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Curso de Enfermagem Artigo de revisão
QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES QUE SUBMETERAM A CIRURGIA BARIÁ-TRICA QUALITY OF LIFE OF PATIENTS WHO UNDERWENT BARIATRIC SURGERY Fabiana Braga de Souza 1, Luana Silva de Sousa1, Karla Daniela Ferreira2.
1Acadêmica do Curso de Enfermagem 2 Docente das Faculdades ICESPPromove de Brasília
Resumo
Introdução:Caracterizada como epidemia do século XXI a obesidade é uma patologia que traz agravos à saúde e gera altos custos
para a sociedade. O sedentarismo, uma dieta rica emalimentos gordurosos e fatores genéticos colaboram para o aparecimento das
doenças crônicas não transmissíveis que são responsáveis por crescentes números de morbimortalidade no Brasil e no mundo.
Objetivo:Demostrar a qualidade de vida dos pacientes que submeteram a cirurgia bariátrica. Materiais e Métodos: Revisão
bibliográfica, por meio de fontes secundárias, onde foram utilizadas partes da bibliografia já publicada sobre o tema em
estudo.Resultados:O paciente obeso sofre com doenças adquiridas como a diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistêmica e
dislipidemias que afetam diretamente a qualidade de vida do mesmo. Após a cirurgia bariátrica é notável a diminuição e ate extinção de
tais comorbidades atestando sua eficácia no tratamento de pacientes obesos.Conclusão: O presente estudo demostrou que a
intervenção cirúrgica é uma alternativa viável para a perda de peso e consequente redução das comorbidades em obesos mórbidos. A
melhora significativa em aspectos físicos, psicológicos e sociais interfere positivamente na qualidade de vida.
Palavras-Chave:Qualidade de vida; Cirurgia bariátrica; Obesidade.
Abstract
Introduction: Characterized as the epidemic of the XXI century the obesity is a pathology that brings health problems and generates
high costs for society. A sedentary lifestyle, a diet rich in fatty foods and genetic factors contribute to the onset of chronic diseases that
are responsible for increased morbidity and mortality numbers in Brazil and worldwide.Objective: To demonstrate the quality of life of
patients who underwent bariatric surgery.Materials and Methods: Literature review through secondary sources, which are the parts
used bibliography ever published on the subject under study.Results: Obese patients suffers from acquired diseases such as type 2
diabetes mellitus, hypertension and dyslipidemia that directly affect the quality of life of the same. After bariatric surgery is notable de-
crease and even extinction of such comorbidities attesting to its effectiveness in treating obese patients.Conclusion: This study
demonstrated that surgical intervention is a viable alternative to weight loss and consequent reduction of comorbidities in morbidly
obese. The significant improvement in physical, psychological and social aspects interferes positively on quality of life.
Keywords: Quality of life; Bariatric surgery; Obesity
E-mail: [email protected]
Introdução
Considerada a primeira epidemia do
século XXI, a obesidade é uma doença crônica
caracterizada pelo excesso de gordura no
organismo e está diretamente ligada a doenças
cardiovasculares, metabólicas, respiratórias e
articulares (RODRIGUES eta.l, 2012)
De etiologia multifatorial, a obesidade é
considerada um dos mais graves problemas de
saúde pública e atinge todas as faixas etárias e
os grupos socioeconômicos de países
desenvolvidos e em desenvolvimento
(NASCIMENTO, BEZERRA E ANGELIM, 2013).
Obtido através do peso em quilogramas
divido pela altura ao quadrado, o índice de
massa corpórea (IMC) é o parâmetro utilizado
para avaliar o estado nutricional de um individuo.
2
São considerados com sobrepeso indivíduos que
tenham o IMC maior que 25 kg/m² e menor que
30 kg/m², a obesidade é considerada quando o
IMC a partir de30 kg/m² é encontrado, sendo a
obesidade classificada em: grau 1- IMC entre 30
kg/m² e menor que 35 kg/m²; grau 2 , indivíduos
que apresentem IMC entre 35 kg/m² e menor que
40 kg/m²; e grau 3, indivíduos que apresentem
IMC maior que 40 kg/m² (BRASIL, 2013).
No inicio deste século a Organização
Mundial de Saúde alertava para o fato de que no
mundo há mais de 1 bilhão de adultos obesos,
sendo que cerca de 60% da população mundial
nos próximos anos, apresentarão algum
problema de saúde ligado a obesidade (AYOUB,
ALONSO E GUIMARAES, 2011).
Os altos índices de indivíduos com
sobrepeso e obesos são preocupantes, pois o
excesso de peso é fator de risco para o
aparecimento de doenças crônicas como as
doenças cardiovasculares, hipertensão arterial
sistêmica e diabetes, que respondem por 72%
dos óbitos no Brasil (SBEM, 2015).
Doenças como a hipertensão arterial
sistêmica e diabetes tipo 2 são adquiridas e
evitáveis. A hipertensão arterial sistêmica é uma
condição multifatorial caracterizada por níveis
pressóricos elevados. É considerado hipertenso
o indivíduo com pressão arterial acima de
140x90 mmhg (SBH, 2010).
Portadores de diabetes mellitus 2, sofrem
com defeitos na ação ou na secreção da insulina.
A maioria dos obesos tem como comorbidades a
diabetes tipo 2 e a hipertensão arterial sistêmica
além das dislipidemias (SBD, 2012).
Caracterizada como a associação de
fatores de risco para doenças vasculares
periféricas, cardiovasculares e diabetes, a
síndrome metabólica leva aos hospitais um maior
número de indivíduos, gerando prejuízo aos
serviços de saúde (TIBANA, FARIAS e
TEIXEIRA, 2011).
Na Europa assim como nos EUA a epidemia
da obesidade é considerada um dos maiores
desafios para a saúde pública. No ano de 2011,
durante a Consulta Regional De Alto Nível Das
Américas Contra As Enfermidades Crônicas Não
Transmissíveis (ECNT), ministros da saúde de
países do continente americano assinaram uma
declaração propondo a criação de politicas
públicas com o fim de combater a obesidade em
seu país, assim como determinado na Carta
Europeia De Luta Contra a Obesidade
(MARCELINO E PATRICIO, 2011).
As taxas de crianças e adultos, com
sobrepeso e obesos, também cresceram no Brasil.
Ao longo das últimas décadas, índices históricos
de desnutrição foram substituídos por números
alarmantes de obesosocasionando não só riscos
de saúde de seus portadores, mas também altos
custos e sobrecarga ao sistema único de saúde.
(BRASIL, 2014)
De acordo com pesquisa de 2014
desenvolvida pela Vigilância de fatores de risco e
proteção para doenças crônicas por inquérito
telefônico (VIGITEL), atualmente 52,5% da
população brasileira está acima do peso, sendo
que há nove anos o índice era de 43%. São 56.5%
da população masculina e 49,1% da população
feminina. Já o percentual de obesos no país é de
17,9% da população, são 17,6 % dos homens e
18,20% das mulheres (BRASIL, 2014).
Resultante de péssimos hábitos
alimentares, sedentarismo e fatores genéticos, a
obesidade mórbida é uma séria ameaça á saúde
pública e está diretamente ligada a
comorbidades que resultam no aumento de
morbidade e mortalidade, como por exemplo, a
síndrome metabólica (AYOUB, ALONSO E
GUIMARAES, 2011).
O risco de desenvolvimento de doenças e
transtornos psicológicos é comum em obesos
3
mórbidos. A obesidade mórbida é uma doença
crônica, de difícil tratamento e exige uma
abordagem multiprofissional (VASCONCELOS e
SEPULVEDA, 2011).
Diante do exposto o presente estudo busca
demonstra a qualidade de vida dos pacientes que
submeteram a cirurgia bariátrica, abordando nessa
revisão as principais alterações emocionais,
fisiológicas e sociais que a gastroplastia impõe na
vida de um paciente.
Materiais e métodos
Constituiu em uma pesquisa de revisão
bibliográfica, por meio de fontes secundárias,
onde foram utilizadas partes da bibliografia já
publicada sobre o tema em estudo. O trabalho foi
dividido em 03 etapas:
1ª etapa: Através de pesquisas de dados
foram realizadas coletas de artigos da literatura
de saúde da língua portuguesa e inglesa, do ano
2010 até 2015.
2ª etapa: Os critérios de inclusão dos
artigos foram aqueles que tinham no seu
contexto as seguintes palavras chaves:
Qualidade de vida; Cirurgia bariátrica e
obesidade. A partir da análise de uma lista de
referências de sessenta publicações relevantes
de artigos, foram selecionados trinta e utilizados
no trabalho.
3ª etapa: O presente trabalho seguiu as
normas da ABNT e Núcleo interdisciplinar de
pesquisa (NIP) 2015.
Discussão e resultados
Obesidade Associada à Hipertensão
A obesidade teve um aumento significativo
em todas as faixas etárias em ambos os sexos,
se tornando um problema mundial, devido á falta
da prática de atividade física e uma alimentação
inadequada resultando assim no aumento de
pessoas com hipertensão arterial sistêmica
(SILVA et al., 2014).
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é
uma patologia definida por níveis altos e
mantidos de pressão arterial (PA), pressão
sistólica > 139mmHg ou diastólica > 89mmHg.
Popularmente conhecida como pressão alta a
HAS associa-se freqüentemente a alterações
funcionais e ou estruturais de alguns órgãos
(SBH, 2015).
O aumento de peso e a concentração de
lipídios na região abdominal estão ligados á
elevação da pressão arterial (HOEHR et al.,
2014).
Conhecer e cuidar da hipertensão arterial
é o objetivo primordial dos indivíduos que se
encontram dentro do grupo de risco, obtendo a
diminuição de problemas cardiovasculares e
doenças ligadas a essa patologia. A prática
regular de atividades físicas, não utilização de
drogas e bebidas alcóolicas em exagero assim
como adotar hábitos alimentares saudáveis por
meio de uma dieta balanceada, contribuem para
a perda de peso e a manutenção de níveis
pressóricos normais (GALVÃO e KOHLMANN,
2012). .
Dislipidemia e seus agravos
O estilo de vida sedentário associado a
uma dieta rica em alimentos gordurosos colabora
na diminuição do colesterol HDL, no aumento do
colesterol LDL, e nos níveis elevados de
triglicérides, o que induz á doença coronariana
que atinge artérias de médio e grande calibre
(SBEM, 2015).
Definida como a alteração nos lipídeos,
HDL, LDL e Triglicérides no sangue, a
dislipidemia está associada a complicações de
longo prazo como a adesão de placas de
4
ateroma na parede dos vasos sanguíneos, o que
pode ocasionar agravos como a doença
aterosclerótica coronariana (MIRANDA, et al.,
2011).
A doença aterosclerótica ou aterosclerose
é um processo inflamatório crônico onde ocorre
lesão endotelial dando início ao processo de
formação da placa de ateroma que mais tarde
obstruirá a luz do vaso causando a baixa oferta
de oxigênio e sangue nos tecidos levando a
casos como o infarto agudo do miocárdio e o
acidente vascular encefálico (XAVIER, et al.,
2013).
Obesidade e Diabetes Mellitus tipo II
De acordo com a OMS no ano 2000 o
número de pessoas diabéticas era de
177milhões com perspectiva de chegar a 350
milhões no ano de 2025, sendo característica
epidemiologia do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) o
crescimento acelerado não só em países
desenvolvidos, mas também em países em
desenvolvimento (ARAÚJO e GONÇALVES,
2010).
Diferentemente da diabetes tipo 1,
patologia autoimune caracterizada por pouca ou
nenhuma insulina liberada pelo pâncreas
acarretando a hiperglicemia, a diabetes tipo 2
(DM2) é uma condição adquirida onde o corpo
não consegue usar adequadamente a insulina
que o pâncreas produz , sendo que 90% dos
diabéticos são portadores de DM 2 ( SBD, 2015).
Péssimos hábitos alimentares, inatividade
física e excesso de peso podem causar prejuízos
á saúde como a DM2 caracterizada como altas
taxas de glicose no sangue. Pacientes
portadores de DM 2 têm mais chances de morte
por complicações cardíacas ou de desenvolver
doença vascular periférica se comparados a
pacientes não diabéticos (DUCAN, et al, 2012).
A obesidade é um dos fatores de risco
para o aparecimento da DM 2 que em conjunto
com a dislipidemia e hipertensão arterial formam
a síndrome metabólica.A síndrome metabólica
está relacionada às doenças cardiovasculares
sendo que tais doenças estão no topo das
causadoras de morbimortalidade no Brasil
(MORIEL, et al,2010).
Obesidade no Brasil e Distrito federal
O crescimento no número de pessoas com
sobrepeso e obesas no Brasil, assim como no
mundo é vertiginoso, trazendo como
conseqüência o risco para doenças crônicas não
transmissíveis. Conforme pesquisa do ano de
2014, mais da metade da população brasileira
está com sobrepeso e 17,9% obesa (BRASIL,
2014).
Gráfico 1-Percentual de adultos com excesso de
peso nas capitais.
(Fonte:http://www.abeso.org.br/ - Ano: 2014)
De acordo com dados da VIGITEL, as
capitais brasileiras encontram-se com alto índice
de pessoas acima do peso, com menor índice e
São Luiz com 46% e Manaus com maior índice
com 56% e o Distrito Federal 50% da população
está acima do peso ideal. As capitais com menor
e maior índice de adultos obesos
respectivamente são Florianópolis com 14% e
Campo Grande com 22% e o DF com 16%.
5
Gráfico 2 - Percentual de adultos obesos nas
capitais do Brasil:
(Fonte:http://www.abeso.org.br/ - Ano: 2014)
Tratamento farmacológico da obesidade
O tratamento medicamentoso da
obesidade é indicado em casos de obesidade
grau 1, onde os demais tratamentos como a
dieta e exercícios físicos não foram eficazes
(FARIA et al, 2010).
Os fármacos inibidores do apetite
estimulam o sistema nervoso central (SNC),
trabalhando na inibição da receptação ou
estimulando a liberação das catecolaminas
noradrenalina, dopamina e adrenalina.
Classificados como fármacos catecolaminérgicos
a Dietilpropiona, Anfetaminas, Mazindol e
Femproporex induzem a diminuição da ingestão
alimentar e reduzem o apetite (OLIVEIRA et al.,
2010).
A restrita disponibilidade de fármacos
inibidores do apetite é consequência de uma
resolução da Agencia Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) aprovada no ano de 2011
onde através de estudos foi constatado que
medicamentos como a Anfepramona,
Femproporex e Mazindol podem reduzir o peso
corporal a curto prazo entretanto induzem
alterações cardiovasculares, neurológicas e até
comportamentais (ANVISA, 2011).
Segundo a Resolução da Diretoria
Colegiada - RDC Nº 52 de 06 de outubro de
2011 artigo 1º fica proibida a fabricação,
prescrição, comercialização e uso de
medicamentos que contenham as substâncias
Anfepramona, Femproporex e Mazindol, a
sibutramina tem como limite sua dose diária de
ate 15 mg (RDC Nº52- ANVISA, 2011).
No ano de 2014 a RDC Nº 50 permitiu a
prescrição, comercialização e dispensação de
medicamentos que contenham Mazindol,
Femproporex, Sibutramina e Anfepramona
porém cada um com dose máxima diária e
preenchimento de receituário “B2” assim como
preenchimento em 3 vias de um termo de
responsabilidade (RDC Nº 50 ANVISA, 2014).
Intervenção cirúrgica e obesidade
A gastroplastia, conhecida também como
cirurgia bariátrica ou cirurgia de redução do
estômago, tem como objetivo reduzir o peso de
pessoas obesas e está indicada para pacientes
com IMC acima de 35 kg/m², que tenham
distúrbios metabólicos e endócrinos e pacientes
com IMC maior que 40 kg/m² que não obtiveram
resultados de perda de peso com outros
tratamentos(SBEM, 2015).
As gastroplastias podem ser divididas em
restritivas e mistas, sendo as restritivas cirurgias
onde apenas o estômago é modificado, limitando
o espaço para o alimento e causando a
saciedade do paciente com a pouca ingestão de
comida e as cirurgias mistas, onde o estômago e
o intestino sofrem alterações que além de causar
a restrição também provoca a diminuição da
absorção de nutrientes o chamado caráter
disabsortivo (ZEVE, NOVAIS e JUNIOR, 2012).
Atualmente no Brasil são autorizados
quatro tipos diferentes de procedimentos de
cirurgia bariátrica que são a gastrectomia
vertical, banda gástrica ajustável, duodeno
switch e o bypass gástrico. O balão intragástrico,
6
que apensar de ser um recurso clínico, não é
considerado um procedimento cirúrgico (SBCBM,
2011).
O principal tipo de cirurgia bariátrica
realizada atualmente é o bypass gástrico em Y-
de-Roux (BPGYR), uma técnica cirúrgica mista
que restringe o tamanho da cavidade gástrica e
possui fator disabsortivo devido a exclusão do
duodeno e parte do jejuno (BORDALO et al;.
2010).
Figura 1 - Gastroplastia com derivação gastrojejunal em Y de
Roux
(Fonte: http://www.sbcb.org.br/cbariatrica.asp?menu=1-Ano:
2015)
Suplementação nutricional
Devido á pouca ingestão de alimentos e á
pouca absorção de nutrientes, o risco de
desenvolver deficiências nutricionais é maior em
pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, sendo
necessário o uso da suplementação nutricional
(BORDALO, et al, 2010).
A severidade das deficiências nutricionais
é determinada pelo tipo de cirurgia bariátrica a
que o paciente foi submetido. Em cirurgias
mistas é comum a deficiência de minerais e
vitaminas sendo necessária a prevenção e o
tratamento com a suplementação de acordo com
cada caso. (TOREZAN, 2013).
Tabela 1. Deficiência de vitaminas hidrossolúveis
e lipossolúveis.
Vitamina Tipo Prevenção Tratamento
B12 H 350 mcg/dia ou
1000 mcg
/semana- VO
1000-2000
mcg/dia- VO ou
1000
mcg/semana-
IM.
D L 1200-2000
mg/dia
50.000 -
100.000 UI/dia
em caso de
deficiência
severa
Ácido
Fólico
H 400 mcg/dia 1-5 mg/dia.
A L Polivitaminico
de rotina
Suplementação
específica
B1
H
100 mg/dia(em
caso de vômitos
persistentes)EV-
por 7-14 dias
500 mg 3x ao
dia por 2-3
dias, apos 250
mg/dia EV por
5 dias e
posteriormente
30 mg/dia 2x
ao dia -VO
K
L
Polivitaminico
de rotina
Suplementação
específica
E L Polivitaminico
de rotina
Suplementação
específica
H= hidrossolúvel /L= lipossolúvel
(BORDALO et al.,2010)
As vitaminas hidrossolúveis B12, ácido
fólico, B1 e as lipossolúveis A, D, K e E assim
como os minerais cálcio, zinco, cobre e ferro são
essenciais em diversos processos fisiológicos
que interferem na homeostase. A manutenção
de níveis adequados de nutrientes é necessária
para manter a saúde e também para a obtenção
7
da perda de peso em longo prazo (BORDALO et
al., 2010).
Tabela 2. Deficiências de minerais.
Mineral Prevenção Tratamento
Ferro 40-60 mg/dia -VO Ate 300mg/dia
por 3 meses
associado a
vitamina C ou
infusão
endovenosa de
ferro
Cobre Polivitaminico de
rotina
Suplementação
específica
Selênio Polivitaminico de
rotina
Suplementação
específica
Zinco Polivitaminico de
rotina
Suplementação
específica
Nas mulheres em idade reprodutiva as recomendações
aumentam para 100mg de ferro na prevenção.(BORDALO
et al.,2010)
No caso da cirurgia BPGYR, ocorre a
deficiência de proteínas, cálcio, ferro vitamina
B12 e ácido fólico. A deficiência de ferro é a
principal causa de anemia em pacientes que
realizaram a cirurgia BPGYR. Tal deficiência
ocorre devido a fatores como a diminuição da
secreção do ácido clorídrico no estômago,
restrição da capacidade de absorção intestinal
de ferro provocada pela exclusão do duodeno e
parte do jejuno ou redução na ingestão de alguns
alimentos, devido a intolerância alimentar
(TOREZAN, 2013).
A equipe multiprofissional
Em saúde, uma equipe multiprofissional
corresponde a um grupo de vários profissionais
de áreas distintas que juntos colaboram para
alcançar um objetivo em comum (CAMARGO,
MASARI e INACIO, 2012).
O paciente bariátrico necessita de uma
equipe multiprofissional formada por: Cirurgião,
Enfermeiro, Assistente social, Endocrinologista,
Nutricionista, Fisioterapeuta e Psicólogo. Cada
profissional é responsável por colaborar no
restabelecimento da qualidade de vida do
paciente (LOPES, CAÍRES e VEIGA, 2013).
Após a recomendação medica para a
realização da cirurgia é necessário que o
candidato passe por uma rigorosa avaliação
clinica, nutricional e psicológica, além de
exames. O preparo do paciente visa adequar o
mesmo ao novo estilo de vida e hábitos
alimentares que devem ser adotado antes
mesmo do procedimento cirúrgico (CAMARGO,
MASARI e INACIO, 2012).
A equipe multiprofissional acompanha o
paciente no pré, trans e pós-operatório e tem o
enfermeiro como elo facilitador entre paciente,
família e ambiente hospitalar (LOPES, CAÍRES e
VEIGA, 2013).
Papel do enfermeiro
O enfermeiro, por estar mais próximo do
paciente e da família do mesmo, desempenha
um papel fundamental antes, durante e depois
do procedimento (KRUSE et al., 2012).
Conhecer a técnica cirúrgica assim como
as vantagens e desvantagens do procedimento
adotado é necessário para o sucesso no plano
de cuidados de enfermagem. Sistematizar o
cuidado, verificar os sinais vitais, aliviar a dor e
os desconfortos e estimular a deambulação são
algumas das atribuições da equipe de
enfermagem durante o período pós operatório
(MOREIRA et al., 2013).
O enfermeiro, assim como outros
profissionais de saúde , deve acompanhar o
caso do paciente desde a indicação para
intervenção cirúrgica. Os diagnósticos e
intervenções de enfermagem são privativos ao
enfermeiro e devem ser adotados como parte da
sistematização de assistência de enfermagem
8
(KRUSE et al, 2012)
A orientação durante todo o processo da
cirurgia bariátrica é fundamental para que assim
o paciente possa contribuir na sua recuperação.
Cabe ao enfermeiro educar o paciente visando a
promoção, prevenção e recuperação da saúde
(MOREIRA et al., 2013)
Acompanhamento psicológico
O psicólogo, assim como os demais
profissionais de saúde, é parte essencial no
tratamento de pacientes indicados á cirurgia
bariátrica. A psicologia busca através da
psicoterapia preparar o paciente para as
mudanças no estilo de vida e nos hábitos
alimentares que são passos importantes para o
sucesso da cirurgia (FLORES, 2014).
Alguns pacientes não estão aptos a
realizar cirurgia bariátrica. Pacientes com
transtornos psicóticos, abuso de álcool e drogas
ilícitas, transtornos de humor e com
comportamento alimentar alterado precisam de
rigorosa avaliação que por vezes impossibilita a
aprovação psicológica para a intervenção
cirúrgica no momento (SBCBM, 2015).
O papel da psicologia não está limitado
apenas á avaliação para a intervenção cirúrgica.
É necessário o acompanhamento psicológico
antes e depois da gastroplastia para que
problemas que venham a surgir em decorrência
da mudança do estilo de vida e hábitos
alimentares, sejam identificados e tratados
(FLORES, 2014).
Qualidade de vida após a cirurgia bariátrica
O termo qualidade de vida abrange
diversos conceitos e dentro de saúde
corresponde não só a ausência de doenças, mas
também ao bem estar físico, espiritual e social
(OMS, 2015).
O alto grau de comorbidades associadas à
obesidade afeta a qualidade de vida dos
pacientes atingidos por esta patologia.O
individuo obeso enfrenta problemas físicos
sociais e psicológicos que muitas vezes não são
tratados por profissionais capacitados
(NASCIMENTO,BEZERRA e ANGELIM, 2013).
A cirurgia bariátrica para pacientes
portadores de obesidade mórbida e obesidade
grau 2 com comorbidades que causam risco de
morte é a única alternativa para alcançar a perda
de peso moderada e a diminuição
dascomorbidades (SBEM, 2013).
Através da perda de peso, adoção de
novos hábitos alimentares e estilo de vida que
inclui a prática regular de atividade física, o
paciente bariátrico reduz valores de glicemia,
pressão arterial sistêmica, colesterol LDL e
triglicérides, diminuindo o risco de doenças
cardiovasculares, respiratórias, articulares e
metabólicas (TOLEDO et al., 2010).
Apesar do desconforto decorrente da
mudança nos hábitos alimentares e estilo de vida
o paciente submetido à cirurgia bariátrica tem
melhora significativa em aspectos físicos, sociais
e psicológicos, o que interfere positivamente na
qualidade de vida (MORAES, CAREGNATO e
SCHNEIDER, 2014).
Por ser um método que a perda de peso e
rápida e significativa, melhora das cormobidades
resultando uma qualidade de vida, um melhor
desempenho no trabalho, na rotina social e na
vida pessoal ( BARROS et al., 2015)
Considerações finais
Crescente não só no Brasil, mas no
mundo, a obesidade hoje é considerada um
problema de saúde pública. O paciente obeso
sofre com doenças adquiridas como a diabetes
mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistêmica e
9
dislipidemias que afetam diretamente a
qualidade de vida do mesmo.
Devido ao impacto emocional, psicológico
e físico pessoas obesas recorrem à cirurgia
bariátrica, encontrando uma solução para perda
de peso, diminuição e em alguns casos a cura
das patologias associadas.
Optar pela cirurgia bariátrica não é uma
decisão fácil, uma vez que precisa ser
recomendada por um medico após a tentativa de
perda de peso através de outros métodos como
a pratica de exercícios físicos, dietas e fármacos
voltados ao combate do excesso de peso. Após
a indicação da cirurgia é necessário que o
paciente passe por exames e consultas com
diversos profissionais de saúde para que assim
ocorra êxito no resultado final.
A participação e o apoio familiar são
essenciais na decisão pela cirurgia e pós-
cirúrgico, pois as mudanças no estilo de vida e
hábitos alimentares precisam ser continuas e
rigorosas. Durante todo o processo, entre a
indicação da cirurgia e perda de peso no pós-
cirúrgico, o paciente precisa estar cercado de
pessoas que compreendam e o amparem.
A enfermagem é o elo entre paciente,
família e equipe multiprofissional atuando nas
orientações antes, durante e depois do
procedimento cirúrgico. Cabe ao profissional de
enfermagem efetuar a sistematização de
assistência de enfermagem (SAE) com o objetivo
de procurar medidas e traçar um plano de
cuidados com base na situação de cada paciente
proporcionando um atendimento individualizado
e acolhedor visando a promoção prevenção e
recuperação da saúde.
A gastroplastia desta forma vem se
tornando um meio facilitador para a perda de
peso e conseqüente diminuição e em alguns
caso extinção das comorbidades associadas a
obesidade, refletindo na melhoria da qualidade
de vida dos pacientes que submeteram a cirurgia
bariátrica.
10
Referências
1- ARAÚJO, M.F.M.et al. Aderência de diabéticos ao tratamento medicamentoso com
hipoglicemiantes orais. Escola Anna Nery- Revista de enfermagem. Rio de Janeiro, v. 14, n. 2 abr./jun.
2010.p. 361-367.
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143.
3-BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Resolução RDC nº 52, de 06 de outubro
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<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/dd91710048acfddab5b2b7e2d0c98834/RDC_52_2011_10_de
_outubro_de_2011.pdf?MOD=AJPERES> Acesso em: 07 de setembro de 2015.
4-BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Resolução RDC nº 50, de 25de setembro
de 2014.Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/4d68e780459cf22995c59fa9166895f7/RDC+50_2014.pdf?MO
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