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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM Curso de Administração - CAD Maria Juliana dos Santos Oliveira RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO ESTRUTURA ORGANIZACIONAL: um estudo na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pau dos Ferros-RN. PAU DOS FERROS – RN 2015

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Maria Juliana dos Santos Oliveira

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL: um estudo na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pau dos Ferros-RN.

PAU DOS FERROS – RN 2015

Page 2: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

Maria Juliana dos Santos Oliveira

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL: um estudo na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pau dos Ferros-RN.

Relatório Final de Curso apresentado ao Curso de Administração/CAMEAM/UERN, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em administração.

Professor Orientador: Wellington Ferreira de Melo

Área: Organização, Sistemas e Métodos

PAU DOS FERROS - RN 2015

Page 3: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

COMISSÃO DE ESTÁGIO

Membros:

_____________________________________________________________________ Aluna: Maria Juliana dos Santos Oliveira

_____________________________________________________________________ Professor Orientador: Wellington Ferreira de Melo

_____________________________________________________________________ Supervisor de Estágio: Israel Caldas Sobrinho

_____________________________________________________________________ Coordenador de Estágio Supervisionado: Wellington Ferreira de Melo

Page 4: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

Maria Juliana dos Santos Oliveira

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL: um estudo na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pau dos Ferros-RN.

Este Relatório Final de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de

BACHARELA EM ADMINISTRAÇÃO

e aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora designada pelo Curso de Administração/CAMEAM/UERN, Área: Organização, Sistemas e Métodos.

Pau dos Ferros/RN, em _____ de __________________ de __________.

BANCA EXAMINADORA

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Prof. Mestre Wellington Ferreira de Melo

Orientador – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Prof.ª Mestre Sandra de S. Paiva Holanda

Examinador(a) – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Prof.ª Mestre Diana Maria C. de Sá

Examinador(a) – UERN

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Dedico este trabalho ao autor e consumador da

minha fé o Senhor Jesus Cristo.

Page 6: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, minha fonte de inspiração maior e que me faz ver e vencer o

impossível, à ele pois a honra e glória eternamente. Agradeço aos meus pais Manoel Joaquim e Maria

José, minha irmã Juciana Santos e meu cunhado Paulo que sempre acreditaram no meu potencial e a

cada dificuldade, traziam de maneira simples e cheia de amor, palavras de fé e esperança. Sou grata a

Whalisson, pelo seu carinho, força e amor o qual me proporcionou nas últimas etapas desta pesquisa.

Amo vocês!

Agradeço aos meus amigos, Fernanda Priscila e Eufrásio Júnior por todos os momentos bons

vividos ao longo dessa trajetória, pelas risadas, pela irmandade e por sempre me impulsionarem e

acreditarem em mim. Sou grata à Deus pela vida de vocês.

Agradeço ainda ao meu orientador o professor Mestre Wellington Ferreira de Melo que não

mediu esforços para repassar conhecimento e vencermos essa batalha. À você professor o meu muito

obrigada! Por fim, agradeço ao pastor Israel Caldas que prontamente contribui com a realização desta

pesquisa, que Deus te abençoe pastor!

Page 7: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

RESUMO

A Administração teve ao longo de sua história influências de diversas vertentes, a própria Igreja Católica influenciou seus estudos. A partir da Teoria Estruturalista novas formas organizacionais passaram a ser estudadas pela Administração, incluindo nesse rol as entidades religiosas e igrejas. Através da estrutura de uma organização é possível conhecer um pouco mais a fundo sobre uma determinada instituição. Diante disso, o objetivo deste trabalho de pesquisa é analisar as características da estrutura organizacional da Igreja evangélica Assembleia de Deus em Pau dos Ferros-RN e discutir os processos de delegação, centralização e descentralização. Para nortear o estudo foram estabelecidos três objetivos específicos, o primeiro deles busca identificar qual a estrutura organizacional da Igreja e o tipo de departamentalização adotada, o segundo procura transcrever organogramas, funcionogramas e fluxogramas, se existentes na instituição, e por fim, o terceiro objetivo específico visa discutir os processos de delegação, centralização e descentralização verificados. Para ser possível a realização da pesquisa que se enquadra como exploratória e descritiva, primeiramente foram consultadas as teorias existentes e posteriormente aplicado na Igreja objeto de estudo questionários e entrevistas com os líderes departamentais da organização, sendo desta maneira, utilizada uma amostra por julgamento, representada pelos 6 líderes departamentais da instituição pesquisada. Para análise dos dados obtidos foi utilizado o método de análise de conteúdo. Através da aplicação dos questionários, entrevistas e observação, foi possível detectar uma organização que apresenta uma estrutura burocrática, onde há a decorrência de procedimentos formais e legais, apresentando ainda suas atividades organizadas em 6 departamentos funcionais que cooperam entre si para o andamento do trabalho, e estão voltados cada um para um determinado público da Igreja. Além disso, viu-se que apesar da tentativa de descentralização da autoridade e responsabilidade, a Igreja conta com um processo de tomada de decisão centralizado no líder maior da organização. Palavras-Chave: Organização religiosa, administração, estrutura, centralização, departamentalização.

Page 8: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Siglas

TGA – Teoria Geral da Administração

OS&M – Organização, Sistemas e Métodos

Page 9: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figuras

Figura 1 – As Organizações como sistemas abertos..............................................................................32

Figura 2 – Departamentos da Igreja........................................................................................................59

Figura 3 – Sugestões e Recomendações...............................................................................................83

Quadros

Quadro 1 - Pastores da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Pau dos Ferros................................15

Quadro 2 – Organizações.......................................................................................................................36

Quadro 3 – Vantagens e desvantagens da estrutura informal................................................................44

Quadro 4 – Tipos de departamentalização.............................................................................................46

Quadro 5 – Analisando o questionário....................................................................................................58

Quadro 6 – Resultados...........................................................................................................................58

Quadro 7 – Função básica do departamento..........................................................................................63

Quadro 8 – Atividades básicas................................................................................................................65

Quadro 9 – Atividade de planejamento...................................................................................................66

Quadro 10 – Atividades coordenadas com outros departamentos.........................................................67

Quadro 11 - Atividades executadas somente pelo líder..........................................................................68

Quadro 12 – Atividades de Controle e execução....................................................................................69

Quadro 13 – Tomada de decisão............................................................................................................70

Quadro 14 - Consulta na realização de tarefas......................................................................................72

Quadro 15 - Subordinados com função de liderança.............................................................................73

Quadro 16 – Centralização e descentralização.......................................................................................75

Fotografias

Fotografia 1 - Primeiro templo da Assembleia de Deus em Pau dos Ferros .........................................15

Fotografia 2 – Sede da Assembleia de Deus - Pau dos Ferros após reforma.......................................16

Fotografia 3 - Culto dominical ................................................................................................................19

Page 10: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA

AGRADECIMENTOS

RESUMO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................12

1.1 Caracterização da organização......................................................................................................12

1.1.1 Historia............................................................................................................................................13

1.1.2 Origem ...........................................................................................................................................14

1.1.3 Administração Geral........................................................................................................................17

1.1.4 Gestão de Pessoas.........................................................................................................................18

1.1.5 Comunicação e Cultura ..................................................................................................................19

1.2 Situação problemática.....................................................................................................................19

1.3 Objetivos...........................................................................................................................................21

1.3.1 Geral...............................................................................................................................................21

1.3.2 Específicos......................................................................................................................................21

1.4 Justificativa......................................................................................................................................21

2. REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................................................23

2.1 Fundamentos conceituais..............................................................................................................23

2.1.1 Conceitos básicos da Administração..............................................................................................23

2.1.2 Origens e consolidação da Administração..................................................................................25

2.2 Escolas e teorias da administração...............................................................................................26

2.2.1 Escola Clássica...........................................................................................................................26

2.2.1.1 Teoria da Administração Científica.............................................................................................26

2.2.1.2 Teoria do Processo Administrativo.............................................................................................27

2.2.2 Escola Burocrata.........................................................................................................................27

2.2.3 Escola Humanística....................................................................................................................28

Page 11: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

2.2.3.1 Teoria das Relações Humanas....................................................................................................28

2.2.3.2 Teoria Comportamentalista..........................................................................................................29

2.2.3.3 Teoria Estruturalista.....................................................................................................................29

2.2.3.4 Teoria do desenvolvimento organizacional..................................................................................30

2.2.4 Escola Sistêmica.............................................................................................................................31

2.2.4.1 Teoria de Sistemas......................................................................................................................31

2.2.5 Escola Contingencial .....................................................................................................................32

2.2.5.1 Teoria da Administração por Objetivos........................................................................................33

2.2.5.2 Teoria da Contingência................................................................................................................33

2.3 Organização e métodos ..................................................................................................................34

2.3.1 Definição – Organização, sistemas, métodos................................................................................34

2.3.2 A Função de Organização, sistemas e métodos............................................................................35

2.4 As organizações ..............................................................................................................................36

2.4.1 Evolução das organizações............................................................................................................37

2.4.1.1 Organização tradicional, moderna e contemporânea..................................................................37

2.5 Organizações religiosas..................................................................................................................38

2.6 Estrutura organizacional.................................................................................................................39

2.6.1 Estrutura Formal..........................................................................................................................39

2.6.2 Componentes da Estrutura formal..................................................................................................40

2.6.3 Condicionantes da estrutura organizacional...............................................................................40

2.6.4 Níveis de influência da estrutura organizacional.............................................................................41

2.6.5 Tipos básicos de estruturas organizacionais..................................................................................41

2.6.5.1 Estrutura Linear...........................................................................................................................42

2.6.5.2 Estrutura Funcional.....................................................................................................................42

2.6.5.3 Estrutura Linda-assessoria..........................................................................................................42

2.6.6 Estrutura Informal............................................................................................................................43

2.7 Os tipos de estrutura segundo mintzberg.....................................................................................44

2.8 Tipos de departamentalização........................................................................................................46

2.9 Tipos de representação da estrutura ............................................................................................47

2.9.1 Organograma..................................................................................................................................48

2.9.2 Funcionograma ..............................................................................................................................48

2.9.3 Fluxograma.....................................................................................................................................49

2.10 Centralização, descentralização e delegação.............................................................................49

2. 10.1 Conceitos Básicos.......................................................................................................................49

Page 12: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

2.10. 2 Organizações Centralizadas e descentralizadas.........................................................................51

2.10.3 Centralização – Vantagens e Desvantagens...............................................................................51

2.10.4 Descentralização – Vantagens e desvantagens...........................................................................52

2.10.5 Delegação.....................................................................................................................................53

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................................................54

3.1 Tipo de pesquisa..............................................................................................................................54

3.2 Universo e amostra..........................................................................................................................55

3.3 Coleta de dados...............................................................................................................................56

3.4 Tratamento dos dados.....................................................................................................................57

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS................................................................................59

4.1 Estrutura Organizacional e Departamentalização........................................................................59

4.1.2 Vantagens – Desvantagens e características organizacional........................................................62

4.2 Representações gráficas da Igreja................................................................................................74

4.3 Processos de Centralização e Descentralização da Igreja..........................................................74

5. CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES.....................................................................81

5.1 Conclusões......................................................................................................................................81

5.2 Sugestões........................................................................................................................................83

5.3 Recomendações .............................................................................................................................84

REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................85

APÊNDICES............................................................................................................................................89

Page 13: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

12

1 INTRODUÇÃO

Estudar a estrutura de uma organização e identificar seus níveis de centralização e

descentralização permitem ao pesquisador conhecer mais de perto o objeto de estudo, levando-o a

entender de maneira precisa como essa determinada organização pensa e comportar-se frente aos

seus desafios diários.

Conhecer a estrutura é compreender como a organização tem alocado seus recursos, sendo

possível identificar se a organização pesquisada promove a disseminação do poder pelos seus níveis

hierárquicos ou se ela ainda se encontra moldada às primeiras práticas administravas de centralização

da autoridade.

Para tanto, este trabalho em seus primeiros capítulos procura fazer um breve relato da Igreja

Evangélica Assembleia de Deus em Pau dos Ferros-RN, identificando em seguida os objetivos e

justificativa de realização da pesquisa.

O referencial teórico inicia-se com a recapitulação das teorias administrativas, definição da

área de Organização, Sistemas e Métodos, seguindo para explanação do que são organizações,

Estrutura Organizacional, e os métodos de representação dessas estruturas, sendo ainda definido por

meio de conceitos e explicações o que são organizações centralizadas e descentralizadas.

O terceiro capítulo do trabalho apresenta a metodologia do estudo, onde passa-se a conhecer

quais os métodos utilizados para consecução dos objetivos propostos. No quarto capítulo, há o debate

entre teoria e prática, sendo possível enxergar os resultados da pesquisa ligados ou em confronto com

as assertivas de diversos autores da área. No quinto e último tópico, são apresentadas as conclusões

deste trabalho, juntamente com as sugestões necessárias à serem aplicadas na Igreja, bem como, as

recomendações para trabalhos futuros.

1.1 Caracterização da organização

A Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pau dos Ferros, apresenta-se como filial de uma

das maiores igrejas protestantes-pentecostais do país – As Assembleias de Deus – que há 104 anos

tem se organizado e desenvolvido em solo brasileiro. Chegando a cidade de Pau dos Ferros no ano de

1934, teve como primeira liderança eclesiástica o pastor José Batista de Oliveira.

Page 14: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

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1.1.1 História

Sua origem pode-se dizer, começou junto com os patriarcas Hebreus Abraão, Isaque e Jacó,

passando pela peregrinação de quarentas anos no deserto, percorrendo juntamente com os hebreus, a

época de juízes, reis, profetas e sacerdotes, até chegar ao ponto que de fato marca a história do

cristianismo – o nascimento do Cristo Jesus – consequentemente, dar-se-ia o primeiro passo, mesmo

que indiretamente, para posteriormente o surgimento da referida organização.

Com seus sermões, Jesus, reuniu seguidores, capacitou uma equipe de doze, e estabeleceu o

‘objetivo do ide’. Mas foi após a ascensão de Cristo que um momento marcaria para sempre a história e

propagação da ‘nova fé’, como descreve o autor do Livro de Atos, o doutor. Lucas, à partir da

experiência sobrenatural de 120 homens1 o movimento pentecostal começa a ser disseminado.

“A igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de caráter mundial, no dia de

pentecoste2, no fim da primavera de 30, cinquenta dias após a ressurreição do Senhor Jesus, e dez

dias depois de sua ascensão ao céu (HURLBUT,2002, p 20).”

Mas, para que o cristianismo fosse propagado e pregado fora dos limites de Jerusalém, foi

necessário o surgimento das perseguições, estas impulsionaram os apóstolos e demais seguidores a

testemunhar aos povos de diferentes nações e culturas3.

Na verdade, o iniciou da construção dos alicerces para o desenvolvimento das organizações

religiosas cristã foi marcado por uma era de dores, açoites e perseguições, por isso, Hurlbut (2002)

menciona que esta época é conhecida como “a era sombria” devido as grandes perseguições que

assolavam a igreja. As reuniões eram marcadas pela solidariedade, o comunismo dos bens o partir do

pão, e a igualdade entre todos, fatos estes, que feriam os princípios do estado totalitário de Roma e de

seus imperadores4.

No entanto, no século IV sobe ao poder um imperador que adotaria à sua religião o

cristianismo. Constantino traz a religião para junto do Estado, ambos andando lado a lado. A

perseguição é agora substituída pela grandeza, surgindo então a Igreja Católica. Assim, a perseguição

no IV século durou até 313 D.C, ano em que Constantino lança o edito que faz cessar todos os

propósitos de destruir os cristãos (HURLBUT, 2002).

1 Cf. Livro de Atos dos Apóstolos, Capítulo 2. 2 Significa “quinquagésimo”, pois cai no quinquagésimo dia após a Páscoa. Era uma festa de celebração pela colheita e também se celebrava os primeiros frutos porque o seu propósito era dedicar as primícias da colheita do trigo ao Senhor. O Espirito Santo foi derramado no dia de Pentecostes, por isso, as igrejas que creem nessa doutrina são denominadas de Pentecostais. 3 Cf. O livro histórico de Atos dos Apóstolos capítulo 8 e versículos 1 ao 4. “naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém (...) os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra”. (BÍBLIA DA MULHER, 2009, p. 1737) 4 Cf. livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 2 e versículo 42.

Page 15: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

14

Em um intervalo de mais de dez séculos a Igreja Católica já havia se consolidado como uma

das principais organizações do mundo, mas o inesperável acontece. A partir da leitura escondida da

bíblia, Martim Lutero desenvolve noventa e cinco teses que vão de encontro a soberania daquela

instituição, e ás fixando a porta da igreja, dá-se início a reforma protestante:

A data exata fixada pelos historiadores como início da grande reforma foi registrada como 31 de outubro de 1517. Na manhã desse dia, Martinho Lutero afixou na porta da Catedral de Wittenberg um pergaminho que continha noventa e cinco teses ou declarações, quase todas relacionadas com a venda de indulgências (HURLBUT, 2002, p. 177-178).

A partir daquele momento o cristianismo não seria mais representado por apenas uma

instituição. Na verdade, agora, estava divido entre “Católicos e Protestantes”, ambos com o mesmo

princípio de fé, mas com culturas teológicas e doutrinárias opostas.

Assim, como Instituição Cristã, a história da Igreja Evangélica Assembleia de Deus está

intimamente ligada, a história judaica, católica e posteriormente à reforma, esta última lhe dando a

possibilidade de fundação.

1.1.2 Origem

Em 19 de novembro de 1910, chegam ao Brasil - mais precisamente em Belém do Pará - dois

missionários suecos que dariam início a construção efetiva das Assembleias de Deus:

[...] os suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg desembarcaram em Belém/Pará, vindos dos EUA. Eles traziam consigo a revelação específica de Deus para uma grande obra evangelística a ser iniciada naquele Estado. A atuação desses missionários deu origem à "Missão de Fé Apostólica", primeiro nome dado à igreja, em 1911. [...], em 11 de janeiro de 1918, a nova igreja era oficialmente registrada com o nome "Assembleia de Deus” (IADERN, 2015).

Mas foi apenas em 02 de dezembro de 1934 que a Igreja Evangélica Assembleia de Deus

chegou a Pau dos Ferros, através dos pastores José de Alencar, José Batista de Oliveira e Luiz

Chaves, que motivados a testemunhar sobre o evangelho passaram a realizar semanalmente cultos em

diversas residências da cidade.

Em 23 de fevereiro de 1947 tomou posse o primeiro pastor oficial da Igreja na cidade de Pau

dos Ferros, e a partir daquele mesmo ano é construído o primeiro templo da instituição na Rua 13 de

maio – fotografia 1.

Page 16: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

15

Fotografia 1 - Primeiro templo da Assembleia de Deus em Pau dos Ferros.

Fonte: Arquivo da Igreja.

Em 1961 o pastor Josias Tomaz de Oliveira começa a construção de um novo templo para

sede da Igreja; agora, na Rua Quintino Bocaiuva, local esse que permanece como endereço da sede

até a presente data.

Quadro 1 - Pastores da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Pau dos Ferros

Pastores da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Pau dos Ferros

Período Nomes

1940-1947 1. José Batista de Oliveira

1947-1955 2. Artur Lisboa Barreto

1955-1959 3. Manoel Gomes Crispim

1959-1960 4. João Vieira

1960-1964 5. Josias Tomaz de Oliveira

1964-1967 6. João Fernandes Praxedes

1967-1974 7. Jessuir Lisboa Barreto

1974-1975 8. João Sobrinho

Page 17: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

16

1975-1977 9. Francisco Ribeiro da silva

1977-1979 10. Djeso Gomes de França

1979 11. Edson Oliveira dos Santos

1979 - 19... 12. Antônio Marrocos

- 13. José Hermínio Pereira

- 14. Severino Gomes

198. - 1999 15. Jurandir Xavier Barreto

1999-2012 16. Alfredo Luís de Melo

2012-2015 17. Israel Caldas Sobrinho.

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Como apresentado no Quadro 1 a Igreja já contou com 17 líderes eclesiásticos desde sua

fundação, estando hoje a frente dos trabalhos o Pr. Israel Caldas Sobrinho que tomou posse da obra

em 2012. Este teve a difícil incumbência de substituir o Pr. Alfredo Luís de Melo que presidiu a Igreja

de 1999 a 2012, o mesmo desenvolveu uma liderança carismática durante os seus treze anos de

administração e teve a árdua missão de reerguer e reformar o templo local e unificar o trabalho.

Fotografia 2 – Sede da Assembleia de Deus – Pau dos Ferros após Reforma

Fonte: Blog O Assembleiano.

Page 18: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

17

Hoje, à frente da obra, o Pr. Israel Caldas procura desenvolver uma administração participativa

e voltada principalmente para a expansão do trabalho local.

1.1.3 Administração geral

Apresentando uma missão implícita e estabelecida bem antes de sua fundação, embora do

conhecimento de todos, “ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” 5 demonstra uma

das peculiaridades desta organização que centraliza sua missão em uma ordem estabelecida há mais

de dois mil anos.

A sua visão de futuro está alinhada a missão, e ousadamente objetivam alcançar a todas as

pessoas com a pregação do evangelho. No entanto, esta é uma visão global de todas as Assembleias

de Deus do país, cuja a Igreja de Pau dos Ferros apresenta-se como filial. Localmente, o objetivo da

igreja está no crescimento da obra nesse campo – construções de novos templos, melhoria de suas

instalações e abertura de novas congregações.

Assim como toda organização, a mesma apresenta valores que respaldam, ou que devem

respaldar a conduta de seus membros. Princípios éticos, que velam pela verdade, pelo que é correto, e

pela justiça, estabelecidos não por homens ou por uma grande liderança administrativa da igreja, mas

deixados ao longo dos sessenta e seis livros bíblicos e relembrados diariamente. Muitos escritos pelo

Apóstolo Paulo; Por exemplo. Mansidão, temperança, benignidade, fidelidade e o amor, são alguns dos

frutos que compõem a árvore de valores desta instituição.

Marcada ainda por objetivos intangíveis e na grande maioria das vezes imensuráveis, pois

como instituição religiosa o seu principal ‘serviço’ - a fé – não pode ser quantificável.

Quando se fala em planejamento, inicialmente este não era realizado, mas à medida que a

igreja tomava corpo, a sua necessidade torna-se evidente. Logo, para que trabalhos, projetos, eventos

e outras decisões sejam tomadas, essas passam por um planejamento prévio, desenvolvidos pelas

lideranças competentes, que deliberam sobre o assunto daquele momento. Pelo seu modelo

congregacional, há um líder maior, que tem autoridade sob os demais, mas não decide sozinho, e

juntamente com a sua diretoria e ministério decidem e planejam os rumos administrativos da

organização.

5 Passagem do Evangelho de Marcos, capítulo 16 e versículo 13. Após a ressurreição está foi uma das ordenanças de

Jesus aos seus discípulos.

Page 19: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

18

Em relação à administração financeira, a igreja não preocupa-se em questões de lucratividade.

No entanto, não pode trabalhar além de seus rendimentos, pois ao fim de cada ano é preparado um

relatório a ser apresentado as lideranças maiores onde contém a origem e a aplicação de todos as

receitas da organização.

1.1.4 Gestão de Pessoas

Por se caracterizar como uma organização religiosa, a sua administração não pode ser

avaliada por resultados de desempenho comuns, isso porque, a sua finalidade não é a lucratividade,

mas a propagação de fé. Portanto, é “o nível espiritual” 6 (Informação Verbal) de cada igreja o principal

indicador de desempenho. Este indicador está associado à conduta, amor pela obra, desenvolvimento

e crescimento dos trabalhos.

O nível espiritual é ainda o indicador preponderante no processo de escolha de novos líderes,

e mais uma vez a Bíblia disponibiliza informação para os métodos e critérios de seleção de novos

líderes que sonham com o pastorado, por exemplo. Desta maneira, àquele que deseja desenvolver

atividades e ser investido de responsabilidade e autoridade para desempenhar sua função, deve

apresentar – segundo o manual de fé – uma conduta ilibada, e um chamado, ou seja, uma motivação,

um vínculo real e de amor com o papel que será desempenhado, haja vista, a igreja não trabalha com

funcionários, não há remuneração e férias, mas trabalha com pessoas que voluntariamente se doam

para a realização da obra.

À medida que as competências em cada membro são percebidas passa-se a ter um

acompanhamento mais de perto, onde gradativamente este membro recebe atribuições,

responsabilidades e ensinamentos.

A Bíblia apresenta-se ainda como o ‘código de ética’ da Assembleia de Deus em Pau dos

Ferros, sendo do alcance de todos os membros e ensinada através de reuniões como cultos de

doutrinas, escola bíblica dominical e discipulado7, esta vem desenhar o “caminho que se deve andar”

dos líderes, pastores e colaboradores da instituição.

6 Informação concedida pelo Pastor presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Pau dos Ferros. 7 Aulas de conteúdo bíblico doutrinário e de acompanhamento dos novos convertidos a fé evangélica.

Page 20: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

19

1.1.5 Comunicação e Cultura

Pelo modelo congregacional, o principal mecanismo de comunicação desta organização são os

cultos realizados de segunda à domingo, tanto na Igreja sede de Pau dos Ferros, bem como nas

demais congregações da cidade.

É através dos cultos que a cultura é mantida e ensinada para os novos membros da fé

evangélica, e ainda permite o convívio e a criação de vínculo entre os fiéis. No entanto, se tratando de

questões administrativas, a organização adota reuniões periódicas com os líderes departamentais e

dirigentes de congregações.

Fotografia 3 - Culto dominical

Fonte: Arquivo Pessoal.

No que se refere ao público alvo de uma instituição como a Assembleia de Deus, encontra-se

um grande desafio, pois diferentemente de uma organização privada – uma empresa – que tem o perfil

de seu cliente definido e que irá trabalhar somente com aquele segmento ou perfil, com a igreja, o

desafio é ainda maior, pois o seu público é toda humanidade, não há distinção, pois, a sua própria

missão estabelece isso “ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. Desta maneira, as

estratégias utilizadas para se comunicar com o seu público estão ligadas a fundação histórica da igreja

– o trabalho missionário - realização de evangelizações locais, transculturais e cultos evangelísticos.

1.2 Situação problemática

A Administração desde que tornou-se ciência, a partir dos trabalhos realizados pelo pioneiro

Frederick Taylor, tem estudado as organizações, inicialmente focando seus estudos nas fábricas,

Page 21: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

20

procurando compreender todos os processos que levam uma empresa à tão sonhada eficiência e a

racionalização do trabalho.

Para chegar ao que hoje conhecemos desta ciência, muitas variáveis a influenciaram. A

história registra contribuições das organizações militares, e até da Igreja Católica, esta última, por meio

de sua estrutura organizacional, ofereceu subsídios para a estruturação de diversas organizações ao

redor do mundo.

À medida que a Administração evoluía como ciência muitas temáticas foram abordados e

desenvolvidas. A Administração Clássica estudou os tempos e os movimentos, assim como os

princípios administrativos. A Escola Humanística deteve-se na importância do fator psicológico e

pesquisou a influência dos grupos informais nas organizações. Com a teoria Burocrática, foi

determinado que a medida que uma organização cresce é necessário padronizá-la para garantir

processos éticos de trabalho. Outras contribuições revelaram que às organizações estão inseridas em

uma ambiente incerto, e por isso deve-se levar em conta as contingências do ambiente para a tomada

de decisão, e ainda que uma empresa é muito mais que uma organização estática e rígida, é um

sistema dinâmico, interativo e complexo.

A evolução das pesquisas e teorias comprovou que a Administração não se aplica apenas às

fábricas ou às empresas com fins lucrativos. Antes, é possível aplicar as funções do processo

administrativo às mais diversas formas organizacionais, incluindo, neste rol, a administração

eclesiástica e o consequente gerenciamento de instituições religiosas e de suas unidades, que assim

como as demais organizações precisam adaptar-se às demandas do ambiente – interno e externo – e

alocar recursos de maneira racional e não mais subjetiva e intuitiva.

Estudar a estrutura de uma organização – contemplando as bases formais e informais –

permite conhecer o seu modo de planejar, organizar, dirigir e controlar, consciente de que as lacunas

deixadas por uma são preenchidas pela outra, haja vista, uma organização ser composta por estas

duas faces, a estrutura formal e a estrutura informal. Saber organizar ou reorganizar recursos e

distribuir ou redistribuir funções é um desafio, pois a consecução dos objetivos também está

intimamente ligada à estrutura organizacional.

Valendo-se do aporte teórico oferecido pelas pesquisas na área de Organização, Sistemas e

Métodos – ou Teoria das Organizações – considerando que este estudo mira atender ao Estágio

Curricular Obrigatório do Curso de Administração da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

(UERN), busca-se desenvolver um estudo que permita a construção de uma ponte entre teoria e

prática, evidenciando a aplicação da Administração na organização da estrutura administrativa da

Igreja Assembleia de Deus de Pau dos Ferros-RN.

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21

Há 81 anos em solo Pauferrense, a referida instituição que iniciou seus trabalhos em um

pequeno templo, hoje conta com mais de 300 membros, seis departamentos e apresenta-se como sede

do campo eclesiástico do Alto Oeste Potiguar, este formado por nove igrejas.

Diante deste contexto, a pesquisa pergunta Qual a estrutura organizacional da Igreja

Assembleia de Deus de Pau dos Ferros-RN e como incidem os processos de delegação,

centralização ou descentralização?

1.3 Objetivos

Nesta seção é estabelecido o objetivo geral da pesquisa, juntamente com os objetivos

específicos que nortearam o estudo na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pau dos Ferros-RN.

1.3.1 Geral

Analisar as características da estrutura organizacional e discutir os processos de delegação,

centralização ou descentralização da Igreja Assembleia de Deus de Pau dos Ferros-RN;

1.3.2 Específicos

Identificar qual a estrutura organizacional e descrever o tipo de departamentalização adotado;

Transcrever organogramas, funcionogramas e fluxogramas, se existentes;

Discutir os processos de delegação, centralização ou descentralização verificados;

1.4 Justificativa

As organizações são constituídas de pessoas e para pessoas, vistas inicialmente como

econômicas e mecanizadas e hoje como organizações sociais. É nas organizações que as pessoas

buscam satisfazer suas necessidades, das mais simples e básicas as mais complexas de realização e

até mesmo espirituais. Neste cenário figuram as instituições religiosas.

A temática organizações e métodos foi escolhida pela familiaridade da pesquisadora com a

teoria das organizações e com a instituição objeto de análise. O propósito de realizar uma pesquisa

que possibilite benefícios mútuos – aluno/organização/academia – nasceu da inquietação própria de

todo pesquisador, sobretudo pela convivência na organização e pela prática de evangelização

sedimentada ao longo de dezenove anos de serviço voluntário.

Page 23: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

22

Deste modo, a pesquisa na Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Pau dos Ferros-RN

mostra-se relevante por permitir a análise de temas estudados ao longo do curso de Administração,

principalmente aqueles referentes a área de sistemas, organização e métodos. Uma vez atendendo

aos requisitos do estágio supervisionado obrigatório e do trabalho de conclusão de curso, o estudo

também constitui-se em elo entre ‘saber - aprendizado – prática’ e ainda como contribuição direta a

uma organização de suma importância para a formação cidadã, moral e ética da pesquisadora. Tendo

em vista, que através dos resultados da pesquisa será possível identificar, e, posteriormente,

aperfeiçoar às práticas administrativas de gestão e organização realizadas pela Igreja objeto de estudo.

Page 24: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

23

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico apresenta-se como a parte da pesquise que visa promover um

levantamento literário acerca do tema em estudo. Gil (2002) demonstra que o referencial teórico deve

esclarecer a pesquisa e ainda fundamentá-la através das contribuições de investigadores e autores

anteriores.

2.1 Fundamentos conceituais

Tamanha importância das organizações para a sociedade viu-se a necessidade de elaboração

de estudos para compreendê-las e aperfeiçoá-las à realidade de cada época, diante disso, a Teoria

Geral da Administração, as Escolas, a Administração e o profissional administrador surgiram e

desenvolveram-se para dar o alicerce que faltava às organizações e suas complexidades.

2.1.1 Conceitos básicos da Administração

Para melhor compreender determinado tema precisa-se entender primeiramente o seu

significado, quais as principais ideias que o representam ou o caracterizam. O dicionário Aurélio (2015)

descreve a palavra “Conceito” como sede de concepções, opinião, ideias, juízo que se faz de alguém

ou de algo. Assim, estudar os principais conceitos de termos como Teoria Geral da Administração,

Administração, Organização e administrador, permitirá ter as primeiras concepções e a construção da

base que dará apoio ao desenvolvimento do tema central.

Oliveira (2012) conceitua que as organizações são instituições legalmente constituídas, com a

finalidade de oferecer produtos e serviços, não apenas para os consumidores, mas para o mercado em

geral e para outras organizações. No entanto, Kwasnicka (2005), vai além, ao demonstrar que

organizações podem ser aquelas que apresentam um arranjo formal, mas também aquelas que são

formadas por um único indivíduo que monta um negócio.

Chiavenato (2004) acrescenta que as organizações são constituídas de pessoas e por recursos

não humanos, sendo heterogenias e diversificas, podem ser lucrativas, não-lucrativas, governamentais

e não governamentais, precisam da administração e do seu profissional para sobreviverem ao mercado

e as suas demandas.

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Desta maneira, a Administração traz a possibilidade de promover o desenvolvimento contínuo

das organizações de maneira eficiente, eficaz e efetiva.

Administração é o sistema estruturado e intuitivo que consolida um conjunto de princípios, processos e funções para alavancar, harmoniosamente, o processo de planejamento de situações futuras desejadas e seu posterior controle e avaliação de eficiência, eficácia e efetividade, bem como a organização – estruturação – e a direção dos recursos das organizações para resultados esperados, com a minimização dos conflitos pessoais (OLIVEIRA, 2012, p. 8).

Através da Administração as organizações podem ser estruturadas, os recursos alocados de

maneira eficiente e os resultados atingidos pelas pessoas que a compõem.

Drucker (2001, p. 20) aponta a administração como “órgão da sociedade especificamente

encarregado de transformar os recursos em produção, isto é, que tem a responsabilidade de promover

o progresso (...)”.

Decenzo e Robbins (2004, p. 6) definem administração como o “processo de fazer com que as

coisas sejam executadas, com eficácia e eficiência” e Maximiano (2011, p. 5) acrescenta que a

“Administração é um processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos”.

Todos os benefícios que a Administração trouxe para as organizações, conceitos e o que dela

se pode conhecer só foi possível graças aos estudos que se desenvolveram ao longo dos anos e a

Teoria Geral da Administração que promoveu estudos e pesquisas que iam de encontro com a

realidade e o ambiente de cada época.

Tratando-se da Teoria Geral da Administração (TGA), Oliveira (2012, p. 8) a conceitua como:

Conjunto de princípios e conhecimentos disseminados e comuns à pratica administrativa quanto às atividades de planejamento, organização – estruturação -, direção, avaliação e de melhor interação entre os profissionais envolvido, proporcionando otimização dos resultados das organizações.

Assim, a TGA oferece subsídio para o administrador das organizações saber comportar-se

perante as diversas situações que emergem no ambiente e como bem cita Chiavenato (2004) é ela a

responsável pelo estudo da Administração das organizações, levando em consideração fatores como:

tarefa, estrutura, pessoas, tecnologia, ambiente e competitividade.

Tratando-se do profissional que transforma a teoria em prática, o administrador, segundo

Kwasnicka (2005) é o responsável pelo uso adequado do conhecimento adquirido e dos valores

pessoais para assim lidar com os recursos que compõem a organização e atingir o almejado sucesso.

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2.1.2 Origens e consolidação da Administração

Desde eras pré-históricas o homem tem buscado suprir suas necessidades, a descoberta do

fogo, a invenção da roda, e posteriormente a formação das primeiras civilizações representam os

primeiros passos do que hoje entendemos por Administração. Isso porque, “o exercício da

Administração sempre fez parte da história das civilizações (SILVA, 2009, p. 8)”.

Diante disso, Oliveira (2012) e Maximiano (2012) mostram que há mais de 2.000 anos a.C. na

Mesopotâmia, mais precisamente na civilização da Suméria, podia ser percebido práticas

administrativas como o estabelecimento de funcionários, dirigentes e o controle de atividades.

Estes expõem ainda as contribuições de povos antigos como os egípcios, chineses, gregos e

romanos que contribuíram respectivamente com princípios como de planejamento, assessoria,

métodos científicos e modelos organizacionais.

Chiavenato (2011) e Maximiano (2012) acrescentam as contribuições do povo hebreu que

promoveram por volta de 1500 a. C. a aplicação da estrutura, hierarquia e princípio escalar.

Além das civilizações, a administração recebeu forte influência das forças armadas da Igreja

Católica e filósofos, mas, foi a Revolução Industrial que preparou, de fato, o cenário para o

desenvolvimento da Administração.

[...] a Revolução Industrial sublevou o sistema de produção e de trabalho, em meados do século 18, com dois grandes fatos: o surgimento das fábricas e a invenção das máquinas a vapor. A partir daí ocorrem várias mudanças no ambiente tecnológico, econômico, político e social, levando ao surgimento de novos conceitos e técnicas para administrar as complexas organizações (SILVA, 2009, p. 9).

Diante de uma nova realidade, onde o processo artesanal foi substituído por grandes

indústrias, operários, longas jornadas de trabalho, produção em massa, padronização, sindicatos,

greves, outras pressões e novos desafios, cria-se a necessidade de um estudo científico que

trouxesse, de fato, respostas pra tamanha complexidade e desenvolvesse um estudo sistemático sobre

um novo objeto de pesquisa: as organizações.

A partir de então, surgem estudos que dariam respaldo para a gestão de empresas e demais

organizações. No século XX o movimento conhecido como Administração Científica, e a figura de

Frderick Taylor trás o estudo científico para dentro das fábricas, e assim, a Teoria Administrativa passa-

se a desenvolver-se, onde a cada época, novos estudos e Escolas surgiram para explicar e propor

métodos, práticas e conteúdo que consolidaram a administração.

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2.2 Escolas e teorias da administração

A Teoria Geral da Administração está sustentada por diversas escolas de administração, estas

escolas é a concretização de técnicas e conhecimentos inerentes a um conjunto de estudos

administrativos homogêneos (OLIVEIRA, 2012).

Cada teoria apresenta aspectos relevantes para todo administrador, dando direção aos

gestores, demonstrando padrões que vieram dar respostas às circunstâncias críticas de cada década e

ajudar os gestores de cada instituição à organizá-las e estrutura-las de maneira coerente à realidade

organizacional. Diante disso, Chiavenato (2011) expõe que cada uma dessas teorias ensinam o

administrador a discernir o que é importante, ajudando ainda a guiar suas ações nas mais variadas

situações, funcionado, desta maneira, como um modelo que marca o norte para cada situação

específica.

A seguir será desenvolvido um breve relato sobre as principais teorias que influenciaram no

decorrer dos anos as diversas áreas administrativas, bem como a área de Organização, sistemas e

métodos.

2.2.1 Escola Clássica

A Escola Clássica surgiu para trazer respostas às necessidades das empresas do início do século

XX, esta escola divide-se em Teoria da Administração Científica e Teoria do Processo Administrativo

ou Teoria Clássica da Administração.

Entre as principais razões para seu surgimento, Oliveira (2012) aponta:

Aumento da complexidade da administração das organizações,

Rápido crescimento da economia,

Organizações que se encontravam administrativamente desordenadas,

Busca de maior eficiência na utilização dos recursos organizacionais.

2.2.1.1 Teoria da Administração Científica

A teoria da Administração Científica surgiu através dos estudos do engenheiro - considerado

por muitos “pai da administração” – Frederick Taylor. Seus estudos estabeleceram métodos produtivos

para promover a redução de custos, através da especialização e divisão do trabalho, além disso,

estabeleceu rotinas de trabalho, métodos científicos para realização das tarefas, seleção e treinamento

dos trabalhadores, contribuindo ainda para estruturação dos objetivos (OLIVERA, 2012).

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27

Cruz (2009) acrescenta que Taylor foi sem dúvida o maior contribuinte, para área de

Organizações, sistema e método, pois, a sua preocupação fundamental estava ligada a racionalização

do trabalho, eficiência produtiva e estabelecimento de métodos e rotinas de trabalho.

Além disso, Maximiano (2012) evidencia outra contribuição de Taylor, ao citar a seriedade que

este deu a função do planejamento, tal a sua importância, Taylor propõe para as organizações da

época um departamento exclusivo para o planejamento, deslocando essa atividade do chão de fábrica

para um lugar mais elevado na pirâmide.

2.2.1.2 Teoria do Processo Administrativo

A Teoria do processo administrativo ou Teoria Clássica da Administração surgiu,

principalmente, através dos estudos de Henry Fayol:

Em 1916 surgia na França, (...) a Teoria Clássica da administração. Se a Administração Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa realizada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente (CHIAVENATO. 2011 p. 77).

Foi graças aos seus estudos, como bem salienta Cruz (2009) que a administração foi dividida

em cinco funções básicas: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Desta maneira, Fayol

deu o primeiro passo na idealização dessas funções que hoje conhecemos como planejamento,

organização, direção e controle.

Segundo Oliveira (2012), as principais contribuições desta teoria foram o estabelecimento das

funções da administração que as organizações devem desempenhar, além disso, o autor acresce a

identificação das responsabilidades básicas dos executivos das organizações, bem como o

estabelecimento de princípios de administração que as organizações devem respeitar.

.

2.2.2 Escola Burocrata

A Escola Burocrática é composta pela Teoria da Burocracia, desenvolvida principalmente por

Max Weber. Esta teoria buscava estudar os aspectos formais das organizações, dando ênfase ainda a

padronização e especialização do trabalho.

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Oliveira (2012) cita que as principais contribuições desta teoria foram a definição dos níveis de

autoridade decisória, análise da estrutura, estudo dos procedimentos formais, descrição de cargos,

regulamentos, especialização das atividades, padronização e centralização.

O enfoque estava na “normatização” onde busca-se um padrão comportamental que todos

deveriam seguir. “Na burocracia, o comportamento sempre é regulamentado de forma explícita (...)

todos são iguais perante a lei (MAXIMIANO, 2012, p 69)”.

Grandes foram às contribuições desta escola, no entanto, a mesma apresenta suas

desvantagens devido, principalmente, ao que se chama “disfunção da burocracia” provocando como

mencionado por Oliveira (2012) e Maximiano (2012) um excesso de regras e normas.

2.2.3 Escola Humanística

Do enfoque à organização formal e da excessiva padronização, chegasse a Escola que trataria

de aspectos humanos, sociais e psicológicos - A Escola Humanística – que segundo Oliveira (2012)

divide-se em: Teorias das Relações Humanas, Teoria Comportamentalista, Teoria Estruturalista e por

último, Teoria do Desenvolvimento Organizacional.

2.2.3.1 Teoria das Relações Humanas

Os estudos desta teoria surgiram através do trabalho realizado por Elton Mayo, que através de

sua pesquisa constatou que o trabalhador é influenciado por questões psicológicas, além disso, passa-

se a estudar a importância dos grupos informais que compõem as organizações.

Corroborando com este pensamento Chiavenato (2011, p 106 - 107) explica:

Na prática, essa teoria surgiu com a Experiência de Hawthorne8. A experiência (...) marca, ao longo de sua duração, o início de uma nova teoria calcada em valores humanísticos na Administração, deslocando a preocupação colocada na tarefa e na estrutura para a preocupação com as pessoas. As conclusões da Experiência de Hawthorne incluíram novas variáveis (...): a integração social e o comportamento dos empregados, necessidades psicológicas e sociais e a atenção para novas formas de recompensas e sansões não materiais, o estudo dos grupos informais e da chamada organização informal (...).

Assim, o que se constata é que a partir deste momento um novo paradigma passa a fazer parte

das Teorias Administrativas, agora, as pessoas passam a ter ‘maior destaque’ e palavras como

8 Bairro que residia a fábrica objeto de pesquisa de Elton Mayo.

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motivação e liderança um maior uso no meio empresarial. Por isso, Oliveira (2012) sugere que as

maiores ferramentas decorrentes da Teoria das Relações Humanas são aquelas ligadas às questões

de liderança, comunicação e criatividade, citando ainda a motivação como um dos fatores de influência

organizacional.

2.2.3.2 Teoria Comportamentalista

Compondo a Escola Humanística, a Teoria Comportamentalista vem promover o estudo de

aspectos ligados ao comportamento dos colaboradores da organização, os fatores de influência e

motivação, por exemplo.

Oliveira (2012) apresenta Hebert Alexander Simon como o principal idealizador desta teoria,

sem esquecer, claro, os estudos e contribuições de Kurt Lewin sobre a dinâmica dos grupos e as

contribuições de Maslow que trata dos níveis de motivação do indivíduo representados através de uma

pirâmide composta de fatores de influência que vão desde fisiológicos aos de Auto realização.

O que se percebe é que a Teoria Comportamentalista buscava promover um estudo entre

satisfação-motivação-comportamento-produtividade. Por isso, a pirâmide das necessidades de Maslow,

apresenta-se como um referencial a ser analisado por toda organização que queira promover a

eficiência organizacional ligada a satisfação pessoal.

A Teoria Comportamentalista trouxe inúmeras contribuições para prática administrativa,

deixando para as organizações cinco instrumentos que auxiliam em sua administração, são eles: o

estudo das necessidades humanas e do nível de motivação, o clima organizacional, o estilo

administrativo, a psicologia organizacional e a dinâmica de grupos. No entanto, a teoria ainda recebe

algumas críticas por sua falta de aprofundamento em alguns estudos. (OLIVEIRA, 2012)

2.2.3.3 Teoria Estruturalista

Após inúmeros estudos realizados no interior de uma fábrica chega-se a década em que as

pesquisas se expandiram para outras formas organizacionais. Deste modo, Andrade e Amboni (2011, p

101) acrescentam que “a abordagem estruturalista ampliou o campo de análise da organização (...). Os

estruturalistas consideraram, também, as igrejas, os partidos políticos, as empresas industriais e os

prestadores de serviços” como organizações que merecem estudo e devem ser abordadas pela

administração e suas teorias.

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30

Apresentando seus estudos voltados para questões da estrutura formal e informal e níveis

organizacionais, por exemplo, Amitai Werner Etzioni é apresentado por Oliveira (2012) como o principal

idealizador dessa teoria.

A Teoria estruturalista apresenta características relevantes para compreensão organizacional,

por isso, Andrade e Amboni (2011) preocupa-se em expor algumas delas, sendo possível compreender

que a partir do movimento estruturalista o indivíduo que trabalha na organização passa a ser concebido

como ‘homem organizacional’ que para ser motivado em seu trabalho necessita de incentivos mistos.

Além disso, através dos estudos desta teoria amplia-se os conhecimentos sobre estrutura formal,

informal, grupos informais e suas relações dentro e fora da organização, os diferentes níveis

organizacionais e a interação organização-ambiente.

2.2.3.4 Teoria do Desenvolvimento Organizacional

A Teoria do Desenvolvimento Organizacional, Abordagem do desenvolvimento organizacional

ou simplesmente DO – desenvolvimento organizacional teve seu surgimento, segundo Caravantes

(1998) por volta da década de 1960 e veio como resposta para as profundas mudanças daquele

período. No entanto, Oliveira (2012) apresenta a origem do termo e dos primeiros estudos sobre o

tema, algumas décadas antes, apresentado o ano de 1945 e Chard Beckard como percussor da

temática neste respectivo ano.

Caravantes (1998) e Oliveira (2012) concordam ao citar que o desenvolvimento organizacional

é um processo ligado às mudanças organizacionais. Tratando-se da finalidade, Caravantes entende

que esta se preocupa em mudar crenças, valores e a própria estrutura organizacional para assim

adaptar-se as mudanças do ambiente. Já Oliveira entende que a finalidade do desenvolvimento

organizacional é a otimização dos processos de solução dos problemas.

A Teoria do Desenvolvimento Organizacional apresenta como principais contribuições para a

prática administrativa o aperfeiçoamento do conhecimento das pessoas que trabalham nas

organizações, o conhecimento do resultado das mudanças sobre as pessoas, permitindo ainda

conhecer as causas das resistências às mudanças, além disso, a teoria permitiu entender a

importância do agente de mudança e da valorização da qualidade nos relacionamentos entre os

membros que compõe a organização (OLIVEIRA, 2012).

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2.2.4 Escola Sistêmica

Com o intuito de estudar todo o contexto organizacional, suas partes, elementos e o seu

ambiente a Teoria Geral dos Sistemas ou Teoria dos Sistemas traz para administração a união de

diversos estudos e uma nova maneira de entender e analisar o cotidiano das organizações.

2.2.4.1 Teoria de Sistemas

A teoria dos Sistemas teve como principal incentivador e idealizador o biólogo Bertalanffy:

O biólogo alemão Bertalanffy elaborou por volta da década de 1950 uma teoria interdisciplinar capaz de transcender os problemas exclusivos de cada ciência. Essa teoria é essencialmente totalizante: os sistemas não podem ser compreendidos apenas pela análise separada e exclusiva de cada uma de suas partes. Ele se baseia na compreensão da dependência recíproca de todas as disciplinas e das necessidades de sua integração. (...) A compreensão do sistema apenas ocorre quando estudamos os sistemas globalmente, envolvendo todas a interdependências de suas partes. (ANDRADE; AMBONI, 2011, p 108 -109)

A partir de seus estudos, as organizações passaram a ser percebidas como um sistema aberto,

ou seja, “composta de partes inter-relacionadas, interatuantes ou interdependentes, dotada de uma

objetivo” (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005, p 147).

Como sistema aberto, as organizações influenciam através de seus produtos ou serviços

(saídas) ao mesmo tempo em que recebem influência, suporte e “alimento” (entradas).

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32

Figura 1 – As Organizações como sistemas abertos.

Fonte: (ANDRADE; AMBONI, 2011, p 112)

O que se percebe através da Figura 1, é que através desta teoria, o processo organizacional

passou a ser visualizado de maneira cíclica e em uma contínua integração do ambiente interno com o

ambiente externo, em um processo de entradas, saídas e retroalimentação.

Essa teoria, segundo Oliveira (2012) permitiu uma maior facilidade para se estabelecer os

objetivos organizacionais graças a determinação de cada elemento que compõem o sistema. Além

disso, proporciona uma análise estruturada da organização, dos seus subsistemas e do seu

relacionamento com o ambiente organizacional.

2.2.5 Escola Contingencial

A escola Contingencial surgiu, como descreve Oliveira (2012) devido à necessidade das

organizações se adaptarem a cada situação que surge no ambiente. O autor cita que esta escola é

formada pela Teoria da Administração por objetivos e Teoria da Contingência.

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33

2.2.5.1 Teoria da Administração por Objetivos.

A Teoria da Administração por Objetivos traz ao topo dos debates a importância do

direcionamento das pessoas. Os colaboradores da organização precisam saber qual o caminho que

devem percorrer, e são os objetivos a bussola para o principal capital das empresas. Por isso, Drucker

(2001) salienta que todo administrador precisa de objetivos claros. Estes objetivos precisam

estabelecer quais são as contribuições requeridas do administrador e de sua equipe para que as

demais unidades atinjam os seus próprios objetivos.

Diante disso, Peter Drucker formula uma série de debates sobre o tema, por isso, Oliveira

(2012) o aponta com o principal idealizador dessa teoria, o qual formulou o conceito da administração

por objetivos – APO – onde propõe o estabelecimento dos objetivos de maneira individual, conjunta e

negociada entre todos.

Entre as principais contribuições da APO, Oliveira (2012) cita o vantajoso processo de

negociação para se estabelecer os objetivos, proporcionando assim, a redução no número de conflitos

internos e a concretização de uma estrutura organizacional eficaz e dinâmica.

2.2.5.2 Teoria da Contingência

A Teoria Contingencial surge para estudar as possibilidades do ambiente e demonstrar que as

organizações estão inseridas em um ambiente dinâmico, interativo, cheio de nuances muitas vezes

imprevisível.

Marques e Oda (2008) salientam que a abordagem contingencial traz para o administrador uma

série de instruções para estes aprender a gerir as organizações em meio a imprevisibilidade do

mercado, e ainda, saber portar-se em meio as incertezas e dúvidas do ambiente organizacional.

A teoria da contingencia recebeu influência de diversos autores e até mesmo da Escola

Sistêmica, mas Oliveira (2012) vem apontar Joan Woodward como principal idealizadora.

Nessa abordagem cada situação deve ser vista como singular jamais generalizada ou tratada

de maneira genérica, desta maneira, Oliveira (2012) acrescenta que os administradores contingenciais

devem ter em mente que cada situação é única, por isso, para lidar com essas variáveis estes devem

procurar prever as incertezas futuras.

Através das pesquisas da Teoria Contingencial foi possível perceber que a estrutura

organizacional esta intimamente ligada as necessidades do seu ambiente, colaborando com essa

afirmação Oliveira (2012) cita que a abordagem contingencial preocupou-se em identificar a influência

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34

das variáveis externas e internas sob a estrutura, e Chiavenato (2011) acrescenta que tanto o

funcionamento como a estrutura organizacional irá depender da interface do ambiente externo.

Assim, como algumas teorias haviam proposto, a Teoria Contingencial demonstra que não

existe uma maneira exclusiva e absoluta para melhor organizar uma empresa, pois é o estudo dos

fatores externos e internos à organização que irá condicionar o desenho organizacional.

2.3 Organização e métodos

Considerada por muitos autores como uma área clássica da administração, a área de

organização e métodos sofreu influência desde os primeiros estudos de Taylor até às modernas escola

e teorias que unidas trouxeram para a área metódica de estruturação a visão holística dos sistemas.

Curto Júnior (2011) salienta que inicialmente a área preocupava-se apenas com questões de “como

fazer”, e vista como uma simples análise administrativa.

No entanto, na atualidade ela é considerada uma das funções especializadas e responsável

pela modelagem das organizações e tem como objetivo a renovação organizacional (CURY, 2009).

Cruz (2013, p 51) acrescenta que a Organização e métodos é a área que promove o “estudo das

organizações por meio da análise de cada uma das suas atividades, a fim de criar procedimentos que

venham a integrá-las de forma sistêmica”.

Para Roldan (2010, p 15) a OS&M9 apresenta-se como “uma atividade administrativa voltada

para a obtenção da melhor produtividade possível dos Recursos Humanos, Recursos Materiais, e

Recursos Tecnológicos, através de técnicas científicas que envolvem os aspectos comportamentais e

instrumentais, no ambiente interno ou externo da empresa”.

2.3.1 Definição – Organização, sistemas, métodos.

Sabendo que esta importante área da administração é formada por três elementos, nada

melhor que defini-los pra assegurar a devida compreensão.

Tratando da Organização, Cruz (2013, p. 50) a define como uma “associação ou instituição

com os objetivos definidos”.

Cury (2009) ao tratar sobre o assunto utiliza a definição de outros autores demonstrando que

tradicionalmente organizar é constituir o duplo organismo, material e social da empresa. Utilizando o

9 Organização, sistemas e métodos.

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35

pensamento de Steve, Cury cita que a organização pode ainda ser definida como “conjunto de pessoas

que, sistematicamente e conscientemente, combinam seus esforços individuais para a concretização

de uma tarefa comum” (CURY, 2009, p. 116).

Oliveira (2013, p, 63) ao falar sobre a organização da empresa a define como “ordenação e o

agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance dos objetivos e resultados estabelecidos”.

Discorrendo sobre o método, Marques e Oda (2012) salientam que este se caracteriza como a

busca na economia de esforços, através da simplificação do trabalho e aumento da produtividade.

Oliveira (2013, p. 264) define o método como “os meios manuais, mecânicos ou eletrônicos

pelos quais as operações administrativas individuais e/ ou unidades organizacionais são executadas”.

Por fim, os sistemas são definidos como a “disposição das partes ou dos elementos de um

todo, coordenados entre si, e que funcionam com estrutura organizada (CRUZ, 2013, p. 50)”.

Acrescentado o conceito de Marques e Oda (2012, p. 19) os sistemas podem ser entendidos ainda

como um “conjunto de elementos independentes que interagem entre si e têm um objetivo comum”.

2.3.2 A Função de Organização, sistemas e métodos

Atualmente, como demonstra os diversos estudos e livros da área, a função de OS&M

preocupa-se com questões que vão desde a elaboração de manuais, fluxogramas e organogramas à

questões de cultura organizacional e empoderamento dos colaboradores.

No entanto, os primeiros passos da área estavam restritos aos estudos da Administração

Científica que tratavam dos métodos de realização da tarefa, por exemplo.

Roldan (2010) demonstra que a partir dos anos setenta os estudos na área avançaram, e

passaram a dar uma maior ênfase as questões estratégicas, o autor menciona ainda, que inicialmente

a área era conhecida apenas como organização e métodos, mas com o tempo a palavra ‘sistemas’ foi

somada, isso devido a preocupação atual com o ambiente em que a organização opera, as tecnologias,

o comportamento, entendendo que toda organização é, sem dúvida, um sistema aberto.

O autor ainda acrescenta que o analista da área estuda cinco vertentes principais:

A estrutural;

As pessoas;

Os relacionamentos interpessoais ou relações grupais;

A alta administração; e

Os processos.

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36

Diante do exposto, dar-se-á o relato sobre organização e estrutura, por serem essas, vertentes

de responsabilidade da área de OS&M e ainda compor o objetivo da pesquisa.

2.4 As organizações

As organizações fazem parte do cotidiano de todo cidadão, e é delas que adquirem-se

produtos e serviços e ainda é tirado o sustento. As organizações assumiram importância sem

precedentes na sociedade e na vida das pessoas, influenciando e sendo influenciada pelo meio, a

ponto da era moderna poder ser chamada de sociedade organizacional, além disso, é através das

organizações que cada cidadão adquiri os meios necessários para garantir a sua subsistência

(MAXIMIANO, 2011, grifo nosso).

As organizações são instituições nas quais podem ser com ou sem fins lucrativos, que se

desenvolvem através da união de pessoas e para pessoas. Apresentando os mais variados tamanhos,

existem aquelas conhecidas como multinacionais, mas também existem outras denominadas como

mercearias. Estas são pequenas e simples, aquelas complexas e poderosas.

Kwasnicka (2005) cita que existem organizações de transformação, e as que nascem para ser

assistencialistas, existem ainda, organizações temporais e permanentes.

Quadro 2 - Organizações

Organizações de transformação Organizações de assistência

Bancos,

Fábricas,

Hospitais,

Comércio em geral.

ONGs;

Igrejas;

Fundações.

Fonte: Kwasnicka (2005) – produção própria.

Como demonstra o Quadro 2 os modelos de organizações são infinitos, englobando desde

fábricas à igrejas.

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37

2.4.1 Evolução das organizações

As mudanças no ambiente também promoveram mudanças nas organizações, deste modo, a

cada época as organizações têm apresentado características da “maneira de ser” do ambiente que às

circunda. Primeiramente as organizações apresentavam uma visão mecanicista, mas, aos poucos essa

linha de pensamento evoluiu, chegando hoje aos modelos orgânicos.

As organizações com bases mecanicistas são aquelas segundo Maximiano (2009) apud Prevé

(2012, p.19) que “mantém acentuada estrutura burocrática, divisão de trabalho, decisões centralizadas

e hierarquia definida, caracterizando-se pelo cunho altamente formal”. O autor acrescenta que as

organizações orgânicas são aquelas descentralizadas, que apresentam uma estrutura flexível e um

ambiente dinâmico e que apoia-se na comunicação.

Cury (2009) demonstra que essa evolução de pensamento é resultado da busca organizacional

por um padrão de efetividade e cita que as evoluções das organizações passaram por três modelos

básicos, são eles:

Tradicional,

Moderno e;

Contemporâneo

2.4.1.1 Organização Tradicional, Moderna e Contemporânea.

As organizações tradicionais são aqueles que mais demonstram as ideias dos primeiros

estudos administrativos. Ou seja, são organizações que apresentam uma estrutura hierarquizada

simples, centralizadora e burocrática.

Cury (2009) salienta que as organizações tradicionais focalizam na análise das atividades,

apresentando um ambiente autoritário, que segundo o autor, se justifica pelo fato desse tipo de

organização seguir os parâmetros de organização mais antigas e tradicionais, como por exemplo, as

organizações militares e da Igreja. Além disso, apresenta uma visão mecanicista e uma tomada de

decisão profundamente individualizada e centralizada na chefia.

As organizações modernas foram resultado de teorias como Relações Humanas, da percepção

de fatores motivacionais que afetam a produtividade, da necessidade da cooperação interna e do papel

fundamental desempenhado pelo líder, por isso, considerada resultado de uma revolução ideológica

(CURY, 2009).

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38

O autor acrescenta ainda que essas organizações tem como foco o comportamento humano,

apresentam um ambiente consultivo, sendo que o processo de decisão emerge de um processo

decisório que baseia-se em maior participação das pessoas.

As organizações contemporâneas são aquelas que têm como base de sua organização os

princípios descobertos no interior de empresas japonesas, a ênfase dessas organizações está voltada

para o cliente e o não cliente que a empresa passa a buscar. Com um ambiente participativo que

enfatiza os processos através de uma visão holística e um processo de tomada de decisão em grupo

(CURY, 2009).

2.5 organizações Religiosas

As igrejas e instituições religiosas são caracterizadas como organizações sem fins lucrativos e

que pertencem ao terceiro setor, Chiavenato (2007) explica que as organizações do terceiro setor são

aquelas que envolvem, por exemplo, atividades culturais, sociais e filantrópicas.

Esse tipo de organização sempre esteve presente na vida em sociedade, no entanto, agora

apresenta características que mais lhe aproxima das do mundo corporativo, tendo em vista, que

precisam preocupar-se com questões que vão desde assuntos doutrinários à planejamento, estrutura,

entre outros. Alves Junior et al (2009, p. 2) acresce que “as entidades cristãs (...) mostram sinais de

incorporação de práticas administrativas, à medida que se veem “obrigadas” a adaptar-se aos novos

paradigmas da sociedade”. Drucker (2001) explica ainda que esse tipo de organização tem entendido

que necessitam de administração até mais do que as empresas, exatamente porque lhes falta a

disciplina imposta pela linha de resultados.

Sendo as organizações entendidas como um agrupamento de pessoas com os mesmos

objetivos (HEILBORN; LACOMBE, 2008) as organizações religiosas são representadas pelo

agrupamento de pessoas que confessam uma mesma fé e desenvolvem um trabalho voluntário.

Drucker (2009) explica que anteriormente as organizações que faziam parte do terceiro setor

acreditavam, que por não remunerar seus colaboradores, não podiam exigir nada deles, no entanto, o

autor demonstra que esse paradigma tem mudado, isso porque, esses voluntários devem ficar mais

satisfeitos, tendo assim a transição do voluntário amador para o voluntário bem integrado e treinado.

Além do trabalho social e voluntário as organizações religiosas estão voltadas, principalmente,

para os quesitos que levam o homem a satisfazer suas necessidades espirituais, sendo muitas delas

formada por um número significativo de fieis e colaboradores.

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39

2.6 Estrutura Organizacional

Segundo o dicionário Aurélio (2015) a palavra estrutura significa a maneira pelo qual as partes

de um todo estão arranjadas. Trazendo para a administração, esse todo é representado pelas

empresas, entidades, igrejas. As partes são as unidades organizacionais – departamentos e setores -

que devem estar organizadas e dispostas de maneira tal que permite a eficiência e eficácia

organizacional.

Ao tratar do conceito de Estrutura organizacional Oliveira (2013, p. 69) explica que esta é o

“instrumento administrativa resultante da identificação, análise, ordenação e agrupamento das

atividades e dos recursos das empresas”. O autor acrescenta que nessa estrutura ainda está incluído o

estabelecimento dos níveis de decisão e a sua finalidade é o alcance dos objetivos pré-estabelecidos.

Para Mintzberg (2009, p. 12) a estrutura de uma organização é definida como a “soma total das

maneiras pelas quais o trabalho é dividido em tarefas distintas”.

Cury (2009) expõe que se analisada a palavra estrutura isoladamente, esta pode referir-se ao

arranjo físico da empresa e até aos elementos de trabalho. Mas, tratando-se da área de OS&M, a

estrutura compreende a disposição das diversas unidades que compõem a empresa, ou seja, todo o

seu organismo.

Marques e Oda (2012, p.71) acrescem e relatam que “elaborar uma estrutura organizacional é

estabelecer um conjunto de responsabilidades, processos de comunicação, autoridade e outros das

diversas unidades que compõem uma instituição”.

Através de uma estrutura organizacional adequada e bem planejada as instituições e empresas

podem estabelecer um melhor ambiente de trabalho e o alcance de objetivos. Oliveira (2013)

demonstra que a estrutura promove a identificação de tarefas, organização das funções e

responsabilidades, podendo ainda gerar condições motivadoras para execução do trabalho.

2.6.1 Estrutura Formal

A estrutura que nasce de maneira racionalizada é a que chama-se de estrutura formal,

conceituada por Oliveira (2013, p. 65) como “aquela deliberadamente planejada e formalmente

representada, em alguns de seus aspectos, pelo organograma10”.

10 “Representação gráfica de determinados aspectos da estrutura organizacional” (OLIVEIRA, 2013, p. 101).

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40

As estruturas formais foram criadas para garantir às empresas a possibilidade de dividir e

executar as funções administrativas, sendo através desta que é estabelecido as relações de hierarquia

e comando (CRUZ, 2013).

2.6.2 Componentes da Estrutura Formal

Peter Drucker (1962) apud Marques e Oda (2012) e Oliveira (2013) apontam que a estrutura

formal de uma organização é composta de três componentes. Os elementos também chamados de

sistemas são denominados de sistema de responsabilidade; sistema de autoridade e sistema de

comunicação.

O sistema de responsabilidade é conceituado por Marques e Oda (2012) como o sistema que

promove a distribuição das obrigações, Oliveira (2013) acrescenta que ele é resultado da alocação das

atividades. Ambos os autores demonstram que o sistema de responsabilidade é constituído por:

departamentalização, linha e assessoria e descrição das atividades (especialização do trabalho).

O segundo componente da estrutura é o sistema de autoridade, esse sistema é resultado da

distribuição do poder e é constituído pela amplitude administrativa ou de controle, níveis hierárquicos,

delegação e centralização ou descentralização do poder. Por último, é apresentado na estrutura o

sistema de comunicações que é resultado da interação entre as unidades da organização, sendo

constituído por aspectos que se preocupa, por exemplo, com o que, como, e pra quem comunicar

(OLIVEIRA, 2013).

2.6.3 Condicionantes da Estrutura Organizacional

Existem quatro fatores que condicionam a estrutura de uma organização, por isso, devem ser

observados e oferecido a devida importância a cada um deles.

O primeiro condicionante é o fator humano. Oliveira (2013) demonstra que são as pessoas que

realizam o trabalho e é através de seus esforços que os objetivos organizacionais podem ser atingidos,

por isso, o autor acrescenta que no desenvolvimento de uma estrutura organizacional eficiente deve-se

levar em conta o desempenho e os conhecimentos dos colaboradores.

O ambiente externo tem grande influência sobre a organização e nem sempre pode ser

controlado por ela, por isso, Oliveira (2013) explica que a organização deve analisar o processo de

relacionamento com o ambiente externo. O terceiro condicionante explanado pelo autor é o fator

objetivos, estratégias e políticas, haja vista, se estes estiverem bem definidos a estrutura será mais fácil

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41

de ser organizada. A tecnologia é o quarto e último fator condicionante, devendo ser considerada para

assegurar que a estruturação da organização apresenta-se o mais atual e apropriada possível.

2.6.4 Níveis de influência da Estrutura Organizacional

Hierarquicamente “as organizações podem ser estruturadas em três grandes níveis”

(MARQUES E ODA, 2012), os quais são denominados de estratégico, tático e operacional.

O nível estratégico de influência corresponde ao topo da pirâmide hierárquica das

organizações. É nesse nível que se elabora o planejamento estratégico das empresas, ou seja, onde

se estabelece o rumo a se seguido por cada organização (Oliveira, 2013). Assim, é um nível que

preocupa-se com o planejamento de longo prazo, que pensa no futuro e visualiza a organização como

um todo (MARQUES E ODA, 2012), estando incumbido de assegurar que a organização cumpra sua

missão de maneira eficaz, e ainda atenda as necessidades do alto escalão organizacional

(MINTZBERG, 2009).

O segundo nível da pirâmide organizacional é o chamado nível tático ou gerencial. Oliveira

(2013, p. 88) acresce que o planejamento nesse nível “tem por finalidade otimizar determinada área de

resultado, e não a empresa inteira”, desta maneira, o que se percebe é que o nível tático está focado

nos departamentos e unidades que apresentam características comuns. O nível tático é o último nível,

e está ligado às ocupações e o dia a dia organizacional, por isso, entende-se que é o nível de influência

no qual ocorre as operações e focaliza às tarefas estando voltado ao curto prazo (MARQUES E ODA,

2012).

2.6.5 Tipos básicos de Estruturas Organizacionais

Com as mudanças ambientais e a evolução da teoria administrativas muitas estruturas

organizacionais foram estudadas e “testadas” ao longo dos anos, existindo modelos tradicionais de

estrutura à modelos modernos e contemporâneos, como por exemplo, as estruturas em rede e virtuais.

No entanto, será dada ênfase as estruturas organizacionais de Linha, funcional e Linha-assessoria, as

quais são denominadas por Cruz (2009) como os tipos básicos de estruturas e por Cury (2009) como

os modelos tradicionais de se organizar uma empresa ou entidade.

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42

2.6.5.1 Estrutura Linear

As estruturas do tipo linear, segundo Chiavenato (2004) representam o tipo mais simples e

antigo de organizações, o autor cita que sua origem remota as organizações dos antigos exércitos e a

própria organização eclesiástica dos tempos medievais.

Chiavenato (2004) e Cury (2009) demonstram que uma das principais características da

estrutura linear é o fato da autoridade única que o chefe detém. Além disso, Cury acrescenta que nesse

modelo organizacional as ordens seguem pela via hierárquica, onde cada empregado recebe ordens de

um chefe imediato. O autor ratifica que as estruturas lineares são de simples aplicação, permite

decisões rápidas e baixo custo para sua manutenção. No entanto, entre as desvantagens, a estrutura

linear provoca sobrecarga de trabalho e direção (Cury, 2009; Cruz, 2009).

2.6.5.2 Estrutura Funcional

Na estrutura funcional as instituições são representadas como um conjunto de funções (CRUZ,

2009) que apresenta como principal característica a especialização do trabalho. Cury (2009) salienta

que este tipo de estrutura está baseado na técnica da supervisão funcional, com forte utilização do

trabalho especializado.

Nesse tipo de organização a autoridade do indivíduo está ligada a sua especialização e

conhecimento, existe predominância da subordinação múltipla, linhas diretas de comunicação entre os

órgãos e delegação de decisões às unidades (CHIAVENATO, 2007).

Entre as vantagens dessa estrutura Cury (2009) cita a possibilidade de melhoria salarial,

promoção do trabalho em equipe, e Chiavenato (2007) acrescenta a possibilidade da comunicação

direta sem intermediários.

2.6.5.3 Estrutura Linda-Assessoria

As organizações com esse tipo de estrutura apresentam o que de melhor pode existir nas

organizações dos tipos citados à cima (CRUZ, 2013). A estrutura linha-assessoria, ou linha – staff

segue as características básicas da estrutura linear, mas, apresenta os órgãos de staff como

diferencial. Esses órgãos têm como principal função o aconselhamento aos gerentes (CURY, 2009).

O órgão de staff presta serviços de assessoria e aconselhamento técnico, influenciando

indiretamente o trabalho dos executivos de linha. (CHIAVENATO, 2007). No entanto, é importante

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43

ressaltar que os órgãos de assessoria não detém autoridade, haja vista, como bem menciona Cury

(2009, p. 231) estes exercem somente “autoridade de ideias” a última palavra e as decisões estão sob

a responsabilidade dos gestores organizacionais.

2.6.6 Estrutura Informal

Foram analisados acima aspectos importantes da estrutura organizacional, no entanto, esta

não é formada apenas por uma estrutura racional, pré-planejada e que está exposta em um

organograma, mas também é composta por uma estrutura informal que “surge naturalmente, da

interação social dos profissionais de uma empresa” (OLIVEIRA, 2013, p. 65).

Oliveira (2013, p. 65) define a estrutura informal como uma “rede de relações sociais e

pessoais que não é estabelecida ou requerida pela estrutura formal”. O autor acrescenta que esse tipo

de estrutura nasce espontaneamente a partir do momento que as pessoas se reúnem e passam a

conviver.

Chiavenato (2011) explica que esse tipo de estrutura concretiza-se nos usos e costumes

sociais, sendo traduzido por meio de atitudes baseadas nas opiniões e nos sentimentos, sendo que

esta estrutura, diferente da formal, não procede da lógica ou racionalidade, estando ligada a emoção e

sentimentos.

Diante disso, o que se percebe é que a estrutura informal, como bem cita Cruz (2009, p. 61)

sempre existiu, mas, apesar de sempre fazer parte do cotidiano organizacional, não é bem vista nem

quista, isso porque, “continua causando muitos transtornos por terem muita influência no dia-a-dia de

qualquer organização”. Tal assertiva explica-se no fato da estrutura formal nem sempre está alinhada

aos interesses da organização formal.

No entanto, “independentemente de quão útil ou prejudicial ela é, o executivo logo percebe que

a primeira característica da estrutura informal é não poder ser extinta; ou seja, enquanto houver

pessoas nas empresas, haverá grupos informais” (OLIVEIRA, 2013, p. 66). O autor ainda expõe que

esses grupos informais nascem com pelo menos três finalidades básicas, a primeira é a de satisfação

dos desejos de seus membros, buscando perpetuar a sua cultura. A segunda finalidade dos grupos

informais é a comunicação, com o intuito de atender as necessidades de conservar seus membros

informados. A terceira função citada pelo autor é o controle social, onde o comportamento dos

membros é influenciado e regulado pelo grupo.

Oliveira (2013) ainda atesta que para muitos executivos e líderes os grupos informais são

considerados nocivos para o trabalho; no entanto, o mesmo explica que, se os interesses dos

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44

participantes do grupo estiverem integrados aos da organização, isso passa a ser uma força para os

resultados da instituição.

Além disso, é interessante notar, que diferentemente da estrutura formal, que será a mesma

para toda organização, a estrutura informal pode apresentar várias formas e quantidades, o que é

explicado por Oliveira (2013) ao citar que dentro da estrutura formalizada podem ser percebidas muitas

estruturas informais, pois estas existem em todos os níveis e tendem a ser composta por um número

reduzido de pessoas.

Quadro 3 – Vantagens e desvantagens da estrutura informal

VANTAGENS DESVANTAGENS

Proporciona rapidez no processo

decisório;

Reduz distorções existentes na

estrutura formal;

Complementa a estrutura formal;

Reduz a carga de comunicação dos

chefes;

Motiva e integra as pessoas da

empresa.

Provoca desconhecimento da

realidade empresarial pelas chefias;

Dificuldade de controle;

Possibilidade de atritos entre as

pessoas.

Fonte: Rebouças de Oliveira (2013) – Produção própria.

2.7 Os tipos de Estrutura segundo Mintzberg

Mintzberg discorre sobre cinco modelos ou design nas quais as organizações podem

estruturar-se, denominadas pelo autor, como: Estrutura Simples, Burocracia Mecanizada, Burocracia

Profissional, Forma divisionalizada e Adhocracia.

A Estrutura Simples é aquela que apresenta pouca elaboração, ou seja, utiliza-se de pouca

ou nenhuma estrutura, poucos assessores de apoio e apresenta uma divisão do trabalho não rigorosa.

Além disso, há pouco planejamento, quase nenhuma formalização. Na estrutura simples, a supervisão

é direta, apresentando ainda um design centralizado, onde as decisões encontram-se concentradas

nas mãos de um indivíduo, típico de organizações jovens e pequenas. Uma grande vantagem dessa

estrutura encontra-se no fato de permitir uma definição clara e do conhecimento de todos de sua

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45

missão, no entanto, esse modelo de estrutura limita e restringe a participação das pessoas que

compõem a organização (MINTZBERG, 2009).

A Burocracia Mecanizada é o segundo modelo apresentado pelo autor. Mintzberg (2009)

explica que Diferentemente do primeiro modelo apresentado, este apresenta forte formalização, tarefas

rotineiras, padronizadas e especialização do trabalho. A comunicação nessa estrutura é altamente

formal, disseminada através de regulamentos e normas, aqui, a centralização é relativa. Além disso, o

agrupamento das atividades segue o funcional. A tecnoestrutura11 e a regulamentação rigorosa do

trabalho são procedimentos indispensáveis dessa estrutura. Além disso, o autor acresce que a

Burocracia Mecanizada apresenta forte “obsessão” pelo controle das pessoas e do trabalho.

O terceiro modelo apresentado é denominado Burocracia Profissional:

A Burocracia Profissional baseia-se na coordenação da padronização das habilidades e em seus parâmetros de design associados, o treinamento e a doutrinação. Contrata profissionais especializados, devidamente treinados e doutrinados, para o núcleo operacional e, depois, concede-lhes considerável controle sobre seu próprio trabalho. Na verdade o trabalho é altamente especializado na dimensão horizontal, mas ampliado na vertical. [...] Enquanto a Burocracia Mecanizada baseia-se na autoridade de natureza hierárquica – o poder do cargo -, a Burocracia Profissional enfatiza a autoridade de natureza profissional – o poder do conhecimento especializado (expertise) (MINTZBERG, 2009, p. 213 e 215).

O quarto modelo denominado de Forma Divisionalizada é utilizada mais pela indústria, onde as

unidades são agrupadas de acordo com o mercado que atende. Diferente dos outros modelos, o autor

explica que esta não representa uma estrutura completa, mas é uma estrutura que deve estar

sobreposta a outras. O autor cita que o principal mecanismo de coordenação nesse modelo é a

padronização dos outputs, ou seja, das saídas, aqui a linha intermediária ganha destaque.

A Adhocracia é apresenta como a quinta, última e inovadora configuração de Mintzberg. Esta

se apresenta como uma organização extremamente orgânica e pouca formalização. A especialização

do trabalho se dá de maneira horizontalizada, há treinamento, os especialistas são agrupados em

pequenas equipes de projetos multidisciplinares, envolvendo ainda grupos formados por gerentes de

linha, especialistas operacionais e assessores. É um tipo de estrutura na qual as comunicação se dá de

maneira flexível e informalmente, apresentando como principal mecanismo o ajustamento mútuo

(MINTZBERG, 2009).

11 “Todas as decisões são tomadas pela ‘inteligência’ da empresa, que é formado por aqueles que trazem conhecimentos especializados, que não se limitam ao grupo restrito de diretores. A tecnoestrutura inclui desde os componentes da presidência e da Diretoria até ocupantes de outros cargos (KON, 1999, p. 75).”

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46

2.8 Tipos de departamentalização

Para melhorar o desempenho de uma organização é necessário dividi-la em “subunidades

menores” (BATEMAN E SNELL, p. 275, 2009) processo esse denominado de departamentalização. A

esse processo Oliveira (2013, p. 101) conceitua como “agrupamento, de acordo com um critério

específico de homogeneidade, das atividades e correspondentes recursos – humanos, financeiros,

tecnológicos, materiais e equipamentos- em unidades organizacionais”.

Ainda tratando do assunto Marques e Oda (2012, p. 73) corroboram com o pensamento de

Oliveira ao citar que esse processo de agrupamento é através de critérios de homogeneidade

acrescentando que os “tipos de departamentalização são as formas pelas quais se distribui os

componentes da organização”.

Para Vasconcellos (1986) apud Perrotti e Vasconcellos (2004) a departamentalização é o

processo que permite o agrupamento das unidades em unidades maiores, sendo que o organograma

apresenta-se como o principal produto desse processo.

Entre as formas de agrupamento organizacional, Oliveira (2013) cita que existe pelo menos dez

tipos básicos, sendo eles: departamentalização por quantidade; por turno; funcional; territorial; por

produtos ou serviços; por processos; por projeto; matricial e pôr fim a departamentalização mista.

Quadro 4 – Tipos de departamentalização

Departamentalização Definição

Por Quantidade

Agrupamento de certo número de pessoas não diferenciáveis, sob às

ordens de um superior.

Funcional

As atividades são agrupadas de acordo com as funções da empresa.

Possibilitando a especialização em cada área ou departamento.

Territorial

Departamentalização utilizada por empresas territorialmente dispersas.

Baseia-se no princípio de que todas as atividades que realizam em

determinada região devem ser agrupadas e colocadas sob as ordens de

um executivo.

Por Cliente

As atividades são agrupadas de acordo com as necessidades variadas e

especiais dos clientes ou fregueses da empresa.

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47

Por processo

Agrupamento das atividades de acordo com as etapas de um

determinado processo.

Por Projeto

As atividades e as pessoas recebem atribuições temporárias. Um projeto

é um trabalho, datas de início e fim, em que são alocados e

administrados os recursos. Terminado o projeto, o pessoal é designado a

outro departamento.

Matricial

É a utilização de dois ou mais tipos de departamentalização sobre a

mesma pessoa. Sendo geralmente à fusão entre a estrutura matricial e

por projetos.

Mista

É utilização simultânea de vários tipos de estruturas, permitindo que cada

empresa se adapte a sua realidade.

Fonte: Oliveira (2013). Produção própria.

Além dos modelos de departamentalização citados, Cruz (2009) ainda discorre sobre dois tipos

diferentes, denominados pelo autor de departamentalização por contingência ambiental e

departamentalização por tempo.

A departamentalização por contingência ambiental, segundo o autor, é criada para atender a

uma demanda específica e depois desativada. Já a departamentalização por Tempo é aquele utilizada

somente no nível de produção agrupando os trabalhadores por turno.

2.9 Tipos de representação da estrutura

Para melhor compreender a estrutura de uma organização, muitas vezes, é preciso enxergá-la

de maneira precisa, para tanto, surgiram técnicas que permitem aos gestores de empresas e demais

organizações “esquematizar e visualizar os sistemas de forma racional, clara e concisa, facilitando seu

entendimento geral por todos os envolvidos (OLIVEIRA, p 259, 2009)”.

Assim, as estruturas organizacionais podem ser descritas através de gráficos, como o

organograma, funcionograma e fluxograma (MAQUES; ODA, 2012).

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48

2.9.1 Organograma

É uma das técnicas mais conhecidas e que representa o desenho organizacional. Cury (2009)

menciona que o organograma é conceituado como a representação gráfica que resume a estrutura de

uma organização, o autor acresce que existem vários tipos de organogramas, sendo alguns mais

simples e outros complexos e sofisticados.

Marques e Oda (2012) chamam o organograma de representação gráfica que apresenta a

estrutura organizacional juntamente com a sua departamentalização e Heilborn e Lacombe (2008)

citam que o organograma é uma maneira simples de representar a estrutura, onde especifica seus

níveis hierárquicos, órgãos, além de expressar suas principais relações formais, além disso, nos

modelos mais sofisticados, “o organograma pode representar o nome do dirigente do órgão, o efetivo

de pessoal do órgão; e o tipo de autoridade e/ou de ligação hierárquica existente (CURY, p 219, 2009).”

Heilborn e Lacombe (2008) ao discorrerem sobre o tema, apresentam algumas vantagens e

desvantagens que podem ser percebidas pela sua utilização. As principal vantagem mencionadas

pelos autores está no fato que ele facilita a identificação das deficiências presentes na estrutura, sendo

que através do desenho fica possível sua constatação, induzindo assim, a aplicação das correções

necessárias. Como desvantagem é percebida que “a divulgação da estrutura organizacional por meio

de organogramas pode, portanto, favorecer a inflexibilidade, dificultando a alteração da estrutura

(HEILBORN; LACOMBE, p 115, 2008).”

2.9.2 Funcionograma

Através deste gráfico é possível fazer um reconhecimento de todas as funções que compõem

cada departamento. Cury (2009) conceitua o Funcionograma como um gráfico organizacional de uso

exclusivo dos representantes de cada unidade, e explica que a principal finalidade desse gráfico é

promover o detalhamento das tarefas que compõem uma determinada função.

Assim, o funcionograma é adotado como um gráfico que pode complementar o organograma.

Cury (2009) acrescenta que que o funcionograma permite um maior entendimento do trabalho,

possibilitando uma distribuição de carga de trabalho justa entre os subordinados, o gráfico ainda

possibilita a racionalização dos processos, a análise da distribuição do trabalho e padronização de

atividades.

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49

2.9.3 Fluxograma

O fluxograma é o gráfico que trata, assim como o próprio nome diz, do fluxo dos processos. Ou

seja, quais os caminhos percorridos para que uma determinada atividade aconteça dentro da estrutura

organizacional. Cury (2009, p 340) explica que “o fluxograma é um gráfico universal, que apresenta o

fluxo ou sequencia normal de qualquer trabalho, produto ou documento”.

Oliveira (2009) acrescenta que o fluxograma tem como objetivo padronizar métodos e

procedimentos administrativos, permitindo maior rapidez na exposição desses métodos, além disso, o

autor menciona que os fluxogramas promove uma maior facilidade de leitura e entendimento das

atividades à serem realizadas, facilitando ainda a localização e assimilação dos aspectos que são mais

relevantes

2.10 Centralização, Descentralização e Delegação.

O nível de centralização e descentralização de uma organização está intimamente ligado a

gestão e liderança organizacional. Existem organizações que apresentam uma estrutura altamente

centralizadora, mas também existem aqueles, que apresentam autonomia, delegação do poder e

descentralização nas decisões.

2.10.1 Conceitos Básicos

A centralização pode ser definida de várias maneiras, mas quase todas irá direcionar seu

conceito para o nível de distribuição de poder (HALL, 2004). Segundo Souza (1982) apud Perroti e

Vasconcellos (2004, p. 22) “diz respeito a distribuição de poder na organização, no que se refere ao

processo de tomada de decisões, e à parcela de influência que detém nesse processo cada um dos

indivíduos que a compõe.” Esta afirmativa demostra que quanto maior a concentração de poder na

cúpula organizacional, maior será o grau de centralização da empresa.

Corroborando com o exposto, Oliveira (2013, p. 200) conceitua a centralização como a “maior

concentração de poder decisório na alta administração de uma empresa”. Isso evidencia que em uma

organização centralizada o número de tomadores de decisão é menor, ou seja, existem “poucas

cabeças decisivas”. Hall (2004) explica que o elemento mais evidente da centralização é direito de

tomar decisões

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50

Ainda sobre centralização, Marques e Oda (2012, p. 64) entende que a mesma “refere-se aos

níveis hierárquicos que tem autoridade para tomar decisão”. Por isso, assim como os demais autores

citados, estes concordam ao dizer que a centralização existe na medida em que as decisões estão

concentradas no nível mais alto da estrutura organizacional.

Chiavenato (2011) explica que as organizações centralizadas priorizam as relações da cadeia

de comando, por isso, os indivíduos do topo da hierarquia são os que detêm um alto grau de

autoridade.

No entanto, Hall (2004) salienta que a centralização não está atrelada apenas a questão de

quem toma decisões. Assim, mesmo que pessoas de níveis inferiores possam tomar decisões, mas se

estas se caracterizem como decisões programadas, então, ainda se tratará de uma organização

centralizada.

O inverso da centralização é a descentralização, tema esse muito abordado pelos estudiosos

contemporâneos, por isso, Motta e Bresser-Pereira (2003) citam que a descentralização encontra-se na

moda.

Oliveira (2013, p 201) conceitua a descentralização como “a menor concentração do poder

decisório na alta administração da empresa, sendo, portanto, mais distribuído por seus diversos níveis

hierárquicos”. Deste modo, gestores de níveis mais baixos da hierarquia organizacional passam a

tomar decisões importantes (BATEMAN; SNELL, 2009).

Sisk (1969) apud Vasconcellos (1979) utiliza o termo delegação para conceituar a

descentralização, citando que a descentralização, nada mais é, do que a delegação de autoridade para

os indivíduos que se encontram em posições inferiores. Por isso, como bem explica Chiavenato (2011)

a descentralização permite que as decisões sejam “pulverizadas” por toda organização.

A descentralização pode ser vertical e horizontal, verticalmente está ligado ao poder formal da

organização, e o quanto desse poder é delegado para baixo. Já a descentralização horizontal é

representada pela dispersão de poder decisório fora das linhas hierárquicas da empresa, ou seja, o

grau de autoridade recebido pelos “não-gerentes” (MINTZBERG, 2007).

É importante ressaltar que não existem organizações puramente centralizadas ou

descentralizadas, sendo que, toda organização pode ser, até certo ponto, centralizada, da mesma

forma que descentralizada. O que ocorre na verdade, é que existem organizações que apresentam um

maior ou menor grau de centralização ou descentralização (MOTTA; BRESSER-PEREIRA, 2004).

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51

2.10.2 Organizações Centralizadas e Descentralizadas

A tomada de decisão das organizações é uma das principais chaves para designar se uma

organização apresenta maior grau de centralização ou descentralização, sendo os administradores a

figura de cada empresa que desenha esse processo – centralizando ou descentralizando.

Motta e Bresser-Pereira (2004) salientam que para detectar esse grau é preciso analisar, por

exemplo, se todas as decisões forem tomadas pela cúpula organizacional, e apenas pequenas

decisões rotineiras fiquem a cargo dos administradores de nível médio, sendo que esses ainda

recebem forte supervisão, tem-se, segundo os autores citados uma organização centralizada.

No entanto, se os gestores de níveis inferiores possuem certo grau de autonomia, na organização

há práticas de delegação e é permitido iniciativa e não a mera aplicação de decisões superiores, então,

essa organização, é descentralizada (MOTTA; BRESSER-PEREIRA, 2004).

2.10.3 Centralização – Vantagens e Desvantagens

Chiavento (2011) cita que a centralização permite que as decisões da organização sejam

tomadas por pessoas que apresentam uma visão global da empresa, além disso, alega que os

tomadores de decisão são indivíduos mais preparados e treinados, ou, como explica Motta e Bresser-

Pereira (2004) a centralização permite que as decisões sejam tomadas por pessoas que apresentam

mais capacidade. Na teoria, os gestores do topo da hierarquia devem ser aqueles que apresentam

mais aptidões e um conhecimento geral da organização.

Ainda como vantagens da centralização Chiavenato (2011) expõe que as decisões nesse tipo

de organização serão mais adequadas aos objetivos globais, permitindo ainda a eliminação de esforços

duplicados.

Motta e Bresser-Pereira (2004) acrescentam que a centralização permite a uniformidade de

normas e diretrizes e Oliveira (2012) acresce, além da já citada pelos dois autores, a uniformidade dos

processos técnicos e administrativos.

Facilidade de coordenação é outra vantagem da centralização explanada pelos autores Motta e

Bresser-Pereira (2004), pois é o administrador da cúpula que mantém às rédeas da organização.

Explicam ainda que a centralização promove um melhor aperfeiçoamento dos especialistas.

Por fim, Oliveira (2013) cita que a centralização permite um menor número de níveis

hierárquicos, melhor uso dos recursos, maior uniformidade nos processos e decisões mais rápidas.

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52

No entanto, a centralização também apresenta inúmeras restrições e desvantagens, para

explica-las Chiavenato (2011) expõe quatro desvantagens. A primeira citada pelo autor está na

distância do tomador decisão de onde os fatos acontecem, pois, como explicado à cima, as decisões

são tomadas pelo indivíduo do topo da hierarquia que tem que decidir por questões que nem sempre

estão sob “os seus olhos”, fato esse agravado devido o pouco contato dos tomadores de decisão com

as pessoas envolvidas nas situações que demandam suas decisões, sendo essa a segunda

desvantagem provocada pela centralização.

O autor ainda cita a demora das comunicações ao longo da cadeia escalar12 e as distorções

que podem ocorrer na comunicação dessas organizações, sendo estas a terceira e quarta

desvantagem explica por Chiavenato (2011).

2.10.4 Descentralização – Vantagens e Desvantagens

Com uma maior liberação de poder decisório pela organização, a descentralização permite que

as organizações desfrutem de inúmeras vantagens por ela produzidas. Oliveira (2013) ao decorrer

sobre o tema explica que a descentralização permite “desafogar” a alta administração, dando a esta um

maior tempo para outras atividades. Isso ocorre, como expõe Chiavenato (2011) devido a possibilidade

das decisões serem tomadas pelos gerentes que estão mais próximos de cada situação.

Com as decisões sendo tomadas ao longo da organização passa a existir a possibilidade de

maior desenvolvimento, motivação e participação das pessoas (OLIVEIRA, 2013). Corroborando com o

exposto Bateman e Snell (2009) citam que a descentralização colabora com o aprendizado dos

funcionários, dando a estes a oportunidade de aprender mais sobre o negócio que fazem parte.

Além disso, Motta e Bresser-Pereira (2004) explicam que a descentralização contribui para a

elevação do moral da organização a medida que permite que o funcionário tenha um relacionamento

face a face com o seu supervisor, outro ponto, é a possibilidade de independência, gerando nos

gestores a sensação de “senhores do seu destino”, podendo assim, tomar ás decisões pertinentes ao

seu trabalho.

Oliveira (2013, p. 202) salienta que a descentralização é importante para as organizações, pois

promove a “diminuição de conflitos entre os vários níveis hierárquicos da empresa” e Chiavenato

(2011) ainda discorre sobre a vantagem da diminuição de papelório e ganho de tempo.

12 Também conhecida como cadeia de comando “é a cadeia de superiores que se estende de autoridade máxima aos cargos mais inferiores” (QUINN, ROBERT; 2012).

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53

Assim como Chiavenato, Bateman e Snell (2009, p. 273) expõem a importância da otimização

do tempo, e ressaltam que a descentralização “leva a decisões melhores e mais rápidas”.

Entre as desvantagens Chiavenato (2011) e Oliveira (2013) expõe que a descentralização

provoca perda de uniformidade e padronização, por isso, Oliveira (2013) cita a maior necessidade de

controle e coordenação.

Além disso, a descentralização exige maiores gastos no processo de seleção e treinamento

dos administradores médios, que se não bem treinados podem defender e dar mais relevância aos

objetivos departamentais em detrimento dos empresariais (CHIAVENATO, 2011).

Oliveira (2013) ainda discorre sobre a desvantagem da duplicação de esforços para realizar

determinada atividade e a maior ineficiência na utilização dos recursos.

2.10.5 Delegação

O processo de delegação é entendido por Oliveira (2013, p. 193) como a “transferência de

determinado nível de autoridade de um chefe para o seu subordinado, criando o correspondente

compromisso pela execução da tarefa delegada”.

Bateman e Snell (2009, p. 268) de maneira mais simples definem delegação como a

“atribuição de responsabilidades novas ou adicionais a um subordinado”.

Desta maneira, entende-se que o colaborador passa a ter a responsabilidade de

desempenhar uma determinada tarefa, ao mesmo tempo em que recebe a autoridade, ou seja, o poder

para desempenhá-la (BATEMAN; SNELL, 2009).

O processo de delegação traz inúmeras vantagens para as organizações, Vasconcellos

(1972) apud Oliveira (2013) cita que a delegação permite coordenar trabalhos mais complexos,

aumenta a produtividade da equipe de trabalho e ainda colabora com o melhor aproveitamento dos

recursos. Além disso, a delegação torna as atividades dos colaboradores mais importante, dando a

esses a possibilidade de desenvolver competências (BATEMAN; SNELL, 2009).

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54

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

É a metodologia que desenha para o pesquisador os caminhos que se devem percorrer até a

chegada do objetivo e solução do problema proposto. Segundo Demo (1983, p 8) apud Gressler (2004,

p 43) “a metodologia trata das formas de se fazer ciência, cuida dos procedimentos, das ferramentas,

dos caminhos.” Assim, a metodologia proporciona ao pesquisador entender e levantar o melhor método

a ser aplicado na geração de um novo conhecimento ou aperfeiçoamento do mesmo.

3.1 Tipo de Pesquisa

As pesquisas são classificadas, segundo Gil (2009), levando em consideração os seus

objetivos gerais e assim são classificadas pelo autor em três grandes grupos: exploratórias, descritivas

e explicativas.

Vergara (2005) ao tratar da classificação das pesquisas as dividem em dois grupos maiores;

segundo o autor as pesquisas terão sua classificação quanto aos fins e os meios. Quanto aos fins as

pesquisas podem ser: exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada, intervencionista.

Quando se fala dos meios de investigação, estas podem ser: pesquisa de campo, pesquisa de

laboratório, documental, bibliográfica, experimental, ex post facto, participante, pesquisa-ação e estudo

de caso.

Tratando-se deste trabalho de pesquisa, quanto aos fins, o mesmo enquadra-se como

exploratória e descritiva. A pesquisa exploratória, segundo Gil (2009) surge para descobrir ou aprimorar

um conhecimento, por isso Vergara (2005) acrescenta que ela é realizada em uma área que existe

pouco conhecimento. Ambos os autores concordam ao afirmar que este tipo de pesquisa pode levar ao

surgimento de hipóteses.

Ainda tratando-se da finalidade da pesquisa, esta também se enquadra como descritiva, e

como o próprio nome já diz, seu objetivo é descrever ou expor as características de uma determinada

população ou de um determinado fenômeno (GIL, 2009; VERGARA,2005).

Por se tratar de uma pesquisa realizada fora dos limites da universidade ou de um laboratório,

quanto aos meios, a pesquisa assume a característica de uma pesquisa de campo, que como bem

explana Vergara (2005) esse tipo de pesquisa ocorre no local do fenômeno estudado. Não limitando-se

apenas ao campo, este trabalho fundamenta-se ainda em “informações e dados extraídos de livros de

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leitura corrente, revistas impressas e virtuais (REIS, 2008, p 52-53). Portanto, também é chamada de

pesquisa bibliográfica.

Tratando-se da abordagem da pesquisa, e analisando os métodos a serem utilizados por esta,

a mesma exibe uma abordagem do tipo qualitativa. Para explicá-la, Flick (2009) diz que esse tipo de

pesquise chegou a idade ‘adulta’, tendo agora sua própria identidade, por isso, não deve ser vista

apenas como uma “pesquisa não quantitativa”, o autor acrescenta que esse tipo de pesquisa busca

entender e descrever fenômenos sociais de diversas maneiras diferentes. Por isso, Crewell (2010)

acrescenta que as pesquisas qualitativas são pesquisas interpretativas. As pesquisas qualitativas,

segundo Vieira e Zouain (2006) tem sido bastante utilizadas para análise da estrutura organizacional.

No entanto, não se limitando apenas ao método qualitativo, a pesquisa utilizará ainda o método

racional e lógico dos números, ou seja, apresenta-se ainda como quantitativa. Sendo assim, Fonseca

(2002) compreende a pesquisa quantitativa como aquela que centra-se na objetividade e que recorre a

linguagem matemática para melhor explicar um determinado fenômeno. Corroborando com Fonseca,

Matias-Pereira (2007) explica que através do método quantitativo às informações e opiniões passam a

ser anunciadas numericamente.

Tratando das principais diferenças entre ambos os métodos Bauer e Gaskell (2012)

mencionam que a pesquisa qualitativa é aquela que tem seus dados expressos em textos, analisados

através da interpretação, enquanto que a pesquisa quantitativa apresenta os dados através de

números, analisando-os por meio da estatística.

3.2 Universo e Amostra

Vergara (2005) e Gil (2008) definem o universo de uma pesquisa como sendo formado por

todos os elementos que façam parte do objeto de pesquisa e que apresentam determinadas

características. O universo ou população desta pesquisa é formado por todos os membros da Igreja

Evangélica Assembleia de Deus de Pau dos Ferros, desta feita, a população é representada por um

número que equivale a 330 membros e congregados.

Mas realizar uma pesquisa com toda uma população nem sempre é viável, por isso, é que faz-

se necessário o levantamento de uma representação do universo pesquisado. A amostra, segundo Gil

(2008, p 90) é um “subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estabelecem ou se

estimam as características desse universo”.

A amostragem a ser utilizada no decorrer desta pesquisa será através do método não

probalístico, denominado, por Gil (2008) e Vergara (2005) de Amostragem por Tipicidade, Malhotra

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56

(2010) e Gressler (2004) a denominam como Amostragem por julgamento. Todos os autores citados

concordam que este tipo de amostragem é selecionada pelo pesquisador que julga, através de

informações disponíveis e da própria convivência, ser ela representativa da população. Gressler (2004,

p 144) acrescenta que “o pesquisador, intencionalmente, toma para a amostra, elementos que

apresentam características desejadas por ele”.

Assim, para alcançar os objetivos estabelecidos, a amostra será composta pelos colaboradores

que se encontram empoderados de autoridade e responsabilidade, exercendo como função a liderança

dos departamentos que compõem a estrutura da instituição. Por isso, a amostra deste trabalho de

pesquisa é representada por 6 líderes departamentais.

3.3 Coleta de dados

A coleta de dados, segundo Lakatos e Marconi (2003) é a parte da pesquisa em que se aplica

os instrumentos elaborados e as técnicas selecionadas. Muitas são as técnicas que podem ser

utilizadas pelo pesquisador para coletar os dados necessários para concretização do seu trabalho de

pesquisa. Creswell (2010) menciona que os passos para se coletar os dados da pesquisa incluem

primeiramente o estabelecimento de limites para o estudo, onde a coleta das informações poderá ser

por meio da observação, entrevistas ou de documentos, por exemplo.

Vieira e Zouain (2006) acrescentam que “entrevistas, grupos focais, questionários, observação

simples e participante constituem as técnicas de coleta de dados mais difundidas em trabalhos (...) no

âmbito da pesquisa qualitativa”.

Assim, nesta pesquisa, a coleta dos dados se dará nos dias 20 a 31 de abril, através da

aplicação de entrevistas e questionários com todos os líderes departamentais da organização. Gil

(2008, p. 109) conceitua a entrevista como “a técnica em que o investigador se apresenta frente a

frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam a

investigação.” Creswell (2010) acrescenta que as entrevistas qualitativas são geralmente formadas por

questão não estruturadas e abertas.

Ao método de questionário, Gil (2009, p. 121) conceitua como “técnica de investigação

composta por um conjunto de questões que são submetidas à pessoa com o propósito de obter

informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas ...”.

O questionário apresentará perguntas estruturadas. Santos (2012) salienta que essa técnica de

coleta se caracteriza por conter um conjunto de itens bem ordenados e apresentados, o autor

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57

acrescenta que as perguntas fechadas ou escalonadas proporciona ao respondente uma maior

facilidade e comodidade.

3.4 Tratamento dos dados

Os dados obtidos através da aplicação das entrevistas e questionários precisam passar pelo

processo de tratamento que os transformem em informações pertinentes à solução do problema

levantado. É nesta etapa que o pesquisador deverá “extrair sentido dos dados” (Creswell, 2010, p.

216). O método selecionado para o tratamento das informações em seu “estado bruto” será o de

análise de conteúdo, Patton (1998) apud Vieira e Zouain (2005, p. 99) “define análise de conteúdo

como um processo de identificação, codificação e categorização de dados primários em informações”.

Bardin (1994) apud Vieira e Zouain (2005) comenta que a análise de conteúdo é um método

formado por um conjunto de técnicas de análise das comunicações. Através das técnicas desse

método o pesquisador terá a oportunidade de ir além à interpretação dos dados, buscando, como

demonstra os autores citados a cima, entender o significado das informações e ordená-los.

Para melhor compreensão, Moraes (1999), acrescenta que a análise de conteúdo é um método

de pesquisa usado para expor e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos que

podem ser originários da comunicação verbal ou não verbal. Severino (2007) acrescenta que esse tipo

de tratamento de dados analisa as informações originárias da linguagem escrita, oral, de imagens e até

mesmo de gestos.

Gil (2008) discorre sobre o tema, e relata que a análise de conteúdo é desenvolvida em três

fases, a primeira delas é a pré-análise, esta fase é de organização dos dados; a segunda fase é

denominada como ‘exploração do material’ nesta etapa ocorre à codificação do material. A última fase

é chamada de ‘tratamento de dados’ e é fase que busca apresentar as informações através de

quadros, diagramas e figuras, permitindo o confronto dessas informações com outras já existentes,

sendo possível desenvolver generalizações.

Assim, com o conteúdo das informações em mãos, Severino (2007, p. 121) salienta que o

pesquisador terá que “compreender criticamente o sentido manifesto ou oculto das comunicações”, ou

seja, interpretar as informações adquiridas e através da análise dos dados transpor o que lhe é

manifesto, articulando as informações com o contexto psicossocial e até mesmo cultural (MORAES,

1999).

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58

Além do já citado, será utilizado, para tratar os dados dos questionários o método matemático

definido por Oliveira (2013) que compreende na soma, subtração e multiplicação das respostas como

demonstra a tabela a baixo.

Quadro 5 – Analisando o questionário

Respostas SIM > NÃO

Soma-se a quantidade de respostas SIM e NÃO. Se

o número de SIM for maior que a quantidade de

respostas não, significa que o responde é

centralizador.

Respostas SIM < NÃO

Se o número de respostas sim for inferior aos de

respostas não, diminui um pelo outro, multiplicando-

se o resultado por cinco.

Fonte: Oliveira (2013)

A partir do resultado obtido pela última multiplicação será possível identificar se os

supervisores de cada departamento são fracos, bons ou excelentes.

Quadro 6 - Resultados

Resultados de 10 a 30 Supervisor fraco

Resultados de 40 a 70 Supervisor Bom

Resultado de 80 a 100 Supervisor Excelente,

Fonte: Oliveira (2013).

Assim, analisando os resultados a cima será possível identificar se há centralização –

supervisores fracos – ou descentralização – supervisores bons ou excelentes.

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59

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Após a coleta de dados, chega-se ao momento da avaliação dos resultados coletados.

Tachizawa e Mendes (2006, p 87) citam que esse tópico refere-se a “avaliação circunstanciada, na qual

estabelecem relações, deduções e generalizações. Refere-se aos aspectos práticos coletados ou

observados na realidade.” Esta seção visa responder os objetivos propostos pelo trabalho, estando,

dessa maneira, estruturada em três tópicos, sendo que o primeiro tem a finalidade de responder o

primeiro objetivo, o segundo tópico desta seção visa responder o segundo objetivo do trabalho e o

último tópico responde o terceiro objetivo estabelecido.

4.1 Estrutura Organizacional e Departamentalização

Para que uma organização possa trabalhar de maneira eficiente deve procurar organizar e

dividir o seu trabalho em unidades menores, o todo passa a estar estruturado em partes que ajudam a

organização a caminhar em busca dos resultados estabelecidos. Dubrin (2001) explica que a esse

processo de subdivisão é denominado de departamentalização. Para tanto, o líder maior da

Assembleia de Deus em Pau dos Ferros - RN explica como está dividida a Igreja e cita que:

A Igreja Assembleia de Deus aqui em Pau dos Ferros está dividida em cinco departamentos. Temos o departamento Infantil, de jovens, o departamento Feminino, o de Missões e por último o departamento da Escola Bíblica dominical.

Oliveira (2013) explica que o trabalho de uma organização pode ser agrupado segundo critérios

de homogeneidade. E é dessa maneira, que a Igreja evangélica Assembleia de Deus em Pau dos

Ferros - RN procura orientar-se, conforme apresentado a seguir:

Figura 2 – Departamentos da Igreja

Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

Dep. Jovens Dep. Escola Bíblica

Dep. Missões Dep. Feminino Dep. Infantil

Pastor

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60

Como se percebe, a Igreja pode ser entendida como um sistema, pois como exemplificado por

Oliveira (2013) as organizações são formadas por partes que interagem entre si e são

interdependentes. Cada parte desse todo deve estar ciente da responsabilidade que lhe foi

estabelecida. Ou seja, as funções e objetivos de cada departamento devem estar harmoniosamente

estabelecidos, de tal maneira que conduzam a Igreja àquilo que ela está proposta. Dubrin (2001, p.

132) cita que “a melhor maneira de departamentalização é aquela que proporciona a melhor chance de

consecução dos objetivos da organização”.

Ao analisar a Figura 2, que esboça a estrutura física da Igreja e de suas unidades, é

constatado que a mesma apresenta uma departamentalização do tipo funcional. Oliveira (2013)

menciona que essa departamentalização preocupa-se em agrupar as atividades de acordo com as

funções da instituição e Heilborn e Lacombe (2008) citam que esse tipo de departamentalização coloca

no mesmo órgão todas as atividades afins.

Ao estudar a organização pesquisada, percebe-se que a departamentalização funcional ocorre

pela prestação de serviços em cada departamento. As funções voltadas para a juventude da Igreja

estão alocadas no departamento de jovens. O segundo departamento, o infantil, por exemplo, direciona

suas funções e trabalho, primeiramente, às crianças da Igreja, e, em segundo, às da comunidade. O

departamento feminino, aloca funções voltadas para mulheres e famílias da Igreja, e o departamento

da Escola Bíblica, têm sob sua responsabilidade as atividades voltadas para o ensino da Bíblia.

Assim, verifica-se que a Igreja Assembleia de Deus em Pau dos Ferros-RN conta com uma

estrutura funcional, haja vista, como bem salienta Oliveira (2013) a estrutura de uma organização é

resultado do tipo de departamentalização adotado.

Vale salientar, que ao observar a organização objeto de estudo, nota-se algumas

características – mesmo que de maneira suave - das organizações denominadas por Mintzberg (2009,

Grifo nosso) de Burocracia Mecanizada. Esse autor explica que as organizações desse tipo

apesentam tarefas rotineiras, formalização, especialização do trabalho e certo grau de centralização.

Desta feita, observando a Igreja pesquisada, é possível perceber a presença da padronização e das

tarefas rotineiras na liturgia dos seus cultos, a formalização está presente nos seus manuais que detém

os usos e costumes das Igrejas Assembleias de Deus no Brasil, no processo de consagração de

ministros e a centralização é encontrada na figura do pastor da Igreja, o qual detém o ‘poder’ para a

tomada de decisão da organização. Além disso, a Burocracia Mecanizada é caracterizada pela

departamentalização funcional, a qual é percebida na Igreja estudada.

Neste ponto, vale citar o que diz Merton (1966) apud Motta e Vasconcelos (2013), ao enfatizar

que as organizações que se prendem excessivamente às regras gera um fenômeno chamado por ele

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61

de “personalidade burocrática”, segundo o autor esse fenômeno cria nas pessoas um sentimento de

segurança, reduzindo assim as incertezas. Quando analisado alguns aspectos da instituição é possível

notar esse apego a algumas práticas racionais, como por exemplo, o processo burocrático para

consagração de membros ao ministério, ou a utilização das ‘cartas de apresentação’13 utilizadas pelos

membros e ministros da Igreja no momento que se deslocam à congregações de outras localidades.

No entanto, se vê que, de fato a organização ainda apresenta outras semelhanças com o que o

autor chama de Estrutura Simples, pois a sua organização conta com uma supervisão direta, onde

todos os membros da instituição conhecem a missão da Igreja, por vezes já mencionada no trabalho.

Assim, diz-se que, é possível notar na Igreja características que hora se remete ao que Mintzberg

(2009) denomina de Estrutura Simples e hora nota-se algumas semelhanças com a Estrutura por ele

chamada de Burocracia Mecanizada. Todavia, mesmo apresentando características que remete-nos a

Estrutura Simples, o que predomina na organização objeto de estudo é o modelo Burocrático, pois com

o crescimento da Igreja, aos poucos os processos racionais e lógicos foram inseridos na administração

da mesma.

Weber (1967) apud Motta e Vasconcelos (2013) demonstra que as organizações burocráticas

apresentam algumas características específicas, entre as quais, cita que os membros de uma

organização que detém estrutura burocrática têm seus direitos e deveres delimitados por regras e

regulamentos e essas regras são aplicadas a todos os membros do sistema de acordo com o seu

cargo ou função. Diante disso, é possível perceber semelhanças com a organização objeto de estudo,

pois na mesma há a existência de um estatuto geral que delimita regras para todos os membros das

Assembleias de Deus, principalmente aqueles que almejam cargos ao longo da hierarquia da

organização.

Existe ainda uma hierarquia definida que legaliza a autoridade do pastor, presbíteros e

diáconos, por exemplo. Além disso, a ascensão na carreira também é estabelecido por regras, deste

modo, para que um membro chegue um dia a categoria de pastor, ele tem que percorrer algumas

funções ao longo da estrutura hierárquica, começando assim pelo cargo de auxiliar, passando pelo

diaconato, presbitério, evangelista e por fim, pastor. Mas para que essas ascensões sejam possíveis

são analisados critérios pré-estabelecidos pela organização.

13 Documento emitido pela administração das Igrejas Evangélicas que acompanham os membros nos momentos que eles visitam outras igrejas e congregações. As cartas tem um modelo padrão e devem ser utilizadas como documento comprovatório que aquela pessoa que está sendo recebida de fato pertence à Igreja e se as mesmas possuem algum cargo no seu ministério de origem.

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62

4.1.2 Vantagens – Desvantagens e características organizacional

Todos os tipos de estruturas organizacionais trazem consigo vantagens e desvantagens.

Assim, as estruturas burocráticas e a própria departamentalização funcional acarretam na Igreja essas

duas percepções, entre as desvantagens citadas por esse tipo de organização, é possível identificar

uma delas pela fala do pastor local da Assembleia de Deus em Pau dos Ferros/RN:

Com o tempo foi criado os grupos, departamentos dentro da igreja, e isso muitas vezes cria uma divisão, individualidade.

Se considerada essa explicação para o mundo coorporativo, percebe-se, que o pastor da

Igreja em Pau dos Ferros/RN queixa-se do que é conhecido como a desvantagem causada pela

especialização, onde “cada chefe funcional estabelece que sua função é a mais importante da empresa

(OLIVEIRA, 2013, p. 106)”. Isso demonstra que assim como ocorre nas empresas, na organização

estudada não é diferente, muitas vezes, a divisão do trabalho em unidades provoca nas pessoas um

sentimento parcial, não olhando para o todo, passam a ver sua unidade, função ou departamento com

mais importância e em posição superior as demais.

Por isso, o líder da Igreja objeto de estudo é enfático em dizer que:

Todos os departamentos são importantes, mas a igreja é mais que isso, é o todo, não ‘igrejinhas’ que buscam cada qual os seus interesses.

Além disso, as mencionadas “igrejinhas” podem ser percebidas como o clássico temor de

muitos líderes ao longo dos anos - os grupos informais – que nascem dessa interação provocada pela

departamentalização e por esse contato contínuo.

Ao citar de maneira concisa que a Igreja é o todo e não grupos com seus próprios interesses,

remete-nos a desvantagem provocada por toda estrutura informal, que é a oposição de interesses, pois

nem sempre os objetivos dos grupos informais serão os mesmos da organização. Corroborando com o

exposto Heilborn e Lacombe (2008) e Chiavenato (2011) explicam que as pessoas tem suas atitudes

ligadas as emoções e não apenas aos procedimentos formais e racionais da organização. Desta

maneira, é possível realizar um elo de pensamento entre o que já foi mencionado e os “efeitos

primários e secundários da burocracia” explicados por Gouldner e citado por Motta e Vasconcelos

(2013). O autor salienta que o sistema burocrático promove, entre suas desvantagens, o que ele chama

de efeitos primários, que é a divergência dos interesses do indivíduo com os interesses formais da

Page 64: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

63

organização. Além disso, o autor acresce que devido esse problema surge o segundo efeito, que é a

necessidade de controle, o que pode assim, promover conflitos internos.

No entanto, a estrutura não apresenta apenas desvantagens, é possível perceber vantagens. A

principal delas está na divisão da “sobrecarga do trabalho”, o que é possível graças aos esforços de

cada unidade da Igreja. Oliveira (2013) cita que entre as principais vantagens percebidas nas

organizações que adotam esse tipo de departamentalização, está no fato que cada departamento

orienta seus esforços para uma atividade específica (OLIVEIRA, 2013). Assim, o pastor da instituição

pesquisada detém o apoio de uma gama de esforços especializados e racionais que o ajudam na

administração da Igreja.

O Pastor conclui que “a principal missão da Igreja é o “Ide e pregai” 14já estabelecidos bem

antes da fundação da instituição, pois este imperativo consta nas linhas das sagradas escrituras, livro

esse que alicerça a fé evangélica e a cultura da organização.

Além do já citado, o reverendo discorre ainda sobre o tema e cita que: “A Igreja precisa manter

e cuidar daqueles que já foram ganhos para Cristo.”

Sendo assim, conforme declara o pastor da Igreja, “o objetivo da organização é atrair,

selecionar e reter fieis ou seguidores para o Cristo”. O que na verdade faz parte do proposito de muitas

organizações, independentemente de sua natureza ou finalidade principal. Pois, sem pessoas, não há

organizações.

Diante disso, para melhor caracterizar a organização, pergunta-se aos líderes de cada

departamento quais as principais funções da unidade organizacional que lideram. Sendo que, as

primeiras colunas dos quadros representam as perguntas feitas aos líderes de cada unidade e as

colunas seguintes apontam as respostas de cada um deles.

Quadro 7 – Função básica do departamento

Perguntas aos líderes

departamentais Respostas

Líder do

departamento 1

O departamento de Missão tem como função básica a propagação

do evangelho de Cristo para todas as pessoas da terra para que

venham conhecer à Cristo.

Líder do

departamento 2.

Transmitir o ensino bíblico genuíno à igreja, adequando a linguagem

usada à característica principal do aluno, seja criança, jovem ou

14 Passagem do Evangelho de Marcos. Capítulo 16, Versículo 15. Bíblia de Estudo: Aplicação Pessoal. CPAD, 2013.

Page 65: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

64

Qual a

Função básica

do

departamento?

adulto (faixa etária), homem ou mulher (gênero), novo convertido ou

obreiro (experiência no assunto).

Líder do

departamento 3.

Acho que a função básica é de contribuir na área do evangelismo e

na formação de jovens que manejem bem a palavra e a doutrina da

fé.

Líder do

departamento 4. Ensinar a criança no caminho em que deve andar.

Líder do

departamento 5.

Acho que esse departamento contribui diretamente com o

desenvolvimento da Igreja, pois está voltado principalmente para

ajuda familiar, a própria assistência social, acredito que até mesmo

o lado afetivo.

Fonte: dados da pesquisa, 2015.

Constata-se, de acordo com o Quadro 7, que as funções dos departamentos estão interligadas,

e em consonância com o Pastor Presidente, dos cincos respondentes, quatro citam a função do ensino

e evangelismo em suas falas. Corroborando ainda com o que foi explicado por cada líder, o Pastor da

instituição objeto de estudo comenta que o motivo de existência das unidades da Igreja é justamente

esse, sendo que todos os departamentos devem estar voltados para esse trabalho de evangelização e

propagação da fé.

Ou seja, é possível inferir desse pensamento da Igreja em Pau dos Ferros que a organização

objeto de estudo tem em sua gestão a noção de um sistema nos moldes do que afirma Oliveira (2008,

p 6), “um conjunto de partes que (...) formam um todo unitário”.

No entanto, é percebida em algumas falas a falta de certeza. Dos cinco líderes departamentais,

dois começam suas explicações acompanhadas do verbo “achar”, o que pode indicar um problema,

pois a dúvida sobre aquilo que se deve desempenhar pode ocasionar em esforços que vão à contra

mão dos objetivos gerais ou mesmo limitar e inibir o trabalho desses líderes. Com isso, constata-se

falhas no processo de comunicação – pois é esta ferramenta que auxilia na propagação das

informações, diminuindo assim, as dúvidas existentes.

A comunicação é um dos componentes da estrutura organizacional, e apresenta grande

importância para as organizações e entidades, possibilitando a integração e equilíbrio entre os

departamentos e ajudando a organização a atingir seus objetivos (PIMENTA, 2010).

Page 66: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

65

Quadro 8 – Atividades básicas

Perguntas aos líderes departamentais Respostas

Quais são as atividades

básicas?

Líder do

departamento

1

Realizar o culto de Missões todo mês, divulgar os trabalhos

realizados pelo estado no campo missionário e levantar ofertas

para os missionários que estão além das fronteiras,

desenvolvendo missões transculturais.

Líder do

departamento

2.

Dirigir a Escola Bíblica Dominical (EBD); Verificar o andamento

das classes, vidando o bom desenvolvimento do ensino; Garantir

as condições mínimas necessárias – físicas e de pessoal – para o

desenvolvimento do ensino; Planejar atividades extras como

capacitações, festividades, atividades desenvolvidas com outros

departamentos; Participar da aula para os professores.

Líder do

departamento

3.

Direção de Culto de jovens, realização de congressos e outros

trabalhos e eventos que proporcionem o crescimento espiritual

dos jovens.

Líder do

departamento

4.

Planejar, orientar, coordenar e desenvolver trabalhos que ajudem

no desenvolver espiritual dos jovens.

Líder do

departamento

5.

Dirigir o culto mensal de senhoras, realizar festividades como

congressos femininos, desenvolver trabalhos de oração, como os

Círculos de oração de senhoras.

Fonte: Dados da pesquisa,2015.

Muitas das atividades citadas por cada departamento estão ligadas à fala do Pastor da Igreja

sobre “desenvolver o crescimento espiritual dos membros”, cada departamento desenvolve um trabalho

voltado para uma parte do universo da Igreja. O que se percebe é que todos os setores tem como

atividade básica a direção de algum tipo de trabalho, onde os membros se reúnem para o seu

momento de adoração, cada trabalho com sua própria finalidade.

Deste modo, é possível perceber a vantagem promovida pela departamentalização funcional

denominada por Heilborn e Lacombe (2008, p 386, Grifo nosso) de “Coordenação dentro da

função”. Os autores explicam que todas as atividades de determinada função ficam subordinadas ao

seu principal líder. É o que ocorre na Igreja, todos os serviços, atividades e funções relacionadas, por

exemplo, a direção de cultos, eventos, estudos e aconselhamentos para as mulheres da Igreja estão

alocadas no Departamento Feminino sob a responsabilidade da sua Líder.

Page 67: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

66

Quadro 9 – Atividade de planejamento

Perguntas aos líderes departamentais Respostas

É realizado

planejamento?

Líder do

departamento

1

Na verdade não há uma atividade específica de planejamento.

Líder do

departamento

2.

SIM. É necessário o planejamento para levantamento das

necessidades com antecedência e assim definir a logística de

recebimento e distribuição do material da Escola Bíblica e as

maneiras de providenciar os pagamentos desse material

adquirido.

Líder do

departamento

3.

Sim, planejamos em reuniões anuais, para o bom andamento do

trabalho.

Líder do

departamento

4.

Temos um planejamento anual, onde, junto com outros membros

do departamento discutimos propostas para desenvolver o nosso

calendário anual, além de constantes reuniões realizadas ao

longo do ano.

Líder do

departamento

5.

O nosso planejamento é realizado através de uma reunião anual

onde decidimos as ações e atividades que devem ser realizadas

ao longo do ano.

Fonte: dados da pesquisa,2015.

Corroborando com a explicação do Pr. Presidente da Assembleia de Deus em Pau dos Ferros -

RN o planejamento é desenvolvido através de reuniões, onde decide-se sobre as principais atividades

a serem desenvolvidas no ano. Nesse momento, deve existir comunicação entre as unidades, que

planejam o calendário de eventos de suas unidades em consonância com os outros setores da Igreja,

para que desta maneira, nenhum trabalho seja prejudicado.

No entanto, constata-se que esse planejamento é realizado, em sua maioria das vezes, em

uma única reunião geral, sendo que o departamento de missões, não realiza e não soube descrever

nenhuma atividade de planejamento, o que representa um fator grave para uma organização que tem

como principal objetivo o desenvolvimento do trabalho missionário e propagação da fé evangélica.

Diz-se indicador preocupante porque é o planejamento a ferramenta que ajuda aos gestores e

líderes a montarem suas estratégias para atingir objetivos e estabelecer esforços coordenados

Page 68: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

67

(ROBBINS, 2004), sem ele, o líder passa a desenvolver suas atividades sem um rumo pré-

estabelecido, assim, todo caminho pôde parecer viável “como disse o Gato para Alice: ‘o caminho que

você deve tomar depende bastante de onde você quer chegar’” (ROBBINS, 2004, p. 55).

Constata-se ainda, que muitas vezes os outros departamentos acabam tomando para si essa

responsabilidade de evangelismo e o departamento de missões, que em tese é estabelecido

principalmente para o progresso desse trabalho, acaba centrando suas forças unicamente na direção

do culto de temática missionária. Devido esse fato, o departamento de missões perde sua identidade, e

sua razão de existir. Fato esse que poderia ser amenizado com a prática do planejamento integrado de

suas ações às outras unidades da Igreja. Assim, ele passaria a ser um departamento de apoio e

suporte a todas os departamentos da organização.

Quadro 10 – Atividades coordenadas com outros departamentos

Perguntas aos líderes departamentais Respostas

Atividades coordenados

juntos aos outros

departamentos?

Líder do

departamento

1

O departamento de missões sempre está em parceria com o de

jovens que nos ajuda no desenvolvimento dos cultos de missões

com peças teatrais e jograis.

Líder do

departamento

2.

Festividades e capacitações. Geralmente a implementação de

melhorias conta com outros departamentos.

Líder do

departamento

3.

Congressos, festividades para conseguir recursos, projetos

sociais.

Líder do

departamento

4.

Na realização de eventos como os congressos Infantis.

Líder do

departamento

5.

Sempre precisamos da ajuda de outros departamentos para na

realização de eventos ou mesmo nos trabalhos do dia a dia.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

A cooperação é um fator importante em toda organização. Embora a departamentalização

dívida a organização em unidades menores, estas sempre devem estar integradas. Diante disso,

Fullmann (2012) explica a importância da integração entre as unidades, toda organização, seja

pequena ou grande, necessita estar integrada para obter bons resultados.

Page 69: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

68

Constata-se através das declarações dos líderes de cada unidade que as atividades

relacionadas à realização de eventos e trabalhos na Igreja sempre requer a ajuda dos demais,

principalmente, por ser atividades que necessitam do auxílio de um maior número de pessoas

envolvidas e dispostas a cooperarem na organização dos mesmos. Isso porque, os trabalhos

desenvolvidos em uma organização religiosa são caracterizados pela voluntariedade, e nem sempre há

“mão de obra” suficiente e disposta em um único departamento, o que requer, dessa maneira, o apoio

de outras pessoas e unidades da organização.

O pastor da Igreja local explica que em todos os trabalhos desenvolvidos deve haver

coordenação e ajuda entre os departamentos. Corroborando com a sua fala o líder do departamento

cinco, acrescenta que “Por mais que a Igreja esteja dividida em unidades, ela é muito mais do que isso,

a Igreja é o todo.”

Nesse prisma, Fullmann (2012) acrescenta que devemos ver a organização como uma grande

equipe, ou seja, o foco não é à cada parte, cada unidade, o foco, segundo o autor, deve ser a

integração, o todo.

Além da integração no momento de realização de determinadas atividades, já foi mencionado a

necessidade de cooperação e integração para elaboração do planejamento anual de cada unidade da

Igreja, que como mencionando pelo pastor presidente da Igreja Assembleia de Deus em Pau dos

Ferros-RN, nenhum trabalho pode prejudicar outro.

No entanto, apesar da integração percebida, principalmente para realização e organização de

eventos na Igreja, em alguns momentos percebe-se a falta dessa integração, principalmente quando

analisado a situação do departamento de missões, que poderia enriquecer o seu trabalho ao coordenar

desde o planejamento das atividades de evangelismo juntamente com as outras unidades da Igreja.

Quadro 11 - Atividades executadas somente pelo líder

Perguntas aos líderes departamentais Respostas

Atividades executadas

somente pelo líder?

Líder do

departamento

1

Arrecadação de ofertas mensais direcionadas aos missionários

além das fronteiras da nossa cidade e região.

Líder do

departamento

2.

Direção da EBD e ministração da aula para os professores.

Líder do

departamento

Coordenação e a organização de entrada de dinheiro para ser

empregado nos trabalhos voltados para crianças.

Page 70: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

69

3.

Líder do

departamento

4.

Direção de cultos, reunião com a direção da igreja, palestras com

os jovens.

Líder do

departamento

5.

Aconselhamentos, escolha de datas de eventos e trabalhos à

serem realizados.

Fonte: dados da pesquisa, 2015.

Os líderes departamentais demonstram através de suas falas que há atividades que somente

eles podem desenvolver. Aquelas que exigem maior autonomia e autoridade emanadas pelo cargo que

já ocupam. Apesar disso, quando compara-se as respostas com o questionário 2 – ver Quadro 16,

Centralização e Descentralização, pág. 76, percebe-se que quando existe necessidade dos mesmos se

ausentarem da organização, às atividades por eles executadas não são suspensas, ou seja, outras

pessoas passam a executá-las. Salvo a do pastor da Igreja, que pela função que está sob sua

responsabilidade existe momentos que, ausentando-se da Igreja, determinadas atividades por ele

executadas permanecem aguardando seu retorno.

Pode-se dessa maneira, entender e até comparar a instituição estudada com um ‘lar’ onde na

ausência dos pais os filhos resolvem as questões mais fáceis e esperam que os pais solucionem os

complexos. Corroborando com o exposto, o próprio pastor expõe em uma das suas falas que o papel

de um pastor lembra de um pai ou de uma mãe, que exige muita responsabilidade e atenção.

Quadro 12 – Atividades de Controle e execução

Perguntas aos líderes departamentais Respostas

Existem padrões e

indicadores de

desempenho?

Líder do

departamento

1

O desempenho do trabalho é avaliado em consonância com o

pastor da Igreja que avalia a dedicação e a fidelidade para

contribuir com a obra. Para melhor nosso desempenho

desenvolvemos seminários com temática missionária.

Líder do

departamento

2.

Avaliamos os relatórios e cadernetas de cada classe, quando

constatado mau desempenho conversamos com as pessoas.

Líder do

departamento

Avaliamos no dia a dia o comprometimento, pontualidade e amor.

Para correção realizamos reuniões.

Page 71: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

70

3.

Líder do

departamento

4.

Observamos a satisfação dos jovens e do nosso pastor, o

crescimento do departamento, ou seja, novos membros e o nível

espiritual dos envolvidos. Quando necessário, realizamos

reuniões para melhor um mau desempenho detectado.

Líder do

departamento

5.

Essa atividade é realizada constantemente, sempre observando a

disponibilidade, compromisso e amor de cada pessoa e quando

há necessidade conversamos em particular ou com o grupo para

melhorarmos em alguma questão que ficou a desejar.

Fonte: dados da pesquisa.

Na organização não existe um controle coercitivo, embora, é notória a preocupação de cada

membro e líder em estar sempre em contato com o seu superior, o que pode ser uma forma de

resguardá-los de possíveis queixas oriundas de outros membros da organização. O controle e

avaliação em cada departamento é realizado por cada líder que, no dia a dia, observam a conduta e

voluntariedade de seus membros.

Como visto, os aspectos que são observados para realização do controle e avaliação são mais

subjetivos e até mesmo abstratos, amor, fidelidade e comprometimento são alguns dos indicadores

observados, apenas um departamento utiliza-se de aspectos objetivos e físicos – relatórios e

cadernetas de classe.

Quadro 13 – Tomada de decisão.

Perguntas aos líderes departamentais Respostas

Como é a realizada a

Tomada de decisão?

Líder do

departamento

1

As decisões sempre são tomadas entre um consenso entre a

minha pessoa com o pastor da Igreja. Existem momentos em que

fico sabendo da decisão após ela ser tomada, quando, por

exemplo, ouve a mudança no dia de realização do culto de

missões.

Líder do

departamento

2.

Todas as decisões tomadas são consultadas previamente ao meu

superior (pastor). Há situações no departamento que outras

pessoas podem tomar decisões, mas essas são decisões práticas

de alguma atividade a ser realizada durante a aula.

Líder do

departamento

Há momentos que tomo decisões finais, quando por exemplo

decidimos sobre mudança de função de alguma pessoa, escolha

Page 72: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

71

3. de datas para reuniões. Na maioria das vezes as decisões são

tomadas em concordância com o pastor da Igreja.

Líder do

departamento

4.

Algumas vezes tomo a decisão final, principalmente na questão do

investimento das arrecadações financeiras e de temas de

congressos infantis. Mas sempre me preocupo de todas as

minhas decisões serem autorizadas pelo pastor da Igreja.

Líder do

departamento

5.

Todas as minhas decisões são tomadas através da consulta e

combinadas com o Pastor da Igreja.

Fonte: dados da pesquisa

O processo de tomada de decisão está intimamente ligado com o líder maior da Igreja em Pau

dos Ferros-RN, embora todos os departamentos tenham seus líderes, percebe-se que estes sempre se

reportam a ele para a tomada de alguma decisão, ou até mesmo para execução de suas tarefas

diárias. Apesar de dois líderes mencionarem exemplos em que tomam decisões final, o próprio pastor

da organização em oposição às declarações dos mesmos, salienta que todas ás decisões que são

tomadas na Igreja, devem ser por ele avaliadas e orientadas previamente. Ponto esse reforçado pelos

líderes departamentais que ao continuarem em suas explanações demonstram, em oposição ao que foi

falado, que todas as decisões são antes levadas à ele.

Na verdade, o que percebe é que os líderes dos departamentos confundem à execução do seu

trabalho cotidiano com essa tomada de decisão final, eles tem alguma autonomia para decidirem, mas

sempre relacionado a questões operacionais. Dessa maneira, constata-se que as decisões que estes

podem tomar são aquelas denominadas por Heilborn e Lacombe (2009) de decisões programadas, ou

seja, decisões rotineiras, que não apresentam complexidade, como por exemplo a escolha de quem irá

louvar no culto de jovens ou senhoras.

A decisão que estes tomam pode ser caracterizada como uma decisão em conjunto,

participativa, mas a decisão final sempre acaba sendo do pastor da Igreja e não dos departamentos.

Percebe-se dessa maneira, que a Assembleia de Deus em Pau dos Ferros-RN, demonstra

uma processo de tomada de decisão concentrado no topo de sua pirâmide hierárquica. Bateman e

Snell (2012) demonstram que uma organização centralizada se configura através de suas decisões

importantes, pois todas são tomadas no topo da hierarquia.

Nota-se que há uma tentativa de delegação, mas que de fato não ocorre, pois a

descentralização deve distribuir o poder de tomada de decisões importantes para os níveis inferiores

(BATEMAN; SNELL, 2012) no entanto, a autoridade permanece centralizada na figura do Pastor da

Page 73: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

72

Igreja. Assim, é possível perceber na organização que a distribuição de responsabilidade não acontece

nas mesmas proporções da distribuição de autoridade.

Além da tomada de decisão, nota-se que os líderes e demais membros sempre se reportam ao

pastor, não somente no momento da tomada de decisão, mas até mesmo para execução de suas

atividades, como demonstra o Quadro 14, que dos cinco líderes, três se reportam constantemente, seja

para consulta ou prestação de contas.

Além disso, todos os líderes demostram que o seu superior imediato é o pastor da

organização, por isso, há necessidade de comunicação e orientação constante.

Quadro 14 - Consulta na realização de tarefas

Consulta o superior antes realizar sua tarefa

2 líderes

departamentais

Nas Tarefas mais importantes

3 líderes

departamentais

Em todas as tarefas

Prestação de contas ao superior

2 líderes

departamentais

Nas Tarefas mais importantes

3 líderes

departamentais

Em todas as tarefas

Consulta o superior antes realizar sua tarefa

2 líderes

departamentais

Nas Tarefas mais importantes

3 líderes

departamentais

Em todas as tarefas

Fonte: dados da pesquisa, 2015.

O Quadro 14 reforça que a organização pesquisada tem tentado realizar o processo de

delegação. No entanto, ele ocorre de maneira parcial. Bateman e Snell (2012) salientam que a pessoa

que fica encarregada de uma tarefa deve dispor de tempo, recursos e autoridade suficiente para

realizá-la com sucesso.

Dos cinco líderes departamentais, três apresentam a necessidade de reportar-se

constantemente ao seu superior, tais atitudes podem provocar demora na realização de algumas

tarefas. Bateman e Snell (2012) identificam uma delegação ineficaz, como aquela que reduz o que o

Page 74: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

73

gestor pode entregar e realizar. Pois, quanto menor a autonomia maior será a demora na realização da

tarefa.

No entanto, o que se vê é a busca, por parte de cada líder, em alinhar as expectativas do

pastor da Igreja com o trabalho por eles realizados. Fato esse motivado, pela facilidade de acesso que

os mesmo possuem em comunicar-se com o seu superior.

Quadro 15 - Subordinados com função de liderança

Perguntas aos líderes departamentais Respostas

Subordinados com

função de liderança?

Líder do

departamento

1

Não tenho.

Líder do

departamento

2.

Tenho vários, pois o departamento sob minha responsabilidade

conta com mais de dez professores, e eles desempenha essa

função à frente de seus alunos.

Líder do

departamento

3.

Tenho 5 subordinados que também executam essa função que é

o vice presidente as juventude e as regentes do conjunto de

jovens.

Líder do

departamento

4.

As regentes do conjunto de crianças e também aquelas que

desempenham função de professoras da escola bíblica infantil.

Líder do

departamento

5.

No departamento tem algumas pessoas com essa função, como a

regente do conjunto de senhoras e dirigentes de círculos de

oração.

Fonte: dados da pesquisa,2015.

O Quadro 15 mostra que dos cinco departamentos, com exceção do de missões, contam em

sua estrutura com outros colaboradores que também desenvolvem alguma atividade de liderança, entre

as funções citadas, encontram-se as regentes dos conjuntos, professoras e vices presidentes de

departamentos. Todos subordinados ao líder do departamento ao qual fazem parte e ao pastor da

igreja. Em algumas situações, tais colaboradores podem resolver algumas questões a eles pertinentes

com o seu próprio líder, mas não há impedimentos de procurar pessoalmente o pastor da organização

para outros esclarecimentos desejáveis.

Page 75: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

74

4.2 Representações gráficas da Igreja

Através da pesquisa, notou-se que a Igreja evangélica Assembleia de Deus em Pau dos

Ferros-RN não apresenta nenhum tipo de documentos que a represente graficamente.

Sabe-se que através dos gráficos de representação da estrutura e de seus processos, a

organização tem a possibilidade de detectar possíveis falhas, atividades duplicadas entre outras

deficiências que podem ser visualizadas e estudadas a partir desses desenhos. Corroborando com o

exposto os autores Hilborn e Lacombe (2008) mencionam que ao se utilizar o organograma, por

exemplo, será mais fácil a percepção das deficiências para assim aplicar suas correções.

Com isso, a Igreja deixa de utilizar técnicas que a auxiliariam no processo de organização de

sua estrutura, e a levaria a uma visão geral e simplificada do seu todo organizacional. No entanto, é

possível verificar que a não utilização dessas técnicas podem ser explicadas pela falta de

conhecimento das mesmas, bem como, a ausência de profissionais internos para desenvolver esse

trabalho.

4.3 Processos de Centralização e Descentralização

No Quadro 16 abaixo será possível identificar as respostas de cada líder departamental,

inclusive do pastor da organização representado pelo líder 6. Todos foram submetidos a perguntas

relacionadas a questões que permite verificar se eles são líderes centralizadores ou

descentralizadores.

Ao final, Soma-se a quantidade de respostas SIM e NÃO. Se o número de SIM for maior que a

quantidade de respostas NÃO, significa, segundo Oliveira (2013) que o responde é centralizador.

Se o número de respostas SIM for inferior aos de respostas NÂO, diminui um pelo outro,

multiplicando-se o resultado por cinco. Oliveira (2013) explica que resultados de 10 a 30 o supervisor é

fraco e centralizador, resultados de 40 a 70 o supervisor é visto como bom e permite o processo de

delegação, os resultados de 80 a 100 o supervisor é excelente e promove a delegação e descentraliza

tarefas e autoridade.

Page 76: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

75

Quadro 16 – Centralização e descentralização

Perguntas Líder 1 Líder 2 Líder 3 Líder 4 Líder 5 Líder 6

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

a) Você trabalha

mais tempo do

que seus

subordinados ou

fora do horário

das reuniões da

Igreja?

X

X

X

X

X

X

b) Despreza a

opinião de seus

subordinados e

não lhes pergunta

quais são suas

ideias sobre

problemas que

ocorrem nas

funções deles?

X

X

X

X

X

X

c) Você precisa

levar trabalho

relacionado a

Igreja para casa

periodicamente?

X

X

X

X

X

X

d) É, com

frequência,

interrompido

pelos membros

que lhes são

subordinados em

busca de

conselhos ou

decisões?

X

X

X

X

X

X

e) Precisando

Page 77: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

76

ausentar-se da

organização, você

mantem em

suspenso certas

tarefas

aguardando sua

volta ao posto?

X

X

X

X

X

X

f) Você preocupa-

se mais com

detalhes, em vez

de planejar e

supervisionar?

-

X

X

X

X

X

X

g) Você emprega

parte do tempo

fazendo tarefas

de atribuições de

outras pessoas?

X

X

X

X

X

X

h) Seus auxiliares

pensam que não

devem, eles

mesmos, decidir a

respeito do

trabalho da

unidade, mas

deixar a solução

dos problemas

por sua conta?

X

X

X

X

X

X

i) Mesmo

havendo alguém

capaz de

executar a tarefa

com perfeição,

você insiste em

fazê-la?

X

X

X

X

X

X

j) Você é daquele

tipo de pessoa

Page 78: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

77

que gosta de

meter a colher em

tudo o que se

passa dentro da

Igreja?

X X X X X X

k) É muito

escrupuloso no

que diz respeito a

detalhes?

X

X

X

X

X

X

l) Esconde de

seus auxiliares

alguns detalhes

para dar a ideia

de ser

insubstituível?

X

X

X

X

X

X

m) Reluta em

admitir que você

necessita de

auxílio para o

desempenho de

suas tarefas?

X

X

X

X

X

X

n) É comum você

não ter tempo

para encontros,

decisões, ou

reuniões de

interesse de seu

cargo?

X

X

X

X

X

X

o) Você receia

passar a seus

subordinados

tarefas em que os

detalhes são

muito

importantes,

temendo pelos

X

X

X

X

X

X

Page 79: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

78

resultados?

p) Quando você

delega atribuições

a outros membros

da instituição,

fiscaliza

insistentemente o

trabalho que

delegou?

X

X

X

X

X

X

q) Tem trabalho

acumulado?

X X X X X X

r) você acredita

que um líder deve

trabalhar muito

para justificar a

posição que tem?

X

X

X

X

X

X

s) gosta de

parecer que tem

muito trabalho?

X

X

X

X

X

X

t) sempre tem que

se contatar com

muitas pessoas

para resolver

questões que

estão sob sua

responsabilidade?

X

X

X

X

X

X

Total de ‘Sins’ e

‘Nãos’

06 14 04 16 05 15 04 16 05 15 07 13

Calculo

Não - Sim x 5

40

60

50

60

50

30

Resultado

Supervisor

Bom

Supervisor

Bom

Supervisor

Bom

Supervisor

Bom

Supervisor

Bom

Centralizador

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Page 80: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

79

Após a aplicação do cálculo das respostas SIM e NÃO e avaliando o resultado do quadro 16, é

possível perceber que: o líder 01, 02, 03, 04 e 05 são percebidos como “bons supervisores”, ou seja,

descentralizadores. Isso indica que os mesmos apresentam facilidade de delegar e promovem em seus

departamentos processos descentralizados. Ao comparar com as respostas do sexto líder (pastor da

Igreja), é notório a diferença no resultado, sendo que para Oliveira (2013), esse resultado representa

um supervisor que pouco delega funções e é centralizador.

Na verdade, o que já havia sido constatado, foi reafirmado com o Quadro 16, a Igreja

Evangélica Assembleia de Deus em Pau dos Ferros-RN, demonstra um certo grau de descentralização

operacional, mas quando se fala em tomada de decisão, resolução de problemas, planejamento e

decisões finais estas passam a estar centralizadas na figura do pastor da Igreja. Este tem sob sua

responsabilidade as questões mais difíceis e importantes de serem resolvidas, questões básicas estão

à cargo dos líderes de cada departamento, que mesmo assim, muitas vezes ainda reportam-se ao seu

superior para resolvê-las. As decisões que requerem tratamento especial, denominadas de não

programas e aquelas que tem forte impacto a longo prazo e que são difíceis de serem desfeitas

(HEILBORN; LABOMBE, 2008) são tomadas somente com o aval e revisão do pastor da organização

objeto de estudo.

Esse modelo de organização apresenta características provenientes de um conselho bíblico,

geradas no deserto há milhares de anos e que perdura até os dias atuais. O conselho de Jetro a

Moisés (BÍBLIA DA MULHER, 2009, p 131) tratava de dividir todo o povo de Israel em grupos, sob cada

grupo escolher líderes que resolveriam causas simples, mas causas importantes e complexas ainda

estariam sob a responsabilidade de Moisés.

Tendo suas bases na Bíblia Sagrada, livro esse que alicerça a fé e cultura da organização, os

líderes da Igreja, preocupam-se em manter vivo os mesmos costumes aprendidos com os antigos.

Como visto o conselho dado a Moises no deserto, expresso no livro de Êxodo, capitulo 18 e versículos

21 e 22, ainda perduram até hoje. No entanto, por se tratar de um número bem menor aos que

encontravam-se no deserto com Moisés, vemos que os líderes departamentais da Igreja preocupam-se

em constantemente serem orientados pelo seu superior.

A centralização na figura do pastor, como demonstrado através do resultado das respostas da

última coluna do Quadro 16, ainda é exposta por uma das falas do líder, o mesmo cita que:

O papel do pastor é um papel muito amplo, um pastor na Igreja é um faz tudo. O ele deve ser pastor, mas também é amigo, ele é médico, advogado, psicólogo, ele é consultor, é carpinteiro, ele é tudo dentro da igreja e as pessoas esperam isso de um pastor, elas depositam nele expectativas e esperam serem atendidas em tudo.

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Assim, o que se percebe é que a própria organização, ao longo dos anos, têm depositado na

figura do pastor da Igreja grandes exigências e fortes responsabilidade, fato esse que pode explicar o

resultado demonstrado no Quadro 17, onde se vê o pastor local como um supervisor centralizador. Pois

quanto maior a responsabilidade de um líder maior deverá ser o seu grau de autoridade. Esse fato

deve ainda explicar a dificuldade que a Igreja apresenta para realizar a delegação de maneira eficaz,

pois como notado, há distribuição de responsabilidade, sendo que a delegação de autoridade não

ocorre nas mesmas proporções. Provavelmente, o pastor local, tamanha a expectativa que recai sobre

ele por parte da congregação, procura acompanhar de perto todas as decisões, participando sempre

ativamente desse processo. Além disso, os líderes de cada unidade, acreditam na importância das

decisões serem tomadas ou verificadas pelo líder maior da Igreja. Assim, os próprios membros da

organização promovem e disseminam uma cultura baseada na autoridade do “pastor local sob suas

ovelhas”.

Diante de tudo o que foi exposto e ao promover o diálogo com os próprios líderes, é possível

identificar na Igreja, o que Motta e Vasconcelos (2013) citam como elementos formais e informais da

cultura de uma organização. Ou seja, formalmente se vê uma cultura organizacional que acredita

promover a delegação de autoridade e responsabilidade no momento em que divide seu trabalho e

tarefas entre os departamento e líderes, no entanto, o que se constata à fundo, ainda são

características de organizações que tem sua administração focada na centralização, sendo

disseminadas, mesmo que sem perceber, pela própria congregação.

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5. CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

Nesta seção será apresentado as considerações finais deste trabalho de pesquisa, onde será

realizada uma breve retomada dos assuntos abordados, juntamente com os resultados conquistados

através do estudo. O tópico seguinte é destinado à exposição de algumas sugestões que podem ser

aplicadas a organização objeto de estudo.

5.1 Conclusões

Por meio deste trabalho foi possível realizar um breve relato dos conceitos básicos da

Administração. Estudou-se acerca dos seus primórdios e teorias até a chegada dos estudos voltados

para a área de Organização, Sistemas e Métodos, incluindo a conceituação de aspectos devidamente

importantes para toda organização. Desta maneira, tratou-se de explanar sobre o que é uma estrutura

organizacional e seus tipos básicos existentes, explica-se ainda sobre os tipos de departamentalização,

sendo possível conhecer mais um pouco do que são organizações centralizadoras e descentralizadas.

Nota-se com o estudo que a Administração não é uma área restrita apenas às empresas. Pelo

contrário, seus estudos e aplicações podem ser encontrados nas mais diversas formas organizacionais,

sendo desta feita, influenciada por elas ao mesmo tempo que às influenciam através de seus novos

estudos e temáticas.

Deste modo, graças a pesquisa foi possível perceber numa organização religiosa a presença

de conceitos estudados por graduandos em Administração. Por meio desse estudo foi possível notar

uma organização que tem alicerçado suas práticas, normas, e cultura na Bíblia, livro esse sagrado para

Igreja pesquisada. E por se tratar de uma organização religiosa a Igreja Evangélica Assembleia de

Deus em Pau dos Ferros-RN apresenta características que a distingue das empresas, o que torna a

sua administração ainda mais complexa, pois, embora influenciada pelos estudos contemporâneos,

apresenta finalidades opostas e ao tratar de questões que envolve a fé de seus membros, encontram-

se entre a racionalidade e a espiritualidade, sendo que essa última dimensão em nada pode ser tratada

de maneira lógica e previsível.

Assim, o que se nota é que essa organização que a cada dia apresenta significativo

crescimento, é nela gerado a necessidade do aporte e conhecimento da área administrativa para

organizar os seus recursos e pessoas de maneira consciente e efetiva, evitando, deste modo, a

paralisação do seu crescimento, que pode ser causado pelo acúmulo de funções, e pelo

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“engarrafamento” de decisões que a levaria a estagnação. Todavia, apesar da busca pela efetividade

através da padronização, racionalidade e estruturação, a Igreja não pode perder a sua essência, por

isso, se vê constantemente o uso de ferramentas, que por não serem explicadas pela lógica das

empresas, podem ser nomeadas de “questões espirituais”.

Assim sendo, percebe-se na Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Pau dos Ferros-RN, um

elo entre o racional da administração com a irracionalidade da fé. Vê-se que para um líder subir na

hierarquia da organização pesquisada são consideradas questões racionais como sua especialização

na função, preenchimento de relatórios que tornam e visam padronizar esse processo, todavia, se nota

no mesmo processo de ascensão hierárquica outras questões que transcendem a lógica e a ciência da

Administração, sendo utilizados e observados por essa organização quesitos como oração, a “chamada

para o ministério” e a “confirmação de Deus”.

Apesar de todas as peculiaridades percebidas e que são promovidas graças ao seus lado

religioso não se pode negar a aplicação e a constatação de elementos estudados ao longo do curso.

Assim, por meio da pesquisa foi possível detectar na Igreja seu tipo de estrutura e

departamentalização, aplicando ainda conceitos que nos faz entender na prática o que são

organizações de fato centralizadas, descentralizadas e que promovem processos de delegação de

autoridade e responsabilidade.

Com isso, conclui-se através dos dados levantados pelo trabalho que a Igreja Evangélica

Assembleia de Deus de Pau dos Ferros-RN conta com uma estrutura que se assemelha com as

organizações burocráticas, que procura padronizar processos e racionalizá-los ao longo de seus níveis

hierárquicos.

Além disso, contatou-se na organização a necessidade de alocar as funções, tarefas e

trabalhos da instituição em departamentos que ajudam o Pastor local a desenvolver o trabalho na

Igreja. Assim, é percebido na organização objeto de estudo uma departamentalização do tipo funcional,

que por vezes, acompanha às organizações tidas como burocráticas.

Sabe-se que a alocação dos recursos em unidades provoca nas organizações a temível e de

difícil controle estrutura informal, que também está presente na Igreja, e denominada internamente de

“igrejinhas” que trazem consigo seus próprios interesses à contramão da instituição pesquisada.

Deste modo, percebe-se através da estrutura levantada vantagens e desvantagens por ela

desencadeada. Uma vantagem notada é a própria especialização e aperfeiçoamento dos serviços

realizados por cada departamento, além disso, a carga do trabalho do líder maior da Igreja local e de

sua responsabilidade passa a estar dividida ao longo da estrutura.

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Cada líder departamental detém a autoridade inerente a função que desenvolve, no entanto,

todas as decisões finais devem ser tomadas unicamente pelo pastor da Igreja. Isso nos mostra, uma

organização que por mais que tente desenvolver práticas de delegação, ainda não tem conseguido

com êxito, configurando-se como uma organização centralizada na figura de seu pastor que

supervisiona constantemente os trabalhos realizados na organização.

Todavia, vale salientar que a cultura organizacional, fortalecida pelos membros da Igreja e as

altas expectativas recaídas na figura do pastor local promovem e sustentam o grau de centralização

percebido na organização estudada, que caminha - sobretudo pelo crescimento paulatino - para um

processo de consolidação de delegação de autoridade.

5.2 Sugestões

Diante de tudo que foi estudo, percebe-se que a Igreja evangélica Assembleia de Deus em Pau

dos Ferros-RN, poderia desenvolver através de palestras, cursos e outras fontes educacionais,

competências gerencias nos seus líderes. Assim, o conhecimento religioso somado às novas

habilidades adquiridas, resultariam em líderes com uma maior visão organizacional e com maior

preparo para enfrentar os desafios administrativos da Igreja, o que possivelmente os levariam a

desenvolver o trabalho com maior segurança, diminuindo assim, as consultas constantes ao seu

superior.

Figura 3 – Sugestões e Recomendações

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

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Vê-se ainda a necessidade de promover para os líderes departamentais da organização uma

maior e real autonomia, gerando dessa maneira, incentivos, que podem desencadear em uma maior

motivação, além de desobstruir o processo de tomada de decisão da organização objeto de estudo.

5.3 Recomendações

Sabendo ainda que as estruturas organizacionais não são estáticas, mas podem ser

modificadas pela influência do ambiente, com isso, é possível realizar novos estudos na organização, e

assim, verificar as transformações da sua maneira de organizar seus processos e pessoas, sendo

possível ainda, levantar as causas das possíveis alterações.

Além disso, é possível realizar estudos na organização voltados para a área administrativa de

gestão de pessoas. E assim conhecer a gama de cargos existentes ao longo da Igreja, bem como,

verificar as peculiaridades do processo de recrutamento, seleção e ascensão dos membros na

organização.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Roteiro de Entrevista aplicado ao Pastor da Igreja. Adaptado de Oliveira (2013)

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN CAMPUS AVANÇADO PROFA. MARIA ELISA DE ALBUQUERQUE MAIA – CAMEAM

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – CAD ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

ENTREVISTA

Essa entrevista faz parte do trabalho de conclusão de curso, e tem como finalidade identificar o tipo e as características da estrutura organizacional da Igreja Evangélica Assembleia de Deus

em Pau dos Ferros/RN.

__________________________________________________________________________________

1. Quais os departamentos existentes na Igreja?

2. Qual a principal função da Igreja e como os departamentos podem ajudar a atingi-la?

3. Quais as principais funções desempenhadas pelos departamentos da Igreja?

4. Há planejamento? Como é feito?

5. Existem atividades relacionadas à explicação e capacitação dos membros que estão à frente das

unidades da Igreja ou que desempenham alguma função?

6. É desenvolvido atividades para o desenvolvimento das qualificações desses membros?

7. Quais os critérios para realização de promoção, alocação e seleção e dispensa de pessoal?

8. Quais os trabalhos realizados pelo senhor que mais requer a participação das outras unidades da

Igreja?

9. Que atividades realizadas considera como de motivação das pessoas que compõem a estrutura da

Igreja?

10. Quais as atividades que só podem ser executadas pelo senhor?

11. Quais os critérios e padrões para avaliar o desempenho dos trabalhos realizados pelos membros?

12. Quais as atividades de correção são realizadas quando for constatado um mau desempenho?

13. Na tomada de decisão existe a participação dos líderes departamentais?

14. Os Líderes devem consulta-lo periodicamente sempre antes de realizar alguma tarefa ou tomar

alguma decisão?

15. Cite o que, além do já mencionado, julgar de interesse para o entendimento das suas funções e

responsabilidades à frente da Igreja, inclusive as dificuldades que sente no desempenho de seu

cargo e sugestões para o seu desenvolvimento.

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APÊNDICE B - Questionário para levantamento de estrutura organizacional. Adaptado de Oliveira (2013)

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN CAMPUS AVANÇADO PROFA. MARIA ELISA DE ALBUQUERQUE MAIA – CAMEAM

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – CAD ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

ENTREVISTA

Essa entrevista faz parte do trabalho de conclusão de curso, e tem como finalidade identificar o tipo e as características da estrutura organizacional da Igreja Evangélica Assembleia de Deus

em Pau dos Ferros/RN. _______________________________________________________________________________

1) Descreva, em sua opinião, qual a função básica do seu departamento em termos de contribuição

da mesma aos objetivos da unidade maior a que ela pertence?

2) Liste abaixo quais as atividades de competência do departamento sob sua responsabilidade.

3) Existem atividades de planejamento? Descreva-a

4) Quais os critérios para realização de promoção, alocação e seleção e dispensa de pessoal?

5) Que trabalhos em sua unidade exige coordenação com outros departamentos da Igreja?

6) Que atividades é executada por você e não por seus subordinados?

7) Existem padrões e indicadores de desempenho? Quais são eles?

8) Como é realizado a tomada de decisão? Existe autonomia para se tomar decisões finais?

9) Indique o nome e o cargo de seu superior _______________________________________

10) Assinale com X a alternativa que, normalmente, ocorre no desempenho de sua função.

a) Você consulta seu superior antes de realizar suas tarefas:

( ) todas as tarefas

( ) tarefas mais importantes

( ) quase nenhuma

b) Você presta contas ao seu superior após realizar alguma tarefa:

( ) todas as tarefas

( ) tarefas mais importantes

( ) quase nenhuma

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c) Você executa suas tarefas sem antes consultar seu superior e nem lhe presta conta

depois:

( ) todas as tarefas

( ) tarefas mais importantes

( ) quase nenhuma

11) Relacione as pessoas que estão sob sua supervisão e também exercem função de liderança,

indicando, para cada uma delas, o cargo que ocupa, a principal função, o número de subordinados.

12) Cite o que, além do já mencionado, julgar de interesse para o entendimento das funções e

responsabilidades de seu departamento, inclusive as dificuldades que sente no desempenho de seu

cargo e sugestões para o seu desenvolvimento.

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APÊNDICE C - Questionário para levantamento do nível de centralização e descentralização. Adaptado

de Oliveira (2013).

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN CAMPUS AVANÇADO PROFA. MARIA ELISA DE ALBUQUERQUE MAIA – CAMEAM

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – CAD ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

QUESTIONÁRIO

Esse questionário faz parte do trabalho de conclusão de curso, e tem como finalidade

identificar se a organização objeto de estudo caracteriza-se como centralizada ou descentralizada.

__________________________________________________________________________________

a) Você trabalha mais tempo do que seus subordinados ou fora do horário das reuniões da Igreja?

( ) Sim ( ) Não

b) Despreza a opinião de seus subordinados e não lhes pergunta quais são suas ideias sobre problemas que ocorrem nas funções deles?

( ) Sim ( ) Não

c) Você precisa levar trabalho relacionado a Igreja para casa periodicamente?

( ) Sim ( ) Não

d) É, com frequência, interrompido pelos membros que lhes são subordinados em busca de conselhos ou decisões?

( ) Sim ( ) Não

e) Precisando ausentar-se da organização, você mantem em suspenso certas tarefas aguardando sua volta ao posto?

( ) Sim ( ) Não

f) Você preocupa-se mais com detalhes, em vez de planejar e supervisionar?

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( ) Sim ( ) Não g) Você emprega parte do tempo fazendo tarefas de atribuições de outras pessoas?

( ) Sim ( ) Não

h) Seus auxiliares pensam que não devem, eles mesmos, decidir a respeito do trabalho da unidade, mas deixar a solução dos problemas por sua conta?

( ) Sim ( ) Não

i) Mesmo havendo alguém capaz de executar a tarefa com perfeição, você insiste em fazê-la?

( ) Sim ( ) Não

j) Você é daquele tipo de pessoa que gosta de meter a colher em tudo o que se passa dentro da Igreja?

( ) Sim ( ) Não

k) É muito escrupuloso no que diz respeito a detalhes?

( ) Sim ( ) Não

I) Esconde de seus auxiliares alguns detalhes para dar a ideia de ser insubstituível?

( ) Sim ( ) Não

m) Reluta em admitir que você necessita de auxílio para o desempenho de suas tarefas? ( ) Sim ( ) Não

n) É comum você não ter tempo para encontros, decisões, ou reuniões de interesse de seu cargo? ( ) Sim ( ) Não o) Você receia passar a seus subordinados tarefas em que os detalhes são muito importantes, temendo pelos resultados? ( ) Sim ( ) Não p) Quando você delega atribuições a outros membros da instituição, fiscaliza insistentemente o trabalho que delegou? ( ) Sim ( ) Não