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Religiões do Oriente Médio
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ISLAMISMO (Islão)
O Islão ou Islã (do árabe سالم transl. al-Islām) é uma religião ,اإل
monoteísta que surgiu na Península Arábica no século VII, baseada nos
ensinamentos religiosos do profeta Maomé (Muhammad) e numa
escritura sagrada, o Alcorão. A religião é conhecida ainda por islamismo.
Na visão muçulmana, o Islão surgiu desde a criação do homem, ou seja, desde Adão, sendo este o primeiro profeta dentre inúmeros outros, para
diversos povos, sendo o último deles Maomé.[1]
Cerca de duzentos anos após Maomé, o Islão já se tinha difundido em
todo o Médio Oriente, no Norte de África e na Península Ibérica, bem como na direcção da antiga Pérsia e Índia. Mais tarde, o Islão atingiu a
Anatólia, os Balcãs e a África subsaariana. Recentes movimentos
migratórios de populações muçulmanas no sentido da Europa e do
continente americano levaram ao aparecimento de comunidades
muçulmanas nestes territórios.[2]
A mensagem do Islão caracteriza-se pela sua simplicidade: para atingir a
salvação, basta acreditar num único Deus, rezar cinco vezes por dia
voltado para Meca, submeter-se ao jejum anual no mês do Ramadão,
pagar dádivas rituais e efectuar, se possível, uma peregrinação à cidade de Meca.
O Islão é visto pelos seus aderentes como um modo de vida que inclui
instruções que se relacionam com todos os aspectos da actividade
humana, sejam eles políticos, sociais, financeiros, legais, militares ou interpessoais. A distinção ocidental entre o espiritual e temporal é, em
teoria, alheia ao Islão.
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Etimologia Islão provem do árabe Islām, que por sua vez deriva da quarta forma verbal da
raiz slm, aslama, e significa "submissão (a
Deus)".[3] Segundo o arabista e filólogo
José Pedro Machado, a palavra "Islão" não teria surgido na língua portuguesa antes
de 1843, ano em que aparece no capítulo
IX da obra Eurico, o Presbítero, de
Alexandre Herculano.[4] (Ao lado a palavra ALÁ em
árabe-> )
O Islão é descrito em árabe como um
"diin", o que significa "modo de vida" e/ou "religião" e possui uma relação
etimológica com outras palavras árabes como Salaam ou Shalam, que
significam "paz".[5]
Muçulmano, por sua vez, deriva da palavra
árabe muslim (plural, muslimún), particípio activo do verbo aslama,
designando "aquele que se submete". O vocábulo pode ter penetrado no
português a partir do castelhano, sendo provável que essa língua o tenha tomado do italiano ou do francês, línguas nas quais o vocábulo surge em
1619 e 1657, respectivamente (no primeiro caso como mossulmani, na
obra Viaggi, de Pietro della Valle, e no segundo como mousulmans, na
obra Voyages, de Le Gouz de la Boullaye).[6]
Em textos mais antigos, os muçulmanos eram conhecidos como
"maometanos", este termo tem vindo a cair em desuso porque implica,
incorrectamente, que os muçulmanos adoram Maomé (como, durante
alguns séculos, por completo desconhecimento, o Ocidente pensou), o
que torna o termo ofensivo para muitos muçulmanos. Durante a Idade Média e, por extensão, nas lendas e narrativas populares cristãs, os
muçulmanos eram também designados como sarracenos e também por
mouros (embora este último termo designasse mais concretamente os
muçulmanos naturais do Magrebe, que se encontravam na Península Ibérica).
Islão pode se referir também ao conjunto de países que seguem esta
religião (a jurisprudência islâmica utiliza nesse caso a expressão Dar-al-
Islam, "casa do Islão").
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Crenças O Islão ensina seis crenças principais:
1. a crença em Alá (Allah), único Deus existente;
2. a crença nos anjos, seres criados por Alá;
3. a crença nos livros sagrados, entre os quais se encontram a Torá,
os Salmos e o Evangelho. O Alcorão é o principal e mais completo
livro sagrado, constituindo a colectânea dos ensinamentos revelados
por Alá ao profeta Maomé;
4. a crença em vários profetas enviados à humanidade, dos quais
Maomé é o último;
5. a crença no dia do Julgamento Final, no qual as acções de cada
pessoa serão avaliadas;
6. a crença na predestinação: Alá tudo sabe e possui o poder de decidir
sobre o que acontece a cada pessoa.
Deus
A pedra basilar da fé islâmica é a crença estrita no monoteísmo. Deus é
considerado único e sem igual. Cada
capítulo do Alcorão (com a exceção de
um) começa com a frase "Em nome de Deus, o beneficente, o misericordioso".
Uma das passagens do Alcorão
frequentemente usadas para ilustrar os
atributos de Deus é a que se encontra no capítulo (sura) 59:
"Ele é Deus e não há outro deus senão ele, que conhece o invisível e o
visível. Ele é o Clemente, o Misericordioso!
Ele é Deus e não há outro deus senão ele. Ele é o Soberano, o Santo, a
Paz, o Fiel, o Vigilante, o Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima dos que os homens lhe associam!
Ele é Deus, o Criador, o Inovador, o Formador! Para ele os epítetos mais
belos" (59, 22-24).
Ver noventa e nove nomes de Alá para uma visão muçulmana sobre os atributos de Deus.
Os anjos
Os anjos são, segundo o Islão, seres criados por Alá a partir da luz. Não
possuem livre arbítrio, dedicando-se apenas a obedecer a Deus e a louvar
o seu nome. Maomé nada disse sobre o sexo dos anjos, mas rejeitou a crença dos habitantes de Meca, de acordo com a qual eles seriam as
filhas de Deus.[7] Desempenham vários papéis, entre os quais o anúncio
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da revelação divina aos profetas; protegem os seres humanos e
registram todas as suas acções. O anjo mais famoso é Gabriel, que foi o
intermediário entre Deus e o profeta.
Para além dos anjos, o islamismo reconhece a existência dos jinnis, espíritos que habitam o mundo natural e que podem influenciar os
acontecimentos. Ao contrário dos anjos, os jinnis possuem vontade
própria; alguns são bons, mas de uma forma geral são maus. Um desses
espíritos maus é Iblis (Satanás), também ele um jinn, segundo a crença islâmica, que desobedeceu a Deus e dedica-se a praticar o mal.
Os livros sagrados
Os muçulmanos acreditam que Deus usou profetas para revelar escrituras
aos homens. A revelação dada a Moisés foi a Taura (Torá), a Davi foram
dados os Salmos e a Jesus o Evangelho. Deus foi revelando a sua mensagem em escrituras cada vez mais abrangentes que culminaram
com o Alcorão, o derradeiro livro revelado a Muhammad.
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Os profetas
Miniatura persa que retrata a ascensão de Maomé ao céu.
O islamismo ensina que Deus revelou a sua vontade à humanidade
através de profetas. Existem dois tipos de profeta: os que receberam de
Deus a missão de dar a conhecer aos homens a vontade divina (anbiya;
singular nabi) e os que para além dessa função lhes foi entregue uma escritura revelada (rusul; singular rasul, "mensageiro")
Cada profeta foi encarregado de relembrar a uma comunidade a
existência ou a unicidade de Deus, esquecida pelos homens. Para os
muçulmanos, a lista dos profetas inclui Adão, Abraão (Ibrahim), Moisés (Musa), Jesus (Isa) e Maomé (Muhammad), todos eles pertencentes a
uma sucessão de homens guiados por Deus. Maomé é visto como
o Último Mensageiro, trazendo a mensagem final de Deus a toda a
humanidade sob a forma do Alcorão, sendo por isso designado como o "Selo dos Profetas". Quando Maomé começou a revelar o Alcorão, ele não
acreditou que isso teria proporções mundiais, mas sim que somente
reforçaria a fé no Deus.
Esses profetas eram humanos mortais comuns, o Islão exige que o crente aceite todos os profetas, não fazendo distinção entre eles. No Alcorão, é
feita menção a vinte e cinco profetas específicos.
Os muçulmanos acreditam que Maomé foi um homem leal, como todos os
profetas, e que os profetas são incapazes de acções erradas (ou mesmo
testemunhar acções erradas sem falar contra elas), por vontade de Alá.
O dia do Julgamento Final
Segundo as crenças islâmicas, o dia do Julgamento Final (Yaum al-
Qiyamah) é o momento em que cada ser humano será ressuscitado e
julgado na presença de Deus pelas ações que praticou. Os seres humanos livres de pecado serão enviados directamente para o Paraíso, enquanto
que os pecadores devem permanecer algum tempo no Inferno, antes de
poderem também entrar no Paraíso. As únicas pessoas que
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permanecerão para sempre no Inferno são os hipócritas religiosos, isto é,
aqueles que se diziam muçulmanos, mas de facto nunca o foram.
Segundo a mesma crença, a chegada do Julgamento Final será
antecedida por vários sinais, como o nascimento do Sol no poente, o som de uma trombeta e o aparecimento de uma besta. De acordo com o
Alcorão, o mundo não acabará verdadeiramente, mas sofrerá antes uma
alteração profunda.
A predestinação
Os muçulmanos acreditam no qadar, uma palavra geralmente traduzida
como "predestinação", mas cujo sentido mais preciso é "medir" ou
"decidir quantidade ou qualidade". Uma vez que, para o islamismo, Deus
foi o criador de tudo, incluindo dos seres humanos, e sendo uma das suas
características a omnisciência, ele já sabia, quando procedeu à criação, as características que cada elemento da sua obra teria. Assim sendo,
cada coisa que acontece a uma pessoa foi determinada por Deus. Essa
crença não implica a rejeição do livre arbítrio, pois o ser humano foi
criado por Deus com a faculdade da razão, pelo que pode escolher entre praticar acções positivas ou negativas.
Os cinco pilares do Islão Os cinco pilares do Islão são cinco deveres básicos de cada muçulmano:[8]
1. a recitação e aceitação da crença (Chahada ou Shahada);
2. orar cinco vezes ao longo do dia (Salá,Salat ou Salah);
3. pagar esmola (Zakat ou Zakah);
4. observar o jejum no Ramadão (Saum ou Siyam);
5. fazer a peregrinação a Meca (Haj) se tiver condições físicas e
financeiras.
Os muçulmanos xiitas consideram ainda três práticas como essenciais à religião
islâmica: além da jihad, que também é importante para os sunitas, há o Amr-Bil-
Ma'rūf, "exortar o bem", que convoca todos os muçulmanos a viver uma vida
virtuosa e encorajar os outros a fazer o mesmo; e o Nahi-Anil-Munkar, "proibir o mal", que orienta os muçulmanos a se abster do vício e das más ações, e também
encorajar os outros a fazer o mesmo.[9]
Alguns grupos kharijitas existentes na Idade Média consideravam a jihad como o "sexto pilar do Islão". Actualmente alguns grupos do
xiismo ismaelita entendem a "fidelidade ao Imam" como sexto pilar do
Islão.
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A profissão de fé (Chahada)
A profissão de fé consiste numa frase - que deve ser dita com a máxima
sinceridade - através da qual cada muçulmano atesta que "não há outro
deus senão Alá e Maomé é seu servo e mensageiro".[10] No entanto, os muçulmanos xiitas têm por costume acrescentar "e Ali ibn Abi Talib é
amigo de Alá". Essa frase também é dita quando se chama à oração
(adhan).
De acordo com a maioria das escolas islâmicas, para se converter ao Islão é necessário proclamar três vezes a chahada ("testemunho")
perante duas testemunhas: "Achadu ala ilaha ila Allah. Achadu ana
Mohammad Rassululah" ("Testemunho que não há outra divindade senão
Deus. Testemunho que Maomé é seu profeta mensageiro").
O Salat (a oração)
A oração no Islão (conhecida como Salá) é composta por cinco partes,
todas espalhadas durante o dia e a noite, iniciando pela alvorada até à
noite. Considerada o ponto mais próximo que se pode chegar de Deus.
No Islão, não há obrigatoriamente hierarquia entre os adeptos, porém a comunidade, conhecida como ummah, escolhe uma pessoa com
conhecimento suficiente para dirigir a adoração.[11]
Durante essas orações, são recitadas suratas do Alcorão, geralmente
ditas em árabe, conduzidas pelo escolhido entre a comunidade. Não
existe restrição para que o crente reze fora da mesquita, tampouco isso é uma desbonificação de sua oração, que pode ser feita em qualquer lugar,
desde que tenha feito antes sua purificação.[8]
A purificação é realizada através da higiene especifica e detalhada, que
consiste basicamente em lavar as mãos, os antebraços, a boca, as narinas, a face; em passar água pelas orelhas, pela nuca, pelo cabelo e
pelos pés.[11]
Se um muçulmano se encontrar numa área sem água ou numa área onde
o uso da água não é aconselhável (porque poderia causar uma doença), pode substituir as abluções pelo uso simbólico de areia ou terra
(tayammum). A oração abre-se com a orientação do crente na direção de
Meca (qibla).[11]
A contribuição de purificação (Zakat)
O Islão estabelece que cada muçulmano deve pagar anualmente uma certa quantia, calculada a partir dos seus rendimentos, que será
distribuída pelos pobres ou por outros beneficiários definidos pelo Alcorão
(prisioneiros, viajantes, endividados…). Essa contribuição é encarada
como uma forma de purificação e de culto. A quantia corresponde a 2,5% do valor dos bens em dinheiro, ouro e prata, mas o valor pode variar se
se tratar, por exemplo, de produtos agrícolas (nesse caso a contribuição
pode chegar a 10% da colheita agrícola).
Quem tiver possibilidades pode ainda contribuir, de forma voluntária, com outras doações (sadaqa), mas é importante que o faça em segredo e sem
ser movido pela vaidade. O anúncio dessas doações somente poderá ser
feito se isso contribuir para que outras pessoas sejam motivadas a fazer
o mesmo (caso de personalidades e pessoas proeminentes da sociedade),
e esse ato deve ser sincero, mesmo que em público.
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O jejum no mês do Ramadão (Saum)
Durante o Ramadão (o nono mês do calendário islâmico), cada
muçulmano adulto deve abster-se de alimento, de bebida, de fumar e de
ter relações sexuais, desde o nascer até ao pôr-do-sol. Os doentes, os idosos, os viajantes, as grávidas ou as mulheres lactantes estão
dispensados do jejum. Em compensação, essas pessoas devem alimentar
um pobre por cada dia que faltaram ao jejum ou então realizá-lo noutra
altura do ano. O jejum é interpretado como uma forma de purificação, de aprendizagem do auto-controlo e de desenvolvimento da empatia por
aqueles que passam fome ou outras necessidades.
O mês de Ramadão termina com o dia de celebração conhecido como Eid
ul-Fitr, durante o qual os muçulmanos agradecem a Deus a força que lhes
foi concedida para levar a cabo o jejum. As casas são decoradas e é hábito visitar os familiares. Essa comemoração serve também para o
perdão e a reconciliação entre pessoas desavindas.
A peregrinação (Hajj)
Esse pilar consiste na peregrinação a Meca, obrigatória pelo menos uma vez na vida para todos os que gozem de saúde e disponham de meios
financeiros. Ocorre durante o décimo segundo mês do calendário
islâmico.
Os muçulmanos vestem-se com um traje especial todo branco, antes de
chegar a Meca, para que todos estejam igualmente vestidos e não haja distinção de classes. Durante toda a peregrinação, não se preocupam
com o seu aspecto físico. Depois de praticarem sete voltas em torno da
Kaaba, os peregrinos correm entre as duas colinas de Safa e Marwa. Na
última parte do Hajj, os muçulmanos devem passar uma tarde na planície de Arafat, onde Maomé disse o seu "Último Sermão". Os rituais chegam
ao fim com o sacrifício de carneiros e bodes.
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O
Alcorão Os ensinamentos de Alá (Allah, a palavra árabe para Deus) estão
contidos no Alcorão (Qur'an, "recitação"). Os muçulmanos acreditam que
Maomé recebeu esses ensinamentos de Alá por intermédio do anjo
Gabriel (Jibreel), através de revelações que ocorreram entre 610 e 632 d.C.. Maomé recitou essas revelações aos seus companheiros, muitos dos
quais se diz terem memorizado e escrito no material que tinham à
disposição (omoplatas de camelo, folhas de palmeira, pedras…).
As revelações a Maomé foram mais tarde reunidas em forma de livro.
Considera-se que a estruturação do Alcorão como livro ocorreu entre 650 e 656, durante o califado de Otman.
O Alcorão está estruturado em 114 capítulos chamados suras. Cada sura
está por sua vez subdividida em versículos chamados ayat. Os capítulos
possuem tamanho desigual (o menor possui apenas três versículos e os mais longos 286 versículos) e a sua disposição não reflete a ordem da
revelação. Considera-se que 92 capítulos foram revelados em Meca e 22
em Medina. As suras são identificadas por um nome, que é em geral uma
palavra distintiva surgida no começo do capítulo ("A Vaca", "A Abelha", "O Figo").
Uma vez que os muçulmanos acreditam que Maomé foi o último de uma
longa linha de profetas, eles tomam a sua mensagem como um depósito
sagrado e tomam muito cuidado com ela, assegurando que a mensagem
tenha sido recolhida e transmitida de uma maneira a não trair esse legado. Essa é a principal razão pela qual as traduções do Alcorão para as
línguas vernáculas são desencorajadas, preferindo-se ler e recitar o
Alcorão em árabe. Muitos muçulmanos memorizam uma porção do
Alcorão na sua língua original e aqueles que memorizaram o Alcorão por inteiro são conhecidos comohafiz (literalmente "guardião").
A mensagem principal do Alcorão é a da existência de um único Deus,
que deve ser adorado. Contém também exortações éticas e morais,
histórias relacionadas com os profetas anteriores a Muhammad (que foram rejeitados pelos povos aos quais foram enviados), avisos sobre a
chegada do dia do Juízo Final, bem como regras relacionadas com
aspectos da vida diária, como o casamento e o divórcio.
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Além do Alcorão, as crenças e práticas do Islão baseiam-se na
literatura hadith, que para os muçulmanos clarifica e explica os
ensinamentos do profeta.
Autoridade religiosa Não há uma autoridade oficial que decide se uma pessoa é aceita ou
excluída da comunidade de crentes. O Islão é aberto a todos,
independentemente de raça, idade, género ou crenças prévias. É
suficiente acreditar na doutrina central do islamismo, acto formalizado pela recitação da chahada, o enunciado de crença do Islão, sem o qual
uma pessoa não pode ser considerada um muçulmano.
Embora não exista no islamismo uma estrutura clerical semelhante à
existente nas denominações cristãs, existe contudo um grupo de pessoas
reconhecidas pelo seu conhecimento da religião e da lei islâmica, denominadas ulemás. Os homens que se destacam pelo seu grande
conhecimento da lei islâmica podem receber o título de mufti, sendo
responsáveis pela emissão de pareceres sobre determinada questão da lei
islâmica; em teoria esses pareceres (fatwas) só devem ser seguidos pela pessoa que o solicitou.
Ramos do Islão Há várias denominações no Islão, cada
uma com diferenças ao nível legal e
teológico. Os maiores ramos são o Islão sunita e o Islão xiita.
O profeta Maomé faleceu em 632 sem
deixar claro quem deveria ser o seu
sucessor na liderança da comunidade muçulmana (a Umma). Abu Bakr, um
dos primeiros convertidos ao islamismo
e companheiro do profeta, foi eleito
como califa ("representante"), função que desempenhou durante dois anos. Depois da sua morte, a liderança
coube durante dez anos a Omar e logo em seguida a Otman, durante
doze anos.
Quando Otman faleceu, ocorreu uma disputa em torno de quem deveria
ser o novo califa. Para alguns essa honra deveria recair sobre Ali, primo de Maomé, que era também casado com a sua filha Fátima. Para outros,
o califa deveria ser o primo de Otman, Muawiyah. Quando Ali é eleito
califa em 656, Muawiyah contesta a sua eleição, o que origina uma
guerra civil entre os partidários das duas facções. Ali acabaria por ser assassinado em 661 e Muawiyah conquista o poder para si e para a sua
família, fundando a dinastia dos Omíadas. Contudo, o conflito entre os
dois campos continua e, em 680, Hussein, filho de Ali, é massacrado
pelas tropas de Yazid, filho de Muawiyah.
Essas lutas estão na origem dos dois principais ramos em que atualmente
se divide o Islão. Os partidários de Ali (shiat ali, ou seja, xiitas) acreditam
que os três primeiros califas foram usurpadores que retiraram a Ali o seu
direito legítimo à liderança. Essa crença é justificada em hadiths interpretados como reveladores de que, quando Maomé se
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encontrava ausente, ele nomeava Ali como líder momentâneo da
comunidade.
O islamismo sunita compreende actualmente cerca de 90% de todos os
muçulmanos. Divide-se em quatro escolas de jurisprudência (madhabs),
que interpretam a lei islâmica de forma diferente. Essas escolas tomam o
nome dos seus fundadores: maliquita (forte presença no Norte de África), shafiita (presente no Médio Oriente, Indonésia, Malásia, Filipinas),
hanefita (presente na Ásia Central e do Sul, Turquia) e hanbalita
(dominante na Arábia Saudita e Qatar).
O muçulmanos xiitas acreditam que o líder da comunidade muçulmana -
o imã - deve ser um descendente de Ali e de sua esposa Fátima.
O Islão xiita pode, por sua vez, ser subdividido em três ramos principais,
de acordo com o número de imãs que reconhecem: xiitas duodecimanos,
ismailitas e zaiditas. Todos esses grupos estão de acordo em relação à
legitimidade dos quatro primeiros imãs. Porém, discordam em relação ao quinto: a maioria do xiitas acredita que o neto de Hussein, Muhammad
al-Baquir, era o imã legítimo, enquanto que outros seguem o irmão de al-
Baquir, Zayd bin Ali (zaiditas).
Os xiitas que não reconheceram Zayd como imã permaneceram unidos
durante algum tempo. O sexto imã, Jafar al-Sadiq (702-765), foi um
grande erudito que é tido em consideração pelos teólogos sunitas. A
principal escola xiita de lei religiosa recebe o nome de jafarita por sua causa.
Após a morte de Jafar al-Sadiq, ocorreu uma cisão no grupo: uns
reconheciam como imã o filho mais velho de al-Sadiq, Ismail bin Jafar
(m. 765), enquanto que para outros o imã era o filho mais novo, Musa al-Kazim (m. 799). Este último grupo continuou a seguir uma cadeia de
imãs até ao décimo segundo, Muhammad al-Mahdi (falecido, ou de
acordo com a visão religiosa, desaparecido em 874 para retornar no fim
do mundo). Os primeiros ficaram conhecidos como ismailitas, enquanto
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que os que seguiram uma cadeia de doze imãs ficaram conhecidos como
os xiitas duodecimanos; o termo "xiita" é geralmente usado hoje em dia
como um sinónimo dos xiitas duodecimanos, que são maioritários no
Irão.
Para os ismailitas, Ismail nomeou o seu filho Muhammad ibn Ismael como
seu sucessor, tendo a linha sucessória dos imãs continuado com ele e os
seus descendentes. O ismailismo dividiu-se por sua vez em vários
grupos.
Outra denominação que tem origem nos tempos históricos do Islão é a
dos kharijitas. Historicamente, consideravam que qualquer homem,
independentemente da sua origem familiar, poderia ser líder da
comunidade islâmica, opondo-se às polémicas de sucessão entre sunitas e xiitas. Os membros desse grupo hoje são mais comumente conhecidos
como muçulmanos ibaditas. Um grande número de muçulmanos ibaditas
vive hoje no Omã.
Movimentos recentes
Um movimento recente no Islão sunita é o dos wahhabitas, assim denominados por ocidentais e por pessoas de fora dessa corrente
ideológica. O wahhabismo é um movimento fundado por Muhammad ibn
Abd al Wahhab no século XVIII, naquilo que hoje é a Arábia Saudita. Os
wahhabitas consideram-se sunitas e alguns afirmam seguir a escola hanbalita. O wahhabismo tem uma grande influência no mundo islâmico
pelo facto de o governo saudita financiar muitas mesquitas e escolas
muçulmanas existentes em outros países.
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Misticismo Às vezes visto pelos fieis muçulmanos comuns como um ramo separado do Islão,[12] o sufismo é antes uma forma de mística que pretende
alcançar um contacto directo com Deus através de uma série de práticas
que geralmente incluem o ascetismo, a meditação, os jejuns, cantos e
danças.
Desconhece-se de onde deriva a palavra sufismo (em árabe: tasawwuf).
O termo poderá provir de sūf, "lã", o que se encontra relacionado com o
facto de os primeiros sufis vestirem roupas feitas com o material,
imitando os ascetas cristãos da Síria e da Palestina. Outra teoria procura
relacionar sufismo com a palavra árabe safa, que significa "pureza".[13]
O sufismo já existia como movimento no primeiro século do Islão. Para
os sufis, o próprio profeta Maomé seria um deles, já que levaria uma vida
extremamente simples, tendo por hábito retirar-se de Meca para meditar
numa caverna, tendo estabelecido uma relação próxima com Deus. Um dos primeiros representantes do sufismo foi al-Hasan al-Basri (642-728),
que rejeitou o materialismo do mundo e criticou os soberanos omíadas.
Saliente-se ainda deste período inicial uma mulher, Rabi'ah al-Adawiyah
(? - 801), cujo amor por Deus leva-a a excluir o apego ao mundo.
Desde os séculos XII e XIII, os sufis organizam-se em ordens ou
irmandades (tariqas), que seguem os métodos de realização espiritual
ensinados por determinados mestres (os xeques ou pirs)."[14] As ordens
sufis podem ser encontradas quer no sunismo, quer no xiismo. O sufismo foi por vezes entendido pelas autoridades ortodoxas muçulmanas como
uma ameaça, tendo os seus líderes e adeptos sido alvo de perseguições.
O sufismo tem sido igualmente criticado devido ao facto de alguns dos
seus mestres terem alcançado um estatuto de santo, tendo sido erguidos
santuários nos locais onde nasceram ou faleceram, que se tornaram locais de peregrinações.
Comemorações O calendário islâmico (também denominado calendário hegírico em
função da sua origem remontar à Hégira ou migração dos primeiros muçulmanos de Meca para Medina em 622 d.C.) segue o ano lunar, que é
cerca de onze dias mais curto que o solar. Consequentemente, as
comemorações muçulmanas acabam por circular por todas as estações de
ano.
As duas comemorações do Islão são o Eid ul-Fitr, que celebra o fim do jejum do Ramadão, e o Eid ul-Adha, que marca o fim da peregrinação a
Meca (Hajj).
O dia 10 do mês de Muharram (o primeiro mês do calendário islâmico) é
um dia de particular importância para os muçulmanos xiitas. Neste dia, comemora-se o martírio do terceiro imã xiita, Hussein, morto em Karbala,
em 680, por aqueles que os xiitas consideram usurpadores da liderança
da comunidade muçulmana. No início deste mês, as pessoas envolvem-se
em actividades como ouvir contadores de histórias relatar o martírio de Hussein ou assistir a peças de teatro que pretendem reconstituir os
acontecimentos. O dia é marcado com procissões, que incluem actos de
autoflagelação como bater no peito ou cortar-se com uma lâmina (os
membros do clero xiita desencorajam essas práticas).
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Outras comemorações populares incluem o Mawlid, que celebra o
aniversário de Maomé (12 do mês de Rabi al-Awwal), A Noite da
Ascensão (Laylat al-Micraj, no dia 27 de Rajab), quando se recorda o dia
em que Maomé subiu ao céu para dialogar com Deus, e A Noite do Poder (Laylat al-Qadr, na noite do 26 para 27 do mês do Ramadão), que marca
o aniversário da primeira revelação do Alcorão e durante a qual muitos
muçulmanos acreditam que Deus decide o que acontecerá durante o ano.
Lugares sagrados A Caaba ("O Cubo"), um edifício situado
dentro da mesquita principal de Meca
(Al Masjid Al-Haram), na Arábia Saudita, é o local mais sagrado do Islão. De
acordo com o Alcorão, ela foi construída
por Abraão (Ibrahim) para que todas as
pessoas fossem ali celebrar os ritos da Hajj. No tempo do profeta Maomé, o
monoteísmo instituído por Abraão tinha
sido corrompido pelo politeísmo e pela
idolatria. Segundo o islamismo, Maomé não procurou fundar uma nova religião, mas antes restabelecer o culto
monoteísta que existia no passado. Uma vez que o Islão se identifica com
a tradição religiosa do patriarca Abraão, é por isso classificado como uma
religião abraâmica. O islamismo não nega diretamente o judaísmo e o cristianismo, pelo contrário, considera uma versão antiga e perdida
dessas religiões monoteístas como parte da sua herança; as suas versões
atuais teriam sido alteradas, o próprio Islão considerando-se uma
restauração da verdade divina.
Al Masjid Al-Haram, em Meca, considerada o maior centro de
peregrinação do mundo.
O segundo local sagrado do islamismo é Medina, cidade para a qual
Maomé e os primeiros muçulmanos fugiram (num movimento conhecido como Hégira), e onde se encontra o seu túmulo.
A cidade de Jerusalém é o terceiro local sagrado do Islão. Este estatuto
advém da sua associação aos profetas anteriores a Maomé e sobretudo
pelo facto de os muçulmanos acreditarem que o profeta teria viajado para esse local durante a noite, cavalgando um ser denominado Buraq, numa
viagem conhecida como Isra. Uma vez em Jerusalém, ele teria ascendido
ao céu (Mi’raj), onde dialogou com Deus e outros profetas, entre os quais
Moisés. No local de Jerusalém onde se acredita que Maomé subiu ao céu,
foi construída a Cúpula da Rocha, em cerca de 690, sobre as ruínas do antigo Templo de Salomão dos judeus.
Os muçulmanos xiitas consideram ainda como sagradas as cidades de
Karbala e Najaf, ambas no Iraque. Na primeira, ocorreu o martírio de
Hussein (filho de Ali e neto de Maomé) e dos seus companheiros, quando este contestava o califado omíada. No Irão, devem também ser
salientadas duas cidades sagradas para os xiitas, Mashhad e Qom.
[email protected] Página 16
Lei islâmica (Xanariá)
Mulher vestindo um niqab em Palu, Indonésia.
A lei islâmica chama-se Xariá. O Alcorão é a mais importante fonte da
jurisprudência islâmica, sendo a segunda a Suna ou exemplos do profeta.
A Suna é conhecida graças aos ahadith, que são narrações acerca da vida
do profeta ou o que ele aprovava, que chegaram até nós graças a uma cadeia de transmissão oral a partir dos Companheiros de Maomé. A
terceira fonte de jurisprudência é o ijtihad ("raciocínio individual"), à qual
se recorre quando não há resposta clara no Alcorão ou na Suna sobre um
dado tema. Neste caso, o jurista pode raciocinar por analogia (qiyas) para encontrar a solução.
A quarta e última fonte de jurisprudência é o consenso da comunidade
(ijma). Algumas práticas também chamadas de "charia" têm também
algumas raízes nos costumes locais (Al-urf).
A jurisprudência islâmica chama-se fiqh e está dividida em duas partes: o
estudo das fontes e metodologia (usul al-fiqh, raízes da lei) e as regras
práticas (furu' al-fiqh, ramos da lei).
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O Islão no mundo contemporâneo
Percentagem de população muçulmana por país
O Islão é a segunda religião com maior número de fiéis, atrás apenas do
cristianismo, segundo o CIA World Factbook de 2005.[15] De acordo com
o World Network of Religious Futurists[16] e o U.S. Center for World Mission[17], o islamismo estaria crescendo mais rapidamente em número
de crentes que qualquer outra religião.
O Islão reúne hoje entre 1,5 a 1,8 bilhão de crentes.[18] Apenas 18% dos
muçulmanos vivem no mundo árabe, um quinto encontra-se espalhado pela África subsariana, cerca de 30% vivem no Paquistão, Índia e
Bangladesh, e a maior comunidade nacional encontra-se na Indonésia.
Há significantes populações islâmicas na China, Ásia Central e Rússia.
A Áustria foi o primeiro país europeu a reconhecer o Islão como uma
religião oficial (1912[19]), enquanto que a França tem actualmente a população mais elevada de muçulmanos da Europa Ocidental (entre 5 a
10%).[20][21]
Em Portugal, existe igualmente uma comunidade muçulmana, que nada
tem a ver com os muçulmanos que viveram no país durante a Idade Média; são na sua maioria naturais das antigas colónias portuguesas de
Moçambique e Guiné-Bissau, que se fixaram em Portugal após a
independência desses territórios. O Islão xiita ismailita também está
presente em Portugal, tendo a sua sede no Centro Ismaili de Lisboa, construído pela Fundação Aga Khan. Estima-se que o número de
muçulmanos em Portugal ronde os 30 mil.[22]Segundo o censo de 2000, o
Brasil registra 27.239 muçulmanos.[23] Porém, para a Federação Islâmica
Brasileira, o número de muçulmanos no Brasil ronda o 1,5 milhão.[24]
A maioria dos muçulmanos brasileiros vive nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, mas também existem comunidades significativas no Rio
[email protected] Página 18
de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Grande parte desses
muçulmanos são descendentes de imigrantes sírios e libaneses que se
fixaram no Brasil durante a
Primeira Guerra Mundial.[25]
Na Guiné-Bissau, o Islão
penetrou na Idade Média,
tendo as ordens sufistas desempenhado um
importante papel na sua
difusão. Reúne hoje cerca
de 45% da população. Outro país africano de língua
oficial portuguesa com um
número significativo de
muçulmanos é Moçambique
(17,8%).
O islamismo contemporâneo
é dominado pelo
tradicionalismo, preocupado
com a manutenção de rituais e práticas antigas, como o uso do véu pelas mulheres. Existem
ainda correntes que pretendem conciliar o Islão com aspectos da
modernidade, que são principalmente activas nos Estados Unidos da
América. À semelhança do que acontece no judaísmo e no cristianismo, o islamismo é também marcado pela existência de movimentos ditos
integristas ou fundamentalistas.
As tradições islâmicas baseiam-se no Alcorão, nos ditos do profeta
(hadith) e nas interpretações dessas fontes pelos teólogos. Ao longo dos últimos séculos, tem-se verificado uma tendência para o
conservadorismo, com interpretações novas vistas como indesejáveis.
A Xariá antiga tinha um carácter muito mais flexível do que aquele hoje
associado com a jurisprudência islâmica (fiqh), muitos académicos
muçulmanos islâmicos acreditam que ela deva ser renovada e que os juristas clássicos deveriam perder o seu estatuto especial. Isso implica a
necessidade de formular uma nova fiqh, que seja praticável no mundo
moderno, como proposto pelos defensores da islamização do
conhecimento, e que iria lidar com o contexto moderno. Esse movimento não pretende alterar os pontos fundamentais do islamismo, mas sim
evitar más interpretações e libertar o caminho para a renovação do
prévio estatuto do mundo islâmico como um centro de pensamento
moderno e de liberdade.[26]
Perspectiva islâmica de outras religiões O islamismo reconhece elementos de verdade no judaísmo e no
cristianismo. Todos os profetas do judaísmo são reconhecidos também como profetas no Islão, assim como Jesus, que de acordo com a
perspectiva muçulmana teria anunciado a vinda de Maomé. Para os
seguidores dessas duas crenças, o Alcorão reservou a noção de "Povos do
Livro" (Ahl al-Kitab), estabelecendo que devem ser tolerados devido ao facto de possuirem escrituras sagradas. À medida que os muçulmanos
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tomaram contacto com outras religiões detentoras de revelações escritas,
acabaram em alguns casos por conceder-lhes também esse estatuto
(caso do zoroastrismo).
Porém, se o Islão reconhece o papel preparatório do judaísmo e do cristianismo, considera igualmente que os seguidores dessas religiões
acabaram por seguir caminhos errados. Os judeus procederam mal ao
adorarem o bezerro de ouro, tendo se tornado idólatras. Os muçulmanos
acreditam que os cristãos erraram ao considerar Jesus como filho de Deus e ao defender doutrinas como a da Santíssima Trindade, porém
acreditam que Jesus é uma criatura de Deus, assim como Adão. Tais
erros, segundo os muçulmanos, acarretaram a vinda de outro e último
profeta enviado por Deus, Maomé.
Violência e as correntes radicais do islamismo Correntes radicais do
islamismo frequentemente são
acusadas de atos
terroristas, como os
atentados às Torres Gêmeas,
protagnonizados em
11 de setembro de
2001 pela Al Qaeda. E a defesa
intolerante da
extinção do Estado
de Israel defendida
pelos grupos terroristas Hamas e Fatah. Em sua carta de fundação, por exemplo,
o Hamas é claro na defesa da destruição do Estado Sionista [27], sendo
apoiado pela maioria do povo palestino.
Fundamentalistas também defendem a submissão da mulher, a perseguição a cristãos e o assassinato de dissidentes em países
islâmicos [28]. Estima-se que aproximadamente quatro milhões de cristãos
libaneses emigraram de seu país em conseqüência das pressões impostas
pelos muçulmanos [29].
A condição de vida das mulheres também é precária em países
fundamentalistas islâmicos, como a Arábia Saudita: "Para o pensamento
ortodoxo muçulmano, a mulher vale menos do que o homem, explica
Leila Ahmed, especialista em estudos da mulher e do Oriente Próximo da
Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos […]"[30]. Assim sendo, violências físicas e tratamentos desumanos, como o
apedrejamento, são constantes entre os países fundamentalistas:
"Segundo a lei islâmica denominada Sharia (Shari'ah ou Charia), uma
mulher considerada adúltera deve ser enterrada até o pescoço (ou as axilas) e apedrejada até a morte […]"[31].
A intolerância a críticas também é alvo constante de respostas por parte
da imprensa às vertentes radicais do Islã. Recentemente, cartunistas
dinamarqueses foram ameaçados de morte por publicarem charges consideradas insultosas para alguns muçulmanos [32], algo comum no
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Ocidente e sua contraparte cristã. O Papa também foi ameaçado de
morte por considerar o Islã uma religião violenta [33].
O crítico Daniel Pipes cita uma cadeia histórica de reações radicais a
críticas e atos humorísticos por parte de extremistas islâmicos, que vão de ameaças a mortes de dezenas de pessoas [34]. Porém, o islamismo
moderado mostra-se como vertente desejosa da paz, tanto quanto o
budismo, o cristianismo, o judaísmo ou qualquer outra grande
religião [35].
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julho de 2008. 2. Expansão do Islã (em pps) comibam.org. Página visitada em 31 de
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Quixote 4. José Pedro Machado, "Islão" em Dicionário Onomástico Etimológico
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Língua Portuguesa, quarto volume (M-P), Lisboa, Livros Horizonte,
1977, p.176) 7. Annemarie Schimmel, Islam an Introduction, SUNY Press, 1992, p.
83 8. a b Breve Introdução ao Islã Sociedade Beneficente Muçulmana.
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Janeiro, Record, 2001, , pp. 57-85 15. CIA 16. Trends in Religion (em inglês). World Network of Religious
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19. Muçulmanos questionam representatividade de órgãos islâmicos
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Página visitada em 5/7/2008. 20. DOSSIÊ - A FRANÇA E O ISLÃ (em português). Agenzia Fides. Página
visitada em 2009-06-28. 21. Human Rights Watch 22. Observatório da Imigração 23. IBGE 24. Tradução vai facilitar conhecimento do islamismo
[email protected] Página 21
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Bibliografia CARMO, António - Antropologia das Religiões. Lisboa:
Universidade Aberta, 2001. ISBN 972-674-359-1. ELIAS, Jamal J. - Islamismo. Lisboa: Edições 70, 2000. ISBN
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Mundo, direcção de Jean Delumeau. Lisboa: Editorial Presença,
1997. ISBN 972-23-2241-9. MOMEN, Moojan (1987). An Introduction to Shi`i Islam: The
History and Doctrines of Twelver Shi`ism. Yale University Press. ISBN 978-0-300-03531-5.
SCHUON, Frithjof - Para Compreender o Islã. Rio de Janeiro,
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5. SOARES DE AZEVEDO, Mateus - Mística Islâmica. Petrópolis,
Vozes, 2002 (3a. edição). ISBN 85-326-2357-3 STODDART, William - O Sufismo: doutrina metafísica e via
espiritual no Islão. Lisboa, Edições 70, 1980. The Encyclopaedia of Islam, Brill.
[email protected] Página 22
Livros Sagrados e doutrinas religiosas
O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as revelações que o profeta
Maomé recebeu do anjo Gabriel. Este livro é dividido em 114 capítulos (suras). Entre tantos ensinamentos contidos, destacam-se: onipotência de Deus (Alá),
importância de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento
social. O Alcorão também registra tradições religiosas, passagens do Antigo
Testamento judaico e cristão.
Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo Final, com a
ressurreição de todos os mortos.
A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os dizeres e feitos
do profeta Maomé.
[email protected] Página 23
Preceitoseligiosos
A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao
comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Sharia, todo
muçulmano deve : crer em Alá como seu único Deus; fazer cinco orações
diárias curvado em direção a Meca; pagar o zakat (contribuição para ajudar os pobres); fazer jejum no mês de Ramadã e peregrinar para Meca pelo menos
uma vez na vida.
Faz parte ainda a jidah que é a Guerra Santa, cujo objetivo é reformar o mundo e difundir os princípios do islã. A jidah, porém, não é aceita por todos
os muçulmanos.
Locaissagrados
Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo
religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com Moises e Jesus.
Divisões do Islamismo
Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos principais : sunitas e xiitas.
Aproximadamente 85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo
com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os xiitas também
possuem sua própria interpretação da Sharia.
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YARSANISMO:
O Yarsanismo, Yârsân (do curdo یاڔہسان) ou Ahl-e Haqq (do
persa حق اهل) é uma seita religiosa de raiz muçulmana fundada
por Sultan Sahak (ou Es’haq) no final do século XIV no Curdistão, no que é
hoje o Irão Ocidental. O número total de seguidores estima-se em cerca de
um milhão segundo algumas fontes[4] ou 2,25 milhões segundo outras fontes,[5] que se encontram sobretudo nas regiões mais ocidentais do Irão e
Iraque (Curdistão).[4] A maior parte dos yarsanitas são etnicamente curdos e
laks, mas também há grupos menores de luris, azeris, persas e
árabes.[6] Alguns dos yarsanitas do Iraque são chamados Kaka'i.
Variantes do nome Outros nomes e grafias aplicadas aos membros deste grupo religioso,
algumas delas pejorativas, são: Yârsânismo, Yâresân, Yârisân, Aliullâhi, Ali-llâhi ("aqueles que
endeusam Ali"), Alihaq, Ahl-i Haqq (derivado do árabe, que pode ser
traduzido como "povo da verdade" ou "homens de Deus"), Ahl-i Haq ("o
povo do Espírito"), Sha Ytânparass ("adoradores do diabo") ou até Nusayri ("nazarenos", um termo geralmente aplicado aos cristãos).
Origens e filiações As origens do yarsanismo são difíceis de compreender, pois é possível identificar influências de numerosas crenças.[8]
Alguns consideram que o yarsanismo é uma ordem religiosa aparentada com
outros grupos heterodoxos islâmicos esotéricos como os batinitas, xiitas
ghulats, alevitas, shabaks, jahalten, kırklar e outros. Além disso, os yarsanitas praticam a taqiyya (disssimulação), como os xiitas, mas foram
criticados e perseguidos pelas autoridades sunitas que consideram as suas
práticas superficiais e que no fundo a sua fé não é muçulmana.
Outros autores consideram que o yarsanismo constitui uma religião inteiramente à parte. Segundo o investigador universitário Mehrdad Michael
Izady, o yarsanismo, juntamente com os alevismo e o yezidismo, é uma das
três religiões que formam o iazdânismo, um termo que ele usa para designar
as religiões curdas anteriores ao Islão.[9] A propósito dos pontos em comum
dessas três religiões, a turcóloga Irène Melikoff escreveu que os três princípios bektaşi-alevitas relativos à criação do mundo se encontram
igualmente nas religiões próprias dos curdos, entre os Yazidi e os Ahl-è-Hakk.
Há outros pontos em comum entre estas religiões, como por exemplo a
crença em Melek Taus (em curdo: Tawûsê Melek, o "Anjo-Pavão") comum ao yarsanismo e ao yezidismo, ou a representação de Melek Taus sob a forma de
um galo, um animal venerado pelos alevitas.[10]
Os yârsâns teem literatura religiosa, escrita sobretudo em gorani e
marginalmente em persa, embora os yâresâns atuais falem igualmente o turcomeno e o sorâni.
Perseguições A perseguição sofrida pelos yarsans no Irão constitui uma ameaça para a sua sobrevivência. Um relatório de julho de 2006 da Assembleia Parlamentar do
Conselho da Europa afima que apesar das perseguições, «a antiga religião do
yazadanismo ainda é praticada sob a forma de alevismo, yezidismo e
yarsanismo (Ahl-i-Haqq), mas o número de fiéis não pára de diminuir».
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No entanto, face às tentativas que visam a sufocar a minoria yarsan, esta
começa a organizar-se politicamente e reivindicou a sua herança cultural
curda e a sua própria religião através da aprovação dos estatutos fundadores
do Movimento Democrático Yarsan (MDY), adotados durante o Congresso Geral Yarsan reunido em Oslo a 10 e 11 de março de 2007. O MDY tornou-se
a principal força política yarsan e os seus estatutos afirmam que os yarsans
fazem parte da nação curda e aderem à religião yarsani.
Distribuição geográfica Até ao século XX, a fé yarsan estava reservada unicamente aos curdos
nascidos dentro da comunidade, chamados checkedea, por oposição aqueles
que entravam na comunidade por via de casamento com alguém yarsan, que são apelidados de chasbedea ("ligados"). Os praticantes do yarsanismo são
principalmente das tribos Guran, Qalkani, Bajalani e Sanjabi, as quais vivem
sobretudo no Irão ocidental e constituem aproximadamente um terço da
população da província de Kermanshah. Também existem algumas comunidades à volta de Kirkuk, no norte do Iraque.
Se bem que a grande maioria dos yarsanitas sejam de etnia curda, há
também yarsanitas de outros grupos indo-europeus: luros, azeris e
persas.[5] Alguns dos yarsanitas teem o árabe como língua materna, nomeadamente nas cidades iraquianas de Mandali, Khanaqin e Baqubah.
As estimativas do número de fiéis variam entre um milhão[4] e 2,25 milhões
(2 milhões no Irão, 200 000 no Iraque e 50 000 na Turquia)
Referências
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Near East (Studies in the History of Religions). Methodological Notes on
Interdisciplinary Research on Near Eastern Religious Minorities: Collected Papers of the International Symposium “Alevism in Turkey and
Comparable Syncretistic Religious Communities in the Near East in the
Past and Present”, Berlin, 14-17 April 1995 (em inglês). Kehl-Bodrogi,
Krisztina; Kellner-Heinkele, Barbara; and Otter-Beaujean, Anke ed. Leida: Brill, 1995. ISBN 9004108610
2. Hamzeh'ee, M. Reza. Review of The Yaresan: A Sociological, Historical
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[email protected] Página 27
YAZIDI (Seita Oriental não islâmica)
Os Yazidi (também Yezidi; curdo : دی ێزی ou Êzidî) são membros de ئ
uma religião curda com antigas raízes indo-europeias. Eles falam
principalmente o curdo, e a maioria vive em Mosul na região do norte do
Iraque. Existem comunidades tradicionais na Transcaucásia, Arménia, Turquia
e na Síria, mas estas têm diminuído desde a década de 1990. Muitos dos seus membros emigraram para a Europa, especialmente para a Alemanha.
Os yazidi constituíam uma pequena seita, ligada ao Iazdânismo, que resistiu
ao Islã durante séculos e era reivindicada como a mais antiga religião do
mundo. Dela faziam parte elementos do zoroastrismo, maniqueísmo, cristianismo, islamismo e judaísmo. Os yazidi também acreditavam na
metempsicose, como forma de redenção e purificação.
Yazidi, Yezidi soletrado também, Azīdī, Zedi, ou Izdī, seita religiosa, encontrada principalmente nos distritos de Mosul, no Iraque; Diyarbakır,
Tur;. Aleppo, na Síria; Arménia ea região do Cáucaso e em partes do Iran. A
religião yazidi é uma combinação sincrética de Zoroastro, maniqueísta,
judeus, cristãos nestorianos, e elementos islâmicos. O Yazidi-se se pensa ser descendente de partidários do califa omíada Yazid I. Eles acreditam que eles
foram criados muito separadamente do resto da humanidade, nem mesmo
sendo descendentes de Adão, e eles mantiveram-se rigorosamente separados
dos povos entre os quais vivem. Embora dispersos e, provavelmente, numeração menos de 100.000, eles têm uma sociedade bem organizada, com
um xeque-chefe como chefe religioso supremo e um emir, ou príncipe, como
o chefe secular.
A figura divina chefe do Yazidi é Malak tā us ("Peacock Angel"), que é adorado na forma de um pavão. Ele governa o universo com seis outros
anjos, mas todos os sete estão subordinadas ao Deus supremo, que não teve
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participação direta no universo uma vez que ele criou. Os sete anjos são
adorados pelos Yazidi na forma de sete
de bronze ou de ferro figuras pavão
chamado sanjaq, a maior das quais pesa quase 700 libras (320 kg).
Yazidi são antidualistas; eles negam a
existência do mal e, portanto, rejeitar
o pecado, o diabo e o inferno. A quebra das leis divinas é expiado
através da metempsicose, ou
transmigração das almas, que permite
a progressiva purificação do espírito.
O Yazidi relatam que, quando o diabo
se arrependeu de seu pecado de
orgulho diante de Deus, ele foi
perdoado e substituído em sua posição
anterior como chefe dos anjos; este mito ganhou o Yazidi uma reputação como adoradores do diabo. Shaykh Adi,
o chefe Yazidi santo, era um místico do século 12 muçulmanos acreditam que
o Yazidi ter alcançado a divindade através da metempsicose.
O centro religioso Yazidi e objeto da peregrinação anual é o túmulo do Shaykh Adi, localizado em um antigo mosteiro cristão na cidade de ash-
Shaykh Adi, ao norte de Mosul. Dois livros curtos escritos em árabe, Kitab al-
jilwah ("Livro do Apocalipse") e Maṣḥaf rash ("Escrevendo Black"), formam as
escrituras sagradas do Yazidi, e um hino árabe em louvor de Shaykh ADI é realizada em grande estima .
Yazid I
Yazid I, na íntegra Yazīd ibn Mu ´āwiyah ibn Abī
Sufyān (nascido c. 645, Arábia, morreram 683, Damasco), segundo califa omíada (680-683), particularmente notado por sua repressão de
uma rebelião liderada por Hussein, filho de Alī . A morte de Hussein na batalha
de Karbala (680) fez dele um mártir e fez uma divisão permanente
no Islam entre o partido da Ali (o Shi ites) e os sunitas da maioria.
Quando jovem, Yazid ordenou ao exército árabe que seu pai, Mu āwiyah,
enviado para sitiar Constantinopla. Logo depois ele tornou-se califa, mas
muitos daqueles a quem seu pai tinha mantido ... (100 de 204 palavras)
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ISMAELISMO (Islão)
O ismaelismo, por vezes grafado erroneamente Ismailismo, é uma doutrina
religiosa considerada como um ramo do xiismo. Os adeptos do ismaelismo são também denominados como septimâmicos em função de apenas
reconhecerem os sete primeiros imãs do islão xiita.
História
Com o falecimento do profeta Maomé (falecido em 632) o comando da nova
religião foi assumido por seu sogro, Abu Bakr, que passou a ser chamado Khalifat rasul Allah, ou seja, o 'sucessor do mensageiro de Deus'.
No entanto, como este veio a falecer pouco tempo depois, um
segundo Califa denominado Umar ou Omar, assumiu o poder. Todavia, a
escolha não foi aceita por todos e o Califa Umar foi assassinado no ano
de 644. Umar havia estabelecido um corpo de eleitores que elegeu Uthman (ou Otman) como novo Califa, mas para alguns esta honra deveria ter recaído
desde o primeiro momento sobre o genro e primo de Muhammad, Ali.
Assim, algumas décadas após a morte do profeta Maomé gerou-se um cisma
no islão em torno de quem deveria ser o líder da comunidade islâmica. Os partidários de Ali (do árabe 'shiat Ali'), passarão a ser conhecidos como Xiitas
e sustentam que o verdadeiro sucessor do profeta deveria demonstrar sua
descendência direta de Ali. Em contra partida, a outra corrente
do islã chamada de sunita não acreditava na necessidade do sucessor ser descendente de Ali e acreditava representar o desejo da maioria.
Antes da morte do profeta Maomé, Alá revelou a ele a sua última mensagem.
O profeta foi, então, comunicar a mensagem ao povo num certo local
denominado Ghadir-e-Khum ("Vale do Lago"). Após a revelação da
mensagem, o profeta disse: MAN KUTUM MOWLAHU FA-ALI MOWLA ("Para quem eu sou Senhor, Ali será seu Senhor também"). Os muçulmanos que não
aceitaram Ali como sucessor do profeta chamam-se sunitas e os que
aceitaram Ali como 1.º imã, são os chamados xiitas.
Como dito anteriormente, os xiitas reconheceram os descendentes de Ali como guias espirituais, sendo estes conhecidos como imãs. Eventualmente no
seio do islão xiita surgiram conflitos em torno de quem deveria ser
reconhecido como imã legítimo.
O sexto imã xiita, Jafar as-Sadiq, teve dois filhos, Ismael e Mussa. De acordo com a visão ismaelita, Sadiq nomeou o seu filho Ismael como seu sucessor.
Porém, Ismael morreu três anos antes do pai, em 762 (ou segundo os
ismaelitas escondeu-se por ordem do próprio pai). Uma parte da comunidade
xiita entendeu por isso que o sétimo imã deveria ser Musa, enquanto que os outros (mais tarde conhecidos como ismaelitas), consideram Ismael como
sétimo imã, apoiando a sucessão através do filho deste, Maomé.
Dessa forma, correto afirmar os Xiitas se subdividiram. Todos acreditavam
que o chefe do Estado, ou imã deveria ser um descendente de Ali, dotado do
dom de infalibilidade no escurtino da vontade de Deus. Mas discordavam de quem seria tal pessoa.
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Os seguidores de Ismael, conhecidos por ismaelitas ou xiitas do sete imanes,
porque aceitavam de incício apenas sete Imãs, sendo o sétimo Muhammad
Ibn Ismael, foram considerados inimigos não só pelos Sunitas como pelos
demais Xiitas.
No século seguinte pouco se sabe sobre os partidários de Ismael. No século
IX este grupo cristalizou-se num grupo centrado na Síria, que se opunham ao
califas abássidas.
Em 909 um ismaelita, Ubayd Allah al-Mahdi Billah, fundou um estado no norte de África, mais precisamente na área da actual Tunísia. A dinastia
por si formada tomaria o nome de fatímidas, pois alegava ser descendente da
filha de Maomé, Fátima e de Ali. Em pouco tempo, os Fatímidas conquistaram
o Egipto, onde fundaram a cidade do Cairo no ano de 969, que funcionaria como capital da dinastia.
Um dos califas desta dinastia, al-Hakim (falecido em 1021) proclamou-se
"Deus" e, nessa qualidade, revogou o Alcorão. Al-Hakim ordenou também a
destruição da Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém, um dos factores que
contribuirá para as Cruzadas.
Em 1094 ocorreu uma crise sucessória no califado fatímida. Após a morte do
califa al-Mustansir, os irmãos al-Mustacli e Nizar lutariam pela liderança do
califado. Os governantes fatímidas apoiariam al-Mustacli e os seguidores de
Nizar, que ficariam conhecidos comonizaritas, fugiram para as montanhas da Síria e do Irão.
Na Síria o ramo nizari desenvolveu uma seita
chamada hashinshin ("assassinos").
Doutrinas
À semelhança dos outros muçulmanos, os ismaelitas acreditam num único deus e no profeta Maomé como mensageiro divino. Partilham com os outros
xiitas a crença que Ali foi nomeado por Maomé para líder a comunidade
muçulmana, devido à sua capacidade para interpretar a mensagem de Deus,
dom que foi transmitido aos seus descendentes.
Contudo, ao contrário dos outros xiitas, os ismaelitas seguem um imã vivo, o qual é denominado como "Hazir Imam". Os nizaritas têm como seu imã o Aga
Khan.
O pensamento ismaelita apresenta igualmente uma visão cíclica,
desenrolando-se a história ao longo de sete eras. Cada uma destas eras é iniciada por um profeta, que traz consigo uma escritura sagrada. Cada
profeta é acompanhado por um companheiro silencioso, que revela os
aspectos esotéricos da escritura. Os seis primeiros ciclos estiveram
associados aos profetas Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Maomé. O companheiro silencioso de Maomé foi Ismael, que regressará no futuro para
ser o profeta do sétimo ciclo. Este sétimo ciclo implicará o fim do mundo. Até
esse momento o conhecimento oculto deve ser preservado em segredo e
revelado apenas a iniciados.
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Fundamentalismo islâmico
Fundamentalismo islâmico é um termo de origem do islamismo ocidental
utilizado para definir a ideologia política e religiosa fundamentalista que supostamente sustenta que o islamismo, pragmaticamente de origem
midiática, este termo definido no ocidente pelo senso comum, definindo o
Islão como não apenas uma religião mas um sistema que também governa os
imperativos políticos, econômicos, culturais e sociais do estado, quebrando o paradigma de estados laicos, comum nesta parte do planeta.
Um objetivo crucial do fundamentalismo islâmico, definido pelo ocidente é a
tomada de controle do Estado por forma a implementar o sistema islamista,
ou seja, que abrigue e coordene todos os aspectos sociais de uma sociedade através da sharia islâmica.
No seguimento dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, ocorridos
nos Estados Unidos o fundamentalismo islâmico e outros movimentos políticos inspirados pelo Bin Laden ganharam uma crescente atenção por
parte dos meios de comunicação ocidentais, originando-se daí esta definição.
A mídia confunde muitas vezes o termo "fundamentalismo islâmico" com
outros termos relacionados ao islamismo em geral; apesar das organizações e pessoas que os representam não serem mutualmente exclusivos, em termos
mais estritos cada termo tem uma definição distinta. governo do presidente
norte-americano George W. Bush declarou oficialmente um estado de guerra
permanente contra tais ataques, denominado de "Guerra ao Terror" (em inglês: War on Terror).
O conceito de fundamentalismo islâmico designa a aspiração da instauração
de um estado islâmico, a introdução da charia, ou a própria aplicação dela, do direito islâmico e ao seguimento das normas de Maomé e dos primeiros
quatro Califas Sunitas, sem no entanto renunciar aos benefícios da técnica
moderna. Inicialmente, o termo ocidental "fundamentalismo" foi rejeitado
mas hoje eles defendem-se a si próprios como fundamentalistas.
O termo "fundamentalista" (usuli) existe no islão há séculos, a palavra
designa no sentido tradicional apenas os académicos da ilm al-usul, a ciência
que se dedica ao estudo do fiqh (direito islâmico).
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O académico Bernard Lewis caracterizou o termo como infeliz e enganador,
uma vez que ele foi usado originariamente no cristianismo. Ali, ele designa
normalmente as correntes protestantes, que pretenderam reacender as
fontes divinas da Bíblia, valorizando o texto bíblico face às hierarquias estabelecidas em seu nome (sobretudo Lutero), e proclamavam a sua
infalibilidade. Lewis chama a atenção para o facto de no islão não ter havido
até agora alguém que manifestasse dúvidas na origem divina do Alcorão
(com uma excepção famosa, ver Versos satânicos) e desde logo todo muçulmano, ou seja, seguidor do islamismo, de acordo com a definição
estrita, é um fundamentalista.
História Os movimentos fundamentalistas islâmicos desenvolveram-se durante o
século XX em reação a vários acontecimentos. Depois da Primeira Guerra
Mundial, a dissolução do Império Otomano e do califado de Mustafá Kemal
Atatürk (fundador da Turquia), alguns muçulmanos sentiram a sua identidade
religiosa ameaçada pela influência das ideias ocidentais, como consequência do domínio económico e militar dos países ocidentais. Durante a década de
1960, a ideologia predominante no mundo árabe era o Pan-arabismo que
punha menor ênfase na religião e se empenhava na criação de um estado
secular socialista, inspirado mais no nacionalismo árabe que no Islão. Uma das figuras de proa desta ideologia foi o sírio Michel Aflaq, o fundador do
partido Baath, que estudou na Sorbonne nos anos 30, tempos das lutas
ideologicas na Europa. Ficou fascinado pelo regime Nazi, o pangermanismo de
Adolf Hitler. Ele cunhou como poucos a ideologia do Pan-arabismo, que pretende a união dos países de língua árabe sob um comando único.
Vários governos baseados no nacionalismo árabe debateram-se muitas vezes
com problemas de estagnação económica e conflitos sociais. Alguns
muçulmanos culpam os males das suas sociedades no influxo de ideias "estrangeiras". Um regresso aos princípios do Islão é percepcionado por eles
como a cura natural. Um tema islamista persistente é que os muçulmanos
são perseguidos pelo ocidente e outros estrangeiros. Neste fundo geral, as
ideias fundamentalistas desenvolveram-se em diferentes cenários.
O movimento deobandi
Na Índia, o movimento deobandi foi uma reacção às acções do Reino Unido
contra muçulmanos e a influência de Sayed Ahmad Khan, que era um
defensor da reforma e modernização do Islão.
O movimento recebe o nome da cidade de Deoband, onde ele surgiu, tendo sido contruido à volta de escolas islâmicas (sobretudo a de Darul Uloom) e
ensinava uma interpretação do Islão que encoraja a subserviência da mulher,
desencorajando o uso de muitas formas de tecnologia e de entertenimento, e
acreditava que apenas o conhecimento "revelado" ou inspirado por Deus
deveria ser seguido.
Apesar da filosofia deobandi ser puritana e desejar remover quaisquer
influência não-muçulmana (i.e. hindu e ocidental) das sociedade
muçulmanas, não foi particularmente violenta ou prosélita, confinando a sua
actividade sobretudo no estabelecimento de madraçais, escolas religiosas muçulmanas. Estas escolas chegam agora às dezenas de milhar por toda a
Ásia, sobretudo no Paquistão e Índia, e permanecem o centro do movimento
deobandi. Elas são um dos grandes componentes do Islão na região (os
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seguidores de Sayed Ahmad Khan são uma minoria que no entanto é
relevante dentro deste grupo). O movimento Taliban no Afeganistão é um
produto da filosofia deobandi e dos madraçais.
Sayed Abul ala Mawdudi
Sayed Abul Ala Mawdudi foi uma figura importante nos princípios do século
XX na Índia, e depois da Independência da Índia, no Paquistão.
Fortemente influenciado pela ideologia deobandi, ele defendia a criação de um estado islâmico que aplicasse a charia, (a lei islâmica), como interpretada
pelos conselhos Shura. Mawdudi fundou a Jamaat-e-Islami em 1941 e foi o
seu líder até à sua morte em 1972. O seu livro muito influente, Para melhor
compreender o Islão (Risalah Diniyat em árabe), teorizava o Islão no contexto moderno e permitiu não apenas aos conservadores ulema mas
também modernizadores liberais tais como Al-Faruqi, cujo livro "Islamização
do Conhecimento" completava alguns dos princípios fundamentais de
Mawdudi, entre os quais a compatibilidade básica do islão com uma visão ética científica. Citando da própria obra de Mawdudi:
Tudo no Universo é Muçulmano pois tudo obedece a Deus pela submissão às
suas leis... Em toda a sua vida, desde o estado embriónico até à dissolução
do corpo após a morte, cada tecido dos seus músculos e cada membro do seu
corpo segue o curso prescrito pelas leis de Deus. A sua língua, que pela sua
ignorância defenda a negação de Deus ou professe divindades múltiplas, é na
sua própria natureza "Muçulmana"... Aquele que negar Deus é um Kafir
("escondedor") porque ele esconde pela sua descrença o que é inerente à sua
natureza e embalsamado na sua alma. Todo o seu corpo funciona em
obediência a esse instinto... A realidade torna-se-lhe alienada e ele tateia na
escuridão.
Inerente a esta visão está uma total intolerância pelos costumes não-
muçulmanos.
A Irmandade Muçulmana
As ideias de Mawdudi influenciaram fortemente Sayyid Qutb no Egipto. Qutb
foi um dos principais filósofos do movimento da Sociedade de irmãos
muçulmanos, que começou no Egipto em 1928 e que foi banido (mas que
continua a existir ilegalmente) após confrontações com o presidente Egípcio Gamal Abdel Nasser, que mandou executar Qutb e muitos outros. A
irmandade muçulmana (fundada por Hassan al-Banna) defendia um regresso
à charia por causa daquilo que era por eles percebido como a incapacidade de
os valores ocidentais assegurarem a harmonia e a felicidade dos
muçulmanos.
Partindo do pressuposto que apenas a providência divina poderia levar os
humanos a serem felizes, concluiu-se que os Muçulmanos deveriam evitar a
democracia e viver de acordo com a doutrina por Deus inspirada (charia). A
Irmandade foi um dos primeiros grupos a invocar a jihad contra todos aqueles que não fossem seguidores do Islão. Nas palavras de al-Banna:
"Terras muçulmanas foram atropeladas e a sua honra manchada. Adversários
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seus tomam conta dos seus negócios e os ritos das suas religiões deixaram
de se estender apenas aos seus próprios domínios, para não falar da sua
impotência em espalhar as convocações (abraçar o Islão). Deste modo,
tornou-se uma obrigação individual, à qual não há escapatória, de cada Muçulmano preparar o seu equipamento, decidir-se a participar na jihad, e
preparar-se para ela até que a oportunidade seja oportuna e Deus decrete
uma matéria que é certo que será completada..."
Movimentos da Jihad Islâmica
Esta exortação foi seguida pela organização egípcia Jihad Islâmica Egípcia,
responsável pelo assassinato de Anwar Sadat, mas com uma peculiaridade:
a Jihad Islâmica focou os seus esforços em líderes "apóstatas" (seculares) de
estados islâmicos, aqueles que foram seculares e introduziram ideias
ocidentais às sociedades islâmicas. As suas visões ficaram patentes num panfleto escrito por "Muhammad Abd al-Salaam Farag", que disse: "...não há
dúvida de que o primeiro campo de batalha para a jihad é o extermínio
destes líderes infieis e a sua substituição por uma completa ordem
islâmica..."
Um outro movimento da Jihad islâmica surgiu na Palestina como um
desdobramento do grupo egípcio, e iniciou actividade militar contra o Estado
de Israel.
Wahhabismo
Outro ramo influente do pensamento islamista veio do movimento wahhabita
na Arábia Saudita. O movimento Wahhabita (termo ocidental midiático)
surgiu no século XVIII baseado fundamentalmente no monoteísmo do Alcorão e da sunnah, resgatado por Muhammad ibn Abd al-Wahhab. Neste resgate,
levantou-se a questão que seria necessário viver de acordo com os ditames
estrictos do islão, que eles interpretavam como a vida de acordo com os
ensinamentos do profeta Maomé e os seus seguidores durante o século 7 em Medina. Consequentemente, eles opunham-se a muitas inovações
desenvolvidas desde esse tempo, incluindo o minarete, orações perante a
sepulturas de seus antepassados, considerando atos de idolatria, e mais tarde
televisões e rádios. Muhammad ibn Abd al-Wahhab, também nesse resgate,
considerarou que aqueles Muçulmanos que violam as interpretações da sunnah e do Alcorão são heréticos, e que estes deveriam sofrer punições.
Quando o rei Abdul Aziz al-Saud fundou a Arábia Saudita, ele trouxe consigo
os estes resgates que Muhammad ibn Abd al-Wahhab realizou para o poder.
Com o crescer da proeminência Saudita, este movimento espalhou-se, em especial após o Embargo ao petróleo de 1973 e o consequente acréscimo da
riqueza da Arábia Saudita.
Fundamentalismo islâmico moderno O fundamentalismo islâmico conheceu vários desenvolvimentos políticos e filosóficos na parte inicial do século XX, mas não foi até aos anos da década
de 1980 que ganhou destaque na arena internacional.
A revolução de Khomeni no Irão, apesar do seu carácter xiita, ofereceu uma
inspiração a muitos radicais islamistas e serviu como um exemplo de como um estado islâmico é estabelecido.
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Durante o conflito com a União Soviética, no Afeganistão, muitos islamistas
juntaram-se para combater aquilo que eles viam como uma força invasora
ateísta. Esta confluência resultou nas muitas alianças que foram feitas entre
grupos de ideologias semelhantes. Entre as ocorrências dignas de nota, Osama bin Laden, um saudita influenciado pelo wahhabismo e pelos escritos
de Sayed Qutb, juntou forças com a Jihad Islâmica Egípcia sob a influência de
Ayman al-Zawahiri para formar aquilo que hoje se chama de Al-Qaeda.
Na sequência dessa luta contra a União Soviética surgiu o movimento deobandi Taliban, o qual bin Laden ajudou a influenciar para tomar direcções
mais radicais, após a sua chegada ao Afeganistão de 1996.
Fundamentalistas islâmicos também estão activos na Argelia, nos territórios
palestinianos, Sudão e Nigéria.
Muita da atividade fundamentalista islâmica tem sido dirigida contra governos
de sociedades muçulmanas aos quais os fundamentalistas se opõem porque
eles são governos que se regem pela lei humana e não pela lei divina.
Um esforço considerável foi dirigido também ao combate de alvos ocidentais,
especialmente os Estados Unidos. Os EUA em particular são um alvo da ira dos Fundamentalistas islâmicos pelo seu apoio ao Estado de Israel e o seu
apoio a regimes aos quais os fundamentalistas se opõem. Adicionalmente,
alguns fundamentalistas concentraram a sua actividade contra Israel e quase
todos os vêem Israel com hostilidade. Osama bin Laden, pelo menos, acredita que isto é uma necessidade devido ao conflito histórico entre Muçulmanos e
Judeus e considera que existe uma aliança judaico-americana contra o islão.
Há algum debate quanto à questão de saber em que medida os movimentos
fundamentalistas islâmicos permanecem influentes. Alguns académicos afirmam que o fundamentalismo islâmico é o movimento de uma margem,
que está a morrer, como se pode ver no falhanço claro de governos
fundamentalistas islâmicos como no Sudão, o regime saudita wahhabista, e
os taliban, em melhorar a qualidade de vida dos muçulmanos.
Outros, no entanto, (por exemplo Ahmed Rashid) acham que os
fundamentalistas ainda recebem apoio popular considerável, citando o fato de
que candidatos fundamentalistas no Paquistão e Egito regularmente obtêm
entre 10 e 30 por cento de sondagens eleitorais (as quais muitos acham que
sejam manipuladas contra eles).
Movimentos fundamentalistas islâmicos
Internacional - Al-Qaeda, liderado por Osama bin Laden
Afeganistão - Talibã
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Argélia - GIA , Frente de Salvação Islâmica , GSPC
Egipto - Gama'at Islamiya
Líbano - Hezbollah
Somália - Al-Shabaab
Sul da Ásia - Jamaat-e-Islami (existente na Índia, Paquistão,
Bangladesh, Sri Lanka, Caxemira
Sudeste Asiático - Jemaah Islamiyah
Filipinas - Moro Islamic Liberation Front
Margem Ocidental do Rio Jordão e Faixa de Gaza - Hamas, Jihad
Islâmica da Palestina
Arábia Saudita - Wahhabismo
Bibliografia
Para Compreender o Islã, Frithjof Schuon, Editora Record/Nova Era,
2006.
Homens de um Livro Só: Fundamentalismo no Islã, no Cristianismo e no
pensamento moderno, Mateus Soares de Azevedo , Editora Best Seller,
2008.
Iniciação ao Islã e Sufismo, Mateus Soares de Azevedo, Editora Record,
2001.
Children of Abraham: An Introduction to Islam for Jews, Khalid Duran
with Abdelwahab Hechiche, The American Jewish Committee and Ktav, 2001
The Islamism Debate, Martin Kramer, University Press, 1997
Liberal Islam: A Sourcebook, Charles Kurzman, Oxford University Press,
1998
The Vanguard of the Islamic Revolution: The Jama'at-i Islami of Pakistan,
Vali Nasr, Univ. of California Press, 1994
The Failure of Political Islam, Olivier Roy, Harvard Univ. Press, 1994
The Challenge of Fundamentalism: Political Islam and the New World
Disorder, Bassam Tibi, Univ. of California Press, 1998
[email protected] Página 38
XIISMO (Xiitas)
Os xiitas (em árabe عة ي ش , Shia'a ou Shiat Ali, "partido de Ali") são o
segundo maior ramo de crentes do Islão, constituindo 16% do total dos
muçulmanos (o maior ramo é o dos muçulmanos sunitas, que são 84% da
totalidade dos muçulmanos)[1].
Os xiitas consideram Ali, o genro e primo do profeta Maomé, como o seu sucessor legítimo e consideram ilegítimos os três califas sunitas que
assumiram a liderança da comunidade muçulmana após a morte de Maomé.
Origem histórica do xiismo
Depois da morte de Maomé, em 632, muitos acreditavam que ele havia
escolhido como seu herdeiro e sucessor o seu genro e primo Ali ibn Abu Talib.
Logo após o falecimento, a escolha do novo califa foi organizada, mas,
enquanto Ali e sua família aprontavam o enterro de Maomé, alguns sahaba, companheiros do Profeta, elegeram o novo governante da comunidade
islâmica. Sendo assim, Abu Bakr foi designado o novo califa.
Antes de morrer, Abu Bakr designou seu sucessor, Umar, que foi assassinado
em 644, dez anos mais tarde. Após ele, Uthman, da dinastia omíada, ocupou o califado até 656, ano em que foi assassinado. Finalmente, Ali assumiu o
poder.
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Os kharijitas têm origem na Batalha do Camelo, onde o governador do Sham,
Muáwiya, junto com a viúva de Maomé, Aisha, uniram suas forças para tirar
Ali do poder. Porém, quando viram que suas tropas seriam derrotadas,
colocaram páginas do Corão nas pontas das lanças, sabendo que Ali não iria atacá-los dessa forma. Entretanto, um pequeno grupo não aceitou o recuo do
exército do califa, defendendo que deveriam batalhar mesmo assim. Dessa
situação nascem os kharijitas, que quer dizer "os que saíram".
Com a morte de Ali, este foi sucedido por seu filho Hassan, porém, o novo califa foi obrigado a renunciar em prol do corrupto Muáwiya, que subornara
seus amigos, corrompera seu governo, tornando-se impossível sua
governabilidade.
A divisão entre sunitas e xiitas nasce da questão sucessória dessa época.
Dispersão geográfica
Os muçulmanos xiitas estão espalhados por todas as partes do mundo, mas
alguns países têm uma concentração particularmente forte: o Irão é quase totalmente xiita, e no Iraque, um país onde cerca de 95% da população é
muçulmana, cerca de dois terços são xiitas. Eles eram oprimidos pelo
partido Baath de Saddam Hussein composto sobretudo por sunitas.
Encontram-se também grandes populações de xiitas no Paquistão (20%), na província oriental da Arábia Saudita (15%), no Bahrein (70%),
no Líbano (27%), no Azerbaijão (85%), no Iêmen (50%) na Síria, na Turquia.
Entre as comunidades islâmicas que residem no Ocidente também é possível encontrar minorias xiitas.
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População de muçulmanos xiitas em vários países
na Ásia:
País População Muçulmanos
Xiitas % da população muçulmano xiita Notas
Irã 68.700.000 61.800.000 89,96
Paquistão 165.800.800 33.200.000 20,02
Iraque 26.000.000 17.400.000 66,92
Turquia 71.517.100 15.000.000 20,97 [2],[3]
Índia 1.009.000.000 11.000.000 1,09
Iémen 23.800.000 10.710.000 45,00
Azerbaijão 9.000.000 7.650.000 85,00
Afeganistão 31.000.000 5.900.000 19,03
Arábia Saudita 27.000.000 4.000.000 14,81
Síria 18.000.000 2.200.000 12,22 [4]
Líbano 3.900.000 1.700.000 43,59
Tadjiquistão 7.300.000 1.100.000 15,00
Kuwait 2.400.000 730.000 30,42
Bahrein 700.000 520.000 74,29
Emirados Árabes Unidos 2.600.000 160.000 6,15
Qatar 890.000 140.000 15,73
Omã 3.100.000 31.000 1,00
% da população muçulmano xiita
Notas
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Islâmicos xiitas autoflagelando-se em homenagem ao ´imame´ Hussein. Esta dantesca manifestação de
fé é um ato valorizado em vários países islâmicos. Hussein era neto de Maomé e foi assassinado em 680
d. C. Os xiitas consideram ´infiéis´ os islâmicos que se recusam a participar de tal manifestação de
devoção.
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Seitas dentro do xiismo
O Islão xiita contemporâneo pode ser subdividido em três ramos principais:
os xiitas dos Doze Imãs, os ismaelitas e os zaiditas. Todos estes grupos estão de acordo em relação à legitimidade dos quatro primeiros Imãs. Porém,
discordam em relação ao quinto: a maioria do xiitas acredita que o neto de
Hussein, Muhammad al-Baquir era o imã legítimo, enquanto que outros
seguem o irmão de al-Baquir, Zayd, sendo por isso conhecidos como zaiditas. O xiismo zaidita (ou dos partidários do quinto imã) foi sempre minoritário e
encontra-se hoje praticamente limitado ao Iémen.
Os xiitas que não reconheceram Zayd como Imã permaneceram unidos durante algum tempo. O sexto imã, Jafar al-Sadiq, foi um grande erudito que
é tido em consideração pelos teólogos sunitas. A principal escola xiita de lei
religiosa recebe o nome de "Jafari" por sua causa.
Após a morte de Jafar al-Sadiq, em 765, ocorre uma cisão no grupo: uns reconheciam como imã o filho mais velho de al-Sadiq, Ismail (morto em 765),
enquanto que para outros o imã era o filho mais novo, Musa (morto em 799).
O último grupo continuou a seguir uma cadeia de imãs até ao décimo
segundo, Muhammad al-Mahdi (falecido em 874). Ficaram conhecidos como
os xiita dos Doze, enquanto que os primeiros como ismailitas; o termo xiita é geralmente usado hoje em dia como sinónimo dos xiitas dos Doze (ou
duodecimâmicos), uma vez que são os xiitas maioritários.
Para os ismailitas, Ismail nomeou o seu filho Muhammad ibn Ismael como seu
sucessor, tendo a linha sucessória dos imãs continuado com ele e com os
seus descendentes. Os ismailitas tornaram-se poderosos no século X no Norte
de África, onde fundam na Tunísia a dinastia dos fatímidas (909-1171) que em 969 conquista o Egipto (onde fundam a Universidade de Al-Azhar) e a
Síria. O persa Muhammad al-Darazi declarou que o quarto califa fatímida, al-
Hákim, era Deus, dando origem à religião drusa.
O ismailismo dividiu-se ainda em outros grupos, que orbitavam em torno de
dois irmãos, Nizar (m. 1095) e al-Mustacli (m. 1101). Os governantes
fatímidas apoiam al-Mustacli e os seguidores de Nizar foram obrigados a
fugir, fixando-se nas montanhas da Síria e da Pérsia. Os partidários da causa nizari organizam-se num movimento conhecido como Fidáiyya ("a gente do
sacrifício") ou ainda Ta´limiyya ("da doutrinação"), a que os seus inimigos
(entre os quais se encontravam os Cruzados) deram o nome de Hashishiyya
("assassinos"), devido ao facto dos seus membros serem consumidores de
haxixe.
Os Hashishiyya ficaram conhecidos por uma série de assassinatos políticos.
No século XIX, o rei da Pérsia deu o título de Aga Khan ao imã de uma das subseitas dos ismailitas nizaris, os Qasimshahitas. Actualmente, a maioria dos
ismailitas encontra-se neste grupo.
No século XIX Siyyid Ali Muhammad provoca uma divisão no seio da
comunidade xiita dos Dozes Imãs, ao proclamar-se como manifestação de
Deus, tomando o nome de Báb, "Porta", porque acreditava ter contacto
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directo com o décimo segundo imã que tinha desaparecido em 874. Fuzilado
em 1850, um dos seus discípulos, conhecido como Bahá'u'lláh, fundou a Fé
Bahá'í, hoje em dia considerada uma religião independente do islão.
De acordo com os xiitas dos Doze Imãs, os doze descendentes de Ali detêm
um estatuto especial; eles são inferiores ao profeta, mas superiores ao
comum dos mortais. Eles são vistos como sucessores directos corporais e espirituais do profeta, infalíveis, inspirados divinamente e escolhidos por
Deus.
O Imã oculto Um imame, imamo, imã ou imam (em árabe اااا, "aquele que guia" ou
"aquele que está adiante") é o pregador no culto islâmica e também designa
os principais líderes religiosos do Islão que sucederam ao profeta Maomé.
Os xiitas dos Doze Imãs acreditam que Muhammad al-Mahdi encontra-se
escondido e que regressará no fim do mundo. Este Imã oculto (escondido) é
capaz de enviar mensagens aos fiéis. Alguns xiitas iranianos acreditavam que
o falecido Aiatolá Khomeini (não confundir com Aiatolá Khamenei, o actual aiatolá supremo do Irã) teria recebido inspiração do 12º e último Imã.
Os crentes divergem quanto ao que irá acontecer ao último Imã quando
regressar (apesar de algumas seitas reservarem esse título para Isa).
Acredita-se normalmente que o último Imã será acompanhado pelo profeta
Jesus e que irá revelar a mensagem do Islão à humanidade. No islão xiita é obrigação de cada muçulmano seguir um Marja vivo. Há vários Marjas xiitas
vivos hoje, com: Aiatolá Khamenei, Aiatolá Ali al-Sistani, Aiatolá Fazil
Linkarani, Aiatolá Sadiq Sherazi, Aiatolá Fadlullah etc.
O ritual da Ashura
A lembrança da Ashura é quando os muçulmanos xiitas lembram o martírio
de Hussein, neto de Maomé em Karbala, onde tal massacre, que teve
mulheres e crianças massacradas, foi perpetuado pelas mãos de Yiazid, o
filho de Muawya, aquele que havia lutado contra Ali e usurpado o califado de
Hassan.
No Iraque, em certas regiões, a Ashura tomou uma visão grotesca, com
autoflagelações e situações anti-islâmicas.
A autoflagelação é proibida dentro do Islão, e esta atitude é realizada por
uma ínfima minoria dentro do xiismo, mas muitos acreditam que é um ponto comum entre todos os muçulmanos xiitas. Grandes sábios desaprovam e se
opõem vigorosamente contra a autoflagelação, chamando-a
de bidah ("inovação"). No Irão por exemplo, Khamenei coloca tropas nas ruas
para proibir tal barbaridade, no Líbano o Hezbollah não permite que seus membros realizem esse tipo de horror, assim como Fadlullah, Sistani, enfim,
todos os sábios xiitas, não o ratificam.
[email protected] Página 44
Os 12 Imãs dos islã xiita
01. Imã Ali ibn Abi Talib, "O Príncipe dos Crentes" 02. Imã Al-Hassan Ibn Ali, "Al-Mujtaba" 03. Imã Al-Hussein Ibn Ali, "Senhor dos Mártires" 04. Imã Ali Ibn Al-Hussein, "Formosura dos Devotos" 05. Imã Mohammad Ibn Ali, "O Erudito" 06. Imã Jaafar Ibn Mohammad, "O Verídico" 07. Imã Mussa Ibn Jaafar, "O Silencioso" 08. Imã Ali Ibn Mussa, "A Aprovação" 09. Imã Mohammad Ibn Ali, "O Generoso" 10. Imã Ali Ibn Mohammad, "O Orientador" 11. Imã Al-Hassan Ibn Ali, "Nascido em Ascar" 12. Imã Mohammad Ibn Al-Hassan, "O Guia ou Al-Mahdi"
Referências
1. Almanaque Abril 2007, p.285
2. World Directory of Minorities and Indigenous Peoples - Turkey : Alevis
3. SHANKLAND, David. The Alevis in Turkey: The Emergence of a Secular
Islamic Tradition. [S.l.]: Routledge (UK), 2003. ISBN 0-7007-1606-8
4. http://www.futureofmuslimworld.com/research/detail/the-shiite-turn-in-
syria
Ver também
Karbala,
Jafari,
Imam,
Fatímidas,
Ismaelita,
Islão Sunita,
Zaiditas
[email protected] Página 45
ZAIDITAS
Os zaiditas, são uma seita xiita, moderada, atualmente majoritária apenas no norte do Iemem, porém minoritária no conjunto do país que é de maioria
sunita.No passado esse grupo ocupava partes da antiga Persia,
principalmente nas regiões em torno do Mar Caspio. Deve seu nome a Zayd
ibn Ali ibn al-Husayn, um dos filhos do quarto imã xiita. Zayn al-Abidin, que se rebelpou inutilmente em Kufa no ano de 740 d.C. contra o poder omayyde,
considerado por ele usurpador e ostil a Ahl al-Bayt</nowiki> A revolta de
Zayd foi a primeira a ocorrer depois do massacre de Kerbela. Foi precedida
por uma permanencia de Zayd em Basra que la permaneceu por dois meses e
por outro período em Kufa. As ideias defendidas pela revolta possuiam muitas implicações religiosas e sociais ( entre outras defendia a legitimidade da
deposição do Iman no caso de falha no cumprimento de preceitos
religiosos)característica esta que marcara o Zaidismo durante muito tempo,
caracterizando-o como um movimento muito perigosos aos olhos do poder constituido islamico.
A atividade do descendente de profeta Maome, não demorou a chamar cada
vez mais a atenção, obrigando Zayd a proteger-se na mesquita da cidade ajudado por algumas centenas de seguidores ao contrario dos milhares que,
anteriormente se tinham oferecido para apoia-lo contra os Omayyadi. O wali
Yusuf ibn Umar al-Thaqafi, parente de al-Hajjaj ibn Yusuf, conseguiu sufocar
a resistencia de Zayd e seus seguidores quando seu líder foi morto retiraram seu corpo secretamente e providenciam um local secreto para sua tumba,
tentando evitar ofensas ao seu cadaver. Apesar desses cuidados, Ysuf ibn
Umar consegiu descobrir o lugar do sepultamento. Desenterrou o cadaver,
cortou a sua cabeça enviando-a ao califa Hisham ibn Abd al-Malik que por sua vez, a expos em Damasco, Mecca e finalmente em Medina.
O corpo crucificado ficou exposto no depósito de lixo em Kufa por três anos. A
bandeira da revolta foi retomada pelo filho de Zayd, Yahya in Khorasan, e também desta vez não conseguiu ser vitoriosa, no ano de 743 foi derrotada
pelo wali Nasr ibn Sayyar. Apesar de derrotadas no campo de batalha, as
ideias de Zayd semearam em profundidade entre a população o ódio contra a
dinastia dos califas, ódio esse propulsor das primeiras e mais importantes manifestações da assim dita "revolução abbaside". Se no campo da
jurisprudencia o Zaidismo não é muito diferente dos madhhab sunnitas,
podendo até ser considerado "moderado", no campo político trouxe diversas
novidades, a ponto de incluir esse movimento entre aqueles considerados "extremistas" (a terminologia arabe usa a palavra ghuluww para caracterizar
o movimento). O Zaidismo de fato não exige parentescos de sangue com a
decendencia "hasanide" ou "husaynide" da Shia ( dos nomes dos dois filhos
de Ali ibn Abi Talib e de Fatima bint Maome)para pleitear a liderança da
Islamismo, determina porem que o poder sera legalmente de quem saiba guiar os mussulmanos contra os usurpadores e opressores, dando uma
coloração "militante" ao movimento o que o transformou nos primeiros
séculos de vida od Islam, em um dos movimentos mais perigosos,
juntamente com os Kharigiti e o dos Carmatas Ismaelitas
[email protected] Página 46
SUNITAS
Os sunitas formam o maior ramo do Islão, ao qual no ano de 2006 pertenciam
84%[1] do total dos muçulmanos. A maioria dos sunitas acredita que o nome
deriva da palavra Suna (Sunna), que se refere aos preceitos estabelecidos no século VIII baseados nos ensinamentos de Maomé e dos quatro califas
ortodoxos. Alguns afirmam, porém, que o termo deriva de uma palavra que
significa "um caminho moderado", referindo-se à ideia de que o sunismo toma
uma posição mais neutra do que aquelas que têm sido percebidas como mais extremadas, como é o caso dos xiitas e dos caridjitas.
Histór
ia
No Islã, o
desacordo
político manifestou-
se muitas
vezes pelo
desacordo religioso. O
exemplo
mais antigo
disto foi que 30 anos
após a
morte
de Maomé (Muhammad)
, a comunidade islâmica mergulhou numa guerra civil que deu origem a três
grupos. Uma causa próxima desta guerra civil foi que os muçulmanos
do Iraque e do Egito ressentiram-se do poder do terceiro califa e dos
seus governadores; outra causa foi a de rivalidades comerciais entre facções da aristocracia mercantil.
Após o assassinato do califa, a guerra eclodiu entre grupos diferentes, todos
eles lutando pelo poder. A guerra terminou com a instauração de uma nova
dinastia de califas que governavam desdeDamasco.
Um dos grupos que surgiram desta disputa foi o dos sunitas. Eles tomam-se
como os seguidores da sunna ("práctica") do profeta Maomé tal como relatada
pelos seus companheiros (a sahaba). Os Sunitas também acreditam que a
comunidade islâmica (ummah) se manterá unida. Eles desejavam reconhecer a autoridade dos califas, que mantinham o governo pela lei e persuasão. Os
sunitas tornaram-se o maior grupo islâmico.
Dois outros grupos menores surgiram também deste cisma: Os xiitas e
os kharijitas, também conhecidos por "dissidentes". Os xiitas acreditavam que
a única liderança legítima era a que vinha da linhagem do primo e genro de
[email protected] Página 47
Maomé, Ali. Os xiitas acreditavam que o resto da comunidade cometera um
erro grave ao eleger Abu Bakr e seus dois sucessores como líderes. Já os
kharijitas inicialmente apoiaram a posição dos xiitas de que Ali era o único
sucessor legítimo de Maomé, e ficaram decepcionados quando Ali não declarou a guerra no momento em que Abu Bakr tomou a posição de califa, crendo que
isto era uma traição ao seu legado por Deus. Ali foi mais tarde assassinado
pelos kharijitas com uma espada envenenada.
Base para a teologia
Os sunitas baseiam a sua religião no Alcorão e na Suna, como está registrada
nos livros de hadith. As coleções hadith de Sahih Bukhari e Sahih Muslim são
consideradas pelos sunitas como as coleções mais importantes. Para além destes dois livros, os sunitas reconhecem quatro outros livros hadith de
autenticidade credível (apesar de não tão alta como os de Bukhari e de
Muslim), todos juntos eles constituem os chamados "Seis Livros" ou também
referenciados como Kutubi-Sittah.
Visão de outros grupos
Os sunitas não são unânimes quanto às suas visões dos xiitas. No entanto, os
sunitas não consideram as diferenças entre xiitas e sunitas comparáveis às diferenças entre os diferentes mazahib do Fiqh (direito islâmico) sunita. Uma
pequena minoria acredita que os xiitas (especificamente os Jafaryia ou Os dos
doze) podem ser considerados como uma "quinta madhab" do Islão.
Um decreto da prestigiosa Universidade Al-Azhar no Egipto, apoiando este último ponto de vista foi amplamente condenado por académicos sunitas em
todo o mundo. Geralmente, a maioria dos sunitas considera o xiismo como um
grupo herege, rebelde, mas dentro do Islão.
No entanto, todas as três tendências estabelecidas dentro do sunismo, os Berailvi, os Deobandi e os Wahhabi consideram os xiitas como apóstatas
(desertores) do Islão.
Por outro lado, grupos como a Nação do Islão, Ahmadiyya, e Ismailis são
considerados como hereges pela maioria dos sunitas e por isso estão fora do Islão.
Na Rússia do século XIX (no Tartaristão e na Ásia Central), uma nova teologia
do sunismo surgiu, conhecida como o Jadidismo ou Euroislão. A sua principal
qualidade foi a tolerância para com outras religiões.
Referências
1. Almanaque Abril 2007, p. 285
[email protected] Página 48
RELIGIÃO CURDA (Os Curdos)
A maior nação sem pátria
Descendentes do antigo império
medopersa (nação a quem pertenceu o
Rei Dario, e ante quem serviu o profeta
Daniel) os curdos lutaram muito para
possuir seu próprio território como pátria
para dar um lar a seus mais de 20
milhões de habitantes que hoje vivem
divididos entre a Turquia, Síria, Iraque e
Irã. São na maioria muçulmanos, apenas
se conhecem crentes entre eles.
Determinar o número exato é impossível.
Os governos de seus respectivos países
tendem a subestimar seu número,
enquanto que seus movimentos
nacionalistas o exageram.
Eles são descendentes dos medopersas mencionados na Bíblia Em 612 a.C.
conquistaram Nínive, e por sua vez foram conquistados pelos persas em 550
a.C. Alguns antropólogos os identificam com os elamitas mencionados na
profecia de Jeremias 49. No século VII d.C., ao se converterem, na sua
maioria, ao islamismo.
Os Curdos mais famosos da história foram Dario, o Medo, que reinou na Pérsia
no tempo de Daniel, e Saladino, que lutou contra o Rei Ricardo Coração de Leão, nas cruzadas e reconquistou Jerusalém para o islamismo em 1187.
Os curdos (em curdo Kurdên) são um grupo étnico que se considera como
sendo nativo de uma região frequentemente referida como Curdistão, que
inclui partes adjacentes de Irã, Iraque, Síria , Turquia , Armênia e Georgia. Comunidades curdas também podem ser encontradas no Líbano, Armênia,
Azerbaijão (Kalbajar e Lachin, a oeste de Nagorno-Karabakh) e, em décadas
recentes, em alguns países europeus e nos Estados Unidos. Etnicamente
aparentados com outros povos iranianos, eles falam curdo, uma língua indo-européia do ramo iraniano. Todavia, as origens étnicas curdas são incertas.
De acordo com Vladimir Minorsky, "não há dúvidas que o termo mar (medos)
se refere aos curdos". Além disso, ele escreve que "no raro manuscrito armênio
contendo amostras de alfabetos e línguas, escrito em algum momento antes de
1446, uma oração curda aparece como exemplo da língua dos medos".
[email protected] Página 49
Curdos na Turquia
Aproximadamente metade de todos os curdos vivem na Turquia. De acordo
com o CIA Factbook, eles representam 20% das 70 milhões de pessoas da
Turquia, ou seja, há cerca de 8 milhões de curdos na Turquia. Outras
estimativas variam entre 8 e 10 milhões. Eles estão predominantemente
distribuídos no sudeste do país.
Curdos no Irã
Os curdos constituem aproximadamente 7% da população total do Irã. Alguns
curdos iranianos têm resistido aos esforços do governo iraniano, tanto antes quanto depois da revolução de 1979, para assimilá-los na vida nacional. Junto
com os curdos de regiões no Iraque e na Turquia, há movimentos separatistas
que apóiam a idéia de se estabelecer um estado independente curdo.
Curdos na Síria
Os curdos são cerca de 15% da população da Síria, o que corresponde a cerca de 1,9 milhão de pessoas. Isto faz deles a maior minoria étnica no país. Eles
estão majoritariamente concentrados no nordeste e no norte mas há também
populações curdas significativas em Aleppo e Damasco. Eles falam com
freqüência curdo em público, a menos que todos os presentes não o façam. Os ativistas de direitos humanos curdos são maltratados e perseguidos. Nenhum
partido político é
permitido a
qualquer grupo, curdo ou não.
Curdos na
Armênia
Entre as décadas
de 1930 e 1980, a Armênia fez parte
da União Soviética
e os curdos, como
outros grupos étnicos, tinham o
status de minoria
protegida. Aos
curdos armênios era permitido ter seu próprio jornal patrocinado pelo estado, transmissões de
rádio e eventos culturais.
Curdos no Azerbaijão
Em 1920, as duas áreas habitadas por curdos de Jewanchir (capital Kalbajar) e
Zangazur oriental (capital Lachin) foram reunidas para formar o Curdistão Vermelho (Kurdistan Uyezd). O período de existência da unidade administrativa
curda foi breve e não durou após 1929. Os curdos subseqüentemente
[email protected] Página 50
enfrentaram muitas medidas repressivas, inclusive deportações. Como
resultado do conflito em Nagorno-Karabakh, muitas regiões curdas foram
destruídas e mais de 150.000 curdos foram deportados desde 1988.
Diáspora curda
De acordo com um relatório do Conselho da Europa, aproximadamente 1,3
milhão de curdos vivem na Europa Ocidental. Os primeiros imigrantes foram os
curdos da Turquia. que se estabeleceram na Alemanha, Áustria, países do
Benelux, Reino Unido (especialmente em Londres), Suíça e França durante a década de 1960. Períodos sucessivos de confusão política e social no Oriente
Médio durante as décadas de 1980 e 1990 causou novas ondas de refugiados
curdos para a Europa, a maioria do Iraque sob Saddam Hussein e do Irã.
Houve também uma imigração significativa de curdos para a América do Norte, principalmente refugiados políticos e imigrantes em busca de oportunidades
econômicas. Estima-se que 100.000 curdos vivam nos Estados Unidos, 50.000
no Canadá e menos de 15.000 na Austrália.
Religião
Um povo com crenças próprias
Religião de origem mazdeísta, não obstante os curdos tem sido fiéis seguidores de um provérbio que se aplica a toda a minoria do Oriente Médio: "Mais vale
uma raposa em liberdade do que um leão preso". Assim, o povo curdo teve
que mudar sua religião para sobreviver. Da mesma forma, mantém antigas
crenças em espíritos que habitam em cavernas, montanhas e vales.
O Iazdânismo se refere a um grupo de religiões monoteístas praticadas entre
os curdos: o Alevismo, o Iarsanismo e o Iazidismo. O principal elemento nas
religiões iazdânis é a crença em sete entidades angélicas que protegem o
mundo, e por isso estas tradições são chamadas de Culto dos Anjos. A religião original dos curdos era o Iazidismo, uma religião muito influenciada pelas
crenças judaica, zoroastriana, cristã e islâmica. Todavia, há diferenças
significativas entre o Iazdânismo e o Zoroastrismo, como a crença na
reencarnação. A maioria dos iazidis vive no Curdistão iraquiano, nas vizinhanças de Mosul e Sinjar. A religião Iarsã (ou Ahl-e Haqq) é praticada no
oeste do Irã, principalmente nos arredores de Kermanshah. O Cristianismo e o
Judaísmo ainda são praticados por poucos. A rabina Asenath Barzani, que
viveu em Mosul de 1590 a 1670, foi uma das primeiras mulheres judias a se
tornar rabina.
Atualmente, a maioria dos curdos é oficialmente muçulmana, pertencendo à
escola Shafi'i do Islamismo sunita.
[email protected] Página 51
Alevismo:
Diferentes grupos étnicos turcos, zazas, curdos, turcomanos e azeris se encontram no interior da comunidade alevita, com uma concentração particular
n Anatólia Central em uma correa de Çorum, no oeste, a Mu?, no leste. A única
província dentro da Turquia com uma maioria alevita é Tunceli, conhecida
antes como Dersim. Deve observar-se que os alevitas no antigo Dersim (atual Tunceli) e nas províncias de Mu? e Erzurum praticam um tipo inteiramente
distinto de alevismo. Nos Bálcãs, especialmente na Albânia, há também uma
comunidade grande de alevitas-bektashis.
Os alevitas (em turco: Alevileri) são seguidores de um ramo do islã xiita
com algumas influências pre-islâmicas. É uma religião praticada principalmente
na Turquia.
Etimologia O nome deriva de Ali ibn Abi Talib (Ali), genro do profeta Maomé.
Os termos alevitas e alauítas (do turco: Alawï), embora compartilhem da mesma etimologia, fazem referência a grupos religiosos diferentes, com
práticas diferenciadas. Os alawitas ou alauítas vivem principalmente na Síria.
Entretanto, segundo o linguista curdo Jamal Nebez, a palavra Alevita deriva
provavelmente da palavra Halav ou Hilav com o significado ponta da chama do fogo. Alev também passa por ser a palavra turca para chama.
Alevitas Os seguidores do alevismo (Alevîlik). Segundo as diferentes estimativas, a
população alevita varia entre 20% e 30% da população da Turquia, ou seja,
cerca de 14-21 milhões de fiéis, assim como três milhões no Irã e
Turcomenistão e meio milhão de turcomanos alevitas no Iraque. O rito alevita há integrado muitas influências religiosas diversas a o longo do tempo, tal
como religiões pré-islâmicas do Oriente Médio. A ordem sufista bektashi é um
elemento significativo do alevismo. Alevitas Bektashi e alevitas Kizilbash
veneram o Hajji Bektash Wali, um santo iraniano do século XIII que viveu a grande parte da sua vida em Hacıbektaş, na Anatólia Central. O idioma turco é
utilizado nos rituais alevitas e enquanto se reza.
Crenças A natureza da fé alevita pode ser difícil de definir, já que não têm uma
autoridade central e se baseia em uma tradição oral transmitida que se
manteve secreta para os estrangeiros durante séculos. As descrições tão variadas de alevitas podem ser encontradas por diversos grupos [1]. Os
alevitas denunciam como são atacados ou discriminados pelos muçulmanos das
correntes xiita e sunita, embora um alevita ortodoxo também tenha
denunciado certas fações dentro do próprio alevismo. Sua crença em Alá varia. Embora certos grupos ortodoxos aceitem a ideia de um criador, algumas
facções crêem que Alá é simplesmente um bom ser humano, enquanto os
sunitas seguem os quatro califas: Abu Bakr, Omar, Osmã e Ali, os xiitas
duodecimanos| (inclusive os alevitas) reconhecem Ali como o primeiro dos doze protetores da comunidade muçulmana. Entretanto, embora expressem
sua crença no Alcorão, a maioria dos alevitas rechaça a prática da poligamia.
Tradicionalmente, as celebrações rituais dos alevitas não ocorrem em uma
mesquita, já que o imã Ali foi assassinado em uma delas, mas está conectada
[email protected] Página 52
intimamente com o dede (ancião), cem alevita (do árabe atasco?, uma
reunião), e cemevi (casa da reunião).
Tolerância
Os alevitas admitem valores como a humanidade, a democracia e um amplo respeito aos direitos humanos. Sentem-se obrigados a cumprir estes valores de
uma maneira dogmática. Admiram particularmente a liberdade de pensamento
e de religião. Reconhecem em cada seres humanos o livre expresso direito à
autodeterminação, assim como o direito a manifestar sua própria fé. Cada um relatará depois seus rituais a seu arbítrio e a visão que mantém, ou se pode
ser inclusive ateu, e não desejam forçar as próprias opiniões dos demais. Pelo
tanto, os alevitas têm uma relação muito aberta para com outras religiões,
reconhecimento de outros credos e de outras ideologias.
Bibliografia
John Kingsley Birge, The Bektashi order of dervishes, London and
Hartford, 1937 (esgotado) Karin Vorhoff, Zwischem Glaube, Nation und neuer Gemeinschaft:
Alevitische Identität in der Türkei der Gegenwart, Berlin, 1995 Irène Mélikoff, Hadji Bektach, Um mythe et ses avatars. Genèse et
évolution du soufisme populaire em Turquie., Leidem, 1998 [Islamic History and Civilization, Studies and Texts, volume 20], ISBN 90-04-
10954-4 Aykam Erdemir, "Tradition and Modernity: Alevis' Ambiguous Terms and
Turkey's Ambivalent Subjects", Middle Eastern Studies, 2005, vol.41,
não.6, pp. 937–951. Ali Yamam and Aykam Erdemir, Alevism-Bektashism: A Brief Introduction,
London: England Alevi Cultural Centre & Cem Evi, 2006, ISBN 975-
98065-3-3
[email protected] Página 53
HINDUÍSMO, VEDISMO E BRAHMANISMO
Brama, também conhecido pela grafia Brahma, é o primeiro deus da Trimurti,
atrindade do hinduísmo, que forma junto com Vixnu e Shiva.
Brama é considerado pelos hindus a representação da força criadora ativa
nouniverso.
A visão de universo pelos hindus é cíclica. Depois que um universo é destruído
porShiva, Vixnu se encontra dormindo e flutuando no oceano primordial. Quando o
próximo universo está para ser criado, Brama aparece montado num Lótus, que brotou
do umbigo de Vixnu e recria todo o universo.
Depois que Brama cria o universo, ele permanece em existência por um dia de Brama,
que vem a ser aproximadamente 4.320.000.000 anos em termos decalendário hindu.
Quando Brama vai dormir, após o fim do dia, o mundo e tudo que nele existe é
consumido pelo fogo, quando ele acorda de novo, ele recria toda a criação, e assim
sucessivamente, até que se completem 100 anos de Brama, quando esse dia chegar,
Brama vai deixar de existir, e todos os outros deuses e todo o universo vão ser
dissolvidos de volta para seus elementos constituíntes.
Brama é representado com quatro cabeças, mas originalmente, era representado com
cinco. O ganho de cinco cabeças e a perda de uma é contado numa lenda muito
interessante. De acordo com os mitos, ele possuía apenas uma cabeça.
[email protected] Página 54
Depois de cortar uma parte do seu próprio corpo, Brahma criou dela uma mulher,
chamada Satrupa, também chamada de Sarasvati. Quando Brahma viu sua criação,
ele logo se apaixonou por ela, e já não conseguia tirar os olhos da beleza de Satrupa.
Naturalmente, Satrupa ficou envergonhada e tentava se esquivar dos olhares de
Brama movendo-se para todos os lados.
Para poder vê-la onde quer que fosse, Brama criou mais três cabeças, uma à esquerda,
outra à direita e outra logo atrás da original. Então Satrupa voou até o alto do céu,
fazendo com que Brama criasse uma quinta cabeça olhando para cima, foi assim que
Brama veio a ter cinco cabeças. Da união de Brahma e Satrupa,
nasceu Suayambhuva Manu, o pai de todos os humanos.
Nas escrituras, é mencionado que a quinta cabeça foi eliminada por Shiva. Brama
falou desrespeitosamente de Shiva, que abriu seu terceiro olho e queimou a quinta
cabeça de Brama.
Brahma tem quatro braços, e nas mãos segura uma flor de lótus, seu cetro, uma
colher, um rosário, um vaso contendo água benta e os Vedas. O veículo de Brama é o
cisne Hans-Vahana, o símbolo do conhecimento. A esposa de Brama é Sarasvati, a
Deusa da Sabedoria.
Na Índia em si, o deus é pouco cultuado, pois na visão hindu, sua função já se acabou
depois que o universo foi criado. As lendas sobre Brama não são tantas nem tão ricas
quanto as de Vixnu e Shiva. Para estes deuses existem incontáveis templos de
adoração, mas para Brama, apenas um, que fica no lago Pushkar em Ajmer.
Brâmane é um membro da casta sacerdotal hindu. A palavra não deve ser confundida
com o deus Brahma ou Brahman, embora o termo brâmane signifique literalmente
"aquele que realizou / tenta realizar Brahman - a divindade". Segundo o Purusha
Sukta, canto à glória de Vishnu, os brâmanes surgiram da boca do purusha.
AS CASTAS INDIANAS:
Originalmente, as castas eram apenas quatro:
os brâmanes (religiosos e nobres);
os xátrias (guerreiros);
os vaixás (comerciantes) e;
os sudras (camponeses, artesãos e operários).
[email protected] Página 55
À margem dessa estrutura social havia os párias, sem casta (categorizados abaixo dos
escravos), considerados intocáveis, até pelos escravos, para não serem
"amaldiçoados"; hoje chamados de haridchans, haryans ou "dalits". Com o passar do
tempo, vem acontecendo centenas de subdivisões, que não param de se multiplicar. A
origem do sistema de castas é incerta.
Sua origem parece proveniente da divisão entre o imigrante ária, de pele clara, e os
nativos (dasya), denominados escravos (dasas), que se distinguiam pela pele escura. Os
árias são descendentes dos povos brancos de famílias indoeuropéias. As primeiras
referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado
dos hindus, chamado Manu, possivelmente escrito entre 600 e 250 a.C.
Define-se casta como grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa
de pai para filho, endógamo, pois ele só pode casar-se com pessoas do seu próprio
grupo.
[email protected] Página 56
Vedismo e Hinduísmo:
A origem do Hinduismo se perde no tempo, não há precisão histórica, o que se encontra são evidências nos sítios arqueológicos, como Mohenjo Daro e Harappas. Atualmente aceita-se que a origem do hinduismo remonta 7000 anos.
O Hinduísmo vem a partir dos Vêdas. Define-se Vedismo ou Veda (a
pronúncia correta é Vêda) pelo livro-texto sagrado que serve de base para o
estudo religioso. A palavra Vêda significa literalmente em sânscrito, "sabedoria, conhecimento", e vem da mesma raíz de "Vid", da qual se
originaram centenas de outras palavras e vocábulos, inclusive o termo
"Vidya"."Vêdico ou Vedista" é o seguidor do Vedismo. E o Vedismo consistia,
originalmente, numa mitologia muito profunda, na qual se explicavam todos os
deuses. O Vedismo é a forma mais antiga do Hinduísmo.
O Hinduísmo possui fontes autorizadas e estas dividem-se
em dois grandes grupos: Shruti e Smriti.
Shruti - A tradução de Shruti é "aquilo que é ouvido" ou "transmissão
iniciática recebida por revelação divina". Afirma-se que os grandes
"rishis" ou sábios, recebem uma inspiração espiritual para transmitir as verdades eternas.
Smriti - Seguido em importância ao Shruti (inspiração divina) vem o
Smriti - a memória. O Smriti é, então, o processo de registro "daquilo
que foi ouvido" . Smriti é a segunda parte da divisão do Hinduísmo.
SHRUTI:
Dentro do SHRUTI temos os Quatro Grandes Livros do Hinduísmo, que são chamados Vedas:
1. Rig Veda - hinos de louvor à Energia Cósmica
2. Yajur Veda - trata dos sacrifícios aos deuses e ao Absoluto
3. Sama Veda - melodias 4. Atharva Veda - fórmulas de Magia e Ritualísticas
Nos Vedas encontramos capítulos especiais que tratam de diversas outras
áreas da espiritualidade hindu, que são:
Mantras - vocalização de cânticos, e repetição de sons místicos Brahmanas - são as explicações dos mantras e dos rituais
Upanishads - literalmente quer dizer "aos pés do Mestre" - são expressões e
revelações espirituais.
SMIRITI:
No SMRITI temos a interpretação dos grandes sábios (Maharishis) para o
povo, e encontramos as seguintes divisões: Smiriti, Puránas, Itihasas, Ágamas e Dárshanas.
[email protected] Página 57
1. Smriti - são os Códigos de Lei da sociedade. Foram sistematizados pelos
antigos sábios Maharishis Shri Manú, Shri Yájña Válkya e Shri Paráshara.
2. Puránas - são as lendas e parábolas para educação e instrução popular.
Literalmente significam "antigüidades". São textos em verso e que tratam de
lendas, parábolas, e histórias para a educação popular, sempre com um fundo moral-espiritual. Entre os Puranas, encontramos 18 Puránas maiores e 18
Puránas menores.
Há a Doutrina dos Avatares que trata dos "Seres Enviados", e que
pretende dar uma representação de ajuda ao Homem, na Terra, nas suas
diferentes etapas de evolução. Tal doutrina encontra-se nos Brahmanas e, segundo ela, existem 10 avatares de Shri Vishnu, Aquele que detém o poder
de preservar o Universo criado. O objetivo do Avatar é salvar o mundo de
algum grande perigo ou dificuldade.
Segundo o Hinduísmo, as 10 encarnações de Shri Vishnu, são: MÁTSYA, o peixe
KURMA, a tartaruga
VARÁHA, o javali
NARASIMHA, o homem-leão
VÁMANA, o anão PARASHURÁMA, o herói Rama com machado
RAMACHANDRA, o herói do Ramayana
SHRI KRISHNA, do Bhagavad Gita
SHRI BUDDHA, o Siddhartha Gautana, o Buddha SHRI KÁLKI, o herói montado num cavalo branco.
Há ainda 5 divisões ou categorias, que são:
Bhupurána - que trata da criação do Universo;
Pávanapurána - que trata da destruição e renovação do Universo; Devapurána - que comenta sobre os diversos deuses;
Manúpurána - que comenta sobre os diversos Manús e seus reinados;
Purushapurána - que trata das histórias das raças solares e lunares
3. Itihásas - são os grandes épicos da Índia. Os mais conhecidos são:
Ramayana - Foi escrito por Shri Valmiki. É uma obra composta de 24.000 estrofes e narra a maravilhosa história do herói Shri Rama e da contenda entre
ele e Rávana, o monstruoso gigante demoníaco, que os deuses não podiam
matar, mas somente os homens.
Tantras - São livros para a educação popular, sendo considerados "complementos" dos Puránas. Os Tantras falam da criação do mundo, da
chegada do Homem à Terra, da criação do Yoga, etc.
Mahabhárata - É uma epopéia composta de mais de 90.000 estrofes, dividido
em 18 livros espetaculares, com apêndice denominado Harivarusha, que
fornece dados que vão do século V ou IV a.C. até alguns séculos depois de Cristo. Esta epopéia descreve com precisão a rivalidade entre as linhas
descendentes da antiga Índia: de um lado, os Kôravas, e de outro lado,
os Pándavas.
Bhagavad Gita - Mais conhecido simplesmente como "Gita", é um dos capítulos do Mahabhárata, que conta o diálogo realizado entre Shri Arjúna -
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um militar guerreiro da classe dos Kshátriyas - e Shri Krishna - seu fiel
cocheiro, uma personificação do Absoluto.
4. Ágamas - A termo sânscrito "Ágama" têm vários significados, tais como:
"conhecimento erudito, doutrina, aproximação, tendência, conexão, chegada", etc. Contudo, dentro do Hinduísmo, no Smriti, o vocábulo Ágama tem um
significado especial, isto é, "tendência devocional".
Os Ágamas são, portanto, as tendências devocionais, religiosas e/ou filosóficas
da Índia. Dentro dos Ágamas, encontramos as seguintes divisões:
• Shaiva, Shaivismo, Shivaísmo ou Shivaíta; • Vaishnáva, Vaishnavismo, Vishnuísmo ou Vishnuíta;
• Shákta, Shaktismo, Shaktaísmo ou Shaktaíta;
• Smarta, Smartismo ou Smarta Dasamáni;
• Bráhmana ou Brahmanismo (quase inexistente).
Pouco ou quase nada se fala da tendência devocional Bráhmana (devotos de
Brahma). Entretanto, encontramos na classificação acima, uma tendência
denominada Smarta Dasamáni, a qual tem se fortalecido muito nos últimos
séculos na Índia. O Smarta Dasamáni é um conjunto de 10 ordens de Sannyásins (monges) seguidores de Shri Adi Shankarachárya, o codificador do
Vedanta.
Ainda dentro dos Ágamas, encontramos as deidades hindus adoradas na Índia
classificando-as em 3 principais grupos (Shaiva, Vaishnava e Shakta), onde
surgem os primeiros e mais importantes colégios superiores de filosofia e religião, que são:
Shaiva Siddhanta - ligados a Shiva;
Pancharátra Ágama - ligados a Vishnu;
Tantras ou Shákti Ágama - ligados a Shakti.
5. Dárshanas - Dárshana é um vocábulo sânscrito que significa "visão,
aparição, inteligência, demonstração, compreensão, sistema, método,
consideração, consciência", etc. Os Dárshanas são consideradas as "Escolas
Filosóficas ou pontos de vista do Hinduísmo".
Os Dárshanas são classificados em: Ástika Dárshana e Nástika Dárshana
Ástika Dárshana - São as Escolas Filosóficas autorizadas ou reconhecidas,
como pontos de vista oficiais do Hinduísmo. As 3 Escolas Filosóficas mais
importantes, são:
Yoga - filosofia puramente prática*; Sámkhyá - filosofia naturalista espiritualista;
Vedanta - filosofia religiosa espiritualista.
* Comumente, o Dárshana Yoga está associado a um outro Dárshana (pode
ser Sámkhyá ou Vedanta), e a partir daí, desenvolvem-se outras escolas com tendências diversas. Isto porque, tanto o Sámkhyá como o Vedanta, têm suas
próprias divisões.
Nástika Dárshana - Os Nástika são as Escolas Filosóficas "não-autorizadas"
ou "não-reconhecidas" oficialmente pelo Hinduísmo, mas que possuem uma
grande influência e com bases sólidas de raciocínio, lógica e prática. Dentre os
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Nástika, encontramos também 3 Escolas Filosóficas:
Buddha - com a fundação da Escola Buddhismo original;
Cháraka - com a fundação da Escola de Medicina Ayurvêdica original;
Jaina - com a fundação da Escola Jainista, que nega os Vêdas
HINDUISMO:
Segundo Amarantha Thalvil: "O hinduísmo pode ser subdividido em diversas
correntes principais. Dos seis darshanas ou divisões históricas originais, apenas duas escolas, a vedanta e a ioga, sobrevivem. As principais divisões do
hinduísmo hoje em dia são o vixnuísmo, o xivaísmo, o smartismo e shaktismo.
A imensa maioria dos hindus atuais podem ser categorizados sob um destes
quatro grupos, embora ainda existam outros, cujas denominações e filiações
variam imensamente.
Alguns estudiosos dividem as correntes do hinduísmo moderno em seus
"tipos":
Hinduísmo popular, baseado nas tradições locais e nos cultos das divindades tutelares, praticado em nível mais localizado;
Hinduísmo dármico ou "moral diária", baseado na noção de carma, na
astrologia, nas normas de sociedade como o sistema de castas, os costumes de
casamentos. Hinduísmo vedanta, especialmente o Advaita (smartismo), baseado nos
Upanixades e nos Puranas;
Bhakti, ou "devocionalismo", especialmente o vixnuísmo;
Hinduísmo bramânico védico, tal como é praticado pelos brâmanes tradicionalistas, especialmente os shrautins; Hinduísmo iogue, baseado especialmente nos Yoga Sutras de Patandjáli. com
os principais templos Hoysaleswara e Khajuraho."
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HINDUISMO:
Atualmente, o Hinduísmo conta com um pouco mais de um bilhão de praticantes em
todo o mundo. Isso significa um número extremamente grande e significante de
seguidores. Entretanto, definir o Hinduísmo não é uma tarefa fácil.
O Hinduísmo não é uma religião convencional e limitada. Aliás, podemos dizer que o Hinduísmo é mais uma filosofia religiosa, um caminho de vida. Desde os tempos
imemoriais, as religiões primitivas indígenas da Índia, e seu sistema cultural,
condicionaram uma miscelânea de crenças que foram sendo acrescidas ao saber
popular.
O Hinduísmo é também conhecido e chamado como "Sanátana Dharma" ou "eterna religião", e para os Vedantinos como "Vaidika Dharma" ou "religião dos
Vêdas".
O processo de evolução religiosa se deu de forma gradativa, culminando hoje no Hinduísmo. Hoje em dia, o Hinduísmo é - para alguns -, uma filosofia de vida, e -
para outros -, uma religião muito ampla e aberta, que aceita os aspectos religiosos
de outras crenças e religiões, pois afirma serem caminhos diferentes para atingir o
mesmo objetivo.
"O Hinduísmo é a soma de diversos dogmas e crenças, que vai do teísmo pluralista
até o absoluto monismo. Várias tendências devocionais fazem parte do Hinduísmo.
Podemos encontrar atualmente o Shaivismo - seguidores de Shiva, o Vaishnavismo -
seguidores de Vishnú, os Shaktas - seguidores da Mãe Divina, e os Smartas - seguidores de Shri Adi Shankarachárya.
Mas, segundo o Mestre Swami Chinmayananda, membro fundador do Vishwa Hindu
Parishad , o Hinduísmo possui diversas ramificações em todo o mundo, estando
dividido em três grupos: organizações Hindus, quase-Hindus e não-Hindus.
Quem são os Hindus?
O resultado da pesquisa feita pelo Vishwa Unnyayan Samsad e Vishwa Hindu
Parishad aponta as três divisões Hindus em todo o mundo, incluindo a Declaração de
Intenções. Veja abaixo:
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1. Organizações Hindus
Arya Samaj Chinmaya Mission Hindu Students Council Hindu Temple Society of North America Ramakrishna Mission (New York) Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS) Saiva Siddhanta Church Vishwa Hindu Parishad (VHP) Sociedade da Vida Divina Brasil Ramakrishna Vedanta Brasil Sociedade Internacional Gita do Brasil Ramakrishna Vedanta Curitiba Sivananda
2. Organizações Quase-Hindus
Arsha Vidya Gurukulam Divine Life Society Siddha Yoga Dham (Chidvalasananda) Sivananda Yoga Vedanta Centers Ananda Marga M.A. Ashram (Mata Amritanandamayi) Saddhu Vaswani Mission Integral Yoga Institute (Satchidananda) Self-Realization Fellowship Sri Sri Ravi Shankar Ordem Filosófica Mundial Vidya Yoga Ashram
Cultura Hindu Rishi Jñana Mandiram KRSNA Suddha Dharma Mandalam Suddha Dharma Mandalam - Ribeirão Preto
3. Organizações Não-Hindus
Vishwa Unnyayan Samsad Brahma Kumaris Transcendental Meditation Veerashaivite
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EM QUE AS GRANDES RELIGIÕES MUNDIAIS ACREDITAM?
O QUE PROFESSAM?
Sabemos que muitas são as fés e os credos. Existem mais de
trezentas religiões em todo o mundo, incluíndo inúmeras seitas,
filosofias, correntes diversas de pensamento, ocidentais e
orientais. Mas, segundo a Filosofia Vidya Yoga, só existe
uma Verdade e diversasRealidades ou pontos pontos de vista. E
esta Verdade independe de credo, raça ou nação: "é a Verdade
Espiritual que envolve a todos nós em seu manto!" - afirmam os
hindus.
Se uma ou filosofia religião causa confusão e transtorno
permanente ao seu crente ou, se uma filosofia ou religião não
fornece as respostas satisfatórias ao buscador, então é o momento de mudar. Isto serve para qualquer filosofia ou religião.
Cada pessoa tem o seu momento de compreender.
Podemos citar algumas importantes seguintes religiões e
filosofias, a saber:
Hinduísmo Brahmanismo Cristianismo Budismo Confucionismo Xintoísmo Sikhismo Taoísmo Judaísmo Jainismo entre outras
Existem muitas semelhanças e diferenças entre as grandes filosofias e religiões
mundiais. Contudo, uma coisa é certa: quase todas as religiões construíram suas bases em estruturas dogmáticas, algumas intocáveis. Portanto, dogma é
um ponto ou princípio de fé definido por uma religião; é o fundamento de
qualquer sistema ou doutrina. O conjunto das doutrinas fundamentais de
qualquer religião, filosofia ou partido político.
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ESCLARECIMENTO FILOSÓFICO DE ALGUNS TERMOS
(ORIENTE X OCIDENTE):
Antes de iniciarmos propriamente este capítulo, vamos tentar conceituar
alguns termos que sempre causam muita confusão. Sempre estaremos citando
a epadronização OCIDENTE e ORIENTE.
1. DEUS, ABSOLUTO, ENERGIA CÓSMICA
OCIDENTE - É possível definir Deus. Deus é o Ser superior, infinito, perfeito, criador e perservador do universo; a causa necessária de tudo o que existe,
sendo ainda cada uma das pessoas da Trindade Cristã: Pai, Filho e Espírito
Santo. Deus, para os Ocidentais, possui qualidades extraordinárias e se impõe
ao culto dos homens, se tornando objeto de viva e profunda veneração.
ORIENTE - não se pode definir Deus, porém apenas tentar conceituá-lo. Na
verdade, Deus ou Deva é a manifestação da Divindade presente em nós. A
Divindidade é o Ser supremo, o Absoluto, o Incognoscível. É a causa e o efeito
de tudo no Cosmos. É a Energia Cósmica Superior.
2. CÉU e INFERNO
OCIDENTE - céu e inferno são lugares para onde o homem irá após a sua
morte.
ORIENTE - céu e inferno são apenas estados de consciência que criamos em
nossa mente.
3. ETERNIDADE
OCIDENTE -a palavra eternidade quase sempre está associada à vida eterna,
seja ela no inferno ou no céu.
ORIENTE - Do ponto de vista Oriental, a palavra "eternidade" é relativa. Diz respeito sempre a uma existência curta ou longa até o fim de um kalpa (ciclo
de tempo para os Hindus).
4. CRIAÇÃO e CRIAÇÃO
Em Latim, creatio, em Inglês, creation, em Francês, création. A palavra original - creação - que significava "emanação", mais tarde foi substituída pela
palavra criação, e está presente em quase todas as línguas vivas ou mortas e
tem um sentido muito amplo e variado. Do ponto de vista Ocidental, a
palavra criação é uma noção de origem Bíblica: "...e Deus criou o céu e a terra..." Do ponto de vista Oriental, a palavra criação ou creação é a ação de
emanar o Absoluto.
5. ESPIRITUALISMO, ESPIRITUALIDADE e ESPIRITUALIZAR
A palavra espiritualismo diz respeito à doutrina filosófica que baseia-se na
existência de Deus e da alma. A palavra espiritualidade é a qualidade daquilo que é espiritual, e neste sentido, tudo vem do Espírito Supremo, portanto, tudo
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é espiritual . E a palavra espiritualizarsignifica assimilar alguma coisa na
essência e na sua forma ao espírito. Significa ainda, desapegar-se de todas as
afeições materiais.
6. RELIGIÃO e RELIGIOSIDADE
O estudo das religiões comparadas demonstra que, no fundo,
os ensinamentos espirituais são semelhantes em todas as crenças no mundo.
A diferença está na metodologia aplicada. A palavra religiosidade,
do ponto de vista da Filosofia Oriental, não está vinculada à umadeterminada categoria ou modalidade de religião,
no sentido dogmático e, sim na convicção intuitiva de
uma pessoa no mundo espiritual e na sua vivência pessoal e interior.
A palavra religião apresenta um serviço ou culto a Deus, ou a uma divindade qualquer, expressopor meio de ritos, preces e observâncias,
as quais se considera mandamento divino. Tudo que é
considerado obrigação moral ou dever sagrado e indeclinável.
7. REVELAÇÃO
Do ponto de vista Oriental, revelação é a prova, a certeza ou a demonstração da
verade com a autoridade competente e empírica.
Do ponto de vista Ocidental, revelação é
a inspiração sobrenatural com que Deus faz conhecer, em certas circunstâncias, seus mistérios edesígnios.
8. SEITA
Seita, do latim secta, é uma doutrina herética de algum teólogo célebre, que se
destaca através de um corpo doutrinário e é seguido por muitos que a consideram como verdade. No popular, seita é um partido ou facção.
9. ATEÍSMO
Do latim, atheismus, é
a doutrina que nega a existência de Deus. Seus seguidores são tidos como descrentes e impiedosos.
10. FILOSOFIA
Do latim e grego, philosophia, é
a ciência geral do conhecimento das coisas por suas causas ou primeiros princí
pios. É um sistema de princípios que tem por objetivo agrupar uma certa ordem de f
atos para tentar explicar as coisas.
A filosofia proporciona firmeza,elevação de espírito, razão e sabedoria.
11. FILOSOFIA DE VIDA
É a opção voluntária que um indivíduo ou um grupo faz,
no que diz respeito à sua estrutura de pensamento, sentimento e comportame
nto e que serve de base para a sua vida.
A filosofia de vida poderá ser materialista ou espiritualista
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ALGUMAS SEMELHANÇAS ENTRE AS RELIGIÕES E FILOSOFIAS:
12. Quais as semelhanças existentes entre as Religiões Ocidentais e
Orientais?
As Religiões Ocidentais ou teologias ocidentais acreditam num Deus
Supremo, criador de todas as almas e de todas as coisas. Acreditam numa hierarquia de anjos e em um exército celestial.
As Religiões Orientais acreditam numa Divindade Suprema, mais
especificamente numa Energia Cósmica Absoluta, criadora de todas as coisas
materiais e imateriais. Acreditam também numa hierarquia celeste e nas diversas dimensões da matéria.
13. Qual é a visão sobre a salvação da alma?
As Religiões Ocidentais acreditam que a salvação do homem se faz através
da rígida obediência a Deus, usualmente através de um Messias, profeta ou
presbítero, pelos quais o indivíduo conquista o Reino dos Céus.
As Religiões Orientais afirmam que a salvação do homem se faz através da
obediência a Deus e das Leis Cósmicas. Somente através da Sua benevolência
é que se manifesta a presença de um preceptor espiritual ou Satguru para
orientação e condução do homem.
14. Como deve ser a conduta do homem?
As Religiões Ocidentais dizem que o homem deve ter uma conduta ética e
moral guiando-se pelo caminho de Deus.
As Religiões Orientais ensinam que o homem deve viver uma vida ética e moralmente correta, pois isto é o essencial para o seu progresso e
desenvolvimento espiritual e para sua libertação.
15. E sobre o destino do espírito humano?
As Religiões Ocidentais ensinam que o destino da humanidade é viver de acordo com os princípios e mandamentos de Deus, para que seja concedida a
oportunidade de merecer o descanso e a felicidade eterna, ou o sofrimento
eterno.
Para as Religiões Orientais a proposta da vida é evoluir e desenvolver o
homem através da experiências diretas e indiretas no caminho espiritual. As coisas do mundo não são as verdadeiras propostas, mas apenas uma alavanca
para sua evolução.
16. Quais as semelhanças quando se fala de Natureza e de Universo?
As Religiões Ocidentais afirmam que a alma é imortal e eterna, e que a vida é uma só. O homem viverá para sempre ao lado de Deus, o Creador, uma vez
obedecidos os seus mandamentos e princípios, ou então, o homem viverá
separado de Deus, no eterno fogo do inferno.
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As Religiões Orientais afirmam que há mais realidades e dimensões em todo
o universo do que nós imaginamos. O espírito (Purusha) é imortal. O processo
da vida, da morte e da eternindade são baseados no ciclo da reencarnação e
dos renascimentos (Samsara). A libertação final (Moksha) é o processo final na condição de ser humano. A partir daí, o homem se encontrará em outras
dimensões e planos do universo. Para as Religiões Orientais não há apenas um
sistema solar ou apenas uma galáxia. A Via Láctea é infinita e eterna.
17. E sobre a criação do universo?
As Teologias Ocidentais afirmam que o mundo foi criado por Deus e que no
futuro será destruído por Ele. Então, este será o Dia do Juízo Final, quando
aqueles que tiverem sido bons e justos serão salvos, e aqueles que não
tiverem seguido os mandamentos e as orientações de Deus, do Messias, dos profetas ou do presbítero, não serão salvos. Os mortos serão chamados outra
vez à vida.
As Teologias Orientais ensinam que o universo não tem princípio nem fim,
que existe num interminável ciclo de criação, preservação e destruição. Não
existe absolutamente fim nem começo, nem tampouco existe uma dualidade entre o Absoluto e o mundo, mas sim uma unidade eterna.
18. E sobre a legitimidade de Deus?
As Teologias Ocidentais dizem que Deus existe e que há somente um Deus e
uma religião verdadeira. Aqueles que aceitam esta verdade estarão nas graças de Deus-Pai. Todos os demais, a menos que se redimam, irão para o fogo do
inferno.
As Teologias Orientais dizem que não há um Deus, mas sim um Absoluto,
uma Energia Cósmica inominável. Este Absoluto (Brahman) é tudo, está em tudo e em todos os seres animados e inanimados, humanos e animais, nos
vegetais, nas pedras, na terra, no fogo, no ar, em todos os elementos da
natureza. E o homem pode apenas testemunhar sua presença através da
experiência direta por qualquer caminho ou crença, de acordo com a sua evolução espiritual.
19. Quais são as provas da existência de Deus?
As Religiões Ocidentais afirmam a existência de Deus mostrando seu amor e
seu compromisso em salvar os homens, através da figura do Messias chamado
Jesus, que é o Filho de Deus, em pessoa de carne e ossos, além das revelações de sua escritura sagrada denominada Bíblia, que é a revelação da inspiração
divina. As Teologias Ocidentais dizem que é um grande absurdo e presunção
do homem querer buscar saber sobre personalidade divina de Deus. A grande
virtude da Religião não é experimentar, mas ter fé, casar, constituir família e ter uma vida virtuosa e sempre à serviço de Deus.
Já as Religiões Orientais afirmam que a maior prova sobre a existência do
Absoluto é através das diversas formas de manifestação da vida, através do
amor e da presença de um Guru. O Guru é "aquilo que dissipa as trevas", que elimina a ignorância e desperta a consciência do discípulo para a
espiritualidade. E sobre o conhecimento do Absoluto, os orientais afirmam que
é uma vivência pessoal interior e, muitas vezes, oferece uma experiência
mística de sua realidade através da manifestação de estados alterados da
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consciência, ora permanentes, ora temporários, onde o homem se torna
notoriamente um "iluminado", um vidente, um santo.
20. Quais são os caminhos para se chegar a Deus?
As Religiões Ocidentais afirmam que há somente um caminho para guiar-se até Deus, pois os outros são infrutíferos. O verdadeiro para as religiões
ocidentais caminho é a conversão e obediência a Deus. Todos devem
converter-se para a verdadeira religiosidade. O homem que fraquejar e estiver
com sua mente em dúvida de Deus, será levado ao pecado e condenado no Dia do Juízo Final ao fogo do inferno. O sofrimento do homem vem da sua
desobediência a Deus, por não aceitar e por não acreditar na sua lei.
As Religiões Orientais, entretanto, afirmam que o homem é livre para optar
pelo caminho que deseja seguir: o bem ou o mal. Todos os caminhos, finalmente, o guiarão ao Absoluto. O céu e o inferno não existem como
lugares, contudo apenas como estados de consciência, nada mais. Não há Dia
do Juízo Final, nem juíz, nem pecado. O homem é o responsável por todos os
seus atos, pensamentos e sentimentos. Consequentemente, é quem faz a
trama do seu destino.
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CONFUCIONISMO
CONFUCIONISMO:
O confucionismo é um sistema filosófico chinês criado por Kung-Fu-Tzu
(Confúcio). Entre as preocupações do
confucionismo estão a moral, a política, a
pedagogia e a religião. Conhecida pelos
chineses como Junchaio (ensinamentos dos sábios). Fundamentada nos
ensinamentos de seu mestre, o
confucionismo encontrou uma
continuidade histórica única.
O confucionismo é um sistema filosófico chinês criado por Kung-Fu-Tzu (Confúcio).
Entre as preocupações do confucionismo
estão a moral, a política, a pedagogia e a
religião. Conhecida pelos chineses como Junchaio (ensinamentos dos sábios).
Fundamentada nos ensinamentos de seu
mestre, o confucionismo encontrou uma
continuidade histórica única.
Filosofia, ideologia política, social e
religiosa do pensador chinês Confúcio
(551-479 a.C.), grafia latina do nome Koung Fou Tseu (ou mestre Kung). O
princípio básico do confucionismo é
conhecido
pelos chineses como junchaio (ensinamentos dos sábios) e define a busca de
um caminho superior (tao) como forma de viver bem e em equilíbrio entre as vontades da terra e as do céu. Confúcio é mais um filósofo do que um pregador
religioso. Suas idéias sobre como as pessoas devem comportar-se e conduzir
sua espiritualidade se fundem aos cultos religiosos mais antigos da China, que
incluem centenas de imortais, considerados deuses, criando um sincretismo religioso. O Confucionismo foi a doutrina oficial na China durante quase 2 mil
anos, do século II até o início do século XX. Fora da China, a maioria dos
confucionistas está na Ásia, principalmente no
Japão, na Coréia do Sul e em Cingapura.
Doutrina:
- No Confucionismo não existe um deus criador do mundo, nem uma igreja
organizada ou sacerdotes. O alicerce místico de sua doutrina é a busca do Tao,
conceito herdado de pensadores
religiosos anteriores a Confúcio. O tao é a fonte de toda a vida, a harmonia do mundo. No confucionismo, a base da felicidade dos seres humanos é a família
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e uma sociedade harmônica. A família e a sociedade devem ser regidas pelos
mesmos princípios: os governantes precisam ter amor e autoridade como os
pais; os súditos devem cultivar a reverência, a humildade e a obediência de
filhos.
Os cinco livros:
- Os ensinamentos do confucionismo estão reunidos em cinco livros, chamados
Wu Ching ou Os Cinco Clássicos, que
incluem textos atribuídos a Confúcio e a outros autores de períodos anteriores.
As obras são o Shu Ching (Clássico de Política); Shih Ching (Clássico de Poesia); Li Ching (Livro dos Ritos, visão social);
Chun-Chiu (Anais das Primaveras e Outonos, visão histórica) e o I Ching (Livro
das Mutações, que aborda os aspectos metafísicos da
vida). Dos Cinco Clássicos, o I Ching é o mais conhecido no Ocidente. Ele afirma que o universo é regido por duas forças ou
qualidades, complementares e opostas, o yin (feminino) e o yang (masculino),
que provocam constante mudança. O homem nobre
deve saber equilibrá-las, e, para isso, o livro traz um oráculo baseado em 64 hexagramas (conjunto de seis linhas que podem ser contínuas
ou interrompidas), cada uma com um texto decifrativo. Na forma de consulta
mais habitual, três moedas são jogadas seis vezes seguidas e
as combinações de cara e coroa indicam o hexagrama.
O confucionismo inclui ainda outras obras importantes, entre os quais o livro
de pensamentos diversos Lun Yu, conhecido no Ocidente como
Analectos.
Analectos de Confúcio:
Os Analectos (em chinês: 論語 ou 论语; pinyin: Lún Yǔ), de Confúcio, também
conhecidos como Diálogos de Confúcio, constituem o livro doutrinal mais
importante do confucionismo e é constituído por uma seleção de textos
atribuídos a este pensador chinês e aos seus discípulos.
Ao longo do tempo, a obra foi tão lida na China quanto a Bíblia no Ocidente,
sendo considerado o único registro confiável dos ensinamentos de Confúcio.
Confúcio viveu na China, entre 551 e 479 a., e exerceu e ainda exerce
profunda influência na cultura chinesa, e em especial no que diz respeito à
educação e à moral, tendo como centro o homem. Como muitos outros
grandes homens do passado, nada escreveu e os Analectos são uma coletânea de aforismos feita por seus discípulos e difícil de interpretar, tanto pela
linguagem chinesa pictórica como por simbólica, que, com certeza, ao longo de
sucessivas traduções teve alguns significados alterados.
FONTES:
A menção mais antiga sobre Os Analectos é feita no Fang chi, um capítulo do Li
chi, o que mostra que a obra deve ter existido antes da dinastia Han. Sobre informações a respeito da obra, a fonte mais antiga é o Han shu (História da
dinastia Han), concluída por volta do final do século I, onde é feito um breve
relato sobre a compilação e a transmissão da obra. Ali são referidas três
versões de Os Analectos:
Lu lun em 20 p'ien (livros);
Ch'i lun, em 22 livros (os dois extras são "Wen wang" e "Chih tao")
Ku lun, em 21 livros (versão com dois livros de mesmo nome, "Tzu-chang";
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essa versão teria sido descoberta nas paredes da casa de Confúcio, em escrita
antiga).
Lu Te-ming (556-627 d.C.) dá mais detalhes, afirmando que o Ch'i lun não
continha apenas dois livros extras, mas que os capítulos e versos eram muito mais numerosos que o Lu lun, demonstrando que as variantes existentes
àquela época era considerável.[2][3] Esse mesmo autor afirma que Huan T'an
(24 a.C.-56 d.C.) cita que no Ku lun a ordem dos capítulos era diferente,
havendo mais de quatrocentas variantes. Enquanto ainda existiam algumas variantes dessas três versões, foram registradas por intelectuais, mas o
significado de muitas passagens dificilmente são esclarecidos.
COMPOSIÇÃO:
Os Analectos são compostos por 20 (a 22) livros, aparentemente sem conexão
seqüencial, nos quais são abordadas as virtudes, ensinamentos morais,
qualificações como a “benevolência”, que ele considerava a qualidade mais importante que um homem pode ter. Um ponto central dos ensinamentos de
Confúcio é que ser moral não tem nada a ver com interesses próprios; a
moralidade é algo a ser perseguida por ela mesma e este parecer ser a
mensagem fundamental de Confúcio. Além da benevolência outras virtudes são
sabedoria ou inteligência (chih) e a coragem (yung). A coragem, para ser uma virtude, precisa estar a serviço da moralidade. A reverência (ching) não é
estabelecida em função do medo, mas oriunda da consciência da
responsabilidade em promover o bem-estar do povo. Como político Confúcio
adotava um certo paternalismo. As qualidades morais só se completariam mediante o exemplo e a participação no Governo, cuja proposta básica é o
bem-estar do povo (min).
Fonte: Wikipédia
Rituais e tradições:
- Os confucionistas prestam culto a seus antepassados pela veneração e oferendas, que podem ser feitas em altares domésticos ou nos templos. Os
rituais mais importantes são os da vida familiar, com destaque para o
casamento, por criar uma nova família, e para os funerais. Um dos aspectos do
confucionismo que têm conseguido adeptos no Ocidente é o Feng Shui, conjunto de definições sobre como construir e ocupar casas ou edifícios, da
escolha do terreno à disposição dos cômodos, suas funções e objetos, de forma
a garantir que a energia vital da terra, chamada Chi, possa fluir e garantir
saúde, harmonia, paz, prosperidade e felicidade a seus ocupantes.
Confúcio ensina que o ser humano deve cultuar seus antepassados mortos, de
forma a perpetuar o mesmo respeito e amor que tem por seus pais vivos. De
acordo com a doutrina, o ser humano é composto de quatro dimensões: o eu, a comunidade, a natureza e o céu - fonte da auto-realização definitiva. As
cinco virtudes essenciais do ser humano são amar o próximo, ser justo,
comportar-se adequadamente, conscientizar-se da vontade do céu, cultivar a
sabedoria e a sinceridade desinteressadas. Somente aquele que respeita o
próximo é capaz de desempenhar seus deveres sociais. O único sacrilégio é desobedecer à regra da piedade.
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Bibliografia: HUAI, Chin Nan. TAO Transformação da Mente e do Corpo. São Paulo:
Pensamento,
1993; il.
JUNG, G.G.; WILHELM. O Segredo da Flor de Ouro - Tradução de Dora Ferreira da Silva
e Maria Luíza Appy. 7ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1992.
MACIOCIA, Giovanni. A Prática da Medicina Chinesa Tratamento de Doenças
com Acupuntura e Ervas Chinesas. São Paulo: Editora Roca, 1996; il.
ROHDEN, Huberto. Lao-Tse Tao Te King. 3ª ed. São Paulo: Alvorada.
SHAKER, Artur. Buddhismo e Christanismo – Esteios e Caminhos. Rio de
janeiro: Vozes, 1997.
[email protected] Página 72
SIKHISMO
O sikhismo ou siquismo é uma religião monoteísta fundada em fins do
século XV no Punjab (região atualmente dividida entre o Paquistão e a Índia) pelo Guru Nanak (1469-1539).
Habitualmente retratado como o resultado de um sincretismo entre elementos
do hinduísmo e do misticismo do islão (o sufismo), o sikhismo apresenta
contudo elementos de originalidade que obrigam a um repensar desta visão redutora.
Principais crenças
Texto do Mul Mantar, a oração principal do sikhismo, em alfabeto gurmukhi.
O termo sikh significa em língua punjabi "discípulo forte e tenaz". A doutrina
básica do sikhismo consiste na crença em um único Deus e nos ensinamentos
dos Dez Gurus do sikhismo, recolhidas no livro sagrado dos sikhs, o Guru
Granth Sahib, considerado o décimo-primeiro e último Guru.
Para o sikhismo, Deus é eterno e sem forma, sendo impossível captá-lo em
toda a sua essência. Ele foi o criador do mundo e dos seres humanos e deve
ser alvo de devoção e de amor por parte dos humanos.
O sikhismo ensina que os seres humanos estão separados de Deus devido ao
egocentrismo que os caracteriza. Esse egocentrismo (haumai) faz com que os seres humanos permaneçam presos no ciclo dos renascimentos (samsara) e
não alcancem a libertação, que no sikhismo é entendida como a união com
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Deus. Os sikhs acreditam no karma, segundo o qual as acções positivas geram
frutos positivos e permitem alcançar uma vida melhor e o progresso espiritual;
a prática de acções negativas leva à infelicidade e ao renascer em formas
consideradas inferiores, como em forma de planta ou de animal.
Deus revela-se aos homens através da sua graça (Nadar), permitindo a estes
alcançar a salvação. O Divino dá-se a ouvir, revelando-se enquanto nome.
Segundo os ensinamentos do Guru Nanak e dos outros gurus, apenas a
recordação constante do nome (nam simaram) e a repetição murmurada do nome (nam japam) permitem os seres humanos libertar-se do haumai.
Ética e formas de culto
Peregrino sique no Templo de Ouro.
O sikhismo coloca ênfase em três deveres, descritos como os Três Pilares do
sikhismo:
Manter Deus presente na mente em todos os momentos (Nam Japam);
Alcançar o sustento através da prática de trabalho honesto (Kirt Karni);
Partilhar os frutos do trabalho com aqueles que necessitam (Vand Chhakna).
O rito principal é o da admissão entre os khalsa, fraternidade dos "puros",
geralmente celebrado na puberdade.
O principal templo sikh, Harimandir Sahib (o Templo de Ouro, em Amritsar), é
um lugar de peregrinação. Uma intervenção de tropas indianas ordenada por
Indira Gandhi no início dos anos 80 levou à revolta dos sikhs e ao assassinato
da primeira-ministra indiana em 1984.
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História
O fundador do sikhismo, o Guru Nanak, nasceu em 1469 na aldeia de Talwandi, localidade que é hoje conhecida como Nankana Sahib e que está
situada a cerca de 65 quilómetros da cidade paquistanesa de Lahore. Pertencia
a uma família hindu da casta comerciante dos Khatri.
Uma série de relatos lendários sobre o seu nascimento, os Janamsakhi, escritos cerca de cinquenta anos depois da sua morte, apresentam Nanak como um
jovem que gostava da oração e de ler os textos dos sábios do seu tempo.
Após quatro grandes viagens (chamadas Udasis) em direcções opostas, que
terão incluído o Tibete, Ceilão, Bengala, Meca e Bagdade, o Guru Nanak pregou
a hindus e muçulmanos, captando assim um grupo numeroso de discípulos (sikhs). Segundo os seus ensinamentos, a religião deveria ser um meio de
união entre os seres humanos, mas, na prática, esta parecia como que
confrontar as pessoas. Neste sentido, lamentava de forma especial os
enfrentamentos entre hindus e muçulmanos, assim como as práticas de carácter ritual que apartavam o ser humano da busca do divino. A sua intenção
era chegar a uma realidade mais além das diferenças superficiais entre as duas
religiões, e daí a sua famosa máxima "Não há hindus, não há muçulmanos"
(Puratan Janam-sakhi).
O Guru Nanak instituiu o sistema do langar ("cozinha" ou "refeitório
comunitário") que se perpetuou até aos nossos dias. O objectivo desta
instituição foi fomentar a fraternidade e a igualdade entre os seres humanos.
No langar prepara-se o karah prasad, uma refeição sagrada feita à base de farinha, açúcar e manteiga batida. Todos os participantes numa cerimónia
religiosa de um templo sikh recebem este alimento, sem distinção de casta,
nível económico ou crenças religiosas.
Após a morte do Guru Nanak sucederam-se nove gurus. Cada um deles
contribuiu para a consolidação da religião e da identidade sikh.
Nanak nomeou como seu sucessor não o seu filho, mas um dos seus discípulos
mais próximos, Lehna, a quem ele chamou de Angad ("um outro eu"). O Guru
Angad (1504/1539-1552) dotou a língua panjabi da escrita gurmukhi.
O Guru Amar Das (1479/1552-1574) aboliu entre os sikhs a prática hindu da sati (o sacrifício das viúvas), bem como o uso do véu (purdah) pelas
mulheres. Criou também vinte e dois distritos de pregação.
O Guru Ram Das (1534/1574-1581) comprou um terreno onde mandou
escavar um tanque, o Amritsar ("tanque da Ambrosia"), na origem do nome da actual cidade do Penjabe.
O Guru Arjun (1563/1581-1606) ordenou em 1589 a construção, no meio do
tanque de Amritsar, do primeiro templo sikh, o Harmandir ("Templo de Hari"),
hoje conhecido como o Templo de Ouro. Ele também compilou o livro sagrado
da religião, o Guru Granth Sahib, e mandou instalá-lo no templo. Os mogóis, senhores do Punjabe nesta época, reagem com hostilidade ao crescimento da
comunidade sikh, tendo o Guru Arjun sido detido e morto pelo imperador
mogol Jehangir.
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O Guru Hargobind (1595/1606-1645), perante a perseguição movida aos sikhs,
militarizou a religião. Ele acrescentou uma segunda espada à que os cinco
gurus já tinham usado. O uso das duas espadas pelo guru representou a
concentração na sua pessoa de dois tipos de autoridade, a espiritual (piri) e a temporal (miri). Desenvolveu-se desta forma a ideia da guerra como acto de
auto-defesa da comunidade sikh e como garante da ordem e da justiça.
Os dois gurus que o sucederam, o Guru Har Rai (1630/1644-1661) e o Guru
Har Khrishan (1656/1661-1664) tiveram uma liderança apolítica. O primeiro tinha um carácter contemplativo e interessou-se pouco pelo aspecto temporal
da religião, enquanto que o segundo foi Guru por apenas três anos.
O Guru Tegh Behadur (1622/1664-1676) recusou converter-se ao islão, tendo
sido por esta razão executado pelo imperador mogol Aurangzeb.
O décimo Guru sikh, Gobind Singh (1666/1676-1708), fundou a ordem militar
dos Khalsa e criou um rito de iniciação chamado amrit, também conhecido
como khande de pahul. Amrit designa a água açucarada, mexida com o sabre
de dois gumes, que o iniciado e os outros participantes na cerimónia devem
beber.
O século XVIII ficou marcado pela ascensão política do sikhs no Punjabe. Em
1801 Ranjit Singh fundou o reino de Lahore que durou até 1849, ano em que
foi anexado pelos britânicos. Em 1873 a comunidade sikh agrupou-se na Singh
Sabha ("Assembleia dos Leões"), um órgão criado como forma de garantir os interesses da comunidade sikh no Punjabe de finais do século XIX, marcado
pelo revivalismo religioso islâmico e hindu, bem como pela acção dos
missionários cristãos. Em 1920 os sikhs criaram um partido político, o Akali
Dal("Partidários do Intemporal") como o propósito de assegurarem os seus interesses. Este partido opôs-se à partilha do Punjabe entre a Índia e o
Paquistão, facto que se consumou em 1947. A maior parte dos sikhs que
viviam no território actualmente paquistanês migraram para a Índia aquando
da separação como forma de evitar a perseguição religiosa.
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O Guru Granth
Sahib
Também
denominado Adi
Granth ("Livro do Começo", "Livro
Original"), o Guru
Granth Sahib ("o
Senhor Mestre Livro") é o livro
sagrado do
sikhismo. O
décimo guru ordenou antes de
falecer que este fosse considerado como o guru eterno, o único guia espiritual.
Trata-se de uma colectânea em panjabi dos hinos religiosos do Guru Nanak e
dos seus sucessores, bem como de textos de poetas hindus e muçulmanos. Os
sikhs particularmente devotos dedicam-se a ler ininterruptamente as 1430 páginas do livro. Cada casa e cada templo sikh possui o seu exemplar.
Outros escritos sagrados da religião são o Dasam Granth ("Livro do Décimo
Guru") e as composições de Bhai Gurdas e Bhai Nand Lal (Bhai, "Irmão").
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Templos
Os templos sikhs recebem o nome de gurdwaras (anglicização de gurdvârâ, "a porta do Mestre"). Neles ocupa um lugar de privilégio o livro sagrado, o Guru
Granth Sahib.
A arquitetura destes templos reflecte um estilo mogol tardio influenciado pelo
estilo hindu. Não existem neles estátuas e estes não têm qualquer orientação especial.
Visitar diariamente o gurdwara é um dever religioso de todos os sikhs. Está
aberto a pessoas de outras religiões, mas todos os visitantes devem trazer a
cabeça coberta, descalçar os sapatos e lavar os pés antes de nele penetrarem.
Ritos
Após o nascimento de uma criança sikh é hábito levá-la a um gurdwara, onde
se abre o Guru Granth Sahib numa página ao acaso para escolher um nome. O
nome da criança começará pela primeira letra da primeira palavra da página do lado esquerdo, na parte em que o livro foi aberto.
Uma das cerimónias mais importantes do sikhismo é a iniciação na ordem
Khalsa. Os sikhs que participaram na cerimónia amrit (ou seja, na cerimónia
onde bebem a bebida açucarada mexida por um sabre de dois gumes),
recebem o título amritdhari ("portador do néctar") e novos nomes, passando a usar os chamados Cinco Cás (K). Os sikhs que ainda não foram iniciados nesta
cerimónia são chamados sahajdhari.
Os homens sikhs utilizam o apelido (sobrenome) Singh ("Leão") depois do
nome próprio. As mulheres utilizam Kaur ("Princesa") como segundo nome. A não aceitação pelos sikhs do sistema de castas reflecte-se no facto de muitos
sikhs preferirem evitar o uso do apelido, muito ligado à identificação das
castas, utilizando somente o seu nome individual seguido de Singh ou Kaur.
Os homens seguram o cabelo com um turbante (que pode ser branco ou de cor), enquanto que as mulheres utilizam um lenço. Aqueles que cortaram o
cabelo ou a barba são chamados pelos ortodoxos patit, isto, é "decaídos" ou
"renegados".
Durante uma cerimônia de casamento sikh (Anand Karaj) os noivos devem
dar quatro voltas em torno do Guru Granth Sahib, sendo cada uma dessa voltas acompanhada pelo canto de um hino religioso. A cerimónia é conduzida
por um homem ou mulher que foi iniciado na Khalasa. Esta pessoa explica aos
noivos os seus deveres matrimoniais.
Os rituais funerários dos sikhs consistem na recitação de hinos até o corpo estar pronto para a cremação. Uma oração final é dita momentos antes de se
cremar o corpo. As cinzas são em geral colocadas nos rios, como o Ganges.
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Festas Religiosas
As principais festas religiosas do sikhismo ocorrem por altura do aniversário do nascimento dos gurus, em particular do Guru Nanak (meados de Novembro) e
do Guru Gobind Singh (meados de Junho).
Os sikhs (ou siques) também celebram o Hola Maholla (meados de Março), que
coincide com o festival hindu das cores, o Holi. Durante este festival os sikhs realizam desfiles militares e espectáculos de artes marciais.
Outras festas incluem a celebração da instituição do Khalasa, do Ano Novo
(Vaisakhi ou Baisakhi, a meio de Abril) e dos martírios do Guru Arjun (7 de
Junho), do Guru Tegh Bahadur (3 de Novembro) e dos dois filhos do Guru
Gobind Singh.
O Sikhismo hoje
O número de sikhs no mundo é estimado em cerca de 23 milhões, o que fará
do sikhismo a quinta maior religião mundial em número de aderentes. É estimado que 19 milhões vivem na Índia, concentrados, em sua maioria, no
estado do Panjabi.
Existem numerosas comunidades sikhs no Reino Unido, nos Estados Unidos e
no Canadá. Também são uma minoria importante na Malásia e Singapura.
A forma literária da língua punjabi, escrita no alfabeto gurmukhi, está muito ligada à religião sikh. De facto, os falantes de panjabi hindus ou muçulmanos
utilizam geralmente o hindi e o urdu, respectivamente, como línguas escritas.
São principalmente os sikhs quem escreve em panjabi.
Após as eleições indianas de 2004, o Dr. Manmohan Singh tornou-se o primeiro sikh que ocupa o posto de Primeiro Ministro da Índia. É também o primeiro não
hindu a ocupar o cargo.
Referências
Lakshmi Kapani, O Sikhismo, in As Grandes Religiões do Mundo, direcção
de Jean Delumeau. Lisboa: Editoral Presença, 1997. ISBN 972-23-2241-
9.
Michel Delahoutre, Les Sikhs et le sikhisme : des disciples à la fraternité guerrière, Clio, Fevereiro 2002.
BURKE, T. Patrick - The Major Religions:An Introduction with Texts. Blackwell Publishers, 2004. ISBN 1-4051-1049-X.
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FÉ BAHÁ'Í
A Fé Bahá'í é uma religião monoteísta fundada por Bahá'u'lláh na Pérsia do século XIX que enfatiza a unidade espiritual da humanidade. Trata-se de uma
religião independente que possui as suas próprias leis, escrituras sagradas,
administração e calendário. Mas não possui dogmas, clero, nem sacerdócio.
Estima-se que existam cinco a seis milhões de Bahá'ís espalhados por mais de 200 países e territórios.
Os ensinamentos Bahá'ís atribuem grande importância ao conceito de unidade das religiões. A história religiosa da humanidade é vista como um processo de
desenvolvimento gradual, em que surgem diversos Mensageiros Divinos com
ensinamentos adequados às necessidades de cada momento e à maturidade de
cada povo. Esses mensageiros incluem Krishna, Abraão, Buda, Jesus, Maomé e, mais recentemente, O Báb e Bahá'u'lláh. Segundo os ensinamentos Bahá'ís,
a humanidade encontra-se num processo de evolução colectiva a caminho de
uma civilização mundial, e as suas necessidade actuais centram-se,
essencialmente, no estabelecimento gradual da paz, justiça e unidade a uma
escala global.
A palavra Bahá'í pode ser usada para referir a Fé Bahá'í ou os seguidores desta religião. Esta palavra deriva do termo árabe "Bahá" (هاء que significa (ب
glória ou esplendor.
O Báb
Em 1844, Siyyid 'Ali-Muhammad (1819-1850), conhecido como o Báb ("A
Porta"), proclamou uma nova revelação de Deus, dando origem a Fé Bábí. Além de anunciar ser o Qá'im aguardado pelos muçulmanos, o Báb afirmava
que sua principal missão era preparar a vinda de um profeta ou manifestante
de Deus . Alguns bahá'ís consideraram Bahá'u'lláh ainda maior que o próprio
Báb; porém, ambos são manifestações gêmeas e iguais.
Os Bahá'ís consideram o Báb como o arauto da Fé Bahá'í, pois Ele alude a uma figura Messiânica - "Aquele que Deus tornará Manifesto" - que brevemente se
revelaria. Posteriormente, Bahá'u'lláh em 1863, declarou Sua missão, fundando a Fé Bahá'í.
Bahá'u'lláh
Mírzá Husayn' ‘Ali (1817-1892), que se intitulou Bahá'u'lláh (denominação Árabe que significa Glória de Deus), foi o fundador da Fé Bahá'í. Bahá'u'lláh
proclamou em 1863 ser o Prometido pelo Báb e pelas demais religiões
mundiais. Afirmou ser o portador de uma mensagem divina destinada a
estabelecer a unidade mundial e eliminar os preconceitos e as divisões. Escreveu epístolas aos principais soberanos da sua época, exortando-os à paz
e à concórdia. Sofreu aprisionamento, tortura e exílios durante 40 anos até ser
aprisionado definitivamente em Acre, na Palestina Otomana (actual Estado de
Israel).
Abdu'l-Bahá
Abbás Effendi (1844-1921), filho mais velho de Bahá'u'lláh, foi designado por seu pai como o centro de Seu Convênio e o intérprete autorizado de Seus
ensinamentos, ao qual todos os bahá'ís deveriam se voltar. Ficou conhecido
como 'Abdu'l-Bahá ("Servo da Glória"), que por sua vida totalmente devotada ao serviço e à propagação da Causa, os bahá'ís o consideram como o exemplo
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perfeito ao qual todos os seres humanos devem se espelhar. Ensinou a fé de
Bahá'u'lláh para diversos países do oriente e ocidente, deu palestras e
explicações a eminentes pesquisadores e filósofos, discursou em Londres, na
Universidade de Stanford, Califórnia, no Templo Emmanuel, São Francisco.[1]
Princípios Todos os ensinamentos bahá'ís giram ao redor de três alicerces principais: a unidade de Deus, unidade de Seus Profetas, unidade da humanidade.
Um só Deus
Os Bahá'ís acreditam na existência de um único Deus, o criador de todas as coisas. A existência de Deus é considerada eterna, não tendo começo ou fim.
Segundo os ensinamentos Bahá'ís, Deus é inacessível e incognoscível, mas tem consciência de Sua criação, tem uma vontade e propósito. Os ensinamentos
Bahá'ís também declaram que Deus não pode ser compreendido pela mente
humana.
Os Bahá'ís acreditam que Deus expressa Sua vontade através de uma série de mensageiros divinos referidos por Manifestantes de Deus ou Profetas. Esses
Manifestantes estabelecem as bases das grandes religiões mundiais, e os seus ensinamentos são uma forma de Deus educar a humanidade.
Nas Escrituras Bahá'ís, Deus é frequentemente referido por títulos, como
"Todo-Poderoso", "Omnisciente", "Suprema Sabedoria", "Aquele que subsiste
por si próprio".
Uma só Religião
A despeito de constantes conflitos que há séculos envolvem as religiões na visão de inúmeros expositores, os bahá'ís se apoiam nos próprios
ensinamentos dessas religiões para enfatizar que todas as religiões, ao
contrário, ensinam o amor e a unidade - sendo a intolerância e o fanatismo origem de tais conflitos.[2] É proibido o fanatismo na Fé Bahá'í, o que consistiria
em se fechar a dogmas que muitas vezes podem ser mal-interpretados. A luz
do princípio de que todas as religiões provém de Deus, os homens podem
procurar compreender e desta forma eliminar os preconceitos religiosos.
A 'religião de Deus', ou 'religião una' descrita através da sucessiva revelação
Divina a cada época, foi denominada Revelação Progressiva. De acordo com os bahá'ís, este conceito não é exclusivo da Fé Bahá'í, mas apresentada de
diferentes maneiras em todas as religiões. Moisés fez a promessa ao povo de
Seu tempo sobre a vinda de um messias, quando Cristo afirmou ser o
Prometido, também advertiu a Seu povo sobre a vinda de um Messias. Os escritos bahá'ís delineiam categoricamente as religiões que fazem parte da
revelação de Deus: o sabeísmo, hinduísmo, judaísmo, budismo, zoroastrismo,
cristianismo, islamismo, fé babí e fé bahá'í.
Sobre a mudança entre as Leis e Ensinamentos de cada Manifestante, Bahá'u'lláh diz:
Os bahá'ís desenvolvem a ideia de que cada época diferente, exige necessidades diferentes. Assim como as leis de um país precisam evoluir
conforme evolui sua sociedade, as Leis de Deus sempre evoluem através das
religiões, conforme evolui a humanidade. A Fé Baha'í uma religiao monoteísta
Um só Mundo
Os Bahá'ís acreditam que o ser humano possui uma "alma racional", na qual provê à espécie uma capacidade única de reconhecer a Deus e a relação da
humanidade com seu criador. Todo ser humano é considerado possuidor do
dever de reconhecer a Deus através de seus Mensageiros e de Seus
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ensinamentos. Através do reconhecimento e obediência, serviço à humanidade
e práticas espirituais, os Bahá'ís acreditam que a alma pode se aproximar de
Deus. Quando um ser humano morre, a alma continua existindo no mundo
espiritual próximo ou distante de Deus, descreve a relação entre este mundo e o próximo, não sendo nenhum lugar físico, nem a sujeição a recompensas ou
punições.
Os Escritos Bahá'ís enfatizam a igualdade essencial do ser humano e a abolição de todos os tipos de preconceito. A humanidade é considerada essencialmente
uma, embora diversificada; esta diversidade de raça e cultura é considerado
merecedor de apreciação e tolerância. Doutrinas de racismo, nacionalismo, castas, e classes sociais são impedimentos artificiais da unidade.[4] Os
ensinamentos Bahá'ís declaram que a unificação da humanidade deve ser
assunto principal sobre as condições religiosas e políticas no tempo presente.[4]
Ensinamentos Princípios sociais
Os bahá'ís trabalham para a restauração da vitalidade espiritual da humanidade como um todo através de educação e da conscientização de que o
ser humano é um ser espiritual. Os princípios seguintes são frequentemente
listados para uma concepção abrangente dos ensinamentos bahá'ís. São
derivados das palestras e discursos de `Abdu'l-Bahá quando passou pela Europa e América do Norte. Não sendo estes princípios, portanto, limitados ou
definitivos, mas uma breve visualização dos fundamentos da Fé Bahá'í.[6]
Unidade de Deus - A Fé Bahá'í é monoteísta. Só existe um único e verdadeiro
Deus, embora adorado com diferentes nomes durante a história da revelação.
Unidade da religiões - Na compreensão bahá'í, religião é uma palavra sem
plural. Aceitar Baha'u'llah sem aceitar todos os que o precederam, Jesus, Buda,
Moisés, etc.. seria contraditório e incoerente.
Unidade da humanidade - A Fé Bahá'í é pelo fim de todo e qualquer tipo de
preconceito. Isso inclui a extirpação da discriminação racial, da desigualdade
entre os gêneros e mesmo quanto ao estilo de vida de cada um. Ainda que se
discorde das opções, deve-se cultivar um profundo amor por todo ser humano.
Unidade social - O Projeto Bahá'í de mundo inclui o fim dos extremos de
riqueza e pobreza e o estabelecimento da paz entre as nações, incluindo a
adoção de uma língua auxiliar comum a todos os países. Também é importante
a obediência ao governo e o não envolvimento nos jogos de poder dos partidos
políticos.
Unidade do conhecimento - Os Bahá'ís estimulam a livre busca pela
verdade, jamais controlada por clérigos ou qualquer poder moderador.
Defendem ainda a harmonia entre ciência e religião e uma educação universal,
de qualidade e gratuita em todo o mundo.
Ensinamentos Místicos
As escrituras bahá'ís, como as outras religiões, definem que o propósito da vida é o crescimento espiritual. Sendo este um desenvolvimento gradual, como
em um embrião no ventre materno, continuando eternamente após a morte. O paraíso referido em muitas escrituras religiosas, é apontado na Fé Bahá'í como
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metafórico, já que o desenvolvimento é eterno, trata-se apenas de uma
definição necessária adotada pelos Profetas anteriores para melhor
compreensão dos povos da época. Os budistas, por exemplo, definem como
atingir o Nirvana.
A "Imagem e Semelhança", para os bahá'ís, trata-se dos atributos de Deus que
refletem na alma humana, sendo como um espelho na qual reflete a "luz" das
perfeições divina, esse espelho, entretanto, deve ser polido de modo que possa refletir mais intensamente tais atributos. Acreditam que através da prática das
virtudes como bondade, humildade, honestidade, veracidade, serviço, e assim
por diante, o ser humano através da experiência da vida vai gradualmente
polindo este 'espelho', tornando-se mais rico em compreensão espiritual.
Os livros mais lidos de Bahá'u'lláh sobre textos místicos são "As Palavras Ocultas", "Os Sete Vales" e "Os Quatro Vales". Os bahá'ís, além dos atos e
conduta, desenvolvem a espiritualidade com ajuda de oração e recitação, como também a leitura de textos sagrados. É proibido o monasticismo, considerando
que a vida em reclusão nos monastérios não traduz o verdadeiro
desenvolvimento espiritual, por outro lado, o trabalho é intensamente
recomendado, tido como uma forma de adoração.
Obrigações Bahá'ís
Apesar de existirem muitas Leis bahá'ís expostas no Kitáb-i-Aqdas, atualmente a Casa Universal de Justiça considera apenas algumas como obrigatórias.
Quando uma pessoa se declara Bahá'í ela se compromete a cumprir as
seguintes obrigações:
Ler e meditar diariamente as escrituras sagradas;
Realizar diariamente uma das orações obrigatórias(curta, média ou longa);
Repetir 95 vezes do Máximo Nome diariamente;
Realizar o jejum bahá'í na época apropriada;
Abster-se do uso de drogas e álcool;
Realizar a peregrinação aos locais sagrados.
Fé Bahá'í no mundo Fontes Bahá'ís estimam cerca de 5 milhões de adeptos da Fé Bahá'í no mundo.[7], enquanto que similarmente várias enciclopédias estimavam entre 2
a 8 milhões de Bahá'ís no início do século XX. A Enciclopédia Britânica de 1998
estimou 7.6 milhões.[8]
A Fé Bahá'í é a segunda religião mais espalhada entre as religiões
independentes, de acordo com a Enciclopédia Britânica de 1992, levando em consideração o número de países alcançados. A Enciclopédia afirma haver sido
a Fé Bahá'í estabelecida em 247 países e territórios; representando cerca de
2.100 grupos étnicos, raciais e tribais; as escrituras bahá'ís foram traduzidas
para aproximadamente 800 línguas, possuindo 7 milhões de adeptos no
mundo.[8][9]
O país que possui maior concentração de Bahá'ís é a Índia, com 2,2 milhões de
seguidores[10]. O segundo é o Irã com cerca de 1 milhão de Bahá'ís[11]. No Brasil estima-se 57 mil membros[12].
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Administração
Edifício sede da Casa Universal de Justiça em Haifa, corpo administrativo da
comunidade internacional bahá'í
Por não ter clero, nem sacerdócio a administração da Fé Bahá'í é
essencialmente participativa. As atividades são sempre coordenadas
por corpos de nove membros eleitos pelos próprios Bahá'ís. Todos os Bahá'ís
maiores de 21 anos podem votar e ser votados. Nas eleições Bahá'ís não existe qualquer tipo de candidatura, nomeação, campanha eleitoral ou partidos.
Estes nove membros formam a Assembleias Espirituais Locais, em cada cidade onde os bahá'ís existem no mundo. Estes membros eleitos por sua vez, elegem
as Assembleias Regionais, que elegem a Assembleia Nacional. Por fim, os
membros eleitos na Assembleia Espiritual Nacional elegem os membros da
Casa Universal de Justiça, que é a instituição Suprema da Fé Bahá'í.
Nenhum indivíduo, ao ser eleito em quaisquer das instituições, possui autoridade individual. As decisões são de caráter consultivo e são válidas
somente se o "corpo" estiver completo, com o número mínimo de indivíduos (quorum).
A ordem administrativa Bahá'í foi delineada por seu Profeta-Fundador Bahá'u'lláh no Seu Livro Kitáb-i-Aqdas, e por 'Abdu'l-Bahá em A Última
Vontade e Testamento.
Shoghi Effendi, recebendo a Guardiania, traduziu diversas obras da literatura Bahá'í, desenvolveu planos globais para a expansão da comunidade Bahá'í e o
desenvolvimento do Centro Mundial Bahá'í, criou a estrutura administrativa da
religião, preparou a comunidade para a primeira eleição da Casa Universal de Justiça. Morreu em 1957, não havendo necessidade para que um sucessor
fosse apontado.
As principais instituições Bahá'ís tem o princípio de instaurar justiça nas comunidades bahá'ís, como descrita nas sagradas escrituras, bem como suprir
as necessidades ou resolver problemas locais, nacionais ou internacionais.
Envolvimento na Sociedade Organização das Nações Unidas
Como uma organização não-governamental, a Comunidade Internacional Bahá'í está envolvida em uma série de atividades que diz respeito a construção
da paz, direitos humanos, direitos das mulheres, educação, saúde e
desenvolvimento sustentável.[13] Bahá'u'lláh, em Seus ensinamentos, assinala
a necessidade de um governo mundial desta época. Devido a tal ênfase, muitos Bahá'ís escolheram ajudar nos esforço de melhorar as relações
internacionais como a Liga das Nações e a Organização das Nações Unidas. A
Comunidade Internacional Bahá'í é uma organização sob a direção da Casa
Universal de Justiça em Haifa, e possui estatuto consultivo para com as organizações seguintes:
Conselho Económico e Social (ECOSOC)
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM)
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
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A Comunidade Internacional Bahá'ís possui escritórios na ONU em Nova Iorque e Geneva, e representações nas comissões regionais da ONU e outros
escritórios em Addis Ababa, Bangkok, Nairobi, Roma, Santiago e Viena[14].
Recentemente um escritório do Programa para o Meio Ambiente e outro para o Fundo de Desenvolvimento para a Mulher foi instituído como parte do Escritório
da ONU. A Fé Bahá'í também empreendeu programas comuns de
desenvolvimento em várias outras agências das Nações Unidas.
Atividades Bahá'ís As instituições bahá'ís desenvolvem planos e ações que englobem todos os
indivíduos de sua comunidade, incluindo não-bahá'is. Os atos de serviço são
tidos como a forma mais legítima de desenvolvimento espiritual na vida humana. Algumas dessas atividades são reuniões devocionais, aula bahá'í para
crianças, grupo de pré-jovens e círculos de estudo, que são abertas ao público.
Tais atividades são frequentemente relacionadas à prática do estudo das
sequências do livro do Instituto Ruhi, embora não obrigatória. Todas as comunidades bahá'ís se esforçam como meta ter todas essas atividades.
Reuniões Devocionais
Reunião de oração aberta a todas as religiões. O objetivo é o crescimento espiritual e a unidade. É também oportunidade para estar em contato com a
Palavra de Deus. O Báb, Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá revelaram orações para
diversas ocasiões. As reuniões devocionais são frequentemente abertas nas
casas dos bahá'ís, mas não há nenhuma restrição quanto a ser aberta também na casa de não-bahá'ís, como tem sido feito.
Aula Bahá'í para Crianças
As crianças aprendem sobre virtudes e excelências, decoram alguns textos
sagrados e conhecem algumas histórias de 'Abdu'l-Bahá.
Grupo de Pré-Jovens
Um grupo dinâmico visando o empoderamento espiritual de pré-jovens entre
11 e 14 anos. Seguem uma sequência de livros, e têm como prática atos de serviço que o grupo escolhe.
Círculos de Estudo
Os círculos de estudo foi desenvolvido para aproximar um sistemático desenvolvimento entre a educação e o desenvolvimento comunitário. São
criados pequenos grupos, no qual completam uma sequência de livros,
facilitados por um tutor, uma vez terminado o livro, os participantes podem
também se tornar facilitadores para outros grupos.
O Instituto Ruhi é o programa mais utilizado, foi originalmente criado na
Colômbia, mas que pelo resultado obtido, foi expandido para uso em muitos
países no mundo. Atualmente o Instituto Ruhi é utilizado no mundo todo como parte das atividades estabelecidas pela Casa Universal de Justiça. O primeiro
livro da série envolve três temas centrais: Reflexão sobre a vida do espírito, a
oração e vida após a morte. Livros subsequentes incluem educação para as
crianças, vida das Figuras Centrais da Fé, serviço, e outros.
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O Programa atual das atividades bahá'ís inclui outros Institutos que estão gradualmente criando Livros que proporcionem o desenvolvimento pessoal
(espiritual) e comunitário, com base nos ensinamentos bahá'ís, estes novos
livros (cerca de 23) criam a oportunidade para a criação de grupos também para pré-jovens.
Ruhi (que significa do espírito) é a sequência mais utilizada. Criado originalmente na Colômbia, tendo sido adotado pelo mundo todo, consiste
atualmente em 7 cursos, cada curso possui um livro com temas específicos
baseados nos escritos Bahá'ís, tais como oração, educação, história, e assim
por diante.
Convenções e práticas Sociais Calendário
O calendário bahá'í é um calendário solar com 365 dias. Os anos são compostos por 19 meses de 19 dias cada, adicionado a um período chamado
"Dias Intercalares"(são 4 dias, e 5 quando é ano bissexto), entre o 18° e o 19° mês (26 de Fevereiro a 1 de Março). O Ano, no calendário bahá'í começa no
equinócio de outono no hemisfério sul no dia 21 de Março do calendário
gregoriano. O dia inicia-se e termina no por-do-sol.
O Calendário bahá'í foi instituído pelo Báb, posteriormente confirmado por Bahá'u'lláh. Cada mês possui um nome específico, simbolizando atributos de
Deus.
Símbolos
Um dos símbolos utilizados na Fé Bahá'í é uma estrela de nove pontas que representam as nove religiões monoteístas: Sabeismo, Hinduísmo, Judaísmo,
Zoroastrismo, Budismo, Cristianismo, Islamismo, Fé Babí e Fé Bahá'í.
Os números 8 e 9 são muito reverenciados pelos Bahá'ís, pelo fato de que este
número aparece várias vezes na história Bahá'í, como o período entre a revelação do Báb (1844) e a de Bahá'u'lláh (1853), e principalmente pelo valor
numérico da palavra Bahá` em Árabe. Além de representar por muitos o
número da perfeição, ou o número de maior dígito. No Monte Carmelo, no
Centro Mundial Bahá'í em Haifa, há quantidade considerável de estrelas de 8 pontas - a estrela de 8 pontas representa a religião islâmica, cuja base
arquitetônica foi utilizada no Petronas Towers, na Malásia - que também é
usualmente utilizada para representar a religião Bahá'í.
Casamento
Casamento Bahá'í é a união de um homem e uma mulher. Propõe uma essência espiritual na união dos cônjuges, de modo que esta seja harmoniosa e
que permita o desenvolvimento espiritual de ambos. Os ensinamentos Bahá'ís
confirmam a santidade do matrimônio, previsto em religiões anteriores, e classifica tal união como uma fortaleza para o bem-estar e salvação, colocando
o casamento e a família como base na estrutura da sociedade humana.
"O casamento bahá'í é o compromisso recíproco das duas partes, e sua ligação
mútua de coração e mente. Cada um deve, porém, exercer o máximo cuidado
para familiarizar-se totalmente com o caráter do outro, para que o firme
convênio entre eles seja um laço que dure para sempre. Seu propósito deve
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ser este: tornarem-se amorosos companheiros e camaradas, unidos um ao
outro por todo o sempre. ...
O verdadeiro casamento de bahá'ís é este: que o marido e a mulher estejam
unidos física e espiritualmente, que sempre melhorem a vida espiritual um do
outro, e que desfrutem de unidade sempiterna em todos os mundos de Deus."
('Abdu'l-Bahá, Seleção dos Escritos de 'Abdu'l-Baha)
Casas de adoração
Os templos Bahá'ís têm todos nove entradas, pela simbologia da estrela e de que o número nove é o maior dígito, o número da perfeição.
Assim conhecidas como Casas de Adoração pelos bahá'ís, esses templos são construídos unicamente para a realização de orações. Não havendo nenhuma
espécie de culto, é permitido a livre entrada de pessoas de todas as religiões.
Lá, cada indivíduo é incentivado a recitar as palavras reveladas por Deus,
sejam estas de Krishna, Moisés, Zoroastro, Buda, Cristo, Maomé, Báb ou Bahá'u'lláh.
Um dos templos mais conhecidos e visitados é o templo da Índia em Nova Delhi, sua arquitetura simboliza uma flor de lótus.
Os templos bahá'ís simbolizam a Unidade de Deus, Unidade de todos os Seus profetas e Unidade da Humanidade.
Perseguição Os Bahá'ís continuam sendo perseguidos em diversos países islâmicos, principalmente no Irã, onde cerca de 200 bahá'ís foram mortos entre 1978 e
1998, em reflexo ao histórico genocídio de 20.000 babís e bahá'ís entre 1850 e
1863, onde tanto governo como civis compactuaram com o crime.
Em 16 de dezembro de 2006, o Conselho Administrativo Supremo do Egito criou uma lei contrária a identificação da Fé Bahá'í em documentos oficiais,
tornando impossível a aquisição de documentos necessários como certidão de
nascimento, atestado de óbito e carteira de identidade. Eles também perdem a garantia de emprego, educação, tratamento médico ou voto, entre outros.[15] O
Diretor do EIPR (Iniciativa Egípcia para Direitos Pessoais) Hossam Bahgat,
declarou que agora a decisão é da corte do governo, e que este deve
"encontrar uma solução para que centenas de cidadãos consigam obter documentos oficiais que reconheçam sua fé, possível por cinco décadas, até
que o governo recentemente decide mudar a política e forçá-los a escolher
entre o Islamismo e o Cristianismo."[15]
Desde a Revolução Islâmica em 1979, os Bahá'ís iranianos tem tido frequentemente casas saqueadas, banidos de ingressar em universidades[16] ou
empregos públicos, e centenas de prisões sem justificativa aparente,
frequentes desaparecimentos e falta de julgamentos justos tem acometido esta minoria religiosa; recentemente tendo sido proibidos das práticas de círculos
de estudo. [17][18] Diversas vezes locais sagrados da Fé Bahá'í tem sidos
demolidos, como a casa de Mirzá Buzurg, pai de Bahá'u'lláh. A casa do Báb em
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Shiraz foi destruída duas vezes, sendo um dos três locais de peregrinação dos
Bahá'ís.[6]
Mesmo atualmente a situação é degradante para os bahá'ís, a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas revelou letra confidencial do comando
das forças armadas do Irã de outubro de 2005 que diz sobre identificar Bahá'ís
e monitorar suas atividades[19] e em novembro de 2005 os jornais state-run e influential Kayhan, cujo editor é apontado como sendo controlado pelo
líder supremo do Irã, Ayatollah Khamenei, publicaram perto de 13 dúzias de
artigos que difamam a Fé Bahá'í.[20]
Devido a estas ações, a Comissão de Direitos Humanos da ONU em 20 de março de 2006 declara que "as informações adquiridas como resultado do
monitoramento será usado como base para aumentar a perseguição, e discriminação contra membros da Fé Bahá'í, em violação aos padrões
internacionais." Ainda segundo a instituição, os últimos acontecimentos
indicam que a situação em relação às minorias religiosas no Irã estão piorando.
A ONU, bem como órgão Supremo da Fé Bahá'í, A Casa Universal de Justiça, tem realizado esforços para diminuir a violência e discriminação religiosa em
muitos países, especialmente no Irã.
Referências:
1. 'Abdu'l-Bahá, O Segredo da Civilização Divina, 2003 ISBN 85-320-0079-7
2. Esslemont, John E., Bahá'u'lláh e a Nova Era,('Nova Era' não está relacionado a movimento de nome similar) ISBN 85-320-0022-3
3. Bahá'u'lláh, Epístolas de Bahá'u'lláh, Editora Bahá'í do Brasil
4. Bahá'í_Faith, Tradução da Wikipédia em inglês, Human beings
5. Abdu'l-Bahá, Esplendor da Verdade, introdução, citação de Bahá'u'lláh registrado por E.G. Browne
6. Fé Bahá'í, Artigo Bahá'í da Wikipédia versão inglesa
7. The Bahá'ís,Site Oficial Internacional Bahá'í
8. Major Religions Ranked by Size, Quantidade de adeptos da Fé Bahá'í 9. Encyclopedia Britannica
10. BahaiIndia.org,Site Oficial Bahá'í da Índia
11. Conforme Enciclopédia Colúmbia de 1993, vide demography em (em
inglês)[en.wikipedia.org/wiki/Bahai]
12. Portal da Fé Bahá'í no Brasil,Site Oficial Bahá'í do Brasil 13. Bhá'í Topics, A Comunidade Internacional Bahá'í e as Nações Unidas
14. Bahá'í Statement Library, História de Cooperação Ativa da Comunidade
Internacional Bahá'í com as Nações Unidas
15. Sobre os direitos dos Bahá'ís no Egito (visitado a 26/12/2006)(em inglês)Egyptian Initiative for Personal Rights, Sobre a necessidade do Governo
do Egito em encontrar uma solução para o reconhecimento dos bahá'ís como
cidadãos egípcios
16. Portas Fechadas, Matéria sobre campanha no Irã para negar educação superior aos bahá'ís (visitado a 26/12/2006)
17. Sears, William - Quando o Coração Grita, O Genocídio dos Bahá'ís no Irã
18. PDF, Discriminação contra minorias religiosas no Irã (baixado em
26/12/2006) 19. tratamento aos seguidores da Fé Bahá'í no Irã(visitado a 26/12/2006)
20. The Bahá'ís, Lista e Análise de recentes ataques da Mídia no Irã (visitado a
26/12/2006)
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AYYAVAZHI
O Ayyavazhi (Tamil: : "Caminho do pai") é uma religião dramica
que se originou no sul da Índia no século XIX. É considerada uma religião independente do Hinduísmo. Nos censos indianos, porém, a maioria dos seus
seguidores declarar-se como hindus. Portanto, o Ayyavazhi também é
considerada uma seita hindu.
O Ayyavazhi é centrado na vida e preceitos de Ayya Vaikundar; suas idéias e
se baseiam na filosofia dos textos sagrados Akilattirattu Ammanai e Sera Nool.
Assim, Vaikundar Manu foi o avatar de Narayana. Ayyavazhi compartilha
muitas idéias com o Hinduísmo em sua mitologia e práticas, mas varia consideravelmente em seus conceitos de bem e do mal e sobre o Dharma. O
Ayyavazhi é classificado como uma religião dramica, devido ao seu foco central
sobre o dharma.
Embora o adeptos do Ayyavazhi estejam espalhados por toda a Índia, a maioria deles se concentram principalmente no Sul da Índia, concentram
especialmente em Tamil Nadu e Kerala. O número de praticantes é estimado
entre 700.000 e 8.000.000, embora o número exato é desconhecido, uma vez
que os seguidores do Ayyavazhi sejam relatados como hindus nos censos.
Principais crenças Os seguidores do Ayyavazhi acreditam na reencarnação e no Darma Yukam, a
oitava e última encarnação de Vaikundar, em que ele irá governar o mundo.
Esta religião condena o sistema hindu de castas.
O Ayyavazhi utiliza um símbolo não-antropomórfico como um ponto de
devoção e meditação. Este símbolo, o Elunetru, é identificado como uma sede
de Deus, mais do que como o próprio Deus. O mesmo é válido para o Elunetru
sob a sua designação alternativa, Asanam, que significa "lugar". Por detrás
desta Asanam, é instalado um espelho para reflectir o adorador, para ilustrar o princípio de que "Deus está dentro de você", sugerindo uma idéia sobre Deus
semelhante a da teologia hindu. O Ayyavazhi subscreve também 'Só um é
Deus e assim é para sempre."
Assim, os seguidores da Ayyavazhi afirmam que Brahma, Vishnu e Shiva são
simplesmente aspectos diferentes do mesmo Deus. A principal diferença entre
o Ayyavazhi e os demais hindus é que o primeiro reconhece um Diabo,
chamado de Kroni, e que é a personificação do mal primordial, que manifesta em diversas formas, tais como Ravana e Duryodhana em diferentes idades ou
yugas.
Kali, como o espírito de Kroni em Kali Yuga, é onipresente nesta idade. Esta é
uma razão pela qual os seguidores de Ayyavazhi, tal como outros hindus,
acreditamos que a actual Kali Yuga está decadente. No Ayyavazhi, Kali Yuga (um mundo mundano separado espiritualmente), dará origem a um mundo
espiritual conhecido como Dharma Yukam. A caridade é um dos princípios
primordiais, e Anna Dharmam (oferendas de alimentos) são feitas, pelo menos,
uma vez por mês em centros Ayyavazhi de culto.
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VIXNUÍSMO (VAINAVISMO)
Vixnuísmo ou vaisnavismo (de Vaishnava, que em sânscrito significa devoto de Vixnu) é uma das formas ou seitas do hinduísmo.
Brama e Xiva são os maiores vaisnavas dentro do universo material. Deles
descende o conhecimento espiritual que se manifesta na forma dos
quatro Vedas, os Puranas, os Upanixades, o Mahabharata (com seu sacratíssimoBhagavad-gita) e outros textos sagrados, que foram compilados
e escritos pelo santo, sábio e iluminado Vyasa.
A religião vaisnava se baseia no processo da bhakti-yoga, a adoração
devocional de Vixnu e suas encarnações ou avatares, tais como Krishna e
Rama, no processo de ioga denominado karma-yoga ou no estudo de escrituras (jñana-yoga).
Na Bengala do século XVI, a religião vaisnava foi revivida por Sri Chaitanya
Mahaprabhu(o próprio Sri Krishna que veio encarnado como um devoto),
filósofo, reformista social e religioso. Ele produziu uma revolução espiritual conhecida como Sankirtan, o canto congregacional dos Santos Nomes do
Senhor Supremo, especialmente o Maha-mantra, (o mantra supremo): Hare
Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare. Hare Rama, Hare Rama,
Rama Rama, Hare Hare.
O Ocidente entrou em contato pela primeira vez com um missionário
Gaudiya-vaishnava com a vinda a Nova York do grande Guru Vaishnava Srila
A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, que apresentou O Bhagavad-gita
Como Ele É, o Srimad Bahgavatam, o Chaitanya Charitamrta e muitos outros
livros importantes da tradição Vaishnava. Ele difundiu esse conhecimento por todo o mundo com a tradução e publicação em mais de 120 línguas desses
livros sagrados e a distribuição de milhões de cópias dos mesmos. Ele
promoveu o canto congregacional dos Santos Nomes de Radha e Krishna
(Sankirtan) em cada cidade e aldeia do mundo.
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SHIAVISMO (XIAVISMO)
O xivaísmo ou Shiavismo e até Sivaismo é o nome de uma das seitas mais
antigas do hinduísmo. Seus seguidores reverenciam a divindade Xiva como o Ser Supremo, que é tudo e que está em tudo, o criador, preservador,
destruidor e revelador de tudo o que existe. O xivaísmo está espalhado por
toda a Índia, Nepal e Sri Lanka, e também está presente em diversas partes da
Ásia Meridional como a Malásia, Cingapura e Indonésia.
Filosofia A filosofia do Shivaismo vem sendo transmitida de boca a orelha
essencialmente por três poemas: O Vijñâmabaïrava, o Shivasutra e o
Spendakarika. Alguns compreendem tudo do Shivaismo principalmente aquele
levado por dravidianos para os montes do Himalaia que se costuma designar
por Pratyabhijñâ.
Grandes Escolas: O Sivaísmo é composto de muitas escolas que apresentam variações regionais
e grandes diferenças filosóficas:
O Sivaismo Pashupata: A seita dos Pashupatas (sânscrito:
Pāśupatas) de origem desconhecida, possivelmente de 4000AC) é a mais
antiga forma do Śivaísmo. Os Pashupatas eram ascetas residentes,
principalmente, nos estados do Gujarat, Caxemira e Nepal.
Kashmir Shaivism. O Śivaísmo da Caxemira, codificado por Vasugupta (800 DC), é uma escola ‘abheda’, fundamentalmente monista, conhecida como
Pratyabhijna Darshana que explica a criação da alma e do mundo como
centelhas emitidas por Śiva em seu primeiro impulso dinâmico. Como (Self)
alma de tudo, Śiva é imanente e transcendente, real, porém abstrato criador, preservador, e destruidor.
Saiva Siddhanta: No teísmo monista do Rishi Tirumular (200 DC), Śiva
é causa eficiente e material, imanente e transcendente. A alma, criada por Śiva
está destinada a se fundir nele próprio. No realismo pluralista de Meykandar
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(1200 DC), Deus, a alma e mundo, são incriadas e eternamente coexistentes.
Śiva é causa eficiente, mas não a material.
Siddha Siddhanta: desenvolvido pelo Rishi Gorakshanatha (950 DC). É
um sistema monista conhecido como bhedabheda, que considera Śiva tanto imanente como transcendente. Śiva é, simultaneamente, causa eficiente e
material. A criação e o retorno final da alma e do cosmos para Śiva são
comparados a bolhas que emergem e retornam para a água.
Lingayatismo: Popularizado por Basavanna (1105-1167), esta versão do
não-dualismo qualificado, Shakti Vishishtadvaita, aceita tanto a diferença como
a não-diferença entre a alma e Deus, como são os raios para o sol. Śiva e a
força cósmica formam uma unidade, embora Śiva esteja além da sua criação
que é real não ilusória.
Siva Advaita: Este teísmo monista, formulado por Srikantha (1050 DC),
é chamado de Śiva Vishishtadvaita. A alma não é, em última análise, a perfeita
unidade com Brahman, mas partilha com o Supremo todas as suas diversas
qualidades. Appaya Dikshita (1554-1626) tentou reduzir esta união a uma
identidade absoluta - Shuddhadvaita.
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SHAKTISMO
haktismo ( sânscrito : Śāktaṃ , शाक्तं aceso.;, "doutrina do poder" ou
"doutrina da Deusa) é umadenominação de hinduísmo que se concentra o
culto a Shakti ou Devi - a Hindu da Mãe Divina - como o final, Deus
absoluto. É, juntamente com Shaivism e Vaisnavismo , uma das três
escolas primárias do hinduísmo.
Shaktismo respeita Devi (literalmente "Deusa"), como o
Supremo Brahman em si, "um sem um segundo", com todas as outras
formas de divindade, mulher ou homem, considerado apenas suas
manifestações diversas. Nos detalhes da sua filosofia e prática,
assemelha-se Shaktismo Shaivism. No entanto, Shakta s (em
sânscrito: Sakta , शाक्त ), os praticantes do Shaktismo, o foco maior parte
ou toda a adoração de Shakti, como o feminino aspecto dinâmico do
Divino Supremo. Shiva , o aspecto masculino da divindade, é considerado
apenas transcendente , e seu culto normalmente é relegada a um papel
auxiliar.
As raízes do Shaktismo penetrar profundamente na pré-história da
Índia. A partir da mais antiga conhecida a aparência da deusa na Índia
assentamentos do paleolítico superior a 22 mil anos atrás, através do
refinamento de seu culto na Civilização do Vale do Indo , seu eclipse
parcial durante o período védico , e subsequente seu recapeamento e
ampliação da tradição sânscrita clássica, tem sido sugerido que, em
muitos aspectos, "a história da tradição hindu pode ser visto como um
ressurgimento do feminino."
Ao longo de sua história , Shaktismo inspirou grandes obras da literatura
em sânscrito e filosofia hindu , e ele continua a influenciar fortemente o
Hinduísmo popular hoje. Shaktismo é praticado em todo o subcontinente
indiano e além, em inúmeras formas, tanto tântrica e não-tântricos,
contudo, os seus dois e mais visível são as maiores escolas
de Srikula (literalmente, a família de Sri ), mais forte no sul da Índia , e
osKalikula (família de Kali ), que prevalece no leste e norte da Índia.
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Shakti e Shiva
Shaktas conceber a Deusa
como o final, Deus
supremo. Ela é considerada,
simultaneamente a fonte de
toda a criação, bem como
sua incorporação ea energia
que anima e governa-lo. Foi
observado que "em nenhuma
parte na história religiosa do
mundo que nos deparamos
com essas mulheres
completamente orientada
para um sistema."
centram Shaktismo no Feminino Divino não implica uma rejeição da
divindade masculina ou neutro. No entanto, ambos são considerados
inativos, na ausência de Shakti. Conforme estabelecido na primeira linha
de Adi Shankara é hino Shakta renome, Saundaryalahari (c. 800 dC): "Se
Shiva está unido a Shakti, ele é capaz de criar agitação. Se é que ele
não, ele é incapaz até mesmo de São Paulo. " Este é o princípio
fundamental do Shaktismo, conforme salientado na imagem amplamente
conhecido da deusa Kali caminhando em cima do corpo sem vida
aparentemente de Shiva.
Em termos gerais, Shakti é considerada o próprio cosmos - ela é a
personificação da energia e dinamismo e força motivadora por trás de
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toda ação e existência no universo material. Shiva é o seu aspecto
masculino transcendente, proporcionando o fundamento divino de todo
ser. "Não há Shiva sem Shakti, ou sem Shakti Shiva. [...] Os dois, por si
só são um."
Conforme expresso pelo historiador Ramachandra Dikshitar VR (aqui
referindo-se a Shiva como Brahman), "Shaktismo é o Hinduísmo
dinâmico. A excelência do Shaktismo reside na sua afirmação de Shakti
como consciência e da identidade da Shakti e Brahman. Em suma,
Brahman é Shakti Shakti estática e dinâmica é Brahman. " Na arte
religiosa, esta dinâmica cósmica é poderosamente expressa na meia-
Shakti, Shiva, divindade meia conhecido como Ardhanari .
Shaktismo vistas a Devi como fonte de essência e substância de
praticamente tudo na criação, visível ou invisível, incluindo o próprio
Shiva. No -Bhagavata Purana Devi , uma escritura Shakta central, a Devi
declara:
"Eu sou Manifesto Divindade, Manifesto, Divindade e Divindade
Transcendente. SouBrahma , Vishnu e Shiva, bem
como Saraswati , Lakshmi e Parvati . Eu sou o Sol e eu sou o Estrelas, e
eu também sou a lua. Eu sou tudo animais e pássaros, e eu sou o pária
tão bem, e o ladrão. Eu sou a pessoa baixa de atos terríveis, ea grande
pessoa de obras excelentes. sou mulher, sou homem, e eu sou neutro ".
O religioso erudito MacKenzie C. Brown explica que Shaktismo
"claramente insiste em que, dos dois sexos, o feminino representa a força
dominante no universo. No entanto, ambos os sexos devem ser incluídos
no final, se é verdadeiramente final. O masculino eo feminino são
aspectos do divino, a realidade transcendente, que ultrapassa, mas ainda
abrange-los. Devi, em sua forma suprema, assim como a consciência
transcende gênero, mas sua transcendência não é separado de sua
imanência. "
de análise de Brown continua: "Na verdade, esta afirmação da unicidade
da transcendência e da imanência, constitui a própria essência da mãe
divina [e sua] triunfo final. - É não, enfim, que ela é infinitamente
superior à do sexo masculino os deuses que ela é que, de acordo com
[Shaktismo] -, mas sim que ela transcende a sua própria natureza
feminina como Prakriti negá-lo. sem "
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Associação com o Tantra
Um aspecto muito mal do Shaktismo é a sua estreita associação com o
Tantrismo - um, muitas vezes, provocante conceito ambíguo que sugere
tudo, desde a adoração no templo ortodoxo no sul da Índia, a magia
negra e ocultismo práticas no norte da Índia, para práticas sexuais
ritualizados (por vezes referido como " Neotantra ") no Ocidente. Na
verdade, nem todas as formas de Shaktismo são tântricos na natureza,
assim como nem todas as formas de Tantra são Shaktic na natureza.
Principais divindades Shaktas pode aproximar a Devi, em qualquer
de um grande número de formas;, todos eles
são considerados diversos aspectos, mas a
uma deusa. Suprema no entanto.
Com vários nomes usados para se referir a ela
- Devi, Chandika, Ambika, Kali, e uma profusão
de outros - é fácil esquecer que a Devi é
realmente um. [Na região central da escritura
Shakta Devi Mahatmyam ], a Devi revela que
ela é um sem um segundo, dizendo: "Eu estou
aqui sozinho no mundo. Quem mais há além
de mim?" Na sequência deste anúncio da unidade divina, que tem sido
chamado de Mahavakya , ou dito de grande Devīmāhātmya, ela explica
que todos os outros [deusas] são apenas projeções de seu poder, assim
como todas as outras formas em que habita.
A forma primária Devi adorado por um Shakta é sua ishta-devi . A
seleção desta divindade pode depender de muitos fatores, incluindo a
tradição familiar, a prática regional, linhagem guru, ressonância pessoal e
assim por diante. Há literalmente milhares de formas de deusa, muitas
delas associadas aos templos especial, as características geográficas ou
mesmo aldeias individuais. [ 21 ] Não obstante, várias deusas formas
populares são altamente conhecido e adorado em todo o mundo hindu, e
praticamente todos os divindade feminina no hinduísmo é Acredita-se que
uma manifestação de um ou mais destes "base" de formulários. A-
benevolentes deusas melhor conhecido do hinduísmo populares incluem:
1. Parashakti Adi : Deusa Transcendente, fonte original do universo.
[email protected] Página 96
2. Durga ( Amba , Ambika ): Deusa Mahadevi , a Divindade Suprema
e lutando forma demônio da esposa de Shiva Parvati.
3. Lakshmi ( Sri ): A Deusa do Material Cumprimento (riqueza, saúde,
sorte, amor, beleza, fertilidade, etc); consorte ( shakti ) de Vishnu
4. Parvati ( Gauri , a UMa ): A Deusa da Realização Espiritual (amor
divino, a saguna [isto é, material com qualidades] forma de Adi-
Parashakti); consorte (Shakti) de Shiva
5. Saraswati : A Deusa da Cultura Fulfillment (conhecimento /
educação, música, artes e ciências, etc); consorte (shakti) de
Brahma, identificado com o rio Saraswati
6. Gayatri : A Deusa como Mãe de Mantras
7. Ganga : Deusa Divina Rio, identificado com o rio Ganges
8. Sita : Deusa Rama s consorte '
9. Radha : Deusa Krishna é amante
10. Sati : A Deusa da relações conjugais; consorte original (Shakti) de
Shiva
Divindades Tântricas
Deusa grupos - como os "Nove Durgas" ( Navadurga ), "Oito Lakshmis"
( Ashta-Lakshmi ) ou o "Fifteen Nityas" - são muito comuns no
Hinduísmo. Mas talvez nenhum grupo revela os elementos do Shaktismo
melhor do que os dez Mahavidyas ( Dasamahavidya ). Através deles,
Shaktas acreditar ", é uma verdade sentida em dez facetas; diferentes
Divina Mãe é adorada e aproximou-se de dez personalidades. Cósmica
do" [ 23 ] O Mahavidyas são consideradas de natureza tântrica, e
geralmente são identificados como:
1. Kali : Deusa Cósmica destruição, morte ou "Devourer of Time"
(Divindade Suprema deKalikula sistemas)
2. Tara : A Deusa como guia e protetor, ou a Deusa como Salvador
[email protected] Página 97
3. Lalita-Tripurasundari ( Shodashi ): A Deusa que é "bonito em
Três Mundos" (Divindade Suprema de Srikula sistemas), o "Tantra
Parvati"
4. Bhuvaneshvari : Deusa Mãe do Mundo, ou a Deusa, cujo corpo é da
Terra / Cosmos
5. Bhairavi : A Deusa Fierce
6. Chhinnamasta : A Deusa Auto-Decapitated
7. Dhumavati : A Deusa da viúva
8. Bagalamukhi : A Deusa que paralisa os inimigos
9. Matangi : A Deusa Outcaste (em Kalikula sistemas), o primeiro-
ministro da Lalita (emSrikula sistemas), o "Tantra Saraswati"
10. Kamala : A Deusa de Lótus, o "Lakshmi tântrico"
Outros grupos importantes são a deusa Sapta-Matrika ("Seven Little
Mães"), "que são as energias dos diferentes deuses principais, e descrito
como assistir a grande Devi Shakta em sua luta com os demônios", e os
64 Yoginis .
Evolução histórica e filosófica O início do Shaktismo estão envoltas nas brumas da pré-história. A mais
antiga estatueta da Deusa Mãe descobertos em Portugal, pertencentes
ao Paleolítico Superior , foi carbono-datado a aproximadamente 20.000
aC. Milhares de estatuetas femininas mais cedo datada de c. 5500 aC,
foram recuperados na Mehrgarh , um dos mais importantes do
Neolítico sítios arqueológicos do mundo. Embora seja impossível
reconstruir as crenças espirituais de uma civilização tão distante
removido a tempo, a evidência arqueológica e antropológica atual sugere
que a religião do a grande civilização do Vale do Indo é provavelmente
um antecessor direto do Shaktismo moderna.
À medida que a civilização do Vale do Indo declinou lentamente e
dispersas, os seus povos misturados com outros grupos para,
eventualmente, dar origem a civilização védica (c. 1500-600
aC).Shaktismo tal como ela existe hoje, começou com a literatura da
Idade Védica; mais evoluiu durante o período formativo dos épicos
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hindus; atingiu seu pleno florescimento durante a Idade Gupta (300-700
dC), e continuou a expandir e desenvolver posteriormente.
O central e fundamental no texto mais Shaktismo é o Mahatmya
Devi (também conhecido como oSaptashati Durga , Chandi ou -Path
Chandi ), composto por cerca de 1.600 anos atrás. Aqui, pela primeira
vez ", o mítico, cultual e teológico diversos elementos relativos às
diversas divindades femininas foram reunidos no que foi chamado de"
cristalização da tradição da Deusa. “
Outros textos importantes incluem a canônica Shakta Upanishads , bem
como Shakta orientada literatura Puranic como o Purana Devi e Kalika
Purana , o Sahasranama Lalita (a partir do Brahmanda Purana ), o Devi
Gita (a partir de a Devi-Bhagavata Purana ), Adi
Shankara éSaundaryalahari e os Tantras .
Elementos de Shaktismo - mais notavelmente, a omnipresença do
culto à deusa, de alguma forma - infundiu hinduísmo popular. difundida
a sua influência sobre a religião também é refletido no ditado hindu:
"Quando em público, ser um Vaishnava amigos. Quando entre , ser um
Shaiva. Mas em privado, sempre será um Shakta. "
Os recentes desenvolvimentos relacionados com Shaktismo incluem o
surgimento de Bharat Mata(Mãe Índia "), o simbolismo, a crescente
visibilidade das mulheres santos e gurus hindus, e do aumento
prodigioso da nova "deusa" Santoshi Mata após o lançamento do filme
indiano Santoshi Jai Maa ("Viva a Mãe de Satisfaction") em 1975. Um
comentarista observa moderna:
"Hoje, assim como 10 mil anos atrás, as imagens da Deusa estão em
toda parte na Índia. Você vai encontrá-los pintados nas laterais de
caminhões, colado para os painéis de táxis, postered nas paredes das
lojas. Você vai ver muitas vezes uma cor pintura da Deusa afixados nos
lares hindus. Geralmente o quadro é pendurado no alto da parede para
que você tenha no seu pescoço guindaste para trás, olhando para cima
em direção a seus pés. [...] Na Índia, o culto da Deusa não é uma 'seita,
"É uma religião, [...] extraordinariamente espiritualmente e
psicologicamente tradição madura. Milhões de pessoas recorrem todos os
dias com anseio sincero de a Mãe do Universo."
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Culto Shaktismo engloba uma infinita variedade quase de crenças e práticas -
desde o animismo primitivo à especulação filosófica de primeira ordem -
procurar acessar o Shakti (Energia Divina ou Power), que se acredita ser
o da natureza e Devi formulário. Que [ 1 ] Os dois e mais visível são as
maiores escolas de Srikula (família de Sri ), mais forte no sul da Índia , e
os Kalikula (família de Kali ), que prevalece no leste e norte da Índia.
Srikula: Família do Sri
O Srikula (família de Sri ) tradição ( sampradaya ) centra-se na adoração
de Devi, na forma da deusa Lalita-Tripurasundari , que é considerado
como a Grande Deusa ( Mahadevi ). Enraizado no primeiro milénio antes
de Caxemira, Srikula se tornou uma força no sul da Índia, o mais tardar
no século VII, e é hoje a forma predominante do Shaktismo praticado na
Índia regiões Sul, comoAndhra Pradesh , Karnataka , Kerala , Tamil
Nadu e áreas tamil do Sri Lanka .
Conhecida escola Srikula o melhor é Srividya ", um dos movimentos
sofisticados teologicamente tantrismo mais influentes e Shakta". Seu
símbolo central, o Sri Chakra , é provavelmente a imagem mais famosa
visual em toda a tradição hindu tântrica. Sua literatura e na prática é,
talvez, mais sistemático do que qualquer outra seita Shakta.
Srividya amplamente vistas a Deusa como "benigno [ saumya ] e
linda [ saundarya ] "(em contraste com o foco Kalikula em" terrível
[ ugra ] e horripilante [ ghora ] formas deusa como Kali ou Durga). Na
prática Srikula, além disso, todos os aspecto da Deusa - se maligna ou
suave - identificado com Lalita.
Srikula adeptos na maioria das vezes adoração Lalita usando o
resumo Chakra Sri Yantra , que é considerada como sua forma sutil. O Sri
Chakra pode ser visualmente prestados, quer como um diagrama de duas
dimensões (seja estabelecida temporariamente como parte do ritual de
adoração, ou permanentemente gravada em metal) ou na tridimensional
forma piramidal, conhecido como o Sri Meru . Não é raro encontrar
uma Sri Chakra ou Sri Meru instalado em templos indianos do Sul, porque
- como praticantes modernos afirmam - "Não há dúvida que esta é a
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mais elevada forma de Devi, e que algumas das práticas pode ser feito
abertamente, mas. o que você vê nos templos não é o Srichakra te
adorar ver quando é feito em particular. "
O Srividya paramparas pode ser mais amplamente dividido em duas
correntes, o Kaula (a vamamargaprática) e
os Samaya (a dakshinamarga prática). O Kaula ou Kaulachara , apareceu
pela primeira vez como um sistema coerente ritual no século 8 na Índia
central, e seu teórico mais venerado é o filósofo do século
18 Bhaskararaya , amplamente considerado "o melhor expoente da
filosofia Shakta."
O Samaya ou Samayacharya encontra suas raízes nos trabalhos do
século 16 Lakshmidhara comentarista, e é "ferozmente puritana [em seu]
tentativas de reforma prática tântrica de forma a harmonizá-la com alta
casta brâmane normas. " Samaya Muitos praticantes negar
explicitamente quer se trate de Shakta ou Tântrica, embora os estudiosos
argumenta que seu culto continua tecnicamente ambos. A-Kaula divisão
Samaya marcas "uma velha disputa no Tantrismo hindu", e que é
debatido com vigor a este dia. Kalikula: Família de Kali
O Kalikula (família de Kali ) forma de Shaktismo é mais dominante no
leste e norte da Índia, e é mais prevalente em Bengala
Ocidental ,Assam , Bihar e Orissa , bem como partes
de Maharashtra e Bangladesh . Kalikula foco linhagens sobre o Devi como
a fonte da sabedoria (vidya ) e libertação ( moksha ). Eles geralmente
estão "em oposição à tradição bramânica", que consideram
"excessivamente conservadora e negando a parte experimental da
religião."
As principais divindades são Kalikula Kali , Chandi e Durga . Outras
deusas que gozam de veneração são Tara e todos os
outros Mahavidyas bem como deusas regionais como Manasa , a deusa
cobra, e Sitala , a deusa da varíola - uma delas, uma vez mais,
considerados como aspectos do Divino. Mãe de todos.
Dois grandes centros de Shaktismo em Bengala Ocidental
são Kalighat em Calcutá e Tarapith nodistrito de Birbhum . Em Calcutá, a
ênfase é sobre a devoção ( bhakti ) à deusa como Kali :
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Ela é "a mãe amorosa que protege seus filhos e cuja ferocidade guardas-
los. - Ela é aparentemente assustador com a pele escura, dentes
pontiagudos, e um colar de crânios - interiormente bonitas. Mas ela pode
garantir um bom renascimento ou insight religioso grande, e seu culto é
muitas vezes comum - especialmente em festivais, como Kali Puja ePuja
Durga ]. adoração pode envolver a contemplação do devoto de união com
amor ou da deusa, a visualização de sua forma, cantando [de
sua mantras , orações diante de sua imagem ou yantra , e dando [de]
oferta. "
No Tarapith, a manifestação Devi como Tara ("Ela Quem Salva")
ou Ugratara ("Tara Fierce") é ascendente, como a deusa que concede a
liberação ( kaivalyadayini ). [...] As formas de sadhana realizados aqui
são mais yoga e tantrade devocional, e que muitas vezes envolvem
sentado sozinho na cremação] terra, cercado por cinzas e
ossos.Há xamânica elementos associados com a tradição Tarapith,
incluindo a "conquista da deusa, exorcismo, trance, e controle dos
espíritos."
O e devocional base filosófica de todo o ritual, todavia, continua a ser
uma visão generalizada do Devi como absoluto, a divindade
suprema. Conforme expresso pelo século XIX santo Ramakrishna , uma
das figuras mais influentes na moderna Bengali Shaktismo:
"Kali é outra coisa senão Brahman. Aquilo que é chamado Brahman é
realmente Kali. Ela é a Energia Primordial. Quando essa energia
permanece inativo, eu chamo de Brahman, e quando Ele cria, preserva
ou destrói, eu chamo de Shakti ou Kali . O que vocês chamam de
Brahman eu chamo de Kali reconhecer. Brahman e Kali não Brahman
diferente. Eles são como fogo e seu poder de queimar: se acha que um
dos incêndios se deve pensar em seu poder, para queimar. Se alguém
reconhece Kali é preciso também novamente, se se reconhece Brahman é
preciso reconhecer Kali. Brahman e sua potência é idêntica. É Brahman a
quem me dirijo como Shakti ou Kali. " Festivais
Shaktas comemorar mais importantes festivais hindus, bem como uma
enorme variedade de locais, ou deidade específica observâncias
templo. Alguns dos mais importantes eventos estão listados abaixo:
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Navratri
O mais importante festival Shakta é Navratri (literalmente, "Festival das
Nove Noites"), também conhecido como "Sharad Navratri" porque cai no
mês hindu de Sharad (Outubro / Novembro). Este festival - muitas vezes
em conjunto com o décimo dia seguinte, conhecido
comoDusshera ou Vijayadashami - celebra a deusa Durga é a vitória
sobre uma série de demônios poderosos do Mahatmya Devi . Em
Bengala , os quatro últimos dias de Navaratri são chamados de Durga
Puja e marca um episódio em particular: icônico assassinato de Durga
de Mahishasura literalmente, o "Búfalo Demon").
Apesar de todas as denominações Hindus celebram a Festa do Outono
Navratri, Shaktas também comemorar dois Navratris adicional - uma na
primavera e outra no verão. A Festa da Primavera é conhecida
como Vasanta Navaratri ou Navatri Chaitra , e comemorado no mês hindu
de Chaitra (Março / Abril). linhagens Srividya dedicar este festival para a
forma como a deusa Devi Lalita . O festival de verão é chamadoAshada
Navaratri , uma vez que é realizado durante o mês hindu
de Ashadha (Junho / Julho). O popular Vaishno Devi templo
em Jammuobserva sua celebração Navaratri importante durante este
período. Ashada Navaratri , por outro lado, é considerado
particularmente auspicioso para os devotos da deusa de cabeça de
javali Varahi , um dos sete Matrikas nomeado na Devi Mahatmya .
outros
Lakshmi Puja observado por Shaktas e muitos outros hindus a completa
após noite de lua no Outono Durga Puja. é maior festival de Lakshmi, no
entanto, é Diwali (ou Deepavali , o "Festival das Luzes"), um feriado
Hindu principal comemorado em todo Índia. No norte da Índia, Diwali
marca o início do Ano Novo tradicional, e é realizada na noite da lua nova
no mês hindu do Kartik (geralmente outubro ou novembro). Shaktas (e
muitos não-Shaktas) celebrá-lo como outro Puja Lakshmi, colocando
lâmpadas de óleo pequena fora de suas casas e orando por deusa
bênçãos do. [ 57 ] Diwali coincide com a celebração do Kali Puja, popular
em Bengala, e algumas tradições Shakta foco seu culto na Devi como
Kali, em vez de Lakshmi.
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Jagaddhatri Puja é comemorado nos últimos quatro dias do Navaratis, na
sequência de Kali Puja. É muito semelhante a Durga Puja em seus
detalhes e respeito, e é especialmente popular em Bengala e em algumas
outras partes da Índia Oriental.
Gauri Puja é realizado no quinto dia após a Ganesh Chaturthi ,
durante Ganesha Puja na Índia Ocidental, para comemorar a chegada
deGauri , a mãe de Ganesha, para vir e trazer seu filho de volta para
casa.
Há datas variante para Saraswati Puja , dependendo da região e da
tradição local. Comumente, no quinto dia do mês hindu
de Phalguna(janeiro-fevereiro), os alunos oferecem os seus livros e
instrumentos musicais a Saraswati e ore por suas bênçãos em seus
estudos. Em algumas partes da Índia, Saraswati Puja é comemorado no
mês de Magh, em outros, durante os últimos três dias de Navratri .
Shakta templo festivais mais importantes são Meenakshi
Kalyanam e Ambubachi Mela . Meenakshi Kalyanam observa auspiciosa
ocasião do casamento de Devi (como Meenakshi ) ao Senhor
Sundareshwara ( Shiva ) é centrado em torno do Templo de Amã
Meenakshi em Madurai , Tamil Nadu . Ele é executado por 12 dias,
contados a partir do segundo dia do mês lunar de Chaitra , em abril ou
maio. Ambubachi Mela é uma celebração da menstruação anual da deusa,
realizada em junho / julho (durante a época das monções) no Templo
Kamakhya , Guwahati, Assam. Aqui, a Devi é adorado na forma de
uma yoni como pedra sobre a qual uma mola-matizada flui naturalmente
vermelho.
Templos
Há milhares de templos Shakti , grande ou pequenos, famosos ou
obscuros. Além disso, inúmeras cidades, vilas, aldeias e pontos de
referência geográfica são nomeados para as várias formas de o.
Devi "Neste país enorme, resorts sagrado da deusa são inúmeras ea
popularidade do seu culto é comprovado mesmo em nomes de lugares da
Índia. "
Por diversas vezes, diferentes autores têm tentado organizar alguns
destes em listas de " Shakti Peethas ", literalmente" assentos do Devi",
ou, mais amplamente," Lugares de Poder ". Numeração de quatro a 51
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(na famosa lista dos mais, encontrou na cudamani Tantra ),
"a Peethas [se] um tema popular dos escritores medievais, muitos dos
quais teve a maior liberdade na fabricação dos nomes de lugar, as deusas
e sua Bhairavas [consortes]. "
Crítica Shaktismo às vezes tem sido descartada como uma superstição, magia-
negra infestadas prática que dificilmente se qualifica como uma
verdadeira religião em tudo. Uma crítica representante deste tipo
emitido a partir de um sábio indiano na década de 1920:
"O Tantras são a bíblia do Shaktismo, identificando toda a força com o
princípio feminino na natureza e ensinando uma adoração indevida das
esposas de Shiva e Vishnu à negligência dos seus colegas masculinos. É
certo que um grande número de habitantes da Índia são guiados em sua
vida diária por Tantrik de ensino e estão em cativeiro com as
superstições bruta incutida nestes escritos. E, de fato, dificilmente se
pode duvidar que Shaktismo é Hinduísmo e chegou ao seu pior estágio
mais corruptos do desenvolvimento. "
Estudiosos de várias críticas como atributo para a ignorância, a
incompreensão ou a polarização sectária, por parte de alguns
observadores, bem como práticas abusivas por parte de alguns
Shaktas. "É neste contexto que muitos hindus na Índia de hoje negar a
relevância do Tantra a sua tradição, passado ou presente, identificando o
que eles chamam de tantra-mantra ."
Dentro do Hinduísmo, não é incomum encontrar afirmações de que o
Vaishnava e escolas Shaiva de chumbo hinduísmo para moksha, ou
libertação espiritual, enquanto Shaktismo leva apenas asiddhis (poderes
ocultos) e bhukti (prazeres materiais) - ou, na melhor das hipóteses,
para Shaivism . Por exemplo, o falecido líder ShaivaSatguru Sivaya
Subramuniyaswami ensinou que a adoração do manifesto feminino é
meramente um veículo para atingir o imanifesto masculino,
ou Parasiva . é o sucessor Subramuniya, Satguru Bodhinatha
Veylanswami , publicou recentemente um ensaio sobre Hindu abordagens
diferentes para Deus que não discutir Shaktismo em tudo.
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teólogos Shakta contador que cada um dos Divina Mãe é uma forma
a Brahma Vidya , ou caminho auto-contidas a sabedoria
suprema. Osadhaka de qualquer uma dessas formas deusa "alcança
finalmente, se sua aspiração é, o propósito supremo da vida - e Deus-
realização. Auto-realização" Mataji Devi Vanamali do
Vanamali ashram em Rishikesh resume a posição Shakta como se segue:
"Em seu aspecto transcendental, ela é Prakriti , a forma de Brahman
absoluto. Portanto, quando o culto da Mãe Divina, não estamos apenas
oferecendo adoração ao supremo, em seu aspecto da maternidade, mas
também adorar o Supremo Absoluto. Ela é o aspecto do poder supremo
por cuja graça só vamos finalmente liberada das trevas da ignorância e
da servidão de maya e levado para a morada do conhecimento imortal,
imortalidade e felicidade. "
A expansão para além do Sul da Ásia
A prática do Shaktismo já não está confinado ao Sul da Ásia. Shakta
templos tradicionais têm surgido em todo o Sudeste Asiático ,
a América , Europa , Austrália e outros lugares - alguns com entusiasmo
a participação de não-índios, bem comodiáspora
indiana hindus. Exemplos no Estados Unidos incluem a Kali
Mandir em Laguna Beach, Califórnia ; e Sri Rajarajeswari
Peetam , uma Srividya templo ruralRush, Nova York . O templo Rush foi,
de fato, recentemente objecto um profundo estudo acadêmico em
explorar a "dinâmica do hinduísmo diáspora", incluindo a entrada séria e
participação dos não-índios na religião Hindu prática tradicional.
Shaktismo também se tornou um foco de alguns buscadores espirituais
ocidentais de tentar construir novas Deusa-fé centrada. Um estudo
acadêmico da Kali entusiastas ocidentais observou que, "como mostra a
história de todos-cultural religiosa transplantes de cruz, a devoção a Kali
em o Ocidente deve assumir as suas próprias formas indígenas se for
para se adaptar a seu novo ambiente."
No entanto, estas fusões Leste-Oeste também pode aumentar e
preocupantes questões complexas de apropriação cultural .
Alguns escritores e pensadores ", nomeadamente as feministas e os
participantes em New Age espiritualidade que são atraídos para adorar a
deusa ", têm explorado Kali sob uma nova luz. Ela é considerada como
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um "símbolo da totalidade e da cura, associadas principalmente com o
poder feminino e a sexualidade reprimida."
Estas novas interpretações, principalmente originários de "fontes
feministas, quase nenhum dos quais baseiam suas interpretações sobre
uma leitura atenta de origem indiana Kali", e tendem a demonstrar a
dificuldade de "importação o culto de uma deusa de outra cultura quando
o simbólico profundo significado embutido na cultura nativa não estão
disponíveis. "
Uma forte motivação por trás do interesse do Ocidente é que muitos
conceitos centrais do Shaktismo - incluindo aspectos da kundalini yoga,
assim como a adoração à deusa - era uma vez "comum aos
hindus, caldeus , gregos e romanos civilizações ", mas foram amplamente
superados no Ocidente, como bem como o Próximo e Médio Oriente, com
a ascensão da religiões abraâmicas:"
Desses quatro grandes civilizações antigas, o conhecimento prático das
forças internas de iluminação tem sobrevivido em grande escala somente
na Índia. Somente a Índia tem a tradição da Deusa resistiu. Esta é a
razão pela qual os ensinamentos da Índia são tão preciosos. Eles nos
oferecem um vislumbre do que a nossa própria sabedoria antiga deve ter
sido. Os índios têm preservado o nosso patrimônio perdido. [...] Hoje é
até nós para localizar e restaurar a tradição da deusa. Faríamos bem em
começar a nossa pesquisa na Índia, onde por não um momento em toda
a história humana tem os filhos da Deusa viva esquecido sua Mãe
Divina."
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SMARTISMO
Os Smartas, os Hindus mais ecléticos, crêem que Moksha é alcançada através apenas de Jñana-yoga, defendido como um caminho intelectual e meditativo, mas não como Kundalini. Os estágios progressivos do Jñana-yoga inclui o estudo das escrituras ou Shravana; reflexão, Manana, e meditaçã, Dhyana. Guiado por um Guru realizado, e declarando a irrealidade do mundo, o iniciado medita em si mesmo como Brahman, para quebrar a ilusão ou Maya. Os devotos devem, também, escolher dos três caminhos para cultivar a devoção, acumular um bom Karma, e purificar a mente: Bhakti-yoga, Karma-yoga e Raja-yoga, os quais conduzem a iluminação.
SIVAISMO
para os Sivaístas, a realização está dividida em quatro estágios progressivos,
da crença e prática, chamados de Charya, Kriya, Yoga e Jñana. A alma se desenvolve através do Karma e da reencarnação; da esfera instintivo-
intelectual, dentro de uma vida virtuosa e moral, indo ao templo para adorar e
devocionar, seguida pela adoração internalizada ou Yoga (união), e disciplina
meditativa.
A união com Siva advém através da Graça do Satguru (mestre espiritual), e culmina no estado de maturidade da alma ou Jñana, sabedoria. O Sivaísmo
valoriza tanto o Bhakti-yoga, Yoga devocional, como o Sadhana ou prática
contemplativa.
VAISHNAVISMO
VAISHNAVISMO: a maioria dos Vaishnavas acreditam que a religião é uma
realização de Bhakti-Sadhana, e de que as pessoas se comunicam com Deus e recevem a Sua graça através de Darshana da Deidade.
Os caminhos de Karma Yoga, Jñana-yoga, conduzem a Bhakti-yoga. Entre a
prática principal dos Vaishnavas está o canto dos Santos Nomes dos Avataras,
ou encarnações de Visnu, especialmente Rama e Krishna; A liberação do
Samsara é alcançada através da total rendição, Prapatti, para Vishnu, Krishna ou sua consorte Eterna, Radharani.
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BABISMO
O Babismo é o nome dado no ocidente a religião messiânica fundada
na Pérsia em 1844, por Siyyid 'Ali-Muhammad, auto-intitulado, o Báb. "Báb"
significa "a Porta" pois considerava-se como "a porta que conduz para o
conhecimento da Verdade Divina" e para "uma nova era na história da humanidade". É considerada pelos Bahá'ís como a primeira Revelação da Era
Bahá'í.
História
Inicialmente os Babís eram estritos observadores dos costumes islâmicos. O
Livro "Rituals in Babism and Baha'ism", de Denis MacEoin, registra a seguinte
passagem do Báb: "O que Maomé declarou lícito, permanecerá lícito até o dia
do Juízo, e o que ele declarou ilícito permanecerá ilícito até o dia do Juízo."
Entretanto em 1848 a história do babismo sofreu uma mudança brusca
quando seu fundador clamou ser ele mesmo o Qa'’im, o Imã prometido do
Islão que chegaria no fim dos tempos. O movimento Babí tornou-se então um
movimento estritamente reformador e revolucionário.
A reação do clero muçulmano foi forte e imediata. O Báb, assim como seus
seguidores, foi humilhado, difamado, agredido, preso, espancado,
encarcerado e finalmente executado em praça pública. Em um período não
maior de cinco anos cerca de 20.000 de seus seguidores morreram em uma
série de massacres violentos por toda a Pérsia. Os restos mortais do Báb repousam hoje em Israel, sob uma cúpula dourada na baía de Haifa,
no Centro Mundial Bahá'í.
Prática religiosa
A perseguição que os Babís sofreram se deve principalmente a natureza
essencialmente revolucionária desta nova Fé. O Báb estabeleceu novas
práticas de oração e jejum e aboliu as orações congregacionais. Também
escreveu uma série de cartas e livros que segundo seus seguidores superaram e explicaram o Alcorão. O Báb também compôs uma enorme
variedade de orações e instruiu seus seguidores sobre novas práticas
religiosas, como por exemplo:
Aboliu o uso de véus entre as mulheres.
Trocou a saudação islâmica allahu akbar (Deus é o Grande)
por allahu abha (Deus é o Glorioso)
Permitiu o uso de anéis, lápides e tatuagens.
Reformou as leis de matrimônio, divórcio e herança.
Pregou a construção de novos locais de adoração.
Estabeleceu como local de peregrinação Sua casa em
Shiráz, na Pérsia.
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Modificou a Lei de Pureza, incluindo permissão dos homens
para o uso de ouro e seda.
Criou um novo calendário, baseado em 19 meses de 19
dias cada.
Muitas das exigências do Babismo nunca foram implementadas, dado o curto
ministério de seu fundador. Essas foram modificadas por Bahá'u'lláh
Doutrina religiosa
Segundo os babis, o objetivo de todas estas mudanças bruscas na prática
religiosa, anunciava o fim da Charia Islâmica e o início de uma nova Charia.
De fato, a incessante mensagem de seu fundador era que ele mesmo tinha a
missão de preparar a humanidade para a vinda de um outro manifestante de Deus, muito maior do que ele em glória e autoridade e que em breve viria a
se manifestar. Atualmente existem poucos babis no mundo, conhecidos como
azalis, pois a grande maioria de seus adeptos aderiu a Fé Bahai, a partir do
anunciamento da missão de Bahá'u'lláh em 1863.
O Bayan Persa
O Bayán (Exposição) Persa é o livro sagrado do Babismo. Foi escrito em persa pelo Báb enquanto era prisioneiro na fortaleza conhecida como
Máh-Kú. O Bayan Persa é composto de nove Vahíds (Unidades), com
dezenove capítulos cada uma, perfazendo um total de oito mil versículos.
Trata-se de um monumental repósitório de leis cujos objetivos principais
eram:
1. Revogar leis do Islão, embora sustentando a missão divina de Maomé, do
mesmo modo que Maomé antes reconheceu a origem divina de Jesus
Cristo, mas abrrogou alguns preceitos do evangelho.
2. Fornecer uma interpretação para o significado de certos termos e figuras que ocorreram freqüentemente nos livros sagrados de eras anteriores.
3. Tecer os mais nobres elogios para "Aquele que Deus tornará Manifesto"
(Bahá'u'lláh), preparando assim seus seguidores a reconhecê-lo e recebé-
lo quando Ele chegar.
EDIÇÃO: FERNANDO GUEDES
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