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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA NATHÁLIA PEREIRA BENTANCUR EFEITOS DO EXERCÍCIO AQUÁTICO TERAPÊUTICO NA FUNCIONALIDADE DE MULHERES PÓS TRATAMENTO CIRÚRGICO PARA CÂNCER DE MAMA: UMA SÉRIE DE CASOS Palhoça, 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

NATHÁLIA PEREIRA BENTANCUR

EFEITOS DO EXERCÍCIO AQUÁTICO TERAPÊUTICO NA

FUNCIONALIDADE DE MULHERES PÓS TRATAMENTO CIRÚRGICO

PARA CÂNCER DE MAMA: UMA SÉRIE DE CASOS

Palhoça, 2021

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NATHÁLIA PEREIRA BENTANCUR

EFEITOS DO EXERCÍCIO AQUÁTICO TERAPÊUTICO NA

FUNCIONALIDADE DE MULHERES PÓS TRATAMENTO CIRÚRGICO

PARA CÂNCER DE MAMA: UMA SÉRIE DE CASOS

Trabalho de Conclusão de Curso de

Graduação apresentado ao Curso de

Fisioterapia da Universidade do Sul de

Santa Catarina como requisito parcial à

obtenção do título de Bacharel em

Fisioterapia.

Orientador (a): Prof. Dr. Rômulo Nolasco de Brito

* Trabalho de conclusão de curso de graduação em fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina

UNISUL/Pedra Branca - apresentado sob a forma de artigo científico. Este artigo será submetido para

Revista Brasileira de Cancerologia (as normas da revista encontram-se anexada neste documento).

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NATHÁLIA PEREIRA BENTANCUR

EFEITOS DO EXERCÍCIO AQUÁTICO TERAPÊUTICO NA

FUNCIONALIDADE DE MULHERES PÓS TRATAMENTO CIRÚRGICO

PARA CÂNCER DE MAMA: UMA SÉRIE DE CASOS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi

julgado adequado à obtenção do título de

Bacharel em Fisioterapia e aprovado em

sua forma final pelo Curso de Fisioterapia

da Universidade do Sul de Santa

Catarina.

Palhoça, 7 de julho de 2021.

______________________________________________________

Prof. Orientador Rômulo Nolasco de Brito, Dr.

Universidade do Sul de Santa Catarina

__________________________ ____________________________

Prof.ª Luana Meneghini Belmonte, Ms.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________

Prof.ª Viviane Pacheco Gonçalves, Ms.

Universidade do Sul de Santa Catarina

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Dedicado a Rose Barbosa, que em sua luta contra

o câncer, me inspirou a desenvolver este estudo, para ela...Em memória, que Deus te

receba de braços abertos.

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5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me guiar em seus caminhos e me amparar nas

dificuldades, pois sem ele não sou nada.

Aos meus pais Carlos e Eliana por sua criação que me trouxe até aqui e que me ampara

para conquistar cada vez mais.

Ao meu noivo Lucas que está e esteve comigo em todos os momentos me apoiando e

motivando.

Ao meu irmão Pedro Inácio que acompanha meus estudos e pelo qual me esforço para ser

inspiração para ele.

Aos meus sogros por serem minha segunda família.

A minha colega de profissão e amiga Giovana Steinbach pelo apoio ao desenvolver esse

trabalho e durante toda a graduação, que nossos caminhos ainda se cruzem durante nossa

carreira.

Ao meu orientador Dr. Rômulo Nolasco por ter feito parte deste projeto que se tornou

muito mais que um estudo.

E aos meus mestres destes 5 anos que me tornaram a profissional que sou hoje Doutores

e Doutoras Cintia Vieira, Luiz Belmonte, Luana Belmonte, Viviane Gonçalves, Karoliny

Isoppo, Kadine Berner, Andréa Delfino, Mirella Dias, Inês Lima, Daiana Salm, Ana Paula

Piovezan e demais professores.

A todos vocês meu muito obrigado, hoje e sempre.

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Efeitos do Exercício Aquático Terapêutico na Funcionalidade de Mulheres Pós

Tratamento Cirúrgico para Câncer de Mama: Uma Série de Casos

Effects of Therapeutic Aquatic Exercise on Functionality in Women After Surgical

Treatment for Breast Cancer: A Case Series

Efectos del ejercicio acuático terapéutico sobre la funcionalidad en mujeres después del

tratamiento quirúrgico para el cáncer de mama: una serie de casos

Exercício no Pós Cirúrgico de Câncer de Mama

Nathália Pereira Bentancur1; Rômulo Nolasco de Brito1,2#

1Discente do Curso de Graduação em Fisioterapia (UNISUL), Palhoça 88137-270, SC,

Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa em Neurociências e Farmacologia UNISUL

(NEUROFAR).

2 Fisioterapeuta, Doutor em ciências da saúde, Docente do Curso Graduação em

Fisioterapia (UNISUL), Palhoça 88137-270, SC, Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa

em Neurociências e Farmacologia UNISUL (NEUROFAR).

# Autor correspondente: Rômulo Nolasco de Brito. Universidade do Sul de Santa

Catarina (UNISUL), Campus Grande Florianópolis, Avenida Pedra Branca, 25, Palhoça,

SC, Brasil, 88137-270. Tel. + 55 48 99137 0304. E-mail:

[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0539-7476.

Declaração de Conflito de Interesses: Nada a declarar.

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RESUMO

Introdução: As sequelas do tratamento cirúrgico, são as principais causas das

complicações oncológicas, que afetam diretamente a qualidade de vida e a funcionalidade

das pacientes. Objetivo: Avaliar os efeitos do exercício aquático terapêutico na

funcionalidade de mulheres pós tratamento cirúrgico para câncer de mama. Método:

Série de casos com quatro participantes, sete atendimentos presenciais em ambiente

aquático, duas vezes por semana com duração de cada intervenção de 50 minutos.

Resultados: Idade média de 43 ± 7,74 anos, tempo médio de pós operatório de 2 anos e

5 meses, obteve-se melhora nas variáveis de funcionalidade, qualidade de sono, melhora

do déficit entre membros nos aspectos de amplitude de movimento do ombro (flexão,

extensão, abdução e adução), força de preensão palmar, edema de membro superior e

alterações sensoriais. Conclusão: Conclui-se que o exercício aquático terapêutico foi

uma estratégia fisioterapêutica com bons resultados para as pacientes que participaram

do estudo.

Palavras-chaves: Neoplasias da Mama; Hidroterapia; Fisioterapia em Grupo.

ABSTRACT

Introduction: The sequelae of surgical treatment are the main causes of oncological

complications, which directly affect the quality of life and functionality of patients.

Objective: To evaluate the effects of therapeutic aquatic exercise on the functionality of

women after surgical treatment for breast cancer. Method: Series of cases with four

participants, seven face-to-face visits in an aquatic environment, twice a week, lasting 50

minutes each. Results: Mean age of 43± 7,74 years, mean postoperative time of 2 years

and 5 months, there was an improvement in the variables of functionality, sleep quality,

improvement in the deficit between limbs in aspects of shoulder range of motion (flexion,

extension , abduction and adduction), grip strength, upper limb edema and sensory

changes. Conclusion: It is concluded that therapeutic aquatic exercise is an effective

resource for patients who underwent surgical treatment for breast cancer.

Keywords: Breast Neoplasms; Hydrotherapy; Group Physiotherapy.

RESUMEN

Introducción: Las secuelas del tratamiento quirúrgico son las principales causas de

complicaciones oncológicas, las cuales afectan directamente la calidad de vida y

funcionalidad de los pacientes. Objetivo: Evaluar los efectos del ejercicio acuático

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terapéutico sobre la funcionalidad de la mujer tras el tratamiento quirúrgico del cáncer de

mama. Método: Serie de casos con cuatro participantes, siete visitas presenciales en

medio acuático, dos veces por semana, de 50 minutos cada una. Resultados: Edad

promedio de 43 ± 7,74 años, tiempo postoperatorio promedio de 2 años y 5 meses, hubo

mejoría en las variables de funcionalidad, calidad del sueño, mejoría en el déficit entre

miembros en aspectos de rango de movimiento del hombro (flexión, extensión, abducción

y aducción), fuerza de prensión, edema de miembros superiores y cambios sensoriales.

Conclusión: Se concluye que el ejercicio acuático terapéutico es un recurso eficaz para

las pacientes sometidas a tratamiento quirúrgico por cáncer de mama.

Palabras llave: Neoplasias de mama; Hidroterapia; Fisioterapia grupal

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INTRODUÇÃO

O câncer de mama é uma doença que tem origem nas estruturas lobulares e nos ductos

mamários, no seu crescimento desordenado pode ocorrer disseminação para linfonodos

axilares, sendo o prognóstico mais importante uma vez que indica a possível ocorrência

de metástase e tamanho do aporte cirúrgico (1,2).

No mundo, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres, em 2018 ocorreram

2,1 milhões de casos novos, o equivalente a 11,6% de todos os cânceres estimados, esse

valor corresponde a um risco estimado de 55 pessoas doentes para cada 100 mil

habitantes. Para o Brasil, estimam-se que cerca de 67 mil novos casos de câncer de mama,

para cada ano do triênio 2020-2022 (3).

O tratamento clínico e cirúrgico, são as principais causas das complicações oncológicas,

por sequelas que afetam a qualidade de vida e a funcionalidade do indivíduo, pois a região

da mama envolve estruturas anatômicas responsáveis pelo movimento, vascularização e

inervação que se direcionam para o membro superior, dentre as sequelas que as pacientes

vivenciam estão: a dor na mama que foi realizada a cirurgia, os distúrbios de sono, a

limitação da amplitude de movimento do complexo do ombro, lesões nervosas de

componentes do plexo braquial e fraqueza dos músculos da cintura escapular (1).

Segundo estudo de Oliveira et. al (2018) cerca de 85% das mulheres, mesmo um ano

após a cirurgia, ainda referem ao menos uma queixa de complicação, em especial, a dor,

a limitação da amplitude de movimento do ombro e o linfedema (4).

Neste contexto o exercício aquático terapêutico pode ser eficiente na recuperação, por ser

capaz de possibilitar movimentos e funções livres de sintomas, por conta das propriedades

físicas da imersão e da cinesioterapia na água, bem como das respostas fisiológicas,

importante durante a intervenção, sendo capaz de auxiliar o terapeuta e potencializar o

processo de intervenção fisioterapêutica. Tais características fornecem um ambiente ideal

para terapia em uma temperatura em torno de 33 a 35o celsius durante a imersão,

promovendo analgesia, controlando o ciclo habitual da dor, diminuindo também a ação

da gravidade e proporcionando uma menor descarga de peso nas articulações (5). Em

conjunto com os métodos e técnicas de mobilização segmentar promove-se a recuperação

em aspectos funcionais e sensoriais (6).

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Portanto, em vista no cenário clínico foi a base para o desenho do presente estudo, que

tem como objetivo investigar o efeito do exercício aquático terapêutico sobre a

funcionalidade, a partir de aspectos funcionais em mulheres pós tratamento cirúrgico para

câncer de mama, para a análise da melhora da dor, qualidade de sono, amplitude de

movimento do ombro, força de preensão palmar, perimetria e alteração sensorial do

membro superior.

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MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade do Sul de Santa Catarina-UNISUL, registrado sob o número de parecer

3.949.812. Além disso, todas as participantes do estudo receberam esclarecimentos sobre

os objetivos e procedimentos do mesmo, assinando o termo de consentimento livre e

esclarecido

Trata-se de uma série de casos composto por uma amostra de quatro participantes, na

faixa etária de 35 a 60 anos, que realizaram tratamento cirúrgico combinado ou não com

técnicas de linfadenectomia ou biópsia do linfonodo. Foram excluídas do estudo as

participantes que possuem comorbidades não controladas, que apresentassem alterações

funcionais no complexo do ombro prévia ao diagnóstico de câncer de mama, que

estivessem em tratamento de radioterapia, e que estivessem realizando outro tipo de

tratamento fisioterapêutico. A avaliação compreendeu métodos objetivos e subjetivos

antes e após as intervenções, sendo eles: Questionário Disabilities of the Arm, Shoulder

and Hand (DASH) que avalia o impacto da funcionalidade nos membros superiores de

mulheres que passaram por cirurgia de câncer de mama, que informa sobre o grau de

dificuldade no desempenho de atividades de vida diária e sobre os sintomas de dor,

fraqueza, rigidez e parestesia. O escore total varia de 0 (sem disfunção) a 100 (disfunção

grave) (7); Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR) usada para avaliação

da qualidade do sono e de possíveis distúrbios no último mês. A soma dos valores

atribuídos aos componentes varia de 0 a 21 no escore total do questionário indicando que

quanto maior o valor pior é a qualidade do sono (8,9) os questionários são autoaplicáveis

porém no momento das avaliação as pacientes foram auxiliadas ao seu preenchimento;

também foi utilizado a goniometria dos movimentos do ombro (flexão, extensão, abdução

e adução), dinamometria para avaliar a força de preensão palmar, perimetria (medidas

acima e abaixo da linha do olecrano) e estesiometria (região correspondente aos nervos

radial, mediano, ulnar e intercostobraquial) (10–12). Foram sete intervenções

fisioterapêuticas presenciais em ambiente aquático, duas vezes por semana com duração

de 50 minutos cada. As condutas utilizadas durante os atendimentos estão descritas na

Tabela 1.

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Tabela 1 Condutas realizadas durante os atendimentos

Condutas

Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7

Ambientação: Caminhada anterior, posterior e lateral em grupo; deslocamento posterior com uso de espaguete como apoio para flexão de ombro; caminhada circular em grupo

com mudanças de sentido esporádicas; corrida estacionária

Alongamento: Individual com flutuador em movimento de rotação lateral de tronco e flexão de ombro e alongamento de cadeia anterior com uso de flutuador em dupla;

Exercícios de Codman adaptado: Realizados

com o membro superior submerso;

Exercícios Ativos: Circundação de ombro; movimento deflexão e extensão

de ombro com uso de flutuador; movimento de rotação interna e externa

com uso de halteres associando a corrida estacionária;

Método Bad Ragaz: Padrões de escápula e

membro superior;

Mobilizações

Segmentares*

Deslizamento

individual **

Alongamento cadeia

ântero-interna de

braço***

Mobilizações

Segmentares*

Deslizamento

individual**

Mobilizações

Segmentares*

Deslizamento

Individual**

Legenda: *Mobilizações Segmentares: Mobilização cervical em flexão, extensão e inclinação lateral associando deslocamento anterior; mobilização escapular e de MMSS; deslizamento individual e em flutuação por toda a extensão

da piscina; **Deslizamento Individual: Deslizamento com o paciente em flutuação; ***Alongamento cadeia ântero-interna de braço: Técnicas aplicadas com o paciente em flutuação.

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RESULTADOS

Participaram inicialmente deste estudo 12 mulheres, oito não puderem e não seguiram as

etapas previstas, totalizando quatro participantes. A amostra apresentou idade média de

43 ± 7,74 anos e tempo médio de pós operatório no início do estudo de dois anos e cinco

meses. Com predomínio de mulheres de cor branca, casadas, com formação em ensino

superior completo e com ocupações distintas (professora, manicure, fisioterapeuta e

assistente acadêmica), não tabagistas e se auto classificavam como uso social de bebidas

alcoólicas, duas participantes realizavam atividade física (caminhadas). As comorbidades

apresentadas foram hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, hipertireoidismo e

depressão em tratamento clínico. Em relação ao tratamento clínico todas realizaram

quimioterapia com número médio de 10,6 ± 6,403 intervenções, radioterapia com número

médio de 25,25 ± 7,320 intervenções, onde os locais de aplicação foram a parede torácica,

mama, fossa supraclavicular e região axilar, com relato de radiodermite de grau I e II.

Das participantes, duas estavam em tratamento de hormonioterapia e continuarão até

completar 60 meses.

Os tratamentos cirúrgicos adotados foram por meio das técnicas mastectomia radical

associada a linfonodectomia axilar e quadrantectomia também associada a cirurgia axilar,

sendo que duas participantes realizaram a cirurgia no hemitórax esquerdo e duas no

direito, e reconstrução com retalho do músculo grande dorsal ou prótese de silicone. As

complicações incluíram infecção, seroma em excesso, deiscência e necrose. Os dados

referentes a funcionalidade do membro superior e qualidade de sono são descritos na

Tabela 2. Foram descritos os resultados do déficit entre membros quando comparado a

avaliação pré e pós intervenção, tais valores são expressos nas Tabelas 3 e 4.

Tabela 2 Resultados funcionalidade do membro superior e qualidade de sono.

Variável Média DP Coeficiente de

Variação

DASH 48,5(31,8) 42,1(26,7) 0,9(0,8)

PSQI-BR 5,5(8,0) 4,9(1,4) 0,9(0,2)

Legenda: Valores são referentes a pré intervenção e entre parêntese ao pós intervenção.

Questionário Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH); Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR)

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14 Tabela 3 Déficit entre membros nas amplitudes de movimento ativas na articulação do ombro; déficit de força de preensão palmar

entre membros; déficit entre membros de medidas de membro superior, pré e pós intervenção.

Variável Média DP Coeficiente

de Variação

Goniometria (graus)

Flexão 23,3 (15,5) 20,7 (12,7) 0,9 (0,8)

Extensão 19,5 (13,5) 7,1 (10,3) 0,4 (0,8)

Abdução 20 (16,5) 16,8 (13,8) 0,8 (0,8)

Adução 20,8 (11,8) 14,5 (6,9) 0,7 (0,6)

Dinamometria (kgf)

Déficit de força 5,9 (3,9) 5,5 (2,6) 0,9 (0,7)

Perimetria (cm)

Supra

21 1,7 (0,3) 1,2 (0,5) 0,7 (1,5)

14 1,3 (1) 1,6 (1) 1,2 (1)

7 0,9 (0,5) 0,3 (0,2) 0,4 (0,3)

Infra

21 1 (0,8) 1,1 (0,5) 1,1 (0,6)

14 1,3 (0,9) 1,2 (0,8) 1 (0,9)

7 0,5 (0,8) 0,6 (0,7) 1,2 (0,9)

Legenda: Valores são referentes a pré intervenção e entre parêntese ao pós intervenção.

Tabela 4 Percepção sensorial do trajeto nervosa através da gramatura de monofilamentos.

Estesiometria (g)

Nervos Pré MSD (g) Pós MSD (g) Pré MSE (g) Pós MSE (g)

Nervo Radial 0,7 (0,9;1,4) 0,7 (0,9;1,4) 0,2 (0;0) 0,2 (0;0)

Nervo Mediano 0,7 (0,9;1,4) 0,7 (0,9;1,4) 0,7 (0,9;1,4) 0,2 (0;0)

Nervo Ulnar 1,1 (1;0,9) 0,7 (0,9;1,4) 0,7 (0,9;1,4) 0,2 (0;0)

Nervo

Intercostobraquial 78,1(148;1,9) 3,1 (4,7;1,5) 75,2(149,9;2) 0,7 (0,9;1,4)

Legenda: Os dados foram expressos em média (desvio padrão; coeficiente de variação); MSD: membro superior

direito; MSE: membro superior esquerdo.

Page 15: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA NATHÁLIA …

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DISCUSSÃO

Neste estudo as participantes desta série de casos (n=4) apresentavam tratamento

cirúrgico com técnicas de mastectomia radical associada a linfonodectomia axilar, com

reconstrução mamária e realizaram também tratamentos clínicos como quimioterapia,

radioterapia e hormonioterapia.

A funcionalidade analisada por meio do Questionário DASH permite delimitar o impacto

do câncer de mama e das intervenções terapêuticas nessa população de estudo. Observou-

se melhora significativa na funcionalidade geral e específica das participantes, assim

como no estudo de Schlemmer e colaboradores (2019) que avaliou a funcionalidade e

obteve resultados positivos neste grupo através da fisioterapia aquática (13). Em relação

a qualidade de sono, verificada pelo Índice de Qualidade de Sono de Pittesburg não foram

encontrados resultados significativos, porém quando avaliado previamente a cirurgia,

como no estudo de Ceolim e colaboradores (2017), onde foi aplicado o mesmo

questionário juntamente com o Inventário de Depressão de Beck e Escala de Esperança

de Herth em um grupo de 102 mulheres mostrou que a presença de depressão e dor,

contribuiu para o aumento do escore global no Índice de Pittesburg, o que indica pior

qualidade de sono (9).

No que tange a funcionalidade também avaliado através das medidas de déficit entre

membros, onde obteve-se melhora significativa, nas amplitudes de movimento do ombro,

para os movimentos de flexão, extensão, abdução e adução de ombro, e na força de

preensão palmar, sugerindo diminuição de desequilíbrios musculares, diminuindo a

predisposição a dor e possibilidade de lesões por adaptações posturais durante a vida

diária (14,15) Cruz, Lorena e Wells (2013) (10) mostraram em seu estudo que a avaliação

da força de preensão palmar em pacientes mastectomizadas auxilia também na

identificação da redução na saúde em câncer, sendo um importante marcador de saúde

muscular.

Em relação à análise de edema de membro superior obteve-se melhora da diferença de

tamanho nos pontos na região acima e abaixo da linha do olecrano. Carvalho e Azevedo

(16) mostraram que a fisioterapia aquática quando utilizada no tratamento do linfedema

mostrou redução quando comparou-se o pré e pós intervenção com pacientes que

Page 16: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA NATHÁLIA …

16

receberam a fisioterapia convencional, pois a pressão hidrostática promove uma melhor

distribuição dos fluídos corporais o estimula os receptores de volume que por sua vez,

provocam aumento da diurese sendo benéfica nos casos de edema, auxiliando o retorno

de líquido para a circulação linfática (17). Em relação avaliação sensorial obteve-se

melhora no trajeto dos nervos ulnar e intercostobraquial bilateralmente, onde Nogueira e

Bergmann (2010) concluíram em uma revisão da literatura de 7 artigos que a alteração da

função sensorial após o tratamento foi frequente, com foco na lesão do nervo

intercostobraquial que está associada a presença de dor e alteração de sensibilidade (11).

Tais resultados corroboram com as respostas fisiológicas proporcionadas pela imersão e

o exercício aquático terapêutico, aspectos termodinâmicos da água aquecida como a

vasodilatação e consequentemente aumento do fluxo sanguíneo, promovendo

relaxamento muscular. Com o auxílio da flutuação é reduzida a sobrecarga articular o que

restaura a função da amplitude de movimento e potencializa a movimentação e aplicação

de exercícios de força, aumentando também o limiar de dor durante os movimentos (17).

Os resultados da eficácia do exercício aquático terapêutico, hidroterapia, encontrados no

presente estudo corroboram com o de Neuhouser e colaboradores (2017) que mostrou a

terapia de exercício por imersão, como integrante do grupo de práticas manipulativas e

baseadas no corpo, juntamente com massagem terapêutica, usadas por 27% dos

participantes diagnosticados com câncer de mama, que procuravam por técnicas de

relaxamento e promoção da funcionalidade e qualidade de vida (18).

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CONCLUSÃO

Conclui-se que o exercício aquático terapêutico foi uma estratégia fisioterapêutica com

bons resultados para as pacientes que participaram do estudo. Recomenda-se a realização

de novos estudos com a aplicação da proposta terapêutica aplicada nesta pesquisa com

um número maior de participantes para que uma seja possível uma associação e análise

mais profunda das variáveis estudadas bem como da compreensão dos mecanismos de

ação da imersão e do exercício aquático terapêutico nesta população.

LIMITAÇÕES

O estudo realizado apresentou limitações importantes quanto ao tamanho da amostra, que

ao se apresentar em número reduzido e de forma heterogênea, permite considerar os

resultados encontrados apenas para o grupo, não refletindo um perfil para a população

geral.

As intervenções foram interrompidas durante duas semanas entre os atendimentos quatro

e cinco, sendo substituídos por encontros remotos devido as restrições da pandemia de

SARS – COVID -19.

Page 18: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA NATHÁLIA …

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quimioterápico. Rev Dor. 2012;13(1):45–9. DOI: https://doi.org/10.1590/S1806-

00132012000100008.

16. Carvalho A paula F, Azevedo EMM de. Estudo comparativo entre a fisioterapia

aquática e a convencional para reduzir linfedema pós-tratamento cirúrgico de

câncer de mama: ensaio clínico randomizado. 2° Congr Nac Extensão Univ Unopar

[Internet]. 2009;19(4):133–40. Available from: http://bases.bireme.br/cgi-

bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&

lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=550132&indexSearch=ID

17. Shirabe NA. Exercícios aquáticos nas disfunções musculoesqueléticas. UNOPAR;

2017.

18. Neuhouser, ML, Smith, AW, George, SM, Gibson, JT, Baumgartner, KB,

Baumgartner, R., Duggan, C., Bernstein, L., McTiernan, A., & Ballard, R. (2016).

Uso de medicina complementar e alternativa e sobrevivência ao câncer de mama

no estudo de saúde, alimentação, atividade e estilo de vida. Pesquisa e tratamento

do câncer de mama , 160 (3), 539–546. https://doi.org/10.1007/s10549-016-4010-

x

Page 20: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA NATHÁLIA …

20

ANEXO - NORMAS DA REVISTA BRASILEIRA DE CANCEROLOGIA

Preparo do Manuscrito

O processador de textos utilizado deve ser o Microsoft Word, margens de 3 cm em ambos

os lados, em folha de tamanho A4, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço 1,5 em

todas as seções. Não são aceitas notas de rodapé.

O original deve ser escrito na terceira pessoa do singular, com o verbo na voz ativa.

Recomenda-se que a estrutura dos manuscritos obedeça às diretrizes de redação científica

de acordo com delineamento da pesquisa. As diretrizes para redação de ensaios clínicos,

revisões sistemáticas e estudos observacionais podem ser acessadas no site da

iniciativa EQUATOR Network.

Os manuscritos aceitos para publicação poderão ser modificados para se adequar ao estilo

editorial-gráfico da Revista, sem que, entretanto, nada de seu conteúdo técnico-científico

seja alterado. Nesse caso, os autores serão previamente comunicados das mudanças

ocorridas.

Principais Orientações sobre cada Seção

1. Folha de Rosto

Deve conter:

a) Título do artigo com até 150 caracteres sem espaços, alternando letras maiúsculas e

minúsculas, em português, inglês e espanhol e sem abreviações.

b) Título abreviado com até 50 caracteres sem espaços.

c) Autores

Nome(s) por extenso do(s) autor(es).

Indicar afiliação institucional completa, localização geográfica, e-mail e Orcid iD para

cada autor.

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21

Todos os tipos de documentos, sem exceção, devem ter autoria com especificação

completa das instâncias institucionais e localizações geográficas (cidade, estado e país)

de quando a pesquisa foi realizada e o manuscrito preparado. Cada instância institucional

é identificada por nomes de até três níveis hierárquicos ou programáticos em ordem

decrescente, por exemplo, universidade, faculdade e departamento.

Quando um autor é afiliado a mais de uma instância, cada afiliação deve ser identificada

separadamente. Quando dois ou mais autores estão afiliados à mesma instância, a

identificação da instância é feita uma única vez. No caso de autores sem nenhuma

afiliação, a instituição é identificada como Pesquisador Autônomo.

d) Autor correspondente

Nome, endereço completo com CEP, telefone e e-mail do autor responsável pela

correspondência sobre o manuscrito.

e) Critérios de autoria (contribuições dos autores)

A designação de autoria deve ser baseada nas deliberações do ICMJE, que considera autor

aquele que: 1. contribui substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo;

2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou

revisão crítica e aprovação final da versão publicada.

Em estudos institucionais (de autoria coletiva) e estudos multicêntricos, os responsáveis

devem ter seus nomes especificados e todos considerados autores devem cumprir os

critérios anteriormente mencionados.

f) Agradecimentos

Os demais colaboradores, que não se enquadram nos critérios de autoria anteriormente

descritos, devem ter seus nomes referidos nesse item especificando o tipo de colaboração.

h) Declaração de conflito de interesses

É de responsabilidade dos autores a declaração sobre possíveis conflitos de interesse,

incluindo interesses políticos ou financeiros associados a patentes ou propriedade,

provisão de materiais, insumos ou equipamentos utilizados no estudo.

Quando não houver, escrever “Nada a declarar”.

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22

i) Fontes de financiamento

Em virtude da Portaria Capes número 206, de 4 de setembro de 2018, que dispõe sobre a

obrigatoriedade de citação da Capes, os autores devem declarar todas as fontes de

financiamento ou suporte, público ou privado, para a realização da pesquisa (incluindo as

agências de fomento).

Quando houver fornecimento de material, insumo ou equipamento, gratuito ou com

desconto para a realização da pesquisa, estes também devem ser mencionados, incluindo

a empresa e a origem (cidade, estado e país). Na ausência de financiamento, os autores

devem declarar que a pesquisa não recebeu financiamento para a sua realização.

2. Resumo e Palavras-chave (descritores)

Os resumos dos artigos (exceto de opinião) deverão ser redigidos em parágrafo único,

em português, inglês e espanhol, e ser estruturados em introdução, objetivo, método,

resultados e conclusão. Neles, não devem ser feitas citações de referências, bem como de

quadros, tabelas ou figuras. As abreviaturas devem ser evitadas. Os resumos

de Relato/Série de Casos possuem a seguinte estrutura: introdução, relato do caso

(resultados) e conclusão.

Todos os resumos deverão conter no mínimo 150 e no máximo 250 palavras e vir

acompanhados das palavras-chave (de três a cinco) e de suas respetivas key words e

palabras clave.

Os descritores são palavras fundamentais que auxiliam na indexação dos artigos em bases

de dados nacionais e internacionais. Para determiná-los, deve-se consultar a lista

de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) elaborada pela BIREME.

3. Introdução

O referencial teórico e as razões para executar a pesquisa devem estar detalhados de forma

objetiva e clara. Citar referências atuais e pertinentes. Deve conter o(s) objetivo(s) da

pesquisa.

4. Método

Deve ser claramente descrito como e por que o estudo foi realizado. O detalhamento de

como o estudo foi realizado deve permitir que o leitor possa reproduzir a pesquisa

realizada. O método inclui a descrição de delineamento, de seleção dos sujeitos da

Page 23: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA NATHÁLIA …

23

pesquisa, os critérios de inclusão e exclusão e a descrição da população-alvo, das técnicas

de coleta, das variáveis coletadas, análise e interpretação dos dados.

Nos estudos quantitativos, os métodos estatísticos devem ser descritos com detalhes

suficientes para que o leitor possa julgar sua adequação e conferir os resultados. Definir

os termos estatísticos, as abreviações e símbolos. Se for usado algum pacote de programa

estatístico, especifique a versão utilizada.

Nos estudos qualitativos, detalhar a teoria, as fontes de informação, os sujeitos da

pesquisa (quando pertinente), e as técnicas empregadas para coleta, síntese e análise.

Quando forem relatados experimentos com seres humanos, indicar se os procedimentos

seguidos estiveram de acordo com os padrões éticos do Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) em seres humanos da instituição que aprovou a pesquisa, com a Declaração de

Helsinque (última versão de 2013) e com as Resoluções números 466/2012 e 510/2016

do Conselho Nacional de Saúde. Não usar os nomes dos pacientes, iniciais ou números

de registro, especialmente no material ilustrativo. No caso de experimentos envolvendo

animais, indicar se foram seguidas as normas das instituições, dos Conselhos Nacionais

de Pesquisa ou de alguma lei nacional sobre uso e cuidado com animais de laboratório.

Na submissão de manuscritos, é obrigatória a inclusão de declaração de que a pesquisa

foi aprovada ou isenta de submissão pelo CEP.

Toda revisão sistemática deverá ter seu protocolo publicado ou registrado em uma base

de registro de revisões sistemáticas, como por exemplo, o PROSPERO.

5. Resultados

Apresentar os resultados relevantes de acordo com o objetivo do trabalho e registrando

primeiro os principais ou os mais importantes. Devem ser descritos somente os resultados

encontrados, sem incluir interpretações ou comparações. Fornecer as informações

referentes aos desfechos primários e secundários identificados na seção de métodos.

Apresentar os resultados, tabelas e ilustrações em sequência lógica, atentando para que o

texto complemente e não repita o que está descrito em tabelas e ilustrações. Restringir

tabelas e ilustrações àquelas necessárias para explicar o argumento do artigo e para

sustentá-lo. Usar gráficos como uma alternativa às tabelas com muitas entradas; não

duplicar os dados em gráficos e tabelas.

Page 24: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA NATHÁLIA …

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Evitar uso de termos técnicos de estatística, tais como: “random” (que implica uma fonte

de aleatorização), “normal”, “significante”, “correlação” e “amostra” de forma não

técnica. Definir os termos estatísticos, abreviações e símbolos.

6. Discussão

Deve conter a interpretação dos autores, comparar os resultados com a literatura,

relacionar as observações a outros estudos relevantes, apontar as limitações do estudo,

enfatizar os aspectos novos e importantes do estudo e as conclusões derivadas, incluindo

sugestões para pesquisas futuras. Não repetir em detalhe dados ou outros materiais

colocados nas seções de “introdução” ou “resultados”. Somente nos estudos

qualitativos, a discussão pode ser redigida junto com os resultados, se for da

preferência do autor.

7. Conclusão

Deve ser fundamentada nos resultados encontrados e vinculada aos objetivos do estudo.

Afirmações não qualificadas e conclusões não apoiadas por completo pelos dados não

devem constar dessa seção. Na conclusão, não devem ser feitas citações de referências,

bem como quadros, tabelas ou figuras.

8. Referências

Devem ser numeradas no texto por números arábicos, em sobrescrito (ex.: A extensão da

sobrevivência, entre outros1), de forma consecutiva, de acordo com a ordem que são

mencionadas pela primeira vez no texto e sem menção aos autores. A mesma regra aplica-

se às tabelas e legendas.

Quando as citações forem sequenciais, devem ser separadas por um traço (3-7). Se forem

intercaladas, devem ser separadas por vírgula (1,4,6,9). Sequenciais com apenas duas

citações devem ser separadas por vírgula (3,4).

As referências devem ser verificadas nos documentos originais. Quando se tratar de

citação de uma referência citada por outro autor deverá ser utilizado o termo “apud”. No

entanto, essa possibilidade deve ser evitada ou empregada limitadamente.

A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores. Deve constar apenas

referências relevantes e que realmente foram utilizadas no estudo.

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25

Não há limites quanto ao número de referências. Porém, a quantidade de palavras será

contabilizada no total permitido para cada tipo de manuscrito.

As referências devem seguir os padrões resumidos no documento original em inglês do

ICMJE intitulado Recommendations for the Conduct, Reporting, Editing and Publication

of Scholarly Work in Medical Journals: Sample References ou os padrões apresentados

na íntegra na publicação Citing Medicine 2nd Edition (conhecidos como ‘Estilo de

Vancouver’).

Para a padronização dos títulos dos periódicos nas referências, é utilizado como guia o

LocatorPlus, fonte de consulta da National Library of Medicine, que disponibiliza, na

opção Journal Title, o título e/ou a abreviatura utilizada.

Para a indicação de autoria, incluem-se os nomes na ordem em que aparecem na

publicação até três autores, iniciando-se pelo sobrenome seguido de todas as iniciais dos

prenomes separando cada autor por vírgula. No caso de a publicação apresentar mais de

três autores, são citados os três primeiros; utiliza-se vírgula seguida da expressão et al.

Quando o sobrenome do autor incluir grau de parentesco – Filho, Sobrinho, Júnior, Neto

– este deve ser subsequente ao último sobrenome: João dos Santos de Almeida Filho =

Almeida Filho JS, José Rodrigues Junior = Rodrigues Junior J.

Para padronização de títulos de trabalhos, utilizam-se letras minúsculas em todo o

período, com exceção da primeira palavra que começa, sempre, com letra maiúscula.

Fogem à regra nomes próprios: nomes de pessoas, nomes de ciências ou disciplinas,

instituições de ensino, países, cidades ou afins, e nomes de estabelecimentos públicos ou

particulares.

As abreviaturas devem estar de acordo com a lista de periódicos no PubMed.

Todas as referências deverão vir com seus respectivos Digital Object Identifier (DOI).

9. Tabelas

As tabelas são utilizadas para exibir informações de maneira concisa e de fácil

visualização. A inclusão de dados ou informações em tabelas, em vez de descritas no

texto tem como finalidade reduzir o tamanho do texto.

Numerar as tabelas sequencialmente de acordo com a ordem de sua citação no texto e dar

um título curto a cada uma. As tabelas deverão ser apontadas no corpo do texto, porém

enviadas em laudas separadas.

Page 26: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA NATHÁLIA …

26

Definir para cada coluna um cabeçalho abreviado ou curto. Colocar as explicações no

rodapé das tabelas e não no cabeçalho. Explicar, em notas de rodapé, todas as abreviações

não padronizadas usadas em cada tabela. Utilizar símbolos para explicar as informações

(letras do alfabeto ou símbolos como *, §, †,‡).

Nas tabelas e quadros, cada célula deve conter apenas um conteúdo, sem utilização de

espaços, como “enter”. O conteúdo referente a uma célula em uma coluna deve estar na

mesma linha, também em uma única célula, em todas as colunas seguintes. Caso um

conteúdo de uma célula faça referência a mais de um conteúdo em outra coluna, deve-se

usar, para essa célula, o recurso “mesclar células”. Não enviar as tabelas como imagem

para que seja possível proceder à sua edição.

Identificar medidas estatísticas de variações, tais como: desvio-padrão e erro-padrão.

Constatar que cada tabela esteja citada no texto por sua numeração e não por citação

como: tabela a seguir, tabela abaixo.

O uso de tabelas grandes ou em excesso, em relação ao texto, pode produzir dificuldade

na forma de apresentação das páginas.

10. Ilustrações

As ilustrações (figuras, quadros, tabelas e gráficos etc.) devem estar inseridas no texto

com os títulos completos, indicação de fontes, legendas e notas adicionais quando

necessárias. Todas as ilustrações mencionadas deverão ser enviadas em formato editável.

Não colocar os títulos e explicações nas ilustrações e sim nas legendas.

Se forem usadas fotografias de pessoas, os sujeitos não devem ser identificáveis ou suas

fotografias devem estar acompanhadas por consentimento escrito para publicação.

As ilustrações devem ser numeradas de acordo com a ordem em que foram citadas no

texto. Se uma ilustração já foi publicada, citar à fonte original e enviar a autorização

escrita do detentor dos direitos autorais para reproduzir o material. A autorização é

requerida, seja do autor ou da companhia editora, com exceção de documentos de domínio

público. Disponível em: (http://locatorplus.gov/cgi-

bin/Pwebrecon.cgi?DB=localHYPERLINK "http://locatorplus.gov/cgi-

bin/Pwebrecon.cgi?DB=local&PAGE=First).

Fotografias devem ser fornecidas da seguinte forma: arquivo digital em formato. TIFF,

JPG, EPS, com resolução mínima de: 300 dpi para fotografias comuns; e 600 dpi para

fotografias que contenham linhas finas, setas, legendas etc.

Page 27: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA NATHÁLIA …

27

Gráficos, desenhos, tabelas e quadros devem ser enviados em arquivos: Word, Excel,

PowerPoint em formato editável (arquivo aberto). Para desenhos e gráficos, a resolução

mínima é de em 1.200 dpi.

11. Nomenclatura

Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura biomédica, assim como

abreviaturas e convenções adotadas em disciplinas especializadas.

Recomenda-se que, no uso dos principais vocábulos relacionados ao câncer, sejam

adotados os conceitos dos Glossários Temáticos Controle de Câncer e Fatores de

Proteção e de Risco de Câncer.

Recomenda-se também evitar o uso de siglas ou acrônimos não usuais. Siglas ou

acrônimos só devem ser empregados quando forem consagrados na literatura, prezando-

se pela clareza do manuscrito.

Exemplos de siglas consagradas: ONU, HIV, aids.

Confira o Siglário Eletrônico do Ministério da Saúde.

Os originais em língua portuguesa deverão estar em conformidade com o Novo Acordo

Ortográfico da Língua Portuguesa.

Requisitos Técnicos para a Apresentação de Manuscritos

Antes de submeter o manuscrito, confira se as “Instruções para Autores” foram seguidas

e verifique o atendimento dos itens listados:

• Submeter o arquivo integral do manuscrito em Microsoft Word.

• Utilizar espaçamento 1,5 em todas as partes do documento.

• Revisar a sequência: folha de rosto; resumos e palavras-chave (de três a cinco e

respectivas key words e palabras clave) e a estrutura (seções) do artigo.

• Tabelas, quadros e figuras (com legendas) devem ser inseridos e citados no

decorrer do texto, não no final do documento na forma de anexos.

• Referências devem ser numeradas, em sobrescrito, na ordem de aparecimento no

texto, corretamente digitadas. Verificar se todos os trabalhos estão na lista de

referências e se todos os listados estão citados no texto.

• Formulário de Submissão e Declaração de Direitos Autorais preenchido e

assinado somente pelo autor responsável pela submissão.

• Adicionar permissão para reproduzir material previamente publicado ou para usar

ilustrações que possam identificar indivíduos.

• Preencher o checklist.