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PROVA BRASIL Como preparar a escola para o teste 15 DE OUTUBRO Sempre é uma boa hora de reconhecer a importância PLANO DE AULA Steve Jobs pode virar aula de tecnologia STF DETERMINOU, TEM QUE CUMPRIR! Sinprocan exige na Justiça cumprimento da LEI DO PISO O Sindicato exige, na Justiça, o cumprimento da Lei do Piso, que foi julgada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal em recente decisão. Segundo os cálculos do Sindicato, ao cumprir a Lei e corrigir os valores pelos índices do Fundeb, repassados pelo Governo Federal ao município, os professores municipais canoenses devem receber como vencimento básico o mínimo de R$ 1.514,93 (magistério) e R$ 2.272,39 (graduados).

Outubro 2011

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PROVA BRASILComo preparar a escola para o teste

15 de OutuBROSempre é uma boa hora de reconhecer a importância

PLANO de AuLASteve Jobs pode virar aula de tecnologia

StF deteRMINOu, teM Que CuMPRIR!

Sinprocan exige na Justiça cumprimento da Lei do PiSo o Sindicato exige, na Justiça, o cumprimento da Lei do Piso, que foi julgada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal em recente decisão. Segundo os cálculos do Sindicato, ao cumprir a Lei e corrigir os valores pelos índices do Fundeb, repassados pelo Governo Federal ao município, os professores municipais canoenses devem receber como vencimento básico o mínimo de R$ 1.514,93 (magistério) e R$ 2.272,39 (graduados).

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edItORIAL

dia do ProfessorNós, professores, sabemos que não existe

dia específico para o professor. Não existe sequer separação do horário de trabalho do restante da vida. Ser educador é um ato contínuo, não tem início nem fim.

Desde que acorda até a hora de dormir, o professor trabalha incansavelmente para construir uma sociedade mais justa e prós-pera. É o maior agente do desenvolvimento social, o maior trabalhador da democratização da sociedade.

Embora quase nunca a sociedade valorize o professor como deveria, ele ainda reúne forças dentro de si para continuar a trabalhar por ela. Faz parte da essência do educador não desistir de algo nem de alguém, mesmo que este já o tenha feito.

Como são muitas as dificuldades encon-tradas, nosso Sindicato segue lutando for-

temente pela melhoria da qualidade de vida dos educadores canoenses. Quando as nego-ciações nas esferas administrativa e política se esgotam, elevamos o tom da conversa e vamos ao Judiciário exigir que a lei seja cumprida.

É o que acontece agora. O Sinprocan in-gressou na Justiça exigindo que o Município cumpra a Lei do Piso, e defende que este fique em R$ 1.514,93 para o magistério e R$ 2.272,39 para graduados. Esses valores devem corresponder ao vencimento básico de todos os professores, e partir dele o novo Plano de Carreira deve ser aplicado. É o que diz a Lei, e exigimos o seu cumprimento JÁ!

Professor Jari Rosa de oliveiraPresidente do Sinprocan

PROVA BRASIL

Como preparar a escola para o teste

15 DE OUTUBRO

Sempre é uma boa hora de reconhecer a importância

PLANO DE AULA

Steve Jobs pode virar aula de tecnologia

STF DETERMINOU, TEM QUE CUMPRIR!

Sinprocan exige na Justiça cumprimento

da LEI DO PISO O Sindicato exige, na Justiça,, o cumprimento da Lei do Piso, que foi julgada

constitucional pelo Supremo Tribunal Federal em recente decisão.

Segundo os cálculos do Sindicato, ao cumprir a Lei e corrigir os valores

pelos índices do Fundeb, repassados pelo Governo Federal ao município, os

professores municipais canoenses devem receber como vencimento básico

o mínimo de R$ 1.514,93 (magistério) e R$ 2.272,39 (graduados).

envie notícias de sua escola

Envie para o e-mail [email protected] uma foto da atividade realizada em sua escola, que retrate de maneira ampla e fiel o que aconteceu. A foto deve estar com boa resolução e nitidez. Precisamos, ainda, que você envie um pequeno texto contendo as principais informações, como citamos abaixo:

- o QUÊ?- QUANdo?- CoMo?- PoR QUÊ?- oNde?

Queremos sua opinião

As páginas de A Voz do Professor são veículo para a opinião dos professores canoenses. Use-as! Para participar, envie texto com cerca de 2.000 caracteres com espaços, em média. Os assuntos são de escolha do autor, assim como a responsa-bilidade pelo teor do texto. Fique atento para o prazo de fechamento da pró-xima edição: 25 de outubro!

Notícias por e-mailAqueles que possuem e-mail e desejam

receber informações sobre o Sindicato por meio dele, devem fazer seu cadastro através do e-mail [email protected]. Os que já possuem e não estiverem rece-bendo, entrem em contato por telefone ou e-mail para que seja verificado o motivo do não recebimento.

Outras informações e notícias podem ser acessadas no nosso site:

www.sinprocan.com.br.

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A voz do professor - ESPECIAL DIA DO PROFESSOR /2011 - 3

Dia 15 é comemorado o Dia do Professor. Nas demais datas come-morativas, o que vemos são os home-nageados felizes, recebendo elogios e celebrando com entusiasmo a sua profissão. Então vem a pergunta: o que faria um professor feliz?

A resposta pode ser mais simples do que parece. É cansativo e repetitivo escutar que a felicidade do educador está em ver seus alunos crescendo bem, com perspectiva de um futuro melhor, quando usará o que aprendeu na escola para ser um bom cidadão e ter um bom emprego para poder sustentar sua família dignamente. É claro que isto já faz um professor feliz, mas isto também está longe de acontecer com frequência nas atuais condições de trabalho, além de este discurso ser o preferido dos adminis-tradores públicos para tirar o foco de suas responsabilidades.

Ser herói cansa. Professor quer ver seus alunos bem formados, mas é difícil pensar somente nisso quando ele não é minimamente reconhecido e valorizado pela sociedade. A família esqueceu seu papel e o delegou ao professor, repetindo o comportamen-to do poder público.

Chega de discursos vazios e pa-rabéns ocos. O que fará o professor feliz é ter condições financeiras, psi-cológicas e materiais para dar uma aula. É ter um salário relativo ao grau de importância que ele ocupa na sociedade. É poder dar aula com infraestrutura mínima. É ser reconhe-cido pelo seu esforço de tentar tornar esta sociedade mais justa, próspera e sadia. É ter saúde, inclusive - o que vem sendo difícil.

ReCoNheCiMeNToPara o presidente do Sinprocan,

15 de OutuBRO - dIA dO PROFeSSOR

Sempre é hora de reconhecimento

No sábado é comemorado o Dia do Professor, mas a valorização está sem data para iniciar

excessiva. Essas coisas entendo como uma desvalorização da categoria. No geral, o professor não é valorizado, mesmo sendo uma peça essencial na sociedade. Sempre tem os menores salários, a maior carga horária e um grande número de alunos em sala de aula”, afirmou.

AbANdoNo“Estamos meio abandonados. Eu,

por exemplo, tenho dois alunos com dificuldades especiais e não tenho qualquer ajuda em sala de aula. Não tenho auxílio de supervisor. Vemos as propagandas dizendo que Canoas está ‘voando’, mas se sabe que a re-alidade é outra. Falta muito para que se possa ter um ambiente bom em sala de aula; um ambiente adequado ao aprendizado das crianças. Ainda há muito para se caminhar. Isso para mim é um dos pontos principais para que se alcance uma melhora na socie-dade. Sem educação não se consegue nada”, diz Maria Celina Stahler da Silva, professora de Educação Infantil.

Para a professora Nanci Silveira da Rosa, do Ensino Fundamental, o problema vai muito além da questão salarial. “Sou professora das redes estadual e municipal, há 27 e 25 anos respectivamente, e a nossa profissão nunca foi valorizada. Estou nela até hoje porque realmente gosto, mas em termos de valor não tem reco-nhecimento. A sociedade, em geral, não reconhece (não só em termos de governo). É uma profissão que não é reconhecida. Todos os outros profissionais passam por um profes-sor. Uma pessoa chega numa escola sem saber nada, ali dentro da escola recebe muitos valores que de repente só ali ela vai ver. Então, é uma figura muito importante. Não me considero só uma professora, mas uma edu-cadora. Educar vai além de ensinar regras. Existe falta de valorização não só profissional, mas de infraestrutura, emocional, não temos mais apoio da família, o que se tinha anteriormente. Hoje, quem quiser ser professor tem que ter vocação e persistência, pois não vejo perspectivas de melhoras, que teriam que ser urgentes e radi-cais; talvez, daqui há uns 10 anos, em razão da escassez que haverá. Os antigos estão se aposentando e não sinto firmeza de que os novos continuarão na profissão. Não conhe-ço profisionais satisfeitos, e isso vai além do salário, abrange uma porção de coisas”, diz.

professor Jari Rosa de Oliveira, está faltando reconhecimento e, princi-palmente, respeito. “O professor só é lembrado por todos quando tem que apagar algum incêndio. Os pais entregam seus filhos aos professores e pensam que a educação depende somente deles, esquecendo de seu papel fundamental. Assim também tem agido o governo, que tem um discurso lindo mas peca quanto às políticas salariais e às condições de trabalho dos professores. Temos que endurecer e exigir, nem que seja na Justiça, um tratamento mais justo, como no caso do Piso Salarial”, disse

se referindo à ação judicial proposta pelo Sindicato exigindo o pagamento do Piso em R$ 1.514,93 para profes-sores do magistério e R$ 2.272,39 para graduados (matéria nas páginas 4, 5 e 6).

A professora aposentada Maria de Lourdes Escariz vê a situação de forma parecida. “Aqui em Canoas, eu acho que o Sindicato está atuando em beneficio do professor, sendo por ele valorizado. Mas, em termos da administração pública, muito tem ficado a desejar. Falta valorização dentro da escola, falta tempo para se atualizar fora dela, a carga horária é

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4 - ESPECIAL DIA DO PROFESSOR /2011 - A voz do professor

Sinprocan ingressa na Justiça exigindo cumprimento da Lei

Sindicato busca judicialmente piso de R$ 1.514,93 para professores do magistério e R$ 2.272,39 para graduados

LeI dO PISO

O Sinprocan ingressou com uma Ação de Cumprimento contra o Município de Canoas para que esta cumpra a lei 11.738, de julho de 2008, que estabelece o piso nacional para os professores da educação básica e determina que o professor tenha 1/3 de seu ho-rário de trabalho reservado para atividades extraclasses.

Alguns estados brasileiros, dentre eles o Rio Grande do Sul, ingressaram com Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a lei assinada pelo então presidente Luis Inácio Lula da Silva. Em re-cente decisão, porém, o Supremo Tribunal Federal julgou totalmente constitucional a Lei Federal nº 11.738, e regulamentou o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) do magistério público da educação básica.

Isso quer dizer que os efeitos da medida cautelar concedida, pelo STF, aos governadores con-siderados Inimigos da Educação, Traidores da Escola Pública, foram anulados pelo Poder Judiciário, e que os preceitos da Lei do Piso de-vem ser aplicados imediatamente e de forma integral.

A seguir, o que você deve saber para garantir a correta aplicação do Piso do Magistério:

1. o que é o PSPN? É o valor abaixo do qual ne-

nhum professor com formação de nível médio pode ser remu-nerado na forma de vencimento ou salário-base, a depender do regime de contratação no serviço público. A decisão do STF não

permite agregar vantagem, grati-ficação ou abono na composição do Piso – essas remunerações só podem ser pagas acima da quantia fixada pela Lei Federal. O descumprimento da regra por parte dos gestores públicos en-seja a proposição de Reclamação junto ao STF, por intermédio do Sindicato da categoria.

2. Quem tem direito ao Piso?

Tem direito todos os profissio-nais do magistério que desempe-nham as atividades de docência ou as de suporte pedagógico à docência, isto é, direção ou administração, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais, exercidas no âmbito das unidades escolares de educação básica, em suas diversas etapas e modalida-des – creche, pré-escola, ensinos fundamental e médio, educa-ção de jovens e adultos, ensino técnico-profissional, educação especial, além dos que atuam nas escolas rurais e indígenas. Também fazem jus ao Piso, os profissionais contratados em ca-ráter temporário e aposentados vinculados a regimes próprios de previdência.

3. Qual o valor do PSPN?A CNTE não reconhece o valor

de piso nacional indicado pelo MEC para o ano de 2011, de R$ 1.187,97, uma vez que a quantia não se encontra em consonância com o art. 5º da Lei 11.738, que trata do reajuste anual do Piso.

Para a CNTE, em 2011, o PSPN equivale a R$ 1.597,87, consi-derando os reajustes do Fundeb (Fundo da Educação Básica) desde 1º de janeiro de 2009. Qualquer Sindicato estadual ou municipal poderá questionar o valor do MEC na justiça, caso a administração local insista em implementá-lo perante seus edu-cadores.

4. Como deve ser pago o Piso?

A partir de 6 de abril de 2011, o Piso deve ser aplicado na base dos vencimentos das carreiras docen-tes de todo país, referentes aos profissionais formados em nível médio (Magistério/Normal). Para os profissionais com formação de nível superior e pós-graduação, devem-se estabelecer percentuais de diferenciação (a maior), defini-dos no próprio plano de carreira, como forma de estímulo e reco-nhecimento do aperfeiçoamento profissional (art. 67, IV da LDB). A lei não definiu os percentuais por habilitação e/ou titulação, mas a CNTE indica, no mínimo, a aplicação de 50% entre os níveis de formação.

5. Para qual jornada se aplica o PSPN?

O valor nacional será sempre a referência mínima para as jorna-das de trabalho estipuladas nos planos de carreira, as quais não podem sobrepor o limite de 40 horas semanais.

6. Como deve ser con-

siderada a hora-atividade (extraclasse)?

No mínimo, 1/3 da jornada definida nos planos de carreira ou estatutos do magistério deve ser destinada às atividades pedagó-gicas que extrapolam a regência de classe, e sua regulamentação (forma de cumprimento) precisa constar na legislação local. O ente público que descumprir esse quesito deverá ser acionado na justiça local, preferencialmente pelo Sindicato da categoria.

7. o que mais é essencial nos planos de carreira?

Além de observarem os refe-renciais da Lei do Piso e de outras normas correlatas (Fundeb, LDB etc), as legislações locais precisam discriminar as funções ou cargos desempenhados pelos profissio-nais do magistério, de acordo com o art. 2º, § 2º, da Lei nº 11.738. No caso das funções/cargos de coordenação e assessoramento pedagógico, é essencial que as leis estaduais e municipais listem as atribuições desses profissionais, a fim de que os mesmos tenham assegurado o direito à aposen-tadoria especial do magistério, de acordo com a Lei nº 11.301. O critério para definição do valor do piso salarial está previsto no art. 5º da Lei 11.738/2008. Para o SINPROCAN, em 2011, o PSPN equivale a R$ 1.514,93, considera-dos os reajustes do Fundeb (Fundo da Educação Básica), desde 1º de janeiro de 2009, na forma do quadro demonstrativo e elementos explicativos retro.

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Após três anos da lei, seis estados ainda não pagam piso

CAt

eGO

RIA

6 - ESPECIAL DIA DO PROFESSOR /2011 - A voz do professor

100% do orçamento destinado à educa-ção. Em Goiás, um professor ganha R$ 1.006 para uma jornada de 40 horas.

O Pará, que paga R$ 1.121,34 para uma jornada de 40 horas, também aguarda recursos do governo federal para se enquadrar na lei. Segundo a secretaria de Educação, o Estado foi o primeiro a protocolar o pedido de ajuda no MEC. Embora ainda não tenha rece-bido o recurso, o governo afirma que decidiu pagar 30% da diferença entre o salário e o piso para chegar mais próximo do valor.

Já no Amapá, que paga R$ 1.032 para os professores que trabalham 40 horas, não há previsão de quando o piso deve ser alcançado. Segundo a secreta-

ria de Educação, a meta é incorporar a regência de classe (benefício de 100% pago aos professores que trabalham em sala de aula) ao salário.

No Maranhão, a secretaria de Educa-ção não divulgou o valor do vencimento básico. Segundo o órgão, a remunera-ção mensal é de R$ 1.631,69 para uma carga horária de 20 horas e é constitu-ída de vencimento básico acrescido da Gratificação de Atividade do Magistério (GAM). De acordo com o sindicato dos professores, o básico da categoria é de R$ 427,49. Ainda segundo a secretaria de Educação, o governo irá cumprir o piso salarial como vencimento básico, mas não informou se há prazo para que entre em vigor. Fonte: Terra.

Sancionada pelo então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2008, a lei 11.738, que estabe-lece o piso nacional para os professores da educação básica, ainda não é cum-prida em seis Estados brasileiros. Após a contestação da constitucionalidade da lei por governadores, o Supremo Tribunal Federal (STF) publicou acórdão em agosto deste ano confirmando a va-lidade do piso como vencimento básico. Apesar disso, para os professores de Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Maranhão, Pará e Amapá, receber o piso estabelecido ainda parece ser uma realidade distante.

De acordo com levantamento feito pelo portal Terra com as secretarias de Educação, os Estados alegam falta de recursos financeiros como principal en-trave para garantir o piso da categoria. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a ex-governadora Yeda Crusius (PSDB) ingressou com ação direta de incons-titucionalidade para não pagar o piso em 2008. No cargo desde janeiro de 2011, o atual governador, Tarso Genro (PT), reafirmou que o Estado não tem condições de arcar imediatamente com o impacto da medida - estimado em R$ 1,7 bilhão por ano - e protocolou pedido, no STF, para que a lei seja cumprida gradualmente até 2014.

O governo do RS, que paga R$ 862,80 por uma jornada de 40 horas, diz que o reajuste será pago gradativa-mente aos 160 mil docentes até o fim de 2014. “O impacto para as contas públicas é muito elevado, mas nós re-conhecemos o piso e o governador as-sumiu o compromisso de, até o final de sua gestão, honrar com o pagamento”, diz José Tadeu de Almeida, diretor-geral adjunto da secretaria de Educação.

Em outros Estados, porém, a parali-sação das atividades foi a única forma encontrada para pressionar os gover-nantes. Em Minas Gerais, os docentes retomaram as aulas apenas em 29 de setembro, após 112 dias de greve - mar-cados, no final, por cenas dramáticas de dois professores que fizeram greve

de fome. Em Minas, um professor de nível

médio com carga horária de 24 horas semanais recebe R$ 369 como ven-cimento básico, um dos salários mais baixos do País. Para estar enquadrado na lei do piso, o Estado deveria pagar R$ 712,20 para esta jornada. Após os protestos e longas negociações, no en-tanto, o governo decidiu que vai pagar o piso, mas somente a partir de janeiro de 2012.

Em nota, a secretaria de Educação informou que o Estado criou um sistema que engloba subsídios ao vencimento básico e, desta forma, o salário do pro-fessor sobe para R$ 1.122 na jornada de 24 horas. Contudo, este sistema é facultativo e os professores enquadra-dos no modelo remuneratório antigo não recebem os benefícios. “Os profis-sionais da Educação que optarem por permanecer no modelo remuneratório antigo terão um piso de R$ 712,20 a partir de janeiro de 2012, já que a Lei Federal, em seu parágrafo terceiro, determina a proporcionalidade, de acordo com as jornadas de trabalho”, diz o comunicado.

FALTA de ReCURSoS De acordo com o MEC, estados e mu-

nicípios podem pedir uma verba comple-mentar para estender o piso nacional a todos os professores. Para conseguir o dinheiro, é preciso comprovar que apli-ca 25% da arrecadação em educação, como prevê a Constituição Federal, e que o pagamento do piso desequilibra as contas públicas. Embora a portaria que aprova a complementação dos re-cursos tenha sido publicada em março, até o final de setembro nenhum estado ou município havia cumprido todos os requisitos para receber o dinheiro.

Nesta situação está o governo de Goiás, que já solicitou ao MEC ajuda para complementar o valor necessário e aguarda o posicionamento do órgão. De acordo a secretaria de Educação, para cumprir com o pagamento do piso, o Estado vai precisar de um acréscimo de

LeI dO PISO

Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Maranhão, Pará e Amapá ainda se recusam a pagar o mínimo determinado pela Lei 11.738

PAGAM AbAiXo do PiSo

PAGAM o PiSo

PAGAM ACiMAdo PiSo

eStAdO ReCORRe NO SuPReMORS pede suspensão de pagamento do piso

O Supremo Tribunal Federal (STF) rece-beu Ação Cautelar (AC 3003) no dia 6 de outubro, com pedido de liminar, proposta pelo Estado do Rio Grande do Sul, preten-dendo a suspensão dos efeitos de decisão monocrática proferida no recurso de Em-

bargos de Declaração na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4167, quando o próprio Supremo considerou constitucional a norma que instituiu o piso nacional dos professores de ensino básico das escolas públicas brasileiras.

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obJeTiVoS- Utilizar a trajetória profissional de

Steve Jobs (falecido em 05 de outubro de 2011) como linha condutora para o estudo da evolução das tecnologias da comunica-ção e da informação.

- Apresentar aos alunos a evolução das tecnologias de informação e comunicação, desde o surgimento do computador pessoal até o lançamento dos tablets.

- Promover a discussão crítica sobre essas inovações tecnológicas, ressaltando seus aspectos positivos e negativos.

CoNTeúdoS- Tecnologias de informação e comu-

nicação.- Steve Jobs.

TeMPo eSTiMAdoQuatro aulas

MATeRiAL NeCeSSáRioCópias da reportagem “Os oito trabalhos

de Jobs” (Veja, Ed. 2238, 12 de outubro de 2011) para todos os alunos; televisão e aparelho de DVD para exibição do filme “Os Piratas da Informática” (Pirates of Silicon Valley, 1999. Duração: 95 min), que conta a história de Steve Jobs e de Bill Gates.

iNTRodUçãoO falecimento do influente empreen-

dedor Steve Jobs, em 5 de outubro de 2011, repercutiu enormemente na mídia tradicional e na Internet. Por isso, vale relembrar e analisar com a turma sua im-portante participação na popularização dos computadores pessoais, na digitalização da indústria fonográfica e na criação de novos produtos no ramo da telefonia e de equipamentos portáteis.

Este plano de aula busca utilizar a trajetória profissional de Steve Jobs e as inovações criadas por sua empresa norte--americana, a Apple, como uma forma de entender a origem e a recente dissemi-nação de tecnologias que atualmente consideramos comuns (como, por exem-plo, o computador pessoal), oferecendo elementos para uma análise crítica sobre o consumo desses produtos tecnológicos e

sua importância atual.

deSeNVoLViMeNTo1ª AULA Comece a aula contando à turma que,

nas próximas aulas, vocês irão analisar a evolução nas tecnologias da informação e da comunicação. Em seguida, distribua as cópias da reportagem “Os oito trabalhos de Jobs” (Veja, Ed. 2238, 12 de outubro de 2011) para todos os alunos e realizem uma leitura em conjunto. Durante a leitura, procure verificar a compreensão e conheci-mento dos alunos sobre os temas e termos técnicos utilizados, procurando esclarecer eventuais dúvidas.

Depois, pergunte aos alunos se todos já tinham ouvido falar de Steve Jobs e qual das tecnologias descritas na reportagem, desenvolvidas com a ajuda de Jobs, eles consideram a mais importante. Procure fazer com que os alunos expliquem os mo-tivos dessa escolha e peça que usem exem-plos da influência desse desenvolvimento tecnológico em nossa vida cotidiana. Além disso, solicite à turma que tente descrever com suas próprias palavras qual foi o papel de Steve Jobs nas inovações descritas na reportagem de Veja.

Após a conversa, peça que os alunos resumam suas impressões em um texto curto, com no máximo dois parágrafos. Explique que essas anotações serão utili-zadas nas aulas seguintes, após a exibição do filme “Piratas da Informática”.

Sobre o filme: “Piratas da Informática”É um filme baseado em fatos reais,

onde são abordados os primeiros anos da computação pessoal, contados a partir das trajetórias pessoais de Steve Jobs e de Bill Gates (da empresa Microsoft). Entre outros fatos importantes, relata a criação dos computadores Apple I e Macintosh e o afastamento de Steve Jobs do comando da empresa Apple Computers, em 1985.

2ª e 3ª AULAS Utilize essas aulas para a exibição do

filme “Piratas da informática”. Programe-se de forma que, ao final da terceira aula, os alunos tenham tempo para revisar o texto produzido durante a primeira aula. Discuta

A voz do professor - ESPECIAL DIA DO PROFESSOR /2011 - 7

PLANO de AuLA

Steve Jobs mudou o mundo?

Utilize um fato atual (morte de Jobs) e sua importância para a informática em sala de aula

utilize os textos abaixo:“Em sua análise do capitalismo, Karl

Marx descreveu o fetichismo das merca-dorias como a tendência de tratá-las como fetiches, ou seja, objetos dotados de pro-priedades mágicas que lhes conferem vida própria. Agimos, por exemplo, como se bens e serviços tivessem um valor natural em comparação com outros no mercado; ( ) O problema com esse tipo de pensa-mento é que ele tende a obscurecer os relacionamentos sociais subjacentes entre pessoas, que constituem a origem real daquilo que atribuímos às mercadorias.” (Johnson, 1995).

“À medida que aumenta a complexidade da tecnologia, também cresce a demanda pela força básica da Apple de tornar com-preensível para meros mortais recursos tecnológicos muito complexos.” (Steve Jobs, em entrevista ao New York Times, em 2003).

Ao final da discussão, peça que os alunos retornem às anotações realizadas na primeira aula. Dessa vez, eles deverão alterar e corrigir seu texto, incluindo um ou dois novos parágrafos sobre aquilo que aprenderam sobre o “fetichismo das mercadorias” e sobre o depoimento de Steve Jobs.

AVALiAçãoOs alunos deverão ser avaliados de

acordo com sua compreensão sobre os temas abordados, mediante sua participa-ção nas discussões em sala de aula e de sua produção de texto. Lembre-se: não é necessário que os alunos posicionem-se contra ou a favor dos produtos desenvolvi-dos por Steve Jobs, mas sim que compre-endam os diversos aspectos do tema, tais como sua importância histórica, o contexto de seu surgimento e disseminação e as no-vas formas de consumo introduzidas pelos produtos da Apple Inc. Leve em conta os objetivos propostos no início deste plano de aula para observar se os alunos com-preenderam o papel de Jobs na evolução das tecnologias pessoais, de comunicação e de informação.

com a turma qual foi o papel de cada um dos personagens principais do filme (Steve Jobs, Steve Wozniak - que fundou a Apple com Jobs - e Bill Gates) na popularização do computador pessoal e da interface gráfica; peça que eles comparem as anotações da primeira aula com a impressão que eles tiveram da história retratada no filme.

Os alunos já estavam familiarizados com a história do microcomputador? A turma foi capaz de entender o papel estratégico de Steve Jobs, em oposição ao papel mais técnico de seu colega Steve Wozniak? A trajetória da Apple Computers ficou clara para eles? Peça que essas informações es-tejam na revisão de texto produzida pelos estudantes.

4ª AULAInicie esta última aula questionando

os alunos sobre produtos como o iPod, o iPhone e o iPad: como eles enxergam esses produtos? Eles os conhecem? Seus alunos têm alguns desses gadgets? Eles os consideram importantes e úteis ou apenas supérfluos? Qual a diferença percebida por eles entre esses produtos e seus similares, disponíveis no mercado? Porque as pessoas se sentem tão fascinadas por eles? Qual seu maior valor, em termos de uso?

Organize uma roda de conversa para debater as questões com a turma e faça com que os alunos pensem no dilema entre o status concedido por um produto Apple e seu uso prático. Para ajudar na discussão,

QUeR SAbeR MAiS? Dicionário de Sociologia: Guia Prático da Linguagem Socioló-gica, A. Johnson (tradução de R. Jungman), Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1995.

Fonte: Nova Escola

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Dia 4 de outubro é comemorado o Dia Mundial dos Animais e Dia de São Francis-co de Assis (Santo protetor dos animais).

Com o objetivo de despertar a sen-sibilidade de seus alunos em relação à quantidade excessiva de animais aban-donados e aos maus-tratos que muitos sofrem, a professora de ciências Debora Cristina Bender, com a colaboração da professora Rasmia Latif, do laboratório de informática da E.M.E.F. Monteiro Lobato, localizada no bairro Rio Branco no muni-cípio de Canoas, desenvolveu um projeto de Educação Ambiental.

Os alunos das turmas do ensino fun-damental assistiram o filme Sempre ao Seu Lado (baseado em fatos reais cujo tema principal é a relação de lealdade de um cão com seu dono). A professora solicitou um resumo do filme e que, em grupos, pesquisassem: a Lei 11.915 - Código Estadual de Proteção aos Ani-mais; importância da castração; histórias comoventes que envolvam animais de mesma espécie, de espécies diferentes e animais e humanos. Solicitou também que pesquisassem no google e assistissem o comercial da Santa Casa que estimula a doação de órgãos (comercial que tem a participação de um cão) e que fizessem um comentário a respeito do tema.

Após a entrega dos trabalhos de pes-quisa, os alunos foram ao laboratório de informática para assistir uma sequência de imagens e mensagens sobre animais, selecionadas pela professora Rasmia, com o objetivo de despertar uma consciência de preservação ambiental.

Os alunos também confeccionaram, em grupos, cartazes sobre o tema e o apresentaram aos colegas. Os cartazes foram expostos em vários locais da escola.

Segundo as professoras envolvidas no projeto, houve um envolvimento mui-to significativo dos alunos. Por isso, no próximo ano, pretendem convidar outros professores para participarem do projeto. A interdisciplinaridade e a transversalida-de são fundamentais quando se trata de educação ambiental.

Somente promovendo o desenvolvi-mento de uma mentalidade de respeito pelo meio ambiente estaremos contribuin-do para minimizar o impacto da influência do ser humano nos ecossistemas.

Respeitar o ser humano, o ambiente físico, as espécies de seres vivos, o pla-neta Terra é RESPEITAR A VIDA!

O zelo pelo bem-estar animal deve deixar de ser algo meramente emotivo. Deve se tornar algo efetivo! O grau de evolução e civilidade da humanidade está relacionada à maneira como ela trata seus animais.

A professora Debora dá o exemplo, tendo recolhido alguns animais abando-nados no bairro Rio Branco, em Canoas/RS (5 cães e 10 gatos). Ela cuida desses animais que ficam dentro do condomínio onde mora, sendo que, infelizmente, muitos acabam sendo vítimas dos maus--tratos pelos próprios condôminos. A professora está aguardando auxílio da Prefeitura de Canoas para castrá-los em caráter de urgência há aproximadamente três meses. Esta espera resultou em mais gestações e mais filhotes.

debora Cristina bender

ARtIGO

O ser humano deve ser educado desde a infância para respeitar os animais

eNSINO

Como preparar a escola para a Prova brasil

O que deve ser feito para que a escola tenha um bom desempenho na avaliação externa

Entre os próximos dias 7 e 18 de novembro, os alunos de 5º e 9º anos (ou da 4ª e 8ª séries) de todas as es-colas públicas urbanas e rurais do país com mais de 20 estudantes por turma realizarão a Prova Brasil. Pensando em fazer com que a escola tenha um bom desempenho, há gestores que incenti-vam os professores a aplicar simulados e até mesmo a treinar as turmas para o teste por meio da repetição. Por melhor que seja a intenção, trata-se de um grande equívoco. “Esse exame tem por objetivo avaliar competências de Língua Portuguesa e Matemática que são construídas ao longo do tem-po e se solidificam somente com um bom trabalho pedagógico - e não com exercícios mecânicos”, alerta Jussara Hoffmann, autora de livros sobre ava-liação e diretora da Editora Mediação, em Porto Alegre.

A preparação para o exame deve, portanto, ser de outra natureza: esclarecer todos os integrantes da comunidade escolar a respeito do que é a avaliação, garantir a organização interna para a realização da prova e saber como utilizar os resultados em benefício dos processos de ensino e

aprendizagem. Como lembra Maria do Pilar Lacerda, secretária de Educa-ção Básica do Ministério da Educação (MEC), “uma avaliação só faz sentido quando leva à reflexão e à transforma-ção da prática pedagógica. Não basta ser uma mera constatação. Precisa ser uma provocação para a equipe pensar a respeito do que está dando certo e do que ainda pode melhorar a fim de assegurar de fato a aprendizagem de todos os alunos”.

Também em novembro, parte das escolas brasileiras é selecionada para participar do Sistema Nacional de Ava-liação da Educação Básica (Saeb), que oferece um resultado por amostra das mesmas séries avaliadas pela Prova Brasil mais o 3º ano do Ensino Médio. As notas dessas avaliações são usadas para compor o Índice de Desenvol-vimento da Educação Básica (Ideb), instrumento que o governo federal tem utilizado para definir políticas públicas destinadas à melhoria da Educação em nosso país.

Nesse sentido, também é preciso cautela para não cair na tentação de pautar o currículo escolar somente pela busca de um Ideb cada vez me-

lhor. “Toda escola precisa ter um sis-tema próprio de avaliação, de acordo com as metas estabelecidas em seu projeto político-pedagógico (PPP). Exames internos e externos devem, portanto, ser usados de maneira com-plementar”, diz Maria Amabile Man-sutti, coordenadora técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Dessa forma, a equipe gestora contri-bui para criar uma cultura institucional que realmente vê a avaliação, qualquer que seja ela, não como uma forma de punir e responsabilizar um ou outro educador, mas como uma ferramenta formativa a serviço do aprimoramento das estratégias de trabalho.

AVALiAçõeS NACioNAiS Em 1990, o Saeb surgiu para le-

vantar dados sobre a Educação nas regiões geográficas e nos estados brasileiros. Já em 2005, a Prova Brasil foi criada para oferecer dados mais específicos sobre os municípios e as escolas. A partir de 2007, os dois exames passaram a ser realizados em conjunto.

Fonte: Nova Escola.