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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para Identificação da Produção Didático-Pedagógica – Turma 2013
Título: CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS: CONSTRUÇÃO DA RESPONSABILIDADE
E DA AUTONOMIA DO ALUNO
Autor: MARIA DE LOURDES MAGALHÃES VITALI
Disciplina/Área: Pedagogia e Desenvolvimento Educacional
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola da Lapa
Localizado: Rodovia do Xisto KM 194, BR 476.
Município da escola: Lapa
Núcleo Regional de Educação: Área Metropolitana Sul
Professor Orientador: Prof.Dr. Wanderley Jose Deina
Instituição de Ensino Superior: UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Resumo:
Este caderno pedagógico refere-se à cidadania e direitos humanos com ênfase na construção da responsabilidade e da autonomia dos alunos, direcionada aos estudantes do contra turno escolar – internato. A intenção deste estudo é de provocar reflexões que contribuirão para uma nova realidade na aprendizagem e formação humana, referente a conflitos e adaptações nos ambientes escolares, através do diálogo, respeito, conhecimento.
A reflexão é necessária para o aprimoramento do processo educacional e a das relações interpessoais, com o conhecimento, valores, atitudes, ações e, sobretudo, com autonomia intelectual de todos os envolvidos.
Palavras-chave:
Responsabilidade, Autonomia, Ambiente Escolar.
Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico
Público:
Alunos do contra turno escolar – internato do estabelecimento escolar no ano letivo de 2014.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
MARIA DE LOURDES MAGALHÃES VITALI
CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS: CONSTRUÇÃO DA RESPONSABILIDADE
E DA AUTONOMIA DO ALUNO
CADERNO PEDAGÓGICO
LAPA 2013
MARIA DE LOURDES MAGALHÃES VITALI
CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS: CONSTRUÇÃO DA RESPONSABILIDADE
E DA AUTONOMIA DO ALUNO
Caderno Pedagógico, desenvolvido como parte do Plano Integrado de Formação Continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2013 da Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Orientador: Prof.Dr. Wanderley Jose Deina
LAPA 2013
2013
Este caderno pedagógico refere-se à cidadania e direitos humanos com
ênfase na construção da responsabilidade e da autonomia dos alunos, direcionada
aos estudantes do contra turno escolar – internato do Centro Estadual de Educação
Profissional Agrícola da Lapa, localizado na Rodovia do Xisto KM 194, BR 476, no
Município da Lapa, Estado do Paraná, tem como mantenedor o Governo do Estado.
A intenção deste estudo é de provocar reflexões que contribuirão para uma nova
realidade na aprendizagem e formação humana, referente a conflitos e adaptações
nos ambientes escolares, através do diálogo, respeito, conhecimento.
Nessa perspectiva educacional, mostramos disposição para enfrentar os
desafios e dar continuidade ao processo que transforme as atividades
desenvolvidas no ambiente escolar, em diferentes campos do conhecimento. Assim,
o fortalecimento da prática educativa, consolidada pelo estudo e atualização
permanente, num movimento de reflexão coletiva, busca a melhoria contínua da
qualidade educacional. A reflexão é necessária para o aprimoramento do processo
educacional e a das relações interpessoais, com o conhecimento, valores, atitudes,
ações e, sobretudo, com autonomia intelectual de todos os envolvidos.
A igualdade de direitos significa que a cidadania deve ser exercida por todos
os membros da sociedade, convivendo com a diversidade e a diferença,
combatendo a exclusão educacional e social.
Vicente Zatti (2007, p.58) confirma que a “autonomia é conquistada
gradualmente, é processo que consiste no amadurecimento do ser para si, por isso
a educação deve possibilitar experiências que estimulem as decisões e a
responsabilidade”.
APRESENTAÇÃO
CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS
Considerando a reorganização do sistema educacional, visualiza-se
atualmente conforme José Carlos Libâneo, no artigo “O dualismo perverso da
escola pública brasileira”, compreende-se, pois, que não há justiça social sem
conhecimento; não há cidadania se os alunos não aprendem. Ou seja, não adianta
demonstrar valores, índices forjando a realidade do processo educacional se somos
sujeitos desta realidade que acolhe e exclui, sem considerar o essencial, o
desenvolvimento do ser humano como agente ativo da sociedade, atuante na sua
formação e promovendo e aprimorando o seu conhecimento.
Ao legislar no campo educacional, infelizmente ainda os fatores políticos
sobrepõem-se aos educacionais, como exemplo a valorização de políticas
internacionais de educação em detrimento das internas, que valorizam as culturas e
as diversidades científicas e intelectuais desenvolvidas em nosso país. Nestes
estudos teóricos, aprendemos e compreendemos principalmente com a leitura dos
textos do Professor Egídio José Romanelli, que referenciou a aprendizagem como
um processo de aquisição de novos conhecimentos que levam a modificação do
comportamento. Sendo um processo, a aprendizagem nunca chega a um fim, cada
novo conhecimento que é assimilado, obriga o cérebro a se “acomodar”. Para nós
educadores, o grande desafio é levar estes conhecimentos para prática, com
desenvoltura e respeito ao próximo.
A democratização da educação referencia a qualidade educacional e os
fatores que interferem para a concretização da coletividade na sociedade
educacional. Assim, a integração na educação é primordial tanto no aspecto
organizacional como na atuação, demonstrado no Projeto Político Pedagógico da
escola a trajetória para concretização desta ação, sua formação e reflexão em torno
do processo ensino aprendizagem e a vivência escolar.
A valorização da vida humana em todas as suas dimensões enfatiza as
interferências dos conteúdos na construção da formação do cidadão, envolve o
contexto escolar e a criticidade do conhecimento na transformação do ensino,
através da ação e reflexão do ambiente escolar. Referente à organização escolar
UNIDADE 01
enfatiza as articulações e as relações complexas entre a teoria e a prática, na
realidade escolar e as ações propostas para efetivação do currículo com a
diversidade escolar.
Segundo Juan José Mosca e Luís Pérez Aguirre (1990, p.19-20), um dos
maiores obstáculos para a difusão e educação dos Direitos Humanos é o abismo
existente entre o discurso, as palavras e os fatos, as atitudes. Se um educador, se
um sistema escolar, pretende educar para os Direitos Humanos, deve sempre
começar por praticá-los. Não há educação para os Direitos Humanos, não há
projeto educativo válido neste campo sem profundo compromisso social por torná-
los realidade. Isto começa ao se descobrir que o próprio educando, sobretudo ele,
possui Direitos inalienáveis e não manipuláveis.
Sem compromissos concretos não há educação em Direitos Humanos. Afirmamos que eles são uma conquista histórica e nascem da prática de grupos sociais determinados. É a partir da ação, do envolvimento, da participação em ações, grupos, campanhas, movimentos, iniciativas concretas, que ela se dá. O estímulo à prática é um dos componentes imprescindível desde as primeiras experiências de educação em Direitos Humanos. Nesta perspectiva, um componente que deve ser cuidado de modo especial é a construção de práticas coletivas e a participação em organizações e movimentos da sociedade civil. Trata-se de educar a partir da prática para a construção comunitária e a participação ativa no coletivo como aspectos fundamentais na luta dos Direitos Humanos (extraído do livro: Oficinas Pedagógicas de Direitos Humanos, vários autores, 1995, p.116).
Ao analisar todo este contexto educacional, verificou-se a necessidade de
descrever o que é considerado um processo educacional integral com “internato
educacional”, como sistema mais humanizado, que busca a transformação do
estudante que permanece no estabelecimento durante a semana escolar,
desenvolvendo atividades educacionais, sociais, culturais, esportivas entre outras. E
adequação desde espaço de ensino-aprendizagem, com valorização do
conhecimento e ruptura dos conflitos geradores da indisciplina e desafiadores ao
convívio coletivo. Ao refletir sobre o processo educacional neste espaço e seus
relacionamentos humanos que transformam gerações estamos sujeitos a
alterações, interferências e adaptações nos diferentes momentos de formação
educacional e necessidades humanas.
O Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola da Lapa – Ensino
Médio Profissionalizante Integrado iniciou suas atividades em 15 de março de 2004.
Atualmente oferece o curso Técnico em Agropecuária, atendendo aproximadamente
217 alunos oriundos da zona urbana e rural, em período integral. Este centro
educacional, pela sua estrutura em área e instalações, oferece condições para
implantação do curso proposto, oferecendo assim a possibilidade de diversificação
da propriedade rural, proporcionando condições para que os educandos
permaneçam na propriedade ou através do processo de construção do
conhecimento, adquiram condições concretas para desenvolver os trabalhos de
Técnico em Agropecuária. (PPP-2010)
A razão da existência do “Colégio Agrícola” é o educando. E é para ele que
devemos fornecer uma educação com qualidade, responsabilizando-se pelo
processo da conscientização e criticidade dos cidadãos. Baseado na Constituição
Federal (1988) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96)
estabelecem que a educação seja direito de todos. (PPP-2010)
Para alcançar tal objetivo, toda instituição educacional deve estabelecer
princípios norteadores de suas funções e ações pedagógicas, conforme o Parecer
nº 04/98 – Ministério da Educação e do Desporto – Conselho Nacional de
Educação:
a) Os Princípios Éticos da Autonomia, da responsabilidade e do respeito ao Bem Comum;
b) Os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do exercício da Criatividade e do respeito à ordem Democrática;
c) Os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do exercício da Criticidade, e da Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais.
O Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola da Lapa vem buscando
da melhor maneira possível acompanhar a proposta da SEED através das
orientações do Núcleo Regional da Área Metropolitana Sul, vem trabalhando e
construindo-se a cada dia, com atos e atitudes que influenciam na personalidade
dos educando, positivamente, pois os futuros cidadãos e profissionais que estamos
preparando irão atuar numa sociedade realista e não imaginária. Temos uma
preocupação com as mudanças vividas pela sociedade trabalhando
harmonicamente num principal e único ponto: O educando e seu futuro como
cidadão brasileiro consciente e preparado para viver a plena cidadania.
Busca-se, assim através das experiências com “internato educacional”, aqui
referenciado nesta nomenclatura por considerar tanto os aspectos legais como os
educacionais, para compreender os contextos destes ambientes educacionais, os
quais são muito pouco referidos na literatura e pesquisas educacionais. Encontra-se
na literatura e na legislação referencias a internatos de abrigados ou da área
médica, ou seja, temos ainda colocação de internatos como espaço de
desenvolvimento social ou tratamentos médicos. Na área educacional os internatos
são antigos, eram com conotação de “cuidar” atualmente desenvolvemos atividades
que ampliem o respeito aos direitos e liberdades fundamentais de todos.
No primeiro momento, devemos conhecer nossos direitos: é fundamental
para todos, tanto na sociedade - Declaração Universal dos Direitos Humanos, como
no ambiente escolar – regimento escolar e regulamento do internato aqui em
questão. No segundo momento o exercício da cidadania.
Quando direcionamos a educação, a uma escola comprometida com o
conhecimento e com ensino de alguns valores básicos, ligados ao convívio
democrático e ao amadurecimento da cidadania, valores e princípios que estão
inscritos em nossas leis há bastante tempo, compreendemos que ser cidadão é
gozar de direitos e respeitar/cumprir deveres. “Ser cidadão é, enfim adotar uma
postura em favor do bem comum”, (“Ofício de Professor – Aprender Mais para
Ensinar Melhor”, 2002, v.8, p.20). Para referenciar o diálogo como elo importante
entre a cidadania e os direitos humanos no convívio do internato escolar,
vivenciaram fatos e atos que ao compreender a situação chega-se a mesma
conclusão: a falta de comunicação. Ao participar das decisões com serenidade e
comprometimento, o educando que participa assume o compromisso ético de
valorizar e respeitar a si e ao coletivo. Assim, a educação torna-se um caminho para
o bem comum, a porta de entrada da cidadania.
Conforme Renata Sborgia (2012, p.139) é de suma importância na formação
pessoal e social dos educandos, futuros cidadãos, a proposta pedagógica, pois
ressalta direitos humanos, traz questionamentos sobre a vivência do cotidiano de
todo o ser humano, preparando-os para o mercado de trabalho também como
sujeito crítico e humanizado.
Segundo Flávia Schilling (org.) (2011, p.150-152) educação em direitos
humanos, não é diferente de uma educação para a democracia, entendida como um
modo de vida e não como apenas uma forma de governo. Educação em direitos
humanos é processo que forma, na vivência, um indivíduo que em momento algum
perde a noção de que é um cidadão. Escolas democráticas seriam espaços de
exercício da autonomia.
“As escolas democráticas, como a própria democracia, não surgem por acaso. Resultam de tentativas explícitas de educadores colocarem em prática os acordos e oportunidades que darão vida à democracia [...].Esses acordos e oportunidades envolvem duas linhas de trabalho. Uma é criar estruturas e processos democráticos por meio dos quais a vida escolar se realize. A outra é criar um currículo que ofereça experiências democráticas aos jovens”(Apple e Beane, 1997, p.20).
“A prática da cidadania depende de fato da reativação da esfera pública, onde indivíduos possam agir coletivamente e se empenhar em deliberações comuns sobre todos os assuntos que afetem a comunidade política. Em segundo lugar, a prática da cidadania é essencial para a constituição da identidade política baseada em valores de solidariedade, autonomia e reconhecimento da diferença. Cidadania participativa é também essencial para a ação política efetiva, desde que habilite cada indivíduo a ter algum impacto nas decisões que afetem o bem-estar da comunidade. Finalidade, a prática da cidadania democrática é crucial para a expansão da opinião política e para testar nosso julgamento. Representa, nesse sentido, elemento essencial na constituição de uma vibrante e democrática cultura política” (Vieira, 2011, p.164).
Vivenciamos vários dilemas no cotidiano escolar, principalmente quanto ao
processo educacional no internato, como conflitos, adaptação e conhecimento
referente a condições culturais, ideológicas, religiosas, entre outras. Ao refletir
quanto os fatos percebe que os alunos/ adolescentes em algumas questões não
possuem opinião própria, agindo sempre pela impulsividade e individualmente.
Geralmente de forma que as decisões são a favor de alguém ou de algo de
interesse próprio. Quando levado o aluno/adolescente a pensar sobre sua ação,
verifica-se a falta de valores da atual sociedade referente ao próximo. Atuando na
comunidade escolar, conforme as necessidades de resolver os problemas que vão
surgindo, compreendemos que as regras colocadas por todos não são praticadas
pela maioria, isto é, a falta de respeito e a desigualdades neste momento passam a
ser problemas éticos, pois os valores como tolerância, solidariedade e respeito
mútuo, ficam apenas no plano da teoria.
A sociabilidade oferece a oportunidade para o exercício de um modo de vida
em democracia, mas devemos prezar pelas regras que estabeleceram esta relação,
preservando o respeito ao próximo, não autoritarismo, com dignidade e valorização
ao espaço de transformação e discussão de todos os aspectos da vida escolar,
como os órgãos colegiados, que possuem autonomia para construir uma escola
democrática.
Assim, Flávia Schilling (org.) (2011, p.173-176) cita como Freire acreditou que
“mudar é possível” e que a tradução dos direitos humanos em conquistas concretas
e efetivas, de grande alcance social, é um desafio de toda a sociedade que,
certamente, passa também pela educação em todos os seus níveis, modalidades e
dimensões. Melhor explicando e utilizando como exemplo o próprio livro Pedagogia
da Autonomia, o autor nos mostra a necessidade de superação dessas dicotomias,
falando-nos da rigorosidade metódica da prática educativa e da relação dialética e
dialógica entre ensino e pesquisa. Perguntaríamo-nos como alguém que não se
respeita que não respeita os seus próprios direitos, que às vezes nem conhece e
que não sabe defendê-los, poderia ensinar outro alguém sobre o exercício de algum
direito ou sobre outro conteúdo de forma crítica e emancipadora? Falta-lhe a
abertura para aprender com a diversidade e buscar uma sociedade que consiga
alcançar uma ética fundada no respeito às diferenças, isso significando conviver
com elas, e não se isolar nos guetos multiculturais que não enfrentam os desafios
de uma radicalidade democrática para a convivência plena de direitos e deveres.
Segundo Maurice Tardif e Louis Levasseur (2011, p.254) o aluno
deve aprender a construir-se enquanto sujeito, mas igualmente
enquanto membro de uma coletividade, para viver com os
outros.
Apresentação do regimento escolar e do regulamento do internato, e a
elaboração de regras essenciais para convivência do grupo;
(aproximadamente 02 horas)
Incentivar a participação nas instâncias colegiadas da comunidade escolar,
principalmente o grêmio escolar;
Roda de conversa sobre cidadania;
(aproximadamente 02 horas)
Elaboração de regras de convívio em sala de aula ou no internato com lista de
deveres e direitos;
Eleger representantes de cada grupo, exemplo do internato dos quartos dos
alunos dos primeiros anos, dos quartos das alunas dos primeiros anos e assim
consecutivamente, para junto estabelecer atividades e cronogramas para
efetividade destes;
(aproximadamente 02 horas)
Organização de reuniões, com propósito de decisões nas atividades escolares
e convívio do grupo como: grupo de estudos entre os alunos; torneios e
atividades esportivas e culturais, entre outras.
(aproximadamente 02 horas)
ATIVIDADES
RESPONSABILIDADE E AUTONOMIA
De acordo com Vicente Zatti (2007, p.67-77) após estudos referentes à
autonomia e educação, em Immanuel Kant e Paulo Freire, concluiu que uma
educação que busca promover a autonomia do educando precisa educar para a
responsabilidade. “O homem é construtor de si” e, nesse sentido, “podemos pensar
na educação para autonomia como processo de formação, que o homem faz a si
própria de acordo com projetos que estabelece racionalmente e livremente para si”.
“Autonomia pressupõe a dignidade e autenticidade humana”.
E, conforme Renata Carone Sborgia (2012, p.117), “o grande desafio da
escola é formar seres humanos capazes de construir conhecimento e capacitá-los
para o exercício autônomo, consciente e crítico da cidadania, considerando
parâmetros da ética e da solidariedade”.
Assim, ao delimitar o tema de estudo a investigar, observar e deparar com
estudos teóricos referentes ao processo educacional, percebemos a
problematização da responsabilidade e autonomia do aluno perante a realidade da
conjuntura educacional e social. Neste propósito, buscamos caminhos para analisar
as atitudes e valores como construtores de um processo educacional digno de
inserção na sociedade. Conforme afirma Vicente Zatti (2007), “a reinvenção do
mundo exige comprometimento. Por isso a importância da coerência entre o que diz
e o que se faz”.
Buscando melhor desempenho escolar, a equipe pedagógica do Centro
Estadual de Educação Profissional Agrícola da Lapa – Paraná desenvolve um
trabalho de grupo de estudos e acompanhamento pedagógico com os alunos,
verificando o desempenho escolar dos mesmos e acompanhando-os
semanalmente. Nesses encontros os alunos têm oportunidade de desenvolver o
gosto pela leitura, à criticidade, a criatividade, a socialização, o gosto pelo esporte e
a autoestima, aprendendo a valorizar-se como seres humanos. Esse trabalho é
realizado através de aulas de reforço escolar em contraturno, no horário noturno,
durante quatro horas semanais, divididos em dois dias, auxiliando os alunos com
UNIDADE 02
dificuldades nessa área, sendo de responsabilidade do aluno a participação nas
atividades.
Segundo Augusto Jorge Cury (2003, p.92-95), a pior maneira de preparar os
jovens para a vida é colocá-los numa estufa e impedi-los de errar e sofrer. Estufas
são boas para plantas, mas para inteligência humana são sufocantes. Jamais
coloque limites sem dar explicações. Este é um dos pecados capitais mais comuns
que os educadores cometem, sejam eles pais ou professores. Para educar, deve-se
usar primeiro o silêncio e depois as ideias.
A referenciar a autonomia de autogovernar-se, no Centro Estadual de
Educação Profissional Agrícola da Lapa – Paraná, os alojamentos dos alunos são
divididos em dois prédios, o masculino e o feminino, conta com dormitórios que
compõem: um quarto, banheiro e sala de estudo, estes ambiente acolhe no máximo
seis estudantes, é composto por beliches e armários individuais. Os alunos são
responsáveis pela manutenção da limpeza diária e horários a serem cumpridos
como, de acordar e a noite de recolher-se. Ao repassar estas orientações aos
alunos no início do ano letivo, verifica-se a insegurança, imaturidade, o
individualismo e a falta de cooperação.
Assim, ao atribuir competências e ensinar a fazer, a aprender, esta relação
enfrenta a diferença e o conflito. Ao fazer com que os alunos a respeitem estas
diferenças e ao conviver com a resistência, com os conflitos, percebe-se que eles
aprimoram a capacidade de discernir o certo do errado e a valorização da
aprendizagem na formação humana. A conquista da autonomia da escola
demonstra a responsabilidade desta com o seu trabalho educativo, considerando
suas especificidades.
Concebendo a educação como um instrumento para a autonomia crítica e
para a libertação humana, deve-se possibilitar aos alunos oportunidades que os
transformem em cidadãos possuidores de uma mentalidade crítica, com
responsabilidade, criatividade, coerência e afetividade, despertando-se para o
conhecimento e a valorização do espaço social ao qual pertencemos.
Os consideráveis avanços na forma de conceber a função da instituição
escolar têm contribuído, consideravelmente, para a maneira como ela se organiza
frente às necessidades educacionais de qualquer aluno. Trata-se de um desafio que
pode ser contornado com flexibilidade, que permita a cada escola elaborar seu
próprio projeto, com ênfase no desenvolvimento de seus educando. Além de
aprenderem os conteúdos básicos estabelecidos e de progredirem ao longo de sua
escolaridade – construindo e se apropriando do conhecimento – é importante,
também, que eles desenvolvam as capacidades críticas e reflexivas.
Segundo Paulo Freire que associava cidadania e autonomia, “o respeito à
autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que
podemos ou não conceder uns aos outros”.
Educar é ajudar a construir e a fortalecer a identidade, o que tem a ver com
valores, modo de vida, memória, cultura, conhecer a complexidade dos processos
de aprendizagem e de desenvolvimento do ser humano e suas diferentes gerações.
É na preservação e na transformação dos processos culturais, nas relações de
trabalho, nas relações de gênero, nas relações entre as gerações e suas formas de
produção, que apropriamos a cultura e o conhecimento com humanização e respeito
ao próximo.
Segundo Vicente Zatti (2007), quem definiu autonomia na modernidade e fez
dele um conceito central em sua teoria foi Kant. Nesse ideal viu o fundamento da
dignidade humana e do respeito, o que foi central, para o desenvolvimento dos
sistemas legais, dos sistemas educacionais e da sociedade moderna como um todo.
Paulo Freire formulou uma proposta educacional que procura transformar o
educando em sujeito, o que implica na promoção da autonomia. A conscientização
possibilitaria a transformação social, pela práxis que se faz na ação reflexão.
Concluindo, Vicente Zatti (2007 p.55-63) defende que a educação para
autonomia supõe respeito às diferenças. Portanto, a autonomia supõe o respeito
tanto à dignidade do sujeito enquanto membro da humanidade, quanto o respeito às
suas especificidades de indivíduos. A autonomia é conquistada gradualmente, é
processo que consiste no amadurecimento do ser para si, por isso a educação deve
possibilitar experiências que estimulem as decisões e a responsabilidade.
Também é importante que os educandos aprendam a fazer o uso
responsável da palavra, que aprendam a falar autonomamente. A partir das
concepções de Freire, afirmamos que esse é o processo pelo qual os seres
humanos conquistam sua autonomia, pelo qual são construtores de si próprios e do
mundo que habitam. A proposta de Freire é de uma problematizadora, dialógica,
busca promover caminhos para que o próprio aluno seja sujeito e construa sua
autonomia.
Marilu Martinelli (1996, p. 31) define responsabilidade como responder pelas
próprias palavras e ações e pelo que lhe foi confiado. Só o ser humano responsável
assume as rédeas do seu destino, construindo seu caráter dignamente. Assim, pode
se autoconhecer, modificar-se e modificar a sociedade.
Aprender envolve ação e reflexão em específico quando o diálogo permeia
esta articulação, os elementos que enriquecem a prática, conhecendo e respeitando
o outro. Humanizar é compreender e dialogar para conviver em sociedade,
dignificando a aprendizagem transmitida e adquirida ao longo do percurso
estabelecido. Pois alguns temas sempre estarão em pauta perante a sociedade,
mas meios de conduzir e incluir este aluno no ambiente escolar é que fazem a
diferença. Estaremos aptos para desempenhar um papel fundamental como
mediadores, orientadores, devendo demonstrar-se intermediário entre o
conhecimento acumulado, o interesse e a necessidade do aluno e a interferência do
convívio social e educacional. Realidade esta que determinará a organização de
diretrizes e ações que atendam as necessidades para o desenvolvimento do
processo educacional, dispondo de meios e instrumentos para promover a
viabilização da aprendizagem, com conhecimento, proporcionando reflexões e
mudanças de comportamento, além de estimular as transformações educacionais.
Vicente Zatti (2007, p.58) confirma que a “autonomia é conquistada
gradualmente, é processo que consiste no amadurecimento do ser para
si, por isso a educação deve possibilitar experiências que estimulem as
decisões e a responsabilidade”.
Construção de práticas coletivas e a participação dos alunos como
responsáveis pelo desenvolvimento das atividades, como: grupo de estudos,
oficinas de dança – esportiva – música (estas oficinas são as troca de experiências
entre os próprios alunos, ou seja, o aluno que obtém conhecimento em alguma área
repassa para os alunos interessados em aprender);
(aproximadamente 02 horas)
Oficinas pedagógicas que conceba espaço para integração, reflexão e
ação com temas de interesse dos alunos, envolvendo orientação e comunicação.
Como palestras educativas, exemplo sobre gravidez na adolescência, após a
palestra proporcionar espaço para o diálogo e dúvidas do aluno referente ao tema;
(aproximadamente 02 horas)
Gincana – de caráter complementar, com intuito de colaborar para
inclusão e o bem estar bio-psico-social dos adolescentes. Valorizando a pessoa
humana, fortalecendo a cooperação, disciplina, conhecimento, entre outras
atividades educativas, esportivas, culturais, sociais e de lazer, desenvolvendo a
dignidade e cidadania;
(aproximadamente 02 horas)
Promover feiras ou exposições das atividades significativas dos alunos
valorizando suas atitudes e ideias.
(aproximadamente 02 horas)
ATIVIDADES
AMBIENTE ESCOLAR
DIÁLOGO, RESPEITO E CONHECIMENTO
É importante relacionar, neste processo de retomada do “pedagógico” por
parte de todos, as contribuições para a superação dos impasses no processo de
aprendizagem, oportunizando o surgimento de propostas educacionais que atendam
as diferenças dentro do espaço escolar e na sociedade. Assim, devemos aprimorar
a integração e inter-relação pessoal, criando um ambiente acolhedor, onde todos
tenham o direito de opinar e participar. É necessário abordar a realidade na qual o
aluno está inserido, possibilitando a compreensão. De acordo com Maurice Tardif e
Louis Levasseur (2011, p.259),
alguns ambientes escolares focando mais na repressão dos comportamentos ‘transgressivo’ dos alunos do que em seu ajuste social e pessoal. Mas também é perfeitamente possível encontrar ambientes onde a repressão e o ajuste andam lado a lado, onde os alunos aprendem a adaptar-se às exigências diferenciadas dos membros do sistema educacional com os quais se relacionam.
Segundo Augusto J. Cury (2003, p. 80 – 139) é necessário preparar os
alunos para explorarem o desconhecido, para não terem medo de falhar, mas medo
de não tentar. Ensinar a conquistar experiências originais, através da observação de
pequenas mudanças e da correção de grandes rotas. Novas experiências propiciam
um crescimento intelectual. Levar os jovens a ter flexibilidade no trabalho e na vida,
pois só não muda de ideia quem não é capaz de produzi-la. O diálogo é uma
ferramenta educacional insubstituível. Educar é provocar a inteligência, é a arte dos
desafios. Conclui que a educação moderna está em crise, porque não é
humanizada, separa o pensador do conhecimento, o professor da matéria, o aluno
da escola, enfim, separa o sujeito do objeto.
Complementando Guiomar N. de Mello no texto: Formação inicial de
professores para educação básica, referencia que ensinar requer dispor e mobilizar
conhecimentos para improvisar, intuir, atribuir valores e fazer julgamentos que
UNIDADE 03
fundamentem a ação mais pertinente e eficaz possível. É por excelência uma
atividade relacional para coexistir, comunicar, trabalhar com os outros, pois é
necessário enfrentar a diferença e o conflito. Acolher e respeitar a diversidade e tirar
proveito dela para melhorar sua prática, aprender a conviver com a resistência, com
os conflitos e os limites de sua influência fazem parte da aprendizagem. Portanto,
ensinar exige aprender a inquietar-se e indignar-se com o fracasso sem deixar
destruir-se por ele. A profissionalização do professor depende de sua competência
em fazer avaliações, realizar julgamentos e agir com autonomia diante dos conflitos
e dilemas éticos de sua profissão, e de ser capaz de gerenciar seu próprio
desenvolvimento profissional por meio de um processo de educação continuada.
Como compreender o sistema educacional, se apenas valorizamos dados
estatísticos e diferenciamos ao longo do tempo as aprendizagens “tidas” como
tradicionais e contemporâneas? Assim, aluno com acesso a informações
tecnológicas diversificadas, não obtêm o conhecimento esperado pelos padrões da
sociedade. Por outro lado, percebemos que há alunos sem acesso às informações
consideradas relativamente contemporâneas que conseguem desempenho elevado
no processo educacional. A diferença não está na concepção do processo de
aprendizagem, que se impõe à sociedade educacional, mas está no aluno. Alguns
temas sempre estarão em pauta perante a sociedade, mas meios de conduzir e
incluir este aluno no ambiente escolar, é que faz a diferença.
O comprometimento com um trabalho de qualidade e de interação com a
sociedade educacional prioriza o aprendizado do aluno. Trata-se de um fazer
coletivo em que se busca a coerência entre o conhecimento e o fazer, e que tem
como missão assegurar um ensino de qualidade, o respeito e o incentivo ao
individuo.
“As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são constituídas na
interação entre os processos de conhecimento, linguagem e afetivos, como consciência das relações entre as distintas identidades dos vários participantes do contexto escolarização, através de ações inter e intra-subjetivas; as diversas experiências de vida dos alunos, professores e demais participantes do ambiente escolar, expressas através de múltiplas formas de diálogo, devem contribuir para a constituição de identidades afirmativas, persistentes e capazes de protagonizar ações solidárias e autônomas de constituição de conhecimentos e valores indispensáveis à vida cidadã” (Parecer n º 04/98 – Ministério da Educação e do Desporto – Conselho Nacional de Educação).
Na busca de um aprendizado ativo e interativo utilizam-se várias
estratégias, onde o diálogo deve ser constante e efetivo: o aluno é instigado a
participar e questionar, valorizando-se as atividades coletivas que propiciem a
discussão e a elaboração conjunta de ideias. Os momentos de estudos coletivos
são utilizados como um momento de diálogo, de exercício da criatividade e de
trabalho coletivo para a elaboração do conhecimento, procurando fazer com que os
alunos ampliem sua autonomia e capacidade de comunicação e argumentação. A
resolução de problemas é uma estratégia que o aluno aprende a consultar,
experimentar, organizar dado e sistematizar resultados.
Conforme Renata Carone Sborgia (2012, p.79) o conhecimento é à base do
respeito e o alicerce mais sólido da liberdade. Só se respeita aquilo que se conhece.
E quanto mais se conhece, mais se respeita. A autora argumenta que uma prática
educativa que estimule o aluno a refletir, a questionar, a discutir, a cooperar mais
um com o outro, a lutar por seus direitos, a respeitar os direitos dos outros é a base
para o conhecimento significativo.
O processo educativo precisa conduzir o educando a aprendizagem, com
ações desenvolvidas na realidade, conjuntura do coletivo escolar, isto é, o conteúdo
e o método devem estar adequados ao educando e ao educador. De nada adianta a
“demagogia pedagógica” se não houver conhecimento profundo da ação a ser
desenvolvida. O trabalho pedagógico deve estar voltado para os alunos, com
compreensão do mundo que os rodeia e o pleno desenvolvimento do educando e
sua qualificação para o trabalho, seu preparo para o exercício da cidadania. (PPP –
2010)
Segundo Maurice Tardif e Louis Levasseur (2011 p.260) uma transformação
profunda da escola seria um sinal da importância acordada à missão de
socialização, caminhando lado a lado com a sua missão de instrução.
De acordo com Jaime Pinsky (2008), estamos sempre em busca do
aprendizado seja empírico ou científico, compreendendo o sistema educacional e
valorizando as diferenças na concepção do processo de aprendizagem.
A razão de colocar definições e concepções foi a melhor forma de refletir
sobre as colocações, tirando proveito da coletividade para ações ou indagações
individuais. Oportunizar este espaço de socialização permite transformar e
desenvolver as deduções em respeito às vivências, conflitos ideológicos, e a
trajetória do aprender.
Construir para coletividade estudos referente ao ambiente escolar é uma
missão de socialização, caminhando lado a lado com o respeito, conhecimento e
diálogo. Qualificar é o sucesso educativo centrado na realização do aluno no plano
educacional, pessoal e social. Agentes primordiais para o amadurecimento do ser
humano, a cada aprendizado de novos conhecimentos levam a modificação do
comportamento, este processo contínuo e inacabável.
A educação é essencial para vida do ser humano na sociedade e a
responsabilidade acadêmica é conduzir o conhecimento através de um conjunto de
instrumento de assimilação e compreensão, para a sabedoria. Assimilar as
informações recebidas, aprimorando sua forma de utilização ou transformação da
emancipação humana, por meio da reflexão, questionamento, cooperação, respeito
a si mesmo e ao próximo, considerando os parâmetros da ética e da solidariedade,
exercício da autonomia e da cidadania.
Devemos compreender as opiniões e comportamentos, respeitando cada
situação. Cada especificidade profissional complementa a outra para formar o todo,
na condução da ação para construção da formação humana. Estas conexões
possibilitam que o ambiente escolar desenvolva suas atividades para gerar
aprendizagem, desenvolvendo o conhecimento.
Somos seres humanos em evolução, mas deixamos de desenvolver o
complexo humano de valores e atitudes ao nos limitarmos a mera informação. O
essencial é evoluir com sabedoria, dignidade e comunicação.
Respeito
Diálogo
Conhecimento
Atividade como Jogo do Patrimônio, do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN) que conduz o aluno se colocar na situação de vários
atores da cidadania, como gerenciar uma comunidade, uma cidade ou/suas
propostas.
(aproximadamente 04 horas)
Cidadania escolar, criar situação de debate considerando que cada aluno ou
grupo vivenciando um personagem da escola real (diretor, pedagogo,
secretário, agentes educacionais, alunos, pais e comunidade);
(aproximadamente 04 horas)
ATIVIDADES
REFLEXÕES E ADAPTAÇÕES
Ao compreender que transformar a socidade é buscar a conquista da
cidadania, ao fazer a análise dos conflitos, adaptações e transformações dos
estudantes no ambiente escolar, procuramos respaldos necessários na realidade
destes, permitindo previamente estabelecer contato com a situação problema.
Assim, ao orientar para a formação da cidadania, com dignidade e sabedoria, no
coletivo, com conhecimento do problema e participação efetiva transformamos as
ações e reflexões na formação humana. Complementando de acordo com Sborgia
(2012),
a educação assume um caráter dinâmico, pelo qual o desenvolvimento das capacidades, competências e valores passam a estar na primeira linha das preocupações dos sistemas educativos. Assim, com princípios humanos e éticos atendendo às necessidades de aprendizagem em valores, para os educandos, tornando-os agentes de transformação. .
Referente ao que aplicamos atualmente, consideramos como ponto positivo a
prática aliada à reflexão e ao conhecimento, no desenvolvimento de um processo
ensino aprendizagem coerente com as dificuldades e avanços educacionais. O
ponto negativo seria a falta de registro das atividades para comprovar as
experiências.
Ao ampliar nossos conhecimentos, aprendemos a importância da reflexão e
observação na avaliação e principalmente na autoavaliação. Devemos sempre
antes de julgar, analisar os fatos e atos no processo educacional, e visualizar os
avanços proporcionados nos momentos da aprendizagem, individuais ou coletivos.
Na construção do conhecimento, organizamos de forma informal regras pré-
estabelecidas pela própria vivência, estes conceitos transformam nossa atuação ao
refletir a problematização no processo educacional e no ambiente escolar. O
processo através do qual a comunidade escolar discute, delibera, planeja, controla e
avalia, é um conjunto de ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola,
através do diálogo e participação efetiva de todos os segmentos da comunidade
escolar, respeito a normas coletivamente construídas para processo de tomadas de
decisão e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.
UNIDADE 04
Concluímos que somos aptos para nos inserir na vida cidadã, como
indivíduos independentes e críticos, que sabe analisar, interpretar dados,
compreender e atuar em seu entorno social. Realidade esta que determinará a
organização de diretrizes e ações que atendam as necessidades para o
desenvolvimento do processo educacional, dispondo de meios e instrumentos para
promover a viabilização da aprendizagem, com conhecimento, proporcionando
reflexões e mudanças de comportamento, além de estimular as transformações
educacionais.
Deve-se transformar o processo educacional em um processo dinâmico e
coerente, baseado na concepção de uma proposta com ações educativas voltadas a
integração às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e a tecnologia,
conduzindo ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva
(Artigo 39 – Capitulo III – Da Educação Profissional – Lei de Diretrizes e Bases).
A educação profissional busca diversificar programas e cursos profissionais,
atendendo novas áreas e elevando seus níveis de formação. As empresas passam
a exigir trabalhadores cada vez mais qualificados. As destrezas manuais se
agregam novas tecnologias relacionadas com a inovação, à criatividade no trabalho
e a autonomia na tomada de decisão.
Baseando-se no levantamento de dados, buscando a realidade de nossa
Comunidade Escolar, diagnosticamos que a faixa etária de nossos alunos varia
entre 14 a 19 anos. A maioria dos estudantes não interrompeu seus estudos e
moram com seus pais e são dependentes dos mesmos, moram na área rural ou
tem vinculo familiares com pequenos produtores, sendo grande parcela da
agricultura familiar.
Ao dinamizar o ensino, os momentos de reflexão, estudos e aperfeiçoamento
são significativos no ambiente escolar, o desenvolvimento dessas ações, busca
superar e interagir com as necessidades de adaptações. Fatos estes relevantes ao
mediar os costumes individuais aos coletivos, as diferenças maneiras de aprender
incorporam a participação e a responsabilidade, enriquecendo assim, sua
formação acadêmica e humana.
Mudamos nosso modo de viver, de pensar quando convivemos em grupo, ao
estabelecer relações, criando espaço para discussões. A mobilidade e a
aprendizagem flexível torna a inclusão educacional e social um processo de
construção do conhecimento integrado com as constantes transformações da faixa
etária, que se apropria de saberes e atitudes com orientação, promovendo o
sucesso da aprendizagem.
Adaptação com o período oportunizado ao aluno, para assimilar as mudanças
e costumes, a rotina, entender seus anseios, conhecer e apropriar-se das
instalações do ambiente escolar, adequar-se a alimentação, depende da acolhida
individual da transição de vivenciar a separação da família (ocorre com os alunos
do internato devido a permanência no estabelecimento escolar durante a semana
de segunda-feira a sexta-feira) e a relação de confiança com a equipe de apoio do
internato. Nesse rito de passagem para os alunos do internato educacional, para a
nova rotina, será necessário produzir o registro da construção de novos vínculos,
regras e convivência, sendo o período de adaptação a definição para ajustar-se e
evoluir em seu processo constante de amadurecimento emocional e intelectual.
A reflexão é considerada o diálogo em busca de soluções dentro de nós, que
projetam as formas adequadas de agir de modo claro e visível. Assim, ao rever a
formação e construção desse caderno pedagógico referente à cidadania e direitos
humanos com ênfase na construção da responsabilidade e da autonomia dos
alunos, devem estar presentes as perspectivas de demonstrar a sociedade que
devemos promover e intermediar através do conhecimento.
“Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas todos podem
começar agora e fazer um novo fim”.
(Chico Xavier)
Elaboração de tópicos principais para a convivência no internato educacional;
(aproximadamente 02 horas)
Estudos de alternativas de mudanças no regulamento do internato educacional;
(aproximadamente 02 horas)
Aplicabilidade do questionário (em anexo) para verificação dos conceitos e
valores adquiridos pelos alunos;
(aproximadamente 02 horas)
Dinâmica envolvendo a coletividade e a tolerância como construção da
formação humana;
(aproximadamente 02 horas)
ATIVIDADES
NOME:
(OPCIONAL)________________________________________________________
IDADE: ____________
1. Quais os principais problemas no estabelecimento escolar? Cite 03 principais?
_________________________
_________________________
_________________________
2. Quais as principais causas dos problemas de seu estabelecimento escolar? Cite 03 principais?
________________________
_________________________
_________________________
3. Quais as principais soluções os problemas de seu estabelecimento escolar? Cite 03 principais?
_________________________
_________________________
_________________________
4. Teve acesso e conhecimento do Regimento Escolar ou do Regulamento do internato do seu estabelecimento escolar?
( ) sim ( ) não
Explique? ______________________________
5. Participa de algum órgão colegiado de seu estabelecimento escolar? ( ) sim ( ) não
Qual? ______________________________
QUESTIONÁRIO
6. Conhece a sua realidade escolar? ( ) sim ( ) não
Explique? ______________________________
7. Tem vez e voz na escola? Participa das atividades? ( ) sim ( ) não
Explique? ______________________________
8. Enumere por ordem de prioridade em seu ambiente escolar:
( ) conhecimento;
( ) diálogo;
( ) respeito.
9. Sua participação nas atividades escolares é importante para o ambiente escolar?
( ) sim ( ) não
Explique? ______________________________
10. Envolve-se nas situações escolares que ocorrem diariamente? ( ) sim ( ) não
Explique? ______________________________
11. Conhece suas responsabilidades no ambiente escolar? ( ) sim ( ) não
Explique? ______________________________
12. Autonomia é ___________________________________________________.
13. Responsabilidade é _____________________________________________.
14. Qual é a importância da vivência escolar para a formação educacional?
___________________________________________________________________
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