PRTG04 - Módulo 04 de 04 Colocação Pronominal, Figuras e Vícios de Linguagem

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  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • Na utilizao prtica da lngua, a colocao dos

    pronomes oblquos determinada pela eufonia, isto ,

    pela boa sonoridade da frase.

    Por isso, em certos casos, podem ocorrer

    diferenas entre o que a norma gramatical prope e o que

    realmente se usa.

    Vamos ver, a seguir, as principais orientaes para

    o emprego dos pronomes na lngua culta.

    AlexandreLinha

  • Os pronomes oblquos tonos so: me, te, se,

    nos, vos, lhe, lhes.

    Na frase, esses pronomes podem, dependendo

    de certos fatores, aparecer em trs diferentes posies

    em relao ao verbo: antes, no meio ou depois.

    Vamos ver, a seguir, as principais orientaes

    para o emprego dos pronomes oblquos na lngua culta.

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

  • Quando o pronome est antes do verbo.

    1. Usa-se a prclise quando h palavras que, por eufonia,

    atraem o pronome para antes do verbo. So elas:

    a) Palavras de sentido negativo (no, nada, nem, nunca)

    Ex.:

    Nada nos preocupava naquele tempo.

    b) Advrbios, no seguidos de vrgula (hoje, aqui, sempre, talvez,

    muito)

    Ex.:

    Hoje me arrependo do que fiz.

    Aqui se defende a Ptria.

    Ateno: Aqui, defende-se a Ptria.

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

  • Quando o pronome est antes do verbo.

    c) Conjunes subordinativas (que, quando, embora, se, como,

    para que).

    Ex.: Embora me sinta culpado, no pedirei desculpas.

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

  • d) Os seguintes pronomes:

    * Relativos (que, que, quais, onde, qual)

    Ex.: Ficamos em uma colina de onde se avistava o mar.

    *Indefinidos: (algum, muitos, todos, poucos)

    Ex.: Todos me deram apoio.

    Algum me telefonou?

    * Demonstrativos: (este, esta, aquele, aquilo)

    Ex.: Aquilo lhe fez muito bem.

    Isto me pertence.

    Prclise

    Quando o pronome est antes do verbo.

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

  • 2. A prclise tambm usada em frases interrogativas,

    exclamativas e optativas (frases que exprimem desejo).

    Ex.: Quem lhe entregou a carta? (frase interrogativa)

    Quanta mentira se disse a respeito dela! (frase exclamativa)

    Deus nos proteja daquele maluco! (frase optativa)

    3. Tambm se usa prclise em frases com a preposio em + verbo

    no gerndio.

    Ex.: Em se tratando de educao, ele realista.

    4. Em frases com preposio + infinitivo flexionado (isto ,

    conjugado)

    Ex.: A situao levou-os a se posicionarem contra a greve.

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

  • Pode-se utilizar tanto a prclise quanto a nclise:

    Casos facultativos de prclise

    1. Com pronomes pessoais do caso reto (eu, tu etc.), desde que

    no precedidos de palavra atrativa.

    Ex.: Eu lhe obedeo. (prclise)

    Eu obedeo-lhe. (nclise)

    Espero que ele nos apoie. (s possvel a prclise)

    2. Com infinitivo no flexionado precedido de preposio ou

    palavra negativa.

    Ex.: Vim para te apoiar. (prclise)

    Vim para apoiar-te. (nclise)

    Espero no o encontrar. (prclise)

    Espero no encontr-lo. (nclise)

    AlexandreMarcador de texto

  • Quando o pronome est no meio do verbo.

    Essa colocao pronominal obrigatria quando o verbo

    est no futuro do presente ou no futuro do pretrito.

    Ex.:

    Entregar-te-ei os documentos hoje.

    Dar-lhe-iam uma nova oportunidade?

    AlexandreMarcador de texto

  • Observao:

    1) Havendo palavra que exija prclise, essa colocao prevalece

    sobre a mesclise.

    Ex.: No te entregarei os documentos hoje.

    2) Se o verbo no futuro no iniciar a orao, a mesclise opcional.

    Ex.: Seus amigos lhe dariam nova oportunidade.

    ou

    Seus amigos dar-lhe-iam nova oportunidade.

    AlexandreMarcador de texto

  • Quando o pronome est depois do verbo.

    a colocao normal do pronome na lngua culta.

    A nclise usada principalmente nos seguintes casos:

    1. Quando o verbo inicia a orao.

    Ex.: Entregou-me os documentos hoje.

    2. Com o verbo no imperativo afirmativo

    Ex.: Por favor, diga-nos o que aconteceu.

    AlexandreMarcador de texto

  • 1) Se o verbo que inicia a orao estiver no futuro, usa-se a

    mesclise.

    Ex.: Entregar-te-ei os livros amanh.

    2) De acordo com os padres da norma culta, no se deve iniciar

    uma orao por pronome oblquo. Veja no entanto, no texto a

    seguir, o que o escritor modernista Oswald de Andrade pensava a

    respeito dessa regra gramatical.

    AlexandreMarcador de texto

  • D-me um cigarro

    Diz a gramtica

    Do professor e do aluno

    E do mulato sabido

    Mas o bom negro e o bom

    [branco

    Da Nao Brasileira

    Dizem todos os dias

    Deixa disso camarada

    Me d um cigarro.

  • a) VERBO AUXILIAR + INFINITIVO OU GERNDIO

    > depois do verbo auxiliar, se no houver justificativa para o uso

    da prclise.

    Exemplo:

    Devo-lhe entregar a carta.

    Vou-me arrastando pelos becos escuros.

    > depois do infinitivo ou gerndio.

    Exemplo:

    Devo entregar-lhe a carta.

    Vou arrastando-me- pelos becos escuros.

  • Observao:

    Se houver alguma palavra que justifique a prclise, o pronome

    poder ser colocado:

    > antes do verbo auxiliar

    No se deve jogar comida fora.

    No me vou arrastando pelos becos escuros.

    > depois do infinitivo ou gerndio.

    Exemplo:

    No devo calar-me.

    No vou arrastando-me pelos becos escuros.

  • b) VERBO AUXILIAR + PARTICPIO

    Se no houver palavras que justifiquem o uso da prclise, o

    pronome ficar depois do verbo auxiliar. Caso a locuo verbal

    no inicie a orao, pode-se colocar o pronome oblquo em duas

    posies: antes do verbo auxiliar ou entre os dois verbos. No se

    coloca o pronome oblquo aps o particpio.

    Exemplo:

    Haviam-me ofertado um alto cargo executivo.

    No me haviam ofertado nada de bom.

    No haviam ofertado-me nada de bom. (ERRADO)

  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • Semntica

    Semntica uma parte dos estudos lingusticos

    que se ocupa do significado em geral. Isso quer dizer

    que se inscrevem nesse domnio questes relativas ao

    significado de frases inteiras, de palavras e at de

    segmentos menores do que as palavras, como os

    prefixos e os sufixos.

  • Observao

    Um cuidado muito importante que se deve tomar

    para resolver questes de semntica ter sempre

    como pressuposto o dado de que o significado da

    palavra, em ltima anlise, define-se no contexto em

    que ela est inserida.

  • Conceitos Importantes

    1) Sinnimos: palavras de significado equivalente.

    Exemplos:

    lento / vagaroso

    casa / habitao

    submergir / afundar

    Observao: Significado equivalente no quer dizer

    sentido absolutamente idntico.

  • Conceitos Importantes

    2) Polissemia: propriedade de uma s palavra assumir

    mais de um sentido.

    Exemplos:

    Ele bateu o carro (= arremessou o carro contra algo)

    O sino bateu (= soou)

    Os dados da pesquisa batem com as previses (=

    coincidem)

  • Conceitos Importantes

    3) Significao Contextual: o significado da palavra

    dentro do contexto em que ela est.

    Exemplos:

    A partida decisiva contra os dois finalistas tem tudo

    para ser o jogo do ano, mas as torcidas

    uniformizadas vo estar presentes.

    Nesse contexto, torcidas uniformizadas tem evidente

    significao negativa (seno no teria sentido o uso do

    mas).

  • Conceitos Importantes

    4) Efeito de Sentido: a reao provocada por um

    significado. Para compreender o que efeito de sentido,

    basta confrontar duas expresses que tm o mesmo

    significado, mas que provocam efeitos de sentido diferentes.

    Exemplo.

    Jos pagou-me um jantar.

    Jos pagou-me uma janta.

    Jantar e janta so sinnimos. Janta, porm, por ser

    palavra mais popular, contribui para criar um efeito de

    sentido menos solene, mais vulgar que jantar (termo mais

    prestigiado).

  • Conceitos Importantes

    5) Pressupostos: so significados implcitos, depreensveis a

    partir de indicaes dadas por certas palavras ou mecanismos que

    aparecem na superfcie do texto. Em outros termos, pressupostos

    so significados que no vm expressos diretamente por palavras

    que ocorrem no texto, mas so depreendidos indiretamente, por

    estarem implicados nas que vm expressas.

    Exemplo:

    Fechem a porta, por favor. O pressuposto que a porta est aberta. Caso contrrio, no faria sentido pedir que a fechassem.

    O professor ainda no chegou. O pressuposto que ele j deveria ter chegado ou que vai chegar.

  • Conceitos Importantes

    6) Subentendidos: So informaes implcitas depreendidas de

    acordo com a interpretao do leitor. Quando ocorrem divergncias

    com o senso comum, produzem-se situaes de surpresa ou

    comicidade.

    Exemplo:

    - H uma mesa para quatro pessoas?

    - Sim, h uma mesa para quatro pessoas.

    Nesse exemplo, foi gerada uma situao atpica, pois,

    quando voc fez a pergunta, esperava no apenas que o garom

    respondesse sim, mas tambm que ele providenciasse a mesa

    para acomodar voc e seus familiares. De acordo com o senso

    comum, essa interpretao deveria estar subentendida.

  • Conceitos Importantes

    7) Compatibilidade e Incompatibilidade Semntica: Nem todas

    as palavras so semanticamente compatveis entre si; h aquelas

    que se combinam e aquelas que se rejeitam.

    Exemplos:

    O jogador mal entrou em campo e j conseguiu um carto

    vermelho.

    Graas desigualdade social ainda existente, o Brasil no pode

    ser considerado um pas de 1 mundo.

  • Na sua coluna diria do jornal Folha de S. Paulo, em 17 de agosto de2005, Jos Simo escreve: No Brasil nem a esquerda direita!.

    Perguntas:

    a) Nessa afirmao, a polissemia da lngua produz ironia. Em que

    palavras est ancorada essa ironia?

    b) Comparando a afirmao No Brasil nem a esquerda direita com No Brasil a esquerda no direita, qual a diferena de sentido estabelecida pela substituio de nem por no?

  • Levando-se em conta o

    contexto dos quadrinhos

    acima, o termo hedonismo,

    na fala do pai de Calvin, est

    relacionado

    a) sua busca por valores mais

    humanos.

    b) ao seu novo ritmo de vida.

    c) sua busca por prazer

    pessoal e imediato.

    d) sua forma de viver bem

    convencional.

    e)ao seu medo de enfrentar a realidade.

  • Dada a frase a seguir:

    Os estados, que ainda devem ao governo, no podero obterfinanciamentos; mas os estados que j pagaram suas dvidas poderoobter.

    Pergunta:

    a) Qual o pressuposto atribudo ao texto pela orao adjetiva que ainda devem ao governo?

    b) Qual o pressuposto atribudo ao texto pela orao adjetiva que j pagaram suas dvidas?

    c) Com base nos itens a) e b), h alguma incoerncia nessa frase?

    Por qu? Como voc corrigiria essa frase para torn-la coerente?

  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • A COESO TEXTUAL

    O conceito de coeso se refere ao modo como as palavras,

    frases, pargrafos e ideias, presentes em um texto, esto conectados.

    Podemos associar esse conceito, portanto, s de conexo e

    continuidade em um texto.

    importante ressaltar que a continuidade que se instaura

    pela coeso no , apenas sinttica, mas tambm de sentido, ou seja,

    preciso haver no texto uma continuidade semntica, que se expressa,

    no geral, pelas relaes de reiterao (coeso referencial) e conexo

    (coeso sequencial).

  • Coeso por reiterao

    A reiterao, ou coeso referencial, a relao pela qual os elementos do texto vo

    de algum modo sendo retomados, criando-se um movimento constante de volta aos

    segmentos prvios, o que assegura continuidade ao texto.

    1. Repetio

    1.1 Repetio propriamente dita

    Um dos recursos da coeso referencial a repetio propriamente dita. Trata-se

    do ltimo recurso de coeso a ser cogitado. Devemos empreg-la somente

    quando no h alternativas de substituio ou quando a sua utilizao implica um

    ganho de expressividade no atingido por outro recurso coesivo.

    Exemplos:

    O capitalismo, para Gil funciona assim: o Estado paga tudo. Paga a produo do

    filme, paga a construo da sala, paga a distribuio da cpia, paga o bilhete do

    espectador.

  • 1.2 Parfrase

    A parfrase acontece sempre que recorremos ao procedimento de voltar a dizer oque j foi dito antes, porm com outras palavras, como quisssemos traduzir oenunciado, ou explic-lo melhor.

    Exemplo:

    Para uma pessoa obter o ttulo de doutor numa universidade, ela tem de fazer uma

    grande pesquisa na sua rea de conhecimento (...) E essa pesquisa tem de ser

    indita, isto , precisa trazer alguma contribuio nova quele campo de estudos.

    Normalmente, os fragmentos parafrsicos so introduzidos por expresses do tipo

    em outras palavras, em outros termos, isto , ou seja, quer dizer, em suma, em

    sntese, etc.

  • 2. Coeso por Substituio

    2.1 Substituio gramatical

    Consiste em substituir palavras anteriormente citadas por pronomes ou

    advrbios.

    Exemplo:

    Muita e muita gente j a desejou. Alguns a tiveram. Ao longo da dcada de 80, ela

    deslumbrou o Brasil desfilando nas passarelas do Rio de Janeiro. Os annimos que a

    desejaram, natural, j a esqueceram. Ela se chama Josette Armnia de Campos

    Rodrigues. No auge de seu estrelato, chamava-se Josi Campos. Era uma mulher

    introspectiva, mas batalhadora e guerreira.

  • O que so anafricos e catafricos?

    A remisso anafrica (para trs) realiza-se por meio de pronomes pessoais de 3

    pessoa (retos e oblquos) e os demais pronomes; tambm por numerais, advrbios e

    artigos.

    Exemplo: Andr e Pedro so fanticos torcedores de futebol. Apesar disso, so

    diferentes. Este no briga com quem torce para outro time; aquele o faz.

    Explicao: O termo isso retoma o predicado so fanticos torcedores de

    futebol; este recupera a palavra Pedro; aquele , o termo Andr; o faz, o predicado

    briga com quem torce para o outro time so anafricos.

  • O que so anafricos e catafricos?

    A remisso catafrica (para a frente) realiza-se preferencialmente atravs de

    pronomes demonstrativos ou indefinidos neutros, ou de nomes genricos, mas

    tambm por meio das demais espcies de pronomes, de advrbios e de numerais.

    Exemplo: Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara

    de profisso e passara pesadamente a ensinar no curso primrio: era tudo o que

    sabamos dele, o professor, gordo e silencioso, de ombros contrados.

    Explicao: O pronome possessivo seu e o pronome pessoal reto ele antecipam a

    expresso o professor so catafricos.

  • 2.2 Substituio lexical

    A substituio de uma unidade lexical por outra , tambm, um recurso coesivo, pelo

    qual se promove a ligao entre dois ou mais segmentos textuais. Implica, pois,

    como o prprio nome indica, o uso de uma palavra no lugar de outra que lhe seja

    textualmente equivalente.

    > Podemos substituir uma palavra por seu sinnimo:

    Exemplos:

    O Governo vem se preocupando com o problema de reduo dos gastos do

    Tesouro, atacando um dos setores mais melindrosos o das despesas com o funcionalismo.

    O combate inflao, a luta pelo equilbrio oramentrio, (...) a batalha da

    moralizao da coisa pblica (...) esto sendo levados a srio.

  • 2.2 Substituio lexical

    > Podemos substituir uma palavra por seu hipernimo.

    Os hipernimos, como o prprio nome indica, so palavras gerais, nomes genricos,

    que englobam um conjunto de seres e coisas. Por exemplo, o hipernimo de gato

    animal. Um dos hipernimos mais famosos coisa, no muito bem-vindo em

    redaes oficiais.

    Exemplos:

    Graas a Deus eu no experimentei a fora e eficincia do air bag, pois nunca fui

    vtima de um acidente. Mas sou totalmente a favor do equipamento. Jamais soube

    de casos em que pessoas que dirigiam um carro com esse dispositivo tiveram um

    ferimento mais grave. (...)

    mesmo difcil imaginar qualquer ao humana que no seja precedida por algum

    tipo de investigao. A simples consulta ao relgio para ver que horas so, ou a

    espiada para fora da janela para observar o tempo que est fazendo, ou a batidinha

    na porta do banheiro para saber se tem gente dentro... Todos esses gestos so

    rudimentos de pesquisa.

  • 2.3 Elipse

    A elipse consiste na omisso de um termo na frase (sujeito, verbo,

    complemento, etc), identificado pelo contexto. Se o termo j foi citado

    anteriormente, temos um caso particular de elipse: a zeugma.

    Exemplos:

    Os recursos muitas vezes so escassos e a distribuio dos valores,

    heterognea.

    (= Os recursos muitas vezes so escassos e a distribuio dos valores

    heterognea.)

    Um banco tem que ser completo para ajudar sua vida a tambm ser.

    (= Um banco tem que ser completo para ajudar sua vida a tambm ser

    completa)

  • 3. Coeso por conexo

    Por conexo, queremos nos referir ao uso de conectores (preposies, conjunes,

    pronomes relativos, advrbios, etc.) na ligao das diferentes pores de texto.

    Entre as diversas relaes de conexo, podemos citar:

    Exemplos:

    I - O homem age de forma predatria sobre a natureza.

    II - A natureza resiste atuao predatria do homem.

    III - A natureza mantm vivas algumas de suas espcies.

    IV - A natureza responde sob forma de intempries imprevisveis.

  • A COERNCIA TEXTUAL

    Coerncia: coerncia a relao que se estabelece entre as partes do texto, criando

    uma unidade de sentido. Significa, pois, conexo, unio estreita entre vrias partes,

    relao entre ideias que se harmonizam. Assim, quando se fala em coerncia, pensa-

    se na no-contradio de sentidos entre passagens do texto, na existncia de uma

    continuidade de sentido. (Lies de texto: leitura e redao, Plato e Fiorin, ed.

    rtica. (adaptado))

  • Podemos identificar dois tipos de incoerncia:

    1. Incoerncia externa: incompatibilidade entre os significados inscritos no texto e

    os dados de realidade; entre o que diz o texto e o nosso conhecimento de mundo.

    Exemplo:

    O Brasil um pas completamente imune a qualquer onda de violncia.

    A soluo para o conflito rabe-israelense simples, basta que haja vontade dos

    dois lados em ceder aquilo que foi tomado do outro.

  • 2. Incoerncia interna: incompatibilidade entre os significados inscritos no texto, ou

    seja, presena de contradio.

    Exemplo:

    Pior fez o quarto-zagueiro Edinho Baiano, do Paran Clube, entrevistado por um

    reprter da rdio Cidade.O Paran tinha tomado um balaio de gols do Guarani de

    Campinas, alguns dias antes. O reprter queria saber o que tinha acontecido. Edinho

    no teve dvidas sobre os motivos:

    - Como a gente j esperava, fomos surpreendidos pelo ataque do Guarani.

  • Exerccio

    O Partido X dedica-se a essa atividade mais do que nunca. Ocorre que ainda est

    longe do desejado, seja por falta de vontade, de vocao ou de incapacidade do

    partido. Entre outras razes, por esse motivo que o dlar sobe. (Fernando

    Rodrigues, Folha de S. Paulo, 25/09/2002 - parcialmente adaptado)

    a) Na primeira orao ocorre uma palavra (um pronome) que permite concluir que o

    trecho acima no o incio do texto de Fernando Rodrigues. Qual a palavra e por

    que sua ocorrncia permite tal concluso?

    b) O final da sequncia "seja por falta de vontade, de vocao ou de incapacidade..."

    apresenta um problema de coerncia, que pode ser eliminado de duas maneiras.

    Quais so essas duas maneiras?

  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • O paralelismo consiste na apresentao de

    ideias similares, coordenadas, equivalentes, numa

    forma gramatical ou semntica idntica. Assim, pode-

    se dizer que h quebra de paralelismo quando

    associamos elementos que no so equivalentes

    quanto forma ou ao contedo.

  • Paralelismo Sinttico

    Vejamos o exemplo abaixo:

    A me pediu para a menina ir ao supermercado e

    que, na volta, passasse na farmcia.

    Se voc prestou ateno frase, percebeu que existe

    um problema na sua construo. Por qu? Vamos analis-la.

    A orao para a menina ir ao supermercado reduzida de

    infinitivo; a orao que, na volta, passasse na farmcia uma

    orao desenvolvida.

    Tal estrutura apresenta incorreo, pois oraes

    coordenadas entre si devem apresentar a mesma estrutura

    gramatical, ou seja, deve haver paralelismo.

  • Paralelismo Sinttico

    Veja como fica a frase, respeitando-se o paralelismo:

    CORREO: A me pediu para a menina ir ao supermercado

    e, na volta, passar na farmcia.

    CORREO: A me pediu para a menina que fosse ao

    supermercado e que, na volta, passasse na farmcia.

  • Podemos enunciar o paralelismo sinttico da seguinte forma:

    Segundo as regras da norma culta, no se podem coordenar

    oraes que no comportem constituintes do mesmo tipo.

    O paralelismo d clareza frase ao apresentar estruturas

    idnticas, pois, para ideias similares, devem corresponder formas

    verbais similares.

  • i) Ricardo estava aborrecido por ter perdido a hora do teste e

    porque seu pai no o esperou.

    Correo:

    Ricardo estava aborrecido por ter perdido a hora do teste e

    por seu pai no t-lo esperado.

    ou

    Correo:

    Ricardo estava aborrecido porque perdeu a hora do teste e

    porque seu pai no o esperou.

  • ii) Manda-me notcias de minha prima Isoldina e se meu pai

    resolveu aquele problema que o atormentava.

    Correo:

    Manda-me notcias de minha prima Isoldina e descobre se

    meu pai resolveu aquele problema que o atormentava.

  • iii) Pelo aviso, recomendou-se aos ministrios economizar

    energia e que elaborassem planos de reduo de despesas.

    Correo: Pelo aviso, recomendou-se aos ministrios que

    economizassem energia e (que) elaborassem planos para a

    reduo de despesas.

    ou

    Correo: Pelo aviso, recomendou-se aos ministrios

    economizar energia e elaborar planos para reduo de

    despesas.

  • iv) No discurso de posse, mostrou determinao, no ser

    inseguro, inteligncia e ter ambio.

    Correo: No discurso de posse, mostrou determinao,

    segurana, inteligncia e ambio.

    ou

    Correo: No discurso de posse, mostrou ser determinado e

    seguro, ter inteligncia e ambio.

  • Paralelismo Semntico

    Na construo do paralelismo, a coerncia tambm deve

    ser observada, pois a segunda parte da frase tem de estar no

    s sinttica, mas tambm semanticamente associada primeira.

    Vejamos o seguinte exemplo ilustrativo:

    No s ele se atrasara para a consulta, mas tambm

    sua mulher viajara para a praia.

    Esta frase est correta apenas do ponto de vista

    sinttico. Neste exemplo, a primeira parte do paralelismo aponta

    numa direo e a segunda noutra. O conectivo exige paralelismo

    tambm das ideias, ou seja, uma coerncia semntica.

    Uma frase necessita de uma unidade de mensagem, por

    isso os dois segmentos do paralelismo devem tratar do mesmo

    assunto.

  • i) O Presidente visitou Paris, Born, Roma e o Papa.

    Nesta frase, colocou-se em um mesmo nvel cidades (Paris, Born,

    Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade de correo

    transform-la em duas frases simples, com o cuidado de no repetir

    o verbo da primeira (visitar).

    Correo:

    O presidente visitou Paris, Born, Roma. Nesta ltima capital,

    encontrou-se com o Papa.

  • ii) O projeto tem mais de cem pginas e muita complexidade.

    Aqui, repete-se a equivalncia gramatical indevida: esto em

    coordenao, no mesmo nvel sinttico, o nmero de pginas do

    projeto (um dado objetivo, quantificvel) e uma avaliao sobre ele

    (subjetiva).

    Correo:

    O projeto tem mais de cem pginas e muito complexo.

  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • Intertextualidade

    Propriedade de um texto influenciar a confeco de outro texto,

    independente do tempo e do espao de produo.

    Principais tipos de intertextualidade:

    Parfrase: repetir o mesmo contedo original, porm com outras

    palavras.

    Pardia: divergir do contedo original, com fins crticos e/ou

    humorsticos.

  • Olmpico leitor, divinal leitora, h mais coisas entre o cu dos deuses e

    a terra do futebol do que sonha a nossa v crnica esportiva.

    Determinadas situaes do jogo e certas fases pelas quais os times

    passam no so, como pensam alguns, obra do acaso. Ao contrrio,

    so uma manifestao da vontade de seres superiores, seres que

    controlam a nossa vida desde o dia em que o Caos gerou a Noite.

    (trecho de crnica de Jos Roberto Torero, Folha de S.Paulo,

    em17/9/02-pag.D3)

    Comente o recurso de intertextualidade presente nessa crnica.

  • Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra

    disse: Vai, Carlos, ser gauche(*) na vida

    (Carlos Drummond de Andrade Poema de Sete Faces)

    (*) Gauche uma palavra francesa - pronuncia-se goxe - que significa esquerdo, mas tambm serve para designar o

    desajeitado, estranho, acanhado, deslocado, errante...

  • Quando nasci veio um anjo safado, um chato dum querubim,

    que me falou que eu tava predestinado

    a ser errado assim

    (Chico Buarque At o fim)

    Quando nasci um anjo esbelto,desses que tocam trombeta,

    anunciou: vai carregar bandeira

    (Adlia Prado Com licena potica)

  • Quando nasci veio um anjo safado, um chato dum querubim,

    que me falou que eu tava predestinado

    a ser errado assim

    (Chico Buarque At o fim)

    Quando nasci um anjo esbelto,desses que tocam trombeta,

    anunciou: vai carregar bandeira

    (Adlia Prado Com licena potica)

  • Qual a temtica dos dois textos?

    Quadrilha da Sujeira

    Joo joga um palitinho de sorvete na

    rua de Teresa que joga uma latinha de

    refrigerante na rua de Raimundo que

    joga um saquinho plstico na rua de

    Joaquim que joga uma garrafinha

    velha na rua de Lili.

    Lili joga um pedacinho de isopor na

    rua de Joo que joga uma embalagenzinha

    de no sei o qu na rua de Teresa que

    joga um lencinho de papel na rua de

    Raimundo que joga uma tampinha de

    refrigerante na rua de Joaquim que joga

    um papelzinho de bala na rua de J.Pinto

    Fernandes que ainda nem tinha

    entrado na histria.

    Ricardo Azevedo (Voc Diz Que Sabe Muito, Borboleta Sabe Mais, Fundao Cargill)

    Quadrilha

    Joo amava Teresa que amava Raimundo

    que amava Maria que amava Joaquim que

    amava Lili que no amava ningum.

    Joo foi para os Estados Unidos, Teresa para o

    convento, Raimundo morreu de desastre, Maria

    ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou-

    se com J. Pinto Fernandes que no tinha

    entrado na histria.

    (Carlos Drummond de Andrade)

  • Em qual das alternativas abaixo o segundo texto NO parodia o primeiro?

    A. Penso, logo existo. / Penso, logo desisto.

    B. Quem v cara no v corao. / Quem v cara no v Aids.

    C. Nunca deixe para amanh o que pode fazer hoje. / Nunca deixe para

    amanh o que pode fazer depois de amanh.

    D. Em terra de cego, quem tem um olho rei. / Em terra de cego, quem tem

    um olho no abre cinema.

    E. Antes s do que qual acompanhado. / Antes mal acompanhado do que

    s.

  • Cano do Exlio

    Gonalves Dias

    Minha terra tem palmeiras,

    Onde canta o Sabi;

    As aves, que aqui gorjeiam,

    No gorjeiam como l.

    Nosso cu tem mais estrelas,

    Nossas vrzeas tm mais flores,

    Nossos bosques tm mais vida,

    Nossa vida mais amores.

    No permita Deus que eu morra,

    Sem que eu volte para l;

    Sem que desfrute os primores

    Que no encontro por c;

    Sem qu'inda aviste as palmeiras,

    Onde canta o Sabi.

    Cano do Exlio

    Murilo Mendes

    Minha terra tem macieiras da Califrnia

    onde cantam gaturamos de Veneza.

    Os poetas da minha terra so pretos que vivem

    em torres de ametista, os sargentos do exrcito

    so monistas, cubistas, os filsofos so polacos

    vendendo a prestaes.

    A gente no pode dormir com os oradores e os

    pernilongos.

    Os sururus em famlia tm por testemunha a

    Gioconda.

    Eu morro sufocado em terra estrangeira.

    Nossas flores so mais bonitas nossas frutas

    mais gostosas mas custam cem mil ris a

    dzia.

    Ai quem me dera chupar uma carambola de

    verdade e ouvir um sabi com certido de

    idade!

  • Cano do Exlio

    Gonalves Dias

    Minha terra tem palmeiras,

    Onde canta o Sabi;

    As aves, que aqui gorjeiam,

    No gorjeiam como l.

    Nosso cu tem mais estrelas,

    Nossas vrzeas tm mais flores,

    Nossos bosques tm mais vida,

    Nossa vida mais amores.

    No permita Deus que eu morra,

    Sem que eu volte para l;

    Sem que desfrute os primores

    Que no encontro por c;

    Sem qu'inda aviste as palmeiras,

    Onde canta o Sabi.

    Cano do Exlio

    Murilo Mendes

    Minha terra tem macieiras da Califrnia

    onde cantam gaturamos de Veneza.

    Os poetas da minha terra so pretos que vivem

    em torres de ametista, os sargentos do exrcito

    so monistas, cubistas, os filsofos so polacos

    vendendo a prestaes.

    A gente no pode dormir com os oradores e os

    pernilongos.

    Os sururus em famlia tm por testemunha a

    Gioconda.

    Eu morro sufocado em terra estrangeira.

    Nossas flores so mais bonitas nossas frutas

    mais gostosas mas custam cem mil ris a

    dzia.

    Ai quem me dera chupar uma carambola de

    verdade e ouvir um sabi com certido de

    idade!

    Explique a crtica intertextual presente na obra de Murilo Mendes

  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • Lngua vs. Linguagem

  • A Variao Diafsica

    Este tipo de variao corresponde liberdade que o

    leitor tem de usar a lngua como quiser, de maneira informal. Em

    certas circunstncias mais descontradas e relaxadas, no h a

    necessidade de se ater aos padres muitas vezes rigorosos da

    norma culta.

    Mesmo uma pessoa com uma instruo razovel sente-

    se vontade para transgredir normas gramaticais, prezando pela

    agilidade no processo de comunicao.

    As questes de concurso exploram frequentemente a

    identificao de trechos no texto de linguagem formal ou

    informal, bem como a converso do padro coloquial para o

    culto.

  • muito comum utilizarmos o verbo ter no lugar do verbo haver na linguagem coloquial. Assim, faz Chico Buarque na cano abaixo:

    Roda Viva (Chico Buarque)

    Tem dias que a gente se sente

    Como quem partiu ou morreu

    A gente estancou de repente

    Ou foi o mundo ento que cresceu...

    A gente quer ter voz ativa

    No nosso destino mandar

    Mas eis que chega a roda viva

    E carrega o destino pr l ...

    Roda mundo, roda gigante

    Roda moinho, roda pio

    O tempo rodou num instante

    Nas voltas do meu corao...

  • Alm disso, emprega-se o sujeito a gente no lugar de ns no cotidiano. Na linguagem coloquial, diz-se sem problema "a gente

    dana a nossa dana", "a gente no fez nosso dever", "a gente

    no sabia de nosso potencial" etc. Veja o trecho da cano

    "Msica de rua", gravada por Daniela Mercury:

    Msica de rua

    Daniela Mercury

    ... E a gente dana

    A gente dana a nossa dana

    A gente dana

    A nossa dana a gente dana

    Azul que a cor de um pas

    que cantando ele diz

    que feliz e chora

  • Outro trao muito comum no portugus falado do Brasil

    se refere ao uso dos pronomes retos (eu, tu, ele, ns, vs, eles),

    que assumiram definitivamente o papel de complemento verbal.

    No dia-a-dia, falamos: "Faz tempo que no vejo ele.", "Eu vou

    encontrar ela amanh.", etc.

    Pelo padro culto da lngua, o correto seria: Faz tempo que eu no o vejo. e Eu devo encontr-la amanh..

  • O astronauta de mrmore

    Nenhum de Ns:

    ... Sempre estar l e ver ele voltar

    no era mais o mesmo, mas estava em seu lugar

    sempre estar l e ver ele voltar

    o tolo teme a noite como a noite vai temer o fogo

    vou chorar sem medo

    vou lembrar do tempo

    de onde eu via o mundo azul...

    Na msica Astronauta de Mrmore, nota-se a expresso "ver ele voltar". O correto, pelo padro culto, seria

    "v-lo voltar".

  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • Sabemos que nem sempre possvel explicar

    literalmente o significado de certos sentimentos,

    reaes e das diversas manifestaes do mundo em

    que vivemos. Quando isso ocorre, recorremos a

    nossa capacidade criativa de associao, o que torna

    possvel a utilizao das figuras de linguagem.

    Dividiremos esse estudo em trs partes:

    figuras de palavra, de pensamento e de estilo.

  • As figuras de palavras ocorrem quando empregamos uma

    palavra ou expresso num sentido diferente do usual (sentido

    denotativo).

    Metfora

    Considerada a me das figuras, a metfora consiste

    numa comparao no nvel ideolgico ou subjetivo. criada

    entre termos que se apresentam distantes em termos de

    significado uma relao de semelhana. Vale ressaltar que tal

    comparao subjetiva fica subentendida (no aparece expressa

    por um conector comparativo), o que a diferencia da smile ou

    comparao.

    Exemplos:

    L fora, a noite um pulmo ofegante. (noite = pulmo ofegante)

    Amor fogo que arde sem se ver. (Amor = fogo)

  • Catacrese

    Trata-se de uma metfora desgastada. O uso desse sentido figurativo j se tornou to usual que no necessrio um

    esforo de interpretao. to comum que no h mais um

    equivalente literal que possa traduzir essa figura.

    Exemplos:

    Manga da camisa.

    Dente de alho

    Asa da xcara

    Barriga da perna

    Perna da mesa.

  • Comparao ou Smile

    Elementos de universos diferentes so aproximados por

    um conector comparativo (como, feito, tal qual,...)

    Exemplos:

    Amou daquela vez como se fosse a ltima

    Beijou sua mulher como se fosse a ltima

    E cada filho seu como se fosse o nico

    Subiu a construo como se fosse mquina

    (Chico Buarque)

  • Metonmia

    A metonmia ocorre quando uma palavra empregada

    no lugar de outra. Trata-se, portanto, de uma substituio, que

    pode se dar de vrias formas:

    Exemplos:

    - O autor pela obra: Li Machado de Assis.

    - O continente pelo contedo: Tomei duas taas de vinho.

    - A parte pelo todo: Ele tem duzentas cabeas de gado.

  • Sindoque

    um tipo particular de metonmia, em que h a

    substituio do todo pela parte.

    Exemplos:

    Derrubaram todas as rvores. No sobrou uma folha sequer.

    (folha = rvore)

    As chamins esto fugindo da cidade e migrando para o interior.

    (chamins = indstrias)

  • Sinestesia

    Trata-se de agrupar sensaes originrias de diferentes rgos

    do sentido.

    Exemplos:

    O seu doce olhar me seduzia.

    Vozes veladas, veludosas vozes,

    volpias dos violes, vozes veladas,

    vagam nos velhos vrtices velozes

    dos ventos, vivas, vs, vulcanizadas.

    (Cruz e Souza)

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

  • No processo de construo dos textos, comum haver

    inverses, omisses e repeties de palavras ou sons que

    podem nos levar a produzir algum efeito de expressividade.

    Essas alteraes intencionais constituem o que chamamos de

    figuras de estilo e de construo.

    Eis as principais:

    Elipse

    a omisso de um termo sinttico da orao que pode ser

    facilmente identificado pelo contexto.

    Exemplos:

    Quanta maldade na Terra! (verbo haver omitido)

  • Zeugma

    um caso particular de elipse, que ocorre quando um termo

    omitido j havia sido citado no texto.

    Exemplos:

    FedEx.

    Poupa tempo, dinheiro e algo igualmente precioso: sua

    pacincia.

    No anncio acima, houve a omisso do verbo j citado poupar antecedendo dinheiro e algo igualmente precioso.

  • Polissndeto

    O polissndeto consiste na repetio da mesma conjuno entre

    oraes ou palavras em sequncia.

    Exemplos:

    [...] Comamos. Como uma horda de seres vivos,

    cobramos gradualmente a terra. Ocupados como quem lavra a

    existncia, e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre, e come.

    Comi com a honestidade de quem no engana o que come: comi

    aquela comida e no o seu nome.

    (Clarice Lispector)

  • Pleonasmo

    O pleonasmo pode ser usado como um recurso de

    nfase. A repetio ou redundncia, primeira vista

    desnecessria, cria um efeito expressivo. Trata-se de um recurso

    empregado em textos literrios.

    Exemplos:

    Quero viv-lo em cada vo momento

    E em seu louvor hei de espalhar meu canto

    E rir meu riso e derramar meu pranto

    Ao seu pesar ou seu contentamento

    No entanto, alguns pleonasmos so viciosos e devem

    ser corrigidos, pois a ideia repetida informa uma obviedade e no

    desempenha qualquer funo expressiva: subir pra cima, descer

    pra baixo, monoplio exclusivo, entrar para dentro, etc..

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

  • Aliterao

    a repetio de um mesmo som consonantal.

    Exemplos:

    A boiada seca

    Na enxurrada seca

    A trovoada seca

    Na enxada seca

    Segue o seco sem secar que o caminho seco

    sem sacar que o espinho seco

    sem sacar que seco o Ser Sol

    Sem sacar que algum espinho seco secar

    E a gua que sacar ser um tiro seco

    E secar o seu destino seca

    (Marisa Monte)

  • Assonncia

    a repetio de um mesmo som voclico.

    Exemplos:

    [...] Sou um mulato nato

    No sentido lato

    Mulato democrtico do litoral [...]

    (Caetano Veloso)

  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • Alm de modificar os planos sonoro, lexical e

    sinttico, possvel tambm alterar intencionalmente

    o campo semntico ou de significado. Quando

    procedemos dessa forma, estamos fazendo uso das

    figuras de pensamento. Em outras palavras,

    dizemos uma coisa querendo dizer outra.

  • Hiprbole

    Transmite-se com a hiprbole a ideia do exagero, de

    forma a enfatizar os sentimentos e as reaes expressadas no

    texto.

    Exemplos:

    Chorei rios de lgrimas.

    Eu nunca mais vou respirar, se voc no me notar,

    eu posso at morrer de fome

    se voc no me amar

    (Cazuza)

  • Eufemismo

    a utilizao de uma linguagem mais amena com a

    inteno de abrandar uma palavra ou expresso que possam

    chocar o seu interlocutor.

    Exemplos:

    possvel que haja reduo na oferta dos postos de trabalho.

    O nobre deputado faltou com a verdade.

    Voc no foi bem na prova.

  • Ironia

    um enunciado que pretende dizer algo contrrio quilo que sua

    expresso revela, para tanto torna-se fundamental o contexto.

    Exemplos:

    Muito competente! Fez o projeto daquela ponte que liga nada a

    lugar nenhum.

    Marcela amou-me durante quinze dias e onze contos de ris.

    AlexandreMarcador de texto

  • Dito isto, expirei s duas horas da tarde de uma sexta-feira do

    ms de agosto de 1869, na minha bela chcara de Catumbi. Tinha uns

    sessenta e quatro anos, rijos e prsperos, era solteiro, possua cerca de

    trezentos contos e fui acompanhado ao cemitrio por onze amigos. Onze

    amigos! Verdade que no houve cartas nem anncios. Acresce que

    chovia - peneirava uma chuvinha mida, triste e constante, to constante e

    to triste, que levou um daqueles fiis da ltima hora a intercalar esta

    engenhosa ideia no discurso que proferiu beira de minha cova: "Vs,

    que o conhecestes, meus senhores vs podeis dizer comigo que a

    natureza parece estar chorando a perda irreparvel de um dos mais belos

    caracteres que tm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas

    do cu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe

    funreo, tudo isso a dor crua e m que lhe ri natureza as mais ntimas

    entranhas; tudo isso um sublime louvor ao nosso ilustre finado."

    Bom e fiel amigo! No, no me arrependo das vinte aplices que

    lhe deixei.

    (Memrias Pstumas de Brs Cubas Machado de Assis)

  • Anttese e Paradoxo

    Anttese e paradoxo so figuras de linguagem

    caracterizadas por declaraes que trazem consigo ideias opostas.

    Mas qual a diferena?

    Simples. As oposies presentes na anttese so

    conciliveis, ou seja, elas podem coexistir (existirem juntas). J

    as oposies presentes no paradoxo so inconciliveis, ou seja,

    NO podem coexistir!

    Vejamos o exemplo da bela msica do Skank: Te ver

    Te ver e no te querer

    improvvel, impossvel

    Te ter e ter que esquecer

    insuportvel

    dor incrvel...

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

  • Anttese e Paradoxo

    O mais famoso paradoxo, com certeza, o trecho abaixo,

    de Lus Vaz de Cames:

    Amor fogo que arde sem se ver;

    ferida que di e no se sente;

    um contentamento descontente;

    dor que desatina sem doer;

    Em destaque temos oposies completamente

    inconciliveis. Contentamento descontente!? S pode ser um

    paradoxo!

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

    AlexandreMarcador de texto

  • Prosopopeia

    a atribuio de caractersticas ou aes humanas a

    seres inanimados ou irracionais.

    Exemplos:

    As plantas me espiam do jardim. (Tits)

  • Gradao

    a maneira ascendente ou descendente como as idias

    podem ser organizadas na frase.

    Exemplos:

    Respirou e ps um p adiante e depois o outro, olhou

    para o lado e o caminhar virou trote, que virou corrida, que

    virou desespero.

  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • 1. Elementos Bsicos da Comunicao

    a) Emissor : Transmite a mensagem

    b) Mensagem: Aquilo que transmitido

    c) Receptor: Recebe a mensagem

    d) Canal: Meio de transmisso da mensagem

    e) Cdigo: Smbolos utilizados na comunicao (letras,

    gestos, nmeros...)

  • 2. Funes da Linguagem

    a) Referencial: Foco na Informao

    b) Emotiva: Foco no Emissor

    c) Conativa: Foco na Persuaso

    d) Ftica: Foco no Canal (Quebrar o gelo)

    e) Metalingustica: Foco no Cdigo (Lngua explicando a prpria Lngua)

    f) Potica: Foco na mensagem (estilo, forma...)

  • Funo Referencial

    Clara, Objetiva, Impessoal, Informativa

    Ausncia da 1 pessoa do singular, do vocativo e de

    digresses

    Evita-se o excesso de adjetivos e advrbios

    Linguagem Denotativa

    Foco no Fato

    Exemplos

    Textos Cientficos, Notcias, Manuais, Dissertaes...

  • O fracassado Protocolo de Kyoto (...) estabelece que os pases industrializados

    devem reduzir at 2012 a emisso dos tenebrosos gases causadores do sinistro

    efeito estufa em pelo menos mseros 5% em relao aos nveis absurdos de 1990.

    Essa ridcula meta estabelece, bvio, valores superiores ao exigido para pases

    em desenvolvimento. E o que mais eles queriam? At 2001, mais de 120 pases,

    incluindo naes industrializadas da Europa e da sia, j haviam ratificado o

    protocolo. S faltava elas se recusarem! No entanto, pra variar, nos EUA, o

    presidente George W. Bush, o bacana, anunciou que o pas no ratificaria Kyoto,com os argumentos j sabidos de que os custos prejudicariam a economia

    americana, coitadinha, e que o acordo era pouco rigoroso com os privilegiados

    pases em desenvolvimento.

    O texto reproduzido a seguir foi alterado para que

    comprometesse o efeito da objetividade. Procure excluir os

    acrscimos subjetivos, adequando-o funo referencial.

  • Funo Conativa

    Apelativa

    Uso de vocativos e de verbos no imperativo

    Uso de adjetivos e advrbios

    Foco no Receptor (Pblico-Alvo)

    Exemplos

    Anncios, Discursos e Debates Polticos, Editorial...

    Uso da Argumentao

  • Propaganda de um restaurante:

    Venha saborear nossos pratos. Nossa meta servir bem!

    Pergunta: A Funo Conativa foi usada de maneira efetiva nesse

    anncio?

  • Business Intercontinental da Iberia.

    Mais espao entre as poltronas.

  • Funo Emotiva

    Foco no Emissor (Subjetivismo)

    Uso de vocativos e verbos na 1 pessoa

    Uso constante de adjetivos e advrbios

    Linguagem Conotativa (metforas, ironias, etc)

    Exemplos

    Msicas, Romances, Manifesto, Poemas Lricos (Eu Lrico) ...

  • Trecho de uma dissertao:

    O governo tomou medidas bastante eficazes para combatero apago areo

    Pergunta: possvel identificar uma inadequao ao gnero?

    Comente.

    Avio sem asa

    Fogueira sem brasa

    Sou eu assim sem voc

    Futebol sem bola

    Piu Piu sem Frajola

    Sou eu assim sem voc

    Pergunta: Que figuras de linguagem foram usadas no texto ?

  • Funo Ftica

    Foco no Canal

    Quebrar o gelo

    Uso de interjeies, saudaes

    Exemplos:

    Paquera, Saudaes, ...

  • Funo Potica

    Foco no Mensagem (Estilo)

    Presena da Sonoridade e Ritmo

    Organizao em Versos e Estrofes

    Exemplos

    Samba-Enredo, Poema Cano, Sonetos, ...

  • Funo Metalingustica

    Foco no Cdigo (Lngua)

    A Lngua explica a prpria Lngua

    Didtica

    Exemplos

    Aulas de Portugus, Dicionrios, Gramticas ...

  • Anncio de um restaurante:

    Se existem duas coisas com sentidos

    diametralmente opostos so fast e food.

  • Al, al, marciano

    Aqui quem fala da Terra

    Pra variar estamos em guerra

    Voc no imagina a loucura

    O ser humano t na maior fissura...

    (Rita Lee)

  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • Na narrao, existem trs formas de citar a fala

    (discurso) dos personagens: o discurso direto, o

    discurso indireto e o discurso indireto livre.

  • 1) Discurso Direto

    Por meio do discurso direto, reproduzem-se

    literalmente as palavras do personagem. Esse tipo

    de citao muito interessante, pois serve como

    uma espcie de comprovao figurativa

    (concreta) daquilo que acabou de ser exposto (ou

    que ainda vai ser) pelo narrador. como se o

    personagem surgisse, por meio de suas palavras,

    aos olhos do leitor, comprovando os dados

    relatados imparcialmente pelo narrador. O recurso

    grfico utilizado para atribuir a autoria da fala a

    outrem, que no o produtor do texto, so as aspas

    ou o travesso.

  • O discurso direto pode ser transcrito:

    a) Aps dois-pontos, sem verbo dicendi (utilizado para

    introduzir discursos)

    E, para o promotor, o processo no vem correndo como deveria:

    "s vezes sinto morosidade por parte do juiz".

    b) Aps dois-pontos, com verbo dicendi (evitvel)

    E o promotor disse: "s vezes sinto morosidade por parte do

    juiz".

    c) Aps dois-pontos, com travesso:

    E Carlos, indignado, gritou:

    - Onde esto todos???

  • O discurso direto pode ser transcrito:

    d) Aps ponto, sem verbo dicendi

    E, para o promotor, o processo no vem correndo como deveria.

    "s vezes sinto morosidade por parte do juiz."

    e) Aps ponto, com verbo dicendi aps a citao

    E, para o promotor, o processo no vem correndo como deveria.

    "s vezes sinto morosidade por parte do juiz", declarou.

  • O discurso direto pode ser transcrito:

    d) Aps ponto, sem verbo dicendi

    E, para o promotor, o processo no vem correndo como deveria.

    "s vezes sinto morosidade por parte do juiz."

    e) Aps ponto, com verbo dicendi aps a citao

    E, para o promotor, o processo no vem correndo como deveria.

    "s vezes sinto morosidade por parte do juiz", declarou.

    f) Integrado com a narrao, sem sinal de pontuao

    E, para o promotor, o processo no vem correndo como deveria,

    porque "s vezes se nota morosidade por parte do juiz".

  • 2) Discurso Indireto

    Por meio do discurso indireto, a fala do personagem

    filtrada pelo narrador (voc, no caso). No mais h a

    transcrio literal do que o personagem falou, mas a

    transcrio subordinada fala de quem escreve o texto.

    Exemplos:

    Fala do personagem: Eu no quero mais trabalhar.

    Discurso indireto: Pedro disse que no queria mais

    trabalhar.

    Fala do personagem: Eu no roubei nada deste lugar.

    Discurso indireto: O acusado declarou imprensa que no

    tinha roubado nada daquele lugar.

  • Confira a tabela de transposio do discurso direto para o indireto:

    a) DIRETO - Enunciado em primeira ou em segunda

    pessoa: "Eu no confio mais na Justia"; " Delegado, o senhor vai

    me prender?"

    INDIRETO - Enunciado em terceira pessoa: O detento

    disse que (ele) no confiava mais na Justia; Logo depois,

    perguntou ao delegado se (ele) iria prend-lo.

    b) DIRETO - Verbo no presente: "Eu no confio mais na

    Justia"

    INDIRETO - Verbo no pretrito imperfeito do indicativo:

    O detento disse que no confiava mais na Justia.

  • Confira a tabela de transposio do discurso direto para o indireto:

    c) DIRETO - Verbo no pretrito perfeito: "Eu no roubei

    nada"

    INDIRETO - Verbo no pretrito mais-que-perfeito

    composto do indicativo ou no pretrito mais-que-perfeito: O

    acusado defendeu-se, dizendo que no tinha roubado (que no

    roubara) nada

    d) DIRETO - Verbo no futuro do presente: "Faremos justia

    de qualquer maneira"

    INDIRETO - Verbo no futuro do pretrito: Declararam

    que fariam justia de qualquer maneira.

  • Confira a tabela de transposio do discurso direto para o indireto:

    e) DIRETO - Verbo no imperativo: "Saia da delegacia", disse

    o delegado ao promotor.

    INDIRETO - Verbo no pretrito imperfeito do subjuntivo:

    O delegado ordenou ao promotor que sasse da delegacia.

    f) DIRETO - Pronomes este, esta, isto, esse, essa, isso: "A

    esta hora no responderei nada"

    INDIRETO - Pronomes aquele, aquela, aquilo: O gerente

    da empresa tentou justificar-se, dizendo que quela hora no

    responderia nada imprensa.

  • Confira a tabela de transposio do discurso direto para o indireto:

    g) DIRETO - Advrbio aqui: "Daqui eu no sairei to cedo"

    INDIRETO - Advrbio ali: O grevista certificou os policiais

    de que dali no sairia to cedo..

  • 3) Discurso Indireto Livre

    Esse tipo de citao exige muita ateno do leitor, porque a

    fala do personagem no destacada pelas aspas, nem introduzida

    por verbo dicendi ou travesso. A fala surge de repente, no meio da

    narrao, como se fossem palavras do narrador. Mas, na verdade,

    so as palavras do personagem, que surgem como atrevidas, sem

    avisar a ningum.

  • No parava de cantar, Antnio, afirmando que ia para outro tempo enquanto o povo todo desconfiava que era para outro

    mundo que ele ia, e s se ouvia o martelo martelando l dentro,

    toc, toc, toc. E quando os sete dias se passaram, o oitavo dia

    acordou e deu de cara com a mquina da morte prontinha.

    Mas ficou bonita demais, dava at gosto de ficar vendo. E isso

    anda? No andava. Voa? No voava. Nada? No. Claro que no

    cabia na compreenso de ningum, como que o Antnio diz

    que vai pra outro tempo se essa mquina no sai do canto? E

    ele at se irritava, isso a a mquina da morte, eu que

    sou a mquina do tempo. Mas o povo duvidava: e , ? Desde

    quando?

  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • AMBIGUIDADE ou ANFIBOLOGIA: ocorre quando a ideia

    apresenta mais de um sentido dentro do contexto que

    apresentada. Veja um exemplo:

    Gosto muito de minha mulher, disse Joo. Seu amigo Jos responde, Eu tambm.

    Consegue perceber o equvoco? Se no, tente encontrar os dois

    sentidos novamente.

  • Trecho a seguir, extrado de uma revista de grande circulao:

    "MULHERES QUE CONSOMEM BEBIDAS ALCOLICAS COM

    FREQUNCIA APRESENTAM SINTOMAS DE IRRITABILIDADE

    E DEPRESSO.

  • Trecho a seguir, extrado de uma revista de grande circulao:

    "MULHERES QUE CONSOMEM BEBIDAS ALCOLICAS COM

    FREQUNCIA APRESENTAM SINTOMAS DE IRRITABILIDADE

    E DEPRESSO.

    Sentido I: Mulheres que, com frequncia, consomem bebidas

    alcolicas apresentam sintomas de irritabilidade e

    depresso.

    Sentido II: Mulheres que consomem bebidas alcolicas

    apresentam, com frequncia, sintomas de irritabilidade e

    depresso.

  • PLEONASMO ou REDUNDNCIA: consiste na repetio

    desnecessria de um termo ou ideia. O pleonasmo pode ser um

    recurso de estilo, ou um vcio de linguagem. Perceba a diferena:

    i) pleonasmo vicioso: subir para cima, entrar para dentro, deciso unnime de todos, monoplio exclusivo, panorama geral, autorretrato de si mesmo, etc.

    ii) pleonasmo de reforo ou estilstico: Nesse caso, o pleonasmo

    NO errado, pois um recurso de nfase. Veja os exemplos:

    D-me a mim sua mo.

    Vi, com meus prprios olhos...

    Ateno:

    H muito tempo atrs...

  • CACOFONIA ou CACFATO: o som desagradvel resultante da

    combinao de duas ou mais slabas de palavras diferentes.

    Vejamos alguns exemplos:

    Fabrcio disse a Juliana que onde quer que ele fosse, am-la-ia.

    Aps dizer isso, deu um beijo na boca dela e colocou uma mo em

    seu rosto. Juliana, como no suportava despedidas e vira no cu

    nuvens muito negras, responde, Amor, sinto muito, mas vou-me j, pois daqui a pouco estar pingando, mas troco um beijo por cada

    pingo de chuva que cair. Fabrcio, quase chorando, fala, emocionado, Oh, meu amor, meu corao por ti gela.

  • ECO: a repetio desnecessria de um som, resultando num texto

    desagradvel, com ritmo montono e batido. Obviamente, deve-se

    tomar cuidado com os excessos. Veja um exemplo:

    Certo dia, quando ia casa de minha tia, que h anos no via,

    jamais imaginaria que encontraria um amigo a quem to bem eu

    queria.

    Veja como esse erro pode ser corrigido atravs da adequao

    vocabular:

    Certa vez, indo casa de minha tia, que h anos no encontrava,

    jamais imaginei encontrar um amigo to querido.

  • BARBARISMO: o desvio da norma que ocorre nos seguintes

    nveis:

    i) Pronncia

    a) Silabada: erro na pronncia do acento tnico.

    Solicitei cliente sua rbrica. (rubrica)

    b) Cacopia: erro na pronncia dos fonemas.

    Estou com poblemas a resolver. (problemas)

    c) Cacografia: erro na grafia ou na flexo de uma palavra.

    Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei)

    O segurana deteu aquele homem. (deteve)

    ii) Morfologia

    Se eu ir a, vou me atrasar. (for)

    Sou a aluna mais maior da turma. (maior)

  • BARBARISMO: o desvio da norma que ocorre nos seguintes

    nveis:

    iii) Semntica

    Jos comprimentou seu vizinho ao sair de casa. (cumprimentou)

    iv) Estrangeirismos

    Considera-se barbarismo o emprego desnecessrio de palavras

    estrangeiras, ou seja, quando j existe palavra ou expresso

    correspondente na lngua.

    O show hoje! (espetculo)

    Vamos tomar um drink? (drinque)

  • SOLECISMO: erro de concordncia, regncia ou colocao

    pronominal. Veja exemplos:

    Fazem cinco anos que no visito o Rio. (Erro de concordncia. O

    correto : Faz cinco anos...)

    Devem haver erros nesse relatrio. (Outro erro de concordncia. O

    correto : Deve haver...)

    E ela vai sentir que tem muito amor para dar a quem lhe ama. (Erro de regncia. O correto ... a quem a ama.

    Me d um cigarro. (Erro de colocao pronominal. O correto : D-

    me um cigarro.)

  • SOLECISMO: erro de concordncia, regncia ou colocao

    pronominal. Veja exemplos:

    Fazem cinco anos que no visito o Rio. (Erro de concordncia. O

    correto : Faz cinco anos...)

    Devem haver erros nesse relatrio. (Outro erro de concordncia. O

    correto : Deve haver...)

    E ela vai sentir que tem muito amor para dar a quem lhe ama. (Erro de regncia. O correto ... a quem a ama.

    Me d um cigarro. (Erro de colocao pronominal. O correto : D-

    me um cigarro.)

  • NO ERRE MAIS!

    A mulher que eu cuido dela est esclerosada.

    Eis a uma frase tpica da lngua popular. O povo no usa, de forma

    alguma, preposio antes do pronome relativo, a fim de satisfazer a

    regncia, seja verbal, seja nominal. A frase acima, na lngua culta,

    fica assim:

    A mulher de quem eu cuido est esclerosada. (Quem cuida, cuida

    de algum)

    E ento? possvel a voc, agora, corrigir as seguintes frases?

    A pessoa que eu mais confio Carmem.

    A mulher que eu gosto dela no vive mais aqui.

    Essa a aula que me responsabilizo por ela.

    Isso uma coisa que precisamos muito.

  • Prof. Jos Maria C. Torres

  • - Correo: a utilizao das normas cultas e a

    fidelidade disciplina gramatical. Deve evitar-se o

    purismo, a cacografia, os barbarismos, os

    neologismos de mau gosto.

    - Clareza: o que torna o texto de fcil

    entendimento, refletindo a boa organizao das

    ideias na obra escrita. Deve evitar-se a obscuridade

    e a ambiguidade.

  • Os erros mais comuns

    Erros de grafia

    - Os partidos vivem a degladiar entre si.

    - A algum tempo, Fortaleza era uma cidade tranquila.

    - Os mercenrios esto sendo mal pagos, porisso esto

    desertando.

    - No se conseguiu apurar o motivo porque a atriz se suicidou.

    - Os cronistas de futebol teimam em tentar advinhar os

    resultados.

  • Os erros mais comuns

    Erros de acentuao grfica

    - Os tens do programa no foram aprovados.

    - As rbricas no eram do comprador do imvel.

    Erros de emprego de pronomes

    - As empresas ainda no enviaram os catlogos para mim

    assinar.

    - Esse assunto muito importante e deve ficar entre eu e voc.

  • Os erros mais comuns

    Erros de emprego de verbos

    - A polcia no interviu a tempo de evitar o roubo.

    - Encontrei-o no mesmo lugar em que, duas horas antes,

    recebeu-me.

    - pouco provvel que essa deciso satisfaz a todos.

    Erros de morfologia do substantivo e do adjetivo

    - Os dois guardas-chuvas foram danificados.

    - Discutiram muito as bases polticas partidrias do movimento.

  • Os erros mais comuns

    Erros de regncia

    - As empresas automobilsticas esto visando o mercado

    externo.

    Erros de concordncia verbal e nominal

    - Vamos aguardar que V.Sa. manifeste vossa escolha.

    - Poder ainda ocorrer casos mais srios do que esses.

    Erros de colocao pronominal

    - Remeteremos em seguida os pedidos que encomendaram-nos.

  • O trecho a seguir constitui exemplo de frase centopeica, isto ,

    de perodo muito longo. Voc deve desmembr-los em outros

    mais curtos e mais claros, sem que se altere o sentido da forma

    original.

    Contrariando a ideia de que adolescente s pensa em rock, rebelde por ndole, desconhece a realidade socioeconmica de

    seu pas e s d seu voto de confiana aos modismos

    internacionais, a nova Constituio Brasileira resolve apostar,

    ainda que de forma inibida, na capacidade da juventude e no seu

    potencial de discernimento, dando-lhe o direito de votar, o que,

    para uns, um passo precipitado dos constituintes, pois, aos

    dezesseis anos, nenhum jovem possui senso poltico altura de

    opinar sobre questes que afligem o seu pas, e, para outros

    (talvez para a maioria), a deciso demonstra a valorizao de

    idias novas, de credibilidade a um pblico que, apesar da pouca

    idade, tem viso crtica das mazelas mais graves da sociedade

    em que vive.

  • FIMwww.itnerante.com.br/profile/ProfJoseMaria