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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3
FERNANDA FERREIRA SANTANA
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA A PARTIR DO PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO
Salvador 2015
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FERNANDA FERREIRA SANTANA
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA A PARTIR DO PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO
Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador: Profa Especialista Anita dos Reis de Almeida
Salvador 2015
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FERNANDA FERREIRA SANTANA
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA A PARTIR DO PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO
Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.
Aprovado em ___ de janeiro de 2016
Banca Examinadora
Primeiro Avaliador.____________________________________________________ Segundo Avaliador. ___________________________________________________ Terceiro Avaliador. ____________________________________________________
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A Deus, quе sе mostrou criador, quе foi criativo. Sеu fôlego dе vida еm mіm
mе fоі sustento е mе dеu coragem para questionar realidades е propor sempre
um novo mundo dе possibilidades. Autor dе mеu destino, mеu guia, socorro
presente nа hora dа angústia.
5
AGRADECIMENTOS
Durante este tempo de aprendizagem, foram muitas as dificuldades
enfrentadas. Momentos difíceis que por pouco não desisti! Mais em meio a tantas
dificuldades compreendi que é necessário lutar para vencer e para chegar ao final
desta batalha em busca do conhecimento, algumas pessoas contribuíram
marcantemente na concretização desta história e que preciso agradecer.
A minha Mãe, pessoa que existe pela imensidão de seu amor, tem um pouco
de Deus, é muito de anjo pela incansável solicitude dos cuidados seus.
Agradeço também а Profa. Anita dos Reis de Almeida quе mе acompanhou
durante esta jornada, е foi responsável pelo acompanhamento e orientação deste
trabalho, com todo carinho e paciência.
Aos amigos da turma pelas agradáveis lembranças que serão eternamente
guardadas no coração, muito obrigado.
À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores, por
levarem a cabo esta iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos
como eu.
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“O nascimento do pensamento é igual ao
nascimento de uma criança: tudo começa com um
ato de amor. Uma semente há de ser depositada no
ventre vazio. E a semente do pensamento é o
sonho. Por isso os educadores, antes de serem
especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser
especialistas em amor: intérpretes de sonhos."
(Rubem Alves)
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SANTANA, Fernanda Ferreira. Aprendizagem significativa a partir do planejamento pedagógico. Projeto Vivencial (Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.
RESUMO
O presente artigo partiu de uma inquietação sobre a função do planejamento pedagógico na Educação, tendo como objetivo discutir como o mesmo pode contribuir para uma aprendizagem significativa. Visando refletir sobre a prática pedagógica e o fazer pedagógico dos docentes em sala de aula e o uso deste instrumento chamado planejamento pedagógico. Espera-se que essa reflexão melhore as condições dos indivíduos nesse processo, buscando chamar atenção dos educadores em inserir ações voltadas a vivência dos alunos. Assim, ressalta-se que ação docente e o planejamento é de fundamental importância para aprendizagem significativa, pois quando são pensadas pelo educador de forma sistematizada levando em consideração os conhecimentos prévios dos educandos e sua realidade cria se um elo afetivo com mesmos proporcionando que os novos conhecimentos sejam aprendidos de forma significativa. Todo estudo foi embasado na pesquisa-ação. Objetivando assim, pensarmos em uma organização de planejamento que contemple as problemáticas existentes nas diversas áreas do conhecimento escolar e os merecidos rebatimentos na formação humana dos educandos envolvidos.. Palavras-chave: Planejamento Pedagógico. Professor. Aprendizagem Significativa.
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LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA Bahia CECOP Curso de Especialização em Coordenação pedagógica CNE Conselho Nacional de Educação CP Coordenador Pedagógico FUNDEB Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica IAT Instituto Anísio Teixeira PROGESTÃO Programa de Capacitação para Gestores Escolares UFBA Universidade Federal da Bahia UNB Universidade de Brasília
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10
1 MEMORIAS TEM SABOR DE MEL ....................................................................... 12
1.1 VIDA ACADÊMICA............................................................................................. 12
1.2 VIDA PROFISSIONAL ....................................................................................... 13
1.3 EXPECTATIVAS ................................................................................................ 15
2 O PLANEJAMENTO NO CONTEXTO ESCOLAR ............................................ 16
3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .......................................................................... 23
3.1 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA AÇÕES PEDAGÓGICAS ........ 23
3.2 DADOS REFERENTE À INSTITUIÇÃO .............................................................. 23
3.3 METODOLOGIA .................................................................................................. 24
3.4 SITUAÇÃO PROBLEMA .................................................................................... 25
3.5 OBJETIVOS DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ............................................. 26
3.5.1 Objetivo geral.................................................................................................. 26
3.5.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 26
3.6 ANÁLISE DE DADOS.......................................................................................... 26
3.7 CRONOGRAMA DE AÇÕES .............................................................................. 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 32
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33
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INTRODUÇÃO
Este Trabalho de Conclusão do Curso / Projeto Vivencial tem como objeto de
estudo a aprendizagem significativa a partir do planejamento pedagógico.
O propósito deste trabalho é refletir e analisar o planejamento pedagógico e
mostrar que sua aplicabilidade de forma coerente em sala de aula pode promover
uma aprendizagem significativa nas séries finais do ensino fundamental. O educador
por sua vez, necessita se adaptar e se atualizar para garantir ao aluno uma
aprendizagem prazerosa, sabe-se que os atrativos extra muro escolar estão
recheados para atrair a atenção dos alunos, por isso é importante a boa atuação do
educador.
Para tanto, é papel de a educação preparar e formar cidadãos críticos e
reflexivos para viver no meio social, respeitando e discutindo a forma de ensino que
temos e a sociedade que estamos inseridos. Como também a educação é uma
ferramenta imprescindível para o exercício da cidadania na sociedade moderna, pois
ela proporciona ao indivíduo o desenvolvimento de suas habilidades e
competências.
Nesta perspectiva o ato de planejar é de grande responsabilidade educacional
e social, cabendo o professor mediar o conhecimento dos educandos para que a
aprendizagem e apropriação dos conteúdos aconteçam de forma significativa.
As maiores dificuldades estão em desvelar os processos e procedimentos de
ensino e aprendizagem e conseguir adequar a nossa realidade. Percebe-se a
emergência de confrontar essa realidade, essas dificuldades através da articulação
entre professor e aluno no sentido de organização política e administrativa e dos
procedimentos didáticos vivenciados na sala de aula.
O ensino para os jovens deve ser lugar de qualidade onde os mesmo busquem
não só a qualificação para o trabalho, uma ocupação digna, e o saber para a
sobrevivência, mas também um espaço de troca de experiências que ultrapassem
as dimensões do processo institucional, pautado no respeito uns aos outros, no
sentido de que tem as mesmas capacidades de aprender independente de turnos ou
idades. O educador tem como tarefa primordial construir um planejamento a partir
dos conhecimentos prévios dos alunos, lembrando que ele não deve limitar-se
apenas ao mesmo, executá-lo no sentido de promover um aprendizado significativo
aos aluno.
11
A execução do planejado não é mecânica. É dinâmica e pode sofrer alterações e adaptações na medida em que os dados da própria execução venham a exigi-las, Por exemplo, se um conjunto de alunos não possui os mecanismos de assimilação de um conteúdo novo, há que se tomar a decisão de criar essas condições, se quer efetivamente que os educandos aprendam, pois sem pré-requisitos eles não terão como aprender. Vale lembrar aqui que criar pré-requisitos não significa retomar todo o conteúdo anteriormente estudado, mas sim tomar as parcelas de conteúdos e habilidades necessárias para a assimilação do conteúdo novo que se está propondo. (LUCKESI, 2008, p.148)
A prática educativa necessita ser pensada e organizada com antecedência
para se obter êxito, e é por meio do planejamento eficiente que as ações
pedagógicas podem ser dinamizadas e atrativas.
O primeiro capítulo deste trabalho é um memorial desenvolvido a partir da
vivencia acadêmica trazendo o relato sobre os meus estudos e cursos realizados no
decorrer da vida profissional e minhas expectativas em relação ao Curso de
Especialização em Coordenação Pedagógica do CECOP 03, o segundo capítulo se
refere à fundamentação teórica que traz o diálogo entre o objeto de estudo e os
teóricos e o terceiro capítulo é uma proposta de intervenção que faz uma análise da
aprendizagem significativa a partir do planejamento pedagógico.
12
1 MEMORIAS TEM SABOR DE MEL
O memorial descreve a trajetória acadêmica e profissional desde suas
vivências passadas até o momento. O mesmo nos relembra as emoções e
obstáculos enfrentados ao longo da caminhada, portanto este registro tem uma
relevância extraordinária porque é uma narrativa histórica e reflexiva podendo ser
aprimorados os acontecimentos com o passar do tempo, este se destina ao curso de
Pós-Graduação em Coordenação pedagógica pela Universidade Federal da Bahia
com o objetivo de dar continuidade e refletir sobre minha prática pessoal,
profissional e acadêmica com foco no processo ensino e aprendizagem significativa
dos alunos.
1.1 VIDA ACADÊMICA
Eu, Fernanda Ferreira Santana, não me recordo do tempo de estudo na
Educação Infantil. Mas aos sete anos de idade comecei a cursar o Ensino
Fundamental no Colégio Estadual Arthur Vieira de Oliveira, nas séries iniciais
sempre me destacava entre os colegas por ter comportamento excelente e tirar boas
notas, cursei as séries finais no mesmo colégio período o qual sentir dificuldades em
algumas disciplinas por se tratar de uma nova realidade estudantil, como sempre
dedicada e esforçada concluir no ano 1997, no ano de 1998 comecei o ensino médio
no Centro Educacional Professor Áureo de Oliveira Filho concluindo em 2000.
Ressalto que foram vários professores que contribuíram para minha formação
humana nestes níveis de ensino, pessoas amigas, verdadeiras que sempre se
dedicavam, conversavam preocupavam enquanto profissionais de educação. Minha
vida acadêmica iniciou em janeiro de 2010, cursando Licenciatura em Pedagogia,
realizado pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci, UNIASSELVI. Todo trabalho
desenvolvido durante o mesmo foi de fundamental importância para minha relação
com as questões didáticas. Desde então, venho buscando leituras que ampliem meu
vocabulário e também proporcionem aprofundamento dos conhecimentos teóricos e
prática.
Entre 2009 e 2015 participei de vários cursos de curta duração com carga
horária de 40 horas com diferentes temas promovidos pela secretaria municipal de
13
educação. Dei início a minha trajetória de aperfeiçoamento e formação continuada
participando do evento, Formação de Professores em Alfabetização e Linguagem da
Universidade Nacional de Brasília (UNB), no período de 1º de março a 31 de
dezembro de 2010, com carga horária de 120 horas. Um ano depois fui contemplada
com o curso do Programa de Capacitação de Gestores Escolares (Progestão) pelo
fato de ser Conselheira do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valores dos Profissionais da Educação (FUNDEB), no período de
2011/2012 com carga horária de 300 horas pelo Instituto Anísio Teixeira (IAT).
Participei do Curso de Aperfeiçoamento para Formação de Professores Pró-
letramento Alfabetização e Linguagem e Matemática de Séries Iniciais do Ensino
Fundamental, no período de 2012 e 2013, com carga horária de 120 horas pela
Universidade Estadual da Bahia. As formações me proporcionaram novos
conhecimentos a serem traçados dentro e fora da sala de aula como também
mudanças na minha prática pedagógica.
O saber docente não é formado apenas da prática, sendo também nutrido pelas teorias da educação. Dessa forma, a teoria tem importância fundamental na formação dos docentes, pois dota os sujeitos de variados pontos de vista para uma ação contextualizada, oferecendo perspectiva de análise para que os professores compreendam os contextos históricos, sociais, culturais, organizacionais e de si próprios como profissionais. (PIMENTA, 2005, p.24)
Assim, faz-se necessário que o professor busque as formações continuadas
para se apropriarem dos fundamentos teóricos da educação e poder se posicionar
criticamente diante do saber-fazer pedagógico.
1.2 VIDA PROFISSIONAL
Antes de iniciar minha carreira profissional passei por algumas etapas
importantes a qual necessito descrever, no ano de 2000 conclui o curso magistério e
fui trabalhar como doméstica na cidade de Feira de Santana, onde passei dois anos
e seis meses, mas no fundo havia um sonho a ser realizado de me tornar um dia
professora, retornando a minha terra natal em 2003 (Anguera), casei-me e continuei
sonhando. Em 2005 fui convidada por uma amiga para ser professora de reforço das
séries iniciais do ensino fundamental no turno da tarde juntamente com ela em sua
14
residência, não hesitei a aceitar, foram quatro anos de experiências maravilhosas,
pois estava colocando em prática o que tinha aprendido no curso de magistério
desde o planejamento até metodologia. Durante este período surgiu outra
oportunidade ser professora na educação infantil em um Projeto Comunitário no ano
de 2007, mais uma experiência rica para o meu currículo profissional.
Em 2008 foi o ano das eleições políticas em Anguera, o candidato do partido
o qual apoiava ganhou a eleição, daí então surgia à esperança do meu sonho se
tornar realidade. O esperado aconteceu o primeiro emprego sendo assalariada, em
2009 comecei minha trajetória profissional, lecionando por três anos nas séries
iniciais do ensino fundamental na Escola Municipal Érico Sofia Brandão, onde me
esforcei bastante para desenvolver um trabalho de qualidade e ao mesmo tempo
proporcionar aos educandos uma aprendizagem significativa. Como qualquer outro
profissional, passei por angústias como dificuldades de aprendizagem, baixo
rendimento e indisciplina, mas em momento algum me desesperava porque maior
era prazer de estar na sala de aula. O reconhecimento do bom trabalho não tardou a
chegar ao decorrer deste período fui convocada pela Secretaria de Educação para
atuar no turno oposto em localidades de zona rural, outra experiência fantástica e
desafiadora, pois trabalhei com turmas multisseriadas e para alcançar os objetivos
do trabalho fui além das orientações pedagógicas da coordenação parti também
para o campo da pesquisa para compreender a realidade do campo, porque se
tratava de realidades diferentes a serem trabalhadas.
Em 2011, outra surpresa convocada para atuar como auxiliar de coordenação
pedagógica ao lado de um profissional maravilhoso Clodovil Mascarenhas,
experiência a qual me possibilitou aprender novos cominhos na área da educação.
Posteriormente chamada a fazer parte da equipe de Supervisão Pedagógica da
Secretaria de Educação, atuando diretamente em todas as escolas da rede
municipal dando suporte pedagógico e promovendo formações continuadas para a
melhoria da educação.
Em 2014 fui convidada pelo secretário de educação a assumir a coordenação
pedagógica das séries finais do ensino fundamental na Escola municipal Leôncio
Horácio de Almeida (Povoado de Guaribas), outra atuação desafiadora porque se
tratava de um público novo, pois não tinha afinidade nem conhecimentos específicos
desta nova etapa, como não sou de fugir do que é solicitado na área que sou
apaixonada fui à luta e estou vencendo, foi difícil no início, porém está sendo
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gratificante trabalhar com este público. Portanto, dedicação e responsabilidade será
sempre o meu lema para vencer os desafios da vida.
1.3 EXPECTATIVAS
Diante das barreiras ultrapassadas irei sempre me debruçar para alcançar os
meus objetivos, pois faço parte de uma sociedade inovadora a qual preciso sempre
estar atualizada para desenvolver um trabalho com eficácia e qualidade no campo
da educação. O curso de especialização CECOP 03 me proporcionou
diversas aprendizagens significativas a cada componente curricular trabalhado, pois
fazer parte do mesmo me fez refletir ainda mais a minha atuação enquanto
professora e coordenadora, porque está à frente de um trabalho deste requer um
olhar clinico diante das diversas situações vivenciadas no ambiente escolar e esta
especialização me deu subsídios para atuar em algumas áreas com mais segurança
e qualidade. Sendo assim, desejo ser sempre uma educadora inovadora e
transformadora da realidade dos educandos para que possam futuramente ser
cidadão críticos e reflexivos no meio social ao qual estão inseridos.
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2 O PLANEJAMENTO NO CONTEXTO ESCOLAR
O planejamento é um processo de fundamental importância dentro do ambiente
escolar, ao planejarmos estamos decidindo às nossa ações para colocar em prática
em nosso dia a dia e não utilizamos o improviso para a sala de aula. Segundo
Menegolla (2014, p. 14) independentemente das formas de planejamento adotados
por algumas pessoas, sempre irão obedecer às etapas do processo de planejar e
aos princípios teóricos. Até mesmo aquelas que não têm conhecimentos teóricos
sobre o ato de planejar, porém elaboram seus planejamentos, sem dominações
técnicas, e são planejamentos que podem ser executados de maneira simples, mas
com ótimos resultados.
Desta forma percebemos que o ato de planejar faz-se necessário em nosso dia a
dia independentemente de conhecimentos científicos, pois vivemos em uma
sociedade contemporânea onde precisamos pensar e planejar tudo diante de nossa
necessidade para alcançarmos os nossos objetivos.
Planejamento é o processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas. O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de objetivos, em prazos determinados e etapas disponíveis visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações (PADILHA, 2001, P.30).
Esta definição deixa claro a idéia de que existe diversos tipos de
planejamentos, porém obedecendo a normas, métodos e técnicas específicas para
atingir algumas desígnios, metas ou objetivos de instituições.
Portanto, temos três tipos de planejamento didático, com níveis de
especificidades crescentes: plano de curso, plano de unidade didática e plano de
aula. Freqüentemente, os professores costumam elaborar por escrito dois: o plano
de ensino e o plano de aula.
O plano de ensino atende a um roteiro organização das unidades didáticas a
serem objeto de estudo de um componente curricular durante um ano ou semestre,
dependendo de como a escola organiza a seriação de suas turmas.
Em um planejamento de ensino precisa se definir e selecionar os melhores
objetivos. Porque além de ser uma das etapas prioritárias do ato de planejar são
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eles que orientam e direciona a dinâmica do processo, como também sua execução.
Eles são determinantes para as demais etapas
Por isso, precisam estar claros e bem definidos, pois o trabalho pedagógico
consiste, principalmente, na definição dos conhecimentos a serem assimilados e nas
desenvolturas, atitudes e hábitos a serem desenvolvidas ao final de cada etapa do
processo de ensino e aprendizagem. O ato de planejar requer algumas indagações
necessárias sobre etapas e prazos: Quando se deve iniciar a execução; até onde
podemos ir, quando podemos ou devemos terminar? São perguntas que os
educadores devem fazer e responder corretamente durante o processo de planejar,
para que este possa descrever toda a dimensão e execução do plano.
Assim, planejar é dar subsidio e realizar aquilo que almejamos
antecipadamente, que é provável acontecer e que podemos intervir e mediar na
realidade. Segundo Vasconcelos (2007); planejar, então remete a: 1. Querer mudar
algo; 2. Acreditar na possibilidade de mudança da realidade; 3. Perceber a
necessidade da mediação teórico-metodológico; 4. Vislumbrar a possibilidade de
realizar aquela determinada ação.
O que Vasconcelos (2007) cita, é que o professor tenha o planejamento como
um instrumento aceitável e indispensável para a realização de sua prática. E que o
mesmo é dinâmico, porém precisa ser levado a sério para atender as
especificidades, colocar-se numa perspectiva de transformação, e confiar que ele é
capaz de contribuir para a melhoria do ensino e da aprendizagem, com práticas
inovadoras.
Vasconcelos (2007, p.38) assevera que; para “o professor não-comprometido,
não há proposta de plano que seja boa; considerar que o simples fato do professor
preencher um formulário bem elaborado será garantia de um bom trabalho é uma
ilusão”. O professor tem que ver como sujeito de transformação e nesta condição ele
deve saber que o planejamento é indispensável e faz parte do seu ser enquanto
profissional da educação. E este precisa saber que com o plano há uma
aprendizagem mútua, ou seja, aquela que o aluno é protagonista da sua própria
aprendizagem e o professor coautor deste processo, pois tem-se um objetivo a ser
alcançado e dessa forma o aprendizado se torna mais significativo tanto para o
professor quanto para o aluno.
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O ato de planejar, em nosso país, principalmente na educação, tem sido considerado como uma atividade sem significado, ou seja, os professores estão muito preocupados com os roteiros bem elaborados e esquecem o aperfeiçoamento do ato político do planejamento. (LUCKESI 2001, p.106)
Atualmente, temos alguns docentes descomprometidos e negligentes com sua
prática pedagógica valorizando roteiros ao invés do planejamento pedagógico, pois
precisamos ter responsabilidades com a nossas ações independentemente do lado
político-social, a mesma precisa ser pensada e bem formulada para idealizarmos a
transformação da sociedade.
Parece ser uma evidência que muitos professores não gostem e pouco simpatizam em planejar as suas atividades escolares. O que se observa é uma clara relutância contra a exigência de elaboração de seus planos. Há uma certa descrença e desconfiança manifestas nos olhos, na vontade e disposição dos professores, quando convocados para planejar. (MENEGOLLA, 2014, p.41)
No meio escolar, quando se faz referência ao planejamento do ensino, a idéia
que passa é aquela que identifica o processo através do qual são definidos os
objetivos, o conteúdo programático, os procedimentos de ensino, os recursos
didáticos, a sistemática de avaliação da aprendizagem, bem como a bibliografia
básica a ser consultada no decorrer de um curso, série ou disciplina de estudo.
Infelizmente é uma dura realidade confrontada por muitos coordenadores
pedagógicos nas escolas, liderar grupos de educadores onde muitos acham
desnecessário e inútil o ato do planejar, classificando este ato como cumprimento de
regras institucionais, deixando de acreditarem que é um instrumento de grande
importância em seu dia a dia de sala de aula e que pode ser utilizado para
desenvolver uma ação mais organizada e ativa. Mesmo diante deste aspecto,
podemos dizer que há um número significativo de professores que abraçam o
planejamento tecnicista e fragmentado, incapaz de articular e dinamizar o trabalho
pedagógico.
A partir dos erros notados no cotidiano da prática pedagógica em nossas
escolas, sentimos que o procedimento de planejamento do ensino necessita passar
por reformulações. Porque diante desta negatividade apresentada no processo
educacional por grande parte dos professores não podemos considerar como uma
situação irreversível. Temos que fazer uso do mesmo numa visão transformadora
explorando-o de forma eficiente obedecendo aos componentes tecnicamente
19
recomendáveis para uma aprendizagem significativa, e que permita ao professor
uma maior segurança na ação educativa em sala de aula como um todo.
Existem muitos tipos, esquemas ou modelos de planejamentos, que são ótimos, mas não existe o melhor modelo. Nem todo os modelos são os melhores para todas as situações de ensino. O professor deve escolher o modelo que melhor atenda sua realidade e a dos alunos, isto é, que seja funcional e possível de ser agilizado na sala de aula e que dê bons resultados de ensino. (MENEGOLLA, 2014, p.44)
Diante desta situação, os coordenadores pedagógicos tem uma função
importantíssima para o aprendizado dos alunos, que é orientar e propor aos
professores a elaboração de um planejamento com ações que atenda a realidade da
turma respeitando as diversidades entre alunos, porque o mesmo será sua
ferramenta de trabalho pelo qual terá que ser manuseado com fins desejados para
atender seus objetivos.
Aquilo que foi planejado necessita ser executado com as mesmas habilidades: conhecimentos entrega ato coletivo. Os conhecimentos utilizados no planejamento são os mesmos que devem, no cotidiano, traduzir-se em prática; caso contrário, serão letras mortas. Não basta usar a filosofia, a história, a sociologia, a psicologia e a ciência específica só no planejar. Importa que, no cotidiano, se verifique o verdadeiro auxilio desses conhecimentos nos atos de ensinar e de aprender. [...] (LUCKESI, 2008, P.164)
Pensar assim significa que os educadores precisam de fato colocar em prática
o que foi planejado pra que aconteça a aprendizagem, para que não seja um
preenchimento de formulários em nível de instituição ou que será mais documento
engavetado.
Outro fator, preocupante para o insucesso da aprendizagem significativa dos
educandos é a metodologia utilizada por muitos professores, observa-se que nas
escolas a metodologia utilizada está caracterizada por uma transmissão de
conhecimentos sem discussão e participação, dos alunos para uma análise dos
conteúdos. Com isso estamos reproduzindo alunos passivo e não ativo por conta
destas ações. Pois, precisamos fazer uso do planejamento de forma correta em
nosso fazer pedagógico, ou seja, desenvolver o planejamento revendo nossas
concepções de ensino, aprendizagem, educação, escola
20
Não é suficiente, pois, “passar” a matéria; é preciso que a matéria se converta em problemas e indagações para alunos. A função deste componente do plano de ensino, o desenvolvimento metodológico, é articular objetivos e conteúdos com métodos e procedimentos de ensino que provoquem a atividade mental e prática dos alunos (resolução de situações-problemas, trabalhos de elaboração mental, discussões, resolução de exercícios, aplicação de conhecimento e habilidades em situações distintas das trabalhadas em classe etc.). (LIBÂNEO, 2008, p.159)
O professor necessita desenvolver um a prática diversificada, embasada nos
conteúdos ajustados com realidade do aluno, favorecendo o processo ensino e
aprendizagem. É importante pôr essa relação valorizando sempre os conhecimentos
desses alunos, porque educação não se dá tão somente na escola, a educação
acontece em todo convívio social, na relação com o outro bem como nas leituras de
mundo que estes sujeitos realizam.
Desta forma, todo procedimento metodológico realizado pelos professores em
sala devem ser bem elaborado para que, de fato, aconteça a compreensão da
matéria e o desenvolvimento de habilidades, hábitos e convicções.
Falar em aprendizagem significativa é assumir que aprender possui um caráter dinâmico que exige ações de ensino direcionadas para que os alunos aprofundem e ampliem os significados elaborados mediante suas participações nas atividades de ensino e aprendizagem. Nessa concepção o ensino é um conjunto de atividades sistemáticas, cuidadosamente planejadas, em torno das quais o conteúdo e formas articulam-se inevitavelmente e o professor e o aluno compartilham parcelas cada vez maiores de significados com relação aos conteúdos do currículo escolar, ou seja, o professor guia suas ações para que o aluno participe de tarefas e atividades que o façam se aproximar cada vez mais dos conteúdos que a escola tem para lhe ensinar. (SMOLE, 2000)
O docente deve traçar métodos que venham a despertar a curiosidade e a
integração dos educandos em toda trajetória de ensino, para que compreendam
melhor o processo educação.
A aprendizagem é um dos principais objetivos de toda prática pedagógica, e a compreensão ampla do que se entende por aprender é fundamental na construção de uma proposta de educação, também mais aberta e dinâmica, definindo, por conseqüência, práticas pedagógicas transformadoras. (FARIA, 2009, p.66)
Sabendo-se que a educação é a interessante área a qual muitos discentes
adquirem conhecimentos. Precisa-se oportunizar a seus aprendizes um
desenvolvimento de competências e habilidades para continuarem a aprender ao
21
longo da vida. E, para que isso aconteça de forma organizada a escola também tem
um papel fundamental neste processo, precisa dar suporte aos educadores para o
desenvolvimento de um bom planejamento, desde o espaço física à formação de
professores, para que os mesmos possam estar cientes das transformações da
sociedade, reciclando quando necessário, respeitando o conhecimento do outro, a
cultura e identidade modificando sempre seu planejamento quando necessário.
Para Freire (2004) a ação pedagógica deve levar em conta que os sujeitos são
históricos, e que estão condicionados a uma realidade e uma cultura que deve ser
respeitada e valorizada. Ele nos mostra de que os alunos e professores necessitam
se posicionarem criticamente ao vivenciarem a educação, superando as posturas
desagradáveis, que vem negando com naturalidade ao que se pretende da
educação.
Reconhecemos que, existem educadores que vão para sala de aula sem saber
o que vai ensinar ou até mesmo sem planejamento para atender a realidade de seus
alunos e que muitas vezes se utilizam do velho papel carbono, ou seja, cópias de
planejamentos antigos.
Ressaltamos que esta situação não se aplica a todos professores, existem
aqueles comprometidos com seu trabalho, que desenvolve bons trabalhos com os
alunos levando em consideração a vivência do educando, e que muitas vezes
também se depara com dificuldades que podem prejudicar a execução do
planejamento.
A aprendizagem deve ser algo primordial em toda ação docente, como a
compreensão do que se entende por aprender para uma proposta de educação
transformadora e inovadora.
Então, diante da era construtivista de educação a qual estamos inseridos, o
docente não é, nem deve ser mero o espectador da organização de conhecimentos
se seus alunos. O papel do professor é mediar e direcionar, ações de
aprendizagens, as intervenções pedagógicas que possibilite aos alunos suas
próprias construções, ou seja, um procedimento ao qual o educando terá autonomia
no seu processo de ensino e aprendizagem.
Não existe uma fórmula pronta a qual os professores garantam um bom
trabalho pedagógico e que os alunos aprendam. Mas, existem alguns pressupostos
importantes que devem ser obedecidos para que ocorra aprendizagem.
22
No caso ensino e aprendizagem, o ato de planejar exige de nós um conhecimento seguro sobre o que desejamos fazer com a educação, quais são seus valores e seus significados [uma filosofia da educação]; um conhecimento seguro sobre o educando, o que implica compreensão de sua inserção na sociedade e na história [ciências histórico-sociais], assim como uma compreensão dos processos de formação do seu caráter [teoria da personalidade] e do processo de desenvolvimento [psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem]; um conhecimento seguro dos conteúdos científicos com os quais trabalhamos [a ciência que ensina]. Sem esses elementos, torna-se difícil traduzir um desejo em proposições operativas para que os resultados sejam construídos. [...] (LUCKESI, 2008, p.163 e 164)
Por tanto, ressalta-se que a possibilidade do planejamento fazer a diferença
nos indivíduos é viável, desde que seja através da inclusão dos mesmos com o
propósito de mudar o que é pronto e acabado. Sendo necessário a participação e o
empenho do docente e da escola para que o desejo de intervenção dentro da sala
de aula aconteça verdadeiramente obedecendo aos elementos essenciais do ato de
planejar, para que obtenha resultados positivos, pois este ato vai além do
preenchimentos de papéis e, sim a atentar que tipo de cidadãos que queremos
formar.
23
3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
3.1 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA AÇÕES PEDAGÓGICAS
A Proposta de Intervenção desenvolvida para o Projeto Vivencial/TCC do
Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica, pelo Programa Escola de
Gestores da Educação Básica, pela Universidade Federal da Bahia no Polo de
Conceição do Coité - BA. Com Eixo Temático: A Relação da Aprendizagem Escolar
e o Trabalho Pedagógico. Todavia esta proposta tem como foco aprendizagem
significativa a partir do planejamento pedagógico.
3.2 DADOS REFERENTE À INSTITUIÇÃO
A escola X foi inaugurada em 11 de outubro de 1987, na gestão do então
Prefeito Armando Sofia Brandão, contando com 4 (quatro) salas de aula, 1 (uma)
cozinha, 2 (dois) banheiros e 1 (uma) secretaria, com autorização para funcionar de
1ª à 4ª série do Ensino Fundamental, nos turnos matutino e vespertino. Sendo que a
partir de 1998 passou a funcionar também no noturno, contribuindo para a
alfabetização de jovens e adultos.
Devido à carência de um transporte escolar que suprisse o acesso da grande
demanda de estudantes até a sede do município, a comunidade mobilizou-se e
solicitou ao poder público, alternativa para que fosse possível prosseguir os estudos
nesta escola. Atendendo à solicitação da comunidade, no ano de 1999, na gestão do
então prefeito José Ary Vieira de Santana Filho, a escola foi ampliada, sendo
construído mais 3 (três) salas de aula, 1 (uma) sala de leitura, 2 (dois) banheiros, 1
(uma) diretoria e 1 (uma) nova secretaria, passando a antiga secretaria a funcionar
como almoxarifado. Com essa ampliação, conforme a portaria 046/99, publicada no
Diário Oficial do Estado no dia 06 de agosto a escola foi autorizada a ampliar sua
oferta de ensino, atendendo também alunos de 5ª à 8ª série.
É considerada uma escola de grande porte, atende hoje cerca de 253 alunos,
sendo 103 (cento e três) no turno matutino do 1º (primeiro) ao 5º (quinto) Ano, do
Ensino Fundamental I e 250 no turno vespertino do 6º (sexto) ao 9º (nono) ano,
ainda 8ª série do Ensino Fundamental II, sendo duas coordenações: uma do
Fundamental I e outra do Fundamental II.
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A escola atende estudantes do Ensino Fundamental Regular do Distrito de
Guaribas e de comunidades circunvizinhas como, como as comunidades de laje,
Mussuca, jacobina, cavaleiro, Cajá e Roçado.
Atualmente, a escola vem desenvolvendo um trabalho com atividades
articuladas que buscam a formação para a cidadania, a fim de oferecer uma
educação de qualidade, conquistando o reconhecimento e a confiança dos agentes
envolvidos direta e indiretamente no processo educativo.
3.3 METODOLOGIA
A pesquisa-ação é um estudo sistemático de um problema onde todos os
participantes devem estar envolvidos para a resolução do mesmo, ou seja, é um
trabalho pautado em levantamentos de dados e uma ação de intervenção com
etapas a serem cumpridas por todos os envolvidos no processo da pesquisa.
[...] a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (THIOLLENT, 1996, p.14)
Portanto, a pesquisa-ação é um método estruturado coletivamente para o
levantamento de informações, onde não deve permanecer em hipóteses, pois a
problema quando é escolhida necessita passar por uma verificação do contexto
sócio-histórico em que se encontra inserida, para que só a partir dessa analise se
possa emitir valores a respeito da mesma. Como também é necessário estabelecer
a delimitação dessa problemática, através de observações prévias do campo de
pesquisa.
Na perspectiva de observar, como se dá o processo de ensino e aprendizagem
dos educandos, como é organizado o planejamento pedagógico e as atividades
desenvolvidas em sala de aula, realizei a pesquisa na escola X.
A primeira parte desta pesquisa foi o envio da cópia do ofício a instituição para
o estudo de campo e aplicação da entrevista estruturada com os professores.
Depois desenvolvi a segunda parte, que foi a pesquisa de campo na qual observei e
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analisei a relação dos professores e demais segmentos da escola envolvidos no
processo da aprendizagem.
A partir daí foi elaborado uma entrevista a fim de verificar as concepções dos
professores que atuam na educação básica sobre a importância do planejamento
pedagógico, o papel do professor nessa proposta e por fim confrontar as
concepções teóricas com as realizações prática.
Para coleta de dados foi utilizado à técnica da entrevista na qual consiste no
diálogo com o objetivo de colher dos professores envolvidos, dados relevantes para
a pesquisa em andamento. Portanto, não só os quesitos da pesquisa devem ser
muito bem elaborados, mas também o informante deve ser criteriosamente
selecionado. Pois foram entrevistadas duas professoras da Escola Municipal x
situada no Povoado de Guaribas município de Anguera Bahia.
As entrevistas e observações tiveram como objetivo compreender e refletir
sobre a importância do planejamento pedagógico em sala de aula para uma
aprendizagem significativa. Finalmente, farei uma análise dos dados encontrados
para responder a problemática de estudo, para depois sugerir uma proposta de
ação, que contribua com a questão em estudo.
3.4 SITUAÇÃO PROBLEMA
Perante a necessidade de inserir educandos na sociedade como cidadãos
críticos, percebe-se a importância de um trabalho voltado para a “Aprendizagem
significativa a partir do planejamento pedagógico“. E para isso será necessário
analisar o planejamento da instituição, no intuito de compreender se estes
contribuem para a aprendizagem significativa.
Enquanto coordenadora pedagógica das séries finais do Ensino Fundamental,
uma das questões que me inquieta é o processo de aprendizagem dos educandos,
pois percebe-se que o ensino não esta proporcionando uma aprendizagem
significativa, a qual o aluno irá fazer uso da mesma no seu dia a dia. Esta situação
me preocupa porque nas Atividades Complementares e formações pedagógicas são
articuladas ações e estratégias para melhoria da aprendizagem dentro do contexto
escolar, no entanto não está acontecendo essa aprendizagem significativa. Diante
desta realidade temos que percorrer um caminho para a desconstrução dessa
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realidade preocupante, porque precisamos formar educandos capazes de fazer uso
da língua materna e a linguagem matemática em diversas modalidades, a partir de
uma reflexão crítica sobre o que lêem, escrevem, produzem e se apropriam. Diante
desta situação, decidi desenvolver um Projeto de Intervenção, que venha a melhorar
a aprendizagem dos alunos nas séries finais do ensino fundamental.
3.5 OBJETIVOS DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
3.5.1 Objetivo geral
Contribuir para o desenvolvimento do educando, ampliando suas possibilidades
de interagir no meio escolar e social, como um cidadão critico e reflexivo.
3.5.2 Objetivos Específicos
Promover ações no ambiente escolar que venha fortalecer e favorecer a
formação crítica do indivíduo através de atividades lúdicas e inovadoras que
possibilite os mesmos a adquirir conhecimentos diferenciados e a fazer uso
deles em seu dia a dia;
Estimular os alunos nas atividades escolares, contribuindo para desenvolver a
capacidade de opinar, de criticar e de assumir responsabilidades;
Acompanhar, individual ou coletivamente, os educandos, dinamizando temas
que atendam a suas necessidades,
3.6 ANÁLISE DE DADOS
O planejamento é a organização das ações a serem realizadas em sala de
aula, por meio de uma metodologia que pode variar. Sabendo disto, foi questionado
por onde se deve começar um bom planejamento a resposta foi bem categórica.
“Um bom planejamento deve ser iniciado através da pesquisa de materiais que estimulem o aprendizado e da tentativa de compreender a realidade do aluno, estabelecendo métodos convenientes, procedimentos e ações que
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visem à realização de projetos, a começar a partir da realidade do aluno, para que a arte de aprender seja significativa e proporcione um bom resultado, aos interessados do processo de construção do conhecimento”. Professora 2
Para Luckesi (2008) o planejamento “é um processo que consiste em preparar
um conjunto de decisões tendo em vista agir, posteriormente, para atingir
determinados objetivos”. Assim, o mesmo é uma ação continua e reflexiva, que
precisa ser revidado sempre que houver necessidade para alcançar os objetivos
esperados.
Muitos são os modelos de planos utilizados pelos professores em sua prática
pedagógica. Quando questionado sobre os aspectos relevantes na hora e montar
um plano de ensino foi relatado que:
“Diante da realidade atual das escolas brasileiras com alunos variados, que está diariamente conectado as redes sociais, faz se necessário saber o que, como e por que trabalhar conteúdos intencionais, baseado na vivência de cada discente, visando que, o planejamento é a organização de nossas atividades e uma ferramenta que pode proporcionar um aprendizado sólido”. Professora 2
Segundo Luckesi apud Turra (2008, p. 113), o planejamento de ensino:
é a previsão inteligente e bem articulada de todas as etapas do trabalho escolar que envolvem as atividades docentes e discentes, de modo que torne o ensino seguro, econômico e eficiente;
Então, o planejamento de ensino dentro da instituição escolar é mais específico
que os outros, pois tem uma estrutura por unidades sendo objeto de estudo de um
componente curricular durante todo ano letivo.
Mesmo sendo específicos no ambiente escolar os três tipos de planejamentos
são importantes: escolar, curricular e de aula para o desenvolvimento de uma
educação eficaz pelos professores.
Nos planos de ensino são trabalhados os componentes fundamentais do plano curricular. Tais componentes são a filosofia da escola, os objetivos, as disciplinas e os conteúdos. Por sua vez os planos de ensino especificam os objetivos, os conteúdos, os recursos humanos e materiais, os procedimentos e o processo de avaliação. Estes planos de ensino compreendem os planos de disciplinas, unidades, de aula e de outras atividades ou experiências e ensino. (MENEGOLLA, 2014, p.47)
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No processo educativo, para que o professor atinja efetivamente os objetivos, é
necessário que realize um conjunto de operações didáticas coordenadas entre si.
Mesmo sabendo da importância do planejamento pedagógico em seu dia a dia
a professora ressaltou que:
“também é possível ensinar sem planejar, porém o resultado não é satisfatório,
porque é preciso saber o que se vai trabalhar, quais objetivos alcançar, quais
competências e habilidades um aluno deve adquirir para obter progresso”.
Professora 1.
Conforme a fala da professora fica evidenciado que, pode-se ensinar sem se
planeja, porém os objetivos não serão alcançados com êxito. Entendo que, as ações
didáticas precisam ser pensadas e planejadas para que os alunos avancem,
aprendam e desenvolva suas competências e habilidades no ambiente educativo.
Por ser um documento importante e que visa à busca de qualidade para
educação, quando questionado qual seria a relação do planejamento de ensino com
o Projeto Político Pedagógico da instituição, foi relatado que: “é o documento
norteador da escola, que através das propostas e bases teóricas contidas nele são
planejadas as ações a serem desenvolvidas na prática diária”. Professora 1.
Ao analisar as respostas, ficou claro que ambas compreendem que o Projeto
Político Pedagógico é um documento que orienta as ações políticas e pedagógicas
da escola e que visa o bom funcionamento da unidade escolar.
O Projeto Político Pedagógico vai muito além de um simples agrupamento de planos de ensino. Ele não é algo que construído, em seguida é arquivado. Mas é algo construído e vivenciado em todos os momentos e por todos os envolvidos no processo educativo da unidade escolar. O Projeto visa um rumo, uma direção. Nesse sentido, o projeto político-pedagógico também é um projeto político por estar articulado à situação sociopolítica da sociedade como um todo. Deve visar à formação do educando para o pleno exercício da cidadania, pois, a dimensão política se cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática especificamente pedagógica. (SAVIANI, 1983, p.93)
No processo educacional, às vezes é necessário voltar ao planejamento para
reorganizar, mudar ou buscar interferências de outros conhecimentos para a
aprendizagem acontecer. Ao ser perguntado se existe algum momento que se deve
planejar com cuidado foi relatado que:
“se deve ter cuidado ao planejar as avaliações, por se tratarem de momentos especiais para não excluir os alunos do processo da
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aprendizagem avaliando apenas o único momento da realização de uma atividade escrita, por isso o professor deve adotar mais de um processo avaliativo para contemplar as diferentes habilidades do seu aluno”. Professor 1
Analisando a resposta da professora abarco que a avaliação é um processo
delicado que necessita de um planejamento ordenado, porque é através da mesma
que o docente identifica as dificuldades e avanços dos alunos.
A avaliação da aprendizagem está diretamente relacionada à avaliação do ensino, isto é, quando um professor avalia o que os alunos aprendam, está também avaliando o que ele próprio conseguiu ensinar. Por isso a avaliação é tão importante no cotidiano escolar, pois ela fornece pistas para a reorganização da prática pedagógica, quando necessário. (MARTINS, 2009, p. 93)
A metodologia de ensino é um conjunto de procedimentos, ações, passos
utilizados pelo docente e pelos alunos para alcançar seus objetivos em relação à
aprendizagem. Ao ser perguntado sobre a importância do planejamento para
avaliação, foi citado que:
“o planejamento é importante para avaliação porque possibilita traçar aulas dinâmicas, atrativas, e, por conseqüência a avaliação será um momento de investigar e comprovar a aquisição de conhecimento”. Professora 2
Ao analisar a resposta da professora compreendo que o planejamento é um
instrumento que pode promover atividades inovadoras como também dar subsídios
ao professor para avaliar aluno e se autoavaliar diante de sua prática pedagógica,
ou seja, possibilita saber o que deu certo e o que precisa ser melhorado no processo
de ensino e aprendizagem.
Assim, planejamento e avaliação são atos que estão a serviço da construção de resultados satisfatórios. Enquanto o planejamento traça previamente os caminhos, a avaliação subsidia os redirecionamentos que venham a ser necessários no percurso da ação. A avaliação é um ato de investigar a qualidade dos resultados intermediários ou finais de uma ação, subsidiando sempre sua melhora. (LUCKESI, 2008, p.165)
A sala de aula é um espaço de convivências e um local privilegiado de trocas
de conhecimentos e saberes levando a construções de novos referenciais Portanto,
criar condições para aprendizagem, para tomada de consciência da realidade deve
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ser o empenho do professor frente aos educandos. Ao ser perguntado sobre
aprendizagem significativa em sala de aula foi mencionado que:
“diante de tantas mudanças e avanços tecnológicos, a tarefa de aprender a aprender tem melhorado, pois quando o aluno estabelece relações entre conhecimentos novos e os que já possuem, a aprendizagem significativa flui”. Professora 2
Analisando a resposta da professora, compreendo que a aprendizagem
significativa é viável desde que educadores se comprometam em planejar, executar
e avaliar suas ações, levando em consideração o contexto educacional em que deve
desenvolver a prática, para que seus alunos cheguem ao desejado, o aprender.
Por ser uma atividade imprescindível ao fazer pedagógico, a professora 1
ressaltou que o planejamento pedagógico pode contribuir para uma aprendizagem
significativa sim, porque ele é um instrumento flexível e que deve ser elaborado a
partir das necessidades dos alunos, levando em consideração os conhecimentos
prévios do educando. Pra depois se traçar objetivos referentes ao que se deseja
alcançar em um planejamento.
A objetividade e a ousadia, princípios típicos de um bom planejamento, fazem referência a pensar com os pés no chão, com responsabilidades reais de sair do papel e da gaveta e, ao mesmo tempo, de desencadear mudanças. Assinala, pois, a necessidade e a possibilidade de projetar ações claras voltadas para condições materiais de trabalho e de funcionamento da escola. Em síntese, a objetividade e a ousadia apontam para o ser e o vir a ser como eixos fundamentais de uma prática planejada que se pretende transformadora. (FARIAS, 2011, p. 113)
Assim, o planejamento é uma ação que permite a avaliação e a revisão do
trabalho docente, pois é nele que prevemos ações e condições para uma boa
atuação visando os contornos e rumos traçados para uma educação de qualidade.
3.7 CRONOGRAMA DE AÇÕES
AÇÃO RESPONSÁVEIS PRAZO RECURSOS
Realização da
primeira oficina
temática com os
Coordenador
Pedagógico
26 de fevereiro
de 2016
Data show, not book, Xerox,
papel, caneta, blocos de
anotações, Projeto Político
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professores: A
importância do
planejamento para
aprendizagem dos
educandos.
Pedagógico Plano de ação,
Regimento Escolar
Realização da
segunda oficina
temática com os
professores: O
professor como
facilitador da
aprendizagem”
Coordenador
pedagógico
02 de março de
2016
Data show, not book, caixa
de som, Xerox, revistas
pedagógicas e materiais
didático dos professores
Realização da
terceira oficina
temática com os
professores: A
relevância dos
recursos didáticos em
sala de aula.
Coordenador
Pedagógico
1 de abril de 2016 Data show, not book, caixa
de som, cd, Xerox, jogos de
linguagens e matemáticos, e
matérias didáticos
Espera-se que com as ações do projeto de intervenção os professores possam
fazer uso das atividades dentro da sala de aula respeitando o tempo de
aprendizagem de cada aluno. Almeja-se também que compreendam que seu papel
enquanto educador é também promover a aprendizagem significativa dos
educandos.
32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Perante todo estudo sobre aprendizagem significativa na Educação a partir do
planejamento, compreendemos que a atuação docente, como a construção de um
bom planejamento contextualizado a partir da realidade dos educandos é de
fundamental importância para a construção de uma aprendizagem.
Estas são questões que norteiam o cotidiano dos educadores. Sendo relevante
perceber que a partir da prática a qual os alunos estejam envolvidos em uma
realidade de sucesso escolar, não existem receitas prontas, existem pressupostos
relevantes, que devem ser considerados no processo do ensino e aprendizagem e
que podem auxiliar na reflexão sobre como proceder para que a aprendizagem
ocorra de maneira plena e significativa.
O docente e discente precisam andar juntos e interagindo o tempo todo pra
compreender o que esta sendo ensinado e que possam perpassar o que aprendeu
na escola. E o planejamento como probabilidade de mudança é uma ferramenta de
fundamental importância do fazer pedagógico, que possibilita ao professor perceber
quais realidades estão em espaço de trabalho. Porque o importante não é reproduzir
conteúdos nem memorizá-los, e sim acordar a relação com a vida cotidiana dos
indivíduos.
Entretanto é preciso, perceber o aluno como um ser autônomo, construtor de
conhecimentos, assim, vale considerar os saberes dos educandos e, mediar os
conteúdos, dando uma maior possibilidade de aprendizagem.
É fundamental que os professores conheçam os seus alunos, para que ele
possa planejar e criar estratégias de ensino e aprendizagem essenciais ao contexto
no qual esta inseridos, que, tentem garantir a aprendizagem, ou seja, que permitam
que o aluno consiga estabelecer relações práticas do cotidiano com os conteúdos
mediado.
Portanto, o planejamento é essencial no exercício dos profissionais da
educação, pois no processo da aprendizagem do sujeito, o educador deve
reconhecer que o educando, tem um grande papel em sua própria formação,
enquanto sujeito social que tem história precisa respeitar cada educando em suas
várias ações e permitir que o mesmo tenha liberdade de criação e expressão,
visando o melhoramento e uma ação mais significativa no processo de
aprendizagem.
33
REFERÊNCIAS
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Almeida. Anguera, Janeiro de 2014 FARIAS Isabel Maria Sabino de. Didática e docência: aprendendo a profissão. 3
Ed. Brasília: 2011. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 30ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 2004. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 28 ed. São Paulo: Cortez, 2008.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 19. Ed. São Paulo: Cortez, 2008.
MARTINS, Josenei. Caderno de estudo: Didática e Avaliação. Centro Universitário Leonardo da Vinci. – Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2009. MARTINS, Josenei. Didática e formação do professor. Indaiá: UNIASSELVI, 2011. MENEGOLLA, Maximiliano. Por que planejar? Como planejar? Currículo, Área. 22. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construir o projeto político pedagógico da escola. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001.
SAVIANI, D. Escola e democracia: teorias da educação, curvaturas da vara, onze teses sobre educação política. São Paulo: Cortez, 1983.
SMOLE, Kátia Cristina Stoco. Aprendizagem significativa: o lugar do conhecimento e da inteligência. São Paulo. 2000.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez; 1996. VASCONCELLOS, Celso dos Santos, Planejamento de ensino – aprendizagem e projeto político – pedagógico. São Paulo: Libertad, 2007.