Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
BÁRBARA TENÓRIO SARMENTO
PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO E FATORES
ASSOCIADOS EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA ESCOLA
DO ESTADO DE ALAGOAS
MACEIÓ-AL
2019/1
BÁRBARA TENÓRIO SARMENTO
PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO E FATORES
ASSOCIADOS EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA ESCOLA
DO ESTADO DE ALAGOAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito final para conclusão do curso de Odontologia
do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da
professora Drª Fernanda Freitas Lins.
MACEIÓ-AL
2019/1
BÁRBARA TENÓRIO SARMENTO
PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO E FATORES
ASSOCIADOS EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA ESCOLA
DO ESTADO DE ALAGOAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito final para conclusão do curso de Odontologia
do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da
professora Drª Fernanda Freitas Lins.
APROVADO EM: 12 / 06 / 2019.
Profª Dra. Fernanda Freitas Lins
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
______________________________________
___________________________________
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que sempre esteve presente em minha
jornada, me dando força para seguir em frente e superar os mais difíceis obstáculos.
Sou grata também pelo esforço de meus professores, que sempre fizeram o possível
para garantir um aprendizado de qualidade. À minha orientadora, que teve um papel
fundamental para a realização deste trabalho, receba minha gratidão. E por fim,
agradeço aos meus familiares e amigos, que dividiram os fardos e compartilharam as
alegrias da vida acadêmica comigo.
PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO E FATORES ASSOCIADOS EM
PACIENTES DE UMA CLÍNICA ESCOLA DO ESTADO DE ALAGOAS
PREVALENCE OF TOOTH INJURIES AND ASSOCIATED FACTORS IN
PACIENTS OF A CLINIC SCHOOL IN THE STATE OF ALAGOAS
Bárbara Tenório Sarmento Graduanda do curso de Odontologia
[email protected] Fernanda Freitas Lins
Doutora em Odontologia [email protected]
RESUMO
O trauma dentário é uma situação de emergência odontológica que pode causar sérias sequelas ao indivíduo. A finalidade do estudo foi avaliar os aspectos mais relevantes acerca dos traumas dentais em relação a sua classificação, etiologia e prevalência, em pacientes que foram atendidos numa extensão de Trauma Dental de um Centro Universitário do Estado de Alagoas. Foram analisadas fichas de atendimentos de pacientes do sexo masculino e feminino, onde os dados obtidos foram tabulados e a análise dos dados foram expressos em média (± Desvio-padrão) e distribuições de frequência. O número total de pacientes foi de 64, sendo 70% do sexo masculino e 30% do sexo feminino. Os resultados mostraram que a faixa etária mais prevalente foi de até 12 anos de idade (57,8%) e os fatores etiológicos mais encontrados foram as quedas (40,6%), seguido dos acidentes com motocicleta (35,9%). Os dentes que apresentaram o maior percentual de trauma foram os incisivos centrais (71,8%). O tipo de trauma mais acometido foi fratura esmalte/Dentina (37,5%), seguido por fratura do esmalte/dentina/polpa (17,2%). A faixa etária não apresentou diferenças estatisticamente significantes com a etiologia e área envolvida, no entanto em relação ao tipo de trauma a luxação lateral e extrusiva apresentou maior percentual em pacientes acima de 20 anos (40,0%). Dessa forma, concluiu-se que o gênero masculino, a faixa etária até os 12 anos de idade, as quedas, os incisivos centrais e as fraturas de esmalte e dentina foram os achados mais frequentes.
PALAVRAS-CHAVE: Traumatismo dentário. Prevalência. Dentição permanente.
ABSTRACT
Tooth injuries is a dental emergency that can cause serious consequences to the patient. The purpose of the study was to evaluate the most relevant aspects of tooth injuries in relation to classification, etiology and prevalence, in patients who were treated in an extension of Dental Trauma in a University Center of the State of Alagoas. Data was obtained from the patient’s chart of male and female patients, where data were tabulated and data analysis was expressed as mean (± standard deviation) and frequency distributions. The total number of patients was 64, being 70% male and 30% female. The results showed that the most prevalent age group was up to 12 years of age (57.8%) and the most common etiological factors were falls (40.6%), followed by motorcycle accidents (35.9%). The teeth that presented the highest percentage of trauma were the central incisors (71.8%). The most affected type of trauma was enamel / dentin fracture (37.5%), followed by enamel / dentin / pulp fracture (17.2%). The age group did not present statistically significant differences with the etiology and area involved, however, in relation to the type of trauma the lateral and extrusive dislocation had a higher percentage in patients over 20 years old (40.0%). Thus, it was concluded that the male gender, the age group up to 12 years of age, falls, central incisors and enamel and dentine fractures were the most frequent findings.
KEYWORDS: Tooth Injuries. Prevalence. Dentition, Permanent.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 6
2 MATERIAL E MÉTODO........................................................................... 7
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 9
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 14
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 15
ANEXO – PARECER CONSUBSTÂNCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ............................................................................................... 17
6
1 INTRODUÇÃO
O traumatismo dental é um problema de saúde pública que pode influenciar
direta ou indiretamente a vida das pessoas, causando danos estéticos, funcionais,
psicológicos e sociais. Ele pode ser definido como uma agressão mecânica sofrida
pelos tecidos de suporte e tecidos duros do dente, cuja magnitude supera a resistência
encontrada nestes tecidos (DUARTE et al., 2001). As lesões traumáticas devem ser
consideradas como uma situação de emergência e tratadas imediatamente para evitar
dor e proporcionar melhor prognóstico (DA ROCHA et al., 2018.; DESSOTTI et al.,
2014).
As quedas da própria altura, impactos contra objetos, agressão física,
acidentes automobilísticos e prática de esporte são algumas das causas destas
injúrias (PICCININNI et al., 2017). O diagnóstico correto é baseado na avaliação
clínica detalhada associada ao exame complementar radiográfico que é essencial
para determinar a extensão da lesão e diagnosticar lesões adjacentes ocultas
(SOUZA et al., 2014).
O grau e o tipo de dano causado e as estruturas atingidas orientam a escolha
do tratamento a ser realizado, e o resultado vai depender do estágio de
desenvolvimento do dente e do tempo transcorrido entre o acidente e o atendimento
(BERGER, 2009).
Estudos avaliando a prevalência de traumas dentários em escolas, clínicas,
hospitais e pronto-socorro são de extrema importância porque trazem informações
sobre os tipos de trauma mais frequentes, as características da população afetada, os
grupos de maior risco e os lugares onde há risco elevado de ocorrer a injúria. Uma
melhoria no tratamento, na prevenção e no prognóstico dos casos pode ser
conseguida com estas informações, minimizando os danos, e ainda mostrando a
importância de um cirurgião-dentista nos atendimentos de emergência (SCHATZ;
JOHO, 1994). Dessa forma, o conhecimento do perfil epidemiológico das regiões é
necessário para a elaboração de medidas preventivas, leis e políticas públicas de
7
saúde, com o intuito de entender o comportamento da população e reduzir o impacto
pessoal e financeiro do trauma (SHAYEGAN et al., 2007).
Apesar de a literatura dispor de trabalhos nesta área, não há estudos sobre
prevalência de trauma dentário, suas sequelas e fatores associados no estado de
Alagoas, por isto, o presente trabalho tem o intuito de verificar a prevalência e os tipos
de traumatismos dentários na dentição permanente, determinar as principais
etiologias das injúrias traumáticas, os dentes mais comumente envolvidos no trauma,
o gênero e a faixa etária dos pacientes que foram atendidos desde 2012 em uma
Clínica Escola de Odontologia, da cidade de Maceió, Alagoas.
2 MATERIAL E MÉTODO
É um estudo observacional transversal, que foi realizado na secretaria da
clínica escola de Odontologia do Centro Universitário CESMAC.
Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro
Universitário CESMAC, onde teve aprovação com parecer de nº 2170.454.
Pacientes com menos de 6 anos e/ou com traumatismos em dentes decíduos
foram excluídos, e pacientes de todas as faixas etárias, com traumatismos em dentes
permanentes foram incluídos na pesquisa.
A coleta de dados foi realizada através da análise dos prontuários dos pacientes
atendidos desde 2012, pela Extensão em Trauma Dental de uma Clínica Escola de
Odontologia do estado de Alagoas.
Nesses prontuários foram coletadas as seguintes informações: gênero, idade na
época do trauma, dia e mês em que ocorreu o trauma, tempo até o primeiro
atendimento, etiologia do trauma (queda da própria altura, bicicleta, motocicleta,
acidente de carro, acidente de trabalho, atropelamento, esportes, agressão física
entre outros), além de observar qual foi o dente permanente traumatizado e o número
de dentes envolvidos.
Os tipos de traumatismos dentários foram classificados de acordo com o critério
proposto por ANDREASEN E ANDREASEN (2001): fratura de coroa, fratura de coroa
com exposição pulpar, fratura coronoradicular, fratura radicular, concussão,
subluxação, luxação lateral, luxação intrusiva, luxação extrusiva, avulsão.
8
Para a análise estatística, os dados foram expressos em média (± Desvio-
padrão) e distribuições de frequência. Os dados categóricos foram aplicados o teste
exato de Fisher para tabelas 2x2 e o teste de independência da Razão de
Verossimilhança para as demais tabelas para verificar associações, pois não foi
possível aplicar o teste Qui-quadrado de Pearson.
O nível de significância adotado foi de 5%, ou seja, p-valor<0,05. O software
utilizado foi o SPSS 20.0 e os dados foram digitados no Microsoft Excel.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sessenta e quatro pessoas que sofreram trauma dentário participaram deste
estudo, onde 70% eram do sexo masculino, conforme ilustra a figura 1, com idade
média de 14,51 ± 7,72 anos e mediana de 12 anos variando de 6 a 42 anos e onde o
número de dentes envolvidos no trauma variou de 1 a 8 dentes com média de 2 dentes
por trauma e desvio padrão de 1,22 dentes, conforme apresentado na tabela 01. O
resultado entra em consenso com a literatura, inclusive no trabalho de Souza-Filho et
al.,(2009), aonde constatou que de 172 pacientes, 108 (62,79%) eram do gênero
masculino e 64 (37,21%) do gênero feminino, em Guedes et al. (2010), em que a taxa
foi de 72,01% para o gênero masculino, em Mascarenhas et al. (2012) que foi de
65,5% também para o gênero masculino e em Pereira, A. C. e Soares, A. de J (2015)
a estatística foi de 73.81%
Figura 01 - Distribuição percentual da amostra segundo o gênero
Fonte: Dados da pesquisa.
Feminino30%
Masculino70%
9
Tabela 01 - Medidas descritivas das variáveis idade e nº de dentes envolvidos no
trauma
Variável Média Mediana Desvio-
padrão Mínimo Máximo
Idade 14,51 12,00 7,72 6,00 42,00
Nº dentes
envolvidos 1,83 2,00 1,22 1,00 8,00
Fonte: Dados da pesquisa.
Prokopowitsch, I; Moura, A. A. M e Davidovicz, H. (2009), viram que em relação
à idade, a maior ocorrência do trauma era com faixa etária de 7 a 10 anos (40,2 por
cento), Guedes et al. (2010) chegaram à ocorrência de 31,52% para a mesma faixa
etária, Mascarenhas et al. (2012) 50,4% para pacientes menores de 10 anos e Pereira,
A. C. e Soares, A. de J (2015) chegaram ao valor de 57.14% para pacientes menores
de 14 anos. Nesta pesquisa, em relação à faixa etária, 57,8% tinham até idade até 12
anos, 26,6% entre 13 e 20 anos e apenas 15,6% acima de 20 anos, mas em relação
ao gênero, dentro dos grupos de idade, não houveram diferenças com significância
estatística (p=0,300), como mostra a tabela 02.
Tabela 02 - Frequências absoluta e relativa do gênero segundo a faixa etária
Faixa etária
Gênero Total
p-valor1 Feminino Masculino
N % n % N %
Até 12 anos 10 52,6 27 60,0 37 57,8 0,300
De 13 a 20 anos 4 21,1 13 28,9 17 26,6
Acima de 20 anos 5 26,3 5 11,1 10 15,6
Total 19 100,0 45 100,0 64 100,0
1 - Teste Qui-quadrado de Pearson; * Estatisticamente significante.
Fonte: Dados da pesquisa
Os dentes incisivos centrais foram os mais acometidos (96,9%), seguido dos
incisivos laterais com 21,9%, 4,7% caninos e 1,6% pré-molares. Essa estatística é
corroborada por Percinotto et al. (2003) e Guedes et al. (2010), que relatam que os
dentes mais acometidos por traumatismos dentários são os incisivos centrais e
laterais, em ambas as dentições e gêneros e por Pereira, A. C. e Soares, A. de J
(2015), que obtiveram o valor de 60.5% para traumas em Incisivos Centrais.
A tabela 03 apresenta a relação da localização dos dentes envolvidos com o
gênero e apenas os traumas com os incisivos laterais (p=0,019) apresentaram
10
diferenças estatisticamente significantes com o gênero, onde 42,1% dos traumas do
sexo feminino foram incisivos laterais contra 13,3% do masculino.
Tabela 03 - Frequências absoluta e relativa do gênero segundo a o dente envolvido
Área envolvida
Gênero Total
p-valor1 Feminino Masculino
n % N % N %
Incisivo Central 19 100,0 43 95,6 62 96,9 1,000
Incisivos Laterais 8 42,1 6 13,3 14 21,9 0,019 *
Canino 1 5,3 2 4,4 3 4,7 1,000
Pré-molares 1 5,3 0 0,0 1 1,6 0,297
Total 19 100,0 45 100,0 64 100,0
1 - Teste Exato de Fisher; * Estatisticamente significante.
Fonte: Dados da pesquisa.
Em relação à etiologia 40,6% dos pacientes afirmaram queda, 14,1% prática
de esportes, 6,3% queda de bicicleta, 1,6% motocicleta e 35,9% outros motivos e
apenas o motivo de queda (p=0,026) apresentou diferença com significância
estatística com o gênero na qual 63,2% do sexo feminino e 31,1% do sexo masculino
relataram trauma por queda. (Tabela 04), entrando em consenso com Guerrini, R. et
al (1993) e Prokopowitsch, I; Moura, A. A. M e Davidovicz, H. (2009) quanto à
etiologia.
Em contraponto, o estudo de Souza-Filho et al. (2009) constatou que não houve
relação (p = 0,217) entre as causas traumáticas nos diferentes gêneros, acredita-se
que essa diferença se deu devido à diferença do ‘n’ de pacientes entre os dois
trabalhos que foi de 172 pacientes no trabalho citado e 64 no presente trabalho.
Tabela 04 - Frequências absoluta e relativa do gênero segundo a etiologia do trauma
Etiologia
Gênero Total
p-valor1 Feminino Masculino
n % N % n %
Queda 12 63,2 14 31,1 26 40,6 0,026 *
Queda Bicicleta 0 0,0 4 8,9 4 6,3 0,309
Motocicleta 0 0,0 1 2,2 1 1,6 1,000
Esporte 1 5,3 8 17,8 9 14,1 0,260
Outros 5 26,3 18 40,0 23 35,9 0,396
Total 19 100,0 45 100,0 64 100,0
1 - Teste Exato de Fisher; * Estatisticamente significante.
Fonte: Dados da pesquisa.
11
De acordo com a tabela 05 o tipo de trauma mais acometido foi fratura de
esmalte e dentina (37,5%), seguido por fratura de esmalte, dentina e polpa com
17,2%, fratura de esmalte com 14,1%, luxação extrusiva ou trinca dentária com 9,4%
cada, luxação lateral e intrusiva com 6,3% cada, fratura radicular com 3,1% e as
demais (fratura corono-radicular e concussão) com 1,6% cada e não apresentou
diferenças com significância estatística em relação ao gênero (p>0,05).
Guedes et al. (2010) afirma o dado, com a estatística de 26,95% para a fratura
de esmalte e dentina, sem exposição pulpar.
Tabela 05 - Frequências absoluta e relativa do gênero segundo o tipo do trauma
Tipo de Trauma
Gênero Total
p-valor1 Feminino Masculino
N % n % n %
Trinca coronária 2 10,5 4 8,9 6 9,4 1,000
Fratura Esmalte 1 5,3 8 17,8 9 14,1 0,260
Fratura Esmalte/Dentina 8 42,1 16 35,6 24 37,5 0,778
Fratura do
Esmalte/Dentina/Polpa 4 21,1 7 15,6 11 17,2 0,719
Fratura corono-radicular 0 0,0 1 2,2 1 1,6 1,000
Fratura radicular 0 0,0 2 4,4 2 3,1 1,000
Concussão 0 0,0 1 2,2 1 1,6 1,000
Subluxação 1 5,3 1 2,2 2 3,1 0,509
Luxação Lateral 2 10,5 2 4,4 4 6,3 0,576
Luxação Intrusiva 1 5,3 3 6,7 4 6,3 1,000
Luxação extrusiva 4 21,1 2 4,4 6 9,4 0,059
Total 19 100,0 45 100,0 64 100,0
1 - Teste Exato de Fisher; * Estatisticamente significante.
Fonte: Dados da pesquisa.
A partir da faixa etária não houveram diferenças estatisticamente significantes
com a etiologia (p>0,05) ou com a área envolvida. (Tabelas 06 e 07)
12
Tabela 06 - Frequências absoluta e relativa da Faixa etária segundo a etiologia do trauma
Etiologia
Faixa Etária Total
p-valor1 Até 12 anos De 13 a 20 anos Acima de 20 anos
N % N % N % N %
Queda 19 51,4 3 17,6 4 40,0 26 40,6 0,053
Queda
Bicicleta 3 8,1 1 5,9 0 0,0 4 6,3 0,474
Motocicleta 0 0,0 0 0,0 1 10,0 1 1,6 0,150
Esporte 3 8,1 5 29,4 1 10,0 9 14,1 0,131
Outros 11 29,7 8 47,1 4 40,0 23 35,9 0,452
Total 37 100,0 17 100,0 10 100,0 64 100,0
1 - Teste da razão de Verossimilhança; * Estatisticamente significante.
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 07 - Frequências absoluta e relativa da Faixa etária segundo o local do trauma
Área envolvida
Faixa Etária
Total p-valor1
Até 12
anos
De 13 a 20
anos
Acima de 20
anos
N % n % N % N %
Incisivo Central 37 100,0 16 94,1 9 90,0 62 96,9 0,158
Incisivos Laterais 5 13,5 4 23,5 5 50,0 14 21,9 0,063
Canino 1 2,7 0 0,0 2 20,0 3 4,7 0,081
Pré-molares 0 0,0 0 0,0 1 10,0 1 1,6 0,150
Total 37 100,0 17 100,0 10 100,0 64 100,0
1 - Teste da razão de Verossimilhança; * Estatisticamente significante.
Fonte: Dados da pesquisa.
Já com relação ao tipo de trauma, a partir da faixa etária (tabela 08) a trinca
coronária foi mais frequente nos pacientes acima de 20 anos com 30,0% (p=0,034), a
luxação lateral e extrusiva em 40,0% para os pacientes acima de 20 anos (p=0,000 e
p=0,008, respectivamente).
Segundo Proprokowitsch, et al. (2009), em seu estudo, dentre os traumatismos
dentários da dentição permanente, as fraturas coronárias sem exposição pulpar
ocorreram com maior frequência (23%), seguido de avulsão dental (21%), subluxação
(12%) e fratura radicular (9%).
13
Tabela 08 - Frequências absoluta e relativa da Faixa etária segundo o tipo do trauma
Tipo de Trauma
Faixa Etária Total
p-valor-1 Até 12 anos De 13 a 20 anos Acima de 20 anos
N % n % N % n %
Trinca coronária 3 8,1 0 0,0 3 30,0 6 9,4 0,034
Fratura Esmalte 5 13,5 4 23,5 0 0,0 9 14,1 0,127
Fratura Esmalte/Dentina 15 40,5 7 41,2 2 20,0 24 37,5 0,432
Fratura do
Esmalte/Dentina/Polpa 5 13,5 5 29,4 1 10,0 11 17,2 0,312
Fratura corono-radicular 1 2,7 0 0,0 0 0,0 1 1,6 0,575
Fratura radicular 2 5,4 0 0,0 0 0,0 2 3,1 0,326
Concussão 1 2,7 0 0,0 0 0,0 1 1,6 0,575
Subluxação 1 2,7 0 0,0 1 10,0 2 3,1 0,349
Luxação Lateral 0 0,0 0 0,0 4 40,0 4 6,3 0,000
Luxação Intrusiva 2 5,4 1 5,9 1 10,0 4 6,3 0,880
Luxação extrusiva 1 2,7 1 5,9 4 40,0 6 9,4 0,008
Total 37 100,0 17 100,0 10 100,0 64 100,0
1 - Teste da razão de Verossimilhança; * Estatisticamente significante.
Fonte: Dados da pesquisa.
Estes dados, coincidem também com a pesquisa realizada por Souza-Filho et
al., (2009) e por Lins, F. F. e Soares, A. de J. (2011), aonde observaram que os fatores
etiológicos mais frequentes foram as quedas de própria altura e os acidentes
ciclísticos, e as injúrias mais prevalentes foram a fratura de esmalte-dentina dos
tecidos dentários e a avulsão dos tecidos de suporte.
14
CONCLUSÃO
O trauma dentário é uma situação de emergência odontológica que pode
causar sérias sequelas ao indivíduo. Quedas da própria altura, impactos contra
objetos, agressão física, acidentes automobilísticos e práticas de esportes são as
causas mais comuns destas injúrias.
De acordo com a pesquisa, gênero masculino foi o mais susceptível ao trauma,
sendo a faixa etária até os 12 anos de idade a mais frequente e apresentaram como
causa as quedas da própria altura. Os incisivos centrais foram os mais acometidos e
possuíam como consequência frequente as fraturas de esmalte, não descartando
outros tipos de sequelas, entretanto, a faixa etária do trauma não apresentou
significância estatística com nenhum dos outros fatores analisados.
15
REFERÊNCIAS
AMARAL, R. P. R. Traumatismo dentário em dentes permanentes: um estudo retrospectivo de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Brasília (HUB) durante 5 anos. Trabalho de conclusão de curso, Universidade de Brasília, 2017.
ANDREASEN, J. O; ANDREASEN, F. M. Classificação, etiologia e epidemiologia. In: ANDREASEN, J. O; ANDREASEN, F. M. Texto e atlas colorido de traumatismo dental. São Paulo: ArtMed, 2001.
Batista RSC. Estudo sobre o traumatismo dentário: uma revisão crítica da literatura. [Trabalho de Conclusão de Curso], 2010. BERGMAN, G. et al. Prevalência de traumatismo dentário e uso de protetores bucais em jogadores profissionais de handebol. Dental Traumatology, v. 33, p. 199-204, 2017.
DA ROCHA, J.D.L.C. et al. Fraturas coronárias e subluxação em dentes anteriores decorrentes de traumatismo dentário: relato de caso. Revista da AcBO-ISSN 2316-7262, 2018.
DE ARAUJO CARDOSO, V. P. R. et al. Avulsão dentária dos incisivos centrais superiores: relato de caso. Revista da AcBO-ISSN 2316-7262, 2017.
DESSOTTI, P. F; DE CASTRO JÚNIOR, D. C; LODI, C. S. Traumatismo dental em Odontopediatria: revisão de literatura. Anais da 15ª jornada odontológica da FUNEC, 2014.
DÍAZ, J. A. et al. Dental injuries among children and adolescents aged 1-15 attending to public hospital in Temuco, Chile. Dental Traumatology, 2010.
FEIJAO, L. F. et al. Análise etiológica dos traumatismos dentários associados aos traumas maxilofaciais. Revista dos Trabalhos de Iniciação Científica da UNICAMP, n. 26, 2019.
GLENDOR, U. L. F. Aetiology and risk factors related to traumatic dental injuries–a review of the literature. Dental Traumatology, 2009.
GUEDES, O. A. et al. Um estudo retrospectivo de Traumatismos Dentários Traumáticos em serviço de urgência odontológica no Brasil. Brazilian Dental Journal, v. 21, n. 2, p. 153-157, 2010.
GUERRINI, R. et al. Traumatismos coronários em dentes anteriores-prevalência em escolares de Piracicaba. Revista da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara,1993.
LIMA, T. F. R. et al. Relationship between Initial Attendance after Dental Trauma and Development of External Inflammatory Root Resorption. Brazilian dental journal, 2017.
16
LINS, F. F.; SOARES, A. de J. Avaliação dos traumatismos dentários atendidos no Serviço de Trauma Dental da Faculdade de Odontologia de Piracicaba: estudo retrospectivo de 10 anos. Piracicaba, 2011.
LOPES NETO, V. J. et al. Traumatismo dental – relato de caso clínico. Revista uningá review, v. 19, n. 3, 2018.
MASCARENHAS, M. D. M. et al. Perfil epidemiológico dos atendimentos de emergência por lesões bucodentais decorrentes de causas externas. Caderno de Saúde Pública, v. 28, p. 124-132, 2012.
MORAIS, S. R. et al. Perfil epidemiológico dos traumatismos dentários e conduta dos cirurgiões-dentistas da atenção básica. In: III CONGRESSO INTERDISCIPLINAR DE ODONTOLOGIA DA PARAÍBA, 2018. Anais III CIOPB, v. 7, p. 78, 2018.
PERCINOTO, C. et al. Abordagem do traumatismo dentário. Manual de referência da Associação Brasileira de Odontopediatria, 2013.
PEREIRA, A. C.; SOARES, A. de J. Avaliação da casuística dos atendimentos realizados nos Serviços de Plantão de Urgências e de Traumatismos Dentários da FOP-UNICAMP, durante o período de um ano. 2015.
PICCININNI, P. et al. Dental and Orofacial Injuries. Clinics In Sports Medicine, 2017.
PROKOPOWITSCH, I; MOURA, A. A. M; DAVIDOWICZ, H. Fatores etiológicos e predisposição dos traumatismos dentais em pacientes tratados na clínica endodôntica da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.116Revista da Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo, 2009.
SANABE, M. E. et. al. Urgências em traumatismos dentários: classificação, características e procedimentos. Revista Paulista de Pediatria, 2009. SCHATZ, J.P; JOHO J.P. A retrospective study of dento-alveolar injuries. Endodontic Dental Traumatology, 1994.
SHARIF, M. O. et al. A systematic review of outcome measures used in clinical trials of treatment interventions following traumatic dental injuries. Dental traumatology, 2015.
SHAYEGAN, A; DE MAERTELAER, V; ABBEELE, A. V. The prevalence of traumatic dental injuries: a 24-month survey. Journal of Dentistry for Children, 2007.
SOUZA, B. L. M. et al. Manejo de Trauma Dentoalveolar: Relato de Caso. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, 2014.
SOUZA-FILHO, F. J. et al. Avaliação das injúrias dentárias observadas no Centro de Trauma Dental da Faculdade de Odontologia de Piracicaba–Unicamp. Revista da Faculdade de Odontologia-UPF, 2009.
17
UGOLINI, U. M. et al. Lesões dentárias traumáticas relacionadas ao trabalho: Prevalência, características e fatores de risco. Dental Traumatology, p. 36-40, 2017.
YAMASHITA, F. C. Perfil dos pacientes atendidos no centro de traumatismo em odontologia frente às fraturas coronárias e suas sequelas. In: III CONGRESSO INTERDISCIPLINAR DE ODONTOLOGIA DA PARAÍBA, 2018. Anais III CIOPB, v. 6, n. 6, 2017.
18
ANEXO - PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
19
20
21
22
23
24