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Revista Business Portugal | Maio '16

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 5

ÍNDICE

TIMOR-LESTE

ANTÓNIO VILAR

Farmácia Chafariz

Município de Arganil

Certoma

Quinta da Fontoura

Misericórdia de Galizes72

66

48

30

14De bem com a sua saúde, na Madeira

É bom viver aqui

Um exemplo claro de uma empresa de sucesso

Para eventos inesquecíveis

Em prol do próximo

EDITORIAL

Nas últimas edições da Revis-

ta Business Portugal, temos

constatado a relação de Portugal

com Timor-Leste. Para lá da nossa

relação histórica que fará de nós,

para sempre, países irmãos, esta ligação tem sido

fortalecida através da cooperação de Portugal

com Timor-Leste no seu processo de desconcen-

tração e descentralização administrativo que o seu

Governo tem em curso. É aprazível perceber que

esta ligação continua a ser cimentada e a crescer

de dia para dia, onde a língua é uma mais-valia

fundamental e o elo fundamental para uma coop-

eração que continuará a dar frutos no futuro para

FICHA TÉCNICA | Propriedade: Guidetarget, Lda | Diretor: Fernando Silva | Direção Editorial: Diana Ferreira ([email protected]) | Corpo Redatorial: Joana Castro, Rita Carreira Matos, Susana Lopes, Vera Pinho | Direção Gráfica: Tiago Rodrigues

| Secretariado: Paula Assunção ([email protected]) | Dep. Comercial: Fernando Lopes, Filipe Amorim, Isabel Brandão, Miguel França, José Machado, Luís Silva, Manuel Fernando, Paulo Padilha, Rui Diogo ([email protected]) | Redação e Publicidade: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 6ºandar, sala 6.2 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 | Distribuição: Distribuição gratuíta com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID | Depósito Legal: 374969/14 | Periodicidade: Mensal | Edição de Maio

A direção editorial da Revista Business Portugal

ambos os países.

A excelência empresarial completa esta nossa

edição de Maio. São exemplos de empresas

nacionais e internacionais que perduram no

tempo, que se têm renovado década após década,

contrariando a crise que muitos julgaram ser a

meta final de várias empresas e empreendedores.

Damos a conhecer ainda municípios portugueses

que encaram com muita vivacidade e espírito

de missão o seu papel de ‘protectores’ dos seus

munícipes, implementando várias medidas e

incentivos em prol do seu bem-estar e melhor

qualidade de vida.

Voltamos, uma vez mais, à Madeira. Apesar

da máxima de não devermos voltar aos locais

onde já fomos felizes, é impossível não voltar

ao melhor destino insular do mundo. Desta vez,

deliciamo-nos na gastronomia local e trazemos às

nossas páginas uma mostra de produtos típicos

que fazem já furor por todo o mundo. Já sabe que

na sua próxima viagem ao arquipélago da Madeira

tem que se fazer acompanhar da sua revista para

desfrutar de um verdadeiro guia gastronómico.

Também a organização de eventos toma

lugar nesta Revista Business Portugal.

Apresentamos-lhe várias soluções, de Norte a

Sul do país para que possa, finalmente, organizar

e celebrar aquele momento único, seja a nível

pessoal ou profissional.

Estas são apenas algumas das razões para folhear

e ler a nova edição da Revista Business Portugal.

Não perca!

Page 6: Revista Business Portugal | Maio '16

6 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

entrevista | antónio vilar

É este o título da obra biográfica de António Vilar. Este advogado natural da cidade Invicta é o atual presidente da Associação de Auditores dos Cursos de Defesa Nacional (AACDN). O seu reconhecimento nacional e internacional advém do seu espírito dinamizador e pelas inúmeras iniciativas de caráter político, empresarial e social que tornou reais, nomeadamente o Fórum Portucalense, a Fundação Afro-Lusitana, o Instituto Euro-Atlântico e a cooperação entre a Galiza e o norte de Portugal.Conheça melhor este ‘homem sem dono’ e os desafios que se avizinham neste seu mais recente papel de presidente da AACDN.

“Um Homem sem dono”

Começo esta entrevista por lhe pedir que contextualizemos os nossos

leitores. Como nasce a Associação de Auditores de Cursos de Defesa

Nacional (AACDN), nomeadamente a sua criação, filosofia e objetivos e

principais atividades.

A AACDN (Associação dos Auditores dos Cursos de Defesa Nacional)

enquadra-se em princípios, valores e objetivos que decorrem do ‘Conceito

Estratégico de Defesa Nacional’ e de segurança que acompanham a

interpretação política dos interesses vitais do Estado e da Nação Portuguesa.

Ao contrário das ideias muito superficiais que ainda circulam no espaço

público sobre estes conceitos e o seu âmbito, importa referir que na

atualidade, e com crescente acutilância, neles se incluem múltiplas e

complexas questões da nossa vida, quer pessoal quer societal. A AACDN,

considerando que em Portugal há já mais de 1.700 auditores, tem a sua

razão de ser na necessidade de dar sentido e utilidade aos conhecimentos

privilegiados que o Estado concede anualmente a alguns cidadãos

através da frequência dos cursos de Auditores de Defesa Nacional.

Mediante a superação de sucessivas etapas, desde a escolha rigorosa

dos candidatos pelo IDN que frequentarão o Curso de Auditor de Defesa

Nacional até à apresentação final de uma tese, a intenção é a de lhes

transmitir conhecimentos para que possam tornar-se uma verdadeira

elite da sociedade. A AACDN constitui-se num espaço de continuidade

de investigação e debate das referidas questões de Segurança e Defesa

Nacional e tem como objetivos:

- Preservar e projetar os valores culturais que contribuam para o reforço da

identidade nacional;

- Participar ativamente na definição e difusão de conceitos doutrinários e

realizar estudos no âmbito da Segurança e da Defesa Nacional;

- Cooperar com o IDN e reforçar a sua projeção e prestígio nos diversos

António Vilar Advogado e Presidente da AACDN

Page 7: Revista Business Portugal | Maio '16

António Vilar Advogado e Presidente da AACDN

setores da vida nacional;

- Fomentar entre os seus membros o debate e atualização

de conhecimentos sobre Segurança e Defesa Nacional e

estreitar os laços de solidariedade, entre eles.

Tomou posse recentemente, a 16 e março de 2016.

Como novo presidente da direção da AACDN, questiono

sobre o porquê da sua candidatura.

No mandato que há pouco iniciei como presidente da

direção e sem perder de vista a concretização da prática dos

demais objetivos, é-me particularmente querida a ambição

de aprofundar a solidariedade e a partilha entre todos os

Auditores de Defesa Nacional de modo a que todos sejamos

um património de valores, princípios e ideias ao serviço de

Portugal e dos seus interesses vitais.

Após mais de 30 anos de exercício ativo da profissão

de advogado em regime liberal e quase outros tantos

de professor universitário, germinou no meu espírito a

necessidade de retribuir ao meu país um pouco do tanto que

dele recebi, designadamente, no âmbito do Curso de Defesa

Nacional que frequentei. Além disso, tendo-me interessado

sempre pela vida política, em que exerci múltiplos e

diferentes cargos, afigurou-se-me que, como presidente da

direção da AACDN, poderia ainda contribuir de algum modo

para, com todos os meus colegas auditores e em absoluta

lealdade às autoridades do país com competência nessas

áreas, alcançar uma maior realização pessoal e deixar,

porventura, umas pedrinhas no caminho para dar mais futuro

às causas e valores da Segurança e Defesa Nacional.

São fundamentais os vossos parceiros nacionais e

internacionais. Quem são eles?

Em tempos de aparente declínio do projeto Europeu e

de crise económica, social e moral que marcam o nosso

quotidiano, desfeita que foi a ‘Ordem Mundial’ alcançada

após a última Guerra Mundial, parece que as relações

internacionais também terão de encontrar-se e encontrar

novas soluções para o mundo. Ora, este desafio não

dispensa a intervenção de pessoas e instituições que, tal

como a AACDN, se empenhem na construção de outros

possíveis. É neste contexto que pretendemos aprofundar e

alargar as nossas relações com instituições equivalentes de

outros países, designadamente do Brasil, de Espanha, de

França e de Marrocos. Temos muita expectativa também na

eventualidade de alargar a outros países, nomeadamente aos

Estados Unidos, a nossa rede de cooperação.

No seu discurso de tomada de posse há um profundo

sentido de missão e amor à pátria, ao mesmo tempo que

descreve uma sociedade e um mundo “conflituosos”

onde “a verdadeira vida está ausente”. Considera que

esses sentimentos pela pátria se foram perdendo, em

geral, ao longo dos anos? A que se deve essa perda?

Poucos serão os cidadãos que,no dealbar deste século, se

coloquem como missão outra coisa que não seja o bem estar

material, esquecendo-se que outras missões se impõem

cumprir nomeadamente o amor aos outros e o amor à pátria.

António Vilar na Tomada de Posse enquanto presidente da AACDN

General Garcia Leandro palestra sobre a Segurança e Defesa Nacional no Porto

Homenagem a Daniel Serrão no seio do Fórum Portucalense na presença do secretário de Estado da Saúde Manuel Teixeira

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8 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Haverá entre nós quem esteja disposto a dar a vida, hoje,

pelos superiores interesses da pátria? A conclusão a que

políticos, economistas e sobretudo sociólogos têm chegado

aponta para a caracterização do nosso tempo como o do

“fim da sociedade” (Alain Touraine), o desenlaçamento das

relações sociais e o triunfo do individualismo mais agressivo.

Diversas e múltiplas causas poderão ser apontadas para se

ter chegado a esta situação mas, sem as esquecer, o que me

parece decisivo é pensar em superar as patologias sociais,

económicas, financeiras e políticas atuais tornando-o de

um pesadelo dramático num tempo de esperança em novas

primaveras.

Quais os planos e estratégias que tem pensados para o

seu mandato? Quais os projetos que ambiciona levar a

cabo neste seu mandato?

É certo que na atualidade se me colocam maiores desafios

e mais responsabilidade, todavia o meu ritmo de trabalho

não se alterou substancialmente. Começa pelas 6 horas

da manhã com a leitura e audição da comunicação social

nacional e estrangeira e atravessa o dia cumprindo a

agenda que me cabe e onde tem lugar importante, para

além dos assuntos da AACDN, o apoio a várias instituições

e empresas no domínio dos negócios internacionais. Com

tal atividade procuro levar Portugal ao mundo e abrir o

mundo a Portugal, nomeadamente buscando investimento

estrangeiro para o nosso país e acompanhando empresários

à conquista de outros, novos mercados, alguns deles

nunca antes ‘navegados’. Neste aspeto dedico também

particular atenção às relações com os Países Africanos de

Língua Oficial Portuguesa, bem como a tudo o que respeita

a financiamentos da União Europeia e outras instituições

internacionais (sobretudo financeiras) que possam contribuir

para o desenvolvimento da lusofilia. Permita-me ainda referir

o meu envolvimento pessoal que vem já de 2012 na área

do Turismo de Saúde e Bem-Estar, através da Health and

Leisure Portugal, Associação para a Promoção do Turismo

de Saúde e Bem-Estar. Aqui, a ambição é, de um lado atrair

pacientes de outros países para se tratarem em Portugal e

entre nós recuperarem o bem-estar e por outro abrir a porta

às melhores condições para que cidadãos de outros países

escolham Portugal como destino para gozarem os seus dias

após a dia e por outro abrir a porta às melhores condições

para que cidadãos de outros países escolham Portugal como

destino para gozarem os seus dias após a reforma.

entrevista | antónio vilar

António Vilar com Artur Osório no contexto da promoção do turismo de saúde e bem-estar em Portugal

Almoço com o embaixador da Holanda por ocasião do início da atividade da Câmara do Comércio Portugal | Holanda no Porto

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10 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

COOPERAÇÃO NA LÍNGUA PORTUGUESA

Timor-Leste tem em curso um processo de desconcentração e descentralização administrativa, com o propósito de instituir o Podel Local em todas as divisões municipais que compõem o país.O país tem contado com o apoio fundamental de várias Câmaras Municipais portuguesas que, paralelamente à introdução de língua nacional, se comprometeram a auxiliar o desenvolvimento do tecido económico do país que, 14 anos após a sua independência, se assume como um Estado genuinamente solidário para com os seus congéneres da CPLP em assuntos tão vitais como a democracia.Timor-Leste e Portugal celebraram, em 2015, 500 anos de união e esta cooperação dos municípios permite reforçar ainda mais os laços com um importante país da Europa. Hoje o mundo é global e há uma nova possibilidade de as indústrias e o comércio se articularem entre Ásia, Europa e Austrália. E Timor-Leste é um centro de distribuição para a Ásia.Não perca a entrevista a Tomás do Rosário Cabral, vice-ministro da Administração Estatal da República Democrática de Timor-Leste.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 11

“Hoje o mundo é global, pequeno, e há uma nova possibilidade de as indústrias e o comércio se articularem entre Ásia, Europa e Austrália. Timor-Leste é um centro de distribuição para a Ásia.”

Uma descentralização administrativa de olHos postos na cooperação com portUgal e o mUndo

Tomás do Rosário Cabral vice-ministro da Administração Estatal da República Democrática de Timor-Leste

TIMOR-LESTE | COOPERAÇÃO NA LÍNGUA PORTUGUESA

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12 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

COOPERAÇÃO NA LÍNGUA PORTUGUESA | TIMOR-LESTE

Na presença do Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário

da CPLP, Antonito de Araújo, a Revista Business Portugal

teve a honra de conversar com o Dr. Tomás do Rosário

Cabral, vice-ministro da Administração Estatal da República

Democrática de Timor-Leste. O tema forte do diálogo

foi o processo de desconcentração e descentralização

administrativa que o Governo tem atualmente em curso, com

o propósito de instituir o Poder Local em todas as divisões

municipais que compõem o país.

A acompanhar cada município timorense neste processo

estão uma série de Câmaras Municipais portuguesas

que, paralelamente à introdução da língua nacional, se

comprometem a auxiliar o desenvolvimento do tecido

económico e empresarial de um país irmão que, 14 anos

após a sua independência, se assume como um Estado

genuinamente solidário para com os seus congéneres da

CPLP, em assuntos tão vitais como a democracia.

Acima de tudo, no entanto, há um convite especial aos

empresários e municípios portugueses: situado no sudoeste

asiático, Timor-Leste pode estar longe, mas contarão com

ele. É o vice-ministro da Administração Estatal que assim o

garante.

Gostávamos de começar por pedir-lhe uma breve

apresentação de Timor-Leste.

Timor-Leste está dividido em 12 administrações municipais

e uma unidade regional especial do ponto de vista

económico, social e de mercado, que é Oecússi. Temos

67 postos administrativos e 498 sucos, que são unidades

administrativas locais tradicionais, que existem desde o

tempo em que éramos uma colónia. Sabemos que, a partir de

2002, Timor-Leste fez a introdução da língua portuguesa na

administração pública e essa tem sido uma das prioridades

do Governo, tal como a desconcentração administrativa.

Um dos papéis do nosso ministério é a cooperação com

Câmaras Municipais portuguesas para podermos começar

o processo de desconcentração e, posteriormente, de

descentralização. Durante 24 anos de ocupação indonésia,

a língua portuguesa foi proibida em Timor-Leste e, por isso,

em 2013 começámos uma cooperação com 38 Câmaras

Municipais portuguesas e com o Governo de Portugal.

Está otimista em relação a esta cooperação entre

Portugal e Timor-Leste?

Nós temos uma boa relação. Neste momento, há técnicos

da desconcentração do Ministério da Administração Estatal a

fazer trabalhos com as Câmaras Municipais de Torres Novas,

de Lisboa e com o secretário de Estado das Autarquias

Locais, por exemplo. E temos um apoio permanente através

do Governo de Portugal, que conta com uma representação

em Díli, que foi o ponto de contacto com as Câmaras

Municipais portuguesas. Significa isso que, desde 2002, os

laços entre Portugal e Timor-Leste estão a ser recomeçados

numa nova área, situada entre a Austrália e a Indonésia. A

Antonito de Araújo Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da CPLP

Tomás do Rosário Cabral Vice-m

inistro da Administração Estatal da República Dem

ocrática de Timor-Leste

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 13

língua portuguesa vai crescer neste país, e é nisso que tenho

orgulho. Mas os portugueses também têm que voltar, porque

os protocolos que assinámos com as Câmaras Municipais

não se referem só à introdução da língua portuguesa; as

câmaras também podem trazer as empresas para cá.

Por exemplo, as empresas que ganharam os projetos de

preparação dos futuros edifícios municipais são portuguesas

e estão a desenhar projetos com características típicas. Por

isso, a cooperação com as Câmaras Municipais também

vai noutros sentidos, como a criação de bibliotecas ou a

introdução de pequenas indústrias, para dar mais força

económica à população. Neste momento, temos protocolos

de cooperação com Portugal, Austrália e estamos a avançar

com a Indonésia e a China. No futuro, Timor-Leste será um

espaço entre Portugal e Austrália, porque a Câmara Municipal

de Lisboa e o governo local de Darwin estão a trabalhar com

Díli, podendo haver aqui uma articulação económica e da

indústria.

No fundo, é uma forma de manter os laços entre

Portugal e Timor-Leste, que duram há mais de 500

anos…

Comemorámos os 500 anos em 2015 e esta cooperação dos

municípios vai permitir-nos reforçar os laços com um país

importante da Europa. Hoje o mundo é global, pequeno, e

há uma nova possibilidade de as indústrias e o comércio se

articularem entre Ásia, Europa e Austrália. E Timor-Leste é

um centro de distribuição para a Ásia.

Sendo a descentralização administrativa uma das

grandes bandeiras deste executivo, gostávamos

que explicasse melhor como vai funcionar este

procedimento.

Em 2012, com a formação do V Governo Constitucional,

tornei-me secretário de Estado da Descentralização

Administrativa. Naquele tempo o primeiro-ministro era

Xanana Gusmão, que convidou especialmente António

Rodrigues – da Câmara Municipal de Torres Novas – para

ir a Timor-Leste fazer uma primeira pesquisa sobre o

modelo de Poder Local que poderíamos adotar. Depois

desse levantamento, o Governo fez uma consulta à

comunidade e uma visita ao território nacional. Tínhamos o

pensamento português, através de António Rodrigues, mas

acompanhámos também o sistema administrativo indonésio

para podermos decidir o modo a implementar em Timor-

Leste.

Decidimos que o mais vantajoso seria uma representação

executiva eleita por sufrágio universal – à qual chamamos

presidente do município – e assembleias municipais,

constituídas por deputados municipais. A diferença é que,

em Portugal, fala-se em câmara municipal e nós falamos

em presidente do município e em assembleia municipal. O

presidente do município é o executivo que terá de fazer o

plano político e que poderá ser um candidato independente

ou individual, podendo ter o apoio de um partido ou grupo. A

assembleia municipal serve para controlar o funcionamento

do Governo. Isso significa que mantemos 12 administrações

municipais e 67 postos administrativos, mais a região

especial de Oecússi. Poderemos criar mais municípios de

futuro mas, por agora, manteremos a composição que vem

do tempo dos portugueses e que a ocupação indonésia não

alterou. Mas ainda não vamos entrar com o Poder Local.

Neste ano de 2016 estamos a fazer a desconcentração

administrativa e, para já, o Governo central delega

competência administrativa e financeira em cada município.

Em cada um dos 12 municípios?

Sim. Oecússi é uma região autónoma, que já tem fundos

próprios e esses 12 também. Díli, Baucau, Ermera e

Bobonaro têm mais população e avançam para autoridade

municipal. Os restantes vão ficar com administradores

municipais. O Governo central investe para podermos levar

os quadros técnicos que estão em Díli com mérito para cada

um destes municípios. Depois vamos fazer uma avaliação

conjunta com as Câmaras Municipais com que assinámos

protocolos para podermos decidir. Um dos critérios é ter vida

económica suficiente, indústrias e aí já poderemos avançar

para as eleições.

Temos algumas dificuldades porque a governação ainda

está no Governo Central, mas com a desconcentração

administrativa, o apoio das Câmaras Municipais portuguesas

e as cidades amigas da Austrália, poderemos avançar. Em

Díli, há uma cooperação com quatro Câmaras Municipais

portuguesas. Na avaliação que faremos também poderemos

convidar os técnicos dessas câmaras e, se essa avaliação

não for favorável, eles também assumem responsabilidade.

Isto significa que estamos a avançar muito rápido. Tive um

encontro com o presidente da Câmara Municipal do Porto e

ele quer reforçar o apoio a Baucau, que é a segunda maior

cidade de Timor-Leste. Vai ajudar a criar uma biblioteca

municipal.

É interessante que as segundas maiores cidades de

Portugal e Timor-Leste tenham relações muito próximas

entre si…

No mínimo, temos três Câmaras Municipais portuguesas

em colaboração com cada município e, em alguns casos,

temos quatro ou cinco. O protocolo vai no sentido de reforçar

a economia básica e também significa que as empresas

inseridas nessas câmaras municipais podem fazer articulação

com os municípios.

Ou seja, a ideia é as Câmaras Municipais poderem levar

até Timor-Leste empresas portuguesas que queiram

internacionalizar-se?

Essa é a ideia principal. Por exemplo, a empresa Arlindo

Correia & Filhos, S.A. está em Timor-Leste, fruto do protocolo

de Manatuto com Braga. Todas podem fazer isso. Neste

momento, há técnicos que estão em Portugal para dialogar

com as Câmaras Municipais, de forma a podermos preparar

a última Conferência Internacional sobre o Poder Local

do VI Governo Constitucional, porque no ano seguinte já

haverá um novo Governo. Por isso, no mês de agosto vamos

fazer uma declaração de Díli, onde as Câmaras de Timor-

Leste, Portugal, Indonésia, Austrália e China vão decidir a

continuidade deste protocolo.

TIMOR-LESTE | COOPERAÇÃO NA LÍNGUA PORTUGUESA

Page 14: Revista Business Portugal | Maio '16

14 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Recentemente foram divulgados os vários Planos Estratégicos de

Desenvolvimento Municipal. Pode falar-nos um pouco sobre estes

documentos?

Para cada município temos um guia do funcionamento administrativo, com

duração até 2030, que é o Plano Estratégico Municipal, que tem relações

com o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Governo, de raiz nacional.

Por exemplo, Lospalos está em cooperação com Penafiel. Estando Lospalos

mais voltada para a área turística, o Plano Estratégico deste município

define esse como o ponto mais importante. As Câmaras Municipais que têm

protocolos com Timor-Leste podem escolher onde fazer investimento.

Também temos o Programa de Desenvolvimento Nacional dos Sucos, que são

uma unidade administrativa local, na qual o Governo investe até 10 milhões

de dólares anuais, sobretudo em infraestruturas. O sentido da implementação

do Programa de Desenvolvimento Nacional dos Sucos é reforçar o avanço do

Poder Local. Temos também um fundo especial dos municípios – o Programa

de Desenvolvimento Integrado Municipal – que tem quase 50 milhões de

dólares, divididos pelos 12 municípios. O Programa de Desenvolvimento

Integrado Municipal destina-se a projetos físicos, para podermos encorajar e

dar força às empresas locais, pois são elas o parceiro do Governo Municipal.

Estas empresas municipais podem ter ligações com os acordos que

assinámos com as Câmaras Municipais portuguesas, que ajudam a introduzir

a indústria mais básica nos municípios.

Voltando um pouco atrás, referiu há pouco que o desenvolvimento de

novos distritos ainda não vai ser desempenhado…

Da restauração da nossa independência até ao IV Governo Constitucional,

que foi de 2007 a 2012, houve uma secretaria do Estado da Reforma

Administrativa. Todo o funcionamento do Governo estava em Díli e os

administradores dos municípios eram representantes do Governo Central,

o que significa que ainda não havia desconcentração administrativa. Mas

desde 2012 que há uma secretaria do Estado na área da descentralização.

Depois daqueles dois estudos que fizemos, com António Rodrigues e com o

então primeiro-ministro Xanana Gusmão, decidimos não avançar diretamente

para o Poder Local, porque tem que haver uma fase de transição. Em

primeiro lugar, tivemos que preparar as legislações e regras técnicas para

podermos avançar. Depois de três anos com esta legislação, criámos não só a

desconcentração administrativa, mas também a autonomia financeira.

Relativamente à autonomia financeira, decidimos que Baucau, Díli, Ermera

e Bobonaro são autoridades municipais, e os outros são administradores

municipais. Até 30 de junho deste ano, a delegação de competências será

feita 100 por cento ao Governo Local e, no orçamento de 2017, o envelope

fiscal dos municípios irá separado. No passado dia 19 de abril, a direção

central da descentralização administrativa mandou para o primeiro-ministro,

o ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, o ministro do Petróleo

e Recursos Minerais e à ministra das Finanças a proposta do orçamento

municipal. Significa que, a partir de 30 de junho, o pedido de pagamento

será diretamente ao Ministério das Finanças, já não passa pelo Ministério da

Administração Estatal. Nós, ministério central, estamos a preparar em 2016 o

Orçamento que será implementado em 2017. Mas, para 2018, os municípios

já poderão fazer sozinhos um envelope fiscal. E, no orçamento geral de 2017,

haverá uma verba de cooperação para as autoridades e administradores

municipais em Timor-Leste. Em agosto vamos ter um encontro para a

avaliação das condições do nosso acordo para podermos fazer uma

declaração de Díli entre a autoridade administradora dos municípios e

os parceiros que vão apoiar. Uma das maiores dificuldades em que os

portugueses terão que nos apoiar é na introdução da língua portuguesa.

COOPERAÇÃO NA LÍNGUA PORTUGUESA | TIMOR-LESTE

Page 15: Revista Business Portugal | Maio '16

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 15

É essa a base do fortalecimento das

relações entre Timor-Leste e Portugal…

Timor-Leste é pequeno, mas está na Ásia,

o que significa que há uma luz verde para

a língua portuguesa, entre a Austrália e a

Indonésia. Agora esta luz verde precisa da

força que está nas Câmaras Municipais

que assinaram o protocolo. Vamos acabar

o nosso mandato em agosto de 2017,

mas deixamos esta abertura do Plano

Estratégico Municipal com a cooperação.

Várias vezes falei com os presidentes

de câmara portugueses para levarem as

empresas portuguesas a investir em Timor-

Leste. Precisamos de qualidade e da vossa

preferência.

Recentemente, o vice-ministro esteve

em São Tomé e Príncipe para apoiar

aquele país com infraestruturas para a

realização do recenseamento eleitoral.

Pode falar-nos dessa iniciativa?

Antes de ser secretário de Estado e vice-

ministro, trabalhei com as Nações Unidas

na área eleitoral e um dos patrimónios

transferidos para o Governo foi o organismo

eleitoral. Depois da transição, iniciámos

o recenseamento eleitoral em Timor-

Leste, mas naquela altura não tínhamos

capacidade administrativa nem financeira,

por isso o orçamento geral do Estado veio

de doadores. Portugal apoiou-nos com

700 mil euros para que pudéssemos iniciar

o nosso próprio recenseamento. Depois,

em 2007, fundámos em Portugal o Fórum

dos Órgãos de Administração Eleitoral,

através do qual fomos adquirindo mais

conhecimento. Até que, em 2013, houve

um pedido oficial de apoio da Guiné-Bissau

ao Governo de Timor-Leste porque não

conseguiam fazer o recenseamento de raiz

e não tinham uma base de dados eleitoral.

Conseguimos desenvolver a base do

recenseamento na Guiné-Bissau com 150

equipamentos biométricos e construímos

um edifício para manter essa base, através

da qual conseguimos organizar as eleições

presidenciais e legislativas. Ficámos oito

meses a prestar apoio a um país irmão.

Depois da Guiné-Bissau, recebemos

um pedido de São Tomé e Príncipe, que

apoiámos com 30 equipamentos biométricos.

O nosso apoio vem do nosso laço de

amizade: eles apoiaram a nossa resistência

contra a Indonésia durante 24 anos e nós

tínhamos o conhecimento e experiência na

área do sistema eleitoral e recenseamento,

por isso ajudámos os nossos irmãos da

CPLP. Hoje podemos iniciar, em conjunto,

um único pensamento para avançar mais na

área da democracia.

É nobre ver como Timor-Leste, apesar dos

condicionalismos da sua história, acabou

por servir como um exemplo inspirador

de democracia…

Durante os dois ou três anos do nosso

período de transição, acompanhámos o curso

básico desse processo, que foi desenhado

pelas Nações Unidas. Temos quatro técnicos

timorenses com acreditação internacional

e, com a nossa experiência, estamos a

introduzir esta formação na Universidade

Nacional de Timor Lorosae, onde há um

departamento só para o processo eleitoral.

Sabemos que o processo eleitoral é mais

democrático, precisa de mais custos e

pessoas com capacidade nesta área, mas

não é difícil fazer uma introdução política

administrativa na área das eleições.

Como gostaria que estivesse a ligação de

Timor-Leste com os restantes membros

da CPLP?

A minha visão é a de que Timor-Leste está

longe de todos os outros países de língua

portuguesa, mas poderão contar connosco

porque o valor dos nossos laços anteriores

é mais forte. Vamos preservar a presença

da língua portuguesa e, acima de tudo,

a cooperação. Espero ver também mais

pessoas de Timor-Leste a estudar em

Portugal.

Diretora Nacional da Modernização Administrativa, Maria Goretti Marques BeloDiretor do Secretariado Apoio a Instalação dos Municípios, Adérito M.A. GuterresVice-ministro da Administração Estatal da República Democrática de Timor-Leste, Tomás do Rosário CabralEmbaixador Extraordinário e Plenipotenciário da CPLP, Antonito de AraújoDiretor de Sucos, Amandio Paulino G.R. SousaFuncionária do Gabinete do Vice-Ministro da Administração Estatal, Leonor Faria Soares

TIMOR-LESTE | COOPERAÇÃO NA LÍNGUA PORTUGUESA

Page 16: Revista Business Portugal | Maio '16

16 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

MELHOR DESTINO INSULAR DO MUNDO

Contando com uma área total de 741 km2, uma orografia montanhosa e um clima extremamente favorável e atrativo, há muito tempo que a Ilha da Madeira deixou de ser um segredo bem guardado dos portugueses, no que aos destinos turísticos diz respeito. Bem pelo contrário, são cada vez mais escusadas as apresentações ao arquipélago que reúne cerca de 267 mil habitantes (Censos 2011) e que tem vindo a fazer da atividade turística a sua principal fonte de rendimento. A atestar o prestígio, a qualidade e o consenso que a Ilha da Madeira tem vindo a reunir pela beleza natural da sua fauna e flora, pela maravilha do seu relevo montanhoso ou pelos encantos do seu clima está o título de Melhor Destino Insular do Mundo. A distinção foi atribuída pelos World Travel Awards, em finais de 2015, como reflexo de uma votação em que paraísos turísticos de todo o planeta viram o seu apelo e riqueza secundados pela essência madeirense, incontestada na arte de receber e encantar. Mas numa economia em que o turismo assume um relevo indisputado, importa salientar que a atividade empresarial da Madeira se tem vindo a afirmar de forma sólida e bem-sucedida em universos tão díspares como o setor agrícola (nomeadamente, através do cultivo da banana ou da produção do vinho da Madeira), representando o comércio outro dos pratos fortes de um tecido empresarial caracterizado pelo predomínio de entidades empresariais de pequena e média dimensão.É precisamente um retrato do tecido empresarial da Ilha da Madeira que nos propomos fazer no decurso das próximas páginas, procurando enfatizar o valor e a vertente empreendedora de uma região do nosso país que, mediante características muito próprias, serve de base a mais um conjunto de empresas vencedoras que produzem riqueza, garantem emprego e, em muitos casos, exportam. Caso para dizer que há muito mais do que o turismo para ficar a conhecer daquele que é o melhor destino insular do mundo.

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melhor destino insular do mundo |farmácia chafariz

Criada há 80 anos, no Funchal, a farmácia foi adquirida na década de 90 e entregue a Paula Fernandes, directora técnica, e a Bruno Neves, gestor, em 2005. Hoje, o grupo é composto por quatro farmácias e uma parafarmácia.

serviço de qUalidade

Economista de profissão, Bruno Neves viu-se envolvido

no mundo das farmácias quando em 2005, para além da

farmácia Chafariz, a gerência ganhou em concurso uma outra

na Ponta Delgada. Natural de Coimbra, o economista e, hoje,

gestor da empresa abriu os braços a este novo projeto por

considerar ser “uma boa oportunidade” e desde então, a sua

vida tem-se pautado pela gestão das farmácias.

Embora a área de formação seja distinta, o economista

garante que tem “alguns conhecimentos na área

farmacêutica que permitem resolver as questões mais

simples”, fruto da curiosidade e da vontade de aprender.

As farmácias do grupo têm como objetivo melhorar cada vez

mais a qualidade de prestação dos seus serviços e cuidados

de saúde de forma a satisfazer as necessidades dos utentes/

clientes, ao mesmo tempo que pretende melhorar o seu

desempenho continuamente.

Este trabalho só é possível através de uma normalização

de procedimentos, do envolvimento e parceria de todos

os colaboradores, da boa gestão e formação dos recursos

humanos, do estabelecimento de protocolos nas diferentes

áreas de atuação do farmacêutico bem como da participação

em programas promocionais de saúde, melhorando a eficácia

e avaliando a satisfação dos clientes.

Do grupo fazem parte as Farmácias São Martinho, Confiança,

Ponta Delgada, São Vicente e a parafarmácia Chafariz Farma.

Com cinco pontos de venda “há sempre problemas”, mas o

importante é “filtrar todas as questões e conseguir gerir da

melhor maneira possível”.

O setor

“É de conhecimento geral que as farmácias não estão bem”,

explica Bruno Neves. “A farmácia que era um excelente

negócio, hoje não o é”. Para o economista e gestor, o

problema reside na falta de adaptação aos novos tempos por

parte das farmácias, uma vez que, antes da crise económica,

algumas farmácias estavam sobredimensionadas para as

necessidades que tinham.

“Há que esperar sempre o melhor mas preparar-se sempre

para o pior” e foi o que fez Bruno Neves, conseguindo

escapar à situação precária que muitas farmácias vêm

a atravessar. Com o centro do Funchal cada vez menos

movimentado pelo corte de alguns acessos, o grupo viu-se na

condição de retirar a farmácia Chafariz do centro da cidade e

instalar-se numa outra zona com outro tipo de clientes. Desta

forma, conseguiram adaptar novamente a sua estrutura

de rendimentos à estrutura de custos fazendo com que a

grande quebra do setor não fosse sentida da pior maneira.

“Conseguimos prever algumas situações e soubemos sempre

que caminho seguir”, admite.

No entanto, as grandes questões do setor não se ficam

por aqui. Outro dos problemas que as farmácias (e outras

empresas) atravessam é a motivação dos seus funcionários.

Hoje, “é difícil motivar alguém que, por ter começado a

trabalhar cedo (14-16 anos), tem já 40-50 anos de casa e

está, compreensivelmente, cansado. No entanto, por ainda

não ter chegado à idade legal não se pode reformar sem

grandes penalizações”. Da mesma forma a “contratação de

farmacêuticos a recibos verdes e sem perspetivas” também

não traz força ao setor.

Por não concordar com algumas das políticas praticadas,

Bruno Neves Gestor

Paula Fernandes Diretora Técnica

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farmácia chafariz | melhor destino insular do mundo

o gestor garante que “sempre que abrimos uma vaga para

farmacêutico, oferecemos contrato, salário nunca inferior à

tabela, prémios por objetivos e perspetivas de futuro”, porque

a verdade é que “o nosso sucesso depende sempre da nossa

equipa”.

Mas gerir uma empresa é a parte mais difícil, há que tentar

descobrir o que faz com que cada um dos funcionários se

esforce para lá do habitual. “Com quem se identifica com a

minha forma de estar, o trabalho é mais fácil”, explica, “no

entanto, é preciso algum ‘jogo de cintura’ para conseguir

levar os outros ao objetivo final”. Com funcionários de várias

faixas etárias e mentalidades desiguais, Bruno Neves admite

que é um “equilíbrio difícil de alcançar”.

PME Excelência

PME Excelência em 2015, para o gestor, é apenas o

reconhecimento do que tem sido feito. Embora seja motivo de

orgulho e traga facilidades na concessão de financiamento,

a farmácia pretende continuar com o mesmo método sem

mudar a sua identidade. Para além deste estatuto, a farmácia

é certificada pelo Sistema de Gestão de Qualidade ISO

9001:2015.

Concorrência

“Como em qualquer negócio, há sempre quem faça uma

concorrência salutar e outros que fazem uma concorrência a

qualquer preço”, esclarece. Num período conturbado para as

farmácias, Bruno Neves afirma que “enquanto puder evitar

uma concorrência menos leal” é o que fará porque, de uma

forma ou de outra, todos perdem.

Por ser um negócio diretamente ligado à saúde, a

responsabilidade é maior e existirem “promoções em medicamentos é um

choque” uma vez que a toma de um medicamento, se não for correta, pode

traduzir-se num problema de saúde pública.

A farmácia tem tentado diferenciar-se pela qualidade de atendimento e

serviço, mas para o gestor este é um setor que necessita de uma forte

regulamentação e algum tipo de bom senso.

Futuro

Há 12 anos no ramo, o balanço é, essencialmente, positivo. O que começou

com uma das melhores farmácias do centro do Funchal, hoje, é um grupo

e detém cinco pontos de venda. A solução para continuar a vingar neste

negócio é a realização de economias de escala e a sinergia, caso contrário a

sobrevivência das farmácias torna-se cada vez mais difícil.

Neste momento, Bruno Neves espera que a realidade do setor tenha sido

percebida por parte de quem tem as rédeas do país e que as multinacionais

não tomem conta do negócio, uma vez que a possibilidade da extinção de

farmácias de proximidade pode tornar-se realidade.

Recentemente, abriram um novo ponto de venda no centro da cidade e a

crença no trabalho que vêm a realizar mantém-se, uma vez que os resultados

obtidos demonstram que a empresa está no bom caminho. Para o gestor, “de

agora em diante, as condições só podem melhorar”, termina.

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melhor destino insular do mundo | J. Faria & Filhos

Com quase 70 anos de existência, a J. Faria & Filhos é uma empresa familiar madeirense que começou a sua atividade no fabrico de licores. Hoje, com o crescimento do mercado regional, conta com um vasto leque de produtos e é dinamizada por Luís Faria juntamente com os dois irmãos.

o melHor rUm da madeira

Fundada em 1949 pelo tio e adquirida pelo pai dos empresários dois anos depois, a empresa

dedicava-se, inicialmente, à produção de licores e sumos de fruta concentrados. Numa região

lotada por inúmeras empresas, nessa altura, a J. Faria sentiu muitas dificuldades na sua

implementação no mercado. “Foram anos difíceis”, explica Luís Faria, “de muita batalha mas,

felizmente, conseguimos crescer”.

Em meados da década de 80, os irmãos resolveram dar outro rumo e outra dinâmica à

empresa com a aquisição das primeiras máquinas de engarrafamento, máquinas semi-

automáticas. Pouco tempo depois, compraram a primeira linha de enchimento, sendo umas

das primeiras empresas em Portugal a ter uma linha de enchimento de licores totalmente

automática, o que permitiu um maior crescimento da J. Faria na região. Estas alterações

trouxeram a capacidade de dar resposta num curto espaço de tempo, relançando a empresa

que, hoje, é líder de mercado na produção de licores.

Com uma linha de produção completa no que diz respeito aos licores, a empresa enveredou,

mais tarde, pelo envelhecimento de aguardente de cana de açúcar da Madeira, o chamado

rum da Madeira. Dependentes de uma outra empresa, Companhia dos Engenhos do Norte,

que produzia essa aguardente, a J. Faria limitava-se a envelhecê-la e a comercializar. Com a

morte do proprietário, a Companhia dos Engenhos do Norte foi adquirida pela J. Faria e hoje

faz parte do grupo, agora com a denominação de Engenhos do Norte.

Em 1995, a comercialização do vinho Madeira começou a fazer parte da realidade da

empresa. Com uma forte aposta numa vertente moderna e inovadora, conseguiram aliar a

qualidade do vinho e a diversidade de embalagens.

Hoje, a empresa produz vinho, licor, aguardente de cana de açúcar/rum da Madeira, sumos,

poncha e brandy. Todas estas sinergias que foram acumulando ao longo dos anos permitiram

que a J.Faria & Filhos crescesse, conseguindo nos dias de hoje uma implementação e uma

notoriedade cada vez mais significativas na região. De todos os produtos, Luís Faria destaca o

rum que tem “uma excelente qualidade” e tem ganho medalhas internacionais.

No entanto, “sabemos que não podemos aumentar os preços e não há outra forma senão

poupar na produção”, esclarece, “e fazer com que o produto chegue ao consumidor final da

forma mais competitiva possível”.

A J. Faria & Filhos Lda é composta, hoje, por duas unidades: a unidade fabril onde se

encontram os escritórios e os armazéns com três linhas de enchimento no Funchal; e a

Engenhos do Norte onde se encontra a produção de aguardente e uma mercearia na vila do

Porto da Cruz.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 21

J. Faria & Filhos| melhor destino insular do mundoEngenhos do Norte

Construído em 1927 e equipado com maquinaria do século XIX, a Engenhos do Norte, no

Porto da Cruz, é um dos principais testemunhos vivos do passado na produção do açúcar na

ilha da Madeira que garante a sua importância patrimonial.

A J. Faria trabalhou quase 10 anos com o antigo proprietário do Engenho e adquiriu o espaço

que estava velho e com muitas dificuldades a nível de infraestruturas, daí o receio em aceitar

a proposta de compra. Mas o que outrora foi uma dúvida, hoje é a grande mais valia da

empresa. Há três anos a trabalhar na recuperação do espaço, o edifício já está praticamente

restaurado bem como os alambiques e os engenhos.

A Engenhos do Norte dedica-se, exclusivamente, à produção de aguardente de cana de

açúcar/rum de onde se destacam duas: a Aguardente Branca e a Aguardente Envelhecida

970 Reserva. Mas o que o torna especial é o facto de ser o único na Europa que trabalha a

vapor, dando uma qualidade superior à aguardente e “os resultados estão à vista”.

A produção é feita, normalmente, entre março e maio onde se podem sentir os odores da

fermentação e os movimentos da maquinaria, e está fechado o resto do ano percebendo-se

melhor o funcionamento das máquinas.

Papel dos turistas

Desta forma, a J. Faria entendeu que devia tornar os Engenhos do Norte num ponto turístico

obrigatório para quem lá passa. Contactadas as agências de viagens, o espaço foi totalmente

dinamizado e hoje conta com a presença diária de turistas. Para o empresário, “foi uma

aposta ganha”.

Esta proximidade com os turistas traz um maior conhecimento à empresa. “Apercebemo-

nos de muitas situações que nos passariam completamente ao lado se não tivessemos este

tipo de contacto directo com eles”, esclarece Luís Faria. “A verdade é que há produtos que

iremos lançar devido a esse mesmo contacto”. Há uma valorização da opinião de quem

visita o Engenho e as sugestões são sempre levadas em conta, principalmente por parte dos

franceses devido ao seu hábito no consumo de runs agrícolas. Para o empresário, o rum da

Madeira pode implementar-se a nível internacional e tem o seu espaço no mercado.

Para além do Engenho, o espaço conta com uma mercearia antiga típica madeirense e uma

Casa do Rum onde podem ser feitas degustações.

Mercado

A grande percentagem de produção da J. Faria & Filhos é para consumo interno da ilha,

passando muito pelos turistas que visitam a Madeira. No que diz respeito à exportação, a

empresa exporta para a Europa para países como França, Inglaterra, Bélgica e Holanda; fora

da Europa exporta para Austrália, África do Sul, Estados Unidos da América e Jersey.

Futuro

De momento, a empresa tem dois projetos em mãos: a construção de uma adega nas

instalações do Funchal, um projeto antigo que não foi concluído devido à compra da Engenhos

do Norte; e outro para a Engenhos do Norte com a construção de um edifício novo no mesmo

espaço para colocar caldeiras em biomassa, não querendo mexer na raíz do antigo.

Luís Faria termina com um conselho: “Digo a todas as pessoas que passem pela ilha

da Madeira e venham visitar a Engenhos do Norte que é um museu vivo e vale a pena

conhecer”.

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22 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

melhor destino insular do mundo | henriques & henriques

Fundada em 1850, a Henriques&Henriques dedica-se à produção de vinho Madeira desde o seu início. Hoje, é gerida por Humberto Jardim que tem sido o responsável pelo destino da empresa nos últimos 22 anos.

200 anos de tradição familiar

“Era uma empresa familiar que produzia uvas nas propriedades dos

Henriques”, começa por explicar Humberto Jardim, “vendidas depois às

famílias inglesas que estavam na Madeira dando origem à internacionalização

do vinho Madeira”. A Henriques&Henriques (H&H) teve, desta forma, um papel

crucial na colocação do vinho da região no mapa o que tornou a Madeira na

zona de turismo profissional mais antiga do país.

Estabelecida em Câmara de Lobos, a família Henriques era considerada

latifundiária e ocupou, desde sempre, um lugar de destaque na vinicultura

e na arte de fazer vinho. Nos finais de 1800, com a praga da filoxera, a

empresa foi obrigada a estabelecer-se diretamente no mercado uma vez

que os vinhedos desapareceram e a família tinha vinho e disponibilidade

económica.

Formado em Gestão, Humberto Jardim foi chamado em 1994 para fazer a

recuperação económica da empresa devido à construção da unidade central

em Câmara de Lobos e uma unidade de vinificação na propriedade de Quinta

Grande, investimento superior a 5 milhões de euros. Hoje, a empresa está

inserida no grupo La Martiniquaise do qual faz parte também a Justino’s Wine

Madeira, representando ambas mais de metade do negócio do vinho Madeira.

Vinho Madeira

O vinho da H&H resulta de uma dose significativa de paciência, uma vez que

os vinhos Madeira evoluem por oxidação e precisam de tempo. O processo

de vinificação começa por ser simples e torna-se complicado à medida que é

necessário tomar decisões no destino de cada vinho: a utilização de madeira

velha ou nova, de mais calor ou menos ou de mais perda de água ou de

volatéis. Da sua oferta fazem parte as categorias 3, 5, 10, 15 e 20 anos;

vinho Harvest, Solera, vinhos datados e reservas velhíssimas.

O vinho Madeira sendo um vinho que não fala de estilos, fala de castas:

Sercial, Boal, Malvasia, Terrantez e Tinta Negra, que se foram adaptando às

condições orográficas da ilha.

Mais de 80 por cento da produção da empresa é exportada para países

como França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Bélgica e todo o norte da Europa

bem como os Estados Unidos da América e o Canadá que têm mercados de

grande importância.

“O segredo para a sobrevivência desta e de qualquer empresa é a

persistência”, esclarece Humberto Jardim, “não basta ter o produto certo”. O

Humberto Jardim

Administrador

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 23

henriques & henriques| melhor destino insular do mundogestor considera que é importante saber aquilo que o mercado quer, cirando

um produto com uma excelente imagem e qualidade que sejam percebidas

por aqueles que consomem. “Há que conseguir ultrapassar a vontade que as

pessoas têm de manter o seu dinheiro no bolso e que o queiram trocar pela

satisfação que venham a ter na expectativa da imagem que foi criada acerca

de determinado produto”.

No entanto, é um processo difícil de obter uma vez que uma empresa é um

conceito complexo devido à conjugação de recursos humanos, físicos e de

capital. Para o gestor é preciso ter uma liderança com firmeza mas sem

agressividade e a confiança dos funcionários no trabalho de quem tem o

destino da empresa na mão. O segredo, no fundo, é estar atento, atualizado e

procurar o caminho certo.

Prémios

Com um funcionamento pautado desde sempre por viticultura, a empresa

segue ainda esse caminho na sua produção. A acumulação de vinhos de

extrema qualidade ao longo dos anos permite que a Henriques&Henriques

faça lotes diferenciados levando a que o seu reconhecimento internacional

seja cada vez maior.

Em 2015 no International Wine Challenge, em Londres, a empresa viu três

dos seus vinhos receberem medalhas de ouro: o Verdelho 20 Anos, o Single

Harvest Boal 2000 e o Medium Rich Single Harvest 1998. Durante cinco anos

a H&H foi a empresa com maior consistência no que diz respeito aos prémios

que recebeu.

Futuro

Com uma atitude otimista, o futuro da empresa passa por alargar as margens

de comercialização de forma a que o mercado perceba que o vinho Madeira

não é apenas e só um vinho de culinária. Existem mercados com maior ou

menor margem que precisam de um ajustamento na comercialização através

de recolocação e preenchimento de alguns espaços.

No final do ano passado foi lançado o Tinta Negra 50 anos que deu o primeiro

lugar à H&H no Top10 na cidade do Porto. Em jeito de conclusão, Humberto

Jardim deixa uma mensagem: “O meu conselho é que as pessoas procurem

este vinho para terem uma percepção da 5ª essência do vinho Madeira. O

Tinta Negra tem um potencial tremendo e uma excelente frutose, e este que

lançamos é um vinho fora de série”.

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24 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

melhor destino insular do mundo | fábrica santo antónio

Há 123 anos em funcionamento, a Fábrica Santo António mantém o seu estatuto enquanto empresa ímpar na produção de doces únicos, assentes em dois grandes fatores: a qualidade e a tradição.

o ancestral sabor da tradição

Fundada em 1893 por Francisco Roque Gomes da Silva, a Fábrica Santo

António nunca deixou de ser um projeto familiar, encontrando-se atualmente

na quinta geração. Falar desta casa é, por isso, fazer alusão à longa história

de um percurso de 123 anos que começou com a produção e venda de

bolachas e biscoitos artesanais, mas que foi evoluindo e adaptando-se aos

novos tempos, ao mesmo ritmo com que se foi firmando enquanto ex-líbris

da ilha da Madeira.

Bruno Vieira, atual gerente da Fábrica Santo António, assumiu o comando há

dez anos com um projeto de visão. “Numa fase inicial, a fábrica precisava

de modernizar-se sem estragar o seu lado artesanal e antigo”, recorda,

antes de acrescentar que recentemente “foram feitas algumas obras”, como

a mecanização dos processos de embalamento. A esses, acrescentam-se

também melhoramentos no edifício que mantém, todavia, a sua traça original.

Os anos mais recentes da Fábrica Santo António têm-se traduzido, por isso,

num “balanço muito positivo, porque temos vindo a crescer e começámos a

exportar”, explica o porta-voz.

Uma gama de produtos cada vez mais doce

Em crescimento nos últimos anos tem estado o leque de produtos feitos

diariamente na Fábrica Santo António, à medida que o estatuto da loja se tem

vindo a cimentar ainda mais, entre madeirenses e não só. “Começou a criar-

se um bom hábito entre as pessoas que visitam a Madeira: elas passam por

aqui e levam sempre um produto nosso, para a família ou para os amigos”,

salienta Bruno Vieira. “Ao fim e ao cabo, o nosso produto começa a ser muito

conhecido”, esclarece.

Entre as grandes iguarias que a Fábrica Santo António tem para oferecer,

destacam-se, por exemplo, os famosos rebuçados de funcho e eucalipto

que, em anos recentes, receberam a companhia “de uma gama mais vasta

de sabores”. Outras das hipóteses irrecusáveis é o bolo de mel, produzido

através das canas de açúcar produzidas na ilha, ou as bolachas artesanais,

que são “o produto mais antigo”. Outro dos produtos típicos desta casa

centenária são as broas tradicionais que, recentemente, se têm vindo a

preparar em novos sabores, como o chocolate, que faz sucesso “com as

novas gerações”.

Tal como explica Bruno Vieira, “ao longo do tempo temos vindo a lançar

novos produtos porque temos a noção de que é preciso adaptarmo-nos à

realidade e ir de encontro às gerações mais jovens, sem nunca perdermos

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fábrica santo antónio | melhor destino insular do mundoa nossa tradição”. É precisamente atendendo a esse fator

que, às montras da loja, se têm vindo a acrescentar bolachas

dietéticas de amêndoa ou avelã e uma série de produtos

destinados às pessoas com doença celíaca, como é o caso

das bolachas de gengibre sem glúten. Estas, em particular,

têm vindo a reunir um extraordinário sucesso, já que “não há

nada semelhante no mercado”.

O fator qualidade

Composta atualmente por 15 colaboradores, desde a sua

génese que a Fábrica Santo António se manteve fiel a uma

filosofia assente no ancestral sabor da tradição. “Sempre

fomos uma fábrica pequena e artesanal que apostou na

qualidade, nunca na quantidade”, refere o nosso interlocutor.

Até porque a acumulação de um grande stock não coincide

com a necessidade de “ter um produto sempre fresco”.

De facto, “a nossa preocupação é satisfazermos todos os

clientes e conseguir fornecer as encomendas que nos vão

chegando, tentando introduzir novos produtos”.

Do continente ao mercado da saudade

Os produtos da Fábrica Santo António podem ser encontrados

em diversas lojas gourmet de Portugal continental “onde

também temos vindo a crescer”, especialmente na região

sul do país, através de uma parceria com a empresa de

distribuição Albano Almeida, Lda. Já com necessidade de

uma consolidação maior está a zona norte. “O nosso próximo

objetivo passa por tentar manter o ritmo, a qualidade e o

crescimento de uma forma sustentada”, nomeadamente num

mercado que ainda falta conquistar.

Mas o encanto dos doces aqui criados faz-se sentir já noutras paragens

além-fronteiras. “Neste momento estamos a exportar para os Estados Unidos

e para o Reino Unido”, refere o gestor, frisando que a grande fatia do seu

público é o mercado da saudade. Mas a vontade de crescer permanece.

“Queremos chegar a outros pontos, mas teremos que dar um passo de

cada vez”, esclarece Bruno Vieira. A entrada no mercado francês é uma das

próximas etapas. Outra passa, entretanto, por continuar o “melhoramento das

infraestruturas” da centenária fábrica.

Com 123 anos de existência, mas preservando um espírito jovem, ousado e

visionário, a Fábrica Santo António tem visto o seu crescimento consolidar-se

em concomitância com a presença nas redes sociais, através das quais tem

vindo a reforçar, ainda mais, os estreitos laços com o cliente. Em jeito de

mensagem final, Bruno Vieira deixa um repto aos portugueses: “acreditem no

que se faz de bom em Portugal, porque o nosso país tem muita qualidade”,

remata.

Bruno Vieira Gerente

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26 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

melhor destino insular do mundo | justino’s madeira wines

De portas abertas há 146 anos, a Justino’s é atualmente o líder na exportação de vinho da Madeira. Aliando a qualidade do seu produto ao peso da tradição, a empresa assume a ambição de consolidar o estatuto do vinho da Madeira além-fronteiras.

afirmar o vinHo da madeira no mUndo

Sediada no Caniço, Santa Cruz, a Justino’s Madeira Wines, S.A. é “uma

das mais antigas empresas” dedicadas à produção e exportação de vinho

da Madeira. A data de constituição remete-nos ao longínquo ano de 1870,

sendo resultado da “união de algumas empresas”, entre as quais se incluiu

a Companhia Vinícola da Madeira, fundada nos inícios do século XVIII. Um

dos ícones da Companhia Vinícola é o Terrantez 1795 do qual ainda hoje se

podem encontrar algumas garrafas, contextualiza um dos administradores,

Juan Teixeira.

Claro está que, ao longo deste percurso, a Justino’s enfrentou vários

desafios, ânimos, sucessos e condicionalismos. “Nos anos 80, nossa situação

económica não era a melhor”, prossegue o nosso interlocutor. Foi nesta etapa

em particular que o papel do Coronel Costa Campos se revelou essencial

para a continuidade de uma empresa cujo futuro se encontrava em risco.

“O Coronel visitou a Ilha com intenção de avaliar a situação da empresa e

provavelmente terminar sua atividade, mas apaixonou-se rapidamente pela

Ilha Madeira e pelo seu vinho”, continua Juan Teixeira, antes de acrescentar

que se tratava de “um homem com bastante garra e visão que decidiu pegar

nas rédeas” da Justino’s, conseguindo em 1993 uma parceria com um grupo

francês - La Martiniquaise.

Um nome que se consolidou no mercado

A partir desta parceria, o crescimento foi rápido e sólido. “Em 1994 fizemos

o primeiro projeto de investimento e mudámo-nos para a zona industrial da

Cancela”, explica Juan Teixeira, que chegou à Justino’s em 2000. “Éramos

uma empresa vocacionada sobretudo para a venda a granel e nosso produto

engarrafado representava cerca de 20 por cento”, recorda. Com criação da

nova legislação, que impedia a exportação dos vinhos a granel nos moldes

realizados até essa altura, a diminuição da importância do granel passou a

ser uma realidade.

Para além desta mudança acrescentaram-se outras evoluções, como o

“crescimento de uma unidade industrial para cinco edifícios associados a

atividade de produção, envelhecimento, engarrafamento e exportação de

vinhos”.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 27

empresa | tema

Mas a ritmo semelhante consolidou-se também a vocação exportadora da Justino’s.

“Hoje somos os maiores exportadores de vinho da Madeira, com um share entre 40 e

45 por cento”, garante o administrador. Os mercados oscilam, por seu turno, entre a

Europa e países como Estados Unidos, Japão e Brasil.

A ambição de chegar mais longe

Contando atualmente com uma equipa de 21 colaboradores, a Justino’s é uma

empresa que alia o mérito da obra já feita com a vontade de alcançar novos objetivos,

focando-se nos patamares ainda não alcançados. “Não lideramos o segmento

premium, mas esse é o grande objetivo da nossa empresa, dentro de 15 a 20 anos”,

assegura o porta-voz.

Existem, no entanto, outras metas: “o mercado nacional apenas representa apenas

5 por cento do nosso volume de negócio. Durante alguns anos não demos especial

destaque a este mercado”, considera o responsável. Sendo a Ilha da Madeira um

dos principais mercados e constituindo uma montra de excelência vamos, devido ao

cariz turístico que nossa ilha tem, dar especial destaque a este mercado nos próximos

tempos. É atendendo a aspetos como este que, entre os projetos futuros da Justino’s

Madeira, encontra-se a “construção de um centro de visitas, que poderá incluir um

museu e restauração”.

Afirmar o vinho da Madeira

De acordo com Juan Teixeira, existe uma frase que caracteriza o vinho da Madeira: “é

um vinho muito famoso, mas pouco conhecido”. Até porque, apesar de tudo, este é

um produto que “continua a ser difícil de comercializar”. Existem “ainda mercados que

infelizmente olham para o Madeira como sendo um vinho de culinária”, considera o

nosso entrevistado, em alusão a uma mentalidade que é necessário diluir.

“Para além de estar presente em eventos promocionais no exterior temos que continuar

a trazer à Madeira especialistas da área como críticos, jornalistas e sommeliers para

que venham conhecer/entender o nosso produto”. Porque, afinal de contas, este é

um vinho bem mais versátil do que aquilo que muitos julgam: “Pode ser tomado como

aperitivo, a acompanhar entradas, pratos de peixe, carne e sobremesas”, garante. Mas,

na lista de afazeres de preocupações da Justino’s Madeira está também a necessidade

de trazer uma faceta “mais jovem e apetecível” a este produto, nomeadamente através

de campanhas como o lançamento de vinho da Madeira tónico ou com gelo.

Já em registo de conclusão, Juan Teixeira deixa um repto: “o consumidor tem que que

provar o vinho da Madeira. É um produto único no mundo, com grande versatilidade

no consumo e com um poder de perdurar no tempo que outro vinho não tem. Se não

o incluirmos na nossa lista de vinhos, estamos a excluir um vinho com 500 anos de

História”.

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28 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

melhor destino insular do mundo | santa casa da misericórdia do funchal

Instituída pelo rei D. Manuel, por Carta de Lei de 27 de julho do ano de 1508, a Santa Casa da Misericórdia do Funchal tem como principal missão a prática da solidariedade e das obras de misericórdia, corporais e espirituais. Passados mais de cinco séculos, a Santa Casa conta com uma Mesa Administrativa e o provedor Jorge Spínola na aplicação dos seus ideais.

507 anos a servir

Inicialmente, a instituição teve como principal objetivo a fundação do primeiro

hospital na ilha da Madeira. Porém, ao longo dos séculos, foi ganhando cada

vez mais importância e conseguiu abranger um vasto número de serviços de

carácter social.

Com um papel fulcral na sociedade funchalense, a instituição que criou o

Recolhimento das Orfãs, prestou assistência aos presos e garantiu o sustento

dos pobres foi perdendo valências e privilégios com o período liberal. No ano

de 1975, o hospital que detinha foi nacionalizado e a partir dessa data até

cerca de 1984, a Santa Casa da Misericórdia não teve praticamente qualquer

atividade, recomeçando depois a sua atuação na área social. Foram várias

as pessoas que pertenceram à instituição ao longo dos mais de 500 anos da

sua existência, entre elas, nobres, oficiais generais, clero e pessoas de todas

as classes e condições sociais.

Atualmente, a Santa Casa da Misericórdia centra a sua ação no apoio à

terceira idade e conta com dois lares: o “reconvertido” Lar e Centro de Dia

Santa Isabel onde outrora funcionava o Recolhimento das Orfãs do Funchal,

é propriedade da instituição e tem, neste momento, 31 utentes; e o Lar,

Centro de Dia e Centro de Convívio Jardim do Sol, no Caniço, propriedade

da segurança Social e gerido pela Santa Casa, mais novo e moderno, com

24 utentes no lar, 25 utentes no centro de dia e 67 utentes no centro de

convívio.

Para além desta mais-valia, a instituição tem, ainda, um protocolo com

o Instituto de Segurança Social no âmbito do Programa de Emergência

Alimentar (PEA), onde apoia, de momento, cerca de 217 famílias no concelho

do Funchal, número que se traduz num público alvo de 700 pessoas.

O programa consiste na entrega de cartões recarregáveis de grandes

superfícies às famílias, com um determinado montante, que fazem as suas

compras de acordo com os produtos que estão previamente estipulados no

regulamento. Uma vez respeitadas as normas, o cartão é recarregado no mês

seguinte. No que diz respeito aos critérios de selecção das famílias, a Santa

Casa da Misericórdia está articulada com a Segurança Social que detém a

base de dados completa e indica as famílias que serão apoiadas. Porém, se

a instituição tomar conhecimento de um caso ainda não referenciado pela

Segurança Social, tem capacidade para o analisar, encaminhar e resolver.

Com uma forte componente na área alimentar, a Santa Casa tem, também,

na freguesia do Caniço, concelho de Santa Cruz, uma cantina social que

apoia duas famílias através da entrega de refeições confecionadas.

Jorge Spínola Provedor

Page 29: Revista Business Portugal | Maio '16

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 29

santa casa da misericórdia do funchal | melhor destino insular do mundoNo entanto, “as dificuldades são as dificuldades próprias

do tempo que se vive, da crise económica”, explica Jorge

Spínola, “e manifesta-se a todos os níveis”. Embora existam

algumas isenções de impostos, para o provedor a carga

fiscal é um entrave na ação de qualquer instituição e que se

agrava cada vez mais com as “elevadas contribuições” para

a Segurança Social. O aumento do salário mínimo regional

também contribui para o crescente desafio das instituições,

uma vez que “o pessoal auxiliar tem uma remuneração perto

do salário mínimo e qualquer alteração tem sempre efeitos

negativos na tesouraria de qualquer instituição”, esclarece.

Provedor há apenas 5 anos, Jorge Spínola admite que é

preciso ter disponibilidade de tempo para conseguir fazer

um bom trabalho ao mesmo tempo que são compensadores

os “benefícios da prática do bem, dando uma satisfação

espiritual e pessoal tremendas”.

De momento, o futuro da Santa Casa da Misericórdia do

Funchal passa pela construção de um novo lar no centro da

cidade, uma vez que a instituição entende ser uma lacuna

nessa área urbana. Parte do investimento está feito e o

terreno já foi adquirido.

“É no período de crise que as instituições da economia social

se destacam”, afirma o provedor, “e por isso é sempre uma

oportunidade para a Santa Casa mostrar a sua dinâmica”.

Desta forma, Jorge Spínola espera que, no futuro, haja

uma maior articulação entre as Santas Casas na região da

Madeira no sentido de se tornarem mais unidas, em conjunto

com a tutela, o Governo Regional.

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30 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Fazendo jus ao seu nome e estatuto, é missão da Revista Business Portugal estabelecer um retrato fiel, compreensivo e abrangente daquilo que constitui o tecido empresarial do nosso país. Significa isto que, no desempenhar da nossa missão, interagimos com empresários, instituições ou agentes económicos que, de uma forma positiva, têm vindo a contribuir para o cimentar de Portugal no mapa do empreendedorismo, da inovação, da boa gestão ou do sucesso empresarial.Estabelecer um retrato económico desta natureza sem recorrermos, todavia, a algumas das vozes mais decisivas para o aparecimento, o sucesso ou a consolidação de muitas iniciativas empresariais seria um ato de pura negligência. É, pelo contrário, atendendo à inegável importância do papel que os agentes do poder local ocupam no desenvolvimento do sucesso económico e empresarial português que lhes damos voz, procurando compreender que posicionamentos, perspetivas e ambições reservam, quer para os seus territórios, quer para quem ousa investir neles.Afinal – e pesem embora os condicionalismos impostos pela sua natureza enquanto agentes do poder local – é graças à singular visão dos presidentes das câmaras municipais ou das juntas de freguesia propagadas pelo país que se adotaram algumas das medidas mais marcantes e diferenciadoras, quer para a fixação das respetivas populações nestes territórios, quer para a sustentada atração de novo investimento. Caso para dizer, por isso mesmo, que a inovação e o empreendedorismo são atributos que não se cingem à classe empresarial, afirmando-se também elas enquanto fatores-chave para a dinamização e o crescimento de qualquer município ou freguesia. Nesta edição, damos especial enfoque ao município de Arganil e às suas freguesias.

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32 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

municípios em destaque| município de arganil

Arganil reúne condições que tornam este território um dos concelhos com mais potencial para se viver, visitar e investir. As belas paisagens da Serra do Açor, as medidas de incentivo que visam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e os estímulos concedidos às empresas são fatores preponderantes para a dinamização e desenvolvimento do concelho. Em entrevista ao presidente do Município de Arganil, Ricardo Pereira Alves descobrimos as mais-valias deste concelho.

ideal para viver, visitar e investir

Arganil representa o destino ideal para os amantes do

turismo de natureza, as deslumbrantes paisagens e trilhos

proporcionados pela Serra do Açor, conjugados com as

margens do rio Alva e Ceira são um dos pontos mais fortes

do concelho. A somar a isto existe todo um património

arquitetónico e histórico, já que a região tem várias aldeias

de xisto, tendo como ex-líbris o Piódão. O edil revela que

“Arganil tem nas pessoas a sua maior riqueza, gente muito

hospitaleira e acolhedora. Aquilo que temos para oferecer é

sobretudo uma experiência inesquecível. Somos um território

único, diferenciador e que, para além da envolvente e do

acolhimento das pessoas, temos de facto um conjunto de

recursos naturais e paisagísticos que são verdadeiramente

notáveis, como a Fraga da Pena, área de paisagem protegida

da Serra do Açor, é reserva biogenética do Conselho da

Europa. Depois temos a aldeia histórica do Piódão e as

aldeias de xisto, as praias fluviais no rio Alva e o rio Ceira

e ainda os parques verdes urbanos do Prado em Côja e

Parque Verde Urbano do Sub-Paço. Numa outra vertente,

existe a antiga Cerâmica Arganilense, um imóvel à beira do

colapso, que foi reconvertido nos últimos anos num moderno

centro de excelência, cultura, desporto e lazer, onde estão as

piscinas municipais, um auditório de média dimensão e onde,

em breve, queremos instalar o Museu do Rally”, destaca o

entrevistado. Uma das apostas do município, na vertente

do turismo, para os próximos anos, passa pela dinamização

do legado deixado pela passagem do rally de Portugal.

“Organizámos há pouco tempo a exposição Arganil - Capital

do Rally, que contou com os carros que fizeram um pouco a

história do rally de Portugal desde 1967. Tivémos também

uma tertúlia com os principais pilotos portugueses, onde

esteve presente o piloto finlandês Markku Alen, que ganhou o

Rally de Portugal cinco vezes”, explica o autarca. Questionado

sobre a oferta de alojamento na região, o interlocutor afirma

que “duplicámos o número de camas no concelho o que é

verdadeiramente significativo, a taxa de ocupação também é

elevada. Temos todas as tipologias de alojamento desde um

hotel de quatro estrelas, que está a ser gerido pela Fundação

Inatel, temos um hotel de três estrelas e temos unidades de

turismo em espaço rural de grande qualidade. Motivos não

faltam para visitar Arganil”, remata.

Viver em Arganil

O município tem procurado melhorar a qualidade de vida

dos arganilenses através de vários incentivos que passam

pela educação, emprego e cultura. Na educação, Ricardo

Pereira Alves revela que foi efetuada “uma grande revolução,

no setor da educação, com a construção de três novos

centros escolares, processo que vai ficar concluído com a

remodelação da escola primária e do jardim de infância de

Sarzedo. Estes centros escolares têm todas as condições

ao nível daquilo que de melhor existe nas cidades. A

reorganização da rede escolar foi feita em diálogo com as

freguesias e a população. Desde 2005, já fechámos mais de

uma dezena de escolas, sem problemas, porque as pessoas

perceberam que os filhos iam ter melhores condições”. Ainda

neste setor, há a destacar a remodelação que foi feita ao Ricardo Pereira Alves Presidente

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 33

município de arganil |municípios em destaque

nível dos transportes, através de uma nova política feita em

parceria com a Direção Geral dos Transportes Terrestres,

possibilitando, “que as crianças que saíam de casa, antes

das 6 horas da manhã, passassem a sair no limite às 7:30.

Isto comportou reflexos naquilo que é o rendimento escolar

dos alunos, nomeadamente, na redução da taxa de insucesso

e abandono escolar. Hoje os resultados na educação são

bem melhores, inclusivé, a Escola Secundária de Arganil foi

considerada ,há dois anos, a sexta melhor escola pública do

país, representando também o bom trabalho do agrupamento

e de toda a comunidade”, exalta Ricardo Pereira Alves.

No que diz respeito aos incentivos ao investimento, que

visam o desenvolvimento da economia e a criação de

postos de trabalho, o município tem procurado através de

diversos incentivos atrair novas empresas para o concelho.

“Procuramos criar um ambiente favorável ao investimento,

não apenas na captação de novos investimentos, mas

também, na consolidação do tecido económico existente,

Arganil tem grandes empresários. Em breve, vai ser aprovado

em Assembleia Municipal um pacote de incentivos, o Arganil

Investe Mais, que será para devolver as taxas de IMI e IMT

aos investidores, consoante o nível de investimento. Este

plano implica também a bonificação dos terrenos nas zonas

industriais, uma forma de poder apoiar e atrair investimento”,

revela o interlocutor. À semelhança do que acontece em

todo o território nacional, Arganil também tem sofrido com

a desertificação, as medidas elencadas pelo autarca visam

sobretudo inverter esta tendência atraindo “gente para viver

no concelho, isso passa por medidas locais mas também

por medidas de diferenciação positiva a nível nacional,

nomeadamente, ao nível dos impostos. É preciso haver uma

diferenciação, tratando com equidade estes territórios. Assim,

tem de haver uma verdadeira estratégia para os territórios

de baixa densidade populacional, temos pontos muito fortes

que podem ajudar ao que é a consolidação do crescimento

do país, de forma sustentável e harmoniosa, em coesão

territorial”, evidencia o presidente do Município de Arganil. O

entrevistado exerce funções enquanto autarca do concelho,

há dez anos, na altura em que foi eleito, em 2005, era o

autarca mais jovem do país. Questionado, sobre o maior

desafio de dez anos de mandato, o interlocutor esclarece que

“porventura a situação financeira da Câmara, que era muito

problemática, foi preciso engenho e arte para ultrapassar

esses problemas e colocar o concelho a crescer”.

Projetando o futuro

Em termos de futuro, o município tem apostado, neste

último mandato, “em duas áreas muito importantes, o

ambiente e a mobilidade. Entraram em funcionamento

nove novas etars e estão projetadas mais quatro. Temos

ainda o sistema de captação do Lago e Feijoal, um projeto

dinamizado em parceria com as Águas Centro e Litoral. Na

mobilidade, estamos a requalificar a rede viária municipal,

temos perto de 400 quilómetros de estradas, já teremos

requalificado cerca de 150 e, até ao fim do mandato, julgo

que ultrapassaremos, em mais de metade, as estradas

requalificadas do concelho, melhorando a qualidade de vida

das pessoas”, destaca o autarca de Arganil. Em breve, “o

grande desafio é o Museu do Rally, algo que tem uma ligação

histórica com a identidade de Arganil, faz parte do nosso

código genético, trabalhamos para que o Rally de Portugal

possa regressar a Arganil”, destaca Ricardo Pereira Alves,

acrescentando que “paralelamente a isso entendemos que a

criação do museu é algo diferenciador que ajuda a contar um

pouco da nossa história, representando mais um ponto de

atração do concelho”, remata. Numa outra vertente “temos

a requalificação do Teatro Alves Coelho, cedido à Câmara

Municipal até 2058. Queremos renovar esta antiga sala de

espetáculos que foi considerada pela Ordem dos Arquitetos

como um edifício marcante do século XX”, evidencia. Numa

mensagem final, o interlocutor destaca que apesar das

dificuldades inerentes à crise “onde os recursos financeiros

têm sido cada vez menores, tal exige que sejamos mais

seletivos nos investimentos a realizar e que são feitos sempre

a pensar nas pessoas, que são a inspiração para as políticas

públicas locais. Estou certo que apesar das dificuldades,

havemos de conseguir ultrapassá-las e conseguir um

concelho mais próximo de todos, solidário e coeso”, finaliza o

presidente do Município de Arganil.

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34 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

municípios em destaque |União das Freguesias de Coja e Barril de Alva

A União das Freguesias de Coja e Barril de Alva é a freguesia mais importante do concelho de Arganil, não só pela sua história, mas também pelo seu património arquitetónico e natural. A sua proximidade às serras do Açor e da Estrela são motivos mais do que suficientes para que esteja incluída nos roteiros turísticos do interior de Portugal. Um dos seus principais ex-libris é o rio Alva, por onde se mosqueiam locais paradisíacos e paisagens inesquecíveis.

Um local abençoado pela natUreza

Com uma panóplia de potencialidades, a União de Freguesias de Coja e Barril de Alva

assume-se como o ponto de partida ideal para descobrir todo o concelho de Arganil. Aqui

bem perto, em plena Serra do Açor, poderá visitar, entre outros locais de beleza ímpar, a Mata

da Margaraça, a Fraga da Pena e a aldeia histórica do Piódão. Esta terra abençoada pela

natureza e pelo ar fresco do rio assume-se como o local ideal para a prática de atividades

desportivas como BTT, Todo o Terreno ou até mesmo percursos pedestres.

O vasto e rico património religioso desta união de freguesias, quer em termos arquitetónicos

quer em imagens, é outro dos motivos para conhecer esta região do nosso país, que goza

de uma localização privilegiada e excelentes acessibilidades, estando equidistante entre as

cidades do Porto e Lisboa e muito próxima da cidade de Coimbra.

No verão, a alegria é uma constante, todos os dias podemos desfrutar de atividades de

animação na praça central da freguesia, sem esquecer o evento ‘Músicas de Verão’, que

decorre no parque de lazer e combina diversos estilos musicais, desde o rock, passando pela

música popular, até à animação proporcionada por DJ’s, indo assim ao encontro do gosto

musical de todas as faixas etárias. A Feira de Artesanato que decorre no mês de agosto e a

Feira de Velharias que acontece quatro vezes por ano são outras iniciativas que têm captado

cada vez mais visitantes. “Estas iniciativas acabam por reunir as pessoas, que desta forma

convivem e socializam, sempre com um espírito de grande alegria”, desvenda Luís Moura,

presidente da União de Freguesias de Coja e Barril de Alva, sublinhando que esta zona do

país vive bastante dos momentos religiosos, elencando a Páscoa e o Carnaval, que por estas

bandas assume características singulares. Segundo os habitantes, o Carnaval de Coja é obra

de teimosos e cabeçudos beirões. Para além da folia, do gozo, da crítica brejeira, da sátira,

do colorido dos fatos, desfilam também temas da política local, para além de muita música.

“O Carnaval de Coja é um ponto de encontro de amigos e de toda a comunidade do alto

concelho, incluindo a comunidade estrangeira, que é sempre ativa e participativa”, salienta o

autarca.

Segundo Luís Moura, Coja tem uma grande capacidade de atração turística, mas ainda

não está a tirar partido disso, por isso realça que o Município de Arganil deverá adotar

uma postura mais concertada e preconizar uma aposta mais veemente no turismo, criando

dinâmicas que captem a atenção e a curiosidade das pessoas. “O caminho a seguir deveria

passar pela aposta no turismo religioso, dada a riqueza do património, aliando-o ao turismo

de natureza, uma vez que a envolvência natural e os cenários bucólicos desta região têm um

enorme potencial”, avança o edil.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 35

União das Freguesias de Coja e Barril de Alva | municípios em destaque

Dinâmica autárquica

No comando dos destinos da União de

Freguesias de Coja e Barril de Alva está

Luís Moura que assumiu a autarquia com

verdadeiro espírito de missão e com uma

vontade positiva de servir a freguesia e a sua

população, tendo em conta que é um homem

de convicções e de causas, de princípios

e valores, de trabalho e de diálogo. A sua

chegada permitiu imprimir um novo ritmo

de trabalho, na senda do desenvolvimento e

dinamização desta freguesia.

Quando tomou posse dos destinos da União

de Freguesias de Coja e Barril de Alva, Luís

Moura assumiu o desafio de contribuir para

a resolução do problema social que assolou

a freguesia, com a mudança de realidade

e paradigma. “Coja perdeu a capacidade

industrial com o encerramento de três

empresas que tinham um grande peso em

termos de empregabilidade. O fenómeno do

desemprego chegou em força, causando

uma grande depressão nas pessoas. Dessa

realidade de emprego total, acabamos

por ter que nos virar para outro horizonte,

percebendo as potencialidades desta

região”, avança o presidente, salientando

que procurou fazer a transição da realidade

industrial para uma realidade mais virada

para o comércio e serviços.

A Junta de Freguesia acabou por adquirir as

três unidades empresariais devolutas, sendo

que uma delas, a da cerâmica, corresponde

a dois terços da Vila de Coja. “Fizemos o

investimento na aquisição dos imóveis,

porque percebemos que esta questão

das falências tem dois momentos maus”,

nomeadamente o fecho da empresa e o

vilipêndio dos seus ativos.

A propósito da unidade empresarial que

outrora foi uma cerâmica, Luís Moura

evidencia as suas mais-valias, bem como

a arquitetura singular, que deverá ser

potenciada. “O terreno da antiga cerâmica

tem dois hectares de área asfaltada e

diversos edifícios sociais que permitiriam

albergar todas as coletividades da freguesia,

ou até mesmo do concelho”, adianta o

autarca, lembrando que a aquisição do

imóvel foi uma aposta para o futuro, na

perspetiva de encontrar os parceiros certos

que lhe possam dar um destino rentável para

a freguesia. Mas enquanto esse investidor

não aparece, aquela zona vai sendo

potenciada através de diversas atividades,

no âmbito da Espeleologia e do Arvorismo.

“Aquele espaço - que para além de área

florestal, conta com diversos edifícios, e

nas proximidades, um rio navegável, lagos

naturais e um aeródromo com todas as

estruturas funcionais - acolheu também

um jogo de Airsoft, no qual participaram

200 jogadores”, desvenda Luís Moura,

salientando que em maio, realizar-se-á

uma nova edição que contará com 600

participantes. No entanto, o grande objetivo

passa pela organização de “um encontro

ibérico que poderá reunir cerca de 3 mil

pessoas em Coja”, conclui.

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36 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

municípios em destaque |freguesia de são martinho da cortiça

São Martinho da Cortiça é a terceira maior freguesia do concelho de Arganil. Estrategicamente localizada entre o mar e a serra, esta freguesia prima pela sua proximidade aos grandes centros urbanos e pelos seus acessos extraordinários. Ficámos a conhecer melhor São Martinho da Cortiça pela voz de Rui Miguel Franco, presidente desta Junta de Freguesia.

onde a floresta é rainHa

Localizada ao longo da centenária Estrada da Beira, entre

a Serra da Estrela e o Atlântico, São Martinho da Cortiça

contempla uma soberba paisagem natural, entre montes e

vales banhados pelas águas do rio Alva, “onde a floresta é

rainha”.

Rui Miguel Franco é o rosto do executivo desta Junta de

Freguesia. Questionado pelas suas gentes, não hesita em

destacar a sua hospitalidade, simpatia e capacidade de

trabalho.

Localização estratégica

A freguesia de São Martinho da Cortiça é, atualmente, a

terceira maior freguesia do concelho de Arganil. De acordo

com o nosso interlocutor, “temos uma freguesia que está

estrategicamente localizada, a meio do caminho entre o

mar e a Serra da Estrela, além de que temos vias de acesso

extraordinárias através do IP3 e do IC6”. Desta forma, o edil

reforça a aptidão e capacidade da freguesia para a instalação

e fixação de empresas, tendo presente que a acessibilidade

é muito fácil e rápida. “A fixação de empresas é também,

obviamente, uma forma de fixação de habitantes, mas as

acessibilidades também o são. Temos muitas pessoas que

vivem aqui e trabalham em Coimbra, por exemplo. Até porque

há transportes públicos em horários compatíveis”, completa.

Qualidade de vida de excelência

Rui Miguel Franco revela à Revista Business Portugal

que a principal preocupação do seu Executivo passa,

indubitavelmente, pela qualidade de vida dos seus habitantes.

Para tal, houve uma séria aposta em áreas tão fundamentais

como a saúde, ensino e a terceira idade. “Temos um bom

serviço médico aqui na freguesia, o que não deixa de ser um

atrativo para quem aqui quer viver. Além disso, temos um

centro escolar de excelência, de acordo com as avaliações do

Ministério da Educação, onde agregamos todo o ensino pré-

primário e primário da freguesia”, refere o edil.

No que concerne à terceira idade, o projeto mais recente

foi criado em parceria com uma freguesia vizinha, que

dista apenas nove quilómetros. “O novo lar para idosos foi

construído recentemente numa freguesia vizinha e albergará

igualmente os habitantes de São Martinho da Cortiça, pois as

condições de construção lá eram bastante mais favoráveis.

Não me preocupa que o lar seja feito em Pombeiro da Beira,

o que me preocupa é ter uma resposta social para os idosos

da minha freguesia e a sua qualidade de vida”, refere o

nosso entrevistado. Além disso, a freguesia conta com uma

IPSS com valências destinadas à população sénior, assim

como com a presença da Cáritas Diocesana de Coimbra, que

presta serviços de apoio domiciliários e de centro de dia.

Sabendo que o apoio à terceira idade está assegurado pela

Cáritas, “que tem desempenhado um excelente trabalho”, a

preocupação do Executivo da Junta de Freguesia tem incidido

no apoio à infância, “pois se projetamos o futuro, temos que

preparar as nossas crianças para o mesmo”.

Rui Miguel Franco frisa que “existe uma estratégia de

desenvolvimento que está pensada e articulada com os

nossos vizinhos e entidades que cooperam connosco, não

estamos a navegar ao sabor do vento, estamos a navegar

com um rumo e uma direção, pensando no bem estar da

nossa população e no desenvolvimento da nossa freguesia”.

O nosso interlocutor refere que “trilhamos um caminho de

modernização, pugnando pela justiça social, melhoria da

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 37

freguesia de são martinho da cortiça | municípios em destaque qualidade de vida da nossa população e, simultaneamente,

preservando a natureza que nos rodeia”.

Aposta no turismo

A principal característica desta freguesia é a sua beleza

natural. Falamos de uma freguesia essencialmente florestal,

atravessada pelo rio Alva, onde a Albufeira das Fronhas

é a principal pérola. Em pleno coração da freguesia, esta

albufeira é o maior espelho de água existente no concelho

de Arganil. O edil da Junta de Freguesia refere que “este

é um espaço ainda por explorar em termos turísticos, com

várias apetências, uma vez que é um espelho de água

considerável para a prática de desportos náuticos e pesca

desportiva”. Aqui, desenvolve-se um microclima propício à

criação de trutas, aqui surgiu um espaço de excelência para

campeonatos de pesca à pluma, tanto a nível nacional como

internacional.

“Há ainda muito que explorar no que concerne ao turismo.

Somos uma freguesia com grandes potencialidades, com

características a serem exploradas muito brevemente”,

confidência, pois está projetado, em parceria com a Câmara

Municipal, a criação de um parque de lazer com piscina junto

às águas da Albufeira das Fronhas, no sentido deste espaço

começar a ser rentabilizado turisticamente.

De visita obrigatória

Mas vir a São Martinho da Cortiça não é apenas deliciar-se

na albufeira. Uma prova gastronómica terá também que fazer

parte dos seus planos.

Aqui terá que contemplar o verde, banhar-se e pescar

no rio Alva, visitar todas as 22 aldeias, todas elas muito

características da região, com especial destaque à

Sanguinheda, uma aldeia que já foi sede de concelho e

vila, tendo recebido o seu Foral das mãos de D. Manuel I. O

percurso deverá incluir também uma visita às 18 capelas e à

igreja matriz, a casa do padroeiro S. Martinho.

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38 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

municípios em destaque| freguesia de pombeiro da beira

Pombeiro da Beira é sem dúvida uma memória histórica, outrora sede de concelho. Desde “ Aufragia” fundada pelos romanos e cidade “Columbaria” do tempo dos Lusitanos, são das versões da sua origem. Esta última versão talvez seja a mais crédula, dado que existiram em tempos abundantes castas de pombos e com o tempo se foi trocando o alatinado do termo pela palavra “Pombeiro”, que significava “viveiro de pombos”.

rUralidade e modernidade em concordância

Em 1354, no reinado de D. Afonso IV dá-se a formação do senhorio de

Pombeiro e em 1355 o mesmo rei doou-o a Martim Lourenço da Cunha

1º senhor de Pombeiro. Sucede-lhe João Lourenço da Cunha que por volta

de 1368, casa com D. Leonor de Telles, que mais tarde vem a ser rainha,

casando com el-rei D. Fernando. A 10 de novembro de 1513, D. Manuel

dá carta de foral a pombeiro passando-a a vila. Muitos outros senhores

se seguiram, entre os quais, em 1529, reinado de D. João III, Mateus da

Cunha passa a ser o 7º senhor de Pombeiro. Este encontra-se sepultado na

capelo mor da Igreja Matriz de Pombeiro. Luís Rodrigues e António Branco,

presidente e tesoureiro da junta de freguesia, respetivamente, em entrevista

à Revista Business Portugal falam-nos sobre os pontos turísticos de paragem

obrigatória na região bem como dos vários eventos organizados ao longo do

ano e que tornam a freguesia uma referência nesta vertente.

Turismo de natureza crescente

Na encosta da Serra com o mesmo nome - Serra de Santa Quitéria - ergue-

se a capela em honra da referida Santa, uma edificação do século XVII

(1719). Ao que se diz, esta não terá sido a primitiva, que se situava no alto da

mesma, onde ainda existem indícios de remotas ruínas no local denominado

Padieira da Santa. Também o cancioneiro local se refere a este facto na

seguinte quadra:

“Ó minha Santa quitéria

Onde te foram prantar,

Lá em cima, ao Soito Sêco,

À serra do Salgueiral!?

“Somos uma freguesia com muita história é hoje repleta de encantos e

recantos naturais únicos. Todos os anos realizamos a Feira de Santa Quitéria

a 1 de novembro e vêm pessoas de todo o país para visitar esta feira. É uma

feira que tem uma vertente religiosa e outra profana, com muitas pessoas

devotas a Santa Quitéria. Estou em Portugal há 39 anos e recordo-me desta

festa. Antigamente, tinha uma vertente de comércio para a freguesia pois

as pessoas nesse dia iam para lá vender tudo o que produziam, inclusivé,

os porcos que criavam para serem vendidos na Serra de Santa Quitéria,

sendo que um dos fortes é a carne de porco. Os nossos torresmos são muito

afamados e é altura dos frutos secos, nomeadamente as castanhas, avelãs,

das nozes e como é na entrada do inverno as pessoas também aproveitam

para comprar roupa”. Este santuário sofreu obras de requalificação

recentemente, estando dotado de infra-estruturas de apoio, que permitirão

Luís Rodrigues e António Branco Presidente e Tesoureiro

desenvolver uma variedade de atividades ligadas ao turismo

religioso, ao turismo ambiental-rural e de lazer, “bem como

aos amantes do auto caravanismo que frequentemente nos

visitam”, começa por nos contar António Branco. Por sua vez,

também a Feira de Maio possui bastante relevo na região,

atraindo toda a família pombeirense espalhada pelo país.

Este é o ponto de encontro anual onde se encontram todos

os pombeirenses “para assim continuarem a fortalecerem os

laços que nos unem e degustarem a nossa gatronomia como

arroz de fressura e os torresmos de Santa Quitéria.

Como somos uma freguesia agrícola, as pessoas nesta

altura, em maio, já tinham as sementeiras prontas então

vinham vender ou trocar os bois para a próxima campanha.

Mais tarde, começaram a aparecer os comerciantes, com

uma vertente muito forte. Já há alguns anos para cá criámos

um Concurso de Bovinos de Trabalho, onde atribuímos

vários prémios e é um dia de festa para toda a população.

Desde 1998 implementámos um ‘Concurso dos Galos do

Campo e Exóticos’, este galinácios desfilam numa passerelle

construída para o efeito, e são classificados por um júri

dentro do público presente, as pessoas que

nos visitam gostam deste momento . Depois,

temos um almoço, muito concorrido, em

que participam cerca de 400 pessoas, onde

recriamos a matança do porco e fazemos

vários pratos típicos para esse almoço a

par de uma mostra do melhor artesanato

que se faz na região”, acrescenta. A partir

deste ano a Feira Anual de Maio terá a

duração de dois dias. O domingo será

preenchido com o Festival do Rancho Infantil

e Juvenil Os Columbinos. Em termos de

património, são vários os pontos turísticos

existentes na freguesia, como o autarca Luís

Rodrigues faz questão de explicar. “Temos

uma capela octogonal da Rainha Santa que

é considerada monumento de interesse

público, mandada construir pelo Cónego

Thomé Nunes em 1633, destinada a servir-

lhe como sepultura, sob invocação da Rainha

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 39

freguesia de pombeiro da beira |municípios em destaqueSanta Isabel ( séc VVII - XVIII)”. O pelourinho

perdido durante anos (caso comum no país),

foi finalmente recuperado pela autarquia

local e em boa altura, em 1997, somando a

esta freguesia farta em património histórico,

mais um ponto de interesse. O seu fuste de

dois metros e trinta de altura, construído em

grés de Sabouga, foi levado para a Várzea

Pequena, enquanto que o remate, um tronco

de cone com as armas dos donatários

da terra (Cunhas) se encontrava fixado

na empena da capela de Santo António.

Na Igreja Matriz da sede de freguesia

encontram-se dois túmulos, um na parede,

com estátua jacente sobre arca tumular, de

Mateus da Cunha - 7º senhor de pombeiro,

da época quinhentista , da autoria de Diogo

Pires, ‘O Moço’, esculpido em pedra de Ança,

e outro no pavimento, do prior de Martinho

e São Guinheda, falecido em 1564, que é

considerado um monumento de interesse

público e visitado por várias pessoas,

nomeadamente estudantes de história

e arqueólogos. A par da ruralidade, na

freguesia existe também um hotel, o B & W

Hotel Rural, com traços bastante modernos,

que contrastam com os vários trilhos

pedestres implementados em Pombeiro da

Beira. “Temos um hotel bastante recente,

com apenas quatro anos e que está aberto

todo o ano. Tem disponível uma suíte, nove

quartos, piscina, um salão para conferências

e eventos, bar, tasquinha e restaurante.

Quem visita a região tem num espaço só

tudo aquilo que necessita para pernoitar e

passar uns dias sem preocupações. A nossa

freguesia é bastante rural, sendo uma das

maiores freguesias do concelho de Arganil

em área florestal e por essa razão criamos

vários trilhos pedrestes, o Trilho Histórico, o

Trilho das Ribeiras, o Trilho à Beira de Água

e o Trilho de Santa Quitéria e que têm tido

bastante aceitação e participação por parte

da população. Trilhos esses que têm que ser

melhorados e estamos a trabalhar nesse

sentido, distribuindo vários panfletos pela

região com todas as informações sobre os

mesmos”, destaca António Branco.

Apoio canalizado a todas as classes

Um dos sonhos deste Executivo é a

construção do lar de idosos de Pombeiro da

Beira que está já em contrução, constituindo

um polo essencial na freguesia no apoio à

classe mais idosa. “Temos uma população

muito envelhecida e carenciada e que tem

que ser apoiada. Temos uma doutora que faz

esse acompanhamento e que ajuda naquilo

que é necessário. Para além disso, o lar é

também uma forma de dar emprego e isso

é muito importante para uma freguesia que

tem perdido muitas referências em termos

de empregabilidade. O lar terá 56 camas

sendo que este número poderá aumentar,

aproveitando um outro espaço e o lar terá

inclusive a vertente de apoio domiciliário”,

frisa Luís Rodrigues.

Para além disso, a junta dá também bastante

apoio às sete coletividades da freguesia.

“Temos a Associação Juvenil Os

Columbinos, fundada em 1991 por um

grupo da catequese, que organiza bastantes

atividades, inclusive nas aldeias, que é

apoiada pela junta nas várias atividades que

organiza bem como as restantes. O Município

de Arganil organiza todos os anos a Feira

das Freguesias, uma feira de gastronomia,

em que convidamos todas as associações

a estarem presentes mostrando assim

os pratos regionais, damos todo o apoio

logístico”, remete. Fazendo uma retrospetiva

do trabalho desenvolvido por este Executivo,

os nossos entrevistados fazem um balanço

positivo do mesmo. “Quando tomamos posse

na junta a nossa primeira grande obra foi

toda a sinalética da freguesia. Hoje qualquer

ponto turístico está sinalizado, o que facilita

muito a orientação de quem vem de fora.

As grandes prioridades deste Executivo são

as acessibilidades porque temos muitas

aldeias onde as pessoas à porta de casa

têm ruas em terra. Temos vindo a combater

esta situação através de contratos-programa

em parceria com a Câmara Municipal e já

conseguimos fazer várias ruas em calçada

de granito e esperamos alcatroar brevemente

a estrada que nos leva às povoações do

lado de lá da Albufeira das Fronhas. Para

além disso, queremos também construir as

valetas e bermas das estradas existentes

em betão, de modo a dar mais durabilidade

às mesmas. O saneamento básico nas

aldeias também nos preocupa. Estamos

empenhados na construção do Lar, já existe

um protocolo com a Cáritas Diocesana de

Coimbra, onde a junta de freguesia além

de ceder o terreno para a sua edificação,

doou uma verba de 500.000,00€, para a

sua construção”, explicam. O objetivo passa

assim por continuar com a mesma política

de proximidade que marca este Executivo.

“Ambos estamos na Junta de Freguesia há

vários anos, o atual presidente, já pertenceu

a anteriores executivos e o tesoureiro é

funcionário da Junta, somos de cá e fazemos

questão de nos mantermos uma politica de

proximidade da população e perceber quais

são as suas reais necessidades, sempre”,

conclui António Branco.

Page 40: Revista Business Portugal | Maio '16

40 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

municípios em destaque | Freguesia de Abrantes e Alferrarede

Repleta de história, comprovada através do seu centro histórico, a Freguesia de Abrantes e Alferrarede é igualmente uma freguesia vocacionada para o futuro. Bruno Tomás, líder do executivo, fala-nos sobre esta freguesia, passando pelos polos turísticos de paragem obrigatória na região, como os jardins do castelo, o Parque Urbano de São Lourenço e o AquaPolis, bem como dos projetos delineados para os dois pontos principais de atuação do seu mandato: os idosos e crianças.

centralidade e modernidade em sintonia

Como forma introdutória, qual o balanço que faz desde que é líder do Executivo da

Freguesia de Abrantes e Alferrarede?

O balanço do Executivo da junta estará a ser dividido em duas partes: uma primeira parte em

que nós face às vicissitudes da agregação de três freguesias tivemos que ter algum tempo

para arrumar a casa, ou seja, criar procedimentos iguais nos diferentes polos, refiro-me a

polos porque tínhamos o compromisso nas eleições de manter os edifícios das antigas juntas

a funcionar porque os colaboradores estavam lá e não faria sentido distanciar ainda mais

os serviços prestados pela Junta de Freguesia. A primeira parte consistiu em uniformizar

procedimentos internos, criar relações inclusive de colaboradores da junta para que todos

pudessem conhecer a união de freguesias e isso é extremamente importante e esta equipa

achou que esse era um ponto fundamental para um posterior bom desempenho das nossas

funções em questão do espaço público, que é utilizado por todos nós. Nesta primeira fase,

que deve ser constante, existe sempre uma forte aprendizagem contínua.

Uma segunda fase foi olharmos para aquilo que tínhamos prometido para as pessoas e que

para o qual merecemos o voto delas, foi o caderno de encargos, como costumo dizer, em que

a equipa estabeleceu dois pontos essenciais de atuação: os idosos e as nossas crianças.

De que forma esse apoio será prestado?

Nos nossos idosos apoiá-los até no simples facto de melhorar as suas acessibilidades junto

das suas habitações e nas parcerias que eu acredito muito que são parte integrantes nos

nossos projetos, exemplo disso, são as várias associações que existem na freguesia que

trabalham com eles e com as quais temos que reforçar a ligação existente e até alargá-las ao

território.

Uma das associações que é exemplo disso é a ‘Crescer’, que quando iniciámos o mandato

tinha apenas três ateliês e agora alargou para cinco, comparticipados pela junta e que

trabalha em média com 40 idosos.

Nas crianças e jovens, sob protocolos de competências que a Câmara tem com a Junta

relativamente à manutenção e conservação de escolas e o regular funcionamento das

mesmas. Para isso temos o projeto ‘Escolinhas’ que através de várias carrinhas dão

manutenção e prestam uma rápida resposta às escolas. Estamos também a desenvolver um

protocolo com a Câmara Municipal de Abrantes para criar vários parques infantis. Temos que

ser próximos da população e perceber quais são as suas reais necessidades e neste caso o

associativismo é parte integrante pois queremos promover a relação entre as pessoas.

Quais as potencialidades da sua freguesia?

Primeiro, considero que é uma das melhores freguesias para se viver em Portugal. É central

a nível nacional, estamos a uma hora de Lisboa, da praia e de Espanha. Hoje em dia,

as questões de mobilidade e de tempo são extremamente importantes e isso temos. Na

educação, temos uma excelente cobertura de jardins de infância públicos, escolas do 1.º

ciclo excelentes, todas recuperadas, a seguir escolas secundárias, as várias existentes estão

igualmente recuperadas e possuímos igualmente ensino superior em Abrantes, com vários

cursos e valências.

Também a nível de saúde estamos muito bem situados, em que o hospital de Abrantes é ao

lado da nossa freguesia e temos também o único campo de basebol da Península Ibérica,

onde são realizados vários estágios. Assim, a nossa freguesia tem vários fatores factuais que

vão de encontro ao que as pessoas procuram e necessitam para o seu dia a dia.

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42 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

municípios em destaque | município de pinhel

A região distingue-se pela qualidade de vida e pelo posicionamento geográfico estratégico, que permite a proximidade às principais cidades portuguesas e espanholas. Pinhel é um concelho que trabalha na captação de investimentos empresariais, a par disto, procura através do legado histórico potenciar o turismo na região. Rui Ventura, presidente do Município de Pinhel, falou do trabalho que a autarquia está a desenvolver e que está a marcar a diferença na região.

o “novo” centro de portUgal

O concelho de Pinhel declarou há muito um combate à desertificação e adotou uma série de

estratégias com resultados visíveis, extensíveis a várias áreas. A região tem indústrias bem

distintas, mas que são o espelho do trabalho que está a ser levado a cabo pela autarquia.

Com uma tradição muito forte no setor da extração e transformação do granito, a zona

industrial de Pinhel tem também a operar no setor do calçado e da aeronáutica. Rui Ventura

começa por destacar a centralidade geográfica do concelho, uma vantagem que tem levado

muitos empresários a interessarem-se pela região, “com a proximidade à fronteira, temos

uma realidade completamente diferente, de outros pontos do país que, muitas vezes, não

aproveitamos. Por exemplo, só a Junta de Castilla e Leon tem mais habitantes do que a região

centro do país. Daqui a Valladolid e Salamanca demoramos duas horas. Mais, estamos a duas

horas e meia de Lisboa e de Madrid. Aliás, pagamos mais de portagem para ir a Lisboa do

que a Madrid. Do ponto de vista geográfico, estamos no centro, situados a 30 quilómetros

da maior fronteira de Portugal, Vilar Formoso, perto da A23 e da A25, dois eixos que nos

levam para norte e sul do país”, destaca o presidente da autarquia de Pinhel. Durante 18

anos, um dos maiores empregadores do concelho pertencia ao calçado, com o encerramento

em 2006, centenas de pessoas ficaram sem trabalho, neste sentido, o município procurou

atrair investimentos neste setor, reaproveitando o conhecimento existente. Atualmente,

os resultados já são visíveis, “uma preocupação foi atrair algumas empresas na área do

calçado, a mão de obra cá excedia, o equipamento já tínhamos porque alugámos o espaço

que era da antiga Rhode. Pus-me a caminho para tentar arranjar alguns postos de trabalho e

conseguimos, neste momento, temos duas fábricas a laborar, em Pinhel, que têm um contrato

com a autarquia que implica dez anos de manutenção. Fazem o recrutamento de pessoal

aos poucos, uma delas emprega, neste momento, 30 pessoas a outra cerca de 40, ambas

têm capacidade para chegarem aos 60 postos de trabalho”, destaca Rui Ventura. Para não

estar dependente apenas de algumas áreas, o município entende que a diversificação é um

dos fatores que pode favorecer a economia da região, o interlocutor explica que “agora é

tempo de fazermos algo fora do calçado, começámos por apostar no cluster da aeronáutica,

existe já uma empresa instalada no concelho. Recentemente, assinámos contrato com duas

novas empresas, que vão começar a construir, em setembro, os seus pavilhões, certamente,

vamos ter mais algumas novidades, porque estamos a falar de empresas com capacidade

financeira que recrutam outro tipo de quadros com formação superior e qualificada”.

A autarquia estabeleceu uma série de regras e condições que representam fatores de

atratividade, ao mesmo tempo que garantem a criação de postos de trabalho. Questionado

sobre as condições que o município tem para oferecer, Rui Ventura responde convictamente,

“damos tudo, com condições obviamente, a principal contrapartida passa pela criação de

postos de trabalho”, destaca, especificando que, “não aplicamos derrama a empresas com

sede em Pinhel, reduzimos até 75 por cento o pagamento de taxas. Às empresas que façam

um investimento superior a 250 mil euros e que, no espaço de dez anos, criem mais de

50 postos de trabalho oferecemos o terreno na zona industrial. Um fator importante é ser

diferenciador, ou seja, investimentos diferentes aos que já existem. Felizmente, Pinhel tem

empresários muito estáveis, exemplo disso, é que não me recordo de ver nenhuma empresa

a falir neste últimos anos de crise, aliás a zona industrial está no limite, estamos numa fase

de ampliação, mas se o empresário quiser vir amanhã, nós temos a solução”, enaltece o

autarca. Esta reposta passa por dinamizar “um novo pólo na aldeia de Pínzio, perto de Pinhel,

onde passa a A25. A câmara adquiriu um conjunto de terrenos, juntamente com a junta de

freguesia, onde vamos criar uma zona industrial à medida das necessidades dos empresários,

conforme formos sendo contactados criamos as infraestruturas, não vamos investir milhões

e construir uma grande zona industrial para depois ficar vazia”, explica o autarca pinhelense.

Na economia da região há também a destacar a produção de vinho, a Adega Cooperativa de

Pinhel é a segunda maior do país, tendo ainda “sete produtores particulares, a produzirem

vinhos de boa qualidade, aliás os vinhos da Beira Interior estão a dar cartas”, enaltece o

presidente.

Cultura e educação

Mas a qualidade de vida da região não se mede só pela dinamização económica, a autarquia

entende que a parte social, educacional e cultural deve ser dinamizada, como exemplo

importa destacar as atividades proporcionadas aos alunos desde o pré-escolar ao 4º ano,

“música, educação física, artes plásticas, inglês, ballet, informática e os pais não pagam, se

colocar um filho na escola de Pinhel que precise de prolongamento de horário e refeição não

paga mais de 35 euros por mês”, revela Rui Ventura. Culturalmente, existem todos os fins

de semana atividades que procuram envolver toda a comunidade, o município investe, por

exemplo, todos os anos um montante que se destina a levar o cinema gratuito todos os fins

de semana aos pinhelenses. O autarca refere que “foi um processo moroso mas o desafio

foi superado e, em termos de eventos, Pinhel deu grandes passos, não há fim de semana

nenhum que não tenha uma atividade cultural e desportiva, criámos aqui várias atividades

interagindo com as freguesias, foi necessário transmitir às coletividades o sentimento de

partilha”.

Pinhel medieval

De 3 a 5 de junho, a cidade vai acolher a segunda edição da Feira Medieval, da Cidade

Falcão. Rui Ventura revela que a expectativa é grande, já que no ano passado foram cerca de

Page 43: Revista Business Portugal | Maio '16

5 mil as pessoas que deslocaram à cidade para assistirem

ao evento. Conhecida pela sua história, “Pinhel é a cidade do

país que mais solares possui por metro quadrado. A cidade

tem uma zona histórica digna de visita, com castelos, a

nossa muralha ainda está intacta, é possível fazer o percurso

da muralha através das seis portas”, revela o entrevistado.

A destacar existe também o Museu Municipal que se situa

no antigo Paço Episcopal. No primeiro piso está patente

uma exposição do Mestre Soares que doou todo o seu

património, avaliado em mais de 600 mil euros à autarquia.

Rui Ventura enaltece também “Cidadelhe, que segundo o

escritor Saramago é o ‘calcanhar do mundo’, a porta sul

do Vale do Côa, estamos a tentar que seja classificada

como aldeia história. Está recuperada e tem todas as

infraestruturas, possui alojamentona vertente de turismo

rural, está projetado um restaurante panorâmico e existe

um Centro de Interpretação do Vale do Côa. Cidadelhe é

o ideal para as pessoas se iniciarem a visitar conhecer o

Vale do Côa”, frisa o presidente. Pela sua história e todo

o património, Pinhel é um destino turístico de excelência,

neste momento, o principal entrave existente neste setor

está relacionado com a falta de alojamento, questão que a

“médio prazo terá uma solução”, revela o autarca. Sobre o

futuro, Rui Ventura começa por destacar que “o caminho

faz-se caminhando. Eu comecei muito jovem na política e o

meu percurso é reflexo desta máxima. Pretendo que Pinhel

tenha cada vez mais projeção, sabendo que é preciso dar

muito de nós, que continue a conseguir atrair investimento,

para proporcinar qualidade de vida às pessoas. Se for este o

caminho que as pessoas de Pinhel querem, certamente, que

nos vamo continuar a cruzar, nunca baixei os braços, no que

diz respeito ao meu concelho, estou sempre atento e é este

o contributo que quero dar à minha terra”, conclui o autarca

de Pinhel.

Rui Ventura Presidente

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46 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

EXCELÊNCIA EMPRESARIAL

Não é tarefa fácil ser-se empresário em Portugal. Especialmente, um empresário de sucesso que consiga desenvolver um projeto capaz de aliar uma visão empreendedora, arrojada e inovadora sobre a constante incógnita que é o mercado. É precisamente ao longo de contextos e conjunturas mais complicadas que as empresas se veem forçadas a superar novos desafios e a testar, uma vez mais, a sua firmeza.Mas mesmo em contextos menos desfavoráveis, há aspetos e condicionantes que não cessam de acompanhar o dia-a-dia do empresário. Imprevisibilidades, a força concorrencial, as evoluções do mercado, o comportamento do consumidor, entre muitas outras. É por essa mesma razão que um empresário e uma empresa de sucesso não surgem no decorrer de um instante, correspondendo, por outro lado, ao trabalho de uma mulher, homem ou equipa munidos de uma visão singular, uma ambição ousada, um projeto que se conseguiu diferenciar e que, acima de tudo, soube fazer da excelência um lema.São exemplos de empresas como essas que apresentamos nas próximas páginas. Nelas, relatamos histórias e percursos de proatividade, esforço, singularidade e, numa palavra, excelência. Não por acaso, muitas delas serão pequenas e médias empresas que desde há algum tempo têm vindo a ser agraciadas com o estatuto de PME Excelência. Este, tal como o nome sugere, corresponde a um mérito atribuído anualmente pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), com o objetivo de atribuir visibilidade às entidades empresariais que melhores resultados apresentem, não só do ponto de vista do desempenho económico e financeiro, mas também no que à gestão concerne.Contando com uma validade anual, o estatuto PME Excelência atesta, também, fatores como a geração de riqueza e emprego, sendo atribuído a empresas que, no universo das PME Líder, tenham assistido a uma evolução positiva do seu próprio desempenho em comparação ao ano anterior. Estas correspondem, por isso, a entidades empresariais que se afirmam como um verdadeiro exemplo para os setores em que operam, atestando ainda o modo como o empreendedorismo, o esforço e a seriedade compensam e originam a excelência. Cá dentro, mas também além-fronteiras.

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Ao longo de 30 anos de existência da International House Braga muitas foram as mudanças, mas os seus princípios e filosofia mantêm-se inalterados – excelência no ensino de línguas com uma metodologia comunicativa e centrada no aluno. Em entrevista à Revista Business Portugal, a diretora Janet Sinclair fala-nos sobre a dinâmica e o futuro da escola de línguas.

Uma referência no ensino de língUas em braga

A International House Braga é uma escola de referência na

cidade de Braga desde 1985, e membro da International

House World Organisation (IHWO), uma rede de mais de 160

escolas em mais de 52 países, reconhecida mundialmente

pela alta qualidade no ensino de línguas e pioneira na

formação de professores. O conceito pedagógico é baseado

numa metodologia comunicativa e numa dinâmica de aulas

para incentivar os alunos a participar e desenvolver as suas

competências comunicativas de cada aluno. “Destacamo-

nos pela alta qualidade no ensino de línguas, centrado nas

necessidades linguísticas dos nossos alunos. Procuramos

ajudar os nossos alunos a enfrentar desafios e alcançar

os objetivos pessoais, académicos e profissionais”, revela

Janet Sinclair, sublinhando que, para além do inglês, a

escola leciona também alemão e francês. Simultaneamente,

prepara os alunos para os exames de Cambridge English.

A International House Braga é, desde 2011, um Centro

Autorizado de Exames de Cambridge. Esta acreditação

permite organizar a realização destes exames, quer para os

alunos externos, quer para escolas de línguas e colégios do

distrito.

A International House oferece à população em geral e às

empresas soluções de formação eficientes e adaptadas aos

seus objetivos específicos, no sentido de melhorar as suas

competências linguísticas. Para isso, os alunos são divididos

em grupos consoante o nível e faixa etária e Janet Sinclair

considera que esta divisão é “fundamental para o sucesso

na aprendizagem de qualquer língua”. Para além de aulas

em grupo, a escola de línguas disponibiliza aulas individuais,

que são procuradas maioritariamente por empresários.

“Temos cursos direcionados às empresas, em que os planos

curriculares são elaborados consoante as necessidades

linguísticas apresentadas e o ramo de atividade. A formação

pode ser dada na escola de línguas ou na própria empresa”,

esclarece a diretora da International House Braga.

Os meses de julho e de setembro também podem servir de

base para uma progressão mais rápida na aprendizagem

de uma língua, para a consolidação de conhecimentos e

desenvolvimento de competências comunicativas. A IH Braga

dispõe de cursos intensivos para crianças, jovens, adultos e

profissionais, orientados para as necessidades específicas.

A International House Braga assume-se como uma referência

na região e a verdade é que a sua taxa de sucesso supera

os 90 por cento nos exames de Cambridge English.

Janet Sinclair considera que as razões para o sucesso do

posicionamento estratégico da escola de línguas passa

pelo ensino focado no aluno, metodologias usadas, e pelos

professores altamente qualificados, bem como pela dinâmica

das aulas com enfoque na comunicação e interacção,

“ambiente acolhedor e familiar que fazemos questão de

proporcionar, ao bom relacionamento criado entre alunos

e professores, à constituição de turmas pequenas e

homogéneas, permitindo um ensino e apoio individualizados

e personalizados e à progressão clara ao longo dos níveis e

de acordo com o Quadro Comum Europeu de Referência para

as Línguas”, advoga a diretora.

Janet Sinclair entende que em 30 anos, a escola tem

se mantido fiel aos princípios e filosofia, “só integrámos

as melhores novidades pedagógicas que surgiram e

foram introduzidas novas tecnologias nas salas, como

computadores e ecrãs interativos. Na International House

Braga temos todos os recursos necessários, mas o que mais

valorizamos é o fator humano, a relação professor/aluno”,

adianta a nossa entrevistada. Com os olhos postos no futuro,

Janet Sinclair pretende dar continuidade ao bom trabalho

desenvolvido em Braga e fazer com que a International House

se assuma cada vez mais como uma referência no ensino de

línguas.

30 anos a ensinar

A International House Braga assinala o seu aniversário com

diversas iniciativas ao longo do ano letivo. A primeira, um

“Sponsored Spell” (Jogo de Palavras Solidário) teve lugar

no 1º período e foi um enorme sucesso. “Com a ajuda

dos nossos alunos, conseguimos aliar a aprendizagem à

solidariedade, tendo angariado cerca de 3 mil euros para

a CERCI Braga para ajudar na construção do Centro de

Atividades Ocupacionais”, salientou Janet Sinclair, lembrando

que no dia 14 de maio realiza-se um convívio entre antigos

alunos e professores e os vários colaboradores de todas as

escolas International House do país, e no dia 22 de maio, a

escola de línguas vai promover uma Caminhada Solidária,

com o intuito de angariar fundos a reverter para a TEM –

Associação Todos com a Esclerose Múltipla.

No início de março, teve lugar o Concurso de Bolsas de

Estudo promovido pelas escolas International House de

Braga, Porto, Viseu, Lisboa, Coimbra e Coimbra Sta Clara.

Participaram no concurso alunos dos 7ºs, 8ºs, e 9ºs anos de

30 escolas públicas dessas cidades, que tiveram de escrever

uma composição em Inglês sobre um tema surpresa. Os

dois grandes vencedores vão ter a oportunidade de poder

frequentar um Curso de Inglês de 2 semanas num Centro

International House, em Inglaterra ou na Irlanda, com tudo

pago. Um dos vencedores é de Braga.

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International House Braga | excelência empresarial - ensino

Page 48: Revista Business Portugal | Maio '16

48 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

excelência empresarial - ensino | ined nevogilde

Situado na Avenida da Boavista e na Rua do Marechal Saldanha, em plena cidade do Porto, o INED Nevogilde é um colégio com largos anos de história, pautado por um grupo docente de eleição, em que as palavras de ordem são personalização e exigência.

Uma estrUtUra sólida, consolidada ao longo dos anos

Tendo iniciado atividade em 1998, com o 2.º ciclo do ensino básico, e numa perspetiva de continuidade,

rapidamente alargou a sua oferta formativa ao 3.º ciclo, no ano 2000, e ao ensino secundário, em 2003. Em

2015, abraçou um novo desafio com a abertura do 1.º ciclo, que entrou em funcionamento com os quatro

anos de escolaridade.

Maria Helena Amaral, diretora do colégio, em entrevista à Revista Business Portugal, apresenta-nos o INED

Nevogilde e faz um balanço do trabalho desenvolvido.

“Iniciamos este projeto em 1998 com 20 alunos e cerca de 15 docentes e muitas das pessoas que

começaram, continuam a trabalhar aqui. Há uma certa consistência, o que é uma mais valia para nós. Mas o

que nos define é o serviço personalizado, muito dedicado à pessoa”, começa por nos explicar Maria Helena

Amaral. Na sua perspetiva, serviço esse incompatível com um grande número de alunos.

“Se o número de alunos crescer abruptamente numa escola ou colégio, perde-se a personalização, porque

a equipa não tem tempo de se adaptar. Se se começar com um colégio pequeno e a equipa for crescendo

de forma sustentável, pode atingir-se um grau de personalização muito grande. Por outro lado, quando se

ultrapassa um milhar de alunos, a capacidade humana de identificar a cara, a pessoa e de se interligar, perde-

se. Hoje em dia, efetivamente, a mais valia do ensino é ser capaz de ter essa personalização.”

No entanto, explica que é essencial estabelecer regras aplicáveis a todos, mesmo as mais básicas, para

promover um desenvolvimento global nas várias dimensões humanas.

“Mais importante do que aquilo que se faz em termos absolutos é que todos atuem de uma forma consistente,

algo que considero fundamental e que muito prezo. É assim que se transmitem valores. As crianças

evidenciam, hoje, algumas lacunas que não eram frequentes há alguns anos, consequência de uma alteração

do paradigma familiar. Perdeu-se muito da entreajuda entre gerações, do

tempo disponível para acompanhar o quotidiano dos filhos e, por isso, a

escola assume, mais do que nunca, um papel muito relevante na formação

integral dos alunos”.

Por sua vez, Rita Duarte, docente do colégio, destaca a boa relação existente

entre docentes e alunos, crucial para a sua integração e consequente

sucesso escolar.

“O caráter personalizado do relacionamento professor-aluno está bem patente

no facto de cada vez mais os alunos encararem os professores como um foco

de apoio generalizado, muito para além da função docente, o que se revela

ser uma mais valia do colégio. Os alunos encontram nos diretores de turma,

em particular, e nos professores, em geral, o apoio necessário à resolução

de problemas diversos. Esta proximidade é perfeitamente compatível com o

necessário respeito dos alunos para com os professores e com o encarar do

docente como uma figura de autoridade. O trabalho de todos, onde se inclui

a direção, o serviço de psicologia e orientação e os funcionários, permite

promover o desenvolvimento integral da pessoa. Aqui, eles sentem-se bem,

não só com os colegas, mas também connosco”.

Para além do horário letivo, o INED Nevogilde tem tido a capacidade de

oferecer várias opções em termos de atividades extracurriculares, face aos

interesses manifestados pelos alunos.

“Proporcionamos opções diversificadas, dentro de várias áreas, e

selecionamos as que têm maior aceitação. Fazemos questão de manter

as vertentes artística, desportiva e científica. Desenvolvemos ações de

responsabilidade social, articuladas com a paróquia de Nevogilde e outras

entidades, nas quais os alunos manifestam interesse e entusiasmo em

participar”, frisa Maria Helena Amaral.

Polo II, 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 49

ined nevogilde | excelência empresarial - ensino

A nível académico, o quotidiano dos alunos é pautado pela exigência, um fator determinante nos bons

resultados obtidos, ano após ano.

Também assume particular importância o apoio prestado aos alunos pelo serviço de psicologia e orientação,

que desenvolve a sua intervenção desde o 1.º ciclo até ao final do ensino secundário, numa perspetiva de

trabalho colaborativo com as várias estruturas do colégio. “Diferencia-se pelo desenvolvimento de uma

exploração vocacional, permitindo a cada aluno construir o seu projeto de vida futuro, tendo em conta toda a

informação inerente ao acesso ao ensino superior, a nível de novas ofertas, das bolsas que estão disponíveis,

em Portugal ou no estrangeiro”, refere Ana Cunha, do serviço de psicologia e orientação.

Como salienta Maria Helena Amaral, no INED Nevogilde há duas vertentes inseparáveis.“Juntamos o melhor

de dois mundos: somos exigentes com os nossos alunos e mantemos, com eles, um bom relacionamento,

o que se traduz numa sólida formação integral dos mesmos. A este nível, a nossa conduta manteve-se

inalterada e disso não abdicamos”, conclui.

Polo I, 1.º e 2.º ciclos do ensino básico Sala dos Professores (Polo II)

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50 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

excelência empresarial | certoma

A empresa dedica-se ao comércio de equipamentos destinados à limpeza e conservação de superfícies urbanas e industriais, limpeza de praias, manutenção de espaços verdes e águas e saneamento. Com recurso a máquinas e tecnologias de última geração, a Certoma contribui para a melhoria da qualidade de vida, tendo em conta o papel que desempenha nas áreas da higiene e limpeza. Em entrevista, José Alfredo Pereira, responsável pela empresa, explica como tem sido a evolução do negócio num mercado cada vez mais global.

Há 30 anos na liderança

Inicialmente, a Certoma dedicou a sua atividade a um setor que era líder em Portugal, a agricultura. A empresa deu os primeiros passos, em

1986, com a designação de Comércio Técnico de Máquinas. Nesta época, tinha como principal área de negócio o comércio e assistência

técnica de equipamentos agrícolas. Dois anos depois, perspetivando uma crise no setor agrícola, José Alfredo Pereira explica que era

chegada a altura de se dedicar a outra área de negócio, tendo em conta a crescente preocupação com a sustentabilidade do meio ambiente

e a qualidade de vida dos cidadãos. Após algumas experiências que passaram pela área informática, o interlocutor explica que, “pensei na

limpeza, porque qualquer um precisa nem que seja de uma vassoura ou de um pano para limpar o pó. Depois, refleti sobre o que poderia ser

rentável dentro desta área. Com a tecnologia e a alteração dos métodos e dos hábitos, os pisos passaram a ser diferentes, passaram a haver

outras exigências nas empresas, em termos de higiene, e decidi dedicar-me a este setor”, remata. Foi no ramo do comércio de equipamentos

de limpeza industrial que a empresa lançou o modelo atual de negócio. Mais tarde, passa também a dedicar-se à comercialização de

equipamentos de limpeza urbana, o que possibilitou o salto qualitativo e desenvolvimento da Certoma. O entrevistado explica que atualmente,

“a nossa área de negócio é a comercialização de equipamentos de limpeza industrial e urbana, mais forte a área urbana do que a industrial,

onde temos uma quota de mercado na ordem dos 70 por cento. O nosso negócio tem uma vertente principal que é a venda de equipamentos,

em que temos associado o serviço pós-venda. Numa outra vertente, devido à sofisticação dos equipamentos que comercializamos, há clientes

que preferem contratar um serviço, do que fazer uma aquisição”, explica José Alfredo Pereira. A Certoma foi marcando a diferença em

relação à concorrência, porque optou pela excelência dos equipamentos comercializados, independentemente dos custos, Assim, a estratégia

delineada passou pela angariação “das melhores marcas a nível mundial, que não estavam presentes em Portugal, porque as empresas que

comercializam este tipo de equipamentos entendiam que o produto tinha de ser barato. Assim, resolvi atuar de forma diferente. Fui buscar as

melhores marcas, entendi que não ia vender muito, mas que iria conseguir vender provavelmente aos clientes com poder de compra que já

possuíam outros equipamentos semelhantes, valorizando o meu produto, e foi nessa base que nos conseguimos impor. Como tínhamos umas

instalações pequenas, achei que devíamos

criar um serviço de assistência técnica ao

domicílio de excelência, minimizando os

constrangimentos para o cliente”, revela

o interlocutor. Questionado sobre qual as

áreas de negócio que têm mais peso e

significado para a empresa, o responsável

da Certoma explica que “vendemos muita

mais unidades em máquinas industriais do

que em máquinas urbanas, a questão é que

as máquinas industriais dão muito menos

serviço no pós-venda e menos ganho em

termos de continuidade”.

A marca da inovação

A Certoma tem apostado na inovação

associada à tecnologia procurando dar

aos clientes soluções diferenciadoras à

medida de cada um, “mandamos construir

máquinas específicas consoante a

necessidade de determinado cliente, um

serviço personalizado”, destaca o gerente

da empresa. Detentora da representação

exclusiva em Portugal das maiores marcas

de referência internacional, a Certoma

conseguiu alcançar um grande leque de

clientes institucionais e particulares, como

autarquias, empresas municipais, empresas

de água e saneamento e indústria.

Recentemente, no sentido de aumentar a

capacidade de armazenamento dinâmico

do armazém de peças, bem como otimizar

a gestão do stock, a Certoma resolveu

instalar um novo equipamento, o armazém

automático vertical, deixando essa gestão

de estar dependente apenas do responsável

de armazém, “na secção de peças temos

uma pessoa responsável, quando essa

pessoa faltava havia alguma dificuldade

em fazer a gestão deste material. Assim,

basta a qualquer operador autorizado

pesquisar a referência desejada no programa

informático PHC, e a peça é transportada

Ana Varela Pereira, José Alfredo Pereira e João Varela Pereira Diretora financeira, gerente e diretor comercial

Page 51: Revista Business Portugal | Maio '16

automaticamente até à boca de acesso

do armazém, o que nos possibilita ter

informação sobre a rotatividade dos

produtos. Este armazém permitiu-nos ainda

obter ganhos de 85 por cento de superfície

de solo, comparativamente ao nosso antigo

sistema convencional de armazenamento”,

afirma José Alfredo Pereira.

A consolidação do modelo de negócio,

tendo como base a inovação e a tecnologia,

valeram à empresa o estatuto PME Líder,

desde 2007 até aos dias de hoje, galardão

que reconhece a qualidade e a excelência

empresarial da Certoma.

A internacionalização e o futuro

Atualmente, Portugal representa o maior

mercado da Certoma, todavia o interlocutor

realça a importância de outros países,

“este ano a primeira fatura de Abril foi

relativa a uma encomenda para França”.

Reconhecendo que este processo de

internacionalização se deve sobretudo à

necessidade de alguns fornecedores em

estarem presentes em vários pontos do

globo, José Alfredo Pereira explica também

que a Certoma tem soluções que não se

encontram facilmente em outros países, “no

que diz respeito ao tratamento de esgotos,

Portugal começou mais tarde, mas foi

corrigindo aquilo que a Europa foi fazendo

de errado ao longo dos últimos anos. Com o

conhecimento que temos do nosso mercado,

fomos construindo equipamentos, alguns

deles, por exemplo, já fazem reciclagem

da água de esgoto, retiram os detritos e

depois voltam a reutilizar a mesma água”.

A aposta na internacionalização valeu à

empresa a abertura de uma filial na cidade

de Madrid, em Espanha e, no ano passado,

a expansão para o Brasil. A aposta em novos

mercados faz parte da estratégia que a

empresa quer adotar para o futuro, tendo

como objetivo principal a consolidação dos

negócios da empresa. Para tal tem sido

também fundamental o investimento feito,

através dos “vários aumentos de capital, em

detrimento da possível divisão de lucros”,

ressalva o responsável, concluindo que para

continuar na senda do sucesso a Certoma

tem de “correr pela qualidade e não pela

quantidade”.

Page 52: Revista Business Portugal | Maio '16

52 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

excelência empresarial | firmo

Dedicada à produção e comércio de material escolar e de papelaria, a Firmo é uma empresa familiar que, num percurso de 65 anos, se afirmou enquanto nome de referência em Portugal e no estrangeiro.

65 anos no papel da vangUarda

A história destes heroicos 65 anos começou

em 1951, na cidade do Porto, quando três

irmãos decidiram fundar uma empresa

dedicada ao fornecimento de artigos de

papelaria. Desde a sua génese, a então

apelidada Firmino dos Santos Carvalho,

Lda. optou por se assumir em duas frentes

de negócio que perduram no ADN da atual

Firmo: a componente industrial e a vertente

de distribuição grossista.

Mas se os anos 60 se traduziram

essencialmente num período de consolidação

nacional, foi a partir da década seguinte que

dois grandes episódios se fizeram sentir

na Firmino dos Santos Carvalho, Lda. Por

um lado, a direção geral ficou a cargo da

segunda geração familiar (através de Manuel

dos Santos Carvalho), por outro, a firma

aventurou-se no universo da exportação,

nomeadamente para o Reino Unido e a

Irlanda.

O sucesso obtido ao longo das décadas

seguintes fez com que a Firmino dos Santos

Carvalho, Lda. se tornasse, entretanto,

um elemento apetecível para potenciais

acionistas. Não admira, por isso, que no

arranque dos anos 90 a empresa familiar

tenha sido adquirida na sua totalidade

por uma instituição financeira – o Banco

Finantia. Após este investimento, a empresa

mudou o seu nome para Firmo e, “passados

quatro ou cinco anos a vendeu a um grupo

de origem francesa, chamado Antalis”,

recorda o atual administrador, Rui Carvalho.

“O que despertou o apetite deste grupo foi

uma unidade de negócio que a Firmo tinha

na altura, voltada para a distribuição de papel

por grosso”, prossegue o nosso interlocutor.

“Hoje detemos uma unidade industrial e

uma de distribuição de artigos de papelaria,

mas à altura tínhamos também uma terceira

unidade de negócio, que era a distribuição

de papéis para a indústria gráfica”, explica

Rui Carvalho, antes de revelar que foi esta

dimensão a despertar o entusiasmo da

multinacional francesa que, na década de

2000, alterou o nome da Firmo para Antalis

Portugal. Mas o destino da família Santos

Carvalho e da empresa que fundou e viu

crescer voltaria a cruzar-se na década

seguinte. Isto porque, depois da venda da

sua firma à Antalis, Manuel dos Santos

Carvalho e os filhos adquiriram uma

unidade industrial de fabrico de envelopes,

a AVS, à qual deram “um importante

desenvolvimento”.

De facto, em 2010 “houve uma convergência

de interesses entre a nossa família e os

acionistas da Antalis Portugal”, lembra

Rui Carvalho. O resultado do acordo então

estabelecido foi “a separação das unidades

de negócios industriais e de distribuição de

artigos de papelaria numa nova sociedade”

que, fazendo jus à já popular marca, se

passou a chamar Firmo. “Tomámos conta

deste negócio da Firmo e houve uma

espécie de regresso às origens”, recorda o

nosso interlocutor, que representa a terceira

geração familiar.

A Antalis Portugal manteve, entretanto, o seu

rumo na distribuição de papel, “numa área

que não compete com a nossa atividade”.

Um papel de adaptação

Falar da Firmo é aludir-se a uma marca que

dispensa qualquer tipo de apresentação,

contando atualmente “com mais de dez mil

referências em stock”, onde se destacam

artigos icónicos como os cadernos de

capa preta ou azul, o caderno de estudos

e a sebenta. Mencionar a marca implica,

todavia, que se refira um invulgar estatuto

de liderança, visão, arrojo e adaptação no

universo da produção e venda de artigos de

papelaria, escritório e escolares. Afinal, a

Firmo trata-se de uma empresa que sempre

procurou “olhar para as ameaças vendo

nelas oportunidades”.

É precisamente atendendo a esse aspeto

que, perante um país afetado por uma

complicada conjuntura económico-

financeira, a empresa “saísse da sua zona de

conforto”, consolidando a sua “componente

internacional” noutros mercados. Se em

Espanha e Angola a Firmo conta com

empresas-satélite aí sediadas, a verdade

é que o leque de clientes internacionais da

Rui Carvalho Administrador

Page 53: Revista Business Portugal | Maio '16

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 53

empresa | temafamosa marca estende-se também a países como Marrocos,

Reino Unido, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Cabo Verde,

Moçambique, São Tomé e Príncipe, entre outros.

Dimensão social e sustentável

Atente-se, no entanto, ao modo como uma empresa familiar

com o sucesso da Firmo assume uma importante consciência

e responsabilidade social, que a apoiar as crianças e jovens

mais carenciados, não apenas em Portugal (por intermédio

de associações como a Bagos d’Ouro), mas também em

países como Timor-Leste, através de instituições locais.

“Enquanto fornecedores de artigos de cariz escolar, tentamos

ajudar algumas instituições dentro das nossas capacidades

e limitações porque sabemos que pequenos gestos nossos

podem fazer uma diferença muito grande”, reconhece o

administrador.

Mas sustentabilidade é uma palavra que desde sempre

rimou com a atividade da empresa, composta atualmente

por 175 colaboradores. Não admira, neste âmbito, que a

Firmo tenha obtido as certificações PEFC e FSC, que atestam

“que as nossas matérias-primas provêm apenas de florestas

sustentáveis”, cimentando-se deste modo um importante

compromisso para com as necessidades do meio-ambiente.

Otimizar, a palavra de ordem

Pese embora o estatuto de liderança que a Firmo conseguiu

granjear no seu percurso de 65 anos, esta é uma empresa

que fixa o seu olhar no porvir, não se escapando a novos

desafios, como a modernização tecnológica. Atualmente

em curso está “um processo de otimização de todo o nosso

processo logístico”, que incluirá “toda uma zona de picking

automático”, permitindo “o aumento da nossa capacidade

de expedição e produtividade a nível logístico”, esclarece Rui

Carvalho.

Também digna de investimento será a capacidade industrial

da Firmo, “não no sentido de aumentar a capacidade

produtiva, mas numa lógica de melhoria contínua em termos

de qualidade e produtividade”, prossegue o porta-voz. Até

porque “o produto é um resultado dos processos e, se estes

tiverem qualidade, as probabilidades de o produto final

também a ter serão melhores”.

O futuro

Questionado sobre como gostaria de ver a Firmo num

intervalo temporal de cinco anos, o administrador aponta a

consolidação da internacionalização enquanto principal meta.

“A nossa componente de internacionalização está na ordem

dos 25 por cento e, em 2021, queremos ultrapassar os 50”,

esclarece. E já se vislumbram esforços nesse sentido, ou

não estivesse a Firmo atualmente em contacto com alguns

mercados do Médio Oriente que, nos próximos anos, poderão

vir a reforçar ainda mais o estatuto de uma marca que, num

percurso de 65 anos, soube descrever a tinta permanente a

importância do seu papel.

Page 54: Revista Business Portugal | Maio '16

54 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

excelência empresarial| autoformigal

renovação, empenHo e qUalidadeA operar em Torres Vedras há 18 anos, a AutoFormigal é a história de uma

empresa que, somando dedicação, esforço, seriedade e qualidade ao seu

modus operandi, tem visto o seu estatuto consolidar-se num setor em que a

exigência é constantes. Mas, para além de tudo isso, esta é uma oficina que

serve de testemunho para o arrojo empreendedor de Luís Alves.

Afinal, foi depois de muita experiência acumulada no setor – enquanto

trabalhador por conta de outrem – que o nosso interlocutor optou por fundar

o seu próprio negócio, em 1998. “Começámos do zero mas, felizmente,

sempre tivemos trabalho e pudemos ir fazendo as coisas passo a passo”,

recorda Luís Alves. Sinal de que esta foi uma aposta ganha, em que arriscar

foi preciso: “Eu tinha um trabalho, também por conta de outrem, mas ele

precisava de alguém que o fizesse trabalho de escritório”, sublinha a esposa,

Cristina Alves, que hoje assume também as rédeas do projeto.

Um serviço multimarcas exemplar

Felizmente, “as coisas começaram a evoluir e começámos a empregar”

naquela que tem sido uma jornada “muito positiva”, esclarece. A comprovar

isso mesmo está, por exemplo, o facto de hoje a equipa da AutoFormigal

ser constituída por oito colaboradores, devidamente capacitados para o

desempenho de qualquer serviço na área da mecânica de veículos ligeiros. A

estes trabalhos acrescentam-se, por outro lado, reparações na componente

eletrónica e de ar condicionado dos automóveis. Acima de tudo, há uma

postura de honestidade que compensa: “somos uma empresa sólida e os

clientes reconhecem os nossos serviços”, afirma Luís Alves.

Capacitada para prestar serviços e reparações a todas as

marcas do ramo automóvel, a AutoFormigal teve o mérito de

sobreviver até aos períodos mais complicados da conjuntura

económico-financeira. “No início, quando se começou a falar

em crise, sentimos um recuo muito ligeiro, especialmente

nos nossos clientes da área da construção civil”, sublinha o

responsável. Felizmente, tratou-se “de um receio passageiro”

ao qual a mudança de instalações e a seriedade do serviço

conseguiram dar a volta. “Desde que nos mudámos para

estas instalações, as condições são outras”, ressalva Cristina

Alves, antes de acrescentar que o volume de clientes

“triplicou”.

A aposta no valor jovem

Um dos aspetos que – paralelamente à honestidade,

o empenho ou a qualidade – mais contribui para a

diferenciação da AutoFormigal é o modo como esta tem vindo

a acreditar no valor dos colaboradores mais jovens. “Hoje

em dia não é muito fácil encontrar pessoas especializadas”,

lamenta Cristina Alves, especialmente na componente

eletrónica. “ É por isso que queremos apostar nos jovens:

eles têm força de vontade e estão mais abertos às novas

tecnologias”, completa Luís Alves.

A importância da certificação

Paralelamente à necessidade de adaptar-se aos novos

tempos e ao valor que as novas gerações de colaboradores

poderão proporcionar, a AutoFormigal tem

vindo a reforçar também o seu estatuto

de empresa séria, responsável e exigente

através da obtenção de certificações. Assim

sendo, ao estatuto de oficina devidamente

creditada para a realização de revisões a

automóveis dentro do período de garantia,

este é um espaço em que a responsabilidade

ambiental se afirma como outras das

preocupações, havendo um cuidado extremo

na separação e acondicionamento dos

diversos resíduos que são posteriormente

recolhidos por entidades creditadas.

Não admira, neste âmbito, que as

perspetivas de futuro da AutoFormigal

pareçam rimar com as palavras

‘sustentabilidade’ e ‘esforço’. Até porque

gerir uma empresa moderna, atualizada e

genuinamente preocupada com o serviço

prestado ao cliente “é fazemos das tripas

coração”, confessa Cristina Alves. Por isso

mesmo, o futuro será a continuação destes

mesmos passos.

Luís e Cristina Alves Administradores

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Page 56: Revista Business Portugal | Maio '16

56 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

excelência empresarial|grupo ispt

Foi em 2014 que nasceu a ISPT Industrial Services SA, empresa do Grupo ISQ, direcionada para a Manutenção Industrial. Com uma forte visão de crescimento contínuo, pretende ser uma referência não só no mercado nacional como também no internacional e conta com António Ferreira, administrador executivo da empresa.

manUtenção indUstrial de qUalidade

Com a missão de disponibilizar soluções integradas de

Manutenção acrescentando valor para o negócio dos seus

clientes, a ISPT Industrial Services SA é fruto de uma

fusão entre duas empresas: Integridade - no domínio dos

equipamentos estáticos e NTM - na área dos equipamentos

dinâmicos.

Com a fusão, diz António Ferreira, “não só integrámos os

negócios existentes como estamos a ampliá-los”. O objetivo

fulcral desta junção foi “agregar uma série de esforços que

podiam ser ativados com esta decisão. As empresas, embora

trabalhassem ambas na manutenção industrial, tinham tipos

de clientes e mercados distintos”. Desta forma, foram criadas

sinergias de recursos e, ao mesmo tempo, de mercados,

fazendo frente aos concorrentes que na sua opinião “têm

descorado algumas competências necessárias para bem

servir os clientes”.

A ISPT tem, agora, uma equipa experiente e competente

no domínio geral da manutenção industrial, tanto em

equipamentos estáticos como dinâmicos. Para além destas

atividades, desenvolve, ainda, serviços

de manutenção em edifícios comerciais,

laboratórios, hotéis, bancos e hospitais; e já

com uma larga experiência em atividade de

consultoria, gestão, organização e execução

de manutenção, pretende tornar-se, também,

uma referência nestas áreas.

Estratégia e crescimento

Existe uma perspetiva de crescimento

sustentado, contínuo e efetivo das

competências técnicas e de execução,

aumentando, assim, o domínio de

valências, ao mesmo tempo que pretendem

aumentar a sua dimensão e estrutura.

Para o administrador “só uma empresa

financeiramente superior e com um vasto

número de valências é uma empresa

completa e preparada para negócios

maiores”.

A diferenciação recai na atenção dada ao

cliente, na qualidade, na disponibilidade e na

abrangência do serviço prestado. Atuando

em nichos de mercado, são reconhecidos

como “uma empresa competente que

procura melhorar e se foca nas necessidades

do cliente”. A estratégia e o posicionamento

competitivo adotado pela ISPT baseiam-se

em três pontos chave: a excelência operativa

que se traduz num aumento de produtividade

dos processos operativos; a parceria com

os clientes que requer maior proximidade,

lealdade e confiança; e a liderança de

produtos e serviços com inovação, qualidade

e avanço tecnológico.

A estratégia seguida tem como objetivo

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Page 57: Revista Business Portugal | Maio '16

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 57

grupo ispt| excelência empresarial

redefinir o valor dos serviços para os

clientes nos respetivos mercados. Para tal, é

necessário não só modificar o que os clientes

valorizam como também a forma como são

entregues os serviços, o que implica estar

num patamar de elevada diferenciação

relativamente à concorrência, aumentando

assim o valor percecionado pelo cliente. A

verdade é que, nos dias de hoje, os clientes

se tornaram mais exigentes e possuem um

conceito de valor mais amplo, tendo em

atenção um maior número de vertentes

nos serviços que adquirem. Desta forma, a

necessidade de perceber o que cada cliente

valoriza ganha cada vez mais terreno e os

motivos que o levam à compra devem ser

descritos e “sempre que possível, aprovados

pelo próprio”.

Internacionalização

Com uma consolidação no mercado

português cada vez mais significativa pela

existência de uma considerável margem de

crescimento para os serviços de manutenção

especializados, a ISPT pretende, agora, abrir

novos caminhos no exterior do país.

De forma a alcançar o objetivo da

internacionalização, a empresa vai recorrer

à plataforma que clientes com presença

internacional facultam. Os mercados alvo

passam por Espanha, Norte de África e

Médio Oriente, em colaboração com o ISQ.

IS Maroc

Depois de alguns anos de interesse e

acompanhamento pelo mercado marroquino,

a ISPT decidiu analisar a viabilidade desse

mercado. Com uma primeira visita de cariz

comercial e mais tarde com uma visita

técnica, os resultados da prospeção efetuada

foram uma agradável surpresa. Elaborado o

plano de negócios para este novo desafio, a

empresa decidiu lançar-se neste mercado no

início do ano passado e criou a IS Maroc.

Confiante de que esta primeira aposta no

mercado internacional “será um sucesso”,

António Ferreira espera que este projeto

impulsione a empresa para uma “dimensão

verdadeiramente internacional”, condição

que considera ser indispensável para a

política que se tem vindo a implementar.

Assim, 2016 será um ano fulcral na

consolidação da atividade da IS Maroc, ao

mesmo tempo que se dará continuidade à

análise de outros mercados.

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58 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

excelência empresarial| petrologis

Desde 1995 a prestar serviços às empresas petrolíferas, a Petrologis reconhece as mais-valias da evolução e do conhecimento, e procura a partir de agora que as lições do passado a preparem para os desafios do futuro. Pela voz de Nelson Gaspar, ao mesmo tempo que desvendamos o que está para trás, fomos perceber as ambições que se concretizarão daqui para a frente.

“o bom cliente constrói a boa empresa”

A experiência adquirida ao longo de mais de duas décadas ao serviço da multinacional

petrolífera SHELL, em conjugação com a extinção do setor de transportes, foram o ponto de

partida para que o atual sócio gerente fundasse a Petrologis.

“Inicialmente a empresa dedicava-se à formação e inspeção de motoristas de mercadorias

perigosas, assim como à venda e manutenção de equipamentos ligados à área da distribuição

de combustíveis”, expõe.

À medida que a empresa se ia consolidando, a visão estratégica mais natural foi a de

começar a oferecer novos serviços, fruto das exigências e necessidades deste tipo de

indústria.

Desta forma alargaram a oferta de novas valências a este tipo de indústria, começando pelas

trasfegas, quer de gás em fase líquida, quer de gasóleo e gasolinas, abastecimento/descarga

de navios. Seguidamente, iniciaram com as manutenções de parques de armazenagem

de GPL, e numa fase posterior com os ensaios aos reservatórios de GPL. Diferentes

abordagens que fê-los facilmente perceber como seria fácil crescer neste negócio desde que

preservassem sempre a qualidade dos seus recursos, humanos e materiais.

Paralelamente a esta conjugação, constataram que a capacidade de abranger diferentes

áreas arrastava sempre consigo a necessidade de aquisição de novos equipamentos. A

Petrologis teve, por isso, de adaptar a sua estrutura ao longo dos anos.

“O nosso core business sempre foi a manutenção dos reservatórios, mas com o decréscimo

deste tipo de serviços de manutenção, apostamos também na construção de novas

instalações de gás. Durante todo o percurso fomos aproveitando as oportunidades que o

mercado nos deu, e trabalhando de forma a rentabilizarmos a nossa empresa, sem que nunca

deixássemos de oferecer as mais-valias aos nossos clientes porque, no fundo, o bom cliente

constrói a boa empresa”, reforça o nosso entrevistado.

Sentindo a abertura dos mercados a outros segmentos, a mão de obra qualificada nunca fora

um fator negligenciado aqui dentro. Hoje, com 15 colaboradores, sabem que reúnem aqui um

espírito onde a perseverança, a união, e a sustentabilidade andam sempre de mãos dadas.

Sempre mais direcionada para as grandes companhias do que para o cliente particular, o

nosso interlocutor assume: “tivemos de adaptar as nossas potencialidades às necessidades

que o mercado estava a pedir. Em 2011 formamos uma outra empresa de distribuição de gás,

a Petroleixões. Somos também distribuidores concessionários da Repsol, aqui no concelho

de Matosinhos e Porto, sendo uma área complementar ao que fazemos. Nesse âmbito,

sempre fomos parceiros dos nossos clientes, trabalhando em conjunto na investigação e

desenvolvimento de protótipos e soluções para o mercado do GPL”, explica.

Ultimamente têm-se dedicado à montagem de sistemas GPL-Auto, tanto para estações de

serviço, como para enchimento de garrafas de empilhador.

Brevemente a Petrologis revela que pondera vir a trabalhar com outras empresas e, nessa

perspetiva gerará diversificados trabalhos na área de GPL-Auto e instalações de gás.

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Page 59: Revista Business Portugal | Maio '16

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 59

agility | excelência empresarial - logitrans

89 anos de HistóriaA Agility em Portugal tem cerca de 89 anos de história, tendo sido fundada em 1927.

Rapidamente nos tornamos uma marca de prestígio no ramo dos transportes e logística, mantendo-nos até aos dias de hoje

reconhecidos no mercado nacional, como uma empresa referência da atividade. Em 2006 incorporamos o grupo Agility, uma

multinacional com uma network multifacetada, sendo uma das suas principais atividades a área de transitário e de logística.

O grupo Agility tem sede e é cotado na bolsa do Kuwait. Estamos representados em 120 países, mais de 500 filiais e já

passamos os 22.000 colaboradores. Faturamos USD 4.4 Biliões no último ano, e somos o maior operador logístico do médio

oriente, posicionando-nos no TOP 15 a nível mundial.

Em Portugal, afirmamo-nos como transitário generalista. Apresentamos soluções em todas as áreas de transporte e de

logística. Oferecemos serviços de Transportes Terrestre, Marítimo e Aéreo, serviços de Armazenagem, Distribuição e Operações

de Logística. Temos uma equipa especializada em Feiras, Eventos e Mudanças Internacionais. Somos uma empresa sólida,

idónea e com credibilidade no mercado, transmitindo confiança aos nossos clientes, parceiros e fornecedores, e estabilidade

aos nossos colaboradores. Temos uma classificação grau 1 no rating da D&B , sendo este um objetivo que queremos manter.

Em 2015 facturamos 55 milhões de euros e ultrapassamos os 150 colaboradores diretos.

Em Portugal assentamos a nossa estratégia em três pilares: os colaboradores, os clientes e os parceiros. A qualidade de

serviço que apresentamos, apesar de integrados numa multinacional, mantem uma lógica de prestação de serviços focalizada

nas necessidades concretas de cada cliente. Disponibilizamos ferramentas diferenciadoras, que permitem para além da

visibilidade e interatividades múltiplas, nomeadamente o track and tracing, o controlo e gestão de stocks, estatísticas,

trânsito digital de documentação, etc., como também a conetividade direta numa mesma plataforma entre clientes e os seus

fornecedores.

Temos várias operações de logística dedicada, especialização e know-how adicional em sectores mais exigentes como o

automotive e químicos.

Dispomos de um departamento sénior de Customer Service apoiado no programa global de ISCS (Integrated Supply Chain

Solutions), onde, em conjunto com os nossos clientes e potenciais, analisamos, optimizamos e rentabilizamos as suas

necessidades, fazendo um acompanhamento individualizado de todos os procedimentos para que se mantenham alinhados

com as exigências de cada cadeia de abastecimento. Participamos ativamente na busca das melhores e mais económicas

soluções para cada cliente.

Para isso, procuramos manter connosco os melhores profissionais, motivados, com formação contínua, objetivos bem claros,

definidos e divulgados, onde cada um sabe exatamente qual a sua missão, tentando ser sempre justos no reconhecimento de

todos, e dos melhores.

Somos muito rigorosos na seleção dos nossos fornecedores, de modo a garantir uma boa continuidade do nosso trabalho

e dos compromissos que assumimos com os clientes que em nós confiam. Em contrapartida temos práticas de pagamento

acima da média nesta atividade.

A partilha de informação, a apresentação de casos de estudo, a otimização de recursos, a redução de custos e o know-

how que podemos absorver de um evento como a Logitrans é sempre positivo, na medida em que escasseiam eventos

de qualidade relacionados com o tema no nosso país direcionados essencialmente para a visão do operador logístico. A

globalização, a internacionalização das empresas e serviços, as novas tecnologias e técnicas de informação e informatização

são a chave para abrir as portas a novos negócios.

É a pensar no futuro que nos encontramos numa fase de melhoria, nomeadamente de infra-estruturas. Mudamos

recentemente de instalações da sede da empresa no Porto para um novo edifício, semi-inteligente, proporcionando assim

maior bem-estar dos nossos colaboradores. O nosso já histórico armazém em Perafita será ainda este ano totalmente

remodelado e ampliado, para responder às novas solicitações

de prestação de serviços, e simultaneamente melhorarmos

as condições para os nossos atuais e leais clientes.

Desde 2012 temos registado um crescimento de resultado

líquido de dois dígitos e perspetivamos que até 2020 o

nosso crescimento seja continuado, embora de forma menos

acentuada. Daremos continuidade ao nosso objetivo de

dar maior equilíbrio ao peso orçamental de cada produto,

tornando a empresa mais homogénea. Este objetivo cujas

iniciativas iniciamos em 2012, tem vindo a ser atingido por

antecipação, sendo por isso muito animador.

Em 2010 o grupo fez uma nova aposta em Portugal criando

mais uma control tower de serviços especializados, o que tem

ajudado à criação de postos de trabalho para o país. Temos

em Portugal o departamento de ESSC (european shared

service center) que tem genericamente como finalidade

a gestão de grandes contas a nível mundial da Agility, e

serviços de suporte interno ao grupo. Esta experiência tem

tido o reconhecimento mundial. Este departamento é um

orgulho não somente para a Agility PT, mas também para a

qualidade profissional que internacionalmente é reconhecida

ao nosso país, demonstrando que o culto do “pequenino” e

“os outros são melhores”, é um fraco culto que em nós não

acolhe aderentes.

Sabemos que as adversidades de futuro continuarão, mas

tal como até hoje, a equipa profissional que mantemos, é, de

todos, o nosso maior segredo e que nos permite seguir num

trajeto de confiança, e continuar a receber merecidamente o

reconhecimento dos nossos investidores.

Artigo de Eduardo Marinho, Country Manager da Agility PT

Eduardo Marinho Country Manager

Page 60: Revista Business Portugal | Maio '16

60 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

excelência empresarial - logitrans |gefco

cadeia logística de valor

Começo por lhe pedir que nos apresente a GEFCO.

A GEFCO está presente em Portugal desde 1992, oferecendo aos seus

clientes, soluções logísticas globais, inovadoras e feitas à medida. Estas

soluções estão disponíveis no mercado nacional, mas também a nível

internacional através da nossa rede integrada. São soluções que permitem

a otimização de cadeias de fornecimento e de prazos de entrega, tanto

na logística inbound como outbound. A atestar a qualidade das soluções

disponibilizadas e dos serviços prestados, a GEFCO tem as certificações ISO

9001 (sistemas de gestão de qualidade), ISO 14001 (Certificação Ambiental)

atribuídas pela Bureau Veritas e a Certificação de Operador Económico

Autorizado (AEO) atribuída pela Autoridade Tributária e Aduaneira.Já este

ano, e mais uma vez em reconhecimento da qualidade e competência dos

seus serviços, recebeu a Certificação Excelência da APAT – Associação

dos Transitários de Portugal. Entre os diversos prémios e reconhecimentos,

destaque-se, em 2015, o título de Melhor Operador Logístico, atribuído pelos

Prémios Logística & Transportes Hoje, durante a Logitrans Summit 2015.

Ao nível dos indicadores de ordem económica e financeira, refira-se que

a GEFCO atingiu um volume de negócios de 64,5 milhões de euros e um

resultado operacional de 2,3 milhões de euros em 2014. A 31 de dezembro

desse ano tinha 234 colaboradores e seis plataformas logísticas para

armazenamento e serviços de valor acrescentado (Alverca e Mangualde),

transporte terrestre (Alverca, Pombal, Porto e Mangualde), transporte

marítimo e aéreo (Alverca e Porto) e logística automóvel (Setúbal e

Mangualde).

A GEFCO chega a Portugal em 1992. Que análise faz destes 25 anos?

É muito curioso ter trabalhado para uma empresa que era fornecedora da

GEFCO há cerca de 25 anos e ter conhecido bem o primeiro diretor geral da

empresa em Portugal e agora ocupar um lugar que era o dele. Conheci bem a GEFCO no seu início no nosso

país e posso dizer que a evolução da empresa é abismal e francamente positiva nos últimos 25 anos, o que

neste mercado não é muito comum. Obviamente que agora a dimensão da empresa é outra e os desafios

têm uma muito maior magnitude, uma vez que a GEFCO precisa de se impor no mercado por e de continuar

a progredir nos seus principais vetores estratégicos de desenvolvimento por si só. Novos desafios, são

novas oportunidades e é com grande ambição para a GEFCO e satisfação que a minha equipa e eu próprio

encaramos um futuro, que necessariamente terá de apresentar soluções inovadoras para ser bem sucedido.

Como tem sido a evolução da empresa no mercado nacional?

A GEFCO inicia a sua atividade em Portugal em 1992, para dar suporte à Citroën Portugal nos transportes de

veículos das fábricas até aos concessionários nacionais, gerindo todas as suas operações a partir da sede da

Citroën em Lisboa.

Em 1993, abre a sua primeira plataforma de transporte terrestre, no Porto Alto, para gestão de distribuição de

mercadorias e em 2000, a sua primeira agência dedicada ao transporte marítimo e aéreo.

Para responder às novas tendências do mercado, a GEFCO abre, em 2005, o seu primeiro armazém dedicado

exclusivamente à armazenagem e serviços de valor acrescentado, sendo que em 2009, abre uma plataforma

MAF/MEP em Mangualde para dar suporte ao arranque da operação de abastecimento da fábrica Citroën.

Desde então, a GEFCO Portugal tem diversificado a sua carteira de clientes e de atividades quer dentro

e fora do ramo automóvel. A evolução no mercado nacional tem sido progressiva e consistente, tendo

aumentado gradualmente a sua quota de mercado e alargando a sua presença em todo o território nacional.

O balanço é assim muito positivo. Após 25 anos de atividade, a GEFCO Portugal conseguiu assegurar um forte

posicionamento e consolidar a sua posição no mercado como operador logístico de referência.

São várias as soluções que têm ao dispor dos vossos clientes, de acordo com as necessidades de

cada um. Assim, que serviços podemos encontrar na GEFCO?

Dispomos de um conjunto de soluções logísticas que estão constantemente em renovação e desenvolvimento.

A nossa ambição é ser cada vez mais uma referência na ajuda a quem nos honra com a sua preferência,

tanto no que se refere à prossecução dos seus objectivos, como na identificação das sua ‘dores’ em termos

logísticos e da sua cadeira de abastecimento, para que possamos desenvolver soluções inovadoras que se

possam transformar claramente em ganhos de produtividade e de eficácia.

Assim, graças à nossa cobertura geográfica, à nossa rede integrada e ao nosso know-how operacional e

setorial, a GEFCO propõe soluções logísticas com diversos níveis de integração na cadeia de abastecimento,

de acordo com as necessidades dos clientes.

As nossas soluções:

• INTEGRATED LOGISTIC: soluções de aprovisionamento e de distribuição geridas por um contacto único, torre

de controlo, e que assegura o desempenho de toda a cadeia de abastecimento

• CORE FREIGHT: uma gama completa de operações de transporte robustas que respondem às suas

necessidades quer regulares quer pontuais

• STRATEGIC-XPERT: soluções LLP e 4PL que garantem a gestão integral da sua cadeia de abastecimento

bem como a otimização aduaneira e fiscal

• ONE TIME SOLUTIONS: a resposta adequada aos seus pedidos pontuais e urgentes bem como a logística de

eventos

• GEO-GATEWAYS: soluções fiáveis, seguras e globais porta-a-porta

• INDUSTRY SOLUTIONS: conhecimento e experiência comprovada em todos os setores

Podemos falar num conceito ‘chave na mão’?

Com certeza, o conceito ‘chave na mão’ traduz perfeitamente o espírito GEFCO e são essas as operações mais

bem sucedidas que gerimos, com altos níveis de satisfação dos nossos clientes.

A logística eficiente é um fator fundamental ao crescimento do PIB. De que forma contribui a GEFCO

para tal em Portugal?

A GEFCO procura contribuir para o desenvolvimento de todas as geografias onde está presente. A prova está

na crescente implantação no mercado nacional, espelhado de norte a sul do país. As soluções oferecidas quer

às empresas nacionais quer internacionais operando no território português, contribuem para a boa evolução

dos negócios dos nossos clientes e, por essa via, para o desenvolvimento económico de Portugal.

O acompanhamento do crescimento da PSA em Portugal é o exemplo prático do que foi referido

anteriormente.

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Page 61: Revista Business Portugal | Maio '16

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 61

gefco | excelência empresarial - logitrans

Nunca a sua cadeia logística teve tanto valor.

Enquanto industrial, o controlo da sua cadeia logística é um elemento chave para o seu

crescimento e rentabilidade. O trabalho da GEFCO consiste em conceber e implementar diariamente

soluções logísticas globais e internacionais. Para obter mais informações, consulte o nosso site:

www.gefco-business.net

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É importante também referir o trabalho de responsabilidade social da empresa. É

fundamental à GEFCO este lado solidário?

A GEFCO mantém uma clara política de responsabilidade social corporativa a nível global.

Integra o pacto Global das Nações Unidas e introduziu um acordo estrutural global em

responsabilidade social corporativa em 22 das suas filiais em 2009, e Portugal não é exceção.

O desenvolvimento sustentável é parte integrante do serviço que a GEFCO oferece aos seus

clientes e neste sentido tem desenvolvido diversas iniciativas. Uma delas passa pela definição

de padrões ambientais aplicados em todas as suas plataformas e programas de formação

para todos os colaboradores bem como par os condutores. A GEFCO possuiu um Sistema

de Gestão de transportes por módulos que permite monitorizar as emissões de CO2 e a

maioria dos seus camiões integra a categoria mais elevada. As nossas políticas ambientais

são auditadas por entidades externas, como o atestam as certificações que nessa matéria

a GEFCO tem alcançado. Para a gestão de fluxos de embalagens industriais, a GEFCO

desenvolveu uma solução ecológica e ‘lean’ para otimizar o aprovisionamento das fábricas.

A GEFCO propõe assim há mais de 15 anos, um conjunto de embalagens industriais que

são mantidas em perfeitas condições para várias utilizações graças aos nossos centros

de lavagens. Em termos de apoio a IPSS, a GEFCO mantém uma grande proximidade com

instituições nas suas zonas de atuação. Em Portugal, essa realidade tem-se traduzido no

apoio a instituições tais como a Casa do Gaiato, o Banco Alimentar, o Instituto Sorriso e

a Comunidade Vida e Paz, entre outros, ou, numa outra vertente, no apoio a atletas que

disputam provas de superação como os paralímpicos.

Neste trabalho específico falamos da Logistrans. Quais as vossas expectativas para a

feira?

O Logitrans é sem dúvida um evento com grande repercussão para o setor da logística e

dos transportes, e as expectativas são sempre muito grandes. Com eventos deste cariz, o

debate e a partilha de temas emergentes é facilitado e a temática deste ano “Eficiência dos

processos logísticos“ promete ser muito interessante.

O mercado está em constante mudança e isso exige uma adaptação permanente, sendo

necessário que as empresas estejam atentas às tendências e inovações.

Por onde passa o futuro da GEFCO em Portugal?

O futuro da GEFCO passa necessariamente por conseguir uma cada vez maior consolidação

da presença da GEFCO Portugal tanto no mercado nacional como nos transportes

internacionais, reforçando a sua quota de mercado globalmente e através de cada uma das

nossas áreas de atividade. Relativamente ao mercado automóvel, pretende-se potenciar num

futuro próximo, o desenvolvimento de serviços mais inovadores que supram as necessidades

existentes, embora ainda não totalmente identificadas pelo mercado. Acredito que as

maiores oportunidades se encontram no que chamamos o nosso “não mercado”, com o

desenvolvimento de novos modelos de negócio, que tragam vantagens claras para os nossos

clientes. Estaremos no entanto sempre atentos a todas as oportunidades que possam surgir,

para o desenvolvimento da pegada da GEFCO, quer nacional quer internacionalmente. Por

outro lado, a estratégia da GEFCO continuará a ser também a oferta de serviços adaptados a

cada um dos seus clientes, primando sempre pela qualidade. Este pensamento, juntamente

com a ideia de que o futuro da logística passa por superar desafios e conhecer as tendências,

tem permitido que a marca se distinga ano após ano. A escuta ativa e atenção ao cliente,

conjugados com a inovação e polivalência, continuarão a ser os fatores-chave que permitirão

dar resposta às novas exigências e necessidades do mercado.

Page 62: Revista Business Portugal | Maio '16

62 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

excelência empresarial - logitrans |linde

A Linde Material Handling lançará dois novos modelos dentro da sua inovadora série de equipamentos robotizados Linde-MATIC: o porta-paletes Linde T-MATIC e o stacker contrapesado Linde L-MATIC AC, que complementarão a gama atualmente disponível. Além disso, 12 novos empilhadores diesel e GPL com capacidade de carga de 5.000 a 8.000 kg, completarão a gama EVO. Neles combina-se maior eficiência, segurança e ergonomia, assim como um inovador sistema de pós-tratamento de gases de escape, que implica uma importante poupança de combustível, enquanto protege o meio ambiente.

linde sempre na vangUarda

Os novos equipamentos

O porta-paletes Linde T-MATIC dispõe de garfos de grande comprimento para transportar

duas paletes ao mesmo tempo e uma capacidade de carga de três toneladas. Por seu lado,

o stacker contrapesado Linde L-MATIC AC permite o transporte de contentores de carga

fechados e está desenhado para a recolha de cargas em estações de recolha e entrega que

não estão acessíveis com os braços de carga. Igualmente, pode suportar cargas de até 1,2

toneladas. Estes dois novos modelos robotizados, que se somam aos dois lançados no ano

passado (o stacker Linde L-MATIC e o trator Linde P-MATIC) têm como base os equipamentos

standard da Linde e cobrem uma ampla gama de tarefas no armazém.

A logística do futuro estará interligada digitalmente e cada vez mais automatizada. Os

equipamentos da série MATIC podem circular de forma autónoma pelo armazém sem nenhum

tipo de infraestrutura adicional. Além disso, podem detetar obstáculos em tempo real, e

por outro lado, podem modificar-se e ajustar-se de forma flexível às novas disposições do

armazém. Com eles as rotas e acessos da área traçada num mapa podem modificar-se de

forma fácil e rápida. Estes veículos realizam as suas tarefas independentemente das horas de

trabalho e proporcionam máxima segurança no tráfego.

Em combinação com módulos LAN sem fios (denominados COMBOXes), o software de

supervisão destes equipamentos garante a conexão com os diferentes elementos existentes,

como transportadores de rolos, cintas transportadoras, máquinas retráteis e portas

automáticas. Por último, recebe ordens de sistemas corporativos ERP ou de gestão de

armazém (WMS) e transforma-as em ordens de transporte.

Linde H50-H80 EVO

A Linde Material Handling incorpora 12 novos modelos à sua gama EVO: os empilhadores

diesel e GPL H50-H80, com capacidades de carga de 5.000 a 8.000 kg, que respondem

às necessidades operacionais dos clientes procedentes principalmente das indústrias de

bebidas, de materiais de construção e do papel, assim como do setor da fundição.

A mais avançada tecnologia de motores e o novo controlador eletrónico adicional para o

sistema hidráulico de tração garantem um consumo de combustível altamente eficiente.

Graças à ampla gama de relações de transmissão das bombas e motores de caudal variável

da transmissão hidrostática Linde, obtém-se o máximo rendimento do motor. A possibilidade

de escolher entre três diferentes modos de condução –Economy, Efficiency e Performance–

gera um potencial adicional de poupança. Estes modos podem ser pré-selecionados,

permitindo assim adaptar o rendimento ou as prestações do equipamento às necessidades

individuais de cada cliente. Um sistema hidrostático ainda mais preciso e uma dinâmica de

condução configurável traduzem-se numa redução do consumo de combustível de até 20

por cento, relativamente às versões anteriores da Linde, com as mesmas capacidades. Este

avanço é económico: partindo de 5.000 horas de funcionamento de acordo com o ciclo VDI e

supondo um preço de 1 euro por litro de diesel, a poupança alcança os 4.500 euros.

Máxima flexibilidade

O seu negócio é mutável e flexível... Tal como Rental Solutions, o Serviço de Aluguer de Empilhadores por dias, semanas ou meses, que se adapta às operações da sua empresa. Para esses picos de trabalho ou nas suas campanhas conte com a resposta mais eficaz do mercado.

Rental Solutions: a solução para a logística da sua empresa.

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Page 63: Revista Business Portugal | Maio '16

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 63

ORTHOS XXI |excelência empresarial

Com 30 anos de existência, a ORTHOS XXI fabrica um amplo portfolio de produtos ortopédicos e hospitalares. Tendo iniciado a sua atividade na Maia, como Ortomaia, a ORTHOS XXI encontra-se desde há anos sediada em Santa Leocádia de Briteiros, Guimarães e é atualmente dinamizada por António Ribeiro, diretor geral e um dos oito sócios.

prodUtos de excelência e inovação permanente

Desde os seus inícios que o ‘DNA’ de fabricação de produtos para pessoas com mobilidade

reduzida e/ou portadoras de deficiência marcou a pauta desta empresa que tem vindo,

ao longo dos anos, a alargar e aprofundar o leque de produtos que fabrica, antecipando

e acompanhando as necessidades dos seus clientes. Assim, após a primeira década, o

crescimento tornou-se inevitável e a mudança de espaço também. A partir de 1996 a

empresa constituíu-se na terra natal dos fundadores, em Santa Leocádia de Briteiros,

contando atualmente com dois pavilhões fabris, nessa localidade e no Avepark.

Para além dos produtos de fabrico próprio (cadeiras manuais e elétricas, canadianas e

demais ajudas de marcha, dispositivos de reabilitação, gruas e arneses, camas hospitalares e

geriátricas e outro equipamento hospitalar...), a ORTHOS XXI complementa a sua oferta com

produtos de reputadas empresas nacionais e internacionais, oferecendo nove catálogos nos

setores médico e de reabilitação: Mobilidade; Banho; Pediatria; Geriatria; Bariatria; Hospital;

Transferência; Anti-escaras e Conforto; Posicionamento e Compressão. A personalização dos

produtos, de acordo com as necessidades mais específicas dos seus utilizadores é também

uma característica distintiva da ORTHOS XXI.

Os produtos da ORTHOS XXI, alguns dos quais estão certificados, classificam-se

essencialmente como dispositivos médicos de classe 1 e são fabricados no estrito

cumprimento das normativas Europeias relevantes e registados no INFARMED, a autoridade

reguladora portuguesa. A empresa é também Certificada nas normas de Qualidade

Internacionais.

A vitalidade e cunho inovador da ORTHOS XXI demonstram-se em vários projetos

desenvolvidos pela empresa, nomeadamente em parcerias com instituos internacionais de

desenvolvimento e com universidades. Um dos mais recentes destes projetos desenvolvido

em parceria com a Universidade do Minho, contribui para o desenvolvimento de um andarilho

dinâmico que ajuda de forma interativa a capacidade de marcha, podendo assim contribuir

significativamente para a rápida evolução motriz de um paciente lesionado com AVC ou outra

doença incapacitante da marcha.

Uma equipa forte e motivada, suportada em pilares de flexibilidade produtiva, de consolidação

dos processos e de constante desenvolvimento e inovação de produtos, tornaram-se pontos

fulcrais para a ORTHOS XXI e permitiram alavancar um crescimento sustentado da empresa

que não se cinje ao mercado nacional e está presente em quase 30 países de quatro

continentes.

“Aquilo que nos diferencia”, explica António Ribeiro, “é a nossa capacidade de inovação

aplicada não só ao produto mas também aos processos e à nossa presença no mercado. Este

trabalho implica a boa gestão dos recursos humanos e produtivos, com o enfoque de servir os

clientes da melhor forma”.

Para além de querer conquistar novos mercados, o futuro passa, também, por “continuar a

alargar a gama de produtos e a dinâmica implementada na empresa, subir na escala de valor

e dar mais notoriedade à marca”, termina António Ribeiro.

O galardão PME Excelência de 2015 é, para António Ribeiro, um reconhecimento e motivo

de orgulho, não sendo porém um fim em si mesmo: é uma “consequência” do que move e

motiva a equipa no trabalho diário, a vontade de ter produtos mais completos e uma presença

mais ampla no mercado, de modo a contribuir para a melhoria da qualidade de vida de quem

deles necessita e os usa. Este galardão constitui uma responsabilidade acrescida de manter o

profissionalismo e fazer mais e melhor.

ORTHOS XXI (www.orthosxxi.com, antiga Ortomaia) é uma empresa fabricante e distribuidora de material ortopédico e dispositivos médicos e hospitalares localizada em Guimarães, Portugal, com 30 anos de experiência. Para além de um alargado leque de produtos de fabrico próprio (cadeiras manuais e eléctricas, canadianas e demais ajudas de marcha, dispositivos de reabilitação, gruas e arneses, camas hospitalares e geriátricas e outro equipa-mento hospitalar...), a ORTHOS XXI complementa o seu portfolio com produ-tos de reputadas empresas nacionais e internacionais, oferecendo 9 catálo-gos nos sectores médico e de reabilitação:

1. Mobilidade 2. Banho 3. Pediatria 4. Geriatria 5. Bariatria 6. Hospital 7. Transferência 8. Anti-escaras e conforto 9. Posicionamento e Compressão

Na procura incessante de responder às necessidades específicas dos utiliza-dores finais, frequentemente desenvolvemos produtos novos e customizados nas várias gamas, alargando e renovando assim a nossa oferta.

A ORTHOS XXI fabrica Dispositivos Médicos de Classe 1, ostentando a Certificação CE, de acordo com as directivas europeias, nomeadamente a 93/42/CEE. Orthos XXI é também certificada nos standards ISO 9001:2008.

A qualidade dos produtos da ORTHOS XXI, a inovação tecnológica no proces-so de fabrico, a Certificação de Produto e a sua personalização, bem assim como uma estreita relação com os seus clientes constituem alguns dos fatores diferenciadores da empresa, tal como podemos comprovar nos melhores hospitais, clínicas e lares, tanto no sector privado como no público, tanto em Portugal como noutros mercados Europeus e além-Europa.

Dispomos de uma amplo número de revendedores a nível nacional e, em Portugal, facultamos demonstrações com as soluções técnicas mais adequa-das para a sua Instituição sem qualquer encargo nem compromisso! Contacte-nos!

Solicite uma demonstração técnicagratuita!

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Orthos XXI, unipessoal, Lda.Rua Santa Leocádia4809-012 Sta. Leocádia de BriteirosGuimarães - PortugalTel. + 351 253 470 270/1/2/3/4Fax + 351 253 470 278www.orthosxxi.com [email protected]

ORTHOS XXI (www.orthosxxi.com, antiga Ortomaia) é uma empresa fabricante e distribuidora de material ortopédico e dispositivos médicos e hospitalares localizada em Guimarães, Portugal, com 30 anos de experiência. Para além de um alargado leque de produtos de fabrico próprio (cadeiras manuais e eléctricas, canadianas e demais ajudas de marcha, dispositivos de reabilitação, gruas e arneses, camas hospitalares e geriátricas e outro equipa-mento hospitalar...), a ORTHOS XXI complementa o seu portfolio com produ-tos de reputadas empresas nacionais e internacionais, oferecendo 9 catálo-gos nos sectores médico e de reabilitação:

1. Mobilidade 2. Banho 3. Pediatria 4. Geriatria 5. Bariatria 6. Hospital 7. Transferência 8. Anti-escaras e conforto 9. Posicionamento e Compressão

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A qualidade dos produtos da ORTHOS XXI, a inovação tecnológica no proces-so de fabrico, a Certificação de Produto e a sua personalização, bem assim como uma estreita relação com os seus clientes constituem alguns dos fatores diferenciadores da empresa, tal como podemos comprovar nos melhores hospitais, clínicas e lares, tanto no sector privado como no público, tanto em Portugal como noutros mercados Europeus e além-Europa.

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Page 64: Revista Business Portugal | Maio '16

64 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS

Dividida numa miríade de serviços e categorias – capaz de ir da organização de seminários, congressos ou workshops às inaugurações, ações de team-building, lançamento de produtos ou aniversários e outro tipo de festas –, a organização de eventos é uma área que se tem vindo a afirmar enquanto componente indissociável quer do tecido empresarial português, quer da nossa vida em particular.Acima de tudo, importa referir que este é um setor de características muito próprias, no qual a preocupação perante a especificidade de cada cliente se assume como um fator ainda mais premente num mercado que se tem vindo a distinguir pelas persistentes mutações. Assim, e obedecendo a uma política que tem vindo a enfatizar a qualidade, por oposição à mera quantidade, torna-se imperativo que, a cada evento realizado, a imagem da entidade promotora consiga sair reforçada e prestigiada. Não admira, posto isto, que a organização de eventos se tenha vindo a consolidar enquanto uma arte e setor onde a estratégia, a inovação e a adaptação se afirmam como peças fulcrais, pois só através destes elementos se alcançará a máxima rentabilização possível perante os constrangimentos orçamentais. A responsabilidade, a expectativa e a valorização do evento têm, de resto, vindo a crescer ao mesmo ritmo com que os empresários têm encontrado nestas especiais ações uma fonte de investimento ou dinamismo.Associada a uma empresa centrada na organização de eventos poderá estar uma série de outros serviços ou entidades, através dos quais se garante o sucesso do acontecimento. Entre esses mesmos elementos poderemos destacar, a título de exemplo, os serviços de captação de vídeo, som e imagem, mas também o catering, a limpeza ou a decoração. Estando este longe de ser um mercado estático, não admira que seja também heterogéneo o público-alvo de qualquer empresa a operar no setor.Numa conjuntura em que a organização de eventos é planeada até ao ínfimo pormenor, atendendo nomeadamente às já mencionadas limitações financeiras, aspetos como a personalização da oferta, o acompanhamento constante e o desenvolvimento de novas ideias são hoje um must para o sucesso de qualquer empresa centrada na organização de eventos. Depois existe, ainda, o fator da qualidade. Estes são alguns dos principais aspetos que se discutem nas próximas páginas.

Page 65: Revista Business Portugal | Maio '16

FERREIRA DE SÁ - 70 ANOS

Foi no passado dia 25 de abril que a Ferreira de Sá celebrou com pompa e circunstância o seu 70º aniversário. Especialista na produção de carpetes personalizadas e à medida dos seus

clientes, esta empresa de Silvalde, em Espinho, é a mais antiga empresa nacional na produção de tapeçarias tradicionais. ‘Custom-made luxury rugs’ aliando tecnologias avançadas de fabrico

aos processos artesanais. Foi num ambiente de festa, mas igualmente de emoção e celebração, que a Ferreira de Sá juntou todos os seus clientes, parceiros, fornecedores e colaboradores

para uma celebração única, os seus 70 anos de existência. O evento teve lugar no FACE, Fórum de Arte e Cultura de Espinho.

Page 66: Revista Business Portugal | Maio '16

66 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

organização de eventos | francisco vieira catering

Com sede em Vila Nova de Gaia, a Francisco Vieira Catering promete enriquecer os seus eventos através de um menu personalizado ao sabor da ocasião, sem esquecer o fator qualidade.

catering ao serviço da qUalidade e inovação

Francisco Vieira Administrador

No evento da Ferreira de Sá

Page 67: Revista Business Portugal | Maio '16

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 67

francisco vieira catering | organização de eventos“O projeto foi iniciado pelo meu pai – Francisco Vieira –, que foi chefe de cozinha, tendo

representado diversas vezes a cozinha nortenha no estrangeiro”, introduz Francisco Vieira

(filho). Esse mesmo começo deu-se “há sensivelmente 30 anos”, tendo o nosso interlocutor

assumido as rédeas da empresa em 2010, depois de uma infância e juventude durante

a qual confirmou a paixão pelo catering enquanto “ia conhecendo pessoas diferentes em

ambientes distintos”.

“Felizmente, tenho tido alguma sorte e estou a conseguir diversificar aquilo que o meu

pai iniciou”, prossegue o empresário. Até porque “nos últimos três anos temos sentido

que existe um crescimento”, sendo que, “as pessoas atualmente estão mais otimistas e já

começam a reservar eventos com maior antecedência”.

Apostando num serviço que prima por valores como a excelência, a personalização e/ou a

adaptação a novos contextos, o principal foco de ação da Francisco Vieira Catering são os

casamentos. Ainda assim, os seus serviços podem ser solicitados também para eventos

empresariais, coffee breaks ou lançamentos de produtos, por exemplo. Independentemente

da tipologia do evento, há um conjunto de garantias que a Francisco Vieira Catering se

compromete a proporcionar. “A nível de matéria-prima, procuramos manter a qualidade

acima de todos os outros fatores”, explica o nosso interlocutor.

Uma das especialidades da empresa é “a cozinha nortenha”, descrita como “tradicional”,

não descurando uma apresentação cuidada e cada vez mais contemporânea. A

adaptação é outra palavra-chave, na medida em que tem capacidade de adequar o

serviço às condicionantes específicas de cada local. “Para todos os eventos, efetuamos

antecipadamente reuniões em que procuramos compreender qual o tema e como

o apresentar”, aponta Francisco Vieira. Além disso, distingue-se ainda pelo fator

personalização. “Apesar de alguns concorrentes apresentarem pacotes predefinidos, o

nosso menu é sempre personalizado”, de modo a “refletir o perfil do cliente”. “Sem dúvida

que torna a organização mais complexa, mas permite obter resultados distintos”. Até porque

cada situação exige um sabor único.

Page 68: Revista Business Portugal | Maio '16

68 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

organização de eventos | quinta da fontoura

A Quinta da Fontoura é uma quinta secular, com origem no tempo da Guerra Civil Portuguesa, situada no lugar de Beduído, na freguesia de Alquerubim, concelho de Albergaria-a-Velha. Outrora uma quinta agrícola, foi alvo de uma recuperação cuidada, resultando numa unidade de turismo em espaço rural que também acolhe eventos, na sua maioria casamentos. Alberto Lemos, médico cirurgião, é o atual proprietário de um espaço que atravessou gerações e já vai na quinta, mantendo, tanto quanto possível, a sua traça original.

três sécUlos de História, cinco gerações e amesma traça e dedicação

Na Quinta da Fontoura há uma porta que

dá acesso à casa e nela existem dois

buraquinhos. É uma porta do século XIX,

com a mesma idade da quinta que, à época,

pertencia ao trisavô do atual proprietário.

Portugal estava em plena Guerra Civil,

também conhecida como Guerra Miguelista.

“O meu trisavô estava à espera de ser preso

pelos miguelistas, por essa razão tinha um

buraquinho na porta. E o meu bisavô também

quis um buraquinho na porta para poder

espreitar”, conta Alberto Lemos.

Aquela porta constitui assim uma das provas

mais remotas das origens da Quinta da

Fontoura, que foi resistindo ao tempo e às

gerações.

Quando Alberto Lemos herdou a quinta, de

seu pai, esta do ponto de vista agrícola, não

era rentável, pelo que resolveu transformar

a horta num jardim, criar um lago e piscina

biológica com 700m2 de espelho de água

no meio dos jardins, preservar a mata e a

grande diversidade de árvores seculares que

aí existem, bem como uma nascente de água

pura, a água de S. Brás, e recuperar a casa

da quinta.

A ideia de tornar aquele espaço numa

quinta para eventos não surgiu da vontade

ou necessidade de ganhar dinheiro. Alberto

Lemos, médico cirurgião de profissão,

passava pouco tempo na quinta. A opção

de “abrir a casa a outras pessoas” nasceu

assim de uma vontade de que a casa e o

espaço envolvente pudessem ser “vividos”

mais tempo, embora, por razões óbvias, a

Quinta da Fontoura tenha seguido um trajeto

de empresa.

Como empresa, a Quinta da Fontoura existe

assim há dez anos, tendo começado a operar

há sete. Começou como quinta de eventos,

entre os quais casamentos, batizados,

comunhões, reuniões de trabalho, embora o

primeiro tivesse sido para turismo em espaço

rural, que não ficou esquecido, até porque

mais tarde acabou por se concretizar, mas

era mais dispendioso para uma primeira

aposta.

Há três anos, a Quinta da Fontoura

converteu-se então, para além de um espaço

para realização de eventos, numa unidade

de turismo em espaço rural. Até porque são

duas atividades que se complementam.

No que concerne à organização de eventos, o

forte da Quinta da Fontoura são, sem dúvida,

os casamentos. A quinta é hoje um espaço

idílico, com uma decoração fortemente

conotada com a região e com a história da

família, que, mesmo depois de recuperado,

manteve a sua traça original. É isso que atrai

muitos clientes e visitantes, boa parte deles

estrangeiros.

Aos noivos, a Quinta da Fontoura oferece,

preferencialmente, o pacote completo, com

serviço de catering, decoração personalizada,

muito ao estilo rústico, lá está, sem descurar

as suas origens.

O Jardim da Senhora, a piscina biológica

e a mata são os espaços exteriores mais

emblemáticos. A pedido de um casal, em

2015 realizou-se o primeiro casamento na

mata.

Desde então, têm sido muitos os pedidos

Page 69: Revista Business Portugal | Maio '16

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 69

quinta da fontoura | organização de eventos

para realizar a cerimónia naquela que

foi entretanto apelidada de “catedral da

natureza”, um local verdadeiramente mágico

e encantador. “Agora, 70 por cento das

cerimónias são realizados na mata e apenas

30 nos jardins”, refere.

Depois existem outros espaços para

refeições. A tenda, com capacidade para

250 pessoas, e um espaço exterior, coberto.

Esta zona é dotada de uma cozinha industrial

própria.

A casa, a funcionar agora como unidade de

turismo em espaço rural, tem capacidade

para 12 hóspedes e possui uma “suite”

nupcial, o chamado ‘cabanal’, onde

em tempos se guardavam a palha e as

batatas. Na casa existe ainda um pátio e

uma eira, e é na antiga manjedoura que

se tomam os pequenos almoços e outras

refeições. Na cozinha, ainda se podem

confecionar refeições no fogão e forno a

lenha. Os jardins, piscina e mata de uma

dimensão invulgar (3ha), proporcionam uma

oportunidade de isolamento e descanso

absolutos.

Embora o negócio dos casamentos (como

tantos outros) tenha registado uma quebra

entre 2012 e 2013, há sinais de uma

retoma. “Pela primeira vez este ano temos

casamentos marcados a dois anos, ou

seja, para 2018, e nunca tivemos tantos

casamentos marcados para o ano seguinte

[2017] nesta época do ano”, afirma Alberto

Lemos.

Os casamentos são também eventos com

grande flutuação sazonal, pois decorrem

sobretudo entre maio e outubro. O turismo

rural está a ajudar a combater essa

sazonalidade. Alberto Lemos refere que

“os nossos clientes para o turismo rural

eram quase todos estrangeiros e por isso

reforçavam essa sazonalidade. Contudo,

este ano a Quinta da Fontoura reforçou

a sua presença na web, em sites como o

‘booking’ou o ‘airbnb’, e já houve retorno

em termos de reservas, com clientes

portugueses a aderirem mais no inverno”.

Os encontros empresariais, que registaram

uma grande quebra a partir de 2012,

também voltam a estar em voga, sendo

crescentes as consultas deste tipo de

clientes.

A Quinta da Fontoura é, por tudo isto, já uma

referência no que toca à organização de

eventos, sobretudo casamentos, e ao turismo

em espaço rural e procura retomar o seu

lugar no que respeita a eventos empresariais.

O facto de já existir antes de ter sido criada

para o efeito, mantendo-se, tanto quanto

possível, fiel ao original, faz da quinta um

espaço único.

“Temos uma relação ótima com todos os

nossos clientes. Temos alguns noivos que se

casaram na quinta e depois vieram batizar

aqui os filhos, outros que vêm passar o

aniversário do casamento aqui. Em relação

aos hóspedes mantemos com muitos troca

de correspondência após a estadia, alguns

já voltaram segunda vez e outros indicaram

a nossa quinta a amigos nos seus países.

É uma relação que se torna especial e isso

tem também permitido dar outra dimensão

económica à empresa”, conclui Alberto

Lemos.

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70 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

organização de eventos | quinta da torre de bera

Inserida numa propriedade do século XIX, a Quinta da Torre de Bera proporciona-lhe momentos inesquecíveis e reúne um conjunto de características que fazem dela um espaço fascinante. A Quinta da Torre de Bera é o espaço ideal para o seu evento. Perceba porquê.

cenários perfeitos em eventos de sonHo

Ana Bento é a responsável pela Quinta da Torre de Bera desde o primeiro

minuto. Este projecto, sediado em Coimbra, começou a ser pensado em

2004. Entre obras e licenças, o espaço abriu as portas no início do ano de

2008, depois de cerca de 12 meses em período de obras. “Os terrenos que

hoje albergam a Quinta da Torre de Bera foram, desde sempre, utilizados

para cultivo e pasto. Com o passar dos anos, começaram a ficar ao

abandono e é nessa altura que surge a ideia de criar um espaço destinado

a eventos, até porque era uma pena uma área tão grande como esta ficar

no esquecimento”, começa por nos contar Ana Bento. A ideia inicial era criar um espaço para eventos

empresariais e com capacidade acima das 300 pessoas. Havia, na altura, uma falta de espaços com essas

características na zona de Coimbra. Daí, a Quinta da Torre de Bera ter apostado desde logo no sistema de som

e televisores para facilitar apresentações em congressos.

A casa de habitação continua a existir, trazendo uma elegância e graciosidade acrescidas ao espaço.

Questionada sobre a escolha do nome, Ana Bento explica à Revista Business Portugal que o mesmo advém

da aldeia onde o espaço se encontra. “Quisemos que as pessoas associassem de imediato o espaço ao local,

daí termos optado por dar à quinta o nome da aldeia que a alberga”. Além disso, a Torre de Bera é também

conhecida pela sua tranquilidade e beleza inimagináveis, “daí que a associação do nome passe também por

essas duas características”.

Espaço único

À chegada somos, desde logo, absorvidos pela beleza inigualável do jardim. Graças a uma mistura de

cores e aromas provenientes das várias espécies ali presentes, o jardim revela-se perfeito para uma sessão

fotográfica ou apenas para apreciar a tranquilidade do local. “O jardim está repleto de ervas aromáticas e cria

um ambiente singular de cores e perfumes. É uma área que nos merece muita atenção e pela qual temos um

gosto especial”, frisa a nossa interlocutora.

O espaço concilia de forma única o estilo moderno com o estilo rústico. Com detalhes únicos, a Quinta da

Torre de Bera tem uma sala ampla, com capacidade para 500 pessoas, e bastante iluminada pela luz natural.

O seu jardim proporciona um ambiente único de cores e perfumes graças às ervas aromáticas e a varanda

permite-lhe apreciar as fabulosas paisagens circundantes.

“A sala tem detalhes únicos: é muito ampla, bastante iluminada e temos ainda uma varanda com cerca de

200 m2, que proporciona a quem nos visita uma vista fabulosa sobre a paisagem circundante de uma beleza

ímpar”, conta-nos Ana Bento.

A Quinta da Torre de Bera está preparada para receber qualquer tipo de evento, independentemente do

número de participantes. “Como temos capacidade para 500 pessoas, conseguimos sempre adaptar o espaço

ao número de convidados. Conseguimo-lo através da disposição das mesas, dos elementos decorativos

utilizados, entre outros. A questão do espaço ser grande não é condicionador ao número de participantes,

conseguimos sempre adaptar a sala”, explica Ana Bento.

Quer seja um evento social ou profissional, a Quinta da Torre de Bera organiza todo o seu evento, sempre

com vários fatores em conta de maneira que seja totalmente ao seu gosto. Para tal, Ana Bento e a sua equipa

contam com o apoio de várias empresas suas parceiras, nomeadamente nas áreas de catering e decoração,

de modo a que cada serviço seja o que melhor corresponde à sua personalidade. “Aqui, é tudo pensado

de acordo com o que o cliente idealizou. Temos como missão tornar os sonhos realidade, e é isso que

fazemos a cada evento que organizamos. Embora sem exclusividade, atualmente estamos a trabalhar mais

frequentemente com ‘Morais Eventos’ e ‘D. João Catering’, empresas de Coimbra com um serviço fantástico” .

Ana

Bent

o

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 71

quinta vale estevão | organização de eventos

Situada na bela cidade de Anadia, no distrito de Aveiro e perto do rio Cértima, a Quinta Vale Estevão é o espaço ideal para a realização de diversos eventos, como casamentos, festas e reuniões. Carlos Santos, inserido na área de organização de eventos há mais de 30 anos, assegura toda a gestão do espaço em sintonia com a Caterfesta, empresa especializada na área do catering.

espaço acolHedor para Um dia especial

Espaço diferenciador

Com uma arquitetura tradicional da zona da Bairrada, a Quinta Vale do Estevão, com

uma história com mais de 300 anos, constituída por amplos espaços verdes e recantos

acolhedores, a arquitetura original do edifício manteve-se e é este um dos principais fatores

que tornam este lugar único, perfeito para a comemoração de um dia especial aliando a

gastronomia da região, à qualidade de serviço .

Manter o espaço cuidado é uma das grandes preocupações de Carlos Santos, como o próprio

nos começa por explicar.

“A manutenção de um espaço como este não é fácil, requer muitos custos e temos que estar

em constante investimento. A dimensão que temos obriga a ter manutenção quase diária mas

também é um dos motivos que nos difere, para além do nosso serviço”.

Nas instalações possui acesso para pessoas com mobilidade reduzida, casas de banho para

deficientes motores, local próprio para crianças e possibilita ainda a realização de cerimónia

religiosa e civil.

Produto chave na mão

Com o objetivo de criar uma identidade própria para a quinta, Carlos Santos também sócio

gerente da Caterfesta, há 18 anos no mercado, aposta neste espaço como uma alternativa,

para a organização de eventos com a qualidade que os clientes já estão habituados.

“Temos uma unidade de produção devidamente equipada, com 800m2 só para a área do

catering, com cozinhas industriais, showrooms e gabinetes de trabalho. Já organizamos

serviços de catering entre Lisboa e Porto”.

Dedicado a um segmento de mercado cada vez mais exigente e competitivo, ressalva

igualmente a aposta em colaboradores altamente qualificados na área bem como na

formação constante implementada.

“Todo o pessoal que connosco colabora, possui experiência e primamos pela formação.

Possuo formação em serviço de mesa e eu próprio também colaboro nesta parte.Tenho

colaboradores a trabalhar comigo desde 1992 e já nem preciso lhes dizer como é preciso

trabalhar devido a todos estes anos de experiência. Quando trabalhamos num segmento alto,

temos que saber servir e estar e nisso sou muito exigente, não se pode falhar”.

No entanto, destaca a qualidade dos pratos e onde possui uma proposta geral que é sempre

previemente apresentada aos seus clientes para que estes possam ter um primeiro contacto

com seu trabalho, podendo ser naturalmente adequados a pedido.

“Considero que a qualidade da comida é uma das partes mais importantes numa cerimónia/

comemoração e primamos por isso. Fazemos questão de apenas usar produtos de qualidade

na confeção dos nossos pratos. Toda a gestão do tempo é bem organizada e aqui, os noivos

não têm que ter preocupações. É por isso que nos diferenciamos. Dispomos de pratos

vegetarianos e celíacos, onde nos estamos a tornar especialistas e porque consideramos que

não estão muito explorados em várias quintas também porque cada vez mais as pessoas

querem este tipo de menu especial. É também uma forma de satisfazermos os nossos

clientes”. Aqui é também possível realizar cerimónias civis e religiosas e os mais pequenos

contam com um espaço próprio

A quinta tem catering próprio, proporciona a decoração do espaço e possui acesso para

pessoas com mobilidade reduzida, além de casas de banho para deficientes motores.

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72 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

AÇÃO SOCIAL

A definição mais aceite de ação social é aquela que é defendida como uma ação que é orientada pelas ações de outros. Isto é, a ação social é todo o comportamento cuja origem depende da reação ou da expectativa de reação de outras partes envolvidas. Essas “outras partes” podem ser indivíduos ou grupos, próximos ou distantes, conhecidos ou desconhecidos por quem realiza a ação. A ideia central da ação social é a existência de um sentido na ação: ela realiza-se de uma parte (agente) para outra. É uma atitude sobre a qual recai o desejo de um intercâmbio e o de relacionamento. Como toda relação social, esta é determinada não só pelos resultados para o agente, mas também pelos efeitos (reais ou esperados) que pode causar no outro.Uma divisão clara entre ações que podem e não podem ser consideradas como sociais é impossível de ser feita. Na verdade, para que se entenda se uma ação é social deve-se prestar atenção no contexto em que ela ocorre. A mesma ação pode ser classificada como social ou não. A ação social destina-se à prevenção, redução ou resolução de problemas decorrentes da situação laboral, pessoal ou familiar que não sejam atendíveis através dos regimes gerais de proteção social.A ação social complementar é desenvolvida nas seguintes áreas: fornecimento de refeições, apoio a crianças, jovens, idosos e pessoas com deficiência, apoio nas despesas respeitantes à educação, apoio socioeconómico em situações socialmente gravosas e urgentes, apoio a atividades de animação sociocultural, apoio a atividades de ocupação de tempos livres e apoio a ações de prevenção, promoção e vigilância da saúde dos beneficiários.Os serviços de ação social estão distribuídos em diversas áreas, desde escolas, universidades, lares de idosos, instituições geriátricas, Santas Casas da Misericórdia, juntas de freguesia, câmaras, entre outros.O elo de ligação que une todas estas instituições é, única e exclusivamente, o ato de entreajuda em relação ao próximo, proporcionando-lhes condições que permitem superar desigualdades económicas e sociais.

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74 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

ação social | santa casa da misericórdia de galizes

A instituição fundada em 1668 surgiu com o intuito de conceder os cuidados necessários à população mais desfavorecida e a prestação de serviços religiosos. Atualmente, a sua atividade está vocacionada, sobretudo, para a solidariedade social, com uma forte especialização na vertente da deficiência, contando esta com cerca de 100 utentes internos e externos.

Uma institUição diferenciadora e plUral

A Santa Casa da Misericórdia de Galizes centra a sua atividade, portanto, no apoio que presta

aos utentes portadores de deficiência. Com a inauguração, no ano passado, da Casa de

Nossa Senhora da Visitação, a instituição duplicou a capacidade de resposta em valência, de

lar residencial. Segundo o provedor Bruno Miranda “a particularidade desta instituição é que,

contrariamente, à maioria, não tem, ainda, lar da terceira idade. Os dois lares residenciais que

temos são para a deficiência. O Complexo/ Lar Casa São João de Deus, a funcionar desde

1999, tem capacidade para 42 pessoas. O mais recente, Casa de Nossa Senhora da Visitação

tem capacidade para 36 utentes em lar residencial e cinco em residência autónoma”.

A cerimónia de inauguração contou com a presença do então ministro da Solidariedade

Social, Pedro Mota Soares. O lar residencial está destinado para alojar jovens e adultos com

deficiência, de ambos os sexos, a partir dos 16 anos, que não possam residir com os seus

familiares. Para além da infraestrutura que permite ter utentes residentes, a Santa Casa da

Misericórdia de Galizes tem um centro de atividades ocupacionais que funciona durante o dia,

dinamizando várias atividades. Como explica o provedor, “recebemos utentes de todo o país

e neste momento já não temos vagas a nível de lar. Associado à deficiência, temos o centro

de atividades ocupacionais que dá uma ótima resposta aos nossos utentes, desde a área da

alfabetização, aos trabalhos artesanais e pintura, ao movimento e à música, às tecnologias da

informação. O centro de atividades ocupacionais tem um bom funcionamento e é destinado

à região de Oliveira do Hospital e concelhos limítrofes”, ressalva Bruno Miranda. A Casa de

Nossa Senhora da Visitação é um espaço moderno que reúne condições de “excelência para

prestar apoio aos cidadãos portadores de deficiência”, destaca o entrevistado.

Sobre o panorama nacional relativo a este setor, o interlocutor entende que “no que diz

respeito à deficiência, o aproveitamento do último quadro comunitário foi extremamente

favorável e, nesse aspeto, o anterior Governo deu um empurrão decisivo com a abertura deste

e de mais alguns lares a nível nacional, que vieram permitir a melhoria da assistência nesta

área”, destaca Bruno Miranda.

A completar 348 anos de existência, a Misericórdia de Galizes é uma instituição que pode

ser considerada sui generis devido às diferentes valências que disponibiliza à população.

Para além dos lares residenciais, a Misericórdia presta apoio domiciliário a idosos, tem

também disponível fisioterapia, através do seu centro de medicina física e reabilitação, serviço

destinado aos utentes internos e à comunidade em geral. Outras valências ainda a destacar

são o serviço de apoio domiciliário e o centro de dia, em Lourosa, a farmácia, o ginásio/

health club, os CTT/Posto de Serviços e a creche, que aceita crianças dos três meses aos três

anos, funcionando em horário alargado, das 7:30 às 19 horas, com instalações que foram

remodeladas recentemente. A Misericórida possui ainda uma equipa destinada ao Rendimento

Social de Inserção.

O provedor revela que desde 1999, a Santa Casa ganhou um novo impulso e desde aí tem

procurado dar resposta a várias necessidades, em prol do bem-estar da comunidade. A

qualidade e excelência dos serviços prestados mereceram o reconhecimento por parte da

Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, com a atribuição da Medalha de Ouro do Município

e ainda a renovação da atribuição do Certificado de Qualidade do EQUASS - European Quality

in Social Services pelos serviços prestados. Questionado sobre os desafios em ser provedor

de uma instituição com valências tão distintas, Bruno Miranda refere que a instituição é

dirigida por “uma Mesa Administrativa com sete pessoas, estando as responsabilidades

repartidas por todos, contando com o imprescindível auxílio prestado por uma equipa de

técnicos especializados e excelentes profissionais que garantem o bom funcionamento da

Misericóridia”. Sendo na vertente da economia social um dos maiores empregadores da

região, a Santa Casa da Misericórdia de Galizes é responsável, neste momento, por quase

100 postos de trabalho.

José Alexandrino Mendes, Bruno Miranda e Pedro Mota Soares Presidente do Município de Oliveira do Hospital, provedor e ex-ministro da solidariedade, trabalho e segurança social

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 75

José Alexandrino Mendes, Bruno Miranda e Pedro Mota Soares Presidente do Município de Oliveira do Hospital, provedor e ex-ministro da solidariedade, trabalho e segurança social

santa casa da misericórdia de galizes| ação social

Património histórico e religioso

A instituição marca também a diferença pelo vasto património histórico e religioso composto

pela Igreja da Misericórdia de Galizes, o cemitério, o calvário, o cruzeiro e o campanário.

A Igreja da Misericórdia foi construída em 1670 tendo sido doada pelo Padre João Álvares

Brandão, natural de Galizes e vigário geral do bispado, provedor fundador da instituição. O

edifício conserva a frontaria primitiva, mas a torre, com o corpo e a capela-mor foram alvo de

obras de reabilitação no início do século XIX.

Futuro

Questionado sobre os projetos e perspetivas de futuro, o provedor da Santa Casa da

Misericórdia de Galizes sublinha que faz parte dos planos a médio prazo, a constituição

de uma nova valência dirigida aos idosos, que passa pela criação de um lar na localidade

de Galizes, dedicado à terceira idade. “Faz parte dos nossos projetos de futuro porque

entendemos que é uma das áreas sociais que nos falta abranger”, explica Bruno Miranda.

No que toca ao apoio aos portadores de deficiência a instituição pretende continuar a ser

uma referência tendo já em vista a constituição de uma “outra valência inovadora no âmbito

concelhio e distrital”, conclui o provedor.

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76 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

ação social | santa casa da misericórdia de vale de besteiros

A Santa Casa da Misericórdia de Vale de Besteiros é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), situada na vila de Campo de Besteiros, pertencente ao concelho de Tondela. A sua história remonta aos finais dos 70. Atualmente, conta com sete valências. Com cerca de setenta colaboradores, esta IPSS presta assistência a mais de duzentas pessoas, confecionando por exemplo, mais de quatrocentas refeições por dia.

contacto permanente com as necessidades dos Utentes

A instituição surgiu oficialmente em 1981, com a criação da Irmandade

da Santa Casa da Misericórdia de Vale de Besteiros. Contudo há que

salientar que anteriormente já tinham sido dados os primeiros passos que

visavam a sua constituição, como explica o provedor, Fernando Meneses,

“começámos por criar um infantário com seis funcionários e capacidade

para acolher vinte crianças. Contudo, passado um ano o edifício ardeu e

fomos obrigados a ir para o salão paroquial com as crianças. Tivémos de

nos reorganizar. Montámos uma cozinha e todas as condições necessárias

para dar continuidade ao nosso infantário”, relata o entrevistado, destacando

que “a tarefa de requalificação do edifício não foi fácil, foi muito complicado

a criação de uma Santa Casa da Misericórdia a seis quilómetros de outra.

Tivémos de persistir nos nossos objetivos e conseguimos. Hoje a nossa

Santa Casa é atípica e conta com sete valências multifacetadas”, frisa o

entrevistado.

As valências desta Santa Casa da Misericórdia passam pela infância

com creche e infantário, uma casa de acolhimento dedicada à infância

e juventude, já no que toca à terceira idade a Santa Casa dá resposta às

necessidades existente na região através do lar de idosos, do centro de

dia e do apoio domiciliário. Considerada uma instituição sui generis, dado

às diferentes valências que disponibiliza, a Santa Casa da Misericórdia de

Vale de Besteiros tem ainda uma empresa de inserção agrícola que surgiu

com o intuito de apoiar a reintegração de toxicodependentes e alcoólicos

na sociedade. No diz respeito ao apoio domiciliário a Santa Casa de Vale

de Besteiros presta apoio a 45 pessoas pertencentes à comunidade local.

A creche e o jardim de infância contam com 60 crianças, já o lar possui 32

jovens que têm entre 12 e 18 anos de idade. Já o lar de idosos da Santa

Casa possui alojamento coletivo, fornecimento de alimentação, cuidados

de saúde, higiene e conforto, bem como, animação social e ocupação dos

tempos livres dos seus utentes.

Com cerca de 70 colaboradores, esta IPSS do concelho de Tondela presta

assistência a mais de duzentas pessoas onde, por dia, são confecionadas

mais de quatrocentas refeições, apoiadas por duas cozinhas.

Apesar de contar com diversas parcerias como a Câmara Municipal de

Tondela, a Escola Industrial de Tondela, o Instituto de Enfermagem de Viseu

e a Escola Profissional de Torredeita, o provedor, Fernando Meneses, e o vice

provedor, Isaías Mateus, salientam a necessidade de novas instalações para

aumentar a capacidade de resposta aos seus utentes.

Questionado sobre os desafios inerentes à atividade a que se dedica, que

implicam a gestão de valências diversificadas, o interlocutor realça que “a

provedoria tem uma excelente relação com os funcionários, existe até um

ambiente familiar. É muito importante termos esta relação de proximidade. Fernando Meneses e Isaías Mateus Provedor e Vice-Provedor

Page 77: Revista Business Portugal | Maio '16

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 77

santa casa da misericórdia de vale de besteiros | ação social

Reconhecemos diariamente o trabalho

que a nossa equipa faz em prol dos outros

e em prol da nossa sociedade”, frisa o

entrevistado.

Futuro: acompanhar os desafios

Questionados sobre os projetos de futuro,

o entrevistado revela que a instituição está

atenta às necessidades atuais da população,

deste modo, “queremos alargar as nossas

valências para a área da demência,

um grande flagelo na nossa sociedade,

principalmente na população idosa. Nós

temos de estar atentos, para responder

eficazmente a essas necessidades.

Queremos acompanhar de perto os

problemas da nossa comunidade local.”

A missão da Santa Casa passa pelo

desenvolvimento de ações sociais, no sentido

de acompanhar as transformações sociais,

“temos muitos idosos e poucas crianças

e temos de nos adaptar à mudança desse

paradigma, apostando na qualificação dos

nossos serviços e na formação dos nossos

profissionais que zelam diariamente pelo

bem estar dos nossos utentes”, salienta o

provedor.

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78 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

ação social | santa casa da misericórdia de semide

Estivemos em Semide à conversa com João Mourato que, após um percurso político de vários anos, atualmente é o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Semide, uma das associações mais antigas do distrito de Coimbra.

“nós temos ajUdado mUito boa gente”

A Santa Casa da Misericórdia de Semide conta atualmente com 185 anos de existência e é

considerada uma das organizações mais antigas não só de Semide, mas de todo o distrito

de Coimbra. “A Misericórdia para além de ser a maior empresa social daqui é talvez das

entidades e associações mais velhinhas que há aqui”, expôs-nos João Mourato.

João Mourato, natural de Semide, está envolvido na Casa da Misericórdia desde 1973, tendo

sido presidente da Câmara da Mêda por 24 anos (1985 a 2009). Está neste momento no

seu segundo mandato como presidente da Assembleia Municipal de Miranda do Corvo e é

atualmente o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Semide.

A associação centenária conta neste momento com um centro de dia, serviço de apoio

domiciliário, uma creche, uma cantina social e uma loja social. São vários os utentes que

contam com os apoios prestados por parte desta entidade, estando 25 pessoas a frequentar o

centro de dia, 30 utentes a usufruir de apoio domiciliário, 40 crianças a frequentar a creche e

55 indivíduos a usufruir da cantina social.

Apesar de não ter lucro com as suas ações de ajuda, João Mourato não perde de vista o foco

pelo qual se guia a Santa Casa da Misericórdia. “Estamos aqui a cumprir o desígnio das obras

da Misericórdia: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, dar de vestir

a quem não tem roupa.”

Mais do que uma entidade que visa prestar apoio aos mais desfavorecidos, a Santa Casa da

Misericórdia de Semide é também empregadora de trabalhadores de várias áreas de estudo

e idades. João Mourato confirmou-nos que tem neste momento 25 trabalhadores a exercer

funções, assim como vários estagiários provenientes de áreas tais como história, educação e

vários assistentes sociais. “Tem passado por aqui muita gente boa, é pena é nós não termos

possibilidades de os empregar a todos.”

Apesar de João Mourato considerar que o serviço domiciliário da Santa Casa da Misericórdia

ser bastante vantajoso para os utentes idosos, está em vigor um projeto que visa criar

um lar. A iniciativa, denominada pelo provedor de ‘Projeto Executivo’, pretende ser um

acolhimento para cerca de 60 pessoas, esperando ainda empregar 20 a 25 pessoas que

ficarão responsáveis de prestar a assistência necessária. Além desta iniciativa, a Santa Casa

da Misericórdia tem em vigor um outro plano, em parceria com a Fundação ADFP, que visa a

criação de uma Universidade Sénior.

Uma característica que muitos desconhecem relativamente à Santa Casa da Misericórdia de

Semide, conforme nos revelou João Mourato é o facto de todos os membros pertencentes à

entidade agirem como uma Irmandade, sendo a religião um fator de união. Além dos apoios,

a organização costuma organizar iniciativas lúdicas, tais como sardinhadas, caminhadas,

peregrinação a Fátima onde participam tanto os “irmãos” como os utentes. Em agosto, as

Santas Casas de Coimbra marcarão presença na Romaria do Divino Senhor da Serra, uma

festa que decorre anualmente em Semide durante o mês de agosto. Este ano, a missa de

peregrinação das misericórdias será celebrada por D.Ximenes Belo.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 79

santa casa da misericórdia de almeida |ação social

A instituição completa daqui a quatro anos 500 de história, a Misericórdia de Almeida surgiu quando um escudeiro real da Coroa de D. Manuel I propôs a criação de uma Misericórdia no concelho. Durante largos anos, o propósito da instituição era o apoio à infância, hoje, as valências são várias e a mais recente, a unidade de cuidados continuados, foi inaugurada há quatro meses, em dezembro de 2015.

no caminHo da solidariedade Há qUase 500 anos

A Santa Casa da Misericórdia de Almeida, uma instituição histórica, tem ao longo dos tempos

acompanhado as necessidades da população. Localizada numa região histórica, a instituição

desempenhou também um papel importante durante as invasões francesas, época em que

a Praça Forte de Almeida era assediada constantemente, a Misericórdia de Almeida teve

uma participação muito ativa no campo da solidariedade, nomeadamente, nos socorros a

feridos. Atualmente, a Misericórdia é uma das instituições mais importantes do concelho,

sobretudo, pela diversas respostas sociais que presta à comunidade. Carlos Pereira, provedor

da instituição começa por destacar as valências existentes, “creche, jardim de infância,

estrutura residencial para idosos, com capacidade para 64 pessoas e acesso para utentes de

mobilidade reduzida. Temos ainda o lar de grandes dependentes, apoio domiciliário e a mais

recente, a unidade de cuidados continuados, vertente de longa duração e manutenção com

capacidade para 30 camas”, destaca. A misericórdia possui três edifícios distintos, assim,

inseridos na área da muralha de Almeida, encontra-se o antigo hospital, hoje lar dos grandes

dependentes e a Igreja da Misericórdia, fora estão situados os restantes. No que diz respeito

à nova valência, o entrevistado explica que “o edifício onde está instalada a nova unidade

de cuidados continuados foi um externato particular, depois o Estado adquiriu este espaço,

tornando-o uma escola pública. Mais tarde, foi construído um novo estabelecimento escolar

e este espaço ficou ao abandono, em degradação total, foi colocado em hasta pública várias

vezes. A dada altura a Santa Casa da Misericóridia adquiriu-o, sem saber ainda o que podia

fazer, mas pensando que poderia vir a ser utilizado em prol da comunidade e, efetivamente,

assim veio a acontecer, mantivémos a traça externa praticamente intocável, no fundo, foi feita

a reabilitação do edificío existente”, afirma. Neste momento, a lotação da unidade ainda não

está completa, mas dada a “falta de camas, em Portugal, é um modelo que ainda tem futuro

e portanto, em breve, pensamos ter a unidade a trabalhar na capacidade máxima”, refere o

provedor. Questionado sobre os novos estatutos da limitação de mandatos, o provedor afirma

que “concorda com esta nova realidade, frisando até que o anterior modelo é que não era

o correto”. Destacando o papel dos vários responsáveis que já passaram pela Misericórdia

de Almeida, Carlos Pereira frisa que “tudo o que nós conseguimos não se deveu apenas aos

provedores e às mesas administrativas, claro que tiveram o seu mérito, mas há aqui também

que salientar, o trabalho e dedicação dos funcionários, ao longo destes anos. Continuamos

hoje, apesar de toda a oferta existente na região, com listas de espera, portanto, quer dizer

que as pessoas estão satisfeitas com os nossos serviços”. Futuramente, o provedor espera

que a instituição continue a ser uma referência na região e que seja “possível ocupar na

totalidade a nova unidade de cuidados continuados”, conclui.

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reira

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vedo

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ação social| santa casa da misericórdia de penacova

Com 90 anos de história, a Santa Casa da Misericórdia de Penacova não é apenas uma instituição prestigiada, de créditos firmados, com uma tradição de intervenção como poucos se podem orgulhar de ter, é também uma grande protagonista do presente. A comprovar isso mesmo está o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por esta instituição em todas as suas valências.

Uma institUição aberta à comUnidade

Ao longo dos seus 90 anos de existência, a Misericórdia de Penacova tem revelado uma

extraordinária capacidade de se renovar e de atualizar o seu lugar na sociedade, preconizando

uma ação incansável junto da população.

Atualmente, a Misericórdia de Penacova tem em funcionamento, na Vila de Penacova,

as seguintes respostas sociais: estrutura residencial para idosos, centro de dia, apoio

domiciliário, cantina social e creche, que se dividem entre a sede da instituição e polo

de Carvalho, sendo que as valências dedicadas à terceira idade têm um universo de 80

idosos. Quanto à valência dedicada às crianças, esta possui um berçário dos quatro meses

ao um ano, uma sala para crianças com 1-2 anos e outra 2-3 anos. As 20 crianças que

frequentam a creche possuem um plano individual que é definido, no início de cada ano

letivo, e monitorizado periodicamente com os pais. Esta resposta social assegura não só o

bem-estar como também proporciona atividades lúdico-pedagógicas importantes para o

desenvolvimento global das crianças.

José António Amaral fala ainda nas atividades intergeracionais, um projeto que surge

na sequência de uma necessidade de minorar o afastamento e esquecimento dos mais

velhos pelas camadas mais jovens. Assim, esta instituição tem exercido uma intervenção

estruturada e complementar nesta temática, porque os seniores gostam de partilhar as

suas histórias e vivências com os mais pequenos. De acordo com José António Amaral,

Provedor da Misericórdia de Penacova, as cantinas sociais têm como objetivo minimizar a

situação de carência social no âmbito alimentar do concelho, garantindo o acesso a refeições

diárias aos que mais necessitam. “Abrimos ao público uma nova valência, a Rede Local

de Intervenção Social (RLIS), cuja criação tem na sua génese a intervenção articulada e

integrada de entidades públicas e privadas no desenvolvimento da ação social”, revela José

António Amaral, lembrando que o Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social da RLIS

entrou em funcionamento em janeiro de 2016. Os locais de atendimento estão sediados

em Carvalho, Figueira de Lorvão, Frúmes, Oliveira do Mondego, Lorvão, Paradela, S. Paio do

Mondego, S. Pedro de Alva, Sazes do Lorvão e Travanca do Mondego. “Estando próximo das

pessoas, conseguimos perceber mais facilmente as suas necessidades, daí esta abertura à

comunidade através das juntas de freguesias e outras instituições de solidariedade social”,

consubstancia. Para fazer face aos desafios diários que uma instituição desta natureza

tem que enfrentar, a Misericórdia de Penacova conta coma dedicação e entrega dos seus

colaboradores. “Felizmente, temos pessoas altamente qualificadas. Temos 42 funcionários,

mais 4 POC’s (Plano Ocupacional de Emprego) e entre eles, temos uma equipa técnica

multidisciplinar que satisfaz as necessidades da instituição: técnica de serviço social,

enfermeiros, psicóloga, animadoras e educadores de infância”, realça o provedor.

A importância das misericórdias

As misericórdias são instituições centenárias que têm vindo a ver o seu trabalho reconhecido

ao longo dos tempos, quer na erradicação da pobreza, quer no combate à crise. “As

misericórdias, a maior parte delas não sendo ricas, têm tido disponibilidade para fazer face

a este contexto de crise que vivemos. Não é fácil apoiar os que mais precisam, porque nos

últimos tempos, o número de pessoas com carências sociais têm vindo a aumentar”, avança.

As misericórdias têm uma tradição de intervenção social incontornável, tendo feito bastante

em prol do nosso país, no entanto “estas instituições têm as suas próprias necessidades e

os seus próprios défices de capital disponível”, acentua o nosso entrevistado, acrescentando

que, em termos financeiros e económicos, cada instituição tem-se socorrido dos apoios

possíveis que vão aparecendo e a Misericórdia de Penacova não é exceção. José António

Amaral adianta que, brevemente, a estrutura residencial para idosos vai ser intervencionada,

recorrendo ao Fundo Rainha Leonor, no sentido de aumentar a sua capacidade para 50

utentes. As obras vão avançar brevemente e o investimento previsto é de 500 mil euros.

A Misericórdia de Penacova é proprietária do antigo hospital, que se encontra completamente

devoluto, mas existe o desejo de poder avançar com um projeto de intervenção social

distintivo. Por outro lado, “a nossa instituição é sócia maioritária do Hotel Penacova, uma

unidade que está encerrada e que nos tem trazido diversos constrangimentos. O nosso maior

desejo é que aquela estrutura continuasse como hotel, para que Penacova tivesse uma

oferta de qualidade, existem conversações nesse sentido, mas nada de concreto”, recorda o

provedor.

Um espírito de missão

José António Amaral é provedor da Misericórdia de Penacova desde janeiro de 2015, no

entanto a sua ligação à instituição é antiga, isto porque foi funcionário durante 30 anos.

“Entrei como escriturário e saí como diretor coordenador, por isso tenho um conhecimento

perfeito da instituição. As minhas funções atuais são o cúmulo dos anos que estive como

funcionário nesta instituição. Faço-o com muito gosto, de forma voluntária, mas sempre com

grande alegria e com vontade de fazer sempre mais”, remata o provedor.

Com 90 anos de história, a Santa Casa da Misericórdia de Penacova não é apenas uma instituição prestigiada, de créditos firmados, com uma tradição de intervenção como poucos se podem orgulhar de ter, é também uma grande protagonista do presente. A comprovar isso mesmo está o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por esta instituição em todas as suas valências.

Uma institUição aberta à comUnidade

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Associação Coutoense | ação social

A Associação de Solidariedade Social, Cultural e Recreativa Coutoense desde 1989 que é reconhecida como uma Instituição Particular de Solidariedade Social tratando de providenciar aos mais desfavorecidos, o conforto que nem sempre têm possibilidade de ter.

“consegUimos fazer a diferença, mas ainda Há mUito para fazer”

A Revista Business Portugal viajou até Couto de Cima em Viseu, onde teve a oportunidade de

estar à conversa com António Martinho, atual presidente da direção desta IPSS que já exerce

a sua atividade desde os anos 80. Inicialmente, a Associação Cultural, Desportiva e Recreativa

Coutoense focava-se mais numa dinamização cultural, com um Grupo de Cantares e uma

Tuna. Foi em 1989, após uma remodelação dos seus estatutos, que passou a ser reconhecida

como uma IPSS, começando por ter um jardim de infância, atividades de tempos livres, centro

de dia e apoio ao domicílio.

Atualmente, a Associação Coutoense conta também com cantina social e uma estrutura

residencial para idosos que surgiu em 2012, inteiramente por conta da direção. Este serviço

em particular é bastante requisitado, tendo vários pedidos para admissão de novos utentes

todas as semanas. “De 2012 para cá, temos o lar completamente lotado. A procura continua

a ser maior que a oferta”, revelou-nos António Martinho.

Ao todo, a associação conta neste momento com cerca de 175 utentes em todas as suas

vertentes. No que toca às crianças, contam-se 26 no jardim de Infância e 32 no ATL. Já no

caso dos idosos, 20 frequentam o centro de dia, 40 utilizam a cantina social e 26 contam com

apoio ao domicílio. Além dos serviços, a Associação Coutoense organiza atividades diárias,

assim como celebra várias festividades (nomeadamente o São Martinho, o Natal, o Carnaval,

o dia do pai, o dia da mãe e a festa de fim do ano letivo) e até uma “Festa da Família” na qual

se juntam os familiares dos utentes. Além disso, a instituição organiza visitas de estudo para

as crianças, assim como passeios em vários pontos do país para os idosos.

Quando perguntamos pela motivação que leva António Martinho a estar na frente desta

organização, o presidente da Associação Coutoense indica a “paixão” por aquilo que faz.

“Vivemos num meio pobre em que a maioria da população é de idade avançada, muitas

pessoas não têm condições nas suas casas, tanto condições de habitabilidade como de apoio

familiar, vivendo sós e isoladas. Portanto temos que fazer este trabalho, uma vez que o Estado

também não pode chegar a todo o lado. A sociedade civil também tem obrigação de contribuir

para que todas estas pessoas tenham um nível de vida melhor”. António Martinho reconhece

que o futuro das IPSS em Portugal está num estado delicado e que o futuro destas instituições

“não será muito risonho. Mas acho que toda a sociedade e o próprio Estado têm a obrigação

de as ajudar.” Não fossem as IPSS do país, a crise porque passámos e que ainda não está

totalmente ultrapassada, os problemas sociais teriam tido uma muito maior dimensão”.

No que toca a projetos futuros, António Martinho revelou-nos que assim que as

condições financeiras o permitirem, pretende construir um parque de lazer no exterior do

estabelecimento. Até lá, o presidente da Associação Coutoense aproveitou para deixar uma

mensagem aos seus utentes: “Acreditem em nós. Toda a equipa, desde os órgãos sociais aos

colaboradores do quadro de pessoal, cerca de 50 elementos, está cá para vos servir.”

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ação social | Centro Paroquial de Canas de Santa Maria

Como surge o Centro Paroquial de Canas de Santa Maria?

O inicio do Centro Paroquial começou no final da década de 50, quando o pároco de então

Padre António Coimbra, numa visão empreendedorista como se diz hoje, fez nascer uma

obra de grande projeção humanitária. Sem apoios oficiais, apenas com engenho e arte dele,

e dos paroquianos que generosamente foram solicitados e conquistados para esta nobre

tarefa, foi construído um edifício muito bem elaborado para a época, sobretudo o grande salão

paroquial que ao longo deste tempo foi palco da realização da vida cultural e comunitária da

paróquia e freguesia de Canas de Santa Maria. Só para termos uma ideia da dimensão da

obra humanitária do então Centro Paroquial ficam alguns números: por ano eram servidos

em média 8.700 refeições de leite e pão e quase 10.000 almoços na então sopa dos pobres

e cantina escolar. O nosso tesoureiro Fernando Natal não se cansa de referir que a primeira

vez que comeu manteiga foi no tempo do Padre Coimbra na catequese. Mas esta obra foi

sempre crescendo. Em 1962 foi inaugurado o posto clínico de assistência materno-infantil

e sete meses depois já tinham sido assistidos 259 utentes, realizadas 76 consultas, 161

tratamentos, ministradas 67 injeções e 577 vacinas. Mas a formação humana e moral,

também uma preocupação do Centro Paroquial, estiveram sempre associados à promoção

social e intelectual da população, por isso eram realizadas aulas de formação sobretudo para

as jovens mulheres, bem como foi sempre promovido iniciativas culturais de recreio e lazer

levados a cabo no salão de festas. Também quando nasceu a RTP a população de Canas

pode ter acesso a tão importante acontecimento porque sobretudo aos domingos podiam

ver a televisão que estava no Centro. O Centro Paroquial tornou-se desde essa época no

verdadeiro motor de desenvolvimento da comunidade. É o coração da paróquia.

A evolução social e económica registada após a década de 70, sobretudo após o 25 de

abril, foi dispensando a componente assistencial do Centro Paroquial que esmoreceu a sua

função dinamizadora da comunidade, mas o mesmo espírito de serviço baseado na lição

dos Evangelhos fez com que o atual pároco Padre João Dinis, que está na paróquia há 42

anos, por sua intervenção tornou-se possível a vinda em 1989 da comunidade religiosa das

Missionárias Filhas do Coração de Maria que vão dar outro impulso ao nosso Centro. Inicia-

se, assim em 1989 formalmente a criação da IPSS – Centro Paroquial de Canas de Santa

Maria, que celebra acordos de cooperação com o Centro Regional da Segurança Social para

as valências da creche, centro de dia, apoio ao domicílio e ATL. Celebrou, em 2015, bodas

Abordando a temática da ação social, cada vez mais presente no nosso país, a Revista Business Portugal visitou o Centro Paroquial de Canas de Santa Maria, em Tondela, e encontrou um projeto muito centrado no apoio ao próximo e à sua população.

26 anos ao serviço da popUlação

de prata, vinte e cinco anos ao serviço da vida. A dinâmica e o próprio desenvolvimento social

de Canas de Santa Maria e freguesias limítrofes tornou pouco funcional o edifício construído

na década de 50 e assim, a direção entendeu construir novo edifício, apetrechado para uma

melhor resposta em termos logísticos às necessidades sentidas. Assim, em 2005 inicia-se a

construção do novo edifício do Centro Paroquial ao lado das instalações iniciais, apenas com

os apoios da Câmara Municipal de Tondela e com generoso apoio e carinho de quantos foram

solicitados e conquistados para fazer nascer este novo edifício, bem como o empréstimo

assumido pela direção, no valor de trezentos mil euros, junto de uma instituição bancária. A

obra finalizada, com todos os equipamentos sociais, ficou em cerca de um milhão e oitocentos

mil euros. Em 2007 as valências da creche, centro de dia e apoio domiciliário já estavam a

funcionar no novo edifício, ficando ainda por concluir o lar de idosos, uma valência justificada

pelas necessidades sentidas pela instituição, no que diz respeito à carência de apoio familiar

dos idosos, e depois porque se entendeu que os mais idosos da nossa terra, deveriam ficar

num ambiente familiar e de vizinhança sem o estigma da desenraização tão desumana nesta

idade. Nesse mesmo ano, iniciou-se nova valência do jardim de infância, em substituição do

ATL que deixou de ser protocolado pela Segurança Social, pelo facto do período escolar ter

sido alargado até às 17h30.

Em 2013 ficou concluído o espaço da resposta social de lar com 21 camas que de imediato

ficou preenchido, na maioria por pessoas da nossa vila. Mas a obra é dinâmica, há sempre

mais a fazer para que as necessidades de quem nos procura sejam prontamente respondidas,

tornando mais suave e mais fácil a vida dos nossos utentes e familiares. Adquirimos por isso,

novas carrinhas, novos materiais didáticos e contratualizamos mais colaboradores externos,

como sejam o médico, fisioterapeuta, os professores de músicas e de ginástica, criámos

espaços de lazer para os nossos idosos e parque infantil para as nossas crianças.

Com que tipos de serviços e atividades podem contar os vossos utentes? Quantas

pessoas têm neste momento a usufruir daquilo que o vosso Centro tem para oferecer?

Neste momento no apoio à infância temos a creche que se divide em berçário, sala de 1 e

2 anos, sala de 2 e 3 e jardim de infância. No apoio aos idosos temos centro de dia, apoio

domiciliário de segunda a domingo e lar de idosos. Os serviços que prestamos não podem ser

definidos apenas e só com a palavra ‘serviço’. Nós temos como suporte da nossa atividade

a dimensão de missão, além dos serviços básicos contratualizados, temos a capacidade de

dar, ouvir e estar na vida dos nossos utentes, como mandam os Evangelhos. É habitual de

noite, de dia ou no fim de semana as pessoas procurarem o Centro Paroquial na pessoa das

Irmãs porque sabem que todos se esforçam para resolver os seus problemas. Por isso, temos

ginástica, fisioterapia e muitas saídas culturais para o teatro, cinema e para exposições na

cidade de Tondela para os mais idosos bem como procuramos relembrar e viver as tradições

da sua vida passada como seja os santos populares, com as sardinhadas, magustos, etc., e

para as crianças temos aulas de música e ginástica infantil bem como passeios anuais, assim

como atividades decorrentes do ano letivo, festas de natal, final de ano e temáticas.

Também somos parceiros do Município na componente de apoio à família, à escola e jardim

de infância público de Canas, fornecemos os almoços escolares às crianças que frequentam

este ensino, num total de 67 refeições diárias. Felizmente no nosso território não temos casos

graves de carências sociais, mas mesmo assim apoiamos gratuitamente dois indivíduos e

temos ainda três refeições diárias em cantina social.

Somos também parceiros do Banco Alimentar para a zona. Relativamente à segunda parte da

questão temos em creche 30 crianças e em jardim de infância, 20. No centro de dia, 20, no

apoio ao domicílio, 25 e no lar 21.

Direção

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Centro Paroquial de Canas de Santa Maria | ação social

Quantas pessoas colaboram com vocês no presente? Que tipo de pessoas têm a

trabalhar com vocês?

Funcionários temos 37, se contarmos com o trabalho voluntário da direção temos mais cinco

pessoas e temos em média três voluntários da comunidade paroquial, por ano diariamente.

Em média são pessoas jovens, residentes na freguesia, com um grande espírito de missão,

são dedicadas e voluntariosas, não baixam os braços e participam ativamente em todas as

atividades do Cento Paroquial e da paróquia, conhecemo-nos todos e provavelmente somos

todos família. Temos licenciados, (psicóloga, educadoras de infância, educadora social, e

enfermeiro), cozinheiros, ajudantes de cozinha, ajudantes de ação educativa, ajudantes de

ação direta, escriturários e também temos dentro dos nossos colaboradores outros com

contrato emprego apoiado, pessoas com deficiência ou incapacidade.

O que sentem que mudou nos últimos 25 anos, desde a génese até ao momento? Que

tipo de feedback têm recebido relativamente ao vosso trabalho?

O que mudou mais foi a dimensão da organização. Passámos de seis colaboradores para

37, aumentado a nossa capacidade de resposta, os nossos equipamentos, de uma carrinha

passámos a ter cinco, e passámos de uma organização mais ou menos familiar para uma

organização mais estruturada. Quanto à segunda questão temos tido um feedback muito

positivo, mas o que mais no motiva é o carinho e o apoio da população de Canas que nos

momentos bons e nos momentos maus está connosco. Temos a noção, sem exageros que

somos no concelho de Tondela uma instituição de referência e isso nota-se nos nossos

almoços-convívios anuais em que para além dos habitantes de Canas também outros amigos

de outras freguesias do concelho estão connosco.

O que torna a vossa IPSS única em relação a outras instituições que se foquem na

mesma atividade?

A presença desde o início da comunidade das Missionárias Filhas do Coração de Maria,

as Irmãs como são conhecidas. O nosso Centro é conhecido como ‘lar das freiras’,

carinhosamente o Centro Paroquial são as freiras com tudo o que elas representam, a

disponibilidade, o carinho, a atenção e bem-fazer. É habitual a população partilhar com o

Centro e com as Irmãs as suas vidas traduzidas nos produtos que produzem, nas festas

familiares em que estão presentes, etc.

Têm algum projeto futuro em mente para a vossa instituição?

Sim, acalentamos a esperança de vir a adquirir um terreno adjacente às nossas instalações

para que os vindouros possam aumentar a capacidade de resposta social do Centro Paroquial

e também para os presentes possam ter mais espaço para as atividades normais de uma

grande casa de família como é o Centro Paroquial. Os habitantes e naturais de Canas de

Santa Maria deixaram e deixarão para os vindouros a prova da sua capacidade e honraram

a memória de quem há 50 anos, acreditou que o futuro será sempre melhor, se não

adormecermos sobre o passado.

Direção:

Presidente – Pe. João Dinis Lopes Figueiredo

Vice-Presidente – Maria José Marques Loureiro de Jesus

1º Secretários – Maria Fernanda Rebelo de Figueiredo Natal

2º Secretário – Paula Cristina Antunes Dinis

Tesoureiro – Fernando Carlos Cardoso Natal

Conselho Fiscal

Presidente – Felisberto Henriques Gomes de Figueiredo Marques

1º Vogal – José Agostinho Martins Marques

2º Vogal – Ilda Antunes Gonçalves Silva Gomes

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