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RENATA GRACIOSO BORGES Tese de doutorado “Estudo da espacialização das prevalências de desnutrição e excesso de peso em pré-escolares de Araraquara/SP, em 2001 e 2004.” Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista/UNESP Araraquara/SP 2009

Tese de doutorado “Estudo da espacialização das ... · obesidade e outro para os dados de desnutrição. Para o ... em 2004. Os mapas de AI, ... Revisão Bibliográfica 26

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  • RENATA GRACIOSO BORGES

    Tese de doutorado

    Estudo da espacializao das prevalncias de desnutrio e

    excesso de peso em pr-escolares de Araraquara/SP, em 2001 e

    2004.

    Faculdade de Cincias Farmacuticas da Univers idade Estadual Paulista/UNESP

    Araraquara/SP 2009

  • Renata Gracioso Borges

    Estudo da espacializao das prevalncias

    de desnutrio e excesso de peso em pr-

    escolares de Araraquara/SP, em 2001 e

    2004.

    Tese apresentada ao Programa de Ps-

    Graduao em Alimentos e Nutrio

    da Faculdade de Cincias

    Farmacuticas da Universidade

    Estadual Paulista Jlio de Mesquita

    Filho, para obteno do grau de

    Doutora em Cincias dos Alimentos e

    Nutrio.

    rea de: CINCIAS NUTRICIONAIS

    Orientadora: Prof. Dr. Thas Borges Csar

    Co-orientador: Prof. Dr. Joo Bosco Faria

    ARARAQUARA SP

    2009

  • CAPES: 40500004

    CAPES: 40500004

    CAPES: 40500004

    Borges, Renata Gracioso

    B732e Estudo da espacializao das prevalncias de desnutrio e excesso de peso

    em pr-escolares de Araraquara, SP, em 2001 e 2004 / Renata Gracioso Borges.

    Araraquara, 2009.

    147 f.

    Tese (Doutorado) Universidade Estadual Paulista. Jlio de Mesquita Filho.

    Faculdade de Cincias Farmacuticas. Programa de Ps Graduao em Cincias

    Nutricionais.

    Orientadora: Thais Borges Cesar

    Co-orientador: Joo Bosco Faria

    1. Desnutrio Pr-escolares. 2. Obesidade Pr-escolares. 3. Estado

    Nutricional. 4. Espacializao. I. Cesar, Thais Borges, orient. II. Faria, Joo Bosco,

    co-orient. III.Ttulo.

    CDD: 641

  • COMISSO EXAMINADORA

    Prof. Dr. Thas Borges Csar

    (Orientadora)

    Prof. Dr. Jos Luz Riani Costa

    (membro)

    Profa. Dra. Maria Jacira Simes

    (membro)

    ________________________________________________________

    Profa. Dra. Marina Vieira da Silva

    (membro)

    Profa. Dra.Vera Mariza Henriques de Miranda Costa

    (membro)

    Araraquara, junho de 2009.

  • Existe um tempo certo para cada coisa,momento oportuno para cada propsito debaixo do Sol: Tempo de

    nascer,tempo de morrer; tempo de plantar,tempo de colher" (Eclesiastes 3:1-2)

  • Dedicatria

    Dedico especialmente minha amada me Dina Maria , que sem

    dvida, a principal responsvel por es ta minha conquista.

    Dedico a meu pai Jos Joaquim ( in memory).

    Dedico tambm s minhas irms Roberta e Flvia e s minhas

    queridas V Dina e tia Edona.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo especialmente a minha orientadora querida Profa. Dra. Thais Borges Csar pela confiana, dedicao, amizade e competncia. Agradeo ao meu co-orientador Prof. Dr. Joo Bosco Faria por ter sempre tido disponibilidade e vontade em me ajudar. Agradeo aos professores doutores da banca pelas convenientes sugestes que muito enriqueceram o trabalho. Aos funcionrios e docentes da Ps -graduao em Alimentos e Nutrio, pela oportunidade e disposio durante todo o perodo do curso. Aos funcionrios da biblioteca e demais tcnicos da FCFAR pelo auxlio dispensado, sempre com muita dedicao e pacincia. s secretrias da Ps-graduao Cludia Molina, Snia Ornellas e Laura Rosim. CAPES pelo apoio concedido. Agradeo muito a Deus pela oportunidade de realizar este dout orado, pela Sua proteo constante e pela fora extra nas dificuldades. Agradeo enfim a todos queles que contriburam para realizao deste trabalho!

    MUITO OBRIGADA!!

  • Resumo

    O presente estudo teve por objet ivo aval iar a evoluo das prevalncias

    de distrbios nutr ic ionais entre pr -escolares da rede municipal de

    ensino de Araraquara-SP, nos anos de 2001 e 2004, e distr ibuir tais

    prevalncias pelo espao geogrf ico da cidade (espacial izao). Com

    relao estrutura deste trabalho, o mesmo foi co nf igurado em forma

    de art igos, havendo um art igo referente aos dados de sobrepeso e

    obesidade e outro para os dados de desnutr io. Para o clculo do

    estado nutr icional, foram uti l izados dados antropomtricos de 7 .856 pr-

    escolares em 2001 e 2004. Para deteco do excesso de peso, foi

    ut i l izada a metodologia proposta por Cole et al . , 2000. Para

    desnutr io, foi ut i l izada metodologia recomendada pela Organizao

    Mundial da Sade, 2000, onde foram calculados os trs indicadores:

    altura para idade (AI), peso para idade (PI) e peso para altura (PA).

    Dados do censo IBGE 2000 sobre instruo e renda foram

    correlacionados com os dados nutr icionais . Foi real izada a

    espacial izao dos dados, onde as regies com maiores ndices de

    obesidade e desnutr io foram conside radas reas de r isco. As

    prevalncias mdias de obesidade e sobrepeso foram respectivamente

    6,3% e 12,4% em 2001; e 7,4% e 12,6%, em 2004. O mapa de 2001

    mostrou que a distr ibuio das prevalncias mais elevadas de

    sobrepeso e obesidade foi distr ibuda ao longo do municpio. Em 2004,

    a presena das prevalncias mais elevadas de sobrepeso e obesidade

    estava concentrada na rea central da cidade. Com relao

  • desnutr io, as mdias detectadas foram: 13% para o indicador altura

    para idade (AI), 10% para o ind icador peso para idade (PI) e 5% para o

    indicador peso para altura (PA), em 2001; e 3% para AI, 3,3% para PI e

    4% para PA, em 2004. Os mapas de AI, PI e PA mostraram que houve

    diferenciao da local izao das maiores prevalncias em 2001 e 2004.

    No entanto, de maneira geral, o df icit estatural permaneceu alocado

    nas reas perifricas do municpio. Foi feita a correlao com os dados

    de instruo e renda e desnutr io, onde foram encontradas correlaes

    signif icat ivas entre a prevalncia de desnutr io AI e m 2001 e instruo

    (p

  • Abstract

    The present study looked for to evaluate the evolut ion of the nutr it ional

    disturbances prevalences among preschoolars of the municipal net of

    teaching of Araraquara-SP, in the years of 2001 and 2004, and to

    distr ibute such prevalences for the geographical space of the city

    (mapping). Regarding the structure of this work, the same was

    conf igured in form of goods, having an art ic le regarding the overweight

    data and obesity and other for the malnutr it ion data. For the calculat ion

    of the nutr it ional state, data anthropometric of 7 .856 preschool were

    used in 2001 and 2004. For excess weight, the methodology used was

    Cole et al . , 2000. For malnutr it ion, it was used methodology

    recommended by the World Organization of the Health, 2000, where the

    three indicators were calculated: height for age (HA), weigh for age

    (WA) and weigh for height (WH). Data of the census IBGE 2000 on

    instruct ion and income was correlated with the nutr it ional data. The

    mapping of the data was accomplished, where the areas with larger

    malnutr it ion and obesity indexes were considered r isk areas. The

    medium prevalences of obesity and overweight were, respectively 6.3%

    and 12.4% in 2001; and 7.4% and 12.6%, in 2004. The map of 2001

    showed that the distr ibut ion of the highest prevalences of overweight

    and obesity was distr ibuted along the ci ty. In 2004, the distr ibut ion of

    the highest prevalences of overweight and obesity was concentrated in

    the central area of the city. Regarding the malnutr it ion, the detected

    averages were: 13% for the indicator height for age (HA), 10% for the

  • indicator weigh for age (WA) and 5% for the indic ator weigh for height

    (WH), in 2001; and 3% for HA, 3 .3% for WA and 4% for WH, in 2004.

    The maps of HA, WA and WH showed that there was dif ferentiat ion of

    the location of the largest prevalences in 2001 and 2004. However, in a

    general way, the high def icit stayed al located in the outlying areas of

    the city. I t was made the correlat ion with the data of IBGE and

    malnutr it ion, where signif icant correlat ions were detected among the

    malnutr it ion prevalence HA in 2001 versus instruct ion ( p

  • SUMRIO

    Introduo 19

    Objetivos 24

    Reviso Bibliogrfica 26

    Aspectos Nutricionais 27

    Aspectos Socioeconmicos 32

    Geoprocessamento 36

    Referncias Bibliogrficas 40

    1: Espacializao de prevalncias de sobrepeso e obesidade

    em pr-escolares de Araraquara -SP

    48

    Resumo 49

    Abstract 51

    Introduo 53

    Casustica e mtodos 55

    Resultados 60

    Anlise descritiva 60

    Espacializao dos dados 68

    Discusso 74

    Referncias bibliogrficas 79

    2: Espacializao de prevalncias de desnutrio em pr -

    escolares de Araraquara-SP e correlaes socioeconmicas

    82

    Resumo 83

    Abstract 84

    Introduo 86

    Casustica e mtodos 88

    Resultados 94

    Anlise descritiva 94

    Espacializao dos dados 100

    Avaliao socioeconmica 112

    Correlaes 123

    Discusso 123

    Referncias bibliogrficas 131

    Concluses 135

    Anexo e Apndices 138

  • Lista de Quadros

    Quadro I . Indicadores sociais e econmicos do municpio de

    Araraquara/SP.

    35

    Quadro 1.1. Pontos de corte para ndice de Massa Corprea (IMC)

    para sobrepeso e obesidade para ambos os sexos de 2 a 18 anos,

    definidos a partir do IMC 25 e 30 kg/m 2 para idade de 18 anos, obtido

    da mdia dos dados do Brasil , Gr -Bretanha, Hong Kong, Holanda ,

    Cingapura e Estados Unidos Fonte: COLE et al . , 2000.

    59

    Quadro 2.1. Evoluo de dficit ponderal entre crianas menores de

    5 anos no Brasil , de acordo com as ltimas cinco Pesquisas de escopo

    Nacional realizada no Brasil envolvendo estado nutricional infantil .

    124

  • Lista de Tabelas

    Tabela 1.1. Nmero de pr-escolares por Centro de Educao e

    recreao (CER) nos anos de 2001 e 2004, em Araraquara/SP.

    61

    Tabela 1.2. Prevalncia de sobrepeso e obesidade entre pr -

    escolares da rede municipal de ensino de Araraquara /SP.

    62

    Tabela 1.3 . Distribuio (em grupos) das prevalncias de sobrepeso,

    mdia, desvio padro, diferenas e significncia estatstica (tes te t).

    64

    Tabela 1.4. Distribuio (em grupos) das prevalncias de obesidade,

    mdia, desvio padro e significncia estatstica (teste t).

    66

    Tabela 2.1 . Nmero de pr-escolares por Centro de Educao e

    recreao (CER) nos anos de 2001 e 2004, em Araraquara/SP.

    95

    Tabela 2.2. Prevalncia de desnutrio e deficincia nutricional de

    acordo com os indicadores AI, PI e PA nos CERs nos anos de 2001 e

    2004, em Araraquara/SP.

    97

    Tabela 2.3. Significncia estatstica (teste t) das prevalncias de

    desnutrio.

    100

    Tabela 2.4. Nvel de instruo (em anos de estudo) dos moradores

    responsveis pelos domiclios das reas de abrangncia das CERs.

    113

    Tabela 2.5. Distribuio dos rendimentos (salrios mnimos, SM)*

    de moradores responsveis pelos domiclios das reas de

    abrangncia dos CERs de Araraquara/SP , em 2000.

    114

    Tabela 2.6. Mdia e moda de renda e instruo em cada CER e mdia

    global de renda e instruo das CERs, Araraquara/SP .

    117

  • Lista de Figuras

    Figura 1.1. CERs com queda ou acrscimo das prevalnci as de

    sobrepeso em 2001 e 2004.

    65

    Figura 1.2. CERs com queda ou acrscimo das prevalncias de

    obesidade em 2001 e 2004.

    67

    Figura 1.3. Distribuio espacial das prevalncias de sobrepeso em

    pr-escolares em 2001.

    69

    Figura 1.4. Distribuio espacial da s prevalncias de sobrepeso em

    pr-escolares em 2004.

    70

    Figura 1.5. Distribuio espacial das prevalncias de obesidade em

    pr-escolares em 2001.

    72

    Figura 1.6. Distribuio espacial das prevalncias de obesidade em

    pr-escolares em 2004.

    73

    Figura 2.1 . Diferena das prevalncias de desnutrio de acordo com

    os indicadores AI, PI e PA em 2001 e 2004.

    99

    Figura 2.2. Distribuio espacial das prevalncias de desnutrio de

    altura para idade (AI) em pr -escolares em 2001.

    102

    Figura 2.3. Distribuio espacial das prevalncias de desnutrio de

    altura para idade (AI) em pr -escolares em 2004.

    103

    Figura 2.4. Distribuio espacial das prevalncias de desnutrio de

    peso para idade (PI) em pr -escolares em 2001.

    105

    Figura 2.5. Distribuio espacial das pr evalncias de desnutrio de

    peso para idade (PI) em pr -escolares em 2004.

    106

    Figura 2.6. Distribuio espacial das prevalncias de desnutrio de

    peso para altura (PA) em pr -escolares em 2001.

    108

    Figura 2.7. Distribuio espacial das prevalncias de desnutrio de

    peso para altura (PA) em pr -escolares em 2004.

    109

    Figura 2.8. Prevalncia de desnutrio AI, PI e PA em pr -escolares em

    2004.

    111

    Figura 2.9. Distribuio percentual de nvel de rendimentos em SM

    entre os responsveis pelos domiclios das reas de abrangncia dos

    CERs de Araraquara/SP. Fonte : I BGE , 2 0 0 0 .

    115

    Figura 2.10. Mdia e moda dos anos de estudo dos responsveis pelos

    domiclios na rea de abrangncia dos CERs, Araraquara/SP. Fo n te : IBG E ,

    2 0 0 0 .

    116

  • Figura 2.11. Mdia e moda da varivel dos rendimentos dos

    responsveis pelos domiclios na rea de abrangncia dos CERs,

    Araraquara/SP. Fon te : IBGE , 2 0 0 0 .

    118

    Figura 2.12. Prevalncia mdia de nvel de instruo dos moradores das

    reas de abrangncia dos CERs de Araraquara/SP.

    118

    Figura 2.13. Prevalncia mdia de nvel de renda dos moradores das reas de

    abrangncia dos CERs de Araraquara/SP .

    120

    Figura 2.14. Prevalncias de desnutrio de altura para idade, peso

    para idade e peso para altura em pr -escolares em Araraquar a/SP, nos

    anos de 2001 e 2004 .

    122

  • Glossrio

    Desnutrio de altura para idade (AI): dficit estatural . Reflete o

    crescimento linear e seu dficit indica, em longo prazo, uma

    inadequao nutricional cumulativa. Nanismo.

    Desnutrio de peso para altura (PA): reflete o peso corporal em

    relao altura. Um termo usado para descrever um recente e severo

    processo de extrema perda de peso, geralmente conseqncia de

    fome ou doena aguda. Magreza.

    Desnutrio de peso para idade (PI): dficit ponderal. Reflete a

    massa corporal em relao idade. Este ndice influenciado tanto

    pela altura como pelo peso da criana e sua natureza composta

    proporciona uma natureza complexa. Abaixo do peso.

    ndice de massa corporal ou corprea (IMC): Trata-se de um

    mtodo fcil e rpido para a avaliao do nvel de gordura de cada

    pessoa, ou seja, um preditor internacional de obesidade adotado

    pela Organizao Mundial da Sade (OMS).

    Risco ou deficincia nutricional : estado nutricional que se encontra

    a criana, o qual lhe confere maior vulnerabilidade ao

    desenvolvimento da desnutrio.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_da_Sa%C3%BAde

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 18

    Lista de Siglas e Abreviaturas

    AI Indicador de desnutrio altura para idade

    CDC Centers for Disease Control and Prevention

    CERs Centros municipais de recreao e educao

    DEP Desnutrio energtico -protica

    ENDEF Estudo Nacional da Despesa Familiar

    IDH-M ndice de Desenvolvimento do Municpio

    IMC ndice de Massa Corporal

    IOFT International Obesity Task Force

    NV Nascidos vivos

    p Nvel de significncia

    PA Indicador de desnutrio peso para altura

    PNDS Pesquisa Nacional sobre Demografia e Sade

    PEA Populao economicamente at iva

    PI Indicador de desnutrio peso para idade

    PNSN Pesquisa Nacional sobre Sade e Nutrio

    POF Pesquisa de Oramentos Familiares

    OMS Organizao Mundial de Sade

    OPAS Organizao Pan-Americana de Sade

    R Coeficiente de correlao de Pearson

    SM Salrio Mnimo

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 19

    Introduo

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 20

    As evidncias indicam que o meio ambiente, permeado pelas

    condies materiais de vida e pelo acesso aos servios de sade e

    educao, determina padres caracterst icos de sade e doena na

    criana (ASSIS e BARRETO, 2000). Variveis como renda famil iar,

    escolar idade, entre outras, esto condicionadas, em lt ima instncia,

    forma de insero das faml ias no processo de produo, ref let indo na

    aquisio de alimentos (MONTEIRO et al . , 2000) e, conseqentemente,

    no estado nutr icional.

    A desnutr io nos primeiros anos de vida, ref let ida por

    indicadores antropomtricos do estado nutr ic ional, um dos maiores

    problemas de sade enfrentados por pases em desenvolvimento. H

    evidncias exaust ivas de que df icit s de crescimento na infncia esto

    associados maior mortal idade, excesso de doenas infecciosas,

    prejuzo para o desenvolvimento psico -motor, menor aproveitamento

    escolar e menor capacidade produtiva na idade adulta (BLACK et al. ,

    2008, VICTORA et al . , 2008).

    No entanto, tem sido observado no Brasi l um declnio da

    desnutr io infanti l resultado de uma combinao entre um aumento do

    poder aquisit ivo das faml ias e uma expanso do acesso da populao a

    servios pbl icos essenciais (MONTEIRO et al. , 2000; MONTEIRO et al. ,

    2002).

    O aumento do poder aquisit ivo familiar das cr ianas brasi leiras

    entre 1996 e 2007, sobretudo nas classes de menor poder aquisit ivo,

    consistente com est imativas baseadas nas Pesquisas Nacionais sobre

    Amostragem de Domicl ios (PNAD) que indicam melhoria na distr ibuio

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 21

    da renda nacional e reduo da proporo de indivduos vivendo com

    renda abaixo da l inha da pobreza, part icularmente a part ir de 2003

    (MONTEIRO et al. , 2000; MONTEIRO et al. , 2002) .

    Para estudiosos do assunto, a tendncia recente de melhor ia na

    distr ibuio da renda e reduo da pobreza no Brasi l ser ia

    conseqncia da reativao do crescimento econmico e da

    conseqente diminuio do desemprego, de reajustes do salrio mnimo

    acima da inf lao e da forte expanso da cober tura dos programas de

    transferncia de renda (NERI, 2007).

    A evoluo favorvel da escolar idade materna entre 1996 e 2007,

    o fator singular que mais contr ibuiu para o declnio da desnutr io no

    perodo encontra correspondncia na virtual universal izao do acesso

    ao ensino fundamental e na melhoria de indicadores do seu

    desempenho, observadas no Brasil ao longo da dcada de 1990

    (DRAIBE, 2003).

    Note-se que a maioria das mes das cr ianas estudadas em 2007

    cursou ou t inha idade para cursar o ensino fundamen tal na dcada de

    1990 enquanto para a maioria das mes das crianas estudadas em

    1996 o perodo de referncia para o ensino fundamental foi a dcada de

    1980. A expanso do acesso de mes e crianas assistncia sade,

    por sua vez, coincide com a expanso no Pas do Programa de Sade

    da Faml ia (PSF), cuja proposta enfat iza a preveno e a educao em

    sade e a promoo da eqidade na oferta de servios (SANTANA e

    CARMAGNANI, 2001) .

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 22

    Em 1998, 3.062 equipes do PSF estavam presentes em cerca de

    um quinto dos municpios brasileiros, cobrindo cerca de dez milhes de

    pessoas; em 2006, 26.729 equipes do PSF estavam presentes em mais

    de 90% dos municpios, cobr indo 86 milhes de pessoas e a melhoria

    discreta nas condies de saneamento dos domicl ios onde vivem as

    crianas brasi leiras consistente com a relat ivamente lenta expanso

    da cobertura das redes pbl icas de coleta de esgoto e abast ecimento de

    gua no Brasi l (BRASIL, 2004). Entre 2001 e 2006, a cobertura da rede

    de esgoto passou de 45,4% para 48,5%. No mesmo perodo, a cobertura

    da rede de gua passou de 81,1% para 83,2% (IBGE, 2008).

    Estudiosos das polt icas sociais no Brasi l tm ch amado a ateno

    para a menor vis ibil idade e menor atrat ivo polt ico dos invest imentos em

    saneamento bsico e para a necessidade de priorizar este tema na

    agenda brasi leira das polt icas pblicas (NERI b , 2007).

    Por outro lado, alguns dados epidemiolgicos e m populaes

    lat ino-americanas demonstram o crescimento da obesidade como um

    problema mais f reqente e mais grave que a desnutr io, em

    decorrncia da reduo da misria entre as camadas mais pobres da

    populao. Esse fenmeno conhecido como transio nu tr icional, que

    sobrecarrega o sistema de sade com uma demanda crescente de

    atendimento a doenas crnicas no transmissveis (DCNT)

    relacionadas com a obesidade. provvel que 200.000 pessoas morram

    anualmente em conseqncia destas complicaes na Amri ca Latina

    (CONSENSO, 1998).

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102009000100005&lng=en&nrm=iso#backe#backe

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 23

    A uti l izao de eventos georreferenciados na rea de sade, em

    nvel local, tem se tornado cada vez mais t i l como ferramenta para

    planejamento e gesto da rea de sade (SOUZA et al. , 2008). As

    vantagens na ut i l izao das tcn icas de geoprocessamento envolvem a

    descr io da populao com risco aumentado para a doena, a

    associao entre dados espaciais e caracterst icas demogrf icas, a

    contr ibuio para o planejamento de polt icas pbl icas e a aval iao

    das mesmas (EDELMAN, 2007).

    Desta forma, o estudo do estado nutr ic ional de pr -escolares e o

    mapeamento das prevalncias detectadas pela base cartogrf ica

    municipal de Araraquara/SP, tornam-se importantes.

    Este trabalho est sendo apresentado na forma de art igos. Assim,

    aps a apresentao desta introduo, objet ivos, reviso bibl iogrf ica,

    casust ica e mtodos, surgem dois captulos em forma de art igo, sendo

    eles:

    1. Espacial izao de prevalncias de sobrepeso e

    obesidade em pr-escolares de Araraquara/SP.

    2. Espacial izao de prevalncias de desnutr io em pr-

    escolares de Araraquara/SP e correlaes

    socioeconmicas.

    Ambos os trabalhos t iveram o mesmo conjunto de dados dos pr -

    escolares. Dessa forma, a casust ica coincidente nos dois art igos.

    Poster iormente, so apresentadas as consideraes f inais do

    trabalho, apndices e anexos.

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 24

    Objetivos

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 25

    Objetivo Geral

    Avaliao da evoluo das prevalncias de distrbios nutr icionais

    entre pr-escolares da rede municipal de ensino de Araraquara -SP, nos

    anos de 2001 e 2004.

    Objetivos Especficos

    Anl ise do estado nutr ic ional de 3751 pr -escolares em 2001 e

    4105 em 2004 atendidos em 24 pr-escolas da rede municipal de

    ensino de Araraquara, por meio das var iveis antropomtricas de

    peso, altura, idade e sexo;

    Anl ise do nvel de instruo e renda dos moradores

    responsveis pelos domicl ios das reas de abrangncia das pr -

    escolas;

    Elaborao de mapas temticos por meio da espacializao das

    prevalncias de distrbio nutr icional e do nvel de instruo e

    renda detectadas pela base cartogrf ica municipal;

    Avaliao da tendncia das prevalncias de distrbios

    nutr ic ionais detectadas nos anos de 2001 e 2004 e sua possvel

    correlao com o nvel de renda e instruo do s responsveis

    pelos domicl ios.

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 26

    Reviso Bibliogrfica

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 27

    1. Aspectos Nutricionais

    O estado nutr ic ional exerce inf luncia decisiva nos r iscos de

    morbimortalidade e no crescimento e desenvolvimento infanti l, o que

    torna importante a implementao de anl ises nutr ic ionais desse grupo

    mediante procedimentos diagns t icos que possibi l i tem precisar a

    magnitude, o comportamento e os determinantes dos agravos

    nutr ic ionais, assim como ident if icar os grupos de r isco e as

    intervenes adequadas (RIBAS et al . , 1999). A situao nutr ic ional

    torna-se problemt ica em seus extremos, tanto para a escassez, com a

    desnutr io, quanto para o excesso, com a obesidade. O grau e a

    distr ibuio da desnutr io em uma populao dependem de fatores

    como: situao polt ica e econmica, nvel de educao e sanit izao,

    produo de al imentos, prt ica do aleitamento materno, prevalncia de

    doenas infecciosas, existncia e efet ividade de programas nutr ic ionais

    e disponibi l idade e qualidade dos servios de sade ( MLLER ;

    KRAWINKEL , 2005). Sendo a desnutr io infanti l um problema

    mult ifatorial, sua prevalncia apresenta diferenas importantes entre

    pases, entre regies de um mesmo pas, entre populaes urbanas e

    rurais, entre faml ias vivendo em uma mesma comunidade e entre

    crianas de uma mesma faml ia (OLINTO et al. , 1993).

    A pobreza a pr incipal causa l igada desnutr io e aos seus

    determinantes e ameaa infncia, ao expor milhes de crianas

    al imentao inadequada e a doenas que poderiam ser facilmente

    evitadas ou curadas por meio de medicamentos e de vacinas de baixo

    custo (UNICEF, 2005).

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 28

    Do lado oposto desnutr io, tem-se a obesidade, a qual pode

    ser conceituada como uma doena crnica caracter izada pelo acmulo

    excessivo de energia, sob a forma de t r iglicrides, no tecido adiposo

    distr ibudo pelo corpo e pode provocar prejuzos sade, por facil i tar o

    desenvolvimento ou agravamento de doenas associadas (LIMA et al . ,

    2004). uma doena de dif c i l controle, com alto percentual de

    insucesso teraput ico e de recidivas, podendo apresentar, na sua

    evoluo, sr ias repercusses orgnicas e psicossociais. Os pi lares

    fundamentais no tratamento da obesidade so as modif icaes de

    comportamento e de hbi tos de vida, que incluem mudanas no plano

    al imentar e na at ividade f s ica (GAMBA; BARROS, 1999). Crianas

    obesas tm maior probabi l idade de se tornarem adultos obesos.

    Segundo Gamba e Barros Jnior, (1999), o controle da obesidade em

    adultos tem se mostrado pouco ef icaz, parecendo mais adequado a

    identif icao das cr ianas de r isco e procurar adotar a prof i laxia do

    distrbio nutr ic ional. O diagnstico precoce e as intervenes no

    perodo cr t ico do desenvolvimento da obesidade ( infncia e

    adolescncia) tm sido recomendados para evitar desfechos

    desfavorveis na idade adulta (TRICHES; GIUGLIANI , 2005).

    Diversos estudos tm demonstrado que o Brasi l, assim como

    outros pases em desenvolvimento, convive com a transio nutr ic ional,

    determinada freqentemente pela m-alimentao (BATISTA e RISSIN,

    2003; BERMUDEZ, 2003). Ao mesmo tempo em que se assiste

    reduo contnua dos casos de desnutr i o, so observadas

    prevalncias crescentes de excesso de peso, contr ibuindo com o

    aumento das doenas crnicas no transmissveis (WHO, 2002).

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 29

    O processo de transio consiste na substituio de um padro

    de doenas e mortes caracterst ico de um estgio h istr ico de

    subdesenvolvimento econmico, social e de sade por um outro padro,

    que resultar ia no modelo mais atual dos pases de avanada economia

    de mercado. Os mecanismos internos e externos desse processo e seus

    resultados, apresentando algumas var ian tes, teriam em comum esse

    salto quali tat ivo e quantitat ivo no modelo de desenvolvimento

    econmico-social, implicando necessar iamente a mudana de uma

    situao prpr ia do passado para uma nova e radicalmente diferente

    situao no presente (ESCODA, 2002; FERREIRA et al . , 2005) .

    A part ir de 1974, o panorama nutr icional no Brasi l apresentou

    mudanas marcantes e at surpreendentes. Dessa forma, o df ic it

    estatural de cr ianas menores de cinco anos decaiu em torno de 75%,

    entre a l inha de base de 1974/1975 e os anos de 2002/2003 (IBGE,

    2002/2003). Simultaneamente, inic ia -se a elevao epidmica do

    sobrepeso/obesidade em adultos, com variaes notveis de sexo e de

    rea geogrf ica. Em sent ido oposto marcante diminuio da

    desnutr io em crianas, a obesidade em homens adultos prat icamente

    tr ipl icou entre a metade dos anos 70 e o incio dos anos 2000,

    aumentando em mais de 50% nas mulheres. Em 1974/1975, a

    prevalncia de baixo peso para estatura em mulheres e homens adultos

    era bem maior do que a ocorrncia de obesidade. No entanto, o peso

    excessivo (IMC entre 25-29,9kg/m2) j se manifestava em 18% dos

    homens e 27% das mulheres. Desde ento, instalou -se o processo

    epidmico do sobrepeso/obesidade que, atualmente, j at inge cerca de

    50% da populao adulta (MALAQUI AS et al. , 2008) .

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 30

    As razes deste fenmeno no so totalmente claras, mas

    evidente que, nos pases muito pobres, o consumo calr ico das pessoas

    mais pobres pode ser l imitado pela escassez de alimentos, e que as

    altas demandas por energia do trabalho manual e das at ividades dir ias

    de sobrevivncia dif icultem que elas alcancem um equil br io energtico

    posit ivo e ganhem peso. Nos pases em desenvolvimento mais

    urbanizados e com um PIB mais elevado, a escassez de alimentos pode

    no ser mais o fator central que expl ique o consumo calrico. Pelo

    contrrio, a disponibil idade de al imentos baratos e com alta densidade

    calrica (vendidos por ambulantes e restaurantes fast -food) pode

    facil i tar o consumo de maior quantidade de calorias (DOAK et al. ,

    2005). O acesso amplo televiso favorecer ia um est i lo de vida

    sedentrio e restr ito ao ambiente domstico, reduzindo ainda mais o

    gasto energtico mdio dir io. Nos segmentos mais abastados desta

    mesma populao, essas inf luncias podem ser contrabalanadas pelo

    acesso a uma melhor educao acerca da sade e nutr io, uma renda

    suf iciente para adquir ir al imentos mais saudveis (que so , no geral,

    mais caros), maior quantidade de tempo para prat icar uma atividade

    f sica, bem como um melhor acesso ao tratamento de sade, o que

    ajudar ia a cuidar de problemas relacionados ao excesso de peso

    (GOMES et al . , 2002).

    Segundo Monteiro et al . , 1986, a importncia do nvel de renda na

    determinao de condies de sade decorre da ampla inf luncia que

    esta exerce na possibi l idade de aquisio e ut i l izao de bens e

    servios essenciais manuteno do estado de sade, tais como

    al imentao, moradia, vestur io e saneamento.

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 31

    O saber ler e escrever da me tambm pode inf luenciar o estado

    de nutr io do f i lho, pois o meio informal de trans ferncia de

    conhecimentos da me pode se art icular com outros fatores do meio

    social, como trabalho, renda e condies de ambiente f s ico

    (ENGSTROM e ANJOS , 1999).

    A contr ibuio do ambiente urbano para o paradoxo do baixo

    peso/sobrepeso provavelmente cont inuar aumentando, uma vez que se

    prev que a maior parte do crescimento populacional nos prximos 30

    anos se dar em reas urbanas, e quase todas estas esto local izadas

    em pases em desenvolvimento (CABALLERO, 2005).

    Abordar o fardo duplo da obesidade e desnutr io constitui um

    desaf io central para as polt icas de sade dos pases em

    desenvolvimento. Todavia, algumas das intervenes que visam reduzir

    a subnutr io infanti l podem ser tambm teis na reduo dos r iscos de

    obesidade e doenas crnicas entre os adultos. H, por exemplo,

    evidncias de que o aleitamento materno, componente central das

    estratgias de sobrevivncia das cr ianas menores de um ano, possa

    oferecer alguma proteo contra a obesidade e diabetes do t ipo 2 na

    idade adulta (WHO, 2003; DEWEY, 2003; KRIES et al . , 1999). Tambm

    est claro que melhorar a condio nutr ic ional das mulheres em idade

    reprodut iva e garantir o atendimento pr -natal reduz o nmero de

    adultos com maior r isco de obesidade decorrente da desnutr io fetal

    ou infanti l. Reduzir o ambiente de obesos nas reas urbanas do mundo

    em desenvolvimento pode ser mais desaf iador (SERDULA et al . , 1993).

    Os governos e organizaes no-governamentais devem

    desempenhar um papel at ivo na proteo do ambiente que envolve o

    crescimento e o desenvolvimento de crianas e adultos, no

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 32

    monitoramento do mercado de al imentos e na facil i tao de inic iat ivas

    comunitrias que visem promover a al imentao saudvel e a at ividade

    f sica. Todavia, o outro grande desaf io para os pases em transio

    nutr ic ional reduzir as disparidades socioeconmicas e de acesso

    sade nas reas urbanas. Assim, programas de combate pobreza

    urbana e aumento do acesso ao sistema de sade podem exercer um

    impacto indireto, porm importante, sobre o r isco de obesidade

    (CABALLERO, 2005).

    2. Aspectos Socioeconmicos

    2.1. Censo Demogrfico 2000

    A primeira contagem da populao do Brasi l foi real izada em

    1872, ainda durante o Imprio; mas foi a part ir de 1890, j sob a

    Repblica, que o Censo Demogrf ico se tornou decenal. O Brasi l

    mantm um excelente retrospecto de levantamentos regulares e

    inovadores do Censo Demogrf ico, tendo sido, por exemplo, o pr imeiro

    pas a incluir questes sobre fecundidade e um dos poucos da Amrica

    Latina a pesquisar rendimento (IBGE, 2000).

    A coleta do Censo Demogrf ico 2000 foi realizada no perodo de

    1o de agosto a 30 de novembro de 2000, abrangendo 215 .811 setores

    censitrios, que constituram as menores unidades terr itor iais da base

    operacional do censo. A operao censitria mobil izou mais de 200 mil

    pessoas, em pesquisa a 54.265.618 domicl ios nos 5.507 municpios

    existentes no ano de 2000, das 27 Unidades da Federao.

    Os resultados do Censo Demogrf ico 2000 revelam o retrato do

    pas no f im do milnio e podem ser consideradas as principais fontes de

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 33

    informaes para a anl ise sobre a real idade nacional, servindo para

    fundamentar o exerccio da cidadania, as polt icas pbl icas e os

    investimentos pr ivados, entre outros aspectos. Os censos produzem

    informaes imprescindveis para a def inio de polt ic as pbl icas e

    para a tomada de decises de invest imento, sejam eles provenientes da

    inic iat iva pr ivada ou de qualquer nvel de governo. Os municpios foram

    avaliados por regio censitria e quatro parmetros foram anal isados:

    domicl io, instruo, pessoas e responsvel.

    No primeiro parmetro, Domicl io, aval iou -se a condio da

    residncia, a presena ou ausncia de saneamento bsico, dest ino do

    l ixo, nmero de moradores e t ipo de construo. No parmetro Instruo

    avaliou-se o nvel de escolaridade dos ent revistados e famil iares. No

    parmetro Pessoas analisou-se o t ipo de residncia, nmero e sexo dos

    moradores. No parmetro Responsvel avaliou-se a idade, sexo, nvel

    de renda e escolaridade das pessoas responsveis pelo domicl io.

    O municpio de Araraquara foi desmembrado em 268 regies

    censitrias, as quais foram divididas por cdigo em duas reas: Vi la

    Xavier e Municpio de Araraquara (IBGE, 2000).

    Neste trabalho, tais regies censitr ias foram agrupadas de

    acordo com a rea de inf luncia das pr -escolas, ou seja, as regies

    censitrias foram agrupadas em bairros e os mesmos agrupados por

    rea de abrangncia das pr-escolas. A part ir desse agrupamento foi

    real izado o levantamento do nvel de instruo e renda dos

    responsveis legais pelo domicl io.

    Alm disso, em funo dos dados deste estudo serem de 2001 e

    2004, as caracterst icas socioeconmicas apresentadas do municpio de

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 34

    Araraquara foram referentes ao Censo de 2000. Informaes atuais

    sobre o municpio de Araraquara constam no Anexo I.

    Caracter st icas do Municpio de Araraquara

    O municpio de Araraquara, conhecido como Morada do Sol, conta

    com uma rea de 1.006 Km 2 , estando localizado na regio central do

    Estado de So Paulo, a 646 metros em nvel do mar. Seu clima

    tropical de alt itude, com temperatura mdia de 31C. Conta com uma

    populao de 182.471 habitantes, sendo 88.742 homens e 93.729

    mulheres. Na rea urbana, h 173.335 habitantes e na rea rural 8.903

    pessoas (IBGE, 2000).

    Araraquara possua, em 2002, 53 estabelecimentos de ensino

    fundamental, sendo 9 estabelecimentos de ensino municipal. Quanto ao

    ensino pr-escolar conta com 32 estabelecimentos, sendo todos de

    competncia municipal e na rea urbana (BRASL, 2002). A taxa de

    alfabetizao de adultos era de 0,948. Na rea de sade, poss ua 4

    hospitais, 37 unidades ambulatoriais e 15 centros de sade. A

    esperana de vida ao nascer (2000) era de 72,1 anos. O coef iciente de

    mortalidade infanti l (2000) era de 11/1000 NV (nascidos vivos). O

    ndice de Desenvolvimento do Municpio (IDH-M) era de 0,830, sendo

    sua classif icao nacional (IDH-M) na 133a posio. O IDHM

    longevidade era de 0,786, o IDHM Educao de 0,915 e o IDHM Renda

    de 0,789 (IBGE, 2000). Dentre as at ividades econmicas, Araraquara

    possui at ividades diversif icadas incluindo re as: agricultura (cana-de

    acar e laranja em grande escala), agroindstr ia sucro-alcooleira e

    citr cola, equipamentos industr iais, setor txt i l e qumico (DIAS, 2000).

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 35

    O Quadro I mostra indicadores sociais e econmicos do municpio de

    Araraquara/SP .

    Quadro I: Indicadores sociais e econmicos do municpio de

    Araraquara/SP em 2000.

    FONTE: Censo IBGE-2000

    UF SP

    rea do munic p io (2000) 1 .005,95 km2

    Loca l i zao Lat i tude Sul : 21 47 37 e Long i tude Oes te 48 10 52 de Greenwich

    C l ima Trop ica l de A l t i t ude

    Temperatu ra mdia 21,7 C

    Populao es t imada (01/06 /2006) 199.657

    Homens res identes (2000) 88.742

    Mulhe res res identes (2000) 93.729

    Taxa de c resc imento anual es t imada (1996 -2000)

    1 ,4

    Esperana de v i da ao nasc er (2000) 72,166

    Coef ic i ente de mor ta l i dade in fant i l (2002)

    11/1000 NV

    nd ice de Desenvo l v imento do Munic p io ( IDH-M)

    0 ,830

    Class i f i cao nac iona l ( IDH -M) 133

    IDHM Longevidade 0 ,786

    IDHM Educao 0 ,915

    IDHM Renda 0 ,789

    Renda per cap i ta 441,875

    Inves t imento munic ipa l (2002) 13.930.909,31

    Ces ta bs ica (novembro /2003) R$ 237,44

    Rece i ta orament r ia to t a l (2002) 153.174.089,08

    Taxa de a l fabet izao de adu l tos 0 ,948

    Taxa bru ta de f reqnc ia esco lar 0 ,850

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 36

    3. Geoprocessamento

    Desde f inais da dcada de 80 que na rea da sade vem se

    discutindo e experimentando diversas abordagens onde a local izao

    espacial e os Sistemas de Informaes Geogrf icas (SIG) tm papel

    destacado. Ainda que nos momentos iniciais estes estudos est ivessem

    na contramo dos modelos analt icos vigentes na epidemiologi a,

    baseado em abordagens estr itamente individuais na busca por fatores

    de r isco para doenas crnicas, em poucos anos operou -se um

    importante resgate do papel do ambiente sociocultural na determinao

    das doenas e, relacionado a isso, no acesso aos recurs os e

    equipamentos de sade (GALLACHER, 2001).

    Neste sent ido, o geoprocessamento, entendido como um conjunto

    de tcnicas voltadas para a coleta e o tratamento de informaes

    espaciais para um objet ivo especf ico, pode ser considerado muito t i l

    na sade pbl ica (RODRIQUES, 1999). As at ividades envolvendo o

    geoprocessamento so executadas por sistemas especf icos mais

    comumente chamados de Sistemas de Informao Geo grf ica (SIG).

    Estes sistemas so dest inados ao processamento de dados

    referenciados geograf icamente ou georreferenciados. Desta forma, o

    SIG um conjunto de procedimentos ut i l izados para armazenar e

    manipular dados georreferenciados (ARONOFF,1992).

    Segundo Camara et al. , 1996; o termo Sistemas de Informao

    Geogrf ica (SIG) apl icado para sis temas que real izam o tratamento

    computacional de dados geogrf icos e armazenam a geometria e os

    atr ibutos dos dados que esto georeferenciados, isto , local izados na

    superf cie terrestre e representados numa projeo cartogrf ica. Numa

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 37

    viso abrangente, pode-se indicar que um SIG tem os seguintes

    componentes (CAMARA et al . , 1996):

    interface com usurio;

    entrada e integrao de dados;

    funes de processamento grf ico e de imagens;

    visual izao e plotagem;

    armazenamento e recuperaco de dados (organizado s sob a

    forma de um banco de dados geogrf icos).

    O SIG no cr ia dados, mas relaciona os mesmos ut i l izando um

    sistema de referncias que descreve relaes espaciais, sendo que

    diversos softwares tm sido ut i l izados para essa f inal idade (RICKETTS,

    2003).

    Recente reviso sobre o uso de SIGs e ferramentas de anl ise

    espacial em sade pbl ica aponta para o desenvolvimento de

    ferramentas que integrem funes de processamento e anlise de

    informaes georreferenciadas, cuja implantao depender, entretanto,

    da demanda de mtodos de anlise espacial, pela comunidade da rea

    da sade pblica. Entretanto, embora bastante extenso, e talvez por

    causa disso, a modelagem estat st ica espacial e a integrao entre SIG

    e estat st ica no so aprofundadas (RUSHTON, 2003).

    Um aspecto deve ser considerado: esta uma rea de

    investigao onde a inter (ou trans) discipl inar iedade mais do que

    desejvel imprescindvel. Alm de conhecer profundamente o

    problema em questo, os mtodos necessr ios incorporao nos

    estudos da dimenso espacial, ou espao-temporal, envolvem, no

    mnimo, conhecimentos de SIGs e tcnicas estat st icas bastante

    sof ist icadas. Isso porque a existncia de padres espaciais impl ica a

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 38

    incorporao aos modelos estat st icos de estruturas de correlao entre

    as observaes. Os modelos mais complexos f reqentemente s podem

    ser est imados usando-se inferncia bayesiana, ainda pouco empregada

    no contexto da epidemiologia e da sade pbl ica em geral (CARVALHO

    e SANTOS, 2005).

    Camara, 1995, considera a existncia de tr s geraes de

    sistemas de informao geogrf ica:

    a primeira gerao, baseada em AUTOCAD cartogrf ico, caracteriza-

    se por sistemas herdeiros da tradio de Cartograf ia, com suporte de

    bancos de dados l imitado e cujo paradigma t pico de trabalho o

    mapa (chamado de cobertura ou de plano de informao). Esta

    classe de sistemas ut i l izada principalmente em projetos isolados,

    sem a preocupao de gerar arquivos digitais de dados. Esta

    gerao tambm pode ser caracter izada como sistemas or ientados a

    projeto (project-or iented GIS).

    a segunda gerao de SIGs baseada em bancos de dados

    geogrf icos chegou ao mercado no incio da dcada de 90 e

    caracter iza-se por ser concebida para uso em ambientes cl iente -

    servidor, acoplado a gerenciadores de bancos de dados relac ionais e

    com pacotes adicionais para processamento de imagens.

    Desenvolvida em ambientes mult iplataforma com interfaces em

    janelas, esta gerao tambm pode ser vista como sistemas para

    suporte a inst ituies (enterprise-or iented GIS).

    a terceira gerao surge ao f inal da dcada de 90, baseada em

    bibl iotecas digitais geogrf icas ou centros de dados geogrf icos

    caracter izada pelo gerenciamento de grandes bases de dados

    geogrf icos, com acesso atravs de redes locais e remotas, pbl icas

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 39

    ou pr ivadas. Para esta terceira gerao, o crescimento dos bancos

    de dados geogrf icos e a necessidade de seu compart i lhamento com

    outras inst ituies requerem o recurso de tecnologias como bancos

    de dados distr ibudos e federativos. Estes sistemas deve m seguir os

    requisitos de interoperabi l idade, de maneira a permit ir o acesso de

    informaes espaciais por SIGs dist intos. A terceira gerao de

    SIGs pode ainda ser vista como o desenvolvimento de sistemas

    orientados troca de informaes entre uma inst ituio e os demais

    componentes da sociedade - society-or iented- GIS (CAMARA et al. ,

    1996).

    Enf im, considerando os estudos de espacializao para o

    planejamento de aes de sade colet iva e a escassez de trabalhos

    que sintet izem a l iteratura sobre esse assunto no Brasi l (ARAUJO et

    al. , 2008), estudos que abordem essa temtica so importantes para

    divulgao dessa val iosa ferramenta na rea de sade.

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 40

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 47

    1

    Espacializao de prevalncias de sobrepeso e obesidade

    em pr-escolares de escolas municipais de Araraquara -

    SP

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 48

    Resumo

    Este estudo realizou a comparao entre as prevalncias de sobrepeso

    e obesidade de pr-escolares de Araraquara/SP. Os dados foram

    obtidos por meio de dois estudos que ocorreram em 2001 e 2004,

    seguidos pelo mapeamento das prevalncias no mapa cartogrf ico da

    cidade. Foi analisado o peso e altura de 3.751 pr -escolares em 2001, e

    4.105 pr-escolares, em 2004. Foram consideradas com sobrepeso

    todas as crianas com ndice de Massa Corporal (IMC) igual ou super ior

    a 25 kg/m2 , de acordo com o gnero e a idade. Foram classif icadas

    como obesas aquelas cujo IMC foi igual ou superior a 30kg/m2 . As

    prevalncias de sobrepeso e obesidade foram calculadas de acordo com

    a rea de alcance do servio escolar, e agrupadas em quart is, seguindo

    a tcnica de mapeamento baseada na cartograf ia do municpio de

    Araraquara/SP. Os resultados mostraram um l igeiro aumento da

    prevalncia de sobrepeso e obesidade em 2004 comparados a 2001. As

    propores mdias de sobrepeso e obesidade foram 6,3% e 12,4% em

    2001, respectivamente, e 7,4% e 12,6%, em 2004. A anl ise estat st ica

    mostrou diferena signif icante entre o grupo de escolas que t iveram

    aumento de suas prevalncias de sobrepeso e obesidade ( p

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 49

    obesidade para crianas em idade pr -escolar de Araraquara seguiu a

    tendncia de expanso mundial. Alm disso, os mapas das prevalncias

    de sobrepeso e obesidade delinearam as reas de r isco destes

    distrbios nutr ic ionais, que esperamos serem uti l izadas pelas

    autoridades competentes para interveno mais ef iciente e identif icao

    de possveis causas e tratamentos.

    Palavras-Chave: sobrepeso, obesidade, pr-escolares, espacializao.

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 50

    Abstract

    This study accomplished the comparison among overweight and obesity

    prevalence of pre-scholars f rom Araraquara/SP. The data were obtained

    from two studies f rom 2001 and 2004, following for the prevalence map

    on the city cartographic map. I t was analyzed the body weight and

    height of 3.751 pre-scholars in 2001, and 4.105 pre-scholars in 2004. I t

    was considered overweight al l chi ldren with BMI equal or higher than 25

    kg/m2 , according to gender and age. Obese chi ldren had BMI equal or

    higher than 30kg/m 2 . Prevalence of overweight and obesity was

    calculated according to the school service area, and associated in

    quart i le, following the mapping technique based on the municipal distr ict

    of Araraquara/SP. The results showed an increase of the overweight and

    obesity prevalence in 2004 compared to 2001. The overweight and

    obesity averages were 6.35% and 12.2% in 2001, respect ively, and 7.3%

    and 12.6% in 2004. Stat ist ical analysis showed signif icant dif ference

    among group of schools with increased overweight and obesity

    prevalence (p

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 51

    for more eff icient intervention and ident if icat ion of possible causes and

    treatments.

    Key words: overweight, obesity, pre-scholars mapping

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 52

    Introduo

    Um dos pr incipais indicadores da qualidade de vida de uma

    populao o seu estado nutr icional, o qual ref lete o modelo de

    desenvolvimento da sociedade na qual est inser ida (GIUGLIANI e

    LOPEZ, 2000). O conhecimento e acompanhamento da situao

    nutr ic ional const ituem instrumento essencial para a aferio das

    condies de sade de grupos de r isco, como crianas, gestantes e

    idosos, alm de oferecer medidas objet ivas das condies de vida da

    populao, em geral. A importncia da aval iao nutr ic ional decorre da

    inf luncia decisiva que o estado nutr ic ional exerce sobre a

    morbimortalidade, o crescimento e o desenvolvimento infanti l

    (MONTEIRO et al. , 1995).

    Nesse sent ido, o aumento recente das prevalncias de sobrepeso

    e obesidade preocupante (MALINA e KATZMARZYK, 1999) tanto em

    pases desenvolvidos como em pases em desenvolvimento, j sendo

    considerada uma verdadeira epidemia mundial que at inge todas as

    faixas etr ias, especialmente, cr ianas (SOMOLANJI et al . , 2008). A

    obesidade pode ser def inida como uma doena crnica, ocasio nada pelo

    excesso de gordura corporal (GUILLAUME, 1999; ZLOCHEVSKY, 1996)

    na qual incide concomitantemente com fatores de r isco genticos e

    ambientais (BLAIR et al. , 1996; EGGER et al. , 1996).

    Estudos epidemiolgicos revelam que a obesidade, alm de ser

    conceituada como doena, fator de r isco importante para diabetes

    mell itus t ipo 2, hipertenso arter ial, dis l ipidemia, infarto do miocrdio e

    acidente vascular cerebral (WHO, 1998). O interesse na preveno da

    obesidade infanti l just if ica-se pelo aumento de sua prevalncia com

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 53

    permanncia na vida adulta, pela potencial idade enquanto fator de r isco

    para as doenas crnico-degenerativas e mais recentemente pelo

    aparecimento de doenas como o diabetes mell itus t ipo 2 em

    adolescentes obesos, antes predominante em adultos (DAVIS e

    CHRISTOFFEL, 1994). Alm disso, f reqentes intervenes em

    crianas, principalmente antes dos 10 anos de idade ou na

    adolescncia, reduzem mais a severidade da doena do que as mesmas

    intervenes similares na idade adulta, porque mudan as na dieta e na

    at ividade f s ica podem ser inf luenciadas pelos pais e poucas

    modif icaes no balano energtico so necessrias para causar

    alteraes substanciais no grau de obesidade (TROIANO e FLEGAL,

    1998).

    Para diagnost icar a obesidade, a antropome tria permite faz- la

    com boa acurcia, desde que as tcnicas de medidas sejam adequadas,

    tendo ainda o benefcio de se tratar de mtodo de baixo custo, no

    invasivo, universalmente aplicvel e com boa aceitao pela populao.

    As relaes que levam em cons iderao peso e altura apresentam

    grande preciso, porque tais medies oferecem baixa margem de erro.

    O ndice de massa corprea (IMC) o mais ut i l izado; porm, h

    necessidade de determinar os pontos de corte para aval iar sobrepeso e

    obesidade especf icos para cada populao, de acordo com suas

    caracterst icas de desenvolvimento, por meio de estudos longitudinais

    (DIETZ e BELLIZZI, 1999).

    A f im de se conhecer mais detalhadamente as condies de

    sade da populao, o uso de mapas permite observar a distr ib uio

    geogrf ico-espacial de situaes de r isco e dos problemas de sade,

    tal como a obesidade. Essa abordagem espacial permite a integrao

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 54

    de dados demogrf icos, socioeconmicos e ambientais, promovendo a

    interao de diversos bancos de dados, contr ibuin do para a sntese das

    informaes disponveis (SOUZA et al. , 1996). Neste sentido, a

    espacial izao de dados um instrumento valioso para a sade

    pblica.

    Diante disso, o presente estudo pretende real izar uma comparao

    entre as prevalncias de sobrepeso e obesidade em pr-escolares da

    rede municipal de ensino com base em duas coortes nos anos de 2001 e

    2004 em Araraquara/SP, e posteriormente espacial izar tais prevalncias

    pela base cartogrf ica municipal.

    Casustica e mtodos

    Trata-se de um estudo comparativo, real izado em pr-escolas da

    rede municipal de ensino de Araraquara/SP Centros municipais de

    recreao e educao; CERs - no segundo semestre de 2001 e 2004.

    Os CERs so centros municipais de recreao e educao que

    atendem crianas com idade ent re 3 e 7 anos, podendo ter

    funcionamento integral ou parcial. Neste estudo foram considerados

    apenas os pr-escolares com permanncia em tempo parcial, que

    representavam dois teros do total de crianas dos CERs, portanto, a

    maior ia. Cada CER atende determ inada regio da cidade, sendo os

    bairros acolhidos por cada CER def inidos como rea de abrangncia

    desses Centros (Apndice I).

    Para anlise do estado nutr ic ional, foram coletados dados

    individuais (sexo e idade) e antropomtricos (peso e altura) dos pr -

    escolares nos dois perodos (2001 e 2004), reunindo um total de 7 .856

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 55

    observaes. Tais observaes representam cerca de 70% do total de

    alunos matriculados em 2001 e 2004 (10.659 alunos), pois alunos em

    tempo integral, de classes especiais, ausentes no di a da coleta, sem

    autorizao dos pais para coleta ou com dados incompletos foram

    excludos da pesquisa.

    Os dados dos pr-escolares no ano de 2001 foram coletados por

    duas nutr ic ionistas aps prvia autor izao da Secretar ia de Educao

    e de acordo com as normas do Comit de t ica da Faculdade de

    Cincias Farmacuticas da UNESP de Araraquara (Parecer n o13, 2001).

    . Nesse perodo, foram levantados dados de 3751 pr -escolares,

    sendo 1909 meninos e 1842 meninas, que freqentavam os 24 Centros

    de Educao e Recreao (CER) do municpio de Araraquara/SP.

    Os dados dos pr-escolares do ano de 2004 foram obtidos junto

    Secretar ia Municipal de Sade total izando dados de 4105 pr -escolares,

    sendo 2087 meninos e 2018 meninas, que freqentavam os 24 Centros

    de Educao e Recreao (CER) do municpio de Araraquara/SP.

    Segundo o Coordenador dessa coleta, os dados foram obtidos nos

    mesmos moldes que os dados coletados em 2001 e tambm por

    prof issionais da rea de nutr io. Vale sal ientar que houve tentat iva de

    adentrarmos s pr-escolas a f im de coletarmos os dados, porm no

    houve permisso por parte da Administrao Municipal.

    No foi realizada neste trabalho a ver if icao da possibi l idade de

    repetio das crianas nos anos de 2001 e 2004, visto que tal

    acontecimento provavelmente ser ia de baixa prevalncia por se tratar

    de pr-escolares, perodo em que no comum a repetncia.

    A identif icao das crianas (nome, data de nascimento e sexo)

    foi real izada com base nas l istas de matr culas, obtidas por intermdio

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 56

    da Secretaria Municipal de Educao, e , em informaes coletadas nas

    escolas (Apndice II) . A idade foi calculada com base na data da

    avaliao antropomtrica e na data de nascimento obtida nas f ichas

    escolares. Os equipamentos ut i l izados para a coleta das medidas

    antropomtr icas foram: balana com capacidade para 150 kg e preciso

    de 100 g, cal ibrada e aferida semanalmente e uma f ita mtrica f ixada

    em superf cie plana, e esquadro de plst ico sobre a f ita mtrica.

    Para a mensurao do peso a criana foi preparada ret irando as

    roupas extras (casacos e bluses) e os sapatos, com o auxl io dos

    professores, que haviam expl icado aos alunos que no dia da coleta elas

    usariam shorts e camiseta leve. Poster iormente, a criana f icou em p

    no centro da balana, com os ps completamente apoiados e os braos

    estendidos e soltos ao longo do corpo; sem se mexer. A seguir foi

    identif icado o peso da criana, aps estabi l izao das casas decimais

    do mostrador digital da balana.

    Com relao mensurao da altura, uma f ita mtrica f oi f ixada

    em uma superf c ie plana, em geral, uma parede sem rodap. A criana

    foi encostada no local onde estava f ixada a f ita mtrica e permaneceu

    com os braos estendidos ao longo do corpo, os ps juntos, e os

    calcanhares, glteos e ombros tocando a supe rf cie da parede. Foi

    orientada a manter -se reta, olhando para f rente, e foi feita uma leve

    presso no queixo para cima a f im de manter a cabea ereta, mantendo

    os joelhos e calcanhares na posio correta. O vrt ice do esquadro

    tocava a f ita mtrica na marca da altura da criana. Foram tomadas trs

    medidas at que duas delas no fossem diferentes em mais de 0,5 cm .

    A part ir dos dados antropomtr icos, foram levantadas as

    prevalncias de excesso de peso (sobrepeso e obesidade) por meio do

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 57

    ndice de massa corporal (IMC peso em quilos dividido pelo quadrado

    da estatura em metros) segundo a proposta da International Obesity

    Task Force ( IOFT).

    A part ir dos pontos de corte de sobrepeso (25kg/m 2) e obesidade

    (30kg/m2) para adultos, The International Obesity Task Force props

    que estes pontos fossem correlacionados com os percent is de ndice de

    Massa corprea de crianas e assim fossem criados pontos de corte de

    IMC para essa faixa etria (BELLIZZI e DIETZ, 1999). A distr ibuio do

    ndice de Massa Corprea (IMC) das cr ianas deste estudo foi aval iada

    de acordo com estes pontos de corte def inidos por Cole, 2000,

    indicando os indivduos com sobrepeso e obesidade de acordo com a

    faixa etria e gnero (COLE et al. , 2000).

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 58

    Quadro 1.1 . Pontos de corte para ndice de Massa Corprea (IMC)

    para sobrepeso e obesidade para ambos os sexos de 2 a 18 anos,

    def inidos a part ir do IMC 25 e 30 kg/m2 para idade de 18 anos,

    obtido da mdia dos dados do Brasi l, Gr -Bretanha, Hong Kong,

    Holanda, Cingapura e Estados Unidos.

    IMC 25 kg/m2 IMC 30 kg/m

    2

    Idade (anos)

    Mascul ino Femin ino Mascul ino Femin ino

    2,0 18,41 18,02 20,09 19,81 2,5 18,13 17,76 19,80 19,55 3,0 17,89 17,56 19,57 19,36 3,5 17,69 17,40 19,39 19,23 4,0 17,55 17,28 19,29 19,15 4,5 17,47 17,19 19,26 19,12 5,0 17,42 17,15 19,30 19,17 5,5 17,45 17,20 19,47 19,34 6,0 17,55 17,34 19,78 19,65 6,5 17,71 17,53 20,23 20,08 7,0 17,92 17,75 20,63 20,51 7,5 18,16 18,03 21,09 21,01 8,0 18,44 18,35 21,60 21,57 8,5 18,76 18,69 22,17 22,18 9,0 19,10 19,07 22,77 22,81 9,5 19,46 19,45 23,39 23,46

    10,0 19,84 19,86 24,00 24,11 10,5 20,20 20,29 24,57 24,77 11,0 20,55 20,74 25,10 25,42 11,5 20,89 21,20 25,58 26,05 12,0 21,22 21,68 26,02 26,67 12,5 21,56 22,14 26,43 27,24 13,0 21,91 22,58 26,84 27,76 13,5 22,27 22,98 27,25 28,20 14,0 22,62 23,34 27,63 28,57 14,5 22,96 23,66 27,98 28,87 15,0 23,29 23,94 28,30 29,11 15,5 23,60 24,17 28,60 29,29 16,0 23,90 24,37 28,88 29,43 16,5 24,19 24,54 29,14 29,56 17,0 24,46 24,70 29,41 29,69 17,5 24,73 24,85 29,70 29,84 18,0 25,00 25,00 30,00 30,00

    Fonte: COLE et a l . , 2000

    Na seqncia foram calculadas as prevalncias de sobrepeso e

    obesidade por reas de atendimento de cada CER. A rea de

    atendimento (bairros atendidos) de cada CER foi def inida como rea de

    abrangncia. Esta informao foi coletada na Secretaria de Educao

    do municpio de Araraquara e diretamente com as diretoras de cada

    CER, que informaram os bairros onde situavam as residncias das

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 59

    crianas de cada CER. Alm disso, foram ver if icadas as f ichas de

    identif icao, onde constavam os endereamentos das cr ianas. Assim

    foram def inidas 24 reas de abrangncia e cada rea era composta por

    determinados bairros de onde eram originrios os pr -escolares

    (Apndice II I) .

    As prevalncias locais de obesidade e sobrepeso ident if i cadas

    nos dois perodos foram divididas em quart is e espacial izadas pela base

    cartogrf ica do municpio de Araraquara/SP. O software ut i l izado para o

    mapeamento foi o AUTOCAD 2004.

    Para a anl ise estat st ica dos dados foi ut i l izado o programa

    Sigma Stat 3.1. Foi real izada anl ise descrit iva tendo sido apl icado o

    teste t . O nvel de signif icncia adotado foi de 5%.

    Resultados

    Anlise descritiva

    Part ic iparam deste estudo, 7 .856 pr-escolares, distr ibudos em

    24 Centros de Educao e Recreao (CERs) do m unicpio de

    Araraquara nos anos de 2001 e 2004. Na Tabela 1.1 . so apresentados

    os nmeros de crianas por CER relat ivo aos anos de 2001 e 2004.

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 60

    Tabela 1.1. Nmero de pr-escolares observados por Centro de

    Educao e Recreao (CER) nos anos de 2001 e 2004, em

    Araraquara/SP.

    Nmero de pr-escolares

    CERs 2001 2004

    1 123 144

    2 212 168

    3 178 188

    4 72 176

    5 112 102

    6 137 138

    7 203 121

    8 201 179

    9 130 217

    10 229 248

    11 226 228

    12 61 134

    13 75 252

    14 80 64

    15 241 159

    16 187 140

    17 139 140

    18 51 136

    19 122 167

    20 209 283

    21 307 218

    22 175 137

    23 137 236

    24 144 130

    Mdia 156 171

    Total 3751 4105

    Examinando a Tabela 1.1. nota-se que em 2001 o CER 18 atendia

    o menor nmero de crianas, com 1,4% (51 cr ianas), enquanto o CER

    21 atendia o maior nmero de cr ianas, 8,2% (307 crianas). Em 2004,

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 61

    o CER 14 atendia o menor nmero de cr ianas, com 1,5% (64 crianas),

    enquanto o CER 20 atendia o maior nmero, 7% (286 crianas). O

    nmero mdio de cr ianas por CER em 2001 foi 156 e em 2004, 171,

    havendo, portanto, um acrscimo de cerca de 10 pontos percentuais . A

    Tabela 1.2. mostra a prevalncia de sobrepeso e obesidade nos

    perodos de 2001 e 2004.

    Tabela 1.2. Prevalncia de sobrepeso e obesidade entre pr -escolares

    da rede municipal de ensino de Ara raquara-SP.

    CERs

    OBESIDADE

    2001

    %

    OBESIDADE

    2004

    %

    SOBREPESO

    2001

    %

    SOBREPESO

    2004

    %

    1 3 ,25 8,33 15,69 10,29

    2 7,08 8,33 12,20 14,58

    3 9,55 4,26 8,56 10,71

    4 11,11 10,23 12,70 13,76

    5 11,61 7,84 13,79 15,70

    6 4,38 2,17 13,43 11,73

    7 3,45 8,26 10,95 6,36

    8 5,47 3,91 9,02 10,18

    9 6,15 4,15 9,96 12,58

    10 6,55 5,24 13,97 10,89

    11 6,64 9,21 12,57 21,90

    12 9,84 16,42 7,14 11,76

    13 4,00 14,29 13,67 10,00

    14 0,00 0,00 9,84 19,40

    15 3,73 6,92 12,31 12,44

    16 4,81 8,57 14,60 5,07

    17 8,63 7,86 17,22 13,07

    18 3,92 8,09 8,00 17,06

    19 8,20 4,19 15,28 14,20

    20 11,00 6,01 15,00 10,94

    21 5,54 6,42 12,39 17,98

    22 7,43 8,76 8,99 13,83

    23 4,38 8,05 16,04 7,74

    24 5,56 7,69 11,11 10,77

    Mdia 6,32 7,43 12,40 12,69

    DP 2,84 2,70 3,41 3,83

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    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 62

    Observando-se a Tabela 1.2. nota-se que os CERs 12 e 13 foram

    os que apresentaram maiores aumentos de suas prevalncias de

    obesidade, com uma elevao de cerca de 10 pontos percentuais entre

    os anos de 2001 e 2004. Outro CER que apresentou uma ampliao

    representat iva foi o CER 12 cuja prevalncia de obesidade subiu de 9%

    em 2001 para 16% em 2004. Por outro lado, o CER 3 apresentou uma

    queda na prevalncia de obesidade, passando de 9% para 4%.

    Com relao ao sobrepeso, as prevalncias foram relat ivamente

    maiores que aquelas identif icadas para obesidade. O CER 11 teve um

    grande aumento em sua prevalncia de sobrepeso, elevando seu

    percentual de 12% em 2001 para 22% em 2004. Por outro lado, o CER

    16 apresentou grande queda de sua prevalncia de sobrepeso, caindo

    de 14% para 5%.

    Comparando-se a mdia dos dois perodos, observa -se que no

    houve grande var iao. A mdia de obesidade encontrada dentre os

    CERs em 2001 foi de 6,3% e em 2004, 7,4%. Com relao ao

    sobrepeso, a osci lao foi ainda menor, passando de 12,4% em 2001

    para 12,6% em 2004. Tais dados podem ser mais bem visual izados em

    termos absolutos, com um aumento no perodo de 68 casos de

    obesidade, passando de 237 em 2001 para 305 casos de obesidade em

    2004. Com relao ao sobrepeso, tambm ocorreu um aumento de 56

    casos de 2001 para 2004, passando de 465 para 521 casos de

    sobrepeso.

    Comparando-se os grupos observa-se que em uma parte das pr-

    escolas teve uma queda de sobrepeso e obesidade, e outras um

    aumento dessas prevalncias. Essas informaes podem ser vistas as

    Tabelas 1.3. e 1.4., respect ivamente.

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 63

    Tabela 1.3 . Distr ibuio (em grupos) das prevalncias de sobrepeso,

    mdia, desvio padro, diferenas e signif icncia estat st ica (teste t).

    Sobrepeso (%)

    CER 2001 2004 Diferena

    CERs com queda das prevalnc ias

    2 16,04 7,74 (8,30)

    4 15,28 14,20 (1,08)

    6 14,60 5,07 (9,53)

    8 13,43 11,73 (1,70)

    10 13,97 10,89 (3,08)

    14 15,00 10,94 (4,06)

    17 13,67 10,00 (3,67)

    18 15,69 10,29 (5,40)

    20 17,22 13,07 (4,15)

    23 10,95 6,36 (4,59)

    24 11,11 10,77 (0,34)

    Mdia 14,27 10,10 (4,17)

    Desvio padro 1,94 2,74 2,82

    Signif icncia estat st ica

    (p 0,001)

    CER Sobrepeso %

    2001 2004 Diferena

    CERs com aumento das prevalnc ias

    1 12,20 14,58 2,38

    3 8,99 13,83 4,84

    5 7,14 11,76 4,62

    7 13,79 15,70 1,91

    11 12,39 17,98 5,59

    12 9,84 19,40 9,56

    13 8,00 17,06 9,06

    15 9,96 12,58 2,62

    16 8,56 10,71 2,15

    19 9,02 10,18 1,16

    21 12,70 13,76 1,06

    22 12,57 21,90 9,33

    Mdia 9,78 14,02 4,39

    Desvio Padro 3,15 4,82 3,12

    Signif icncia estat st ica

    (p 0,001)

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 64

    De acordo com a Tabela 1.3 ., observa-se que em 45% das pr-

    escolas houve reduo das prevalncias de sobrepeso e 55%

    apresentaram aumento. O valor mdio de prevalncias das CERs que

    apresentaram queda foi super ior ao valor mdio das prevalncias dos

    CERs que apresentaram acrscimo. O CER 6 foi o que apresentou

    maior declnio, com diminuio de 9 pontos percentuais da prevalncia

    de sobrepeso. A signif icncia estat st ica encontrada atravs do teste t

    foi de p

  • E stu do da e spa c ia l iza o da s p r eva l n c ia s d e d esn u t r i o e ex c es so d e p es o em p r - e s co l a re s d e

    A ra ra qu a ra /S P , em 200 1 e 20 04 65

    Tabela 1.4. Distr ibuio (em grupos) das prevalncias de obesidade,

    mdia, desvio padro e signif icncia estat st ica (teste t).

    CER Obesidade %

    2001 2004 Diferena

    CERs com queda das prevalnc ias

    3 9,55 4 ,26 (5 ,29)

    4 11,11 10,23 (0 ,88)

    5 11,61