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Anno XIII RIO DE JANEIRO, 23 DE NOVEMBRO DE 1910 Num. 1.289 JVrloilii-o linmoristtco '<¦'?'/ llluMrnalo, Iti-Nciuiiiinl t-.,, Rr.DACçJo e Escriptorio _a da Carioca N. 53 sobrado Telephone Ti. S.SiS rjoro H oracica Pomada milagrosa para darthros, eczemasj empingens, etc. 1 íp* - owr"«r7"í" ¦ - r___s___wi : m í# "Jl ;__P^^___M ___¦ '•, iS!' àX?âX 3# _f b "i .S3ií«S«íisI,.ii (iL__~. (Da collecção franceza Ia Venus Moderne) CONFISSÃO. Ao vel-a assim, tão tentadoramente Despida, expondo as formas divinaes Do seu corpo ideal, a gente sente Uns desejos ferozes e brutaes... Eu, pelo menos, fervoroso crente, Adorador das Venus ideaes, Apezar de carola impenitente, Sinto no sangue sensações lethaes... E como velho sou e emmurchecido Tenho o... nariz, frio e caído, Meus desejos num desejo enfeixo Ficar ante a belleza inebriado E tropego, tremendo, estonteado, Aos pés cair-lhe, mas... cair de queixo! IQNACIO POSTA. El »_j Vende-se em todas as Pharmacias e Drogarias —; DO PHARMACEUT1C0 E CH1M1CO JOÃO DA SILVA SILVEIRA Grande Depurativo do Sangue Único que cura a Syphilis ,-— Fabrica PELOTAS Rio Grande do Sul "X í ¦ Ps '.

- owr«r7í ¦ - r s wi m• :; P^^ M í# Jl ¦ fmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1910_01289.pdf · O abarrote de bom ouro P'ro, d'iu.ut a quatro annos, Ao proceder o inventario

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  • Anno XIII RIO DE JANEIRO, 23 DE NOVEMBRO DE 1910 Num. 1.289

    JVrloilii-o linmoristtco'

  • O RIO NU—23 DE NOVEMBRO DE 1910

    NOVEMBRO DE 1910

    Motte n. 7

    Jflua e crua(CHRONICA SEMANAL)

    Da semana, ao que me lembro,O fact" sensacionalFoi o lõ de Novembro,Em que o bravo marechalTomou conta do Cuttete( Após haver mestre NiloDado o fura em tudo aquilloQue deve s-er bem cacete...)E apôs haver, no Senado,Com todo o rigor do estyloSolemnemente juradoTrabalhar pela Noçfto.Pois, que o marechal nflo canseNem jamais mude a intenção,Permittiudo que se avance...Na cobreira do Tuesouro,E, muito pelo contrario,O abarrote de bom ouroP'ro, d'iu.ut a quatro annos,Ao proceder o inventarioDo que legou ao Brazil,Possamos todos, ufanos,Ver que nflo murchou uo hastilA linda HOr «Esperança»Que nelle depositamosAo vel-o na governançaDeste tonao que adoramos!A' Republica, portanto,Que o esposou com agrado,Mostre o marechal o quantoPôde um homem tezo, armado.'...* *Homenagem verdadeiraPrestou a populaçãoRendendo preilo & bandeira,Nosso auri-verde pendfto,Cuja festa, mais crescenteVae aos poucos se tornando,Num enihusiaamo ascendenteCom ardor a festejando.Era de ver nesse dia( No da festa da bandeira)Quanta gente o páo erguia( Salvo seja i...) sem cauceira,Para depois hasteal-aNo tope ; oh ! isto commove 1No dia de grande galaQue é o diu dezenoveDe Novembro, a celebradaE nunca esquecida dataEm que ella foi decretada.Nfto é mui fácil a exaetaDeseripçao fazer da festa,Que esteve de causar pasmo IMaa, d que ninguém contesta,(E basta que o diga en)E' que, cheia d'enthusiasmo...Muita gente o mastro ergueu !...

    Foi levada ao InstitutoDe Advogados, a questãoQue rege a lei da expulsãoDe estrangeiros. Nao discutoNegócios de tanta monta;E mesmo porque sei bemQue ufto é da minha contaSe deve expulsar-se alguém. •.Quer exista ou nfto motivo.Entretanto, no direito'Stou, e de tal me nfto privo,De encarar essa questãoCá do meu modo e a meu geito.Assim, pois, a opiniãoQue tenho e agora vou dar(Talvez do rol das asneiras)E' que se deve expulsar...Tfto somente as estrangeiras...Que Bao escravas... fieisDa Lei, e as quaes, facilmente,A troco de alguns mil réis...Da maneira a irjajs InsulsaObedecem prompiamenteE assim, qualquer as expulsa I...* *Agora, a falar me afoitoSobre o cambio, que outra vezApôs ter ido a dezoito,A linda surpreza fez

    De cahir medonhamenteIPorém, leitor, ufto te ralesLfi por iaao. CertamenteFoi a Influencia do Sulles,Mestre Chico, da Fazenda,Que assim tanto o fez baixar.Tal coisa a ninguém aurprehendaPois, nflo É pura admirarQue uni homem, já sendo idosoComo elle 6, nem um Instante,Pur nfto ser moço e fogosoNem mesmo o cambio levante !. -.

    DSIRÔ JUNIOh.

    A collaboração neste jornal é franca a todosos leitores. Os trabalhos enviados, entretanto,serão subinettidos ao juizo da redacção, queos publicará ou não, conforme o entender.

    Em caso algum serão restituidos os on-ginaes.

    PETIT GUÍgNOL(COLLECÇÃO DE PEÇAS... BEM PREGADAS)

    EntalaçãoSCENAI

    Na sala de jantar de um maridode sorte. Este passeia de um ladopara o outro, mouologaudo. Amesa do jantar está posta.

    O marido (consultando o relógio) —Quasi oitohoras, e Alzira nada de chegar ! (Chama a criada)Eugenia I

    SCENA IIA ciiada (apparecendo)—Meu senhor?O marido—A que horas saiu tua patiôa?A criada—Logo depois do almoço.O marido-Ella nfto disse onde ia?A criada—Parece que foi ao dentista.O marido—Bem; podes retirar-te. (A criada

    sae).SCENA III

    O marido (sô)—E estai Ter-lhe-ia suecedidoalguma coisa? (Pausa. Depois, decidido.) Vou pro-cural-a. (Toma o chapéo e vae para sair, quaudoouve um Jrou-Jroti de saias.) Ab! Ahi vem ella!

    SCENAIVA mulher ( entrando, afogueada)—Que susto,

    men Deus IO marido Que foi ? Que foi ?A mulher—Imagina que, ao sair do dentista,

    como era ainda muito cedo, dei um pulo ã casa damamãe. E chego lá encontro-a de cama 1

    O marido—E 6 coisa grave?A mulher—Um ataque de coração. Achei-a

    com dois médicos á cabeceira, muito afflicta, sempoder quasi respirar. Tanto que resolvi fazer-lhecompanhia até que ella melhorasse.

    O marido—Mas ao menos podías ter mandadoavisar-me...

    A mulher—Ora! Qoando a vi naquelle e=tado,perdi a cabeça e nao me lembrei de mais nada.

    O marido—Vamos jantar. (Senta-se 5 mesa, amulher faz o mesmo e ambos comem com bastanteappetite, em silencio. A' sobremesa, o marido olhapara o relógio).

    O marido—Ainda nflo sSo nove horas, pode-mos ir os dois ver tua mfte ainda hoje.

    A mulher (empallidecendo e engasgaudo-secom o doce)—Nao vale a pena! Ella já está fôrade perigo.

    O marido—Mas eu... Eu devia ir, para queella nflo se queixe de que o genro...

    A mulher—Qual I Bem sabes que mamãe é omodelo das sogras e sabe que os teus afazeres tetomam o tempo todo.

    O marido—Mas hoje justamente nada tenhoque fazer. (Ouve-se o toque da campainha).

    A mulher (para a criada)—Vae abrir a porta,Eugenia. Ha de ser o chapéo que comprei no PalaisRoyal. (A criada volta precedida de uma respeitávelmatrona, que para diante do casal estupefacto).

    A matrona—Sim, senhores I Parece que morri 1Ha quasi um mez que nem meu genro nem minhafilha me procuram I

    A mulher — Mamãe !...O genro—Minha sogra !...(Cae o pauuo... da mesa, arrastado pelo ma-

    rido em fúria.) 'Severo.

    PROESAS DE FREI POSTA"viu

    O Joaquim Ignacio Posta resolveu, no dia 10do corrente, pegar na chaleira do Dr. Seabra, uovoministro da Viaçfto e Beu adversário político.

    O Posta preza multo o lindo ordenado que lheda o governo pelo desempenho do cargo de prior doConvento Bostal, e perder assim aquelles dois con-tos de róis mensaeB 6 o diabo I

    Assim, o Severlno, seu iuventor e seu pae napolítica, que se arranjasse. Elle, Posta, dependiado Seabra 1 Pois entfto toca a engrossar o Seabra,para garantir o logar...

    E uodíalG, quaudo o novo ministro da Viaçftoia tomar pos9e, desde cedo o Posta começou a sepreparar para ir ao ministério cmuprimental-o «pelabrilhante e acertada escolha do marechal».

    O Joaquim Ignacio naquelle dia tomou umbanho geral, lavou-se com sabflo da costa, tirou oluto das unhas, perfumou-se com água Florida, dei-tou óleo de Oriza uo cabello e. ás 11 horas, estavaprompto para comparecer uo ministério a assistir áposse do seu ex-inimigo, que se daria Ss 2 horas datarde.

    Pura completar a sua elegampeia, o Posta com-prou um bouquezinha de violetas e o collocou áboatonnière do frack... Como faltassem ainda treshoras para a cerimonia, elle teve receio de que asflores murchassem, e então acudlu-lhe uma idéagenial: descalçou as botinas e as meias e mètteu-sedentro de uma bacia com água.

    A1 1 1/2,um dos seus esfrias foi busnal-o em casae o encontrou, erecto, firme, dentro da bacia.

    Que quer dizer isso, seu Posta 7 !Pois ainda pergunta ? E' para que estas vio-letas nfto murchem...

    PtíSTlNHA.

    AOS LEITORESA «collecção galante illustrada», que vendemos

    em nosso escriptorio, a rua da Carioca 58, sobrado,e composta dos mais lindos romances do gênerohumorístico, pois são de um estylo encantador so-bre assumptos que despertam a curiosidade das pes-soas que amam o Bello.

    Sao do custo insignificante de 1Ç500, e aquellesque os pretenderem poderão escolher á vontade, sebem que seja difflcll saber qual o melhor.

    Castellões, os mais afamados cigarros deS. Paulo, estfto á venda no Rio na Confeitaria Cas-telloes, Charutaria Paris, Tabaoaria de Londres eCharutaria do Bar da Brahma.

    O NARCISO...„Õ°ovsn, bonito, inainuante e sympathico ; so-**D' cio-gerente de importante Magazin de Modes,

    r-~t*jn da Arteria-Mae; solteiro, 25 anuos fortesQj*uX3) e... vaccinado:—ahi tém, ligeiramente es-bocado á penna, o croqttis do meu bom camarada eexeellente amigo — o Narciso Flores.

    — E' um bom partido! exclamará, para comas rendas da sua virgiual camisa, a solteirinha lei-tora. E é mesmo (afftrmo eu) mais do que um bom,ê um exeellente partido. ' *

    Além dos supracitados dotes, o Narciso lhepoderá trazer um doteziuho... acceitavel; por-quanto (conforme elle, intimamente, me confessou,pedindo o máximo sigillo) sua «Conta de Lucros»,na casa commercial onde labuta, já aceusa, a seufavor, alguns contecos modestos. -..

    Mas... oh, eterno mas I — ás excellentes quali-dadesjã apontadas, o meu exeellente Narciso con-trapõe um sô, um único defeito, que nfto S, posití-vãmente, um defeito, ê... uma «aberração aangui-neaa... Sim, pois que parece estar na massa doBangue do meu excellentiasimo amigo a maniade... soltar o verbo, de fazer um enthusiastico ebestialogissimo brinde, em qualquer banquete oujantar, para quB fosse convidado.

    E nao eram poncos os convites, attento a posi-çflo social... e commercial do nosso amigo.

    Mas, tendo elle um preparo intellectual semi-nullo, recorre a livros de poetas e prosadores, paraa elaboração de seus «improvisados» brindes.

    Ultimamente, em um d'esses toast, a muitocusto eu consegui sustentar a nota... gravibundaíFoi num banquete de uupeias. O nosso brindadorprincipiou pelo primeiro verso da Iutroducçfto das«Espumas Fluctuantes», de Castro Alves:—« A pomba de alliançao vôo espraia»,

    Noiva e Senhora...»Ante o murmúrio e os sorrisos dos convivas, o

    Narciso, sem perder a calma, continuou:— Queiram desculpar... foi um lapiço... Euqueria dizer:— A argola da alliança o vôo...

    Nâo poude terminar. A noiva desmaiou, onoivo apitou, os pães, padrinhos, convidados ephosphoros puzeram a boca no mundo... um «sar-rabulbo» tremendo!... Rabanete.

    ¦

    _-*-./ ¦-;..

  • '¦'p

    O RIO NU—23 DE NOVEMBRO DE 1910

    Çambiarras

    Wpensão.E.

    EM que lh'o perguntássemos, dlBae-noB aIsabel que a Chica Brnzao declarara queoh Ires segredos... bade veudel-os bem caro;pois, o desejo delia fi ser dona de uma

    conta com o Barradas ou com o Dunlop?...

    O Martins dos Santos nao quer ser «banqueiro»mas trouxe comsigo a sua Caixa Econômica...

    A Maria das Neves diz que, se ajudava a lavaros pratos a bordo, era para ae distrahir e agradaraos cozinheiros.

    Bim, nao fi com vinagre que se apanhammosoas...

    O' Augusto Soares, olha que nfto S reparado,nfto ; podes arranjar a vidinha â vontade...¦aí

    Será verdade que a Alice Figueira usa maillot-talento, oonformB nos disse uma sua collega ?...

    Que mSs linguas I

    O' seu Caoharolete, perdão, 6 seu Raul Soares,olhe que nesse andar vossencia aoaba na espinha...

    Disae-nos um abelhudo que uma destas noitesandou pela caixa do Recreio um Jofto câ do Rio acantar um conplet d'amour para as paredes ouvirem...

    E seria ouvido?...

    Quem havia de dizer, hein, 6 Sylvana, que omantean, aBaim mesmo, ainda te prestaria tao bomserviço no Brazil 1...

    Olha lá, 0 Durão, ja que tens assim tantocuidado... dá-lhe a tomar a A Saúde da Mulher, ecom iBto só terás a lucrar.

    3E-Saudosa do seu motornelro a Lola sempre con-

    seguiu entrar para a companhia da «Rua dosCondes» . ,... .

    E elle... Bempre deixaria a Ligth ?...

    O Victor Santos quasi teve um desmaio quandono dia da chegada soube que a pina

    «fitava...Depois, ora, depois... elle lá Babe e... nos

    também.3Ê

    Mas qúe «par de botaB» arranjaria a Dora paraser logo presenteada com um por de sapatos?...

    Sao talvez os effeitos dos ramiuhos de murta

    com que anda... ¦5H£

    O' Barradas, se cá estivesse a Irene, entfto é

    que estavas mesmo nas tuas quintas, hein I

    E... nada te faltava, pois nao t

    Que geitinho mostrou ter a corista Isabel a

    ^"MaVcCpaíaS^parece que já fci criada de

    servir...

    Aauella historia de que «todos os artistaa da

    companhia nfto tomaram banho durante a travessia»TSL que se diga, 6 «Amor sem olhos»?

    Que liuguinha nos aahiste I

    Com que entfto, parece-te «que e preciso vir

    aoui cumprimentar 'estes

    gajos», para qne nfto te

    caiam na pelle, hein, 0 Graça íDeixa estar que nfto as perdes.

    Damos de presente um pacote de rebuçados a„uen?Tos disse? porque afina a Alice Figueira,

    guando lhe falam em .mosquito fardado»...

    O' Augusto Soarea, entfto consentes que um

    outro lhe passe assim uma cantiga... mesmo em tua

    P Ou é porque estás sarahndo ?...•35-Disse-nos o coriata Graça que a actiz Josephimca

    6 a única que vae para Lisboa de «palmito e

    °apeTêmõs um substituto do John para os informes.

    SÉEm que se parece a Maria

    «Amor sem olhos»

    0Omá'Bq°ueelambos nfto têm pestanas...

    A Dora diz quo vao passar a tomar eo Emulsao,e por do parto o Mauah.

    Mas nfto faça tanta careta como da primeiravez que tomou...

    O Abel garantiu-nos que ha de aconselhar aalgumaB meninas do Recreiy a fazerem uso do Elixirde Nogueira, do chlmico Silveira.

    Muito bom, sen Abel, muito bem.

    Com que emao a sra. Maria Reis nfto fez oseguro de vida na Equltativa ?

    Virgem... Nossa Senhora I

    O' dona Alice Figueira, porgiinte será coisa quese coma ou ê* paulitada 1

    Explique lá íbso, por favor.O FUHA.

    Au Bijou de Ia Mode-^,™^doa, por atacado c a varejo. Calçado nacional c es-trangeiro para homens, senhoras e crianças. Preçosbaratissimos, rua da Carioca n. 80.

    Companhia da "Bua dos Condes"Nfto vimos tarde, naturalmente, para dizer algo

    aobre eBsa companhia, cuja estréa no Recreio seeffeotuou com uma enchente colossal e digna deregistro nos annaes do nosBO theatro.

    E' claro que nfto vamos fazer critica, mesmoporque, nfto temos por norma fazel-as; queremosapenas, como fi juato, afflrmar que essa mesmacompanhia está fadada a fazer uma temporadaauspicioBissima no Brazil, mormente apresentan-do-se modestamente como se apresentou, e semaquellas mentirosas reclames que sfto o apanágio dosgalhardos emprezarios. . ,

    Bem sabemos que os artistas da companhia da«Rua dos Condes, nfto Bfto p'r'ahi nenhuns fura-paredeB (salvo seja I...) mas, sao todos elles muitis-simo acceitaveis, formando por isau um conjunctoperfeitamente homogêneo, o que justifica ob applau-sos com que sfto sempre recebido» e as enchentescontinuas que o Recreio tem apanhado.

    Numa palavra: a companhia da «Rua dosCondea» é merecedora de todo o auxilio publico eeBte tem sabido cumprir o seu dever.

    COLLECÇAO GALANTE ILLUSTRADA

    Acham-se á venda neste escriptorioos seguintes volumes:

    Memórias de uma mulher bonita—Deusado Amor — Estroinices de mulher —Su-premo abraço — Flor de volúpia

    —O pec-cado da baroneza — TormentaB d'amor -r-Noites de prazer—Hora propicia — Vir-gensem flor—Voluptuosidades imperiaesFuror amoroso — O harem de Syta —Amante ideal — Manobras conjugaes —

    As que escorregam — Delirios da carneEducação amorosa— Rainhas de ai-cova— Sereia — As ultimas bacchantes —Bíblia do Amor.

    Preço de eada Tftlnme -IS500,

    pelo Correio 2S000.

    MOTTE A CONCURSO

    TOBNEIO DE NOVEMBROPara o motte n. 5

    Não quiz deixar ver as pernas,Cahiu, mostrando-me o resto.

    recebemos varias glosas, das quaes as melhores sftoas seguintes:

    Buscando as phrases mais ternasFiz á Rosa o meu pedido...Ella, com pudor fingido«Nfto quiz deixar ver as pernas»,..Fiz-lhe umas juras eterna*,Porfim fugiu, e tao prealoQue eu a segui tamb^ii lesto;Mas nu fuga, a pobre itosa,Por maneira desastrosa«Cahiu, mostrando-me o resto»...

    TCHM BUM I

    Choros, cantatas modernas,Bupplicaa, tudo empreguei INegou... Por que ? Nem o sei IuNao quiz deixar ver as pernas.A ingrata... Raivas internasNo meu todo manifesto ;E, fazendo um largo gesto,R6go-lhe praga tremendaE ali logo, como emenda,«Cahiu, mostrando-me o resto»...

    Topb Tudo.Nada de «coisas modernas»...Assim o amor nflo tem graça...

    Disse Orminda, e, por pirraça,«Nfto quiz deixar ver as pernas».Porfim, eu, com phrases ternas,Junto ao seu leito modesto,Tive tal ardor uo gestoQue ella as costas me voltou...Mexeu... remexeu... gostou...«Cahiu... mostrando-me o... resto!»

    Jarbas Eibbiho,Oh I que delicias superuasNo facto que vou contarFez-me rir muito, a farlar:«Nfto quiz deixar ver as pernas»,Entravadas, nas modernasSaias, que o seu saltar lestoImpedem, eu nao contesto.Quando provar procuravaQue até com aquillo valsava«Cahiu, mostrando-me o resto».

    Surdo.Pedi com palavras ternas,A' mulher do Beraphim:— Oh! deixa, meu anjo, sim?...Pois, leitor, nem mesmo assim,«Nao quiz deixar ver as pernas».Iudiguaçflo manifesto 1Puxei logo o «espadagflo»...Foi ahi que a bella enteioAchou que eu tinha «razão»...«Cahiu, mostrando-me o reatou...

    LOSD ROXUBA.

    MOTTE N. 7Tira a mão d'ahi, Alfredo,Que isso não te pertence.

    As glosas que receberemos até sexta-feira, 25 docorrente, âs 4 horas da tarde, devem vir escriptaaem uma tira de papel e nfto conter mais de dezversos; devem ser feitas com espirito e malícialeve, sem pornographia, e endereçadas & redacçftodo Rio Nu, rua da Carioca n. 53, sobrado, acompa-nhada cada uma do coupon que se enoontra noalto da 2" pagina.

    As glosas que nflo satisfizerem'essas condiçõesnfio serflo tomadas em consideração.

    Das glosas recebidas escolheremos as cinco me-lhores, que publicaremos na ordem de merecimento.

    Cada conourrente pôde mandar quantas glosasquízer, comtanto que cada uma venha acompa-nhada do respectivo coupon.

    Ao concurrente que no mez de Novembro obti-ver maior numero de glosaa puhliüadas em Io logarserã conferido o prêmio de clez mil réie; ao queaB obtiver em maior numero em 2o Jogar caberãocinco mil réis.

    LICOR TIBAINAO melhor purificador do sangue

    6RANAD0 & C — «ua V d« Warco, 14

    SONETOBecebi tua carta e, com franqueza,Ao lôl-a e ao ver a tua ingratidão,Desde este instante trago o coraçãoInundado de pranto, de triBteza.Quem do teu rosto vir a ideal bellezaE dos teus olhos a candura... oh I nfio,Nio julgara, por certo, da torpezaDa tua alma - cruel desillusfto 1E a tua carta e assim tfto atrevida,Porque até hoje nflo cavei a vidaAfim de caminharmos para o altar I...Nao sejas má'... pois creio que consigoJuntar dinheiro p'ra casar comtigoNo dia em que o Cardeal também casar...

    Gama Quima.ASSOMBROSOI ~

    E' muito difflcil de ae encontrar reunidas qua-tro cousas úteis I Pois «O Rio Nu» tem e pelo preçomais commodo que se pôde imaginar: «Uma VidaAmorosa», lindíssimo romance, por 1$000 ; «UmaCeia Alegre», estrondosa parodia em versos, por$600; «ODonzel», romance interessantíssimo, por1ÍOO0; «Amores de um Frade», ultima jóia da for-nada, por $500.

    -í •*

  • O RIO NU—23 DE NOVEMBRO DE 1910

    /&íÊâ$^Ê&dk

    ..,fes. Ire, rÉ 11/ , /iX??-

    TTtyio Paia S lorryo No gênero é o que ha de mais en-UJJ-la LlKlCt jtUOgl O graça(i0. Acha-se a venda a'O Rio Nu—500 réis, cada exemplar, pelo correio 300 réis.

    Por ler completado o seu 84° anniversario, suicidou-se, oíiere-ccndo um opipnro banquete nos amigos o cidadão Felicio FelicidadePerpetua.

    O menu de caroço íoi o seguinte', sopa de chifre de boi, peixeptidrc com batatas grcladas, assado de lombo de lagartixa, etc, etc. ^' Após esse repasto os convivas principiaram a comer doce, cúscúse' outros trocos.

    O felizardo anniversarinnte após ter posto, por esse meio, termoaos seus dias, tomou o trem para Cascadura.

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    O RIO NU —23 DE NOVEMBRO DE 1910

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    — Olha, pequena, que me dcixaste acabeça a arder I

    —Tombem, seu Zé, você tem uma ca-beca muito delicada ..

    Água Japoneza — Não liaoutra que torne a pelle mais macia. Dá aocabello a côr que se desejo. E' tônico, fazcrescer o cabello e extirpa a caspa. Ruados Andradas n. 95.

    chapÍMÍJler apreciaq

    otense

    lolestias k10, Bronclàiteliiche, M

    ibelde. Dei

    autoridade,liico Bumbi sua boa í

    ao Di

    ¦-yâ:

    elos homens

    ias da grande\agiida e chro-ínia saffocante,

    ¦se neste caso

    OLINDA:E' linda; é Inalo ou mnis do que os amores,

    E tem, seu lindo rosto, a linda cor do jnmbo.Tão lindos, negros silo. seus olhos lentndorcs,Que, sft de os contemplar, eu quedo nbsorto, bambo I...

    Seus rubros lábios, silo tão lindos, seduetores,Que ao vel-os, tão somente, eu dc prazer me lambo.E os seios lindos seus, são ntngistrnes primoresDo bello !... A quem tal negue, eu mato.,, ou esbulhambo.

    E' tudo lindo nella I E' nella ludo lindo 'Cabellos, braços, mãos... De descrever não lindo

    Toda a lindeza ideal dessa «mulhcr-feitiço....

    Não tem rival no mundo, cm Qraçu, em Formosura.Si 6 linda, desde o rosto aos seios, a cintura...D'ahi p'rn baixo, então... nem fales nunca nisso.'...

    Rabanete.

    Tônico Japonez — Para perfumar o cabello edestruir os parasitas, evitando com seu uso dinrio todas as

    en-fermidades da cabeça, nno ha como o Tônico Juponez — Ruados Andradas n. 95.

    Pela rua Sete de Setembro subia parabaixo a passo de disparada uma barca daPraia Orailde; ao chegar a esquina du ruada Cattete, esbarrou com um padre queia saindo do cano de esgoto.

    Do esbarro resultaram ferimentos

    graves e queimaduras de 2' grão na pobrebarca. .

    O padre nada soífreu, pelo que íoi re-colhido a latrina mais próxima.

    Amores de um fradeEstá á venda em nosso escriptorio este

    primeiro volume da Collecção Amorosa. Lei-tura empolgante intercalada com sugges-tivas o-ravuras, proporcionando ao leitoralgumas horas agradáveis.

    Preço de cada vol 500 réis.

    Pelo Correio 800 réis.

    , escorrupicha- y lj|.||]||/ |jLá1| .tomar paraty, % \

    ¦! |,!';' j:Ü'y yfy)l , ,-¦— mFFFMlj

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  • O RIO NU—23 DE NOVEMBRO DE 1910

    Â

    (^m£'Xo deixou de me causar uma certa estra-uheza o convite que recebi da Isolina,mulher do meu collega Luclo, para com-

    parecer na sua casa as duas horas da tardede quinta-feira paBsada ; como o marido se ausen-tara na vospera, a serviço da repartição em queambos trabalhamos, suppuz que ella quizesBe demim alguma informação sobre a viagem do Lúcio.

    Isollnu 6 muita amiga de minha mulher, dequem foi collega no collegio de Sion ; por issosuppuz também que o chamado fosse para daralgum recado â minha Leonor, que está, — coita-dinha ! — para cada hora.

    Emflm, 14 me apresentei, em casa do Lúcio,onde fui recebido pela mulher deste, que vestia umpeignoir de cassa branca muito... indiscreto.

    Logo que me sentei,Isolina abordou o assumpto:Para que ha de você enganar a Leonor?Foi para isso quo me mandou chamar?Foi, sim; sabe como sou amiga de sua

    mulher e tenho o direito de velar pela felicidadedelia. .,.,.,„

    MaB... quem lhe disse que essa felicidadeestá em perigo fO senhor anda ahi até com mulheres atoa,a enganar a pobresinha da Leonor.

    Eu ia para protestar, mas Isolina nao me deutempo: Nflo negue ! Ainda hontem vi-o na Colomaomarcando uma entrevista para hoje fls tres horasda tarde com uma horizontal.

    Ah I A senhora viu ? Pois então deve saberque nflo me posso demorar muito aqui. Nflo devofaltar â entrevista.

    Ella tomou uma attitude piedosa:Pobre Leonor!Que quer a senhora que eu faça? Minha

    mulher está no ultimo mez de gravidez e o medicoprohibio-me... sabe? Prohibiu-me! E a senhoraacha que eu posso Bupportar essa abstinência ?Em parte o senhor tem razflo... mas tambémpodia escolher pessoal melhor para supprir a faltada Leonor...

    Queria, talvez, que eu me atiraase áa mu-lheres casadas, que me fizeBse conquistador, que mearriscasse a levar um tiro, uma facada, ou a ficarcom aa costellas num feixe, nflo ?

    Nflo digo tanto; mas...Mas o que?Eu tenho muita pena da Leonor !

    Consulto o relógio. Sflo duas e meia. Levan-to-me:

    De-me licença, Bó tenho meia hora parachegar fl entrevista.-

    Fique muis um pouco. Que pressa de correrpara junto de uma horizontal, uma mulher quenaturalmente tem uns seios que vao ao umbigo...

    Ora I Isso de seloa rijos e sô para as don-?ellas —

    Só para ob donzellas, nflo; os meus, porexemplo, nflo sao cahidos. Olhe.

    Isolina empina o busto e eu vejo o vulto dosseus dois seios erectos por baixo do peignoir.—- E' porque a senhora esta de espartilho...Eu de espartilho 11 Apalpo aqui...

    Pega-me na mflo e obriga-me a apalpar-lhe acintura. ,,.

    ConBulto novamente o relógio e vejo que faltamdez minutos para aa tres.Irra I Bô tenho dez minutos I O que vale eque Edith espera-me até tres e meia.Nflo va 1 — supplicou Isolina, segurando-menum braço — Para que metter-se nesBa aventuraque pôde ser perigosa... .Perigosa porque? Edith só serfl minhaamante emquanto Leonor nflo der a luz e nflo ficarboa do parto.Pode ser que eBBa mulher tome ou finja umrabicho pelo senhor, e la Be vae a tranqulllidade doseu lar.

    Só entflo, reflectindo um segundo sobre o caso,foi que verifiquei que aquella hypothese podia sedar ; mas era tarde para voltar atrás.

    Respondi a Isolina:Fique descansada que isso nao succederâ.

    E' o que dizem todos os homens e afinalacabam escravizados a essas aventureiras que naotem pejo de affrontar a sooiedade oom o seu viverdesregrado.

    Num relógio interior ouvi bater tres horas.Agora, tenha paciência I Nao me posso

    demorar mais. Adeus.Fique ! Nflo faça isso com a pobre Leonor IQue me aconselha entflo? Falto fl essa en-

    trevista, e que recompensa tenho?Fique conversando commigo... Aborrece-lhe a minha companhia ?

    Absolutamente nflo. Mas é que...Seja franco, fale lE' que isso nflo é sufflciente para Bupprir a

    falta que me está fazendo a Leonor... A senhoracomprehende que... eu nao sou de ferro IComprehendo sim... Entretanto, acho queo senhor faz mal, faz muito mal em atraiçoar a suamulherzinha, tflo boaziuha, com uma mulherpublica I

    JTlbum àe um velhoA MADRINHA

    Dezeseis annos I Bella e inesquecível au-rnra da vida! Começa o sangue a oir-

    fò 107/ eular-nos nas veias com móis calor eSejorfQ nossos olhos, a verem uma bonita mulhervao, seguindo-lhes as linhaB do corpo, mostran-do-nos encantos que até ahi nflo víamos.

    A curva dum seio, o contorno de uma pernamal velada pelas saias, o pequeno pedaço do carnemal entrevisto pelo espaço aberto de um botSodescuidadamente desabotoado, Bflo insignificantesnadas qne nos excitam, que nos fazem febre...

    Exactamenio fazia eu dezeseis annos naquellanoite em que, Bpezar da ehuva que jfl cahia eameaçava tornar-se em temporal, cheguei fl oaBB doAlberto, meu collega e inseparável amigo.

    D. Bosinha, sua madrinha e tutora, estava sóe disse-me logo, sorrindo, que o meu camaradasahira a mandado seu e com certeza voltaria muitotarde pois fóaa longe.

    Quiz retirar-me incontinente, porem, ella, pu-xando-me por uma dus mfloa, fez-me sentar a seulado no sofá, ralhando commigo e perguntando-rneporque razão queria ir embora, se ella nflo mereoiao sacrifício de fazer-ihe companhia emquanto oafilhado nflo voltasse.

    Desculpei-me, com certeza enrubecendo, eprincipiamos a palestrar.

    A madrinha do Alberto tinha quarenta annos,era morena, alta, cheia de corpo e possuia doisperigosissimos olhos negros que admiravelmentefalavam a muda linguagem do olhar.

    Eu lhes confesso com toda a franqueza queunicamente daquella noite em diante é que eucomecei a reparar nos seductores encantos deD. Bosinha.

    Emquanto conversamos, meu olhar descohnuuma abertura na blusa que ella trazia e foi curioso

    Ahi volta a senhora outra vez ao mesmopontoI Assim nflo saímos deeae circulo vioioso...Eu sei de tudo Isso, mus nflo vojo o meio deconciliar o Impedimento de Leonor com a necessi-dade que sinto de obedecer a uma lei da natureza,senão procurando fora de casa o que ali me falta.E, oomo jâ lhe disse, nflo vou atirar-me fls mulhe-res casadas..,

    Nao sei porque esse seu receio...Nflo 6 receio, é medo. A senhora, porexemplo, so eu lbe pedisse um beijo, quo faria?Conforme as circumstanoias... Se isso lhesatisfaz para nao ir enganar a Leonor com essabiraia que o espera, tome lâ.

    E me estendeu os lábios coralinos e cnrnudog,accrescentando:

    Mus nflo abuse I Olhe que ê só por amisadeá sua mulher!

    Colhi aquelle beijo que se me offerecia e passeia mao na cintura de Isolina, com intenção de acon-chegal-a ao peito.

    Ella, porém, desvencilhou-se mausamente,dizendo:

    Nao... Assim nflo...Pois então a senhora tem coragem de me

    deixar metter o bico n'agua para depois morrer &sede?

    A esposa do Lúcio gostou dessa phrase pittorescae riu, com o seu riso franco, mostrando os saua lindosdentea e aaoudindo o busto, de modo que oa seios-saltavam dentro do peignoir numa provocação irre-sistivel.

    E a senhora ainda ri-se de mim I Que cruel-dade I...

    Isolina chegou-se outra vez para mim, destavez séria.

    Dá-me a sua palavra de honra que nao segabará desta aventura?

    Eu sentia já as fontes a latejarem barbara-mente. Tornei a aegural-a pela ointura:Dou, Isolina, dou ! Mas acaba com isso poruma vez !

    Quiz obrigol-a a sentar-se no meu collo ; ellaentão deu-me outro beijo e diase:Aqui, nâo. Ali...

    E apontou-me o quarto conjugai.

    Dahi a meia hora, ucompanhando-me até &porta, a boa amiga de minha mulher ainda recom-mondou:

    Nflo se gabe, hein ? I Olhe que foi só pelaamizade que tenho a Leonor I Emquanto ella eBti-ver impedida, pôde vir ca...

    Danilo.

    e guloso cahir sobre a pequenina cova que faziamseua seios morenos.

    Correu-me uma onda de sangue fervente pelocorpo, e ella, a quem nao escapara o meu gesto,cruzou as pernas pondo-lhes a descoberto um pedaçocalçado em fina meia preta.

    Eu tinha as mflos frias e a cabeça em fogo.De repente um formidável relâmpago cortou o

    Armamento e seguiu-se um terrivel estampido. Amadrinha do Alberto enlaçou-me nos braços ebalbuciou:Aí I que medo 1 Eu tenho um medo horrívelda trovoada!

    Fiz-me homem ; quiz encorajul-a e, se nflo fôrater sempre nella visto o exemplo da honestidade eda honradez, oreio que teria coberto de beijoB loucoao collo que seu movimento brusco mostrara.

    Ella pegou-me numa das mflos e apertou-a:Mas que é isso, meu filho ? Tens as mflosgeladas!

    Puxou-me mais para ella e prendeu-me asmftos entre as pernas e aa suas mflos.

    Estremeci e quasi automaticamente encostei aminha cabeça abrazada sobre seu macio collo. Ellabaixou a sua e jâ iam os nossna lábios um em buBOado outro quando o Alberto bateu a porta.

    Beeebi-o e D. Bosinha também, um tantocontrafeitoB, e pouca foi a nosaa demora na sala.Digo nossa porque eu nessa noite pernoitava na caaado meu amigo por causa do tempo.

    Recolhemo-nos aos nossoa aposentos e umahora depois, eu, a quem os dezeseis annos e areoordaçflo da scena do sota nao deixava dormirfui, pé ante-pé tacteando no eacuro em busca doquarto de D. Bosinha.

    A porta estava aberta. Entrei, fui ao leito.Ouvia-BO uma reBpiraçflo calma de quem dorme eeu, no escuro, guiado por ella, baixei-me e dei umapaixonado beijo na boca... do Alberto.

    MaTHUSAMV.

    CONSELHOS PRÁTICOSAos homens

    XXIISe és rapaz, e bonito, nflo dês aa costas ao

    Gregorio; esse sujeito é traiçoeiro com oa rapazesnovos e bonitos e nflo perde oceasiao de os atacarpor detrás. xxiri

    Nflo tenhas reoeio de passar por baixo de umarco triumphai, do arco do Telles, do arco davelha; maa nao passes nunca por baixo de umarco verde, porque apanhas um azar medonho parao resto da vida.

    XXIVQuando montares num cavallo, num burro ou

    numa égua, e fores em companhia de uma mulher,procura mostrar-te bom cavalleiro para que ella nflodiga que nflo sabes montar...

    _A.»s mulheresXXII

    Se teu marido é daquelles marca sorvete e dese-jas, muito naturalmente, que elle ae transformenum vulcão, obrigo-o a ler os Amores de um frade everás como elle fica mais ardente que o Veauvio.

    XXIIIQuando & noite, durante o somno, te descobri-

    res e sentires frio, pede a leu marido que te cubru ete esquente, pois é essa uma das suas obrigações.XXIV

    Nflo admlttiis que teu marido tenha coudelaria:um homem com cavallos ô um desastre para a pro-pagaçflo da espécie.

    Antônio Consh^hbiro,

    Começa o calor noe seua rigores iuolementea ea humanidade tem de soffrel-o pura purgar os pee-cados.

    O que nos vale õ que existem oa belloa cigarrosPonte Limpa e que em cada maço ae encontra umapiteirinha dos mais delicadas.

  • O RIO NU—23 DE NOVEMBRO DE 1910

    J/as zonas...

    MSTAiiENDO

    que a Malhilde estava om dlapoul-IliVi: bllldade, o Braga Cnnja Fria proourou

    opplloar todo o partido, afim de conseguirvoltar á sua antiga vidlnha; mas foi iufe-

    liz, porque a vaga estava preenchida pelo autoritárioArmando.

    Que barracão !...Tem chupado uma baratinha a Annita do

    «Mattoso», por ter o Carvalho de 8. Chrlstovftu sus-pendido a remessa das bolaohluhas que fuziam assuas delícias acompanhadas com o chá verde, attrl-buindo â sua amiga Bibiana essas intrigas.

    A Maioral Helena 6 quem melhor'sabe dessa...&5@SCc) um nadiuha da linha de pae de filhos,que vfto logo as senhoras madamas nossas mulheresá policia e esta, pondo-se iminediatamente emcampo, no melhor da festança empata a... joçal...

    Eu, cá por mim, estou damnado como com-meudador quando se proclama a Republica. Deiuma sova correcta e auginentada na mulata e, comcerteza, ainda hoje dou-lhe mais duas ou tres.

    Isto assim é uma grande soda que a gente tomasem vontade. Vfto-se catar!

    No dia 15 eu tomei mais uns meios litros dabranquinha em regosijo da posse do meu camaradavelho de guerra, rachei para a Avenida, onde meaboletei no barracão, estylo cachimbo de preto ve-lho, para apreciar a parada andando.

    Quando as tropas appareceram, en estiqueimetro e meio de pescoço para ver o movimento ;porém, nessa oceasiao, despejon-se-me em cimados costados um mundo ambulante de carname.

    Sustive a ouja no vôo que ella ia dando naspedras e «velei o olhar investigante na bruta.

    Ah | "aquella

    tinha quatro metros de diâmetroe outros tantos de altura, era vermelha como ostomates do quitandeiro da esquina, e foi logo todi-nha susnirosa ee desculpando:

    — O senhor me desculpe I Eu trupiquei e porisso me arrimei em riba de si.

    Ora eu nfto posso ver defunto aem chorar e

    quando 'sinto

    cheiro de saia fico num enthusiaemode caohorro brincando de bonde electrieo...

    Entabolei conversa liada com a fragata, oha-mei a dita na falação preparatória da revista naval,

    passei-lhe o reboque da lei e zarpamos para o poço,

    oode ancorámos no polacete da bicha.A supplicante era portuguesa e ainda nfto tinha

    festejado a Republica. Tratamos logo de arranjarum choro na lyra e cabimos na movimentação per-"atlPouco

    depois de,principiar a dansa chegaramseu Dr El Ias com a respeotiva cidadôa e seu Silvacom diiaa rigorosas e chorosas mulatas

    Distribuímos os paratys com capilé e rompeu o

    samba umbigante e gostoso.A catraia que eu tinha rebocado, apezar das

    toneladas de banha e toucinho que trazia, desman-chava aa letras no accordo das leis e maxixava todacheia de remexidos. As mulatas sapateavam e

    quebravam numa roxura de freiras barrigudas e a

    doutora mesmo jâ espalhava o pé com certo geiti-nho promettedor. ,

    Quando foi lá pelas quinze da madrugada a

    minha respectiva provisória propoz á . sociedadeabarracarem todos ali e continuarem a folgança

    no

    outro dia. O pessoal, que estava mammado burra-

    mente, foi emborcando e cahiu todo na roncaria

    symphomctL ^ ^^ ^ despertei, proourei a fra-

    eata para as salvas do estylo e achei-me deitado

    ffiePas duas mulatas do Bilviuha. Nfto damne.

    com a troca e... toca o bymno!...A' tarde cahimoB todos na bacalhoada que

    as'

    madamas tinham preparado e principiamos logo

    nos remexidos do bailame.

    jÇfta cavaçao— A. CENTENA — 8S7 —

    DEZENAS 07, 79, 73, 27, 19, 29, 34

    Já está sendo um facto commum nôs vencermosnas difficillimas centenas; por isso, Bem eommenta-rios, passamos ao resultado:

    Dia 16—João Benguela triumphou: no Antigocom a AgTiia e 07, no Rio com o Pavão e 73;Madame Xakalalak deu-nos o Peru com 70 e asCentenas Especiaes a grande victoria do Salteado e2° prêmio com o Carneiro e centena S271

    Dia 17—Madame Josephine marcou: no Antigoo Gí-allo e no Salteado a Vacca ; Madame Xa-kalaluk indicou pelo Moderno o Peru e pelo 2"

    prêmio o CameUo com 29 e as Centenas Espe-ciaes deram o Cachorro com 19 pelo Rio.

    Dia 18 —Madame Josephine deu o Car-neiro pelo Antigo; Jofto Benguela a Cobracom 31 pelo Moderno e as Centenas Especiaes oTJrso pelo Rio, o Burro pelo Salteado e aCabra pelo 2o prêmio.

    Palpites do João Benguela

    198 -00-699 657—60—150477—S0—57

    471—70—369 246-45-048 703—01—902

    Madame Josephine«Cercae. sem receio, a Cobra (034), a

    A"-uia (905) o Gato (453) e o Touro (382),escurae esse jogo na Borboleta (513) e Leão

    (564) e tereis uma semana cheia.»

    CENTENAS ESPECIAES389 609 451 021 040 826 942. 130 162 347

    DEZENAS35 06 56 83 15 61 39 90

    Palpites de Averno

    619—520—817, 167-568-065986 _ 086 — TIGRE — 587 - 988

    473-576—075

    ^^m^v095—294—196

    Madamb Xakat,axab— Recommendauios fts pessoas de bom gosto

    os seguintes livros da nossa oolleoçSo: «Uma \ idaAmorosa», «O Donzel», «Uma Ceia Alegre» e«Amores de um Frade».

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    :::JÍ

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    O RIO NU—23 DE NOVEMBRO DE 1910

    Im*****m^a

    QUE NOVIDADE!...

    — Ora graças I meu amigo,Que afinal vim te encontrar.Preciso falar comtigo .Mas muito em particular,..

    — Já sei: queres que hoje fl noiteVá fazer-te uma visita.,.Não crelas que a tal me afoite,Porque não posso, acredita.

    — Não é issb. A tua esposa(Segundo affirma o Aurélio)Te engana com o primo Souza,Faz-te irmão de S. Cornelio 1...

    — Ora o grande novidadeQue tinhas p'ra me dizeritiSe é só isso, na verdade,Já estou fado de o saber!..

    .^-^h— ¦. ¦¦¦---— ._ .- v |nr.|_|__||__ r -„-,-,- ,-,-1, ,- ¦-¦-¦-¦-! - ni-|i -M n -1 m. ¦ aj ¦_ _ .*ii-wiriiuu'i_

    0©OMZEL í Acha-se á venda este empolgante romance em que são relatadas com as mais vivascores, as aventuras de um conquistador.Leitura snggestiya e cheia de peripécias amorosasPreço 1$000, pelo Correio 1$500