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Um Encorajamento

Para Ministros em Provações

Fred Malone

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Traduzido do original em Inglês

An Encouragement to Ministers in Trial

By Fred Malone

Via: Founders.org

Tradução por Carolina Crepaldi Hito

Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Abril de 2018

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida

permissão do Ministério Founders Ministries (Founders.org), sob a licença Creative Commons

Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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Um Encorajamento para Ministros em Provações

Por Fred Malone

Muitos entram no ministério para conseguir algo fora dele e não para serem responsáveis

mensageiros da Palavra de Deus. Alguns entram para conseguir encorajamento, para se

sentirem importantes, para se se sentirem uteis a Deus, para resolver problemas, outros

entram pelo prestígio ou pelo poder. Bem ou mal, nenhumas dessas são as razões

adequadas. Ninguém irá permanecer ao longo do tempo e sob provações.

Existem tantos possíveis desencorajamentos no ministério do Evangelho. Não porque

as pessoas são más. Pois, francamente, todas são iguais, pecadores salvos pela graça,

mas que ainda pecam. Para aqueles que pensam que conseguirão fazer seu povo passar

desse ponto, ou que encontrarão uma igreja livre de problemas, eles apenas precisam ler

Paulo mais atentamente. Não significa que Satanás é invencível, porque ele está agora

mesmo em sua agonizante morte, enquanto ataca a todos os que amam a Cristo e O

pregam.

O maior desencorajamento para este ministro, e são muitos, está dentro dele mesmo.

Especialmente quando se está sob o estresse de provações. Pois, à medida que alguém

caminha em Cristo depois de tantos anos, percebe, como Paulo, que ele também é o

principal dos pecadores. Ele descobre que se ele não tivesse nenhuma ovelha pecadora,

ainda assim, teria um trabalho em período integral para guardar seu próprio coração.

Portanto, eu gostaria de encorajar ministros em provações aplicando o encorajamento

do Evangelho de Jesus Cristo para nosso próprio coração, pois é no guardar do coração

do ministro que começa o cuidado com o coração do nosso povo. É por isso que Paulo

disse a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque,

fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Timóteo 4:16).

Existem alguns desencorajamentos únicos que podem fazer parte do ministério do

Evangelho, mas existem quatro encorajamentos que têm ajudado a muitos em tempos de

aflições.

I. Primeiro, você vai passar por provações e sofrer até certo ponto. Isso pode não

ser muito encorajador para você, mas o é para mim. Nosso Senhor nos diz na entrada do

caminho para que não nos desencorajemos quando esse tempo chegar. Mateus 10:5-39 é

o manual de evangelismo do Senhor. Nós não vemos isso em tais manuais hoje. Ele disse

aos discípulos que não veio trazer a paz, mas a espada. Que eles serão odiados por todos

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por causa de Seu nome. Que os inimigos dos homens serão os de sua própria casa. Que

eles devem substituir o temor dos homens que matam o corpo por um temor ainda maior

de Deus que pode destruir ambos, alma e corpo, no inferno. Que esse Pai pode protegê-

los dos homens. Toda a estrutura do Novo Testamento, dos ensinos do nosso Senhor

passando por 1 Pedro até ao Apocalipse, explica que os Cristãos sofrerão; especialmente

os ministros de Deus.

Não é comum alguém desfrutar de sofrimento e de martírio. Alguns podem até mesmo

buscar crises porque isso os faz se sentirem importantes, fiéis e fortes. Isso é algo

egocêntrico e imaturo. 2 Timóteo 2:3, 8-10 e 3:10-12 deixa isso claro. Os fiéis ministros de

Deus sofrerão até certo ponto. Haverá aflições. Não importa o quanto você avalie,

antecipadamente, o preço, não tem como você entender inteiramente o valor do ministério

até que você o experiencie. (Mesmo que você avalie, antecipadamente, o preço do

ministério, não tem como entender inteiramente seu valor até que o experiencie).

Portanto, não fique surpreso com tais provações. Esse trabalho exclui muitas

expectativas de facilidade e conforto, então precisamos aceitar essa probabilidade e nos

contentar em ter a Jesus Cristo, se não houver nada mais.

Charles Bridges (em sua obra The Christian Ministry [O Ministro Cristão]) lista quatro

provações do ministério. Elas vêm da (1) igreja professa, (2) do mundo, (3) do poder de

Satanás e (4) de nós mesmos.

A. Considere as provações da igreja professa. Cotton Mather relatou a grande

provação de John Eliot (Bridges, Christian Ministry, p. 12):

Ele olhou para a conduta da igreja como algo assistido por tantas dificuldades,

tentações e humilhações que nada além do chamado do Filho de Deus poderia

encoraja-lo a ser suscetível a isso. Ele viu que carne e sangue não achariam algo

muito agradável serem obrigados a supervisionar um grupo de pessoas que, pelo seu

próprio juramento solene, deveria ser listado entre os voluntários do Senhor Jesus

Cristo; que não seria algo fácil alimentar as almas dessas pessoas, e das crianças, e

dos vizinhos, os quais devem ser trazidos para o mesmo rebanho que o dele; suportar

suas maneiras com toda a paciência, ensina-los sem se deixar desencorajar por suas

fraquezas; e por olhar e orar por eles; valorizando-os muito, como o rebanho o qual

Deus comprou com Seu próprio sangue; apesar de todas as suas falhas; e em tudo

examinar as regras das Escrituras para o fundamento de qualquer coisa que deve ser

feita; e se lembrar do dia do julgamento em que deveremos prestar contas de tudo o

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que tem sido feito. Aqui está apresentada a opinião dele (como o grande John Owen

a expressa) que, apesar de toda a expressão dada a qualquer igreja pela magistratura

pública, enquanto estivermos neste mundo, os que cumprirem fielmente seus deveres

como ministros do Evangelho precisam estar preparados para o sofrimento; bem

como terem uma noção dessas coisas desde quando ele deu a si mesmo para o

sagrado ministério.

A resposta de Bridges à opinião de Eliot foi: “Exceto que percebamos uma alta

estimativa da igreja, a influência constrangedora do amor do Salvador e o sustento da graça

do Todo-Poderoso, o que existe que possa nos preservar de afundarmos em desânimo?”.

O pior dos sofrimentos de Paulo pelo Evangelho foi: “Além das coisas exteriores, me

oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não

enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” (2 Coríntios 11:27-29).

Bridges dizia que os ministros são colocados para a queda e elevação de muitos em

Israel (Isaías 6:9-10; Lucas 2:34): “O triste fardo do ministério é que para alguns somos o

cheiro de vida para a vida, para outros cheiro de morte para a morte (2 Coríntios 2:15-16).

Quem é suficiente para estas coisas? O piedoso John Brown disse:

Desde que fui ordenado, eu não sei com que frequência tem sido pesado para o meu

coração pensar o quanto das Escrituras tem sido cumprido em meu ministério.

Frequentemente tenho um ansioso desejo de ser removido pela morte do que me

tornar uma praga para minha pobre congregação. No entanto, muitas vezes tenho me

perguntado, e considerado esse desejo como minha loucura, e implorado ao Senhor

para que me tornasse bem-sucedido em meu trabalho e que se isso não fosse para a

gloria dEle, me removesse por meio da morte (Bridges, p. 13).

Às vezes, as provações do ministro são pessoais, mas são com mais frequência

ministeriais.

B. Segundo, existem dificuldades com o mundo. Isso não inclui apenas a oposição e

o ridículo do mundo, mas também sua cortesia exterior, o que é pior. De acordo com 1

Coríntios 1, o mundo normalmente nos considera loucos e insensatos. No entanto é mais

difícil ver e confrontar os sorrisos do mundo, correndo o risco de sofremos oposição. Devo

criar ondas ou não quando as coisas estão correndo de maneira tão suave? Contudo, nosso

Senhor disse que Seus discípulos não são maiores do que Seu mestre sofredor.

C. Terceiro, existem dificuldades resultantes das inquietas e sutis atividades do

tentador. Ele sempre ataca a igreja, mas especialmente a mente e o caráter do ministro.

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Calvino disse que o ministério “não é um exercício fácil e indulgente, mas uma difícil e

severa guerra, em que Satanás está exercendo todo o seu poder contra nós e movendo

todas as pedras para nossa perturbação”. Não devemos esquecer que a primeira estratégia

de Satanás era atacar ao Bom Pastor no deserto antes que Ele fosse atrás de Sua ovelha

perdida. Com certeza a estratégia dele é atacar e desencorajar os sub-pastores do Senhor

em seus pontos mais fracos com as mais fortes tentações. Não temos visto muitos caírem?

Vigie e ore!

D. Mas, em quarto lugar, talvez as maiores dificuldades derivem sua origem e poder

de nós mesmos. O amor natural pela facilidade, a falta de autonegação, a falsa ternura

quando hesitamos ao declarar verdades desagradáveis, tudo isso interfere. Devemos

labutar quando nossos corações estão em um estado de frieza. Oposições podem revelar

um espírito egoísta, orgulhoso, furioso e arrogante que é pior do que qualquer coisa que

nossa oposição faça. A popularidade tende a revirar e encorajar a vã autoconfiança,

enquanto a falta de popularidade promove a impaciência ou o desânimo. O ministro, de

algum modo, sofrerá.

Como podemos lidar com tantas provações? Aqui está como: Esses

desencorajamentos se tornam fonte de encorajamento, porque somos lançados sobre

nossas fraquezas até que a fé encontre ajuda no seio do Filho de Deus. Devemos parar de

esperar que as pessoas respondam adequadamente, fazendo delas nossos deuses da vida

e da morte. Viver e morrer pelo comportamento do nosso povo, é idolatria. Paulo disse:

“Segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos” (2 Coríntios 4:1). O conforto

da misericórdia de Deus que foi recebido foi a única motivação duradoura que eu já

encontrei no labor e nas provações.

Pastores frequentemente me perguntam: “Onde posso obter forças para enfrentar

todas estas dificuldades?”. A resposta é encontrada em três grandes verdades:

(1) Lembre-se de Jesus Cristo e o que Ele fez por você. Quando você fizer tanto

quanto Ele, você pode parar. (2) Você não merece nada melhor, mesmo se estiver

teologicamente correto. (3) Se você tem a Cristo, isso é mais do que suficiente. Paulo

entendeu o papel do sofrimento no ministério em 2 Coríntios 4:7-12:

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja

de Deus, e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos,

mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não

destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no

nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; E

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assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para

que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal. De maneira que em

nós opera a morte, mas em vós a vida.

Saber de antemão que, de certa maneira, sofreremos é encorajador.

II. O segundo encorajamento para o ministério é este: vale a pena. Vale a pena,

não tanto pelo sucesso que vemos, mas porque Lucas 10:20 nos diz que a graça é melhor.

Depois de os discípulos relataram os brilhantes sucessos de seus ministérios de

evangelismo e cura, o nosso Senhor disse: “Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem

os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus”. A graça

recebida, do começo ao fim, é nossa contínua esperança e firmeza. No entanto, existem

outros encorajamentos subsidiários que o fazem valer a pena.

A. Primeiro, isso vale a pena por causa dos frutos espirituais e permanentes do nosso

ministério, mesmo que únicos. Cotton Mather descreve a atitude do Arcebispo Williams

(Bridges, Christian Ministry, p. 19):

Eu vou lembrar-lhe, diz Contton Mather, que um dos maiores personagens (um

Arcebispo e um Lorde Protetor) na nação Inglesa (Arcebispo Williams) uma vez

pronunciou esse memorável discurso: “Eu passei por muitos lugares de honra e confio

em ambos, na igreja e no estado, mais do que qualquer um [colega] de minha ordem

na Inglaterra, há 70 anos; mas ao assegurar que, pela minha pregação, converti uma

alma para Deus, aqui eu deveria ter mais conforto do que em todas as honras e

funções que me foram concedidas”. Você está entrando em um trabalho que vai lhe

manter continuamente em um caminho de satisfação incomparável; e eu espero…

Que a salvação, o esclarecimento ou a edificação a qualquer momento de uma alma

seja uma alegria maior do que se todas as riquezas de Ofir lhe fossem dadas.

Lucas 15:10 registra a alegria de um pastor sobre um pecador que se arrependeu.

Nós trabalhamos por aquele único pecador até que Ele no-lo dê. Reputamos a preciosidade

de uma alma mais do que o valor de todos os confortos na vida. Na terra, nosso Senhor,

foi atrás daquele um e ainda o faz… Um por um. Assim como nós devemos fazer. Se

vivemos nossa vida toda gastando e sendo gastos por uma alma, terá valido a pena. Esse

é um grande incentivo durante as temporadas de pequenas colheitas.

B. Vale a pena por causa das afetuosas simpatias de um povo amado. Isso também

é uma fonte subordinada de conforto e encorajamento. Eles sabem que temos paixões

semelhantes e oram por nós. Que benção é ver a gentileza fluir para você, não por sua

causa, mas porque você foi um simples instrumento nas mãos do nosso Grande Médico. O

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povo de Deus, aqueles que nasceram de novo, são grandes amantes de Seus ministros.

Nem todos os Cristãos tem o sabor desse privilégio.

C. Vale a pena por suas vantagens especiais do cultivo da piedade pessoal. Faz bem

para nossas almas, sermos dados aos estudos das coisas do Céu e de Cristo. A Oração, a

Escritura, a meditação e o ensinar, todas estas coisas nos levam para Deus em vez de nos

afastar, como acontece com alguns empregos. Não devemos nos entregar ao

profissionalismo estéril, mas ao próprio Cristo e à Sua palavra. John Bunyan disse: “Eu

preguei o que eu realmente sentia”. Mas você deve sentir primeiro. Deus dá o alto privilégio

a seus ministros de permanecerem na Palavra, para que outros possam colher os

benefícios por si mesmos.

D. Finalmente, vale a pena pelas promessas de nosso querido Senhor. Quem pode

estimar o valor da promessa para aqueles que cumprirão a Grande Comissão: “E eis que

eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Esse é um enorme

conforto para os ministros do Evangelho. Vale a pena servir ao Cristo ressurreto. Apesar

dos tempos de dificuldade e de desencorajamento, essa grande verdade me permite, na

maioria das vezes, dizer juntamente com Thomas Scott (Bridges, Christian Ministry, p.23):

Mesmo com todos os meus desencorajamentos e desânimos pecaminosos; em meus

melhores momentos, não consigo pensar em um trabalho que valha mais a pena

comparado a esse. Se eu tivesse mil vidas, gostaria de gastá-las de bom grado nisso. E

quantos filhos eu tivesse, os dedicaria a isso com prazer.

III. O terceiro grande encorajamento para os ministros é este: Um dia isso

acabará. Um dia o descanso virá. Eu não quero dizer “acabar” num sentido negativo; pelo

menos não hoje. Eu quero dizer “acabar” no sentido mais positivo; “descanso” é em seu

sentido mais glorioso. Pedro conforta a todos os crentes ao escrever que os sofrimentos e

dificuldade de viver como Cristãos nessa vida um dia acabarão no melhor sentido:

Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se

coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das

aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e

alegreis... E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus nos chamou à sua eterna

glória, depois de havemos padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoe, confirme,

fortifique e estabeleça (1 Pedro 4:12-13, 5:10).

O que é o descanso para os Cristãos? É a verdade que o próprio Deus secará cada

lágrima dos nossos olhos. Nós devemos ser como Ele porque O vejamos como Ele é.

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Há um antigo hino que as vezes me incomodou. Um dos trechos é assim: “Cristo se

cingirá e nos servirá com doce maná”. Essa parte me incomoda. Eu frequentemente penso

em estar no limite da grande multidão do Céu, ganhando o precioso vislumbre do Cordeiro

em Seu trono. Isso seria o suficiente. Mas quanto a Ele descer do Seu trono, cingir Sua

gloriosa cintura com uma toalha e me servir novamente como na última ceia, isso é muito

para eu suportar. Com certeza, eu pensei, o hino está errado. Mas, Lucas 12:37 me olha

no rosto:

Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em

verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os servirá.

Eu sei que isso é uma parábola. Mas eis aí está. De alguma maneira o Rei dos Reis

humilhará a Si próprio mais uma vez e lavará nossos pés enquanto nos acolhe em Sua

casa celestial, em Sua própria ceia de casamento. Eu quero dizer: “Não! Não! Isso é muita

graça! Eu não posso aceitar isso!”. Ele simplesmente responde: “Você deve, ou então você

não pode ter parte comigo”. Quando Paulo disse: “Porque para mim tenho por certo que as

aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser

revelada”, ele já experimentou pessoalmente a presença de Seu Mestre de uma maneira

que nós podemos apenas esperar um dia experimentar. Mas uma coisa nós, ministros

cansados, fatigados, enfermos do pecado e sobrecarregados, precisamos lembrar: Paulo

sabia do que estava falando. Um dia o descanso virá. Um dia isso acabará. Isso me

encoraja a prosseguir e trabalhar em meio à tristeza e escuridão de um mundo assolado

pelo pecado e de uma igreja comprometida pelo pecado. Isso vai valer a pena enquanto

nos apoiamos sobre o suave travesseiro do peito do nosso Mestre e sentimos Seu caloroso

abraço.

IV. O quarto encorajamento para os ministros é: um ministério fiel sempre será

bem-sucedido e sempre glorificará a Deus. Nossas igrejas hoje tendem a medir o

sucesso no ministério pelas estatísticas de batismos e relatórios de orçamentos. E nós

também queremos ver o Evangelho ser efetivo na vida dos outros. Mas o nosso Senhor

disse que os graus dos frutos e sucessos variam: “Bem está, bom e fiel servo. Sobre o

pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”. Cada ministro fiel é

sempre bem-sucedido aos olhos do nosso Senhor.

Há pelo menos duas maneiras que o nosso ministério sempre glorificará com sucesso

a Deus. Primeiro, pela revelação dEle mesmo aos homens no Evangelho. E segundo pela

salvação dos homens condenados.

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A. Primeiro, Deus é glorificado na proclamação do Evangelho. Somos chamados para

“anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz...” [1

Pedro 2:9]. Dr. J.I. Packer diz (Evangelism and the Sovereignty of God [Evagelismo e a

Soberania de Deus], p.75):

Glorificamos a Deus pela evangelização, não apenas porque evangelizar é um ato de

obediência, mas, também, porque no evangelismo dizemos ao mundo as grandes

coisas que Deus tem feito para a salvação dos pecadores. Deus é glorificado quando

Suas graciosas obras são conhecidas. O salmista nos exorta a revelar Sua salvação

de dia em dia. Declarar a Sua glória entre os pagãos e as Suas maravilhas entre todas

as pessoas. Para um Cristão falar aos não-convertidos sobre o Senhor Jesus Cristo e

o Seu poder salvador é estar, no ato em si, honrando e glorificando a Deus.

Irmãos, é isso que está em suas mentes enquanto pregam o Evangelho? Ou o que

está em suas mentes são sonhos de sucesso? Exaltar a glória de Deus, Sua santidade,

Sua soberania, Sua justiça, e a Sua misericórdia, na face de Jesus Cristo, é o sucesso!

Devemos pensar que falhamos em sermos um ministro fiel quando pecadores dão as

costas à proclamação de Cristo. Pois a glória de Deus tem sido declarada entre as nações.

Ministros fiéis sempre glorificam a Deus. Esse é um grande encorajamento.

B. Segundo, Deus é glorificado em um ministro fiel, quer pecadores sejam salvos ou

futuramente condenados. Paulo expressa isso dessa maneira:

E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta

em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque para Deus somos o bom

perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente

cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. E para estas

coisas quem é idôneo? Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra

de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de

Deus (2 Coríntios 2:14-17).

Quer os homens atendam ou rejeitem o Evangelho, o ministro fiel é aceito por Deus

como bom perfume (veja Mateus 11:16-30). Um ministro fiel sempre é bem-sucedido

porque sempre glorifica a Deus. Este é um enorme encorajamento.

C. Quais são algumas implicações da verdade de que Deus será glorificado em um

ministro fiel?

1. Isso deve nos estimular a humildade. Deus não teve que salvar qualquer um de nós

para glorificar a Si mesmo. Ele poderia glorificar a Si próprio apenas com a nossa

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condenação. Isso deve silenciar as murmurações e reclamações contra a vontade de Deus

em nossas vidas e o nosso orgulho para com outros que são ignorantes e incrédulos. Tal

visão humilha os ministros de Deus em relação aos outros e incentiva uma adoração cheia

de gratidão ao nosso Deus de graça e de glória.

2. Isso deve nos encorajar à autonegação e ao contentamento. Vivemos para glorificar

a Deus, não para nossa própria reputação e vontade. Esse é o objetivo? “Porque fostes

comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” [1 Coríntios 6:20].

Quando acreditamos nisso, aprenderemos como negar a nós mesmos em nossas relações

com nossas esposas assim como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela. Vamos parar

de reclamar sobre trabalharmos tão duro e recebermos tão pouco respeito. Vamos parar

de nos entregar à raiva e à amargura. Não nos importaremos com nossa reputação ou com

oportunidades limitadas e sofrimentos injustos. Em vez disso, nos regozijaremos

alegremente porque nossos nomes estarão escritos no céu, alimentando nossa abnegação

para com Deus e os homens. Buscar a glória de Deus irá acabar com a autopiedade e o

descontentamento com a nossa situação, assim como a inveja e os ciúmes dos dons e das

oportunidades de outras pessoas.

Há Alguém que sofreu grandemente no ministério. Sofreu em Sua reputação, foi

maltratado fisicamente, foi rejeitado e sofreu grande vergonha. No entanto com um coração

amoroso e contente por causa da glória e da vontade de Seu Pai, mesmo passando por

sofrimento, Ele curvou Seu abnegado coração no jardim e disse: “Seja feita a tua vontade”.

A glória de Deus em nosso ministério traz autonegação e grande contentamento.

3. Isso deveria nos encorajar a ter paciência com os outros. Se a oposição e a rejeição

vierem, a única diferença entre eles e nós é a bondade de Deus para conosco. “Porque,

quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que

te glorias, como se não o houveras recebido?” [2 Coríntios 4:7]. Quando a glória de Deus

está operando em nossos corações, você tem grande paciência com os outros e grande

dependência de que o poder de Deus opere nos corações deles.

4. Nos encoraja a sermos firmes. Deus será glorificado de um jeito ou de outro, com

cada esforço que exercemos para trazer os homens para Cristo, mesmo que eles rejeitem

o que lhes oferecemos no nome de Deus. Paulo foi a Corinto em fraqueza, temor e grande

tremor [1 Coríntios 2:3], mas não com um discurso astuto para obter melhores resultados.

Ele não recorreu a truques e invenções não-bíblicas ou métodos criados por homens. Mas

pregava em demonstração de poder do Espírito. Como isso aconteceu? De onde veio a

coragem? Paulo sabia que: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas

para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (1 Coríntios 1:18). Ele entendeu que Deus

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glorifica a Si mesmo pela loucura de homens fracos pregando a Cristo e este crucificado:

“Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais

forte do que os homens... Para que nenhuma carne se glorie perante Ele” [1 Coríntios 1:25-

31].

Nós não devemos temer nossa inaptidão, nossas fraquezas, nossas faltas de

habilidades e nossas inseguranças enquanto levamos o Evangelho aos homens. Não

temos que recorrer a métodos desesperados e não-bíblicos para aumentar nossos

resultados ou silenciar a oposição. Podemos ser corajosos ao declarar: “Cristo e este

crucificado” porque Deus escolheu glorificar a Si mesmo, mesmo em nossas fraquezas

através da loucura da pregação para salvar o Seu povo de seus pecados.

Deus é glorificado em um ministro fiel. Esse é o verdadeiro objetivo e encorajamento

o qual deve arder em nossos corações e em nossas mentes. É por isso que o nosso Senhor

orou: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer” [João 17:4].

Conclusão

Existem diversos encorajamentos para os ministros do Evangelho. Você sofrerá, de

certo modo, provações. Isso valerá a pena. Elas acabarão. E Deus será glorificado em um

ministro fiel.

No calor da provação, manter o coração do ministro na graça de Deus que é

grandemente necessária para prover encorajamento. Paulo disse: “Por isso, tendo este

ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos...” [2 Coríntios 4:1].

É na compreensão de que essa misericórdia recebida capacita o coração do ministro a crer

fielmente que as palavras do Senhor são cumpridas a cada dia: “Se me amais, guardai os

meus mandamentos” [João 14:15].

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

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Spurgeon

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Pink

Oração — Thomas Watson

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Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

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Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

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Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

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Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

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Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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14

2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.