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Modelos de Escoragem de Crédito Pessoa
Física
2010
4° TRIMESTRE
Relatório de
Gerenciamento
de Riscos
Relatório de Gerenciamento de Riscos
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 4
1 GESTÃO DE RISCOS................................................................................................................. 5
1.1 PRINCIPAIS RISCOS CORPORATIVOS ..................................................................................... 5
2 RISCO DE CRÉDITO ................................................................................................................. 6
2.1 GESTÃO DO RISCO DE CRÉDITO ............................................................................................... 6
2.1.1 Identificação e Mensuração ........................................................................................... 7
2.1.2 Monitoramento ................................................................................................................... 9
2.1.3 Controle e Mitigação ...................................................................................................... 10
2.2 EXPOSIÇÕES AO RISCO DE CRÉDITO .................................................................................... 11
2.2.1 Montante das Exposições ao Risco de Crédito ..................................................... 11
2.2.2 Percentual das Exposições dos Dez Maiores Clientes........................................ 12
2.2.3 Montante das Operações em Atraso ........................................................................ 12
2.2.4 Operações Baixadas a Prejuízo .................................................................................. 12
2.2.5 Montante de Provisões .................................................................................................. 12
2.2.6 Exposição por Fator de Ponderação de Riscos ..................................................... 13
2.2.7 Parcela de Risco de crédito, Segmentada por Fator de Ponderação de
Riscos ............................................................................................................................................... 14
2.2.8 Instrumentos Mitigadores ............................................................................................ 14
2.3 RISCO DE CRÉDITO DA CONTRAPARTE ................................................................................. 15
2.4 CESSÕES DE CRÉDITO E TVM ORIUNDOS DE PROCESSO DE SECURITIZAÇÃO ............. 16
3 RISCO DE MERCADO E LIQUIDEZ ................................................................................... 17
3.1 RISCO DE MERCADO .................................................................................................................. 17
3.1.1 Política de Risco de Mercado ....................................................................................... 17
3.2 RISCO DE LIQUIDEZ .................................................................................................................. 22
3.2.1 Processo de Gerenciamento de Risco e Liquidez ................................................ 23
3.2.2 Modelos de Gestão.......................................................................................................... 23
3.2.3 Instrumentos Financeiros ............................................................................................. 25
3.2.4 Comunicação Interna ..................................................................................................... 25
4 RISCO OPERACIONAL .......................................................................................................... 26
4.1 OBJETIVOS E POLÍTICA ............................................................................................................ 26
4.2 MODELO DE ALOCAÇÃO DE CAPITAL ..................................................................................... 26
4.3 PROCESSO DE GERENCIAMENTO............................................................................................. 27
4.4 GESTÃO DE CONTINUIDADE DE NEGÓCIOS ......................................................................... 28
4.5 COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO .............................................................................................. 28
5 GESTÃO DE CAPITAL ............................................................................................................ 29
5.1 NOVO ACORDO DE CAPITAL – BASILEIA II ........................................................................ 29
5.2 PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA ................................................................................................ 31
5.3 PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA EXIGIDO (PRE) E ADEQUAÇÃO DO PATRIMÔNIO DE
REFERÊNCIA (PR) ............................................................................................................................. 32
5.3.1 Evolução do PR e PRE .................................................................................................... 35
5.4 ÍNDICE DE BASILEIA ................................................................................................................. 36
Relatório de Gerenciamento de Riscos
Gráficos
Gráfico 1 – Composição da Provisão para Operações de Crédito – dez/2010............................ 13
Gráfico 2 - Evolução do PR e PRE - Conglomerado Financeiro .................................................... 35
Gráfico 3 - Evolução do PR e PRE - Consolidado Econômico - Financeiro ................................... 35
Gráfico 4 – Índice de Basileia – Conglomerado Financeiro ......................................................... 36
Gráfico 5 - Índice de Basileia – Consolidado Econômico-Financeiro .......................................... 36
Relatório de Gerenciamento de Riscos
4
INTRODUÇÃO
O Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. é um banco múltiplo
controlado pelo Estado do Rio Grande do Sul, e está entre os mais rentáveis
dentre os maiores bancos brasileiros em total de ativos, considerando o
retorno sobre patrimônio líquido, segundo dados do Banco Central.
Com 437 agências, 397 no Rio Grande do Sul, 23 em Santa Catarina, 15 em
outros estados brasileiros e duas no exterior, o Banrisul tem a maior rede
bancária do Rio Grande do Sul. O Banco foca seus negócios no atendimento
às necessidades de clientes de varejo, pequenas e médias empresas e
entidades do setor público.
O foco geográfico de atuação do Banco é a região sul do Brasil,
especialmente o Estado do Rio Grande do Sul. O Banrisul está presente em
411 dos 496 municípios do Rio Grande do Sul, onde estão concentrados
cerca de 98% da população do Estado. Com cerca de 2,9 milhões de
correntistas, o Banrisul acredita que esse número representa cerca de 70%
da população gaúcha com conta bancária.
Para o Banrisul a gestão de riscos é imprescindível para fortalecer o perfil
corporativo da instituição e dar continuidade ao seu propósito de ser o
maior agente financeiro do Estado do Rio grande do Sul. Neste contexto é
importante uma relação transparente com clientes, investidores e demais
partes interessadas, que permitam o conhecimento sobre a gestão dos
riscos.
A divulgação do presente relatório objetiva informar ao mercado e às partes
relacionadas informações sobre o gerenciamento de riscos no Banrisul, bem
como atender as determinações do Banco Central do Brasil e às diretrizes
do Comitê de Basileia. As informações divulgadas são relativas ao último
trimestre de 2009 e aos quatro trimestres de 2010. Para as informações em
que os valores são iguais para o Conglomerado Financeiro e Consolidado
Econômico – Financeiro, demonstramos apenas os dados relativos ao
Conglomerado Financeiro.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
5
1 GESTÃO DE RISCOS
A gestão de riscos é ferramenta estratégica e fundamental para uma
instituição financeira. Os riscos intrínsecos abrangem desde aqueles
facilmente identificáveis na área financeira, como os riscos de mercado, de
liquidez, de crédito, assim como os não diretamente identificados como tal,
mas também de extrema importância, como risco operacional e de imagem,
dentre outros.
No Banrisul, essa atividade procura alinhar as atividades do Banco aos
padrões recomendados pelo Novo Acordo de Capitais – Basileia II, com
vistas à adoção das melhores práticas de mercado e à maximização da
rentabilidade dos investidores, a partir da melhor combinação possível de
aplicações em ativos e uso de capital requerido. São processos contínuos
nesse escopo, o aprimoramento sistemático de políticas de risco, sistemas
de controles internos e normas de segurança, integrados aos objetivos
estratégicos e mercadológicos da Instituição.
A gestão dos riscos corporativos do Banrisul é realizada de forma integrada,
o que permite agilidade nos processos e na tomada de decisão, e está
alinhada às disposições das melhores práticas e aos padrões definidos pelo
Banco Central, em conformidade com o acordo de capitais- Basileia II.
1.1 Principais Riscos Corporativos
Risco de Crédito: definido como a possibilidade de ocorrência de perdas
associadas ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas
respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, à desvalorização
de contrato de crédito decorrente da deterioração na classificação de risco
do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens
concedidas na renegociação e aos custos de recuperação.
Risco de Mercado: definido como a possibilidade de ocorrência de perdas
resultantes da flutuação nos valores de mercado de posições ativas e
passivas detidas pelas instituições financeiras. Inclui os riscos das
operações sujeitas à variação cambial, taxa de juros, preços das ações e
dos preços de mercadorias (commodities).
Risco de Liquidez: definido como a possibilidade de ocorrência de
incapacidade de atender às necessidades de caixa devido ao descasamento
nos fluxos financeiros em decorrência da dificuldade de se desfazer de um
ativo ou da perda de valor dos ativos.
Risco Operacional: definido como a possibilidade de ocorrência de perdas
resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos,
pessoas e sistemas, ou de eventos externos.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
6
2 RISCO DE CRÉDITO
O risco de crédito foi definido como a possibilidade de ocorrência de perdas
associadas ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas
respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, à desvalorização
de contrato de crédito decorrente da deterioração na classificação de risco
do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens
concedidas na renegociação e aos custos de recuperação.
A Política Institucional de Gerenciamento do Risco de Crédito do Banrisul
tem como objetivo identificar, mensurar, controlar e mitigar a exposição ao
risco de crédito no âmbito de portfólio; atuar de forma a consolidar a
cultura das melhores práticas de Gerenciamento do Risco de Crédito;
aperfeiçoar continuamente a gestão do risco de crédito em todas as
modalidades de ativos; garantir níveis adequados de risco e evitar perdas
não previstas; garantir a isenção e a segregação de função no processo de
gerenciamento de risco de crédito.
2.1 Gestão do Risco de Crédito
A estrutura de avaliação de risco de crédito do Banrisul está alicerçada no
princípio de decisão técnica colegiada, sendo definidas alçadas de concessão
de crédito correspondentes aos níveis decisórios que abrangem desde a
extensa rede de agências, em suas diversas categorias de porte, até as
esferas diretivas e seus comitês de risco e crédito na Direção-Geral,
Diretoria Executiva e Conselho de Administração. Esse processo visa agilizar
a concessão com base em limites de crédito para clientes tecnicamente pré-
definidos que determinem a exposição desejável que a instituição esteja
disposta a operar com cada cliente pessoa física e pessoa jurídica,
atendendo o binômio risco x retorno.
A contínua e crescente implementação de metodologias estatísticas para
avaliação de risco de clientes, com a parametrização de políticas de crédito
e regras de negócios, aliada à otimização dos controles sob as informações
cadastrais por meio de um modelo de certificação, intensificam e fortalecem
as avaliações. A adoção de sistema de Credit Score e Behaviour Score
oportuniza o estabelecimento de créditos pré-aprovados à pessoa física de
acordo com as classificações de risco previstas nos modelos estatísticos,
que são conceitualmente mais atrativos para manejo com crédito
massificado.
A gestão eficaz da exposição ao risco de crédito do Banrisul permite a
continuidade da expansão da carteira de crédito com agilidade e segurança
dada à potencialidade dos instrumentos utilizados para mensuração dos
riscos inerentes a cada cliente.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
7
2.1.1 Identificação e Mensuração
No processo de identificação e avaliação do risco de crédito o Banrisul adota
para a Pessoa Física (PF) os modelos de escoragem de crédito (Credit Score
e Behaviour Score) que oportunizam o estabelecimento de créditos pré-
aprovados avaliando probabilidade de o cliente inadimplir, ou seja, de
acordo com as classificações de risco previstas nos modelos estatísticos.
Para Pessoa Jurídica (PJ) em fevereiro de 2011 será implementado o Modelo
de Risco e Crédito Automatizado Pessoa Jurídica com a adoção do Credit
Score e Behaviour Score para o segmento Varejo PJ. Nessa etapa de
implementação o modelo atual de políticas por alçada e concessão de
crédito pelos Comitês das Agências permanecerá disponível, podendo as
agências optarem por um dos dois modelos.
No modelo atual de concessão de crédito para PJ os comitês de crédito das
agências podem autorizar limite de risco e operações de crédito até os
limites de sua alçada, estabelecidas de acordo com a categoria de cada
agência. Os comitês de crédito e de risco da Direção-Geral definem
operações e limite de risco para clientes em alçadas superiores às definidas
pelos comitês de crédito das Agências. A Diretoria Executiva aprova
operações específicas e limites de risco de operações em montantes que
não ultrapassem 3% do Patrimônio Líquido. Operações superiores a esse
limite são submetidas à apreciação do Conselho de Administração.
Para o segmento Corporate o Banrisul adota estudos técnicos efetuados por
área interna de análise de riscos que avalia as empresas sob o prisma
financeiro, de gestão, mercadológico e produtivo, com revisões periódicas
que ainda observam os cenários econômicos, inserindo as empresas nestes
ambientes. A gestão da exposição ao risco de crédito tem como diretriz
postura seletiva e conservadora da instituição, seguindo estratégias
definidas pela alta administração e áreas técnicas da corporação.
Para as operações de crédito não contempladas pelos modelos de
escoragem e as operações de repasse por meio de agentes financeiros o
Banco avalia a probabilidade de inadimplência de contrapartes
individualmente, por meio de ferramentas de classificação projetadas para
diferentes categorias de contrapartes. Essas ferramentas, que foram
desenvolvidas internamente e combinam análise estatística com a opinião
da equipe de crédito, são validadas, quando apropriado, através da
comparação com dados externos disponíveis. As ferramentas de
classificação são mantidas sob análise e atualizadas quando necessário.
Regularmente, a Administração valida o desempenho da classificação e de
seu poder de previsão com relação a eventos de inadimplência.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
8
A Resolução n.º 2.682, de 21 de dezembro de 1999, determinou que as
instituições financeiras devem classificar as operações de crédito em ordem
crescente de risco contemplando aspectos em relação ao devedor e seus
garantidores e em relação à operação.
Em relação ao devedor e seus garantidores: situação econômico-financeira,
grau de endividamento, capacidade de geração de resultados, fluxo de
caixa, administração e qualidade de controles, pontualidade e atrasos nos
pagamentos, contingências, setor de atividade econômica e limite de
crédito.
Em relação às operações de crédito em si, devem ser considerados o valor,
a natureza e finalidade da transação, além das características das garantias,
particularmente quanto à suficiência e liquidez. As operações de crédito são
acompanhadas para identificação do rating mínimo em função do maior
atraso. Todas as operações dos clientes possuem ratings calculados, que
adicionados ao rating mínimo, é apurado o de maior risco para o cliente. Na
sequência estão descritos os níveis de ratings.
Classificação do Banco Descrição do Grau
1 – AA Risco Baixíssimo
2 – A Risco Baixo
3 – B Risco Reduzido
4 – C Risco Moderado
5 – D Risco Normal
6 – E Risco Médio
7 – F Risco Elevado
8 – G Risco Elevadíssimo
9 – H Risco Severo
A Perda por inadimplência ou severidade da perda representa a expectativa
do Banco com relação ao montante da perda estabelecido por uma ação, se
a inadimplência ocorrer. Este montante é expresso como perda percentual
por unidade de exposição e normalmente varia de acordo com a categoria
da contraparte, com o tipo e o nível da ação e com a disponibilidade de
garantias ou outras formas de mitigação de crédito.
Para os Títulos Públicos e outros títulos de dívida a Unidade de Política de
Crédito e Análise de Risco elabora relatórios contendo pareceres de análise
para concessão de Limites Operacionais de risco de crédito para instituições
financeiras e para aquisições de títulos e valores mobiliários (emissões
Relatório de Gerenciamento de Riscos
9
públicas ou em caráter privado) emitidos por empresas que operam no
Mercado de Capitais.
O Limite Operacional constitui o valor máximo ao qual o banco aceita estar
exposto quando da aquisição de títulos privados, emitidos por companhias
ou instituições financeiras, e da participação em Operações
Compromissadas. O Limite Operacional é destinado tanto a operações
envolvendo a Tesouraria do Banrisul, por intermédio da Unidade Financeira,
quanto a operações no âmbito da alocação de recursos de terceiros, por
meio da participação dos fundos de investimento do Banrisul administrados
pela Unidade de Administração de Recursos de Terceiros.
A extensão da análise técnica compreende o aspecto econômico-financeiro
da instituição; ambiente econômico; perfil da empresa e de seus
controladores; estudo sobre o conglomerado; e rating externo da
instituição. As demonstrações financeiras podem ser reclassificadas de
acordo com critérios que possibilitem apurar de maneira sistemática as
posições de ativos, passivos e de resultados, para aferir indicadores
necessários para ponderação posterior dos limites.
2.1.2 Monitoramento
Na etapa de monitoramento são realizadas análises de aderência dos
modelos de Credit Score e Behaviour Score da Pessoa Física por meio de
técnicas estatísticas de validação. As análises são apreciadas
semestralmente pelos Comitês de Gestão e Diretoria.
Para todos os segmentos de Clientes também são realizadas análises dos
indicadores de atraso, pendência, volume de concessão, em diversas
granularidades e agrupamentos, possibilitando o gerenciamento dessas
exposições por produto, classificação de risco, concentração de crédito,
agência, entre outros. Essas análises, realizadas periodicamente, visam o
gerenciamento de risco de crédito e o acompanhamento do desempenho
comercial do Banco em crédito, compatibilizando com as tendências de
mercado, objetivando assegurar o cumprimento das diretrizes, minimizando
o risco de desconexão entre a decisão e a execução. As análises
consolidadas com proposição de ajustes nas políticas vigentes, se
necessário, de acordo com as responsabilidades dos órgãos componentes,
são apreciados mensalmente pelos Comitês decisórios e Diretoria.
Além disso, periodicamente são reportados a alta administração relatórios
gerenciais da carteira de crédito do Banco para monitoramento dos volumes
alocados e índices de pendências.
A provisão para fazer frente aos créditos de liquidação duvidosa é
constituída mensalmente de acordo com a Resolução nº 2.682/99 do
Relatório de Gerenciamento de Riscos
10
Conselho Monetário Nacional. Desde dez/2008 o Banrisul provisiona valor
adicional com vistas à cobertura de possíveis eventos não capturados pelo
modelo de rating de clientes.
2.1.3 Controle e Mitigação
A exposição ao risco de crédito é mitigada por meio da estruturação de
garantias e da precificação, adequados ao nível de risco a ser incorrido às
características do tomador e operação no momento da concessão.
O monitoramento por meio de ferramentas de Gestão da carteira de crédito
está diretamente relacionado ao controle e a mitigação do risco de crédito,
pois a partir destas se verifica comportamentos passíveis de intervenção.
O Banco administra, limita e controla concentrações de risco de crédito
sempre que estas são identificadas - particularmente, em relação a
contrapartes e grupos.
A Administração estrutura os níveis de risco que assume, estabelecendo
limites sobre a extensão de risco aceitável com relação a um devedor
específico, a grupos de devedores e a segmentos da indústria. Esses riscos
são monitorados rotativamente e sujeitos a revisões anuais ou mais
frequentes, quando necessário. Os limites sobre o nível de risco de crédito
por produto e setor da indústria são aprovados pela Diretoria e pelo
Conselho da Administração, se for o caso.
A exposição a qualquer tomador de empréstimo, inclusive os agentes
financeiros, no caso de contraparte, é adicionalmente restrita por sublimites
que cobrem exposições registradas e não registradas no balanço
patrimonial. As exposições reais de acordo com os limites estabelecidos são
monitoradas diariamente.
A exposição ao risco de crédito é também administrada através de análise
regular dos tomadores de empréstimos, efetivos e potenciais, quanto aos
pagamentos do principal e dos juros e da alteração dos limites quando
apropriado.
O Banco implementa orientações e políticas já consolidadas sobre a
aceitação de classes específicas de garantias ou mitigação de risco,
firmadas nos contratos de empréstimos ou financiamentos, como, por
exemplo, o direito de vender ou reapresentar a garantia na ausência de
cumprimento por parte do devedor de suas obrigações, sendo as mesmas
avaliadas e analisadas no momento da concessão do crédito.
O Banrisul emprega a tomada de garantias sobre a liberação de recursos
como uma das medidas de mitigação de risco de crédito, que é uma prática
Relatório de Gerenciamento de Riscos
11
tradicional e costumeira dentro do mercado financeiro. Usualmente, para tal
controle, o Banco tem admitido o recebimento de garantias de natureza real
e fidejussória, obedecendo às peculiaridades inerentes ao tipo de contrato.
A exposição máxima de risco de crédito corresponde ao montante total do
compromisso firmado entre as partes. Ainda, cabe salientar que o Banrisul
efetua o controle de todas as garantias contratadas, com destaque nas
operações que possuem o mitigador de garantias de títulos de crédito,
efetuando a gestão durante todo o andamento da operação, recompondo a
garantia quando assim se fizer necessário durante a vigência da
operação/contrato, baixando o excedente quando de seu encerramento.
Para os casos de execução das garantias atreladas a um contrato
insolvente, o Banco realiza a devida retomada dos bens garantidos pela
contraparte, realizando, posteriormente, a venda dos mesmos através de
leilões, obedecendo aos prazos determinados pelo Banco Central. Ainda, são
contabilizados em Regime Especial, conforme definições encontradas no
Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional – Cosif.
Excepcionalmente, a garantia pode ser considerada de difícil conversão em
valores monetários. Essa contextualização leva em conta a ocorrência de
contingências que impossibilitem a realização dessa garantia, como, por
exemplo, a ocorrência de fenômenos naturais, a obsolescência e/ou
deterioração desses bens, tornando inviável a sua liquidez no mercado.
Em relação aos Instrumentos Financeiros Derivativos, o Banco não possuía
operações em sua carteira em 31 de dezembro de 2010.
2.2 Exposições ao Risco de Crédito
Na seqüência, dados quantitativos relativos às exposições ao risco de
crédito. Inicialmente são demonstrados o montante das exposições ao risco
de Crédito relativos aos últimos cinco trimestres.
2.2.1 Montante das Exposições ao Risco de Crédito
A seguir, o valor total das exposições e valor da exposição média no
trimestre:
Conglomerado Financeiro - R$ Mil
dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
Total das Exposições* 19.181.977 18.321.317 17.397.269 16.363.321 15.184.597
Média do Trimestre 18.939.679 18.017.743 17.065.758 15.862.659 14.835.094
* Contempla as operações de crédito, arrendamento mercantil, adiantamentos, compromissos e prestação de garantias.
As exposições a risco de crédito do Conglomerado Financeiro, passaram de
R$ 15,18 bilhões em dezembro de 2009 para R$ 19,18 bilhões em
Relatório de Gerenciamento de Riscos
12
dezembro de 2010. A média trimestral que era de R$ 14,84 bilhões em
dezembro de 2009, apresentou no último trimestre de 2010, 18,94 bilhões,
aumento de 27,67% no período.
2.2.2 Percentual das Exposições dos Dez Maiores Clientes
A seguir é apresenta a evolução trimestral do percentual das exposições dos
dez maiores Clientes em relação ao total das operações com características
de concessão de crédito:
Conglomerado Financeiro
Percentual das exposições dos dez maiores Clientes
dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
15,90% 15,45% 15,89% 16,61% 12,82%
A partir da tabela percebe-se que em 2010, a concentração relativa aos 10
maiores Clientes aumentou ao longo dos trimestres. Em dezembro de 2009
o percentual era de 12,82% passando para 15,90% em dezembro de 2010.
2.2.3 Montante das Operações em Atraso
Segue montante das operações em atraso, bruto de provisões e excluídas
as operações já baixadas para prejuízo, segregado por faixas de atraso:
Consolidado Financeiro - R$ Milhões
Faixas de dias de atraso dez/10* set/10
Atraso até 60 dias 126,50 143,24
Atraso entre 61 e 90 dias 30,67 52,82
Atraso entre 91 e 180 dias 115,41 125,32
Atraso acima de 180 dias 381,76 459,99
Total 654,34 781,37
* Valores retificados em relação a versão anterior.
2.2.4 Operações Baixadas a Prejuízo
Na seqüência o fluxo de operações baixadas para prejuízo no trimestre:
Consolidado Financeiro - R$ Milhões
Fluxo de Operações baixadas no trimestre
dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
147,29 105,93 92,15 87,57 117,37
2.2.5 Montante de Provisões
A seguir, o montante de provisões para perdas relativas às exposições na
Carteira de Crédito:
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Provisão para créditos de liquidação duvidosa
dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
1.101,92 1.122,70 1.117,51 1.082,33 1.016,75
Relatório de Gerenciamento de Riscos
13
As operações de crédito somaram R$ 13,41bilhões em dezembro de 2009 e
R$ 17,03 bilhões em dezembro de 2010, aumento de 26,97% no período.
As provisões para perdas com créditos do Conglomerado Financeiro, foram
de R$ 1,02 bilhões, equivalente a 7,6% do total da carteira de crédito em
dezembro de 2009. Em dezembro de 2010, o estoque de provisões alcançou
R$ 1,10 bilhões, representando 6,5% da carteira conforme Gráfico 1:
Gráfico 1 – Composição da Provisão para Operações de Crédito – dez/2010
2.2.6 Exposição por Fator de Ponderação de Riscos
Demonstramos a seguir as exposições ao risco de crédito, segmentadas
pelos fatores de ponderação de exposições, utilizados no cálculo da parcela
de alocação de capital do risco de crédito:
Conglomerado Financeiro - R$ Milhares
Total das Exposições* dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
19.181.978 18.321.318 17.397.270 16.363.322 15.184.597
FPR de 20% 29 4 783 2.115 2.004
FPR de 35% 261.986 252.961 240.338 231.947 229.390
FPR de 50% 2.847.634 2.663.700 2.626.568 2.528.855 1.906.576
FPR de 75% 9.269.544 8.954.898 8.480.906 7.855.715 7.324.935
FPR de 100% 6.802.784 6.449.754 6.048.675 5.744.690 5.721.692
* Contempla as operações de crédito, arrendamento mercantil, adiantamentos, compromissos e prestação de garantias.
As exposições a risco de crédito do Conglomerado Financeiro, passaram de
R$ 15,18 bilhões em dezembro de 2009 para R$ 19,18 bilhões em
dezembro de 2010. Como pode ser observado pela tabela, houve aumento
em todos os ponderadores, concentrando os maiores volumes no
ponderador de 75% referente às operações de varejo.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
14
2.2.7 Parcela de Risco de crédito, Segmentada por Fator de Ponderação de
Riscos
A seguir o valor da parcela PEPR (parcela referente às exposições ponderadas
pelo fator de ponderação de risco a elas atribuído) do PRE, segmentado
pelos fatores de ponderação de risco (FPR), de acordo com os artigos 11 a
16 da Circular nº 3.360, de 12 de setembro de 2007, do Conglomerado
Financeiro e do Consolidado Econômico-Financeiro.
Conglomerado Financeiro R$ Milhões
Data Base dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
FPR Parcela EPR Parcela EPR Parcela EPR Parcela EPR Parcela EPR
20% 14 17 16 16 11
35% 10 10 9 9 9
50% 165 155 153 148 114
75% 765 739 700 648 604
100% 1.021 980 914 849 828
Total PEPR 1.974 1.900 1.792 1.670 1.566
As parcela de alocação de capital referente às exposições ponderadas pelo
fator de ponderação de risco de crédito do Conglomerado Financeiro,
passou de R$ 1,57 bilhões em dezembro de 2009 para R$ 1,97 bilhões em
dezembro de 2010. Como pode ser observado pela tabela, houve aumento
em todos os ponderadores, concentrando os maiores volumes no
ponderador de 100. A tabela a seguir mostra a evolução do consolidado
Econômico – Financeiro.
Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões
Data-Base dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
FPR Parcela EPR Parcela EPR Parcela EPR Parcela EPR Parcela EPR
20% 14 17 16 16 11
35% 10 10 9 9 9
50% 165 155 153 148 114
75% 765 739 700 648 604
100% 1.030 989 923 859 837
Total PEPR 1.984 1.909 1.801 1.680 1.575
2.2.8 Instrumentos Mitigadores
Para apuração de alocação de capital da parcela de risco de crédito, a
Instituição não apresentou valores mitigados nos trimestres analisados,
através dos instrumentos definidos nos artigos 20 a 22 da Circular nº
3.360, de 2007 editada pelo Banco Central do Brasil.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
15
2.3 Risco de Crédito da Contraparte
Na seqüência, são divulgadas informações relativas às exposições ao Risco
de Crédito da Contraparte. Inicialmente são demonstradas às informações
referentes ao valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao Risco de Crédito
da Contraparte.
2.3.1 Valor Positivo Bruto dos Contratos Sujeitos ao Risco de Crédito da
Contraparte
Os valores positivos brutos dos contratos sujeitos ao Risco de Crédito da
Contraparte incluem derivativos, operações a liquidar, empréstimos de
ativos e operações compromissadas. Desconsiderando os valores positivos
relativos a acordos de compensação, conforme definidos na Resolução nº
3.263 do CMN, de 24 de fevereiro de 2005, segue tabela referente ao
conglomerado financeiro.
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Risco de Crédito da Contraparte dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
4.144 6.564 6.464 5.649 6.550
A partir da tabela, observa-se que o volume bruto dos contratos sujeitos ao
risco de crédito da contraparte em dezembro de 2009 totalizava 6.550,2
milhões, reduzindo para 4.144,45 milhões em dezembro de 2010,
decréscimo de 58,05% no período. Segue a tabela referente aos valores do
consolidado Econômico – Financeiro.
Consolidado Econômico – Financeiro - R$ Milhões
Risco de Crédito da Contraparte dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
4.163 6.582 6.482 5.666 6.570
2.3.2 Valores Positivos relativos acordos de Compensação
No período, a Instituição não apresentou valores positivos relativos a
acordos para compensação e liquidação de obrigações, conforme definidos
na Resolução nº 3.263 do Conselho Monetário Nacional de 2005.
2.3.3 Exposição Global Líquida a Risco de Crédito da Contraparte
A partir dos valores positivos brutos dos contratos sujeitos ao Risco de
Crédito da Contraparte, incluem os derivativos, operações a liquidar,
empréstimos de ativos, operações compromissadas, calcula-se a exposição
líquida conforme a seguir:
Relatório de Gerenciamento de Riscos
16
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Risco de Crédito da Contraparte dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
1.384 1.862 2.192 2.559 3.976
Observa-se que a exposição global líquida a Risco de Crédito da Contraparte
em dezembro de 2009 totalizava 3.976,45 milhões, reduzindo para
1.384,36 milhões em dezembro de 2010. Segue a tabela referente aos
valores do consolidado Econômico – Financeiro.
Consolidado Econômico-Financeiro - R$ Milhões
Risco de Crédito da Contraparte dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
1.403 1.880 2.209 2.576 3.996
2.4 Cessões de Crédito e TVM oriundos de processo de Securitização
Em relação ao fluxo das exposições cedidas com transferência substancial
dos riscos e benefícios e saldos de exposições cedidas sem transferência
nem retenção substancial dos riscos e benefícios, a Instituição não
apresentou movimentos nos trimestres analisados neste relatório.
Em relação ao fluxo das exposições cedidas com retenção substancial dos
riscos e benefícios, que foram baixadas para prejuízo e saldo de exposições
cedidas com retenção substancial dos riscos e benefícios a Instituição
também não apresentou movimentos nos trimestres analisados.
A seguir o valor total das exposições decorrentes da aquisição de títulos ou
valores mobiliários oriundos de processo de securitização:
Conglomerado Financeiro - R$ Mil
Exposições em Certificados de Recebíveis Imobiliários
dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
2.637,54 2.686,74 2.931,41 2.795,99 2.664,59
A Instituição mantém duas operações de Certificados de Recebíveis
Imobiliários (CRI), uma custodiada na Bovespa e outra na CETIP,
totalizando em dezembro de 2010 R$ 2,64 milhões.
O fluxo de recebíveis constituídos de aluguéis lastreiam a emissão dos
Certificados de Recebíveis Imobiliários. A classe dos títulos ou valores
mobiliários, no que se refere à subordinação dessa às demais, para efeito
de resgate é sem subordinação.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
17
3 RISCO DE MERCADO E LIQUIDEZ
3.1 Risco de Mercado
Risco de mercado consiste na possibilidade de ocorrência de perdas
resultantes da flutuação nos valores de mercado das carteiras ativa e
passiva detidas pela instituição financeira. Entre os eventos de risco de
mercado incluem-se os risco das operações sujeitas às variações das taxas
de juros, cambial, dos índices de preços, dos preços de ações e dos preços
de commodities.
O controle do Risco de mercado da Instituição e das empresas do
conglomerado é centralizada, em unidade específica para que os processos
sejam mapeados, classificados e consolidados de acordo com as
características de exposições das operações e mensuradas nos critérios
definidos pelo Órgãos reguladores.
Alinhado às melhores práticas de gestão de risco de mercado e liquidez e
atendendo ainda as recomendações e normas dos órgãos reguladores, o
Banrisul investe de forma estruturada no aperfeiçoamento dos processos
sistêmicos e das práticas de gestão, seguindo padrões de mercado e
estratégias definidas pela alta administração.
3.1.1 Política de Risco de Mercado
a) Objetivos
A Política de Gerenciamento de Risco de Mercado do Banrisul tem como
objetivo estabelecer padrões adequados de gestão que garantam aos
acionistas os princípios e as ações estratégicas, abrangendo produtos,
serviços, atividades, processos e sistemas, bem como, estabelecer limites
de exposições para carteira de negociação - trading book e carteira de não
negociação - banking book; cumprir exigências normativas quanto à
alocação de capital regulatório e monitorar o consumo de capital, no intuito
de assegurar as melhores práticas de gestão de riscos e adotar medidas de
aperfeiçoamento dos processos da Instituição e a continuidade dos
negócios. Em atendimento a Resolução nº 3.464/07 do Conselho Monetário
Nacional (CMN), e em consonância com as melhores práticas de
Governança Corporativa, o Banrisul revisou a Política de Gerenciamento de
Risco e Mercado, cujo documento foi aprovado pela Diretoria e Conselho de
Administração, em 25/03/2010.
b) Processo de Gerenciamento de Risco de Mercado
O Banrisul adota um Sistema de Decisão Colegiada, para facilitar a sua
adequação às normas de controles estabelecidas pelo CMN, através da
Relatório de Gerenciamento de Riscos
18
Resolução nº 3.464/07. As decisões estratégica do Banco, relativas ao Risco
de Mercado envolve todas as unidades de negócios, sendo discutidas em
reuniões internas e Comitês, e submetidas à Diretoria e Conselho de
Administração. Sua gestão é realizada através de modelos e ferramentas
que permitem o efetivo controle e gerenciamento das posições diárias, de
acordo com determinados perfis e níveis de risco definidos na Política. Estes
procedimentos estão definidos e normatizados em documentos específicos,
servindo de subsídios dos processos internos.
c) Definição de Limites
Os limites para as exposições sujeitas a risco de mercado foram revisados e
submetidos aos Comitês, Diretoria e Conselho de Administração em
25/03/2010. As carteiras estão segregadas de acordo com a Circular nº
3.354/07, do Banco Central do Brasil, nas categorias Trading e Banking
book, de acordo com suas características operacionais.
3.1.1.1 Carteira trading
A carteira trading consiste nas operações com instrumentos financeiros e
mercadorias, inclusive derivativos, detidas com a intenção de negociação ou
destinadas a hedge outros elementos das posições de negociação, e que
não estejam sujeitas à limitação de sua negociabilidade. A carteira de
negociação deve ser composta por operações detidas com intenção de
negociação e destinadas a: (i) revenda; (ii) obtenção de benefícios dos
movimentos de preços, efetivos ou esperados; ou (iii) realização de
arbitragem.
A composição da carteira de negociação deve estar aderente ao nível de
liquidez requerido pelo Banrisul; ao plano de contingência da política de
gestão de liquidez; e a venda eventual de ativos da carteira comercial, em
função de oportunidades de mercado; outras não previstas, exceto as
operações intra-day realizadas pela tesouraria com os seguintes limites de
classificação:
a) Títulos e Valores Mobiliários: máximo de 50% do total da carteira;
b) Operação de Crédito: máximo de 15% do total da carteira;
c) Todas as operações em derivativos destinadas a hedge para carteira de
negociação.
3.1.1.2 Carteira banking
A carteira banking consiste nas operações financeiras ativas, passivas ou
derivativos negociadas pelo Banrisul, por meio de sua rede de agências ou
Relatório de Gerenciamento de Riscos
19
demais áreas de negócios, cuja contraparte seja um cliente. Ou seja, parte
da carteira comercial, o crédito rural, crédito habitacional e crédito de
desenvolvimento por se tratarem de carteiras estruturais advindas de
crescimento orgânico do Banco; e ainda, o FCVS e Swap; bem como, a
carteira de títulos mantidos até o vencimento, com intenção de aplicação
dos recursos adicionais captados nas operações com clientes. Para tanto, a
carteira de não negociação (banking book) do Banrisul e de suas
dependências no exterior poderá incluir parte:
a) Da Carteira de títulos: títulos emitidos pelo tesouro nacional classificados
até o vencimento, incluídos os securitizados a qualquer título; títulos
emitidos pelo Banco Central do Brasil; debêntures; notas promissórias;
certificado de recebíveis imobiliários, cotas de fundos imobiliários; ações;
títulos da dívida externa brasileira e títulos de governos estrangeiros.
b) Da carteira de crédito comercial; totalidade do crédito rural, habitacional
e desenvolvimento.
O processo de classificação de novas operações é definido pela área de
negócios no momento da sua realização. Em caso de dúvida com relação à
classificação de novos produtos a área de contabilidade pode ser consultada
para esclarecimentos.
3.1.1.3 Parâmetro de limites de classificação:
a) Títulos e Valores Mobiliários: mínimo de 50% do total da carteira;
b) Operação de Crédito: mínimo de 85 % do total da carteira;
c) Todas as operações em derivativos destinadas a hedge para carteira
estrutural.
3.1.1.4 Mensuração e monitoramento das exposições: Risco de Taxa de
juros e carteira de Ações.
a) Risco de Taxa de Juros
Define–se como Risco de taxa de juro a alteração que se produz na margem
financeira ou no valor patrimonial da instituição devido a movimento
adversos das taxas de juros e da ausência de correlação perfeita entre as
taxas recebidas e pagas nos diferentes instrumentos, do balanço ou
elementos extra-patrimoniais.
No Banrisul cabe à Unidade Financeira a precificação das taxas de juros, a
qual deverá ser coerente com o Orçamento aprovado para o conjunto do
banco. Na precificação dos produtos é utilizado modelo interno para
Relatório de Gerenciamento de Riscos
20
obtenção dos preços para a criação do valor econômico que proporcione o
resultado esperado. O Monitoramento é acompanhado pela Unidade de
Riscos Corporativos, Gerência de Risco de Mercado e Liquidez.
As principais fontes do risco de taxa de juro na carteira do Banco são:
Risco de fixação e refixação de taxa (repricing risk), que deriva dos
diferentes repricings dos produtos oferecidos e subscritos pelos clientes no
ativo e no passivo do Banco;
Risco da curva de rendimentos (yield curve), que deriva de movimentos
assimétricos nas taxas ao longo da curva de rendimentos;
Risco de base (basis risk), que deriva da correlação imperfeita no
ajustamento das taxas recebidas ou pagas em diferentes instrumentos
financeiros com características semelhantes de repricing.
A exposição ao risco de taxa de juro da carteira bancária é calculada com
base na metodologia definida na Circular nº 3.365/07, do Banco Central do
Brasil, cuja classificação abrange as rubricas do ativo, passivo e
extrapatrimoniais que sejam sensíveis a taxas de juro e que não pertençam
à carteira de negociação. No processo são calculados os respectivos cash
inflows obtendo-se, desse modo, os gaps de risco de taxa de juro e as
correspondentes exposições.
As técnicas de mensuração utilizadas no Banrisul para medir e controlar o
risco de mercado das exposições da carteira trading estão de acordo com a
regulamentação do Bacen e as boas práticas internacionais, destacando-se:
marcação a mercado; cálculo do value at risk e teste de estresse.
No cálculo do valor de mercado dos ativos e passivos do Conglomerado, foi
adotado o modelo cubic spline. Os preços são capturados diariamente na
ANBIMA–Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
Capitais e na BM&FBOVESPA S.A.–Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros.
A partir destes preços, é aplicada a função de interpolação cubic spline
natural (ano em 252 dias úteis) para obter uma determinada taxa de juros
aos dias úteis intermediários.
Todas as operações contratadas pelo banco e que estejam sujeitas a risco
de mercado contribuem para o cálculo do VaR. O Value at Risk ou VaR ou
valor em risco para cobertura das exposições sujeitas a risco de mercado
mede a possível perda de capital, com determinado intervalo de confiança
de 99% em um horizonte de tempo. O cálculo é efetuado através da
combinação de matrizes de retornos de cada fator de risco (moeda e prazo)
e de correlação entre os mesmos, aplicado ao portfólio marcado a mercado
da Instituição. O modelo expressa o valor "máximo" que o Banco pode
perder, levando-se em conta um nível de confiança 99%. Existe, portanto,
Relatório de Gerenciamento de Riscos
21
uma probabilidade estatística (1%) de que as perdas reais possam ser
maiores do que a estimativa baseada no VaR.
Nas operações referenciadas em cupom de moedas, índice de preços e taxa
de juros o modelo utilizado é o maturity ladder, conforme definido pelo
BACEN nas Circulares n°s 3.362/3.363 e 3.364/07 do Banco Central do
Brasil.
Como forma de compensar a deficiência do VaR, o Banrisul realiza
trimestralmente ou quando necessário teste de estresse, baseado nas
determinações do Banco Central e recomendações de Basileia II, fazendo
análise de cenários históricos e hipotéticos de condições extremas de
mercado, considerando o impacto de alterações em variáveis políticas e
econômicas que possam interferir negativamente nas operações e posições
financeiras do Banco. O estudo é realizado, por meio da aplicação de
cenário específico para cada fator de risco, no intuito de quantificar os
impactos sobre as carteiras e comprovar a saúde financeira da instituição e
a sua capacidade de resiliência face à um agravamento de crise.
Cenários aplicados: choques de 10%, 20% e 50% nas curvas de juros pré-
fixado, cupom de moedas, inflação e ações, tendo como base as
informações de mercado (BM&F Bovespa e Anbima).
Os resultados obtidos no processo são diariamente monitorados pela
Unidade de Gestão de Riscos Corporativos e servem para alertar a
administração sempre que as perdas estatisticamente estimadas nas
carteiras se aproximem dos limites aprovados pela Diretoria e Conselho de
Administração. A tabela a seguir mostra os resultados relativos aos três
cenários para os meses de junho, setembro e dezembro de 2010:
Conglomerado Financeiro – R$ Milhões
Fatores de risco dez/10 set/10 jun/10
10% 20% 50% 10% 20% 50% 10% 20% 50%
Prefixado 85,6 85,5 85,4 121,6 121,7 122,1 128,1 128,2 128,6
Cupom Cambial 5,7 5,6 5,7 6,5 6,6 6,9 5,7 5,8 6,0
Cupom de índice de preços
5,4 5,2 5,4 8,8 9,0 9,7 8,9 9,2 10,0
Cupom de Taxa de juros
207,0 205,1 206,7 193,6 195,3 200,8 167,9 169,4 174,3
Renda Variável 3,0 3,2 1,4 2,4 2,4 2,4 2,0 1,8 1,1
Total 306,7 304,7 304,6 333,0 335,1 341,9 312,6 314,4 320,1
Os resultados obtidos para o mês de dezembro de 2010 mostram que um
aumento das taxas de juros tem impacto limitado sobre a parcela de
Patrimônio de Referência Exigido (PRE), para cobertura das exposições
sujeitas do risco de mercado, das carteiras trading e banking book. Para um
aumento de 10%, 20% e 50% nas taxas de juros, o impacto na exigência
Relatório de Gerenciamento de Riscos
22
de PRE correspondeu a R$ 306,7 milhões, R$ 304,7 milhões e R$ 304,6
milhões, respectivamente.
b) Risco de Ações
O Risco de exposições em ações da Carteira Banking, para fins de alocação
de capital é realizada através do modelo definido pela Circular nº 3.366/07,
do Banco Central do Brasil.
3.1.1.5 Controle e Acompanhamento das exposições
No Banrisul o controle do risco de mercado é realizado de forma
centralizada e independente das áreas de negócios, contemplando as
empresas individualmente e consolidados financeiro e econômico. Todas as
atividades expostas a risco de mercado são mapeadas, mensuradas e
classificadas em conformidade com as recomendações da Resolução n.º
3.464/2007 do CMN e Circular do Banco Central do Brasil n.º 3.354/2007,
visando maior eficiência na gestão de suas operações expostas ao risco de
mercado. O controle é feito com base na segregação, por fator de risco, das
posições em instrumentos financeiros.
3.1.1.6 Comunicação Interna
No intuito de que a informação oriunda da área responsável pelo
gerenciamento de riscos de mercado e liquidez alcance a amplitude devida,
bem como adoção de ações mitigadoras, caso necessário sejam
implementadas de forma tempestiva, são disponibilizados aos membros da
alta administração, aos comitês e área de negócios, relatórios produzidos
diariamente para acompanhamento das exposições potenciais e tomada de
decisão. Adicionalmente, é produzido e disponibilizado o Relatório Mensal de
Risco de Mercado e Liquidez, o qual é submetido a Diretoria e Conselho de
Administração para encaminhado ao Banco Central do Brasil, destacando-
se neste documento os principais itens das exposições sujeitas a risco de
mercado e liquidez do Banrisul.
3.2 Risco de Liquidez
É definido como risco de liquidez a possibilidade de ocorrência de
desequilíbrios entre ativos negociáveis e passivos exigíveis –
“descasamentos” entre pagamentos e recebimentos que possam afetar a
capacidade financeira levando-se em consideração as diferentes moedas e
prazos de liquidação de seus direitos e obrigações, à medida que as
mesmas se vencem.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
23
O risco de liquidez dos negócios bancários pode ter a sua origem no
momento em que se geram, ocasionados pelas dificuldades na captação de
recursos para financiar os ativos, conduzindo, normalmente, a acréscimo
dos custos de captação, podendo implicar, também, uma restrição do
crescimento dos ativos; ou pela dificuldades na liquidação das obrigações
para com terceiros, induzidas por descasamentos significativos entre os
prazos de vencimento residual de ativos e passivos.
3.2.1 Processo de Gerenciamento de Risco e Liquidez
Em busca das melhores práticas adotadas pelo sistema financeiro e
aderência às recomendações de Basileia II, o Banrisul estabelece limites
operacionais para risco de liquidez consistente com as estratégias de
negócios do banco, para os instrumentos financeiros e demais exposições,
cujo cumprimento dos parâmetros de grandeza são analisados
regularmente pelos Comitês Econômico, Gestão Bancária, e submetidos a
instâncias diretivas, visando a garantir sua operacionalidade de forma eficaz
pelos gestores.
A gestão da liquidez encontra-se centralizada na Tesouraria. Esta gestão
tem como objetivo manter um nível satisfatório de disponibilidades para
fazer face às suas necessidades financeiras no curto, médio e longo prazo,
tanto em cenário normal como em cenário de crise, com adoção de ações
corretivas, caso necessário.
3.2.2 Modelos de Gestão
a) Controle e Acompanhamento
O Banrisul monitora o Risco de Liquidez e o Risco de Mercado de forma
conjunta, observando o fluxo de caixa, advindo das entradas e saídas dos
recursos provenientes das operações financeiras e não financeiras da
instituição, sendo atualizadas diariamente e projetadas para um horizonte
de 90 dias, de modo a garantir uma margem de segurança adicional além
da liquidez mínima estimada que possam afetar a alocação e a captação no
âmbito do mercado, observando os preceitos requeridos na Resolução nº
2.804/00 do CMN e Circular nº 3.393/08, do Banco Central do Brasil.
No processo de controle são monitorados os descasamentos oriundos do
uso de passivos de curto-prazo para lastrear ativos de longo-prazo, a fim de
evitar deficiências de liquidez e garantir que as reservas da instituição seja
suficiente para fazer frente às necessidades de caixa diárias, tanto aquelas
cíclicas como não cíclicas, assim como também as necessidades de longo-
prazo; Manter níveis mínimos de ativos com alta liquidez de mercado,
juntamente como acesso a outras fontes de liquidez; Assegurar uma base
Relatório de Gerenciamento de Riscos
24
de operações de captação (funding) sejam adequadamente diversificada e
cumprir com os níveis mínimos exigidos pelos requerimentos regulatórios.
Modelos utilizados para fins de monitoramento da liquidez diária:
Fluxo de Caixa;
Monitoramento do nível de liquidez;
Mapa dos descasamentos por prazos e moedas;
Mapa das carteiras individualizadas, por prazos e moedas;
DCAR-Demonstrativo de captação e alocação de recursos;
Mapa da duration, dentre outros.
De modo a evitar valores negativos elevados nos gaps de liquidez nos
intervalos de curto prazo, a instituição procura assegurar permanentemente
uma eficiente gestão de tesouraria. Para fazer face às maturidades mais
elevadas, especialmente as relacionadas ao crescimento do crédito
concedido, a Instituição adota uma política de captação de diferentes tipos
de recursos que se adequam melhor ao equilíbrio entre os prazos de ativos
e passivos e, simultaneamente, garantam uma maior estabilidade dos
recursos de clientes, através do lançamento de produtos estruturados e de
poupança. A Instituição adota política de não gerar exposição relevante em
moedas estrangeiras, e em ativos e passivos referenciados na variação
cambial, limitando sua exposição em 5% do Patrimônio de Referência.
No âmbito de Contingência de Liquidez a instituição tem como objetivo de
identificar antecipadamente e minimizar eventuais crises e seus potenciais
efeitos na continuidade dos negócios da Instituição. Os parâmetros
utilizados para a identificação das situações de crises consistem numa gama
de responsabilidades e de procedimentos a serem seguidos de modo a
garantir a estabilidade do nível de liquidez requerido na posição diária.
b) Premissas utilizadas para o tratamento de liquidação antecipada de
depósitos que não possuam vencimento definido.
Depósitos à vista: Dados históricos revelam que o Banrisul mantém o
volume de depósito a vista em ascendência, demonstrando a capacidade da
instituição em conservar um colchão e liquidez adequado aos movimentos
de saques diários.
Depósitos em Poupança: A migração histórica de depósitos em poupança
para a conta corrente não refletiu na redução do saldo em poupança, em
montante equivalente ao incremento verificado em depósitos à vista, face
ao efeito de ampliação da renda, sazonalidade característica de final de ano,
e da tradicional preferência dos poupadores por essa modalidade de
investimento.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
25
3.2.3 Instrumentos Financeiros
No ano de 2010 o Banrisul não contratou operações com instrumentos
financeiros derivativos realizadas por conta própria com e sem contraparte
central, subdividas em realizadas no Brasil e no exterior ou outro tipo de
derivativo alavancado, sendo que não estão previstas em suas políticas,
operações que não objetivem hedge de suas posições ativas e passivas.
3.2.4 Comunicação Interna
Diariamente relatórios são enviados à Tesouraria contendo as exposições
por fator de risco, bem como as exposições abertas por vencimentos.
Relatórios resumidos são enviados aos Diretores, como parte do processo
de gestão. Este procedimento garante um monitoramento tempestivo do
risco de mercado e liquidez por todas as partes relacionadas.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
26
4 RISCO OPERACIONAL
O risco operacional no Banrisul, em conformidade com a Resolução
3.380/06, do BACEN, define-se como a possibilidade de ocorrência de
perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos
internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos, incluindo o risco
legal.
4.1 Objetivos e Política
Em atendimento à Resolução nº 3.380/06, o Banrisul implementou a
estrutura de gerenciamento do risco operacional, composta de políticas,
métodos, processos, sistemas e responsabilidades, estando capacitada a
identificar, avaliar, monitorar, controlar e mitigar o risco operacional.
A Política Institucional de Gerenciamento do Risco Operacional foi publicada
através de resolução interna, em junho de 2008, e está consolidada em
Instrução Normativa. Tem como objetivo prover o Banrisul de parâmetros,
modelos e métodos para a identificação, avaliação, monitoramento, controle
e mitigação de riscos operacionais e a divulgação interna e externa dos
níveis de exposição do Banrisul ao risco operacional. Visa, assim, a manter
a confiança em todos os níveis do negócio, com a redução da exposição a
riscos e de perdas efetivas.
Com o intuito de envolver todos os colaboradores do Grupo Banrisul, a
política prevê uma participação compartilhada no controle do Risco
Operacional: todos os empregados, estagiários e prestadores de serviços
terceirizados do Banrisul são responsáveis pela prática de medidas
comportamentais que evitem a exposição a riscos, no limite de suas
atribuições. O documento atribui, também, responsabilidades para gestores,
agentes de controles internos, comitês, Diretoria e Conselho de
Administração.
4.2 Modelo de Alocação de Capital
O Banrisul adotou, inicialmente, a metodologia de Abordagem do Indicador
Básico (BIA), com o objetivo de apurar a parcela de capital para cobertura
de Risco Operacional (Popr), conforme estabelecido pela Circular nº 3.383,
de 30.04.2008, e Comunicado nº 16.913, de 20.05.2008, publicada pelo
Banco Central do Brasil.
A metodologia de Abordagem do Indicador Básico estabelece que o capital a
ser alocado para riscos operacionais deve ser calculado semestralmente,
considerados os últimos três períodos anuais. O Indicador de Exposição ao
Risco Operacional (IE) corresponde, para cada período anual, à soma dos
Relatório de Gerenciamento de Riscos
27
valores semestrais das receitas de intermediação financeira e das receitas
com prestação de serviços, deduzidas as despesas de intermediação
financeira. A todo este cálculo aplica-se um fator de alocação de capital (β)
de 15%.
4.3 Processo de Gerenciamento
A metodologia adotada pelo Banco, fundamentada nas melhores práticas de
mercado, em normas internacionais, nas recomendações do Novo Acordo de
Capitais – Basileia II, e na regulamentação do BACEN, prevê a identificação
e o tratamento dos riscos operacionais por meio do mapeamento de seus
processos mais relevantes.
O gerenciamento do risco operacional adequado está diretamente
relacionado ao conhecimento dos processos existentes na instituição. Todos
os processos críticos devem ter seus riscos operacionais identificados,
avaliados, monitorados e controlados.
Os macroprocessos foram identificados e definida sua relevância para a
Instituição, referendados e priorizados pela Diretoria. A partir do
mapeamento dos processos são gerados documentos necessários para a
identificação dos riscos. Relatórios de auditorias interna e externa, além de
reportes de eventos de risco operacional identificados, constituem-se em
insumos complementares à instrumentalização da análise dos
macroprocessos.
A metodologia utilizada pelo Banrisul para realização de análises
qualitativas consiste na avaliação, de maneira descentralizada e pela visão
dos gestores dos processos do Banco, da efetividade dos controles e da
potencialidade dos riscos, possibilitando a detecção de exposições
indesejadas e a implementação de medidas corretivas.
As análises qualitativas de Risco Operacional são realizadas por meio da
técnica CSA (Control Self-Assessment), a qual se baseia na aplicação de
questionários (checklists) junto a gestores, para autoavaliação.
As informações coletadas geram a Matriz de Risco Operacional do Banrisul.
O resultado da análise é encaminhado aos gestores com o objetivo de gerar
planos de ação mitigadores do risco operacional.
A área de Compliance da Controladoria é responsável pelo
acompanhamento da execução dos planos. Os planos de ação são
encaminhados para conhecimento e aprovação das instâncias decisórias da
organização (Comitês, Diretoria e Conselho de Administração).
Relatório de Gerenciamento de Riscos
28
No que se refere à análise quantitativa, está em processo de estruturação a
Base de Dados de Perdas do Banrisul, que objetivará prover a instituição de
informações referentes a eventos de perda e quase perdas ocorridos, de
forma a conferir maior efetividade ao gerenciamento de riscos operacionais
da organização e atender às normatizações pertinentes.
4.4 Gestão de Continuidade de Negócios
A estrutura de gerenciamento de riscos operacionais prevê a existência de
plano de contingência, contendo as estratégias a serem adotadas para
assegurar condições de continuidade das atividades e para limitar graves
perdas decorrentes de risco operacional.
No Banrisul, os ciclos de GCN são realizados semestralmente, sendo
finalizado o 6º ciclo no segundo semestre de 2010, marcado por um
aumento no número de planos, apresentando uma quantidade total de 310
planos. São realizados testes dos planos existentes, as possibilidades de
melhorias são observadas e, se possível, efetivadas nos ciclos posteriores.
4.5 Comunicação e Informação
O processo de gerenciamento de riscos operacionais prevê a elaboração de
relatórios que permitam a identificação e correção tempestiva das
deficiências de controle e de gerenciamento do risco operacional.
Os relatórios são constituídos ao final de cada ciclo de avaliação de riscos
operacionais, compreendendo os resultados da análise e os respectivos
planos de ação elaborados pelos gestores para tratamento dos riscos
inerentes aos processos. A matriz de riscos operacionais completa o
relatório, que é submetido às alçadas superiores para análise e deliberação.
Em 2010, foram reportados os resultados de análises de riscos operacionais
comuns de 39 macroprocessos, ao Comitê de Gestão de Controles Internos
e ao Comitê de Gestão Bancária.
As atividades realizadas pela área de Gerenciamento do Risco Operacional
são consolidadas em relatório e encaminhadas anualmente para a Diretoria
e Conselho de Administração.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
29
5 Gestão de Capital
5.1 Novo Acordo de capital – Basileia II
O principal objetivo do Comitê de Basileia, com a criação do Acordo de
Basileia, foi desenvolver um sistema para mensuração e padronização dos
requerimentos mínimos de capital, calculados a partir da ponderação de
risco dos ativos. A exigência de capital é um dos instrumentos mais
utilizados pelas autoridades reguladoras, para buscar a solidez e a
estabilidade do sistema bancário internacional.
Desde a introdução da primeira versão do Acordo de Basileia, que visou à
internacionalização de padrões de gerenciamento dos riscos na atividade
bancária, ocorreram significativas mudanças no setor. A revisão do Acordo
buscou desenvolver uma estrutura de capital significativamente mais
sensível ao risco e ao mesmo tempo considerar as características
particulares de cada banco e de cada sistema de supervisão e contabilidade
de cada país. Portanto, o Acordo de Basileia , também chamado de Novo
Acordo de Capital – Basileia II veio complementar a estrutura relacionada
aos riscos considerados no cálculo da exigência de capital, que, além dos
riscos de crédito e de mercado já considerados no acordo original,
introduziu o risco operacional. Também veio proporcionar maior flexibilidade
às instituições, permitindo a utilização de modelos próprios para o
gerenciamento e controles dos riscos. Em contrapartida, essa flexibilização
deverá ser acompanhada por uma supervisão eficaz e maior disciplina de
mercado.
O Novo Acordo baseia-se em três pilares:
Pilar I: Capital Mínimo
O primeiro pilar estabelece requisitos mínimos de capital para os riscos de
crédito, mercado e operacional, permitindo a utilização de modelos internos
para o cálculo de alocação de capital, mais sensíveis à estrutura das
instituições.
Pilar - Supervisão bancária
O segundo Pilar diz respeito ao processo de fiscalização bancária. A nova
estrutura exige que os bancos tenham capital adequado para dar suporte a
todos os riscos em seus negócios bancários e também desenvolvam e
utilizem-se de melhores técnicas de gestão de riscos.
Pilar - Transparência
O Terceiro Pilar estabelece maior disciplina de mercado por meio do
aumento da transparência dos bancos, para que os agentes de mercado
Relatório de Gerenciamento de Riscos
30
sejam bem informados e possam entender melhor o perfil de risco dos
bancos.
O Banco Central do Brasil, em consonância com as disposições do Novo
Acordo de Capitais – Basileia II, divulgou a Resolução 3.490/07,
estabelecendo que as instituições financeiras devem manter
permanentemente seu capital adequado à sua estrutura de riscos. A
resolução instituiu modificações no cálculo do patrimônio mínimo exigido,
para cobertura dos riscos dos ativos e das atividades das instituições
financeiras.
O Banco Central do Brasil exige que o valor do Patrimônio de Referência –
PR deve ser compatível com os riscos assumidos, ou seja, superior ao
Patrimônio de Referência Exigido – PRE, o qual é calculado pelo somatório
das parcelas descritas a seguir:
PRE = PEPR + PCAM + PJUR + PCOM + PACS + POPR
PEPR – Parcela referente às exposições ponderadas pelo fator de
ponderação de risco a elas atribuído. Circular n.º 3.360 de 12/09/2007.
PCAM - Parcela referente ao risco das exposições em ouro, em moeda
estrangeira e em operações sujeitas à variação cambial. Circular n.º 3.389
de 25/06/2008, Circular n.º 3.388 de 04/06/2008, Carta-Circular n.º 3.309
de 15/04/2008.
PJUR – Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação de taxa
de juros e classificação na carteira de negociação -
Pjur1+Pjur2+Pjur3+Pjur4 - definidas pelas circulares 3.361, 3.362, 3.363,
3.364, ambas de 12/09/2007.
PCOM – Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do
preço de mercadorias (commodities). Circular n.º 3.368 de 12/09/2007.
PACS – Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do
preço de ações e classificadas na carteira de negociação. Circular n.º 3.366
de 12/09/2007.
POPR – Parcela referente ao risco operacional. Circular n.º 3.383 de
30/04/2008, Carta-Circular n.º 3.315 de 30/04/2008 e Carta-Circular n.º
3.316 de 30/04/2008.
RBAN - Alem destas parcelas, o BACEN passou a exigir, por parte das
Instituições Financeiras, a manutenção Patrimônio de Referência suficiente
para a cobertura do risco de taxas de juros das operações não incluídas na
carteira de negociação, na forma da Resolução nº 3.464/07. Resolução n.º
3.490/07, e Circular n.º 3.365/07.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
31
5.2 Patrimônio de Referência
O Patrimônio de Referência representa o patrimônio base para cálculo dos
Limites Operacionais das instituições financeiras, definido pela resolução
3.444/07 e consiste no somatório do Nível I e do Nível II, excluídas as
deduções, previstas no normativo.
De acordo com a Resolução 3.490/07, o Patrimônio de Referência deve ser
superior ao Patrimônio de Referência Exigido – PRE.
A seguir o detalhamento do Patrimônio de Referência do Conglomerado
Financeiro e do Consolidado Econômico Financeiro:
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Data-Base dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
Patrimônio de Referência 3.715 3.608 3.456 3.423 3.349
Patrimônio de Referência Nível I 3.851 3.742 3.587 3.553 3.477
Patrimônio Líquido 3.856 3.593 3.591 3.409 3.409
Contas de Resultado Credoras - 2.406 - 2.092 -
Contas de Resultado Devedoras - 2.252 - 2.020 -
Ativo Permanente Diferido 10 10 10 10 10
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e Instrumentos Financeiros e Derivativos
(5) (5) (6) (6) (6)
Adicional de Provisão ao Mínimo Estabelecido pela Resolução n.º 2.682/99
- - - 77 72
Dividendos e bonificações a distribuir - - - - -
Patrimônio de Referência Nível II (5) (5) (6) (6) (6)
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e Instrumentos Financeiros e Derivativos
(5) (5) (6) (6) (6)
Deduções do PR 131 129 125 124 122
Ações emitidas por Instituições Financeiras e Demais Instituições Autorizadas a Funcionar pelo Bacen
131 129 125 124 122
Relatório de Gerenciamento de Riscos
32
Consolidado Econômico-Financeiro - R$ Milhões
Data-Base dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
Patrimônio de Referência 3.873 3.738 3.603 3.548 3.498
Patrimônio de Referência Nível I 3.878 3.743 3.609 3.554 3.504
Patrimônio Líquido 3.552 3.594 3.409 3.410 3.203
Contas de Resultado Credoras 3.173 1.576 2.716 1.309 2.756
Contas de Resultado Devedoras 2.841 1.422 2.510 1.237 2.519
Ativo Permanente Diferido 10 10 10 10 10
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e Instrumentos Financeiros e Derivativos
(5) (5) (6) (6) (6)
Adicional de Provisão ao Mínimo Estabelecido pela Resolução n.º 2.682/99
- - - 77 72
Dividendos e bonificações a distribuir 1 - 1 - 3
Patrimônio de Referência Nível II (5) (5) (6) (6) (6)
Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e Instrumentos Financeiros e Derivativos
(5) (5) (6) (6) (6)
Deduções do PR - - - - -
Ações emitidas por Instituições Financeiras e Demais Instituições Autorizadas a Funcionar pelo Bacen
- - - - -
O Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro apresentou
crescimento durante o período em análise, devido á incorporação de lucros
gerados no mesmo período, totalizando R$ 3.715,48 milhões no último
trimestre, superior em 2,68% em relação ao trimestre anterior.
5.3 Patrimônio de Referência Exigido (PRE) e adequação do
Patrimônio de Referência (PR)
O Patrimônio de Referência Exigido é o capital mínimo exigido pelo Banco
Central do Brasil e deve ser compatível com a estrutura dos riscos da
instituição.
A seguir tabela contendo as informações referentes à alocação de capital
para o Conglomerado Financeiro e Consolidado Econômico-Financeiro,
incluindo a apuração do Índice de Basileia e a margem para aplicação em
novos negócios.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
33
Conglomerado Financeiro - R$ Milhões
Data-Base dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
Risco de Crédito 1.974 1.900 1.792 1.670 1.566
Operações de Crédito - Varejo 593 569 539 501 466
Compromissos Varejo 173 170 161 147 138
Operações de Crédito - não Varejo 767 704 667 651 590
Compromissos - não Varejo 59 58 50 50 51
Garantias Prestadas 49 50 51 45 56
Adiantamentos 46 53 47 45 50
Credito Tributário 68 68 68 67 66
Outros Ativos 220 226 210 164 149
Risco de Mercado 309 331 311 291 303
Risco de Câmbio* - - - - -
Risco de Juros - somatório 306 329 309 288 301
Pré-fixadas em Real - Pjur 1 86 122 128 122 144
Cupons de Moedas Estrangeiras - Pjur 2 6 6 6 6 5
Cupons dos Índices de Preços - Pjur 3 5 9 9 9 9
Cupons de Taxas de juros - Pjur 4 209 192 166 152 142
Risco de Commodities - - - - -
Risco de Ações 3 2 2 2 2
Risco Operacional 347 347 322 322 242
Patrimônio de Referência Exigido 2.629 2.577 2.425 2.283 2.111
Patrimônio de Referência 3.715 3.608 3.456 3.423 3.349
Patrimônio de Referência Exigido - PRE : Risco de crédito + Risco de mercado + Risco Operacional
2.629 2.577 2.425 2.283 2.111
Rban - Carteira Banking 22 22 22 21 27
Margem = PR - PRE - Rban 1.064 1.009 1.009 1.118 1.211
Índice de Basileia 15,54% 15,40% 15,67% 16,49% 17,45%
Relatório de Gerenciamento de Riscos
34
Consolidado Econômico-Financeiro - R$ Milhões
Data-Base dez/10 set/10 jun/10 mar/10 dez/09
Risco de Crédito 1.984 1.909 1.801 1.680 1.575
Operações de Crédito - Varejo 593 569 539 501 466
Compromissos Varejo 173 170 161 147 138
Operações de Crédito - não Varejo 767 704 667 651 590
Compromissos - não Varejo 59 58 50 50 51
Garantias Prestadas 49 50 51 45 56
Adiantamentos 46 53 47 45 50
Credito Tributário 68 68 68 67 66
Outros Ativos 230 236 219 174 159
Risco de Mercado 309 331 311 291 303
Risco de Câmbio 0 0 0 0 0
Risco de Juros - somatório 306 329 309 288 301
Pré-fixadas em Real - Pjur 1 86 122 128 122 144
Cupons de Moedas Estrangeiras - Pjur 2 6 6 6 6 5
Cupons dos Índices de Preços - Pjur 3 5 9 9 9 9
Cupons de Taxas de juros - Pjur 4 209 192 166 152 142
Risco de Commodities 0 0 0 0 0
Risco de Ações 3 2 2 2 2
Risco Operacional 358 358 331 331 249
Patrimônio de Referência Exigido 2.650 2.598 2.443 2.301 2.128
Patrimônio de Referência 3.873 3.738 3.603 3.548 3.498
Patrimônio de Referência Exigido - PRE: Risco de crédito + Risco de mercado + Risco Operacional
2.650 2.598 2.443 2.301 2.128
Rban - Carteira Banking 22 22 22 21 27
Margem = PR - PRE - Rban 1.201 1.118 1.138 1.226 1.343
Índice de Basileia 16,07% 15,83% 16,22% 16,96% 18,08%
O Patrimônio de Referência Exigido apresentou crescimento de R$ 74,09
milhões no último trimestre, totalizando R$ 1.983,81 milhões, em
decorrência principalmente do incremento das operações de crédito no
mesmo período.
Em relação às demais parcelas que compõem o PRE, a parcela de risco
operacional apresentou crescimento devido ao aumento das receitas,
totalizando R$ 358,03 milhões no último trimestre.
A parcela de risco de mercado decresceu no último trimestre, influenciado
pela redução de parâmetros definidos pelo Banco Central, em função da
volatilidade do mercado e da melhor adequação entre os prazos das
operações ativas e passivas.
Relatório de Gerenciamento de Riscos
35
5.3.1 Evolução do PR e PRE
A seguir gráfico com o acompanhamento da adequação do Patrimônio de
Referência em relação ao Patrimônio de Referência Exigido.
Gráfico 2 - Evolução do PR e PRE - Conglomerado Financeiro
Gráfico 3 - Evolução do PR e PRE - Consolidado Econômico - Financeiro
O Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro encerrou o quarto
trimestre em R$ 3,72 bilhões 41% superior ao Patrimônio de Referência
Exigido de R$ 2,63 bilhões, o que resultou em um Índice de Basileia de
15,54%, superior ao mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil de 11%.
2,11 2,28
2,43 2,58 2,63
3,35 3,42 3,46 3,61 3,72
-
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
dez/09 mar/10 jun/10 set/10 dez/10
R$
Bilh
õe
s
PRE
PR
2,13 2,30
2,44 2,60 2,65
3,50 3,55 3,60 3,74 3,87
-
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
dez/09 mar/10 jun/10 set/10 dez/10
R$
Bilh
õe
s
PRE
PR
Relatório de Gerenciamento de Riscos
36
5.4 Índice de Basileia
O Índice de Basileia representa a relação entre o Patrimônio Base -
Patrimônio de Referência – PR, e os riscos ponderados - Patrimônio de
Referência Exigido – PRE, conforme regulamentação em vigor,
demonstrando a solvência da empresa. O percentual mínimo estabelecido
pelo BACEN no Brasil é de 11%. A seguir os gráficos para acompanhamento
da evolução do Índice de Basileia do Conglomerado Financeiro e do
Consolidado Econômico-Financeiro.
Gráfico 4 – Índice de Basileia – Conglomerado Financeiro
O Índice de Basileia do Conglomerado Financeiro encerrou o último
trimestre em 15,54%, superior ao mínimo definido pelo Banco Central do
Brasil, o que possibilita um incremento de até R$ 9,67 bilhões em novos
negócios.
Gráfico 5 - Índice de Basileia – Consolidado Econômico-Financeiro
dez/09 mar/10 jun/10 set/10 dez/10
17,45% 16,49% 15,67% 15,40% 15,54%
dez/09 mar/10 jun/10 set/10 dez/10
18,08%16,96%
16,22% 15,83% 16,07%
Relatório de Gerenciamento de Riscos
37
O Índice de Basileia do Consolidado Econômico-Financeiro encerrou o último
trimestre em 16,07%, superior ao mínimo definido pelo Banco Central do
Brasil, o que possibilita um incremento de até R$ 10,9 bilhões em novos
negócios.