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Projeto integrador Ano: Bimestre: Título: Uma linguagem, muitos elementos Componente curricular: Arte Unidade temática Teatro Objetos de conhecimento Contextos e práticas Elementos da linguagem Processos de criação Habilidades (EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas, investigando os modos de criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação profissional em teatro. (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral. (EF69AR26) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários. (EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador. Componente curricular: Arte Unidade temática Artes integradas Objeto de conhecimento Patrimônio cultural Este material está em Licença Aberta — CC BY NC 3.0BR ou 4.0 International (permite a edição ou a criação de obras derivadas sobre a obra com fins não comerciais, contanto que atribuam crédito e que licenciem as criações sob os mesmos parâmetros da Licença Aberta). 1

pnld.moderna.com.br · Web viewNesse momento, fale sobre algumas referências musicais brasileiras que mencionam os orixás em suas composições (Clara Nunes, Chico Buarque, Caetano

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Projeto integradorAno: 6ºBimestre: 2º

Título: Uma linguagem, muitos elementos

Componente curricular: Arte

Unidade temática

Teatro

Objetos de conhecimento

· Contextos e práticas

· Elementos da linguagem

· Processos de criação

Habilidades

· (EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas, investigando os modos de criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação profissional em teatro.

· (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

· (EF69AR26) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

· (EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

Componente curricular: Arte

Unidade temática

Artes integradas

Objeto de conhecimento

· Patrimônio cultural

Habilidade

· (EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

Componente curricular: História

Unidade temática

A invenção do mundo clássico e o contraponto com outras sociedades

Objetos de conhecimento

· Os povos indígenas originários do atual território brasileiro e seus hábitos culturais e sociais

· O Ocidente Clássico: aspectos da cultura na Grécia e em Roma

Habilidades

· (EF06HI08) Identificar os espaços territoriais ocupados e os aportes culturais, científicos, sociais e econômicos dos astecas, maias e incas e dos povos indígenas de diversas regiões brasileiras.

· (EF06HI09) Discutir o conceito de Antiguidade Clássica, seu alcance e limite na tradição ocidental, assim como os impactos sobre outras sociedades e culturas.

Componentes curriculares e conteúdos específicos

Arte e História

Arte

Estudo sobre o teatro em diferentes culturas e linguagens. Debate sobre alguns dos elementos que compõem a teatralidade. Relações e conexões entre culturas e linguagens cênicas. Atividade prática com elementos trabalhados nesses debates.

História

Análise da relação entre contexto histórico e modos de se relacionar com o teatro. Discussão sobre como a cultura de diferentes países e mesmo de diversos estados brasileiros influencia o modo de criação e a relação entre as pessoas e o teatro.

Competências gerais da BNCC

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

O desenvolvimento dessas competências possibilita o exercício de habilidades socioemocionais, propiciando que os estudantes analisem e repensem atitudes em relação aos colegas, a si mesmos e ao mundo que os cerca, relevando preocupações com a sustentabilidade, com os valores humanos, a solidariedade, a cidadania, a valorização das diferentes manifestações culturais e artísticas, do diálogo e do respeito à diversidade etc.

Temas transversais

Este projeto tem por objetivo estudar as raízes do teatro, sua diversidade e riqueza de linguagens, contextos históricos e culturais, processos criativos, experiência de fruição e leitura, valorizando o trabalho com os temas transversais Ética, Pluralidade cultural e Meio ambiente, pois propicia importantes reflexões sobre atitudes no cotidiano que revelam os valores de cada um e suas considerações com o outro, o legado de outras gerações, a realidade presente, a sociedade, o futuro etc.

Justificativa

É possível afirmar que o teatro, entre todas as linguagens artísticas, é constituído de maior variedade de elementos que integram as artes visuais, a música, a dança e, em muitos momentos, a literatura. Em múltiplos sentidos, é uma forma de arte que congrega diferentes habilidades e conhecimentos artísticos. No processo de ensino-aprendizagem, é fundamental poder reconhecer esses elementos e desenvolver uma consciência sobre as inúmeras camadas de um trabalho teatral: a materialidade e a visualidade da cena; a relação entre sujeito, criação e espaço; a sonoridade; a dramaturgia, composta por textualidades e não apenas de um texto; o trabalho de preparação e integração entre os atuantes de um grupo; a consciência e a expressividade vocal e corporal etc.

Existem também muitos teatros, tantos teatros quanto culturas. Por isso, é necessário olhar e reconhecer a diversidade que nos cerca, identificar partes das origens dessa arte, suas raízes, valorizando a pluralidade de linguagens e culturas.

Assim, reconhecendo e identificando a relação entre diferentes contextos e a pluralidade de estéticas existentes, garante-se a desmitificação em relação a supostas supremacias culturais e definições simplistas sobre o que significa ver/fazer/viver o teatro. Dessa forma, podemos também desenvolver a consciência sobre a complexidade envolvida nos processos de criação dessa arte.

Aliados a tais conhecimentos, os estudantes terão experiências práticas de criação que poderão relacionar ao próprio repertório e às discussões geradas com base nas aprendizagens em sala de aula.

A proposta de trabalho a ser desenvolvido pretende criar oportunidade de intenso diálogo e, consequentemente, troca entre professores e estudantes para que se dediquem a reflexões sobre a relação entre estética, contextos culturais e históricos, escolhas artísticas feitas em processos teatrais, de modo que pensem sobre a própria realidade e as experiências de fruição, leitura e criação.

Objetivos gerais

· Reconhecer os diversos elementos que constituem a linguagem teatral.

· Relacionar diferentes contextos históricos e culturais e as diferentes estéticas teatrais existentes.

· Identificar o que é reconhecido como as origens do teatro ocidental – teatro grego – e suas influências no teatro que é hoje produzido no Brasil.

· Participar de diálogos sobre a diversidade cultural e a influência dos povos não europeus na noção de teatralidade.

· Vivenciar experiências práticas de criação com os elementos que compõem a teatralidade.

Tempo estimado

9 aulas de 50 minutos cada uma

Materiais necessários

· Lousa

· Giz

· Computador com acesso à internet e caixa de som

· Tiras de papel cartão

· Fita adesiva

· Tiras de jornal

· Grampeador

· Caneta hidrocor

· Tesoura com pontas arredondadas

· Água

· Tinta guache de várias cores

· Pincel

· Elástico

· Cola líquida

· Objetos diversos para a caracterização da máscara

Metodologia e cronograma

Aula 1

1ª Etapa

Pesquise na internet, imprima ou projete (se houver recursos disponíveis) para os estudantes cenas do espetáculo O segredo da arca de Trancoso, do Grupo Vilavox, de Salvador (BA).

Crie um espaço agradável para dialogar com eles sobre as imagens selecionadas. Aproveite a interação e os conhecimentos prévios compartilhados para exercitar a capacidade de leitura dos estudantes e ajudá-los a reconhecer concretamente os diversos elementos que compõem a noção de teatralidade: espaço, corpo, visualidades, sonoridades, iluminação, dramaturgia etc. Converse sobre o que caracteriza o teatro de rua como uma linguagem teatral específica, se possível, comparando-a com outras, e reforce a existência de muitos modos de fazer teatro.

Em um segundo momento, reflita com eles sobre as imagens trabalhadas, apresentando o Grupo Vilavox, sua história e suas práticas. Comente com os estudantes que existem muitos grupos brasileiros fora do eixo Rio-São Paulo, e que a maioria dos atores de teatro não está necessariamente na televisão. Se possível, selecione um trecho desse espetáculo do grupo, que pode ser encontrado na internet, para complementar a discussão. Será importante criar espaços de fruição de obras completas em alguns momentos do processo.

Aula 2

2ª Etapa

Com base nas discussões da aula anterior, converse com os estudantes sobre os tipos de relação criados entre atores e público. Dê exemplos e diga a eles que há escolhas diferentes quanto a esse tema, já que em muitos espetáculos o público é convidado a interagir mais com os atores do que em outros.

Diferencie a linguagem do teatro de rua, conceituando a arte convivial e trazendo exemplos dessa forma de se relacionar com o público.

Investigue o conhecimento prévio dos estudantes e fale com eles sobre a história do teatro de rua no Brasil e compartilhe informações sobre outros grupos. Aproveite a oportunidade e dê abertura para que contem sobre suas experiências com o teatro: se já assistiram a algum espetáculo, como era, com quem foram, onde e quando aconteceu, se já participaram de alguma apresentação etc. Desse modo, será possível conhecer um pouco mais o repertório da turma.

Aula 3

3ª Etapa

Nessa aula, já há recursos suficientes para uma proposição prática e para a continuação do debate. É o momento de levantar com os estudantes, detalhadamente, quais são os elementos que constituem a teatralidade. Para isso, recorra à lousa ou a outro suporte de registro que considerar adequado.

Consulte os estudantes sobre o que eles se lembram da peça do Grupo Vilavox, baseando-se nas imagens analisadas ou, se houve oportunidade, de trechos da filmagem da peça vistos em vídeos da internet. Crie com eles uma lista do que imaginam ser esses elementos teatrais e vá conversando mais detalhadamente sobre cada um deles, mesmo que se repitam, pois esse momento é importante para a preparação das próximas aulas.

Aula 4

4ª Etapa

Um dos principais objetivos deste encontro é discutir o quanto a teatralidade já se encontrava presente em manifestações diversas das civilizações humanas, mesmo que ainda não tivesse recebido esse nome. Previamente, pesquise e imprima uma imagem de arte rupestre com a sugestão de um ritual com danças, música e movimento, para partilhar com os estudantes. Promova o debate sobre a origem ritual da manifestação teatral, estabelecendo ao mesmo tempo relações com a teatralidade hoje. Enfatize com o grupo que, em matéria de teatro, não existem modelos, muito menos um modelo único. Em algumas comunidades, há celebrações e festejos em que vários elementos da teatralidade aparecem, como na dança do Cavalo-Marinho, que acontece no estado de Pernambuco geralmente à época do Natal, na qual há uso de máscaras, criação de personagens e mesmo de diálogos.

Se julgar oportuno, mostre aos alunos imagens das máscaras de teatro nô e outras máscaras teatrais. Em algum momento, leve para a sala de aula uma máscara concreta e deixe que eles a analisem. Pode ser uma boa maneira de prepará-los para o produto final deste projeto.

Passando pelo uso de máscaras em diversas culturas, seja através da projeção, da fruição das imagens impressas e/ou da análise de máscaras reais, prepare os estudantes de maneira entusiasmada para a experiência prática que realizarão. Explique a eles que há muitos materiais que podem ser utilizados para a confecção de uma máscara, e fale sobre a ideia de “mascaramento corporal”.

Aula 5

5ª Etapa

Nesse encontro, a diversidade cultural deve ser celebrada. Aproveitando-se do que os estudantes se recordam das discussões anteriores, organize-os em um círculo e aborde o fato de a presença de máscaras ser parte de nossa cultura: manifestações de cultura popular brasileira, teatro, commedia dell’arte, carnaval; e também em outras culturas, dentro e fora do teatro: rituais de povos nativos, danças africanas, teatro nô e teatro indiano etc. Explique aos estudantes que o uso de máscara não é um recurso utilizado apenas no teatro, ou nas manifestações citadas, porque a própria máscara também pode ser vista como objeto de arte, no campo das artes visuais.

Trabalhe com eles o conceito de hibridismo e apresente o trabalho dos artistas plásticos Romuald Hazoumé e Calixte Dakpogan, ambos de Porto Novo, República do Benin, na África. Fale sobre como os dois artistas usam materiais diversos, como peças de carro, galões de plástico, pedaços de metal, para criar máscaras que são esculturas, também utilizadas na fotografia e na composição de instalações.

Comente com os estudantes que em muitas culturas a arte e a religiosidade estão interligadas. Dê como exemplo os festejos de cultura popular e a influência que eles exercem no âmbito artístico.

É importante trabalhar contra o preconceito religioso para levar à compreensão de que as religiões de matriz afro-brasileira são parte de nossa cultura e influenciam sobremaneira muitos artistas. Nesse momento, fale sobre algumas referências musicais brasileiras que mencionam os orixás em suas composições (Clara Nunes, Chico Buarque, Caetano Veloso etc.).

Aula 6

6ª Etapa

Para aproveitar melhor este encontro, organize-se com antecedência em relação ao espaço a ser utilizado, ao material necessário para a atividade prática e, principalmente, ao tempo para sua realização. Combine com os estudantes os materiais listados no início deste projeto, que devem ser trazidos, ou peça à escola que, se possível, os providencie.

Primeiro, explique a importância do uso de máscaras em nossa sociedade, não apenas nas apresentações teatrais, mas também em outras circunstâncias, como nos rituais de povos nativos, por exemplo. Comente com os alunos o uso de máscaras em várias linguagens teatrais de diferentes épocas e dê, ao final, ênfase ao uso de máscara no teatro grego. Convide-os para uma atividade de criação de máscaras.

Organize os estudantes em grupos e oriente a atividade de acordo com o passo a passo a seguir.

1. Para fazer o molde, cada aluno deve contornar o rosto com uma tira de papel cartão. Ao tirá-la da cabeça, é necessário grampear as duas pontas.

2. Em seguida, adicione outras tiras de papel cartão no sentido horizontal àquela que tem o formato do rosto.

3. Os alunos devem ainda grampear mais tiras para que a estrutura fique firme. Depois, sugira a eles que cubram os grampos com fita adesiva.

4. Oriente-os a mergulhar os pedaços de jornal em cola branca diluída com um pouco de água. Com a ajuda do pincel, eles devem colar sobre as tiras de papel cartão os pedaços de jornal. Peça a eles que façam no mínimo três camadas, para dar firmeza à máscara.

5. Depois que a estrutura da máscara secar, solicite que desenhem os buracos dos olhos, do nariz e da boca. Conforme a disponibilidade de tempo com a turma, talvez essa etapa tenha de ser feita em casa ou no próximo encontro. Antes de recortarem os orifícios dos olhos, do nariz e da boca, peça a eles que coloquem a máscara sobre o rosto para experimentar as marcações e fazer correções, se necessário.

6. O próximo passo será recortar as áreas marcadas e pintar a máscara com guache.

7. Sugira que grampeiem o elástico para ajustar melhor a máscara ao rosto.

8. O último passo consiste em caracterizar a máscara, utilizando diferentes materiais, como tinta, botões, tiras de papel colorido, barbantes, folhas de árvore, pequenos galhos etc.

Tente finalizar essa etapa em sala para garantir que as máscaras estejam presentes na continuidade da atividade. Caso não haja tempo suficiente, peça a eles que terminem esse trabalho em casa. Se as máscaras saírem da escola, é fundamental lembrar que eles deverão trazê-las na próxima aula.

Aula 7

7ª Etapa

Inicie a aula solicitando aos alunos que exponham as máscaras produzidas. Eles podem brincar de dar nomes a elas e imaginar que personagens elas sugerem. Esse momento deve ser utilizado para prepará-los para o compartilhamento das máscaras criadas com os pais e/ou outras turmas da escola.

Com a ajuda dos alunos, planeje o espaço em que ocorrerá a apresentação das máscaras para o público. É possível brincar com a ideia de um espaço que imite um teatro de arena grego, para criar uma atmosfera lúdica e começar a introduzir o próximo tema dos encontros.

Peça aos alunos que entrem individualmente no espaço com suas máscaras criadas, executando as ações a seguir.

1. Saudar o público.

2. Realizar uma ação relacionada à máscara. Exemplos: dar cambalhota, mandar um beijo, dançar de forma espontânea etc.

3. Despedir-se e sair de cena.

Em seguida, solicite a eles que repitam a atividade, só que agora em duplas, improvisando a sequência mencionada, de maneira espontânea e sem combinar verbalmente.

Se houver tempo, converse com os alunos sobre a apresentação. Essa conversa deve abordar de forma sensível as percepções, a relação entre processo e resultado e, se julgar pertinente, o tema da caracterização e o quanto ela é importante na criação teatral. Aproveite esse momento para estabelecer a relação entre as diferentes vestimentas do teatro e seus contextos históricos.

Aula 8

8ª Etapa

O objetivo desse encontro é abordar o elemento da dramaturgia. Para continuar a dialogar com a cultura grega vista até aqui, leve para a sala de aula um trecho de uma tragédia grega para fazer uma leitura performática com os estudantes. Uma boa sugestão seria trabalhar com Medeia e Gota d´água, pois mostram a possibilidade de a dramaturgia reler obras e se recriar. (Gota d’água é uma releitura da tragédia grega Medeia, realizada por Chico Buarque e Paulo Pontes, que a transforma em tragédia carioca.) Caso perceba que os alunos estão se envolvendo bastante nesse processo, selecione outros trechos equivalentes das duas obras e convide-os a ler.

Comente com eles o que é leitura dramática. Apresente aos estudantes algumas das principais obras e autores/autoras da dramaturgia brasileira. Enquanto faz isso, esclareça que a palavra dramaturgia, na contemporaneidade, pode não se referir apenas ao texto escrito, mas à composição da encenação em determinado tempo/espaço. Cite como exemplo uma peça em que não há fala, para que fique mais claro. Também é importante observar que, dependendo da linguagem teatral em questão, o improviso, a interação com o imprevisto no tempo presente, são formas igualmente válidas de se criarem dramaturgias, dentro desse conceito de dramaturgia expandida.

Os alunos que preferirem podem apresentar para os pais ou para outras turmas da comunidade escolar, além do trabalho com as máscaras, a leitura dramática dos textos estudados em aula. Para isso, precisam ensaiar a leitura em casa.

Aula 9

9ª Etapa

Organize com os estudantes o espaço da apresentação com as máscaras, como combinado anteriormente. Depois, segundo o que foi planejado na 7a etapa, eles poderão também fazer uma leitura dramática dos textos estudados na última aula.

Avaliação

Observe se os alunos compreendem os vários elementos que compõem a teatralidade e a diversidade de manifestações e linguagens que variam de cultura para cultura. Se sabem relacionar elementos que esses diferentes teatros têm em comum e suas diferenças. Analise qual foi o interesse e a disposição apresentados pelos alunos durante a realização das atividades, como se expuseram durante os debates realizados, as referências vistas coletivamente e as experiências vivenciadas.

Flexibilização

É fundamental observar as várias dimensões presentes no processo de aprendizagem: a relação de cumplicidade entre o grupo, a disponibilidade dos alunos para as atividades coletivas, a dimensão cognitiva que pode fazer com que estabeleçam conexões entre a linguagem artística e seus contextos históricos etc. O mais importante não é que os alunos sejam desinibidos ou que sua performance seja comparável à de um artista, mas que todos se envolvam no processo, de forma interessada, mesmo com as limitações de cada um, construindo o conhecimento com o grupo.

Referência bibliográfica

BERTHOLD, Margot. A história do teatro mundial. São Paulo: Perspectiva, 2004.

Este material está em Licença Aberta — CC BY NC 3.0BR ou 4.0 International (permite a edição ou a criação de obras derivadas sobre a obracom fins não comerciais, contanto que atribuam crédito e que licenciem as criações sob os mesmos parâmetros da Licença Aberta).

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