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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ESCOLA DE ENFERMAGEM “MAGALHÃES BARATA” MESTRADO ASSOCIADO DE ENFERMAGEM UEPA- UFAM Gisele de Brito Brasil TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA PESSOAS CONVIVENDO COM HIV: Estudo de validação Belém 2017

TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA PESSOAS CONVIVENDO … · BRASIL, G.B. Tecnologia educacional para pessoas convivendo com HIV: Estudo de validação. Belém, 2017. 69f. Dissertação

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Zélia de Oliveira Saldan

Gisele de Brito Brasil

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ESCOLA DE ENFERMAGEM “MAGALHÃES BARATA” MESTRADO ASSOCIADO DE ENFERMAGEM UEPA- UFAM

Gisele de Brito Brasil

TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA PESSOAS

CONVIVENDO COM HIV: Estudo de validação

Belém

2017

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Gisele de Brito Brasil

TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA PESSOAS CONVIVENDO COM HIV:

estudo de validação

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Associado

em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará e

Universidade Federal do Amazonas, como requisito para exame

de qualificação. Linha de Pesquisa: Enfermagem em saúde

pública e epidemiologia de doenças na Amazônia.

Orientadora: Profª. Drª. Ivaneide Leal Ataíde Rodrigues.

Belém 2017

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Dados Internacionais de Catalogação na publicação

Biblioteca do Curso de Enfermagem da UEPA – Belém - Pá

B823t Brasil, Gisele de Brito

Tecnologia educacional para pessoas convivendo com HIV: estudo de

validação. / Gisele de Brito Brasil; orientadora Ivaneide Leal Ataíde

Rodrigues. Belém, 2017.

69f. ; 30 cm

Dissertação (Mestre em Enfermagem) -- Universidade do Estado do

Pará, Belém, 2017.

1. AIDS (Doença) - Pacientes. 2. Tecnologia educacional. 3. Educação em

saúde. 4. HIV (Doença) – Prevenção. I. Rodrigues, Ivaneide Leal Ataíde (Orientador). II.

Título.

CDD: 21 ed.

616.9792

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Gisele de Brito Brasil

TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA PESSOAS CONVIVENDO COM HIV:

estudo de validação

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Associado

em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará e

Universidade Federal do Amazonas, como requisito para

qualificação. Linha de Pesquisa: Enfermagem em saúde pública

e epidemiologia de doenças na Amazônia.

Orientadora: Profª. Drª. Ivaneide Leal Ataíde Rodrigues.

Data: / /

Banca Examinadora:

Profª. Drª. Ivaneide Leal Ataíde Rodrigues- Orientadora Doutora em Enfermagem EEAN/ UFRJ Universidade do Estado do Pará – UEPA

Profª. Drª Iaci Proença Palmeira- Examinador Interno Doutora em Enfermagem EEAN/ UFRJ Universidade do Estado do Pará - UEPA

Profª Drª Ingrid Magali de Souza Pimentel- Examinador Externo Doutora em Enfermagem EEAN/ UFRJ Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará- FSCM

Profª Drª. Mary Elizabeth de Santana- Suplente Externo Doutora em Enfermagem Fundamental USP Universidade do Federal do Pará – UFPA

Profª. Drª Laura M. Vidal Nogueira- Suplente Interno Doutora em Enfermagem EEAN/UFRJ Universidade do Estado do Pará- UEPA

Belém 2017

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Dedico este trabalho à minha mãe Selma Brasil, Obrigada por estar ao meu lado sempre

Te amo! Gisele Brasil

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por ser meu guia para superar

obstáculos e à paz para serenar meu caminho ao longo desses 2 anos. Obrigada por

sua infinita benevolência hoje e sempre na minha vida. Obrigada pela fé no recomeço,

sempre.

Agradeço à minha família pelo apoio nessa trajetória. Um agradecimento

especial à minha mãe por toda paciência e compreensão, e por dividir os melhores e

os piores momentos da minha vida. Amor incondicional!

Agradeço à minha querida orientadora Prof.ª Drª. Ivaneide Rodrigues,

professora dedicada e sempre disposta a ensinar e sábia em suas palavras.

Profissional inspiradora por sua seriedade e comprometimento. Obrigada por sempre

me incentivar a fazer o melhor. Acima de tudo, obrigada pela paciência!

Dedico um agradecimento especial à Prof.ª Drª Laura Vidal. Obrigada por

sua preocupação e por ser um anjo da guarda nos momentos mais difíceis, e

agradeço por sempre ter uma boa palavra quando precisei. Obrigada!

Agradeço à banca examinadora: Profª. Drª Iaci Palmeira, Profª. Drª Ingrid

Pimentel e a Profª. Drª. Mary Elizabeth de Santana, por suas valiosas contribuições

na construção do conhecimento e por disponibilizarem seu tempo para contribuir no

meu estudo. Obrigada!

Agradeço a todas as companheiras que encontrei no mestrado, em especial,

Dianne Araujo, Zélia Saldanha e Ana Claudia Matos. Obrigada por todo aprendizado

e suas amizades ao longo desses anos e, acima de tudo, me ajudaram a crescer não

só profissionalmente, mas como pessoa. Valeu a pena!

Agradeço a todos os servidores do campus IV que, direta ou indiretamente,

contribuíram para o bom andamento do curso, especialmente Nelma e Augusto,

sempre presentes e ajudando a todos nos momentos mais difíceis.

Agradeço a todos que me ajudaram direta ou indiretamente na minha

formação. Um caloroso abraço!

Meus sinceros agradecimentos, Gisele Brasil

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“Sem a curiosidade que me move, Que me inquieta,

Que me insere na busca, Não aprendo nem ensino”

Paulo Freire, 1996.

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RESUMO

BRASIL, G.B. Tecnologia educacional para pessoas convivendo com HIV: Estudo de validação. Belém, 2017. 69f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade do Estado do Pará, Belém. 2017.

Este estudo objetivou validar uma tecnologia educacional para subsidiar a ação de profissionais junto a pessoas convivendo com HIV, levando em consideração o parecer de juízes especialistas sobre forma e conteúdo e o grau de aceitabilidade pelo público-alvo. Trata–se de um estudo metodológico realizado em uma Unidade de Referência para o tratamento do HIV em Belém-Pará. A validação foi desenvolvida em três etapas: Na primeira, foi submetida à apreciação de 11 juízes especialistas e na segunda para o público-alvo: 51 pessoas convivendo com HIV. Tanto para os juízes como para o público-alvo foi utilizado como instrumento de coleta de dados a escala Likert de 4 pontos. Na terceira etapa, os dados coletados foram tabulados, processados e analisados por meio da estatística descritiva e inferencial. Para isso foi utilizado o processamento no sistema Microsoft Excel, Statistic Package for Social Sciences (SPSS) versão 22.0 em ambiente Windows 7. Foram utilizados testes estatísticos para análise da confiabilidade e consistência interna tais como o alfa de Cronbach e teste de Kruskal-Wallis. O resultado dos testes para juízes e público-alvo mostrou valores que foram considerados confiáveis. O teste de kruskal- Wallis testou as hipótese H0 e H1 com nível de significância de 0,05. Como resultado foi aceito H0 com significância de 0,395 para os juízes e 0,187 para o público-alvo, demonstrando concordância na distribuição entre as respostas. O processo de validação de um instrumento precisa de medidas estatísticas empregadas para responder a uma única questão de pesquisa, no caso, o índice de concordância que indica as opiniões, considerações e sugestões dos envolvidos no processo. Este aspecto foi considerado neste estudo ao buscar o parecer de juízes especialistas e público-alvo. Conclui-se que o estudo alcançou seu objetivo ao demonstrar, por meio da validação, que a cartilha denominada ‘‘Dicas para viver bem” apresenta alta confiabilidade e boa consistência interna, sendo considerada adequada conforme avaliação dos juízes e público-alvo.

Palavras-chave: Estudos de validação; Tecnologia educacional; HIV; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; Educação em saúde.

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ABSTRACT

BRASIL, G.B. Educational technology for people living with HIV: Validation study. Belém, 2017. 69f. Dissertation (Master degree in Nursing) - University of the State of Pará, Belém. 2017.

This study aimed to validate an educational technology in the form of a printed booklet, to subsidize the action of professionals with people living with HIV, considering the opinion of expert judges on form, content and the degree of acceptability by the target audience. This is a methodological study carried out in a Reference Unit for treatment of people living with HIV in Belém-Pará. The validation was developed in three stages: in the first, the booklet was submitted to the appreciation of 11 expert judges and in the second to the target audience, 51 people living with HIV. Both the judges and the target audience were used as a data collection instrument on the Likert scale. In the third stage the collected data were tabulated, processed and analyzed through descriptive and inferential statistics. Statistical Package for Social Sciences (SPSS) version 22.0 was used in the Windows 7 environment. Statistical tests were used to analyze reliability and internal consistency such as Cronbach's alpha and Kruskal- Wallis test. Test results for judges and target audiences showed values that were considered reliable. The kruskal-Wallis test tested the hypotheses H0 and H1 with a significance level of 0.05. As a result H0 was accepted with a significance of 0.395 for the judges and 0.187 for the target audience, showing agreement on the distribution among the answers. The validation process of an instrument requires statistical measures to answer a single research question, in this case, the concordance index that indicates the opinions, considerations and suggestions of those involved in the process. This aspect was considered in this study when seeking the opinion of expert judges and target audience. It was concluded that the study reached its objective by demonstrating, through validation, which booklet called "Tips for living well" presents high reliability and good internal consistency, being considered adequate according to the judges' and target audience's evaluation.

Keywords: Validation studies; Educational technology; HIV; Acquired Immunodeficiency Syndrome; Health education.

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SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 11

Objetivos 15

2 REVISAO DA LITERATURA 17

2.1 Aspectos clínicos, sociais e política de controle do HIV no Brasil 17

2.2 As tecnologias educacionais subsidiando a educação em saúde para 20

pessoas vivendo com HIV 20

3 METODOLOGIA 23

3.1 Tipo de estudo 23

3.1.1 Construção da Tecnologia educacional validada 23

3.1.2 O processo de validação da tecnologia educacional 25

3.2 Aspectos éticos 28

4 RESULTADOS 29

4.1 Sobre os Juízes especialistas 30

4.2 Validação da tecnologia pelos juízes – especialistas. 30

4.3 Cronbach's alpha 32

4.4 Teste de normalidade dos dados. 32

4.5 Teste de hipótese de kruskal-wallis. 35

4.6 Resultados público alvo 36

4.7 Validação da tecnologia pelo público alvo 37

4.8 Cronbach's Alpha 38

4. 9 Teste de normalidade dos dados 38

4.10 Teste de hipótese de kruskal-wallis 40

5 DISCUSSÃO 42

CONCLUSÃO 46

REFERÊNCIAS 47

ANEXOS 52

APÊNDICES 62

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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O objeto de pesquisa trata da validação de uma tecnologia educacional para

pessoas convivendo com HIV. A aproximação com esse objeto deu-se por conta da

participação no Grupo de Pesquisa Enfermagem e Representações Sociais na

Atenção à Saúde (ERAS) do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do

Pará, no qual me inseri após aprovação no Programa de Pós-Graduação Mestrado

em Enfermagem Associado UEPA/ UFAM.

No ERAS passei a fazer parte do projeto “Educação em tempos de aids em

contexto amazônico: desenvolvimento de tecnologias cuidativo-educacionais para

pessoas atendidas em unidades de referências”1 do qual originou-se este sub projeto

para validar a tecnologia-produto.

A aids, causada pelo vírus da Imunodeficiência humana (HIV), passou a ser

conhecida mundialmente no início da década de 80 e representa, na atualidade, um

problema de saúde por seu caráter de pandemia. É uma doença crônica que causa

déficit imunológico progressivo em decorrência da baixa dos níveis de linfócitos CD4

e, quanto mais baixo for, maior será o risco de o indivíduo desenvolver suas

complicações (ORLANDI; PRAÇA, 2013; NOGUEIRA, 2014).

A pessoa que convive com a doença sofre grande impacto na vida, no

contexto biológico, pessoal e social uma vez que há necessidade de alterações nas

atividades do cotidiano, o que requer manejo para o enfrentamento dessas

dificuldades e readaptação desse cotidiano (ORLANDI; PRAÇA, 2013; COSTA et al,

2014).

Na população mundial, de acordo com a Organização das Nações Unidas

para Prevenção e Controle da aids, estima-se que existam 40 milhões de pessoas

vivendo com HIV. Ao longo da história da doença, esta vem atingindo os mais

variados grupos de indivíduos, alterando sua diversidade no padrão de distribuição

epidemiológica, apresentando características diferentes daquelas do seu início na

década de 80, como a semelhança do número de casos em ambos os sexos e com

aumento discreto na população feminina em alguns períodos, assim como queda

estatisticamente significativa no Brasil como um todo (33,3%) nos casos de

transmissão vertical, nos últimos dez anos (MARQUES et al, 2015; MALISKAI;

PADILHAI; ANDRADE, 2015; BRASIL, 2014). _

1 Projeto universal edital n° 14/2013- faixa B

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O Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções

Sexualmentes Transmissíveis (IST), HIV/aids e das Hepatites Virais do Ministério da

Saúde, desde o início da epidemia de aids no Brasil, até junho de 2015, registrou

798.366 casos e desses, cerca de 130 mil indivíduos infectados ainda não

conhecem seu diagnóstico, o que contribui para a disseminação da doença. Esses

números demonstram a importância sobre o tema HIV no cenário brasileiro (BRASIL,

2014; BRASIL, 2015 ).

Na região Norte, no ano de 2014, constatou-se o crescimento do número de

óbitos causados pela aids nos últimos dez anos de 4,6 para 7,3 a cada 100 mil

habitantes. Dentre as possíveis causas para esse aumento estão as dificuldades no

desenvolvimento de certas ações no contexto das políticas públicas relacionadas à

pessoa convivendo com HIV, estas dizem respeito às peculiaridades culturais e

geográficas diferentes das outras regiões do Brasil. As normas e orientações

educativas elaboradas no Ministério da Saúde nem sempre são adequadas à

realidade dos estados dessa região, o que demonstra a necessidade em se construir

e validar uma tecnologia adequada a essa realidade, partindo do contexto local

(BRASIL, 2015a).

Com a expansão da doença, impõe-se a busca por estratégias de informação

e orientação direcionadas à pessoa convivendo com HIV, assim como aos

profissionais que as acompanham no cotidiano profissional. Nesse contexto, têm-se

a educação em saúde como uma possibilidade de construção e disseminação de

conhecimentos e práticas voltadas a essas pessoas e aos profissionais. Pois, por

conta de sua cronicidade, a doença requer que o profissional de saúde colabore

para enfrentar os problemas, não só de saúde, mas os relacionados a outros

aspectos da qualidade de vida, a partir do seu convívio social e familiar (PINTO et al,

2012; COLOMÉ; OLIVEIRA, 2012).

Dessa forma, a educação em saúde pode ser uma aliada para melhorar a

assistência profissional destinada a essas pessoas (ORLANDI; PRAÇA, 2013;

COSTA et al, 2014). Esta se configura como um elemento primordial para atingir os

objetivos da promoção da saúde, uma vez que sensibiliza os indivíduos,

transformando seus hábitos de vida para melhorar o seu próprio cuidado, auxiliando

no direito de escolha de como agir nas situações impostas pelo novo cotidiano de

convivência com a doença (MARQUES et al, 2015; ASSUNÇÃO et al, 2013).

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Para essas ações, as práticas educativas desenvolvidas, pautadas nas

capacidades individuais e coletivas da pessoa convivendo com HIV, visam a

melhoria da qualidade de vida no contexto da doença. Para intermediar essa ação,

conta-se com as chamadas Tecnologias Educacionais que estreitam a relação entre

profissionais de saúde e usuário, facilitando o acesso à informações sobre formas de

transmissão, prevenção e tratamento, em conjunto com apoio emocional, avaliação

de riscos que levam a reflexões sobre valores, atitudes, condutas e estratégias para

conviver com a doença (ASSUNÇÃO et al, 2013; BARROS; CARNEIRO; SANTOS,

2011).

Dentre os profissionais de saúde envolvidos na prática de ações educativas,

os enfermeiros assumem um papel importante, sempre buscando novas

possibilidades de intermediar essas ações. Assim, acontece no que concerne às

doenças crônicas como HIV em que a enfermagem atua no reforço terapêutico,

criando vínculo e promovendo, por meio de discussões, um diferencial no cuidado

que considera o biopsicossocial no processo educacional contínuo, tanto para

paciente quanto para os familiares, o que resulta na melhor adesão ao tratamento e

a melhor aceitabilidade de sua condição (BARROS; CARNEIRO; SANTOS, 2011).

Esses processos educativos não são apenas transferência de conhecimentos,

e sim oportunidades para a construção de saberes associados da ciência e senso

comum. Assim, os materiais educacionais do tipo tecnologia precisam ter fácil

compreensão, possibilitando adquirir maior conhecimento e provocar mudanças de

atitudes, favorecendo a autonomia, tomada de decisão e o entendimento de que as

suas ações influenciam no padrão de saúde de si (NIETSCHE et al, 2012;

ASSUNÇÃO et al, 2013).

Dessa forma, as tecnologias educacionais são ferramentas que permitem

reflexões, as quais resultam das experiências do cotidiano dos envolvidos no

processo de elaboração, planejamento, execução de materiais provenientes dessas

para o apoio ao público-alvo (NIETSCHE et al, 2012). Assim, precisam passar pelo

estudo de validação para atribuir confiabilidade ao seu conteúdo.

A validação é definida como a verdade ou quanto se afasta dela ao se realizar

investigações que envolvem novas ferramentas ou instrumentos utilizados por outras

pesquisas, sendo necessárias confiabilidade e validade, refletindo os conceitos da

teoria que estão sendo testadas. As conclusões extraídas do estudo devem ser

coerentes ou serão inválidas, não promovendo o desenvolvimento destas

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ferramentas ou instrumentos. Esse processo de validação vem do conhecimento

sobre a técnica do pesquisador em concordância com o julgamento dos juízes

expertises ao relacionar os resultados deste com o assunto em foco (RIBEIRO,

2013; GUIMARÃES; HADDAD; MARTINS, 2015).

Com intuito de se conhecer o panorama de validação das tecnologias

educacionais no contexto da educação em saúde em HIV no Brasil, se realizou o

estado da arte sobre o tema por meio de busca nas principais bases de dados, que

compõe a Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) dentre elas Literatura Latino Americana

e do Caribe em ciências da saúde (LILACS), MEDLINE (Medical Literature Analysis

and Retrieval System online) e BDENF( Base de Dados em Enfermagem) e do

banco de dissertações e teses da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior).

Nessas bases optou-se pelos descritores HIV and educação em saúde. No

banco de teses e dissertações da CAPES optou-se por usar as palavras-chave: HIV,

educação em saúde, tecnologia educacional, estudo de validação.

Na BVS estabeleceu-se um recorte temporal dos últimos cinco anos - 2011 a

2015 - para ter acesso às publicações mais recentes sobre o tema. Como critérios

de inclusão, definiu-se: artigos disponibilizados on line de forma completa e gratuita,

nos idiomas inglês, espanhol e português com limites humanos.

Nessa primeira busca encontrou-se um total de 193 artigos. Refinou-se então

a busca para estudos realizados no Brasil, assim chegou-se a 16 artigos, sendo que,

após a análise dos resumos, verificou-se que 2 encontravam-se repetidos nas bases

de dados e 6 não apresentavam aproximação com o tema, assim a amostra final foi

de 8 artigos.

No banco de teses e dissertações da CAPES utilizou-se o recorte temporal de

2013-2016 por ser o que está disponibilizado no banco originado de dados,

provenientes da Plataforma Sucupira. Como forma de refino dos resultados, utilizou-

se a área de concentração: enfermagem e educação em saúde, obtendo-se um total

de 32 teses e dissertações.

As publicações referentes às bases de dados da BVS, 80%(6) eram em

revistas de enfermagem com abordagem qualitativa e usaram como técnica de

pesquisa a entrevista ou conteúdos dos chamados grupos de autoajuda para obter

as informações. As referidas publicações estão contidas em periódicos ligados a

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universidades públicas e provenientes da região Sudeste. Verificou-se nessa busca

que não houve publicações referentes ao tema em pesquisas na região Norte

Os autores desses estudos trouxeram considerações referentes ao HIV como

uma pandemia e um problema de saúde pública, enfatizou-se, em alguns estudos, a

importância de estratégias não só de informação, mas de melhoria do acesso e

ampliação da prevenção, tratamento e diagnóstico e, nestes, percebeu-se a

necessidade crescente de acompanhar o dinamismo da pessoa convivendo com

HIV, levando em consideração fatores como o cultural, psicológico, social e nível de

conhecimento sobre a doença e suas repercussões.

Em relação ao banco de dissertações e teses da CAPES, 100% (32) dos

estudos que se enquadraram nesta busca eram dissertações específicas de

programas de enfermagem e realizadas na Região Nordeste. Deste total, 15,6% (5)

eram estudos de validação e 9,3% (3) eram sobre construção de tecnologias

educacionais que tiveram como produto, predominantemente, o formato de cartilhas.

Todos os 5 estudos de validação foram publicados em 2015, mostrando o interesse

recente pela temática.

Os autores dos estudos trazem a educação em saúde como fundamental na

promoção da saúde e valorizam suas intervenções como opção de cuidado e

facilitadora da construção do conhecimento, conjuntamente com o usuário. Trazem a

enfermagem no papel de educadora neste processo. Em relação às tecnologias

educacionais essas são abordadas como ferramentas auxiliares na assistência, com

uma visão criativa e inclusiva.

Considerando que o uso de tecnologias educacionais impressas é importante

estratégia de informação e sensibilização para os variados grupos sociais entende-

se que é relevante a validação da tecnologia educacional como estratégia de

educação em saúde no contexto local, contribuindo para ampliar o acesso à

informação referente ao HIV, tanto no momento do diagnóstico, como no acesso aos

serviços de saúde e ao tratamento, levando em consideração o contexto social e

familiar (BRASIL, 2015b).

Com base no exposto, definiu-se como questão de pesquisa: A Tecnologia

Educacional elaborada é um instrumento válido, de confiabilidade e está apropriada

para uso pelos profissionais de saúde que assistem as pessoas convivendo com

HIV? Como objetivo geral a pesquisa se propõe a validar uma tecnologia

educacional para subsidiar a ação de profissionais junto a pessoas convivendo com

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HIV e como objetivo específico, definiu-se: Analisar o parecer de juízes

especialistas sobre forma e conteúdo da tecnologia educacional e Verificar o grau de

aceitabilidade da tecnologia educacional pelo público-alvo.

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2 REVISAO DE LITERATURA

2.1 Aspectos clínicos, sociais e política de controle do HIV no Brasil

A aids, entre os anos de 1977 e 1978, registrou seus primeiros casos nos

EUA, Haiti e África Central, sendo classificada como síndrome em 1982. Em 1985 o

termo aids foi usado para definir apenas a fase final da doença considerando como

infecção pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus) ou vírus da

imunodeficiência humana, aqueles casos em que não havia manifestação de

doenças oportunistas (BRASIL, 2013).

No ano de 1987 foi realizada a Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da

Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse evento se estabeleceu o dia 1º de

dezembro como Dia Mundial de Luta contra a aids, no intuito de reforçar a

tolerância e a compreensão em relação às pessoas infectadas.

No Brasil, o primeiro caso diagnosticado, ocorreu no estado de São Paulo no

ano de 1982, sendo que este estava em investigação desde 1981. Em 1986 foi

implantado o Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e

aids do Ministério da Saúde, atualmente denominado Departamento de Vigilância,

Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), HIV/aids e

das Hepatites Virais. Em 1988, uma portaria assinada pelo então Ministro da Saúde,

Leonardo Santos Simão, acatou, no país, o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial

de Luta contra a aids, o que aconteceu conjuntamente com a criação do Sistema

Único de Saúde (SUS) e o início do fornecimento de medicamentos gratuitamente

para o tratamento das infecções oportunistas e para o controle do HIV, sendo, em

1996, denominada de terapia antirretroviral (TARV). Nesse mesmo ano foi

diagnosticado o primeiro caso na população indígena, o que mostrou um processo

de expansão da doença (BRASIL, 2013).

Já em 1989, durante o Congresso de Caracas, realizado na Venezuela,

mediante o panorama da doença no mundo e o desenvolvimento de estudos que

favoreciam a compreensão de sua evolução, foram definidos novos critérios para a

classificação de casos de aids o chamado Protocolo de Rio de Janeiro/Caracas.

Este foi oficialmente assim denominado a partir de 1992, por ter, no congresso de

Caracas, considerado a inclusão de aspectos discutidos por experts anteriormente

no Rio de Janeiro. Sua última revisão aconteceu no ano de 2003 com a inclusão da

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reativação da doença de Chagas - miocardite e/ou meningoencefalite - no elenco de

doenças para classificar um caso como aids (BRASIL, 2003).

Nesse protocolo se estabeleceu uma escala de pontos, fazendo um elenco de

sinais, sintomas e possíveis doenças oportunistas com respectiva pontuação, para

estabelecer a condição de pessoa infectada pelo vírus HIV ou pessoa com aids.

Nesse caso, é considerado aids aquela cuja somatória atinge 10 pontos ou mais

(BRASIL, 2013; BRASIL, 2014).

As pessoas vivendo com HIV, sem tratamento adequado, evoluem para uma

grave disfunção do sistema imunológico, gerando um quadro de imunodepressão à

medida que vão sendo destruídos os linfócitos T CD4+, uma das principais células

alvo do vírus. Assim, com essa destruição, podem ocorrer as infecções oportunistas,

geralmente causadas por microrganismos que não afetam pessoas com sistema

imune sem alteração (BRASIL, 2014a).

A transmissão do vírus ocorre por via sexual com esperma e secreção vaginal

mediante relação sexual desprotegida, via parenteral de mãe para o filho no

momento do parto, durante a gestação ou na amamentação, pelo sangue mediante

a utilização deste ou seus derivados não testados ou não tratados adequadamente,

recepção de órgãos, reutilização e compartilhamento de seringas e agulhas acidente

ocupacional durante a manipulação de instrumentos perfurocortantes contaminados

com sangue e secreções de pacientes (BRASIL, 2014a).

Na atualidade, o HIV representa um fenômeno mundial contínuo e instável,

com diferentes formas de ocorrência, dependendo de determinantes

comportamentais individuais e coletivos. Já a aids, por suas manifestações clínicas

em fase mais avançada, destaca-se entre as doenças infecciosas emergentes, pela

grande amplitude e extensão dos danos causados ao paciente (LIMA; GALLANI;

FREITAS, 2012).

A história natural dessa infecção vem passando por mudanças consideráveis,

desde a introdução da terapia antirretroviral (TARV) iniciada no Brasil em 1996,

resultando em aumento da sobrevida dos infectados mediante reconstituição das

funções do sistema imunológico e redução de doenças oportunistas. O tratamento é

realizado de acordo com o resultado dos exames de carga viral que detectam a

quantidade de HIV que circula no sangue e o CD4 que é indicador do funcionamento

do sistema imunológico (BRASIL, 2014a).

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O Brasil, em relação a sua atuação no tratamento do HIV, ampliou, por

recomendação da OMS em 2013, o uso de antirretroviral independente da contagem

de CD4, o que gerou um aumento do número de pessoas que fazem uso dessa

terapia em 80% em abril de 2016, um ganho significativo em comparação ao período

2012 - 2015. O SUS oferece, de forma gratuita, 22 medicamentos para as pessoas

HIV positivas, sendo 11 produzidos no país. A rede de assistência conta atualmente

com 517 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de

Assistência Especializada (SAE), além de inúmeras Unidades Básicas de Saúde

(BRASIL, 2016).

Na região norte, a doença ganhou destaque no início dos anos 90, mas casos

já eram registrados desde a metade dos anos 80. Somente a partir do início dos

anos 2000 observa-se uma maior preocupação por parte do Ministério da Saúde, em

relação à Região, porém, apesar dos esforços direcionados ao combate da doença

em 2003, a região apresentou a maior taxa de mortalidade em decorrência da aids

no país (BRASIL, 2015a).

O estado do Pará, segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (PARÁ,

2015) apresentou em 2014 taxa de detecção de 23,2/100.000 habitantes. No ano de

2015 até o mês de agosto, foram registrados 441 casos de pessoas HIV positivas no

estado, que no mesmo ano foi classificado como o sétimo no ranking dos estados

que apresentaram maior número de casos confirmados no período de 2009 a 2013.

Já entre os 100 municípios brasileiros que possuem mais de 100 mil

habitantes e registram maior ocorrência da doença, segundo a classificação do

Ministério da Saúde, o estado do Pará aparece com 8 municípios na lista, sendo

eles Marituba, em 6º lugar, Belém (17°), Tucuruí (20°), Castanhal (32°), Ananindeua

(53°), Paragominas (62°), Bragança (82°) e Parauapebas (89°) e que a capital,

Belém, apresentou taxa de detecção 47,9/100.000 habitantes no ano de 2014

(PARÁ, 2015).

No Pará, estão disponíveis, por meio do SUS, serviços para realização de

testagem e tratamento. Estes passam por mudanças importantes com expansão

para o interior do estado, sendo aos poucos descentralizados da capital,

expandindo, abrangendo e oportunizando o acesso ao programa de DST/aids. Ao

todo, são 21 serviços de tratamento (quatro em Belém), além de 74 postos de

testagem no Pará.

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Vale ressaltar que, no Estado do Pará, há diferentes realidades como das

populações ribeirinhas, indígenas, seringalistas e garimpeiros. Geralmente, essas

populações vivem em agrupamentos distantes e dispersos pelo estado. A logística

específica entre os municípios é de alto custo para as ações de saúde, o que torna o

acesso reduzido e constitui uma barreira para a implantação e efetivação de ações,

principalmente de prevenção relacionada à DST/aids (BRASIL, 2015a).

Destaca-se que, apesar dos avanços, tanto no mundo quanto no Brasil e

região norte, ainda são muitos os desafios a serem enfrentados na resposta ao HIV,

entre eles a redução do número de pessoas infectadas sem diagnóstico. Para isso

se tem adotado algumas estratégias como a ampliação da testagem, a

sensibilização sobre o uso da camisinha e a valorização da prática centrada na

pessoa. Essa valorização traz consigo a capacidade de remover os obstáculos no

caminho do acesso aos serviços de prevenção e tratamento, bem como capacitar os

profissionais da rede que trabalham com esse usuário (BRASIL, 2016).

2.2 As tecnologias educacionais subsidiando a educação em saúde para pessoas vivendo com HIV

Historicamente a educação em saúde, até os anos 70, elegia práticas

educativas fundamentadas na hierarquização, onde se valorizava as informações

clínicas sobre riscos, mudanças de hábitos e comportamentos, prescrição de

práticas em intervenções individualizadas, com responsabilização e culpabilização

do paciente sobre adaptação às condutas e adesão ao tratamento, ou seja,

baseadas apenas em informação (TEIXEIRA; OLIVEIRA, 2014).

Nos anos 80 se observa o início de um processo de mudanças embasadas

nas diretrizes do SUS e pautadas no pensamento de Paulo Freire, com uma

abordagem horizontalizada, valorizando as capacidades pessoais e a emancipação

para a transformação da realidade, com uma visão coletiva e intervenções

problematizadoras, elaboradas a partir das necessidades, expectativas, saberes e

valores do indivíduo e coletividade (TEIXEIRA; OLIVEIRA, 2014).

O ato de educar em saúde tem como ponto inicial a valorização dos saberes

prévios dos chamados educandos de maneira individual ou coletiva. Leva em

consideração as pessoas como detentoras de conhecimento prévio e não meras

receptoras de informações, gerando um processo contínuo de interação

conjuntamente com o diálogo e vivências que fazem parte do contexto social e de

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saúde, baseando suas ações, para ajudar a compreender as causas de

adoecimento, bem como a prevenção deste, incluindo a adoção e mudança de

hábitos de saúde (GOMES; MERHY, 2011).

De maneira geral, se busca uma relação de troca entre o saber popular, que é

o conhecimento do cotidiano e história de vida da pessoa e o científico, que provém

do conhecimento biomédico. Assim, ambos se enriquecem de forma dinâmica,

variando de acordo com as necessidades e demandas da população, trazendo uma

construção compartilhada do conhecimento que objetiva a conquista, pelos

indivíduos e grupo, de uma melhor qualidade de vida influenciada pelas intervenções

de saúde (ACIOLI; DAVID; FARIA, 2012).

No contexto da educação em saúde, precisamos diferenciar os conceitos

entre educar e informar que, por muitas vezes, se fazem confusos. Informar significa

subsidiar elementos para que a pessoa possa ter o melhor entendimento sobre uma

situação ou dirimir suas dúvidas sobre esta. O ato de educar se configura como algo

mais amplo e profundo, uma ação que supõe movimento ativo do educando por

meio da apropriação do conhecimento oferecido, interagindo e estabelecendo uma

relação de confiança e diálogo, favorecendo a aceitabilidade da proposta educativa

por meio de uma relação de respeito às diferenças (ACIOLI; DAVID; FARIA, 2012).

Nesse processo de educação, as tecnologias são uma oportunidade para a

construção de saberes associados da ciência e senso comum como parte de uma

coletividade. Nesse contexto, Franco; Merhy (2013), buscando uma melhor

compreensão dos processos de trabalho em saúde, apresenta conceitos para as

tecnologias em saúde utilizadas nesse processo. Assim, o autor define três tipos de

tecnologias, a saber: Tecnologias duras, que são ferramentas tecnológicas como

equipamentos que permitem processar imagens, dados físicos e exames

laboratoriais. As leve-duras, que fazem parte dos conhecimentos bem estruturados

como a clínica e a epidemiologia, e as tecnologias leves que são as estabelecidas

com base nas relações entre profissionais e usuários no campo do subjetivo,

levando em consideração o contexto no qual ocorre essa relação, para manter uma

assistência de acordo com a necessidade deste.

No campo da Enfermagem, ampliam-se esses conceitos, estabelecendo as

tecnologias educacionais com foco em três áreas do conhecimento: Educação

Gerência e assistência propriamente dita. As tecnologias educacionais visam facilitar

o processo ensino-aprendizagem, a gerencial é utilizada no gerenciamento da

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assistência e dos serviços de saúde, para intervir no contexto da prática profissional

e a assistencial vem da construção de um saber técnico-científico, resultante de

investigações, aplicações de teorias e da experiência cotidiana dos profissionais

com os usuários. De maneira geral, essas tecnologias precisam ter fácil

compreensão, possibilitando adquirir maior conhecimento e provocar mudanças,

favorecendo ações que influenciem no padrão de saúde (NIETSCHE; BACKES;

COLOMÉ; CERATTI; FERRAZ, 2005).

As tecnologias educacionais, como estratégias para educação em saúde,

contribuem para ampliar o acesso à informação referente ao adoecimento, tanto no

momento do diagnóstico, como no acesso aos serviços de saúde e ao tratamento,

levando em consideração o contexto social e familiar. Dessa forma, as tecnologias

são ferramentas que permitem reflexões que permeiam seu processo de elaboração,

planejamento, execução. (NIETSCHE et al., 2012; ASSUNÇÃO et al., 2013;

NOGUEIRA et al, 2014). No caso específico do HIV as tecnologias educacionais

funcionam como uma estratégia para aprimorar o cuidado de saúde trazendo

perspectivas positivas do controle do vírus e suas manifestações (BRASIL, 2016a).

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3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de estudo

Este estudo desenvolveu-se por meio de uma pesquisa metodológica

descritiva com abordagem quantitativa. Esta se aplicou por ter seu foco no

desenvolvimento e aperfeiçoamento de instrumentos e estratégias metodológicas

para atingir um determinado fim. Para Polit e Beck (2011), esta considera

investigações dos métodos de obtenção, organização dos dados e condução de

pesquisas. Os estudos metodológicos tratam do desenvolvimento, da validação e da

avaliação de ferramentas e métodos de pesquisa (TELES et al, 2014).

Já a pesquisa descritiva se caracteriza como um método de pensamento

reflexivo e se constitui no caminho para se conhecer a realidade, por meio da

descrição do fenômeno estudado, descobrindo possíveis respostas para as

questões levantadas (MARCONI; LAKATOS, 2010). O que, no caso deste estudo,

culminou com a validação de uma tecnologia educacional para pessoas convivendo

com HIV.

3.1.1 Construção da Tecnologia educacional validada

A tecnologia educacional validada foi elaborada por meio do método da

pesquisa-ação e utilizou a técnica de Grupo Focal. A pesquisa-ação se configura

como uma ação ou resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e

participantes se envolvem de modo cooperativo e participativo para atuar em

conjunto com o grupo, possibilitando a estes explorarem seus pontos de vista por

meio de reflexões. Já o grupo focal representa a técnica de coleta de dados,

partindo da interação em grupo para promover participação, possibilitando maiores

informações e profundidade sobre o problema (TANAJURA; BEZERRA, 2015;

BACKES et al, 2011).

Participaram do processo de elaboração um grupo de aproximadamente 08

pesquisadores entre enfermeiros, docentes e discentes do curso de Enfermagem, do

qual esta pesquisadora e sua orientadora fizeram parte, todos participantes do grupo

de pesquisa ERAS. O cenário foi a Unidade de Referência Especializada em

Doenças Infecciosas Parasitárias Especiais (URE-DIPE) no município de Belém–

Pará.

Os participantes foram profissionais da área da saúde das várias categorias

profissionais de nível superior e médio que atuam na URE-DIPE. Estes já haviam

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participado da primeira fase do estudo multicêntrico do qual este estudo é

subprojeto, foram convidados e aceitaram participar voluntariamente dessa segunda

etapa. Inicialmente, o grupo foi composto por 15 profissionais da Unidade, porém ao

longo dos encontros, esse número foi reduzido finalizando com 06 profissionais: 02

biomédicos, 01 técnico de enfermagem, 01psicólogo, 02 assistentes sociais.

Foram realizados 04 encontros com o objetivo de uma construção coletiva e

dialogada com os profissionais de saúde participantes para a construção da

Tecnologia voltada ao viver bem de pessoas com HIV.

Os encontros foram realizados no período de abril a outubro de 2015, no

horário da manhã, segundo datas e horários definidos com os profissionais,

aconteceram nas dependências da URE-DIPE, e tiveram duração de

aproximadamente 2 horas. Nos dias que antecediam os encontros eram realizados

contatos telefônicos e aplicativo de mensagens para confirmação da participação de

todos. As discussões no grupo basearam-se em um roteiro-guia constituído de

perguntas relacionadas à apresentação e conteúdo da tecnologia, com debates e

sugestões para o material voltado para as pessoas convivendo com HIV.

Nos encontros, foram gravadas as falas com o consentimento dos

participantes e feitos os registros detalhados pelo observador no diário de campo.

Após a finalização de cada encontro ocorria agendamento do próximo e

oferecimento de um coffee-break. O material gravado foi transcrito e submetido à

análise de conteúdo (BARDIN, 2011) para a identificação dos temas e outros

aspectos relevantes para elaboração do conteúdo, além do tipo de tecnologia a ser

elaborada.

Ao final da análise definiu-se pela construção de uma tecnologia impressa do

tipo cartilha, que utilizasse linguagem acessível e com a presença de imagens para

facilitar a visualização. Os temas destacados pelos profissionais diziam respeito à

questões específicas do HIV, aspectos relacionados ao modo de vida e aspectos

cartoriais, especificamente nesse, caso referente a documentos de identificação

pessoal e endereço atualizado.

A cartilha impressa, do tipo brochura, foi denominada “Dicas para viver bem”

e em sua versão final, foi composta por capa e 14 páginas, com tamanho padrão de

formatação de 25 cm de altura por 15 cm de largura. Cada página apresentou até 4

ilustrações no máximo, totalizando 9 ilustrações. O sumário indica os 10 tópicos

desenvolvidos (Figura 1).

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Figura 1 – Sumário da Cartilha “Dicas para viver bem”

O grupo de pesquisadores elaborou a primeira versão da cartilha que foi

apresentada aos profissionais, estes aprovaram o conteúdo e a apresentação, mas

fizeram algumas sugestões. Foi feita nova revisão e essa versão, após apreciação

do design gráfico, foi submetida à validação, após o que, acatadas as sugestões dos

juízes especialistas e público-alvo, obteve-se a versão final.

3.1.2 O processo de validação da tecnologia educacional

Segundo Ribeiro et al ( 2013), a validação consiste em representar e fornecer

estrutura e base para definir e identificar conceitos a serem aceitos com

confiabilidade para o que for destinado. Assim a validação de uma tecnologia

educacional permite elaborar uma nova intenção ou instrumento ou melhorar os já

existentes sobre o conteúdo estudado.

O processo de validação deste estudo foi desenvolvido em três etapas, sendo

a primeira referente à submissão da tecnologia aos juízes especialistas, que são

expertises sobre o assunto em questão. Segundo Teles et al (2014) a participação

destes eleva a credibilidade e aceitação das tecnologias educativas.

O processo de coleta de dados com os juízes aconteceu em outubro de 2016

e foram escolhidos mediante indicação dos profissionais que atuam na URE- DIPE

que participaram da elaboração da tecnologia, conjuntamente com a experiência

destes com o tema HIV e sua afinidade aos objetivos da pesquisa.

Para fins deste estudo, foram considerados experts os profissionais de saúde,

especialistas ou não, com atuação em ações de diagnóstico, tratamento e controle

de HIV há pelo menos cinco anos. O material foi avaliado por 11 juízes para evitar

“empates” na avaliação.

SUMÁRIO 1. Apresentação 2. Quem pode adoecer pelo HIV? 3. O que é HIV? 4. Onde está presente o HIV? 5. Como pega o HIV? 6. Como não pega o HIV? 7. O que devemos saber sobre os exames para contagem da Carga viral e do CD4?

O que é contagem de carga viral?

O que são células CD4? 8. O que são doenças oportunistas? 9. Cuidados de si

Cuidados de saúde relacionados à higiene pessoal

Cuidados de saúde relacionados à higiene alimentar

Cuidados de saúde relacionados à higiene ambiental 10. Alimentação saudável

O que significa uma alimentação saudável?

Cuidados importantes que devemos ter com os alimentos

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No segundo momento a cartilha foi submetida à apreciação de 51 pessoas

que convivem com HIV, o chamado público-alvo. Teles et al (2014) afirmam que

esse momento é importante, pois possibilita conhecer algumas demandas desse

público bem como um adequado direcionamento ao conteúdo e forma da tecnologia

educacional elaborada, melhorando o entendimento e a satisfação deste.

Foram escolhidos por conveniência, contatados em sala de espera na URE-

DIPE e convidados a participar. Os que aceitaram, analisaram forma e conteúdo da

cartilha sugerindo aspectos como cor da capa e tamanho das letras dos textos. A

coleta dos dados com o público-alvo aconteceu no período de janeiro a fevereiro de

2017, nas próprias dependências da URE-DIPE.

Tanto para os juízes como para o público-alvo foi utilizado como instrumento

de coleta de dados a escala Likert. É uma técnica de classificação com vários itens

que expressam um ponto de vista sobre um tópico de modo positivo ou negativo, em

relação ao que é analisado. Essa escala apresenta uma série de vantagens como:

fornecer direções sobre a concepção dos participantes em relação a cada item do

instrumento, e a não ambiguidade das categorias de resposta por estarem

previamente determinadas, evitando que se criem respostas que possam dificultar a

interpretação por parte do pesquisador (SILVA et al, 2012; NASCIMENTO, 2012).

Neste estudo, utilizou-se a escala Likert, adaptada por Teixeira (2011) para fins de

validação de tecnologia educacional e utilizado em outros estudos dessa natureza

(NASCIMENTO, 2012; MORAES, 2014).

Os juízes especialistas fizeram suas análises preenchendo a escala (ANEXO

A) contendo perguntas referentes à avaliação do material educativo, informando o

seu grau de concordância ou discordância para cada item a ser avaliado quanto ao

conteúdo e forma da tecnologia.

Os profissionais foram contatados para participar da pesquisa em seus locais

de trabalho ou por email, para esclarecimentos sobre o estudo e convite para

participação. Os que concordaram receberam um envelope contendo o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE B) carta-convite (APÊNDICE

A), uma versão impressa da cartilha e a escala direcionada aos juízes. No momento

da entrega do envelope foi explicado sobre o processo de validação, feita a leitura

do TCLE e explicado sobre o preenchimento do instrumento. Na sequência, pactuou-

se a devolução.

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Para o público-alvo, também foi utilizada a escala (ANEXO B), com teor

pertinente à sua avaliação. Essa foi aplicada pelo pesquisador, por meio de

entrevista individual em lugar reservado na própria Unidade.

Na terceira etapa, os dados obtidos foram organizados e analisados para

identificar as sugestões feitas pelos dois grupos, sua pertinência e possibilidade de

aplicação. Os ajustes foram feitos de acordo com as recomendações para compor a

versão final da cartilha.

Em seguida, fez-se o tratamento estatístico dos dados para mensuração da

confiabilidade e validade dos conteúdos. Este busca identificar, por meio das

frequências absolutas, se os dados convergem para algum diferencial em especial

ou se há tendência (AYRES, 2015). Utilizou-se para tal, no primeiro momento, a

estatística descritiva dos dados com base em frequências absolutas e relativas, em

seguida, a aplicação de testes estatísticos para verificar tendência e associação

entre as variáveis estudadas.

Neste estudo, utilizou-se o teste não paramétrico Qui-quadrado de Pearson

para tendência/aderência e para associação entre variáveis nominais, simbolizado

por χ2. É um teste de hipóteses que se destina a verificar se há tendência

significativa ou não na ocorrência de determinados fatos, mensurados de forma

nominal (AYRES et al., 2015), adotando-se um nível de significância de p-valor <

0.05.

Segundo Bussab (2011), o princípio básico desse método é comparar

proporções, isto é, as possíveis divergências entre as frequências observadas e

esperadas para certo evento. Pode-se dizer que dois grupos se comportam de forma

semelhante se as diferenças entre as frequências observadas e as esperadas em

cada categoria forem muito pequenas, próximas à zero.

O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para testar se as amostras

independentes provêm de populações com médias iguais ou significativamente

diferentes. Este teste permite afirmar se as respostas convergem para o mesmo

escore médio.

Os dados coletados foram tabulados, interpretados, processados e analisados

por meio da estatística descritiva e inferencial. Para isso foram utilizados recursos de

computação, por meio do processamento no sistema Microsoft Excel, Statistic

Package for Social Sciences (SPSS) versão 22.0, todos em ambiente Windows 7.

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3.2 Aspectos éticos

As etapas da pesquisa atenderam a Resolução 466/2012 – CNS/MS. Foi

solicitada autorização Institucional (ANEXO C) e o projeto foi aprovado pelo Comitê

de Ética em Pesquisa do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará

sob parecer número n° 1.760.836 (ANEXO D). A todos os participantes foi

apresentado o TCLE para conhecimento da finalidade da pesquisa e formalização

de sua participação.

Considerando que nesta pesquisa os participantes realizaram a avaliação de

uma tecnologia educacional, entende-se que apresentou risco mínimo, neste caso a

quebra de sigilo da identidade dos participantes, este foi minimizado pelo uso de

código alfa numérico para identificação de juízes especialistas e componentes do

público-alvo. Assim, os juízes foram identificados pela letra “J” e o público-alvo pelas

letras “PA” seguidas da numeração sequencial das entrevistas.

Como benefícios, entende-se que validar a tecnologia a qualifica para

utilização por aqueles a quem se destina, favorecendo que tenham acesso a

temas/orientações/sugestões que podem facilitar o seu cotidiano na convivência

com a patologia e na prevenção da transmissão.

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4 RESULTADOS

4.1 Sobre os Juízes especialistas

A amostra foi composta por 11 juízes. Apresenta-se aqui o perfil desses

profissionais no que se refere às variáveis definidas: idade, sexo, categoria

profissional, tempo de formado, tempo na profissão, além das respostas do

instrumento de avaliação da tecnologia educacional proposta nesta pesquisa para a

validação.

Quanto à faixa etária, observa-se na tabela 1 que, há maior número de juízes

com idade entre 35 e 44 anos (5/45, 45%).

Tabela 1: Distribuição dos juízes especialistas, segundo a faixa etária. Belém/Pará, 2017.

Faixa Etária N %

25-34 1 9,09 35-44 5 45,45 45-54 3 27,27 55-64 1 9,09 65-74 1 9,09

Total 11 100,00 Fonte: Dados resultantes da pesquisa (2017).

Quanto ao sexo (Tabela 2), observa-se que o grupo foi composto

exclusivamente por mulheres (11/100%).

Tabela 2: Distribuição dos juízes especialistas, segundo o sexo. Belém/Pará, 2017.

Sexo n %

Feminino 11 100,00 Masculino 0 0,00

Total 11 100,00

Fonte: Dados resultantes da pesquisa (2017).

Em relação à categoria profissional (Tabela 3), foram (3/27, 27%) Enfermeiros

(2/18, 18%) Fonoaudiólogos, (2/18, 18%) Médicos, (1/9, 09%) Fisioterapeuta, (1/9,

09%) Terapeuta Ocupacional, (1/9, 09%) Assistente Social e (1 / 9, 09%)

Nutricionista.

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Tabela 3: Distribuição dos juízes especialistas, segundo a área de formação. Belém/Pará, 2017.

Categoria Profissional n %

Enfermeiros 3 27,27 Fonoaudiólogos 2 18,18 Médicos 2 18,18 Fisioterapeuta 1 9,09 Terapeuta ocupacional 1 9,09 Assistente Social 1 9,09 Nutricionista 1 9,09

Total 11 100,00 Fonte: Dados resultantes da pesquisa (2017).

Verifica-se na tabela 4 que há maior frequência (6/54, 55%) de participantes

com até de 15 anos de formação.

Tabela 4: Distribuição dos juízes especialistas, segundo o tempo de formação. Belém/Pará, 2017.

Tempo de Formação n %

6-15 6 54,55 16-25 3 27,27 26-35 1 9,09 36-45 1 9,09

Total 11 100,00

Fonte: Dados resultantes da pesquisa (2017).

4.2 Validação da tecnologia pelos juízes especialistas

Na avaliação de conteúdo, destacam-se as respostas dos juízes quanto aos

itens a serem avaliados. Estes foram divididos em 3 blocos que dispõem os fatores e

proposições descritoras, cujos dados foram obtidos com base na escala Likert de 4

pontos.

No primeiro momento aplicou-se a estatística descritiva para analisar as

respostas dos juízes e, em seguida, juntou-se os valores da escala Likert em 2

grupos:

I. Os valores 1 (Totalmente Adequado) e 2 (Adequado) são valores que

indicam Alta Aceitabilidade;

II. Os valores 3 (Parcialmente Adequado) e 4 (Inadequado) são valores

de Média e Baixa Aceitabilidade;

A avaliação de conteúdo determina a representatividade e extensão com que

cada item de medida comprova o domínio de interesse e a dimensão de cada um,

dentro daquilo que se propõe medir. Esses resultados estão apresentados na tabela

5

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31

Tabela 5: Distribuição das respostas apresentadas pelos juízes especialistas por bloco e fator de

avaliação. Belém/Pará, 2017.

Blocos

Fatores/ Objetivo

Estrutura e Relevância Total Percentual e

Conceito Apresentação

Qtd % Qtd % Qtd %

Acumulado (%)

Alta Aceitabilidade

Totalmente Adequado

21 38,18 48 36,36 26 47,27 95 39,26

77,27

Adequado 25 45,45 50 37,88 17 30,91 92 38,02

Média e Baixa Parcialmente 9 16,36 34 25,76 11 20,00 54 22,31

Aceitabilidade Adequado

Inadequado 0 0,00 0 0,00 1 1,82 1 0,41

22,73

Qtd/% 55 22,727 132 54,55 55 22,73 242 100,00 100,00

Fonte: Dados resultantes da pesquisa (2017).

Observou-se que apenas no bloco 3 (relevância) a resposta predominante foi

o valor 1 (Totalmente Adequado), com percentual de 47,27%. Verifica-se que nos

blocos 1 (objetivo) e 2 (estrutura e apresentação) a frequência de respostas de valor

1 (Totalmente Adequado) tem um percentual baixo (38,18% e 36,36%),

respectivamente, menor do que a frequência apresentada para a resposta 2

(adequado). Ainda assim a maioria das respostas se concentrou no grupo de alta

aceitabilidade, visto que no bloco 2 (objetivo), 38,18% das respostas foram para o

item 1 (Totalmente Adequado) e 45,45% foram para o item 2 (adequado),

perfazendo um total maior que 83,64% das avaliações neste bloco.

No bloco estrutura e apresentação se verifica que 36,36% das respostas dos

juízes foram 1 (totalmente adequado) e 37,88% sinalizaram o valor 2 (adequado)

para os itens propostos, estas duas respostas perfazem 74,24% da avaliação dos

juízes neste eixo. Na avaliação do bloco relevância, verificou-se que os participantes

concentraram 47,27% de suas respostas no item 1 (totalmente adequado), e,

30,91% na resposta 2 (adequado).

No geral, a avaliação dos juízes revelou valores de alta aceitabilidade para

todos os itens dos três blocos, de modo que 77,27% das avaliações foram

sinalizadas nas respostas do tipo “totalmente adequado” (39,26%) e “adequado”

(38,02%). Ressalta-se que apenas o bloco relevância obteve uma resposta de valor

4 (Inadequado), neste sentido, afirma-se que a maioria (77,27%) dos juízes avalia

que a cartilha é satisfatória quanto aos objetivos a que se propõe, bem como sua

estrutura/apresentação e relevância.

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32

4.3 Cronbach's alpha

Para análise do coeficiente de consistência interna da escala de Likert foi

aplicado o Alpha de Cronbach (tabela 6), cujo valor obtido foi de 0,974, sendo

considerado confiável, uma vez que este pode variar de 0 a 1 e, quanto mais

próximo de 1 este valor, maior a confiabilidade do instrumento a ser utilizado.

Tabela 6: Coeficiente de consistência interna do instrumento aplicado aos Juízes especialistas. Belém/Pará, 2017.

Cronbach's Alpha Cronbach's Alpha com base em itens padronizados

N (itens)

0,974 0,976 22

Fonte: Dado resultante da pesquisa (2017).

4.4 Teste de normalidade dos dados

É importante que os dados sejam testados para se certificar de que são

normais, ou seja, não há grande quantidade de anomalias estatísticas antes de uma

análise mais aprofundada e da criação de informações baseadas neles.

Para identificação do tipo de distribuição dos dados, foi aplicado o teste de

normalidade de Shapiro-Wilk (tabela 7). Teste desenvolvido especialmente para

amostras de dimensão mais reduzida, como no caso deste estudo que usou uma

amostra de dimensão 11.

Constatou-se que, para todas as questões do instrumento, o p-valor do teste

é superior a 0.05. Este valor permite aceitar a hipótese da normalidade da população

para os níveis de significância habitual e significa que a distribuição das variáveis é

significativamente próxima da curva normal, o que é um pressuposto para uso de

testes paramétricos para os dados desta pesquisa.

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Tabela 7: Teste de Normalidade para os itens de avaliação que compõem a escala aplicada com juízes especialistas. Belém/Pará, 2017.

One-Sample Shapiro-Wilk Test

Item N

Parâmetros de Normalidadea,b

Diferenças Extremas

SW P-Valor Média

±DP Absoluto Positivo Negativo

a. Teste de distribuição é normal (p>0.05). b. Calculado com base nos dados brutos.

Para melhor análise dos resultados, foi realizada o Ranking Médio (RM) para

mensurar o grau de adequação, pelos juízes, nas respostas da escala Likert.

Considerando a pontuação atribuída às respostas, foi realizado o cálculo do RM por

meio do teste de Kruskall – Wallis que permite obter o Ranking Médio Individual

(RM) dos itens que compõem a escala Likert e depois a média aritmética para cada

um dos blocos estabelecidos. A análise a ser feita é que, quanto mais próximo de 1

(um) o valor do RM individual e por bloco, mais bem avaliado será o item.

Assim, para conhecer o RM de cada variável, baseando-se no método de

análise de escala de Likert, o cálculo considerou a divisão da média ponderada para

cada categoria investigada (item) pela soma das respostas dadas a cada item. Este

(µ)

Q1.1 11 1,818 0,751 ,232 ,226 -,232 ,770 ,594

Q1.2 11 1,727 0,647 ,300 ,246 -,300 ,994 ,276

Q1.3 11 1,727 0,786 ,277 ,277 -,181 ,919 ,367

Q1.4 11 1,727 0,647 ,300 ,246 -,300 ,994 ,276

Q1.5 11 1,909 0,831 ,227 ,227 -,180 ,752 ,625

Q2.1 11 1,727 0,786 ,277 ,277 -,181 ,919 ,367

Q2.2 11 1,636 0,674 ,282 ,282 -,251 ,935 ,346

Q2.3 11 2,000 0,894 ,232 ,232 -,232 ,769 ,595

Q2.4 11 1,818 0,751 ,232 ,226 -,232 ,770 ,594

Q2.5 11 1,727 0,647 ,300 ,246 -,300 ,994 ,276

Q2.6 11 2,091 0,944 ,287 ,240 -,287 ,951 ,326

Q2.7 11 1,818 0,751 ,232 ,226 -,232 ,770 ,594

Q2.8 11 2,273 0,905 ,335 ,211 -,335 1,110 ,170

Q2.9 11 2,273 0,786 ,277 ,181 -,277 ,919 ,367

Q2.10 11 2,182 0,751 ,232 ,232 -,226 ,770 ,594

Q2.11 11 1,545 0,688 ,332 ,332 -,214 1,100 ,178

Q2.12 11 1,636 0,674 ,282 ,282 -,251 ,935 ,346

Q3.1 11 1,636 0,809 ,330 ,330 -,216 1,093 ,183

Q3.2 11 1,727 0,786 ,277 ,277 -,181 ,919 ,367

Q3.3 11 1,636 0,809 ,330 ,330 -,216 1,093 ,183

Q3.4 11 1,727 0,786 ,277 ,277 -,181 ,919 ,367

Q3.5 11

2,091 1,044 ,216 ,216 -,172 ,715 ,687

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cálculo permitiu mensurar o grau de anuência dos respondentes, verificando-se a

adequação quanto às questões tratadas, obtendo-se os resultados apresentados na

tabela 8

Tabela 8: Ranking Médio e Percentual (%) de Concordância dos Juízes especialistas para com os

fatores e proposições descritoras apresentadas na escala. Belém/Pará, 2017.

BLOCO Questões Nº JE

(1 e 2)

Nº JE

(3)

Nº JE

(4)

JE (%)

(1 e 2)

JE (%)

(3)

JE (%)

(4)

RM

(Questão)

RM

(Bloco)

1.1 9 2 0 81,82 18,18 0,00 1,82

BLOCO 1 Objetivos

1.2 10 1 0 90,91 9,09 0,00 1,73

1.3 9 2 0 81,82 18,18 0,00 1,73 1,78

1.4 10 1 0 90,91 9,09 0,00 1,73

1.5 8 3 0 72,73 27,27 0,00 1,91

BLOCO 2

Estrutura e Apresentação

BLOCO 3 Relevância

2.1 9 2 0 81,82 18,18 0,00 1,73

2.2 10 1 0 90,91 9,09 0,00 1,64

2.3 7 4 0 63,64 36,36 0,00 2,00

2.4 9 2 0 81,82 18,18 0,00 1,82

2.5 10 1 0 90,91 9,09 0,00 1,73

2.6 6 5 0 54,55 45,45 0,00 2,09

2.7 9 2 0 81,82 18,18 0,00 1,82

2.8 5 6 0 45,45 54,55 0,00 2,27

2.9 6 5 0 54,55 45,45 0,00 2,27

2.10 7 4 0 63,64 36,36 0,00 2,18

2.11 10 1 0 90,91 9,09 0,00 1,55

2.12 10 1 0 90,91 9,09 0,00 1,64

3.1 9 2 0 81,82 18,18 0,00 1,64

3.2 9 2 0 81,82 18,18 0,00 1,73

3.3 9 2 0 81,82 18,18 0,00 1,64

3.4 9 2 0 81,82 18,18 0,00 1,73

3.5 7 3 1 63,64 27,27 9,09 2,09

1,89

1,76

Fonte: dados resultantes da pesquisa (2017).

Sabe-se que as respostas favoráveis são equivalentes aos valores 1

(Totalmente Adequado) e 2 (Adequado) e as respostas desfavoráveis equivalem ao

valor 3 (Parcialmente Adequado) e 4 (Inadequado) da escala Likert. Observa-se que

os percentuais descritos, com índices de concordância próximos a 2 (“adequado”)

demonstram que a maioria dos participantes admitiram que a cartilha atende aos

objetivos propostos, apresenta estrutura e apresentação adequadas e possui

relevância no que se propõe.

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4.5 Teste de hipótese de kruskal-wallis.

Sabendo que as hipóteses a serem testadas são:

H0 = Não existe diferença nos escores apresentados pelos respondentes.

H1 = Os respondentes diferem quanto aos escores.

Considerando o nível de significância α = 0,05

Tabela 9: Teste de Hipótese (Kruskal-Wallis de Amostras Independentes). Belém/Pará, 2017.

Resumo do Teste de Hipótese

Hipótese nula Teste Sig. Decisão A distribuição das respostas é a mesma

entre os Respondentes (Juízes Especialistas).

Teste de Kruskal-Wallis de 0,391

Amostras Independentes

Reter a hipótese

nula.

São exibidas significâncias assintóticas. O nível de significância é 0,05 (p-valor).

A estatística de teste (H) mostra um p-valor igual á 0,391. Como este valor é

maior do que α = 0.05, a decisão é aceitar H0. Pode-se concluir, então, que não

existe diferença nos escores apresentados pelos juízes especialistas, o que é um

indicador de alto grau de adequação entre os participantes em torno das respostas

mais frequentes, que foram totalmente adequado e adequado.

Observou-se na figura 1 que a distribuição das respostas dos Juízes foram

semelhantes entre os blocos de avaliação, apresentando a mesma mediana de valor

2 que corresponde à resposta “adequada”.

Figura 1: Distribuição das respostas dos juízes especialistas, segundo o Teste de Hipótese Kruskal-.

Wallis para Amostras Independentes. Belém/Pará, 2017.

Fonte: Dados resultantes da pesquisa (2017)

4.6 Resultados público-alvo

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A amostra foi composta por 51 pessoas do público-alvo cujo perfil apresenta-

se aqui conforme as variáveis definidas: sexo, faixa etária e escolaridade, além das

respostas do instrumento de avaliação da cartilha.

Quanto ao sexo, observa-se na tabela 10 que há maior frequência de

participantes do sexo feminino (29/56, 86%).

Tabela 10: Distribuição do público-alvo, segundo o sexo. Belém/Pará, 2017.

Sexo N %

Feminino 29 56,86 Masculino 22 43,14

Total 51 100,00

Fonte: dados resultantes da pesquisa (2017).

Quanto à faixa etária, observa-se na tabela 11 que há maior frequência de

participantes com idade entre 50 e 59 anos (18/35, 29%).

Tabela 11: Distribuição do público-alvo, segundo a faixa etária. Belém/Pará, 2017.

Faixa Etária N %

20-29 8 15,69 30-39 10 19,61 40-49 10 19,61 50-59 18 35,29 60-69 3 5,88 70-79 2 3,92

Total 51 100,00 Fonte: Dados resultantes da pesquisa (2017).

Quanto à escolaridade, observa-se na tabela 12 que há maior frequência de

participantes com ensino médio completo (21/41, 18%).

Tabela 12: Distribuição do público-alvo, segundo a escolaridade. Belém/Pará, 2017.

Escolaridade n %

Ensino fundamental incompleto 15 29,41 Ensino fundamental completo 5 9,80 Ensino médio incompleto 5 9,80 Ensino médio completo 21 41,18 Ensino superior incompleto 3 5,88 Ensino superior completo 2 3,92

Total 51 100,00 Fonte: dados resultantes da pesquisa (2017).

4.7 Validação da tecnologia pelo público-alvo

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De forma semelhante aos juízes especialistas, a cartilha foi submetida para

avaliação pelo público-alvo com divisão dos itens em 3 blocos, onde cada bloco

dispõe de uma quantidade de fatores e proposições descritoras que foram avaliadas

com base na escala Likert de 4 pontos. Aplicou-se a estatística descritiva e, em

seguida, dividiu-se os valores da escala Likert em 2 grupos:

I. Os valores 1 (Totalmente Adequado) e 2 (Adequado) são valores que

indicam Alta Aceitabilidade;

II. Os valores 3 (Parcialmente Adequado) e 4 (Inadequado) são valores

de Média e Baixa Aceitabilidade;

Observa-se na tabela 13 que, em todos os blocos, a resposta predominante

foi o valor 2 que corresponde a adequado. O bloco 1, corespondente aos objetivos,

obteve (150/98,04%) sinalizações . O bloco 2, que corresponde ao eixo estrutura e

apresentação, obteve (33/94,40%) e o bloco 3, referente à relevância (301/98,37%)

respostas. Ressalta-se ainda que estrutura e apresentação, apesar de a frequência

de respostas de valor 1( totalmente adequado) ter sido baixa, esta foi a maior dentre

os três blocos (12/3,36%). Assim, para o público-alvo, a estrutura e apresentação da

tecnologia é o fator mais relevante.

Tabela 13: Distribuição das respostas apresentadas pelo público-alvo por bloco e fator de avaliação.

Belém/Pará, 2017.

Blocos Percentual Fatores/Conceito Objetivo

Estrutura e Relevância Total % Acumulado Apresentação

(%)

Aceitabilidade Adequado

Aceitabilidade Adequado

Fonte: Resultados da Pesquisa (2017).

4.8 Cronbach's Alpha

Qtd % Qtd % Qtd %

Alta Totalmente

3

1,96 12 3,36 5 1,63 20 2,45 99,02

Adequado 150 98,04 337 94,40 301 98,37 788 96,57

Média e Baixa Parcialmente

0

0,00 8 2,24 0 0,00 8 0,98 0,98

Inadequado 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Qtd/% 153 18,75 357 43,75 306 37,5 816 100,00 100,00

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Para análise do coeficiente de consistência interna da escala, foi aplicado o

Alpha de Cronbach (tabela 14), cujo valor de 0,694 foi considerado confiável, uma

vez que este pode variar de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1 (um) este valor, maior

a confiabilidade do instrumento a ser utilizado.

Tabela 14: Coeficiente de consistência interna do instrumento aplicado ao público-alvo. Belém/Pará,

2017.

Cronbach's Alpha Cronbach's Alpha com base

em itens padronizados N (itens)

0,694 0,772 15

Fonte: Dado resultante da pesquisa (2017)

4.9Teste de normalidade dos dados

Para identificação do tipo de distribuição dos dados, foi aplicado o teste de

Kolmogorov-Smirnov. O teste de Kolmogorov-Smirnov com a correção de Lilliefors é

indicado para amostras de dimensão superior ou igual a 30. Como aqui se trata de

uma amostra de dimensão 51, a informação a reter é a de que o p-valor do teste é

superior ou igual a 0.05. Este valor permite aceitar a hipótese da normalidade da

população para os níveis de significância habituais.

Observa-se na tabela 15 que, para todas as questões da escala, o teste

adotou p-valor inferior a 0.05 significando que a distribuição das variáveis é diferente

da curva normal, o que pressupõe uso de testes não paramétricos para os dados

deste estudo.

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Tabela 15: Teste de Normalidade para os itens de avaliação que compõem o questionário aplicado ao público-alvo participante para avaliação da tecnologia. Belém/Pará, 2017.

One-Sample Kolmogorov-Smirnov Test

Item N

Parâmetros de Normalidadea,b

Diferenças Extremas KS (Z) P-Valor

Média (µ) ±DP Absoluto Positivo Negativo

Q1.1 51 1.980 0.140 .536 .444 -.536 3.828 .000 Q1.2 51 1.980 0.140 .536 .444 -.536 3.828 .000 Q1.3 51 1.980 0.140 .536 .444 -.536 3.828 .000 Q2.1 51 2.137 0.401 .477 .477 -.346 3.407 .000 Q2.2 51 1.980 0.140 .536 .444 -.536 3.828 .000 Q2.3 51 1.961 0.196 .540 .421 -.540 3.857 .000 Q2.4 51 1.961 0.196 .540 .421 -.540 3.857 .000 Q2.5 51 1.961 0.196 .540 .421 -.540 3.857 .000 Q2.6 51 1.961 0.196 .540 .421 -.540 3.857 .000 Q2.7 51 1.961 0.196 .540 .421 -.540 3.857 .000 Q3.1 51 2.000 ,00000c

Q3.2 51 1.980 0.140 .536 .444 -.536 3.828 .000 Q3.3 51 1.980 0.140 .536 .444 -.536 3.828 .000 Q3.4 51 1.980 0.140 .536 .444 -.536 3.828 .000 Q3.5 51 1.980 0.140 .536 .444 -.536 3.828 .000 Q3.6 51 1.980 0.140 .536 .444 -.536 3.828 .000

a. Test distribution is Normal. b. Calculated from data. c. The distribution has no variance for this variable. One-Sample Kolmogorov-Smirnov Test cannot be performed.

Para melhor análise dos resultados, foi realizado o Ranking Médio (RM) para

mensurar o grau de concordância do público-alvo. Considerando a pontuação

atribuída às respostas, foi realizado o cálculo do RM por meio do teste de Kruskall –

Wallis que permite obter o Ranking Médio Individual (RM) dos itens que compõem a

escala Likert e depois a média aritmética para cada um dos blocos. A análise

considera que, quanto mais próximo do valor 1 (um) do RM individual e por bloco,

mais bem avaliado será o item da Escala.

Para conhecer o RM de cada variável investigada, baseando-se no método de

análise da escala de Likert, o cálculo considerou a divisão da média ponderada para

cada item investigado pela soma das respostas dadas a cada item da escala. Este

cálculo permitiu mensurar o grau de anuência dos participantes verificando-se a

concordância ou discordância quanto às questões tratadas, obtendo-se os

resultados apresentados na tabela 16.

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Tabela 16: Ranking Médio e Percentual (%) de Concordância do Público-Alvo para com os fatores e proposições descritoras apresentadas na escala. Belém/Pará, 2017.

BLOCO Quest Nº PA (1 Nº PA Nº PA PA (%) (1 PA (%) PA (%) RM RM ões E 2) (3) (4) E 2) (3) (4) (Questão) (Bloco)

BLOCO 1 1.1

51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.98 Objetivos

1.2 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.98 1.98

1.3 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.98

2.1 43 8 0 84.31 15.69 0.00 2.14 2.2 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.98

BLOCO 2 2.3 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.96 Estrutura e 2.4 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.96 1.99

Apresentação 2.5 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.96 2.6 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.96 2.7 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.96

3.1 51 0 0 100.00 0.00 0.00 2.00 3.2 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.98

BLOCO 3 3.3 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.98 1.98

Relevância 3.4 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.98

3.5 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.98 3.6 51 0 0 100.00 0.00 0.00 1.98

Fonte: Resultados da Pesquisa (2017).

Os índices de concordância próximos a 2 (adequado) revelam que a maioria

dos participantes admite que a cartilha atende aos objetivos propostos, com

estrutura e apresentação adequada e possui relevância no que se propõe. Verifica-

se que todos os itens atingiram 100% de aceitabilidade, exceto o item 2.1 do bloco

estrutura e apresentação que atingiu (8/15, 69%) para respostas de baixa

aceitabilidade.

4.10 Teste de hipótese de kruskal-wallis

Sabendo que as hipóteses a serem testadas são:

H0 = Não existe diferença nos escores apresentados pelos respondentes.

H1 = Os respondentes diferem quanto aos escores.

Verifica-se na tabela 17 que a estatística de teste (H) mostra um p-valor igual

á 0,187 este valor é maior do que α = 0.05, a decisão é aceitar H0. Pode-se concluir

que não existe diferença nos escores apresentados pelos participantes, o que é um

indicador de alto grau de adequação em torno das respostas mais frequentes que

foram totalmente adequado e adequado.

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Tabela 17: Teste de Hipótese (Kruskal-Wallis de Amostras Independentes). Belém/Pará, 2017.

Resumo do Teste de Hipótese

Hipótese nula Teste Sig. Decisão

A distribuição das respostas é a mesma entre os Respondentes (Público Alvo).

Teste de Kruskal-Wallis de Amostras Independentes

0,187 Reter a

hipótese nula.

São exibidas significâncias assintóticas. O nível de significância é 0,05. (p-valor).

Observa-se na figura 2 que a distribuição das respostas do público-alvo foram

semelhantes entre os blocos de avaliação da cartilha, apresentando a mesma

mediana de valor 2 que corresponde à resposta adequada.

Figura 2: Distribuição das respostas do público-alvo, segundo o Teste de Hipótese Kruskal-Wallis

para Amostras Independentes. Belém/Pará, 2017.

Fonte: Dados resultantes da pesquisa (2017).

Além da análise estatística feita neste estudo, considerou-se também o

parecer de juízes especialistas e público-alvo que manifestaram concordância

parcial com alguns dos fatores apresentados. Estes fizeram sugestões que,

baseados nas suas próprias experiências e conhecimentos, também foram

potencialmente relevantes nesta pesquisa. O entendimento de cada um deles,

conforme os comentários e sugestões, foram aceitos, sintetizados e implementados

na tecnologia.

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5 DISCUSSÃO

O processo de validação de um instrumento precisa de medidas estatísticas

empregadas para responder á uma única questão de pesquisa, no caso, o índice de

concordância que indica as opiniões, considerações e sugestões dos envolvidos no

processo (NIETSCHE; TEIXEIRA; MEDEIROS, 2014). Este aspecto foi considerado

neste estudo, ao buscar o parecer de juízes especialistas e público-alvo.

Para a validação, foram considerados relevantes os julgamentos com nível de

resposta favorável de, no mínimo, 70% tendo como base os testes estatísticos

realizados. Esse índice de concordância foi pautado em outros estudos de validação

como de Silva et al ( 2017) e Pereira; Puggina (2017).

Nesse contexto, a cartilha “Dicas para viver bem” foi desenvolvida de acordo

com os critérios metodológicos recomendados na literatura e com rigor científico,

contribuindo para a qualidade do material gerado e levando em consideração a

necessidade do público ao qual se destina, no caso, as pessoas convivendo com

HIV. Nesse sentido, Ilha et al ( 2017) justificam a necessidade e relevância deste

tipo de estudo para orientação de profissionais que pretendam ou já estejam

desenvolvendo atividades voltadas para a educação em saúde.

Conforme recomendam Colli; Zani (2016), a cartilha foi validada obedecendo

a critérios científicos, considerando a confiabilidade como importante indicador da

qualidade, usando a congruência de respostas e entendendo que a consistência do

conteúdo vem da concordância entre os avaliadores, neste caso os juízes e o

público-alvo. Outro fator considerado foi a validade do instrumento quanto a clareza

dos itens, facilidade de leitura, compreensão e forma de apresentação. Esse aspecto

diz respeito à avaliação daqueles que utilizarão o instrumento - neste caso o público-

alvo. Esse aspecto, embora seja muito relevante, não deve ser usado de forma

isolada para conferir a validação (NIETSCHE; TEIXEIRA; MEDEIROS, 2014).

Quanto à validade do conteúdo pelos juízes especialistas e público-alvo, esta

foi realizada com base na escala Likert, considerando critérios de alta aceitabilidade

(valores 1 Totalmente Adequado e 2 Adequado) e Média e Baixa Aceitabilidade ( 3

Parcialmente Adequado e 4 Inadequado).

A distribuição das respostas foi apresentada por blocos: objetivo, estrutura e

apresentação, e relevância. Os juízes optaram pelas respostas concordantes em

alta aceitabilidade (77,27%) concentrando a maioria das respostas entre Totalmente

adequado e Adequado. Esses achados corroboram com estudo de validação de

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uma tecnologia educacional digital voltada para alunos e professores de

enfermagem (MOREIRA et al, 2014).

Pedreira et al (2016) em estudo sobre a validação do conteúdo de um

instrumento de avaliação da saúde de idosos, menciona que a validação, embora

trate de um material físico, envolve aspectos de subjetividade ao verificar se sua

abordagem é capaz de representar a similaridade das amostras a serem avaliadas,

sendo uma etapa importante, determinando se a escolha dos itens que compõem

esse novo material são adequados.

A alta aceitabilidade encontrada neste estudo demonstra que a cartilha

direcionada para pessoas convivendo com HIV é um instrumento importante para

mediar ações de educação em saúde e um componente facilitador para

comunicação e aprendizado quando inserido no cotidiano do trabalho profissional

(GONÇALVES et al, 2015).

Outro aspecto a ser levado em consideração no processo de validação é a

analise por meio do teste Alpha de Cronbach que analisa a confiabilidade da

consistência interna da escala de Likert. Neste caso, para os juízes especialistas, foi

considerado confiável (0,974) pela sua proximidade do valor 1. Nesse contexto, o

estudo realizado por Dini; Alves; Oliveira; Guirardello (2014) destaca a importância

da confiabilidade quanto à homogeneidade de cada item de uma escala medida pela

concordância das respostas dos avaliadores.

Alpendre et al (2017) no seu estudo pra validar um checklist de segurança

cirúrgica, enfatiza a confiabilidade de um instrumento validado como algo que

colabora para o profissional em todas as áreas de conhecimento, permitindo

reconhecer situações evitáveis de risco, ações educativas e valorização frente ao

manejo a quem é destinado. Dessa forma, a confiabilidade reflete a credibilidade do

instrumento validado.

Para uma melhor análise dos resultados, conjuntamente com a confiabilidade,

utilizou-se o Ranking Médio (RM) para mensurar o grau de concordância dos juízes

por itens e valores por blocos. Por meio da avaliação do RM em blocos constatou-se

o item relevância (1,76) como o item que recebeu melhor avaliação pelos juízes.

Os resultados apresentados nesta pesquisa assemelham-se a outro que

desenvolveu a validação de instrumento de avaliação de tecnologia assistiva, que

também foi bem avaliado quanto à capacidade do material em causar impacto,

motivação e/ou interesse, ou seja, quanto sua relevância e mostrou ser adequada ao

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que se refere ao grau de significação para seu uso com o público-alvo

(GUIMARÃES; CARVALHO; PAGLIUCA, 2015).

Ainda sobre o grau de adequação em torno das respostas mais frequentes foi

utilizado o testes de kruskal- Wallis para testar as hipótese H0 e H1 com nível de

significância de 0,05. Como resultado da pesquisa, foi aceito H0 com significância de

0,395 demonstrando concordância na distribuição entre as respostas dos juízes.

Nessa distribuição por blocos temos, por meio do teste, uma mediana de valor 2

correspondente a resposta “Adequada”. Esses achados corroboram com os

resultados da pesquisa de Quintana-Zavala; Paravic-Klijn; Saenz-Carrillo (2016)

sobre qualidade de vida no trabalho do pessoal de enfermagem de instituições

públicas de saúde.

Além dos Juízes, a avaliação do conteúdo da cartilha foi feita também com o

público-alvo em um processo semelhante, conforme descrito nos resultados.

Também com esse grupo obteve-se alta aceitabilidade, com valor superior a dos

juízes (99,02). A avaliação do conteúdo com participação do público-alvo é de

fundamental importância, pois permite a participação ativa na troca de informações,

esclarecimento de dúvidas e comunicação (MELO, 2017).

Utilizou-se também o Alfa de Cronbach com resultado de 0,694, valor

considerado confiável. Em suas pesquisas Roncada et al ( 2015) e Jansen et al

(2016) evidenciaram que valores entre 0 e 1 demonstram forte consistência interna,

tanto entre itens quanto no total, visto que pontuações bem aproximadas ou de 0,70

são consideradas de elevada relevância e destacam que 0,70 é o valor de referência

aceitável. Esses achados corroboram com os resultados demonstrados nesta

pesquisa.

Quanto ao RM para mensurar o grau de concordância, o bloco objetivos e o

item relevância receberam melhor avaliação quanto à concordância (1,98)

mostrando que a cartilha é considerada adequada ao que se propõe. Cruz et al

(2016) ressaltam que um material para ser válido precisa ser adequado aos

propósitos, metas ou fins que se deseja atingir com a sua utilização. Após a análise

dos dados, esses devem ter a capacidade de atingir a finalidade para a qual foram

proposta, assim as informações selecionadas devem ser realmente indispensáveis,

significativas, atrativas, concisas e objetivas, o que foi demonstrado neste estudo.

O teste de Kruskal – Wallis aceita a hipótese H0 por ter um p-valor (0,187)

maior que o nível de significância aceito que é de 0,05, demonstrando que não há

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diferença entre os escores apresentados entre as resposta do público-alvo. Em

relação à mediana sobre as respostas por bloco de avaliação, esta apontou

predominância do valor 2 (“adequada") mostrando adequação da mesma para seu

uso com o público-alvo.

Martins; Fonseca; Rossetto; Mai (2017) chamam atenção para a importância

de procedimentos para avaliar a adequação dos itens elencados que compõem a

escala para validação. Assim o rigor metodológico dos testes estatísticos como de

Kruskal- Wallis são importantes para confirmar a validação de um instrumento,

mostrando necessidade de se realizar vários testes para aumentar a credibilidade e

confiabilidade deste. O que foi rigorosamente seguido neste estudo.

O resultado final da cartilha trouxe informações essenciais, além de conter

ilustrações coerentes com o texto, favorecendo a comunicação e o entendimento de

quem a utilizar. Nesse sentido, a participação dos experts e de representantes do

público-alvo pode elevar a credibilidade e a aceitação (BENEVIDES et al, 2016) ,

conforme constatou-se neste estudo.

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CONCLUSÃO

A realização desta pesquisa permitiu apresentar o processo de validação de

material educativo, no formato de cartilha, pautado na relação entre as necessidades

identificadas pelos profissionais de saúde no seu cotidiano do atendimento de

pessoas convivendo com HIV e o conhecimento científico circulante sobre o tema.

O estudo alcançou seu objetivo ao demonstrar, por meio da validação, que a

cartilha denominada “Dicas para viver bem” apresenta alta confiabilidade e boa

consistência interna, sendo considerada adequada conforme avaliação dos juízes e

público-alvo para ser utilizado pelos profissionais de saúde no manejo de pessoas

convivendo com HIV.

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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem “Magalhães Barata”

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM

ANEXO A- INSTRUMENTO DE VALIDAÇÃO

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇAO - JUÍZES

Data: / /

Parte 1- PERFIL

Código:

Idade a

Sexo: ( )M ( )F

Área de formação:

Tempo de formação

Local (is) de trabalho:

Tempo de exercício profissional:

Titulação

Mestrado em:

Doutorado em:

PARTE II- INSTRUÇÕES

Leia minuciosamente o material intitulado: Tecnologia educacional para pessoas

convivendo com HIV: estudo de validação. Esta foi elaborada em conjunto por

pesquisadores do Grupo Enfermagem e Representações sociais na Atenção à saúde

(ERAS) e Profissionais de saúde que atuam na UREDIP e destina-se a consolidar os

conhecimentos que são compartilhados entre profissionais de saúde e pessoas vivendo com

HIV/aids nos momentos de atendimento na UREDIP.

Após a leitura faça a avaliação marcando um X em um dos números que estão na frente de cada afirmação. Dê a sua opinião de acordo com o que melhor represente o grau em cada critério:

Valoração

1-Totalmente adequado 2-Adequado

3-Parcialmente adequado 4-Inadequado

Para as opções 3 e 4, descreva o motivo pelo qual considerou esse item no espaço destinado após o item. Não existem respostas corretas ou erradas. O que importa é a sua opinião. Por favor, responda a todos os itens.

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1- OBJETIVOS – Referem-se aos propósitos, metas ou fins que se deseja atingir com a utilização da Tecnologia Educativa (TE)

1.1 As informações/conteúdos são ou estão coerentes com as necessidades cotidianas do público-alvo da TE

1 2 3 4

1.2 As informações/conteúdos são importantes para a qualidade do trabalho/qualidade de vida do público-alvo da TE

1 2 3 4

1.3 Convida e/ou instiga a mudanças de comportamento e atitude 1 2 3 4

1.4 Pode circular no meio científico da área 1 2 3 4

1.5 Atende aos objetivos de instituições em que trabalha/se atende o público-alvo da TE

1 2 3 4

Sugestões:

2- ESTRUTURA E APRESENTAÇÃO – Refere-se a forma de apresentar as orientações.

Isto inclui sua organização geral, estrutura, estratégia de apresentação, coerência e formatação.

2.1 A TE é apropriada para o público-alvo 1 2 3 4

2.2 As mensagens estão apresentadas de maneira clara e objetiva 1 2 3 4

2.3 As informações apresentadas estão cientificamente corretas 1 2 3 4

2.4 O material está apropriado ao nível sociocultural do público-alvo da TE

1 2 3 4

2.5 Há uma sequência lógica de conteúdo proposto 1 2 3 4

2.6 As informações estão bem estruturadas em concordância e ortografia

1 2 3 4

2.7 O estilo da redação corresponde ao nível de conhecimento do publico-alvo

1 2 3 4

2.8 As informações da capa, contracapa, sumário, agradecimentos e/ou apresentação são coerentes

1 2 3 4

2.9 O tamanho do título e dos tópicos estão adequados 1 2 3 4

2.10 As ilustrações estão expressivas e suficientes 1 2 3 4

2.11 O material (papel/impressão) está apropriado 1 2 3 4

2.12 O número de páginas está adequado 1 2 3 4

Sugestões:

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3 – RELEVÂNCIA –Refere-se às características que avalia o grau de significação do material educativo apresentado.

3.1 Os temas retratam aspectos-chave que devem ser reforçados 1 2 3 4

3.2 A TE permite a transferência e generalização do aprendizado a diferentes contextos

1 2 3 4

3.3 A TE propõe a construção de conhecimento 1 2 3 4

3.4 A TE aborda os assuntos necessários para o saber-fazer do público-alvo

1 2 3 4

3.5 Está adequada para ser usada pelo público-alvo da TE 1 2 3 4

Sugestões:

SUGESTÕES GERAIS:

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Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM

ANEXO B- INSTRUMENTO DE VALIDAÇÃO

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO - PÚBLICO-ALVO

Data / /

Nome: Tecnologia educacional para pessoas convivendo com HIV: estudo de

validação

Parte 1 – Perfil

Código:

Escolaridade

Idade a

Sexo: F ( ) M ( )

PARTE II- INSTRUÇÕES

Leia por favor, o material elaborado. No questionário a seguir, vamos marcar com um X em um dos números que estão na frente de cada afirmação. Dê sua opinião, de acordo com a opção que melhor represente o ponto de vista sobre cada critério:

Valoração:

1-Totalmente adequado 2-Adequado

3-Parcialmente adequado 4-Inadequado

Para as opções 3 e 4, descreva o motivo pelo qual considerou esse item no espaço destinado após o item. Não existem respostas corretas ou erradas. O que importa é a sua opinião. Por favor, responda a todos os itens.

1- OBJETIVOS – Referem-se aos propósitos, metas ou fins que se deseja atingir com a

utilização da TE.

1.1 Atende aos objetivos do público-alvo da TE 1 2 3 4

1.2 Ajuda durante o trabalho/atividades cotidianas do público-alvo da TE

1 2 3 4

1.3 Está adequada para ser usada pelo público-alvo da TE 1 2 3 4

Sugestões:

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2- ORGANIZAÇÃO – Refere-se à forma de apresentar as orientações. Isto inclui sua organização geral, estrutura, estratégia de apresentação, coerência e formatação.

2.1 A capa é atraente e indica o conteúdo da TE 1 2 3 4

2.2 O tamanho do título e do conteúdo nos tópicos está adequado 1 2 3 4

2.3 Os tópicos tem sequência lógica 1 2 3 4

2.4 Há coerência entre as informações da capa, contracapa, sumário, agradecimentos e/ou apresentação

1 2 3 4

2.5 O material (papel/impressão) está apropriado 1 2 3 4

2.6 O número de páginas está adequado 1 2 3 4

2.7 Os temas retratam aspectos importantes 1 2 3 4

Sugestões:

3- ESTILO DA ESCRITA – Refere-se à características linguísticas, compreensão e estilo da escrita da TE apresentada.

3.1 A escrita está em estilo adequado 1 2 3 4

3.2 O texto é interessante. O tom é amigável 1 2 3 4

3.3 O vocabulário é acessível 1 2 3 4

3.4 Há associação do tema de cada sessão ao texto correspondente 1 2 3 4

3.5 O texto está claro 1 2 3 4

3.6 O estilo da redação corresponde ao nível de conhecimento do público-alvo

1 2 3 4

Sugestões:

4- APARÊNCIA- Refere-se às características que avaliam o grau de significação da TE apresentada.

4.1 As páginas ou seções parecem organizadas 1 2 3 4

4.2 As ilustrações são simples – preferencialmente desenhos 1 2 3 4

4.3 As ilustrações servem para complementar os textos 1 2 3 4

4.4 As ilustrações estão expressivas e suficientes 1 2 3 4

Sugestões:

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5- MOTIVAÇÃO - Refere-se à capacidade do material em causar algum impacto, motivação e/ou interesse, assim como ao grau de significação do material educativo apresentado.

5.1 O material é apropriado para o perfil do público-alvo da TE 1 2 3 4

5.2 Os conteúdos da TE se apresentam de forma lógica 1 2 3 4

5.3 A interação é convidada pelos textos. Sugere ações 1 2 3 4

5.4 A TE aborda os assuntos necessários para o dia a dia do público-alvo da TE

1 2 3 4

5.5 Convida/instiga à mudanças de comportamento e atitude 1 2 3 4

5.6 A TE propõe conhecimentos para o público-alvo 1 2 3 4

Sugestões:

COMENTÁRIOS GERAIS E SUGESTÕES (Pode utilizar o verso da folha)

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ANEXO C- Autorização Institucional

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ANEXO D- Parecer Comitê de Ética em Pesquisa

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ANEXO D- Parecer Comitê de Ética em Pesquisa

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ANEXO D- Parecer Comitê de Ética em Pesquisa

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APÊNDICE A- CARTA-CONVITE - JUÍZES

Belém, de de 201 .

Prezado (a) Sr (a):

Eu, Gisele de Brito Brasil, mestranda do Curso de Mestrado em Enfermagem

associado Universidade do Estado do Pará e Universidade Federal do Amazonas,

em conjunto com a professora/orientadora Drª Ivaneide Leal Ataíde Rodrigues,

gostaríamos de convidá-lo (a) a ser um dos juízes no processo de validação do

material educativo intitulado: Tecnologia para pessoas convivendo com HIV:

estudo de validação.

Esta pesquisa se propõe a validar uma tecnologia educacional para pessoas

convivendo com HIV/aids e como objetivos específicos definiu-se: Analisar o parecer

de juízes especialistas sobre forma e conteúdo da tecnologia educacional e verificar

o grau de aceitabilidade da tecnologia educacional pelo público-alvo. Este material

em análise contém orientações voltadas para a saúde e bem estar desse grupo.

Esperamos contar com sua participação para o engrandecimento deste

trabalho. Informo que a metodologia do trabalho estipula um prazo de 10 a 15 dias

para o julgamento da cartilha e devolução de suas considerações.

Desde já agradecemos a sua participação.

Atenciosamente,

Gisele de Brito Brasil

Contato: 98271-023

Email: [email protected]

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Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM

APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - JUÍZES

Eu, Gisele Brasil, mestranda em enfermagem do mestrado associado UEPA/UFAM, venho convidá-lo (a) a participar da presente pesquisa intitulada “Tecnologia educacional para pessoas convivendo com HIV: estudo de validação” sob orientação da Profª. Doutora Ivaneide Leal Ataíde Rodrigues.

Este estudo se propõe a validar uma tecnologia educacional para pessoas convivendo com HIV e tem como objetivos específicos analisar o parecer de juízes especialistas sobre forma e conteúdo da tecnologia educacional e verificar o grau de aceitabilidade da tecnologia educacional pelo público alvo. Com o aceite você irá opinar se esta tecnologia é um instrumento válido e de confiabilidade para ser usado pelo público-alvo. Dessa forma os seus comentários e sugestões darão sustentação na validação e uso desta na rotina de uma unidade de referência.

A pesquisa não representará nenhum custo para você nem para os demais participantes, não havendo qualquer tipo de pagamento por sua participação, assim como para os pesquisadores e as instituições envolvidas. A qualquer momento você poderá desistir de participar e todo o material que você preencheu lhe será devolvido. Para evitar preocupação de que seus dados sejam divulgados, deixamos claro que o sigilo de sua identidade será mantido, pois os formulários usados na pesquisa serão identificados por códigos. Os resultados, se apresentados em eventos ou publicados em Revistas cientificas, não trará identificação individual. Todo o material produzido será utilizado somente nesta pesquisa, guardado por cinco anos e depois destruído.

Como benefícios, entende-se que a tecnologia favorecerá as pessoas convivendo com HIV no acesso à temas/orientações/sugestões que poderão facilitar o seu cotidiano na convivência com a patologia e na prevenção da transmissão e, para os profissionais que os atendem, facilitará esse processo de comunicação.

Se você tiver dúvidas e desejar esclarecimentos sobre a pesquisa ou mesmo sobre os seus direitos poderá fazer contato com o(s) pesquisador responsável ou com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará (CEP) conforme informações abaixo.

COMITÊ DE ÈTICA EM PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS – CEP/CAMPUS IV/CCBS / UEPA End. Av. José Bonifácio, 1289 CEP: 66063-010 Fone: (091) 3211.1600 Ramal: 1612, Email: [email protected] Pesquisador responsável: Gisele de Brito Brasil /End: Conj COHAB 2, n° 152 CEP: 66623-316 Fone: (91) 98271-0230, Email:

[email protected]

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CONSENTIMENTO LIVRE, APÓS ESCLARECIMENTO.

Eu declaro que li e/ou ouvi o

esclarecimento acima e compreendi as informações que me foram explicadas sobre

a pesquisa. Conversei com pesquisadora do projeto sobre minha decisão em

participar, ficando claros para mim quais são os objetivos da pesquisa, a forma como

vou participar, os riscos e benefícios e as garantias de confidencialidade e de

esclarecimento permanente. Ficou claro também, que a minha participação não tem

despesas nem receberei nenhum tipo de pagamento, podendo retirar o meu

consentimento a qualquer momento, sem penalidades ou prejuízos. Concordo

voluntariamente participar desse estudo, assinando este documento em todas as

páginas junto com o pesquisador. Estou ciente que uma cópia ficará comigo e a

outra com o pesquisador.

Belém, de 2016.

RG.:

Assinatura do voluntário

RG.:

Assinatura do responsável por obter o consentimento

RG.:

Assinatura do pesquisador responsável

Observação: este termo encontra-se descrito em 02 laudas que serão rubricadas pelo participante e pelo pesquisador responsável.

COMITÊ DE ÈTICA EM PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS – CEP/CAMPUS IV/CCBS / UEPA

End. Av. José Bonifácio, 1289 CEP: 66063-010 Fone: (091) 3211.1600 Ramal: 1612, Email: [email protected] Pesquisador responsável: Gisele de Brito Brasil /End: Conj COHAB 2, n° 152 CEP: 66623-316 Fone: (91) 98271-0230, Email: [email protected]

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Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

Mestrado Associado em Enfermagem UEPA / UFAM

APÊNDICE C- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PÚBLICO-ALVO

Eu, Gisele Brasil, mestranda em enfermagem do mestrado associado UEPA/UFAM, venho convidá-lo (a) a participar da presente pesquisa intitulada “Tecnologia educacional para pessoas convivendo com HIV: estudo de validação” sob orientação da Profª. Doutora Ivaneide Leal Ataíde Rodrigues.

Este estudo se propõe a validar uma cartilha para pessoas convivendo com HIV e tem como objetivos específicos analisar o parecer de juízes especialistas sobre forma e conteúdo da cartilha e verificar se ela pode ser entendida e aceita pelas pessoas que convivem com a doença. Se aceitar participar, você irá opinar se ela é válida para ser usada pelas pessoas atendidas por esse serviço. Dessa forma os seus comentários e sugestões ajudarão na sua validação e uso na rotina desta unidade de referência.

A pesquisa não trará nenhum custo para você nem para os demais participantes, não havendo qualquer tipo de pagamento por sua participação, assim como para os pesquisadores e as instituições envolvidas. A qualquer momento você poderá desistir de participar e todo o material que você preencheu lhe será devolvido. Para evitar preocupação de que seus dados sejam divulgados, deixamos claro que o sigilo de sua identidade será mantido, pois os formulários usados na pesquisa serão identificados por códigos. Os resultados, se apresentados em eventos ou publicados em revistas científicas não trará identificação individual. Todo o material produzido será utilizado somente nesta pesquisa, guardado por cinco anos e depois destruído.

Como benefícios, entende-se que esta cartilha favorecerá as pessoas convivendo com HIV para o acesso à temas/orientações/sugestões que poderão facilitar o seu dia a dia na convivência com a doença e na prevenção da transmissão. Para os profissionais que os atendem facilitará o processo de comunicação.

Se você tiver dúvidas e desejar esclarecimentos sobre a pesquisa ou mesmo sobre os seus direitos, poderá fazer contato com o(s) pesquisador responsável ou com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará (CEP) conforme informações abaixo.

COMITÊ DE ÈTICA EM PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS – CEP/CAMPUS IV/CCBS / UEPA

End. Av. José Bonifácio, 1289 CEP: 66063-010 Fone: (091) 3211.1600 Ramal: 1612, Email: [email protected] Pesquisador responsável: Gisele de Brito Brasil /End: Conj COHAB 2, n° 152 CEP: 66623-316 Fone: (91) 98271-0230, Email: [email protected]

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CONSENTIMENTO LIVRE, APÓS ESCLARECIMENTO.

Eu declaro que li e/ou ouvi o

esclarecimento acima e compreendi as informações que me foram explicadas sobre

a pesquisa. Conversei com pesquisadora do projeto sobre minha decisão em

participar, autorizando a gravação da entrevista, ficando claros para mim quais são

os objetivos da pesquisa, a forma como vou participar os riscos e benefícios e as

garantias de confidencialidade e de esclarecimento permanente. Ficou claro

também, que a minha participação não tem despesas nem receberei nenhum tipo de

pagamento, podendo retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem

penalidades ou prejuízos. Concordo voluntariamente participar desse estudo

assinando este documento em todas as páginas junto com o pesquisador. Estou

ciente que uma cópia ficará comigo e a outra com o pesquisador.

Belém, de 2016.

RG.:

Assinatura do voluntário

RG.:

Assinatura do responsável por obter o consentimento

RG.:

Assinatura do pesquisador responsável

Observação: Este termo encontra-se descrito em 02 laudas que serão rubricadas pelo participante e pelo pesquisador responsável.

COMITÊ DE ÈTICA EM PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS – CEP/CAMPUS IV/CCBS / UEPA

End. Av. José Bonifácio, 1289 CEP: 66063-010 Fone: (091) 3211.1600 Ramal: 1612, Email: [email protected] Pesquisador responsável: Gisele de Brito Brasil /End: Conj COHAB 2, n° 152 CEP: 66623-316 Fone: (91) 98271-0230, Email: [email protected]

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Av. José Bonifácio, 1289 – São Brás 66063-022 Belém – Pa

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