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GILDETE NUNESGILMAR
IRACELMA JORGEJANAÍNA LIMA
VÂNIA LEALYASMIN
Trabalho apresentado no curso Ln4, Como complementação de notas p2
Sob orientação do profª. MS. Michelle Giacomet
-
TOMÁS ANTONIO GONZAGA
• O autor Tomás Antonio Gonzaga cujo
nome arcádico é Dirceu, foi um
jurista, poeta e ativista político luso-
brasileiro. Considerado o mais
proeminente dos poetas árcades, é
ainda hoje estudado em escolas e
universidades por seu "Marília de
Dirceu" (versos notadamente árcades
feitos para sua amada).
O POETA DO ARCADISMO
Quando voltou ao Brasil, em 1782, foi nomeado Ouvidor dos Defuntos e Ausentes da comarca de Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, então conheceu a adolescente de apenas dezesseis anos Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Brandão, a pastora Marília em uma das possíveis interpretações de seus poemas, que teria sido imortalizada em sua obra lírica (Marília de Dirceu) - apesar de ser muito discutível essa versão, tendo em vista as regras retórico-poéticas que prevaleciam no século XVIII, época em que os poemas foram escritos.
ARCADISMO BRASILEIRO• A poesia de Tomás António Gonzaga apresenta as
típicas características árcades e neoclássicas: O arcadismo é a escola literária surgida na Europa no século XVIII, também denominada de setecentismo ou neoclassicismo. O nome "arcadismo" é uma referência à Arcádia, região campestre do Peloponeso, na Grécia antiga, tida como ideal de inspiração poética. No Brasil, vive-se o momento histórico da decadência do ciclo da mineração e da transferência do centro político do Nordeste (Salvador, na Bahia) para o Rio de Janeiro.
• . A figura do “bom selvagem” de Rousseau dará origem, na colônia, ao chamado Nativismo. O acontecimento político mais importante será a Inconfidência Mineira, tentativa mal-sucedida de libertar a província das Minas Gerais do domínio colonial português. A politização do movimento apresentou-se através dos poetas árcades brasileiros, participantes da Conjuração. A chamada "Escola Setecentista" desenvolve-se até 1808 com a chegada da Família Real ao Rio de Janeiro, que com suas medidas político-administrativas, permitiu a introdução do pensamento pré-romântico no Brasil.
O POEMA
• MARÍLIA DE DIRCEU –
• O poema narrativo, obra máxima do setecentismo brasileiro, é dividido então em três partes, conhecido como a trilogia das marias.
LIRA I• Na primeira parte escrita em
1792, observamos que o mesmo é composto por 33 liras e que mostra um eu lírico apaixonado e otimista, traçando planos para uma vida conjugal harmoniosa, onde os traços árcades são mais presentes, vejamos:
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!...”
...
• Na lira seguinte percebemos o uso de alusões mitológicas, que retomam a antiguidade clássica;
• “Pintam, Marília, os poetas
• A um menino vendado,
• Com uma aljava de setas,
• Arcos empunhados na mão;
• Ligeiras asas nos ombros, (...)”
...
• E a seguir faz um minuciosa descrição de Marília e arremata;
• “Tu Marília agora vendo
• De amor o lindo retrato
• Contigo estará dizendo
• Que é este o retrato teu.
• Sim Marília a copia é tua...”
...
• No decorrer da obra chegamos a lira 14 e identificamos facilmente outras duas característica do arcadismo, quando o mesmo canta;
• “Minha bela Marília, tudo passa; • A sorte deste mundo é mal segura; • Se vem depois dos males a ventura, • Vem depois dos prazeres a desgraça. • Estão os mesmos Deuses • Sujeitos ao poder impio Fado: • Apolo já fugiu do Céu brilhante, • Já foi Pastor de gado.”
PARTE II
• Na lira 2 o autor reclama das injustiças a qual foi submetido e arremata com a celebre passagem;
• “Eu tenho um coração maior que o mundo!
• Tu, formosa Marília, bem o sabes:
• Um coração..., e basta,
• Onde tu mesma cabes.”
...• Nessa segunda parte, observamos na lira 15 uma característica
constante, que o contraste entre o passado feliz e a tristeza do presente;
• “Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro, • Fui honrado Pastor da tua aldeia; • Vestia finas lãs, e tinha sempre • A minha choça do preciso cheia. • Tiraram-me o casal, e o manso gado, • Nem tenho, a que me encoste, um só cajado. •
• Para ter que te dar, é que eu queria • De mor rebanho ainda ser o dono; • Prezava o teu semblante, os teus cabelos • Ainda muito mais que um grande Trono. • Agora que te oferte já não vejo • Além de um puro amor, de um são desejo.”•
LIRA IIII
• A ultima Lira é confusa e irregular por ser uma coletânea de textos que envolve 8 liras que não figuraram nas partes anteriores da obra, portanto, de menor valor. Decidimos então finalizar com a dita ‘antologica’ lira 3 que é onde o poeta rompe com a condição ideal de pastor, assumindo sua verdadeira condição social e imaginando a vida conjugal com Marília apesar de abranger o exílio de Dirceu em Moçambique e o mesmo estar casado com dona Juliana de Sousa, com a vida refeita, Tomás Antônio Gonzaga continuou a escrever inspirado em Marília, tendo a saudade da amada como característica central;
...• “Tu não verás, Marília, cem cativos • Tirarem o cascalho, e a rica, terra, • Ou dos cercos dos rios caudalosos, • Ou da minada serra. •
• Não verás separar ao hábil negro • Do pesado esmeril a grossa areia, • E já brilharem os granetes de ouro • No fundo da bateia. • O cansado processo. • (...)• Enquanto revolver os meus consultos. • Tu me farás gostosa companhia, • Lendo os fatos da sábia mestra história.”• E os cantos da poesia. •
• Lerás em alta voz a imagem bela, • Eu vendo que lhe dás o justo apreço, • Gostoso tornarei a ler de novo • O cansado processo. “