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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ÉTICA EM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Por: Rosane Maria Ferreira Dantas
Orientador
Profª. Ana Paula Alves Ribeiro
Rio de Janeiro
2008
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ÉTICA EM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão em
Instituições Financeiras.
Por: Rosane Maria Ferreira Dantas
3
AGRADECIMENTOS
A DEUS, aos amigos, parentes,
clientes, fornecedores e aos colegas
bancários que responderam ao
questionário de embasamento da
pesquisa.
4
DEDICATÓRIA
Dedico ao meu cônjuge e aos meus
filhos.
5
RESUMO
Neste trabalho abordar-se-á o tema Ética, especialmente nas
organizações financeiras. Não se pretende esgotar todas as possibilidades
que o tema poderia oferecer. O propósito desta monografia é apresentar a
importância da ética nas organizações. Ela é necessária para nortear a
condução de negócios empresariais. O agir eticamente nos negócios, poderá
gerar satisfação e fidelidade de seus clientes, podendo ser um diferencial que,
certamente, contribui para a competitividade. E no caso das instituições
financeiras é de fundamental importância devido aos seus ativos intangíveis,
por tratar diretamente com moeda e investimento necessita, como nenhum
outro setor da economia contar com a confiança de seus aplicadores e
investidores, pois qualquer arranhão em sua imagem, poderá levar a quebra,
gerando risco ao SFN (Sistema Financeiro Nacional). Sua análise merece uma
reflexão profunda, maior do que caberia numa simples monografia. Afinal, é
difícil avaliar como a ética é de fato exercida e seu entendimento pela
sociedade. Este é um assunto que deve ser estudado, pesquisado e
essencialmente praticado, sobretudo no mundo globalizado em que a
valorização da aquisição de bens materiais, a expansão, a competência e a
obsessão pela tecnologia, atribuiu excessiva ênfase a esses valores, nossa
sociedade encorajou a busca de metas perigosas e antiéticas e
institucionalizou muitos pecados Mortais.
Palavras – Chave: Ética, Normas e Conduta
6
METODOLOGIA
Pesquisa bibliográfica, como leitura de livros, revistas e jornais.
Questionários para coletas de dados em minha rede social usando a
disponibilidade dos colegas da turma de Pós-Graduação do curso de Gestão
em Instituição Financeira da Universidade Candido Mendes e dos funcionários
do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Itaú, Banco Santander,
Unicred, Finasa, Unibanco que concordaram em participar, para refletir a
realidade na rede bancária, e tabulação do questionário para verificar o
resultado da pesquisa exploratória.
.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A História da Ética 09
CAPÍTULO II - 1.Ética Empresarial 13
2. Economia de Comunhão 17 3. Para ler e Refletir 18 CONCLUSÃO 19
ÍNDICE DOS ANEXOS 20 ANEXOS I – Código de ética do Banco do Brasil xx
ANEXOS II – Código de ética da CEF xx
ANEXOS III – Código de ética do Itaú xx
ANEXOS IV - Questionário xx
ANEXO V - Tabulação do Questionário xx ANEXO VI - Resultado Tabulação xx ANEXO VII – Gráfico xx ÍNDICE 59
FOLHA DE AVALIAÇÃO 6
8
INTRODUÇÃO
Todo ser humano é dotado de uma consciência moral, que o faz
distinguir entre o certo e errado, justo ou injusto, bom ou ruim, com isso é
capaz de avaliar suas ações: sendo, portanto, capaz de agir com ética.
Está evidente que a sociedade não suporta mais os “jeitinhos”, a
corrupção, a malícia, o erro entre outros fatores. A ética deve nortear as ações
das organizações na condução dos seus negócios.
As empresas têm elaborado manuais e códigos de ética empresarial. É
inegável que esses instrumentos têm por objetivo estabelecer o que se espera
uns dos outros. Certamente, a prática da ética torna o ambiente de trabalho
mais respeitável e poderão levar a excelência dos produtos e/ou serviços
prestados nas relações de negócios das organizações. Segundo o Dicionário
Virtual Michaelis, a ética é a “parte da filosofia que estuda os valores morais e
os princípios ideais de conduta humana”.
Mas entre os funcionários das instituições financeiras há este
reconhecimento?
Os colaboradores conhecem o código de ética de sua instituição?
O que pensam sobre o assunto e sobre sua aplicabilidade interna?
Usam o código de ética no seu dia a dia?
As avaliações de desempenhos apregoadas pelas instituições
seguem critérios claros? E as promoções são realmente realizadas por
critérios profissionais?
Confiam nas Ouvidorias internas? Para eles, quem mais respeita o
código? Os comissionados ou os funcionários sem comissão?
Espera-se, com este trabalho apresentar a realidade através de
uma pesquisa exploratória com os funcionários de algumas instituições
financeiras, visando contribuir com ações estratégicas das organizações
9
CAPÍTULO I
A História da Ética
A palavra ética é de origem grega, ethike, derivada de ethikós, “que diz
respeito ao costume”. No contexto da filosofia, a ética seria o ramo que lida
com a compreensão das noções e dos princípios que sustentam as bases da
Moralidade Social e da vida individual.
Os valores éticos de uma comunidade variam de acordo com o ponto de
vista histórico e dependem de circunstâncias determinadas. O que é
considerado ético em uma sociedade pode não ser considerado da mesma
forma em outra, como por exemplo a poligamia e o concubinato.
Talvez o sentimento de crise que vivemos hoje tenha sua origem mais
remota na perda de referências a determinados valores e normas que
começaram a ocorrer após o início do período Moderno (séc. XVII) com sua
diversidade e pluralidade de crença, valores e hábitos.
Neste período, o Cristianismo que desde a Antiguidade era a principal
referência do ponto de vista ético passa por abalo com o advento da Reforma
Protestante..
A partir deste momento a ética filosófica desvincula-se da ética religiosa
e a descoberta da América em 1492 revelando outros povos com hábitos e
valores radicalmente diferentes dos adotados pelos europeus daquela época,
deixa claro que o que é válido ou considerado ético, para alguns não o é para
outros.
Embora os filósofos gregos, já houvessem discutido a questão da
relatividade dos valores éticos, é talvez a partir desse momento que a questão
se torna mais crucial e mais ampla, vindo a ser objeto central da reflexão
filosófica.
Teorias éticas muito abstratas como as de Platão e Kant tiveram como
ponto de partida o momento histórico em que esses filósofos viveram e
buscaram dar respostas a questões e desafios que enfrentaram.
10
Segundo Danilo Marcondes 2007 “O primeiro tratado de ética e também
pioneiro no uso do termo “ÉTICA” no sentido em que empregamos até hoje,
como um estudo sistemático sobre as normas e os princípios que regem a
ação humana e com base no qual essa ação é avaliada em relação a seus
fins. O texto ficou conhecido como Ética a Nicômaco por ter sido dedicado a
Nicômaco, filho de Aristóteles”.
Neste texto, contrariando Platão em Mênon, Aristóteles afirma que a
virtude pode ser ensinada, sendo esse ensinamento um dos objetivos centrais
da filosofia. A virtude não é inata, mas resulta do hábito, ou seja, é necessário
praticá-la, exercê-la efetivamente para nos tornamos virtuosos.
Para Santo Agostinho a origem da virtude na natureza humana criada
por Deus, a queda e o pecado original como explicações das falhas humana, a
graça divina como possibilidade de redenção e alcance da felicidade na vida
eterna, o livre-arbítrio ou liberdade individual concedida ao ser humano por
Deus, que torna os indivíduos responsáveis por seus atos.
Já para São Tomás de Aquino a ética se contrapõem à visão então
predominante herdada de Santo Agostinho e continuada por pensadores como
São Bernardo de Clairvaux (1091 – 1153), pra quem o homem é um ser
imperfeito, marcado pelo pecado original. São Tomás parte da concepção
Aristotélica de virtude, considerando a natureza humana capaz de ser
aperfeiçoada.
Uma das diferenças entre São Tomás e Aristóteles reside na noção de
pecado original que encontramos no filósofo cristão, mas ausente no grego.
A suma teológica, escrita entre 1266 e 1274, mesmo inacabada é a
principal obra de São Tomás de Aquino. É interessante notar que São Tomás
recorre à autoridade da tradição tanto da Bíblia quanto dos filósofos antigos.
Ele recusa a concepção segundo a qual o Mal é algo, uma entidade. Ele o
entende como parte da natureza, no sentido da imperfeição ou da corrupção
das coisas criadas, que podem ser perecíveis e imperfeitas.
São Tomás diz que o livre-arbítrio decorre da própria racionalidade
humana e é um pressuposto da ética enquanto possibilidade de escolha
daquilo que é bom em detrimento do que é mau.
11
Um dos mais influentes pensadores da ética no período moderno, Kant
(1724 – 1804) inaugura sua fase crítica em 1781, com a publicação da Crítica
da Razão Pura, à qual se segue em 1788 a Crítica da Razão Prática, seu
trabalho mais importante no campo da ética. O pressuposto fundamental da
ética Kantiana é a autonomia da razão. Em alguns escritos menos
conhecidos, como “Sobre a teoria e a prática da moral em geral” (1793) e a
“Cartas a Maria von Herbert (1792), mostram a preocupação deste filósofo com
questões de ordem prática e de natureza concreta. Levando em consideração
de um ponto de vista ético, as emoções e os sentimentos humanos, indo além
do forte racionalismo da Critica da Razão Prática.
Em 1844, na Alemanha nascia Friedrich Nietzsche, filho de um pastor
luterano. Foi um dos críticos mais mordazes da moral tradicional desde a
filosofia grega até o cristianismo.
Pensador radical, propõe uma “transvaloração de todos os valores” ,
visando romper não só com a moral judaico-cristã mas também com a tradição
grega desde Sócrates. Nietzsche define seu pensamento em Além do bem e
do mal como uma “crítica da modernidade”. Particularmente no caso da ética,
procura mostrar que ela não se fundamenta na razão. A moral cristã
caracteriza pela “moral do rebanho”, em que os indivíduos se deixam levar pela
maioria e seguem os ensinamentos da moral tradicional de forma acrítica.
Também nesta obra critica a tentativa tradicional dos filósofos de
fundamentar a moral e de formular uma “Ciência da moral” sem, contudo
jamais se perguntarem sobre o sentido da própria moral, sem jamais
problematizá-la. Propõe, ao contrário, a adoção de uma perspectiva histórica
sobre a moral, indicando a necessidade de comparar as várias visões de moral
culturalmente existentes.
A crítica nietzschiana da tradição filosófica, religiosa e científica, assim
como sua discussão sobre a natureza humana através do questionamento dos
pressupostos racionalistas da filosofia e da ciência, teve forte influência sobre
o pensamento do século XX – pensadores da importância de Freud, Heidegger
e Foucault, por exemplo, reconheceram explicitamente essa influência.
12
Considerado um dos fundadores das ciências sociais contemporânea, o
pensador alemão Max Weber (1864-1920), deu importante contribuição ao
pensamento político e econômico, a história e a filosofia, sobretudo à ética,
sendo o clássico A ética protestante e o espírito do capitalismo (1905).
As reflexões supostamente pessimistas de Weber devem ser situadas
no quadro sombrio em termos sociais, políticos e econômicos tanto da Europa
às vésperas da Primeira Guerra Mundial quanto, logo em seguida, da crise
alemã no pós-guerra.Embora recorra, com ilustração, ao “Sermão da
Montanha” (Evangelho segundo São Mateus) , para Weber a ética da
convicção não é necessariamente religiosa: uma vez que se caracteriza
essencialmente pelo compromisso com um conjunto de valores associados a
determinadas crenças. Nesse caso, as intenções do agente são mais
importantes que as considerações dos resultados e do sucesso de seus atos.
Segundo Chauí (2004), “Marx descobriu que temos a ilusão de estarmos
pensando com a nossa própria cabeça e agindo por nossa própria vontade de
maneira racional e livre, de acordo com nosso entendimento e nossa liberdade,
porque desconhecemos as condições econômicas e sociais nas quais a classe
social que domina a sociedade exerce seu poder sobre a mente de todos,
fazendo com que suas idéias pareçam ser verdades universais, válidas para
todos os membros da sociedade e para todas as classes sociais. Esse poder
social invisível que nos força a pensar como pensamos e agir como agimos foi
chamado por ele de Ideologia” e “Freud, por sua vez, mostrou que os seres
humanos têm a ilusão de que tudo quanto pensam, fazem, sentem e desejam
tudo quanto dizem ou calam estaria sob o pleno controle de nossa consciência
porque desconhecemos a existência de uma força invisível, de um poder – que
é psíquico e social – que atua sobre nossa consciência sem que ela o sabia. A
esse poder que domina e controla invisível e profundamente nossa vida
consciente ele deu o nome de Inconsciente”. pág.53
.
13
CAPÍTULO II
1.Ética Empresarial
A empresa tem sido entendida, doutrinariamente, com uma “atividade
econômica organizada, exercida profissionalmente pelo empresário, através do
estabelecimento”. Moreira define (1999, p 27) “Empresa é a reunião dos
fatores de produção para gerar um resultado lucrativo”.
As empresas financeiras bancárias ou bancos comerciais são
instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal
proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, no curto e no
médio prazo, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços. As
pessoas físicas e terceiros em geral. A captação de depósitos à vista,
livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode
também captar depósitos a prazo (Resolução CMN 2.099, de 1994). A Caixa
Econômica Federal (CEF) se equipara aos bancos comerciais, pois executa
atividades características desses bancos.
O termo Ética Empresarial é definido por Moreira (1999 citado em
Ourives, 2004, p.2) como “o comportamento da empresa – entidade lucrativa –
quando ela age de conformidade com os princípios morais e as regras do bem
proceder aceitas pela coletividade (regras ética)”.
Como vimos o estudo da ética iniciou-se com os filósofos gregos há
séculos atrás. Hoje em dia, seu campo de atuação ultrapassa os limites da
filosofia. São inúmeros outros pesquisadores do conhecimento que se
dedicam ao seu estudo. Sociólogos, psicólogos, biólogos e muitos outros
profissionais desenvolvem trabalhos no campo da ética.
Enquanto começa a haver uma intensa produção no campo da
ciência, multiplicam-se movimentos populares ou associativos reivindicando
ética, na vida pública, na vida social. E, nas organizações, manifestações
concretas dentro das quais destacamos:
14
• Filosofia Empresarial – clara conceituação de MISSÂO,
princípios e orientações.
• . Comitê de ética – grupo de controle das normas morais de
conduta.
• Credos – divulgação das crenças institucionais para
funcionários e clientes.
• Código de conduta – sistematização das expectativas morais.
• Ombudsman – ouvidor ao alcance dos clientes para atender
seus reclamos.
• Auditorias Éticas – avaliações periódicas das condutas
empresariais
• Linhas Diretas – circuito aberto às críticas, reclamações e
sugestões.
• Balanço Social – divulgação dos investimentos da empresa em
benefícios do público interno e da comunidade.
O setor Bancário é uma área de muitos conflitos, sendo verificado
um alto número de reclamações de consumidores junto ao Procon. Além
disso, o setor bancário é bastante concentrado, centraliza a maior parte do
volume de recursos em poucas instituições. É, ainda, um dos setores da
economia que vem sofrendo as maiores evoluções e modernizações nos
últimos anos ocasionadas pela valorização do mercado financeiro, a
automação de grande parte dos serviços, além da globalização financeira.
Considerando a importância que o mercado financeiro ocupa na sociedade
moderna, a responsabilidade ética aplicada de forma mais rígida é
extremamente necessária. Aparentemente, o setor financeiro acatou a
necessidade de aplicação de preceitos éticos em suas atividades. Dados do
Balanço Social da febraban (Federação Brasileira de Bancos) confirmam que,
em 2004, 90,1% dos bancos que participaram da pesquisa que embasou o
relatório informaram que mantinham código de ética ou declaração de crenças
e valores, respeitando-os nas suas relações com diferentes públicos. Em
81,8% das instituições, os documentos contemplam três ou mais stakeholders
15
(funcionários, fornecedores, consumidores, clientes, comunidade, governo e
acionistas minoritários). Em 90,1% dos casos, há proibições expressas à
utilização de práticas ilegais (corrupção, propina, etc.), para obtenção de
favorecimento.
Os textos também explicitam o compromisso com a ética na
gestão de informações e com a transparência e veracidade de informações
prestadas aos diferentes públicos.
Diz mas o relatório:
“Mais do que estabelecer preceitos éticos, os bancos buscam
disseminá-lo entre seus colaboradores, de forma a enraizá-lo como parte da
cultura corporativa. Por isso, 63,6% adotaram processos para difundir essa
postura, além de monitoramento e avaliarem periodicamente a sua
assimilação. E 57,6% das instituições abordaram questões também em
pesquisas organizacionais, além de possuírem comitês, conselhos ou
responsáveis formalmente instituídos para essa finalidade”.
Arruda (2003) “resume e que não basta ter um código de ética
exposto em local de honra da empresa. É necessário que ele seja refletido na
vida das pessoas e que haja coerência entre o que está lá expresso e o que
realmente se pratica na empresa”
Especialmente quanto ao código de ética podemos dizer que é um
instrumento de realização da filosofia da empresa, de sua visão, missão e
valores. É concebido pela própria empresa e expressa a sua cultura. Serve
para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura da
empresa face dos diferentes públicos com os quais interage. È imperioso que
haja consistência e coerência entre o que está disposto no código de ética e o
que se vive na organização. Se o código de conduta, de fato cumprir o seu
papel, sem dúvida significará um diferencial que agrega valor à empresa.
Padrões éticos de conduta, com critérios claros, bem definidos na
sua política de gestão de pessoas, visando conseguir o compromisso e
adesão dos seus colaboradores , pois é através das atitudes e
comportamentos práticos dos indivíduos, que representam as empresas, que a
sociedade percebe a sua credibilidade.
16
Essa atitude deve ser percebida, reconhecida e sentida pelo(s)
funcionário(s) logo que seja contratado. Caso reconhecido essas atitudes e
comportamentos, o sentimento de satisfação deve aumentar e,
consequentemente, desencadear melhor desempenho, eficácia e ambiente de
trabalho mais saudável e refletindo na qualidade do atendimento prestado.
Caso contrário, poderá desencadear outros valores e insatisfação diversas,
com resultados imprevisíveis a médio e a longo prazo.
Diversas organizações têm se desenvolvido no sentido de apoiar e
sugerir a implantação de projetos éticos corporativos, e no Brasil, podemos
contar com instituições como Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade
Social (www.ethos.org.br), cuja missão é mobilizar, sensibilizar e ajudar as
empresas a gerirem seus negócios dentro de padrões éticos sustentáveis.
Na esfera internacional, o Ethical Markets
(www.ethicalmarkets.com) que sugere aplicações financeiras em empresas
com comportamentos éticos, que já tem sua versão brasileira disponível no site
www.mercadoetico.com.br.
17
2.Economia de Comunhão.
Negócio e ética, temos de acreditar, encontrarão, em um futuro,
pontos de convergência para compor evoluções e convivências harmoniosas.
A modalidade empresarial que mais se aproxima dessa proposta é a prática
administrativa adotada pela Economia de Comunhão (Edc).
Nestas últimas décadas tem-se ouvido falar muito sobre uma forma
de organização econômica social globalizada, mais humanizada, na qual o
homem é valorizado como ser humano, e não mais como simples mercadoria
reduzida a sua capacidade de trabalho, posta a disposição daqueles que
comandam o atual ciclo vicioso do capitalismo globalizado neoliberal, o qual
traz em seus genes a crescente exploração do ser humano. Todavia, este
ciclo é caracterizado por destruição do equilíbrio moral e ético da sociedade.
Diante disso, surge para se contrapor a este movimento neoliberal
o movimento contínuo e crescente da economia solidária, que ocorre da base
para o topo da sociedade com objetivo de proporcionar a melhoria da
qualidade de vida da população além, de reavivar como pressuposto, o ideal
de cooperação e de solidariedade entre os homens, o qual há muito
esquecemos ou fomos forçados a deixar de praticar devido a imposição, a qual
fomos submetidos na prática do sistema capitalista de produção.
Criado no Brasil em 1991, por Chiara Lubich, líder do Movimento
Focolares, a Economia de comunhão já contava, em 1995, com adesão
Mundial de 551 empresas.
O pólo Spartaco da Edc, instalado na Cidade de Vargem Grande
paulista, reúne exemplos de empresas praticantes precoce de uma nova
postura ética e social, que têm despertado atenção políticas e empresariais e
registrado evidências empíricas de resultados positivos. Esse pólo congrega
empresas de pequeno e médio porte, quase sempre familiares. Seu
fundamento básico consiste na destinação dos lucros para reinvestir, formar
“homens novos” e ajudar aos necessitados.
18
3.Para Ler e Refletir.
Não temos idéias com que pensar e,
dessa maneira, estamos demasiado dispostos a acreditar
que a ética é um campo onde não adianta pensar. Quem
sabe qualquer coisa hoje em dia dos Sete Pecados
Capitais ou das Quatro Virtudes Cardeais? Quem sequer
pode citá-las? E quando se considera que essas velhas
e veneráveis idéias não merecem que nos incomodemos
com elas, que novas idéias tomam o seu lugar?
E.F.Schumacher
Em tempo: Os setes Pecados Capitais (soberba, a avareza, inveja, ira,
impureza, gula e preguiça ou acídia).
. As Quatro Virtudes Cardeais (prudência, a justiça, a
fortaleza e a temperança).
Sócrates (470/469-399 a. C.) ensinava a bem pensar para bem viver. Para ele, a virtude adquire-se com a sabedoria ou, antes, com ela se identifica.
Para Platão (428/427-347 a. C.), a virtude perfeita é o apanágio da alma espiritual. É a sabedoria ou ciência desta coordenação de prazeres, em que reside a felicidade.
Aristóteles (384/383-322 a. C.) considerava que o funcionamento perfeito da
vida consciente é obra das virtudes morais
19
CONCLUSÃO
Após obter as respostas do questionário em que perguntamos: sua
instituição tem código de ética? Você o conhece? Cite algum grupo a que ele
faz referência, cite algum item?
Por mais que a Febraban afirme em seu Relatório Social (2004) que as
instituições financeiras buscam enraizar em seus colaboradores os códigos de
ética e de conduta, na pequena pesquisa exploratória, podemos verificar que
95% dos entrevistados tem conhecimento que sua instituição tem código de
ética, 75% diz conhecê-lo, porém quando solicitado a citar os grupos e algum
Item deste código, esse percentual cai para 27% e 37%
respectivamente. Não sendo mais expressivo, pois aqueles que responderam
em sua maioria citaram o item Sigilo Bancário. Podendo notar que o
conhecimento fica mesmo no “já ouvi falar”.
Oitenta por cento consideram-se ético no seu dia a dia, mas quando
solicitado a responder se o dia a dia dos seus colegas também é ético, a
concentração caiu para 30% a 60% .
Quanto ao código de conduta 77% sabem que existe, mas somente a
metade o conhece. A pergunta referente à satisfação com a política de Gestão
de Pessoas 67% acha que sua privacidade é respeitada. Agora somente 50%
consideram que as avaliações seguem critérios claros e quanto às promoções
somente 38% julgam que seguem critérios profissionais.
Para 64% é possível denunciar procedimentos antiéticos e 58% que as
práticas abusivas como Assédio Morais e Sexuais são combatidos.
A tentativa de reintegrar a economia e a ética é um processo ainda
muito embrionário e cheio de incertezas, conflitantes com interesses
econômicos, mas para construirmos com sabedoria,não podemos estabelecer
barreiras entre nosso objetivos materiais e nosso valores tradicionais aliados a
ética.
.
20
Índice de anexos
Anexo I = Código de Ética do Banco do Brasil.
Anexo II = Código de Ética da Caixa Econômica Federal. Anexo III = Código de Ética do Itaú. Anexo IV = Questionário. Anexo V = Tabulação dos Dados do Questionário. Anexo VI = Tabulação do Resultado do Questionário. Anexo VII = Gráfico dos Dados do Questionário.
21
ANEXO 1
Código de Ética do Banco do Brasil
1. Funcionários 1.1. O Banco do Brasil e seus funcionários reconhecem e aceitam a diversidade das pessoas que integram a Organização. Pautam suas relações pela confiança, lealdade e justiça. 1.2 Valorizam o processo de comunicação interna de maneira a disseminar as informações relevantes ligadas aos negócios e às decisões corporativas. Preservam o sigilo e a segurança das informações. 1.3 Compartilham aspirações de desenvolvimento profissional, reconhecimento do desempenho e zelo pela qualidade de vida dos funcionários. Os funcionários preservam o patrimônio, a imagem e os interesses da Organização. 2. Clientes 2.1. O Banco do Brasil e seus funcionários comercializam os produtos e serviços da Organização com honestidade e transparência. 2.2. Relacionam-se com clientes idôneos, oferecem-lhes tratamento digno e cortês e respeitam seus direitos de consumidor. 2.3. Prestam orientações e informações claras, confiáveis e tempestivas, para permitir aos clientes a melhor decisão nos negócios. Preservam o sigilo das informações. 2.4. São receptivos às opiniões da clientela e as consideram para a melhoria do atendimento, dos produtos e dos serviços. 3. Acionistas 3.1. O Banco do Brasil é transparente em suas políticas e diretrizes, na distribuição de dividendos e nos demonstrativos da situação econômico-financeira. É ágil e fidedigno no fornecimento de informações aos acionistas. 3.2. É pro ativo na disposição de informações ao Mercado, de maneira a minimizar rumores e especulações. 3.3. Administra seus negócios com independência e boa técnica bancária, com vistas a fortalecer sua situação financeira e zelar por sua imagem e pelo patrimônio dos acionistas. 4. Comunidade 4.1. O Banco do Brasil e seus funcionários defendem os direitos humanos, os princípios de justiça social e o ecossistema. 4.2. Respeitam os valores culturais e reconhecem a importância das comunidades para o sucesso da Empresa, bem como a necessidade de retribuir à sociedade parcela do valor agregado aos negócios. Apóiam ações desenvolvimentistas e participam de empreendimentos direcionados à melhoria das condições sociais da população. 5. Governo
22
5.1. O Banco do Brasil, na condição de principal agente financeiro da União, atua como efetivo parceiro do Governo na implementação de políticas, projetos e programas socioeconômicos voltados para o desenvolvimento do País. 5.2. Articula os interesses e as necessidades da Administração Pública com os vários segmentos econômicos da sociedade. 5.3. Antecipa-se e oferece, com inovação e qualidade, produtos, serviços e informações para o atendimento das necessidades dos integrantes da cadeia produtiva do Mercado Governo. 5.4. É fidedigno e tempestivo nas informações e obedece aos princípios de legalidade, impessoalidade, publicidade e eficiência, próprios da Administração Pública. 6. Parceiros 6.1. O Banco do Brasil e as empresas associadas à sua marca compartilham os valores de integridade, idoneidade, respeito às comunidades nas quais se inserem e aos direitos do consumidor. 6.2. Zelam mutuamente pelas suas imagens, pelos interesses comuns e compromissos acordados. 7. Fornecedores 7.1. O Banco do Brasil e seus funcionários se relacionam com prestadores de serviços e fornecedores idôneos. Adotam processos de contratação imparciais e transparentes, zelando pela qualidade e viabilidade econômica dos serviços contratados e dos produtos adquiridos. 7.2. Os profissionais contratados pautam seus comportamentos pelos princípios deste Código de Ética. 8. Concorrentes 8.1. O Banco do Brasil e seus funcionários mantêm civilidade no relacionamento com a concorrência. 8.2. Obtêm informações de maneira lícita e transparente e preservam o sigilo daquelas fornecidas pelos concorrentes. 8.3. Quando solicitados, dispõem informações fidedignas, por meio de fontes autorizadas. 9. Mídia 9.1. O Banco do Brasil mantém atitude independente e respeitosa no relacionamento com a mídia. 9.2. Presta informações claras e tempestivas de caráter societário e de fatos relevantes aos clientes, à comunidade de investidores, à imprensa e ao público em geral, por meio de fontes autorizadas. 9.3. O Banco do Brasil legitima os funcionários que o representam nas relações com a mídia. 10. Associações e Entidades de Classe 10.1. O Banco do Brasil reconhece a legitimidade das Associações e Entidades de Classe e prioriza a via negocial na resolução de conflitos de interesses. 10. 2. Apóia iniciativas que resultem em benefícios e melhoria da qualidade
devida dos funcionários e seus familiares.
23
ANEXO 2
CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 1 Nossa Missão Promover a melhoria contínua da qualidade de vida da sociedade, intermediando recursos e negócios financeiros de qualquer natureza, atuando, prioritariamente, no fomento ao desenvolvimento urbano e nos segmentos de habitação, saneamento e infra-estrutura, e na administração de fundos, programas e serviços de caráter social, tendo como valores fundamentais: Direcionamento de ações para o atendimento das expectativas da sociedade e dos clientes; Busca permanente de excelência na qualidade de serviços; Equilíbrio financeiro em todos os negócios; Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da sociedade; Respeito e valorização do ser humano. Respeito as pessoas na CAIXA são tratadas com ética, justiça, respeito, cortesia, igualdade e dignidade. Exigimos de dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA absoluto respeito pelo ser humano, pelo bem público, pela sociedade e pelo meio ambiente. Repudiamos todas as atitudes de preconceitos relacionadas à origem, raça, sexo, cor, idade,religião, credo, classe social, incapacidade física e quaisquer outras formas de discriminação. Respeitamos e valorizamos nossos clientes e seus direitos de consumidores, com a prestação de informações corretas, cumprimento dos prazos acordados e oferecimento de alternativa para satisfação de suas necessidades de negócios com a CAIXA. Preservamos a dignidade de dirigentes, empregados e parceiros, em qualquer circunstância, com a determinação de eliminar situações de provocação e constrangimento no ambiente de trabalho que diminuam o seu amor próprio e a sua integridade moral. Os nossos patrocínios atentam para o respeito aos costumes, tradições e valores da sociedade, bem como a preservação do meio ambiente. Honestidade No exercício profissional, os interesses da CAIXA estão em primeiro lugar nas mentes dos nossos empregados e dirigentes, em detrimento de interesses pessoais, de grupos ou de terceiros,de forma a resguardar a lisura dos seus processos e de sua imagem. Gerimos com honestidade nossos negócios, os recursos da sociedade e dos fundos e programas que administramos, oferecendo oportunidades iguais nas transações e relações de emprego. Não admitimos qualquer relacionamento ou prática desleal de comportamento que resulte em conflito de interesses e que estejam em desacordo com o mais alto padrão ético. Não admitimos práticas que fragilizem a imagem da CAIXA e denigram o seu corpo funcional.
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Condenamos atitudes que privilegiem fornecedores e prestadores de serviços, sob qualquer pretexto. Condenamos a solicitação de doações, contribuições de bens materiais ou valores a parceiros comerciais ou institucionais em nome da CAIXA, sob qualquer pretexto. Compromisso Os dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA estão comprometidos com a uniformidade de procedimentos e com o mais elevado padrão ético no exercício de suas atribuições profissionais. Temos compromisso permanente com o cumprimento das leis, das normas e dos regulamentos internos e externos que regem a nossa Instituição. Pautamos nosso relacionamento com clientes, fornecedores, correspondentes, coligadas, controladas, patrocinadas, associações e entidades de classe dentro dos princípios deste Código de Ética. Temos o compromisso de oferecer produtos e serviços de qualidade que atendam ou superem as expectativas dos nossos clientes. Prestamos orientações e informações corretas aos nossos clientes para que tomem decisões conscientes em seus negócios. Preservamos o sigilo e a segurança das informações. Buscamos a melhoria das condições de segurança e saúde do ambiente de trabalho, preservando a qualidade de vida dos que nele convivem. Incentivamos a participação voluntária em atividades sociais destinadas a resgatar a cidadania do povo brasileiro. Transparência As relações da CAIXA com os segmentos da sociedade são pautadas no princípio da transparência e na adoção de critérios técnicos. Como empresa pública, estamos comprometidos com a prestação de contas de nossas atividades, dos recursos por nós geridos e com a integridade dos nossos controles. Aos nossos clientes, parceiros comerciais, fornecedores e à mídia dispensamos tratamento equânime na disponibilidade de informações claras e tempestivas, por meio de fontes autorizadas e no estrito cumprimento dos normativos a que estamos subordinadas. Oferecemos aos nossos empregados oportunidades de ascensão profissional, com critérios claros e do conhecimento de todos. Valorizamos o processo de comunicação interna, disseminando informações relevantes relacionadas aos negócios e às decisões corporativas. Responsabilidade Devemos pautar nossas ações nos preceitos e valores éticos deste Código, de forma a resguardar a CAIXA de ações e atitudes inadequadas à sua missão e imagem e a não prejudicar ou comprometer dirigentes e empregados, direta ou indiretamente. Zelamos pela proteção do patrimônio público, com a adequada utilização das informações, dos bens, equipamentos e demais recursos colocados à nossa disposição para a gestão eficaz dos nossos negócios.
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Buscamos a preservação ambiental nos projetos dos quais participamos, por entendermos que a vida depende diretamente da qualidade do meio ambiente. Garantimos proteção contra qualquer forma de represália ou discriminação profissional a quem denunciar as violações a este Código, como forma de preservar os valores da CAIXA.
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ANEXO 3
CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO ITAÚ S.A. Por que um código de ética? As empresas dependem da confiança de que desfrutam na sociedade. Isso significa que necessitam preservar seus ativos intangíveis: os conhecimentos acumulados, a capacidade de inovar, os relacionamentos com os vários públicos de interesse, as competências de seus integrantes, a inteligência competitiva, a reputação, a imagem, as marcas que possuem. De que viveriam as organizações financeiras senão de confiabilidade? Nossas decisões e ações produzem efeitos sobre todos aqueles que mantêm relações conosco. Saber disso, implica ter consciência de que nossos atos podem ser avaliados pela sociedade como certos ou errados, justos ou injustos, legítimos ou ilegítimos. Em decorrência, tanto podem melhorar nosso relacionamento, como prejudicá-lo. Nesse contexto, as questões éticas ganham significativa relevância. De fato, práticas oportunistas deterioram o ambiente interno e desgastam as relações entre os membros da Organização. Podem pôr em xeque a reputação do negócio. O posicionamento da Empresa, a respeito de assuntos passíveis de apreciações morais, permitem que os colaboradores tenham clareza sobre o que fazer. Demonstram transparência, evitam mal-entendidos e esvaziam boatos e comentários desfavoráveis. Assim, definir quais são os objetivos da empresa e, sobretudo, mostrar como fazer para tingi-los são tarefas valiosas. Não são apenas os fins que interessam, mas também os meios para alcançá los. O mero respeito às leis não dá conta da complexidade das repercussões que as ações empresariais podem provocar. Por isso, é indispensável refletir sobre o impacto que nossas decisões geram: como irão afetar os nossos diversos públicos de interesse? Como influenciarão a nossa empresa no longo prazo? A ética, como ciência da moral, contribui decisivamente para que possamos delimitar o campo das escolhas a serem feitas, porque torna compreensíveis os fatos sociais que têm implicações morais. Ela estuda como as coletividades separam os bons dos maus costumes, distinguem o bem e o mal, identificam virtudes e vícios. Por ser uma reflexão sistemática sobre a conduta das pessoas, oferece conhecimentos que permitem analisar, explicar e avaliar os riscos de imagem que nossas operações podem provocar. A Visão Itaú destaca que, em nosso setor de atuação, objetivamos a liderança em performance. Para tanto, conclama cada um de nós a se empenhar na criação de vantagens competitivas – tecnologia avançada, governança corporativa, criteriosa gestão dos riscos, efetividade operacional, marketing inteligente, canais eficientes de distribuição, racionalização de custos, ambiente de trabalho saudável. De forma indissociável, alerta-nos quanto à sustentabilidade
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do negócio. Isso implica assegurar a viabilidade da Empresa no longo prazo: agregar valor para os clientes e acionistas, promover práticas de respeito às pessoas, adotar ações socialmente responsáveis e contribuir para o desenvolvimento do País. Um código de ética é um conjunto de normas que torna práticas as orientações morais. Não desenha o mapa de territórios desconhecidos, mas serve de bússola para indicar as rotas a serem seguidas, mostra como chegar aonde a empresa pretende ir. Isso explica as estruturas dos Códigos de Ética que, define os valores corporativos que inspiram as ações das empresas para, depois, enunciar condutas esperadas nas relações mantidas com nossos vários públicos de interesse – colaboradores, clientes, acionistas, fornecedores, órgãos governamentais, concorrentes, mídia e comunidade. Em resumo, não basta sermos excelentes naquilo que fazemos: é essencial enfrentarmos os desafios de uma economia competitiva com as credenciais da credibilidade pública. Os valores corporativos A cultura organizacional não é apenas constituída por idéias. Ela é, também, um conjunto de práticas. O mercado e a sociedade em geral esperam de cada um de nós uma conduta profissional e responsável; esperam que desenvolvamos transações idôneas, que sejamos tecnicamente competentes e que atendamos nossos clientes com empenho e imparcialidade. I Arriscam comprometer sua reputação empresarial ou profissional aqueles que não levam em conta essa realidade histórica: as exigências cada vez maiores dos clientes, as demandas das associações ambientalistas, os interesses diferenciados dos acionistas, as influências das comunidades locais, os requisitos dos fornecedores e de outros parceiros de negócios, os pleitos dos sindicatos, as pressões dos concorrentes, as complexas obrigações contidas em nossa legislação Passamos grandes parte de nosso tempo no ambiente de trabalho. Seria desgastante que nele impera o medo de errar, a desconfiança e a intimidação. Assim, alcançar resultados sustentáveis merece uma dosagem compatível de diálogo e de incentivo ao aprimoramento profissional. Considerar aquele que estão dispostos a aprender com os erros reconhecê-los e não repeti-los. E, não importa a posição hierárquica, merecer destaque quem assume a responsabilidade por aquilo que diz e faz. É vital que façamos aos outros o mesmo que gostaríamos que eles fizessem conosco. Para sermos dignos de crédito, os outros esperam de nós tratamento justo. Esperam que sejamos responsáveis e que avaliemos as conseqüências das nossas ações. Praticando posturas de ativa cooperação, diligência e respeito mútuo, os colaboradores contribuem para que as Empresas ofereçam produtos e serviços cada vez mais competitivos. Os gestores desempenham um papel marcante pelo exemplo que dão no dia-a-dia e pelas orientações que difundem. Se forem corteses, os
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demais colaboradores tenderão a sê-lo; se tiverem confiança nos outros, a confiança será parte do cotidiano da Organização; se fizerem da consulta aos colegas e subordinados um mecanismo preliminar antes de decidirem, os colaboradores serão incentivados a sugerir melhorias, identificar oportunidades e propor novos processos. Os gestores não têm apenas a função de coordenar as pessoas, respondem também por ações educativas que contribuam para o crescimento pessoal e profissional de cada uma delas. A excelência no desempenho é uma construção coletiva. Os colaboradores, quando desafiados profissionalmente e quando avaliados pelo seu mérito, se sentem encorajados a fazer coisas extraordinárias. Em sentido contrário, o assédio moral constrange, humilha e destrói a auto-estima pessoal e a coesão organizacional. Trata-se de condutas hostis e do uso do poder hierárquico para impor autoridade ou obter vantagens, tais como: Pressionar subordinados para que prestem serviços de ordem pessoal; Assediar sexualmente colaboradores; Desqualificar publicamente, ofender e ameaçar explícita ou disfarçadamente os subordinados ou pares; Apresentar trabalhos ou idéias de colegas sem conferir-lhes o respectivo crédito; Desrespeitar as atribuições funcionais de outrem, sem motivo justo. Assim, um ambiente estimulante supõe que a dignidade de cada um se torne um ponto de honra geral. Por isso é que considero indispensáveis: O cumprimento das leis, das convenções e dos acordos coletivos. O respeito ao direito de associarem-se aos sindicatos, igrejas, entidades da sociedade civil e partidos políticos. A adequação dos locais de trabalho para prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. A rejeição - em nome da cidadania - de qualquer atitude que discrimine pessoas em função de sexo, etnia, raça, religião, classe social, idade, orientação sexual, incapacidade física ou qualquer outro atributo. A responsabilidade dos gestores A responsabilidade maior pela criação de um ambiente de trabalho produtivo e estimulante cabe aos principais executivos da Empresa, porque todos os colaboradores se inspiram neles. Os clientes representam a razão de ser de qualquer negócio. Para conservá-los, temos como missão dar lhes tratamento cortês e eficiente, além de lhes fornecer informações precisas, claras e compatíveis com suas demandas e seus direitos. As relações com os clientes Identificar as necessidades dos clientes e ser capaz de satisfazê-las, em
sintonia com os objetivos de segurança, qualidade e rentabilidade da Empresa
constitui um dos mais sérios desafios para cada um de nós, principalmente
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porque administramos muitos de seus recursos, o que realça ainda mais a
necessidade de cultivarmos a confiança que depositam em nós. Essa
confiança decorre de uma atitude de parceria, na qual buscamos a sintonia
entre o que é afirmado acerca de um produto ou serviço e o que é realmente
entregue aos clientes. Para tanto, não realizamos vendas casadas ou
forçadas, não inventamos artifícios, não ocultamos informações nem
aproveitamos uma situação para forçar a compra de um produto ou serviço. Da
mesma forma, representa tarefa permanente evitar que nossos interesses
pessoais ou nossas opiniões entrem em conflito com os interesses dos
clientes. A resposta a essa dificuldade se encontra nas relações profissionais,
ou seja, no relacionamento imparcial, objetivo e tecnicamente competente.
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ANEXO 4
PESQUISA PARA EMBASAMENTO DA MONOGRAFIA SOBRE ÉTICA NAS
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS Aluna: Rosane Maria Ferreira Dantas Universidade Cândido Mendes Pós-Graduação em Gestão em Instituição Financeira. Não é necessário identificação QUAL A SUA INSTITUIÇÃO: ________________________________________ 1. Sua Instituição tem código de Ética?...................................................................... ( ) Não ( ) Sim 2. Você conhece o Código de Ética de sua Instituição?............................................ ( ) Não ( ) Sim 3. Sua instituição tem código de Conduta?.................................................................( ) Não ( ) Sim 4. Você conhece o Código de Conduta de sua Instituição?....................................... ( ) Não ( ) Sim 5. Saberia citar algum grupo ao qual o código de Ética faz referência?............... ( ) Não ( ) Sim. Qual? ____________________________________________________________________________________ 6. Lembra de algum item? ........................................................................................( ) Não ( ) Sim Qual? ____________________________________________________________________________________ 7. No seu dia a dia no contato com cliente, fornecedor ou parceiro, você utiliza o código? ( ) Não ( ) Sim 8 .Em sua opinião quanto por cento dos funcionários tem conhecimento do Código? Menos de 10% ( ) 10 % - 30%: ( ) 30% - 60% ( ) 60% - 90% ( ) 90% - 100% ( ) 9. Em sua opinião quanto por cento dos funcionários trabalham no dia a dia, respeitando o Código de ÈTICA. Menos de 10% ( ) 10 % - 30%: ( ) 30% - 60% ( ) 60% - 90% ( ) 90% - 100% ( ) 10. Para você quem mais respeita o código de ÉTICA? Funcionários sem comissão ...........................( ) Comissionados/Gerentes .............................. ( ) 11. A Privacidade (telefonemas, e-mails) é respeitada? ( ) Não ( ) Sim 12. As avaliações de desempenhos seguem critérios claros ? ( ) Não ( ) Sim 13. Promoções seguem critérios profissionais? ( ) Não ( ) Sim 14. É possível denunciar procedimento antiético na empresa? ( ) Não ( ) Sim 15. Práticas abusivas como assédios Morais ou Sexuais são combatidos? ( ) Não ( ) Sim
OBRIGADA PELA PARTICIPAÇÃO.
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ANEXO 5
TABULAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
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ANEXO 6
RESULTADO DA PESQUISA EXPLANATÓRIA
Sim Não s/resposta Sim% Não% Questão 1 59 3 0 95,16 4.84 Questão 2 47 15 0 75,81 24,19 Questão 3 48 14 0 77,42 22,58 Questão 4 32 30 0 51,61 48,39 Questão 5 17 45 0 27,42 72,58 Questão 6 23 39 0 37,10 62,90 Questão 7 48 12 2 80,00 20,00 Questão 11 42 20 0 67,74 32,26 Questão 12 31 31 0 50,00 50,00 Questão 13 23 37 2 38,33 61,67 Questão 14 40 22 0 64,52 35,48 Questão 15 36 26 0 58,06 41,94 A B C D E N/ resp Questão 8 8 14 15 20 4 1 Questão 9 5 11 25 15 4 2 Questão 10 33 17 9 0 0 3
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ANEXO 7
GRÁFICO
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ARROYO, João Cláudio Tupinambá: SCHUCH, Flavio Camargo. Economia
Popular e Solidária: A Alavanca para um Desenvolvimento Sustentável e
Solidário. São Paulo: Fundação Perseu Abramo. 2006
ARRUDA, Maria Cecília Coutinho. Código de Ética .- Um Instrumento que
Adiciona Valor. São Paulo: Negócio Editora, 2002.
___________________________; WHITAKER, Maria do Carmo; RAMOS,
José Maria Rodrigues. Fundamentos de ética Empresarial e Econômica. São
Paulo: Altas, 2001.
BETTO, Frei; BARBA. Eugenio; COSTA. Jurandir Freire. Ética Brasília:
Editora Garamond Ltda., 1997.
CÍCERO, Marco Túlio. Do Sumo bem e do Sumo Mal. São Paulo: Martins
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CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Ática. 1995.
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Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.
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SENNETT, Richard. A Corrosão do Caráter: As Conseqüências Pessoais do
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SOUR, Robert Heny. Seminário “Ética Empresarial”. – versão setembro.
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www.cef.com.br. Código de Ética.
www.itau.com.br. Código de Ética.
www.febraban.com.br. Balanço Social da Febraban.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - A História da Ética 9
CAPÍTULO II - 1.Ética Empresarial 13
2. Economia de Comunhão 17 3. Para ler e Refletir 18 CONCLUSÃO 19
ÍNDICE DOS ANEXOS 20 ANEXOS I – Código de ética do Banco do Brasil 21
ANEXOS II – Código de ética da CEF 23
ANEXOS III – Código de ética do Itaú 26
ANEXOS IV - Questionário 30
ANEXO V - Tabulação do Questionário 31 ANEXO VI - Resultado da Pesquisa Explanatória 32 ANEXO VII – Gráfico 33 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34
ÍNDICE 36
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: Ética em Instituições Financeiras
Autor: Rosane Maria Ferreira Dantas
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: