando á CS· did. Todot estes hotcis teem amplos rcsrnu!'ants no qucrda o 1 lippodromo, o tiro aos pmmb~5 e os ter· rez do cha.o, abrindo sobre a •Diguc• graodes ja- renos de •Polo , em que se defronuam 0$ melhores nellas de crystal, Ycrdadciras momra.11 que {t hora ümns da Europa e da America. do jantar oflcrccem ao passeante um espectaculo dcs- A' direita sobre o mar e.xtende•tibC uma elegante lumbrantc. Lu& a jorros, cm pcqucnu mczas, oo- galeria de 300 metros, que conduz 'º' pc~-es ao ho· bertas de O~rcs e graciosos castiçaea c:ujos ah.1i-j<111r1 tel, tambcm munida de vidros d'abnigo. Varias da .. cscarlat~ re1tituem ao rosto dos C<•mmen~ab as cô- mu liam. quando ah passei_ t;.tnia,du cm radeiras res roubad:..s pelo prazer, vêcm·se. ao lado d0$ ho- de costas ah.tt cm f(1rma de cesta. outra 1:1.borea,·a mens mais dUtioctos ou de velhos scm'§.;lborõc~. mas um enorme ch:nu&o, e um rapaz scmtado n ·uma ca-irreprchcn.. .. ivelmente encasacados, ª" mulher'-$ mais <leira, os cak.anharcs sobre outra, siuJtinha sobre os bellas, n; tO((ll/ts mat.S em voga CUJO decote ,ltrcYi- joelhos uma gentil rapariga cm tah·ccz n!Lt1 ccnnmoda do aurahe e prende a vista para lo~u a cegar na gymn~'ttica, ma.s original l radiosa fülgur;Lçllo dos mais caros d1.unantes Chega-se cnt:lo ao hotel, verdad~iro palauo l..uiz

Ao" hotcis segue m-se XN. a ~que uno f:.t lta um as vtll""' clc~anllss1mas ~(;:>, QjITiiDr refinamento <le luxo .e em pedra artast1camcnte progrcssco. Todn o cdl-trabalhada, todas designa- t1 ~- I ficio, ornado de colu-das por um nome eras- tf-= -~i) mnas,éswl crhéamcmema-gada, por amplas ianel- l ' \;; Or~.~ll gestoso. A ula de festa. s las e balcões sobre a ex- , para ~ :<..ooo pessoas é um planada, ~ro pintados. L1ll modelo ide esh·lo e.lo 1;.• ah;uu.~ re\'e&tido:) de azu- sccuto. · lc,tos da vizinha .l)clfl. O r~taur.int f''lli 1n-che1rn; de fl·lres e plantas , stallado n'um !rali sobre ornamtntae~. o m:'lr, ·de t:trc-a de 100

Estas f;rtmdes janeHas, metros; a illuminaç3.o, que tomam toda a facha· por tranuparenri;l, é íeita da, s~n ptovicla...; de vis- atravez do u·c·to de :•i-toso1 h>ldos, uma folha lraux muuito artislit:rJS, o .. de cr"1nal c-ontra a. .. nor- qut!, a par e.la fÍ<JUC.1a uda.< ttorcs de íerro em das deccor ç~ produz YC.L de porta ... e um tcles.- um elfei\to ·~~~~'mbraute. copio. J..ongc de s.ervi- A pr.uu1, d'arcia tim..!--rem, como l\C di-..~ de sima e de grande squ· certa casa da .,:Strada da rança. cest.i M'.mpre cheia Beira, em (Àl1mbra-pa- de creaança1 deMalça .. , ra o dono cm se abor- acomp~mnhadas de opti· reccndo d'ello a deitar mas hoo11nn. brincando pel~ jan~ll<l fóra - sào c.om u~1;mdcira1 e papa· eon.,tantt·mcnte utilisadas gaios, j1joi.;•tntlu o tomis

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ou o diall{)/q sobre a parte molhada, o que produz agradavcl cllcito. Mas. á hora do banho é que a scena é en .. cantadora e nenhuma outra praia a oflerece mais animada.

Mais de 400 barraca> de madeira sobre rodas bem pintadas, levadas e tradcfas do mar por cavallos. dtlo, em ago~lO, diariamente banho n cerca de ó:ooo pe$$0a.S, noi; trajos mais origi· naes e vi.$t<>so.s.

Os fato. de baobo das damas esll!o bc:m longe de se pa.recenm com o gt05· so QCCO U$AdO ~·as portugucia.s ou mesmo com o de fazenda crua das hes:panholas. que depois de molhado

\ l.5TA~ í'.\ 1'·\R.TE: OCCIDENTAL D~ •DIGUE;AO FUNO!" O PALAC'IO Rfl'.\L

denuncia o c laro e5Curo «ta menor cur­va Um .. imples, estheticco e excitante 1'U1il/()/ escuro de calça.o curto e u1na gracios~ h>Ul"a, eis tudo.

Por certo n:\o aconsclhnmos a pau.a· gem pela bclla pr•ia a aliguma peregri­naçao portug-ucza, para nta.u forçar um casto a molhar o guarda--p•• envolven­do uma banhiMa como tna annos fite· ra a u1na esta tua do \" atiu:ano ! ..

Nunca ,,i tanto profcsswr de oat;.tç3o amador como em Ostcnd1c e :a ru:\o é a abundancia e docilidadte dh d1scipu­Jas. Estou c;erto que mui~ d'c:Ucs nem sabem par3 si, mas bastaa perguntarem

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•5'1-ILl.USTRAÇ.~O PORTUGU~:l.A

a uma raparig~ se quer aprender e cil·a estendida á tona d'agua prornpta a deixar .. se guiar. Tomam.na sobre os braços. depois pela nuca, co,aiam os movi· mentos, d.s ! uma onda, tu.do se embrulha, desap­yart<::em 1 • • • primeira f6rma.. segunda tentativa. novo merg ... !>ao • • e a._~im pa$$am algun. quanos de hora até que o frio os obriga a procurar as barracas, o que nem sempre é facil quando ellu tenham muda· do de sitio ou .. e tenha esquecido o numero.

Só uma banhi'tta "i negar .. .se á liçto, mas breve percebi o motivo: um ''clho rabugento, talvez um ex .. prqjessor, c'preitava da barriJca proxima e bran­dia já o guarda.sol cocolcrisado !

.N :to existem toldos para espectadorc,, oi. dildlanti d'ambos os SC'<tJS ~Q obrigados a an<la.r artegaçado.i. com os pés n:i agua e os sapato• na m:io; como. potém. a ptaia é pouco incJinada, a maré sobe re­pentinamente Jando togar is mais comica"' scenas. E' cou.avul· gar cs.t.ar·sc vestindo na barraca e cn· trar·nos pela porta dcn· tro uma NftN•

/raKa a~~us:· Ili tada. Pode • .. ser bonita ou feia, mas tem Jcmpre o attrac:tavo do incftpe· rado. Pode· ~e tambtm vêr pelopos· tigo e !IÓ abrir n'um dos c:as:>s ... Ora digam

1v \'OLC\I& - 30 d• dezembro de •'Pl

lá francamente, n:to será um prazer um banhinho cm Ostende?

E;ta cidade de prazer, mocidade e vida, cm que tudo tem o tiluto de Real, csseocialmcnte belga em julho. quando ali se reune a ari$lt>Ct'lda do pa.iz, cosmopohtLS.~-•c em agosto, ouvind~ todas a> lin· guas. ttcmulando toda..-. as bandeiras, c_,pecialmcote a dos amcricanU», que, havendo jogo, concorrem cm grande numero. Tambem lá chegam ech<M de Portugal, ainda que nao seja sen~o nos nomes. Junto do Kursaal ha a cThe Continental Bodega C.• l'hu d' Es/Jag11e el tlr Porlug-a! (na lista J1fadtre e Porto rouf"e e 6ia11r) .

Na Digue <)dental ha a cAmerica·Cintrn \Vinc c.•11' ca,a de prova4J, tendo as metas n íúrma de barris. A C34J.I A. 81uy~n Zonen, na Praça d' \rmas. anouncia Port<> Rour' V~ux a 1,25 a garrafa! Deve .ser .. ·inho tinto com allt:;ucar, como provei ji oo sul

de ll•spa· nha

Uma cou· q origanal na Belgica, que lambem vi em Os­tende, (: o

~ empreg11dos càe111 gran. des, que ser­vem para mais alguma cou~a que dar que fa­zer ao ln~ü· tu to Pasteur, tirando st')s, ou junta­mente com os donos, pe·

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1v \tULUM&- 30 de dezembro de •'Pi

quenos carros de leite, fructas, etc. Entre.mos ai:t;o-­ra no magnifico Kursaal, cujas ürrassçs 'iObrc o mar S:.o o nndr:·••otu favorito dos visita1\tes. Tud() aH é grande, imponente e bcllo, rt vasta sala de <.:on certos e re~tauraote, a sala de Uaile clegaoti!Sàima. ...al(';cs de leitura, e.xpos:içôel permanente~ d"arte e os l>ars. Em grande" fe.tivaes todtlt º"'compartimentos se podem reunir n'um só, ca.pa:t de comportar 1 8ou pe:DOU. Toda:> as janeUas tccm soberl~ vi~ta de mar e d'cllas, como da lerrasst, ..,,. pode ao mc,.mo tempo oU\ir º"' conrertos.

Pcrtrnre á ,;rande Sociedad<• dos Banho!t do Mar. que a li vrganisa grandio'la.s festas de caridade. con· certos. conferencias, c.xp<.>~içôes, etc.

Todos Gf artistas do mundo. no­tavcis cm qualquer genero, por ali pa.sam.

lla quem no Ku~I pasoe o dia inteiro, .. , damas chegam a Jcv;tr o:. seus bordados, e. na verdade, lá dentro llÓde·SC fazer tudo, excepto dormir. . . cm cama.

As a::ilas de jogo, no suhfülo do Kur:saal, constituem uma sccç:to indc· pendente, espceie de du.6, onde$/, en· tram os soc1os. r\ao !Se pódc. por('.1n, chegara o .. tcndc e. aprO\'f'it.1.ndo u1n palpite. ir ja,;: ·r~ a insnipç!lo. que custa :o francos pela epoca, exige tres <li.as para obterem joformaçõe!S sobre a pe"soa. E' regra geral e quando &e queira abreviar, provando logo a identidade, pedem dcli<-adamente pcrdJ..o <li­zenclo que S. A. o Duque d'Orleans e o Shah da Penia tambcm esperatam? A1!iin\ obtcem, a par <lc um grande rendimento, uma t·crta selecçao, para que tambcm muito contribue a exigencia de grande loi­klle. :\~ ulas sào amplas e lu'\:u® ... sima.s. A illumi· naçlo tem tal refulgcocia que ao entrar ali á noite, pela primei!"& vez, se te.ma. impre:ss.30 de vêr rcali~a· do um d'aquelles aurifulgentts e hello$ ~nhos da nos­sa infanda ! A propria côr da lu1., o reílexo dos mc­taes que se espalham pur Wda a parte sob a f1'•rma d'objectos de arte ou de valiosa~ decorações. :h joias das orelhas, collo. hraço~ e dedos das mulhe· rcs, aJ lantejoulas mesmo dos aeu, vestidos e as to· rtntCi d'oum por sobre aqucllai mesas n'um tilintar agudo. CI} 1otallino e prow>eantc, tudo se reune para no~ arrtl1au.r n'um morhido deslumbramento de ap<..,. theo~c ao ouro, à riquez.a !

As meus e.-.ta.o apinhadas. a1•undando o banquei· ro americano que annualmcnte lança em conw de dcspcza un11 milhares de libra' para vir ali ohtc1 uma scn~açao capai de sa- r::-tutlir a sua sensibilidade ~ta. E•...te homem, que nào receia pt"rder, joga forte, e as .... im n!lo raro no".' pru pordona o prutr de ,·êr pa­gar unta parada de .1 ou o contos de réis cm punha­dos de ouro. Quando tal succcdc convergem no felb~ toda~ as a\tcnçc"ies-c tal ba.st.av~l para elle se julgar paq-o l a~ mulheres, com mais 011 men~ disfarçada curio-.idadc, accorrcm como borboleta• at1rabidu pela luz, ma!I, curiosa difleren­ça, nao ..:lo cllas que e-a· hem, é ... a luz!

Como tudo ali é pro\•l~ dcncial, llOr detraz do Kur-

ILLUSTR.\Ç.\O PORTUG;UEZ.\ -850

~aal, mesmo cm frente da p<>rta qmc.- ~cr\ e a desho. ra!l, e:-,tào os reataurante!t de noite ..-~l.uim's• e .. ou lfelder , pequenas rasas d'oratcs 'cbern decoradas e elegantes, que, pnrn Nervir veneno e::: 1outura por al­tog preços. acccndcm as luics crer.,;a "ª" .1 hvrai:i da mauhà. .\H ~e reunem 35 de11tu•111f!ndainrs que põuco antes \·olita\'am no ... /lars do l\.ur13aL as m~­mas caras afinal que frequentam, n1.1 estaç-3.o propria. os logares de praz.cr de l'ari:h de IBiamu. de ~1on­

tc Cario, do Cairo,, o tContmental de Londres, ~ew )Yllrk e <1ue. a ca­minho da .\rgcntioM, muita vc;. pas· Ram no Tejo sem ligar importancia !t 11os<1:a Lisboa pdii11ll a.

Imperam ali a .\Jlcrtcliir~r. a Ton· l1Nbist e a Cra91Mtllt, pequeninos pés a~~tioado:- passs;am 6 ahura das cabeças, as renda..' Cllpumarn como o (7ul1'tptt,fNe.'

J.wa--.iam-vosa alJ~f rira, mancham a casat:a, esborrachr.sun-vo; o chapeu?! l\1 n~ t.1uem vos rnamdou 1!1 ir ~abendo que tudo ali lie pcrnuiltc, 11cndo ape· nn ... questão de pr<.t\n · Mas l3es lo. gare ... s:Lo nccessario>S n"a11uellcssitios, JMr<L fa.1er a uns gaa~tar os lucros e a outros esquecer ogattilho do rtvolver.

e ma tarde. antC:I de dti:xar o~ucndc, foi du um p•t.~io pela parte 1uCnCJ~ arhtocrahica da • Uigr; de 'ler». a oriental. \'t:em-~c ali, entnemcad.,!-i nun ele­gantes casas partkularcs, os hoteis de 2.t da~~e des· de o Ro.faÍ /Jtlgt no Nqya/ du Phare em frente· da Es· tacada e cio farol. Dobrar esta esq1uioa é mudar de lerra; entra-5c no Cncs dos PescaCdorc~. como tudo ali muda completamente! Casas n)OJ.res, pequenas janellas e portas tccm por unica orrnarncutac;:io arcos de peixe a ~cear p;ara o inverno •. cm \'Cl. de á ja· nella, tod0$ sentados i porta, e wma an6nidade de crcanças pobremente vc$l:idas faze:m·me pensar em como dt\'C $Cr horrivel a mizeria m'uma terra só de Juxo e praicr 1

Sobre o passeio vêem·se mulhertt•s ía1.endo e com ­pondo as redc5, outras i~cando, erntquanto 05 homens p:o;sam na taberna ª' horas da fol~a. e onde a onde, o velho pescador invalido, a bartba branca na ty­pica fórma damcnga, ruma o seu c-&chimbo soflrcndo a no'.)talgia do mar que ainda con'\templa fOm olhar apa~do e trbtt.

Como tudo üto me recordou a Jpatria 1 ~ue seme· lhanç~ com a querida terra algarviaa <1ue me \'iU nas· c:er e onde tantas VC1.C!-i prc.,cnceei id('ntico cspecta· c:ulo, terra de pe .. cadores que, runai111 que nenhuma

outra do reino, te\'C o pas· sado, teuin u prc,ente e o futuro no• mar!

\'olt.ci aa1nda ao Kur:;.aal a rcc;c:ber nu\'O banho de: alegria e luz, e embarquei para lng\:lat("Jt a dt' noite, abandonaandu < 1,ltnde em plena fest.ta.

\ vista 1 da cicl;u.lc illumi· nada é Mcerit a! < • barco corria \'ehlor.. ~ml;t a luz se foi reduzbu<ltl a um ponto que bren·c ~ desvaneceu. e, ao ro\.lar mnnotono das turbina-., 2 adorm~ci p:.tra só de...pcrtar cm D1•\'t:r çomo d'um sonnho oileg1c cheio de magi;;1 .l e cnc·autamento, A. l-'1rnRl{J:.IK.,\ 1t'A1.MF:IOA

(.. '\11.\'\IJIO,

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DE REG({ESSO DA HAYA DESEMBARCA EM Ll)BOA A FIGURA PRIMACIAL DA CONFERENCIA

A c· .\B.\ de J'M.~,.tt por Li .. \>ola, t}(l regrcs:ti' d'4 t•.)hfererKÜ da

llan, •ode com Cio e1c,,.,io brilho e éxcepciooal rele\o ~tc\'C reptt· .eotanclo o ICU 1).il11. o eminf"nte c"W.dlSta e homem publíco brJzi· lclro dr. Ruv Barbosa.

A /llusl!Ítrllo />m/ugue:a , qor l.:I·• afincado empenho [X'e no dCl'>· C"1woh-ímento d.u~ refações intell<"· e tu.ac.;, entre os dc: 0i1 JlO\'C.15 que rio nQ\U e on velho mund.-, falam a. mc!l>ma g1ori .. ~1 hn~ua, ha'ia ence· tado preparath\)is pa1\ 1 organisar umn. grande festa de ho111t.·1to.tgem ao dr. Rm, Barbosa n'e~i..1 occa"i~o da 'nlil pahti;:ern pela noSSõl capital, e c .. 1;1.

,.a já a.s-~r.tdo, iielo valor e pelo •nthU-otiasmo da~ adi~ que a ~

idé.a promptam~ntc juntára. que e~~ maniícsta­ç~o teria rev6L1ito o caracter de uma imponen· te manifC:Stac;lo. O nrnnc pre:-.tif:i ~"° de Ruy Harb: "1 é tm ... t.inlc <:orihccido. no noao paiz e a "'ua figura mnit•) &.\ mpathica rm Litbo.--. des­d<· a sua resi<lr11na 3!.iUi por certo l<"mpo, ha alguns anno3. As nc 1t~1veis qualid;idc~ dv -.eu ta­l~nto polymorph•> de jurisconsulto, de politioo e de e~1 iptor con'lulst;U"am meredd.unente, cm Portugal, ao illustrc Lrazileiro qo.a....i tanta f:ima e adrnirJ(110 c.:11110 u.. que uo unan11he1nente lhe '""º C(ll1 ..... 1::r.uta ... na -.ua J>f\'l'ria patria. e d'f"'i"(: fa.cto scrfa um testemunho elo1pente e trttcu11ave ;t ft<4•~ prcp:'lrada pela 11'>t-•,, revi:-.ta.

l nlcli7.mcnt~, o \'"l'">r Aragwn}'n, em que o <Ir. Ruy R:'lrbosa 11eguia com sua c·"1>1 1sa e fühos, aptnai, se dcm1 irou tm Lisboa pnut·as horas, e 1>1r r-.--a cirn.im~t;mc-i.1 tfremo~. C"•1m ~' mais~in­<tro r~u.r. d1• abandonar, natur.1lmf'llk. o pro­JCflO formado e que tanto descjari:tmo-;. ter ,;s. to realisado. Ther.i, porêm. noticia d't"-.C pro­JCctu o nos-;o di..,tinc·t0 hospede, e írn com uma 8t"nlileza \'erdadcirnmente penhol':mte que ma­nifestou os Yu .. agr.adecimenlôs ú 11/uslrnrho

Porl u1:11aa pelo seu p<•1t4'n.1ncn· to, na a!Tectuosa e dcm01ad. o UJ'\'Cncl f't •m o rcdact• 1r <p:t o fni cumprimentar a bord·~ f'm t)()IDC dr tudos nós. O dr - Ru\· Barbosa o.ffirmou-oos egualmcntC o seu dCSROhlo por n:\o lhe con sentir a e~assa demorn <ln na· vio acct"ilar a manifest~'lÇ:iu e.los seus amiga! de Ponugal. quf', nos di ... ~. '<ria particutmnt-n-

A o dnun/.otcar do Ara&UãY•-0 1'1i-nislro t/41 nl1ongnr os dirtJtfUfl'·U paio o Arai;cuaya- 0 sr. '"" s'llu rt·o

C1wtdlo J..,a•1/11 n a a on/nimntltwdo ~, d 1. Ruy Barbosa

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rv vou.:1u. - ~\º de dezembro de 1Q07 ILl.USTRAÇAO PORTUG;UF.ZA- "61

f~ gr .. 1..1 ao "'CU _oraçlo. peli .• muili• (flH'! an~ tambem o ~· ~_, pai.e. ª'' <1ual íe-.i: as mab a;r.ubwi~ e íen·ori IC)<I.$ refcrcn­át.-;.

< > n"tt\Clnr da l//11slrnrM pq,.. IUKttf~n c.hc~ou a bordo pouco <!epui'i do , l P(Tguaya ter fuo­dc-ndu, -.cndn a primeira pe .... soa que ío&l11u ('(1m o iHlli-tre vi:i­jJntt.•, t' l"111:lo, IK•r i''° occasiào de ("1lll\Cr-.;1r lan.,.-ameme com elle, 1t11t'-'l'o d·• M"U c;IQembarque

:l ~:ºá~~~11g na~:!:~:~li ... O dr. Ku~- &rbo..a \"in!Wt, cu-

m ........... 1bt•, (s., tom.ar vartc 0.1 M'gtlfl'l.1 l'"(•U'"C.'l'"tlk_·i;_1 th 1 laia, na <-tU.il ck·,c•m1lCnh•lU um papel prerk.mdcrantc, dc~tafando a MH

pcr---,natilll~ primla u 1rn<'ntl' r.'.i· qudle i;-r..-tn.:lt· par\L11ue11t1 • i11krna­ci1•ll;\l da 1-az, a t 1Ue co11oC1•rrn-:11n º"' diplqm;1t<L., nlais, c.füt11 .. t•h 1h• ln· <la~ iL~ J\il~"<'\C:-.. Erou 11.11\11,11. portan· tq, 111w a cx.mn·ro;.t ...,, tlirh:;i!>..;c• par;1 Ltl <L,sumpto. e qur:· 111;111ifc:o.l:1s-.1·mns o de<.;(_•j11 eh· om· r ou.., i1111111·5-~" qm· n_ ··~niuc.·nte ch,.ft• 1it,, tk 'e p..tç!io lir:t_· nt ... ara trazia da H,';li.t. Ptlt l'tnn um.t ,jt)C('"T,t comii.~lü 4u(' o <lr R~­lbrb.·sa p..•z: ("m fCHt~i.a o "alor cio' trabalhu .. da (.41o11Íc."'":'fnaa e ahr m<•U a esperança J.->S ~~ rir .. :.ilLl­Llo--- pratirots. O fünun:1 ha ,1,. 9l'f um dia a nr~ni...;.l~:!'l.o ,jund1• 1 d·" c-4.~t· d•1!>. e:-;hthel•·dd:i. J)ô(.>r (, 1rnM a e\·itJr lotfa a pos.-;ihilidauk d·· t 11nUidll" milit;.m.:-s. A id~·a da paz 11;1 de triumphar no mm)tUl1.

X.a manha .. irrc.1:11:1, 1.-• 111"1º da mac·ier.a lumi~ ti, wl 1~c11te. ('~L' (:3.(a\r"'.t.' de~ Í.,\ dh.;a'!li pelo ~r.mdc pen.•,.;uJ, •r aamrncano com a mõlis ••:ab~ firme !23, a;(.t;;I\ am-nus e •­m• 1 tUJ\<t d 1 111·•· 11r1 •l•f~Ll.

ll1c-.:• )u um C•Jnmpatn• •hl do dr. Ru~- Bartxr.-a e d1• '\la ( "Pº~L ;_110· l" ,.., tilhns <.fa R1l1uia. qm· lruuwr"J doi!>. belJO:"> tall)O:"> rtl1• f1,·,H·s ele l'nr· tu~al 1para ollf-rt.M ' ;'l.., si·11h· •f<'"· \ l;t· i lame Ruy•Bart .. r.a;1, ª'J•ir.111tln o !>.eU llC.'TÍHtnl'. dizia t'u1.-z.u1toub:

-Ah! o rht.·ir(\ ltl.,; t1 •trlt <la Eu· l"••J>;.l.

E e_-.. ..... diein1. mnr1 r.- 111tirn'I( 'a\ie u dL" oni1idea .. l!tn1p1e.ao, nus i!\I· rtl e <k'li<""..adu bmhlJ('ln, e-:th."tl.l\.MC p •r um i:tl(lme11l·• Dll 1 JW:tlO do A1"4•

.lf"-ll_ra, e C'.'l:p1r,l\"Jo .• l ~l,,1111, 11\:ma s11.<tvc redollc•n,·ia, •1<1 ultim'' 1:th1J <fa

A ªl"'i'"'ªc''º dv St. Ma-mui Pnlano ao d1, N,,_,. Íta,ôosa, 110 caes do A11ou1/ ~1'11(·rn.;a prornc:--,at til' p.1z. -O s1·, dr, Rtty /J1111>oso sat'ml() do Artl'ua/, ntomf>tllrhado pelos s1·s. u1iuiJ/10 Jos

eslnrnr,,'101 ~ NIÍniJlt() do DnJ::-r'/ '"' Lrshoo-0 d ,-, Nuy Oor/XJsa rs11a rspmn e4'nunando, ua ~1tf>nrle1tcf~ncüt do .Arunal, º""os peuoas qm· os /010#1 'Sfloa1·.

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l HLfülitmffiI®'f~S i t Jr

Pe1 eira da Sil:ta, o F1'ade

t

l

O amor dos livros é

uma paixão em­polgaote e a ul­tima que se ex­tingue no cora· çao do homem jntclligeote, que com a edade dei­xou de bater por todos os OUltOS amores. Estepen­samento foi e~-p resso, pouco

mais ou menos, por Jules Janin, salvo erro, e re­presenta sem duvida uma flagrante verdade. Cumpre accrescentar, porém, que a bibliographia excede ás vezes os limites da paix:io e se transforma em ma· nia.

Para citar um exemplo bastai:á recordar o velho procurador ~Iercllo, que durante a sua vida adqui­riu e juntou milhares e.. milhares, dezenas de mifüa. res de volumes, dispersos, pela sua morte, em um Jeilào famoso. l\ào era um homem de 1ettr3s, bem longe d'isso, até~ mns foi um colleccionador pcrti· naz, um emulo feliz do bibliog-rapho lnnocencio, lendo os dois acabado, tào accentuada se tornou a riva1idade, por quasi se odiarem mutuamente. :\tc­rello comprava livros velhos e novos, folhetos e in­folios, tudo indistinctameme, sem qu~lquer escolha, e amontoava tudo em casa. sem ordem, sem cata log<li;ào, o que lhe parecia mais valioso ou custava mais caro fechado em arcas, bahus e cai:cas ou en­cerrado em saccas de Jinhagem. Podia applicar-sc· lhe a phrase que Brantôme attribue a Lui1.. XI a proposito de um prelado do seu reiJ\ado que tinha uma bella livraria que nao lêra: assemelha·:se ;;1 um corcund:i que tem uma enorme giba nas costas e a 11ào vê. Livro de certa raridade que lhe caisse nas m~os, porém. era o mesmo que ter caido ao in­ferno: ninguem mais lhe punha os olhos em cima. Contra esse egoismo feroz revoltava-se o azedo 1 nnocendo; mas o outro deixava-o vociferar á vontade e continuava a arreba­nhar e a enclausurar quanta Jivralhada en­contrava.

De outro genero foi o architecto Nepo-­muceno, morto tambem ha poucos annos, e cuja selecta livraria deu tambem um leilão notavel em 1P97. Era espirito mais culto, e escolhia C\lidadosamente o que comprava, tendo conseguido obter algumas obras de excepcional raridade. Tal era, entre as mais preciosas, a cdiç:to gothica dos Attfqs d(Js Apqsto/qs. impressa por Valentim Fernandes Allem:i.o, no anno de 1505, por ordem da rainha D. Leonor, mulher de D. Jv3o H, de que apenas se conhecia outro exemplar 1 e que foi adjudicada no leilào por 700.<ooo réis. A ma.ior parte dos seus volumes encon· trava.se n'um magnifico estado de conserva .. ção, e todos tratados com esmeros e cuida. dos de verdadeiro amador.

De uma e outra d'estas duas especies de

bibliophilos nào faltam exemplos, alguns bastante caracteristicos e notaveis, até, mas que seria bas­tante longo enumerar agora. lternorernos. apenas, como um dos mais illustres, entre os Jnortos, Fer­nando Palha, monographista erudito e espirito cn· cantador, cuja rica bibliotheea está inventariada no mais soberbo catalogo que possuimos e que constitue o seu mais alto elogio, porque, como disse lambem o auctor do Amour des Lf-JYes, um homem conhece·se pelo catalogo dos seus livros.

Para servir os bibliophilos, que ainda s~o relati­vamente numerosos, ha os alfarrabistas, cuja flores· cente industria se desenvolve principalmente em Lis­boa. D'cstes, um dos mais celebres íoi o velho Jo..'l.o Pereira da Silva, tratado vulgarmente pelo Frnde. porque chegâra, parece, a ser leigo. Quando a re­volução abriu as portas dos conventos. veiu cá para íóra, e-remos que sem trazer grandes saudades do claustro, e estabeleceu~se com loja de alfarrabista, que ainda hoje coutinúa, sendo uma das mais afa· madas. foi ellc o primeiro que publicou catalogos de livros antigos, quem começou a valorisaJ os, e que etlectivamcnte, entre muitas mara\'alhas ridiculas, sem valor littcrario, nem mesmo merito typographico, mas que, apesar d'isso, cotava sempre por pre<;OlJ. excessivos, vendeu aos amadores muitas das edições princeps dos gloriosos escriptorcs do cincocento, 11. vros de judeus impressos na Hollanda, e varias ou­tras preciosidades da bibliotheca nacional. Foi, pode dit.er-se, o patriarcha dos alfarrabisLas lisbonenses, e quem, até morrer quasi, deu leis no mercado dos livros velhos.

Depois da d'clle, a loja de Amonio Rodrigues, o Rodrigues do Pote das Alma&.1, conhecido tam·

No m ercad<> dL S. Bento: o 111am> ;oao

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1v voua.ia-30 de dezembro de 1cy:>7

bem pelo Call,~o. era.~ mais celebra~. Fica,·a :, ~uina da rua de S. ~1colau, onde esta p~ntc­mcntc uma caa.a de phonographos. Era um ,·crda­deiro pandcmonio: de alto a baixo, na sala de fóra, estantes encravadas na parede JiucraJmentc abarro­t3das de livros, livros a pejar o balcão, li,TOS amon­toados sobre uma CQmprida mesa ao centro: cm tres ou quatro !\ala~ terreM, que se seguiam, Jivros em pr'imitiYas ci,tantc) de madeira carunr-hosa . livros sobre mcsu, livro\ sobre cadeiras, livros pelo chl'lo; a sobre-loja da e;-nsa, baixa, com os tectos a poii:a­rem sobre as cabeças e parn a qual se ascendia por uma escada tremelicante. s/1 por milagre não dts­zbava, ~ob o p~ao enorme do5 <'artapacios alastra­dos, a monte- Quem CM:revc cfiote artigo e o conse· lheiro Jaymc Monii pa.!l~aram 1â semanas a revolver aquelle entulho bib1ioguphko, no meio do qual na.o raro surgia uma boa chronic-a ou um ma· gniftco exemplar d.u c<·nstttuiçõa de ai· gum bi.spado.

ILLUSTRAÇ.\O PORTUG;UEZA 6o3

'C lhe aen·e~ O Rodrigues.~gra,·e e 0 pc;.nderado, pa· corria um a um eh ,·vlumes. fatcndco ~ suas o~er· \'3Ç/<r.'

•:.te não é mau 1 - hto 1iao vale nada! - Ah! e~te aitvra sim! J-: piscava o Õlho ao juiz. A hnal re50lvia-~e e propunha: - ])ou por tudo J mil réis. Quc:rr? O outru respondia, porém, que w menoi; que lhe

haviam dn<lo ordem para acceitar ~etarn ir, mil rCis. Poi!t em!\o \á a outro livreirro. l'o;. mim un.o

dou mais. O moi.;0 1 indu~triado, começava • lclgo a Jlmtar o5

liHolll e a accommodal·OS no saccco d(• nuvo. i' o Rodriguc~. O.\·iúnhando-se do Elyie.au, confidcnc1a\·a· lhe a mtia vo1:

-\14 o ,-alcr. , .• ,. lem. porque ~o c,1i­sas booas; mas nlo me conwém põt.os cm mau CO"!olUlllc.

O truc. produzia o efieitco apendo. l., juiz ó1c .. pedia·tt apre:!· sado e 1a esperar na rua <u moço, <1uc saia <:om a cJrga th '"" li­vros .. AJ1pr<>xi11UtY:i•sc e diz:zia-ll1c.

Toma lá os 5 mil réis A:>c:los livro'i e inais um \tost3v para n1' 1 ·~ ires deixar cm ca!l.a.

.~s ... imorgilniwuella uma Ji.,.·rana d1,par;,. tada,.. abundõJ"'.tc do rebo'ttalho da c~1 dc•S al(arrrabi~t3S e CS4 ass:i em cobras de real mo. recirmcnto littcranoou bibh:ior;raphiro' CUJO leilà10 fot um pavoro-­':'O d<es.astJ e no ge~cro.

O Rodri~cs quas1 nàO sabia Jêr 1 IDH de l<tilnlO Jidar row livros acabá.ra por perçeber d'elles, e csr>edal· mente do liCU 1,tcço. Sabia de ci'1r as coi .. sa..~ mais exir<1ordina. tias, coino as data11 de todas as edíçõe,, de Camões e de Sf~ de M irantla, a lista dos retratos do., Va· rlks e noua.s, a ~ér :e dos mappa> do ,\ il> do vi~onde de .:>an­tarem. etc. O seu grande fraro era o charuto. 1'·1.mavat·on· motc:merte charut~ baratos. de mau ta· baco,ft·macentos. F.ra, por is'tO, uma victima. dos frcguczes, que lhe oflereciam um bom charuto antcll <lc lhe perguntar o prc(,'.o dolj livros,como nunca dei· xava de Ífü:.er 1 por exemplo. o bnm ~fa. nuel do A5'um~~o. Em taes casos o Ro­drigues cedia a maior raridade por dei réis de mel coado.

O Slf:.O do 11-a:.·,ua. do lblt•utrt1

X~'e..,se tempo aurcO do H·"raJe e ''º Hodn· gues; nao havia tantos UvreCiros alf.irrabiJ>lH em lLisl 1oa cc11110 hojt, e doos de ent:"to rnlvci só n-cste o l'irt!f d;i rua da l'r;1ta: ma'!, em tompcosa4,!\0, a íeira t da Ladra que era á segunda.feira, -e o mercado de S. Ben\to regorgtlól\'am

O velho juiz. Ely-.eu, que comprava livros por ma· nia. d. tôa. era quem compensa\·a o Rodrigues da ... suas gcnero ... idadcs cum os ofltrtadores de charuto~. Mas o juiz era dcsconhado, e como. valha a \·er· dade,. nao pcrc;cbia nada do que comprava • .si'. cos· tumava arri.scar·ae quando õuvia: os competentes af­firmar o '·a1or de qualquer e~pecie. O que fazia o Rodrigues? A loja tinha p<>na• para a rua do Cru­cifixo. Quando o Rlyseu. depois do tribunal, entrava pela rua de S. Nicolau. $3Ía pela rua do Crucitixo um moço carregado C'om um cei,to ou um sacco de volumes velhos inutci!t, ús vezes destroncados até 1

dava uma volla e vinha, pela porta da frente, ofle· recer ao alíarrahiatn oi. livros para comprar. Tinham.no I incumbido de vender aquillo: - e{) senhor quer vêr

(c1.1c;nt• or. A. SO\"A&S)

de cartapados de toda a casta. e.nntre os qu:u:s ua \·ulg.u realisar maJ:l)i6cos achados a' preço .. inespera­dos. llo)e• na feira da Ladra,-qtJue ~~u pttra as tc~as-feua~ e ~bbados, -quasi quae !-Ai ha uma tto­Jare de lino> onde ainda se pode ~ adquirir, de \·ez em quti.ndo, alguma coisa de geitrto, e no mercado de ~. Bento tac!'> achados só podemn falcr·!\.C tambe.m na o~rraca do "'"'"' jodo, bem conhhecida e \'bit.ada por todos os amadores de livros. Mhi, ou no cunoso arma1cm da travessa da Palmeira, - onde até M: IClll a impre~r..:'lu de que os li\rrOS 530 , para vender l>l1r grus.,o, J{, 5ucce<le cncontrar·se uuma vez por outra qualquer rxcmplar interessante ou u curioso ou uma edi<j:'lo c.·~timada e rata por um 1 preço a<:ccs~ivel. t\'las os tempos saudosos em quuc um a lfarrabiA-

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ta cedia ingenuamente un.' LN;1adas da chamada cdíçlo dos Pi1cos,-hojc cotada por cento e tan­tos mil réis, pela somma irri:-.ori.L de 6oo réis, cs•• jil là vae de ha muito, e n~u é po-.ivel que scmclhante!l coisas tornem mais a repctir·llC. 1\s li­vrarhts tlu' alfarrabistas, de resto, modernisaram­'°c, <1ucbraram a sua tradiçao pocirentn para se t•,,narem a:-.seiadas, brunir-am-sc até ao ponto de

chep1tm a competir com as que fazem o com­men.:io do hvro novo. E quando por aquclla baiu­ca do Rodrigues, por exemplo, pa~"aram, desde l lcrcul;:tno, os mais emincntc.s homens <.le lettras do palz, comprchende·se como as bellas e arcja­ch1s lojai; contemporaneas reunam qunntos ainda, n'cstcs tempos de indifferenc;a1 c.·ontinuam amando o .. 'VClhos livros nossos ami&os

Xa írll" do l.ndr o: t> olf.ir,.obisl• º'"s-0 r11" do 1 "ª de Pra/4 CLIH Q O• IC~OLlfa.

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PnLnVRns DL UM HtROL

JI • rnuuraçAo Pmu9utza• t•trl\lhta o capitão Roçadas, commandanlt da cotumu tx·

ptdlclonarla

QUA!'OO n'aquella tarde o capi­tão Roç<sdas saiu o portào do Arsenal, por <leame da

companhia de marinha, que. com os canos das espingardas cnram,ulo:; de louro , lhe fazia a contincnc:ia. n' aquelle rumor c!e sagraçào, em que soavam musicas guerreiras, em que havia tinidos d'~rmas, pal­rnas, acclamaçôes, n'um delirio, julguei vêr passar um heroe d'ou-

tTaS ed(lde:;, ~obre o seu cavallo de ba­talha, adt0rado por uin povo, saudado por um rei, agora a vive r para sempre na nossa memoria, a a traves ar os h-Ccu­los. a ser recordado pelos tempos alêm.

Depois. na rua, victoriado, dominan­do no meio da muhidào, coberto de flôres1 softreando a custo a montada q\1c

o povo ladeava. tazendo o seu cami­llho no calor d'uin febril enthus1a:-mo1

era ainda, aos meus olhos. alguma cou­$3 que eograndecera e que ia perLencer âs nossas almas.

N' aquella tarde, es.~e homem uans· pôz a porta d1ouro da Historia.

Por isso, quando. oo d ia seguinte, entrei na sua modei>ta casinha de Pe­drouços e o vi na minha frente, com a sua figura serena e b:1ü:inha, calmo 1

a estender·me a m:to, foi commovida· mente que lhe falei, que lhe disse de· sejar, como se fô~se recother para o fu­Luro as ~uas palavrt1S, ouvir da :;u~ boc­ca a)guns dos episodios d'essa ca1npa­nha d' Africa que lhe dera-a elle e aos seus soldados --a<1uella au:eola he· roica qi.1e dominara a muhid~o o 'essa tarde festiva de dezembro.

O capitão Roçadas senta-se em fr<.:n· Le da sua secretaria, coberta de cartas t telegrarnmas, mas telh que me deixar de mornento a momento pa~ ir receber os que chegam a cumprimenLi:il-o, com· missões. delegados de sociedades .. 1nili­tares, altas personagens. Acccde ao meu pedido, com um bom sorriso, vae di· zer-tne o que essa campanha foi. i-i:• enlào que o interrogo, a medo, n!\o vá clle sair mais uma vez, guardar para outro dia aquillo que a minha ima·

O si , tapiiifu Rofnda!i (CLICUê DA rPUOT. \'ASQC&St

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(/rttf>o 11< 'ª''"""'' dn roltmtHll, 110 C110N1olo f>r'11uno

ginaçào ;~ ad1,·inha\"3. vandioM> e bcl· lo ('(•mo um romance de íatanhu anti­gas.

~!to a! 'u""' recordaçoe~ do primeiro combate que me diz primeito, cm voz serena , tranquilla. como se aquillo fôsse pas11ado rom oulrQ.

- Foi n 16 d'(lgosto , :is 8 da manh!\, que a exptdiçao saiu do forte ein tres colurr.na&. t •1 caminhos foram aberto~ a machad,.. t) do centro tinha s metro~

de Jargo, M latcraes ó metros e.ada um. di-.tando 100 metros do caminho cen­tral. F. o capitão Roçadas diz qu• ..,. guira aquclla di~posição de mar1,;ha qtua1 á d'um general inglci n'uma expeJiçào victoriosa em terrol d' Achantis, r1or :trhar o territorio muilo scmclha1\te n r:Mc. Caiu :'l noile . . f oram acampar 1\a Choarcn· da . Ou,·iu-sc ao longe um rumo 1 no meio dos mauag3C'!'t, depois YOUS que r.e ahea­"""m· como um cantico de guerra a ele·

,

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var-se peta noite alta. F.ra o des3tio do t inimigo: eram as st1as imprecaçôes~ as

f$, ~ suas coleras a explodirem, n'um aviso 4/f-( ~ terrivel n'aquelle logar. a dizerem: A'ma-

r :ç• n.hi11UJS enetmtraremosl Os soldados da expedi<;ào estavam bem

dispostos; a marcha continuou e quando passaram para o Mutilo. os cuamarns vie· ram atacar a retaguarda da coluruna. O capitao Roçadas rnandou formar um qua­drado. Entrantm com c:,trcpito os ultimos

meia. Dcpoi.s1 alé ás tres e 01eeia, foi afrouxando.

Começaram ent~oo:; Liros isoladoos, dis­patados de cima das arvores e por detraz dos monticuto~ de safai.e. A ioíanta;-1da te­ve que carregar varias vezes; parttia n' urn itnpeto1 chegava a internar-se nto matto. No prime iro ataque commandaval o capi­tàO Pau1cho, no segundo Schiappa), no ter· ceiro o 1 • tellente da armada V)ictor de Scpt1lveda. Pelo meio-dia viu qute o ini

Chona do .lh'.filo, onde St' deu o co1111Nt/t' de ~7 d'agost<>

carros para aquclla fortaleza human:-L De fóra ficou a inda uma carroça alemtetan;\, cuja parelha se embataçara no m::itto. T i­rarao~-lhc o gado . deixaram·na. Ali a ui .. ti ma defcia foi feita pelo 1 . 0 esquadr~o de dragões e pela 16! l'Otnpanhia indi­gcna.

Pelas 9 e meia da manhà havia um fogo vivo em volta do quadrado. Os 1lossos ho· mens resistiam valentemente, o inimigo ;i,tacou com violencia até á uma hora e

migo r~:h> abaodouava o fogo e ... viu tnm. bem c1ue tif~ham de pernoitar ali .. Mandou levantar trincheiras. Eram feitas ccom :;<t-.:­co~ de terra e n' ellas se recolhera-am .

Diz enttto que essas trincheir~s, a:,:~ir11 íeitas, fotam uma innovaçào. Lem'nbrara-:>e de as a rmar cl'aquelle modo. Cadela solda· do levava q~iatro saCfOS vazios; tpor cad:l grupo havia um;:t pá cspeci;:il. F.v:mquant(• a primeira fila respondia ao inimlt;!go, a se· gunda erguia as trincheiras e logoo que es·

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\l r-· - ~ - n r(l.'i1ruh1. /ida/f[IP do C1tf1Nl(l/fl,

9"" "''""de guia u '"'""'"'"· co.,,1doi1-.0/l'f/IUS ,,..,,.,,.,,,#'$

\

t~n·am concluidas fic:~nani alra.z d'~Jlas, co· mo JJ'um baluarte, t:\il3ndo assim maiQr

numero de baixtis. No .Mufilo, (u. ram le\·tintadaj 1ob o mais ardeutc

/,~ú'/ ti~otcio. F~i dur;.tnte a constru~·çno

~~ ~,,. d esses abrigo~ que mandou &:Hr ui

J, f I "/ c<quadrões, que foram p<'la rtl•· / / ~uarda do quadróii.dO. O z • ~U~·

~

drào ia á frente; cornman· dava-0 Maruo"' de Lima. Par­tiram a tr0tc, mf:ttcram ... e na cspe.s~ura do matto, até 2 kilometrO:, do distancia, e \'arreram 0 110.

A· s trct hora~ houve n(\va carga. ainda fota pelo z .• c-:-quadrao para repcllir o inimigo. que ataca\·a o ltan· co direito da columoa, n'e'I~·• occ-a· siào envuh•ido. O:> solcladus, '4<> verem coino estav<tm 110 meio do matlo, no sentirem O íu-go do inimi~o, bradaram. Commandante, estamoJi ccr.·ado.;,' E Martins de Lima, vol· veu n'um berro. que era uma heroicidade

- Rap•ues 1 U ~ .• esquadr!\o, quando blà cercadn, nt.rrcga~ .•.

Travou•l't- mais rijo o atatJUC. Venceram, e quando rcgrc~saram ao qu:\thado vinham em ordem e ao som da more;:ha de guer· ra. De todo~ os lados irromperam palmas e vivb: aqucllc<> soldados appl~udiram sem im·eja os M'U' ci.maradas, que e.tavam ver­dadeiramenle commu,·idos.

O capit:'lo Roçada~ cala·~t, fica a espc· rar urua pergunta. e, d'ahi a momenlo'5, murmvra ·

-Aqui tem as minhas imprei-!Oes do pri· meiro combate em que crntr!unus. A.Ji.-con· tioúa elle C"•Lava.m todoi 01 pm·o:s do Cua· mdto men''' o "''h:.tle. Havia cuanhamas, com do.ie /~11.:ru e peno de yo·u homCD.$, b,a .. rantu-.~ cuamb1s1 gangucll~"' e hinga.s. Eram uns 15 a .zo:ooo negro"i, dos quae-s 7:000 armado!ÕI de boas espingardas. Fiz.emos-lhes muitas baixa~: obrigámol·o~ a retirar e dos nossos lá ficaram del brancos e tres indige­nas mortos. e ,\~J brancos e 1<1 indlgenas re­ridos .. Morreu ·:>pobre veterinaJio Pereira.

Ao falar d'c'.se bra,·o, o chefe da expedi­çao, cujo ro ... to até en~o (."'.ra d'uma sereni­dade e:nranha. commoveu·,e: pa· receu recordal·o ainda estendido ~~ no seu ultimo e humilde Jogar ~ Conta, de bCgu1da, que lo~o no

000'<" <0 'WOM O - "''''"~~

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te, o alfe1•ts Velloso. ~ rt,ra ferido, que o t:a· ~~~-~:;=::'.:ir \'alio mnol.tdo pel• d1efe do C:olado maior hcára n101lo. Pataçho ti· vi:ra o chapéu íurado dua~ ,·eics por bal.ti. ft.ra tarubem ferido o r<tpit.ào Ar.-H1jO, e o of. hdal Mario cta Silva fi .. t·ára com 11 braço atra· \'C,..ado p ·r uma bala.

-E v. ex.• nao frrido? '.- in terroi.::uc1, n'um grande ctesejo do o saber.

O ca[litJ.o Roçada ... ~or· riu:-~ao. "l.tta.ram-mc 1> c<wallo ttUe cu mouta• va, ícriranHnc o se~un· cl1> que pedi. Uma orde· n.mç.i c;üu a meu lado

Quiz ent!lo SJ.ber •n· de o tirolcio fõra mais / ,,, nH"olw<> d~ f" ul.u rijo, onde cHe ouvira ni Ualas mai!j; de perto e falei-lhe d' um ataque ;; sua ~'6Qa de que correra notida.

-1\lo ..ci. ~o )la• uvi, OU\'i zumbir mu1-t,1~ ba1al1! .. \o meu lado Caripalulla- o gui;.t íoi ferido no quadril e n'um pulso e, mc,mo rerid'>, nuvindo ma15 rijo o tiroteio. exda· mou: --Commandante, 1)CÇ0-Uw que se apc:ie

Enta.o, eomo o capit!lo Roçada, falbM! rle C.lripah11la1 perguntci·lhe por cMOS da 'iUil

vida, desejava saber como cite viera d'c.~ ..

l'•fa ampulac/J<J dl'pois "'' ,.,,,,,btzü n,. I .J'nutH/JIO ''°'"4rla d<J ,,,,hn/4 d·I , .... ,.,,,.,," t:•o>iJ,, ,, ,,.,.. '1 ,, /, 1 ()p.t't'flti.,,.r o dr. J PIUAI, .,,,~ f•"'"" "° r,.,,.,IJ() C() / lH'"'' Ko-ad•f

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~ A<••fJd•~•/q no üu•••ln lh .,, ...

110 C..u.11nato, u'aquel- Caripalu11a vciu até .- l;1 nnile da ruga, rc- mim e di!l.Sc·me: - Se ..

~ ccoso~ de que che- nhor! ~:llcs ntlo me ga11.sr ,1té nós. Bateu- qut~rcm. Nno estão sa-

se. fuctou. conseguiu cS<·apotr. Foi o que lisíeitos!. •. uuvi d'elle: é C'.'ita a .. ua historia. Entào Porque o sabc.1t?!- pcrguntei

1 n'um

prometti-lhe robado, diue-lhc que o faria 1mpe10. rei na l>ua terra e quando t<imámo:-. a Em- - Porque os novos, O!> rapazes, ui. balia, disse-lhe: raan ~ern me saudar!

Cari~lulla! Tu1lo iMo é teu!... - <}ue importa?~ Bai:<ou-se n 'uma cortei ia : bateu as pai- Mas C:~ripalulla afastou-se tri~temtn-

mas, exclamou chrio do jubilo: Qtttlo.' te, a cabeça pendida, n'um de!'lo3lcr.-(judn.' Qudo.' o que •iucr dizer: Obrigado! to.

Mandei chamar o gentio para lhe pres- ra a eni.:.tmmhar·rne para o local On· lar va.s.s.allagem. Rm ttcs dia~ apparece· de Já :is tropa~ aguardava1n o momento ram innumcros C'"uainr1t.1s e dcallte das tropas ia dar.Jl.~'i Caripallula como seu rei e seu senhor ... F.stava todo prompto

para a cerimonia. <>1 nc-grc·!'.. acocora· vam-se no ch!\o e fa1a\·am ~rcnamcnte entre si. Part·ôam b<.·nio~ na sua im· L mobilidade ; , (, oo labios "' mexiam.

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\'a .sua \'OZ ha\·ia como uma dt1r a E' scmpte com a m-tcsrna 5ere111tl.ade que o manifeMar s.c t.:apit.:lo Roçad::i. .. n .mb o que .. ,u , aquillo em

Yaruos - dis.se-lhc ,·aes ser aoba' que foi a primeira perMOna;:em. e mtcrrog-ddo Afaj,tüU•M' ainda ma1-. cabisbaixo ou· ,obre o c1H·t•ntro dos ne~to~ da t~pediç:lo de

vi um li10 .. \o 1>r1ncipio julguei que se 1c;o-1, at1ut-lle homeu- <11le íerro parn:t agitar-trata\·a d';1l~uma partida cl'un1 auxihar ~e: para a.11,su,t,1r o oe~ro. ~(as, não. ('ari- -~im -murmura tri .. temcntc lá en-palulla • .;t:ndu-... e de~prci.ad · pCl<-1 ... seus, contr!unO$ c~~s desp:'1 . 1 ), .. 1dad..:., pare-quizera !lu11 idar-se. _E,ta .. a por krra o dam JC10opcrado-.. l'.Ln.m rest• s <l'arm~ pobre nr~ro; tinha o qut110 espharclado, mas pc<;i"· "ellin:.. um \·erdadt:lro rt:-.to de •lern.ta ..• .., ;1Jvar-sc·h1;-. Os outroM continntiv;Hn acocorn· Ullici tudo aquilh1 \'a ltmhrauç:t:s dos martnc-; fez.me;: dos no~ "cus lo~ares, :-c•in se mcxrrtm, como sollr<"r immen~. · ... e iá ai:i;trnrd;.1 ...... em tudo aquillo. ()h' tenho a l't es cam,1tadas, o que j,!C teria passad 1?~··· , rrteza ... 1 les e~per..a~-;im; ncuhurn se com· .)(, ainda maas me comm ou·u o encontro da .. moveu, nem um ._.·, olhou Caripalull;1, o ne· SUét~ .ida.. ... C!'ip.1H1;1das nal'! m ~ens d•> Cuuenc. " L!TO de mai~ ~entimcn1oi; qt1c tenho visto... meio do m3ttc,, o'uma pequcn:u darc1ra tJUe ,1s altas N!\o cons<"RUiu ser solM ... -di~$C u c,1~)1t:io ~ \. atvures ensomh1,110 Jaziam c ... ;.palhadas, Lr.incas no Roçadas- ('omo se a(1u•·lla recorda\!'lO lhe pe / ~6.1~· rehcdo, tib1a~ e craneos. ossoss que .. e mi!turai,;am. z.ts'.'>e e pcnia ... se em rompensar 11 niei-:ro de ~ ~·\~4( ah u'aqueUe k"'nr de der •t.,,. 1,., nc t >meuj

l 'nta dedinç:lo e •1J~ entreolh2a,11m--.e; a di ... ,J,/,/' fdclidado. ,•~ ~fi~ c1phna rcpruma-lhes "

lf~~ -~ -~~ !";,

Voltei-nic ent!lo parí'1 um negro, dM· ruadô Chatirua, e di~se·lhe.

- lla al~cm apaz de !K"T soba ... -Sim~ E chamaram PnpitnC', o novo 1nlJa.

Dti·lhc o ma mio; e elle- ('cimo se acha!-se poU(:() o seu nom<': para um >'Olierano dcli­bcrnn chamar·~c C;imbong to /,,60) .

- E c"mv '.'IC d1;Jma,-a o que fu~u. o nosso inimí~otl

U do ~uam.tto Peque1101 ( lmmava-~e (. hi­l;iquella. O do Cut1ma to Gran<le, Chanla •. .

Depois o capit~o Roçada~. tlcclara: Estive qu;1si <l apanhar <·!lte F..mbriagara·se e n!lo qul:era !MI.ir da tmbala pt•rque o soba, quan· do S.:h .. 1t forç-a d·' ..eu dom1nio. perde •l prc! llgio ~ F.mllo 05 .. eu~ agarrar~n11-nu, levaram·nu de • •lstos. fugiram com clle n' um rapt(l C:-;­tranho. . Um rei bebedo t)ue os vassallmt arta!ltam .•.

gesto!li, mas n:io fodia reprimir-llwes as. la~ri· mas. Eu esta,·a a frente d'elles, odcscobc:rt< calado. ).\ao -..ei o que senti. ... De todCJ aquc11C§ bra,-os rrst;wa aquillo. em mon­C'lu d'o .. so:i: perdido" na reg-i:\o ,lfrfricana. um 1.:amro juncado de resto:> • •• < > in'nir:nigo rnu· bara·ni, despoj~1ra-os, a:sri.a:-. ... :nilra l os ferido e ,f.-ixara officiar" e s,r.>fdadvs '.!iecm roup.:t.J., expostos no uncno a terem poor jazida o ~tomago das fer<i!I e da~ ave' , de .rapina ~'oi pou:i. ella.s um festim, :iqucll:i l r-amc frc~·

c.:a que era a de tantos bravos. i Ha cous:ts cm qur um soldado n!lo dc,·e pem1tar . .• 1 Eu vi aquclles restos. Jescobri·mc, juhlgue1 a~· ür a ap;onia d'<:s..,. 1t h 1men~. no cccntro d'a­quella rlareha m0tldita •.. ~Iandri i dizer urua inis11a por elh:~I ='l'nquelle t•unpo > ergueu ..... e um <lliar ... Oean~e d'essa~ o,.. ... a<Was. urn p~1· drc ex<:ellentc e b 1m, o re,·erennd•b Bona·

Page 33: o Srn.,NAL uo Jo>Rl'U Secolo N 97 Hlu.stracáoPortuf)uezahemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1907/N97/N97... · 1 v voLOuB - 30 de dezembro de 1

872-ILIXSTR.\Ç,\O PORTUGt;EH

foux, elevou a Dc-us e nós ouviamol·O t' pensava.nos nos br.t\'01 cujos o .. ~, ah·ejavam ali ... Penso que ao le't1uitar a Deus. ·1uan.i .. a!> cabcç.a..; se inclinam maia. apro,·eitou esse momento para <lel.:tar correr o pranto'

Foi 1~to mais ou meno<J que o cap1t!lo ROÇ3das dh.s.e. Eu tsla''ª commovido: c:lle fixava .. me e ambt11 "''"' en .. -oh·emoi> n·aquella uhte rccordaç'lo. Era ne­lCS."ario sair d'es.se estado, ma!I pc:fltuntcl ainda.

-E a que attribuc esse de~a.Mre?~ - A columna internára·s.o no matto. ;1 ü ou 7 Li·

Jometro~, e ficou ce1cada oo <.:xtremoda 11· n· .. ta. E o· l1)U as munições e quando q·.ü~ aguent. ·~ na re11-

1v VOLUlUC .\O de dcz.cmbro de J 907

l:i'ugiram dc5Urdenad="mcntc. Viram o fog<> 1~a embala e quiteram ainda voltar a apaga1-o. o qut· fui impus· si\·cl. 05' nus.'"• respeitaram tudo. Dcpci ' - da \'ktcr ri<a n!lo se fez mal a ningucm. 1-t elles diziam que se ~oubesscm <1ue o br<rnco era <1~1im nào lht' teri<1rn dcdarado :l i.\Uerra.

U dcb.:ci -diz t11e- .W lil11metr<>s de linha 1e· legn.phica e ~ de linha telephonica, que ,.~to do Cuamato Grande a Dunq\len~ e 1';.1q\1i ao Humhe. Agora o ~oba perdeu o prestigio ... Ve1"\çCmoit e ei!J lutlo! ..

Com uma lmplici4 !e nobre. dissera .i...s rapi·

ó 1.• f~n.rJJll de marinAii /.dU .ç,~,,h·~da e 01 1.- lnk"nl'I T~1 i..•11• JJ[a.rú1/w, Cosia R~k" e AJvaH> bfartlla

rada não o conseguiu. E entào n'aqueHc rarreiro, por onde vinham. ficararn os rnottos: . • . Mandei condur.ir os seus os.so1t Terão o seu mauwleu 1 ••

Db.>e--me depob que os cuamala$ eram intellilo:'t'U• te-. e cheio:ii de indcpendencia: que o dominio p• 1r· tuguez cst,1va ali a~1i1egurado e que muhn concorreu para isso a generosidade com que toduti l,.ata:-am o gentio. !'o Cuamato Pequeno. a embal~ ;,a.rdera <·a .. au.almente, n:io porque lhe l;irgu~em fogo. Foi quando tomatam a mhocn {tapada}. A compauhia de mari· nha e o 1.: fizeram o assalto li ba,·onet:i. Os negros nta•oam preparando ao lume o nu ·repa!tlo de pir:&o.

da~ rousas &obre a campanha. da qual muitt ha .. narrar e que nao se podia obter n' uma nu ta e1ltre ''ista feita de co,.tida: dePQi~. já á porta. 'if'mpre com a me~ na c..crcna f.'·rma que (UaTdára e 1uc é bem 'ºª· olhou·mc, ao t•m-ir que lhe pcrgunta .. ·a ~

11: '•olta para a A f1 ica ?! - Se voho ?! Pois não hei de voltar? J.t1 C a 1ni·

oh.a vida. - • outro meio, outros horison1esJ .-\qo1 estaolamo.nos !

E tiorriu, como a recordar ;1 \frica, !>tu carnp~> de acçi\O, •eu logar do ~loria.

Roeu\ : \RTl'\S.