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Pesquisa de Opinião SINDEPOMINAS 2015

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START COMUNICAÇÃO E MARKETING LTDA.

PESQUISA DE OPINIÃO

Pesquisa de opinião pública encomendada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas Gerais e executada pala START Comunicação e Marketing Ltda.

Projeto gráfico e diagramação: Maira Hess.

Belo Horizonte - MG2015

Sumário

INTRODUÇÃO 4

METODOLOGIA 5

OBJETIVO 5

Definição de público -alvo 6

Modalidade da pesquisa 6

Processo de amostragem 6

Procedimento da coleta de dados 6

Pré-Teste 6

Checagem 7

Análise estatística dos dados 7

Cronograma de aplicação da pesquisa 7

RESULTADOS 7

CRUZAMENTO DOS RESULTADOS 21

SÍNTESE ANALÍTICA SOBRE O TOTAL DA AMOSTRA 31

A Delegacia na vida do cidadão 32

Qualidade no atendimento na Delegacia 32

Confiança no Delegado 32

Sabe o que o Delegado faz 32

Os papéis da PC X PM 33

A imagem conceito do Delegado de Polícia 33

Formação do Delegado 33

Valorização pela sociedade 33

A responsabilidade pela impunidade no país 34

A composição da equipe do Delegado 34

SÍNTESE ANALÍTICA SOBRE DADOS CRUZADOS 36

Confiança no Delegado de Polícia 27

Atendimento na delegacia e valorização pela sociedade 35

ALGUMAS RECOMENDAÇÕES 36

ANEXO 37

IntroduçãoEste relatório apresenta os resultados consolidados a partir das respostas obtidas pela Pesquisa de Opinião denominada como “Percepção pública sobre o perfil, papel e desempenho do Delegado de Polícia Civil de Minas Gerais”, encomendada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia Civil de Minas Gerais, sob a gestão do Presidente Dr. Marco Antônio de Paula Assis e da Vice Presidente, Dra. Miriam Galuppo, em março de 2015 e sob a responsabilidade de execução da agência Start Comunicação e Marketing Consultoria Ltda.

O Plano Amostral da Pesquisa e os trabalhos de campo tiveram a coordenação de Aílson Santos, que contou ainda com os analistas Élder Carvalho, Luiz Henrique Vasconcellos e Maira Hess.

A responsabilidade técnica é da estatística Doutora Carolina Lustosa, Professora da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais.

4

O estudo teve por objetivo geral levantar as impressões e a percepção pública dos cidadãos residentes no Estado sobre o perfil, o papel e o desempenho do Delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, com vistas a responder as seguintes questões:

• O cidadão sabe informar o que faz um Delegado de Polícia; • Em que situação deve procurar um delegado;• Se sabe distinguir o trabalho da Polícia Civil e da Polícia Militar;• Qual é o grau de importância da função do Delegado para a sociedade;• Qual é a imagem que o cidadão tem do Delegado de Polícia;• Se sabe dizer da necessidade e a importância de o Delegado de Polícia ter formação superior no curso de Direito;• Se o Delegado é um profissional valorizado pela sociedade;• Se o Delegado é um profissional valorizado pelos juízes e promotores; • Em que medida o Delegado de Polícia é responsável pelo sentimento coletivo de impunidade expressado atualmente por grande parte da população em relação aos agentes pú-blicos.

Objetivo

Metodologia

5

Modalidade da pesquisa, método e técnica de coleta de dados

Definição de público alvoPopulação maior de 16 anos, residente em Minas Gerais.

Foi aplicado para seleção um processo de amostragem semi-aleatório simples com uma confiança de 93%. A definição de “semi-aleatório” se deve ao fato de a amostra ter, na sua conformação, obedecido a proporcionalidade dos dados censitários do Estado de Minas Gerais, descritos pelo IBGE de 2010. Para tanto, foram utilizadas as seguintes variáveis: gênero, renda inferior ou superior a 3 mil reais, com ou sem formação superior (concluída), residente ou não em cidade com população superior a 300 mil habitantes e, finalmente, se o entrevistado já esteve ou não em uma delegacia de Polícia.

Processo de amostragem

Procedimento de coleta de dados

O presente estudo foi realizado através de uma pesquisa de natureza quantitativa, pelo Método Survey (ou Pesquisa de Levantamento) que visa descrever a distribuição das características ou de fenômenos que ocorrem naturalmente em grupos da população, a partir da aplicação de questionário. Neste caso, o preenchimento do questionário dirigido se deu por entrevista direta, pessoal e presencial.Para otimizarmos os objetivos do SINDEPOMINAS com este trabalho e, também, a fim de identificar inferências mais específicas, desenvolvemos em uma segunda etapa, diante dos resultados da primeira, a Pesquisa do tipo Correlacional, combinando variáveis relevantes, conforme descritas neste relatório.

A execução do campo dessa pesquisa foi realizada de forma criteriosa, com o cumprimento de procedimentos metodológicos referentes ao pré-teste do instrumento, constituição e treinamento de equipe de coleta, estrutura e organização logística de campo.

Esta pesquisa foi aplicada a 400 pessoas, residentes em 113 ci-dades de Minas Gerais. Ao final, foram obtidos, lançados, che-cados e analisados 20 mil dados, exatamente, correspondendo às respostas de 15 questões fechadas e de 7 questões abertas. O questionário aplicado nesta pesquisa está no Anexo (pág. 37)

Pré-Teste, Questionário e Treinamento de Equipe de coleta de dadosFoi realizado pré-teste do instrumento (questionário) para a verificação da facilidade de compreensão dos termos utilizados e perguntas formuladas, bem como a adequação das questões e das alternativas pré-codificadas do instrumento. Todos os 400 questionários foram previamente numerados, distribuídos e aplicados pela equipe de campo, com experiência adequada, escolaridade mínima em nível superior e devidamente treinada para a coleta de dados dessa pesquisa.

6

Nessa etapa, foi verificado o efetivo lançamento dos dados de aplicação do questionário na planilha e a ocorrência de incongruências. Do total de entrevistas realizadas por cada entrevistador, foi sorteada aleatoriamente uma parcela de 10%. Sobre ela, o checador, sem conhecer os dados aplicados pelo entrevistador, verificou possíveis atipicidades e falhas de transcrição, garantindo consistência aos dados.

Checagem

A apresentação e análise dos resultados contemplaram estatísticas descritivas para cada variável. Os dados foram apresentados através de tabelas com percentuais e descritivos gráficos do tipo histogramas. Foram realizadas também análises conjuntas de duas variáveis quanto às suas relações, dependências ou associações para obtenção de respostas específicas e relevantes para o interesse dessa pesquisa e do SINDEPOMINAS. Nesta etapa, foram utilizadas técnicas e testes de comparação de proporção (t-Student com utilização do método de comparação múltipla de Bonferroni).

Análise Estatística dos Dados

Pesquisa Piloto: 23 e 24 de março de 2015Validação do Instrumento de Campo: 26 de março de 2015Período de Campo: de 2 a 19 de abril de 2015

Cronograma de Aplicação da Pesquisa

Resultados

7

Dos 400 entrevistados, 207 são homens (51%) e 193, mulheres (49%). Esta proporção segue bastante aproximada aos dados do IBGE de 2010, em que aponta quase 20 milhões de habitantes no Estado de Minas Gerais. A idade dos entrevistados foi dividida em seis categorias: de 16 a 18 anos: 9 pessoas (3%); na faixa de 18 a 25 anos: 85 pessoas (21%); de 26 a 32 anos: 97 pessoas (24%); de 33 a 39 anos: 86 pessoas (22%); de 40 a 47 anos: 57 pessoas (14%) e com idade superior a 48 anos: 66 pessoas, (16%).

Figura 1 - Faixa etária

3%

+ 16 anos 18 a 25 anos

21%

24%22%

14%16%

26 a 32 anos 33 a 39 anos 40 a 47 anos + 48 anos

8

Quanto ao grau de escolaridade, os 400 entrevistados foram divididos em dois grupos, sendo 272 sem curso superior (68%) e 128 com o terceiro grau concluído (32%).

Figura 2 - Escolaridade

32%

68%

Com curso superior

Sem curso superior

No quesito renda individual mensal, 337 entrevistados (84%) afirmaram ter renda inferior a 3 mil reais e 63 pessoas (16%) com rendimento superior a 3 mil reais.

Figura 3 - Renda mensal

16%

84%

Renda superior a R$ 3.000

Renda inferior a R$ 3.000

9

As proporções relativas à distribuição demográfica definidas previamente ficaram assim estabelecidas: 288 dos entrevistados (72%) são moradores de cidades com população inferior a 300 mil habitantes, perfazendo um total de 115 cidades do interior de Minas Gerais. Já os entrevistados residentes em cidades com população acima de 300 mil habitantes (112) foram 28% do total. Neste grupo, os moradores residem nas cidades de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Juiz de Fora, Ribeirão das Neves, Montes Claros e Uberlândia.

Figura 4 - Demografia

28%

72%

Moradores de cidades com população inferior a 300 mil habitantes

Moradores de cidades com população superior a 300 mil habitantes

As cidades, relativas ao primeiro grupo, são as seguintes:

Águas Formosas, Almenara, Araxá, Arcos, Augusto de Lima, Baependi, Bambui, Barão de Cocais, Barbacena, Belo Oriente, Bicas, Boa Esperança, Bomfim, Brumadinho, Caeté, Cambuquira, Campo Belo, Campo Gerais, Capelinha, Capim Branco, Carangola, Catas Altas, Conceição do Rio Verde, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni, Curvelo, Diamantina, Divinópolis, Dom Silvério, Elói Mendes, Esmeraldas, Felizlândia, Florestal, Formiga, Gonzaga, Governador Valadares, Guaicuí, Guanhães, Guapé, Ibirité, Igarapé, Ipatinga, Itabira, Itabirito, Itajubá, João Monlevade, José Raidan, Juatuba, Lagoa Santa, Lavras, Lavras Novas, Leopoldina, Manhumirim, Maravilhas, Mariana, Matosinhos, Mesquita, Nepomuceno, Nova Ponte, Nova Era, Nova Lima, Nova Serrana, Novo Cruzeiro, Oliveira, Ouro Branco, Ouro Fino, Ouro Preto, Papagaios, Pará de Minas, Paraisópolis, Passos, Patos de Minas, Patrocínio, Pedralva, Pedro Leopoldo, Pequi, Piranga, Pirapora, Porteirinha, Raposos, Raul Soares, Ribeirão das Neves, São João Del Rey, São Tomé das Letras, Sabará, Santa Bárbara, Santa Luzia, Santana do Jacaré, São Lourenço, Sete Lagoas, Teófilo Otoni, Tiradentes, Três Pontas, Uberaba e Vespasiano.

10

Que estiveram em uma Delegacia de Polícia

45%

55%

Sim

Não

A qualidade do atendimento na Delegacia

Pergunta: Você foi bem atendido na Delegacia?

Figura 6 - Qualidade do atendimento

43%

57%

Sim

Não

Figura 5 - Presença na delegacia

11

Do total de entrevistados, 217 pessoas (55%) afirmaram já ter estado pelo menos uma vez em alguma Delegacia, apesar de, inevitavelmente, em algum momento de sua vida, ter recebido algum tipo de serviço prestado por um Delegado de Polícia, a exemplo da sua carteira de identidade, CNH ou CRLV.

Figura 7 - Confiança no Delegado

30%

70%

Sim

Não

Confia no trabalho do Delegado de Polícia

Considerando o total da amostra, a pesquisa revela que 279 dos entrevistados (70%) disseram confiar no trabalho do Delegado de Polícia.

Sabe o que faz um Delegado de Polícia

233 pessoas (58%) do total de entrevistados souberam apontar espontaneamente as principais atividades relativas ao trabalho do Delegado.

12

42%

58%

Sim

Não

Neste quesito, as principais atividades citadas foram:

“Faz investigações.” – (179 citações)“Solta e prende bandido.” – (92) “Comanda equipe de investigação. ”- (177)“Analisa e encaminha processos.” – (32)“Mantém a ordem social.” – (30)“Faz atendimento público.” – (20)“Escuta os presos.” – (16)“Faz diligências.” – (14)“Faz (carteira de) identidade.” – (14)“Julga as partes.” – (3)“Define sentenças básicas.” - (1)“Libera documentos.” - (7)

Figura 8 - Função do Delegado

13

Conhece a atividade do Delegado de Polícia

A pesquisa revelou que 167 pessoas, ou 42% dos entrevistados, não conhecem as atividades finalísticas de um Delegado de Polícia, ou porque não conseguiram responder nada ou porque citaram atividades como as descritas abaixo:

Figura 9 - Atividades do Delegado

42%

58%

Sim

Não

“Cuida da segurança na região” – (4 citações)“Ajuda na segurança pública.” - (1)“Vigia preso.” - (1)“Resolve problemas graves que a PM não resolve.” - (1)“O Delegado é o Porta Voz do seu Batalhão.” - (1)“Recebe propina.” - (1)“Trabalha diretamente com o Juiz.” - (1)“Mantém o policiamento contra a bandidagem.” - (1)

14

A diferença de papéis entre a PC e a PM

49,8%

50,2%

Sim

Não

Uma das indagações mais relevantes que o questionário pretendia verificar se os entrevistados seriam capazes de identificar diferenças entre as atribuições da Polícia Civil e as da Polícia Militar. Os resultados apontaram que apenas 201 pessoas (50,2%), responderam corretamente e exemplificaram as diferenças básicas nos papéis definidos pela Constituição Federal para a Polícia Civil e para a Polícia Militar.

Figura 10 - PC X PM

A Imagem-Conceito do Delegado de Polícia

Outro item importante da pesquisa consistiu em solicitar ao entrevistado que ouvisse do entrevistador 12 atributos de qualidade pessoal ou profissional, respondendo para cada um deles, de forma positiva ou negativa, se compõe a sua imagem-conceito do Delegado de Polícia. Para os 400 entrevistados, a imagem-conceito do Delegado de Polícia é caracterizada por ser um profissional Destemido (68%), Trabalhador (63%), Honesto (57%), Carrancudo (42%) e Educado (42%).

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Pergunta: Qual é a imagem que você tem do Delegado de Polícia?

Figura 11 - Imagem do Delegado

400 entrevistados

A necessidade de o Delegado ter curso superior

90% (362 pessoas) dos 400 entrevistados afirmaram que para ser Delegado de Polícia é necessário ter formação superior; 1,5% (6) não responderam e 8,5% (32) disseram não ser necessário ter formação em curso superior para ser Delegado de Polícia. Das 362 pessoas que responderam positivamente à questão, 352 (97%) afirmaram que o curso deveria ser de Direito. Os 3% restantes disseram que o Delegado também poderia ter formação em Administração de Empresas, Administração Pública, Relações Públicas, Psicologia e Sociologia. Além desses, 5 entrevistados manifestaram que para ser Delegado acreditavam ser necessário apenas um curso de nível médio promovido pela própria Instituição Polícia Civil aos que já são policiais civis concursados das outras carreiras.

16

A valorização do Delegado de Polícia pela sociedade e pela justiça

100%

Ao todo, 185 pessoas (46%) afirmaram que o Delegado de Polícia é um profissional valorizado pela sociedade. É importante salientar que tanto para a resposta “valoriza sim”, quanto para a resposta “valoriza não”, as justificativas estão baseadas na imagem coletiva resultante da atuação do Delegado.

Figura 12 - Valorização do Delegado

Vejamos as justificativas para a resposta “Sim. A sociedade valoriza o trabalho do Delegado”:

“Porque a sociedade confia nele.” – (90 citações)“Porque ele é uma autoridade.” – (66)“Porque (os delegados) conseguem prestar um bom serviço.” – (18)“Porque representa a Lei.” – (2)“Porque é uma pessoa de respeito.” (1)“Sim, ( já que) quando a população precisa do seu serviço, ele é realizado.” (1)“Sim, porque precisamos deles.” (1)

17

Para justificar a resposta “Não. A sociedade não valoriza o trabalho do Delegado”, os respondentes utilizaram argumentos baseados na forma com que autoridades se relacionam com eles, sua família e a comunidade onde estão inseridos ou, ainda, em um feedback negativo após atendimento prestado pelo Delegado. Vejamos:

“A população não sabe o trabalho do delegado porque não vê o que ele faz.” – (27 citações)“A gente nunca vê nenhum deles.” – (9)“Ele (o Delegado) parece sempre superior às pessoas.” – (2)“Lá tem abuso de poder. ” – (5)“Não, eles não trabalham direito.” – (46)“Não confiam porque, na verdade, todo mundo tem medo dele.” – (2)

Ainda nesse quesito negativo, a pesquisa também revelou, com base nos depoimentos obtidos pelo questionário, que a baixa valorização do Delegado pela sociedade pode ter motivação na percepção do contexto recente e decadente sobre a Segurança Pública, tais como os baixos salários pagos aos Delegados, as frequentes tentativas de usurpação da função, a desmotivação e estagnação profissional e estereótipos negativos consolidados ao longo do tempo pela mídia. Vejamos:

“Não são valorizados porque recebem salários muito baixos. ” – (8 citações)“Não, porque o Delegado tem uma função escondida da sociedade.” – (3)“Falhas da justiça, prejudicam ou impossibilitam o bom trabalho dela (Delegada).” – (2)“Antigamente eles (os Delegados) eram valorizados, hoje não. ”(1)“Não, porque (o Delegado) não atende as necessidades do povo. ”(1)“Não, porque a mídia trabalha contra ele (o Delegado).”“Não, pois criaram um estereótipo de arrogante e prepotente.” (1)“Não, porque (os Delegados) estão precisando de treinamento. – (4)“Está envolvido com corrupções.” – (52)“Não, são desonestos.” – (10)“Não tem crédito com a população. ” – (9)“Não, porque a PM se mostra mais para a sociedade. ”(4)

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Na avaliação para saber se o Delegado de Polícia é valorizado pela Justiça, o resultado é um pouco mais favorável comparado com a valorização pela sociedade. Pela pesquisa, 266 entrevistados (66%) afirmaram que o Delegado é valorizado pelos juízes e promotores.

66%

34%

Sim

Não

Figura 13 - Valorização do Delegado pela justiça

A parcela de responsabilidade do Delegado pela impunidade no País

Pergunta: De quem é a culpa pela impunidade no País?

Figura 14 - Culpa pela impunidade

19

O questionário procurou levantar junto aos entrevistados qual é a parcela de responsabilidade do Delegado de Polícia como reforço ao sentimento de impunidade vivido pela nação, especialmente nesse momento em que o País se vê bastante afetado pelo noticiário nacional com denúncias de corrupção e aumento da criminalidade.

Com cinco opções e podendo apontar dentre elas quantas julgassem necessárias, 224 entrevistados, (56% da amostra) responderam que a impunidade é motivada por fatores conjunturais, de ordem histórica-social-política-cultural-educacional da nação e não por um agente específico, que contribua gradativamente para a deterioração dos valores éticos e morais da sociedade brasileira. A opção “Delegado de Polícia” aparece como “culpado” pela impunidade para 8,5% da amostra, ou seja, por 34 das 400 pessoas entrevistadas nessa pesquisa. Em ordem crescente, o soldado aparece com 9% (36 pessoas), promotor, 10% (39 pessoas), e o Juiz com 39% (155 pessoas) como responsáveis pela impunidade no País.

Profissionais que auxiliam o trabalho do Delegado de Polícia na Delegacia

Pergunta: Quem auxilia o trabalho do Delegado de Polícia dentro da Delegacia?

Figura 15 - Equipe do Delegado

20

Com uma pergunta aberta, procuramos saber nessa pesquisa se o entrevistado saberia dizer “quem são os profissionais que auxiliam o trabalho do Delegado dentro da Delegacia”. Sem nenhuma ajuda do entrevistador, contando apenas com a própria memória e os próprios conhecimentos, para a maioria dos entrevistados a equipe do Delegado de Polícia é formada apenas pelo Investigador (69%) e pelo Escrivão (57%), lembraram-se do Perito 176 pessoas (44%) dos 400 entrevistados. O Agente Administrativo ficou praticamente empatado com o soldado, sendo lembrados respectivamente por 144 pessoas (36%) e 148 pessoas (37%). Além disso, os entrevistados também acreditam que o sargento (13%), o juiz (7,5%), o promotor (5%), o funcionário da prefeitura (4,7%) e o coronel compõem a equipe do Delegado de Polícia Civil dentro da Delegacia. Portanto, para a grande maioria das pessoas, em uma delegacia, além do Delegado, somente trabalham o investigador e o escrivão.

Cruzamentos dos ResultadosA fim de otimizar os resultados dessa pesquisa, foram realizadas algumas associações e cruzamentos de cenários. Vejamos os principais:

Imagem do Delegado para as 112 pessoas (28%) que moram nas grandes cidades

Figura 16 - Atributos do Delegado X Grandes cidades

21

Imagem do Delegado para as 289 pessoas (72%) que moram em pequenas cidades

Figura 17 - Imagem do Delegado X Pequenas cidades

Imagem do Delegado para as 63 pessoas (16%) com salário maior que R$ 3.000,00

Figura 18 - Imagem do Delegado X Renda

22

Imagem do Delegado para as 337 pessoas (84%) com salário menor que R$ 3.000,00

Figura 20 - Imagem do Delegado X sociedade

Imagem do Delegado para as 212 pessoas (53%) que acham que ele não é valorizado pela sociedade

Figura 19 - Imagem do Delegado X Renda menor

23

Imagem do Delegado para as 128 pessoas (32%) com curso superior

Figura 21 - Imagem do Delegado X Curso superior

Imagem do Delegado para as 272 pessoas (68%) sem curso superior

Figura 22 - Imagem do Delegado X sem curso superior

24

Pergunta: Quem auxilia o trabalho do Delegado de Polícia dentro da Delegacia?

Resposta das 183 pessoas (46%) que nunca estiveram em uma Delegacia.

Figura 24 - Equipe do Delegado 3

Pergunta: Quem auxilia o trabalho do Delegado de Polícia dentro da Delegacia?

Resposta das 217 pessoas (54%) que já estiveram em uma Delegacia.

Figura 23 - Equipe do Delegado 2

25

Pergunta: Você confia no trabalho do Delegado de Polícia?

Resposta das 124 pessoas (28%) com curso superior: 90 pessoas (72%) disseram que confiam no Delegado de polícia.

Figura 25 - Confiança no Delegado X Curso superior

Pergunta: Você confia no trabalho do Delegado de Polícia?

Resposta das 276 pessoas (69%) sem curso superior: 192 pessoas (70%) disseram que confiam no Delegado de Polícia.

Figura 26 - Confiança no Delegado X Sem curso superior

28%

72%

Sim

Não

30%

70%

Sim

Não

26

Pergunta: De quem é a culpa pela impunidade?

Resposta das 279 pessoas (70%) que confiam no Delegado de Polícia.

Figura 28 - Responsabilidade pela impunidade

Pergunta: A que você atribui a impunidade no Brasil?

Figura 27 - Culpa pela impunidade X confiança no Delegado

27

Pergunta: Você conhece as funções do Delegado de Polícia?

Resposta das 112 pessoas (28%) que moram nas grandes cidades: 72 pessoas (63%) conhecem.

Figura 29 - Função do Delegado X Grandes cidades

Pergunta: Você conhece as funções do Delegado de Polícia?

Resposta das 288 pessoas (72%) que moram nas pequenas cidades:160 pessoas (55%) conhecem.

Figura 30 - Função do Delegado X Interior

63%

37%

Sim

Não

45%

55%

Sim

Não

28

Pergunta: Você acha que o Delegado de Polícia é valorizado pela sociedade?

Resposta das 125 pessoas que foram bem atendidos em Delegacias: 63 pessoas (50%) avaliam que o Delegado é valorizado pela Sociedade.

Figura 31 - Valorização do Delegado X Bom atendimento na delegacia

Pergunta: Você acha que o Delegado de Polícia é valorizado pela sociedade?

Resposta das 275 pessoas que NÃO foram bem atendidas em Delegacias:81 pessoas (29%) avaliam que o Delegado é valorizado pela Sociedade.

50%

50%

Sim

Não

Figura 32 - Valorização do Delegado X Mal atendimento

29%

71%

Sim

Não

29

Pergunta: Você confia no Delegado de Polícia?

Resposta das 63 pessoas (15%) com salário maior que 3 mil reais: 45 pessoas (72%) disseram que confiam.

Figura 33 - Confiança no Delegado X Renda superior

Pergunta: Você confia no Delegado de Polícia?

Resposta das 337 pessoas (75%) com salário menor que 3 mil reais: 234 pessoas (70%) disseram que confiam

Figura 34 - Confiança no Delegado X Renda inferior

28%

72%

Sim

Não

30%

70%

Sim

Não

30

Síntese Analíticasobre o total da amostra

31

A DELEGACIA NA VIDA DO CIDADÃO

67% das pessoas não se lembram de já ter ido a uma Delegacia ou requerido os serviços do Delegado de Polícia.

67%

33%

Sim

Não

QUALIDADE DO ATENDIMENTO NA DELEGACIA

Dos 127 entrevistados que afirmaram já terem ido a uma Delegacia, apenas 57% disseram terem sido bem atendidos, apesar de não identificarem por quem foram atendidos.

43%

57%

Sim

Não

CONFIANÇA NO DELEGADODas 400 pessoas entrevistadas, 279 (70%) disseram confiar no Delegado de Polícia.

SABE O QUE O DELEGADO FAZ

Dos 400 entrevistados, 233 (58%) confirmaram, por meio de exemplos, que sabem o que o Delegado faz. Nos 42% restantes, ainda predomina a ideia de que o Delegado tem como missão prevenir o crime.

42%

58%

Sim

Não

30%

70%

Sim

Não

Figura 35 - ida à delegacia Figura 37 - Confiança no Delegado

Figura 36 - ida à delegacia X AtendimentoFigura 38 - Função do Delegado

32

OS PAPÉIS DA PC X PMDo total da amostra, apenas 50%, ou seja, 201 pessoas souberam distinguir os papéis da PC e da PM.

50%

50%

Sim

Não

A IMAGEM-CONCEITO DO DELEGADO DE POLÍCIAPara os 400 entrevistados, a IMAGEM GERAL sobre o Delegado de Polícia é positiva:

Destemido (68%)Trabalhador (63%)Honesto (57%)Educado (42%)

E as características negativas, estatisticamente relevantes, são:

Carrancudo (42%)Arrogante (37%)Grosseiro (36%)

FORMAÇÃO DO DELEGADO90% dos entrevistados (362 pessoas) disseram que para ser Delegado é necessário ter curso Superior. Destes, 78% afirmaram que o curso deve ser o de Direito.

22%

78%

Sim

Não

VALORIZAÇÃO PELA SOCIEDADEA maioria dos 400 entrevistados (54%) acha que a sociedade não valoriza o Delegado de Polícia (Fig. 41) e que isso se deve principalmente por cinco motivos:

46%

54%

Sim

Não

Figura 39 - PC X PMFigura 40 -Formação do Delegado

Figura 41 - Valorização do Delegado X Sociedade

33

1º) A população não conhece, de fato, o que faz um Delegado de Polícia;

2º) Os serviços /atendimentos prestados na Delegacia são vistos como de baixa qualidade;

3º) A população de Minas Gerais reconhece que os salários da Polícia Civil são baixos;

4º) O Delegado, em geral, trabalha de forma discreta, confinado, sem visibilidade pública.

5º) De alguma forma, a sociedade insere o Delegado de Polícia no contexto de corrupção generalizada.

A RESPONSABILIDADE PELA IMPUNIDADE NO PAÍS

56% dos 400 entrevistados disseram que leis excessivamente flexíveis, falhas na educação e deterioração moral e ética das autoridades e dos representantes políticos eleitos são responsáveis pelo sentimento de impunidade no país. Como responsável pela impunidade, o Delegado de Polícia é último listado, na opinião de 8,5% dos entrevistados (34 pessoas).

A COMPOSIÇÃO DA EQUIPE DO DELEGADO

Essa pesquisa revelou que, para a grande maioria dos 400 entrevistados, a equipe do Delegado de Polícia, no ambiente da Delegacia, é composta do investigador (75% se lembraram dele) e do escrivão (63% se lembraram dele). 46% se lembraram do Perito e 40% do Agente Administrativo. Além destes, 38% acham que o soldado faz parte da equipe do Delegado de Polícia. Considerando somente aqueles que disseram já ter ido a uma Delegacia, o resultado permanece semelhante: a maioria dos entrevistados (54%) não mencionou a presença do Perito nem do Agente Administrativo na equipe do Delegado.

Síntese Analítica sobre dados cruzados

Estratificando a amostra e cruzando alguns parâmetros concluímos que para os entrevistados de:

Cidades GrandesCidades PequenasCom Salário MaiorCom Salário Menor eSem curso Superior

A IMAGEM-CONCEITO DO DELEGADO DE POLÍCIA

34

A imagem-conceito do Delegado é a mesma entre eles:

1ª) Destemido2ª)Trabalhador3ª) Honesto e 4ª) Carrancudo

O grupo de entrevistados com curso superior revelou uma pequena distinção dos grupos anteriores, elegendo a característica “Arrogante” na terceira posição:

1ª) Destemido2ª)Trabalhador3ª) Arrogante

Em outra análise cruzada, é possível verificar que os entrevistados de:

Cidades Grandes,Com salário Maiore Curso Superior

Elegeram a característica de “desonesto” em maior proporção que os entrevistados de:

Cidades PequenasCom salários menores eSem curso Superior

CONFIANÇA NO DELEGADO DE POLÍCIA

Os resultados da pesquisa mostram que, independentemente da formação escolar e faixa remuneratória dos entrevistados, a confiança no Delegado de Polícia está acima de 70%. Com curso superior, a confiabilidade do Delegado está em 72% e, para o grupo dos sem curso superior, está em 70%. Para o grupo com salário maior que R$ 3 mil, a confiabilidade do Delegado foi registrada em 72% e, para os recebem menos de R$ 3mil, 70%.

Os resultados no cruzamento de dois cenários opostos sobre a mesma indagação permitiram inferir que a qualidade no atendimento prestado na Delegacia interfere diretamente na imagem do cidadão atendido sobre a valorização do Delegado pela sociedade.

Para aqueles que disseram terem sido bem atendidos na Delegacia, 50% avaliam que o Delegado é valorizado pela sociedade.

Para aqueles que disseram não terem sido bem atendidos na Delegacia, apenas 30% avaliam que o Delegado é valorizado pela sociedade.

ATENDIMENTO NA DELEGACIA EVALORIZAÇÃO PELA SOCIEDADE

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Algumas recomendações

1. São indicadas ações de comunicação urgentes e amplas que tornem mais claras as atribuições do Delegado de Polícia para o cidadão. Foi revelado pela pesquisa que a maioria dos entrevistados respeita o Delegado, em algumas vezes em razão do temor e medo e, em outras, por reverência ao cargo.

2. Deve-se pensar em ações de comunicação de massa que esclareçam sobre o papel constitucional da Polícia Civil;

3. Recomenda-se que haja investimento em capacitação, de forma imediata, no interior e nas grandes cidades, de todos os profissionais que prestam atendimento ao público nas Delegacias de Polícia e demais serviços da PCMG;

4. É indicado que a instituição Polícia Civil ou o Sindicato dos Delegados de Polícia construa consensualmente um protocolo de conduta profissional com a finalidade de dar ao Delegado maior visibilidade pública e torná-lo ainda mais próximo e simpático para com a sua comunidade. Também há uma ideia pública de que o Delegado só tem “utilidade” em uma sociedade com conflito, crime e pobreza e que as outras atribuições do Delegado ficam relegadas a segundo e terceiro planos. Algumas sugestões pontuais:

a) Que o Delegado se faça mais presente na sua comunidade participando ou patrocinando palestras ou promovendo ações sociais que projetem a importância do trabalho da Polícia Civil;

b) Que o Delegado divulgue os trabalhos sociais desenvolvidos pela PCMG, bem como seus efeitos positivos, por meio de palestras nas escolas de modo a edificar o conceito de polícia cidadã especialmente para as novas gerações.

c) Que a Polícia Civil invista mais recursos em termos de mídia e intensifique ações de marketing institucional com vistas a valorizar as funções do Delegado de Polícia.

5. Convém avaliar as razões pelas quais a população tem dificuldade para reconhecer o Perito e o Agente Administrativo como profissionais membros da equipe do Delegado no ambiente da Delegacia.

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Anexo

Figura 42 - Formulário utilizado neste trabalho

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