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  Uni versidade do Minho | Institut o de Educação Mest rados em E ns ino Básico e Secundá ri o Unidade Curricular  So c i o lo g i a d a E ducaç ã o e P r o fi ssã o D o c e nt e Docente: Professora Doutora Teresa Sarmento Discentes: Joaquim Carvalho, Rolando Barradas e Sandrine Magalhães 2013-2014

Ser Professor - Desafios Da Profissão

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Trabalho de grupo realizado no âmbito do Mestrado em Ensino da Informática.

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    Mestrados em Ensino Bsico e Secundrio

    Unidade Curricular

    Sociologia da Educao e Profisso Docente

    Docente: Professora Doutora Teresa Sarmento

    Discentes: Joaquim Carvalho, Rolando Barradas e Sandrine Magalhes

    2013-2014

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    Ser professor: desafios da profisso no tempo presente

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    Limportance du rle que joue lenseignant en tant quagent de

    changement, favorisant la comprhension mutuelle et la tolrance, na jamais t aussi patente quaujourdhui.1

    (Relatrio Delors, 1999)

    Resumo

    Este estudo pretende explicar o papel do professor do momento presente, segundo a

    perspetiva dos professores e segundo Antnio Nvoa, reitor, professor e autor de mais de uma centena de trabalhos cientficos na rea da Educao, em particular sobre

    temticas da profisso docente. Ao longo da histria da educao, o perfil de professor tem sofrido transformaes de acordo com as necessidades que foram surgindo, tanto da sociedade como da escola. Por essas mudanas, no momento presente surge um novo

    paradigma de professor. Mas ser este professor valorizado pela nossa sociedade? Ser que este visto como um imprescindvel instrumento de realizao da educao escolar

    e um elemento chave no funcionamento da escola? Tentaremos abordar estas questes ao longo do nosso estudo. Palavras-chave: professor; escola; profisso

    1 http://unesdoc.unesco.org/images/0011/001159/115930f.pdf

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    ndice

    Introduo ...

    Captulo I .

    1.1. Apresentao do objeto de estudo.

    1.1.1. O professor e o mal-estar na profisso .

    1.1.2. O papel do professor

    1.1.3. O professor de hoje.

    1.1.4. Conceito de bom professor..

    Captulo II ..

    2.1. Problemtica da Pesquisa..

    Captulo III .

    3.1. Metodologia da pesquisa....

    3.2. Caraterizao da amostra.

    Captulo IV .

    4.1. Resultados.

    Concluses

    Referncias Bibliogrficas.

    Anexos

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    Introduo

    Durante muito tempo a escola, em Portugal, foi um espao de transmisso de

    saber enciclopdico, onde s alguns tinham a oportunidade de frequentar, tornando-se

    por isso elitista e seletiva. O professor tinha um papel socialmente enaltecido, porque

    era suposto deter o saber.

    Contudo, a atualizao da sociedade aos tempos modernos, o aumento e

    heterogeneidade da populao escolar, vinda de origens diversas, fazem com que esta

    instituio, habituada no passado a trabalhar para um pblico menos numeroso e

    relativamente homogneo, se confronte com uma escola atual de grande variedade

    cultural e social, que suportam no s a sociedade moderna como a prpria escola, onde

    o professor o profissional encarregado por administrar implcita e explicitamente todas

    estas interaes.

    Rapidamente se d uma mudana do papel da escola e dos professores e instala-

    se a crise de identidade no seio da profisso docente. O professor com o papel

    enaltecido passa a ser alvo de demrito por um conjunto de processos histricos,

    polticos, sociais e at pedaggicos.

    Vrios so os tericos que forneceram as bases para a discusso sobre o papel do

    professor na sociedade e na escola atual. Na tentativa de definir quem deve ser o

    professor do sculo XXI, muitos estudos e relatrios tm-se produzido na procura de

    respostas sobre o que deve ser, como deve ser e quem o professor da atualidade.

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    Captulo I

    1.1. Apresentao do objeto de estudo

    1.1.1. O professor e o mal-estar na profisso

    A crise por que tem passado a educao e consequentemente a escola e os

    professores derivando na possvel morte da escola e do professor do passado, devido

    sua inaptido para lidar com a heterogeneidade nos diferentes nveis do Ensino

    desenvolveu-se por oposio, atualmente, indispensabilidade do professor, enquanto

    impulsionador do processo reflexivo e de aprendizagem e de agente social. Ao professor

    de hoje tudo pedido. Alm das responsabilidades na rea da educao e da formao

    dos jovens, -lhe pedido que oriente as crianas e jovens que cada vez esto menos

    enquadradas pelas famlias, aprender com gosto, com empenho, esforo, rigor e ateno.

    No entanto, no cabe unicamente ao professor a rdua tarefa de construo do aluno

    enquanto indivduo. Os pais e as escolas so igualmente agentes nessa tarefa, sendo por

    isso necessrio que assumam uma maior responsabilidade no prprio desenvolvimento e

    qualidade de educar.

    No obstante, e de acordo com Nvoa (1992), o professor o agente do agir e da

    ao, porque entendido como o impulsor/instrutor de um processo em

    desenvolvimento onde se entrecruzam princpios e resultados. , portanto, o agente com

    maior preponderncia no processo complexo da aprendizagem do aluno. Continua

    dizendo que a funo de ser professor tem origem num conjunto de caractersticas que

    assentam na construo de um corpo de conhecimentos e de tcnicas que sustentam o

    desempenho docente em trs vertentes, o metodolgico, respeitante s tcnicas e aos

    instrumentos da ao, o disciplinar, canalizado no mbito de um determinado

    conhecimento e cincia, restrito a uma disciplina ou rea e o cientfico, referenciado s

    cincias da educao, numa perspetiva autnoma, onde todos os conhecimentos

    essenciais sua especificidade se articulam e se completam, aliando o conhecimento

    cientfico ao prtico e aplicado, a cincia tcnica e os saberes aos mtodos,

    promovendo assim um agente qualificado para ensinar, educar e instruir.

    com base nesta premissa que se almeja um professor com autonomia mais

    vasta, relativa gesto da sua carreira, bem como uma relao marcadamente vinculada

    aos educadores locais; a prpria formao de professores ter que ser reconsiderada e

    sujeita e reorganizao, de forma a poder responder aos requisitos que uma sociedade,

    como a de hoje, coloca. No fundo, caber aos professores a difcil tarefa de tentar

    conciliar os valores, inerentes ao idealismo escolar, e a realidade presente, com que se

    deparam constantemente, como forma de permitir que a escola cumpra o seu papel

    primordial, o de pensar o futuro.

    Todavia, este rduo trabalho apresenta-se cada vez mais difcil. Damo-nos conta

    das inmeras dificuldades que a profisso docente enfrenta no nosso tempo, chamando a

    ateno para a urgncia de colaborar com professores na tarefa social basilar que a

    formao e educao dos jovens. Algumas dessas dificuldades, muito devido s

    constantes mudanas verificadas no contexto social e econmico mundial, tm tido

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    impacto direto na escola. Tm produzido efeitos perversos na vida dos professores, que

    se vem pressionados pela sociedade, no sentido de cumprirem um papel que se

    encontra desfasado da realidade.

    Dentro de um sistema de massas, competitivo, muitas vezes com poucos

    recursos materiais e humanos, salrios cada vez mais baixos e um aumento exponencial

    de funes, contribui para um mal-estar dentro da profisso. Alm de ter o domnio

    cognitivo, o professor tambm tem que ser facilitador de aprendizagem, organizador de

    trabalho em grupo, pedagogo eficaz e, para alm disso, tambm tem que cuidar do

    equilbrio psicolgico e afetivo dos alunos, da integrao social e da educao sexual e

    ainda dar ateno especial aos alunos com deficincias integrados na sala de aula.

    Aliado a tudo isto, a negativa perspetiva que a sociedade alimenta perante este ofcio. O

    estatuto social dos professores tem sofrido uma progressiva desvalorizao, sendo a

    docncia encarada como uma profisso unicamente escolhida por falta de algo melhor.

    nos tempos actuais, o status social estabelecido, primordialmente, a partir de critrios econmicos. Para muitos pais, o facto de algum ser

    professor tem a ver com um clara incapacidade de ter um emprego melhor, isto , uma actividade profissional onde se ganhe mais

    dinheiro [...] de acordo com a mxima contempornea busca o poder e enriquecers, o professor visto como um pobre diabo que no foi capaz de arranjar uma ocupao mais bem remunerada.2

    Mas qual ser o papel do professor aos olhos desta sociedade to mordaz?

    Seremos apenas os adultos responsveis pela orientao do saber, do conhecimento?

    Muitas interrogaes foram surgindo ao longo do nosso estudo. De facto, existe

    um mal-estar na nossa profisso e inmeras razes so apontadas. Tambm referido

    por Nvoa (2009) que a formao dos professores no acompanha, a constante mudana

    dos contedos curriculares, o que origina uma insegurana por parte dos docentes.

    Torna-se imprescindvel apostar na formao dos professores e auxili-los na resoluo

    dos problemas. No fundo essencial que o professor, em incio de carreira, esteja

    devidamente preparado para a realidade profissional, incrementando estratgias capazes

    de lidar com a situao, o que originar uma forma completamente diferente de encarar

    a profisso. Pelas inmeras dificuldades que a profisso docente enfrenta no nosso

    tempo, no s surge a necessidade de auxiliar os professores na tarefa social

    fundamental que a formao e educao dos jovens, como tambm se exige abrir

    caminhos de transformao e de valorizao desta profisso pois esta situao no

    corresponde, de todo, importncia da tarefa do professor.

    1.1.2. O papel do professor

    Segundo Nvoa (1992), o docente um ator social, porque alm de refletir a sua

    cultura e o seu contexto social, realiza interaes entre si e os alunos, estabelecendo

    intercmbios e relaes comunicacionais. A funo do professor cada vez mais

    imprevisvel. Reflete e afetada pela evoluo da sociedade, porque esta atinge de

    2 Esteve, J. M. Mudanas sociais e funo docente. Em: Nvoa, A. (org.), Profisso Professor, Porto, Porto Editora, p. 105.

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    forma amplificada um conjunto de funcionalidades, de ambies educativas e de

    aspiraes docentes. Pois, segundo o autor, o professor um agente institucional,

    organizacional e didtico, isto , um representante de uma instituio pblica com

    deveres fundamentais e com normas e preceitos a cumprir e a fazer cumprir,

    estabelecendo uma relao de coerncia entre os diversos elementos, desde o ato de

    ensinar e educar ao de instruir e avaliar.

    Nvoa (1992) continua dizendo que o docente no s um perito, que pelo seu

    saber e competncia profissional aplica e adapta um conjunto de diretrizes, mas antes

    entendido como um agente capaz, apto e competente que se questiona sobre a inteno e

    orientao relevante no que diz respeito sua prtica educativa.

    Alarco (2001) reconhece um conjunto de caractersticas que descrevem o

    professor como profissional, dizendo que o professor :

    detentor de um saber profissional prprio e de uma cultura partilhada;

    possuidor de um conjunto de habilitaes relevantes, que atestam a sua

    preparao para o ensino;

    gestor responsvel pelo currculo escolar dos seus alunos;

    investigador da sua prpria atividade, circunscrevendo o seu exerccio ao seu

    campo de ao;

    conhecedor e consciente que, para alm da formao inicial tem de realizar

    formao ao longo da vida, onde se inclui a formao contnua e

    especializada;

    promotor de um trabalho colaborativo e em equipa, tendo em vista a

    consecuo de projetos comuns, contrariando a tendncia do individualismo

    e do isolamento profissional;

    interveniente ativo na comunidade onde se insere a sua escola;

    maior interveniente nos processos de conceo e organizao da escola,

    tanto no domnio politico como estratgico;

    um elemento que se tem assumido como um corpo argumentativo e critico;

    consciente das preocupaes ticas e deontolgicas de uma corporao

    profissional, cuja representatividade carece de uma constituio de

    associao pblica (ordem profissional) e no apenas sindical;

    Certo que o ofcio de professor no esttico. Caracteriza-se pela incerteza da

    deciso e pela urgncia na ao, tornando-se uma profisso extremamente difcil pela

    imprevisibilidade da natureza da sua abrangncia e pelas competncias que atualmente

    emergem na prtica quotidiana. Vai variando e transforma-se consoante as diferentes

    ocorrncias que vo surgindo das condies do mundo do trabalho. Efetivamente h a

    necessidade de adaptao s novas competncias que vo tomando significaes de

    acordo com o novo papel dos professores e com as ambies das polticas educativas.

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    1.1.3. O professor de hoje

    O ensino no passado que previa uma seleo dos alunos efetuada por uma

    escolha criteriosa, fundamentada e sistemtica, garantia uma qualidade onde o docente

    tinha um papel socialmente ajustado. Hoje, essa escola foi radicalmente substituda por

    um ensino em bloco ou de massas e por isso denominado de massificao do ensino,

    concentrando-se um sem nmero de problemas sociais e escolares, desajustando-se o

    papel do professor face a esta nova realidade.

    Segundo Nvoa (1992), essa massificao pressupe colocar nas escolas, no s

    todas as crianas, como tudo o que intrnseco e envolvente natureza da criana,

    como as dificuldades de aprendizagem, a afetividade, a natureza agressiva, as

    conflitualidades, os problemas familiares e sociais. Para fazer face a todas estas

    adversidades, escola enquanto organizao, pedem-se demasiadas respostas, cabendo

    ao professor a delicada tarefa de resolver estas problemticas e solucionar todo e

    qualquer problema. Assim, acrescidas s tarefas de educar e ensinar, instruir e avaliar

    hoje o professor tem de realizar, vigiar e receber os alunos com o apoio da famlia

    dentro e fora do perodo letivo, organizar, adequar e gerir os currculos, recursos

    educativos e projetos e ainda fazer a orientao social, vocacional e pedaggica dos

    alunos. O avano da sociedade e as necessidades acrescidas que se exigem ao professor

    atualmente, fazem emergir neste profissional corrigidas e ampliadas qualidades e

    competncias. A escola atual provoca uma redefinio do seu perfil.

    O professor da atualidade no poder, portanto, ser dotado apenas de saberes

    cientficos. So providos de competncias profissionais que no se abrangem

    exclusivamente aos contedos que ensinam. uma profisso que fabrica a alma de

    pblicos heterogneos e de grande diversidade. O professor de hoje, independentemente

    do ciclo de lecionao, adquiriu competncias que contribuem para a transformao

    profissional do professor nos modernos sistemas educativos. Perrenoud (2000), divide

    em dez grandes "famlias" essas competncias profissionais para a redefinio da

    atividade docente:

    1. Organizar e dirigir situaes de aprendizagem;

    2. Administrar a progresso das aprendizagens;

    3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciao;

    4. Envolver os alunos nas suas aprendizagens e no seu trabalho;

    5. Trabalhar em equipa;

    6. Participar na administrao da escola;

    7. Informar e envolver os pais;

    8. Utilizar as novas tecnologias;

    9. Enfrentar os deveres e os dilemas ticos da profisso;

    10. Administrar a sua prpria formao contnua 3

    3 SARMENTO, T. Profisso Docente apontamentos de Teresa Sarmento. Em: Powerpoint facultado na aula da UC Sociologia

    da Educao.

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    1.1.4. Conceito de bom professor

    Reconhecemos que a definio de bom professor, por diversas razes, se

    apresenta como impossvel de dar. No entanto, possvel sugerir algumas disposies

    que adjetivam esta profisso. Estes atributos e caratersticas passam um pouco pelos

    conceitos de conhecimento, capacidade e atitude.

    Na sequncia do seu ensaio, Para uma formao de professores construda

    dentro da profisso, Nvoa (2009) identificou cinco aspetos para definir o bom

    professor:

    Coloco, assim, a tnica numa (pre)disposio que no natural mas

    construda, na definio pblica de uma posio com forte sentido cultural, numa profissionalidade docente que no pode deixar de se construir no interior de uma pessoalidade do professor.

    O conhecimento. O trabalho do professor consiste na construo de prticas

    docentes que conduzam os alunos aprendizagem.

    A cultura profissional. Ser professor compreender todos os aspetos da

    instituio escolar. na escola e no dilogo com os outros professores que se

    aprende a profisso. O registo das prticas, a ponderao sobre o trabalho e o

    exerccio da avaliao so elementos principais para o melhoramento e a

    mudana.

    O tato pedaggico. A serenidade de quem capaz de se dar ao respeito,

    conquistando os alunos para o trabalho escolar. No ensino, as dimenses

    profissionais cruzam-se sempre, inevitavelmente, com as dimenses pessoais.

    O trabalho em equipa. Os novos modos de profissionalidade docente implicam

    um reforo das dimenses coletivas e colaborativas, do trabalho em equipa, da

    interveno conjunta nos projetos educativos de escola.

    O compromisso social. Este compromisso encontra-se relacionado com os

    princpios, dos valores, da incluso social, da diversidade cultural. Educar

    conseguir que a criana ultrapasse as fronteiras que lhe foram desenhadas como

    destino pelo nascimento, pela famlia ou pela sociedade. Hoje, a realidade da

    escola obriga-nos a ir alm da escola. Comunicar com o pblico, intervir no

    espao pblico da educao.

    Como bvio, o conceito de bom professor no invarivel e modifica-se

    consoante as necessidades dos alunos e da prpria sociedade, situados no tempo e no

    espao, porque as vertiginosas mudanas que se verificam na sociedade contempornea

    desde o mundo do trabalho ao progresso tecnolgico, acrescente globalizao, os fatores

    de multiculturalismo, a crise dos valores e do conhecimento exigem da escola e dos

    professores um posicionamento diferente e uma pluridimensionalidade de perfis e de

    designao do conceito de bom que ao longo da histria da educao tem sucedido.

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    Captulo II

    2.1. Problemtica da Pesquisa

    Face ao referido anteriormente, a funo tradicional de transmissor de

    conhecimentos do professor deixa de ser a sua tarefa nica para assumir um papel com

    variadssimas facetas no campo educativo. A interao de um conjunto de valores,

    comportamentos, conhecimentos, destrezas e atitudes que determinam a sua atuao.

    Atualmente ser professor figura um aumento de funes e responsabilidades que

    vo desde as de assistente social a psiclogo e socilogo, de psicoterapeuta, a vigilante e

    polcia e muitas vezes tambm de me e pai. Por todas as atribuies expostas, muitos

    autores apontam-nas como causas da crise da identidade docente. Alm de assumir

    todas as funes inerentes sua profisso, ainda tem que dar resposta a diversas tarefas

    educativas bsicas, para compensar a desresponsabilizao da famlia, as carncias do

    meio familiar e do meio social, a diversidade cultural e a multiculturalidade do contexto

    socioeducativo dos alunos.

    Em virtude de todas as mudanas sociais que se refletem na escola e na forma de

    se ser professor hoje pretendeu-se estudar os desafios desta profisso. Tambm se

    pretendeu entender o professor de hoje, as suas dificuldades e obstculos presentes nas

    interaes existentes no seio escolar.

    Assim, e tendo em conta a problemtica apresentada, pretende-se com esta

    pesquisa encontrar algumas respostas para as questes seguintes:

    Que caractersticas dever ter um professor?

    Como ser professor na escola atual?

    Quais as motivaes para a escolha da profisso docente?

    Qual o perfil ideal do professor atual, desenhado por professores?

    Qual a realidade da profisso docente? Haver uma crise e que fatores

    contribuem para essa crise?

    Que fatores se consideram importantes para a valorizao da profisso docente

    no futuro?

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    Captulo III

    3.1. Metodologia da pesquisa

    Utilizou-se como metodologia, a tcnica de recolha de dados, de observao

    indireta e de cariz extensivo, o inqurito por questionrio (Anexo 1) como mtodo

    principal. Quanto sua tipologia, optou-se por perguntas fechadas e abertas. As

    questes de carter fechado foram repartidas por perguntas de identificao que

    serviram essencialmente para caraterizar a populao em estudo, como a idade, gnero,

    habilitaes acadmicas, anos de servio e perguntas de informao.

    No que respeita s perguntas abertas tiveram como propsito recolher

    indicadores suplementares atravs do discurso escrito. Desta forma, induz-se que a

    partir das definies expressas se possa aprofundar e alargar a pesquisa.

    3.2. Caracterizao da amostra

    O presente inqurito foi apresentado populao em estudo atravs da internet.

    O inqurito esteve disponvel online de 22 a 26 de janeiro de 2014 e, de forma a

    assegurar o cumprimento dos objetivos, a ligao internet para o seu preenchimento foi

    facultada somente a indivduos pertencentes ao grupo em estudo: professores.

    No tempo em que o inqurito esteve disponvel, obtivemos a resposta de 104

    professores o que, de alguma forma, confere ao nosso trabalho um grau de validade

    substancial. Note-se que os resultados obtidos se referem a prticas declaradas e no a

    prticas observadas.

    A amostra obtida caraterizada da seguinte forma:

    A amostra maioritariamente feminina (67% dos inquiridos) (Anexo 2, Grfico

    1);

    A faixa etria mais representada a compreendida entre os 35 e os 45 anos com

    uma percentagem de inquiridos de 56% (Anexo 2, Grfico 2);

    45% dos inquiridos declarou ter j uma experincia de lecionao compreendida

    entre os 5 e os 15 anos (Anexo 2, Grfico 3);

    em relao s habilitaes acadmicas, 76% dos inquiridos detentor de uma

    licenciatura com habilitaes para a lecionao (Anexo 2, Grfico 4);

    Os inquiridos so maioritariamente professores do 3 ciclo do ensino bsico

    (35%) e do ensino secundrio (29%) (Anexo 2, Grfico 5).

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    Captulo IV

    4.1. Resultados

    As respostas aos inquritos foram devidamente registadas em formato digital,

    em que, para cada pergunta, se contabilizou o nmero de escolhas dentro dos vrios

    itens, sendo estes valores posteriormente transformados em percentagens de forma a

    permitir perceber, para alm da percentagem de escolha de cada um dos itens no

    universo total de respostas, tambm a percentagem mdia de cada um dos itens por

    sujeito inquirido.

    No anexo 2 so apresentados sob a forma de tabelas e grficos, a caraterizao

    da populao inquirida, referida j no captulo anterior, e os resultados das respostas aos

    inquritos.

    Quando analisamos os motivos que levaram os inquiridos a optar pela docncia

    (Anexo 2, Grfico 6), verificamos que a uma grande parte dos inquiridos declarou ter

    ingressado na carreira docente por motivos ideolgicos como por exemplo a realizao

    pessoal (25.55%), o prazer da partilha do conhecimento (21.14%) e a orientao

    vocacional (16.40%). No so, no entanto, de menosprezar as percentagens de outras

    escolhas como por exemplo a estabilidade (11.36%) e a autonomia (6.94%)

    profissionais.

    Fatores como a oportunidade de formao contnua (4,10%) e os motivos

    financeiros (4,73%) foram algumas dos motivos menos declarados pelos inquiridos. O

    reconhecimento social no foi realmente o que levou os professores de hoje a

    ingressarem na carreira docente uma vez que somente 0,32% dos inquiridos declararam

    ter essa motivao. A flexibilidade de horrios foi tambm apontada como uma das

    motivaes.

    Estamos, ento, na presena de um docente de hoje dotado de uma vontade de

    realizao pessoal e partilha de conhecimento atravs da docncia. Mas, o que

    esperavam esses, hoje docentes, da sua profisso quando nela ingressaram? A anlise

    das expetativas sobre a profisso docente (Anexo 2, Grfico 7) traz-nos alguma luz

    sobre este assunto. Na mesma perspetiva ideolgica, vemos que o desejo de formar o

    cidado de amanh (25.32%) o objetivo que muitos dos inquiridos espera conseguir

    atingir. A valorizao pessoal (18,99%) atravs de uma profisso desafiante (17,41%) e

    com relativa estabilidade (10,76%) foi tambm o objetivo dos professores de hoje.

    Fatores financeiros e sociais como o objetivo de um vencimento aliciante (4,11%) e o

    atingir um estatuto social superior (1,58%) foram as opes menos referidas pelos

    inquiridos.

    E o que pensam, ento, os professores de hoje sobre como dever ser a sua

    atitude e que caractersticas devero ter para ser bons profissionais? Analisando as

    respostas representadas no Anexo 2 - Grfico 8, vemos que o domnio de contedos

    cientficos (19,56%) foi a opo referida pelo maior nmero de inquiridos. Um

    professor dever tambm ser um agente motivador (14,43%), exigente na sua profisso

    (10,76%) e sempre atualizado cientificamente (10,76%). Fatores mais prticos

    didaticamente como ser criativo (7,33%), dinmico (6,85%), orientador de

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    14

    aprendizagens (5,62%) e comunicativo (5,62%) foram tambm caratersticas referidas

    por muitos dos inquiridos. Foram, no entanto, relevados para um plano inferior, fatores

    de relacionamento interpessoal tais como o ser amigo (2.44%), ser compreensivo

    (1.71%), persistente (1.47%) e preocupado (0.73%). Como caratersticas que um

    professor no dever ter (Anexo 2 - Grfico 9), os inquiridos indicaram como no

    desejveis a apatia/monotonia (13.58%), o desrespeito (11.85%) e o desleixe (10.12%).

    Mas, ento, que fatores influenciam o professor de hoje? A motivao, a

    burocracia so fatores que influenciam a sua prtica pedaggica?

    Analisando os resultados do estudo, percebemos que os professores tm uma

    opinio moderada quando se trata de atribuir as suas capacidades como docente sua

    prpria experincia de vida. Somente 11% dos inquiridos concorda totalmente com o

    facto de grande parte dos seus conhecimentos sobre como ensinar provenha da sua

    prpria histria de vida (Anexo 2 - Grfico 10). No entanto, apesar de no unnimes

    quanto ao facto de a experincia de vida ser a base principal dos seus conhecimentos

    sobre como ensinar, 86% dos inquiridos concordam que a cultura que um professor

    detm, a sua experincia de vida e as suas concees pessoais sobre a educao tm

    impacto na sua prtica profissional docente (Anexo 2 - Grfico 11).

    Quando questionados sobre fatores como controlo administrativo e burocrtico

    (Anexo 2 - Grfico 12), os inquiridos so quase unnimes. 76% dos inquiridos concorda

    totalmente com a afirmao de que "os professores tm a sua vida quotidiana

    profissional cada vez mais controlada e sujeita a lgicas administrativas e burocrticas".

    Mas ser que a motivao do professor como agente pedaggico essencial para

    a prtica da docncia? (Anexo 2 - Grfico 13) 81% dos inquiridos concorda totalmente.

    A organizao do trabalho escolar como um todo, o professor como agente

    organizador de aprendizagens nos espaos escola, turma e sala de aula foram tambm

    objetos de questes do presente estudo. Quando questionados sobre se o professor deve

    ser organizador de aprendizagens integrando o ensino com a organizao da escola,

    turma e sala de aula (Anexo 2 - Grfico 14), 55% dos inquiridos concorda totalmente.

    H, no entanto, 13% dos inquiridos que no do particular relevncia a este facto. As

    opinies so, no entanto, mais coerentes quando se afirma que a organizao do

    trabalho escolar vai para alm da simples tarefa de ensinar (Anexo 2 - Grfico 15). 78%

    dos inquiridos concordam que ensinar somente uma parte das tarefas de um professor.

    Ser que a prtica leva perfeio? 91% dos inquiridos concorda que a prtica

    educativa leva a uma outra conceo de educao e uma consciencializao do papel de

    educador (Anexo 2 - Grfico 16).

    A expetativa de formar o cidado de amanh, j manifestada em questes

    anteriores, ganha aqui (Anexo 2 - Grfico 17) uma maior relevncia. Quando inquiridos

    sobre se a educao deve ser utilizada para transformar o aluno num indivduo capaz de

    refletir e criar, 95% dos inquiridos manifestou uma opinio concordante.

    No entanto, apesar de ideologicamente motivados, 92% dos inquiridos manifesta

    uma opinio concordante quando questionados sobre o facto de a profisso docente

    estar a atravessar atualmente uma crise (Anexo 2 - Grfico 18). Analisando os fatores

    que podero estar na origem dessa crise (Anexo 2 - Grfico 19), vemos que 19.38% dos

    inquiridos considera que a desvalorizao social da carreira docente o fator mais

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    importante. Questes de orientao das polticas educativas (14.47%) e fatores mais

    prticos da vivncia docente como a instabilidade na colocao (14.21%) e a

    instabilidade do corpo docente nas escolas (12.40%) so tambm dos mais apontados

    pelos inquiridos como origem desta crise profissional. A degradao do ambiente

    escolar (9.30%) tambm apontada como uma das causas possveis. Extrapolando os

    resultados diretos do inqurito vemos tambm que 97.93% dos inquiridos considera no

    haver desfasamento entre a sua formao e o exerccio efetivo da profisso e 98.45%

    consideram que a sua formao inicial suficiente para o exerccio da profisso.

    As opinies dividem-se quanto ao facto de a profisso docente voltar, ou no a

    ser valorizada no futuro (Anexo 2 - Grfico 20). 50% dos inquiridos so da opinio que

    sim. Mas, e que fatores consideram esses docentes importantes para a valorizao da

    sua profisso no futuro? (Anexo 2 - Grfico 21) A mudana das polticas educativas,

    genericamente falando, (16.67%) apontada por muitos dos inquiridos como o principal

    fator para essa valorizao. Outros fatores como a maior responsabilizao do

    EE/famlia no processo educativo (12.79%), a desburocratizao dos processos

    educativos (11,64%), a restituio da autoridade do docente (10,96%) e a alterao das

    polticas de contratao (10,27%) so outros dos fatores impulsionadores de mudana

    mais referidos neste estudo. Apesar de menos referidos pelos inquiridos, fatores como a

    maior participao dos professores na escolha dos programas disciplinares (7.53%), a

    alterao do modelo de avaliao de desempenho docente (5.94%), a alterao dos

    formatos de progresso na carreira (5,71%) e a sensibilizao da populao para o papel

    do professor (5,48%) foram tambm percentualmente relevantes. O aumento da oferta

    formativa para atualizao cientfica e pedaggica (1.14%) e a uniformizao de

    prticas educativas (1.37%) foram os fatores considerados menos prioritrios pelos

    inquiridos. Os outros fatores (0.68%) apresentados pelos inquiridos referem

    explicitamente fatores sociais tais como "incutir no cidado a necessidade de educar o

    filho desde a mais tenra idade: ensinar-lhe regras de saber ser e estar; ensinar-lhe que na

    sociedade h hierarquias e que elas tm de ser respeitadas; no deixar que a criana

    chegue escola, inclusive pr-primria, pensando que o ser mais importante do

    universo; ensinar-lhe o respeito pelo mais velho e que quem gosta de si prprio nunca

    desrespeitador", o "maior respeito pela classe docente e melhoria das condies de

    trabalho, nomeadamente, a diminuio da carga de trabalho", a "perceo da

    importncia da qualidade no ensino contrapondo a massificao" e "outros como

    sensibilizao da classe docente para a importncia da unio nas lutas e para o bom

    senso."

    Em resumo, o professor de hoje pode ser caraterizado como algum que exerce

    uma profisso de que realmente gosta e que ingressou na profisso pelo prazer da

    partilha do conhecimento, sempre ambicionando a estabilidade e a autonomia

    profissionais. Com uma perspetiva maioritariamente ideolgica, o desejo de formar o

    cidado de amanh e de atingir a valorizao pessoal e a estabilidade profissional,

    atravs de uma profisso desafiante so os fatores que movem o professor de hoje.

    Consciente da realidade atual, o professor de hoje relega para patamares secundrios os

    fatores financeiros e sociais e no os considera exageradamente relevantes.

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    O professor de hoje considera que deve dominar os contedos da sua rea

    cientfica os quais deve manter atualizados. O professor de hoje dever ser um agente

    motivador, criativo, dinmico e orientador de aprendizagens, mas sempre mantendo um

    nvel de exigncia elevado.

    Ideologicamente motivado, o professor de hoje considera que a sua profisso

    est a atravessar um perodo de crise causado essencialmente pela desvalorizao social

    da carreira docente e do papel do professor, aponta as polticas educativas, a

    instabilidade na colocao e a instabilidade do corpo docente nas escolas como

    causadores desta crise profissional, e considera que a mesma acaba por levar

    degradao do ambiente escolar. Em termos cientficos, considera que a sua formao

    inicial est adequada ao exerccio da profisso.

    O professor de hoje encontra-se desmotivado quanto valorizao futura da sua

    profisso mas considera que a mudana das polticas educativas bem como a mudana

    de mentalidade social associada profisso docente so os fatores que podero levar a

    sua profisso a um bom porto.

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    Concluses

    A estrutura familiar que habitualmente compunha a famlia alterou-se,

    fragmentando a componente natural de apoio s crianas e jovens. A ausncia desses

    laos naturais criaram s escolas e sobretudo aos professores exigncias

    complementares. Alm da funo de ensinar, tornaram-se animadores culturais,

    associando a funo de ocupao de tempos livres e a funo de socializao. Tambm

    foram transferidas para a professor muitas das responsabilidades da sociedade,

    nomeadamente responsabilidades do cariz familiar, deslocando para a escola muitas das

    suas incumbncias.

    Assim, importncia do papel do professor enquanto agente educativo, traduz um

    conjunto cada vez mais amplo e diversificado de funes e nunca foi to patente como

    hoje em dia.

    Foi-nos possvel entender, no s atravs da leitura bibliogrfica, como tambm

    atravs dos resultados dos inquritos que h uma necessidade de mudana. Essa passar,

    necessariamente, por um conjunto de patamares que se iniciam com compromissos

    polticos e restruturaes francamente bem delineadas.

    Mas nada ser feito se no se alterarem as condies existentes nas escolas e as polticas pblicas em relao aos professores. intil apelar reflexo se no houver uma organizao das escolas que a facilite.

    intil reivindicar uma formao mtua, interpares, colaborativa, se a definio das carreiras docentes no for coerente com este propsito.

    Nvoa (conferncia 2007)

    Sabemos bem qual o valor da educao e que um bom professor

    imprescindvel. O trabalho de educar complexo, difcil e necessrio. Continuamos a

    ser desvalorizados por uma sociedade mordaz e apesar de mal remunerados, com baixo

    prestgio social e responsabilizados pelo fracasso da educao, grande parte de ns

    resiste e continua apaixonado pelo seu trabalho.

    tempo de dizer no. No degradao da escola pblica. No mobilidade dos professores. No a um pas sem futuro. () porque no

    podemos prescindir de nada quanto valorizao da escola e dos professores, porque aqui que esto as condies para um Portugal

    futuro que no seja apenas a repetio do Portugal passado.4

    Da nossa parte fica a certeza que no podemos descuidar da misso de educar,

    nem desanimar perante desafios e obstculos. A educao tem o poder de transformar a

    criana, o jovem e toda uma sociedade. O nosso papel basilar nessa transformao que

    dever ser, antes de tudo, singular e perpetuante.

    4 http://www.publico.pt/sociedade/noticia/antonio-novoa-exorta-professores-a-dizer-nao-1593260

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    ANEXOS