52
1 - Revista do Câncer Câncer Câncer Hospital Santa Paula apresenta seu Instituto de Oncologia Atualidade Que sistema de saúde nós queremos ter? Artigo Reflexões sobre a saúde Panorama da Oncologia Nacional Volume XI- nº 24 - ano 2015 revista do

Revista do Câncer - Especial Hosp Sta Paula

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição especial sobre o Centro de Oncologia do Hospital Santa Paula

Citation preview

1 - Revista do Câncer

CâncerCâncerHospital

Santa Paula apresenta seu

Instituto de Oncologia

Atualidade

Que sistema de saúde nós queremos ter?

Artigo

Reflexões sobre a saúde

Panorama da Oncologia Nacional

Volu

me

XI-

nº 2

4 -

ano

2015

revista do

2 - Revista do Câncer

3 - Revista do Câncer

EditorialEditorial

Esta edição é dedicada ao empreendedorismo da equipe do Hospital Santa Paula pela fun-dação do moderno centro de Oncologia onde a gestão técnica foi entregue aos profissionais de oncologia do Hospital Sírio Libanês resul-

tando em um profícuo trabalho junto aos pacientes de câncer do Instuto de Oncologia do Hospital Santa Paula - IOSP.

No andar de convivência foi instalado um Sino que é tocado pelo paciente no término do tratamento. No Sino consta a seguinte frase: “Toque este sino três vezes bem alto, assim todos vão saber que o meu tratamento foi concluído, esta fase acabou e vou seguir meu caminho”. No dia 11/06/2013 as 16:40 h o Sino foi tocado pela primeira vez.

E assim o Hospital Santa Paula e o Instituto de Oncologia vem crescendo e ofrecendo aos seus pacientes o que há de mais atual no tratamento das diversas especialidades que o hospital oferece e em especial a Oncologia.

Além dessa matéria especial, apresentamos uma pes-quisa sobre o “Consumo da Carne em relação ao câncer” e um Artigo do Dr Drauzio Varella “Reflexões sobre a Saúde”, temos tambem outros artigos e Opiniões médicas sobre divresos assuntos assim como notícias atuais do setor médico nacional e internacional.

Contamos com a sua sugestão sobre quais assuntos de-veriamos abordar em nossa proxima edição.

Desejamos uma boa leitura a todos.

O Editor

Vou seguir meu caminho...

4 - Revista do Câncer

Sumário

f

Onconews...................................................................................................... 06

Palavra do PresidenteDr. George Schahin ...................................................................................... 16

Matéria de CapaEspecial Hospital Santa PaulaInstituto de Oncologia do Hospital Santa Paula .......................................18

Pesquisa

Relação entre câncer e o consumo de carne...............................................38

AtualidadesQue sistema de saúde nós queremos ter? .................................................40

Saúde PúblicaMapa do Câncer de Intestino no Brasil .......................................................42

Artigo

Reflexões sobre a saúde...............................................................................46

Próteses Mamárias........................................................................................50

Câncer

5 - Revista do Câncer

Diretor e EditorDr. José Márcio da Silva Araú[email protected]

PublicidadeGilberto [email protected]

Administração e CirculaçãoYvete [email protected]

Relações Externas Ariadne De Marchi

Produção e PublicaçãoLucida Artes Gráficas [email protected]

Fotografia Assessoria de Imprensa do HSP e Arquivos

CorrespôndenciaRua Carneiro da Cunha, 212 sl 1Vila da Saúde

ContatoFone - 11- 2339-4710Fax - 11 - 2339-4711

AgradecimentosSra. Paula Gallo - Diretora de Marketinge Assessoria de Imprensa do HSP

As opiniões expressas ou artigos assinados são de responsabilidade

dos autores

Conselho Editorial

• Dra. Lair Barbosa de Castro Ribeiro (in memurium)

• Dr. Adonis Reis L. de Carvalho (in memurium)

• Dr. João Carlos G. Sampaio Góes• Dra. Clarissa Cerqueira Mathias• Dra. Gildete Lessa• Dra. Maria Lúcia M. Batista

Câncerrevista do

Panorama da Oncologia Nacional

Câncer

Expediente

Volume XI - nº 24 - ano 2015

f

Onconews...................................................................................................... 06

Palavra do PresidenteDr. George Schahin ...................................................................................... 16

Matéria de CapaEspecial Hospital Santa PaulaInstituto de Oncologia do Hospital Santa Paula .......................................18

Pesquisa

Relação entre câncer e o consumo de carne...............................................38

AtualidadesQue sistema de saúde nós queremos ter? .................................................40

Saúde PúblicaMapa do Câncer de Intestino no Brasil .......................................................42

Artigo

Reflexões sobre a saúde...............................................................................46

Próteses Mamárias........................................................................................50

Câncerrevista do

6 - Revista do Câncer

Onco News

Hospital de Câncer de Barretos

inaugura sala de cirurgia robótica

O Hospital de Câncer de Barretos inau-gurou, em 17 de novembro, a sala de cirurgia robótica, que vai realizar pro-

cedimentos de urologia, digestivo alto e baixo e ginecologia operados pelo robô “Da Vinci”. O aparelho foi comprado e entrou em atividade no centro cirúrgico da instituição por meio de uma doação feita pela família Cutrale, efetiva-da por meio do incentivo fiscal do Programa Na-cional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon).

O médico cirurgião oncológico, Eliney Faria, é um dos profissionais que vai realizar proce-dimentos usando o “Da Vinci”. Segundo ele, o grande diferencial do robô é que ele oferece uma visão 3D, duas fontes de luz e liberdade de movimentos, que faz com que a cirurgia seja mais precisa. “No caso da urologia, em uma ci-rurgia de retirada de próstata, a cirurgia robó-tica diminui os riscos de o paciente ter seque-las, como incontinência urinária e impotência sexual”, explicou.

Os curativos TenderWet e HydroTac da Bace, empresa do grupo alemão Hartmann, utilizam a Hidroterapia

como conceito inovador para o tratamento de feridas complexas com dificuldade de evolução e cicatrização. Através da terapia úmida, os dois produtos são indicados para o tratamento em duas etapas, sendo o TenderWet ideal para a fase inflamatória e proliferativa, agindo na la-vagem, absorção, limpeza e ativação da área em tratamento.

Em um segundo momento, o HydroTac é utilizado como complemento para a fase de granulação e de epitelização, tendo em vista que hidrata, absorve, protege e estimula a ci-catrização da ferida. A eficácia do tratamento é resultado da tecnologia especial de hidrogel, que possibilita proteção e ambiente úmido de forma balanceada e equilibrada, além de con-tar com ação bacteriostática, não apresentan-do contraindicações de uso. Mais informações: www.bace.com.br

Curativos a base de Hidroterapia

Novozymes tem lucro líquido de US$ 395 milhões em 2014

A Novozymes, empresa dinamarquesa de enzimas e biotecnologia, divulgou ter tido um lucro líquido de 2,53 bilhões de coroas dinamarquesas (cerca de US$ 395 milhões) em 2014, 15% mais que em 2013.

As vendas totais no ano somaram 12,43 bilhões de coroas dinamarquesas, com alta de 6% na comparação com o ano anterior. O lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de 3,38 bilhões de coroas dinamarquesas ante 2,9 bilhões de co-roas dinamarquesas em 2013.

“2014 foi um bom ano para a Novozymes, com 7% de crescimento orgânico nas vendas e recorde na margem Ebit. O setor de bioenergia foi o direcionador deste crescimento, enquanto o segmento de bebidas e alimentos e cuidados domésticos foram menores”, disse o CEO da em-presa, Peder Holk Nielsen, na divulgação dos resultados. “Em meio a uma recuparação lenta e a mercados voláteis, esperamos que 2015 seja outro ano bom para a Novozymes”. Fonte: Valor Econômico

7 - Revista do Câncer

8 - Revista do Câncer

Executivos de companhias da área de saúde estão entre os mais otimistas com a evolução dos negócios em 2015,

segundo uma pesquisa global feita pela EIU (Economist Intelligence Unit) a pedido da consul-toria Accenture.

Entre os profissionais da área, o nível de con-

fiança ficou em 52% -resultado da diferença en-tre os que esperam melhores condições neste ano em relação aos que preveem uma piora.

O setor de saúde foi seguido pelos segmen-

tos de telecomunicações (44%), serviços finan-ceiros (42%), automotivo (42%), energia (39%)

Troca de Comando

O grupo Sanofi, do setor de saúde, tem novo diretor-geral no Brasil. Pius Hor-nstein está desde 1º de janeiro à fren-

te das duas maiores operações farmacêuticas da empresa no país, a Sanofi Farma e a Medley.

Até o fim de 2014, o executivo, de origem suí-ça, atuava como vice-presidente da companhia na Turquia e no Oriente Médio. O grupo Sanofi emprega 5.200 funcionários no Brasil. Fonte: Folha de São Paulo

e varejo (38%).

Na análise por regiões, os executivos da Ásia-Pacífico foram os mais otimistas (51%). Na América Latina, o índice ficou em 35%, à frente apenas dos dirigentes baseados no Leste Europeu (25%).

Entre as maiores preocupações citadas pe-

los consultados, riscos econômicos e políticos, além da escassez de talentos, apareceram nas primeiras colocações.

Foram entrevistadas 1.501 pessoas para o

estudo. Fonte: Folha de São Paulo

Saúde na frente

Pfizer volta às aquisições e oferece US$ 17 bilhões

para ficar com Hospira

A Pfizer anunciou sua maior transação desde a infrutífera oferta pela Astra-Zeneca, acertando a compra da fa-

bricante de medicamentos injetáveis estéreis e biossimilares, em negócio avaliado em cerca de US$ 17 bilhões. Fonte: Valor Econômico

Eurofarma compra fatia de 3% do laboratório

americano Melinta

A Eurofarma, multinacional farmacêu-tica de origem brasileira, comprou uma participação de 3% no capital da

americana Melinta Therapeutics, em uma tran-sação que engloba ainda o direito de comercia-lização no país de um medicamento inovador usado no tratamento de infecções graves.

Por meio do acordo, de cerca de US$ 15 mi-lhões, a Eurofarma distribuirá no mercado bra-sileiro, provavelmente a partir de 2017, a droga delafloxacina, cujas pesquisas, conduzidas pelo laboratório americano, já estão em fase avan-çada. Fonte: Valor Econômico

Para divulgar seus produtos e/ou serviços

envie seu texto para

[email protected]

Onco News

9 - Revista do Câncer

Sobreviventes de câncer colorretal com so-brepeso ou obesos antes do diagnóstico têm um risco significativamente maior de

ser diagnosticados com um segundo tipo de câncer relacionado à obesidade, em comparação com os sobreviventes da doença que apresentam peso nor-mal ao diagnóstico.

É o que mostra estudo publicado pelo JCO que correlaciona o índice de massa corporal e o risco de um segundo câncer associado à obesidade entre sobreviventes de câncer colorretal.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Evânius Wiermann, o estu-do reforça orientações já existentes. “Hoje temos da-dos suficientes para entender que a obesidade, prin-cipalmente relacionada com a síndrome metabólica, aumenta a incidência de alguns tumores”, afirma.

O estudo traz uma análise prospectiva e consi-derou dados de 11.598 sobreviventes de câncer in-

testinal; Nessa amostra, examinou certos tipos de câncer relacionados à obesidade, incluindo câncer de mama pós-menopausa, rim, pâncreas, adeno-carcinoma de esôfago e de endométrio.

As conclusões mostram que no grupo com sobre-peso, o risco de um segundo câncer foi 39% maior, alcançando 47% de risco entre os que apresenta-vam obesidade ao diagnóstico.

Segundo o especialista, uma dieta mais orienta-lizada, com mais grãos integrais, menos carboidra-tos, proteína vermelha e gordura, também contribui para menor chance de recidiva desse câncer depois de ocorrido. “Não só vai reduzir a chance de um se-gundo tumor mas também de uma recidiva clara em relação ao tumor que já se tem. Na verdade te-mos mais dados relacionando à dieta com a recidi-va da doença do que com a doença primária”, diz.

A pesquisa foi liderada por Todd M. Gibson, do Saint Jude Children’s Research Hospital, em Memphis.

Câncer colorretal, obesidade e risco de segundo câncer

10 - Revista do Câncer

A farmacêutica suíça Roche divulgou nessa semana os resultados do es-tudo Gadolin, que trouxe resultados

positivos para o uso de obinutuzumabe em pacientes com linfoma não-Hodgkin indolente que são refratários ao tratamento com rituxi-mabe.

O estudo de fase III envolveu 413 pacientes cuja doença progrediu durante ou após o uso do rituximabe.

A pesquisa mostrou que as pessoas viveram significativamente mais tempo sem progres-são da doença e aumentaram a sobrevida livre de progressão quando tratadas com o medi-camento obinutuzumabe mais bendamustina seguido por obinutuzumabe sozinho, em com-paração com tratamento apenas com benda-mustina.

Os dados finais de Gadolin ainda estão em fase de conclusão e devem ser apresentados em breve às principais agências reguladoras do mundo, para que possa ser adotado como tra-tamento para este tipo de pacientes.

Roche apresenta resultados do

estudo Gadolin

ASCO anuncia posição sobre cigarros eletrônicos

A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, na sigla em inglês) lan-çou uma orientação sobre as políticas

acerca do uso de cigarros eletrônicos. Alvos de bastante polêmica desde que começaram a se popularizar, este tipo de produto é apontado tanto como uma alternativa interessante ao ci-garro tradicional, por provocar menores danos aos pulmões, quanto como um risco em poten-cial por, muitas vezes, ser o primeiro contato de jovens com o tabaco ou por atrair de volta ao fumo pessoas que conseguiram se livrar de tal vício.

Entre as recomendações desenvolvidas pelo grupo de trabalho responsável pelo estudo da questão, estão pontos como a necessidade de regulamentação estatal sobre a produção e venda dos cigarros eletrônicos, bem como a necessidade de registro junto aos órgãos de vigilância sanitária e a proibição de venda e marketing voltados para crianças e adoles-centes. A entidade também orienta que o uso dos cigarros eletrônicos não seja liberados em ambientes em que vigora a proibição do cigarro tradicional.

O consumo regular de álcool e tabaco pode levar a uma ampla gama de problemas de saúde bastante conhecidos, como câncer e cirrose, mas pesquisadores brasileiros mos-traram que essas drogas também vitimam centenas de espécies... de bactérias da boca.

Quem é fumante perde cerca de 35% da biodiversidade bacteriana bucal (que pode chegar a 700 espécies diferentes de micróbios).

Já quem consome bebidas alcoólicas e fuma fica sem 20% das espécies da "flora" da boca, mostra a análise feita por especialistas do A.C. Camargo Cancer Center e da USP. (A análise não incluiu pessoas que apenas bebem, mas não fumam.)

Fumar mata 35% das bactérias da boca

Onco News

11 - Revista do Câncer

O Programa de Oncobiologia da UFRJ lançou, em janeiro, novo edital para selecionar 15 projetos na área de

câncer de pesquisadores filiados ao Programa. Os auxílios de pesquisa serão oferecidos duran-te o período de 12 meses e financiados com recursos da Fundação do Câncer, que totalizam R$ 225 mil.

O Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis da UFRJ, ao qual o Programa de On-cobiologia é vinculado, oferece dez bolsas para pesquisadores com mais de 10 anos de douto-ramento e cinco para aqueles com até 10 anos de conclusão de doutorando. O auxílio para cada pesquisador é de R$ 20 mil.

Os interessados em concorrer devem per-tencer ao Programa e encaminhar seus proje-

tos, até o dia 14 de março, para o e-mail [email protected]. O envio do material deve obedecer às regras do edital. O resultado deverá ser divulgado até maio deste ano. Para mais informações sobre o regulamento, aces-se: http://www.oncobiologia.bioqmed.ufrj.br/oportunidades_editais.asp. Aqueles que foram agraciados em 2014 e possuem projeto vigente não poderão concorrer.

O Programa de Oncobiologia é uma rede in-tegrada que conta com 300 pesquisadores no Rio de Janeiro e participação de instituições na-cionais e internacionais. Com 41 grupos e deze-nas de projetos, já recebeu cerca de R$ 2,7 mi-lhões em investimentos da Fundação do Câncer desde 2005. A maior parte da verba é aplicada em bolsas de auxílio a pesquisas.

Fundação do Câncer investe R$ 225 mil em auxílio a pesquisas

12 - Revista do Câncer

No dia Mundial de Combate ao Câncer, especialistas destacam como a deter-minação e a vontade de viver fazem

toda a diferença no tratamento. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), guardar ressentimento, mágoa, raiva e até segredos não compartilhados pode causar câncer. Durante o tratamento, otimismo e bom humor são fundamentais na cura do paciente.

Quem reforça isso é o presidente da SBOC – Regional Minas Gerais, Dr. Leandro Alves Ramos. Para o Dr. Leandro, a pessoa tem que ter em mente que ela está em tratamento, por mais que seja uma fase difícil. ”A alegria é mui-to importante”, disse o dirigente durante uma entrevista à TV Alterosa.

Conforme expôs, 30% dos cânceres podem

Bom humor e vontade de viver fazem diferença na

luta contra o câncer

Que o cigarro, exposição à radiação solar e produtos químicos, por exem-plo, aumentam o risco de câncer, isso

todo mundo já sabe. Porém, no Bem Estar desta terça-feira (2), o oncologista Antonio Carlos Bu-zaid e o endocrinologista João Eduardo Salles

Obesidade é um dos fatores de risco para o surgimento do câncer

ser evitados, caso as pessoas adotem três me-didas importantes: evitar o tabagismo, fazer atividades físicas para melhorar o sistema car-diovascular e reduzir a obesidade e ter uma ali-mentação saudável.

alertaram que existem outros fatores de risco importantes, como a obesidade – diversos tu-mores podem estar associados ao excesso de peso, como os de mama, endométrio e cólon, por exemplo.

O endocrinologista João Eduardo Salles aler-tou que o maior perigo é em relação à gordura acumulada na região abdominal, que cria um processo inflamatório no organismo todo.

O ideal é que essa circunferência tenha me-nos do que 94 centímetros nos homens e me-nos do que 80 centímetros nas mulheres, como afirmou o médico.

Onco News

13 - Revista do Câncer

As empresas de medicamentos genéri-cos passarão a disputar em 2015 um mercado que movimenta cerca de R$

600 milhões por ano. A entrada nos novos segmentos decorre da

queda das patentes de 15 drogas, que incluem moléculas utilizadas no tratamento de hiper-tensão e osteoporose, entre outros problemas de saúde.

O preço dos novos genéricos será 35% me-

nor que o dos remédios de referência, podendo chegar a 60%.

"Mas o mercado de um genérico costuma fi-car maduro cerca de dois anos após a queda da patente", diz Telma Salles, presidente da Pró-Genéricos (associação do setor).

Com o lançamento dos novos produtos, a en-

tidade espera acelerar o ritmo de expansão das vendas. No ano passado, a alta no faturamento foi de 10,6%. "Menos do que os 15% que gosta-ríamos. Se continuarmos como foi [2014], não alcançaremos nem 10% em 2015." Fonte: Fo-lha de São Paulo

Mercado de R$ 600 milhões

14 - Revista do Câncer

Emenda aprovada cria problemas para a saúde

A aprovação da emenda constitucional 358/2013 pela Câmara dos Deputa-dos, produziu dois problemas graves e

uma inquietação. A emenda não trata apenas do chamado "orçamento impositivo", embora este seja o seu aspecto mais destacado pela mídia. Ela muda a forma de financiamento da saúde pela União, que vigora desde 2000. Fon-te: Valor Econômico

Saúde e atenção primária

As políticas públicas de saúde abrangem o conjunto de programas voltados à me-lhoria dos perfis de saúde da população

sendo classificadas em níveis de atenção pri-mária, secundária e terciária, de acordo com o campo de atuação, utilização de recursos, in-fraestrutura e especialização. Fonte: Valor Eco-nômico

Hypermarcas lucra R$ 402,7 mi em 2014

A Hypermarcas registrou lucro de R$ 71,5 milhões no quarto trimestre do ano passado, aumento de 30,2%

ante o mesmo período de 2013. No acumulado de 2014, a companhia teve lucro de R$ 402,7 milhões, resultado que representa uma alta de 56,9% na comparação com o ano anterior. A receita líquida totalizou R$ 1,301 bilhão no quarto trimestre. Fonte: O Estado de São Paulo

Sanofi tem alta de 26% no lucro líquido do 4° trimestre

A farmacêutica francesa Sanofi mostrou nesta quinta¬feira um avanço de 26% em seu lu-cro líquido do quarto trimestre de 2014, para 1,34 bilhão de euros (US$ 1,52 bilhão). Já a receita do grupo totalizou 9 bilhões, com alta de 7,3% em relação ao mesmo intervalo

do ano anterior. Fonte: Valor Econômico

Onco News

15 - Revista do Câncer

Vendas de farmácias têm alta de 12,8% em 2014

As vendas do varejo farmacêutico desa-celeraram no ano passado, mas o se-tor conseguiu crescer 12,8%, segundo

dados da Abrafarma (associação do segmento). As grandes redes de farmácias fecharam

2014 com um faturamento de R$ 32,38 bi-lhões, de acordo com a pesquisa feita em par-ceria com a FIA-USP (Fundação Instituto de Ad-ministração).

O ritmo de expansão ficou um pouco

abaixo de 2012 e de 2013, quando as farmácias haviam avançado 16,7% e 13,8%, respectivamente.

"O ano [de 2014] foi mais complica-

do, nós esperávamos até que o resulta-do fosse pior", diz Sérgio Mena Barreto, presidente da associação.

A queixa do executivo está ligada

principalmente ao período da Copa, em que houve um recuo nas vendas.

Sobre os reflexos da retração do con-

sumo causada pela piora do cenário econômico, ele disse que o impacto foi menor que em outras áreas.

"O nosso segmento não está imune

[à crise], mas trabalhamos com bens essenciais. O consumidor deixa de tro-car de carro ou de comprar uma roupa, mas não pode ficar sem o medicamen-to."

Assim como ocorreu em anos an-

teriores, a categoria de produtos que inclui os cosméticos e outros itens de

conveniência avançou em ritmo mais acelera-do do que a média -a alta foi de 14,7%.

Também houve evolução de 6,4% na comer-

cialização de medicamentos genéricos. Juntas, as maiores redes de farmácias encer-

raram o ano com 5.570 lojas, um crescimento de quase 10% em relação a 2013. O total de fun-cionários, por sua vez, aumentou cerca de 3%.

16 - Revista do Câncer

Hospital

Santa Paula F oi fundado em 1958 como Pron-

to-Socorro Santa Paula, atenden-do principalmente pacientes do Inamps até 1987, tem hoje uma área física de 15 mil m². Conta

com 200 leitos, 8 salas de cirurgia, 50 leitos de terapia intensiva, assim distribuídos com 9 na unidade coronariana e 9 na UTI Neurológi-ca. Seu complexo hospitalar é considerado um centro de excelência na Zona Sul da cidade de São Paulo, chegando a atender cerca de 100.000 pacientes por ano em seu Pronto Atendimento e realizar cerca de 7500 cirurgias por ano. Sua gestão arrojada treina e emprega mais de 700 colaboradores diretos, 250 terceirizados, além de contar com um corpo clínico competente.

Inovação e atendimento humanizado são objetivos que perseguimos todos os dias. O Santa Paula é um hospital que coloca, acima de tudo, o atendimento eficaz e humanizado aos seus pacientes e acompanhantes como missão institucional.

George Schahin, Diretor-Presidente

Palavra do Presidente

17 - Revista do Câncer

O Hospital Santa Paula é reconhecido por suas modernas instalações, pelo investimento constante em tecnologia de ponta e atendimento humanizado, constituindo um complexo hospitalar referenciado no pronto-atendimento e em tratamentos de alta complexidade nas áreas de cardiologia, oncologia e neurocirurgia.

18 - Revista do Câncer

História:

No segundo semestre de 2011 o projeto de on-cologia do HSP estava ganhando mais força. Decidimos que ne-

cessitavamos de uma equipe de onco-logia com grande capacitação técnica e acadêmica para impulsionar o pla-no estratégico: tornar-se referência em oncologia. O novo prédio já es-tava em construção, com as mais modernas instalações disponíveis e com os melhores equipamentos (radioterapia) já comprados. A peça que faltava para completar o plano estratégico era o corpo clínico de alto nível e os protocolos assistenciais de excelência.

Em conversa como o Diretor de Oncologia do HSL, Dr Paulo Hoff, vislumbrou-se uma oportunidade de colaboração. O HSL atendia um percentual expressivo de pacien-tes que passavam por consulta médica, e por restrições de convênios, eram encami-nhados para fazer o tratamento e internação em outros serviços. Por outro lado o HSP contava com o credenciamento para atnder estes convênios.

Se houvesse a colaboração entre as 2 instituições, os pacientes poderiam contar

com a excelência técnica dos médicos do HSL e seriam tratados no IOSP utilizando seu convênios. E assim foi feito. O Dr Paulo Hoff designou inicialmente 3 oncologistas clíni-cos para iniciar o atendimento e normatizou todas as condutas assistenciais no IOSP. Hoje a equipe conta com 7 oncologistas clínicos, 2 onco-hematologistas e 1 médica radioterapêuta em atendimento no IOSP, sob a gestão técnica e assitencial do Centro de Oncologia do HSL. A parceria completou 30 meses e os números comprovam a sinergia da mesma.

Dr. Otavio C. E. Gebara

Matéria de Capa

19 - Revista do Câncer

INTEGRAÇÃO

Isso significa aproximar médicos com competências complementares para que atuem de forma sinérgica na busca de diagnósticos mais preci-sos e estratégias de tratamento mais eficazes.

O Hospital Santa Paula já contava com a competência de profis-sionais com diferentes formações para o tratamento de diferentes tipos de câncer dentro de seu Corpo Clínico. Com a criação do Instituto de Oncologia, esses médicos foram convidados a atuar de forma harmônica com as equipes de oncologia clínica, hematologia e radioterapia do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês.

Assim, no Instituto de Oncologia criaram-se as condições ideais para o traba-lho em equipe, com a aplicação dos mais modernos protocolos para diagnóstico e tratamento do câncer.

Nesse modelo, não deverá importar muito qual desses profissionais atenderá primeiro o paciente. O tratamento será sempre o mais adequado, discutido e acor-dado pelos diferentes especialistas.

A responsabilidade pela gestão técnica do Instituto de Oncologia Santa Paula é do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês (HSL).

Nessa parceria, todos os atendimentos médicos oncológicos são realizados por profissionais do HSL, que seguem os mesmos protocolos de tratamento adota-dos nas Unidades do Centro de Oncologia do HSL.

20 - Revista do Câncer

Hospital Santa Paula inaugura prédio exclusivopara o tratamento humanizado e multidisciplinar do câncer

Instituto de Oncologia Santa Paula IOSP

O Hospital Santa Paula, localiza-do na zona sul de São Paulo, passou a oferecer um atendi-mento integrado ao paciente oncológico. As áreas de psico-

logia, onco-cirurgia, radioterapia, cirurgia plástica (para reconstrução da mama), nutrologia e fisio-terapia foram integradas, proporcionando um tra-tamento mais ágil, qualitativo e assertivo.

O Instituto de Oncologia do Hospital San-ta Paula (IOSP) tem condições de ampliar esse atendimento integrado e trazer mais conforto para os pacientes. O IOSP teve um investimen-to de R$ 22 milhões, com 5.000 metros qua-drados, e capacidade de triplicar o número de atendimentos. A estrutura é composta de on-cologia clínica, oncologia cirúrgica, pisco onco-logia, quimioterapia, radioterapia e braquitera-pia.

A partir de agora, a paciente em trata-mento de câncer de mama recebe uma única orientação da sua equipe médica e não mais várias orientações de médicos diferentes, como acontece com pessoas que acabam de ser diagnosticadas com câncer. “Esse é um mo-mento delicado e um atendimento personaliza-do e humanizado, além da segurança de estar

sendo tratada por um grupo multidisciplinar, ajuda a mulher a ter mais forças para enfrentar a doença. O início do tratamento influi no índice de cura do câncer”, afirma Dr. Otávio Gebara, diretor clínico do Hospital Santa Paula.

O médico salienta que muitas vezes a equipe oncológica do Santa Paula se depara com casos de emergência no pronto-socorro, de pacientes que não são acompanhados di-retamente no hospital e tem um histórico de exames e tratamentos quimioterápicos ou ra-dioterápicos espalhados por várias clínicas e consultórios. “Quando o paciente é diagnosti-cado com câncer, é comum ele realizar várias consultas com profissionais distintos antes de iniciar o seu tratamento. Mas se não conhece-mos esse histórico temos que iniciar o trata-mento do zero, o que pode atrasar e compro-meter o processo de cura”.

Além disso, as pacientes terão espaço es-pecial no novo instituto, como um andar inteiro dedicado à convivência, abrigando uma biblio-teca, centro estético com comercialização de perucas, lenços e também um grupo de volun-tariado que já passou por esta experiência para dar apoio às mulheres.

Matéria de Capa

21 - Revista do Câncer

Dr. George Schahin

Formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, Dr.

Schahin é pós-graduado em Administra-ção Hospitalar pela IPH. O médico atua na administração hospitalar desde 1977. Nesse ano, foi diretor técnico do Hospi-tal do Servidor Público Municipal onde permaneceu até 1979. No ano seguinte, assumiu o cargo de diretor presidente do Hospital Santa Paula. Dr. Schahin é dire-tor do Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo, membro do Conselho de Administração do Hospital 9 de Julho e assessor da Diretoria de Novos Negócios da Amil desde 2007.

Dr. Otavio Celso Eluf Gebara

Formado em Medicina pela Universidade

de São Paulo (1986), Dr. Gebara é Diretor

Clínico do Hospital Santa Paula, colaborador

da Sociedade Brasileira de Cardiologia e

assessor externo da Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado de São Paulo. O médico

também tem sob sua responsabilidade, a

coordenação da comissão de ética em pes-

quisa do Hospital Santa Paula, é colaborador

da Faculdade de Saúde Pública e também

da Sociedade de Cardiologia do Estado de

São Paulo. Com MBA em gestão de Saúde

na FGV (2008),

22 - Revista do Câncer

Dr. Tiago Kenji Takahashi

Médico da equipe de Oncologia do Hospi-tal Sírio-Libanês no Hospital Santa Pau-

la, Dr. Tiago é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e é membro da Sociedade Brasileira de Oncolo-gia Clínica (SBOC) e da European Society for Medical Oncology (ESMO). Médico discutidor da Liga de Oncologia da FMUSP-ICESP, Dr. Tiago é especializado em câncer de pulmão.

Dr. João Evangelista Bezerra Neto

Médico da equipe de Oncologia do Hos-pital Sírio-Libanês no Hospital Santa

Paula, Dr. João Evangelista é graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará. Possui residência médica em Hema-tologia pelo Hospital das Clínicas da Universi-dade de São Paulo, onde permaneceu como médico do Departamento de Hematologia. Realizou especialização em Oncologia Clínica pelo Hospital Israelita Albert Einstein, perma-necendo como membro do Centro Paulista de Oncologia (CPO) e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Fellowship em Hematologia/Oncologia no News En-gland Medical Center (NEMC), em Boston (EUA), e extensão universitária em Internato em Pediatria no Hospital Vall D´Hebron, em Barcelona (Espanha). Dr. João Evangelista é especializado em biologia molecular, oncoge-nética e hematologia.

Matéria de Capa

23 - Revista do Câncer

24 - Revista do Câncer

Hospital

Santa Paula

Matéria de Capa

25 - Revista do Câncer

O Hospital Santa Paula foi fundado em 1958 como Pron-to-Socorro Santa Paula, atendendo principalmente pa-cientes do antigo Instituto Nacional de Assistência Mé-dica da Previdência Social (INAMPS).

Considerado um centro de excelência na Zona Sul da cidade de São Paulo, o complexo hospitalar tem uma área física de 15 mil m² e con-ta com 200 leitos, 8 salas de cirurgia e 50 leitos de terapia intensiva, chegando a atender, por ano, cerca de 100.000 pacientes no Pronto Atendimento e realizar aproximadamente 8.000 cirurgias.

As Especialidades são: Cardiologia, Cirurgia Cardiovascular, Clínica médica e cirúrgica, Hematologia e Hemoterapia, Nefrologia, Neuro-logia clínica e cirúrgica, Oncologia, Pneumologia, Terapia intensiva, Ortopedia, Urologia e Reumatologia.

Além disso, oferecemos equipamentos modernos e de alta qualida-de visando o melhor atendimento em práticas hospitalares, como To-mografia Computadorizada, Medicina Nuclear (Gama Câmera), Res-sonância Magnética, Raio-X Telecomandado, Ultrasom, Arcos em C, Hemodinâmica e neuroradiologia e PET C, entre outros.

A Hotelaria Hospitalar do Hospital Santa Paula gerencia a hospe-dagem dos pacientes e clientes. O serviço visa fornecer o máximo de conforto ao paciente e acompanhante, dentro de normas hospitalares que garantem o bem-estar dos mesmos.

Alguns dos serviços complementares que oferecemos são: Vallet – ma-nobristas, Coffee Shop 24h, Restaurante para acompanhantes e visitan-tes, Lanche durante o horário de visita das UTIs, Wi-fi gratuito, Concierge-rie, Empréstimo de laptop e DVD, Mensageiro para solicitações internas e externas (compra de jornais e revistas, farmácia, cópias xerográficas, fax), Serviços de estética (barbeiro, manicure, maquiador), Parceria com lavanderia externa, Lembranças para datas festivas, Cine Santa Paula (canal onde passam 02 filmes diariamente em horários alternados), Ser-viços religiosos e espaço ecumênico, Ouvidoria e Segurança 24h.

26 - Revista do Câncer

27 - Revista do Câncer

28 - Revista do Câncer

AnestesiaO Serviço de Anestesiologia do Hospital

Santa Paula foi certificado pela ONA – Organi-zação Nacional de Acreditação – nível 3, em reconhecimento a alta qualidade de seus ser-viços.

A certificação pela ONA reflete os esfor-ços continuados do Hospital Santa Paula em anestesiologia, quando preocupado com o estresse cirúrgico e com a dor pós-operatória, organizou o SAD - Serviço de Analgesia e Dor, em janeiro de 1997, que reúne desde então, profissionais com largo conhecimento cientí-fico voltado à segurança e bem-estar dos pa-cientes no pré, intra e pós-operatório.

Hoje, com o trabalho consolidado, o SAD - Serviço de Anestesiologia do Hospital San-ta Paula, avança em atenção e cuidados aos seus pacientes e dispõe de um consultório para visitas pré-anestésicas, onde você pode esclarecer suas dúvidas quanto a procedi-mentos e drogas e avaliar com um especialis-ta a melhor anestesia para o seu caso.

Os anestesistas são os “olhos” do paciente durante o procedimento cirúrgico ou exame a que se submete

Assistência FarmacêuticaO objetivo principal do Serviço de Farmácia do Hospital Santa Paula é: estabelecer o uso racional e seguro dos medicamentos com qualidade assegurada, através de pessoal qualificado e dessa maneira prestando assis-tência integrada à equipe multiprofissional e ao paciente.

A Assistência Farmacêutica é um amplo con-junto de atividades relacionadas aos medica-mentos, com características multiprofissio-nais, tais como: abastecimento, conservação e controle da qualidade, difusão de informa-ções , segurança e eficácia da terapêutica, entre outros. No HSP essas atividades englo-bam:

- Seleção e padronização de medicamentos - Aquisição de medicamentos - Armazenamento e dispensação - Manipulação de Quimioterápicos - Gerenciamento e treinamento de pessoal

ATENÇÃO FARMACÊUTICA

A Atenção Farmacêutica, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) é o conjunto de ações , conhecimentos e valores

éticos, habilidades na pres-tação da Farmácia Clínica, com o intuito de alcançar resultados terapêuticos ade-quados para a promoção da saúde, cura da enfermidade e melhora da qualidade de vida do paciente.

Serviços Matéria de Capa

29 - Revista do Câncer

FonoaudiologiaTodos vivemos em sociedade e a alimenta-

ção, além de uma necessidade vital, é um ato social e cultural: o homem é o único animal que prepara os alimentos e ritualiza os atos de comer e de beber, transformando-os em encontros sociais e afetivos, para celebrar e reunir a família, por exemplo.

Por isso, quando as pessoas são acometi-das por doenças que, entre outros efeitos, as impedem de se alimentar naturalmente (dis-fagia: dys = alteração; e phagein = comer), fi-cam privadas não apenas de nutrientes, mas também de importantes componentes de sua vida social.

O Hospital Santa Paula conta, em sua qua-lificada equipe multiprofissional, com o traba-lho desenvolvido pelo setor de Fonoaudiolo-

gia, para diagnosticar e tratar dos pacientes com disfagia, bem como acometidos por dis-túrbios de comunicação.

Este setor é coordenado pela Fonoaudiólo-ga Maria José de Freitas Duarte e, nos casos de disfagia, seu objetivo é reabilitar os pacien-tes por meio de um atendimento humaniza-do, que busca a recuperação miofuncional e social, devolvendo aos pacientes suas condi-ções de alimentação e de deglutição segura, o que favorece a qualidade de vida do pacien-te no hospital e, após a alta, na retomada de suas atividades pessoais e profissionais.

30 - Revista do Câncer

Hotelaria hospitalarO Hospital Santa Paula é pioneiro em seus

investimentos em hotelaria, criando diferen-ciais e disponibilizando aos seus pacientes: técnicas, conceitos, metodologias e procedi-mentos inovadores.

Seu principal desafio é realizar todas as vontades, necessidades e desejos de seus clientes.

Surpreender os 'hóspedes' é a meta da equipe de hotelaria do Hospital Santa Paula. Os conceitos de hotelaria são ferramentas cruciais para a entrega de serviços hospita-lares diferenciados. Enquanto os médicos e demais profissionais da saúde preocupam-se com a reabilitação física dos nossos pacien-tes, nossa equipe de hotelaria empenha-se para proporcioná-los uma estádia repleta de serviços diferenciados e amenidades.

“A dedicação destes profissionais é funda-mental no processo de recuperação dos nos-sos pacientes, devido à conotação que eles dão aos serviços que prestamos” (Dr. George Schahin, Diretor Presidente). Além disso, a es-trutura hoteleira do Santa Paula adotou crité-rios de avaliações rigorosos, para atender as necessidades e superar as expectativas dos

seus clientes de saúde, proporcionando-os com os mesmos diferenciais e delicadezas encontrados em hotéis.

Veja alguns de nossos serviços diferencia-dos e seus respectivos produtos:

RESTAURANTE

O Restaurante Manah é um local descon-traído, aberto no café-da-manhã das 6h30 às 9h30 e no almoço 11h30 às 14h30, reúne pacientes, acompanhantes, médicos e a equi-pe do hospital.

LANCHE NA ESPERA DAS UTI’S

Durante os horários de visitas de pacien-tes das UTIs, o Hospital Santa Paula disponi-biliza um serviço diferenciado de lanche nas esperas.

ROOM SERVICE

O Room Service do Hospital Santa Paula tem todo respaldo de um dos maiores e mais renomados grupos do ramo alimentício do mundo: a SODEXO, um grupo francês, com operações em 74 países e mais de 24.700 unidades de serviços no mundo.

Matéria de Capa

31 - Revista do Câncer

32 - Revista do Câncer

FisioterapiaA equipe da Unifir® com um serviço altamen-te qualificado e profissionais especializados é responsável por todo tratamento de fisiote-rapia realizado nos pacientes internados no Hospital Santa Paula. Esses profissionais são responsáveis pelos diversos tipos de aten-dimento que compõem esta especialidade, abrangendo pacientes em UTI (Unidade de Te-rapia Intensiva), UCO (Unidade Coronariana) e Unidades de Internação.

Medicina NuclearConsiderada uma das áreas médicas que

mais crescem no país, a medicina nuclear possibilita de forma precoce a detecção de uma série de disfunções e enfermidades dos pacientes e permite ao médico realizar um tratamento muito mais eficaz.

Criado há 12 anos, o primeiro serviço im-plantado no Hospital Santa Paula foi a Gama-Câmara (Cintilografias) e o setor de cirurgias radioguiadas (Pesquisa de Linfonodo Sentine-la e ROLL), utilizando-se gama probe portátil.

Cerca de 4 anos mais tarde, iniciaram-se as terapias com radioisótopos, primeiro com um quarto e mais tarde ampliando nossa ca-pacidade para duas unidades de internação.

- Gâma Câmara (Cintilografia) - Terapias com radioisótopos (Iodoterapia) - Cirúrgias radioguiadas

NutriçãoNossa equipe de nutricionistas é responsá-

vel pelo acompanhamento nutricional de to-dos os nossos pacientes.

Durante uma visita realizada no ato da in-ternação nossa equipe reúne todas as infor-mações necessárias para compor uma dieta balanceada e adequada a cada tipo de trata-mento.

No momento em que as refeições são so-licitadas nosso Chef é informado da dieta in-dividual de cada paciente, elaborando pratos adequados às delimitações nutricionais com-postas no ato do check in.

Além do acompanhamento das dietas es-tabelecidas para cada situação fisiológica, nosso departamento de nutrição é responsá-vel pelos seguintes serviços:

- Atendimento ao Centro Cirúrgico. - Acompanhamento da evolução dos pa-

cientes internados, através de visitas diárias pela equipe de Nutrição Clínica

Matéria de Capa

33 - Revista do Câncer

Terapia OcupacionalDEFINIÇÃO

É uma profissão da área da saúde que pro-move a prevenção, o tratamento e a reabili-tação. O terapeuta ocupacional trabalha com tecnologias orientadas para a emancipação e a autonomia de pessoas, que por razões liga-das a problemáticas específicas (físicas, sen-soriais, psicológicas, mentais e/ou sociais) apresentam temporária ou definitivamente, limitações funcionais e/ou dificuldades na in-serção e participação na vida social.

O terapeuta ocupacional busca, portanto, tornar a vida das pessoas mais participativa e acessível, facilita o desempenho e amplia as capacidades funcionais.

Esse profissional define ações de preven-ção ou propõe e desenvolve programas de tratamento que possibilitam a melhora do es-tado de saúde e da qualidade de vida do pa-ciente, capacitando-o a alcançar maior grau de independência funcional, para adquirir a autonomia e a independência necessárias à manutenção de uma vida ativa, eliminar, re-duzir ou evitar processos de exclusão e custos com cuidadores.

HemodinâmicaICSP Instituto de Cardiologia de São Paulo

O Instituto de Cardiologia de São Paulo há 26 anos no mercado, tornou-se um Modelo de Excelência no atendimento intervencionis-ta e em diagnósticos nas áreas cardiológica, neurológica e vascular, dispõe de:

- Duas salas de Angiografia Digital, com aparelhagem da mais alta tecnologia Integris H 3000 Digital Philips com CD Medical;

- Completo diagnóstico cardiológico; - Atendimento intervencionista nas áreas

cardiológica, neurológica e vascular; - Clínicas Especializadas nas áreas da Neu-

rologia, Cardiologia e Vascular; - Diagnósticos de Medicina Nuclear;

Sempre com profissionais altamente ga-baritados, proporciona atendimento comple-to, rápido, seguro e de indiscutível padrão de qualidade

PsicologiaA internação hospitalar gera uma série de questionamentos, dúvidas e medos que, muitas

vezes, não são expressos pelos pacientes nem pelos profissionais de saúde. O psicólogo pode intervir como interlocutor/ facilitador para a expressão de conflitos que se encontram por trás de tais dificuldades. A experiência mostra a necessidade de um serviço que valorize os sen-timentos e as angústias de quem precisa se utilizar dos serviços hospitalares e das pessoas envolvidas nos mesmos.

A Psicologia Hospitalar é o diferencial para dar conta de tais aspectos. A possibilidade de o paciente e de seus familiares expressarem suas dúvidas e dificuldades mostra-se bastante efi-ciente na medida em que faz com que os mesmos se vejam envolvidos no processo de cura - o qual deve estar presente durante o período de internação.

34 - Revista do Câncer

Anatomia PatológicaAnestesiologiaAngiologia/Cirurgia VascularCardiologiaCardiologia IntervencionistaCirurgia Buco Maxilo FacialCirurgia CardíacaCirurgia de Cabeça e PescoçoCirurgia do Aparelho DigestivoCirurgia GeralCirurgia Oncológia

Cirurgia PlásticaClínica GeralClínica MédicaColoproctologiaEndocrinologiaFisioterapiaFonoaudiologiaGastroenterologiaGeriatriaHematologiaInfectologiaMastologiaMedicina NuclearNefrologiaNeuro CirurgiaNeurologia ClínicaOncologia ClínicaORL - OtorrinolaringologiaOrtopedia/TraumologiaPneumologiaPsicologiaRadiologiaRadioterapiaReumatologiaUrologia

Dentre estas, podemos destacar os serviços de Cardiologia, Neurologia e On-cologia, no qual o Hospital conta com uma infra-estrutura especializada para atender toda sorte de intercorrências e faz com que a instituição seja uma referência no tratamento destas patologias.

Matéria de Capa

35 - Revista do Câncer

Através de uma parceria firmada com o maior grupo de diagnósticos da Amé-rica Latina, o Diagnósticos da América, o Hospital Santa Paula e a marca Del-boni Auriemo, passaram a oferecer aos seus clientes a mais alta tecnologia e competência na realização de exames laboratoriais e de imagens. Os serviços oferecidos pelo Delboni Auriemo – Santa Paula são:

PET-CTMedicina Nuclear (cintilografias)Ressonância MagnéticaTomografia ComputadorizadaEndoscopiaColonoscopiaLaringoscopiaBroncoscopiaEcoendoscopia

Ultrassonografia convencionalUltrassonografia convencional com DopplerRaio-X Digital e Raio-X ContrastadoAnálises Clínicas em geralAnatomia PatológicaEcocardiogramaTeste ergométricoHolterMAPA

36 - Revista do Câncer

A Rede Conecte é fruto de con-versas entre os colaboradores e pacientes do Hospital Santa Paula que, muito além do uso para fins pessoais, passaram a

enxergar na internet um poderoso instrumento que aproxima pessoas fisicamente distantes com desejos e necessidades comuns.

Depois de experiências bem sucedidas de marketing digital em anos anteriores, promo-vendo campanhas como o Outubro Rosa e o Novembro Azul, era natural que o sentimento de que "é possível fazer mais" contagiasse a todos e motivasse a concepção de um projeto maior, envolvendo mais atores na execução de uma ideia inovadora que reafirmasse nossos valores como instituição.

A partir do contato direto com pacientes que usam a internet para compartilhar suas lutas diárias, descobrimos casos de pessoas que, embora engajem a família e entes queridos,

não expandem os limites do convívio diário com pessoas próximas para além das possibi-lidades oferecidas pelo mundo de hoje.

Nesse sentido, a internet desponta como a principal e mais extraordinária ferramenta. Na sociedade da informação, ela é fio condutor de pequenas revoluções diárias que se conectam e promovem transformações avassaladoras em todos os campos de atuação humana, da política ao esporte, da economia ao entreteni-mento, da tecnologia ao meio ambiente.

Para além de uma plataforma de comunica-ção, o projeto de uma rede social que aproxi-ma pacientes com câncer é uma contribuição. Partimos do princípio de que todos temos algo a ensinar e que é graças a isso que a socie-dade evolui. Se evoluir quer dizer abrir mão do conforto a nossa volta para perseguir objetivos maiores na busca de soluções para os proble-mas da sociedade, então é isso que queremos fazer.

Matéria de Capa

37 - Revista do Câncer

38 - Revista do Câncer

O consumo prolongado de car-ne vermelha é um conhecido fator de risco para o desen-volvimento de diferentes ti-pos de câncer. Embora várias

teorias tenham tentado explicar esta associa-ção, nenhuma foi conclusivamente comprova-da. Agora, um novo estudo realizado por pes-quisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, demonstra que determinadas formas de uma substância conhecida como áci-do siálico não humano, o ácido N-glicolilneura-mínico (Neu5Gc), presente na carne vermelha, pode incitar um processo inflamatório que pre-dispõe ao câncer.

O Neu5Gc é uma substância que depois

de metabolizada fica biodisponível nos tecidos humanos, o que gera a produção de anticorpos em circulação. A interação entre os antígenos circulantes e os anticorpos anti-Neu5Gc é ca-paz de estimular processos inflamatórios, levar à carcinogênese e à progressão do tumor.

A descoberta foi evidenciada em uma pesquisa clínica com cobaias, que foram ali-mentadas com uma dieta contendo Neu5Gc. Com o tempo, as cobaias desenvolveram evi-dências de uma inflamação sistêmica e com maior risco para o desenvolvimento de tumo-res do fígado quando comparado com o grupo controle. No grupo que recebeu dieta com Neu-5Gc, houve uma incidência cinco vezes maior de cancer do fígado.

Resumo do conteúdo e percentagem de Neu5Gc (em relação ao total de ácidos siálicos) dos vários grupos de alimentos.

Pesquisa

39 - Revista do Câncer

Para os pesquisadores, o estudo traz da-dos que fornecem uma explicação para a as-sociação entre o consumo de carne vermelha e o risco de câncer. O oncologista Antonio Car-los Buzaid, diretor geral do Centro Oncológico Antonio Ermírio de Moraes (COAEM), explica que a pesquisa demonstra a correlação entre o Neu5Gc e a inflamação crônica associada ao desenvolvimento de tumores. “Há tempos foi estabelecido o nexo epidemiológico entre o consumo de carne vermelha %u2014 bovina, suína e de cordeiro %u2014 e a incidência de doenças como o câncer e diabetes. Populações que consomem pouca ou nenhuma carne ver-melha apresentam menores taxas de câncer”, esclarece o especialista. “Agora, esse estudo demonstra em um modelo animal o papel da inflamação crônica desencadeada pelo consu-mo da carne”.

O organismo humano é geneticamente in-capaz de produzir Neu5Gc, mas esta molécula é detectável em superfícies de epitélio huma-no e do endotélio, e aparece em valores ainda mais elevados em tecidos malignos. Assim, a única via para tornar possível a biossíntese de-Neu5Gc é a ingestão dietética, especialmente pela carne vermelha.

A hipótese dos pesquisadores da Califór-nia não foi comprovada em humanos, mas não resta dúvidas de que o estudo lança luz sobre os efeitos deletérios do consumo da carne ver-melha e explica por que o churrasco de frango recebe sinal verde, enquanto o de carne conti-nua sob fortes críticas. O problema é mesmo a carne e não tanto o processo de grelhá-la, como antes se pensava. Embora os dados disponíveis na literatura indiquem em humanos uma forte associação entre o consumo de carne verme-lha e o câncer de colon, o modelo animal que demonstrou o impacto do Neu5Gc evidenciou aumento de risco para câncer de figado, que é a forma mais comum de câncer nas cobaias

estudadas, o que neste caso foi considerado como a “prova de princípio” da investigação.

Os pesquisadores também demonstra-ram que a quantidade de Neu5Gc varia entre os diferentes grupos de alimentos e até mesmo de acordo com a forma de preparo. O bife, por exemplo, contém um dos mais altos níveis da substância, com 231 microgramas de Neu5Gc por grama de carne. Em produtos derivados do leite, a presença chega a 43 microgramas de Neu5Gc por grama, como é o caso do queijo de cabra. Em contraste, aves e ovos não contêm Neu5Gc, enquanto nas frutas e vegetais não há nenhum tipo de ácido siálico. Nos frutos do mar também não foram encontradas quantidades significativas de Neu5Gc, com exceção do ca-viar (veja quadro ao lado).

40 - Revista do Câncer

atualidade

Claudia Colucci

Colunista Interfarma

Por que o tema saúde pública não consegue fazer o mesmo barulho que o transporte pú-blico tem conseguido? Ainda que o assunto tenha apareci-

do nas manifestações de junho de 2013, ele logo se esvaziou. Perdemos uma oportunidade única de iniciar um movimento social em torno de uma questão que devemos enfrentar: afinal, que sistema de saúde nós queremos ter?

A menos que você seja um iniciado em políticas de saúde, dificilmente já se fez essa pergunta. Mas é melhor fazer um esforço e co-meçar a entender o momento crucial que vive-mos hoje. A proposta de uma cobertura univer-sal de saúde vem tomando o centro da agenda internacional e sendo defendida por organis-mos como o Banco Mundial e o Fundo Monetá-rio Internacional (FMI).

É preciso entender, porém, que cobertura universal de saúde não é a mesma coisa que um sistema universal de saúde (o nosso SUS, por exemplo). O primeiro se refere a um conjun-to de garantias que podem estar cobertas ou não.

Por exemplo, no México, a população com carteira assinada é atendida pelo Instituto Me-xicano de Seguro Social e os ricos contratam o mercado privado. Para as cerca de 50 milhões de pessoas que não estão incluídas no merca-do formal de trabalho existe o "Seguro Popu-lar", que oferece pacotes básicos de serviços. Cobrem, por exemplo, sete tipos de câncer. O câncer de pulmão é um deles. Mas se a doença

acometer a boca ou a laringe, já está fora da alçada do seguro.

A proposta da "cobertura universal de saúde" caminha por aí. Ela promete dar acesso a todos os serviços de saúde, mas fazendo uma separação de acordo com a capacidade de pa-gamento. Quem pode pagar mais, tem acesso a um maior número de serviço. Quem não pode, fica com a cesta básica, alijado de tratamentos caros, como os de câncer. Se quiser saber mais sobre isso, leia a cartilha editada pelo Cebes (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde).

No Brasil, incluímos na Constituição de 1988 que a saúde é um direito universal e de-ver do Estado e que seria financiada por fontes fiscais. Mas, na verdade, muito do que se pre-gou na Constituição e em outras normas que vieram depois ficou no papel. O que gente viu desde então foi o crônico subfinanciamento do sistema e, na última década, o crescimen-to dos seguros privados, impulsionado por re-cursos públicos em forma de incentivos fiscais. Em São Paulo, por exemplo, 50% da população têm plano de saúde.

Vale lembrar, no entanto, que a maioria das pessoas tem acesso a planos e seguros privados de saúde enquanto estão no mercado de trabalho. Ao se aposentar, muitos perdem seus planos porque não têm mais como pagar. Justamente na velhice, quando mais precisam. Volto à pergunta: É esse o sistema que quere-mos?

Não existe um sistema ideal de saúde,

41 - Revista do Câncer

mas existem modelos que estão muito mais avançados do que o nosso, como os de Portu-gal e Espanha. São sistemas também financia-do por impostos e organizados a partir de uma atenção básica bem estruturada, interagindo com os demais níveis de especialização. Con-seguem ter melhores indicadores de saúde e menores gastos do que sistemas baseado em seguros privados, como o americano. E com grande aprovação social.

Mas, para avançarmos rumo a um siste-ma de saúde semelhante, precisamos parar de enxergar a saúde como um bem de consumo e lutar pelo sistema assegurado pela Constitui-ção. Saúde não é mercadoria. A doença, sim, tem sido um grande negócio para a indústria da saúde. Não é a toa que as farmacêuticas e a indústria de produtos e equipamentos médicos sempre ocupam boas colocações no ranking das mais lucrativas.

Parece óbvio que, para esse mercado, não interessa que a população tenha menos doen-ças. Menos doença significa menos consumo, menos lucro.

Temos iniciativas ótimas no nosso SUS, como o Programa de Saúde da Família, que vem sendo copiado, inclusive, por alguns pla-nos de saúde. Sim, ainda temos muitos proble-mas, mas sem mobilização popular não só não vamos superá-los como corremos o risco de perder o que já conseguimos.

Como já disse Gilson Carvalho, um dos idealizadores do SUS falecido ano passado, "o SUS nasceu uma Mercedes que esqueceram de botar gasolina". Sim, o nosso SUS anda empur-rado. E, agora, com o capital estrangeiro che-gando na área da saúde, corre o risco de ser seriamente atropelado. De novo, é isso que queremos?

42 - Revista do Câncer

Saúde Pública

O câncer colorretal é um dos mais frequentes na população bra-sileira. Nas mulheres, é o 2º mais comum, com 17.530 casos esti-mados para 2015 e, nos homens, ocupa a 3ª posição, com 15.070 novos casos. Nota-se, no entanto, uma diferença nos índices de incidência entre as cinco grandes regiões do Brasil

Esse mapeamento do Instituto Na-cional do Câncer (INCA), segundo Dr. Samuel Aguiar Jr., Chefe do Núcleo de Tumores Colorretais do A.C.Camargo, vai ao encontro de

estudos que mostram que um dos importantes fa-

tores de risco para câncer colorretal são os hábi-tos alimentares. Estudos científicos revelam que uma alimentação em que predominem frutas e verduras, cerca de ¾ do consumo diário, ajuda a proteger não somente de câncer colorretal, mas também de doenças cardiovasculares.

43 - Revista do Câncer

"Em linhas gerais, percebemos que as re-giões de maior incidência da doença são aque-las onde tradicionalmente há o predomínio do consumo de carnes vermelhas e gordurosas, aliada à baixa ingestão de verduras e frutas", diz. Portanto, incentivar a adoção de uma ali-mentação balanceada pode contribuir para di-minuir o risco do câncer colorretal e trazer be-nefícios para a saúde global das pessoas.

Pesquisa Nacional de Saúde

Em 2013, o Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados da primeira Pesquisa Nacional de Saúde, com base na percepção dos indivíduos. Os indicado-res, portanto, englobaram tanto componentes

físicos quanto emocionais, além de aspectos do bem-estar e da satisfação com a própria vida.

Ainda assim, foram apresentados rele-vantes hábitos de consumo alimentar dos bra-sileiros, também divididos entre as grandes regiões. Por exemplo, observou-se que o consu-mo de frango e carne com excesso de gordura é maior entre os homens e nas regiões Cen-tro-Oeste, Sul e Sudeste. Por outro lado, o con-sumo de peixe pelo menos um dia por semana é mais comum nas regiões Norte e Nordeste. Outros dados apontam também diferenças en-tre a ingestão de doces e refrigerantes regular-mente, além do hábito de substituir pelo menos uma das refeições por sanduíches, salgados ou pizzas regularmente, conforme tabela abaixo.

HÁBITOS ALIMENTARES - HOMENS POR REGIÃOProporção de pessoas de 18 anos ou mais

Índice de confiança de 95%

Norte

Nordeste

Sudeste

SUL

C. Oeste

Incidên-cia*

5.3%

7.81%

24.56%

21.85%

14.82%

Consumo de carne ou frango com ex-cesso de gordura

25.3%

19.6%

31.0%

32.7%

37.0%

Consumo de peixe pelo me-nos um dia por sema-na

76.7%

64.2%

50.5%

40.2%

42.3%

Consumo de refrige-rante regu-larmente

16.5%

15.5%

23.7%

21.2%

23.5%

Consumo de alimen-tos doces regular-mente

10.8%

18.8%

25.0% 27.5%

21.5%

Substituição de refei-ções por

sanduíches, salgados ou

pizzas

3.6%

3.7%

9.2%

9.9%

7.3%

* a cada 100 mil habitantes

44 - Revista do Câncer

Norte

Nordeste

Sudeste

SUL

C. Oeste

Incidên-cia*

5.3%

7.81%

24.56%

21.85%

14.82%

Consumo de carne ou frango com ex-cesso de gordura

25.3%

19.6%

31.0%

32.7%

37.0%

Consumo de peixe pelo me-nos um dia por sema-na

76.7%

64.2%

50.5%

40.2%

42.3%

Consumo de refrige-rante regu-larmente

16.5%

15.5%

23.7%

21.2%

23.5%

Consumo de alimen-tos doces regular-mente

10.8%

18.8%

25.0% 27.5%

21.5%

Substituição de refei-ções por

sanduíches, salgados ou

pizzas

3.6%

3.7%

9.2%

9.9%

7.3%

* a

cada

100

mil

habi

tant

es

HÁBITOS ALIMENTARES - MULHERES POR REGIÃOProporção de pessoas de 18 anos ou mais

Índice de confiança de 95%

Além da alimentação saudável

Dr. Samuel destaca, contudo, que quando o assunto é câncer, não há verdades absolutas e as pesquisas apontam cada vez mais novos caminhos. "Os alimentos sempre foram temas de estudos na área do câncer colorretal e as pesquisas, realmente, revelam que a adoção de alimentação balanceada, mais natural e menos industrializada, conta pontos a favor da diminuição do risco para esta doença. Mas não há alimentos milagrosos", afirma, lembrando que tão importante quanto a dieta balanceada é a adoção de um estilo de vida livre do con-sumo excessivo de álcool, do tabagismo e do sedentarismo.

"Há pesquisas que associam a carne vermelha e os embutidos e defumados ao au-mento do risco para câncer colorretal. Mas não podemos afirmar que ao eliminar esses alimen-

tos de nossa dieta evitamos o câncer ou que ao consumi-los estamos fadados a ter a doença", conclui.

Cuide-se

Mastigue bem os alimentosEvite jejum prolongado. Faça de três a cinco re-feições diárias.Beba de dois a três litros de água por dia, com intervalo de uma hora entre as refeições.Coma frutas, verduras, legumes e carnes bran-cas. Evite frituras, gorduras, alimentos embuti-dos e defumados e excesso de bebidas alcoóli-cas. Não exagere no sal.Alimentos como café, chá preto e mate, refrige-rantes, chocolate, molho de tomate e pimenta são irritativos para seu aparelho digestivo.

Não fume e pratique atividade física regular, sempre com orientação médica.

Saúde Pública

45 - Revista do Câncer

46 - Revista do Câncer

Saúde não é apenas a vida sem doença. O conceito de doença não é simples como parece, porque faz parte de um contexto social em que os

médicos criam teorias, descrevem sinais, sin-tomas e métodos de tratamento; os pacientes procuram explicações e soluções para os males dos quais padecem; e as autoridades estudam políticas para reduzir o impacto na economia e na saúde pública.

A história da medicina mostra que a in-tersecção desses interesses tem se alterado no decorrer dos séculos.

Numa análise das publicações dos pri-meiros números da revista "The New England Journal of Medicine", um grupo de Harvard reuniu artigos publicados há 200 anos sobre entidades estranhas como: apoplexia, neuras-tenia, cegueira e fraturas ósseas em pessoas que receberam o impacto do vento de balas de canhão que explodiram longe delas.

Há descrições de morte por combustão espontânea em bebedores de conhaque, por ingestão de água gelada ou por febres de vá-rios tipos em pessoas que nunca tiveram febre.

Em 1912, um editorial da revista defen-de a eugenia: "Talvez em 1993, quando todas as doenças passíveis de prevenção tiverem sido erradicadas, quando a natureza e a cura

do câncer tiverem sido descobertas, e quando medidas eugênicas tiverem colaborado com a evolução para eliminar os incapazes, nossos sucessores olharão para estas páginas com ar de superioridade."

Ainda em 1912, a revista publicou as primeiras preocupações com o surgimento de "pessoas com hábitos de vida extremamente indolentes, que não andam mais do que os pas-sos necessários para ir do escritório ao eleva-dor, do elevador para a sala de jantar ou para o quarto e de volta para o automóvel".

Durante o século 20, enfermidades car-diovasculares, câncer, diabetes e outras condi-ções crônicas se tornaram prevalentes, embora ainda emergissem enfermidades infecciosas: encefalite equina, kuru, ebola, Aids.

Em 2005, foi levantada a hipótese de que a epidemia de obesidade, prevista em 1912, re-duzirá a expectativa de vida da população ame-ricana pela primeira vez nos últimos cem anos.

Qualquer tentativa de definir doença pre-cisa levar em conta a complexidade.

Doenças afetam determinados grupos, estão associadas a fatores de risco e provocam sinais e sintomas característicos. Elas geram in-teresses que envolvem pacientes, profissionais de saúde e as instituições em que trabalham e as fontes pagadoras. Mais do que um problema

Drauzio Varella

é médico cancerologista. Por 20 anos dirigiu o serviço de Imunologia do Hospital do Câncer. Foi um dos pioneiros no tratamento da Aids no Brasil.

Artigo

47 - Revista do Câncer

pessoal, doença é um processo antes de tudo social.

Enfermidades novas estão associadas a causas novas (acidentes de moto, poluição), no-vos comportamentos (fumo, abuso de drogas) e mesmo à alteração da história natural por meio do tratamento (diabetes, Aids, infarto).

Mudanças sociais e ambientais aumen-taram a prevalência de enfermidades raras no passado: infarto do miocárdio, câncer de pul-mão, obesidade grave.

Novos critérios e métodos de diagnóstico permitiram evidenciar outras, que não eram identificadas: depressão, síndrome metabólica.

Transformações na sociedade redefinem o que é doença. Homossexualidade e masturba-ção deixaram de sê-lo. Fibromialgia e síndrome da fadiga crônica passaram a ser consideradas, graças à pressão das associações de pacientes.

Apesar dessas modificações, uma carac-terística se mantém desde os primórdios da humanidade: a influência nefasta das dispari-dades sociais no acesso aos serviços de saúde, fenômeno ubíquo em todas as sociedades.

Doenças são processos dinâmicos que coevoluem com a medicina. Quando as vacinas e os antibióticos começaram a combater as in-fecções, aumentou a incidência de ataques car-díacos, derrames cerebrais e diabetes.

Assim que tivermos sucesso no controle dessas enfermidades, haverá aumento na pre-valência dos transtornos neuropsiquiátricos, desafio que a medicina está despreparada para enfrentar.

Infelizmente, os sistemas de saúde estão mais preparados para as doenças do passado, não para lidar com aquelas do presente ou do futuro.

48 - Revista do Câncer

49 - Revista do Câncer

50 - Revista do Câncer

Depois de ter passado por uma cirurgia de câncer de mama, uma mastectomia pode ter sido necessária. Além da re-construção da mama, existem

outros recursos: as próteses mamárias. O uso de próteses não tem como único objetivo a melho-ra da estética feminina. O uso de um sutiã com uma prótese mamária é recomendado para manter a postura, uma vez que evita a elevação do ombro do lado afetado e o encurvamento da coluna vertebral em função da diminuição do peso ocasionadada pela retirada da mama.

A prótese mamária mais compatível é aquela que você experimenta e com ela se sen-te bem, confortável e segura. Ela deve ser ade-quada ao uso. Na verdade, o que proporciona o efeito estético é o sutiã, o maiô ou o biquíni adequado. É importante que a prótese mamá-ria seja ventilada e não provoque suor.

Quando você for escolher uma prótese, tente vestir uma blusa ou camiseta justa e olhe no espelho. No caso de uma prótese apenas, observe se a mesma se assemelha a sua outra mama. Tente avaliar se o peso é equivalente ao da outra mama. O peso deve ser adequado, lem-bre-se de que o peso além de ser desconfortável, pode dificultar a circulação linfática e causar um linfedema. Observe o comportamento da prótese mamária também deitada. Deite-se de costas e veja como a prótese mamária se comporta, prin-cipalmente em relação à mama remanescente.

É importante também se informar sobre a

garantia da prótese e seguir as recomendações quanto à manutenção da prótese mamária.

As próteses mamárias são, atualmente, confeccionadas de forma a proporcionar con-forto e segurança e há, hoje, no mercado uma grande variedade de preços e de modelos. Exis-tem três tipos mais conhecidos de próteses ma-márias, dentre outros:

Próteses de painço - É um tipo de prótese mamária que tem um baixo custo, no entanto tem a desvantagem de não poder ser molhada. São próteses mamárias confeccionadas arte-sanalmente, em um único formato. Quando ne-cessário, o invólucro de lycra pode ser lavado, porém é necessário retirar o recheio, através de uma pequena abertura, na costura do envelope e depois recolocá-lo.

Próteses de silicone - Há vários tipos de próteses de silicone que podem ser adquiridas em lojas especializadas. São próteses laváveis, mas não devem ser usadas no mar ou em pis-cinas de água clorada. O peso e formato das próteses de silicone variam de acordo com a marca.

Próteses de espuma ou de polipropileno - São próteses de baixo custo, com as vantagens de serem laváveis. São mais leves e por isso não são indicadas para o uso diário. São próte-ses adequadas para praia ou piscina.

Artigo

51 - Revista do Câncer

52 - Revista do Câncer