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REVOLTA DE 1383 – 1385:
Crise e Guerra da Independência .
─ Espaço de tempo que o país fica sem rei. ─
REI D. FERNANDO:
O rei D. Fernando governou Portugal numa época em que o nosso país e toda a Europa sofriam graves problemas. Foi um período de fomes, epidemias e guerras.
Uma das mais terríveis epidemias foi a Peste Negra que causou a morte a milhares de pessoas.
O TRATADO DE SALVATERRA:
O rei português envolveu-se com guerras com Castela. Após várias derrotas, assinou, em 1383, um tratado de paz, Tratado de Salvaterra.
Neste tratado, a sua única filha e herdeira do trono, a infanta D. Beatriz, foi dada em casamento ao rei de Castela. Para que este rei não viesse a governar, o rei D. Fernando procurou salvaguardar a independência de Portugal com a assinatura do Tratado de Salvaterra.
“(…) porque a vontade d’el Rei Dom Fernando era que os Reinos de Portugal nunca fossem juntos aos Reinos de Castela, (…) foi outorgado que, até que a Infanta (D. Beatriz) houvesse filho e fosse de idade de catorze anos, a regência dos ditos Reinos de Portugal pertencesse à Rainha D. Leonor (…)”
Fernão Lopes, Crónica de D. Fernando.(adaptado).
PROBLEMA DE SUCESSÃO:O problema de sucessão na monarquia portuguesa pôs-se no mesmo ano, quando D. Fernando morreu.
Como não tinha outros filhos, D. Beatriz era herdeira do trono.
Mas de acordo com o tratado celebrado, a rainha viúva, D. Leonor Teles, ficou a governar o país como regente.
D. LEONOR TELES:Quando assumiu o Reino, mandou aclamar D. Beatriz como rainha de Portugal. A nobreza e clero apoiaram a decisão.O povo revoltou-se pois receava que com D. Beatriz rainha, o seu marido, rei de Castela, passasse a governar Portugal e o país perderia assim a sua independência.Por outro lado o povo não gostava da relação duvidosa que D. Leonor mantinha com um fidalgo galego, o conde Andeiro, mesmo antes de ficar viúva.
GRUPOS EM CONFRONTO:
NOBREZA / CLERO
Aclamaram D. Beatriz como rainha de Portugal, porque:
• Receavam perder os seus privilégios;
• Não aceitavam o Mestre de Avis por ser filho ilegítimo de D. Pedro I.
BURGUESES / POVO
• Revoltaram-se em Lisboa e outros lugares do Reino contra a aclamação de D. Beatriz, pois não queriam ser governados por um rei estrangeiro e temiam a perda de independência de Portugal.
A MORTE DO CONDE ANDEIRO:
• Álvaro Pais, rico burguês, planeou uma conspiração para matar o conde Andeiro.
• Para executar o plano, convenceu D. João, Mestre de Avis, pois como era meio-irmão do rei D. Fernando e cunhado de D. Leonor Teles, tinha fácil acesso aos Paços da Rainha.
• O Mestre de Avis matou o conde com a sua própria espada, vingando assim a honra do rei morto.
ACLAMAÇÃO DO MESTRE DE AVIS:
• Temendo uma invasão Castelhana, o povo de Lisboa pediu ao Mestre que tomasse o cargo de Regedor e Defensor do Reino, que passaria a organizar a defesa e governar como se fosse rei.
• Para o ajudar nessas funções, nomeou homens da sua confiança, o comando militar ficou entregue a um nobre▬ D. Nuno Álvares Pereira ▬
D. NUNO ÁLVARES PEREIRA:
• Em resposta ao pedido de D. Leonor, o rei de Castela invadiu Portugal, entrando ela Guarda e dirigindo-se a Santarém, que apoiava D. Beatriz.
• Mas as tropas portuguesas, comandadas por D. Nuno Álvares Pereira, vão ao seu encontro e vencem os Castelhanos no Alentejo, em 1834, na Batalha de Atoleiros.
BATALHA DE ATOLEIROS:
CORTES DE COIMBRA:
• Depois de terem vencido os Castelhanos, foi necessário eleger um rei.
• Assim, em 6 de Abril de 1385, as Cortes reuniram-se em Coimbra para decidir quem deveria reinar.
• O Dr. João das Regras, jurista e por isso conhecedor das leis, argumentou a favor de D. João, Mestre de Avis, que foi aclamado rei de Portugal.
• Com D. João I inicia-se a 2ª dinastia – Dinastia de Avis.
Dinastia de Avis:• Depois de aclamado rei de
Portugal, D. João I nomeou D. Nuno Álvares Pereira “Condestável do Reino” – chefe supremo de todos os exércitos portugueses.
• Pouco tempo depois, os castelhanos invadiram de novo Portugal, com um poderoso exército de 32 mil homens.
• Apesar de não serem mais de 10 mil homens, os portugueses derrotaram os castelhanos, na Batalha de Aljubarrota, para a qual foi usada a táctica do quadrado.
BATALHA DE ALJUBARROTA.
TÁCTICA DO QUADRADO:
Para comemorar esta vitória, D. João I mandou construir o Mosteiro de Santa Maria da Vitória,
mais conhecido por Mosteiro da Batalha.
CASAMENTO DE D. JOÃO• Apesar de os Portugueses
terem eleito um novo rei nas Cortes de Coimbra e terem vencido os Castelhanos na Batalha de Aljubarrota, mantinha-se o receio de uma nova invasão castelhana.
• D. João fez um tratado de amizade com a Inglaterra, no qual os dois países se comprometiam ajudar-se mutuamente.
• Para reforçar este tratado, D. João casou com D. Filipa de Lencastre, na Igreja de S. Francisco no Porto.
FERNÃO LOPES – CRONISTA.
• Grande parte do que se conhece sobre esta época foi-nos transmitido por Fernão Lopes, que teve a seu encargo narrar a história do reinado de D. João I.
• Fernão Lopes procurou a verdade dos factos em documentos e testemunhos.
• A descrição das personagens e das situações, nas crónicas que escreveu, permite-nos “reviver” todos acontecimentos passados.