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De: Lucianne Lima do Nascimento À Coordenação do Estágio Supervisionado Assunto: Apresentação de Relatório Em atendimento às determinações do Plano de Estágio Supervisionado, submeto à apreciação de V. Sª o relatório das atividades observadas e desenvolvidas no Estágio de Licenciatura em Matemática no período compreendido entre 24 de Agosto e 13 de Novembro de 2009, no CIEP 431 Padre Nino Miraldi Municipalizado, na cidade de Mesquita.

Relatório Final de Estágio de Docência introdução

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Page 1: Relatório Final de Estágio de Docência introdução

De: Lucianne Lima do Nascimento

À Coordenação do Estágio Supervisionado

Assunto: Apresentação de Relatório

Em atendimento às determinações do Plano de Estágio Supervisionado, submeto à apreciação de V. Sª o relatório das atividades observadas e desenvolvidas no Estágio de Licenciatura em Matemática no período compreendido entre 24 de Agosto e 13 de Novembro de 2009, no CIEP 431 Padre Nino Miraldi Municipalizado, na cidade de Mesquita.

Atenciosamente,

___________________________________________________Lucianne Lima do Nascimento

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“Chegar a um denominador comumDá as coordenadasAparar as arestasSair pela tangente

Ver de outro ânguloRetidão de caráterO xis da questãoO círculo íntimo

A esfera do poderPossibilidades infinitas

Perdas incalculáveisNuma fração de segundos

No meio do caminhoEncontramos: semelhança,

equivalência, estrutura,função, categoria”

Nilton José Machado

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Sumário

INTRODUÇÃO 6

OBJETIVOS 7

DADOS DO ESTÁGIO 8

UNIDADE ESCOLAR. 10

REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE MESQUITA 13

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE MESQUITA 14

ESTÁGIO PARTICIPATIVO EM SALA DE AULA. 15

V FASE 15VI FASE 16VII FASE 16VIII FASE 17PROJETO 18

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 21

CONCLUSÃO 22

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25

ANEXOS 26

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Introdução

O Estágio de Licenciatura é uma exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9394/96). Conforme RESOLUÇÃO Nº 034/2006 - CEPE de 23 de Agosto de 2006, foram aprovadas as normas de estágio. Estágio Curricular Obrigatório que constitui atividade acadêmica e obedece às normas emanadas da legislação específica, da Política de Estágios, do Estatuto, do Regimento Interno da UCB e dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação, aprovados pelos órgãos normativos da UCB. O estágio é necessário à formação profissional a fim de adequar essa formação às expectativas do mercado de trabalho onde o licenciado irá atuar. Assim o estágio dá oportunidade de aliar a teoria à prática.

O presente trabalho tem por objetivo relatar as atividades desenvolvidas durante o Estágio Supervisionado I do curso de Licenciatura em Matemática – UCB, da disciplina Estágio Supervisionado I, ministrada pelo professor André Luis dos Santos Menezes, como cumprimento da exigência acima. O estágio foi realizado no CIEP 431 Padre Nino Miraldi Municipalizado.

O Estágio Supervisionado visa fortalecer a relação teoria e prática baseado no princípio metodológico de que o desenvolvimento de competências profissionais implica em utilizar conhecimentos adquiridos, quer na vida acadêmica, quer na vida profissional e pessoal. Sendo assim, o estágio constitui-se em importante instrumento de conhecimento e de integração do aluno na realidade social, econômica e do trabalho em sua área profissional.

A observação presencial é o tipo de registro que nos dará uma maior riqueza de detalhes da prática pedagógica dos docentes e dos alunos, temos que lembrar que num processo de construção pedagógica o comportamento dos alunos é tão importante quanto o dos professores. Se uma disciplina tem um professor que não motiva seus alunos, dificilmente estes chegarão a algum resultado positivo.Assim como podemos ter uma turma que foi motivada e estimulada pelo professor, mas que mesmo assim fracassou pedagogicamente.

Os fatores que podem levar ao sucesso ou insucesso, do ponto de vista pedagógico, é o que discutiremos aqui.

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“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas napalavra, no trabalho, na ação-reflexão.”

Paulo Freire

OBJETIVOS:

O presente documento tem como objetivo descrever e posicionar-se a respeito da prática de ensino observada no CIEP 431 Padre Nino Miraldi Municipalizado, instituição de ensino da Rede Municipal de Mesquita.

Descrever a escola e sua estrutura física, o corpo docente e os profissionais que assessoram no funcionamento da instituição, bem como o posicionamento sobre as práticas pedagógicas e metodológicas aplicadas em sala de aula, tanto por professores de matérias diversas como dos professores de matemática, além é claro de falar sobre os PPP’s (Planos Políticos Pedagógicos), as relações entre a escola a comunidade e a família dos alunos.

Integrar e aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso em situações reais.

Demonstrar atitudes críticas e tomar iniciativa para resolução de problemas na área profissional, aperfeiçoar e adquirir novas técnicas de trabalho.

Estimular a criação cultural, o desenvolvimento de espírito e do pensamento reflexivo (Inciso I, Art. 43, Cap.IV, da LDB).

“Um professor não estará nunca inteiramente formado,por uma ou outra razão.”

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Arnon Andrade

Dados do EstágioDa Estagiária:

01 – ESTAGIÁRIA: Lucianne Lima do Nascimento02 – ENDEREÇO: Av. Oliveiras, 354/101 – Rocha Sobrinho, Mesquita RJ.03 – TEL: 2796-2236 residencial

7628-5615 celular04 – E-MAIL: [email protected] – INÍCIO DO ESTÁGIO: 24 de Agosto de 200906 – TÉRMINO PREVISTO: 13 de Novembro de 2009.07 - HORAS PROGRAMADAS: pelo menos 140 hs08 - HORAS REALIZADAS: 224 hs09 – ÁREA DE ATUAÇÃO: 2º Segmento do Ensino Fundamental 10 – HORÁRIO DO ESTÁGIO: Noturno – de 18:00 as 22:0011 – MODALIDADE: Educação de Jovens e Adultos – EJA

Da Unidade Escolar:

01 – INSTITUIÇÃO DE ESTÁGIO: Ciep Municipalizado Padre Nino Miraldi02 – ENDEREÇO DA INSTITUIÇÃO: Rua Guarani, 200 – Jacutinga – Mesquita, RJ.03 – DIRETOR GERAL: Francisca Elza Fernandes dos Santos Martins.04 – DIRETOR ADJUNTO: Sônia Marques.05 – ORIENTADOR PEDAGÓGICO:. Alexandre dos Santos Monteiro06 – ORIENTADOR EDUCACIONAL:. Claudia Martins07 – QUANTITATIVO GERAL DE ALUNOS : 595 alunos.08 – ATENDIDOS NO DIURNO : 350 alunos.09 – HORÁRIO DIURNO: Integral – de 08:00 as 16:00.10 – TURMAS DIURNO: Educação Infantil I – 2 turmas

Educação Infantil II. – 2 turmas1º ano – 2 turmas2º ano – 1 turma3º ano – 1 turma4º ano – 1 turma5º ano – 1 turma

11 – NUMERO DE PROFESSORES DIURNO : 15.12 – NUMERO DE INSPETORES DIURNO : 2.13 – PESSOAL DE SECRETARIA DIURNO : 2.14 – ATENDIDOS ENTRE-TURNOS: 15 alunos.15 – HORÁRIO ENTRE-TURNOS: Parcial – de 16:00 as 18:00.16 – TURMA ENTRE-TURNOS :Projeto Brasil Alfabetizado – 1 turma17 – ATENDIDOS NO NOTURNO: 230 alunos.

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18 – HORÁRIO NOTURNO: Parcial – de 18:00 as 22:00.

19 – TURMAS NOTURNO: Projeto Brasil Alfabetizado – 1 turma.Multiseriada_ 1ª a 4ª fase – 1 turma.5ª fase 6ºano - 1 turma.6ª fase 7ºano - 1 turma.7ª fase 8ºano - 1 turma.8ª fase 9ºano - 1 turma.

20 – NUMERO DE PROFESSORES NOTURNO : 10.21 – NUMERO DE INSPETORES NOTURNO : 1.22 – PESSOAL DE SECRETARIA NOTURNO :1.23 – TURMAS ESTAGIADAS: 5ª fase 6ºano - 36 alunos.

6ª fase 7ºano - 49 alunos.7ª fase 8ºano - 47 alunos.8ª fase 9ºano - 37 alunos.

24 – PROFESSORES DE MATEMÁTICA: Rodrigo Macedo 6ª, 7ª e 8ª fases. Fernando Cardoso 5ª fase e Projeto.

25 – HORÁRIO DA INSTITUIÇÃO E.J.A.:5ª fase 6ª fase 7ª fase 8ªfase

18:00 / 18:20 JANTAR JANTAR JANTAR JANTAR18:20 /19:10 Historia Projeto Geografia Ed. Física19:10 / 20:00 Historia Ed. Física Geografia Projeto

2ª feira 20:00 / 20:20 INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO20:20 / 21:10 Ed. Física Geografia Projeto Ciências21:10 / 22:00 Projeto Geografia Ed. Física Ciências18:00 / 18:20 JANTAR JANTAR JANTAR JANTAR18:20 /19:10 Matemática Ciências Português Historia19:10 / 20:00 Matemática Historia Português Ciências

3ª feira 20:00 / 20:20 INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO20:20 / 21:10 Matemática Historia Ciências Português21:10 / 22:00 Matemática Ciências Historia Português18:00 / 18:20 JANTAR JANTAR JANTAR JANTAR18:20 /19:10 Português Matemática Historia Inglês19:10 / 20:00 Português Matemática Historia Inglês

4ª feira 20:00 / 20:20 INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO20:20 / 21:10 Português Matemática Inglês Historia21:10 / 22:00 Português Matemática Inglês Historia18:00 / 18:20 JANTAR JANTAR JANTAR JANTAR18:20 /19:10 Artes Inglês Matemática Português19:10 / 20:00 Artes Inglês Matemática Português

5ª feira 20:00 / 20:20 INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO20:20 / 21:10 Inglês Artes Português Matemática21:10 / 22:00 Inglês Artes Português Matemática18:00 / 18:20 JANTAR JANTAR JANTAR JANTAR18:20 /19:10 Geografia Português Ciências Matemática19:10 / 20:00 Geografia Português Ciências Matemática

6ª feira 20:00 / 20:20 INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

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20:20 / 21:10 Ciências Português Matemática Geografia21:10 / 22:00 Ciências Português Matemática Geografia

Unidade EscolarCiep Municipalizado Padre Nino MiraldiRua Guarani, 200 – JacutingaE-mail: [email protected].: (21) 37652865Tel.: (21) 2696-3539

Para chegar ao CIEP, no município de Mesquita (Jacutinga), o chão batido é o caminho a partir da Rodovia Presidente Dutra. Distante três quilômetros do asfalto rodoviário, a localidade é tomada por casebres, igrejinhas evangélicas e iluminação precária, quase escondendo uma comunidade carente de benfeitorias e obras públicas.

Devolver a auto-estima à população do bairro Jacutinga não é tarefa fácil. Virar cidadãos mesquitenses de verdade, com orgulho das suas casas, é ainda uma realidade distante. Tanto pela falta de iniciativas nesse sentido por parte do poder público, quanto pela falta de confiança da população nos políticos e gestores públicos mesquitenses. Há muito que a comunidade espera que os responsáveis pela administração do município coloquem em prática, um projeto que contemple todos os segmentos: saúde, educação, segurança,

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saneamento básico. Enfim, façam as obras estruturais necessárias para assegurar condições dignas e humanas de vida para todos.

Lama no período de chuva ou poeira na época da seca. Além do incômodo de ter a casa tomada pela terra, moradores do local sofrem com as doenças respiratórias advindas do contato exagerado com o pó. Parece algo simples, mas o asfalto traz qualidade de vida, devolve a auto-estima, deixa as pessoas mais felizes e valoriza a região. O único lazer oferecido aos jovens locais é um campo de futebol em estado precário, localizado ao lado de uma praça em pior estado. Não há opções de lazer.

O mau tempo aumenta a preocupação dos moradores, que não conseguem se recuperar

dos estragos provocados pelas épocas de chuva. Os moradores convivem com enchentes praticamente todo ano.

Em outubro de 2007, ocorreu uma enchente desastrosa para a população local. Segundo levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde, o bairro mais atingido foi Jacutinga, onde a água chegou a um 1.25 m. A água inundou 38 quadras. 1.591 imóveis foram invadidos pelas águas da chuva, 325 pessoas ficaram desalojadas e 1.266 perderam bens móveis. Nesse bairro 4.854 pessoas foram afetadas diretamente pelo temporal. Também foi em Jacutinga, no Rio da Prata, que o corpo do menino, Ronaldo, 9 anos, foi encontrado.

Por esses e outros motivos a Escola não tem grande procura para alunos de EJA. Relatam alguns alunos,que já aconteceram barbáries ali mesmo, dentro, e pelas redondezas da Escola. Mas a esperança e a vontade de crescer são grandes aliados desses alunos, que dizem que a região já teve grande progresso de urbanização e que a violência vem decaindo no local.

O que pude perceber, o local é meio assustador, mas a Unidade Escolar em si, é uma maravilha. Salas amplas, assistência aos alunos com dificuldades, recursos sofisticados e modernos, além de profissionais especializados e comprometidos com a escola e a comunidade. A escola é um grande presente para Jacutinga. . Local onde as idéias e a vontade de transformar andam lado a lado no interior de cada pessoa que nasce, vive e morre caminhando sobre as belezas e mazelas de uma região marcada pela luta. O bairro

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denominado Jacutinga é palco de grandes sonhadores e de pessoas invisíveis, que, em seu dia-a-dia, constroem uma cidade e apenas são lembrados nas vésperas das eleições.

Mesquita é um município em desenvolvimento, e parece-me estar começando a investir nesses setores abordados. A escola está localizada em uma região de risco da baixada fluminense. A tecnologia da informação é usada como meio de promover a aprendizagem da leitura, escrita e desenvolver o raciocínio lógico através de projetos. Além disso, os alunos da EJA participam ativamente das oficinas que acontecem na comunidade, onde cada um mostra o que sabe fazer.

Quanto às dependências da Escola, percebi que ela é composta por: 13 salas de aula, Auditório, Laboratório de informática, Sala de artes, Sala de professores / coordenação, Sala de recursos – atendimento a alunos com dificuldades, Refeitório, Copa / cozinha para professores Secretaria, Direção, Sala de vídeo, Biblioteca, Banheiro masculino e feminino em cada andar, Banheiro de professores e funcionários – masculino e feminino, Quadra de esportes.

Todos os ambientes são muito bem aproveitados. As estruturas dos CIEPs são a meu ver, bem planejadas, amplas, com pequenos inconvenientes, que se forem bem administrados, trazem proveito a comunidade.

Os professores são bastante respeitados pelos alunos, e mostram-se incentivados a pratica do ensino. Alguns docentes utilizam material concreto e trabalham projetos, o que só vem acrescentar na formação dos alunos.

"Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos fragmentos de futuro em que a alegria é servida como sacramento,

para que as crianças aprendam que o mundo pode ser diferente. Que a escola, ela mesma, seja um fragmento do futuro..."

Rubem Alves

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Rede Municipal de Educação de MesquitaUnidades Escolares: 25 Escolas Municipais: 21 Creches Municipais: 5* *A E. M. Paulo Freire atende às modalidades Creche, Pré-Escola e 1ª Etapa do  Ensino Fundamental.

Total de Alunos na Rede Municipal de Ensino: 15.173 (Fonte: Controle de Matrículas SEMED, em 24/05/2007)

Educação Infantil: 1.463 alunos Berçário (4 meses a 1 ano e 11 meses): 60 alunos Creche (2 e 3 anos): 288 alunos Pré-Escola (4 e 5 anos): 1.115 alunos

Ensino Fundamental em 9 anos: 10.662  alunos Anos Iniciais (1ª Etapa à 4ª Série): 8.230 alunos Anos Finais (5ª à 8ª Séries): 2.432 alunos Educação de Jovens e Adultos: 3.048 alunos

Educação Especial: 188 alunos, dos quais 75 Ensino Fundamental e 113 Educação de Jovens e Adultos.

Outros AtendimentosConvênio de subvenção às Creches ComunitáriasUnidades conveniadas: 10Total de crianças atendidas: 674

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Secretaria de Educação de Mesquita - SEMED

Secretária de Educação: Maria Fátima de Souza Silva

Subsecretário de Educação: João Luis Quintanilha

A Secretaria Municipal de Educação de Mesquita tem por objetivo principal oferecer ao cidadão educação pública de qualidade, através da promoção da cidadania e da inclusão social. Com uma Rede de Ensino composta por 21 escolas e 05 creches, além de seus mais de mil servidores, entre professores e pessoal de apoio, atende diariamente a cerca de 15 (quinze) mil alunos, matriculados em turmas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos.

Além disso, a SEMED realiza diversas parcerias com órgãos governamentais e da iniciativa privada, realizando ações de integração com a comunidade em geral, em projetos como “Escola Aberta” e “Segundo Tempo”. A SEMED também promove convênios com universidades públicas, através de cursos de extensão para os professores que atuam nas unidades.

Desde 2005, a Rede Municipal ampliou o seu número, com a aquisição de oito novas unidades, em diversos bairros do município, representando um aumento de mais de três mil novas vagas.

Atualmente, a Secretaria Municipal de Educação está realizando a implantação do Plano Pedagógico Participativo, tornando a escola um espaço mais democrático e atuante na sociedade, além de estudos sobre o Plano de Carreira dos Funcionários da Educação, que deverá ser implantado ainda neste ano.

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Estágio Participativo em Sala de Aula

O perfil dos professores de matemática do Município é bem peculiar. São professores experientes na área de educação, concursados, que exercem a profissão em diferentes instituições e diversos segmentos de ensino. Pude perceber também que o trabalho no noturno apesar de ser “corrido”, por ser supletivo, é mais tranqüilo e os alunos são mais comprometidos. As aulas são enriquecedoras para minha carreira e os docentes apresentaram pleno domínio nos conteúdos lançados. Pude participar tirando dúvidas dos alunos, explicando exercícios, corrigindo as tarefas, explanando alguns conteúdos, levando sugestões de atividades, participando ativamente de projetos e comprometendo-me com a instituição de ensino através de minha assiduidade e pontualidade.

Ao apresentar o panorama do EJA no Brasil, Melo e Passeggi (2006, p. 24) mostram que

(...) a EJA esteve, durante anos, exclusivamente voltada para questão da alfabetização, restringindo dessa forma o seu campo de atuação. A concepção de EJA ampliou seus horizontes, pretendendo propiciar aos jovens e adultos os conteúdos de aprendizagem imprescindíveis à sua plena inserção na sociedade, assim como ajuda-los no manuseio de ferramentas essenciais para que continuem aprendendo.

Posso ressaltar algumas observações que julgo relevantes em cada fase que estagiei, além do projeto MATEJA; juntamente com o relatório, anexei alguns materiais que tive contato, como: exercícios, panfletos, calendário anual ente outros.

V FASETive a oportunidade de participar das aulas dessa turma, ministradas pelo professor

Fernando Cardoso, sempre as terças-feiras, a saber, dias: 25/08, 01/09, 08/09, 15/09, 22/09, 29/09, 06/10, 20/10, 27/10, 03/11 e 10/11. Nesses 11 dias de aula na V FASE, 6º ano do Ensino Fundamental, tive oportunidade de participar ativamente do trabalho, tirando dúvidas de alunos, auxiliando na explicação de conteúdos, aplicando avaliação, auxiliando nas correções e orientando os alunos de todas as maneiras necessárias para o bom desenvolvimento do educando.

"Mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, estar formado para a vida, num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, significa saber se informar, se comunicar, argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer natureza, participar socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas e, especialmente adquirir uma atitude de permanente aprendizado".(PCN's, 2006, p. 9).

Dentre todas as atividades exercidas nesta turma em questão, destaco a Olimpíada da Matemática na qual uma aluna da V FASE, Josilene dos Santos, gabaritou a prova, destacando-se não só entre os alunos de classe, mas também perante toda Escola.

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VI FASEAs aulas nessa turma eram ministradas pelo professor Rodrigo Macedo, sempre as

quartas-feiras. Tive ótima receptividade por parte da turma e do professor regente. Destaco a indisciplina da turma, que chamou-me bastante atenção. Percebi que o fato da turma ter bastante adolescentes {estes vieram do diurno por motivos de idade avançada e indisciplina};o domínio de turma era mais difícil, fato que contribuía para indisciplina crescente. Os adolescentes indisciplinados quando se juntam em uma mesma classe, tomam força e os professores precisam ser mais severos para controlá-los. De qualquer maneira, participar das aulas do 7º ano do Ensino Fundamental foi uma experiência enriquecedora para Prática Pedagógica.

Não é fácil redefinir valores ou pensamentos, práticas ou condutas socialmente incorporadas a nossa personalidade profissional. É uma violência íntima. Exige muito cuidado e respeito. Não se trata de ser a favor ou contra mais uma moda na roupagem pedagógica, de ter consciência crítica ou alienada. Está em jogo o pensar, sentir e ser da gente".(Arroyo, 2000, p. 70).

Dentre os 10 dias de aula: 26/08, 02/09, 09/09, 16/09, 23/09, 30/09, 07/10, 21/10, 04/11, 11/11, destaco a aula de Unidades de Medida. Nessa aula foram medidos e pesados os alunos e vários objetos. A turma foi muito participativa e a aula foi muito produtiva, visto que, transformávamos as unidades de medida, massa e capacidade oralmente, onde todos opinavam. A partir daí, houve maior facilidade na assimilação do conteúdo.

VII FASEAs aulas da turma em questão eram ministradas as quintas-feiras e sextas-feiras,

tornando a meu ver, as aulas mais produtivas. Enquanto nas outras fases citadas anteriormente as aulas eram ministradas em um único dia da semana, prejudicando os alunos em caso de dias não letivos, as turmas que têm a matéria duas vezes na semana se beneficiam com o horário.

Essa turma era bem numerosa e os alunos bastante assíduos. Notei dentre outras coisas, a solidariedade entre os alunos, pois aqueles que assimilavam melhor os conteúdos, sempre ajudavam os que não assimilavam. Para ser sincera as aulas foram bem ministradas e não consigo destacar uma em específico, pois todas foram mais tradicionais, apesar do professor ser dinâmico, não constatei nenhuma dinâmica de aula em especial.

Dentre os 20 dias que estive no 8º ano do Ensino Fundamental,27/08, 28/08,03/09, 04/09, 10/09, 11/09, 17/09, 18/09, 24/09, 29/09, 08/10, 09/10, 22/10, 23/10, 29/10, 30/10, 05/11, 06/11, 12/11, 13/11, percebi que os alunos acham que aula boa é quadro e giz. Qualquer outra atividade que saia da rotina de sala de aula, os alunos não demonstram interesse e vão para suas casas, alegando cansaço pelo dia de trabalho. Notei que os educandos acham nesse caso, que o professor não está interessado em ensinar ou que estão sendo enrolados.

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Utilizando-se de Celso dos S. Vasconcellos (2006) e de seu conceito de "alienação da educação", concluímos:

"O professor não tem compreensão do seu trabalho na complexidade que ele implica; está alienado do seu quefazer pedagógico: foi expropriado do seu saber, situação esta que o desumaniza, deixando-o à mercê de pressões, de ingerências, de modelos que são impostos como 'receitas prontas', impossibilitando um trabalho significativo e transformador...".(p. 25).

De qualquer maneira, foram aulas produtivas e bastante enriquecedoras, contribuindo para meu aprimoramento profissional e pessoal. Por fim, devo mais uma vez ressaltar a importância do estágio na formação do professor. Durante esse pequeno contato com a escola, com professores e com os alunos pude vivenciar na prática como se dá efetivamente à relação entre os sujeitos, além de observar como o papel do educador ainda é importante para a construção da cidadania, mesmo que a realidade social contribua para o

"... sofrimento, ao desgaste, ao desânimo, ao descrédito quanto à educação, à acomodação, à desconfiança, chegando mesmo à falta de companheirismo e de engajamento em lutas políticas..." (Vasconcellos, 2006, p.25).

VIII FASEPelo meu ver essa era a turma “queridinha” dos professores daquela unidade escolar.

Todos os professores elogiavam os alunos dessa turma e realmente o ambiente naquela sala de aula era bastante acolhedor.

Dentre tantas aulas assistidas, (20 ao total: 27/08, 28/08,03/09, 04/09, 10/09, 11/09, 17/09, 18/09, 24/09, 30/09, 08/10, 09/10, 22/10, 23/10, 29/10, 30/10, 05/11, 06/11, 12/11, 13/11), aquela que chamou-me mais a atenção foi sobre porcentagem e capital inicial. Os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental interessavam-se bastante por aulas que se trabalhava com valores do Sistema Monetário Brasileiro. Notei que o interesse no aprendizado cognitivo era maior pelo fato de trabalharmos com dados do cotidiano.

Um aluno em especial dessa turma (Geová Mendes da Silva), gostava muito dessas aulas e ainda pediu ao professor, que ensinasse através do uso e manuseio da calculadora, pois o mesmo trabalhava com compra e venda de produtos, e sempre se enrolava ao calcular as porcentagens das comissões. Todo o ensino da matemática era bem mais assimilado quando se tratava de dinheiro.

Não basta saber ler que "Éva viu a uva", diz Paulo Freire. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.

O professor da turma utilizava-se de recursos como extrato bancário para trabalhar valores, principalmente negativos. Essas aulas com certeza foram as mais apreciadas pelos estudantes e muito proveitosa para mim.

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PROJETOAs aulas de projeto eram sempre as segundas-feiras e contemplava as quatro turmas do

2º segmento do Ensino Fundamental. Percebi que os alunos em geral ficavam muito agitados e eufóricos com essa aula, pois

saíam do cotidiano de sala de aula e iam ao laboratório de informática que era composta de 10 micro computadores com acesso a internet e ar condicionado.

Algumas regras eram impostas nessas aulas, como: proibição da entrada de alimentos no recinto e restrição a navegação à sites de relacionamentos, salas de bate-papo e sites pornográficos. As aulas eram apenas de consulta, pesquisas, jogos educativos e manuseio de ferramentas do Word.

Notei no primeiro momento bastante timidez e até recusa de alunos com idades mais avançadas. Acho que o medo do que é novo, diferente, traz insegurança e até mesmo vergonha aqueles que não convivem com a informação virtual.

Os adolescentes, ao contrário, ficavam entuisiadíssimos e aqueles que mais atrapalhavam as aulas na sala de aula, no laboratório, destacavam-se pelo interesse e participação. O que chamou minha atenção foram os alunos levarem vários sites para acessarem ao final da aula, muito engraçado como eles ficaram contentes, com os olhinhos fixos e brilhantes na tela do computador. Realmente, foi a etapa do estágio mais gratificante para mim.

Precisamos ter uma postura efetiva de um profissional que se preocupa verdadeiramente com o aprendizado, que deve exercer o papel de um mediador entre a sociedade e a particularidade do educando. Devemos despertar no educando a consciência de que ele não está pronto, aguçando nele o desejo de se complementar, capacitá-lo ao exercício de uma consciência crítica de si mesmo, do outro e do mundo, como dizia Paulo Freire. Mas como fazer isso é o grande desafio que o educador encontra, no estágio não foi diferente e busquei a cada momento ser mais que professora ser uma educadora.

Mas sem dúvida alguma o meu aprendizado foi imenso, mesmo terminando a aula roca, com a cabeça doendo, exausta e chateada por causa das conversas paralelas. Pelos pontos positivos e também pelos negativos foi uma experiência inesquecível. Enfim, tenho a sensação de que sou vitoriosa, por alcançar os objetivos traçados para este estágio, por transpor as dificuldades encontradas e, sobretudo, conquistar se não todos os alunos, pelo menos uma parte.

“Ninguém educa ninguém, e ninguém se educa sozinho. É preciso tornar a educação

um ato coletivo, solidário”.Paulo Freire

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PROJETO MATEJA DO CIEP PADRE NINO MIRALDI MUNICIPALIZADO:

Estrutura do Projeto:O ensino da matemática, no entendimento de nossa rede de ensino, não é a transmissão

sistemática de formas de efetuar operações que obedecem a uma lógica sucessiva, rigorosa, com a qual se chega a quaisquer resultados fixos. Sabemos que a matemática, diferentemente das ciências humanas e sociais, cria seu próprio objeto, estabelece séries sucessivas de raciocínios a partir deste objeto e que novas operações nascem a partir de outras, básicas, fixas. Este fato, porém não impede que o seu ensino possa utilizar-se de recursos lúdicos, criativos e próximos à reflexão de fatos significativos da vida cotidiana, o que facilita a apreensão de sua lógica.

O que queremos evidenciar é que o fato da matemática ter seu próprio estatuto não elimina sua relação com as várias esferas que compõem a “estrutura da própria vida humana” (Heller). Assim, ela se faz presente em esferas diversas como, por exemplo, na estética, na economia, no lazer, nas relações sociais. Em cada uma destas esferas, emergem necessidades de raciocínios matemáticos postos por circunstâncias determinadas.

É por este fato que a matemática se faz presente no debate de questões atuais e deve emprestar suas ferramentas para o entendimento destas questões. Pondo-se desta forma, a matemática não se apresenta como um compêndio de sistemas encerradas em si, mas se oferece, em diferentes contextos históricos, para as necessidades de explicações da natureza, da sociedade e do modo de viver especificamente humano em aspectos centrais do seu cotidiano.

A matemática, por ser fruto dos homens que são seres históricos (inconclusos como diria Paulo Freire) não é um sistema acabado, portador da racionalidade que não dialoga com os questionamentos dos homens. Ela não é algo que se encerra em fórmulas a serem decoradas e por isto exige uma didática que não alimente o temor pelo domínio de sua exatidão.

Entender a matemática significa compreender que seu desenvolvimento não serve apenas à descoberta de uma nova operação e supõe que o seu ensino está vinculado a uma formação que possa tornar os homens e as mulheres mais aptos a determinados raciocínios que concorrem para ampliar, não apenas o conhecimento, mas, sobretudo, as possibilidades de realização e organização da vida humana nas diferentes áreas. Seu ensino, neste ideal formativo, consiste em iniciar o aluno nas exigências do raciocínio lógico que, sem temer a necessidade do resultado, arriscar-se a novas descobertas.

O ensino da matemática não se situa acima de quaisquer determinantes, ao contrário, é a partir destes que ele se materializa, se particulariza por uma lógica específica e se põe como

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um dos critérios para a se chegar à veracidade de uma dada situação que pode de ser passível de refutação futura. O aprendizado na matemática só pode acontecer diante da possibilidade de erros e acertos, sem amarras metodológicas que tolhem a possibilidade de novas construções.

Qual é o lugar que a matemática ocupa no processo de aprendizagem? Ela exige uma disciplina, mas também uma abertura para a tradução de circunstâncias diversas. Faz-se necessário, diante destas exigências, no ensino da matemática, acompanhar o curso da maturidade intelectual dos alunos para trazer à tona ferramentas passíveis de serem apreendidas e entender o universo desses alunos de tal forma que se possa encontrar tais ferramentas, sem perder de vistas os raciocínios básicos que compõem o próprio saber matemático. O ensino da matemática, na sala de aula, deve ser plausível com as possibilidades de exercício matemáticos que os alunos têm e com o que possam vir a ter.

Cumpre lembrar que Lyotard (1986) a respeito do ensino da filosofia diz que este requer um posicionamento específico que exige, sempre, uma atitude de recomeçar, uma disponibilidade em reatar com “a estação de infância, que é dos possíveis do espírito”. Este posicionamento proposto pelo filósofo pode ser transposto para a matemática e para outros saberes específicos. É um posicionamento que revela uma visão aberta com relação à sala de aula, ou seja, esta não deve ser circunscrita nos limites postos por pontos a serem alcançados, mas deve ser um espaço sempre aberto ao recomeçar. Salienta Lyotard (1986, p.03): “começa sempre meio” não há pré-determinação, mas sempre algum ponto por onde começar. Qual é o ponto a começar, no ensino da matemática para jovens e adultos?

A participação da matemática, a maior frente do projeto dado seu próprio objetivo, compõe-se de seis oficinas:

o Informática: Introdução ao Windows com os aplicativos Word, Excel e Power Point;o Raciocínio Lógico: Interpretação de textos e problemas que desenvolvam a

criatividade e o raciocínio lógico;o Lúdico na Educação de Jovens e Adultos: Jogos, truques, mágicas, brincadeiras e

problemas curiosos;o Pesquisa na Internet: Uso de ferramentas de busca para pesquisas na Internet. Uso de

Sites relacionados com as disciplinas do curso. Utilização de ferramentas governamentais disponíveis na Internet como SINE, DETRAN, Receita Federal e outros;

o Olimpíadas de Matemática: Prepara os alunos para as Olimpíadas da Matemática da rede pública de ensino utilizando exercícios de aplicações;

o Oficinas de serviço social: Previdência, bolsa família e BPC

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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Durante o desenvolvimento do estágio, percebi o quanto é importante a EJA. Mas, somente quando há investimento do poder público e investigação da prática educativa, dos processos que possam levar o aluno a ampliar sua capacidade de analisar as informações e que possa incorporá-las em seu dia-a-dia.

Acredito que a EJA pode ser valorizada, de forma que venha ser uma modalidade importante e que auxilia na formação de pessoas pensantes, que saiba posicionar-se diante dos diversos segmentos da sociedade. A EJA não pode ser considerada como um meio de se obter diplomas, assim vejo o objetivo de várias pessoas e até mesmo frases de educadores dizendo: “Na EJA ‘passa’ o conteúdo, aprendendo ou não aprendendo ‘passa pra frente’, pois na EJA é assim mesmo”, ou seja, pessoas que sabem da defasagem e não tentam mudar a situação do Ensino de Jovens e Adultos.

Percebi que os professores não acreditavam mais em mudança. Sempre que eu colocava alguma opinião eles diziam que era coisa de universitário acreditar em mudança. Os alunos precisam ser motivados. Paulo Freire (1996), dizia que a escola deve respeitar os saberes do educando, aproveitando as experiências que os mesmos têm com sua realidade, discutir isso entre eles, usando a curiosidade para ser assim criativo, diante de um mundo que não fizemos, mas que acrescentamos algo. Há a necessidade da superação das aulas com ênfase no trabalho de recitação e a inexistência de propostas de situações que solicitem dos alunos explicações baseadas em atividade prática.

Isso, me fez refletir que à medida que aumentava o contato com situações reais com a sala de aula de uma escola publica, percebi várias modificações que deveriam ser feitas no decorrer do ano letivo afim de que se cumpram as responsabilidades e compromissos da escola na formação do cidadão: Mostrar a ligação entre o conteúdo matemático e a realidade do aluno. Fazer com que os alunos consigam interpretar os exercícios e consigam relaciona-los a

situações reais. Proporcionar a interação dos alunos. Estimular o interesse de pesquisar dos alunos.

Por fim acredito na modalidade da EJA, mas considero urgente uma reforma em sua estrutura e funcionamento. Além disso, sei que os professores tentam fazer o melhor que podem, assim como os alunos. Entretanto, enfrentam situações em um contexto desfavorável de ensino e de aprendizagem de Matemática.

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Conclusão

O estágio curricular, junto com as disciplinas teóricas desenvolvidas no curso, é um espaço de construções significativas no processo de formação de professores, apresentando-se como responsável pela construção de conhecimentos, possibilitando contribuir com o fazer profissional do futuro professor (FREIRE, apud SANTOS, 2005).

Ressalto ainda aqui pontos positivos e negativos, além da aprendizagem significativa adquiridos durante todo o período de estágio:

Pontos positivos:1. Constatação da importância do estágio.2. Reconhecimento da possibilidade de ter realizado um trabalho melhor.3. Conhecimento do funcionamento prático de uma unidade escolar.4. Reconhecimento de que a prática educativa é uma troca de saberes;5. Reconhecimento da importância de se ter iniciativa6. Necessidade de uma visão multidisciplinar da realidade do processo de ensino7. Necessidade de responsabilidade e comprometimento.8. Reconhecimento de que a pratica docente não é uma missão fácil.9. Superação de dificuldades.

Pontos negativos:1. Problemas relacionados a disciplina na sala de aula (bagunça, barulho e conversa).2. Alunos com dificuldades na aprendizagem devido, por exemplo, ao tempo que

ficaram sem estudar (EJA);3. Rejeição por parte dos alunos e funcionários da escola.4. Diferenças sociais entre os alunos5. Heterogeneidade das turmas (etária e cultural)6. Dificuldade de acesso a escola e tempo para estudar em função de trabalho e

família.

Aprendizagem significativa:1. Educação como função democratizadora de igualar oportunidades.2. Função do professor como mediador do processo de aprendizagem3. Necessidade de trabalhar em função da realidade do aluno4. Importância de refletir a prática educativa5. Importância da participação dos pais no processo de aprendizagem6. Necessidade da utilização de vários métodos de avaliação da aprendizagem.7. Importância usar vários meios de instrumentalização8. Importância do domínio do conteúdo.Após essa rica experiência comecei a entender melhor o ser professor, o ser

profissional. Também pude perceber que as dificuldades dessa atividade são muitas. Porém, soluções estão sendo procuradas. Ocasionalmente, quando estiver com alguma dificuldade em sala, vou procurar lembrar do papel do professor frente ao mundo, a sociedade que não pára de evoluir.

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O que mudou foi que aprendi novas técnicas, jogos, habilidades para a melhoria do ensino da matemática. Comecei a ver as diferenças entre as turmas, analisar as turmas, a capacidade de aprendizado dos alunos, materiais contidos na escola.

Minha expectativa continua sendo a mesma, porém vou procurar desenvolver métodos que estimulem o raciocínio matemático e o interesse, pois muitos deles tiveram contato apenas com regras.

Minhas expectativas não sofreram tantas mudanças, uma vez que já estava ciente do desafio que iria enfrentar, porém percebo que determinadas atitudes que seriam executadas tomam outro rumo... o que muda gira em torno do conhecer a estrutura escolar, os relacionamentos dos professores entre si e entre a coordenação e a administração.

Não basta apenas aprender a ensinar matemática (que sugere transmitir um conteúdo específico) a missão do professor exige muito mais que isso; é preciso educar, formar um ser não somente no aspecto cognitivo, mas em todo complexo de possibilidades que o indivíduo encerra.

Formar o profissional não é simplesmente dotá-lo de uma bagagem de conhecimentos e habilidades, mas é levá-lo a competência de aliar a sensibilidade para os fatos empíricos à reflexão sobre os sentidos que assumem um conjunto das determinações amplas, que os fazem reais e historicamente situados (Marques, 2000).

Mudei muitos meus conceitos em relação ao ensinoaprendizagem... aprendi que o professor acima de tudo deve ajudar na formação do aluno como cidadão, abordando conteúdos, usando estratégias que façam parte da realidade do aluno, possibilitando maior interesse deste pelo conteúdo.

Hoje fala-se muito em PCN, LDB., mas todo este arsenal de nada adianta se não houver um investimento maior em educação. O professor se vira de todas as formas e meios, vive sobrecarregado de horas-aulas, especializa-se, forma opinião, contribui para a formação de cidadãos, faz tudo para o aluno aprender, mas infelizmente, nada lhe é posto em troca.

Hoje muita coisa mudou, percebi que o papel do professor vai muito além de conteúdos. Todos temos a missão de sermos eternos aprendizes, o professor em especial, estará sempre em busca de mais conhecimentos, ele deve ser também um pesquisador, um mediador do conhecimento para que suas aulas alcancem cada aluno, fazendo-o construir seu próprio conhecimento.

Tenho um grande desafio, pois lidar com educação não é fácil, dada as situações que podemos encontrar nas escolas; a partir destes referenciais teóricos, é possível criar o mínimo de senso crítico necessário que todo professor precisa.

Para mudar a didática do ensino da Matemática na escola tornando-a dinâmica, rica, viva, é preciso mudar antes o conceito que se tem dessa disciplina. É preciso reconhecer que ela é fruto do trabalho humano e, como tal, está sujeita a erros e acertos. É preciso também reconhecer que ela evolui e se modifica no tempo, em função do uso que se faz dela.

Não é possível preparar alunos capazes de solucionar problemas ensinando conceitos matemáticos desvinculados da realidade, ou que se mostrem sem significado para eles, esperando que saibam como utilizá-los no futuro. Por isso, faz-se necessário pensar em tornar o ensino de Matemática uma das formas de preparar os alunos para a participação ativa dentro da sociedade.

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O desafio para nós estudantes de licenciatura em matemática é mudar a forma de pensar e de ensinar matemática. E o estágio possibilitou um repensar da educação matemática.

Educadores, onde estarão? Em que covas terão se escondido? Professores, há aosmilhares. Mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor.

Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de umgrande amor, de uma grande esperança.”

Rubem Alves

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Referências BibliográficasALVES, Rubem. Escola com que sempre sonhei, sem imaginar que pudesse existir. Editora Papirus, 5ª edição 2005

ANDRADE, Arnon de. O Estágio Supervisionado e a Práxis Docente [on-line] In: Arnon de Andrade – Site Pessoal. Disponível em http://www.educ.ufrn.br/arnon. Internet. Acessado em 25/10/2009

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BRASIL. MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília-DF. 2001

DREYER, Ana Paula S.L.L.; ZULIAN, Caio; LAZZARI, Fabio de C.; TOGNELLA, Mateus R.; SOUZA, Vittorio G.. A importância do estágio para os professores em formação. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. 2009

FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. Universidade e Estágio Curricular: subsídios para discussão. In: Alves, Nilda (org.) Formação de Professores - Pensar e Fazer. São Paulo: Cortez EDITORA. COLEÇÃO QUESTÕES DE NOSSA ÉPOCA, Nº 1. 2001, P.53-71.

FIORENTINI, D; NACARATO, A. M. (Orgs). Cultura, formação e desenvolvimento profissional de professores que ensinam matemática: Investigando e teorizando a partir da prática. São Paulo: Musa Editora; Campinas: GEPFPM-PRAPEM-FE/UNICAMP, 2005.

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MARQUES, M. O. A formação do profissional da educação. Coleção Educação; 13. Ijuí: Editora UNIJUI, 2000. 240p.

MESQUITA, Prefeitura Municipal de, Secretaria Municipal de Educação, Disponível em: http://www.mesquita.rj.gov.br/.Internet. Acessado em 13/09/2009

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