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Gestão de Marketing
1
GESTÃO DE MARKETING
Prof. Sandra Fransolin, Esp
Gestão de Marketing
2
Bibliografia
1. Marketing 2. Administração I. Título
Gestão de Marketing
3
Sumário
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA, 4
1.1 EMENTA, 4
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL, 4
1.3 OBJETIVOS , 4
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO, 5
1.5 METODOLOGIA, 6
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO, 6
1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA, 6
2. TEXTO PARA ESTUDO, 8
2.1 INTRODUÇÃO, 8
2.2 EVOLUÇÃO DO CONCEITO E FUNDAMENTOS DO MARKETING, 8
2.3 A CAPACITAÇÃO DO PROFISSIONAL DE MARKETING, 15
2.4 OS COMPOSTOS DE MARKETING, 21
2.5 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS ESTRATÉGIAS DE MARKETING, 24
2.5.1 ESTRATÉGIA DO COMPOSTO DE MARKETING, 33
2.5.2 ESTRATÉGIA DE ATRATIVIDADE, 34
2.5.3 ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO, 35
2.5.4 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO, 38
2.5.4.1 FATORES QUE AFETAM O TAMANHO DO CANAL, 39
2.5.5 ESTRATÉGIAS PROMOCIONAIS, 40
2.5.5.1 COORDENAÇÃO DOS ESFORÇOS DE PUBLICIDADE INSTITUCIONAL, 42
2.5.5.2 PROMOÇÃO DE ATENDIMENTO, 43
2.5.5.3 PATROCÍNIO, 44
2.5.5.4 RELAÇÕES PÚBLICAS (RP), 44
2.5.5.5 A COMUNICAÇÃO COM O MERCADO, 44
2.5.6 ESTRATÉGIA DE PRODUTO, 50
2.6 MARKETING E ÉTICA, 53
2.7 ANÁLISE DE MERCADO, 54
2.7.1 NÍVEIS DE RELEVÂNCIA DO MERCADO, 56
2.8 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR, 58
2.8.1 PAPÉIS DESEMPENHADOS PELO CONSUMIDOR, 59
2.8.2 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ALVO, 60
2.8.3 CICLO DE VIDA FAMILIAR, 61
2.9 SEGMENTAÇÃO E POSICIONAMENTO DE MERCADO, 64
2.9.1 A SEGMENTAÇÃO, 64
2.9.2 TIPOS DE SEGMENTAÇÃO, 66
2.9.3O POSICIONAMENTO, 66
2.10 CONCLUSÃO, 67
2.11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, 69
3. MATERIAL COMPLEMENTAR, 73
Gestão de Marketing
4
1. Programa da disciplina
1.1 Ementa
Conceitos de marketing, análise do ambiente e da empresa, segmentação de mercados,
posicionamento de produtos, noções de comportamento do consumidor, sistema de
informações de marketing, mensuração e previsão de demanda, introdução à comunicação
integrada de marketing, conceitos básicos de pesquisa, determinação de preços. Estratégias
de entrada em novos mercados, Estratégias de preços, Alocação de recursos, Análise
competitiva do mercado, Posicionamento estratégico, Identificação de alternativas,
Estratégias genéricas, Decisões estratégicas, etapas para lançamento de novos produtos,
Elaboração e avaliação do plano de marketing, Decisões sobre uso de Comunicação
Integrada de Marketing e sobre composto do produto.
1.2 Carga horária total
1.3 Objetivos
Contextualizar a função organizacional da Gestão de Marketing e seu papel no mercado
competitivo global, onde trocas comerciais são diretamente influenciadas por
características socioculturais regionais e exige dos profissionais da área a capacidade de
interagir e apreender as especificidades de ambientes diferenciados e complexos.
Direcionar o pensamento do estudante para a percepção crítica e produtiva da
complexidade da dinâmica dos mercados globalizados da atualidade e seus efeitos diretos
e indiretos no ambiente organizacional.
1.4 Conteúdo programático
O papel do marketing
nas organizações: A importância do marketing como propiciador das vendas e
da lucratividade, suas relações com os diferentes
departamentos da empresa: finanças, vendas, produção.
Planejamento e
desenvolvimento das
estratégias de
marketing:
Diferentes conceituações de marketing.
A importância do cliente, noções de planejamento estratégico
de marketing, de propaganda e de apresentação de produtos.
Marketing e ética:
Os direitos do consumidor.
Necessidades e desejos.
Sociedade de Consumo.
Análise dos mercados
consumidores e
organizacionais:
Conceituação e identificação dos mercados.
Cenários.
Concorrência.
Comportamento do
Consumidor:
Pesquisa em marketing.
Diferentes tipos de pesquisa para identificação de hábitos do
consumidor.
Decisão de compra.
Segmentação do Vantagens da segmentação dos mercados.
Gestão de Marketing
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mercado:
Diferentes tipos e critérios de segmentação.
Estratégia do Produto:
Posicionamento.
Embalagens.
Ciclo de vida do
produto:
Reconhecimento das diferentes fases.
Promoções
Evolução das
Estratégias de
Marketing:
Marcas comerciais, industriais e de serviços.
Noções de E-commerce.
1.5 Metodologia
O curso se realizará através do equilíbrio entre prática vs teoria, desenvolvido por meio de
exposições e discussões de casos, utilizando: aulas expositivas, aulas reflexivas com análise
de casos, vídeos e debates.
A exposição será feita por meio de colocação dos pontos a serem discutidos de forma
esquemática, seguida de apresentação por parte do professor. Para todas as exposições e
para todos os pontos deverão ser utilizadas apresentações de casos práticos.
1.6 Critérios de avaliação
O grau total que pode ser atribuído ao aluno obedecerá à seguinte ponderação:
. 40% referentes às atividades em equipe realizadas em sala de aula;
. 60% referentes à avaliação individual, sob a forma de trabalho final, a ser realizado após o
término da disciplina.
1.7 Bibliografia recomendada
Berlo, David Kenneth. O processo da comunicação: introdução a teoria e a pratica. São
Paulo: Martins Fontes, 2003.
Churchill, Gilbert A.; Peter, Paul. Marketing: criando valor para o cliente. São Paulo:
Saraiva, 2000.
Cobra, Marcos. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 1992.
______. Plano Estratégico de Marketing. São Paulo. Ed. Atlas. 1989.
______. Vendas: use a magia do marketing e a suducao da venda. São Paulo: Cobra, 2001.
Dias, Sergio Roberto (org.). Gestão de Marketing. São Paulo: Saraiva, 2003.
Giglio, Ernesto. O comportamento do consumidor e a gerencia de marketing. São Paulo:
Pioneira, 1996.
Hohlfeldt, Antonio; Martino, L.C.; Franca, V.V. (org.). Teoria da Comunicação: conceitos,
escolas e tendências. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
Kotler, Philip. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados.
São Paulo: Futura, 1999.
Gestão de Marketing
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______. Administração de marketing: analise, planejamento, implementação e controle.
São Paulo: Atlas, 1998.
______. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. São Paulo. Prentice Hall,
2000.
______. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa saber. Rio de
Janeiro: Campus, 2003.
Kotler, P; Armstrong, G. Princípios de Marketing. 7ª Ed. Rio Janeiro. Ed. LTC. 1999.
Lesly, Philip. Os fundamentos de relações publicas e da comunicação. São Paulo: Pioneira,
2002.
Pimenta, Maria Alzira. Comunicação empresarial: conceitos e técnicas para
administradores. Campinas: Alínea, 2004.
Porter, M.E. Estratégia Competitiva. Rio de Janeiro: Campus. 1996.
Puhn, Laurie. A magia da persuasão: como usar as palavras certas para conseguir tudo que
você deseja. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
Ries, Al; Trout, Jack. Posicionamento: a batalha pela sua mente. São Paulo: Thomson,
2003.
Rocha, Angela; Christensen, Carl. Marketing: teoria e pratica no Brasil. São Paulo: Atlas,
1999.
Sampaio, Rafael. Propaganda de A a Z. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
Souza, F.A. Madia. Os 50 mandamentos do marketing. São Paulo: Makron, 2005.
Telles, Renato. Marketing empresarial. São Paulo: Saraiva, 2003.
Gestão de Marketing
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2. Texto para estudo
2.1 Introdução
Este trabalho visa oferecer ao aluno de pós-graduação uma visão global da composição e
essência que regem essa novíssima ciência social aplicada chamada de Marketing, que em
uma tradução simples significa “ciência da ação no mercado”.
Estudar Marketing é importante para que se forme e consolide uma consciência econômica,
política e social no que se refere aos movimentos e tendências das ações dos diversos povos
que formam essa complexa diversidade social, visando em último passo, o consumo de bens e
serviços. Com essa consciência o aluno de pós-graduação poderá perceber “quais as
necessidades e desejos que buscam a sociedade”, “como e com que produtos e serviços
poderão supri-los”, “onde estão concentradas e qual a melhor maneira de chegar até as
pessoas através de um processo de distribuição”, “que valor essa sociedade espera e pode
pagar para atender as suas necessidades e desejos” e, “como podemos atrair as pessoas ao
consumo através da comunicação”.
Temos como o grande desafio do Marketing a adoção, por parte das empresas, de
diferenciais competitivos que possam alavancar o seu desempenho, levando-as a expansão e
a perenidade no mercado.
No estudo do Marketing o aluno de pós-graduação poderá perceber a importância do
conhecimento adquirido na graduação nas disciplinas de sociologia, administração,
psicologia, contabilidade e economia, pois é esse conjunto de conhecimentos que vai formar
a visão necessária e o entendimento da realidade, assim como poderá ajudá-lo em futuros
projetos profissionais.
2.2 Evolução do conceito e fundamentos do marketing
Mais importante que entender sua definição é compreender que marketing deve ser encarado
como uma filosofia, uma norma de conduta para a empresa, em que as necessidades latentes
dos consumidores devem definir as características dos produtos ou serviços a serem
elaborados e as respectivas quantidades a serem oferecidas. Marketing é uma palavra em
inglês derivada de market, que significa mercado. É utilizada para expressar a ação voltada
para o mercado. Assim, entende-se que a empresa que pratica o marketing tem o mercado
como a razão e o foco de suas ações (DIAS, 2003).
Em 1960, a AMA (American Marketing Association) definia marketing como o desempenho
das atividades de negócio que dirigiam o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor
ou utilizador.
O mundo dos negócios, cada vez mais desenvolvido, gerou a necessidade de melhor
conceituar o marketing, explicando sua natureza. Observa-se, então, uma evolução constante
nas definições que o caracterizam cada vez mais e de maneira mais ampla.
Mas afinal: O que é marketing?
Em 1965, a Ohio State University definiu marketing como: “o processo na sociedade pelo
qual a estrutura da demanda para bens econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e
satisfeita através da concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e serviços”. Interessante registrar visão mais simplista do que seria marketing, que durante muito tempo
permaneceu na cabeça dos menos entendidos. Para esses leigos de antigamente (e
desavisados de hoje - inclusive universitários) marketing é vender. Uma outra concepção
distorcida é que fazer um filme publicitário para a televisão é fazer marketing.
Gestão de Marketing
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Philip Kotler e Sidney Levy, em 1969, sugeriram que o conceito de marketing deveria
abranger também instituições não lucrativas. Para Willian Lazer, também em 1969, o
marketing deveria reconhecer as dimensões societárias, isto é, levar em conta as mudanças
verificadas nas relações sociais. David Luck insistiu, nesse mesmo ano, em seu artigo
“Broadening the concept of marketing too far”, no Journal of Marketing, de julho, que o
marketing deveria limitar-se às atividades que resultam em transações de mercado.
Kotler e Levy respondem acusando Luck de uma nova forma de miopia e sugerem que â cruz
do marketing liga-se a uma idéia de troca antes da tese da transação de mercado.
O desenrolar dos fatos, através dos tempos, tratou de provar que Kotler e Levy tinham razão
naquilo que defendiam.
Através de outros comentaristas mercadológicos começa a esboçar-se a tese dupla de que:
a) Os limites do marketing passam a incluir as empresas não lucrativas;
b) As dimensões sociais do marketing começam a configurar-se.
O movimento para expandir o conceito de marketing tornou-se, provavelmente, irreversível
quando o Journal of Marketing passou a dedicar atenção especial às regras das mudanças
sociais e ambientais. Ao mesmo tempo, Kotler e Gerald Zaltmen (apud COBRA, 1997)
estabelecem a expressão marketing social, definindo-a como “a criação, implementação e
controle de programas calculados para influenciar a aceitabilidade das idéias sociais e
envolvendo considerações de planejamento de produto, preço, comunicação, distribuição e
pesquisa de marketing”.
Kotler tem reavaliado sua posição inicial concernente aos limites do conceito de marketing e
tem articulado um conceito “genérico” de marketing. Propõe que a essência do marketing é
transação, definida como troca de valores entre duas partes através do seguinte conceito:
“Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que
necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros”.
Robert Bartels (1974) conclui: “Se o marketing é para ser olhado como abrangente as
atividades econômicas e não econômicas, talvez o marketing, como foi originalmente
concebido reaparecerá em breve com outros nomes”.
Agora, serão relacionadas algumas definições baseadas no ponto de vista de alguns
estudiosos do assunto:
“É a função empresarial que cria continuamente valor para o cliente e gera
vantagem competitiva duradoura para a empresa, por meio da gestão
estratégica das variáveis controláveis de marketing: produto, preço,
comunicação e distribuição” (DIAS, 2003).
“É estar atento para as tendências do mercado e produzir rapidamente o que o
cliente quer” (MARINS, 2005).
“É o processo pelo qual a economia é integrada a sociedade para servir as
necessidades humanas” (DRUKER,1992).
“É a atividade humana dirigida à satisfação de necessidades e desejos por
meio de processos de troca” (KOTLER, 1998).
Em ordem de importância pode-se definir Marketing como:
um estado de espírito ou uma filosofia que orienta o pensamento geral da organização,
tanto no processo de tomada de decisão quanto na execução dos planos acordados;
Gestão de Marketing
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uma maneira de organizar as várias funções ou atividades da empresa (ou de qualquer
outra organização); e
um conjunto de ferramentas. Técnicas e atividades, a que os clientes e o público da
organização em geral estão expostos.
Os conceitos centrais de marketing estão intimamente ligados a:
NECESSIDADE
O conceito mais básico e inerente ao marketing é o de necessidades humanas. Uma
necessidade humana é um estado em que se percebe alguma privação. Os seres humanos têm
necessidades complexas. Estas incluem necessidades físicas básicas de alimento, vestuário,
calor e segurança; necessidades sociais de inclusão e afeição; e necessidades individuais de
conhecimento e auto-realização. Essas necessidades não foram inventadas em alguma loja ou
shopping: elas são uma partes básica da constituição do ser humano. Quando uma
necessidade humana não é satisfeita, uma pessoa procurará um objeto que a satisfaça ou
tentará reduzi-la.
Clemente Nóbrega, em seu livro Antropomarketing, afirma: “Trazemos o instinto do
marketing embutidos em nossa programação mental, tal qual o sexo. Está registrado em
nosso DNA. Marketing tem que ser ensinado e praticado enxergando seres humanos como
transacionadores compulsivos, Somos animais econômicos procurando recompensas nos
jogos que nos envolvemos. A conquista do supérfluo nos dá mais estímulo espiritual que a
conquista do necessário. O ser humano é fruto do desejo e não da necessidade”.
DESEJOS
Um segundo conceito básico em marketing é o de desejo humano, o qual pode ser definido
como as necessidades humanas moldadas pela cultura e pelas características individuais.
Uma pessoa faminta pelo interior desse nosso País, com certeza estará desejando arroz,
feijão, ovos, batata. Uma pessoa faminta em nossa capital talvez deseje um hambúrguer, uma
pizza e uma Coca-Cola. Os desejos são descritos em termos de objetos que satisfaçam
necessidades. À medida que uma sociedade evolui, os desejos de seus membros aumentam.
Quanto mais as pessoas são expostas a objetos que despertem seus interesses e atenção, mais
as empresas tentarão fornecer produtos e serviços que satisfaçam melhor os desejos.
Confundimos desejos com necessidades. Uma fábrica de brocas pode achar que o cliente
necessita de broca, mas o que o cliente realmente almeja é um buraco. Denomina-se isso de
“miopia em marketing”, ao verificar somente o óbvio em relação aos reais desejos do
consumidor. Uma máxima em marketing diz que o cliente não compra produto, compra
solução.
DEMANDAS
As pessoas têm desejos quase infinitos, mas recursos limitados. Portanto, elas desejam
escolher produtos que proporcionem o máximo de satisfação possível em troca do seu
dinheiro. Quando viabilizados pelo poder de compra de cada um deles, os desejos tornam-se
demandas.
Demanda de mercado ou função demanda de mercado é o valor total que seria comprado
pelos clientes em dada condição de investimento de marketing pelas empresas. Não é um
número fixo, mas uma função de determinadas condições. O potencial de mercado é o
máximo de demanda a ser atingido com o máximo de investimento de marketing. Ou seja:
Q = n x q x p (potencial de mercado)
n = número de compradores
q = quantidade média por comprador (por ano)
p = preço unitário
A demanda do produto, por sua vez, é o resultado da participação do produto na demanda de
mercado. É função da eficácia dos investimentos em marketing realizados pela empresa.
Gestão de Marketing
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Os consumidores vêem os produtos como um conjunto de benefícios e, assim, escolhem os
produtos que lhes ofereçam o melhor beneficio pelo seu dinheiro. Um Gol 1000 significa
transporte, preço baixo e economia de combustível. Um Mercedes Benz significa conforto,
luxo, status. As pessoas escolhem os produtos cujos benefícios proporcionam o máximo de
satisfação, de acordo com seus desejos e seus recursos financeiros.
PRODUTOS
Necessidades, demandas e desejos humanos sugerem que existem produtos disponíveis para
satisfazê-los. Um produto é qualquer coisa que possa ser oferecido a um mercado para
satisfazer uma necessidade ou desejo.
Suponha que uma pessoa sinta a necessidade de ser mais atraente. Chamaremos todos os
produtos que podem satisfazer essa necessidade de conjunto de produtos para escolha. Esse
conjunto pode incluir roupas novas, serviços de cabeleireiro, um bronzeador, aulas de
ginástica e muitos outros produtos e/ou serviços. Esses produtos não são todos igualmente
desejáveis. Os mais fáceis de conseguir e mais baratos, como roupas e um novo corte de
cabelo, serão provavelmente adquiridos primeiro. Assim, os produtos que se aproximarem
dos desejos dos consumidores serão mais bem-sucedidos.
TROCA
Marketing ocorre quando as pessoas decidem satisfazer suas necessidades e desejos por meio
de trocas. Troca é o ato de obter um objeto desejado, oferecendo algo como retorno. Troca é
apenas uma das maneiras pelas quais as pessoas podem obter um objeto que desejam. Por
exemplo, pessoas famintas podem conseguir comida caçando, pescando ou colhendo frutas.
Poderiam mendigar a comida, ou tomá-la de outra pessoa. Por fim, poderiam oferecer
dinheiro, outro bem, ou um serviço em troca de comida.
Troca é o conceito central de marketing. Para que uma troca ocorra, várias condições devem
ser satisfeitas. Pelo menos duas partes devem participar, e cada uma deve ter algo de valor
para a outra. Cada parte deve querer negociar com a outra, cada uma deve ser livre para
adotar ou rejeitar a oferta da outra. Finalmente, cada parte deve ser capaz de comunicar e
fornecer o objetivo prometido. Para que a troca ocorra, as partes devem chegar a um acordo.
Se elas concordarem entre si, devemos concluir que o ato de troca deixou-as em melhor
situação (ou, pelo menos, em pior não deixou). Nesse sentido, da mesma forma que produção
cria valor, troca cria valor: ela dá às pessoas mais possibilidades de consumo.
Devido aos elevados preços, muitas empresas estão voltando à primitiva, mas consagrada
prática de permuta – trocando bens e serviços por outros bens e serviços de que necessitam.
Existem empresas que permutam mais de US$ 275 bilhões em bens e serviços por ano em
todo o mundo, e esta prática está se espalhando com rapidez.
Essas empresas usam a permuta para aumentar as vendas, desfazer-se de bens disponíveis e
evitar gastar grandes somas em dinheiro.
TRANSAÇÕES
Se troca é o conceito central do marketing, uma transação é a unidade de medida do
marketing. Uma transação é composta de uma troca entre duas partes. Numa transação,
devemos ser capazes de dizer que A dá X para B e recebe Y em troca. Por exemplo, você paga
R$ 450,00 para a Bemol por um aparelho de televisão. Essa é uma transação monetária
clássica. Mas nem todas as transações envolvem dinheiro. Numa transação de escambo, você
pode trocar sua geladeira pela televisão do vizinho. Uma transação de escambo também
pode envolver serviços, da mesma forma que bens. Por exemplo, quando um advogado redige
um testamento para um médico em troca de um exame.
Uma transação envolve pelo menos duas coisas de valor: condições aceitas pelas partes,
(num momento para o acordo) e um lugar para o acordo.
Gestão de Marketing
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Marketing tenta criar uma resposta a alguma oferta. A resposta pode ser mais do que
simplesmente “comprar” ou “trocar” bens e serviços num sentido restrito. Um candidato a
um cargo político, por exemplo, deseja “votos” , uma igreja deseja fiéis, um grupo de ação
social deseja a aceitação de uma idéia. Marketing consiste em ações para obter uma resposta
desejada de um público-alvo acerca de algum produto, serviço, idéia ou outro objeto
qualquer.
MERCADOS
O conceito de transação leva ao conceito de mercado. Um mercado é um grupo de
compradores reais ou potenciais de um produto. Para entender a natureza de um mercado,
imagine uma economia primitiva composta de apenas quatro pessoas: um pescador, um
caçador, um oleiro e um fazendeiro. No primeiro caso, a auto-suficiência: cada um deles
reuniria por si só os bens necessários. O caçador passaria a maior parte do seu tempo
caçando, mas também reservaria uma parte do seu tempo para pescar, fazer potes e cuidar
de uma fazenda para obter outros bens. O caçador torna-se, desta forma, menos eficiente na
caça. A mesma lógica de raciocínio é aplicável aos outros comerciantes.
No segundo caso, troca descentralizada: cada pessoa vê os outros três como “compradores”
em potencial que constituiriam um mercado. Assim, o caçador pode viajar para trocar carne
pelos bens do pescador, do oleiro e do fazendeiro.
No terceiro caso, troca centralizada: uma pessoa nova chamada mercador entra em cena e
localiza-se numa área central chamada mercado. Cada “produtor” traz seus bens para o
mercado e os comercializa por outros bens de que necessita. Em vez de fazer transações com
os outros produtores, o caçador negocia somente com o mercado para obter os bens
necessários. Assim a centralização reduz o número total de transações necessárias para
conseguir um dado volume de trocas.
A tecnologia permite estabelecer uma outra verdade interessante: os mercados não precisam
ser locais físicos onde compradores e vendedores interagem. Com as formas modernas de
comunicação e transportes, um comerciante pode facilmente anunciar um produto no horário
nobre da televisão e receber pedidos de centenas de clientes por telefone e enviar os bens
pelo correio para os compradores no dia seguinte. O mesmo ocorre via Internet, utilizando-
se dos serviços de empresas de logística especializadas nessas atividades de pronta-entrega.
VALOR
É a diferença percebida pelo que se compra em relação ao que se paga. É conceito
amplamente arbitrário e sempre estará sob a avaliação do cliente. Conceito subjetivo que
dependerá de todo um histórico de educação, ambiente familiar e social do consumidor.
QUALIDADE
Situações subjetivas, arbitrárias e absolutamente individuais e que dependerão
exclusivamente da visão do consumidor. Qualidade em marketing é tudo aquilo que é
determinado (e assim concebido) pelo consumidor e/ou mercado.
SATISFAÇÃO Desempenho do produto com relação às expectativas do consumidor. Se atenderem as
expectativas, conseguindo excedê-las, criam-se momentos mágicos. Se assim não ocorre,
tornam os momentos trágicos. Tal quais os conceitos de valor e qualidade, satisfação também
é arbitrária, subjetiva e individual.
RELACIONAMENTO
Garantia permanente e transações continuadas. Marketing, hoje, implica envolvimento e
experiência com os produtos e serviços. Isso mantém a fidelidade, que é a atividade mais
intensa (e custosa) desenvolvida pelas empresas com o intuito de manter clientes e mercados.
Todos esses conceitos trazem-nos de volta, completando o círculo, ao conceito de marketing.
Marketing significa trabalhar com mercados para conseguir trocas com o propósito de
Gestão de Marketing
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satisfazer necessidades e desejos humanos. A velocidade com que isso hoje ocorre remete-nos
para outra dimensão. Essa velocidade de mudanças implica em diminuição drástica dos
ciclos de vida dos produtos. Marketing, por causa da atualização permanente, vem deixando
de ser atender necessidades e desejos, e enveredou pelos caminhos do criar necessidades e
desejos, para fazer frente à concorrência desmesurada que existe, atualmente, em todos os
mercados.
Os paradigmas do mudam através dos tempos, com vista a uma adaptação a realidade vivida
pela sociedade de consumo:
Década de 60 - O cliente era uma amolação - o poder estava na mão da empresa.
Década de 70 - A empresa deve satisfazer os desejos do cliente - as necessidades dos
clientes eram satisfeitas desde que eles pedissem.
Década de 80 - A empresa deve antecipar os desejos dos clientes - devemos saber o que o
cliente vai querer.
Década de 90 - A empresa tem que comprometer-se com o sucesso do cliente - devemos
conhecer todas as necessidades dos nossos clientes para que possamos nos comprometer
com eles.
As principais funções do Marketing são:
Compreender o mercado por meio de pesquisa de mercado e análise por segmentação;
para que nichos e segmentos de mercado possam ser selecionados;
para os quais os programas de marketing sejam planejados, executados e controlados e
finalmente,
preparar a organização para que os programas e atividades de marketing sejam
executados com sucesso.
Os principais tipos de Marketing são:
De produtos: destinando a criar trocas para produtos tangíveis.
De serviço: destinado a criar trocas para produtos intangíveis.
De Pessoa: destinado a criar ações favoráveis em relações a pessoas.
De lugar: destinado a atrair pessoas para lugares.
De causa: destinado a criar apoio para idéias e questões ou a levar as pessoas a mudar
comportamentos socialmente indesejáveis.
De organização: destinando a atrair doadores, membros, participantes ou voluntários.
O Marketing pode ter uma abrangência que vai desde o produto em si, até o alcance de
mercados globais, conforme pode ser observado na Figura 1, abaixo:
Gestão de Marketing
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Figura 1 – Nível de abrangência do Marketing.
Hoje, o Marketing moderno objetiva ter um super relacionamento com os seus clientes, com
vistas a transformá-los em vendedores ativos. Para isso, as organizações procuram dar a
seus clientes “aquilo que eles não esperam” – momentos mágicos. É preciso encantar os
clientes. A credibilidade é o ponto fundamental para a existência de relacionamento – o
cliente precisa acreditar que a empresa vai buscar sempre exceder as suas expectativas. Para
que as expectativas dos clientes sejam ultrapassadas a empresa deve ter diferenciais
competitivos que não possam ser copiados rapidamente por seus concorrentes.
“Os clientes permanecem leais às empresas que satisfazem suas necessidades
e preferências, com um conjunto total de produtos e serviços relacionados,
enquanto as empresa demonstram sua lealdade aos clientes ao conhecê-los e
compreendê-los, respondendo com ofertas de produtos melhorados.”
(WEBSTER, 1994)
Vantagens de um cliente fiel sobre um cliente novo:
Múltiplas compras de um mesmo cliente;
Probabilidade de que o cliente leal pague um preço mais alto;
Oportunidade de lhe oferecer outros produtos e serviços;
Benefícios de um boca-a-boca favorável;
Evitar custos de atrair novos clientes. A influência do boca-a-boca é mais provável quando:
O consumidor não tem a informação suficiente para uma decisão de compra;
O produto é complexo e a experiência de outros pode ser um “caminho das pedras”;
O consumidor não tem a habilidade para avaliar o produto;
As fontes de informações tradicionais são consideradas como de pouca credibilidade;
O formador de opinião é mais acessível poupando-se tempo e trabalho do cliente;
Fortes laços sociais com a fonte da informação.
A orientação do Marketing pode desde o “produto” até o “valor” que a organização pode
agregar a esse produto, conforme pode ser observado na Figura 2, a seguir:
Nível
•Global
•Nacional
•Organizacional
•Produtos
•Marcas
Abrangência
Todo o mercado em que o produto está presente
(nacional e internacional).
Apenas o mercado local (de uma determinada região).
Diz respeito à “onde a empresa pode agir para melhorar
seu relacionamento com o mercado” (marca, produto,
preços, tecnologia etc.).
Diz respeito a análise específica de “produto a produto”
dentro de sua linha (ex.: automóveis, caminhões,
comerciais leves, carros de luxo, etc.).
Diz respeito a uma marca específica dentro de um mix
de produtos (ex.: produto pick-up -> marcas F250, S10,
Dakota, Ranger, etc.).
Gestão de Marketing
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Figura 2 – Orientação do Marketing.
2.3 A capacitação do profissional de marketing
O dirigente de marketing deve orquestrar as forças do meio ambiente como ação da
economia, concorrência, política, governo, tecnologia entre outras e, acrescentaríamos
utilizar adequadamente as forças internas da empresa, como: recursos tecnológicos,
capacidade econômica e financeira, recursos produtivos, recursos humanos, adequação de
produto e serviço através de forças do marketing.
Mais do que um simples adaptador, o dirigente de marketing precisa ser um inovador, um
autêntico “homem-passado” para ajudar a sua organização a alçar vôos que a concorrência
não consiga alcançar. Esse é um dos grandes desafios.
O dirigente de marketing deve analisar o mercado para desenvolver o adequado
posicionamento de seus produtos ou serviços, implementando a política de preços,
administrando a força de vendas e promovendo uma comunicação mais efetiva junto aos
diversos públicos consumidores através de diferentes vias de distribuição.
Quanto maior for à habilidade do dirigente de marketing em controlar e manter equalizados
os compostos do marketing “mix”, melhor será sua atuação.
A força estratégica de uma organização acaba, muitas vezes, sendo mais centrada na
capacidade de administrar do dirigente de marketing, do que na qualidade dos produtos e
serviços. E ele se torna o grande diferencial, capaz de promover vantagens competitivas
realmente duráveis.
A consistência e a coerência entre os vários elementos do “mix” são fundamentais para o
sucesso da organização. O marketing precisa ser integrado para que a empresa possa aplicá-
lo com sucesso.
Orientação
•Produção
•Vendas
•Marketing
•Valor
Enfoque
•Produtos
•Vendas
•Clientes
•Valor para o
Cliente
Descrição:
•Produzir bens e serviços,
informar os clientes sobre eles,
deixar que os clientes venham
até você.
•Produzir bens e serviços, ir até
os clientes e levá-los a comprar.
•Descobrir o que os clientes
precisam e desejam para
produzir bens e serviços que
eles dizem precisar ou desejar,
oferecê-los aos clientes.
•Entender os clientes,
concorrentes e ambiente, criar
valor para eles, considerar
outros públicos.
Gestão de Marketing
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Cabe ao dirigente de marketing a organização das “funções de marketing”. Para isso, ele
deve estabelecer objetivos e planejar o sistema de marketing.
Para uma empresa transformar-se em uma organização de marketing, isto é, orientada para
o consumidor, a estrutura deverá ser construída a partir de certos princípios. Esse processo
começa com a identificação dos serviços que os consumidores desejam da empresa e das
atividades que devem ser encaradas para persuadir as pessoas a comprarem. Isso vai ajudar
a especificar a natureza e a escala, por exemplo, que as tentativas de vendas requerem. Da
mesma forma, a estrutura de controle relacionada às vendas pode ser identificada por meio
de perguntas que mantenham as necessidades dos vendedores nos termos de sua natureza e
escala, e de constatação da eficácia e de suas atividades.
Os profissionais de marketing agora precisam avaliar assuntos como:
A estabilidade da participação, dos padrões de vendas, dos preços e lucratividade da
empresa;
O relacionamento entre a demanda de mercado e a capacidade de produção da indústria;
A taxa de introdução de novos produtos e a duração média dos ciclos de vida do produto
(CVP’s);
O tempo de maturação e a escala de investimentos para desenvolver e lançar grandes e
novos conceitos de produto;
O provável comportamento dos concorrentes existentes e potenciais;
O futuro custo de promoção para sustentar a posição atual de mercado;
O nível de educação do cliente e serviço de manutenção do produto exigido para dar
apoio a produtos existentes e novos;
A influência das regulamentações governamentais sobre as operações próprias e dos
concorrentes;
O impacto potencial das tendências econômicas globais sobre as vendas futuras;
Os custos de retenção ou desenvolvimento de capacidade tecnológica;
O potencial que tecnologias emergentes têm de transformar em obsoleto as indústrias ou
os produtos da companhia.
O profissional de marketing tem que ter inteligência, sensibilidade, articulação e estar
preparado para trabalhar em um ambiente de coisas diversas, múltiplas, descontínuas e
incertas.
Fundamentalmente, o que se busca em um profissional de marketing é “competência”.
Afinal o que é competência?
Competência é a capacidade de perceber e decodificar sinais físicos, subjetivos e sociais.
Sinais Físicos são aqueles que primeiro são percebidos pelas pessoas e tem haver com os
fenômenos físicos, tais como: cheiro, cor, temperatura, densidade, porosidade, volume,
rigidez, aspecto visual etc. São percebidos pelos sentidos – visão, tato, olfato, audição e
paladar.
Sinais Subjetivos são aqueles que, de acordo com a percepção dos sinais físicos, geram
reações nas pessoas, tais como: satisfação, alívio, emoção, rejeição, alegria, repudia,
encantamento etc. Eles normalmente influenciam a vontade e a reação das pessoas.
Sinais Sociais são aqueles que, quando a maioria das pessoas percebe os sinais físicos e
reagem subjetivamente de forma semelhante, geram os fenômenos sociais, tais como:
tendências de mercado, moda, valor agregado, imagem da organização ou produto,
sensações de qualidade etc.
Gestão de Marketing
16
Figura 3 – Ciclo da Competência Continua.
Através da percepção, as pessoas transformam as informações em respostas que envolvem
sentimentos e ação. Segundo Schermerhorn et al (1999), a percepção é um modo de formar
impressões sobre si mesmo, sobre outra pessoa e sobre as experiências diárias da vida.
Wagner III e Hollenbeck (1999) conceituam percepção como sendo “o processo pelo qual os
indivíduos selecionam, organizam, armazenam e recuperam informações”. Também é uma
peneira ou filtro, através da qual a informação passa antes de causar efeito sobre a pessoa.
Portanto, a qualidade ou exatidão das percepções causa um impacto fundamental sobre as
reações a uma determinada situação.
Figura 4 - A Competência no Processo Organizacional.
O mesmo fato, objeto, sujeito, método, modelo ou processo pode ser percebido diferentemente
por inúmeras pessoas. Essa diferença é causada pelo estado emocional, opiniões e vivências
AAmmbbiieennttee emite sinais
Físicos
Subjetivos
Sociais
IInnddiivvíídduuooss percebem e
decodificam os
sinais
IInnddiivvíídduuooss executam
ações de
melhoria ou de
manutenção.
PERCEPÇÃO GERAÇÃO
AÇÃO
Sinais:
Físicos
Subjetivos
Sociais
Sinais:
Físicos
Subjetivos
Sociais
Ambiente interno
PROCESSO
Ambiente externo
Feedback
Input Output
Gestão de Marketing
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do perceptor em relação ao fato, objeto, sujeito, método, modelo ou processo percebido,
sendo diretamente influenciada pelo contexto ambiental.
O Perceptor – experiências anteriores do indivíduo, necessidades ou motivos,
personalidade, valores e atitudes podem influenciar no processo perceptivo. Uma pessoa que
tem uma grande necessidade de realização tende a perceber uma situação em função dessa
necessidade. Da mesma forma uma pessoa que tenha uma atitude negativa em relação as
suas ações de marketing pode ser um agente de destruição do modelo, assim como de
desagregação do ambiente de trabalho.
O Percebido – São importantes no processo de percepção as características da pessoa,
objeto, acontecimento, modelo ou fatos percebidos, tais como contraste, intensidade,
separação da figura com o chão, tamanho, movimento e repetição ou novidade.
O Ambiente – Os contextos físicos, sociais e organizacionais do Ambiente, também
podem influir no processo perceptivo.
A maioria de nós confia em nossos sentidos, mas, às vezes, essa fé cega pode nos fazer
acreditar que nossas percepções são um reflexo perfeito da realidade. As pessoas reagem
àquilo que percebem, e suas percepções nem sempre refletem a realidade objetiva. Esse é um
problema importante, porque à medida que aumenta a diferença entre a realidade percebida
e a objetiva, aumenta proporcionalmente a possibilidade de incompreensão, frustrações e
conflitos (WAGNER III; HOLLENBECK, 1999).
Figura 5 – Matriz da Competência.
Para atingir o sucesso, em qualquer empreendimento, os dirigentes de marketing precisam
estar atentos ao processo perceptivo, aos estágios envolvidos e ao impacto que o processo
perceptivo pode ter sobre suas próprias respostas e sobre as de outros. Também devem estar
conscientes do papel do perceptor, do ambiente e do percebido no processo perceptivo.
Particularmente, é o conceito da impressão para dirigentes e outros.
Incompetência
Teoria
Prática
Competência
Conhecimento
Acumulado
Capacidade de Ação no Ambiente
Alto
Baixo Baixa Alta
Gestão de Marketing
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Somente com a aquisição de competências mercadologias é que o profissional de marketing
poderá incorporar as seguintes características:
Saber identificar problemas;
Buscar informações para sua solução;
Filtrar informações ;
Tomar decisões ;
Comunicar com eficácia. Sendo competente, o profissional de marketing conseguirá ter a percepção correta das ações
do mercado.
Peter Drucker (1992) relata que as realidades mais comuns a serem encontradas no mercado
são:
Nem os resultados nem os recursos existem dentro da empresa. Ambos estão localizados
fora;
Os recursos são obtidos pelo aproveitamento das oportunidades e não pela solução de
problemas;
Para produzirem resultados, os recursos precisam ser destinados às oportunidades e não
aos problemas;
Resultados econômicos são conquistados somente pela liderança e não apenas pela
competência;
Qualquer posição de liderança é transitória e provavelmente de curta duração;
O que existe está se tornando velho;
O que existe tem probabilidade de ser distribuído de forma errada;
A concentração representa a chave para resultados econômicos reais;
O que as pessoas nas empresas imaginam conhecer sobre o cliente e o mercado
provavelmente está mais errado do que certo;
O que um cliente compra raramente é o que uma empresa pensa estar lhe vendendo;
Por decorrência, os produtos e serviços que a empresa define como concorrentes não o
são necessariamente;
Aquilo que a empresa imagina ser o aspecto mais importante de um produto, via de
regra, não tem o menor significado para o cliente;
A racionalidade dos clientes sempre é diferente da racionalidade das empresas
fabricantes, ainda que na aparência possam se assemelhar;
Nenhum produto ou empresa isoladamente tem a menor importância para o mercado;
O cliente não é quem compra, é quem toma a decisão de compra.
A Gerência de Marketing é um conjunto de atividades de marketing dirigidas para o
atendimento das necessidades do cliente em longo prazo, tendo em vista seu bem-estar e o
sucesso da organização.
A Gerência de Marketing inclui as atividades relativas:
À avaliação de oportunidades de mercado e de capacidades e recursos da empresa;
Ao mapeamento das percepções, preferências e exigências dos clientes;
À transmissão dos desejos e expectativas dos clientes aos projetistas de produtos;
À garantia de que os pedidos dos clientes sejam atendidos com exatidão e entregues com
pontualidade;
À certificação de que os clientes receberam instruções, treinamento e assistência técnica
em níveis adequados a respeito do uso do produto;
Ao posicionamento do produto ou da organização;
Gestão de Marketing
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À manutenção do contato com os clientes depois da venda, de modo a assegurar sua
satisfação;
À determinação do marketing mix;
À implementação e controle dos programas de marketing;
À coleta de idéias dos clientes para melhorias nos produtos e serviços e transmissão às
unidades organizacionais adequadas.
De que habilidades necessitam os profissionais de marketing a fim de executar essas funções?
Podemos responder: previsão, planejamento, análise, criação, decisão, monitoração,
comunicação e implementação. A essas habilidades chamamos de capacidade de marketing,
ou seja, o que as empresas buscam ao recrutar um vice-presidente de marketing.
O profissional de marketing tem que ter inteligência, sensibilidade, articulação e estar
preparado para trabalhar em um ambiente de coisas diversas, múltiplas, descontínuas e
incertas.
Em muitas empresas, o papel do departamento de marketing limitou-se a executar o processo
de comunicação com o mercado. A pesquisa e o desenvolvimento elaboram o produto e o
marketing elabora os press releases e faz a propaganda. Muitos empresários acham que os
profissionais de marketing entram em cena apenas depois que o produto está pronto para
venda. Assim, marketing é dirigido como uma noite de aventura, em vez de como um longo
caso de amor.
Nesse caso, seria melhor operar dois grupos de marketing, um tratando de estratégias e outro
das táticas. Se o marketing não for desenvolvido com o propósito de influenciar a estratégia
da empresa, sua missão não será cumprida. O principal papel do marketing é ser o impulsor
da estratégia e o executor das promessas aos clientes. Para tanto, as empresas devem evoluir
do marketing para o marketing holístico:
A empresa precisa ampliar suas perspectivas a respeito das necessidades e do estilo de
seus atuais produtos e buscando maneiras mais amplas de atender a seus anseios;
A empresa precisa avaliar como seus vários departamentos afetam a satisfação dos
clientes. A influência é negativa quando os produtos são entregues com atraso ou com
defeito, quando as faturas são inexatas, quando os serviços são deficientes ou quando
ocorrem falhas.
A empresa necessita estender seus horizontes quanto ao setor de atividade, seus atores e
sua evolução. Hoje, constata-se a convergência de muitos setores (por exemplo,
telecomunicações, entretenimento, TV a cabo, mídia e software), oferecendo novas
oportunidades e impondo graves ameaças a cada participante.
A empresa precisa avaliar o impacto de suas ações sobre todos os seus stakeholders –
clientes, empregados, distribuidores, revendedores e fornecedores em geral – e não
apenas sobre os acionistas. Qualquer grupo de stakeholders, que se veja excluído, é
capaz de provocar rupturas nos planos e no desenvolvimento da empresa.
2.4 Os compostos de marketing
O marketing mix, ou composto de marketing (aportuguesando a expressão) é apresentado em
quatro funções básicas, em que todos os elementos foram criados e estabelecidos para
atender ao mercado-alvo, ou seja, o consumidor.
O marketing mix é o conjunto equilibrado e complementar dos diferentes “mixes”,
estruturados de maneira planejada e constantemente gerenciada, formando um portfólio
ideal, de acordo com a Figura 6, a seguir:
Gestão de Marketing
20
Figura 6 – Modelo tradicional de Marketing mix.
É necessário que o marketing mix tenha um grau de integração entre as diversas
possibilidades de mix, para isso é fundamental:
Consistência – uma adequação lógica de dois ou mias elementos de mix.
Integração – Coordenação harmoniosa dos elementos do mix.
Alavancagem – Cada elemento é usado na sua forma mais vantajosa na contribuição ao
mix total.
PRODUTO (Product)
Podemos definir como produto ou serviço tudo aquilo que pode ser oferecido a um mercado,
no intuito de satisfazer alguma necessidade ou desejo de um indivíduo ou grupo de
indivíduos.
Um produto ou serviço é dito certo ao consumo quando atende às necessidades e aos desejos
de seus consumidores-alvo. Um produto certo deve ter:
a) Qualidade e padronização: em termos de características, desempenhos e acabamentos;
b) Modelos e tamanhos: que atendam às expectativas e às necessidades;
c) Configuração: a apresentação do produto em termos de apresentação física,
embalagem, marca e serviço.
Os produtos possuem três níveis:
1. A parte central do produto, constituída dos atributos, dos benefícios ou serviços;
2. A parte tangível, como a configuração física, estilo, qualidade, embalagem e nome da
marca;
3. A ampliação do produto pela anexação de um serviço não esperado: instalação, entrega,
crédito, garantia, serviços pós-venda.
Há diversas classificações de produtos em função do tipo de uso ou consumo:
Bens não duráveis. São produtos tangíveis normalmente consumidos em um ou em
poucos usos (refrigerantes, sabonetes, sal, cigarros, margarina, cerveja, etc). Têm preço
baixo e promoção e distribuição irradiada.
Bens duráveis. São produtos tangíveis que normalmente sobrevivem a muitos usos
(fogões, geladeiras, automóveis, ferramentas elétricas e roupas, etc). Têm preço e
margem unitária alta e promoção e distribuição semi-irradiada.
Serviços. São atividades, benefícios ou satisfações oferecidas para venda. Os serviços são
intangíveis e ao mesmo tempo produzidos e consumidos; não são palpáveis, não podem
ser cheirados, são perecíveis e não podem ser armazenados. Requerem alto controle de
qualidade, credibilidade e adaptabilidade.
Marketing Mix
=
+ + +
PRODUTO PREÇO PROMOÇÃO DISTRIBUIÇÃO
Gestão de Marketing
21
As categorias e os produtos e serviços possuem ciclos de vida distintos. Um produto pode
estar na fase de declínio no mercado doméstico, contudo pode estar na fase descimento em
um outro mercado, conforme pode ser demonstrado na Figura 7, a seguir.
As fases do ciclo de vida do produto (CVP) são:
1a. Fase -> Intuição -> Pesquisa -> Planejamento -> Investimento.
2a. Fase -> Introdução.
3a. Fase -> Crescimento.
4a. Fase -> Maturidade
5a. Fase -> Declínio
Figura 7 – Modelo de Ciclo de Vida do Produto (CVP).
PREÇO (Price) É o valor monetário do produto. Em relação ao desconto, existe um valor máximo que a
empresa pode ceder no preço ao seu cliente. A esse valor máximo, damos o nome de “mark-
down”. A margem de lucro recebe a denominação de “mark-up”.
O produto deve ser certo, deve estar no ponto certo e deve transferir a posse no preço certo.
O preço deve ser considerado: posto na fábrica (FOB), posto no cliente (CIF), atacadista,
varejista ou distribuidor, líquido com desconto ou bruto sem desconto, desconto por
quantidade, por condição de pagamento etc.
PROMOÇÃO/COMUNICAÇÃO (Promotion)
É a utilização de um sistema/programa de comunicação empresa-cliente para divulgar suas
vantagens competitivas (Ver Figura 8). A promoção/comunicação pode ser:
Propaganda;
Promoção de vendas;
Relações Públicas;
Venda Pessoal.
O composto promocional do produto ou serviço compreende a publicidade, as relações
públicas, a promoção de vendas, a venda pessoal e o merchandising.
Vendas
Lucro
Introdução crescimento maturidade declínio
Unidade
monetária
Tempo
Gestão de Marketing
22
Segundo Berlo (2003) o objetivo da comunicação deve ser especificado de maneira tal que:
1. Não seja logicamente contraditório ou incoerente consigo mesmo.
2. Concentre no comportamento, isto é, seja expresso em termos de comportamento
humano.
3. Seja especifico e bastante para que possamos relacioná-lo com o real comportamento de
comunicação.
4. Seja coerente com os meios pelos quais as pessoas se comunicam.
Figura 8 – Modelo Tradicional de Comunicação.
No modelo demonstrado na Figura 8, o emissor é quem inicia o processo de comunicação,
escolhe o código (codificação) para expressar sua mensagem (conteúdo da comunicação),
por intermédio de meios de comunicação (mídia), dirigida ao receptor, que, por sua vez,
decodifica a mensagem (decodificação). O receptor, estimulado pela comunicação, dará uma
resposta ao emissor, que poderá ou não ser o resultado (feedback) esperado por este.
Elementos imprevistos e fora de controle do emissor (ruído) poderão intervir nesse processo,
reduzindo a eficácia da comunicação.
DISTRIBUICÃO (Place)
É o fluxo de bens e/ou serviços de um produto a um consumidor ou usuário final. O objetivo
da distribuição é fazer o produto chegar ao ciclo da venda de maneira rápida, segura,
pontual e lucrativa (Ver Figura 9).
O produto ou serviço só tem utilidade se posicionado junto ao seu mercado consumidor. A
escolha do ponto para o produto ou serviço relaciona-se com a escolha do canal de
distribuição:
a) Atacado, varejo ou distribuidor;
b) Transporte;
c) Armazém.
Emissor Codificação Mensagem Mídia
Decodificação
Ruído
Feedback Resposta
Receptor
Gestão de Marketing
23
Figura 9 – Modelo de Canais de Distribuição.
O composto mercadológico em forma de 4 Ps tem cada elemento interdependente que pode
ser exclusivo. Contudo, a prática revela uma inter-relação constante entre os 4 Ps. O produto
ou serviço deve satisfazer às necessidades e aos desejos dos consumidores. A distribuição
significa levar o produto da forma mais acessível e rápida possível ao mercado consumidor.
O preço deve ser ajustado às condições de custo de fabricação e de mercado. E a promoção
deve comunicar o produto ou serviço ao mercado, estimulando e realizando a venda, isto é,
transferência de posse.
2.5 Planejamento e desenvolvimento das estratégias de marketing
O planejamento estratégico, na concepção de Oliveira (1998), é visto como um processo
gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa. Visa
obter um nível ótimo de interação na relação empresa/ambiente, permitindo estabelecer a
direção a ser seguida. O planejamento estratégico não estaria somente baseado em decisões
futuras, mas também em implicações futuras de decisões presentes. Nessa ótica, o
planejamento estratégico aparece como um processo sistemático e constante de tomada de
decisões, cujos efeitos e conseqüências deverão ocorrer num período futuro.
O planejamento não vem a ser um ato isolado, portanto, deve ser visualizado como um
processo composto de ações inter-relacionadas e interdependentes que visam ao alcance de
objetivos previamente estabelecidos. O processo de planejamento é considerado segundo
Oliveira (1998), muito mais sistemático que sua atração final, que normalmente é o plano
estratégico.
Porter (1997) adverte sobre a necessidade de um estudo entre as indústrias e a concorrência
para a formulação de um planejamento estratégico global. A análise estrutural das
indústrias, na concepção do autor, é representada através de sua tipologia estratégica,
através das cinco forças competitivas que fazem pressão sobre a empresa.
Ansoff (1977) analisa a estratégia em dois momentos evolutivos: planejamento estratégico e
administração estratégica. No primeiro momento, o planejamento estratégico é reavaliado
para dar vazão à administração estratégica. Nessa passagem, o processo é caracterizado
mostrando-se a obsolescência da maneira tradicional de abordagem empresarial. Ansoff
Canal direto
Produtor
Produtor
Produtor
Produtor Agentes
Atacadista
Atacadista
Varejista
Varejista
Varejista
Consumidor
Consumidor
Consumidor
Consumidor
Canais indiretos
Gestão de Marketing
24
(1977) conclui que havia problemas que o tradicional planejamento em longo prazo, o
controle financeiro e o planejamento de longo alcance não seriam adequados para resolver.
De acordo com Ansoff (1977), o foco principal dos problemas aconteceu, principalmente,
quando a procura por novos alvos começou a cair e não podia ser reestimulada apenas por
promoções ou atividades de marketing, tais como a publicidade institucional e a promoção,
por mais enérgicas que fossem. O problema mostrava-se mais difícil de ser tratado, na
medida em que os administradores viam seus alvos, tradicionalmente domésticos, serem
invadidos por competidores externos.
Para Ansoff (1977), a racionalização desses problemas estaria na análise das forças
estratégicas. A partir destas, a verificação eficaz das oportunidades oferecidas pelo meio e a
identificação dos pontos fortes e fracos das organizações públicas permitem uma melhor
compreensão do cenário. A importância da escolha de um modo de compatibilização
(estratégia) que una os dois extremos, organização e ambiente, também colabora com a
construção de cenários. Essa compatibilização deveria satisfazer, do melhor modo possível,
aos objetivos da empresa. Com essa visão, a estratégia leva à solução essencial do problema.
O planejamento, nessa concepção, é visto como um ataque limitado a uma parcela do
problema global. Em um segundo momento, o processo evoluiu para a administração
estratégica. Sua atuação é multifocal, abordando o problema em todos os ângulos. A análise
começa a partir do problema administrativo, através da identificação de sua configuração
interna e vinculação externa. Nas etapas seguintes, a administração estratégica do processo
e o planejamento são deflagrados, e, posteriormente, encaminhados à solução do problema.
Sua eficácia depende de sua respectiva implantação e total controle, caso contrário pode vir
a provocar disfunções.
Com a administração estratégica do processo, o planejamento é deflagrado e a estratégica
sofre forte influência do macroambiente organizacional (Ver Figura 10), através de variáveis
psicossociológicas, de informações técnico-econômicas e de manobras políticas. Ansoff
(1977) utiliza a estratégia de diversificação como alternativa para a condução das
organizações a seus objetivos.
Ries e Trouth (1972) observam a empresa a partir de sua base e acreditam que a estratégia
dá sustentação à tática. Sendo assim, seria difícil a sua elaboração sem a interferência dos
executores das funções básicas. O foco de atuação das organizações públicas é enfatizado
pelos autores como condição preliminar à estratégia. A perda do foco empresarial acarreta
dispersão desnecessária de forças pela empresa, podendo causar uma situação caótica. O
foco vem auxiliar na elaboração da estratégia empresarial concentrando a atenção dos
estrategistas nos pontos focais.
Ries e Trouth (1972) defendem que o foco leva a empresa a buscar ações que vão ajudá-la a
consolidar posições na mente do consumidor. Para eles, a estratégia empresarial deveria
concentrar-se na manutenção do foco empresarial.
Para complementação dos conceitos anteriormente focados, faz-se necessário a abordagem,
seqüencialmente, de administração estratégica.
MISSÃO CORPORATIVA
A missão corporativa é um conceito subjacente praticado pela direção da organização,
embora não esteja, talvez, aparente para os membros da organização. A definição de missão
é importante como ponto de partida para a consecução de seus objetivos. Poderia estar
definida em poucas palavras como, a verdadeira concepção da atratividade.
Gestão de Marketing
25
Figura 10 – O Macroambiente organizacional
A definição de missão pode ser entendida, segundo Oliveira (1988), como uma identificação
a ser seguida, mas nunca algo específico a ser alcançado. A bússola vai permitir que o navio
faça sua viagem de maneira planejada.
O navio pode vir a ter que desviar a sua rota para fugir de uma tempestade, diminuir a
marcha num nevoeiro ou mesmo parar diante de um terrível furacão. A empresa pode
precisar desviar seu rumo diante de ameaças ambientais; diminuir seu ritmo de avanço a um
resultado devido a determinados pontos fracos, ou mesmo parar de atuar num alvo devido a
uma ação do alvo consumidor.
O navio pode parar num novo porto para vender sua carga no meio do percurso ou mesmo
por causa de defeito nas suas máquinas. A empresa pode usufruir oportunidades que
aparecem inesperadamente ou mesmo apresentar problemas em áreas funcionais (marketing,
produção, recursos humanos e finanças).
O navio, apesar de todos os problemas e sucessos, acaba navegando no mar ou oceano
estabelecido, e, atracando no porto de destino. A empresa, com todas as suas oportunidades e
ameaças ambientais e situação interna, tem um campo de atuação definido, representado
pela sua missão, além de setores de atuação atuais ou potenciais, representados pelos seus
propósitos.
A missão não é algo estático, porém não são recomendáveis constantes mudanças na missão.
O estabelecimento da missão tem como ponto de partida a análise e interpretação de
algumas questões, tais como:
Qual a razão de ser da nossa empresa?
Qual a natureza dos alvos de nossa empresa?
Quais são os tipos de atividades em que a empresa deve concentrar seus esforços futuros?
Quando a alta administração responde a essas questões, provoca a seguinte situação:
A definição das áreas de atuação prioritárias em que devem ser aplicados os recursos
disponíveis;
Ambiente
Econômico
Ambiente
político e legal
Ambiente Social
Ambiente natural
Ambiente
Tecnológico
Ambiente
competitivo
Estratégia de
marketing
Comportamento e valor
para o cliente
Gestão de Marketing
26
O consenso de uma opinião de que os esforços e os recursos dirigidos aos alvos
estabelecidos no horizonte da missão serão bem sucedidos.
POLÍTICAS, OBJETIVOS E METAS
Os termos política, objetivo e meta, têm significados diferentes para quem trabalha com
planejamento estratégico. O termo política refere-se a decisões repetitivas. Exemplo: O
mercadinho Manaus tem uma política de reembolso de despesas de vendedores. A política de
uma empresa facilita os procedimentos considerados padrões; seria um desastre se para
cada despesas fosse necessário a elaboração de um relatório.
As metas são as quantificações de objetivos a serem alcançadas ao longo do tempo. Objetivos
são aspectos concretos que a organização deverá alcançar para seguir a estratégia
estabelecida. Não se aconselha focar em muitos objetivos; o ideal é que sejam poucos e bem
definidos. Imagine a seguinte situação: o objetivo do mercadinho Manaus é o de crescer 45%
nos próximos três anos. Suas metas poderiam estar elaboradas assim: 10 % para o primeiro
ano, 15% para o segundo ano e 20% para o terceiro ano (FISCHMANN, 1991).
PROCESSO ESTRATÉGICO DE MARKETING
1 Análise das Variáveis do Macroambiente operacional
Esta análise é, segundo Rogers (1996), o trabalho mais difícil em todo o processo de
implantação do Planejamento Estratégico de Marketing. Pela sua dificuldade e pelo
profissionalismo exigido no processo, essa etapa do trabalho seria mais indicada a uma
consultoria externa, uma vez que os consultores desenvolvem procedimentos eficazes para
esse tipo de trabalho e possuem experiência ampla.
O processo de análise inicia com a montagem de um banco de dados inicial, que servirá para
nortear a atualização periódica do processo realizada pelos administradores da própria
empresa. As principais variáveis que formam o macroambiente estão descritas a seguir:
Variáveis Macroeconômicas
o Crescimento do PIB (Produto Interno Bruto);
o Balanço de pagamentos;
o Reservas cambiais;
Balança comercial;
Taxa de inflação;
Volume da dívida externa;
Custo do serviço da dívida externa;
Taxa de juros internos;
Estabilidade monetária;
Alvo de capitais;
Filosofia fiscal;
Distribuição da renda nacional.
Variáveis Sociais
o Estrutura socioeconômica;
o Segmentos socioeconômicos;
o Divergência entre os segmentos;
o Estrutura de consumo das classes;
o Sistema de valores das classes;
o Estrutura sindical;
o Estrutura política e ideológica das classes;
o Características ideológicas vigentes;
o Características institucionais;
Gestão de Marketing
27
o Grau de participação das classes.
Variáveis Culturais
o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano);
o Índice de alfabetização;
o Níveis de escolaridade;
o Orientação educacional;
o Tendências educacionais;
o Veículos de comunicação.
Variáveis Demográficas
o Densidade populacional;
o Mobilidade populacional;
o Índice de natalidade;
o Índice de mortalidade geral;
o Índice de mortalidade infantil;
o Taxa de crescimento demográfico-vegetativa;
o Estrutura familiar.
Variáveis Políticas e Estrutura de Poder
o Partidos políticos;
o Participação política dos sindicatos;
o Instituições religiosas;
o Forças armadas;
o Associações de classe;
o Existência de organizações públicas multinacionais;
o Existência de organizações públicas estatais;
o Estrutura dos executivos-ministérios;
o Estrutura do poder legislativo;
o Estrutura do poder executivo.
Variáveis Tecnológicas
o Legislação para transferência de tecnologia;
o Legislação e proteção de patentes;
o Capacidade de desenvolver tecnologia;
o Ritmo de mudança tecnológica;
o Dinâmica do processo de obsolescência;
o Investimento em pesquisa e desenvolvimento;
o Qualidade do ensino superior;
o Existência de pesquisa universitária.
Variáveis Legais
o Legislação tributária;
o Legislação trabalhista;
o Legislação comercial e corporacional;
o Filosofia legal;
o Sistema de jurisprudência;
o Velocidade processual.
Variáveis Ecológicas
o Índice de poluição sonora;
o Índice de poluição atmosférica;
o Índice de poluição hidráulica;
o Índice de poluição nuclear;
o Conservação das áreas verdes e matas;
Gestão de Marketing
28
o Atividades de partidos políticos verdes;
o Conflitos com ecologistas;
o Índice de consciência ecológica da população.
A análise do macroambiente organizacional resultará em um diagnóstico em que surgirão as
ameaças e oportunidades, já descritas anteriormente. Na análise de microambiente de
marketing, as organizações deverão realizar um processo semelhante, utilizando como
parâmetro o mix de marketing. Rogers (1996) indicou os principais fatores que compõem as
variáveis de marketing:
Atratividade/Oferta
- Qualidade;
- Variedade de atrações;
- Aceitação da oferta;
- Marca, conceito, prestígio;
- Apresentação, cenário;
- Serviços de atendimento ao alvo;
- Os acessos.
Investimento
- Estrutura dos investimentos de atendimento;
- Margem da concorrência;
- Oferta/pacote/preço da concorrência;
- Estratégia de investimentos da concorrência;
- Subsídios para empresas ou outros alvos utilizados pela concorrência.
Promoção
- Eficácia da publicidade institucional da empresa e da concorrência;
- Abrangência da imagem empresarial;
- Pesquisas de recall;
- Criatividade em merchandising da empresa e da concorrência;
- Estratégia promocional da concorrência.
Distribuição
- Sistemas de distribuição da empresa e da concorrência;
- Custos de distribuição;
- Eficácia da logística;
- Seleção dos canais.
O resultado da análise do microambiente organizacional resultará na identificação dos
pontos fortes e fracos em marketing. A junção dos dois resultados vistos comporá os
diagnósticos situacionais, que proporcionará uma visão interna e externa da empresa e dos
elementos que com ela interagem (Ver Figura 11).
O gerenciamento de marketing consiste em formar bases para a estratégia da empresa no
alvo em que atua ou pretende atuar. O processo decisório requer com freqüência a análise
através de modelos gerenciais centralizados em um ou mais fatores para a tomada de decisão
nas áreas relativas ao “mix” de marketing.
Gestão de Marketing
29
Figura 11 – Os ambientes organizacionais a serem analisados.
O primeiro passo das tarefas gerenciais de marketing força o gerente a avaliar os recursos
corporativos. Para desenvolver essa tarefa, existem vários modelos disponíveis de gestão. A
seguir, discutiremos a função de três deles: o modelo do Boston Consulting Group, da
General Eletric e o modelo de crescimento de atração/alvo (Ver Figura 11).
Taxa de crescimento da
utilização da oferta
pública
Alto
Baixo
“Estrela” “Estrela” “Ponto de “Ponto de
Interrogação” Interrogação”
“Vaca Leiteira” “Vaca Leiteira” “Abacaxi” “Abacaxi”
Baixo Alto
?
1,0 X 0,1 X
Alto
Baixo
“Estrela” “Estrela” “Ponto de “Ponto de
Interrogação” Interrogação”
“Vaca Leiteira” “Vaca Leiteira” “Abacaxi” “Abacaxi”
“Estrela” “Estrela” “Ponto de “Ponto de
Interrogação” Interrogação”
“Vaca Leiteira” “Vaca Leiteira” “Abacaxi” “Abacaxi”
10
% ?
1,0 X 0,1 X
Parcela de mercado relativa (participação da
organização ofertante em comparação com a
participação do maior concorrente)
Figura 11 - Modelo de Posicionamento Estratégico BCG – Boston Consulting Group
Fonte: KOTLER; ARMOSTRONG, 1993.
Analisando o Modelo da BCG, observa-se que o mesmo baseia-se em dois critérios
fundamentais: o crescimento da parcela de mercado do setor e a participação relativa das
marcas e serviços ofertados com relação ao posicionamento do mercado. Mercados com taxa
de crescimento lenta ou baixa representam maturidade, normalmente disciplinados pelos
líderes e pouco indicados para investimentos, se houver também baixa participação relativa
AMBIENTE DE MARKETING
ELEMENTOS INTERNOS
ELEMENTOS EXTERNOS
Organização
avaliação da
capacidade
produtiva
Composto do
MKT Mix
•Produção
•RH
•Financeira
•Comercial
•Produto
•Preço
•Distribuição
•Comunicação
Microambiente Macroambiente
•Consumidores
•Concorrentes
•Fornecedores
•Canais de
Distribuição
•Fatores sociais e
culturais
•Fatores políticos e
legais
•Fatores Tecnológicos
•Fatores Econômicos
Gestão de Marketing
30
de mercado. Investimentos com baixa participação ou pouca relevância, comparados ao
líder, limitam o mercado e restringem sua lucratividade. A seguir uma análise dos
cruzamentos dessas duas variáveis e a nomenclatura baseada no seu desempenho.
ESTRELAS – suas principais características são:
Altas taxas de crescimento de utilização da oferta e alta parcela de mercado relativa;
Geradores de lucros significativos;
Necessidade de muito dinheiro para financiar as altas taxas de crescimento.
VACAS LEITEIRAS OU DE DINHEIRO – suas principais características são:
Baixas taxas de utilização da oferta e alta parcela de mercado relativa;
Atratividades ou serviços líderes em procura ou interesse com alta participação de
mercado e baixa taxa de crescimento;
Atratividades geradoras de caixa acima de suas necessidades de investimento,
proporcionando um excedente.
CRIANÇA-PROBLEMA – suas principais características são:
Alta taxa de utilização da oferta e baixa parcela de mercado relativa;
Requere pesados investimentos para manter a participação e mais ainda para aumentá-
la;
Podem tornar-se abacaxi se não houver disponibilidade de caixa no momento devido.
Fazendo analogia com a técnica do ciclo de vida de produtos e ou serviços, seria o
mesmo que passar do estágio de introdução diretamente para o estágio de declínio.
ABACAXIS– suas principais características são:
Baixas taxas de utilização da oferta pública e baixa participação de mercado relativa;
Atratividades que não geram nem concorrem com muitos recursos financeiros;
Apresentam lucratividade abaixo dos níveis desejáveis ao mesmo tempo em que
consomem muita atenção dos executivos da empresa;
Grande número de atratividades nesta categoria, em que o crescimento do mercado é
pequeno e o domínio é inferior ao do líder;
Normalmente apresentam desvantagens de custos e têm poucas oportunidades para uma
evolução em curto prazo num nível razoável;
Seus atrativos não estão crescendo, resultando poucos consumidores pelos quais
competir, e o concorrente principal resiste fortemente contra qualquer ganho de
participação de mercado;
Atração permanece no portfólio da empresa somente porque mostra ou promete um lucro
modesto (na verdade um resultado enganoso, porque a maioria do fluxo de caixa precisa
ser reinvestida para se manter a posição competitiva e financiar o processo
inflacionário).
A matriz da GE-General Eletric foi idealizada pela consultoria norte-americana Mc Kinsey.
Representa uma evolução da Matriz da BCG. Assim como a BCG, baseia-se em duas
variáveis fundamentais: atratividade do alvo e posição competitiva. Para não haver dúvidas
sobre a interpretação destas variáveis, Semenik e Bamossy (Figura 12) listam os principais
fatores inerentes a cada uma.
Em cada uma das áreas de marketing, os fatores devem ser avaliados e classificados pelos
gerentes de marketing. O resultado dessa classificação servirá para colocar as atratividades
dentro dos quadrantes da matriz (Figura 13). A finalidade principal do método da GE,
Gestão de Marketing
31
segundo Semenik e Bamossy (1998), consiste em identificar atratividades ou divisões que
justifiquem a alocação de investimento em crescimento ou na manutenção da posição
competitiva e descobrir quais não justificam quaisquer investimentos e que deveriam ser
excluídos.
Atratividade do Alvo Posição Competitiva
Atratividade do alvo como um todo
Índice de crescimento anual de
ofertas no mercado
Natureza sazonal da demanda
Natureza cíclica da demanda
Intensidade competitiva
Requisitos de capital
Experiências anteriores
Disponibilidade de locomoção
Requisitos promocionais
Ritmo de mudanças tecnológicas
Barreiras políticas e legais
Atual participação de mercado
Qualidade da oferta
Imagem da marca
Competitividade do investimento
Viabilidade da localização
Incentivos à prestação de serviços ou
instalação de negócios
Efetividade da força logística
Capacitação gerencial do complexo
Organização gerencial
Investimentos em infra-estrutura
Figura 12 - Atributos da Matriz GE.
Fonte: SEMENIK; BAMOSSY, 1998(adaptado).
Figura 13 - Matriz da GE – General Eletric.
Fonte: SEMENIK; BAMOSSY, 1998, p. 685.
Uma região, estado ou município localizado em um local com alta atratividade industrial,
ocupando uma posição competitiva forte, justifica um investimento pleno. Ao contrário de um
I – Investir S – Selecionar
H - Colheita I
I
H S
I
S
H
S
H
Alto Médio Baixo
Alto
Médio
Baixo
Força Organizacional
Atratividade de Mercado
SERVIÇOS
Tamanho do mercado Taxa de crescimento Margem de lucro Intensidade competitiva Sazonalidade Economia de escala
Participação relativa de mercado Competitividade de preço Qualidade do Serviço Conhecimento de Mercado Eficácia em atendimento Condições Regionais
Gestão de Marketing
32
investimento feito em um alvo com baixa atratividade, ocupando uma posição competitiva
fraca, o qual deve ser eliminado através da colheita, ou seja, o desinvestimento, liquidação
das sobras para posterior reinvestimento em setores mais lucrativos. As atratividades que
recaem nas células intermediárias devem ser mantidas e sustentadas por investimentos
cautelosos. O modelo GE, concentra-se na estratégia de alocação de recursos.
O modelo de crescimento de atração/alvo, ao contrário dos dois anteriores que são
concentrados no gerenciamento da atual carteira de recursos de uma empresa, concentra-se
na identificação de novas oportunidades de crescimento de receita com atratividades atuais e
novas atratividades. Esse modelo indica que toda e qualquer oportunidade de geração de
receita identificada pela empresa depende da natureza da atração e da natureza do alvo.
2.5.1 Estratégia do composto de marketing
Com o apoio adequado do Sistema de Informações em Marketing, e objetivando direcionar os
perfis estratégicos, sugere-se que a empresa faça uma análise introspectiva, respondendo a
alguns quesitos básicos, formulados pelo professor Cobra (1985), introdutórios à formulação
estratégica:
Quem são os investidores-alvos?
Que tipo de atração ou serviço buscam e por quê?
É adequado o local (Logística) onde os serviços serão realizados?
Quando os investidores potenciais realizam as compras de atratividades ou serviços, e
com que freqüência?
Que canais de comunicação são adequados para atingir os investidores potenciais?
Que quantidade de atração ou serviço os investidores potenciais comprariam e a que
investimento?
Após a definição e seleção dos alvos e identificação dos perfis estratégicos, o composto de
marketing pode ser direcionado da forma a seguir demonstrada:
a) Produtos/Atratividades – políticas e procedimentos relativos:
À linha de atratividades a ser oferecida – qualidades, características técnicas e
benefícios;
Aos serviços de pré-atendimento, de atendimento, pós-atendimento;
A outros.
b) Investimento – políticas e procedimentos relativos:
Ao nível de investimento a ser adotado;
Aos investimentos específicos a se adotar;
A benefícios, isenções ou subsídios;
A outros.
c) Publicidade - políticas e procedimentos relativos:
À quantia a ser investida;
À abordagem criativa;
À mídia utilizada;
A displays utilizados;
A outros.
d) Força de atendimento - políticas e procedimentos relativos:
À ênfase a ser dada ao atendimento;
À abordagem de atendimento;
À administração do pessoal de atendimento;
Gestão de Marketing
33
A outros.
e) Canais de distribuição - políticas e procedimentos relativos:
Aos benefícios geográficos;
Aos canais de escoamento de produtos e serviços;
A outros.
f) Distribuição física e/ou logística – políticas e procedimentos relativos:
À armazenagem;
Ao transporte;
Aos estoques;
Ao abastecimento.
Deve haver combinações de diversas maneiras entre essas variáveis para se obter a máxima
lucratividade por alvo dentro de limitações impostas pelos recursos disponíveis.
Essa combinação de informações do “mix” de marketing tem a finalidade de:
Identificar as necessidades básicas para se penetrar com sucesso em cada segmento do
alvo;
Identificar os canais de distribuição necessários para se atingirem os alvos;
Obter cooperação ativa desses canais;
Analisar e avaliar a capacidade da empresa e de cada um dos concorrentes atuais e
potenciais para satisfazerem em cada segmento-alvo;
Identificar as vantagens competitivas e classificá-las de acordo com a lucratividade e
habilidade dos concorrentes em neutralizar ou duplicar essas vantagens.
Para melhor entendimento das estratégias do “mix” de marketing, serão abordadas de
maneira individualizada cada componente.
2.5.2 Estratégia de atratividade
Este é um dos principais modelos de classificação dos produtos ou serviços em marketing.
Onde sua atração, serviço ou organização se encaixa? De acordo com Kotler (1995) a
empresa define seu tipo de atração e sua classificação, e identifica a postura estratégia, a
qual deverá estar em consonância com os atributos, com a marca, os benefícios, valores e
personalidade.
ATRIBUTOS: o que realmente a atração transmite para seus consumidores?
o Qualidade: capacidade de a atração desempenhar suas funções (lazer, turismo,
conhecimento etc);
o Características da atração: oferecimento da atração com várias características (volta
ao passado, um dia de sonho, aporte cultural);
o Design: valorização da atração através de sua forma. É considerada uma forte
ferramenta no marketing; reprodução de cenários pitorescos, ambientes surrealistas
etc.
MARCAS: uma identidade para atratividades, serviços ou organizações, tipo Zona
Franca (Manaus), Festival Folclórico (Parintins), guaraná (Maués).
o Os consumidores consideram-na como parte importante da atração.
o Atributos da marca: lembrança da marca Mercedes, boa concepção, bem construído,
durável, alto prestígio, velocidade, alto investimento e alto valor de revenda. Alguns
destes atributos foram utilizados em Publicidade Institucionais da empresa. O lema
“o melhor motor do mundo” proporcionou uma abertura para outros
posicionamentos a respeito do carro.
Gestão de Marketing
34
BENEFÍCIOS: quais resultados esperados ou não esperados que a atração poderá
proporcionar ?
o O benefício conhecimento pode ser suprido por uma volta ao passado em ambientes
onde ocorrem situações históricas; o benefício tranqüilidade por características de
um sistema hoteleiro no litoral nordestino; o benefício natureza, por um contato
direto na floresta Amazônica.
VALORES: a quem poderá interessar mais a atração pelos seus benefícios e atributos?
o O consumidor atribui à marca Mercedes valores. Estes podem ser os seus altos
desempenhos, seguranças e prestígios. Cabe aos profissionais de marketing a
identificação de nichos de consumidores que coincidam com o pacote de benefícios
oferecidos.
PERSONALIDADE: quem, com a maior riqueza de detalhes, a marca seria se pudesse
ser humanizada?
o A marca também projeta personalidade. Os profissionais de marketing podem fazer
uma pergunta: Se a marca Royal Caribean (empresa que explora cruzeiros
marítimos) fosse uma pessoa, que tipo de pessoa ela seria?
o Provavelmente, um executivo rico de meia idade;
o A marca atrai pessoas cujas auto-imagens reais ou desejáveis encaixem-se na sua
imagem.
2.5.3 Estratégia de investimento
Para que se possa entender e aplicar a matriz investimento/qualidade, deve-se perceber o
significado de investimento e qualidade. Investimento é o montante de recursos necessários
para a realização de um objetivo, em que se chega a um preço pago pelo consumidor.
Normalmente, é determinado após um levantamento dos custos diretos e indiretos de uma
atração ou serviço. Qualidade, nessa matriz, é o valor percebido pelo consumidor, ou seja, é
a percepção da melhor relação entre custo e benefício recebido; quanto será o montante
gasto pelo valor que representa o benefício recebido. Baseado nessa definição torna-se mais
fácil compreender o valor dos cruzamentos da figura 13.
Uma boa estratégia deve sempre levar em consideração a percepção do consumidor. A
estratégia de investimento Premium ocorre quando existe uma real qualidade na atração,
considerada pelo consumidor como um diferencial, algo que o destaque perante seus
concorrentes. Portanto, o consumidor não se sentirá lesado por adquirir a atração.
Na estratégia de baseada no valor, a atração tem uma qualidade percebida alta e o
investimento está em níveis baixos. Nesse caso, o consumidor estará percebendo um
investimento vantajoso em termos de valor. Um cuidado que as organizações devem tomar ao
adotar essa postura estratégica é o de realizarem o acompanhamento através de pesquisas de
satisfação, com o intuito de garantir a percepção da qualidade pelo consumidor; caso
contrário, a empresa pode passar uma errônea imagem de baixa qualidade ligada a baixo
investimento.
Com a estratégia de investimento exorbitante, a empresa não consegue passar uma imagem
ligada à qualidade, e muito pior, ainda mantém os níveis de investimento bastante altos. Um
verdadeiro assalto, do ponto de vista do consumidor. As organizações devem atentar para
sua imagem de atração para não cometerem esse clássico erro.
Gestão de Marketing
35
Figura 13 - Investimentos x Qualidade
Fonte: KOTLER, 1995 (adaptado).
No último caso, a estratégia de economia, o consumidor tem a consciência que estará
recebendo menos por menos. Normalmente, essa postura estratégica acontece em
atratividades commodities ou similares de baixa qualidade.
A guerra de investimentos muitas vezes parece inevitável; mas, autores como Michael Porter
(1997), discordam, colocando como posturas estratégicas genéricas três possibilidades. A
primeira seria a liderança através dos custos totais, em que a empresa procuraria ser a mais
enxuta possível sem ser vista como uma empresa debilitada em qualidade. Como exemplo, o
autor apresenta a Sowthwest Airlines, empresa de aviação norte-americana, que é
especialista em vôos de curta distância. Só que com um detalhe: não oferece refeições e
reservas antecipadas. Com essa postura estratégica, a empresa é a líder mundial na
categoria.
Uma outra maneira de posicionar-se estrategicamente, segundo Porter (1997) é através da
diferenciação, ou seja, sua empresa deve procurar um diferencial competitivo, algo que a
destaque perante as demais do setor. Pode ser o sistema de distribuição, a maneira de
vender, a localização de suas filiais, dentre outras inúmeras opções. O importante é oferecer
algo mais ao consumidor. A última categoria mencionada por Porter (1997) é o enfoque em
um segmento específico e a total dedicação a esse segmento.
Segundo Von Neumann e Morgenstein (citado em Ansoff, 1977), a estratégia pode ser
comparada a um jogo, por isso criaram a Teoria dos Jogos. Não querendo afirmar que exista
a previsibilidade sempre, as ações podem ser registradas, analisadas e servirão de base para
a ação da concorrência.
Na figura 14, pode-se analisar um fluxograma que registra as ações após a variação de
investimentos em um segmento qualquer de alvo. Observe que a seqüência leva-nos a quatro
posturas estratégicas de investimentos, a partir da redução de investimentos por parte da
concorrência. A intenção em cada uma delas pode ser assim interpretada:
Reduzir investimentos: seguir o líder, pois normalmente o líder provoca o movimento.
Pode também ser uma atitude de resposta imediata. Nesse caso, é necessário avaliar se
há essa possibilidade sem a perda da lucratividade;
Estratégia do Investimento Exorbitante
Estratégia de Investimento
Premium
Estratégia de Economia
Estratégia Baseada no
Valor
Qualidade
Investimento
Alta
Alto Baixo
Baixa
Gestão de Marketing
36
Aumentar a qualidade percebida: quando o concorrente baixa seus investimentos, está
querendo causar a impressão de estar oferecendo ao consumidor mais por menos;
portanto, a empresa tem a opção de ressaltar a qualidade de suas atratividades ou
serviços para que o consumidor a perceba como um diferencial, além do investimento.
Nesse caso, o investimento permanece inalterado;
Melhorar a qualidade e aumentar os investimentos: a empresa que opta por esta ação
quer passar a imagem de estar oferecendo muito mais por mais. A real intenção é a de
elevar a sua atração para uma categoria premium, retirando-o da briga na vala de
investimentos;
Lançar uma marca de briga com investimentos mais baixos: nesta situação a empresa
não altera a sua atração principal, mas lança outra atração similar ao da concorrência
com investimentos mais baixos. Algumas vezes, esta nova atração pode ser o original,
apenas com outra marca.
Figura 14 - Avaliando e Reagindo as Variações de Investimento dos Concorrentes.
Fonte: KOTLER, 1993 (adaptado).
2.5.4 Estratégia de distribuição
Distribuição é mais uma ferramenta estratégica do mix de marketing. Antes de tudo,
distribuição é um sistema. O Sistema de Distribuição Física é o responsável pela interligação
dos componentes logísticos de maneira estratégica agregando valor às atrações ofertadas.
Boone e Kurtz (1998) classificam como principais elementos desse sistema de marketing:
1. Serviços: Que nível de prestação de serviços ao público-alvo deve ser prestado?
2. Transporte: Como as atratividades serão embarcadas e transportadas?
A atração concorrente reduziu o preço
A redução de preço afetará negativamente
nossa oferta?
Pode ou deve ser tomada uma
providencia efetiva?
Sim
Sim
Não
Não
Não
Sim
Manter o preço atual: continuar a monitorar
o preço do concorrente.
Lançar uma oferta alternativa com menor
preço
Melhorar a qualidade e aumentar o preço
Reduzir os preços
Aumentar a qualidade percebida
Gestão de Marketing
37
3. Controle de Estoques: Que volume de estoques deve ser mantido em cada local?
4. Embalagem de proteção e manuseio de materiais: Como desenvolver métodos eficientes
para manusear os bens em fábricas, nos almoxarifados e terminais de carga?
5. Processamento de pedidos: Como os pedidos devem ser processados?
6. Armazenagem: Onde os bens ficarão localizados? Como os diversos armazéns devem
ser utilizados?
Os componentes anteriores listados funcionam de maneira integrada e estão inter-
relacionados. Os principiais elementos da distribuição estratégica são o transporte, a
armazenagem e os canais de distribuição. A figura 15 demonstra vários tipos de canais que
podem ser adotados de maneira estratégica.
Figura 15 - Canais de Marketing de Atratividades de Consumo.
Fonte: KOTLER, 1993.
Os canais têm, como já foi dito, importância estratégica e seus componentes variáveis de
acordo com o tamanho do canal. A seguir algumas definições importantes, segundo Boone e
Kurtz (1998):
Corretores e agentes. Não envolvem a propriedade dos bens e limitam a quantidade de
serviços oferecidos. São utilizados quando existe a necessidade de intermediar o contato
entre a parte compradora e a vendedora. Comumente, são comissionados pela parte
vendedora, conhecem bem as condições de alvo e possuem habilidade para negociar. O alvo
imobiliário utiliza fortemente esse tipo de profissional. Os agentes representam empresas
fabricantes ou organizações vendedoras. São profissionais independentes, recebem
comissões, têm estoque limitado de atratividades e muito pouco influência na política de
investimentos e promoções das organizações que agenciam.
Atrações. São as ofertas que as organizações dirigem a sua clientela.
Atrações
Atrações
Atrações
Atrações
Agentes de viagem
Turistas
Turistas
Turistas
Turistas
Agentes de viagem
Agentes de viagem
Empresas de pacote turístico
Empresas de pacote turístico
Agentes intermediários
Gestão de Marketing
38
Os canais devem ser dirigidos para os segmentos de consumo específicos. Estes (os canais),
previamente selecionados, exigem um atendimento adequado por parte da empresa. Portanto,
cada decisão envolvendo canais deve ser tomada em virtude das características de consumo.
O comportamento do alvo e as ferramentas do mix de marketing podem afetar o comprimento
do canal de distribuição.
Sandhussen (1998) estrutura a tomada de decisão para o estabelecimento de um sistema de
distribuição a partir de quatro fases principais. A primeira questiona quantos seriam os
níveis necessários ao canal; normalmente de zero a três níveis, pela dificuldade de
administrar mais de três indivíduos. A segunda fase (dentre os membros do canal) identifica
a natureza de suas funções (pesquisa, promoção, contato, igualdade, distribuição física,
financiamento). Na fase subseqüente, monta-se a estrutura do canal de distribuição (vertical,
horizontal, sistemas de níveis múltiplos). A última fase – a distribuição física – deveria ser
gerenciada para transferir mais atratividades eficaz e lucrativamente (pedidos,
processamento, transporte, gerenciamento do estoque, armazenagem).
2.5.4.1 Fatores que afetam o tamanho do canal
Não são poucos os fatores que afetam o desempenho e o comprimento do canal de
distribuição. Os canais potencialmente mais longos tendem a ser mais dispendiosos e,
algumas vezes, são os responsáveis pela inviabilidade de um determinado tipo de atrativo em
uma região específica. O Mac Donald’s parecia relutante em instalar-se em Manaus, apesar
da cidade ter alcançado uma população de aproximadamente 1.600.000 habitantes. O
motivo, apesar de não serem dados oficiais, parece ser a dificuldade do transporte de
suprimentos para a cidade de Manaus. O transporte, devido à natureza física da região,
somente poderia ser rodofluvial, o que acaba se tornando bastante demorado em se tratando
de gêneros alimentícios; ou o aéreo (muito dispendioso), tornando o Big Mac manauara
provavelmente o mais caro do mundo. Em 2002, solucionou esse problema com o
desenvolvimento de parcerias locais e instalou três lojas. A seguir estão relacionadas,
segundo o professor Cobra (1995), as principais características determinantes do
comprimento de um canal:
Características do alvo
1. Número de alvos potenciais
Pequena Quantidade: canal curto
Grande quantidade: canal mais longo
2. Concentração geográfica
Altamente concentrado: canal curto
Amplamente disperso: canal mais longo
Características da atração
1. Complexidade
Complexo, requerendo assistência técnica e treinamento: canal curto
Simples: canal mais longo
2. Padronização
Personalizado: canal curto
Padronizado: canal mais longo
3. Volume de pedido por transação
Grande: curto
Pequeno: mais longo
Gestão de Marketing
39
Características da empresa
1. Recursos financeiros
Fortes: curto
Fracos: mais longos
2. Força de atendimento
Forte: curto
Fraca: mais longo
3. Desejo de controle
Forte: curto
Pequeno: mais longo
Características dos intermediários
1. Qualidade
Baixa: curto
Alta: mais longo
2. Disponibilidade
Restrita: curto
Ampla: mais longo
3. Funções desempenhadas
Poucas: curto
Muitas: mais longo
2.5.5 Estratégias promocionais
É muito importante que, daqui para frente, empresas e marqueteiros passem a conviver de
uma forma tranqüila e rotineira com aquilo que chamamos de “as três dimensões do
Promotion” ou as três dimensões da comunicação do marketing moderno.
Marketing Indireto. As empresas recorrem a essa dimensão todas as vezes que querem promover e comunicar
seus produtos, marcas e imagem através de canais de comunicação já existentes, ou seja,
chegam a seus clientes e “prospects” pegando carona em veículos de terceiros (TV, rádio,
jornais, revistas, outdoor, cinemas e outros) indiretamente.
Merchandising. A segunda das dimensões do Promotion caracteriza-se pelo confronto direto e legitimo do
produto com seus consumidores. Nem os vendedores, interlocutores da empresa, estão
presentes, nem a publicidade se faz ver e ouvir.
Lá estão, frente a frente, nos corredores dos supermercados, de um lado, nas gôndolas, o
produto, e de outro, olhando, o consumidor. Nesse momento o merchandising, intrínseco e
agregado ao produto através de seu design, embalagem, nome, marca, cores e material
promocional em que se suporta, procura conquistar o consumidor mediante comunicação
muda, mas eloqüente.
Marketing Direto. A terceira dimensão do Promotion ocorre todas as vezes que a empresa comunica-se
diretamente com seus clientes. Quer através das múltiplas formas de correspondências,
através do telefone, pessoalmente ou por meios de prepostos/vendedores.
Hoje em dia, a comunicação personalizada e preferencialmente em canal privado e exclusivo,
passou a ser o mais importante e decisivo armamento de Promotion a disposição das
Gestão de Marketing
40
empresas e seus marqueteiros. Passou a ser, verdadeiramente, o coração de todo o sistema
de comunicação em marketing.
O composto promocional de uma organização pública ou privada é chamado de composto de
comunicação pela nobreza de sua função por alguns autores. Esses autores procuraram
retratar o real significado dessa importante ferramenta do mix de marketing. É formado,
segundo Kotler (1993) pelas ações de publicidade institucional, merchandising, relações
públicas, pacotes promocionais. Utiliza veículos de mídia para atingir o alvo através de
mensagens dirigidas ou massificadas. Vamos acompanhar conceitos e dicas a respeito de
cada ação.
Propaganda Institucional
É considerado por muitos autores como a parte mais cara do marketing. Freqüentemente,
como já foi dito, é confundida com o próprio marketing, mas segundo Hill (1999) é como
confundir a roda com o carro. A roda é uma parte importante do carro, mas não é o carro.
Propaganda institucional é, segundo a American Marketing Association (citado em Las
Casas, p. 247), qualquer forma paga de apresentação não pessoal de idéias, atratividades ou
serviços, levada a efeito por um patrocinador identificado.
Propaganda e Publicidade Institucional
No Brasil, ainda é um termo muito confundido com propaganda institucional, porém trata-se
da divulgação ou do ato de tornar público uma forma não paga ou de comunicação
subliminar, nas entrelinhas. Fortemente amparado pelos assessores de imprensa e relações
públicas.
Objetivo da Publicidade Institucional
A publicidade institucional, segundo Rogers (1996), deve estar em consonância com a
estratégia de marketing. Tem como objetivo transmitir informações sobre uma atração ou
serviço, visando obter reações de um determinado alvo. Para haver êxito na publicidade
institucional, é essencial a decodificação da mensagem pelo receptor (consumidor, tratando-
se de comerciais).
Finalidade da Publicidade Institucional
A publicidade institucional é muito importante e subsidia fortemente as atividades
alvológicas. As organizações públicas que utilizam a publicidade institucional mantêm a
cooperação entre seus intermediários, criam ou sustentam uma imagem de credibilidade,
lançam novas atratividades, revitalizam atratividades antigas, familiarizam seus alvos com
novas atratividades, sensibilizam alvos com relação a marcas (LAS CASAS, 1997).
A publicidade institucional está subdivida em modalidades de atração e institucional.
Publicidade Institucional Concentra-se nos atributos e benefícios de uma atração e as maneiras de comunicá-los a seu
público-alvo específico. Abrange a maioria dos anúncios veiculados pela mídia de massa.
Visa provocar a informação, a persuasão e a lembrança. Pode ser classificada, segundo Mc
Carthy e Perrault (1997), em três categorias: pioneira, competitiva e de lembrança.
o Publicidade Institucional Pioneira – procura estimular pela primeira vez uma
imagem desejada, em vez de buscar atenção a uma imagem já conhecida.
Comumente, é realizada na fase de introdução de uma nova oferta dirigida ao
alvo.
o Publicidade Institucional Competitiva – enfatiza a demanda direta da oferta para
uma atratividade específica. Serve para destacar uma imagem perante os
concorrentes. Podem ser diretas, visando às ações de aquisição imediatas, ou
indiretas visando às aquisições futuras. Existe também a forma de publicidade
institucional comparativa, em que a empresa procurará promover comparações
de sua atratividade com as concorrentes.
Gestão de Marketing
41
o Publicidade Institucional de Lembrança – reforça a promoção inicial,
procurando manter o nome do município, por exemplo, frente ao público.
Comumente, é útil em estágios maduros ou declinantes, em que a atratividade
sofre interferência de concorrentes.
2.5.5.1 Coordenação dos esforços de publicidade institucional
A publicidade institucional pode vir a ser realizada, de forma mais econômica, através de
esforços conjuntos. Pode ser efetivada por alguém pertencente ao canal de distribuição,
através de concessões de publicidade institucional oferecidas pela entidade pública a alguém
ao longo do canal.
A publicidade institucional pode ser cooperada. Nesse caso, juntam-se governos, fabricantes,
revendedores e distribuidores para ratearem os custos de publicidade institucional. Ainda é
uma das maneiras mais baratas de realizar anúncios.
SELEÇÃO DA MENSAGEM ADEQUADA
1 Conteúdo da mensagem: apelos racionais, apelos emocionais, apelos morais.
2 Estrutura da mensagem: é preciso concluir ou o público concluirá; argumentos
unilaterais (somente as vantagens ou admitir as desvantagens; os argumentos mais fortes
devem estar no início ou no final da mensagem).
3 Forma: título, texto, a ilustração, a cor, o som, o movimento.
SELEÇÃO DE CANAIS DE MÍDIA
1 Canais diretos: mala direta, correio eletrônico.
2 Canais indiretos:
3 Eletrônicos: televisão, radio, internet.
4 Impressos: jornais, revistas, revistas especializadas.
5 Merchandising: cartazes, banners, displays.
FONTE DA MENSAGEM
1 Credibilidade como fator primordial.
2 Médicos são os maiores propagandistas do setor farmacêutico.
3 Personalidades famosas, irradiantes de simpatia: Ana Paula Arósio (Embratel), Cafú,
Gustavo Kurtnen (Pepsi), Xuxa (Arisco), Maurício Mattar (Marisa), gordinhos do DDD
(Embratel), Lequetreque (Sadia), Papa Léguas (Correios), dentre muitos.
2.5.5.2 Promoção de Atendimento
A promoção de atendimento é constantemente confundida com o próprio conceito de
marketing. São ações promocionais que visam incrementar a compra pelo consumidor e a
eficácia do distribuidor (BOONE; KURTZ, 1998). Essa modalidade requer muito
profissionalismo e competência, só nos EUA são gastos por ano, em média, 250 bilhões de
dólares em promoção de atendimento. Esses gastos correspondem à criação, à produção e à
exposição de displays, mostras e exibições comerciais, demonstrações e vários esforços
promocionais não-rotineiros.
A promoção de atendimento utiliza materiais de merchandising como ferramenta competitiva,
visando à indução e à motivação a compra. Essas técnicas, primeiramente, eram utilizadas
como esforços isolados e complementares para outros elementos do composto promocional
da empresa. Com o redirecionamento das estratégias do composto promocional, passaram a
ser componentes essenciais dos planos de marketing de inúmeras organizações.
Gestão de Marketing
42
Dentre as várias técnicas de promoção de atendimento, serão analisadas aquelas que são
consideradas mais eficazes e importantes:
1. Publicidade institucional no ponto-de-venda: refere-se a displays ou outra promoção
como balões, galhardetes, cartazes e cartazetes situados próximo ao local de compra.
Essa ferramenta é muito eficaz para complementar um tema desenvolvido pela
publicidade institucional de massa, ou realçar a exposição das alvorias no ponto-de-
venda, auxiliando investidores e até criando novas formas de compra;
2. Brindes promocionais: é a técnica em que se coloca o nome, o endereço, a mensagem de
publicidade institucional do anunciante ou fabricante em artigos de utilidade, que são
distribuídos a consumidores-alvo. Os brindes promocionais respondem pela fatia de 3
bilhões/ano de dólares nos EUA. Camisetas, canetas, agendas, calendários, chaveiros,
marcadores de livros estão entre os mais populares;
3. Mostras comerciais: acontece quando organizações componentes de um setor de alvo
são convidadas a expor e demonstrar suas atratividades em feiras e convenções,
seminários, encontros nacionais e internacionais. A HSM (empresa de eventos do mais
alto gabarito) colocou, em junho de 1999, 1.200 executivos de todo o Brasil e alguns
países vizinhos no Anfiteatro do Parque Anhembi, em São Paulo, para participarem do
Seminário Internacional, ministrado por Philip Kotler, onde inúmeras organizações, que
se identificavam com as áreas de administração e negócios, expuseram e venderam seus
serviços e produtos;
4. Amostras, cupons e prêmios: é a mais conhecida técnica de promoção de atendimento.
Consiste na distribuição gratuita de uma atração num esforço para obter atendimentos
futuros. Sua distribuição pode ser de várias maneiras: porta a porta, correio, inclusão
em pacote com outras atratividades e em demonstrações. Extremamente adequada para
promover novas atratividades ou atratividades pouco comuns;
5. Concursos: organizações interessadas em lançar novas atratividades e serviços,
freqüentemente patrocinam concursos para atrair consumidores adicionais. Concursos,
loterias e jogos constantemente oferecem prêmios substanciais em dinheiro ou alvorias.
No Brasil, uma parcela da arrecadação desses concursos deve ir para uma entidade
esportiva ou social. Essa ferramenta costuma ser muito utilizada em períodos sazonais e
excepcionais, tais como: olimpíadas, copas do mundo de futebol, natal, páscoa, carnaval
e festividades juninas;
6. Selos de troca: técnica similar aos prêmios, em que os consumidores recebem selos de
troca em suas compras e podem trocá-los por brindes ou outras alvorias em postos de
troca;
7. Promoção comercial: é aquela dirigida para intermediários de marketing, em vez de
consumidores. Os profissionais de marketing usam a promoção comercial para estimular
os revendedores a estocar suas atratividades e promovê-las de forma eficaz junto ao
consumidor. Esses métodos de promoção geralmente não são baratos, exigindo o
acompanhamento de um profissional da área de marketing.
2.5.5.3 Patrocínio
Pode ser definido, segundo Boone e Kurtz (1998), como o fornecimento de recursos em
dinheiro, atratividades ou serviços para um evento ou atividade , em troca de uma associação
direta com este evento ou atividade. Tal troca pode ocorrer em forma de espaço de exposição
de sua marca ou atração, visando à audiência do evento e buscando uma associação de
imagem com a atividade, a fim de ser percebida por seu público.
Gestão de Marketing
43
2.5.5.4 Relações Públicas (RP)
Pode ser definida como as atividades cientificamente analisadas de comunicação e
relacionamento da empresa com seus diversos públicos, inclusive os consumidores,
funcionários, acionistas, fornecedores, órgãos governamentais e a sociedade na qual ela
(empresa) opera. RP é um canal de comunicação indireto eficiente para promover
atratividades e a imagem corporativa da organização com seus diversos públicos.
2.5.5.5 A Comunicação com o mercado
Em função dos objetivos de propaganda e visando atingir a mente do consumidor, podem ser
formuladas entre outras as seguintes estratégias de comunicação:
Estratégia de identificação de marca.
Ela deve ser adotada visando:
• Esclarecer as necessidades latentes do consumidor.
• Ampliar o conhecimento da marca.
• Ampliar o conhecimento do produto.
• Aperfeiçoar a imagem de marca.
• Melhorar a imagem da empresa.
• Ampliar a preferência da marca.
Estratégia de identificação com o consumidor.
Como extensão da estratégia de imagem, a estratégia de identificação com o consumidor
visa criar imagem com as quais o cliente possa ou queira identificar-se. Isto significa
uma orientação para o consumidor, ao contrário da estratégia que corresponde a uma
orientação para o produto.
Desta forma, a estratégia de identificação com o consumidor é baseada em pesquisa junto
ao cliente, procurando distinguir como o produto pode aumentar a imagem que eles
fazem do mesmo, ou ainda, a imagem que o cliente faz do produto ideal.
Através da estratégia de identificação com o consumidor, o estrategista de marketing
procura moldar seus produtos ou serviços de acordo com as expectativas psicológicas do
cliente em relação a eles.
Estratégia de benefícios do produto.
As estratégias de benefícios do produto são aquelas designadas a comunicar as
configurações do produto e os respectivos benefícios ao consumidor ou cliente.
O benefício é designado para explicar a relação do que o produto pode fazer a mais do
que o consumidor espera que este faça por ele. A identificação do benefício que o
consumidor buscar em um produto ou serviço é útil para a empresa diferenciar suas
marcas das outras no mercado.
Estratégias de posicionamento do produto.
O posicionamento do produto é uma estratégia que visa criar uma posição para o mesmo,
na mente dos consumidores, em relação aos produtos concorrentes.
A estratégia de posicionamento é mais do que uma estratégia de anúncio. Ela deve
coordenar embalagem, nome da marca, preço, seleção dos pontos de venda e outros
esforços promocionais para estabelecer a posição desejada na mente do consumidor.
O primeiro passo para qualquer programa de posicionamento é olhar dentro da mente do
consumidor. Quem é o consumidor do produto? O que ele espera do produto? Muitos
Gestão de Marketing
44
estudos de posicionamento nada mais são do que uma pesquisa do óbvio, mas o óbvio
nem sempre é fácil de determinar.
A Decisão do orçamento da propaganda deve levar em conta os seguintes fatores:
O estágio do CVP.
Participação de mercado almejada.
Concorrência agressiva.
Freqüência da propaganda.
Produtos substituíveis (commodity)
Para criar um apelo da compra há diversos métodos a serem utilizados, desde a identificação
do tipo de recompensa que a compra do produto possa oferecer ao consumidor, até mesmo o
uso de aspectos não verbais, como música, cenário, linguagem corporal, efeitos sonoros e
outros.
Na identificação do tipo de recompensa buscado na compra do produto há:
Recompensa racional - baseada nos atributos do produto, ou seja, nas suas
características técnicas.
Recompensa sensorial - baseada nos benefícios psicológicos que o produto possa
oferecer. A satisfação advém dos benefícios que o produto proporciona.
Recompensa social - baseada na projeção social que a posse do produto possa oferecer
ao consumidor.
Recompensa que proporcione satisfação do ego - projeta no comprador/usuário sua
auto-imagem refletida pela posse do produto.
Como regra já institucionalizada, a redação do anúncio deve levar em conta alguns pontos:
1. Unique Selling Proposition/USP (Proposta Única de Vendas) - De acordo com Rosser
Reeves, todo o sucesso da campanha dependerá da USP do produto ou serviço. A USP
divide-se em três partes:
A) Todo anúncio deve fazer uma proposição ao consumidor, não através de palavras,
dizendo apenas o que o produto “faz” não revelar-se belo, mas todo anúncio precisa dizer
a cada consumidor: “Compre este produto, e você terá este benefício específico”.
B) É necessário que a proposição seja tal que a concorrência não tenha ou não possa
oferecer. A proposição precisa ser única para aquela marca ou aquela afirmação.
C) A proposição deve ser suficientemente forte para atrair um público de milhões de
pessoas e puxar novos consumidores para o produto.
2. Dramatização - Leo Burnett em seu livro “Communications of na advertising man”, um
produto ao ser anunciado, deve ter uma apresentação dramatizada. A dramatização
favorece a comunicabilidade do produto.
3. Construção da imagem do produto e da corporação - A imagem de um produto ou de uma
corporação constrói-se com palavras, mas, sobretudo com símbolos e sinais. A marca é
um símbolo que funciona como elemento indetificador e representativo de uma empresa.
Essa identificação pode ser obtida mediante diversas formas significantes:
A) O nome da empresa, sigla, sinais ou nomes de fantasia.
B) O símbolo visual figurativo ou emblemático.
C) O logotipo - representação gráfica do nome em letras de traçado específico, fixo e
característico.
D) O conjunto desses símbolos numa só composição gráfica, permanente e característica,
constituída pelo nome, símbolo e logotipo (marca corporativa).
Na criação da imagem do produto e da corporação é preciso que um bom slogam seja
elaborado. Veja os exemplos:
Pensou forte pensou FORD.
Gestão de Marketing
45
Se é BAYER é bom.
VOKSWAGEN, você conhece, você confia.
Tomou DORIL a dor sumiu.
Se o produto é CICA, bons produtos indica.
BOMBRIL, mil e uma utilidades.
As áreas de decisão de mídia são:
Fatores de Marketing
1. Produto
Devemos responder as seguintes perguntas:
O que estamos tentando vender?
O produto apresenta algum atributo ou benefício que nenhum outro tem?
Se o produto é altamente personalizado, certos tipos de mídia podem ser excluídas, pois
provocariam um efeito contraproducente na audiência, ou seja em função da natureza do
produto, há um tipo de mídia adequado à estratégia de posicionamento do produto no
mercado.
2. Mercado
O mercado para o produto já estabelece uma natural seleção de mídia. Ou seja, ao
escolher o mercado para um produto, está-se por tabela selecionando a mídia possível
nesse mercado.
Para muitos produtos, o delineamento da mídia é dado em duas dimensões:
A) O mercado para a classe do produto - é quem estabelece um tipo de delineamento
potencial para a mídia, pois há mídias adequadas à classe do produto (varejo anuncia
ofertas em jornais e alguns mercados, sobretudo de pequenas cidades, podem utilizar a
mídia eletrônica, que é mais barata que nas grandes cidades).
B) O mercado para a marca - ele próprio estabelece o tipo de mídia possível. Uma marca
de qualidade não pode ser anunciada em determinadas mídias de certos mercados.
3. Distribuição
A distribuição do produto é importante fator para a escolha da mídia, pois só será de
interesse se anunciar aonde o produto chega. Se um produto tem distribuição nacional, a
escolha da mídia deve respeitar o potencial de cada mercado a ser atingido.
4. Concorrência
Deve ser dada resposta para a seguinte pergunta:
O que o concorrente faz?
O seu objetivo deve ser neutralizar a ação da concorrência. Dessa maneira, a escolha da
mídia leva em conta a premissa de:
A) acompanhar exatamente o que a concorrência faz para impedir o seu crescimento.
B) escolher uma mídia alternativa, de forma mais criativa para neutralizar a ação da
concorrência.
C) escolher uma mídia possível em face dos recursos da empresa, apenas para não deixar
a concorrência sozinha no mercado.
5. Promoção de vendas
Desde que a mídia seja apenas um dos elementos do composto de marketing, a
administração da propaganda precisa considerar os outros elementos quando selecionar
a mídia e atribuir a importância relativa de cada fator, ou seja, é preciso que a escolha
da mídia seja consistente com os planos de promoção de vendas e de vendas
propriamente dito, pois, se as campanhas de promoção de vendas não forem devidamente
anunciadas, elas poderão não ter os efeitos estimados.
6. Arte e texto (redação)
Gestão de Marketing
46
Em função do tipo de tratamento dado na arte e na redação do anúncio, há um tipo de
mídia adequado.
Por exemplo, um anúncio em quatro cores só poderá ser veiculado em uma revista ou
mesmo em um jornal que possui um tratamento gráfico à altura.
Muitas vezes, um comercial de televisão é feito em filme para cinema em vez de
videoteipe, para que o tratamento da produção seja de melhor qualidade e durabilidade.
7. Orçamento
O fator limitador da escolha da mídia é sempre o orçamento disponível. Quando não há
forma de fazer o orçamento crescer, o jeito é adaptar a mídia aos recursos disponíveis
para a campanha.
E, função dos recursos disponíveis é preciso então se adaptar a mídia acessível aos
objetivos estratégicos da campanha.
Fatores de Mídia
8. Continuidade
Deve ser dada resposta as seguintes perguntas:
O que é necessário para uma contínua impressão, dia após dia, mês após mês, ano
após ano?
Qual é o período necessário para que a veiculação resulte em vendas?
Quanto de continuidade é necessário?
Há anúncios que cria enorme desejo de compra resultando em vendas - imediatamente
após o contato com o consumidor e permanecendo por longo tempo com sucesso. Esse é o
sonho de qualquer publicitário.
Para alguns produtos, particularmente os sazonais, a escolha da mídia deverá ser
sazonal também. Porém há outros cuja continuidade de veiculação vai depender das
disponibilidades de produção e das necessidades de vendas.
9. Cobertura
Deve ser dada resposta para as seguintes perguntas:
Qual é a porcentagem do mercado que deve ser coberta?
Quão rápido é preciso cobrir o mercado?
A cobertura é conhecida algumas vezes como o esforço de propaganda, para se atingir
determinado mercado.
O Dr. Deckinger lembra que há dois estágios para o desenvolvimento do negócio: o
estágio introdutório, quando se coloca o produto nono no mercado, e de continuidade,
quando se pretende manter as vendas do produto no mercado.
10. Freqüência
É o número de vezes dentro de um específico período de tempo a que uma pessoa média
ou domicílio é exposto à mensagem.
Um executivo da Coca-Cola dizia que “repetição é construir reputação”.
Alguns produtos necessitam mais repetição em um dado período de tempo do que outros.
Um produto em um mercado altamente competitivo, como creme dental, precisa de
enorme repetição para gerar vendas.
11. Intensidade e impacto
A cobertura dá o número bruto de domicílios atingidos pela mensagem; a freqüência é o
número de vezes num período de tempo que cada domicílio foi atingido ao menos uma vez
durante o período considerado.
Medindo os dois fatores juntos, chega-se a um número que pode ser chamado de “gross
rating points” (GRP).
Número total de exposições (E) - é calculado pelo tempo de cobertura (C) e a
freqüência média (F). Portanto: E = C x F. Esta medida é chamada de GRP.
Gestão de Marketing
47
Número ponderado de exposições (PE) - é o tempo de cobertura média pelo tempo
médio de freqüência de impacto. Portanto PE = C x F x I.
Atualmente as agencias mais modernas estão utilizando a medida de audiência “Target
Audicence Rating Point” (TARP). O TARP considera somente as pessoas do target que
interessam, que se acham sujeitas à exposição da mensagem.
GRP x TARP.
O número de TARPs razoáveis em uma propaganda equivale a mais ou menos 65% do
número de GRPs.
Como todo processo estratégico a comunicação ou propaganda deve ter metas a serem
cumpridas, a Figura 16, a seguir, pode ser uma boa fonte de orientação para a elaboração
de metas.
Figura 16 – Metas para estratégia de comunicação.
O processo de comunicação deve atender ao modelo apresentado na Figura 17, chamado de
AIDA.
Figura 17 – Modelo AIDA de comunicação.
A empresa pode optar por dois tipos de comunicação: pelo modelo de expansão e/ou pelo
modelo de retração, conforme demonstrado nas Figuras 18 e 19, a seguir:
Audiência GRP = domicílios com TV expostos à mensagem
universo desses domicílios com TV
Audiência TARP = pessoas do target expostas à mensagem
universo do target com ou sem TV
METAS ESTRATÉGICAS Criar consciência
Formar imagens positivas
Identificar possíveis clientes
Formar relacionamento no canal
Reter clientes
DESCRIÇÃO
Informar o público sobre produtos, marcas,
lojas ou organizações.
Criar na mente das pessoas avaliações
positivas sobre produtos, marcas, lojas ou
organizações.
Descobrir nomes, endereços e possíveis
necessidades de compradores potenciais.
Aumentar a cooperação entre membros do
canal.
Criar valor para os clientes, satisfazer seus
desejos e necessidades e conquistar sua
lealdade,
Atenção Interesse Desejo Comunicação de
marketing Ação
Gestão de Marketing
48
Figura 18 – Modelo de expansão da comunicação.
Figura 19 – Modelo de retração da comunicação.
2.5.6 Estratégia de Produto
Um produto é mais do que a soma de suas características físicas. Descrever uma câmera
fotográfica em termos de seu corpo, lentes e acessórios não faz mais do que colocá-la em um
quadro de referencia conhecido. Entretanto, quando uma pessoa considera a compra de uma
câmera, pensa no que a máquina fará e que benefícios podem ser auferidos. Para alguns, a
câmera é uma ferramenta para fazer um registro duradouro de uma família que está
crescendo. Para outras, é um veículo de auto-expressão.
Podem-se ter estratégias para produtos já existentes no comercio (Ver Figura 20) assim
como para produtos já existentes para a indústria (Ver Figura 21).
Produtor
Revendedores
Usuário
final Comunicação
de marketing Comunicação
de marketing
Produtor
Solicitam
produtos
Revendedores
Solicitam
produtos Usuários
finais
Comunicação de marketing
Gestão de Marketing
49
Figura 20 – Estratégia para produtos já existentes: consumo
Os produtos de conveniência são aqueles que, se tirarmos a sua embalagem, praticamente
não se nota a diferença entre um e outro. Um sabão em pó sem a sua embalagem é apenas
um pó, não se consegue dizer de que marca é. Normalmente esse tipo de produto possui baixo
valor de venda assim como baixo lucro. Para ser lucrativo é preciso que tenha escala de
venda.
Os produtos de compra comparada são aqueles que possuem um valor agregado onde vale a
pena pesquisar a marcas e modelos para que se tenha uma economia na compra. Como
exemplo pode-se citar os televisores, aparelhos de som, geladeiras, maquinas de lavar, entre
outros. Normalmente o cliente busca informações sobre o produto para tomar a decisão de
compra.
Os produtos de especialidades são essencialmente marcas. Possui alto valor agregado, assim
como alta lucratividade. São produtos para poucas pessoas. Quem deseja comprar uma
Ferrari, quer compra uma Ferrari, não adianta se oferecer uma BMW ou uma Mercedes.
Como exemplos de produtos de especialidades pode-se citar obras de arte, jóias, automóveis
esportivos, entre outros.
Categoria Tipo de decisão Preço Promoção Distribuição
de compra
Conveniência Tomada de decisão
rotineira; baixo
envolvimento;
pouco tempo de
decisão; pouca
busca de informação
Compra
comparada
Seletiva Mídia de
massa;
alguma ênfase
em
vendas
pessoais
Moderado Tomada de decisão
limitada; envolvimento
moderado; mais tempo
de decisão; mais busca
de informação.
Ampla Mídia de
massa
Relativamente
baixo
Conveniência Tomada de decisão
extensiva; alto
envolvimento; tempo
de decisão longo;
busca de muitas
informações
Especializada Conveniência Conveniência
Gestão de Marketing
50
Figura 21 – Estratégia para produtos já existentes: indústria
Baseados no Ciclo de Vida do Produto (CVP) a sua estratégia pode variar, dependendo do
estágio em que esse produto esteja.
No estágio de introdução podem-se ter as seguintes estratégias:
Perfil elevado - preço alto e um alto nível de propaganda.
Penetração seletiva - preço alto e propaganda reduzida.
Penetração antecipada - preço baixo e intensa propaganda.
Perfil reduzido - preço baixo e baixo nível de propaganda.
No estágio de crescimento, as estratégias podem ser as seguintes:
Melhorar a qualidade e acrescentar novos aspectos e modelos ao produto.
Procurar intensamente novos segmentos de mercado para entrar.
Procurar sempre novos canais de distribuição e as melhores exposições para o produto.
Decidir sobre a época de reduzir o preço do produto a fim de sensibilizar mais os
consumidores.
No estágio de maturidade, as estratégias podem ser:
a) No tocante à modificação do mercado:
Procura-se novos mercados e segmentos que ainda não experimentaram o produto.
Procura-se meios de estimular o aumento do uso entre os consumidores atuais.
Procura-se o reposicionamento da marca para conseguir maiores vendas.
b) No tocante a modificação do produto:
Relançamento do produto através da melhoria da qualidade - aumento do
desempenho funcional produto, sua durabilidade, confiança, rapidez e sabor.
Relançamento do produto através da melhoria do aspecto - crescimento de novas
características que aumentem a versatilidade, segurança ou conveniência do produto;
Relançamento do produto através da melhoria de estilo - aumento da atração estética
do produto em contraste com sua atração funcional.
No estágio de declínio, as estratégias são:
Categoria Tipo de decisão Preço Promoção
de compra
Instalações Complexa; esporádica; demorada;
envolve muitos membros do
centro de compras
Equipamento
acessório
Propaganda Pode ser importante Menos complexa e demorada;
envolve menos membros do
centro
de compras
Vendas pessoais Não é tão importante
Pode ser importante Menos complexa; freqüente;
envolve vários membros
do centro de compras
Componentes Vendas pessoais
Muito importante Freqüente; a complexidade varia Matéria-prima Vendas pessoais
Importante Simples; freqüente; pode haver
um
único comprador
Suprimentos Propaganda
Varia Varia Serviços
empresariais
Varia
Gestão de Marketing
51
Estratégia de continuação - mantém-se a estratégia anterior, atuando nos mesmos
segmentos de mercado, canais, preço, propaganda e assim por diante. O produto
continua a declinar até que, por fim, é retirado de linha.
Estratégia de concentração - concentrar seus recursos apenas nos mercados e canais
mais fortes, reduzindo seus esforços em outras partes.
Estratégia de exploração - reduz drasticamente suas despesas de marketing, a fim de
aumentar seus lucros atuais, sabendo que isso irá acelerar a taxa de declínio das vendas
até o desaparecimento do produto.
Estratégia de abandono do produto - decisão de vender, transferir ou abandonar
completamente o produto.
No que se refere aos novos produtos, a estratégia começa na idéia, onde são colocadas na
mesa todas as possibilidades de formatação e configuração do produto. Após essa avalanche
de idéias é feita uma triagem onde são deixadas apenas aqueles que podem trazer um cunho
econômico ao produto, assim como gerar atratividade ao mercado. Após isso é realizada
uma análise comercial através de teste de mercado, como degustação, dest-drive,
experimentação e etc. Somente após atestar a possibilidade de sucesso do novo produto é que
se inicia o seu desenvolvimento e produção sendo, em seguida, realizada a sua
comercialização e teste de marketing, conforme pode ser notado na Figura 22, a seguir.
Figura 22 – Modelo de estratégia de novos produtos.
Em novos produtos é importante observar:
O tipo de Comercialização.
O Nível de Qualidade.
As Características.
O Design.
A Segurança.
A Embalagem.
O Rótulo.
As Implicações Globais.
Novos produtos bem sucedidos geralmente vêm de empresas que enfatizam o planejamento, a
organização e a cooperação entre vários departamentos.
Geração
de idéias
Triagem
de idéias
Análise
comercial Desenvolvimento
do produto
Teste de
marketing
Comercialização
Gestão de Marketing
52
2.6 Marketing e ética
Ética – “São princípios morais ou valores no que se refere ao que deve ser feito” (COBRA,
2001, p. 257).
Não existe um código de ética em marketing que seja válido para todo e qualquer negócio; no
entanto um grande número de empresas, associações de profissionais de marketing entre
outras entidades, tem estabelecido e escrito códigos de conduta para seus profissionais
(COBRA, 2001).
O principal código de ética do consumidor é o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e
outras leis que dão acolhidas a direitos das partes envolvidas em uma transação comercial.
O CDC abrange:
1. Definição da Venda – estabelece a amplitude da transação com a definição de direitos e
deveres.
2. Garantia de Funcionamento – estabelece os direitos quanto a validade dos prazos de
garantia de funcionamento bem como os deveres respectivos, da empresa vendedora.
3. Financiamento de Venda – nesse caso o profissional deve estar familiarizado com os
aspectos legais da concessão de crédito.
4. Propaganda – o CDC estabelece os critérios e os requisitos que devem constar em uma
propaganda.
5. Cumprimento de Prazos – Também é prescrita pelo CDC a necessidade de cumprimento
de prazos acordados com o consumidor.
É comum se ver no mercado situações não-éticas, como:
1. Subornar para obter vantagens governamentais ou privadas;
2. Pagar propina para obter vantagens que não estão de acordo com a legalidade;
3. Espionagem industrial;
4. Copiar produtos ou serviços sem autorização do detentor da propriedade intelectual
(patente);
5. Dar presentes ou comissões para compradores;
6. Proporcionar entretenimento não ético para os compradores;
7. Fazer comparação de seus produtos com outros concorrentes durante uma apresentação
de vendas ou propaganda; etc.
Andreasen (2002) explica que normalmente dilemas éticos são apresentados aos profissionais
de marketing, por isso ele deve se preocupar em:
Ser verdadeiro – o profissional deve ter uma comunicação verdadeira, precisa e completa
devendo ser evitado exageros.
Proteger a privacidade – o profissional deve se preocupar em não invadir a privacidade
de pessoas ou grupos de pessoas.
Não criar comportamento inadequado – o profissional não deve direta ou indiretamente
criar comportamento anti-social ou negativo.
Não ser ofensivo – o profissional não deve ser ofensivo a sociedade.
Ser justo e equilibrado – o profissional deve ser igualmente justo com todos que o cercam.
Evitar estereótipos – o profissional deve se preocupar em não apresentar imagens
distorcidas que possam prejudicar pessoas ou grupos de pessoas.
Proteger as crianças – o profissional deve se preocupar em não expor crianças de
maneira imprópria.
A Figura 23 demonstra o referencial ético para quem produz ou patrocina um produto ou
serviço.
Gestão de Marketing
53
Figura 23 – Um referencial ético para a prática do marketing.
Fonte: Andrasen, 2002, p. 19.
2.7 Análise de mercado
O termo MERCADO é usado de muitas maneiras, mesmo dentro da comunidade empresarial.
Existem mercados de ações e mercado de varejo, bem como outros lugares onde os produtos
são vendidos ou trocados. Em geral, a palavra significa um lugar onde os vendedores e
compradores se encontram com o propósito de satisfazer suas respectivas necessidades de
troca. O lugar não precisa ser necessariamente uma localização física, como uma loja. Se
você pensar em mercado como a formação de demanda coletiva por um produto ou serviço
que está sendo satisfeita ou poderia ser satisfeita pelos produtores, estará a palavra de
significado semelhante ou usado pelo pessoal da empresa.
De maneira prática, podemos dizer que o MERCADO é um ambiente constituído de pessoas
ou empresas que tem poder aquisitivo, disposição e autoridade para comprar.
Primeiramente, uma definição clássica: mercados são as arenas onde se travam as batalhas
por troca de produtos, serviços e valores. Estas “batalhas” acontecem, em sua essência, na
mente dos consumidores, ou quaisquer outros tipos de interessados em satisfazer suas
necessidades e desejos de consumo. Em nosso, caso os interessados, beneficiários ou
consumidores são de serviços públicos, atrações ou viabilidade para instalação ou
exploração de novos negócios. No geral, a organização de negócios configura-se conforme
Figura 24, a seguir:
Autor
Motivo Ato
Público
Oferta
Conseqüências intencionais
Público não-alvo
Conseqüências Não-
intercionais
Contexto
Público não-alvo
Gestão de Marketing
54
B 2 C
B 2 B
B 2 G
Canais de
Marketing
Organização
Industrial
Organização
Comercial
Organização
Serviços
Figura 24 - Tipos de Mercados-alvo.
Fonte: KOTLER, 1994 (adaptado).
Druker (1992) observa que, em muitos casos, existe uma miopia mercadológica casada pela
total falta de analise do mercado, a essa miopia Druker chamou de “sacramentos do
marketing”, como segue:
Nem os resultados nem os recursos existem dentro da empresa. Ambos estão localizados
fora.
Os recursos são obtidos pelo aproveitamento das oportunidades e não pela solução de
problemas.
Para produzirem resultados, os recursos precisam ser destinados as oportunidades e não
aos problemas.
Resultados econômicos são conquistados somente pela liderança e não apenas pela
competência.
Qualquer posição de liderança é transitória e provavelmente de curta duração.
O que existe está se tornando velho.
O que existe tem probabilidade de ser distribuído de forma errada.
A concentração representa a chave para resultados econômicos reais.
Druker (1992) continua dizendo que as realidades mais prováveis de serem encontradas no
mercado são:
O que as pessoas nas empresas imaginam conhecer sobre o cliente e o mercado
provavelmente está mais errado do que certo.
O que um cliente compra raramente é o que uma empresa pensa estar lhe vendendo.
Por decorrência, os produtos e serviços que a empresa define como concorrentes não o
são necessariamente.
Aquilo que a empresa imagina ser o aspecto mais importante de um produto, via de
regra, não tem o menor significado para o cliente.
A racionalidade dos clientes sempre é diferente da das empresas fabricantes, ainda que
na aparência possam se assemelhar.
Nenhum produto ou empresa isoladamente tem a menor importância para o mercado.
O cliente não pé quem compra, é quem toma a decisão de compra.
Dificilmente uma única definição de mercado irá atender a vários propósitos. Podem-se
dividir alguns quadrantes de modo a encontrar subdivisões mais especializadas, ou pensar
em consumidores não servidos e produtos que não sejam similares. Em geral, as definições
estratégicas de marcado tendem a ser mais genéricas, visando a acomodar mudanças
Gestão de Marketing
55
tecnológicas, oportunidades não contempladas pelos produtos atuais e novos concorrentes de
mercado próximos. Veja a classificação a seguir:
Mercado de Curto Prazo - Decorrente de preocupações imediatas com cumprimento de
orçamentos e lucratividade
o Consumidores atendidos pelos produtos existentes, decorrentes do conhecimento
de uma demanda que deve ser satisfeita.
o Os produtos alternativos são similares, tem funções semelhantes, passam pelos
mesmos sistemas de distribuição etc.
Mercado Estratégico - Decorrente de preocupações com rompimento das fronteiras a
partir de novas tecnologias, do reconhecimento de necessidades não atendidas, da
entrada de novos competidores em áreas adjacentes, da evolução de conceito de
benefícios esperados etc.
o Consumidores que podem não estar atendidos adequadamente, ou que ainda não
encontraram solução para seus problemas.
o Produtos alternativos não são substituídos somente pela semelhança de atributos,
mas também pelo uso que lhe é dado, em particular, na variação ou na extensão
dos benefícios.
Estratégia de Consumidor - Pelo lado do consumidor a demanda consiste em uma
plêiade de necessidade e desejos variáveis e que podem ser satisfeitos por diferentes tipos
de produtos. Assim:
Chá substitui Café? Ou Café substitui chá?
Margarina substitui manteiga? Ou manteiga substitui margarina?
Processador de texto substitui máquina de escrever?
o O processo de raciocinar sobre substitutos pode terminar na análise do orçamento
do consumidor. Todavia, a perspectiva estratégica reside sempre nas funções do
produto ou nos benefícios que ele gera e não nas características ou elementos do
produto.
Estratégia de Concorrência ou Setor - Por este ponto de vista, o mercado se caracteriza
por similaridades em tecnologia similares de produção, canais de distribuição, áreas
geográficas, volume de capital etc. Assim, fala-se em:
Mercado de microcomputadores
Mercado de aviões executivos
Mercado de minério de ferro
o O mercado, tendo por base os concorrentes do setor, inclui considerações como
vantagens de custo de se estar em posição dominante em canal de distribuição
(como presença em supermercados), e de utilizá-la para gerar novos produtos
para usufruir destas vantagens de custo.
2.7.1 Níveis de relevância do Mercado
De acordo com a Figura 25, o mercado pode ter quatro níveis de relevância:
1. Forma do Produto.
2. Categoria do Produto.
3. Concorrência genérica.
4. Concorrência orçamentária.
Gestão de Marketing
56
Figura 25 – Nível de Relevância do Mercado.
Figura 26 – Fatores ambientais a serem monitorados.
Para uma boa análise de mercado é preciso que a organização:
Entenda o seu produto:
o Identifique os atributos relevantes;
o Analise as relações entre atributos;
o Analise o ambiente.
Conheça o seu mercado:
o Benefícios desejados pelos consumidores;
o Atributos do seu produto;
o Atributos de produtos concorrentes;
4
Sorvetes, sanduíches, cinema, teatro, vídeo, clube, futebol, revistas...
3
Água mineral, cerveja, sucos de frutas, café, chá, vinho...
2
Fanta, guaraná, pepsi, coca-cola, soda...
1
Diet Coke
Diet Pepsi
Características
Organizacionais
•Participação de mercado
•Qualidade dos produtos
•Fluxo de caixa/investimento de
capital bruto
Estrutura Industrial
•Taxa de mudanças tecnológicas
em produtos ou processos
•Grau de diferenciação do
produto
•Estrutura de preço/custo da
industria
•Economia de escala
Comportamento do mercado e do consumidor
•Segmentação do mercado
•Tamanho do mercado
•Desenvolvimento de novo mercado
•Lealdade do comprador
Social, Econômica e Política.
•Tendências do PNB
•Taxa de juros
•Disponibilidade de energia
•Governo - estabelecidos e legalmente impostos
Fornecedor
•Principais mudanças na disponibilidade de
matérias primas
Gestão de Marketing
57
o Competidores reais e potenciais.
Defina o mercado de maneira prática e operacionalmente significativa.
o O mercado é parte de uma arena em que consumidores com necessidades e
problemas semelhantes se deparam com produtos ou serviços que competem para
dar-lhe satisfação e solução. Nesta arena devem-se realçar dimensões que
classifiquem as distinções envolvidas.
o Grupo de consumidores relevantes;
o Benefícios esperados ou alternativos que concorrem para a satisfação das
necessidades identificadas.
Não se podem deixar de lado os fatores ambientais na análise de mercado, por isso,
descreve-se na Figura 26, os itens que devem constantemente ser monitorados:
2.8 Comportamento do consumidor
Se marketing baseia-se na satisfação de desejos e expectativas dos consumidores, seria
ilógico não procurar entendê-los. A esse aspecto pode-se chamar de lado psicológico do
marketing. Para tornar-se mais claro, e você utilizar esses conceitos junto a seus objetivos
pessoais, mostraremos as principais variáveis que influenciam o comportamento de compra
de seus alvos.
Comportamento do comprador, segundo Boone e Kurtz (1998), é o processo pelo qual
consumidores e investidores tomam decisões. As aquisições podem ter objetivos diversos,
serem influenciadas por um bom número de fatores, e os papéis desempenhados fatalmente
serão diferentes.
Na Figura 27, pode-se observar a riqueza de fatores que podem influenciar o processo de
compra do consumidor. Kotler (1996) inicia a análise desse processo com os fatores
culturais, formado pelos subfatores cultura regional ou organizacional (dependendo do tipo
de comprador), aliados à subcultura e às classes sociais. Esses seriam valores que o
consumidor traria consigo e que moldariam seu comportamento de compra. Por exemplo, os
descendentes de portugueses no Brasil, podem vir a ter uma maior propensão ao consumo de
alimentos que recordem sua cultura tradicional, como os bacalhaus. A comunidade árabe
desenvolve uma maior propensão à aquisição de imóveis oferecidos a bom investimento.
Variáveis pessoais são aquelas ligadas, dentre muitas, ao estilo de vida, à condição
socioeconômica, à idade e ao estágio no ciclo de vida. Uma mulher, que é uma potencial
consumidora, pode estar inserida entre as que levam uma vida independente, tem filhos
menores, sem problemas financeiros, não tem marido e adora viajar. Com essas
características, pode-se deduzir que tal mulher poderá ser uma potencial consumidora de
jantares e almoços em restaurantes caros, apartamentos bem montados, viagens diversas,
agências de babás, cursos como MBA, por exemplo. Tornasse óbvia a importância de
analisar o consumidor pormenorizadamente para melhor compreendê-lo.
Dentre os fatores de análise, estão os psicológicos, compreendidos pelos motivacionais, os
referentes à percepção e ao aprendizado. Apelos motivacionais são freqüentemente
bombardeados em publicidade institucionais, com a intenção de causar impacto ou
sensibilizar o consumidor. Nesse caso, os fatores podem estar em quaisquer ferramentas de
marketing, uma entregues imediata pode vir a ser percebida pelo consumidor como um
importante diferencial competitivo. A apresentação de uma atração pode diferenciá-la na
mente do consumidor e induzi-lo a indicar a outros potenciais consumidores.
Gestão de Marketing
58
Figura 27 - Fatores Influenciadores do Comportamento do Consumidor.
Fonte: KOTLER, 1995.
Esses fatores levam-nos a dissecar o consumidor em suas partes menores, identificando,
assim, os fatores que o levam a consumir, o que os permite criar atratividades ou serviços
totalmente dirigidos. As empresas que não começarem a perguntar-se se estão bem em
atendimento e imagem perante o alvo, e/ou porque estão fazendo sucesso, podem não
conseguir identificar a tempo suas principais vantagens competitivas (estas serão
demonstradas pelo cidadão, e não pelo que os governos acham que possuem). Ao invés
disso, muitas aguardam o sucesso esvair-se entre os dedos para então perguntar: o que
houve com o meu sucesso?
O comportamento do consumidor está longe de ser estático. Pelo contrário, apresenta-se
extremamente mutável e dinâmico. Francisco Madia de Souza (1998) define o consumidor
nos tempos atuais como Camagurus , uma espécie de mistura entre o camaleão e canguru,
que equivale a um novo modelo, o consumidor diplomado. Este evoluiu em um aprendizado
contínuo de 40 anos de aquisições malfeitas ou imposto, além de desperdício de dinheiro.
Os Camagurus são consumidores paradoxais, de natureza genérica e específica. Genéricos
na superfície do comportamento de compra, quando utilizam o mesmo processo para
sensibilizar uma escolha entre as opções concorrentes, e específicos no âmago desses
mesmos comportamentos, quando atingidos em sua natureza de consumidores, desejosos pela
melhor relação entre o custo e o benefício, a melhor atração ou oportunidade pelo mesmo
montante de investimento. Saltam como os cangurus e trocam de fantasia, semelhantes aos
camaleões, ou seja, mudam à medida que ingressam em um novo momento comportamental.
Esse modelo de consumidor, mais exigente e mais consciente, sabe o que quer e quer o
melhor agora. É uma cultura de consumo baseada na satisfação. Torna-se imperativo
qualquer empresa, seja pública ou privada, conhecer os diferentes papéis vividos pelos
consumidores.
2.8.1 Papéis desempenhados pelo consumidor
O esforço das ferramentas de marketing não pode estar dirigido de uma única forma para o
consumidor. Por mais que você tenha obtido um elevado grau de conhecimento quanto às
características do segmento de consumo que sua empresa atua, é necessário identificar
também, qual o papel exercido pelos atores organizacionais, ou seja, todos aqueles que
participam do contexto de consumo.
O que se está querendo demonstrar é que a mesma pessoa pode desempenhar diversos papéis
como consumidor. Outras pessoas, não envolvidas diretamente no processo, também podem
desempenhar papéis relevantes para a decisão de compra. De acordo com o constante na
Figura 27 existem cinco tipos de papéis, a serem desempenhados em uma intenção de
compra, são eles:
1. INICIADOR: aquele que lança a idéia de comprar uma Atração, benefício ou serviço de
natureza pública;
2. INFLUENCIADOR: aquele cujos pontos de vistas ou conselhos podem influenciar a
decisão;
CULTURAL
Cultura Regional ou organizacional Subcultura Classe Social
ALVO
PSICOLÓGICO
Motivação Percepção Aprendizado Crenças e atitudes
SOCIAL
Grupos de referencia Família Papéis e Status
PESSOAL
Idade e Estágio do Ciclo de Vida Situação Econômica Estilo de Vida
Gestão de Marketing
59
3. DECISOR: aquele que toma a decisão ou parte dela, se deve investir, porque, como ou
onde investir;
4. INVESTIDOR: aquele que efetivamente desembolsa;
5. USUÁRIO: aquele que consome ou utiliza o investimento.
Figura 27 - Papéis do Consumidor.
Fonte: KOTLER; ARMSTRONG, 1993, p. 20.
2.8.2 Processo de avaliação do potencial alvo
Os interessados, componentes de seu público-alvo, ao deparar-se com uma nova atração ou
oportunidade, iniciam um processo de adoção. Neste, os consumidores passam por uma série
de estágios classificados na Figura 28 (BOONE; KURTZ, 1998). Tais estágios descrevem o
seguinte processo:
1. Conscientização - é o momento em que as pessoas constatam pela primeira vez a
existência de uma nova atração, sobre a qual não tem maiores informações;
2. Interesse - os consumidores começam a buscar informações sobre o produto;
3. Avaliação – os consumidores fazem ponderações sobre sua eficácia;
4. Experimentação – os consumidores fazem compras experimentais para determinar e
mensurar sua utilidade;
5. Adoção/Rejeição – se o experimento for satisfatório, decidem usar o produto
regularmente, caso contrário os descarta, reiniciando o ciclo com um produto substituto
ou concorrente.
Figura 28 - Fluxograma dos Estágios do Processo de Adoção.
Fonte: BOONE; KURTZ, 1995 (adaptado).
2.8.3 Ciclo de vida familiar
O ciclo de vida familiar é um dos agrupamentos mais importantes para o processo de
segmentação. A J. Walter Thompson (citado em BOONE; KURTZ, 1998), gigante do
Mercado de Publicidade Institucional, realizou nos Estados Unidos uma ampla pesquisa para
entender este processo de segmentação familiar. Nos resultados obtidos foram identificadas
nove etapas de vida, agrupadas em três categorias gerais: novos solteiros, novos casais e
novos pais. Na área privada e pública, utilizam-se esses agrupamentos aos contribuintes,
potenciais consumidores de atrações turísticas e esportivas, dentre outras.
ETAPA DE VIDA MÉDIA
DE
PERCENTAGEM
DE ADULTOS PREFERÊNCIAS
Conscientização
Adoção/Rejeição
Experimentação
Interesse
Avaliação
INICIADOR
OPERADOR
USUÁRIO
INVESTIDOR
INFLUENCIADOR
DECISOR
Gestão de Marketing
60
IDADE
Solteiros que ainda
moram com os pais 22 14
Preferem roupas informais; grandes
investidores de artigos de uso
pessoal, entretenimento e
equipamento esportivo.
Solteiros recém-
saídos de casa 26 4
Grandes investidores de acessórios
domésticos e artigos afins.
Adultos solteiros 45 5
Rejeitam modas e tendências; são
viajantes constantes (potenciais
usuários do turismo tradicional).
Pessoas que ficaram
sozinhas 70 7
Investidores ativos; grandes
investidores pelo correio.
Casais jovens 29 7
A etapa mais feliz da vida; grandes
investidores de artigos
personalizados, domésticos,
ferramentas pesadas e móveis caros.
Ninhos vazios 62 19
Pessoas financeiramente estáveis; de
grande importância para o alvo de
lazer; investidores ativos, grande
investidores de eletrodomésticos,
filmadoras e fornos autolimpantes.
Pais jovens 41 7 Muitas compras são influenciadas
por suas crianças.
Pais maduros 45 5
Investidores de educação
universitária; outras compras em
função dos filhos.
Pais solteiros 41 7
Três em quatro são mulheres com
padrão contraditório de consumo;
alimentos para bebês, cigarros,
brinquedos, bebidas alcoólicas,
comidas rápidas e jeans com grife.
Figura 29 - Perfil das Etapas da Vida.
Fonte: BOONE; KURTZ , 1995 (adaptado).
Na categoria novos solteiros, foram identificados quatro tipos de consumidores:
1 Solteiros em casa - eram os jovens que ainda viviam com os pais;
2 Solteiros recém-saídos - eram os jovens que tinham acabado de deixar a casa dos pais;
3 Solteiros maduros – eram os mais velhos que nunca tinham casado;
4 Solteiros abandonados – eram mais velhos e tinham perdido as esposas ou se
divorciado.
Na categoria novos casais, foram identificados dois tipos de novos casais:
1 Casais jovens – eram os jovens recém-casados e sem filhos;
2 Ninhos vazios – eram os casais velhos, cujos filhos cresceram e deixaram o lar.
Na categoria novos pais, três tipos de novos pais foram identificados:
1 Pais jovens – eram casais cujo filho mais velho era um pré-adolescente;
2 Pais maduros – eram pais casados cujo dependente mais velho era adolescente ou
adulto;
3 Pais solteiros – eram os pais não casados que criavam crianças.
Gestão de Marketing
61
Os autores esquematizaram no Figura 29 características demográficas de cada etapa da
vida, assim como os padrões de consumo. O agrupamento retrata a importância das etapas
da vida para as necessidades de consumo dos componentes do segmento.
No Brasil, institutos de pesquisa como o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – mantém pesquisas periódicas, acessíveis para todos, inclusive podendo ser
coletadas pela Internet. Outros institutos como o IBOPE e o Instituto Nielsen realizam
pesquisas encomendadas por diversos tipos de empresas e Governos. O conteúdo dessas
pesquisas é riquíssimo e de suma importância para as empresas.
Faith Popcorn (apud KOTLER, 2001) identificou 16 tendências que irão prevalecer à fase de
mudanças. O interesse das empresas nesse tipo de estudo é muito grande. O conhecimento
dos hábitos dos consumidores, baseado em seus estilos de vida, pode trazer preciosas
informações estratégicas. Na relação a seguir, demonstram-se 10 tendências para o
consumidor do próximo milênio:
1. Retorno às origens: é o impulso de uma pessoa em mudar sua vida para um ritmo mais
lento, porém mais gratificante. Esses consumidores ficam avessos às pressões recebidas
durante os anos estressantes em grandes centros urbanos. Nesse caso, o consumidor opta
pela mudança para locais mais tranqüilos onde montam pequenos alvos para
sobreviverem. Esse clima nostálgico retoma velhos valores: ar puro, escolas seguras,
cidades pequenas onde todos se relacionam.
2. Encasulamento: é o impulso para ficar em casa quando se considera a vida lá fora
difícil e apavorante. Esses consumidores fazem de seus lares, verdadeiros ninhos.
Desenvolvem aversão a ambientes lotados como Shopping Centers, por exemplo. Esses
consumidores ficam horas diante da TV, compram por catálogo telefônico, redecoram
suas casas e filtram o mundo exterior através de secretárias eletrônicas. Constroem
fortalezas em seus lares e cultivam um pequeno grupo de amigos com os quais se
relacionam.
3. Retardamento do envelhecimento: é a tendência de agir e sentir-se mais jovem do que
realmente é. Esses consumidores são influenciados por ídolos do passado que ainda
possuem muita evidência. Estão gastando mais em roupas joviais, tintura para cabelo e
cirurgia plástica facial e corporal, além da utilização de academias de ginásticas e
personal trainners. Compram brinquedos para adultos, freqüentam acampamentos em
busca de aventuras em suas férias e possuem um comportamento considerado mais leve
que os de sua faixa etária.
4. Egotismo: é o desejo de desenvolver sua individualidade; que o faça ser visto e tratado
de maneira diferente por todos. É o desejo de individualizar-se por suas propriedades e
experiências. Esses consumidores são potenciais investidores de assinaturas de revistas
especializadas, aderem a grupos pequenos e restritivos, além de adquirem roupas e
cosméticos sob medida.
5. Fuga da rotina: são consumidores motivados pela necessidade constante de escapes
para uma eventual recarga de suas baterias. São potenciais consumidores de pacotes
turísticos para Disney, Caribe, alimentos exóticos e a decoração de seus lares em estilos
coloniais. Para os profissionais de marketing, esse estilo representa um grande desafio:
criar atratividades e serviços para acrescentar um toque de fantasia aos já existentes.
6. 99 vidas: representado pelo estado de desespero de pessoas que tem de lidar com muitos
papéis e responsabilidades. São as mães que também são executivas e trabalham o dia
inteiro, e tem de administrar a casa, os filhos. São consumidores que sentem uma
profunda falta de tempo e tentam administrar isto adquirindo aparelhos modernos como
fax e celulares, comendo em lanchonetes e levando a vida em um ritmo alucinante. Os
profissionais de marketing devem oferecer a esse tipo de consumidor uma oportunidade
Gestão de Marketing
62
de centralização de suas compras em conglomerados de comercialização, tais como os
shoppings centers, onde o consumidor pode adquirir uma série de atratividades e
serviços em um mesmo espaço.
7. S. O. S.: salve o social. Estes consumidores formam grupos para promover maior
responsabilidade social por parte de empresas e cidadãos. Os grupos defendem aspectos
sociais nos três segmentos críticos: meio ambiente, educação e ética. O papel dos
profissionais de marketing, a fim de atingir a esses consumidores, seria o de fazer com
que as empresas pratiquem um marketing mais responsável do ponto de vista social.
8. Pequenas indulgências: esse comportamento é inerente a consumidores estressados que
precisam, ocasionalmente, de um alívio emocional. Essas pessoas não têm condições de
estarem permanentemente ostentando bens ou serviços caros e indicadores de aumento
do status, mas podem ter pequenos espasmos aliviadores. Por exemplo, não podem
passar uma semana na Europa, mas podem adquirir um minicruzeiro pelo Caribe. Cabe
aos profissionais de marketing proporcionar esses momentos de alívio.
9. Manter-se vivo: são aqueles que optaram por uma vida mais longa ou saudável, após
constatarem que seu atual estilo de vida (sedentário, com uma alimentação desregulada,
fumo, poluição, consumo de drogas), é extremamente maléfico. Esses consumidores
assumem a responsabilidade por suas próprias vidas, e são potenciais consumidores de
exercícios físicos em academias, comidas naturais, pousadas e hotéis para relaxamento.
10. Consumidor vigilante: esse tipo de consumidor deseja empresas mais humana, não
tolera atratividades de segunda categoria e serviços feitos pela metade. Por exemplo,
quer que os fabricantes de automóveis recolham os abacaxis e devolvam a ele o dinheiro.
São bastante exigentes e costumam angariar opiniões a seu favor das pessoas que
conhecem. Os profissionais de marketing devem atentar para as empresas que
assessoram a fim de tentar sempre fornecer serviços e atratividades que vão agregar
valor a esse tipo de consumidor.
É notório que o papel dos profissionais de marketing na busca, conquista e manutenção dos
alvos, é fundamental. Popcorn (apud KOTLER, 2001) surpreendeu ao identificar não só as
características, mas também as tendências de comportamento que provavelmente nortearão
as empresas nessa nova concepção do marketing. A proximidade das empresas junto a seus
alvos é a maior chance que a empresa tem para dimensionarem suas estratégias e
alcançarem seus objetivos.
Para buscar o que Souza (1998) chama de marketing do estado de arte, ou seja, a fidelização
do alvo através do encantamento de um consumidor diplomado, que sabe o que quer e quer o
melhor agora, toda a empresa deve ser orientada para o marketing, adotar o marketing como
filosofia de vida, esclarecer aos seus funcionários os "mistérios" do marketing, e fazer com
que estes assumam a condição de alavancadores de marketing em suas empresas.
2.9 Segmentação e posicionamento de mercado
2.9.1 A Segmentação
A segmentação consiste no processo de se subdividir o mercado em partes homogêneas, na
qual cada parte é chamada de segmento de mercado – um grupo de consumidores, reais ou
potenciais, do qual se espera uma reação semelhante a um dado esforço de marketing (Ver
Figura 30).
A segmentação deve ser norteada por uma orientação exógena, no sentido de garantir que as
bases e pontos de vistas do processo estejam voltadas para fora da organização. Assim,
Gestão de Marketing
63
sendo, a análise deve se processar com fatores de necessidades e características dos
compradores e não com atributos do produto.
Figura 30 – Segmentação de mercado
Para se entender este processo, faz-se necessário abordar sua função prática.
Primeiramente, é preciso deixar claro que consumidores, alvos de Organizações Públicas,
que adquirem serviços, oportunidades, necessidades ou desejos, não são mais vistos por
muitas Organizações, como MASSA consumidora, ou simplesmente um conglomerado
indistinto de interessados. Kotler, em artigo publicado na revista HSM Management, afirma
que o mercado de massa, ou seja, aquele em que as Organizações Privadas ou Públicas
buscavam vender uma atratividade para o maior número de interessados, está
irremediavelmente sepultado. Em seu lugar, estaria surgindo um mercado em que empresas
procurariam conhecer profundamente seus alvos, através de um processo chamado por Régis
Mc Kenna (1998), de Marketing de relacionamento. Significa dizer que através do marketing
de relacionamento a empresa promoverá ao longo de toda a vida do potencial alvo ofertar o
maior número de Atrações e benefícios desejados por este, buscando fazê-lo operar em um
maior espaço de tempo. Pode-se entender segmentação como uma partícula de consumidores-alvo a ser estudada,
que apresenta características de desejos e necessidades de consumo semelhante; portanto
com possibilidade de serem agrupadas. O objetivo prático da segmentação é a possibilidade
de conseguir realizar ações de marketing dirigidas a um público específico, ao contrário do
marketing de massa, anteriormente descrito.
A segmentação, portanto, leva ao agrupamento homogêneo de uma parcela do alvo global de
uma empresa, com a intenção de formular estratégias de marketing. Para uma empresa
Veículos
Material de Construção
Brinquedos
Alimentos
Financeiro
Vestuário
Eletroeletrônicos
MMEERRCCAADDOOSS
Serviços
Gestão de Marketing
64
compor e interpretar um segmento-alvo, o mesmo precisa estar especificamente identificado e
medido. Segundo Cobra (1995b), torna-se necessário responder a três questionamentos
principais:
1 Quem está dentro do segmento?
2 Quem está fora do segmento?
3 O que interessa ao segmento?
VARIÁVEL TIPOS DE DIMENSÃO DIVISÃO
1. Geográfica Limites Políticos
Área comercial
Regiões, estados, microrregiões,
municípios, bairros, quarteirões.
Polarização comercial (pólos de
atuação)
2. Demográfica Idade
Sexo
Estado Civil
Raça, nacionalidade,
religião
Tamanho da família
Faixa etária do público-alvo
Masculino, feminino
Solteiros, casados,
Grupos étnicos, seitas,
Número de pessoas por família ou
domicílio,...
3. Socioeconômicas Renda
Ocupação
Educação
Classes socioeconômicas
Setores de atividades da população
Grau de escolaridade
4. Psicológicas Personalidades
Atitudes
Tipo de personalidade
Atitudes favoráveis: alto uso da
atração;
Atitudes desfavoráveis: Baixo uso da
atração
Figura 31 - Exemplos de Variáveis de Segmentação.
Fonte: COBRA, 1997.
Um segmento para ser viável, precisa evidenciar um potencial adequado, ser
economicamente acessível, precisa reagir aos esforços de marketing e precisa ser estável.
Além dessas características, o segmento, para ser considerado como tal, precisa ser:
1 Substancial: um segmento não pode ser inexpressivo. Caso contrário, não justificaria
os esforços de marketing;
2 Homogeneidade interna: precisa que seus componentes de natureza pública, privada
ou humana, como potenciais consumidores ou interessados, sejam muito parecidos;
3 Heterogeneidade com relação a outros segmentos: se for um segmento distinto, suas
características não devem se aproximar com as de outros segmentos;
4 Mensurável: a empresa precisa ter condições de medi-lo;
5 Acessível: precisa haver possibilidade de acessá-lo, de comunicar-se com os
componentes;
6 Operacional: a empresa precisa dispor de mecanismos para interagir, realizar
abordagens, entregas ou ações de comunicação direta no segmento.
Gestão de Marketing
65
2.9.1.1 Tipos de Segmentação
A segmentação pode ser analisada e subdividida em:
1. Segmentação demográfica (são medidas demográficas - renda nacional e tamanho da
população - sexo, idade, renda, educação e profissão).
2. Segmentação psicográfica (valores, atitudes e estilo de vida).
3. Segmentação comportamental (avaliação de grupos de indivíduos analisando a freqüência
que compram determinados produtos).
4. Segmentação por benefícios (examina os benefícios que os clientes buscam ao adquirir um
produto ou ao utilizar um serviço).
2.9.2 O Posicionamento
O Posicionamento representa a posição relativa de um produto na mente dos consumidores
em relação a outros que competem para satisfazer as mesmas necessidades. O
Posicionamento desempenha um papel central dentro do marketing, uma vez que descreve ao
mercado como a empresa difere de seus concorrentes atuais e potenciais.
“O Posicionamento torna-se o projeto efetivo da imagem da empresa, de
maneira que os clientes-alvo entendam a apreciem a posição da empresa em
relação aos seus concorrentes” (Kotler , 2003).
Reis e Trout (2003) afirmam que o posicionamento é basicamente um exercício de
comunicação. Se o produto não for identificado como o melhor sob algum aspecto
significativo para um conjunto de clientes, estará mal posicionado e será mal lembrado.
O posicionamento deve ser verdadeiro. Jamais se conseguirá convencer aos clientes
brasileiros de que um automóvel Subaru é o máximo em motorização ou que possuem a
manutenção mais barata. O brasileiro quando pensa em motorização pensa em BMW e
quando pensa em manutenção barata pensa Volkswagen.
O posicionamento mais eficaz é o das empresas que descobriram como ser singulares e
dificilmente imitáveis. Ninguém consegue imitar com êxito uma moto Harley Davidson, os
serviços aéreos da Southwest Airlines, os sanduíches MacDonald, as balas de cupuaçu dos
Bombons Finos da Amazônia.
2.10 Conclusão
A abertura dos mercados, a globalização da economia, a competição acirrada, o código de
defesa do consumidor, as comunicações velozes e novas tecnologias surgindo todos os dias,
dão origem a um novo ambiente organizacional, as empresas têm que sofrer profundas
mudanças, tanto no que diz respeito a sua estrutura funcional e de produção, quanto no que
diz respeito ao seu relacionamento com empregados, cliente e fornecedores, para poder se
manter viva neste mercado de constantes turbulências.
Na década de 90, com a abertura do mercado brasileiro e com a menor interferência do
Estado, o País adquiriu maior competitividade em suas empresas passando a experimentar os
benefícios oferecidos por uma variedade de produtos (nacionais e importados) com qualidade
superior e a custos mais acessíveis. Muitas empresas transnacionais se instalam no País e, as
Gestão de Marketing
66
nacionais começaram a atender requisitos tecnológicos de padrão mundial. Contudo a
evolução do mundo é veloz e complexa, fazendo com que o País, apesar de ter evoluído muito
nos últimos anos, ainda tenha que evoluir muito mais para continuar competitivo.
O mercado deixou de ser uma pequena arena de troca regional, para se tornar uma arena
global.
Os elementos motivadores dos consumidores são mutáveis, de acordo com o passar do tempo.
Hoje, com o advento da Era da Informação, percebe-se a figura de um novo perfil de clientes,
gerados por uma nova economia, que sai do espaço real e vai para o virtual. Os compostos
de marketing precisam, gradativamente, se adaptar a essa nova realidade.
A tecnologia evolui de maneira ultra-rápida, sendo o tempo entre a idealização e a colocação
dos produtos no mercado cada vez menores. As mudanças tecnológicas estão levando o
mundo para uma nova realidade – “a realidade virtual”. Cada dia que passa as
possibilidades desse novo mundo se amplia e, cada vez mais, o homem fica dependente delas.
Não se consegue imaginar um mundo sem a virtualidade, sem a conectividade e sem as
possibilidades do mundo virtual. Com esta nova “era” surge um novo estilo de consumo
dando origem a um novo consumidor – “o Cybercliente”.
Para poder atender aos motivadores dos consumidores dessa nova economia - os
Cyberclientes - é necessário que as organizações pratiquem o Cybermarketing, e atentem a
uma nova visão e interpretação de seus compostos, como segue:
Produtos - podem ser criados e produzidos em diferentes locais, cabendo às organizações
o papel de buscar pela expansão do conceito de produto, via Internet, através dos
serviços de atendimento ao consumidor e de pós-venda.
Preços - que é uma decorrência da percepção do cliente, passa a ter seu foco sobre os
meios de pagamento e as questões legais e de segurança nas transações, refletindo os
custos de produção e distribuição na Rede.
Comunicação - é realizada na Web, incorporada como nova mídia, em seu caráter de
interatividade.
Distribuição - expande-se para o espaço virtual da própria Rede, na busca pela
distribuição de produtos on-line, em qualquer tempo e lugar.
Para atender as necessidades desse novo consumidor se tornou necessária à concepção de
novos serviços, de uma nova relação cliente x fornecedor, e de uma nova visão de
necessidade de mercado. Cada vez mais as pessoas querem a personalização, a conexão
direta, o produto ou serviço sob medida e a total facilidade nas burocracias dos negócios.
Os Cyberclientes, que hoje formam a “geração digital” ou “geração da inteligência
conectada” são responsáveis por um nicho de mercado composto de jovens de 10 a 30 anos
de idade, classe média, com escolaridade compatível com a idade e com um potencial de
consumo de mais de 55 milhões de pessoas somente no Brasil1.
O Cybercliente é possuidor do seguinte perfil: são digitais e plugados – já nasceram na era
da conectividade; são inconstantes, inconformados, independentes e individualistas – eles
pensam “eu sou mais eu”; não se prendem a padrões, marcas ou produtos; gostam de
desafios; são mais bem informados e inteligentes que seus pais, por isso, são influenciadores
nas decisões de compra; são interativos e virtuais; seu principal meio de comunicação é o
eletrônico; para eles, a tecnologia é lúdica e de uso domestico; são otimistas e pouco
ansiosos; vêem a vida com leveza; são autoconfiantes – acham que podem fazer o que quiser;
adoram diversões e festas; sua filosofia e “viver e deixar viver” – não gostam de “esquentar
a cabeça”; amadurecem de maneira precoce – assumem responsabilidade mais cedo;
1 Fonte: Pierre, M.Q. Vem ai o Cybercliente. Gazeta Mercantil – Caderno Amazonas. 18.Jun.01. p. 2, Coluna
Opinião.
Gestão de Marketing
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respeitam mais as diferenças individuais; são editores natos e sabem manipular informações
como ninguém; são maus críticos e mais difíceis de se convencer e de enganar; para eles,
trabalhar, aprender e se divertir é uma coisa só.
O mundo virtual tem conseguido encurtar os processos internos das organizações. Os dados
vindos da Internet podem ser dirigidos a um banco de dados o que poderá gerar relatórios e
informações que podem orientar as organizações no sentido de poder conhecer melhor o
hábito de seus consumidores.
A utilização do mundo virtual e a formação de bancos de dados sobre os consumidores
podem dar à organização inúmeras possibilidades de criação de produtos e serviços
baseados em informações precisas sobre o comportamento de seus clientes atuais e
potenciais. Além disso, esses dados podem ser uma fonte preciosa de informações para
nortear as ações de marketing, orientando todos os seus compostos.
2.11 Referências bibliográficas
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Gestão de Marketing
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3. Material Complementar
3.1 Estudos de Casos
PHILIPS
Ramo de Indústria de Aparelhos Eletroeletrônico.
Situação:
Líder no mercado de aparelhos eletroeletrônicos.
Top of Mind (28% de lembrança)
Mercado:
Marca forte para consumidores acima de 34 anos.
Apenas 18% das pessoas entre 15 e 20 anos desejavam um produto da marca.
População brasileira: acima de 50 anos - 15%; 35 a 49 anos – 19%; 25 a 34 anos –
16%; 15 a 24 anos 21%; o a 14 anos 29%.
Estratégia:
MAIOR PENETRAÇÃO NO PÚBLICO JOVEM.
Investimento de R$5 milhões.
Passaport Philips Expression obtido através do site www.philipsexp.com.br ou pelo
telefone 0800-100-101, o passaporte possui benefícios exclusivos.
Eventos Circuito Philips Expression em casas noturnas onde os cadastrados tinham
benefícios especiais.
Comunicação: Blitz feita em locais de alta concentração do público-alvo; campanha
publicitária na TV (MTV), Rádio (Jovem Pan). cinema, jornais, outdoor e painéis
eletrônicos.
Ênfase:
Promoção / comunicação.
Resultado:
Cerca de 250 mil jovens passaram a possuir o Passaport Philips Expression.
Participação de Mercado: Minisystem - de 10,9% em jan/1999 para 12,8% em
jun/2000; CD-radiogravador - de 15,2% em jan/1999 para 27,2% em Jun/2000.
OL LINHAS AÉREAS
Ramo de transportes aéreos de pessoas.
Situação:
Empresa do ramo de transporte rodoviário com 420 milhões de passageiros transportados.
Empresa decide entrar no mercado de transporte aéreo.
Mercado:
Perspectiva de 70 milhões de passagens anuais em 2007.
Empresas tradicionais enfrentam dificuldades financeiras.
Estratégia:
POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO E LANÇAMENTO DA EMPRESA NO
MERCADO
Escolha no nome GOL (forte, brasileiro, monossilábico e que representa sucesso e
conquista).·Redução de preço: low cost, low fare.
Eliminação do bilhete.
Reserva, aquisição e consulta via computador (internet).
Aviões mais rápidos e econômicos.
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Possui 83 funcionários por aeronave. A concorrência possui 160
Comunicação através de: TV, Rádio, Jornais e Revistas com o slogan “GOL: linhas
áreas inteligentes”.
Toda a campanha estava baseada na comunicação do modelo low cost, low fare.
Ênfase:
Preço.
Distribuição.
Comunicação.
Resultado:
Antes de sete meses de funcionamento a empresa conseguiu 1 milhões de passagens
transportados.
Taxa de ocupação superior a 78%.Rentabilidade de positiva e 5,5% do mercado com
apenas sete meses de funcionamento.
Resultado:
Índice de aproveitamento da mensagem superior a 50%.
Crescimento de 380% em sua imagem corporativa e em suas linhas de produtos.
GENERAL MOTORS (GM)
Ramo de automóveis de passeio.
Situação:
Maior montadora de automóveis do mundo e segunda do Brasil.
Mercado:
Altamente competitivo.
Entrada de novas marcas.
Queda da marca de lucro no setor.
Necessidade de constante renovação de produtos.
Estratégia:
MODERNZAÇÃO DA LINHA DE PRODUTOS.
Colocar em linha novos produtos que atendam as expectativas dos consumidores em
design, conforto, segurança e economia (Sai: Chevette, Monza e Opala. Entra: Corsa,
Vectra e Blazer).
Produtos Globalizados.
Atingir o público-alvo com as seguintes características: 25 a 45 anos de idade, classe
A e B, casados.
Passar a imagem de automóveis jovens, modernos e tecnologicamente atualizados.
Campanha de TV, Rádio, outdoor, Revistas e painéis eletrônicos, internet.
Patrocínio da temporada de Formula 1.
Ênfase:
Produto
Promoção / Comunicação.
Resultado:
Os novos modelos tiveram um ótimo desempenho de acordo com as revistas
especializadas.
O volume de vendas praticamente dobrou nos segmentos de sedam médio (ASTRA) e
sedam grandes (VECTRA).
Gestão de Marketing
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3.2 Exercícios para treinamento (opcional):
Exercício 1
Atualmente o fator ecológico é muito utilizado pelas empresas para a penetração em
mercados ditos de “primeiro mundo”. Como exemplo podemos citar o apelo ecológico
utilizado pelas empresas que fabricam produtos que são acondicionados em embalagem
pressurizada tipo “aerosol” quanto a não utilização do CFC em sua formulação (o CFC é o
principal responsável pela destruição da cada de ozônio da terra).
A consciência ecológica dos consumidores pertencentes a um determinado mercado, tanto
pode auxiliar uma empresa em seus pleitos de comercio exterior, como também pode
prejudicá-la.
1. Explique como os fatores ecológicos podem beneficiar ou interferir em uma
comunicação de marketing. Selecione uma região brasileira ou um país e desenvolva
um exemplo.
Exercício 2
1. Uma empresa pode adotar uma estratégia única de comunicação de marketing para todos
os países? Quais os problemas que poderão ocorrer nesse sentido?
2. Como a questão tecnológica pode influenciar nas decisões de comunicação de marketing
de uma empresa.
Exercício 3
1. Diga: como relacionar a geografia de um país com a aceitação de um produto?
2. Explique como a localização geográfica pode influenciar o sucesso de uma empresa no que
se refere a sua estratégia de marketing.
Exercício 4
1. Se você fosse comercializar uma nova linha de ferramentas manuais movidas à energia
solar, você escolheria um composto de comunicação que enfatizasse a venda pessoal ou a
venda impessoal? Explique sua escolha.
2. De que modo a tecnologia rompe a distinção entre vendas pessoas e impessoais? Explique.
Exercício 5
Suponha que você tenha sido chamado para trabalhar numa empresa que fabrica cortadores
de grama manuais (sem uso de gasolina ou eletricidade). Você decidiu que poderia haver um
interesse renovado pelo produto porque ele não queima combustível, não usa energia elétrica
e tem um impacto mínimo sobre o meio ambiente.
1. Que estratégia de marketing você poderia adotar para comercializar esse cortador
de grama?
Gestão de Marketing
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Exercício 6
1. Como profissional de marketing como você explicaria a influência da comunicação via
comércio eletrônico (internet) nas transações comerciais em um mercado globalizado.
Trabalho Final
1. Proponha uma Estratégia de Marketing para uma empresa fictícia, no intuito de capacitá-la
para os desafios de um mercado altamente competitivo, resultado do processo de
globalização. O desenvolvimento do trabalho deverá ter as seguintes fases:
1a. Fase – Breve relato sobre a empresa escolhida, seu negócio (missão, visão, valores e
objetivos empresariais) e a definição dos desafios propostos pelo ambiente.
2a. Fase - Identificação do NICHO de mercado que a empresa pretende explorar.
3a. Fase - Definição da Estratégia de Marketing (produto, preço, promoção e distribuição) a
ser utilizada pela empresa com vistas a explorar o nicho de mercado escolhido na Fase 3. cujo
o posicionamento competitivo é o de buscar permanentemente agregar valor aos seus clientes.
Importante: fundamental apresentar o CEP (controle estatístico de processo) ou sob a
denominação de metrificação. Exemplo: preço do produto (obrigatoriamente terá que ser
numérico). Projeção de crescimento: quanto? Qual a meta? Outro dado: participação do
mercado: qual é? Quem são os demais concorrentes? Qual a participação de cada um deles?
Estar baseado em algo concreto (numérico) para elaborar metas factíveis de crescimento. O
crescimento será oriundo de aumento de faturamento (preço) ou de unidades vendidas?Quanto
custará cada etapa desse projeto? Tecnologia, recursos humanos, treinamento, P&D,
distribuição, logística, publicidade, etc.