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SOBRE A NOSSA CONVERSO A DEUS E
COMO ESTA DOUTRINA TOTALMENTE
CORROMPIDA PELOS ARMINIANOS
John Owen
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Traduzido do original em Ingls
Display of Arminianism
By John Owen
Esta traduo consiste somente no Captulo XIV, Of Our Conversion to God, da obra supracitada
Via: CCEL.org Monergism.com
Traduo por Camila Almeida
Reviso e Capa por William Teixeira
1 Edio: Janeiro de 2015
Salvo indicao em contrrio, as citaes bblicas usadas nesta traduo so da verso Almeida
Corrigida Fiel | ACF Copyright 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bblica Trinitariana do Brasil.
Traduzido e publicado em Portugus pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permisso
de Christian Classics Ethereal Library, sob a licena Creative Commons Attribution-NonCommercial-
NoDerivatives 4.0 International Public License.
Voc est autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,
desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que tambm no altere o seu contedo
nem o utilize para quaisquer fins comerciais.
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Sobre a Nossa Converso a Deus e Como Esta
Doutrina Totalmente Corrompida Pelos Arminianos Por John Owen
[Captulo 14 do Livro A Display Of Arminianism Editado]
Quo pouco ou absolutamente nada os Arminianos atribuem graa de Deus a realizao
da grande obra da nossa converso, isso pode ser claramente evidenciado a partir do que
eu j mostrei que eles atribuem ao nosso prprio livre-arbtrio, de forma que eu devo passar
por isso brevemente, o que, de outra forma, to copiosamente anunciado nas Sagradas
Escrituras, que isso exigiria uma discusso muito maior. A confirmao prolixa da verdade
que professamos no atender to bem a minha inteno; que apenas desvelar os erros
deles, por no conhecerem as profundezas em que muitos so enganados e persuadidos.
Duas coisas, nesta grandiosa combinao de graa e natureza, os Arminianos atribuem ao
livre-arbtrio: primeiro, um poder de cooperao e colaborao com a graa, para torn-la
eficaz de algum modo; em segundo lugar, poder de resistir operao da graa, tornando-
a completamente ineficaz; Deus, entrementes, no concede nenhuma graa, seno a que
espera um ato consumado de uma dessas duas habilidades, e tem seu efeito conforme-
mente. Se um homem cooperar, ento a graa alcana o seu fim; se ele resistir, ela retorna
vazia. Para esta finalidade, eles inventam que toda a graa de Deus derramada sobre ns
para a nossa converso apenas uma persuaso moral por Sua palavra, e no uma infuso
de um novo princpio vital pela poderosa obra do Esprito Santo. E, de fato, admitindo isso,
eu concordarei com eles, mui dispostamente, em atribuir ao livre-arbtrio um dos dons antes
recitados: um poder de resistir operao da graa; mas quanto ao outro, deve-se atribuir
a toda a nossa natureza corrompida, e todos os que so participantes da mesma, uma
deficincia universal de obedec-lo, ou cooperar nesta obra que Deus tenciona por Sua
graa.
Se a graa da nossa converso no for nada alm de uma persuaso moral, no temos
mais poder para obedec-la nesse estado em que estamos, mortos em pecado, do que um
homem em seu tmulo, tem em si mesmo, para viver de novo e sair assim que lhe chama-
rem. As promessas de Deus e as oraes dos santos na Sagrada Escritura parecem desig-
nar tal tipo de graa que deve conceder-nos uma real capacidade interna para fazermos
aquilo que espiritualmente bom. Mas parece que no existe tal questo; pois se um
homem deve convencer-me de saltar sobre o rio Tmisa, ou voar como pssaro, seja ele
to eloquente quanto puder, sua persuaso em si no me faz mais capaz de fazer isso do
que eu era antes de v-lo. Se o dom graa de Deus no conferir nada alm de uma doce
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persuaso (embora nunca to poderosa), algo extrnseco, que consiste na proposta de
um objeto desejado, mas no nos d, em absoluto, uma nova fora para fazer algo, que
no tnhamos antes poder para fazer. Mas vamos ouvi-los pleiteando, eles mesmos, a cada
um desses elementos relativos graa e natureza. E,
Primeiro, pela natureza da graa:1 Deus destinou salvar os crentes pela graa ou seja,
uma persuaso suave e doce, conveniente e concordante com o livre-arbtrio deles e
no por qualquer ao todo-poderosa, diz Armnio. Parece algo estranho, que a mente
carnal sendo inimizade contra Deus, e a vontade dominada pelo pecado, e cheia de
miservel oposio a todos os caminhos de Deus, ainda assim Deus no tenha outros
meios para conduzi-los Ele, a no ser alguma persuaso que doce, agradvel e congru-
ente a eles nesse estado em que esto. E, uma pequena exaltao da dignidade e poder
da graa, quando o principal motivo pelo qual ela eficaz, como Alvarez observa, reduzida
a um jantar bem digerido ou um sono tranquilo, em que alguns homens podem ser levados
a um melhor temperamento que o normal, para dar cumprimento presente graa conve-
niente.
Mas, no momento, vamos aceitar isso, e admitir que Deus chama alguns por uma tal con-
vico conveniente, em tal data e local que Ele sabe que eles consentiro com ela. Eu
pergunto, se Deus chama assim todos os homens, ou apenas alguns? Se todos, porque
no so todos convertidos? pois a prpria concesso disso, sendo adequada, a torna
eficaz. Se apenas alguns, ento por que eles, e no outros? Isso a partir de uma inteno
especial para faz-los obedientes? Mas, deixe-os tomar cuidado, pois isso chegar perto
de estabelecer o decreto da eleio; e a partir de que outra inteno disso deve ocorrer,
eles nunca sero capazes de determinar. Portanto,2 Corvinus nega que tal adequao seja
necessria para a graa pela qual somos convertidos, mas apenas que seja uma persuaso
moral; a qual podemos obedecer se quisermos, e assim a tornamos eficaz. Sim, e o prprio
Armnio, depois de ter defendido isso, tanto quanto ele foi capaz, coloca-o fora de si mesmo,
e falsamente coloca isso como originado por Agostinho. De modo que, como eles junta-
mente afirmam:3 eles confessam que nenhuma graa para a gerao de f seja necessria,
mas somente a que moral, o que um deles interpreta ser4 uma declarao do evangelho
a ns, exatamente como seu antigo mestre, Pelgio, que disse:5 Deus opera em ns tanto
o querer o que bom e querer o que santo, ao passo que Ele nos desperta com a promes-
sa de recompensa e da grandeza da glria futura, aos que antes estavam entregues a
desejos terrenos, como animais irracionais, no amando nada alm das coisas do presente
sculo, incitando nossas vontades estpidas a um desejo por Deus, por meio de uma
revelao da sabedoria, e por convencer-nos de tudo o que bom. Ambos afirmam que a
graa de Deus nada , seno a persuaso moral, operando pela maneira de poderosos
argumentos convincentes; mas ainda aqui Pelgio parece atribuir maior eficcia a ela do
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que os Arminianos, consentindo que ela opera sobre ns quando o nosso estado como o
dos animais irracionais, estando posta somente nas coisas terrenas. Mas estes, como eles
confessam que para que a f seja produzida,6 necessrio que esses argumentos sejam
propostos da parte de Deus para que nada provavelmente esteja em oposio pelo que
eles no paream credveis. Assim dizem eles necessrio da nossa parte uma pie-
dosa docilidade e dignidade de esprito. Assim, [segundo os Arminianos] toda a graa que
Deus nos concedeu consiste em argumentos persuasivos a partir da Palavra, e, ento, se
eles encontram mentes que sejam ensinveis podem operar a sua converso.
Em segundo lugar, tendo assim atenuado a graa de Deus, eles afirmam:7 que a operao
da eficcia dela depende do livre-arbtrio; assim, ento os Remonstrantes em sua Apolo-
gia8, dizem: E, para falar confiantemente, diz Grevinchovius eu digo que o efeito da graa,
em um curso normal, depende de algum ato de nosso livre-arbtrio. Suponhamos, ento,
que dois homens sejam feitos participantes da mesma graa, ou seja, que tenham o Evan-
gelho pregado a eles pelos mesmos meios, e um convertido e outro no, o que pode ser
a causa desta to grande diferena? Houve alguma inteno ou propsito de Deus que um
fosse transformado e o outro no? No; Ele igualmente deseja e intenciona a converso
de todos e de cada um. Ser que, ento, Deus opera pelo Esprito Santo mais fortemente
no corao de um do que do outro? No; a mesma operao do Esprito sempre acompa-
nha a mesma pregao da palavra. Mas no foi um, por alguma ao todo-poderosa, feito
participante da real graa infundida, a qual o outro no alcanou? No; porque isso des-
truiria a liberdade de sua vontade, e o privaria de todo o louvor pela crena. Como, ento,
ocorreu essa diferena extrema de efeitos? Porque, quem fez um diferente do outro? O que
tem ele que no tenha recebido? Ora, tudo isso procede apenas da fora de seu prprio e
obediente livre-arbtrio, cedendo ao convite da graa de Deus, que, como os outros, ele
poderia ter rejeitado. Esta a causa imediata de sua converso, de forma que todos os
louvores so devidos a ele, e aqui o velho dolo pode gloriar-se perante todo o mundo, que
se ele pode, apenas obter que seus adoradores prevaleam nisto, ele tem excludo comple-
tamente a graa de Cristo, e fez dela nomen inane, um mero ttulo, ao passo que no
existe tal coisa no mundo.
Em terceiro lugar, eles ensinam, que, apesar de todo o propsito e inteno de Deus para
converter e, assim, salvar um pecador, no obstante a operao mui poderosa e eficaz do
bendito Esprito, com a mais atraente e persuasiva pregao da Palavra, ainda assim est
no poder de um homem frustrar o efeito, resistir a essa operao e rejeitar aquela pregao
do Evangelho. No precisarei provar isso, porque isso o que, em termos diretos, eles
pleiteiam; o que eles tambm devem fazer, se eles concordaro com seus princpios anti-
gos. Pois, consentindo que todos esses no tm influncia sobre qualquer homem, a no
ser por meio de persuaso moral, ns no devemos apenas consentir que ela pode ser re-
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sistida, mas tambm negar totalmente que ela pode ser obedecida. Podemos resistir a isso,
eu digo, como tendo tanto uma incapacidade para o bem e repugnncia contra ele; mas
quanto a obedec-lo, a menos que neguemos toda a corrupo inerente e depravao da
natureza, no podemos atribuir tal suficincia a ns mesmos.
Agora, a respeito desta fraqueza da graa, que ela no seja capaz de superar o poder da
natureza pecaminosa, um testemunho de Armnio suficiente9: Sempre permanece no
poder do livre-arbtrio rejeitar a graa que dada e recusar aquilo que a segue; pois a graa
no uma ao onipotente de Deus, de forma que o livre-arbtrio no possa resisti-la. No
que eu afirmasse, em oposio a isso, como se uma operao da graa devesse, por assim
dizer, violentamente superar a vontade do homem, e fora-lo obedincia, o que deve
necessariamente ser prejudicial nossa liberdade; mas apenas que consiste em uma obra
eficaz to doce a ponto de promover infalivelmente a nossa converso, nos tornando
dispostos, a quem antes no ramos dispostos e obedientes, a quem no obedecamos de
forma a criar coraes puros e renovar espritos retos dentro de ns.
Isso, ento, que ns afirmamos, em oposio a essas heterodoxias Arminianas, : que a
graa eficaz que Deus usa na grandiosa obra da nossa converso, em razo de sua prpria
natureza, sendo tambm o instrumento e inteno de Deus para este propsito, certa-
mente produz o efeito pretendido, sem resistncia bem sucedida; e sozinha, sem qualquer
considervel cooperao de nossas prprias vontades, at que elas sejam preparadas e
transformadas por essa mesma graa. A infalibilidade do seu efeito depende principalmente
do propsito de Deus. Quando, por qualquer meio que Ele intenciona a converso de um
homem, esses meios devem ter tal eficcia adicionada a elas, a ponto de torn-los instru-
mentos prprios para a realizao desse propsito, de forma que o conselho do Senhor
possa prosperar, e a Sua palavra no volte vazia. Mas, o modo de sua operao o que
no requer assistncia humana, e capaz de superar toda repugnncia prpria es-
sncia de tal ato. Esta natureza e eficcia da graa se opem a uma influncia indiferente
do Esprito Santo, a um movimento metafrico, a uma obra pela forma de persuaso moral,
apenas propondo um objeto desejvel, fcil de ser combatida, e no efetiva a menos que
seja ajudada por uma capacidade inata de ns mesmos (que a graa Arminiana), confir-
marei brevemente, tendo como premissa essas poucas coisas:
Primeiro, embora Deus no utilize as vontades dos homens, em sua converso, como
espritos malignos usam os membros dos homens, em xtases, por um movimento abrup-
to violento, mas doce e agradavelmente prpria natureza deles; ainda assim, no primeiro
ato de nossa converso vontade meramente passiva, como um sujeito capaz de uma
tal obra, no concorrendo cooperativamente para a nossa converso de modo algum. Isso
no , eu digo, a causa da obra, mas o sujeito em que ela operada, tendo apenas uma
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capacidade passiva para o recebimento dessa essncia sobrenatural, que introduzida
pela graa. O incio desta boa obra de Deus somente (Filipenses 1:6). Sim, a f atri-
buda graa, no por meio de cooperao com a nossa vontade, mas em oposio a ela:
isto no vem de vs, dom de Deus (Efsios 2:8). No que sejamos capazes, por ns,
de pensar alguma coisa, como de ns mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus (2
Corntios 3:5). Converte-nos a ti, Senhor, e seremos convertidos (Lamentaes 5:21).
Em segundo lugar, embora a vontade do homem no d qualquer consentimento na oca-
sio em que a graa incialmente infundida, contudo h uma recepo subjetiva dela, ainda
no primeiro ato, que feita na e pela vontade, e ento, ela coopera mui livremente (a prop-
sito de subordinao) com a graa de Deus; e o mais efetivamente a vontade movida pela
graa, e mui voluntariamente ela opera com a graa. Ento, assim, o homem que est
sendo convertido pela graa, converte-se voluntariamente.
Em terceiro lugar, ns no afirmamos que a graa seja irresistvel, como se ela viesse sobre
a vontade com uma violncia tal que subjuga e elimina a vontade humana, e a sujeite por
compulso, ao que ela no de nenhuma maneira inclinvel. Mas quando usamos este
termo, temos em mente apenas uma eficcia to invencvel da graa que sempre e
infalivelmente produz o seu efeito; pois, quem que pode resistir a Deus? (Atos 11:17).
Como tambm, isso pode ser usado quanto vontade em si, a qual no resistir graa,
pois, todo aquele que o Pai d a Cristo vir a Ele (Joo 6:37). A operao da graa no
resistida por nenhum corao duro, porque ela pacifica o prprio corao. Ela no tanto tira
um poder de resistir, como concede uma vontade de obedecer, pelo que a poderosa
impotncia da resistncia removida.
Em quarto lugar, em relao graa em si, ou comum ou especial. A graa comum ou
geral consiste na revelao externa da vontade de Deus atravs da Sua Palavra, com al-
guma iluminao da mente para perceb-la, e correo dos afetos, no tanto para des-
prez-los; e isso, em algum grau ou outro, para alguns mais, para outros menos, comum
a todos os que so chamados. A graa especial a graa da regenerao, compreendendo
a primeira, porm, acrescentando mais atos espirituais, porm especialmente pressupondo
o propsito de Deus do que a sua eficcia principalmente depende.
Em quinto lugar, esta graa salvadora, pela qual o Senhor converte ou regenera um peca-
dor, transportando-o da morte para a vida, externa ou interna. A externa consiste na pre-
gao da Palavra e etc., cujo funcionamento pela forma de persuaso moral, quando por
meio dela rogamos aos nossos ouvintes da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus
(2 Corntios 5:20); e isso em nossa converso o agente instrumental da mesma, e pode
ser considerada uma causa suficiente da nossa regenerao, na medida em que nenhum
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outro, de mesmo tipo, necessrio. Ela tambm pode ser resistida in sensu diviso, abstra-
indo a partir da considerao em que vista como o instrumento de Deus para tal fim.
Em sexto lugar, a graa interna distinguida, por telogos, da graa inicial ou de preveno,
ou graa cooperante. A primeira aquele princpio espiritual vital que infundido em ns
pelo Esprito Santo, aquela nova criao e concesso de uma nova fora, pelo que somos
conduzidos capacidade para realizar aes espirituais, crer e prestar obedincia evang-
lica: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras (Efsios 2:10).
Por esta graa interna Deus nos d um corao novo, e pe dentro de ns um esprito novo,
ele tira de ns o corao de pedra, e nos d um corao de carne; ele pe dentro de ns o
Seu Esprito, para que andemos nos Seus estatutos (Ezequiel 36:26-27).
Agora, esta primeira graa no prpria e formalmente um ato vital, mas somente causa-
liter [casualmente], sendo um princpio de movimento para tais atos vitais dentro de ns. O
hbito da f concedido a um homem, para que ele seja capaz de suscitar e praticar os
atos de f, dando nova luz compreenso, novas inclinaes vontade, e novas afeies
ao corao, pois a eficcia infalvel desta graa o que ns pleiteamos contra os Arminia-
nos. E entre aquelas inmeras passagens da Sagrada Escritura que confirmam esta ver-
dade, farei uso apenas de um nmero pequeno, reduzido a estes trs tpicos:
Em primeiro lugar, nossa converso operada por uma ao Divina onipotente, a que a
vontade do homem no ir, e portanto, no poder resistir. A impotncia da mesma no
deve se opor a esta graa onipotente, que certamente efetuar a obra para a qual foi orde-
nada, sendo uma ao no inferior sobreexcelente grandeza do Seu poder sobre ns, os
que cremos, segundo a operao da fora do seu poder, que manifestou em Cristo, ressus-
citando-o dentre os mortos, e pondo-o sua direita nos cus (Efsios 1:19-20). E, este
poder que pode superar o inferno, e desatar os laos da morte, no ser eficaz para levantar
um pecador da morte no pecado, quando, pela inteno de Deus, ela designada a esta
obra? Deus cumpre a obra da f com poder (2 Tessalonicenses 1:11). o seu divino po-
der nos deu tudo o que diz respeito vida e piedade (2 Pedro 1:3). Certamente, a persua-
so moral resistvel no seria tantas vezes chamada de: o poder de Deus, o que denota
uma eficcia real, a qual nenhuma criatura capaz de resistir.
Em segundo lugar, posto que esta graa consiste em uma eficcia real no pode de
modo algum ser considerada assim, seno quando e onde ela realmente opera o que
intenciona, e no pode ser resistida a ponto de tornar-se inoperante , toda a sua nature-
za constitui uma operao real. Agora, que a prpria essncia da Divina graa consiste em
um ato to formal pode ser provado por todas as passagens da Escritura que afirmam que
Deus, por Sua graa, ou a graa de Deus, na verdade, efetua a nossa converso, refiro-me
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a passagens como Deuteronmio 30:6: E o Senhor teu Deus circuncidar o teu corao,
e o corao de tua descendncia, para amares ao Senhor teu Deus com todo o corao, e
com toda a tua alma, para que vivas. A circunciso de nossos coraes, para que possa-
mos amar o Senhor com todo o nosso corao, e com toda a nossa alma, nossa conver-
so, a qual o Senhor aqui afirma que Ele mesmo far; no somente nos permite faz-la,
mas Ele mesmo, real e efetivamente o realizar. E, novamente: Porei a minha lei no seu
interior, e a escreverei no seu corao (Jeremias 31:33). Porei o meu temor nos seus
coraes, para que nunca se apartem de mim (Jeremias 32:40). Ele no oferecer o Seu
temor para eles, mas, na verdade, o por dentro deles. E, mais claramente, Ezequiel 36:26-
27: E dar-vos-ei um corao novo, e porei dentro de vs um esprito novo; e tirarei da vossa
carne o corao de pedra, e vos darei um corao de carne. E porei dentro de vs o meu
Esprito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juzos, e os observeis.
Estas expresses so apenas uma persuaso moral? Porventura Deus afirma aqui que Ele
far o que Ele intenciona apenas persuadindo-nos, e que podemos recusar esta faz-lo se
quisermos? Est no poder de um corao de pedra o remover a si mesmo? Que pedra ativa
esta que tira a si mesma!? Em que este corao de pedra difere do corao de carne que
Deus promete? Podemos dizer que um corao de pedra tem o poder de transformar-se
em um corao de carne, de modo a fazer com que andemos nos estatutos de Deus? O
fato que, a menos que os homens fossem deliberadamente cegos, eles necessariamente
perceberiam aqui a indicao de tal ao de Deus, de modo a operar a nossa converso
de maneira eficaz, nica e infalvel; abrindo os nossos coraes para que estivssemos
atentos Palavra (Atos 16:14) e concedendo que ns crssemos em Cristo (Filipenses
1:29). Agora, estas e outras passagens semelhantes provam que a natureza da graa de
Deus consiste em uma real eficcia e, portanto, a sua operao seguramente eficaz.
Em terceiro lugar, nossa converso uma nova criao, uma ressurreio, um novo
nascimento. Ora, Aquele que criou um homem no o convence a criar a si mesmo, e
mesmo se este fosse o caso o homem no conseguiria, se Ele assim o fizesse. O homem
no tem qualquer poder para resistir quele que deseja cri-lo, ou seja como ns agora
o consideramos , transformando-o de algo que ele em algo que ele no . Quais argu-
mentos voc acha que seriam suficientes para convencer um homem morto a ressuscitar-
se? Ou com que grande auxlio ele pode contribuir para a sua prpria ressurreio? Ne-
nhum homem gera a si mesmo; nenhuma verdadeira nova criao foi alguma vez intro-
duzida em qualquer questo por meio de argumentos sutis. Estes so os termos que a Es-
critura tem o prazer de usar a respeito de nossa converso: Assim que, se algum est em
Cristo, nova criatura (2 Corntios 5:17). E vos revistais do novo homem, que segundo
Deus criado em verdadeira justia e santidade (Efsios 4:24). Este o nosso novo nas-
cimento: Na verdade, na verdade te digo que aquele que no nascer de novo, no pode
ver o reino de Deus (Joo 3:3). Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da
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verdade (Tiago 1:18). E, assim, ns somos de novo gerados, no de semente corruptvel,
mas da incorruptvel, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre (1 Pedro
1:23). Esta a nossa vivificao e ressurreio: o Filho vivifica aqueles que quer (Joo
5:21), mesmo aqueles mortos, que ouvem a Sua voz e vivem (versculo 25). Estando ns
ainda mortos em nossos delitos e pecados, ns somos vivificados juntamente com Cristo
(pela graa sois salvos) (Efsios 2:5); pois, sepultados com ele no batismo, nele tambm
ressuscitastes pela f no poder de Deus (Colossenses 2:12). E Bem-aventurado e santo
aquele que tem parte na primeira ressurreio; sobre estes no tem poder a segunda morte;
mas sero sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinaro com ele mil anos [Apocalipse 20:6].
.
Notas:
[1] Deus statuit salvare credentes per gratiam, id est, lenem ac suavem liberoque ipsorum
arbitrio convenientem seu congruam suasionem, non per omnipotentem actionem seu
motionem. Armin. Antip., p. 211.
[2] Corv. ad Molin. His ita expositis ex mente Augustini, etc. Armin. Antip. De Elec.
[3] Fatemur, aliam nobis ad actum fidei eliciendum necessariam gratiam non agnosci quam
moralem. Rem. Act. Synod. ad Art. 4.
[4] Annuntiatio doctrinae evangelicae. Popp. August. Port. p. 110.
[5] Operatur in nobis velle quod bonum est, velle quod sanctum est, dum nos terrenis
cupiditatibus deditos mutorum more animalium, tantummodo praesentia diligentes, futurae
gloriae magnitudine et praemiorum pollicitatione, succendit: alum revelatione sapientiae in
desiderium Dei stupentem suscitat voluntatem, dum nobis suadet omne quod bonum est.
Pelag., ap. Aug. de Grat. Ch. cap. 10.
[6] Ut autem assensus hic eliciatur in nobis, duo in primis necessaria sunt: 1. Argumenta
talia ex parte Dei, quibus nihil verisimiliter opponi potest cur credibilia non sint. 2. Pia
docilitas animique probitas. Rem. Declar., cap. 17. sect. 1.
[7] Ut gratia sit efficax in actu secundo pendet a libera voluntate. Rem. Apol., p. 164.
[8] Imo ut confidentius again, dico effectum gratiae, ordinaria lege, pendere ab actu aliquo
arbitrii. Grevinch, ad Ames., p. 198.
[9] Manet semper in potestate Lib. Arbit. gratiam datam rejicere et subsequentem
repudiare, quae gratia non est omnipotentis Dei actio, cui resisti a libero hominis arbitrio non
possit. Armin. Antip., p. 243.
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Paixo de Cristo, A Thomas Adams
Pecadores nas Mos de Um Deus Irado J. Edwards
Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural
Thomas Boston
Plenitude do Mediador, A John Gill
Poro do mpios, A J. Edwards
Pregao Chocante Paul Washer
Prerrogativa Real, A C. H. Spurgeon
Queda, a Depravao Total do Homem em seu Estado
Natural..., A, Edio Comemorativa de N 200
Quem Deve Ser Batizado? C. H. Spurgeon
Quem So Os Eleitos? C. H. Spurgeon
Reformao Pessoal & na Orao Secreta R. M.
M'Cheyne
Regenerao ou Decisionismo? Paul Washer
Salvao Pertence Ao Senhor, A C. H. Spurgeon
Sangue, O C. H. Spurgeon
Semper Idem Thomas Adams
Sermes de Pscoa Adams, Pink, Spurgeon, Gill,
Owen e Charnock
Sermes Graciosos (15 Sermes sobre a Graa de
Deus) C. H. Spurgeon
Soberania da Deus na Salvao dos Homens, A J.
Edwards
Sobre a Nossa Converso a Deus e Como Essa Doutrina
Totalmente Corrompida Pelos Arminianos J. Owen
Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos
Propsitos de Cristo na Instituio de Sua Igreja J.
Owen
Supremacia e o Poder de Deus, A A. W. Pink
Teologia Pactual e Dispensacionalismo William R.
Downing
Tratado Sobre a Orao, Um John Bunyan
Tratado Sobre o Amor de Deus, Um Bernardo de
Claraval
Um Cordo de Prolas Soltas, Uma Jornada Teolgica
no Batismo de Crentes Fred Malone
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2 Corntios 4
1 Por isso, tendo este ministrio, segundo a misericrdia que nos foi feita, no desfalecemos;
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, no andando com astcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos conscincia de todo o homem,
na presena de Deus, pela manifestao da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho est
encoberto, para os que se perdem est encoberto. 4 Nos quais o deus deste sculo cegou os
entendimentos dos incrdulos, para que lhes no resplandea a luz do evangelho da glria
de Cristo, que a imagem de Deus. 5 Porque no nos pregamos a ns mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e ns mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, quem resplandeceu em nossos coraes,
para iluminao do conhecimento da glria de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porm,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de Deus, e no de ns. 8 Em tudo somos atribulados, mas no angustiados; perplexos, mas no desanimados.
9 Perseguidos, mas no desamparados; abatidos, mas no destrudos;
10 Trazendo sempre
por toda a parte a mortificao do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste tambm nos nossos corpos; 11
E assim ns, que vivemos, estamos sempre
entregues morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste tambm na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em ns opera a morte, mas em vs a vida. 13
E temos
portanto o mesmo esprito de f, como est escrito: Cri, por isso falei; ns cremos tambm,
por isso tambm falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitar
tambm por Jesus, e nos apresentar convosco. 15
Porque tudo isto por amor de vs, para
que a graa, multiplicada por meio de muitos, faa abundar a ao de graas para glria de
Deus. 16
Por isso no desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e momentnea tribulao
produz para ns um peso eterno de glria mui excelente; 18
No atentando ns nas coisas
que se veem, mas nas que se no veem; porque as que se veem so temporais, e as que se
no veem so eternas.
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