88
Universidade de Brasília Instituto de Química IQ Programa de Pós-Graduação em Química Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não Simétricos Najla Leão Doroteio Dissertação de Mestrado Orientador: Prof. Dr. Wender Alves da Silva Brasília-DF 2016

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Universidade de Brasília

Instituto de Química – IQ

Programa de Pós-Graduação em Química

Síntese de Análogos de Bis-chalconas

Simétricos e Não Simétricos

Najla Leão Doroteio

Dissertação de Mestrado

Orientador: Prof. Dr. Wender Alves da Silva

Brasília-DF

2016

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i

“O conhecimento é limitado, ao contrário da

imaginação que engloba o mundo inteiro,

estimulando o progresso e dando luz à evolução.”

Albert Einstein

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iii

Agradecimentos

Aos meus pais: Dora e Gilson por me ensinarem a dar valor ao trabalho e ao

conhecimento. Mãe sou eternamente grata por me receber com seu sorriso todos os dias

durante esses anos e por me apoiar nos meus momentos de fraqueza. Pai você não está

mais aqui, mas nunca esquecerei como me inspirou quando eu ainda era apenas uma

garotinha. Muitíssimo obrigada.

Ao meu irmão Bruno pela “competição de conhecimento” e brincadeiras que

fazia nas raras ocasiões em que nos encontrávamos.

Ao meu orientador Prof. Wender por me aceitar como aluna, pela paciência e

por acreditar de mim mesmo quando eu já tinha desistido.

Ao meu namorado Guilherme por ser o meu companheiro, amigo e um grande

suporte. Seu abraço me salvou várias vezes. Obrigada por ser essa pessoa maravilhosa

que acredita em mim.

Ao grupo LaPSCA. João Victor, Saulo, Felipe aprendi muito com vocês,

especialmente a arte da gambiarra.

Aos colegas Thaíssa, Gisele, Lennine, Paula e Verônica pela sabedoria, a

amizade e as risadas. Também a Angélica e Kadu pelos espectros de RMN.

Aos meus amigos Ana Gabriela, Adrian e Ítalo. Obrigada por tudo, até pela

falta de comunicação, que causou um pequeno tumulto em nossos encontros nos últimos

meses.

Aos professores Vanda Maria, Rafael Oliveira, Peter Bakuzis e Ângelo

Machado por me permitirem enxergar a Química Orgânica de um jeito diferente.

Ao pessoal da central analítica: Carime (LIMA) por me ensinar a usar o

espectrofluorímetro. Ao Cleber por me ensinar a usar o espectrofotômetro.

A CAPES pelo apoio financeiro.

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iv

Lista de Acrônimos

COSY - homonuclear COrrelation SpectroscopY

HSQC - Heteronuclear Single Quantum Coherence

HOMO – Orbital ocupado de maior energia

UV-Vis – Faixa de radiação que abrange o ultravioleta próximo e o visível

S0 – Estado fundamental

S1 – Primeiro estado excitado

S2 – Segundo estado excitado

CHS – Chalcona Sintase

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v

Índice

1. Referencial Teórico ................................................................................................... 1

1.1. Chalcona .............................................................................................................. 1

1.2. Bis-Chalcona ....................................................................................................... 6

1.3. Luminescência ................................................................................................... 10

2. Objetivos................................................................................................................. 15

2.1. Geral .................................................................................................................. 15

2.2. Específicos......................................................................................................... 15

3. Resultados e Discussão ........................................................................................... 16

3.1. Síntese de Chalcona ........................................................................................... 16

3.2. Síntese de Análogos de Bis-Chalcona ................................................................ 19

3.2.1. Etapa de Proteção (MÉTODO A) .................................................................. 19

3.2.2. Síntese de Análogos de Bis-Chalconas (MÉTODO A) .................................. 22

3.2.3. Síntese de Análogos de Bis-Chalcona via Esterificação com Cloreto de Ácido

(MÉTODO B) ........................................................................................................ 23

3.3. Fotofísica ........................................................................................................... 32

4. Conclusão e Perspectivas ........................................................................................ 35

5. Parte Experimental .................................................................................................. 36

5.1. Métodos Analíticos ............................................................................................ 36

5.1.1. Ressonância Magnética Nuclear .................................................................... 36

5.1.2. Estudo Fotofísico .......................................................................................... 36

5.2. Síntese de Chalcona ........................................................................................... 36

5.3. Síntese do Cloreto de Cinamoila ........................................................................ 39

5.4. Síntese de Produto Final..................................................................................... 39

6. Referências Bibliográficas....................................................................................... 43

7. Anexos .................................................................................................................... 45

7.1. Espectros de RMN 1H e

13C ............................................................................... 45

7.2. Absorção e Emissão ........................................................................................... 73

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vi

Índice de Figuras

Figura 1.Classe dos "flavonoides menores" e suas características estruturais (adaptado

da referência 1)............................................................................................. .....................1

Figura 2. Exemplo de chalcona isolada da raiz do alcaçuz. (adaptado da referência

9)........................................................................................................................................2

Figura 3. Estrutura simplificada dos isômeros E/Z das chalconas (adaptado da referência

14)................................................................................................................... ...................3

Figura 4. Exemplo de chalcona com propriedade anti-inflamatória (adaptada da

referência 25).................................................................................................................... 5

Figura 5. chalcona estudada por Gaber (adaptado da referência 26).................................6

Figura 6. Exemplo simplificado de bis-chalcona: dichalcona (A) e isodichalcona (B).

(Adaptado da referência 29)..............................................................................................7

Figura 7. Exemplo de bis-chalcona simétrica e inibidor seletivo da ABCG2 (retirado da

referência 38).....................................................................................................................8

Figura 8. Núcleos mais utilizados em sínteses de bis-chalconas simétricas.....................9

Figura 9. Diagrama de Jablonski simplificado (adaptado da referência 44)...................10

Figura 10. Alguns fluoróforos comuns............................................................................12

Figura 4. Modelo push-pull (adaptado da referência 45)..............................................13

Figura 5. Estruturas do DMAC e DMA (adaptados das referências 47 e 48)..............12

Figura 6. Arquitetura molecular das chalconas (adaptado da referência 28)................14

Figura 7. Espectro do composto 6 obtido através de análise de RMN-1H (CDCl3, 600

MHz)................................................................................................................................19

Figura 8. Espectro da região aromática do composto 9 obtido através de análise de

RMN-1H (CDCl3, 600 MHz)..........................................................................................21

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vii

Figura 9. Espectro e expansão da região aromática do primeiro análogo de bis-chalcona

obtido através de análise de RMN-1H (CDCl3, 600

MHz)................................................................................................................................22

Figura 10. Espectro e expansão da região aromática do primeiro análogo de bis-

chalcona obtido através de análise de RMN-1H (CDCl3, 600 MHz)..............................23

Figura 19. Design de híbrido escopoletina-ácido cinâmico (adaptado da referência

49)....................................................................................................................................24

Figura 11. Espectro do composto 18 obtido através de análise de RMN-1H (CDCl3, 600

MHz)................................................................................................................................28

Figura 12. Expansão da região aromática do composto 18.............................................29

Figura 13. COSY (CHCl3) do composto 18....................................................................30

Figura 14. COSY (CHCl3) expandido do composto 18..................................................30

Figura 15. HSQC-ED (CHCl3) do composto 18..............................................................31

Figura 16. HSQC-ED (CHCl3) expandido do composto 18............................................31

Figura 17. Espectros de absorção e emissão UV/Vis do composto 13............................32

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viii

Índice de Esquemas

Esquema 1. Mecanismo simplificado da biossíntese da trihidróxichalcona (adaptado da

referência 11).....................................................................................................................3

Esquema 2. Mecanismo simplificado da síntese de chalcona: 1) síntese via catálise ácida

e básica; 2) síntese de flavona em meio ácido utilizando a 2-hidróxi-acetofenona

(adaptado da referência 1)................................................................................................4

Esquema 3. Mecanismo simplificado da reação de Claisen-Schmidt (adaptado da

referência 23)....................................................................................................................5

Esquema 4. Bis-chalcona promissora no tratamento anti-malária (Adaptado da

referência 36)....................................................................................................................8

Esquema 5. Metodologia comum para a síntese de bis-chalcona simétrica (adaptado da

referência 38)....................................................................................................................9

Esquema 6. Síntese das bis-chalconas 1 e 2 a partir do tereftaldeído (Adaptado da

referência 42)...................................................................................................................13

Esquema 7.Rota sintética idealizada para a obtenção do análogo de bis-chalcona.........15

Esquema 8. Mecanismo da reação aldólica mediada por base........................................16

Esquema 9. Modelo de orbitais segundo a teoria do orbital de fronteira (retirado da

referência 24)...................................................................................................................16

Esquema 10. Mecanismo da etapa de acetilação do fenol...............................................20

Esquema 11. Síntese de bis-chalcona a partir dos compostos 9 e 10..............................22

Esquema 12. Reação de esterificação de um fenol..........................................................25

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ix

Índice de Tabelas

Tabela 1. Chalconas isoladas a partir da síntese descrita por Silva et. al.10

...................18

Tabela 2. Derivados de chalcona obtidos a partir da reação de acetilação do fenol.......20

Tabela 3. Síntese de análogos de bis-chalconas, seguindo a metodologia de Chen e

Dimmock 49,51

..................................................................................................................27

Tabela 4. Resultados obtidos a partir do estudo fotofísico dos sete análogos de bis-

chalconas em concentração 10 µM..................................................................................33

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x

Resumo

A busca pelo planejamento e modificação molecular de compostos tem grande

relevância na química sintética, tornando possível a implementação e otimização de

técnicas para a síntese de novos análogos. Diversas estratégias de modificação ou

otimização permitem a obtenção de novos análogos ativos de estrutura simplificada.

Chalconas são modelos interessantes para o estudo de novas substâncias com potencial

aplicação tecnológica, pois representam uma classe de metabólitos de vasta distribuição

natural. Estudos recentes reportam a expansão do sistema pi das chalconas originando

derivados denominados “bis-chalcona” como protótipos promissores no tratamento de

doenças. Entretanto, as bis-chalconas ainda são um campo pouco explorado. Nessa

perspectiva, foram sintetizados oito análogos de bis-chalcona partindo da 4-

hidroxiacetofenona e 3-hidroxiacetofenona, pois o grupo fenol permite a versatilidade

sintética para a síntese de novos análogos. Os análogos de bis-chalcona obtidos foram

caracterizados por experimentos 2D de ressonância magnética nuclear para melhor

clareza quanto à correlação entre os prótons (COSY) e entre hidrogênios e carbonos

(HSQC). Finalmente, foram realizados ensaios fotofísicos de absorção e emissão

objetivando potencial aplicação tecnológica como em sondas fluorescentes, por

exemplo.

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xi

Abstract

The search for molecular planning and modification of compounds has great relevance

in synthetic chemistry, making possible to implement and optimize the techniques for

the synthesis of new analogs. Several modification or optimization strategies allow the

acquisition of new active analogues of simplified structure. Chalcones are interesting

models for the study of new substances with potential technological application, since

they represent a class of metabolites of vast natural distribution. Recent studies have

reported the expansion of the chalcone pi system originating "bis-chalcone" derivatives

as promising prototypes for the treatment of diseases. However, bis-chalcones are still

an unexplored field. From this perspective eight analogs of bis-chalcone were

synthesized starting from 4-hydroxyacetophenone and 3-hydroxyacetophenone, since

the phenol group allows synthetic versatility for the synthesis of novel analogs. The

obtained bis-chalcone analogues were characterized by 2D nuclear magnetic resonance

experiments for better clarity regarding the correlation between the protons (COSY) and

between hydrogens and carbons (HSQC). Finally, photophysical absorption and

emission tests were carried out aiming at the potential technological application as

fluorescent probes, for example.

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1

1. Referencial Teórico

1.1. Chalcona

Chalconas (1,3-diaril-2-propen-1-ona) são metabólitos naturais pertencentes à

família dos flavonoides, mais conhecidos como “flavonoides menores”, grupo que

inclui as 2-hidróxichalcona, 2-OH-dihidrochalcona, 2’-OH-retro-chalcona, auronas e

auronóis (Figura 1). Para efeito didático, atribui-se a letra A para o fragmento

proveniente da acetofenona, enquanto a letra B corresponde à fração do aldeído

aromático. 1

O O O

B A

OH

O

O

2-OH-chalcona 2-OH-dihidrochalcona 2'-OH-retro-chalcona

Aurona Auronol

23

45

6

2'

3'

4'5'

6'

OH OH

O

O

OH

Figura 18.Classe dos "flavonoides menores" e suas características estruturais (adaptado da referência 1).

As chalconas são consideradas precursores na biossíntese dos flavonóis e

ocorrem naturalmente em pigmentos de pétalas, folhas, frutas e raízes como nas

espécies Angelica, Glycyrrhiza, Piper e Ruscus que vem sendo utilizadas em muitos

tratamentos médicos na Ásia, África e América do Sul. 2, 3

Chalconas apresentam propriedades antioxidante, 4 anti-inflamatória,

5

antiinfeciosa, 6 antibiótica,

7,8 dentre outras. A licochalcona A (Figura 2) é um

1 Grotewold, E. (2006). The Science of Flavonoids. New York. Springer Science + Business Media, Inc.

2 Ni, L.; Meng, C. Q.; Sikorski, J. A.; Exp. Opn. 2004, 14, 1669-1691.

3 Brown, D. (1995). Encyclopedia of Herbs and Their Uses. New York. Folkard C (Ed.) Dorling

Kindersley Publishing, Inc. 4 Haraguchi, H.; Ishikawa, H.; Mizutani, K.; Tamura, Y.; Kinoshita, T.; Bioorg. Med. Chem. 1998, 6(3),

339-347. 5 Zhao, F.; Nozawa, H.; Daikonnya, A.; Kondo, K.; Kitanaka, S.; Biol. Pharm. Bull. 2003, 26(1), 61-65. 6 Zhai, L.; Chen, M.; Blom, J.; Theander, T. G.; Christensen, S. B.; Kharazmi, A.; J. Antimicro.

Chemother. 1999, 43, 793-803. 7 Haraguchi, H.; Tanimoto, K.; Tamura, Y.; Mizutani, K.; Kinoshita, T.; Phytochem. 1998, 48(1), 125-

129. 8 Chiaradia, L. D.; Martins, P. G. A.; Cordeiro, M. N. S.; Guido, R. V. C.; Ecco, G.; Andricopulo, A. D.;

Yunes, R. A.; Vernal, J.; Nunes, J. R.; Terenzi, H.; J. Med. Chem. 2012, 55, 390-402.

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2

antioxidante forte isolado da raiz do alcaçuz e apresenta forte atividade contra bactérias

como Bacillus subtilis, Staphylococcus aureus e Micrococcus luteus. Esse efeito está

relacionado à característica estrutural do fragmento α,β-insaturado que permite a

conjugação entre os grupos aromáticos, além de sofrer adição de Michael ao grupo tiol

em organismos vivos, por exemplo. 9,10

O

OHHO

Licochalcona A

OMe

Figura 19. Exemplo de chalcona isolada da raiz do alcaçuz. (adaptado da referência 9).

Chalconas podem ser obtidas na natureza por meio da condensação da p--

Cumaroil-CoA – um derivado da L-fenilalanina – com três moléculas de Malonil-CoA.

A reação é catalisada pela chalcona sintase (CHS) que está presente no interior das

células nas plantas, mas pode ser ativada apenas a nível proteico com auxílio de

radiação UV e eliciadores bióticos que induzem a biossíntese do flavonóide a nível de

transcrição. 11

O Esquema 1 demonstra a rota biossíntética da trihidróxichalcona descrita por

Dao et. al., 12

na qual a produção da chalcona requer a condensação de uma molécula de

p-Cumaroil-CoA e três moléculas de Malonil-CoA catalisada pela CHS. A reação inicia

com a transferência da fração cumaroil a partir da molécula inicial de p-Cumaroil-CoA

ao tiol no sítio ativo da cisteína (Cys164) presente na enzima. Após três etapas

sequenciais de condensação descarboxilativa com o Acetil-CoA proveniente da

Malonil-CoA, uma condensação de Claisen intramolecular regioespecífica forma um

novo anel de seis membros a partir do policetídeo para gerar a chalcona. 11,12, 13

9 Nowakowska, Z.; Eur. J. Med. Chem. 2007, 42, 125-127. 10 Silva, W. A.; Andrade, C. K. Z.; Napolitano, H. B.; Vencato, I.; Lariucci, C.; de Castro, M. R. C.;

Camargo, A. J.; J. Braz. Chem. Soc. 2013, 24(1), 133-144. 11 Morita, H.; Takahashi, Y.; Nogushi, H.; Abe, I.; Biochem. Biophys. Res. Comm. 2000, 279, 190-195. 12

Dao, T. T. H.; Linhorst, H. J. M.; Verpoorte, R.; Phytocham. Ver. 2011, 10, 397-412. 13 Schröder, J.; The Chalcone Stilbene-Synthase type Family of Condensing Enzymes. In: Comprehensive

Natural Products Chemistry. Sankawa U, 1999, 749-771.

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3

Asn366

O NH

HO SCoA

NH

N

303His

HS

Cys164

SCoAHO

O O

366Asn

O

N

H

H

O

SCoA

O

O

N N

303His

H O

SCys164

CO2

O

HH

N336Asn

O

H

N

NHis303

O

S Cys164

S CoA

O

HH

N336Asn

O

H

N

NHis303

O

OH

SCoA S Cys164

CoAS

O O O O

OH

SHCoA

O

OO

O

OH

O

OHHO

OH

OH

CoAS

Esquema 13. Mecanismo simplificado da biossíntese da trihidróxichalcona (adaptado da referência 11).

A Figura 3 ilustra as duas formas isoméricas das chalconas, na qual o isômero

trans é considerado termodinamicamente favorável. O trabalho de Larsen et al. 14

a

respeito dos isômeros E e Z das chalconas aponta que a atividade contra o Plasmodium

falciparum é praticamente inativa nos estereoisômeros Z. Tal fato pode ser explicado

pela substituição no fragmento α,β-insaturado ou até fatores conformacionais, uma vez

que estudos mostram que substituintes alquila influenciam de maneira secundária a

atividade anti-parasita das chalconas. 15

O H

H

O

H

H

Isômero E Isômero Z

Figura 20. Estrutura simplificada dos isômeros E/Z das chalconas (adaptado da referência 14).

14

Larsen, M.; Kromann, H.; Kharazmi, A.; Nielsen, S. F.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2005, 15, 4858-4861. 15 Nielsen, S. F.; Kharazmi, A.; Christensen, S. B.; Bioorg. Med. Chem. 1998, 6, 937-945.

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4

Chalconas foram sintetizadas pela primeira vez em laboratório no fim dos anos

1800, mas ainda não haviam sido isoladas de fonte natural até 1910.16

No âmbito da química sintética, pode-se facilmente obter chalconas por meio da

condensação aldólica tipo Claisen-Schmidt entre uma acetofenona e o benzaldeído na

presença de um catalisador ácido ou básico (Esquema 2). Por ser uma síntese de baixo

custo, a condensação aldólica catalisada por base é usualmente a rota preferida para a

síntese da chalcona, 17, 18

Adicionalmente alguns estudos demonstram maior rendimento

quando comparada com catalisadores ácidos como HCl e H2SO4. 19, 20, 21, 22

Ademais, a

catálise ácida pode gerar a ciclização da chalcona, levando à formação de uma mistura

racêmica de flavonas quando se utiliza derivados 2-hidróxi-acetofenona (Figura 5). 1

OH

O O

+ Base

OH

O

OH

O

Ácido

O

O

Esquema 14. Mecanismo simplificado da síntese de chalcona: 1) síntese via catálise ácida e básica; 2)

síntese de flavona em meio ácido utilizando a 2-hidróxi-acetofenona (adaptado da referência 1).

No Esquema 3 está apresentado o mecanismo simplificado para a condensação

aldólica de Claisen-Schmidt em meio básico envolve a adição de um enolato

(nucleófilo) a um aldeído ou cetona (eletrófilo). Inicialmente, a base abstrai um

hidrogênio ácido da cetona formando o respectivo enolato que ataca o grupo carbonila

16

Shimokoriyama, M.; Flavanones, Chalcones and Aurones. Geissman TA, The Macmillan Company,

New York, 1962: 186-313. 17 Evranos Aksöz, B.; Ertan, R.; J. Pharm. Sci. 2011, 36, 223-242. 18 Davey, W.; Gwilt, J. R.; J. Chem. Soc. 1957, 1008-1014. 19 Saiyad, I. Z.; Nadkarni, D. R.; Wheeler, T. S.; J. Chem. Soc. 1937, 1737-1739. 20

Shenoi, R. B.; Shah, R. C.; Wheeler, T. S.; J. Chem. Soc. 1940, 247-251. 21

Feuestein, W.; Kostanecki, S. V.; Chem. Ber. 1898, 31. 22 Mahal, H. S.; Enkataraman, K.; J. Chem. Soc. 1933, 616-617.

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5

levando ao produto aldólico (β-hidróxi-carbonila). Posteriormente, o grupo hidróxi é

eliminado por mecanismo E1CB e forma a cetona α,β-insaturada. 23, 24

Essa reação é

possível devido à presença do oxigênio que faz com que o HOMO do carbono seja mais

reativo, aumentando sua energia ao doar elétrons não ligantes para o orbital π*C=C. 25

R

O

H

H

BR

O

H

+ H

O

R2

R

O O

R2

R

O OH

RHH

B

R

O OH

R2H

R

O

R2

E1CB

Esquema 15. Mecanismo simplificado da reação de Claisen-Schmidt (adaptado da referência 23).

Ao longo dos anos os estudos a respeito das propriedades das chalconas tem

demonstrado o amplo espectro de sua potencial aplicação. Em 2008, Chiaradia et. al. 26

avaliaram o poder de inibição de chalconas sintetizadas a partir da 2,4,6-trimetóxi-

acetofenona (TMA) contra a produção de nitrito (NO) no endotélio. Diversas

propriedades estruturais das chalconas foram estudadas para melhor entender o

mecanismo de ação das chalconas no tratamento da tuberculose. Cálculos de relação

estrutura-atividade (REA) justificam que a melhor atividade dos produtos sintetizados

está relacionada com a maior contribuição de HOMO do fragmento TMA (Figura 4),

isto é, tendem a atuar como “âncoras” doadoras de elétrons em domínios receptores. 25

OMe

MeO OMe

O

TMA

OMe

MeO OMe

O

Antiinflamatório

NO2

Figura 4. Exemplo de chalcona com propriedade anti-inflamatória (adaptada da referência 25).

23

Claisen, L.; Lowman, O.; Zeitschrift für Chemie. 1868, 651-654. 24

Kürti, L.; Czakó, B. (2005). Strategic Application of Named Reactions in Organic Synthesis. California,

Elsevier Inc. 25 Fleming, I. (2010). Molecular Orbitals and Organix Chemical Reactions. Cambridge, John Wiley &

Sons, Ltd. 26 Chiaradia, L. D.; dos Santos, R.; Vitor, C. E.; Vieira, A. A.; Leal, P. C.; Nunes, R. J.; Calixto, J. B.;

Yunes, R. A.; Bioorg. Med. Chem. 2008, 16, 658-667.

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6

Procurando compreender o comportamento fotofísico da 3-(4-

dimetilaminofenil)-1-tiofen-2-il-propenona (DMATP), Gaber et. al. 27

sintetizaram e

avaliaram alguns parâmetros da DMATP em solventes de diversas polaridades (Figura

5). O aumento da polaridade dos solventes tornava possível o deslocamento

batocrômico na banda de UV/Vis, indicando transições permitidas do tipo π→π*. O

fluxo de elétrons na transferência interna de carga acontecia a partir do grupo

dimetilamino para o fragmento tiofeno, evidenciado pelo red shift em solventes polares.

Entretanto, o rendimento quântico (ϕ) calculado para o DMATP, isto é a razão entre os

fótons emitidos e absorvidos, 28

mostrou-se menor para solventes polares próticos. Isso

ocorre devido às interações de hidrogênio entre as moléculas do solvente e o grupo

carbonila que se torna mais carregado negativamente após a excitação. 29

S

O

N

DMATP

3-(4-dimetilaminofenil)-1-tiofen-2-il-propenona

Figura 5. chalcona estudada por Gaber (adaptado da referência 26).

Tendo em vista o amplo espectro de aplicação das chalconas, diversos outros

estudos na literatura apontam para a modificação estrutural de tais compostos, de modo

a potencializar suas propriedades auxiliando no design de novos compostos com

potencial ação biológica. Dentre as modificações estruturais mais comuns na literatura

uma que se destaca é a expansão do sistema conjugado das chalconas, resultando em

moléculas classificadas como “bis-chalconas”.

1.2. Bis-chalcona

Os primeiros trabalhos a respeito das bis-chalconas ocorreram na década de 70

devido ao grande interesse nas propriedades espectrais das chalconas. Na Figura 6 estão

exemplos das primeiras bis-chalconas sintetizadas por Tsukerman et al que relatam o

estudo luminescente do sistema conjugado expandido das chalconas classificadas no

27 Gaber, M.; El-Daly, S. A.; Fayed, T. A.; El-Sayed, Y. S.; Optics & Laser Tec. 2008, 40, 528-537. 28

Skoog, D. A.; West, D. M.; Hooler, F. J.; Stanley, R. C.; Fundamentos de Química Analítica, Tradução

da 8a ed.; Ed. Thomson: São Paulo, SP, 2008. 29 Zhou, B.; Jiyang, P.; Lu, J.; Xing, C.; Arch. Pharm. Chem. Life Sci. 2016, 349, 539-552.

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7

trabalho como dichalconas (1) e isodichalconas (2). 30

Os experimentos mostraram que

a introdução de grupos doadores ou o aumento do sistema conjugado leva a um

deslocamento para o vermelho (red shift) significativo nos derivados de bis-chalconas.

Os autores acreditam que isso se dá pela rápida diminuição da energia da transição

π→π*. 31

O

O O

O

R

RR

RA

B

Figura 6. Exemplo simplificado de bis-chalcona: dichalcona (A) e isodichalcona (B). (Adaptado da

referência 29).

Devido ao interesse na síntese de heterociclos biologicamente ativos, estudos

relatam que as bis-chalconas apresentam propriedades anti-malária, 32

citotóxica, 33

anti-

inflamatória, 34

antibiótica 35

e fungicida. 36

Um exemplo da atividade anti-malária dos análogos de bis-chalconas foi

relatado por Domínguez et al., 37

no qual foram sintetizados análogos a partir de bis-

uril-acetofenonas com o objetivo de avaliar sua atividade in vitro e in vivo. Os

compostos foram sintetizados via condensação aldólica, onde obtiveram rendimentos

variados (17-98%). Entretanto, somente um dos compostos sintetizados foi identificado

como o mais ativo nos testes in vitro contra Plasmodium berghei (Esquema 4). Os testes

in vivo contra Plasmodium berghei reduziu a parasitemia, adiando a progressão da

30

Tsukerman, S. V.; Maslennikova, V. P.; Nikitchenko, V. M.; Lavroshin, V. F.; Zhurnal Prikladnoi

Spektroskopii. 1970, 12(1), 91-96. 31

Nurmukhmetov, R. N.; Belaits, A. L.; Shigorin, D. N.; Shner, V. F. Zh. Fiz. Khim. 1967, 41, 3107. 32

Ram, V. J.; Saxena, A. S.; Srivastava, S.; Chandra, S.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2000, 10, 2159-2161. 33

Modzelewska, A.; Pettit, C.; Achanta, G.; Davidson, N. E.; Huang, P.; Khan, S. R.; Bioorg. Med.

Chem. 2006, 14, 3491-3495. 34

Reddy, M. V. B.; Shen, Y.; Ohkoshi, E.; Bastow, K. F.; Qian, K.; Lee, K.; Wu, T.; Eur. J. Med. Chem.

2012, 47, 97-103. 35 Husain, A.; Rashid, M.; Mishra, R.; Kumar, D.; Acta Poloniae Pharmaceutica – Drug Research. 2013,

70(3), 443-449. 36

Mobinikhaledi, A.; Kalhor, M.; Jamalifar, H.; Med. Chem. Res. 2012, 21, 1811-1816. 37 Domínguez, J. N.; de Domínguez, N. G.; Rodrigues, J.; Acosta, M. E.; Caraballo, N.; León, C.; J.

Enzyme Inhib. Med. Chem. 2012, 28(6), 1267-1273.

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8

malária, especula-se que os grupos metóxi presentes nos anéis externos favoreçam a

adição de grupos nucleofílicos, o que permite a acumulação de medicamento na heme,

tornando-o um regulador da atividade anti-malária. 38

O

N N

O

H H

OOMe

MeO

96%

O

N N

O

H H

O

+

O

NaOH, MeOHT.A., 3-7h

OMe

MeO

OMe

OMe

N

O

O +

O

H2N

ME2CO 3-7h, T.A.

90%

Esquema 16. Bis-chalcona promissora no tratamento anti-malária (Adaptado da referência 36).

Tangente às propriedades citotóxicas dos dienos conjugados, Di Pietro et. al. 39

relatam a síntese e screening de duas séries de bis-chalconas simétricas para sua

habilidade em inibir o efluxo de fármaco a partir de células HEK293 transfectadas com

ABCG2. A Figura 7 mostra duas dessas bis-chalconas simétricas.

O

O

OMe

OMe

MeO

OMe

O

O

MeO

OMe

OMe

OMe

Br

O

O

O

O

NH

NH

OMe

E

C D

Figura 7. Exemplo de bis-chalcona simétrica e inibidor seletivo da ABCG2 (retirado da referência 38).

ABCG2 é uma proteína da membrana celular composta de 655 aminoácidos,

constituindo a metade de um transportador que contém apenas um domínio de ligação

de nucleotídeos citosólica e um domínio transmembrana com seis extensões α-

helicoidais. 38,40

A Figura 8 ilustra um inibidor seletivo (E) previamente desenvolvido e

38 Domínguez, J. N.; León, C.; Rodrigues, J.; de Domínguez, N. G.; Gut, J.; Rosenthal, P. J.; J. Med.

Chem. 2005, 48, 3654-3658. 39

Winter, E.; Neuenfeldt, P. D.; Chiaradia-Delatorre, L. D.; Gauthier, C.; Yunes, R. A.; Nunes, R. J.;

Creczynski-Pasa, T. B.; Di Pietro, A.; J. Med. Chem. 2014, 57, 2930-2941. 40 Natarajan, K.; Xie, Y.; Baer, M. R.; Ross, D. D.; Biochemical Pharmacology. 2012, 83, 1084-1103.

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9

estudado por sua eficácia em inibir o efluxo de fármaco mediado pela ABCG2. 41

Os

resultados da avaliação biológica em células tumorais mostraram que os dois compostos

mais promissores (C e D) se comportam como inibidores seletivos da proteína ABCG2

e parecem simular o substrato sem serem transportados para o interior das células

transfectadas, revelando um mecanismo diferente do apresentado por inibidores já

conhecidos. 38

A síntese das bis-chalconas se dá usualmente pela escolha de um núcleo

aromático que permita a condensação aldólica, geralmente tereftaldeído ou

diacetilbenzeno (Figura 8).

O

O

Tereftaldeído

O

O

Diacetilbenzeno

Figura 8. Núcleos mais utilizados em sínteses de bis-chalconas simétricas.

O uso de tais substratos permite a preparação de dois derivados que se

diferenciam estruturalmente no posicionamento das cetonas α, β-insaturadas. Essa

característica estrutural demonstra grande importância nas propriedades biológicas das

bis-chalconas. 38

Diversas condições para a síntese de bis-chalconas simétricas foram

reportadas na literatura, tais como: micro-ondas, 42

ultrassom, 43

catálise ácida 44

. O

Esquema 4 ilustra a metodologia mais comum para a síntese de bis-chalcona simétrica,

que envolve a reação entre 1 mol do núcleo escolhido para 2 mol de um aldeído ou

cetona.

O mecanismo de síntese não é muito diferente do observado para chalconas, uma

vez que se processa via condensação de Claisen-Schmidt.

O

O

+ O

1 mol

(Núcleo)

2 mol

O

O

Bis-chalcona

Simétrica

KOH 50%(m/v)

MeOH, 24h

Esquema 17. Metodologia comum para a síntese de bis-chalcona simétrica (adaptado da referência 38).

41 Valdameri, G.; Genoux-Bastide, E.; Peres, B.; Gauthier, C.; Guitton, J.; Terreux, R.; Winnischofer, S.

M. B.; Rocha, M. E. M.; Boumendjel, A.; Di Pietro, A.; J. Med. Chem. 2012, 55, 966-970. 42 Asiri, A. M.; Khan, S. A.; Mat. Lett. 2011, 65, 1749-1752. 43

Asiri, A. M.; Marwani, H. M.; Alamry, K. A.; Al-Amoudi, M. S.; Khan, S. A.; El-Daly, S. A.; Int. J.

Electrochem. Sci. 2014, 9, 799-809. 44 Siddiqui, Z. N.; Khan, T.; J. Braz. Chem. Soc. 2014, 25(6), 1002-1011.

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10

1.3. Luminescência

O fenômeno luminescente é definido como a emissão de luz por uma substância

partindo de um estado eletrônico excitado. 45

Para atingir o estado excitado é necessário

o fornecimento de energia para a substância que pode ocorrer por reação química,

quimioluminescência e bioluminescência, ou por luz, fotoluminescência. 27

Os processos que ocorrem entre a absorção e a emissão de luz são usualmente

ilustrados pelo diagrama de Jablonski (Figura 10), nomeado em homenagem a

Alexander Jablonski, considerado o pai da espectroscopia de fluorescência, que

desenvolveu uma teoria fundamental para a elucidação dos processos luminescentes. A

Figura 9 apresenta o diagrama de Jablonski simplificado, no qual estão destacados os

estados eletrônicos e vibracionais e formas de relaxação. 44,27

Figura 9. Diagrama de Jablonski simplificado (adaptado da referência 44).

O estado simpleto fundamental, primeiro e segundo estados eletrônicos

excitados são designados como S0 e, S1 e S2, respectivamente. O primeiro estado tripleto

é T1. Os mecanismos de relaxação não-radiativos envolvem a conversão interna (rápida

relaxação de S2→S1) e o cruzamento intersistemas (inversão de spin a partir de S1→T1).

A fosforescência resulta da emissão de fóton no primeiro estado tripleto para o estado

simpleto fundamental, T1→S0. Essa é uma transição proibida e lenta (10-3

a 1 s). Por

outro lado, a fluorescência ocorre do estado simpleto excitado para o estado simpleto

fundamental, S1→S0, e ocorre de 10-9

a 10-6

s. 44

45 Lakowicz, J. R.; Principles of Fluorescence Spectroscopy. 3a ed.; Springer: Nova York, USA, 2006.

ɦʋA

ɦʋF

ɦʋF

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11

Uma das características do fenômeno de fluorescência mostra que a energia de

emissão de uma substância é tipicamente menor que a energia de absorção, uma vez que

a fluorescência ocorre em comprimentos de onda maiores. Esse fenômeno foi observado

pela primeira vez por Sir. G. G. Stokes em 1852 e é denominado deslocamento de

Stokes. Uma causa comum resulta do rápido decaimento para o menor nível vibracional

de S1. Adicionalmente, fluoróforos podem apresentar um deslocamento de Stokes mais

distantes devido ao efeito do solvente, reações em estado excitado, formação de

complexo e/ou transferência de energia. 44

Compostos que apresentam propriedades fluorescentes são denominados

fluoróforos. Na Figura 10, estão dispostos alguns núcleos conhecidos que apresentam

esta propriedade, dentre eles a quinina, fluoresceína e laranja de acridina.

N

MeO

HO

H

N

CHH2CH

Quinina

O O

CO2H

HO

Fluoresceína

N NMe2Me2N

Laranja de Acridina

Figura 10. Alguns fluoróforos comuns.

Para que uma molécula orgânica apresente atividade fluorescente, é necessário

que apresente alguns requisitos. O interesse em torno do núcleo chalcona se dá devido à

sua estrutura molecular do tipo doador-aceptor-doador (D-A-D) ou push-pull. A Figura

16 ilustra essa arquitetura, no qual o grupo carbonila α, β-insaturado é o fragmento

aceptor, enquanto que os substituintes nos grupos fenil atuam como doadores no estado

excitado. 46

Por esse motivo, as chalconas substituídas apresentam o que é necessário

46

Alvim, H. G. O.; Fagg, E. L.; Oliveira, A. L.; Oliveira, H. C. B.; Freitas, S. M.; Xavier, M. A. E.;

Soares, T. A.; Gomes, A. F.; Gozzo, F. C.; Silva, W. A.; Neto, B. A. D.; Org. Biomol. Chem. 2013, 11,

4764.

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12

para a atividade fluorescente. Tais características são: rigidez estrutural, planaridade,

ligações π-conjugadas, grupos aromáticos e anéis condensados. 47

O

R

R1

Grupos

Doadores

Grupos que

aumentam a

fluorescência

Aceptor

Figura 21. Modelo push-pull (adaptado da referência 45).

A presença de grupos com caráter doador nos anéis aromáticos favorece o fluxo

dos elétrons, sendo então possível a transferência interna de carga (TIC) ou

intramolecular charge transfer (ICT). Moléculas com fluorescência TIC geralmente

contém não apenas um grupo doador de elétrons, mas também grupos aceptores em sua

estrutura. Sob certas condições, moléculas contendo não apenas um grupo doador, mas

também grupos aceptores podem gerar a transferência interna de carga ou, em alguns

casos, a transferência interna de carga torcida (TICT). Compostos que apresentam essas

características vem sendo utilizados como sondas fluorescentes para a determinação de

DNA. O trabalho de Yang et. al. reporta a investigação da interação de fluorescência

TIC do 4’-n,n-dimetilamino-4-amino-chalcona (DMAC) com o DNA em solução

aquosa (Figura 12). 48

O

Me2N NH2

DMAC

4'-n,n-dimetilamino-4-amino-chalcona

Me2N

DMA

dimetilanilino

Figura 22. Estruturas do DMAC e DMA (adaptados das referências 47 e 48).

O DMAC possui uma transferência interna de carga resultante da polarização

molecular no estado excitado, uma vez que contêm ambos os grupos doador

(dimetilamino) e aceptor (enona) em sua estrutura. 47

A transferência interna de carga

(TIC) é caracterizada pelo aumento no deslocamento de Stokes com aumento na

polaridade do solvente apontando para uma forte estabilização no estado excitado da

47

Pavia, D. L.; Lampman, G. M.; Kriz, G. S.; Introduction To Spectroscopy. 3a ed.; Thomson Learning,

Inc.: Washington, USA, 2001. 48 Yang, X.; Shen, G. Yu, R.; Microchemical Journal. 1999, 62, 394-404.

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13

molécula em solventes polares. Consequentemente, a excitação do estado TIC envolve o

deslocamento de carga do grupo dimetilanilino (DMA) doador para o fragmento

carbonila α, β-insaturado, e o momento de dipolo do estado excitado resultante é maior

que o momento de dipolo do estado fundamental.49

Estudos a respeito das propriedades luminescentes das bis-chalconas

despertam o interesse por estas apresentarem arquitetura molecular doador-aceptor-

doador bem como as chalconas. Asiri et. al. 41

investigaram as propriedades fotofísicas

de bis-chalconas sintetizadas a partir do tereftaldeído (Esquema 6). O estudo da

fluorescência foi realizado em dimetilformamida (DMF), clorofórmio (CHCl3) e

diclorometano (CH2Cl2). Os resultados mostram que em DMF, o comprimento de onda

máximo (λmax) nas bandas de absorção aumentam em 10 nm do composto F (350 nm)

para o composto G (360 nm). Isso se dá pela forte capacidade doadora do tiofeno em

relação ao furano somado a interação com o solvente. Adicionalmente, o espectro de

fluorescência de ambos compostos revela uma dupla fluorescência que pode ser

atribuída à transferência interna de carga torcida (TICT). Essas características, somadas

ao alto valor do coeficiente de extinção da bis-chalcona G (ε = 39318 M-1

cm-1

) e

deslocamento para o vermelho favorece o design e desenvolvimento de novos

fluoróforos doador-aceptor com propriedades de emissão comutável. 41, 42

X

O

Me Me

O

O+

NaOH, EtOH

Ultrassom

30-35 oC, 5 min.

X

O

Me

Me

O

XMe

Me

F. X = O, 72%

G. X = S, 75%

Esquema 18. Síntese das bis-chalconas 1 e 2 a partir do tereftaldeído (Adaptado da referência 42).

Um estudo recente de Zhou et. al. 28

aponta para os efeitos estruturais nas

propriedades fluorescentes das chalconas. Primeiro, um grupo doador forte na posição 4

no anel B é essencial para a fluorescência. Segundo, a conformação planar do centro

chalcona abrangendo ambos os anéis e a enona é importante, pois compostos impedidos

estericamente diminuem significantemente o rendimento quântico. Terceiro, grupos

doadores fracos e, ou retiradores no anel A influenciam fortemente no valor do

rendimento quântico. Quarto, a interação interna entre hidrogênios com o fragmento

cetônico deve ser evitada. Finalmente, um sistema conjugado expandido resulta no

deslocamento para o vermelho (Figura 13). 28

49 Rurack, K.; Dekhtyar, M. L.; Bricks, J. L.; Resch-Genger, U.; Rettig, W.; J. Phys, Chem. A. 1999, 103,

9626-9635.

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14

O

B A

O conjugado extendido causa deslocamento para o vermelho,

mas diminui o rendimento quântico.

O grupos doadores fortes são

essenciais para a fluorescência.

Grupos doadores fracos são preferidos.

Substituintes -OH diminuem o

rendimento quântico.

Figura 23. Arquitetura molecular das chalconas (adaptado da referência 28).

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15

2. Objetivos

2.1. Objetivos Gerais

Com o intuito de sintetizar tanto análogos simétricos como não simétricos de

bis-chalcona, foi pensado um substrato que permitisse a síntese via condensação

aldólica. Para tal, idealizou-se um núcleo diferente dos supracitados e que pudesse ser

obtido a partir dos reagentes disponíveis em laboratório.

Considerando a simplicidade na obtenção sintética do núcleo chalcona, optou-se

por preparar um intermediário com um fragmento fenil éster. O Esquema 6 ilustra a

síntese partindo de uma 4-OH-chalcona até o produto análogo de bis-chalcona.

O

OH

O

O

O

O

O

O

Fragmento

fenil éster

Esquema 19.Rota sintética idealizada para a obtenção do análogo de bis-chalcona.

2.2. Objetivos Específicos

Síntese de novos análogos de bis-chalconas contendo um éster fenílico;

Expansão do sistema pi das chalconas;

Avaliação das propriedades fotofísicas por meio de espectroscopia UV/Vis e

fluorimetria;

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16

3. Resultados e Discussão

3.1. Síntese de Chalcona

Dos diversos métodos de síntese de chalcona existentes na literatura, optou-se

pela condensação aldólica descrita por Silva et. al. 10

– um método simples e rápido no

qual reagentes existentes em nosso laboratório foram utilizados.

A metodologia consistiu na adição da 4-hidróxi acetofenona, previamente

solubilizada em etanol a uma solução de 30% de NaOH em banho de gelo durante 20

minutos. Em seguida, adicionou-se o aldeído e a reação foi mantida sob agitação

durante 24 horas. Ao fim do período reacional, o produto foi neutralizado com ácido

clorídrico 1 M. O precipitado formado foi filtrado e recristalizado em etanol. O

mecanismo da reação está ilustrado no Esquema 7 abaixo:

O

H NaOEt

O

Na

Enolização

H

O

O

NaO

HPh

PhH

H

O

+ NaOH + H2O + EtOH

Esquema 20. Mecanismo da reação aldólica mediada por base.

A presença do metal (Na+) diminui a eletronegatividade do átomo de oxigênio,

diminuindo a energia de seu orbital pz. A diferença de energia entre o orbital pz (C) e pz

(O→Na+) aumenta logo eles se misturam menos eficientemente. O Esquema 8 mostra

como o LUMO se torna menos energético e menos simétrico, resultando no aumento da

reatividade frente à nucleófilos. 24

pz(C)

pz(O)

pz(C)

pz(O M)

*CO

*C=O M

Esquema 21. Modelo de orbitais segundo a teoria do orbital de fronteira (retirado da referência 24)

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17

A síntese das chalconas foi realizada por meio da reação de condensação

aldólica tipo Claisen-Schmidt como já citado na literatura. No total foram sintetizados 8

derivados de chalcona com rendimentos entre 44% a 82%.

Tabela 5. Chalconas isoladas a partir da síntese descrita por Silva et. al.10

O

H

O O

+

NaOH

EtOH/H2OT.A., 24h.

R R' R'R

Produto Rendimento (%) Rendimento literatura (%)

O

O

O

OH

1

82 ---

O

O

O OH2

44 ---

O

Cl OH3

52 9051

O

Br OH

4

60 8451

OO

OH

5

76 ---

O

OH6

65 8551

O

N OH7

46 ---

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18

O

N

OH

8

74 7253

* Todas as reações foram feitas em duplicata.

Os rendimentos obtidos são inferiores aos rendimentos na literatura. Tal fato

pode ser justificado pela condição dos reagentes, visto que não foi realizada purificação

prévia dos aldeídos sólidos.

A diferença do rendimento entre os compostos 1-2 e 7-8 está associada ao

posicionamento da hidroxila no grupo fenol, pois quando posicionada em para confere

maior estabilidade ao enolato, necessitando de um maior tempo reacional. O Esquema 7

mostra o estado de transição segundo o modelo Zimmerman-Traxler, de modo que é

possível observar a interação entre os átomos de carbono durante a condensação

aldólica e entre o metal e os dois oxigênios carbonílicos.

A principal evidência da formação das chalconas foi observada no espectro

RMN-1H (600 MHz), onde é possível verificar um par de dupletos na região entre 7 e 8

ppm referentes aos hidrogênios

olefínicos (JTrans = 15,6 Hz). Para fins de

exemplificação, dispõem-se abaixo, na Figura 15, os picos referentes aos hidrogênios do

composto 6.

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19

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

2.123.291.142.021.002.00

8.0

08

7.9

93

7.8

26

7.8

00

7.6

35

7.6

29

7.5

62

7.5

36

7.4

10

7.4

05

7.4

01

6.9

93

6.9

78

0.0

00

7.850 7.825 7.800 7.775

Chemical Shift (ppm)

1.00

7.8

26 7.8

00

7.575 7.550 7.525

Chemical Shift (ppm)

1.142.02

7.5

62

7.5

36

O

OH

Figura 24. Espectro do composto 6 obtido através de análise de RMN-1H (CDCl3, 600 MHz).

As chalconas obtidas foram utilizadas em reações posteriores para a obtenção

de bis-chalconas conforme os métodos A e B.

3.2. Síntese de Análogos de Bis-Chalcona

3.2.1. Etapa de Proteção (MÉTODO A)

Para dar prosseguimento a síntese dos análogos de bis-chalconas, foi realizada a

proteção do fenol das chalconas 1 e 2. Para tal, realizou-se uma acetilação com anidrido

acético em meio básico. A reação foi acompanhada por CCD (Cromatografia em

Camada Delgada) durante 3-6 horas até que o reagente fosse completamente

consumido. Por fim, o produto orgânico foi extraído em acetato de etila, evaporado, e

purificado por coluna cromatográfica utilizando acetato de etila 20%/hexano 80% como

eluente. O mecanismo de reação da etapa de proteção está apresentado no Esquema 8

abaixo:

A primeira etapa dessa reação ocorreu de forma lenta, com a desprotonação do

fenol, seguida pelo ataque ao grupo carbonila do anidrido acético. Nesse momento, a

estabilidade do produto depende de quão bem os grupos se ligam ao carbono tetraédrico

e liberam o ânion EtOO- como grupo de saída.

X

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20

O

R

HOH O

R

O

O O

O

R

O

O O

O

RO

O

O+

Esquema 22. Mecanismo da etapa de acetilação do fenol.

Tabela 6. Derivados de chalcona obtidos a partir da reação de acetilação do fenol.

O

O

O

+OH

O

O O NaOH

EtOH, T.A. 3-6h

O

O

O

O

O

Produto Rendimento (%)

O

O

O

O

9O

98

O

O

O O10

O

44

O derivado de chalcona 9 foi caracterizados por RMN-1H. Na Figura 16

observa-se um simpleto característico dos dois hidrogênios do grupo metileno dióxi em

6,12 ppm. Adicionalmente, há um simpleto em 2,32 ppm relativo aos três hidrogênios

do grupo acetil.

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21

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

3.182.001.011.061.051.040.981.191.151.071.06

8.0

70

8.0

57

7.9

04

7.8

23

7.7

97

7.7

27 7.6

77

7.6

15

7.6

02

7.4

44

7.4

41

7.3

56

7.3

43

7.0

09

6.9

96

6.1

17

2.3

24

0.0

00

O

O

O

O

O

Figura 25. Espectro da região aromática do composto 9 obtido através de análise de RMN-1H (CDCl3,

600 MHz).

A Figura 17 trás a expansão da região aromática do derivado 9, onde o par de

dupletos referente aos hidrogênios olefínicos encontram-se entre 7 e 8 ppm (Jtrans = 15,6

Hz).

8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0

Chemical Shift (ppm)

1.011.061.051.040.981.191.151.071.06

8.0

70

8.0

57

7.9

04

7.8

23

7.7

97

7.7

27

7.7

01

7.6

77

7.6

76

7.6

28

7.6

15

7.6

02

7.4

44

7.4

41

7.4

30

7.4

28 7

.356

7.3

55

7.3

43

7.3

41

7.0

09

6.9

96

Figura 26. Expansão da região aromática do composto 9.

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22

3.2.2. Método A: Síntese de Análogos de Bis-Chalconas

Partindo dos derivados de chalcona 9 e 10, realizou-se uma última condensação

aldólica, desta vez no éster fenílico. Para tal, adicionou-se 10 mL de etanol seco a

pequenos pedaços de sódio metálico em atmosfera inerte, de modo a formar etóxido de

sódio in situ. O derivado de chalcona 9 foi adicionado a mistura reacional após total

dissolução do sódio metálico e, em seguida, adicionou-se o aldeído. A reação foi

acompanhada por CCD durante 2-4 horas. Por fim, o produto foi extraído na fase

orgânica com acetato de etila, evaporado e recristalizado em etanol. O Esquema 9

ilustra a etapa final da síntese para obtenção de análogos de bis-chalconas.

O

O

OO

OO+

NaMetálico

EtOH, T.A. 2-4 h

O

O

OO

O

R

R

Esquema 23. Síntese de bis-chalcona a partir dos compostos 9 e 10.

O primeiro composto obtido foi caracterizado por RMN-1H, no qual se observa

apenas os picos referentes ao composto 2. Com o desaparecimento do pico diagnóstico

em δ 2,32 ppm referente aos prótons do grupo acetil.

8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9

Chemical Shift (ppm)

1.021.820.920.901.161.001.80

7.9

94

7.9

79

7.7

39 7.7

13

7.3

80

7.3

53

7.2

60

7.1

66

7.1

64

7.1

29

7.1

15

7.1

13

6.9

27

6.9

13

6.8

51

6.8

38

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

1.841.021.820.920.901.161.001.80

7.9

94

7.9

79

7.7

39

7.7

13

7.3

80

7.2

60

7.1

64

7.1

29

7.1

15

6.9

27

6.9

13

6.8

51

6.8

38

6.0

27

X X

O

O

OO

O

Figura 27. Espectro e expansão da região aromática do primeiro análogo de bis-chalcona obtido através

de análise de RMN-1H (CDCl3, 600 MHz).

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23

Novas tentativas foram realizadas, utilizando-se a base volumosa t-butóxido de

sódio formado in situ e em maior tempo reacional.

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

2.002.981.000.981.021.011.98

8.0

12

7.9

98

7.6

89

7.6

63 7.6

11

7.5

86

7.3

43

7.1

96

7.1

85

7.1

83

6.8

97

6.8

82

6.8

79

6.8

66

6.0

19

8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9

Chemical Shift (ppm)

2.981.000.981.021.011.98

8.0

12

7.9

98

7.6

89

7.6

63 7.6

11

7.5

86

7.3

45

7.3

43

7.1

99

7.1

96

7.1

85

7.1

83

6.8

97 6.8

82

6.8

79

6.8

66

Figura 28. Espectro e expansão da região aromática do primeiro análogo de bis-chalcona obtido através

de análise de RMN-1H (CDCl3, 600 MHz).

O que pode explicar a não obtenção do produto é o fato de que, durante o

ataque do nucleófilo, a hibridização do carbono muda de sp2 pra sp

3 e os ângulos de

valência diminuem. Isso cria um maior impedimento estéreo para ésteres, tornando-os

menos reativos. Um fator que poderia ter levado ao sucesso da reação seria o uso de

uma base mais forte e volumosa, como o LDA por exemplo.

3.2.2. Síntese de Análogos de Bis-Chalcona via Esterificação com Cloreto de Ácido

(MÉTODO B)

Tendo em vista as possíveis falhas da síntese, fez-se uma nova busca na

literatura de modo a encontrar algum método que permitisse a síntese dos análogos de

bis-chalconas. O trabalho de Chen et. al., 49

a respeito da síntese de híbridos de

cumarina mostrou-se como grande suporte para a síntese idealizada neste trabalho. A

Figura 20 traz a estrutura do produto final obtido a partir da reação entre o ácido trans-

cinâmico e a escopoletina (6-metoxi-7-hidroxi-cumarina) que se assemelha muito aos

compostos almejados neste trabalho.

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24

O ácido cinâmico é um ácido graxo aromático de ocorrência natural, composto

por um fenil substituído com um fragmento de ácido acrílico comumente encontrado em

conformação Z. O ácido cinâmico apresenta baixa toxicidade, característica que confere

diversas propriedades biológicas. No trabalho de Chen foi relatado que muitos

compostos naturais e sintéticos teriam aumento na atividade anticâncer se um fragmento

cinamoila fosse introduzido na forma de amidas ou ésteres. Adicionalmente, a presença

da cetona α, β-insaturada pode ser aplicada no design de fármacos com ação

antitumoral. 49

O

MeO

HO O

Escopoletina

OH

OO

MeO

O O

R

Ácido trans-Cinâmico

OR

Figura 19. Design de híbrido escopoletina-ácido cinâmico (adaptado da referência 49).

A reação entre a escopoletina e o ácido trans-cinâmico se baseia na reação de

esterificação de álcoois. Conforme a literatura, 23

a reação entre um haleto de acila e um

álcool ou fenol é o melhor método geral para a preparação de ésteres carboxílicos. O

Esquema 13 mostra a reação entre o cloreto de cinamoila derivado do ácido trans-

cinâmico reagiu com a piridina presente como solvente, gerando um intermediário

iônico instável, que reage com o fenol da chalcona sofre eliminação.

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25

Cl

O

O R

H

:

:Cl

O

O

H

N :

Cl

O

O

Cl

O

O

R

R

R

Esquema 24. Reação de esterificação de um fenol.

Outro trabalho a respeito da introdução de um fragmento cinamoila a um fenol

foi relatado por Dimmock et. al., 50

o qual relata a a atividade citotóxica de chalconas

como bases de Mannich e análogos. Sabe-se que uma variedade de cetonas α, β-

insaturadas demonstra reatividade preferencial com grupos tiol em contraste a grupos

amino ou hidróxi. 10, 51

A metodologia de síntese de Chen consiste na dissolução de 1,2 equivalentes

de ácido cinâmico em 5 equivalentes de cloreto de tionila (SOCl2) com a adição de uma

quantidade catalítica de dimetilformamida (DMF). A reação é mantida em refluxo

durante 4 horas, seguida pela evaporação de ácido sob pressão reduzida. O produto

bruto é coletado e adicionado diretamente e solução de 1 equivalente de cumarina e

piridina (200 mg/mL) em banho de gelo. Após a adição, a mistura é aquecida à

50 Dimmock, J. R.; Kandepu, N. M.; Hetherington, M.; Quail, J. W.; Pugazhenthi, U.; Sudom, A. M.;

Chamankhah, M.; Rose, P.; Pass, E.; Allen, T. M.; Halleran, S.; Szydlowski, J.; Mutus, B.; Tannous, M.;

Manavathu, E. K.; Myers, T. G.; De Clercq, E.; Balzarini, J. J. Med. Chem. 1998, 41, 1014-1026

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26

temperatura ambiente e agitada durante 2 horas. Por fim, adiciona-se água e filtra-se o

sólido formado. 49

Na metodologia de Dimmock a reação acontece de 1:1. O cloreto de cinamoila

(0,025 mol) é adicionado a uma solução de hidroxichalcona (0,025 mol) e piridina (3

mL) e a reação é mantida em refluxo durante 3-4 horas. Diferente da metodologia de

Chen, a mistura reacional é adicionada a uma solução aquosa de ácido clorídrico (10%

m/v). O precipitado é filtrado e lavado com metanol. 51

Deste modo, foi realizada a síntese dos análogos de bis-chalconas por meio da

esterificação do fenol no anel A das chalconas utilizando-se o cloreto de cinamoila

obtido em laboratório. No total foram sintetizados 8 derivados de bis-chalcona com

rendimentos entre 4% a 36%, sendo 5 destes inéditos (11, 12, 14, 16, 17).

As duas metodologias foram utilizadas, porém a metodologia descrita por

Dimmock mostrou-se mais efetiva para a obtenção das bis-chalconas. Contudo, deve-se

fazer uma ressalva: 1) o cloreto de cinamoila foi sintetizado em laboratório segundo a

descrição na metodologia de Chen; 2) a adição do cloreto de ácido foi realizada em um

balão bitubulado em banho de gelo, pois se trata uma reação muito exotérmica; 3) O

work up foi realizado com ácido clorídrico (10% m/v), uma vez que a adição de água à

mistura formou um sobrenadante de cor marrom difícil de filtrar. A Tabela 3 traz a

relação das bis-chalconas sintetizadas e compara os rendimentos obtidos com a

literatura.

Tabela 7. Síntese de análogos de bis-chalconas, seguindo a metodologia de Chen e

Dimmock 49,51

Produto Rendimento (%) Rendimento na literatura

(%)51

O

O

O

11

O

O

20 ---

O

12

O

O

O

O

10 ---

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27

O

O

O

13

Cl

15 94

O

O

O

14

Br

25 ---

O

15

O

O

OCH3

36 76

O

O

O

16

N

4 ---

O

17

O

ON

10 ---

O

O

O

18

27 50

*As reações foram feitas uma única vez, excetuando-se o composto 12 que foi obtido segundo ambas as

metodologias, porém não foi possível calcular o rendimento de acordo com a metodologia de Chen.

Os rendimentos obtidos são inferiores aos rendimentos na literatura. Tal fato

pode ser justificado pela diferença nas condições ou até mesmo a condição dos

reagentes, visto que não foi realizada purificação prévia dos aldeídos sólidos e da

piridina.

A principal evidência da formação dos análogos de bis-chalconas foi observada

no espectro RMN-1H (600 MHz), onde é possível verificar dois pares de dupletos na

região entre 6 e 8 ppm, com 3JH,H = 16,1 Hz referentes aos hidrogênios

Hα e Hβ

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28

próximos aos grupos carbonílicos. Para fins de exemplificação, dispõem-se abaixo, na

Figura 21, os picos referentes aos hidrogênios do composto 18.

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

1.022.176.211.162.132.071.001.022.00

8.1

03 8

.089

7.9

21

7.8

94

7.8

16

7.6

60

7.6

54

7.6

47

7.6

00

7.5

39

7.5

13

7.4

42

7.4

38

7.4

31

7.4

24

7.3

42

7.3

28

7.2

54

6.6

57

6.6

30

0.0

66

0.0

00

O

O

O1

6

3

2

5

4 7'8'

9'1''

6''

5''

4''

3''

2''

78

96'1'

2'

3'

4'

5'

Figura 29. Espectro do composto 18 obtido através de análise de RMN-1H (CDCl3, 600 MHz).

A Figura 22 traz a expansão da região aromática do composto 18, onde é

possível distinguir os pares de dupletos referentes aos hidrogênios olefínicos H8’-H9’

(Jtrans = 16,1 Hz) e H8-H9 (Jtrans = 15,6 Hz).

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29

8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6

Chemical Shift (ppm)

1.022.176.211.162.132.071.001.022.00

8.1

03

8.0

89

7.9

21

7.8

94

7.8

42 7.8

16

7.6

60

7.6

54

7.6

47

7.6

06 7.6

00

7.5

94 7.5

39

7.5

13

7.4

42

7.4

38

7.4

31

7.4

24

7.4

20

7.3

42

7.3

28

7.2

54

6.6

57

6.6

30

Figura 30. Expansão da região aromática do composto 18.

Para confirmar os picos referentes aos hidrogênios olefínicos supracitados, foi

realizado um experimento 2D COSY (homonuclear COrrelation SpectroscopY) que

estabelece as correlações entre os hidrogênios acoplados por 2-3

JH,H (Figura 23).

A Figura 24 trás a ampliação do COSY do composto 18 onde é possível

correlacionar os pares de dupletos em δ 6,64 ppm e δ 7,91 ppm aos hidrogênios H8’ e

H9’ do fragmento cinamoila (3JH,H = 16.1 Hz). O outro par em δ 7,53 ppm e δ 7,83

ppm, refere-se aos hidrogênios H8 e H9 do fragmento chalcona (3JH,H = 15.7 Hz).

Por meio dos experimentos realizados, pode-se assumir que o par em δ 8,05 e δ

7,33 ppm (3JH,H = 8,2 Hz), referem-se a prótons no anel central devido a blindagem

provida pelo fenil éster.

O deslocamento do dupleto em δ 6,65 ppm está associado à blindagem provida

pelo fragmento fenil éster devido a densidade eletrônica volumosa próxima ao

hidrogênio α carbonila no fragmento cinamoila.

X

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30

10.0 9.5 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0 -0.5 -1.0

F2 Chemical Shift (ppm)

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

F1 C

hem

ical S

hift (p

pm

)

Figura 31. COSY (CHCl3) do composto 18.

Figura 32. COSY (CHCl3) expandido do composto 18.

A seguir foi realizado o experimento HSQC-ED (Heteronuclear Single

Quantum Coherence – Editing) no qual é possível correlacionar os acoplamentos 1JC,H

O

O

O1

6

3

2

5

4 7'8'

9'1''

6''

5''

4''

3''

2''

78

96'1'

2'

3'

4'

5'

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31

presentes na estrutura do composto 18 (Figura 25). A Figura 26 mostra a expansão do

espectro HSQC, onde se pode notar as correlações H8-C8(δ 7,54 ppm, 121,8 ppm), H9-

C9 (δ 7,83 ppm, 145,03 ppm), H8’-C8’ (δ 6,65 ppm, 116,7 ppm) e H9’-C9’ (δ 7,90

ppm, 147,3 ppm).

8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0 -0.5 -1.0

F2 Chemical Shift (ppm)

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

F1 C

hem

ical S

hift (p

pm

)

Figura 33. HSQC-ED (CHCl3) do composto 18.

8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6

F2 Chemical Shift (ppm)

114

116

118

120

122

124

126

128

130

132

134

136

138

140

142

144

146

148

F1 C

hem

ical S

hift (p

pm

)

H7,90 ppm, 147,3 ppm

H6,65 ppm, 116,7 ppm

H7,54 ppm, 121,8 ppm

H7,83 ppm, 145,03 ppm

Figura 34. HSQC-ED (CHCl3) expandido do composto 18.

O

O

O1

6

3

2

5

4 7'8'

9'1''

6''

5''

4''

3''

2''

78

96'1'

2'

3'

4'

5'

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32

3.3. Fotofísica

A avaliação fotofísica dos análogos de bis-chalconas foi realizada mediante a

análise de absorção e emissão dos mesmos. O composto 16 não foi utilizado nesse

experimento devido a pouca quantidade de material isolado na síntese. Foram realizadas

análises de espectrofotometria e espectrofluorimetria com o restante dos compostos

isolados em diferentes solventes: diclorometano, acetonitrila e etanol.

Nessa etapa do estudo fotofísico, os análogos de bis-chalconas foram

analisados em soluções nos respectivos solventes em concentrações de 10µM. A Figura

27 apresenta os solvatogramas obtidos para a análise de absorção e emissão para a bis-

chalcona 13. Os demais espectros de todos os derivados, excetuando-se o 16,

encontram0se nos anexos (Seção 7.2)

Figura 35. Espectros de absorção e emissão UV/Vis do composto 13.

A maioria das estruturas apesentou maior intensidade de absorbância em

acetonitrila (13, 14, 17, 15 e 18). As maiores intensidades de fluorescência firam

evidenciadas em acetonitrila (13, 17, 18) e diclorometano(11, 12, 14).

Em geral, observa-se que o aumento da polaridade do solvente favorece o

deslocamento para maiores comprimentos de onda (red shift), além de conferir maior

estabilidade às moléculas no estado excitado devido às interações entre o hidrogênio e o

oxigênio carbonílico. 29

Quando esse comportamento é observado no espectro de

absorção para solventes polares próticos (etanol), fica indicado que a transição é

permitida (π→π*). A maioria das bis-chalconas apresentam esse comportamento na

absorção quando comparados diclorometado e etanol. Entretanto as bis-chalconas 11, 12

e 15 apresentam efeito oposto por possuírem maior λmáx em diclorometano. 51

Na Tabela 4 estão dispostos os resultados obtidos pelo estudo UV-vis

(absorção e emissão) de 7 análogos de bis-chalconas do acervo, com os comprimentos

de onda na absorção e na emissão (λmáx) e coeficiente de absortividade molar (ε).

51 Reichardt, C.; Chem. Rev. 1994, 94, 2319-2358.

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33

O deslocamento de Stokes é um parâmetro importante extraído do estudo UV-

Vis e é obtido pela diferença entre os comprimentos de onda máximos observados para

absorção e emissão em um mesmo solvente. Esse parâmetro proporciona informações

importantes sobre o estado de excitação de uma molécula. Quanto maior for o valor do

deslocamento de Stokes, indica-se que o primeiro estado excitado (S1) é o mais

estabilizado e maiores comprimentos de onda são atingidos. 52

De modo geral, as bis-

chalconas estudadas apresentam baixo valor de deslocamento de Stokes, variando entre

28-34 nm em acetonitrila, 14-40 nm em etanol e 16-53 nm em diclorometano.

Moléculas que possuem o grupo N, N- dimetilamino em suas estruturas

usualmente são descritas por outro mecanismo de transferência interna de carga (TIC),

sendo este a transferência de carga na estrutura torcida (TICT). 45, 47, 48

Contudo, esse

comportamento não é observado na bis-chalcona 17, talvez pelo fato desta não possuir

outro grupo aceptor no anel aromático do fragmento cinamoila. 28

Observa-se uma

diferença pequena no deslocamento de Stokes na bis-chalcona 17 quando se comparam

as emissões entre acetonitrila (30 nm), etanol (20 nm) e diclorometano (25 nm) e baixos

valores de absortividade molar (ε = 26080 M-1

cm-1

, 16590 M-1

cm-1

e 15850 M-1

cm-1

,

respectivamente).

Tabela 8. Resultados obtidos a partir do estudo fotofísico dos sete análogos de bis-

chalconas em concentração 10 µM.

Análogo Solvente λmáx (abs)

(nm) log ε (ε)

λmáx (em)

(nm)

Deslocamento

de Stokes

(nm)

11

CH3CN 269 4,28 (19170) 301 32

EtOH 276 4,19 (15690) 290 14

CH2Cl2 293 4,70 (54300) 322 29

12

CH3CN 285 4,26 (18560) 316 31

EtOH 289 4,18 (15420) 314 25

CH2Cl2 290 4,42 (26550) 332 42

13

CH3CN 302 4,55 (35490) 336 34

EtOH 305 4,53 (34160) 329 24

CH2Cl2 304 4,39 (24900) 334 30

14 CH3CN 302 4,45 (28250) 330 28

EtOH 306 4,39 (24690) 329 23

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34

Na Tabela 4, observa-se que maiores valores de deslocamento de Stokes são

encontrados em diclorometano nas bis-chalconas 12 (42 nm) 14 (53 nm). Seguido de 11

(40 nm) em etanol e 11 (32 nm), 13 (34 nm), 17 (30 nm) e 18 (33 nm) em acetonitrila.

Quando se compara todos os valores de deslocamento de Stokes dos compostos obtidos

nos três solventes, observa-se que esses valores são relativamente baixos, que pode

indicar que os compostos sofram rápido decaimento do estado excitado (S1) para o

estado fundamental (S0).

Com relação aos coeficientes de extinção molar em cada solvente, tem-se que

os maiores valores estão relacionados às estruturas 12 (εAcetonitrila = 55710 M-1

cm-1

), 13

(εEtanol = 34160 M-1

cm-1

) e 11 (εDiclorometano = 54300 M-1

cm-1

). Isso indica que esses

compostos apresentam alta emissão e rápido decaimento nos respectivos solventes. 44

Com estudos mais aprofundados, estes compostos podem servir de modelos no

desenvolvimento de fluoróforos com propriedades de emissão comutável. 42

CH2Cl2 305 4,28 (19090) 358 53

15

CH3CN 286 4,49 (31520) 317 31

EtOH 288 4,21 (16590) 328 40

CH2Cl2 289 4,20 (16030) 305 16

17

CH3CN 284 4,41 (26080) 314 30

EtOH 288 4,21 (16590) 308 20

CH2Cl2 287 4,20 (15850) 312 25

18

CH3CN 301 4,74 (55710) 334 33

EtOH 304 4,49 (31360) 331 27

CH2Cl2 303 4,40 (25600) 333 30

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35

4. Conclusão e Perspectivas

De modo geral, o objetivo deste trabalho foi alcançado, pois foram obtidos 8

análogos de bis-chalconas contendo um fragmento fenil éster, sendo 5 análogos inéditos

na literatura. O método A proposto inicialmente mostrou-se ineficiente quanto à

obtenção de análogos de bis-chalconas, sendo necessário novo estudo metodológico a

fim de se conseguir melhores condições que fornecessem os resultados esperados em

bons rendimentos.

Com os experimentos 2D da espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear

foi possível correlacionar os dados obtidos para uma melhor caracterização dos

produtos obtidos a partir das técnicas 1D RMN-1H e RMN-

13C para compreender os

acoplamentos 3JH,H e

1JC,H.

Apesar das observações realizadas nos ensaios fotofísicos, não há

esclarecimento com relação ao processo de transferência interna de carga. Desta forma,

será necessário um estudo mais criterioso, com maior variação de solventes, para

possibilitar a obtenção de dados como Lippert-Mataga e rendimento quântico.

Uma perspectiva que pode ser explorada para esses análogos de bis-chalconas,

refere-se à possível aplicação biológica, uma vez que esta ainda é uma área pouco

explorada na literatura. Exemplo disso tem-se o análogo no trabalho de Dimmock et. al.

(13 neste trabalho) que se apresentou promissor em testes biológicos.

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36

5. Parte Experimental

5.1. Métodos Analíticos

5.1.1. Ressonância Magnética Nuclear

Os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (300 MHz) e carbono (75

MHz) foram obtidos em aparelho Varian Mercury Plus 300 MHz, 7,05 T. á a

ressonância magnética nuclear de hidrogênio (600 MHz) e carbono (150 MHz) foram

obtidos em aparelho Bruker Avance III HD 600 MHz, 14,1 T. Todas as chalconas e bis-

chalconas obtidas foram solubilizadas em CDCl3, já os adutos de chalcona foram

solubilizados em DMSO. Os deslocamentos químicos (δ) expressados em ppm (parte

por milhão), assumindo como referência interna o TMS. Os dados espectroscópicos

referentes aos espectros de RMN 1H estão organizados segundo a convenção: δ

deslocamento químico [número de hidrogênios, multiplicidade, constante de

acoplamento em Hz]. As abreviações das multiplicidades dos sinais nos espectros de

RMN 1H foram utilizados segundo a convenção: s (simpleto), d (dupleto), t (tripleto), q

(quadrupleto), qt (quintupleto), st (sextupleto), m (multipleto) e dd (duplodupleto).

5.1.2. Estudo Fotofísico

Para as leituras de absorção e emissão, partiu-se de soluções estoque das bis-chalconas a

concentração de 10-3

mol L-1

em acetonitrila, etanol e diclorometano, as quais foram

diluídas até a concentração de 10-6

mol L-1

. Para a absorção, as análises foram feitas no

aparelho Varian Cary 50- Bio UV visible Spectrophotometer e as medidas de emissão

foram realizadas no aparelho Fluorolog Horiba com leitura a cada 1nm e fenda de 5,0.

5.2. Síntese de Chalcona

Procedimento geral para síntese de chalcona

A cetona (1 mmol) foi adicionada a uma solução de NaOH (30% m/v) e etanol (3 mL).

A mistura foi agitada durante 20 minutos em banho de gelo. Em seguida, o aldeído (1

mmol) foi adicionado e a mistura foi agitada durante 12 a 24 horas em temperatura

ambiente. A mistura reacional foi acidificada com HCl 1 M. O precipitado foi coletado,

lavado com água, seco e purificado por recristalização com EtOH.

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37

5.2.1. 3-Benzo[1,3]dioxol-5-yl-1-(3-hydroxy-phenyl)-propenone (1)

O

O

O

OH

O produto foi obtido a partir de 3,00 g da 1-(3-Hydroxy-

phenyl)-ethanone, 2,72 g de Benzo[1,3]dioxole-5-carbaldehyde, e 30% NaOH em 32

mL de MeOH. O composto foi obtido como sólido amarelo, com rendimento de 82%

após recristalização em EtOH. RMN 1H (300 MHz, CDCl3/DMSO) δ: 7,95 (d, J = 8,79

Hz, 2H); 7,70 (d, J = 15,5 Hz, 1H); 7,39 (d, J = 15,5 Hz, 1H); 7,17 (d, J = 0,8 Hz, 2H);

7,12 (d, J = 8,2 Hz, 2H); 6,93 (d, J = 8,7 Hz, 2H); 6,84 (d, J = 8,2 Hz, 1H); 6,03 (s,

1H). RMN 13

C (75 MHz, CDCl3/DMSO) δ: 188,5; 161,9; 149,5; 148,2; 143,3; 130,8;

129,9; 129,5; 124,8; 120,0; 115,5; 108,5; 106,5; 101,5.

5.2.2. 3-Benzo[1,3]dioxol-5-yl-1-(4-hydroxy-phenyl)-propenone (2)

O

O

O OH O produto foi obtido a partir de 0,680 g da 1-(4-Hydroxy-

phenyl)-ethanone, 0,750 g de Benzo[1,3]dioxole-4-carbaldehyde, e 30% NaOH em 10

mL de EtOH. O composto foi obtido como sólido amarelo, com rendimento de 43,4%

após recristalização em EtOH. RMN 1H (300 MHz, CDCl3/DMSO) δ: 7,95 (d, J = 8,79

Hz, 2H); 7,70 (d, J = 15,5 Hz, 1H); 7,39 (d, J = 15,5 Hz, 1H); 7,17 (d, J = 0,8 Hz, 2H);

7,12 (d, J = 8,2 Hz, 2H); 6,93 (d, J = 8,7 Hz, 2H); 6,84 (d, J = 8,2 Hz, 1H); 6,03 (s,

1H). RMN 13

C (75 MHz, CDCl3/DMSO) δ: 188,5; 161,9; 149,5; 148,2; 143,3; 130,8;

129,9; 129,5; 124,8; 120,0; 115,5; 108,5; 106,5; 101,5.

5.2.3. 3-(4-Bromo-phenyl)-1-(4-hydroxy-phenyl)-propenone (4)

O

Br OH O produto foi obtido a partir de 0,680 g da 1-(4-Hydroxy-

phenyl)-ethanone, 0,925 g de 4-Bromo-benzaldehyde, e 30% NaOH em 10 mL de

EtOH. O composto foi obtido como sólido amarelo, com rendimento de 60% após

recristalização em EtOH. RMN 1H (600 MHz, CDCl3) δ: 7,99 (d, J = 8,4 Hz, 2H); 7,95

(d, J = 8,4,1 Hz, 1H); 7,73 (d, J = 15,7 Hz, 1H); 7,62 (d, J = 8,0 Hz, 1H); 7,57-7,52 (t,

3H); 6,93 (d, J = 8,4 Hz, 2H). RMN 13

C (150 MHz, CDCl3) δ: 179,2; 142,7; 139,7;

133,9; 132,1; 131,9; 131,6; 131,8; 129,7; 128,6; 122,3; 121,4; 115,5.

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38

5.2.4. 1-(3-Hydroxy-phenyl)-3-(2-methoxy-phenyl)-propenone (5)

OO

OH

O produto foi obtido a partir de 0,680 g da 1-(3-Hydroxy-

phenyl)-ethanone, 0,680 g de 2-Methoxy-benzaldehyde, e 30% NaOH em 10 mL de

EtOH. O composto foi obtido como sólido laranja, com rendimento de 76% após

recristalização em EtOH. RMN 1H (600 MHz, CDCl3) δ: 8,11 (d, J = 16,2 Hz, 1H);

7,65-7,56 (m, 3H); 7,58 (d, J = 16,2 Hz, 1H); 7,54 (d, J = 7,70 Hz, 1H); 7,41-7,30 (m,

2H); 7,14-7,08 (m, 1H); 7,00-6,94 (t, J = 7,34 Hz, 1H); 6,92 (d, J = 8,4 Hz, 1H); 3,88

(s, 3H).

5.2.5. 1-(4-Hydroxy-phenyl)-3-phenyl-propenone (6)

O

OH O produto foi obtido a partir de 0,680 g da 1-(3-Hydroxy-

phenyl)-ethanone, 0,530 g de Benzaldehyde, e 30% NaOH em 10 mL de EtOH. O

composto foi obtido como sólido amarelo, com rendimento de 65% após recristalização

em EtOH. RMN 1H (600 MHz, CDCl3) δ: 8,00 (d, J = 8,8 Hz, 2H); 7,81 (d, J = 15,7

Hz, 1H); 7,68-7,59 (dd, J = 6,6-2,9 Hz, 2H); 7,55 (d, J = 15,7 Hz, 1H); 7,45-7,37 (m,

3H); 6,99 (d, J = 8,8 Hz, 2H). RMN 13

C (75 MHz, CDCl3) δ: 188,9; 160,3; 144,2;

135,0; 131,1; 130,4; 128,9; 128,4; 121,9; 115,5.

5.2.6. 3-(4-Dimethylamino-phenyl)-1-(4-hydroxy-phenyl)-propenone (7)

O

N OH O produto foi obtido a partir de 0,680 g da 1-(4-

Hydroxy-phenyl)-ethanone, 0,746 g de 4-Dimethylamino-benzaldehyde, e 30% NaOH

em 10 mL de EtOH. O composto foi obtido como sólido laranja, com rendimento de

46% após recristalização em EtOH. RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 7,81 (d, J = 15,2

Hz, 1H); 7,56 (s, 1H); 7,61-7,48 (m, 3H); 7,42-7,28 (m, 1H); 7,31 (d, J = 15,2 Hz, 1H);

7,14-7,04 (dd, J = 8,21, 1,7 Hz, 1H); 6,68 (d, J = 8,79 2H); 7,05 (s, 6H). RMN 13

C (75

MHz, CDCl3) δ: 190,72; 156,37; 152,14; 146,47; 140,38; 130,59; 129,66; 122,52;

120,64; 119,72; 116,63; 115,16; 111,80; 40,12.

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39

5.2.7. 3-(4-Dimethylamino-phenyl)-1-(3-hydroxy-phenyl)-propenone (8)

O

N

OH

O produto foi obtido a partir de 0,680 g da 1-(3-

Hydroxy-phenyl)-ethanone, 0,746 g de 4-Dimethylamino-benzaldehyde, e 30% NaOH

em 10 mL de EtOH. O composto foi obtido como sólido laranja, com rendimento de

74% após recristalização em EtOH. RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 7,81 (d, J = 15,2

Hz, 1H); 7,56 (s, 1H); 7,61-7,48 (m, 3H); 7,42-7,28 (m, 1H); 7,31 (d, J = 15,2 Hz, 1H);

7,14-7,04 (dd, J = 8,21, 1,7 Hz, 1H); 6,68 (d, J = 8,79 2H); 7,05 (s, 6H). RMN 13

C (75

MHz, CDCl3) δ: 190,7; 156,3; 152,1; 146,4; 140,3; 130,5; 129,6; 122,5; 120,6; 119,7;

116,6; 115,1; 111,8; 40,1.

5.2.8. Acetic acid 3-(3-benzo[1,3]dioxol-5-yl-acryloyl)-phenyl ester (9)

O

O

O

O

O O produto foi obtido a partir de 4,00 g da 1-(3-

Hydroxy-phenyl)-ethanone, excesso de Anidrido Acético, e 30% NaOH em EtOH

suficiente para solubilizar o produto de partida. O composto foi obtido como sólido

amarelo, com rendimento de 98% após recristalização em purificação por coluna

cromatográfica (diclorometano). R.f. 0,42. RMN 1H (600 MHz, DMSO) δ: 8,06 (d, J =

7,70 Hz, 1H); 7,90 (s, 1H); 7,81 (d, J = 15,6 Hz, 1H); 7,71 (d, J = 15,6 Hz, 1H) 7,68 (d,

J = 1,10 Hz, 1H); 7,62 (t, 1H); 7,44 (dd, 1H); 7,35 (dd, 1H); 7,00 (d, J = 8,2 Hz, 1H);

6,12 (s, 1H); 2,32 (s, 2H). RMN 13

C (75 MHz, CDCl3/DMSO) δ: 188,4; 169,6; 151,3;

150,2; 148,6; 145,0; 139,6; 130,4; 129,6; 127,0; 126,6; 126,3; 122,2; 120,1; 109,0;

107,5; 102,1; 21,3.

5.3. Síntese do Cloreto de Cinamoila

Procedimento geral para síntese do cloreto de cinamila

Ao balão contendo 0,74 g (5 mmol) de ácido trans-cinâmico são adicionados 1,8 mL

(25 mmol) de cloreto de tionila recém destilado. A mistura é inicialmente agitada em

refluxo até que a temperatura do banho atinja 50 °C e, em seguida, a agitação permanece

durante mais 2 horas à temperatura de 80 °C.

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40

5.4. Síntese de Produto Final

Procedimento geral para síntese de bis-chalcona

O cloreto de cinamila (5 mmol) foi adicionado em um balão (50 mL) contendo a

chalcona (5 mmol) e a piridina (3 mL). A mistura foi aquecida sob refluxo durante 3

horas. Após resfriada, a mistura reacional foi adicionada em ácido clorídrico (1 M), e o

precipitado foi coletado, lavado com metanol e secado.

5.4.1. 3-Phenyl-acrylic acid 4-(3-benzo[1,3]dioxol-5-yl-acryloyl)-phenyl ester (11)

O

O

O

O

O

O produto foi obtido a partir de 0,500 g

da chalcona 2, 1,67 g do cloreto de cinamila em 3 mL de piridina. O composto foi

obtido como sólido amarelo, com rendimento de 20%, sem purificação. RMN 1H

(600 MHz, CDCl3) δ: 7,90 (m, 2H); 7,80 (s, 1H); 7,76 (d, J = 15,4 Hz, 1H); 7,60

(s, 2H); 7,54 (t, 1H); 7,44 (s, 3H); 7,41 (d, J = 8,0 Hz, 1H); 7,33 (d, J = 15,4 Hz,

1H); 7,17 (s, 1H); 7,13 (d, J = 8,0 Hz, 1H); 6,84 (d, J = 7,7 Hz, 1H); 6,65 (d, J =

16,4 Hz, 1H); 6,02 (s, 2H). RMN 13

C (150 MHz, CDCl3) δ: 189,3; 165,2; 151,0;

150,0; 148,4; 147,1; 145,2; 139,8; 134,1; 130,8; 129,6; 129,2; 129,0; 128,3; 125,9;

125,7; 125,4; 121,7; 119,8; 116,9; 108,7; 106,7; 101,6.

5.4.2. 3-Phenyl-acrylic acid 3-(3-benzo[1,3]dioxol-5-yl-acryloyl)-phenyl ester (12)

O

O

O

O

O O produto foi obtido a partir de 0,500

g da chalcona 2, 1,67 g do cloreto de cinamila em 3 mL de piridina. O composto foi

obtido como sólido amarelo, com rendimento de 10%, sem purificação. RMN 1H

(600 MHz, CDCl3) δ: 7,90 (m, 2H); 7,80 (s, 1H); 7,76 (d, J = 15,4 Hz, 1H); 7,60

(s, 2H); 7,54 (t, 1H); 7,44 (s, 3H); 7,41 (d, J = 8,0 Hz, 1H); 7,33 (d, J = 15,4 Hz,

1H); 7,17 (s, 1H); 7,13 (d, J = 8,0 Hz, 1H); 6,84 (d, J = 7,7 Hz, 1H); 6,65 (d, J =

16,4 Hz, 1H); 6,02 (s, 2H). RMN 13

C (150 MHz, CDCl3) δ: 189,3; 165,2; 151,0;

150,0; 148,4; 147,1; 145,2; 139,8; 134,1; 130,8; 129,6; 129,2; 129,0; 128,3; 125,9;

125,7; 125,4; 121,7; 119,8; 116,9; 108,7; 106,7; 101,6.

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41

5.4.3. 3-Phenyl-acrylic acid 4-[3-(4-chloro-phenyl)-acryloyl]-phenyl ester (13)

O

O

O

Cl

O produto foi obtido a partir de 0,500 g

da chalcona 3, 1,67 g do cloreto de cinamila em 3 mL de piridina. O composto foi

obtido como sólido branco, com rendimento de 15%, sem purificação. RMN 1H

(600 MHz, CDCl3) δ: 8,09 (d, J = 8,8 Hz, 2H); 7,91 (d, J = 16,2 Hz, 1H); 7,77 (d,

J = 15,6 Hz, 1H); 7,63-7,59 (m, 2H); 7,59-7,55 (m, 2H); 7,49 (d, J = 15,0 Hz, 1H);

7,46-7,42 (m, 3H); 7,40 (d, J = 8,4 Hz, 2H); 7,34 (d, J = 8,8, 2H); 6,64 (d, J = 15,6

Hz, 1H). RMN 13

C (150 MHz, CDCl3) δ: 189,0; 164,8; 154,5; 147,3; 143,5; 135,5;

134,0; 133,7; 132,2; 130,9; 130,1; 129,8; 129,0; 128,4; 128,4; 124,9; 122,3; 121,9;

116,7.

5.4.4. 3-Phenyl-acrylic acid 4-[3-(4-bromo-phenyl)-acryloyl]-phenyl ester (14)

O

O

O

Br

O produto foi obtido a partir de 0,500 g

da chalcona x, 1,67 g do cloreto de cinamila em 3 mL de piridina. O composto foi

obtido como sólido branco, com rendimento de 25%, sem purificação. RMN 1H

(600 MHz, CDCl3) δ: 8,09 (d, J = 8,4 Hz, 2H); 7,91 (d, J = 16,1 Hz, 1H); 7,75 (d, J

= 15,7 Hz, 1H); 7,65-7,58 (m, 2H); 7,58-7,54 (m, 3H); 7,44 (d J = 3,3 Hz, 3H);

7,34 (d, J = 8,4 Hz, 2H); 6,64 (d, J = 16,1, 1H). RMN 13

C (150 MHz, CDCl3) δ:

189,0; 164,8; 154,5; 147,3; 143,5; 135,5; 134,0; 133,7; 132,2; 130,9; 130,1; 129,8;

129,0; 128,4; 124,9; 122,3; 121,9; 116,7.

5.4.5. 3-Phenyl-acrylic acid 4-[3-(2-methoxy-phenyl)-acryloyl]-phenyl ester (15)

O

O

O

O

O produto foi obtido a partir de 0,475 g da

chalcona 11, 1,67 g do cloreto de cinamila em 3 mL de piridina. O composto foi

obtido como óleo marrom, purificado por coluna cromatográfica (AcOEt/Hexano

10%), com rendimento de 36%. Rf. 0,53. RMN 1H (600 MHz, CDCl3) δ: 8,14 (d, J

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42

= 15,7 Hz, 1H); 7,91 (m, 2H); 7,82 (s, 1H); 7,64 (d, J = 7,7 Hz, 1H); 7,60 (s, 2H);

7,59-7,52 (m, 2H); 7,44 (s, 3H); 7,42-7,366 (m, 2H); 6,99 (t, 1H); 6,94 (d, J = 8,4

Hz, 1H); 6,66 (d, J = 16,1 Hz, 1H); 3,92 (s, 3H). RMN 13

C (150 MHz, CDCl3) δ:

190,0; 165,2; 158,9; 151,0; 147,0; 140,9; 140,0; 134,1; 131,9; 130,8; 129,5; 129,3;

129,0; 128,3; 125,8; 123,8; 122,2; 121,7; 120,7 116,9; 55,5.

5.4.6. 3-Phenyl-acrylic acid 3-[3-(4-dimethylamino-phenyl)-acryloyl]-phenyl ester

(17)

O

O

ON

O produto foi obtido a partir de

0,500 g da chalcona X, 1,67 g do cloreto de cinamila em 3 mL de piridina. O

composto foi obtido como laranja, com rendimento de 10%, sem purificação. RMN

1H (600 MHz, CDCl3) δ: 8,07 (d, J = 8,4 Hz, 2H); 7,90 (d, J = 15,7 Hz, 1H); 7,81

(d, J = 15,4 Hz, 1H); 7,60 (d, J = 3,3 Hz, 2H); 7,50 (d, J = 8,4Hz , 2H); 7,44 (s,

3H); 7,37-7,28 (m, 3H); 6,70 (d, J = 8,4 Hz, 2H); 6,64 (d, J = 16,1 Hz, 1H); 3,05 (s,

6H). RMN 13

C (150 MHz, CDCl3) δ: 189,4; 164,9; 153,8; 152,1; 147,1; 141,0;

136,6; 134,0; 130,8; 132,2; 130,9; 130,4; 129,9; 129,0; 128,3; 122,6; 121,6; 116,7;

40,1.

5.4.7. Phenyl-acrylic acid 4-(3-phenyl-acryloyl)-phenyl ester (18)

O

O

O

O produto foi obtido a partir de 0,500 g da

chalcona 12, 1,67 g do cloreto de cinamila em 3 mL de piridina. O composto foi

obtido como sólido branco, com rendimento de 27%, sem purificação. RMN 1H

(600 MHz, CDCl3) δ: 8,10 (d, J = 8,4 Hz, 2H); 7,91 (d, J = 16,1 Hz, 1H); 7,83 (d,

J = 15,7 Hz, 1H); 7,69-7,63 (m, 2H); 7,63-7,57 (m, 2H); 7,53 (d, J = 16,7 Hz, 1H);

7,48-7,38 (m, 5H); 7,34 (d, J = 8,4 Hz, 2H); 6,64 (d, J = 16,1 Hz, 1H). RMN 13

C

(150 MHz, CDCl3) δ: 189,3; 164,8; 154,3; 147,3; 145,0; 135,7; 134,8; 134,0; 130,9;

130,6; 130,1; 129,0; 129,0; 128,5; 128,4; 121,9; 116,8.

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43

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19 Shenoi, R. B.; Shah, R. C.; Wheeler, T. S.; J. Chem. Soc. 1940, 247-251.

20 Feuestein, W.; Kostanecki, S. V.; Chem. Ber. 1898, 31, ???-???

21 Mahal, H. S.; Enkataraman, K.; J. Chem. Soc. 1933, 616-617.

22 Claisen, L.; Lowman, O.; Zeitschrift für Chemie. 1868, 651-654.

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31 Ram, V. J.; Saxena, A. S.; Srivastava, S.; Chandra, S.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2000, 10,

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39 Natarajan, K.; Xie, Y.; Baer, M. R.; Ross, D. D.; Biochemical Pharmacology. 2012, 83, 1084-

1103.

40 Valdameri, G.; Genoux-Bastide, E.; Peres, B.; Gauthier, C.; Guitton, J.; Terreux, R.;

Winnischofer, S. M. B.; Rocha, M. E. M.; Boumendjel, A.; Di Pietro, A.; J. Med. Chem. 2012,

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41 Asiri, A. M.; Khan, S. A.; Mat. Lett. 2011, 65, 1749-1752.

42 Asiri, A. M.; Marwani, H. M.; Alamry, K. A.; Al-Amoudi, M. S.; Khan, S. A.; El-Daly, S. A.;

Int. J. Electrochem. Sci. 2014, 9, 799-809.

43 Siddiqui, Z. N.; Khan, T.; J. Braz. Chem. Soc. 2014, 25(6), 1002-1011.

44 Lakowicz, J. R.; Principles of Fluorescence Spectroscopy. 3

a ed.; Springer: Nova York, USA,

2006.

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45

45 Alvim, H. G. O.; Fagg, E. L.; Oliveira, A. L.; Oliveira, H. C. B.; Freitas, S. M.; Xavier, M. A.

E.; Soares, T. A.; Gomes, A. F.; Gozzo, F. C.; Silva, W. A.; Neto, B. A. D.; Org. Biomol. Chem.

2013, 11, 4764.

46 Pavia, D. L.; Lampman, G. M.; Kriz, G. S.; Introduction To Spectroscopy. 3

a ed.; Thomson

Learning, Inc.: Washington, USA, 2001.

47 Yang, X.; Shen, G. Yu, R.; Microchemical Journal. 1999, 62, 394-404.

48 Rurack, K.; Dekhtyar, M. L.; Bricks, J. L.; Resch-Genger, U.; Rettig, W.; J. Phys, Chem. A.

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49 Li, L.; Zhao, P.; Hu, J.; Liu, J.; Liu, Y.; Wang,; Xia, Y.; Dai, Y.; Chen, L.; Eur. J. of Med.

Chem. 2015, 93, 300-307.

51 Dimmock, J. R.; Kandepu, N. M.; Hetherington, M.; Quail, J. W.; Pugazhenthi, U.; Sudom, A.

M.; Chamankhah, M.; Rose, P.; Pass, E.; Allen, T. M.; Halleran, S.; Szydlowski, J.; Mutus, B.;

Tannous, M.; Manavathu, E. K.; Myers, T. G.; De Clercq, E.; Balzarini, J. J. Med. Chem. 1998,

41, 1014-1026

52 Reichardt, C.; Chem. Rev. 1994, 94, 2319-2358.

53 MELO, L. R. Síntese, Caracterização e Estudo Fotofísicos de Chalconas Fluorescentes. 2015.

93 f. Dissertação de Mestrado – Instituto de Química, Universidade de Brasília, Distrito Federal.

2015.

7. Anexos

7.1. Espectros de RMN 1H e

13C

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46

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

2.000.981.980.990.991.020.981.99

7.9

64

7.9

34

7.7

22

7.6

71 7.4

20

7.3

68

7.3

41

7.1

72

7.1

69

7.1

02

6.9

49

6.9

20

6.8

53

6.8

26

6.0

25

0.0

00

8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8

Chemical Shift (ppm)

0.981.980.990.991.020.981.99

7.9

64

7.9

34

7.7

22

7.6

71

7.4

20

7.3

68

7.3

41

7.1

72

7.1

69

7.1

30

7.1

02

6.9

49

6.9

20

6.8

53

6.8

26

O

O

O OH

Espectro 1. RMN-1H (600 MHz, CDCl3) do composto 1.

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47

184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16 8 0

Chemical Shift (ppm)

188.5

50

161.9

91

149.6

01

148.3

27

143.3

37

130.8

97

129.9

74

129.5

71

124.8

60

120.0

46

115.5

77

108.5

95

106.5

87

101.5

54

77.6

18

77.1

93

76.7

68

40.2

74

39.9

96

39.7

17

0.0

00

Espectro 2. RMN-13C (150 MHz, CDCl3) do composto 1.

Page 60: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

48

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

2.000.981.980.990.991.020.981.99

7.9

64

7.9

34

7.7

22

7.6

71 7.4

20

7.3

68

7.3

41

7.1

72

7.1

69

7.1

02

6.9

49

6.9

20

6.8

53

6.8

26

6.0

25

0.0

00

8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8

Chemical Shift (ppm)

0.981.980.990.991.020.981.99

7.9

64

7.9

34

7.7

22

7.6

71

7.4

20

7.3

68

7.3

41

7.1

72

7.1

69

7.1

30

7.1

02

6.9

49

6.9

20

6.8

53

6.8

26

O

O

O

OH

Espectro 3. RMN-1H (600 MHz, CDCl3) do composto 2.

Page 61: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

49

184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16 8 0

Chemical Shift (ppm)

188.5

50

161.9

91

149.6

01

148.3

27

143.3

37

130.8

97

129.9

74

129.5

71

124.8

60

120.0

46

115.5

77

108.5

95

106.5

87

101.5

54

77.6

18

77.1

93

76.7

68

40.2

74

39.9

96

39.7

17

0.0

00

Espectro 4. RMN-13C (150 MHz, CDCl3) do composto 2.

Page 62: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

50

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

2.472.871.101.031.342.00

7.9

96

7.9

82

7.9

41

7.5

56 7.5

42

7.5

03

7.4

92

7.4

78

7.2

60

7.2

52

7.2

39

6.9

35

6.9

21

5.2

98

4.6

63

3.4

96

0.0

00

8.00 7.95 7.90 7.85 7.80 7.75 7.70 7.65 7.60 7.55

Chemical Shift (ppm)

2.871.101.031.342.00

7.9

96

7.9

82

7.9

55

7.9

41

7.7

38

7.7

12

7.6

22

7.6

09

7.5

56

7.5

42

7.5

29

6.950 6.925 6.900 6.875

Chemical Shift (ppm)

2.47

6.9

35

6.9

21

Br

O

OH

Espectro 5. RMN-1H (600 MHz, CDCl3) do composto 4.

Page 63: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

51

140 135 130 125 120 115 110 105 100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0

Chemical Shift (ppm)

142.7

25

139.7

50

133.9

90

132.1

96

131.6

57

131.1

83

128.6

09

122.3

89

121.4

92

115.5

21

77.2

32

77.0

21

76.8

10

64.6

25

53.4

18

50.8

95

0.0

00

Espectro 6. RMN-13

C (150 MHz, CDCl3) do composto 4.

Page 64: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

52

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

2.003.191.101.950.961.90

8.0

08

7.9

93

7.8

26

7.8

00

7.6

35

7.6

29

7.5

62

7.5

36

7.4

10

7.4

05

7.4

01

7.2

56

6.9

93

6.9

78

2.5

67

0.0

00

8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0

Chemical Shift (ppm)

2.003.191.101.950.961.90

8.0

08

7.9

93

7.8

26

7.8

00

7.6

35

7.6

29

7.6

23

7.6

19

7.5

62

7.5

36

7.4

10

7.4

05

7.4

01

7.2

56

6.9

93

6.9

78

O

OH

Espectro 7. RMN-1H (600 MHz, CDCl3) do composto 6.

Page 65: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

53

184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16 8 0

Chemical Shift (ppm)

188.9

85

160.3

00

144.2

37

135.0

64

131.1

92

128.9

54

128.4

00

121.9

10

115.5

08

77.2

35

77.0

23

76.8

12

0.0

02

Espectro 8. RMN-13C (150 MHz, CDCl3) do composto 6.

Page 66: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

54

7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

6.302.070.920.881.532.981.041.00

7.8

4 7.7

9

7.6

5

7.5

57.5

2

7.3

87.3

67.3

4

7.2

97.2

67.1

07.1

07.0

87.0

7

6.7

06.6

7

3.0

5

0.0

0

7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6

Chemical Shift (ppm)

2.070.920.881.532.981.041.00

7.8

4 7.7

9 7.6

5

7.5

77.5

5

7.5

2

7.3

87.3

6 7.3

47.3

3

7.2

9

7.2

6

7.1

07.1

07.0

87.0

7

6.7

0

6.6

7

N

O

OH

Espectro 9. RMN-1H (600 MHz, CDCl3) do composto 7.

Page 67: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

55

192 184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16 8 0

Chemical Shift (ppm)

190.7

22

156.3

76

152.1

41

146.4

72

140.3

82

130.6

00

129.6

69

122.5

26

120.6

49

119.7

26

116.6

35

115.1

63

111.8

05

77.4

29

77.0

09

76.5

82

40.1

22

0.0

00

Espectro 10. RMN-13C (600 MHz, CDCl3) do composto 7.

Page 68: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

56

7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

2.000.940.961.030.941.081.022.781.041.960.980.931.87

7.9

27.9

0

7.8

0

7.7

4

7.6

07.5

47.5

37.4

4

7.3

47.2

67.1

77.1

47.1

2 6.8

56.8

4

6.6

76.6

4

6.0

2

5.2

9

1.5

8

0.0

0

O

O

O

O

O

X

X

7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7

Chemical Shift (ppm)

0.940.961.030.941.081.022.781.041.960.980.931.87

7.9

2

7.9

07.8

9

7.8

0

7.7

7 7.7

4

7.6

0

7.5

67.5

47.5

3

7.4

4

7.4

17.4

0

7.3

4

7.3

2

7.2

6

7.1

77.1

47.1

2 6.8

56.8

4

6.6

7

6.6

4

Espectro 11. RMN 1H (600 MHz, CDCl3) do composto 11.

Page 69: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

57

180 160 140 120 100 80 60 40 20 0

Chemical Shift (ppm)

189.3

3

165.2

1

151.0

5150.0

8147.1

1145.2

5

139.8

9

134.0

9130.8

7

129.0

5128.3

8125.9

8125.7

5125.4

1121.7

2119.8

3116.9

4106.7

5101.6

7

77.2

377.0

276.8

1

53.4

2

0.0

0

Espectro 12. RMN

13C (150 MHz, CDCl3) do composto 11.

Page 70: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

58

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

2.000.940.961.030.941.081.022.781.041.960.980.931.87

7.9

22

7.8

96

7.8

04

7.7

44

7.6

03

7.5

42

7.5

29

7.4

39

7.3

43

7.2

57

7.1

71

7.1

38

7.1

25

6.8

50

6.8

38

6.6

68

6.6

41

6.0

22

0.0

00

7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6

Chemical Shift (ppm)

1.011.031.101.011.161.102.981.122.111.051.002.00

7.9

22

7.8

96

7.8

86

7.8

04

7.7

70

7.7

44

7.6

03

7.5

55

7.5

42

7.5

29

7.4

39

7.4

13

7.4

00

7.3

43

7.3

17

7.2

57

7.1

71

7.1

38

7.1

25

6.8

50

6.8

38

6.6

68

6.6

41

O

O

O O

O

Espectro 13. RMN-

1H (600 MHz, CDCl3) do composto 12.

Page 71: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

59

180 160 140 120 100 80 60 40 20 0

Chemical Shift (ppm)

189.3

3

165.2

1

151.0

5150.0

8147.1

1145.2

5

139.8

9

134.0

9130.8

7

129.0

5128.3

8125.9

8125.7

5125.4

1121.7

2119.8

3116.9

4106.7

5101.6

7

77.2

377.0

276.8

1

53.4

2

0.0

0

Espectro 14. RMH-13C (150 MHz, CDCl3) do composto 12.

Page 72: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

60

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

1.002.202.113.041.144.201.081.012.01

8.0

98.0

8

7.9

2 7.8

97.7

87.7

6

7.6

17.6

07.5

97.5

77.5

17.4

57.4

47.4

17.3

57.3

37.2

6

6.6

66.6

3

0.0

0

8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6

Chemical Shift (ppm)

1.002.202.113.041.144.201.081.012.01

8.0

9 8.0

8

7.9

2

7.8

9

7.7

8

7.7

6

7.6

17.6

0

7.5

97.5

7

7.5

1

7.4

87.4

57.4

47.4

47.4

17.3

9

7.3

57.3

3

7.2

6

6.6

6

6.6

3

Cl

O

O

O

Espectro 15. RMN 1H (600 MHz, CDCl3) do composto 13.

Page 73: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

61

184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16 8 0

Chemical Shift (ppm)

189.0

15

164.8

28

154.4

96

147.3

87

143.5

08

136.5

44

135.5

38

134.0

21

133.3

65

130.9

81

130.1

57

129.0

85

128.4

22

122.2

75

121.9

54

116.7

84

77.2

42

77.0

31

76.8

19

Espectro 16. RMN-13C (150 MHz, CDCl3) do composto 13.

Page 74: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

62

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

1.002.063.313.122.212.141.091.012.01

TMS8.0

95

8.0

81

7.9

22

7.8

96

7.7

68

7.7

42

7.6

10

7.6

03

7.5

55

7.5

18

7.4

44

7.4

38

7.3

46

7.3

32

7.2

58

6.6

57

6.6

30

8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6

Chemical Shift (ppm)

1.002.063.313.122.212.141.091.012.01

8.0

95

8.0

81

7.9

22

7.8

96

7.7

68

7.7

42

7.6

107.6

03

7.5

69

7.5

55

7.5

23

7.5

18

7.5

04

7.4

98

7.4

44

7.4

38

7.3

46

7.3

32

7.2

58

6.6

57

6.6

30

Br

O

O

O

Espectro 17. RMN-1H (600 MHz, CDCl3) do composto 14.

Page 75: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

63

184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16 8 0

Chemical Shift (ppm)

189.0

16

164.8

22

154.5

05

147.3

96

143.5

67

135.5

25

134.0

16

133.7

89

132.2

66

130.1

58

128.4

16

124.9

08

122.3

64

121.9

63

116.7

78

77.2

29

77.0

17

76.8

06

0.0

04

Espectro 18. RMN-13C (150 MHz, CDCl3) do composto 14.

Page 76: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

64

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

3.000.920.950.981.932.811.552.401.130.932.050.99

8.1

57

8.1

31 7.9

19 7

.895 7.8

17

7.6

46

7.6

33

7.6

01

7.5

74

7.5

29

7.4

37

7.3

97

7.3

83

7.3

70

7.2

56

7.0

06

6.9

94

6.9

51

6.9

37

6.6

69

6.6

42

3.9

19

0.0

00

8.2 8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5

Chemical Shift (ppm)

1.552.401.130.932.050.99

8.1

57

8.1

31

7.9

19

7.9

12 7

.895

7.8

17

7.6

46

7.6

33

7.6

01

7.5

74

7.5

55

7.5

42

7.5

29

7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6

Chemical Shift (ppm)

0.920.950.981.932.81

7.4

37

7.4

11

7.3

97

7.3

83

7.3

70 7

.256

7.0

06 6

.994

6.9

82

6.9

51

6.9

37

6.6

69

6.6

42

O O

O

O

Espectro 19. RMN-

1H (600 MHz, CDCl3) do composto 15.

Page 77: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

65

184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16 8 0

Chemical Shift (ppm)

190.0

62

165.2

05

158.9

13

151.0

38

147.0

49

140.9

54

140.0

57

134.1

14

131.9

12

129.5

93

129.3

02

129.0

46

128.3

83

125.8

96

123.8

62

122.5

86 120.7

70

116.9

93

111.2

84

77.2

40

77.0

28

76.8

17

55.5

76

0.0

00

Espectro 20. RMN-13C (150 MHz, CDCl3) do composto 15.

Page 78: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

66

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

6.001.021.932.923.121.991.970.940.951.90

TMS

8.0

81

8.0

67

7.8

91

7.7

94

7.6

08

7.6

02

7.5

62

7.5

48

7.4

38

7.3

39

7.3

14

7.3

00

7.2

57

6.7

08

6.6

94

6.6

59

6.6

32

3.0

48

8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6

Chemical Shift (ppm)

1.021.932.923.121.991.970.940.951.90

8.0

81

8.0

67

7.9

18

7.8

91

7.8

20

7.7

94

7.6

08 7.6

02

7.5

62

7.5

48

7.4

38

7.3

39

7.3

14

7.3

00

7.2

57

6.7

08

6.6

94

6.6

59

6.6

32

N

O

O

O

Espectro 21. RMN-1H (600 MHz, CDCl3) do composto 16.

Page 79: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

67

184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16 8 0

Chemical Shift (ppm)

189.4

57

164.9

21

153.8

74

152.1

24 147.1

59

146.0

43

136.6

37

134.0

92

130.8

91

130.4

83

129.9

07

129.0

61

128.3

97

122.6

66

121.6

60

116.9

64

116.7

09

111.8

82

77.2

40

77.0

28

76.8

17

40.1

47

0.0

00

Espectro 22. RMN-1H (600 MHz, CDCl3) do composto 16.

Page 80: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

68

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

6.090.981.951.201.233.253.472.121.851.89

7.9

20

7.8

97 7.8

94

7.8

01

7.6

05 7

.561

7.5

46

7.5

26

7.4

40

7.4

35

7.4

29

7.3

87 7

.310

7.2

84

6.6

98

6.6

84

6.6

70

6.6

43 3.0

83

3.0

44

0.0

00

7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6

Chemical Shift (ppm)

0.981.951.201.233.253.472.121.851.89

7.9

20 7.8

94

7.8

85

7.8

26

7.8

01

7.6

14

7.6

10

7.6

05

7.5

99

7.5

61

7.5

46

7.5

26

7.5

13

7.4

40

7.4

35

7.4

29

7.3

87

7.3

85

7.3

74

7.3

10

7.2

84

6.6

98

6.6

84

6.6

70

6.6

43

N

O

O

O

Espectro 23. RMN-1H (600 MHz, CDCl3) do composto 17.

Page 81: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

69

184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16 8 0

Chemical Shift (ppm)

189.4

57

164.9

21

153.8

74

152.1

24 147.1

59

146.0

43

136.6

37

134.0

92

130.8

91

130.4

83

129.9

07

129.0

61

128.3

97

122.6

66

121.6

60

116.9

64

116.7

09

111.8

82

77.2

40

77.0

28

76.8

17

40.1

47

0.0

00

Espectro 24. RMN-13C (150 MHz, CDCl3) do composto 17.

Page 82: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

70

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

1.022.176.211.162.132.071.001.022.00

8.1

03 8.0

89

7.8

94

7.8

16

7.6

60

7.6

54

7.6

47

7.6

00

7.5

39

7.4

42

7.4

38

7.4

31

7.4

24

7.4

20

7.3

42

7.3

28

7.2

54

6.6

57

6.6

30

0.0

66

0.0

00

8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6

Chemical Shift (ppm)

1.022.176.211.162.132.071.001.022.00

8.1

03

8.0

89

7.9

21

7.8

94

7.8

42

7.8

16

7.6

60

7.6

54

7.6

47

7.6

06 7.6

00

7.5

94 7

.539

7.5

13

7.4

42

7.4

38

7.4

31

7.4

24

7.4

20

7.3

42

7.3

28

7.2

54

6.6

57

6.6

30

O

O

O

Espectro 25. RMH-1H (600 MHz, CDCl3) do composto 18.

Page 83: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

71

184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16 8 0

Chemical Shift (ppm)

189.3

28 1

64.8

43

154.3

87

147.3

36

145.0

46

135.7

35

134.8

75

134.0

36

130.9

59

130.6

31

130.1

57129.0

78

128.4

14

121.9

03

116.8

28

77.2

57

77.0

45

76.8

34

58.4

81

18.4

57

Espectro 26. RMN-13

C (150 MHz, CDCl3) do composto 18.

Page 84: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

72

230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 -10 -20

Chemical Shift (ppm)

189.2

96

164.8

47

154.3

47

147.3

26

145.0

37

135.6

81

134.8

11

133.9

72

130.9

50

130.6

30

130.1

41 1

28.9

81

128.3

86 1

21.8

85

116.7

57

77.4

57

76.6

18

Espectro 27. DEPT (CDCl3) do composto 18.

Page 85: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

73

8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0

Chemical Shift (ppm)

3.182.001.011.061.051.040.981.191.151.071.06

8.0

70

8.0

57

7.9

04

7.8

23

7.7

97

7.7

01

7.6

77

7.6

76

7.6

15

7.6

02 7

.444

7.3

56

7.3

43

7.0

09

6.9

96

6.1

17

2.3

24

0.0

00

8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0

Chemical Shift (ppm)

1.011.061.051.040.981.191.151.071.06

8.0

70

8.0

57

7.9

04

7.8

23

7.7

97

7.7

27

7.7

01

7.6

77

7.6

76

7.6

28

7.6

15

7.6

02

7.4

44

7.4

41

7.4

30

7.4

28 7

.356

7.3

55

7.3

43

7.3

41

7.0

09

6.9

96

O

O

O

O

O

Espectro 28. RMH-1H (600 MHz, DMSO) do composto 9.

Page 86: Síntese de Análogos de Bis-chalconas Simétricos e Não ...repositorio.unb.br/bitstream/10482/23081/1/2016_NajlaLeãoDoroteio.pdf · Classe dos "flavonoides menores" e suas características

74

184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16 8 0

Chemical Shift (ppm)

DMSO

188.4

53

169.6

85

151.3

10

150.2

23

148.6

19 1

45.0

76

139.6

21

130.4

19

127.0

22

126.6

93

126.3

73

122.2

53

120.1

46

109.0

26

107.5

09

102.1

86

40.4

41

40.3

03

40.1

64

40.0

26

39.8

87

39.7

49

39.6

10

21.3

30

Espectro 29. RMN-13C (150 MHz, DMSO) do composto 9.

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75

7.2. Absorção e Emissão

Espectro 30. Absorção e emissão do composto 11 (500-250 nm).

Espectro 31. Absorção e emissão do composto 12 (500-250 nm).

Espectro 32. Absorção e emissão do composto 13 (500-250 nm).

Espectro 33. Absorção e emissão do composto 14 (500-250 nm).

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76

Espectro 34. Absorção emissão do composto 15 (500-250 nm).

Espectro 35. Absorção e emissão do composto 17 (500-250 nm).

Espectro 36. Absorção e emissão do composto 18 (500-250 nm).