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O DESENVOLVIMENTO
NATURAL DA IGREJA Há atualmente uma grande preocupação
por parte de líderes e teólogos cristãos a
respeito do espantoso índice de cresci-
mento numérico de fiéis de muitas igrejas
evangélicas espalhadas pelo mundo. O
principal motivo desta preocupação está
relacionado ao atrativo que estas igrejas
estão apresentando às pessoas. Percebe
-se uma violação dos princípios funda-
mentais na maneira de interpretar e pro-
clamar a Palavra de Deus que claramente
conduz os seres humanos a reivindicar o
poder para si e para suas instituições
religiosas particulares. Conceitos ineren-
tes à teologia da prosperidade como a
“confissão positiva” e o “triunfalismo”,
estão criando uma geração de cristãos
barganhadores, insaciáveis, interesseiros
e arrogantes. Estamos na era do “desde
que a igreja esteja crescendo, não fare-
mos muitas objeções ao seu ensinamen-
to”. Ao escrever “Elogio da Loucura”, uma
crítica à sociedade do século XVI, Eras-
mo de Rotterdam, que pareceria estar
assentado no sofá de sua casa assistindo
a um de nossos modernos programas
evangelísticos na TV, disse: “Que dizer
daqueles que se alimentam de fórmulas
mágicas e de orações inventadas por um
piedoso impostor, vaidoso ou ávido, por
meio das quais se promete tudo, rique-
zas, honras, abundância, saúde sempre
sólida, viçosa velhice e, para encerrar,
uma cadeira no paraíso, justo ao lado
deCristo! Ainda assim, não pretendem
ocupar seu assento senão tão tarde
quanto possível”. John MacArthur vem
reforçar essa mesma concepção: "O ver-
dadeiro evangelho é um chamado para o
auto sacrifício e não para a auto realiza-
ção" O crescimento numérico tornou-se
para muitos movimentos o alvo mais im-
portante na escala de seus valores e, por
conta disso, a conquista de novos adep-
tos “justificaria” a propagação de um novo
formato de discipulado. Dietrich Bonhoef-
fer definiu esta doutrina como a “Graça
barata”. Segundo ele, esta mensagem
inclui perdão onde não há arrependimen-
to, cristianismo sem cruz e gratuidade
porque todas as nossas contas foram
pagas por Cristo. Textos da Bíblia como
Filipenses 4:19: “O meu Deus, segundo
as suas riquezas, suprirá todas as vos-
sas necessidades em glória, por Cristo
Jesus”, não são usados na busca desen-
freada pelo crescimento numérico das
igrejas somente por não dizer o que se
espera deles, isto é, “O meu Deus, se-
gundo as suas riquezas, suprirá todos os
vossos desejos ou luxos em glória, por
Cristo Jesus”.. Christian A. Schwarz em
seu livro “Mudança de paradigma na igre-
ja”, afirma que os movimentos cristãos
contemporâneos necessitam de uma re-
forma em busca dos valores imprescindí-
veis do crescimento natural da igreja.
Penso que esta reforma deveria fazer
mais do que pequenos retoques. Ela
deveria mudar de uma vez por todas os
motivos pelos quais muitos estão pregan-
do, deveria ainda levar à conscientização
de que a missão da igreja não se constitui
em acumular bens materiais e muito me-
nos na construção de templos faraônicos
que se tornaram objetos de exibição inter-
religiosa. A missão genuína da igreja de
Cristo deveria zelar pelo crescimento qua-
litativo de seus membros e desempenhar
uma tarefa fundamental ao moldar as
pessoas à imagem de Jesus. Ronaldo
Lidório definiu tal conceito ao dizer: “As
estratégias, apesar de úteis, não definem
o sucesso ministerial da Igreja. Só a san-
tidade faz isso”..
Diego Endrigo de Oliveira .
Bacharel em Teologia, graduando em mi-
nistração Geral e edu-
cador em Teologia e
Oratória.
BRASIL EVANGÉLICO crescimento ou inchaço
6 /7 Março / Abril Jornal ATHOS 2
LABORATÓRIO DE LABORATÓRIO DE ORATÓRIAORATÓRIA
O belíssimo artigo do Diego Endrigo de Oliveira toca num dos pontos mais cruciais da Igreja contemporâ-nea, isto é, a maneira através da qual pensamos o cresci-mento quantitativo. Até parece que vivemos numa situação de “idolatria do sucesso”. Afinal, somente aqueles (as) que es-tão à frente de mega-igrejas são considerados “homens ou mulheres de sucesso”. E, dian-
te de uma competição acirrada pelo campo religioso, vemos muitas igrejas se transforman-do, aos poucos, em corpora-ções religiosas e Jesus relega-do ao plano de uma commo-dity. Desejamos o fim, não im-portando os meios que utiliza-mos para crescer e obter o sucesso. Afinal, não somos vitoriosos por aquilo que con-seguimos ter ou consumir.
Prof. Dr. Luiz Alexandre Solano Rossi Professor do mestrado em Teologia da PUC-PR
[email protected] www.luizalexandrerossi.com.br
Nunca se viu uma explosão de crescimento
evangélico como se vemos hoje. Porem,
temos que analisar, até que ponto isso é
bom para á igreja. Certa vez ouvi uma frase:
“pés na terra, Coração no céu” porem, exis-
te pessoas que se esquece do céu só pen-
sam em coisas terrenas. De quem é a culpa?
É daqueles que pregam meias verdades, e
usam a bíblia para beneficio próprio. Inte-
ressam-se mais pelo dinheiro da ovelha do
que na salvação dela, transformam a igreja
em um negócio lucrativo. Ai está o fator de
muitas igrejas com pouco tempo de existên-
cia, estarem tão cheias, porém nem sempre
multidão reunida é sinal que Deus está no
meio, pois quantidade não gera qualidade,
mas qualidade pode geral quantidade. Jesus
pregava o reino e as demais coisa em se-
gundo plano, ele veio para promover o Rei-
no, jesus nunca usou o fator império mas
sim reino ,porem vemos nos dias de hoje
verdadeiros impérios .Onde está a igreja de
Atos dos apóstolos? Cresciam em números,
mas não si contaminavam. Qual o segredo
de crescer e não si corromper? Gerar discí-
pulos e não multidões? A resposta é sim-
ples! Pregue o evangelho como Jesus pre-
gou. Pela pregação a igreja foi estabelecida
e somente assim que ela continuará cres-
cendo saudavelmente. Pregue o evangelho,
pois ele nasceu no coração de Deus e não
do Homem, procede do Céu e não da Terra,
foi concebido na eternidade e não no tempo.
Para terminar, nós como igrejas devemos
nos posicionar nesse mundo, sabendo que
muito em breve Jesus voltará! E então lá no
céu veremos o verdadeiro crescimento da
igreja, aonde milhares de salvos de todas as
línguas, tribos e nações estarão com o se-
nhor Jesus para todo sempre. Como diz
aquela antiga canção “tantos como areia da
praia” ai verá a verdadeira multidão o verda-
deiro Crescimento. Que Deus abençoe
abundantemente!
Diego Endrigo de Oliveira, que faz parte do quadro de profes-sores do ITEPAR, usou de sua perspicácia e inteligência para escrever este artigo. Concordo plenamente com suas coloca-ções e ressalto que, muitas comunidades eclesiais con-temporâneas, estão caminhan-do desordenadamente em bus-ca de crescimento. Este assun-to se tornou um dos grandes temas na discussão teológica atual, gerando conceitos sérios e rigorosos sobre a importân-cia de, as igrejas cristãs, priori-zarem o ensino do Evangelho e
não o crescimento a qualquer custo. Fica muito claro que as igrejas envolvidas a tal movi-mento, criaram programas de oração e campanhas, orientan-do seus seguidores a usarem tais artifícios como moeda de troca no ambiente religioso. Para mim, a vida cristã não se constitui desta maneira, más, segundo o Dr. Benjamin Breckinridge Warfield, "O cris-tianismo não é meramente um programa de conduta; é o po-der de uma nova vida".
Observando o contexto políti-co, sócio econômico e religio-so que nosso país está viven-do nestes últimos anos, en-contramos um fenômeno, no mínimo, curioso que está acontecendo no “arraial evan-gélico”: São as Igrejas abarro-tadas de pessoas que, até en-tão, não participavam de reuni-ões e que agora, assiduamen-te, estão frequentando sem qualquer restrição. Parece-nos motivo de alegria em vermos isto acontecendo. Todavia al-go nos preocupa quando para-mos para pensar qual é a moti-vação, ou melhor, qual é o ob-jetivo, dessas pessoas passa-rem a frequentar as Igrejas Evangélicas? Que tipo de men-sagem esta sendo pregada
para que elas sejam atraídas? O que acontece nos Cultos? Quais são aqueles que estão na liderança? Sendo assim, quero acreditar que o fato de muitas pessoas frequentarem as Igrejas não seja simples-mente pela sobrevivência hu-mana: trabalho, dinheiro, cu-ras, casa própria, carro, etc... Mas quero acreditar que seja pela necessidade de um Salva-dor e de olhar para o seu rosto e não para suas mãos, isto é, recebê-lo pelo que ele é e não pelo que ele faz. E também que seja a grande esperança dos fiéis que é a Volta de Jesus para levá-los ao Lar Eterno, o Céu, aonde, de fato, Ele enxu-gará dos olhos toda lágrima e a vida será plena.
...Até parece que vivemos numa situ-ação de “idolatria do sucesso”. ..
Pastor Dr. Luiz César Costa
Diretor do ITEPAR – INSTITUTO TEOLÓGICO DO PARANÁ
www.itepar.com.br
...moeda de troca no ambiente religioso...
“E muitas pessoas o ouviam com prazer”. Mc.12:37
Pr. Jair C. Lara 1ª IPR de Maringá Bacharel em Teologia / Bacharel em Filo-sofia / Metodologia do Ensino Superior Mestrando em Teologia Pastoral.
“tantos como areia da praia”
Apostolo. Celso santos
Pres. Igreja Batista Renovada / min. Missão da Fé
Bacharel em Teologia .
Op
iniõ
es
A igreja de atos deixa eviden-
ciado que a qualidade pode andar perfeitamente
com a quantidade, uma vez que “todos os dias
acrescentava senhor á igreja aqueles que se havi-
am de salvar” (At 2.47). A falta de qualidade muito
bem pontuada por Diego endrigo de oliveira no
artigo desenvolvimento natural da igreja, se dá
porque a ação do senhor no crescimento da igreja
tem sido desconsiderada por muitos “empresários
da fé”. Os crentes não têm raízes, as igrejas não
crescem, mas incham e vivem em estágios, ora
esvaziando outras para se encher e ora sofrendo
evasão daqueles cancerígenos transeuntes que
do jeito que vêem, vão e levam outros para en-
grossarem as fileiras. Graças a Deus que a santi-
dade esta presente na vida dos remanescentes
nas mais diversas igrejas que sonham e dão a
vida por um grito de maturidade em cristo. “Quem
anda de igreja em igreja atrás de “presentinhos”
são crianças que valorizam o que o Pai pode dar e
ainda não cresceram para entenderem o que o
Pai é. Pior são os obreiros fraudulentos e sem
ética ou escrúpulos que movem essa situação de
vexame da igreja frente à sociedade ímpia, aos
indoutos e principalmente a Deus que é o Senhor
da igreja. (Ef. 4:14)
Pr. Valdiney Marques de oliveira—Pr. titular da 3° IEQ Maringá. Bacharel
em teologia, gestor de recursos humanos, educador físico, pedagogo e es-
pecialista em docência no ensino superior.
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