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COLUNA SOBRE QORPO-SANTO
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Sentinela do Jacuí - Triunfo, 10 de julho de 2010 5
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Indústria Química
Louco, Santo ou Gênio?
José Joaquim de Campos Leão, Qorpo-Santo,figura ímpar, parece ser a mais controvertida dadramaturgia nacional. Sua obra ora é apontadacomo produto de uma mente inferior, perturbadapela doença mental, ora como produto de umamente genial, que não é compreendida. Quemsabe uma mente genial que se mascara com a lou-cura?
No seu teatro, cada personagem, além de sur-gir como um dos veículos de sua vingança contrao meio social e os desajustes humanos, é a ex-pressão da criação artística em seu mais alto graude elaboração em várias obras, inclusive nesta queusamos para as citações: ‘Lanterna de Fogo’.
A sociedade impõe ao indivíduo diversas nor-mas. Tal forma fixa de viver, para os mais sensí-veis, acaba sufocando por completo o movimentonatural de suas existências. Não raro, para enfren-tar essas regras, vestem-se com máscaras para evi-tar o conflito com a sociedade vigente. Qorpo-Santoé um ser dividido entre o que a sociedade dita comocerto e o que ele próprio assim o considera.
A máscara de marginal, é preciso dizer, não éescolhida pelo próprio indivíduo. É atribuída pelasociedade àqueles que não aceitam se submeterou se adaptar a ela. De modo especial, a máscarade louco é um instrumento indispensável para amanutenção do status quo social, sobretudo da ins-tituição familiar.
A atribuição da máscara da loucura é um gestoque tem significado político, moral, religioso, econô-mico e social, é o meio que permite ao grupo eliminaros elementos diferentes, considerados nocivos.
Qorpo- Santo, enquanto dramaturgo - e louco -encontra chance de flagrar suas denúncias. Sua re-volta não se conduz em uma única direção, seu teatrorevisa as relações entre Deus e o homem, o homem ea comunidade, e do homem consigo mesmo.
Por repetidas vezes, os laudos médicos o con-sideraram apto para gerir seus bens, gozando deplena saúde mental, apresentando apenas umacréscimo de atividade cerebral, uma vivacidadee atividade maior do pensamento.Entretanto, osúltimos laudos já não são unânimes e acabam le-vando-o a ser interdito pela Justiça. Parecendo quea insistência com que a família tenta fazer deleum demente, acaba tendo seus frutos.
Vendo-se impossibilitado de provar, em defi-nitivo, sua sanidade, Qorpo-Santo toma para si opapel de louco para não mais o largar. Afinal, comodiz o criado ‘Impertinenti’,na peça ‘As RelaçõesNaturais’: ‘o direito há muito que é morto’ . É iro-nicamente que o dramaturgo admite a teoria deque ‘se é impossível deixar de representar um pa-pel, então a única alternativa é interpretar o pa-pel até os seus limites extremos’.Ele reconheceos limites de sua resistência para lutar contra asociedade, uma vez que ‘sempre a Lei, a Razão ea Justiça triunfam da perfídia, da traição e damaldade’, (in ‘Hoje sou um ; e Amanhã Outro’).
Afinal, como diz Robespier: ‘Não querem oshomens crer nesta verdade eterna e é ... que Deuscriou o homem livre para ser feliz. E à sua Ima-gem para ser orgulhoso, ou altivo.’ Que vivaQorpo-Santo para sempre, em Triunfo e de Tri-unfo para o mundo! Namastê!
Bem poucas vezes somos senhores de nósmesmos.Milhares queremos, e não podemos; milha-
res fugimos e não escapamos; milhares nos esquiva-mos e à força prestamos!
( Robespier, in Lanterna de fogo).
Braskem inicia recebimentode etanol por ferrovia
A Braskem recebeu,esta semana, a primeiracarga de etanol por viaferroviária. Foram des-carregados 120 mil litrosdo produto vindos deSão Paulo e Paraná. Nasexta-feira, chegam mais840 mil litros. É a pri-meira vez que a empre-sa operou nesse modalpara o transporte doetanol, que será usadona planta de Eteno Ver-de. Cerca de 40% do ál-cool utilizado pelaBraskem será trazido portrens da ALL. Até então,o produto era transporta-do apenas por hidrovia e
rodovia. A Braskem temcapacidade de consumir230 milhões de litros deálcool para produção deETBE (Camaçari/BA, eTriunfo/RS) e comprarámais 460 milhões de li-tros para a planta deEteno Verde em Triunfo.
Denise Zappas, ge-rente de negócios de Ál-cool da Braskem, afirmaque o transporte ferrovi-ário tem se mostradouma boa opção logísticapor ser a melhor alterna-tiva do ponto de vistaambiental (menor emis-são de CO2), além de termenor custo. “É uma al-
ternativa importante àcabotagem, que muitasvezes apresenta proble-mas relacionados a atra-sos em portos de carga”,explica. A hidrovia res-ponderá por 50% dalogística do álcool e arodovia, por 10%.
PERFILA Braskem é a maior
produtora de resinastermoplásticas das Amé-ricas. Com 29 plantas in-dustriais distribuídaspelo Brasil e EstadosUnidos, a empresa pro-duz anualmente mais de15 milhões de toneladasde resinas termoplásticase outros produtos pe-troquímicos.