92
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE PEDAGOGIA COM EXCELÊNCIA: EDUCAÇÃO ESCOLAR A EMPRESARIAL Por: Paulo Pereira Cezar Orientador Profª. Ana Cristina Guimarães Rio de Janeiro 2006

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

  • Upload
    vokiet

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PEDAGOGIA COM EXCELÊNCIA:

EDUCAÇÃO ESCOLAR A EMPRESARIAL

Por: Paulo Pereira Cezar

Orientador

Profª. Ana Cristina Guimarães

Rio de Janeiro

2006

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PEDAGOGIA COM EXCELÊNCIA:

EDUCAÇÃO ESCOLAR A EMPRESARIAL

OBEJETIVOS:

Apresentar a evolução das práticas de Ensino –

Aprendizagem da era do giz e do quadro negro

até as atuais salas de treinamento das grandes

empresas, inseridas no mundo Global pela

internet com computadores, instrumentos

multimídias (data-show), tele-conferências,

salas de ensino a distância. Os Instrumentos

pedagógicos da sociedade do conhecimento.

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

3

AGRADECIMENTOS

A minha mãe Salvina Pereira Cezar,

fundamental e incomparável na determinação

de acompanhar, em todos os passos, a

educação dos filhos com amor, disciplina e

imensurável sacrifício.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

4

DEDICATÓRIA

A Iraci Cezar, Bruna Luíza Cezar,

Israel Cezar e David Elias Cezar.

Minha esposa, companheira de lutas

e vitórias; meus filhos, determinados

e corajosos, consolaram-me com

suas lágrimas, quando juntos, ao

enfrentarmos os poderosos,

realimentamos em nossas almas

nosso pacto de amor infindável,

construído desde as nossas primeiras

caminhadas na vida.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

5

RESUMO

O trabalho que se segue é um estudo sobre as práticas

pedagógicas e sua complexidade. Inicia-se com a metáfora de Leonardo

Boff (1998) - “A águia e a galinha Uma metáfora da condição humana” –

Onde a águia precisou apenas encontrar com seu educador ou pedagogo -

um encontro imprevisível do Naturalista e a Águia para dar sentido de

aventura, como de fato é o relacionamento Ensino – aprendizagem,

Educador – educando, sem fórmula rígida, porque educar é um processo

de celebração dos elementos da vida humana interagindo para alcançar

um objetivo consciente. O trabalho está repleto de eventos pesquisados

sobre o que é o processo de aprendizagem, e, principalmente, práticas de

ensino, tão solicitada em sala de aula pelos alunos e o como se processa

a aprendizagem, de algumas experiências de educadores sobre o assunto

- “o pulo do gato” - que todos querem saber, para chegar lá, desde a era

do giz, e dos quadros (negros e verdes) até a era da internet, e os

instrumentos pedagógicos que surgiram com o avanço da tecnologia

educacional, que tem como instrumento estratégico de gestão de

educação empresarial – as UNIVERSIDADES CORPORATIVAS - da

recém-chegada sociedade denominada: SOCIEDADE DO

CONHECIMENTO. Termina sem esgotar o assunto, mas enfatizando o

único caminho possível para o progresso e libertação do homem como

cidadão ou, metaforicamente, do homem-águia em busca de excelência:

Identificação de uma necessidade, diagnóstico do problema e aplicação da

solução, acompanhamento dos primeiros e tímidos vôos, certificação do

objetivo alcançado que é – educar e/ou educar e/ou voar, educar

ininterruptamente, a níveis infinitos de liberdade.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

6

METODOLOGIA

A metodologia adotada na realização deste trabalho foi

qualitativa, fundamentando-se na pesquisa e estudo de várias obras

escritas por autores conceituados, como na introdução LEONARDO BOFF

(1984), para apresentar um estudo evolutivo das práticas de ensino desde

o giz e quadros (negros e verdes) até chegarmos ao instrumento de

educação da UNIVERSIDADE CORPORATIVA, pois a problemática do

curso e aqui apresentada não se restringe no que é Pedagogia

Empresarial, mas como se processa ou se pratica Pedagogia

Empresarial, ou seja, a didática. Para isto pesquisamos a evolução de

conhecimento socioeconômico, as fases embrionárias até as atuais dos

meios de produção, razão da existência da empresa do passado e da

atual, mostrada a partir da visão de COSETE RAMOS (2002) no capítulo I,

chamada de três ondas (Revoluções agrícolas, industrial e da Informação),

e também mostra que já adentramos pela 4ª onda, com a inserção da

Internet, no cotidiano. Veremos o estudo do Processo Ensino –

Aprendizagem, os princípios da aprendizagem de GAGNÉ (1980) capítulos

II a V. Do capítulo VI ao VIII será apresentado o estudo sobre as técnicas

de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979),

MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e MARIA COTA (1979) e

finalizamos o estudo monográfico no capítulo IX com a construção de um

projeto pedagógico, segundo as visões de diversos educadores:

VYGOTSKY (1981), para quem o “Pensamento e Linguagem” são

derivações do relacionamento do desenvolvimento individual e da cultura,

que desempenha papel relevante para a evolução do sujeito e aquela - a

linguagem – é o meio que propicia essa interação. O fator cultural só é

aprendido por meio e significados com participação dos mediadores. A

GARDENER, H (1993) capítulo IX, com as múltiplas inteligências e o

estudo sobre a PERCEPÇÃO, veremos que “é mais importante observar a

singularidade e a diversidade do que a homogeneidade e a organização

estática” DANIEL GOLEMAN, D (1995), que divulgou ao mundo a

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

7

inteligência emocional, as concepções de aprendizagem, derivadas das

teorias da cognição, os novos conceitos sobre a inteligência e suas

funções que suscitam a necessidade de consolidar novas formas de

aprendizagem, baseadas em outros aspectos que não a linguagem e o

raciocínio lógico matemático. DELORS (1996), e a posição do Educador

Empresarial, função somente exercida se forem incorporadas as

categorias interpretativas, que permitem olhar o contexto da rede de

ensino da Empresa, pois a educação é sistêmica e visa ao

desenvolvimento do homem, capaz de exercer a cidadania na sociedade

contemporânea por meio de competências voltadas para o aprender a

aprender (Saber), aprender a fazer (Saber Fazer), aprender a conviver e a

ser (Saber Ser). Aprender a ser significa a aceitação de si mesmo e dos

outros, cultivando os valores humanos, que se personificam na instituição

de práticas de pedagogia empresarial, na instituição UNIVERSIDADE

CORPORATIVA, LACOMBE e HEIBORN (2003), prevêem como

requisitos para a sobrevivência e o progresso de uma grande empresa a

sua capacidade de selecionar, treinar e posicionar corretamente, no

presente, as pessoas com potencial para atuar, no futuro, na

administração superior da empresa, assumindo responsabilidades e

agindo como uma equipe integrada. As pessoas são os únicos elementos

diferenciados de uma organização.

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

ENSINO APRENDIZAGEM 16

CAPÍTULO II

O PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM 21

CAPÍTULO III

AS FASES DA APRENDIZAGEM 25

CAPÍTULO IV

EVENTOS FACILITADORES DA APRENDIZAGEM 29

CAPÍTULO V

OS RESULTADOS DA APRENDIZAGEM 31

CAPÍTULO VI

A COMUNICAÇÃO NO ENSINO 33

CAPÍTULO VII

RECURSOS INSTRUCIONAIS 45

CAPÍTULO VIII

PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO ENSINO 51

CAPÍTULO IX.

UNIVERSIDADE CORPORATIVA 70

CONCLUSÃO 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 87

ÍNDICE 89

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

9

INTRODUÇÃO

Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um

pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia.

Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração

própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei e ou rainha de todos os

pássaros

Depois de cinco anos, este homem recebeu a visita de um

naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:

Este pássaro aí não é uma galinha? É uma águia.

De fato, disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha.

Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras,

apesar das asas de quase três metros de extensão.

Não, retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois

tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.

Não, não insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará

como águia.

Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia,

ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:

Já que de fato você é uma águia, já que você pertence ao céu e

não à terra, então abra suas asas e voe !

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

10

A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava

distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E

pulou para junto delas.

O camponês comentou: Eu lhe disse, ela virou uma simples

galinha !

Não tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia

será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.

Sussurrou-lhe: Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe !

Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão,

pulou e foi para junto delas.

O camponês sorriu e voltou à carga: Eu lhe havia dito, ela virou

galinha!

Não, respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá

sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez.

Amanhã a farei voar.

No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo.

Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos

homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das

montanhas

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

11

.

O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:

Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e

não à terra, abra as suas asas e voe !

A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova

vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na

direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade

solar e da vastidão do horizonte.

Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o

típico kau-kau das águias e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E

começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou...

voou. até confundir-se com o azul do firmamento..."

Esta parábola evoca dimensões profundas do espírito,

indispensáveis para o processo de realização humana: o sentimento de

auto-estima, a capacidade de dar a volta por cima das dificuldades quase

insuperáveis.

Cada pessoa tem dentro de si uma águia. Ela quer nascer. Sente

o chamado das alturas. Busca o sol.

Uma águia tem dentro de si o chamado do infinito. Seu coração

sente os picos mais altos das montanhas. Por mais que seja submetida a

condições inadequadas, ela nunca deixará de ouvir sua própria natureza

de águia que a convoca para as alturas sublimes.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

12

As pessoas que alçam sublimes vôos são as que se recusam

deitar e suspirar, esperando, passivamente, as coisas mudarem - perfil de

quem quer sobreviver na Sociedade do Conhecimento - em vez disso,

visualizam em suas mentes o valor da persistência; não permitindo que as

circunstâncias da vida as empurrem lá para baixo, e as mantenham

subjugadas como galinhas.

Vamos, voe... Voe e vença, ocupe o lugar que é seu no alto do

penhasco. - parábola de LEONARDO BOFF.

A águia, segundo Boff, em sua obra é o símbolo da excelência, na

parábola precisou de alguém, especialista para desempenhar plenamente

as suas competências, até então reduzidas às competências de uma

galinha.

Segundo Boff, o Naturalista é - na sociedade do conhecimento -

alguém especialista em detectar competências certas para o lugar certo. O

naturalista é o educador , que tem como papel, desatar o nó, assim como

um pedagogo ou mesmo um professor (que vemos no capítulo 2) que

deixa as competências serem exercidas plenamente; que desperta e

promove potencialidades “adormecidas”, resgatando-lhe a criatividade, a

auto-confiança, a iniciativa e autonomia, provocando as mudanças

pessoais necessárias, visando a melhor qualidade de vida e socialização,

para o atendimento das questões organizacionais, dentre elas a atuação

de dinamizar os processos produtivos, pois como veremos no capítulo 1,

ela necessitou de uma ação externa para promover o seu

desenvolvimento; um exemplo vivo para o homem, que necessita exercer

cidadania plena na sociedade contemporânea, por meio de competências

voltadas para o aprender a aprender (Saber), aprender a fazer (Saber

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

13

Fazer), aprender a conviver e a ser (Saber Ser), concebidas num modelo

predominantemente sistêmico e não unicamente cartesiano.

Somente após a ação do Naturalista a águia pode ser o que ela

realmente é, um ser que define onde quer chegar, e chegar com eficácia, é

ajustar recursos próprios, conhecimentos, habilidades e atitudes, é

entender a mensagem do autor - exemplo didático-pedagógico para iniciar

esta aventura do saber cognitivo, construtivista.

As empresas que buscam a Excelência em gestão Empresarial,

como a Águia sabem os momentos de avançar, de recuar, e retroceder –

ações definidas no planejamento estratégico, pela alta direção, mas

perseguindo com persistência a excelência nas práticas de gestão de

pessoas, e assim, elevar-se, a novos céus.

A águia sofre uma crise existencial que é encarada como uma

oportunidade de crescimento, sofre uma reforma física após, mais ou

menos, 40 anos de existência, por ter ficado com as garras e penas

atrofiadas, por isso, não podendo se acomodar, ela tem que fazer algo

diante da nova realidade, senão morre. O processo é trabalhoso e

doloroso, tem que retroceder, se deformar para reformar, é,

aparentemente, humilhante, tem de arrancar, até sangrar, as penas

pesadas, porque precisam ser substituídas para maior agilidade e leveza

nas manobras da vida, o bicos é quebrado para se renovar, pois há

tempos, perdeu a eficiência. É uma renovação dolorosa mas necessárias

para, após um tempo “escondida”, surgir a líder dos céus, mais forte,

renovada, reconstruída, exuberante.

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

14

Se não fossem as crises não existiriam EDUCAÇÃO e

EVOLUÇÃO HUMANA, não passaríamos pelas revoluções agrícola,

industrial, das telecomunicações e atualmente da Internet. Somos a

Sociedade do Conhecimento, segundo Cosete Ramos (2002), num

processo contínuo de educação. Vimos dos bancos escolares e

continuamos, numa nova versão - a Universidade Corporativa. O ensino-

aprendizagem é um processo contínuo, e a função do professor é de

planejar, conduzir a instrução e avaliar a aprendizagem e suas fases, seus

eventos facilitadores e os resultados. A comunicação no ensino não abre

mão dos recursos instrucionais citados no capítulo VIII, e o Planejamento e

Execução do Ensino é fundamental no processo de aprendizagem. Um

saber contínuo como o vôo das águias, cada vôo uma aventura nova.

Como a inserção no mundo Globalizado de um novo instrumento de

disseminação da Educação empresarial, citado no capítulo IX: a

Universidade Corporativa é instrumento estratégico da Educação

Empresarial.

Pesquisado VYGOTSKY (1973), ensina que o desenvolvimento

intelectual é caracterizado por saltos qualitativos de um estágio de

conhecimento para outro superior, a aprendizagem ocorre por meio da

relação entre o processo de desenvolvimento do sujeito e suas aptidões. O

aluno é ativo, constrói o conhecimento e o foco da aprendizagem está no

processo, na interação dialógica; o professor é o mediador, facilitador,

organizador e interage com os alunos num processo dialógico. Neste

sentido, o planejamento das atividades de ensino do professor deve

considerar o estágio de desenvolvimento dos alunos, sugerindo propostas

de trabalho que representem desafios possíveis de serem solucionados.

Além disso, deve trabalhar saberes de forma a ultrapassar a segmentação

e a especialização exacerbada das disciplinas, adotando uma visão

transdisciplinar do conhecimento, sem negar o valor da especialização e a

recomposição da cultura e o sentido da vida.

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

15

Para Lacombe e Gilberto Luiz José, a sobrevivência e o progresso

de uma grande empresa dependem, em grande parte, da sua capacidade

de selecionar, treinar e posicionar corretamente, no presente, as pessoas

com potencial para atuar, no futuro, na administração superior da empresa,

assumindo responsabilidades e agindo como uma equipe integrada. As

pessoas são os únicos elementos diferenciados de uma organização.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

16

CAPÍTULO I

ENSINO-APRENDIZAGEM

De acordo com Cosete Ramos as práticas pedagógicas

consagradas nas salas escolares transferem-se para o ambiente

Empresarial. É a sociedade do conhecimento, que privilegia os registros

dos processos, o registro e a disseminação do mesmo a toda corporação,

para que tenha valor. os ativos intangíveis.

A primeira onda, como informa Cosete Ramos, começou por volta

de 8000 a. C e encerrou-se no final do século XVII. A revolução agrícola

fez com que o homem (antes nômade) aprendesse a nova vida sedentária,

passando a morar em aldeias, povoados ou em terras cultivadas. A

sociedade Agrícola – vivia da terra e tinha na enxada o seu principal

símbolo. Imagine os bóias frias capinando para preparar a terra para o

plantio. As pessoas empregadas e os escravos exerciam atividades na

agricultura.

No fim da monarquia brasileira e à Proclamação da República, em

1889, em plena 2ª onda, que começa por volta de 1700 e se encerra

próximo a 1950,a Revolução Industrial provoca uma mudança dramática e

muito sofrida. O homem sai da zona rural, vai viver em cidades, indo residir

perto das fábricas onde trabalha. Esta é uma sociedade autoritária: o pai

manda, e o filho obedece, o patrão manda, e o empregado obedece; o

chefe manda, e o operário obedece. A relação entre eles é de adversários,

havendo muita ameaça, coerção, medo e castigo. A Sociedade Industrial

tem na linha de montagem o seu maior símbolo. A massificação é uma das

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

17

principais características da Sociedade das Chaminés: produção em

massa, consumo em massa, mídia de massa. Logicamente, a educação é

massificada e homogênea. A principal fonte de emprego é a atividade

fabril, realizada por uma mão-de-obra barata e de baixa qualificação, que

realiza tarefas rotineiras e repetitivas.

No século XXI a humanidade está navegando na 3ª onda. A

revolução da informação provocou uma transformação nunca vista na

história da Humanidade. A sociedade se torna democrática e participativa.

As relações entre pais e filhos, líderes e liderados, empregados e

empregadores são de colaboração e parceria. A Sociedade do

Conhecimento, ligada à informação, tem como símbolo o computador.

Descentralização e desmassificação são características marcantes da

época. Produtos e serviços são feitos sob medida para o cliente “prime”,

atendimento personalizado: produções pequenas e tiragens

personalizadas. Redes digitais de alta tecnologia estão em funcionamento.

Há uma proliferação enorme de canais de TV, muitos deles interativos. A

educação torna-se heterogênea e diversificada. O ambiente de negócios é

dinâmico e competitivo. A nova empresa (uma organização de

aprendizagem) exige profissionais altamente qualificados, com um nível

educacional cada vez mais alto. A atividade cerebral (capacidade de usar

o cérebro) é a grande empregadora. Os novos profissionais estão sendo

chamados de trabalhadores mentais, cerebrais ou do conhecimento.

Segundo Tofler, a história da Sociedade Humana é uma sucessão

de ondas de mudança, visando impedir a estagnação que leva a

improdutividade.

Cada Onda propõe padrões de mudança que afetam a Sociedade

como um todo, forçando transformações nos seus diferentes sistemas e

subsistemas: político, econômico, organizacional, cultural, social, familiar e

educacional.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

18

Como os países encontram-se em estágios diferentes de

desenvolvimento, estamos vivendo um choque de três civilizações,

contrastantes e antagônicas, convivendo no mesmo tempo e no mesmo

espaço, com padrões completamente diferentes.

Muitos países, como é o caso do Brasil, vivem essas contradições

dentro das fronteiras de seu próprio território.

O choque da passagem de uma Onda para outra sempre cria

tensões e conflitos de interesses.

E estamos caminhando a passos largos para surfar na 4ª Onda.

As empresas foram obrigadas a realizar mudanças radicais. Tudo

começou por volta de 1950, quando os americanos Deming e Juran

levaram a filosofia da qualidade para o Japão (que, derrotado na 2ª Guerra

Mundial, desenvolveu um esforço fantástico, tornando-se a segunda

potência econômica do mundo, em 1980). De 1980 a 1999, organizações

em diferentes países desenvolveram Programas de Qualidade Total. Os

prêmios se multiplicaram: o Malcolm Baldrige (Estados Unidos), o Prêmio

Deming (Japão) e o Prêmio Nacional da Qaulidade (Brasil). A certificação

ISO 9000 tornou-se uma exigência para várias instituições. Escolas,

hospitais, jornais e entidades jurídicas sofreram transformações profundas,

ao adotarem as propostas da Qualidade Total. O dia-a-dia das pessoas e

das famílias foi modificado através de Programas de Qualidade de Vida.

Neste contexto, germinaram as organizações que aprendem que

podem ser uma empresa privada; instituição pública; entidade não-

governamental; escola; faculdade; universidade; ou outras formas de

empreendimento.

Hoje é consenso nas grandes Universidades de Gestão do

conhecimento:

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

19

- organizações que aprendem as pessoas expandem a capacidade

de criar os resultados que desejam;

- surgem novos e elevados padrões de raciocínio;

- a aspiração coletiva é libertada; e

- as pessoas aprendem continuamente a aprender juntas;

- uma organização de aprendizagem cria, adquire e transfere

conhecimentos, modificando sua maneira de funcionar em

função dos novos conhecimentos.

1.1 - treinamento e competências.

Segundo Cosete Ramos, o foco de uma organização está em

atender às necessidades dos clientes. Há um compromisso claro com a

excelência dos serviços e produtos que oferece. Desenvolve programas de

qualidade, a partir de uma visão estratégica de futuro, metas e planos. A

gestão é democrática e participativa. Há cooperação entre líderes e

liderados. A estrutura administrativa é reduzida. O desenho organizacional

é em rede ou esférico.- Padrão focado no Sistêmico sobre o Linear

Projetos são desenvolvidos em equipes. As pessoas e equipes são

valorizadas. Os problemas são resolvidos, em conjunto, após negociação.

É uma organização sistêmica que continuamente avalia os resultados e

melhora seus processos. Há ênfase na educação e treinamento dos

profissionais. Adota esquema de remuneração por competências

(capacidades que agregam valor ao negócio).

Para ser diplomado como integrante da sociedade do

conhecimento em cursos ministrados nas Universidades Corporativas ou

em Instituições de curso superior em convênio com as Empresas, além do

diploma superior, é preciso possuir ou desenvolver um elenco de

competências essenciais, arroladas a seguir:

Inovar (raciocinar, criar, imaginar);

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

20

Resolver problemas (formular hipóteses e avaliar);

Tomar decisões (investigar e assumir riscos);

Liderar pessoas (persuadir e negociar);

Comunicar idéias (Ler, escrever e falar, usando imagens);

Dominar outras línguas (inglês, obrigatório; espanhol opcional);

Usar o computador (diferentes programas, apresentações de

palestras, treinamentos, e-mail e Internet;

Desenvolver projetos em equipes (em colaboração);

Demonstrar elevada auto-estima (auto-imagem positiva); e

ter ética, integridade, honestidade e responsabilidade.

As praticas pedagógicas, vão se desdobrando em programas de

ensino, alinhados ao Planejamento Estratégico.

Tais práticas visam promover o desenvolvimento do homem,

capacitando-o a exercer cidadania plena na sociedade contemporânea,

por meio de competências voltadas para o aprender a aprender (Saber),

aprender a fazer (Saber Fazer), aprender a conviver e a ser (Saber Ser),

concebidas num modelo predominantemente sistêmico e não unicamente

cartesiano.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

21

CAPÍTULO II

O PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM

Antigamente, acreditava-se que aprender era “guardar”, era

“decorar”, era “ter de cabeça”. Os alunos acumulavam conhecimentos

através da leitura dos “Compêndios” e “Pontos”, nas épocas de prova.

O importante era ensinar; o mestre era o “Dono da Cadeira”; a aula

uma “Lição de Sapiência”, o aluno era um “Paciente” impaciente (às vezes

impertinente). O ensino era baseado nas dissertações do professor. A

qualidade mais solicitada do aluno era a memória.

Em aula, o mestre falava e os alunos escutavam-no em silêncio ou

copiavam o que ele ditava. Como conseqüência, “sabia mais” quem

conhecia mais coisas de memória ou, então, quem era capaz de falar mais

tempo sobre o assunto.

Atualmente, acredita-se que aprender significa saber, porém saber

não significa apenas repetir de cor e sim saber fazer. Passa-se, assim, de

um conceito estático para um conceito dinâmico de aprendizagem. O

comportamento verbal passa a ser substituído, em grande parte, pelo

comportamento operatório.

A psicologia nos ensina que a aprendizagem resulta da busca do

restabelecimento de um equilíbrio vital, rompido por ocasião do

aparecimento de uma nova situação estimuladora, para a qual o sujeito

não disponha, ainda, de resposta adequada. A quebra desse equilíbrio

determina, no indivíduo, um sentimento de desajustamento e o único meio

de ajustar-se é agir ou reagir até que a resposta conveniente à nova

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

22

situação venha a fazer parte integrante de seu repertório de

comportamentos adquiridos.

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

23

2.1 - Aprendizagem e o professor

Na opinião de Gagné (1965) o professor passou a exercer o papel

de orientador do processo da aprendizagem. O exercício desse papel não

reduz o seu grau de responsabilidade. Pelo contrário, exige para seu cabal

cumprimento um nível de competência técnica bastante apreciável.

Hoje, mais do que ontem, não basta que o Professor domine o

assunto. Ele precisa também saber como se processa o “mecanismo” da

aprendizagem, a fim de que possa atuar no sentido de possibilitar a sua

ocorrência dentro de condições que garantam aos alunos o maior

rendimento possível.

Assim, é tarefa do professor selecionar e organizar as influências

que criarão a “atmosfera” da aprendizagem. Além disso, ele precisa estar

atento ao desenrolar do processo de forma a poder intervir sempre que

sua participação direta se tornar necessária.

O papel de orientação, acima referido, comporta, basicamente, o

exercício de três funções principais, quais sejam:

Planejar, conduzir a instrução e avaliar a aprendizagem.

Para que essas funções possam ser exercidas eficazmente, torna-

se necessário que o Professor conheça a essência do processo da

aprendizagem.

Esse conhecimento tem como ponto de partida a definição do que

ela consiste. Ocorre aprendizagem quando há aquisição de conhecimento

e este promove a mudança de comportamento. No entanto, há um tipo de

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

24

mudança comportamental, persistente que não se atribui a ocorrência do

processo da aprendizagem.

Essa exceção corresponde ao fenômeno da maturação, pelo qual

as estruturas internas do indivíduo vão se desenvolvendo.

.

Embora haja unanimidade quanto a definição de aprendizagem o

mesmo não acontece no que se refere a maneira de explicar como essa

mudança comportamental ocorre. Cada corrente psicológica baseada em

seus fundamentos teóricos procura estabelecer modelos, que expliquem o

desenvolvimento do processo.

Para Gagné o neo-behaviorismo enquadra as teorias que se

interessam pelos processos internos do aprendiz e que influenciam na

relação estímulo-resposta.

Fundamenta-se na teoria do processamento da informação, cujo

princípio é a existência de um conjunto de mecanismos de processamento

da informação dentro do organismo, cada um do quais cumprindo uma

função determinada. Supõe que estes processos estejam organizados e

ordenados em seqüenciais especiais.

Para ele a existência de vários tipos de resultados de

aprendizagem agrupam-se em categorias de resultados, chamados de

domínios.

Cada aprendizagem, de acordo com o domínio a que pertença,

tem suas próprias condições internas que precisam ser atendidas,

devendo ser proporcionados diferentes estímulos para favorecê-la.

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

25

CAPÍTULO III

AS FASES DA APRENDIZAGEM

Segundo Gagné, toda atividade humana, para ser bem sucedida,

depende basicamente da MOTIVAÇÃO de quem se propõe a exercê-la.

A motivação serve de pré-requisito para que se possa aprender o

conteúdo da atividade em questão. Tal etapa do processo de entrada em

contato com a nova situação chama-se, genericamente, de ASSIMILAÇÃO

que se define como sendo uma apropriação de idéias ou costumes

alheios. Nesta etapa se realiza como espécie de identificação entre a

pessoa e determinados aspectos por ela selecionados na situação em

confronto.

Após, em conseqüência do recrudescimento da motivação,

reativada que foi pela assimilação, torna-se necessário garantir a

permanência na memória da aquisição feita. Essa etapa é chamada de

FIXAÇÃO e possibilita que, diante de novas situações semelhantes,

recuperemos o conteúdo indispensável à sua resolução.

À medida que, por nossa iniciativa, somos capazes de rememorar

conteúdos já assimilados e utilizá-los competentemente em novas

situações, estabelece-se um vínculo mais profundo entre eles e a nossa

personalidade. A isso chama-se INTEGRAÇÃO.

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

26

A própria exteriorização do processo, por efeito dos desempenhos

apresentados, suscitará nos sujeitos participantes da atividade a intenção

de comentá-la avaliá-la, o que contribuirá para a retificação e/ou reforço

daqueles desempenhos. É a fase final do processo e que tende a se

estender ao longo do tempo enquanto persistir a motivação. É a fase do

Feedback.

Já agora, obedecendo a terminologia adotada por Gagné,

passamos a conceituar as fases e os eventos a elas correspondentes.

Comecemos pela Fase da Motivação que é preparatória para que

a aprendizagem ocorra.

Cabe ao professor, em primeiro lugar, verificar se o aluno possui

uma expectativa favorável ao ato que se inicia. Quando existe, o seu papel

fica facilitado, uma vez que terá apenas que incrementá-la através de um

conjunto de estímulos apropriados. É a chamada “Motivação por incentivo”

Há outras situações em que o aluno não está motivado em

alcançar um determinado objetivo. Nesse caso, competirá ao professor

restabelecer um interesse através da criação de uma expectativa que se

alimente na antecipação da recompensa que o aluno obterá quando atingir

aquele objetivo.

Nem sempre é fácil induzir o processo da motivação do modo

acima referido. Há outras situações, por exemplo, em que a realização de

uma aprendizagem prévia, bem sucedida, e para qual o aluno não estava

motivado, poderá atuar como fator desencadeador de uma nova

expectativa favorável, até então inexistente.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

27

Alcançada essa primeira etapa, o aluno naturalmente se torna

desejoso em “capturar” o objetivo que lhe foi proposto, para tanto ele se

mobiliza através da atenção.

Inicia-se, assim, a Fase da Apreensão em que o professor terá que

canalizar a atenção do aluno para que, o mais breve possível, ocorra o

processo da percepção dos novos conteúdos.

Nessa fase o que mais importa é a “boa forma” com que o

conteúdo é apresentado, de maneira a evitar dubiedades da interpretação.

À medida que o aluno vai seletivamente percebendo o que lhe é

apresentado, à luz da sua própria experiência, vai ocorrendo,

naturalmente, a Fase da Aquisição na qual ocorre o “incidente essencial da

aprendizagem”, isto é, o momento em que o aluno percebe que uma

entidade recém-formada é compreendida.

Vivenciada essa fase, cabe ao professor atuar no sentido de

facilitar a permanência na memória dessas novas entidades, através do

emprego de recursos reforçadores. É a Fase da Retenção que tem seu

prosseguimento assegurado na Fase da Rememoração, em que o

professor toma a iniciativa de criar situação que sirvam para reviver os

conhecimentos e experiências a pouco adquiridos e, quando preciso,

corrigi-los.

Obtida essa maior fixação dos novos conteúdos, a sua maior

nitidez será alcançada através de condições externas manipuladas pelo

professor no sentido de inseri-los em contextos mais amplos e,

consequentemente, mais significativos. Estamos nos referindo a Fase da

Generalização, que predispõe o aluno a manifestar o resultado de sua

conquista intelectual.

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

28

Cabe ao professor corresponder a essa renovada expectativa,

criando situações que lhe permitam desempenhar, ainda que

simuladamente, aquilo que apreendeu.

A fase do desempenho não pode ser considerada como terminal,

uma vez que a resposta elaborada pelo aluno, provavelmente, careça

ainda de reparos que exigirão do professo e do aluno um novo esforço de

esclarecimento mútuo e que vai configurar a fase derradeira do processo,

qual seja a do “Feedback” ou Realimentação.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

29

CAPÍTULO IV

EVENTOS FACILITADORES DA

APRENDIZAGEM

Como já foi visto, segundo Gagné (1965), o professor é o

orientador do processo da aprendizagem realizada em ambiente escolar.

Portanto, cabe a ele não apenas transmitir informações a serem captadas

pelos alunos, mas principalmente criar condições de ordem emocional,

intelectual e física que assegurem ao aluno e pleno exercício de suas

faculdades mentais.

Essas condições devem ser promovidas em função da

aprendizagem que, presumivelmente, o aluno se encontra vivenciando.

Isto implica dizer que, para cada momento do processo, haverá certos

requisitos externos que, quando providenciados oportunamente, auxiliarão

o aluno a remover obstáculos que dificultam o prosseguimento do seu

esforço de aprendizagem

Como aprendizagem é uma atividade pessoal, nem sempre as

condições que se mostram facilitadores para um aluno, funcionarão com a

mesma eficácia em relação a outro. Por isso o professor deve estar

sempre atento na observação das diferenças individuais. Essa

constatação, por outro lado, sugere eu a realização de atividades de

estudo individualizado e em grupos pequenos (até 6 alunos) devem ter

prioridade em relação às atividades de ensino coletivo.

á meios de tornar as aulas expositivas mais participativas e,

sempre que for possível, o orientador deverá indicar leituras ou tarefas a

serem efetuadas, a domicílio, e também reservar

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

30

períodos para realização de dinâmica de grupo” debates e apresentações

individuais de trabalhos, seguidos de apresentações técnicas, de caráter

retificador.

Essas condições externas promovidas pelo professor são

chamadas, genericamente, de eventos.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

31

CAPÍTULO V

OS RESULTADOS DA APRENDIZAGEM

Segundo Gagné, (1965) tradicionalmente os resultados da

aprendizagem são classificados em 3 categorias: COGNITIVA, AFETIVA E

SENSORIO-MOTRIZ

Modernamente ele reformulou esta teoria, reclassificando as

aprendizagens em cinco tipos, a saber:

de atitudes – que corresponde às escolhas pessoais a respeito de

coisas, fatos ou pessoas. É responsável pela incorporação de valores

intelectuais, morais , éticos, políticos etc. É fruto do desenvolvimento da

consciência individual e quando esta aprendizagem manifesta-se em atos

e palavras, costuma influenciar o comportamento coletivo.

de habilidades Intelectuais – que refere-se a capacidade de

representar simbolicamente seu ambiente e saber utilizar esses símbolos.

Dividem-se em 4 categorias:

Discriminação: capacidade de distinguir uma coisa da outra,

através das diferenças existentes entre ambas.

Conceituação: capacidade de reconhecer algo como integrante de

sua classe, por possuir as mesmas características que as demais que a

ela pertencem.

Aplicação de Princípios: capacidade de empregar em suas ações o

enunciado de um princípio ou regra.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

32

Resolução de Problemas: capacidade de elaborar soluções que

dependem da correta utilização de princípios ou de regras.

de habilidades Motoras – que corresponde a capacidade de atuar

sobre os objetivos, utilizando a atividade muscular orientada pelos

sentidos. É responsável pelo desenvolvimento da coordenação motora.

de Informação Verbal – que diz respeito as aprendizagens cujos

resultados são expressos sob a forma de enunciados; e

de Estratégias Cognijtivas – que se refere à capacidade de

organizar os procedimentos internos de prestar atenção, memorizar,

resolver problemas. Este tipo de aprendizagem exteriorizar-se através da

capacidade do aprendiz de descobri soluções criativas para superação das

dificuldades com que depara.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

33

CAPÍTULO VI

A COMUNICAÇÃO NO ENSINO

Segundo Gagné (1965), a comunicação humana corresponde ao

processo de troca de informações idéias e sentimentos, através da palavra

escrita ou oral ou, ainda, de sinais sonoros e visuais .

Por ser humana, só se efetiva quando se estabelece um contato

psicológico entre as pessoas.

A comunicação que se realiza no ambiente escolar visa o

desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.

A comunicação, ao longo de todas as épocas, sempre ofereceu ao

homem um duplo desafio: - compreender os outros e fazer-se

compreendido!

6.1- representação esquemática da comunicação:

MENSAGEMMENSAGEM

CANALTRANSMISS

OR(CODIFICAD

OR)

RECPTOR

(DECODIFICADOR

DESTINATÁRIOFONTE

A

B

C

A

B

C

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

34

6.2- definição dos componentes

6.2.1 - Transmissor (emissor)

É o desencadeador do processo da comunicação. Deve ter

sensibilidade para perceber quando e como lhe é acessível. Suas atitudes

e procedimentos devem se orientar pelas leis psicológicas da motivação.

Ele pode trocar, a qualquer momento, o papel de transmissor pelo de

receptor, desde que perceba que seu interlocutor deseja transmitir alguma

mensagem. É o codificador da mensagem inicial.

6.2.2 - Receptor

É aquele que primeiramente recebe a mensagem. Ele deve

estar “sintonizado” intelectualmente no transmissor e aberto “para aceitá-lo

como pessoa”. A qualquer momento , deve estar predisposto a assumir

temporariamente, o papel de transmissor. É o codificador da mensagem

inicial.

6.2.3 - Mensagem

Constitui o conteúdo da comunicação. Ela pode ser de duas

naturezas básicas:

Ideativa, se exprime informações, sob a forma de afirmações,

negações ou de dúvidas. Afetiva, se exprime um sentimento ou um

ressentimento.

6.2.4 - Código

É constituído pela linguagem verbal – escrita ou oral e pela

linguagem não verbal – sinais, corporais, ou não. Os códigos audiovisuais

têm demonstrado serem os mais eficazes no desenvolvimento do processo

ensino-aprendizagem.

6.2.5 - “feedback”

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

35

Corresponde a informação de saída de um processo que serve

para corrigir os novos elementos de entrada no mesmo processo, e hoje é

utilizado em quase todos os ramos dos conhecimentos humano. Na

comunicação ele permite que transmissor e receptor estejam sempre

aferindo se está havendo compreensão entre ambos, no que concerne as

idéias, atitudes e sentimentos emitidos.

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

36

6.3 - A Comunicação Vista sob Enfoque do Processo

Ensino-aprendizagem.

Segundo Gagné (1965), a comunicação humana sempre envolve

as questões de atitudes e de comportamentos das pessoas que dela

participam. No caso do ensino, essas questões dizem respeito às

predisposições e procedimentos apresentados por professores e alunos,

ao longo de todo processo interativo.

Em face do objetivo que norteia este trabalho, sob o ponto de vista

do professor. Gagné (1965) destaca:

6.3.1 - Atitudes – São estados internos aprendidos que influem na

seleção de ações pessoais, em relação a algum tipo de coisas, pessoas ou

eventos .

No que concerne à comunicação professor-aluno, é importante

que se realcem as atitudes específicas que atuam sobre ambos, logo ao

ser desencadeado o processo.

6.3.1.1 - Atitude em relação a si mesmo – isto é, como

cada um dos interlocutores se encontra em termos existenciais.

Quando as pessoas estão satisfeitas com elas mesmas e se sentem

predispostas, favoravelmente, a enfrentarem a realidade, tal como

se apresenta, o processo da comunicação é bastante facilitado.

6.3.1.2 - Atitude em relação à atividade

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

37

6.3.1.3 - Atitude favorável no contato pessoal

6.3.2 - Estratégias – Consistem em maneiras típicas de planejar

sua atuação em função do momento do processo que está sendo vivido.

Há Três estratégicas básicas:

6.3.2.1 - De aproximação – visa criar uma “atmosfera” de

envolvimento (contato psicológico), que favoreça a abordagem

inicial do assunto. Baseia-se nas necessidades de identificação

entre professo e alunos, alunos entre si e destes com o assunto a

ser aprendido.

6.3.2.2 - De apresentação – objetiva, em um segundo

momento, efetivar a transmissão de conhecimentos essenciais à

assimilação do assunto em pauta.

6.3.2.3 - De acompanhamento - visa dar continuidade ao

processo, através de uma maior e melhor participação dos alunos

na pesquisa e elaboração de suas próprias conclusões, sempre sob

a orientação do professor.

6.3.3 - estilos de atuação – Dizem respeito aos tratamentos que o

professor poderá dispensar às mensagens, ao serem efetivamente

transmitidas. Eles são escolhidos em função da estratégia adotada e,

também, seu uso é bastante influenciado pelo tipo de temperamento do

professor.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

38

Há, basicamente, três tipos de estilo:

6.3.3.1 - Estilo Persuasivo – visa convencer as pessoas

da validade e importância da afirmação que se está fazendo.

Sua prática se realiza através dos seguintes procedimentos

principais:

- incentivo;

- argumentação;

- citação de exemplos e autores que reforcem a justificação

de idéias;

- apelo aos sentimentos e brios de cada pessoa;

- formulação de perguntas de impacto a serem respondidas

pelo próprio professor;

- estabelecimento de associações com assuntos conhecidos.

6.3.3.2 - Estilo Informativo – tem em vista transmitir

informações fidedignas e essenciais à compreensão do assunto.

Seu exercício se efetiva através dos seguintes

procedimentos:

- enumeração de dados e/ou fatos;

- descrição de situações;

- narração de episódios;

- explicação de fatos;

- identificação de objetos;

- indicação de normas.

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

39

6.3.3.3 - Estilo Reflexivo – visa levar as pessoas a

repensarem assuntos complexos e que, para serem aprendidos,

não dependam apenas de memorização.

Desenvolve-se, principalmente, através dos seguintes

procedimentos:

- formulação de hipóteses;

- lançamento de perguntas-desafio;

- estimulação de debates a serem mediados pelo professor;

- realização de trabalhos de grupo;

- estimulação de pesquisas bibliográficas.

6.4 - Codificação de mensagens – Representa atividade de

fundamental importância no processo comunicativo. Está diretamente

subordinada a estratégia adotada e suas características devem exprimir o

estilo de comunicação usado.

Independentemente do tipo de comunicação a que se presta, a

codificação deve atender aos seguintes requisitos de linguagem:

6.4.1 - Clareza, alcançada pela precisão no emprego de

expressões e termos conhecidos pelos receptores.

6.4.2 - Coerência, obtida pela seqüência lógica das mensagens

transmitidas.

6.4.3 - Concisão, alcançada através da objetividade na

elaboração das frases, evitando detalhamentos supérfluos.

6.4.4 - Correção, não só considerada em termos de veiculação de

mensagens fidedignas, como, também, no que concerne ao uso preciso

das normas gramaticais. Além destes requisitos, cabe também lembrar

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

40

que a mensagem deve ser codificada em um ritmo adequado à capacidade

mental dos alunos. Sempre que for conveniente, pausas significativas

devem ser feitas, a fim de fornecerem aos alunos tempo suficiente para

reflexões mais demoradas.

6.5 - Uso de meios – Na comunicação verbal, oral, há dois

tipos de meios a serem observados:

6.5.1 - Meios Pessoais e Meios Materiais Estes últimos dizem

respeito aos Recursos Instrucionais, que serão abordados em outro

capítulo.

Já os meios pessoais referem-se diretamente ao uso das

expressões sonora e corporal. Assim, eles nos remetem para a análise das

chamadas habilidades comunicativas.

6.5.1.1 - Habilidades sonoras – são aquelas vinculadas às

características da voz e da dicção.

Dependem do funcionamento de cinco sistemas

interdependentes:

Sistema respiratório, que fornece o ar necessário para a

emissão do som e se constitui de fossas nasais, faringe nasal,

faringe gutural, traquéia, bronquíolos e pulmões;

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

41

Sistema de emissão do som, que é o órgão vocal vibrante,

composto de laringe com a glote, as cordas vocais e os ventrículos;

Sistema de ressonância, onde o som inicial é ampliado e

constituído pelas cavidades supra glóticas;

Sistema de articulação, que transforma o som primário em

vogais e consoantes e o Sistema nervoso central e periférico, que

rege a função oral.

As características ou qualidades do som oral são:

- intensidade;

- a altura ou tonalidade e

- o timbre.

Ao professor compete melhorar a sua dicção através de realização

de exercício de leitura, contidos em publicações especializadas.

6.5.1.2 - Habilidades corporais correspondem ao uso das

expressões fisionômica e gestual.

Compõem-se de: Jogo fisionômico, com preponderância para o

contato visual; e gesticulação, incluindo postura e movimentação.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

42

Caso a transmissão efetuada pelo professor tenha sido eficiente,

os alunos receberão com clareza e de forma motivante as mensagens que

lhe são endereçadas.

Como conseqüência disso, interpretará os seus significados, de

acordo com critério pessoal, e, logo que puder, emitirá mensagens que

forneçam ao professor um “feedback” esclarecedor do tipo de reação nele

provocada.

Com a continuação do processo, professor e alunos trocarão

informações e sentimentos, entre si, até que o objetivo da aprendizagem

tenha sido parcial ou totalmente atingido.

Cumpre salientar que esse objetivo deve ser medido pelo grau de

integração de novas idéias eu os alunos tenham alcançado, bem como

pelo grau de aceitação pessoal que o professor tenha logrado obter, por

parte dos seus alunos.

Se os resultados obtidos, sob esses dois enfoques, tiverem sido

positivos, aí sim poder-se-á atribuir eficácia ao processo da comunicação.

Caso, no entanto, a transmissão realizada pelo professor tenha

sido, originalmente, deficiente e/ou tenha se deparado com condições

adversas, alheias à sua vontade, aí, certamente o processo não se

completará, conforme o desejado. Nesse caso, estaremos diante da

ocorrência de interferências, chamadas “ruídos” e que poderão ter sido

motivadas pelas seguintes causas exclusivas ou simultâneas:

- falha na transmissão, acarretando má recepção.

- interferência ambiental, independente das atuações de

transmissor e receptor e

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

43

- indisposição ou inaptidão do receptor para acolher aquele

tipo de transmissão.

Analisemos, particularmente, cada uma dessas causas:

Falhas na transmissão – podem ser das seguintes espécies:

- Atitudes desfavoráveis do professor no que tange a si

mesmo e/ou à atividade e/ou ao contato com os alunos.

- Emprego inadequado de estratégias e estilos, com

preponderância acentuada para uma (ou um) em detrimento

dos demais.

- Codificação imprecisa de mensagens, com a eventual ou

constante perda de clareza e/ou coerência e/ou concisão

e/ou correção.

- Uso inadequado dos meios, sejam eles os pessoais e/ou

materiais.

Interferência ambiental – provocada por fatores estranhos às

vontades do transmissor e do receptor.

Podem ser, entre outros:

- Interrupções da aula, provocadas por pessoas estranhas ao

processo;

- Ruídos oriundos de outras dependências ou provenientes

da rua;

- Ruídos provocados pelo mau funcionamento de aparelhos

existentes na própria sala de aula; e

- Condições materiais diversas que provoquem desconforto

para as pessoas engajadas no processo.

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

44

Indisposição ou Inaptidão do Receptor – podem ser de

inúmeras espécies, como por exemplo:

- Atitude desfavorável do aluno no que concerne a si mesmo

e/ou à atividade e/ou ao contato com o professor;

- Mal estar físico, de qualquer natureza.

- Dificuldade e/ou visual, ou ainda por falta de pré-requisitos

indispensáveis à assimilação do assunto.

Por outro lado, cumpre salientar que o receptor das mensagens

pode e deve exercer, continuamente, o seu senso crítico, de forma a só

aceitá-las quando bem entendidas ou quando estejam de acordo com os

diversos valores e critérios de validade e de fidedignidade por ele

estabelecidos como confiáveis. A este mecanismo de censura dá-se o

nome de filtragem.

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

45

CAPÍTULO VIIRECURSOS INSTRUCIONAIS

Segundo Irene Carvalho (1964), a comunicação é facilitada

através do emprego de recursos que melhoram a percepção das

mensagens trocadas entre transmissor e receptor. Esses recursos são

chamados de RECURSO INSTRUCIONAIS.

Eles, basicamente, dividem-se em MEIOS e AUXÍLIOS.

Os MEIOS são os que, provisoriamente, podem substituir o

professor. São os filmes, as coleções de slides, os impressos em geral, os

vídeo-tape, dvds, cds etc.

Os AUXÍLIOS são aqueles que servem apenas de suporte para a

mensagem veiculada pelo Professor. São eles as transparências, cds,

dvds, o quadro de giz, o quadro de pincel atômico, o quadro mural etc.

7.1 - principais finalidades pelo emprego dos recursos

instrucionais relacionadas com cada fase de aprendizagem.

FASES SIMPLIFICADAS

FASES DESDOBRADAS

FINALIDADES

Intrínseca -MotivaçãoExtrínseca Ajuda a criar um ambiente de envolvimento.Apreensão Ajuda a despertar a atenção e mantê-la.AssimilaçãoAquisição Promove melhor percepção do conteúdo.Retenção Facilita a anotação imediata da informação.FixaçãoRememoração Sistematiza a recordação do conteúdo.Generalização Auxilia a ilustrar novas situações.IntegraçãoDesempenho Permite o exercício da criatividade pelo aluno.p/o aluno Reforça a percepção de acertos e erros.Feedbackp/ o Professor Reforça a percepção de acertos e erros.

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

46

7.2 - seleção, preparação e utilização dos recursos.

A seleção deverá ser orientada pela aplicação de dois

critérios básicos e de um terceiro, a só ser utilizado caso o recurso tenha

sido aprovado nos anteriores.

- Critérios básicos:

- da Adequação: consiste em avaliar se determinado recurso,

realmente contribui para o atingimento de, pelo menos, uma

daquelas finalidades acima expostas.

- da Exeqüibilidade: corresponde à apreciação do recurso,

levando em consideração o dispêndio financeiro necessário para a

sua aquisição e também a possibilidade de ser utilizado dentro do

tempo destinado à instrução, sem onerá-lo, além do limite

previamente fixado.

- Critério complementar:

- da Oportunidade: consiste em analisar qual é o melhor

momento da aula para que o recurso seja utilizado, desde que ele

tenha sido aprovado em função dos outros critérios.

Em suma, o uso do critério da oportunidade, leva em

consideração, como variáveis condicionantes os fatores:

- Objetivos de ensino;

- Natureza do conteúdo;

- Tempo disponível e;

- Estilo do próprio professor.

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

47

A preparação e utilização exigem cuidados específicos em relação

a cada tipo de recurso, seja ele um meio ou um auxílio.

7.2.1 – Meios

MEIOS CUIDADOS NA PREPARAÇÃO CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO

Filme, Vídeo, DVD, e

multimídia e slide (power

point).

- decidir se vai exibir integral ou parcialmente;

- verificar o estado de conservação do material a ser projetado;

- caso necessário, providenciar o reparo;

- examinar o funcionamento de projetores, aparelhos, televisores;

- verificar o estado de conservação das telas;

- examinar condições técnicas da sala de aula (ou de projeção, no que concerne a):

- parte elétrica.- possibilidade de

escurecimento.- ventilação.- visibilidade dos alunos.- acústica.- colocação de projetor,

canhão multimídia e tela.

- ensaiar, previamente- caso necessário,

reformular a decisão.

- preparar os alunos para a exibição, apresentando o objetivo a ser alcançado e, se for o caso antecipando pontos a serem observados com maior atenção;

- não se ausentar durante a exibição para sentir a reação da turma;

- caso julgue conveniente, interrompa a projeção para prestar esclarecimentos oportunos;

- no que tange aos slides (power point), comenta-los um a um;

- ao final da exibição promover a fixação e integração do conteúdo através de uma das seguintes alternativas:

- aplicação de um questionário;

- condução de um debate orientado e

- realização de uma dinâmica de grupo.

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

48

7.2.2 - Auxílios

AUXÍLIOS CUIDADOS NA PREPARAÇÃO CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO

Transparências ou slides.

- escolher as legendas, figuras e gráficos que devem ser apresentados em transparências;

- escrever com letras de 5 a 10 mm, em função do tamanho da sala;

- não abreviar palavras;

- usar, pelo menos, duas cores;

- dosar o assunto por transparências ou slides

- não misturar assuntos diferentes na mesma transparência/slide:

- evitar copiar páginas de livros ou apostilas;

- dosar o nº. de transparências/slides por aula;

- preparar transparências/slides para uso alternativo (ou opcional)

- verificar, previamente, o estado de conservação do veículo de multimídia e a tela e- - planejar a localização

de ambos

- colocar a transparência sobre a janela de projeção e só depois ligar o aparelho;

- localizar-se de forma a não encobrir a visão dos alunos;

- conforme a sua localização, (próximo à tela ou ao aparelho) apontador com a vareta ou com a caneta ou caneta laser, respectivamente;

- fixar o apontador na margem, evitando movimentos bruscos que possam encobrir o que está sendo projetado;

- caso pretenda mostrar o assunto gradualmente, use “máscara” (cartolina que é colocada sobre a transparência, encobrindo o que ainda não se quer mostrar) no power point usando o recurso de animação;

- usar transparêcias “em branco” para serem preenchidas durante a aula;

- desligar o aparelho logo após a apresentação de transparência ou slide.

Quadro mural

- escolher o conteúdo a serapresentado;

- usar material de desenho na elaboração de legendas, desenhos e gráficos;

- escrever e desenhar em

- colocar-se ao lado do cavalete;

- apontar com uma vareta;

- não deixar folha escrita exposta, sem necessidade e;

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

49

tamanho apropriado às dimensões da sala de aula;

- empregar pelo menos, duas cores;

- evitar colocar muito assunto na mesma folha;

- colocar as folhas no cavalete, com a antecedência necessária;

- dispor uma folha “em brando” entre cada duas folhas escritas (desenhadas); e

- posicionar o cavalete de forma que todos os alunos o vejam.

- utilizar folhas “em branco” para serem preenchidas durante a aula.

Quadro de giz ou de caneta

(pilot)

- prepara o seu uso com antecedência, dividindo-o em tantas partes quantas forem utilizar, mais uma destinada a ser usada em uma situação imprevista;

- dosar o conteúdo a ser escrito;

- usar, pelo menos, duas cores;

- verificar as suas condições de conservação:

- cor- existência de reflexos

indesejáveis; e - textura;

- escrever antes da aula, o que quiser mostrar logo no início da mesma; e

- usar letra e forma ou cursiva, desde que seja legível.

- durante a aula, sempre que julgar oportuno, escrever:

- palavras desconhecidas do aluno no que tangem à grafia ou ao significado;

- nomes de autores e títulos de livros;

- expressões significativas e;

- datas e números que precisem ser guardados.

Dar oportunidade dos alunosmelhor expressarem seus pontos de vista ou sugestões, escrevendo no quadro.

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

50

A título de sugestão é apresentado um questionário de verificação

das condições técnicas da sala de aula e dos recursos a serem usados.

Ele deverá ser respondido pelo professor, com a

antecedência necessária, a fim de que possa ser evitada a ocorrência de

situações que prejudiquem o andamento normal da aula.

A antecedência recomendável é de, pelo menos, um dia.

Todos aqueles quesitos que forem respondidos de forma

negativa deverão exigir do instrutor e da coordenação do curso a adoção

de providências que poderão até, em caso extremo, corresponder à

mudança de local de realização.

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

51

CAPÍTULO VIII

PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO

ENSINO

Para Marger (1979) a principal responsabilidade do professor é a

de assegurar aos alunos a preexistência das condições indispensáveis à

realização de suas aprendizagens.

Para que esse propósito se concretize, opina Marger (1979), é

fundamental que ele compreenda a natureza do processo da

aprendizagem em todos os seus desdobramentos.

Segundo Marger (1979) é importante, também, que domine o

assunto que ensina e saiba comunica-lo de forma clara, concisa e

atraente, explorando suas habilidades verbais e não verbais, bem como

utilizando adequadamente os recursos instrucionais, perseguindo sempre

a obtenção de maior e melhor participação dos alunos.

Contemplados esses itens, cumpre ao professor planejar e orientar

os eventos externos que promoverão a aprendizagem. Exemplos diários,

do cotidiano.

Esta dissertação cumpre oferecer práticas de pedagogia

empresarial que ajudarão a organizar a instrução empresarial com

excelência, de modo a alcançar o maior rendimento possível, condição

necessária para a justificação da existência da função de um pedagogo

empresarial nos quadros de empregados da empresa. É redundante,

porém vale afirmar que todo saber empresarial tem como premissa básica

a intenção de aumentar a eficiência da empresa, que é auferida no final do

exercício pelo indicador de rentabilidade obtida.

Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

52

8.1 - Planejamento.

Segundo Maria Cecília Cota (1979), toda atividade humana precisa

ser planejada para que a possibilidade de fracasso em sua execução seja

consideravelmente reduzida.

No caso do ensino, essa firmação torna-se ainda mais eficiente,

uma vez que a sua realização depende da maneira pela qual se efetiva o

relacionamento professor-aluno.

O professor que não se preparar no sentido de prever como

deverão ser conduzidas as diversas fases do processo ensino-

aprendizagem, provavelmente estará correndo o risco de deparar com

situação para as quais o domínio do assunto e a sua capacidade de

comunicá-la serão insuficientes para resolver impasses criados.

A fim de bem planejar as atividades futuras, ele deve, inicialmente,

procurar responder perguntas:

- Para quem vou ensinar? (tipo de clientela)- Para que vou ensinar? (objetivos)- O que pretendo ensinar? (conteúdo programático)- Como vou ensinar? (procedimentos e recursos)- Como vou avaliar os resultados da aprendizagem?

(instrumentos da avaliação)

Page 53: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

53

8.2 - Tipos de Planos

Conforme destaca Cota (1979), tais perguntas, e suas

conseqüentes respostas, servem, igualmente, de ponto de partida para a

preparação de 3 tipos de planos, inter-relacionados entre si, mas de níveis

de abrangência diferentes:

- Plano de Ensino (PE) – um único por curso.

- Plano de Unidade (PU) – tantos quantos forem as

unidades.

- Plano de Aula (PA) – tantas quantas forem as subunidades.

O Plano Ensino – corresponde ao plano geral de um curso.

Deve conter os seguintes tópicos:

- Objetivos gerais do curso.

- Relação de unidades, na seqüência em que serão

desenvolvidas.

- Carga horária total.

- Diretivas metodológicas e administrativas.

- Relação geral de recursos instrucionais.

- Bibliografia.

Normalmente, a responsabilidade pela sua elaboração é entregue

a uma equipe integrada por um representante do órgão que levantou a

necessidade de realização do curso, por um técnico do setor de

treinamento e um ou mais professores do curso.

O Plano de Unidade – corresponde ao plano específico de uma

disciplina. Contém as seguintes partes:

- Objetivos específicos da unidade (disciplina)

Page 54: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

54

- Programa detalhado, constando de 4 colunas com os

seguintes títulos:

- Conteúdo Programático.

- Estratégias específicas.

- Recursos utilizados e

- Tempo provável.

Sua confecção cabe ao técnico do setor de treinamento e ao

professor da unidade.

Na organização desses planos, eles deverão se orientar pelos

preceitos estabelecidos no Plano de Ensino, a fim de evitar incoerências.

O plano de Ensino e os diversos Planos de Unidade, que lhes

dizem respeito, constituem o Currículo do Curso.

O Plano de Aula – corresponde ao plano de subunidade,

entendendo-se por subunidade o segmento de conteúdo programático

possuidor de um grau de coesão interna tão grande que, para ser

assimilado pelos alunos, precisa ser desenvolvido de forma integrada.

Assim, um plano e Aula tanto pode ser referir a uma única sessão

de 50 minutos de duração, como pode abranger duas ou mais sessões de

instrução.

Um exemplo característico de Plano de Aula com abrangência

maior é aquele que cobre o desenvolvimento continuado das partes teórica

e prática, relativas a um mesmo conteúdo.

Page 55: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

55

Cota (1979) destaca que o plano de Aula é o roteiro que vai

orientar a atuação do professor na condução do processo ensino-

aprendizagem referente a uma subunidade.

O professor ao confeccioná-lo precisa consultar o Plano de

Unidade, devendo, no entanto, sentir-se com liberdade para imprimir o

estilo de apresentação que julgar mais conveniente. Por isto, o Plano de

Aula é um guia de ação pessoal, variando, portanto, de professor para

professor.

Por outro lado, cumpre salientar que ele corresponde a uma

simples previsão de como a aula se desenvolverá, o que não impede que

na sua condução ocorram modificações ditadas tanto pela reação

espontânea dos alunos, como aquelas motivadas pela própria criatividade

do professor.

Justamente devido a essa flexibilidade na sua utilização é que o

Plano de Aula se torna um instrumento de atualização imediata da

instrução, servindo, também a médio prazo, como instrumento de

reformulação do Currículo do Curso.

8.2.1 – Fases na Preparação do Plano de Aula:

1ª Fase – Reconhecimento da realidade.

Consiste no conhecimento atualizado do desempenho dos alunos

e na verificação do cumprimento do Programa Detalhado.

Baseado nessa dupla constatação, segundo Cota, o professor

decidirá se a nova subunidade deverá ser desenvolvida como estava

previamente estabelecido ou se terá que ser formulada em benefício de

Page 56: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

56

maior fixação da aprendizagem ou do aceleramento do ritmo de

apresentação do conteúdo, conforme as dificuldades ou facilidades

identificadas nesse reconhecimento.

2ª Fase – Elaboração dos Objetivos do Ensino

Corresponde à operacionalização dos objetivos da subunidade, o

que significa dizer: redigi-los de forma que qualquer pessoa seja capaz de

interpretar da mesma maneira os resultados finais da aprendizagem.

Um objetivo operacionalizado descreve o desempenho que o

professor espera que seus alunos/treinando sejam capazes de exibir ao

final da instrução.

Eles, em seu conjunto, servem para balizar os progressos

alcançados pelos alunos ao longo de todo o processo ensino-

aprendizagem, o que implica dizer que servem de parâmetros para a

avaliação.

A operacionalização de um objetivo de ensino consiste em

reescrevê-lo de maneira que passe a incluir os 3 componentes, a saber:

Comportamento: descrição do desempenho terminal esperado: o

desempenho corresponde ao que o aluno/treinando deve ser capaz de

fazer como resultado de uma aprendizagem específica

A palavra chave que identifica o comportamento é o verbo.

Portanto o professor precisa ter muito cuidado na sua escolha de modo eu

defina com precisão a ação que os alunos deverão ser capazes de

desempenhar como resultante do processo ensino-aprendizagem.

Page 57: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

57

A título de ilustração estão relacionados, abaixo, verbos e

expressões indicadas e contra-indicadas na elaboração dos objetivos

operacionalizados.

Indicados Contra-indicados- Classificar - Acreditar- Comparar - Apreciar- Distinguir - Captar os significados

de...- Enumerar - Conhecer- Escrever - Compreender- Identificar - Interiorizar- Operar - Saber- Solucionar - Ter noções de...

Condições: descrição de situação escolar dentro da qual o

aluno/treinando deve apresentar o comportamento desejado.

Exemplo de algumas condições:

- Dado um problema...

- Simulada uma situação de incêndio...

- Dados os sintomas eu o paciente apresenta...

- Dado um jogo padronizado de ferramentas...

- Sem auxílio de máquina de calcular...

Critério: estabelecimento do grau de rendimento considerado

aceitável, em termos de consumação de aprendizagem.

Exemplo de alguns critérios:

- “Sem erros”...

- “No termo máximo de dez minutos”...

- “Com um percentual de acerto de 80%”...

Page 58: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

58

Cumpre reconhecer que nem sempre é adequado e/ou exeqüível

redigir objetivos de ensino eu possuam os três componentes, acima

definidos.

A fim de ilustrar todas as alternativas possíveis, são apresentados

três exemplos característicos:

- Exemplo de objetivo que só contem o comportamento

esperado.

“Os alunos deverão ser capazes de citar os componentes de

um objetivo operacional”.

- Exemplo de objetivo que possuir o comportamento

esperado e a condição sob a qual ele deve ser exibido.

“Fazendo uso da apostila sobre o assunto, os alunos deverão

ser capazes de redigir um objetivo operacional”.

- Exemplo do objetivo que contem os três componentes.

“Dada uma relação de 20 verbos, os alunos deverão ser

capazes de selecionar, sem erros, aqueles que identificam precisamente

comportamentos observáveis”.

3ª Fase – Seleção e Organização do Contexto.

Entende-se por contexto não apenas o conteúdo a ser explorado,

mas também o conjunto de circunstâncias que envolvem a “atmosfera” de

aula.

Por isso, essa fase comporta três etapas, assim discriminadas:

1ª Etapa – Seleção e Organização do Conteúdo

Page 59: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

59

No seu cumprimento, recomenda-se a observação dos seguintes

passos:

Consultar o Plano de Unidade a fim de certificar-se,

principalmente, dos objetivos de ensino e da abrangência do conteúdo

programático a ser explorado;

Reler textos diversos que tratem do assunto, com intuito de

recordá-lo e atualizar-se sobre o que há de novidade;

Caso o conteúdo programático não esteja ainda desdobrado em

tópicos, faze-lo de forma que seqüência adotada funcione como uma

espécie de “itinerário” em direção aos objetivos;

Estruturar uma linguagem orgânica que sirva para explorar o

assunto de maneira clara, precisa, concisa, coerente e acima de tudo

motivante;

Escolher exemplos e associações que pertençam ao repertório

vivencial dos alunos;

Prover informações complementares eu ajudem a esclarecer os

pontos mais complexos e a definir os termos técnicos.

2ª Etapa – Seleção e Organização dos Procedimentos de ensino.

Compreende-se por procedimentos de ensino os eventos externos

à aprendizagem que são promovidos pelo professor visando orientá-la.

Page 60: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

60

Consistem no “Que Fazer” para eu as circunstâncias que

envolvem a “Atmosfera” de aula desencadeiem as condições propícias à

realização da aprendizagem.

O professor, ao cumprir esta etapa do planejamento, precisa ter

sempre em vista os seguintes fatores condicionantes.

- A estratégia geral de ensino traçado no Plano de Ensino

(P.E);

- Os objetivos específicos fixados para a subunidade;

- A natureza intrínseca ao conteúdo;

- Os recursos instrucionais disponíveis;

- O termo destinado à instrução;

- A expectativa reinante entre os alunos;

- O nível de conhecimento deles, medido em termos de pré-

requisitos e

- O seu próprio estilo de conduzir a instrução.

De uma forma geral, se abrem à consideração do professor

às seguintes modalidades de conduzir a instrução:

- Desenvolver um ensino “Mais Diretivo” através do emprego

de técnicas “centradas na atuação do Professor” como, por

exemplo, “Conferências”, “Palestras” e “Aulas Expositivas”,

ou

- Desenvolver um ensino “Não Diretivo” através da utilização

de técnicas “Centradas na atuação dos Alunos” como, por

exemplo, “Aulas Participativas”, “Estudo Dirigido”, “Dinâmica

de Grupo” e “Dramatizações”.

Page 61: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

61

A seguir é apresentado um quadro sinótico em que os dois

tipos de ensino são comparados em função dos elementos presentes no

processo ensino-aprendizagem.

3ª Etapa - Seleção e Preparação dos Recursos instrucionais.

Essa etapa já foi tratada anteriormente.

4ª Fase – Redação Final do Plano de Aula.

Evidentemente o plano já se encontra pronto em suas linhas

mestras, no entanto, falta imprimir-lhe uma forma que torne a sua

utilização mais funcional.

Para que isto ocorra, é preciso redigi-lo em estilo bastante

conciso, de maneira que só contenha as informações indispensáveis à

orientação do professor, durante a condução da aula.

Assim, dele devem constar, basicamente, os seguintes itens:

- Nome do Curso.

- Designação da Unidade a que pertence.

- Título da Aula (ou subunidade).

- Data em que foi organizado.

- Objetivo (ou objetivos).

- Conteúdo – Tópicos e partes principais.

- Descrição sumária e seqüencial dos procedimentos de

ensino.

- Formulação das perguntas e/ou exercícios a serem feitos.

Page 62: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

62

- Indicação do uso dos recursos.

- Previsão do tempo necessário para cumprimento de cada

fase.

- Anotações diversas que sirvam de “lembretes” ao professor.

COMPARAÇÃO DE DOIS TIPOS DE ENSINO

TIPOS

COMPONENTES

ENSINO

DIRETIVO

ENSINO

NÃO DIRETIVOProfessor O condutor único do

processoO orientador do

processoAluno O receptor passivo O autor da

aprendizagemObjetivo Formulado em função

dos procedimentos do professor

Formulado em função dos comportamentos

esperadosConteúdo Conhecimentos a

serem acumulados sem discussões

Conhecimentos responsáveis pelo atingimento dos

objetivosMétodo Calcado no

desempenho discursivo do professor

Calcado no oferecimento de

condições propiciadoras de aprendizagem

Page 63: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

63

8.3 - Execução

Os Métodos de Ensino dividem-se, basicamente em “Diretivos e

“não Diretivos”, sendo que, na prática, ambos admitem versões

intermediárias em que há combinação de técnicas representativas dos dois

enfoques extremos”.

Os métodos, em que a ênfase é posta na diretividade, são aquelas

em que o “Ensino é centrado na atuação do “professor”, cabendo aos

alunos o exercício do papel de coadjuvantes ou de meros expectadores”.

Neles, as técnicas empregadas baseiam-se na capacidade do professor

em transmitir muitas informações em pouco tempo.

Já os métodos que se filiam ao conceito de não-diretividade são os

eu atribuem maior valor ao desempenho dos alunos, reservando ao

professor o papel de orientador do processo.

- Algumas técnicas de Ensino.

“Método de Ensino constitui-se no conjunto de atos

logicamente ordenados, evidenciados através de

procedimentos específicos que dinamizam o

processo ensino-aprendizagem, economizando

tempo, energia e material, na perseguição dos

objetivos”. COTA (1979.)

“Técnica de Ensino constitui-se no conjunto de

habilidades que se conjugam harmoniosamente,

proporcionando ao aluno a aquisição ou

desenvolvimento de atitudes, conhecimentos e

comportamentos indispensáveis ao desempenho das

atividades escolares e/ou de treinamento” –

SANT’ANNA (1979.).

Page 64: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

64

8.3.1 – Técnica da Aula Participativa e suas fases

Como já foi descrito, a aula comporta, pelo menos, três fases:

1ª Fase – A Introdução, visando despertar o interesse dos

alunos em participar da aula/treinamento e direcionar a sua atenção para o

conteúdo a ser assimilado;

2ª Fase – O desenvolvimento, objetivando guiar a aquisição

da aprendizagem e favorecer a sua retenção e recuperação;

3ª Fase – O Sumário, visando promover a transferência da

aprendizagem e obter conclusões elaboradas pelos alunos.

Nº. PROCEDIMENTOS DE ENSINO

DESDOBRAMENTOS

01 Angariar a participação

- Lançar uma pergunta desafio;- Solicitar aos alunos o relato de

experiências;- citar argumentos que demonstrem a

importância do assunto;- Relatar um episódio que evidencie a

utilidade da aprendizagem a ser realizada;

- Estabelecer conexão entre um fato da atualidade e um aspecto relevante do assunto a ser abordado.

02 Apresentar visão do conjunto

- Informar o título da aula e seus tópicos;- Descrever o histórico do assunto;- Indicar as principais aplicações práticas;- Divulgar os objetivos da aula;- Informar os procedimentos metodológicos

que serão utilizados na condução da aula;

- Apresentar recursos (modelos/mapas/gráficos etc.) eu possibilitem a percepção global do objeto da aula;

03 Estabelecer ligações com outros assuntos

- Associar o assunto da aula com fatos, objetos ou situações já do conhecimento dos alunos;

- Interligar o assunto em pauta com os assuntos das aulas anteriores;

Page 65: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

65

- Fazer analogias com assuntos de outras áreas;

- Citar exemplos relacionados com a vivência dos alunos

04 Explicar o conteúdo tópico a tópico

- Esclarecer os principais pontos de cada tópico através de linguagem clara, concisa e precisa;

- Distribuir impressos (com desenhos esquemáticos gráficos, organogramas, etc.) que ajudem os alunos a acompanharem as explicações;

- Usar recursos diversos, inclusive de multimídia, que sirvam para variar a situação-estímulo;

- Citar exemplos que facilitem a compreensão do assunto;

- Interligar um tópico ao outro.05 Reforçar a

percepção por meio de visualizações.

- Realizar demonstrações práticas usando modelos;

- Exibir filmes e/ou slides em “power point”, cds, dvds, que facilitem a visualização de seqüências de operações;

- Usar recursos diversos que facilitem a percepção de detalhes e/ou pontos obscuros;

06 Explorar as participações espontâneas.

- Alertar a turma para a importância da pergunta que foi formulada por um de seus integrantes;

- Respondê-la dirigindo-se a todos;- Distribuir e redistribuir perguntas feitas

por alunos e mediar os debates, que porventura ocorram;

- Devolver perguntas para que seus próprios autores as respondam,

- Comentar as respostas dadas07 Efetuar

recapitulações- Formular perguntas sobre o assunto

aprendido durante a aula, visando de preferência a seguinte seqüência:

- Lançar pergunta;- Fazer uma pausa;- Indicar um aluno para respondê-la;- Ouvir a resposta;- Comenta-la;- Aplicar questionário para serem

respondido durante a aula.08 Efetuar

recapitulações- Aproveitar as respostas dadas pelos

alunos para recordar os pontos abordados durante a aula;

- Após cada tópico explicado, realizar resumos parciais;

Page 66: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

66

- Ao final da aula, fazer recapitulações ilustradas, que reconstituam a visão do todo (no caso de usar transparências, ou slides do “power point”, que não tenham sido vistas pelos alunos).

09 Extrair conclusões - Solicitar aos alunos que exponham as conclusões a que chegaram;

- Apresentar conclusões e solicitar que os alunos se manifestem a respeito de suas validades;

- Estimular a apresentação de novas aplicações que exijam dos alunos o exercício da criatividade.

Muitas vezes a técnica da Aula Participativa é utilizada no

desenvolvimento integrado de subunidades que incluem uma parte teórica

seguida de outra prática. Nestes casos às três fases, acima citadas,

apresenta-se uma quarta fase que corresponde à “Aplicação” imediata do

que foi aprendido e que visa permitir aos alunos exercitarem seus

comportamentos e tê-los criticados no sentido de um progressivo

aperfeiçoamento.

Segundo Flávia Sant’anna (1979), quando a natureza do conteúdo

da subunidade não possibilitar uma aplicação prática imediatamente após

a parte teórica, o professor poderá utilizar, de forma sincrônica, a técnica

da aula associada a outras técnicas como, por exemplo, a do Estudo

Dirigido, e da Dinâmica de Grupo.

Geralmente é aplicada como técnica complementar à da Aula

Participativa. Sua utilização visa cumprir duas finalidades principais:

- levar o aluno a fixar o conteúdo da aprendizagem, e

- levá-lo a aprender a estudar.

Para seu emprego é condição precípua que o professor disponha

de um texto que se adeqüe ao objetivo que se tem em vista e que seja

redigido em linguagem clara, concisa, coerente e agradável.

Page 67: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

67

A técnica, em si, consiste no cumprimento das seguintes fases:

1ª Fase – Fazer a Introdução do assunto a ser estudado,

esclarecendo o objetivo e estabelecendo associações com outros assuntos

já estudados.

Ainda nesta fase deverá ser explicado como a técnica será

conduzida e o tempo destinado ao seu desdobramento.

2ª Fase – Consiste na leitura do texto, feita individualmente

pelos alunos, tanto podendo ser efetuada durante a aula, como realizada a

domicílio.

Quando o texto for curto, é preferível que seja feita em aula, uma

vez que assim o professor poderá esclarecer imediatamente as dúvidas

surgidas.

Em ambas as situações, é importante que seja recomendado aos

alunos fazerem anotações e que, também, sejam incentivados a tirarem

conclusões.

3ª Fase – Não é característica, especificamente, do Estudo

Dirigido, podendo ser conduzida de duas maneiras alternativas:

1ª alternativa – o professor formula perguntas sobre o

assunto estudado e solicita que os alunos as respondam, individualmente.

Para cada resposta dada, o professor emite o seu comentário

crítico.

Caso utilizado esta alternativa, a aplicação da técnica se

encarregará com um sumário sob um enfoque diferente dos demais.

Page 68: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

68

4ª Fase – O relator de cada grupo vem à frente da turma,

reunida em plenário, e apresenta as conclusões a que chegou,

estabelecendo-se em seguida um debate orientado pelo professor.

5ª Fase – O professor ou um aluno, previamente escolhido,

sintetiza as conclusões finais, utilizando para isto um recurso auxiliar:

8.3.2 – Técnicas de Dinâmica de Grupo.

Há várias técnicas à disposição do professor, que deverá

selecionar a que melhor se adapte ao objetivo do ensino.

Serão apresentadas, apenas, as recomendações que

deverão presidir a condução das técnicas de dinâmica de grupo, em geral,

sem individualizá-las em relação às técnicas específicas:

- Escolher um assunto que dê margem a debate, em face das

diferentes experiências vividas pelos alunos em relação a ele;

- Verificar se os alunos apresentam os pré-requisitos

necessários à discussão do assunto;

- Esclarecer o objetivo a ser atingido e despertar o interesse

dos participantes;

- Dividir a turma em grupos (de no máximo 5 alunos),

procurando variar suas composições em relação às aplicações anteriores;

- Situá-los fisicamente, de forma a que não haja

interferências;

- Percorrer os grupos sem se fixar em nenhum deles, a não

ser que haja uma solicitação explícita para que isto ocorra;

- Observar o comportamento dos alunos, em termos de maior

ou menor participação;

- Prorrogar o termo, caso perceba que os grupos

permanecem interessados e ainda não esgotaram o assunto;

Page 69: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

69

- Promover a apresentação das conclusões, que tanto poderá

ser feita por um relator, como parcelada entre todos os membros de cada

grupo;

- Conduzir ao fechamento do assunto, através de uma

síntese de conclusões.

Page 70: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

70

CAPÍTULO IX.

UNIVERSIDADE CORPORATIVA

Segundo Rubies (1980), o projeto Pedagógico Empresarial traduz

a identidade da instituição, no que se refere aos valores e às concepções

de homem e de mundo.

Na Pedagogia Empresarial há a intenção predominante de

mudança na forma de conceber o trabalho educativo, através de um

processo de negociação que se encerra quando a maioria dos membros

da equipe adere aos objetivos, às ações e às estratégias de aplicação. A

comunidade Empresarial passa a se reconhecer em um modelo

profissional, abordando problemas em busca da qualidade.

9. 1 – Educação Corporativa

Segundo Rubies (1980) e Carreiras (1998) não existe escola sem

valores e princípios que dêem sentido à idéia de homem, de mundo, de ida

e de história. Os valores estão presentes no cotidiano e manifestam-se em

comportamentos, escolhas, opiniões, tornando-se normas sociais. Eles

orientam o comportamento das pessoas e fundamentam sua escolha em

praticar ou não uma ação num determinado momento. São crenças,

princípios normativos e duradouros aceitos pessoal e socialmente em

detrimento de outros considerados opostos ou contraditórios.

Os valores podem ser descobertos, realizados e incorporados pelo

ser humano. É nessa tríplice possibilidade que reside a sua importância

Page 71: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

71

pedagógica. Por isso, é possível dizer que a educação acaba sendo a

realização de valores.

Educar em valores é educar moralmente, porque são os valores

que ensinam o indivíduo a se comportar como homem, a se mover

livremente pelo universo para aprender a se conhecer, querer e se inclinar

a tudo que seja nobre, justo e verdadeiramente valioso.

Nesse sentido, são apontados como valores: humanidade;

fraternidade, honestidade, responsabilidade social, consciência ecológica,

respeito ambiental/social, paz, segurança, autonomia.

Nesta perspectiva o conhecimento é entendido a partir do conceito

de “pensamento complexo”, característico das sociedades complexas em

que a linearidade é substituída pela complexidade sistêmica, ou seja, por

um processo de inter-relações e interconexões entre as partes ou

elementos que constituem o todo.

Morin (2001) destaca que conhecimento só é conhecimento

enquanto a organização estiver relacionada às informações e se este

conhecimento estiver inserido no contexto destas. As informações

constituem parcelas espessas do saber. De sorte que não é possível

conceber o conhecimento a partir, simplesmente, de conteúdos específicos

da Ciência, visto que o mais importante para a sua elaboração são as

relações que se estabelecem entre esses conhecimentos.

Mas para Allegretti (2003) O conhecimento não restringe ao

acúmulo de informações descontextualizadas. Estas, por sua vez, são as

matérias-primas do conhecimento; portanto, fazem parte do conhecimento,

porém não são a sua essência.

Uma vez que o conhecimento não decorre pura e simplesmente da

aquisição e do volume de informações recebidas, a questão imposta é a

substituição das atuais formas de ensino por outras que propiciem aos

Page 72: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

72

alunos exercitarem suas aptidões e o seu potencial cognitivo no sentido de

serem capazes de selecionar, dentre as informações disponíveis, as mais

significativas para o estabelecimento de novas conexões.

A escola deve respeitar os valores que dão sentido à idéia de

homem, de mundo, de vida e da própria história.

Segundo Alonso (2002) a Universidade Corporativa, tem como

referência, o princípio de educar por meio de valores humanos para que se

alcance a meta educativa empresarial com eficácia e sucesso, tem-se

mostrado imprescindível a utilização de uma nova concepção de trabalho

educativo, ao qual se associa a tecnologia de ponta, para as diferentes

equipes da empresa usufruírem das informações disponíveis, além de

atuar de forma pro ativa, retro alimentando todo o sistema com a

informação sistematizada e socializada. Tal concepção é aqui

compreendida como educação corporativa.

O ser humano é um ser social e histórico que, para satisfazer suas

necessidades materiais, transforma a natureza e a si mesmo. E é no

processo de busca da satisfação de suas necessidades ele trabalha,

transformando a natureza, produzindo conhecimento e criando-se a si

mesmo. Desse processo de busca e descoberta é que surge a ciência e,

com ela, a tecnologia.

A tecnologia, resultado da evolução da ciência é planejada e

construída pelo ser humano, que a utiliza, reinterpreta e reconstrói. Assim,

se estabelecem um movimento cíclico de retroação entre a articulação da

ciência, tecnologia, cultura e sociedade. Dessa maneira, ela mantém uma

relação dialética com a ciência.

A visão de ciência e tecnologia da universidade está voltada para a

realidade da sociedade contemporânea, complexa e globalizada.

Ultrapassa a visão cartesiana de ciência dos séculos XVI e XVII, que

percebe o mundo como uma máquina e o conhecimento fragmentado. Na

Page 73: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

73

perspectiva da ciência moderna, o conhecimento traz um pressuposto

inerente a sua própria constituição. Com efeito, parte-se da seguinte idéia:

o mundo é composto de eventos inter-relacionados de forma aleatória que

podem e devem ser conhecidos para poderem ser manipulados em função

do homem. Ora, se é assim, a ciência surge como uma forma de poder,

isto é, como um esforço de se submeter às leis da natureza com o objetivo

de controlá-la.

No processo dialético de submissão e controle, questão ética se

nos impõe. Em outras palavras, não basta afirmar que a aplicação do

conhecimento científico deve ocorrer para promover o homem. Essa

afirmação ainda é muito genérica e corre o risco de tomar os fins ciência –

controle e previsão dos fenômenos – como válidos em si mesmos.

“Uma das revoluções conceituais desse século (XX) veio,

paradoxalmente, da ciência, mais particularmente da Física Quântica, que

fez com que a antiga visão da realidade, com seus conceitos clássicos de

continuidade, de localidade e de determinismo, que ainda predominam no

pensamento político e econômico, fossem explodidos. Ela deu à luz a uma

nova lógica, correspondente, em muitos aspectos, a antigas lógicas

esquecidas. Um diálogo capital, cada vez mais rigoroso e profundo, entre a

ciência e a tradição pode então ser estabelecido a fim de construir uma

nova abordagem científica e cultural: a transdisciplinaridade.”

O importante de se assinalar é: que valores e abordagem

pedagógica direcionam a aplicação do conhecimento científico? Ou seja,

quais concepções de Homem, Sociedade e Natureza dirigem o uso que se

faz dos conhecimentos científicos? No caso de uma Universidade, a

abordagem transdisciplinar, e o aprender a conhecer, aprender a fazer,

aprender a viver junto e aprender a ser constituem valores e visão de

mundo a partir dos quais a Tecnologia – esse produto da ciência moderna.

Page 74: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

74

É necessário, pois, frisar o papel político da ciência e da

TECNOLOGIA, Em outros termos, não se trata de, na proposta de uma

Universidade Corporativa, acreditar ingenuamente na neutralidade desse

tipo de conhecimento. Sabe-se, que a ciência nasce com a proposta de

domínio da natureza e com o ideal de mudança social, realizada em

função dos avanços tecnológicos. Assim, resta explicitar a direção da

mudança que pretendemos, sob o risco de, assim não o fazendo,

retificamos a própria ciência e ficarmos sob o comando de uma razão

instrumental, isto é, de uma racionalidade que se pensa com pura e

simples aplicação de técnicas, o que nos levaria ao tecnicismo.

A ciência moderna, assim como seus produtos, as tecnologias,

também precisa ser considerada em função dos avanços que ela mesma

produziu. Com efeito, muito se tem criticado sobre a visão cartesiana de

ciência. Nesse paradigma concebe-se, do ponto de vista epistemológico, a

realidade como eventos que, sob o efeito da análise científica, são

fragmentados e tomados como independentes um dos outros. Assim, os

fenômenos são considerados como partes isoladas que não interagem.

A divisão do conhecimento em várias áreas – Física, Geologia,

Biologia, Matemática etc. – confirma esse modelo. Ainda que tal separação

só ocorra em função de razões de ordem epistemológica, trata-se de uma

maneira de entender a realidade que construiu uma visão de mundo e,

assim, norteou o desempenho profissional.

Na época atual, sabe-se que a atividade de análise não dispensa a

necessidade de inserir os fenômenos em redes ou teias pelas quais eles

se forjam tomam um caráter dinâmico. Desta forma, a atividade científica,

assim como a aplicação dos produtos da ciência, deve ser pensada em

função da complexidade dos fenômenos.

Em síntese, a atual concepção de ciência e tecnologia vai da

constatação de dimensão de poder inserida nesse tipo de conhecimento

para uma decorrência necessária: a dimensão ética que deve dirigir nossa

Page 75: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

75

ação quando utilizamos e/ou produzimos esse tipo de conhecimento. Ao

mesmo tempo, parte-se do princípio de que os fenômenos estudados

devem ser considerados em sua complexidade, o que deve envolver as

diversas facetas – social, cultural, política, pragmática – que, de fato, os

compõem.

9.2 - Marco pedagógico operacional

Segundo Alonso (2002), na sociedade atual, o conhecimento

adquire papel central, considerado fator decisivo para a produção de bens

e serviços. De um lado, as grandes transformações decorrentes das novas

tecnologias têm alterado os modos de produção e as relações humanas,

desafiando as organizações e as instituições a rever sua estrutura e sua

organização. De outro, a facilidade e a velocidade dos meios de

comunicação dinamizaram a informação, ampliando os limite de

conhecimento e as formas de aprender e ensinar.

As mudanças que vêm ocorrendo em todos os campos do saber, e

na sociedade em geral, estão alterando o modelo de educação

escolarizada que acontece durante uma determinada faixa etária do

indivíduo e em um certo espaço físico, apoiado no tecnicismo e na

especialização. Esse modelo vem cedendo lugar para a educação

continuada ou para educação permanente, que privilegia o sujeito, a

reflexão, a aprendizagem e a aplicabilidade à vida social, fundamentada

em princípios de cidadania e de liberdade.

Hoje a educação deve acontecer “por toda a vida”, porque o

conhecimento adquire um caratê provisório, estando sujeito a

transformações. Disso decorre a necessidade de as pessoas estarem

abertas para rever e reconstruir seu saber, ouvir e considerar pontos de

vista diferentes do seu.

Page 76: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

76

Segundo Piaget (1970), é preciso que o homem assuma um papel

ativo, situando-se frente aos fatos e ao próprio conhecimento, de modo a

não se deixar levar pela corrente da mudança em que se vê envolvido.

Para tanto, levando para o contexto empresarial é preciso que a

Universidade assuma o seu papel de forma consciente, tendo clareza

quanto ao tipo de homem e de sociedade que pretende formar.

A concepção de educação voltada para o ensino transmissivo e

academicista foi até bem pouco tempo aceita, porque se acreditava que

quanto mais conteúdo o aluno adquirisse, maior seria o seu

desenvolvimento. Assim, o ensino centrou-se em metodologias de

transferência, voltadas para os conteúdos factuais. A preocupação com

mudanças contínuas e quantificáveis, decorrentes de uma pratica

acumulada, delineou o percurso do ensino transmissivo.

No processo de aprendizagem por repetição, o indivíduo não vê

significado no que se aprende, o que explica o fato de conteúdo aprendido

ser rapidamente esquecido. No processo de aprendizagem que envolve

estruturas conceituais, há necessidade de compreensão e de significação

de conceitos, por isso o conteúdo aprendido é mais duradouro.

Trocar um conceito simplista por formas mais complexas de

compreensão não é uma ação que se realiza apenas pela exposição ou

pelo fato de estarem registradas num documento oficial. Essa permuta

implica em investimento nas rotinas da ação pedagógica, das mais gerais

as mais especificas, ou seja, fazer o aluno se defrontar com situações

conflitivas que representem um desafio.

Nesse sentido, a tendência das teorias construtivistas induz à

prática de ensino segundo a qual a construção do conhecimento é um

processo individual, sob a perspectiva de sua interação com o meio

sociocultural. Portanto, o conhecimento não preexiste no indivíduo, nem é

dado pelo meio social ao qual ele pertence, mas é construído na interação

Page 77: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

77

com o meio físico e social, dependendo das condições do sujeito; Isso

permite concluir que esse processo não termina, ou seja, o homem nunca

está pronto.

A idéia central do construtivismo diz respeito à transformação do

homem decorrente do convívio social, isto é, a vivência em sociedade está

revestida de significados culturais e é fator determinante para

transformação do homem de ser biológico em ser humano.

A aprendizagem se dá nas relações com os outros e é no meio

social que construímos conhecimento e nos desenvolvemos mentalmente.

Dessa forma, o conhecimento não é construído sozinho, havendo

necessidade de mediadores.

Para Vygotsky (1973), o desenvolvimento intelectual é

caracterizado por saltos qualitativos de um estágio de conhecimento para

outro superior, a aprendizagem ocorre por meio da relação entre o

processo de desenvolvimento do sujeito e suas aptidões.

O aluno é ativo, constrói o conhecimento e o foco da

aprendizagem está no processo, na interação dialógica. Segundo PEÑA

(1999) o professor é o mediador, facilitador, organizador e interage com os

alunos num processo dialógico. Neste sentido, o planejamento das

atividades de ensino do professor deve considerar o estágio de

desenvolvimento dos alunos, sugerindo propostas de trabalho que

representem desafios possíveis de serem solucionados. Além disso, deve

trabalhar saberes de forma a ultrapassar a segmentação e a

especialização exacerbada das disciplinas, adotando uma visão

transdisciplinar do conhecimento, sem negar o valor da especialização e a

recomposição da cultura e o sentido da vida.

A parceria e o diálogo, nessa concepção, tornam-se condições

necessárias para a aquisição das competências e a aprendizagem

Page 78: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

78

acontece a partir da interação do sujeito com o objeto de aprendizagem,

medida por um portador de cultura, utilizando o discurso social.

Conforme Mercer (1998) que as competências a serem aprendidas

são interiorizadas, mediante um processo de criação de âmbito de

significados partilhados por meio de processos abertos de negociação, de

construção de perspectivas intersubjetivas.

Pelo diálogo estabelecido professor e aluno, haverá a

possibilidade de negociação das concepções e das representações da

realidade, uma vez que a cultura acadêmica será assimilada e

reconstruída pelo aluno por meio de seu significado e de suas

representações. O indivíduo aprende informalmente, reinterpretando os

significados da cultura de seu meio social por complexos processos de

negociação.

Observe-se, então, que a mera transmissão de conteúdo ou de

cultura não pode ser entendida como forma de proporcionar o

desenvolvimento do indivíduo. Para os conteúdos se tornarem

significativos, é preciso que o professor extrapole no sentido de descobrir

as habilidades necessárias para que o aluno possa reconstruir o

conhecimento.

Além dessas concepções de aprendizagem, derivadas das teorias

da cognição, atentemos para os novos conceitos sobre a inteligência e

suas funções que suscitam a necessidade de consolidar novas formas de

aprendizagem, baseadas em outros aspectos que não a linguagem e o

raciocínio lógico matemático.

Em decorrência de tudo isso e das mudanças sociais, percebe-se

que é mais importante observar a singularidade e a diversidade do que a

homogeneidade e a organização estática. Nesse

Page 79: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

79

sentido, Howard Gardner, (1993) destaca-se nas múltiplas inteligências, e

Daniel Goleman, (1995) no conhecimento sistemático da inteligência

emocional, oferecendo-nos sugestões interessantes.

A concepção de educação assumida pela Universidade

Corporativa busca aprendizagem voltada para conteúdos específicos e o

desenvolvimento do ser humano, conforme explicitado no último relatório

da Unesco (1996) em que se enfatizam as quatro necessidades básicas da

educação para o próximo século: aprender a conhecer, aprender a fazer,

aprender a viver e aprender ser.

Aprender a conhecer não se refere apenas à aquisição de um

repertório de saberes codificados, mas é entendido como um meio e como

uma finalidade da existência humana. É um saber voltado para o prazer

pela aquisição do conhecimento, pela compreensão e pela descoberta. O

conhecer específico da Universidade Corporativa não deve excluir a

cultura geral, pois, como informa o relatório da Unesco+ “Um espírito

verdadeiramente formado, hoje em dia, tem necessidade duma cultura

geral vasta e da possibilidade de trabalhar em profundidade determinado

número de assuntos. Deve-se, do princípio ao fim do ensino, cultivar,

simultaneamente, cultivar, simultaneamente, essas duas tendências (...)”.

Aprender para conhecer supõe aprender a aprender, a buscar

informações, saber navegar na avalanche de informações a que estamos

submetidos e exercitar o espírito investigativo.

Aprender a fazer significa ser capaz de aplicar o conhecimento em

situações diversas, ter habilidade de julgar, gerir e solucionar conflitos,

saber trabalhar com os outros, estabelecendo relações estáveis e eficazes,

além da intuição e do poder de comunicação.

Aprender a viver junto refere-se à necessidade de aprender a

conviver com a diferença, com base nos valores de pluralismo,

compreensão mútua e paz, numa dupla direção: a da descoberta

Page 80: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

80

progressiva do outro, aliada à percepção das inter-relações, e a

participação em projetos comuns.

Aprender a ser é aprender a valorizar-se, reconhecer o outro e

reconhecer-se, valorizar as potencialidades de cada membro do grupo

(memória, raciocínio, capacidades intuitivas e de comunicação).

Na Universidade Corporativa, a educação busca desenvolver o

ensino para além de aprendizagens sobre saberes específicos de natureza

técnico-científica. Ela se volta para a formação integral do homem,

procurando potencializar a autonomia e desenvolver o crescimento

pessoal dos aprendizes para atuarem de forma competente nos diversos

contextos em que estarão inseridos na companhia e na vida social. Além

disso, se propõe a focar sua atuação nos processos de aprendizagem e

não produto final.

Quanto às formas de gestão, em projetos de pós-graduação,

através de convênios Instituições de Ensino, na área de Gestão do

Conhecimento é uma ação de alargamento nas fronteiras de

conhecimento.

9.2.1 - Ensino a distância

O programa de Educação a Distância (EAD) incorpora todas as

tecnologias disponíveis na área, de modo a oferecer aos empregados

possibilidades de aperfeiçoamento cada vez maiores. Tanto que hoje,

tornou-se falar em “multimeios” do que propriamente em Educação a

Distância: por que há atualmente uma interação de recursos variados para

a promoção do conhecimento, na modalidade presencial.

Page 81: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

81

No início da década de 1980 as empresas começaram a utilizar os

videotreinamentos, que se mostraram muito úteis especialmente para as

áreas operacionais, de segurança e meio ambiente. Em seguida, outras

ferramentas se somaram ao programa de educação empresarial:

teleconferências (a partir de 1989); manuais eletrônicos (1994); uma rede

de videoconferência com várias salas espalhadas por todo país.

Em 1998, a internet surge como grande aliada do programa de

capacitação corporativa, possibilitando projetos como o campus virtual e

as comunidades virtuais. Através do campus virtual, para Alperstedt

(2001), As universidades corporativas tornaram-se mais próximas dos

funcionários da empresa.

No Brasil, no exterior ou em locais de difícil acesso, bastava

acessar o computador em sua mesa e trabalho para realizar um curso on

line ou mesmo receber suporte em uma determinada área. Já as

comunidades virtuais possibilitam a permanente troca de experiência e

conhecimento técnicos.

9.3 - Objetivos pedagógicos da Universidade Corporativa

Como no objetivo geral de uma universidade corporativa, estão

previstos o desenvolvimento a instalação das competências profissionais,

técnicas e gerenciais, consideradas essenciais para a viabilização da

missão proposta pela Empresa, da qual ela pertence e no nosso caso

significa:

“Liderar o sistema de educação corporativa da Empresa por meio

de um processo contínuo de desenvolvimento de competências, pautado

por valores humanos e alinhado ao planejamento estratégico, buscando o

aprimoramento da cultura organizacional”.

Page 82: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

82

Destacamos, com isto, a importância da Educação Corporativa,

segundo Meister (1999), em que a Universidade é responsável pelo

encaminhamento do Sistema de Educação Corporativa associado às

demandas geradas pelo desdobramento do Planejamento Estratégico da

Empresa. É, portanto, de interesse de toda a empresa ou, ao menos, de

todo um segmento de atividade, pelos processos educacionais de

formação de competências e autodesenvolvimento, bem como pela

preservação da cultura e de um clima organizacional saudável. De forma

geral, pretende difundir a idéia de aprimoramento do capital intelectual da

empresa, da cultura organizacional, da descoberta de novos talentos, da

educação pautada por valores humanos e do atendimento aos objetivos do

planejamento estratégico da empresa.

Page 83: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

83

CONCLUSÃO

Pedagogia com Excelência: Educação Escolar a Empresarial é um

estudo iniciado com uma parábola de um encontro de um naturalista,

especialista em despertar em uma águia as competências adormecidas

pelo condicionamento da vida em galinheiro. A ação dele foi diagnosticar o

problema e agir no problema, utilizando seu conhecimento para estimular

“sua aluna” a reagir como tal, acompanhou-a, como um pedagogo deve

fazer diante do desafio de mapear o processo, verificar os recursos e

identificar as competências necessárias para aperfeiçoar o trabalho, e

atingir um objetivo, fazer águia “agir com as competências de águia.”.

Os alunos do curso de Pedagogia Empresarial. (em sua maioria

professores e pedagogos) sabiam o que era Pedagogia, mas a maioria

queria saber como age o pedagogo na empresa, no fundo queriam saber

como se procede ou se faz a conexão do conhecimento pedagógico com

as práticas administrativas, verificar a consistência da sentença “não

valemos pelo que sabemos, mas pelo que fazemos eticamente com o que

sabemos”, Por isto nasceu esta dissertação, para tentar responder a

questão ou dar continuidade ao debate, que envolve uma profissão nova

no Brasil: Pedagogo Empresarial.

Como a empresa é a materialização de recursos que interagem no

ambiente interno e externo para atingir níveis de excelência em

produtividade/lucro, o segundo passo foi pesquisar o estudo das

civilizações, e foi constatado que para o êxito de uma civilização é

necessária a existência de um obstáculo a ser vencido e uma resposta

positiva a ele. Esse desafio e essa resposta são indispensáveis para a

criação e o desenvolvimento da civilização. A resposta positiva ao desafio

conduz a um progresso, que só será contínuo se essa resposta positiva for

continuada. Verificou-se que a noção de progresso inevitável é

inadequada, seja ele qual for, pois há sempre riscos de involução e

retrocesso, e o êxito tende a causar acomodação. Mas algo é sempre

Page 84: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

84

presente na vida de pessoas bem sucedidas: (i) todos definiram um projeto

de vida; (ii) todos fizeram muito esforço, especialmente no início da vida; e

(iii) todos gostavam do que faziam. Quem nunca teve de lutar para vencer

pode tornar-se inseguro. Todos tiveram alguém para orientar nos seus

primeiros passos. O homem é o ser mais dependente, nos primeiros

passos do processo evolutivo. E assim é até alcançar a maturidade

profissional, a empregabilidade.

Convém uma evasiva sobre as razões pelas quais o trabalho no

Brasil é mal pago e o capital bem remunerado. Se o trabalho é importante,

por que seria mal pago? O regime da escravidão pode ter contribuído, mas

a principal razão é a lei da oferta e da procura. Como existe excesso de

oferta de mão-de-obra e escassez de capital, o trabalho, especialmente o

pouco qualificado, é muito mal pago e o capital, em virtude da sua

escassez, tem remuneração acima do que seria razoável. Qualquer

tentativa de mudar artificialmente esse fato provoca distorções sem

resolver o problema. A solução é educar a população.

A existência de pessoas de bom nível, bem selecionadas,

treinadas e integrantes trabalhando como equipe tem um valor inestimável

e, quando a empresa é vendida, influencia o valor atribuído ao fundo de

comércio da empresa, embora não se possa apropriar esse valor como

ativo no sentido contábil.

A sobrevivência e o progresso de uma grande empresa

dependem, em grande parte, da sua capacidade de selecionar, treinar e

posicionar corretamente, no presente, as pessoas com potencial para

atuar, no futuro, na administração superior da empresa, assumindo

responsabilidades e agindo como uma equipe integrada. As pessoas são

os únicos elementos diferenciados de uma organização.

Às vezes, é difícil entender porque as empresas não investem

mais em recursos humanos. A razão disso está, em parte, na insegurança

que elas têm na sua capacidade de reter o pessoal competente, na

Page 85: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

85

necessidade de privilegiar, em alguns casos, a curto prazo e a

impossibilidade de contabilizar como ativo a capacidade dos seus recursos

humanos.

É paradoxal o fato da maioria das empresas gastarem de 50% a

70% de seu orçamento em salários, mas investir menos de 1% de seus

recursos em treinamento. Ou de gastar mais tempo e dinheiro na

manutenção de prédios e equipamentos do que na retenção e

desenvolvimento de seu pessoal.

Na verdade, existem alguns empregados que são ativos

importantes para a empresa e é nesses que devemos investir. No entanto,

também existem alguns que são apenas custos. Nem sempre é óbvia a

distinção entre eles e isso leva alguns executivos a ter insegurança em

relação ao retorno do investimento que fazem em treinamento.

“Pessoas excepcionais podem fazer funcionar bem uma

organização precária. Pessoas desmotivadas ou incompetentes podem

anular a mais perfeita organização” (Louis Allen).

Cabe ao Empresário promover o encontro do Pedagogo

Empresarial com seus funcionários, como ocorreu com o Naturalista e a

águia, e impulsionar as competências necessárias ao negócio, para elevar

as águias detectadas a não viverem acomodadas como galinhas,

destinadas a vôos medíocres, mas a vôos em céus inimagináveis.

Benditas crises!

Todos precisam de educação para se auto-superarem, todos

precisam das técnicas e dos instrumentos didáticos citados neste trabalho

para trabalhar didaticamente, todos precisam de um educador conhecedor

das praticas de ensino, para desenvolver suas competências, todos

precisam ser generalistas ao interagir e fazer conexões com as diversas

disciplinas demandadas na sociedade do conhecimento, mas somente o

especialista na sua área, deverá fazer quando for solicitado pela sua

Page 86: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

86

competência, no mínimo, mais do que faz as partes que com ele

interagem, não há espaços para incertezas, para dúvidas. Este trabalho é

para mostrar que o cenário é sistêmico, dinâmico e que em cada

oportunidade devemos estar preparados conforme a velocidade das

mudanças, com o que temos de melhor - a competência para mapear os

processos didáticos, identificar os gargalos e recursos disponíveis e

orientar nas políticas de desenvolvimento de recursos humanos com

soluções pedagógicas.

Este trabalho é a reflexão de um processo histórico da didática e

sua evolução do giz até a universidade corporativa, que muda a cada

momento, com as inserções tecnológicas, com as inovações e as

revoluções dos instrumentos de ensino-aprendizagem.

Um estudo que não é conclusivo, porque trata do conhecimento e

relacionamento humanos, mas que buscou entender o significado e os

instrumentos que participam do encontro do professor-aluno, na busca de

descobrir águias que voem para horizontes das manhãs douradas.

Page 87: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALPERSTEDT, C. Universidades corporativas: discussão e proposta

de uma definição, Revista de Administração Contemporânea (RAX),

Curitiba, v. 5, n3, set/dez. 2001.

BOFF, Leonardo A águia e a galinha: uma metáfora da condição

humana. – Petrópolis - RJ. – Editora Vozes. 1998.

CARVALHO, Irene Mello. O Processo Didático – Rio de Janeiro – Editora

da Fundação Getúlio Vargas – 1984

COTA, Maria Célia. Planejamento Didático – Rio de Janeiro – Escola

Naval – 1979.

DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para Unesco

da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI – São

Paulo: Cortez; Brasília, MEC: Unesco, 2001.

GAGNÉ, Robert M. Princípios Essenciais da Aprendizagem para o

Ensino – Porto Alegre Editora Globo – 1980.

GARDNER, H. Inteligências Múltiplas Perspectivas. – Porto Alegre

Artmed, 1998.

GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.

LACOMBE, Francisco José Masset e HEIBORN, Gilberto Luiz José.

Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003.

LAROSA, Marco Antonio e AYRES, Fernando Arduini. Como produzir

uma monografia passo a passo... siga o mapa da mina. – Rio de

Janeiro – WAK EDITORA. 2003.

Page 88: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

88

MAGER, Robert F. A Formulação de Objetivos de Ensino - Porto Alegre

Editora Globo – 1979.

PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das

aprendizagens – entre duas lógicas – Porto Alegre Artes Médicas Sul,

1999.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Trad. Dirceu A. Lindoso; Rosa

M.R. da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1970. 182p.

RAMOS, Cosete. O despertar do Gênio: aprendendo com o cérebro

inteiro/Cosete Ramos – Rio de Janeiro. Qualitymark. Ed. 2002.

SANT’ANNA, Flavia Maria – Microensino e Habilidades Técnicas de

Ensino. São Paulo. Mac Graw-Hill do Brasil, 1979.

Page 89: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

89

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

ENSINO APRENDIZAGEM 16

- treinamento e competências 19

CAPÍTULO II

O PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM 21

2.1 - Aprendizagem e o professor 23

CAPÍTULO III

AS FASES DA APRENDIZAGEM 25

CAPÍTULO IV

EVENTOS FACILITADORES DA APRENDIZAGEM 29

CAPÍTULO V

OS RESULTADOS DA APRENDIZAGEM 31

CAPÍTULO VI

A COMUNICAÇÃO NO ENSINO 33

6.1- representação esquemática da comunicação: 33

6.2- definição dos componentes 34

6.2.1.Transmissor (emissor) 34

6.2.2. Receptor 34

6.2.3. Mensagem 34

6.2.4. Código 34

6.2.5. “feedback” 34

6.3 - A comunicação sob enfoque do processo ensino-aprendizagem 36.

Page 90: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

90

6.3.1. Atitudes 36

6.3.1.1.Atitude em relação a si mesmo 36

6.3.1.2. Atitude em relação à atividade 36

6.3.1.3. Atitude favorável no contato pessoal 37

6.3.2. Estratégias 37

6.3.2.1. De aproximação 37

6.3.2.2 De apresentação 37

6.3.2.3. De acompanhamento 37

6.3.3. estilos de atuação 37

6.3.3.1. Estilo Persuasivo 38

6.3.3.2. Estilo Informativo 38

6.3.3.3. Estilo Reflexivo 39

6.4. Codificação de mensagens 39

6.4.1.Clareza 39

6.4.2. Coerência 30

6.4.3.Concisão 39

6.4.4.Correção 39

6.5. Uso de meios 40

6.5.1. Meios Pessoais e Meios Materiais 40

6.5.1.1. Habilidades sonoras 40

6.5.1.2. Habilidades corporais 41

CAPÍTULO VII

RECURSOS INSTRUCIONAIS 45

7.1-Principais finalidades pelo emprego dos recursos instrucionais

relacionadas com cada fase de aprendizagem 45

7.2 - seleção, preparação e utilização dos recursos 46

7.2.1 – Meios 47

7.2.2 auxílios 48

CAPÍTULO VIII

PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO ENSINO 51

8.1 – Planejamento 52

8.2. Tipos de Planos 53

Page 91: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

91

8.2.1. – Fases na Preparação do Plano de Aula: 55

8.3. Execução 63

8.3.1 – Técnica da Aula Participativa e suas fases 64

8.3.2 – Técnicas de Dinâmica de Grupo. 68

CAPÍTULO IX.

UNIVERSIDADE CORPORATIVA 70

9. 1 – Educação Corporativa 70

9.2 - Marco pedagógico operacional 75

9.2.1. Ensino a distância 80

9.3. Objetivos pedagógicos da Universidade Corporativa 81

CONCLUSÃO 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 87

ÍNDICE 89

Page 92: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … PEREIRA CEZAR.pdf · de dirigir e orientar o ensino segundo os autores SANT’ANNA (1979), MARGER (1979), IRENE CARVALHO (1984) e

92

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título da Monografia: Pedagogia Com Excelência: Educação Escolar

a Empresarial

Autor: Paulo Pereira Cezar

Data da entrega: 12 de agosto de 2006

Avaliado por: Conceito:

________________, _______de____________de_______