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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BACHARELADO BIANCA TURRA RESGATE DO CONHECIMENTO POPULAR SOBRE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PARA PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS: UM ESTUDO DE CASO CRICIÚMA 2015

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BACHARELADO

BIANCA TURRA

RESGATE DO CONHECIMENTO POPULAR SOBRE PLANTAS MEDICINAIS

UTILIZADAS PARA PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS: UM ESTUDO DE CASO

CRICIÚMA

2015

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BIANCA TURRA

RESGATE DO CONHECIMENTO POPULAR SOBRE PLANTAS MEDICINAIS

UTILIZADAS PARA PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para

obtenção do grau de Graduação no curso de Ciências

Biológicas da Universidade do Extremo Sul

Catarinense, UNESC.

Orientador(a): Profª. Dra. Patrícia Aguiar Amaral

CRICIÚMA

2015

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BIANCA TURRA

RESGATE DO CONHECIMENTO POPULAR SOBRE PLANTAS MEDICINAIS

UTILIZADAS PARA PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela

Banca Examinadora para obtenção do Grau de

Graduação, no Curso de Ciências Biológicas da

Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC,

com Linha de Pesquisa em Etnobotânica.

Criciúma, 22 de junho de 2015.

BANCA EXAMINADORA

Profª. Patrícia Aguiar Amaral – Dra. - (UNESC) – Orientador

Profª. Vanilde Citadini Zanette – Dra. - (UNESC)

Profª. Silvia Dal Bó – Dra.- (UNESC)

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Dedico a minha família, por acreditar e confiar

em mіm e que, com muito carinho е apoio, não

mediram esforços para que еu completasse mais

uma etapa da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que permitiu e iluminou a minha chegada até aqui, dando-me

força, paz e equilibro para superar e enfrentar todos os obstáculos.

A meu pai Marino Turra e minha mãe Ernestina Vargas Turra, que mesmo distante e

apesar das dificuldades, sempre me incentivaram, me apoiaram nas minhas decisões e deram

tudo que precisei quando era do seu alcance. Agradeço também as palavras de conforto em

momentos difíceis de desanimo e cansaço, as quais me fortaleceram e por isto estou aqui.

Ainda agradeço pelas visitas muitas vezes inesperadas, vindas de tão longe, sei que essa

distância não foi fácil, mas o amor entre nós é muito maior que qualquer distância. Obrigada

por tudo, obrigada por ser quem são... meus pais, amo vocês incondicionalmente.

A minha irmã Aline Turra, que foi e é meu grande laço de confiança, a qual sempre

me confortou me deu amor e carinho. Sempre esteve do meu lado nas horas mais difíceis, me

aconselhando e indicando o melhor caminho a seguir, agradeço por ser minha irmã, foi a

melhor coisa que me aconteceu, eu te amo.

Ao meu namorado Vinícius A. Friedrich, por me acompanhar em toda essa etapa, me

proporcionando momentos incríveis, por aturar as minhas crises de nervosismo e meus

assuntos repetitivos de plantas medicinais, por me ouvir e servir de ombro amigo, sendo nas

horas de choro ou risadas, agradeço por fazer parte da minha vida e estar sempre me

apoiando, obrigada meu amor.

A minha orientadora Patrícia Aguiar Amaral, pela sua paciência e persistência

comigo, por ter dedicado seu tempo quando eu precisava de suas orientações, por

compartilhar seu conhecimento, e ainda por oportunizar que eu obtivesse novas experiências

no Laboratório de Plantas Medicinais. Obrigada pelo apoio.

A Marília Schutz Borges por fazer parte deste trabalho, por me orientar em como

começar e seguir este trabalho, por tirar minhas dúvidas, que foram muitas, por me ajudar nas

pesquisas e formulação deste trabalho. Você foi muito importante nesta etapa da minha

graduação, obrigada!

A equipe do Laboratório de Plantas Medicinais por me acolher quando cheguei, por

passarem novos conhecimentos, por ajudarem sempre que possível nas pesquisas para a

realização deste trabalho, pelos conselhos e ensinamentos. Obrigada por fazerem parte do

meu dia-a-dia, Patrícia A., Silvia, Marília, Paula, Michele, Graziela, Renato, Luan, Patrícia,

Franciele, Monique.

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À informante-chave por me receber com muito carinho e fornecer informações

essenciais para a realização deste trabalho.

Aos meus amigos, que sempre me deram forças pra seguir em frente, pelas ideias

vindas sempre em boas horas, pelo companheirismo, pela parceria e por estarem na minha

rotina.

Obrigada a todos que de alguma forma contribuíram para minha formação.

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“Anjo! Toma, colhe a erva medicinal de pequena

flora. Cria um vaso e a conserve-a! Entre as

alegrias que ainda não nos foram abertas, dá-lhe

abrigo. E numa urna de amor celebra com

inscrição florida e arrebatada: Subrisio Saltat.”

Rainer Maria Rilke

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RESUMO

Com a extração do carvão no sul de Santa Catarina as plantas medicinais são

recursos amplamente utilizados para tratamento de doenças respiratórias. Com isso este

estudo teve como objetivo realizar um levantamento etnobotânico de plantas medicinais

utilizadas por uma especialista local da Pastoral da Saúde Regional Sul 4 para problemas

respiratórios na região Sul do Estado de Santa Catarina. A pesquisa teve caráter qualitativo e

foi realizada através de um estudo de caso, com entrevistas semiestruturadas. A especialista

local foi identificada como informante-chave, nas entrevistas ela conta um pouco de onde

veio seu conhecimento de plantas medicinais, e também indicou dezessete plantas, que

possuía em seu quintal, e que utiliza para problemas respiratórios. Para a confirmação

científica de tais usos dessas plantas, foi feito uma busca na literatura científica constatando as

que possuem estudos que comprovem a atividade biológica. Verificou-se que cinco das

dezessete plantas não possuem estudos e nove plantas apresentaram, pelo menos, um estudo

relacionado a problemas respiratórios. As outras três plantas, possuem comprovação de uso e

são validadas como medicamentos, sendo elas: Calendula officinalis L. (Calêndula), Mikania

glomerata Spreng. (Guaco), e Mentha x piperita L. (Hortelã);

Palavras-chave: Etnobotânica, Mineração de carvão, Problemas respiratórios e Plantas

medicinais.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Residência da informante-chave, Vila São Jorge, Siderópolis, SC. ......................... 24

Figura 2. Espaço de preparações medicinais na residência de M.S.S, Vila São Jorge,

Siderópolis, SC. ........................................................................................................................ 27

Figura 3: Adiantum raddianum C. Presl.(Avenca) ................................................................... 29

Figura 4: Aloysia gratissima (Gill. Et Hook). (Erva-santa) ...................................................... 30

Figura 5: Aloysia citriodora Palau. (Erva-luiza) ...................................................................... 30

Figura 6: Alternanthera tenella Colla. (Anador) ...................................................................... 31

Figura 7: Arctium majus (Gaerth) Bernh. (Bardana) ................................................................ 31

Figura 8: Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. (Folha-da-fortuna) ................................................ 32

Figura 9: Calendula officinalis L. (Calêndula) ......................................................................... 32

Figura 10: Coronopus didymus (L.) Sm. (Mastruço ) .............................................................. 33

Figura 11: Cunila microcephala Benth. (Poejinho) ................................................................ 33

Figura 12: Foeniculum vulgare Mill. (Funcho) ........................................................................ 34

Figura 13: Lippia Alba (Mill.) N.E.Br. (Erva-cidreira-brasileira ) ........................................... 34

Figura 14: Matricaria matricarioides (Less). Porter.(Marcela-galega) ................................... 35

Figura 15: Mentha x piperita L. (Hortelã) ................................................................................ 35

Figura 16: Mikania glomerata Spreng. (Guaco) ...................................................................... 36

Figura 17: Musa x paradisíaca L. (Coração-da-bananeira) ..................................................... 36

Figura 18: Musa x paradisiaca L. (Casca da banana-branca) .................................................. 37

Figura 19: Piper mikanianum (Kunth) Steudel. (Pariparoba) .................................................. 37

Figura 20: Stachys byzantina C. Koch. (Peixinho) ................................................................... 37

Figura 21. Porcentagem das diferentes formas de preparo, das plantas medicinais indicadas

pela informante-chave para doenças respiratórias. ................................................................... 44

Figura 22. Número de artigos publicados para cada espécie, até maio de 2015. ..................... 61

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 13

2.1 ETNOBIOLOGIA, ETNOBOTÂNICA E ETNOFARMACOLOGIA .......................... 13

2.4 PLANTAS MEDICINAIS .............................................................................................. 15

2.2 CONTEXTO HISTÓRICO DA INDUSTRIALIZAÇÃO DO CARVÃO NO SUL DE

SANTA CATARINA ........................................................................................................... 17

2.3 PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS CAUSADOS PELA MINERAÇÃO DO CARVÃO

.............................................................................................................................................. 18

3 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 21

3.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 21

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 21

4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 22

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 24

5.1 HISTÓRIA DE VIDA DA INFORMANTE-CHAVE ................................................... 24

5.2 PLANTAS MEDICINAIS INDICADAS PELA INFORMANTE-CHAVE PARA O

TRATAMENTO DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS. ........................................................ 28

5.3 LEVANTAMENTO DE ESTUDOS CIENTÍFICOS DAS ESPÉCIES DE PLANTAS

MEDICINAIS CITADAS ..................................................................................................... 44

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 63

7 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 64

8 APÊNDICE(S) ..................................................................................................................... 75

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1 INTRODUÇÃO

Desde os primeiros tempos da história da humanidade, as plantas medicinais vêm

sendo usadas para curar doenças e aliviar sofrimentos físicos (HILL, 1989). Segundo Di Stasi

(1996), esse uso para o tratamento, cura de doenças e sintomas, remonta ao início da

civilização, desde que o homem começou a usar e modificar os recursos naturais para o seu

próprio beneficio.

As plantas medicinais foram definidas em 1978 pela Organização Mundial de Saúde

(OMS) como qualquer planta que contenha em um ou mais de seus órgãos substâncias que

possam ser utilizadas com finalidade terapêutica. Desta forma, os povos primitivos

propiciaram a identificação de espécies e de gêneros vegetais, bem como as partes dos

vegetais que se adequavam ao uso medicinal (KALLUF, 2008).

Através do conhecimento tradicional, por muito tempo, o único recurso disponível

para o tratamento de doenças, em diversos grupos étnicos, era com plantas medicinais, e hoje

em dia, mesmo com muitos medicamentos alopáticos, as plantas ainda são utilizadas na

medicina tradicional para tratar, aliviar ou prevenir muitas doenças, como por exemplo,

doenças respiratórias (GASPARETTO et al., 2011).

Segundo Albuquerque (2005), esse conhecimento tradicional é entendido no sentido

de experiências e saberes acumulados por um grupo de humanos sobre os recursos naturais.

Desta forma a Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC mantém um

projeto de extensão, desde os anos 2000, juntamente com a Pastoral da Saúde Regional Sul 4,

diocese de Criciúma, que é um organismo de ação social. A equipe realiza mensalmente

encontros entre professores, acadêmicos e as agentes da Pastoral na UNESC, que

compartilham experiências sobre os aspectos agronômicos, botânicos, fitoterápicos,

terapêuticos e uso popular de plantas medicinais. Posteriormente, a partir de informações

adquiridas nos encontros, é elaborado material técnico-científico, que visa repassar o

conhecimento popular e científico (ROSSATO; CHAVES, 2012). Entre as agentes da

Pastoral da Saúde se encontram muitas especialistas locais, que são definidas como pessoas

reconhecidas em sua comunidade como excelentes conhecedoras de plantas

(ALBURQUERQUE; LUCENA; LINS NETO, 2010). O conhecimento destas especialistas

locais tem tamanha importância na região do extremo sul de Santa Catarina, visando o amplo

conhecimento de plantas medicinais.

Muitos problemas respiratórios, podem estar relacionados ao clima da região, mas

também podem estar relacionados a atividades carboníferas, devido ao tipo de extração, onde

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produz resíduos danosos ao ambiente e à população. Na região sul de Santa Catarina ocorre

extração do carvão e a população da região está frequentemente exposta ao pó de carvão, os

moradores e trabalhadores acabam inalando este pó, que traz como consequência inflamações

no pulmão, causando diversos problemas respiratórios como, por exemplo, pneumoconiose,

asma, bronquite, tosse e entre outros (GHANEM et al., 2004; ROM et al., 1987).

Pelo exposto, este trabalho teve como objetivo realizar um levantamento

etnobotânico de plantas medicinais utilizadas por uma especialista local da Pastoral da Saúde

Regional Sul 4 para problemas respiratórios na região Sul do Estado de Santa Catarina.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ETNOBIOLOGIA, ETNOBOTÂNICA E ETNOFARMACOLOGIA

No século XIX, os antropólogos já utilizavam a etnobiologia como objeto de estudo,

uma vez que estudaram os índios das Américas para entender as suas relações com a natureza.

E com isso o antropólogo Darrell Posey (1987) definiu a etnobiologia como sendo o “estudo

do conhecimento e das conceituações desenvolvidas por qualquer sociedade a respeito da

biologia”, estando este diretamente relacionado com a ecologia humana, enfatizando as

categorias e conceitos cognitivos do grupo em estudo.

A etnobiologia tem sido definida como o estudo das interações das pessoas com o

seu ambiente, ou seja, se ocupa em conhecer como determinadas culturas percebem e

conhecem o mundo biológico (ALBUQUERQUE, 2005).

Desse modo, a Etnobiologia surge como uma disciplina que objetiva estabelecer o

contato entre as classificações biológicas com as percepções, conceitos e classificações feitas

por comunidades que, na maioria das vezes se diferencia do saber científico. A partir dos

conceitos e objetivos, nota-se que esta é uma disciplina interdisciplinar, de modo que, do

ponto de vista científico, para se estabelecer o contato com uma dada comunidade e entender

suas percepções, é necessário conhecer também técnicas básicas usadas pelas ciências sociais

(MARTIN, 2001).

Essa abordagem etnobiológica desenvolve estudos a respeito do ambiente natural,

sobre as espécies de plantas e animais que possuem algum significado social, religioso e

simbólico para um determinado grupo sociocultural, adquirindo dados qualitativos para

detectar os seus significados a partir das percepções pessoais a respeito das relações

biológicas e ecológicas que foram desenvolvidas nesses ambientes (ROSA; OREY, 2013

apud ELLEN, 2006).

A partir das variadas formas de relação que o ser humano estabelece com o recurso

natural e dos diferentes ramos da Biologia, a Etnobiologia também se ramifica em disciplinas

como a Etnobotânica, Etnofarmacologia, Etnoentomologia, Etnopedologia, Etnotaxonomia,

entre outras (ROCHA-COELHO, 200?). Contudo, um dos campos da etnobiologia que mais

tem concentrado trabalhos é o da etnobotânica (BEGOSSI, 1993).

A etnobotânica, por sua vez, visa o estudo da interação homem-planta de uma

comunidade, possibilitando o resgate do conhecimento passado de geração a geração e dando

valor ao conhecimento tradicional e a utilização das plantas como medicamentos, alimentos e

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outros recursos naturais (ALBURQUERQUE, 2002). Essa relação entre o homem e a

natureza é complexa em muitos aspectos, talvez a mais imediata e visível, refere-se à

dependência, direta ou indireta, dos homens em relação às plantas para sobrevivência

(AMOROZO, 2014). Os estudos sobre essa relação entre o homem e a natureza ocorreram

durante os períodos pré-histórico, histórico e contemporâneo (DIKSHA; AMLA, 2011).

Há tempos imemoráveis que os homens buscam na natureza recursos para uma

melhor condição de vida, aumentando suas chances de sobrevivência. O uso das plantas como

alimento sempre existiu, a partir daí, se incorporou a busca de matéria prima para a confecção

de roupas e ferramentas, além de combustível para o fogo. Um grande fator que certamente

contribuiu para o uso das plantas nos períodos primórdios foi a observação das variações

sazonais das plantas. Acredita-se que elas deslumbraram os primeiros observadores da

natureza, que provavelmente viam nos vegetais grande sabedoria em antecipar as estações do

ano, assim como uma força admirável em ressurgir do lado ou do solo após as vicissitudes

climáticas. Essa admiração deve ter criado um respeito místico por elas (LORENZI; MATOS,

2008).

A pesquisa em etnobotânica baseia-se em duas questões principais: a coleta de

plantas e a coleta de informações sobre o uso destas plantas. Quanto mais detalhadas forem as

informações, maiores serão as chances de a pesquisa trazer subsídios de interesse para se

avaliar a eficácia e a segurança do uso de plantas para fins terapêuticos (AMOROZO, 1996).

Através da análise e estudo das informações populares que o homem tem sobre o uso

das plantas é possível identificar o perfil de uma comunidade, pois são formadas por

princípios, costumes e características. Assim, a etnobotânica visa extrair informações que

possam ser benéficas sobre usos de plantas para diversos fins (MARTINS et al., 2005).

Outra área da etnobiologia que merece destaque neste estudo é a Etnofarmacologia.

É uma disciplina que se refere ao uso terapêutico de plantas e animais pela sociedade

(SCHULTES, 1988). Esta compreende não só registrar o uso dos vegetais ou animais, mas

também, as formas de manejo que as comunidades tradicionais realizam para obter os

recursos de que necessitam (ROCHA-COELHO, 200?). Porém, sua abrangência está ligada a

partir da observação, identificação, descrição e a investigação experimental de compostos

químicos e os efeitos biológico de drogas vegetais (HOLMSTEDT; BRUHN, 1983).

Um dos principais objetivos da etnofarmacologia é averiguar o uso terapêutico de

substâncias derivadas de plantas e animais utilizados popularmente (WALDSTEIN, 2006).

Contudo, o estudo e informações etnobotânicas e etnofarmacológicas tem grande

importância para o homem, pois muitos conhecimentos populares podem estar restritos a

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determinadas pessoas ou regiões, e contribuí para a manutenção da cultura, que além, de

combinar conhecimentos tradicionais e modernos, permitem melhor investigação dessa flora

ainda tão desconhecida. Essas informações quando comprovadas cientificamente, podem ser

utilizadas pela sociedade, ajudando na saúde pública, sendo mais acessível em relação ao

custo/benefício (DI STASI, 1996; MARTINS et al., 2005).

2.4 PLANTAS MEDICINAIS

As plantas medicinais foram definidas em 1978 pela Organização Mundial de Saúde

(OMS) como qualquer planta que contenha, em um ou mais de seus órgãos, substâncias que

possam ser utilizadas com finalidade terapêutica (KALLUF, 2008).

A utilização das plantas na arte de curar possui raízes muito antigas, relacionadas aos

primórdios da prática médica, nas mais diferentes sociedades (CORRÊA; BATISTA;

QUINTAS, 2003). Sabe-se que os povos primitivos sempre buscaram no reino vegetal

medicamentos para aliviar o sofrimento humano provocado por doenças ou acidentes. E foi

através da experimentação e da observação dos animais, que também buscam nos vegetais

alívio para seus males, que os povos de todos os tempos e todos os continentes produziram ao

longo da História um saber importantíssimo sobre as propriedades das plantas medicinais

(CARRARA, 2000).

O emprego de plantas medicinais na recuperação da saúde tem evoluído ao longo dos

tempos desde as formas mais simples de tratamento local, provavelmente utilizada pelo

homem das cavernas, até as formas tecnologicamente sofisticadas da fabricação industrial

utilizada pelo homem moderno. Estas possuem uma enorme diferença na forma de uso, mas

dividem algo em comum, onde o homem percebeu, de alguma forma, que as plantas possuem

alguma propriedade que provoca reações benéficas no organismo capaz de resultar na

recuperação da saúde. Administrado sob a forma de mistura complexa como nos chás,

garrafadas, tinturas, pós, ou como substancia pura isolada, que é transformada em

comprimidos, gotas, pomadas ou cápsulas (LORENZI; MATOS, 2008).

É provável que a utilização das plantas como medicamento seja tão antiga quanto o

próprio homem. A China dedica-se ao cultivo de plantas medicinais desde o ano 3000 a.C. e,

atualmente, mantém laboratórios de pesquisa e cientistas trabalhando exclusivamente para

desenvolver produtos farmacêuticos com ervas medicinais de uso popular. Egípcios, assírios

e hebreus desde 2300 anos a.C., também cultivaram diversas ervas e traziam de suas

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expedições muitas outras. Na antiga Grécia, as plantas e o seu valor terapêutico ou tóxico

eram muito conhecidos. No Brasil, a utilização de plantas no tratamento de doenças apresenta,

fundamentalmente, influências da cultura indígena, africana e naturalmente, europeia

(MARTINS et al., 2000).

As comunidades tradicionais representam grandes fontes de informações relativas a

plantas com interesse medicinal e econômico. Povos ou comunidades tradicionais são

sociedades que vivem em associação direta com seus habitats naturais, por séculos ou até

milênios, e por conta disso, possuem vasta experiência na utilização e conservação da

diversidade biológica, são eles índios, caboclos, ribeirinhos, seringueiros, quilombolas, entre

outros (POSEY, 1992). Esse conhecimento das comunidades tradicionais foi sendo

desvalorizado pelo meio científico, mas com o tempo começou a ser apreciado novamente e

tem produzido alternativas para problemas existentes, resultando em efeitos benéficos para o

conhecimento científico- acadêmico.

Nessas populações antigas e de diferentes países, como por exemplo, os quilombolas,

usavam as plantas de formas alternativas ou complementando a terapia com os fármacos

sintéticos (MAY; ZAMPIERON; SILVA, 2012). Por isso, as plantas medicinais têm sido

utilizadas como agentes de medicamentos, durante muitos anos, e, ao mesmo tempo, elas

servem como pontos de partida para muitos análogos semissintéticos (KAILEH et al., 2007).

Entretanto, já foi comprovado cientificamente que as plantas medicinais não são isentas de

efeitos colaterais, ou seja, efeitos maléficos (OLIVEIRA; ARAÚJO, 2007). Substâncias muito

perigosas são encontradas em diversas plantas, por isso, devem ser usadas com cautela,

levando em consideração seus riscos toxicológicos (SCHULZ et al., 2002).

Segundo Koehn e Carter (2005), cerca de 50% dos fármacos e novas substâncias

produzidas pela indústria são originadas de produtos naturais. Mas segundo Corrêa, Batista e

Quintas (2003) o processo de utilização de plantas medicinais na terapêutica e na

cosmetologia tem se super expandido, devido ao alto custo dos remédios fabricados pela

indústria farmacêutica, a dificuldade em se obter assistência médica de farmacêutica de

qualidade e a própria confiança e aceitação da população nos produtos naturais.

No Brasil podem existir cerca de 200.000 espécies vegetais, sendo bem provável que

pelo menos a metade delas pode ter alguma propriedade terapêutica útil a população, mas nem

1% dessas espécies com potencial possuem estudos apropriados. As pesquisas com essas

espécies devem receber apoio total do poder público, pois, além do fator econômico, há que

se destacar a importância para a segurança nacional e preservação dos ecossistemas onde

existam tais espécies (MARTINS et al., 2000). A pesquisa com plantas medicinais pode não

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só contribuir para o melhor uso destes recursos pela população, mas também trazer á luz o

conhecimento de novos e efetivos fármacos ao combater a diversos males (AMOROZO E

GELY, 1988).

Algumas explorações ambientais podem causar diversos tipos de poluição, que

podem afetar direta ou indiretamente a saúde humana, com isso, as plantas medicinais podem

ser usadas como um tratamento alternativo para diversas doenças, como é ocaso do estudo

realizado por Jeremias et al. (2012), que a planta Xylopia brasiliensis é capaz de prevenir a

inibição do complexo I da cadeia respiratória mitocondrial em pulmões submetidos à

exposição aguda de carvão mineral.

2.2 CONTEXTO HISTÓRICO DA INDUSTRIALIZAÇÃO DO CARVÃO NO SUL DE

SANTA CATARINA

No século XIX, ocorreu a descoberta do carvão catarinense, mas a exploração

industrial deste começou apenas na metade do século XX, onde alguns fatores contribuíram

para a expansão da indústria carbonífera, como as necessidades geradas durante as duas

guerras mundiais e a mudança no desenvolvimento do país em 1930. Porém, a partir da

década de 1910, a exploração industrial do carvão se efetivou e foram surgindo dezenas de

minas espalhadas por um espaço geográfico, que formou a região carbonífera (CAROLA,

2002).

A industrialização do carvão foi a principal fonte impulsionadora do

desenvolvimento das cidades, induzindo a evolução dos quadros positivos ou negativos de

natureza econômica, social e ambiental nos municípios que á integram (POSSAMAI et al.,

2007). Isso começou a ser notado quando muitas cidades pequenas, como Lauro Müler,

Urussanga, Tubarão, Criciúma, Orleans, Siderópolis e Içara, foram substituindo a atividade

agrícola por minas de carvão (CAROLA, 2002).

No período de 1930 e 1960, surgiram mais de trinta companhias carboníferas nesta

região. A propagação das minas, junto com a grande oferta de emprego, foram fatores

preponderantes na intensificação da corrente migratória e no consequente crescimento

populacional da região (CAROLA, 2002).

De acordo com o Centro de Tecnologia Mineral – CETEM (2001), o estado de Santa

Catarina é o segundo maior produtor brasileiro de carvão, possuindo cerca de 3,2 bilhões de

toneladas de reservas de carvão mineral. Dados apontam que no ano de 2000 a produção

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cresceu cerca de 58% em relação ao ano de 1999, e teve um aumento no faturamento de R$

138 milhões para R$ 215 milhões.

Apesar de sua importância, a extração, o beneficiamento e a utilização desse recurso

energético são atividades potencialmente poluidoras, apresentando alto risco de

comprometimento ambiental, como a alteração da paisagem, das comunidades faunísticas e

florísticas e contaminação do solo, do ar e dos recursos hídricos, além da interferência no

microclima e na ciclagem de nutrientes (SANCHEZ; FORMOSO, 1990; GAIVIZZO et al.,

2000; GAIVIZZO et al., 2002). Entre estas consequências, uma das maiores é a drenagem

ácida. Esta ocorre em áreas nas quais o mineral a ser lavrado encontra-se sob a forma de

sulfetos ou quando sulfetos estão associados a rochas encaixantes. Os resíduos de minas ricos

em sulfetos, ao ficarem expostos à água e ao ar, oxidam-se gerando acidez (CETEM, 2001)

Segundo Gonçalves (2007), na Região Carbonífera, os trabalhadores do carvão

adquirem várias doenças, como por exemplo: pneumoconiose, bronquite, rinite, artrite, lesões

na coluna vertebral, nas articulações, inflamação dos tendões, entre outras, devido às severas

condições de trabalho com a presença de fumaça, pó, lama, umidade elevada, pouca

ventilação e confinamento nos subterrâneos escuros das minas de carvão. Além disso, a carga

do carvão cruza várias vezes as cidades com os vagões carregados sem nenhuma proteção,

poluindo o ar com materiais pesados. Esses materiais particulados condensam-se no ar, e com

o aumento da umidade atmosférica, ocorre um elevado índice de doenças respiratórias, pois

ocorre grande risco de obstruções das vias aéreas. E ainda, mineração é considerada uma

atividade extremamente insalubre, mesmo com a legislação ambiental disciplinando todas as

etapas poluidoras resultante da atividade extrativista.

2.3 PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS CAUSADOS PELA MINERAÇÃO DO CARVÃO

O organismo humano está exposto às mais diversas agressões ambientais no dia-a-

dia, quer no ambiente em geral, no ambiente ocupacional. Por isso, pelas diversas funções que

o aparelho respiratório desempenha, ele está totalmente exposto á essas agressões e é

frequentemente sede de alterações de maior ou menor intensidade e de maior ou menor

gravidade, ocorrendo alterações fisiológicas ou patológicas. Estas alterações podem ser

agudas, quando o organismo se expõe a um curto período de tempo às agressões, ou crônicas,

que acontecem quando o organismo se expõe a um longo período de tempo às agressões

(GOMES, 2002).

As doenças respiratórias crônicas (DRC) mais comuns são a asma, a rinite alérgica e

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a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e acabam representando um dos maiores

problemas de saúde em nível mundial. Centenas de milhões de pessoas de todas as idades,

segundo a Organização Mundial da Saúde, sofrem dessas doenças e de alergias respiratórias

em todos os países do mundo e mais de 500 milhões delas vivem em países em

desenvolvimento, mas esse número tem prevalência entre as crianças e os idosos (BRASIL,

2010).

A fim de, criar uma estratégia para enfrentar esses problemas de saúde no plano

mundial, a OMS criou a Global Alliance Against Chronic Respiratory Diseases (GARD),

formando uma aliança voluntária de organizações nacionais e internacionais, instituições e

agências que trabalham para o objetivo comum de melhorar a saúde pulmonar em todo o

mundo. Os dados dessa Aliança Global sobre doenças respiratórias crônicas relatam que 235

milhões de pessoas sofrem de asma, e quase 90% das mortes por doença pulmonar obstrutiva

crônica (DPOC) ocorrem em pessoas de baixa e média renda, sendo que mais de 3 milhões de

pessoas morreram por DPOC no ano de 2005 (WHO, 2015).

Países em desenvolvimento apresentam um índice cada vez maior de doenças do

aparelho respiratório, o que é o caso do Brasil (BRASIL, 2010). No estado de Santa Catarina

a situação é mais preocupante, pois segundo o levantamento de dados do DATASUS (2010),

foi constatado que os problemas respiratórios são a segunda maior causa, com relevância de

15%, dos motivos de internações na rede pública, perdendo apenas para motivos de gravidez e

puerpério, com 18% dos casos. Os dados por munícipio também foram avaliados

individualmente pelo DATASUS e no município Siderópolis, por exemplo, as internações

decorrentes de problemas respiratórios foram as mais representativas, correspondendo a 20%

das internações, sendo que as faixas etárias mais representativas foram menor de 1 ano e

maior de 65 anos.

Muitos problemas respiratórios ocorrem em regiões de atividades carboníferas,

devido ao tipo de extração, que produz resíduos danosos ao ambiente e à população. Essa

população e os mineradores estão frequentemente expostos ao pó de carvão, e as pessoas

acabam inalando este pó, transportando diversas partículas para as vias respiratórias, que traz

como consequência inflamações no pulmão, causando diversos problemas respiratórios como,

por exemplo, pneumoconiose, asma, bronquite, tosse e entre outros (GHANEM et al., 2004;

ROM et al., 1987).

Um estudo realizado por Jeremias et al. (2012) que teve como objetivo, investigar os

efeitos da instilação traqueal de carvão sobre a atividade da cadeia respiratória mitocondrial

(complexos I, II, II-III e IV) e efeito do extrato hidroalcoólico e óleo da planta Xylopia

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brasiliensis Spreng. em pulmões de ratos expostos à poeira de carvão mineral, comprova que

o pó de carvão inibe a atividade do complexo I da cadeia respiratória mitocondrial.

Demostrou também, que o tratamento com X. brasiliensis foi eficaz, impedindo esta inibição,

mostrando assim, que plantas medicinais também podem ser alternativas de tratamento para

problemas do sistema respiratório decorrentes da inalação do pó de carvão mineral.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Realizar levantamento etnobotânico, através de um estudo de caso com uma

especialista local da Pastoral da Saúde Regional Sul 4, sobre plantas medicinais utilizadas

para problemas respiratórios na região Sul do Estado de Santa Catarina.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar e documentar as plantas medicinais utilizadas para problemas

respiratórios por uma especialista local da Pastoral da Saúde Regional Sul 4.

Quantificar os artigos existentes sobre as espécies citadas em sites científicos.

Realizar revisão bibliográfica em literatura científica sobre as espécies citadas

para verificar as que possuem ou não comprovação de uso.

Comparar as informações de uso popular das espécies indicadas com

bibliografia científica.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

Segundo Di Stasi (1996), a escolha dos informantes irá depender dos interesses do

pesquisador. Sendo assim, o critério da escolha, muitas vezes, refletirá a disponibilidade e o

interesse dos informantes em participar da pesquisa, ao invés da aleatoriedade.

Desta forma para cumprir os objetivos propostos, foi realizado um estudo de caso

com uma agente da Pastoral da Saúde Regional Sul 4 sobre seu conhecimento em relação às

plantas medicinais.

Assim, a seleção da participante deste estudo seguiu os seguintes critérios:

a) Residir há mais de 20 anos na região;

b) Cultivar plantas medicinais;

c) Ter conhecimento adquirido de gerações anteriores.

Para a escolha da participante foi questionado entre as agentes da Pastoral da Saúde

Regional Sul 4 qual delas possuía maior conhecimento popular sobre plantas medicinais. Esta

pessoa foi identificada como informante-chave, a qual foi considerada especialista local por

possuir amplo conhecimento referente às plantas medicinais utilizadas para o tratamento de

problemas respiratórios.

Para o início do estudo, segundo a Resolução 466/12 do Comitê de Ética em

Pesquisa, a especialista local assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE

(Apêndice A), documento no qual é explicitado o consentimento livre e esclarecido do

participante e/ou de seu responsável legal, de forma escrita, devendo conter todas as

informações necessárias, em linguagem clara e objetiva, de fácil entendimento, para o mais

completo esclarecimento sobre a pesquisa a qual se propõe participar.

A pesquisa teve caráter qualitativo (AMOROZO; VIETLER, 2010) e foi realizada

através de um estudo de caso (YIN, 2005).

Foi realizada uma entrevistas semiestruturadas, que foi baseadas em um questionário

elaborado (Apêndice B), com base em Silva et al. (2010) e Allabi et al. (2011) e Rossato et al.

(2012).

A entrevista ocorreu entre os meses de maio e junho de 2014 e foi dividida em duas

etapas, realizadas in loco: na primeira foram documentados dados pessoais da informante-

chave e história de vida; na segunda foram descritos os dados das plantas medicinais

indicadas para doenças respiratórias, que foi composto por informações detalhadas sobre a

forma farmacêutica utilizada e a indicação terapêutica de cada uma das plantas.

Estas plantas citadas também foram coletadas in loco e encaminhadas ao Herbário

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Pe. Dr. Raulino Reitz (CRI) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) para a

sua respectiva identificação, onde foram desidratadas, exsicatadas, catalogadas e

armazenadas, todas as plantas receberam um número de registro no Herbári CRI.

Posteriormente, no período de novembro de 2014 a maio de 2015, realizou-se a

revisão bibliográfica na literatura científica das plantas medicinais indicadas pela especialista

local, para isto, utilizaram-se diferentes bancos de dados eletrônicos disponíveis, sem período

específico. As fontes consultadas foram Science Direct, PubMed, Ibict, SiElo e Scopus. Para a

pesquisa foi adicionado ao nome científico das plantas os seguintes termos na língua inglesa:

scientific name of the plant, respiratory problems concerning plant, asthma, pneumconiose,

bronchitis, rhinitis, among others. Além de artigos eletrônicos, foi realizado levantamento das

espécies nas literaturas e nas fontes que constam na RDC 26 de 13 de maio de 2014

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

Os dados obtidos são exibidos no formato de texto corrido e também em tabelas, com

informações científicas e também populares.

Este trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa em Seres

Humanos da UNESC, sob o parecer consubstanciado número 668.742/2014.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 HISTÓRIA DE VIDA DA INFORMANTE-CHAVE

A informante-chave foi denominada neste estudo como M.S.S. Nascida em 7 de

junho de 1947 no bairro Rio Maina, município de Criciúma, Santa Catarina. Possui 68 anos,

sua profissão é dona de casa, de religião católica, casada e mãe de cinco filhos. Possui ensino

fundamental incompleto (5º ano) e renda mensal de aproximadamente 2 salários mínimos.

Atualmente a informante-chave reside bairro Vila São Jorge, no município de

Siderópolis, Santa Catarina desde os seus 19 anos. A figura abaixo ilustra a moradia da

M.S.S.

Figura 1: Residência da informante-chave, Vila São Jorge, Siderópolis, SC.

Sua descendência materna é italiana e paterna portuguesa. Segundo a informante-

chave, seus avós maternos vieram da Itália para o Brasil e seus avós paternos residiam no

Brasil. E é desta história familiar que surgiram seus primeiros conhecimentos sobre plantas

medicinais, ou seja, de gerações anteriores. Conta M.S.S, que a sua avó materna trouxe da

Itália para o Brasil sementes de algumas plantas que utilizava no tratamento de enfermidades,

como o funcho e mil-ramas, esta por sua vez, passou seu conhecimento para a mãe de M. S.S.

Esse conhecimento adquirido foi sendo passado para M.S.S, desde muito pequena. No Brasil,

a utilização de plantas no tratamento de doenças foi influenciada pelas culturas indígena,

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africana e europeia, com isso a cultura brasileira sofreu sérias influências desta mistura de

etnias, tanto no aspecto espiritual, como material, fundindo-se aos conhecimentos existentes

no país (BORBA, MACEDO, 2006). Outros autores também abordam sobre essa influência

ou até mesmo a herança. Segundo Almeida (2011) a herança cultural na medicina popular no

Brasil tem origem oriental e europeia, que são mais acentuadas, no Sul e Sudeste do Brasil,

devido a forte presença de imigrantes dessas origens em tais regiões, relata que algumas

plantas europeias adaptaram-se e difundiram-se na medicina e culinária das regiões, como por

exemplo, a erva-cidreira (Melissa officinallis), a erva-doce ou funcho (Foeniculum vulgare

Mill.), o manjericão (Ocimum sp. (Basil.)), o alecrim (Rosmarinus officinalis L.), o anis-verde

(Pimpinella anisum L.) e o louro (Laurus nobilis L.).

O seu pai, também teve papel determinante no aprendizado e conhecimento de

plantas medicinais. Vindo de uma família muito humilde do município de Laguna, SC, onde

só se alimentavam do seu próprio cultivo, este trouxe junto consigo, para Criciúma, SC, uma

muda da planta popularmente conhecida como mil-ramas, que segundo ele aliviava muitas

dores, e além de conhecer o uso desta planta, possuía o conhecimento de muitas outras. Com

isso, desde pequena, a M.S.S teve contato com plantas medicinais. Desta forma, percebe-se a

importância da família na transmissão de conhecimento e hábitos culturais para as gerações

futuras (FREITAS et al., 2012). Esse uso de plantas pela família da M.S.S. é uma imagem da

sociedade em tempos passados. Os produtos de origem natural eram a primeira e muitas vezes

a única alternativa para atender as necessidades básicas da população e para o tratamento de

enfermidades da época (CRAGG; NEWMAN, 2013).

Aos 10 anos de idade, M.S.S decidiu fazer parte de um convento, onde aprendeu que

as plantas medicinais realmente eram uma fonte alternativa para o tratamento de doenças,

onde relata que: “...elas ensinavam muita coisa assim pra gente, principalmente aquelas que

vinham da Itália, elas sabiam muita coisa boa, e nós nunca tomávamos remédio, eu nunca vi

as irmã tomar remédio, tinha irmãs com setenta anos, setenta e cinco anos, eu nunca vi elas

tomá remédio, remédio era só de plantas, plantas e hortaliças...”. Esse conhecimento não era

passado através de livros ou aulas, era tudo falado e realizado na prática. Com todo

conhecimento adquirido M.S.S resolveu sair do convento aos 16 anos, pois ela não se adaptou

as regras de lá. As alunas do convento não podiam fazer contato com outras pessoas a não ser

do convento, então a M.S.S. não entendia porque, como ela diz: “A gente sabia tanta coisa lá

dentro e era tudo fechado né e eu pensei assim tá por que a gente não expande, assim pra rua

né, por que só aqui dentro pra nóis né... Então eu achei melhor trabalhá fora, por que quando

eu voltei, vim passear eu vi assim muitas pessoas carentes, precisando assim de ajuda, né,

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tinha as pessoas assim que as mães não podiam levá no médico por que tinham as criança

pra cuidá, e eu pensei assim, se eu tivesse aqui eu ficava com as criança, e ai é que eu vim

embora. Então foi aí que ela começou a ajudar as pessoas da comunidade com plantas

medicinais.

Com 20 anos M.S.S se casou e depois de um tempo engravidou. Eles criaram seus

filhos a base de plantas medicinais, utilizando muito a macela-galega como vermífugo,

também para dor de cabeça, gripe, dor de barriga e para febre. Quando o tratamento era para

problemas respiratórios ela utilizava alfazema e avenca, tanto como infusão como também o

xarope, utilizava também o limão na forma de xarope, esses tratamentos eram realizados

quando as crianças possuíam mais de 10 anos. Quando adultos ela utilizava e utiliza ainda o

guaco, o menstruz, a bardana, a erva-cidreira, entre outras. Aos 39 anos começou a fazer parte

da Pastoral da Saúde Regional Sul 4, que visa ajudar toda a comunidade, e por volta dos seus

55 anos começou a fazer parte do projeto de extensão da UNESC “Fitoterapia Racional”,

juntamente com a Pastoral da Saúde. A informante-chave participa ativamente da Pastoral da

Saúde até hoje e continua adquirindo e compartilhando novos e antigos conhecimentos sobre

plantas medicinais. A partir daí M.S.S. começou a ser cada vez mais vista e requisitada na sua

região como referência no conhecimento de plantas medicinais. Pessoas com esta

característica são denominadas como especialistas locais (ALBUQUERQUE; LUCENA,

2004). A M.S.S recebe muitas pessoas da região, atrás de tratamento alternativo para a cura de

doenças, assim ela relata: “Olha tem dia que vem até dez pessoas num dia só, eu atendo uma

média, o dia que eu atendo menos eu atento três telefonemas, hoje eu já atendi oito

telefonemas, pessoas que querem vir aqui pra conversar comigo”. A figura 2 ilustra o local

em que ela recebe as pessoas e é também onde faz as suas preparações com as plantas

medicinais.

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Figura 2. Espaço de preparações medicinais na residência de M.S.S, Vila São Jorge,

Siderópolis, SC.

Segundo Almeida (2011), com exceção do século XX, toda a história de cura

encontra-se intimamente ligada às plantas medicinais e aos recursos minerais, pois, foi

somente após 1940 que ocorreu a introdução dos medicamentos sintéticos no mercado

(YUNES; CECHINEL-FILHO, 2007).

A revolução industrial e o desenvolvimento da química orgânica resultaram em uma

preferência por produtos sintéticos para o tratamento farmacológico. Os compostos puros

foram facilmente obtidos, sendo potencialmente mais ativos e seguros, com isso foi

aumentando o poder econômico das empresas farmacêuticas (RATES, 2001)

No entanto, a importância dos produtos naturais é claramente enorme, pois cerca de

25% dos medicamentos prescritos em todo o mundo são derivados de plantas. Dos 252

medicamentos considerados básicos e essenciais pela Organização Mundial de Saúde (OMS),

11% são exclusivamente de origem vegetal e um número significativo são drogas sintéticas

obtidas a partir de precursores naturais (RATES, 2001).

No Brasil o uso de plantas medicinais continuou por várias razões. Um dos principais

motivos foi a difícil condição econômica para adquirir os medicamentos sintéticos, Além

disso, a medicina convencional pode ser ineficiente, trazendo muitos efeitos colaterais e

outros problemas. Contudo, esse uso era amplamente aceito e livremente comercializado,

tanto em países subdesenvolvidos como os em desenvolvimento (RATES, 2001; SOUZA-

MOREIRA; SALGADO; PIETRO, 2010).

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5.2 PLANTAS MEDICINAIS INDICADAS PELA INFORMANTE-CHAVE PARA O

TRATAMENTO DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS.

Com base no levantamento de dados, foram listadas as plantas medicinais indicadas

pela informante-chave, que são apresentados com nome científico, nome popular, família e o

número do registro do Herbário CRI. (Tabela 1.) Foram indicadas 17 espécies pertencentes a

10 famílias botânicas, para o tratamento de doenças respiratórias, onde 10 espécies são

exóticas e 7 são nativas, sendo elas Adiantum raddianum (SEHNEM, 1972), Lippia alba

(LORENZI; MATOS, 2002), Mikania glomerata (LORENZI; MATOS, 2002), Piper

mikanianum (LORENZI; MATOS, 2002), Cunila microcephala (FLORA DO BRASIL,

2014), Coronopus didymus (LORENZI; MATOS, 2002) e Alternanthera tenella (SENNA,

2014). Sendo o Brasil o maior detentor de possuir a maior diversidade genética vegetal do

planeta, estima-se que menos de 10% da flora nacional foi estudada com fins fitoquímicos e

farmacológicos, visando a avaliação das propriedades terapêuticas (ALMEIDA, 2011). Com

isso, o maior uso de espécies exóticas pode ser resultado do menor conhecimento da flora

nativa por parte da informante-chave, além disso, ela adquiriu parte do conhecimento de

plantas medicinais no convento, com freiras que vinham da Itália.

Tabela 1: Plantas medicinais indicadas para problemas respiratórios pela informante-chave.

Nome científico Nome popular Família CRI

Adiantum raddianum C.

Presl Avenca Pteridaceae 10514

Aloysia gratissima (Gill.

et Hook ex Hook.)

Troncoso

Erva-santa Verbenaceae 10508

Aloysia citriodora Palau. Erva-luiza, cidró Verbenaceae 10512

Alternanthera tenella

Colla Anador Amaranthaceae 10527

Arctium majus (Gaerth.)

Bernh. Bardana Asteraceae 8516

Kalanchoen pinnata

(Lam.) Pers. Folha-da-fortuna Crassulaceae 10516

Calendula officinalis L. Calêndula Asteraceae 10520

Coronopus didymus (L.)

Sm. Mastruço, Mentruz Brassicaceae 10306

Cunila microcephala

Benth. Poejinho Lamiaceae 10509

Foeniculum vulgare Mill. Funcho Apiaceae 10515

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Lippia alba (Mill.)

N.E.Br.

Erva-cidreira-

brasileira, falsa-

melissa, sálvia

Verbenaceae 10511

Matricaria

matricarioides (Less.)

Porter.

Marcela-galega,

macela-galega,

macelinha, camomila-

abacaxi

Asteraceae 10526

Mentha x piperita L. Hortelã, hortelã-

pimenta Lamiaceae 10517

Mikania glomerata

Spreng. Guaco Asteraceae 10522

Musa x paradisiaca L.

Coração da bananeira

e Casca da banana-

branca

Musaceae 9848

Piper mikanianum

(Kunth) Steudel Pariparoba Piperaceae 10533

Stachys byzantina C.

Koch

Pulmonária, falsa

pulmonária, peixinho Lamiaceae 10507

Estas plantas foram fotografadas in loco, exceto Coronopus didymus e Musa x

paradisiaca (casca da banana branca) que não havia disponibilidade no momento. As imagens

são apresentadas abaixo:

Figura 3: Adiantum raddianum C. Presl.(Avenca)

Fonte: Autor.

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Figura 4: Aloysia gratissima (Gill. Et Hook). (Erva-santa)

Fonte: Autor.

Figura 5: Aloysia citriodora Palau. (Erva-luiza)

Fonte: Autor.

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Figura 6: Alternanthera tenella Colla. (Anador)

Fonte: Autor.

Figura 7: Arctium majus (Gaerth) Bernh. (Bardana)

Fonte: Autor.

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Figura 8: Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. (Folha-da-fortuna)

Fonte: Autor.

Figura 9: Calendula officinalis L. (Calêndula)

Fonte: Marília S. B.

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Figura 10: Coronopus didymus (L.) Sm. (Mastruço )

Fonte: Rossato et al. (2012).

Figura 11: Cunila microcephala Benth. (Poejinho)

Foto: Marília S. Borges

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Figura 12: Foeniculum vulgare Mill. (Funcho)

Fonte: Autor.

Figura 13: Lippia Alba (Mill.) N.E.Br. (Erva-cidreira-brasileira )

Fonte: Autor.

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Figura 14: Matricaria matricarioides (Less). Porter.(Marcela-galega)

Fonte: Autor.

Figura 15: Mentha x piperita L. (Hortelã)

Fonte: Autor.

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Figura 16: Mikania glomerata Spreng. (Guaco)

Fonte: Autor.

Figura 17: Musa x paradisíaca L. (Coração-da-bananeira)

Fonte: Autor.

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Figura 18: Musa x paradisiaca L. (Casca da banana-branca)

Fonte: Google (2015).

Figura 19: Piper mikanianum (Kunth) Steudel. (Pariparoba)

Fonte: Autor.

Figura 20: Stachys byzantina C. Koch. (Peixinho)

Fonte: Autor.

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As famílias mais representativas foram Asteraceae, Verbenaceae e Lamiaceae com 4,

3 e 3 espécies citadas, respectivamente, as demais espécies citadas estão distribuídas em

diferentes famílias (Tabela 1). Outros estudos etnobotânicos também relatam estas famílias

como as mais representativas para o uso medicinal (BEGOSSI, et al., 2002; MEDEIROS et

al., 2004; PINTO et al., 2006; GIRALDIAND; HANAZAKI, 2010; RIGAT et al., 2015;

TRIBESS, 2015).

Asteraceae reúne milhares de espécies vegetais com distribuição em todo o planeta, e

pode ser considerada uma das mais importantes famílias com espécies vegetais de valor

medicinal, dado ao grande número de plantas pertencentes a ela que são usadas popularmente

como medicamentos, muitas das quais amplamente estudadas do ponto de vista químico e

farmacológico (DI STASI, HIRUMA-LIMA, 2002).

O uso das espécies Adiantum radianum, Aloysia gratíssima, Cunila microcephala,

Mentha x. piperita, Foeniculum vulgare, Lippia alba, Musa x paradisiaca, também foram

citadas em outros estudos etnobotânicos para o tratamento de problemas respiratórios

(SILVA; FREIRE, 2010; FREITAS et al., 2012; BATTISTI et al., 2013; BAPTISTEL et al.,

2014).

Foram organizadas em tabela as diferentes formas de preparo, indicações de uso, se

possui ou não contraindicações e demais dados de cada espécie de planta conforme foram

descritos nos termos da informante-chave (Tabela 2). Com isso, verificou-se 16 indicações

diferentes de uso no tratamento de doenças respiratórias pela informante-chave.

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Tabela 2: Uso popular das plantas medicinais de acordo com o conhecimento da informante-chave.

Nome científico Família Farmacógeno Modo de preparo Posologia Indicações Contra-indicações

Adiantum raddianum

(Avenca) Pteridaceae

Folhas sem

soros

Xarope:

Caramelizar 2 a 3 xic de açúcar cristal e reservar.

Bater no liq 1 xic de folhas frescas ou ½ xic de folhas

secas com ½ L de água. Coar e misturar ao açúcar

caramelizado.

A: 1 colher de sopa 3

vezes ao dia por 7

dias.

C: 3 colheres de chá 3

vezes ao dia por 7

dias.

Tosse alérgica,

bronquite

alérgica.

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar.

Aloysia gratissima

(Erva-santa) Verbenaceae Folhas

Decocção:

Colocar no fogo para aquecer 1 xic de folhas, 3 copos

de água, ½ kg de açúcar mascavo e um pouco de

canela em pó. Aquecer até levantar fervura, esfriar e

coar.

A: Tomar 1 colher de

sopa 3 vezes ao dia

por 7 dias.

C: Tomar 1 colher de

sopa 2 vezes ao dia

por 7 dias.

Tosse, resfriado.

Diabéticos não devem

tomar a decocção,

pois contém açúcar.

Aloysia citriodora

(Erva-luiza, cidró) Verbenaceae Folhas

Infusão:

Colocar 1 colher de folhas picadas em 1 xíc de chá de

água fervida. Deixar em infusão por 15 min.

A: Tomar 1 xic de chá

2 vezes ao dia por 7

dias, pausar 4 dias e

tomar mais 7 dias. Tosse, gripe,

bronquite.

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar. Xarope:

Caramelizar 2 xic de açúcar cristal e reservar. Bater

no liq 1 xic de folhas picadas com 2 copos de água,

coar e misturar ao açúcar caramelizado.

A: Tomar 1 colher de

sopa 3 vezes ao dia

por 7 dias.

Alternanthera tenella

(Anador) Amaranthaceae

Folhas antes da

inflorescência

Infusão:

Colocar 1 colher de sopa de folhas em 1 xíc de chá de

água fervida. Deixar em infusão por 15 min. Adoçar

com melado.

A: Tomar 1 xic de chá

2 vezes ao dia por 7

dias

Tosse alérgica,

febre, dor de

cabeça.

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar. Xarope:

Caramelizar 2 xic de açúcar cristal e reservar.

Preparar uma infusão das folhas e reservar. Colocar 1

xic de folhas em contato com 2 copos da infusão por

20 min. Coar e misturar ao açúcar caramelizado.

A: Tomar 1 colher de

sopa 4 vezes ao dia

por 7 dias.

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Arctium majus

(Bardana) Asteraceae Folhas

Xarope:

Caramelizar 2 xic de açúcar cristal e reservar. Bater

no liq 1 xic de folhas picadas com 1 copo de água,

coar e misturar ao açúcar caramelizado

A: Tomar 1 colher de

sopa 3 vezes ao dia

por 7 dias.

Bronquite e

tosse alérgica

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar.

Kalanchoe pinnata

(Folha-da-fortuna) Crassulaceae Folhas

Outro preparado:

Colocar 10 folhas picadas em um refratário com 1 xic

de água e ½ kg de açúcar mascavo. Colocar no forno

a 40 º até as folhas ficarem murchas. Espremer e coar.

A: Tomar ½ colher de

sopa 2 vezes ao dia

por 7 dias.

Tosse,

bronquite,

pneumonia.

Diabéticos não devem

consumir o preparado

que contém açúcar.

Outro preparado:

Bater no liq 6 folhas com 2 xic de azeite de oliva.

Não coar.

A: Tomar ½ colher de

sopa de manhã e ½ à

noite por 7 dias.

Pausar 4 dias e tomar

mais 7 dias.

Calendula officinalis

(Calêndula) Asteraceae Flores (pétalas)

Infusão:

Colocar em uma xic de água ½ colher de sopa de

flores. Deixar em infusão por 15 min. Coar e adoçar

com melado.

A: Tomar 1 xic 2

vezes ao dia por 4

dias.

Tosse alérgica,

rinite alérgica.

Não administrar em

crianças.

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar. Xarope:

Caramelizar 2 xic de açúcar cristal e reservar. Bater

no liq 1 colher de flores com 2 copos de água, coar e

misturar ao açúcar caramelizado.

A: Tomar 1 colher 3

vezes ao dia por 5 dias

Coronopus didymus

(Mastruço, mentruz) Brassicaceae

Folhas antes da

florescência

Infusão:

Colocar 2 colheres de folhas picadas em um copo de

água fervida. Deixar em infusão por 15 min.

A: Tomar 1 xic de chá

3 vezes ao dia por 3

dias.

Bronquite,

pneumonia,

infecção de

garganta.

Pneumoconiose

(óleo).

Administrar somente

em crianças acima de

12 anos de idade.

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar.

Xarope:

Caramelizar 2 xic de açúcar cristal e reservar. Bater

no liq 1 copo de folhas com 2 copos de água, coar e

misturar ao açúcar caramelizado.

A: Tomar 1 colher de

sopa 3 a 4 vezes ao dia

por 7 dias

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Óleo:

Bater no liq 1 xic de folhas com 1 xic de azeite de

oliva. Armazenar em vidro escuro.

A: Tomar 1 colher de

chá de manhã e 1 à

noite por 10 dias.

Cunila microcephala

(Poejinho) Lamiaceae Folhas

Decocção:

Fever por min em fogo baixo 1 copo de água com 1

xíc de folhas e 3 xic de açúcar mascavo. Deixar

esfriar e coar.

A: Tomar 1 colher de

sopa 3 vezes ao dia

por 7 dias.

Tosse, resfriado.

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar.

Foeniculum vulgare

(Funcho) Apiaceae

Folhas e

sementes

Xarope:

Caramelizar 2 xic de açúcar cristal e reservar. Bater

no liq 1 xic de folhas picadas com 1 a 2 copos de

água, coar e misturar ao açúcar caramelizado.

A: Tomar 1 colher de

sopa 3 vezes ao dia

por 12 dias.

C: 1 colher de chá 3

vezes ao dia por 7

dias.

Pneumonia,

abrir os

brônquios,

limpar o muco,

limpar a

traquéia.

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar

Outro preparado:

Fritar 1 xic de folhas picadas com 1 xic de azeite de

oliva. Mexer bem, coar e colocar num recipiente

escuro.

A: Tomar ½ colher de

sopa 2 a 3 vezes ao dia

até terminar o

preparado.

C: Tomar 1 colher de

chá 2 vezes ao dia até

acabar o preparado.

Infusão:

Colocar 1 xic de folhas ou 1 colher de sementes em

um litro de água fervida. Deixar em infusão por 15

min. Coar e colocar numa garrafa térmica.

A: Tomar 1 xíc de chá

a cada uma hora.

Lippia alba (Erva-

cidreira-brasildeira,

falsa-melissa)

Verbenaceae Folhas

Infusão:

Colocar 3 folhas em uma xic de chá de água fervida.

Deixar em infusão por 15 min.

A: Tomar 1 xic de chá

3 vezes ao dia por 7

dias.

Gripe, infecção

no pulmão, abrir

os brônquios.

Administrar somente

em crianças acima de

8 anos de idade.

Diabéticos não devem

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tomar o xarope, pois

contém açúcar.

Xarope:

Caramelizar 1 xic de açúcar cristal e reservar. Bater

no liq 1 xic de folhas com 1 a 2 copos de água, coar e

misturar ao açúcar caramelizado.

A: Tomar 1 colher de

sopa 3 vezes ao dia

por 7 dias.

Matricaria

matricarioides

(Marcela-galega)

Asteraceae Folhas

Infusão:

Colocar 3 folhas em 1 xíc de chá de água fervida.

Deixar em infusão por 15 min. Adoçar com melado.

A: Tomar 1 xíc de chá

2 vezes ao dia por 7

dias

Tosse,

bronquite. Não

Mentha x. piperita

(Hortelã, hotelã-

pimenta)

Lamiaceae Folhas

Infusão:

Colocar uma xic de folhas e 1 copo de açúcar

mascavo em 1 copo de água fervida. Deixar em

infusão por 15 min, esfriar e armazenar na geladeira.

A: Tomar 1 colher 3

vezes ao dia por 7

dias.

Tosse,

bronquite.

Diabéticos não devem

tomar a infusão, pois

contém açúcar.

Outro preparado:

Bater no liq 1 xic de folhas com ½ xic de azeite de

oliva. Armazenar sem coar.

A: tomar 1 colher de

sopa 2 vezes ao dia

por 7 dias.

C: 1 colher de chá

duas vezes ao dia por

7 dias.

Mikania glomerata

(Guaco)

Asteraceae

Folhas

Infusão:

Colocar 3 folhas em 1 xíc de chá de água fervida.

Deixar em infusão por 15 min.

A: Tomar 1 xic 3

vezes ao dia por 7

dias. Tosse,

bronquite, dor

de garganta.

Administrar somente

em crianças acima de

8 anos de idade.

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar.

Xarope:

Caramelizar 2 xic de açúcar cristal e reservar. Bater

no liq 1 copo de folhas picadas com 3 copos de água,

coar e misturar ao açúcar caramelizado.

A: Tomar 1 colher de

sopa 4 vezes ao dia

por 7 dias.

Musa x paradisiaca

(Banana-branca) Musaceae Cascas

Decocção:

Lavar bem 6 cascas de banana branca. Picar as cascas

e ferver por 7 min com 1 L de água e 2 copos de

A: Tomar 1 xíc a cada

meia hora ao longo do

dia até acabar o litro

Tosse,

bronquite, repor

vitaminas.

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar.

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Legenda: Xic. = xícara, Liq. = liquidificador, Min.= minuto, A.= adulto, C.= criança.

Pela da tabela 2 observa-se que o farmacógeno mais utilizado foi a folha (76%) e a via de administração em todas as indicações foi oral.

Segundo Battisti et al. (2010) as folhas são as partes vegetais mais utilizadas para a preparação dos remédios e a provável explicação para seu uso

é pelo fato de estas serem de fácil coleta e estarem disponíveis no decorrer do ano.

A forma de preparo predominante foi o xarope (38%) seguido de infusão (31%), decocção (10%) e óleo (4%) (Fig. 21). Foi denominada

como “outro preparado” a forma farmacêutica que não se enquadrou nas características especificadas pela ANVISA (BRASIL, 2011). Para todas

as espécies não foram relatadas interações medicamentosas, toxicidade e efeitos adversos.

Segundo o que consta em Brasil (2011), o xarope é uma forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta,

no mínimo, 45% (p/p) de sacarose ou outros açúcares na sua composição, por isso a informante-chave não indica o uso deste para portadores de

açúcar mascavo. Retirar do fogo, esmagar bem as

cascas e coar.

preparado.

Musa x paradisiaca

(Bananeira) Musaceae

Coração da

bananeira

Outra preparação:

Lavar bem um coração de aproximadamente 20 cm e

cortar em rodelas. Colocar num refratário com 1 copo

de água e 1 kg de açúcar mascavo. Assar no forno a

40º por 40 min. Deixar esfriar, amassar bem e coar.

A: Tomar uma colher

de sopa 3 vezes ao dia

por 7 dias.

Tosse,

bronquite.

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar.

Piper mikanianum

(Pariparoba) Piperaceae Folhas

Xarope:

Caramelizar 3 xic de açúcar cristal e reservar. Bater

no liq 1 xic de folhas com 1 copo de água, coar e

misturar ao açúcar caramelizado.

A: Tomar 1 colher de

sopa 3 vezes ao dia

por 7 dias.

Tosse.

Não administrar em

crianças. Diabéticos

não devem tomar o

xarope, pois contém

açúcar.

Stachys byzantina

(Pulmonária, falsa-

pulmonária e

peixinho

Lamiaceae Folhas

Xarope:

Caramelizar 2 xic de açúcar cristal e reservar. Bater

no liq 5 folhas grandes com 2 copos de água, coar e

misturar ao açúcar caramelizado. Armazenar em

vidro escuro na geladeira.

A: Tomar 1 colher 4

vezes ao dia até açúcar

o preparado.

C: Tomar 1 colher 3

vezes ao dia até acabar

o preparado.

Gripe, tosse,

pneumonia.

Diabéticos não devem

tomar o xarope, pois

contém açúcar.

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diabetes. A infusão, por sua vez é um método indicado para partes de drogas vegetais de consistência menos rígida tais como folhas, flores,

inflorescências e frutos, ou que contenham substâncias ativas voláteis. A partir disso, pode-se perceber o uso correto pela informante chave.

Figura 21. Porcentagem das diferentes formas de preparo, das plantas medicinais indicadas pela informante-chave para doenças respiratórias.

5.3 LEVANTAMENTO DE ESTUDOS CIENTÍFICOS DAS ESPÉCIES DE PLANTAS MEDICINAIS CITADAS

Através da pesquisa bibliográfica realizada foi constatada a ausência de estudos científicos em relação às doenças respiratórias de cinco

espécies, sendo elas: A. raddianum, A. gratissima, C. microcephala, P. mikanianum e S. byzantina. Além disso, não foram encontradas

38%

31%

17%

10%

4%

Xarope

Infusão

Outro preparado

Decocção

Oleo´

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informações nos livros definidos pela RDC 26 de 13 de maio de 2014, o que ressalta a necessidade de estudos com estas plantas para comprovar

os usos populares descritos na tabela 2. Para as demais espécies foram encontrados artigos científicos relacionados com doenças respiratórias

que estão apresentados na tabela 3.

Tabela 3: Estudos de atividade biológica relacionados com doenças respiratórias para plantas medicinais indicadas pela informante-chave.

Espécie Atividade

Parte da

planta/tipo de

extrato

Concentrações/

Dosagens

Ensaio realizado/ Tipo de

análises

Resultados

Aloysia citriodora

Anti-inflamatória

(LENOIR et al.,

2012)

Folhas/ Infusão 31,6 mL/dia

Ex vivo. Exame

histopatológico do cólon e

atividade da mieloperoxidase.

Impediu a destruição do epitélio

glandular, dilatação, edema e reduziu a

gravidade das alterações do cólon. Não

reduziu a implicação dos neutrófilos

polimorfonucleares na resposta

inflamatória.

Anti-inflamatória e

espasmolítica

(PONCEMONTER

et al., 2010)

Folhas/

Hexanólico 100-800 mg/kg

In vitro, In vivo. Contrações

induzidas por diferentes

agentes. Teste de edema de

pata.

O extrato causou relaxamento do

músculo uterino in vitro e atividade

anti-inflamatória in vivo sem causar

danos gástricos.

Espasmolítica

(RAGONE et al.,

2007)

Folhas/ Aquoso 0,1; 0,2; 0,6; 1; 2 e

6 mg/Ml

Ex vivo.

Cromatografia líquida de alta

eficiência. Contrações

induzidas no tecido intestinal.

Dois flavonoides identificados: vitexina

e isovitexina. O efeito espasmolítico

pode estar relacionado com o aumento

do GMPc e a ativação dos canais de

cálcio. Em baixas concentrações, o

extrato inibiu o metabolismo aeróbico.

Alternanthera tenella Anti-inflamatória Planta inteira/ 200 e 400 mg/kg In vivo. Perfil fitoquímico. Foram encontrados flavonoides,

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(BIELLA et al.,

2008)

Aquoso Edema de pata induzido por

carragenina.

taninos, glicosídeos e saponinas. O

extrato reduziu o edema de pata em

ambas as doses, sendo o efeito

comparado ao controle positivo.

Arctium majus

Anti-inflamatória

(ALMEIDA et al.,

2013)

Folhas /Testado a

fração de

onopordopicrin

25 e 50 mg/kg/dia

Ex vivo. Colite induzida por

ácido 2,4,6 trinitrobenzeno

sulfônico. Análise histológica.

Estudo imunohistoquímico.

O componente foi capaz de reduzir a

colite no teste agudo. O efeito anti-

inflamatório observado pode estar

relacionado com a diminuição da

função dos neutrófilos, produção de

TNF-α e regulação da COX-2 na

mucosa intestinal.

Anti-inflamatória

(KIM et al., 2008)

Sementes/

Componente

isolado

Diarctigenina

As concentrações

de diarctigenina

variaram entre 0,6–

30 µM

Ex vivo. Efeito da

diarctigenina na expressão de

genes inflamatórios e na

ativação do fator de

transcrição NF-κB em

macrófagos.

Este estudo sugere que a diarctigenina

possui um potencial farmacológico

associado ao NF-κB em desordens

inflamatórias.

Anti-inflamatória

(POMARI et al.,

2014)

Raízes/ Extrato

aquoso com 40%

de arctigenina

1, 10, 100 e 200

μg/mL

In vitro. Teste de viabilidade

celular em macrófagos

tratados com diferentes doses

de peróxido de hidrogênio.

O extrato apresentou atividade anti-

inflamatória in vitro

Anti-inflamatória

(SUPRIYA et al.,

2013)

Sementes/

Composto isolado

arctigenina.

In vitro: 50 ng/mL

de arctigenina. In

vivo: 30 e 60 mg/kg

In vitro e in vivo. Teste de

ativação induzida por LPS em

macrófagos peritoneais,

inflamação sistêmica induzida

por LPS e colite induzida por

ácido 2,4,6-

trinitrobenzenossul-fônico

(TNBS).

Arctigenina foi capaz de reverter uma

série de respostas moleculares,

celulares e imunológicas durante

processos inflamatórios.

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Anti-inflamatória

(XIN et al., 2014)

Fruto/ Extrato

etanólico,

Frações: éter de

petróleo, acetato

de etila, n-butanol

e água.

Extrato etanólico:

25, 50 e 100 mg/kg.

Frações: 100

mg/kg.

Arctiina: 50 mg/kg.

Arctigenina 25 e 50

mg/kg.

Ex vivo. Colite induzida por

dextran sulfato de sódio.

Análise histológica. Atividade

da mieloperoxidase. Atividade

da superóxido dismutase e

níveis de malondialdeído e

glutationa. Imunohistoquímica

A fração de acetato de etila foi a que

melhor conseguiu prevenir a colite. O

composto arctigenina é o principal

componente ativo no fruto. Seu

mecanismo pode estar envolvido

com a supressão de citocinas pró-

inflamatórias e moléculas de adesão.

Anti-inflamatória

(ZHAO et al.,

2013)

Sementes/

Composto isolado

arctigenina

3, 10, 30,

100 µM de

arctigenina

In vitro. Avaliação de ativação

de macrófagos.

O composto reduziu a produção

significativamente de mediadores

induzidos por LPS como NO, TNF-α˛ e

IL-6 em macrófagos, o que justifica o

uso como anti-inflamatório.

Antitussígena

(KARDOSOVA et

al., 2003)

Raízes/ Aquoso

seguido de

precipitação com

etanol

50 mg/kg In vivo. Estimulação mecânica

das vias aéreas.

O extrato foi capaz de reduzir a

freqüência e o número de reflexos de

tosse. A intensidade dos ataques de

tosse também foi

Reduzidos.

Anti-inflamatória e

antialérgica

(KNIPPING et al.,

2008)

____

Administra-ção

tópica de 5

mg/orelha

In vitro e in vivo. Efeito

inibitório na desgranulação e

secreção de mediadores.

Edema de orelha.

A. lappa foi capaz de reduzir em 50% o

edema de orelha e reduziu

significativamente a liberação de

mediadores inflamatórios.

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Antitussígena

(NOSALOVA et al.,

2005)

Folhas/

Polissacarídeos

obtido de extrato

aquoso seguido de

precipitação com

etanol.

50 e 100 mg/kg In vivo. Tosse induzida

mecanicamente.

Na dose de 100 mg/kg os

polissacarídeos apresentaram uma

atividade antitussígena significante.

Anti-inflamatória e

antialérgica

(SOHN et al.,

2011)

Raízes/ Extrato

butanólico. 1, 10, 100 μg/mL

Ex vivo. Ensaio de liberação

de β-hexosaminidase,

avaliação da produção de

citocinas (IL-4 e IL-5).

Reação em cadeia da

polimerase, Western blotting e

teste de ELISA em

esplenócitos de ratos.

O extrato pode exercer atividade

antialérgica e anti-inflamatória e inibiu

a desgranulação de mastócitos. O

extrato pode possuir efeito antialérgico

baseado na diminuição da ativação do

NF-κB. Além disso, o extrato foi capaz

de inibir a expressão de IL-4 e IL-5.

Antitussígena

(SUTOVSKA et al.,

2007)

Flores/

Polissacarídeos ___

In vivo. Tosse induzida

mecanicamente.

Os resultados mostraram uma redução

estatisticamente significante na

supressão da tosse.

Broncorelaxante

(ZHAO et al.,

2009)

Substância

isolada:

arctigenina

___

Ex vivo. Contração em

traqueia induzida por

acetilcolina, histamina, cloreto

de potássio e cloreto de cálcio.

Arctigenina apresentou relaxamento da

traqueia frente aos diferentes agentes

constritores. Observou-se diminuição

da concentração de cálcio

citoplasmático.

Kalanchoe pinnata

Analgésica e

antipirética

(PAL et al., 1999)

Folhas/ Fração

metanólica

100, 200, 300

mg/kg

In vivo. Contrações induzidas

por ácido acético (método

químico),

clip na cauda (método

mecânico). Análise da

temperatura retal.

Na dose de 100 mg/kg e também nas

doses superiores o extrato teve efeito

analgésico (método químico). Na dose

de 300 mg/kg o extrato apresentou

efeito analgésico (método mecânico).

Na dose de 300 mg/kg o extrato causou

alteração na temperatura corporal.

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Antiespasmódica

(OZOLUA et al.,

2010)

Folhas/ Extrato

aquoso

200 e 400 mg/

kg/dia

Ex vivo. Sensibilização das

vias aéreas com diferentes

agentes. Traqueia retirada para

análises

Na dose de 400 mg/kg/dia as

contrações induzidas por histamina

foram diminuídas.

Nas doses de 200 e 400 mg/ kg/dia as

contrações induzidas por carbacol

foram significativamente reduzidas.

Anti-inflamatória

(CHIBLI et al.,

2014)

Folhas/ Extrato

aquoso

0,1, 0,5 e 1,0

mg/orelha

In vivo. Edema de orelha

induzido por diferentes

agentes. Cromatografia

líquida de alta eficiência.

Análise histopatológica.

Os resultados sugerem que o extrato é

efetivo como um anti-inflamatório

tópico, tanto no teste agudo quanto

crônico.

Identificados os flavonóides: rutina,

quercetina, luteolina e luteolin7-O-β-D-

glicosídeo.

Anti-inflamatória e

analgésica

(AFZAL et al.,

2012)

Folhas/ Etanol

95% 300 e 400 mg/kg

In vivo. Métodos

espectroscópicos, edema de

pata induzido por carragenina,

contorções abdominais

induzidas por ácido acético.

O extrato (400 mg/kg) e o composto

isolado Stigmast-4, 20 (21), 23-trien-3-

one (300 mg/kg) reduziram a

inflamação. % inibição do edema:

87,29 (extrato aquoso) e 84,45

(composto isolado). Apresentou

75,72% de inibição no teste de

contorções.

Antinociceptiva e

anti-inflamatória

(OJEWOLE,

2005)

Folhas/ Extrato

aquoso

25, 50,

100, 200, 400, 800

mg/kg

In vivo. Teste da placa quente,

contorções abdominais

induzidas por ácido acético.

Edema de pata induzida por

ovo-albumina.

Nas doses de 50–800 mg/kg o extrato

apresentou um resultado

antinociceptivo significante. Na dose de

400 mg/kg o extrato apresentou um

efeito anti-inflamatório importante.

Calendula officinalis

Anti-inflamatória

(SARTORI

et al., 2003)

Capítulos

Florais/

Extrato

bruto e

hidroalcoólico

100 e 250

mg/kg

In vivo. Edema de pata

induzido por carragenina,

dextrana e histamina.

Os extratos apresentaram atividade

anti-inflamatória semelhante a anti-

inflamatórios não esteróides, e a

associação dos extratos de C. officinalis

e M. recutita inibiu tanto o edema por

carragenina, quanto por dextrana, e

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50

antagonizou o efeito da histamina.

Anti-inflamatória

(PREETHI et al.,

2009)

Flores 250 e 500 mg/kg

In vivo. Edema de pata

induzido por carragenina e

teste da formalina.

O extrato de C. officinalis inibiu a

atividade de citocinas pró-inflamatórias

e de COX-2 e consequentemente a

síntese de prostaglandina.

Anti-inflamatória

(TOSHIHIRO et

al.,1996)

Flores/ Fração

alcoólica

Testado os

componentes

triterpênicos

In vivo. Edema de orelha

A faixa de dose que apresentou 50% de

inibição do edema foi 0,1-0,8 mg por

orelha.

Anti-inflamatória

(NUNEZ et al.,

2007)

Planta inteira/ Pó

de C. officinalis

obtido por

secagem por

vaporização

Doses de 50, 150 e

450.

In vivo. Inflamação induzida

por carragenina, dextrana,

histamina e serotonina.

Granuloma induzida por

pelotas de algodão em ratos e

inflamação do ouvido

induzida pelo óleo de cróton.

O estudo demonstra que houve inibição

nos processos inflamatórios nos

modelos testados.

Anti-inflamatória

(NEUKIRCK et al.,

2005)

Flores/ Usado

compostos

isolados

___ In vivo. Edema de orelha

induzido por óleo de cróton.

O presente estudo demonstra uma

atividade anti-inflamatória potente, pois

apresentou redução no edema de orelha.

Anti-inflamatória

(AKIHISA et

al.,1996) Flores/ Frações

alcoólicas 0,1 e 0,8mg/kg

In vivo. Inflamação no ouvido

induzido por 12-O-

tetradecanoilforbol-13-acetato

(TPA).

Todas as frações testadas mostraram

atividade inibitória significativa,

chegando a reduzir até 50%.

Anti-inflamatória

(UKIYA et al.,

2006)

Flores/ compostos

isolados. ___

In vivo. Inflamação no ouvido

induzido por 12-O-

tetradecanoilforbol-13-acetato

(TPA), atividade contra o

vírus de Epstein-Barr

antigénio precoce in vitro.

O estudo demonstrou atividade anti-

inflamatória importante e inibiu a

atividade/replicação do vírus Epstein-

Barr.

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Anti-inflamatória

(SHIPOCHLIEV et

al.,1981)

Extrato liofilizado ___ In vivo. Inflamação Induzida

por carragenina.

O estudo demonstra que a planta

consegue suprir tanto o efeito

inflamatório como a infiltração de

leucócitos.

Anti-inflamatória e

antibacteriana

(PARENTE et al.,

2012)

Flores/

Extrato etanólico,

diclorometâni-co e

frações hexânicas.

100 µl/dia

In vivo. Análises

macroscópicas,

morfométricas,

histopatológica e

imunohistoquímica. Atividade

antibacteriana.

O estudo revelou que o extrato

apresentou atividade anti-inflamatória e

antibacteriana, bem como propriedades

angiogênicas e miofibroblásticas agindo

de uma forma positiva sobre as fases

anti-inflamatória e proliferativa do

processo de cura.

Anti-inflamatória e

antinociceptiva

(HORE et al., 1997)

Folhas/ Suco das

folhas ___

In vivo. Teste da placa quente,

teste de filme e inflamação

induzida por carragenina.

O estudo demonstrou que o suco da

planta produziu uma ação analgésica

significativa bem como reduziu a

inflamação induzida por carragenina.

Antialérgica e

antipirética

(MANTENA et al.,

2005)

Planta inteira/

Aquoso 200 e 400 mg/kg

In vivo. Degranulação celular

induzida por soro de ovelha.

Análise da temperatura retal.

Existe uma relação de proteção dose-

dependente do extrato sobre a

degranulação. O extrato apresenta

atividade antipirética. A dose 400

mg/kg foi comparada ao

paracetamol.

Coronopus didymus

Anti-inflamatória

(BUSNARDO

et al., 2010)

Planta inteira/

Etanólico

200, 400 e 600

mg/kg

In vivo. Análises

espectrofotométricas. Pleurisia

induzida. Edema de pata

induzido por diferentes

agentes.

Foram identificados compostos

fenólicos e flavonoides. Observada uma

relação dose-dependente na atividade

antiinflamatória. Observado a inibição

de enzimas e a liberação de mediadores

inflamatórios.

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Anti-inflamatória e

cicatrizante

(PRABHAKAR et

al., 2002)

Planta inteira/

Aquoso e

etanólico

___

___

Tanto o extrato etanólico como o

aquoso demonstrou atividade

estatisticamente significativa na

cicatrização de feridas, enquanto que

apenas o extrato aquoso mostrou

atividade anti-inflamatória significativa.

Anti-inflamatória

(ZAIDI et al., 2012)

Sementes/

Hidroalco-ólico

100 μg/ml

In vitro. Avaliação da mucosa

gástrica infectada com

Helicobacter pylori

O extrato apresentou atividade

moderada na inibição da secreção de

IL-8 em células infectadas por

Helicobacter pylori

Anti-inflamatória e

analgésica

(CHOI; HWANG,

2004)

Frutos/

Metanólico 200 mg/kg

In vivo. Edema de pata

induzido por carregenina,

edema de orelha induzido por

ácido araquidônico, artrite

induzido por formaldeído,

atividade antialérgica tipo IV.

Nocicepção térmica.

Inibição da inflamação aguda e

subaguda. Diminuição de reações

alérgicas (hipersensibilidade) do tipo

IV.

Foeniculum vulgare

Anti-inflamatória e

analgésica

(ELIZABETH et al.,

2014)

Sementes/ Extrato

etanólico

50, 100 e 200

mgm/kg

In vivo. Teste da formalina.

Contorções induzidas por

ácido acético. Edema de pata

induzido por carragenina.

O extrato inibiu a resposta a dor de

maneira dose-dependente. No teste anti-

inflamatório, o extrato apresentou

resultado significante.

Expectorante

(MUELLER-

LIMMROT;

FROEHLICH,1980)

Sementes/

Aquoso

Não citado In vitro. Epitélio de rã.

O estudo sugere F. vulgare para o

tratamento de problemas

broncopulmonares particularmente

causados por contaminantes ambientais.

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53

Expectorante

(REITER;

BRANDT.,

1985)

Óleo essencial

Não citado

Músculo da traqueia.

O óleo essencial estimula a contração

dos músculos da traquéia facilitando a

expectoração do muco, de bactérias e

outros corpos estranhos.

Músculo-relaxante

(BOSKABADY et

al., 2004)

Planta inteira/

Etanólico, aquoso

e óleo essencial

0,02 ml de óleo

essencial, 0,6 mL

de extrato aquoso e

0,1 mL extrato

etanólico.

In vitro. Tecido da

musculatura da traqueia de

cobaia retirado e colocado em

uma solução constritora.

Óleo essencial e o extrato etanólico

demonstraram efeito músculo-

relaxante. Os autores sugerem uma

atuação na abertura dos canais de

potássio.

Lipia alba

Analgésica

(CARMONA et al.,

2013)

Folhas/

Hidroalcó-olico

(70%)

Tintura: 1

gota/kg/dia. 2 vezes

ao dia

In vivo. Administração oral

em mulheres.

Mais de 70% das pacientes tiveram no

mínimo 50% de redução e frequência

de enxaqueca.

Analgésica

(CONDE et al.,

2011)

Folhas/

Hidroalcó-olico

(70%)

Tintura: 1-1,5

gotas/kg/dia. 2

vezes ao dia

In vivo. Administração oral

em humanos. Cromatografia

gasosa e espectrometria de

massas.

Componentes majoritários no óleo:

geranial (24,6%) e carvenona (20,9%).

Mais de 80% dos pacientes tiveram

50% de redução na intensidade e

freqüência de enxaqueca.

Analgésica

(COSTA et al.,

1989)

Folhas/ Etanólico

(50%)

1g/kg

In vivo. Camundongos.

Contorções abdominais

induzidas por peróxido de

benzoíla. Imersão da ponta da

cauda em água a 51ºC.

Lippia alba demonstrou efeito

analgésico nos dois testes realizados.

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Analgésica e anti-

inflamatória

(VIANA et al.,

1998)

Folhas/ Óleo

essencial.

Doses diferenciadas

em cada teste.

In vivo. Teste da placa quente,

contorções abdominais

induzidas por ácido acético,

teste da formalina, edema de

pata induzida por carragenina

ou dextrano.

Limoneno-citral e Limoneno-carvona

inibiram 80,5% das contorções. Dose

de inibição no teste da formalina: 10

mg/kg. Teste da placa quente:

limoneno-citral aumentou o tempo de

latência na dose de 50 mg/kg. Os dois

componentes nas doses de 10 e 50

mg/kg reduziram o edema de pata.

Antiespasmódica

(BLANCO et al.,

2013)

Folhas/ Óleo

essencial.

0,3 - 300 µL

óleo/mL

In vitro. Cromatografia

gasosa. Contração do tecido

intestinal induzida por

acetilcolina e cálcio.

Determinado a composição química do

óleo quimiotipo citral e linalol. Os dois

quimiotipos possuem ação

antiespasmódica, porém o quimiotipo

citral é cinco vezes mais potente.

Anti-inflamatória

(HALDAR et al.,

2012)

Folhas/ Extratos:

éter de petróleo,

clorofórmio,

etanol e aquoso.

Extratos: éter de

petróleo,

clorofórmio e

etanol nas doses de

500 mg/kg. Extrato

aquoso 460 mg/kg

In vivo. Edema de pata

induzido por carragenina

Os extratos de clorofórmio e etanol

apresentaram efeito anti-inflamatório

significante que pode ser mediado

através da inibição de mediadores

celulares como a bradicina e

prostaglandinas.

Anti-inflamatória

(SAHA et al., 2011)

Folhas/ Extratos:

éter de petróleo,

clorofórmio,etano

l e aquoso.

___

Edema de pata induzido por

carragenina

O extrato de clorofórmio apresentou

significante atividade anti-inflamatória.

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Anti-inflamatória

(SEPÚLVEDA-

ARIAS et al., 2013)

Óleo essencial

Testados os

principais

constituintes

isolados e epóxidos

derivados do óleo

In vitro. Macrófagos de

murino estimulados com

lipopolissacarideo bacteriano.

A amostra inibiu a produção de óxido

nítrico e prostaglandinas. Os resultados

sugerem atividade anti-inflamatória.

Anti-inflamatória e

nociceptivo

(QUINTANS-

JÚNIOR et al.,

2011)

Óleo essencial

50, 100 e 200

mg/kg de citral

Ex vivo: Peritonite induzida

por carragenina. Migração de

leucócitos. In vivo: Edema de

para induzido por carragenina.

Contorções induzidas por

ácido acético. Teste da

formalina

Nas doses de 100 e 200 mg/kg, o citral

reduziu o edema de pata. Na dose de

200 mg/kg apresentou importante ação

na primeira fase da dor induzida pela

formalina. Nas doses de 100 e 200

mg/kg o citral reduziu a migração de

leucócitos. Este componente pode ser

potente no manejo da dor e inflamação.

Inflamação gástrica

(PASCUAL et al.,

2001)

Partes aéreas/

Infusão 10% p/v.

12,5 g extrato

seca/kg

Ex vivo. Lesões gástricas

induzidas por indometacina

A infusão de L. alba possui potente

ação na prevenção de ulceração

gástrica.

Infecções

respiratórias

(CACERES et al.,

1991)

Folhas/ Etanólico

(88%) 500 mg/mL

In vitro. Microorganismos

testados: Staphylococcus

aureus, Streptococcus

pneumonia e Streptococcus

pyogenes.

O extrato da planta foi capaz de inibir o

crescimento das três bactérias

causadoras de problemas respiratórios.

Miorrelaxante e

antitérmica

(VALE et al., 1999)

Folhas/ Óleo

essencial Diversas doses.

In vivo. Rota-rod e análise da

temperatura retal.

Efeito miorrelaxante observado com o

quimiotipo II do óleo essencial na dose

de 200 mg/kg. Os três quimiotipos

testados reduziram a temperatura nas

doses de 100 e 200 mg/kg.

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Matricaria

matricarioides

Anti-inflamatória

(TOSHIHIRO et al.,

1996)

Flores/ Fração

alcoólica

Testado os

componentes

triterpênicos

In vivo. Edema de orelha A dose que apresentou 50% de inibição

do edema foi 0,1-0,8 mg por orelha.

Mentha x piperita

Antiespasmódica

(SOUSA et al.,

2010)

Folhas/ Óleo

essencial 1 a 300 ug/mL

Ex vivo. Contrações induzidas

por carbacol.

Nas doses de 100 e 300 ug/mL o óleo

inibiu as contrações. É sugerida a

participação de prostaglandina E2,

óxido nítrico e glânglios autonômicos

no efeito relaxante do óleo.

Anti-inflamatória

(WETZS-TEIN;

WETZS-TEIN,

2010)

Folhas/Extrato

metanólico

1 e 10

mg/kg

Determinação da produção de

prostaglandinas

Os extratos apresentaram atividade

anti-inflamatória significativa sobre a

ação da COX-1 e COX-2.

Mikania glomerata

Analgésica e anti-

inflamatória

(RUPPELT et al.,

1991)

Folhas/ Infusão

(10%) 1 g/kg

In vivo. Contorções induzidas

por ácido acético e difusão de

azul de Évans.

O extrato apresentou atividade

analgésica e anti-inflamatória.

Antiespasmódica

(ABOY et al., 2002)

Folhas/ Etanólica

e Hidroalcoólica

Curva

concentração-

resposta

Ex vivo. Contrações em íleo e

jejuno induzido por

acetilcolina e histamina.

O extrato etanólico apresentou melhor

atividade miorrelaxante quando

compara com o extrato hidroalcoólico.

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Anti-inflamatória

(MOURÃO et al.,

2014)

Folhas/

Hidroalcoólico

(70%)

15; 3,2; 6,4; 12,8

μg/μL

Ex vivo. Análise

histopatológica.

A análise histopatológica e

morfométrica mostraram que nas doses

de 3,2; 6,4; 12,8 μg/μL o extrato

reduziu o número de infiltrados de

células inflamatórias.

Antioxidante

pulmonar

(FREITAS et al.,

2008)

Folhas/

Hidroalcoólico

(70%)

100 mg/kg

In vivo e Ex vivo. Lavagem

broncoalveolar. Avaliação

histológica.

O extrato mostrou-se efetivo na

prevenção da lesão pulmonar induzida

por carvão.

Broncodilatadora e

anti-inflamatória

(MOURA et al.,

2002)

Folhas/ Extrato

hidroalcoólico e

fração diclorome-

tânica

Curva

concentração-

resposta

Ex vivo. Contração de traqueia

de cobaias e brônquios

humanos induzidos por

diferentes agentes. In vivo.

Edema de pata.

Dose de diminuição da contração em

traquéia: 0,1-3 mg/mL (extrato

hidroalcóolico) e 0,003-0,03 mg/mL

(fração diclorometânica). Dose de

diminuição em brônquios humanos:

0,3-3 mg/mL. M. glomerata apresentou

efeito significante. A fração inibiu o

edema de pata.

Musa paradisiaca

Anti-inflamatória

(NISHA; MINI,

2013)

Inflorescências/

Metanólico.

Fração utilizada:

acetato de etila

200 mg/kg

In vivo. Avaliação de

marcadores inflamatórios em

ratos diabéticos.

A atividade da COX-2 e da 5-LOX

foram significativamente reduzidas nos

animais tratados com o extrato de Musa

x paradisiaca quando comparados ao

grupo controle.

Anti-inflamatória

(ÁLVAREZ et al.,

2014)

Folhas/ Aquoso.

Decocção 10 µL/orelha

In vivo. Edema de orelha

tópico induzido por óleo de

Croton

A decocção de Musa x paradisiaca

apresentou uma redução significativa

no edema induzido.

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Anti-inflamatória

(BISWAS et al.,

2012)

Hastes/

Metanólico 200 e 400 mg/kg.

Ex vivo. Edema de orelha

induzido por xyleno. Edema

de pata induzido por

carragenina.

O extrato apresentou significante

atividade anti-inflamatória dose-

dependente nos modelos testados.

Prevenção da

inflamação gástrica

(LEWIS et al., 1999)

Polpa da banana

verde em pó/ 95%

(v:v): etanol,

clorofórmio,

acetona,

clorofórmio e n-

butanol

Pó da polpa

adicionada a dieta.

In vivo. Ulceração induzida

por aspirina. Cromatografia,

análise spectrofotométrica,

HPLC.

Isolados os flavonóides:

leucocianidina e leucoantocianidina.

Estes componentes podem ser os

responsáveis pela proteção gástrica.

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A partir da análise da tabela 3 pode-se observar que 12 espécies possuem estudos

científicos relacionados a problemas respiratórios, onde as espécies da família Asteraceae

foram bem representativas que são a A. majus, C. officinalis e M. glomerata, apenas M.

matricarioides não foi tão representativa, pois apresentou somente um estudo científico.

Autores ressaltam que Asteraceae é considerada uma das mais importantes fontes de espécies

vegetais de interesse terapêutico (DI STASI; HIRUMA-LIMA, 2002; JUDD et al., 2002;

ULLAH et al., 2014), sendo também evidenciada a importância neste estudo pela coerência

entre as informações populares e científicas com as quatro plantas indicadas desta família. C.

officinalis e M. glomerata são medicamentos fitoterápicos registrados na ANVISA, sendo

ambas expectorantes e broncodilatadoras, e respectivamente cicatrizante e anti-inflamatório

tópico. E ainda estão presentes na lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). C. officinalis também tem seu uso aprovado pela OMS

(WHO, 2002), e consta nas monografias europeias (EUROPEAN SCIENTIFIC

COOPERATIVE ON PHYTOTHERAPY, 2003; BRADLEY; BRADLEY, 2006;)

A. majus foi mais representativa nos estudos científicos, apresentando atividade anti-

inflamatória, antitussígena e broncodilatadora, o que confirma com o indicado neste estudo.

A. majus possui quantidade significativa de pesquisas relacionadas às doenças respiratórias

(Tabela 3), que significa ser uma espécie promissora, visto que muitos pesquisadores já

estudaram suas moléculas isoladamente, como por exemplo, a arctigenina (AWALE et al.,

2006; WANG; ZHAO; LIU, 2008; GAO et al., 2014;).

M. matricarioides, apresentou apenas um estudo comprovando sua atividade anti-

inflamatória como o indicado pela informante-chave. Outra espécie nesta mesma situação é a

A. tenella da família Amaranthaceae, que possui um único estudo que comprova a sua

atividade biológica como anti-inflamatória afirmando o uso popular. Porém, não possuem

dados suficientes para a comprovação da sua eficácia no tratamento de doenças respiratórias,

ambas as espécies necessitam de mais estudos.

Espécies da família Verbenaceae também foram representativas como L. alba, A.

triphylla. Os usos populares indicados neste trabalho estão de acordo com o encontrado na

literatura. Para A. triphylla encontram-se indicações para o tratamento de asma, resfriado e

febre (NEWALL; PHILLIPSON; ANDERSON, 2002; LORENZI; MATOS, 2008). Já para L.

alba é apresentada a ação mucolítica (LORENZI; MATOS, 2008) e expectorante (MATOS,

2002). A literatura científica, de ambas as plantas, confirma as indicações da informante-

chave.

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60

A família Crassulaceae é bem conhecida pelas suas espécies que são amplamente

cultivadas como alimentares ou ornamentais (DI STASI, HIRUMA-LIMA, 2002), porém

neste estudo a espécie K. pinnata é bem representativa ao uso medicinal. Estudos científicos

comprovam várias atividades biológicas (Tabela 3), sendo estas equivalentes ao indicado

popularmente pela informante-chave. Na literatura indicada pela RDC 26 de 13 de maio de

2014, foram encontradas apenas em Lorenzi e Matos (2008) atividades biológicas desta

espécie, como por exemplo, antitussígena e anti-inflamatória.

A ordem Capparidales inclui treze famílias com pequena distribuição no Brasil, onde

se encontram mais facilmente espécies das famílias Capparidaceae e várias outras cultivadas

da família Brassicaceae. Essa ordem possui pequena importância como fonte de espécies para

fins medicinais (DI STASI, HIRUMA-LIMA, 2002). No entanto, no presente estudo a espécie

C. didymus (Brassicacea) exibe diferentes ações medicinais em estudos científicos (Tabela 3).

A literatura popular também contribui com informações que ressalta a ação expectorante, a

atividade no tratamento de bronquite e antitussígena (LORENZI; MATOS, 2008),

corroborando o uso popular.

Mais duas espécies deste estudo são reconhecidas e aprovadas pela OMS, sendo elas

M. piperita e F. vulgare, das famílias Lamiaceae e Apiaceae respectivamente, (WHO, 2002;

WHO, 2007) e pela monografia europeia, com atividade antitussígena (EUROPEAN

SCIENTIFIC COOPERATIVE ON PHYTOTHERAPY, 2003). Além disso, M. piperita

possui comprovação de uso pela Instrução Normativa n° 02 de 13 de maio de 2014 como

expectorante, carminativo, e antiespasmódico através do óleo essencial (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2014). O uso de F. vulgare também é aprovado como expectorante do trato

respiratório superior (EUROPEAN SCIENTIFIC COOPERATIVE ON PHYTOTHERAPY,

2003; BRADLEY; BRADLEY, 2006; WHO, 2007), anti-inflamatório, moderadamente

analgésico e antipirético (BRADLEY; BRADLEY, 2006,). O uso destas duas plantas é

bastante evidenciado em outros estudos etnobotânicos (BALLERO et al., 2001; DE-LA-

CRUZ; VILCAPOMA; ZEVALLOS, 2007; JUÁREZ-VÁZQUEZ et al., 2013), e as

indicações populares deste estudo conferem com o encontrado na literatura científica,

garantindo o uso para o tratamento destas enfermidades.

Apesar de M. paradisiaca apresentar vários estudos científicos comprovando suas

atividades biológicas, os estudos referentes a problemas respiratórios não estão de acordo com

o indicado pela informante-chave, visto que ela utiliza a casca da banana e o coração da

bananeira na forma de preparo. Já os estudos encontrados relatam o uso das folhas,

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inflorescência e hastes de M. paradisiaca. Porém, através destas partes usadas pode-se

comprovar a ação anti-inflamatória (Tabela 3.)

Pelo exposto, pode-se perceber que a maioria dos estudos científicos das espécies

comprova o uso popular da informante-chave, mas ainda não são reconhecidas como

medicamentos, o que indica a realização de mais estudos para tal reconhecimento. Porém,

dentre as espécies discutidas neste trabalho, três já foram adotadas como medicamento e

podem ser indicadas e utilizadas com segurança, são elas: M. glomerata, C. officinalis e M.

piperita. No entanto, as espécies ainda sem validação necessitam de estudos mais

aprofundados que venham a integrar profissionais envolvidos principalmente em

Etnobotânica, Etnofarmacologia e Fitoquímica, afim de resgatar o conhecimento popular e

analisar a composição química dos vegetais utilizados popularmente visando basicamente à

busca de melhores condições de vida para o ser humano, através das plantas medicinais

(MARINHO; SILVA; ANDRADE, 2011).

Com base nos bancos de dados relatados na metodologia, foi possível quantificar o

total de artigos publicados para cada espécie indicada neste estudo (Fig. 22).

Figura 22. Número de artigos publicados para cada espécie, até maio de 2015.

22 40 70 11

234

118

9

357

121 47

128

661

1208

29

889

437

29

mero

de

Est

ud

os

En

con

trad

os

Nativa

Exótica

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O número de estudos encontrados variou para cada espécie, porém esse número foi

significativamente maior em espécies exóticas, indicando que espécies nativas são pouco

estuda (Figura 22). As nativas mais estudadas até o momento são L. alba e M. glomerata, mas

quando comparadas com F. vulgare e M. piperita, espécies exóticas, elas ainda apresentam

um número baixo de estudos. O maior uso de espécies exóticas pode ser resultado do menor

conhecimento da flora nativa por parte da população.

Apesar do número crescente de trabalhos, devido à riqueza da flora brasileira, há,

ainda, carência de pesquisas que proporcionem o conhecimento das espécies nativas

(LEONHARDT, et al., 2008). Entretanto, pode-se considerar que as atividades de pesquisa no

Brasil são ainda recentes, pois a entrada da pesquisa nas universidades ocorreu com a pós-

graduação, a partir de meados dos anos 60 e veio a se concretizar apenas no final da década de

70 (GUIMARÃES, 2002).

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6 CONCLUSÃO

O conhecimento empírico sobre o tratamento de diferentes doenças que perturbam o

homem deve ser conservado e nota-se que ele é geralmente adquirido em conversas com as

pessoas mais idosas que muitas vezes carregam consigo essas preciosas informações. O

registro deste conhecimento é necessário e deve ser contínuo, tendo em vista que elas servem

de subsídios para o conhecimento da flora nacional. Esse conhecimento fica evidenciado pelo

histórico de vida de M.S.S, o qual foi influenciado por seus ascendentes e pela sua passagem

no convento, onde informações são passadas de geração a geração.

Também, a idade do informante apresenta uma relação positiva no conhecimento,

pois a aquisição do conhecimento neste domínio ocorre por toda a vida, visto que foi

absorvido por seus ascendentes e pessoas de gerações anteriores.

A M.S.S indicou 17 espécies de plantas que ela utiliza e indica para problemas

respiratórios, e as informações populares relatadas por ela, estão de acordo com a maioria dos

estudos encontrados em relação a problemas respiratórios. Porém, apenas 3 de 17 espécies são

validadas como medicamento, sendo elas: C. officinalis, M. glomerata e M. piperita.

Portanto, é necessário mais estudos para a comprovação e validação de outras

espécies como medicamento, garantindo assim, o uso correto e seguro destas plantas, visto

que elas não são isentas de efeitos maléficos, buscando melhores condições de vida ao ser

humano.

Estudos como este são de extrema importância tanto para o conhecimento científico

como para o popular, pois é através deles que se obtêm informações seguras. O número de

estudos que envolvem etnobotânica e etnofarmacologia vem aumentando a cada dia, devido à

necessidade de uma vida mais saudável e natural.

O registro dessas informações e conhecimentos é necessário, já que preciosos

conhecimentos perderam-se no decorrer da história das civilizações, extintas por fenômenos

naturais, migrações e, principalmente pelas colonizações europeias, que impuseram seus

costumes, alterando realidades socioculturais e econômicas, tanto no Brasil, quanto em outros

países, havendo um risco iminente de se perder essa importante memória cultural.

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8 APENDICE(S)

APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO PARTICIPANTE

Este projeto está vinculado ao Laboratório de Plantas Medicinais (LAPLAM)

da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). A Senhora foi plenamente

esclarecida de que participando deste projeto, estará participando de um estudo de cunho

científico, que tem como objetivo conhecer as plantas medicinais utilizadas para tratamento

de doenças respiratórias na região carbonífera de Santa Catarina. Embora a Senhora venha a

aceitar a participar deste projeto, estará garantido que poderá desistir a qualquer momento,

bastando para isso informar sua decisão. Foi esclarecido ainda que, por ser uma participação

voluntária e sem interesse financeiro, a Senhora não terá direito a nenhuma remuneração.

Desconhecemos qualquer risco ou prejuízos por participar desta pesquisa. Os dados referentes

à Senhora serão sigilosos e privados, preceitos estes assegurados pela Resolução nº 466/2012

do Conselho Nacional de Saúde, sendo que a Senhora poderá solicitar informações durante

todas as fases do projeto, inclusive após a publicação dos dados obtidos a partir desta. A

coleta de dados será realizada pela mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciências

Ambientais juntamente com o Laboratório de Plantas Medicinais (LAPLAM) da

Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) e orientada pela professora Dra. Patrícia

Aguiar Amaral (3431-2535). O telefone do Comitê de Ética e Pesquisa em Humanos é 3431-

2723.

Criciúma (SC) ____de______________de 2014.

______________________________________________________

Assinatura da Participante

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APÊNDICE B

FORMULÁRIO PARA A PESQUISA DE PLANTAS MEDICINAIS

UTILIZADAS PARA O ESTUDO DE CASO

Entrevistador(a):

__________________________________________________________

Data:___/___/_____

DADOS PESSOAIS

1- Entrevistado (a):______________________________________

2- Endereço:___________________________________________

3- Telefone:____________________________________________

4- Data de nascimento: ___/___/_____

5- Renda pessoal mensal:_________________________________

6- Escolaridade:_________________________________________

7- Profissão:____________________________________________

8- Religião:_____________________________________________

9- Estado Civil:__________________________________________

10- História de vida: Nesta etapa a informante-chave narra a sua história de vida,

principalmente sobre como adquiriu o conhecimento sobre as plantas medicinais.

DADOS DAS PLANTAS

Nome Popular

Nome Científico

Família

1- Há quanto tempo você conhece esta planta?________________

2- Qual parte da planta (farmacógeno) é utilizada?

( ) Sementes ( ) Flores/ Inflorescência

( ) Caule ( ) Frutos

( ) Folhas ( ) Casca

( ) Brotos ( ) Raízes/ Rizomas

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( ) Outros:_________________________________________________

2.1Solvente/líquido extrator:___________________________________

2.2Tempo em contato com a planta_____________________________

2.3 Em que condições está a planta para o preparo?

( ) Seca ( ) à fresco

2.4 Como é feito (quantidades):

__________________________________________________________

2.5 Em qual recipiente você armazena?___________________________

3- Para quais problemas respiratórios a planta pode ser utilizada (indicação)?

_________________________________________________________

4- Quantas vezes ao dia a planta (preparação) é usada (posologia), de acordo com

a indicação?

Quantidade (xícara, copo, colher)_______________________________

Quantas vezes ao dia________________________________________

5- Por quanto tempo a planta é usada?

__________________________________________________________

6- Você percebe melhora com a utilização da planta?

( ) Sim ( ) Não

__________________________________________________________

7- Algum profissional de saúde já indicou o uso desta planta?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual o profissional?____________________________________

Obs: Caso a resposta seja não, vá para a pergunta número 8.

7.1- Para tratar qual problema (enfermidade, doença, patologia)? Qual foi a

posologia?

__________________________________________________________

8- Já aconteceu de o uso desta planta provocar algum problema (efeito adverso ou

toxicidade)?

( ) Sim ( ) Não

__________________________________________________________

9- Existe alguma pessoa que não possa utilizar esta planta (contraindicações)?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual?_______________________________________________

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10- Há alguma restrição no uso desta planta juntamente com medicamentos e/ou

alimentos (interações com outras substâncias)?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual?_______________________________________________