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ANO DE INVESTIMENTOS DA REDE NACIONAL DE TRANSPORTE 2004-2009
REN - Rede Elctrica Nacional, S.A. Julho 2011
PDIRTPDIRTPDIRTPDIRT
Plano de Desenvolvimento e Investimento
da Rede de Transporte de Electricidade
2012-2017 (2022)
Julho de 2011
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 i
Sumrio Executivo
PLANO DE DESENVOLVIMENTO E INVESTIMENTO DA
REDE DE TRANSPORTE DE ELECTRICIDADE
2012-2017 (2022)
JULHO DE 2011
SUMRIO EXECUTIVO
ENQUADRAMENTO E MBITO
De acordo com a legislao em vigor Decreto Lei (DL) n 29/2006 de 15 de Fevereiro e
DL n 172/2006 de 23 de Agosto, complementado pelos DL n 23/2009 de 20 de Janeiro e DL n
78/2011 de 20 de Junho , a REN, SA, doravante denominada por REN, corporiza neste documento,
a proposta de Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Transporte de Electricidade
(PDIRT) para o perodo 2012-2017 (2022).
O PDIRT 2012-2017 (2022) identifica e justifica os projectos de investimento da RNT para os
prximos 6 anos, a partir de 2012, e apresenta uma anlise mais estratgica para os projectos de
desenvolvimento da rede para o perodo seguinte, at 2022. No que se refere a este ltimo perodo
a proposta de PDIRT tem em considerao as concluses e recomendaes do processo de Avaliao
Ambiental (AA) a que foi sujeito.
Efectivamente, de acordo com o DL n 232/2007 de 15 de Junho, sendo o PDIRT um plano aplicado
ao territrio continental portugus, encontra-se sujeito a um processo de AA, devendo, tanto o
plano como o respectivo Relatrio Ambiental (RA), ser submetidos a um processo de consulta
pblica com um prazo de durao no inferior a 30 dias, a qual teve lugar entre 30 de Maro e 30 de
Abril de 2011.
A consulta pblica do PDIRT e respectivo RA envolveu contactos com diversas entidades nacionais
interessadas, nomeadamente as Comisses de Coordenao de Desenvolvimento Regional, Cmaras
Municipais, a Agncia Portuguesa do Ambiente, o Instituto para a Conservao da Natureza,
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Sumrio Executivo
Organizaes No-Governamentais de Ambiente (ONGA), Empresas, Organizaes do Sector
Elctrico e Instituies Cientficas e Universitrias, entre outros. Os resultados relevantes desta
consulta fazem parte do PDIRT, o qual, de acordo com o artigo 36 do DL n172/2006, enviado
para apreciao da Direco Geral de Energia e Geologia (DGEG), que o submete a parecer da
Entidade Reguladora dos Servios Energticos (ERSE).
O recente DL n78/2011, de 20 de Junho, veio introduzir novas regras no quadro legislativo do
sistema elctrico nacional, transpondo a Directiva n2009/72/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, e que altera e actualiza o anterior DL n29/2006, de 15 de Fevereiro, sobre a organizao
do sector. De acordo com este novo DL, o PDIRT ser aprovado pelo membro do Governo
responsvel pela rea de energia.
O RA que acompanha o PDIRT apresenta o exerccio de AA, consignado na Directiva 2001/42/EC e no
citado DL n 232/07, no mbito do qual foram comparadas diferentes alternativas estratgicas de
evoluo da RNT para o horizonte 2022 sob o ponto de vista de um conjunto relevante de Factores
Crticos de Deciso (FCD) a energia, a fauna e o ordenamento do territrio. O objectivo foi o de
identificar a proposta mais adequada para o desenvolvimento da Rede Nacional de Transporte de
Electricidade (RNT) integrada no Sistema Elctrico Nacional (SEN) e interligado com a rede
europeia, no mbito das obrigaes de servio pblico consignadas nos termos das bases de
concesso da RNT e das orientaes de poltica energtica nacional, numa perspectiva de
sustentabilidade scio-econmica de longo prazo e minimizando os impactos ambientais.
Neste exerccio relevante ter em conta as peculiaridades dos projectos da RNT, que se
caracterizam por um perodo de deciso e construo longo, justificvel tanto pela sua perenidade
como pelos impactes em que incorrem, a que se associa tambm um complexo e moroso processo
de licenciamento. O seu interface e complementaridade no s com a rede de distribuio mas
tambm com as ligaes aos centros electroprodutores e rede europeia, em particular com a rede
espanhola, constituem outro dos factores da maior relevncia no processo de deciso e de
optimizao global das solues.
Numa perspectiva mais ampla do sistema elctrico europeu, com o qual nos encontramos
interligados, novos e importantes desafios so colocados a nvel tecnolgico, exigindo um
comportamento cada vez mais inteligente das redes e respectivos sistemas (Smart Grids redes
inteligentes de energia que possibilitam ao clientes final ter um papel activo na operao do
sistema, consumindo e fornecendo energia rede numa lgica benefcio econmico, solues
HVDC-High Voltage Direct Current, etc).
A estratgia de desenvolvimento da RNT proposta no PDIRT at 2022 no pode deixar de ter em
linha de conta esta envolvente externa, numa perspectiva de coerncia e de integrao com as
polticas europeias, procurando a optimizao dos custos globais de longo prazo da rede de
transporte de electricidade com repercusses positivas na competitividade do Pas.
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Sumrio Executivo
Por ltimo, no ser de mais salientar que a presente proposta de PDIRT foi elaborada tendo por
base a melhor informao e pressupostos conhecidos e debatidos desde a fase inicial da sua
elaborao, que se iniciou em Outubro de 2010 e que foram consolidados at Maro de 2011, e
posteriormente apresentados na fase de Consulta Pblica que decorreu at final de Abril de 2011.
Por razes de coerncia os citados pressupostos foram mantidos inalterveis na verso final do
PDIRT 2012-2017(2022) que agora se apresenta. A alterao de pressupostos que eventualmente
tenha ocorrido aps Maro de 2011 no foi portanto incorporada no PDIRT.
Se a envolvente macro-econmica do Pas se traduzir em alteraes significativas aos principais
drivers que motivam os projectos de expanso e modernizao da RNT, naturalmente que estes
tero que ser revistos em conformidade.
O impacto mais relevante para o PDIRT pode resultar, entre outros factores, da reviso que o
Governo anunciou relativamente ao programa de construo dos eixos ferrovirios de alta
velocidade, de eventual redefinio ou abrandamento das metas para a introduo de energias
renovveis em Portugal e de uma reduo sustentada das taxas de evoluo dos consumos nas reas
metropolitanas de Lisboa e Porto.
PRINCPIOS E ESTRATGIA
De acordo com a legislao (DL n172/2006) no processo de elaborao do PDIRT, o operador da
RNT deve observar as orientaes de poltica energtica, os Padres de Segurana para
Planeamento da RNT e as demais exigncias tcnicas e regulamentares.
A estratgia europeia para a Energia constitui tambm um princpio orientador da maior relevncia,
sendo de destacar a Directiva Europeia sobre a promoo no uso e acesso s redes das Fontes de
Energia Renovvel (FER) Directiva 2009/28/EC de 23 de Abril de 2009 que consubstancia a
orientao europeia dos 20-20-20 para o horizonte de 2020:
20% de reduo dos nveis de emisso dos gases de efeito de estufa em relao ao ano 1990;
20% de aumento da eficincia dos consumos;
20% de penetrao de FER no consumo final de energia da Unio Europeia (EU).
Para Portugal estas orientaes encontram-se definidas na Estratgia Nacional para a Energia (ENE)
para o horizonte 2020, no Plano Nacional de Aco para as Energias Renovveis (PNAER) e no Plano
Nacional de Aco para a Eficincia Energtica (PNAEE), que se traduzem, em termos prticos, na
obteno de, pelo menos, 31% de penetrao de FER no consumo final de energia em 2020, a que
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Sumrio Executivo
corresponde uma percentagem de 60% de electricidade produzida a partir das FER no computo geral
das necessidades elctricas do pas.
A trajectria escolhida para o desenvolvimento da rede neste PDIRT balizada pelas orientaes,
quer nacionais, quer da EU, para a poltica energtica dos estados membros, tanto no que respeita
ao objectivo de mais curto prazo traduzido pela meta dos 20-20-20, como no plano mais
estratgico para 2050 de baixa emisso de carbono, em que se estima que a UE tenha que reduzir os
gases de efeito de estufa em 80-95% (em relao s emisses de 1990).
Esperam-se alteraes significativas no paradigma dos sistemas elctricos/energticos europeus,
com predomnio para o desenvolvimento da rede num contexto transeuropeu, atravs da definio
de corredores estratgicos para facilitar grandes fluxos de energia renovvel e de apoio de
segurana entre regies e, ainda, para uma cada vez maior integrao das potencialidades dos
utilizadores finais na gesto tcnica das redes elctricas.
No contexto europeu merece tambm destaque o facto de a REN ser membro da ENTSO-E,
organizao que rene todos os operadores da rede de transporte (TSO) da Europa, e as
participaes da decorrentes na elaborao do Ten Year Network Development Plan TYNDP e
nos estudos e planos regionais dos pases da Europa Ocidental (Portugal, Espanha e Frana). Deste
modo a proposta de PDIRT manter a mxima coerncia com os princpios estratgicos da ENTSO-E.
Neste enquadramento, as decises de investimento da REN esto subordinadas a trs pilares
fundamentais:
Segurana e qualidade de abastecimento
Constitui objectivo prioritrio da RNT garantir adequados nveis de qualidade e de fiabilidade no
abastecimento dos consumos. A prossecuo deste objectivo pode ser encarada em duas
perspectivas:
A do acesso s fontes de energia primria e o seu transporte de forma adequada at aos
centros de consumo, de forma a garantir uma diversidade de fontes primrias que
minimizem eventuais rupturas de abastecimento, tendo em conta, no s o risco de
disponibilidade associado s crises mundiais que afectam o mercado de combustveis
primrios, como tambm as caractersticas intrnsecas s prprias fontes, caso da
intermitncia da energia elica e da energia hdrica afluente.
A do fornecimento contnuo de electricidade aos consumidores respeitando os critrios
de qualidade do servio e de fiabilidade exigidos pela regulamentao em vigor (RQS, RRT,
RRC, RARI). De acordo com a Directiva 2005/89/EC a REN deve tomar as medidas de
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Sumrio Executivo
operao e de investimento que salvaguardem a segurana do fornecimento elctrico,
mantendo a cada momento, quer uma adequada margem de reserva operacional de meios
de produo, quer os meios disponveis para o restabelecimento do sistema aps eventual
blackout.
Integrao de renovveis
A REN est comprometida com as polticas nacionais de promoo e de facilitao de integrao das
energias renovveis nas redes, que definem como objectivo para 2020 uma parcela de contribuio
da energia renovvel de, pelo menos, 60% no total da electricidade produzida.
Esta contribuio ter origem fundamentalmente nas fontes elica, hdrica, solar, biomassa e
ondas. A sua localizao, maioritariamente longe dos centros de consumo, cria necessidades
importantes de reforo da rede de Muito Alta Tenso (MAT) para o transporte da energia desde os
locais em que produzida at aos centros de consumo. Adicionalmente, o seu carcter intermitente
no evita que outros investimentos sejam necessrios, quer para assegurar a oferta da energia de
outras origens, em particular de gs natural, quer para ter um melhor acesso s interligaes
internacionais.
Desenvolvimento dos mercados de energia
O desenvolvimento dos mercados de energia, em particular do MIBEL Mercado Ibrico da
Electricidade destina-se a facilitar a concorrncia, a explorar as complementaridades dos
diferentes sistemas interligados e a possibilitar a integrao de montantes mais elevados de
energias renovveis. A criao de condies favorveis de operacionalidade do MIBEL,
nomeadamente ao nvel da capacidade de interligao, contribui de forma decisiva para a reduo
do preo final da energia e para a reduo de emisses de CO2, dando corpo ao cumprimento dos
objectivos de sustentabilidade social e ambiental do pas e, particularmente, da REN.
CENRIO DE EVOLUO DA PROCURA DE ELECTRICIDADE
Os cenrios de evoluo da procura de electricidade (consumo) utilizam como input as
perspectivas de evoluo macroeconmica no longo prazo, com identificao das variveis
relevantes para o crescimento econmico em Portugal numa cenarizao que tem em conta a
evoluo mdia esperada da economia.
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Sumrio Executivo
Estes cenrios incluem os efeitos sobre o consumo final de electricidade resultante da
implementao de medidas de eficincia energtica e da penetrao do veculo elctrico (VE) em
Portugal.
O PNAEE, constitudo por um conjunto de programas e medidas de eficincia energtica, num
horizonte temporal que se estende at ao ano de 2015, estabelece, para o sector elctrico, uma
reduo do consumo de electricidade de 7% em 2015 face a um cenrio sem medidas de eficincia.
De 2015 em diante foram consideradas as evolues previstas nos Planos de Promoo da Eficincia
no Consumo de Energia Elctrica (PPEC) promovidos pela ERSE.
Relativamente penetrao do VE em Portugal, de acordo com a Resoluo do Conselho de
Ministros n 20/2009 de 20 de Fevereiro, a evoluo assumida neste plano de uma taxa mdia de
crescimento anual entre 0,35% e 1%, em consonncia com o respectivo cenrio macroeconmico
considerado.
Nestes pressupostos, podem-se identificar dois cenrios possveis para a evoluo da procura de
electricidade em Portugal continental entre 2011 e 2022, o Superior e o Inferior, conforme grfico
da figura seguinte. A taxa mdia de crescimento anual de 2,3% e 1,3%, respectivamente para os
cenrios Superior e Inferior.
CENRIOS DE EVOLUO DA PROCURA DE ENERGIA ELCTRICA EM PORTUGAL
Tendo em considerao a significativa durao do perodo de tramitao no licenciamento
ambiental e administrativo dos projectos de reforos da RNT (da ordem de 5/6 anos), incluindo a
constituio da servido, considera-se que o PDIRT deve assumir as taxas de crescimento dos
consumos do extremo superior da banda de evoluo prevista. Esta opo no induz investimentos
ociosos na RNT na medida em que o PDIRT sujeito a revises anuais, que dotam o decisor de
30
35
40
45
50
55
60
65
70
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Cenrio Inferior Cenrio Superior
[TWh]
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Sumrio Executivo
flexibilidade e margem para acompanhar e ajustar as efectivas necessidades de reforo em funo
da real evoluo dos consumos.
CENRIO DE EVOLUO DO PARQUE PRODUTOR
A capacidade de recepo da RNT no tem introduzido limitaes significativas no acesso s redes
por parte dos promotores, consequncia da adequada poltica de reforo da rede, nomeadamente
nas regies do interior onde a RNT no era to desenvolvida.
Nesta proposta de plano a REN d continuidade sua estratgia de investimento, em particular
procurando dotar a RNT de capacidades de recepo adequadas em cada regio de modo a no
condicionar a promoo e o desenvolvimento de futuros centros electroprodutores, nomeadamente
os que recorrem a fontes de energia renovvel.
Produo em Regime Especial (PRE)
A evoluo da potncia instalada com base em fontes de energia renovvel considerada neste
documento a que consta no Plano Nacional de Aco para as Energias Renovveis (PNAER), que
incorpora os objectivos da Estratgia Nacional para a Energia (ENE) para a utilizao de renovveis
ao abrigo da Directiva 2009/28/EC.
CENRIO DE PREVISES DE EVOLUO DA PRE
* Incluindo 15MW de resduos industriais (incinerao de leos usados) RSU & RI Resduos Slidos Urbanos & Resduos Industriais PCH Pequenas centrais hidroelctricas
Produo em Regime Ordinrio (PRO)
Centrais trmicas
At 2017 considerou-se a entrada em funcionamento de duas novas centrais CCGT, uma na zona da
Figueira da Foz e outra em Sines, com potncia instalada na casa dos 800-900 MW, cada uma. No
Potncia Instalada (MW)
Horizonte Cogera-o RSU& RI* Biomassa Ondas Biogs Solar PCH
Elica
on-shore off-shore
2010 1 555 85 117 0 30 122 414 3 854 0
2020 2 250 165 250 250 142 1 500 750 6 800 75
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Sumrio Executivo
mesmo perodo considerada, para efeitos de simulao do sistema, a desactivao1 das centrais
de Carregado e de Setbal, a fuel leo, e de Tunes, a gasleo.
No perodo at 2022, tambm admitida como hiptese muito plausvel a desactivao da actual
central de Sines a carvo. A entrada em funcionamento de uma outra central a carvo com CCS
(Carbon Capture and Storage), prevista na Portaria n1074/2006 de 3 de Outubro, antecipvel
para a zona de Sines uma vez que esta regio apresenta condies favorveis para a sua instalao,
nomeadamente em termos de infra-estruturas porturias e industriais. Contudo, a tecnologia de CCS
ainda est numa fase pr-industrial pelo que esta substituio de tecnologias poder ainda ser
protelada no tempo.
Centrais hdricas
No que respeita nova PRO de origem hdrica, de salientar a hiptese de concretizao, at 2022,
dos aproveitamentos hidroelctricos do Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial
Hidroelctrico (PNBEPH), das centrais j licenciadas ou atribudas por concurso e dos reforos de
potncia de aproveitamentos existentes.
A evoluo do parque hidroelctrico nacional vai ao encontro das linhas de orientao da poltica
energtica nacional, que assenta na pluralidade de fornecedores e de fontes de energia para efeitos
de abastecimento de consumos. Adicionalmente, os aproveitamentos hidroelctricos garantem
tambm uma importante flexibilidade ao SEN, uma vez que dispem de capacidade de
armazenamento e podem ser dotados de reversibilidade (bombagem). Este ltimo ponto relevante
para assegurar o equilbrio do sistema face existncia em funcionamento de importantes
montantes de produo intermitente, como o caso da produo elica.
At ao horizonte de 2022, prev-se a integrao de um adicional de 4 992 MW de grande produo
hdrica, sendo que, deste montante, 3 936 MW tm caractersticas de reversibilidade. Relativamente
ao exerccio anterior, PDIRT 2009-2014 (2019), estes montantes representam um significativo
incremento, da ordem de 2 500 MW de potncia de turbinamento instalada e de 2 400 MW de
capacidade de bombagem.
1 Os proprietrios destas centrais so entidades privadas pelo que a sua real desactivao depende da iniciativa dessas entidades e das orientaes da tutela. A REN, neste PDIRT, apenas traa cenarizaes consideradas plausveis e relevantes para efeitos da simulao e da segurana global do SEN.
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Sumrio Executivo
Previso de novas centrais hidroelctricas - PRO
Aproveitamento Potncia instalada
[MW] Data de entrada
ao servio
Picote II 246 DEZ 2011
Bemposta II 191 DEZ 2011
Alqueva II 256 (Rev) JUL 2012
Ribeiradio + Ermida 71 + 6 FEV 2014
Baixo Sabor 140 (Rev) + 31 (Rev) AGO 2014
Venda Nova III 736 (Rev) JUL 2015
Salamonde II 207 (Rev) AGO 2015
Foz Tua 251 (Rev) SET 2015
Alvito 225 (Rev) DEZ 2015
Girabolhos + Bogueira 335 (Rev) + 30 DEZ 2015
Frido 238 MAR 2016
Alto Tmega 160 JUN 2016
Daives 114 JUL 2016
Gouves 880 (Rev) DEZ 2016
Paradela II* 320 (Rev) JUL 2018
Carvo-Ribeira* 555 (Rev) MAR 2020
Total 4992
Total de Bombagem 3936
* Aproveitamentos hidroelctricos que se encontram em fase de estudo por parte dos promotores, no existindo, data de publicao deste documento, licena de construo atribuda por parte da DGEG nem acordo para soluo de ligao rede. Rev - Centrais reversveis, ou seja, dotadas de capacidade de bombagem hidroelctrica.
PRINCIPAIS PROJECTOS DE INVESTIMENTO DA RNT
Os principais projectos de investimento contemplados neste Plano com previso de incio,
desenvolvimento ou concluso at ao final de 2022, inserem-se nos 3 pilares fundamentais de
investimento previamente identificados, e so descritos, de forma sumria, nos pontos seguintes.
O mapa da RNT, apresentado no final deste Sumrio Executivo, ilustra a configurao da rede MAT
prevista para o horizonte de 2022, evidenciando os projectos de reforo da RNT previstos os
perodos 2011-2017 e 2018-2022, e ainda os novos centros produtores.
Segurana e qualidade no reforo de abastecimento
Neste objectivo destaca-se a abertura de 13 novas subestaes MAT/60 kV em locais ou regies
onde o crescimento/concentrao de consumos nos ltimos anos justifica uma actuao da RNT, em
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 x
Sumrio Executivo
alternativa adopo de solues de alimentao baseada na expanso da rede de distribuio que,
comparativamente, so menos potenciadas para as novas exigncias.
Uma parcela importante do investimento em novas subestaes destina-se a dar resposta ao
crescente desenvolvimento das zonas metropolitanas de Lisboa e do Porto, que induz a necessidade
de expanso da rede de MAT (Muito Alta Tenso) nestas reas. A maioria destes reforos ser
concretizada por recurso a linhas subterrneas.
O reforo da interligao com Espanha, abordado especificamente no ponto seguinte, assim como a
extenso da rede de 400 kV na zona interior do pas (Beira interior/Trs-os-Montes), na regio
litoral norte (Minho/Porto) e na zona do Algarve contribuem, de forma determinante, para o
aumento da segurana e da fiabilidade global do sistema
Pretende-se assim garantir que, em tempo, se obtenham as melhores condies de satisfao das
necessidades em energia elctrica dos consumidores, dos servios e da indstria que dela
dependem.
Integrao de centrais hdricas
Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelctrico
A integrao na rede das centrais da bacia do Alto e Mdio Tmega do PNBEPH (Gouves, Daives,
Alto Tmega e Frido) exige a extenso da rede de 400 kV em cerca de 180 km, desde a zona de
Santa Maria da Feira at ao concelho de Ribeira de Pena e daqui para o concelho de Vieira do
Minho. As centrais hdricas a construir nesta zona perfazem um total de potncia instalada de cerca
de 1400 MW, sendo que destes, 880 MW so reversveis.
A ligao da central de Foz Tua, no rio Tua, com 251 MW reversveis de potncia instalada, ser
feita subestao de Armamar, atravs de uma linha de 400 kV.
A acomodao do aproveitamento hidroelctrico de Girabolhos (335 MW reversveis), localizado na
bacia do Alto Mondego, ser conseguida atravs de uma importante extenso da rede de 400 kV,
numa primeira fase, atravs da construo de uma nova linha entre o concelho de Seia (subestao
designada provisoriamente por Vila Ch B) at ao concelho de Penela (subestao de Penela) e,
numa segunda fase, pelo fecho de um anel a 400 kV de Vila Ch B para o interior (subestao de
Guarda).
A ligao da central do Alvito no rio Ocreza, com 225 MW reversveis de potncia instalada, ser
feita subestao de Falagueira, concelho de Nisa, por recurso a uma linha de 400 kV.
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Sumrio Executivo
Novas centrais hdricas/reforos de potncia
A integrao dos novos reforos de potncia em Picote II e Bemposta II e dos novos aproveitamentos
hidroelctricos de Baixo Sabor e de Foz-Tua (esta central do lote do PNBEPH) e, ainda, do
aproveitamento indicativo de Carvo-Ribeira, todas na bacia do rio Douro perfazendo um total de
aproximadamente 1400 MW (977 MW reversveis) de potncia instalada, exigem um conjunto
importante de novas infra-estruturas de transporte que se estendem desde o Douro Internacional
(subestao de Lagoaa) at subestao de Armamar e desta para o litoral e entre as zonas de
Trs-os-Montes e da Beira Interior.
A acomodao dos reforos de potncia das centrais hdricas de Salamonde II, Paradela II e Venda
Nova III, que totalizam mais de 1200 MW (reversveis) de potncia instalada, induzem a necessidade
de construo de duas novas linhas de 400 kV entre um novo posto de corte de 400 kV a edificar na
zona do Alto Cvado (Frades B) e a subestao de Pedralva.
Ligao de PRE
Elica
O elevado potencial elico do interior montanhoso do Pas, nomeadamente nas Beiras, motiva o
desenvolvimento da rede de 400 kV pelo interior entre a zona de Abrantes/Nisa e as regies de
Covilh, Guarda e Torre de Moncorvo, numa extenso de novas linhas que ascende a mais de
250 km, para alm de algumas novas instalaes e outros ramais e desvios de linha de menor
extenso.
O escoamento da elevada produo elica das serras de Aor, Lous e zonas limtrofes tambm
induz investimentos nesta zona central e litoral do Pas, fundamentalmente, no eixo Tbua,
Pereiros e Penela.
Solar
O significativo montante de energia solar expectvel para o Sul do Pas, que considerado de modo
a ir ao encontro das metas nacionais da ENE e do PNAER, induz a necessidade de desenvolvimento
da RNT nesta zona. O efectivo grau de implantao e concentrao geogrfica desta tecnologia ir
ditar tambm o grau de realizao de investimentos na RNT e nmero de novas instalaes
receptoras. Neste Plano foi includo o projecto de um novo eixo de 400 kV entre as subestaes de
Ferreira do Alentejo, Ourique e Tavira, o qual, para alm de facilitar aquele objectivo, proporciona
tambm uma maior fiabilidade de alimentao ao Algarve e melhoria da capacidade de troca com a
rede de Espanha.
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Sumrio Executivo
Energia das ondas
No mbito da concesso para o aproveitamento do projecto piloto de produo de electricidade a
partir da energia das ondas, na faixa martima de S. Pedro de Moel, a REN tem previsto, neste plano
de investimentos, a construo de uma plataforma elctrica para recolha desta gerao. Este
projecto prev a recepo, numa primeira fase, de 6 MW ao nvel da mdia tenso da subestao da
EDPD de Vieira de Leiria, que se encontra na rea de influncia da subestao REN da Batalha.
Numa segunda fase, e tendo por base os montantes de potncia instalada constantes no PNAER
(250 MW em 2020), o desenvolvimento da RNT inscrito no PDIRT prev a existncia de capacidade
na rea da subestao da Batalha para recepo desta potncia.
Contudo, a REN encontra-se a avaliar a oportunidade de desenvolver solues inovadoras para a
recolha deste tipo de produo (em particular de ligaes em HVDC), em funo, entre outros
factores, das distncias de interligao das unidades produtoras rede que, no s permitam
optimizar a gesto do SEN mas tambm garantir os requisitos tcnicos de segurana e de qualidade
de servio.
Reforo da capacidade de interligao
No que respeita ao reforo das interligaes com a REE, registe-se a concretizao, em 2010, de
mais uma interligao internacional a 400 kV na zona do Douro Internacional, cuja construo foi
efectuada entre a subestao de Lagoaa e a de Aldeadvila (Espanha) e que permitiu aumentar a
capacidade de interligao em cerca de 400 MW.
No mdio prazo, encontra-se previsto o prosseguimento do reforo da capacidade de interligao
com a rede espanhola, com vista a alcanar a meta de 3000 MW de capacidade comercial at
2014/2015, valor que corresponde quase que a uma duplicao dos valores mdios verificados em
2010 e que exige a construo de duas novas interligaes a 400 kV: uma entre o Algarve e a
Andaluzia e outra entre o Minho e a Galiza.
Ligao a consumidores em Muito Alta Tenso
Destaca-se nesta rubrica o projecto de alimentao da futura linha ferroviria de Alta Velocidade
Lisboa-Madrid, o qual, pelo facto de ditar exigncias de qualidade de servio especficas, induziu a
necessidade de desenvolvimento de um projecto de rede a 400 kV para o eixo Falagueira, Estremoz,
vora e Peges, em alternativa ao projecto inicialmente fixado de expanso da RNT a 150 kV.
De referir que no que diz respeito alimentao elctrica ao projecto ferrovirio de alta velocidade
nos seus trs eixos (Lisboa-Madrid, Lisboa-Porto e Porto-Vigo), optou-se por manter nesta edio do
PDIRT o contedo apresentado aquando da Consulta Pblica (que inclua a melhor informao
disponvel no incio de 2011), nomeadamente quanto s solues tcnicas e datas de concretizao
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 xiii
Sumrio Executivo
0
2
4
6
8
10
12
14
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Minutos
(1) - Interrupes por causas Fortuitas ou de Fora Maior e razes de Segurana(2) - Interrupes por incidentes de Carcter ExcepcionalTodas excepto (1) e (2)
de reforos de rede, no obstante a reviso que o Governo anunciou e em curso relativamente a
estes projectos ferrovirios. Quando for disponibilizada informao mais concreta quanto a estes
projectos, ser o PDIRT alvo dos devidos ajustes.
FIABILIDADE DO FUNCIONAMENTO DA RNT
A RNT tem apresentado elevados ndices globais de fiabilidade, que representam, em termos
mdios, um claro progresso em relao situao existente h alguns anos.
A figura seguinte ilustra a evoluo, entre 2001 e 2010, do indicador global de qualidade designado
por tempo de interrupo equivalente (TIE), incluindo causas de fora maior e de carcter
excepcional.
EVOLUO DO TEMPO DE INTERRUPO EQUIVALENTE
Estes resultados devem-se no s ao maior emalhamento, expanso e redundncia da RNT, como
tambm s melhorias/remodelaes introduzidas ao nvel de explorao da rede, em particular nos
sistemas de proteco, comando e controlo (de que se destaca a ampla implementao de
proteces diferenciais de linhas), bem como nas linhas e subestaes mais antigas.
Na fronteira transporte-distribuio tambm tm sido efectuadas aces coordenadas de melhoria,
que tm passado tanto pelo estabelecimento de malhas de 60 kV entre subestaes REN, como
tambm pela expanso da prpria rede MAT, a qual, dentro de poucos anos, estar prxima de
cobrir a quase totalidade das capitais de distrito, reduzindo, desde modo, as extenses das
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 xiv
Sumrio Executivo
sub-redes de distribuio que se desenvolvem a partir dos pontos injectores da RNT at aos plos de
consumo final.
Actualmente a alimentao dos consumos de toda a pennsula de Setbal e a ligao da rede de
400 kV entre a regio de Lisboa e a regio sul (Alentejo e Algarve) encontram-se fortemente
dependentes da subestao 400/150 kV de Palmela. Neste contexto, de modo a reduzir os impactes
negativos motivados por contingncias na referida subestao, encontra-se prevista a introduo do
nvel de 400 kV na subestao de Ferno Ferro (constituindo desta forma uma alternativa
alimentao dos consumos da pennsula de Setbal), bem como a construo da linha zona da
Marateca-Peges-Fanhes que estabelecer um corredor alternativo de chegada de energia, por
sul, grande Lisboa.
Destaca-se igualmente o programa de investimentos na gesto e no controlo de tenses na RNT, que
se torna cada vez mais importante e que exige o recurso a solues tecnologicamente inovadoras,
resultante, em parte, do elevado montante de produo com base em fontes de energia elctrica
muito voltil e, amide, localizada longe dos centros de consumo.
A fiabilidade global da RNT depende pois de um amplo conjunto de factores, dos quais a extenso e
topologia da RNT e o respeito pelos Padres de Segurana para Planeamento da RNT so apenas
dois deles. A REN tem vindo a concretizar melhorias relevantes a nvel de todos esses factores,
cujos frutos so a performance dos ltimos anos em TIE, ao nvel das melhores das suas
congneres concessionrias de redes de transporte de energia elctrica.
RISCOS MAIS RELEVANTES
Os principais riscos potenciais de no cumprimento, at ao horizonte de 2017, dos objectivos do
PDIRT, podem resultar de:
Atrasos na concluso das duas novas linhas de interligao com Espanha, que podem
comprometer o objectivo de alcanar 3000 MW de capacidade de interligao no mdio
prazo. Para minimizar este risco, a REN, conjuntamente com a REE, tem efectuado diversas
diligncias no sentido de sensibilizar as entidades competentes (portuguesas e espanholas),
por forma a tentar garantir que as linhas sejam construdas dentro dos prazos estabelecidos.
Atraso no processo de melhoria de desempenho tcnico dos parques elicos
(funcionalidade FRT - Fault Ride Through), facto que agrava o risco de colapso mais ou
menos alargado da RNT e suas interligaes. Neste campo a REN tem procurado cooperar
activamente com as entidades competentes (ERSE, DGEG) no sentido de alertar para os
riscos de protelamento na implementao destas medidas.
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 xv
Sumrio Executivo
Atraso na concluso do eixo interior de 400 kV entre a Falagueira e a Guarda, projecto
que compromete a ligao dos novos montantes de energia elica antevistos para a regio.
Atraso na concluso da ligao entre as futuras subestaes de Ribeira de Pena e Feira,
reforo sem o qual no possvel a integrao das centrais do PNBEPH localizadas na zona
do Alto Tmega (cerca de 1 400 MW).
Atraso na construo da nova linha a 400 kV Penela Vila Ch B, projecto essencial para
a ligao RNT da central do PNBEPH de Girabolhos (335 MW).
Relativamente a estes trs ltimos casos, tendo em conta o horizonte de mdio/longo prazo dos
projectos associados, a gesto do risco tem passado pelo desenvolvimento de um processo
criterioso de AA que procura maximizar a abertura e o dilogo com os stakeholders envolvidos
com vista a identificar e a minimizar, com a antecedncia necessria, os principais entraves
construo de novas infra-estruturas da REN.
VALORES DOS INVESTIMENTOS
O total de investimento do sector elctrico da REN, em termos de CAPEX (Capital Expenditure)
para o quinqunio 2012-20162, ascende a 1,6 mil milhes de euros a que corresponde um valor
mdio anual de cerca de 330 milhes de euros.
A figura da pgina seguinte ilustra a repartio do investimento associada a cada rubrica da
componente Transporte de Energia Elctrica (TEE) classificada pelas finalidades indicadas na
Norma Complementar 13 da ERSE, bem como sua comparao com o Plano anterior.
Sobressai o esforo que a REN tem efectuado na integrao de produo renovvel, 28,0% agora
face a 18,3% do passado, e na melhoria/reforo das aces de investimento na vertente
scio-ambiental que representa neste exerccio de Plano um montante de 12,7%. O incremento
relativo verificado nestas duas reas fica a dever-se construo de infra-estruturas de rede para a
acomodao de parte das centrais do PNBEPH, para a integrao de nova produo PRE (elica,
fotovoltaica e energia das ondas) e para gerir e minimizar os impactos scio-ambientais da estrutura
fsica de transporte de electricidade (actual e futura) em todo o territrio nacional.
2 O perodo vinculativo do PDIRT 2012-2022 corresponde ao horizonte temporal 2012-2017. No entanto, neste documento, apenas se indicam os montantes de investimento consolidados data da sua publicao e que se encontram em linha com o plano estratgico da REN.
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 xvi
Sumrio Executivo
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
IntegraoPRO
trmica
Integraoproduorenovvel
Capacidadede
interligao
Ligao distribuioe clientes
Reforointerno de
rede
Gesto dereactiva
Condicion.scio-
ambientais
6.8%
18.3%
11.6%
41.9%
18.3%
0.8%2.3%
4.1%
28.0%
7.0%
33.8%
13.3%
1.1%
12.7%
PDIRT 2009-2019 PDIRT 2012-2022 (perodo 2012-2016)
INVESTIMENTO TEE POR FINALIDADE
COMPARAO ENTRE O PLANO ACTUAL E O ANTERIOR
O investimento no reforo da capacidade de interligao regista um decrscimo relativo,
consequncia da concluso, em 2010, do importante reforo da RNT na zona do Douro Internacional,
incluindo a nova linha de interligao Lagoaa-Aldeadvila a 400 kV. No entanto, esta componente
continua a representar uma parte importante do total do investimento em TEE, factor que reflecte
o esforo continuado da REN no desenvolvimento da capacidade de interligao, em sintonia com os
objectivos do MIBEL (3000 MW de capacidade de comercial de interligao a partir do final do ano
de 2014).
Na vertente ligao distribuio e a clientes, verifica-se um ligeiro abrandamento, em sintonia
com o prprio abrandamento da economia, mas que tambm resulta do aumento relativo das outras
componentes do investimento.
Com este plano de investimentos a REN procura assim assegurar e reforar os seus grandes drivers
estratgicos, nomeadamente a segurana, a qualidade e a fiabilidade do abastecimento dos
consumos, a integrao de produo renovvel e o desenvolvimento do MIBEL, com vista a garantir a
sustentabilidade e a eficincia da gesto global do sistema elctrico, assim como facilitar a
competitividade entre agentes de mercado.
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 xvii
Sumrio Executivo
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011
ndice
PLANO DE DESENVOLVIMENTO E INVESTIMENTO DA
REDE DE TRANSPORTE DE ELECTRICIDADE
2012-2017 (2022)
JULHO DE 2011
ndice 1 A REN NO CONTEXTO EUROPEU 1
2 A REN E O SEU DESEMPENHO RECENTE 52.1 Consumos e segurana de abastecimento 52.2 Adequao do equipamento da RNT 72.3 Integrao de renovveis 112.4 Desenvolvimento do MIBEL 132.5 Investimento 142.6 Estrutura actual da RNT e do parque produtor 15
3 ENQUADRAMENTO E MBITO 19
4 PRINCPIOS E ESTRATGIA 234.1 Segurana e qualidade de abastecimento 244.2 Integrao de renovveis 254.3 Desenvolvimento de mercados 25
5 EVOLUO DA PROCURA E DA OFERTA 275.1 Cenrio de evoluo da procura 275.2 Cenrios de evoluo da oferta 37
5.2.1 Produo PRO 375.2.2 Produo em Regime Especial (PRE) 41
6 CARACTERIZAO E JUSTIFICAO DOS INVESTIMENTOS E DA EVOLUO DA RNT 456.1 Descrio e justificao dos investimentos 45
6.1.1 rea 1 - Faixa litoral a norte do Grande Porto 476.1.2 rea 2 - Trs-os-Montes e eixo do Douro 526.1.3 rea 3 - Grande Porto 566.1.4 rea 4 - Faixa litoral entre o Grande Porto e a Grande Lisboa 596.1.5 rea 5 - Beiras interiores 636.1.6 rea 6 - Grande Lisboa e pennsula de Setbal 676.1.7 rea 7 - Alentejo 706.1.8 rea 8 - Algarve 75
6.2 ENONDAS 776.2.1 Arranque e desenvolvimento da Zona Piloto 786.2.2 Fase 1 (ligao at aos 15 MW) 806.2.3 Fase 2 (ligao at aos 80 MW) 806.2.4 Fase 3 (ligao at aos 250 MW) 80
6.3 Quadro resumo de entradas e sadas de equipamento 81
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011
ndice
7 REMODELAO DE INSTALAES 85
7.1 Subestaes 85 7.1.1 Remodelaes integrais 85 7.1.2 Remodelaes parciais de subestaes 86 7.1.3 Substituio de equipamento MAT/AT e equipamentos dos sistemas secundrios 87
7.2 Linhas 93
8 INDICADORES DE EVOLUO 97
8.1 Circuitos elctricos de linhas 97
8.2 Potncia de transformao 100
8.3 Instalaes da RNT 102
8.4 Painis de MAT e AT 102
9 ESTABILIDADE DO SISTEMA 105
9.1 Princpios gerais 105
9.2 Novas regras para a gerao elica 106
9.3 Anlises em curso 107
9.4 Concluses 107
10 EVOLUO DAS CORRENTES DE DEFEITO 109
11 EVOLUO DOS FLUXOS DE POTNCIA AO LONGO DA RNT 115
11.1 Trnsitos mdios na RNT em diferentes regimes de operao 115
11.2 Ocupao dos eixos estruturantes da RNT 117
12 CAPACIDADE DE INTERLIGAO 119
12.1 Histrico 119
12.2 Nveis de saturao da capacidade de interligao disponvel 121
12.3 Evoluo no Curto e Mdio Prazo 122
13 CAPACIDADE DE RECEPO A LONGO PRAZO 127
13.1 Princpios e Critrios 127
13.2 Capacidades de Recepo de Potncia de Gerao, por Grandes Zonas 128
13.3 Condicionantes Globais Decorrentes da RNT Localizao de Centros Produtores 131
14 INVESTIMENTOS PREVISTOS 133
14.1 Panormica Geral do Investimento 133
14.2 Desagregao dos Investimentos 134
14.3 Comparao com o PDIRT 2009-2014 de Julho de 2008 137
ANEXOS
1. Padres de Segurana de Planeamento da RNT
2. Quadros de entradas em servio de 2011 a 2017 e mapas da RNT em 2011 e 2017
3. Quadros de entradas em servio de 2018 a 2022 e mapa da RNT em 2022
4. Discriminao dos projectos de evoluo da rede
5. Equipamento em servio previsto para finais de 2012, 2014 e 2017
6. Potncias activas e reactivas em ponta e em vazio
7. Potncia instalada de PRE
8. Planos de produo
9. Ocupao de elementos da RNT em 2012 e 2017
10. Mapas de trnsitos de potncias
11. Indicadores evolutivos de equipamento
12. Evoluo das correntes de defeito
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Siglas, abreviaturas e definies
Siglas, abreviaturas e definies
AA Avaliao Ambiental
AAE Avaliao Ambiental Estratgica
AC Corrente Alternada
AIA Avaliao de Impacto Ambiental
AT Alta Tenso (tenso entre fases cujo valor eficaz superior a 45kV e igual ou inferior a 110kV)
ATSOI Association of the Transmission System Operators of Ireland
AVE Alta Velocidade (rede ferroviria)
BALTSO Baltic Transmission System Operators
CAPEX Capital Expenditure
CCGT Central de Ciclo Combinado de Turbina a Gs
CCS Carbon Capture and Storage
CSW RG Continental South-West Regional Group
DC Corrente Contnua
DGEG Direco Geral de Energia e Geologia
DL Decreto - Lei
EDPD, S.A. EDP Distribuio Energia, S.A.
EIA Estudo de Impacto Ambiental
ENE Estratgia Nacional para a Energia
ETSO European Transmission System Operators
ENTSO-E European Network of Transmission System Operators for Electricity
ERSE Entidade Reguladora dos Servios Energticos
EU Unio Europeia
FCD Factores Crticos de Deciso
FER Fontes de Energias Renovvel
FRT Fault Ride Through
GGS Gesto Global do Sistema
HVDC High-Voltage Direct Current
I&D Investigao e Desenvolvimento
M Milhes de Euros
MAT Muito Alta Tenso (tenso entre fases cujo valor eficaz superior a 110kV)
MIBEL Mercado Ibrico de Electricidade
MT Mdia Tenso (tenso entre fases cujo valor eficaz superior a 1kV e igual ou inferior a 45kV)
NORDEL Institution for Nordic Transmission System Operators Cooperation
NTC Net Transfer Capacity
ONGA Organizao No-Governamental de Ambiente
PCH Pequenas Centrais Hdricas
PDIRT Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Transporte
PDIRT - CP Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Transporte - Consulta Pblica
PNAEE Plano Nacional de Aco para a Eficincia Energtica
PNAER Plano Nacional de Aco para Energias Renovveis
PNBEPH Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelctrico
PPEC Plano de Promoo de Eficincia no Consumo de Energia Elctrica
PRE Produo em Regime Especial
PRO Produo em Regime Ordinrio
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011
Siglas, abreviaturas e definies
RA Relatrio Ambiental
RARI Regulamento de Acesso s Redes e s Interligaes
RAVE, S.A. Rede Ferroviria de Alta Velocidade, S.A.
REE, S.A. Red Elctrica de Espaa, S.A. (TSO Espanhol)
REN, S.A. Rede Elctrica Nacional, S.A.
Rev. Centrais hidroelctricas reversveis
RI Resduos Industriais
RND Rede Nacional de Distribuio
RNT Rede Nacional de Transporte
RQS Regulamento da Qualidade de Servio
RRC Regulamento de Relaes Comerciais
RRT Regulamento da Rede de Transporte
RSI Resduos Slidos Industriais
RSU Resduos Slidos Urbanos
RTE Gstionnaire du Rseau de Transport dElectricit (TSO Francs)
SEN Sistema Elctrico Nacional
TEE Transporte de Energia Elctrica
TIE Tempo de Interrupo Equivalente
TSO Transmission System Operator (Operador da Rede de Transporte)
TYNDP Ten-Year Network Development Plan
UCTE Union for the Coordination of the Transmission of Electricity
UKTSOA UK Transmission System Operators Association
VE Veculo Elctrico
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 1
A REN no contexto europeu
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
2010 2015 2020 2030
Fuelleo Carvo Nuclear Gs Natural Renovvel
1 A REN no contexto europeu
A REN, SA, doravante denominada por REN, membro fundador da ENTSO-E (European Network of
Transmission System Operators for Electricity), organizao criada em Dezembro de 2008 por
agregao de um conjunto de associaes internacionais mais antigas ligadas ao transporte de
electricidade, nomeadamente a ATSOI, o BALTSO, o NORDEL, a UCTE, a ETSO e a UKTSOA. A
ENTSO-E uma organizao internacional que representa 42 Operadores de Sistema de Transporte
de Electricidade (TSOs) de 34 pases diferentes e, de acordo com a directiva comunitria
EC 714/2009, tem como principal objectivo promover a poltica europeia para a energia e a
expanso coordenada das redes de transporte dos seus estados membros, por intermdio da
realizao de estudos e planos de desenvolvimento dos sistemas elctricos interligados.
Nos ltimos anos a Europa tem-se deparado com inmeros desafios ao nvel do sector energtico,
em particular no que respeita dependncia da importao de combustveis fsseis (carvo e gs
natural) para assegurar o abastecimento dos consumos e ameaa das alteraes climticas em
consequncia das emisses de CO2 para a atmosfera. A agravar esta situao, alguns conflitos
geopolticos tm imposto (ainda que de forma intermitente) algumas restries no abastecimento
energtico europeu.
Neste mbito, foi desenvolvida uma estratgia europeia para a energia que, no sector elctrico em
particular, assenta na fiabilidade e na eficincia do abastecimento dos consumos, no
desenvolvimento de mercados regionais de energia elctrica com vista criao de um mercado
nico que promova a competitividade entre os vrios agentes e no forte incremento da produo de
electricidade a partir de Fontes de Energia Renovvel (FER). O principal objectivo desta poltica
passa por garantir a sustentabilidade do sistema elctrico europeu nas vertentes econmica, social
e ambiental. A Figura 1-1 traduz a evoluo esperada at 2030 de cada fonte de energia primria na
satisfao dos consumos elctricos na Unio Europeia (EU), com particular nfase para o peso
crescente das energias renovveis.
FIGURA 1-1
EVOLUO DO MIX DE PRODUO EUROPEU PARA O PERODO 2010-2030
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 2
A REN no contexto europeu
Estima-se que o peso relativo dos combustveis fsseis (carvo, gs natural) e do nuclear no mix
de produo europeu se reduza a mdio prazo, passando dos cerca de 80% verificado em 2010 para
aproximadamente 60% em 2030. Esta reduo ser consequncia, no s da aposta na eficincia
energtica (reduo dos consumos), mas tambm do crescimento da contribuio das FER, que se
estima venham a representar mais de 30% do mix de produo europeu em 2030.
Na Figura 1-2 ilustram-se os estados membros da ENTSO-E e as trocas comercias recentemente
ocorridas durante o ano de 2009 nos mercados regionais de electricidade. Releva-se o valor
relativamente diminuto verificado entre os sistemas de Espanha e de Frana.
FIGURA 1-2
ESTADOS MEMBROS DA ENTSO-E E RESPECTIVAS TROCAS FSICAS DE ENERGIA OCORRIDAS EM 2009
Fonte: ENTSO-E
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 3
A REN no contexto europeu
As elevadas trocas fsicas de energia elctrica que se estabelecem entre os diferentes TSOs s so
possveis graas ao esforo de investimento que os diversos estados membros tm posto em prtica
no sentido de incrementar a capacidade de interligao entre sistemas de transporte de
electricidade vizinhos com vista criao de um mercado nico europeu de energia elctrica. Para
o efeito, tm sido implementadas diversas solues que tanto passam pela construo de novas
linhas de interligao entre TSOs (linhas convencionais em AC ou ligaes submarinas em DC) como
pelo estabelecimento de ligaes comerciais desenvolvidas por terceiros, que no TSOs.
A ENTSO-E encontra-se dividida em grupos regionais, cada um com determinados objectivos
estratgicos perfeitamente identificados, estando a REN integrada no grupo regional Continental
South-West juntamente com as suas homlogas espanhola e francesa, a Red Elctrica de
Espan, S.A. (REE) e a Rseau de Transport dlectricit (RTE), respectivamente. As prioridades
identificadas para o Sudoeste europeu so:
Aumento da capacidade fsica de interligao entre a regio Sudoeste da Europa e a Europa
Central, assim como o desenvolvimento de novas tecnologias de armazenamento de energia,
que possibilitem a integrao de toda a produo renovvel desta regio.
Diversificao das fontes de energia primria, no s ao nvel da tecnologia de produo,
mas tambm ao nvel das fontes de fornecimento de gs natural, sendo que todas as regies
europeias devem implementar infra-estruturas que permitam o acesso fsico de pelo menos
duas fontes alternativas de gs natural.
Incentivar a aposta em redes inteligentes (Smart Grids- redes inteligentes de energia que
possibilitam ao clientes final ter um papel activo na operao do sistema, consumindo e
fornecendo energia rede numa lgica de benefcio econmico), em particular ao nvel das
tecnologias de informao, que permitam adequar a gesto da procura, facilitar a
transparncia e permitir aos utilizadores finais das redes um maior controlo sobre a factura
energtica, bem como a sua participao nos mercados de servios de sistema geridos pelos
TSOs.
Para fazer face a estes desafios escala global, a REN prev continuar a realizar um significativo
esforo de investimento no reforo da sua rede MAT interligada, no sentido de possibilitar a
duplicao relativamente aos valores de 2010, no s da capacidade de interligao com a rede
espanhola, como tambm dos montantes de produo elica ligados rede (MAT e AT) no
mdio/longo prazo. Paralelamente, e ainda no campo das energias renovveis, a REN tem tambm
previsto no seu plano de investimentos a criao de condies para a integrao de nova potncia
em aproveitamentos de origem hdrica, solar e ainda do projecto-piloto da energia das ondas,
localizado na faixa martima a norte de S. Pedro de Moel.
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 4
A REN no contexto europeu
Pgina em Branco
REN, S.A. - Plano de Desenvolvimento e Investimento da RNT 2012-2017 (2022) Julho de 2011 5
A REN e o seu desempenho recente
2 A REN e o seu desempenho recente
2.1 Consumos e segurana de abastecimento
Ao longo dos ltimos anos, com excepo de 2009, tem-se assistido a um crescimento generalizado
dos consumos de energia elctrica em Portugal, no apenas no volume de energia consumida (Figura
2-1), mas tambm na ponta de carga (Figura 2-2). Este facto tem-se traduzido numa solicitao
crescente da Rede Nacional de Transporte (RNT) enquanto ponte de ligao entre a gerao e o
consumo.
FIGURA 2-1
ENERGIA CONSUMIDA NO PERODO 2002-2010
FIGURA 2-2
PONTAS DE CONSUMO NO PERODO 2002-2010
Tambm o crescente aumento das trocas comerciais com Espanha que se tem verificado nos ltimos
anos, bem assim como a aposta nacional na produo de energia elctrica a partir de FER, cujo
potencial est maioritariamente localizado nas zonas interiores do norte e centro do pas, enquanto
os maiores plos de consumo se localizam na faixa litoral entre Setbal e Viana do Castelo, tm
contribudo para o aumento do volume da energia transportada a grandes distncias com recurso
RNT.
Para fazer face ao crescimento do consumo ilustrado nas Figuras 2-1 e 2-2 (3,0% de crescimento
mdio da energia consumida e 2,6% de incremento mdio das pontas de carga no perodo
2002-2010) e aos desafios criados pela aposta nas energias renovveis e na expanso do MIBEL, a
REN planeou e implementou um vasto conjunto de novos projectos com vista ao reforo da RNT,
apostando tambm na investigao e desenvolvimento (I&D).
Na vertente de I&D de destacar o desenvolvimento de modelos de previso e de modelizao da
produo elica (com carcter intermitente e altamente voltil), e a implementao de novas
-2.0
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
10.0
-2.0%
0.0%
2.0%
4.0%
6.0%
8.0%
10.0%
[GW]
Taxa de crescimento Ponta de carga
-15
0
15
30
45
60
-2.0%
0.0%
2.0%
4.0%
6.0%
8.0%
[TWh]
Taxa de crescimento Consumo
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A REN e o seu desempenho recente
0
2
4
6
8
10
12
14
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Minutos
(1) - Interrupes por causas Fortuitas ou de Fora Maior e razes de Segurana
(2) - Interrupes por incidentes de Carcter Excepcional
Todas excepto (1) e (2)
solues para a RNT, como seja a concepo e planeamento de projectos de expanso utilizando
unidades de transformao com a funo desfasadora, a qual optimiza e controla, dentro de certos
limites, o fluxo de potncia activa nos ramos de rede na sua proximidade elctrica, com o objectivo
ltimo de optimizar e melhorar a gesto global do Sistema Elctrico Nacional (SEN).
A estratgia da REN tem produzido resultados slidos, nomeadamente ao nvel da integrao de
nova produo renovvel de carcter intermitente, no aumento das capacidades de interligao
com Espanha e na fiabilidade de abastecimento dos consumos. A Figura 2-3 ilustra a evoluo do
indicador tempo de interrupo equivalente3 (TIE), incluindo causas de fora maior.
FIGURA 2-3
EVOLUO DO TEMPO DE INTERRUPO EQUIVALENTE
Estes resultados devem-se no s ao maior emalhamento, expanso e redundncia da RNT, como
tambm s melhorias/remodelaes introduzidas ao nvel de explorao da rede, em particular nos
sistemas de proteco, comando e controlo (de que se destaca a ampla implementao de
proteces diferenciais de linhas), bem como nas linhas e subestaes mais antigas.
A poltica seguida pela REN tem contribudo igualmente para controlar a evoluo das perdas na
RNT, as quais esto muito directamente ligadas aos regimes de eolicidade e de hidraulicidade
verificados, tendo tendncia a aumentar perante montantes mais elevados de produo renovvel,
uma vez que este tipo de gerao se encontra fsica e electricamente mais distante dos grandes
centros de consumo. O ano de 2010 caracterizou-se por meses de forte hidraulicidade e eolicidade,
3 Quociente entre a energia no fornecida num dado perodo e a potncia mdia do diagrama de cargas nesse perodo, calculada a partir da energia total fornecida e no fornecida no mesmo perodo.
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A REN e o seu desempenho recente
razo pela qual as perdas aumentaram de forma ntida face aos anos anteriores, quer em valor
absoluto quer em percentagem (Figura 2-4).
FIGURA 2-4
EVOLUO DAS PERDAS NA RNT
O esforo de investimento da REN e a optimizao da gesto do SEN tem permitido acomodar um
volume cada vez maior de produo renovvel mantendo as perdas na RNT em valores adequados e
comparveis com as suas congneres TSOs europeias. A ttulo exemplificativo registe-se que as
perdas na RTE (operador da rede francesa) rondam os 2,2 % (tomando como referncia, tal como
prtica na REN, a energia entrada na rede), dos quais aproximadamente 70% so nos 400, 220 e
150 kV (MAT), incluindo as respectivas transformaes MAT/AT, o que equivale a cerca de 1,5 a
1,6% para os mesmos nveis de tenso da RNT, valores em linha com os apurados para a rede
portuguesa. J a REE apresenta perdas entre 1,5% e 2%4, mas sem incluir a transformao MAT/AT,
donde se depreende que os valores da REN se situam ligeiramente abaixo dos verificados na REE.
2.2 Adequao do equipamento da RNT
Circuitos Elctricos de Linha
A execuo do ambicioso plano de investimento da REN nos ltimos anos tem sido acompanhada de
um aumento do comprimento de circuitos elctricos de linha5 em servio na RNT. Na Figura 2-5
ilustra-se a evoluo do comprimento dos circuitos nos ltimos anos.
4 Valores de 2008 5 A definio de circuito elctrico de linha aplica-se s ligaes elctricas lineares existentes na rede (num sistema trifsico como o da REN, esta noo abrange as trs fases que constituem um circuito de linha elctrica). Uma mesma estrutura linear fsica de transporte (linha fsica) pode suportar mais do que uma linha elctrica (ou seja, mais que um circuito), da mesma tenso ou de tenses diferentes. o caso das chamadas linhas duplas.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
0.0%
0.4%
0.8%
1.2%
1.6%
2.0%
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
[GWh]
% GWh
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FIGURA 2-5
EVOLUO DO COMPRIMENTO DOS CIRCUITOS DE LINHA EM SERVIO NA REDE MAT*
(*) O comprimento das linhas (circuitos elctricos) inclui os troos em cabo subterrneo e contabilizado segundo a tenso MAT a que so exploradas com excepo das linhas exploradas a 60 kV que so contabilizadas na respectiva tenso de construo e da linha de interligao Lindoso - Conchas, explorada a 130 kV, mas includa no escalo 150 kV.
Em termos globais verifica-se uma tendncia para o aumento do comprimento de circuitos de 400 kV
e de 220 kV e uma reduo (mais recente) do comprimento de linhas de 150 kV, este consequncia
da desclassificao e upgrade de alguns circuitos da RNT em fim de vida til neste nvel de tenso
(Figura 2-5). A reconfigurao da RNT privilegiando novas linhas a nveis de tenso mais elevados,
que, disponibilizam uma maior e mais adequada capacidade de transporte face s necessidades
crescentes do SEN induzindo, consequentemente, uma reduo do nmero de circuitos para
transportar a mesma energia, e menos perdas, mostra-se como uma estratgia vantajosa,
nomeadamente nas vertentes ambiental e de eficincia energtica.
Para avaliar a adequao da RNT na componente linhas recorre-se relao entre a potncia
entrada na RNT e o comprimento equivalente de circuitos de linhas, ilustrada na Figura 2-6.
O comprimento equivalente a soma dos comprimentos totais dos circuitos de linhas de cada
nvel de tenso. Este valor calculado com base num coeficiente que traduz, de forma aproximada
o rcio de capacidades de transporte6 das linhas de 150 kV e de 220 kV relativamente aos 400 kV. O
comprimento equivalente pois, de algum modo, o comprimento que teria uma rede que fosse s
de 400 kV, mas equivalente rede real.
6 Para estes efeitos utilizado um factor de 1/3 para o circuito de 220 kV e de 1/6 para o circuito de 150 kV, face referncia de um circuito a 400 kV.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
1301
1973
2717
3467
2420
2609
[km]
400 kV 220 kV 150 kV
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A REN e o seu desempenho recente
FIGURA 2-6
ADEQUAO DOS CIRCUITOS DE LINHAS MAT POTNCIA TRANSPORTADA
A Figura 2-6 ilustra uma evoluo positiva da relao entre o comprimento de circuitos em operao
na rede MAT e a sua solicitao do ponto de vista do transporte de energia elctrica. Esta evoluo
consequncia da poltica de investimento da REN na RNT, que passa, para alm da garantia do
abastecimento dos consumos, pela acomodao de nova produo renovvel e pelo aumento da
capacidade de interligao.
Potncia de transformao
A evoluo ao longo dos ltimos anos da potncia de transformao instalada nas subestaes para o
nvel dos 60 kV ilustrada na Figura 2-7. Verifica-se um crescimento sustentado desta grandeza,
fruto, no s da necessidade de manter os nveis adequados de segurana na alimentao das
cargas, como tambm de criar condies para recepo de PRE. Registe-se que, tambm neste
mbito, a REN tem procurado minimizar o impacto ambiental das suas instalaes, pela opo de
solues de melhoria do enquadramento paisagstico das instalaes e da reduo do rudo nas
subestaes, optando por unidades de transformao encapsuladas.
2603
3564
0.40
0.48
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
2500
2750
3000
3250
3500
3750
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
[km/MW]
[km]
Comprimento equivalente Linhas (400 kV) (km eq.)
Adequao (km eq./potncia entrada na RNT)
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FIGURA 2-7
EVOLUO DA POTNCIA INSTALADA DE TRANSFORMAO MAT/AT
A Figura 2-8 apresenta a evoluo da potncia total instalada de transformao e de
autotransformao. O crescimento verificado nos ltimos anos na capacidade de transformao
instalada nas subestaes da REN tambm reflexo, em larga medida, da necessidade de
integrao da nova produo PRE, em particular da elica.
FIGURA 2-8
EVOLUO DA POTNCIA INSTALADA DE AUTOTRANSFORMAO MAT/MAT E DE TRANSFORMAO MAT/AT
Em termos de anlise da adequao da potncia de transformao instalada nas subestaes ao
nvel de potncia mxima de carga que cada subestao tem que satisfazer, apresenta-se na Figura
2-9 a evoluo do respectivo indicador.
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
18 000
20 000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
[MVA]
Transformao MAT/AT Auto transformao MAT/MAT
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
20000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
[MVA]
400/60 kV 220/60 kV 150/60 kV Total
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FIGURA 2-9
ADEQUAO DA TRANSFORMAO MAT/AT* PONTA DO CONSUMO**
(*) Exclui a transformao maioritariamente afecta recepo de PRE. (**) Ponta global de consumo do Continente, referida emisso
Verifica-se nos ltimos anos uma tendncia de aumento do ndice de adequao relativo
transformao MAT/AT, o que, em primeira anlise, traduz um aumento da margem de segurana
face s necessidades directamente imputveis aos consumos. Contudo, esta tendncia comea a
estar um pouco mascarada, cada vez com maior peso, pelas decises de investimento em
transformao que resultam da necessidade de integrao da produo PRE embebida nas redes de
Alta e Mdia Tenso
2.3 Integrao de renovveis
A Estratgia Nacional para a Energia (ENE), e em particular a aposta na produo a partir de FER,
com destaque para a elica, tem sido a alavanca para a estratgia da REN em se tornar uma
empresa de referncia entre as suas congneres na integrao de FER e gesto de sistemas
elctricos com elevada incorporao de produo com carcter intermitente.
Esta viso est em linha com as grandes directrizes europeias para as energias renovveis, em
particular com os objectivos de muito longo da prazo perseguidos no seio da ENTSO-E, no sentido de
desenvolver uma infra-estrutura de rede mais inteligente, potenciada e flexvel, que permita o
aproveitamento do elevado potencial elico do Mar do Norte e do grande potencial solar existente
na Europa Ocidental e do Sul.
Neste mbito a REN tem vindo a desenvolver um elevado esforo de investimento no sentido de
acomodar montantes crescentes de produo renovvel, na sua maioria com carcter intermitente
(elica). Na Figura 2-10 notrio o crescimento nos ltimos anos do peso das renovveis na
11 641
16 862
1.571.76
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
30 000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
[MVA/MW]
[MVA]
Potncia de transformao MAT/AT afecta a consumo
Adequao da potncia de transformao potncia de ponta do consumo
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A REN e o seu desempenho recente
estrutura de produo nacional, sendo que em 2010 este tipo de gerao representou j
aproximadamente 52% do total da produo de energia elctrica portuguesa.
FIGURA 2-10
MIX DE PRODUO NACIONAL
Na Figura 2-11 apresenta-se a evoluo da potncia PRE instalada, donde se destaca, de forma
ntida, o aumento significativo do valor de potncia elica instalada em Portugal nos ltimos anos.
FIGURA 2-11
POTNCIA PRE INSTALADA EM PORTUGAL
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
60%73%
84%
68% 67% 69% 64%
48%
40%27%
16%
32% 33% 31% 36%
52%
No Renovvel Renovvel
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
[MW]
Trmica Hidrulica Elica Fotovoltaica
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Registe-se que a integrao de elevados montantes de produo de carcter intermitente (elica)
tem exigido um grande esforo REN de investigao e desenvolvimento, nomeadamente ao nvel
de modelos de previso e de estudos de estabilidade do sistema.
Destaque ainda para a tendncia recente de expanso do aproveitamento industrial de tecnologias
de produo solar (fotovoltaica), que se caracteriza por um elevado potencial de crescimento nos
prximos anos. Este tema abordado detalhadamente mais frente neste plano.
Tambm a recente criao de uma Zona Piloto (ZP) para as energias renovveis marinhas, criada em
8 de Janeiro de 2008, que foi concessionada REN em 20 de Outubro de 2010, atravs da RCM
n. 49/2010 de 1 de Julho de 2010, vem abrir a possibilidade do desenvolvimento de um plo de
excelncia para as energias marinhas, atraindo promotores e contribuindo para a concretizao de
um cluster cientfico e industrial de aproveitamento sustentado do potencial energtico off-shore.
A REN encontra-se ainda a realizar/desenvolver um lote de diversos projectos de investimento de
grande dimenso no sentido de assegurar a integrao das grandes centrais hdricas, cujos reforos
sero detalhadamente apresentados nos captulos seguintes.
2.4 Desenvolvimento do MIBEL
Em linha com a estratgia da EU para o sector elctrico, que passa pela criao e desenvolvimento
de mercados regionais de energia elctrica com o objectivo de constituio de um mercado nico
europeu, a REN tem implementado um conjunto de projectos de investimento enquadrados neste
objectivo.
Como concessionria da rede de transporte de electricidade cabe REN garantir condies fsicas
que assegurem e facilitem, com o mnimo de restries tcnicas, as trocas comerciais de energia
entre Portugal e Espanha.
Neste mbito, o reforo das interligaes efectuado nos ltimos anos permitiu passar de valores
mdios de capacidade de interligao entre Portugal e Espanha algo inferiores a 1 000 MW em 2004,
para valores superiores a 1 600 MW em 2010, conforme ilustrado nas Figuras 2-12 e 2-13.
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A REN e o seu desempenho recente
FIGURA 2-12
CAPACIDADE COMERCIAL DE EXPORTAO [MW] (SENTIDO PORTUGAL-ESPANHA)
FIGURA 2-13
CAPACIDADE COMERCIAL DE IMPORTAO [MW] (SENTIDO ESPANHA-PORTUGAL)
Entre 2004 a 2010 o valor mdio da capacidade comercial de interligao aumentou para cerca do
dobro criando condies para agilizar e potenciar a concorrncia entre agentes de mercado, facto
que se tem reflectido numa convergncia crescente dos preos do mercado de electricidade na
Pennsula Ibrica.
2.5 Investimento
Para fazer face aos desafios que lhe tm sido colocados relativamente gesto do SEN, a REN tem
levado a cabo um ambicioso plano de investimentos em infra-estruturas de electricidade, o qual, a
par com a aposta em investigao e desenvolvimento, tem servido de alavanca para a adaptao
nova realidade do sector.
A Figura 2-14 mostra os montantes de investimento verificado entre os anos de 2004 e de 2010,
tendo-se atingido em 2009 um mximo de aproximadamente 350 milhes de euros.
FIGURA 2-14
INVESTIMENTO NA RNT (2004-2010)
FIGURA 2-15
REPARTIO DE INVESTIMENTO POR FINALIDADE
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
< 1000 [1000-1200[ [1200-1400[ >=1400
% do ano
Classes
2004 2007 2009 2010
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
< 1000 [1000-1200[ [1200-1400[ >=1400
% do ano
Classes
2004 2007 2009 2010
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
5% 2% 1% 1% 1%13% 19%
79%70% 70% 68%
56%43%
51%
9%18% 23% 20%
27%21%
13%
7% 10% 7% 11% 16%23% 17%
Outros Seg. abastecimento Renovvel Mercado
0
50
100
150
200
250
300
350
400
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
[M]
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A REN e o seu desempenho recente
A Figura 2-15 ilustra, para o mesmo perodo, a repartio do esforo de investimento da REN, sendo
de destacar as vertentes de segurana de abastecimento, de integrao das renovveis e do
desenvolvimento do MIBEL.
2.6 Estrutura actual da RNT e do parque produtor
No final do ano de 2010 a estrutura anual da RNT era composta por 8 049 km de linhas de MAT e
contava com aproximadamente 30 200 MVA de capacidade instalada de potncia de transformao.
Na Quadro 2-1 apresenta-se uma descrio mais pormenorizada desta informao, referida a finais
de 2010 e 2009.
QUADRO 2-1
COMPRIMENTO DE LINHAS E POTNCIAS DE TRANSFORMAO
Comprimento das linhas (km) 2010 2009
400 kV 1973 1609
220 kV 3467 3289
150 kV 2609 2671
Potncia de transformao
Autotransformao (MAT/MAT) 11925 10701
Transformao (MAT/AT) 18280 17534
No mapa da pgina 18 apresenta-se a estrutura da RNT no final de Dezembro de 2010. Para a mesma
data, indica-se, nos Quadros 2-2 e 2-3, a potncia PRO instalada em Portugal Continental.
QUADRO 2-2
POTNCIA INSTALADA DE TRMICA PRO
Centro produtor Potncia instalada
[MW]
Carregado (Fuel-leo) 710
Setbal (Fuel-leo) 946
Tunes (Gasleo) 165
Sines (Carvo) 1180
Pego (Carvo) 576
T. Outeiro (CCGT) 990
Ribatejo (CCGT) 1176
Lares (CCGT) 826
Pego (CCGT) 837
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QUADRO 2-3
POTNCIA INSTALADA DE PRO HDRICA
Sistema Centro produtor Potncia instalada
[MW]
Lima A.Lindoso 630
Lindoso 44
Douro internacional
Miranda 369
Picote 195
Bemposta 240
Douro Nacional
Pocinho 186
Valeira 240
Rgua 180
Carrapatelo 201
Crestuma-Lever 117
Tvora Vilar Tabuao 58
Tmega Torro 140
Cvado
Alto Rabago 68
Venda Nova 144
Frades 191
Salamonde 42
Caniada 62
Homem Vilarinho Furnas 125
Mondego Aguieira 336
Caldeiro 40
Tejo Belver 81
Fratel 132
Zzere
Cabril 108
Boua 44
Castelo Bode 159
Ocreza Pracana 41
Guadiana Alqueva 240
Albufeiras com potncia instalada inferior a 30 MW 108
Fios de gua com potncia instalada inferior a 30 MW 157
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A REN e o seu desempenho recente
A produo PRE instalada, no final do ano de 2010, est ilustrada no Quadro 2-4, por tecnologia
(tipo de produo) e de forma agregada.
QUADRO 2-4
POTNCIA PRE7 INSTALADA
Tecnologia [MW]
Trmica 1687
Hidrulica 414
Elica 3854
Fotovoltaica 123
7 Potncias de ligao Rede Pblica ou Potncia instalada nos Produtores trmicos aderentes Portaria 399/2002
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Enquadramento e mbito
3 Enquadramento e mbito
De acordo com a legislao em vigor Decreto Lei (DL) n 29/2006 de 15 de Fevereiro e
DL n 172/2006 de 23 de Agosto, complementados pelo DL n 23/2009 de 20 de Janeiro e pelo
recente DL n78/2011, de 20 de Junho a REN corporiza neste documento a proposta de Plano de
Desenvolvimento e Investimento da Rede de Transporte de Electricidade (PDIRT) para o perodo
2012-2017 (2022).
O PDIRT 2012-2017 (2022) identifica e justifica os projectos de investimento da RNT para os
prximos 6 anos, 2012-2017, e analisa globalmente os projectos de desenvolvimento da rede para o
perodo seguinte, 2018-2022. No que se refere a este ltimo perodo a proposta da REN tem em
considerao as concluses e recomendaes do processo prvio de Avaliao Ambiental (AA).
A elaborao do PDIRT, tal como lei determina, foi sujeito a um processo de consulta pblica
envolvendo todas as entidades nacionais interessadas, nomeadamente Comisses de Coordenao de
Desenvolvimento Regional, Cmaras Municipais, Agncia Portuguesa do Ambiente, Instituto para a
Conservao da Natureza, Organizaes No Governamentais do Ambiente, Empresas, Organizaes
do Sector Elctrico e Instituies Cientficas e Universitrias, entre outros. Os resultados relevantes
desta consulta fazem parte do PDIRT, o qual, de acordo com o artigo 36 do DL n172/2006,
enviado para apreciao da Direco Geral de Energia e Geologia (DGEG), que o submete a parecer
da Entidade Reguladora dos Servios Energticos (ERSE).
O recente DL n78/2011, de 20 de Junho, veio introduzir novas regras no quadro legislativo do
sistema elctrico nacional, transpondo a Directiva n2009/72/CE, do Parlamento europeu e do
Conselho, e que altera e actualiza o anterior DL n29/2006, de 15 de Fevereiro, sobre a organizao
do sector. De acordo com este novo DL, o PDIRT ser aprovado pelo membro do Governo
responsvel pela rea de energia.
Juntamente com o PDIRT apresentado o respectivo Relatrio Ambiental (RA), documento que
contm o exerccio de AA, consignado na Directiva 2001/42/CE e no citado DL n 232/2007 e no
mbito do qual foram comparadas diferentes alternativas estratgicas de evoluo da RNT para o
horizonte 2022 sob o ponto de vista de um conjunto relevante de Factores Crticos de
Deciso (FCD), relacionados com os descritores: energia, fauna e ornamento do territrio. A
finalidade deste relatrio foi a de identificar a proposta mais adequada para o desenvolvimento da
RNT integrada no SEN interligado com a rede europeia, no mbito das obrigaes de servio pblico
consignadas nos termos das bases de concesso da RNT e das orientaes de poltica energtica
nacional estabelecidas pelo Governo, numa perspectiva de sustentabilidade de longo prazo e que
tenha tambm em conta a minimizao dos impactos ambientais.
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Enquadramento e mbito
Embora o PDIRT trate a evoluo da RNT at ao horizonte 2022, o perodo 2018-2022, mais
afastado, focaliza-se apenas numa anlise global e indicativa do possvel desenvolvimento da RNT.
precisamente sobre as propostas alternativas de expanso da RNT neste ltimo perodo que incide
a AA, uma vez que este processo no aplicvel aos projectos de expanso da RNT de curto/mdio
prazo (4 5 anos), devido ao facto da no execuo destes reforos de rede poder pr em causa as
obrigaes da REN, nomeadamente na garantia de abastecimento dos consumos, no cumprimento
dos objectivos do MIBEL e nos compromissos para a acomodao de nova gerao.
No horizonte 2018-2022 as preocupaes de definio de evoluo da RNT envolvem os grandes
traos de desenvolvimento relevantes para a AA e para uma viso global das trajectrias
recomendveis de expanso da rede, no sentido do cumprimento dos objectivos estabelecidos de
poltica energtica nacional.
Assim sendo, no se exclui a necessidade de vir a proceder a reajustes futuros sobre a composio e
a programao dos projectos agora propostos. Por outro lado, outros projectos aqui no indicados
ou alteraes dos que aqui figuram podem vir a ser necessrios, caso as circunstncias actualmente
assumidas venham a sofrer alteraes.
Numa perspectiva mais ampla, as principais decises de investimento deste plano tm ainda em
conta o interface com as necessidades da rede de distribuio e com a integrao da rede MAT no
sistema elctrico europeu, procurando a optimizao dos custos globais de longo prazo da rede de
transporte de electricidade com repercusses positivas na competitividade do Pas.
Refere-se ainda que os traados de novas linhas e as localizaes das novas subestaes que figuram
no texto e anexos deste Plano, nomeadamente as referentes ao perodo 2018-2022, so meramente
indicativas na medida em que ainda no se conhecem as localizaes exactas que iro ter no
terreno, as quais s podero ser definidas no mbito dos futuros estudos de impacto ambiental (EIA)
e processos de avaliao ambiental (AIA) individuais tendo em vista os respectivos licenciamentos.
Por ltimo, no ser de mais salientar que a presente proposta de PDIRT foi elaborada tendo por
base a melhor informao e pressupostos conhecidos e debatidos desde a fase inicial da sua
elaborao, que se iniciou em Outubro de 2010 e que foram consolidados at Maro de 2011, e
posteriormente apresentados na fase de Consulta Pblica que decorreu at final de Abril de 2011.
Por razes de coerncia os citados pressupostos foram mantidos inalterveis na verso final do
PDIRT 2012-2017(2022) que agora se apresenta. A alterao de pressupostos que eventualmente
tenha ocorrido aps Maro de 2011 no foi portanto incorporada no PDIRT.
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Enquadramento e mbito
Se a envolvente macro-econmica do Pas se traduzir em alteraes significativas aos principais
drivers que motivam os projectos de expanso e modernizao da RNT, naturalmente que estes
tero que ser revistos em conformidade.
O impacto mais relevante para o PDIRT pode resultar, entre outros factores, da reviso que o
Governo anunciou relativamente ao programa de construo dos eixos ferrovirios de alta
velocidade, de eventual redefinio ou abrandamento das metas para a introduo de energias
renovveis em Portugal e de uma reduo sustentada das taxas de evoluo dos consumos nas reas
metropolitanas de Lisboa e Porto.
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Enquadramento e mbito
Pgina em Branco
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Princpios e estratgia
4 Princpios e estratgia
De acordo com a legislao (DL n172/2006) no processo de elaborao do PDIRT, o operador da
RNT deve observar as orientaes de poltica energtica, os Padres de Segurana para
Planeamento da RNT e as demais exigncias tcnicas e regulamentares.
A estratgia europeia para a Energia constitui tambm uma vertente de grande relevncia, sendo de
destacar a Directiva Europeia sobre a promoo no uso e acesso s redes das FER Directiva
2009/28/EC, de 23 de Abril de 2009 que consubstancia a orientao europeia para o horizonte
temporal do ano 2020, designada por 20-20-20:
20% de reduo dos nveis de emisso dos gases de efeito de estufa em relao ao ano 1990;
20% de aumento da eficincia dos consumos;
20% de penetrao de FER no consumo final de energia da Unio Europeia.
Para Portugal estas orientaes encontram-se reflectidas na ENE para o horizonte 2020, no Plano
Nacional de Aco para as Energias Renovveis (PNAER) e no Plano Nacional para a Eficincia
Energtica (PNAEE), traduzindo-se, em termos prticos, na obteno de pelo menos 31% de
penetrao de FER no consumo de energia final de energia em 2020, o que corresponde a uma
percentagem de 60% da electricidade produzida.
A estratgia de expanso da RNT assim balizada pelos objectivos nacionais para a energia, que
incorporam as orientaes da poltica energtica europeia, nomeadamente o objectivo 20-20-20 e,
num horizonte de mais longo prazo (2050), a reduo dos gases de efeito de estufa em 80-95% (em
relao s emisses de 1990).
No contexto transeuropeu estima-se que venham a ocorrer alteraes relevantes no paradigma dos
sistemas elctricos/energticos, nomeadamente na necessidade de desenvolver as redes de
transporte de electricidade para integrar elevados montantes de produo renovvel, no
desenvolvimento dos mercados de electricidade e no cada vez maior impacto das potencialidades
dos utilizadores finais na gesto tcnica das redes elctricas.
O PDIRT deve ainda ter em considerao as orientaes da ENTSO-E (organizao que rene todos os
operadores da rede de transporte (TSO) da Europa), consubstanciadas no Ten Year Network
Development Plan TYNDP e nos estudos e planos regionais dos pases da Europa Ocidental
(Portugal, Espanha e Frana).
A actividade de planeamento da RNT assim um exerccio multidisciplinar e integrador de diversos
vectores, nomeadamente dos critrios de qualidade no abastecimento dos consumos, do
ordenamento do territrio, de performance ambiental, de poltica energtica nacional e europeia,
entre outros.
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Princpios e estratgia
Neste mbito, a REN identificou trs pilares fundamentais que orientam a estratgia de expanso da
sua rede e o seu plano de investimentos: (i) a segurana e qualidade de abastecimento, (ii) a
integrao de renovveis e (iii) o desenvolvimento dos mercados de energia elctrica.
Neste plano indicam-se os projectos de reforo da RNT previstos a mdio prazo (2012-2017), e
apresentam-se as possibilidades de desenvolvimento para o perodo indicativo 2018-2022.
A necessidade de cada projecto de expanso da RNT identificada com base num exerccio que
avalia as seguintes trs componentes: a tcnica, a econmica (custo-benefcio) e a ambiental. A
anlise tcnica composta por uma bateria de testes que visa avaliar a segurana e a adequao no
funcionamento e/ou a qualidade de abastecimento em diversos cenrios de operao da RNT (a
cenarizao passa por efectuar anlises de sensibilidade do lado da oferta gerao e mercados e
do lado da procura). A anlise custo-benefcio serve de suporte escolha da estratgia, ou conjunto
de