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Confira como foram as Olimpíadas da COHAB neste ano de 2011 Nesta edição: Pesquisa revela perfil e necessidades de moradores das COHAB Segurança, Esporte e Lazer estão entre as principais demandas das comunidades Fotos Entrevistas Depoimentos

Olimpiadas da COHAB 2011

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Revista Olimpíadas da COHAB 2011 - IDDEHA SP projeto gráfico e diagramação sintatica comunicação

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Confira como foram as Olimpíadas da COHAB neste ano de 2011

Nesta edição:

•• Pesquisa revela perfil e necessidades de moradores das COHAB Segurança, Esporte e Lazer estão entre as principais demandas das comunidades

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Fotos Entrevistas Depoimentos

Idealizado pelo IDDEHA – Instituto de Defesa dos Diretos Humanos, em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Recreação de São Paulo, o Projeto Olimpíadas da COHAB integra a série dos grandes projetos que serão realizados nesta década no Brasil, quando o país receberá a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, e quando se discute qual será o legado social desses eventos.

As Olimpíadas da COHAB surgem como uma iniciativa de discutir o esporte enquanto agente transformador. O objetivo não é a realização de uma competição esportiva nos moldes tradicionais. Trata-se de um projeto educativo que envolve os participantes em um processo que vai muito além do ganhar ou perder.

Os jovens inscritos, moradores de COHABs da cidade de São Paulo, são preparados para disputarem jogos de maneira sadia e fraternal, reconhecendo na competição elementos para superação de adversidades.

Bebetto Hadad, Netinho de Paula, Eduardo Debrassi, Veruska Franklin, Renato Cardoso, Emerson Martins, Rudinei Nicola, Davidson Eduardo das Chagas, Lilian Holanda de Souza, Renato Dupas Bragagnollo, Marcilene Garcia de Souza, Ana Helena Ithamar Passos, Bas´Ilele Malomalo, Priscila Elizabete da Silva, Tânia Januzzi, Rafael Donato, Ricardo Kraft, Francisco Luiz de Goes, Tiago Alves, Rafael Minoro, Thatiane Ferrari, Patrícia Blumberg, Camila Hungria, Leandro Lauer, Vinícius Ferreira Alves, Patrick Belém, Michelle Lomba;

Odilon da Silva Dutra, Gilson Ramos as Silva, Andréia Fernandes de Freitas, José Bartolomeu Pacheco Lins, Antonio Carlos Gomes da Silva, Emerson José Nogueira de Almeida, Claúdio Boaventura, João Natalino Rodrigues;

Marciléia Soares de Lacerda, Roseli Coimbra Gomes, Gilson José Rodrigues, Roseli Coimbra Gomes, Jorge Romualdo Ferreira, Juliete da Lima Silva Orson Camargo, Cristina Mariko Takeshita, Paulo Inácio Junior, Cristina Mariko Takeshita, Fernando de Assis Bento, Juliete da Lima Silva, Rubens Willian Teixeira da Costa, José Agnaldo da Silva, Letícia Zavitoski Malavolta, José Agnaldo da Silva;

Sociedade Rosas de Ouro - Angelina Basílio (Presidente), Associação dos Mutuários e Moradores do Conjunto Santa Etelvina e Adjacências - Acetel - Silvio José Figueiroa de Amorim (Presidente), Clube Escola Cid. Santo Amaro – Joerg Bruder - Francisco Tadeu Ponce (Coordenador de Equipamentos), Parque Esportivo dos Trabalhadores- PET (antigo Ceret) - Emílio Marchetti (Coordenador); Sabesp, GCM, Policia Militar, CET, Master Food, Maria Alice Zimmermann e sub-prefeituras: Campo Limpo; Cidade Tiradentes; Itaquera; Penha; Pirituba/Jaraguá.

Projeto Editorial e Edição: Téo TravaginTextos: Equipe de Comunicação (Patrícia Blumberg, Camila Hungria, Thatiane Ferrari, Rafael Minoro, Bruno Teixeira, Renato Dupas)Fotos: Eduardo Macarios, Alexandre Rezende, Vanessa Stropp, equipe IDDEHA (Créditos correspondentes no banco de imagens das Olimpíadas da COHAB – Flickr.com/olimpiadascohab)Projeto Gráfico: Sintática Comunicação (www.sintatica.com.br)

Apresentação

Expediente:

Agradecimentos:

Produção da Revista:

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HANDEBOL

Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Recreação de São Paulo Secretário Bebetto HadadIDDEHA – Instituto de Defesa dos Direitos HumanosPresidência – Paulo Pedron

Equipe de Coordenação das Olimpíadas da COHABCoordenação Geral – José Luis Ventura LealCoordenação Executiva – Luiz Antonio TannousCoordenação Esporte – Bruno Faria Junho Teixeira

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A questão não é deixar de lado a vitória, afinal, é exatamente isto que nos motiva a superar desafios, a buscar a excelência e a sermos mais generosos com os outros. A proposta é valorizar a participação de todos, premiando não apenas os primeiros colocados.

A prática do esporte por crianças e adolescentes permite o desenvolvimento dos valores sociais, morais e éticos, contribuindo com a formação

Muito mais do que um projeto esportivoMuito mais do que um projeto esportivo

humana. Por isso, as Olimpíadas da COHAB envolvem a prática educativa do esporte orientada por um caminho inclusivo.

Uma prática que (re)construa valores, como responsabilidade, respeito ao próximo, respeito às regras, tolerância, integração e coletividade. Mais importante que vencer no esporte é aprender a multiplicar e inspirar a sociedade a compartilhar vitalidade no seu dia a dia.

A medalha está longe de ser o foco mais importante deste projeto. A competição é apenas uma das partes de um processo que envolve uma série de palestras e ações comunitárias que assumem o eixo dos Direitos Humanos e da inclusão social.

Para isso, foram criados comitês dentro de cada núcleo na estratégia de reunir a comunidade e promover atividades coletivas ao longo de toda a programação do evento.

Há também o momento da competição esportiva. Em 2011, as competições foram formuladas em duas categorias de disputa: de 10 a 12 anos e de 13 a 15 anos.

São quatro categorias:

• 10 a 12 anos masculino

• 10 a 12 anos feminino

• 13 a 15 anos masculino

• 13 a 15 anos feminino

As modalidades são:

• Atletismo (corrida e salto em distância)

• Futsal • Handebol • Vôlei

As competiçõesAs competiçõesAs competições

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Com diversas atividades recreativas e bate-papos sobre a importância de se discutir o esporte para além do ganhar ou perder, o dia 24 de setembro marcou o lançamento oficial das Olimpíadas da Cohab, na Escola de Samba Rosas de Ouro.

Os oito núcleos da Cohab que estão participando das Olimpíadas, situados na Zona Leste, Zona Sul e Noroeste da capital de São Paulo, estavam presentes e radiaram alegria suficiente para mostrar que o projeto teria tudo para chegar até dezembro com muitas conquistas, dentro e fora das quadras.

O Secretário da Secretaria Municipal de Esportes Lazer e Recreação, Bebetto Haddad, esteve presente para a ocasião e discursou reafirmando a importância de iniciativas como de projetos como a Olimpíadas da Cohab.

O presidente do IDDEHA, Paulo Pedron, comentou sobre a importância pensar uma prática educativa orientada por um caminho inclusivo, que “agregue toda a comunidade para um debate que possa também se converter em políticas públicas”.

O evento de abertura das Olimpíadas da Cohab foi um evento alegre. Depois da criançada ter pulado na cama elástica, brincado no touro mecânico e se divertido com palhaços e circenses, Netinho de Paula e o grupo Os de Paula, fizeram um grande show e animaram todos os participantes com hits como “Cohab City” e “Brilho de Cristal”.

O evento de abertura, além de proporcionar integração entre os moradores, promoveu um encontro enriquecedor entre a campeã olímpica Fofão do vôlei e as crianças e jovens. O bate-papo cumpriu com êxito o papel de incentivá-los a enxergar no esporte um modelo que fuja da simples competição e assuma uma prática que (re)construa valores, como responsabilidade, respeito ao próximo e coletividade.

“Para quem quer começar é preciso dedicação e acima de tudo gostar e querer ser um atleta. As coisas não vem com facilidade, mas devemos correr atrás daquilo que queremos e sonhamos. Eu corri atrás do meu sonho e consegui chegar. Mas, se por acaso não der certo, o importante é saber que pelo menos tentou e isso já ira fazer uma grande diferença. Não devemos deixar de batalhar, estudar e ser uma pessoa generosa com os outros. Este é o princípio de tudo”, comentou a atleta.

Evento com muita cultura e lazer marcou o lançamento oficial do projeto para os comitês

Evento com muita cultura e lazer marcou o lançamento oficial do projeto para os comitês

Presença de campeã olímpica

Lançamento

Durante os meses de setembro e outubro cada núcleo teve autonomia para a realização da prática esportiva, selecionando os jovens atletas para a sequência do projeto.Etapas LocaisEtapas LocaisEtapas Locais

Os comitêsOs comitêsOs comitês

Além do Esporte: Comitês Jovens realizaram atividades comunitárias Além do Esporte: Comitês Jovens realizaram atividades comunitárias Além do Esporte: Comitês Jovens realizaram atividades comunitárias

Comitê Zona Sul 1 – Maurren Maggi – VerdeAssociação Amigos do Parque Ypê e AdjacênciasRua Francisco Antunes meira, 255 (Ao lado CTA) – Parque Ypê /SP

Comitê Zona Leste 1 – Fofão (Hélia Rogério de Souza Pinto) – LaranjaAssociação dos Mutuarios e Moradores do Conjunto Santa Etelvina e Adjacências.Rua Engenheiro Carlo Grazia, 10 – Cidade Tiradentes

Comitê Zona Sul 2 - Vanderlei Cordeiro de Lima – Azul EscuroAssociação Povo Em Ação.Rua Tajal nº 1010

Comitê Zona Leste 2 – Oscar Schmidt – VermelhoQuadra Society 8 de junho.Rua Francisco Jorge da Silva,777 – Cidade Líder

Comitê Zona Leste 3 - Hortência (Hortência Marcari) – AmareloAssociação Beneficiente Esportiva Melani Futebol e Arte-ABEMFA.Rua José Melani s/n quadra – Conjunto Residencial José Bonifácio

Comitê Noroeste 1 – Daiane dos Santos – BrancoAssociação Zona Oeste e Noroeste de Futebol de Várzea.Rua Irmã Maria Amélia, 386 – casa 5

Comitê Zona Leste 4 - Cesar Cielo – Azul ClaroAssociação Esportiva e Cultural Incríveis Cidade Tiradentes.Rua Rene de Toledo, 546/31 A – Cidade Tiradentes

Comitê Noroeste 2 – Sergio Escadinha (Sergio Dutra dos Santos) – PretoCDC Jardim ReginaRua Pirapozinho, 117 – CEP 05174-200 – Pirituba

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Junto com a formação dos Comitês Esportivos Comunitários foi ofertado em cada unidade de COHAB participante do projeto a criação de um Comitê Jovem. A proposta levada foi de envolver os jovens em ações comunitárias. Foram trabalhados com os jovens a comunicação e as tecnologias da informação (internet, redes, entre outros) como forma de instrumentalizar os mesmos para sua ação.

Assim os jovens que participaram dos Comitês Jovens produziram materiais que refletiram os debates que realizaram sobre cidadania, políticas esportivas e de lazer e formas de participação.

A metodologia foi uma novidade em 2011, e levou em consideração o processo educativo o protagonismo juvenil, ou seja, a necessidade muitas vezes de dar condições para o jovem atue com mais autonomia.

Etapas RegionaisEtapas RegionaisEtapas RegionaisComitês de localidades diferentes, mas iguais no objetivo de se divertir com o esporte

Esporte e cidadania

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Nos dias 29 e 30 de outubro aconteceram as disputas entre comitês de diferentes localidades, mas mesma região. O ponto alto deste fim de semana para mais de mil crianças e adolescentes vindas de oito núcleos de Cohab`s da capital de São Paulo, foi a prática esportiva, dividida em futsal, handebol e vôlei.

No sábado, 29, os núcleos da Zona Leste competiram entre si na ACETEL, Cidade Tiradentes. Nem mesmo o sol escaldante parou os participantes, que disputaram as modalidades com espírito esportivo e sorriso no rosto. A atividade durou a tarde inteira e os núcleos disputaram entre si todas as modalidades.

Já no domingo, 30, foi a vez dos núcleos da Zona Sul e Zona Noroeste se encontrarem no Clube Escola Joerg Bruder, em Santo Amaro. As crianças também representaram e compareceram em peso na atividade, provando que o esporte pode sim ser um bom caminho para uma nova realidade social.

Os jogos foram preparativos para os Jogos Finais, que foram disputados em 27 de novembro.

Nesta etapa regional ficou comprovado que o projeto vai muito além do ganhar ou perder. As crianças e adolescentes inscritas nas Olimpíadas são preparadas para disputarem os jogos de maneira sadia e fraternal, reconhecendo na competição elementos para superação de adversidades e de comunhão.

Carlos Eduardo, de oito anos, é a prova viva deste objetivo. Ele mora na Cidade Tiradentes e estava participando de todas as modalidades no sábado. Mas, não nega, a que mais gosta é futsal. “Eu sou o artilheiro!”, disparou. Contudo, quando a reportagem indagou se era o melhor do time, demonstrou um espírito de equipe surpreendente.

“Fazer mais gols não significa que eu sou o melhor. Se não fossem os meus amigos de equipe a bola nunca chegaria a mim. Aqui ninguém é fominha, todo mundo tem oportunidade. Eu tenho boa mira, ué”, brincou.

Além da competição esportiva, foram criados comitês dentro de cada núcleo na estratégia de reunir a comunidade e promover atividades coletivas ao longo de toda programação do evento.

Ficou comprovado nas finais das olimpíadas:

Cultura e Esporte lado a lado

A alegria é a marca do projeto!

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Atividades esportivas e atrações artísticas marcaram a etapa final das Olimpíadas da Cohab, no domingo, dia 27 de novembro, 7) no Complexo Esportivo Parque do Trabalhador na zona leste da capital, com o mais importante dos saldos: o sorriso no rosto de cada participante.

A chuva, que ameaçava parar a tarde de São Paulo deu trégua e o evento se estendeu até às 18h ainda com o céu azul. Mais de 1.200 atletas, entre crianças e adolescentes, disputaram as modalidades atletismo – com provas de corrida e salto em distância – futsal, handebol e vôlei, somando no total 62 partidas.

Com incentivo de familiares e de membros da comunidade, as crianças participaram da etapa final conscientes de que mais importante que vencer era se divertir e interagir com os integrantes dos oito núcleos de Cohab que fazem parte do projeto. Marcel Rocha Sampaio, 13 anos, membro do Comitê Noroeste 1, comprova que o objetivo final era a diversão e a interação: “Eu e minha equipe chegamos na final. Demos muita risada e aprendemos a nos ajudar nos momentos mais difíceis. Competir é o que importa. Ganhar foi legal, mas, se não, ganhássemos, seria divertido do mesmo jeito”.

O objetivo principal do projeto era exatamente esse, integrar moradores de diferentes localidades da cidade, além de incentivar a prática esportiva entre crianças e adolescentes como política de combate à violência e estímulo para mudanças expressivas no quadro social. Por isso, o sentimento de missão cumprida saltava aos olhos dos organizadores ao fim do dia.

A programação também contou com a apresentação circense da Companhia de Teatro Base, que impressionou os jovens esportistas, assim como os demais presentes no local, com número de balonismo e acrobacia aérea, causando grande impacto no céu da região.

A estrutura do Parque do Trabalhador também foi outro atrativo e em muito contribuiu para o bem estar dos participantes e para a prática das modalidades. O local, bastante arborizado, possui em sua estrutura campos de futebol e rugby, quadras poliesportivas, pista de atletismo, ginásio e complexo aquático, entre outras atrações. Os estagiários de educação física, que atuaram como árbitros das partidas com ênfase no fator educacional, também foram outros destaques.

Para encerrar o evento, depois dos atletas terem participado das modalidades esportivas e se divertido com os circenses, os grupos musicais Os de Paula e Sorriso de Marpfhim fizeram grande show e animaram todos os participantes através de grande celebração e confraternização.

“Crescemos na Cohab e sabemos que o esporte, assim como a música, faz a diferença, principalmente por causa de todas as dificuldades. Temos que sonhar e acreditar que tudo é possível. Queremos cultura, queremos paz, não queremos drogas nem violência para a nossa juventude”, afirmaram os meninos do grupo Os de Paula.

Com todos os atletas premiados e reconhecidos como campeões, os participantes retornaram para suas expectativas Cohabs contagiados pelo potencial social do esporte, que conforme compartilha o Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (IDDEHA), vai muito além da prática esportiva.

Jogos finaisJogos finaisJogos finais

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Atletismo Feminino - 10-12 anosCorrida – 100m1º Mirelle dos Santos - ZONA LESTE 1-Fofão2º Victoria Maria Gerruti - ZONA SUL 1-M. Maggi3º Raiyani Beatriz - ZONA NOROESTE 2-Serginho

Atletismo Feminino 13-15 anosCorrida – 100mFINAL A1º Tamyla Souza- ZONA SUL 1-Vanderlei2º Stefany Karine - ZONA LESTE 3-Hortência3º Ingrid Ferreira da silva - ZONA LESTE 1-FofãoFINAL B1º Carlo Moraes - ZONA LESTE 4-Cielo2º Monik Barreiro - ZONA LESTE 3-Hortência3º Larissa Cristina - ZONA SUL 2-Vanderlei

Atletismo Masculino – 10-12 anosCorrida – 100mFINAL A1º Victor H. de Souza - ZONA NOROESTE 1-Serginho2º Lucas Mateus - ZONA LESTE 1-Fofão3º Felipe Soares - ZONA LESTE 3-HortênciaFINAL B1º Rodrigo Lucena2º Vitor de Oliveira - ZONA LESTE 3-Hortência 3º Gabriel Domingos - ZONA LESTE 4-Cielo

Atletismo Masculino – 13-15 anosCorrida – 100mFINAL A1º Carlos Vinicius - ZONA SUL 1-M. Maggi2º Bruno Galdino - ZONA SUL 1-M. Maggi3º Jonatas Silva - ZONA NOROESTE 1-DaianeFINAL B1º Roger Cardoso - ZOANA LESTE 3-Hortência2º Denis da Silva - ZONA NOROESTE 1-Daiane3º Lucas Moreto- ZONA LESTE 3-Horência

Atletismo Masculino – 13-15 anosCorrida – 400mFINAL A1º Jonatas Silva- ZONA NOROESTE 1-Daiane 2º Edigar Barros - ZONA SUL 1-M. Maggi3º Lucas Ramos - ZONA SUL 1-M. MaggiFINAL B1º Flavio Ribelo - ZONA LESTE 3-Hortência2º Luiz Gustavo- ZONA LESTE 4-Cielo3º Sidney Nunes - ZONA LESTE 4-Cielo

Atletismo Feminino 10-12 anosSalto em Distância1º Mirely - ZONA LESTE 1-Fofão2º Izabela - ZONA SUL 1-M. Maggi3º Ana Beatriz - ZONA NOROESTE 2-Serginho

Atletismo Feminino 13-15 anosSalto em Distância1º Tamila - ZONA SUL 2-Vanderlei2º Stefany - ZONA LESTE 3-Hortência3º Raissa - ZONA NOROESTE 1-Daiane

Atletismo Feminino – 13-15 anosCorrida – 400mFINAL A1º Tamila Souza - ZONA SUL 2-Vanderlei2º Jenifer Oliveira - ZONA LESTE 4-Cielo3º Anionne Loisa - ZONA LESTE 3-HortênciaFINAL B1º Micaela Gomes - ZONA SUL 1-M. Maggi2º Carlo Moraes - ZONA LESTE 4-Cielo3º Hlen Nascimento - ZONA SUL 1-M. Maggi

Atletismo Masculino – 10-12 anosCorrida – 400m1º Victor de Oliveira - ZONA LESTE 3-Hortência2º Vinícius Davi- ZONA LESTE 4-Cielo3º Bruno Pinos - ZONA LESTE 4-Cielo

Handebol Feminino10-12 anosCampeões:Final A: ZONA SUL 1-M.Maggi Final B: ZONA NOROESTE 2-Serginho

Handebol Feminino13-15 anosCampeões:Final A: ZONA LESTE 3-Hortência Final B: ZONA SUL 2-V.Cordeiro

Handebol Masculino10-12 anosCampeões:Final A: ZONA LESTE 1-Fofão Final B: ZONA LESTE 3-Hortência

Handebol Masculino13-15 anosCampeões:Final A: ZONA SUL 2-V.Cordeiro Final B: ZONA SUL 1-M.Maggi

Atletismo Masculino 10-12 anosSalto em DistânciaFINAL A1º Vitor - ZONA NOROESTE 2-Serginho2º Vitor - ZONA LESTE 3-Hortência3º Kaique - ZONA LESTE 1-FofãoFINAL B1º Lucas - ZONA LESTE 4-Cielo2º Patrick - ZONA LESTE 4-Cielo3º Eder - ZONa LESTE 2-Oscar

Atletismo Masculino 12-15 anosSalto em DistânciaFINAL A1º Kayan - ZONA LESTE 3-Hortência2º Jonata - ZONA NOROESTE 2-Serginho3º Guilherme - ZONA LESTE 1-FofãoFINAL B1º Denis - ZONA NOROESTE 1-Daiane2º Paulo - ZONA SUL 1-M. Maggi3º Kauhe Matheos - ZONA LESTE 4-Cielo

Vôlei Feminino 13-15 anosCampeões:Final A: ZONA LESTE 3-Hortência Final B: ZONA NOROESTE 1-Daiane

Vôlei Masculino10-12 anosCampeões:Final A: ZONA NOROESTE 1-Daiane Final B: ZONA LESTE 1-Fofão

Vôlei Masculino13-15 anosCampeões:Final A: ZONA NOROESTE 2-SerginhoFinal B: ZONA SUL 2-V. Cordeiro

Futsal Feminino10-12 anosCampeões:Final A: ZONA LESTE 1-Fofão Final B: ZONA SUL 2-V.Cordeiro

Futsal Feminino13-15 anosCampeões:Final A: ZONA LESTE 4-Cielo Final B: ZONA LESTE 1-Fofão

Futsal Masculino10-12 anosCampeões:Final A: ZONA NOROESTE 2-SerginhoFinal B: ZONA LESTE 4-Cielo

Futsal Masculino13-15 anosCampeões:Final A: ZONA SUL 1-M.Maggi Final B: ZONA LESTE 4-Cielo

Vôlei Feminino 10-12 anosCampeões:Final A: ZONA NOROESTE 2-Serginho Final B: ZONA SUL 2-V. Cordeiro

ClassificaçãoClassificação No projeto Olimpíadas da COHAB todos foram premiados e receberam a medalha, pois a proposta é que todos ganhem com a prática esportiva. Mesmo assim, havia no regulamento a competição esportiva. Segue a classificação final:

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Personalidades que comentaram as Olimpíadas:Personalidades que comentaram as Olimpíadas:

Talvez o nome Hélia não chame a atenção e passe desapercebido. Mas, se a referência for “Fofão”, você pode lembrar de uma das principais jogadoras que a seleção brasileira já teve. Por 17 anos, Fofão defendeu a seleção brasileira e ganhou diversos títulos: foi três vezes medalhista olímpica, campeã pan-americana e sete vezes campeã do Grand Prix.

Na abertura oficial das Olimpíadas da Cohab, na Escola de Samba Rosas de Ouro, Fofão conversou um pouquinho sobre a vida fora das quadras e o prazer que sente em incentivar tantas crianças e adolescentes a correr atrás de seus sonhos.

Foram quase 20 anos na seleção brasileira, o que mais marcou sua carreira nesses anos?Acho que até conquistar meu espaço, ter a credibilidade das pessoas, conseguir mostrar minha qualidade foi muito difícil. Ouvi coisas desagradáveis, passei por situações constrangedoras. Agora não preciso provar nada para ninguém, já alcancei o respeito do mundo e sei que pra chegar a isto foi uma luta na qual sai vencedora.

Muitas crianças que participam das Olimpíadas da Cohab se espelham em você para conquistar os objetivos. A importância em comparecer a este

Confira entrevista com Fofão, campeã olímpica de vôleievento é muito importante para todas elas…Vim de muito baixo e sei o quanto é difícil no começo acreditar nos sonhos. Se eu conseguir fazer com que uma criança que está aqui acredite que, com um bom treino e uma boa prática, além de estudar e ser generoso, consegue sim chegar lá e batalhe para isso, já sairei daqui realizada.

O objetivo principal deste projeto é promover o esporte enquanto agente transformador, capaz de mudar a realidade social que vivemos. Você acredita nisso?Claro. No esporte temos que aprender a conviver com nossas ambições, temos que aprender a perder e compartilhar, a pensar em conjunto e se preocupar com os colegas. Achei bastante enriquecedor este projeto porque valoriza isso. Essas crianças precisam de mais incentivo e precisam acreditar que uma nova realidade é possível.

O que você diria para essa criançada que está começando agora?Para quem quer começar é preciso dedicação e acima de tudo gostar e querer ser uma jogadora. As coisas não vem com facilidade, mas devemos correr atrás daquilo que queremos e sonhamos. Eu corri atrás do meu sonho e consegui chegar. Mas se por acaso não der certo o importante é saber que pelo menos tentou e isso já ira fazer uma grande diferença.

DepoimentosDepoimentosHortência Marcari

Vanderlei Cordeiro de Lima

Paulo Pedron, presidente do IDDEHA

Netinho de Paula

Oscar Schmidt

Bebetto Hadad, Secretário Municipal deEsporte, Lazer e Recreação de São Paulo

Aos jovens que participam das Olimpíadas da COHAB, deixo a mensagem para que façam as coisas com amor e muito trabalho. Participem para serem felizes independentemente do resultado.

O atletismo foi a única oportunidade que tive na vida. Soube aproveitá-la muito bem e espero contribuir com outros jovens para que eles também tenham uma chance na vida. Quando comecei a correr nos intervalos do trabalho como bóia-fria no interior do Paraná eu não imaginava como a minha vida podia mudar. Sou muito grato por ter tido essa oportunidade, mas também me esforcei demais para alcançar meus objetivos. Quem acredita tem que correr atrás, literalmente.

Realizar as Olimpíadas da COHAB pelo segundo ano consecutivo representa uma grande conquista para a população envolvida nesta proposta, que vai muito além do esporte. O IDDEHA – Instituto de Defesa dos Direitos

Humanos por mais de 15 anos tem trabalhado com um propósito de não apenas defender os direitos humanos, mas assume a missão de empoderar as comunidades da prática da cidadania, o que significa que as comunidades

passam a ser o sujeito de transformação delas mesmas. Por isso o projeto Olimpíadas da COHAB tem todo o potencial de se firmar como um marco nas políticas públicas de esporte e cidadania, afinal ele é realizado com esta

mesma perspectiva - proporcionar que as comunidades envolvidas sejam envolvidas num processo de cidadania que será ponto de partida para a transformação social. É interessante perceber o grande potencial agregador do esporte neste sentido, pois como comprovamos por dois anos a prática esportiva consegue envolver milhares de

crianças e adolescentes em uma proposta que vai muito além do ganhar ou perder.

Cresci na Cohab e sei que o esporte faz a diferença na vida da gente, principalmente por causa de todas as dificuldades. Nós não queremos violência nem drogas, queremos esporte e educação. Deixo o seguinte recado para as crianças do projeto: não desistam nunca, o caminho do bem é o melhor caminho. Vamos construir uma sociedade melhor, sem drogas, sem tristeza. Vamos construir uma sociedade do bem, com educação, com saúde e alegria.

Disputar algo representando alguém ou um local é, antes de tudo, motivo de orgulho para qualquer pessoa. Se essas crianças e adolescentes disputarem as Olimpíadas da

COHAB com força e honra, só isso já vai valer para que elas tenham sucesso na competição e saiam de lá se sentindo vitoriosas.

Reafirmo a importância de iniciativas como de projetos semelhantes aos da Olimpí-adas da Cohab. O Estado de São Paulo sempre foi reconhecido por sua tradição desportiva e pela revelação de novos talentos e conquistou, ao longo dos anos,

resultados que lhe renderam a supremacia em quase todas as modalidades praticadas no Brasil. Como parte integrante destas conquistas estava a constante presença dos

jovens no âmbito esportivo. Mas, reafirmo que a supremacia que discutimos hoje é sobre convivência e cidadania. Esse é o objetivo que mais admiro neste projeto.

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Rafael da Silva Ramos, 14 anos, Comitê Zona Sul 2 - Vanderlei Cordeiro de Lima Participante“Sempre que teve etapas e a gente se reuniu com os outros núcleos a impressão que eu tive é que estava todo mundo feliz, com sorriso no rosto. Tem que ter muita responsabilidade e eu me senti importante de ter ajudado minha equipe. Quero que o ano que vem isso continue. Eu vou estar mais preparado ainda na hora de jogar vôlei”

Rodrigo Pereira, 11 anos, Comitê Zona Leste 3 - Hortência Participante“O que eu mais gostei foi que eu aprendi a jogar vôlei. Eu nem imaginava as regras e como funcionava essa modalidade. O 'tio' me ensinou que temos que ter responsabilidade e respeitar todo mundo. Eu quero ser jogador de futebol e é muito importante aprender essas coisas desde criança”

Rubens Willian, 32 anos, Comitê Noroeste 1 – Daiane dos Santos Educador Social“Este é o meu 1º ano de Olimpíadas. No meu ponto de vista, a galera se envolveu bastante, as crianças e os jovens participaram de tudo sempre com muita disposição. Acho que todos se solidarizaram com a proposta. Fizemos um jornal e a criançada participou em peso do projeto, indo aos comitês jovens e colaborando para a prática da cidadania, que era o objetivo das Olimpíadas”

Hércules Noel de Souza, 11 anos, Comitê Noroeste 1 – Daiane dos Santos Participante“Esse ano foi mais legal que o ano passado. Fomos para vários lugares legais, como esse aqui (Ceret). Aprendi a ser atleta e conheci bastante gente. Além de competir, fiz um monte de amigo. Acho que eu fiquei mais educado depois que comecei a participar e ganhei mais disciplina”

Gabriel da Silva, 12 anos, Comitê Zona Leste 1 – Fofão Participante“Essa é a primeira vez que participei. Gostei porque são várias escolas e bastante disputa. Queremos ganhar, mas também queremos dar risada, conhecer as pessoas e descobrir as regras do esporte”

Mateus Ribeiro, 13 anos, Comitê Zona Leste 2 – Oscar Schmidt ParticipanteGostei muito da organização. Em todos os eventos tinha muita gente, tinha comida para todo mundo, bebida e estrutura de torneio grande. Nunca vou esquecer de ter participado dessa competição. Quero o ano que vem de novo, pois quero aprender mais e me tornar um profissional quando crescer”

Daniel Thomaz dos Santos, 41 anos, Comitê Zona Leste 4 - Cesar Cielo Pai de participanteTenho dois filhos participando do projeto. A menina não gosta muito de esporte, mas meu filho mais novo se empenha e quer ser jogador quando crescer. Eu dou o maior apoio pois acredito que temos que lutar pelos sonhos. Vi uma mudança clara de postura. Eles deixaram de mexer tanto no computador, treinam mais e estão acordando mais cedo”

Wenya Mesquita, 14 anos, Comitê Zona Sul 1 – Maurren Maggi Participante“Depois de participar, eu descobri que realmente gosto de praticar Handebol e quero levar isso para a minha vida, ser profissional e ganhar dinheiro fazendo gols. Eu aprendi tudo com esporte, tem que saber ganhar e perder e se divertir até com os oponentes”

Guilherme Pelegrino Lopes, 11 anos, Comitê Noroeste 2 – Sergio Escadinha Participante“Eu já tinha participado o ano passado e os dois foram bem legais. Eu estou participando da prova de atletismo, então eu pratiquei corrida desde o começo. Acho que o esporte devia ser a única matéria da escola, na minha opinião, pois aprendi muita coisa com ele esses últimos meses”

Gilson Ramos da Silva, 27 anos, Comitê Zona Sul 2 - Vanderlei Cordeiro de Lima Apoiador“O envolvimento foi muito satisfatório. As crianças nunca reclamaram, mesmo treinando aos sábados, e sempre com muito sorriso e empenho. Não houve por aqui sequer uma briga, um trato diferente ou falta de respeito. Todos souberam ganhar e perder sem “bate-boca”. Alguns, inclusive, colaboram e nos ajudam na organização. Vimos na prática o que queríamos passar desde o início, que era a transformação social através da prática esportiva”

Depoimentos de participantes das Olimpíadas:

O que foi a pesquisa?

Durante o Projeto Olimpíadas da COHAB de 2011 o IDDEHA reuniu uma equipe de pesquisadores sociais que teve por objetivo procurar entender a realidade dos moradores das COHABs onde o projeto estava sendo realizado.

A Pesquisa foi organizada pelo Núcleo de Pesquisa do IDDEHA e coordenada pela Socióloga Doutora Marcilene Lena Garcia de Souza e executada pelos sociólogos: doutoranda Priscila Elisabete da Silva; pelo doutor Bas'Ilele Malomalo e, pela assistente social doutoranda Ana Helena Passos. A equipe foi a todas as COHABs participantes do projeto para entrevistar algumas lideranças locais e aplicarem questionários à população com o objetivo de construir dados sobre a realidade de cada comunidade visitada.

O campo analisado pela equipe do IDDEHA foi composto pelas COHABs concentradas na zona leste e zona sul, foram elas: Parque Ipê, Valo Velho, Cidade Tiradentes, Santa Etelvina, Taipas, José Bonifácio e José de Anchieta.

A Metodologia: os caminhos trilhados

Entender as COHABs não é uma tarefa simples dada à complexidade de cada realidade. As informações sociais sobre demografia e sociabilidade (relações entre as pessoas) dentro das COHABs ainda é algo a ser estudado, estes dados estão pouco acessíveis e encontram-se dispersos em instituições governamentais o que dificulta seu acesso.

Desta forma, a construção de dados sobre a percepção dos moradores de COHAB sobe áreas de Esporte e Lazer mostrou-se necessária. Assim, dividimos em etapas a pesquisa:

(1ª) ETAPA: “Coleta de informações”: elaboramos um questionário com perguntas fechadas (alternativas) onde o informante (pessoa entrevistada) deveria ler com atenção e escolher uma das opções apontadas nas 52 questões, subdivididas nos blocos: perfil socioeconômico; esporte e lazer; participação e cidadania e sociabilidade. O objetivo era compreender a percepção dos moradores sobre estes quatro temas importantes para análise de cada COHAB. Ao todo foram aplicados 300 questionários dos quais 218 foram respondidos. Os resultados deste levantamento serão aqui apresentados em forma de gráficos e de tabelas. (2ª) ETAPA: A coleta de informações deu-se a partir de entrevistas realizadas com lideranças das COHABs pesquisadas. Chegamos às primeiras lideranças por meio do Projeto Olimpíadas da COHAB já que algumas delas participavam deste projeto. Estas lideranças nos indicaram outras lideranças que também foram entrevistadas. Em todas as COHABs foram entrevistados – pelo menos – uma liderança social e uma liderança de esporte. Ao todo foram realizadas 17 entrevistas gravadas e outras tantas conversas informais com os moradores locais.

O que privilegiamos foi uma pesquisa qualitativa. Ou seja, importante era ter uma “amostra” composta por um número de pessoas que pudesse contribuir para à apreensão da realidade que a pesquisa pretendia analisar.

Os resultados

Vamos conhecer agora o perfil dos moradores participantes da pesquisa. A pesquisa conseguiu atingir pessoas com a faixa etária de 25 a 45 anos, isto é, a população economicamente ativa e com famílias predominantemente chefiadas por mulheres, como demonstra os gráficos a seguir:

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Moradores querem Segurança, Esporte e LazerMoradores querem Segurança, Esporte e Lazer

No que diz respeito ao mercado de trabalho foi possível observar que a maioria das pessoas (60,98%) se encontra inserida no mercado de trabalho formal (carteira assinada e salário mensal), contudo, é expressiva a porcentagem de pessoas com trabalho sem remuneração e trabalho esporádicos (34,14%) os ditos “bicos” que caracterizam falta de oportunidades no mercado formal, sendo um dos principais fatores a baixa escolaridade.

Raça e cor na COHAB

Quando perguntado sobre cor ou raça, vimos que, aproximadamente 53,7% dos informantes (entrevistados) são negros (pretos ou pardos). Vê-se que os pardos somaram 44%, os pretos 9,7% e os brancos 39%. Para entender as condições sociais da população parda e preta no Brasil, os pesquisadores somam as categorias do IBGE preto e pardo construindo os dados da população negra. Este percentual presente nesta amostra se parece muito com os dados do IBGE (2011).

Pense sobre isso...“Nos últimos dez anos, a população teve sua estrutura modificada em termos de cor ou raça. Destaca-se uma menor proporção de pessoas que se declaram brancas e uma maior proporção das pessoas que se declaram como pretas ou pardas. Esse conjunto passou de 44,7% da população; em 2000; para 50,7%, em 2010. Entre as hipóteses para explicar tal dinâmica, pode-se destacar uma valorização daidentidade afrodescendente.” (INDICADORES SOCIAIS MUNICIPAIS- IBGE, 2011).

ESPORTE É HISTÓRIA. LAZER É VIDA“Espaço pra Esporte e Lazer acho que todos eles, assim como eu, queriam que tivesse. (...) é o mais essencial, não só para os jovens, mas para os adultos.”(depoimento de um morador da COHAB Valo Velho)

Tanto o esporte como o lazer fazem parte da vida dos moradores de COHAB. Apesar de os moradores acreditarem que há “falta de atenção às áreas de esporte a lazer das comunidades pelo Estado”, estes moradores de todas as COHABs pesquisadas acreditam que “teriam uma maior qualidade de vida se as áreas dedicadas a lazer e ao esporte fossem mais bem cuidadas”. A prática esportiva e a construção de áreas de lazer têm importância na vida dos moradores por uma série de motivos. Uma boa qualidade de vida implica áreas para esporte e lazer bem cuidadas e abertas para o uso das crianças, dos adolescentes e dos adultos nas mais diversas modalidades. Para muitos moradores o esporte faz parte da sua vida e principalmente da sua história. É o que nos contam alguns moradores:

“Eu entrei em contato com o diretor da escola para saber se eu podia fazer uma atividade com as crianças na escola, ele cedeu espaço, eu comecei. [...] saí da escola, passei a trabalhar com eles fora da escola, jogar nos outros parques com as crianças, aí foi aumentando o número de crianças, começamos a disputar campeonato.” (informante – COHAB Taipas)

“Vim para a comunidade com oito anos de idade e vi toda a luta da minha mãe, os mais velhos pela moradia, pela sua casa e com o passar do tempo, crescimento, ficando mais velho, consegui me formar na escola e fiz faculdade (...) em educação física e, como eu já tenho interesse pelo esporte, por jogar, participar de outros eventos, eu comecei a me envolver (...) na parte esportiva da comunidade”. (informante COHAB Valo Velho)

Esporte e Lazer

O esporte é uma forma de superação, uma forma das pessoas se encontrarem em disputa, em luta, mas também de construção de solidariedade e companheirismo entre as pessoas. Esporte também tem a ver com hábitos culturais e são nas áreas de lazer das comunidades que podemos praticar esportes sendo, portanto um interligado ao outro. O acesso aos esportes acontece nas áreas de lazer.

Já o lazer é um tempo livre que toda pessoa tem o direito de usufruir para descansar e se divertir seja brincando, dançando, jogando ou simplesmente descansando. Para que isso aconteça é necessário que existam espaços dentro das comunidades. E é por isso que, assim como os espaços para a prática de esporte, os espaços e equipamentos para o lazer são um dever do Estado e um direito da comunidade. E a comunidade sabe disso. Segundo dados levantados na pesquisa aqui elaborada, 90,82% da população disseram que Lazer é um Direito como também 92,86% disseram que o Esporte é um Direito.

VOCÊ SABIA?

O lazer é um direito social definido no art. 6º da Constituição Federal de 1988, que assim estabelece: “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

Apesar de ser um direito reconhecido pelos próprios moradores, ainda percebemos que os municípios não tratam com devida responsabilidade a manutenção e o cuidado com as áreas de lazer e esporte. Quando perguntamos aos informantes sobre possíveis motivos para não existir áreas de esporte e lazer nas comunidades 54,50% dos moradores entrevistados disseram que “o governo não investe nas áreas de esporte e lazer dentro das COHABs”.

Pesquisa revelou perfil de moradores das unidades de COHAB atingidas pelo projeto e também as necessidades que estes moradores têm no seu dia-a-diaUm levantamento realizado por equipe do IDDEHA revelou que a maioria das famílias das COHABs são chefiadas por mulheres. Mais de um terço dos trabalhadores estão no mercado informal. A maior faixa de renda está entre 1 e 3 salários mínimos. E a maior parte da população é negra. Além deste perfil, os moradores foram ouvidos e apontaram que na relação Comunidade X Esporte e Lazer deveria haver mais investimento em segurança pública, para que os espaços possam ser melhor aproveitados. Também ficou revelado que a própria comunidade deveria participar mais da luta por benefícios para todos.

Não investir também está relacionado à questão da manutenção das áreas já existentes. É o que nos contam os moradores:

“(...) essa pracinha foi feita. Tá, e a vigilância? A parte de quem cuida dessa praça? Quem conserva isso aí? Não tem ninguém. Você vê pessoas... dependendo do horário você não pode passar por aquela pracinha porque tem gente que você não conhece, ou mal encarado. [...]acho que o mais difícil é a conservação, é o cuidado, alguém que possa orientar e direcionar o que vai ser feito. Não adianta colocar [...] a praça lá e deixar ao Deus dará, deixar com que as moscas tomem conta”. (Informante – COHAB 1º de Maio)

Unindo a falta de manutenção foi possível ainda perceber que a falta de áreas para a prática do esporte e do lazer interfere no aumento de criminalidade dentro das comunidades. Nos dados levantados pela pesquisa 76,33% dos moradores afirmaram acreditar que o descaso com as áreas de esporte e lazer nas comunidades pode aumentar o índice de criminalidade.

Ou seja, construir, manter, preservar as áreas de esporte e lazer é uma política pública para o bem estar e a qualidade de vida nas COHABs. A falta destas políticas pode ser considerada uma questão social como todas as outras questões que precisam ser emergencialmente problematizadas e resolvidas.

CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO EM COHAB´s

A cidadania começa pelo conhecimento da história do lugar onde se mora. As lideranças entrevistadas em sua maioria conhecem a história da COHAB ou comunidade que representam.

”Bom, pra começar eu moro aqui há cinquenta e dois anos. E [desde] que moro aqui joguei bola, nos time daqui, trabalhei. Agora, eu to aqui, dentro do Clube da comunidade, que era antigamente CDM, eu to aqui há vinte dois anos. Comecei a trabalhar como treinador das crianças... sou administrador [social]. E nós temos aqui no salão o grupo jovem, que é uma ONG que participa aqui no salão do CDM. (Depoimento de um informante, Cidade Líder).

A pesquisa mostrou que quanto mais jovem é o morador, menos conhece a história da COHAB onde mora. 27,62% dizem conhecer a história da sua COHAB; 26,67% conhecem um pouco, e 45,71% não conhecem. A falta de conhecimento sobre a história do lugar onde vivemos pode se tornar uma barreira à participação ativa na vida em comunidade.

É bom saber que...

Mesmo não conhecendo a história da sua COHAB, a maioria dos moradores de COHABs gosta do local onde mora (67,66%), contra 15,71% que gostam um pouco e 16,67% que não gosta. É este gostar do local onde se mora e a vontade ver os outros levarem uma vida digna, no meio da pobreza e dificuldades que vivem e enfrentam os brasileiros das COHABs e comunidades das periferias é que uma boa parte dos informantes faz um trabalho social e atua numa associação.

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O que atrapalha a Cidadania?

A cidadania é afetada quando o poder público não cumpre a sua responsabilidade e a população deixa de cobrar de seus representantes, e de participar das associações e organizações sociais e políticas existentes.

“Porque os políticos só aparecem aqui na época de eleição. Aí prometem o mundo e o fundo. Ganhou, aí desaparece todo mundo de novo. Não faz nada, pelo menos que eu saiba”. (Informante – COHAB Valo Velho).

Temos um hospital. Se você for no hospital essa hora aqui, você vai ser atendido lá pelas 10hda noite entendeu, então é meio complicado. O governo deveria investir na COHAB, mas não só um AMA dentro das COHABs, mas sim dois AMA's, e um que funcionasse 24 horas”. (Informante – COHAB Taipas)

Ausência do poder público

Esta tabela revela a percepção dos moradores de COHABs quanto às dificuldades enfrentadas por eles. As respostas dadas são colocadas em ordem da sua importância, isto é, a gravidade do problema que impede o exercício da cidadania. O que se percebe nessas respostas é que os moradores de COHABs sabem denunciar cada agente responsável pela efetivação cidadania pelo não cumprimento do seu papel. O primeiro a ser denunciado é o poder público que está falhando em suas responsabilidades quanto à questão da segurança; na implementação de áreas de esporte e lazer suficientes para todos; falta de estrutura urbanística em COHABs; falta de confortos nos apartamentos, bem como o fato da distância do trabalho. Estas são denúncias contra o poder público e as políticas habitacionais desenvolvidas por décadas onde não é privilegiada a cidadania plena.

Fica a ideia!

Apesar das dificuldades de organização, de participação, de impedimento de ordem políticas, muitos moradores de COHABs conseguem formular suas queixas em demandas sociais através de suas organizações sociais.

No campo de esporte e lazer, por exemplo, 35,95% confirmaram que têm formulado reclamações junto ao governo, contra 31,07% que não reclamam e 33,11% que não sabem o que fazer. É dentro destes 35,95% que encontramos as lideranças comunitárias e as organizações sociais que têm lutado pelos direitos dos moradores no campo da saúde, educação, trabalho, segurança, esporte e lazer. O poder público e as empresas ganhariam muito estabelecendo canais de diálogo com as organizações sociais que atuam em COHABs e comunidades das periferias. Pois, além destas conhecerem seus problemas, detêm pessoas qualificadas para encontrar soluções.

As comunidades reclamam

“Dentro das COHABs, tem espaços que não são usados para nada, são usados para a prática do uso de drogas, para dormitório de pessoas que não tem para onde ir, que acabam se perdendo pelo mundo afora, então tem espaço para o governo trazer mais e também cobrar, fazer essa parceria entre moradores, síndicos e comunidade local, entendeu?” (Informante – COHAB Taipas ).

“Eu acho que é um problema que temos aqui [drogas]. Não só aqui, mas no nosso país, na nossa cidade. Eu acho que é um grande problema a prevenção, principalmente nas escolas, principalmente.” (Informante – COHAB José de Anchieta).

“Então, tem o Clube Escola que funciona... mas nos finais de semana e os times são obrigados a pagar, se não pagar não joga.” (Informante - COHAB Cidade Líder)

“Esporte e lazer, o que eu tenho a colocar é que deveria ter mais espaço assim, ter mais ajuda nessa área que tá um pouco abandonada. Se os idosos querem fazer alguma atividade, não tem como ou com quem, então não adianta a gente tomar conta só dos adolescentes, das crianças, mas sim dos idosos também que estão um pouco largados, eles estão sem apoio.” (Informante – COHAB José Bonifácio)

Essa é para você da COHAB

“A nossa comunidade aqui precisa ser mais unida, entendeu?Se unir mais, pois se a gente vai pedir um apoio, vamos fazer um abaixo-assinado para pedir para iluminar uma rua, ali na praça mesmo, precisa de uma iluminação melhor, né? À noite,que o pessoal quer ficar mais a vontade, não tem iluminação. Se você vai fazer uma lista ninguém quer assinar, sabe. Fica difícil para gente, que vai, corre atrás, que quer fazer as coisas. Tem uns que apoiam e uns que querem aparecer, sabe? É desse jeito, aqui é assim.” (Informante – COHAB José de Anchieta)

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