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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O PAPEL DO ORIENTADOR NO ÂMBITO ESCOLAR Por: Maria de Lourdes de Oliveira Orientadora Prof a. Geni Lima Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DO ORIENTADOR NO ÂMBITO ESCOLAR

Por: Maria de Lourdes de Oliveira

Orientadora

Profa. Geni Lima

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DO ORIENTADOR NO ÂMBITO ESCOLAR

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Orientação

Educacional e Pedagógica.

Por: Maria de Lourdes de Oliveira.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pelo dom da vida e pela força concedida todos os

dias diante dos embates surgidos no meu caminhar.

Agradeço aos meus pais, meus primeiros educadores, que com muito

amor me proporcionaram uma educação baseada nos seus princípios e

valores. Obrigada pela força e pelos exemplos que sempre me deram e me

dão.

Gostaria de agradecer a alguns funcionários da Escola Padre Francisco

da Motta pelas contribuições inclusas nesse trabalho.

Agradeço ao corpo docente do Programa de Pós Graduação do AVM,

por todos os conhecimentos compartilhados durante o curso.

Agradeço aos meus amigos e a todos que estiveram ao meu lado

durante a minha caminhada, e que direta ou indiretamente contribuíram para a

realização deste trabalho, de modo particular à minha orientadora Geni Lima.

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DEDICATÓRIA

À minha família, pela compreensão nos momentos mais difíceis da

minha caminhada.

À minha orientadora Geni Lima, que com as suas contribuições me fez

crescer como aluna e profissional.

Também dedico este trabalho à minha comunidade do “Caminho

Neocatecumenal”, que na partilha da vida tem me ensinado a ser mais fraterna.

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RESUMO

Essa monografia apresenta uma análise sobre o papel do Orientador no

âmbito escolar. Constitui-se a partir da pesquisa bibliográfica fazendo um

paralelo com a prática.

A ideia é refletir sobre o papel desse profissional na escola enfocando o

desenvolvimento das suas funções e as atribuições dadas a ele e por ele.

No primeiro capítulo será apresentado um breve histórico sobre a

Orientação Educacional, seus períodos segundo Grispum (2008) e uma

reflexão sobre os discursos realizados na área de orientação.

No segundo capítulo apresentamos o cotidiano escolar e sua relação

com a Orientação Educacional, confrontando a prática com a teoria.

No terceiro capítulo abordaremos as contribuições da orientação

educacional do processo ensino-aprendizagem, partindo de um exemplo

empírico de uma unidade educacional com alunos do primeiro seguimento do

ensino fundamental. Para tanto foram aplicados questionários e entrevistas.

Pressupõe-se que o Orientador é um profissional requisitado no

ambiente escolar, por isso, é importante refletir qual deverá ser o seu papel na

escola, como desenvolvê-lo e quais as suas contribuições no processo ensino-

aprendizagem.

Conclui-se que o papel do orientador tende a ser mais amplo, porém

devido à rotina que lhe é imposta ou culturalmente aceita, o orientador não

consegue perceber e exercer a sua principal função que é adquirir uma visão

abrangente de todo contexto educacional e daí propor planos e ações que

contribuam para os objetivos propostos pela unidade educacional em que

esteja inserido.

Palavras-chave: Escola – Orientação Educacional – Ensino-

Aprendizagem.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado com bases teóricas, partindo de uma

pesquisa bibliográfica, tendo como referência alguns teóricos: Garcia, Grispun

e Nérici.

Além disso, algumas considerações foram feitas por meio de entrevistas

e questionários com professores e da própria orientadora de uma escola

reconhecida como filantrópica no Rio de Janeiro. Perante a realidade dessa

escola foi refletida, por meio das palavras colocadas pelos profissionais, o

papel do Orientador na escola.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 06

CAPÍTULO I - UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A ORIENTAÇÃO

EDUCACIONAL 11

CAPÍTULO II - A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E O COTIDIANO

ESCOLAR 23

CAPÍTULO III – A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E AS SUAS

CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA 44

ANEXOS 45

ÍNDICE 47

FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

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INTRODUÇÃO

Essa monografia surge com o propósito de enfocar um assunto

relevante no cenário educacional: O Orientador, que por sua vez, desenvolve

papéis de forma profícua, principalmente na esfera escolar.

O tema proposto a ser pesquisado será: “O papel do Orientador no

Âmbito Escolar”.

A escolha desse tema advém de um desejo meu, em saber qual é o

papel a ser desenvolvido pelo Orientador no cotidiano escolar. Duas realidades

serviram como molas propulsoras para que esse trabalho fosse desenvolvido:

As leituras (teoria) feitas em relação ao tema, e a prática da orientadora na

escola onde atua.

No âmbito da pesquisa bibliográfica, base que norteará em todo

momento esse trabalho, pensadores e pesquisadores, tais como: Mirian

Grispun, Regina Leite Garcia em companhia de outros discutem e assim

contribuem nesse enfoque acerca do Orientador. São referências que

evidenciam a competência desse profissional e a instância abrangente da

orientação educacional na sua totalidade.

Em paralelo com a prática nota-se uma distorção de ideia acerca da

identidade e o papel atribuído à orientação educacional na escola. Várias

funções são dadas ao orientador resultando num desconhecimento da função

que lhe é cabível. Há contradições, por parte do corpo docente, o orientador é

visto como aquele que em meio aos conflitos escolares “apaga incêndio”.

A fim de obter uma visão clara a respeito do orientador e a sua função,

será necessário uma análise do campo profissional, demonstrando assim a

atuação e as contribuições dadas pelo orientador à formação do educando na

escola. E também indicar as ações planejadas diante das problemáticas no

cotidiano escolar, definindo a funcionalidade da orientação.

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É importante ressaltar que os objetivos são claros, e para se chegar a

tal, pressupõe-se que o Orientador, como profissional da educação,

caracteriza-se por sua existência e envolvimento no espaço escolar. Ao

profissional orientador compete desenvolver sistemática e continuamente

ações para um bom desenvolvimento nas relações interpessoais e no que se

refere ao processo de aprendizagem. Ele tem a capacidade de propor

reflexões, seguidas de ações concretas na escola, isto faz parte do

desenvolvimento do seu papel.

Por isso, penso ser importante trazer essa discussão, o papel do

Orientador, para que através das reflexões surgidas suscite possíveis

respostas às indagações: Qual será a verdadeira identidade do Orientador?

Quais funções e competências lhe são atribuídas no cotidiano escolar? Qual a

sua especificidade, seu histórico, sua trajetória? Que concepções e

classificações são dadas ao Orientador?

O estudo em foco será apresentado por meio de três capítulos e a

conclusão, além da introdução.

O primeiro capítulo “Um breve histórico sobre a Orientação

Educacional” divide-se em três partes. Na primeira parte temos como subtítulo:

“As Bases Históricas da Orientação”, onde serão explícitos o seu surgimento e

sua trajetória. Por meio de pesquisa bibliográfica serão enfatizados os

considerados por Grispum (2008): os “períodos da orientação educacional”, do

período implementador ao período questionador. Na segunda parte, a reflexão

será sobre os discursos realizados na área de orientação. E logo após mostrar

uma visão atual da orientação.

O segundo capítulo terá como título: ”A Orientação Educacional e o

Cotidiano Escolar”, que constará de três partes. A primeira parte discorre-se

sobre o papel do Orientador acerca da realidade escolar. Também será

discutido o que é atribuído na prática, ao Orientador, e o que nos diz a teoria. E

dentro de uma abordagem contextualizada e fundamentada fazer um resgate

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da identidade do Orientador. Por fim, na terceira parte, o foco será o olhar

sobre o Orientador na atuação das práticas educativas levando em conta a

visão que se tem do Orientador na escola, isso por parte dos gestores e

educadores.

O terceiro capítulo “A Orientação Educacional e as Contribuições no

Processo Ensino-Aprendizagem“ foi dividido em duas partes: A primeira faz

alusão ao Orientador Educacional como agente mediador e sistematizador na

prática e organização da escola. Dentro desse contexto será trabalhado, e

especificamente nessa parte, o que foi denominado de limitação de objeto de

estudo (o orientador e a sua atuação na escola de primeiro ao quinto ano).

Sabendo que orientar é antes saber lidar com limites e/ou possibilidades, a

segunda parte e enfoque final serão: A Orientação Educacional na perspectiva

do que foi, do que é e do que será.

E certos de que a pesquisa, o estudo, não se encerra, assim serão

realizadas algumas considerações finais pela quais serão retomadas questões

anteriores.

Nos anexos estão registradas as entrevistas e questionários.

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CAPÍTULO I

UM BREVE HISTÓRICO SOBRE ORIENTAÇÃO

EDUCACIONAL

“A história é um profeta com o olhar

voltado para trás: pelo que foi e

contra o que foi, anuncia o que

será”. Eduardo Galeano.

O sentido etimológico da palavra orientar significa “dirigir, guiar,

encaminhar, e ainda, sugerir direções, aconselhar”1.

Observa-se que orientar no seu significado mais amplo complementa-

se com o sentido da palavra educar, que por sua vez surge do latim educare e

que tem o sentido de guiar, nortear, orientar o indivíduo.

Partindo disso, é possível obter um conceito do que seja a Orientação

Educacional como sendo algo que envolve atores para que as ações se

concretizem de forma ampla.

Para compreender melhor esse campo profissional, o da orientação,

faz-se jus caminhar via uma trajetória, que por meio de dados históricos,

demonstrem o passo-a-passo, desde os tempos de outrora aos atuais, ou seja,

a história da Orientação Educacional.

1.1 Bases Históricas da Orientação: Como Tudo Começou

“A Orientação Educacional, praticamente surgiu no início

do século XX, nos Estados Unidos, e com o fito primeiro

de orientar os estudantes para uma adequada escolha de

trabalho, com intenções, pois de orientação profissional”

(NÉRICI, 1938, p. 21). 1 Significado retirado do Dicionário Aurélio.

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Colocação propícia a de Nérici (1938) que assim clarifica

historicamente o surgimento da Orientação Educacional, expondo o objetivo no

seu surgimento. Ou seja, no primeiro momento surge com a necessidade de

orientar para uma profissão.

E no nosso país, como e quando surge a Orientação Educacional?

Segundo Grispun (2008), a Orientação Educacional no nosso país

percorreu um longo caminho comprometido com a educação e com as

“políticas” vigentes. Para a autora citada, houve uma estreita relação entre a

Orientação Educacional e as tendências pedagógicas englobando assim

diferentes aspectos e significados da prática da Orientação e suas dimensões

no cenário educacional.

A partir disso, a Orientação no cerne da questão se dá inicialmente

numa abordagem denominada psicologizante, terapêutica e preventiva que

buscava atingir objetivos específicos focando seus estudos apenas no aluno,

sua figura central.

Essa colocação é confirmada na citação abaixo:

“Os objetivos da Orientação Educacional, nesse período, se referem ao

conhecimento do indivíduo, à orientação profissional e à formação integral da

personalidade com um todo” (NÉRICI, 1983, p. 29).

Para melhor entender a trajetória da Orientação no Brasil, Grispun

(2008) a apresenta em períodos que a Orientação assume determinadas

características. Já Nérice (1983), abordando historicamente essa trajetória,

difunde que tudo começou com a primeira tentativa de Orientação Educacional

dada por Lourenço Filho, que quando diretor do Departamento de Educação do

Estado de São Paulo criou o “Serviço de Orientação Profissional e

Educacional” em 1931, com o objetivo de guiar o indivíduo na escolha da sua

profissão.

Grispun numa edição passada (2002) coloca que aos poucos

começaram a surgir essas experiências de forma isoladas nas escolas

seguindo modelos americanos e europeus, sendo como pioneira desse

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trabalho Aracy Muniz Freire e Maria Junqueira Schimit, no Colégio Amaro

Cavalcante em 1934 no Rio de Janeiro.

Resgatando a história da Orientação Educacional de forma

contextualizada, Grispun (2008) explicita os períodos, demonstrando o

desenvolvimento dessa profissão por décadas.

Em seu desfecho, Grispun (2008) considera como período

implementador os anos de 1920 a 1941. Nesse período a Orientação começa

a aparecer no cenário da educação brasileira, com ênfase nos trabalhos de

seleção e escolha profissional.

Esse período representa o surgimento da Orientação no seu sentido

tradicional, ou seja, o objetivo era atender e ajudar o adolescente em suas

escolhas profissionais.

Outro período em destaque é o que ocorre de 1942 a 1960, período

institucional. Subdividido em funcional e instrumental, pois ocorre toda

exigência legal da Orientação nas escolas, o Ministério da Educação e Cultural

se esforça para dinamizá-la, os cursos que cuidam da formação dos

orientadores educacionais (Ibid, 2008).

Importante perceber que nesse período a Orientação vai se expandido,

sai um pouco das características inicial, vocacional, para ser destaque na

escola. E os olhos se voltam aos cursos que cuidam da formação do

Orientador.

Mais um período em destaque pela autora é o período transformador

da década de 1961 a 1970. O fazer da Orientação era de fora para dentro, isto

é, no sabor da dinâmica do grupo e de atividades que sustassem o conflito

dentro da escola. Não havia eventos, mas festas, festivais, campanhas, etc.,

pois não foi possível desenvolver um trabalho interdisciplinar na formação dos

professores com os alunos. Segundo Grispun (2008), foi um período marcado

pela prevenção da orientação.

Neste período que é o disciplinador, de 1961 a 1980, o

aconselhamento vocacional é obrigatório por lei. Foi um momento em que a

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orientação educacional tinha sua diretriz centrada nos aspectos sociológicos e

coletivos, mas a legislação compromete profissionais com atribuições e

funções voltadas para a psicologia. Com isso a escola continua sendo

reprodutora do sistema social, por tentar compreender o que se passava no

eixo social. Desde já surge uma lei que obriga a profissionalização do ensino,

mas existe uma grande dificuldade que vai da falta de recursos até a formação

dos profissionais para sua efetivação (Grispun, 2008). E ainda houve muitas

modificações. No ensino técnico, por exemplo, que depois passou a ser auxiliar

técnico, terminando como habilitação básica que envolvia projetos para a

escolha da profissão. Afinal, o que foi realizado era uma informação

profissional.

Percebe-se no final dessa década críticas duras à instituição escolar,

quanto a falta de compromisso de sua parte, pois “A orientação estava dentro

da escola e não se deu conta do seu papel” (Grispun, 2008, p. 20).

Continuando com essa trajetória da Orientação Educacional, nos

deparamos com o período questionador, década de 1980. Dá para perceber no

próprio título que foi um período onde surgem questionamentos no âmbito da

orientação.

Grispun (2008) menciona como sendo um período que mais se

questionou a Orientação Educacional, tanto em termos da formação de seus

profissionais, quanto da prática realizada. Por outro lado, os orientadores,

através de seus órgãos de classe, procuram respostas para seus

questionamentos, nas próprias questões sociais e políticas. A década de 80

traz grandes modificações que irão se refletir na educação, na escola e na

orientação.

Nessa década percebe-se que a orientação vai se distanciando da

visão onde centralizava suas ações no aluno, e sim caminha a uma

abrangência, englobando diferentes esferas.

“Esse período é marcado pela realização de muitos

cursos de reciclagem, de atividades que deveriam ser

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integradas com os supervisores, de trabalhos voltados

para o currículo, onde a própria questão do trabalho era o

eixo condutor da proposta curricular” (Grispun, 2008, p.

20).

As contribuições dadas por Grispun (2008) são de suma importância, e

assim ainda enfatiza que durante esse período o Orientador se posiciona

ascendendo o desejo de estar conectado ao seu papel, o de participante nas

discussões que envolvem práticas e o mundo. Houve maior participação onde

o próprio orientador procurou se organizar de maneira mais objetiva nos

sindicatos, ampliando e fortalecendo sua relação com os demais profissionais

da educação.

Finalizando sobre o passado de Orientação Educacional na década de

90 e a partir daí denomina-se o período Orientador. E como referência

aparece na obra de Grispun (2008), sendo um período em que se tem a

“orientação” da Orientação Educacional pretendida. Em outras palavras, é no

centro da própria orientação e no que se discute que a orientação perpassa

novos caminhos almejando novas perspectivas e tomando consciência do seu

papel a ser desenvolvido na escola, no mundo.

1.2 – Os Primeiros Discursos sobre a Orientação Educacional

Sabendo que o objetivo da discussão é descobrir o que está oculto, as

ideias, e/ou compreender melhor os problemas partimos ao assunto da

Orientação dentro desse contexto.

Todo período histórico abordado serviu de base para que as

discussões sobre a Orientação Educacional eclodissem, pois assim também os

questionamentos e posicionamentos no que diz respeito à profissão e a

formação dos orientadores.

Assim como foi importante abordar a trajetória da Orientação

Educacional no contexto histórico, ressalva-se a trajetória da Orientação

Educacional por meio de Encontros e Congressos.

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Segundo Garcia (1994), Maria Aparecida P. S. dos Santos faz

importante investigação da trajetória da Orientação Educacional por meio de

Encontros e Congressos, na qual identifica “dois movimentos fundamentais” na

Orientação Educacional: O de alienação diante do contexto no qual se

processa e o da ‘entrada’ neste contexto, através de tentativas de articulação

com o mesmo. Porém, para Garcia (1994), o ponto mais relevante é o

levantamento dos conteúdos dos eventos que Maria Aparecida recupera no

período de 1957-1967.

O cerne das discussões é o Orientador e as questões na qual envolve

a função desse profissional.

“Já do temário do 1º Seminário de Orientação Educacional, realizado

em 1957, consta a Orientação Profissional e aparece a referência aos Círculos

de Pais e Mestres” (GARCIA, 1994, p.11). Para a autora, já nessa época,

estava o orientador, lidando com a questão do trabalho e tentando fazer a

articulação escola-família.

De 1957 a 1967, Garcia (1994) faz uma reflexão e menciona que

embora o período não seja bem documentado, as discussões parecem ter

permanecido. Pois os Encontros de 1968 a 1969 revelam preocupações

corporativas, o que se reflete nos temas abordados e, consequentemente,

criando a Federação Nacional de Orientadores Educacionais, cujo órgão visava

“congregar a classe em todo país”. Percebe-se um movimento entre os

orientadores de organização, hoje, diríamos, sindical.

Ainda seguindo essa trajetória, ocorre em Brasília no ano de 1970 o I

Congresso Brasileiro que revela a preocupação com um trabalho científico e

vincula a atuação do Orientador Educacional à política administrativa.

“Continua a luta pela definição de um papel profissional para a Orientação

Educacional, de uma formação compatível com este papel e de uma legislação

que garanta o seu espaço profissional” (GARCIA, 1994, p.11).

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É nesta colocação que se percebe a organização e luta por parte dos

orientadores para se afirmar como profissionais. Parece que houve avanços,

porém o discurso continua o de décadas atrás.

O Encontro de 1971 e o Congresso de 1972 giram em torno da

discussão da lei 5.692/71, em prol de definir concretamente o seu papel na

escola, ressalta Garcia (1994).

No decorrer da década de 70, Garcia (1994) afirma que os orientadores

educacionais buscavam técnicas mais adequadas para sondar aptidões e

interesses, para desenvolver o autoconhecimento e o conhecimento do mundo,

pois era anos 70, auge do tecnicismo em educação. A busca de suporte teórico

era comum entres os Orientadores Educacionais, pois estavam na realidade

em uma orientação voltada para o sentido de ajustar os indivíduos à escola e à

sociedade, e assim o objetivo desse suporte teórico era ajustar a teoria, vinda

dos Estados Unidos e da França, à nossa realidade.

“Mas, paralelamente à busca de fundamentação teórica

para uma ação mais competente em orientação

vocacional, os orientadores, sobretudo os que haviam tido

experiência consistente como professores, tentavam

ocupar um espaço na escola, criando os Conselhos de

Classe, discutindo a repetência e evasão (tentávamos

compreender por que alguns alunos se evadiam – o aluno

era o centro de nossas reflexões ... ainda acreditávamos

estar nele o problema)” (GARCIA, 1994, p. 13).

Essa experiência colocada pela autora demonstra a busca do

orientador pela sua função, mesmo que ainda indefinida. Uma das ações para

se refletir no âmago das questões que envolve essa trajetória.

O IV Encontro Nacional, realizado em 1973 em Belo Horizonte, revela a

já antiga preocupação corporativista, não só em fazer valer o artigo 10 da lei

5.692/71, como em regulamentar a profissão. Segundo Garcia (1994) é essa a

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discussão que marca esse encontro. Entra no cenário dos debates a

preocupação com a formação e a prática dos orientadores.

“Orientação Educacional numa perspectiva de mudança”, esse é o

tema, segundo Garcia (1994), apresentado no V Encontro Nacional realizado

em 1975 na Bahia. A Orientação assume como objeto de trabalho os três

grupos sociais básicos: a escola, a família e a comunidade.

Percebe-se com essa colocação indireta que as reflexões em debate

baseiam-se no momento atual e de acordo com a característica da Orientação

retratada em cada período.

Mais adiante houve o VI Congresso realizado em São Paulo, cujo tema

gerador o currículo: “Áreas da Orientação Educacional em Desenvolvimento

com o Currículo”. Diante disso Garcia (1994) diz que o discurso era numa visão

integrada ao plano global da escola. É percebido, pelos orientadores e os

demais envolvidos nessa questão, o currículo como instrumento comum de

trabalho para todos quantos se integrarem no processo ensino-aprendizagem.

Uma citação importante e bem salientada nos dias sobre esse

momento de reflexão:

“Os orientadores já começam a sair da visão psicologizante e

ideologizada com que foram formados, para tentar compreender e interferir no

processo pedagógico” (GARCIA, 1994, p. 15).

Na visão da autora o que ocorre nesse momento é a busca por uma

ação mais abrangente.

Em 1978 na cidade de Curitiba, acontece o V Congresso e diante dos

debates e do tema proposto: “Novas Perspectivas da Orientação Educacional”,

surge um movimento pela criação de um código de ética de um Conselho de

Orientação Educacional, assim revela Garcia (1994).

No final dessa década começam as críticas à política de

profissionalização da lei 5.692/71, aquela que havia surgido e por

consequência a orientação foi colocada como imperativo e não como uma

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necessidade de fato. E dentro dessa discussão as contradições foram se

aprofundando, os conflitos se acirram e as divergências se acentuam.

Ainda a palavra com a autora Garcia (1994). Em Belém no ano de

1979, acontece o V Encontro e revela a organização dos grupos mais

progressistas, grupo que começava a se articular com os movimentos

populares. Em Belém, nesse encontro, há um confronto entre a tendência

conservadora e a tendência progressista.

Prosseguindo nessa trajetória de discussões, a Orientação vai se

ampliando e conquistando espaços não separados. Assim acontece o VII

Encontro e a Orientação tenta se incluir no sistema pedagógico total e dessa

forma vai confirmando essa opção.

Garcia (1994) prossegue dizendo que o grupo mais progressista

avança, conquistando espaço nas associações estaduais, e isso leva a influir

na definição dos temários dos encontros estaduais e dos congressos.

Outros congressos acontecem ao decorrer dos anos, o de 1982, o VII,

que tem como tema central “O Orientador Educacional, Agente de Renovação”.

Já no VIII congresso Brasileiro, realizado em Brasília em 1984, o tema é:

“Orientação Educacional e a Realidade Brasileira”, tema que surge da

pretensão de redefinir a orientação, a partir da revisão crítica de sua história, e

do seu papel nas transformações sociais.

No ano de 1986 aconteceu o IX em Santa Catarina. Os grupos de

orientadores se dividem por categorias. É um momento em que a Orientação

vive diante de duas tendências: Uma que privilegia o espaço sindical e outra

que dá ênfase no espaço escolar. Os debates crescem acerca do profissional

orientador.

Durante o X Congresso, oficinas são organizadas e reflexões são feitas

sobre a Orientação Educacional. São abordados temas geradores voltados ao

Orientador.

Assim se encerra essa trajetória onde se percebe que os Orientadores

deram continuidade às discussões.

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1.3 – A Orientação Educacional Atualmente

Grispun (2006) trata a atuação em que se encontra a Orientação

Educacional atualmente. Para ela, a Orientação hoje se caracteriza no

desenvolvimento de um trabalho muito mais abrangente, no sentido de sua

dimensão pedagógica. A orientação possui o papel de mediador junto aos

demais atores da escola, resgatando ações efetivas e uma educação de

qualidade.

Da ênfase anterior ao individual para hoje reforçar o enfoque coletivo,

sem perder de vista que esse coletivo se faz por pessoas, que devem pensar e

agir a partir de questões dentro do contexto, envolvendo tanto contradições e

conflitos com realizações bem sucedidas.

É importante ressaltar que como bem coloca a autora, no início da

década de 90, com as novas mudanças ocorridas caracteriza os novos rumos

da Orientação, que por sua vez, passa a ser parceira da educação em todos os

rumos e finalidades. A orientação e a educação passam a andar juntas, sendo

“os orientadores [...] os coadjuvantes da prática docente” (GRISPUN, 2006, p.

31).

Hoje o Orientador não mais por obrigatoriedade ao cumprimento da Lei

9.394/96, mas por efetiva consciência profissional, tem espaço junto à

educação, especificamente na escola, para atuar no desenvolvimento de um

trabalho pedagógico integrado, compreendendo de forma crítica as relações

estabelecidas no processo educacional.

“O orientador, mais do que nunca, deve estar atento ao trabalho

coletivo da escola, atuando harmoniosamente com os demais profissionais da

Educação; o trabalho é interdisciplinar” (GRISPUN, 2006, p. 31).

É nessa colocação que a autora enfatiza o papel dessa nova

orientação que tende a ser desenvolvido de forma coletiva, harmoniosa e

interdisciplinar. Pode ser considerada, nesse contexto, uma nova orientação

educacional.

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É por meio de um trabalho participativo e que o currículo seja

construído no coletivo que a interdisciplinaridade deve ser buscada para que

haja melhor compreensão do processo pedagógico, que a Orientação tem que

desenvolver, diz a autora.

O cenário educacional nos mostra, por conta de inúmeras

transformações advindas como consequência da organização da sociedade,

que a escola está inserida num novo tempo. Por isso:

“A orientação que se quer hoje, de que se fala hoje, é

para este novo tempo, em que a Educação tem que saber

lidar com o real, com as perspectivas dessa realidade,

entremeando esses momentos, essa passagem do

presente para o futuro com a construção do imaginário da

escola, da educação e dos próprios alunos” (GRISPUN,

2006, p. 32).

A Orientação Educacional aos dias atuais faz um convite desafiador no

processo educativo como um todo. Para Grispum (2006) a concepção de

Orientação Educacional deve estar comprometida de forma global.

A Orientação tem que servir para esse novo tempo, no qual a escola

lida com o real e suas perspectivas.

“O principal papel da Orientação será ajudar o aluno na

formação de uma cidadania crítica, e a escola, na

organização e realização de seu projeto pedagógico. Isso

significa ajudar nosso aluno por interior [grifo da autora]

com utopias, desejos e paixões. [...] a orientação trabalha

na escola em favor da cidadania, não criando um serviço

de orientação [grifo da autora] para atender aos

excluídos [...], mas para entendê-lo, através das relações

que ocorrem (poder/saber, fazer/saber) na instituição

escolar” (GRISPUN, 2006, p. 33).

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Segundo Grispun (2006), à medida que a Orientação se caracteriza

como sendo uma área da Educação, nas dimensões onde ela ocorre, é

necessário definir as tarefas desenvolvidas na Escola por um orientador

competente e engajado com as transformações sociais e com o momento

histórico do tempo em que vive.

A autora ainda explicita que “a Orientação tem um compromisso com a

qualidade da Educação que todos nós desejamos” (GRISPUN, 2006, p. 34).

Com essas palavras nos remete a pensar nessa visão atual da

Orientação hoje, e o que de fato deseja-se com a Orientação. Sabendo que

conflitos existirão sempre na busca de uma orientação desejada e efetiva à

escola, faz-se jus as palavras da autora:

“Só uma orientação contextualizada poderá nos mostrar as alternativas

de que a escola dispõe para que o seu papel seja aliada e parceira [grifo da

autora]. Dessa forma, a escola cumprirá seus objetivos e finalidades na

formação do cidadão” (GRISPUN, 2006, p.34).

Contudo, que esse paralelo passado e presente sobre a Orientação

Educacional sirva de caminho par que se tenha um olhar ao futuro na história

da Orientação Educacional.

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CAPÍTULO II

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E O COTIDIANO

ESCOLAR

“Escola é [...] o lugar onde se faz amigos

[...]. Escola é, sobretudo, gente, gente que

trabalha, que estuda, que se alegra e se

conhece, se estima”

Paulo Freire

2.1 – O Papel do Orientador Educacional acerca da Realidade

Escolar

O cotidiano escolar é um espaço em que o Orientador, enquanto

profissional, visa atuar em parceria com os gestores, sendo a ponte entre

família e escola.

É importante ressaltar que o cotidiano escolar, como fala Grispun

(2006), apresenta a natureza das práticas e ações que se concretizam em seu

interior e na medida em que essa realidade é conhecida, passa-se a entender

melhor as decisões que a escola efetiva por meio de seus diferentes

protagonistas.

Nesse contexto vale a pena recordar e assim verificar de que outra

forma a Orientação se relacionaria com os diferentes cotidianos das tendências

pedagógicas que existem.

Diante disso, pressupõe-se que a função do Orientador no âmbito

escolar é desenvolvida a partir das concepções pedagógicas e as suas

tendências. Ou seja, as concepções pedagógicas e as tendências serviram de

base para que a Orientação se pautasse como tal.

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E ainda, é a escola por meio de seus objetivos gerais e específicos,

diante de uma busca na formação do indivíduo, que define o papel do

Orientador.

Isso é clarificado nas colocações de Grispun (2006), que por sua vez

dá esse enfoque. Para ela, nas concepções tradicionais, caracterizadas como

liberais, o papel do Orientador era o de ajustar o aluno à escola, à família e à

sociedade. O aluno era visto como o aluno-problema e o Orientador com os

seus procedimentos era incumbido, de forma individual ou em grupo, de fazer

com que os problemas não voltassem a acontecer.

Numa perspectiva progressiva, a Orientação Educacional é vista na

realidade escolar de forma abrangente, vista como aquela que, como diz

Gruspun (2006) deve fazer a mediação entre indivíduo e sociedade, dando

possibilidade a esse indivíduo de inserir-se no mundo da cultura. E também a

Orientação Educacional colabora na aquisição do saber, saber este, construído

no processo histórico e social da atividade humana.

“O Orientador Educacional dialetiza as relações e vê o aluno como um

ser real, concreto e histórico” (GRISPUN, 2006, p. 55).

A partir dessa colocação se difunde o papel a ser desenvolvido pelo

Orientador Educacional e o seu olhar no cotidiano escolar.

Discutir o papel do Orientador acerca da realidade escolar é deixar vir à

tona as contribuições feitas pela Orientação nesse vasto ambiente, que é o

escolar.

Grispun (2006) evidencia em seus estudos voltados à Orientação, face

ao cotidiano escolar, que a Orientação Educacional sempre esteve relacionada

ao que ocorria no cotidiano, e assim se tornava presa a fatores ocorridos na

escola ou na família e que obviamente eram refletidos no comportamento dos

alunos.

Como consequência disso, a Orientação focava-se no atendimento ao

aluno, só ao aluno e nada mais. E para Grispun (2006) essa abordagem tinha

uma dimensão “fotografada da realidade”, pois vinha a partir do discurso do

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outro. O cotidiano escolar não era algo analisado por uma ótica advinda pela

Orientação.

“[...] educamos e somos educados. Ao compartilharmos,

no dia-a-dia do ensinar e do aprender, ideias, percepções,

sentimentos, gestos, atitudes e modos de ação, sempre

ressignificados e reelaborados em cada um, vamos

internalizando conhecimentos, habilidades, experiências,

valores, rumo a um agir crítico-reflexivo, autônomo,

criativo e eficaz, solidária” (LIBÂNIO, 2002, folha de

capa).

O Orientador está inserido nessa prática de educar, e a sua prática se

relaciona de forma direta com a função social desenvolvida pela escola. E

nesse processo se destaca a importância desse orientador que com seu

trabalho promove possibilidades na qualidade do ensino e do crescimento

escolar dos alunos.

Educar e ser educado nessa troca enfatizada na colocação de Libânio

(2002) exige mais do que nunca um olhar de forma ampla ao sujeito/aluno.

O Orientador Educacional pode ser considerado um articulador que

une as pessoas que fazem parte do cotidiano escolar. A Orientação tem de ser

vista como uma necessidade diante dos fatos ocorridos no cotidiano escolar.

Para isso, conforme fala Grispun (2006), a Orientação é algo

necessário nas escolas porque é ela que vai permitir avançar em todos os

aspectos que envolva as questões relacionadas, nas escolas, à formação e

construção do sujeito/aluno e sua cidadania.

2.2 – O Orientador Educacional: O que lhe é Atribuído na

Prática e o que Fala a Teoria.

Dentro desse contexto da Orientação Educacional: prática e teoria se

encontram e caminham, em alguns momentos de forma dissociável onde não

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há duplicidade. Ou seja, cada uma, prática e teoria, percorrem caminhos

diferentes.

Em análise dessa prática do Orientador Educacional, na perspectiva da

teoria, também se leva em consideração que cada escola é única, sendo

diverso em seu modo de ver o mundo, de agir em cada situação cotidiana

encarando os fatos de formas específicas conforme a realidade da instituição.

Diante disso, o que nos diz a teoria sobre a prática dos Orientadores?

Será que atualmente a prática está sendo condizente à teoria?

“Etimologicamente, prática provém do latim practica [grifo da autora] e

significa a execução das regras e princípios de uma arte ou de uma ciência”

(GRISPUN, 2008, p.1).

Mediante a etimologia da palavra prática, como bem coloca Grispun

(2008), a prática da Orientação está sendo efetivada em conformidade com a

teoria?

Para a autora, a Orientação Educacional cada vez mais tem se

colocado de forma comprometida com a educação no sentido amplo das

questões escolares e também no sentido de favorecer, promover, os meios

necessários para que se efetive uma educação voltada à qualidade de ensino.

Tarefa, que para ela, tem sido difícil, “à medida que o trabalho do Orientador na

escola [...] pertence a uma gama variada de características das políticas, às

pedagógicas, das administrativas, às de comportamento/desempenho pessoal”

(GRISPUN, 2008, p.1).

Por pensar nessa Orientação de forma abrangente, e pela dificuldade

em que o Orientador enfrenta na escola é que muitas das vezes se atribui

vários papéis ao Orientador até mesmo os que não lhe compete fazer.

A realidade “fotografada” do cotidiano escolar, em alguns casos, é de

uma Orientação voltada à visão passada, terapêutica ou psicologizante.

É uma realidade em que há avanços da própria história da Orientação

Educacional. E para se reverter consiste em permitir que os estudos, as

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teorias, acerca desse assunto abordado seja inserido na prática, como diz

Grispun (2008): colocar em ação uma teoria.

“A prática da Orientação Educacional fundamentada nas

teorias específicas de sua área, alicerçadas pelo suporte

teórico da própria educação, visa, então oferecer os

meios necessários para que todos os alunos que (com)

vivam em determinada escola – com suas realidades

próprias específicas possam ter possibilidade de obterem

os melhores resultados” (GRISPUN, 2008, p.3).

Eis uma colocação que preconiza o papel da Orientação Educacional

em si, e a sua importância retratada de forma teórica e prática para se obter os

objetivos almejados.

Para uma nova realidade, um novo tempo dentro da escola, onde em

meio a transformações sociais, e algumas problemáticas, há também uma nova

proposta em orientar. Orientar para esse novo tempo onde essa orientação se

torne um ponto positivo nesse cotidiano escolar.

A Orientação caminha, segundo Grispun (2008), atribuindo aos

orientadores uma dimensão voltada a questões de cunho pedagógico do que

de forma psicologizada, embora essa ainda perpasse o cotidiano escolar.

Considero que ainda são consequências históricas da Orientação Educacional.

2.2.1 – O Orientador Educacional: Resgatando a sua Identidade

No contexto educacional a identidade do Orientador tem sido redefinida

e suas funções especificadas, o cerne de sua ação e o aluno, mas partindo do

ponto de vista de uma nova perspectiva.

Nesse sentido vale recordar o que Nérice (1983) coloca:

“[...] inicialmente estudada sob o aspecto de orientação

profissional vinculada a uma determinada situação sócio-

econômica e atendendo mais ao apelo e à necessidade

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das sociedades do que o indivíduo [...]” (NÉRICE, 1983,

p.27).

A sua gênese, a da Orientação, decorre por conta de estar aliada ao

sistema capitalista da época, sendo necessário e de importância no que se

refere à divisão de trabalho. É no período questionador, década de 80, onde as

discussões vão à tona, a respeito desse profissional. E assim vai sendo

reafirmada a importância do Orientador Educacional, e também uma nova

visão desse profissional e o que lhe é cabível como tal. Conforme Grispun

(2008, p.13): “[...] partimos de uma Orientação voltada para a individualização e

chegamos a uma Orientação coletiva e participativa”.

O enfoque está voltado para uma Orientação, como diz Grispun (2008),

que se mobilize não apenas e unicamente cuidar e ajudar os alunos

considerados problemas. Porém voltada para a construção do cidadão de

forma ampla e global.

Na década de 90 a Federação Nacional dos Orientadores Educacional

(Fenoe) foi extinta, como consequência houve uma queda nas discussões

acerca dessa nova visão de Orientação Educacional. A Fenoe teve importante

papel em defesa dos Orientadores Educacionais.

A escola considera fato necessário o trabalho do Orientador

Educacional, porém as perguntas e expectativas no caso desse profissional e a

sua identidade ainda continuam. E como deve ser esse profissional?

“[...] um profissional que pode resolver todos os

problemas da escola; um profissional que tem que

conhecer todos os alunos problemas; um profissional que

contemporiza os atritos e conflitos na escola, etc”

(GRISPUN, 2008, p.10).

São indagações que ainda não define a identidade desse profissional

da educação, deixando-o descaracterizado no âmbito escolar. Salienta Grispun

(2008): “[...] a orientação se faz presente, mas nem sempre seu processo é

compreendido”.

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Para Grispun (2008), a dificuldade em conceber um profissional com

atribuições, hoje, que tenha por base o pedagógico e não o psicológico é

considerado um dilema dentro das análises sobre o Orientador.

Em meio a tantas questões indefinidas sobre o Orientador Educacional,

é importante observar a prática desses profissionais. Pois durante a história da

Orientação, os orientadores através de suas práticas, reverteram o significado

da Orientação de acordo com o desenvolvimento da sociedade, colocação feita

pela Grispun (2008).

Numa outra colocação a autora reafirma: “[...] há uma indefinição

quanto ao que se pretende da Orientação, perfeitamente observável ao longo

da trajetória”.

No entanto, se há uma indefinição que a objetividade da prática da

Orientação, obviamente o Orientador, profissional especializado, também terá a

sua identidade indefinida.

2.3 – O Olhar sobre o Orientador Educacional na Atuação das

Práticas Educativas.

A prática do Orientador pode em muitos casos, contemplar atividades

diferenciadas no qual transcendem os limites de uma sala de aula. Ensinar e

aprender envolve protagonistas que podem ser influenciados na dinâmica

relacional do Orientador, por diversos fatores, permitindo contribuir ou não

possibilidades no processo ensino-aprendizagem.

Assim cabe a Orientação/Orientador definir estratégicas visando a

qualificação no ensino global.

Dentro desse contexto: O que se entende por prática educativa?

Considera-se como sendo uma forma de conduzir o ensino e que por

sua vez se constitui de elementos que são os objetivos, os protagonistas e os

objetivos a serem alcançados.

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Ao se deparar com os termos ensinar e aprender nos remete à função

da Escola, que tem como base esse ensinar e aprender, e que atualmente traz

uma realidade ampla não se restringindo apenas à aquisição de conteúdos.

Mas de desenvolver as habilidades do educando.

E tudo isso envolve a atuação do Orientador sendo esse, como afirma

Assis (2008) um educador e que seu trabalho deve estar voltado para o que é

fundamental na escola – o currículo, decorrente do projeto político pedagógico

– o ensinar e o aprender e todas as relações que transcorrem o cotidiano

escolar.

De forma enfática a autora ainda coloca:

“[...] A Orientação Educacional tem que fazer parte da proposta

pedagógica da escola, [...] ou contribuir para que a equipe escolar explicite os

eixos orientadores da ação dos profissionais” (ASSIS, 2008, p. 131).

Com isso observa-se que é no ínterim da proposta pedagógica que

pode constar subsídios para que as práticas educativas ressurjam e conduzam

a objetivação das práticas e da prática do Orientador.

Assis (2008) ainda diz que é fundamental, para que os objetivos sejam

definidos, que haja um trabalho em conjunto e que esses objetivos sejam

compreendidos e definidos por todos.

“É preciso, portanto, definir em que sentido se pretende transformar o

sujeito e interferir na sua aprendizagem, e quais os conteúdos e meios que

devem ser utilizados” (ASSIS, 2008, p.131).

Ainda segundo Assis (2008) para atender ao objetivo tão amplo da

educação é preciso que o eixo do trabalho dos profissionais da escola se

desloque, especialmente, o do Orientador Educacional. E também é importante

que o seu trabalho passe a se voltar para a escola enquanto uma instituição

organizada para assim promover a educação. E tudo isso exige a participação

do Orientador Educacional no processo educativo.

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Mediante a tudo isso faz juz afirmar que na prática educativa, o

Orientador tem um papel fundamental:

“[...] atuar na escola, trazendo à tona fatos que

evidenciem as contradições presentes no trabalho

pedagógico; participar da seleção das experiências de

aprendizagem e delas tirar proveito; estimular a

participação consciente de todos na vida da escola,

ajudando-os a perceber que as instituições mudam a

partir da luto dos homens organizados” (ASSIS, 2008,

p.135).

Nesse processo, pode-se reconhecer na prática educativa a

possibilidade de mudanças, transformações, a partir das intenções e

intervenções do Orientador Educacional.

2.3.1 – Visão dos Gestores e Professores sobre o Papel do

Orientador na Escola

Em torno dessa temática é importante salientar como o Orientador é

visto na sua prática por outros profissionais da escola.

Como diz Carvallho (2008 apud GRISPUN, 2008) no decorrer dos

estudos acerca da Orientação observa-se que seus propósitos se ampliaram

em número e volume. A orientação que antes era individual, ligada mais à

correção de problemas, vai avançando para uma orientação grupal, cujo

objetivo era o não aparecimento de problemas, e a partir daí abrange toda a

comunidade escolar, por meio de um enfoque que privilegia o desenvolvimento

das potencialidades do indivíduo e do grupo.

“[...] poderíamos dizer que a prática da Orientação

envolve o planejamento desse projeto em que a

Orientação, com seus Orientadores, se faz presente junto

com os demais docentes da escola para pensar, articular,

organizar este projeto da e na escola; da mesma forma,

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durante o seu desenvolvimento a Orientação participa de

forma diversificada, tanto em termos dos alunos, como da

própria instituição” (GRIPUN, 2008, p. 2).

A partir dessa colocação se compreende que tamanha é a contribuição

desse profissional na escola.

Na escola o Orientador não trabalha sozinho, ele é a parte de um todo.

É o profissional solicitado para que atue de forma conjunta na instituição, em

parceria com aluno, gestores e todo o corpo docente. O fazer e o pensar fazem

parte do cotidiano dos Orientadores.

Daí uma indagação surge: Como o orientador é visto na escola? Que

atribuições são dadas a esse profissional?

Para se obter respostas, ou talvez não, nada como se pensar na

prática. Com o olhar sob essa prática, educadores se colocam e definem a

partir da sua vivencia: quem é o Orientador e como ocorre a sua atuação diante

das problemáticas que envolvem o ensino-aprendizagem.

Para Cristina2, o Orientador Educacional é o profissional que, por sua

vez, procura fazer um trabalho em conjunto com família e escola, procurando

saber dos problemas dos alunos para que o mesmo tenha um bom

desenvolvimento.

Nota-se em sua fala um conceito acerca do orientador dentro de uma

abordagem psicológica, do “aluno-problema”.

Eis outra colocação feita por Isamara3: Diria que o Orientador

Educacional deve ser uma ponte entre: escola, família e aluno. Ele precisa

conhecer a comunidade em que está inserido para que possa realizar um bom

trabalho, de forma articulada para alcançar os objetivos no seu trabalho.

2 Cristina é coordenadora da Escola Padre Francisco da Motta. 3 Isamara atua como professora no 3º ano do Ensino Fundamental na Escola Padre Francisco

da Motta.

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E ainda, Inês4 confirma que o Orientador é alguém com projetos

educacionais específicos, junto aos alunos, família e todo corpo docente,

alguém que conhece e participa da escola como uma totalidade.

Para a Orientadora Virgínia5, na escola a qual atua, ela é vista pelo

corpo docente como um profissional indispensável e que tem uma função

fundamental na escola: a de intervir na complexidade da vida familiar, escolar e

social que necessita de auxílio.

De acordo com esses dados foi possível constatar a visão obtida pelo

corpo docente sobre o Orientador Educacional, e também a do próprio

orientador.

É provável que diante do olhar sobre a prática e/ou o desenvolvimento

do papel de cada um na escola haja contradições entre prática e teoria. Porém

é importante que cada um tenha consciência do seu papel, e dessa forma

realize o melhor possível, principalmente o orientador, figura relevante nessa

discussão.

“Ao orientador não cabe, apenas, mostrar os conflitos e

contradições dessa sociedade, mas ajudar os alunos, na

escola a compreender as relações sócias, refletindo,

inclusive, sobre o significado das suas próprias

contradições e conflitos” (GRISPUN, 2008, p. 152).

4 Inês atua como professor no 5º ano do Ensino Fundamental na Escola Padre Francisco da Motta. 5 Virgínia é Orientadora Educacional da Escola Padre Francisco da Motta.

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CAPÍTULO III

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E

AS SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM

“Quando vivemos a autenticidade exigida

pela prática de ensinar-aprender

participamos de uma experiência total

diretiva, política, ideológica, gnosiológica,

pedagógica, estética e ética, em que a

boniteza deve achar-se de mãos dadas

com a decência e com a seriedade”.

Paulo Freire

3.1 – O Orientador Educacional como Agente Mediador e

Sistematizador na Escola.

Grispun (2006) descreve que a escola é uma organização complexa e

comporta vários serviços executados por diferentes profissionais, cuja

atribuição maior é que o processo educacional seja efetivo. Nesse sentido

pertence a uma instituição maior, a educação, que por sua vez pertence à

sociedade. Dentro de um sistema educacional a escola desempenha funções

que abrange algumas dimensões “filosóficas, políticas, sociais e pedagógicas”,

fontes que corroboram para que a escola seja compreendida.

“A escola representa o espaço onde os processos e as

teorias pedagógicas vão se desenvolvendo; ela também

representa o espaço de transformação e de vivência das

próprias experiências dos alunos e professores: espaços

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de trocas, criação, vivência de diferentes valores”

(Grispun, 2006, p. 88).

Dessa forma se compreende a caracterização da escola, sendo um

espaço, na sua dimensão, de integração e socialização.

A palavra escola nos remete, também, ao termo ensino-aprendizagem,

pois se parte da ideia de que é na escola que há aprendizagem ocorre.

Para Grispun (2006) o aspecto mais importante é a dimensão

pedagógica da escola, uma vez que sua função principal é ensinar, como diz a

autora Mello. Pois é nessa dimensão que ela elabora seu projeto político-

pedagógico, onde, certamente, o currículo terá seu lugar fundamental.

“O trabalho pedagógico deve buscar insistentemente o

fortalecimento da educação, enquanto dimensão da

prática social global; do ensino, enquanto atividade

calcada na realidade objetiva de quem aprende, e da

aprendizagem, enquanto processo pessoal e intransferível

que acontece dentro de cada indivíduo, tendo em vista

seu amadurecimento” (GRISPUN, 2008, p. 143).

A autora completa essa citação enfatizando que há alguns princípios

adequados a que esse propósito de comprometimento se realize, são eles:

“O princípio da consideração ao conhecimento

espontâneo do aluno (saber que ele constrói nas

vivências cotidianas, nos conceitos que forma na prática,

nas comunicações e nas interações sociais) é uma das

referências articuladoras do ensino-aprendizagem.

O princípio do significado do conteúdo que se ensina-

aprende para a vida, para a emancipação, para a

realização pessoal, social, política, é relevante à própria

motivação da aprendizagem.

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O princípio da concretização de conceitos em fatos,

exemplos, imagens, objetos, também amplia os sentidos e

motivos para aprender.

O princípio de ensinar-aprender a pensar, a fazê-lo de

modo mais profundo, amplo e sistêmico, pela reflexão,

análise, conclusão, desenvolve condições de

compreender, aplicar, criar” (GRISPUN, 2008, p. 143 e

144).

Princípios relevantes que orientam no auxílio dos processos de ensino

e na articulação dos integrantes do cotidiano escolar.

Nesse contexto cabe enfatizar o papel do orientador e as suas

contribuições, de forma a atuar como mediador e sistematizador nesse

processo.

“A Orientação Educacional é parte de um todo, faz parte da escola que

com ela interage permanentemente, assim como com a própria sociedade”.

(GRISPUN, 2008, p.70).

Sendo assim, a Orientação desenvolvida na escola interfere, no seu

projeto, enquanto dele participa sendo seu principal papel o da mediação que

deve ser percebido como a articulação/explicação, o desvelamento necessário

entre o real e o desejado, diz Grispun (2008).

A escola é uma instituição cuja função, já enfatizada, é proporcionar

meios para que o indivíduo se aproprie do conhecimento e aprendizado. É

dento da escola, segundo Garcia (1994), que o Orientador Educacional tem por

função mobilizar os diferentes saberes dos profissionais que ali atuam, sendo a

ponte entre os atores que compõe a escola.

Atuar nesse espaço escolar, mediar e sistematizar as ações

pedagógicas dentre as variadas relações, é desafiador e exige do profissional

orientador investigar o cotidiano para se obter bases à uma ação mais concreta

do pensar. Em face disso:

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“O Orientador Educacional que, através da investigação

sobre a realidade, percebe que no processo ensino-

aprendizagem estão em jogo inúmeras relações [...],

compreende que as relações nas escolas não são um fim

em si mesmas, mas meio para que o aluno aprenda e

amplie o seu conhecimento sobre ‘relações de ajuda’,

passando a trabalhar as diferentes relações, que podem

influir para que o aluno aprenda” (GARCIA, 1994, p.17).

E assim Garcia (1994) ao invés de psicologizar as relações, seu papel

histórico, passa a trabalhar no sentido de resgatar o aspecto político

pedagógico destas relações.

O Orientador é o profissional incumbido de ser o mediador, e com sua

força, colaborar na construção, no processo ensino-aprendizagem. Deste

modo:

“É uma das funções do Orientador fazer a mediação entre

os dois lados da questão: sujeito e meio. O que se

pretende é trabalhar neste meio como força propulsora do

conhecimento do indivíduo, de sua realidade e de sua

participação para construção do conhecimento necessário

à transformação desta realidade” (GRISPUN, 2008, p.

144).

Mediante tudo isso, observa-se que o Orientador, antes visto como o

responsável pelo encaminhamento daqueles alunos considerados “problemas”,

vai sendo reconhecido dentro de uma nova visão de orientação. Vale recordar

que essa visão abrange não só o aluno no ser individualizado, mas parte do

indivíduo buscando a sua totalidade. Grispun (2008) deixa bem claro sobre o

campo da Orientação Educacional:

“Devemos trabalhar, com o aluno, na possibilidade de sua totalidade,

desenvolvendo o sentido da singularidade, da autonomia, da dimensão da

solidariedade, do verdadeiro significado do humano” (GRISPUN, 2008, p. 73).

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Contudo, faz-se necessário um Orientador, hoje, nas escolas, que seja

um profissional que além de ensinar ou ensinar a aprender a aprender ajude o

aluno a fazer as novas leituras que o mundo está a exigir de forma crítica,

investigativa e reflexiva (GRISPUN, 2008).

É desafiador, porém, não é impossível!

3.2 – Limites e Possibilidades na Prática do Orientador

Educacional

Sabendo das atribuições dadas ao Orientador Educacional, e das

questões que envolvem a sua prática, de certo, haverá no espaço da

Orientação, principalmente no cotidiano escolar, os limites e as possibilidades

na atuação.

“São muitos os papéis da Orientação Educacional diante

das perspectivas dessa nova escola: papel integrador,

mediador e principalmente um papel de

interdisciplinaridade entre o saber e o fazer, entre o ter e o

ser, entre o querer e o poder” (GRISPUN, 2008, p.93).

São papéis importantes a ser desenvolvidos na prática desse

profissional, considerando assim a importância hoje de uma orientação na

escola.

“A Orientação Educacional deve ser vista como a área que pode

caminhar junto com todos que buscam uma educação de melhor qualidade, e

se possível, numa dimensão mais ampla de um mundo melhor” (GRISPUN,

2008, p.93).

Nesse contexto, é importante destacar as possibilidades dessa

Orientação Educacional, as formas de atuação da mesma na dimensão

escolar.

Para exemplificar, Grispun (2008) tenta identificar essas possibilidades

de trabalho do Orientador junto a cada um dos segmentos da escola.

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“Junto aos alunos: auxiliá-los através de uma prática que

estimule sua participação [...]. O orientador trabalha o

aluno para seu desenvolvimento pessoal.

Junto aos professores: colaborar e participar na

construção do projeto político pedagógico da escola,

contribuindo para a discussão sobre as questões técnico-

pedagógicas da escola.

Junto à direção: Colaborar junto, tanto nas decisões

tomadas pela direção como à obtenção de dados

inerentes aos aspectos administrativas. O Orientador

deve participar de toda a prática que organiza a escola.

Junto aos funcionários da escola: Colaborar na

valorização de suas tarefas considerando-as necessárias

ao bom desenvolvimento da organização da escola [...]. O

orientador deve procurar, trabalhar a auto-estima, a

identidade profissional, e suas atribuições para o

funcionamento da escola.

Junto aos pais e a comunidade em geral: Trazer os pais à

escola constituiu uma das atividades do orientador. Ele

faz com que eles participem do projeto dela [...] desde o

planejamento do projeto pedagógico até as decisões que

a escola deve tomar” (GRISPUN, 2006, p.111-113).

E assim:

“O orientador educacional deve procurar se envolver com

a comunidade resgatando sua realidade socioeconômica-

cultural como meio de contribuir para a adequação

curricular, tendo em vista a transformação da escola e da

sociedade. [...] A orientação deve trabalhar com um

planejamento participativo, sempre voltado para uma

concepção crítica. Um diálogo entre as comunidades das

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disciplinas teóricas e das disciplinas práticas permitirá a

busca dessa concepção crítica” (GRISPUN, 2006, p.109).

Nisso se resume a descrição dessas possibilidades, cientes que a

realidade em cada escola é única e por isso, diferentes. Não há “receita” pronta

para atuar como Orientador Educacional.

De acordo com Garcia (1994), um orientador competente pode criar

condições de transformação da escola, colocando em discussão o que se faz,

por que se faz, como se faz e quem é beneficiado com a ação pedagógica.

É nessa competência que o orientador busca meios para saber lidar

com os entraves e os limites dessa profissão.

“Os limites demarcam os espaços de liberdade individual,

de modo a preservar os espaços coletivos.

Os limites aproximam as pessoas em seus grupos e

constituem referências de condutas que as qualificam,

respeitam e compreendem em seus direitos e deveres.

Os limites favorecem a superação de interessismos

autocentrados por interesses partilhados, de

individualismos solitários, por individualidades solidárias,

da inconsequência do autoritarismo, pela competência da

autoridade, da arbitrariedade, pela consciência da

liberdade” (GRISPUN, 2008, p.126).

A autora enfatiza essa importância do limite como um valor que integra

as reflexões e ações da Orientação Educação. E ainda diz que essa

importância dos limites corresponde à importância de critérios de justiça, de

ética, equidade, dignidade humana; é também a importância da “lei” da vida e

do viver com, de criar laços que fortaleçam os valores de cidadania e

estabelecer critérios e princípios de construção, preservação e realização

desses valores (GRISPUN, 2008).

Colocações relevantes que mostra o sentido do limite naquilo que é

amplo: A orientação educacional. E que sugerem observar, com uma atenção

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especial, os limites no contexto das ações e relações na escola, seus setores e

serviços.

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CONCLUSÃO

Ao chegar até a conclusão percebe-se que todo estudo acerca do tema

perpassou por bases teóricas e também por um olhar na prática (questionário e

entrevista). E disso obtiveram-se considerações relevantes para se

compreender o Orientador no âmbito educacional.

Foi muito proveitoso falar sobre a trajetória da Orientação Educacional,

vê-la sob a ótica do cotidiano escolar e deparando-se com as suas

contribuições no processo ensino-aprendizagem, pois clarificou quem é esse

profissional e as funções que lhe são atribuídas.

A Orientação “nasce” de uma realidade voltada ao mercado de

trabalho, era preciso orientar para uma profissão. E a partir daí a abordagem se

dá no campo da psicologia.

Aos poucos vai se voltando o olhar à escola, porém o seu objetivo é de

uma Orientação Educacional individualizada, cuja centralidade era os

problemas, ou melhor, os “alunos-problemas”, e assim se limitava o orientador.

E ainda, de forma bem contextualizada, Grispun (2008) coloca os

períodos por qual passou a Orientação, que ao ver só serviu de base para que

a Orientação ganhasse o seu espaço nos ambientes educativos.

Foi nos primeiros passos da história e dos discursos que a Orientação

Educacional enfoca a atuação desse profissional como algo abrangente que vai

desde o planejamento pedagógico até as decisões tomadas pela escola.

“A Orientação Educacional está cada vez mais

comprometida com a educação, no sentido de favorecer,

promover, os meios necessários para que se efetive uma

educação de qualidade, em todos os níveis e

modalidades de ensino” (GRISPUN, 2008, p.1).

Esse compromisso da Orientação Educacional, citado acima, só

demonstra os rumos tomados pela Orientação.

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Neste trabalho constata-se que a teoria e a prática tentam caminhar

juntos, porém isto nem sempre acontece.

Em complementação a isso, diz Grispun (2008), que examinando a

prática dos Orientadores Educacionais no cotidiano percebemos que o fazer

está impregnado de uma rotina que cada vez mais distancia o Orientador

Educacional da ação refletida e que consequentemente, limita a capacidade de

ver, sentir e agir cientificamente.

No cerne dessa questão do Orientador Educacional no âmbito escolar,

diante de tudo que foi colocado, podemos não ter obtido grandes respostas às

nossas inquietações, porém é considerável que esse profissional é de

importância na escola e pode auxiliar de forma positiva no processo ensino-

aprendizagem.

Conclui-se que o momento atual na Orientação está direcionado para

compreender o desenvolvimento do aluno, do homem, do ponto de vista

significativo, da afetividade, da tomada de decisão, da sua inserção social.

Pretende-se buscar a totalidade de conhecimento do aluno que está se

desenvolvendo como pessoa, construindo sua personalidade e participando

consciente e ativamente de sua própria história de vida.

O papel do orientador tende a ser mais amplo, porém devido à rotina

que lhe é imposta ou culturalmente aceita, o orientador não consegue perceber

e exercer a sua principal função que é adquirir uma visão abrangente de todo

contexto educacional e daí propor planos e ações que contribuam para os

objetivos propostos pela unidade educacional em que esteja inserido.

Acreditamos nessa amplitude da Orientação Educacional.

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BIBLIOGRAFIA

GARCIA, Regina Leite (Org). Orientação educacional: o trabalho na escola. 5

ed. São Paulo: Loyola, 1994.

____________. O fazer e o pensar dos supervisores e orientadores

educacionais. 5 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1994.

GRISPUN, Mírian P. S. Zippin (Org). A Orientação educacional: conflito de

paradigmas e alternativas para a escolar. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2006.

____________. Supervisão e orientação educacional: perspectivas de

integração na escola. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2008.

____________. A Prática dos orientadores educacionais. 6 ed. São Paulo:

Cortez, 2008.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 6 ed. São Paulo:

Cortez, 2002.

NÉRICI, Imídeo G. Introdução à orientação educacional. 3 ed. São Paulo:

Atlas, 1983.

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ANEXO 1: ENTREVISTAS

1 – Há quanto tempo atua nessa função de Orientadora Educacional?

2 – Qual é a sua visão, como orientadora, acerca de suas funções e

atribuições?

3 – Há algum pressuposto teórico que embase suas ações? Explique.

4 – Como planeja suas ações?

5 – Quais são suas funções para com os professores?

6 – E para com os alunos?

7 – Você é responsável por todos os assuntos relacionados aos alunos?

8 – Você trabalha com a inclusão na escola?

9 – Você trabalha com a inclusão na escola?

10 – Como você, Orientador Educacional, é visto por docentes e gestores,

no âmbito escolar?

11 – Qual o papel proposto a você pelos regimentos internos da escola

em que atua?

12 – Que barreiras encontram-se no desempenho de suas funções?

13 – E no aspecto família, como ocorre o relacionamento com os pais dos

alunos?

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ANEXO 2: QUESTIONÁRIO

Questionário (Coordenadores e Professores)

1 – Formação: ________________________________________________

2 – Em qual nível de ensino atua?

_______________________________________________________________

3 – Você se recorda de alguma situação em que precisou de auxílio do

Serviço de Orientação Educacional – SOE juntamente com alguns de seus

professores? ( ) Sim ( ) Não

4 – Em caso afirmativo, descreva as situações mais pertinentes (positivas

e/ou negativas).

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 – Como acontece a atuação da Orientação Educacional na escola em

que trabalha? Existe uma ação conjunta? Como ocorre?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 – Como você descreveria a função de um Orientador Educacional em

seu trabalho? De que forma isso ocorre?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 11

1.1 – Bases Históricas da Orientação Educacional: Como tudo começou 11

1.2 – Os Primeiros Discursos sobre a Orientação Educacional 15

1.3 – A Orientação Educacional Atualmente 20

CAPÍTULO II

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL EO COTIDIANO ESCOLAR 23

2.1 – O Papel do Orientador Educacional acerca da Realidade Escolar 23

2.2 – O Orientador Educacional: O que lhe é atribuído na Prática, e o que

fala a teoria 25

2.2.1 – O Orientador Educacional: Resgatando a sua Identidade 27

2.3 – Um Olhar sobre o Orientador na Atuação das Práticas Educativas 29

2.3.1 – Visão de Gestores e Professores da Escola 31

CAPÍTULO III

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E AS SUAS CONTRIBUIÇÕES NO

PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM 34

3.1 – O Orientador Educacional como Agente Mediador e

Sistematizador na Prática e organização da Escola 34

3.2 – Limites e Possibilidades na Prática do Orientador Educacional 38

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CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 44

ANEXOS 45

ÍNDICE 47

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: O Papel do Orientador no Âmbito Escolar

Autor: Maria de Lourdes de Oliveira

Data da entrega: 30/03/2011

Avaliado por: Conceito: