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A vida fatica a partir do sentido do ser
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7/21/2019 Ontologia - Hermeneutica Da Facticidade
http://slidepdf.com/reader/full/ontologia-hermeneutica-da-facticidade 1/23
Resumo
Ontologia: Hermenêutica da facticidade, de Martin Heidegger
Martin Heidegger. Ontologia. Hermenêutica da facticidade, Renato Kirchner (trad.).
Petropolis: Voes, !""#.
$%&RO'*O + PR+-$O, p. /0!1
Resumo de 2ucia 3antaella
Os termos ontologia e ontológico significam questionar e determinar dirigidos para o ser enquanto
tal; que ser e de que modo, isso permanece totalmente indeterminado.
Segundo o uso linguístico moderno, ontologia equivale à teoria da objetualidade e, em princípio, de
caráter formal, nesse aspecto chega a coincidir com a ontologia antiga !metafísica"#.
$o olhar para a consci%ncia de &, o que tamb'm se v%, o que somente dessa maneira se v% ' o de
qu%, isto ', o caráter objetual de um ente enquanto tal.
O ser enquanto tal ( n)o objetual.
$ fenomenologia no sentido estrito ' fenomenologia da constitui*)o. $ fenomenologia em sentido
amplo inclui tamb'm a ontologia.
$ insufici%ncia fundamental da ontologia tradicional e hodierna ' dupla+ . -esde o princípio seu
tema ' o ser objetual, a objetualidade de objetualidades determinadas para um pensar teórico
indiferente, ou o ser objetual material para determinadas ci%ncias que se ocupam com ele, da
naturea ou da cultura; e o mundo, mas n)o considerado a partir do ser/aí e das possibilidades do
ser/aí, por'm, sempre atrav's das diversas regi0es objetuais; ou fi1adas tamb'm por outras regi0es
de caráter n)o teor'tico. 2. O que resulta disso+ a ontologia bloqueia o acesso ao ente que ' decisivo
para a problemática, isto ', ao ser/aí, a partir do qual e para o qual a filosofia !'".
O título que corresponde melhor ao tema e à maneira de tratá/lo no que segue ' o seguinte+
hermen%utica da facticidade.
P4R&+ $
4M$%HO3 '+ $%&+RPR+&4*O 'O 3+R045 O43$O%42, p. !601/
Resumo de 'aniele ernandes
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Faticidade ' a designa*)o para o caráter ontológico de !nosso" ser-aí !próprio". 3specificamente+
ser-aí em cada ocasião, na medida em que ' !aí " em seu caráter ontológico. Ser aí, no tocante ao
seu ser significa+ n)o e nunca primordialmente enquanto objetualidade da intui*)o e da
determina*)o intuitiva, da mera aquisi*)o e posse de conhecimentos disso, mas ser/aí está aí para si
mesmo no como de seu ser mais próprio. O como do ser abre e delimita o !aí" possível em cadaocasi)o. Ser/aí enquanto ser próprio em cada caso n)o significa que seja uma relativia*)o isolada
no que ' visto e1ternamente como um !indivíduo". 4)o como uma demarca*)o regional no sentido
de uma oposi*)o isolada. 3 chama/se fático o que !'" articulando/se por si mesmo sobre um caráter
ontológico, o qual ' desse modo. 5aso se tome a !vida" como modo de !ser", !vida fática" quer
dier+ nosso próprio ser/aí enquanto !aí" em qualquer e1press)o aberta no tocante a seu ser em seu
caráter ontológico.
! 7 Hermenêutica
• 1. O conceito tradicional de hermenêutica
$ e1press)o hermenêutica indica o modo unitário de abordar, concentrar, acessar a ela, isto ', de
questionar e e1plicar a faticidade. $ palavra hermen%utica ci%ncia, arte# deriva de interpretar,
interpreta*)o, int'rprete. 3stá relacionada a 6ermes, nome do deus mensageiro dos deuses. 7ara
Plat8o, os poetas s)o somente mensageiros dos deuses. Os rapsodos, que recitam poemas, s)omensageiros dos mensageiros. 8nt'rprete ' aquele que comunica, que informa a respeito do que
outro !pensa", ' aquele que reprodu a comunica*)o, a notícia. 7ara &eeteto, discurso ( a e1press)o
de diferen*as. 4otificar ' tornar e1plícita a diferen*a de outros em rela*)o ao comum; n)o uma
concep*)o teórica, por'm, !vontade", desejo e, al'm disso, ser, e1ist%ncia; ou seja, a hermen%utica '
a notifica*)o do ser de um ente em seu ser em rela*)o a& mim#. 7ara 4rist9teles , !O ente
enquanto vivente necessita da língua para saborear tanto como para conversar a respeito da lida com
as coisas". 3sse falar a respeito de algo ' o modo fático de realiar/se a fala a respeito de algo.
3ntre os escritos de $ristóteles há um transmitido com o título !-a interpreta*)o". 9rata da !fala a
respeito de algo" em sua fun*)o fundamental+ descobrir e tornar conhecido o ente. -esocultar,
colocar aí à vista, à disposi*)o o que antes estava oculto, encoberto. 7ara os iantinos: atrav's
deles o significado de !interpretar" se generaliou, correspondendo à palavra !significar". 7ara
;lon chama :ois's de o hermeneuta de Deus o int'rprete da vontade de -eus#. 7ara 4risteu, os
escritos dos judeus necessitavam de tradu*)o, interpreta*)o. 9raduir+ tornar acessível para a
própria língua o que se encontra em língua estranha. 4as igrejas crist)s interpreta*)o equivale a
comentário. 8nterpreta*)o ( e1egese. 7ara 4gostinho, fala que para interpretar passagens da
3scritura que n)o estejam claras ' necessário buscar na 3scritura a vontade de -eus e apoiar/se no
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contedo de verdade. 4o s<culo =V$$ aparece o título Hermenêutica agrada. $ hermen%utica já
n)o ' mais o mesmo que interpreta*)o, mas teoria ou doutrina das condi*0es, da objetualidade, dos
meios, da comunica*)o e da aplica*)o prática da interpreta*)o. 3chleiermacher restringiu a ideia
de hermen%utica. 3nquanto !hermen%utica geral" teoria ou doutrina da arte de compreender a fala
dos outros de modo geral# abrange as hermen%uticas especiais, a hermen%utica teológica e ahermen%utica filológica. 'ilthe> adaptou o conceito de hermen%utica de chleiermacher como
!m'todo da compreens)o" !doutrina ou teoria da arte de interpretar te1tos"#, incluindo/a no <mbito
das ci%ncias do espírito. :as a partir daí tem/se uma restri*)o funesta. 7ermaneceram esquecidas as
'pocas decisivas a 7atristica e =utero#, ao seguir a hermen%utica somente a partir de um ponto de
vista temático. Seus seguidores, como 3pranger, n)o alcan*aram nem de longe a posi*)o de ent)o,
já restringida e pouco clara na dire*)o do essencial e fundamental.
• 6. Hermenêutica como autointerpreta?8o da faticidade
6ermen%utica significa+ determinada unidade na realia*)o do comunicar, ou seja, da interpreta*)o
da faticidade que condu ao encontro, vis)o, maneira e conceito de faticidade.
$ hermen%utica indica que a objetualidade ' um ser capacitado para a interpreta*)o e necessitado
dela, que ' inerente a esse seu ser o ser interpretado de algum modo. $ hermen%utica tem como
tarefa tornar acessível o ser/aí mesmo, comunicá/lo, aclarar essa aliena*)o de si mesmo de que oser/aí ' atingido. 4a hermen%utica configura/se o ser/aí como uma possibilidade de vir a
compreender-se e de ser essa compreens)o. 9al compreens)o, que se origina na interpreta*)o, n)o '
o que geralmente se chama de compreens)o, conhecer outras vidas, entreter/se com, mas um como
do ser-aí mesmo; o estar desperto do ser/aí para si mesmo.
$ hermen%utica n)o ' um modo artificialmente concebido de análise que ' imposta ao ser/aí e
perseguido por curiosidade. Se considerado a partir da própria faticidade, deve/se determinar
!uando e em !ue medida ela solicita a interpreta*)o proposta. $ssim, a rela*)o entre hermen%utica e
faticidade n)o ' a que se dá entre a apreens)o da objetualidade e a objetualidade apreendida, mas o
interpretar mesmo ' um como possível distintivo do caráter ontológico da faticidade. $
interpreta*)o ' algo cujo ser ' o ser da própria vida fática. Se chamarmos, mesmo que
impropriamente, a faticidade como a !objetualidade" da hermen%utica como as plantas s)o a
objetualidade da bot<nica#, diremos que a hermen%utica encontra/se em sua própria objetualidade
como se as plantas, o que s)o e como s)o, fossem a bot<nica#. 3 o caráter de evid%ncia de suas
e1plica*0es ' instável. $ntepor um ideal de evid%ncia ou uma !vis)o das ess%ncias" seria n)oconhecer o que hermen%utica pode e deve faer. O tema da investiga*)o hermen%utica ' o ser/aí
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próprio em cada ocasi)o. O ser da vida fática mostra/se no que " no como do ser da possibilidade
de ser de si mesmo. $ possibilidade mais pr#pria de si mesmo que o ser/aí faticidade# ', e
justamente sem que esta esteja !aí", será denominada e$istência. $trav's do questionamento
hermen%utico, tendo em vista que ele seja o verdadeiro ser da própria e1ist%ncia, a faticidade situa/
se na posi*)o pr'via, a partir da qual e em vista da qual será interpretada. Os conceitos que tenhamorigem nesta e1plica*)o ser)o denominados e1istenciais.
!5onceito" n)o ' um esquema, mas uma possibilidade de ser, do instante; um significado
produido, e1traído; um conceito mostra a posi*)o pr'via, transp0e para a e1peri%ncia fundamental,
isto ', e1ige o como do falar e questionar de algu'm; transp0e o ser/aí, segundo sua tend%ncia para a
interpreta*)o e a preocupa*)o. -eve/se tomar o ser/aí na acep*)o de sua maneira de ser. $ posi*)o
pr'via, enquanto elemento constitutivo da interpreta*)o que ela mesma ' sendo com o aí,
compartilha seu caráter ontol#gico+ possibilidade de ser . 3sta ' uma possibilidade de ser concreta,
que varia faticamente segundo a situa*)o à qual ' dirigido o questionamento hermen%utico em cada
ocasi)o. $ssim, a posi*)o pr'via n)o ' escolhida por um capricho meu. !$ vida somente se dei1a
aclarar quando se viveu" >ier>egaard#.
O ser/aí ' somente nele mesmo. % , mas somente enquanto está a caminho de seu si mesmo em vista
de si, conservando a possibilidade de ser . $ essa possibilidade de ser corresponde, conforme a
posi*)o pr'via, uma !uestionabilidade fundamental . Somente nela algu'm pode assumir a posi*)ona qual se dá e para a qual se dá algo a que se pode chamar pelo termo !fi1o". 3 isso somente se o
fi1ável, o que ainda n)o está fi1ado, enquanto como do ser/aí, possui ser . 3 o problema da morte?#
4a hermen%utica o primeiro que se tem que configurar ' a posi*)o a partir da qual seja possível
questionar de modo radical, sem se dei1ar levar pela ideia tradicional de homem. $ interpreta*)o
parte do hoje, de uma determinada compreens)o mediana, da qual a filosofia vive e a partir da qual
ela se e$pressa retroati&amente. O impessoal n)o ' somente um fen@meno de abandono, mas ',
enquanto tal, um como do ser/aí fático. $ compreens)o fática n)o se pode calcular de antem)o ounormatiar sua repercuss)o na apreens)o e na comunica*)o mediante e1press0es matemáticas. $
hermen%utica aposta na situa*)o e a partir disso possibilita a compreens)o. 4a compreens)o
hermen%utica n)o há !generalidade" que vá mais al'm do formal, que ' somente um recurso, um
apoio do mundo. $ hermen%utica n)o tem por objetivo a posse de conhecimentos, mas um conhecer
e1istencial, isto ', um ser. $ hermen%utica fala desde o ser interpretado e para o ser interpretado.
O colocar em a'ão hermenêutico. O caráter ontológico decisivo que se coloca em a*)o n)o pode ser
uma inven*)o. :as tamb'm n)o ' algo que se possui de modo definitivo, mas surge de uma
e1peri%ncia fundamental, no caso, de um estar desperto de caráter filosófico, no qual o ser/aí se
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encontra consigo mesmo. Aue o estar desperto seja o caráter filosófico quer dier que está ativo
numa autointerpreta*)o originária que a filosofia deu a si mesma, sendo essa interpreta*)o um
modo de o ser/aí encontrar/se consigo mesmo, aparecer diante de si mesmo. 7ara tal hermen%utica,
isso significa+ # Bilosofia ' o modo de conhecer que se dá na vida fática, modo como o ser/aí fático
se arranca de si mesmo, sem precisar olhar para si mesmo. 2# $ filosofia n)o tem que velar pelahumanidade e pela cultura universais. $ filosofia ' o que pode ser somente enquanto ' de seu
!tempo". O ser/aí opera no como do ser agora.
$quilo pelo qual o ser/aí aparece diante de si mesmo no estar desperto, ou seja, o caráter
ontológico, n)o ' algo que se possa calcular de antem)o, nada para o pblico ou para a humanidade
em geral, mas ' a possibilidade decisiva e determinada em cada ocasi)o da faticidade concreta. 4a
medida em que se consegue gerenciar hermeneuticamente a faticidade e levá/la ao conceito, aquela
possibilidade resultará mais clara. :as a e1ist%ncia enquanto possibilidade histórica determinada do
ser/aí ocasional está já viciada quando se e1ige dela estar presente de antem)o diante da curiosidade
filosófica. 3la nunca ' !objetualidade", mas ser; ela ' aí somente enquanto !'" uma vida numa
ocasi)o determinada. O colocar em a*)o ' somente desse modo, n)o podendo ser objetual algum de
raciocínios universais ou de discuss)o pblica. $ hermen%utica n)o passará de uma trivialidade
enquanto o estar desperto para a faticidade, que ' o que deve produi/la, n)o estiver !aí". $
hermen%utica n)o ' ela mesma filosofia, mas algo estritamente pr'vio e provisório, o que ' sua
naturea mais própria. O que ela pretende ' submeter à !considera*)o bem/disposta" dos filósofos
uma objetualidade at' agora relegada ao esquecimento.
1 7 4 $'+$4 '+ 4&$$'4'+ + O O%+$&O '+ HOM+M, p. 1@0A!
Resumo de Buliana Rocha ranco
Segundo o 6eidegger p.CD#, a hermen%utica tem por tema o ser/aí próprio enquanto se questiona a
respeito do seu caráter ontológico e de sua estrutura fenomenal; no que di respeito a umasistemática regional universal recorta nela um setor determinado a fim de realiar uma investiga*)o
do sistema em vista de alguns fins determinados. 4a determina*)o indicativa do tema da
hermen%utica, ou seja, da faticidade ( nosso ser/aí próprio em cada caso, o autor evitou e1press0es
como ser/aí !humano" ou !ser do homem".
7ara o conceito de homem, em qualquer das concep*0es categoriais legadas pela tradi*)o, impede
inicialmente de ver aquilo que se deve ter em vista enquanto faticidade. $ quest)o do que seja o
homem ' distorcida ao desviar/se da vis)o daquilo que a quest)o propriamente aponta, substituindo/
o por uma objetualidade que lhe ' estranha.
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6eidegger afirma que devemos ter cuidado com o conceito de !um ser dotado de ra)o". $ filosofia
cientifica clássica grega n)o quer dier !ra)o", mas sim, fala, conversa. 7ortanto, o homem ' o
ente que tem seu mundo ao modo do que ' falado. Segundo o autor ' no estoicismo que come*a já a
trivialiar/se tal conceito e, a partir disso, surgem os conceitos de ra)o, sabedoria, cren*a como
conceitos hipostatiados na especula*)o e teosofia helenísticas.
Segundo o autor p.2E#, os conceitos de homem utiliados hoje em dia possuem sua origem nos
conceitos indicados, de/modo que devemos voltar para ambas as fontes e desenvolver a ideia de
pessoa com base em Fant e do idealismo alem)o, que se desenvolve atrav's da liga*)o com a
teologia medieval. -essa forma o tópico se divide nas tr%s partes a seguir+
• A. O conceito de homem na tradi?8o ;lica p.2E#+
O tópico ' constituído de eruditas cita*0es sobre o conceito de homem na tradi*)o bíblica. Segundo
6eidegger , a e1plica*)o da ideia de homem como pessoa, conceito que assimila o grego ' uma das
passagens que se converteram num dos clássicos da teologia crist) em muitos aspectos; G%nesis
,2H, =II + 3 disse -eus+ !Ba*amos o homem à nossa imagem e semelhan*a".
6eidegger cita 9aciano, $gostinho e 9omás de $quino cujo parágrafo abai1o, segundo o autor,
cont'm toda a estrutura metodológica interna da obra principal da teologia medieval sobre o fim ou
termo da produ*)o do homem, na medida em que ' dito ter sido feito à imagem e semelhan*a de
-eus+
o homem foi feito à imagem de -eus, uma ve que isso implica ser ele inteligente e livre para julgar
e senhor de si mesmo, desse modo, portanto, ternos de concordar agora que -eus ' a causa
e1emplar das coisas e que o homem possui, a partir de seu poder, o pensamento sobre sua vontade;
assim, continuamos a olhar para esta imagem, isto ', o homem como fonte das a*0es que lhe s)o
próprias e que caem sob sua responsabilidade e controle. p.C#
O autor prossegue citando JKinglio e finalia com 5alvino. $mbos reafirmando a constitui*)o o do
homem a imagem e semelhan*a de deus.
$ seguir 6eidegger empreende uma crítica a Scheler, que, atrav's do idealismo alem)o, procura
definir a !posi*)o metafísica L&M dentro do todo do ser, do mundo e de -eus, o !g%nero homo
LhumanoM". 7ara o autor, Scheler está tomando como sendo sua a teologia antiga. 5ontudo,
enquanto os teólogos antigos ao menos percebiam que estavam falando de teologia, Scheler p0e
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tudo de cabe*a para bai1o e arruína tanto a teologia como a filosofia. Segundo o autor, tal m'todo
de passar por cima do fático ' aplicado com grande sutilea e perspicácia em seu livro.
• #. O conceito teol9gico e o conceito de Canimal rationaleD p.CD#+
$o chamar de homem o ser/aí que se irá investigar, coloca/se já de antem)o dentro de uma
determinada concep*)o categorial, visto que o e1ame ' levado a cabo seguindo a dire*)o da
defini*)o tradicional de animal racional. 9endo tal defini*)o como dire*)o, define/se a descri*)o
numa perspectiva determinada, sem que com ela se recuperem ativamente os motivos originários de
tal maneira de ver as coisas.
7ara o autor p.CD#, Scheler compreende pouco a abordagem fundamental da ideia de pessoa em
Fant e está longe de compreender a posi*)o fundamental da ideia de pessoa de Fant que sóconsidera o sentimento de respeito como uma !e1ce*)o singular" e, n)o querendo dar/se conta de
sua própria ideia de pessoa, só se difere da ideia >antiana de uma maneira mais dogmática e
possibilita um ainda maior grau de confus)o de fronteiras entre a filosofia e a teologia, ou seja,
prejudica a teologia e a filosofia comprometendo suas possibilidades determinadas de questionar
criticamente.
$ própria defini*)o já está at' mesmo desprendida do solo de origem e de qualquer possibilidade
real de demonstra*)o, e sua repercuss)o na filosofia moderna Fant# ' tamb'm determinada por
uma interpreta*)o em que continuam a desempenhar motivos da teologia crist). Segundo 6eidegger
p.CD# O sentido das ideias de humanidade, personalidade, ser pessoa, só ' compreensível a partir
destas fontes N enquanto determinada desteologia*)o formaliadora.
Auando Scheler define o homem enquanto !inten*)o e gesto da transcend%nciaP mesma" ou como
!aquele que busca a -eus", n)o difere fundamentalmente do !ter respeito com&" de Fant, que ' o
estar aberto ao dever enquanto modo de confrontar/se com a lei.
O alcance do grau de confus)o que ocorre nessas abordagens fundamentais de Scheler ' indicada,
entre outras coisas, pelo fato de sua ideia de pessoa coincidir justamente, at' mesmo literalmente,
com a formula*)o que os reformadores, em oposi*)o ao $ristóteles trivialiado pela escolástica,
proporcionaram;.
$ perspectiva que se tem do homem segundo a dire*)o da defini*)o de !animal rationale" fa com
que se veja dentro do <mbito dos entes que junto com ele e1istem a o modo do vivente plantas,animais# e, em particular, como o ente que possui linguagem $ defini*)o posterior como !animal
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rationale", entendida unicamente num sentido literal indiferente, isto ', como !ser vivo ou animal
racional", encobre o solo intuitivo no qual se originou esta determina*)o do ser humano.
3sta defini*)o, portanto, com caráter de tese ou de proposi*)o chegará a converter/se, no modo de
se autocompreender a consci%ncia crist) da e1ist%ncia, como o fundamento nunca questionado da
determina*)o teológica da ideia de homem, da qual se formaria a ideia de pessoa racional ( capa
de conhecer#. $ determina*)o teológica somente poderá ratificar/se conforme seu princípio de
conhecimento, isto ', retornando à revela*)o, em particular a 3scritura.
Segundo a f', está predeterminado que ser humano ' ter sido criado por -eus à sua imagem e
semelhan*a. -ei1ando de lado que a defini*)o grega tenha sido trivialiada e tomada a partir de
fora, a determina*)o da ess%ncia do ser humano depende da ideia/diretri de -eus que aqui se
apresenta.
4a ideia de ser pessoa da filosofia moderna, essa rela*)o com -eus, constitutiva do ser do homem,
fica neutraliada ao converter/se em consci%ncia das normas e dos valores enquanto tal.
$ fim de realiar uma refle1)o filosófica radical sobre o ser humano deve/se manter absolutamente
à margem toda determina*)o teológica fundamental de caráter dogmático e n)o somente isso, pois
trata/se de uma tarefa ontológica positiva impedir tal posicionamento, na medida em que esteja
possui uma resposta# e, assim, deverá orientar/se implicitamente por alguma ideia determinada do
que ' ser humano, seja isso de maneira e1pressa, seja de maneira encoberta.
• E. 4 faticidade como ser0a; em sua ocasionalidade. O hoFe p. CQ#+
$ faticidade, isto ', o ser/aí próprio enquanto ' questionado em seu caráter ontológico. $ facticidade
seria o modo de ser de nosso poder/ser mais próprio, modo que se e1pressa sempre e a cada ve
!aí", na ocasionalidade. O ser/aí próprio ' o que ' justamente e apenas em seu !aí" ocasional. Rma
determina*)o da ocasionalidade ' o hoje, o estar ou demorar/se sempre já no presente, apropriar/se
sempre já dele. Ser/aí na medida em que ' histórico, seu presente. Ser em um mundo, ser vivido
pelo mundo; a cotidianidade presente.#
9rata/se de ater/se à indica*)o a respeito do possível cumprimento do conceito de faticidade, que '
dada previamente como seu possível encontro com a dire*)o. O ser/aí próprio ' o que ' justamente
e apenas em seu !aí" ocasional.
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$ssim, o decisivo ' tomar o hoje no estabelecimento da análise de maneira tal que se torne visível
algo assim como um caráter antológico. 7ois ' este caráter ontológico que deve ser esclarecido e,
para isso, ' necessário transpor o domínio fenomenal da faticidade.
7ois somente ent)o será possível colocar a quest)o óbvia se, pelo caráter ontológico assumido no
ponto de partida da análise, acertou/se o !hoje" ou n)o. 3ste !hoje" enquanto modo da faticidade
somente poderá ser determinado em seu caráter ontológico quando se tiver feito visível de modo
e1plícito o fen@meno fundamental da faticidade+ !a temporalidade" que n)o ' uma categoria, mas
um e1istencial#.
3sta interpreta*)o do hoje ' melhor caracteriado na medida em que ela for e1perimentada
justamente de modo n)o e1pressa, n)o presente; ela ' um como do ser/aí pelo qual tudo '
vivenciado. $ interpreta*)o delimita de maneira difusa o <mbito a partir do qual o ser/aí mesmocoloca quest0es e e1ig%ncias. $ interpreta*)o ' o que dá ao !aí" do ser/aí fático o caráter de um
estar orientado, o que delimita muito bem seu possível modo de ver e o alcance de sua vis)o. O ser/
aí fala de si mesmo, v%/se a si mesmo deste ou daquele modo e, contudo, isso ' apenas uma máscara
pela qual ele se encobre, a fim de n)o espantar/se diante de si mesmo.
6 7 4 $%&+RPR+&4*O HO'$+R%4 'O HOB+, P. A10#E
Resumo de Maria Rieiro
6eidegger sugere duas linhas de interpreta*)o do hoje+ # a consci%ncia histórica no hoje e 2# a
filosofia no hoje sendo a linha de interpreta*)o !dominante" o !como hermen%utico".
• /. 4 interpreta?8o do hoFe na consciência hist9rica (pp. A10AE)
$ linha de interpreta*)o que elege a consci%ncia histórica como registro de análise considera a
maneira como !determinada 'poca o hoje ocasional# v% e aborda o passado" um indício de !comoo presente se relaciona consigo mesmo". $s chamadas !ci%ncias históricas do espírito" arrogam/se
um meio de acesso aos acontecimentos pregressos N o passado histórico, objetivando e
uniformiando o subjetivo, a !alma cultural". Ocorre que a !ltima e nica determina*)o do ser '+ a
cultura ' um organismo, vida aut@noma e independente desenvolvimento, florescimento,
decad%ncia#", logo, n)o determinável segundo as grandeas superficiais a partir das quais as
ci%ncias históricas medem o ser/aí.
-e que maneira, ent)o, e considerado o conhecimento teórico, objetualiar o passado? 5omo definir
!cultura", um !organismo fechado em si mesmo", a partir da universalidade prescrita pela história?
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!Auais modos objetuais e ontológicos do passado assim objetualiados, que forma de apreens)o e
de e1plica*)o teóricas, que desenvolvimento conceptual resultam disso?". 6eidegger sugere uma
!observa*)o morfológica", capa de destacar o !caráter formal das formas". !9rata/se de apro1imar
uma cultura da outra no que elas t%m de formal". 5omparando/se as formas, seriam criadas
!categorias de rela*)o da homologia, da analogia, da contemporaneidade, do paralelismo". O passado histórico seria e1plicado por ordem de um !conjunto estanque", uma tábua classificatória
!classificar N captar as formas"# constante, ordenado, uniforme e fi1o de formas grifo meu#.
• @. 4 interpreta?8o do hoFe na filosofia hodierna (p. A/0#G)
O segundo modo de interpreta*)o do hoje está baseado na (filosofia do hoje). 6eidegger n)o está
ocupado em discutir a naturea daquela filosofia nem em apontar suas vari<ncias, chamadas
!correntes". $ pergunta hermen%utica considerada crucial '+ !em vista principalmente do que foi
fi1ado como campo objetual da filosofia?".
O tema do debate proposto ', portanto, o universal, !o todo nico do ente, que o engloba todo e
redu o todo à unidade". T preciso ter em conta que o ser ' formado por diversas camadas,
mltiplas regi0es. Aualquer gesto classificatório, qualquer sistematia*)o que se dedique ao todo do
ente deve, primeiro, desenhar uma estrutura macro, !as linhas fundamentais da rede de
classifica'ão" para, ent)o, !atribuir aos entes concretos seu lugar correspondente nas se*0es dosistema". 9ais se*0es estariam organiadas a partir de posi*0es hierárquicas N uma !rede de ser ou
de validade" que permitam, em ltima inst<ncia, agrupar características do ser e determiná/lo de
antem)o. !O que procura classifica*)o ' o verdadeiramente inalterável em si mesmo, o que está
livre da variabilidade do subsumido nele, o em-si supratemporal , ser, validade, valor, perman%ncia
contra a realidade sensívelP#". !$s tramas da classifica*)o s)o algumas vees, seguindo uma
coloca*)o platoniante, unidimensionalmente estáticas e planas, outras vees, por'm, s)o
dial'ticas".
Rma característica da filosofia hodierna, segundo ela própria, ' a busca pelo ! atemporal no
hist#rico ou sobre o hist#rico, pelo reino do sentido e sua teoria dos &alores que condu para al'm
do meramente subjetivo ao objetivo e válido"LM. 6eidegger sublinha que a ida ao objetivo !acaba
sendo um abandonar o meramente subjetivoP". $ dedica*)o ao !objetivo" tem como consequ%ncia
o distanciamento das refle10es epistemológicas, culminando com o que 6eidegger chama
!metafísica objetiva". Rm !indício falível" s)o certas remiss0es a modelos da história da filosofia, a
e1emplos de $ristóteles, =eibni e 6egel.
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• ". 3uplemento sore Cdial<ticaD e fenomenologia (p. #G0#A)
$ tend%ncia da filosofia hodierna, classificada como !platonismo dos bárbaros" N assim intitulada
por escapar aos preceitos de 7lat)o, ' a de introduir motivos de proced%ncia n)o comprovada.
!-ial'tica", por e1emplo, n)o ' o contrário de !dei1ar estaticamente as coisas juntas umas dasoutras". $ssim compreendida, cria um conte1to onde n)o havia.
!$ dial'tica considera/se a si mesma uma situa*)o de superioridade em rela*)o à fenomenologia em
dois aspectos relacionados entre si, aspectos que diem respeito a ambas quanto à dignidade do
conhecimento que se pretende alcan*ar".
. $ dial'tica considera a fenomenologia N que estaria, sim, no nível do conhecimento
científico o primeiro grau de análise, aquele da !apreens)o" inicial, imediata, !ficandoinacessível, contudo, o espirito que propriamente ', aquele que se sabe a si mesmo".
2. !L&M apenas ' dada à dial'tica penetrar irracional, se n)o totalmente, ao menos em muito
maior medida; o irracional, o que tamb'm se chama de o transcendente e o metafísico".
Rma ve pressuposta a dial'tica, 6eidegger se pergunta sobre a possibilidade de conhecimento da
fenomenologia em seu sentido originário. $ restri*)o do conhecimento que, de fato, carrega a
fenomenologia N qual seja, apresentar, apenas, algo que já nos ' conhecido seria mesmo umacar%ncia?
!4o que leva consigo, toda dial'tica vive propriamente sempre da mesa alheia". O autor dá como
e1emplo a lógica hegeliana, entendida como nova elabora*)o da lógica tradicional, segundo pistas
dei1adas pelo próprio 6egel.
!Uasta um ano de leituras dial'ticas para se poder falar sobre qualquer coisa, de tal maneira que at'
mesmo parece que está diendo algo, e o leitor chega mesmo a acreditar que tem algo em suas
m)os". 6eidegger chama aten*)o, ainda, para os falsos pares antit'ticos de esquemas tais como
!formacontedo, racionalirracional, finitoinfinito, mediadon)o/mediado, sujeito
objeto". $ fenomenologia, por sua ve, segue na contram)o daquelas s'ries, ocupando/se a
demonstra*)o e n)o com enunciados, príncipios ou !dogmas de escola". O autor tem em vista o
!fen@meno genuíno".
•
!G. Olhar sore o percurso da interpreta?8o (p. #A0#E)
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!4osso tema ', pois, o ser/aí ocasional; nossa tarefa+ colocá/lo de tal maneira numa perspectiva
compreensiva de modo que possam ser evidenciadas as características fundamentais de seu ser. O
ser/aí n)o ' coisa alguma como um peda*o de madeira; n)o ' algo como uma planta; tamb'm n)o '
algo composto de viv%ncias, nem muito menos ' o sujeito eu# que está diante do objeto n)o eu#".
$ passagem ' bastante esclarecedora. 7ara 6eidegger, o ser/ai " uma esp'cie de circunstancialidade,o !está ai", o !hoje hodierno". -aí ser, tamb'm, objetualidade.
!Rm modo como o hoje se apresenta, em que consequentemente já se v% algo assim como o ser/ai,
' o seu p*blico Lconsci%ncia pblica da forma*)oP, modo como se lida com as coisas de que se
falaPM". T preciso procurar pela !fala*)o em que fale Lo pblicoM de si mesmo, em que o ser/ai já
está objetualiado ai de alguma maneira".
!4a história e na filosofia o ser/ai fala direta ou indiretamente de si mesmo, ou seja, o ser/ai possuiuma compreens)o de si mesmo que o conforma; está interpretado ai nesses modos dessa ou daquela
maneira. Os modos s8o eles mesmos modos de interpretar" negrito meu#.
!L&M história e filosofia s)o modos de interpreta*)o; algo que o ser/ai mesmo ', algo em que ele
mesmo vive; na medida em que ele mesmo aparece neles, s)o modos de ser do ser/ai em seu ser e
nos quais ele mesmo se possui de determinadas maneiras".
A 7 4%-2$3+ 'O 3+R R+24$O%4'O '4 $%&+RPR+&4*O O43$O%42 +M 34
OB+&42$'4'+
Resumo de Patricia ana>a
$ quest)o hermen%utica+ como isto ou aquilo aparece ao ser/aí/fático em ambas as linhas de
interpreta*)o, a saber, na consciência hist9rica e na filosofia.
-eve desfaer/se do preconceito de que seja a ontologia de objetualidades da naturea ou aontologia que corre paralela, a saber, àquela de objetualidades da cultura ont. das coisas naturais e
das coisas espirituais#, a nica ontologia ou qualquer que seja o caso, a ontologia prototípica.
5omo ' possível ver como !isto ou aquilo" em ambas as linhas de interpreta*)o? 7or meio de uma
análise da maneira de ser relacionado ocasional à objetualidade. 3sta tend%ncia em rela'ão +&
recebe por sua ve certa lu do esclarecimento analítico da maneira como se realia este relacionar/
se. cf. 8nvestiga*0es =ógicas#
• !!. 4 interpreta?8o do ser0a; na consciência hist9rica
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5aracterísticas fenomenais concretas que bastam para mostrar preliminarmente a
consci%ncia histórica em sentido fenomenológico de maneira indicativa segundo suas características
de refer%ncia e de realia*)o+
# O ter à vista olhando;
. O seguir os vestígios contemplando e o proporcionar as condi*0es concretas de ser;
2. Rm averiguar, guiado a todo momento pelo olhar;
C. Rm e1aminar observando que ' um demorar/se ocupado em&;
D. Rm demorar/se ocupado ao andar comparando daqui pra lá, quer dier, um demorar/se sem
parar, sem faer uma parada e, contudo, um deter/se em&#;
V. $quilo com que o demorar/se se ocupa, com seu caráter de !já aí" do ter sido;
H. $ atra*)o que emana disso, e a atra*)o enquanto tal, que configura o demorar/se, por causa
da tend%ncia aut@noma à apreens)o, convidando/o a uma necessidade de demorar/se.
$ consci%ncia histórica está aí, e1pondo/se no caráter pblico sobre uma determinada interpreta*)o
de si mesma, mantendo/se nela e dominando/a assim por completo. 3m tal interpreta*)o de simesma ela o tra à linguagem, aquilo que ' para ela importante com vistas ao próprio ser/aí da vida.
pengler enfatia como defeito tradicional de observa*)o e da ci%ncia histórica o fato de que nunca
tenha se alcan*ado o !ser objetiva". $ ci%ncia histórica só ' objetiva quando alcan*a !tra*ar uma
imagem da história que n)o dependa mais da posi*)o contingente do observador num presenteP
qualquer N o seu". O que se deve faer com a história ' libertá/la do parecer e da posi*)o do
observador.
3sta consci%ncia histórica, em seu distanciamento objetivo em rela*)o ao passado, possui tamb'm
objetivamente o presente do ser-aí , ou seja, mas isso se, como o caráter objetual se lhe tiver
atribuído ao histórico+ ele !já" possui seu por&ir .
• !1. 4 interpreta?8o do ser0a; na filosofia
9r%s fatores de procedimentos que motivam e condicionam a realia*)o da classifica*)o universal
da filosofia+
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. $ atitude inicial+ esse atravessar completamente a objetualidade da cultura, reunindo/a,
tipificando/a e disponibiliando/a como material;
2. $ acomoda*)o da multiplicidade de tipos num todo ordenado de lugares, alocando/os;
C. $ configura*)o da própria rede de classifica*)o, que ' o que proporciona que os lugares
imediatamente sejam acomodados. 3ste terceiro fator ' o elemento principal da atitude
análogo à consci%ncia histórica+ que mant'm o estilo à vista#, o qual se utilia dos dois
fatores nomeados em primeiro lugar, demarcando/lhes, desse modo, a orienta*)o.
$ configura*)o desta Lrede de classifica*)o?M ' o universal estar em movimento do determinar, o
fundamental estar em todas as partes e em nenhum lugar da atitude cognosciva.
3sse estar em todas as partes e em nenhum lugar próprio do conhecer filosófico n)o ' uma simples
curiosidade, mas, dito em sentido amplo, curiosidade absoluta e dona de si mesma, curiosidade
aut@noma que cria sua própria possibilidade.
3nquanto modo de interpreta*)o, tamb'm a filosofia ' de ordem pblica; ela apresenta/se a si
mesma no pblico.
7ela interpreta*)o que a consci%ncia filosófica fa de si mesma, no pblico apresenta/se o interesse
pela forma*)o de acordo com quatro aspectos+
. 3nquanto filosofia objeti&a, científica, nela e1ibem/se as !verdades puras". $ filosofia, cujo
modo de lidar e de determina*)o temática caracteriamos, ' a verdadeira fortalea em que o
ser/aí se encontra a salvo de um relativismo sem fundo.
2. 3nquanto tal filosofia objetiva oferece ao próprio ser/aí o panorama da realidade que lhe
corresponde, no qual somente o ser/aí pode encontrar um apoio possível.
C. 5ontudo, essa filosofia objetiva, científica,, tem t)o po*a coisa distante da vida, coisa de
eruditos que se perde numa transcend%ncia situada !al'm" da vida, uma ve que '
justamente !a vida" que se encontra ao mesmo tempo presa a ela. O próprio sistema possui,
e muito mais quando ' din<mico, justamente o caráter de processo da vida, quer dier, essa
filosofia possui justamente o que no ser/aí hodierno se e1ige dela, o que se costuma chamar
!pro1imidade da vida".
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D. 3nquanto filosofia pró1ima da vida, mas, no entanto, n)o !meramente" subjetiva, ' por sua
ve universal e concreta, isto ', tem a oferecer justamente aquilo de que em geral se tem
necessidade+ nada de especialia'ão e enfoque míope de questionamentos triviais.
• !6. Outras tarefas da hermenêutica
9rata/se de colocar categorialmente manifesto o fen@meno fundamental da curiosidade+
. 9rata/se de e1plicar, de destacar mediante uma análise demonstrativa concreta em que
sentido o ser/aí ' algo como a mobilidade, e essa mobilidade, um como da temporalidade, da
faticidade. O significado deste termo deve ser e1traído de um estado de coisas que deve ser
visto originariamente.
2. $ curiosidade enquanto mobilidade, de tal modo que nela o ser/aí se !tenha" a si mesmo aí;
ou o ter/se/aí.
C. Welacionado a isso está a tarefa de esclarecer o fen@meno fundamental do !aí" e a
característica ontológico/categorial do ser/aí, que ' ser/ ou estar/aí.
D. -evolver hermeneuticamente a quest)o ao ponto de partida+ nos tipos citados de
interpreta*)o como isto ou aquilo, o ser/aí está aí para si mesmo, no entanto, qual ' o modoe o caráter ontológico dessa modalidade de ser?
3nt)o haverá que decidir se a filosofia e a história, tal como elas se prestam à vida na interpreta*)o
que de si mesmas faem, chegaram a assimilar o ser/aí ou se, inversamente, n)o s)o muito mais
possibilidades contrárias.
P4R&+ $$
O 4M$%HO +%OM+%O2IJ$O '4 H+RM+%&$4 '4 4&$$'4'+
!0 O%3$'+R4*O PR+2$M$%4R:
+%LM+%O + +%OM+%O2OJ$4D, p. /#0@"
Resumo de rancisco &rento
4esse item, o que 6eidegger buscou faer ' desenvolver um breve sumário crítico a respeito dohistórico de significados entorno da fenomenologia, já que, no momento em que escrevera esse
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te1to, havia toda uma constela*)o de usos e disciplinas se apropriando da Benomenologia. :ais do
que isso, o autor busca renegar a ideia da Benomenologia como disciplina estancada e estratificada
demais em favor de uma abordagem que a trate como m"todo, um como nas pesquisas acad%micas.
$ respeito do fen@meno, especificamente, di 6eidegger 2XC, p. QV#+ !a palavra fen@meno possui
sua origem no termo grego YZ[\]^_\`\, que por sua ve, deriva de /0123040, significando o quese mostra. Ben@meno , portanto, aquilo que se mostra como tal, em seu mostrar/se".
6eidegger ressalta que a e1press)o Fenomenologia come*ou a ser utiliada como tal nas 5i%ncias
4aturais no final do s'culo I8I 638-3GG3W, 2XC, p. QV#, representando um modo de acesso
aos objetos, as coisas elas mesmas como percebidas. 3ntretanto, o foco no modo da percep*)o !n)o
especula &# a respeito das propriedades n)o visíveis ou for*as ocultas" 638-3GG3W, 2XC, p.
QH#. 3ssa abordagem da Benomenologia passou a se relacionar cada ve mais com as correntes
filosóficas lógicas e das ci%ncias naturais, inclusive a 7sicologia, na figura de Bran Urentano,
futuro mentor de 6usserl. $ 7sicologia !tomou da ci%ncia natural inclusive seu m'todo e tratou de
construir a vida fática a partir de seus elementos primários, as sensa*0es" 638-3GG3W, 2XC, p.
QQ#. Urentano colocou no patamar mais elevado da 7sicologia o estudo das coisas mesmas como se
mostram. $lgumas correntes da Bilosofia da 'poca tamb'm passaram a se preocupar primariamente
com o fen@meno da consci%ncia ibid.#. T de Urentano que 6usserl pegará o m'todo descritivo de
sua fenomenologia, e depois de publicar 5n&estiga'6es 7#gicas desenvolverá o conceito de
consci%ncia como intencionalidade, ou do desejo volutivo de ou para algo. $ respeito disso, mais
especificamente do pape da viv%ncia na Benomenologia, di 6eidegger+
4uma proposi*)o ou num enunciado temos a!uilo acerca do !ual se di algo e !ue se di, divis)o
que n)o precisa coincidir com a de sujeito e de objeto. 5omo consequ%ncia, tudo baseia/se na
apreens)o de tais viv%ncias, na apreens)o da consci%ncia de algo. 9al ' a tarefa primeira da
fenomenologia. 638-3GG3W, 2XC, p. Q#
3m seguida, 6eidegger volta a traer uma defesa da Benomenologia como um m'todo, ao como do
acesso, de modos de percep*)o na pesquisa, visto que !o fen@meno n)o ' primeiramente uma
categoria, mas fa refer%ncia inicialmente ao como do acesso, da apreens)o e da verifica*)o.
5onsequentemente, inicialmente fenomenologia n)o ' outra coisa do que um modo de in&estigar "
638-3GG3W, 2XC, p. QE# que di respeito como as coisas se mostram para nós.
6eidegger parte de uma crítica a 6usserl. 3ste, por traer em sua obra, influenciado pela lógica em
voga, a ideia de que a matemática seria o modo absoluto do saber, seu rigor permitiria de algumamaneira um acesso indireto à alguma ess%ncia do Ser, algo que ' definido por 6eidegger como um
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preconceito, um retorno aos universais dos gregos, e sumaria a Benomenologia at' ent)o em quatro
momentos históricos+ +# !o campo temático ' fi1ado sob o título consci%ncia" 638-3GG3W,
2XC, p. X#, os !elementos reais Ls)o consideradosM como o intencionais do flu1o de viv%ncia
ibid.#, há de alguma maneira um retorno ao cogito ergo sum de -escartes e um primado da
consci%ncia sobre o corpo e suas materialidades, de modo que só há como provar a e1ist%ncia do pensar; 2+# !arquivo restrito de distin*0es fenomenológicas a partir da =ógica"; C+ # desejo de
sistematia*)o da fenomenologia e D+# , uma confus)o em que tudo parece ter virado
Benomenologia, uma indefini*)o geral de atribui*0es desse termo a disciplinas, sendo que
6eidegger, nesse mesmo te1to, di que uma filosofia fenomenológica ' impossível, seria a ruína do
m'todo em favor de uma estratifica*)o como disciplina fechada. 3m contrapartida, a fenomenologia
sendo o como da pesquisa, teria como preceito que !as objetualidades devem ser tomadas como elas
mesmas se mostram, ou seja, tal como aparecem numa determinada perspectiva" 638-3GG3W,2XC, p. 2#. 5ada ser ou ente tem um determinado conjunto de fatores moldantes dessa perspectiva
e portanto ela n)o poderia ser absolutiada a partir da :atemática, =ógica ou algum conjunto de
regras estritamente definidas.
O autor ressalta novamente que deve/se faer uma história do encobrimento, uma crítica histórica
da filosofia 638-3GG3W, 2XC, p. C#, tema que já vinha abordando em diversas obras, como er
e 8empo, ao falar de como a metafísica ocidental em geral e desde a filosofia grega dominante v%m
dado aten*)o somente aos entes ou seja, aquilo que ' @ntico# e n)o ao Ser. 6eidegger pede um
retorno à objetualidade da Bilosofia.
10 3+R045 3+R +M M M%'O , p. #@0@"
Resumo de 4lessandro Mancio de amargo
• !E. 4 indica?8o formal de uma posi?8o pr<Nia
Ben@meno e fenomenológico, que para o filósofo s)o categorias que orientam o acesso dele ao ser,
por meio da interpreta*)o, devem ser compreendidos no !tr<nsito de um como compreendido de
maneira vaia a um como assumido deve tornar/se e1plícito" Lp.VM.
4esse tr<nsito, pois, busca/se interpretar o ser lan*ado ao mundo; a presen*a dele !ser/aí"; ser-
com#. 8sso nasce de uma curiosidade !como"# !L&M que consiste em estar voltado para uma
situa*)o de maneira a determiná/la e conhec%/la", traendo o problema à !intui*)o" Lp.VM.
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T por aí que se deve !alcan*ar que o ser/aí Lser/comM se veja no campo temático de análise de
maneira mais e1pressa do que tem sido realiado at' o momento" Lp.HM. 8sso passa
necessariamente por um processo de interpreta*)o, e como tal e1ige que tenhamos uma !posi*)o
pr'via" do ser/aí ser no mundo; !vida fática"#. 3sse posicionamento e1ige escolhas de
determinados pontos de vista em rela*)o a outros, que se mostram !concorrentes, por serem os maisdominantes em determinada situa*)o de pesquisa" Lp.QM.
• !/. Mal0entendidos
a) O esuema suFeito0oFeto
-eve ser evitado !o esquema+ que há sujeitos e objetos, consci%ncia e ser L&M" Lp.QM. -eve/se
considerar que a !rela*)o entre sujeito e objeto ' o que se deve determinar e que disso deve ocupar/se a teoria do conhecimento" Lp.QM.
$ posi*)o pr'via de que o !objeto depende do sujeito, que o sujeito depende o objeto" '
!dificilmente e1tirpável diante da insist%ncia de uma tradi*)o petrificada" impedindo !de maneira
fundamental e definitiva o acesso àquilo que se pretende indicar com vida fática ser/aí#".
8nfelimente, !EX da literatura está preocupada com a garantia de que tais problemas n)o
desapare*am" Lp.QM. 6usserl n)o caiu nessa cilada Lem suas 8nvestiga*0es =ógicasM.
) O preconceito da lierdade de perspectiNa
$ investiga*)o, a pesquisa, deve se afastar do tipo de procedimento prejudicial as ci%ncias que
acaba de ser citado. 3ssa ' a primeira premissa da investiga*)o. $ segunda, livrar/se da !aus%ncia de
crítica com que se constrói e teoria", ainda mais perniciosa por sua apro1ima*)o cega a chamada
cientificidade e objetividade. $final, como seria possível !a e1clus)o de toda e qualquer
perspectiva?" Lp.M
7iberdade de perspecti&a, se esta e1press)o deve significar algo, n)o ' outra coisa que a e1plícita
apropria'ão da posi'ão do olhar . 3sta posi*)o ' ela mesma algo histórico, ou seja, inseparável do
ser/aí a responsabilidade com que o ser/aí está consigo mesmo, responde por si mesmo#, ningu'm '
em/si quim'rico e fora do tempo. Lp.EM
60 4 ORM4*O '4 PO3$*O PRV$4, p. "G0"/
Resumo de la>ton Policarpo
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• !@. m olhar para a cotidianidade
O ser/aí ' o que ' em sua ocasionalidade, e pode ser apresentado sob perspectivas muito diferentes
p.EX#. 7or ocasionalidade entende/se uma situa*)o na qual a cotidianidade se encontra, delimitada
por uma pro1imidade ocasional, cujo ser ou estar aí se dá num demorar/se nele. 5otidianidadecaracteria a temporalidade do ser/aí concep*)o pr'via#. T inerente a cotidianidade certa
medianidade do ser/aí, onde se mant'm encobertas a singularidade e a possível propriedade.
4essa vis)o do ser/aí ocasional em sua cotidianidade mediana deve/se demonstrar de modo
intuitivo a indica*)o formal da posi*)o pr'via+ !ida fática ser/aí# quer dier+ ser em um mundo".
:undo enquanto em/qu% do ser perpassa pelos seguintes estágios de atualia*)o intuitiva+ mundo '
o que vem ao encontro; o mundo enquanto aquilo que ' ocupado, ' mundo circundante, o que está
na cercania; o mundo esta !aí" no como do ser ocupado.
!3nquanto ' interpretado a partir da signific<ncia, o circundante abre a compreens)o da
espacialidade fática, da qual, atrav's de certa modifica*)o da vis)o, surgem o espa*o da naturea e o
espa*o geom'trico" p.E#. 7ara 6eidegger signific<ncia ' um como do ser, o como isto ou aquilo
aparece e vem ao encontro. 7artindo de signific<ncia seria possível determinar o significado
ontológico do ser (no) circundante do mundo, o ser ' no mundo. Outro conceito utiliado pelo
autor ' o de cuidado, um modo fundamental do ser, indicado porque ele !'" esse mundo que lhevem ao encontro, um modo do ser/aí da vida fática. Rma análise parece sempre se concentrar na
apropria*)o do ponto de vista e em sua manuten*)o, isto ', !quando se distancia da atitude
costumeira e petrificada e se transita com cuidado a fim de n)o recair nela" p.E2#.
O mundo vem ao encontro no pró1imo e imediato da ocasionalidade de uma cotidianidade mediana.
$ ocasionalidade constitui uma situa*)o na qual a cotidianidade se encontra, há uma pro1imidade
ocasional, cujo ser ou estar aí se dá num demorar/se nele.
T ressaltada aqui a necessidade de prevenir/se contra o equívoco generaliado que consiste em
tomar o que se chama de viv%ncia como um ato isolado, uma e1peri%ncia simples e direta, e que n)o
define o sentido de ser/aí de coisas e de realidade em geral.
• !". ma descri?8o imprecisa do mundo cotidiano
6eidegger lan*a m)o de uma descri*)o dita imprecisa para assinalar alguns erros ditos elementares.
3m uma cotidianidade absoluta, ao demorar/se em casa, e encontrar uma mesa em um quarto. Rma
mesa ' algo no espa*o, ' espacial e material, apresenta/se mediante diferentes aspectos possíveis da
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sensibilidade. :ostra/se em sua !ocorr%ncia", seus aspectos mudam de acordo com a ilumina*)o e
fatores referentes à posi*)o do observador.
O modo de ser/aí dessa coisa concreta permite deduir algo acerca do sentido ontológico e realidade
de tais objetualidades. 4o entanto, quando observada com pro1imidade, a mesa n)o ' t)o somente
espacial e material, mas está provida de certos predicados de valor+ ' bem/feita e funcional, ' um
aparato, etc. isto assim, o domínio universal do real poderia ser dividido, portanto, em dois reinos+
coisas naturais o ser# e coisas de &alor substrato de seu ser# p.ED#.
9ais considera*0es seriam supostamente aut%nticas, por'm apenas na apar%ncia. 7or esse vi's de
análise, pode/se demonstrar que estas s)o regidas por preconceitos e atribuem uma igualdade ao ser
das coisas dotadas de valor e ao ser das coisas dotadas de significado, o que n)o nos di nada, pois
prevalece um desacordo quanto acerca de como aparecem, sem reconhecer que tal signific<ncia 'uma caracteria*)o ontológica, e n)o um tra*o da coisa.
• 1G. 'escri?8o do mundo cotidiano a partir da lida atenta ou entretida
9omando o mesmo e1emplo, a mesa no quarto pode ser vista e analisada pelas pessoas que passam
pela casa, ' uma mesa de escritório, de refei*0es, de costura; ela vem ao encontro inicialmente em si
mesma, n)o acrescenta/se um caráter de ser !para algo" como resultado de uma compara*)o com
algo que ela n)o '.
6eidegger observa que a mesa esta aí na temporalidade da cotidianidade e como tal, passados
alguns anos, pode vir ao encontro, assim como objetos esquecidos em um por)o que n)o s)o
somente !coisas" materiais com diferentes dimens0es ou qualidades sensíveis+ um brinquedo
danificado e quase irreconhecível ' minha juventude; um livro ' um presente de um amigo, ou outro
livro foi uma aquisi*)o intil, mas que preciso l%/lo. S)o estes caracteres do vir ao encontro, mas
como constituem o ser/aí no mundo? p.EH#
$ primeira descri*)o ' tida como imprecisa em captar de modo categórico/ontológico o que vem ao
encontro em uma apro1ima*)o imediata do ser/aí. O essencial de seus resultados possivelmente
pode ser comprovado em algum domínio determinado do ser/aí, ' possível que se apresente diante
de uma observa*)o de caráter estritamente teórica de maneira objetual .
7ara o autor, perceber significativo e pensar s)o o mesmo. O que ' notado na percep*)o
significativa n)o ' outra coisa que o próprio ser/aí; ou seja, o caminho de acesso pelo qual se percebe significamente o próprio ser ' o !pensar".
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A0 4 3$J%$$%$4 OMO 4R-&+R '+ +%O%&R4R03+ %O M%'O, p. "@0!G"
Resumo de +duardo Qeinhardt
• 1!. ma anlise da significSncia (Primeira Ners8o, n8o apresentada durante as
prele?Tes)
7ara 6eidegger, o !significativo" corresponde ao !ser/aí no como de uma sig/nifica*)o
determinada". Sua determina*)o !encontra/se no caráter de abertura do significativo em cada caso.
$bertura N n)o somente o caráter de determina'ão do que se conhece; tal caráter ' um momento
particular do ver e por isso tamb'm um momento mediano...#" p. E#
T nessa abertura que o ser interpretado se movimenta. 3la mostra/se conforme duas caracteria*0es+
# caráter simplesmente dado, o !estar/aí/ para-isso), !estar à m)o para ser aplicado em9) p. E#,
de tal maneira que a !cotidianidade e temporalidade determinadas est)o simplesmente
dadas."p.EE#. 2# O ser, em seu !ser/aí" simplesmente dado, torna manifesto tamb'm !os outros",
ou seja, aqueles outros seres que convivem com o primeiro num círculo tamb'm determinado pela
!cotidianidade" p. EE#. 5orresponde a este ponto !o que se ' impessoalmente, estando com os
outros, em diferencia*)o a eles) p. XX#.
• 11. ma anlise da significSncia (3egunda Ners8o)
O termo significativo quer dier !ser/aí ao modo de um significar que vem ao encontro de maneira
determinada", entendendo/se como !ser/aí" aquele que ' !constituído pela signific<ncia que vem ao
encontro de modo determinado, pelo manter/se nessa signific<ncia". -essa maneira, o importante '
compreender como a signific<ncia constitui o ser-aí mundado" p. X2#, entendendo mundano como
aquilo derivado do mundo.
7ara tal, o autor prop0e uma análise dupla++
. $ signific<ncia e sua conte1tura fenomenal 2C/2V#
2. O vir ao encontro pelo que ' caracteriado determinada maneira o caráter de encontrar/se
no mundo# 2H#.
Os tr%s fen@menos pelos quais a signific<ncia se manifesta+
. $ abertura 2C#
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2. $ familiaridade 2D#
C. $ imprevisibilidade e o comparativo 2V# p. X2#
• 16. 4 4ertura
O fen@meno da abertura realia/se atrav's de dois caracteres interligados que constituem uma
unidade+
a# O ser simplesmente dado
!O ser aí baseia/se em seu ser para/qu% e em/qu%. $trav's desse para/qu% e em/qu% determinados
o que vem ao encontro encontra/se à m)o. 3sse estar à m)o, estar disponível, ' o que constitui seu
ser simplesmente dado." p. X2 e XC#. 3sse !para/qu%" e !em/qu%", no entanto, devem ser
entendidos como originários e pró1imos, e n)o como algo posteriormente encontrado, !como se
fosse uma finalidade que imediatamente lhe tivesse sido acrescentada" p. XC#.
b# $ manifesta*)o do mundo compartilhado
! O que vem ao encontro ' o que ' como ', enquanto esta mesa aíP, junto à qual n#s diariamente
comemos impessoalmente e, tamb'm, algu'm bem determinado#, na qual em certa ocasi)o &#
esta&am tamb'm juntos aí tais pessoas determinadas, isto ', no ser/aí da mesa, elas ainda continuam
estando junto dela." p. XV#
4este conte1to surge a possibilidade da !perturba*)o da familiaridade", a potencial impre&isilidade
daquilo que vem ao encontro. !3ste modo de ser sempre/na/maior/das/vees/algu'm/como/outro
perpassa e atravessa o encontro no mundo; ' comparativo+ diferente N do que se pensava, do que se
esperava ou se tinha em mente&" p. XH#.
• 1E. O carter de encontrar0se no mundo
!O ser/aí vem ao encontro no como daquilo com que ' ocupado, isto ', no aí que se situa numa
ocupa'ão". 3sse vir ao encontro possui uma temporalidade própria, como !ainda n)o" ou !antes
de&" por e1emplo. !Somente partindo dessa temporalidade ' que será possível compreender todos
os momentos fundamentais do tempo" p. XH#.
O cuidado em lidar com9 corresponde ao !andar de um lado para outro segundo a rede derefer%ncias" p. XQ#, ou seja, em rela*)o aquilo que circunda. -essa forma, à ocupa*)o se imp0e
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uma espacialidade que carrega os distanciamentos daquilo que circunda, as distancias e
pro1imidades. $ssim podemos !interpretar ontologicamente o significado do ser/em e ser/dentro/
de/um/mundo. Ser/no/mundo n)o quer dier+ aparece entre outras coisas; significa, por'm+ ocupar/
se no circun/dante do mundo que vem ao encontro, demorar/se nele" p. XQ#.
$ própria vida caracteria/se por um situar/se !num mundo no qual se ocupa das coisas na medida
em que se lida com elas". 8sso, no entanto, n)o deve ser interpretado como um ato consciente. $
vida ocupa/se consigo mesma e, considerando que o cuidado tem sua linguagem em cada ocasi)o,
acaba falando disso de maneira mundana. p. X#
!T necessário que o fen@meno do cuidado seja visto como um fen;meno fundamental do ser-aí .
9rata/se de um fen@meno que n)o pode ser composto juntando/lhe elementos teóricos, práticos e
emocionais. Somente participando dele ' possível tornar compreensível como no ser/aí do cuidadomesmo, tomado em sua originalidade, antes de qualquer interpreta*)o, o cuidado do mero ver e do
mero perguntar fundamentam/se na e1ist%ncia humana" p. XE#.