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Paz e liberdade. Visões, Discursos, Manipulações Universidade do Minho, Braga CEHUM 12 a 13 de novembro de 2018 Conferência Internacional XX COLÓQUIO DE OUTONO 2018

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Universidade do Minho, Braga

CEHUM

12 a 13 de novembro de 2018

Conferência Internacional

XXCOLÓQUIO

DEOUTONO

2018

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XX COLÓQUIO DE OUTONO 2018

Paz e liberdade.Visões, Discursos, Manipulações

Livro de resumos

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XX COLÓQUIO DE OUTONO 2018

Paz e liberdade.Visões, Discursos, Manipulações

Universidade do Minho, Braga | CEHUM12 a 13 de novembro de 2018

Comissão Organizadora:

Orlando Grossegesse (Universidade do Minho, Portugal)Cristina Flores (Universidade do Minho, Portugal)Micaela Ramon (Universidade do Minho, Portugal)

Equipa de apoio à organização:

Andréa Rubert (Mestrado em Português Língua Não Materna: PLE/PL2)Carolina Macedo (Mestrado em Português Língua Não Materna: PLE/PL2)Emília Bundo (Mestrado em Português Língua Não Materna: PLE/PL2)Salvador Tito (Mestrado em Teoria da Literatura e Literaturas Lusófonas)

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Organização:

Com o apoio de:

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APRESENTAÇÃO

«Paz às cabanas! Guerra aos palácios!», este célebre lema d’OMensageiro de Hesse (1834), um dos primeiros panfletos pré-comunistas (Büchner / Weidig) que exorta os camponeses à revolta,inspirou Marc Chagall, em 1918, portanto há cem anos, para acriação de um mural num edifício público. Este mural, tal comoinúmeros outros, fazem parte da expressão artística ligada àRevolução de Outubro – uma arte interventiva, comprometida coma ação coletiva. Este exemplo ilustra dois aspetos centrais datemática global do XXº Colóquio de Outono do CEHUM:

(1) a paz e a liberdade são conceitos utilizados ao serviço de visões e no seiode discursos que se levantam, por um lado, contra estruturas de poderestabelecidas e, por outro, também contra os movimentos que ameaçam aordem antiga – basta pensar no movimento anticomunista Paix et Liberté queinundou a França dos anos 50 com cartazes e panfletos;

(2) a intervenção de artistas plásticos, músicos e escritores em prol da paz e daliberdade corresponde a um conceito de arte que abandona os espaços e oscircuitos restritos que lhe são tradicionalmente reservados para intervir na rua,unindo-se à ação, conferindo menor importância à dimensão estética em si ounegando-a até.

A Revolução de Outubro está intimamente interligada com osucessivo fim da Grande Guerra, por inspirar movimentos pacifistase revolucionários por toda a Europa que pretendiam libertá-la deestruturas de poder e de exploração consideradas responsáveis pelaescalada de violência e de horrores nunca antes vistos. A data de 9de novembro de 1918 marca o fim do Império Alemão e, ao mesmotempo, o início do levantamento popular espartaquista que acabaráno assassinato de Rosa Luxemburg e Karl Liebknecht, em 15 dejaneiro de 1919, e em lutas fratricidas entre socialistas ecomunistas. São figuras icónicas de uma luta pela liberdade queevoca a memória de outro ídolo, Mikhail Bakunin, e os movimentosanarquistas em volta da Liga da Paz e da Liberdade que teve há150 anos, em setembro de 1868, o seu Congresso em Berna.

A oposição a outra Guerra, a Guerra de Vietnam, contribuiu muitopara o famoso Summer of Love, de 1967, que por sua vez, inspiroua onda de movimentos de juventude que ficou na HistóriaContemporânea etiquetada como Maio de 68. Tal como cincodécadas antes, e ainda com uma maior criatividade transmedial, aarte invadiu os espaços públicos levando a uma hibridização destescom o espaço privado e o íntimo, nomeadamente ao nível darevolução sexual, acrescentando aos conceitos de Paz e Liberdade ode Amor. Indissociáveis de tais dinâmicas são também osmovimentos contra a discriminação de género e raça que se

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podiam rever na expressão “I prefer dangerous freedom overpeaceful slavery”, como disse Thomas Jefferson, inspirando-se numavelha expressão em latim de autoria desconhecida; outros selembrarão da frase “Je préfère une liberté dangereuse plutôt qu’unesclavage tranquille” que aparece em Du contrat social ou Principesdu droit politique (1762), de Jean Jacques Rousseau. O exemploilustra a migração de reflexões sobre os conceitos de paz e liberdade,só à primeira vista em plena sintonia, porém abertos a múltiplasinterpretações, dependendo de contextos históricos sempre diferentesmas comparáveis.

CEHUM – Centro de Estudos HumanísticosInstituto de Letras e Ciências HumanasUniversidade do MinhoCampus de Gualtar4710 – 057 Braga Portugal

Tel.: +351 253604185Fax.: +351 253604164

E-mail: [email protected]: http://cehum.ilch.uminho.pt

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XX Colóquio de Outono 2018 / XX Autumn Colloquium 2018

Paz e Liberdade. Visões, Discursos, ManipulaçõesPeace and freedom. Visions, Discourses, Manipulations

Universidade do Minho, Campus de Gualtar, Braga12 – 13.11.2018

…………………………………………………………………………………………………………………………………………………

12 de novembro (segunda-feira) / 12th November (Monday)

Auditório B1 (CP2)

9h00 - Sessão de Abertura / Opening Session

9h30 - 10h15

Sessão plenária 1 / Plenary talk 1: Moderador: Orlando GrossegesseBurghard Baltrusch (Universidade de Vigo, I Cátedra Internacional José Saramago)GUERRA E VIOLÊNCIA DE GÉNERO EM O ANO DE 1993 DE JOSÉ SARAMAGO E NASILUSTRAÇÕES DE GRAÇA MORAIS

10h20 – 11h10

Sessão 1 - Moderadora: Ana Gabriela MacedoRenata Flaiban Zanete (Universidade do Minho)MYRA E PERSÉPOLIS – MENINAS EM FUGA EM BUSCA DA VIDA E DA IDENTIDADE

Antonio Alías Bergel (Universidad de Granada)ESCRITURAS DIALÉCTICAS DE LA HISTORIA. UNA IMAGEN CRÍTICA SOBRE LAGUERRA EN LA ESCRITURA DE EXILIO DE BERTOLT BRECHT

11h10-11h30Pausa para o café / Coffee-break

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11h30 – 13h00

Sessão 2 - Moderadora: Cristina ÁlvaresTiago Porteiro (Universidade do Minho)ESPAÇO DE PAZ E LIBERDADE NUM CAMPO DE REFUGIADOS DE GUERRA(JORDÂNIA).PROJETO DE TEATRO APLICADO.

Ana Bessa Carvalho (Universidade do Minho)YOUR BODY IS A BATTLEGROUND: CONTEMPORARY REPRESENTATIONS OF WAR

Carlos A Saraiva Bizarro Morais (Universidade Católica Portuguesa)A IMAGINAÇÃO AO PODER

Sandra Isabel Cunha de Sousa (Universidade do Minho)CORPOS EM TRAVESSIA: UMA LEITURA DE UM BAILARINO NA BATALHA, DE HÉLIACORREIA

13h00Almoço / Lunch

14h30

Sessão plenária 2 / Plenary talk 2: Moderadora: Francesca RaynerCarlo Salzani (Vienna)WALTER BENJAMIN READS MICKEY MOUSE: CINEMA, TECHNOLOGY AND THEPOSTHUMAN

15h20Pausa para café / Coffee-break

16h10

Sessão 3 - Moderadora: Rita PatrícioManuella Bezerra de Melo Martins (Universidade do Minho)A INVISIBILIDADE DAS MULHERES NA LITERATURA BRASILEIRA ENQUANTOPROJETO PARA LEGITIMAÇÃO DA NARRATIVA HEGEMÔNICA CENTRADA NOHOMEM.

Natalia Luiza Carneiro L. Acioly Francisco Acioly de Lucena Neto (Universidade deVarsóvia)SISTEMA PRISIONAL FEMININO NO BRASIL: CAUSAS, EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS.

16h10Pausa para café / Coffee-break

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16h30Painel / Panel: Marcos transnacionais da luta pela liberdade de expressão /Transnational landmarks in the struggle for freedom of expressionModeradora: Margarida PereiraJoanne Paisana (Universidade do Minho)PEACE AND PROTEST: THE BELFAST MURALS

José Luís Pimenta Lopes (Universidade do Minho)QUE NESSA ACTA FIQUE ESCRITO QUE NÃO FALEI”: O CASO EICHMANN PORJORGE DE SENA.

Filomena Louro (Universidade do Minho)HARD BREXIT - SOFT BREXIT; HOW ARTISTS REACT TO THE THREAT OF BORDERSIN A PREVIOUS WAR ZONE.

17h40Sessão plenária 3 / Plenary talk 3: Moderador: Mário MatosAntónio Louçã (historiador & jornalista / historian & journalist)ALEMANHA 1918 A 1923 – UM MISSING LINK NA HISTÓRIA DA LUTA PELOSOCIALISMO

20h00Jantar / Conference Dinner

13 de novembro (terça-feira) / 13th November (Tuesday)

Auditório ILCH

9h00Sessão plenária 4/ Plenary talk 4: Moderador: Carlos Mendes SousaTomás Albaladejo (Universidad Autónoma de Madrid)GUERRA Y PAZ: NARRATIVIDAD DIALÉCTICA Y LITERARIEDADE

9h50Painel temático / Panel: Pensar a Guerra e Paz / Thinking on War and PeaceModerador: Fernando Machado

Manuel Gama (Universidade do Minho)DA PAZ E DA GUERRA NO PENSAMENTO PORTUGUÊS DO SÉCulo XX

Aureo Lustosa Guerios (Universidade de Pádua)PAX CHOLERAE: A CÓLERA EPIDÊMICA COMO METÁFORA DA GUERRA EM VONSUTTNER E STOJANOV

Steven S. Gouveia (Universidade do Minho)PARADOXOS DA GUERRA: O MEDO E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

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11h00Pausa para café / Coffee-break

11h30Painel temático / Panel: Pensar a Guerra e Paz / Thinking on War and PeaceModerador: Jaime Becerra

Paulo Alexandre e Castro (Universidade do Minho)A DESPROPOSITADA INTEGRIDADE DA PAZ: UMA LEITURA A PARTIR DE MICHAELMOORE E BORIS MALAGURSKI

José Marques (Universidade do Minho)ENTRE A PAZ E A GUERRA – “O SEGREDO ESTÁ NA EDUCAÇÃO”

António José Gonçalves de Freitas (Universidade do Minho)REFLEXÕES SOBRE O TRATADO PAX HETHETICA

Nádia Machado (Universidade do Minho)A FORÇA DA ARTE DO CARTAZ COMO INSTRUMENTO DA GUERRA: SEGUNDAGUERRA MUNDIAL

13h00 - 14h30Almoço / Lunch

14h30 - 15h20

Sessão plenária 5 / Plenary talk 5: Moderadora: Cristina FloresWolfram Eilenberger (filósofo e autor do livro Zeit der Zauberer; philosopher andauthor of Time of the Magicians: The Great Decade of Philosophy 1919-1929)

15h20-16h50Painel temático / Panel: Marcos transnacionais da luta pela liberdade de expressão /Transnational landmarks in the struggle for freedom of expressionModerador: José Luís Lopes

Maria Georgina Ribeiro Pinto de Abreu (Universidade do Minho)‘THRICE THE BRINDLED CAT HATH MEW’D’ – THE THREE TRIALS OF WILLIAMHONE

Mª Aránzazu Serantes (Universidad de A Coruña)UNA TRAVESÍA DE BYTES: ACTIVISMO Y NETART

Karen Melo da Silva (Universidade do Porto)O HABITAR & A CULTURA HIPERPOP NOS ILHÉUS DO RIO GRANDE: AUTONOMIA& CRIATIVIDADE NOS CONFINS DO SUL

Ângela Maria Gonçalves Cardoso (Universidade de Trás os Montes e Alto Douro)ARTE E ATIVISMO. O ELOGIO DA DESOBEDIÊNCIA

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16h50Pausa para café / Coffee-break

17h20Sessão plenária 6 / Plenary talk 6: Moderadora: Micaela RamonJoão Nuno Azambuja (autor dos livros Era Uma Vez um Homem & Os Provocadores deNaufrágios / writer)POLÍTICA: AÇÃO OU REAÇÃO? A CLARIVIDÊNCIA DE ARISTÓTELES

18h10Encerramento do Colóquio / Closing session

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GUERRA E VIOLÊNCIA DE GÉNERO EM O ANO DE 1993 DE JOSÉ SARAMAGO ENAS ILUSTRAÇÕES DE GRAÇA MORAIS

Burghard BaltruschUniversidade de Vigo, I Cátedra Internacional José Saramago

É Professor Titular da Universidade de Vigo na área das Literaturas Lusófonas eLíngua Portuguesa, detentor da I Cátedra Internacional José Saramago.É investigador principal do grupo BIFeGa-GAELT (FG3) da Universidade de Vigo,coordenando o projeto “Poesía actual y política – análisis de las relacionescontemporáneas entre produccion cultural y contexto sociopolítico”. É co-editor dacoleção iBroLiT (Frank&Timme). As suas principais linhas de investigação são apoesia contemporânea e a teoria da tradução; é especialista em Fernando Pessoa eJosé Saramago.

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MYRA E PERSÉPOLIS – MENINAS EM FUGA EM BUSCA DA VIDA E DAIDENTIDADE

Renata Flaiban ZaneteUniversidade do Minho

[email protected]

Myra é o romance e a personagem fruto da imaginação da escritoraportuguesa Maria Velho da Costa. Persépolis – A história de uma infância e ahistória de um regresso, uma autobiografia em banda desenhada, é de autoriada iraniana Marjane Satrapi. As duas meninas, personagens principais dasnarrativas, vivem com a tragédia a rondar. Myra e Marjane são jovensextremamente resilientes, como os fragmentos do passado que persistem aosabalos agressivos do tempo, em sítios arqueológicos. O assédio masculino, aprecariedade do ser em refúgio, a ausência de uma casa e relações de cuidadoe afeto, estão sempre a bater à porta de Myra. A guerra e o fundamentalismoreligioso a tomar conta dos espaços públicos no Irã, no mundo de Marjane. AEuropa se coloca como o lugar para o refúgio: Portugal, a borda europeia,para Myra, e a Áustria, no caso de Marjane. A crítica literária inglesa PatriciaWaugh, ao abordar a metaficção, destaca que tanto as obras ficcionais quantoa realidade são constructos, escritas. As situações criadas por Costa, como onomadismo de sobrevivência de Myra numa terra que não é a sua, e ocenário violento com o qual se depara, em Portugal, podem ser vistas comometaficções. Em Persépolis, a metaficção pode ser vista no modo como Satrapitrata da história de seu país, o Irã, através de sua própria história, e pelo seuolhar. O filósofo francês Jean-François Lyotard refere-se a um “constanteestado de nascimento”, ao tratar da “condição pós-moderna” (1984, p. 79), oque identificamos em Persépolis e ainda mais acentuadamente em Myra. Tantouma como outra são cidades-ruínas, cujas colunas e resquícios arquitetônicosdo que restou da glória do passado nos impressionam, pela beleza que aindanos transmitem. Myra e Marjane trilharam seus caminhos de heroínas,percorrendo o lado negro e o luminoso da existência, e permanecem vivas emnossos imaginários, através dos romances.

Renata Flaiban Zanete, brasileira, élicenciada em Pedagogia pela Faculdadede Educação da Universidade de SãoPaulo e mestra pela mesma instituição.Doutoranda do Programa ModernidadesComparadas: Literaturas, Artes eCulturas, no ILCH, na Universidade doMinho. Atuou como docente na pós-graduação UniFMU e em projetos deformação de professores, no Brasil, nasáreas da Literatura Infantil, A Arte deContar Histórias e Arte na Educação.Atuou como contadora de histórias emediadora de leitura em hospitais.

Trabalhou em museus, centros culturais,teatros, bibliotecas, escolas, parques epraças. Atriz, escritora, produtora epesquisadora. Em 2001, juntamente comFabiano Assis da Silva, fundou aCompanhia Rodamoinho de teatro, agorasediada em Braga. Com prêmios eincentivos federais, estaduais emunicipais, criou textos e espetáculosteatrais levados a várias regiões doBrasil. Premiada no Concurso NovosTalentos FNAC/2018 – Portugal com oconto Orlanda.

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ESCRITURAS DIALÉCTICAS DE LA HISTORIA. UNA IMAGEN CRÍTICA SOBRE LAGUERRA EN LA ESCRITURA DE EXILIO DE BERTOLT BRECHT

Antonio Alías BergelUniversidad de Granada

[email protected]

En la obra Cuando las imágenes toma posición (2008), Didi-Huberman escoge dosobras marginales en relación a la producción de Bertol Brecht: Diario de trabajo(1938-1950) y, por otro, el ABC de la guerra. A partir del planteamiento estético delpensador francés, poco a poco se detectan ciertas consideraciones acerca de lo que laliteratura es, no desde los presupuestos generales de una Teoría literaria, sino desdela revalorización de cierto compromiso sartreano: por qué se escribe y para quién seescribe. En este sentido la de Bertolt Brecht es entendida por Didi-Huberman comotoma de posición ante los sucesos de la historia (II Guerra Mundial), una cuestión deinterés social, pero también cultural y personal. Que Didi-Huberman se decida porestas dos obras de Brecht tiene que ver con el principio de montaje documental queel alemán practica durante su exilio, en lo que es, realmente, el trabajo materialsobre la concepción de la temporalidad benjaminiana. Pero si con esto resumimos elinterés del filósofo francés por un objeto de estudio estético centrado en lasimágenes informativas, esta comunicación pretende comprender también el alcanceque, igualmente estético, tiene la cuestión de la escritura literaria en estos dostrabajos de Brecht.

Antonio Alías es Doctor en Teoría de laLiteratura y del Arte y LiteraturaComparada por la Universidad deGranada con la tesis titulada Formas dela razón herida. Genealogía y transiciónde la memoria como categoría delpensamiento crítica (2015). En estamisma universidad realizó los estudios deTeoría de la Literatura y LiteraturaComparada (2009) y, con anterioridad, selicenció en Periodismo en la Universidadde Sevilla (2003). En la actualidadim

parte docencia en las asignaturas“Historia de las Ideas literarias enEuropa”, “Sociología de la literatura” y“Literaturas Comparadas I” en losestudios de Grado de LiteraturasComparadas; así como en la materia de“Introducción a los Estudios literarios”para otros grados de la Facultad deFilosofía y Letras de la Universidad deGranada. Sus intereses en investigaciónse centran en el pensamiento poético, lateoría de la literatura y la estética

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ESPAÇO DE PAZ E LIBERDADE NUM CAMPO DE REFUGIADOS DE GUERRA(JORDÂNIA). PROJETO DE TEATRO APLICADO

Tiago PorteiroUniversidade do Minho

[email protected]; [email protected]

A comunicação partilha fragmentos de uma correspondência estabelecida desdeSetembro deste ano, via email, entre mim e um amigo artista-investigador-pedagogo no domínio das artes performativas, Fadi Seiker (sírio queatualmente vive e leciona nos EUA (University of the Arts, Philadelphia). Nomomento em que Fadi Seiker residiu em Portugal (2014), partilhou-me o fatode ter desenhado e implementado na Jordânia (2012) um projeto onde asferramentas do teatro foram aplicadas no trabalho com refugiados de guerrado seu país, Síria. Esta intervenção teve objetivos sociais e “terapêuticos”,pois visava ajudar, integrar e empoderar compatriotas que, tal como ele,sofreram na pele os efeitos da guerra. Distante de um realidade de guerra nãoconseguiu na altura equacionar o alcance desse projeto. Confrontado com ointitulado do colóquio propus ao Fadi, agora a viver nos EUA, criar com eleum diálogo sobre esse projeto que tinha guardado em memória. Protocolo decomunicação que defini: correspondermos via email de forma a poderdescobrir os detalhes desse projeto: como instigador lançaria o primeiro“disparo” ao que reagiria tecendo os seus comentários e lançando-me, devolta, perguntas. E assim de seguida. Com este material criamos um “retrato”crítico e emocional sobre este projeto em que a linguagem artística serve umaação humanitária e como tal de promoção da paz. A comunicação terá umadimensão performativa. Aberto ainda está o formato tendo em conta ascondições técnicas que poderei encontrar: estarei em cena sempre presente apartilhar os fragmentos textuais mas em diálogo, o material produzido pelointerlocutor poderá ser partilhado: presença via Skype; montagem vídeo e/ouáudio; unicamente visualização do seu texto de resposta; ou mesmo, escolheralguns elementos da audiência para lerem as respostas selecionadas. Incluirfotografias, imagens e atmosferas sonoras que possam ajudar a criar ouniverso deste projeto estão também ainda a ser estudadas.

Tiago Mora Porteiro. Destaca-se dopercurso formativo: Doutoramento (2006)e Mestrado (1996) em Estudos Teatraispela Université de la Sorbonne Nouvelle;Seminário para jovens encenadores, T. N.D. M. II (2003 - 6 meses); Curso deformação de atores IFICT (1987-8 meses);e formação e intercâmbio internacionalna SITI Company (2016/17 - Out./Maio -8 meses - USA-NY - www.siti.org/conservatory). Desde 1996exerceu funções como docente, no Dep.de Artes Cénicas da U. de Évora (UÉ) até

2013 e desde 2014 na U. do Minho(UM). Foi investigador do CHAIA da UÉaté 2014, onde dirigiu a área - Zonas decruzamento: Teatro, Dança, Circo; eatualmente é membro do CEHUM daUM, GIEP. Áreas de investigação:Formação do performer; artes ecomunidades; e análise de processoscriativos, nomeadamente projetos site-specific. 30 anos de percurso artísticoenquanto ator e encenador, articuladocom atividade académica de pedagogia ea investigação.

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YOUR BODY IS A BATTLEGROUND: CONTEMPORARY REPRESENTATIONS OF WAR

Ana Bessa CarvalhoUniversidade do Minho

[email protected]

Having Marina Abramovic’s Balkan Baroque (1997) as a starting point, thispaper aims at an analysis of several pieces that deal with wars in distant anddifferent geographic locations and their mediation and representation, for,according to Sontag in Regarding the Pain of Others, “being a spectator ofcalamities taking place in an other country is a quintessential modernexperience”. Moreover, one intends to look at the relationship between thepublic arena or the war and the private space of the body and how these twodialogue, questioning matters of nation, borders, citizenship and even gender,in the work of artists such as Martha Rosler, Wafaa Bilal and even Goya.

Ana Carvalho holds a degree in Languagesand European Literatures by the Universityof Minho, where she teaches at theDepartment of English and North AmericanStudies. She is currently working on aPhD thesis in the field of ComparativeLiterature, Visual Culture and QueerStudies, entitled “We Carry this Map ofOurselves Around: the Queer Body asTransnational”, in which literature andphotography are studied in dialogue toreflect on matters of the body and space,sexuality and war.

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A IMAGINAÇÃO AO PODER

Carlos A Saraiva Bizarro MoraisUniversidade Católica Portuguesa

[email protected]

Ainda que não seja um dado suficientemente conhecido e divulgado, o filósofoMikel Dufrenne teve com os acontecimentos parisienses de maio de 68, umarelação verdadeiramente sintomática, e por isso mesmo, complexa, quer doponto de vista ideológico, como sobretudo – que é o que aqui nos interessa –do ponto de vista estético e filosófico. Nesta comunicação pretendemos focarum ângulo dessa complexidade, mostrando que, por um lado, o ambientecultural então vivido abriu a sua reflexão estética para a compreensão dadimensão social e política da arte e da experiência estética, de um modocomo ainda o não tinha conseguido nas obras dos anos 50. Mas, por outrolado, precisamente porque se tratava de refundar o alcance produtivo erevolucionário da arte na realidade envolvente, a categoria catalisadora nãopoderia centrar-se na "imaginação", por muito importante que esta faculdademental se revelasse, e que a notada expressão “A imaginação ao poder”pretendia endeusar. Não temos conhecimento de que Mikel Dufrenne tenhacontestado diretamente aquele slogan, mas as suas reticências àsobrevalorização do estatuto e do papel da "imaginação" são deverasimportantes, dado que nos permitem inferir critérios hermenêuticos deavaliação da relação da arte com o poder, da estética com a política. Étambém uma outra maneira de revisitarmos os fundamentos da potênciasubversiva – neste sentido revolucionária – da arte. Daí a eleição da obraestética de Mikel Dufrenne nesta comunicação.

Carlos Bizarro Morais é Doutor emFilosofia (Estética) pela UniversidadeCatólica Portuguesa. Professor daFaculdade de Filosofia e Ciências Sociaisda UCP e Investigador integrado doCentro de Estudos Filosóficos eHumanísticos. Investiga os temas:experiencia estética, estéticafenomenológica, filosofia da arte, artesvisuais e pedagogia, historia da filosofia.Publicações mais recentes em Estética: –“Da radicalidade da experiencia estética”in Alcaraz Leon, M J; Moura, V (Eds.)Conceitos Estéticos / Conceptos Esteticos,Famalicão: Húmus, 2017, pp. 97-120. –

“Riscos tanatológicos da arte. Para umaleitura dufrenniana da morte da arte nacontemporaneidade” in Pinto, A P;Morais, C B [et al] (Orgs.) Do Reino dasSombras: Figurações da Morte. Braga:Aletheia – Associação Cientifica eCultural, 2014, pp. 519-534. – “A Arteao Sabor da Moda? Elementos de Criticada Moda na Perspetiva de MikelDufrenne” in Revista Portuguesa deFilosofia, 70, fasc. 2-3, 2014, pp. 603-612.

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CORPOS EM TRAVESSIA: UMA LEITURA DE UM BAILARINO NA BATALHA, DEHÉLIA CORREIA

Sandra Isabel Cunha de SousaUniversidade do [email protected]

A obra Um Bailarino na Batalha (2018), de Hélia Correia, coloca emretrospetiva os principais temas da produção ficcional da autora. Por umlado, temos as preocupações com o universo feminino, mais uma vez muitopresente na obra da autora, e pelo qual ecoa o universo mitológico, ao qualtem também dedicado atenção, principalmente através da sua produçãodramática; por outro lado, os temas prementes da ficção de Hélia Correia,tempo, memória, linguagem, cruzam-se com a crise de refugiados da segundadécada do século XXI na Europa, através de uma realidade intertextual quepermite recuperar lugares de passagem e ascensão amplamente reconhecidosno campo literário, como é o caso da Divina Comédia de Dante Alighieri .Assim, e à semelhança do que acontece na obra poética A terceira Miséria(2012), que constituiu uma reflexão profunda sobre a Grécia contemporânea,também em Um Bailarino na Batalha nos cruzamos com a exploraçãotemática das diferenças culturais, religiosas, de género que se formam emparalelo com reflexões sobre o caminho, o nomadismo, a fronteira e oslimites da condição humana.

Licenciada em 2008 pela Universidade doMinho em Ensino de Português. ConcluiuMestrado em Teoria da Literatura em 2012com uma dissertação sobre O Reino deGonçalo M. Tavares. É doutoranda doPrograma Doutoral em ModernidadesComparadas: Literaturas, Artes e Culturas,encontrando-se a realizar o projeto,financiado pela FCT, intitulado Retratos doherói: releituras da cultura clássica naficção portuguesa contemporânea.

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WALTER BENJAMIN READS MICKEY MOUSE: CINEMA, TECHNOLOGY AND THEPOSTHUMAN

Carlo SalzaniVienna

Like many other intellectuals of his time, Walter Benjamin was fascinated bythe phenomenon of the enormous popularity of Mickey Mouse and he usedthis figure in some of his writings. These texts constitute a “constellation” inwhich Benjamin puts to the test and evaluates a series of suggestions arisingfrom the context of his writings in the 1930: the question of the body, theUnmensch, the loss of experience, mechanical reproduction, etc. – and, ofcourse, the political implications of the transformation Mickey Mouserepresents and stages. These texts are, in turn, also in a constellation withour times, in which we are still faced by the necessity of deactivate thelimits separating the organic and the machine, human and animal, femaleand male, and to invent a new relation between the human, technology andnature and a new social, economic and sexual organization.

Carlo Salzani is an independentscholar and translator. He is theauthor of Saramago's Philosophical

Heritage. (Palgrave 2018), Introduzione

a Giorgio Agamben (Il nuovomelangolo, 2013), Crisi e possibilità:

Robert Musil e il tramonto dell’Occidente

(Peter Lang, 2010) and Constellations

of Reading: Walter Benjamin in Figures of

Actuality (Peter Lang, 2009). He is co-editor of Towards the Critique of

Violence: Walter Benjamin and Giorgio

Agamben (Bloomsbury, 2015) ePhilosophy and Kafka (Lexington,2013).

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A INVISIBILIDADE DAS MULHERES NA LITERATURA BRASILEIRA ENQUANTOPROJETO PARA LEGITIMAÇÃO

DA NARRATIVA HEGEMÔNICA CENTRADA NO HOMEM

Manuella Bezerra de Melo MartinsUniversidade do Minho

[email protected]

Em um de seus ensaios, Literatura, cultura e sociedade na América Latina, opesquisador uruguaio Angel Rama explica o caminho percorrido pelas letraslatino-americanas, a tentar se despegar do seu passado ibérico e serinstrumento para forjar identidades nacionais, postulando toda ensaísticacontinental vinculada a sua realidade sociológica. O que pretendemos observarneste trabalho à luz da premissa de Rama e outros pesquisadores das relaçõesentre literatura e sociedade é como a história do Brasil, continental e diverso,vem sendo redigida por homens, sobre homens e para homens, construindouma imagem de nação distópica da realidade através de uma literatura semrepresentatividade, que invisibiliza mulheres, sua existência e êxitos com oobjetivo de defender a dominação masculina e seu monopólio neste campo.Para isso, usarei uma abordagem histórica, sociológica e quantitativa; estaúltima fundamentada na pesquisa Literatura Brasileira Contemporânea: Umterritório Contestado, realizada na Universidade de Brasília por iniciativa dadoutora em Teoria da Literatura Regina Dalcastagné, que traça um perfil dosescritores brasileiros publicados e personagens criados por eles. Por último,este trabalho deverá observar as iniciativas das mulheres na tentativa de furarestes bloqueios conservadores através dos grupos feministas e editorasindependentes, assim como seus resultados estéticos.

Jornalista nascida no Brasil, ManuellaBezerra de Melo especializou-se emLiteratura Brasileira e Interculturalidade naUniversidade Católica de Pernambuco(Unicap). É mestranda em Teoria daLiteratura e Literaturas Lusófonas naUminho, onde dedica suas investigações àsrelações entre literatura e sociedade. Éautora de Desanônima (2017, Autografia),Existem Sonhos na Rua Amarela (2018,Multifoco).

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SISTEMA PRISIONAL FEMININO NO BRASIL: CAUSAS, EFEITOS ECONSEQUÊNCIAS

Natalia Luiza Carneiro L. AciolyFrancisco Acioly de Lucena Neto

Universidade de Varsó[email protected]

O aumento da violência é hoje um dos maiores males da nossa sociedade,gerados por vários problemas: desigualdade, abuso de poder, revolta. Umadas áreas mais afetadas e, ao mesmo tempo, responsável pelo sistemapenitenciário. De acordo com Foucault (1987: 196), a prisão é baseado nopapel de "aparelho para transformar indivíduos", servindo como um "guardalegal" encarregada de um suplemento corretivo. Essa realidade é agravadaquando se refere à situação das mulheres presas. Para O'Connor (2004: 2),pouca atenção tem sido dada às diferentes necessidades e problemas dasmulheres presas em relação aos homens. Segundo essa autora, as mulheresconstituem uma porcentagem relativamente pequena da população carceráriado mundo, mas em alguns estados brasileiros esse percentual está crescendo.Deve-se notar que uma porcentagem substancial de mulheres presas tambémé mãe. Não há políticas públicas para o tratamento adequado para aquelasmulheres que se amontoam cada vez mais, como há um aumento na prisãofeminina, não por crimes violentos, mas por envolvimento com o tráfico dedrogas, sendo usado geralmente como um "veículo" de transporte. Oencarceramento, nesses casos, não afeta apenas a pessoa detida, mas tambématinge a família, a comunidade e o núcleo social. Isso afeta principalmenteos filhos dos prisioneiros. A questão das mulheres presas é uma preocupaçãointernacional. A Assembléia Geral da ONU, pela Resolução 58/183,recomendou que fosse dada maior atenção às questões relativas às mulheresconfinadas.

Natalia Luiza Carneiro Lopes AciolyLiteratura Pós-moderna, Aquisição deLinguagem, Psicanálise Freudo-Lacaniana,Filosofia ContemporâneaContinental. Formada em Letras pelaUniversidade Católica de Pernambuco.Doutoranda na Universidade deVarsóvia Departamento “ArtesLiberales” sob a direção do Prof. Drhab. Szymon Wróbel. Conduzo umapesquisa sobre Samuel Beckett.Contemplada com bolsa de estudosMNiSW - Ministério da Bolsista deCiências e Ensino Superior da Polôniadesde 2016.

Francisco Acioly de Lucena NetoLiteratura Brasileira, Afro-brasileira eLiteraturas Africanas de LínguaPortuguesa. Graduado em ComunicaçãoSocial pela Universidade Federal dePernambuco, Recife, Brasil. Mestrandoem Filologia em estudos Ibérico eIbero-Americanos da Universidade deVarsóvia sob a direção da Prof. Dr hab.Renata Diaz-Szmidt. Conduzo minhapesquisa em Literaturas Africanas deLíngua Portuguesa.

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PEACE AND PROTEST: THE BELFAST MURALS

Joanne PaisanaUniversidade do [email protected]

The spotlight will be placed on the Belfast murals as a vehicle of artisticprotest and vindication concerning political contestation drawn out, figurativelyand literally, on religious (catholic and protestant) lines. Ever since 1908, theIrish for and against union with Great Britain have waged a pictorial battle onthe streets of Belfast and elsewhere. After the 1994 Good Friday Agreement theimages became less aggressive, culminating in ‘Painting from the Same Palette’by the protestant Mark Ervine and the catholic ex-IRA member DannyDevenny, in 2008. Celebratory and symbolic images of varying degrees ofviolence painted onto the gable ends of Belfast houses will be examined withthe aim of deciphering the iconic imagery and charting the Northern Irishstruggle and eventual peace process. Today the murals are a mere touristattraction, a reminder of a violent past whose ramifications are never far away.

Joanne Paisana is a lecturer in the Dept.of English and N. American Studies,specializing in nineteenth-century BritishCulture. Her current special interest isBritish women's philanthropy in thenineteenth and early twentieth centuries.She is Director of the undergraduatecourse European Languages and Literaturesand the PhD course Cultural Sciences.

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"QUE NESSA ACTA FIQUE ESCRITO QUE NÃO FALEI”: O CASO EICHMANN PORJORGE DE SENA

José Luís Pimenta LopesUniversidade do [email protected]

Compostos entre maio e junho de 1961, dois textos de Jorge de Sena atestam aatenção devotada pelo autor, a partir do Brasil, ao julgamento de Adolf Eichmannem Jerusalém que por essa altura decorria, respetivamente “Defesa e justificação deum ex-criminoso de guerra” e “Fala do delegado do Ministério Público”. Estacomunicação pretende explorar as estratégias utilizadas por Sena na passagem dosdiscursos jurídicos do caso em questão a material literário. Demonstrar-se-á como asvozes ficcionadas reapreciam os conceitos de paz e liberdade do pós-guerra, comoforma de ajustar o espírito do tempo à revelação espantosa dos crimes cometidos noHolocausto.

Luís Pimenta Lopes: investigador noCentro de Estudos Humanísticos, edocente no Departamento de EstudosGermanísticos e Eslavos da Universidadedo Minho; desde março de 2016, bolseirode doutoramento FCT com o projeto deinvestigação sobre a receção e mediaçãodo Holocausto em Portugal do pós-guerraaté 1974; mestre em Alemão como LínguaEstrangeira pelas Universidades de Leipzige Salamanca (2011); membro dos gruposde investigação EHum2M e NetCult, nasáreas de estudos transculturais e estudosda memória, em particular da memóriado Holocausto.

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HARD BREXIT - SOFT BREXIT; HOW ARTISTS REACT TO THE THREAT OFBORDERS IN A PREVIOUS WAR ZONE

Filomena LouroUniversidade do [email protected]

Hard border, soft borderWhen the British government decided to take the step of leaving the EuropeanUnion, a matter of immediate concern was the closing of borders as part ofthe referendum voting banked on feelings of insecurity promoted by the ideaof a foreign invasion from continental Europeans.This securitarian move highlighted a feature which was not very clear eitheron the government or Leavers’-s minds. The insularity of Britain is an illusion.There is a 400 km land border in Northern Ireland. The government has notbeen able to draw an adequate solution for the problem they have created:border or no border between the Irish Republic and the United Kingdom?In themeantime artish Ritta duffy who leaves on this border in Fermanaghhas provided a solution to the debate of reinstituting the former hard bordersand policing of the Troubles, or create a soft border.

Filomena Louro works in DEINA and hasbeen involved in Irish Studies andTranslation Studies. She is a meber of theEuropean Federation of Associations andCentres for Irish Studies.

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ALEMANHA 1918 A 1923 – UM MISSING LINK NA HISTÓRIA DA LUTA PELOSOCIALISMO

António Louçã(historiador & jornalista / historian & journalist)

O facto de a revolução proletária não ter alastrado à Europa no rescaldo doOutubro russo alimentou um debate longo de várias décadas sobre anecessidade de levar a cabo uma guerra de posições e de conquistar ahegemonia antes de tomar o poder. Mediante uma interpretação, nem sempreexacta, do pensamento de Gramsci, procurava-se encontrar uma receita,diferente do modelo russo, para a vitória nos países desenvolvidos. O facto dea própria revolução russa não ter sobrevivido à sua degenerescênciaburocrática viria mais tarde a alimentar um outro debate em torno daproposta de Holloway para "mudar o mundo sem tomar o poder". Ambos osdebates tinham em comum o degradarem a luta pelo poder para um papelmenor, ou mesmo o apagarem-na completamente da equação.O processo revolucionário na Alemanha entre 1918 e 1923 foi a primeiragrande revolução depois do Outubro russo. Não faltaram tentativas para fazerum copy-paste do modelo russo no processo alemão. A abordagem de copy-paste só podia fracassar na tarefa de vencer um capitalismo moderno, mas issocontinua a não provar que alguma outra seja a correcta.O tipo de problemas com que lidaram Gramsci ou Holloway não estavam emprimeiro plano durante a revolução alemã. E, no entanto, eles emergem emquestões colocadas por Rosa Luxemburg, por Paul Levi e Ernst Däumig sobre aAcção de Março, por Ernst Meyer sobre a frente única, por Richard Müllersobre os conselhos operários e, claro, nas discussões sobre o "Outubro alemão"em 1923.Nesta comunicação sugere-se que é mais possível encontrar fragmentos de umaestratégia socialista adaptada ao século XXI em ideias produzidas no contextodeste missing link do que encontrá-los num debate neo-gramsciano ou pós-gramsciano.

António Louçã (n. 1955), concluiu oMestrado em História Contemporânea doséculo XX com uma tese sobre Portugal eo ouro nazi, investigou também sobre osnegócios de armas e divisas entre Portugale a Alemanha nazi, sobre a condecoraçãonazi atribuída ao dirigente judeuportuguês Moses Amzalak. Foi autor e co-autor de documentários sobre temashistóricos para a RTP, o mais recente dosquais sobre a batalha de La Lys durante aPrimeira Guerra Munidal. Publicou em2016 uma biografia de João Varela

Gomes. É atualmente coordenador daredacção do Online da RTP.

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GUERRA Y PAZ: NARRATIVIDAD DIALÉCTICA Y LITERARIEDADE

Tomás AlbaladejoUniversidad Autónoma de Madrid

Tomás Albaladejo é Professor Catedrático de Teoria da Literatura eLiteratura Comparada da Universidade Autónoma de Madrid.Desenvolve investigação reconhecida internacionalmente nas áreas da Teoriada Literatura, Literatura Comparada, Retórica e Tradução. É membro daComissão Externa de Acompanhamento Científico do Centro de EstudosHumanísticos da Universidade do Minho.

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DA PAZ E DA GUERRA NO PENSAMENTO PORTUGUÊS DO SÉCULO XX

Manuel GamaUniversidade do Minho

[email protected]

Não é comum encontrar discursos a defender abertamente a guerra, masesta tem sido uma das principais “pestes” ao longo da história. Peranteeste dado, é legítimo lançar-se um “porquê?” geral, antropológico, e um“porquê?” mais cultural. Eis duas das dimensões do mesmo problema,sobre as quais nos debruçaremos, realçando fundamentalmente algumaslinhas do pensamento português durante o período do século XX.

MANUEL GAMA Nasceu em 1957, noconcelho de Ourém. Professor doDepartamento de Filosofia einvestigador do Centro de EstudosHumanísticos do Instituto de Letras eCiências Humanas da Universidade doMinho. Tem lecionado variadasdisciplinas, principalmente no âmbitodas Mentalidades e Cultura Portuguesa,Antropologia Filosófica, Filosofia da

Religião, Comunicação Intercultural.Tem publicações em livros e emartigos, sobretudo no domínio dopensamento e da cultura portuguesas edo pensamento religioso.

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PAX CHOLERAE: A CÓLERA EPIDÊMICA COMO METÁFORA DA GUERRA EM VONSUTTNER E STOJANOV

Aureo Lustosa GueriosUniversidade de Pádua

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Epidemias e conflitos armados sempre caminharam de mãos dadas e, atérecentemente, eram as doenças, mais do que as batalhas, a ceifar o maiornúmero de vidas. Este foi o motivo pelo qual Florence Nightingale iniciou,após suas experiências durante a Guerra da Crimeia, um movimento de grandesucesso em prol da medicalização da guerra. Suas ideias influenciaram aautora austríaca Bertha von Suttner que, em 1889, publicou Abaixo asArmas!, um romance pacifista que discute as consequências da guerra em seusmais diversos aspectos. A autora dedicou-se também ao ativismo político:ajudou a organizar o primeiro Congresso Internacional da Paz em 1891,fundou a Sociedade Alemã da Paz no ano seguinte, publicou, entre 1892 e1899, um jornal pacifista, e foi agraciada com o Nobel da Paz em 1905. Ocólera epidêmico, doença que assolou a Europa impactando-asignificativamente ao logo de todo o século XIX, é utilizado em seu romancecomo uma metáfora dos conflitos armados e, em um momento catártico, é oque motiva um aguerrido veterano de guerra a finalmente abandonar suaideologia beligerante. A cena, ainda que curta, é de grande importância parao enredo e é um dos momentos-chave para a construção do discurso pacifistaempostado pela autora: os conflitos são os responsáveis pela chegada daepidemia e pela incapacidade da sociedade em reagir adequadamente.Estratégia muito parecida também é adotada pelo escritor búlgaro LjudmilStojanov em seu romance Cólera (1935). A obra retrata a vida dos soldadosbúlgaros durante a Guerra Balcânica (1912-1913), oprimidos, de um lado, poruma epidemia de cólera e, de outro, pela luta contra o Exército Serbo.Novamente a doença é utilizada como um instrumento narrativo paracondenar direta e indiretamente o conflito. O presente trabalho discute arepresentação do cólera em ambas as obras e argumenta que o uso metafóricoda doença é indispensável para a construção do discurso pacifista de ambos osautores.

Áureo Lustosa Guérios é doutorando daUniversidade de Pádua, Itália. Suapesquisa é comparativa e examina ainteração entre literatura, epidemiologiae história das doenças. Seu projeto depesquisa é intitulado “Epidemic Choleraand the Literary Imagination in Europe,1830-1914”. Áureo obteve seu diplomade mestrado em “Cultura Literária

Europeia” pela Universidade deBolonha, Itália, e é bacharel em LetrasPortuguês-Italiano pela UniversidadeFederal do Paraná, Brasil.

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PARADOXOS DA GUERRA: O MEDO E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Steven S. GouveiaUniversidade do Minho

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O papel do medo em Política tem sido pouco discutido, tanto a nível filosóficocomo a nível político. No primeiro caso, não se encontra nenhuma obra queaborde substancialmente o assunto, talvez porque a obra de Thomas Hobbestenha, aparentemente, esgotado o assunto. No segundo, por razões obscuras,tem sido igualmente afastado da discussão. Devemos, todavia, analisarcriticametne se o medo será apenas uma das muitas paixões humanas (umadisposição psicológica); ou se o medo é uma ferramente política de controlo dapopulação. Perceberemos que o medo e a guerra parecem ser conceitoslogicamente unidos, como se fossem os dois lados da mesma moeda. A guerra éa expressão de dominação política. É uma actividade legal que ocorre entreduas nações, com regras e formas estruturais que devem ser cumpridas. Aguerra é também algo de comum e um fenómeno social: acontece a toda ahora, em todas as épocas, em todas as culturas e por todos os motivos.Contudo, relativamente poucas pessoas experienciaram a verdadeira guerra: ela éfeita por uma sociedade inteira, mas é experienciada apenas por um grupopequeno de pessoas – os soldados e exércitos. A guerra exibe o melhor e o piordo ser humano: de um lado temos o triunfo sobre o mal e o inimigo; do outrotemos a morte e destruição certa de centenas e milhares de indivíduos. A guerraaterroriza o Homem: o campo de batalha é o lugar onde reina o medo. Mas étambém o lugar onde reina a coragem e a bravura. Nesta conferência,pretendemos apontar alguns dos paradoxos que a guerra produz, utilizando ospressupostos hobbesianos para explicar qual é a sua primeira causa, mostrandoque o medo é o seu fundamento base e é usado pelos processos políticos deforma a garantir um controlo da população, concluindo com os dilemas que aguerra tecnológica actual poderá levantar analisando-a de uma perspectiva ética,apresentando para tal a teoria da guerra justa de Michael Walzer.

Steven S. Gouveia is a (1) PhD Student,Philosophy, University of Minho (FCT); (2)visiting researcher (2017-2021) at theMinds, Brain Imaging and NeuroethicsUnit of The Royal Institute of MentalHealth of the University of Ottawa; (3)researcher of the Lisbon Mind &Reasoning Group – NOVA University ofLisbon; and (4) researcher of the Mind,Language and Action Group – Institute ofPhilosopy, University of Porto. He has

published as an author and editor fivebooks, one of them being "ThinkingDemocracy", with the preface of ProfessorNoam Chomsky. He works onNeurophilosophy, Philosophy ofNeuroscience, Artificial Intelligence,Democracy, Bioethics, Aesthetics, etc.More info:https://stevensgouveia.weebly.com.

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A DESPROPOSITADA INTEGRIDADE DA PAZ: UMA LEITURA A PARTIR DEMICHAEL MOORE E BORIS MALAGURSKI

Paulo Alexandre e CastroUniversidade do [email protected]

Esta comunicação que poderia também ter o título de “como fazer aguerra em tempo de paz”, procura num primeiro momento apontar nãosó as premissas como as justificações a partir das quais se pode iniciarum conflito bélico. Para tal far-se-á uso do cinema documental deMichael Moore e de Boris Malagurski, como sustentação teórica por umlado, e por outro lado como ilustração das premissas esboçadas. Numsegundo momento procurar-se-á reflectir sobre a fragilidade dos estadosou sobre como pode ser despropositada a integridade dos estados quevivam em paz para os interesses bélicos de outros tantos. Neste sentido,a revisitação do conceito de liberdade torna-se essencial e determinantepara a compreensão global do fenómeno da guerra, quer para ojustificar quer para a sua idílica erradicação.

Paulo Alexandre e Castro, colaboradordo CEHUM, é doutorado em Filosofia(UMinho), Mestre em Fenomenologia(FLUL), licenciado em Filosofia (FLUL).Autor e co-autor de diversas obrasensaísticas e literárias. Fundador edirector da revista "Uncanny". Maisinfo: pauloalexandreecastro.webs.com

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ENTRE A PAZ E A GUERRA – “O SEGREDO ESTÁ NA EDUCAÇÃO”

José MarquesUniversidade do [email protected]

Partindo do postulado da educação cívica como chave reconfiguradorada pulsão belicista, evocam-se e releem-se nesta comunicação figuras eobras emblemáticas das elites intelectuais que levantaram a sua voz, noscontextos da I e da II Guerra Mundiais, pressionadas pela experiência-limite da desumanidade da guerra e motivadas pela crença na virtudeperformativa da educação. 1. Faria de Vasconcelos (Une École Nouvelleen Belgique, 1914), António Sérgio (Educação Cívica, 1915) e osIntelectuais da Renascença Portuguesa. 2. Maria Lamas e Teixeira dePascoaes (Duas Conferências em Defesa da Paz, 1950). 3. A Educaçãocomo Antropologia.

Formação académica – Licenciatura emFilosofia (Faculdade de Letras daUniversidade de Lisboa, 1977). Mestradoem Filosofia da Educação Publicações(algumas) - «Entre o ideal da harmoniae o real da antinomia. Mundividênciasocial e política de Manuel de Arriaga»(2004); «Mundividência federalista deMagalhães Lima" (204); «Matrizproudhoniana da Geração de 70»(2008); «Reler Proudhon (1809-1865) -

No bicentenário do seu nascimento(2009); «Proudhon em Portugal.Recepção e Projecção» (2009); «Parauma leitura geracional da culturaportuguesa» 2009); «O proudhonismocomo termo lógico do pensamento deHerculano. Individuo e Sociedade»(2011); «Atualidade e performatividadeda questão do contrato social. Rousseau- 1712-1778 / Proudhon - 1809-1865(2012).

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REFLEXÕES SOBRE O TRATADO PAX HETHETICA

António José Gonçalves de FreitasUniversidade do Minho

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O tratado estabelecido entre Ramses II do Egipto e Hattusili III de Hattié considerado o primeiro tratado internacional de paz do qual seconservam cópias escritas. É chamado pelo nome de Tratado Eterno ouPax Hethetica, este último nome por analogia anacrónica com o tratadoconhecido como Pax Iulia, estabelecido entre Julio César e os lusitanos.O Pax Hethetica foi escrito em egípcio e em hitita, esta últimaoriginalmente escrita em acádico, e logo traduzida ao hitita. As duasversões diferem em quase nada. É sem duvida uma peculiaridadehistórica, já que a guerra, era, na antiguidade em geral, e na Idade doBronze tardia em particular, o estado comum e 'normal' do ‘mundo’.Este tratado de paz é consequência da famosa e muito bem documentadabatalha de Qadesh entre os Hititas e os Egípcios (1274 a.C.). Foiassinado quinze anos após a batalha, não só pelas consequênciasdevastadoras desta, mas pelo surgimento de outros interesses comuns,como a luta contra ‘os povos do mar’, interesses estes que estiveram nosbastidores da elaboração e assinatura do tratado. No presente trabalhoiremos fazer uma leitura deste documento da Idade do Bronze, com aobjectivo de actualizar a sua relevância e induzir a uma reflexão sobre oproblema da guerra e da paz nos nossos dias.

António de Freitas é licenciado emMatemática, fez estudos de pós-graduação na Universidade de Londresna área da Lógica Medieval e escreveua sua tese de doutoramento sobre aorigem do pensamento filosófico grego ea sua relação com o Oriente Próximo,especialmente com os hititas. Fezestudos avançados de línguas e culturasdo Oriente Próximo em SOAS e delíngua grega na Universidade deCambridge. É especialista em línguas doOriente Próximo, acádico, outras línguas

semitas e sumerio, e em escritacuneiforme É também conhecedor delínguas indo-europeias como o hitita, osânscrito e o grego. Tem sido Professorem diversas universidades portuguesas eestrangeiras, como a Universidade deLisboa, Universidade de Londres, a OhioState University e a UMCE (Santiago doChile). É especialista convidado naescavação arqueologia de Tel Burna(Israel), consultor científico do MuseuGulbenkian para a área da Mesopotâmiae Investigador do CEHUM.

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A FORÇA DA ARTE DO CARTAZ COMO INSTRUMENTO DA GUERRA: SEGUNDAGUERRA MUNDIAL

Nádia MachadoUniversidade do [email protected]

É indiscutível a força da arte na realidade social especialmente emmomentos. Um exemplo flagrante desta envolvência é refletida pelocartaz, quer dirigido à (des)mobilização das massas quer à(des)moralização do ânimo do povo. Durante a Segunda Guerra Mundialfoi usado por todas as partes envolvidas no conflito destinando-se,através de uma linguagem picto-linguística acessível e ao mesmo tempoemocionalmente forte, a passar mensagens do respetivo poder. Foi assim,por exemplo, logo desde os primeiros dias da ocupação do território daURSS pelas tropas nazis em que foram reativadas as estruturas depropaganda criadas ainda durante a Revolução de Outubro e guerra civildos anos 20. Inspirados nos princípios da arte popular russa lubók, daarte religiosa do ícone, e apelando à memória histórica e cultural dospovos da Rússia, os pintores soviéticos criaram verdadeiras obrasartísticas cuja contribuição para a vitória foi tão relevante que foiconsiderada a terceira linha de combate.

Nadejda Machado é Docente daUniversidade do Minho como professoraconvidada equiparada a professoraauxiliar, é mestre na área da Teoria daLiteratura e Literatura Portuguesa pelaUM com dissertação sobre Percursos doFuturismo: da dinâmica do movimentona Rússia às tímidas manifestações emPortugal e doutorada em Ciências deliteratura, especialização Literaturacomparada, com tese sobre Literaturarussa em Portugal: das vias de difusão

aos sentidos de receção: o caso de LeãoTolstói. É coordenadora dofuncionamento dos Protocolos decooperação científica e pedagógica comvárias universidades russas. Coordena oGabinete Mundo Russo, inaugurado naUM em 2012. É autora de vários artigosrelacionados com a literatura e alinguística russas.

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FROM 1919 TO 1929 - THE MAGICAL DECADE AFTER WW I: HEIDEGGER,WITTGENSTEIN, BENJAMIN, CASSIRER

Wolfram Eilenberger (filósofo e escritor)

Within a single magical decade, from 1919 to 1929, all the relevant traditions ofcontemporary philosophy—logico-linguistic analysis, existentialism, hermeneutics,deconstruction, critical theory, and cultural semiotics – received their decisivebaptismal impulses.

Wolfram Eilenberger é umapersonalidade conhecida da vida públicaalemã. Participa regularmente emdebates de temas atuais e dirigeprogramas televisivos (por exemploSternstunde Philosophie, na Suíça). Éescritor, jornalista e filósofo, mastambém diplomado como treinador defutebol. Um dos seus maiores objetivos,tendo fundado o Philosophie Magazin, éa reintegração de ideias filosóficas navida das sociedades e das pessoas. Aténo desporto. É nesta linha depensamento que nos oferece num dosseus últimos livros uma narrativa sobre aligação entre vida e filosofia,

entrecruzando as biografias de quatropersonalidades. Apesar de condiçõesexistenciais complicadas ou precisamentedevido a estas condições, marcadas pelofim da Grande Guerra, Heidegger,Wittgenstein, Benjamin e Cassirer deramimpulsos importantes para o nossoentendimento da língua, da arte, dacultura, da sociedade e da vida.Zeit der Zauberer (2018; Age of theMagicians: The Great Decade ofPhilosophy 1919-1929) é o título destelivro que se tornou um êxito de vendasnos países de língua alemã e tem sidotraduzido para várias línguas (ediçãobrasileira anunciada para abril de 2019).

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‘THRICE THE BRINDLED CAT HATH MEW’D’ – THE THREE TRIALS OF WILLIAMHONE

Maria Georgina Ribeiro Pinto de AbreuUniversidade do Minho

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The satirist, bookseller and publisher William Hone (1780-1842) was put ontrial on three consecutive days in December 1817 for having printed andpublished three liturgical parodies in the early months of that year. Thesewere The Late John Wilkes’s Catechism of a Ministerial Member, The PoliticalLitany and The Sinecurist’s Creed. Hone conducted his own defence and,against the odds, was acquitted in all three trials. On 23 January 1818, hepublished the narrated transcript of the trials interspersed with verbatimtestimony, under the title The Three Trials of William Hone, for publishingthree parodies; viz. The Late John Wilkes’s Catechism, The Political Litany,and The Sinecurist’s Creed. That editorial decision enables us to have theprinted record of one of the most daring and eloquent defences of thefreedom of speech and of the press carried out in an English court. Thepresent essay analyses those transcripts and discusses how Hone effectivelyturned three accusations of blasphemy into the triple defence of the freedomof speech and of the press. It concludes that Hone proved that might does notmean right, that the power of state can be defeated, and that ultimately thebetter story can win up. On the 200th anniversary of that publication, thepresent essay examines what made the better story and pays tribute to theintellectual courage and fortitude Hone displayed in court during those threedays. It also seeks reasons why this intellectual courage strikes a chord in ourpresent globalised editorial landscape.

Doctorate researcher at CEHUM. Ph.D inEnglish culture. Areas of Interest:English Culture: early nineteenth-centurypopular radicalism; the popular radicalpress, especially political satire and theperiodical press; Present day protestmovements: 'Occupy' and others; Travelliterature and cultural memory;Representation(s) of crisis discourses inthe English-language media. the mostrecent work focuses on crisis discoursesin the media. My CEHUM webpage:http://cehum.ilch.uminho.pt/researchers/18

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UNA TRAVESÍA DE BYTES: ACTIVISMO Y NETART

María Aránzazu SerantesUniversidad de A Coruña

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La tecnología mediática y la cultura digital se transformaron desde que sepresentó el primer navegador comercial. Internet se convertía en símbolo decomunicación, publicación y finanzas, donde la economía de la información ylas estructuras jerárquicas debían convivir con las descentralizadas. Losmagnates, activistas, políticos y medios vieron la oportunidad, la puerta paraestablecer apoyos de base a su causa. Un fenómeno que no dejó indiferente agaleristas, artistas y críticos que utilizaron el arte digital o netart para advertiry concienciar sobre los usos de la tecnología mediática así como hacer visiblelas raíces conceptuales y estéticas emergentes: collages, ready-mades,performances, etc Del mismo modo que el dadaísmo fue una reacción a laindustrialización de la guerra y la reproducción mecánica de textos eimágenes, el arte de los nuevos medios era una respuesta a la revolucióntecnológica donde el on-line se convertía en un nuevo escenario artístico queconquistar en un contexto donde las teorías libertarias y la distopía / utopíadaban lugar a un nuevo marco conceptual. Palabras clave: netart, cibernética,activismo, revolución, tecnología, vanguardia.

Licenciada en Humanidades por laUniversidad de A Coruña. Obtuvo elDiploma de Estudios Avanzados enHistoria Antigua por la mismaUniversidad. Experta en Pensamiento ycreatividad por la Universidad Franciscode Vitoria (Madrid), en Marketing,publicidad y comunicación por EUDE(Madrid) y en Humanidades Digitales(UNED). Doctora por la Universidad deSantiago de Compostela.

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O HABITAR & A CULTURA HIPERPOP NOS ILHÉUS DO RIO GRANDE: AUTONOMIA& CRIATIVIDADE NOS CONFINS DO SUL

Karen Melo da SilvaUniversidade do [email protected]

No decurso da história da arquitetura e urbanismo a questão do habitarsempre foi um tema pertinente e ainda hoje notabiliza-se por ter relevância,não apenas por ser um fenômeno em contínua transformação e porperdurarem os problemas relacionados ao acesso à moradia digna, comotambém pela manutenção da importância da casa enquanto fenômeno cultural.Embora a autonomia seja uma questão reconhecida pela historiografia daarquitetura como um princípio regulador, que permite explicações legítimasdentro de seu universo disciplinar, é preciso reconhecer o habitar como umtema transversal, que desperta olhares e contributos de outros campos doconhecimento. Diversas investigações têm utilizado o habitar e a habitaçãopara compreender a realidade contemporânea, em suas mais variadasespacialidades, escalas e temporalidades, como atestam, dentre outros, estudossobre as relações de gênero que se dão no espaço doméstico e estudos sobreimplicações da globalização na estruturação espacial das cidades. O presentetrabalho está atrelado ao desenvolvimento do projeto de tese, cujo problemafoi estruturado a partir da identificação do caráter embrionário dos estudossobre a arquitetura popular contemporânea no sul do Rio Grande do Sul(Brasil meridional), o que implica em generalizado desconhecimento sobrealternativas utilizadas para resolução dos problemas locais. Uma dasconsequências deste desconhecimento é a negação do valor do repertório local,tal como ocorre com o objeto de estudo, edificações de madeira forradas comlata, que resultam tomadas como uma produção sem importância,invariavelmente marginalizada, quando não invisível, ainda que de fato sejaum exercício de autonomia e criatividade frente as demandas e limitesexistentes. Pretende-se tanto quanto contribuir para revelar a diversidade daarquitetura da região, apontar alguns dos significados subjacentes a este modode fazer o habitar, considerado como um fenômeno cultural contemporâneo,de representação social.

Arquiteta e Urbanista (UFPEL).Especialização em Gestores Regionais deRecursos Hídricos (UFPEL/UFRGS).Mestre em Ciências Sociais (UFPEL).Doutoranda junto ao Programa deDoutoramento em Arquitectura, daFaculdade de Arquitectura do Porto(PDA/UPORTO). Professora da Escola de

Engenharia da Universidade Federal doRio Grande (EE/FURG), no Rio Grandedo Sul, Brasil.

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ARTE E ATIVISMO. O ELOGIO DA DESOBEDIÊNCIA

Ângela Maria Gonçalves CardosoUniversidade de Trás os Montes e Alto Douro

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Afeiçoado ao "Ato de Criação" como "Ato de Resistência" Deleuziano(Deleuze,1987), esta comunicação apresenta, a partir da ideia deDesobediência Civil, obras e artistas cujo vínculo comum se manifesta comomaterialização da relação entre Arte e Ativismo.

Artista visual. Professora Universitária.Doutoramento - Universidade deBarcelona - Faculdade de Belas Artes.Área de Investigação: Relação Arte-Ciência-Tecnologia. Mestrado -Universidade do Porto, Faculdade deBelas Artes. Área de Investigação Arte eComunicação. Teorias da Pintura Pós-grad. Freq. Universidade de Strathcly deGlasgow. Narrativas Fílmicas Docência:Universidade de Trás os Montes e AltoDouro Universidade do Minho InstitutoJean Piaget.

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POLÍTICA: AÇÃO OU REAÇÃO? A CLARIVIDÊNCIA DE ARISTÓTELES

João Nuno Azambuja

João Nuno Azambuja nasceu em Braga, em 1974, e é licenciado em História eCiências Sociais. Participou, por sua iniciativa, em diversas explorações arqueológicaspelo país ao longo de vários anos. Militou, mais tarde, nas tropas paraquedistascomo comandante de pelotão, após um breve período como professor de História.Regressado à vida civil, dedicou-se à escrita e fundou, em Braga, um bar deinspiração celta, onde se realizaram concertos memoráveis das melhores bandasibéricas desse género musical. O seu primeiro romance, Era Uma Vez Um Homem,ganhou o Prémio Literário UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa)em 2016. Em 2018 publicou, na Guerra & Paz, Os Provocadores de Naufrágios.

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