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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A NEUROLINGÜÍSTICA NA DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR Por: Gizelli de Araújo Freitas Nascimento Orientador Prof. Nelsom José Veiga de Magalhães Co-orientador Prof. Nilson Guedes de Freitas Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A NEUROLINGÜÍSTICA NA DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR

Por: Gizelli de Araújo Freitas Nascimento

Orientador

Prof. Nelsom José Veiga de Magalhães

Co-orientador

Prof. Nilson Guedes de Freitas

Rio de Janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE A NEUROLINGÜÍSTICA NA DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR

OBJETIVOS:

Analisar a aplicação da Neurolingüística na Didática do Ensino

Superior como fonte para melhorar a qualidade do aprendizado.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus colegas de profissão, aos alunos e

pessoas que direta ou indiretamente, contribuíram

para a confecção desse trabalho acadêmico e sua

constante atualização.

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DEDICATÓRIA

Dedica este trabalho monográfico a meus pais, meus

primeiros professores nesta vida. Também ao Jorge

Antonio, meu marido e à Ana Carolina, minha filha,

pela motivação e alegria que me proporcionam.

Gizelli de Araujo Freitas Nascimento

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Resumo

Através de recursos do nosso próprio sistema individual de

aprendizagem – visão, audição, entre outros, a PNL juntamente com a

Didática pode ampliar a aplicação do aluno, sua memória, motivação e

muitos outros fatores que necessitar.

São preocupações que caberão ao professor-educador ter para obter

resultados desejados. O cuidado com a linguagem e a comunicação é o

primeiro item, pois são chaves para o relacionamento, a harmonia do

entendimento na relação professor-aluno, capaz de intensificar o conceito da

palavra mais atual para qualificar o professor – FACILITADOR.

O professor pode se sentir incomodado ou considerar que não irá

utilizar tais técnicas, pois estaria mexendo consigo mesmo primeiramente e,

isso incomoda, mas essa é a realidade – os dias mudam e as pessoas

também, na PNL assim como na Didática a mudança se faz necessária.

Então pode-se deixar de lado crenças antigas que não fazem de sua

aula um show e trilhar novos rumos como este que aqui é proposto e dar ao

aluno o rico prazer de saborear a Educação.

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Metodologia

A metodologia utilizada se destina a facilitar a atividade prática da PNL

na sala de aula, apoiando a Didática.

A necessidade do professor em manter a qualidade de sua aula e

conquistar a atenção do aluno tem grandes inimigos que atraem o aluno e

tiram seu gosto pelos estudos, portanto esse estudo, que propõe inserir a

PNL em aula, muitas vezes conteudistas, ajudará a manter o entusiasmo do

educando.

O professor encontrará atividades que o auxiliarão a explorar o uso

dos sentidos, desenvolvendo uma Didática atual – que valoriza o indivíduo.

A proposta desse trabalho é ampliar o conhecimento do professor

através das técnicas da PNL como instrumento ampliador do aprendizado.

Na pesquisa desenvolvida em 2003, com professores de IES públicas e

privadas para fundamentar esse trabalho concluiu que ainda é preciso

conhecer o assunto PNL.

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Sumário

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

A PROGRAMAÇÃO NEUROLINGÜÍSTICA

CAPÍTULO II

FERRAMENTAS DA NEUROLINGÜÍSTICA

CAPÍTULO III

A LINGUAGEM POSITIVA

CAPÍTULO IV

REFORMULANDO A LINGUAGEM

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE

ANEXOS

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INTRODUÇÃO

A Programação Neurolingüística ou PNL se caracteriza como uma

mudança de atitude, portanto verifica-se a necessidade que o professor tem

de saber mais que o conteúdo de sua matéria. É necessário conhecer as

características de seus alunos, para isso o professor deve conhecer a PNL

que lidará com o conhecer a si mesmo, seus alunos para então, utilizar seu

(aluno) canal preferencial de aprendizagem, ou seja, o canal visual, o canal

auditivo ou o cinestésico, dessa forma poderá conhecer e identificar

características de seus alunos que o facilitarão na sala de aula, na escolha

de melhores atividades e técnicas que ajudarão a desenvolver o

aprendizado.

Pouco difundida no meio educacional, mas muito utilizada pelo

marketing, a PNL pode ampliar o aprendizado valorizando o indivíduo, pois a

auto-direção, a utilização do nosso grande potencial que é a mente, pode

prover sentimentos e ações jamais permitidas anteriormente, pois eram

certas do fracasso. Seus fundamentos têm o crescimento como crença, o

acreditar que se pode sair de onde está e ir além.

A docência superior, hoje, busca atingir o aluno muito mais que

anteriormente, só com o tradicionalismo. A PNL dispõe de dois grandes

ganchos: a utilização da linguagem sensorial adequada, facilitando o

aprendizado e ampliando recursos e a linguagem positiva, efetivando a

execução de tarefas e valorizando o ser.

Nomear o ensino atual somente pelas questões negativas em que

vive, é uma tarefa obviamente fácil, porém sacudir as entranhas da mudança

e absorver novos conceitos parece mais desafiador, portanto nos caminhos

da Didática que vão além das teorias do saber, onde a qualidade da vida se

impõe, a PNL se encontra valorizando a compreensão do ser como único e

ampliando suas possibilidades de crescimento.

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CAPÍTULO I

A PROGRAMAÇÃO NEUROLINGÜÍSTICA

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A ORIGEM DA NEUROLINGÜÍSTICA

No início de 1970, um professor de lingüística, americano, John

Grinder, e um estudante de psicologia, matemático, Gestalt-terapeuta e

perito em computadores, Richard Bandler, em suas indagações sobre a

diferença entre as pessoas os levaram a estudar terapeutas que obtinham

grande êxito com as pessoas em suas sessões (Virginia Satir, Fritz Perls e

Milton Erickson) e assim, descobriram que eles seguiam padrões similares a

de seus clientes, como: linguagem, crenças, etc; um tanto interessante, pelo

fato deles mesmos desconhecerem a existência desses padrões e crenças.

Bandler e Grinder resolveram identificar esses padrões e crenças e

verificar se poderiam ser aprendidos por outras pessoas. Desenvolveram

essas técnicas e a chamaram de Programação Neurolingüística (PNL).

Apesar de sua origem está na psicoterapia, suas dimensões vão além

dela. Fundamentam-se na comunicação, aprendizado e mudança:

desenvolvimento pessoal, gerenciamento, venda, marketing e

significantemente – educação.

De acordo com Jane Revell e Susan Norman (In Your Hands, 1997) a

Programação Neurolingüística é uma atitude de vida, feita de técnicas,

padrões e estratégias, baseando-se em como a mente trabalha e como as

pessoas agem e interagem. Seu objetivo está enveredado na qualidade de

vida das pessoas, ajudando-as a identificar e alcançar seus resultados

(objetivos), e a interagir mais eficientemente com o outro, o que significa um

meio de atingir a excelência intrapessoal e inter-pessoal.

A parte Neuro de PNL se refere a como experimentamos o mundo

através de nossos cinco sentidos e os representamos em nossas mentes

através de processos neurológicos.

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A parte Lingüística da PNL refere-se a forma de linguagem que

usamos reflete nossas experiências com o mundo. Usamos as linguagens

verbal e não-verbal para representar o mundo para nós mesmos e para

fortalecer nossas crenças sobre o mundo e a vida. Mudando a maneira

como falamos e pensamos sobre as coisas, podemos mudar nosso

comportamento. Também podemos usar uma linguagem capaz de ajudar

outras pessoas que querem mudar.

A parte Programação da PNL se refere a treinar a si próprio para

pensar, falar e agir de maneira nova e positiva, para elevar seu potencial e

alcançar níveis que anteriormente eram somente sonhos.

1.1 -Seus Pilares

A PNL é fundamentada em pilares bem específicos que impulsionam o

relacionamento interpessoal e a compreensão de si mesmo e seu papel na

conquista de algo melhor em sua vida.

FLEXIBILIDADE – RESULTADO – ACUIDADE SENSORIAL - RELACIONAMENTO

Flexibilidade ⇒ faça diferente se o que já está fazendo não estiver

funcionando ou se não estiver alcançando o que deseja. Vá trocando e

trocando até chegar a melhor maneira. Quebre as barreiras da desistência,

confie na capacidade ilimitada da criatividade e permita-se talvez retornar o

início, tentar novamente, talvez de uma outra forma agora.

Resultado ⇒ significa saber o que te ajudará a alcançar tuas metas ou

objetivos. Na PNL seria atingir de uma forma tecnologicamente orientada.

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Acuidade sensorial ⇒ observar o que o outro está comunicando –

que é freqüentemente não-consciente e não-verbal. Observar

cuidadosamente e não fazer nenhum julgamento precipitado para que haja a

resposta apropriada e bom desempenho do relacionamento – harmonia.

Relacionamento ⇒ o grande coração da comunicação. É a forma de

maximizar as similaridades e minimizar as diferenças entre as pessoas num

nível inconsciente. Sem isso a comunicação falha, pode haver conflitos.

Objetivando a comunicação harmônica e positiva, todos tendem a se sentir

mais felizes e motivados a atingir suas metas.

1.2 -Os Sentidos – o sistema sensorial Os sentidos são peças fundamentais no processo de ensino-

aprendizagem, pois caracterizam o maior canal de comunicação e,

logicamente, de aproveitamento e interação no momento da aula para

melhor absorção do conteúdo aplicado naquele momento.

Abaixo estão destacadas, resumidamente, as características

encontradas nos canais sensoriais definidas por Antony Robbins, Jane

Revell e Susan Norman.

1.2.1- Preferência Visual

Os alunos visuais têm dificuldades de seguir instruções que são dadas

oralmente. Precisam ou de uma demonstração ou da instrução escrita.

Quando os alunos visuais recebem informações verbalmente sobre como

fazer um exercício, podem se sentir perdidos, não sabendo por onde

começar, mas quando lhes é mostrado o que fazer ou recebem instruções

escritas, podem começar a executá-lo imediatamente.

Novos conteúdos ou conceitos quando apresentados verbalmente

podem ficar mal interpretados ou totalmente incompreendidos. O aluno

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visual precisa de apresentações visuais, com palavras, figuras, ou

demonstrações. Escrever no quadro também o ajudará.

O aluno visual, provavelmente, irá querer rever materiais na forma

escrita, antes de encontrá-los na forma auditiva na sala de aula. Pode

aprender facilmente listas de qualquer coisa. (Efetivamente, usar itens

memorizados dessa forma fora de contexto, pode ser uma outra história).

Poderá adicionar ainda mais a seu sistema preferencial despender tempo

lendo algo que possa segurar, como: literatura, jornal, livros, etc. Quanto

mais lê mais conhecimento poderá atingir.

Deveria tentar escrever tudo o quanto fosse apresentado a ele no

quadro ou oralmente, assim como, reforçar lendo sobre o mesmo assunto

seria útil.

Para desenvolver mais o sentido da audição deverá ouvir mais,

praticar a atenção ao que se fala mais cuidadosamente.

1.2.2 – Preferência auditiva

O aluno auditivo não terá tantos benefícios lendo um material textual

previamente quanto o aluno visual. Entretanto, se beneficiará conhecer

aproximadamente o que esperar antes de realmente começar a fazer uma

tarefa em sala. Por outro lado tem facilidade de se lembrar do que foi dito,

embora não com exatidão aquilo que lê. Pode desenvolver sua habilidade

ouvindo o máximo que puder (professores, amigos, filmes, rádio, televisão,

etc). Quanto mais ouvir mais poderá desenvolver-se.

Os alunos auditivos se saem bem em apresentações orais. Podem

gravar o que será dito e ouvir várias vezes. Porém, podem ter dificuldades

em apresentações com textos, ou seja, na forma escrita, então terá que tirar

vantagens sobre qualquer estímulo auditivo, como: vídeo, contar e recontar

histórias, conversas, explicações orais. Uma adaptação que pode ser feita

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em exercícios de compreensão escritos é ter alguém para lê-los para

esse aluno em voz alta ou serem gravados.

1.2.3 - Preferência Cinetésica

Essa preferência indica que em salas de aula com atividade física

limitada, os alunos podem se sentir entediados e não prestar atenção ao

que está sento exposto, ou pior criar sua própria atividade. Esses alunos

precisam de variedade na apresentação de uma aula, tempo limitado para

se gastar numa só atividade e precisam se movimentar na sala, precisam de

espaço para trabalhar (mais que os demais não-cinestésicos), o que é um

choque em comparação com a realidade de muitas salas de aula brasileiras,

incluindo-se aí, salas de aula de universidades particulares.

Atividades variadas mais do que uma só e experimentos ou

experiências onde possam tocar e mover coisas, fazem com que o

aprendizado seja possível para os alunos cinestésicos, e se tornem bons

alunos.

A necessidade de movimentação irá deixá-lo fora de outras atividades.

Se as atividades com movimentos em sala de aula são insuficientes, então a

movimentação pode se voltar para atividades indesejáveis no momento da

aula: cochichos, conversinhas, lápis caindo, idas ao banheiro, o aluno se

mexe, se levanta – tudo que tira a atenção da tarefa específica proposta pelo

professor. Esperar que esses alunos fiquem sentados, parados por tanto

tempo está fora da realidade e geralmente, não tem como forçar. Algumas

atividades escritas podem ser substituídas por atividades cinestésicas ou

reformuladas para a inclusão de movimento.

O aluno cinestésico não tem nenhum desajuste para aprender, mas

pode parecer em salas de aula onde a estática reina e a expectativa é de

que prestem atenção ao seu papel e lápis e as instruções expositivas do

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professor. Podem produzir pouco, terem produções pobres em certas

aulas. O melhor é ter ciência de que deverá haver atividades cinestésicas

incorporadas a aula.

Um aluno preferencialmente cinestésico gosta de atividades onde

representam, quando crianças gostam da brincadeira do tipo “Mamãe

mandou” ou “macaquinho mandou”. Aulas fora da sala, externar, mímicas,

leitura dramatizada de exercícios com gestos enquanto fala. O ideal é

buscar oportunidades de experiências concretas com o objeto de estudo.

⇒ O ensino hoje deve se valer das tecnologias da comunicação que devem

ser mais profundamente conhecidas pelos professores, seja em que níveis

lecionam, mas principalmente naqueles transmissores aos futuros

professores de bases onde, consequentemente, são ocasionados os

grandes problemas de má formação.

Dentro dessa tecnologia devemos considerar as características individuais

de nossos alunos percorrendo seus sentidos de forma mais direcionada na

sala de aula, assim atingiremos mais facilmente a memória dos mesmos,

facilitando o aprendizado, que será refletido na memória de longa duração.

Os cinco sentidos – VAKOG- visão, audição, cinestesia, olfato e gustação,

têm suas memórias específicas, porém os três que mais trabalhamos são

VAK, podendo-se ter a preferência de utilização de um mais que os outros

dois ou tende-se a usar um antes dos outros, quando estamos observando

as coisas ou aprendendo algo novo.

1.3 - Características dos canais preferenciais

Tais características se mostram no dia-a-dia com o convívio e não é

difícil identificá-las. O que auxilia o professor em sua preparação de aula.

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1.3.1- Visual

Sendo fundamentalmente visuais, essas pessoas tendem a ver o

mundo em imagens. Conseguem um maior potencial de exploração

utilizando a parte visual do cérebro. Tentam sempre acompanhar as

imagens em seus cérebros, por esse motivo tendem a falar muito depressa,

não se preocupando, portanto, com a forma como se expressam; de acordo

com Antony Robbins, (Poder sem Limites, 1987) estão só tentando pôr

palavras nas imagens. Falam utilizando suas potencialidades visuais, como

as coisas parecem para elas, que forma vêem surgir, se as coisas são claras

ou escuras. Gostam de organização e são detalhistas.

1.3.2 - Auditivo

As pessoas que são mais auditivas são mais seletivas quanto a que

palavras usam. Falam mais lentamente, de forma ritmada e uniforme. Suas

vozes são mais ressonantes. As palavras significam muito para elas,

portanto são cuidadosas com o que dizem. Seja objetivo ao falar com

pessoas preferencialmente auditivas. Não costumam olhar nos olhos – volta

o ouvido para o interlocutor.

1.3.3 - Cinestésico

Já as pessoas predominantemente cinestésicas tendem a ser, ainda

mais lentas. As sensações são seus motores de reação. Usam o mundo

físico como metáforas de suas falas. Sentem, são sensibilizados pelo toque,

choram com facilidade, precisam experimentar.

* Quando o professor toma conhecimento desses instrumentos em sua

sala de aula, o valor de suas aulas crescerá consideravelmente, visto que,

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identificará com mais facilidade que estratégias deverá seguir para

melhorar a harmonia e o aprendizado.

1.4- Atividades para o dia-a-dia

Existem diversas formas de inserirmos atividades que fazem uso dos

recursos da PNL num projeto pedagógico, numa ementa, pode-se também,

inserir seus recursos nas atividades já existentes, criar mais, adaptá-las ao

ensino superior e suas características próprias.

Seguem abaixo dois exemplos de atividades baseadas no livro

Handing Over, 1999 de Jane Revell e Susan Norman:

⇒ Sugestão: cursos de Letras, Educação e Psicologia

⇒ Nome da atividade: Atingindo Objetivos

⇒ Foco: futuro perfeito e escrita.

⇒ Procedimento: * Os alunos escrevem uma meta positiva. Abaixo da meta,

escreverão a palavra “Obstáculos” e então, tudo que acharem que tornam a

meta difícil (ou impossível) de ser alcançada. Problemas materiais ou físicos,

exceto: dinheiro e qualidades pessoais, o que sintam que esteja faltando.

Quando esgotarem suas idéias, trabalharão em grupos de 3 ou 4 e, tentarão

conseguir mais obstáculos para as metas de todos. Sozinhos novamente

irão buscar as soluções para os problemas, usando o outro lado da folha,

irão escrever 2 ou 3 soluções possíveis, começando assim: Eu poderia...

*Novamente com o seu grupo procurarão obter uma sugestão para aquele

que não conseguiu, caso seja necessário, pergunta a todos da sala, que

responderão: Você poderia... * Quando tiverem suas listas completas,

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identificarão o que é positivo e prioridade, rescreverão suas metas e

criarão um plano de ação.

⇒ Sugestão: diferentes cursos, podendo ser realizada como atividade

multidisciplinar.

⇒ Nome da atividade: Contando histórias multi-sensoriais

⇒ Foco: compreensão, adjetivo e advérbios

⇒ Procedimento: *Os alunos lêem uma história que contenha algumas

passagens descritivas. Trabalharão em pequenos grupos para escreverem o

máximo de descrições possíveis. Pode parecer somente acrescentar

adjetivos e advérbios, ou os alunos podem ser mais criativos e adicionar

mais passagens descritivas. Ao final, cada grupo lê sua versão da história

para os outros grupos.

⇒ Variação: cada grupo adiciona somente descrições de um sentido.

19

CAPÍTULO II

FERRAMENTAS DA NEUROLINGÜÍSTICA

20

RECURSOS DA PNL

A PNL dispõe de diversos recursos que podemos disponibilizar para a

Didática. Especialmente neste trabalho, serão considerados o uso da

linguagem, modelagem, fisiologia humana e ancoragem, porém é claro que

a PNL não finaliza seus recursos aí; existem recursos que se aprofundam

ainda mais, por exemplo: na solução de fobias, que impedem muitas

pessoas de crescer.

Tais ferramentas podem ser utilizadas em qualquer nível de

aprendizagem, pois trata-se do próprio ser humano e suas habilidades como

fonte de crescimento, pois ampliam os caminhos do aprendizado auxiliando

nos processos da memória.

2.1 - A Linguagem e o Ensino

O bom relacionamento entre professor e aluno depende muitíssimo do

fator chamado: comunicação. A linguagem seja ela verbal ou não-verbal

exercerá no aluno o efeito aprendizagem, claro que também unida a outros

fatores. Pesquisadores da PNL como Antony Robbins, entre outros

asseguram que 7% do que é comunicado é transmitido através das palavras,

38% é através do tom de voz e 55% da comunicação, a maior parte, é um

resultado da fisiologia ou linguagem do corpo.

O professor (educador) atualizado deve ter uma grande inquietação,

um desejo tamanho de que conhecendo o seu aluno, (auditivo, visual,

kinestésico) possa utilizar-se de recursos ideais, seja na linguagem verbal ou

não-verbal.

Nota: em pesquisa realizada para fundamentação desse trabalho, observa-

se que o número de professores de IES que desconhecem as teorias de

Programação Neurolingüística, assim como a importância dos canais

sensoriais, considerando apenas os fatores científicos de memória que

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desempenham no cérebro, são muito maiores do que os que conhecem

e utilizam tais recursos.

A Educação está sofrendo uma grande transformação de paradigmas

nesses tempos de desenvolvimento tecnológico e, imensa problemática na

qualidade do ensino. O papel do aluno receptor perde espaço para o

construtor do conhecimento, já afirmava Paulo Freire, e o professor de

transmissor para facilitador, orientador e estimulador, portanto a inclusão da

PNL é um ponto primordial para se atingir tais habilidades, pois ajudará a

desenvolver o desejo e a motivação necessários ao crescimento quanto à

aprendizagem e esperança de um mundo melhor.

O uso da linguagem certa, no momento certo, ou seja, o uso de uma

linguagem adequada ao sistema preferencial dos alunos, relacionada ao

objetivo da atividade em si, proporcionará mais concentração daquele

sentido e, logicamente, a ativação da memória correspondente. Jane Revell

e Susan Norman (In Your Hands, 1997) salientam o uso de determinadas

expressões características dos sistemas preferenciais. Essas expressões

são para o professor como uma fonte de conhecimento que o ajudarão a

desempenhar o seu papel de facilitador, pois indicarão qual o canal sensorial

preferencial o aluno está utilizando e que linguagem (o prof.) deverá utilizar

para ativar um outro sentido ou intensificar o mesmo.

Pode-se citar como exemplo um exercício comum aos cursos de

idiomas. Quando o professor tem que apresentar uma atividade auditiva,

tocando um texto, frases ou palavras, onde os aluno terão que escrevê-las

ou participar de uma conversação mediante o seu entendimento, o professor

deve utilizar-se de expressões que os motivem a ouvir – Ouçam agora.

Escutem o que será dito agora, etc.

Vejamos a seguir uma lista de vocábulos relativos aos canais

sensoriais preferenciais:

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VISUAL

Olhar, imagem, foco, imaginação, insight, cena, branco, visualizar, perspectiva, brilho, reflexo, esclarecer, examinar, olho, antever, ilusão, ilustrar, observar, revelar, prever, ver, mostrar, pesquisar, visão, obscuro, escuro. Vejo o que você quer dizer. Temos o mesmo ponto de vista. Vemos com os mesmos olhos. Sem sombra de dúvida. Isto é um colírio para os meus olhos. Depois você irá olhar para trás e rir.

AUDITIVO

Dizer, sotaque, ritmo, alto, tom, ressoar, som, monótono, surdo, tocar, perguntar, audível, claro, discutir, proclamar, comentar, escutar, gritar, perder a voz, vocal, silêncio, dissonante, harmonioso, agudo, silencioso, mudo. Estar na mesma sintonia. Viver em harmonia. Em alto e bom som. Outra maneira de falar. Palavra por palavra. Isto é grego para mim.

CINESTÉSICO

Tocar, manusear, contato, empurrar, esfregar, sólido, quente, frio, áspero, agarrar, pressão, sensitivo, estresse, tangível, tensão, concreto, suave, pegar, sofrer, pesado. Vou entrar em contato com você. Segure-se. Ele é um casca grossa. Ele é uma pessoa fria. Consegui captar a idéia. Posso sentir meus ossos.

NEUTRO

Decidir, pensar, lembrar, saber, meditar, reconhecer, atender, compreender, avaliar, processar, motivar, aprender, modificar, consciente, considerar.

OLFATO

Cheiroso, aromático, fresco, defumado, passado.

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GUSTATIVO

Azedo, saboroso, amargo, salgado, suculento, doce. Isso cheira mal. Uma pessoa doce. Um comentário ácido. Uma pessoa amarga.

2.2- Modelagem

“Poder é a habilidade de mudar sua vida, de dar forma às suas

percepções, fazer com que as coisas trabalhem a seu favor – e não contra

você. O poder verdadeiro é compartilha, não imposto”.(Anthony Robbins, 87)

O fator desmotivação pode-se considerar um fator que eleva as

estatísticas da evasão no ensino superior. Por quê? Devido a diversos

fatores, exemplo: o valor das mensalidades, a escolha incorreta de um

curso, despreparo e, a relação professor-aluno. Mesmo sendo um fator que

não seja a relação professor-aluno, o professor pode e deve ser o grande

empreendedor da sala de aula ao ensinar o seu aluno a como modelar.

Shad Helmstetter (Programação Neurolingüística, 1994), no capítulo

Merecendo o “sucesso” diz que devemos dizer a nós mesmos: “Mereço ser

bem sucedido na vida.”

Portanto, na modelagem podemos considerar o processo de produzir

estados emocionais. Inclusive considerar celebridades e seus exemplos de

sucesso, exemplo: Chico Anísio, Pelé, Lula, Abraão Lincoln, Franklin Delano

Roosevelt, os três últimos muito destacáveis na escala da persistência por

ser tratar de um cargo de extrema importância – a presidência de um país. O

que essas pessoas têm em comum é o poder, cada era teve sua

característica marcante do que se entendia como poder, hoje é a

informação, mas o poder aqui referido é o do controle de sua vida. Na

época dos reis, se não tivesse nascido herdeiro do trono, seria impossível de

sê-lo, porém hoje, o acesso à informação, o conhecimento pode ser

24

transformado em ação, engloba-se aí a comunicação. Anthony Robbins

nos faz lembrar a armadilha que é pensar que as pessoas estão onde estão

por terem algum dom especial, isso desfaz-se quando se entende que o que

é comum a elas é a habilidade de agir e é um dom que qualquer um pode

ter.

Anthony Robbins definiu as sete características fundamentais de

caráter que as pessoas de sucesso tem em si como acionadores básicos

que podem garantir o sucesso dos que o desejam.

Paixão → a paixão é o grande motivo energizante, impulsionador. É a paixão

que dá interesse e significado.

Crença → a crença no que se é e o que se pode ser determinará o que

seremos. Os limites dependem de nossas crenças.

Estratégia → é um meio de organizar recursos – o planejamento é um

caminho para levá-lo ao objetivo.

Clareza de Valores → o sistema de crenças que temos do que é certo e

errado.

Energia → dinamismo, vitalidade física – energia física, intelectual e

espiritual.

Poder de União → desenvolver relações harmônicas.

Domínio da Comunicação → a comunicação com os outros e consigo

mesmo é o que determina a qualidade de vida.

Parece muito fácil permanecer onde se está, sem conflitos maiores,

sem esforços ou grandes trabalhos, acordar sempre no mesmo horário,

nunca ler nada, discussões intelectuais, nem pensar, etc. São ações muitas

vezes básicas que perpetuam com o não alcance, como uma anti-mudança.

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Parece fácil viver o mesmo – sem perspectivas – mas não menos

doloroso, porque a falta também permanece, a negação da possibilidade, a

falta da luz no fim do túnel. Dr. Lair Ribeiro (Comunicação Global, 1992),

chama essa situação de zona de conforto, onde a mudança é inconveniente,

desconfortante, desconhecida – é na zona de conforto que se quer

permanecer.

Grandes escritores, poderia haver linhas e linhas de exemplos, ainda

assim, existem outros muito mais próximos da realidade dos alunos – os

familiares – os professores – colegas de classe – amigos – são os grandes

motivadores de vidas, porém podem ser o contrário e com grande facilidade,

simplesmente por talvez não utilizarem o canal sensorial ideal no dia-a-dia.

Quando se fala em modelagem na Educação pensa-se em dois

grandes fatores: crescimento cultural e aprendizado e obtenção de sucesso,

como uma boa carreira profissional, que estão dentro dos parâmetros

regentes da Educação Brasileira (LDB). O primeiro passo é a decisão do que

se quer e, o segundo é decidir o que fará para conseguí-lo, tendo às vezes,

que se pagar um preço muito alto. A modelagem pode ajudá-lo a produzir a

excelência dos outros, percebendo-se o que os faz diferentes daqueles que

apenas sonham.

2.3 - A Fisiologia e a Vida

Daniel Goleman, muito bem explanou em seu livro – Inteligência

Emocional (1995) – sobre a mente e a medicina – trata-se a doença não o

estado emocional do paciente, descuidando-se do fator de que a mente

influencia o corpo porque estão interligados e, assim mesmo é na educação,

investe-se no conhecimento (razão) e deseja-se deixar de fora a emoção.

26

Uma das Pressuposições Básicas da PNL é que “as pessoas têm,

ou potencialmente têm, todos os recursos que necessitam para agir

efetivamente.”

A fisiologia é rica em recursos, quando você se põe no estado que

necessita, ou queira, será capaz de realizar aquilo que pensava não ser

possível. Adota-se uma fisiologia dinâmica, expressiva, excitada e,

automaticamente, esse será seu estado. Num quadro de depressão,

geralmente, a pessoa abaixa a cabeça e curva os ombros, o que faz se

sentir ainda pior. Experimente levantar a cabeça e os ombros, seu estado

mudará, pois ao levantar a cabeça terá acesso aos aspectos visuais de sua

neurologia em vez dos aspectos cinestésicos.

A sua fisiologia está ligada às representações internas que fazemos

das situações, portanto ao mudá-la estamos utilizando uma alavanca para a

mudança emocional.

Perguntar a si mesmo como ficaria se estivesse num estado de

confiança e poder sobre si mesmo é um bom exercício para recordar que

deve estar atento a sua fisiologia – respiração, postura, gestos, tensão

muscular, expressão facial – em se tratando de aprendizado, a respiração

profunda e o exercício físico, assim como a alimentação são fatores cruciais

para o bom desenvolvimento da aprendizagem.

A fisiologia é uma ferramenta motivadora, como recarregar baterias

que estavam prestes a parar ou para facilitar a comunicação com o seu

aluno, pois trata-se de fazer uso da fisiologia específica e não cair na

incongruência, isto é, quando a fisiologia da pessoa não está de acordo com

a mensagem que quer transmitir, ex.: atualmente, os resultados de provas,

etc. são geralmente afixados num quadro informativo ou algo parecido, mas

muitos já presenciaram um resultado negativo sendo entregue com um sinto

muito enquanto que a fisiologia (expressão facial) daquele que o entregava

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parecia dizer outra coisa – é desmotivador. Portanto, deve-se ser

congruente ao expressar a mensagem, o corpo e as palavras devem

combinar.

A congruência é uma das grandes chaves pessoais; ao utilizá-la pode-

se está colaborando para que o aluno mobilize seus recursos de

aprendizado e vontade de crescimento durante as aulas.

2.3.1 – Os olhos

Os neurofisiologistas estudam os olhos como um recurso de

informação para determinar processos mentais de resgate da memória ou

criação da mesma.

O professor ao olhar seu aluno bem nos olhos pode imediatamente

identificar qual sistema representativo o aluno está usando num momento

específico: o auditivo, visual ou cinestésico.

O lado esquerdo é o lado das memórias e o direito da construção

(imaginação e invenção), portanto no ato de ensinar pode-se ajudar o aluno

a lembrar de algo pedindo que posicione seus olhos a esquerda e se quer

que crie algo – a relação com o futuro – deverá olhar para a direita.

Observe o modelo abaixo de Stephen Devore:

VISUAL OLFATO VISUAL (construção) (lembrança) (lembrança)

28

AUDITIVO SÍNTESE AUDITIVO (construção) SENSORIAL (lembrança)

SENSAÇÃO PALADAR EMOÇÃO (lembrança) (lembrança) (lembrança)

É interessante ter um modelo para seguir, porém em se tratando de

pessoas podem diferir um pouco ou muito e, pode também, está relacionado

a serem destros ou sinistros.

2.4- Ancoragem e Memória

A ancoragem é uma ferramenta da PNL que pode proporcionar o

exercício prático da memória.

“...um estímulo sensorial ligado a um conjunto específico de estados.

Uma âncora pode ser uma palavra ou uma frase, ou um toque ou um

objeto. Pode ser alguma coisa que vemos, ouvimos, sentimos,

provamos ou cheiramos.” (Anthony Robbins, 1987, p.291)

29

Hoje vem sendo muito explorada por nomes atuais do ensino,

especialmente, de idiomas, pois como já mencionado não é generalizado o

conhecimento de tais ferramentas pelos professores de ensino superior.

Ancorar é uma técnica de associação de pensamentos, idéias,

sentimentos ou estados criados por um estímulo específico, (Iván Izquierdo,

2002, p.27) “A repetição do estímulo leva à supressão gradual da reação de

orientação; isto é chamado: habituação. É a forma mais simples de

aprendizado e deixa memória.” Nossa relação com estímulo/reação valida o

fator que o comportamento humano consiste em reações inconscientes

programadas – como se um vínculo neurológico fosse criado através desse

processo. A memória, visto que a associação é um facilitador do

aprendizado, é atingida mais facilmente para o resgate ou consolidação do

conteúdo que está sendo tratado.

“A ancoragem é a maneira de tornar permanente uma experiência.

Podemos mudar nossas representações interiores ou nossa fisiologia

num momento e criar novos resultados, e aquelas mudanças

requerem pensamento consciente. No entanto, com a ancoragem

você pode criar um mecanismo acionaddor consistente, que

automaticamente fará com que crie o estado que deseja em qualquer

situação, sem Ter que pensar a respeito. Quando você ancora

alguma coisa com bastante eficácia, ela estará lá, sempre que você

quiser.” (Anthony Robbins, 1987, p. 292)

Veja o exemplo: um professor escolhe um canto da sala para corrigir

seus alunos cada vez que algo errado é mencionado, ele irá se pôr no

mesmo local, num mesmo estado, com a mesma fisiologia, deverá

esclarecer o objetivo, usar a acuidade sensorial e ajustar os padrões de

comunicação verbal e não-verbal e, então realizar a correção. Temos então

o estímulo para a correção.

30

CAPÍTULO III

A LINGUAGEM POSITIVA

31

TRANSFORMANDO A LINGUAGEM

A linguagem tem um grande poder, portanto a PNL faz dela, em

vários sentidos, seu instrumento de amplitude de recursos pessoais. Ouve-

se e lê-se muito sobre o tratamento na relação professor-aluno quanto ao

respeito e falta dele no decorrer das atividades estudantis. A PNL pode

acionar a qualidade do relacionamento, investindo-se na comunicação, como

já foi mencionado, e provocando o estímulo no crescimento e persistência na

busca pelos propósitos da vida.

A preocupação com o que se diz será o grande transformador da

linguagem, pois ao se observar a sintaxe, pode-se vê claramente sua

importância na construção de uma comunicação bem sucedida, ex. O

lenhador comeu a cobra. Para – A cobra comeu o caçador. A preocupação

neste capítulo está voltada para a qualidade do que se é dito na sala em

relação ao relacionamento e o quanto a fala do professor pode influenciar no

resultado do aluno.

3.1 - O uso do não O não é considerado pelos lingüístas como uma abstração e que, por

isso, o cérebro se fixa no que vem depois do não. Nossa mente segue o

processo de que para saber em que não pensar, precisa primeiro pensar.

Para se obter um resultado, o melhor é nos referirmos ao que

queremos, ex.: Lembre-se de fazer o dever de casa.

O que mais se ouve é: “Não esqueça de fazer o dever de casa.” E o

que realmente acontece é o esquecimento. A campanha anti-drogas além de

utilizar-se do não repete a palavra droga, elevando a curiosidade dos jovens,

pois é reforçada e lembrada sempre. Por que a maior empresa de

32

refrigerantes que se conhece, repete tanto seu nome, a marca? Por que o

marketing enfoca a marca, repetindo-a e repetindo-a?

Anthony Robbins( 1987) afirma que não é exclusividade do uso do

não, outras negativas também, como: nunca, evite, etc. De acordo com ele,

o uso de uma linguagem negativa provoca o comportamento que se quer

evitar.

Jane Revell e Susan Norman (1997) relembram a estrutura da

linguagem de acordo com Noam Chomsky – o negativo não está presente

na estrutura profunda do significado, mas somente na superfície da estrutura

da comunicação – por isso quando vê uma chamada - “Não leia”, a primeira

coisa que faz é ler, pois é a linguagem positiva que se encontra nas

estruturas profundas da mente.

Por anos a fio, observou-se na sala de aula comportamentos e

resultados totalmente contrários aos objetivos do professor, portanto

devemos refazer nossas instruções na sala de aula para que possamos

obter o efeito esperado.

Alguns exemplos de Anthony Robbins (1987) para o dia-a-dia:

Não olhe Não se atrase Não esqueça o exercício de casa Não se preocupe Não pense em ... Não jogue papel no chão Não suba na cadeira

Olhe Chegue no horário Lembre-se de fazer o exercício Fique tranqüilo Pense em ... Use a lixeira Por favor, sente na cadeira

33

3.2 - A atenção com a linguagem

A linguagem é o instrumento de comunicação entre os seres

humanos e quanto mais precisa, melhor será o resultado de nossa

comunicação – entendimento, pois sabemos que o mundo, nossas

experiências e a linguagem são três coisas distintas e para que se

harmonizem é necessário o cuidado constante – com o que falamos –

escolher as palavras certas – estar sempre checando o que utilizamos

para sermos bem compreendidos.

Nota: na pesquisa realizada para esse trabalho, que tinha por objetivo

verificar se o professor tinha o cuidado de utilizar a linguagem positiva

ou voltada para os canais sensoriais, observou-se que somente os

professores mais jovens tinham conhecimento da PNL e que alguns,

inclusive, aplicavam um teste de identificação do canal preferencial

para, assim, poderem aprimorar suas aulas, dispondo de recursos e

linguagem adequados.

Certamente que este é um instrumento poderoso na

comunicação e considerando todas as diferenças existentes entre os

seres humanos, esse pode ser um grande canal de ligação para

minimizar essas diferenças. A PNL que tem a linguagem como seu

instrumento pode desempenhar um grande avanço na relação

professor-aluno.

3.3 – A busca de resultados

A linguagem positiva eleva os padrões emocionais da auto-

estima, pois cria no cérebro a programação ideal para o que se

34

deseja alcançar e essa é, de acordo com Anthony Robbins (1987,

p.194), a chave desse processo, você saber o que quer, pois “a

mente inconsciente está sempre procurando informações de forma a

nos dirigir para direções particulares. ”Para que possa trabalhar com

eficiência, deve-se desenvolver a percepção dos efeitos que espera-

se alcançar.

Freire (1996, p.88) exprime o saber fundamental – “mudar é

difícil, mas é possível...”

A acomodação é o fator complicador para a sociedade que

sendo oprimida, não vê perspectivas no sonhar e, o aluno

universitário vive muitas das vezes esse processo, devido a toda

problemática que sabe-se pela qual passam tanto as IES públicas

quanto as privadas, porém com o objetivo que sabe-se caber à

atividade político-pedagógica, porque a atividade pedagógica não é

somente pedagógica e com o auxílio da PNL pode-se reverter e muito

esse quadro.

35

CAPÍTULO IV

REFORMULANDO A COMUNICAÇÃO

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A COMUNICAÇÃO NA PNL

A comunicação na PNL não se faz apenas com o outro, mas consigo

mesmo também, pois o desenvolvimento do ser humano, muito depende do

que se diz a si mesmo e como se diz e, dizer aqui não significa somente em

palavras, pois muitas das travas que se encontram nos caminhos da vida

estão ligadas a nosso pensamento em relação a nós mesmos ou do outro

em relação a nós.

4.1 - Falando consigo mesmo

A Conversa Consigo Mesmo, uma criação de processos de Shad

Helmstetter (Programação Neurolingüística, 1994), evidencia a necessidade

de instruirmos a nós mesmos, pois um dia absorvemos e ainda absorvemos,

até inconscientemente, dados que nos tornaram em determinados

momentos inertes, sem convicção, inseguros e crédulos de incapacidade.

O ego ainda não é conhecedor do que pode realizar e quando

nascemos ficam sob a responsabilidade de outras pessoas e com o seu

desenvolvimento essa responsabilidade é transferida para nós, podemos ser

bons autodirigentes ou perder o controle dele. Nos tornamos instrumentos

de hábitos – nossa mente subconsciente aceitou – recebeu – tudo o que

programamos nela durante nossas vidas – criando padrões repetitivos em

nossa mente subconsciente. Esta por sua vez não diferencia realidade

concreta de realidade imaginada, portanto pode-se criar uma imagem

ilusória daquilo que realmente somos.

O mesmo autor nos lembra que podemos dar início a um novo ego

todos os dias. Dependendo de como falamos conosco estamos dando

37

descrições de quem somos, que não somos a pessoa que éramos

anteriormente. E que quanto mais emoção dispormos, mais força o

programa terá, por causa da quantidade de atividade eletroquímica no

cérebro; apesar de o cérebro não fazer mudanças súbitas, que sejam

permanentes – podemos mudar. Ele é feito para seguir padrões de hábitos.

Shad Helmstetter (1994, p.76) ressalta que o cérebro é reunidor de

informações conforme a orientação dada e, objetivos. Se você gera

informações para conseguir um objetivo, ele as reunirá e trabalhará para

isso, como os grandes desportistas que usam esse recurso, palavras

incentivadoras, tanto suas como de seus treinadores.

4.2 - A relação professor-aluno Como foi dito no capítulo III – a relação mundo – nossas experiências

– linguagem, é algo complexo e que depende de muita atenção e essa é a

proposta desse trabalho – que haja uma mudança, uma preocupação com a

comunicação capaz de elevar o aluno a seu maior grau de motivação, capaz

de não provocar traumas e mesmo eliminar os já existentes.

“Há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a

esperança. A esperança de que professor e aluno juntos podemos

aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir

aos obstáculos à nossa alegria.” (Paulo Freire, 1996, p.80)

“... nos tornamos capazes de intervir na realidade, tarefa

incomparavelmente mais complexa e geradora de novos saberes do

que simplesmente a de nos adaptar a ela. È por isso também que

não me parece possível nem aceitável a posição ingênua ou, pior,

astutamente neutra de quem estuda, seja o físico, o biólogo, o

sociólogo, o matemático, ou o pensador da educação. Ninguém pode

38

estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra.”

(Paulo Freire, 1996, p. 86)

Paulo Freire fala do respeito, um fator imprescindível para o aprender

e, isso está ligado a questão da tensão. Tanto os neurolingüístas quanto o

prof. Luiz Machado, ressaltam sua relação com o aprendizado; os

neurolingüístas recomendam, inclusive, técnicas de relaxamento para

favorecer a assimilação dos conteúdos.

“A tensão só é útil para a produção de respostas às necessidades,

pois ela mobiliza todos os recursos existentes para liberar-se. A

tensão tem a função de inquietar, causar mal-estar para o ser

mobilizar seus recursos e sair dela. Mas a tensão que exige

resposta imediata não é útil para a aprendizagem.” (Luiz Machado,

1997, p. 45)

Indiscutivelmente, a relação professor-aluno ainda precisa de grandes

ajustes, de ambos os lados, porém sabe-se que o potencial humano é

surpreendente e com a PNL pode-se dar um salto nesse aspecto.

4.3 – Livrando-se da limitação

Este é, propositadamente, o último item desse trabalho, pois

considerar os princípios da PNL, como extremamente necessários à

Educação Brasileira, é investir em sua qualidade e desenvolvimento, é

reduzir estatísticas negativas, como a do analfabetismo e da evasão.

Não pode temer algo por parecer inalcançável. Acredita-se que muitas

coisas não podem ser mudadas, Paulo Freire, entre muitos outros, critica

esse pensamento, pois já foi verificado que não se pode acreditar

plenamente nas “certezas”.

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O limite poder ser ilimitado como Shad Helmstetter enfatiza através

da Conversa Consigo Mesmo, pois em muitas ocasiões os problemas que

enfrentamos não são externos, mas sim, internos, são limitações auto-

criadas. Os problemas devem ser encarados como degraus; cada vez e que

são subidos é porque se obteve soluções possíveis, venceram-se

obstáculos, enfrentou-se. Para um aluno numa IES, o horário das aulas pode

ser um problema, talvez pelo sono, a preocupação com a segurança, o

cansaço após o trabalho; por tais motivos muitos desses alunos abandonam

seus cursos. A PNL pode auxiliar na reflexão sobre esses fatores e a

verificarem que podem ser menores do que parecem ser.

Neste momento, lembrar do pilar essencial a PNL, é de grande valia –

a flexibilidade – o permitir-se refazer, o tentar novamente, dar-se mais

escolhas, ir adiante ou não.

Nota: a pesquisa realizada, constatou que há a preocupação com o uso de

uma linguagem culta, formal; não obrigatoriamente preocupada com a

relação da motivação e do empenho do aluno.

Para concluir este assunto, as palavras de Shad Helmstetter (1994, p.

261)

“Se deseja criar mais esperança dentro de si, ou se gostaria de

conceder a dádiva da esperança a alguém, pode ajudar criando

pensamentos que produzem solo fértil de onde a nova crença pode

crescer.

Em vez de aceitar o desespero da futilidade, crie a esperança da

possibilidade . O que você faz para criar esta esperança poderia,

como aconteceu tantas vezes no passado, mudar o curso do que

aconteceria em seguida.”

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CONCLUSÃO Muitas vezes para se alcançar algo, parti-se de tantos pressupostos

negativos que certamente o impedimento do alcance é inevitável – esse

trabalho observou que o controle da linguagem e do pensamento é preciso,

pois assim, uma nova programação de seu ego e de sua maneira de agir e

pensar, estarão colaborando a seu favor para atingir seus objetivos.

Quando se reflete sobre o poder da mente é preciso ressaltar que

nossas mentes recebem o programa e o tentam executar da melhor forma,

portanto esse programa tem que ser o ideal para que possa executar o que

deseja.

A Didática basicamente exercida nas salas de aula hoje, deixa muito

da emoção e do individual fora dela, mas já se concluiu que mente e corpo

estão interligados e, a PNL pode fazer a ponte de ligação entre os dois,

através de seus pilares.

O comércio utiliza-se da PNL com um enorme sucesso. Por que a

Educação iria ficar de fora? O comércio que se caracteriza por grandes

empresas que faturam milhares de dólares todo ano, pagam cursos de PNL

caríssimos para que seus funcionários estejam bem preparados quanto ao

que diz respeito a comunicação, ao relacionamento harmonioso, ao rapport

com o cliente. Por que ficaria a Educação de fora dessa?

Se a crise da Educação Brasileira fosse comparada a um terremoto,

recorda-se que para ele buscaram soluções viáveis para sobreviver a ele,

41

mas não há como extinguí-lo, a PNL é uma solução viável – sem ser

utópico - o real é buscar a habilidade de elevar a motivação, resgatar a

auto-estima que podem ser proporcionados pelo Educador com um bom

conhecimento da PNL.

Imagine como se sente um aluno numa IES vindo da reserva de cotas,

quando as IES públicas nesse país praticamente estão repletas de alunos

de classe alta. Como viver essa desigualdade? Sem dinheiro para comprar

livros? Ou até mesmo obter cópias? E após a conclusão do curso, quem terá

mais facilidade de indicação para o mercado de trabalho? São indagações

desmotivadoras, feitas mesmo antes de se tentar ingressar num curso

superior.

O objetivo desse trabalho está focado no ensino superior, mas a PNL

deve estar nos lares, nas primeiras séries, enfim no dia-a-dia.

42

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO CAPÍTULO I A PROGRAMAÇÃO NEUROLINGÜÍSTICA A ORIGEM DA PNL

1.1 – Seus Pilares

1.2 – Os sentidos – o sistema sensorial

1.2.1. – Preferência visual 1.2.2. – Preferência auditiva 1.2.3. – Preferência cinestésica

1.3 – Características dos canais preferencias 1.3.1. – Visual 1.3.2. – Auditivo 1.3.3. – Cinestésico 1.4 – Atividades para o dia-a-dia CAPÍTULO II FERRAMENTAS DA NEUROLINGÜÍSTICA RECURSOS DA PNL 2.1 – A linguagem e o ensino 2.2 – Modelagem 2.3 – A fisiologia e a vida 2.3.1 – Os olhos 2.4 – Ancoragem e memória CAPÍTULO III A LINGUAGEM POSITIVA A TRANSFORMAÇÃO DA LINGUAGEM 3.1 – O uso do “não” 3.2 – A atenção com a linguagem

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3.3 – A busca de resultados CAPÍTULO IV REFORMULANDO A COMUNICAÇÃO A COMUNICAÇÃO NA PNL 4.1 – Falando consigo mesmo 4.2 – A relação professor 4.3 – Livrando-se da limitação CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA ÍNDICE

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