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Revista Brasileira de Petróleo, Gás e Biocombustíveis

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2 TN Petróleo 95

sumário edição nº 95 maio/jun 2014

Cobertura Santos Offshore

Santos Offshore cresce e pode gerar R$ 114,5 milhões em negócios

44 Pavilhão renovado50 De olho no Brasil

Entrevista exclusiva

Especial Aço

Cobertura OTC 2014

com João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval

Uma indústria de aço que produz óleo e gás

Uma enseada de grandes projetos

Indústria mundial de petróleo marca ponto na OTC 2014

16

52

26

36

16 TN Petróleo 95 TN Petróleo 95 17

entrevista exclusiva

Na reta final da implantação da

Unidade Paraguaçu, em Maragogipe (BA),

e pronta para dar a partida na conversão

inédita no país dos cascos de quatro

navios VLCCs (very large crude carrier)

em plataformas FPSO (Floating Production,

Storage and Offloading), a Enseada Indústria

Naval (EIN), já se posiciona como uma dos mais novos e modernos

estaleiros do país. E em plenas condições de atender os índices

de competitividade e de conteúdo local

que requerem o superaquecido mercado

brasileiro.

UMA ENSEADA DE GRANDES PROJETOS

OU SEJA: já ‘surfou’ a terceira onda deste setor, que enfrenta no Brasil agora o problema de competitividade e falta de mão de obra qualificada. “O diferencial competitivo da Enseada consiste na combinação da experiência de três grandes e tradicionais acionistas, a Odebrecht, a OAS e a UTC, e da tecnologia de ponta da KHI, o quarto acionista da Enseada e referência mundial no setor”, destaca João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval.

TN Petróleo – Qual a carteira total hoje da Enseada? Tem algo mais além dos seis navios sonda para a Sete Brasil e, no Rio de Janeiro, a con-versão dos cascos de quatro navios VLCCs em FPSOs para a Petrobras?

João Candido Gonçalves da Silva – A Enseada tem como cliente a Sete Brasil para a construção de seis sondas de perfuração do pré-sal em um contrato de US 4,8 bilhões. Adicionalmente, no Rio de Janeiro a Enseada opera no Estaleiro Inhaúma, arrendado pela Petrobras. Além de ter concluí-do a revitalização de suas instalações, realiza para a Petrobras a conversão de quatro navios petroleiros nos cascos das futuras plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77 em um contrato de U$ 1,7 bilhão.

Quais destes projetos vocês consideram mais desafiador ou emble-mático? Por quê?

O projeto Sondas, por sua grandiosidade e complexidade, repre-senta um desafio constante para as equipes. É a primeira vez que são feitas no Brasil e, no caso da Enseada, inclui transferência de tecnolo-gia tanto para o Brasil (no caso dos cascos) quanto para nosso acio-nista do Japão (no caso do topside).

Como está a construção final do estaleiro? Quanto falta e o que falta? Quando o estaleiro ficará 100% pronto?

A Unidade Paraguaçu está com mais de 60% de suas obras concluídas e a previsão de conclusão é março de 2015. A constru-ção das sondas acontece simultaneamente ao processo de cons-trução do estaleiro.

Quais os principais desafios que vocês tiveram na instalação do estaleiro em simultâneo com a construção de embarcações?

O principal desafio do projeto é o prazo. O projeto de alta com-plexidade demanda o comprometimento de toda a equipe, possibili-tando atingir a meta de iniciar a produção de chapas ainda em 2014, enquanto ainda são realizadas as obras de construção do estaleiro.

Qual o grande diferencial da Enseada em relação a outros estalei-ros que foram implantados em simultâneo: a parceria e a tecnologia Kawasaki Heavy Industries (KHI)?

por Beatriz Cardoso

João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval

A PARCERIA COM A KA-

WASAKI ENVOLVE A AS-

SISTÊNCIA TÉCNICA PARA

IMPLANTAÇÃO DO ESTALEI-

RO DA ENSEADA NA BAHIA,

O DESENVOLVIMENTO DA

ENGENHARIA DESTE PRO-

JETO E A CONSTRUÇÃO DO

CASCO DAS SONDAS.

O diferencial competitivo da Enseada consiste na combinação da experiência de três grandes e tradicionais acionistas, a Odebre-cht, a OAS e a UTC, e da tecno-logia de ponta da KHI, o quarto acionista da Enseada e referên-cia mundial no setor.

A experiência da Odebrecht, OAS e UTC em grandes obras e projetos o setor de O&G também foi decisiva para o sucesso da empreitada?

Sim, o know how dos acio-nistas brasileiros que formam a Enseada (OAS, Odebrecht e

UTC) é um dos fatores decisivos para que a empresa se torne um dos principais players do setor. A KHI, que além de sócia é par-ceira tecnológica, tem também um histórico de transferências de tecnologias bem-sucedidas para estaleiros na China, e os seus estaleiros em Kobe e Sakai-de, ambos no Japão, são referên-cia mundial.

Em janeiro deste ano, vocês foram conhecer o estaleiro da Kawasaki Heavy Industries (KHI) em Sakaide. Qual a

percepção que vocês tiveram desse parceiro: eles estão con-fiantes com essa empreitada?

Foi muito positivo o retorno que tivemos da KHI após a visi-ta aos seus estaleiros em Kobe e Sakaide. Eles demonstraram satisfação com o andamento das obras do estaleiro na Bahia. Tem sido um aprendizado em via de mão dupla.

O que vai resultar efetivamen-te de transferência tecnológi-ca para a Enseada? Quais os pontos que eles podem agregar mais tecnologia e expertise a Enseada? Projetos? Planejamen-to? Processos? Gestão?

A parceria com a Kawasaki envolve a assistência técnica para implantação do estaleiro da Enseada na Bahia, o desen-volvimento da Engenharia deste projeto e a construção do casco das sondas. Em contrapartida, a KHI irá absorver tecnologia na construção dos topsides das son-das. O investimento no processo de transferência tecnológica é de US$ 85 milhões, que está sendo realizado em quatro frentes: treinamento de pessoal; forneci-

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Area total: 63.176m²Visitantes: 108.300

Empresas: 2.568Países: 43

Indústria mundial de petróleo marca ponto na

OTC 2014A cada ano, a Offshore Technology Conference (OTC) regista um novo recorde de público: 108.300 pessoas participaram da 45ª edição do maior evento de petróleo do mundo, realizada entre os dias 5 a 8 de maio, no Reliant Park, em Houston (EUA). A exposição também ganhou mais espaço: 63.176m² contra 60.590m² em 2013. O evento desse ano contou com a participação de 2.568 empresas, representando 43 países, incluindo 163 novos expositores. Empresas internacionais representaram 44% dos expositores.

As novas tecnolo -gias de exploração e produção, e os avanços em segu-rança ainda con-tinuam na pauta de

discussões da conferência da OTC 2014, mas a reforma na política en-ergética no México e o crescimento da participação feminina no mer-cado de energia foram alguns dos tópicos enfatizados nesta edição do evento, que teve nove painéis, 308 trabalhos técnicos e 29 apresenta-ções de executivos em almoços e cafés da manhã.

A importância da arqueologia marinha e de estudos ambientais na indústria de óleo e gás e o im-pacto da revolução da exploração

de fontes não convencionais em terra no setor offshore foram al-guns dos destaques da conferência. As oportunidades de negócios no México nortearam diversos painéis de debates.

Mais de 150 professores da região de Houston e 200 estu-dantes participaram do Instituto de Educação Energia, ação que mostrou, de forma descontraída, alguns conceitos científicos de en-ergia e sua importância no mundo moderno. Estudantes universitários de diversos países também se en-volveram, participando da confer-ência ‘University R&D Showcase’, um programa dedicado aos jovens profissionais para apresentação de seus projetos de pesquisa.

Offshore Technology Conference 2014eventos

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As principais empresas do setor offshore destacaram produtos, novas tecnologias e novos investimentos na sétima edição do evento criado em função da Bacia de Santos, que espera ter um número maior de fornecedores da região.

O pré-sal alavancou de-finitivamente a Santos Offshore para uma posição de destaque na

agenda de eventos o setor de óleo e gás no Brasil. Transformado no principal encontro de negócios da cadeia de fornecedores da Bacia de Santos, o evento encerrou a sua 7ª edição com um crescimento de 20% em seus números – se compa-rados com feira anterior, em 2012.

O evento realizado entre os dias 8 a 11 de abril, no Mendes Convention Center, em Santos (SP), recebeu 18.618 visitantes. Número mais expressivo é o da expectativa de negócios das roda-das realizadas durante a feira: R$ 114,5 milhões, dois terços do vo-lume apurado pelo segundo maior evento do setor no mundo, a Rio Oil & Gas (que foi de R$ 152 mi-lhões na última edição, em 2012).

Para os or-ganizadores da feira, a quali-dade do públi-co presente foi um dos grandes diferenciais desta edição. Segundo Igor

Tavares, diretor de Energia da Reed Exhibitions Alcântara Machado, que realizou o even-to em parceria como Instituto

Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), o nível técnico dos visitantes surpreen-deu as empresas participantes.

“Atraímos 180 marcas exposi-toras, entre elas grandes âncoras do mercado, como a Petrobras e a Saipem. A evolução tem sido cons-

Santos Offshore 2014eventos

cresce e pode gerar R$ 114,5 milhões em negócios

SantOS OffShORe

por Rodrigo Miguez

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tante e nossas expectativas para a edição de 2016 são enormes. Mais de 40% das empresas expositoras já renovaram seus espaços para a próxima edição. Isso mostra, sem dúvida, o tamanho do sucesso da Santos Offshore 2014”, concluiu Tavares.

Rodada de negóciosPara Alfredo Renault, superinten-dente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), o grande desta-que da Rodada de Negócios, organizada pela entidade em conjunto com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) foi o fato de as empresas participantes terem apresentado para as companhias âncoras soluções realmente atrati-vas e que supriam a necessidade das grandes empresas do setor.

“A avaliação que estas em-presas fizeram em relação às que apresentaram seus produtos e ser-viços foi excelente. Mais de 90% avaliaram como sendo ótimas ou boas as soluções expostas. Isso faz com que seja grande o número de negócios a serem concretizados a partir das expectativas geradas na Rodada”, completa Renault.

Já Paulo Sérgio Brito Franzosi, gerente do Sebrae-SP de Santos, acredita que as empresas paulistas do setor estão aprendendo mais sobre o mercado como um todo e cada vez mais maduras e prepa-radas, assim como as empresas da Bahia e do Rio de Janeiro.

O futuro da Bacia de SantosOutro grande destaque da edi-

ção de 2014 da Santos Offshore fo-ram as conferências organizadas pelo IBP. Com o objetivo de fomen-tar debates de grandes temas do setor, conferências foram divididas em três grades centrais: executi-va, técnica e comercial. Segundo

Ana Guedes, gerente de Eventos do IBP, o número de pessoas que assistiram às palestras superou as expectativas. “Havia pessoas em pé em todas as sessões. Para o IBP foi uma experiência muito boa ter participado deste evento. Ficamos muito satisfeitos”, conclui Guedes.

A palestra mais disputada foi a do gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produ-ção da Bacia de Santos da Petro-bras (UO-BS), Oswaldo Kawaka-mi, que teve como tema ‘Petrobras – Construindo o Futuro da Bacia de Santos’. O executivo observou que a companhia gastou apenas R$ 17 milhões com fornecedores de equipamentos e serviços da re-

gião da Baixada Santista nos úl-timos 15 meses. “É muito pouco! O objetivo é que 250 novas empresas sejam atendidas pelos nossos técnicos

nessa feira, para credencia-los como fornecedores”, completou.

Com oito plataformas em operação na Bacia de Santos, a região já é uma realidade para a empresa. Por isso, a Petrobras aposta que, em seis anos, meta-de do volume de petróleo pro-duzido no Brasil virá das águas profundas santistas.

Outra apresentação que teve um grande público, incluindo estudantes, foi a do diretor de Engenharia da Saipem do Brasil, Alexandre Mitchell, que abordou o tema ‘Engenharia submarina no pré-sal’. A apresentação lotou a Sala Terra, que ficou tomada de estudantes de cursos técnicos e universitários. Mitchell abordou a situação atual da tecnologia

Visitantes: 18.618 visitantesRodada de negócios: R$ 114,5 milhõesMarcas expositoras: 180 marcas

núMeROS

28 Desafio Brasil x China32 Sucata gera aço

40 Indústria brasileira enfatiza oportunidades

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UMA INDÚSTRIA DE AÇO QUE PRODUZ ÓLEO E GÁS

por Rodrigo Miguez

especial: aço

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Rio Gas & Power Forum 2014

Coffee Break

CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna Junior

Alexandre Castanhola Gurgel

Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Gary A. Logsdon

Geor Thomas Erhart

Gilberto Israel

Ivan Leão

Jean-Paul Terra Prates

João Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

Luiz B. Rêgo

Luiz Eduardo Braga Xavier

Marcelo Costa

Márcio Giannini

Márcio Rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco Aurélio Latgé

Maria das Graças Silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

Nathan Medeiros

Paulo Buarque Guimarães

Roberto Alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. Alves

Ronaldo Schubert Sampaio

Rubens Langer

Samuel Barbosa78 Regulação do setor de óleo & gás em Moçambique, por Henrique Rojas e Paulo Ragee

82 Maré de incertezas exige executivos preparados, por Marcelo Lavall

84 Indústria naval e conteúdo local: muda a regra?, por Júlia Motta

4 editorial 6 hot news 10 indicadores tn 36 eventos 60 perfil profissional 63 caderno de sustentabilidade

70 pessoas72 produtos e serviços87 feiras e congressos88 fino gosto90 coffee break92 opinião

Setor de gás quer mais planejamento e incentivos

O Rio é mais surreal com Dalí

artigos

Ano XIV • Número 95 • maio/jun 2014Foto: Instituto Aço Brasil

seções

o p i n i ã o

Fornecedores do Vale do Aço avançam no mercado de óleo e gás Desafio Brasil x China Sucata gera aço

Nova instrução normativa sobre o Repetro, de Paulo Cesar Rocha, diretor Executivo da LDC Comex

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Indústria naval e conteúdo local: muda a regra?, por Júlia Motta

Regulação do setor de óleo & gás em Moçambique, por Henrique Rojas e Paulo Ragee

Maré de incertezas exige executivos preparados, por Marcelo Lavall

Cobertura especial:

Entrevista exclusiva

João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval

Uma enseada de grandes projetos

Ano XV • maio/junho 2014 • Nº 95 • www.tnpetroleo.com.br

ESPECIAL: AÇO

UMA INDÚSTRIADE AÇO que produz

óleo e gás

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Principal mostra do ano da Copa, a exposição sobre o artista Salvador Dalí, no Centro Cultural Banco do Brasil, vai permanecer na cidade de maio a setembro, quando seguirá para o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. No Rio, o CCBB expõe telas, obras gráficas e uma instalação do mais excêntrico artista de seu tempo e o que melhor soube expressar o movimento surrealista, que se estruturou ao redor de André Breton, autor do celebre Manifesto Surrealista, em 1924.

Com custo de R$ 9 milhões e negociada durante cinco ano, Salvador Dalí abriga 30 pinturas a óleo, mais de uma centena de trabalhos gráficos e uma instalação. Reunidas, as obras têm valor estimado em US$ 170 milhões, o equivalente a quase R$ 400 milhões.

No Brasil, a exposição tem um perfil diferenciado daquele apresentado em sua última grande retrospectiva internacio-nal em Paris, em 2012, mostra visitada por 790 mil pessoas. Aqui, a curadoria se concentrou na parte surrealista da obra do artista, reunindo trabalhos feitos desde os anos 1920 até 1982. As peças exibidas pertencem aos três maiores acervos do artista no mundo: a Fundação Gala-Salvador Dalí, em Figuei-ras (Espanha), o Salvador Dalí Museum, na Flórida (EUA), e o Museu Reina Sofia, em Madri (também na Espanha).

Organizada pelo Instituto Tomie Ohtake, a exposição proporciona ao visitante uma clara percepção da evolução da obra de Dalí, não só técnica, mas de suas influências, recursos temáticos, referências ideológicas e simbolismos.

Para o gerente geral do CCBB-RJ, Marcelo Mendonça, não haveria maneira melhor de comemorar o aniversário da instituição. “Em 2001, exibimos uma das maiores mostras sobre o Surrealismo já realizadas no país. Foi um marco na história do CCBB, tanto pelo acervo apresentado quanto pelo interesse do público.

Em 2014, ano em que celebramos 25 anos de existência, trazer para o Brasil o ícone do movimento surrealista é uma oportunidade para festejarmos o quanto o público das artes plásticas cresceu nos últimos tempos e como o Rio de Janeiro adquiriu uma nova imagem ao ser reconhecido como mais uma das grandes cidades do mundo a bater recordes de visitação em exposições de arte”, exulta.

A mostra ocupa cerca de 1.000 m² do primeiro andar do CCBB e traça a trajetória do artista passando pelas diversas fases de sua produção. Será possível ver as telas do período de sua formação como pintor Retrato del padre y casa de Es Llaner , de 1920, e o Autorretrato cubista, de 1923. A fase surrealista, que deu fama mundial ao catalão, será retratada em telas que apresentam seu método ‘paranoico-crítico’ de interpretação da realidade, com obras muito significativas como El sentimiento de velocidad (1931), Monumento imperial a La mujer-niña (1929), Figura y drapeado en un paisaje (1935) e Paisaje pagano médio (1937).

O acervo também conta com documentos e livros da biblioteca particular do artista, provenientes do arquivo do Centro de Estudos Daililianos, os quais dialogam com as

pinturas, proporcionando ao visitante uma viagem biográfica e artística pela carreira do pintor. É o caso dos títulos Ima-culada Conceição (1930), de André Breton e Paul Eluard, e Onan (1934), de Georges Hugnet. As raridades tiveram seus frontispícios assinados por Salvador Dalí e retratam as bases do surrealismo na literatura. O conjunto mostra os desenhos criados para ilustrar o livro Cantos de Maldoror (escrito em 1869 e ilustrados por Dalí em 1934), que inspirou muitos artistas do período, tanto pelo tema quanto pela descrição de um mundo onírico, tornando seu autor Isidore Lucien Ducasse – conhecido como Conde de Lautréamont – um dos precursores do movimento surrealista. As ilustrações feitas para os clássicos da literatura mundial Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, completam a mostra.

“Queremos mostrar Dalí surrealista, mas também aquele que se antecipa ao seu tempo, que é audacioso, que defende a liberdade de imaginação do artista em sua própria criação. Ao mesmo tempo, a mostra passeia pela trajetória artística e pessoal de Salvador Dalí”, explica Montse Aguer, curadora da exposição e diretora do Centro de Estudos Dalinianos da Fundação Gala-Salvador Dalí. “Após a visita, todos entenderão sua importância como artista, não só no surrealismo, mas na história da arte. Isso significa uma importante ligação com a arte contemporânea, enquanto Dalí parte de uma compre-ensão e respeito pela tradição”, conclui Aguer.

coffee break

SALVADOR DALÍExposição: de 30 de maio a 22 de setembroDe quarta a segunda, das 9 h às 21 hCCBB-RJ - Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro/RJTel.: (21) 3808-2020 / E-mail: [email protected]

O Rio é mais surreal com

DALÍpor Orlando Santos

50 TN Petróleo 95 TN Petróleo 95 51

O Brasil tem um mercado amplo de gás natural, porém o setor deve ter mais planejamento, previsibilidade e incentivos adequados para evoluir e ser competitivo. Essa foi a principal conclusão do 5º Rio Gas & Power Forum, promovido pelo CWC Group.

Mais de 200 participan-tes estiveram reunidos no Copacabana Palace nos dias 9 a 11 abril,

no Rio de Janeiro, para compar-tilhar seus pensamentos sobre a combinação e diversificação ideal de fontes de energias para

o Brasil em 2020, a possibilidade de integração do gás na infraes-trutura de energia e as oportuni-dades para os investidores nesse mercado.

O 5º Rio Gas & Power Forum começou otimista, a consulto-ria Wood Mackenzie iniciou os

debates desta edição do fórum com um estudo sobre o mercado brasileiro de gás onde foi ob-servada a necessidade de novos fornecedores no país até 2020.

Segundo Eric Eyberg, con-sultor da área de gás e energia da Wood Mackenzie, o resultado

Rio Gas & Power Forum 2014eventos

Setor de gás quer maisPlanejamento e incentivoS

se dá principalmente devido ao crescimento da demanda nacio-nal, acoplado com o declínio da oferta boliviana e parcialmente compensado pelo gás do pré-sal.

O executivo recomendou a abertura gradual do mercado de gás brasileiro para estimular o crescimento, entretanto destacou

que os riscos e desafios a serem superados devem ser comparti-lhados entre todos os agentes da cadeia de gás.

De acordo com a consultoria, o Gás Natural Liquefeito (GNL) tem papel essencial na matriz de transportes e deve aumentar sua participação de 1% para 10% até 2030. A previsão é que o consu-mo no setor cresça de 5 bilhões de m³ para 80 bilhões de m³ nes-se período. Quanto ao mercado de Gás Natural Veicular (GNV) no país, as projeções ainda são tímidas. Em 2013, o consumo no segmento caiu 3,67%.

Carlos Augusto Arentz Perei-ra (foto), gerente de marketing de GNL da Petrobras, apresen-tou previsões da estatal, onde indicou que a geração termelé-trica a partir do gás natural vai atingir 5,4GW em 2025 e 9GW em 2030. “Com base no nosso plano estratégico, serão 916 MW da Petrobras a partir de 2017 e 8.100 MW, de terceiros ou Petrobras, entre 2021 e de 2030. Além disso, a demanda nacional por gás, em grande parte industrial, continuará a aumentar até 2030, embora com taxas mais baixas”, afirmou.

Políticas públicasA Associação Brasileira das

Empresas Distribuidoras de Gás Natural (Abegás), representada no evento por Marcelo Men-donça, gerente de planejamento estratégico e competitividade, indicou os desafios do setor e comentou sobre a necessidade de políticas públicas e deso-neração do gás natural como incentivo ao mercado.

A Abegás vê o parque de cogeração como uma grande oportunidade para se ampliar o potencial de gás natural no país. O gerente comentou sobre um estudo do Departamento de Energia dos Estados Unidos que informa que até 2020 o país aumentará a capacidade do seu parque de cogeração em 40 MW. De acordo com esse estudo, nos próximos 6 anos a demanda por equipamentos para cogeração aumentará exponencialmente.

“Sem planejamento e incenti-vos adequados o Brasil não con-seguirá competir com a demanda americana por equipamentos e perderemos uma grande oportu-nidade de expandir nosso parque de cogeração”, afirma.

abraget: Brasil dependerá cada vez mais das termelétricasO Brasil dependerá cada vez mais

das termelétricas para complemen-tação da oferta de energia firme do Sistema Interligado Nacional (SIN). A afirmação foi feita durante o Rio Gas & Power Forum 2014 por Edmundo Alfredo da Silva, consultor da Asso-ciação Brasileira de Geradoras Ter-melétricas (Abraget). Segundo ele, somente estes insumos serão capazes de gerar oferta complementar (e ne-cessária) para a expansão do parque de geração brasileiro.

“Uma matriz elétrica mais equi-librada terá maior segurança à gera-ção de energia elétrica, possibilitando mais desenvolvimento para o Brasil.

As termelétricas a gás, carvão e urâ-nio não competem com as hidrelétri-cas, eólicas e biomassa. São fontes complementares que possibilitarão que o país não se torne dependente das condições climáticas”, disse.

O executivo explicou que a des-pachabilidade das termelétricas é um atributo fundamental em sistema hidro-térmico, o que as diferencia das demais fontes. Assim, o Operador Nacional do Sistema (ONS) pode dispor das usinas termelétricas a qualquer momento, adi-cionando-as, todas as vezes que ocor-rem eventos inesperados.

Sobre a questão de infraestru-tura de transporte de gás natural, a

Abraget acredita que é necessário expandir a rede de gasodutos para o interior do país e criar polos indus-triais bem como a geração termelé-trica. Dentre os desafios dessa gera-ção termelétrica, está a necessidade de comprovação de garantia do com-bustível por 20 anos e a penalização por falta de combustível.

“O fato de ter que comprovar re-servas de gás para atender aos pro-jetos termelétricos, independente da plausibilidade da contratação dos can-didatos no leilão, torna praticamente impossível que se assegure gás por 20 anos para todos os projetos candi-datos”, comentou.

por maria Fernanda Romero

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Bola na área!

Benício BizDiretor da Benício Biz Editores

Em tempos de Copa do Mundo, o setor de óleo e gás no Brasil tem que driblar alguns desafios para avançar e marcar um ‘gol’ no cenário mundial do petróleo, no mo-mento passando por grandes mudanças nas Américas, regiões que concentram as

atenções da indústria mundial. Prova disso é a OTC 2014, que reuniu quase 110 mil pessoas em Houston (EUA) em

sua 45ª edição – a maior de todos os tempos – na qual se apresentaram em torno de 2.600 empresas de 43 países. No centro das atenções, o Golfo do México e o próprio México, país que vive uma fase de flexibilização do setor petrolífero, atraindo investidores do mundo inteiro.

O pré-sal brasileiro também continuou na vitrine dessa feira – o Pavilhão Brasil sempre é um dos grandes destaques, reunindo empresas brasileiras e players internacionais que atuam no país, incluindo a TN Petróleo e T&B Petroleum, sempre presentes nos últimos 15 anos.

Com a bola rolando e a disputa acirrada por investimentos, o Brasil vai ter de manter o foco e acertar o meio de campo para não perder sua posição. Em meio às denúncias envolvendo a Petrobras, acirradas pela campanha eleitoral que vai definir a manutenção ou não da presidente da República Dilma Rousseff no poder, o país regis-tra alguns avanços.

A produção de petróleo e gás natural alcançou uma média de 2,643 milhões de barris equivalentes por dia – 2,119 milhões de barris diários de petróleo e 83,4 milhões de m³ por dia de gás natural. E a produção no pré-sal chegou a 483,4 mil barris de óleo equivalente por dia, sendo 395,9 mil barris diários de petróleo e 13,9 milhões de m³ por dia de gás natural.

Esses são dados consolidados no mês de março, de acordo com o último boletim veiculado pela Agência Na-cional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de maio, antes do fechamento desta edição. Ou seja, a linha ascendente vem sendo mantida, graças aos esforços da Petrobras para dar a partida em novas unidades de produção e elevar a eficiência operacional de seus ativos nas principais bacias produtoras.

Tanto que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) manteve o Grau de Investimento da companhia, com nota de crédito ‘BBB-’ com perspectiva estável: a agência considera que as atividades de E&P são ‘fortes’, distinguem-se em termos de escala, qualidade, reposição e acesso a reservas, além de posição domi-nante da petroleira em toda a cadeia da indústria de petróleo (refino, transporte e distribuição) no Brasil.

Isto, sem dúvida, eleva os ânimos da cadeia de fornecedores que apostam em uma demanda crescente por bens e serviços. É o que você encontra na matéria de capa desta edição, que mostra como o setor de aço vem se preparando para atender à demanda por produtos cada vez mais sofisticados. O que todos esperam é que a indústria brasileira de óleo e gás tenha a ‘têmpera do aço’, para manter-se em campo e marcar o gol dos cinco milhões de barris/dia até o final da década!

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hot news

Na busca da eficiência, UO-ES ganha ProefCOM 13 CONCESSõES marítimas e sete unidades de produção offshore, a Unidade de Operações de Explo-ração e Produção do Espírito Santo (UO-ES) ganhou sua vez no Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef) da Petrobras.

Lançado no dia 5 de maio, na ca-pital capixaba, o programa ganha uma abordagem diferente de sua meta inicial, voltada para a recuperação da eficiência operacional de sistemas de produção que apresentavam resultados decres-centes. Na UO-ES, o objetivo é manter a eficiência elevada, através de ações estruturantes específicas e metas a serem definidas para cada sistema de produção.

A versão revisitada do Proef foi lan-çada na sede da Petrobras, em Vitória,

pela presidente da Petrobras, Graça Foster, em ceri-mônia que reuniu ainda o diretor de Exploração e Pro-dução, José For-migli, o gerente geral da Unidade

de Operações de E&P do Espírito Santo (UO-ES), José Luiz Marcusso. Também participaram as gerentes executivas de Engenharia de Produção, Solange Guedes, e de Serviços, Cristina Pinho, ambas da diretoria de E&P da petroleira.

De acordo com o último Bole-tim Mensal de Produção, divulgado pela petroleira no dia 3 de maio, a produção diária de petróleo – con-densado e líquido de gás natural (LGN) – da companhia no estado em março alcançou o volume re-corde de 348,4 mil barris. O salto na produção se deve à entrada em operação da plataforma P-58, no dia 17 de março, e que já produzia, no início e maio, cerca de 50 mil barris

por dia de petróleo no pré-sal do Parque das Baleias.

Também contribuíram para o recor-de a entrada em produção dos poços terrestres de Inhambu-37 e Inhambu-41, que levaram a produção terrestre do estado a cerca de 16 mil barris por dia, e os bons resultados de eficiência ope-racional obtidos por todos os sistemas de produção da UO-ES. Ao todo, a uni-dade opera seis navios-plataforma, uma plataforma fixa, oito estações terrestres de tratamento de óleo e duas unidades de tratamento de gás.

O programa estruturante apoia o Plano de Negócios e Gestão da com-panhia e foi elaborado inicialmente para alinhar ações voltadas para a recuperação da eficiência opera-cional dos sistemas de produção da Unidade de Operações da Bacia de Campos (UO-BC).

Resultados – Graça Foster lembrou os resultados já obtidos nas unidades em que o programa é desenvolvido des-de 2012. Na UO-BC, por exemplo, a companhia obteve um ganho de 25 mil barris por dia (bpd) em 2012 e de 21 mil bpd em 2013.

“A eficiência operacional naquela unidade subiu de 71,7% em 2012 para 75,4% em 2013. E agora em 2014 acaba-mos de fechar o mês de abril com uma eficiência operacional no patamar de 80%”, destacou a executiva.

Outro resultado positivo pode ser observado na Unidade de Operações do Rio de Janeiro (UO-Rio), onde o programa viabilizou o acréscimo de 42 mil barris à produção diária do ano passado, com elevação da eficiência operacional daquela unidade para 92,4% em 2013, tendo atingido 96% em abril deste ano.

José Formigli ressaltou que a área do Espírito Santo é extremamente importan-te para elevação da curva de produção da Petrobras: “Neste terceiro momento do Proef, é hora de olhar para a UO-ES, preservando a sua eficiência.”

Antes da cerimônia, os executi-vos da Petrobras estiveram no navio PLSV (Pipe laying support vessel) Seven Phoenix, que realiza a insta-lação do gasoduto da P-58. Esse tipo de embarcação é responsável pelo lançamento e recolhimento de linhas ao mar e conecta as plataformas aos sistemas de produção.

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Parceria entre Deloitte e Nasa tem foco no setor de E&P

A INDúSTRIA DE PETRóLEO e gás ga-nhou uma parceria de peso para a área de Exploração e Produção (E&P) em águas profundas. A Deloitte, organização especializada em consultoria e auditoria, fechou aliança com a Nasa (National Aeronautics and Space Administration) para auxiliar o setor no aperfeiçoamento das ferramentas de gestão de riscos que englobam essas atividades. As soluções oferecidas utilizam técnicas operacio-nais empregadas no espaço sideral.

A aliança foi anunciada no dia 20 de junho por representates da Deloitte, juntamente com o astronauta William Bill Mc Arthur Jr., que trouxe exemplos reais de como lidar com riscos e imple-mentar uma gestão prévia de projetos de alta complexidade. Eles anunciaram que uma equipe formada por especialistas irá apoiar empresas no diagnóstico de possíveis riscos nos negócios, além de recomendar as mais modernas tecno-logias a serem aplicadas quando forem detectadas não conformidades.

“Os desafios enfrentados nesses dois segmentos são muito parecidos. Os profissionais dessas áreas lidam com equipamentos complexos e com grande potencial para catástrofes”, afirmou o sócio da Deloitte, Carlos Vivas. Para ele, a indústria de óleo e gás tem procurado se aperfeiçoar cada vez mais e agora será possível aplicar novas técnicas na exploração e produção de petróleo.

P-62 entra em operação no campo de Roncador

A UNIDADE DE PRODUçãO P-62 entrou em operação no campo de Roncador, na Bacia de Campos, no dia 12 de maio. Do tipo FPSO (unidade que produz, armazena e transfere petróleo, na sigla em inglês), a plataforma tem capacidade para processar diariamente até 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de m3 de gás natural.

Segundo a Petrobras, a P-62 está instalada em profundida-de de água de 1.600 m, é parte integrante do projeto Módulo 4 do campo de Roncador. Nela serão interligados 22 poços, sendo 14 produtores de óleo e gás e oito injetores de água. A exportação de óleo da plataforma será realizada por meio de navios aliviadores e o escoamento de gás natural por gasoduto conectado da plataforma até a rede de escoamento de gás da Bacia de Campos.

Conteúdo nacional – A obra, que gerou cerca de cinco mil empregos diretos e 15 mil indi-retos, alcançou 63% de índice de conteúdo nacional. A cons-trução dos módulos de proces-samento de óleo e compressão de gás da plataforma foi feita

no Rio de Janeiro. Estes módu-los foram transportados para o estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Ipojuca (PE), onde ocorreu a construção dos módulos de painéis elétricos e de geração principal de energia, bem como a integração de todos os módu-los no casco da plataforma.

A P-62 trabalhará em conjunto com as plataformas de produção P-52, P-54 e P-55, já instaladas no campo de Roncador.

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Capacidade de processamento

de óleo: 180 mil barris/dia

Capacidade de tratamento e

compressão de gás: 6 milhões

m³/dia

Conteúdo local: 63%

Capacidade de tratamento de

água de injeção: 42 mil m³/dia

Capacidade de geração elétri-

ca: 100 MW

Profundidade de água: 1.600 m

Peso total da plataforma:

60.500 toneladas

Dados da P-62

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hot news

O GRUPO CBO – formado pela Cia. Brasileira de Offshore, Es-taleiro Aliança, Estaleiro Ocea-na e Aliança Offshore – batizou e entregou o 21º navio da frota da empresa no dia 8 de maio: o CBO Ipanema. Foi o primeiro barco de apoio marítimo en-tregue à Petrobras desde que o controle do grupo foi assumido pela Vinci Partners, P2Brasil e BNDESPar.

A embarcação, do tipo PSV 4.500 (Platform Sup-ply Vessel), que vai atuar no suprimento de plataformas de produção de petróleo offsho-re, já iniciou suas operações para a petroleira. A principal característica desta unidade é a capacidade de transportar fluidos utilizados nas opera-ções de perfuração de poços de petróleo.

A propulsão do CBO Ipanema é diesel-elétrico, uma solução aprovada no mercado mundial que dá maior flexibilidade no uso do conjunto de motores, prin-cipalmente nas aplicações que exigem muitas manobras – como é o caso do suprimento a plata-formas de petróleo e sondas de perfuração.

Além de sistema de posicio-namento dinâmico, esse PSV possui sistema de comunicação de dados e de voz de última ge-ração, via satélite, que permite a troca de dados em tempo real.

Construída no Estaleiro Aliança, em Niterói, a unidade teve financiamento do Fundo da Marinha Mercante (FMM), do Ministério dos Transportes, por meio do agente financeiro Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), e incentivos dos go-vernos federal e estadual.

A cerimônia de entrega acon-teceu no Píer Mauá, no Centro do Rio de Janeiro, e teve como madrinha Elza da Conceição Coelho Fortes, esposa do primei-ro funcionário da CBO, Abelardo Fortes, atual coordenador de ma-nutenção dos motores dos navios de propulsão diesel-elétricos, os mais modernos da frota da empresa.

“As pessoas são o verdadeiro fator de produtividade. Através de Dona Elza demonstramos a trajetória vencedora do Abelardo

Fortes, que ingressou na com-panhia em 1978 e, atualmente, é o coordenador de manutenção certificado pelo fornecedor dos motores”, afirmou o presidente do Grupo, Luiz Maurício Portela.

Frota em expansão – A CBO venceu a licitação da Petrobras para operação de mais dois na-vios de apoio marítimo tipo PSV, e de quatro navios de reboque, suprimento e manuseio de ânco-ras (AHTS). Estas novas enco-mendas se somam à construção de dois navios tipo OSRV (Oil Spill Response Vessel) encomen-dados pela Asgaard Navega-ção. Todos serão construídos no Brasil, nos estaleiros do Gru-po: Aliança, Oceana e Aliança Offshore.

“Com os novos acionistas, a empresa está confiante no seu posicionamento dentro do mercado de serviços offshore e de construção naval. Esta é uma nova fase dentro da bem-suce-dida existência da companhia”, finalizou Portela.

PSV CBO Ipanema é batizado no Rio

Tipo: PSVComprimento total: 88,8 mComprimento LPP: 82 mBoca: 19 mPontal: 8 mCalado máximo: 6,5 mPorte bruto: 4.500 toneladasPropulsão: diesel-elétricaGeração de energia: 1 x 360 / 4 x 1.710 kWPropulsores laterais: 2 x 800 kWVelocidade: 14 nós

CBO Ipanema

kongsberg.com

O grupo Kongsberg está celebrando neste ano de 2014 seu aniversário

de 200 anos. Dois séculos de conquistas, inovações e transformações.

Uma jornada que começou na Noruega, com o pioneirismo na área

de tecnologia global.

Estamos orgulhosos e com certeza prontos para mais 200 anos.

Junto com os nossos funcionários e clientes, sempre prontos para o próximo desafio.

KM.KONGSBERG.COM

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Brasil é penúltimo no ranking de patentes válidas

O RELATóRIO DA Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) apontou que a demanda por petróleo este ano deve crescer 1,14 milhão de barris em 2014 em relação ao registrado no final do último ano. De acordo com o documento, esta previsão deve se manter até pelo me-nos a reunião do dia 11 de junho.

“Juntamente com o aumento em curso da oferta de fora da Opep, a atual produção da entidade contribuirá para satisfazer plenamente a demanda esperada, resultando em um mercado razoavelmente equilibrado este ano”, lê-se em seu relatório.

A produção de petróleo da Opep subiu em abril com relação a março, mas se manteve abaixo da meta de fornecimento estabelecido pela enti-dade, de 30 milhões de barris diários; e isso aconteceu em grande parte de-vido à escassez do produto na Líbia.

De acordo com fontes secundárias citadas pelo relatório, a produção da Opep aumentou em 131 mil barris por dia (bpd), para 29,59 milhões de bpd, em grande parte em função do aumento da oferta do Iraque e Arábia Saudita. A produção de petróleo deve

se manter no mesmo nível este ano, segundo a entidade, devido ao mer-cado estável, com o preço do Brent rondando o valor de US$ 100.

Há a expectativa de um pico de demanda por petróleo no Brasil no segundo semestre graças à realização da Copa do Mundo, em junho, quando é esperado um uso maior de combus-tíveis nos setor de transportes tanto o rodoviário, como o mercado de aviação, avalia a entidade.

Sobre a demanda de um modo geral para este ano, a Opep espera um ligeiro crescimento, acompanhando as expectativas de crescimento da eco-nomia em torno de 2%; assim, nada

muda com relação à opinião apresen-tada no relatório do último mês.

Com relação à produção bra-sileira, incluindo a de biocombus-tíveis, a Opep espera uma revisão para cima das suas expectativas esse ano com volume total chegan-do a 2,7 milhões de barris por dia, 2,74 mb/d, 2,84 mb/d e 2,9 mb/d, respectivamente em cada trimestre.

Já a Agência Internacional de Ener-gia divulgou em seu relatório mensal sobre o mercado petrolífero que o con-sumo mundial de petróleo este ano será em média de 92,8 milhões de barris por dia, um volume 65 mil barris superior ao estimado em abril.

O último relatório anual da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Wipo), vinculada à Orga-

nização das Nações Unidas (ONU), mostra que o número de patentes válidas no Brasil está muito atrás de países considerados referência em inovação. O levantamento, feito entre os 20 maiores escritórios de concessão de patentes no mundo, traz dados de

2012 e aponta os Estados Unidos em primeiro lugar, com 2,2 milhões de patentes, seguido do Japão, que tem 1,6 milhão. Depois estão China (875 mil), Coreia do Sul (738 mil), Alema-nha (549 mil), França (490 mil), Reino Unido (459 mil) e até o Principado de Mônaco (42.838). O Brasil está na 19ª posição, com 41.453 patentes válidas. São 211 a mais que o último lugar, ocupado pela Polônia. No bloco

dos Brics, todos estão na frente: se-guidos pela China aparecem Rússia (181 mil), África do Sul (112 mil) e Índia (42.991).

“Uma patente é requerida e con-cedida para tecnologia, seja de pro-duto inédito ou para aprimorar algu-ma invenção. O número de patentes é um dos fatores que refletem o grau de inovação de um país. O Brasil pre-cisa estar mais bem equipado para

Opep eleva previsão de demanda por petróleo em 2014

Produção de países-membros da Opep e não membros – maio/2012 a abril/2014

Produção de países-membros da Opepmb/d (Opep)

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mb/d (total)Outros paísesprodutores

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dar agilidade ao exame desses pedi-dos”, alerta o gerente executivo de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), João Emílio Padovani Gonçalves.

De acordo com a Wipo, o número de pedidos de patentes cresceu 9,2% em 2012 – um recorde nos últimos 18 anos. Dos 20 países pesquisados, 16 registraram crescimento. Os maiores foram na China (24%), Nova Zelândia (14,3%), México (9%), Estados Unidos (7,8%) e Rússia (6,8%). No Brasil, tam-bém houve aumento de 5,1%.Longa espera – No Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) é responsável por receber os pedidos, examinar e conceder, ou não, o direito de patente. Entre 2003 e 2013, foram concedidas 34.189 patentes. Em média, 3.108 por ano. Além de o volume ser baixo em re-lação a outros países, o tempo médio de espera por uma resposta do Inpi quase dobrou no mesmo período. Em 2003, no caso de invenção, a demora era de pouco mais de seis anos. Em 2008, passou a ser de nove anos. Em 2013, chegou a 11 anos.

Dependendo da área em que o di-reito de patente é requerido, a demo-ra pode ser maior. No ano passado, os registros que mais esperaram pela concessão foram os de Telecomunica-ções (14,2 anos). Em seguida, vieram Alimentos e Plantas (13,6 anos); Bio-logia Molecular (13,4 anos); Física e Eletricidade (13 anos); Bioquímica (12,9 anos); Computação e Eletrônica (12,6 anos); Farmácia (12,3 anos); Agroquímicos (12,2 anos).

Uma das causas dessa longa es-pera aparece quando analisada a relação entre o número de exami-nadores do Inpi e a quantidade de pedidos que estão na fila – o cha-mado backlog. Em 2012, havia 225 profissionais para avaliar 166.181 pedidos de patentes. Eram 738 pedi-dos por examinador. No ano passado, caiu o número de examinadores e au-mentaram os pedidos: eram 192 para 184.224. A relação passou para 980 pedidos de patente por examinador.

Na Europa, em 2012, eram 363.521 pedidos para 3.987 exami-

nadores. Cada um com 91,2 pedidos para analisar. Enquanto isso, nos Estados Unidos, no mesmo ano, a situação era bem mais confortável: 603.898 pedidos para 7.831 examina-dores, ou 77 pedidos por examinador.

De acordo com a Lei de Proprie-dade Industrial (n. 9.279/1996), a partir da data de depósito no Inpi, a patente de invenção tem prazo de validade de 20 anos e a de modelo de utilidade, 15 anos. Essa última se refere a um objeto, ou parte dele, com nova forma que resulte em me-lhoria funcional ou de sua fabrica-ção. A demora é compensada pela mesma lei que assegura que o prazo de vigência não seja inferior a dez anos para a patente de invenção e a sete anos para a patente de mo-delo de utilidade, a contar da data de concessão. Assim, uma patente de invenção de Telecomunicações, por exemplo, depositada em 1999 e concedida em 2013, terá prazo de validade até 2023. Mas, por se tratar de tecnologia, a longa espera prejudica.Agenda de recomendações – A Mo-bilização Empresarial pela Inovação (MEI), liderada pela CNI, construiu uma agenda de recomendações para aprimorar o ambiente de negócios em propriedade intelectual. Entre elas, a redução do tempo de exame de patentes no Inpi para, no máxi-mo, quatro anos; e a ampliação do quadro de examinadores e investi-mentos em informatização, além de estabelecer acordos de cooperação técnica com outras instituições inter-nacionais de concessão de patentes de referência. A ideia é acelerar a análise de patentes sem a perda da autonomia do Inpi.

“Quando o empresário pede o direito de patente, ele tem o objeti-vo de proteger sua invenção e tam-bém a expectativa de negócio. Essa demora fragiliza tanto a invenção quanto possíveis negócios. Depois de tanto tempo, a tecnologia certamen-te estará ultrapassada e o produto obsoleto”, alerta a coordenadora do Programa de Propriedade Intelectual da CNI, Diana Jungmann.

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12 TN Petróleo 95

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O LUCRO LÍQUIDO da Petrobras no primeiro trimestre de 2014 foi de R$ 5.393 bilhões, resultado 14% inferior ao 4º trimestre de 2013 e 30% menor do que o resultado do primeiro trimestre do ano passado. O lucro operacional foi de R$ 7,6 bilhões, 8% superior ao do último trimestre de 2013, principalmente pelos maiores preços de derivados e pela menor participação de deri-vados importados nas vendas.

Segundo a companhia, o resultado operacional cresceu principalmente em função dos aumentos de diesel e gasolina ocorridos em novembro de 2013; a menor participação de deri-vados importados nas vendas

do mercado interno; e o menor custo total com a produção de óleo e derivados; que compensa-ram o provisionamento de R$ 2 bilhões 396 milhões com o Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV).

O PIDV obteve 8.298 inscri-ções validadas, o que representa 12,4% do efetivo total da Compa-nhia. A estimativa é que 55% dos desligamentos ocorram ainda em 2014 e que a redução de custos alcance R$ 13 bilhões no hori-zonte 2014-2018.

O resultado financeiro líquido ocorrido no 1º trimestre foi nega-tivo em R$ 174 milhões, porém, comparando com o 4º trimestre

de 2013, foi R$ 2 bilhões 847 milhões mais favorável devido à apreciação cambial (3,4%).

O pré-sal alcançou novo recor-de de produção mensal, chegando a 395 mil barris de petróleo por dia (bpd), em março. O resultado é 2,4% acima do recorde anterior, registrado em fevereiro (385 mil bpd). Contribuiu para esse recor-de a produção do primeiro poço interligado a uma Boia de Susten-tação de Riser (BSR), no campo de Sapinhoá, iniciada em feverei-ro. Esse poço vem apresentando desempenho acima da média e mantém-se como o melhor poço produtor do país, com aproxima-damente 36 mil bpd.

Fusões e aquisições no setor de O&G aumentaram 125% em 2014

Petrobras tem lucro menor e produção recorde no pré-sal

O NúMERO DE FUSõES e aqui-sições no setor de óleo e gás neste primeiro trimestre registrou um aumento de 125% se comparado ao mesmo período do ano passado. Durante os três primeiros meses de 2014, foram concretizadas nove operações contra quatro em 2013. Esses dados constam em uma pesquisa realizada trimestralmen-te pela KPMG com 43 setores da economia brasileira.

Do total de negociações deste primeiro trimestre, três fusões fo-ram domésticas (entre empresas locais). Organizações de capital majoritário estrangeiro adquiri-ram duas empresas brasileiras estabelecida no país (CB1) e duas sediadas no exterior (CB5). Uma organização de capital majoritário brasileiro adquiriu, de estrangeiros, empresa esta-belecida no Brasil (CB3) e uma estrangeira adquiriu multinacio-nal estabelecida no Brasil.

“A realização dos leilões no ano passado e a superação dos atrasos que minavam as expectativas no

Brasil exigiram que a indústria de óleo e gás ficasse mais organizada, gerando assim o aquecimento do setor. Além disso, o inves-

timento de empresas privadas no Porto de Açu e em outras iniciati-vas promete fomentar ainda mais essa indústria nos próximos anos”, analisa o sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra.

A KPMG é uma rede global de firmas independentes que prestam serviços profissionais de Audit, Tax e Advisory, presentes em 155 países, com mais de 155.000 profissionais atuando em firmas-

-membro em todo o mundo. As firmas-membro da rede KPMG são independentes entre si e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma enti-dade suíça. Cada firma-membro é uma entidade legal independente e separada e descreve-se como tal.

No Brasil, a organização conta com 4.000 profissionais distri-buídos em 13 Estados e Distrito Federal, 22 cidades e escritórios situados em São Paulo (sede), Belém, Belo Horizonte, Brasí-lia, Campinas, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Joinville, Londrina, Manaus, Osasco, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, São Carlos, São José dos Campos e Uberlândia.

1O TRIMESTRE ÓLEO E GÁS MINERAÇÃO ENERGIA

2011 4 4 5

2012 6 3 12

2013 4 6 5

2014 9 1 13

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Produção industrial mostra tendência de queda

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil

Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março

Bacia de Campos 1.555,9 1.505,1 1.497,6 1.449,5 1.426,3 1.442,8

Outras (offshore) 203,7 250,1 266,4 271,0 295,9 284,0

Total offshore 1.759,5 1.755,2 1.764,0 1.720,4 1.722,2 1.726,8

Total onshore 200,0 201,5 199,9 196,2 201,3 199,1

Total Brasil 1.956,7 1.959,5 1.963,9 1.916,6 1.923,5 1.925,9

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil

Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março

Bacia de Campos 23.619,1 22.930,4 22.980,1 22.606,3 22.199,8 23.041,0

Outras (offshore) 17.233,0 22.656,4 24.378,4 23.302,8 25.238,9 24.939,4

Total offshore 40.852,1 45.586,8 47.358,5 45.909,1 47.438,8 47.980,4

Total onshore 15.729,2 15.709,3 15.949,9 16.607,9 16.646,0 16.379,8

Total Brasil 56.581,3 61.296,1 63.308,4 62.516,9 64.084,8 64.360,2

Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional

Exterior 108,9 106,1 100,6 112,5 115,3 126,9

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional

Exterior 15.439,2 14.943,7 14.861,4 15.153,6 15.534,5 15.743,7

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d)

Brasil+Exterior 2.515,1 2.536,3 2.550,1 2.511,5 2.533,2 2.550,3

Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural Período de 10/2013 a 03/2014

(*) Inclui gás injetado.

(**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

bovespa (%)

dólar comercial*

DJ Oil & Gas (%)

euro comercial*

*Valor de venda, em R$

19.05.201417.03.2014

19.05.201417.03.2014

19.05.2014

19.05.2014

17.03.2014

17.03.2014

2.2052.349

-1.150.34

0.320.63

3.023.27

Variação no período: 8.29%

Variação no período: 18.65%

Variação no período: -5.96%

Variação no período: -7.79%

O INDICADOR de produção da indústria brasileira fechou o mês de abril com 47,3 pontos, queda de 1,5 ponto percentual na compa-ração com o mês de março (48,8). O dado, que consta na Sondagem Industrial feita entre os dias 5 e 14 de maio, foi divulgado no dia 21 de maio, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com a entidade, esse é o sexto mês consecutivo em que o índice fica abaixo dos 50 pontos. Foram ouvidas 2.045 empresas, sendo 800 pequenas, 751 médias e 494 grandes. A CNI usa a escala de 0 a 100, o valor indica queda quando fica abaixo de 50.

Outro indicador importante é o da utilização da capacidade instalada, que ficou em 71%, dois pontos percentuais abaixo do

registrado no mesmo mês de 2013 (73%). A utilização da capacidade instalada em relação ao usual caiu para 42 pontos, abaixo do que é esperado para o mês.

Os números mostram que a estocagem da indústria voltou a subir, com o indicador de evolução de estoques em 51,4 pontos em abril. As grandes empresas, em destaque, registraram 53,3 pontos na mesma comparação. O nível de estoques efetivo em relação ao pla-nejado para a indústria subiu para 50,4 pontos, informou a CNI. Nas grandes indústrias aumentou para 52,9 pontos, mostrando que há ex-cesso de estoques no segmento.

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ck.x

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TN Petróleo 95 15

FRASES

“Se excluirmos o provisiona-mento de R$ 2,4 bilhões em relação ao Plano de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV), o lucro operacional deste primeiro trimestre teria sido praticamen-te igual ao lucro do primeiro trimestre do último ano.” Graça Foster, presidente da Petrobras, na teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre – 12/05/2014

“A nossa recomendação é para isso. Fazer no ano que vem fora do pré-sal e outra de pré-sal só no fim de 2016. Essa é a nossa posição, mas não significa que o CNPE não possa ter outra opinião. Já será difícil atender essa demanda toda e imagina se colocamos mais um leilão de pré-sal na praça?” Magda Chambriard, diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombus-tíveis (ANP). 02/05/2014 – Agência Estado

“Localizar petróleo nas profunde-zas do oceano é uma coisa, trazê--lo para a superfície e levá-lo até uma refinaria é outra. O otimismo permanente da Petrobras, de que todos esses problemas vão ser resolvidos, não ajuda muito - nem a falta de transparência sobre os custos do petróleo produzido.” José Goldemberg, ex-secretário de Ciência e Tecnologia da Presidência da República, no artigo “As perspectivas do pré-sal”, publicado no jornal O Estado de S.Paulo – 19/05/2014

“Queremos tecnologias gera-das por empresas nacionais no país, queremos laboratórios de P&D (Pesquisa e Desenvol-vimento) instalados no Brasil. Essa possibilidade começa a ser vislumbrada.” Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacio-

nal de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES) - Agência Brasil - 15/05/2014

R$12,02

R$29,31

R$12,38

R$12,57

R$26,00

R$14,78

R$16,83

R$29,47

R$12,88

R$17,94

R$26,64

R$14,79

petróleo brent (US$)

petróleo WtI (US$)

petrobras

CPFL BRASKEM

VALE

Período: 17.03.2014 a 19.05.2014 | ações ações ações ações

ON

ON

ON

PN

PNA

PNA

19.05.201417.03.2014

19.05.201417.03.2014

109.44106.39

102.3298.08

Variação no período: 1.01%

Variação no período: 3.47%

Variação no período: 39.09%

Variação no período: 0.72%

Variação no período: 3.12%

Variação no período: 40.38%

Variação no período: 2.07%

Variação no período: 2.00%

A AGêNCIA DE CLASSIFICA-çãO de risco Standard & Poor’s (S&P) reafirmou sexta-feira, 16/5, a nota de crédito da Petrobras em ‘BBB-‘ com perspectiva estável, mantendo o Grau de Investimen-to da companhia.

A reafirmação do rating foi baseada na combinação entre as avaliações do perfil de risco de negócio, do perfil de risco finan-ceiro, assim como da liquidez.

A avaliação do perfil de risco do negócio considerou que as atividades de E&P são

“fortes” e se distinguem em termos de escala, qualidade, reposição e acesso a reservas, além de posição dominante não somente em exploração e produção, mas em toda cadeia da indústria de petróleo, como refino, transporte e distribui-ção no Brasil.

Standard & Poor’s reafirma classificação de risco da Petrobras

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16 TN Petróleo 95

entrevista exclusiva

Na reta final da implantação da

Unidade Paraguaçu, em Maragogipe (BA), e

pronta para dar a partida na conversão inédita

no país dos cascos de quatro navios VLCCs

(very large crude carrier) em plataformas FPSO (Floating Production,

Storage and Offloading), a Enseada Indústria

Naval (EIN), já se posiciona como um dos mais novos e modernos

estaleiros do país. E em plenas condições

de atender os índices de competitividade

e de conteúdo local que requerem o

superaquecido mercado brasileiro.

UMA ENSEADA DE GRANDES PROJETOS

OU SEJA: já ‘surfou’ a terceira onda deste setor, que enfrenta no Brasil agora o problema de competitividade e falta de mão de obra qualificada. “O diferencial competitivo da Enseada consiste na combinação da expe-riência de três grandes e tradicionais acionistas, a Odebrecht, a OAS e a UTC, e da tecnologia de ponta da KHI, o quarto acionista da Enseada e referência mundial no setor”, destaca João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval.

TN Petróleo – Qual a carteira total hoje da Enseada? Tem algo mais além dos seis navios-sonda para a Sete Brasil e, no Rio de Janeiro, a conversão dos cascos de quatro navios VLCCs em FPSOs para a Petrobras?

João Candido Gonçalves da Silva – A Enseada tem como cliente a Sete Brasil para a construção de seis sondas de perfuração do pré-sal em um contrato de US 4,8 bilhões. Adicionalmente, no Rio de Janeiro a Enseada opera no Estaleiro Inhaúma, arrendado pela Petrobras. Além de ter concluí-do a revitalização de suas instalações, realiza para a Petrobras a conversão de quatro navios petroleiros nos cascos das futuras plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77 em um contrato de U$ 1,7 bilhão.

Quais destes projetos vocês consideram mais desafiador ou emblemático? Por quê?

O projeto Sondas, por sua grandiosidade e complexidade, representa um desafio constante para as equipes. É a primeira vez que são feitas no Brasil e, no caso da Enseada, inclui transferência de tecnologia tanto para o Brasil (no caso dos cascos) quanto para nosso acionista do Japão (no caso do topside).

Como está a construção final do estaleiro? Quanto falta e o que falta? Quando o estaleiro ficará 100% pronto?

A Unidade Paraguaçu está com mais de 60% de suas obras concluí-das e a previsão de conclusão é março de 2015. A construção das son-das acontece simultaneamente ao processo de construção do estaleiro.

Quais os principais desafios que vocês tiveram na instalação do estaleiro em simultâneo com a construção de embarcações?

O principal desafio do projeto é o prazo. O projeto de alta complexidade demanda o comprometimento de toda a equipe, possibilitando atingir a meta de iniciar a produção de chapas ainda em 2014, enquanto ainda são realiza-das as obras de construção do estaleiro.

por Beatriz Cardoso

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TN Petróleo 95 17

João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval

A PARCERIA COM A KA-

WASAKI ENVOLVE A AS-

SISTêNCIA TÉCNICA PARA

IMPLANTAçãO DO ESTALEI-

RO DA ENSEADA NA BAHIA,

O DESENVOLVIMENTO DA

ENGENHARIA DESTE PRO-

JETO E A CONSTRUçãO DO

CASCO DAS SONDAS.

Qual o grande diferencial da Enseada em relação a outros estaleiros que foram implantados em simultâneo: a parceria e a tecnologia Kawasaki Heavy Industries (KHI)?

O diferencial competitivo da Enseada consiste na combinação da experiência de três grandes e tradicionais acionistas, a Odebre-cht, a OAS e a UTC, e da tecno-logia de ponta da KHI, o quarto acionista da Enseada e referência mundial no setor.

A experiência da Odebrecht, OAS e UTC em grandes obras e projetos no setor de O&G também foi decisi-va para o sucesso da empreitada?

Sim, o know-how dos acio-nistas brasileiros que formam a Enseada (OAS, Odebrecht e UTC) é um dos fatores decisivos para que a empresa se torne um dos principais players do setor. A KHI, que além de sócia é parceira tec-nológica, tem também um histórico de transferências de tecnologias

bem-sucedidas para estaleiros na China, e os seus estaleiros em Kobe e Sakaide, ambos no Japão, são referência mundial.

Em janeiro deste ano, vocês foram conhecer o estaleiro da Kawasaki Heavy Industries (KHI) em Sakaide. Qual a percepção que vocês tiveram desse par-ceiro: eles estão confiantes com essa empreitada?

Foi muito positivo o retorno que tivemos da KHI após a visita aos seus estaleiros em Kobe e Sakaide. Eles demonstraram satis-fação com o andamento das obras do estaleiro na Bahia. Tem sido um aprendizado em via de mão dupla.

O que vai resultar efetivamente de transferência tecnológica para a Enseada? Quais os pontos aos quais eles podem agregar mais tecnologia e expertise à Enseada? Projetos? Planejamento? Processos? Gestão?

A parceria com a Kawasaki envolve a assistência técnica para implantação do estaleiro da Enseada na Bahia, o desenvolvimento da En-genharia deste projeto e a constru-ção do casco das sondas. Em contra-

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18 TN Petróleo 95

entrevista exclusiva

partida, a KHI irá absorver tecnologia na construção dos topsides das son-das. O investimento no processo de transferência tecnológica é de US$ 85 milhões, que está sendo realizado em quatro frentes: treinamento de pes-soal; fornecimento do acervo técnico (procedimentos, manuais, instruções e toda a documentação necessária para a operação do estaleiro); softwares de gestão e todas as melhorias desen-volvidas ao longo dos últimos 20 anos pela KHI nos softwares de Engenharia; e assistência técnica com a disponibi-lização de profissionais especializados que virão ao Brasil.

A indústria naval é apontada como um setor que ainda opera com um pé na modernidade, fazendo uso de alta tecnologia, e outro pé na idade média, com mão de obra massiva em canteiro de obra. O que ainda precisa ser mudado para essa indústria ganhar mais competitividade?

O desafio começa na definição do objetivo e um acompanhamen-to contínuo para aperfeiçoamento dos sistemas, de forma a atender a produtividade planejada e a curva de aprendizado, buscando sempre a di-minuição de custos e aumentando a qualidade. O atendimento das produ-tividades por disciplinas, com o uso de equipamentos com a mais alta tecnologia – inseridos pela metodo-logia da Kawasaki – e a parceria com as melhores instituições de ensino são iniciativas que farão da Unidade Paraguaçu um estaleiro de referên-cia em qualidade e produtividade.

Por que há resistência à incorpora-ção de novas tecnologias, que, no médio prazo, vão cobrir os custos de sua implantação?

Muito ao contrário, a Enseada está focada na absorção de novas tecno-logias, por entender que é a principal questão para obter competitividade.

Por que ainda há tantos atrasos nas encomendas junto à indús-tria naval? Além de mudança de

escopo de projeto, que já é fato conhecido, o que ainda emperra a chamada curva da eficiência dessa indústria?

A estratégia da Enseada é cum-prir os seus compromissos e os seus contratos nos prazos estabelecidos.

Como aconteceu essa parceria com a empresa holandesa Gusto no projeto das sondas? Ela poderá ser repetida mais adiante? O que ela agregou ao estaleiro em termos de aprendizagem?

A nossa fornecedora Gus-toMSC possui know-how e expe-riência em sondas de perfuração e trabalhou ao lado de nossa equipe durante todo o processo de transferência dos modelos 3D básicos, além de auxiliar para obter as aprovações da socie-dade de classificação. Também vale ressaltar a flexibilidade para escolher o equipamento de fornecedores, o que permitiu começar a construção antes do previsto, e o design compacto exigente do Qdrill com menos aço a ser processado, o que impacta positivamente o crono-grama de construção em geral e os custos.

A primeira das seis sondas da Sete Brasil está sendo finalizada pela Kawasaki (KHI), sócia da Enseada, em seus estaleiros localizados em Sakaide e Kobe, no Japão. Por que fi-zeram essa unidade lá? Para agilizar o pedido? Quando ela chega ao Brasil?

A sonda Ondina não será inte-gralmente construída no Japão; o topside está sendo construído no Brasil. Seu casco, que está sendo feito no estaleiro da KHI, é parte do processo de transferência tec-nológica. Ele está sendo produzido por profissionais brasileiros, trei-nados para aplicar o conhecimento adquirido na produção das demais sondas, na Bahia, multiplicando o conhecimento. O processo de TTA foi elaborado dessa forma para que o estaleiro baiano tenha tecnologia de ponta e capacidade competitiva frente aos demais estaleiros brasileiros e também de outros países.

O que falta ainda adquirir para a construção das sondas? As aquisi-ções serão feitas no mercado local ou internacional?

100% das aquisições estratégicas já foram realizadas para as seis son-das contatadas pela Sete Brasil, as-sim como a grande maioria dos bulk materials e dos sistemas e equipa-mentos navais para a primeira sonda. As compras estão sendo realizadas nos mercados doméstico e interna-cional, de acordo com a estratégia de aquisição do setor de Suprimento da empresa. Essa estratégia abrange o incentivo ao desenvolvimento da cadeia local de fornecedores, inclu-sive por meio de uma parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e a formação de parcerias com empresas que tenham a capacidade de transferir tecnologia para o Brasil.

Quais foram os principais itens a importar devido à indisponibi-lidade local? Essa indisponibi-lidade se deve à não fabricação

100% DAS AQUISIçõES

ESTRATÉGICAS Já FORAM

REALIZADAS PARA AS SEIS

SONDAS CONTATADAS PELA

SETE BRASIL, ASSIM COMO A

GRANDE MAIORIA DOS BULK

MATERIALS E DOS SISTEMAS

E EQUIPAMENTOS NAVAIS

PARA A PRIMEIRA SONDA.

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TN Petróleo 95 19

Nesta edição.

Uma enseada de grandes projetos

no país ou falta de capacidade de atendimento no prazo?

Para dar um exemplo, o trans-porte do superguindaste Golia-th, com 150 m de altura e 7 mil toneladas, capaz de içar até 1.800 toneladas, está sendo feito em diversos embarques convencionais em navios de contêineres para o porto de Salvador. Nosso foco é agregar alta tecnologia para fazer o melhor estaleiro do Brasil.

Por que vocês contrataram a consultoria técnica da Forship, empresa líder em comissionamento, para acompanhar as obras dos seis navios-sonda de perfuração? Qual o escopo do trabalho da Forship? Vocês já tinham parceria com eles?

A Unidade de Negócios de Consultoria Técnica da Forship foi contratada pela Enseada para prestar informações às entidades financia-doras da construção da planta indus-

trial do estaleiro em Maragogipe, que recebe financiamento do Fundo de Marinha Mercante (FMM). O contrato terá como objetivo o monitoramento da construção dos seis navios-sonda de perfuração da Sete Brasil, que serão entregues entre julho de 2016 e janeiro de 2020.

Que outros parceiros locais vocês estão contratando?

Faz parte da estratégia da Enseada não revelar os seus fornecedores.

Como anda o processo de qualifica-ção de capital humano da Enseada no Japão? Quantas pessoas, no total, deverão participar desse processo?

Ao longo do último ano, 40 profissionais passaram aproxima-damente quatro meses no Japão, no estaleiro de Sakaide. Em janei-ro de 2014, outros 24 profissio-nais passaram pela experiência,

dos quais 20 são oriundos da Bahia, principalmente do Recôn-cavo Baiano, região onde está localizado o estaleiro. É uma preocupação da empresa contri-buir para o desenvolvimento da região em que está localizada e deixar o conhecimento e a ca-pacitação como legado. Em maio, outros 38 integrantes passarão por treinamentos em Sakaide. No Japão, os trabalhadores passam por treinamentos práticos e teóri-cos e têm a missão de multiplicar o conhecimento adquirido ao re-tornarem ao Brasil. O aprendiza-do será fundamental para a efi-ciência e qualidade do estaleiro. Serão treinados dois integrantes de cada área, totalizando 102 pessoas que voltarão ao Brasil para irradiar este conhecimento para outros três mil profissio-nais que vão atuar na operação do estaleiro.

aerodinamica

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20 TN Petróleo 95

entrevista exclusiva

O Estaleiro Enseada Indústria Naval (EIN) planejou cuidadosamente sua implantação para ‘não ficar à deriva’ na maré da demanda aquecida.

BONS PROJETOS E PARCEIROS

Com uma carteira de enco-mendas de US$ 6,5 bilhões e investimentos na ordem

de R$ 2,6 bilhões, o estaleiro que apostou na tecnologia para assegurar sua competitividade tem parceiros qualificados para gerenciar um portfólio de peso. E quer atender os clientes no prazo e com a eficiência desejada por um mercado cada vez mais exigente, assim como concluir as obras do estaleiro até março do próximo ano.

Em construção em Maragogipe (BA), as seis sondas encomenda-das pela Sete Brasil para operar em lâminas d’água de 3.000 m, tiveram o projeto desenvolvido em parceria com a holandesa Gusto e serão construídas a partir da transferência de tecnologia resul-tante da associação com a Kawa-saki Heavy Industries.

Todas as atividades de enge-nharia dos equipamentos enco-mendados junto a empresas locais e também dos Estados Unidos, Reino Unido, China e Noruega são acompanhadas por profissionais do estaleiro. O mesmo ocorreu com o primeiro casco, construído no Japão, por equipes integradas por profissionais brasileiros. Ou seja: a transferência de tecnologia e co-nhecimento vem sendo construída desde o projeto.

Nas seis sondas, o estaleiro tem financiamento do Fundo de Marinha Mercante (FMM), por meio dos agentes financeiros Banco do Brasil e Caixa. Quatro sondas, a serem entregues até 2018, serão operadas pela Odebrecht óleo e Gás, e as outras duas, com entrega

prevista para 2020, em associação com a Etesco/OAS.

Sem medo de ousar – O segundo contrato também reflete o espí-rito inovador do EIN. Trata-se da conversão dos cascos de quatro navios tipo Very Large Crude Carrier (VLCC) em plataformas do tipo FPSO (Floating Production, Storage and Offloading), que será realizada no Estaleiro Inhaúma (RJ), arrendado pela Petrobras.

As quatro unidades flutuan-tes de produção, armazenamento e descarga de petróleo e gás natural – P-74, P-75, P-76 e P-77– vão operar no pré-sal da Bacia de Santos em áreas de Cessão Onerosa – campos cedidos pelo Governo à Petrobras. A conversão dos cascos, que antes era reali-zada apenas fora do país, terá alto índice de conteúdo nacional.

Cais concluído – No primeiro trimestre deste ano, a Enseada Indústria Naval mostrou que não brinca em serviço: após um ano

e nove meses, concluiu as obras civis do Cais 1, na sede de Mara-gogipe, que tem uma área total de 1,6 milhão de m2. O Cais, com uma área total de 5,2 mil m2, tem capacidade para atracar embar-cações com até 210 m de compri-mento. Está apto a receber navios com equipamentos para descarga, diminuindo assim os custos e tempo de transporte.

De acordo com a empresa, a obra foi concluída 20 dias antes do prazo previsto. O estalei-ro aposta que vai ter o mesmo sucesso nos cais II e III, previs-tos para serem finalizados em outubro e novembro deste ano, respectivamente.

Quando estiver operando a plena capacidade, o estaleiro EIN poderá processar até 36 mil toneladas de aço por ano, traba-lhando em regime de turno único, o que permite ampla margem de produção, construindo navios de altíssima especialização, que poderão ser fabricados simulta-neamente.

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TN Petróleo 95 21

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22 TN Petróleo 95

UMA INDúST RIA DE AÇO QUE PROD Uz ÓLEO E GÁS

por Rodrigo Miguez

especial: açoFo

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UMA INDúST RIA DE AÇO QUE PROD Uz ÓLEO E GÁS

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24 TN Petróleo 95

O índice de tecnologia e de investimentos em pesquisa e desen-volvimento de uma chapa de aço começou

a entrar na ‘pauta do dia’ devido à exigência de conteúdo nacional para os grandes projetos do setor de óleo e gás, nos quais o aço é matéria-prima crucial e em gran-des volumes. Somente no último petroleiro entregue à Transpetro, o Dragão do Mar, foram utilizadas mais de 21 mil toneladas de aço na estrutura.

Mas ainda é invisível para a grande maioria das pessoas, pois elas não sabem mensurar o quanto há de investimentos no desen-volvimento de novas tecnologias na produção de aço, algo que vai além dos volumosos recursos alo-cados na implantação ou amplia-ção de uma planta siderúrgica.

A modernização necessária para produzir os aços que vêm sendo demandados pelo setor petrolífero demanda investimen-tos em adequação da planta, nos equipamentos e processos e até mesmo em qualificação de recur-sos humanos.

A Usiminas, uma das maiores siderúrgicas do Brasil, há 52 anos em operação, investiu nada menos que R$ 539 milhões para implantar a tecnologia CLC (Continous on Line Control). Tornou-se assim a

primeira do país a ter essa tecnolo-gia que possibilita a fabricação de aço com alta resistência mecâni-ca, elevada tenacidade e melhor desempenho de soldagem.

A tecnologia foi aplicada no final de 2012 na maior coluna de revestimento de superfície (surface casing) da história da ex-ploração petrolífera no Brasil, em um poço com 1.650 m de profun-didade, dos quais 50 m estão na camada do pré-sal.

No ano passado, a Usiminas comercializou as primeiras chapas grossas produzidas pela tecnolo-gia CLC, e que serão usadas na

conversão do casco de um VLCC (Very Large Crude Carrier, grandes navios cargueiros) em uma plata-forma FPSO (Floating Production, Storage and Offloading) no Brasil.

Trata-se da P-74, primeira de quatro unidades que serão conver-tidas no país para atender deman-das da Petrobras, que vai utilizar esses FPSOs no desenvolvimento da produção do campo de Búzios (antigo Franco), área de cessão onerosa, que já teve comercialida-de declarada no final de 2013.

As obras terão alto índice de conteúdo nacional, incluindo o aço utilizado, uma vez que a Usiminas foi a primeira siderúrgica a receber o Certificado de Conteúdo Local para fornecimento a projetos de exploração, desenvolvimento e produção de óleo e gás. Até agora, a siderúrgica soma mais de 100 mil toneladas de chapas grossas CLC, comercializadas desde 2011.

Investimento contínuoDe acordo

com o vice--presidente de Tecnologia e Qualidade da empresa, Rômel Erwin de Souza, a companhia vem investindo

fortemente na linha de laminação de chapas grossas da Usina de

Presente em toda a cadeia produtiva da indústria petrolífera, desde a

broca de perfuração, chapas de navios petroleiros e plataformas offshore,

até malha de dutos, refinarias e tanques de combustíveis no posto de

gasolina, o aço é uma matéria-prima estratégica para este setor. Não

apenas em função da demanda aquecida no país – principalmente em

função da indústria naval e offshore –, como também pela necessidade

de aços especiais para a confecção de equipamentos que vão operar nas

mais severas condições, em terra e no fundo do mar.

Parque produtor: 29 usinasCapacidade instalada: 48,4 milhões de toneladas por anoProdução total: 34,5 milhões de toneladasProdutos siderúrgicos: 33,2 milhões de toneladasConsumo per capita: 142 kg por habitantePrincipais setores atendidos: construção civil, automotivo, máquinas e equipamentos, petróleo e gás, utilidades domésticas.

NúMEROS DO AÇO

especial: aço

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TN Petróleo 95 25

Ipatinga (MG), em especial com a instalação da tecnologia de res-friamento acelerado, e em uma nova linha de tiras a quente, na Usina de Cubatão (SP). “Esses in-vestimentos colocaram a empresa no estado da arte para a fabrica-ção de aços de alto conteúdo tec-nológico, que atendam exigências de soldabilidade, tenacidade e resistência ao serviço ácido (sour service), características cada vez mais requeridas em aplicações para atendimento à cadeia do óleo e gás”, disse.

O aço mais resistente às condi-ções extremas nas profundidades de mais de 5.000 m de profundi-

dade, nos campos do pré-sal, são fundamentais para a segurança das operações, além da garantia da vida útil dos equipamentos, tendo em vista a presença do contami-nante H2S (sulfeto de hidrogênio) no gás das bacias do Espírito San-to, de Campos e de Santos.

Recentemente, a Usiminas foi homologada pela Petrobras para fornecimento do aço APIX65 Sour Service, fruto de uma parceria com a estatal e a Tenaris, para a fabricação de tubos de elevada espessura. Com isso, a siderúrgi-ca é uma das poucas no mundo capacitada para esse tipo de atendimento.

“Desenvolvemos com a Usi-minas o aço sour service (grau X65 sour), hoje o mais aplicado para projetos de linepipe em ambientes ácidos. Uma solução ideal para transportar o petróleo e o gás produzidos no campo do pré-sal – tanto que já qualifica-mos esse aço com a Petrobras”, pontua Márcio Marques, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Tenaris no Brasil.

“Até há pouco tempo não tínhamos um fornecedor brasileiro de aço para essa aplicação. É de projetos como este que o Brasil precisa: desenvolvido com base em uma necessidade do mercado, con-

PRODUÇÃO SIDERúRGICA BRASILEIRA

(*) Dados preliminares Fonte: Aço Brasil

AçO BRUTO 8.323,4 8.202,8 1,5 2.738,0 2.609,0 2.976,4 2.848,1 4,5 34.283,1

LAMINADOS 6.307,3 6.188,7 1,9 2.055,0 1.985,5 2.266,8 2.200,1 3,0 26.381,7

PLANOS 3.521,7 3.608,2 (2,4) 1.170,6 1.085,0 1.266,1 1.267,4 (0,1) 14.927,0

LONGOS 2.785,6 2.580,5 7,9 884,4 900,5 1.000,7 932,7 7,3 11.454,7

SEMI-ACABADOS P/VENDAS

1.295,4 1.496,6 (13,4) 382,1 460,0 453,3 546,9 (17,1) 5.420,7

PLACAS 1.187,9 1.242,4 (4,4) 359,6 401,6 426,7 431,6 (1,1) 4.548,6

LINGOTES, BLOCOS E TARUGOS

107,5 254,2 (57,7) 22,5 58,4 26,6 115,3 (76,9) 872,1

FERRO-GUSA (Usinas Integradas)

6.250,3 6.335,1 (1,3) 2.084,3 1.936,5 2.229,5 2.157,5 3,3 26.115,4

Produtos Jan/Mar 2014(*) 2013

14/13 (%)

Jan 2014

Fev 2014

Março 2014(*) 2013

14/13 (%)

últimos 12 meses

Uma indústria de aço que produz óleo e gás

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CY

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26 TN Petróleo 95

duzido em conjunto por grandes players”, conclui o executivo.

De acordo com a companhia, este aço deve ser usado na fabrica-ção de gasodutos do Polo Pré-sal da Bacia de Santos, do projeto Rotas 3 da Petrobras, gasoduto de 307 km que interligará o campo de Búzios, na Cessão Onerosa, a Maricá (RJ), garantindo o envio de gás etano ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí.

O próximo passo da compa-nhia é o desenvolvimento do aço de grau X70, de maior resistên-cia mecânica. Outro exemplo de inovação da empresa são os aços para o setor naval, produzidos por meio da tecnologia de Resfriamen-

to Acelerado, adequados à solda-gem com alto aporte de calor, que garantem elevada produtividade aos estaleiros.

De acordo com a Usiminas, as principais demandas do setor offshore são por aços de alta resis-tência mecânica para a fabricação de tubos de grande diâmetro, es-truturas de plataformas marítimas, de navios e de equipamentos de refinarias.

O aço do petróleoOutra importante empre-

sa do ramo siderúrgico que vem ampliando sua presença no setor de petróleo e gás é a Villares Metals. Sua planta lo-

calizada na cidade paulista de Sumaré produziu no ano passa-do 87 mil toneladas de aço e a venda do produto para o setor de petróleo já representa 20% do faturamento da companhia.

O aço produzido pela Villares é aplicado em itens essenciais à extração de petróleo e gás natural, como anéis, buchas, tubos mecâ-nicos, além de barras maciças e/ou furadas em aços ligados, presentes em plataformas, árvores de natal molhada (ANM), manifolds, cabe-ças de poço e risers.

“O segmento de óleo e gás é um mercado no qual a Villares Metals investe constantemente com o objetivo de expandir sua atuação.

NO INíCIO DESTE ANO, a Petrobras apresentou um projeto para a criação de um polo de desenvolvimento de for-necedores da indústria de petróleo e gás, na cidade mineira de Ipatinga, na região do Vale do Aço, berço das atividades da Usiminas. Segundo a empresa, a escolha do município se deu devido à vocação metalúrgica da região.

Com duração de 18 meses, o proje-to-piloto para a criação dos chamados arranjos produtivos locais (APLs) – que reúnem empresas do mesmo ramo, em sistema de interação e cooperação – prevê a oferta de programas de qualificação dos fornecedores e de linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Participam do projeto, como par-ceiros, o Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Agência Brasileira de De-senvolvimento Industrial (Abdi) e o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae).

O projeto abre novas perspectivas para as empresas da região, que têm como fortes concorrentes os fornece-dores do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia e São Paulo.

O trabalho e os investimentos para atender a indústria naval começaram há quatro anos, resultando num grupo de dez empresas da cidade que pas-saram a abastecer os estaleiros de portas, calhas de amarras, mastros e balaustradas, entre outras peças.

Agora, essas companhias têm a intenção de ir além da cadeia na-val, participando do fornecimento de equipamentos submarinos, exigindo a

qualificação dessas empresas para vencer a concorrência das empresas dos outros estados.

Com investimentos no setor de petróleo e gás no Brasil estimados em mais de US$ 200 bilhões até 2016, as empresas da região têm muitos motivos para acreditar que há espaço para en-trar nesse mercado, e esse projeto é o pontapé inicial dessa nova fase para as fornecedoras do Vale do Aço.

Fornecedores do Vale do Aço avançam no mercado de óleo e gás

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Hoje, nossos investimentos estão voltados para o nosso Centro de Usinagem para oferecer acabamen-to na condição Pre Clad para peças de aplicação em óleo e gás. Isso permitirá que as peças cheguem ao cliente já usinadas, faltando somen-te a soldagem, acabamento final e montagem”, disse Thais Carneiro Kohn, analista de Inteligência de Mercado da companhia.

Com os olhos voltados tam-bém para o setor onshore, a Villares Metals vem atuando no setor químico e petroquímico, que colocará em funcionamento nos próximos anos o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e as refinarias Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, Premium I e II, no Ceará e no Maranhão, respectivamente.

Pensando nesse mercado, a empresa produz atualmente aços especiais destinados à fabricação de tubos, válvulas, compressores, bombas, trocadores de calor e flanges. Produtos que utilizam, em geral, barras de aços inoxi-dáveis e peças forjadas em aços diferenciados, que combinam alta resistência à corrosão com boa processabilidade.

A Carbinox também atua em duas frentes, fornecendo equi-pamentos de aço para grandes refi-

narias da Petrobras e também para plataformas da companhia. Hoje, 25% dos negócios da empresa en-volvem o setor de petróleo.

Ao todo, a empresa já forneceu conexões e tubos de aço em liga

e inoxidável para as plataformas P-55 e P-63, além de eletrodutos e conexões das refinarias Replan, RPBC, Regap, Refap, e para as mais recentes e mais importantes obras em andamento no setor de refino nacional, o Comperj e a RNEST.

Já a Vallourec vem investindo pesado na modernização do seu parque industrial para oferecer os tubos de aço com maior qualidade para as mais diversas aplicações. No caso do setor de óleo e gás, a empresa fabrica tubos condutores largamente empregados para a condução de fluidos, sobretudo em refinarias e petroquímicas. Além disso, a empresa possui uma linha de tubos para gasodutos e os tubos OCTG (Oil Country Tubular Goo-ds), para revestimento de poços – são tubos especiais para extração de hidrocarbonetos em ambien-tes críticos como os existentes na camada pré-sal.

Logística é estratégicaPara melhorar a eficiência das

suas operações e também de olho nos projetos do setor de petróleo e gás, a ArcelorMittal inaugurou em março, um novo Centro de Distri-buição e Logística, no município de Xerém, no Rio de Janeiro. Com investimento de R$ 25 milhões, o

UM DOS PRINCIPAIS desafios do mercado siderúrgico nacional, hoje, é a competição, tida como desleal, com o mercado de aço chinês, que possui mui-tas fábricas, produzindo mais aço, e ven-dendo a preços muito mais baixos que os de outros países do mundo, incluindo o Brasil. O problema não é só esse.

Especialistas opinam que a quantidade de aço colocada no mercado não se reflete em qualidade do produto. “A China compete em de-sigualdade de condições em qualquer segmento porque seu compromisso não é com o resultado ou com a economia de mercado. Pelo regime

político chinês, o compromisso é com o emprego. A economia chinesa é movida basicamente por empresas estatais. Assim sendo, as condições de competição são desiguais com aque-las companhias que têm compromisso com a rentabilidade”, consideram os estudos do Instituto Aço Brasil.

Segundo a instituição, as usinas siderúrgicas brasileiras estão em estágios de desenvolvimento tecno-lógico bem mais avançados do que as chinesas e, além disso, o IABr garante que o setor do aço no Brasil tem ple-nas condições de atender o mercado oferecendo maior qualidade.

Já na opinião do Sindicato Nacio-nal das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos (Sindisider), a China se coloca como uma econo-mia de mercado, porém seu sistema político é centralizador como a maioria das indústrias estatais, ou sobre inter-ferência do estado. O que complica a competição em igualdade de mercado. No entanto, assim como o Instituto Aço Brasil, o Sindisider reafirma a disparidade para o lado brasileiro no quesito ‘qualidade do aço produzido’. “Nossos produtos são tão bons ou melhores que os chineses, lembran-do que na China existem quase 300 indústrias siderúrgicas, o que acarreta um desnível muito grande na qualidade de produção”, afirma o Sindicato.

Desafio Brasil x China

ARCELOR MITTALUsinas: 27 unidadesProdução: 8 milhões de toneladas

GERDAUUsinas: 14 unidades Produção: 18 milhões de toneladas

USIMINASUsinas: 5 unidadesProdução: 6,9 milhões de toneladas

VILLARES METALSUsinas: 1 unidadeProdução: 86 mil toneladas

VALLOURECUsinas: 2 unidadesProdução: 460 mil toneladas

PRINCIPAIS USINAS DE AÇO DO BRASIL

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“Novo cenário geopolítico: superando os desafios”

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novo Centro Logístico é visto pela empresa como estratégico.

O objetivo é distribuir todo o seu mix de produtos em aços longos, planos, inox e arames para as principais obras do Rio de Janeiro, mas também oferecer seus produtos e serviços para todos os segmentos da economia como: indústria naval, automobilística, petrolífera, estruturista, entre outras. “Com as obras relacionadas aos Jogos Olímpicos 2016 e a ex-pansão da indústria de petróleo e gás, estamos confiantes no aumen-to da demanda por aço”, completa o vice-presidente Comercial e Marketing da ArcelorMittal Aços Longos Brasil, Henrique Morais.

Novo playerO Rio de Janeiro vai receber

também uma fábrica de aços es-peciais na cidade de Seropédica. O projeto é uma parceria entre as empresas italianas Forgiatura Mar-

cora e Fomec com a brasileira Gaia Partners, e prevê um investimento de R$ 120 milhões. A Codin (Com-panhia de Desenvolvimento Indus-trial do Estado do Rio de Janeiro) negociou a vinda da forjaria para o Rio e anunciou também que já há tratativas para a instalação de uma unidade de outro grupo estrangeiro do setor. “O interesse no setor de forjaria está diretamente ligado com a cadeia de petróleo e gás, que continuará crescendo muito. São empresas que atraem fabricantes de peças e outros componentes. Com isso, aumenta a oferta de con-teúdo nacional nos projetos”, disse a presidente da Codin, Conceição Ribeiro.

A forjaria entrará em operação em 2015 e vai disponibilizar até 40 mil toneladas por ano em aços especiais para utilização em equi-pamentos de exploração em águas profundas. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Julio

Bueno, o investimento se enquadra nos esforços que vêm sendo feitos com foco no mercado subsea. “A instalação de uma forjaria aden-sa ainda mais a cadeia produtiva disponível para a indústria de óleo e gás”, assegura ele.

Estimativas dão conta que, até 2020, serão investidos US$ 100 bilhões em equipamentos submari-nos. Por isso, o governo do Rio está desenvolvendo um Polo Subsea, para incentivar a vinda das em-presas desse setor para o estado, o que irá manter a demanda por aços especializados de empresas como a ArcelorMittal e a Marcora.

Boas expectativasDe acordo com os números

anunciados pelo Instituto Aço Brasil (IABr), as vendas de produtos siderúrgicos no Brasil deverão atingir 23,7 milhões de toneladas em 2014 e o consumo aparente será de 27,2 milhões de toneladas. Todos esses nú-meros indicam uma previsão de crescimento do produto, que vem se recuperando de perdas nos últimos anos, principal-mente devido à concorrência do mercado chinês e também dos altos tributos, o que, se-gundo a entidade, fazem o aço brasileiro ser menos competiti-vo em nível mundial.

E a indústria de óleo e gás será uma importante mola propulsora desse segmento nos próximos anos. Para Murilo Furtado, gerente de Mercado do IABr, até 2020 devem ser utiliza-dos cerca de quatro milhões de toneladas de aço na construção de dutos e peças usadas nos pro-jetos, especialmente envolvendo a exploração do pré-sal.

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A utilização da sucata ferrosa na produção de aço pelas siderúrgicas brasileiras vem

crescendo ano a ano, gerando bene-fícios tanto para as indústrias como – sobretudo – para o meio ambiente.

O processo de reciclagem da sucata, insumo que responde por quase 30% da produção de aço no país, reduz o consumo de energia pelas usinas em cerca de 64% em comparação ao uso de outras ma-térias-primas, como o minério de ferro, por exemplo. Cada tonelada de material reciclado poupa 1.140 quilos de minério de ferro e 154 qui-los de carvão. “Boa parte dos metais contidos na sucata já se encontra em forma metálica, requerendo pe-quena quantidade de energia para a fabricação de aço, ao contrário da produção primária, muito mais intensiva”, afirma Marcos Fonseca, presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata Ferro e Aço (Inesfa), que representa as empre-sas responsáveis por 47% de toda a sucata preparada no Brasil.

Já com a água, a redução do consumo usado para a fabricação de aço, utilizando a sucata chega a 70%. Essa vantagem competitiva é uma das razões que têm levado o setor a defender junto ao governo incentivos à reciclagem do insumo. “O estímulo às empresas que co-mercializam e processam a sucata de ferro é benéfico à indústria de

Processo sustentável garante economia de água e energia para as usinas siderúrgicas, comprovando a máxima de Lavoisier e benefícios para o meio ambiente.

SUCATA GERA AÇO

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aço e a toda a sociedade”, afirma Fonseca.

O Inesfa defende que as empre-sas tenham acesso a linhas de cré-ditos mais baratas para a aquisição de novas máquinas e equipamentos, com recursos do BNDES, e que se-jam desenvolvidas políticas públicas que auxiliem o desenvolvimento da atividade do comércio atacadista de sucata, como depreciações acele-radas de equipamentos e isenções de tributos.

Aproveitamento poderia ser maior

As empresas de comércio de sucata ferrosa no Brasil vendem mensalmente cerca de 300 mil to-neladas do produto adquirido junto às indústrias, ferros-velhos e coope-rativas de catadores. Esse volume é negociado quase totalmente no mercado interno. Cerca de 57% das empresas comercializam apenas no mercado nacional e 43% delas tanto internamente como no exterior.

Os dados fazem parte do estu-do inédito ‘Painel de indicadores setoriais para o comércio ataca-dista de sucata ferrosa’, elaborado pelo Grupo de Economia da In-fraestrutura e Soluções Ambien-tais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido do Inesfa.

Segundo o economista Ges-ner Oliveira, ex-presidente do Conselho Admi-nistrativo e De-fesa Econômica (Cade), profes-sor da FGV e um dos autores do levantamen-to, ainda existe “muito desco-nhecimento sobre a importância do segmento de sucata para a economia do país”.

Gesner afirma que os associa-dos do Inesfa, a maior parte con-centrada no Centro-Sul do país, principalmente em São Paulo, são responsáveis por 47% de toda a sucata preparada no Brasil. Desse total, perto de 10% das empresas

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analisadas respondem por cerca de 65% do total das receitas do setor. Em valores brutos, essa receita é de R$ 1,34 bilhão por ano.

Hoje, a participação da sucata na produção de aço bruto no Brasil oscila hoje entre 26% e 28%, bem abaixo da média mundial, de cerca de 45%. No exterior, a sucata é tra-tada como commodity, com cotação internacional, e é negociada com valores de 30% a 40% mais altos do que no Brasil.

O Inesfa registra que o país ex-porta atualmente apenas 3,5% do volume da sucata consumida no mercado interno. As exportações brasileiras representam menos de 0,01% do total mundial. O Brasil é considerado um país pequeno no comércio mundial de sucata, já que sua demanda e oferta não são ca-pazes de influenciar em seu preço internacional.

Os principais países exportado-res de sucata são, respectivamente, Estados Unidos (22,1%), Alemanha (8,9%), Holanda (5,2%), Reino Uni-

do (7,0%) e Japão (4,9%). Juntos, os cinco países respondem por quase 50% das exportações mundiais de sucata. Os principais compradores de sucata brasileira são os países asiáticos, entre os quais Índia, Chi-na e Indonésia.

Ganhos no setor ambiental O uso da sucata apresenta ine-

quívocas vantagens ambientais. Sua utilização nos fornos da siderurgia acarreta menor consumo de ener-gia e combustível; gera menores emissões de gás carbônico, óxidos de enxofre e nitrogênio, monóxido de carbono e material particulado e diminui a geração de resíduos, como escória e refratário, devido ao menor desgaste de refratário. A reciclagem de sucata ferrosa gera ainda economia do espaço em aterros, o que aumenta sua vida útil, em linha com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

“Quando se fala no uso da su-cata, estamos falando do futuro, de um processo de produção mais

sustentável e racional”, afirma Oliveira. O estudo mostra que as empresas de reciclagem de sucata ferrosa contribuem também para o reaproveitamento de outros ma-teriais, metálicos e não metálicos, que vêm misturados ao ferro e ao aço na sucata. Neste caso, ocorre maior aproveitamento do conteúdo de energia, água e matérias-primas necessárias à fabricação do bem do que se convertê-lo novamente em aço, atendendo ao princípio dos 3Rs (redução, reutilização e reciclagem).

Para Gesner Oliveira, o setor vem se modernizando, ainda mais em termos de gestão e processos, o que enseja a oportunidade de ingresso na vanguarda da chamada econo-mia verde. “As empresas devem considerar diversas oportunidades para crescerem, como o advento do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o maior nível de conscientização ambiental da população e a pressão para redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirma.

Principais países exportadores de sucata de ferro e de aço, em 2012 (%)

Fonte: Trademap (ITC). Elaboração GO Associados.

EUA

Outros

Alemanha

Japão

HolandaFrançaReino Unido

Canadá

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Principais países importadores de sucata ferro e de aço em 2012 (%)

Fonte: Trademap (ITC). Elaboração GO Associados.

TurquiaOutros

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China

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Área total: 63.176m²Visitantes: 108.300

Empresas: 2.568Países: 43

Indústria mundial de petróleo marca ponto na

OTC 2014A cada ano, a Offshore Technology Conference (OTC) regista um novo recorde de público: 108.300 pessoas participaram da 45ª edição do maior evento de petróleo do mundo, realizado entre os dias 5 a 8 de maio, no Reliant Park, em Houston (EUA). A exposição também ganhou mais espaço: 63.176 m² contra 60.590 m² em 2013. O evento deste ano contou com a participação de 2.568 empresas, representando 43 países, incluindo 163 novos expositores. Empresas internacionais representaram 44% dos expositores.

As novas tecnolo -gias de exploração e produção, e os avanços em segu-rança ainda con-tinuam na pauta de

discussões da conferência da OTC 2014, mas a reforma na política energética no México e o cresci-mento da participação feminina no mercado de energia foram al-guns dos tópicos enfatizados nesta edição do evento, que teve nove painéis, 308 trabalhos técnicos e 29 apresentações de executivos em almoços e cafés da manhã.

A importância da arqueologia marinha e de estudos ambientais na indústria de óleo e gás e o im-pacto da revolução da exploração

de fontes não convencionais em terra no setor offshore foram al-guns dos destaques da conferência. As oportunidades de negócios no México nortearam diversos painéis de debates.

Mais de 150 professores da região de Houston e 200 estudantes participaram do Instituto de Edu-cação Energia, ação que mostrou, de forma descontraída, alguns con-ceitos científicos de energia e sua importância no mundo moderno. Es-tudantes universitários de diversos países também se envolveram, par-ticipando da conferência ‘Univer-sity R&D Showcase’, um programa dedicado aos jovens profissionais para apresentação de seus projetos de pesquisa.

Offshore Technology Conference 2014eventos

por Maria Fernanda Romero

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Texas A&M TEES, University of Texas at Austin, University of Michi-gan, University of Connecticut, Houston Community College foram algumas das instituições americanas presentes ao evento – com a participa-ção de pesquisadores da University of Cambridge, do Reino Unido.

Bom-dia, BrasilApesar de o México ter sido o

destaque desta edição da OTC, o pré-sal brasileiro, que responderá por 28% da produção de petróleo no país em 2020, foi o tema do primeiro café da manhã, moderado pelo presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos França de Luca, componente do Conselho da dire-toria da OTC.

Oswaldo Pedrosa, presidente da Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), apresentou os principais pontos da mudança da legislação na área de exploração no Brasil, com destaque para o regime de partilha exclusivo para essa região. Elencou os prin-cipais dados de Libra, pontuando aspectos relacionados à cadeia de suprimento e os respectivos desafios tecnológicos e operacionais.

Pedrosa avaliou o evento como altamente positivo, pois foi uma oportunidade para esclarecer dúvi-das quanto à atuação e função da PPSA e a influência governamental na exploração do pré-sal. “Enfatizei que somos o parceiro do consórcio que vai desenvolver o projeto e que temos interesses potencialmente convergentes com todos os opera-dores”, observou.

“A PPSA tem uma tarefa crucial que é verificar custos e aprová-los para que os investimentos feitos sejam recuperados em volume de óleo produzido, ao mesmo tempo

que deve acompanhar todos os pla-nos e programas para garantir que a maximização dos resultados seja obtida”, frisou o executivo. E mais: afirmou que o mercado brasileiro já está ciente do papel e das fun-ções da PPSA, e que os players internacionais já começam a com-preender que esse ente represen-tativo do governo é fundamental quando se tem um contrato de partilha da produção. “O governo entra levando sua parte em óleo e ainda permite que haja recupe-ração de custos operacional e de capital”, explica.

Tecnologias mais inovadorasDOZE TECNOLOGIAs foram distinguidas este ano pela OTC com o Spotlight on New Technology Award 2014, programa criado para mostrar as tecnologias mais recentes e avançadas da indústria offshore: 1. Baker Hughes (LaunchPRO™ Wireless Top Drive Cement Head) 2. FMC Technologies (ISOL-8 Pump/ Offsho-re Loading Arm Footless) 3. GE Oil & Gas (SeaLytics™/ Zenith GFI™ Ground Fault Immune ESP Monitoring System)4. Geoservices (FLAG Fluid Loss and Gain Detection Service) 5. Halliburton Drill Bits and Services (TDReam™ Tool)

6. SBM Offshore (Very High Pressure Fluid Swivel) 7. Schlumberger (Seismic Guided Drilling Pore-Pressure Prediction Ahead of the Bit) 8. Weatherford (CasingLink™) 9. West Production Technology AS (SwarfPak Technology) 10. WesternGeco (IsoMetrix Marine Isometric Seismic Technology)

O objetivo da premiação, realizada a cada edição do evento, é reconhecer soluções inovadoras que impactam de modo significativo a exploração e produção offshore mundial.

Também foram distinguidos Carl Arne Carlsen, da DNV, por sua contribuição à indústria quanto às questões de segurança e confiabilida-

de de estruturas offshore móveis e as aplicações práticas da gestão de riscos (OTC Distinguished Achievement Award for Individuals); e a empresa BP (OTC Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations or Institu-tions) pela tecnologia Losal ® EOR.

O Heritage Awards, que distingue uma pessoa pela liderança e pioneirismo, foi

entregue a Susan Cunningham, por sua contribuição técnica no Golfo do México, áfrica Oci-dental, e as regiões do Mediterrâneo Oriental. Cunningham é atualmente vice--presidente sênior da

Noble Energy para o Golfo do México, áfrica, novos mercados e negócios inovadores.

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Indústria brasileira enfatiza

OPORTUNIDADESCom a ida de empresas e instituições brasileiras da indústria do petróleo, reunidas por conta da OTC, eventos paralelos apresentaram ao mercado internacional os potenciais negócios do setor no Brasil para o intercâmbio de negócios com empresas estrangeiras.

Por ocasião da feira, a Agência Brasileira de Promoção de Exporta-ções e Investimentos

(Apex-Brasil) promoveu mais uma edição do seminário ‘Invest in Brasil’ em Houston. De acordo com Sérgio Ferreira, da gerência executiva de investimentos da Apex-Brasil, o evento teve como foco a atração de investimento estrangeiro direto para o setor de petróleo e gás e reuniu 110 par-ticipantes, entre representantes de empresas estrangeiras e parceiros brasileiros interessados em inve-stir no Brasil.

A programação incluiu palestras de representantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Petrobras, Programa de Mobilização da Indústria Na-cional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi) e Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip). Ao final do evento, os representantes estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro falaram sobre as oportunidades de in-vestimentos em suas regiões. O evento teve o apoio do Ministério

do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Alguns dos destaques do encontro foram as palestras da Petrobras. Na ocasião, o assessor da Presidência da Petrobras para Conteúdo Local e coordenador

executivo do Prominp, Paulo Sergio Ro-drigues Alonso, anunciou que 17 mil pessoas serão capacitadas para trabalhar

na indústria de petróleo e gás natural até 2016. Para chegar a esse número, o executivo in-formou que foram levadas em consideração as demandas para os 45 projetos mais importantes da Petrobras e dos principais estaleiros brasileiros. O Prominp foi criado em 2003 com o objetivo de aumentar a participação dos fornecedores brasileiros de bens e serviços em projetos de petróleo e gás no Brasil e no exterior.

“Uma das maiores áreas de atuação do Prominp é a qualifi-cação profissional. Em 2003, nós estávamos realmente com falta de muitos profissionais para tra-balhar na indústria do petróleo.

De 2006 até 2013, capacitamos 97 mil pessoas, entre técnicos, engenheiros e outros profis-sionais para trabalhar para esse segmento no Brasil”, informou Paulo Alonso.

O executivo ressaltou a parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para desenvolvimento desse campo no país. “Desde 2004, a Petrobras e o Sebrae investiram US$ 41 milhões num acordo e mais de 13 mil micro e pequenas empresas no Brasil foram beneficiadas por ele.” Como resultado, o número de micro e pequenas empresas nos cadastros locais de fornecedores da Petrobras subiu de 14 mil em 2004 para 19 mil – números atuais.

No mesmo evento, o engen-heiro Ronaldo Martins, gerente de Desenvolvimento de Mercado da área de Materiais, abordou o suprimento de itens críticos e requisitos de cadastramento para fornecedores da Petrobras. Para dimensionar a demanda da com-panhia para os próximos anos, ainda mais em virtude do pré-sal, o engenheiro lembrou que até 2020 serão necessárias 24 novas unidades de produção para o pré-sal brasileiro, tanto na Bacia

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de Santos quanto na de Campos. Destas, oito serão destinadas aos campos de Lula e Iracema e cinco ao campo de Búzios. “Estes pro-jetos e as respectivas demandas não incluem o campo de Libra”, lembrou Martins.

De acordo com o Plano de Negócios e Gestão 2014-2018, a companhia demandará, entre outros itens, 873 mil toneladas de tubos. Quantidades de bombas e árvores de natal molhada (conjun-to de válvulas instalado em poços marítimos) também foram citadas, entre outras demandas para os próximos anos, que compreendem o PNG 2014-18, destacou o execu-tivo. “São números muito expres-sivos”, qualificou Martins.

Ele também falou sobre a importância de desenvolver tecnologia de ponta junto com os fornecedores. “Hoje temos tec-

nologia de risers (tubos) flexíveis para até 2.200 m e queremos ir mais fundo. Estamos sempre trabalhando em conjunto com os fabricantes de risers flexíveis, há três no mundo e todos estão no Brasil”, informou.

O engenheiro mostrou o caminho para se tornar fornece-dor da Petrobras, e enfatizou: “Devido à escala proporcionada pelo portfólio de nossos projetos,

há enormes oportunidades para as empresas estrangeiras no mercado brasileiro de fornecedores de bens e serviços e de engenharia.”

O campo gigante de Libra, no pré-sal brasileiro da Bacia de Campos, também foi dos temas fortemente abordados no tradi-cional café da manhã promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Texas (Bratecc), que reuniu cerca de 400 empresários. Oswaldo

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eventos

Pedrosa, presidente da Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), também deu palestra, tratando do consórcio de Libra. Ele indicou as novas regras de exploração aplicadas ao regime de partilha e o papel da PPSA no pré-sal. Para ele, o principal desafio do pré-sal são as altas exigências de conteúdo local frente à necessidade de rá-pido desenvolvimento da área.

Anelise Lara, gerente execu-tiva da Petrobras para a área de Libra, apresentou o cronograma do

campo, que tem seu primeiro Teste de Longa Duração (TLD) previsto para o final de 2016. Enfatizou que serão ne-

cessários 11 sistemas de produção submarinos entre 2020 e 2030.

“A quantidade de conteúdo local exigido para cada etapa de desenvolvimento de Libra varia de acordo com o calendário,

processos e volume de produção, mas independentemente disso já sabemos que o conteúdo local exigido para os bens e serviços ao longo de todo esse processo de exploração e produção será um desafio”, comentou.

O bloco de Libra está local-izado em águas ultraprofundas no pré-sal da Bacia de Santos. A área possui 1.547,76 km2 e foi desco-berta com a perfuração do poço 2-ANP-0002ARJS, em 2010.

A SECRETARIA DE Desenvolvimen-to Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro (Sedeis) e a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (Agdi), firmaram em Houston um acordo de cooperação com a Câmara de Comércio Brasil--Texas (Bratecc), durante o evento da associação.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, representado pela Sedeis, assinou também com a Bratecc um memorando de cooperação técnica para desenvolvimento de negócios entre o Rio e o Texas. O convênio destina-se à área da cadeia de supri-mento de óleo e gás, especificamente para o setor subsea, foco do cluster do Rio de Janeiro – o cluster já tem acordos assinados com o governo irlandês e norueguês.

“Esse acordo com a Bratecc vai identificar e mobilizar empresas americanas locais com o perfil téc-nico que nós precisamos para levar parcerias ou investimentos para o Rio de Janeiro. Vamos desenvolver trabalhos conjuntos de desenvolvi-mento de fornecedores da cadeia de suprimento de óleo, gás e subsea”, explica o subsecretário estadual de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial, Marcelo Vertis.

Na ocasião, a Agdi assinou um memorando de entendimento com a câmara para maximizar esforços a fim de estimular e implementar ações conjuntas e coordenadas de desen-volvimento de negócios na cadeia

de fornecedores de equipamentos e serviços.

“Precisamos dar visibilidade para o Rio Grande do Sul e a Bratecc tem uma excelente influência em Houston. Temos um excelente parque de manu-fatura e ótimas condições para mon-tarmos uma cadeia de fornecimento

para óleo e gás no estado. Queremos atraí-las para se instalarem na região ou fazer negócios com as empresas locais”, disse Aloísio Nóbrega, vice--presidente da Agdi.

O Rio Grande do Sul concentra cerca de 120 empresas da cadeia de fornecimento de óleo e gás. A região está concentrada com a área marítima e possui uma carteira de projetos de cerca de R$ 9 bilhões nos estaleiros. Rio Grande conta com três estaleiros e a AGDI quer atrair mais um quarto, mas com foco em reparo naval.

Acordo de cooperação com a Câmara de Comércio Brasil-Texas (Bratecc) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janei-ro (Sedeis) e a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (Agdi), durante o evento da associação.

Memorando de cooperação técnica para desenvolvimento de negócios entre o governo do Estado do Rio de Janeiro (Sedeis) e a Bratecc.

RJ e RS fecham acordo de cooperação com a Bratecc

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TN Petróleo 95 43

O presidente da Investe São Paulo (Agência Paulista de Pro-moção de Investimentos e Com-petitividade), Luciano Almeida, comentou brevemente o projeto do novo polo industrial de petróleo e gás do estado de São Paulo, que prevê investimen-tos de R$ 750 milhões na Baixada Santista. O Polo vai gerar outros ganhos para a região como a Logística integrada de produção, além do Programa de Inovação Tecnológica e Competitividade Empresarial.

A preocupação de conteúdo local foi reforçada por Paulo Alonso, ao falar sobre a política de conteúdo local da Petrobras e ressaltou a importância da indús-tria brasileira em oferecer seus produtos em bases competitivas e sustentáveis, bem como manter o foco na “inovação contínua”. “Temos de trabalhar em conjunto com fornecedores, universidades brasileiras e estrangeiras. Assim, a inovação é um aspecto fundamen-tal da nossa política”, destacou.

Por fim, reafirmou a política da Petrobras de incentivo a fornece-dores estrangeiros a se instalarem no Brasil e fez um convite aos representantes das empresas pre-sentes à palestra. “Muitas empre-sas estrangeiras estão vindo para o Brasil com sua própria marca e elas estão tendo muito sucesso. Não é uma decisão fácil, muitas variáveis devem ser avaliadas, mas não demorem muito a tomar suas decisões, porque o trem está andando muito rápido.”

Magda Chambriard, dire-tora-geral da ANP, fechou o encontro da Bratecc indicando

que os projetos brasileiros representaram grandes inves-

timentos por muitos anos e as diversas áreas onshore e offshore, contratadas em 2013, deverão resultar ainda

mais investimentos exploratórios. “No Brasil, as oportunidades

exploratórias vão muito além do pré-sal. Este ano, por exemplo, a ANP está focando seus estu-dos na área da margem leste brasileira”, finalizou a diretora.

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44 TN Petróleo 95

RENOVADO PAVILHÃO

Com novo layout, o Pavilhão Brasil, organizado pelo Instituto Brasileiro de

Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e a Agência Brasileira de Promoção

de Exportações e Investimentos (Apex), na OTC, completou este ano sua 16ª

edição. A tradicional participação brasileira na feira tem por objetivo, desde

o seu início em 1999, promover a indústria brasileira internacionalmente

e o sucesso dessa iniciativa pode ser medido pela crescente participação

das empresas.

Quando começou, eram apenas seis empresas participantes em um espaço de menos de 100 m². Quinze anos

depois, o Pavilhão levou 45 empre-sas brasileiras para Houston e uma demanda contínua para aumentar ainda mais o espaço – atualmente com 830 m².

A OTC também é sempre uma oportunidade para que estas empresas conheçam novas tecnologias e serviços e ampliem seu networking. Assim, neste ano foi agregado um mezanino ao Pavilhão com o objetivo de ampliar a área de convivência dos exposi-tores e, dessa forma, proporcionar mais conforto para a participação das empresas.

O Pavilhão Brasil foi integrado em sua maioria por empresas de pequeno e médio porte com foco no fornecimento de bens e ser-

viços para o setor. São empresas fabricantes de equipamentos como válvulas, compressores, sistemas de automação para plataformas, material anticorrosivo, laboratório de pesquisa e empresas de enge-nharia. Além dos fornecedores, contam também com presença de importantes organizações brasilei-ras ligadas à indústria.

Na busca por maior competiti-vidade do setor no país e atração de novos investimentos, empresas brasileiras marcam presença na feira, apesar de indicarem algumas dificuldades de mercado, como au-sência de previsibilidade do setor e falta de incentivos governamentais.

Engenharia inteligenteParticipante pelo quarto ano

consecutivo, a brasileira Radix destacou em seu estande o Siste-ma de Gestão de Interfaces, de-senvolvido pela própria empresa.

O sistema parte da criação de uma metodologia baseada em proces-sos e sistemas que visam garantir que todos os contratados de um empreendimento trabalhem com as informações corretas, evitando problemas de comunicação e atra-sos, não onerando o projeto.

“No caso das oito plataformas replicantes do pré-sal, o número de interfaces entre a Petrobras e seus contratados é enorme e, justamente para lidar com esse desafio, o sis-tema foi desenvolvido. Ele permite que a Petrobras possa garantir que todos trabalhem com a informa-ção correta e atualizada, evitando inconsistências nas interfaces entre um contrato e outro”, observa Flá-vio Guimarães, sócio e diretor de Novos Negócios da Radix.

Há dez meses a Radix conta com uma subsidiária americana e, para Guimarães, essa realidade é um diferencial comercial, pois a empre-

eventos

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TN Petróleo 95 45

sa atenderá com mais eficiência os clientes dos EUA.

“Além de possuirmos um escri-tório em Houston, também estamos certos que o nosso portfólio inte-grado é vantajoso, pois oferecemos ao mercado uma combinação de serviços que abrange consultoria, engenharia, automação e desenvol-vimento de software. Esse fra-

mework dificilmente é encontrado em uma única empresa, tanto nos EUA como no Brasil. O Sistema de Interfaces de Gestão que vamos apresentar é um exemplo da nossa capacidade”, comentou Guimarães.

De acordo com o diretor da Radix, o mercado americano é importante para qualquer econo-mia do mundo e para qualquer

empresa que quer crescer. “No setor de óleo e gás, Houston é a capital mundial, onde as princi-pais empresas do mundo estão presentes. Como sofremos uma estagnação nos últimos dois anos nesse setor no Brasil, a saída para continuar crescendo foi vir para o mercado americano, onde tivemos uma experiência muito positiva no

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46 TN Petróleo 95

passado. E o crescimento esperado não se restringe a volume de negó-cios, mas visa o desenvolvimento de novas tecnologias em parceria com as empresas daqui”, concluiu.

O presidente da Radix, Luiz Eduardo Rubião, o vice-presidente João Chachamovitz, e o gerente de Desenvolvimento de Negócios do escritório de Houston da Radix, Kyle Frogge, também estiveram presentes no evento.

Tecnologia oceânicaReferência mundial em pesqui-

sa e desenvolvimento, o Labora-tório de Tecnologia Oceânica (La-bOceano) esteve com um estande no Pavilhão Brasil, pois aposta no networking com o mercado mun-dial durante o evento.

Com equipamentos de últi-ma geração e uma infraestrutura somente encontrada em poucos laboratórios no mundo, o LabOce-ano está capacitado para prestar serviços em hidrodinâmica expe-rimental, hidrodinâmica computa-cional e em modelagem numérica de sistemas navais e oceânicos, além do desenvolvimento de pro-jetos de pesquisa e de treinamento de pessoal.

Joel Sena Sales, gerente de engenharia naval do LabOceano,

conta que mais de cem proje-tos, dentre eles acadêmicos e de empresas como a Petrobras, já foram realizados no laboratório.

“Atualmente estão realizando um ensaio para a Petrobras no tanque e também um projeto de análise de hidrodinâmica computacional (CFD / Computacional Fluid Dynamics). A maior parte (60% dos projetos do laboratório) são da Petrobras. Os demais englobam projetos para instituições de fomento como a

Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Trabalham no laboratório fun-cionários da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e seus professores e alunos, e também cerca de 50 pessoas contratadas pela Fundação Coppetec.

Escritório nos EUAA Forship Engenharia, que

atua na área de comissionamen-to, soluções e outros serviços de

engenharia em projetos de óleo e gás, energia, mineração e tecno-logia da informação, considerou a movimentação na feira muito boa nesta edição. A companhia foi para a feira com várias reuniões pré-agendadas com potenciais clientes, fornecedores e parceiros.

Apesar de ter nascido na área de óleo e gás, a Forship observou um crescimento de mais de 35% no ano passado na área de mineração, cujo maior cliente é a Vale. No se-tor sucroenergético, a companhia trabalha com projetos para a BP em usinas de biocombustíveis em Goiás e Minas Gerais.

A HMSWeb, um spin-off da Forship Engenharia, especializada no desenvolvimento de soluções de TI para o gerenciamento e controle de projetos de engenharia, tam-bém marcou presença no evento, destacando seu produto principal, e também inspiração para o nome da empresa, o software HMSWeb©, Handover Management System, uma solução completa para gestão da completação mecânica e do comissionamento.

Luciano Gaete, gerente de TI da Forship, responsável pela HMSWeb,

indicou que a empresa em parceria com a Forship, possui um plano de investimento para abertura de um escritório

nos Estados Unidos, provavelmente em Houston, em até dois anos. “Na OTC também conversamos com órgãos do governo americano, que promovem a instalação de empre-sas e investimentos estrangeiros no país, sobre esse escritório”, contou.

Novos mercadosA Oceânica, especializada em

projetos de engenharia naval e oceânica, participou mais uma

PAVILHÃO BRASILEstande 1117Área: 530 m2

Empresas: 36Entidades: Abenav e AgdiEmpresas participantes: Açofor-ja, Adelco, Altona, Altus, Che-mtech, EBR, Emdoc, Fechometal, Ferral, Flexomarine, Forship, Gascat, Grupogp/Swanson, LFM, Keppel Fels Brasil, Laboceano, MFX do Brasil, MRM, Navium, Netzsch, Nuclep, Oceanica, Orteng, Poland, Radiomar, Radix, Rio Engenharia, Rockwell Auto-mation, Roxtec, Sandech, STX Engemar, Superquip, T&B Petro-leum Magazine, Vanasa, Vulkan do Brasil e Weg.

Estande 1241 Área: 300 m2

Entidades: ANP, Firjan, Onip e OTC Brasil 2015 Empresas: CSL e Oxifree

eventos

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TN Petróleo 95 47

vez da OTC, mas a comitiva des-te ano contou com uma equipe de seis engenheiros da Oceânica e HBR Holding Brasil, que reúne as empresas HBR, Oceânica, Tegris e Ener.

De acordo com Daniel Cueva, diretor da Oceânica, a companhia foi para a OTC, principalmente com o objetivo de prospec-ção de outros mercados como América Lati-na, Colômbia, México e Angola. A empresa já fornece serviços de engenharia para essas regiões, mas a ideia é ampliar esse escopo de atendi-mento e fornecer outros serviços e pacotes. “Estamos começando a estabelecer representações e missões de prospecção para tentar levantar oportunidades para esses mercados”, explica.

Atualmente, a Oceânica está envolvida em projetos de topsi-des e casco para a maior parte dos FPSOs (Floating Production Storage and Offloading) em cons-

trução, dos THDs (Total Head Dynamic) dos replicantes – até os da cessão onerosa –, e na parte dos equipamentos a empresa tem fornecido para todas as unidades, desde a P-66 até a P-77.

A Vanasa Multigás, fabricante de equipamentos para o merca-do de gás natural, também está mirando novos mercados. Segundo Rogério Reis dos Santos, gerente

comercial da Vanasa Multi-gás, a empresa tem apostado no mercado do Oriente Médio, principalmente Arábia Saudita

e no Norte da África, em especial Nigéria e Angola. “A OTC é es-tratégica para a companhia nesta direção. O mercado americano ainda é fechado para essa área de equipamentos para gás natural, mas na feira fizemos contato com esses países”, explicou.

A empresa brasileira assinou recentemente um contrato de três anos para recertificar os sistemas de medição das 16 plataformas da

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Da esquerda para a direita, Antonio Claudio Pereira da Silva, diretor da PPSA; Milton Costa Filho, secretário-geral do IBP; Marcelo Vertis, subsecretário de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro; Antônio Guimarães, secretário executivo de E&P do IBP; João Carlos de Luca, presidente do IBP; Oswaldo Pedrosa, presidente da PPSA; e Nelson Delduque, da Abimaq/Vanasa Multigás.

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48 TN Petróleo 95

Unidade de Operações da Petro-bras no Rio de Janeiro (UO-Rio). No país, a Vanasa Multigás possui fábrica em São Paulo e escritórios no Rio de Janeiro, Bahia, Recife e Rio Grande do Sul.

VedaçãoA Roxtec Latin America, es-

pecializada no desenvolvimento, fabricação e vendas de soluções de vedação completas para penetra-ções de cabos e tubos, levou uma equipe maior para o evento deste ano. O objetivo foi aumentar a rede de contatos com clientes brasilei-ros e buscar maior proximidade com investidores estrangeiros interessados no mercado de óleo e gás do Brasil.

Com sede no Rio de Janeiro, a empresa sueca conta com especia-

listas baseados em Porto Alegre e São Paulo. Marcelo Cam-pos, gerente geral da Roxtec no Brasil, contou que no momento

a empresa está mais focada nos contratos de barcos de apoio.

A companhia fornece soluções modulares para vedação de cabos e dutos, que têm a função de au-mentar a taxa de disponibilidade dessas unidades, de modo a per-mitir uma substituição ou adição de cabos de maneira fácil e rápida, oferecendo maior confiabilidade e menor tempo de parada.

Gerenciamento de poçosA britânica Expro demonstrou

na OTC suas novidades em servi-ços e equipamentos, além de toda sua linha de produtos. Segundo Jean Moritz, diretor-presidente da empresa para América Latina, a participação da equipe brasi-leira na OTC é extremamente importante para a equipe conhe-

cer as demandas e tendências mundiais, além de prospecção de negócios e fortalecimento de relacionamento com clientes e fornecedores.

Os equipamentos da Expro Meters, nova tecnologia que aten-de principalmente a gama de ope-rações de FPSO (navio-plataforma flutuante de produção, processa-mento, estocagem e distribuição) foi um dos destaques no estande da empresa. Recentemente essa tecnologia – que atua na medição de dados de fluxo de óleo e gás – chegou ao Brasil e demais países da América Latina onde a Expro possui operações.

A Expro atua desde a delimita-ção e a exploração até a otimização e o desenvolvimento de campos maduros. Na feira, a empresa expôs diversas tecnologias, como o CaTS, um sistema de telemetria sem cabo, considerado um dos carros-chefes da empresa; a câme-ra HawkEye V, com tecnologia de

ponta; a ExACT, uma ferramenta multifuncional de fechamento de fundo e circulação para operações de drill stem testing (DST) ou tu-bing conveyed perforating (TCP), entre outros.

A Expro opera nas principais áreas produtoras de óleo e gás, em-pregando mais de cinco mil pesso-as no mundo. A empresa oferece serviços de exploração e avaliação, sistemas de segurança submarinos, perfuração e completação, fluxo de limpeza, produção e intervenção e integridade do poço.

Com mais de 400 funcioná-rios, a Expro Brasil possui bases operacionais em Macaé (RJ), São Mateus (ES), Mossoró (RN) e Catu (BA); e escritórios em Salvador (BA), Natal (RN) e Manaus (AM). O Rio de Janeiro abriga a sede da empresa para a América Latina. Entre seus principais clientes estão Petrobras, BP, Petra Energia, Total e Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP).

eventos

Dagmar Brasílio, TN Petróleo, João Carlos Pacheco, ABS Consulting, Lia Medeiros e Benício Biz, ambos da TN Petróleo, durante evento do ABS Group no Royal Sonesta Hotel.

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TN Petróleo 95 49

o p i n i o n

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Full-speed ahead for offshore energy

The current context of the Brazilian oil and gas industry, by Claudia Rabello

Concession and sharing beyond semantics, by Antonio Bastos A. Sarmento

Leads industry agenda for flare gas recovery, by Bjørn Eiken Hartveit

Year XIII • September 2012 • Issue 33 • www.tbpetroleum.com.br

Norway: a technological ocean crossing

Rio Oil & Gas 2012 Preview: Three decades of international recognition

Seismic surveys: tracking down the oil

Special: Petrobras Business Plan

Fifteen years of the Petroleum Law: progress and outlook, by Maria D’Assunção Costa, lawyer, Ph.D. in Energy from IEE/USP

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o p i n i ã o

Combustíveis em alta Mais aço para a indústria Capital de energia: São Paulo não quer parar

Nova lei anticorrupção: qual será o impacto na esfera trabalhista?, de Mariana Schmidt, especialista em Direito do Trabalho do escritório Ferreira & Schmidt Consultoria Jurídica.

A complexidade dos riscos marítimos, por Antonio Lleyda

Dispute boards: a redução do risco de judicialização de conflitos com subcontratados, por Alexandre Sion, Giovanni Peluci Paiva e Mariana de Souza Galan

Campos maduros, um ativo estratégico: análise do processo produtivo para campos de petróleo em reativação, por Eduardo Oliveira Telese, Ednildo Andrade Torres e Francisco Gaudêncio M. Freires

Como as petroquímicas podem prosperar com o boom do LGN, por José de Sá

Entrevista exclusiva

Luiz Germano Bodanese, presidente da Gaia

A reinvenção da Gaia

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50 TN Petróleo 95

DE OLHO NO BRASILAtentas às demandas do pré-sal e do crescimento offshore brasileiro, companhias

estrangeiras de equipamentos e serviços anunciaram investimentos no Brasil

durante esta 45ª edição da OTC.

A irlandesa JDR Cable Systems

anunciou durante a OTC um

centro de serviços em Macaé,

que estará totalmente operacional em

agosto deste ano. A empresa é espe-

cializada na concepção e produção de

umbilicais, cabos de aço, termoplásti-

cos submarinos de energia, workover e

Sistemas de Controle (IWOCS).

Segundo Pat Herbert, chairman da

companhia, a unidade brasileira faz

parte da estratégia

da JDR de cresci-

mento e desenvol-

vimento global. A

escolha do Brasil

se deu pelo fato de

o país representar

um grande e po-

tencial mercado em águas profundas

no mundo, o que é fundamental para

a experiência da empresa. O centro

contará com 300 funcionários e servirá

de apoio técnico aos clientes e manu-

tenção dos produtos da JDR.

“Nossas tecnologias estão presentes

em diversos e significativos projetos

submarinos em nível mundial e acre-

ditamos que a nossa experiência irá

contribuir muito para o desenvolvimento

do pré-sal no Brasil”, afirma. De acordo

com o executivo, muitos dos desafios

enfrentados pelo Brasil são semelhantes

aos que a companhia tem superado com

clientes em outras partes do mundo.

Já o Suretank Group, líder mundial

de soluções de engenharia para a in-

dústria de petróleo e gás, fez o anúncio

internacional do lançamento da Sure-

tank América Latina S/A, com base na

instalação de uma fábrica na cidade de

Caxias do Sul (RS). O investimento da

unidade foi de cerca de R$ 20 milhões.

Com capacidade de produção de 400

toneladas por mês de produtos certifi-

cados, a unidade vai fabricar contêine-

res, cestas, tanques e demais estruturas

metálicas certificadas para aplicação em

exploração e produção (E&P) offshore. A

nova fábrica deve gerar 300 empregos

diretos e 600 indiretos.

De acordo com Marco Pfeifer, CEO

da Suretank Latin America, atualmen-

te a unidade inicia

suas atividades

com 70 funcioná-

rios e já possui pe-

didos em carteira

para os próximos

seis meses. “Nos-

sa expectativa é de

que o faturamento da empresa fique

em torno de R$ 90 milhões no prazo

de cinco anos”, indicou.

Segundo John Fitzgerald, CEO

mundial da empresa, que também par-

ticipou do anúncio na OTC, a fábrica de

Caxias do Sul abrigará vendas, projeto,

engenharia, fabricação e marketing, e

terá capacidade de produção e entrega

imediatas, dentro dos mesmos padrões

de qualidade e nível de serviço ao clien-

te que mantém no resto do mundo.

No Brasil, a Suretank possui um

escritório de vendas e marketing no

Rio de Janeiro, onde tem trabalhado

fortemente nos últimos 24 meses, forne-

cendo equipamentos para as principais

empresas internacionais de serviços de

petróleo e de aluguel de equipamentos,

por meio de um acordo de licença com

um experiente parceiro brasileiro.

Atualmente, a Suretank emprega

cerca de 770 pessoas e tem faturamento

de mais de US$ 100 milhões. A com-

panhia tem projeto e fabricação na Ir-

landa, Reino Unido, Holanda, Polônia,

Tailândia, China e Brasil, bem como

escritórios de vendas nos EUA, Norue-

ga, Reino Unido, Austrália e Nigéria.

O anúncio nacional do investimento

no Brasil aconteceu no dia 29 de abril

em Porto Alegre e, um dia antes, em

Caxias do Sul.

Ferramentas estratégicas – A norte-

-americana Logan Oil Tools informou

que está otimista com as oportunidades

do pré-sal brasileiro e já cogita em, no

futuro, iniciar parte de suas fabricações

no país. A empresa fabrica e comercia-

liza ferramentas de pescaria aplicáveis

à indústria de petróleo.

Os produtos da companhia são

vendidos há mais de 30 anos no

mercado mundial e há três anos ao

Brasil através da Mac Log Solutions,

criada com o objetivo de representar

empresas estrangeiras especializa-

das no mercado de óleo e gás, para o

fornecimento de produtos e serviços

sobretudo para o segmento de Explo-

ração e Produção (E&P).

De acordo com Thomas Crisp, ge-

rente regional da Logan Oil Tools na

América Latina, tanto na perfuração

de um poço onshore como offshore,

quando ocorrem problemas com os

dutos, as ferramentas da Logan ‘pes-

cam’ (resgatam) o equipamento, que

pode ser enviado então para reparo ou

substituição. Com isso evitam perdas

e custos adicionais para a companhia,

que teria de interditar ou fechar o poço,

interrompendo a operação, caso o equi-

pamento não fosse resgatado.

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TN Petróleo 95 51

O GRUPO ITW, que possui um portfólio de marcas que oferecem soluções inte-gradas de soldagem, corte, acessórios, automação, entre outros, fechou parceria com o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Industrial (Senai) no valor de quase meio milhão de dólares. A empresa, que está presente em mais de 60 países e gerencia uma carteira de mais de 19 mil patentes em diversas áreas, se compro-mete a doar equipamentos de soldagem e corte de última geração.

A parceria foi oficializada durante a OTC 2014, coroando um contato que teve início na edição 2013 do evento. Em Houston, a ITW possui um Centro de Tec-nologia com 2.000 m2, no qual o Senai e seus especialistas terão um espaço para o desenvolvimento colaborativo de tecnologias associadas ao processo de soldagem e para novas pesquisas conjuntas.

“A ITW tem clientes no Brasil que demandam modernos equipamentos e

profissionais que dominem essas tec-nologias”, afirmou o gerente Executivo do Senai, Maurício Ogawa. Segundo ele, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também vai colaborar no desenvolvimento dos pro-cessos associados à utilização de novas tecnologias, no âmbito de formação ou de métodos no ambiente de soldagem.

A formação de mão de obra também fará parte da parceria entre ITW e Ser-

viço Social da Indústria (Sesi). O Grupo possui um instituto sem fins lucrativos com foco em formação para o mercado de trabalho, chamado Hobart Institute of Welding Technology (Instituto Hobart de Tecnologias de Soldagem). A intenção é agregar aos projetos do instituto o Sesi Cidadania, que promove educação profissional, melhora na qualidade de vida e acesso à cultura em comunidades com UPP instaladas, promovendo, entre outras coisas, a empregabilidade dos jovens cariocas.

“Essa parceria facilita muito a execução da missão da companhia, que é assegurar o sucesso dos nos-sos clientes no segmento de metal e mecânica. Também vai beneficiar nossos clientes finais por meio de todo esse investimento tecnológico realizado junto com uma instituição de alta credibilidade”, afirmou o ge-rente de Unidade de Negócios da ITW Welding do Brasil, Amauri Simões.

Grupo ITW fecha parceria estratégica com Senai

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Contacts: Thiago Pittner Email: [email protected]

CELEBRATING 100 YEARS

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As principais empresas do setor offshore destacaram produtos, novas tecnologias e novos investimentos na sétima edição do evento criado em função da Bacia de Santos, que espera ter um número maior de fornecedores da região.

O pré-sal alavancou de-finitivamente a Santos Offshore para uma posição de destaque na

agenda de eventos o setor de óleo e gás no Brasil. Transformado no principal encontro de negócios da cadeia de fornecedores da Bacia de Santos, o evento encerrou a sua 7ª edição com um crescimento de 20% em seus números – se compa-rados com feira anterior, em 2012.

O evento realizado entre os dias 8 a 11 de abril, no Mendes Convention Center, em Santos (SP), recebeu 18.618 visitantes. Número mais expressivo é o da expectativa de negócios das roda-das realizadas durante a feira: R$ 114,5 milhões, dois terços do vo-lume apurado pelo segundo maior evento do setor no mundo, a Rio Oil & Gas (que foi de R$ 152 mi-lhões na última edição, em 2012).

Para os or-ganizadores da feira, a quali-dade do públi-co presente foi um dos grandes diferenciais desta edição. Segundo Igor

Tavares, diretor de Energia da Reed Exhibitions Alcântara Machado, que realizou o even-to em parceria como Instituto

Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), o nível técnico dos visitantes surpreen-deu as empresas participantes.

“Atraímos 180 marcas exposi-toras, entre elas grandes âncoras do mercado, como a Petrobras e a Saipem. A evolução tem sido cons-

Santos Offshore 2014eventos

cresce e pode gerar R$ 114,5 milhões em negócios

SANTOS OFFSHORE

por Rodrigo Miguez

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tante e nossas expectativas para a edição de 2016 são enormes. Mais de 40% das empresas expositoras já renovaram seus espaços para a próxima edição. Isso mostra, sem dúvida, o tamanho do sucesso da Santos Offshore 2014”, concluiu Tavares.

Rodada de negóciosPara Alfredo Renault, superinten-dente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), o grande desta-que da Rodada de Negócios, organizada pela entidade em conjunto com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) foi o fato de as empresas participantes terem apresentado para as companhias âncoras soluções realmente atrati-vas e que supriam a necessidade das grandes empresas do setor.

“A avaliação que estas em-presas fizeram em relação às que apresentaram seus produtos e ser-viços foi excelente. Mais de 90% avaliaram como sendo ótimas ou boas as soluções expostas. Isso faz com que seja grande o número de negócios a serem concretizados a partir das expectativas geradas na Rodada”, completa Renault.

Já Paulo Sérgio Brito Franzosi, gerente do Sebrae-SP de Santos, acredita que as empresas paulistas do setor estão aprendendo mais sobre o mercado como um todo e cada vez mais maduras e prepa-radas, assim como as empresas da Bahia e do Rio de Janeiro.

O futuro da Bacia de SantosOutro grande destaque da edi-

ção de 2014 da Santos Offshore fo-ram as conferências organizadas pelo IBP. Com o objetivo de fomen-tar debates de grandes temas do setor, conferências foram divididas em três grades centrais: executi-va, técnica e comercial. Segundo

Ana Guedes, gerente de Eventos do IBP, o número de pessoas que assistiram às palestras superou as expectativas. “Havia pessoas em pé em todas as sessões. Para o IBP foi uma experiência muito boa ter participado deste evento. Ficamos muito satisfeitos”, conclui Guedes.

A palestra mais disputada foi a do gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produ-ção da Bacia de Santos da Petro-bras (UO-BS), Oswaldo Kawaka-mi, que teve como tema ‘Petrobras – Construindo o Futuro da Bacia de Santos’. O executivo observou que a companhia gastou apenas R$ 17 milhões com fornecedores de equipamentos e serviços da re-

gião da Baixada Santista nos úl-timos 15 meses. “É muito pouco! O objetivo é que 250 novas empresas sejam atendidas pelos nossos técnicos

nessa feira, para credenciá-los como fornecedores”, completou.

Com oito plataformas em operação na Bacia de Santos, a região já é uma realidade para a empresa. Por isso, a Petrobras aposta que, em seis anos, meta-de do volume de petróleo pro-duzido no Brasil virá das águas profundas santistas.

Outra apresentação que teve um grande público, incluindo estudantes, foi a do diretor de Engenharia da Saipem do Brasil, Alexandre Mitchell, que abordou o tema ‘Engenharia submarina no pré-sal’. A apresentação lotou a Sala Terra, que ficou tomada de estudantes de cursos técnicos e universitários. Mitchell abordou a situação atual da tecnologia

Visitantes: 18.618 visitantesRodada de negócios: R$ 114,5 milhõesMarcas expositoras: 180 marcas

NúMEROS

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submarina e as perspectivas para o futuro do setor.

Empresas anunciam investi-mentos em Santos

O superintendente da Saipem do Brasil, Luca Cattedri, enfatizou a importância de um evento desse porte para a Baixada Santista. Para ele, a Santos Offshore é a oportu-nidade que a região precisava para se projetar ainda mais no mercado. A empresa italiana já investiu US$ 500 milhões no projeto brasileiro, sediado no Guarujá (SP) e ele afirmou que a empresa deve seguir nesse caminho.

“Vamos continuar investindo na Baixada Santista. Temos um centro de tecnologia local, o qual considerou ser o diferen-cial na nossa empresa. Estamos fazendo treinamentos e cursos

para os nossos funcionários brasileiros”, disse.

A expectativa da empresa é de que nos próximos anos o projeto da empresa na Baixada Santista se alinhe com o desenvolvimen-to do pré-sal. “Apostamos nessa região, porque achamos que geo-graficamente e, com as parcerias que encontramos, seria a con-dição melhor para permanecer num cenário competitivo”, aposta Luca Cattedri.

O representante da Sai-pem elogiou a estrutura do evento e anunciou ainda que espera poder marcar presença nos próximos anos nos Santos Offshore. “Com o desenvolvi-mento da região haverá grandes oportunidades no mercado, para todos. Precisamos de parceiros, pessoas comprometidas e que

confiem no potencial da região. Acredito que todos juntos con-seguiremos o sucesso. Por isso, espero estar aqui nas próximas edições.”, finalizou.

Atenta aos investimentos planejados pela Petrobras na região, as empresas fornece-doras de produtos e serviços apostam todas as fichas para reforçar contatos no evento, que tem um papel importante para o incremento dos negó-cios. De acordo com Anderson Palacio, diretor de Operações da Usinagem São Paulo, a feira é uma oportunidade excepcio-nal para conversar com clientes em potencial e fechar novos contratos. “Nossa expectativa é de que dentro de 90 dias já poderemos colher os frutos do evento”, conclui.

eventos

COM 40 ANOS de experiência no mercado, a Confor Instrumentos de Medição levou para a feira suas tecnologias para o setor naval e de óleo e gás. A empresa atua na área de análise de gases de combustão e detecção de gases tóxicos ou inflamáveis.

A companhia é uma das três únicas empresas no mundo a fabricar Analisadores de Gases de Combustão por absorção química para análise de Oxigênio e Dióxido de Carbono, bem como Amostradores de partículas.

Entre os lançamentos, a empresa destaca:Optima 7 (foto) – Multianalisador de gases de combustão, um analisador multigás portátil para processos industriais de aquecimento, emissões e monitoramento;Novaplus – Multifuncional com analisador portátil Wireless, especialmente desen-volvido para realizar mais medições em análises de combustão;SWG 200 – Analisador contínuo para a qualidade do biogás em processos industriais.

A atuação da Confor se estende a todo o território nacional também para os seg-mentos de mineração, alimentos, papel, farmacêutica, açúcar e álcool, automobilís-tica, fundição, siderurgia, entre outros. Seu atendimento é diferenciado indicando aos clientes a aplicação de engenharia do produto, o que faz com que cada cliente alcance o máximo da excelência em suas operações.

Destaque em medição e detecção de gases tóxicosFo

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A indústria de bens e serviços da cadeia de óleo e gás foi exaltada durante a edição deste ano do Petro Brasil, realizado entre os dias 8 e 10 de abril pela agência de Comunicação Zoom Out, em Niterói, no Rio de Janeiro.

A importância da participa-ção das micro e pequenas empresas nos projetos do

setor, a ampliação do índice de conteúdo nacional e a estratégia de aquisições do EPC (Enge-nharia, Procurement e Constru-ção) foram alguns dos assuntos debatidos no evento que reuniu representantes de 18 redes com cerca de 1500 empresas, grandes players, entidades de fomento e de regulamentação do setor, que integram a Rede PetroBrasil.

A formação do parque tecnoló-gico de Niterói e do cluster de sub-sea no estado do Rio de Janeiro, o cadastro na Transpetro também estão entre os temas estratégicos para o desenvolvimento da cadeia de petróleo, óleo e gás abordados pelos participantes.

“Para a Petrobras é absoluta-mente estratégico ter a indústria nacional desenvolvida”, disse Pau-lo Alonso, assessor da presidente da Petrobras, Graça Foster, sobre a importância do conteúdo local nos projetos atuais e futuros da com-panhia. Segundo ele, a empresa contratou mais de 11 mil pequenas empresas, gerando um volume de negócio superior a R$ 5 bilhões, de 2005 a 2011.

Outro ponto de preocupação das principais empresas e enti-dades do mercado, a qualificação profissional foi tema de pales-tra durante a Petro Brasil 2014, realizada pelo gerente de Cursos e Recursos Educacionais do Senai Rio, Allain Fonseca.

Responsável pela geração de 80 mil empregos em 2013 o setor naval vive especial expansão, em

razão do pré-sal e do aumento da demanda por novas plataformas, barcos de apoio e FPSOs. Por isso, a previsão é de que nos próximos seis anos serão criados 120 mil postos de trabalho.

“Existem 97 obras navais em andamento e a tecnologia brasileira não deixa a dese-jar para país nenhum”, co-mentou Sérgio Leal, secretário executivo do Sinaval, numa clara sinali-zação de oportunidade para empresas nacionais.

“A troca de experiências entre os interlocutores promove o desenvolvimento de negócios, viabiliza novos projetos e incentiva novas ideias. Esse tipo de encontro sempre é muito bem-vindo, principalmente quando oferece um elevado nível de debates, com participantes altamente qualifica-dos”, avalia Julio Bueno, secretá-rio de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro.

Rodada de negóciosO Petro Brasil 2014 também

contou com espaço para exposi-ção, que foi ocupado por estan-des das principais empresas do setor, que também participaram da Rodada de Negócios rea-lizada pelo Serviço Brasileiro

de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Mais de 60 empresas tiveram a oportunidade de negociar com os grandes players da indústria do petróleo, gerando uma expectativa de negócios da ordem de R$ 35 mi-lhões. A rodada teve dez empresas âncoras: Brasco Logística, Estalei-ro Brasa, Eslaleiro Eisa Petro Um, Estaleiro TCE, Heinen & Hopman, IESA, Nov, Nuclep, Oceaneering e Transpetro.

Com um sistema de regis-tro automatizado na Transpe-tro, através de um software, as empresas que participaram da Rodada citaram esse recurso como muito favorável para uma participação ágil nas licitações do setor que são finalizadas den-tro de no máximo 20 dias com o uso da tecnologia.

“Todas as empresas regis-tradas como potenciais for-necedoras da Transpetro tem possibilidades idênticas, já que o sistema as seleciona randomi-camente”, explicou o coordena-dor de aquisições da Transpetro, Armando Félix, destacando que pequenas e médias empresas são fundamentais para as opera-ções da companhia.

O “Petro Brasil 2014” tam-bém deixará legado ambiental e cultural, por meio da medição de créditos de carbono, doação de lonas para confecção de material promocional, confeccionado por presidiárias engajadas com a ONG Tem Quem Queira e doação de mudas de árvores para as prefeituras de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.

PETRO BRASIL 2014:pequenas e médias querem uma fatia maior no setor de óleo e gás

Petro Brasil 2014

por Maria Fernanda Romero

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O Brasil tem um mercado amplo de gás natural, porém o setor deve ter mais planejamento, previsibilidade e incentivos adequados para evoluir e ser competitivo. Essa foi a principal conclusão do 5º Rio Gas & Power Forum, promovido pelo CWC Group.

Mais de 200 participan-tes estiveram reuni-dos no Copacabana Palace nos dias 9 a 11

de abril, no Rio de Janeiro, para compartilhar seus pensamentos sobre a combinação e diversifi-cação ideal de fontes de energias

para o Brasil em 2020, a possibi-lidade de integração do gás na infraestrutura de energia e as oportunidades para os investido-res nesse mercado.

O 5º Rio Gas & Power Forum começou otimista; a consulto-ria Wood Mackenzie iniciou os

debates desta edição com um estudo sobre o mercado brasilei-ro de gás, no qual se observava a necessidade de novos fornecedo-res no país até 2020.

Segundo Eric Eyberg, con-sultor da área de gás e energia da Wood Mackenzie, o resultado

Rio Gas & Power Forum 2014eventos

Setor de gás quer maisPLANEJAMENTO E INCENTIVOS

por Maria Fernanda Romero

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se dá principalmente devido ao crescimento da demanda nacio-nal, acoplado com o declínio da oferta boliviana e parcialmente compensado pelo gás do pré-sal.

O executivo recomendou a abertura gradual do mercado de gás brasileiro para estimular o crescimento, entretanto destacou

que os riscos e desafios a serem superados devem ser comparti-lhados entre todos os agentes da cadeia de gás.

De acordo com a consulto-ria, o Gás Natural Liquefeito (GNL) tem papel essencial na matriz de transportes e deve aumentar sua participação de 1% para 10% até 2030. A previ-são é de que o consumo no setor cresça de 5 bilhões de m³ para 80 bilhões de m³ nesse perío-do. Quanto ao mercado de Gás Natural Veicular (GNV) no país, as projeções ainda são tímidas – em 2013, o consumo no segmen-to caiu 3,67%.

Carlos Augusto Arentz Pe-reira, gerente de Marketing de GNL da Petrobras, apresentou previsões da estatal e indicou que a geração termelétrica a partir do gás natural vai atin-gir 5,4 GW em 2025 e 9 GW em 2030. “Com base em nosso plano estratégico, serão 916 MW da Petrobras a partir de 2017 e 8.100 MW, de terceiros ou Petrobras, entre 2021 e de 2030. Além disso, a demanda nacional por gás, em grande parte industrial, continuará a aumentar até 2030, embora

com taxas mais baixas”, afir-mou Pereira.

Políticas públicasA Associação Brasileira das

Empresas Distribuidoras de Gás Natural (Abegás), representada no evento por Marcelo Men-donça, gerente de Planejamento Estratégico e Competitividade, indicou os desafios do setor e co-mentou sobre a necessidade de políticas públicas e desoneração do gás natural como incentivo ao mercado.

A Abegás vê o parque de cogeração como uma grande oportunidade para se ampliar o potencial de gás natural no país. O gerente comentou um estudo do Departamento de Energia dos Estados Unidos, o qual informa que até 2020 o país aumentará a capacidade do seu parque de cogeração em 40 MW. De acordo com esse estudo, nos próxi-mos seis anos a demanda por equipamentos para cogeração aumentará exponencialmente. “Sem planejamento e incentivos adequados, o Brasil não conse-guirá competir com a demanda americana por equipamentos e perderemos a grande oportuni-

Abraget: Brasil dependerá cada vez mais das termelétricasO Brasil dependerá cada vez mais

das termelétricas para complemen-tação da oferta de energia firme do Sistema Interligado Nacional (SIN). A afirmação foi feita durante o Rio Gas & Power Forum 2014 por Edmundo Alfredo da Silva, consultor da Asso-ciação Brasileira de Geradoras Ter-melétricas (Abraget). Segundo ele, somente estes insumos serão capazes de gerar oferta complementar (e ne-cessária) para a expansão do parque de geração brasileiro.

“Uma matriz elétrica mais equi-librada terá maior segurança à gera-ção de energia elétrica, possibilitando mais desenvolvimento para o Brasil.

As termelétricas a gás, carvão e urâ-nio não competem com as hidrelétri-cas, eólicas e biomassa. São fontes complementares que possibilitarão que o país não se torne dependente das condições climáticas”, disse.

O executivo explicou que a des-pachabilidade das termelétricas é um atributo fundamental em sistema hidro-térmico, o que as diferencia das demais fontes. Assim, o Operador Nacional do Sistema (ONS) pode dispor das usinas termelétricas a qualquer momento, adi-cionando-as, todas as vezes que ocor-rem eventos inesperados.

Sobre a questão de infraestru-tura de transporte de gás natural, a

Abraget acredita que é necessário expandir a rede de gasodutos para o interior do país e criar polos indus-triais bem como a geração termelé-trica. Dentre os desafios dessa gera-ção termelétrica, está a necessidade de comprovação de garantia do com-bustível por 20 anos e a penalização por falta de combustível.

“O fato de ter que comprovar re-servas de gás para atender aos pro-jetos termelétricos, independente da plausibilidade da contratação dos can-didatos no leilão, torna praticamente impossível que se assegure gás por 20 anos para todos os projetos candi-datos”, comentou.

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dade de expandir nosso parque de cogeração”, afirmou.

GNLClaudio Steur, diretor da

SyEnergy, tratou do papel do GNL como alternativa para a complementação do suprimen-to energético nacional. Para ele, a produção interna redu-ziria o custo total e ainda seria economicamente atraente para os fornecedores e produtores de GNL no país. “O GNL onshore pode expan-dir a demanda de gás à frente do desenvolvimento de gaso-dutos”, assegurou.

O executivo sugeriu a uti-lização de Floating Liquefied Natural Gas (FLNG), navio- -plataforma de produção de gás liquefeito, no pré-sal, como so-lução eficaz em pequena escala, para reduzir custos e facilitar a integração com outros Floating Production Storage and Offloa-ding (FPSOs), unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência; e os Floating Re-gasification and Storage Units (FSRUs), unidades flutuantes de regaseificação e armazena-mento, para fornecer flexibili-dade logística ao longo da costa brasileira do pré-sal.

Na ocasião, Renato Pereira, vice-presidente da Cheniere, apresentou detalhes do projeto da primeira usina de liquefação de gás dedicada à exportação em Sabine Pass, Lousiana (EUA).

Previsibilidade jurídicaA Agência Nacional do

Petróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis (ANP) e a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) defenderam durante o evento, a importância da Lei do Gás e da previsibilidade jurí-dica do setor para seu melhor desenvolvimento no país.

De acordo com Heloise Costa, assessora da diretoria da ANP, a agência continua trabalhando no processo de regulamentação da Lei do Gás para permitir a redu-ção progressiva da concentração industrial, com o aumento da participação de novos operadores e garantir a previsibilidade legal para os stakeholders. “Precisa-mos incentivar mudanças na es-trutura da indústria para reduzir as barreiras de entrada de novos agentes, através de uma maior transparência na formação dos preços, tornando assim o setor potencialmente mais competiti-vo”, comentou.

Carina Lopes Couto, superin-tendente de Regulação Técnica de gás canalizado da Arsesp, salientou os desafios do desenvol-vimento do mercado livre de gás natural no estado de São Paulo, que hoje possui sete comerciali-zadores e 251 potenciais usuários livres. O estado consome hoje 30% do total de gás do Brasil e possui três companhias distribui-doras de gás: Comgás, Gás Natu-ral Fenosa e Gás Brasiliano.

Atratividade baixaO mercado de gás no Brasil

concentra-se hoje em apenas duas empresas – Petrobras e OGX, no Nordeste – e elas suprem a demanda. Entretanto, há outros produtores, mas estes são obrigados a vender para a petrolífera, o que dificulta o desenvolvimento do segmento. Segundo Ieda Gomes, diretora--geral da Energix Strategy, o país precisa abrir o mercado para a competitividade, como a Euro-pa fez. “Seria interessante que houvesse maior preocupação dos responsáveis/governo para que esses produtores também passas-sem a distribuir. Isso incentivaria a competição no segmento e consequentemente a redução do valor do gás no Brasil”, pontuou.

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Para Ronaldo Reimer, presi-dente da Exterran Energy Solu-tions para a América Latina, uma alternativa para essa atração de investimentos seria um modelo semelhante ao do MLP (do inglês “master limited partnership”), que combina a liquidez de uma empre-sa de capital aberto com benefícios fiscais de uma parceria – ou seja, o dinheiro é tributado somente quando ocorre a distribuição.

Ricardo Pinto, coordenador de Energia Térmica da Associação Brasileira de Grandes Consumido-res Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), afirmou que o mercado de gás no Brasil só vai conseguir ajudar o país a se manter atraente quan-to resolver a questão da falta de competitividade. De acordo com ele, a disponibilidade é crescente e com enorme potencial para de-senvolvimento, mas falta transpa-rência nos processos e uma política específica para a indústria, que dê um novo contexto institucional ao gás, aumente a participação dos consumidores livres e, sobretudo, promova maior entendimento entre a indústria de gás e o setor elétrico.

Mix energéticoDe acordo com o relatório

da Agência Internacional de

Energia (AIE), a geração de energia por hidrelétricas, vento, sol e outras fontes renováveis crescerá 40% até 2016 e ultrapas-sará a energia gerada por gás no mix energético global. Durante o evento, Sylvie DApote, sócia--diretora da Prysma E&T, comen-tou que o papel da geração de energia térmica na ampliação do mix de energia no Brasil será muito maior do que o previsto pelo Governo.

A executiva acredita que esse cenário é uma grande oportuni-dade para os novos produtores onshore de gás. No entanto, para que isso aconteça, o Brasil precisa de uma política integra-da de energia e gás, que leve em conta as especificidades das duas indústrias e as alterações de regulamentação, por exem-plo. “As alterações de regras de leilões de energia e uma melhor regulamentação para o acesso aos gasodutos iriam contribuir muito para isso”, finalizou.

Com relação ao escopo da integração da infraestrutura de gás e energia, Carlos Augusto Arentz Pereira, gerente de ma-rketing de Gás Natural Liquefei-to (GNL) da Petrobras, pontuou que a geração termelétrica, ape-sar de depender cada vez mais

da afluência das chuvas, chega-rá a 5,4 GW em 2025. E afirmou que é muito importante observar que a oferta é ainda maior que a demanda. “O grande mercado de gás no Brasil é o industrial, cerca de 78% da demanda”, comentou o gerente-geral.

Segundo outro estudo da consultoria Wood Mackenzie, as importações de GNL na América Latina surpreenderam globalmente em 2013, mas ainda há incertezas quanto aos abastecimentos regionais. Na visão de Carlos Augusto Arentz Pereira, da Petrobras, esse tipo de gás continuará sendo o último recurso para os países da América do Sul, porque ainda tem preço elevado e não é competitivo.

John White, sócio da Baker Botts LLP, considerou crescente a importância do GNL para o Brasil e o Cone Sul. O executivo afirmou que observa um robusto crescimento econômico através do gás liquefeito nas economias em desenvolvimento, acompa-nhado pelo aumento da deman-da por energia. Ele enfatizou o papel das FSRUs, que agili-zam a logística dessa fonte de combustível econômica, rápida, eficiente e flexível.

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Os mais de 15 anos de vivência no exterior trabalhando em países como Cingapura, Japão, Coreia do Sul e Noruega deram a Eduardo Gomes Câmara, engenheiro de aprovação da Det Norske Veritas (DNV), um know-how único em projetos navais. Há 27 anos na classificadora norueguesa, o engenheiro naval carioca aproveitou as oportunidades que surgiram na carreira e se tornou um verdadeiro cidadão do mundo.

perfil profissional

Se não fosse uma boa olhada no mural da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), talvez o hoje Eduardo Câmara estivesse trabalhando no ramo automobilístico como engenheiro mecânico.

Foi assim, no momento da inscrição para o curso de engenharia me-cânica, que começou a carreira do engenheiro de aprovação da DNV, que sempre sonhou em fazer carreira na Marinha. Como não conseguiu pas-sar nos exames de admissão da Marinha, decidiu seguir outro rumo na carreira. “Quis o destino que no momento da inscrição eu visse o curso de engenharia naval. Então me inscrevi na área que eu realmente queria”, lembra Eduardo.

Vindo de uma família com raízes do interior de Pernambuco, “onde nem água tem”, e filho de juiz, ele nunca pensou em seguir a profissão do pai, sempre de olho na Marinha. Já na UFRJ, o destino acabou levando--o à Marinha por outros caminhos: no terceiro ano da faculdade, surgiu a oportunidade de um estágio, sem remuneração, no Arsenal de Marinha, entre 1970 e 1971.

Foi lá que ele teve o primeiro contato com a DNV, quando foi apresentado a alguns diretores que visitavam as instalações da Marinha. E começou trabalhando no departamento de novas obras, acompanhando construções.

“Muito do que aprendi nesse período eu devo ao comandante Veiga, que além de passar tarefas, também gostava de ensinar e mostrar como as atividades deveriam ser feitas”, lembra o engenheiro. “Se eu sou um bom profissional, devo muito a ele. Aprendi coisas que levo até hoje na minha carreira”, complementa.

Estágio em estaleiroDepois do Arsenal de Guerra, Eduardo estagiou no departamento de

engenharia naval da Planave – Estudos e Projetos de Engenharia, uma empresa brasileira criada por engenheiros e oficiais da Marinha, na déca-da de 1960 (então como Planave - Escritório Técnico de Planejamento.

Logo depois, recebeu convite para estagiar na Econav, um estaleiro pequeno, na Ilha da Conceição, em Niterói. Ele lembra as dificuldades para chegar ao local de trabalho, que era de difícil acesso na época,

da engenharia navalO VIKING BRASILEIRO

por Rodrigo Miguez

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com rua de terra, sem asfalto, e que em dias de chuva enchia de lama. A despeito dessas difi-culdades, ele garante que foi uma experiência extremamente positiva.

Quando saiu da Econav, Câma-ra decidiu que devia se dedicar to-talmente aos estudos, deixando de estagiar para se formar. Ele lembra que na época em que terminou a faculdade, todos os formando saíram da UFRJ praticamente com emprego garantido.

“Faltava profissional no merca-do. Tinha empresa caçando gente pra trabalhar. E se pagava bem. Para se ter uma ideia, em seis meses comprei meu primeiro carro zero, um Ford Corcel”, afirmou.

A grande procura por profis-sionais do setor naval se devia ao mercado aquecido da época. Além disso, o engenheiro naval formado principalmente no Rio de Janeiro, o grande polo da indústria naval brasileira, tinha muito mais expe-riência prática do que em outros estados, como São Paulo, onde também havia o curso. Isso era um grande diferencial e beneficiou toda uma leva de formandos.

Eduardo Câmara é prova viva disso. Logo que se formou foi cha-mado para trabalhar no estaleiro Ebin, em Niterói (atual Aliança). Lá trabalhou na área de tubulação, algo que ele não conhecia muito bem, mas, como sempre, interessa-do em aprender coisas novas e dis-posto a realizar um bom trabalho, comprou livros sobre o assunto e deu conta do recado.

Treinamento no exteriorMesmo feliz no estaleiro, o

inquieto engenheiro sentia falta de algo a mais na carreira. Ele queria se aprimorar. Começou então a pes-quisar oportunidades de trabalhos fora do Brasil, bolsas de estudos, até que um dia um ex-professor da UFRJ, Celso Parisi, falou sobre uma oportunidade na Noruega.

No escritório do professor, no Centro do Rio, Eduardo Câmara foi apresentado a um norueguês, que vinha a ser o primeiro vistoriador da DNV no Brasil. O engenheiro preencheu os papéis para dispu-tar uma vaga e foi pra casa, sem acreditar muito na história. Um mês depois recebeu a ligação que o levou para uma temporada de dois anos de treinamento na sede da certificadora, em Oslo.

Na Noruega, recebeu um exaustivo treinamento, trabalhando em um departamento diferente a cada seis meses. As atividades que exerceu no treinamento iam desde a verificação de avarias de casco de navios, avaliação de estrutu-ras de embarcações pequenas até chegar à seção de máquinas, onde aprendeu a aprovar componentes de uma embarcação, como motor, caldeiras, entre outros.

Durante esse período de trei-namento, Eduardo morou por três meses em Ulsteinvik, uma cidade com muitos estaleiros, distante da capital. A vivência na Noruega

também teve momentos inusitados no início. Com a ditadura militar no Brasil, o engenheiro conta que havia gente no consulado para vigiar os poucos brasileiros que moravam no país. Ninguém nunca chegou a abordar Câmara, mas a situação o levou a procurar saber mais de tudo que acontecia no Bra-sil, como a guerrilha do Araguaia, por exemplo.

“Essa experiência na Noruega mudou a minha vida profissional e pessoal. Muito do que eu sou hoje eu devo a essa oportunidade e a tudo que eu aprendi por lá”, diz ele, afirmando que desse período ficou um laço muito forte com o país onde tem amigos até hoje.

De volta ao BrasilAssim que o período de trei-

namento na Noruega terminou, Eduardo Câmara voltou ao Brasil, retornando para o estaleiro Ebin. Mas as coisas não eram mais como antes, devido à redução de enco-mendas. Aceitou convite de um amigo para trabalhar no estaleiro MacLaren, em 1980. Porém, o modelo administrativo da empresa, que é familiar, não o agradou, pois, segundo ele, era preciso “agradar muita gente”.

A DNV surgiu novamente no caminho profissional do engenhei-ro naval. E dessa vez, foi definitivo. Eduardo Câmara até hoje lembra o dia em que foi contratado pela certificadora: 28 de agosto de 1982. “Na DNV eu acreditava que poderia realizar um bom trabalho e que seria respeitado”, afirma. Des-de então são mais de 27 anos de trajetória ininterrupta na empresa, que faz parte da história de vida do engenheiro.

Falando sobre suas preferên-cias na profissão, Eduardo diz que, apesar de ser um segmento em alta, não gosta de trabalhar no se-tor offshore, aferindo plataformas. “Eu gosto mesmo e de trabalhar com projeto”, afirma.

Idade: 65Cargo: engenheiro de aprovaçãoHobby: trem elétrico em miniatura e montar navios em miniaturaLivro favorito: Não tenho um favorito, mas gosto muito de livros de História, como os da Segunda Guerra Mundial.Musica: Gosto muito de frevo, como bom filho de nordestinos (a mãe é da Paraíba).Lugar para descansar: João Pessoa (PB)

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perfil profissional

Novos maresEm 1990, com a crise do setor

naval no Brasil, a DNV começou a enviar colaboradores para trabalhar em outros países. Em 1991 surgiu a chance de Eduardo trabalhar no Japão, onde ficou por dois anos. Mas a crise atingiu o mercado naval mundial, chegando à Ásia. O retorno ao Brasil foi inevitável. Porém, para surpresa dele, alguns meses depois recebeu proposta para trabalhar na Coreia do Sul.

Uma segunda casaDepois de trabalhar também na

China e em Cingapura, sempre na DNV, eis que a Noruega surge mais uma vez na vida de Eduardo: foi para lá por três anos, mas acabou ficando oito, atuando em projetos de barcos e na área de aprovação de cascos.

Segundo ele, havia muito que fazer e aprender na área naval, além de o ambiente de trabalho ser muito bom. A única reclamação que Câmara tem de sua temporada no-rueguesa é o longo inverno. “Você tem que ter muita força de vontade para não ficar deprimido, porque não é fácil ficar sem ver o sol por meses”, lembra.

Fora isso, a adaptação foi tran-quila, sempre com apoio de amigos que o ajudaram. Tanto que a história com a Noruega foi mais longe do que ele imaginava: os filhos criaram laços no país, obtiveram cidadania norueguesa e formaram família. Até hoje um dos filhos mora lá, o que já é um bom motivo para o engenhei-ro naval carioca voltar ao país com frequência. “A Noruega passou a ser o meu segundo país”, afirma.

Com forte tradição como cons-trutor naval, devido ao elevado

nível educacional, o país acabou se tornando um provedor de profis-sionais altamente qualificados, que atuam principalmente na finalização de projetos. Com isso, muitos navios encomendados são construídos em países onde os custos são menores, como Romênia e Ucrânia, e são finalizados e equi-pados na Noruega, onde a mão de obra é mais sofisticada.

Brasil round 2Em 2006, chegou o momento

de se despedir dos ares nórdicos e retornar ao Brasil, que vivia o início da retomada do setor naval, com diversas encomendas para a indústria de óleo e gás. Eduardo Câmara diz que chegou extremamente motivado e consi-dera positivo o momento atual da indústria naval.

Mas tem algumas ressalvas. “Tudo que está acontecendo aqui é ótimo, mas eu fico muito preocupa-do, pois alguns vícios do passado estão se repetindo. Outra preocupa-ção é a qualidade da mão de obra, que ainda está muito fraca”, alerta.

Segundo ele, os engenheiros estão menos qualificados e o nível superior está mais acadêmico e me-nos prático. Para Eduardo Câmara, sem uma parceria entre academia e indústria, o mercado perde e, prin-cipalmente, os futuros engenheiros, que saem da faculdade sem ter muita experiência prática. Outro problema na visão dele é a depen-dência, direta ou indireta, do setor naval em relação à Petrobras.

Profissional realizadoO engenheiro já trabalhou

em todo tipo de embarcações,

de catamarãs para o transporte de passageiros na Amazônia até os sofisticados barcos de aqui-sição sísmica. Ainda que não goste do segmento offshore, um dos projetos que mais o empol-gou foi aquele que acabou não acontecendo: o de embarcações para remoção de plataformas, na China. O projeto baseava-se em dois barcos simétricos, com garras para levantar a platafor-ma e levar para terra afim de ser desmontada.

“Quando eu olho pra trás, percebo que já fiz bastante coisa”, diz Eduardo Câma-ra, que hoje trabalha em uma área mais técnica, atuando na aprovação de plantas de cons-truções novas, elaboração de novas regras de classificação, além de participar de progra-mas de treinamento de pessoal interno e externo.

Além dos muitos projetos en-volvidos e inúmeras viagens ao ex-terior, Eduardo Câmara teve tempo ainda para escrever um livro: A Construção Naval Militar Brasilei-ra no Século XX, obra que é uma junção de documentos, arquivos pessoais e escrituras do engenhei-ro naval sobre o tema.

Com o incentivo de amigos, entre idas e vindas, decidiu levar o projeto à frente, com recursos próprios. “Vi quanto custava e fiz uma produção barata”, afirma. Pelo menos por enquanto, Eduar-do Câmara não vai mais se aven-turar pelo mundo da literatura. Ele pretende continuar envolvido com plantas de navios e viagens de volta às suas duas terras, Per-nambuco e Noruega.

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Ano 4 • nº 33 • maio de 2014 • www.tnsustentavel.com.br

Sumário

64 67 68Entrevista especial com Alex Pryor, sócio da Guayaki Yerba Mate

Petrobras Energia Eólica

Patrocínio a projetos sociais de dez cidades do Rio de Janeiro

Geração eólica cresce 7,8% no Brasil em fevereiro

Ganha-ganha. Sempre! Editorial

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

NA CORRERIA DO MUNDO os valores humanos estão realmente em baixa. Como entender quem pensa diferente, age diferente, mas também tem resultado diferente: o sucesso?

O nosso entrevistado da vez fala sobre liderança participativa e comércio justo.Ele é Alex Pryor, argentino, 43 anos, engenheiro de alimentos e empreende-

dor. Seu êxito, porém, não pode ser mensurado em lucros financeiros, mas sim em dividendos socioambientais gerados pela empresa de agroecologia Guayaki Yerba Mate, da qual ele é um dos 55 sócios.

Além de mostrar que é possível transformar o modelo econômico atual por meio de práticas sustentáveis defende o ganha-ganha nos negócios e serve de inspiração e modelo até para grandes empresas.

Ninguém precisa perder para o outro ganhar! Essa frase simples precisa de-finitivamente fazer parte das relações de negócios que muitas vezes começam de forma distorcida sem espaço para o respeito, a ética e a justiça colocando no ganha-perde o verdadeiro lucro de um negócio.

Boa leitura, bom aprendizado e bons negócios!

Lia Medeiros, diretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo

Liderança participativa e comércio justo são o segredo do sucesso da Guayaki

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Entrevista especial com Alex Pryor, sócio da Guayaki Yerba Mate

O engenheiro de alimentos Alex Pryor, argentino, 43 anos, é um empreendedor de sucesso. Seu êxito, porém, não pode ser mensurado em lucros financeiros, mas sim em dividendos socioambientais gerados pela empresa de agroecologia Guayaki Yerba Mate, da qual ele é um dos 55 sócios.

SÃO O SEGREDO DO SUCESSO DA GUAYAKI

Liderança participativa e comércio justo

suplemento especial

FUNDADA POR Alex Pryor há 16 anos, na Califórnia (onde ele estudava na época), a Guayaki trabalha com comunidades indígenas e pequenos agricultores na Argentina, Paraguai e Brasil, cultivando erva-mate, nativa em regiões de Mata Atlântica.

O engenheiro esteve no Rio em abril, participando da confe-rência internacional Sustainable Brands, que reuniu no Centro de Convenções SulAmérica pessoas e empresas com o mesmo propósito: compartilhar experiências, discutir os desafios da economia circular e do comércio justo, além de mos-trar que é possível transformar o modelo econômico atual por meio de práticas sustentáveis.

Batizada em homenagem à tribo indígena do leste do Paraguai – a cujos descendentes a Guayaki ofe-rece empregos no plantio, colheita e processamento do mate – a empresa também paga royalties aos índios pelo uso do nome.

Em entrevista ao Caderno de Sustentabilidade, Alex Pryor cita o matemático John Nash, que defen-dia regras de mercado baseadas na “relação ganha-ganha”, em lugar do “ganha-perde” da economia tradi-cional, e conta por que a empresa tem servido de exemplo a outras – inclusive de grande porte – que

estão em busca do mesmo propósi-to: existir, antes de mais nada, pelo bem social e ambiental.

TN Petróleo – Como surgiu a ideia de criar a Guayaki?

Alex Pryor – Sou argentino, mas cresci no Paraguai. Vivi as consequ-ências diretas do desmatamento. Os modelos produtivos que eu conhecia eram os mesmos que estavam desma-tando a floresta. Havia muita pobreza na cultura agrícola, nas comunidades indígenas e na vida dos atores sociais que habitavam aquela região.

Os modelos clássicos de con-servação, as formas de se preservar as espécies animais e vegetais, assim como os mananciais de água, não estavam funcionando bem, pois

não levavam em conta os povos da floresta. Ninguém estava pensando na sobrevivência das pessoas que moram nessas áreas remanescentes da Mata Atlântica. Ninguém esta-va incluindo estes atores sociais no processo produtivo. Então, eu comecei a pensar em alguma forma de trabalhar com essas pessoas, gerando renda justa para todos os envolvidos no processo e, ao mesmo tempo, preservando a natureza e a cultura local.

Descobri que a erva-mate, planta nativa na Mata Atlântica e parte da cultura indígena há muitos séculos, poderia ser uma solução para gerar renda para essas comu-nidades, conservando a floresta, e reforçando os laços culturais

por Mehane Albuquerque

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destas comunidades. Assim, há 16 anos surgiu a Guayaki.

Qual a filosofia da empresa?A Guayaki tem 55 donos espa-

lhados em três países. Não sou o único dono. Não acredito em líder permanente. Sou fundador, mas não líder permanente. Trabalhamos com liderança participativa, dividimos o peso das decisões. Baseamos nos-sas relações em vínculos horizon-tais, na troca dinâmica entre todos, assim como ocorre nos ecossiste-mas da floresta.Como isso se estabelece na prática?

Construímos esses vínculos horizontais utilizando o “paradigma do cuidado”, de Leonardo Boff: devemos cuidar de nós mesmos, do outro e do ecossistema. Trabalhamos com os índios e com os pequenos agriculto-res da mesma forma que trabalhamos com outros tipos de pessoas. E eles têm muita riqueza no sentido da pro-dução. Têm muita sabedoria. Nosso trabalho também envolve contato com governo, prefeituras, indústria, comércio, empresários, lideranças lo-cais, sem-terra, sindicatos... Então, fa-zemos workshops regulares reunindo todos para conversar, fazer diagnósti-cos e tentar envolvê-los. Para mostrar que os benefícios econômicos aconte-cem como consequência, e que essa não deve ser a finalidade principal de um negócio sustentável.

Como a Guayaki funciona?Nosso propósito é recuperar

áreas degradadas de Mata Atlân-tica com o plantio de erva-mate, e vender a produção com valor agregado, com internalização dos custos sociais e ambientais. Fazemos isso hoje na Argentina, no Paraguai e no Brasil, junto aos índios Caingangue e Guarani, e também junto a comunidades que sobrevivem da agricultura fami-liar. No Brasil, produzimos erva--mate no oeste do Paraná. Toda

a produção é exportada e certifi-cada como produto justo, aquele que não é geneticamente modifi-cado, que é totalmente orgânico, produzido por uma empresa B, sem objetivos econômicos. Nosso lucro não é pessoal, é socioam-biental. Nossa rentabilidade é em capital social e natural, e não em capital financeiro.

Quanto a empresa produz e quem consome a erva-mate?

Hoje produzimos 600 toneladas de erva-mate por ano, 400 toneladas só no Brasil. Exportamos tudo para os Estados Unidos, mas queremos expandir para outros países.

No Brasil, a produção é maior. As condições aqui são mais propícias?

Isso acontece em função do contexto social, e não por clima, solo ou outra condição. No Brasil exis-tem mais comunidades envolvidas, mais engajamento. E há também aí uma repercussão enorme nas redes sociais, mais do que no Paraguai. Isso ajuda muito a divulgar nossos objetivos e a conquistar simpatizan-tes e colaboradores.

Existe demanda para a erva-mate nos Estados Unidos? Quem consome o produto por lá?

Não existe demanda. Estamos criando um mercado, construindo pouco a pouco uma relação com o nosso público. Lá, o mercado da erva--mate não é significativo. O america-no não conhece. Então, o que a gente faz? Tentamos mostrar os benefícios para a saúde e também os aspectos culturais, mais do que qualquer outra coisa. Aí também entra o paradigma de Boff: cuido de mim, do meu seme-lhante e da natureza. Nosso público é diversificado, mas é basicamente formado por jovens e estudantes universitários que estão questionando os hábitos de consumo. São eles, em especial, que estão perguntando se

o que consomem é de fato bom, e se, ao consumirem, estão contribuindo de alguma forma para o bem social e para o meio ambiente.

Você mencionou que a Guayaki é uma empresa B. O que é uma empresa B e o que a difere das demais?

O Sistema B é uma certificação de produto ou de empresa que leva em conta indicadores de transparência, gênero, impacto social e ambien-tal. Uma empresa B é aquela que possui essa certificação. O objetivo é criar uma rede de organizações que tenham a missão ambiental e social como principal objetivo.

O sistema foi criado por Jay Cohen, Bart Mulligan e Andrew Casoy, nos Estados Unidos, e é concedido a empresas de vários países. A Guayaki foi a primeira entre as 25 empresas do mundo a receber a certificação. Um ponto importante é o marco legal das empresas B, que já foi aprovado em 27 estados. Pelo marco legal, o objetivo da empresa fica acima do direito do acionista. O sistema é revolucionário. A maioria das pessoas não sabe, mas atualmente um número cada vez maior de distribuidores, acionistas, bancos, investidores e retailers [varejistas] já percebem os ganhos socioambientais e estão se integrando à rede.

Qual a importância da erva-mate para a Mata Atlântica?

A erva-mate aumenta a fertilidade do solo, combate a erosão, ajuda a reter a umidade do terreno, fornece abrigo e alimento para os pássaros e amplia a captura do CO

2.

E para a saúde humana?A erva-mate tem 197 ingredientes

ativos e suas muitas propriedades foram pouco estudadas e aplicadas. É uma planta-mãe nas culturas pré--colombianas, foi usada na cultura Guarani como veículo para o medica-mento da floresta. Quando eles pre-

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suplemento especial

paravam alguma medicina em um pi-lão, após triturar as folhas, deixavam em infusão junto com a erva-mate. Como tem propriedades energéticas, atua como catalisador de proces-sos dos medicamentos naturais. A erva-mate tem mais potássio, ferro, magnésio e antioxidantes que o chá verde e o chá branco.

É muito interessante para nós explorar mercados nos quais o produto ainda é praticamente desconhecido. Os energéticos mais consumidos hoje no mercado são a cola, o café, o chá, o guaraná e o cacau. A erva-mate também é um poderoso energético. Por que até hoje nunca foi utilizada na fabricação de bebidas? Pode ser mistu-rada ao café, ao leite, ao mel. Pode ser consumida gelada, como um refresco, nas refeições, no café da manhã...

O mais importante, porém, é que tem um valor cultural importante para os povos da floresta. É, antes de tudo, um símbolo de hospitali-dade e de diálogo, pois de acordo com os costumes, nunca se bebe o chá-mate sozinho. É uma bebida que tem séculos de história.

Como o lucro financeiro da empresa se transforma em ganho social? O que melhorou na vida dessas pessoas?

O maior ganho é na integração das comunidades locais a uma estrutura produtiva que não interfere no seu modo de vida. Colocamos a agricultura familiar no centro do desenvolvimento do negócio. Não se trata de caridade: é uma maneira de construir uma rede de stakeholders mais transparente e ligada ao processo, incluindo a produ-ção, a comercialização e o marketing. A maior parte do lucro – 95% – retorna em investimentos para a recuperação de novas áreas degradadas, através do plantio da erva-mate. Investimos os 5% restantes em propaganda. O mais importante, porém, é a mudança na vida dessas pessoas em termos de for-talecimento dos valores culturais. Eles se sentem mais felizes, empoderados e valorizados. Isso é que o torna alto o valor da empresa.

Quais as metas de crescimento? Queremos restaurar 60 mil hec-

tares de Mata Atlântica até 2020, criando mais de mil postos de tra-

balho. Queremos gerar lucro econô-mico, porém sem perder o sentido comunitário, o valor do espírito humano, a celebração da diversida-de. Já atingimos 40% desta meta, mas nossa maior preocupação hoje é dar respostas rápidas, provocar transformações sociais em lugares onde elas são urgentes. Vivemos o tempo todo nos perguntando: por que existe fome no mundo se existe tanto alimento? A fome continuará aumentando se os meios de produção permanecerem nas mãos de grupos gananciosos, que só pensam no lucro. O matemático John Nash já havia alertado sobre os riscos do modelo de economia baseada no ‘ganha-perde’. O que estamos propondo é o ganha-ganha, quando todos se beneficiam. Imagi-ne cem empresas como a Guayaki e o quanto elas poderiam gerar de lucros sociais e ambientais, em um curto período de tempo. E o mais interessante é que o modelo pode ser utilizado em outros cultivos, como o açaí, a andiroba, e outras plantas da floresta.

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A Petrobras assinou no final de abril contratos para pa-trocínio de projetos sociais

de dez municípios do Rio de Ja-neiro contemplados pela seleção pública ‘Integração Petrobras Comunidades 2013’. O evento ocorreu no Centro de Integração do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em São Gonçalo (RJ).

Serão destinados R$ 6,6 milhões, no período de dois anos, a 23 inicia-tivas de Itaboraí, Guapimirim, Ma-ricá, Cachoeiras de Macacu, São Gonçalo, Magé, Rio Bonito, Angra dos Reis, Duque de Caxias e Rio de Janeiro. Cada instituição rece-berá até R$ 300 mil. Esses projetos atuam com foco em educação para qualificação profissional, geração de renda e oportunidade de tra-balho ou garantia dos direitos da criança e do adolescente.

Segundo o gerente de Relacio-namento Comunitário de Respon-sabilidade Social da Petrobras, José Barbosa, o IPC 2013 vai possibilitar o desenvolvi-mento social das instituições e o fortalecimento do relacionamento entre os envol-vidos. “A Petro-bras possui uma relação muito forte com a sociedade brasileira e a assinatura destes contratos de patrocínio representa a reafirmação do compromisso da companhia com a responsabilidade social. A seleção pública tem como característica a democratização do processo, pois

todos os projetos concorrem de igual para igual”, disse.

A partir das assinaturas dos contratos, as instituições são capa-citadas para apresentar relatórios e prestar contas de suas ativida-des. Além disso, as equipes fazem visitas periódicas para verificar o desenvolvimento dos projetos nas comunidades.

A cerimônia contou com a participação de gerentes e repre-sentantes de unidades da Petrobras da área de abrangência de cida-des dos projetos contemplados, representantes dos projetos sociais patrocinados e autoridades locais.

A seleção pública foi destinada exclusivamente a iniciativas reali-zadas no entorno das unidades da companhia. Os projetos recebidos passaram por triagem administrati-va, avaliação técnica, até se chegar à escolha final dos selecionados.

Petrobras Integração Comu-nidades – Criada em 2008, a ‘Integração Petrobras Comuni-dades’ é uma seleção pública

voltada para o desenvolvimen-to de iniciativas em comunida-des do entorno das unidades da companhia. Por meio do IPC, a empresa reforça o com-promisso de contribuir para o desenvolvimento das regiões onde atua, além de garantir a democratização do acesso aos pedidos de patrocínios e a transparência na escolha dos projetos selecionados.

Em 2013, a Petrobras rea-lizou o IPC Suape 2013, com destinação de R$ 3 milhões em iniciativas no entorno da Petro-química Suape e da Refinaria Abreu e Lima e o IPC 2013, que destinará R$ 48 milhões para projetos do entorno de unida-des da companhia nas regiões Nordeste, Norte, Centro-Oeste, além dos estados de Minas Ge-rais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Atualmente, há projetos em vigência contratados no IPC 2011 nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Petrobras: patrocínio a projetos sociais de dez cidades do Rio de Janeiro

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Com 91 usinas em operação comercial no Brasil em, a geração de energia eólica

alcançou 734 MW médios em fe-vereiro – 7,8% acima do computa-do no mesmo mês do ano passado, quando havia 79 usinas instaladas.

De acordo com a última edição do Boletim das Usinas Eólicas, divulgado mensalmente pela Câmara de Comer-cialização de Energia Elétrica (CCEE), a capacidade total instalada no país cresceu 17,3%, chegando a 2.250 MW.

Os números de fevereiro projetam um fator de capacidade média de 33% para as eólicas nacionais, o que coloca o Brasil à frente de outros países: está acima da média registrada na China (18%), Alemanha (19%) e Espanha (24%), e equiparada à dos EUA (33%).

O Nordeste concentrou a maior geração eólica no período avaliado, respondendo por 71% da produção dessa energia entregue ao Sistema Interligado Nacional (SIN) em feve-reiro (521 MW médios). Em seguida, vem a região Sul, com 28% de partici-pação na geração (203 MW médios).

Os estados com maior participa-ção na geração média são: Ceará (243 MW), Rio Grande do Sul (150 MW), Rio Grande do Norte (143 MW), Bahia (105 MW) e Santa Ca-tarina (50 MW), que totalizam mais de 90% do total gerado.

Em relação ao crescimento anual da capacidade instalada houve con-centração principalmente no Nordes-te, que atingiu a marca de 1.461 MW em usinas da fonte, um salto de 20,2% em comparação a fevereiro de 2013.

No período coberto pelo informati-vo, a capacidade instalada das usinas eólicas, associada à energia comercia-lizada no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétri-ca (Proinfa), de 965 MW, correspon-deu a 43% do total. Já os montantes associados à energia comercializada nos leilões do Ambiente de Contra-tação Regulada (ACR), de 856 MW, e no Ambiente de Contratação Livre (ACL), de 430MW, representaram 38% e 19%, respectivamente.

suplemento especial

O CTC (Centro de Tecnologia Ca-navieira) e a Odebrecht Agroin-dustrial, empresa que atua na

produção de etanol, açúcar e energia elétrica a partir da biomassa de cana--de-açúcar, celebraram em abril um acordo inédito para a implantação de polos de melhoramento genético da cana-de-açúcar em duas unidades da empresa: Rio Claro e Morro Verme-lho, ambas no estado de Goiás.

A parceria prevê a implanta-ção de campos experimentais com 25 hectares cada, dentro das duas unidades. Cada um deles receberá um conjunto de variedades não co-merciais (clones) já pré-seleciona-das para as condições regionais. A Unidade Morro Vermelho receberá ainda outro campo para organismos geneticamente modificados para a realização de estudos agronômicos de cana transgênica, um importante

diferencial em termos de evolução em pesquisa de cana-de-açúcar vi-sando ganhos de produtividade e sustentabilidade.

A Odebrecht Agroindustrial cul-tiva atualmente mais de 80 varieda-des da matéria-prima, sendo que na safra 2013/2014 apenas seis delas representaram 83% dos canaviais, condição explicada pelo desafio de rápida expansão de canavial para suprimento de matéria-prima para as Unidades da Odebrecht Agroindus-trial. “A expectativa do trabalho com o CTC é a de que se tenha o censo varietal das unidades mais equili-brado, o que maximiza as toneladas de açúcares produzidos por hectare, diversifica o nosso portfólio e garan-te maior produtividade à empresa”, afirma Américo Ferraz, responsável por Tecnologia Agrícola da Odebre-cht Agroindustrial.

As duas unidades fazem parte do novo modelo de polos regionais para desenvolvimento de variedades do CTC, que foi duplicado, passando de 12 para 24 unidades. Os polos estão estrategicamente distribuídos em diferentes usinas de forma a abran-ger praticamente a totalidade dos ambientes onde se cultiva cana-de--açúcar no país. “O novo modelo de polos do CTC tem como foco o de-senvolvimento de variedades adap-tadas às condições de solo e clima específicos de cada região produtora e que atendam às necessidades e expectativas dos produtores”, explica William Lee Burnquist, diretor de Melhoramento Genético do CTC. “Outro diferencial é o fato de que os polos já estão sendo preparados e certificados para os estudos de cana--de-açúcar transgênica”, comple-mentou Burnquist.

Novos polos de melhoramento genético

Geração eólica cresce 7,8% no Brasil em fevereiro

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Schneider Electric anuncia nova vice-presidente de Finanças para América do SulA SCHNEIDER ELECTRIC, espe-cialista global em gestão de ener-gia, anuncia ao mercado brasilei-ro a chegada de Sonia Fanhani, nova vice-presidente de Finanças para América do Sul. A execu-tiva ficará sediada na matriz da empresa em São Paulo e terá o desafio de promover a integra-ção e o fortalecimento das áreas

financeiras dos oito países da região, onde atua a multina-cional.A profissional possui mais de 30 anos de

experiência no mercado e tem em seu currículo passagens por

empresas como KPMG, Cummins e Motorola. Sonia é formada em Ciências Econômicas pela Universidade Santana e tem dois MBAs, um em Administração e Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e outro em Gestão Tributária pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).

Luis Araujo assume o cargo de CEO mundial da Aker SolutionsO BRASILEIRO Luis Araujo assumiu, no final do mês de abril, o cargo de CEO da Aker Solu-tions. Antes presidente regional da empresa no Brasil, Araujo, de 55 anos, possui mais de 28 anos de experiência na indústria de óleo e gás, onde já atuou como presidente para a Wellstream, como gerente geral na ABB e como engenheiro, gerente de projetos e de vendas para empresas como Coflexip, Ve-tco e a FMC Technologies no Brasil e no exterior.

O executivo é formado em En-genharia Mecânica pela Universi-dade Gama Filho e tem MBA pela Universidade de Edimburgo, no Reino Unido.Nova estruturação – A empresa norueguesa terá duas divisões para acelerar um processo de racionali-zação que irá reduzir custos e me-lhorar a posição de todas as partes do grupo para atender as necessida-des dos clientes.

As unidades subsea, umbilicais, engenharia e manutenção, modifi-cações e operações formarão a Aker Solutions. As demais, incluindo as de tecnologias e sistemas de perfuração, serão incorporadas em uma sociedade em investimento de serviços de petró-

leo, denominada Akastor. A nova divisão será lis-tada na Bolsa de Oslo em setem-bro deste ano.

Além de reduzir custos, a companhia pretende ser mais competi-tiva. De acordo com o presiden-te executivo da Aker Solutions, Øyvind Erik-sen, a empresa está dando um grande passo para uma trans-formação que começou há 12 anos, com a fusão da Kvaerner e a Aker Maritime. “Após esta opera-ção teremos criado três empresas distintas para atender a indústria de energia global, fornecendo construção offshore, tecnologia submarina e serviços exclusivos para campos petrolíferos”, diz Eriksen.

Frank Ove Reite, atualmente sócio-gerente da Aker ASA’s,

da empresa de consultoria Con-verto, será o CEO da Akastor. Øyvind Eriksen permanecerá como presidente do conselho da Aker Solutions. Leif Borge, CFO atual da Aker Solutions, passará a ser o CFO da Akas-tor. Svein Oskar Stoknes, que coordenava a área de finanças subsea vai assumir como CFO da Aker Solutions.

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Matheus Vilela é o novo diretor Comercial da Wilson Sons Estaleiros

AmCham Rio apresenta nova diretoria

A WILSON SONS ESTALEIROS, empresa de construção naval do Grupo Wilson Sons, tem novo diretor Comercial. O engenheiro Matheus Vilela assume o cargo com a missão de dar todo o apoio necessário para a companhia atrair novos clientes, e fechar contratos para a construção de embarcações de apoio offshore e de rebocadores.

Vilela tem mais de dez anos de experiência no setor e o executivo passou por diversas empresas, como Edison Chouest Offshore, Deep Ocean/Trico Marine e Baru

Offshore Navegação. É graduado em Engenharia de Telecomunica-ções e em Engenharia de Pro-dução, além de possuir MBA em Negócios em Petróleo e Gás pela Fundação Getúlio Vargas.

A Wilson Sons Estaleiros é especializada na construção de embarcações de pequeno e mé-dio porte, em especial rebocado-res e barcos de apoio offshore. A companhia possui duas uni-dades no município de Guarujá (SP) com capacidade total de processamento de aço de 10 mil toneladas por ano.

A NOVA DIRETORIA DA Câ-MARA de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) tomou posse no dia 5 de maio, em cerimônia realizada no Windsor Atlântica, em Copacabana. Entre as prioridades do biênio 2014-2015 estão: promover ajustes na regu-lamentação de conteúdo local nos principais segmentos da indústria, como óleo e gás e mineração, além de avançar nas discussões para evitar a bitributação entre o Brasil e os Estados Unidos.

Participaram da cerimônia o go-vernador do estado, Luiz Fernando Pezão; a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde; o vice-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Wagner Bittencourt; o diretor-su-perintendente da AmCham, Rafael Lourenço; e o presidente da entidade, Roberto Ramos.

“Os desafios que temos pela frente são muitos. O Brasil é hoje a 7ª economia do mundo e o 8º maior parceiro comercial dos Es-tados Unidos. Reconhecemos que existem muitas oportunidades pela frente”, afirmou Ramos. Segundo ele, a AmCham Rio está empenha-

da no fortalecimento de setores vistos hoje como estratégicos para o empresariado brasileiro, como energia, seguros e resseguros, infraestrutura, entretenimento, turismo e sustentabilidade.

Para 2014, o comitê executivo fica assim organizado:Presidente: Roberto Prisco Paraíso Ramos – Odebrecht Óleo & Gás; 1º Vice: Rafael Sampaio da Motta – Grupo Case Benefícios e Seguros; 2º Vice: Antonio Carlos da Silva Dias – IBM Brasil; 3º Vice: Marcelo Mancini – Pruden-tial do Brasil; Diretor Financeiro: André Luiz Castello Branco – PwC; Conselheiro Jurídico: Luiz Clau-dio Salles Cristofaro – Chediak Advogados; Diretor Secretário: Steven Bipes – Albright Stonebrid-ge Group

Diretores para 2013 e 2014:André Luiz Castello Branco – PwC; Antônio Carlos da Silva Dias – IBM Brasil; Carlos Henrique Moreira – Embratel; Cássio Zan doná – AMIL; Guillermo Quin-tero – BP Energy do Brasil; João Geraldo Ferreira – GE Óleo e Gás; Luiz Carlos Costamilan – Firjan;

Marco André Coelho de Almeida – KPMG; Maurício Felgueiras – MXM Sistemas; Mauro Moreira – EY; Osmond Coelho Junior – Pe-trobras; Raïssa Lumack – Coca-Co-la Brasil; Patrícia Pradal – Chevron Brasil Petróleo; Rafael Sampaio da Motta – Grupo Case Benefícios e Seguros; Roberto Prisco Paraiso Ramos – Odebrecht Óleo e Gás; Steven Bipes – Albright Stonebrid-ge Group

Diretores para 2014 e 2015:Álvaro Cysneiros – TOTVS; Antônio Cláudio Buchaul – Ban-co Citibank; Carlos Alexandre Guimarães – Sul América Segu-ros; José Firmo – Schlumberger Serviços de Petróleo; Dilson Verçosa – American Airlines; Leandro Azevedo – Odebrecht In-fraestrutura; Luiz Claudio Salles Cristófaro – Chediak Advogados; Marcelo Mancini – Prudential do Brasil; Marco Antônio Gonçalves – Bradesco Seguros; Manuel Do-mingues e Pinho – Domingues e Pinho Contadores; Rafael Benke; Roberto Braga Mendes – Thermo Fisher Scientific; Robson Campos – Wärtsilä Brasil

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EY

EY lança Centro de Energia e Recursos NaturaisA EY, ANTIGA Ernst & Young, inau-gurou no começo de abril o Centro de Energia e Recursos Naturais. O Centro possui receita de cerca de R$ 250 milhões por ano, o que equivale a quase 20% do total da EY no Brasil. São mais de 280 profissionais, sendo 30 em cargos executivos (gerentes, dire-tores e sócios) atuando em projetos de indústrias segmentadas como petróleo, gás, mineração, siderurgia, energia renovável e distribuição de energia.

A inauguração contou com a pre-sença de importantes executivos da área de petróleo e gás, muitos deles clientes da EY, como Arno Duarte, gerente da Petrobras – Unidade de Operação Rio; Marcelo Menicucci, diretor estratégico da BG Brasil; Gé-rard Pelé, diretor da Total Brasil; José Firmo, presidente da Schlumberger no Brasil; André Araújo, presidente da Shell no Brasil; Marcos Tavarez, presidente da Gas Energy; Marcelo Haddad, diretor executivo da Rio Negócios; e Oswaldo Pedrosa, pre-sidente da Pré-Sal Petróleo (PPSA), empresa estatal criada para gerenciar e fiscalizar contratos de exploração de petróleo sob regime de partilha nos campos do pré-sal.

“Essa iniciativa da EY no Bra-sil vem ao encontro do crescimento qualitativo do setor. O Centro terá papel fundamental nas discussões envolvendo o futuro da indústria de petróleo e gás no país, gerando es-tudos e análises e propondo soluções para o setor”, afirma Carlos Assis, sócio e líder do Centro de Energia e Recursos Naturais da EY. “Nele, estarão reunidos os mais qualifica-dos profissionais, aptos a oferecer serviços inovadores e customizados de auditoria, impostos, transações e consultoria”, completa Assis.

Para o líder global de mercados emergentes da EY no setor de óleo & gás, Alexandre Oliveira, “a nova uni-dade da EY no Brasil será um ponto de referência na América Latina, esti-mulando a geração de conhecimento

que poderá ser compartilhado com os mercados internacionais”.

O evento foi marcado por dois pai-néis de debates com especialistas e líderes de grandes companhias do setor. “O Brasil tem um ótimo histó-rico de respeito aos contratos e isso é fundamental para atrair investido-res. Temos de manter essa postura de cumprimento das regras”, afirma Marcelo Menicucci, diretor estraté-gico da BG Brasil, que participou das discussões do primeiro painel ‘Atuais oportunidades e desafios na explora-ção de petróleo e gás no Brasil’. Além da importância da estabilidade regu-latória, os executivos destacaram que é preciso melhorar alguns aspectos que hoje prejudicam o setor: gargalos logísticos e de infraestrutura e falta de mão de obra qualificada para a indústria óleo e gás.

A falta de formação de profis-sionais foi destacada também por Marcelo Haddad, presidente da Rio Negócios. “Talento e mão de obra qualificada são pontos cruciais para o desenvolvimento da indústria de petróleo no Brasil e tanto o Governo quanto as empresas têm a obrigação de investir nisso e atrair para o país escolas internacionais de formação.” afirmou. Arno Duarte, gerente da unidade de operações Rio da Petro-bras, concorda e diz que o momento é de união de esforços. “É hora de nos esforçamos para gerar benefício mútuo, criando um círculo virtuo-so que gere aprendizado e novas

oportunidades para a indústria de petróleo no Brasil”, apregoa.

Durante o segundo painel ‘Pré--sal: O futuro da indústria de pe-tróleo e gás no Brasil’, especialistas comentaram a fundação da PPSA. Segundo os executivos da Shell, a primeira reação do mercado foi de in-satisfação, pois as grandes empresas querem liberdade de atuação. Mas na medida em que a perspectiva de eficiência para o projeto de Libra cresceu, a indústria se sentiu mais confortável.

Para o diretor da Total Brasil, Gérard Pelé, a escolha dos líderes da PPSA foi fundamental para a se-gurança do consórcio de Libra. “In-cialmente levantamos muitas ques-tões, mas um ponto importante foi a nomeação dos diretores da PPSA”, afirmou o executivo.

O evento de lançamento do Cen-tro de Energia e Recursos Naturais da EY foi realizado em conjunto com a TOGY / The Oil & Gas Year, guia anual lançado em 101 países sobre as mais de 30 nações produtoras de petróleo e gás.

Durante a inauguração do Centro, a EY lançou o Glossário de conteúdo local de petróleo e gás, trabalho pio-neiro que reúne de forma objetiva os termos, palavras e expressões sobre conteúdo local na indústria do petró-leo. A ideia é auxiliar profissionais e executivos da indústria a analisar com rapidez o significado e a base legal de cada verbete.

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Modec e GE

Modec e GE fecham segundo contrato para fornecimento de turbinas aeroderivadasA DIVISãO DISTRIBUTED Power da GE fechou no fim do mês de abril mais um contrato no setor de óleo e gás com a venda de quatro turbinas aero-derivadas LM25000+G4 para o fornecimento de 85MW para o FPSO Cidade de Caraguatatu-ba, localizada na costa do Rio de Janeiro. As turbinas vão gerar energia para suportar o processo de exploração do petróleo em águas que atingem até 2.240 m de profundidade na área do pré--sal da costa carioca.

As turbinas são para a Modec (Mitsui Ocean Development and Engineering Co. Ltda.), empresa especializada em engenharia, su-primento, construção e instalação de sistemas flutuantes de opera-ção. Este é o segundo contrato da empresa com a GE que, em junho de 2013, adquiriu quatro turbinas

aeroderivadas do mesmo mo-delo para operar na costa brasi-leira.

“O pedido reafirma a lide-rança da GE no fornecimento de

soluções de geração de energia no ponto de uso para o setor de óleo e gás enquanto auxilia no desenvolvimento de fontes de energia alternativas para o país”, afirma Juan Galan, diretor-geral de Distributed Power no Brasil.

Os pacotes de turbinas LM2500+G4 – derivadas dos motores de aviação da GE – têm peso reduzido, são movidas a gás natural e operam com combustí-vel líquido como backup. É uma opção desenvolvida especial-mente para operação em plata-formas offshore por ser compac-ta, segura e confiável. A potência de produção de energia de cada turbina é de 34MW, suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil pessoas, como Sorocaba, no interior de São Paulo.

“Ao mesmo tempo que a tecnologia ajuda o cliente na autossuficiência energética para operação e extração do petróleo em alto-mar, também reduz as emissões dos gases de efeito estufa com a utilização do gás natural para geração de ener-gia”, finaliza Juan.

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produtos e serviços

Cowan

Farm out de blocos na Namíbia e sísmica 3DA BRASILEIRA COWAN Pe-tróleo e Gás, braço do Grupo Cowan, concluiu a mais impor-tante operação em seus ativos no exterior: a venda de parte de dois blocos no pré-sal da Namíbia, na costa Oeste da África. Com o farm out, a empresa passa a com-partilhar os direitos de explora-ção dos blocos 2613A e 2613B com a americana Murphy Oil e a austríaca OMV, ao lado da National Petroleum Corporation of Namibia (Namcor), que já era sócia na exploração dos blocos.

Para o diretor da Cowan Petróleo e Gás, Guilherme Santana, o farm out foi mais

um sinal de confiança do mer-cado na região. “A entrada de novos players com experiência no setor fortalece a operação, reduz os riscos e contribui para o avanço no cumprimento do cronograma de exploração”, afirma Guilherme Santana, acrescentando que, atualmen-te, o consórcio já realiza um trabalho de sísmica em 3D numa área de 5 mil km².

Pelo acordo, a Cowan – que detinha 85% do controle – manterá 20% de participação, passando 40% para a Murphy Oil e 25% para a OMV. A Namcor, estatal da Namíbia,

manterá 15% dos ativos, que somam uma área de 11.200 km².

Adquiridos em 2011 pela empresa brasileira, os dois blocos ficam em águas ultraprofundas na bacia de Lüderitz. A chegada da Cowan na Namíbia marcou o início do processo de interna-cionalização da companhia, num momento em que o Brasil para-lisou novas rodadas de licitação. Entre 2011 e 2013, a Cowan Petróleo e Gás expandiu, signi-ficativamente, sua presença em exploração de petróleo e gás no Brasil e hoje possui um portfólio de 18 blocos no país.

Aker Solutions

Aker Solutions vai fornecer manifolds para a PetrobrasAKER SOLUTIONS fechou um contrato com a Petrobras no valor de mais de US$ 300 milhões para o fornecimento de oito manifolds submarinos para o sistema de inje-ção de água e gás para a produção de petróleo de campos em águas profundas do Brasil. Os equipa-mentos, projetados para operar em lâmina d’água de 2.500 m, serão instalados pela Petrobras e seus parceiros no desenvolvimento de campos do pré-sal em águas profundas. As unidades têm uma vida útil de 30 anos, e o primeiro equipamento está programado para ser entregue em 2016.

“Estamos satisfeitos por traba-lhar com a Petrobras na desafiado-ra e importante área do pré-sal”, disse Øyvind Eriksen, presidente

executivo da Aker Solutions. “O Brasil é um mercado-chave para a nossa área de tecnologia sub-marina, que vem crescendo muito

na indústria de petróleo e gás.”, completou.

O pedido será executado pela divisão submarina brasileira da Aker Solutions. A divisão começou a trabalhar no ano passado para dobrar sua capacidade de produ-ção de equipamentos submari-nos na fábrica da companhia em Curitiba em 2015. De acordo com a empresa, cerca de 70% do pedido presente no contrato com a Petro-bras serão fabricados no Brasil.

“A Aker Solutions está em-penhada em oferecer o maior percentual de conteúdo local no Brasil, onde a demanda por equipamentos de produção sub-marina está crescendo”, disse Luis Araujo, presidente da Aker Solutions no Brasil.

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Tenaris

Tenaris inaugura Centro Tecnológico no Rio de JaneiroA TENARIS, LÍDER mundial de soluções tubulares para o mercado energético, inaugurou no dia 15 de abril, o seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, no Parque Tec-nológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Esse é o quinto centro de P&D da empresa no mundo, que tem ainda plantas situadas na Argentina, México, Itália e Japão. O objetivo do novo espaço é oferecer recursos de exce-lência, alta tecnologia e inovação às operações do setor energético brasileiro.

A nova unidade, que recebeu investimento de US$ 39 milhões e levou 17 meses para ficar pronto, está localizada em uma área total de 4.000 m², na qual 2,386 m² serão ocupados pelo Centro Tec-nológico. Os recursos aplicados pela companhia no empreendi-mento fazem parte do plano de investimentos da Tenaris para o Brasil atualmente na ordem de US$ 370 milhões.

A principal meta do centro será o desenvolvimento de produtos e tecnologias para OCTG, Linepipe e outros mercados – como automo-

tivo, nuclear, de mineração e de construção estrutural –, além do aperfeiçoamento dos produtos que são oferecidos hoje no Brasil. O Centro de P&D da Tenaris no Rio vai atuar na pesquisa nas áreas de Mecânica Aplicada, Metalurgia e Tecnologia de Soldagem e Reves-timentos.

“Essa inauguração é um marco importante para a Tenaris, e conso-lida nossa rede global de pesqui-sas”, disse o CEO da companhia, Paolo Rocca. Ele afirmou ainda que a rede global de P&D da em-

presa é um componente importan-te de diferenciação dos produtos e serviços da Tenaris.

Quando estiver em operação, o Centro vai empregar de 25 a 40 profissionais de alto nível técni-co e científico, com espaço para mestres e doutores. Este é o quinto centro de P&D da Tenaris no mun-do, o que reafirma a posição da companhia como líder global em produtos tubulares de alta especi-ficação e performance. Os demais Centros estão na Argentina, Méxi-co, Itália e Japão.

Regap

Regap elevará produção em 10%A REFINARIA GABRIEL Passos (Regap), situada em Betim, na reg ião metropol i tana de Belo Horizonte (MG), aumentará sua capacidade de ref ino em 10%. A unidade foi recertificada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e passará a produzir 166.000 bar-ris/dia de derivados.

Além dos investimentos para aumento de capacidade, visando a atender as especificações de pro-

dutos em vigor a partir de 2014, entraram em operação, nos últimos meses, as novas unidades de trata-mento de gasolina e diesel – com investimentos da ordem de US$ 1,7 bilhão – que agregam qualidade de classe mundial a esses produtos, com baixos teores de enxofre (ga-solina S-50 e diesel S-10).

A recertificação pela ANP foi a última etapa do projeto de elevação da capacidade da refinaria e da qua-lidade dos seus produtos.

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Petrobras

Produção diária de petróleo da Petrobras no Espírito Santo ultrapassa 340 mil barris por dia pela primeira vez

Petrobras investe US$ 100 bilhões na indústria naval brasileira

A PRODUçãO DIáRIA de petróleo, condensado e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras no Espírito Santo bateu recorde em 23 de abril – al-cançou o volume de 340,4 mil barris. Considerando-se a quantidade de gás natural, o volume total produzido no dia foi de 416,9 mil barris de óleo equivalente.

O feito foi atingido a partir da entrada em operação da plata-forma P-58 em 17 de março, hoje produzindo cerca de 50 mil barris

por dia de petróleo no pré-sal do Parque das Baleias.

Também contribuíram decisiva-mente para esse recorde a entrada em produção dos poços terrestres de Inhambu-37 e Inhambu-41, que levaram a produção terrestre do Es-pírito Santo a 16 mil barris nesse dia, assim como os bons resultados de eficiência operacional obtidos por todos os sistemas de produção da Unidade de Exploração e Produção do Espírito Santo.

COM A PERSPECTIVA de dobrar a produção de petróleo até 2020, a Petrobras investirá US$ 100 bi-lhões na indústria naval brasileira entre 2012 e 2020. O total de en-comendas no período será de 28 sondas, 49 navios e 146 barcos de apoio, 61 destes já em construção e 26 entregues.

A previsão é de contratação dos restantes 59 barcos de apoio até outubro, o que totalizará as 146 novas embarcações. Além dessas encomendas, serão con-tratadas também 38 plataformas de produção, que contribuirão para elevar a produção de petró-leo da estatal para 4,2 milhões barris por dia em 2020.

O reaquecimento da indústria naval alavanca também outros segmentos da indústria, como os de máquinas, equipamentos pesa-dos, caldeiraria, elétrica e automa-ção. O conteúdo nacional dessas

obras varia de 55% a 75%, índice relevante para uma indústria que retomou sua capacidade de reali-zação a partir de 2003.

Desde a construção no país das plataformas P-51 e P-52, há dez anos, as demandas da Petrobras foram responsáveis pelo grande avanço da indústria naval nacional e pelo desenvolvimento econômico de diferentes regiões do país.

Em 2003, o setor empregava 7.465 pessoas no Brasil e hoje em-prega mais de 75 mil, reflexo do aumento da produção de petróleo e investimento em logística e dis-tribuição. Até 2017, serão gera-dos mais 25 mil novos empregos, segundo estimativa do Sindicato Nacional da Indústria de Constru-ção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).

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Regulação do setor de óleo & gás

EM MOÇAMBIQUEO país africano apresenta perspectivas bastante positivas em relação ao seu

desempenho econômico nos próximos anos. Segundo o Fundo Monetário

Internacional (FMI), Moçambique deverá apresentar um crescimento médio do seu

produto interno bruto (PIB) na ordem de 8% em 2014, bem acima da expectativa

da média global, que será de cerca de 3% para o mesmo ano.

O s investimentos no setor dos recursos naturais, o au-mento da capacidade logística, os projetos de infra-estrutura em andamento e, principalmente, os inves-timentos na indústria de óleo & gás impulsionarão de

modo significativo a economia do país. Estimam-se a geração de mais de 80 mil postos de trabalho e a duplicação do PIB atual nas próximas duas décadas.

Nos últimos anos, Moçambique foi introduzido no mapa da indústria do gás natural, após a descoberta de mais de 100 bilhões de pés cúbicos, mais especificamente ao norte do rio Rovuma, próximo a Cabo Delgado, localizada no extremo nordeste do país. Com o início da produção de gás natural prevista para 2018, é fundamental que todos os envolvidos na operação, da pesquisa à distribuição, estejam atentos à legislação moçambicana e, também, à regulamentação específica do setor.

Tendo como marco principal a Lei das Operações Petrolíferas, Moçambique desenvolve, pouco a pouco, um quadro regulamentar para gerir a exploração dos seus recursos naturais. No país, o setor de óleo & gás encontra-se sob a responsabilidade da esfera federal e se dá, principalmente, por meio da referida Lei das Operações Petrolíferas (Lei n. 3/2001); do Regulamento das Operações Petro-líferas (Decreto n. 24/2004) e do Regulamento do Imposto sobre Produção de Petróleo (Decreto n. 4/2008). Uma nova Lei está neste momento em processo de elaboração e, em breve, será o novo mar-co, substituindo a atual Lei n. 3/2001.

Em linhas gerais, os direitos de reconhecimento, pesquisa e produção, e de oleoduto ou gasoduto são concedidos pelo Governo, através de um contrato de concessão com a empresa produtora, sendo que o Estado se reserva o direito de participar de qualquer uma das fases da operação.

Embora empresas estrangeiras possam ser titulares do direito de realizar operações petrolíferas (desde que demonstrem a com-petência técnica e recursos financeiros necessários), as empresas moçambicanas têm um direito de preferência quando da atribui-

regulação

Henrique Rojas é Asso-ciado do escritório Tauil & Chequer associado a Mayer Brown LLP nas práticas de Societário, Tributário Internacio-nal e áfrica no e foi consultor na Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil – Moçambique (CCIABM).

Paulo Ragee é Special Counsel do Tauil & Che-quer Advogados associa-do a Mayer Brown LLP.

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ção dos blocos. Ressalta-se que, o consórcio formado entre uma pessoa jurídica estrangeira e uma moçambicana também goza do direito de preferência no processo de atribuição. Indepen-dente da nacionalidade da empresa, moçambi-cana ou estrangeira, deve-se observar a neces-sidade de obtenção de uma licença específica para operar no setor, bem como de um parecer favorável do Ministério dos Recursos Minerais.

Ainda em relação aos aspectos societários, destaca-se que o farm-in, aquisição dos direitos de concessão detidos por uma empresa petro-lífera, e o farm-out, processo de venda parcial ou total desses direitos, são permitidos, desde que mediante autorização prévia do Ministério correspondente.

Nos contratos de pesquisa e produção há um prazo de até oito anos para a pesquisa e explora-ção, que pode ser prorrogado, e pode chegar até 30 anos, conforme o plano de desenvolvimento adotado pelo Conselho de Ministros. Com esses contratos, são concedidos os direitos exclusivos de pesquisa e produção da área estabelecida, bem como o direito (não exclusivo) de construir e operar os respectivos sistemas de oleoduto e ga-soduto, para fins de transporte de petróleo bruto ou gás natural produzido.

Em relação aos aspectos tributários do setor, destaca-se a incidência de imposto específico so-bre a produção de óleo & gás (royalty), sujeito a alíquotas que podem variar de 2% a 15%, depen-dendo da área a ser explorada. Igualmente, em relação à tributação, há incidência do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRPC) à alíquota de 32% sobre o lucro e ganhos de capi-tal, como regra geral. Quando do pagamento de

dividendos para o exterior, as empresas também estão sujeitas a uma retenção de 20% sobre os valores distribuídos.

Importa também mencionar que, além das questões já apresentadas, outros aspectos legais devem ser observados pelos envolvidos no setor, como a Lei n. 10/2013, que regula as práticas anticompetitivas relacionadas às fusões e aquisições; a Lei n. 6/2004, que dispõe sobre as práticas anticorrupção; o Decreto n. 56/2010, sobre a legislação ambiental; o Decre-to n. 63/2011, que regulamenta a contratação de mão de obra estrangeira para o setor; dentre outros instrumentos legais.

O governo de Moçambique tem demonstrado grande empenho na melhoria do ambiente de ne-gócios no setor de óleo & gás. Além da especia-lização dos órgãos reguladores, como o Instituto Nacional de Petróleo (INP) e a mencionada revi-são do marco regulatório. A revisão visa adequá--la à nova realidade, integrando aspectos como liquefação e exportação de gás, transformação do carvão mineral, bem como mudanças regula-mentares, como a possível exigência de uma filial ou sucursal registrada em Moçambique para a obtenção de uma licença de exploração, dentre outras modificações.

O constante aperfeiçoamento e observância do arcabouço legal relacionado ao setor, aliado à boa vontade das iniciativas pública e privada para o desenvolvimento de um modelo seguro, eficiente e sustentável de parceria, têm o con-dão de impulsionar drasticamente a economia de Moçambique e consolidar as expectativas em torno das novas descobertas de recursos naturais no país.

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ção dos blocos. Ressalta-se que, o consórcio formado entre uma pessoa jurídica estrangeira e uma moçambicana também goza do direito de preferência no processo de atribuição. Indepen-dente da nacionalidade da empresa, moçambi-cana ou estrangeira, deve-se observar a neces-sidade de obtenção de uma licença específica para operar no setor, bem como de um parecer favorável do Ministério dos Recursos Minerais.

Ainda em relação aos aspectos societários, destaca-se que o farm-in, aquisição dos di-reitos de concessão detidos por uma empre-sa petrolífera, e o farm-out, processo de venda parcial ou total desses direitos, são permitidos, desde que mediante autorização prévia do Mi-nistério correspondente.

Nos contratos de pesquisa e produção há um prazo de até oito anos para a pesquisa e explora-ção, que pode ser prorrogado, e pode chegar até 30 anos, conforme o plano de desenvolvimento adotado pelo Conselho de Ministros. Com esses contratos, são concedidos os direitos exclusivos de pesquisa e produção da área estabelecida, bem como o direito (não exclusivo) de construir e operar os respectivos sistemas de oleoduto e ga-soduto, para fins de transporte de petróleo bruto ou gás natural produzido.

Em relação aos aspectos tributários do setor, destaca-se a incidência de imposto específico so-bre a produção de óleo & gás (royalty), sujeito a alíquotas que podem variar de 2% a 15%, depen-dendo da área a ser explorada. Igualmente, em relação à tributação, há incidência do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRPC) à alíquota de 32% sobre o lucro e ganhos de capi-tal, como regra geral. Quando do pagamento de

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O constante aperfeiçoamento e observância do arcabouço legal relacionado ao setor, aliado à boa vontade das iniciativas pública e privada para o desenvolvimento de um modelo seguro, eficiente e sustentável de parceria, têm o con-dão de impulsionar drasticamente a economia de Moçambique e consolidar as expectativas em torno das novas descobertas de recursos naturais no país.

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EXECUTIVOS PREPARADOSMaré de incertezas exige

O setor de petróleo e gás no Brasil, apesar de ser aberto para investimentos estrangeiros desde a primeira rodada de licitações em 1999, ainda é dependente majoritariamente da Petrobras, que responde por 92% da produção de petróleo nacional. Com isso, a estatal é a peça principal do tabuleiro, fazendo com que as empresas do setor sejam diretamente dependentes do seu cenário, seja ele positivo ou negativo.

Nos últimos anos, a empresa está em uma maré que não é das melhores. Com alto endividamento e arcando com um déficit corrente por conta da política de preços de combustíveis, so-

mente no ano passado esta prática gerou um prejuízo de mais de R$ 7 bilhões aos cofres da estatal. Assim, toda a capacidade de investimento é impactada, bem como as empresas que dependem diretamente da estatal. Isso fez com que o mercado executivo do setor desacelerasse nos últimos tempos, principalmente em algumas áreas.

Entre altos e baixos, a indústria brasileira de petróleo e gás caminha a passos desproporcionais. Explico: o segmento é tão abrangente que é preciso dividi-lo em subsetores para entender como cada um se com-porta diante dos diferentes contextos mercadológicos.

Os subsetores e suas tendências – É preciso compreender a indústria de forma integral, enxergando todos os players desse mercado e enten-dendo a dependência de cada um quanto aos investimentos imediatos da Petrobras. Enquanto alguns subsetores sofrem com tal oscilação, outros continuam evoluindo.

As operadoras, por exemplo, por conta da retomada das rodadas em 2013, apresentam a perspectiva de um maior dinamismo a partir deste ano. Esta tendência é reforçada pelo fato de nos últimos quatro anos não termos tido grande volume de contratações. Nesse subsetor também é importante ressaltar a presença dos new comers (novos players que que-rem ingressar no mercado local), que despontaram nas últimas rodadas com perspectivas de montar operação no Brasil, o que pode movimentar bastante o mercado neste e nos próximos anos. Tal retomada, porém, acontece inicialmente na exploração, portanto os impactos na maior par-te da cadeia produtiva serão sentidos apenas no médio e longo prazo.

Outro segmento que apresenta grande potencial, do ponto de vista de oportunidades, é o de Logística Offshore. Por ser um mercado muito pulverizado e com grande oportunidade de consolidação, tem atraído grandes investidores, sobretudo fundos de Private Equity. Hoje, há cer-ca de 50 players efetivamente operando no segmento, entre nacionais e estrangeiros. Há ainda uma forte demanda por novas embarcações até 2020, podendo superar mais de 200 unidades e investimentos de mais de R$ 10 bilhões.

Ainda na linha dos subsetores demandantes, é necessário destacar a Construção Offshore. O mercado apresenta um grande pipeline de

Marcelo Lavall é CEO e Partner da Fesa Advisory, consultoria especializada em Capital Humano e Or-ganização, com expertise no segmento de óleo e gás como consultor em busca e seleção de altos executivos.

recursos humanos

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projetos previstos para os próximos cinco anos, tanto em relação à construção de novas unidades quanto a serviços de manutenção e reparo. Portanto, acaba por sofrer um pouco menos com a volatilidade de curtíssi-mo prazo. O setor que já é uma realidade e emprega mais de 80 mil pessoas deverá continuar em ritmo de expansão. Como consequência da demanda por novas unidades de produção até 2020, o mercado de afretamento destas unidades (FPSO) também deverá continuar apresentando muitas oportunidades.

Na contramão da tendência positiva do mercado no longo prazo, encontram-se os subsetores direta-mente afetados pelo momento conturbado da Petro-bras. Sem o aumento das atividades de perfuração, completação e produção nos últimos anos, particu-larmente as empresas de serviços especializados nesta área têm sofrido bastante. A forte pressão sobre as margens e a não renovação de alguns con-tratos fizeram, inclusive, com que algumas empre-sas globais detentoras de alta tecnologia tivessem que reduzir os seus quadros para se adaptar a este cenário mais difícil. Como exceção a essa regra, encontram-se as empresas de serviços de sísmica, as quais apresentam um potencial de expansão por conta da retomada das rodadas.

Outro subsetor que sente forte impacto é a indústria de manufaturados. A postergação de projetos e o alonga-mento dos prazos de pagamentos inserem uma pressão sobre as empresas, que não apresentam neste momento perspectivas de expansão. Em um contexto diferente, aparecem as empresas fornecedoras de equipamentos de grande porte e alta complexidade. Por terem uma carteira robusta para os próximos anos, sofrem menos com a volatilidade atual e investem em novas fábricas e centros de pesquisa e desenvolvimento.

Portanto, no que se refere às tendências no curto prazo, apostamos que as principais oportunidades de carreira este ano aconteçam nas operadoras, empresas de construção offshore e logística.

Como se adaptar a este novo cenário – Diante desse quadro desafiador, algumas competências-chave são cada vez mais demandadas dos executivos que atuam ou que pretendem atuar no setor. Estabelecer obje-tivos concretos e ambiciosos é fundamental, sempre mantendo um olhar atento às possibilidades de des-vios. O mote da vez é “fazer mais com menos”.

Os recursos financeiros são limitados, portanto os executivos devem ter como bandeira a disciplina de capital. Não há mais espaço para uma cultura perdu-lária, historicamente comum na indústria de petró-leo e gás. Os investidores esperam que os gestores adotem e comuniquem estratégias claras e ofereçam garantia da correta aplicação dos recursos. Portanto, espera-se dos mesmos ‘sentimento de propriedade’.

Não menos importante é a resiliência e capacida-de para lidar com a frustração. Em cenários adversos, os líderes devem ser capazes de manter a eficiência e eficácia em situações de estresse e ainda motivar suas equipes. É necessário estar comprometido, alinhado cul-turalmente com a organização e ter paixão pelo que faz.

Por fim, é estritamente necessário compreender que hoje vivemos em um ambiente em constante transformação. Estas ocorrem com cada vez mais rapi-dez e com maior intensidade. O executivo precisa ter a capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças e tomar decisões sob pressão. Assim como os recursos financeiros, o tempo é um ativo extremamente escas-so. Quem souber gerenciá-lo apropriadamente, terá uma enorme vantagem competitiva.

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO

Aerodinâmica – pág. 19Cashco – pág. 51China Brasil – pág. 11Drager – pág. 43EIC América do Sul – pág. 73Firjan – pág. 39Fischer – pág. 34FMC Technologies – pág. 27Fundação Dom Cabral – pág. 31

Icaterm – pág. 30IGRC 2014 – 3ªcapaIntertek – pág. 25Italbronze – pág. 21Jereh – pág. 05Kongsberg – pág. 09Marintec 2014 – pág. 77Mecan – pág. 47Pig Espuma – pág. 62

Rexnord – pág. 33Rio Oil & Gás 2014 – pág. 29Saoge 2014 – pág. 69Sotreq – pág. 41Tenaris – 2ªcapa, pág. 01United – pág. 35Vallourec – 4ªcapaVillares Metals – pág. 13Vulkan – pág. 06

A impressão e o papel que o seu anúncio merece! Anuncie. 21 3221-7500 • www.tnpetroleo.com.br

o p i n i ã o

Fornecedores do Vale do Aço avançam no mercado de óleo e gás Desafio Brasil x China Sucata gera aço

Nova instrução normativa sobre o Repetro, de Paulo Cesar Rocha, diretor Executivo da LDC Comex

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º 95

Indústria naval e conteúdo local: muda a regra?, por Júlia Motta

Regulação do setor de óleo & gás em Moçambique, por Henrique Rojas e Paulo Ragee

Maré de incertezas exige executivos preparados, por Marcelo Lavall

Cobertura especial:

Entrevista exclusiva

João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval

Uma enseada de grandes projetos

Ano XV • maio/junho 2014 • Nº 95 • www.tnpetroleo.com.br

ESPECIAL: AÇO

UMA INDÚSTRIADE AÇO que produz

óleo e gás

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Indústria naval e conteúdo local:

MUDA A REGRA?No início do mês de março, durante evento realizado para empresários do setor naval no Rio de Janeiro, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, fez declarações consideradas polêmicas sobre a necessidade de contratar embarcações estrangeiras de apoio.

No recado aos empresários, Graça Foster se referia às dificulda-des da indústria nacional de atender a todas as encomendas previstas no Prorefam (Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo), criado com o objetivo de aumentar o nível

de conteúdo nacional da frota de embarcações de apoio, utilizadas para levar mantimentos às plataformas em alto-mar e prestar serviços como o de lançamento de âncoras e dutos submarinos. O programa prevê a construção no Brasil de 146 embarcações de apoio, inclusive as do pré-sal. Deste total, apenas 87 foram encomendadas até agora. Essas embarcações são construídas em estaleiros no Brasil por ar-madores nacionais que afretam (alugam) os equipamentos à estatal. Durante o evento, foi anunciada a nova contratação de somente oito embarcações de apoio.

O conteúdo local é assunto controvertido e sempre gerou conflitos entre a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), responsável pela regulamentação do tema – e as operadoras. Sendo conceituado como a proporção de investimento nacional em determinado produto ou serviço, o conteúdo local demanda níveis mí-nimos de fornecimentos nacionais para o setor de petróleo e gás e faz parte de uma política de incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional, bem como de capacitação de mão de obra local. Especialistas do setor de petróleo consideram que o programa de conteúdo local é uma das principais amarras que impedem a Petrobras de atingir as suas metas de expansão da produção de petróleo.

Conteúdo local mínimo na oferta – Nas rodadas de licitação de blocos de petróleo e gás, as ofertas apresentadas pelas empresas são compostas por três itens: programa exploratório mínimo, bônus e com-promisso de conteúdo local.

Desde a primeira rodada, em 1999, a ANP estabelece requisitos mí-nimos de conteúdo local. Os Contratos de Concessão para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás firmados pela ANP com as operadoras incluem a Cláusula de Conteúdo Local, que incidem so-bre as fases de exploração e desenvolvimento da produção. De acordo com esta cláusula, as concessionárias devem assegurar preferência à contratação de fornecedores brasileiros sempre que suas ofertas apre-sentem condições de preço, prazo e qualidade equivalentes às de ou-tros fornecedores convidados a apresentar propostas.

Júlia Motta é advo-gada, especialista em Direito Internacional e Transporte Aéreo pela Universidade de Marseille III, França. Atua no ramo de petróleo há 17 anos e é sócia do Mota Advoga-dos, escritório boutique voltado para investimento estrangeiro, es-truturação de negócios, contratos em geral, societário e imigração.

conteúdo local

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Os contratos de concessão preveem um compro-misso de Conteúdo Local baseado na oferta durante a licitação. É interessante observar os detalhes do modelo de oferta nos leilões para áreas offshore, como se verifica a seguir – na 11ª Rodada, que ocor-reu em maio de 2013.

11ª Rodada – Verifica-se que o nível de exigência de conteúdo local é bastante baixo para alguns itens, como apoio logístico (marítimo/aéreo/base), que é de somente 15%.

Evolução do mercado de apoio marítimo – Desde o lançamento pela Petrobras do Prorefram I, em 1999, até março de 2012, foram contratadas 105 embarca-ções de apoio marítimo dos seguintes tipos: AHTS (Anchor, Handling, Tug and Supply); PSV (Plata-form Supply Vessel); PLSV (Pipe Laying Support Vessel); RSV-ROV (Remote Operated Vehicle Su-pport Vessel); OSRV (Oil Spill Response Vessel); e MPSV (Multipurpose Support Vessel).1

Algumas dessas encomendas não foram contrata-das no âmbito do Prorefam, especialmente as mais complexas, como os RSV-ROV e os PLSV. De qual-quer forma, essas embarcações podem ser incorpo-radas pelo programa, já que o Prorefam III ainda tem diversas embarcações a serem contratadas. Adi-cionalmente, a Petrobras contratou embarcações do tipo LH (line handling), UT (utility boat) e P (pas-senger), que são de pequeno porte, também não contempladas no Prorefam.

A intensificação da exploração do pré-sal gerou uma demanda crescente de navegação de apoio marí-timo que fornece apoio logístico às unidades de explo-ração e produção de petróleo offshore, que teve cresci-mento de 147,5% em 2013 em comparação com 2012.

A presidente da Petrobras afirmou que a estatal sabe que não é possível contratar tudo no Brasil e que não pode esperar. Afirmou: “não é prioridade para nós nenhuma contratação que coloque em ris-co nossa curva de produção”. Isso significa que, para o período 2014-2018, a empresa comprará no exterior quando não for razoável e possível comprar no mercado local. Ela foi enfática ao dizer que, ape-sar de todo apoio da estatal ao desenvolvimento da indústria naval nacional, não irá atrasar a produção.

De fato, os resultados operacionais e financeiros da Petrobras têm pressionado sua presidente a recu-perar a capacidade de produção, melhorar o desem-penho das refinarias e obter receitas que possam sustentar os ambiciosos programas de investimen-tos dos próximos anos e aumentar sua rentabilida-

de. É óbvio que entre outras medidas é necessário encomendar equipamentos de que necessita junto a fornecedores que podem oferecer o melhor produto pelo menor preço e nas melhores condições de pa-gamento.

Falta competitividade – O tema da contratação de embarcações nacionais versus embarcações estran-geira não é linear e não se limita ao debate relativo ao conteúdo local. Há diversos outros fatores que devem ser levados em conta e o principal deles é o custo que a Petrobras tem ao contratar uma embar-cação estrangeira em comparação a uma embarca-ção nacional.

Apesar de o Prorefam estabelecer condições es-peciais para a contratação de embarcações constru-ídas no Brasil, as embarcações estrangeiras ainda representam a maioria na frota nacional devido, sobretudo, aos baixos custos relacionados à sua contratação, como as diárias de operação, a carga tributária e a falta de estaleiros de reparos no Bra-sil – o que, de acordo com especialistas, amplia o tempo que navios nacionais precisam parar para manutenção. A Petrobras já havia informado sobre ajustes nos contratos de forma a melhorar a compe-titividade da indústria local. Porém, com o resultado fraco da quinta etapa do Prorefam, a empresa sinali-za claramente não estar disposta a assumir maiores despesas enquanto o mercado internacional ofere-cer preços mais competitivos.

Conclusão – Antes de qualquer precipitação quanto a possíveis alterações na regulamentação do conteú-do local, multas à Petrobras ou mesmo críticas ao se-tor naval brasileiro e sua capacidade de atender aos planos de incentivo, cabe destacar que a exigência de contratação de embarcações nacionais, para cum-primento de cláusula de conteúdo local, não impede a contratação de embarcações estrangeiras até deter-minado percentual, conforme demonstrado aqui.

A presidente Dilma Rousseff, logo após o leilão do Campo de Libra, disse que não haveria alterações nas regras do setor, entre as quais as de conteúdo nacional. Evidente, contudo, que a declaração da presidente da Petrobras, Graça Foster, representa um sinal, digamos assim, amarelo para o setor naval e pode gerar desconforto político. Isso porque o propó-sito principal do conteúdo local é fomentar a indús-tria nacional e já há diversas políticas de incentivo na área marítima, conforme mencionado.

A declaração da presidente de que a prioridade de sua gestão é o aumento da produção de petróleo e não a

1AHTS – navio de suprimento, reboque e manejo de âncoras, dotado de guindastes com importante capacidade de tração. PSV – navio de suprimento com capa-cidade de carga tanto em seu convés principal e nas cabines quanto em tanques para transporte de produtos químicos, água, combustível e lama. PLSV – navio destinado à construção submarina que realiza o lançamento de dutos a serem instalados no fundo do mar. RSV–ROV realiza trabalhos de manutenção submarina, mapeamento do leito oceânico para a passagem de dutos, entre outros serviços de natureza submarina, por meio de robô controlado remotamente pela embarca-ção. OSRV – de combate ao derramamento de óleo. Já o Multipurpose Support Vessel combina capacitações de diversos tipos de embarcações de apoio.

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indicadores tn

Item CLMínimo (%)

Interpretação e Processamento 40

Aquisição 5

Afretamento Sonda 10

Perfuração + Completação (obs. 1) 30

Sistemas Auxiliares (obs. 2) 55

Apoio logístico (Marítimo/Aéreo/Base) 15

Afretamento Sonda 10

Perfuração + Completação (obs. 1) 30

Sistemas Auxiliares (obs. 2) 55

Apoio logístico 15

árvore de natal 85

Umbilicais 40

Manifolds 80

Linhas de Produção/Injeção Flexíveis (Flowlines, Risers) 80

Linhas de Produção/Injeção Flexíveis 100

Dutos de Escoamento 100

Sistema de Controle Submarino 50

Engenharia Básica 50

Engenharia de Detalhamento 95

Gerenciamento, Construção e Montagem 60

Engenharia Básica 50

Engenharia de Detalhamento 95

Gerenciamento, Construção e Montagem 60

Casco 80

Sistemas Navais 50

Sistema Múltiplo de Ancoragem 70

Sistema Simples de Ancoragem 30

Intalação e Integração dos Módulos 95

Pre-Instalação e Hook-up das Linhas de Ancoragem 85

Engenharia Básica 50

Engenharia de Detalhamento 95

Gerenciamento de Serviço 90

Materiais (obs. 3) 75

Construção & Montagem 95

Plants

Subsistemas

Geologia e Geofísica

Perfuração, Avaliação e Completação

Apoio operacional

Perfuração, Avaliação e Completação

Sistema de coleta de produção

UEP

37 55

55 65

CL sistema (%)

Planilha 1 - Águas Profundas > 400 metros Setor: Bloco:

Sistemas

Mínimo Máximo

Des

envo

lvim

ento

Expl

oraç

ãocontratação de equipamentos produzidos pela indústria nacional vai de encontro à estratégia eleitoral do PT. A política de conteúdo local mínimo sempre foi defendida desde a campanha presidencial do então candidato pe-tista Lula, com efeitos positivos para parte da indústria, mas com a imposição de dificuldades para a Petrobras e outras companhias do setor.

Obrigada a comprar no Brasil, a estatal mui-tas vezes paga mais caro do que pagaria no ex-terior e nem sempre obtém produtos com a tec-nologia que poderia obter fora. Essa situação foi tolerada durante 12 anos. A recente declaração de Graça Foster indica que a situação pode estar mudando.

conteúdo local

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Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou [email protected]

15 a 19 - RússiaWorld Petroleum CongressLocal: Moscou, Rússia Tel/fax.: +7 495 739 2854Email: [email protected]

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26 e 27 - ArgentinaShale Gas WorldLocal: Buenos Aires, ArgentinaTel.: +44 (0)207 092 1231Email: [email protected]

12 a 14 - Brasil11ª NavalshoreLocal: Rio de JaneiroTel.: +55 (11) 4878 5990Email: [email protected]

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15 a 18 - Rio de JaneiroRio Oil & GasLocal: Rio de Janeiro, RJTel.: + 55 21 2112-9000Email: [email protected]

14 a 16 - EscóciaDeep Offshore Technology InternationalLocal: Aberdeen, EscóciaTel.: +1 918 831 9161Email: [email protected]

10 a 13 - Emirados árabesAdipec 2014Local: Abu Dhabi, Emirados árabesTel.: +971 2 6970 527Email: [email protected]

28 a 30 - EUAOil & Gas PipelineLocal: Houston, TXTel.: +1 918 831 9523Email: [email protected]

17 a 19 - DinamarcaIGRC 2014Local: Copenhague, DinamarcaTel.: +45 20401405E-mail: [email protected]

30/09 a 02/10 - CanadáIPE/IPC – International Pipeline ConferenceLocal: Calgary, CanadáTel.: +1 (403) 209-3555E-mail: [email protected]

24 a 26 - Arábia SauditaSaoge 2014Local: Dammam, Arábia Saudita+39 06 [email protected]

Junho

Agosto

Setembro Outubro

Novembro

feiras e congressos

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E finalmente o bom e velho Mosteiro, no Centro do Rio, acaba de completar

meio século de vida! Apesar de todos os problemas decorrentes das obras

ligadas à revitalização da zona Portuária, onde o restaurante está localizado,

ele continua servindo uma comida de boa qualidade, num ambiente clássico

e confortável e um serviço impecável. Atravessar 50 anos no mesmo ende-

reço, resistindo ao tempo e tendo tido como clientes diversos figurões da

República, incluindo presidentes, não é para qualquer um!

a mais sagrada gastronomia do Rio

fino gosto

por Orlando Santos

MOSTEIRO,

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P

Plantado nas proximidades da Praça Mauá, defronte a outro mosteiro, o de São Bento e, agora, a prédios moderníssimos no seu entorno, a Casa é uma honrosa referência gastronômica da boa e tradicional culinária

lusitana, com pratos brasileiros mesclando-se em seu cardápio. Por isso continua sendo o preferido de em-presários, executivos e personalidades que trabalham nas imediações, e novos fregueses que certamente ocu-parão os recém-construídos prédios empresariais.

De político conhecido, quem tem comparecido com certa assiduidade, quando está no Rio, é o deputado fe-deral Miro Teixeira. Ele está sempre lá e é recebido na porta pelo dono da Casa, José Temporão, pai do ex-mi-nistro da Saúde, José Gomes Temporão. Hoje, aos 91 anos, Temporão cumpre sua antiga rotina de 12 horas de trabalho, e é um dos primeiros a chegar ao Mostei-ro para acompanhar de perto todas as providências re-lacionadas à atividade ali desenvolvida: contatos com fornecedores, parte administrativo-financeira... nisso, ele tem contado com o auxílio do neto Marcelo.

O Mosteiro possui uma brigada de mais de 20 em-pregados, entre o pessoal da cozinha, mâitres e gar-çons, incluindo o chef Vanildo, prata da casa. Para Temporão, está muito difícil manter todo esse pessoal e uma comida de excelente qualidade, mas para isso tem lançado mão de pequenas reservas financeiras, já que com as obras do Porto Maravilha a quantidade de clientes diminuiu pela metade em função da dificulda-de de acesso.

Criado em 1964, o Mosteiro tem sido um lugar agradável, sempre com uma comida de qualidade. O bom gosto predomina em todo o ambiente, com as paredes tal qual uma galeria de arte, exibindo quadros de artistas contemporâneos. No item gas-tronômico, um dos pratos tem sido servido ao longo de todos esses anos, o lombo de bacalhau à moda do porto (grelhado, com brócolis, batatas cozidas, azeitonas, pimentões e cebolas grelhadas). Mas a lista de sugestões assinada pelo baiano Vanildo é bem ampla, e para agradar ao paladar de quem gos-ta da comida de sua terra, a moqueca de bacalhau à Mosteiro (com azeite de dendê, tomate, cebola, pimentão e leite de coco) não deixa a menor dúvi-da de que é um prato português com ingredientes da terra baiana. Figura ainda com destaque o prato com o nome da casa, o Mosteiro: bacalhau grelhado com brócolis, cebola, ovo e batatas cozidas. A lista de peixes e frutos do mar é enriquecida com as su-gestões de arroz de pato à Mosteiro (com carne de ave desfiada com azeitona e paio).

O espaçoso ambiente abriga confortavelmente 150 clientes. Mas hoje, diante de tantos problemas de aces-so, seu patriarca Temporão chega a duvidar se irá poder se manter. Porém, alertado por nós de que o Mosteiro é um patrimônio da cidade, ele parece se animar, abrin-do um sorriso de confiança e deixando escapar que vai aguardar dias melhores.

É o que todos esperamos. Para o bem da cidade e da gastronomia.

RESTAURANTE MOSTEIRORua São Bento, 13CentroRio de JaneiroTels.: (21) 2233-6478

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coffee break

O Rio é mais surreal com

DALípor Orlando Santos

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C

Principal mostra do ano da Copa, a exposição sobre o artista Salvador Dalí, no Centro Cultural Banco do Brasil, vai permanecer na cidade de maio a setembro, quando seguirá para o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. No Rio, o CCBB expõe telas, obras gráficas e uma instalação do mais excêntrico artista de seu tempo e o que melhor soube expressar o movimento surrealista, que se estruturou ao redor de André Breton, autor do célebre Manifesto Surrealista, em 1924.

Com custo de R$ 9 milhões e negociada durante cinco anos, Salvador Dalí abriga 30 pinturas a óleo, mais de uma centena de trabalhos gráficos e uma instalação. Reunidas, as obras têm valor estimado em US$ 170 milhões, o equivalente a quase R$ 400 milhões.

No Brasil, a exposição tem um perfil diferenciado daquele apresentado em sua última grande retrospectiva internacio-nal em Paris, em 2012, mostra visitada por 790 mil pessoas. Aqui, a curadoria se concentrou na parte surrealista da obra do artista, reunindo trabalhos feitos desde os anos 1920 até 1982. As peças exibidas pertencem aos três maiores acervos do artista no mundo: a Fundação Gala-Salvador Dalí, em Figuei-ras (Espanha), o Salvador Dalí Museum, na Flórida (EUA), e o Museu Reina Sofía, em Madri (também na Espanha).

Organizada pelo Instituto Tomie Ohtake, a exposição proporciona ao visitante uma clara percepção da evolução da obra de Dalí, não só técnica, mas de suas influências, recursos temáticos, referências ideológicas e simbolismos.

Para o gerente geral do CCBB-RJ, Marcelo Mendonça, não haveria maneira melhor de comemorar o aniversário da instituição. “Em 2001, exibimos uma das maiores mostras sobre o Surrealismo já realizadas no país. Foi um marco na história do CCBB, tanto pelo acervo apresentado quanto pelo interesse do público. Em 2014, ano em que celebramos 25 anos de existência, trazer para o Brasil o ícone do movimento surrealista é uma oportunidade para festejarmos o quanto o público das artes plásticas cresceu nos últimos tempos e como o Rio de Janeiro adquiriu uma nova imagem ao ser reconhecido como mais uma das grandes cidades do mundo a bater recordes de visitação em exposições de arte”, exulta.

A mostra ocupa cerca de 1.000 m² do primeiro andar do CCBB e traça a trajetória do artista passando pelas diversas fases de sua produção. Será possível ver as telas do período de sua formação como pintor: Retrato del padre y casa de Es Llaner, de 1920, e o Autorretrato cubista, de 1923. A fase surrealista, que deu fama mundial ao catalão, será retratada em telas que apresentam seu método ‘paranoico-crítico’ de interpretação da realidade, com obras muito significativas como El sentimiento de velocidad (1931), Monumento imperial a La mujer-niña (1929), Figura y drapeado en un paisaje (1935) e Paisaje pagano médio (1937).

O acervo também conta com documentos e livros da biblioteca particular do artista, provenientes do arquivo do Centro de Estudos Daililianos, os quais dialogam com as pinturas, proporcionando ao visitante uma viagem biográfica

e artística pela carreira do pintor. É o caso dos títulos Ima-culada Conceição (1930), de André Breton e Paul Eluard, e Onan (1934), de Georges Hugnet. As raridades tiveram seus frontispícios assinados por Salvador Dalí e retratam as bases do surrealismo na literatura. O conjunto mostra os desenhos criados para ilustrar o livro Cantos de Maldoror (escrito em 1869 e ilustrados por Dalí em 1934), que inspirou muitos artistas do período, tanto pelo tema quanto pela descrição de um mundo onírico, tornando seu autor Isidore Lucien Ducasse – conhecido como Conde de Lautréamont – um dos precursores do movimento surrealista. As ilustrações feitas para os clássicos da literatura mundial Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, completam a mostra.

“Queremos mostrar Dalí surrealista, mas também aquele que se antecipa ao seu tempo, que é audacioso, que defende a liberdade de imaginação do artista em sua própria criação. Ao mesmo tempo, a mostra passeia pela trajetória artística e pessoal de Salvador Dalí”, explica Montse Aguer, curadora da exposição e diretora do Centro de Estudos Dalinianos da Fundação Gala-Salvador Dalí. “Após a visita, todos entenderão sua importância como artista, não só no surrealismo, mas na história da arte. Isso significa uma importante ligação com a arte contemporânea, pois Dalí parte de uma compreensão e respeito pela tradição”, conclui Aguer.

SALVADOR DALíExposição: de 30 de maio a 22 de setembroDe quarta a segunda, das 9 h às 21 hCCBB-RJ - Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro/RJTel.: (21) 3808-2020 / E-mail: [email protected]

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opinião

Em artigo anterior sobre o Repetro, eu havia co-mentado sobre os três pontos que julgava neces-sário serem aperfeiçoados, um deles com ralação

à simplificação da habilitação, principalmente sobre a apresentação de contratos, e outro sobre uma definição clara do que podia ser admitido no Regime ou não (o conceito de bem repetrável ou não repetrável).

No segundo ponto eu explicava o que era neces-sário, porque, não existindo uma padronização clara e uniforme entre as diversas unidades da Receita Federal do Brasil, as empresas ficavam sem uma diretriz para formar seus custos e a divergência de opiniões levava por vezes à demora no desembaraço aduaneiro com o consequente aumento de custos diretos e indiretos (pa-ralisação de equipamentos, por exemplo).

A Nova Instrução Normativa revoga a anterior vi-gente, de número 844, de 09/05/ 2008, sendo que estes dois pontos foram aperfeiçoados junto com outros que descrevemos sucintamente a seguir:

1) Para a fase de pedido de habilitação foi reduzida a apresentação de documentos, sendo que certidões, por exemplo, passam a ser tiradas pelo Auditor Fiscal que examinar o processo.

2) A apresentação de contratos é suprimida e subs-tituída pela previsão de que o contrato fique à disposi-ção da fiscalização e fixa sua não obrigatoriedade de apresentação anexa ao pedido de habilitação.

3) Foi definido, de forma clara e objetiva, que bens para serem admitidos no Repetro e necessários para a operação dos equipamentos já admitidos no Repetro, têm que ter o valor superior a U$ 25.000,00 (vinte e cin-co mil dólares americanos). Pode se discordar do valor, ter a opinião de que é um valor alto, mas na verdade agora se tem uma definição precisa do que pode ou não ser admitido no Repetro, agilizando o processo de

admissão e seus custos diretos e indiretos, assim como a segurança de uma garantia de igualdade a todas as empresas, porque não se depende mais de interpreta-ção do que pode ou não pode ser admitido.

4) A exigência de Termo de Responsabilidade passa a ser feita no corpo da DI ou DSI, o que na realidade acaba com a necessidade de abertura de um processo para cada DI ou DSI a ser admitida no Repetro.

5) A garantia foi mais flexibilizada: empresas que têm Linha Azul ou garantias inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil reais) não necessitam dela e fo-ram fixadas condições específicas – ela pode se dar por aval de outra empresa.

Pelo valor mínimo para partes e equipamentos serem possíveis de admissão no Repetro, a existên-cia de um bom e bem elaborado inventário em cada embarcação, plataforma ou equipamento passa a ser de alta relevância, porque a troca ou substitui-ção de bens admitidos no Repetro ainda possíveis de serem feitas pelas normas gerais de regime de admissão temporária.

É de suma importância a operação correta do Siste-ma de Controle Informatizado, que por normas da Re-ceita Federal deve possibilitar a inserção de dados e as consultas em tempo real na Internet.

Também é de se lembrar que as empresas que de-tiverem o Procedimento Especial de Linha Azul pas-sam a não necessitar de garantia e, como o processo de Termo de Responsabilidade não existe mais, a pa-rametrização de despacho passa aos termos e condi-ções da Linha Azul.

Resumindo, a nova Instrução Normativa sobre o Repetro traz boas novas, com a simplificação da habili-tação, a definição do que pode ser admitido no regime e a facilitação do despacho aduaneiro.

Nova instrução normativaSOBRE O REPETRO

Saiu a nova Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal, de número 1.415, tratando do Regime aduaneiro especial de exportação e importação de bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e de gás natural (Repetro).

de Paulo Cesar Rocha,diretor executivo da LDC Comex

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September 17-19, 2014 Tivoli Congress CenterCopenhagen, Denmark

G a s I n n o v a t i o n s I n s p i r i n g C l e a n E n e r g y

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• New energy gases and their future role• Gas and renewables in combination• Utilisation of the gas infrastructure• Gas-to-power and Power-to-gas• The LNG revolution• Shale gas

......gas will play an increasing role in the future

energy mix, and technology will be the key to

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Under the auspices of IGU - organised by Danish Gas Technology Centre

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