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portuguese edition SPARK ARCHITECTS A Entrevista ISSUE #4 TIM WALKER Fashion & Art 2.0 # GENMOBILE O novo ABC TWISSST 1st YEAR As Fotos # 1 Reeditadas THE NEW ERA OF COUTURE Chanel , Vauthier ,Bouchra , Jarrar , Rad Hourani & Victor and Rolf PARIS & MILAN MENSWEAR BACKSTAGES Louis Vuitton, Jil Sander , Lanvin, Versace, Z Zegna, Thom Browne, Valentino... riga fashion week Full Review

Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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The Fall & Anniversary Issue, Paris & Milan Backstages, Louis Vuitton, Lanvin, Versace, Thom Browne, Riga Fashion Week under Review... and many more...

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Page 1: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

portuguese

edition

SPARK ARCHITECTS A Entrevista

ISSUE #4

TIM WALKER Fashion & Art

2.0 # GENMOBILEO novo ABC

TWISSST 1st YEAR As Fotos #1 Reeditadas

THE NEW ERA OF COUTUREChanel ,Vauthier ,Bouchra ,

Jarrar , Rad Hourani & Victor and Rolf

PARIS & MILAN MENSWEAR BACKSTAGES

Louis Vuitton, Jil Sander, Lanvin, Versace,

Z Zegna, Thom Browne, Valentino...

riga fashion weekFull Review

Page 2: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Page 3: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

Norberto Lopes Cabaço Director Geral e Redactor

Chefe Twissst

Marilyn Monroe

A TWISSST, ediçao portuguesa, meio editorial independente na área da difusao das ideias e de conteúdos, acredita e defende o pluralismo cultural, filoso-

fia que aplica sem reservas à escrita.Pelo exposto, os textos editados ao abrigo desta publicaçao nao se regem pelas regras definidas no novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa.

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Page 4: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Self Portrait by Mr. Delaney Allen

Page 5: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Page 6: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

Editor in Chief & Creative Director

Norberto Lopes Cabaço

[email protected]

Foreign Editors Director

Mauro Parisi

[email protected]

Editorial Coordinator

Chloe Yakuza

Architecture & Art Director

Mauro Parisi

[email protected]

Graphic designers

Laura Paunero Ruiz-Dana

[email protected]

(Graphic Designer Senior)

Lucas Castro

[email protected]

Paula de Frutos

[email protected]

Foto: Dino

Modern50.com

STAFF

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Page 7: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

7ZLVVVW�0DJD]LQH���+HDG�2IÀFHCalle San Lorenzo, 26 1A

28004 Madrid

+34 91 523 5770

[email protected]

www.twissst.com

Twissst English Edition

Clare Hodgson

Magdalena Kurowska-Shokerin

Twissst Portuguese Edition

Translation Responsible

Elis Porfírio

HOLV�SRUÀULR#WZLVVVW�FRPBernardo Saavedra

Twissst Spanish Edition

Elena Arteaga

Benedicta Moya

Contributors

Elena Donà,

Dilia Parkinson,

Isabel Garcia Megino,

Jennifer Marquez,

Simone Guellar,

Thomas Thinwes,

Federica Gentile,

Ymkje Repko,

Ekaterina Lokteva,

Aleksey Novikov,

�5XÀQR�6DUDRVD��Carlota Branco,

Eleonora Maggioni,

Ewa Wilkos

Jose Manuel Delgado Ortiz,

Ruth Gaillard, Rute Martins

Ricardo Gonzalez Naranjo

Simon Lorenzin.

EDITORS

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Page 8: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

The New Era of Couture Pag. 16 - 24

2.0# Genmobile

Pag. 28 - 35

Riga Fashion Week The Winter Collections

Full ReviewPag. 58 - 71

SPARK/ Architects: A EntrevistaObra/Mundo/VisãoPag. 78 - 91

Tim Walker O fotógrafo ao serviço da Arte Pag. 40 - 49

ÍNDICE

Page 9: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

Riga A Real cidade do BálticoPag. 94 - 105

L’amor fou! As hortas urbanas! Pag. 108 - 119

1927 O experimentalismo

unido à tradição Pag. 130 - 135

Calendário Cultural Pag. 140 - 143

Rota dos Vínhos destino Bordeaux Pag. 122 - 127

José Guerrero O Fauvista abstractoPag. 136 - 139

Page 10: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

LIFESTYLE & FASHION CULTURE MAGAZINE

ISSUE NUMBER ZERO ISSUE NUMBER ONE

PORTUGUSE EDITION

ISSUE NUMBER TWO

PORTUGUESE

EDITION

SS13 Destino África Artur Cabral

PORTUGUESE EDITION

EntrevistaManuel Alves

ISSUE #3

Fashion Editorial : Miss KrólakFrom Poland to Peru

Nova SecçãoI love Twissst

Special Report, Milão @Salon del Mobile 2013

Is it New York the New Paris?

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CLICK

TWISSST#1

TWISSST#2

TWISSST#0

TWISSST#3

Page 11: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

CARTA DEL DIRECTOR

A TWISSST ESTÁ DE PARABÉNS. Cumprimos um ano, 365 dias dedicados a um novo projecto editorial. Durante o ultimo ano celebramos momentos extra-ordinários e contamos como o talento de JUDQGHV� SUR¿VVLRQDLV�� QD� iUHD� GD� IRWR-JUD¿D��GR�GHVLJQ��QD�jUHD�GH�PRGD��GH-signers, modelos, maquilhadores e claro HVWi�� XPD� HTXLSD� GH� SUR¿VVLRQDLV� TXH�trabalharam em uníssono para a conse-cução de um objectivo comum.

Foram e são os responsáveis pelos con-teúdos que geraram até ao momento 4.2 milhões de paginas vistas em 94 países.Este é o derradeiro balance do primeiro ano da TWISSST.

E este numero, o numero 5, volta a visi-tar alguns desses trabalhos que mais im-pacto tiveram junto dos nossos leitores.É D�QRVVD�KRPHQDJHP��D�TXHP�WDQWR�IH]�em troca de muito pouco ou realmente nada.

Nascemos com o objectivo de criar uma ¿ORVR¿D�HGLWRULDO�SUySULD��H�HVWH�REMHFWLYR�PDQWHP�VH��UD]mR�SHOD�TXDO�D�TWISSST YDL� WHU� QRYDV� VHFo}HV�� FRP� LQIRUPDomR�

de interesse geral, de âmbito interna-cional e que documenta, porque não momentos muito relevantes da nossa KLVWyULD��D�Mi�FRQKHFLGD�H�D�SRU�FRQKHFHU� A TWISSST celebra também uma nova aposta e recai na comunicação visual, queremos dar a conhecer de XPD� IRUPD�PDLV� GLUHFWD� H� SHULyGLFD��R�TXH�ID]HPRV��R�TXH�SHQVDPRV���QR�que acreditamos e pelo que lutamos.Chegou também o momento de con-YLGDU�HPSUHVDV�H�SUR¿VVLRQDLV�GR�VHF-tor a que abracem este novo projec-to, esta cooperação e simbiose reside na aposta de crescimento sustentável TXH�TXHUHPRV�DSOLFDU�IUXWR�GH�XPD�VL-QHUJLD�SUR¿VVLRQDO�H�FULDWLYD�

E temos também em processo uma nova pagina web e algumas apostas que revelaremos em breve, novos veí-culos que sem dúvida irão condicionar mais um passo na jovem, embora se-JXUD��WUDMHFWyULD�GD TWISSST.

Last but not least, cabe um especial DJUDGHFLPHQWR� j�DR� QRVVD�R� OHLWRUD�leitor, a todas aquelas pessoas que se-leccionaram a Twissst em cada um dos 94 países onde tivemos presença.

��$�HVVDV�SHVVRDV��jV�VXDV�RSLQL}HV�H�VXJHVW}HV� TXH� QRV� ¿]HUDP� FKHJDU�� R�QRVVR�2%5,*$'2��SRU�ID]HU�FRP�TXH�o trabalho que desenvolvemos tenha sentido.

Assinamos a promessa de seguir tra-balhando para que a TWISSST seja uma realidade, e que a cada número sejamos mais inovadores, criativos, e LQIRUPDWLYDPHQWH� UHOHYDQWHV� IUHQWH�D�trabalhos anteriores.

Cheers!

Norberto Lopes Cabaço

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Page 12: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

All people are born equal...

then some become

3QCMMMN?L�M

Photo:Antonio PalmaModel: Nuno SilvaEdited on TWISSST#2

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Page 13: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Photo: Maciej Bernas Children of Peru/Katarzyna KrólakEdited on TWISSST#3

Page 14: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Self Portrait by Mr.Kris SchmitzEdited on TWISSST#2

Page 15: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

29.10 – 2.11

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the new eraof couture

Texto: Eva WilkosTradução: Rute Martins

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Page 17: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

of couture

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Page 18: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

Haute couture autumn/winter 2013/14

Quando tentamos representar a alta-costura, normalmen-te vem-nos à mente um efé-

mero espectáculo com adornos de contas, bordados, folhos e plumas. Maravilhoso, mas às vezes longe das necessidades da clientela mais práti-ca e abastada. Há algumas estações atrás, a alta-costura parecia trans-formar-se numa relíquia de uma era que já passou.

Mas já não é o caso, tal como teste-munha o movimento que temos visto face a uma New Haute Couture (Nova Alta Costura), evidente em alguns GHV¿OHV�GR�2XWRQR�,QYHUQR����������Tendo conseguido um equilíbrio entre artesanato com uma estética mais severa, conseguirão estas colecções levar-nos ao âmago da costura de alta qualidade?Primeiro, e mais que tudo, é impossível minimizar a gran-de transformação que ocorre na Dior, FRP�5DI�6LPRQV�FRPR�OtGHU�FULDWLYR��Um ano depois da sua estreia na al-ta-costura, o belga continua a sua PDUFKD�UXPR�j�WUDQVIRUPDomR�

Deixando para trás a visão über-ro-mântica e exuberante de Galliano, Simons propões a criação de dese-QKRV�TXH�VmR�SRU�VL�¿pLV�j�KHUDQoD�GH�'LRU�H�DSWRV�SDUD�D�HUD�GLJLWDO��Tal como o seu infame antecessor, Simons inspirou-se em outros con-WLQHQWHV� H� FXOWXUDV�� 3RUpP�� D� VXD�ideia não era capturar o passado ou recriar os trajes típicos mas sim re-presentar a diversidade de estilos

de uma clientela global na microes-FDOD�GD�SDVVHUHOOH��3DGU}HV�� WHFLGRV�e acessórios da Ásia, África e Améri-ca interagiram com a herança euro-SHLD�GH�'LRU��

Ao fundo, ecrãs gigantes mostravam a colecção interpretada sob as lentes de Patrick Demarchelier, Paolo Rover-si, Willy Vanderperre e Terry Richard-VRQ��6HPSUH�PRGHUQLVWD��6LPRQV�ED-seou-se em formas arquitectónicas e FRUHV�SULPiULDV��$LQGD�TXH�QmR�WHQKD�atingido o nível de coerência que ha-via conseguido em Jil Sander, já reju-venesceu com sucesso o New Look de Dior, agora representado por Jennifer /DZUHQFH�H�/HHOHH�6RELHVNL�

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Page 19: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

CHANEL�A transição entre o velho e o QRYR� IRL� WDPEpP� XP� WHPD� IRFDO� QR� GHV¿-le de Chanel, que teve lugar entre as ruínas SRHLUHQWDV�GH�XP�WHDWUR�LPDJLQiULR��0DV�QR�momento em que a cortina se abriu, tornou--se evidente que Kaiser Karl, o maestro da reinvenção, projectava a sua visão perante o IXWXUR��2V�WHFLGRV��D�PDLRULD�HP�YiULRV�WRQV�de negro, branco e cinzento, brilhavam com ERUGDGRV�HP��'�HVSHFWDFXODUHV�TXH�WUD]HP�à mente as superfícies próprias das metrópo-OHV�XOWUDPRGHUQDV��(��FRP�HVWH�LQFUtYHO�QtYHO�de inovação alcançado pelos ateliês de Cha-nel, os clássicos casacos, revestidos em tecido Lurex, não perderam nenhum do seu apelo SUiWLFR��$SHVDU�GR�VHX�HVStULWR�IXWXULVWD��D�FR-lecção é perfeitamente vestível e não preten-GH�DOLHQDU�D�FOLHQWHOD�KDELWXDO�$�JUDQGH�PDLR-

ria das potências da moda mantêm a sua linha de alta-costura principalmente como uma prestigiosa adição aos seus produtos mais rentáveis, uma forma de preservar D�WUDGLomR�H�UHIRUoDU�D�LPDJHP�GH�PDUFD��3RUpP��VHP�R�ÀX[R�GH�QRYRV�WDOHQWRV��D�Semana da Moda tornar-se-ia num bonito PDXVROpX��3DUD�PDQWHU�R�HVStULWR�GD�DOWD--costura vivo e actual, a Câmara Sindical da Alta Costura (Chambre Syndicale de la Haute Couture), - o organismo responsável pela organização dos espectáculos - deci-GLX�IROJDU�RV�VHXV�HVWULWRV�FULWpULRV��(P�FDGD�ano, eles estendem o direito de apresentar as colecções a um pequeno grupo de desig-ners promissores, que ainda não alcança-ram o direito de utilizar as palavras “Haute &RXWXUH �́QD�VXD�PDUFD�

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Page 20: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

Alexandre Vauthier� (QWUH�D�QRYD�JXDUGD�GH�3DULV�Ki�XP�IUDQFrV�GH����DQRV��$OH[DQGUH�9DXWKLHU��TXH�GHVGH������IRL�FRQV-truindo uma reputação pelo seu corte certei-UR�H�DWUHYLGRV�WUDMHV�GH�QRLWH��1mR�REVWDQWH��os seus primeiros mentores foram Thierry 0XJOHU�H�-HDQ�3DXO�*DXOWLHU��$�~OWLPD�FROHF-ção contou com bastante características do seu drapeado aplicado a calças largas, mini-�VDLDV�H�YHVWLGRV�ERG\�VNLPPLQJ��2PEURV�

acentuados e bustiers vestidos por baixo GH�FDVDFRV�UHIHUHQFLDP�RV�DQRV�����FRQ-ferindo-lhe, porém, um aspecto juvenil H� PXLWR� PRGHUQR�� 3URYRFDWLYRV�� PDV�longe da ostentação retro que poderia convertir a roupa em simples trajes de IHVWD��3HQVHP�HP�%H\RQFp�RX�5LKDQQD��que foram vistas em designs de Vauthier e obterão uma clara imagem da mulher TXH�R�HVWLOLVWD�DVSLUD�YHVWLU�

��

Page 21: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

Bouchra Jarrar�(QTXDQWR� LVVR��D�VXD�FRPSDWULRWD�%RXFKUD�-DUUDU�p�TXHP�oferece convincentes roupas do dia-a-dia H�HOHJkQFLD�DFHVVtYHO��1DVFLGD�HP�&DQQHV��numa família de origem marroquina, mu-dou-se para Paris para aperfeiçoar as suas habilidades ao lado de Nicolas Ghesquière e &KULVWLDQ�/DFURL[��7HPSRUDGD�DWUiV�GH�WHP-SRUDGD��UH¿QD�R�FRUWH�GDV�FDOoDV�TXH��GHVGH�o início, se converteram na sua peça icóni-FD��3RUpP��D�FKDYH�GR�r[LWR�GH�-DUUDU�FRP�

RV�SULQFLSDLV�FRPHUFLDQWHV�GRV�(VWDGRV�Unidos reside na sua capacidade de mis-WXUDU�HOHPHQWRV�PDVFXOLQRV�H�IHPLQLQRV��Além disso, ela sabe como ressaltar um detalhe chamativo, desta vez são as cor-rentes que rodeiam o quadril e os cola-UHV�GH�PHWDO�SRQWLDJXGRV��2V�VHXV�GH-senhos simples e vestíveis já ganharam o apreço dos principais compradores e encontram-se nas principais lojas como %URZQV�H�PRGDRSHUDQGL�FRP�

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Page 22: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

Rad Hourani é outro nome a ter em mente SDUD�RV�ImV�GD�PRGD�DQGUyJHQD��&RPR�SHUVRQD-lidade convidada na Semana da Moda, tornou--se o primeiro estilista da história a apresentar XPD� FROHFomR� GH� $OWD�FRVWXUD� XQLVVH[R�� &RP����DQRV�GH�LGDGH��HVWH�H[�HVWLOLVWD�GH�0RQWUHDO�QXQFD�WLQKD�UHFHELGR�QHQKXPD�IRUPDomR�R¿FLDO�em desenho de moda, mas mesmo assim, con-VHJXLX�XPD�IRUWH�H�VR¿VWLFDGD�YLVmR��2V�GHVLJQV�de Hourani possuem uma qualidade escultural, construída sobre camadas de dobras, plissados H�GUDSHDGRV��$�SDOHWH�GH�FRUHV�PRQRFURPiWLFD�e as formas geométricas roçam a austeridade monástica que funciona para ambos os sexos, independentemente da temporada e das ten-GrQFLDV��e�IiFLO�LPDJLQDU�7LOGD�6ZLQWRQ�YHVWLQGR�DOJXQV�MDTXHWDV�GH�+RXUDQL��FDVDFRV�H�W~QLFDV��FRP�XP�FRUWH�GH�XPD�SUHFLVmR�PDWHPiWLFD��7R-dos eles poderão ser apelidados como abastracto e vanguardista, porém, eles chamarão à atenção de clientes que se sentem mais à vontade em silhuetas unissexo do que em estilos femininos, DEUDoDGRV�SRU�RXWURV�HVWLOLVWDV�

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Page 23: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Page 24: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

Viktor and Rolf �Austero e concep-tual, as duas palavras continuam a liderar a apresentação de Alta-Costura de Viktor & 5ROI��TXH�PDUFRX�R�����DQLYHUViULR�GD�VXD�PDUFD�KRPyQLPD��2�DFODPDGR�GXR�KRODQ-GrV� LQLFLRX� D� VXD� SUROt¿FD� FDUUHLUD� GHVH-nhando colecções de alta-costura antes de SDVVDU�DR�SUrW�j�SRUWHU�Ki�Mi����DQRV��3DUD�R�VHX�GHV¿OH�GH�UHJUHVVR��HOHV�YLVLRQDUDP�um jardim zen japonês com roupa solta e

SUHWD� UHOHPEUDQGR�SHGUDV�� )RL�XP�PR-mento minimalista durante uma semana GH¿QLGD�SRU�RSXOrQFLD�H�XPD�FDOPD�PH-ditação sobre a natureza da alta-costura que procura o equilíbrio entre senso co-PXP�H�H[SUHVVmR�DUWtVWLFD��2OKDQGR�SDUD�a nova sensibilidade que deriva de ino-vadores estilistas, temos a sensação que este diálogo criativo irá dominar as pas-VHUHOOHV�QDV�SUy[LPDV�WHPSRUDGDV�

��

Page 25: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 MENSWEAR COLLECITON

LOUIS VUITTON Backstage

Page 26: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Self Portrait by Mr.Kris SchmitzEdited on TWISSST#2

Page 27: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Page 28: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

2.0Texto: Dilia ParkinsonTradução: Bernardo Saaverdra

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Page 29: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Page 30: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

ESTAMOS �LIGADOS� 24 HORAS POR DÍA, 7 DÍAS POR SEMANA. SEGUNDO O ESTUDO REALIZADO POR TONI AHONEN, CONSIDERA�DO COMO UMA DAS VOZES MAIS INFLUENTES DA TECNOLOGÍA MÓVIL, NÃO PODEMOS PASSAR MAIS DE SEIS MINUTOS SEM DES�BLOQUEAR O NOSSO SMARTPHO�NE PARA COMPROVAR AS ÚLTI�MAS NOTIFICAÇÕES RECIBIDAS.

O uso da tecnología já invadiu a so-

ciedade, a sua utilização é irrenun-

ciavel e o Smartphone, o gadget

por excelência. 150 vezes ao día

comprovamos o telemóvel!Somos

capazes de ler, falar e escrever

praticamente em simultâneo, ve-

mos programas de televisão com o

telefone na mão esquerda, e o te-

lecomando na dereita e… a o nosso

cerebro em ambos sitios, enquanto

isso; Estamos no chat com amigos

através do Facebook, respondemos

ao Whatsapp, activamos o desper-

tador, anotamos no bloco de notas,

comprovamos o Twitter, consulta-

mos o email, passamos ao próxi-

mo nivel do Candy Crush, subimos

aquela foto ao Instagram e vemos

o tempo para o día seguinte. O trá-

fego mundial de dados através das

redes de telecomunicações cresceu

um 70% no último ano e a media

europea de acesso ao Smartpho-

ne alcança já um 47,6 %. Em ci-

fras semelhantes, encontra-se

o uso frequente das aplicações

(Apps), encabeçado pelo Reino

Unido (52,2%), seguido da Espan-

ha (47,1%), França (37,4%), Ale-

manha (37,1%) e Itália (35,3%).

As aplicações mais comuns e as

que recebem mais usuarios são o

Facebook, Twitter, Google+ ou o

WhatsApp.No passado residem já

os “sms” encarados como obsole-

tos e de custo elevado, a rede so-

cial MySpace que se mantém com

o propósito de renascer das cinzas

e as Blackberry , reponsáveis, à

não muito tempo, pelo furor entre

os adolescentes na Europa e Esta-

dos Unidos, que não só esgotaram

o stock nas lojas, como também

foram as responsáveis pela mas-

VL¿FDomR�GR�%ODFN%HUU\�0HVVHQJHU��precursor do sistema operativo

Android e do iPhone, que assinou

a revolução e consolidou a tecno-

logía Smartphone. Acabava de se

iniciar a era das “Apps” e o início da

primeira revolução social global do

século XXI.

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Page 31: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Page 32: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

WHATSAPP, é a aplicação gra-

tuita mais descargada, pensa-

da para um público que requer

uma comunicação imediata

com o menor coste e esforço possível.

E como o êxito é sinónimo de concor-

rência, já estão no mercado a coreana

LINE e a chinesa WeChat, ambas com

um já relevante posicionamento no

mercado europeu.Ocupam já a segun-

da e sexta posição na lista de descargas

do Google Play.

VIBER, FACEBOOK MESSEN-GER, HANGOUTS DE GOOGLE+ OU SKYPE são outras das apli-

cações que encontraremos na

maioria dos “smartphones”.

FACEBOOK, a terceira “app”

mais descargada, converteu-

se em toda uma rede social

onde cada um de nós , com

esmero, ressaltamos todo

o nosso potencial criativo, e com a

PHOKRU�IRWR�GH�SHU¿O��VDtPRV�j�FRQ-

quista de uns “likes” aquí e acolá.

As frases cliché como, ‘”Life is rea-

lly simple, but we insist on making it

complicated.” (Confucius) o “Without

music, life would be a mistake.” (Frie-

drich Nietzsche), asseguram o êxito.

Mas para quem pretenda ser “tren-

ding topic”, a chave é a actualização

do estado civil, ou sentimental.Alte-

rar a informação para comprometida/o

é sinónimo de uma avalancha de co-

mentarios e perguntas de índole priva-

da… mas que no Facebook não conhe-

cem barreiras!

TWITTER também não se es-

capa a esta tendência e existe,

apenas em territorio español,

mais de 5 milhões de usuarios

. Twitter sitúa-se no top 10 de descargas

gratuitas. E sim… também aquí dedicamos

tempo e energia para ser os mais sintéti-

cos e inovadores.¡Uma de suas mais re-

levantes potencialidades é saber exacta-

mente o día da semana em que estamos!

Exemplos são, por exemplo, as Segundas-

-Feiras: Oleadas de tweets entre aqueles

que afrontam com pessimismo o início da

semana e os que carinhosamente chama-

mos, na Twissst, MEC - Macro Energy Pe-

ople- sim , aqueles que às 7:30 de uma

qualquer segunda-feira nos desejam bom

dia, com uma foto à saída do ginásio…e a

sorrir!Twitter é o “new club”. Discutem-se

jogos de futebol, um discurso presidencial,

o novo look da Rihanna, o mais recente epi-

sódio de um qualquer “reality show”, isso

sim, em 140 caracteres, simples e conciso,

que há mais aplicações que actualizar.

Entre as aplicações mais usa-

das está o INSTAGRAM…Ver-

dade que, no momento em que

¿]HVWH� ³GRZQORDG´� GHVWD� DSOL-cação para partilhar fotografías… sentís-te

que a tua vida tinha mudado?...Não foi?

Aquela fotografía que a tua tia fez questão

de te fazer, em que sais escuro e tremido

SRUTXH�D�WLD�H�R�ÀDVK�QmR�VH�FRQKHFHP��nem o farão, com o Instagram é, súbita-

mente uma obra de arte, nunca tiveste

um sorriso tão branco e perfeito, aquela

paisagem da terra dos avós… transforma-

-se no Grand Canyon ou numa exuberan-

WH�ÀRUHVWD�PDLV�SUySULD�GR�LPDJLQiULR�GH�-��5��5��7RONLHQ�2�WUXTXH�HVWi�QRV�¿OWURV��disponíveis em marcos retro e vintage, e

ao estar vinculado com Facebook, Twitter,

Tumblr e Flickr, é a ferramenta ideal para

a glória!

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Page 33: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Page 34: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

TRENDS APPSO número de apps criadas e descargadas continua com um ritmo de crecimiento frenético.

FLIPBOARD uma app gratuita que

ultrapassou já a barreira dos 75 mi-

lhões de usuários registados e é de-

nominada pelos respectivos criadores

como uma revista social.

É todo um “must” se se pretende conhe-

cer de forma rápida as actualizações dos

contactos que mais interacção tiveran e

as mais recentes notas informativas.

SWYPE, no top de vendas do Goo-

gle Play, segue e soma pela facilidade

do teclado deslizável.

PANDORA RADIO é a segunda aplica-

ção mais descargada nos 5 anos da App

Store, este serviço de música em “stre-

aming” é o mais popular nos Estados

Unidos, superando inclusivé a Spotify,

Deezer o Rdio.

34

Page 35: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

O número de apps criadas e descargadas continua com um ritmo de crecimiento frenético.

NEOMOD, um ‘whatsapp’ ex-

FOXVLYR� SDUD� RV� SUR¿VVLRQDLV�da medicina, que com apenas

alguns meses em territorio es-

pañol, tem a sua mais valia na re-

solução de dúvidas e partilha de infor-

PDomR�GH�tQGROH�SUR¿VVLRQDO�

COUPLE,uma micro rede social… de

dois, pensada para apaixonados, cujos

conteúdos desaparecem quando se rom-

pe a relação.

BODY PASSPORT uma aplicação para

acertar com as medidas nas lojas de roupa e

evitar as incovenientes devoluções.

A Rede é, hoje em dia, um medio de primeira necessidade. A popularida-de da ligação à Internet através dos smartphones continua numa cresci-mento contínuo, e o tema em discus-são é o futuro da rede… em 3D.

A interactividade plena é o próximo SDVVR��H�QyV�¿FDPRV�D�DJXDUGDU�SRU�vibrantes actualizações, desta e de ou-tras noticias, mas por agora, vamos fazer “upload” do artigo em questão a ISSUU, para depois o publicar, vincula-do com o Facebook, Twitter e TumblR!

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NICHE SOCIAL NETWORK

Page 36: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

All people are

born equal...Then

some become

3QCMMMN?L�M

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Photo: Cho HangModel: Carlos FerraMajor Paris PhotographyEdited on TWISSST#1

Page 37: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

All people are

born equal...Then

some become

3QCMMMN?L�M

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Page 38: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 Gucci Backstage, MilanEdited on TWISSST#2

Page 39: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Page 40: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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TIMWALKERO fotógrafo ao serviço da Arte

Texto/ Dilia Parkinson

)RWRJUD¹D��7LP�:DONHU

Page 41: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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TIMWALKER

Page 42: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

Tem a forma de livro, título de FRQWR�H�XPD�IRWRJUD¿D�SUDWL-camente inenarrável. “Story 7HOOHU´��H�XPD�H[SRVLomR�QR�

6RPHUVHW�+RXVH�HP�/RQGUHV��IRUPDP�SDUWH� GH� XP� GRV� ~OWLPRV� WUDEDOKRV�GH�7LP�:DONHU��XP�GRV�IRWRJUDIR�GH�PRGD�PDLV�RULJLQDLV�GD�QRVVR�WHPSR��2V� SRGHUHV� QDUUDWLYRV� TXH� WUDQVPL-WHP�DV�VXDV�LPDJHQV�WrP�FRQWULEXtGR�SDUD�PXGDU� D� IRUPD�GH� FDSWXUDU� GD�IRWRJUD¿D�GH�PRGD�

Obscureza, magia, fantasia, sonhos

e ambientes oníricos, são alguns dos

adjetivos que nos assolapam a mente

quando se pensa no trabalho de Tim

:DONHU��$WUiV�¿FDUDP�RV�PRPHQWRV�GH-dicados à banda desenhada do Tintin,

à leitura de revistas de moda e em que

SHGLD�HPSUHVWDGD�D�FkPDUD�IRWRJUi¿FD�ao irmão, num intento de se tornar um

bom fotografo.

Na actualidade, com mais de 20 anos

de experiência, soma, na última déca-

da, diversos trabalhos para revistas de

renome como Vogue, Vanity Fair e o

The New Yorker.

“Story Teller”, é um livro que inclui

175 instantâneas de alguns dos gran-

des nomes da moda e da cultura con-

temporânea, são o resultado de uma

imaginação sem limite, inconfundível e

excepcional.

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O desenvolvimento do seu pró-

SULR�HVWLOR�IRWRJUi¿FR��R�TXH�o distingue, começou quan-

do tinha apenas 19 anos. Co-

meçou por trabalhar no arquivo de Cecil

Beaton, na biblioteca de Condé Nast de

Londres, ainda antes de iniciar dos seus

HVWXGRV�GH�DUWH�H�IRWRJUD¿D�QR�,QVWLWXWR�de Arte de Exeter.Posteriormente, trans-

ladou-se para Nova York e foi assisten-

te pessoal de Richard Avedon e aos 25

anos de idade realizou a sua primeira

sessão para a Vogue, com quem conti-

nua a colaborar nas suas edições inter-

QDFLRQDLV��,QÀXHQFLDGR�SHOR�VXUUHDOLVPR�britânico e pela pintura tradicional da

paisagem inglesa, Tim Walker mostrou,

primeiramente, mais interesse na captu-

rar do lado humano mediante o retrato e

D�IRWRJUD¿D�GRFXPHQWDO��DLQGD�TXH�KRMH�UHFRQKHFH�TXH�D�IRWRJUD¿D�GH�PRGD�OKH�tem permitido explorar os sonhos e as

fantasias, e é essa a vertente que mais

o atrai e que lhe permite continuar a se-

guir um estilo reconhecido e duradou-

ro. As suas imagens, tanto hiper-reais

como irreais, contam com uma vitalida-

de deslumbrante e uma paleta de cores

vibrantes e eclípticas. São exemplos,

destes contos visuais, os seus icónicos

retratos; o designer de moda Alexan-

der McQueen pousando com um crâ-

nio humano e alguns cigarros, os sol-

dados de chumbo animados de vida,

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a modelo Agyness Deyn nas dunas

de areia na Namíbia, uma avioneta

feita de uma baguete de pão gi-

gante, ou um barco atracado numa

biblioteca, contêm reflexos de ma-

gia que nos facultam uma viagem

ao imaginário e nos transportam,

ao instante, para outro lugar. A

sua filosofia de trabalho reside na

busca dos “ parâmetros do impos-

sível”.Assim classifica o momento

da captura de uma imagem: “um

extraordinário sentido da sorte,

em que agarras a oportunidade

e te impulsiona a fazer fotos que

não poderias nem imaginar nos

teus sonhos mais selvagens. Esta

é a magia da fotografia”. Este fo-

tografo britânico nasceu em 1970,

HP�'HYRQ��QR�VXO�GH�,QJODWHUUD��H�46

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tem como ambição mostrar o não

convencional e o diferente ,de

outros autores como Man Ray, ou

Edwin Blumenfeld, cujos, ao iní-

cio do século XX abriram a por-

ta ao subconsciente, reunindo as

suas inquietudes estéticas com a

fotografia de moda. A sua origi-

nal visão não tem como objectivo

capturar nem imitar a realidade,

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��$�VXD�¹ORVR¹D�GH�WUDEDOKR�reside na buscaGRV�̄ �SDUkPHWURV�GR�LPSRVVtYHO°��

Page 48: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

senão, criar uma realidade pa-

ralela, carregada de emoções, a

essência do singular num ins-

tante único e insólito. Para isso

conta, por exemplo, com a an-

droginia de Stella Tennant, ou

Tilda Swinton, a cumplicidade de

Kate Moss, a particularidade de

Kristen McMenany e a pura inge-

nuidade de Daphne Groeneveld.

$�IRWRJUD¿D�GH�PRGD�DVFHQGHX�D�um patamar artístico nunca an-

tes reconhecido na nossa histó-

ria. A capacidade de superação e

de inovação que a moda requere,

bem como a sua autoexigência,

nos permitiu entrar em mundos

de rara beleza, onde o passado

e o futuro, a realidade e a fan-

tasia se materializam à distância

de um click e onde Tim Walker é,

certamente, o seu embaixador

mais relevante.

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Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 Valentino Backstage, Paris

Edited on TWISSST#2

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Photo: Artur CabralEdited on TWISSST#0

3KRWR��(OLV�3RUÀULREdited on TWISSST#0

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Specialthanks

080 BarcelonaAlexandra Simões de CarvalhoAlvaro GallegoAna Maria OliverAngela GilltrapÁngela Vero Angelica TinazziAnna GoliasAntonio PalmaArtur CabralArturo Jose VallejoAssociação Moda LisboaBaltic Fashion FederationBartosz Ka NachtigalBenedicta MoyaCarla PiresCarlos FerraChloe YakuzaClaire O’DonnellClare HodgsonDaniel DuniakDaniela Cataldo

Daria KochanDavid Lariño TorrensDilia Parkinson Diogo Ângelo MegaElena ArteagaElena DonàEleonora MaggioniElis PorfírioEmma Santoyo MartinEwa WilkosFashion Philosophy, Poland Fashion WeekFrancesco MarangonGiuglia ChiaravallottiGrzegorz KorzeniwskiIsabel Garcia MeginoJacek JelonekJaime MasipJames MassoudJavier SantamariaJemima DaisyJennifer MarquesJoão Pedro Vasconcelos

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Page 53: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

thanksJose Manuel DelgadoJuan VidalKamil SobczykKatarzina KrolakKaterina KorssKris SchmitzLaura ParisiLaura PauneroLaurent HumbertLucas CastroLucia GarciaLucía García García Magda WitczakMagdalena Kurowska-Shokerin Major ParisManuel AlvesMarcelMarcin PaszkoMarco MoreiraMarzena Janik Mercedes-Benz Fashion Week MadridNuno Moreira

Nuria Pérez Patrick AbbattistaPaula de Frutos Piotr WojnisPortugal FashionRDK ProductionsRicardo Gonzalez NaranjoRiccardo CapuzzoRiga Fashion WeekRobert RyzekRui VascoRute Martins Ruth GaillardSemaine de la Mode Masculine PARISSimon LorezinSio Cho HangSonny VendeveldeTatiana BalvasTelma RussoThe New Vega StudioTúlio Brandão:HVHOLQD�*DFLĔVND

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Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 Versace Backstage, MilanEdited on TWISSST#2

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Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 MENSWEAR COLLECITON

DIESEL Backstage

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Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 MENSWEAR COLLECTION,Z Zegna Backstage, MilanEdited on TWISSST#2

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Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 MENSWEAR COLLECTION,Versace BackstageEdited on TWISSST#2

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RIGAFASHION WEEK The Winter Collections

Full Review

Da primeira visita à capital Letona, recordamos uma cidade com valores próprios semelhantes aos das capitais do norte da Europa, um extraordiná-rio sentido do património, dos espa-ços públicos, uma arquitectura arre-batadora e uma gastronomia rica em sabores e texturas.

Mas viemos em busca de design, de moda em particular, e o que encontra-mos premia também essa conotação. Na sua 18ª edição, a Riga Fashion Week, englobada na Baltic Fashion Federation, apresentou as propos-tas para o Outono/Inverno 2013/14 de uma panóplia de criadores oriun-

dos da Letónia, Estónia, Bielorrússia e Lituânia e contou com a participa-ção especial da marca COMEFORBRE-AKFAST, marca criada em 2009 pela dupla de criadores italianos, Antonio Romano e Francesco Alagna.

A linha condutora à maioria dos cria-dores reside não no conceito, mas na volumetria das colecções; foi a cons-trução dos casacos de inverno uma das peças mais trabalhadas e das mais visualmente apelativas.Igualmente palpável foi a arritmia entre curtos e largos, momentos de opulência e de minimalismos absolutos em que se deixou o design falar por si desprovido

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RIGAFASHION WEEK The Winter Collections

Full ReviewTexto: Norberto Lopes Cabaço

Fotografia: Mark Litvyakoff

de qualquer acessório. Num momento em que a Moda como indústria sofre uma reorganização de prioridades, em que o acessório já não compete com o necessário, resultou interessante ava-liar que a indústria de moda báltica, assumiu esses valores e os transfor-mou em colecções que visam superar HVVD�GL¿FXOGDGH�

As propostas, criadas com um design contemporâneo sem descuidar o sen-tido comercial, orientadas ao cliente ¿QDO��VmR�WDPEpP�D�HVVrQFLD�GR�GH-sign nórdico, a associação da qualida-de dos materiais ao design atemporal, resultou coerente também em Riga,

na passerele, e pelas ruas da cidade.Riga apresentou as propostas de In-verno vestida a rigor, coberta de neve e com temperaturas negativas, o que seguramente condicionou o processo criativo dos criadores, a que se apre-ciasse um cuidado na apresentação de peças confeccionadas com mate-riais quentes e nobres, como as lãs virgens, as misturas de lã e caxemira, mohair, alpaca, as peles e o pêlo.

A Moda para o ser deve estar nas ruas, e se for essa a base da continuidade da indústria, à Riga Fashion Week es-pera-lhe um futuro promissor.

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ALEXANDER PAVLOV (LETÓNIA)

Apresentou uma colecção onde o prático e o romântico caminharam ODGR�D� ODGR�� �3RU�GH¿QLomR��FRPHU-cial, embora tenha criado peças com um corte mais contemporâneo como as calças oversize e transpôs correctamente o volume das cami-sas/casaco às peças de abrigo em lã. Predominou os tons terra com apontamentos de branco

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ALEXANDRA WESTFAL (LETÓNIA)

Apresentou uma das mais inte-ressantes colecções de Inverno. Aliou o design inovador à neces-sidade da mobilidade da mulher actual e obteve o equilíbrio bus-cado numa colecção A descons-trução do blaser remeteu-nos à criatividade da escola de moda belga, e a utilização de contras-tes entre pretos e brancos, entre a rigidez do “tailoring” suavizado com a utilização do pêlo, colocou em prática os conhecimentos obtidos na Central Saint Martins, em Londres e do Instituto Euro-

peu di Design, em Milão. Traba-lhou numa clara homenagem à silhueta feminina, a cintura foi marcada em práticamente todas as peças, ou através do corte ou da utilização de cintos, o que resultou na introdução de um elemento estilístico natural, sem esforço, natural. Westfal apresentou-nos uma colecção de Inverno em toda a sua ex-pressão, aportou uma visão global fruto das suas vivências e comunicou-se na linguagem universal inerente à Moda.

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ANNA LED (LETÓNIA)

Anna Led é a marca assinada pela designer Anna Ledskal-nina, e para o Inverno propõe um sentimento „effortless” muito em voga. Não houve um sentimento continuo na co-lecção, não é uma „One Note Collection”, mas sim uma co-lecção que cobre muitas das necessidades de uma mulher urbana. E este também é um sentimento muito moderno. Misturou tecidos técnicos com peças orgânicas, apresentou peças de noite e para o dia-a--dia, volumes „loose” ou „coco-on” e suavizou os brilhos com o branco neve. Para o Outuno/ Inverno 2013/14 o contraste é o „mood” da mulher Anna Led, prática, urbana, mas que não descuida uma imagem de mar-ca, pessoal e contemporânea.

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COMEFORBREAKFAST (ITALIA)

IEVA DAUGIRDAITE (LITUÂNIA)

Para COMERFORBREAKFAST se “Less is More”...”More is Better”. A marca assinada por Antonio Romano e Francesco Alagna, tem crescido com um pé assente na nova gera-ção que encontra no design, uma expressão de arte contemporâneo. Sediados em Milão contam com a proximidade dos ateliers e com o “savoir-faire” mais reclamado da indústria, que encontramos na laboriosa confecção das peças da colecçao de Inverno. As sweaters e os jumpers são os “stilletos” e os “prints” o ADN de um cliente urbano, cosmopolita e que encontra na COMEFORBREAKFAST a resposta à identidade e necessidades. Com propostas masculinas e femininas, a COMEFORBREAK-FAST demonstrou que com rigor e dedicação, a profusão de uma nova ideia, continua a ser viável.

Procedente de Vilna, na Lituânia, Ieva Daugir-daite, apresentou uma proposta onde os ma-teriais técnicos foram evidentes. A practicida-de da proposta esteve patente durante todo R�GHV¿OH��UHFULRX�HP�PDWHULDLV�LQRYDGRUHV��VL-lhuetas associadas ao “day wear” conferindo--lhe um aspecto mais formal. Destaca o rigor na confecção, ombros perfeitos ou mangas ra-glan que premiam o movimento e uma paleta de cores intensos mas sóbrios, o verde garrafa foi um elemento pictórico recorrente e utiliza-do em calças, vestidos e numa versão de um “trenchcoat” A mulher Daugirdaite é jovem, forte, decidida e moderna, e conta com um guarda-roupa... à medida!

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KATYA KATYA SHEHURINA (LETÓNIA)

A colecção de Shehurina para o Outono/In-verno contou com momentos de um silêncio absoluto, vestidos em tons areias e “navy”, absolutamente minimalistas de um rigor praticamente estoico.Mas Shehurina mos-trou o quão sonora pode chegar a ser, como de se uma pauta musical se tratasse elevou a intensidade em escalas, surgiram os encai-xes e as rendas sobre estampados ou cores vivas como o rosa “chiclete“ e apresentou inclusive uma versão “kimono jacket” numa explosão de cores oxidas. Talvez Shehurina tenha criado uma resposta diferente para cada mulher, terá sido assim?

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LENA TSOKALENKO (BIELORRÚSSIA)

Tsokalento representou a Bielorrússia numa proposta onde os materiais foram, mais que as formas e os volumes, protagonistas na coleção. Os abrigos em lã, pele, pelo e as capas “tartan” envolveram as silhuetas dei-xando, mais lugar à descoberta que à con-templação.Era patente um sentimento de proteção, os “Jersyes extra-large“, os abrigos longos e as saias que praticamente chegavam ao chão criavam imagens belas embora igualmente densas. Quando os coordenados eram apre-sentados com sapatos ou botas com tacão o efeito tubular era minimizado e a proposta ganhava intensidade e interesse, premiava-�VH�R�PRYLPHQWR�H�HVWLOL]DYD�VH�D�¿JXUD�

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NARCISS

Apresentou uma proposta romântica com um “dark Twis(ss)t” e com uma conotação que nos recorda algumas passagens do cinema “noir” Talvez ganhe ainda mais relevância quando estes elementos que encontramos também referenciados em passereles como Milão, tenham sido apresentados não por um designer, mas por uma equipa criativa que responde pera marca NARCISS.

Houve um elemento decadente e poético em algumas das peças apresentadas, o vesti-do com saia linha A, o abrigo pelos ombros, uma versão práticamente gótica de um “ba-bydoll dress”, num cenário iluminados por dezenas de velas perfeitamente alinhadas.Foi patente este jogo de contrastes, entre o politicamente correcto e o neo-liberal, a dualidade entre duas gerações de mulheres, talvez seja essa a chave do sucesso de Nar-ciss, que com lojas em 5 países diferentes, tem como objetivo proporcionar uma res-posta a perguntas ainda não formuladas.

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NATALIJA JANSONE (LETÓNIA)

A proposta para o Outono/Inverno de Jansone resultou um atestado de so-briedade, com tons escuros, negros, cinzas anthracite, chocolate e deri-vados de castanho. A rigidez do “tai-loring” era reduzida pela suavidade dos materiais utilizados, e também na apresentação de alguns vestidos, aus-teros com uma conotação “loose-fit”. A proposta resultou numa panóplia de peças seguras, bem elaboradas e para um uso quotidiano.

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NOLO (LETÓNIA)

POHJANHEIMO (ESTÓNIA)

A marca NOLO trouxe-nos alguns dos coordenados de grande interesse da Riga Fashion Week. Em alguns momentos do desfile, tor-na-se complicado não dei-xar fluir a mente a um ce-nário de suspense ao mais puro estilo de Hitchcock, um dia de nevoeiro inten-so, uma falesia e um farol, e por entre a bruma, uma silhueta feminina, Sentia-

-se uma atmosfera quase cinéfila, romanticamente decadente e contemporane-amente vibrante. O styling condicionou de igual forma esta percepção, os cabelos foram cuidadosamente des-penteados, e o mix de tons tons suaves entre os rosa pastel e os cinza, a mistura de sedas e lãs, culminavam o cenário. Uma proposta vasta em possibilidades, e com aplicações em reali-dades e mulheres diferen-tes, seguramente algumas destas peças constam já na “shopping list” das it-girls em Riga…e não só.

Foi a desogner que encer-rou a última edição da Riga Fashion Week. Poder-se--ia ter denominado “Spe-echless”. Foi um momento de contemplação, as ma-nequins caminhavam len-tamente ao estilo Hacker-man e se a banda sonora estivesse a cargo de Mi-chael Nyman, teria resulta-do também, um momento para os sentidos. Pohja-nheimo arrebatou prova-velmente a maior ovação

do dia, com uma colecção que roçou a perfeição.O minimalis-mo “couture”, o “Parisian chic”, tomou a passerele e reivindi-cou a maestria de uma criado-ra enamorada da pureza das formas e do look funcional e atemporal. A precisão do cor-te, a procura da mobilidade, e a criação de peças para o dia e para a noite sem descuidar em nenhum momento o ADN da marca, garantiram a PO-HJANEIMO a assinatura no li-vro dourado da Riga Fashion Week. “Save the best for lest”, talvez seja um “cliché” pouco actu-al e por vezes usado à ligeira, mas neste caso, fez todo o sentido.

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KRISTINA VALANCIUTE (LITUÂNIA)

Revelou a colecção mais avant--garde da semana. Criou novos YROXPHV�H�UHGH¿QLX�DV�IRUPDV��recriou o streetwear com uma visão quase galáctica e futuris-ta. Os “Bomber” foram a base de uma proposta que no azul noite e no preto encontrou os aliados para não deixar nin-guém indiferente.

Mas ainda que as peças sejam criativamente reveladoras, a maior parte continua a apre-sentar um forte lado comer-cial e funcional Seguramente o mercado asiático, nipónico em especial, irá receber de braços abertos os conceitos desenha-dos por Valanciute para o Ou-to-Inverno que se apresenta.

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SKLADNOVA (LETÓNIA)

ZANETE AUZINA (LETÓNIA)

A proposta mais “girlie” da semana foi assi-nada por Irina Skladnova, e acreditamos que a designer resulta na melhor embaixatriz da marca.

Não há uma peça na colecção que não vejamos coerente quando vestida pela sua criadora.Num momento em que o “rocky naughty mood” está em voga em meio planeta, Sklad-nova já tem meia batalha vencida.

Seja pelos “leather biker jacket” ou pelos vesti-dos “babydoll”, em pele ou em padrões “tartan”, a única situação que a deve preocupar é manter os níveis de produção alinhados com a elevada procura que os seus clients vão reclamar.

Zane Auzina criou um mundo onírico, onde o etéreo foi chave e as silhuetas mais próprias de uma proposta primaveril que para uma co-lecção de outono/inverno. Aparte do laborio-so processo de criação dos vestidos e de uma complicada “mise-en-scène”, a colecção foi desprovida de qualquer tecido que nos recorde a estação em detrimento de transparências, “chiffons” e de qualquer outro acessório que a criadora considerou idónea para o tema da colecção. Igualmento certo é que Auzina criou um guarda-roupa a pensar numa “red carpet”, não obstante, inclusivé as clients mais cosmo-politas, necesitam, em Dezembro, um casaco de abrigo para os eventos mais sibaritas.

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Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 MENSWEAR COLLECTIONLouis Vuitton Backstage

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Photo: Artur Cabral Backstage NUNO BALTAZAR @ ModaLX TRUST 1

Edited on TWISSST#3

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Page 74: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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JOINUS.......WILL YOU

... SO I CAN GO HOME?

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Page 75: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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JOINUS.......WILL YOU

... SO I CAN GO HOME?

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Page 76: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Photo: Artur Cabral PINK IS THE NEW BLACK - MARISA GONÇALVES @HADJA MODELS ANGOLA 4Edited on TWISSST#3

Page 77: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 MENSWEAR COLLECTION,

Lanvin BackstageEdited on TWISSST#2

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SPARK/78

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SPARK/OS DIRECTORES DE SPARK EM SHANGAI, SINGAPU-RA, PEQUIM E LONDRES APRESENTAM À TWISSST A VISÃO DA NOVA ARQUITECTURA E REVELAM-NOS ALGUMAS DAS PECULIARIDADES ORGANIZATIVAS DE SPARK.

Texto/ Mauro Parisi Tradução: Elis Porfirio

Fotografia/ Ymkje Repko - www.architectuurreis.com79

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SPARK conjuga com sucesso o melhor da experiência internacional com os talentos locais. Com uma equipa que supera as 100 pessoas, de 16 nacio-nalidades diferentes, está dividia em 4 escritórios sediados em Pequim, Xangai, Singapura e Londres; Para traduzir a sua realidade, como natu-ral reflexo, ousados não seremos se lhe atribuímos o, tão em voga, slogan

AAssistimos nos últi�mos anos a mudanças históricas que se re�flectem globalmente por diversos âmbitos e, não lhe sendo imu�

ne, o impacto na arquitectura tam�bém não lhe é indiferente.

Se antes eram as cidades europeias, as americanas, ou as japonesas, as que arrebatavam os projectos arqui-tectónicos e urbanísticos mais futu-ristas, hoje em dia são outras as cida-des que competem entre si; Cidades como Pequim, Abu Dhabi, Xangai, Singapura, Guanzhou, Mumbai ou Ja-carta, elevam em contínuo frenesim construções públicas e privadas como resposta às suas necessidades urba-nas, e atribuem aos seus skylines o toque de “modernidade” caracterís-tico das metrópoles ocidentais. Este aclamado despertar arquitectónico, é igualmente promovido por alguns dos escritórios de maior prestigio interna-cional, como é o caso de SPARK que, desde à 10 anos, e sem esquecer a Europa, tem produzido emblemáticos projectos na Ásia e no Oriente Médio.

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“Think Globally, Act Locally”.A sua filosofia assenta numa arquitectura pragmática, social, que fomenta a convivência, que cria e constrói pe-ças que permitem conjugar as exi-gências do cliente com a rentabili-dade do resultado final. Algumas de suas criações foram internacional-mente premiadas, sendo exemplo, projectos como o de regeneração

do quebra-mar Clarke em Singa-pura, o Terminal Internacional de Cruzeiros de Xangai, a Galeria Co-mercial Starhill de Kuala Lampur e os complexos Raffles City em Pequim e em Ningbo. Todos eles, e cada um, se tornaram símbolos da cidades em que estão erguidos, como o foi há décadas atrás o Edi-fício Chrysler em Nova York.

Fotografia/ Bass and Flinders Gateway Project Courtesy of SPARK

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O mentor deste fascinante projec-to é o arquitecto inglês Stephen Pimbley. Em 2008 juntamente com o seu colega de longa data Jan Fe-lix Clostermann, (neste momento responsável pelo escritório de Pe-quim), abriram a primeiro escritó-rio de Spark. Esta estrutura exten-deu-se com a abertura de outros escritórios; agora com uma equipa directiva, também, composta por Mingyin Tan e Sven Steiner, res-ponsáveis pelo escritório de Xangai e Max Tichmarsh, pelo escritório

‘‘$�VXD�¿ORVR¿D�assenta numa arquitectura pragmática, VRFLDO��TXH�IR-menta a FRQYLYrQFLD

‘‘

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Page 83: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

de Londres. A TWISSST quis saber um pouco mais sobre este escritó-rio e aproximou-se para conhecer, em primeira mão, algumas das suas LGHLDV�H�UHÀH[LRQDU�VREUH�R�VLJQL¿FD-do da Arquitectura, dos dias de hoje e de um futuro próximo. Mas, pri-meiro queremos apresentar-vos, al-gumas das suas obras mais icónicas que projectaram a SPARK na “World List” de escritórios de Arquitectu-ra mais cobiçados. E não podería-mos começar por outra obra, senão, pela remodelação de Clarke Quay em

Singapura, no ano 2006. Esta anti-ga zona portuária foi completamente renovada pela mão da SPARK e hoje em dia atrai mais de 2 milhões de visitas ao ano, a chave do sucesso é a engenhosa criação de um micro--clima que através de um sistema de “sombras e refrigeração”, consegue reduzir a taxa de humidade e a tem-peratura em 5 ºC relativamente ao “exterior”, sem deixar de ser um si-tio ao ar livre, que permite aprovei-tar do quebra-mar e da vista sobre a baia de Singapura.

Fotografia/ Guangzhou Science TownCourtesy of SPARK

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Fotografia/Clarke Quay Singapore Charlie Kwan

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Depois de Clarke Quay sucederam--se, vários projectos urbanístico/co-merciais; em 2011 criou o Terminal de Cruzeiros Internacionais de Xan-gai, a Galeria Comercial Starshill de Kuala Lumpur e o complexo residen-cial de Rihan Heights em Abu Dhabi.Logo depois, foi a vez dos comple-xos residenciais/comerciais Raffles City de Pequim e de Ningbo.

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O Terminal de Cruzeiros de Xangai, D� QRYD� FDSLWDO� ¿QDQFHLUD� GD� &KLQD��combina espaços para escritórios com 40.000 m2 de áreas comerciais H�XPD�OLQKD�GH�iJXD�ÀXYLDO�GH��NP�GH�comprimento que acompanha as si-nuosas formas dos edifícios.Segundo as palavras de Pimbley, a sua inten-ção é criar edifícios actuais, próprios da era em que se constroem e não obedecendo a teorias, ou a valores abstractos considerados, talvez, mais puristas. E o Terminal de Cruzeiros é um claro exemplo, de como em Spark VH� VHJXH� HVVD�PHVPD�¿ORVR¿D�� VHP�recorrer ao uso de subterfúgios co-loridos, de formas e decorações que

nos recordem a vitalidade das actuais sociedades “techno-high tech”. Rihan Heights, representa a incursão da Spark no Médio Oriente, um comple-xo residencial de luxo em Abu Dhabi, composto por 5 torres e 14 chalets que, graças aos materiais usados, às formas e disposições dos edifícios, abrange um espaço verde exuberante que contrasta com a paisagem desér-tica própria do pais. A Starhill Gallery de Kuala Lumpur é outra das joias de Spark; com suas formas pontiagudas e efeitos de luzes, são já uma refe-rencia na arquitectura ao serviço das marcas de moda e se transformou num dos símbolos da capital Malaia.

Fotografia/Shangai Terminal Cruise Ymkje Repko www.architectuurreis.com

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entrevistaTWISSST/Desde um ponto de vista estrutural, Spark é composta por 4 escritórios ao redor do Mundo; ope-rativamente, cada centro é autónomo no que respeita à realização de con-tratos e à elaboração dos projectos, ou existe um centro coordenador? E nesse caso, onde está localizado? É sempre o mesmo, ou pode variar em função do projecto?

SPARK ARCHITECTS/Normalmen-te, as empresas de Arquitectura com vários escritórios operam com uma das formas que referiu, mas, por ou-tro lado, nós pensamos que nenhum destes modelos favorece uma cultura GH�FRODERUDomR�SUR¿VVLRQDO��2�SUREOH-ma da presença de um centro – guia é que termina por aglutinar todo o ta-lento num único sitio, normalmente situado longe dos cliente e do desen-volvimento dos projectos, deixando os colaboradores dos centros satéli-tes, os que falam pessoalmente com os clientes, completamente distantes à concepção dos projectos. Sincera-mente não acreditamos que se possa dividir o processo arquitectónico em duas partes: o design e a coordena-ção. O outro modelo, de vários escri-tórios que trabalham autonomamente sob a assinatura de uma única marca, apresenta várias fragilidades: desde a falta de homogeneidade na qualidade até à competição económica; acabaria por ter uma frota de pequenas empre-sas em vez de, ter apenas uma única empresa capaz de tirar o melhor de FDGD�H�XQL¿FDU�RV�VHXV�SRQWHV�IRUWHV�O nosso modelo de “rede-de-coope-

ração” é diferente dos dois modelos mencionados; desenvolveu-se a par-tir do nosso primeiro projecto na Asia. Quando desenhamos o Clarke Quay era uma colaboração online entre três escritórios e funcionou perfeitamente, também porque as pessoas envolvi-das já se conheciam pessoalmente de antes. Em Spark vemos a colaboração como uma via para criar consistência; cada escritório desenha e coordena os seus próprios projetos. Colabora-dores de outros escritório, que podem ter uma especialização em determina-do âmbito do projecto, transladam-se para o escritório local que necessita de suporte. Os directores de escri-tórios têm uma reunião mensal para discutir o desenvolvimento e avanço dos projectos; também se promove o intercâmbio de arquitectos além do in-tercâmbio de arquitectos. Além do mais não há concorrência porque os lucros são compartilhados entre todos os escritórios.

(P�6SDUN�YHPRV�D�FRODERUDomR�FRPR�XPD�YLD�para criar FRQVLVWrQFLD

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em constante movimento, move--se por diversos locais conforme as oportunidades de negocio de cada empresa; actualmente estão concentrados no Extremo Oriente, mas dentro de 10 anos talvez este-jam em qualquer outro lugar, quem sabe, talvez em África. Por outro lado, continuará a existir a constan-te necessidade de construir casas, escritórios, escolas, hospitais; de sustentar as comunidades, que é ao fim ao cabo a razão da profissão do arquitecto. Spark está interessada nas duas vertentes, na inovadora e na, que podemos definir como, tra-dicionalista. Procuramos a inovação mas, somos guiados pelo desejo de proporcionar edifícios que sirvam as comunidades e que se erguem sem ter em conta o contexto económico. O mecanismo de entrega de uma obra na Asia é completamente dife-rente do Europeu, desde o proces-so de planificação à escala, progra-ma e relação com o contexto; ainda que as qualidades que marcam um bom trabalho arquitectónico sejam as mesmas, bem como os requisitos exigidos para a construção: luz, es-paço, protecção, materiais e cores são “commodities” globais.

Há também, no CV da Spark, uma for-te predominância de centros comerciais, ou de complexos mistos, residencial-co-mercial; é uma consequência por prefe-rir clientes privados ou advém do vosso principio básico de “criar arquitectura VXVWHQWiYHO�H�¿QDQFHLUDPHQWH�VROYHQWH´�(que faz com que seja justamente este tipo de projectos os mais fáceis de reali-zar actualmente)?

Os departamentos de suporte, como R�¿QDQFHLUR��SXEOLFLGDGH��PDUNHWLQJ��JUi¿FR��WHFQROyJLFR��HP�YH]�GH�HV-tarem centralizados num só, estão distribuídos entres os quatro escritó-rios e isso também está pensado de IRUPD� ÀH[tYHO� GHSHQGHQGR� GDV� GLIH-rentes exigências de cada escritório e das suas necessidades de crescimen-to. A tecnologia permite-nos estar co-nectado muito facilmente e, além de ferramentas tão comuns como as vi-deoconferências, temos um portfólio online actualizado diariamente para que cada colaborador de Spark pos-sa consultar os projectos dos demais escritórios; isto permite-nos, a todos, trabalhar num único ambiente de con-hecimento.

Pequim, Kuala Lumpur, Abu Dhabi, Tianjin; Ao analisar os últimos pro-jectos de Spark, pode-se subentender uma especial incidência no Extremo Oriente. O futuro da Arquitectura, tal como de outros sectores, é o Extremo Oriente? Existe uma maneira própria de conceber arquitectura no Extremo Oriente, que altera a actividade de um DUTXLWHFWR�� DR� SODQL¿FDU� H� H[HFXWDU��em comparação entre a Europa e, por exemplo, a China ou a Malásia?

A arquitetura tem diferentes “dri-vers”. Haverá sempre uma comuni-dade de empresas de alto nível que seguirá as tendências de crescimen-to demográfico e económico mun-dial e realizará projetos impressio-nantes, normalmente caros, que se transformarão em símbolos da for-ça e da riqueza dessas zonas. Essa vanguarda, ou caravana de designers

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É verdade que os projectos comer-ciais dominam o portfolio asiático de Spark, talvez seja um resultado direc-to da tipología de mercado dominante ali e do actual portfolio de clientes. O nosso trabalho na Europa, anterior ao Clarke Quay (o primeiro trabalho de Spark na Ásia) estava dominado por edifícios públicos como escolas, pro-jectos ferroviários e edifícios culturais. O projecto de Clarke Quay abriu-nos uma porta ao sector “retail” e comer-cial, onde realizamos vários projectos nos últimos 10 anos que foram galar-doados com vários premiados. É um sector em continua evolução por-que as inovações tecnologias alte-ram a maneira de viver, trabalhar e

3URFXUDPRV�D�LQRYDomR�PDV��VRPRV�JXLDGRV�SHOR�GHVHMR�GH�SURSRUFLRQDU�HGL-ItFLRV�TXH�VLUYDP�DV�FRPXQLGDGHV�

Fotografia/ Rihan Heights Courtesy of SPARK

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de aproveitar o tempo livre. Spark uer ser pioneira dessas mudanças, desen-volvendo novas tipologias que sejam sustentáveis e que reinventam os mo-GHORV� WUDGLFLRQDLV�GH�SODQL¿FDomR�XUED-na, arquitectura e design.

Ao analisar os vossos projectos denota--se a importância da cor. Do complexo Calypso em Roterdão ao porto pesqueiro de Shenjian, da recuperação do quebra--mar Clarke ao Tianjin World Trade Cen-ter, do projecto Bass and Flinders Ga-teway em Wollongong, em todos eles a cor adquire o mesmo protagonismo que as forma sinuosas e a sustentabilidade energética. É realmente assim?

Em Spark amamos a cor, é assim. So-mos um negócio cheio de cor e por isso UHÀHFWH�VH�QR�QRVVR�WUDEDOKR��$�DUTXL-tectura pode levar-se demasiado em

sério e perder o seu rumo ao perse-guir padrões e dogmas. Constatamos que as pessoas que usam os edifícios e os comissionam, também partilham a nossa opinião em relação a essa apro-ximação audaz à cor.

5HFHQWHPHQWH� ¿QDOL]DUDP� RV� WUDED-lhos do complexo Calypso em Roter-dão, existem mais alguns projectos na Europa, sobre os quais no podeis dizer algo mais?

O nosso escritório de Londres, que tem apenas 2 anos, está agora mes-mo a trabalhar sobre uma variedade de projectos residenciais, mistos e urbanísticos, principalmente na área metropolita londrinense. Brevemente UHYHODUHPRV�XP�SURMHFWR�VLJQL¿FDWLYR�na zona de Westminster. Vigiar essa zona! ;)

Fotografia/Raffles City Ningbo Courtesy of SPARK

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Photo: Maciej Bernas Children of Peru/Katarzyna KrólakEdited on TWISSST#3

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Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 Prada Backstage, MilanEdited on TWISSST#2

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RIGA94

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A Real Cidade do Báltico

Texto: Mauro ParisiFotogfrafIa: Ekterina Lokteva

Tradução: Rute MartinsTrip to Riga took place thanks to www.LiveRiga.com support

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Riga, a maior e mais cosmopolita cidade das Repúblicas Bálticas, é uma surpreendente realidade

pronta para acabar com qualquer ideia pré-concebida que ingenuamente se possa ter sobre ela. Fascinante, resulta uma mescla de atmosferas medievais, GH�XPD�VR¿VWLFDomR�EXUJXHVD�GR�LQtFLR�de ‘900 e uma efervescência cultural pós-moderna. Quase à mesma alti-tude que Edimburgo, mas 1500km mais a Este, Riga é a verdadeira ra-inha do Báltico ex-soviético. Tallinn, presa num papel de aldeia medieval para turistas ou Vilnius, relutante em GHL[DU� D� VHUHQLGDGH� DWULEXtGD� SHOR�seu tamanho pequeno, elevam ain-da mais Riga, cidade real e fascinan-te, cujo turismo existe na sua justa

medida, sem o risco de perder a sua essência e autenticidade. Era quase SUHIHUtYHO�QmR�OKH�ID]HU�SXEOLFLGDGH��de forma a evitar que se transforme em algo certamente diferente, se-QmR� SLRU�� 0DV� FHUWDPHQWH� TXH� 5LJD�merece ser conhecida, ser reconhe-cida pelo que é: uma das cidades mais interessantes da Nova Europa. É apelidada como a “Paris do Norte”, FRQWXGR� DV� FRPSDUDo}HV� SDUHFHP�sempre redutoras, além de pouco fa-vorecedoras. Poder-se-ia facilmente UHIXWDU�TXH�p�5LJD��H�QmR�3DULV��TXH�FRQWD�FRP�R�PDLRU�Q~PHUR�GH�HGLIt-FLRV�GH�$UW�1RXYHDX«�QR�0XQGR��6mR�����DV�FRQVWUXo}HV�GHVWH�HVWLOR�SHOD�cidade, ainda que a maior parte se concentre junto do centro histórico

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de Vecriga (Riga Antiga), além da su-FHVVmR�GH�SDUTXHV�TXH�R�URGHLDP�H�TXH��enquanto o frio invernal deixa a cidade, VH� WUDQVIRUPDP�QXP� UHOHYDQWH�SXOPmR�YHUGH��6mR�����DV�FRQVWUXo}HV�GHVWH�HV-tilo pela cidade, ainda que a maior parte se concentre junto do centro histórico de Vecriga (Riga Antiga), além da su-FHVVmR�GH�SDUTXHV�TXH�R�URGHLDP�H�TXH��enquanto o frio invernal deixa a cidade, VH� WUDQVIRUPDP�QXP� UHOHYDQWH�SXOPmR�YHUGH�)XQGDGD�SRU�PHUFDGRUHV�DOHPmHV�QR�ILP�GD�,GDGH�0HGLD��IRL�XPD�GDV�FLGD-des mais importantes da Liga Hanseáti-ca. Reconquistada a independência há pouco mais de 20 anos, Riga dedicou-se VHULDPHQWH�H�FRP�FRQYLFomR��HP�GHL[DU�DWUiV� RV� SHUtRGRV� VRPEULRV� GD� VXD� UH-cente história, para se converter numa ci-

dade centro europeia moderna, FDUDFWHUL]DQGR�VH�SHOD�DWHQomR�DR�SDWULPyQLR�DUWtVWLFR�H�UHVSHL-WR�H�FRQVHUYDomR�GR�PHLR�DP-biente. É palpável o extremos rigor, especialmente, no centro KLVWyULFR��QD�OLPSH]D�GDV�UXDV��e onde deixar uma beata no FKmR� p� FRQVLGHUDGR� XPD� SUR-IXQGD�IDOWD�GH�HGXFDomR�

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Riga acolhe�nos, ensinando�nos desde o ini�cio o seu lado mais autêntico, quando, ao cruzarmos o rio Daugava entramos no co�ração medieval da cidade, defendido por um lado, pelo Castelo dos Cavaleiros Porta Espada �actualmente Presidência da Repú�blica�, e do outro lado, por uma enorme es�trutura, por vezes ameaçadora, do contro�verso monumento dos Fuzileiros Letãs.

O ponto de partida é, sem dúvida, o centro histó-rico, com as suas ruas estreitas e pavimentadas ±�H�SRU�PDUFDU�XP�OXJDU��QR�QRVVR�ORFDOL]DGRU�GR�smartphone – Ratslaukumus��D�SUDoD�PDLV�FRQKH-cida de Vecriga, onde encontramos a imponente &DVD�GRV�&DEHoDV�1HJUDV��FRP�D�VXD�IDFKDGD�VR-berbamente decorada, sede do grémio dos mer-FDGRUHV�DOHPmHV�GD�FLGDGH�

6HJXQGR�D�WUDGLomR��p�WDPEpP�R� ORFDO�GH�QDVFL-PHQWR�GR�tFRQH�GD�GHFRUDomR�QDWDOtFLD��D�iUYRUH�GH�QDWDO��5H]D�D�KLVWyULD�TXH��HP�������SDUD�FHOH-EUDU�R�SHUtRGR�QDWDOtFLR��RV�FRPHUFLDQWHV�GD�pSRFD�arrastaram um enorme pinheiro e colocaram-no à frente da sua sede, após tê-lo adornado com ÀRUHV��$�SDUWLU�GH�HQWmR��D�UHSHWLomR�HP�FDGD�DQR�WUDQVIRUPRX�VH� QXPD� WUDGLomR� TXH�� FODUDPHQWH��VH�WRUQRX�SODQHWiULD�

9HFULJD� VXUSUHHQGH�QRV� FRP� XPD� LQ¿QLGDGH� GH�HVSDoRV�LQVSLUDGRUHV��VREUHWXGR�VH�GHFLGLUPRV�YL-sitar a cidade em pleno inverno. O contraste en-tre o vermelho dos tijolos das suas igrejas góticas e as cores das imponentes fachadas e o branco imaculado da neve que as cobre é realmente im-SUHVVLRQDQWH��$�SUDoD�GD�&DWHGUDO�/XWHUDQD�RX�DV�WUDVHLUDV� GD� ,JUHMD� GH� 6mR� 3HGUR� VmR� H[HPSORV�inenarráveis.

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Afastando�nos do centro históri�co, o bairro �Judenstil� é de enorme interesse. Edificado no início de �900, as suas avenidas arborizadas, amplas e rectilíneas, revelam algu�mas linhas condutoras da Art Nou�veau que impera em cada detalhe.

(QWUH�DV�UXDV�GH�$OEHUWD�,HOD��(OL]DEHWD�,HOD�H�6WUHOQLHNX�,HOD��FRQFHQWUDP�VH�WDOYH]��RV�exemplos mais fascinantes: animais e deu-VHV�PLWROyJLFRV�DOWHUQDP�VH�FRP�YHJHWDomR�H[XEHUDQWH�H�FRP�FDUDV�SRU�YH]HV�DPHDoD-dores e bocejantes, contribuindo para a de-FRUDomR�GH�DOJXQV�GRV�HGLItFLRV�PDLV�HOHJDQ-

5LJDV�-XGHQVWLOD�0X]HMV

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tes da cidade.8PD�YH]�QR�]RQD��D�YLVLWD�DR�5LJDV�-XGHQVWLOD�0X]HMV��R�0XVHX�GH�$UWH�Nova de Riga) é praticamente obrigatória. $�FDVD�GR�DUTXLWHFWR�3HNVHQV��XP�GRV�DUWt¿-ces dessa faceta de Riga, é hoje um museu onde se pode admirar vidrais originais, mo-ELOLiULR�FXUYLOtQHR��IUHVFRV�JHRPpWULFRV��8PD�

verdadeira casa burguesa dos anos 20, que ain da oferece a possibilidade de nos sen-tirmos parte da história, por uns minutos…alugando um dos chapéus originais dispo-QtYHLV�SDUD�RV�YLVLWDQWHV��(QWUH�FKDSpXV�FR-co, boinas e cartolas, cada um encontrará VHJXUDPHQWH�R�VHX�HVWLOR�SUHIHULGR�

&RQVWUX§£R�-XGHQVWLO�6WUHOQLHNX�,HOD�UXD

&RQVWUX§£R�-XGHQVWLO�$OEHUWD�/HOD�UXD

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A poucos metros do museu, também na 6WUHOQLHNX�,HOD��HQFRQWUD�VH�R�6HQQD��XP�dos cafés mais acolhedores da cidade, FRP�SDUHGHV�FREHUWDV�GH�PRWLYRV�ÀRUDLV��FDGHLUDV�HP�SHOH�RX�WHFLGRV�j�PmR��PREL-OLiULR�RULJLQDO�H�VHUYLoRV�GH�FKi�IUDQFHVHV�RX�UXVVRV��GR�LQtFLR�GR�VpFXOR�;,;��$V�WDU-tes de mirtilo, de frutos do bosque ou de JHQJLEUH�LUmR�UHSRU�R�DQLPR�H�DFDOPDP�D�JXOD��0DV�5LJD�p�PDLV�TXH�EHOH]D�DUTXL-WHFWyQLFD�H�FXLGDGR�SHOD�KHUDQoD�UHFHELGD��([LVWHP�ORFDLV�RQGH�SRGH�UHVSLUDU�D�JHQXt-na atmosfera popular, sendo, sem dúvida, onde o mercado central da cidade o mais relevante. Há quem diga que ir a Riga sem

o ver é como ir a Paris sem visitar o Lou-YUH��7DOYH]�QmR�VHMD�PRWLYR�SDUD�WDQWR��PDV�p�FRP�FHUWH]D�XPD�YHUGDGHLUD�H[-periência sensorial. Dependendo da es-WDomR�GR�DQR��QRV���KDQJDUHV��GLYLGLGR�por tipo de produtos) num total de quase 1km2, pode-se encontrar qualquer pro-GXWR��SmHV�GH�FHQWHLR��IUDPERHVDV��PLU-tilos, mel, arenque fumado, enchidos, tomates, pepinos, carnes e peixe fresco. 1HVWH�PHUFDGR�� 3DWULPyQLR�0XQGLDO� GD�Humanidade desde 1998, calcula-se te-rem passado mais de 80.000 pessoas por dia. Além do centro da cidade, Riga con-tinua a oferecer inúmeras possibilidades.

)RWRJUDŹD��1LNRQDIW

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$�]RQD�GH�$QGUHMDVDOD�FRQFHQWUD�DU-tistas emergentes que se conectaram perfeitamente com esse interesse e amor pelo desenho vanguardista e SHOR� HVWLOR� SyV�PRGHUQR�� FDUDFWHUtV-WLFR�GRV�SDtVHV�HVFDQGLQDYRV��1R�QR-roeste da cidade, num porto aberto ao intercâmbio cultural onde partem os ferrys para Estocolmo, e entre as

antigas fábricas e estabelecimen-tos, existe uma comunidade ar-WtVWLFD�XUEDQD�TXH�HVWi�D�FRQYHU-WHU� D� ]RQD� QR� FHQWUR� KLSVWHU� GR�Báltico. Esta já foi transformada num dos locais mais cool de Riga, com galerias de arte, laboratórios criativos, workshops e estúdios profissionais.

)RWRJUDŹD��DUULED���/RUHQ]R�)DQWLQL)RWRJUDŹD��DEDMR��)HGHULFD�*HQWLOH

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De um interesse inquestionável e a poucos quilómetros da cidade, nas margens do mar Báltico, está Jurmala. Ainda que as temperatu-ras durante grande parte do ano QmR� GHL[HP� SDUHFHU�� p� XPD� GDV�LQVWkQFLDV�WXUtVWLFDV�PDLV�IDPRVDV�GD�]RQD��

Já desde o fim de ‘800, era o lugar de descanso preferido de grande SDUWH� GD� QREUH]D� LPSHULDO�� SHOD�VXD�SUR[LPLGDGH�FRP�6mR�3HWHUV-burgo, e esse passado reflecte-se QDV�LPSRQHQWHV�PDQV}HV�DR�ORQJR�GR�ODUJR�SDVVHLR�PDUtWLPR��

Hoje em dia, continua a ser um LPSRUWDQWH�FHQWUR�WXUtVWLFR�GDV�ID-PtOLDV�PDLV�DEDVWDGDV��QmR�Vy�OH-WmV�PDV�WDPEpP�UXVVDV��DWUDtGDV�pelos diversos centros de wellness e spa, porque fora de temporada, quando neva ou está frio, o que Ki�PHOKRU�SDUD� ID]HU�GR�TXH�GLV-frutar das temperaturas das sau-nas e das massagens num centro GH�EHOH]D�H[FOXVLYR"

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Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 MENSWEAR COLLECTION, Thom Browne BackstageEdited on TWISSST#2

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L’AMOUR FOU!AS HORTAS URBANAS!Texto: Elena Doná / Fotografía: Helsinki Wayward Plants Plant TramTradução: Elis Porfirio

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L’AMOUR FOU!AS HORTAS URBANAS!

“Enquanto assistia a uma conferencia na periferia de Estocolmo, no Outono de 1974, passei por uma horta comunitária, situada junto de uns edifícios muito altos. Era uma idílica tarde que parecia Verão, com muita gente cui-dando da horta a poucos passos de suas residências. 30 anos depois, toda-via conservo na memória este cenário, pela aura de felicidade e satisfação que rodeava as pessoas que trabalhavam. Recordo que pensei “É isto! Isto sim é exemplo de uma sociedade civilizada”.

Lester R. Brown, , Analista Meio Ambiental

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O poeta Inglês Abraham Cowley escreveu, em 1688, que Deus criou

o primeiro jardim e Cain a primeira ci-dade. Em algum momento, os dois de-vem ter trocado impressões. 325 anos depois, os corações de algumas das cida-des mais bonitas do mundo voltam a ser verdes. Neste conceito estão para além dos parques urbanos de design clássico, das avenidas bordadas de árvores: os verdadeiros protagonista da luta contra o betão armado são as hortas urbanas.Hortas urbanas e verticais, que nascem nos telhados dos arranha-céus e em zo-nas industriais abandonadas. Hortas ar-tísticas, itinerantes e temporais, como o maravilhoso Plant Tram de Helsinki, uma

instalação realizada em 2012 com plan-tas que espontaneamente foram trazidas pelos habitantes da cidade. Hortas nas-cidas numa noite, num blitz da Guerrilla Gardening, e posteriormente cultivadas com ternura à luz do Sol. Hortas bonitas, pedagógicas, onde cada vez com mais IUHTXrQFLD�DV�ÀRUHV�GmR�OXJDU�D�WRPDWHV��VDOVD�H�PDQMHULFmR��7RUQDPR�QRV��R¿FLDO-mente, loucos pelas hortas, e a vantagem frente aos jardins, é que se come o que se cultiva.Segundo a FAO, em 2020, mais de 3500 milhões de pessoas viverão nas áreas metropolitanas, e a agricultura ur-bana poderá representar a única oportu-nidade para garantir alimentos saudáveis e nutritivos para a numerosa população.

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No entanto, não se cultiva só por necessidade.O que empurra mi-lhões de pessoas, que vivem nas mais dinâmicas cidades do mundo, a substituir as “business cases” depois de uma jornada de trabalho por uma enxada? Talvez o experi-mentar a emoção de ver crescer algo que nasceu das nossas mãos recuperando o contacto com a na-tureza e com gestos esquecidos. O ter que respeitar o ciclo do Sol e

das estações do ano. O dar impor-tância aos detalhes, tomar tem-po cheirar e degustar. Trabalhar duro e acabar cheios de energia, e fazê-lo com os demais, porque uma horta urbana significa, antes de mais, partilhar e conviver, uma nova forma de estar na vida que cada vez mais pessoas desejam experimentar. Estas são algumas das experiências vividas pelos pio-neiros de uma nova sociedade.

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ONDRES / onde a agricultura urbana é negócio

$LQGD�DQWHV�GH�TXH�VH�IDODVVH�GRV�-RJRV�2OtPSLFRV�� /RQGUHV� FRQWDYD� FRP� PDLV�de 600 hortas e o número cresceu ex-ponencialmente com vista ao evento. O SODQR�GH�%RULV�-RKQVRQ��PD\RU�GH�/RQ-GUHV��HUD�/RQGUHV������FRP������SDU-celas, com o objectivo de que todas as YHUGXUDV�FRQVXPLGDV�GXUDQWH�RV�-RJRV�Olímpicos tivessem origem nos agricul-tores urbanos. Talvez não sejam exac-WDPHQWH� ������ PDV� /RQGUHV� FRQWLQXD�a ser a cidade número 1 das hortas e dos jardins secretos, e não quer perder a sua marca: a cidade acaba de apro-var um novo investimento de 450.000£

SDUD�¿QDQFLDU�D�FULDomR�GH�KRUWDV�FR-munitárias em toda a área metropoli-tana. Hortas a visitar: pela sua atmos-fera mágica e pelos pequenos animais em liberdade que desfrutam da tran-quilidade do lugar, não se pode perder R�&XOSHSHU�&RPPXQLW\�*DUGHQ��,VOLQJ-WRQ����FXOSHSHU�RUJ�XN���QHP�WmR�SRX-FR�4XHHQ¶V�:RRG�2UJDQLF�*DUGHQ�����0XVZHOO�+LOO�5RDG���XPD�KRUWD�HVFRQ-dida e protegida por um denso bosque, onde se podem provar os produtos cul-tivados num cómodo café, que inclusiva-mente até prepara cestas de pic-nic per-VRQDOL]DGDV��TXHHQVZRRGJDUGHQ�RUJ��

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Organic Garden

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ONDRES / onde a agricultura urbana é negócio

Na cidade que tem como patrono o santo protector dos agricultores, 6DQ�,VLGUR�/DEUDGRU��D�SDL[mR�SHODV�hortas faz-se sentir de uma forma muito positiva.Madrid dispõe de uma rede de hortas comunitárias, alegre e activa, animada por co-lectivos de cidadãos que querem partilhar gratuitamente conheci-mentos e experiências, para pro-mover a agricultura ecológica e

ADRID / M uma rede de hortas, autoadministra-das, que reapropriam a cidade.

reapropriar-se de lugares abando-nados devolvendo à metrópole um ar mais tradicional e igualmente contemporâneo.

Hortas a visitar: O Horto do Patio 0DUDYLOODV� �6RODU�GH�$QWRQLR�*ULOR��H�D�KRUWD�$OLVHGD������GLUHFomR�KR-mónima) por fusão entre street art H� YHJHWDomR�� �UHGKXHUWRVXUEDQRV-PDGULG�ZRUGSUHVV�FRP��

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)RWRJUD¿D���0DGULG�5�KR[�3DWLR�0DUDYLOODV

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Entre as incontáveis hortas de Berlim, há uma que merece uma menção es-pecial… O legendário aeroporto de Ber-lin, Tempelhof – palco que testemunhou o primeiro voo em 1909, e depois de quase um século de serviço, em 2008 o aeroporto foi encerrado e abandona-do. Três anos depois, um pequeno gru-

ERLINM/ B : A história de um aeroporto que se converteu num jardim urbano

po de berlinenses decidiu converter a zona e investir o tempo cultivando um jardim. O projecto que obteve a autori-zação por parte das autoridades alemãs e agora conta com mais de 300 volun-tários, converteu-se em toda uma re-ferencia para quem quer abraçar uma QRYD�¿ORVR¿D�GH�YLGD�

116)RWRJUD¿D���-XOLD�'HLPDQQ��%HUOtQ��7HPSHOKRI�$LUSRUW

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Os telhados de Paris são um clássico? Porque não cultiva-los ? Quanto mais alto, melhor…A experiência de agricultura urbana mais interessante de Paris foi lançada pela associação Topager e a Escola AgroPar-isTech, no distrito número 5 de Paris: O telhado do instituto foi transformado num laboratório open air de 600 m2 onde as plantas crescem em vasos com um

ARIS / Potager sur les toits...P

composto obtido a partir de resíduos orgânicos municipais. Trata-se de um duplo êxito: verdura fresca em casa e menos lixo. No entanto par quem sofre GH�YHUWLJHP�WDPEpP�Ki�RSo}HV��R�-DU-GLQ� )HVVDUW� �GLVW� ���� p� XPD� SRVVLELOL-dade; uma pequena horta comunitária totalmente bio, alegre e visionária, in-stalado num piso térreo!

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ortas urbanas para visitar outras cidades/H

118

Amsterdam: Porque não começar por um passeio de bicicleta pelas hortas urba-QDV�GD�FLGDGH"�2UJDQL]DGR�SHOD�DVVRFLDomR�&LW\�3ORW��PHHWXS�FRP�&LW\SORW�$PV-WHUGDP���$�KRUWD�PDLV�FRRO"�6WDGVERHUHQ��%LOGHUGLMNNDGH�������VWDGVERHUHQ�RUJ�

Barcelona:���)RUDW�GH�OD�9HUJRQ\D��XPD�KRUWD�DXWRDGPLQLVWUDGD�FRP����DQRV�GH�existência, que está sempre aberta, é o lugar ideal para curiosos, situado no co-UDomR�GR�EDLUUR�%RUQH�SRGH�VH�GH¿QLU�FRP�XPD�Vy�SDODYUD���HQFDQWDGRU�����OKRUWH-tdelforat.blogspot.com.es)

Dublín:�8UEDQ�)DUP�����.LQJV�,QQV�6WUHHW��3URGX]LU�FRPLGD�QR�WHOKDGR�GH�XPD�IiEULFD�GH�FKRFRODWH�QR�FHQWUR�GD�FLGDGH���XP�ZRUN�LQ�SURJUHVV�GR�TXH��VHJXUD-PHQWH��YDL�GDU�TXH�IDODU����XUEDQIDUP�LH�

Lodz, Poland:�XQ�KHUPRVR�SUR\HFWR�GH�SHUPDFXOWXUD�JHVWLRQDGR�SRU�HO�6RFLDO�7KHUDS\�&HQWUH�IRU�<RXWK�GH�OD�&LXGDG��XQ�OXJDU�GRQGH�WUDEDMDU��MXJDU�\�VRFLDOL]DU��WYVN\�SO�PRV��

Oslo:�XP�SURMHFWR�HQFDQWDGRU��FRP�JHVWmR�D�FDUJR�GD�6RFLDO�7KHUDS\�&HQWUH�IRU�<RXWK�GD�&LGDGH��XP�HVSDoR�RQGH�VH�SRGH�WUDEDOKDU��EULQFDU�H�VRFLDOL]DU��WYVN\�SO�mos3).

Prague:�3UD]HOHQLQD��.RPXQDUGX�����8PD�KRUWD�PXLWR�EHP�RUJDQL]DGD��FRP�FD-IpV�H�PHVDV�GH�PDGHLUD��RQGH�VH�SRGH�DOXJDU��XPD�JURZ�EDJ�FRP�WXGR�R�TXH�VH�QHFHVVLWD�SDUD�FXOWLYDU�R�VHX�SUySULR�SHGDoR�GH�WHUUD��LPSHUGtYHO���KWWS���SUD]HOH-QLQD�F]��

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ortas urbanas para visitar outras cidades/

119

Roma:� �2UWR�&DSRYROWR��9LD�$UGHDWLQD�������8P�HVSDoR�PDUDYLOKRVR�H�HQFDQ-tador, que parece saído de um conto de fadas, administradas por adolescentes descapacitados, e que no Verão se converte numa sede temporal de exposições DUWtVWLFDV��PHUFDGRV�DUWHVDQDLV��FLQHPD�H�FRQFHUWRV�DR�DU� OLYUH���RUWRFDSRYROWR�blogspot.it)

Viena:�&LW\�)DUP�6FK|QEUXQQ��*U�QEHUJVWUD�H������������P��GH�PDUDYLOKRVDV�hortas e jardins, situados nos terrenos onde, há alguns anos atrás, passeava a ,PSHUDWUL]��6LVVL���KWWS���FLW\IDUPVFKRHQEUXQQ�RUJ��

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120

Photo: Kris Schmitz

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121

Photo: Sonny VendeveldeAW 2013 Valentino Backstage, ParisEdited on TWISSST#2

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Rota dos Vinhos

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Destino - Bordeaux

Page 124: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Page 125: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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A zona brinda-nos com várias opções que

incluem degustação e visita

a diversas adegas.

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Pode passar um dia em cada região,

apostando em tours quemisturem a

herança cultural de Bordéus e a tradição

vinícola é uma aposta segura.

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3RGH� SDVVDU� XP� GLD�HP�FDGD�UHJLmR��DSRV-WDQGR� HP� WRXUV� TXH�PLVWXUHP� D� KHUDQoD�FXOWXUDO� GH� %RUGpXV� H�D� WUDGLomR� YLQtFROD� p�XPD�DSRVWD�VHJXUD�

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Uma espólioarquitectónico,

histórico e cultural que dão corpo a uma oferta

à medida dos gostos e

necesidades de prácticamente

qualquer turista.

3DUD�XPD�LQVHUomR�SOHQD�QR�PXQGR�YtQLFROD��UHVHUYH�XP�GLD�SDUD�YLVLWDU�R�0XVHX�GR�9LQKR�H�GR�&RPpUFLR��6DLUi�GH�%RUGpXV�XP�SHULWR�HP�YLQKR�«H�YDL�TXHUHU�YROWDU�

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Page 128: Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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Photo: Maciej Bernas Children of Peru/Katarzyna KrólakEdited on TWISSST#3

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Photo: Telma Russo@Modalisboa, Lisbon Fashion WeekEdited on TWISSST#0

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1927

:

O EXPERIMENTALISMO

UNIDO À

TRADIÇÃOTexto: Eleonora Maggioni7UDGXoDR��(OLV�3RU¿ULR

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O EXPERIMENTALISMO

UNIDO À

TRADIÇÃO

Desde 1947 que o festival Fringe de Edimburgo é um dos pilares do tea-tro no panorama internacional, re-presenta sem dúvida um trampolim para muitas das companhias emer-gentes que procuram o êxito e visi-bilidade internacional para as suas obras.

Assim aconteceu com “1927”, com-panhia inglesa que em 2007 desem-barca no Fringe com a sua primeira obra teatral: Between the Devil and the Deep Blue Sea.

Fundada em 2005, deve o nome ao ano de desaparecimento do cinema mudo, assim como ao ano de estreia nas salas de cinema de “Metropolis” de Fritz Lang. As produções de 1927 levam tempo, recorrem a técnicas especiais, onde misturam com origi-nalidade teatro e vídeos de anima-ção.

$�PLVWXUD�HQWUH�XP�¿OPH�PXGR�H�R�tradicional “music hall”, tornou-se em pouquíssimos dias na revelação do Festival de Edimburgo. E enquan-to a crítica, geralmente feroz com muitos dos debutantes, elogia o tra-balho de 1927, o telefone da cofun-dadora Suzanne Andrade toca sem parar, e os maiores teatros europeus se oferecem para representar o es-petáculo da companhia.

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O estilo de 1927 rapidamente se traduz como sinónimo de inovação e experimentalis-mo; a fusão da música em

directo com actuações live que se interligam com projecções em ecrãs de grande formato; sempre desen-volvido através do prisma do cinema mudo, da cultura “noir” e do típico formato dos contadores de histórias

da nossa infância. Parece assistir-se a uma velha pro-jecção de cinema mudo; as sen-sações são as mesmas, mas com o acréscimo encanto de parecer poder partilhar o mesmo espaço que os ac-tores e os restantes especta dores, presentes nas diminutas salas onde, normalmente, a companhia repre-senta.

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Apesar desta ser uma mistura infalível, a companhia chegou a questionar-se sobre uma mudança para a segunda obra, The Devil and the Children Took the Streets, por medo à dinâmica do espectaculo poder vir a aborrecer o público.. 1mR�R�¿]HUDP��Decidiram seguir coma mesma linha teatral que tan-to êxito proporcionou e que os levou a actuar em Madrid, há alguns meses atrás, no “Festival de Outo-no na Primavera”, no teatro intimista de “La Cuarta Pared”.

A obra conta a história de um bairro complicado, si-tuado na periferia de uma qualquer cidade, onde os vizinhos espreitam por detrás das cortinas a vida dos demais e onde as crianças não podem brincar na rua. Como se se tratasse de um conto ilustrado, a história ganha vida graça a três actrizes (Sue Appleby, Elea-nor Buchan e Lewis Barfoot) que interpretam vários personagens em simultâneo e que as permutam re-correndo a rápidas mudanças de máscaras. No fundo do palco estão três ecrãs onde se projectam LPDJHQV�TXH�GmR�YLGD�D�WUrV�FHQRJUD¿DV�GLVWLQWDV�H�onde através das quais as três artistas passam repe-WLWLYDPHQWH��GH�XPD�HP�XPD��VHJXLQGR�R�¿R�QDUUDWL-vo dictado pelas projecções.

A história é atractiva, e contada com humor, mas VHP�SHUGHU�D�PHODQFyOLFD�HVVrQFLD�GR�¿OPH�³QRLU �́�Inspirado nas novelas de Dickens, The Devil and the Children Took the Streets, conta a história de um porteiro que sonha com sair do bairro desolado em que vive e onde chega uma mãe sonhadora, conven-FLGD�GH�SRGHU�VDOYDU�RV�¿OKRV�GR�VHX�GHVWLQR�

Uma obra que nos recorda o teatro comprometido e político de Brecht através da parábola sobre o poder e as classes sociais, mas que ao mesmo tempo se torna intemporal graças à sua particular encenação.

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A companhia, actual-mente em digressão pela Europa, tem como projecto conti-

nuar com a interacção entre animação e teatro.

Muitos teatros como, por exemplo, a Ópera Cómica de Berlin, que no ano passado en-cargou à companhia a adapta-ção da obra Flauto Magico,competem entre si para que 1927 pise os seus palcos, êxi

to que Suzanne Andrade jus-WL¿FD�FRQYHQFLGD�TXH�VH�GHYH�em parte também ao facto da companhia ser uma pequena realidade teatral que se move em espaços cénicos diminu-tos.

E é uma realidade indiscutí-vel; parte do segredo da sua última performance se deve à proximidade dos espectadores como palco e da possibilidade de disfrute desta proximidade.

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De facto, Andrade está decidida em não su-cumbir às pressões externas que excla-

mam por um regresso de 1927 ao Festival de Edimbur-go, o que implicará uma pro-dução de maior escala.

“We are still a little company” refere a cofundadora de 1927, que entretanto considera a

possibilidade de vir a explo-UDU�R�FLUFXLWR�FLQHPDWRJUi¿FR�com o mesmo entusiasmo e o mesmo nível de experimenta-ção que caracterizam a com-panhia,

Esperemos, para breve, ver o seu terceiro trabalho e poder voltar a emocionarmo-nos como já sobejamente nos acostumaram.

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José Guerrero

O Fauvista abstracto.Texto: Jose Manuel Delgado OrtizTradução: (OLV�3RU¿ULR

Autorretrato, 1950 Centro Jose Guerrero, Granada

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Guerrero

A cor, uma aposta pela l iberdade da cor; assim podemos subentender, desde o inicio, o

que foi a obra do pintor, a cor como meio de expressão vital. A sua obra maravilhou os seus contemporâneos e para muitos amantes de arte resulta cativante, ainda que seja pouco referenciado nas conversas dos cafés situados frente às galerias de arte de maior prestigio.

Nasceu em Granada, Espanha, em 1914 numa humilde família e com uma desmedida ilusão por aprender, emigrou para Madrid procurando novos conhecimentos artísticos na Escuela de Bellas Artes de San Fernando. Fico desmoralizado ao confirmar que os seus professores se preocupavam mais com a proibitiva abertura ao conhecimento de artistas de vanguarda, como Picasso, que em reconhecer a sua arte. Na Academia só conheceu os impressionistas, na sua maioria falecidos há pelo menos 30 anos anteriores à sua chegada.

O interesse por conhecer a obra de seus congéneres impulsionou-o a solicitar varias bolsas para emigrar, para a Paris de 1945, com o objectivo de vir a conhecer o que para si, era a verdadeira arte do seu tempo.

E assim foi, viver em Paris foi a primeira de muitas experiências fora de Espanha, e enquanto estudante, face aos fracos recursos económicos, recorreu à ideia de viver de sua pintura, algo que até ao momento não tinha pensado, uma vez que até então apenas sentia a necessidade de pintar. Na Vil le Lumière aprende a técnica do fresco e conhece a Matisse, os quadros deste são uma inspiração; foi através de Matisse que teve o seu verdadeiro primeiro contacto com a cor. Depois de um ano em França volta a Granada, onde se encontra incómodo; a arte, a sociedade e o ambiente asfixiam-no. Sente-se fora de lugar e decide voltar a emigrar.

Les Marocains en priere, Matisse

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Vai para a Suíça, Itál ia, Bélgica e Inglaterra, onde começa a viver da sua obra. Consegue algumas exposições de êxito e começa a dotar a cor de maior protagonismo que a figuração.

Após a sua visita a New York começa a sua investigação sobre o abstracto, Guerrero informou-se sobre os desenvolvimentos do expressionismo abstracto e dos movimentos de vanguarda em Londres, mas só quando chega à cidade da grande maçã, a sua obra reflexa a influência provocada pelos artistas norte-americanos. Na sua primeira obra abstracta “Las lavanderas” de 1948 Guerrero dá-nos as primeiras pistas para entender a sua pintura.

Nas Lavanderas a cor predomina e se aglutina rodeada por figuras ovaladas, óvulos cheios de cor, essa cor Fauve – puro e intenso – que tanto se deve a Matisse. Vislumbra ainda a presença figurativa, uma vez que remarca braços e pernas, mas será o ponto de inflexão na

arte; a partir de aí só se repetem essas figuras geométricas de forma ovalada que tanta energia dão à tela. Somente em 1950 voltou à figuração com o seu autorretrato, que fez, não por gosto, senão obrigado pela circunstância já que tentou dar aulas de desenho e devia demonstrar que era capaz de fazer desenhos naturalistas.

No seu autorretrato, Guerrero pinta-se de perfi l, à maneira ital iana, mas são nesses seus gestos observamos um adeus a essa técnica. O seu olhar reflexa um último olhar do artista a toda a sua obra realizada até ao momento, trata-se de um olhar para trás, por última vez, para ganhar impulso no salto a dar em frente, de encontro ao caminho que o levaria ao abstracto.

Nos anos cinquenta produz-se uma explosão criativa, Guerrero, é um artista conhecido nas altas esferas do mundo artístico, relaciona-se com Rothko e com a galerista Betty Parsons, que lhe

Las Lavanderas 1948 Centro Jose Guerrero, GranadaDos Hilanderas, 1948, Centro Jose Guerrero, Granada

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brinda a oportunidade de expor pela primeira vez em New York, a capital da arte nessa época.

É claramente influenciado pela paixão do expressionismo americano, os traços tornam-se mais violentos, mais longos e curvos. Este é o Guerrero no seu zénite artístico, é capaz de adoptar o melhor do Expressionismo Abstracto Americano – de Motherwell ou Pollock - e convertê-lo em casualidade, com uma total honradez e claridade. Perguntam-lhe várias vezes se é um dos defensores do Action Painting, ao que responde que não, porque ele cria baseado num principio, num meio e num fim, nada é deixado ao acaso. O seu objectivo baseia-se na transferência da energia do corpo e da mente à tela, a energia é o principio e o fim.

Sem a influência que tiveram outros nas artes, sem a transcendência e a popularidade, Guerrero comove-nos, fascina-nos e, sobretudo, envolve esse espectador ávido de novas sensações e de pluralidade

artística. No âmbito artístico, foram poucos os que conseguiram tocar tantos géneros diferentes, aprender deles e assumi-los como seus com tanta elegância.

Guerrero é o paradigma do pintor aluno, o pintor que reúne em si mesmo, todas as qualidades dos diferentes movimentos artísticos, e é capaz de sobressair em todas como ninguém, já que na realidade procurava criar o seu próprio estilo.

Um esti lo único e irrepetível, uma vez que são poucos os que possuem a capacidade de adaptar-se criativamente à sua época e ao lugar onde se encontram. É o viajante infatigável que na procura do seu modus operandus artístico percorre o mundo, e cujo resultado irremediável dessa procura é a sua obra.

Obra que como acontece muitas vezes em todo mundo, termina onde começa, em Espanha e mais concretamente na sua querida Granada.

Serie Sur con Rojo (South Series with Red), Jose GuerreroLas Lavanderas 1948 Centro Jose Guerrero, Granada

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Calendário Cultural

KULTURNATTAA partir de 11 de Outubro. Gotemburgo, Suécia

Cada mês de Outubro, os teatros, galerías e cafés de Gotemburgo permanecen abertos até mais tarde no Kulturnatta. Produzem-se uma série de eventos como leituras literárias, espectaculos de dança, concertos de jazz, obras de teatro e exposições. A cerimónia de abertura de este ano está a cargo da bailarina Carmen Olsson e da companhía Spinn. Centenas de artistas animam cada esquina desta cidade ao sul da Suécia revigorando-a com mistério, paixão e criatividade. Fortemente recomendável se tem prevista uma viagem a estas frias e igualmente interessantes terras escandinavas.www.kulturnatta.goteborg.see

Textos: Jose Manuel Delgado Ortiz, Rute Martins, Simone Guellar, Thomas Thinwes

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“O mistério do ordinário”. Magritte e o surrealismo no MoMAAté 12 de Janeiro 2014 – MoMa, Nova Iorque

Através dos trabalhos realizados entre 1926 e 1938 a exposição mostra a evolução do artista no período em que mais próximo se encontrou do surrealismo. 80 obras, entre quadros, collages, fotografias e trabalhos gráficos oferecem a quem visitar o museu novaiorquino, uma visão completa da forma de ver o mundo deste original pintor belga através da representação de objectos de uso quotidiano.

Vienna - Berl in. Art of two metropolisesA partir de 24 Outubro de 2013 até 27 de Janeiro 2014. Berlin Gallery (Berlín) e Galería Belvedere (Viena)

A Berlin Gallery e a Galería Belvedere de Viena unem esforços para apresentar por primeira vez uma grande exposição que relata o expressionismo moderno desde principios do seculo XIX até à Nova Objectividade; de Klimt a Grosz. A exposição está dedicada ao “vital” e recupera o sempre interessante diálogo cultural Viena

– Berlín; nesta ocasião desde as posições do modernismo clássico nas Belas Artes. Composta por uma selacção de artistas cujas obras se podem contemplar entre os quais se destacam Hans Baluschek, Max Beckmann, Otto Dix, George Grosz, Raoul Hausmann, Hannah Höch, Ernst-Ludwig Kirchner, Erika Giovanna Klien, Gustav Klimt, Oskar Kokoschka, Broncia Koller-Pinell, Max Liebermann, Jeanne Mammen, Ludwig Meidner, Koloman Moser, Max Oppenheimer, Emil Orlik, Christian Schad, Egon Schiele e Max Slevogt.

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Contemporary Arts between Poland and BritainAté 15 de Novembro de 2013 - Ujazdowski Castle Center for Contemporary Art. Varsóvia. Polónia

A exposição “British British Polish Polish. Art from Europe’s Edges in the Long 90s and Today” reúne mais de 20 dos mais controvertidos artistas contemporâneos ingleses e polacos que marcaram as correntes artísticas contemporaneas de estes dois paises europeus unidos por un nexo cada vez mais estreito. Poder-se-ão contemplar varios trabalhos

de artístas tão mediáticos como os ingleses Damien Hirst, Chris Ofil i, vencedores de prémios como o tão prestigioso Turner Prize, e os polacos Zbigniew Libera e Katarzyna Kozyra já reconhecidos em distintas exposições nacionais e internacionais. Todos e cada um deles se caracterizam pela nenhuma indiferença e alguma controvérsia que geram as suas propostas artísticas, com uma directa vinculação com temas sociais e politicos. São exemplos a “Let’s Eat Outdoors Today” de Hirst, a “Pyramid of Animals” de Kozyra e também a “Lego System” de Libera.

Festival d’Automne à Paris 2013Até 12 de Janeiro de 2014, Paris, França

Paris celebra o Outono con un Festival homónimo. Até ao próximo dia 12 de Janeiro uma completíssima mostra cinematográfica, de fotografía, ópera, teatro e performances musicais aportam um pouco mais de magia, à cidade das luzes. O objectivo: mostrar a nova arte e a nova cultura parisina. Máis de 40 eventos serão realizados en distintos locais emblemáticos como a Vil le Lumièr, o Centro Pompidou, o Teatro de Chail lot ou o Teatro dos Champ-Élysées. Uma vez mais Paris veste-se a rigor, nesta ocasião para homenagear a Hiroshi Sugimoto, Trisha Brown ou Olivier Sail lard. A não perder!

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William ChristenberryAté 24 de Novembro de 2013, Fundação Mapfre, Sala Azca – Madrid, Espanha

Will iam Christenberry (Tuscaloosa, Alabama, 1936), criador de um esti lo imaginário próprio com toques oníricos, situa-se num lugar destacado dentro da fotografía contemporãnea. Esta exposición convida-nos a descobrir a sua visão

das paisagens tradicionais do Sul dos Estados Unidos, uma visão resultado de vivências, leituras e momentos imaginários através de um mix de imagens paisagisticas e relato social. As mais de trezentas fotografías e diversas esculturas presentes constituem a mais completa exposição de este fotógrafo real izada na Europa até à data e uma ocasião única para os amantes da apelidade, sexta arte.

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