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natalia-silveira
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1. RESUMO
O presente relatório trata-se da fabricação de sabões e detergentes e da identificação de
lipídios em diferentes testes para que possamos conhecer de forma prática o que lemos em
teoria.
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2. INTRODUÇÃO
2.1. Sabão
Os principais produtos dessa indústria são os sabões e os detergentes. Deles derivam os
sabonetes, os xampus, os cremes dentais, os sabões especiais para máquinas de lavar louça e
roupas, os detergentes desinfetantes1, o sabão comum e outros. Sem dúvida alguma, é o sabão
comum o mais antigo destes produtos. Segundo Plínio, o Velho (Histórias Naturais, livro 18),
os franceses e os alemães foram os primeiros a utilizar o sabão. A técnica de produção
desenvolvida foi passada posteriormente aos romanos, entre os quais adquiriu notoriedade.
Conforme escritos encontrados no papiro Ebers, datado de1550 a.C., os povos orientais e os
gregos, embora não conhecessem o sabão, empregavam, na medicina, substâncias químicas
semelhantes - obtidas por um método similar ao de obtenção do sabão, utilizadas como bases
para a confecção de pomadas e ungüentos.
Somente no segundo século d.C., o sabão é citado, por escritos árabes, como meio de limpeza.
Na Itália, foi conhecido devido à existência, nas legiões romanas, de batedores que tinham a
função de anotar novidades existentes na cultura dos povos por eles subjugados. Ditos
batedores tomaram conhecimento das técnicas de produção do mesmo na Alemanha.
Denominaram-no, então, sapo.
Este produto foi muito apreciado nas termas de Roma, mas, com a queda do Império Romano,
em 476 d.C., sua produção e consumo caíram muito. Conta-se que os gauleses2, tanto quanto
os germânicos, dominavam a técnica de obtenção de sabões e, por volta do século I d.C., este
produto era obtido em um processo rudimentar por fervura de sebo caprino com cinza de
faia3, processo este que conferia-lhe um aspecto ruim. Somente no século IX, será vendido,
como produto de consumo na França, onde também surge, nesta época, mais
especificadamente na cidade de Marselha, o primeiro sabão industrializado. Pouco tempo
depois, na Itália, nas cidades de Savona, Veneza e Gênova surgem outras indústrias de sabão.
No século XVIII, os sabões finos mais conhecidos na Europa vinham da Espanha (Alicante),
França (Marselha) e Itália (Nápoles e Bolonha). No Brasil, a difusão e produção do sabão
demoraram mais tempo, mas em 1860 já existiam fábricas de sabão em todas as cidades
importantes.
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Atualmente consumimos uma enorme quantidade de produtos derivados de sabões e
detergentes em nosso cotidiano. Por esse motivo, saber como essas substâncias é produzidas,
como agem e como são degradadas pela natureza, torna-se fator importante para que nossa
interação com o meio seja mais madura e consciente.
2.2. Detergentes
Os detergentes (ou surfactantes) são substâncias anfifílicas, ou seja, apresentam em sua
estrutura molecular uma parte polar e outra apolar, o que dá a estas moléculas a propriedade
de acumularem-se em interfaces de dois líquidos miscíveis ou na superfície de um líquido.
A palavra detergente, procede do latim detergere, que significa limpar. Em medicina se
entende por deterger, limpar uma úlcera ou ferida, e se denomina detersórios as substâncias
empregadas para tal finalidade. Isto significa que podem qualificar-se como detergentes
substâncias tão dispares como a saliva, o sabão ou a gasolina, dependendo em que superfícies
são aplicadas.
Na prática diária se entende como detergente apenas as substâncias como sabões e similares,
que emulsificam as gorduras ou matérias orgânicas devido a propriedade de suas moléculas
possuirem uma parte hidrófila (que atrai moléculas de água) e uma parte lipófila (que é
hidrófoba). Esta propriedade é obtida ao oxidar um ácido graxo de cadeia longa como, por
exemplo, palmítico, esteárico ou oleico com uma base alcalina, frequentemente de sódio,
potássio ou cálcio. Este processo é denominado saponificação. O extremo da molécula que
contém o ácido graxo é lipófilo, e o que contém o átomo alcalino é hidrófilo.
O principal representante dos surfactantes é o sabão. Não obstante, quando apareceram as
lavadoras automáticas se criou uma demanda progressiva de substâncias mais ativas e que se
comportassem melhor em águas duras, mais ricas em cálcio. As águas duras aumentam a
hidrosolubilidade do sabão diminuindo o tempo de contato entre o mesmo e a roupa,
reduzindo a eficiência do sabão. Somado com a escassez de produção de sabão durante a 1ª
guerra Mundial levou a obtenção de novos tipos de detergentes. Apareceram, então, no
mercado doméstico produtos detergentes não saponáceos de origem industrial, incluindo
misturas de tensioativos com outras substâncias, coadjuvantes como os polifosfatos, silicatos,
carbonatos e perboratos, e agentes auxiliares que incluem, entre outros, enzimas, substancias
fluorescentes, estabilizadores de espuma, corantes e perfumes. Os primeiros detergentes deste
tipo, derivados do benzeno, foram amplamente utilizados nos anos 40 e 50, porém não eram
solúveis e nem biodegradáveis, sendo ecologicamente danosos ao meio ambiente. Uma
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segunda geração de detergentes, os alquilsulfonatos lineares, são menos tóxicos e
biodegradáveis.
Os detergentes são compostos por moléculas orgânicas de alto peso molecular, geralmente
sais de ácidos sulfônicos. Cada uma de suas extremidades apresenta carácter polar diferente.
Um lado é apolar, enquanto o outro é polar. Essas extremidades possuem propriedades
coligativas diferentes. Enquanto uma possui afinidade pela água (polar) a outra possui
afinidade com gorduras e outras substâncias não solúveis (apolares). Essa interação resulta em
uma estrutura conhecida como micela (algo como uma almofada com milhares de alfinetes
espetados), que remove a sujeira, auxiliando na limpeza.
O detergente mais comum é o sal para - Dodecil-benzeno-sulfonato de sódio, que se origina
através da reação de soda com ácido sulfônico (dodecil-alquil-benzil-sulfônico).
O primeiro detergente (saponáceo) foi fabricado na Alemanha em 1907. Consistia numa
mistura de sabão tradicional com perborato e silicato sódicos. Ficou conhecido por PERSIL
que são as três primeiras letras dos produtos da mistura.
2.3. As diferenças entre sabões e detergentes.
As diferenças encontradas entre os sabões e detergentes situam-se, principalmente, em sua
forma de atuar em águas duras e águas ácidas. Os detergentes, nessas águas, não perdem sua
ação tensoativa, enquanto que os sabões, nesses casos, reduzem grandemente e até podem
perder seu poder de limpeza. Os sais formados pelas reações dos detergentes com os íons
cálcio e
magnésio, encontrados em águas duras, não são completamente insolúveis em água, o que
permite ao tensoativo sua permanência na solução e sua possibilidade de ação. Em presença
de águas ácidas, os detergentes são menos afetados pois possuem também caráter ácido e,
novamente, o produto formado não é completamente insolúvel em água, permanecendo,
devido ao equilíbrio das reações químicas, em solução e mantendo sua ação de limpeza. As
Figuras abaixo apresentam as reações que podem ocorrer com sabões e detergentes, em
presença de águas ácidas ou duras. Observe que nas reações abaixo, há uma grande vantagem
para os detergentes com relação aos sabões, pois os sabões, como visto nas Figuras 1 e 3,
formam ácidos graxos e sais insolúveis quando em presença de águas ácidas ou duras.
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Figura1 - Reação que ocorre entre o sabão quando em águas ácidas
Figura 2 - Reação de um detergente quando em águas ácidas
Figura 3 - Reação entre os sabões e cálcio, presente nas águas duras
Figura 4 -Reação entre um detergente e cálcio, presente em águas duras
Outra desvantagem dos sabões está no fato de terem menor poder tensoativo e,
conseqüentemente menor poder de limpeza que os detergentes. Em contrapartida os sabões,
por possuírem gorduras não saponificáveis, agridem menos a pele. Os detergentes quando
utilizados para a lavagem de louças, retiram, inclusive, a gordura natural presente nas mãos de
quem o utiliza, causando o ressecamento da pele e a maior suscetibilidade a irritações da
mesma. A grande vantagem na utilização do sabão está no fato deste ser sempre
biodegradável e de ser produzido a partir de matéria-prima renovável - os óleos e as gorduras.
2.4. Lipídios
Os lipídeos definem um conjunto de substâncias químicas que, ao contrário das outras classes
de compostos orgânicos, não são caracterizadas por algum grupo funcional comum, e sim pela
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sua alta solubilidade em solventes orgânicos e baixa solubilidade em água. Fazem parte de um
grupo conhecido como biomoléculas. Os lipídeos se encontram distribuídos em todos os
tecidos, principalmente nas membranas celulares e nas células de gordura.
A maioria dos lipídeos é derivada ou possui na sua estrutura ácidos graxos. Algumas
substâncias classificadas entre os lipídeos possuem intensa atividade biológica; elas incluem
algumas das vitaminas e hormônios.
Embora os lipídeos sejam uma classe distinta de biomoléculas, veremos que eles geralmente
ocorrem combinados, seja covalentemente ou através de ligações fracas, como membros de
outras classes de biomoléculas, para produzir moléculas hídricas tais como glicolipídeos, que
contêm tanto carboidratos quanto grupos lipídicos, e lipoproteínas, que contêm tanto lipídeos
como proteínas. Em tais biomoléculas, as distintas propriedades químicas e físicas de seus
componentes estão combinadas para preencher funções biológicas especializadas.
Existem diversos tipos de moléculas diferentes que pertencem à classe dos lipídeos. Embora
não apresentem nenhuma característica estrutural comum todas elas possuem muito mais
ligações carbono-hidrogênio do que as outras biomoléculas, e a grande maioria possui poucos
heteroátomos. Isto faz com que estas moléculas sejam pobres em dipolos localizados (carbono
e hidrogênio possuem eletronegatividade semelhante). Uma das leis clássicas da química diz
que "o semelhante dissolve o semelhante": daí a razão para estas moléculas serem fracamente
solúveis em água ou etanol (solventes polares) e altamente solúveis em solventes orgânicos
(geralmente apolares).
Ao contrário das demais biomoléculas, os lipídeos não são polímeros, isto é, não são
repetições de uma unidade básica. Embora possam apresentar uma estrutura química
relativamente simples, as funções dos lipídeos são complexas e diversas, atuando em muitas
etapas cruciais do metabolismo e na definição das estruturas celulares.
Os químicos podem separar os lipídeos de uma amostra biológica através de uma técnica
conhecida como extração; um solvente orgânico é adicionado a uma solução aquosa da
amostra e, com um auxílio de um funil de separação, obtém-se a fase orgânica rica em
lipídeos. Com a evaporação do solvente orgânico obtém-se o lipídeo. É desta maneira que, em
escala industrial, se obtém o óleo vegetal.
Alguns lipídeos têm a habilidade de formar filmes sobre a superfície da água, ou mesmo de
formar agregados organizados na solução; estes possuem uma região, na molécula, polar ou
iônica, que é facilmente hidratada. Este comportamento é característico dos lipídeos que
compõe a membrana celular. Os lipossomos são "microenvelopes" capazes de envolverem
moléculas orgânicas e entregarem-nas ao "endereço biológico" correto.
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figura 5: exemplos de lipídeos.
2.4.1. Função
Desempenham várias funções biológicas importantes no organismo, entre elas:
- Reserva de energia (1 g de gordura = 9 kcal) em animais e sementes oleaginosas, sendo a
principal forma de armazenamento os triacilgliceróis (triglicerídeos);
- Armazenamento e transporte de combustível metabólico;
- Componente estrutural das membranas biológicas;
- São moléculas que podem funcionar como combustível alternativo à glicose, pois são os
compostos bioquímicos mais calóricos em para geração de energia metabólica através da
oxidação de ácidos graxos;
- Oferecem isolamento térmico, elétrico e mecânico para proteção de células e órgãos e para
todo o organismo (panículo adiposo sob a pele), o qual ajuda a dar a forma estética
característica;
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- Dão origem a moléculas mensageiras, como hormônios, prostaglandinas, etc.
- As gorduras (triacilgliceróis), devido à sua função de substâncias de reserva, são acumuladas
principalmente no tecido adiposo, para ocasiões em que há alimentação insuficiente. A
reserva sob a forma de gordura é muito favorável a célula por dois motivos: em primeiro
lugar, as gorduras são insolúveis na água e portanto não contribuem para a pressão osmótica
dentro da célula, e em segundo lugar, as gorduras são ricas em energia; na sua oxidação total
são liberados 38,13kJ/g de gordura.
2.4.2. Utilização dos lipídios
São vários os usos dos lipídios:
- Alimentação, como óleos de cozinha, margarina, manteiga, maionese;
- Produtos manufaturados: sabões, resinas, cosméticos, lubrificantes.
Combustíveis alternativos, como é o caso do óleo vegetal transesterificado que corresponde a
uma mistura de ácidos graxos vegetais tratados com etanol e ácido sulfúrico que substitui o
óleo diesel, não sendo preciso nenhuma modificação do motor, além de ser muito menos
poluente e isento de enxofre.
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3. OBJETIVOS
3.1. Sabão
Produzir Sabão a partir de óleo de cozinha usado com hidróxido de sódio como catalisador e
analisar sua qualidade.
3.2. Detergente
Produzir detergente em laboratório.
3.3. Lipídios
Identificar os lipídios através dos testes de solubilidade, saponificação e de iodo.
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4. MATERIAIS E REAGENTES
4.1. Sabão
Balança
Espátula
Pipeta Pasteur
Proveta Graduada
Béquer (400 ml)
Bastão de vidro
Vidro de Relógio
Bico de Bunsen
Tela de amianto
Termômetro
Corante
Essência
Hidróxido de Sódio (NaOH)
Óleo de Cozinha Usado.
4.2. Detergente
Béqueres
Provetas
Pipetas
Bastão de vidro
Ácido Sulfônico (12 mL)
Hidróxido de sódio (3 g)
Amida (2,5 mL)
Formol (0,22 mL)
Corante (0,25 mL)
Essência (2 gotas)
Cloreto de sódio (2 g)
Bico de Bunsen
Tela de amianto
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4.3. Lipídios
Pinças metálicas e de madeira
Pipetas
Tubos de ensaio
Ácido clorídrico 4%
Ácido clorídrico concentrado
Água destilada
Álcool etílico
Carbonato de sódio 27%
Clorofórmio
Éter
Óleo
Solução alcoólica de KOH
5. PROCEDIMENTOS
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5.1 Sabão
Com o auxílio de uma espátula e de um vidro de relógio pesamos aproximadamente 15g de
soda cáustica e adicionamos a um béquer de 400 ml. Com o auxílio de uma proveta medimos
15 ml de água e adicionamos ao béquer que continha a soda cáustica, homogeneizamos bem
até que toda a soda cáustica seja diluída. Aquecemos no bico de bunsen a soda cáustica
diluída até aproximadamente 80°C. Adicionamos aos poucos os 70 ml de óleo de cozinha
usado, o corante e a essência e misturamos com o auxílio de um bastão de vidro por
aproximadamente 30 minutos. Colocamos em uma forma para secar.
Figura 6 :Sabão durante o processo.
5.2. Detergente
Em um béquer de 250 mL dissolvemos o hidróxido de sódio em 25 mL de água e deixamos
em repouso durante 5 minutos. Em outro béquer dissolvemos o ácido sulfônico em 175 mL de
água bem lentamente para que não faça muita espuma e deixamos em repouso por 10
minutos.
Adicionamos o hidróxido de sódio dissolvido ao ácido sulfônico, com o objetivo de obter o
pH = 7,0 (neutro).
Adicionamos a amida e continuamos agitando lentamente. Colocamos o formol, o corante e a
essência. Para dar viscosidade adequada ao detergente, adicionamos o cloreto de sódio.
5.3. Lipídios
5.3.1. Teste de solubilidade
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Colocamos 5 gotas de óleo em 6 tubos distintos. Em cada tubo adicionamos 2ml das
seguintes substâncias: água, HCl a 4%, carbonato de sódio a 27%, álcool etílico, éter e
diclorometano. Observamos e anotamos os resultados.
5.3.2 Teste de saponificação
Colocamos num erlenmeyer cerca de 2ml da amostra de óleo e adicionamos 5ml de
solução alcoólica de hidróxido de potássio (KOH) a 10%. Aquecemos cautelosamente
sobre tela de amianto e mantemos em ebulição até evaporar o líquido. Em seguida
acrescentamos 10ml de água e agitamos. Observamos os resultados.
5.3.3 Teste de Iodo
Colocamos num tubo de ensaio 1 ml da amostra de óleo, adicionamos 3 gotas de lugol e
aquecemos direto na chama CAUTELOSAMENTE. Observamos a mudança de coloração
do sistema.
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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6.1. Sabão
Conseguimos fabricar o sabão proposto em laboratório como demonstrado na figura abaixo.
Figura 5 – Sabão pronto para a utilização e sabão na forma.
O sabão é um produto obtido a partir da reação química de um álcali e uma matéria graxa,
usualmente chamada de reação de saponificação. O seu grupo polar é representado pelo
grupamento COONa e a parte não polar pelo radical R, que é usualmente uma cadeia de
carbono linear com quantidade variável de átomos de carbono.
O grupo polar tem características semelhantes em todos os sabões, de modo que o radical R é
o responsável pelas diferentes propriedades dos mesmos.
Os melhores sabões são aqueles que apresentam de 12 a 18 átomos de carbono no radical R,
sendo suas características tensoativas aproveitadas quando ele está em solução aquosa e
temperatura.
6.2. Detergente
Conseguimos fabricar o detergente proposto em laboratório, porém a viscosidade do
detergente não ficou parecido com esses que compramos em meio comercial,isso se deve ao
fato de como o pH da solução estava superior a 7, ou seja, o pH do detergente não estava na
neutralidade pode ter contribuído para que a viscosidade não ficasse da forma que se desejava
e ao fato de termos colocado formol e essência a mais do que determinava o procedimento
pois a quantidade é bem pequena não tinha-se instrumento para tal medição.
6.3. Lipídios
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6.3.1 Teste de Solubilidade
A tabela1 abaixo demonstra os resultados obtidos no teste de solubilidade realizado com óleo
de cozinha.
Teste de solubilidade
Tubos Solução Resultados
1 Água Insolúvel
2 HCl a 4% Insolúvel
3 Carbonato de Sódio a 27% Insolúvel
4 Álcool etílico Insolúvel
5 Éter Solúvel
6 Diclorometano Solúvel
Tabela 1: teste de solubilidade.
A diferença de solubilidade do óleo de soja nos diversos solventes usados no experimento
ocorre devido ao caráter polar ou apolar das substancias envolvidas na mistura. Esse caráter é
muito influenciado pelas forças intermolecular presentes nos compostos envolvidos. O óleo
de soja, sendo um composto apolar se dissolve melhor em compostos apolares, onde existe
uma regra que pode ser seguida onde semelhante dissolve semelhante. É por isso o óleo não
se dissolve em água, pois esta é uma molécula totalmente polar, devido aos elétrons estarem
mais concentrados na região do oxigênio da molécula. Entre os solventes, existem aqueles que
são mais apolares, portanto ocorre também maior dissolução, como no caso da acetona em
relação ao éter etílico.
6.3.2. Teste de Saponificação
Ocorreu a reação de saponificação ou seja a formação de espuma, o que confirma a presença
de triglicerídeo, como demonstrado na figura abaixo.
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Figura 6: Teste de saponificação.
No processo de saponificação ocorre a quebra da molécula do triglicerídeo em seus ácidos
graxos é através de soluções alcalinas concentradas com temperatura elevadas. Essa reação
tem como resultado a liberação do glicerol e formação de sais de ácidos graxos, originados
pela incorporação do sódio à molécula de ácido graxo. Veja um exemplo de sabão que pode
ser formado a partir da hidrólise do tripalmitil-glicerol, um dos constituintes do óleo de soja:
FIGURA 7: Reação de Saponificação a Presença de Hidróxido de Sódio (NaOH)
Alternativamente, a reação de saponificação pode ocorrer na presença de KOH (Hidróxido de
Potássio):
FIGURA 8: Reação de Saponificação a Presença de Hidróxido de Potássio (KOH)
O sabão é uma molécula anfipática, possui uma "cabeça" polar (COO- K+) e uma cauda
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apolar formada pelo radical "R". Quando em meio aquoso as moléculas anfipáticas tendem a
se agrupar formando estruturas esferóides, as micelas. Este é o princípio da limpeza de
gorduras produzida pelo sabão.
6.3.3 Teste de Iodo
Com o óleo não houve a formação característica da solução de Iodo, pois o Iodo reage com a
ligação dupla do óleo e perde a cor ficando amarelo escuro como demonstrado na figura
abaixo.
Figura 9 : resultado do teste de Iodo.
7. CONCLUSÃO
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Nos experimentos realizados foi possível observar que produtos consumidos diariamente por
nós não precisam ser descartados, como o óleo, e sim devemos procurar uma maneira de
reutilizá-los, ou verificar se estes podem servir de componente para se obter outros produtos
para o consumo doméstico.
A facilidade de obtenção e o baixo custo, aliados a ótimas características químicas, fazem das
gorduras uma das principais matérias-primas na produção de sabões, o que faz com que esse
processo de produção seja bastante simples.
Foram obtidos excelentes resultados no processo de saponificação de gorduras, através da
preparação de sabão a partir do óleo vegetal e hidróxido de sódio.
.
8. QUESTÕES
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1 - Qual os produtos da hidrólise alcalina de um triglicerídeo (reação de saponificação)?
A reação básica de saponificação pode ser representada pela seguinte equação:
Éster de ácido graxo + Base forte → Álcool + Sal de ácido graxo (sabão).
2 - Após um teste de saponificação, observou-se formação de bolhas. O que se pode concluir? Explique.
O sabão é uma molécula anfipática, possui uma "cabeça" polar (COO- K+) e uma cauda apolar formada pelo radical "R". Quando em meio aquoso as moléculas anfipáticas tendem a se agrupar formando estruturas esferóides, as micelas. Este é o princípio da limpeza de gorduras produzida pelo sabão.
3- Em que consiste o teste do iodo? O que caracteriza o teste do iodo como positivo?
Este teste identifica a presença de ácido graxo insaturado. Ocorre uma reação de halogenação, em que o iodo reage com as duplas ligações do ácido graxo insaturado.
figura 10: Teste de Iodo.
Se houver dupla ligação, o iodo será consumido e a coloração característica da solução de iodo diminuirá de intensidade.
4 - O teste da solubilidade de lipídeos quando realizado com NaOH é positivo ou negativo? Justifique.
A adição de NaOH a solução aquosa aquecida contendo ácido graxo provoca a
ressaponificação do mesmo, reconhecida pela formação de espuma.
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FIGURA 11: Reação de Ressaponificação
ou seja o teste de solubilidade com NaOH é positivo.
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