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A capital nordestina mais desejada pelos turistas está abaixo da média em itens básicos como educação, saúde e segurança
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OutubrO de 2015 • anO 6 • nº 32 • www.portalbmais.com.br
a revista da bahia
Rio VeRmelhoA polêmica reforma do bairro boêmio
mobilidadeO que tem sido feito para melhorar o trânsito da capital?
TuRismoSetor hoteleiro busca alternativas para evasão dos turistas
a cidade é nossaIniciativas populares buscam a ocupação do espaço urbano
“O maiOr cOmbate que se faz aO crime é na fiscalizaçãO dO trânsitO”, defende especialista
A cApitAl nordestinA mAis desejAdA pelos turistAs está AbAixo dA médiA em itens básicos, como educAção,
segurAnçA e sAúde
Como impulsionar salvador?
R$ 9,90
Tiragem auditada:10 mil exemplares
sumário
Galeria do leitorOnline e Mural
Fórum [B+]
bloco de notasacontece Feira de SantanaImóveis + Executivos buscam emprego
COMO IMPuLSIOnar SaLVadOr
rio Vermelho de cara nova[C] armando avena:Salvador tem potencial para pesquisaa cidade é do povo
[C] Luiz Fernando Studart:a capital pode ser mais inteligenteComo melhorar a mobilidade urbana?Estacionar está caroautos&Motos
O desafio do TurismoUma nova possibilidade parao Centro Históricouma pergunta para:Russo PassapussoSegurança pública em pauta25 anos de consultoria
Sabor:a comida tomou conta da cidadedecoração: a casa de Carybé
[C] ermiro neto:jurídico a favor do urbanoGreve na Ufbanotas de tec
Conte aíarte
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EU COMPRAR DO PEQUENO NEGÓCIOTODOS OS DIAS
O Movimento Compre do Pequeno Negócio,
que aconteceu no dia 5 de outubro, não acaba
agora. Afinal, todo dia é dia de comprar do
pequeno. Assim como todo dia é dia de cuidar
da gestão, inovar e receber os clientes com
carinho e dedicação. Fortalecer e incentivar as pequenas empresas, esse negócio também é seu. #compredopequeno
expediente
[conselho editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Renato Simões Filho, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira
[editor-chefe]Pedro Hijo ([email protected])
[repórter]Lorena Dias ([email protected])Tede Sampaio ([email protected])
[designer]Adna Novaes ([email protected])
[projeto gráfico]Leandro Maia, Rafaela Palma e Gabriel Cayres
[fotografia]Studio Rômulo Portela e Luciano Oliveira
[revisão]Cristiane Sampaio
[colunistas]Armando Avena, Ermiro Neto, Luis Fernando Studart, Núbia Cristina, Roberto Nunes, Rubem Passos
A Revista [B+] não se responsabiliza pelas opiniões, ideias, conceitos e posicionamentos expressos nos publieditoriais, anúncios e colunas por serem de inteira responsabilidade de seus autores.
tIrageM audItada10 MIL exeMPLareS
revista [b+] edição 32Outubro de 2015
[periodicidade] Mensal[impressão] Grasb
CAPAAdna Novaes[ilustração] Gentil
A Revista [B+] pode ser lida no portalbmais.com.br, tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas de Salvador. Encontre a [B+] nos seguintes pontos de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura (Salvador Norte Shopping e Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra, Shopping da Bahia e Shopping Paralela) e bancas selecionadas. A [B+] ainda é distribuída em 188 municípios do estado.
pOntOs de Venda
[conselho institucional] Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), João Pedro Bahiana, (AJE-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (Abih-BA), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Moacyr Maciel (Abap), Roberto Ibrahim (CRA-BA), Rodrigo Paolilo (Júnior Achievement) e Wilson Andrade (Abaf)
[presidente]Rubem Passos Segundo ([email protected] )
[diretor Geral]Renato Simões Filho ([email protected])
[diretor de publicações]Claudio Vinagre ([email protected])
[diretora de marketing]Bianca Passos ([email protected])
[Gerente comercial]Ana Beatriz Sampaio ([email protected])
reserva de anúncio [email protected] / 71 3012-7477
[representantes]brasília Karla Martins - Tel.: (61) 3226-2218 - [email protected] feira de santana Júlio Mendonça - Tel.: (75) 9955-5514 - [email protected] Ananias Gomes - Tel.: (85) 9987-1780 - [email protected] recife Ceci Barroso - Tel.: (81) 8791-3780 - [email protected] rio de Janeiro e são paulo: Roberto Cathoud - Tel.: (11) 999089891 - [email protected]
realização Editora Sopa de Letras Ltda.
Av. ACM, 2.671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, Brotas - CEP: 40.280-000 - Salvador - Bahia - Tel.: 71 3012-7477
cnpJ 13.805.573/0001-34
expediente
Com a competência do Administrador, tudo fica no azul.
Uma homenagem do Sistema Conselhos Federal eRegionais de Administração aos nossos profissionais
tudomaisazul.com.br | radioADM.org.br
9 DE SETEMBRO, DIA DO ADMINISTRADOR #ADM50anos
editorial
É desanimador que uma cidade com o potencial de Salva-
dor tenha sido ultrapassada por outras capitais em tantos
aspectos. A principal cidade do país perdeu este posto para o
Rio de Janeiro, deixamos de ser a primeira capital do Nordes-
te, perdemos esta para Fortaleza, e aquela que era a primeira
metrópole nordestina foi ultrapassada por Recife.
A insatisfação com a cidade influencia diretamente nos
nossos negócios. Uma cidade que não valoriza seu potencial
não atrai investimentos e ainda perde profissionais talen-
tosos, que preferem fazer carreira em outros estados com
economias mais aquecidas.
Recente pesquisa desenvolvida pela consultoria Urban
Systems coloca Salvador no 31º lugar em um ranking das 50
cidades mais inteligentes. Por “inteligente” entende-se aquela
cidade que utiliza a tecnologia para o bem dos cidadãos. A
capital baiana (como você pode ver na página 28) não aparece
nem entre as 100 primeiras colocadas em itens como educa-
ção, saúde e segurança. Há um longo caminho pela frente.
Essa insatisfação geral com Salvador contagiou a nossa
redação, que foi atrás dos gargalos da capital baiana e topou
a missão de conversar com aqueles que estão propondo solu-
ções para os problemas. Há quem esteja pensando em como
resolver o trânsito caótico, quem proponha dar um upgrade
no turismo e quem pense em revitalizar áreas importantes
para a cidade. Entrevistamos especialistas, secretários, em-
presários e moradores para entender por que Salvador parou
no tempo e como podemos mudar isso.
Temos talento para as artes, criatividade para levar a
vida, tolerância com o próximo, diversidade, autenticidade,
Salve, Salvador
pedro Hijo, editor-chefe da revista [b+]
paisagens que dispensam qualquer filtro de
Instagram. Mas falta educação, falta planeja-
mento, faltam estratégias, falta tecnologia. Se
pensarmos Salvador para o cidadão, certa-
mente o turista virá.
Acreditamos que se apropriar da cidade é
o primeiro passo para compreendê-la e pro-
por saídas. Por isso são louváveis as iniciati-
vas populares de utilização do espaço urbano
como A Feira da Cidade ou o Canteiros Cole-
tivos. Falamos sobre essas interações entre o
morador e a cidade na página 40. Além disso,
pedimos para o chef Gabriel Lobo reproduzir
a receita do sanduíche que faz as pessoas
lamberem os dedos em food trucks na capital
e visitamos a antiga casa do artista argentino
Carybé, que tão bem desenhou a Bahia.
Nós somos o que buscamos, por isso, com
esta edição, queremos repensar a capital e
descobrir como impulsionar Salvador.
SALVADOR DA BAHÍA
DAKAR
SÃO PAULO
BUENOS AIRES
MONTEVIDÉU
SANTA CRUZ DE LA SIERRA
LIMA
SANTO DOMINGO
CANCÚN
CARACAS
LISBOA
LONDRES
AMSTERDAM
BRUXELASFRANKFURT
MUNIQUE
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Voos diretos para Madri partindo de São Paulo e Salvador
Não apenas a imaginação te levará onde deseja
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Anuncio Revista B+_ED 19.pdf 1 27/03/2015 14:52:00
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A cArA dA SuA cidAde
Pedimos para que os leitores da [b+] tirassem fotos que representassem a cidade em que vivem. O resultado você confere abaixo.
galeria
[01] Salvador, [02] Teodoro Sampaio, [03] Jitaúna, [04] Vitória da Conquista, [05] Salvador, [06] Jequié, [07] Chapada Diamantina, [08] Cachoeira, [09] Praia do Forte
Quer participar? Faça parte da próxima galeria do leitor! Basta postar uma foto em seu instagram e marcar com a hashtag #revistabmais. As fotos escolhidas terão que responder a pergunta: qual o melhor lugar da sua cidade?
[01] @amandatropicana
[04] @indiragarcez
[07] @paloma.queirozsva
[02] @eu_fabioqueiroz
[05] @lucasubvergido
[08] @robertopaim_
[03] @gugazin_
[06] @novaesge
[09] @philipemoncao
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onlineemural
Comentáriosed.31
cApA é HorA de ousAr
Comentárioda edição“Acompanho a [B+] desde o número 25 e é maravilhoso ver como ela cresceu des-de então! Está cada vez melhor! Parabéns!”,marcos da silva, por e-mail
A novA ondA do cApitAlismo“A Euzaria é a materialização de ‘pessoas do bem’! Sou fã desses meninos e do projeto”,antônio netto, pela fanpage
“Vale a pena compartilhar esta matéria. E mais do que isso, conferir o projeto desses caras. Muita luz pra essa galera que insiste no bem mesmo diante de um mundo corrompido e ‘sem esperança’”, danilo amorim, pelo Facebook
“Uma honra poder falar desta nova onda na [B+]. Juntos para dividir”,@euzaria_ pelo instagram
você já é de cAsA“Que delícia de lugar! Já pude visitar e é maravilhoso estar em contato com um pedaço da história de Vinícius de Moraes”, por Victor nascimento,pelo Facebook
“Curti a matéria! Deu muita vontade de conhecer o lugar”,Karla montenegro, por e-mail
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“Por ser inteligente e bem estruturada, a Revista [B+] traz respiro à imprensa baiana. Estão ajudando muito no processo de reconstrução de Salvador, contribuindo também para a identidade da cidade”, Fernando Guerreiro, diretor teatral
“Adorei a capa! Material de qualidade!”, Tiago couto, pelo instagram
“Tenho a satisfação de comunicar que o Fórum Empresarial aprovou por unanimidade a sugestão do Presidente João Quadros para registrar um voto de louvor pelo brilhante desempenho na promoção da Educação da Bahia, principalmente pela realização vitoriosa de mais um Fórum [B+]”,Victor Ventin, presidente do fórumempresarial da bahia, por e-mail
“’A gente está trabalhando mais no ataque do que na defesa’. Penso que essa frase resume a visão/ação do grupo comandado por Fernando Barros, não apenas neste momento de recessão, mas nos 50 anos de existência da agência, que tem conseguido se manter na liderança na Bahia e, mais recentemente, no país, como um dos principais players do setor. Valeu ler as dicas de um mestre”, toni Vasconcelos, pelo facebook
sAbor“Que delícia essa receita de filé de bacalhau agridoce! Quero fazer!”,uilma carvalho, pela fanpage
o novo cAcAu“Eu amei o texto! Ficou claro e superinformativo! Parabéns!”,Karla alves leal, pelo Facebook
colunA:ArmAndo AvenA“Entendo o ponto de vista da racionalização na ocupação dos espaços, mas dizer que a orla só ficará bonita com edifícios me parece estranho”,Fernando leal neto, pela fanpage
Uma pergUnta para: Carlos prazeres“Carlos Prazeres é um excelente profissional e foi capaz de popularizar a cultura erudita em Salvador. É uma pena que ainda falte incentivo a iniciativas como essas que só têm a agregar à imagem de polo cultural que a Bahia tanto almeja”, Vanessa mazzafera, pelo Facebook
a revista [b+] abre espaço para que você, leitor, dê a sua opinião, faça sua crítica ou sugestão sobre as nossas matérias. O que lhe agradou? O que poderíamos melhorar? Qual a sua dúvida? Queremos saber o que você tem a dizer para que o conteúdo da [b+] esteja sempre alinhado com o que você quer ler.
site www.revistabmais.com.br e-mail [email protected] 71 3012-7477
@revista_bmais /revistabmais @revistabmais
Queremos te ouvir
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As mAis curtidAs em nossA fAnpAge
[01] “Salvador precisa perder o medo do novo”, por armando avena[02] Baianos apostam no capitalismo social e faturam com doação de camisas[03] aprenda uma receita de filé de bacalhau agridoce[04] Gestores culturais baianos buscam alternativas para produzir mesmo com corte de orçamento[05] Os aplicativos mais acessados no celular de Saulo Fernandes
pArA bAixAras edições de todas as publicações do grupo [b+] estão disponíveis na versão digital (para iOS e android). Baixe as revistas no seu tablet e mantenha-se informado.
esclArecimentoa revista [b+] recebeu uma nota de esclarecimento assinada pela Secretaria de Cultura do estado da bahia (Secultba) após a publicação da matéria “Cul-tura sem verba. e agora?” na edição 31. Segundo a nota, “todas as propostas culturais selecionadas em editais Setoriais anteriores a 2015, com desembol-so de parcelas previstas para este ano, vem sendo pagas normalmente”. O texto na íntegra e a nota do editor podem ser lidos em portalbmais.com.br.
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ferrAmentA de trAnsformAção
fórum[B+]
Celebrar a educação. Esta foi a intenção do 28º Fórum [B+], realizado no Teatro
Castro Alves, em Salvador, no dia 25 de agosto. O evento apoiou o programa
estadual Educar para Transformar – Um Pacto pela Educação e contou com
público de 1.200 pessoas, entre alunos da rede pública, políticos, personalidades,
empresários e imprensa local.
Durante o evento organizado pelo Grupo [B+], o governador Rui Costa
anunciou a criação do programa estadual Primeiro Estágio, Primeiro Emprego,
destinado a nove mil estudantes concluintes do nível médio da rede pública de
Ensino, e o selo Amigo da Educação, para as empresas que investem nas escolas
públicas baianas. De acordo com o governador, os recursos do Fundo de Com-
bate à Pobreza vão financiar as iniciativas.
O secretário da Educação, Osvaldo Barreto, e o governador informaram que
a parceria com o setor empresarial é um dos eixos centrais do Programa Educar
para Transformar – Um Pacto pela Educação, criado em março deste ano.
[01]
“Não há diferença entre o estudante da rede particular e o estudante da rede estadual”, Rui Costa, governador do estado
Fórum [B+] discute sobre os rumos da rede pública de ensino com espetáculo no Teatro Castro Alves
“Mais de 300 prefeitos do estado já firmaram
um pacto com o governo, assumindo a missão de
oferecer qualidade de ensino aos alunos da rede
pública, que representam 90% do segmento edu-
cacional”, contou Barreto. Empresas, como a CCR
Metrô Bahia e a Braskem, apoiaram esta edição
do Fórum, afirmando o incentivo a projetos
educativos e socioculturais na Bahia.
Estiveram presentes os músicos Carlinhos
Brown e Margareth Menezes, que se juntaram
ao Quinteto de Metais do NEOJIBA e aos grupos
Ilê Aiyê e Olodum Mirim para apresentações. O
rapper MC Feijão, aluno da rede pública, cantou
sobre o tema educação acompanhado de bboys.
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[01] Rui Costa; [02] Banda Olodum Mirim; [03] Bahia Brass - Quinteto de Metais do NEOJIBA; [04] Renato Simões Filho, Carlinhos Brown, Claudio Vinagre, Margareth Menezes e Jorge Portugal; [05] Renato Simões (Grupo [B+]), Rita Batista e Ipojucã; [06] Luciano Lopes (Prima Empreendimentos); [07] Olívia Santana (Secretaria de Apoio às Mulheres); [08] Pedro Dourado (ABMP); [09] Pedro Luiz Tailla (FCDL); [10] Rose Lima (TCA); [11] Hélio Tourinho (Braskem); [12] João Pedro Bahiana (AJE Bahia) e Luiz Fernando Queiroz (Associação Comercial da Bahia); [13] Luís Valença e Marina Mattaraia (CCR); [14] Maurício e Juracy Lins (Home Design); [15] Anacléa Ribeiro e Larissa Lomanto (CCR Metrô); [16] Sérgio Lopes, Maria Rita Pontes e Flávia Rosemberg (Osid); [17] Guy Ferreira (Secom); [18] Sandra Costa e Tatiana Ferraz (Laboratório Sabin).
+ no site:veja fotosdos eventos
[04]
“O Fórum [b+] é uma iniciativa muito importante porque sempre discute sobre temas fundamentais para o desenvolvimento da bahia”Osvaldo barreto, secretário da educação
“Se lhe faltar um livro, não deixe que lhe falte a curiosidade”, Carlinhos brown, músico
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blocodenotas
A Tuppi Propaganda foi selecionada para a
Shortlist do Clio Awards 2015, uma das mais
famosas premiações da publicidade mundial. A
empresa soteropolitana foi indicada na categoria
“Print Technique/Art Direction” pela campanha
desenvolvida para a empresa Zim Color, cuja his-
tória já foi matéria de capa da Revista [B+]. Outras
agências brasileiras também foram selecionadas
para a premiação, entre elas a Ogilvy Brasil, do
grupo WPP, e a DM9DDB, do Grupo abc.
MÍDIA
empresa baiana é destaque em premiaçãO internaciOnal de publicidade
Será realizada no dia 5 de novembro a terceira edição do advocacia em Foco, evento que contará com 410 congressistas para discutir as principais áreas de atuação do advogado: Contencioso, Jurídico de empresa e Consultivo. em cada palestra, serão expostas as dificuldades e conquistas advindas do trabalho desenvolvido em cada área, proporcionando, também, uma exposição do funcionamento da atividade realizada por cada profissional em seu ramo de advocacia. O evento será realizado no business Center do Mundo Plaza, em Salvador.
JUDICIÁRIO
Direito em pauta
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ção
“nesse momento de estagnação da economia, as empresas devem colocar a casa em ordem se quiserem sobrevi-ver. assim, sairão fortalecidas. Quando a economia volta a crescer, essa empre-sa que sobreviveu à crise estará mais bem estruturada e terá pela frente um mercado com menos concorrência”,ricardo amorim, economista,durante a Semana de Capacitação empresarial do Sebrae-ba
EMPREENDEDORISMO
Lançado em agosto, o campus Costa azul da universidade estácio, em Salvador, ganhará espaço exclusivo para o desenvolvimento de startups. De acordo com Ronaldo Mota, diretor responsável pelo ensino a distância da universidade, o grupo está atento às oportunidades que possam surgir a partir da formação de novos negócios. “Há que se incorporar nos projetos acadêmicos tanto nas aulas como nas atividades complementares, o estímulo ao empreendedorismo, e não há maneira mais eficiente do que criar e desenvolver espaços de novas empresas”, comentou. agora, o grupo busca parcerias com a iniciativa privada e com o governo para materializar o projeto.
EDUCAÇÃO
Estácio criará espaço de desenvolvimento de startups em Salvador
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informe publicitário
Investir no processo seletivo pode ser uma das melhores ferramentas para garantir a qualidade das Instituições de ensino Superior (IeS) ou dos Órgãos Públi-cos. este é o pensamento de adelaide e bernardo rogério de rezende, diretores e sócios-fundadores da Strix educação, empresa especializada na realização de processos seletivos, concursos públicos e avaliação educacional. Os empresários acumulam mais de 35 anos de experiência nessa área, com atuação nos estados da bahia, Minas gerais, rondônia e acre.
O segredo do sucesso, de acordo com adelaide rezende, está na qualidade técnica e acadêmica empregada nestes processos, na competência e no compro-misso da sua equipe de colaboradores e consultores. “Por esse motivo, grande parte de nosso trabalho é destinada a seleções altamente concorridas. as IeS perceberam que a qualidade do processo de ingresso do aluno contribui para uma melhor avaliação dos seus cursos. essa preocupação é, sem dúvida, comum a todos os nossos clientes.” a empresa é responsável pelos vestibulares da escola bahiana de Medicina e Saúde Pública, da Faculdade baiana de direito, da universi-dade Católica do Salvador e da união educacional do norte/aC (curso de Medici-na), além do Processo Seletivo unificado de residência Médica da bahia.
O fOcO é a educaçãOEspecializada em Seleção e Avaliação, a Strix Educação mostra por que é considerada uma das empresas mais conceituadas do mercado no setor educacional
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Avaliação de desempenhoO trabalho da Strix educação não se encerra, porém, na realização de processos seletivos ou concursos públicos. a empresa tem realizado di-versos projetos de avaliação educacional, dando suporte aos seus clientes desde a elaboração dos instrumentos (provas) até o processamento dos resultados e geração dos relatórios com os dados de desempenho dos alunos. esse trabalho, segundo bernardo rezende, é essencial para avaliar tanto o desempenho acadêmico do aluno quanto o projeto pedagógico da própria institui-ção de ensino, pois traça a evolução do conheci-mento adquirido por esses estudantes ao longo do tempo. “este é um trabalho muito gratificante, pois a quantidade e a qualidade das informações geradas são fundamentais para a manutenção ou correção de rumo de qualquer organização educacional”, complementa adelaide.
segurança é indispensávelOutra preocupação da Strix educação para garantir a excelência dos processos de seleção ou de avaliação é, sem dúvida, o sigilo. Os procedi-mentos de segurança adotados incluem desde a seleção rigorosa dos colaboradores até o cuidado no desenvolvimento dos sistemas computacionais, passando pelo controle de acesso por biometria e monitoramento por câmeras. Bernardo conta que essa preocupação é fator decisivo para a boa reputação da empresa. “não é por acaso que várias instituições, principalmente as que têm um processo seletivo com maior concorrência, nos escolhem como parceiros.” O modelo de segurança desenvolvido pela Strix educação inclui, ainda, a comparação de impressões digitais dos candida-tos no momento da prova e da matrícula, o uso de detector de metais nos locais de aplicação, além da diferenciação dos cadernos de prova através de código de barras, impedindo que o candidato receba informações externas.
Conheça um pouco maissobre a Strix Educação no site strixeducacao.com.brou pelo telefone(71) 3035-4300
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CULTURA
salvador ganha corredor cultural no centro Históricoa requalificação da infraestrutura do Centro Histórico da capital baiana se estendeu para a programação cultural. na Praça Castro alves, o teatro gregório de Mattos, o espaço Itaú de Cinema (glauber rocha) e o espaço Cultural da barroquinha ganharam atenção desde que Fernando guerreiro assumiu a direção da Fundação gregório de Mattos, em 2013. “a primeira coisa que fizemos foi requalificar os equipamentos. O espaço da barroquinha estava praticamente abandonado, o teatro inutilizado há oito anos, o cinema prestes a fechar, pois estava isolado dentro de uma estrutura abandonada”, conta. de acordo com guerreiro, é necessário que as pessoas voltem às ruas, e esse novo espaço tem essa função como prioridade. “Salvador precisa entender que a sua vocação é cultura. a nossa proposta é trazer a criatividade de volta à vida das pessoas”, completa. FO
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O Plano de Mobilidade urbana de Salvador terá como empresa consultora a paulista ttC - Soluções em Mobilidade. a informação foi confirmada para a [b+] pela diretora de Planejamento da empresa, Lucimar Maschio Cardone, que afirmou ter pela frente muito trabalho, principalmente no que diz respeito ao transporte coletivo de qualidade. Outro desafio, segundo ela, é de ordem cultural: “deve-se considerar e respeitar a hierarquia (pedestres, ciclistas, transporte coletivo e carros) no trânsito. entendemos que assim poderemos tornar a cidade mais humana e planejada”, afirma. a ttC já desenvolveu outros projetos para a prefeitura municipal, a exemplo do Plano de Circulação para o novo sistema viário da Barra e o Programa Emergencial de Mobilidade para Salvador (Premob), na região do Iguatemi.
MOBILIDADE
deFInIda eMPreSa Que Fará COnSuLtOrIa dO PLanO de MObILIdade urbana de SaLVadOr
ilustrou o vice-presidente de habitação da Caixa Econômica
Federal, Nelson Antônio de Souza, que participou do 87º Encon-
tro Nacional da Indústria da Construção (Enic 2015). O evento,
realizado entre os dias 23 e 25 de setembro e teve como tema
“Brasil mais eficiente, país mais justo”, discutiu os principais
assuntos da atualidade que impactam o dia a dia da indústria da
construção e o futuro do setor. Em breve será lançado o relatório
anual do Enic, desenvolvido pelo Grupo [B+], em parceria com a
Ademi, o Sinduscon e a CBIC.
ENIC 2015
“o momento atual é similar à sensação de estar em um carro a 100km/h onde, de repente, acaba o combustível”,
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ADMINISTRAÇÃO
“O maior gargalo do empresariado baiano é não dar a devida importância aos gestores. a maioria dos problemas que estamos enfrentando é pela falta de planejamento das empresas”, roberto Ibrahim, presidente do Conselho regional de administração da bahia (Cra-ba). entidade promoverá encontros mensais para discutir as prorrogativas dos administradores até o fim deste ano para comemorar o jubileu de ouro dos profissionais de administração.
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JudiCiáriO AquECidOa seção bahia da Ordem dos advogados do brasil está às vésperas de decidir quem será seu próximo gestor. na disputa, Luiz Viana Queiroz, que deseja manter-se como presidente da instituição para concluir o trabalho iniciado na atual gestão, e Carlos rátis, que quer renovação e uma Oab-ba mais próxima dos advogados. a eleição, que será realizada em novembro, acontece em meio à pior crise já enfrentada pelo Judiciário baiano. recentemente, o tribunal de Justiça da bahia (tJ-ba) foi eleito como o pior do país em resolução de casos de corrupção e está em penúltimo lugar no cenário nacional. Conversamos com os candidatos sobre suas propostas.
Advogado e atual presidente da seccional baia-na da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA),
Luiz Viana Queiroz tem como metas principais o enfrentamento da crise do Judiciário e a defesa das prerrogativas dos advogados.
Por que o senhor é candidato à presidência da oab-bahia?Minha candidatura é fruto de clamor de parcela significativa da advocacia baia-
na. Estou atendendo a essa convocação da classe com o propósito de trabalhar
ainda mais por uma OAB de Verdade, uma Ordem aberta e democrática, que
congregue todos os advogados na defesa de suas prerrogativas e seja combativa
no enfrentamento da crise do Judiciário.
o que seria essa “oab de Verdade”?É importante esclarecer que o processo de construção da OAB de Verdade já está
em andamento. Em nossa atual gestão, já houve grandes avanços, com a abertu-
ra da entidade à participação de todos. Acabou-se aquele tempo da OAB-Bahia
fechada em torno de grupos. Estabeleceu-se
modelo de gestão democrático, no qual os
rumos são definidos a partir das demandas de
toda a classe. O jovem advogado, por exemplo,
tem hoje uma participação efetiva na Ordem, o
que não existia antes. A mulher advogada tam-
bém está cada vez mais presente nas decisões
da entidade, assim como os advogados negros.
A OAB de Verdade espelha a diversidade da
advocacia e se faz com a participação de todos.
o senhor declarou recentemente que advo-gar na bahia é um inferno. Qual a dificuldade para lutar contra o sistema?A crise se alastra há mais de 30 anos. Não é
uma crise provocada pela atual administração
do Tribunal de Justiça, mas a atual administra-
ção, infelizmente, não consegue ser protago-
nista da solução do problema da ineficiência
do Judiciário baiano. Isso é uma questão de
Estado, atinge a cidadania. A crise transbor-
dou os limites do Judiciário baiano e da sua
capacidade para resolver o problema. É preciso
que haja um grande esforço do Tribunal de
Justiça, que deve ser o protagonista, mas com a
participação do governador do estado e da As-
sembleia Legislativa, e abrindo essa discussão
para a sociedade civil.
o Judiciário baiano é o pior em produtivida-de no brasil e o sétimo mais caro de acordo com dados do cnJ. em 2014, por exemplo, o TJ-ba gastou R$ 1,6 bilhão com pessoal. Qual o papel da oab para modificar esse cenário?É indiscutível que há má gestão de pessoal, falta
de pessoal e pessoal mal remunerado. No ano
passado, a Bahia tinha 636 magistrados, cerca de
13 mil servidores, e gastou essa fábula mencio-
nada com a folha de pessoal, que é absoluta-
“tenho o propósito de trabalhar ainda mais por uma Oab democrática”luiz viAnA Queiroz
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ção
blocodenotas entrevista
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 21
Advogado há 16 anos, Carlos Rátis é especialis-ta em direito administrativo em ciências jurídicas
internacionais e presidente do Instituto dos Advogados da Bahia (IAB) e do Instituto de Direito Constitucional da Bahia (IDCB). É a favor de uma OAB mais próxima dos advogados e contra a reeleição.
Por que o senhor é candidato à presidência da oab-bahia? A nossa candidatura partiu de um grupo grande, formado por advogados expe-
rientes e jovens e professores advogados de todo o estado. Todos insatisfeitos
com a condução que a atual gestão está dando à OAB. Todos sentem o que toda a
classe está sentindo: a instituição precisa se renovar, se modernizar, deixar de ser
tão burocrática, tão pouco atuante diante dos reais problemas que os advogados
estão enfrentando no dia a dia. A OAB precisa estar mais próxima e, principal-
mente, mais transparente e democrática na gestão dos seus recursos. Por tudo
isso, não só eu, como todo o nosso grupo, sentimos que chegou a hora de renovar
e que juntos podemos fazer isso.
Quais são os principais pontos que precisam ser mudados da atual gestão? O novo projeto é elaborado por um grupo que busca renovação. As discussões de
diagnóstico e soluções estão sendo muito profundas e intensas. A renovação que
queremos é tornar a OAB-Bahia mais presente na vida do advogado, colaborando
mais com o seu dia a dia. Queremos que o advogado volte a ver vantagens em
pertencer à OAB, que se sinta valorizado. Que a instituição esteja mais adequada
“a Oab-bahia precisa se modernizar, deixar de ser tão burocrática”cArlos rátis
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ção
mente ineficiente. Tem algo muito errado. A OAB-Bahia nunca se furtou a contri-
buir de maneira construtiva para a superação dos entraves ao bom funcionamento
da Justiça em nosso estado. Promovemos conjuntamente um seminário com a
participação de representantes dos juízes, defensores, Ministério Público, serventu-
ários e advogados. Na oportunidade, foram identificados e discutidos os problemas
existentes. Infelizmente a presidência do TJ-BA não se interessou pelas conclusões.
Apresentamos ao Presidente do Supremo Tribunal Federal e à Corregedoria Nacio-
nal do CNJ proposta para elaboração de Plano de Reestruturação Sustentável do
Judiciário baiano. Tenho a firme esperança de que a elaboração desse plano com
a participação do TJ-BA, do governador do estado, da Assembleia Legislativa e da
sociedade civil poderá recolocar o Judiciário baiano no caminho certo.
aos sonhos e aos problemas que os advogados,
principalmente os mais jovens, enfrentam.
Sobretudo, essa renovação significa estar mais
atuante diante da crise do Judiciário e mais
transparente e democrática na gestão dos
recursos.
Recentemente, o Tribunal de Justiça da bahia (TJ-ba) foi eleito pelo conselho na-cional de Justiça (cnJ) como o pior do país em resolução de casos de corrupção. como o senhor avalia a atual situação do Judiciário baiano? O TJ-BA foi considerado o pior em produtivi-
dade, isto é, na baixa dos processos. Esse é um
problema que vem se arrastando há mais de
20 anos, mas agora vivemos o pior momento
do Judiciário baiano. Como sair dessa crise?
Não adianta reclamar, personalizar uma briga
contra o Judiciário ou atentar contra o Poder
Judiciário, sem providências concretas. Preci-
samos de ações judiciais promovidas dentro
do próprio Judiciário contra o Estado para que
a nossa realidade venha ser modificada. Essas
ações poderiam e deveriam ser propostas e
assinadas pelo próprio presidente da OAB, mas
hoje isso não acontece.
o senhor é contra a reeleição. acredita que é possível cumprir metas efetivas em três anos? Três anos é um período mais do que adequado
para constartarmos mudanças concretas. É
necessário alternância. Tenho certeza de que
faremos um trabalho muito melhor do que o
que está em andamento e espero que em 2018
o próximo grupo venha a fazer um trabalho
melhor do que o nosso. Quem pensa em reelei-
ção dedica-se no último ano mais à reeleição do
que na instituição. Acredito que com planeja-
mento e estabelecimento de metas é possível
alcançar os objetivos em curto prazo, buscar
avanços significativos na proteção das prer-
rogativas dos advogados. Medidas enérgicas
que possibilitem o respeito à nossa profissão.
Formamos um grupo que tomará providências
efetivas, visando melhorias nas nossas condi-
ções de trabalho.
22 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
blocodenotas acontece feira
CULTURA
novo teatro será construído no centro da cidadeA partir de setembro de 2016, Feira de
Santana vai contar com uma unidade do
Centro Cultural e Gastronômico Sesc. A
primeira parte do projeto no valor de R$
17 milhões contempla a construção de
um teatro com 290 lugares e um restau-
rante do comerciário, como afirma o
presidente da Fecomércio - BA, Carlos de
Souza Andrade. “Na segunda etapa, va-
mos recuperar o casarão colonial, tom-
bado pelo Iphan, que integra o terreno
doado pela prefeitura de Feira”, explica.
Segundo o prefeito José Ronaldo, com a
abertura do Teatro Sesc, a região passará
a ter três espaços culturais, tornando-
se um “point” de entretenimento. “Os
comerciários ganharão um restaurante
com excelente qualidade nutricional a
preços subsidiados”, afirma. O espaço
destinado à construção da nova unidade
possui mais de 6.500m² e está localizado
no centro da cidade.
AEROPORTO
voos diários pArA feirA de sAntAnA deixArão de existira partir do dia 5 de novembro, o aeroporto João durval, em Feira de Santana, deixará de contar com o voo diário com destino ao aeroporto Internacional de belo Horizonte (Mg). de acordo com a azul, a partir dessa data, a empresa passará a operar um voo semanal aos domingos entre os destinos. “a mudança faz parte do pacote de ajustes da malha aérea da empresa, e o retorno das operações diárias depende também da adequação do aeroporto para receber voos por instrumento (pousos e decolagens em condições climáticas que não permitem voo visual)”, explica. a azul Linhas aéreas é a única companhia a atuar no aeroporto.
BRT
MoviMento coMercial eM Feira caiu eM até 70% por causa das obras do brt A polêmica gerada em torno da implantação do BRT (Bus Rapid Transit)
no centro de Feira de Santana está longe de chegar ao fim. Por causa das
obras no trecho entre as avenidas Maria Quitéria e Getúlio Vargas, o tráfe-
go de veículos foi interrompido na região, acarretando sérios prejuízos aos
comerciantes locais. De acordo com o presidente da Associação Comercial
de Feira de Santana (Acefs), Marcelo Alexandrino de Souza, os estabele-
cimentos da região apresentaram queda entre 40% e 70% no número de
vendas. O secretário municipal de Planejamento, Carlos Brito, explica
que toda obra deste tipo gera algum tipo de impacto, mas, segundo ele,
medidas estão sendo tomadas. “Na tentativa de amenizar os problemas no
comercio da região, a prefeitura vem criando uma via lateral para carros”.
Apesar da expectativa inicial de quatro meses para a conclusão da obra,
tudo indica que o comércio local precisará de um pouco mais de paciência.
Um grupo de manifestantes contrários à retirada das árvores para a pas-
sagem do BRT ocupa, desde o dia 5 de setembro, parte do canteiro de obras
na Av. Maria Quitéria. Segundo Brito, os manifestantes agem por interesse
político e não estão pensando no avanço da cidade. “São ativistas profis-
sionais movidos por partidos políticos”.
Enquanto a prefeitura e manifestantes não entram em acordo, os comer-
ciantes buscam saídas para resolver o impasse e amenizar o impacto finan-
ceiro. “O que sugerimos ao prefeito é que, caso haja algum impedimento
para seguir com o projeto, que seja desmontado o canteiro de obras para que
dê um alívio aos comerciantes da localidade”, afirma o presidente da Acefs.
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Av. Paralela, 6462 - Wall Street Empresarial Loja 20 - [email protected]
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24 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
imóveis+
O arquiteto antonio Caramelo revela novo projeto que promete revitalizar a Península de Itapagipe
salVadOr precisa de empreendimentOs-marca
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Port
ela
Com um largo sorriso, vestindo branco, o arquiteto Antonio
Caramelo me recebe em seu escritório em uma sexta-feira en-
solarada. Antes de ir direto ao tema da entrevista, a gente con-
versa sobre sonhos. Ele me ensina o que fazer para alimentá-los.
Explica por que não devemos desistir dos nossos sonhos, nunca.
O projeto ao qual ele se dedica agora com tanto amor tem a ver
com isso. Ele parece mais entusiasmado que o habitual, porque
criar o projeto da nova sede da Associação Fábrica Cultural
significa alimentar os sonhos de muita gente. “Estou muito feliz
e me sinto privilegiado por dar vida a esse projeto, que será um
marco para a nossa cidade. Essa organização liderada pela can-
tora Margareth Menezes, minha amiga, conta com uma equipe
especializada e comprometida e é responsável por ações na área
de educação, cultura, sustentabilidade e desenvolvimento local,
com iniciativas de sucesso, a exemplo do Mercado Iaô”. Carame-
lo diz que para entender a relevância do projeto é preciso levar
em consideração a história da Península de Itapagipe. O local
escolhido para a nova sede é emblemático. O antigo casarão da
Ribeira abrigou a extinta Fábrica de Linhos Nossa Senhora de
Fátima, uma construção do século XIX. Apaixonado pela Cidade
Baixa e pelo entorno da Baía de Todos os Santos, o arquiteto não
esconde a emoção ao falar do projeto.
empreendimentos-mArcA“Estamos criando um empreendimento-marca, centralizador,
que terá grande força porque será construído para a comunida-
de, com a comunidade, em total sintonia. Salvador, uma cidade
turística, precisa construir empreendimentos-marca. A cidade
de Bilbao, norte da Espanha, deu novo impulso ao turismo após
a inauguração de um empreendimento marca: o Museu Gug-
genheim, aberto ao público em 1997, hoje um ícone da Bilbao
moderna. A Fábrica Cultural vai revitalizar a marca Península
de Itapagipe. Será referência e dará visibilidade a um lugar
belíssimo, voltado para a Baía de Todos-os-Santos, que está fora
de moda neste momento. A gente vai dar uma repaginada em
Itapagipe, do ponto de vista de conceito e importância. Esse
empreendimento será âncora e vai atrair outros”.
fábricA de linHos nossA senHorA de fátimA“O local escolhido para a nova sede da Associação Fábrica Cultu-
ral é emblemático. O antigo casarão da Ribeira abrigou a extinta
Fábrica de Linhos Nossa Senhora de Fátima, uma construção do
século XIX. O espaço que hoje abriga o Mercado Iaô, cedido pelo
governo do estado, será recuperado e ampliado. Estamos restau-
rando o casarão. Em torno dele serão dispostos diversos equipa-
mentos: teatro, cinema, restaurantes, cyber café, espaços para
shows, mercado de arte e artesanato, um memorial para contar a
história da Península de Itapagipe, espaços para cursos e oficinas
de qualificação profissional, nas áreas de moda, gastronomia,
dança, música, cenografia, iluminação, sonorização, design, es-
túdios de gravação, propaganda, vídeo, marketing digital, dentre
outros. Para viabilizar os cursos e as atividades empreendedoras
há uma parceria com o Sebrae-BA, que terá um núcleo no local”.
núbia cRisTina
Produtora e apresentadora do CBN Imóveis e âncora do Painel Empresarial CBN
economiA criAtivAtem tudo A ver com A bAHiA“Além de se tornar um marco cultural para a
cidade, impulsionando o turismo, o empreen-
dimento vai promover a inclusão de jovens de
baixa renda. Na fábrica, os alunos formados
nas oficinas de capacitação e os artistas locais
terão espaço para criar, realizar seu trabalho,
sua arte. A informação, a cultura e a criativi-
dade vão circular nesse equipamento. Eu visu-
alizo um espaço para discussão e para agregar
artistas e aprendizes do mundo todo”.
projeto reAlistA, viável economicAmente“Minha expectativa é a melhor possível, até
porque sou muito realista. A gente precisa
sonhar, mantendo os pés no chão. Esse projeto
é sustentável, viável economicamente. Não
acredito em pires na mão, pois depender de
doações não funciona. Concebemos a Fábrica
Cultural como uma empresa, que vende produ-
tos diferenciados, presta serviços de qualidade
e está sempre se renovando. A receita virá
dos restaurantes – estamos projetando uma
cozinha-escola, um self-service para atender
a população local e outro de culinária baiana,
para atrair turistas –, dos ingressos dos shows,
teatro, cinema, dos eventos de gastronomia,
moda, artes, design, da venda de artesanato e
arte etc. Para apoiar a gestão, Margareth conta
com uma equipe de profissionais competentes,
e a associação tem um conselho de altíssimo
nível, formado por administradores de peso”.
importânciA HistóricA dA penínsulA de itApAgipe“A construção da primeira capital do Brasil, no século XVI, ocorreu em dois
níveis: a Cidade Alta, que era o centro institucional e político, onde os nobres
estavam mais protegidos de possíveis invasões estrangeiras, e a Cidade Baixa, o
centro portuário e comercial. A cidade nascia cosmopolita, e o porto, por onde
chegavam produtos e novidades do mundo inteiro, era o centro da economia
baiana. Itapagipe já abrigou fábricas importantes, a exemplo da Fábrica de Li-
nho Nossa Senhora de Fátima, onde será construída a nova sede da Associação
Fábrica Cultural, localizada no bairro da Ribeira, que vai atender não só a comu-
nidade da Península de Itapagipe, mas será um marco para toda Salvador”.
sinergiA entre o escritório cArAmelo ArQuitetos AssociAdos e A Asso-ciAção fábricA culturAl“Cerca de 180 mil pessoas vivem na Península de Itapagipe, que tem 14 bairros,
com características bem diferentes. O ponto de partida da associação é essa
comunidade, mas não tenho dúvida de que as ações terão impacto positivo
para Salvador, para o estado e até para o Brasil, porque o projeto vai gerar um
intercâmbio entre pessoas de todo o mundo. Há cerca de cinco meses, tenho me
dedicado à criação do projeto arquitetônico, onde conto com o apoio de mais 14
profissionais do meu escritório, com direção técnica do arquiteto Bruno Ivo e
de legislação do arquiteto Sydrach Araújo. É um trabalho voluntário, que conta
com o máximo empenho e entusiasmo de todos nós”.
“A Fábrica Cultural dará visibilidade à Península de Itapagipe, um lugar belíssimo, voltado para a Baía de Todos os Santos, que está fora de moda neste momento” antônio Caramelo
26 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
Em momentos de crise, a busca por uma estrutura mais enxuta e bara-
ta faz com que grandes empresas reorganizem a ocupação de cargos.
Assim, profissionais mais antigos e com salários mais altos perdem
espaço. “Hoje há um movimento das empresas de “desseniorizar” as
estruturas, eliminando as pessoas mais pesadas e apostando nas
mais jovens, não de idade, mas de potencial e tempo de cargo”, explica
Leandro Pedrosa, gerente-executivo da Michael Page, multinacional
de recrutamento e seleção especializada. “O momento econômico não
demanda uma estratégia tão grande de um diretor, mas daqui a dois,
três anos, quando a economia estiver melhor, esse pessoal já vai estar
pronto”, afirma.
Formado em gestão de tecnologia e com pós-graduação em logística
empresarial, Diogo Henrique Cunha, 33, já havia conquistado o cargo
de gerente de logística em uma multinacional após 13 anos de carreira.
Mas há quatro meses houve uma reestruturação na empresa e desde
então ele tem buscado recolocação no mercado de trabalho. “Quero a
área de gestão em logística, sem me ater ainda à questão salarial, pois
acredito que a remuneração seja mais baixa do que a da última empre-
sa, até por causa do mercado”, conta Diogo.
Casado e com uma filha, ele precisou readequar o orçamento fami-
liar para se adaptar, mas sem deixar de investir na sua capacitação.
“Acredito que existem vagas no mercado de trabalho, menos do que an-
tes, mas elas existem. Só a concorrência que aumentou. Tenho busca-
do me qualificar para conseguir uma colocação o mais rápido possível”,
afirma Diogo, que tem aproveitado esse período para intensificar seu
inglês e fazer cursos específicos voltados para sua área.
Segundo a coach e headhunter Agda Lima, sócia-fundadora da
Talento RH, existem alguns fatores que dificultam a recolocação
no mercado. Entre eles estão a falta de domínio de pelo menos dois
idiomas, não ter formação em escolas reconhecidas, com MBA ou pós-
graduação, realizações de projetos comprovados e experiências em
outros mercados. “Quem não possui esses traços tem menos destaque
e, portanto, não emplaca boas posições facilmente”, afirma Agda.
Para o headhunter Márcio Lopes, sócio e diretor da Organiza, é
preciso que os profissionais também fiquem atentos às oportunidades
Headhunters identificam os principais fatores que contribuem para a recolocação de profissionais no mercadopor LORENA DIAS
Pós- graduado em Logística Empresarial, Diogo Henrique busca
uma recolocação no mercado de trabalho
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recolocAção no mercAdo
que não estão em alta no momento. “O problema é que
todo mundo só quer trabalhar no mesmo lugar e fazer
a mesma coisa. O momento está difícil, mas existem
oportunidades. Se você é bom, dá resultados, agrega,
vai encontrar. Pode não ser a vaga ideal, mas alguma
coisa você encontra”, defende.
Márcio ainda aconselha que, independentemente
de estar buscando ou não uma recolocação, é preciso
manter uma boa relação com consultores e com o mer-
cado. “É importante para os profissionais trabalhar o
networking e o marketing pessoal para não buscarem
somente em uma situação de desespero”.
emprego
C
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CM
MY
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CMY
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Anúncio B+ 20,2 x 26,6cm 25-09-finalizado.pdf 1 25/09/15 14:50
28 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
o desafio de salvadorO que a capital baiana tem feito para melhorar o seu
posicionamento como cidade inteligentepor LORENA DIAS ilustrações GENTIL
A inteligência de cada indivíduo está relacionada à habilidade
de compreender o mundo a sua volta. Quando o conceito é
aplicado às cidades, ele representa a capacidade de um lugar
utilizar a tecnologia para melhorar a qualidade de vida da sua
população. Salvador está entre as “50 Cidades Mais Inteligen-
tes do Brasil”, de acordo com o ranking elaborado pela consul-
toria Urban Systems. Atrás de cidades como Rio de Janeiro (1º
lugar), Curitiba (5º) e Recife (10º), a capital baiana ocupa a 31ª
posição na pesquisa.
Os fatores positivos que influenciaram o posicionamento
foram os atrelados aos setores de mobilidade e acessibilidade,
meio ambiente e tecnologia e inovação. Mas nos setores de
saúde, educação e segurança Salvador não conseguiu se posi-
cionar nem entre as 100 cidades dos rankings de cada setor.
“As cidades inteligentes, no caso das brasileiras, ainda
precisam cumprir com os requisitos mínimos de desenvolvi-
mento social e ambiental. Antes de chegarmos ao patamar
dos avanços tecnológicos, que é o estágio atual das cidades
inteligentes europeias e americanas, precisamos tornar nossas
cidades mais racionais”, analisa Willian Rigon, coordenador de
inovação e conteúdo da Urban Systems.
Se comparada às metrópoles de países desenvolvidos, a
cidade do Rio de Janeiro, primeira colocada no ranking nacio-
nal, por exemplo, obteve menos da metade dos 63 pontos que
seriam a nota máxima possível. “Salvador está nesse estágio,
onde conta com muitos gargalos na saúde, na educação e segu-
rança, que gastam recursos do governo em forma de conten-
ção de problemas, quando poderiam estar sendo investidos em
ações de longo prazo”, acrescenta Rigon.
Mas de que forma a capital baiana pode utilizar a tecnolo-
gia para avançar na qualidade de vida da sua população?
Segundo o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Ma-
noel Gomes de Mendonça Neto, já há uma produção “robusta”
de conhecimento na área de tecnologia na Bahia por meio
capa
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 29
das universidades, tanto públicas quanto particulares. Para o
titular da Secti, o principal desafio é a transformação desse co-
nhecimento em produtos, o que exigiria um estreitamento de
relações entre empresas e universidades. “Minha missão como
secretário, e acho que isso nunca foi feito, é fazer esses atores
trabalharem juntos, o que é um problema no Brasil em geral”,
afirma. “Quanto mais o estado investir em pesquisa e inovação,
mais desenvolvimento ele vai ter. Agora, a resposta não é para
amanhã. Ela vai ser contínua e previsível, durante dez, quinze
anos, a gente vai ver o cenário mudando lá na frente.”
Enquanto a grande mudança não acontece, a Secti tem
investido na parte de infraestrutura das cidades baianas para
que elas possam receber internet de qualidade. Com o pro-
grama federal Banda Larga para Todos, o governo do estado
pretende implantar redes de fibra óptica, para que unidades
de saúde e segurança, além das escolas, possam ter um melhor
acesso à internet.
“salvador, no quesito saúde, antes de investir em teCnologia, preCisa investir na infraestrutura, na Cobertura e nas soluções de saúde básiCa”,
Willian Rigon, coordenador de inovação e conteúdoda Urban Systems
educAção“A tecnologia precisa ser um instrumento casado com o proces-
so pedagógico. Só colocar a tecnologia na escola não resolve”,
defende o secretário da Educação do estado da Bahia, Osvaldo
Barreto, que está à frente do projeto Educar para Transformar,
que se baseia na colaboração entre governo do estado, prefei-
turas e setor produtivo, além do fortalecimento da educação
básica e da relação família-escola.
Em Salvador, o secretário Guilherme Bellintani também
concorda que o desenvolvimento só é possível a partir da soma
de diferentes iniciativas. “As ações simples e eficazes são as que
têm transformado os sistemas educacionais no mundo”, afirma
o titular da Secretaria Municipal da Educação, destacando o
Programa Combinado, pelo qual foram estabelecidas 112 ações
prioritárias para as escolas municipais, a exemplo de melho-
rias na infraestrutura e projeto pedagógico.
Em 2016, a prefeitura pretende incluir a tecnologia nas esco-
las através de aparelhos de leitura facial. “Isso vai permitir que
o pai saiba se o aluno foi à escola e vai nos permitir economia
no custo da merenda, compensando qualquer tipo de investi-
mento”, explica Bellintani.
sAúdeNa área da saúde, a prefeitura tem pensado em alternativas a
partir do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) da Secretaria
Municipal da Saúde. Segundo Vinícius Alves Mariano, subcoor-
denador do NTI, o desenvolvimento de sistemas informatizados
tem melhorado o acesso da população ao sistema público de saú-
de, bem como o controle dos recursos por parte da gestão. Entre
os sistemas desenvolvidos pelo NIT está o VIDA+ Cadastro. “Ele
é responsável por unificar todas as informações de saúde do pa-
ciente do SUS por meio de um número único e nacional”, explica
Vinícius, que já está trabalhando em um novo projeto o Registro
Eletrônico de Atendimento Ambulatorial, que vai permitir que as
informações dos pacientes sejam acessadas de forma online. FOtO
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ias
Inaugurado em 2012, Parque Tecnológico da Bahia visa desenvolver pesquisas e
gerar empreendimentos inovadores
30 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
de que forma o conceito de cidade criativa pode contribuir para o desen-volvimento de uma cidade inteligente?Cidade criativa e cidade inteligente não são sinônimos. enquanto a cidade
inteligente se baseia no uso da tecnologia para inovar, com ênfase na gestão
pública, a cidade criativa tem três características principais: inovações
(não apenas tecnológicas, mas também sociais), conexões (entre áreas da
cidade, entre atores públicos, privados e da sociedade civil; entre a cidade
e suas regiões; e da cidade com sua história) e cultura. recife, por exemplo,
tem se destacado por iniciativas voltadas ao uso da tecnologia e do empre-
endedorismo nessa seara, como o Porto digital e o Porto Mídia; mas ainda
tem muitos passos a trilhar para se aproximar da nota máxima de 63 (hoje
atinge 25,73, conforme a pesquisa).
como transformar o potencial criativo de salvador em uma ferramenta de desenvolvimento?
um mananCial de soluçõesEconomista, mestre em administração e doutora em urbanismo pela uSP, Ana Carla Fonseca é uma das mais respeitadas estudiosas sobre cidades criativas. Em entrevista à [B+], ela fala sobre como desenvolver a capital baiana usando o seu talento criativo.
Para a Urban Systems, Salvador ainda está
engatinhando para o desenvolvimento deste
setor. “No quesito saúde, a capital baiana an-
tes de investir em tecnologia, precisa investir
na infraestrutura, na cobertura e nas soluções
de saúde básica”, diz Rigon.
segurAnçAOutro setor onde Salvador apresentou desem-
penho ruim, mas tem recebido investimentos
em tecnologia, é a segurança pública. Em 2013,
foi inaugurado na capital o Centro Integrado
de Comando e Controle (CICC), um moderno
centro de videomonitoramento, com 300 câ-
meras espalhadas pela cidade, que é utilizado
tanto pela polícia quanto pelos guardas mu-
nicipais (leia mais sobre o assunto na página
66). “O objetivo é integrar os envolvidos na
busca pela excelência dos serviços prestados
ao cidadão, e, no caso da Guarda Municipal,
em contato com estes órgãos, pretende-se
oferecer segurança urbana, proteção ao pa-
trimônio público, prevenção a todos os tipos
de violência e monitoramento do trânsito da
capital”, explica o superintendente da Guarda
Municipal, Peterson Portinho.
Até o fim do ano também deve ser entregue
o Centro Integrado de Gestão de Emergências
(Cige), que vai abrigar o Centro Integrado de
Comando e Controle Regional (CICCR), com re-
presentantes de instituições federais, estaduais
e municipais, além da Superintendência de Inte-
ligência da SSP. Para melhorar seu desempenho,
“quanto mais o estado investir em pesquisa e inovação, mais desenvolvimento ele vai ter. agora, a resposta não é para amanhã”,
Manoel Gomes de Mendonça Neto, secretário estadual de Ciência e Tecnologia
capa
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ção
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 31
a economia criativa se baseia no talento
criativo para gerar produtos, serviços com
valor agregado. O grande desafio de Salvador é
transformar a criatividade de seu povo em ino-
vação, o que necessariamente requer educação
de qualidade (capaz de gerar raciocínio crítico,
visão de contexto, análise, conexões imprová-
veis), alfabetização digital em escala massiva e
acessível, articulação entre políticas públicas e
o setor privado e, claro, vontade política.
como é possível utilizar a economia criativa para melhorar o posicionamento da capital baiana em outros setores, como saúde e educação?Por duas vertentes. Investindo em indústrias
criativas (ou seja, setores da economia que têm
por base a criatividade aplicada) que possam
contribuir para a melhoria desses setores. basta
imaginar o impacto que a indústria criativa dos
games e aplicativos, por exemplo, traz para a
saúde e a educação. em segundo lugar, várias
pesquisas realizadas no exterior atestam a
mobilidade dos talentos criativos entre os
setores criativos e os setores tradicionais de
uma economia, o que claramente contribui para
dinamizá-los.
Além de recife, quais outras cidades brasilei-ras que estão trabalhando sua economia criati-va podem servir de exemplo para salvador? Muitas têm aspectos inspiradores para que
Salvador desenvolva seus próprios processos,
baseados em seus potenciais (e não incorra no
erro de copiar receitas alheias). São exem-
plos o já mencionado trabalho de recife nas
tecnologias digitais, trilha também seguida
por Florianópolis; os setores de design e moda
em São Paulo (ainda que não com o respaldo
de políticas públicas municipais consisten-
tes); e o investimento do rio de Janeiro em
ferramentas e aplicativos vários de melhoria
da qualidade de vida urbana, da mobilidade à
prevenção da violência.
ainda distanteLevantamento da urban Systems aponta as 50 cidades que usam ferramentas tecnológicas da melhor forma
Rio de Janeiro (RJ)
são Paulo (sP)
belo horizonte (bh)
brasília (dF)
curitiba (PR)
são caetano do sul (sP)
Vitória (es)
Florianópolis (sc)
Porto alegre (Rs)
Recife (Pe)
salvador (ba)
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
...
31º
32 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
a SSP também incorporou mais de 15 mil policiais nos últimos
oito anos e aumentou o seu orçamento em 2015, de R$ 1,61 bilhão
para R$ 4,19 bilhões.
De acordo com a Secretaria Municipal de Gestão, a prefeitura
também tem se dedicado a integração dos serviços municipais
básicos, criação de aplicativos para os cidadãos e a adoção da
tecnologia para a manutenção da cidade. “Isso serve tanto para
agilizar a fiscalização de trânsito quanto melhorar a programação
de operações tapa-buracos ou a utilização e até mesmo fazer pre-
visão de emergências por excesso de chuvas e auxiliar a Defesa
Civil na evacuação das áreas de risco”, disse o então secretário
Alexandre Paupério, que ocupou a pasta até o fim de setembro.
outrAs cidAdes dA bAHiAA sobrecarga de demanda nos setores básicos, por atender
cidades do seu entorno, também estaria afetando o desem-
penho da capital baiana, segundo André Marinho, sócio da
consultoria PwC. “No entanto, comparativamente às demais
metrópoles nordestinas, Salvador se destaca por apresentar
melhor infraestrutura urbana, maior oferta de serviços e
relevante potencial de consumo”, comenta.
Além de Salvador, outras cidades baianas também apare-
cem na pesquisa realizada pela Urban Systems. O município
de Caetité é o grande destaque, ocupando o 5º lugar no setor
de energia, por causa do seu complexo de energia eólica,
seguido de Juazeiro (17º) e Guanambi (30º). No setor de mo-
bilidade, outras duas cidades baianas também conquistaram
posição: Lauro de Freitas (30º) e Barreiras (34º).
Para Carlos Eduardo Bonilha, vice-presidente do Instituto
de Tecnologia de São Caetano do Sul e presidente da Systrade
Tecnologia, cidades como Lauro de Freitas e Feira de Santana
também possuem potencial para se desenvolver como cidade
inteligente. Mas, segundo Bonilha, ainda falta vontade polí-
tica na maioria dos municípios. “A cidade inteligente utiliza
todos os recursos já instalados numa cidade digital para
prover serviços com maior rapidez. Salvador está no caminho
certo, mas precisa juntar todas as tecnologias que já possui e
unificá-las”, defende. [b+]
CONNECTED SMART CITIES31°
MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE7°
ENERGIAENTRE AS 100+
ECONOMIAENTRE AS 100+
MEIO AMBIENTE11°
GOVERNANÇAENTRE AS 100+
EMPREENDEDORISMO49°
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO11°
SAÚDEFICOU DE FORA DAS 100+
URBANISMOFICOU DE FORA DAS 100+
SEGURANÇAFICOU DE FORA DAS 100+
EDUCAÇÃOFICOU DE FORA DAS 100+
a Capital por setorO posicionamento de Salvador em cada indicadoranalisado pela urban Systems
grá
FICO
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34 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
o boêmio de cArA novA
Eu amo o Rio Vermelho. Esta é a frase estampada em camisas,
cartazes e postagens compartilhadas nas redes sociais por
comerciantes e moradores do bairro. O objetivo da campanha
é reduzir os prejuízos, como a falta de movimento no comércio,
ocasionados pelas obras de requalificação do Rio Vermelho,
que tiveram início no mês de junho.
Até o fim de janeiro de 2016, quando a primeira etapa da obra
deve ser entregue (antes das tradicionais comemorações em ho-
menagem a Iemanjá), o movimento promete se fortalecer com
ações que buscam atrair frequentadores para o bairro.
“A gente pretende fazer algumas intervenções artísticas,
para fazer com que as pessoas venham para a rua e mostrar
que o Rio Vermelho continua vivo, que não fechou as portas”,
conta Antônio Portela, que é morador do bairro, proprietário
de dois estabelecimentos e presidente do Sindicato de Hotéis,
Bares, Restaurantes e Similares de Salvador.
FOtO: Luciano Oliveira
enquanto a prefeitura realiza a obra de requalificação, comerciantes e moradores do rio Vermelho se unem para lidar com os transtornos e mudanças do bairropor LORENA DIAS
“O Rio Vermelho continua vivo, não fechou as portas”Antônio Portela, empresário
bairros
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 35
FOtO: divulgação
O Largo da Mariquita deve virar um centro de convivência, a flor de lótus desenhada no centro é uma referência a Oxum
Ele foi o primeiro a usar as camisas em
homenagem ao bairro. Em pouco tempo,
outros comerciantes e frequentadores
também mostraram interesse pelo produto,
que atualmente é produzido por meio de
uma parceria entre os empresários e ven-
dido por R$ 40 em pontos espalhados pelo
Rio Vermelho. “O lucro será revertido para
as ações culturais que a gente quer fazer
mensalmente”, afirma.
uniãoPortela faz parte de um grupo que reúne
mais de cem comerciantes do bairro.
Preocupados com o exemplo da Barra, que
teve queda no movimento do comércio
durante e depois das obras de requalificação, eles têm buscado soluções para
enfrentar o momento de crise. “O exemplo da Barra não é bom, mas qualquer
tipo de obra seria traumático para a gente. Criamos essa comissão justamente
para deixarmos essa coisa do trauma e partir para tentar se harmonizar com
a obra”, afirma.
Além de promover ações, o grupo também tem se reunido com represen-
tantes da prefeitura para discutir a obra e questões que preocupam os comer-
ciantes, como é o caso dos estacionamentos. “A prefeitura diz que as vagas
vão continuar as mesmas, porém mais organizadas, com a zona azul. A nossa
expectativa é que se cumpra o roteiro exatamente como foi falado e que não se
atrase nenhum dia, para acabar logo isso”, comenta João Paulo Lima, que faz
parte do grupo e já tem sentido uma retraída no movimento do seu restaurante
por conta das obras.
projetoSegundo Paulo Fontana, titular da Secretaria de Infraestrutura e Defesa Civil
de Salvador (Sindec), duas etapas da obra de requalificação já estão garanti-
das. Uma parte será entregue até janeiro e a outra, em outubro de 2016. Com
investimentos de R$ 44 milhões, as duas etapas abrangem os trechos desde a
Praia da Paciência, passando pelo Largo da Mariquita até a entrada da Fonte do
Boi, além das ruas João Gomes, Almerinda Dutra e Borges dos Reis, das praças
Brigadeiro e Colombo, parte da Avenida Oceânica e o Largo de Santana.
“Já temos a obra desenhada para frente, mas, a depender da situação finan-
ceira, o prefeito vai decidir quanto às próximas etapas”, relata o secretário. A
obra total, que teria custo de cerca de R$ 80 milhões e abrangeria o trecho até o
quartel de Amaralina, ainda não possui prazo de execução por falta de recurso.
Como o bairro é ponto de grande fluxo de veículos, a Superintendência de
Trânsito de Salvador (Transalvador) tem se dedicado para reduzir os reflexos da
obra no tráfego. “Nesta primeira fase estamos atuando com a interdição
36 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
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“a cidade é uma reapropriação e ressignificação de espaços urbanos. Só que a gente não pode anular o que foi feito. tem que haver um movimento de manutenção”Tiago Nery, morador do bairro
de algumas ruas, além de contar com uma
equipe específica para o Rio Vermelho, focada
na obra”, destaca Fabrizzio Muller, superin-
tendente da Transalvador. “Após a obra, as
mudanças que estão sendo feitas com a re-
qualificação vão contribuir para um trânsito
mais organizado”.
Segundo Tânia Scofield, presidente da
Fundação Mário Leal Ferreira e responsável
pela obra, entre as principais mudanças pro-
gramadas estão o alargamento das calçadas,
alinhamento dos passeios e implantação de
um piso compartilhado de blocos intertravados, entre o Largo de Santana e
o da Mariquita, onde poderão circular veículos e pedestres. “O objetivo é que
esse espaço dinâmico permita as pessoas andarem mais, até pela questão dos
encontros, da convivência”, afirma.
Apesar de o projeto buscar a preservação das principais características do
bairro, as pedras portuguesas não estão mantidas no mesmo. “A gente não
consegue ter bons assentadores de pedras portuguesas e muito menos uma
conservação desse tipo de calçamento”, explica Tânia, informando que todos os
passeios públicos serão de concreto. “Mas em áreas em que a pedra portuguesa
não afete o projeto e o morador ou proprietário do imóvel decida manter, nós
estamos permitindo a conservação”, ressaltou, sem citar algum local onde essa
tradição será mantida.
reivindicAçõesO editor de livros Tiago Nery é um dos moradores preocupados com a preser-
vação dos aspectos históricos do Rio Vermelho. “A cidade é uma reapropriação
e ressignificação de espaços urbanos. Só que a gente não pode anular o que foi
feito. Tem que haver um movimento de manutenção”, defende. Tiago faz parte
de um grupo de moradores que surgiu nas redes sociais e começou a se reunir
após o início das obras.
O coletivo “Rio Vermelho em Ação”, que tem realizado diversos atos em
protesto no bairro, foi o responsável pela abertura de um inquérito, instaurado
pelo Ministério Público Federal na Bahia, que vai investigar supostas irregulari-
dades na elaboração do projeto e execução das obras de requalificação. Entre as
reivindicações do grupo também está o acesso ao projeto na íntegra, para que
ele possa ser discutido com a população, por meio de audiência pública.
O coletivo “Rio Vermelho em Ação” tem realizado diversos
atos em protesto no bairro
bairros
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Além da requalificação da orla do bairro, outro projeto que está sendo executado pela prefeitura é a requalificação do Mercado do Peixe. Com investimento de R$ 3 milhões, a obra prevê a troca da estrutura do equipamento, formada por boxes, por quiosques, além da criação de outro estacionamento e um heliponto. Os permissio-nários tiveram as licenças revogadas e parte deles foi realocada nos mercados de Cajazeiras e Itapuã. A previsão é que a obra seja concluída em oito meses.
reuniõesPorém, segundo o presidente da Associação
de Amigos e Moradores do Rio Vermelho
(Amarv), Lauro da Matta, o projeto já vem
sendo discutido entre a prefeitura e enti-
dades do bairro há cerca de três anos. “Eu
cheguei aqui em 1964, então, posso dizer da
involução do bairro nesses anos todos. Essa
obra é um legado para os moradores. Tudo
que for para o progresso, a Amarv assina
embaixo”, afirma Lauro. As convocações para
as reuniões foram feitas pelo “Blog do Rio
Vermelho”, onde a Amarv costuma divulgar
as novidades sobre o bairro.
Neilton Dórea, vice-presidente do Instituto
de Arquitetos do Brasil (IAB) – Departamento
da Bahia, contesta a forma como são feitas
essas reuniões. “Trata-se de um procedimento
para cumprir a legislação, que nem sempre
reflete o anseio da população. Como é possível
discutir um projeto que é apresentado na
hora, sem ter sido estudado antes?”, questiona
o arquiteto e urbanista, ressaltando que nem
sempre a população possui o conhecimento
técnico necessário para discutir um proje-
to, mas que é necessário ouvi-la. Segundo
Neilton, a IAB vem solicitando os projetos que têm sido executados na capital
baiana, mas todos os pedidos foram negados.
(mAu) exemploPara Sônia Garrido, vice-presidente da Amabarra (Associação de Amigos e Morado-
res da Barra), um dos principais problemas da obra de requalificação do seu bairro
foi justamente o fato de a prefeitura não ter levado em consideração as necessida-
des dos moradores. “O projeto tinha como principal objetivo reduzir a quantidade
de carros, o que é louvável, mas sem dar condições para isso. Não foi estudada a
questão do transporte público, da segurança e do uso dos moradores e frequen-
tadores”, conta. “O equipamento que está aqui não é adequado às condições de
mobilidade que a gente tem, e isso resultou em uma quantidade significativa de
instituições comerciais fechadas”, acrescenta Sônia.
A presidente da Fundação Mário Leal Ferreira discorda. “Eu acho que o resulta-
do da Barra, em termo de requalificação, foi muito bom”, afirma Tânia Scofield. Para
ela, faltou aos empresários da Barra a união que ela observa no grupo do bairro
boêmio. “Os comerciantes do Rio Vermelho são muito proativos. Eles incorporaram
o projeto e estão com uma campanha muito forte de valorização do bairro. Eu acho
que essa unidade, talvez, não tenha havido na Barra. E acredito que é necessário
mais algum tempo para ver os resultados da obra que foi feita lá”, defende. [b+]
38 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
potenciais
A vocação de Salvador para o turismo, o
entretenimento, o lazer e as atividades
culturais é óbvia. Assim como é óbvia sua
vinculação com o setor de serviços e a área
comercial, tanto interna como externa,
além, é claro, da histórica vocação portuá-
ria, agora revitalizada com o dinamismo do
terminal de contêineres.
Estas são vocações consolidadas, mas exis-
te uma outra, com enorme potencialidade,
mas que precisa ser estimulada pelo poder
público, federal, estadual e municipal. Trata-
se da especialização no setor de pesquisa e
Desenvolvimento. Um exemplo disso é que o
último Índice de Cidades Empreendedoras,
elaborado pela Endeavor, instituição que
apoia o empreendedorismo, coloca Salvador
em uma posição extremamente positiva no
quesito inovação.
No indicador Potencial de Geração de
Ideias, Salvador ficou em quarto lugar, abaixo
apenas de Florianópolis, São Paulo e Belém.
Se comparado com a média nacional, as empresas soteropolitanas são focadas
em inovação e a cidade é a quarta do país com maior número absoluto de
mestres e doutores trabalhando em empresas e também a quarta maior
proporcionalmente. Além disso, um em cada 13 funcionários das empresas
privadas está alocado em áreas ligadas à tecnologia, um dos melhores índices
entre as cidades pesquisadas.
Em termos de gastos públicos com ciência e tecnologia, Salvador aparece
em terceiro lugar no país e em números de pedidos de patente é a mais impor-
tante cidade do Nordeste. Em relação a projetos culturais, a cidade aparece
também como uma das mais empreendedoras do país.
Ora, tudo isso indica que há uma vocação latente na cidade para a especia-
lização em P&D. Aqui é fundamental que haja incentivo e apoio ao setor e que
o Parque Tecnológico da Cidade assuma efetivamente seu papel dinamizador,
hoje bem aquém do esperado.
O fato é que Salvador ainda é uma cidade aprazível, cheia de cultura, arte e
alegria e capaz de atrair mestres, doutores, pesquisadores e empresas ligadas
a tecnologia e a cultura, e, se há avanços nítidos na melhoria das condições
de urbanidade e na prestação de serviços básicos, é fundamental dar apoio
às universidades e centros de pesquisa e aprofundar o combate à violência
urbana, além, é claro, de viabilizar instrumentos de fomento a esse tipo de
empreendimento, com estímulos fiscais e financeiros. Se isso for feito, Salva-
dor poderá se tornar a capital da inovação no Nordeste.
SAlvAdOr: A OuTrA vOCAçãO
aRmando aVena
Escritor, economista, professor da Ufba e diretor do portal Bahia Econômica
Belo Horizonte Brasília Ribeirão Preto Rio de Janeiro São Paulo
www.carlaamorim.com.br
loja.carlaamorim.com.br
40 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
Vem pra rua!
Mais que um lugar para morar e trabalhar, as cidades têm sido exploradas pelo
cidadão contemporâneo como ambientes de ocupação plena. Ao poder público
não basta atrair empresas e universidades de alto nível técnico. Viabilizar a in-
teração entre os moradores nas ruas também faz parte da lista de ações neces-
sárias para promover o bem-estar da população e o aquecimento da economia.
Nas praças e largos de municípios baianos, iniciativas individuais têm
cumprido esse propósito. Em Salvador, A Feira da Cidade já recebeu mais de
um milhão de visitantes, em 60 edições realizadas em dez bairros. O projeto,
que completou um ano em setembro, reúne opções variadas de gastronomia,
artesanato, moda e cultura, o que inclui música ao vivo.
“Entre as coisas mais importantes que vemos claramente com A Feira é o
crescimento do sentimento de pertencimento das pessoas à sua cidade”, afirma
a coordenadora do evento, Carla Maciel, que destaca ainda a sua abrangência.
“Já selecionamos mais de 300 projetos, revelamos muita gente que nunca havia
mostrado seu talento e levamos tantos outros a desbravarem novos horizontes
e ampliarem seus negócios”, aponta.
A integração entre atividades culturais, artísticas, sociais e econômicas,
com a participação do poder público, é o que se classifica como cidade criativa.
Para o arquiteto urbanista Firmo Azevedo, esse é um conceito restrito. “É muito
difícil dizer que uma cidade é criativa, porque existem áreas em que essa trans-
formação não é possível”, argumenta, citando como um dos motivos os gargalos
FOtO: Igor Correia
Gastronomia, moda e música para todos os estilos definem a proposta da Feira da Cidade, que é ocupar o espaço público.
Ser palco de constantes interações sociais e culturais é o desafio dos centros urbanos em suas áreas públicaspor LUANA ASSIZ E TEDE SAMPAIO
cidade
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ção
no setor de mobilidade. “O que falta em Salvador é um sistema
de transporte urbano coletivo. Para revitalizar a Cidade Baixa,
por exemplo, é necessário que todos possam acessar a região,
através do transporte público ou de carro, e para isso são ne-
cessárias ruas largas e estacionamentos”, pondera.
Azevedo analisa o fenômeno que tem provocado a mudan-
ça nos centros urbanos. “Em muitos países, o espaço público
passou a ser de convivência: a pessoa sai do trabalho e vai para
a praça ler um livro. A interação entre as pessoas é fundamen-
tal, assim como a contemplação das paisagens e a criação de
perspectivas visuais na cidade”, explica.
pAredes são telAsHá três anos, o publicitário Raphael Ribeiro decidiu ressig-
nificar os muros de Salvador através de estudos de caligrafia
aplicados por meio de técnicas que variam das ferramentas
tradicionais, como pincéis, a instrumentos construídos a
partir de vassouras, esponjas e brochas. Propriedades desocu-
padas ou abandonadas são o foco do artista, que precisa usar
a criatividade para executar suas ideias em lugares altos ou
muito deteriorados.
“Não interfiro nos bairros por opção, na verdade são os
muros que me escolhem. Eles falam: ‘Ei, olha pra mim, não
acha que eu posso ser mais bonito do que isso?’”. A reação
positiva das pessoas às cores e formas serve de incentivo ao
trabalho de Raphael.
O estímulo para esse tipo de iniciativa deve vir também do
poder público. De acordo com Firmo Azevedo, em cidades dos
Estados Unidos e de países da Europa é comum os governos exe-
cutarem projetos urbanísticos criados por escritórios de arqui-
tetura. Para além disso, há questões legais na intervenção sobre
os logradouros públicos. “Eu poderia propor como urbanista
fechar uma praça para a realização de atividades infantis, mas a
praça é pública e é preciso ter apoio do governo”, argumenta.
De acordo com o presidente da Saltur, Isaac Edington, faz
parte da política municipal promover a ocupação de espa-
ços públicos. “Apoiamos eventos como A Feira da Cidade, o
Festival Boa Praça, o Ruas de Lazer, o projeto Boca de Brasa
e temos buscado a iniciativa privada para a realização de
parcerias, através das quais oferecemos apoio de infraestru-
tura, como a organização do trânsito, a disponibilização de ba-
nheiros públicos, iluminação, recursos para financiar artistas,
entre outros”, afirma.
Viabilizar a interação entre os moradores nas ruas promove o bem-estar da população e o aquecimento da economia
A proposta de Raphael é levar alegria através das cores a lugares até então menosprezados, a exemplo de muros e lixeiras
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“O ato de plantar e pintar espaços públicos é uma forma lúdica de envolver as pessoas”Débora Didonê,articuladora e mobilizadora do movimento
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ção
cAnteiros dA cidAdeA adoção da cidade por seus moradores
também passa pela gestão participativa dos
espaços. Foi a partir dessa ideia que, em fe-
vereiro de 2012, o projeto Canteiros Coletivos
começou a recuperar áreas verdes públicas.
Nos três anos de atividades, quatro áreas
de Salvador já foram impactadas. No Vale
do Canela, o depósito de lixo e entulho deu
lugar a mudas de plantas floridas, arbustos e
uma nova árvore. “As roçagens da prefeitura
ali também estão mais frequentes. Há ainda
um problema de lixo, mas bem menor do que
antes”, afirma Débora Didonê, articuladora e
mobilizadora do movimento.
No Parque Solar Boa Vista, alimentos já
foram plantados e há manutenções de jardi-
nagem constantes. O Gantois recebeu mudas
de árvores e contou com a adesão dos comer-
ciantes e moradores locais, que já colhem
mamão e maracujá do espaço. Na praça do Pôr
do Sol, no Rio Vermelho, o Canteiros Coletivos
conseguiu manter uma das 12 árvores planta-
das e desenvolve atividades com instituições
de ensino nas ocupações realizadas junto ao
projeto Bairro-Escola.
“O ato de plantar e pintar espaços públicos
é uma forma lúdica de envolver as pessoas
não só na transformação desses espaços, mas
na gestão deles. Elas experimentam modi-
ficar positivamente esses lugares e sentem
que um coletivo pode fazer muita coisa em
uma pracinha sem depender de permissões
ou burocracias do poder público”, resume
Débora Didonê.
mudAnçA de cenárioApesar de quase sempre os projetos estarem voltados para a recuperação
e reocupação de locais públicos, também existem grupos que mudam o
cenário de um bairro a partir da inclusão de pessoas marginalizadas em um
novo contexto, é o caso do Caena (Centro Avançado de Empreendedorismo
do Nordeste de Amaralina). A iniciativa tem por objetivo possibilitar que jo-
vens da localidade se tornem empreendedores, evitando que eles adentrem
no mundo do crime.
O Caena, localizado no Nordeste de Amaralina e com sede física ainda em
construção, não conta com verbas públicas e vem sendo desenvolvido atra-
vés de doações. De acordo com o frei Rogério Soares, idealizador do projeto, a
intenção é que os jovens da comunidade tenham a possibilidade de adquirir
formação técnica e criem seus próprios empreendimentos. “Ao iniciar os cursos,
o jovem terá o acompanhamento de um consultor que lhe ajudará a escolher o
tipo de empreendimento que lhe parecer mais promissor”, explica.
No local já funcionam uma creche e uma escola de ensino fundamental. A
expectativa é que o espaço forneça formação para 200 futuros empreendedores.
interiorNo Recôncavo baiano, a ocupação das áreas públicas tem ocorrido de formas
diversas. De Cachoeira irradiou para outros dez municípios o projeto “Faz-se fil-
cidade
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O grupo já promoveu a criação de filmes em 11 cidades do interior
baiano, em todas elas a população pôde apreciar o resultado
mes”, núcleo produtivo independente e itinerante, que oferece à
população dos locais por onde passa a possibilidade de gravação
de vídeos em gêneros variados. O processo é simples: a equipe,
formada por seis pessoas, passa quatro dias em cada lugar. No
primeiro, são feitos a divulgação e a seleção do elenco – pessoas
comuns interessadas em fazer o filme da sua vida. O segundo
dia é dedicado às gravações; o terceiro, à edição; e, por fim, a exi-
bição, em praça pública do resultado para a comunidade local.
Para a idealizadora da atividade, Violeta Martinez, há um
componente social forte nesse trabalho, na medida em que
universaliza o acesso aos meios de produção cinematográfi-
ca e incentiva o potencial criativo da população. “O projeto
ocupa os espaços públicos, porque inclui a comunidade como
um todo, tanto na produção do filme, na escolha das locações,
como também na exibição, momento em que convidamos
as pessoas a ocuparem as praças para prestigiar os artistas
locais”, explica a autora do projeto, financiado pelo Fundo de
Cultura do governo do estado da Bahia, por meio de um edital
de Economia Criativa.
As tradições religiosas de matriz africana têm em Cachoeira
terreno fértil de expressão – é lá que acontece a Festa da Boa
Morte, Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2010. Com o obje-
tivo de promover o encontro entre representantes de segmen-
tos religiosos e expressões artísticas do candomblé, o projeto
Quarta dos Tambores é realizado sempre às 19h, na Praça Tei-
xeira de Freitas (Praça da Liberdade). Desde 2011, foram mais
de 45 edições, com público médio de 300 pessoas, entre artistas,
estudantes, trabalhadores, donas de casa, turistas e crianças. A
ação conta com apoio da prefeitura por meio da Secretaria Mu-
nicipal de Cultura e Turismo, responsável pelos equipamentos
de som, suporte aos artistas e serviços de iluminação. [b⁺]
44 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
comércio
Pode causar surpresa a alguns que um presi-
dente de entidade empresarial, um leigo no
assunto, portanto, esteja abordando um tema
para especialistas. Mas o fato é que, como
cidadão, preocupa-me o destino da nossa
cidade, sobretudo do bairro do Comércio e de
seus habitantes.
Não há um conceito uniforme e inteiramen-
te aceito do que seja uma cidade inteligente.
São vários. O que há em comum em todas as
abordagens é a utilização da tecnologia da in-
formação e comunicação em grande escala, de
forma consciente, tendo como objetivo melho-
rar a sua administração e a vida dos cidadãos,
buscando a sustentabilidade. As cidades inte-
ligentes são parte da resposta a um paradigma
predominante no ocidente de dominação e
exploração da natureza, sem limites.
É uma nova cultura urbana, uma “reenge-
nharia”, inclusive com reflexos na elaboração
do orçamento e no controle das decisões pú-
blicas. Sua principal linha filosófica é tornar-
se uma “cidade para pessoas”.
A maneira mais corrente de se iniciar um
processo em direção a uma cidade inteligente
é criar uma área-piloto: um “cluster”. Ou seja,
uma parceria entre o poder público e a iniciativa
privada de forma criativa, visando produzir
serviços avançados dentro da ótica da nova
economia, a economia verde: aquela que é mais
eficiente no uso de seus insumos, polui menos e
procura dar ênfase na reciclagem de materiais.
SAlvAdOr POdE SEr MAiS iNTEliGENTE
luiz FeRnando sTudaRT
Presidente da Associação Comercial da Bahia
O empreendedorismo, a criatividade, o aprendizado, a inovação e a diversi-
dade são características marcantes dessa experiência, apoiando-se numa visão
de atividades econômico-empresariais em “rede”, isto é, com relacionamento
sinérgico.
As cidades inteligentes têm sido usadas, em diversos países, para facilitar
a recuperação de áreas que estão se degradando, sobretudo os centros das
cidades. Esse tem sido o seu mais importante papel. Esses centros já possuem
infraestrutura, mobilidade urbana e residências. Recicla-se a área, redefinem-se
suas atividades empresariais, culturais e outras, em vez de deixá-la morrer. É
ideal para a instalação de pequenas e médias empresas, desenvolvendo ativida-
des não poluentes.
A cidade inteligente tem optado por ser de múltiplas utilidades. Nela convi-
vem as atividades empresariais e profissionais, ao lado de atividades de lazer,
culturais, educacionais, além de ser utilizada para fins residenciais. Torna-se
uma diversidade na unidade. A diversidade facilita a inovação.
É ponto comum nos projetos de cidades inteligentes a participação decisiva
de uma agência de desenvolvimento. Ela concebe e implementa o planejamento
estratégico, estabelece prioridades, escolhe e organiza as cadeias produtivas,
conduz os processos de sinergia.
Há pouco, a prefeitura de Salvador lançou, na Associação Comercial da
Bahia, o Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Sustentável e Inovação
(Pidi), com objetivos semelhantes aos das cidades inteligentes. O bairro do Co-
mércio é o ponto ideal para se implantar o núcleo-piloto que deverá ser criado
com esse programa. Tem toda a infraestrutura necessária, é uma área compac-
ta, de fácil mobilidade e com imóveis disponíveis para abrigar as atividades que
nela se instalarão. Conecta-se facilmente com outras áreas. A sua parte resi-
dencial pode ser renovada e ampliada, aproveitando-se os espaços de prédios já
existentes. O bairro do Comércio possui um bom número de universidades que
podem se integrar ao projeto. O turismo, atividade importante nesses projetos,
pode ser desenvolvido com facilidade: tem o mar, o porto, o mercado, etc. Me-
lhores condições seriam impossíveis. Salvador merece ganhar esse novo polo de
desenvolvimento sustentável.
46 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
A capital baiana pode ser estrangulada por um nó. Há carros demais, transporte público de menos e congestionamentos quase diários. Afinal, o que tem sido feito para melhorar? Como deve ser a Salvador ideal?por MURILO MELO
FOtO: Shutterstock
tá tUdo parado
Não cabe mais. Esta é a sensação que motoristas e usuários de ônibus têm ao
sair às ruas de Salvador, principalmente em período de pico. Já se tornaram
rotina para a população os quilômetros de congestionamentos, a luta pelo
transporte público, o sofrimento diário com as filas em terminais de transbordo
e a espera pelos ônibus que tardam.
De acordo com estimativa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro
(Firjan) divulgada em setembro, na região metropolitana de Salvador (RMS),
807 mil trabalhadores levaram, em média, duas horas e oito minutos nos des-
locamentos entre a casa e o trabalho e do trabalho para a casa, considerando
apenas os deslocamentos acima de 30 minutos. Os dados são referentes ao ano
de 2012. O preço que se paga por este número é alto. Cerca de R$ 3,3 bilhões dei-
xaram de ser ganhos, ou seja, 4,6% de tudo o que é produzido (PIB) na RMS.
“Há prejuízo de conforto físico como o estresse, o que faz com que a popula-
ção chegue cansada ao trabalho”, explica o economista e mestre em desenvolvi-
mento urbano da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia
(Conder) Rodolfo Lujan. “Já a freguesia, quando percebe que algumas vias estão
congestionadas com frequência, tende a fugir
destes locais. O resultado é que o comércio
fica debilitado, os preços tendem a cair. Daí os
imóveis ficam desvalorizados. A cidade passa a
funcionar de forma desordenada”, diz.
O último estudo realizado pela Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad),
do IBGE, em 2012, revela que, em alguns perí-
odos, investimentos em transporte consegui-
ram reduzir o tempo perdido no trânsito, mas,
depois, tudo volta à estaca zero. “Em Salvador,
o viaduto Eduardo Campos, as mudanças de
tráfego na região do Iguatemi e as estações de
metrô melhoraram um pouco”, diz Heliodório
Sampaio, doutor em arquitetura e urbanismo
e professor titular de planejamento urbano
mobilidade
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 47
da Universidade Federal da Bahia (Ufba). “As
melhorias, porém, duram pouco. Pelo que foi
visto nos anos anteriores, em outras altera-
ções na cidade, depois de um tempo, as vias se
saturam de novo, e o trânsito empaca”, conta.
Segundo ele, isso acontece porque a capaci-
dade é inferior à demanda. Existem muitos
automóveis nas ruas e, para piorar, poucos
estacionamentos ou estacionamentos caros. O
resultado são veículos parados ocupando me-
tade da via e transformando horários de pico
num caos. “Mesmo aumentando a oferta de
infraestrutura, ainda fica aquém da demanda.
Estamos sempre correndo atrás do prejuízo”,
explica o especialista.
Cerca de r$ 3,3 bilhões deixam de ser produzidos enquanto Salvador está pa-rada em engarrafamentos
Sampaio opina que existe uma inversão da lógica em nosso modelo de
urbanismo. “Privilegiou-se o uso do transporte individual em detrimento do
coletivo. O que acaba não atraindo. Ninguém que tenha um pouco de poder
aquisitivo quer andar em um transporte de baixa qualidade”, completa.
O secretário de Urbanismo e Transporte, Fábio Mota, culpa a falta de plane-
jamento ao sistema de transporte em Salvador realizado nos últimos 40 anos.
“As linhas não tinham contratos licitatórios sérios”, argumenta. Para reverter o
quadro, a prefeitura contratou, no fim do ano passado, os consórcios Platafor-
ma, Ótimo e Salvador Norte, que, segundo Mota, precisaram se adaptar às no-
vas regras estabelecidas. “Os problemas surgiam e não tínhamos a quem culpar.
Agora [com a mudança feita no começo do ano] estamos reestruturando tudo,
podemos fiscalizar e exigir. Temos regras claras, com segurança contratual”, diz.
medidAs contrA o cAos Uma série de obras em avenidas, entretanto, é feita na tentativa de desafogar
o trânsito. A primeira etapa dessas obras ficou pronta ainda em 2014, com a
duplicação e ampliação da Avenida Pinto de Aguiar, que, junto à Avenida Gal
Costa, forma a Linha Azul. Com 12,7 quilômetros, a linha deve contar com dez
viadutos, quatro túneis duplos, ciclovias e pista dupla com três faixas cada, in-
cluindo uma exclusiva para o transporte público, até integrar-se ao metrô. Ao
todo, serão gastos R$ 647 milhões, segundo a Secretaria de Desenvolvimento
Urbano da Bahia (Sedur). Já a Linha Vermelha, formada pelas avenidas
pAlmA dA mão
Implantado pela prefeitura em agosto, o aplicativo CittaMobi é um recurso que permite que o cidadão tenha acesso aos horários dos ônibus e possa avaliar o serviço oferecido pelas empresas. O aplicativo ganhou força após o anúncio da circulação de ônibus durante a madrugada na capital, em setembro. De acordo com o prefeito aCM neto, uma nova etapa do app será lançada em breve pela Secretaria de Mobilidade, quando o usuário poderá fazer queixas sobre os motoristas. “a prefeitura tem uma central de operações nas três bacias. Se houver alguma reclamação, acionamos as empresas”, disse neto.FO
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48 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
“O ideal é que todas estas opções de trans-porte se completem. a mobilidade para ser sustentável precisa ser integrada”,ubiratan Félix, especialistaem mobilidade urbana e presidentedo sindicato dos engenheiros da bahia
FOtO: elói Corrêa
Orlando Gomes e 29 de Março, terá 20 km de
extensão por onde devem estar distribuídos
seis viadutos, pontes, ciclovias e pista dupla
com três faixas cada.
Todas essas mudanças têm o objetivo
de garantir fluidez nas principais avenidas.
“Temos focado nossos esforços em áreas crô-
nicas e históricas da cidade, como Iguatemi,
Suburbana e São Joaquim, com a implanta-
ção de projetos de engenharia de tráfego. Os
resultados têm sido satisfatórios nos locais de
intervenção e no tráfego do entorno”, explica
o superintendente da Transalvador, Fabriz-
zio Muller. O rodízio de carros, que impede a
circulação um dia por semana de acordo com
o final da placa, prática comum em cidades
como São Paulo, não está nos planos para ser
aderido em Salvador. “Estamos trabalhando
com outras possibilidades”.
trens e metrôOutra solução para melhorar a mobilida-
de passa pelo investimento no transporte
público de alta capacidade, como o metrô. O
governo quer investir mais de R$ 3,6 bilhões
para a conclusão da linha 1, que opera em
seis estações, totalizando 9,7 quilômetros de
extensão, conforme a Sedur. O investimento
também passa pela implantação da linha 2,
com doze estações. A ideia é que o metrô che-
gue, em 2017, até a via principal do aeroporto
Internacional de Salvador.
Segundo o professor de urbanismo da
Faculdade de Arquitetura da Ufba, João Soares
Pena, a divisão do metrô é injusta. “Se compararmos a extensão dessas duas
linhas, a quantidade de estações em cada uma e a área por onde passam, pode-
mos notar que onde mais se precisa de transporte público é onde há a menor
quantidade de estações e a menor extensão, que é a linha 1”, diz. Questionada, a
assessoria de comunicação do governo disse, por meio da Sedur, que os projetos
de mobilidade são pensados e planejados por uma equipe preparada, que conhe-
ce a demanda da cidade.
Prometidas para o segundo semestre deste ano, as obras do veículo leve so-
bre trilhos do subúrbio (VLT), responsabilidade do governo estadual, e do BRT
de Salvador, obra da prefeitura, têm poucas chances de começar. A má notícia é
consequência do corte de gastos recém-anunciado pelo governo federal. O VLT
Uma das grandes apostas para a mobilidade da capital, o metrô deve chegar até a via principal do aeroporto internacional de Salvador até 2017
mobilidade
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 49
do subúrbio substituiria o atual sistema de trens. Totalizando 18,5 quilômetros
de extensão e 21 estações, o sistema rápido, moderno e não poluente beneficia-
ria mais de 1,5 milhão de moradores do subúrbio ferroviário, enquanto o BRT,
com um total de quatro complexos, transportaria mais de 200 passageiros por
viagem em cada sentido.
Os urbanistas veem Salvador como uma cidade que possui característi-
cas topográficas interessantes, o que possibilitaria o uso de transporte ver-
tical, como planos inclinados e elevadores. “Isto nem é algo novo, haja vista
o Elevador Lacerda”, diz Pena. “Temos uma ampla área banhada pelo mar,
temos a Baía de Todos-os-Santos, onde poderia haver um sistema efetivo de
transporte hidroviário”, analisa.
duAs rodAsCom o caos no trânsito e alerta à poluição, os
governantes começam a encarar a bicicleta
como um meio de transporte sério e importan-
te para a cidade. Redes cicloviárias, bicicletas
compartilhadas, bicicletários (exigência de
estacionamentos para bicicletas em lugares
públicos e privados, como shoppings e uni-
versidades), eventos ciclísticos e competições
esportivas ligadas ao setor começam a ser
idealizados, construídos e ampliados.
Para isso, um conjunto de ações tem sido
feito para atender os ciclistas. Entre elas, as es-
tações de compartilhamento de bicicletas assi-
nadas pelo banco Itaú. Com o sucesso da ação,
a prefeitura planeja estender para 350 os 100
quilômetros de circuitos cicloviários existentes
atualmente. “O objetivo é dar mais espaço para
pedestres, para bicicleta, para transporte públi-
co de qualidade e menos espaço para os carros”,
afirma o presidente da empresa Salvador
Turismo (Saltur) e coordenador do movimento
Salvador Vai de Bike, Isaac Edington.
Para o coordenador da Associação dos
Bicicleteiros da Bahia (Asbeb), Maurício Cruz,
a infraestrutura da cidade não é exatamente
o principal desafio. Ele diz que está longe de
os condutores entenderem que o trânsito
funciona muito além de carros e ônibus. “Em
Salvador, assim como em outras capitais do
Brasil, existe a cultura de que bicicleta é meio
de transporte usado para o lazer. As pessoas
não entendem que muitos usam esse veículo
para locomoção em geral, como ir ao trabalho
e à faculdade”, pontua.
A mobilidAde dA cidAde ideAlMas encher as cidades de ônibus, metrôs ou
bicicletas não é a solução, de acordo com o espe-
cialista em mobilidade urbana e presidente do
sindicato dos engenheiros da Bahia, Ubiratan Fé-
lix. “O ideal é que todas estas opções de transpor-
te se completem. O bacana seria se a população
saísse de casa a pé ou de bicicleta, guardasse o
equipamento no metrô ou seguisse em ônibus
que fosse capaz de transportá-lo. A mobilidade
para ser sustentável precisa ser integrada”. [b+]
FOtO
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A capital baiana começa a enxergar as bicicletas como alternativa para desafogar o trânsito
50 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
estAcionAr está cAro
Pensar os problemas que envolvem a mobilidade urbana em Salvador requer avaliar também
os serviços de estacionamento. O tema vem sendo constantemente discutido entre poder
público, empresários e sociedade civil, desde que teve início a cobrança pelo uso dos estacio-
namentos nos shopping centers da capital baiana, em junho deste ano. Até então, Salvador
era a única capital nordestina cuja cobrança por este tipo de serviço não era realizada.
A mudança, entretanto, não agradou parte da população, que julga abusivo o valor
cobrado por estes estabelecimentos, média de R$ 6 pelas duas primeiras horas. Mas o
descontentamento não para por aí. Os lojistas dos shoppings também amargam prejuízo,
como conta Fernando Ribeiro, diretor do Grupo Sal e Brasa, que viu o faturamento cair
30%. “Iniciamos o debate com os administradores dos shoppings, mas não há nenhuma
expectativa de redução da tarifa cobrada”. Desde que a cobrança foi iniciada, o Procon já
multou os shoppings de Salvador em aproximadamente R$ 500 mil, decorrente do não
cumprimento dos direitos do consumidor.
A notícia da intenção da prefeitura de Salvador de conceder a administração da zona
azul à iniciativa privada pegou os soteropolitanos de surpresa. Com a proposta de mani-
festação de interesse (PMI) publicada no Diário Oficial do Município, a prefeitura julga a
mudança necessária e considera ineficiente a atual forma de gestão desses espaços. De
acordo com coordenador de mobilidade do município, Eduardo Leite, o formato que se
tem hoje é defasado e favorece a prestação do serviço informal. “Ele não garante nenhu-
ma segurança tanto aos guardadores quanto aos usuários” afirma.
Com uma frota de quase 900 mil carros, Salvador disponibiliza aproximadamente
7.500 vagas na zona azul. A proposta de concessão, segundo Leite, pretende ampliar esse
número para 15 mil. “A prefeitura busca projetos que contemplem esse tipo de benefícios,
seja através de edifícios garagem ou garagens subterrâneas”, explica. Entre os benefícios
citados por ele cabem destaque a informatização do serviço (parquímetros e câmeras de
vigilância), facilidade no pagamento (cartão de crédito e débito e aplicativos para smar-
tphone) e cobrança fracionada.
Para o diretor de fiscalização do Procon- BA, Iratan Vilas Boas, todavia, a prefeitura
deve se atentar no que diz respeito ao valor cobrado por estes espaços para que o consu-
midor não seja prejudicado. “Ainda é a zona azul que regula o mercado dos estacionamen-
tos. Se assim não fosse, alguns estacionamentos privados aumentariam os valores, pois
o mercado ainda é regulado pelo preço”, diz. “Não adianta o projeto garantir mobilidade e
segurança se o consumidor não tiver o direito dele garantido”.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Guardadores e Lavadores de Veículos
Automotores do Estado da Bahia (Sindiguarda), Melquisedeque Souza, a proposta deve
ser repensada a fim de garantir o emprego dos atuais guardadores. “Estamos todos muito
preocupados com o que pode acontecer. Muitos pais e mães de família vivem desse tra-
balho”. Esses trabalhadores não possuem garantia jurídica de que serão contratados pela
empresa que venha a administrar esses espaços. [b+]
depois dos shoppings, agora é a prefeitura de Salvador que pretende mudar a forma de gerir os estacionamentos públicospor TEDE SAMPAIOilustração ADNA NOVAES
estacionamentos
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autos&motos
O Grupo Caoa, importador oficial da Hyundai, promove ações fortes no mercado
nacional. Em parceria com a marca sul-coreana, a empresa monta (em regime de
CKD) o caminhão HR e os crossovers Tucson e ix35 em Anápolis (GO).
Nos mercados mundiais, exceto o brasileiro, o ix35 vem com “pele” e nome
de Tucson. Aqui, os dois convivem em plena harmonia e, agora, a Hyundai Caoa
lança o New ix35 em três versões de acabamento, todos com motor 2.0 flex de
167 cavalos, câmbio automático de seis velocidades e novo conjunto frontal.
O ix35 nacional sai por a partir de R$ 99.990 e incorporou a grade hexagonal
com divisórias bem definidas, faróis maiores e com luz de posição em LED. O
para-choque é quase uma peça só, integrando toda a parte frontal do crossover,
que traz ainda uma traseira com lanternas e conjunto óptico redesenhado.
O modelo vem, de série, com maçanetas cromadas, rodas de 18”, rebatimen-
to elétrico dos bancos, ar-condicionado, volante multifuncional, entre outros
itens. Mas os mimos chegam a partir da versão intermediária, com ar-condi-
cionado digital de duas zonas, piloto automático, navegador GPS, partida por
botão e rack de teto – custando R$ 109.990.
Há ainda um pacote bem amplo de equipamentos na sua versão topo da
gama, que custa R$ 122.990 e vem com bancos, volantes e manopla do câmbio
em couro, lanterna com LED, teto solar panorâmico, air bags laterais e de corti-
na, multimídia com câmera de ré, protetores plásticos nas laterais, controles de
tração e estabilidade e assistente de frenagem em declives.
imperiAl mostrA novo cr-vSalvador ganhou uma apresentação ex-
clusiva do novo CR-V. O Grupo Imperial/
Honda abriu as portas da loja de Alpha-
ville para a equipe da marca japonesa
mostrar as mudanças no crossover. Vin-
do do México, o novo CR-V chega apenas
em uma versão de acabamento, a topo
da gama com motor 2.0 i-VTEC FlexOne,
de 155 cavalos a 6.300 rpm e torque máxi-
mo de 19,5 kgfm a 4.800 rpm, acoplado ao
câmbio automático de cinco marchas e
sistema de tração 4x4 integral 4WD.
O utilitário da Honda está mais vis-
toso, com rodas de 17 polegadas, luzes diur-
nas de LED, faróis renovados de neblina,
para-choques mais robustos e de detalhes
em cinza e lanternas com novo desenho
ótico. Destaque para o novo painel, ven-
tilação traseira do ar-condicionado dual
zone, chave presencial, teto solar, bancos
em couro e sistema multimídia com tela
de 7 polegadas sensível ao toque. Na
Bahia, sai por R$ 134.900. Além da capital
baiana, a ação foi realizada em Recife, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
RobeRTo nunes
Jornalista especializado na indústria automotiva desde 2002
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ix35 fica ainda mais bOnitO nO brasilCrossover é montado em anápolis e ganha nova frente com faróis maiores e com LED diurnos
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 53
com tudo o Que tem direitoa Chevrolet ataca a chegada da picape Oroch, da renault, com a versão advantage da picape média S10. O modelo tem como base a configuração Lt, com cabine dupla, tração 4x2 e motor 2.4 flex, de 147 cv, auxiliado pelo câmbio manual. Sai por r$ 86.900 e, de série, inclui rodas de 16, MyLink, ar-condicionado, computador de bordo, controle de velocidade, faróis de neblina, setas nos retrovi-sores e banco de motorista e direção com regulagem de altura.
de cArA novAThiago Bonina, da Bahia Vip (revenda Lifan), comemora a
chegada do novo X60, o carro chinês mais vendido no Brasil.
Ganhou novo visual e melhorias na suspensão. Mas Bonina
aposta na versatilidade do caminhão Foison para quem
deseja montar um food truck, serviço já regulamentado na
capital baiana. O Foison tem motor 1.3 a gasolina, de 80 cv, e
funcionalidade para montar vários tipos de carroceria.
imperiAl mostrA novo cr-vFranco Puglia, gerente de vendas do Grupo Sammar (única
revenda Kia com três lojas em Salvador), já comercializa
o Picanto com câmbio manual e o novo Sorento. O hatch
sai por R$ 39.990 e traz o bom motor 1.0, de três cilindros, o
mesmo flex do HB20. Já o Sorento vem só na versão topo
da gama, com motor 3.3 V6, de 270 cv, câmbio automático
de seis velocidades, direção elétrica, tração 4x2 e configu-
ração para transportar sete pessoas. O preço (R$ 185.900) é
para brigar com SantaFe, Edge e Discovery Sport.FOtO
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na pista
54 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
turismo de Salvador perde espaço para outras capitais nordestinas e trade hoteleiro amarga a pior média de ocupação dos últimos 14 anos por TEDE SAMPAIO
TuriSmo ABAixo dA médiA
Com a cotação do dólar nas alturas, 78% dos brasileiros dispos-
tos a viajar pelos próximos seis meses o farão pelo próprio país,
é o que revela o boletim mensal da Sondagem do Consumidor
divulgado pelo Ministério do Turismo no mês de setembro.
A pesquisa também mostra que o Nordeste continua como o
principal destino, com 44,9% da preferência, sendo Salvador a
capital nordestina mais desejada entre os turistas domésticos.
A realidade vivida pelo setor turístico na capital baiana de
janeiro a agosto de 2015, entretanto, revela um cenário menos
otimista. Dados apresentados pela Federação Baiana de Hos-
pedagem e Alimentação (FeBHA) revelam que, nesse período,
a média de ocupação nos hotéis em Salvador foi de 54,58%,
quase quatro pontos percentuais abaixo do índice registrado
na mesma época do ano passado. O presidente da FeBHA,
Silvio Pessoa, explica que, nos últimos três anos, os hotéis
não conseguiram atingir a média anual de 60% de ocupação,
porcentagem considerada crucial para a sobrevivência desses
FOtO
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nor
te
estabelecimentos. “Antes disso, nós tínhamos a média anual de
66% de ocupação na cidade”.
O levantamento realizado nos 28 maiores hotéis de Salvador
apresenta os piores resultados desde 2001, quando a pesquisa
mensal sobre hospedagem teve início. Pessoa explica que 450
hotéis estão em atividade na cidade, somando 40 mil leitos.
“Nos últimos cinco anos, incentivados pelo poder público muni-
cipal e estadual, criamos cerca de quatro mil leitos por causa da
Copa do Mundo. O problema é que não foi feito um estudo de
viabilidade econômica, e isso criou uma sobreoferta” afirma.
Para amenizar o impacto da crise vivido pelo setor, ele ex-
plica que os hotéis congelaram os preços e estão ofertando pa-
cotes promocionais como forma de atrair o turista, mas a atual
situação da cidade não colabora para reverter esse quadro.
“Perdemos espaço no turismo de praia, o Centro de Conven-
ções está fechado e até mesmo o clima não nos favorece, já que
tivemos mais de 100 dias de chuva”.
Preocupados com o futuro, profissionais do setor turístico não esperam boas notícias a curto prazo
hotelaria
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será Que dá prAiA?Desde agosto de 2010, com a derrubada das 352
barracas espalhadas ao longo dos 50 quilôme-
tros de orla marítima de Salvador, houve uma
retração no seguimento turístico de praia e
sol. A falta desses equipamentos faz com que
os visitantes migrem para outros destinos no
Nordeste. Na tentativa de reverter a situação,
a prefeitura municipal dá prosseguimento
ao plano de requalificação desses espaços.
Segundo o secretário de Turismo de Salvador,
Érico Mendonça Júnior, este é um ponto de
grande relevância para a retomada do turismo
na capital baiana. “Já reurbanizamos as orlas
da Barra e do subúrbio ferroviário e segue a
requalificação das orlas de Itapuã, Piatã, Rio
Vermelho e Jardim de Alah”.
O secretário afirma, porém, que, por de-
terminação da Justiça, as barracas não mais
voltarão à areia das praias. Elas serão substi-
tuídas por quiosques, localizados fora da área
da Marinha. As praias de Itapuã e Piatã serão
as primeiras contempladas e passarão a con-
tar com 32 dos 100 novos equipamentos. “São
quiosques de 30, 50 e 100 m² que atenderão o
público local e o turista, dando mais conforto
àqueles que vão usufruir das nossas praias”,
adianta o secretário.
As estruturas incluem mesas, cadeiras e
sombreiros e vão abrigar bares, cafés e lancho-
netes, para atender a uma demanda variada.
À frente desses empreendimentos estão as empresas Saneando Projetos de En-
genharia e Consultoria, Holz Engenharia e o consórcio RPH Engenharia e Lazer
Salvador Empreendimentos, que venceram a licitação municipal realizada no
ano passado. Juntas, pagarão R$ 5,2 milhões de outorga à prefeitura municipal,
com prazo de concessão de 15 anos.
turismo de negóciosDurante a baixa estação o movimento turístico no Nordeste se concentra
nas viagens de negócios. Também nesse ponto, a capital baiana tem perdido
espaço para outros destinos, a exemplo de Recife e Fortaleza. Segundo pesquisa
encomendada pela Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas
(Abracorp), Salvador é destino de 8% dos passageiros que utilizam as com-
panhias aéreas em viagens de negócios. Embora Recife e Fortaleza tenham
crescido mais que Salvador na atração de eventos e congressos, ambas ainda
estão abaixo da capital baiana no ranking divulgado pela Abracorp, com 5% e
3%, respectivamente.
O motivo, como afirma o presidente da FeBHA, se dá prioritariamente pelo
fechamento do Centro de Convenções de Salvador. “O Centro de Convenções é
o que capta grandes congressos e eventos que ajudam o setor durante a baixa
temporada; sem ele, os eventos migram para outros destinos”. Fechado para
reforma desde julho deste ano, o espaço já vinha apresentando problemas
decorrentes da falta de manutenção.
De acordo com o secretário estadual de Turismo, Nelson Pelegrino, o prédio
passa por uma reforma emergencial que visa à recuperação de vigas, escadas
de incêndio e estruturas metálicas. “A requalificação do espaço está sendo rea-
lizada pela Metro Engenharia e Consultoria Limitada, com valor estimado em
R$ 5,3 milhões. Uma segunda licitação será realizada no valor de R$ 9 milhões e
tem como função a instalação dos equipamentos de climatização no segundo e
terceiro andares do prédio”. Ainda segundo o secretário, uma terceira interven-
ção visa à recuperação do Teatro Iemanjá, com reparação do forro,
Depois de Itapuã e Piatã, os novos equipamentos serão instalados no Jardim de Alah, Barra, Rio Vermelho, Ribeira, Tubarão e São Tomé de Paripe
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Com investimento de R$ 28 milhões, o Mercado do Rio Vermelho foi reinaugurado em junho de 2014 e conta com 183 boxes distribuídos em uma área construída de 8.735 m²
56 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
o novo centro de convençõesno pacote de novos investimentos anunciados pelo governo esta-dual no mês de julho deste ano, está a construção de um novo cen-tro de convenções numa área ocupada atualmente pela Marinha do brasil no bairro do Comércio. O governador rui Costa afirma que a mudança tem como propósito alinhar a funcionalidade do equipa-mento às belezas naturais e culturais da baia de todos-os-Santos e do Centro Histórico de Salvador. “um centro de convenções no Comércio tem em seu entorno uma baia belíssima e o Centro Histórico, essa maravilha que o mundo todo admira. Portanto nós temos dois ingredientes que servem de atração para disputarmos não apenas eventos nacionais, mas também os internacionais”.
apesar de ainda não ter definido uma data para o início da obra, o governador se diz determinado à construção do novo centro de convenções. “não há nenhum empecilho por parte da Marinha, até porque eles também já desejavam a mudança para a base naval de aratu. estamos definindo o que eles desejam lá (aratu) para elaborarmos um calendário para retirada da corporação e início das obras no Comércio”. enquanto o equipamento permanece interditado, a arena Fonte nova, o Parque de exposições e a rede Hoteleira se tornaram alternativas para a realização de eventos.
troca dos tirantes de sustentação e de carpetes,
requalificação das escadas rolantes, elevadores
e divisórias do quarto andar. “A finalização dos
estudos está em curso. Depois, eles terão custos
avaliados e seguirão para providências adminis-
trativas. A previsão para reabertura do Centro
de Convenções da Bahia é 2016”, completa.
turismo consciente Para a professora Dra. Francisca de Paula, espe-
cialista em configuração do turismo na Bahia, o
problema vai muito além da questão da infraes-
trutura. Segundo ela, o setor nunca foi consi-
derado uma atividade prioritária para o poder
público e, por este motivo, não possui definidas
políticas públicas que articulem o desenvolvi-
mento econômico, social, cultural e ambiental.
“Comunidade, destinos, monumentos, patrimô-
nio histórico... Tudo é transformado num grande
pacote, numa mercadoria. Isso enfraquece as
motivações de viagens das pessoas”.
A especialista explica que Salvador é pouco
valorizada ao se considerar a sua importância
histórica e cultural. Ela chama ainda a aten-
ção para um novo processo de higienização
vivido pela cidade. “Além de ser a primeira
capital do país, Salvador tem uma riqueza
cultural imensa que vem sendo dilapidada.
A Feira de São Joaquim e a Ceasa do Rio Ver-
melho são exemplos de como a intervenção
na infraestrutura esqueceu o maior legado
desses locais, que são as pessoas”.
Enquanto isso, para trazer de volta o turista para Salvador e amenizar
os efeitos da crise vivida pelos empresários do setor, a prefeitura aposta na
criação de um calendário de grandes eventos festivos. Entre eles, destacam-se
o Réveillon e os festivais da Primavera, da Cidade e o Salvador Jazz. “Outros
ainda virão, estes eventos estão sendo pensados para fortalecer a capacidade de
Salvador poder voltar ao seu lugar de destaque no turismo nacional e interna-
cional”, afirma Érico Mendonça. [b+]
“Salvador tem uma riqueza cultural imensa que vem sendo dilapidada. A Feira de São Joaquim e a Ceasa do Rio Vermelho são exemplos de como a intervenção na infraestrutura esqueceu o maior legado desses locais, que são as pessoas”Francisca de Paula, especialista em configuração do turismo na bahia
hotelaria
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Enquanto o Centro de Convenções estiver interditado, a Arena Fonte Nova, o Parque
de Exposições e a rede hoteleira serão alternativas para a realização de eventos
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A CONSTRUÇÃO DO PLANO DE CARREIRA: CONTRATAÇÃO /// ENGAJAMENTO /// MERITOCRACIA
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iniciativas públicas e privadas buscam melhorias para o Centro Antigo que vão além do interesse pelo turismo na regiãopor LORENA DIAS
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Passado e futuro: projeto do Palace prevê apartamentos, além de lojas, bares, restaurantes e uma piscina na cobertura
NãO Só PArA TuriSTA vEr
Um local onde as pessoas possam passear, mo-
rar e trabalhar. Esta é a ideia do empresário
Antonio Mazzafera para o Centro Histórico de
Salvador. O mineiro, da Fera Investimentos,
foi o responsável pela compra do Palace Hotel
e diversos outros imóveis localizados na Rua
Chile. “A cidade de Salvador cresceu bastante
para o eixo norte, como é o caso dos bairros
da Pituba, Iguatemi e a própria região da
Paralela. Mas eu acho que os soteropolitanos
precisam olhar para esse grande artigo que
nós temos, que é uma região de grande poten-
cial, para a gente poder desenvolver essa área
novamente”, defende Mazzafera.
O empresário foi apresentado ao projeto
do Palace Hotel em 2011, em uma de suas visi-
tas à Bahia. “Fiquei apaixonado pelo Palace e
comecei a vislumbrar a possibilidade de nós
comprarmos para reformá-lo e transformá-lo
novamente em um hotel de luxo, posição que
ele ocupou por muitas décadas”, conta. Com
investimento de R$ 50 milhões, o projeto do
Palace prevê 81 apartamentos, 12 suítes, além
de lojas, bares, restaurantes e uma piscina na
cobertura. A reforma deve durar por mais 12
meses e a abertura do hotel está prevista para
o fim do primeiro semestre de 2016.
centro histórico
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reAbilitAndo o territórioMas o projeto de Mazzafera não tem apenas o objetivo de
encantar turistas. Além da reforma do Palace Hotel, a Fera In-
vestimentos também pretende construir prédios residenciais,
escritórios e um estacionamento. “Temos que montar uma rede
de serviços que atraia as pessoas para morar nessa região”.
A Diretoria do Centro Antigo de Salvador (Dircas), órgão
do governo estadual, avalia de forma positiva os investi-
mentos do setor privado na região. “A implantação de novos
negócios, serviços ou moradias é indicativo de que é possível
reabilitar o território e resgatar sua importância histórica, a
exemplo da Rua Chile, uma das mais tradicionais da capital
baiana, cujo apogeu durou até meados da década de 70 do
século passado”, afirma o diretor Mateus Mathias. O Dircas
tem trabalhado no projeto Pelas Ruas do Centro Antigo,
pelo qual o governo do estado vai investir R$ 123 milhões na
melhoria da infraestrutura urbana em mais de 200 ruas dos
11 bairros que integram o Centro Antigo de Salvador, onde
residem 77 mil pessoas.
Questão sociAlPara Cícero Melo, diretor da Associação de Moradores e
Amigos do Centro Histórico de Salvador (Amach), não basta
apenas revitalizar casarões e fazer melhorias na infraestrutu-
ra da região, é preciso pensar na função social, especialmente
dos imóveis. “A execução de reformas materiais, de fachadas,
de praças e ruas, acontece. Mas o social não se desenvolve, e é
por isso que vivemos essa crise, com essa questão social que
não avança”, desabafa Cícero.
Um dos grandes orgulhos da Amach é a Cozinha Comu-
nitária do Pelourinho, resultado de uma parceria com o go-
verno do estado, que foi inaugurada em julho. “Esse projeto
vai possibilitar a produção de refeições a preços populares e
a formação da cooperativa de trabalhadores do Pelourinho,
que vai fazer a gestão desse empreendimento comunitário”,
explica Cícero. Segundo o diretor da Amach, além de gerar
emprego e renda, o projeto também envolve uma creche e
escola infantil, para dar apoio às famílias que fazem parte
da cooperativa.
Projeto “Pelas Ruas do Centro Antigo” deve investir R$ 123 milhões na melhoria da infraestrutura urbana em mais de 200 ruas dos 11 bairros que integram o Centro Antigo de Salvador
60 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
“temos que montar uma rede de serviços que atraia as pessoas para morar no Centro Histórico”, antonio Massafera
De acordo com a Secretaria Municipal de Promoção
Social e Combate à Pobreza, o Centro Antigo é uma das
áreas de Salvador com maior concentração de popula-
ção em situação de rua. Por mês, a Semps investe cerca
de R$ 1,7 milhão em unidades de acolhimento, três
delas localizadas nas proximidades do Centro Históri-
co. “Além disso, nós temos uma equipe permanente de
assistentes sociais e psicólogos para fazer abordagem
às pessoas que estão em vulnerabilidade oferecendo
alguns dos nossos serviços, desde a inclusão no Bolsa
Família à distribuição de cesta básica”, explica o secre-
tário Bruno Reis.
pAtrimônio mundiAlO Instituto de Arquitetos do Brasil na Bahia (IAB-BA)
concorda com o pensamento da associação de mora-
dores. “O principal problema do Centro Histórico de
Salvador é de ordem social, econômica e da segurança
pública. A cidade que é boa para a sua população
certamente será excelente para o turismo”, defende
Solange Souza Araújo, presidente do instituto.
Mas o estado de conservação dos imóveis da
região também continua a preocupar o IAB-BA. No
início do ano, o instituto, ao lado de outras entidades,
encaminhou um documento para a Unesco, em Paris,
solicitando a inclusão do Centro Histórico na Lista do
Patrimônio Mundial em Perigo após a demolição de
31 imóveis. “Cem outros imóveis estão ameaçados de
ruir e tacitamente sujeitos a ser demolidos”, acrescenta
Solange, apreensiva com o futuro do Centro Histórico,
que, desde 1985, é reconhecido como Patrimônio Cultu-
ral da Humanidade. Até o fechamento desta edição, o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) não se posicionou sobre o caso.
Enquanto isso, aos poucos vem sendo resgatada a
história de um dos principais imóveis da região. “Tinha
muito da estrutura do Palace Hotel que já estava com-
prometida. Então, o trabalho hoje é muito artesanal, de
restauração e recuperação, porque é um edifício muito
delicado, com quase 100 anos de idade”, comenta Anto-
nio Mazzafera, que, preocupado com o resgate da histó-
ria do prédio, encomendou uma réplica da fachada do
Palace, com o mesmo revestimento que era usado em
1934. “Um prédio moderno você encontra em qualquer
lugar do mundo. Mas prédios com aspectos históricos
e com essa vista para a Baía de Todos-os-Santos, isso é
único, só a Bahia tem”, afirma o mineiro. [b+]FOtO: divulgação
centro histórico
62 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
Uma PERGunTA
para
russO passapussO
“A gente tem o Carnaval aqui e a gente vê isso, né? A música tem
esse poder de aproximar e de afastar também. Os movimentos de Sal-
vador estão muito relacionados aos lugares. Eu vejo o Pelourinho como
uma interseção, que tem uma relação de unir tudo ali. As pessoas po-
dem morar lá em Stella Maris, mas elas caminham ali pelo Pelourinho
e são parte desse núcleo. É mais natural você compreender as misturas
dentro do Pelourinho. Fato. Por todo o histórico daquele bairro. Por
todo o conteúdo que o Pelourinho tem, um conteúdo das coisas mais
próximas da nossa época e das coisas mais antigas. O sofrimento e as
alegrias. Então, isso aí é uma energia que eu acho que a pessoa só sente
naquele lugar. Hoje em dia, o que é mais importante é quebrar esses es-
tereótipos de lugares de Salvador. Valorizo muito o Pelourinho, é a casa,
o celeiro, é história. Mas é importante levar de cada lugar esse respeito
e essa força que o Pelourinho tem. Então, junto com meus amigos, em
diversos projetos, não só no Baiana [System], a nossa intenção é justa-
mente transformar os lugares que a gente toca com a música. Vamos
tocar lá, vamos fazer a mensagem e aquele lugar vai virar o quê? Uma
transparência do que a gente está querendo falar. Sem estereótipo, sem
olhar a cor, a religião, o credo, de onde a pessoa veio, se ela gosta disso
ou daquilo. A gente tem que colocar esse ambiente e fazer aquilo tudo
ser harmônico dentro daquele lugar. Deixa de ser aquela história de
que para tocar rap tem que estar em tal lugar, para tocar rock ou para
tocar samba-reggae tem que estar em tal lugar. Ter traços de tudo ali
mostra que a gente pode colaborar e contribuir”.
O músico e compositor Russo Passapusso tem se destacado na nova geração da música popular produzida na Bahia. Atualmente, ele concilia o projeto autoral que comemora seus dez anos de carreira, o “Paraíso da Miragem” (2014), com os shows do grupo BaianaSystem, do qual é vocalista. Sujeito cosmopolita, Russo veio do interior do estado para a capital baiana ainda adolescente e estreitou seus laços com a música e a cidade de Salvador
por LORENA DIAS
FOtO: Fábio bitão
o BaianaSystem costuma fazer muitos shows no Centro Histórico. por causa disso, fãs de outros bairros da cidade passam a frequentar esse local. Você acredita que a música tem o poder de aproximar as pessoas da cidade?
uma pergunta
64 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
no último levantamento divulgado pela secretaria da segu-rança pública, houve redução no número de crimes contra a vida na região metropolitana. mas, para a população, a sensa-ção de insegurança tem aumentado. por que isso acontece?Essa sensação é uma avaliação intuitiva que se faz do ambiente
onde se vive. Segundo dados do Datasus, do Ministério da Saúde,
a Bahia superou todos os demais estados no número de homicí-
dios em 2010. Daquele ano em diante passamos a ser o estado com
o maior número de homicídios contados corpo a corpo, embora
a Bahia possua 1/3 da população do estado de São Paulo. Desta
forma o sentimento de insegurança se instalou e não vai nos
deixar ao ser anunciada uma redução de 5% ou 10% na região me-
tropolitana, mas que não informa que no total, em todo o estado,
continuamos com números enormes e sem tendência de queda.
Em entrevista à [B+], o especialista Carlos Alberto da Costa Gomes, coordenador do Observatório de Segurança Pública da Bahia, critica e aponta as principais mudanças que devem ser feitas no estadopor LORENA DIAS
FOtO
: rôm
ulo
Port
ela
“o mAior combAte Que se fAz Ao crime é nA fiscAlizAção do trânsito”
de que forma as blitzes contribuem para a redução da violência?O Brasil retirou da polícia o poder de fiscalizar o trânsito e
entregou para o município. Com isso, se diminui a quantidade
de viaturas de polícia e circulam apenas as dos agentes de trân-
sito, que não possuem poder de polícia. Nenhum bandido tem
medo deles. Nós estamos fazendo blitz com a Polícia Militar
porque deixamos de fiscalizar o trânsito com ela. Isso seria um
procedimento contínuo. Se essas blitzes são adequadas em
engarrafamentos? Não, porque cria oportunidade para gerar
insegurança, gerando o momento propício para o crime. Mas
no mundo inteiro o maior combate que se faz ao crime é na
fiscalização do trânsito.
qual a principal arma no combate à violência?Gostaria de dizer que a principal arma é a educação, mas não é.
É o funcionamento do sistema de contenção da criminalidade.
No Brasil, o estado com a menor taxa de homicídio é São Paulo.
E o que é que ele fez? Prendeu. Mas você fala que “o presídio é
horrível”. Sim, mas é o local onde se guarda quem está cometen-
do crime. Enquanto ele estiver dentro do presídio, não vai estar
cometendo crime na rua. Não resta dúvida de que a melhor coisa
do mundo é investir em escola. Mas você não pode trazer isso
para o campo da opção, entre investir em escola ou investir em
segurança. O estado da Bahia tem a maior taxa de homicídio do
país porque é um dos estados que têm um dos menores números
de vagas prisionais.
com frequência o poder público orienta a população a tomar al-gumas medidas para evitar sua exposição à violência, como, por exemplo, permitir que os motoristas passem no sinal vermelho após as 22h. O senhor acredita que essas orientações podem soar como transferência de responsabilidade para o cidadão?Não só como transferência de responsabilidade, mas soa
também como falência do estado. No mundo todo existe um
planejamento em relação às áreas onde os fatores criminológi-
cos aumentam, e é nessas áreas que se concentra a polícia. Aqui,
a gente tem polícia em locais que não precisam. E essas orienta-
ções, como permitir passar no sinal vermelho, seriam motivo de
piada lá fora. Você coloca a vida da pessoa em risco, permitindo
que ela ultrapasse em local sinalizado, por causa de um risco
maior que é o de ser assaltado.
qual o principal desafio do nosso estado?O maior desafio da Bahia em relação à segurança é assumir que
o estado vai precisar dobrar o efetivo das forças de segurança,
tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar, se quiser prover
uma segurança adequada à população.
segurança
C
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CY
CMY
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An_revista B+_Pãozinho_Nova_Loja.pdf 1 23/09/15 14:26
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Fundada em 1990, em Salvador, a empresa de auditoria e consultoria Performance tem muito a comemorar. a companhia ostenta uma longa lista de clientes fiéis que a acompanham durante os 25 anos de história. “O setor de serviços não tem a característica de manter clientes por um longo período, conse-guimos esse mérito porque prestamos um serviço de qualidade e desenvolvemos confiança ao longo desse tempo”, comenta renato Mendonça, sócio-diretor da Performance.
respeito ao cliente é a frase que resume bem a equipe de 80 funcionários da Performance, que atendem parceiros como a construtora Odebrecht, a Cardiopulmonar, a Santa Casa de Mise-ricórdia, o Hospital Português, a universidade Católica e o grupo aliança da bahia, que está com a empresa desde sua fundação.
Comprometido com o seu pessoal, Mendonça acredita no po-der da meritocracia e na valorização do grupo com o qual trabalha. Pela Performance já passaram diversos nomes do setor contábil/financeiro que foram formados dentro das paredes da sede da
nascidos para servirEMPrESA GENuiNAMENTE BAiANA E lídEr NO SETOr dE AudiTOriA E CONSulTOriA,
A PErFOrMANCE COMPlETA 25 ANOS COM uMA CArTElA FiEl dE CliENTES
empresa no Salvador trade Center, na capital. O diretor Marcos ri-cardo, por exemplo, começou na empresa como estagiário em 1999. “a Performance tem nítida preocupação e vocação para a formação de seus profissionais, proporcionamos treinamentos internos e externos nos mais diversos campos de atuação”, comenta. “Isto decorre de sua cultura de respeito aos clientes”, completa.
perspectivasa crise parece não amedrontar os planos de crescimento da Perfor-mance. Muito disso se deve ao fato de o trabalho de auditoria e consul-toria permitir que um número considerável de clientes seja atendido sem a necessidade de uma base fixa. Por isso, a empresa deseja ampliar suas atuações no norte e no nordeste nos próximos anos.Para o diretor, o aniversário da empresa soa como o pontapé inicial para o futuro. “O nosso desafio é continuar firmes no compromisso de prestar um ótimo serviço”, comenta Mendonça. “Estamos prontos para os próximos 25 anos”.
FOtO
: rôm
ulo
Port
ela
apresenta
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 67
o senhor entrou na performance dois anos após a abertura da empresa. como se deu essa história?
a Performance foi fundada por profissionais egressos de outras empresas de auditoria e consultoria empresarial, em 1990. em 2002, a empresa começou a sentir falta de um parceiro que pudesse desenvolver a atividade de auditoria, já que eles militavam na área de consultoria tributária. Foi aí que eu vim para a Performance. Os sócios fundadores foram saindo e seguindo outros caminhos, e fiquei eu.
Qual o segredo para ter clientes fiéis durante todos esses anos?na prestação de serviço é muito raro ter um cliente permanente. O comprador
compra o serviço quando precisa. grupo aliança, Santa Casa, Hospital Português, Odebrecht estão conosco há muitos anos, alguns desde a fundação da empresa. Mas serviço é um produto único, cada cliente requer uma abordagem diferente. a relação é muito focada na confiança. O serviço depende da relação com os clien-tes. Quando somos observados como confiáveis, a relação fica mais fácil.
Qual o balanço que o senhor faz desses 25 anos?a nossa firmeza de propósitos, a nossa filosofia sempre perseguida de formar
pessoas e servir com qualidade. aqui a gente tem algumas regras: o aspecto comercial não pode prejudicar a qualidade do serviço. temos que ter respeito às pessoas, ao cliente. Compromisso em ofertar um serviço de alta qualidade. Por-que é isso que nos sustenta, o que formou esses 25 anos e formará outros 25.
“nosso combustível são As pessoAs”renato Mendonça, sócio-diretor da Performance
1990A Performance é fundada
1992Primeiro contrato de auditoria da
Performance com a aliança da bahia (cliente até hoje)
1995Início do projeto PSe na Odebrecht
(vigente até hoje)
1999Lançamento do primeiro site da
Performance, uma das iniciativas pioneiras na bahia
2003Início dos trabalhos internacionais
(angola)
2006Obtenção, pelo segundo ano
consecutivo, do selo Valor Carreira - “as Melhores na gestão de Pessoas”
2009realização de outros trabalhos
internacionais em Cuba, Venezuela, uruguai, Peru, argentina, Líbia, tunísia,
Moçambique, áfrica do Sul, etc.
2013auditoria no esporte Clube bahia
2015a Performance completa 25 anos e
não quer parar tão cedo
linha do tempo
68 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
aPOIO:
a mistura do sabor com a praticidade aproximou a comida do chef gabriel Lobo às ruas de Salvadorpor TEDE SAMPAIOfotos RôMULO PORTELA
A reocupação dos espaços públicos em
Salvador pode ter um gostinho bem especial,
ao menos para aqueles que visitam as feiras
realizadas em praças e parques da cidade.
Eventos como Food Park Salvador e Feira da
Cidade reúnem, no mesmo ambiente, ativida-
des culturais e comida, muita comida de rua.
Um dos chefs responsáveis por essa ten-
dência é Gabriel Lobo, baiano de ascendência
espanhola e especialista em charqueteria e
açougue. Para ele, a função dessas feiras vai
muito além de levar as pessoas aos espaços pú-
blicos, elas incentivam o poder público a cuidar
desses locais. “Além de a gente fornecer uma
opção de lazer para o cidadão, abrimos os olhos
dos órgãos responsáveis para a revitalização
desses espaços, uma vez que eles estão sendo
ocupados durante esses eventos”, explica.
Apesar de recente, a cultura do food truck
se estabeleceu em Salvador. As comidas com
toque gourmet, mas feitas dentro de minicami-
nhões, são opção barata para os frequentado-
res e uma oportunidade para que empreende-
dores faturem e apresentem sua comida a um
número maior de pessoas. Foi o que aconteceu
com Lobo, que comanda a cozinha do restau-
rante Amadinho, no Mercado do Rio Vermelho.
Durante o Food Park, evento itinerante que
leva os food trucks aos parques da cidade, ele
é responsável pelo Guerrilha Truck, caminhão
cuja especialidade é a comida de raiz, ou “comi-
da de vó”, como ele costuma chamar.
Para a [B+], o chef apresenta uma receita
especial de comida de rua, o sanduíche de
cupim com molho vinagrete. Uma mistura
de sabor e crocância que nos fez entender
por que é crescente o número de pessoas que
visitam os eventos de rua.
dE lAMBEr OS dEdOS
Gabriel teve a sua primeira experiência com cozinha aos
16 anos, quando trabalhou numa rede de fast-food
SABORGARANTIDO
LEBENS
LEBENS
sabor
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 69
SABORGARANTIDO
LEBENS
LEBENS
RECEITA SANDUÍChE DE CUPIM COM MOLhO vINAGRETE
ingredientes• 500 g de cupim bovino
• 1 dente de alho
• 2 colheres de sopa de
azeite de oliva
• 1 tomate
• ½ pimentão verde
• 1 cebola branca
• 1 colher de sopa de suco de limão
• 1 barra de pão do tipo baguete
• 100 g de queijo provolone
• 1 litro de caldo de legumes
• Sal e pimenta do reino preta a gosto
• Hortelã, cebolinha e coentro a gosto
modo de prepAroCorte a carne em cubos médios e tempere com
sal e pimenta. Em uma panela, doure a carne
com azeite de oliva e adicione o alho picado
para dourar junto com a carne. Adicione 1/3 de
líquido na panela, que pode ser um caldo de le-
gumes ou água, deglaçando a panela. Abaixe o
fogo. Assim que o líquido secar, adicione mais
1/3 de líquido. Repita a operação até a carne
ficar macia. Esse processo deve durar em torno
de 45 minutos. Corte os legumes e faça um mo-
lho vinagrete cítrico e tempere com cheiro-ver-
de. Corte o pão, monte uma camada de queijo
provolone, uma camada da carne desfiada e
por último uma porção do vinagrete.
70 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
Diferencial: a ideia do restaurante é oferecer o famoso tempero caseiro em todos os pratos
informe publicitário
O cheirinho do ambiente logo traz à memória aqueles dias de domingo, cuja tradição sugere reunir a família para degustar a comida tradicionalmente caseira preparada pela avó. essa é a sensação ao adentrar no restaurante Vovó dalva, localizado na margem da br-324, sentido Feira de Santana – Salvador. uma parada obrigatória entre o interior e a capital para aqueles que prezam pelo verdadeiro sabor da comida regional baiana.
O nome do restaurante não é por acaso. grande parte dos pratos servidos no buffet foi criado pela própria vovó Dalva, como contam Paulo, roberto e antônio de almeida, irmãos e sócios no estabelecimento. “O objetivo do espaço é fugir do estereótipo de restaurante de ‘beira de estrada’ e oferecer ao visitante um conceito diferenciado, com o verdadeiro tempero da vovó”, explica Paulo.
a responsabilidade de transmitir aos pratos o sabor criado por vovó dalva fica a cargo de dona nancy, que sempre manteve a sua história relacionada à culinária e, assim como a matriar-
tempero de vovó dalvauM PEdACiNHO dA CASA dA vOvó durANTE A SuA viAGEM à CAPiTAl
ca da família almeida, sente prazer em cozinhar para outras pessoas. “O segredo é gostar do que se faz, e eu realmente gosto de cozinhar. É muito gratificante perceber que as pessoas têm a sensação de que estão em casa”. Questionada sobre um possível segredo no tempero, ela, entre sorrisos, revela que cada um dá um toque especial às receitas.
entre os pratos preparados pela equipe de dona nancy, roberto chama a atenção para o ensopado de carneiro e para a feijoada de andu. Segundo ele, ambos os pratos seguem à risca a receita de vovó dalva. “a feijoada de andu é um prato exclusivo de nossa avó e conquista a todos que experimentam. temos relatos de pessoas que saem do interior em direção à capital e progra-mam a viagem para, ao meio-dia, almoçarem em nosso restauran-te, só por causa dessa feijoada. Isso para nós é gratificante”, con-ta. O buffet conta ainda com diversos outros pratos regionais, a exemplo da maniçoba, rabada, feijoada carioca e comida baiana, além de uma variedade de massas, saladas e grelhados.
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Cardápio: o menu foi desenvolvido pela equipe de dona nancy, que segue à risca as receitas de vovó Dalva
Comida regional: ambiente amplo, arejado, mobiliado e 100% climatizado para oferecer conforto ao visitante
café da manhãalém do almoço, o restaurante Vovó dalva também oferece o serviço de café da manhã, e mesmo esse não foge à regra, já que grande par-te dos pratos servidos são receitas tradicional-mente caseiras. entre as 6h30 e as 11h da manhã, o visitante tem à sua disposição cuscuz de milho, aipim, batata-doce, bolinhos de estudante, bolos, pães e queijos. “todos os nossos produtos são feitos por nossa equipe, inclusive os pães. temos pão integral, pão francês, pão de milho... tudo com um gostinho de interior para agradar aos mais diversos paladares”, explica Paulo.
Ambiente sofisticado e aconchegante O espaço amplo e climatizado, com capacidade para cerca de 150 pessoas, chama a atenção pela estrutura colonial e pela decoração, que mistura bom gosto e elegância. nas paredes, panos de chita dividem espaços com telas modernistas e fotografias urbanas. a cristaleira e o relógio antigo na parede reproduzem uma pequena sala de descanso. Tudo para passar aos visitantes a ideia de que ele está realmente em casa.
na recepção, vários objetos e lembrancinhas, como canecas, doces caseiros e misturados de pimenta, são uma opção a mais para quem passa pelo local. a intenção, segundo roberto, é que aqueles que visitam o Vovó dalva possam levar um pouco desse aconchego para os familiares e ami-gos. “nossa intenção sempre será deixar os nossos visitantes com vontade de voltar”.
Para aqueles que estão com muita pressa, mas não abrem mão de um bom lanche enquanto abastecem o tanque de combus-tível do carro no posto que faz parte do complexo Vovó Dalva, o pastel é uma boa pedida. O salgado é o mais solicitado pelos clientes, que contam ainda com 12 outras opções de lanche. O sucesso é tamanho que o Posto Dalva já é carinhosamente chamado por alguns clientes como o “Posto do Pastel”.
Restaurante Vovó Dalvaendereço: rod. br 324, Km-47, candeias - bAtelefone: (71) 3607-5010Horário de funcionamento: 6h30 às 15h
72 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
No bairro de Brotas, uma casa simples com
varanda decorada por azulejos de cor azul
guarda parte da riqueza histórica e cultural
de Salvador. Nela morou Hector Julio Páride
Bernabó, ou simplesmente Carybé, argentino
naturalizado brasileiro que escolheu a capital
baiana como o seu novo lar. O espaço, cercado
por pitangueiras, mangueiras e muito verde,
também abriga o estúdio de produção e um im-
portantíssimo acervo de obras e memórias des-
se artista multifacetado que tão bem escreveu,
desenhou, esculpiu e pintou o povo baiano.
Hoje, a casa serve como sede adminis-
trativa para o Instituto Carybé, criado pela
família do artista. No estúdio, foi mantida a
formatação original, bem como algumas obras
inacabadas e uma infinidade de pequenos
objetos, que representam uma vida marcada
por viagens, amigos e pela arte, é o que conta
a designer gráfica e bisneta de Carybé, Raquel
Bernabó. Embora muito nova quando convi-
veu com o bisavô, ela revela algumas lembran-
ças que ilustram um pouco da rotina e das
amizades do artista: “Ele era muito abusado.
Estava sempre fazendo piadas, brincando
com os cachorros e com os amigos. Lembro de
histórias em que ele pegava objetos da casa de
Jorge (Amado) e trazia para cá sem falar nada.
Acredito que esse jeito extrovertido chamava
as pessoas para perto dele”, conta.
Carybé morou na casa de Brotas 36 dos
quase 50 anos que viveu em Salvador e
esteve no estúdio durante a maior parte do
tempo. Devido à importância cultural desse
a casa em que Carybé morou por quase 40 anos hoje guarda o acervo de suas obraspor TEDE SAMPAIOfotos LUCIANO OLIVEIRA
Ainda hoje, o estúdio mantém a disposição
original dos objetos de trabalho utilizados pelo artista. Fazem parte do
acervo: potes de tinta, espátulas e pincéis
AlMA BAiANA
decoração
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 73
JARDIm A escultura das “duas damas”, localizada na área verde da casa, demonstra a versatilidade do artista e a sua ligação com o povo de Salvador
OBRAS InACABADAS O estúdio também expõe aos visitantes as peças iniciadas por Carybé que não chegaram a ser finalizadas
ambiente, a família optou por abri-lo para a
visitação pública, mas só com hora marcada.
Raquel explica que o espaço não conta com
nenhum tipo de apoio do poder público e,
por este motivo, não pode mantê-lo sempre
em funcionamento. “Nós temos muito inte-
resse em abrir a casa para visitação. E não
apenas isso, a gente quer promover nesse
espaço oficinas de arte e capoeira, coisas que
representam o universo dele”. Enquanto isso,
o espaço segue como mais um local pouco
conhecido pelos soteropolitanos. Uma espé-
cie de oásis da arte, escondido entre prédios
e ladeiras de Brotas.
Raquel Bernabó é responsável pela administração do Instituto Carybé e produção de souvenirs com obras do artista
74 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
direito
Embora os debates a respeito dos graves
problemas urbanos sejam antigos, as célebres
manifestações populares de junho de 2013
trouxeram o tema, com a urgência que os
movimentos pediam, de volta à pauta da
sociedade e da política. Em meio a reivindi-
cações contra a corrupção e a exorbitância
dos gastos para receber eventos esportivos
internacionais, um discurso era comum.
Transporte público de qualidade, moradias
para todos, saneamento, enfim, a garantia de
um “padrão Fifa” de qualidade de vida nas
grandes cidades tornou-se, com mais força,
uma exigência fundamental para 85% da po-
pulação brasileira que vive em zonas urbanas
(conf. Censo iBGE 2010).
Este contexto não desnuda apenas um
problema de ordem urbanística. Se for certo
que os graves problemas das cidades pre-
cisam ser enfrentados a partir de soluções
arquitetônicas, que permitam democratizar
e viabilizar a ocupação de espaços urbanos,
mais certo ainda é o fato de que a maior parte
destas respostas depende de fundamentos
jurídicos para que possam ser estruturadas.
Sem trocadilho, advogados são arquitetos de
soluções institucionais e não devem se furtar
a apresentar respostas possíveis para as graves
questões que afligem principalmente as gran-
des metrópoles.
Algumas destas respostas já se encontram
na legislação. desde o ano de 2001, a lei federal
SOluçÕES JurídiCAS PArA PrOBlEMAS urBANOS
eRmiRo neTo
Advogado, mestre pela Universidade Federal da Bahia e Especialista em Direito Civil e membro do Instituto Brasileiro de Direito Civil e do Instituto de Direito Privado
n° 10.257, conhecida como “Estatuto das Cidades”, estabelece regras para a discipli-
na dos centros urbanos, “em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar
dos cidadãos”. Por força desta lei, os gestores públicos municipais encontram-se
obrigados a promover políticas públicas que, por exemplo, garantam o direito a
cidades sustentáveis; viabilizem o planejamento do desenvolvimento das cidades;
e ofertem equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos
adequados, dentre outras diversas regras.
Como modo de viabilizar o cumprimento das obrigações previstas no Esta-
tuto das Cidades, é na lei que podem ser encontrados importantes instrumen-
tos para a garantia de centros urbanos sustentáveis. O abandono, a ausência
de uso ou o uso inadequado de imóveis, por exemplo, podem ser remediados
pela aplicação de regras previstas na Constituição Federal (artigo 182). Por esta
via, o poder público municipal pode exigir dos proprietários o aproveitamento
adequado de terrenos particulares, sob pena de obrigá-los a parcelar a área ou a
nela construir; aumentar o iPTu como modo de forçá-lo a cumprir as exigências
anteriores; ou mesmo, como medida extrema, determinar a desapropriação da
área, cujo pagamento não se dará em dinheiro, mas em títulos da dívida pública.
Tendo como diretriz o fato de que grandes intervenções dependem de gran-
des investimentos, o que nem sempre é viável ao poder público, tem crescido a
percepção de que municípios devem agir como indutores de desenvolvimento,
viabilizando investimentos em áreas urbanas degradadas. Neste ponto, pode-se
dizer sem erro que Salvador nos últimos anos tornou-se uma referência nacional.
Por meio do encaminhamento de um projeto de lei à Câmara Municipal,
a prefeitura lançou recentemente o Pidi - Programa de incentivo ao desen-
volvimento Sustentável e inovação. O programa permite ao Poder Executivo
municipal conceder benefícios fiscais a investidores e agentes privados em geral
que realizem investimentos em regiões como o Centro Histórico, o Comércio e a
Península de itapagipe. Sobretudo em um período de grave crise econômica e de
perda de arrecadação, a medida, que demanda análise jurídica rigorosa, demons-
tra que, com criatividade, é possível ainda buscar novas soluções, para além das
alternativas já existentes, que possam fazer frente à incapacidade do estado de
realizar investimentos de vulto em áreas degradadas.
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RN00515 - ANR 202x266mm Horario de Verao.pdf 1 9/28/15 2:47 PM
76 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
educação
a ufsb foi aberta em 2013 propondo um modelo diferente de inclusão do aluno. qual é o balanço que o senhor faz destes dois anos à frente da universidade?Na verdade, trata-se de um modelo que já foi adotado em 20 universidades
brasileiras e nasceu na Ufba. Mas na UFSB esse modelo é exclusivo. O aluno pode
entrar nos três campi dentro dos bacharelados ou ele pode entrar numa rede
de colégios universitários nos municípios de pequeno porte. A gente aproveita
escolas de ensino médio com instalações ociosas, cria ali uma unidade descentra-
lizada da universidade e instala um kit de conexão digital. Em 2013, nós tínhamos
a previsão da abertura de 900 vagas iniciais e hoje estamos com 1.600 alunos. Não
tínhamos a previsão de recrutar tantos professores e conseguimos todos com
graduação elevada. O balanço é muito positivo.
a maioria das universidades federais do estado está* em greve. a ufsb é a única do estado que não aderiu à greve. a que isso se deve?Eu acho que o fato de termos trazido a sociedade para dentro da universida-
de ajudou muito. A maioria das universidades públicas não tem um vetor de
integração com a sociedade muito forte, então ela pode se dar a decisão de
interromper as atividades. Só que um aluno de classe média pode ficar um
semestre ou dois atrasado, mas para um jovem pobre é muito difícil assumir o
ônus político de dizer “minha forma de luta é parar”. A lógica de parar para uma
sociedade no interior é indefensável.
quando o senhor esteve à frente da ufba, implantou uma política de ações afirmativas e os bacharelados interdisciplinares. O que atualizou a ufba aos novos tempos. O que acha que pode ser feito dentro da universidade que não está sendo feito?É muito difícil dizer porque não dá para comparar a situação de uma univer-
sidade consolidada com outra que acabou de ser implantada. Nosso desenho
administrativo é muito mais simples que o da Ufba. O que eu acho é que a
Ufba está em uma fase de retrocesso quando poderia ser expansiva. A matriz
de financiamento das universidades é em função do tamanho delas. Cada
reitor por duas gestões da universidade Federal da bahia (ufba), naomar almeida Filho é o responsável pela instalação da universidade Federal do Sul da bahia (uFSb) e por um modelo que aposta num ensino descentralizado e conectado a partir da tecnologia. em entrevista à [B+], naomar faz um balanço dos dois anos à frente da uFSb e sugere o que faria se estivesse no comando da ufbapor PEDRO HIJO FO
tO: r
epro
duçã
o
“A ufbA está regredindo QuAndo deveriA estAr crescendo”
aluno que entra corresponde a recursos para
investimento. Se todas as universidades
estão retraindo, aquela que se apresenta para
expansão leva vantagem.
Você foi reitor da ufba entre 2002 e 2010. essa atual crise na universidade é herdeira da sua gestão?Eu já escutei isso, mas não tem base porque
nós deixamos todas as contas em dia. Todas
as construções anunciadas, tínhamos a
reserva financeira para a conclusão. Houve
uma ampliação de investimentos depois da
nossa gestão. Prédios novos, que não esta-
vam no nosso planejamento, foram incorpo-
rados, por exemplo.
com tamanha crise, você acredita que o va-lor da universidade pública está abalado?A qualidade da universidade pública brasilei-
ra em comparação à universidade privada é
inegável. É claro que todas as universidades do
Brasil precisam rever suas pautas para formar
alunos que tenham habilidades de solução de
problemas e não de memorização. Mas isso
num viés de expansão, porque a sociedade
brasileira, mesmo na crise, continua amplian-
do a sua demanda. E quem está ocupando este
espaço? O setor privado. E está produzindo
um tipo de formação que não é aquela que o
desenvolvimento brasileiro precisa.
*Até o fechamento desta edição.
78 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
Uma turma de sete jovens baianos topou a missão de reunir todos os eventos de
Salvador e divulgá-los em uma só plataforma. De acordo com Gabriel Simões, só-
cio-diretor da startup, o “Clicou Partiu” tem o objetivo de fazer as pessoas saírem
de casa para aproveitar tudo que a cidade oferece no setor de entretenimento.
“Para isso, optamos por utilizar uma linguagem mais despojada, que comunique
diretamente com nosso público”, afirma.
A ideia do aplicativo surgiu após a construção da página na internet. Ini-
cialmente o grupo investiu R$ 15 mil na construção do site e encara o momento
atual como o mais promissor para a startup, tanto no que diz respeito às par-
cerias quanto ao número de acessos. “Firmamos parceria com a Incubadora da
Unifacs, a mesma entidade que abrigou as startups Pastar e JusBrasil, cases de
eles Querem te tirAr de cAsA
5 dicAs de PágInaS na Internet Para AproveitAr A cidAde
notasdetecFO
tO: L
ucia
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livei
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sucesso nos últimos dois anos”, conta Simões.
No último mês, a página recebeu visita de
mais de 100 mil pessoas.
Um grande diferencial em relação a outros
apps similares é a ferramenta de localização de
eventos pelo GPS do smartphone, que permite
ao usuário identificar as opções de entreteni-
mento em seu entorno. O “Clicou Partiu” tam-
bém indica barzinhos, shows musicais, cinemas
e teatros. Além do aplicativo e do site, a marca
também está presente nas redes sociais.
243.57917.9002.847
clicou pArtiu eM núMerOS(deSde 1°/1/2015)
TOTAl dE ACESSOS
TOTAl dE dOwnlOAdS dO APP
SEguIdORES nAS REdES SOCIAIS
Da esquerda para a direita: Gabriel Simões, Lucas Albuquerque, Isaque Dias, Nayara Carvalho, Joana Oliveira, Alexandre Wanderley, Duda Almeida, Lucas Dantas, Tássio Noronha e Alice Mazur
BAIANIDADE NAGôum perfil que reúne todas as belezas da Bahia com fotos enviadas pelos seguidores
O qUE FAzER EM SALvADOR? A página oferece dicas de shows, peças de teatro, cinema e o que há de melhor acontecendo na capital baiana
LOCAL LIFESTyLEAs paisagens de Salvador parecem que nasceram para o instagram, não é? A página reúne os melhores cliques enviados pelos usuários do aplicativo
GUIA DE SOBREvIvêNCIA DO SOTEROPOBRETANOdivulgar a agenda cultural de Salvador utilizando o humor. Esse é o objetivo do perfil que sugere opções de programas gratuitos ou baratos para viver a cena cultural da capital
SALvADOR hyPEA página reúne festas fora do circuito, estilistas e influenciadores da moda soteropolitanos, além de chefs e tudo que envolve a gastronomia da capital
Descubra o valor De seu talento noestuDo De remuneração 2015 michaelpage.com.br
gerente de contabilidade
salvaDor – ba
nosso cliente é uma empresa de grande porte e encontra-se em fase de expansão e consolidação de suas atividades.
reportando-se ao Diretor Financeiro e atuando com destaque na área contábil da companhia, suas principais atribuições serão:
` responsável pelo fechamento contábil em moeda local e estrangeira (us gaap), obedecendo as diretrizes da legislação da soX;
`acompanhamento e controle da apuração de impostos diretos e indiretos, bem como operações transfer pricing;
` preparação do budget e forecast anual e acompanhamento dos controles internos da empresa;
`atendimento a auditorias externas, órgãos governamentais e prestadores de serviço em geral.
buscamos profissionais formado em ciências contábeis, com crc. pós-graduação e mba são desejáveis. necessário experiência prévia como gestor contábil em indústrias multinacionais. liderança, capacidade de trabalhar sob pressão, dinamismo e proatividade completam o perfil. conhecimento de bpcs e espanhol fluente serão considerados diferenciais. inglês fluente é mandatório.
aplique-se em nosso site utilizando a referência: 148576.
consultor: leandro pedrosa
gerente comercial
salvaDor – ba
nosso cliente é uma empresa de grande porte em expansão no mercado.
reportando-se ao diretor comercial suas responsabilidades serão:
` buscar, identificar e prospectar novos clientes potenciais no mercado;
` identificar as necessidades e expectativas dos clientes para garantir renovações de contratos;
` responsável por desenvolver os planos de negócios e as estratégias de vendas;
`acompanhar os processos e fazer a gestão da equipe com o objetivo de otimizar os resultados de vendas.
buscamos profissionais formados em administração com sólida experiência em vendas de varejo. pós-graduação ou mba são desejáveis. ingês Fluente será considerado um diferencial.
aplique-se em nosso site utilizando a referência: 149000.
consultor: priscila andrade
“mais da metade do ano passou e as empresas já assimilaram o desafio que nossa economia impôs às corporações operam em nosso mercado enfraquecido. Departamentos financeiros já refizeram seus orçamentos e reavaliaram seu quadro de funcionários. há também organizações que vão adiante e enxergam que períodos de crise são também ideais para a reflexão sobre quais detalhes da sua atuação podem ser redefinidos e os melhores caminhos e planos para aprimorar sua produtividade. nesse cenário é necessário ser cada vez mais eficiente. para isso, quatro desafios essenciais a serem vencidos frente a um período de crise: ganho de produtividade, eficiência na utilização de recursos, maior satisfação dos clientes e valorização dos colaboradores. independente da sua prioridade, a efetividade de tais direcionamentos só pode ser conquistada através da formação de um time excepcional de parceiros e colaboradores. mas encontrar bons profissionais não é uma tarefa fácil. independente da dimensão ou setor da empresa, as pessoas e seu engajamento como objetivo comum, são a chave do sucesso. o norte e nordeste do brasil são exemplos desta realidade. recentemente entrevistamos mais de 500 empresas nestas regiões, e cerca de 71% delas afirmara ter dificuldades em encontrar e contratar bons profissionais. atuando na região desde 2010, nós do pagegroup, acompanhamos de perto suas mudanças. apesar da evolução nos negócios locais e multinacionais que se estabeleceram nas principais capitais, a dificuldade em encontrar e reter talentos ainda é um desafio.
Áreas de engenharia, vendas e Finanças foram eleitas pelas empresas do norte e nordeste como as mais carentes de profissionais. porém, tanto nessas áreas quanto nas demais, temos uma disputa acirrada por talentos para as vagas nas empresas - que por sua vez se desdobram para flexibilizar e customizar os recursos necessários para torná-los parte do time. encontrar, atrair e reter talentos é um grande desafio e o caminho para superá-lo é a comunicação. muitas empresas possuem valores bem definidos ou um programa estruturado de valorização de seus funcionários (employer value proposition, ou evp), mas se esquecem de comunicar interna e externamente. por trás das empresas mais desejadas pelos candidatos há um trabalho de marketing ou employer branding cuidadosamente desenvolvido junto aos rhs. o termo em inglês refere-se às ações ligadas a atribuição de valor ao contratante, valendo-se de benefícios e experiências. apenas 3% das empresas do norte e nordeste afirmam possuir essa conduta. estudar as melhores práticas, a concorrência e questionar quão atualizada a sua empresa está em relação a estes pontos é crucial para entender quais são suas qualidades como empregador e quais os pontos a serem desenvolvidos. a crise é um desafio, mas sempre gera importantes mudanças nas dinâmicas do mercado e das organizações. esteja pronto para o futuro”.
gil van Delftmanaging Director
pagegroup brasil
www.michaelpage.com.brWorldwide leaders in specialist recruitment
Desafios e oportunidades das contratações em períodos de crise
80 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
SAudAdES dO MEu PAdriNHOEstou assistindo a uma série na Tv que tem
tanta gente marrom (de marromeno, ou mais
ou menos, em baianês). Gente ruim mesmo! Aí,
não sei de onde, me lembrei do meu padrinho.
Segue a minha história:
Meu pai, rapaz trabalhador, namorando
a filha de um rico comerciante e fazendeiro
do interior, precisava se prevenir na hora de
pedir permissão ao meu avô para namorar a
minha mãe.
Procurou um cliente importante dele, outro
comerciante de prestígio na cidade, e pediu
que ele lhe autorizasse a dar o seu nome como
fonte de informações para o velho.
dito e feito: meu avô foi conversar com o tal
e as informações foram as melhores possíveis:
rapaz sério, respeitador, trabalhador, boa família,
dinâmico. Com certeza seria um bom partido.
Aí pronto, o velho namorou, casou, tiveram
a primeira filha, minha irmã, e um ano e meio
depois, nasci! Em retribuição ao favor que o
rico cliente lhe fez, convidou-o para ser meu
padrinho de batismo.
“Para a igreja católica os padrinhos existem
para ajudar os pais a conduzirem o batizado
no caminho que consideram o melhor, na vida
em comunidade, na igreja, na participação dos
outros sacramentos. Antigamente, era muito
comum, inclusive, os padrinhos se tornarem
responsáveis pelas crianças se os pais morressem, tamanha a responsabilidade
dessa atribuição”.
Após o batismo, o meu amantíssimo padrinho e quase pai, escafedeu-se! Sumiu!
Não tenho nenhuma lembrança do dito-cujo, até que, ao completar 18 anos,
eu, carnavalesco de primeira, cheio de energia, metido a conquistador, doido para
conseguir um convite para um baile de um determinado clube de Salvador, conhe-
cido por uma certa liberalidade nos bailes de Carnaval, soube, não sei como, que o
nome do presidente do clube era o do Sr. Meu Padrinho! Não acredito! Pensei, já
vibrando. É agora que eu vou conhecer meu dindo! E ele não haverá de negar um
convitezinho para um afilhado com quem ele nunca gastou um centavo!
Falei com meu pai, para garantir que o homem era ele mesmo, e ele concordou
que eu podia ir tentar o tal convite, meio a contragosto, claro.
Me arrumei direitinho e fui até o estabelecimento comercial do padrinho,
logo após o almoço. Ele ainda não havia chegado, mas não deveria demorar.
daqui a pouco o velho chegou, se aprumou na cadeira da sua escrivaninha e
olhou pra mim, perguntando: o que é?
Eu peguei a minha carteira de identidade e entreguei a ele.
Ele olhou, olhou, olhou, olhou pra mim, e disparou: você é meu afilhado não é?
- Sim, senhor! emoção pura. Por causa do convite, claro.
- E o que você quer? delicado, né?
- Soube que o senhor é o presidente do clube e gostaria de lhe pedir que me
conseguisse uns convites para eu brincar o Carnaval.
Ele me olhou, balançou a cabeça, visivelmente incomodado, e disse:
- dessa vez eu não posso lhe negar. venha buscar os convites tal dia. Mas, no
ano que vem, veja se você se associa, pois não gosto de dar convite a ninguém.
E eu: obrigado meu padrinho. Sua bênção. Fui!
Gente boa o velho, né?
Nunca mais o vi. Soube da sua passagem para o andar de cima pelos jornais.
E pensei: que deus o tenha e não lhe negue convites!
conteaí
Rubem Passos
é presidente da editora Sopa de Letras e da ADvB-BA
Em momentos de crise, como o que vivemos agora, a propaganda torna-se ainda mais necessária.As ferramentas de comunicação disponíveis ajudam a criar oportunidades para o fortalecimento de marcas, o aumento da competitividade e a conquista de novos consumidores, mesmo em cenários econômicos desfavoráveis. Estudos mostram que empresas que investem em marketing nos períodos difíceis são as que mais ganham participação de mercado quando a crise termina. É preciso anunciar sempre. Acreditar no potencial de nosso país e na força da nossa criatividade. Anuncie. Sua marca aparece, seu cliente também.
Saiba mais: anunciequemelhora.com.br
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W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 81
Em momentos de crise, como o que vivemos agora, a propaganda torna-se ainda mais necessária.As ferramentas de comunicação disponíveis ajudam a criar oportunidades para o fortalecimento de marcas, o aumento da competitividade e a conquista de novos consumidores, mesmo em cenários econômicos desfavoráveis. Estudos mostram que empresas que investem em marketing nos períodos difíceis são as que mais ganham participação de mercado quando a crise termina. É preciso anunciar sempre. Acreditar no potencial de nosso país e na força da nossa criatividade. Anuncie. Sua marca aparece, seu cliente também.
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82 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
FloreS pArA elA
por TEDE SAMPAIO
O terno fino e a gravata borboleta contrastam com a simplicidade do vestido rendado
e as sandálias de dedo. Num banco de praça, não se pode afirmar que seja um encontro
marcado ou difama-los como um galanteio barato. Terão mais valor se forem flores de
amor? Isso pouco parece interessar. Talvez as flores interesseiras sejam muito mais inte-
ressantes. Tudo é questão de ponto de vista. A arte não é egoísta, ela é comunicativa. Vivi-
da da forma mais pura e suja, ainda que para isso seja real apenas no mundo da fantasia.
de muRilo RibeiRoartista plástico e diretor do Palacete das Artes
arte
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 83Quanto melhor a pergunta. Melhor a resposta. Melhor o mundo de negócios.
Trab
alhe
con
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com
.br/
carr
eira
s
Pensar fora da caixa? Que caixa?O verdadeiro espírito empreendedor não percebe fronteiras. Onde alguns enxergam obstáculos,os empreendedores veem chances de inovar, melhorar o desempenho e crescer.
A EY também não vê fronteiras. Em toda a região Nordeste, inclusive em Salvador, conte conosco.
ey.com.br/salvador
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84 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
No futuro, o plástico fará carros ainda mais leves, mais seguros e que emitirãomenos CO2 no ambiente.
A inovação traz o futuro. E o futuro passa pela químicae pelo plástico.
A indústria petroquímica é uma das maiores aliadas das inovações da indústria automobilística. Com o uso do plástico, carros serão cada vez mais leves, mais seguros e emitirão menos CO2 no ambiente. Para a Braskem, inovar é a melhor maneira de atuar em um mundo que precisa, cada vez mais, de boas ideias para se perpetuar. Plástico Verde, Desafio de Design Odebrecht Braskem e Braskem Labs são exemplos de produtos e projetos da Braskem que, através da química e do plástico, ajudam a melhorar a vida das pessoas.
Para saber mais, acesse: www.braskem.com/inovacao
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No futuro, o plástico fará carros ainda mais leves, mais seguros e que emitirãomenos CO2 no ambiente.
A inovação traz o futuro. E o futuro passa pela químicae pelo plástico.
A indústria petroquímica é uma das maiores aliadas das inovações da indústria automobilística. Com o uso do plástico, carros serão cada vez mais leves, mais seguros e emitirão menos CO2 no ambiente. Para a Braskem, inovar é a melhor maneira de atuar em um mundo que precisa, cada vez mais, de boas ideias para se perpetuar. Plástico Verde, Desafio de Design Odebrecht Braskem e Braskem Labs são exemplos de produtos e projetos da Braskem que, através da química e do plástico, ajudam a melhorar a vida das pessoas.
Para saber mais, acesse: www.braskem.com/inovacao
COMO IdentIFICar O CânCer de PeLe
Sola pino
1, 2, 3e já!turbine A sAúde, dê um up nA
resistênciA físicA e AindA melHore A QuAlidAde de vidA com A corridA
Batalha SaudávelQual o melhor óleo? e o melhor queijo? Saiba escolher o que comer
Tratamentos estéticosaprenda a não entrar nas roubadas da compra coletiva
ALéM DO BRANCOdicas para ter um sorriso de dar inveja
SUPL
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Tiragem auditada:10 mil exemplares
86 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 87
sumário
editorial
Bloco de notasOs benefícios da corridabatalha dos alimentosVerão sem risco de câncer de pelea importância da medicina paliativagestão ambientalComo aproveitar as compras coletivas[C] a saúde nos 25 anos do Código de defesa do ConsumidorSorriso novo: quais são os melhores tratamentos estéticos
68
10141618
2021
22
Saúde
chega de preguiça
pedro Hijoeditor-chefe da revista [b+]
Confesso que de uns tempos para cá, retirei as corridas da minha rotina
de atividades físicas. Não por não acreditar na eficácia do exercício, afinal
especialistas afirmam que correr ajuda no emagrecimento e ainda combate
diversas doenças, mas a rapidez do dia a dia me fez jogar a corrida para es-
canteio. Durante os quase dois meses de edição deste número da [B+] Saúde,
me prontifiquei a topar o desafio de voltar à ativa e correr, pelo menos três
vezes na semana, por no mínimo 20 minutos. É preciso acreditar naquilo
que se escreve, certo? Confesso que no começo tudo foi difícil. As pernas
doem, a preguiça é tentadora, a falta de tempo é uma ótima desculpa. Mas
é preciso manter o foco. Depois de um mês, senti que a coisa estava ficando
mais fácil. Comecei a alternar os locais de corrida (o Dique do Tororó, em
Salvador, virou o meu lugar preferido), as velocidades, os horários, e, quando
vi, estava empolgado para ir correr. Quem diria? O processo é assim mesmo.
Entrevistamos especialistas e entusiastas da corrida e eles confirmam que a
lista de benefícios provenientes do exercício é superior a qualquer desculpa.
Mas eles alertam: é preciso ter a orientação de um profissional de educação
física para que você possa aproveitar o seu treino com segurança. Na segun-
da edição deste suplemento, você ainda confere uma matéria sobre como
aproveitar o sol com responsabilidade, um guia para te ajudar a escolher os
alimentos na hora do supermercado, uma reportagem sobre os perigos das
promoções oferecidas na internet para compras de tratamentos estéticos e
muito mais. Aproveite!
FOtO
: Luc
iano
Oliv
eira
88 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
[conselho editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Renato Simões Filho, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira
[editor-chefe]Pedro Hijo ([email protected])
[repórter]Joseanne Guedes ([email protected])
[designer]Adna Novaes ([email protected])
[projeto gráfico]Leandro Maia, Rafaela Palma e Gabriel Cayres
[fotografia]Studio Rômulo Portela
[revisão]Cristiane Sampaio
[colunista]Cândido Sá
A Revista [B+] não se responsabiliza pelas opiniões, ideias, conceitos e posicionamentos expressos nos publieditoriais, anúncios e colunas por serem de inteira responsabilidade de seus autores.
[b+] saúde
[impressão] Grasb
capaFoto:luciano Oliveira
Direção de arte:Adna Novaes
Produção:Pedro Hijo
Modelo:Marcelo rocha
Estilo:Wind Fitness Style
A Revista [B+] pode ser lida no portalbmais.com.br, tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas de Salvador. Encontre a Revista [B+] nos seguintes pontos de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura (Salvador Norte Shopping e Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra, Shopping da Bahia e Shopping Paralela) e bancas selecionadas.
pOntOs de Venda da reVista [b+]
[conselho institucional] Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), João Pedro Bahiana, (AJE-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (Abih-BA), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Moacyr Maciel (Abap), Roberto Ibrahim (CRA-BA), Rodrigo Paolilo (Júnior Achievement) e Wilson Andrade (Abaf)
[presidente]Rubem Passos Segundo ([email protected] )
[diretor Geral]Renato Simões Filho ([email protected])
[diretor de publicações]Claudio Vinagre ([email protected])
[diretora de marketing]Bianca Passos ([email protected])
[Gerente comercial]Ana Beatriz Sampaio ([email protected])
reserva de anúncio [email protected] / 71 3012-7477
[representantes]brasília Karla Martins - Tel.: (61) 3226-2218 - [email protected] feira de santana Júlio Mendonça - Tel.: (75) 9955-5514 - [email protected] Ananias Gomes - Tel.: (85) 9987-1780 - [email protected] recife Ceci Barroso - Tel.: (81) 8791-3780 - [email protected] rio de Janeiro e são paulo: Roberto Cathoud - Tel.: (11) 999089891 - [email protected]
realização Editora Sopa de Letras Ltda.
Av. ACM, 2.671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, Brotas - CEP: 40.280-000 - Salvador - Bahia - Tel.: 71 3012-7477
cnpJ 13.805.573/0001-34
expediente
tIrageM audItada10 MIL exeMPLareS
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B+_Anuncio_SAUDEBAHIA.pdf 1 28/09/2015 16:08:56
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Outubro rosa terá mutirão de mamografia e palestrasMutirão de mamografia itinerante, bate-pa-
po sobre prevenção e palestras sobre auto-
estima da mulher. Estas são algumas das
ações que serão promovidas para marcar o
Outubro Rosa. Uma das instituições enga-
jadas na campanha de prevenção do câncer
de mama é o Monte Tabor/Hospital São
Rafael (HSR), que pretende alertar a popu-
lação para a importância do diagnóstico
precoce. Segundo a Organização Mundial
da Saúde (OMS), a doença afeta mais de 42
mil pessoas por ano no país e é responsável
por aproximadamente 12 mil mortes.
nova enfermaria são cristóvão é entregue aos pacientes do susA Santa Casa da Bahia inaugurou as novas instalações da Enfermaria São
Cristóvão. Com 37 leitos, a unidade do Hospital Santa Izabel oferta 100%
do atendimento aos pacientes do SUS e recebeu intervenções que prioriza-
ram o aumento do conforto aos pacientes e profissionais de saúde. Além de
exercer importante papel assistencial, a enfermaria, cuja reforma foi custe-
ada parcialmente por emendas parlamentares, tem relevante desempenho
na área de ensino, acolhendo as atividades dos internos da Escola Bahiana
de Medicina e Saúde Pública e de residentes em cardiologia, pneumologia,
reumatologia e neurologia.
Os dados impressionam: a cada 7,6 minutos
há a descoberta de um novo caso de câncer
de próstata. Para divulgar informações so-
bre o combate à doença, a Sociedade Brasi-
leira de Urologia (SBU) e o Instituto Lado
a Lado pela Vida estão novamente unidos
pelo movimento Novembro Azul. Além da
iluminação de pontos turísticos, as ações
englobam a distribuição de panfletos,
palestras e realização de exames. O urolo-
gista Dr. Anselmo Hoffmann, membro da
SBU, lembra que o exame PSA sanguíneo
e a ultrassonografia da próstata não são
suficientes para o diagnóstico. “O exame
de toque é insubstituível, não machuca e
dura em torno de dez segundos, mas ainda
precisamos superar o preconceito”.
Como parte das comemorações ao dia do Cirurgião-dentista brasileiro, celebrado em 25 de outubro, o Conselho regional de Odontologia do estado da bahia (CrO-ba) programou atividades para a Semana da Saúde bucal. de acordo com antonio Falcão, presidente da entidade, será realizada uma solenidade comemorativa no dia 21, às 19h, na reitoria da ufba. estão previstas palestras, atividades cívico-sociais, como escovações supervisionadas e aplicação de flúor, e ações de promoção da saúde bucal no interior do estado, como a Campanha de detecção Precoce do Câncer bucal em Seabra e região, nos dias 23 e 24/10.
Com investimentos da ordem de r$ 24 milhões, o maior do setor nos últimos 30 anos, a clínica espaço Holos inaugura a nova sede em Salvador, após 15 anos de serviços prestados à população baiana. O novo equipamento, que começa a funcionar em meados de 2016, vai dispor de serviços terapêuticos, atendimentos ambulatoriais e domiciliares. Para o diretor clínico do espaço Holos, dr. Luiz Fernando Pedroso, é preciso compreender que o paciente psiquiátrico precisa de uma abordagem multidisciplinar comprometida com o ser humano.
dia dO dentista
salvador ganha nova clínica de referência em saúde mental
Homens atentos à saúde
FOtO
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ulga
ção
Saúde | bloco de notas
W W W. P O rta L b M a I S . C O M . b r 91
Um procedimento realizado há mais de 20 anos nos Esta-
dos Unidos trouxe importante inovação no tratamento
contra o câncer na Bahia. O Grupo Conass – Cirurgiões
Oncológicos Associados foi pioneiro em executar desde
2011, no Hospital São Rafael (HSR), a cirurgia citorredutora
com quimioterapia intraperitoneal hipertérmica, uma
alternativa revolucionária para pacientes com câncer
abdominal avançado. “É mais uma ferramenta no tra-
tamento de carcinomatose peritoneal. “Temos todas as
condições necessárias para realizá-lo com baixa taxa de
morbimortalidade, melhora na qualidade de vida e ganho
considerável em sobrevida”, diz Emerson Prisco, cirurgião
oncológico do grupo.
CIRuRgIA CITORREduTORA é AlTERnATIvA nO TRATAMEnTO dO CânCER AbdOMInAl
informe publicitário
tudo em um só lugarCOM a VarIedade de trataMentOS, COrPOrIn garante reSuLtadOS eFICazeS e duradOurOS
reunir em um único local tratamentos completos para as diversas demandas da área de fisioterapia. este foi o motivo que levou os fisioterapeutas Igor Silva Cordeiro e thiago Franco Freire a criar a Corporin, clínica que, desde 2003, traz para Salvador um novo conceito de serviço fisioterápico, combinando técnicas avançadas e tecnologia. essa junção, de acordo com thiago Freire, é responsável pela maior eficácia do tratamento: “Hoje a Corporin tem o que há de mais moder-no para a coluna vertebral, por exemplo, e, com o auxílio da tecnologia, consegui-mos uma terapêutica mais objetiva com uma resolução mais eficiente”, afirma.
entre os tratamentos oferecidos pela Corporin, podem-se destacar: fisioterapia em ortopedia, traumatologia e desportiva, quiropraxia, rPg, pilates, cross-training, musculação assistida, nutrição e psicologia. Para Freire, disponibilizar em um só ambiente todos esses tratamentos é mais um diferen-cial da clínica. “ao reunir todos esses tratamentos em um único local, podemos proporcionar aos pacientes um melhor tratamento, alinhando com o que há de mais tecnológico em equipamentos para essa área”, completa.
Marque a sua visita à Corporin: tel.: (71) 3359-2963 ou pelo site www.corporin.com.br FO
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A entidade ligada à Secretaria de Saúde do Estado confirmou
que 400 novos farmacêuticos, químicos e biólogos serão
contratados a partir de 2016. A medida faz parte do plano de
criação do polo farmacêutico na Bahia e, segundo o secretá-
rio da Saúde, Fábio Vilas-Boas, é preciso criar uma estratégia
que garanta o maior número de baianos ocupando essas
vagas. “Uma das iniciativas visa estimular o direcionamento
dos cursos de pós-graduação para a área farmoquímica, bem
como estruturar um programa de estágio remunerado para
estudantes da graduação na Bahiafarma”, afirma. Aliada a
essa demanda da empresa baiana, a expectativa é que novas
empresas do setor se instalem na Bahia atraídas pelos incen-
tivos fornecidos pelo governo do estado.
BaHiafarma Vai Contratar maiS De 400 profiSSionaiS
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Saúde | capa
Correr é aposta para aumentar a resistência física, melhorar a qualidade de vida e turbinar a saúdefotos LUCIANO OLIVEIRA
Velozes e... poderosos!
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Velozes e... poderosos!
a corrida despertou adeptos e amantes do esporte em todo o Brasil, colocando a moda-lidade entre as mais praticadas nas grandes cidades. em Salvador, o número de corredores vem aumentando, assim como a participação nos eventos realizados na capital, que começa a ganhar novas alternativas. além de emagrecer e combater diversas doenças, como hiperten-são e diabetes, quem corre tem mais chances de sorrir para a vida, pois aumenta a autoesti-ma e o bem-estar. Correr é uma prática natural, não tem restrição de idade. até pode ser feito em casa, mas é especialmente divertido quando praticado em grupo e ao ar livre.
Mas, atenção! antes de colocar um tênis e sair correndo por parques e ruas da cidade, a recomendação é procurar um profissional de educação física. “a corrida é sim uma prática natural, porém precisa ser orientada, e o profis-sional de educação física é o mais capacitado para esse tema. É ele que demonstra a neces-sidade de se aprender a correr da forma certa, diminuindo assim riscos de lesões e auxiliando a atingir a performance desejada.” O alerta é do professor de educação Física alexandre Campos, da ad3 Esportes, uma das empresas especializadas em assessoria desportiva de Salvador, que atua há 12 anos.
desAfioCom o crescimento do número de participantes das corridas de rua, os clubes e empresas do segmento conquistam seu espaço, colocando à disposição dos corredores eventos ainda mais profissionalizados. uma dessas provas é o projeto Desafio das Dunas, realizado pela ad3 esportes em março deste ano. trechos de areia,
“o termo ‘derreter’ gordura não pode ser confundido com ‘emagrecer’”Alexandre Serrado, personal trainer
vegetação de restinga, trilhas em matas fechadas com vegetação de mais de quatro metros de altura. esse é o cenário que vai ambientar, no dia 21 de novembro, a segunda edição do evento, para o qual são esperados 600 participantes, no Parque das dunas, em Stella Maris.
“todos irão desafiar os percursos em 5 km ou 8 km. Será uma experiência única, uma oportunidade para unir esporte, saúde, responsabilidade com a natu-reza, música e cultura”, afirma o administrador danilo Campos, irmão e sócio de alexandre. Segundo ele, o projeto para 2016 é transformar o desafio das dunas em um circuito de três etapas. “temos a intenção de lançar nosso desafio no cenário nacional de corridas”, adianta o empresário.
correr emAgrece?refeições malfeitas, lanches que substituíam alimentos nutritivos e sedentaris-mo. esta foi a combinação que deixou o professor bruno Hostil (26) em um estágio “confortável” de obesidade. “Parecia ser aceitável 100 kg”, diz. Sua vida começou a mudar quando ele descobriu o prazer de correr e fez da atividade seu passaporte para o emagrecimento. “decidi há cerca de quatro anos. Hoje, combino esses ingredientes da vida saudável: exercício físico e boa alimentação. Passeio na zona
O arquiteto Marcelo Rocha, que estampa a capa desta edição, é adepto da corrida. “Renova o meu espírito e é ótimo para a saúde”, comenta
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Correr faz Bem
dos 70 kg. a corrida me deu controle sobre meu peso e aparên-cia”, revela Hostil.
ele já participou de quase todas as provas realizadas na capital baiana, além de ter rodado cinco estados brasileiros por conta da corrida. Já são mais de 60 provas concluídas sob a orientação de uma assessoria desportiva. Mesmo que não seja de modo profissional, há quem se jogue na corrida apenas pela recreação. O arquiteto Marcelo rocha, por exemplo, diz que a prática renova seu humor e bem-estar. “Prefiro correr no calçadão da orla, assim eu entro em contato com o clima gostoso do mar. Me renova”, comenta.
Embora a corrida proporcione alto gasto calórico, para o professor de educação física alexandre Serrado, é preciso to-mar cuidado, porque nem todas as pessoas estão prontas para correr. O excesso de peso, por exemplo, requer redução de me-didas antes de iniciar os treinos de corrida. “O termo ‘derreter’ gordura não pode ser confundido com ‘emagrecer’. a corrida é um excelente exercício aeróbico, mas não completo. Falta a parte anaeróbica, onde é trabalhada a musculatura esquelética, que, além de estrutural, corrobora com a tão sonhada definição
e combate a flacidez, claro que associada a uma boa nutrição”, destaca. de acordo com o personal, ignorar as recomendações profissionais ou fazer economias com itens como tênis e vesti-mentas se torna um “tiro no pé”.
- Estimula o raciocínio: melhora a memória e outras funções cognitivas.
- Diminui o impacto de doenças cardiovasculares, câncer e diabetes.
- Melhora o sono: pessoas sedentárias e com dificuldade para dormir devem incluir na rotina trotes de 20 a 30 minutos em dias alternados.
- Previne doenças: fortalece o sistema imunológico e eleva a produção de macrófagos, células que atacam bactérias e vírus.
- Deixa o coração resistente: melhora o fluxo sanguíneo nas coronárias (artérias que irrigam o coração) e estimula a capacidade de contração do músculo cardíaco.
- Eleva a autoestima e libera o estresse: há mais ligações de receptores de endorfina em quem corre do que em praticantes de outras atividades físicas.
A corrida tornou-se paixão para o professor Bruno Hostil, que roda o Brasil disputando provas
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Saiba qual a melhor opção na hora de fazer as compraspor JOSEANNE GUEDES
BATAlHA dOS AliMENTOSNa hora das compras, a busca por alimentos mais nutritivos é um verdadeiro
desafio. É natural ficar em dúvida diante de tantas opções nas prateleiras dos
supermercados, mas conhecer as vantagens de um item sobre outro pode
melhorar sua dieta e fazer toda a diferença nos treinos. O nutricionista Lucas
Valois, especialista em Nutrição Esportiva, destaca as principais característi-
cas de alguns itens. Compare!
Lucas Valois explica que os dois óleos têm composições e utilidades diferentes, mas apresentam 9 kcal por 1 ml. O óleo de coco tem função antifúngica, atua na redução do colesterol ruim (LdL), é levemente saturado e apresenta tempo de fumaça maior, sendo indicado para assar, grelhar, fritar ou cozinhar. Já o de canola, não contém saturação e é fonte de vitamina e. Pode ser usado para temperos e enriquecimento calóricos em dietas, mas perde suas características quando aquecido a 75 graus. a dica é usar com moderação, evitar frituras e não reutilizar.
O ideal é dar preferência ao atum fresco por ser rico em ômegas 3 e 6, com proteína de alto valor biológico, e sem adição de química. Se optar pela praticidade, escolha o atum em conserva de água, porque o óleo benéfico vai estar na proteína do atum e não no óleo adicionado para preservar o alimento e aumentar seu tempo de prateleira. a indústria utiliza um tipo de esmalte para impedir que o produto tenha contato direto com metal. então, atenção para não levar embalagens amassadas para casa.
Qual o melhor óleo? Hora do enlatado
óleode coco
Atumem água
óleode canola
Atumem óleo x x
Saúde | alimentaçãoFO
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duas frutas muito saudáveis e que têm como carboidrato a frutose, o que torna mais lenta a absorção de açúcar. a banana é rica em fibras e dá saciedade prolongada por causa do amido que é transformado em um gel na digestão. a maçã não provoca tanta plenitude gástrica. Ela é ótimo antioxidante, principalmente comendo junto com a casca, que é rica em fibras e atua na redução do colesterol.
Por ser menos calórico, o cottage é a melhor opção para quem gosta de comer muito, o que o nutricionista considera um erro. em 50 g de cottage, há 49 kcal. enquanto 50 g de ricota representa 87 kcal. São duas ótimas opções para quem busca uma alimentação saudável ou até aumento de músculos, por serem proteínas de alto valor biológico, fontes de minerais como cálcio e potássio e vitamina do complexo b, além do baixo teor de gordura.
a carne de boi ganha no quesito proteína. ela é a mais rica em ferro, zinco, creatina e vitaminas B1 e B12. Mas a de frango tem menos gordura, principalmente no pós-preparo, além de melhor aceitação no paladar quando simplesmente grelhada ou cozida. Ela possui cisteína, um aminoácido liberado quando o frango é cozido e que repercute positivamente no sistema imunológico, agindo diretamente sobre os sintomas da gripe.
na hora da fome, qual fruta dá mais saciedade?
Qual o queijo devo escolher se desejo emagrecer?
Qual carne é a mais saudável?
banana
carne bovina
cottage
maçã
frango
ricota
x
x
x
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Saúde | fala doutor
O que é o câncer de pele e quais são os tipos?Uma doença decorrente do desenvolvimento anormal
das células da pele, que se multiplicam repetidamente até
formarem um tumor maligno. Pode ser não melanoma e
melanoma. O primeiro tem maior incidência (95%) e baixa
mortalidade. Já o melanoma, que representa apenas 4%
das neoplasias da pele, tem um comportamento agressivo e
menor chance de cura.
como reconhecer os sinais da doença?O próprio paciente deve procurar rotineiramente man-
chas descamativas que coçam, ardem ou sangram, feridas
que não cicatrizam em até quatro semanas, mudança na
textura da pele ou dor.
sol na medidaO cirurgião oncológico Emerson Prisco, especialista em tumores da pele, dá dicas de como aproveitar o verão com cuidado
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de que forma é diagnosticado?Cerca de 70% das suspeitas iniciais são feitas por médicos não especialistas, o
que evidencia a importância destes profissionais no controle da doença. O exa-
me de dermatoscopia pode auxiliar a distinguir se a lesão é maligna ou benigna.
Mas apenas a biópsia dará a certeza.
quais os tratamentos?A cirurgia é o tratamento mais indicado para o câncer de pele de qualquer tipo. O
não melanoma de pequena extensão pode ser tratado pelo dermatologista, com
medicamento tópico (pomadas e soluções), cauterização, além de excisão simples.
Radioterapia e quimioterapia podem ser necessárias em casos avançados, com
volumosos tumores de difícil tratamento cirúrgico.
além do sol, há outros fatores de risco? O fator genético é de grande importância e pode se traduzir na cor branca da
pele, sardas, olhos claros, cabelos muito claros ou ruivos. O tipo não melona-
ma ocorre geralmente em pessoas com mais de 40 anos, de pele clara, mais
sensíveis ou expostas aos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias,
sendo raro em crianças e negros. Quem já teve câncer de pele está mais pro-
penso a apresentar outras lesões malignas, além das pessoas com doenças da
pele, como albinismo, xeroderma pigmentoso, esclerodermia e psoríase.
como evitar?Não se deve esperar sinais de envelhecimento, e sim minimizar a ação dos fatores
de risco desde a infância. Em países tropicais, é preciso evitar exposição prolon-
gada aos raios solares entre 10h e 16h. Usar filtro solar diariamente, além de itens
como bonés ou chapéus, óculos escuros, camisas de manga e calças, guarda-sol.
qual a forma correta de usar protetor solar?O fator de proteção solar (FPS) é uma escala que define a intensidade da
barreira contra a penetração dos raios ultravioleta (UV). É recomendável usar
FPS igual ou superior a 30 em horários de pico solar. No início da manhã ou
final da tarde, pode-se optar por FPS 15 ou menor com segurança. A dica é
aplicar nas áreas mais expostas, aguardar um período de 30 minutos antes
de se expor ao sol e reaplicar o produto a cada banho de mar ou piscina, ou a
cada período de duas horas.
é verdade que a pele negra está protegida? qual a incidência?Isso é um mito. As pessoas de pele negra têm menos predisposição a desen-
volver o câncer do tipo não melanoma, mas podem ocorrer em torno de 4% a
6% dos casos. Entretanto, há um tipo de câncer chamado melanoma acral que
ocorre nas unhas, palmas das mãos e solas dos pés, principalmente em pesso-
as negras (mais de 90% dos casos), e tem comportamento bastante agressivo.
Todos devem estar atentos aos cuidados com a saúde da pele.
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Saúde | cuidado
À medida que a finitude assusta, a dignidade de pacientes sem mais recursos
de tratamento ocupa ainda uma lacuna na saúde. Quando se fala em paliação,
as pessoas associam à desistência em tratar, como se a equipe médica “jogasse
a toalha”. Especialistas lembram, no entanto, que os cuidados paliativos
não são indicados apenas para os pacientes em estágio terminal, mas para
todas as doenças que ameacem a continuidade da vida e possam apresentar
evolução, como é o caso do câncer incurável, esclerose múltipla ou lateral
amiotrófica e síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). A importância
da especialidade, mesmo no estágio inicial, reside no fato de que essa assis-
tência integra todos os aspectos da dor, considerando também as dimensões
psicológicas, sociais e espirituais do paciente.
Em um trabalho interdisciplinar que envolve medicina, psicologia, nutri-
ção, fisioterapia, fonoaudiologia, odontologia, assistência social, enfermagem
e outras áreas, uma equipe multiprofissional está preparada para garantir
que todos tenham direito a um fim sem sofrimento. Mas, como um profissio-
nal de saúde se desloca para uma especialidade que, na maioria das vezes, não
tem a menor perspectiva de cura? Não faltam questionamentos sobre a razão
para uma equipe dar suporte para quem está partindo. Deixar claro que as
atribuições desses profissionais vão além de medidas restaurativas é um dos
objetivos do Dia Mundial de Cuidados Paliativos, comemorado no segundo
sábado do mês de outubro.
Para o médico paliativista da Clínica AMO,
Vítor Carlos Silva, que também é coordenador
da Comissão de Cuidados Paliativos do Hospi-
tal Aliança, o profissional é movido pelo desejo
de levar o conforto ao enfermo acometido por
sintomas que incluem falta de ar, constipação
intestinal, tosse, fadiga, náuseas, ansiedade e
distúrbios do sono, além de apoiar sua família.
“Seguimos o aforisma hipocrático: ‘Curar
algumas vezes, aliviar quase sempre, consolar
sempre’. O foco é o doente, não a doença”. Ele
revela que conviver com pacientes em alto
grau de sofrimento proporciona ao médico – e
demais profissional de saúde – contato com a
dor do outro, gerando reflexões pessoais.
quANdO CuidAr É quASE CurArCuidados paliativos que abrangem as dimensões do tratamento de doenças que ameaçam a vida
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“Só é um bom paliativista aquele que não se acostuma com o sofrimento” Kátia Baldini, enfermeira
“Os cuidados paliativos não são meros engodos para ‘o que não tem jeito’. São
ferramentas excepcionais com as quais poderemos ver um ser humano se man-
ter erguido em vida”, defende Emerson Prisco, cirurgião oncológico do Hospital
São Rafael. De acordo com o médico, os recursos tecnológicos, farmacológicos e
capacitação profissional atuais permitem controlar adequadamente a doença. O
paciente pode manter suas funções cotidianas e conviver com os seus familiares
e amigos o maior tempo possível. “Nosso papel é resgatar aspectos positivos da
situação, mantendo a sua autoestima e dignidade. Temos que apoiá-lo e ajudá-lo
a enfrentar a vida como ela se apresenta”.
Para a geriatra especializada em cuidados paliativos Alini Ponte, que atua
no Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB), a confusão reside no preconceito que
existe com a palavra “paliativo”, embora o termo – que deriva do latim pallium –
signifique “manto” ou “cobertor”. Na época das Cruzadas, os cavaleiros rece-
biam o item para proteger-se das intempéries do caminho na longa jornada. A
médica, entretanto, explica que a palavra ficou estigmatizada nos dias atuais.
“O nome ganhou uma conotação negativa. Quando ensinamos o que é, de fato,
a família aceita muito bem”. Ela considera um presente ter conhecido em 2008
essa especialidade que apenas há um ano formou a primeira turma de residên-
cia, na Universidade de São Paulo (USP). “Quando se é apaixonado pelo doente,
e não pela doença, não há frustração. Você fica grato por poder ressignificar a
história do paciente e atuar no alívio do sofrimento”.
A professora de codinome Maria foi forçada a acompanhar uma trajetória
amarga, quando sua filha única foi internada por causa de uma pneumonia e foi
diagnosticada “positivo” para o vírus da imunodeficiência humana (HIV). A jovem
conviveu com o vírus durante nove anos, sem saber. “Minha filha partiu aos 32
anos, deixando marido e um filho adolescente.
Eu não sabia como lidar com a iminente parti-
da, quando seu quadro se agravou. Somos ape-
gados ao que julgamos ser nosso. Perder é algo
bastante doloroso”, afirma a educadora, que
destaca a importância dos cuidados paliativos
tanto para o paciente quanto para a família.
“A sensação de desespero foi amenizada pela
intervenção da equipe, que me ajudou a agir
com sabedoria, calma e paz no coração, mesmo
diante da maior desgraça na vida de uma mãe.
Quando um filho vai embora, não se sabe do
depois. Ficamos alvoroçados em nosso ninho”.
Hoje, Maria transformou a dor em energia pro-
pulsora para cuidar de outras vidas, por meio
do voluntariado em campanhas preventivas.
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Saúde | sustentabilidade
Emissões de gás de efeito estufa, aquecimento global, enve-
nenamento dos solos, águas e ar. Desflorestamento. O meio
ambiente entrou no cheque especial, diante do atual nível de
degradação de todos os ecossistemas, que impacta diretamen-
te a saúde humana. A relevância exigida pelo tema impulsiona
empresas, das iniciativas pública e privada, a repensarem seus
modelos de gestão. Um sistema de gerenciamento que dá ên-
fase à sustentabilidade já é real principalmente nos estabeleci-
mentos de saúde. Entre as tecnologias disponíveis, as normas e
regulamentos são um esforço para as organizações assumirem
suas responsabilidades. Saúde e meio ambiente parecem se en-
contrar no momento da crise dos modelos de desenvolvimen-
to, calcados na exploração sem limites dos recursos naturais e
no seu consequente esgotamento.
A necessidade de implantar políticas de gerenciamento dos
resíduos sólidos de serviços de saúde tem levado hospitais, far-
mácias, clínicas médicas, laboratórios, consultórios, entre ou-
tros, a investir na educação ambiental de seus colaboradores e
na construção de uma cultura baseada em valores ambientais.
Esse é o caso do Hospital Manoel Victorino, instituição 100%
SUS que está há um ano sob a gestão do Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento da Administração Hospitalar (IBDAH). A di-
retora Sheila Ferraz afirma que a unidade implantou o Projeto
Separação e Reciclagem de Resíduos, para capacitar sua equipe.
“Temos comissões internas para implantar programas
de destinação correta dos resíduos gerados, treinamentos
focados em segregação e destinação correta e de reciclagem.
Quanto mais cuidadosa é a separação de resíduos, maior a
quantidade de material a ser reciclado e menos água, energia
elétrica e matérias-primas serão consumidas”. Sheila Ferraz
destaca que o cuidado com os impactos ambientais diminuiu
os custos do hospital, unindo melhorias ambientais e econô-
micas. “No primeiro trimestre de implantação das medidas,
tivemos uma redução de custos significativa relacionada a
resíduos potencialmente infectantes”.
GeSTão AmBienTAla compreensão do processo de gestão ambiental faz a grande diferença nos estabelecimentos de saúde
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ção
Com diversos prêmios na área da sustentabilidade e respon-
sabilidade social, o Laboratório Leme, em Salvador, também
adotou indicadores ambientais como meta estratégica para
priorizar a sustentabilidade no planejamento estratégico da or-
ganização. A gestão ambiental da empresa é feita pela Unidade
de Gestão da Qualidade e Planejamento (UPGQ), mas o geren-
ciamento de resíduos é anterior a 2004. Este ano, o laboratório
levou o 1° lugar em Sustentabilidade no prêmio Benchmarking
Bahia, além de ter assinado o Pacto Global, onde firmou com-
promisso com 10 princípios a favor do meio ambiente.
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104 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
Passados mais de quatro anos do “boom” das compras coletivas no Brasil, as promoções
ainda tomam conta da internet. Apesar da diminuição da frequência de consumo por essa
modalidade, é possível encontrar pacote de dez sessões de drenagem linfática pelo preço
de três, limpeza de pele com peeling que sai por menos de R$ 30, entre outras ofertas que
são verdadeiros bálsamos para o bolso. E é aí que mora o perigo! Especialistas alertam
para alguns cuidados imprescindíveis na hora de se tornar um “cliente-cupom”, pois esse
festival de vantagens envolve riscos para a saúde e beleza.
A proposta é simples: reduzir individualmente o valor de produtos e serviços, em
uma espécie de corretagem, sendo que a maior parte do dinheiro das vendas vai para os
sites. Para o anunciante, o principal benefício é a possibilidade de acessar clientes sem
um investimento direto em propaganda. Dois dos sites mais conhecidos, Groupon e Peixe
Urbano, rejeitam agora essa categoria e se autodenominam e-commerce local, no qual o
modelo de negócio, ao contrário das compras coletivas, não exige um número mínimo de
consumidores para validar a promoção e funciona como um “shopping de ofertas”.
umA friA?Diferença na política de marcação, remarcação e cancelamento do serviço e horários sa-
turados estão entre os principais problemas relatados por quem já se aventurou no univer-
so das compras no mundo virtual. “Comprei sessões de drenagem linfática que nunca pude
fazer porque os serviços não são bem discriminados e eu não sabia que a marcação era tão
complicada e com horários inflexíveis que fazem você perder a validade do cupom”, relata a
pedagoga Cristina Santos (34). “Comprei um pacote de depilação a laser por menos de R$ 100,
mas eu não teria feito as dez sessões se tivesse que pagar mil reais”, conta a auxiliar adminis-
trativa Andréia Menezes (26), que pesquisou sobre o estabelecimento antes de comprar.
Para a dermatologista Marilu Tiuba, especializada em cosmiatria, os sites de compra
coletiva não estão preocupados com a saúde do consumidor. “Atraídos por preços baixos,
o cliente pode comprar um problema. Nós [médicos] somos procurados com frequência
para tratar complicações de procedimentos feitos em clínicas que não têm um especialista
responsável. O ditado ‘o barato, sai caro’ deve sempre ser levado em consideração na com-
pra desses pacotes com promessas milagrosas e preços atraentes”, alerta a médica, que é
membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A prática da venda em sites de compra coletiva é proibida por diversos conselhos pro-
fissionais. Muitas clínicas estão registradas como centros estéticos e continuam a vender
os procedimentos, uma vez que a estética não possui conselho próprio para regular a prá-
tica. A fisioterapeuta Silvana Lima, especialista em dermato funcional, estética e cosméti-
ca, alerta os mais afoitos pelas compras via web. “Um tratamento deve ser personalizado e
montado de acordo com as reais necessidades e limitações do cliente”.
CliENTE-CuPOMSaiba como evitar surpresas nas compras coletivas de pacotes de estética e beleza
confiável,
Cartilha de CUidados
vEJA SE A EMPRESA é
FAÇA DAS PÁGINAS DA COMPRA
SE vALE A PENA O DESCONTO
LEIA O
é FUNDAMENTAL. DRIBLE A PREGUIÇA E ENCARE AqUELAS LETRINhAS,
PARA EvITAR SURPRESAS DESAGRADÁvEIS
Saúde | dicas
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regulamento
ler as linhas finas
DA PROMOÇÃO
BUSqUE REFERêNCIAS
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Saúde | coluna
cândido sá
Especialista em direito civil e de defesa do consumidor e pós- graduado em direito ambiental pela PUC-SP
O Código de defesa do Consumidor brasileiro completou em setembro 25 anos de
existência. Mais que isso, no seu jubileu de prata o CdC comemora importantes
vitórias em diversas áreas. Na saúde, as conquistas são salutares principalmente
no contexto nacional de problemas crônicos no sistema público de saúde e con-
sequente grande demanda, por parte dos consumidores, por atendimento médico
particular ou através dos planos de saúde.
Hoje grande parte da população em todo o Brasil é associada a uma opera-
dora de saúde. Este é um mercado enorme e regulado pelo CdC e pela Agência
Nacional de Saúde Suplementar – ANS. Ao consumidor leigo, a existência dessas
duas “entidades” pode passar despercebida, mas isso não reduz a sua importân-
cia para a toda a sociedade.
Ainda líder em reclamações, os planos de saúde possuem reajustes regulados
e funcionamento fiscalizado. São inúmeras as barreiras para a utilização do
plano, como a demora na marcação, exclusão de exames e procedimentos das
coberturas e descredenciamento de médicos, clínicas e hospitais sem comunica-
ção prévia. Sem regulação, o mercado ficaria à mercê de lógicas mercadológicas
leoninas, que deixariam o consumidor numa posição ainda mais vulnerável
ante a força econômica e política das operadoras de saúde.
Mas a existência do CdC limita a atuação das empresas e dá ao segurado a base
necessária para levantar a voz e brigar por seus direitos, revertendo abusos e mi-
nimizando conflitos. Para os médicos credenciados pelas operadoras, o CdC acaba
também representando uma base forte de auxílio a uma atuação mais segura. Ao
impedir desmandos, mesmo que de forma indireta, o CdC protege a classe médica
do tão alardeado “atochamento do atendimento”, que força o profissional a acolher
uma quantidade absurda de pacientes num tempo mínimo de consulta para dar
conta de uma demanda cada vez maior por atendimento médico.
A situação da saúde suplementar não é
boa. A situação da saúde pública tampouco.
Na Bahia, o setor vem investindo em alter-
nativas criativas e bem-sucedidas, como a
criação de cooperativas. Mas hoje é fun-
damental reconhecer as vitórias possíveis
graças à existência do CdC. O consumidor
hoje tem acesso a informações de forma
mais transparente, o que lhe possibilita uma
análise mais clara das relações contratuais
e consumeristas. Esta é uma vitória impor-
tante para a democracia e sua aplicação no
nosso cotidiano.
Por último, acho importante comemorar e
reconhecer que temos um dos mais comple-
tos documentos de defesa do consumidor.
documento este que combate abusos de
poder, auxilia a implantação de políticas
públicas e nos aproxima dos países mais
desenvolvidos no que se refere a segurança
e qualidade de produtos e serviços. Na área
de saúde, onde a excelência de atendimen-
to e produtos significa vidas salvas, o CdC
tem um papel indispensável, que garante à
sociedade um sistema de controle mais rígido
e com controles sociais mais claros.
A SAúde noS 25 AnoS do códiGo de deFeSA do conSumidor
106 r e V I Sta [ b + ] O U T U B R O D E 2 0 1 5
Saúde | odonto
Sorrir Sem medoa cada método menos invasivo, aumenta a procura pela odontologia estética
Quando o assunto é estética dos dentes, o
primeiro procedimento que vem à cabeça é
o clareamento. Mas a odontologia oferece
um leque de possibilidades para quem quer
alcançar um sorriso perfeito, que expresse
naturalidade e beleza, sem descuidar da saúde
bucal. As técnicas e materiais atuais permitem
modificar os dentes em seu formato, cor, posi-
cionamento e até mesmo substituí-los quando
eles foram perdidos. Fragmento de porcelana,
faceta, cirurgia ortognática e aparelhos orto-
dônticos são alguns métodos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de
Odontologia Estética (SBOE), nos últimos
dois anos o número de pacientes em busca
de tratamentos na área da estética cresceu
50% no país. De cada dez, sete buscam algum
procedimento estético. A cada novidade
menos invasiva e mais acessível, as pessoas
são encorajadas na busca por um sorriso
mais harmonioso. Mas como saber qual é o
tratamento mais indicado para o seu caso?
Essa missão é encarada pela dentista Milena
Rosal, que revela que os pacientes chegam ao
consultório apontando os “defeitos” de seu
sorriso, baseados em imagens de artistas.
“Cabe ao profissional ouvir, estudar o caso e propor o melhor procedimento.
Pesquisas indicam que pessoas satisfeitas com o seu sorriso tornam-se mais
alegres, confiantes, seguras de si”, afirma Rosal. Para ela, a boa aparência dos
dentes pode ser reflexo da saúde bucal. “Os pacientes devem procurar um
profissional capacitado e ter cuidados diários”. Além de uma boa higienização e
visitas regulares ao dentista, deve ser evitado o consumo de alimentos que têm
pigmentação excessiva, como o café e o suco de uva, e aqueles que são muito
ácidos, como as frutas cítricas e as bebidas alcoólicas.
ApArênciA e conteúdoArquitetura gengival, formato dos lábios e da face, amplitude do sorriso, estru-
tura corporal e o sexo do paciente devem ser considerados no momento da indi-
cação do tratamento, de acordo com a especialista em endodontia Daniela Reis.
Ela destaca que não se pode buscar um procedimento estético sem priorizar a
saúde bucal. “É preciso estar com o meio bucal adequado. A aparência é muito
importante, mas não pode ser a prioridade frente a outros problemas”.
A gestora de recursos humanos Lílian Santos recorreu ao clareamento após
tratamento ortodôntico, restauração e uma faceta, depois de ter feito canal. “A
minha questão sempre foi estética e eu alcancei o objetivo porque procurei um
profissional confiável. A desvantagem do clareamento é que, com o tempo, vai
alterando a cor e tem que repetir o procedimento. Já a faceta requer cuidado
em dobro e a aparência não é tão natural”, afirma. Para casos menos graves,
onde há um desconforto estético do paciente, a correção pode ser feita sem
a intervenção da ortodontia. O indispensável é a orientação adequada, caso
contrário, o clareamento pode causar a sensibilidade dos dentes, alteração do
esmalte, inflamação do nervo do dente e até dano periodontal.
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