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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER PIMENTEL GFCI DESENVOLVIMENTO DE UM INTERRUPTOR ELETRÔNICO RESIDUAL DE BAIXO CUSTO Palhoça 2020

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ALEXANDER PIMENTEL

GFCI – DESENVOLVIMENTO DE UM INTERRUPTOR ELETRÔNICO RESIDUAL

DE BAIXO CUSTO

Palhoça

2020

Page 2: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

ALEXANDER PIMENTEL

GFCI – DESENVOLVIMENTO DE UM INTERRUPTOR ELETRÔNICO RESIDUAL

DE BAIXO CUSTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Engenharia Elétrica da

Universidade do Sul de Santa Catarina como

requisito parcial à obtenção do título de

Bacharel em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Fabio Ignácio da Rosa, Esp. Eng.

Palhoça

2020

Page 3: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

ALEXANDER PIMENTEL

GFCI – DESENVOLVIMENTO DE UM INTERRUPTOR ELETRÔNICO RESIDUAL

DE BAIXO CUSTO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi

julgado adequado à obtenção do título de

Bacharel em Engenharia Elétrica e aprovado

em sua forma final pelo Curso de Engenharia

Elétrica da Universidade do Sul de Santa

Catarina.

Palhoça, 23 de Novembro de 2020.

______________________________________________________

Professor e orientador Fabio Ignácio da Rosa, Esp. Eng.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________

Anderson Soares André, Dr. Eng.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________

Anderson Horstmann, Bel. Eng.

Universidade do Sul de Santa Catarina

Page 4: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

Dedico este trabalho ao Senhor Jesus Cristo que

cuidou, educou, ensinou, corrigiu, disciplinou,

me orientou, nos momentos mais difíceis da

minha vida.

Page 5: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela saúde, por estar comigo e por permitir chegar

até aqui. Ele está no controle de tudo. Obrigado Senhor por mais essa conquista.

Aos meus pais, Loreni (in memoriam) e Ludovina, que independentemente das

condições, sempre incentivaram, investiram e apoiaram meus estudos.

A minha namorada Maria Sueli Dias Zanetti pelo apoio incondicional e por sua

compreensão nos momentos de ausência, que por vezes fui condicionado, a fim de cumprir

meus compromissos.

Aos meus colegas de curso, seja pela competitividade, seja pela contribuição de

cada um no decorrer desta jornada.

A todos os professores com quais tive contato nestes quatro anos pelo

compartilhamento de conhecimento e pelo desafio lançado a cada disciplina.

O meu muito OBRIGADO!!!

Page 6: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

"Sonhar grande ou sonhar pequeno dá o mesmo trabalho. Então, sonhe grande"

(João Paulo Leman, 1992).

Page 7: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

RESUMO

Uma infinidade de trabalhos necessitam do uso da eletricidade para sua execução. Dentro deste

escopo, evidencia-se a importância de que procedimentos seguros sejam adotados a fim de

manter a integridade e saúde, sejam dos usuários que mantem contato, sejam dos trabalhadores

que manipulam a eletricidade. Entretanto, mesmo com a adoção de diversos protocolos

previstos em manuais ou normas, eventuais falhas nos circuitos elétricos decorrentes de

sobrecargas, curto circuitos ou fugas de corrente a terra, podem provocar sérios danos materiais

e/ou físicos. A preocupação deste trabalho tem seu foco na letalidade que choques elétricos

podem provocar a seres humanos. Neste interim, os interruptores diferenciais são explorados

por constituírem um aliado na prevenção contra choques elétricos, condição na qual há

passagem de corrente elétrica através do corpo humano. Preponderantemente, o dispositivo

protege o usuário no caso do defeito, interrompendo a alimentação, proporcionando operação

segura. A investigação procura o desenvolvimento de um protótipo que atenda requisitos de

simplicidade e custo, sem comprometimento da segurança por constituir fator inegociável em

qualquer atividade.

Palavras-chave: Choque Elétrico. Interruptor Diferencial. GFCI.

Page 8: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

ABSTRACT

Multitudes of jobs require the use of electricity for their execution. Within this scope, it is

evident the importance that safe procedures are adopted in order to maintain integrity and

health, both for users who maintain contact, and for workers who handle electricity. However,

even with the adoption of several protocols provided for in manuals or standards, eventual

failures in the electrical circuits resulting from overloads, short circuits or leakage of current to

earth, can cause serious material and / or physical damage. The concern of this work is focused

on the lethality that electric shocks can cause to human beings. In the meantime, the differential

switches are exploited as they are an ally in the prevention of electric shocks, a condition in

which electrical current passes through the human body. Mostly, the device protects the user in

the event of a defect, interrupting the power supply, providing safe operation. The investigation

seeks the development of a prototype that meets the requirements of simplicity and cost, without

compromising safety, as it is a non-negotiable factor in any activity.

Keywords: Electric Shock. Differential Switch. GFCI.

Page 9: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Choques Elétricos Fatais/Não Fatais – Série histórica 2013-2019 ......................... 13

Figura 2 – Possíveis caminhos para a corrente elétrica no corpo humano ............................... 19

Figura 3 – Início da fibrilação ventricular ................................................................................ 21

Figura 4 – Choque elétrico por contato direto .......................................................................... 22

Figura 5 – Choque elétrico por contato indireto ....................................................................... 23

Figura 6 – Esquema elétrico do circuito de fuga de corrente a terra ........................................ 35

Figura 7 – Diagrama elétrico do dispositivo de proteção diferencial residual ......................... 36

Figura 8 – Curva característica de disparo do dispositivo diferencial ...................................... 37

Figura 9 – GFCI (Ground Fault Circuit Interrupter) ............................................................... 39

Figura 10 – GFCI comercializado pela fabricante Emerson .................................................... 41

Figura 11 – Modelo comercializado pela fabricante Phoenix Contacts ................................... 42

Figura 12 – Modelo comercializado pela fabricante Sinoamigo .............................................. 43

Figura 13 – Princípio de funcionamento do transformador ...................................................... 45

Figura 14 – Forma de onda retificada em ponte completa com filtro capacitivo ..................... 45

Figura 15 – Fonte de alimentação do circuito .......................................................................... 46

Figura 16 – Transformador de corrente não invasivo .............................................................. 47

Figura 17 – Circuito de aferição de corrente de fuga a terra .................................................... 48

Figura 18 – Circuito comparador de tensão.............................................................................. 49

Figura 19 – Pinagem do amplificador operacional 741 ............................................................ 50

Figura 20 – Diagrama elétrico do amplificador operacional LM741 ....................................... 51

Figura 21 – Símbolo, camadas e diagrama elétrico do tiristor ................................................. 51

Figura 22 – Circuito comparador de tensão e disparo do rele .................................................. 52

Figura 23 – Rele ....................................................................................................................... 53

Figura 24 – Circuito de abertura principal da carga ................................................................. 54

Figura 25 – Circuito para simulação da corrente de fuga a terra. ............................................. 55

Figura 26 – Circuito proposto com adição de instrumentos de medição.................................. 56

Figura 27 – Formas de onda na entrada do amplificador 741 no momento do disparo do rele 57

Figura 28 – Protótipo da placa .................................................................................................. 59

Figura 29 – Layout da placa ..................................................................................................... 60

Figura 30 – Projeto das trilhas para o circuito impresso .......................................................... 61

Figura 31 – Placa após processo corrosão, pronta para adição dos componentes .................... 61

Page 10: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

Figura 32 – Placa com os componentes eletrônicos ................................................................. 62

Figura 33 – Caixa plástica contendo componentes do dispositivo ........................................... 62

Figura 34 – Tampa da caixa plástica ........................................................................................ 63

Figura 35 – Dispositivo finalizado ........................................................................................... 64

Figura 36 – Protótipo da placa montada na base metálica para testes e experimentos ............ 65

Figura 37 – Circuito para simular corrente de fuga a terra ....................................................... 66

Figura 38 – Circuito com corrente de fuga a terra sem disparo do rele ................................... 66

Figura 39 – Momento de disparo do rele interrompendo a alimentação da carga.................... 67

Page 11: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantidade em porcentagem da corrente que circula pelo coração ....................... 19

Tabela 2 – Limite de valores de corrente em mA..................................................................... 24

Tabela 3 – Efeitos da corrente elétrica a uma frequência de 60 Hertz ..................................... 25

Tabela 4 – Lista de material do circuito proposto .................................................................... 58

Page 12: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 13

1.1 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 15

1.2 DELIMITAÇÕES .......................................................................................................... 15

1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 16

1.3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 16

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 16

1.4 METODOLOGIA .......................................................................................................... 16

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................. 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 18

2.1 SISTEMAS DE PROTEÇÃO E CHOQUE ELÉTRICO .......................................... 18

2.1.1 CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE ELÉTRICO ...................................................... 21

2.1.1.1 Choque Elétrico por Contato Direto ........................................................................... 22

2.1.1.2 Choque Elétrico por Contato Indireto ........................................................................ 22

2.1.1.3 Macrochoque .............................................................................................................. 23

2.1.1.4 Microchoque ............................................................................................................... 23

2.1.2 EFEITOS DO CHOQUE ELÉTRICO ...................................................................... 24

2.2 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE ......................................................................... 26

2.2.1 MEDIDAS DE CONTROLE DE RISCOS ............................................................... 26

2.2.2 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA ............................................................... 27

2.2.3 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ............................................................ 28

2.3 NORMAS DE SEGURANÇA ELÉTRICA ................................................................. 29

2.3.1 NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM

ELETRICIDADE ................................................................................................................... 29

2.3.2 NBR 5410 – INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO ....................... 31

2.4 SISTEMAS DE PROTEÇÃO EMPREGADOS EM ELEVADORES ..................... 32

2.4.1 DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS DE PROTEÇÃO .............................................. 34

2.4.1.1 Disjuntor Diferencial Residual - DDR ....................................................................... 34

2.4.1.2 Interruptores de Circuito por Corrente de Fuga à Terra - GFCI................................. 38

3 DESENVOLVIMENTO ................................................................................................... 40

3.1 SOLUÇÕES DE MERCADO ....................................................................................... 40

3.2 SOLUÇÃO DESENVOLVIDA ..................................................................................... 43

Page 13: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

3.2.1 O CIRCUITO ELÉTRICO ........................................................................................ 43

3.2.1.1 Fonte de Alimentação do Circuito .............................................................................. 44

3.2.1.2 Circuito de Aferição de Corrente de Fuga a Terra ..................................................... 46

3.2.1.3 Circuito Comparador de Tensão e Disparo do Rele ................................................... 48

3.2.1.4 Circuito de Abertura do Circuito Principal da Carga ................................................. 53

3.3 SIMULAÇÕES E TESTES VIRTUAIS ...................................................................... 55

3.4 MONTAGEM DO PROTÓTIPO E PLACA DEDICADA ........................................ 57

3.4.1 LISTA DE MATERIAL E CUSTO DO PROTÓTIPO ........................................... 58

3.4.2 PROTÓTIPO DA PLACA ......................................................................................... 59

3.4.3 PLACA DEDICADA................................................................................................... 59

3.4.4 PRODUTO FINAL ..................................................................................................... 62

4 RESULTADOS OBTIDOS .............................................................................................. 65

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 68

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 69

ANEXO .................................................................................................................................... 72

Page 14: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

13

1 INTRODUÇÃO

Uma das maiores preocupações das empresas nacionais e multinacionais refere-se

a saúde e manutenção da integridade de seus colaboradores. Dentro desta perspectiva as

empresas procuram inovar investigando e aplicando boas práticas sob a forma de

procedimentos, treinamentos e uso de ferramentas. Empresas que de alguma forma submetem

seus colaboradores ao uso da eletricidade, contínuo ou eventual, devem ter uma preocupação

especial, em função dos riscos envolvidos. Dados coletados e tabulados pela Abracopel

(Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade) dimensionam o

tamanho deste problema. A Associação demonstra que num período de sete anos, entre os anos

de 2013 a 2019, houve crescente acréscimo no número de acidentes fatais envolvendo

eletricidade no território brasileiro. Desde o início da tabulação dos dados foram contabilizadas

4.354 vidas perdidas por choque elétrico, compreendendo um acréscimo de 60% no número de

mortes de colaboradores expostos a eletricidade, conforme exposto na Figura 1 (ABRACOPEL,

2019).

Figura 1 – Choques Elétricos Fatais/Não Fatais – Série histórica 2013-2019

Fonte: ABRACOPEL, 2019.

Outro dado relevante e preocupante advém da base de dados da Previdência Social

cujo registro aponta que são quase dois acidentes acontecendo diariamente. Dados revelam

4.466 acidentes ocorridos entre os anos de 2000 a 2017 com afastamentos, no agrupamento CID

W85-W87 (segundo a Classificação Internacional de Doenças – CID 10ª Revisão), pertinentes

a trabalhos com eletricidade. (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2019).

Diante deste panorama, normas regulamentadoras para o setor elétrico foram

criadas a fim de evitar ou mitigar eventuais acidentes. Como primeira citação, dispomos da

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14

Norma Regulamentadora NR-10, criada em 1978, com última atualização sofrida em 2016, cuja

prescrição em seu item 10.1.1 estabelece:

“10.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos e condições

mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos,

de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou

indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.”

(MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2019)

Sendo sua aplicabilidade em todas as fases compreendendo: produção, transmissão,

distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação e

manutenção das instalações elétricas e ou quaisquer serviços realizados nas suas proximidades

(Atlas 2006). Todavia, mesmo aplicando todos os critérios estabelecidos na NR10, ainda

podem ocorrer falhas, pertinentes aos diversos métodos preventivos prescritos, com a utilização

de barreiras, invólucros, isolação, afastamento e equipotencialização.

Atualmente no Brasil atuam três grandes empresas fabricantes de elevadores,

responsáveis por 95% do mercado nacional. O sistema de proteção utilizado por estas empresas

para manutenção da integridade de seus colaboradores consiste na utilização de equipamentos

de proteção individuais (EPI´s), dentre eles podemos citar: luvas, óculos e sapato de segurança.

Além destes EPI´s, a Otis emprega o uso de um dispositivo de proteção denominado GFCI

(Ground Fault Circuit Interrupter), a fim de que sejam detectadas eventuais falhas decorrentes

de isolamento insuficiente de condutores ou equipamentos (extensões com lâmpadas, furadeira

ou ferro de solda), evitando danos pessoais por intermédio de choques elétricos.

O GFCI utilizado por exemplo por empresas multinacionais do ramo de elevadores

é homologado para todas as empresas do grupo presentes em diversos países, desconsiderando

particularidades locais, por critérios de homologação.

Com base no exposto acima, este trabalho tem como objetivo o estudo e

desenvolvimento de um GFCI - um dispositivo de proteção de corrente diferencial residual

portátil de baixo custo. Tal dispositivo permite a proteção do colaborador em locais remotos

onde haja necessidade de uso da eletricidade, independendo das condições da instalação.

Resumidamente, o colaborador estará protegido contra efeitos de eventual choque elétrico

mesmo que a instalação não possua disjuntor residual (DR) no circuito. O propósito é a

manutenção da saúde e integridade do colaborador no uso de iluminação e ferramentas elétricas

garantindo operação segura durante o uso da eletricidade.

Page 16: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

15

1.1 JUSTIFICATIVA

Em grandes corporações, principalmente as multinacionais, produtos e ferramentas

são desenvolvidos em determinados países a fim de atender necessidades locais. Em função de

determinada necessidade são prescritos uma série de itens para que fornecedores desenvolvam

um produto. Ao fornecedor, a tarefa de atendimento da especificação inicial, desenvolvimento

e teste do produto. Por sua vez, produtos desenvolvidos são testados e se bem avaliados são

homologados para uso local. Universalizar a solução acaba sendo um procedimento comum

por políticas internas das corporações. Por questões econômicas o fornecedor escolhido produz

o produto homologado em alta escala, onde lotes são destinadas para as empresas da corporação

espalhadas em diversos países, desconsiderando particularidades locais. O objeto deste estudo

é o GFCI utilizado por exemplo pelas empresas de manutenção de elevadores. Um dos itens

deste componente de proteção de não conformidade corresponde ao padrão de tomada para

conexão de equipamentos, diferente do padrão adotado no Brasil, em virtude do produto ser de

origem europeia. Um item simples de fácil solução, entretanto por questões de homologação no

país de origem, imutável pelo fornecedor. Um fator que força os colaboradores a utilizarem até

quatro adaptadores para que o dispositivo de proteção possa ser empregado no circuito elétrico.

Na ausência de um adaptador que permite a compatibilidade, o componente fica sem função

podendo acarretar o uso de ferramentas elétricas sem o uso da proteção, expondo o colaborador

a eventuais e possíveis choques elétricos. Outro fator determinante, gerador desta proposta

advém do custo de aquisição pela empresa deste componente de proteção, cujo valor é

expressivo em termos econômicos. Existe a real possibilidade de redução de custos decorrente

do desenvolvimento do tema proposto, resultando num resultado financeiro favorável.

Logo, este trabalho tem como objetivo o estudo e desenvolvimento de um GFCI.

Um interruptor diferencial residual eletrônico, adaptável ao mercado brasileiro, almejando

baixo custo em relação ao utilizado atualmente, de origem europeia.

1.2 DELIMITAÇÕES

Este trabalho limita-se ao estudo e desenvolvimento de um protótipo para produção

de um interruptor eletrônico residual de baixo custo para utilização única e exclusiva para

serviços de manutenção em elevadores. Serviços que fazem uso da eletricidade e que utilizem

no máximo duas cargas elétricas simultaneamente, a fim de manter a saúde e a integridade do

colaborador.

Page 17: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

16

1.3 OBJETIVOS

A seguir são apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos:

1.3.1 OBJETIVO GERAL

Estudar e desenvolver um protótipo para construção de um interruptor eletrônico

residual de baixo custo e efetuar o estudo e a experimentação em laboratório.

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Realizar um estudo dos interruptores eletrônicos residuais;

• Implementar a concepção de um protótipo funcional;

• Executar testes do protótipo para verificação de sua eficácia.

1.4 METODOLOGIA

Neste trabalho será aplicado a metodologia de pesquisa bibliográfica, que segundo

Fonseca (2002, p. 37)

“, ... a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já

analisadas e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos

científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma

pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre

o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na

pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de

recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual

se procura a resposta.”

Concomitantemente, associada a metodologia de pesquisa experimental, que

segundo Prodanov e Freitas (2013, p.57)

“Na pesquisa experimental, o pesquisador procura refazer as condições de um fato a

ser estudado, para observá-lo sob controle. Para tal, ele se utiliza de local apropriado,

aparelhos e instrumentos de precisão, a fim de demonstrar o modo ou as causas pelas

quais um fato é produzido, proporcionando, assim, o estudo de suas causas e efeitos.”

Com a utilização destas duas metodologias, este trabalho possui condições de reunir

a série de conceitos e experimentos que se fazem necessários para o estudo, compreensão e

desenvolvimento do objeto a ser estudado.

Page 18: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

17

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em 5 capítulos, nos quais serão tratados os seguintes

temas:

O capítulo 1 apresenta a introdução ao tema, com justificativa, objetivos e

metodologia aplicada.

O capítulo 2 traz a fundamentação teórica para referência, conhecimento e

embasamento a fim de prover condições para o desenvolvimento do protótipo.

O capítulo 3 expõe com detalhes do desenvolvimento do protótipo do interruptor

residual eletrônico.

O capítulo 4 apresenta os resultados obtidos do protótipo de acordo com as

expectativas definidas no capítulo 3.

O capítulo 5 apresenta as considerações finais bem como os trabalhos futuros.

Page 19: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 SISTEMAS DE PROTEÇÃO E CHOQUE ELÉTRICO

A eletricidade representa uma das grandes matrizes energéticas, que quando

controlada corretamente contribui não só para o aumento dos níveis de produtividade, mas

também para a segurança daqueles que a manipulam. Entretanto, quando não controlada há

riscos de potenciais acidentes podendo provocar danos à saúde das pessoas (FOWLER, 2012).

Com o objetivo de usar a eletricidade de forma segura em associação ao benefício

das pessoas, um estudo sobre choques elétricos e seus efeitos contribui para conscientização de

sua utilização com responsabilidade. Logo, equipamentos e instalações elétricas, pela

potencialidade em apresentar riscos de choques, necessitam de sistemas de proteção que

proporcionem segurança durante o uso da energia elétrica. Estas falhas podem provocar sérios

danos aos trabalhadores por meio de um evento físico denominado choque elétrico,

devidamente conceituado a seguir:

“Choque elétrico é a perturbação, de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no

organismo humano ou animal quando este é percorrido por uma corrente elétrica.

Dependendo da intensidade e do tempo do choque elétrico, a corrente elétrica provoca

maiores danos fisiopatológicos no homem” (COTRIM, 2012, p. 07).

Por sua vez a corrente elétrica corresponde a um fluxo de carga decorrente do

movimento de elétrons por meio de um condutor. Em determinadas condições o corpo humano

pode vir a se tornar um condutor, assim fazendo parte integrante de um circuito elétrico.

O circuito se fecharia e o choque elétrico produziria efeitos no corpo humano

determinados por três fatores básicos: a taxa de fluxo de corrente elétrica através do corpo; o

percurso da corrente através do organismo; a duração do tempo em que o organismo

permaneceu exposto à passagem do fluxo de corrente, ou seja, o tempo em que ele permaneceu

“ligado” ao circuito.

O caminho que a corrente irá percorrer no corpo humano influenciará diretamente

sobre risco que a pessoa está exposta.

A Figura 2 ilustra alguns dos possíveis caminhos percorridos pela corrente elétrica

no corpo humano no momento do choque elétrico.

Page 20: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

19

Figura 2 – Possíveis caminhos para a corrente elétrica no corpo humano

Fonte: FRACCHETA, 2016.

Na Tabela 1 temos a quantidade em porcentagem da corrente que circula pelo

coração de acordo com o percurso percorrido em cada evento da Figura 2.

Tabela 1 – Quantidade em porcentagem da corrente que circula pelo coração

Fonte: KINDERMANN, 2013.

O uso da eletricidade pode ocasionar efeitos não desejados, que devem ser evitados

com o uso de práticas de segurança. Dentre os efeitos indesejados pode-se citar: o choque

elétrico, os incêndios, as explosões e os danos mecânicos (FOWLER, 2012). Este trabalho está

focado na proteção contra o choque elétrico, que pode causar danos graves à saúde, podendo

em certos casos levar um indivíduo a morte (HUNT, 1992).

Segundo Kindermann, o choque elétrico pode ser considerado como uma

perturbação de natureza e efeitos diversos, que se manifestam organismo humano, quando este

é percorrido por uma corrente elétrica. Dentre seus efeitos o choque elétrico pode causar:

sensação, dor, contrações musculares, queimaduras, inibição dos centros nervosos, ou alteração

no ritmo cardíaco (DOBES, 1997).

Page 21: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

20

A resistência humana ao choque elétrico dentre os diversos fatores provém

preponderantemente das características da pele, visto ser o órgão pelo qual se estabelece o

contato. Para pele seca e contínua, ou seja, sem cortes ou queimaduras, um centímetro quadrado

apresenta resistência de 15 kΩ a 1,0 MΩ (OLSO, 2009). Já para a pele rompida ou úmida, a

resistência cai para 1% desse valor (DALZIEL, 1972). Diante da variação destes valores,

observamos o grau de importância de proteção para este órgão, através de práticas seguras por

intermédio do uso de equipamentos complementares denominados de equipamentos de

proteção individual (EPI´s).

Segundo Dalziel, os fatores que interferem na intensidade dos efeitos de um choque

elétrico são (DALZIEL, 1946):

• A intensidade da corrente elétrica em função do contato com o trabalhador;

• O percurso adotado pela corrente elétrica devido a resistividade elétrica dos

órgãos;

• O tempo de duração do choque elétrico pela ausência de proteção efetiva;

• A frequência de operação da rede elétrica;

• O estado de saúde do trabalhador;

• A fase do ciclo cardíaco;

• A forma de onda da corrente elétrica.

Além destes fatores, adiciona-se a área e pressão de contato, a região do corpo

humano afetada pelo choque e outras condições do indivíduo, como a existência de próteses

metálicas e marcapasso (KINDERMANN, 2013).

Cabe salientar que dentre todos os fatores o valor, caminho e frequência da corrente

elétrica são preponderantes na determinação dos danos causados pelo choque (COLLEGE,

2014).

Duarte Filho em 1999, conclui que a morte ou ferimentos causados pelo choque

elétrico podem resultar dos seguintes efeitos:

• Contração dos músculos peitorais, podendo interferir na respiração a tal ponto

que resultará em morte por asfixia;

• Paralisia temporária do sistema nervoso central, podendo causar parada

respiratória, uma condição que frequentemente permanece, mesmo depois da vítima ter sido

desconectada do circuito;

• Interferência no ritmo normal do coração, causando fibrilação cardíaca, uma

condição na qual as fibras do músculo cardíaco, em vez de contraírem de maneira coordenada,

Page 22: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

21

contraem separadamente e em diferentes momentos. A circulação do sangue para e ocorre a

morte;

• Parada cardíaca por contração muscular (em contato com alta corrente). Neste

caso, o coração pode reassumir seu ritmo normal, quando a vítima é libertada do circuito;

• Hemorragias e destruição de tecidos, nervos e músculos do coração devido ao

calor provocado pela alta corrente.

Segundo Kindermann, a fibrilação ventricular, se analisados os sinais cardíacos em

um eletrocardiograma, fica caracterizada por um sinal rápido e caótico, numa frequência que

varia em uma faixa de 170 a 300 ciclos por minuto de forma que as paredes dos ventrículos do

coração apenas vibram, ou seja, tremulam desordenadamente.

“Caso não tenha sido tomada nenhuma medida antes que se complete o intervalo de

tempo estimado entre 8 a 12 minutos após o início da fibrilação ventricular, o quadro

clínico evolui para uma parada cardíaca e óbito definitivo” (KINDERMANN, 2013,

p. 47).

A Figura 3 ilustra o gráfico de sinais gerados pelo eletrocardiograma (ECG),

durante a ocorrência de uma fibrilação ventricular.

Figura 3 – Início da fibrilação ventricular

Fonte: IEC, 2005.

2.1.1 CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE ELÉTRICO

Torna-se relevante classificar o choque elétrico para conhecimento e entendimento

de seus efeitos, visto não ser algo tangível fisicamente por não ser visualizável, mas

Page 23: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

22

tremendamente perceptível quando da ocorrência de seu fenômeno. O choque elétrico pode ser

classificado quanto a natureza do contato como:

• Choque elétrico por contato direto;

• Choque elétrico por contato ou indireto.

Complementarmente, de acordo com sua origem externa ou interna, como:

• Macrochoque;

• Microchoque.

2.1.1.1 Choque Elétrico por Contato Direto

Evento no qual ocorre contato com um elemento energizado da instalação elétrica.

Exemplificando: uma pessoa em contato com condutor ou um terminal exposto sem isolação.

A Figura 4 ilustra o choque elétrico por contato direto.

Figura 4 – Choque elétrico por contato direto

Fonte: VIANA, 2007.

2.1.1.2 Choque Elétrico por Contato Indireto

Situação em que ocorre contato com um elemento que aparentemente não deveria

estar energizado, mas que por defeito ou falhas na isolação, torna-se indevidamente energizado.

Exemplificando: uma pessoa em contato com uma superfície isolante que, por falhas

construtivas ou perda de qualidade, torna-se energizada por correntes de fuga. A Figura 5 ilustra

o choque elétrico por contato indireto.

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23

Figura 5 – Choque elétrico por contato indireto

Fonte: VIANA, 2007.

2.1.1.3 Macrochoque

Segundo Kindermann, o macrochoque é o choque cuja corrente elétrica entra no

corpo humano pelo lado externo (KINDERMANN, 2013). O choque ocorre por ocasião de

contatos estabelecidos externamente ao corpo humano, onde a corrente entra pela pele, percorre

o corpo e sai novamente pela pele (DOBES, 1997).

Dalziel, entre os anos de 1934 e 1972, constatou os valores de corrente, tensão,

frequência, forma da onda e o tempo de duração que causam maiores danos aos seres humanos

(SPALDING, 2009).

A parte 1 da norma IEC 60479, com revisão em 2005, orienta em relação a

segurança elétrica e os danos que podem ser causados a saúde com o uso de corrente elétrica,

tratando dos efeitos para a corrente contínua (CC) e em corrente contínua (CA) na faixa de

frequências entre 15 e 100 Hertz, ressaltando os limites humanos para percepção, reação,

controle muscular e fibrilação ventricular (IEC, 2005).

2.1.1.4 Microchoque

Segundo Kindermann, um microchoque é o choque que ocorre no interior do corpo

humano (KINDERMANN, 2013). Dalziel relata que correntes de microchoque apresentam

valores na ordem de microamperes (µA), não perceptíveis a grande parte dos seres humanos.

Mesmo que os valores de corrente sejam baixos, eles podem trazer sérias consequências.

Estudos da década de 1930 mostram que correntes, a partir de 67 µA, quando passam através

do músculo cardíaco, podem produzir parada cardiorrespiratória (FERRIS, 1936).

Os microchoques normalmente são resultados de correntes de fuga ou diferenças

de voltagem entre condutores aterrados. Quando há algum problema com o equipamento ou

com a instalação elétrica que o faz funcionar, uma corrente de fuga pode ser produzida. Um

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24

microchoque, segundo Moyle, pode ocorrer a partir de 10 µA e esses valores já podem iniciar

arritmias cardíacas.

Num macrochoque, apesar do valor da corrente ser maior, ela passa pela resistência

natural da pele e dos tecidos. Por outro lado, um microchoque, mesmo com valores de corrente

menores, a corrente pode fluir diretamente para o coração com menor resistência e proteção.

A Tabela 2 informa os limites de valores de corrente para macrochoque e

microchoque e seus respectivos efeitos.

Tabela 2 – Limite de valores de corrente em mA

Fonte: REBONATTO, 2014.

Na tabela 2 valores abaixo do limite para soltar foram considerados na escala de

risco como “Normal” por não haver interferência no controle muscular. Valores entre o limite

da capacidade de soltar e o limite da fibrilação ventricular são classificados como “Atenção”

pela potencial gravidade em produzir danos diretos ou indiretos. Acima do limite para

fibrilação ventricular são considerados na escala como “Perigo” pois seus efeitos

frequentemente causam sérias complicações.

2.1.2 EFEITOS DO CHOQUE ELÉTRICO

Charles Dalziel conduziu experimentos para determinar os limites de correntes e

tensões e suas relações e efeitos no corpo humano. O estudo é dividido em dois grupos, sendo

um de análise dos efeitos e danos da eletricidade no corpo humano e outro que visa a identificar

mecanismos de proteção com objetivo de minimizar as consequências dos choques elétricos.

No primeiro grupo a abordagem classifica os estágios e efeitos ao corpo humano,

sob a interferência de um choque elétrico, sendo estruturada em quatro faixas:

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25

• Percepção, onde identificou que em CC é sentido um ligeiro calor, enquanto em

CA uma ligeira sensação de formigamento;

• Reação, onde verificou uma reação involuntária inesperada, podendo causar um

acidente por meio de um efeito secundário, como exemplo: trabalhador faz uso de uma escada

para instalação de uma luminária, e estando sobre ela para atingir o nível, durante o trabalho

sofre um choque elétrico provocando sua queda decorrente do efeito da contração muscular;

• Capacidade de soltar, onde identificou a capacidade de um sujeito soltar um

determinado objeto, permanecendo estático junto a origem do choque elétrico. Este efeito, por

impedir uma reação natural de proteção, pode causar danos mais graves a medida que o tempo

passa e o dispositivo de proteção não efetue o desligamento do circuito, interrompendo a

corrente elétrica;

• Fibrilação ventricular, constituindo-se o efeito mais grave onde em termos

práticos o sangue para de circular. Quando o coração humano inicia o processo de fibrilação

ventricular, raramente se recupera espontaneamente. Aumentando a eletricidade, podem

ocorrer outros efeitos como: parada cardíaca, inibição respiratória, danos irreversíveis ao

sistema nervoso, queimaduras graves e inconsciência (Dalziel, 1972).

A Tabela 3 descreve os efeitos fisiológicos da produzidos pela corrente no corpo

humano em homens e mulheres de acordo com a intensidade da corrente elétrica.

Tabela 3 – Efeitos da corrente elétrica a uma frequência de 60 Hertz

Fonte: DALZIEL, 1956.

No segundo grupo, estudos de segurança elétrica evidenciam questões relacionadas

ao aterramento e elementos de segurança a serem empregados em ferramentas elétricas para

evitar acidentes. Estudos permitiram a concepção e a descrição de um modelo funcional, onde

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26

pela primeira vez é citado o disjuntor diferencial, como um poderoso aliado a segurança em

relação a choques elétricos.

Dentro do mesmo escopo, com a finalidade de evitar acidentes e preservar a vida

dos trabalhadores no uso da eletricidade, normas foram implementadas para serem observadas,

dentre elas a NR 10 e suplementarmente a NBR 5410. A utilização dos critérios previstos nestes

documentos permite segurança efetiva, visto implementarem técnicas, procedimentos e a

utilização de sistemas de proteção.

A apresentação e discussão dos sistemas de proteção para evitar choque elétricos

prevê substancialmente:

• Uso de equipamentos de proteção coletiva (EPC’s);

• Uso de equipamentos de proteção individual (EPI’s);

• Estabelecimento e cumprimento de procedimentos seguros;

• Utilização de dispositivos de proteção contra choques elétricos, sendo o GFCI

(Ground Fault Circuit Interrupter) o objeto deste estudo.

2.2 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE

Para que haja segurança nos serviços envolvendo eletricidade, três medidas devem

ser seguidas por seus agentes, a saber:

• Medidas de controle de riscos;

• Medidas de proteção coletiva;

• Medidas de proteção individual.

2.2.1 MEDIDAS DE CONTROLE DE RISCOS

Representam um conjunto de ações estratégicas de prevenção com objetivo de

reduzir ou eliminar os riscos, ou manter sob controle os possíveis eventos indesejáveis. Neste

intuito a NR 10 exige que se faça um controle do risco elétrico, por meio do planejamento de

medidas preventivas antes da execução dos trabalhos em instalações elétricas, ou em suas

proximidades. Estas medidas consistem em elencar riscos potenciais, mediante a visualização

da atividade, emitindo um plano a ser seguido para que atividade seja executada com segurança.

Garantir a segurança do trabalho aos trabalhadores não é uma atividade tão simples tendo em

vista a quantidade de riscos relacionados a cada ocupação.

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27

Para amortização e redução dos riscos, são estudadas e aplicadas medidas de maior

ou menor prioridade estabelecidas em uma lista conhecida por Hierarquia de Controle (HOC).

Existem vários tipos de HOC, entretanto sua fundamentação compreende alguns princípios

básicos nos quais as hierarquias são baseadas.

Basicamente, há três áreas nas quais as medidas de controle do risco podem ser

aplicadas dentre elas:

• Na origem do contaminante (Fonte);

• Ao longo do percurso entre a origem e o trabalhador (Ambiente);

• No receptor (Trabalhador).

Para cada uma destas três fases, são respeitadas e cumpridas as seguintes medidas:

• Medidas de Eliminação (Fonte): Essa medida prevê a eliminação da condição

perigosa que coloca em risco o trabalhador. Por exemplo, eliminar o manuseio manual de uma

ferramenta perigosa por um manuseio mecânico;

• Medidas de Substituição ou Minimização (Fonte): Substituir o agente de risco

perigoso por outro menos agressivo ou, ainda, reduzir a energia do processo. Por exemplo:

através de força, amperagem ou temperatura;

• Medidas de Engenharia (Ambiente): Mudança na estrutura do local de trabalho

do profissional, de modo a distanciar a condição perigosa dos trabalhadores. Por exemplo:

implantação de sistemas de ventilação, enclausuramento;

• Medidas de Separação (Ambiente): Um exemplo para esta medida é a separação

de eletricistas de cubículos onde estão os transformadores nas subestações, a fim de evitar

devido a níveis equipotenciais danos físicos graves;

• Medidas Administrativas (Ambiente e Trabalhador): Onde são estabelecidos os

treinamentos e procedimentos para a execução do trabalho. Também está inclusa a sinalização

horizontal e vertical, os sinais de advertência, alarmes, além de permissões de acesso, dentre

outros.

2.2.2 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA

São adotadas sempre que possível para trabalhos coletivos que expõem as equipes

de trabalhadores as mesmas condições de risco, sempre com o objetivo de eliminar, minimizar

ou controlar as probabilidades de ocorrer um acidente. A NR 10 prevê medidas de segurança e

estabelece exigências quanto à isolação, bloqueio, delimitação, sinalização e aterramento dos

equipamentos elétricos, mediante a utilização de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC´s),

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28

compostos por equipamentos ou dispositivos para a proteção de vários trabalhadores e/ou

terceiros em relação dos riscos provenientes do desenvolvimento das atividades.

Dentre as medidas de proteção coletiva, pode-se destacar:

• Desenergização;

• Seccionamento;

• Impedimento de reenergização;

• Constatação de ausência de tensão elétrica;

• Aterramento do equipamento;

• Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores

dos circuitos;

• Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada;

• Sinalização de segurança, destinada a advertência e identificação, constituído de

cartões, placas, avisos ou etiquetas;

• Equipotencialização;

• Isolação e delimitação da área de serviço, ou equipamento sob manutenção,

evitando que o trabalhador adentre por engano em área energizada.

2.2.3 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

As medidas de proteção individual se dão mediante o uso de Equipamentos de

Proteção Individual (EPI’s), constituídos por equipamentos ou dispositivos de uso individual

utilizados pelo trabalhador para a sua própria proteção contra a exposição aos riscos durante a

realização de suas atividades. Devem conter Certificado de Aprovação (CA) e Certificado de

Registro do Fabricante (CRF), emitidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, sendo os mais

utilizados:

• Capacete de proteção tipo aba frontal utilizado para proteção da cabeça;

• Calçado de segurança utilizado para proteção dos pés contra torção, escoriações,

derrapagens e umidade;

• Óculos de proteção para os olhos contra impactos mecânicos, partículas volantes

e raios ultravioletas;

• Luva isolante de borracha utilizada para a proteção contra choque elétrico;

• Cinto de segurança que deve ser utilizado em atividades com mais de dois metros

de altura do piso, e sempre que haja risco de queda;

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29

• Vestimentas de trabalho para proteção do corpo do trabalhador contra

queimaduras e/ou explosões provenientes de acidentes com choque ou arco elétrico.

2.3 NORMAS DE SEGURANÇA ELÉTRICA

Substancialmente, as normas mais relevantes utilizadas no Brasil para estabelecer

padrões mínimos de segurança em eletricidade são a NR 10 e a NBR 5410.

2.3.1 NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM

ELETRICIDADE

A NR 10, oficializada pela portaria nº 598, de 7 de dezembro de 2004, publicada

no diário Oficial da União, apresenta preocupações com a mitigação de problemas causados

por choque elétrico direto, tratando de uma forma bem abrangente as medidas protetivas

prescritas em relação a sinalizações, bloqueios elétricos e utilização de EPI´s.

A Norma Regulamentadora NR 10, estabelece em seu item 10.1 como objetivo

principal:

“10.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece os requisitos e condições

mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos,

de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou

indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.”

Além de ser uma exigência legal, é de vital importância a conscientização dos

trabalhadores sobre o emprego dos procedimentos de segurança em intervenções nas

instalações elétricas com a finalidade de manter a integridade física bem como prevenir e

minimizar acidentes. Ressaltando que atos e/ou condições inseguras contribuem para

ocorrência de acidentes envolvendo eletricidade.

Condições inseguras são caracterizadas pelas condições presentes no ambiente de

trabalho, que possibilitem acidentes e que por algum motivo coloquem em risco a integridade

física do trabalhador. São falhas técnicas presentes no ambiente, equipamentos, ferramentas ou

ainda, ausência ou insuficiência de equipamentos de proteção individual e/ou coletiva utilizados

na prestação de serviços.

Atos inseguros são provocados por fator humano, ou seja, vincula-se a forma que o

trabalhador está executando o trabalho, assumindo involuntariamente o risco de acidentes.

Page 31: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

30

A NR 10 refere, em seu item 10.2, a necessidade do exercício de medidas de

controle expressando a seguir:

“10.2.1 Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas

preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante

técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho.”

O item 10.2.8 estabelece o uso de medidas de proteção coletiva expressando:

“10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser

previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis,

mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a

segurança e a saúde dos trabalhadores.”

As medidas de proteção coletivas aplicáveis compreendem basicamente a

desenergização elétrica da rede ou circuito, e na sua impossibilidade, o emprego da tensão de

segurança. A desenergização é um conjunto de ações sequenciadas a fim de garantir ausência

de tensão no circuito, durante o tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores. Já o

emprego da tensão de segurança consiste na redução da tensão do circuito ou isolamento do

sistema. Na sua impossibilidade se utilizam outras medidas de controle, dentre elas: a isolação

de partes vivas, emprego de obstáculos e barreiras, sinalizações, sistema de seccionamento

automático de alimentação ou bloqueio de religamento.

Em situações que medidas de controle coletivas, não ofereçam proteção completa

contra possíveis riscos de acidentes, o emprego de equipamento de proteção individual torna-

se obrigatório, como cita a norma NR 10, no item 10.2.9.1:

“Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de controle e proteção

coletivas forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar riscos, devem

ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e adequados às

atividades desenvolvidas em atendimento ao disposto na NR-6.”

A norma NR 6, item 6.1, considera Equipamento de Proteção Individual (EPI), o

dispositivo ou produto de uso individual do trabalhador, destinado à proteção de riscos

suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador. Cabe salientar a vedação do uso

de adornos pessoais no trabalho com instalações elétricas ou em suas proximidades. Os

equipamentos de proteção individual fornecidos aos trabalhadores para a execução de serviços

Page 32: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

31

que envolvam eletricidade, de fabricação nacional ou importada, devem possuir um certificado

de aprovação, comprovando que o equipamento foi testado por órgão competente, atestando a

qualidade pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

em seu artigo 157, ressalta caber as empresas cumprir e fiscalizar o emprego das normas de

segurança e medicina do trabalho, além do treinamento e instrução do trabalhador, quanto aos

riscos e precauções a serem tomadas de forma a evitar acidentes envolvendo eletricidade.

2.3.2 NBR 5410 – INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO

Além da NR 10, outra norma que trata de segurança em eletricidade é a NBR 5410,

que estabelece condições de segurança nas instalações de baixa tensão, com valores de 1000

volts em CA e 1500 volts em CC, abrangendo consumidores e instalações elétricas de pequeno

porte.

Para cobrir eventos oriundos de choques elétricos mediante contato indireto, surge

como referência a NBR 5410, inspirada na norma internacional IEC 60364 (Electrical

Installations for Buildings).

A NBR 5410 em seu item 5.1.3.2 dispõe sobre o uso de dispositivo diferencial

residual de alta sensibilidade:

“5.1.3.2.1.1 O uso de dispositivos de proteção a corrente diferencial residual com

corrente diferencial residual nominal igual ou inferior a 30 mA é reconhecido como

proteção adicional contra choques elétricos. NOTA: A proteção adicional provida

pelo uso de dispositivo diferencial residual de alta sensibilidade visa casos como os

de falha de outros meios de proteção e de descuido ou imprudência do usuário.”

A NBR 5410 vem de forma a suplementar a NR 10, dispor que a forma de proteger

o colaborador contra choque direto e indireto se dá por meio da proteção supletiva, ou seja, por

meio de seccionamento automático da alimentação associado a outros métodos. O risco

associado ao contato indevido acidental com componentes elétricos energizados, ou por falhas

que possam colocar uma massa acidentalmente exposta ao choque elétrico, são eficazmente

protegidos pelo uso de dispositivos de corrente diferencial residual aplicados aos circuitos.

Lembrando que a proteção diferencial residual deve ser de alta sensibilidade, ou

seja, o valor da corrente diferencial residual deve ser igual ou inferior a 30 mA. Este dispositivo

é composto por um sensor que verifica a corrente elétrica do circuito constantemente, acusando

qualquer diferença provocada por eventual fuga de corrente, que fará atuar um dispositivo de

seccionamento automático resultando na desenergização do circuito. Os tempos de atuação são

Page 33: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

32

inversamente proporcionais aos valores da corrente de fuga. A NBR 5410 estabelece que o

tempo de atuação para dispositivos diferenciais residuais de alta sensibilidade sejam inferiores

a 40 milissegundos, com a finalidade de eliminação do risco de corrente de fuga elevada,

mantendo os níveis de integridade e segurança.

Na categoria de dispositivos de proteção diferenciais residuais estão os GFCIs

(Ground Fault Circuit Interrupter), que segundo Matthew N. O. Sadiku, Sarhan M. Musa,

Charles K. Alexander no livro Análise de Circuitos Elétricos com Aplicações, conceitua e

recomenda:

“....se mais corrente entra pelo circuito pelo condutor vermelho do que deixa pelo

condutor neutro, há corrente de fuga para terra. O GFCI é capaz de detectar uma fuga

tão pequena como 5 mA e pode desligar o circuito dentro de 0,0025s (25 ms),

ajudando a prevenir sérios choques elétricos. Você deveria seriamente considerar a

adição de GFCIs a qualquer circuito com perigo de choque. Um GFCI deve ser

previsto em cada local onde alguém pode se ferir ou o ambiente pode ser úmido ou

molhado. Uma pessoa pode inadvertidamente completar o circuito com a terra

entrando em contato com o condutor vermelho...”

2.4 SISTEMAS DE PROTEÇÃO EMPREGADOS EM ELEVADORES

Especificamente no ramo de elevadores são cumpridos os requisitos das normas NR

10 e NBR 5410 utilizando técnicas de análise e medidas de controle cabíveis. Desde o momento

do acesso a instalação, até a finalização dos serviços, os colaboradores fazem o uso de EPI´s,

dentre eles:

• Luvas de proteção, inclusive dielétricas;

• Óculos de segurança;

• Capacete ou boné de segurança;

• Sapatos de segurança;

• Uniformes com proteção.

Adicionalmente, procedimentos de bloqueio elétrico são efetuados a fim de que o

equipamento seja desenergizado para efetuar a manutenção preventiva.

Cabe enfatizar alguns pontos importantes sobre a retirada da eletricidade para que

os serviços sejam efetuados com segurança. A desenergização consiste num conjunto de ações

coordenadas, sequenciadas e controladas, eliminando a energia elétrica no circuito, durante a

execução do serviço sob controle dos trabalhadores envolvidos. Para manutenção preventiva

somente será considerado desenergizado o controle do elevador, deixando-o liberado para

trabalho, mediante os seguintes procedimentos:

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33

• Seccionamento. Representa o ato de promover a descontinuidade elétrica total,

com afastamento adequado, obtido mediante o acionamento do disjuntor geral de alimentação.

• Impedimento de reenergização. Condiz ao estabelecimento de condições que

impedem, de modo reconhecidamente garantido, a reenergização do circuito ou equipamento

desenergizado, assegurando ao trabalhador o controle do seccionamento. Na prática

compreende a aplicação de travamentos mecânicos, por meio de cadeados e dispositivos

auxiliares de travamento. Deve-se utilizar um sistema de travamento para o dispositivo de

seccionamento ou para o quadro de energia elétrica a fim de impedir de reenergização

involuntária ou acidental do circuito. Aplicam-se placas de sinalização alertando sobre a

proibição da ligação da chave e indicação que o circuito está em manutenção. O risco de

energizar inadvertidamente o circuito é grande em atividades que envolvam equipes diferentes,

onde mais de um empregado estiver trabalhando. Nesse caso a eliminação do risco é obtida pelo

emprego de tantos bloqueios quantos forem necessários para execução da atividade. O circuito

será novamente energizado quando o último empregado concluir o serviço e destravar os

bloqueios. Após a conclusão dos serviços deverão ser adotados os procedimentos de liberação

específicos.

• Constatação da ausência de tensão. Consiste na verificação da ausência de

tensão nos condutores do circuito elétrico. Realizada com multímetros ou detectores de tensão,

por contato ou por aproximação. Constatada a inexistência de tensão, deverão ser conectadas

as garras de aterramento aos condutores fase, previamente desligados.

• Instalação da sinalização de impedimento de reenergização. Deverá ser adotada

sinalização adequada de segurança, destinada a advertência e identificação da razão de

desenergização e informações do responsável. Os cartões, avisos, placas ou etiquetas de

sinalização do travamento ou bloqueio devem ser claros e adequadamente fixados.

Cumprindo esta sequência de atividades, serviços envolvendo eletricidade podem

ser efetuados com segurança nos elevadores.

Somente após a conclusão dos serviços e verificação de ausência de anormalidades,

o trabalhador providenciará a retirada de ferramentas, equipamentos e por fim o dispositivo

individual de travamento e etiquetas de sinalização. Remove-se o aterramento provisório na

ordem inversa a sua instalação, e mediante procedimentos de liberação do equipamento coloca-

se o elevador novamente em operação.

Entretanto, cabe salientar que alguns trabalhos, por exemplo em eventos de

manutenção corretiva, a energia torna-se necessária para identificação dos defeitos. Neste caso,

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34

cuidados adicionais são tomados com a utilização de EPI’s essenciais como exemplo as luvas

dielétricas.

No campo ferramental para proteção, existe o emprego e utilização do GFCI

portátil, objeto deste estudo para proteção contra choques elétricos durante a utilização de

ferramentas elétricas, que por presença de correntes de fuga a terra, devido a falha de operação

ou isolação atuam interrompendo a energia elétrica, com a finalidade de manutenção da

integridade e saúde do colaborador.

2.4.1 DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS DE PROTEÇÃO

Os dispositivos de proteção mais importantes no controle de riscos pertinentes ao

choque elétrico são:

• Disjuntor diferencial residual – DDR;

• Interruptores de circuito por corrente de fuga à terra – GFCI.

Ambos fundamentados no mesmo princípio de funcionamento. O DDR aplicado de

forma fixa, fazendo parte da instalação. Já o GFCI por ser portátil, permite aplicação remota e

quando empregado, adequa proteção à instalação, garantindo operação com segurança.

2.4.1.1 Disjuntor Diferencial Residual - DDR

Para compreensão uma prévia abordagem sobre o funcionamento do disjuntor

termomagnético se faz necessária. Basicamente no disjuntor existem dois meios de interrupção

de energia elétrica: por sobrecarga ou curto circuito.

Na sobrecarga, construtivamente há uma lâmina bimetálica que dilata toda vez que

é aquecida em função do valor da corrente. Essa lâmina se encurva de tal modo que age sobre

uma alavanca, cujo deslocamento abre o circuito, interrompendo a passagem da corrente

elétrica.

No caso de um curto circuito, o disparador magnético, que funciona como um ímã

toda vez que por ele passa uma corrente, atrai a alavanca que por sua vez, abre o circuito

elétrico. Em condições normais, ou melhor, quando o valor da corrente elétrica é abaixo daquele

que vem indicado no disjuntor, o circuito elétrico não é interrompido.

Adicionando-se a disjuntor um módulo chamado diferencial residual (DR), ele

passa a receber o nome de disjuntor diferencial residual (DDR). Além de proteger os condutores

Page 36: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

35

elétricos contra sobrecarga e curto circuito, também protege as pessoas contra choques elétricos

provocados por contatos diretos e indiretos.

O DR detecta pequenos desequilíbrios no circuito através das correntes residuais de

fuga, desligando o circuito instantaneamente, destinando-se a proteção de pessoas contra os

efeitos dos choques elétricos (SIEMENS, 2003).

No Japão, módulos DR foram adotados deste 1969. Dez anos depois com seu

emprego em instalações verificou-se uma queda de 88% nas mortes por eletrocussão (CEMAR,

2003).

Segundo Cotrim, o DR de 30mA oferece proteção eficaz contra a fibrilação

ventricular do coração humano (COTRIM, 2003).

O módulo DR tem seu princípio de funcionamento baseado na Primeira Lei de

Kirchoff que estabelece que a soma algébrica dos valores instantâneos das correntes elétricas

em um nó de um circuito é igual a zero, ou seja, a corrente diferencial residual no nó é nula.

Sendo R’ a carga do circuito e R” a resistência do corpo humano que é atravessado pela corrente

elétrica de fuga para a terra, a Figura 6 mostra um esquemático de fuga de corrente a terra.

Figura 6 – Esquema elétrico do circuito de fuga de corrente a terra

Fonte: VIANA, 2007.

No evento produzido por um choque elétrico, a corrente tende se elevar de acordo

com as características da pele, fechando o circuito entre os pontos de carga e terra. Se este valor

da corrente de fuga assumir valores acima de 30mA o módulo diferencial detecta essa

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36

anormalidade e automaticamente abre o circuito, interrompendo a corrente elétrica, oferecendo

proteção contra corrente diferencial residual.

O dispositivo de proteção é sensível e operado por corrente elétrica e tem por

finalidade desligar da rede de fornecimento de energia, o equipamento ou instalação que ele

protege de forma instantânea evitando danos físicos.

O dispositivo basicamente é constituído por um transformador de corrente, um

disparador e o mecanismo liga/desliga. Todos os condutores necessários para levar a corrente

ao equipamento, passam pelo transformador de corrente. Este transformador de corrente

monitora constantemente o circuito quando energizado e na ocorrência do desequilíbrio

provocado por eventual fuga de corrente a terra, este componente detecta o aparecimento da

corrente residual, induzindo no enrolamento auxiliar corrente suficiente, que após processada

por um circuito eletrônico, aciona um rele abrindo o circuito principal, eliminando a

possibilidade do choque elétrico. A Figura 7 ilustra o diagrama elétrico funcional do dispositivo

de proteção diferencial residual.

Figura 7 – Diagrama elétrico do dispositivo de proteção diferencial residual

Fonte: UNESP, 2020.

Page 38: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

37

Estudos determinaram graficamente algumas curvas características que relacionam

a corrente de fuga a suas interferências no corpo humano. A Figura 8 apresenta estas faixas de

valores de corrente elétrica e em destaque as curvas 5 e 6 como responsáveis por determinar o

disparo e consequente atuação dos dispositivos diferenciais.

Figura 8 – Curva característica de disparo do dispositivo diferencial

Fonte: IEC479, 2016.

Cabe salientar que as curvas 5 e 6 limitam as faixas de valores de corrente elétrica

perigosas para o ser humano. Resumidamente, as seis regiões graficamente demarcadas estão

relacionadas aos seguintes efeitos físicos:

• Região 1 – Os valores de corrente de fuga em função do tempo de circulação

pelo corpo, não têm influência no ritmo cardíaco e no sistema nervoso;

• Região 2 – A intensidade de corrente é suportável e inconveniente;

• Região 3 – Os efeitos fisiológicos produzidos são notáveis, podendo provocar

parada cardiorrespiratória e contrações musculares, geralmente reversíveis;

• Região 4 – Elevada possibilidade de efeitos fisiológicos graves e irreversíveis de

parada respiratória a fibrilação ventricular;

• Regiões 5 e 6 – Representa a faixa de atuação dos dispositivos ou disjuntores

residuais.

A faixa hachurada entre 10 e 30 miliamperes, identifica os valores de corrente

elétrica em que o dispositivo deverá operar em caso de contato involuntário com partes

condutoras pertencentes aos circuitos elétricos dos aparelhos, ou mesmo, caso haja contato por

intermédio de falha de isolamento do equipamento.

Page 39: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDER …

38

Por fim, os dispositivos diferenciais apresentam em sua construção um elemento,

geralmente um botão de teste que permite que os mesmos sejam previamente verificados em

sua eficácia, de tal modo que haja prévia certificação de que o dispositivo opere dentro de suas

especificações, evidenciando a proteção.

2.4.1.2 Interruptores de Circuito por Corrente de Fuga à Terra - GFCI

O item 5 da NBR 5410 trata da proteção das pessoas no uso da eletricidade.

Recomenda a utilização de barreiras, invólucros, isolação das partes vivas, separação elétrica

individual e outras determinações. Dentro deste escopo o emprego obrigatório do dispositivo

de proteção diferencial residual.

Entretanto, grande parte das instalações seja por serem antigas ou simples

negligência não possuem dispositivos diferenciais residuais em seus circuitos, deixando

trabalhadores expostos a choques elétricos em função de falhas de isolação, permitindo contato

com correntes de fuga a terra, ocasionando potenciais acidentes e danos à saúde.

Para preencher essa lacuna dispositivos de proteção portáteis são disponibilizados

aos trabalhadores para permitir procedimentos seguros em locais remotos, durante o uso de

ferramentas elétricas com segurança, oferecendo proteção aos trabalhadores.

Com princípio de funcionamento similar ao disjuntor residual, o GFCI (Ground

Fault Circuit Interrupter) é um interruptor diferencial portátil que se insere entre qualquer

tomada sem proteção diferencial residual e um dispositivo ou ferramenta elétrica. Sua

sensibilidade é da ordem de 10 a 30 miliamperes para correntes de fuga a terra, com capacidade

de suportar correntes de carga da ordem de 15 A.

Para garantir proteção contra choques elétricos, empresas que tem preocupação com

a segurança de seus colaboradores, disponibilizam estes dispositivos portáteis para uso em

instalações elétricas de terceiros, adequando o ambiente a norma durante o exercício da

atividade, por exemplo, no manuseio de uma furadeira elétrica, mesmo a tomada local não

sendo protegida por disjuntor residual, com o uso do GFCI, a operação torna-se segura com

proteção diferencial residual adequada.

A Figura 9 ilustra um GFCI, que configura numa solução de proteção remota que

garante as determinações preconizadas na NBR 5410 em instalações que ainda não estão em

conformidade.

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39

Figura 9 – GFCI (Ground Fault Circuit Interrupter)

Fonte: TRC, 2020.

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40

3 DESENVOLVIMENTO

Diante da importância do tema, visto se tratar da preservação e manutenção da vida

daqueles que utilizam a eletricidade diariamente em suas atividades, empresas preocupadas com

a saúde e a integridade de seus colaboradores adotam o GFCI como ferramenta para evitar

choques elétricos. Como exemplo, citamos algumas empresas de manutenção de elevadores

que fazem o uso deste componente em suas atividades diárias, exigindo que seus técnicos o

utilizem ao ligarem uma lâmpada, um ferro de solda, ou uma furadeira. Dessa forma eventuais

fugas de corrente a terra são detectadas evitando que o colaborador sofra efeitos do choque

elétrico.

Como principal vantagem principal cita-se a segurança, acompanhado da

desvantagem pertinente ao custo de aquisição associada a questões relativas a padronização.

Exemplificando pode-se citar o tipo de tomada, visto tal componente ser produzido geralmente

em outros países, cujo padrão difere do regulamentado no território brasileiro. Um estudo e

compreensão sobre o tema pode gerar um componente otimizado tangíveis a custos e que atenda

não somente a segurança, mas também as exigências nacionais, o qual será explanado no

decorrer deste trabalho.

3.1 SOLUÇÕES DE MERCADO

No mercado são encontrados diversos modelos de interruptores diferenciais

residuais, com similares princípios de operação e finalidade: a de proteção contra efeitos do

choque elétrico. Os interruptores diferenciais residuais podem ser aplicados nas instalações de

forma fixa ou portátil. As diferenças entre os modelos existentes compreendem algumas

variáveis como: dimensões, peso, capacidade de carga, custo, entre outros.

A fim de adequar as instalações desprovidas de proteção diferencial residual se

introduz ao circuito o modelo portátil. Ele faz a interface entre a instalação física, desprovida

de segurança, e o componente elétrico a ser alimentado. Um destes modelos é o produto

fabricado pela empresa Emerson, com suas principais características:

• Construção portátil permitindo o uso de ferramentas elétricas;

• Ideal para uso interno ou externo;

• Reconfiguração manual após a ocorrência de condições de desligamento ou falta

de energia, de modo a evitar a partida não monitorada do equipamento;

• Disponíveis nos modelos de 15 e 20 amperes, 120 e 240 volts, 60 Hz;

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41

• Nível de acionamento de 4 a 6 milliamperes;

• Proporciona proteção a circuitos de 3 fios;

• Indicador de acionamento mecânico “ON”;

• Construção robusta;

• Aterramento neutro típico (4 Ohms);

• Supressão da interferência de radiofrequência para proteção contra

acionamentos indesejados.

A Figura 10 ilustra o modelo de GFCI comercializado pela fabricante Emerson.

Figura 10 – GFCI comercializado pela fabricante Emerson

Fonte: EMERSON, 2020.

Outra solução disponibilizada pelo mercado consiste no modelo de uso fixo, ou

seja, permanece integrado a instalação elétrica existente, permitindo proteção permanente.

Como citação, o modelo fabricado pela Phoenix Contacts denominado DIN RAIL DUAL

OUTLET apresenta as seguintes características construtivas:

• Tempo de resposta de 25 milissegundos a 4,6 miliamperes;

• Capacidade de corrente de 15 a 20 amperes;

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• Tensão de operação de 120 a 250 volts;

• Custo aproximado de quarenta dólares.

A Figura 11 ilustra o componente comercializado pela empresa Phoenix Contacts.

Figura 11 – Modelo comercializado pela fabricante Phoenix Contacts

Fonte: PHOENIX ,2020

Outra solução interessante pelo seu aspecto inovador, refere-se ao modelo

diferenciado do tipo torre. É produzido na cidade de Zhejiang, localizada na China, pela

empresa Sinoamigo. Além de sua função principal de proteção, performa um design para ser

aplicado em diversos ambientes: comercial, industrial, hospitalar, laboratorial ou residencial.

Suas características compreendem:

• Capacidade de corrente nominal de 10 a 25 amperes;

• Plugue com soquete para corrente alternada personalizado de acordo com o

padrão do país solicitante;

• Frequência de operação de 50 ou 60 Hertz;

• Aterramento padrão;

• Tensão de trabalho de 110 a 240 volts;

• Nível de proteção IP54 conta respingos de água;

• Custo estimado de trinta e quatro a cinquenta dólares, de acordo com

especificação no ato da contratação.

A Figura 12 mostra a praticidade e funcionalidade do interruptor residual da

Sinoamigo.

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Figura 12 – Modelo comercializado pela fabricante Sinoamigo

Fonte: SINOAMIGO, 2020

3.2 SOLUÇÃO DESENVOLVIDA

Partindo do conhecimento adquirido e analogamente considerando o estudo das

soluções apresentadas pelo mercado, o desenvolvimento do protótipo em questão,

substancialmente, procurou se fundamentar nos seguintes parâmetros a serem observados e

atingidos:

• Facilidade de aquisição dos componentes eletrônicos empregados;

• Redução do número de componentes eletrônicos;

• Máxima simplificação no circuito elétrico;

• Redução de custo em comparação as soluções existentes no mercado;

• Funcionalidade segura;

• Manutenção das dimensões e peso.

Partindo destas premissas, a fim de parametrizar a solução, iniciou-se a fase de

desenvolvimento de um circuito elétrico para simulação, primeiramente em um ambiente virtual

para verificar as potencialidades de sua eficácia, para num segundo momento prover a execução

da montagem do protótipo.

3.2.1 O CIRCUITO ELÉTRICO

A subdivisão de um problema em partes proporciona melhor entendimento da

solução desenvolvida. Para dirimir todas as informações, cabe extratificar o esquema elétrico

em partes, de tal forma que todo circuito seja subdividido em quatro principais seções, com as

seguintes funcionalidades:

1 – Fonte de alimentação do circuito;

2 – Circuito de aferição da corrente de fuga a terra;

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44

3 – Circuito comparador de tensão e disparo do rele;

4 – Circuito de abertura do circuito principal da carga.

Antecedendo a explicação de cada parte do circuito, objetivando a consolidação do

conhecimento, cabe uma explanação sobre os principais elementos utilizados para seu

desenvolvimento, com o caráter de solidificar os conceitos envolvidos na concepção do

subcircuito que compõe o todo, ou seja, a solução proposta.

3.2.1.1 Fonte de Alimentação do Circuito

Nesta seção os principais componentes utilizados para o desenvolvimento

correspondem ao transformador e a ponte retificadora.

Os transformadores são dispositivos utilizados para reduzir ou elevar a tensão e

a corrente elétrica. Possuem dois enrolamentos de fios, definidos como primário e secundário,

envolvidos em um núcleo metálico. A passagem da corrente elétrica alternada no enrolamento

primário induz um campo magnético que é então concentrado pelo núcleo férreo em direção ao

enrolamento secundário. Este campo magnético variável induz uma corrente elétrica no

secundário. A proporção entre a tensão primária e secundária depende da relação do número

de espiras.

No circuito, para alimentação, optou-se pelo uso do transformador pelo fato de

prover um isolamento físico seguro em relação aos níveis de tensão envolvidos. Sua utilização

permite isolar a tensão entre os enrolamentos, reduzindo consideravelmente o nível de energia,

como no exemplo de 220 volts para 12 volts, propiciando aos componentes eletrônicos nível de

tensão de operação adequado, prolongando a vida útil dos elementos.

Por questões de segurança, a opção pelo uso de sistemas não isolados, com o

emprego de divisores resistivos, foi recusada. Tal opção acarretaria em aquecimento excessivo

dos resistores se energizados por longos períodos de tempo, podendo perder suas propriedades

elétricas, provocando sérios danos ao demais componentes do circuito, com riscos adicionais

no que tange a segurança do usuário pela possibilidade real de incêndio ou explosão em caso

de defeito.

A Figura 13 ilustra o princípio de funcionamento do transformador.

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Figura 13 – Princípio de funcionamento do transformador

Fonte: NEWTONCBRAGA, 2020

Após o transformador, a fim de retificar o sinal senoidal, a escolha pelo retificador

em ponte completa, com a inclusão do filtro capacitivo e regulador de tensão, configurou a

melhor opção, pela estabilidade proporcionada aos demais elementos presentes do circuito.

Em onda completa o capacitor é recarregado 120 vezes por segundo e descarrega

durante um tempo menor, com isto a sua tensão permanece próxima da tensão de pico, até que

seja novamente recarregado. Em termos de forma de onda têm-se um sinal próximo ao ilustrado

na Figura 14.

Figura 14 – Forma de onda retificada em ponte completa com filtro capacitivo

Fonte: ATHOSELECTRONICS, 2020

O sinal pontilhado em azul representa a saída logo após os diodos, onde haveriam

perdas significativas no que tange ao valor médio da tensão. Com a inclusão de um capacitor

eletrolítico corrige-se esta perda, denotada pelo sinal em vermelho, elevando a tensão para um

valor próximo a tensão de pico, otimizando a performance da fonte. Dessa forma, a frequência

de saída é o dobro da frequência de entrada. Com o intuito de estabilizar e evitar possíveis

variações de tensão emprega-se o regulador de tensão.

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46

Diante do exposto a solução desenvolvida para alimentar o circuito é ilustrada na

Figura 15.

Figura 15 – Fonte de alimentação do circuito

Fonte: AUTOR, 2020

Nesta seção do circuito o transformador reduz a tensão de rede elétrica de 220 volts

aplicados em seu primário para 12 volts no secundário. Essa tensão reduzida passa por uma

ponte retificadora de onda completa com objetivo de retificar a corrente alternada para contínua.

Com a finalidade de melhorar e estabilizar a qualidade do nível contínuo de 12

volts, um capacitor de 220uF/25V e um regulador de tensão 7812 foram adicionados ao circuito

para evitar queda de tensão proveniente pelo acréscimo de carga do rele, no momento do disparo

do tiristor.

3.2.1.2 Circuito de Aferição de Corrente de Fuga a Terra

Neste setor do circuito o principal componente é o transformador de corrente, visto

representar o elemento responsável por captar o indesejado e eventual valor de corrente de fuga

a terra do circuito de alimentação da carga. Conceituando, o transformador de corrente é

projetado para produzir uma corrente alternada em seu enrolamento secundário proporcional a

corrente elétrica que está sendo medida no enrolamento primário. Existem três tipos básicos de

transformadores de corrente descritos a seguir:

• Transformador de corrente com dois enrolamentos – O enrolamento primário do

transformador é fisicamente conectado em série com o condutor que transporta a corrente

medida que flui no circuito. O valor da corrente secundária depende da relação de voltas do

transformador.

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• Transformador de corrente do tipo barra – Este transformador de corrente usa o

cabo ou a barra do circuito principal como enrolamento primário. São totalmente isolados da

alta tensão de operação e são geralmente parafusados ao dispositivo de transporte de corrente.

• Transformador de corrente toroidal – A característica principal deste

transformador consiste na ausência do enrolamento primário. No lugar, a corrente que flui no

condutor pode ser medida, fazendo o mesmo passar através de um orifício no transformador

toroidal, logo o componente é não invasivo ao circuito principal. Pode ter o núcleo dividido,

permitindo que ele seja aberto, instalado e fechado, sem desconectar o circuito ao qual ele está

conectado.

A Figura 16 mostra o funcionamento de um transformador de corrente não invasivo.

Figura 16 – Transformador de corrente não invasivo

Fonte: TC, 2020.

No circuito proposto o transformador de corrente escolhido foi o tipo toroidal, não

invasivo para simplificar ao máximo a medição de corrente de fuga a terra. Congruentemente,

a opção se caracteriza pelo fato de que a escolha por outro modelo existente, acarretaria na

interrupção do circuito de alimentação, fato que exigiria transformadores de corrente tipo barra

ou de dois enrolamentos com corrente de 15 amperes, bem como o uso de dois transformadores

visto que deveria haver aferição dos dois condutores de alimentação de forma independente,

resultando no acréscimo de componentes.

Considerando o exposto, a Figura 17 apresenta o setor do circuito responsável pela

aferição de corrente de fuga a terra.

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Figura 17 – Circuito de aferição de corrente de fuga a terra

Fonte: AUTOR, 2020.

Nesta seção do circuito um transformador de corrente do tipo não invasivo, com

relação de transformação de 1000:1, afere a corrente de carga do circuito. Importante salientar

que, este transformador fará no mesmo instante, a leitura dos dois condutores que alimentam a

carga.

O princípio é simples: Não havendo corrente de fuga, a corrente elétrica que entra

será igual a corrente que sai da carga, logo a diferença de corrente será zero, e por consequência,

não haverá tensão gerada no secundário do transformador. Todavia, em caso contrário, fluindo

uma corrente de fuga a terra, caracterizando o defeito, a corrente que entra será diferente da que

sai da carga, resultando em uma diferença de corrente que produzirá um campo magnético que

induzirá uma tensão nos terminais do secundário do transformador de corrente. Esse nível de

tensão por sua vez passará por dois diodos de sinal 1N4148 posicionados de forma antiparalela

cuja função é de proteção, grampeando a tensão em 600 milivolts. Um filtro com um capacitor

cerâmico de 1 pF é adicionado a este circuito para filtragem do sinal, sendo encaminhado a pino

3 do amplificador operacional 741 responsável pelo processamento deste sinal.

3.2.1.3 Circuito Comparador de Tensão e Disparo do Rele

Por meio de duas operações fundamentais esta seção constitui o cérebro do circuito

como um todo. A primeira refere-se a comparação de tensão executada pelo amplificador

operacional processadas por suas duas entradas. A segunda por meio de sua saída, composta

pelo disparo do tiristor com a finalidade de alimentar o rele.

Logo, cabe a explanação sobre um elemento de ampla utilização em circuitos

eletrônicos, o amplificador operacional. Conceituando, este componente é um amplificador

multiestágio com entrada diferencial, cujas características se aproximam de um amplificador

ideal, dentre elas:

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49

• Impedância de entrada infinita;

• Impedância de saída nula;

• Ganho de tensão infinito;

• Resposta de frequência infinita;

• Insensibilidade a temperatura.

Os amplificadores operacionais assumem várias configurações tais como: básicos,

conversores, operadores, dentre outras possibilidades. Dentro da configuração básica, têm-se

os denominados comparadores de tensão, que por ser utilizada no objeto da proposta,

necessitam de um tratamento especial no que tange ao conhecimento de sua operação. Logo, a

configuração do amplificador operacional como um comparador de tensão resulta num ganho

alto em sua saída podendo operar normalmente com uma fonte de alimentação simples. A

configuração utilizada no circuito proposto é ilustrada na Figura 18.

Figura 18 – Circuito comparador de tensão

Fonte: NEWTONCBRAGA, 2020.

Observa-se que a entrada inversora do amplificador operacional recebe a tensão de

referência dada pelos valores de resistência dos resistores R1 e R2, de acordo com a seguinte

fórmula:

Vref = Vcc (R1/R1 + R2)

Na outra entrada do comparador, aplica-se a tensão a ser comparada, em outras

palavras a tensão de entrada. Nesta configuração se a tensão de entrada for menor do que a

tensão de referência, a saída do comparador apresentará uma tensão muito próxima de zero

volts. Em contrapartida, se a tensão de entrada for maior que a tensão de referência, a saída do

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comparador passa ao nível alto, ou seja, apresentará uma tensão muito próxima da tensão de

alimentação.

No circuito proposto foi escolhido o amplificador operacional 741 pela

confiabilidade, ampla oferta no mercado e baixo custo de aquisição. Para emprego correto no

circuito, após prévia consulta na folha de dados do componente, a Figura 19 ilustra a pinagem

deste elemento, relacionando sua identificação a sua respectiva função.

Figura 19 – Pinagem do amplificador operacional 741

Fonte: LM741, 2020.

Da figura tem-se a descrição dos pinos de acordo com sua funcionalidade como:

1 – Offset;

2 – Entrada inversora;

3 – Entrada não-inversora;

4 – Alimentação negativa ( – Vcc );

5 - Offset;

6 – Saída do amplificador;

7 – Alimentação positiva ( + Vcc);

8 – Não utilizado.

Com o intuito de verificação da complexidade e quantidade de componentes que

este amplificador operacional abriga em seu encapsulamento, com a finalidade de tratamento

dos sinais nas entradas e respectiva resposta em sua saída, ilustra-se na Figura 20 o diagrama

elétrico do amplificador operacional LM741.

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Figura 20 – Diagrama elétrico do amplificador operacional LM741

Fonte: WIKIPEDIA, 2020.

De igual maneira, uma breve explanação sobre o elemento que ativa o rele no

circuito tem sua relevância. Os retificadores controlados de silício ou tiristores são

semicondutores, multicamadas que operam em regime de chaveamento. São elementos que

apresentam pelo menos quatro camadas P-N-P-N, com três terminais denominados catodo,

ânodo e porta ou gatilho.

Basicamente, quando o terminal de porta é energizado a ativação desejada ocorre,

permitindo passagem de corrente entre ânodo e catodo continuamente. Após condução, mesmo

que não haja sinal na porta, a interrupção de condução do tiristor somente se dará se a corrente

entre o cátodo e o ânodo for baixa. A Figura 21 ilustra o símbolo, as camadas e o diagrama

elétrico do tiristor.

Figura 21 – Símbolo, camadas e diagrama elétrico do tiristor

Fonte: NEWTONCBRAGA, 2020.

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Em tempo, o circuito ilustrado na Figura 22 relaciona o emprego do amplificador

operacional 741 com o tiristor e respectivo rele.

Figura 22 – Circuito comparador de tensão e disparo do rele

Fonte: AUTOR, 2020.

Neste setor do circuito o amplificador operacional 741 é utilizado como comparador

de tensão. Basicamente o componente é alimentado com 12 volts no seu pino 7 e com 0 volts

no seu pino 4. Os pinos 1, 5 e 8 não são utilizados. São duas tomadas de tensão, sendo a tensão

de referência imposta na entrada inversora no pino 2 do amplificador operacional, determinada

pelo divisor de tensão compostos pelos potenciômetros RV1 e RV2 ajustados em 8,2 kΩ e

240Ω respectivamente, e no pino 3 referente a entrada não inversora do amplificador é imposta

a tensão de entrada referente ao sinal proveniente do secundário do transformador de corrente.

Quando a tensão de entrada for maior que a de referência o amplificador operacional altera o

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estado do pino 6 referente a saída de 0 para 12 volts; por consequência os resistores de 1 kΩ ,

R3 e R4, que formam um divisor resistivo, recebem essa tensão, alimentando o terminal

denominado gatilho do tiristor, fazendo conduzir tensão entre ânodo e catodo, ligando

automaticamente o rele de 12 volts.

3.2.1.4 Circuito de Abertura do Circuito Principal da Carga

Neste setor do circuito o principal elemento é o rele. Sendo simples, entretanto, não

menos importante, visto ser o elemento responsável por abrir o circuito de carga. Seu

funcionamento consiste na circulação da corrente elétrica por sua bobina, que cria um campo

magnético tornando o núcleo desta bobina um eletroímã, que por sua vez atrai a armadura móvel

que possui um conjunto de contatos.

O movimento fecha os contatos normalmente abertos e vice versa. De forma

análoga, quando a corrente na bobina é interrompida, o campo magnético cessa, a armadura

deixa de ser atraída, retornando a condição inicial. A Figura 23 ilustra os principais

componentes presentes em um rele.

Figura 23 – Rele

Fonte: NEWTONCBRAGA, 2020.

No circuito proposto as especificações do rele compreendem a tensão de

alimentação da bobina de 12 volts, com dois contatos normalmente abertos com capacidade de

condução de corrente de até 10 amperes.

Diante do exposto, a Figura 24 ilustra a seção correspondente ao circuito de abertura

principal da carga.

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Figura 24 – Circuito de abertura principal da carga

Fonte: AUTOR, 2020.

Esta seção do circuito tem a finalidade principal de alimentar ou não a carga por

intermédio dos contatos auxiliares do rele. O sinal de saída do amplificador operacional no pino

6 estando em nível alto (12 volts) permite o disparo do terminal de gatilho do tiristor, permitindo

condução direta deste componente garantindo alimentação constante do rele. Neste momento

os contatos normalmente fechados que alimentam a carga abrem, interrompendo passagem de

corrente entre fonte e carga, desenergizando a carga.

Este rele tem sua alimentação cessada somente pela ação direta do usuário caso

pressione o botão RESET, razão pela qual o sinal entre ânodo e catodo passa a 0 volts,

interrompendo a condução do tiristor e consequentemente, o rele volta a seu estado inicial,

estando pronto para operar novamente. Um diodo de roda livre D1 foi adicionado ao circuito

do rele, para que no momento de seu desligamento, a corrente elétrica produzida pelo campo

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55

magnético remanente, seja consumida pela própria bobina do rele, evitando propagação

indevida pelo restante do circuito.

3.3 SIMULAÇÕES E TESTES VIRTUAIS

O circuito proposto foi modelado inicialmente num ambiente de simulação virtual.

Optou-se por esta prática, comum no desenvolvimento de projetos eletrônicos, com a finalidade

de possibilitar exaustivas execuções de simulações e testes, com o objetivo final da obtenção

de redução máxima de componentes durante o desenvolvimento do esquemático, mantendo os

níveis de eficiência e operação do circuito.

A principal dificuldade encontrada no ambiente virtual resumiu-se a simular um

transformador de corrente não invasivo que fosse fidedigno a um componente real. Pesquisas

permitiram uma alternativa para geração de tal condição utilizando uma fonte de alimentação,

um resistor variável, uma fonte de corrente e um miliamperímetro. A alteração dos valores do

resistor variável permite a variação da corrente elétrica que aferida pelo instrumento de medição

resulta em condições de avaliar a corrente gerada pela fonte de corrente. Este valor de corrente

representa a corrente de fuga a terra lida pelo amplificador operacional em uma de suas portas.

A comparação com a referência produzia ou não os efeitos e respostas do modelo desejado.

A Figura 25 ilustra o circuito completo para simulação da variação de corrente no

transformador de corrente, representado no simulador por uma fonte de corrente.

Figura 25 – Circuito para simulação da corrente de fuga a terra.

Fonte: AUTOR, 2020.

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Para gerar corrente elétrica no primário da fonte de corrente a solução foi colocar

uma fonte de tensão em série com um resistor variável. A variação da resistência RV1 produz

uma corrente na ordem de miliamperes, que no primário da fonte de corrente com relação

1000:1, produz no secundário corrente da ordem de microamperes. A corrente elétrica que passa

por um resistor de 1 kΩ provoca queda de tensão, representando a tensão de entrada que é

encaminhada ao terminal 3 do amplificador operacional para ser comparada com a tensão de

referência decorrente do divisor de tensão empregada no terminal 2 do amplificador.

No período de simulação foram adicionados uma série de amperímetros e

voltímetros, espalhados por diversos pontos do circuito, para melhor visualização das reações

produzidas pelas alterações dos valores dos componentes eletrônicos no decorrer do

desenvolvimento. A Figura 26 ilustra parte do circuito proposto com adição de instrumentos de

medição.

Figura 26 – Circuito proposto com adição de instrumentos de medição

Fonte: AUTOR, 2020.

O resistor RV1 utilizado para simulação é submetido a variação até que a corrente

de 8,4 miliamperes, ponto em que o comparador de tensão muda sua saída para 12 volts

permitindo o disparo do tiristor e consequente atuação do rele, desenergizando a carga.

A Figura 27 ilustra as formas de onda da tensão de entrada e referência nas entradas

2 e 3 do amplificador operacional no exato momento em que ocorre a mudança de estado da

saída para nível alto do amplificador operacional 741.

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Figura 27 – Formas de onda na entrada do amplificador 741 no momento do disparo do rele

Fonte: AUTOR, 2020.

Sendo a forma de onda em azul, o sinal da tensão de entrada produzido pelo

transformador de corrente extraída do terminal 3, e em amarelo o sinal de tensão de referência

produzido do divisor resistivo tomada do terminal 2. É neste exato momento que o comparador

de tensão, ao processar que a tensão de entrada supera a de referência, executa sua função

colocando 12 volts em sua saída.

Após exaustivos testes no simulador, com a consequente resposta esperada ter sido

obtida, passou-se a fase da montagem dos componentes eletrônicos na placa de circuito

impresso perfurada. Com a placa devidamente pronta, processou-se testes no laboratório para

verificar possíveis diferenças entre os resultados produzidos no ambiente simulado e no

ambiente real.

As diferenças ocorrem em função do ambiente do simulador ser baseado em

modelos matemáticos. Já no ambiente real, ocorrem distúrbios e diferenças provocadas pela

faixa de tolerância dos componentes eletrônicos envolvidos em todo processamento do sinal.

3.4 MONTAGEM DO PROTÓTIPO E PLACA DEDICADA

Com o circuito devidamente testado e aprovado no âmbito virtual, inicia-se a

execução a parte prática com a montagem física do circuito eletrônico. Num primeiro momento

é elaborada a lista de material com devidos custos de aquisição. Com os componentes

adquiridos procede-se a montagem de um protótipo em placa perfurada visando facilitar os

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testes em laboratório. E por fim, o planejamento e o desenvolvimento de uma placa dedicada

para efetivamente criar o produto final.

3.4.1 LISTA DE MATERIAL E CUSTO DO PROTÓTIPO

Para construção do circuito foi considerada a opção pela especificação de

componentes eletrônicos de fácil aquisição no mercado local, aliado ao baixo custo, por

configurarem elementos de ampla utilização pelos profissionais de eletrônica.

Os componentes eletrônicos utilizados no circuito, com seus respectivos valores de

aquisição, estão descritos na Tabela 4.

Tabela 4 – Lista de material do circuito proposto

Lista de Material

Item Quant. Descrição Custo Unitário (R$) Custo Total (R$)

1 1 Transformador 220/12V 200mA 12,00 12,00

2 5 Diodos 1N4007 0,15 0,75

3 1 Capacitor eletrolítico 220uF/25V 0,75 0,75

4 1 Regulador de tensão 7812 2,20 2,20

5 1 Amplificador operacional 741 1,40 1,40

6 1 Transformador de corrente 8,00 8,00

7 2 Diodo de sinal 1N4148 0,15 0,30

8 2 Capacitor de poliester 1 pF/16V 0,15 0,30

9 1 Tiristor TIC106 4,00 4,00

10 1 Rele 12V/15A 10,00 10,00

11 3 Resistor 1kΩ/ 0,25W 0,07 0,21

12 1 Potenciometro 20kΩ 2,50 2,50

13 1 Potenciometro 2kΩ 2,50 2,50

13 1 Led 0,70 0,70

14 1 Push botton NF 3,50 3,50

15 1 Placa circuito impresso 6,50 6,50

16 1 Caixa plástica 15,00 15,00

Total (R$) 70,61

Fonte: AUTOR, 2020.

Portanto, o custo total estimado dos componentes eletrônicos utilizados para a

montagem do protótipo compreendem o valor de R$ 70,61 (setenta reais e sessenta e um

centavos), considerada cotação de setembro de 2020.

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3.4.2 PROTÓTIPO DA PLACA

De acordo com o circuito prescrito no ANEXO deste trabalho, procede-se a

execução da montagem do protótipo. Após posicionamento dos componentes eletrônicos e

soldagem dos elementos na placa perfurada, tem-se como resultado final o protótipo da placa

ilustrado na Figura 28.

Figura 28 – Protótipo da placa

Fonte: AUTOR, 2020.

Como trata-se de um protótipo, durante a montagem não houve preocupação com

o espaço físico alocado pelos componentes, visto que o objetivo neste momento é o experimento

em laboratório para atestar a eficácia e funcionalidade do circuito proposto.

3.4.3 PLACA DEDICADA

Decorrido a fase de testes no protótipo e finalizados positivamente quanto a

eficácia, o passo seguinte contempla o desenvolvimento e montagem da placa dedicada

exclusivamente ao circuito, com objetivo de compactar o protótipo e reduzir suas dimensões,

permitindo acondicionamento em um invólucro plástico, a fim de alcançar melhor aspecto

visual levando em consideração a praticidade de manuseio do produto final. Logo, descreve-se

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o processo de transformação pelas quais o protótipo evolui até atingir as propriedades de um

produto pronto para ser utilizado.

Primeiramente, com a utilização de ferramentas específicas para modelagem de

layout de placas de circuito impresso, parte-se para o planejamento da disposição dos

componentes. Um processo interessante, entretanto moroso, um verdadeiro quebra-cabeças,

visto que, além de permanentemente se procurar otimizar o espaço ocupado pelos componentes

eletrônicos, há a constante preocupação em evitar o indesejado cruzamento de trilhas. Observa-

se na Figura 29 que finalizado este estudo, a placa de circuito a ser impresso possui como

medidas 50 mm x 62,5 mm, com a disposição final dos componentes e as trilhas de interligação.

Figura 29 – Layout da placa

Fonte: AUTOR, 2020.

Com o layout finalizado, o próximo passo corresponde a corrosão da placa de cobre.

Por intermédio da impressão a laser, somente das trilhas planejadas, num papel fotográfico de

alta qualidade e pelo processo de transferência térmica, transfere-se o layout planejado para a

placa de cobre.

A Figura 30 ilustra as trilhas a serem projetadas na placa de cobre.

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Figura 30 – Projeto das trilhas para o circuito impresso

Fonte: AUTOR, 2020.

Com as trilhas devidamente impressas na placa de cobre, inicia-se o processo de

corrosão por imersão numa solução de percloreto de ferro. Importante salientar que após este

processo, é importante a verificação com um multímetro se há continuidade entre as trilhas,

para identificação de possíveis fugas ou falhas resultantes do processo químico. A Figura 31

mostra a placa após a corrosão com a formação das trilhas, pronta para adição dos componentes

eletrônicos.

Figura 31 – Placa após processo corrosão, pronta para adição dos componentes

Fonte: AUTOR, 2020.

De acordo com o circuito, os componentes eletrônicos são adicionados a placa pelo

processo de soldagem. A Figura 32 ilustra a placa com os componentes, antes de acondicioná-

la a caixa de proteção.

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Figura 32 – Placa com os componentes eletrônicos

Fonte: AUTOR, 2020.

3.4.4 PRODUTO FINAL

Para um melhor acabamento e proteção dos componentes eletrônicos optou-se por

acondicionar os elementos no interior de uma caixa plástica. Juntamente a placa, o

transformador de alimentação foi integrado formando um conjunto único, conforme ilustra a

Figura 33.

Figura 33 – Caixa plástica contendo componentes do dispositivo

Fonte: AUTOR, 2020.

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Em detalhe, a tampa da caixa acondiciona o botão que permite o rearme do sistema

quando disparado, bem como o led indicativo que acende em caso de disparo do sistema. Cabe

salientar que para ambos os componentes foram previstos conectores, para que em caso de

eventual manutenção, sejam desconectados da placa do circuito eletrônico presente na caixa,

permitindo modularidade ao dispositivo.

A Figura 34 mostra a tampa da caixa plástica de proteção com os dois elementos.

Figura 34 – Tampa da caixa plástica

Fonte: AUTOR, 2020.

Concluindo o trabalho, efetuam-se as conexões elétricas entre os elementos

presentes na tampa e a placa dedicada presente no interior da caixa. Finalizando por sistema de

pressão entre tampa e caixa há acoplamento entre os módulos resultando na formação de um

conjunto único.

A Figura 35 ilustra o dispositivo finalizado pronto para utilização.

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Figura 35 – Dispositivo finalizado

Fonte: AUTOR, 2020.

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4 RESULTADOS OBTIDOS

A submissão do protótipo a testes no laboratório de eletrônica permitiram

observações e verificações com equipamentos de medição de maior precisão. Especificamente,

um dos pontos fundamentais do projeto refere-se a determinação do valor de corrente de fuga

a terra que dá condições ao amplificador operacional acionar o gatilho do tiristor, alimentando

o rele a fim de que interrompa a energia a carga. Para facilitar esta tarefa, observamos na Figura

36 que o protótipo foi montado em uma base metálica com uma série de plugues, com pontos

de tomada de sinais elétricos extraídos da placa perfurada para permitir a aferição da corrente

de fuga.

Figura 36 – Protótipo da placa montada na base metálica para testes e experimentos

Fonte: AUTOR, 2020.

Logo, o protótipo foi submetido a testes para identificar o valor da corrente de

defeito, ou seja, a corrente elétrica de fuga necessária com o auxílio de alguns componentes

eletrônicos inseridos de forma intencional e provisória ao circuito a fim de simular a falha.

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Em um dos terminais da carga aplicou-se um resistor de 22 kΩ em série com um

potenciômetro de 10 kΩ ajustado previamente em seu valor máximo, sendo uma ponta ligada

no condutor que alimenta a carga e outra ponta ligada num ponto de aterramento. O circuito da

Figura 37 ilustra a forma para prover as condições de simulação de corrente de fuga a terra.

Figura 37 – Circuito para simular corrente de fuga a terra

Fonte: AUTOR, 2020.

Ao ligar a alimentação da placa, a carga é automaticamente alimentada, bem como

o circuito série formado pelo resistor e potenciômetro. Como o potenciõmetro está ajustado em

seu valor máximo a corrente de fuga a terra é de 6,87 miliamperes, produzindo campo

magnético insuficiente para que o transformador de corrente gere nos terminais de seu

secundário, tensão capaz de sensibilizar o amplificador operacional para colocar nível alto em

sua saída, mantendo a carga com alimentação conforme podemos observar na Figura 38.

Figura 38 – Circuito com corrente de fuga a terra sem disparo do rele

Fonte: AUTOR, 2020.

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Ao girar o potenciômetro de forma lenta e gradual, com a intenção de reduzir a

resistência, permitindo assim o aumento efetivo da corrente de fuga a terra, observa-se pelo

amperímetro ligado em série com o circuito, que ao atingir o valor de 8,34 miliamperes, a

diferença entre a corrente que entra e sai pelo transformador de corrente produz campo

magnético suficiente para que seu secundário produza tensão de entrada maior que a tensão de

referência do divisor resistivo, alterando a saída do amplificador operacional para nível alto,

disparando o gatilho do tiristor fazendo-o conduzir, acionando o rele, abrindo seus contatos,

retirando a energia da carga, protegendo o usuário. A Figura 39 ilustra o exato momento que o

circuito cumpre sua função de proteção, retirando alimentação da carga.

Figura 39 – Momento de disparo do rele interrompendo a alimentação da carga

Fonte: AUTOR, 2020.

Importante salientar que inicialmente o divisor resistivo responsável por fornecer a

tensão de referência ao amplificador operacional era dado pela inclusão de resistores fixos,

entretanto pelas dificuldades encontradas em escolher o valor ideal da referência para que

houvesse o disparo do tiristor, alteraram-se os mesmos para potenciômetros. A mudança

permitiu facilidade nos ajustes para que o dispositivo respondesse a corrente de fuga ideal, a

fim de evitar choques elétricos prejudiciais, bem como futuras alterações relacionadas a

sensibilidade de atuação do dispositivo.

Diante das observações, os resultados obtidos em laboratório ao final dos testes

foram satisfatórios pelo nível de proteção oferecido pelo protótipo.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma consideração importante advém do registro de uma condição observada nos

testes físicos laboratoriais que o ambiente virtual de simulação não demonstra. Ao alimentar o

protótipo ocorria invariavelmente o disparo da proteção de forma indevida, mesmo sem

inclusão de carga ou presença de corrente de fuga fluindo a terra. O processo de investigação

das possíveis causas resultou na identificação de ruídos e transientes gerados no momento que

o protótipo era alimentado pela energia elétrica. Para mitigar este efeito indesejado, optou-se

pela inclusão de varistores nos terminais de alimentação do circuito, visto que possuem a

propriedade de agir como isolantes dentro da sua faixa de operação, não interferindo no circuito.

Entretanto, diante de um pulso elétrico indesejado (surto), produzido no momento da interação

do protótipo com a rede elétrica, o mesmo se comporta como um curto instantâneo conduzindo

rapidamente este pulso a outro terminal da rede, sem passar pelo circuito, absorvendo esta

energia que se fosse tratada seria capaz de prover o disparo indesejado do sistema.

Durante o desenvolvimento um dos pontos mais importantes de análise e discussão

decorreu da forma escolhida para alimentação do circuito. Havia a opção por alimentar o

circuito de forma isolada ou não. A opção escolhida resultou na isolada em função do aumento

de nível de segurança proporcionado pelo uso do transformador. Obviamente que o peso e custo

deste componente representam uma desvantagem, entretanto a segurança que o mesmo

proporciona ao usuário, constituiu-se fator preponderante para que seu uso fosse empregado.

O custo final do circuito proposto demostrou ser bem atraente em relação as

propostas oferecidas pelo mercado. Comparativamente, se em baixíssima escala o custo do

protótipo alcançou R$ 70,61 face aos R$ 180,00 referente ao custo médio mínimo entre as três

propostas pesquisadas ofertadas comercialmente, chega-se a conclusão de um bom resultado

no que tange ao custo e simplicidade da solução.

Como sugestão para trabalhos futuros menciona-se a redução de custos que a

produção em alta escala poderia proporcionar à solução apresentada, visto que a aquisição de

componentes em lote reduz significativamente os valores dos componentes eletrônicos. E por

fim, não menos importante, considerando a flexibilidade que tal implemento proporcionaria, o

incremento de componentes para que o protótipo opere automaticamente com tensões de

alimentação de 100 a 240 volts, visto que no Brasil algumas regiões são projetadas para

trabalhar com nível de tensão de 110 ou 220 volts.

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ANEXO

Circuito Elétrico do Protótipo