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Feliz Lusitânia 1 VIOLÊNCIA URBANIZAÇÃO EDUCAÇÃO Moradores estão assustados com falta de segurança Belém sofre com o crescimento desordenado A contradição das médias obtidas em Belém Belém, 20 de abril de 2015 Foto: Fernando Sette Câmara

Revista feliz lusitania

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Projeto Interdisciplinar da Instituição FEAPA 1\2015 -5DGN1

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Page 1: Revista feliz lusitania

Feliz Lusitânia 1

VIOLÊNCIAURBANIZAÇÃOEDUCAÇÃOMoradores estãoassustados com

falta de segurança

Belém sofrecom o crescimento

desordenado

A contradição dasmédias obtidas

em Belém

Belém, 20 de abril de 2015

Foto: Fernando Sette Câmara

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Page 3: Revista feliz lusitania

ABRIL | 2015

BELÉM 400 ANOS

Diagramação: André Rendeiro | Brenda Pio | Flaviane Pacheco

Texto: Mayave Ribeiro | Talisson Lima | Nathália Siqueira | Bruna Cabral |Regis Almeida | Lais do Vale | Marcela Coelho

Projeto interdisciplinar FEAPA 2015/1

Belém: em busca de

identidade no esporte amador 4ESPORTE

Uma estranha constatação

sobre a educação em Belém 6EDUCAÇÃO

Belém lidera

geração de empregos em 2014 9EMPREGO

A falta de segurança em

Belém entristece moradores 11VIOLÊNCIA

Caos nas ruas de Bélem 15TRÂNSITO

Belém sofre com o

crescimento desordenado 13URBANIZAÇÃO

Velhos e jovens de Belém

esperam por mais políticas públicas 16POLÍTICASPÚBLICAS

Page 4: Revista feliz lusitania

Belém 400 anosB

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ESPORTEBelém: em busca de identidade no esporte amador

Cada vez mais considerado fundamental como

fator de inclusão social, o esporte ainda engatinha em

busca de mais incentivo em Belém. A capital paraense

pretende chegar aos 400 anos com projetos que iden-

tifiquem a prática do esporte amador.

Para buscar desenvolvimento no setor esport-

ivo, o município conta com a Secretaria de Esporte,

Juventude e Lazer (Sejel), responsável por promover

políticas públicas e projetos sociais para desenvolvi-

mento do esporte. A Sejel atua em parceria com 16

polos esportivos no município, dez em áreas periféri-

cas da cidade. São estes escolas, ginásios e clubes. O

Programa Escola de Esportes, que oferece 15 modal-

idades esportivas distribuídas nos polos da capital,

beneficiando pessoas de todas as faixas etárias, e o

Programa Despertar na Terceira Idade, são os des-

taques da Sejel.

O Espaço Esportivo Maestro Altino Pimenta é

um dos polos parceiros da Sejel. O ginásio, localizado

na Doca, faz parte do Programa Escola de Esportes,

que em sete anos de existência já beneficiou aproxi-

madamente 50.000 pessoas. No Altino Pimenta são

desenvolvidas atividades esportivas diversas: futsal,

vôlei, basquete e handball, além dos esportes adap-

tados: futsal para deficientes auditivos e basquete em

cadeiras de rodas. “O Projeto traz benefícios de au-

toestima para os alunos, principalmente, tira o foco

de estar nas ruas, sujeito à violência”, explica a co-

ordenadora do Espaço, Andreza Macedo. Através do

projeto, vários atletas já realizaram seus sonhos e hoje

treinam em grandes clubes da capital. “Temos atletas

maravilhosos que ainda não foram descobertos, eles

só precisam de uma chance, estamos aqui para dar

essa chance a eles”, conclui a coordenadora.Para am-

pliar o desenvolvimento esportivo, a Sejel conta coma

a construção de dois Centros de Iniciação Esportiva

de Referência. Dois ginásios com medidas oficiais de

competição, um no distrito de Icoaraci e outro no Ju-

runas. “Será o maior ganho da prefeitura para os 400

anos de Belém. Um grande legado que ela vai conse-

guir frente ao ministério do esporte”, afirma o Coor-

denador de Esportes da Sejel, Lucas Paz.

Além dos projetos da Sejel, existe a Lei Municipal

de Incentivo ao Esporte Amador Guilherme Paraense.

Ela possui o mesmo nome de um importante atleta

paraense, responsável pela primeira medalha olímpi-

ca brasileira, no ano de 1920. “A Lei de Incentivo ao

Esporte Amador é a ferramenta mais fácil de capital-

ização de recursos que a prefeitura pode disponibili-

zar”, acrescenta Lucas Paz. A Lei dispõe a concessão

de incentivos fiscais que possibilita a realização de

competições, viagens, compra de materiais que val-

orizem as atividades esportivas e tudo quanto puder

acrescentar ao esporte amador no âmbito do mu-

nicípio de Belém. Mas ainda é pouco. Segundo o co-

ordenador, 0,5% do valor total arrecadado do Imposto

Sobre Serviço (ISS) e do Imposto Predial Territorial

Urbano (IPTU), é repassado aos projetos esportivos

aprovados pela Lei.

Ainda assim, os projetos esportivos desenvolvi-

Page 5: Revista feliz lusitania

Feliz Lusitânia 5

dos pela Sejel e os beneficiados pela Lei Guilherme

Paraense, não são o necessário para atender a popu-

lação. “Nós temos vários projetos e estamos fazendo

muito. Porém, ainda é pouco perto das nossas prob-

lemáticas sociais, como a violência e, perto da quanti-

dade da nossa população. Temos uma grande missão

ainda pela frente, que é ampliar o nosso trabalho”, diz

Lucas Paz, sobre o assunto.

A principal dificuldade apontada pelos órgãos re-

sponsáveis pelo esporte é a financeira. São poucos os

investimentos feitos para o desenvolvimento do es-

porte no município. Para o ano de 2014, o orçamento

total da prefeitura foi de R$ 2.808.128.295,00. Apenas

0,2% deste valor foi destinado à Sejel. Isso significa um

total de R$ 5.609.781,00. No entanto, diretamente ao

esporte foi destinado R$ 1.083.000,00, ou seja, apenas

0,03% do valor total orçado pela prefeitura. Os números

revelam a situação em que se encontram as políticas

públicas voltadas à área esportiva “O esporte não é só

uma boa atividade física que reflete na saúde. Ele está

diretamente ligado a disciplina, ao respeito, ao trabalho

em grupo. É uma forma de inclusão social. Precisamos

investir mais” conclui o coordenador da Sejel.

Nesse sentido, a sociedade se mobiliza através de

ONG’s para revelar grandes campões, independentes

de órgãos públicos. É o caso do Clube All Star Rodas,

fundada por Wilson Caju em 1996. O Clube dos Defi-

cientes Físicos do Pará All Star Rodas, time que atua na

modalidade de basquete para cadeirantes, é conheci-

do nacional e internacionalmente como uma entidade

que desenvolve um trabalho de responsabilidade social

através do esporte paraolímpico, e como forma de in-

clusão social.

Treinador do time All star Rodas, Wilson Caju

trouxe a ideia de formar um time para deficientes

físicos da Grã-Bretanha. Caju foi jogador de futebol

profissional e trabalhou como treinador de atletas no

Paysandu. Após sofrer um grave acidente de carro, fi-

cou seis meses em uma cadeira de rodas. “Só sabemos

das dificuldades que passa um cadeirante, quando es-

tamos presos a uma cadeira de rodas”, diz Caju. Com

mais de 50 atletas, o All Star Rodas coleciona títulos

importantes. Além disso, o time é a base da Seleção

Paraolímpica de Basquete, onde Caju foi treinador por

mais de dez anos, com participação em competições

de destaque, como as Olímpiadas de Londres de 2012.

“O nosso projeto é para fomentar não só a formação de

grandes atletas, mas também de grandes cidadãos”, fi-

naliza Wilson Caju.

Ut amcommo luptat veliquamet,

vulluptatem quamcon ulluptat

dolorer sim nonse con utat. Et nos

nostin veriustie ex eu faciduis

deliquis am, sit volut eum ip exero

odionse niscini amconse quamet

alit erat. Ut luptatinit no

Ustionsed ese mod do er sequam

quam do conum eniamconsed

ming ea am, sed min henisi.

Ros nulla feum quam, commy

nosto od er si ectem incin vol-

or sum ver summy num volo-

re modo dolestrud etumsandre

consent la consecte volore feuisit

alit iustrud estrud minibh ero d.

Faculdade de Estudos

Avançados do Pará - 2015

www.feapa.com.br

Wilson CajuFoto: Gustavo Pêna

Mayave Ribeiro

Estudante de Jornalismo

FEAPA

[email protected]

Page 6: Revista feliz lusitania

EDUCAÇÃO

Page 7: Revista feliz lusitania

Feliz Lusitânia 7

Uma estranha constatação sobre a educação em BelémSed ligula lectus, volutpat a imperdiet nec, commodo eu dolor. Duis lacinia fringilla faucibus. Class aptent taciti sociosque.

Mayave Ribeiro

Estudante de Jornalismo

FEAPA

[email protected]

Faculdade de Estudos

Avançados do Pará - 2015

www.feapa.com.br

Ut amcommo luptat

veliquamet, vulluptatem

quamcon ulluptat dolorer

sim nonse con utat. Et

nos nostin veriustie ex

eu faciduis deliquis am,

sit volut eum ip exero

odionse niscini amconse

quamet alit erat. Ut lupta-

tinit nonsed et prat.

Ustionsed ese mod do er

sequam quam do conum

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am, sed min henisi.

Ros nulla feum quam,

commy nosto od er si

ectem incin volor sum ver

summy num volore modo

dolestrud etumsandre

consent la consecte volore

feuisit alit iustrud estrud

minibh ero do odo od tat.

Et nisi.Iquam, ipsunt amet

que pedi accatem asse

expe reius repudanim

velic tem explique nimus

mint, vidipbor saperem

ditiscil is adis volupta

sequi ressimodis aut vo-

luptatetur magnatatur.

O parabéns da futura quatrocen-

tona, Belém, está próximo e o balanço

educacional da aniversariante aponta

uma disparidade na média do IDEB

(Indice de Desenvolvimento da Edu-

cação Básica). Pode variar com mais

de um ponto de diferença. Alunos

da 9ª série tem avanço menor ,que

os estudantes da primeira fase do

fundamental. Os futuros alunos do

primeiro ano do ensino médio, obti-

veram no decorrer de 5 anos ,médias

em Língua Portuguesa e Matemática

inferiores em relação as crianças da

5º serie.

Considerando as notas nas

provas de Língua Portuguesa e

Matemática, para alunos da primeira

fase do ensino fundamental, que vai

até o 5º ano e segunda fase, até o 9º

ano, é contabilizado o índice de 0 a 10.

Quanto maior a média, maior a qual-

idade do ensino. Então os pequenos

belenenses sabem fazer melhor con-

tas e aprendem de fato sobre a língua

que falam, ao contrário dos pré-ad-

olescentes. Provavelmente terão que

dar o dinheiro dos pais ganho com

muito custo, aos cursinhos baratos

de esquina em Belém ,para mais tar-

de arriscarem-se no ENEM(Exame

Nacional do ensino Médio).

O mais contraditório sobre o

histórico das médias obtidas em

Belém é que, os estudantes das series

menores superaram as metas de anos

futuros (meta de 2015) e as médias

dos alunos do 9º ano, tiveram média

abaixo da meta do ano de realização

das provas(ano de 2013). A diferença

entre a superação da meta também é

maior, para estudantes da 5ª serie em

comparação aos da 9ª serie.

“Essa foi a maneira que a pre-

feitura encontrou para reconhecer

o trabalho que essas escolas vem

desenvolvendo com os alunos...,é

com incentivo da prefeitura e com a

participação de todos da escola, que

Belém vai se tornar uma cidade com

excelência na educação”.

Afirmou o prefeito de Belém Ze-

naldo Coutinho, no portal da prefei-

tura ,sobre as premiações que vai dar

ás escolas que tiverem melhor de-

sempenho no IDEB, com transporte

escolar gratuito, climatização nas

salas de aula, quadros digitais e refor-

mas no prédio.

Page 8: Revista feliz lusitania

Belém 400 anosB

elém

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A VERBA DESTINADA Á EDUCAÇÃO

De acordo com o FUNDEB (Fundo de

manutenção da Educação Básica e de val-

orização dos profissionais da educação), no

Portal da Transparência, o município tem

acumulado no ano R$ 30.513.045,57. So-

mente no mês de Agosto de 2014, o FUNDEB

recebeu como complementação a soma de

R$ 4.944.021,58 de recursos financeiros. Ze-

naldo Coutinho premia escolas com bom

desempenho nas provas do IDEB, porém o

FUNDEB tem recursos para qualificar a ed-

ucação, não somente das melhore, mas das

piores também e essas necessitam de din-

heiro, que existe em grande quantidade,

para a melhoria física das instituições e

melhores salários aos professores.

Carlos de Paixão de Cristo. Magro,

moreno, olhos pequenos. Cabelos lisos e

castanhos, cortados em forma de cuia. Está

com 12 anos de idade, é o único menino

dos três filhos de Dona Sueli Maria Paixão

de Cristo,casada,42 anos. Sueli, típica dona

de casa espera o filho eu estuda no turno

da manhã na escola municipal República

de Portal , bairro da Marambaia, quase três

quilômetros de distância da sua casa, para

almoçar peixe frito.

A casa de dona Sueli é quase no final

do canal Água Cristal. Carlos volta da escola

seguindo o serpentear do canal, que corta o

bairro da Marambaia , até sua residência. A

rua onde mora, uma das passagens localiza-

das á beira d canal, é de terra batida mistura

a aterro. A rua não tem saída e Carlos e sua

família moram no final da passagem. Sueli

diz sobre a qualidade educacional de Belém,

ser regular e ainda como foi difícil conse-

guir matricular o filho no horário da manhã.

Sobre a questão do prefeito premiar as

escolas com os melhores desempenhos no

IDEB, pensa. Neste momento ouve-se ape-

nas o barulho das bolinhas de óleo fritan-

do o peixe, então diz. ”Eu acho isso aí uma

desigualdade, porque todas as escolas tra-

balham para dar o melhor aos nossos fil-

hos....deveria é investir mais na segurança

das escolas.”

A mãe de Carlos diz já ter visto várias

cenas estranhas no horário de saída das

crianças, não só ao meio dia, quando ter-

minam as aulas de Carlos, mas em todos os

turnos.

De repente um cheiro forte, bom, vin-

do da cozinha invade o pátio, onde dona

Sueli está. È o aroma do peixe pronto, no

ponto, então, ela apressa-se para encerrar

a conversa dizendo que vai transferir seu

primogênito, assim como já o fez com as

irmãs de Carlos e volta rapidamente para a

cozinha.

No ano de 2015, serão realizadas novas

provas, para medir o quanto os alunos das

escolas municipais de Belém sabem sobre

as disciplinas ditas como básicas, Língua

Portuguesa e Matemática. Belém, capital

importantíssima da Amazônia. As quatro-

centas velas serão apagadas, assim como a

evolução escolar, se continuar neste proces-

so estranho, onde, quanto mais um aluno

“avança” nas series, menos ele sabe realizar

operações matemáticas e identificar orações

textuais.

ano

ano media meta

2009 3.9 3.4

2011 4.4 3.8

2013 4.1 4.1

2015 ••••• 4.4

ano

ano media meta

2009 3.5 3.3

2011 3.7 3.6

2013 3.8 4.0

2015 ••••• 4.3

Abaixo da meta em 2013Alcançou a meta em 2015

Page 9: Revista feliz lusitania

Feliz Lusitânia 9

“A capital poderia gerar mais empre-gos caso houvesse investimento no setor industrial”, observa Supervisor Técnico, Roberto Sena.

EMPREGOBelém lidera de geração de empregos em 2014

No mês de setembro, emprego formal

voltou a apresentar crescimento (no com-

parativo entre admitidos e desligados) em

Belém, é o que mostra este novo Estudo

elaborado e analisado pelo DIEESE/PA com

base em informações oficiais do Ministério

do Trabalho, segundo os dados do Cadas-

tro Geral de Empregados e Desemprega-

dos – CAGED, levando em consideração a

nova metodologia adotada pelo Ministério

do Trabalho que inclui registros entregues

com atrasos e acertos. Este Estudo é parte

integrante do que está previsto no convê-

nio de Cooperação Técnica, firmado entre

o DIEESE – Departamento Intersindical de

Estatística e Estudos Socioeconômicos e a

Prefeitura Municipal de Belém, através da

Secretaria Municipal de Economia - SEC-

ON.

No mês de setembro/2014, foram feit-

as em Belém, 8.974 admissões contra 8.666

desligamentos, gerando um saldo positivo

de 308 postos de trabalhos com um cresci-

mento de 0,11% na geração de empregos

formais.

No mesmo período do ano passado

(setembro/2013), a capital paraense tam-

bém apresentou crescimento de empregos

formais, porém bem maior que o verifica-

do este ano, foram feitas naquela oportuni-

dade, 9.124 admissões contra 8.250 deslig-

amentos, gerando um saldo positivo de 874

postos de trabalhos.

Segundo as análises do DIEESE/

PA, no mês de setembro/2014, os Setores

Econômicos da Capital que apresentaram

os maiores crescimento de empregos for-

mais foram: Construção Civil com saldo

positivo de 139 postos de trabalhos, se-

guido do Setor Serviços com saldo posi-

tivo de 130 postos de trabalhos e do Setor

da Indústria de Transformação com saldo

positivo de 127 postos de trabalhos. Tam-

bém no mês de setembro/2014, o destaque

negativo na geração de empregos formais

ficou por conta do Setor da Agropecuária

com a perda de 59 postos de trabalhos e do

Setor Serviço Indústria e Utilidade Pública

com a perda de 34 postos de trabalhos.

Segundo Sena, Belém está deixan-

do de empregar mais pessoas por conta

da falta de investimento nas indústrias na

capital, hoje o interior do estado apresenta

um grande crescimento na contratação de

novos empregados formais. “Os grandes

projetos não estão localizados na região

metropolitana” afirma Roberto Sena.

Em consequência, a população da

capital vai em direção ao interior do esta-

do e busca de trabalho. Sem dúvidas há um

grande investimento nas áreas de comér-

cios e serviço, mas não alcança o valor

investido nas industrias paraense, no mu-

nicípio de Barcarena foi instalado o projeto

Albrás/Alunorte. Está voltado para a  pro-

dução industrial de alumínio  a partir das

jazidas de  bauxita do rio Trombetas  (mu-

nicípio de Oriximiná, Estado do Pará), A

Serra dos Carajás, serra do estado do Pará,

ficou logo famosa pela imensa riqueza

mineral, principalmente ferro, cujo volume

foi cubado em  5.000.000 de toneladas, e

um grande exemplo é Altamira e sua indu-

stria de Belo Monte.

Talisson Lima

Estudante de Jornalismo

FEAPA

[email protected]

Faculdade de Estudos

Avançados do Pará - 2015

www.feapa.com.br

Page 10: Revista feliz lusitania

10 Belém 400 anos

Em Belém é muito comum encontrar um grande

movimento de pessoas de um lado para outro, razão

disso é a região comercial de Belém, aqui encontra-

mos de tudo um pouco.

Em um rua movimentada de Belém encontro Jo-

syanne Madeira, 41 anos, dois filho e um sorriso que

faz falta em muita gente.Há 17 anosno mercado infor-

mal, “Josy” como é mais conhecida, é uma vendedora

de alimentos, em sua barraca podemos encontra um

belo pedaço de peixe filtro acompanhado com uma

pitada de carinho na hora do preparo. Desde 1995, ela

tem uma barraca de comidas que funciona rua João

Alfredo no centro da capital paraense. Orgulho ela

tem dos filhos que foram criados na feria e nunca de-

ram dor na cabeça, concursados da polícia militar do

Pará hoje cada um é independente.

No outro lado da capital, exatamente na rodovia

Augusto Montenegro um jovem chama atenção, não

é um artista famoso, estou falando de Patrick Oliveira,

um jovem de 19 anos morando do distrito de outeiro,

uma ilha há 25 km2 de Belém, há dois anos ele es-

colheu apresentar sua arte nas ruas. Com o semáforo

fechado ele usa seu talento para ganhar dinheiro, e é

através desse meio, que ele há dois anos ajuda no sus-

tento da sua família. “Tem dias que eu faço R$ 40,00

reais”, finaliza Patrick.

A OPORTUNIDADE VEM DAS RUAS

Bel

ém, s

erá

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em?

Page 11: Revista feliz lusitania

Feliz Lusitânia 11

VIOLÊNCIAA falta de segurança em Belém entristece moradores

Prestes há completar 400

anos, Belém vem acompanhando

o crescimento descontrolado de

violência urbana, sendo hoje uma

das cidades mais violentas do Bra-

sil e do mundo. A capital ocupa a

23º posição no ranking da violên-

cia mundial.

Na última década, a questão

da segurança pública passou a

ter enorme visibilidade, sendo

considerado problema funda-

mental e principal desafio ao es-

tado. Questão essa que jamais,

na história recente, esteve tão

presente nos debates, tanto de es-

pecialistas, como do público em

geral. Mazelas como a ocupação

urbana desordenada, falta de in-

vestimentos em áreas de sanea-

mento, educação, saúde, lazer e

segurança deixam os moradores

da cidade entristecidos com a situ-

ação.

A espacialização da crimi-

nalidade violenta a partir de ativ-

idades ligadas ao tráfico de dro-

gas na periferia de Belém vem

contribuindo para o aumento da

violência. O tráfico não encontra

dificuldades para manter-se em

áreas fragmentadas e excluídas

dos benefícios do planejamento

urbano.

Segundo dados, hoje os

crimes mais cometidos na região

metropolitana, são: Roubo, rou-

bo seguido de morte (latrocínio),

homicídio, tentativa de homicídio,

furto, sequestro, lesão corporal

(agressão), arrombamento, e estu-

pro.

“Eu não me sinto seguro”.

Esta frase define o que a maio-

ria das pessoas que moram na

Região Metropolitana de Belém. A

qualquer momento do dia ou em

qualquer lugar. Pessoas comuns,

que trabalham e estudam, alegam

não se sentirem seguras. Alguns,

nem mesmo com a polícia por

perto.

  “A segurança pública está

muito ineficiente. Estamos indef-

esos em qualquer situação, em

qualquer lugar. O policiamento

nas ruas é muito fraco. Não me

sinto segura nem mesmo com a

polícia por perto”, revelou a estu-

dante Talita Raiol, 23, que estuda

na Universidade Federal do Pará,

no bairro do Guamá, em Belém.

Faculdade de Estudos

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2015

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Nathália Siqueira

Estudante de Jornalismo

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Page 12: Revista feliz lusitania

Belém 400 anos12

Indignada, Talita declarou que

não acredita na polícia. “Já perdi a

conta de quantas vezes fui rouba-

da, mas posso afirmar que já pas-

sou de 5 vezes. Registrar boletim

de ocorrência não adianta nada.

Nada muda e eles não fazem nada

por nós. Deveria ter mais investi-

mento na segurança”, afirmou.

Os crescentes índices de vi-

olência são responsáveis por

trazer o medo para o nosso dia a

dia. E de acordo com a psicóloga

Danye Rezende, esse medo é real

e está adoecendo parte da popu-

lação.   Envolvidas em situações

de violência, assaltos, sequestros

relâmpagos, roubos e arromba-

mentos, as vítimas desenvolvem

transtornos de ansiedade que di-

ficultam o convívio social. “No

consultório, atendemos desde cri-

anças de três e quatro anos, com

medo dos pais saírem para tra-

balhar e morrerem na rua. Até ad-

olescentes, adultos, idosos”, conta a

psicóloga.

Os bairros considerados mais

violentos, segundo o Policial Civ-

il Leconn Oliveira, são: Jurunas,

Guamá, Terra Firme, Barreiro, Sac-

ramenta, Cremação, Curuçambá,

Paar, Benguí, Tenoné, Pratinha,

Cabanagem, entre outros. “São

vários os bairros, áreas de periferia,

a maioria alimentados pelo tráfico

de drogas, uma realidade que luta-

mos para mudar”, diz Leconn.

O Policial Civil acredita que a

participação cidadã é fundamen-

tal, pois facilita o crescimento da

consciência crítica da população,

fortalece seu poder de reivindi-

cação e a prepara para adquirir

mais poder na sociedade. Assim, a

participação pode ser compreen-

dida, como um processo de in-

tervenção ativa na construção da

sociedade, o que é feito por meio

da tomada de decisões e das ativ-

idades sociais em todos os níveis.  

O combate a violência se tor-

na mais difícil até pela logística do

equipamento, que de acordo com

dados da Polícia Militar do Estado

do Pará (PMPA), a frota, entre via-

turas, motocicletas e bases móveis,

somando capital e região met-

ropolitana (Belém, Ananindeua,

Marituba, Santa Bárbara e Benev-

ides), empregada no policiamento

ostensivo é de aproximadamente

450 unidades. 

O sociólogo Jonas Fernandes

diz que uma das causas desse

cenário, é a falta de investimen-

to, e afirma que a única solução

para amenizar o problema da se-

gurança é o investimento do gov-

erno. “Precisamos de segurança,

mas precisamos, desesperada-

mente, de políticas públicas soci-

ais. Políticas de inclusão, de tra-

balho, de educação, de moradia”,

enumera.

titular da Segup, Luiz Fer-

nandes Rocha, explicou que o

Governo do Estado está investindo

alto em um plano estratégico na

Segurança Pública. “A população

sente insegurança porque não

conhece o trabalho que está sendo

feito pelo governo para melhorar a

segurança das pessoas. Estamos

trabalhando para que essa sen-

sação de insegurança amenize.

Na verdade, as pessoas têm uma

sensação de abandono, mas existe

uma segurança. O problema é que

a população precisa tomar conhe-

cimento disso e deveria saber que

estamos operando em novos pro-

jetos para a segurança”, afirmou.

De acordo com o secretário,

a população também precisa faz-

er a sua parte, cooperando com

o serviço de combate contra a vi-

olência, que segundo ele, vem re-

duzindo desde 2009.

Bel

ém, s

erá

qu

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Page 13: Revista feliz lusitania

Feliz Lusitânia 13

Com o crescimento cada

vez mais desordenamento,

Belém tem apresentado in-

chaço populacional, princi-

palmente as margens da Ro-

dovia Augusto Montenegro. A

região é considerada aos olhos

empresariais a “menina dos

olhos”, exaltando fortemente,

o sentido de ser uma nova

Belém. Para os moradores da

região é necessário que o pod-

er público municipal faça um

investimento adequado na in-

fraestrutura, já que a população

reclama do descaso na via.

Para o morador Paulo Silva,

47 anos, não teve outra opção.

Imigrante nordestino, do Piauí,

veio para o norte em busca de

uma qualidade de vida. Com

quatro filhos pequenos, e uma

esposa com problemas renais,

vagou pelas ruas da capital

paraense em busca de confor-

to e segurança para a família.

Segundo os planos do Paulo, o

plano era conseguir um em-

prego de pedreiro e alugar um

quartinho para os filhos.

  “Vim para Belém, em

busca de um sonho. Um sonho

de ter uma vida melhor, de ter

uma casa, um emprego digno,

dar estudo aos pequenos, mas

não foi nada disso que aconte-

ceu. Tudo é muito difícil aqui.

A locomoção é ruim demais.

Quando penso que vou conse-

guir, não dá, já foi”, relata com

muita tristeza o ajudante de

Pedreiro.

  Após meses nas ruas,

Paulo, consegue um pequeno

terreno às margens da Rodo-

via Mario Covas, região met-

ropolitana. Lá, ele conseguiu

alguns pedaços de madeira e

lona, para então, construir a

sua pequena e singela casa.

Os quatro filhos, frequentam

uma escola bem próximo ao

terreno em que eles moram.

Porém o medo atormenta toda

a família. “Esse terreno aqui,

não é meu. Tenho consciência

que a qualquer momento pode

chegar a polícia e mandar todo

mundo embora daqui. Mor-

ro de medo de que os guar-

das façam mal para as minhas

crianças, elas não tem culpa.

E   sem um emprego fixo, não

consigo melhorar a minha

situação”, disse Silva.

  De acordo com dados

do Índice de Desenvolvimen-

to Humano (IDH), Belém tem

cerca de 30% de sua população

URBANIZAÇÃOBelém sofre com o crescimento desordenado

Page 14: Revista feliz lusitania

Belém 400 anosB

elém

, ser

á q

ue

está

tu

do

bem

?14

abaixo da linha da pobreza.

Em relação aos anos anteri-

ores, esse número vem sof-

rendo uma cada considerável

de 2%. Porém, a capital ainda

enfrenta grandes problemas

relacionados à moradia e a

desigualdade social, como

também, das ocupações de-

sordenadas em torno de

avenidas.

CONTEMPLAÇÃO

Maria do Socorro Garcia,

76 anos, é aposentada e tem

a companhia de 3 gatos que

fazem a sua alegria em um

pequeno apartamento, local-

izado na Avenida Almirante

Barroso. Em uma situação

de risco, foi contemplada at-

ravés do Programa Minha

Casa Vida, a aposentada, vivia

em uma situação de risco no

bairro do Jurunas.

Morada há mais de 50

anos, dona Maria, vivia em

uma palafita na Avenida Ber-

nardo Sayão. Nesta casa, cri-

ou os seus 8 filhos, 5 netos e

3 bisnetos, onde lembra com

muita carinho enquanto ol-

hava as fotos. “Foram longos

anos que passei no bairro.

Minha casa era velha. Tinha

medo de uma chuva forte

que poderia levar a qualquer

momento o meu telhado, ou

pior, derrubar todinha”, con-

tou com um largo sorriso no

rosto.

Hoje a morada faz parte

de mais dez mil famílias que

foram beneficiadas com o

programa. De acordo com o

secretário municipal de habi-

tação (Sehab), João Claudio

Klautau, é que esse número

se estenda cada vez mais. “A

secretaria junto com o Pre-

feito, Zenaldo Coutinho, es-

tamos implantando na cap-

ital, o programa Minha Casa

Minha Vida. Desta forma, va-

mos dando a população mais

carente a possibilidade de ter

uma casa própria, com a in-

fraestrutura necessária e sa-

neamento”, disse o secretário.

No último mês, o prefeito

municipal de Belém, Zenaldo

Coutinho, e o titula da Sehab,

assinaram o temo de compro-

misso para a construção de

um mais novo residencial, no

distrito de Outeiro. Ao todo,

serão investidos mais de R$

60 milhões em obras que re-

ceberá tratamentos de água e

esgoto.

A secretaria de habitação

informa ainda, que os mora-

dores que estiverem em situ-

ação de risco, podem procu-

rar a instituição para fazer o

cadastro e receber a sua casa.

Mas, o Paulo Silva, diz que pra

ele conseguir a casa própria é

necessário ter muita paciên-

cia. “Eu já andei em todas es-

sas repartições públicas, mas

tudo que eu ouço é ‘preencher

uma ficha e esperar a visita’. A

violência, não tem hora e nem

local. E quero muito sair desse

terreno que não é meu.”

Faculdade de Estudos

Avançados do Pará -

2015

www.feapa.com.br

Bruna Cabral

Estudante de

Jornalismo - FEAPA

[email protected]

Ut amcommo luptat veli-

quamet, vulluptatem qua-

mcon ulluptat dolorer sim

nonse con utat. Et nos nosti

deliquis am, sit Ut luptatinm

quam, commy nosto od er

si ectem incin volor sum ver

sunt amet que pedi accatem

asse sequi ressimodis aut

voluptatetur magnatatur.

Page 15: Revista feliz lusitania

Feliz Lusitânia 15

O  trânsito em Belém  é

um dos principais problemas a

serem solucionados  em nos-

sa  cidade, pois  além de provo-

car poluição sonora e visual é

extremamente  refém de seus

congestionamentos, que são

derivados de um principal moti-

vo, a falta de alternativas de ruas

para que o trânsito possa fluir com

maior rapidez. 

Essa situação acaba  com-

prometendo a mobilidade urba-

na de usuários  de transporte  pú-

blico,  privado  e pessoas que tem

este ambiente como o seu local de

trabalho. Como o taxista Reginal-

do Alves  Barros, 50.  “É  muito es-

tressante, é muito sufoco”, diz so-

bre o Trânsito de Belém no qual é

obrigado a conviver diariamente. 

Já no caso da estudante Ana

Clara  Malcher, 20,  moradora do

bairro Parque Verde, na periferia

de Belém, o  mau  fluxo de veícu-

los interfere em sua rotina.  “Acor-

do  cinco horas, e levo duas  pra

chegar no cursinho. O transito

é muito lento por todo o camin-

ho”. Umas das alternativas criadas

pela prefeitura  de Belém, seria o

BRT (Bus Rapid Transit) ou rápido

transporte urbano. Uma linha de

ônibus modernos e confortáveis

que faria trajetos com maior rapi-

dez  e que trafegaria por uma via

exclusiva,  que seria construída

para que o ônibus  “especial” pu-

desse transitar com facilidade e

sem paradas. Entretanto devido ao

mau planejamento  o projeto não

foi concluído, e pela via construída

percorrem ônibus comuns, ape-

nas identificados  com uma placa

escrita “Expresso”. “Pra mim ele

não é muito útil, por que só é bom

ali naquela parte, depois que sai de

lá é a mesma coisa, então acho que

não tem muita utilidade” conclui a

estudante. 

De acordo com a superin-

tendente da SEMOB (Superin-

tendência  Executiva  de  Mobil-

idade  Urbana de Belém) Maísa

Tobias.  “Segundo a Lei de Mobili-

dade Urbana é necessário priorizar

o transporte coletivo e é o que es-

tamos fazendo com os projetos de

implantação do sistema BRT em

corredores principais da cidade. O

projeto BRT Belém, que visa tor-

nar, como em outras grandes cap-

itais, o sistema público de trans-

porte coletivo mais atrativo, rápido

e eficaz que o transporte particular

individual”. O BRT, tem previsão

de  conclusão, já com novos ôni-

bus em 2016. 

Belém, assim como em toda

metrópole, tem seu horário de

“pico”, ou seja, horário de pior tran-

sito na cidade, segundo a Gerente

de vendas Cleni Raimunda almei-

da, 47.  “Belém tem como pior

horário, das 18 ás 20 horas. Aonde

se é  facilmente notado por quem

está  trabalhando, voltando da es-

cola, indo a algum compromisso

ou voltando do trabalho”. Isso se

origina a  partir da falta de sinal-

ização e de alternativas de  ruas

para que o trânsito possa fluir com

maior facilidade. 

Além dos problemas no cen-

tro da cidade, sair dela também

é uma das principais dificul-

dades,  pois existe apenas uma

saída, pela rodovia BR-316. As-

sim causando grandes conges-

tionamentos em finais de sema-

nas, feriados e férias. “Com certeza

nós precisamos de mais vias de

acesso na cidade, por que sair dela

é muito difícil” conclui Cleni, que

é usuária de transporte privado.

TRÂNSITOCaos nas ruas de Belém

Regis Almeida

Estudante de Jornalismo

FEAPA

[email protected]

Ut amcommo luptat veliquamet, vul-

luptatem quamcon ulluptat dolorer sim

nonse con utat. Et nnonsed et prat.

Ustionsed ese mod do er sequam quam do

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henisi.

s aut voluptatetur magnatatur.

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Avançados do Pará - 2015

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Page 16: Revista feliz lusitania

Belém 400 anosB

elém

, ser

á q

ue

está

tu

do

bem

?16

Em 2016, Belém completará

400 anos de fundação e a data de-

veria ser marcada pela valorização

da história e das características

únicas que marcam quem con-

hece e habita a cidade. Mas, em

termos de Políticas Públicas a ci-

dade das mangueiras não está

adequada e nem ofertando coer-

entemente para seus dois milhões

de habitantes. Essa é a finalidade,

retratar depoimentos de pessoas

que usufruem do poder público ou

sentem necessidade de espaços

de lazer na cidade, tanto os jov-

ens quanto os velhos, pois são eles

os segmentos da sociedade. Que

muitas vezes pouco tem recebido

apoio desse serviço tão impor-

tante.

Políticas Públicas são dire-

trizes, princípios norteados de

ações do poder público: regras e

procedimentos para as relações

entre o poder e a sociedade. “Mes-

mo a Prefeitura ofertando adequa-

damente praças com exercícios ao

ar livre para os idosos, mais pistas

de skates e projetos sociais para os

jovens, não seria o suficiente para

ambos as partes, pois a questão da

segurança impede muito, que tra-

balhos sociais sejam desenvolvi-

dos em espaço público” é o que

afirma o especialista em Políticas

Públicas Fabrício Mattos. Res-

saltando ainda que é irreal pensar

na execução desse serviço, quan-

do se há uma situação em que a

cidade não oferece segurança, e

nenhum sistema de saúde ade-

quado.

Waldemar Fonseca de Melo,

83 anos, mais conhecido como

“passarinho”. É aposentado e tra-

balha vendendo picolé pelas ruas

há 75 anos, veio de Marapanim à

Belém apenas para uma visita e

por aqui ficou. “Eu gosto de Belém,

acho que ela oferece pouco para

nós idosos, mas o pouco que ela

oferece eu usufruo, vou sempre

há eventos que o poder público

promove como, cafés da manhã

na Praça da República, frequento

praças que tem atividades físicas

ao ar livre e festas culturais na Es-

tação das Docas” reiterou Fonseca.

A dificuldade que sente em andar

pelas ruas de Belém vendendo seu

picolé não são poucas, o aposen-

tado conta já ter sofrido algumas

quedas, mas nada grave. Belém

completará 400 anos em breve e

seu Waldemar diz que quer uma

cidade mais avançada e com um

olhar mais voltado para os ido-

sos em termos de acessibilidade,

oferecendo Segurança, Saúde, Sa-

neamento e mais projetos sociais

do no qual ele sempre participa.

A prefeitura e Governo do

Estado propuseram vários pro-

jetos a se pôr em prática antes do

aniversário da cidade, a ideia dess-

es projetos é potencializar as forças

e minimizar as fraquezas, e assim

apontar propostas inteligentes

para uma cidade sustentável com

uma visão estratégia por setor.

Ao longo dos anos foram

criados vários projetos indepen-

dentes pela cidade de Belém.

Como o projeto (Longe das ruas)

que é uma academia de Jiu-Jít-

su que vem resgatando crianças

e jovens da criminalidade, e tem

como objetivo principal usar as

Artes Marciais como uma forma

educacional, visando um mel-

hor futuro adulto. Sendo assim, a

Associação do professor e coor-

denador Luiz Claudio Santos, 43

POLÍTICAS PÚBLICASVelhos e jovens de Belém esperam por mais políticas públicas

Faculdade de Estudos

Avançados do Pará - 2015

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Lais do Vale

Estudante de Jornalismo

FEAPA

[email protected]

Marcela Coelho

Estudante de Jornalismo

FEAPA

[email protected]

Page 17: Revista feliz lusitania

Feliz Lusitânia 17

anos, é mantida financeiramente

por ele mesmo e conta com a co-

laboração dos meros professores do

projeto que um dia já foram alunos.

“Não temos sequer alguma ajuda fi-

nanceira de nenhum órgão munic-

ipal, agradecemos somente a feder-

ação paraense de Jiu-Jitsu que até

o momento nos ajuda” diz Claudio

Santos que em seguida relatou que

foram ajudados durante um ano,

mas depois que o contrato acabou

nunca mais receberam verba do

Governo Estadual. “Além de não ter-

mos apoio nenhum, somos esque-

cidos em termos de acessibilidade,

não temos espaços públicos volta-

dos especificamente para nós prat-

icantes de Jiu-Jitsu” comenta o co-

ordenador. A demanda de mães em

busca desse projeto para cadastrar

seus filhos é grande, principalmente

nas periferias do Bairro de Icoaraci

onde o percentual de criminalidade

é um dos maiores de Belém, e onde

se localiza a maior sede desse pro-

jeto e, é a mais carente dos 12 po-

los que Claudio coordena de Norte

a Sul do Pará. Mais de 30 jovens já

foram resgatados da criminalidade

na Associação, pois além de ser

uma ocupação para eles, acabam

adquirindo uma profissão técnica

também. “Não se basta só ter praças

adaptadas ao esporte, tem que ha-

ver um projeto que garanta trabalho

para esses jovens, é o mais correto

de afastá-los da criminalidade” res-

salta o Professor de Educação Física

Beto Andrade que diz sentir falta de

Intervenções do poder público.

A participação desses grupos

sociais é fundamental para a con-

strução de Políticas Públicas. Gus-

tavo Trindade, 22 anos, morador do

bairro do Jurunas é skatista e afirma

que Belém tem potencial o bastan-

te e verba de sobra para investir nas

Políticas Públicas em geral, não só

em áreas de lazer, mas como um

todo para o bem estar social que a

cidade merece. “Belém tem cinco

pistas de skate, e praticamente só

duas são as mais usadas por nós

skatistas, que são: Praça do Can -

bairro de Nazaré e a pista com half-

pipe e quarter, que fica na Avenida

Duque de Caxias no bairro do Mar-

co. O jovem relata ainda que o mo-

tivo das outras pistas existente não

são usadas por conta de não serem

adequadas para manobras de skate.

Finaliza.

Se os projetos Sustentáveis

e Arborizados forem colocados

em práticas, pode-se ter sim uma

Belém dos 400 anos que seu Walde-

mar Fonseca de Melo, Luiz Claudio

Santos e Gustavo Trindade esperam

daqui para os próximos anos e não

só eles, mas toda a população que

habita a cidade.

Page 18: Revista feliz lusitania

Foto: Fernando Sette Câmara

Interdisciplinar FEAPA - 2015/1

André Rendeiro | Brenda Pio | Flaviane Pacheco