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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA: CONCENTRAÇÃO
EM GESTÃO DA ATENÇÃO BÁSICA
LADJANE BARBOSA ARMEDE
O TELESSAÚDE nas Unidades de Saúde da Atenção Básica nos
Municípios da Região Macro Sul de Saúde do Estado da Bahia, na
perspectiva de um agente da implantação.
Salvador
2014
2
LADJANE BARBOSA ARMEDE
O TELESSAÚDE nas Unidades de Saúde da Atenção Básica nos
Municípios da Região Macro Sul de Saúde do Estado da Bahia, na
perspectiva de um agente da implantação.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Programa de Pós-Graduação do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade
Federal da Bahia – ISC/UFBA, no Curso de Especialização em
Saúde Coletiva: concentração em Gestão da Atenção Básica,
como requisito para obtenção do título de especialista em Saúde Coletiva.
Área de concentração: Gestão da Atenção Básica.
Orientador: MSc Rosana Vieira Albuquerque
Salvador
2014
3
Catalogação na fonte: Biblioteca do Instituto de Saúde Coletiva
Xxxx
Barbosa Armede, Ladjane.
O TELESSAÚDE nas Unidades de Saúde da Atenção Básica nos Municípios da
Região Macro Sul de Saúde do Estado da Bahia, na perspectiva de um agente da
implantação./ Barbosa Armede, Ladjane. – Salvador: L. B. Armede, 2014.
42 p.: il
Monografia Apresentado (Pós Graduação) – Instituto de Saúde Coletiva,
Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.
Orientadora: Profª. MSc. Rosana Vieira Albuquerque
1.Telessaúde. 2. Tecnologias da Informação e Comunicação em Saúde. 3. Telemedicina. 4. Informática em Saúde. I. Rosana, Albuquerque. II. Titulo.
xxxxxx
4
LADJANE BARBOSA ARMEDE
O TELESSAÚDE nas Unidades de Saúde da Atenção Básica nos
Municípios da Região Macro Sul de Saúde do Estado da Bahia, na
perspectiva de um agente da implantação.
Monografia de Conclusão de Curso apresentado no Programa de Pós-Graduação do Instituto
de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia – ISC/UFBA, no Curso de
Especialização em Saúde Coletiva: concentração em Gestão da Atenção Básica, como
requisito para obtenção do título de especialista em Saúde Coletiva.
Aprovada em ____/____/____.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
ORIENTADOR: MSc Rosana Vieira Albuquerque – UFBA - ISC
_______________________________________________________
MEMBRO DA BANCA: Professor(a)
_______________________________________________________
MEMBRO DA BANCA: Professor (a)
5
DEDICATÓRIA
A todos os profissionais da Atenção Básica da Bahia. A
todos que participaram do Projeto Telessaúde Brasil Redes
Bahia e do NTC Telessaúde/BA, por semearem a ideia
para que frutificasse na Bahia.
6
AGRADECIMENTOS
São muitos e especiais...
Agradeço em primeiro lugar a Deus que, em sua infinita bondade, tem coberto minha
vida de bênçãos e permitido um crescimento gradual e contínuo, tanto pessoal quanto
profissional.
Aos meus pais, que através do seu amor me deram a vida.
Aos meus familiares e especialmente a minha Vovó Almerinda (in memorian) pelas
suas palavras e por me apoiarem e suportarem as ausências demandadas pela dedicação na
elaboração deste trabalho.
Aos amigos que encontrei nessa jornada e que foi essencial para minha formação
como ser humano: Adnólia Campos e Maria de Fátima Vasconcelos Pitombo,
À querida orientadora, Professora Mestra Rosana Vieira Albuquerque por sua atenção,
pela sua orientação e disponibilidade constante, pela inegável fonte de riqueza de
conhecimentos. Muito obrigada por sua tranquilidade em orientar-me.
Aos amigos da AB, do Distrito Sanitário de Pau da Lima e da Clinica ITO, por me
ajudarem no inicio da minha vida profissional.
A Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS), onde encontrei alguns amigos que
me apoiaram no meu processo de trabalho.
A Geovani, meu amor, e a sua mãe Renália, por estenderem sempre as suas mãos nos
momentos mais precisos, pelo carinho, incentivos constantes e compreensão durante as muitas
horas e finais de semana dedicados ao curso, o meu muito obrigado especial.
Aos colegas do curso de pós-graduação da NET, escola da UFBA, com os quais tive a
oportunidade de trocar experiências e conhecimentos no ambiente Moodle.
Concluir esse projeto é ter a oportunidade de agradecer à todas as pessoas que foram
importantes na minha vida.
Por fim, a todos que torceram para que eu chegasse até aqui, meus sinceros
agradecimentos pela compreensão e apoio.
7
ARMEDE, Ladjane Barbosa; O TELESSAÚDE nas Unidades de Saúde da Atenção Básica
nos Municípios da Região Macro Sul de Saúde do Estado da Bahia, na perspectiva de
um agente da implantação. 42f. Trabalho de Conclusão (Curso de Especialização em Saúde
Coletiva: concentração em Gestão da Atenção Básica), do Instituto de Saúde Coletiva da
Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.
RESUMO
Este trabalho relata como foi implantação do Telessaúde nos municípios da Bahia, destacando
os seus fatores de impacto. A partir de 2007, o Ministério da Saúde implementou o Programa
Nacional de Telessaúde Brasil Redes para qualificar a clínica e apoiar as equipe de saúde da
Atenção Básica. O presente trabalho traz um relato de uma experiência de como foi a
implantação do Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes nos municípios da Bahia
ocorrido no 2º semestre de 2013, principalmente o que ocorreu na Região Macro Sul de
Saúde, que é composta por 68 dos 417 municípios do Estado da Bahia onde foram
implantados o programa. Frente a esse contexto o estudo, analisou a implantação, buscando
responder a seguinte pergunta: Quais os impactos do processo de implantação do Projeto
Telessaúde/BA na perspectiva de um agente participante dessa execução? Com essa questão
norteadora buscou-se uma investigação baseada na experiência de campo da pesquisadora,
juntamente com publicações acerca do tema e da análise dos fatores que facilitaram e
dificultaram essa intervenção. Através da análise dos dados coletados na pesquisa
bibliográfica, daqueles publicados pela SESAB/DAB e do relato de experiência da
implantação, foi realizado um cruzamento das informações, gerando um levantamento do
ocorrido na implantação do Telessaúde na Região Macro Sul de Saúde da Bahia. Pode-se
concluir que um agente executor na implantação é muito importante, pois o mesmo
possibilitou um grande movimento de tecnologia de comunicação em saúde na Atenção
Básica, no 2º semestre de 2013, nas regiões da Bahia, gerando dados satisfatórios para o
Programa, e principalmente na identificação e tratamento dos fatores de impacto da
implantação, descritos neste estudo.
Palavras-chave: telemedicina; telecardiologia; teleassistência; teleconsultoria; telessaúde;
Tecnologias da Informação e Comunicação em Saúde; Informática em Saúde.
8
ARMEDE, Ladjane Barbosa; TELESSAÚDE The Health Units in Primary Care in the
Municipalities of Macro Health Region South of Bahia, in the perspective of an agent
deployment. 42f. Conclusion Work (Specialization Course in Public Health: Concentration in
Management of Primary Health Care), the Institute of Collective Health, Federal University
of Bahia, Salvador, 2014.
ABSTRACT
This work was reported as telehealth deployment in the cities of Bahia, highlighting their
impact factors. From 2007, the Ministry of Health implemented the National Telehealth
Program Brazil Networks to describe clinical and support staff health of Primary Care. This
paper gives an account of an experience as was the implementation of telehealth National
Program Brazil Networks in the municipalities of Bahia in 2nd half of 2013 , especially what
happened in the Macro Region Southern Health , which is comprised of 68 of the 417
municipalities State of Bahia where the program was implemented . Faced with this context
the study, analyzed the implementation, seeking to answer the following question: What are
the impacts of the implementation process of the Telehealth Project / BA from the perspective
of a participant that enforcement agent? With this guiding question we sought an approach
based on field experience of the researcher, along with publications about the topic and
analyzing the factors that facilitated and hindered the intervention research. Through the
analysis of data collected in the literature , those published by SESAB / DAB and reporting
experience of deployment, an intersection of information was conducted , generating a survey
occurred in the implementation of telehealth in Macro Region South Health of Bahia . It can
be concluded that an executor in the deployment agent is very important, because it allowed a
large movement of communication technology in health in primary care, in the 2nd half of
2013 , the regions of Bahia , generating satisfactory to the program data , and especially in the
identification and treatment of the impact of deployment factors described in this study.
Keywords: Telemedicine; telecardiolog; tele-assistance; teleconsulting; Telehealth;
Information Technology and Communication in Health Informatics in Healt
9
LISTAS DE ILUTRAÇÕES
Figura 1 Linha do tempo do Projeto TelessaúdeBA no período de 2010 a 2013.......23
Figura 2 Fotos de profissionais que participaram do 1º Ciclo de treinamento do
TelessaúdeBA...............................................................................................27
Gráfico 1 Análise de Índice de Pontos Implantados do Telessaúde (2013)...................30
Gráfico 2 Análise de Conectividade por UBS no Telessaúde (2013)............................31
Figura 3 Área de cobertura do Programa Telessaúde Brasil Redes.............................42
Figura 4 Área de cobertura do Programa Telessaúde Brasil Rede...............................42
Figura 5 Home Page do Programa Telessaúde Brasil Redes Bahia.............................43
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Entrevistas do jornal InfoFESF EM DIA, com os profissionais que
participaram das capacitações do TelessaúdeBA ( 2013)............................31
Tabela 2 Índice de Pontos Implantados do Telessaúde (2013)....................................33
Tabela 3 Conectividade por UBS no Telessaúde (2013).............................................34
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AB Atenção Básica
APS Atenção Primária à Saúde
BVS Biblioteca Virtual em Saúde
CAB Coordenador da Atenção Básica
CIB Comitê Intergestora Bipartite
COSEMS Conselho Estadual de Secretários Municípios de Saúde da Bahia
DAB Diretoria da Atenção Básica
DeCS Descritores em Ciências da Saúde
DIRES Diretoria Regional de Saúde
EESP Escola de Ensino Superior de Saúde
EFTS Escola de Formação Técnica em Saúde
EPS Educação Permanente em Saúde
EqESF Equipes da Estratégia Saúde da Família
ESF Estratégia de Saúde da Família
FESF-SUS Fundação Estatal Saúde da Família
ISC Instituto de Saúde Coletiva
MS Ministério da Saúde
NUTICS Núcleo de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde
NTC Núcleo de Telessaúde Técnico-Científico
NTE Núcleo de Tecnologia e Ensino
SESAB Secretaria de Saúde do Estado
SOF Segunda Opinião Formativa
SUS Sistema Único de Saúde
TSTE Técnica de Suporte para Tecnologias Específicas
TelessaúdeBA Núcleo de Telessaúde Técnico-Científico Bahia
TSBA Telessaúde Brasil Redes Bahia
UBS Unidade Básica de Saúde
UFBA Universidade Federal da Bahia
WA Webconferências de Acompanhamento
WT Webconferências de Treinamento
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
1.1 Apresentação do Tema 13
1.2 Delimitação do Objeto 15
1.3 Pressuposto 16
1.4 Justificativa 16
1.5 Pergunta Condutora 17
2 OBJETIVOS 18
2.1 Objetivo geral 18
2.2 Objetivos específicos 18
3 METODOLOGIA 19
4 REFERENCIAL TEÓRICO 20
4.1 Tecnologia da informação e comunicação em saúde 20
4.2 Origem do Programa Telessaúde Brasil Redes Bahia 22
4.3 O Programa Telessaúde Brasil Redes Bahia 24
5 DESCRIÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO TELESSAÚDE NA REGIÃO SUL
DO ESTADO DA BAHIA
27
6 RESULTADOS 30
7 DISCUSSÃO 35
8 CONCLUSÃO 37
9 RECOMENDAÇÕES 38
REFERÊNCIAS 39
ANEXO 41
13
1. INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação do Tema
O presente trabalho relata o processo de implantação do Programa Telessaúde na nos
municípios do estado da Bahia em de 2013.
A partir de 2007, o Ministério da Saúde implementou o Programa Nacional de
Telessaúde, coordenando iniciativas em nove estados da federação: Amazonas, Ceará, Goiás,
Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Atualmente, além destes, existem cinco estados em fase de implantação: Tocantins; Mato
Grosso do Sul; Mato Grosso; Espírito Santo; Acre, com projeto aprovado e em
funcionamento, ofertando atividades de educação permanente às equipes de Saúde da Família,
a fim de qualificar seu processo de atenção e, consequentemente, ampliar o impacto positivo
sobre as condições de saúde da população. Em 2010, o Programa Nacional de Telessaúde
oficializou as ações de teleeducação e teleassistência. Em 2011, o programa foi renomeado
para Telessaúde Brasil Redes (MORAES, 2012).
Em 2013, surgiu na Bahia mais um Núcleo de Telessaúde, para fortalecimento da
AB, nesse contexto, pode dizer que a sua fundamentação foi igual aos dos outros estados
brasileiros.
Com base em estudos e acertibilidade em outros estados brasileiros viu que o
programa de Telessaúde ajudará na muito a saúde publica da Bahia.
O Programa é reforçado através da Atenção Primária a Saúde (APS) e em
complementação com o Manual de Telessaúde Brasil Redes para Atenção Básica e
incorporando ainda às Políticas Públicas de Saúde.
Telessaúde é o uso das modernas tecnologias da informação e comunicação para
atividades à distância relacionadas à saúde em seus diversos níveis (primário, secundário e
terciário). Possibilita a interação entre profissionais de saúde ou entre os seus pacientes, bem
como o acesso remoto a recursos de apoio diagnósticos ou até mesmo terapêuticos
(CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2002).
Tudo isso tem como embasamento a Política de Saúde Pública frente aos Programas
da Atenção Básica de atendimento à população assistida, onde foram vistos que inúmeros
encaminhamentos desnecessários poderiam ter sido evitados à atenção secundária.
A tecnologia deve ser apenas o meio e não o fim. O objetivo deve sempre ser a
melhoria do atendimento à saúde da população e não a aplicação da tecnologia. Não se
14
implanta e se mantém um sistema de Telessaúde de forma completamente virtual. Reuniões
presenciais são de suma importância para o estabelecimento de uma relação de confiança e
amizade. Para se mantiver um sistema em funcionamento com bons resultados é necessário
um sistema de gestão eficiente e eficaz. No entanto, por melhor que sejam os resultados
clínicos e melhoria de qualidade no atendimento dos pacientes, particularmente nos
municípios remotos, o fator econômico tem que ser levado em consideração na avaliação
global do sistema (FIGUEIRA, 2008).
Nos casos de dúvida, se houvesse um profissional habilitado e qualificado para tal
esclarecimento, evitaria o deslocamento ou até mesmo o internamento daquele indivíduo e
poderia ser cuidado na própria atenção primária.
O Projeto Nacional de Telessaúde busca a redução de custos, menor tempo com
deslocamentos, melhor qualidade no atendimento prestado e especialização de recursos
humanos. Teleconferência: Orientações e esclarecimentos através de telecomunicação a um
profissional ou instituição experiente referente à prática clínica (CANEIRO, 2013).
A reorganização do SUS a partir da ampliação de sua rede de serviços de APS por
meio da ESF trouxe avanços importantes na saúde e condição de vida a população. Frente à
necessidade de ofertar atividades de Educação Permanente em Saúde (EPS) às equipes de
ESF a fim de qualificar seu processo de trabalho na AB, consequentemente, ampliar seu
impacto positivo sobre as condições de saúde de nossa população (BRASIL, 2012).
A relevância do Telessaúde em diversos processos de trabalho na Atenção Básica se
concretiza, por exemplo, em evitar o agravamento de patologias que poderiam ter sido
tratadas na atenção primária. Por falha nesse processo ou dúvida na clinica, elas serão tratada
de forma tardia, lotando assim o nível secundário, e, consequentemente ocorrerá o famoso
“sucateamento” da saúde em nosso Estado.
Acredita-se que a preocupação com a melhoria da assistência com foco na prevenção e
promoção à saúde. Alguns profissionais se perguntam: Será que todo mundo vai saber o que
eu estou escrevendo? Ou até mesmo será que vou ter privacidade? Esses são os tabus e os
medos (SANTOS 2010).
As ferramentas do TelessaúdeBa é confidencial, só quem terá acesso é o profissional
que o utilizará e o que responderá.
O presente trabalho traz o relato da experiência de implantação do Programa Nacional
Telessaúde Brasil Redes nos municípios da Bahia, principalmente na Região Macro Sul de
Saúde, composta pelas seguintes DIRES: Jequié, Ilhéus, Itabuna e Valença.
15
1.2 Delimitação do Objeto
A criação do Programa Telessaúde Brasil Redes Bahia tem como uma de suas
finalidades apoiar as equipes de Saúde na Atenção Primária, demonstrando por sua vez uma
sensibilidade com as especificidades que ocorrem nos processos de trabalho de toda equipe,
conduzindo para uma teleconsultoria, teleeducação e Segunda Opinião Formativa (SOF).
Frente a esse contexto o presente trabalho propõe analisar as considerações acerca da
seguinte problemática: Telessaúde Brasil Rede Bahia: Quais os impactos do processo de
implantação do Projeto Telessaúde/BA na perspectiva de um agente participante da execução?
Com essa questão norteadora buscou-se a investigação baseada na experiência de campo da
pesquisadora, juntamente com a busca de publicações e análise dos fatores que facilitaram e
dificultaram a prática desse programa.
Espera que os gestores dos serviços de saúde possam cada vez mais apoiar a suas
equipes para o uso do Telessaúde/BA através da Plataforma do MS, como um dispositivo de
mediação capaz de transformar os processos de trabalho no campo da saúde, contribuindo
assim para que o sistema Único de Saúde alcance seus objetivos (CARNEIRO, 2013).
Junto a isso, é possível constatar a real necessidade de se refletir sobre possíveis
lacunas que ainda devem ser preenchidas no campo das políticas públicas ou até mesmo no
âmbito das estratégias que viabilizem tais políticas. No estudo, buscam-se subsídios que
possibilitem refletir também as possíveis repercussões e influências desse programa na AB
dos municípios da Bahia, o que permitirá ampliar a discussão sobre as possíveis contribuições
para o campo de conhecimentos na área da AB.
1.3 Pressuposto
Pressupõe-se que através da experiência adquirida no processo de implantação do
Telessaúde na região Macro Sul dos municípios da Bahia, referente ao 1º. Ciclo de
Treinamento há possibilidade de se identificar fatores que impactaram a implantação, tanto
positiva como negativamente, bem como analisar potenciais melhorias nesse processo e
potenciais benefícios dessa intervenção.
16
Nessa perspectiva, buscou-se a resposta de como foi à implantação do citado projeto
na região Sul e nos demais territórios da Bahia no 2º semestre de 2013, do ponto de vista de
um agente participante da execução. Tal implantação ocorreu através de relatos de
experiências em campo e investigação de dados publicados.
1.4 Justificativa
A motivação para realizar o presente trabalho emergiu em função dos estudos
realizados no decorrer do Curso de Especialização em Saúde Coletiva com Concentração em
Gestão da atenção Básica, do ISC\ UFBA e da experiência vivenciada pela autora na sua área
de atuação enquanto Técnico de Suporte para Tecnologia Especifica (TSTE) do Núcleo do
Telessaúde Bahia.
Tais experiências estão ligadas a constantes viagens pelas regiões de saúde da Bahia,
que foram realizadas para implantação do programa, além da coleta de dados sobre o I Ciclo
de Treinamento nos municípios com as equipes e gestores de saúde. Mediante essas
oportunidades de experiências vivenciadas no cotidiano laboral e da sua especialização, houve
o interesse em desenvolver e pesquisar as nuances de um programa pioneiro no estado da
Bahia.
1.5 Pergunta Condutora
A implantação Telessaúde é um instrumento de apoio às equipes da ESF, por se tratar
de um programa pioneiro na Bahia, surge consequentemente a seguinte pergunta: Quais os
impactos do processo de implantação do programa, na perspectiva de um agente participante
da execução?
17
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivos Gerais
Analisar a Implantação do Programa Telessaúde Brasil Redes – Bahia, na
perspectiva de um agente participante da execução, identificando os fatores que facilitaram
e/ou dificultaram essa intervenção, nas Unidades de Saúde da Atenção Básica nos Municípios
da Região Sul do Estado Bahia.
2.2 Objetivos específicos
• Descrever o Programa Telessaúde Bahia, relatando o ocorrido durante o primeiro ciclo
de treinamento nas Macrorregiões de Saúde da Bahia, destacando a Região Sul;
• Destacar os fatores que interferiram positivamente ou negativamente durante as
atividades do NTC do Telessaúde/BA durante o 1º Ciclo de Treinamento do Programa
nos municípios da Região Sul da Bahia. .
18
3. METODOLOGIA
3.1 Tipo de Estudo
O presente trabalho relata a experiência vivenciada por um agente que participou do 1º
Ciclo de treinamento da implantação do Programa Telessaúde Brasil Redes Bahia,
considerado um Relato de Experiência.
Relato de Experiências é um tipo de fonte de informação, dedicada à coleta de
depoimentos e registro de situações e casos relevantes que ocorreram durante a
implementação de um programa, projeto ou em uma dada situação problema (GIL, 2008).
3.2 Coletas de Dados
Para a busca de publicações sobre o tema, foram utilizadas palavras-chaves em
português selecionadas mediante consulta aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS):
telemedicina; telecardiologia, teleassistência; tecnologia de saúde; teleconsultoria;
Telessaúde, Tecnologias da Informação e Comunicação em Saúde, Informática em Saúde.
A busca de dados também foi realizada por consulta de registros secundários atuais,
como: sistema de informação, relatórios de visita de campo, dados publicados sobre a
implantação em diários de viagens, notícias, reportagens, crônicas jornalísticas, relatos de
entrevistas do ocorrido em campo, além de pesquisa bibliográfica, incluindo livros e artigos
sobre o tema. Foi efetuado um estudo de publicações indexadas ou catalogadas na base de
dados online por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) no período 2007 a 2013.
3.2 Análises dos Dados
Foi realizada uma análise qualitativa dos dados coletados, buscando-se destacar
elementos que caracterizassem o processo de implantação do Telessaúde, e também
elementos que pudessem compor as dimensões de análise: fatores facilitadores e
dificultadores do processo de implantação nos municípios da Região Sul do Estado da Bahia.
19
4. REFERENCIAL TÉÓRICO
4.1 Tecnologias da Informação Comunicação em Saúde
A tecnologia vem sendo hoje uma ferramenta propulsora em ações do nosso cotidiano
e a mesma vem sendo adaptada ao nosso processo de trabalho, incorporado a avanços e
introduzindo informações, sendo assim é importante nos atualizamos para conseguimos nos
fixamos nessa sociedade moderna.
A criação da Internet gerou um grau inaudito de conexão irrestrita entre as pessoas,
tornando inexorável a incorporação do uso das tecnologias de informação e de comunicação,
também, na saúde. (SANTOS, 2008).
Telessaúde surge como uma grande evolução tecnológica voltada para atender
demandas na área da saúde nos segmentos clínicos, administrativos e educacionais. É uma
estratégia para a implementação da gestão focada na qualidade dos serviços prestados através
da melhoria do processo de trabalho. Essa busca por novos meios ou abordagens, com base
científica, aperfeiçoaram a sua qualidade, a equidade da oferta, a efetividade, a eficácia e o
atendimento das necessidades da população por meio da aplicação de novos conhecimentos
(CARNEIRO, 2013.)
Os serviços de Telessaúde utilizarão várias tecnologias de comunicação e informação
para apoiar no planejamento, monitorar, avaliar e intervir nos serviços da atenção primária à
saúde, ampliando e qualificando as ações assistenciais e a capacidade de identificar e resolver
as necessidades em saúde da população local.
É um assunto recente dentro de Saúde e alvo interação entre as ciências humanas –
tecnológicas e a saúde: caráter social do adoecimento, a perspectiva do gênero como singular
da relação saúde \ informatização, e a promoção da saúde como conceituação positiva. Essa
temática gira em torno da saúde da Atenção Básica da Bahia (BAHIA, 2013).
A APS hoje reconhecida como a “porta de entrada” nos princípios da saúde, ou seja, é
uma referência no que diz respeito à promoção e prevenção na saúde. O MS implantou
tecnologia na saúde através do Sistema de Informação em Saúde (SIS), Informatizando
algumas ferramentas no processo de trabalho, isso foi destacado como um grande avanço
importante para a saúde brasileira.
A disponibilização de dados e de programas computacionais de auxílio à decisão via
Internet pode ampliar o acesso das populações a informações sobre cruciais questões da vida e
20
da saúde. Pode, também, ajudar a reduzir desgastes e ansiedades decorrentes das incertezas
que se insinuam nas práticas de saúde, tanto no lado do profissional como no daquele que
necessita de cuidados, não obstante o nome ou papel que se lhe atribua. (SILVA, 2003).
Alguns registros das EqESF ainda são feito de forma manual devido à falta de redes
em algumas áreas remotas, como zona rural onde é difícil a conectividade.
A Telessaúde como dispositivo de mediação, permite melhores resultados, menores
custo, deslocamento e tempo de espera do paciente, além de oferecer suporte
multiprofissional e assistência à equipe de trabalho. Conhecer os desafios, rompendo barreiras
culturais instaladas nas instituições, abre caminhos para apoio e receptividade de novas
tecnologias a esfera da gestão de serviços. Dessa forma, torna-se possível ao gestor planejar,
implementar e avaliar ações gerenciais refletidas criticamente e capazes de contemplar novas
experiências, sobretudo, trocar informações e obter uma “segunda opinião” por meio da
Telessaúde ( CARNEIRO, 2013 ).
Cabe ao profissional que queira melhorar a sua clinica no processo de trabalho voltado
para saúde se atualizar, e com isso que ganhará não será apenas o usuário mais sim todos
envolvidos da equipe de saúde.
21
4.2 Origem do Programa Telessaúde Brasil Redes Bahia
O Projeto Telessaúde Brasil Redes Bahia representa a oportunidade de integrar
tecnologia, comunicação com a saúde, principalmente, pessoas, mediados por ferramentas que
encurtam as distâncias e contribuem para qualificação dos serviços da Atenção Básica. Ele
começou a ser negociado em 2010, através dos dados de outros estados, já abordado.
O Projeto Único de Telessaúde Brasil Redes no Estado na Bahia é resultante da
parceria entre a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia - (SESAB) Conselho Estadual dos
Secretários dos Municipais de Saúde da Bahia - (COSEMS), Universidade Federal da Bahia
(UFBA) e Fundação Estatal Saúde da Família (FESF - SUS). Nesta conformação, a Bahia terá
um núcleo único. (BAHIA, 2012)
O núcleo trabalha desde 2º semestre de 2013, para implantar o programa nas equipes
de saúde, realizando parcerias nos próprios municípios da Bahia.
A Fundação Estatal Saúde da Família (FESF - SUS), mediante celebração de Contrato
de Gestão com a SESAB e municípios que tiveram suas propostas aprovadas, será
responsável por implantar e desenvolver os serviços de Telessaúde, sobre orientações e
acompanhamento do Comitê Gestor Estadual do Telessaúde Bahia (BAHIA, 2013).
O NTC visa através da fundamentação do projeto único aprimorar as suas propostas
colocando as em pratica para que assim venha melhorar a APS.
O Projeto de Telessaúde Brasil Redes – Bahia tem por objetivo ampliar a
resolubilidade e fortalecer a Estratégia de Saúde da Família, com as ações que propiciarão às
EqESF materiais elaborados pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Escolas dos SUS
(EESP e EFTS), apoiados pela BVS, que permitirá aos profissionais o apoio à tomada de
decisão, uma vez que terão acesso a fontes de informações científicas atualizadas. (BAHIA,
2013).
A linha do tempo logo abaixo, demonstrar que para chegar no Programa Telessaúde
Redes Bahia o mesmo passou por varias etapas importante, foi necessária a aprovação de
varia portarias pelo Comitê Gestor Intermunicipal (CIB). Para fundar um único Núcleo
TelessaúdeBA, é importante relatar esse marco histórico para que possamos entender o que é
o Programa e como o mesmo foi fundamentado
22
Figura: A linha do tempo do Projeto Telessaúde (2010 a 2013)
Fonte: construção própria
Podemos visualizar na linha do tempo acima, do Projeto de Telessaúde na Bahia teve
um marco importante em 2011, pois foi quando através da portaria nº 3.084, ficou
estabelecido de como seria liberação dos recursos de financiamento para adesão dos
municípios. Pode-se, demonstra também que para ter um programa é necessário um projeto.
Cada município aderido recebe o financiamento através do Plano da Atenção Básica
(PAB) ou um kit: com computador, webcam e entre outros, além de orientações para
utilização do material fornecido diretamente pela SESAB.
Para aderir à Telessaúde, o gestor deve inscrever o seu município no Programa e
apresentá-lo aos seus profissionais (CANEIRO, 2013).
Através das aprovações do CIB ficaram estabelecido quais seriam os tipos de recursos
que seria adotado pelo programa e quais os tipos de equipamento seriam utilizados (2011).
Também podemos ver na linha do tempo que do começo da discussão para aprovação do
projeto em 2010, só em 2013 foi que ficou estabelecido através da resolução CIB\ 32
especificação mínima de Kit, isso e bom, pois direciona os gestores nas atividades de
implantação do programa.
23
4.3 O Programa Telessaúde Brasil Redes Bahia
O Programa Telessaúde Brasil Redes, surge para o melhoramento do atendimento da
população baiana. Os serviços de Atenção Básica na Bahia foram ampliados de forma
importante nos últimos anos e necessitam ser constantemente qualificados, na perspectiva do
aumento de sua resolubilidade e da satisfação de seus usuários, então em 2013 surge mais um
NTC, localizado na Bahia.
O processo de implantação é de responsabilidade dos monitores de campo (MC), sob a
supervisão do Coordenador Geral, um processo de implantação pode ter a abrangência de um
município, de um grupo de municípios ou de todo um estado federativo. Pode ser a
continuidade de um processo existente ou um processo totalmente novo (BRASIL, 2012).
O Programa Telessaúde Brasil Redes propõe integrar as equipes de saúde da família
aos centros universitários de referência para melhorar a qualidade dos serviços prestados na
atenção primária. As ações de apoio à assistência à saúde e de educação permanente das
equipes de saúde visam à educação para o trabalho e mudanças de práticas que resultem na
qualidade do atendimento na atenção primária (BRASIL, 2010).
O foco do Telessaúde na Bahia predominantemente é o de teleconsultoria, que busca
esclarecer as questões clínicas e relativas à organização do processo de trabalho.
Segundo Bahia, 2013. Diminuir o custo na saúde através da qualificação profissional
local; Reduzir a quantidade de deslocamentos desnecessários de pacientes, aumentando a
acessibilidade local aos serviços de saúde, sobretudo os de prevenção de doenças.
A Núcleo da Bahia possuem quatro pontos: tele-educação; SOF; teleconsultoria além
do Serviço de 0800-644-6543 que funciona de segunda-feira a sexta-feira das 8h00 ás 17h30
para os Médicos do Programa de Valorização da AB (PROVAB) e posteriormente o de
telediagnóstico (BAHIA, 2013).
A proposta do Telessaúde é qualificar as equipes da AB, e atuar de forma sistemática
na melhorando da clinica além de reestruturar o processo de trabalho das equipes, para tanto é
importante trabalhar em conjunto, interagindo gestores com profissionais para prover uma
melhora na assistência ao usuário.
O investimento na implantação do sistema de Telessaúde é rapidamente pago pela
economia resultante da redução dos encaminhamentos. Além disso, o baixo custo do
atendimento a distância em relação ao atendimento presencial garante a sua sustentabilidade
econômica. A partir dessa conclusão, podemos estabelecer a Boa Prática: É fundamental
24
mostrar que a Teleassistência reduz os custos do sistema de saúde local para garantir a adesão
dos gestores municipais (FIGUEIRA, 2008).
Entre as ações e Serviços do Telessaúde do Projeto destaca-se o apoio especializado
de profissionais da área de saúde, por meio da: Segunda Opinião Formativa – SOF: São
respostas sistematizadas (construídas com base em revisão bibliográfica, nas melhores
evidências científicas e clínicas e no papel ordenador da Atenção Básica) a perguntas
originadas das teleconsultorias e selecionadas a partir de critérios de relevância e pertinência
em relação às diretrizes do SUS. Após formatação, podem ser acessadas na BVS;
Teleconsultorias: É uma consulta feita por algum profissional da saúde registrada por meio de
instrumentos de telecomunicação (na Bahia utilizaremos a plataforma virtual do Ministério da
Saúde), e serão ofertadas em todos os Pontos de Telessaúde da Bahia; são realizadas em
sistema web, o que permite a mobilidade e independência necessária a usuários de sistemas de
telessaúde. Essas atividades não são necessariamente realizadas na área física do setor, tendo
os teleconsultores liberdade de responder à demanda no local e hora de sua preferência.
Oferecer um sistema que auxilie na solução de problemas da rotina diária dos profissionais de
saúde. Desta forma, a adesão é facilitada, os sistemas devem ser tão simples como os usuários
e de acordo com a realidade tecnológica local, as teleconsultorias são direcionadas, após a
triagem feita por um médico telerregulador, a teleconsultores, profissionais com formação em
diversas áreas da Saúde (BAHIA, 2013).
Teleeducação: realizada através de conferências, aulas e cursos de livre acessos e
ministrados por meio da utilização das tecnologias de informação e comunicação. Esse aporte
de conhecimento se dará no cotidiano do servidor por meio do Núcleo Técnico-Científico da
Bahia em parcerias com a Universidade Federal da Bahia, Escola de Formação Técnica em
Saúde Prof. Jorge Novís (EFTS) e Escola Estadual de Saúde Pública Prof. Francisco Peixoto
de Magalhães Netto (EESP), Núcleos Técnico-Científicos de Telessaúde de outros estados e
outras instituições e Telediagnóstico com vistas à melhoria dos serviços prestados pelo SUS à
população (CARNEIRO, 2013).
Além desses serviços na Bahia, também ofertará o telediagnóstico, com serviços de
telemedicina (telecardiologia) na Bahia, iniciado no 1º semestre de 2014 sendo utilizado
somente nos hospitais de pequeno porte (HPP) dos municípios.
A utilização dos recursos de Telessaúde para resolução de problemas assistenciais
estabelecidos pela interação das equipes de saúde da família com especialistas de referência
previamente definidos representa um passo importante para aprofundar a compreensão dos
25
aspectos envolvidos na consolidação de projetos de Telessaúde na rede pública no Brasil.
(SILVA, 2003).
Frente a esse contexto, o serviço teleconsultoria para Atenção Básica, pois permite
esclarecer duvidadas geradas durante o processo de trabalho ou até mesmo um apoio, e
podendo ser de dois tipos: a) Síncrona (realizada em tempo real, geralmente por chat, skype,
web ou videoconferência) a resposta precisa ser agendada entre as duas partes, solicitante e
teleconsultor, e não tem prazo definido; b) Assíncrona (realizada off-line) por meio de
mensagens de texto descritiva e são respondidas para os profissionais da AB em até 72 horas.
No Brasil, várias leis e normas estão disponíveis para o bom exercício dessas
práticas. Estabelece que "são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional". Revelar alguém, sem justa causa, segredo de que tenha
ciência, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir
dano a outrem" "revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação" (SANTOS, 2010).
O Programa é regido pelas leis brasileiras através do Código de Ética Profissional de
cada Categoria das classes dos profissionais de saúde. O aspecto primordial do atendimento
de pacientes na área da saúde é o respeito ao sigilo, à confidencialidade e à privacidade das
informações geradas pelas práticas de Telessaúde.
O Programa Telessaúde Brasil Redes Bahia (TSBA), se dará mediante a inplantação e
depois por manutenção e consolidação de uma ampla rede de comunicação entre os serviços
de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os serviços de Telessaúde poderão representar o fortalecimento das linhas de união
dos pontos assistenciais, sendo estratégia robusta na efetivação das redes de atenção à saúde.
Não há rede sem estratégia capilarizada de informação e comunicação. Não há rede sem
aproximação entre os profissionais que a compõem. Essa aproximação não necessita ser
presencial, podendo ser apenas de comunicação, desde que efetiva e dirigida a resolver os
problemas de integração que impedem que as pessoas – os usuários do SUS – obtenham o
cuidado certo, no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a qualidade certa, de
forma humanizada e com equidade (MENDES, 2011).
Então o Telessaúde será uma rede de apoio na ESF, a fim de retirar da mecanização do
trabalho uma saúde primaria de qualidade, modernizando a linha do cuidado na AB.
26
5. DESCRIÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO TELESSAÚDE NA REGIÃO SUL DO ESTADO
DA BAHIA
As ações de implantação do programa ocorreram com as capacitações dos
profissionais e gestores, acompanhamento dos treinamentos e das EqESF da AB, bem como o
cadastramento dos profissionais que efetuaram o pré-cadastramento na Plataforma do
Ministério da Saúde.
Para obtenção das metas esperadas, foi necessário a participação em oficinas de
capacitação com TSTE e os outros integrantes do NTC \ BA, durante três dias consecutivos
no ISC/ UFBA, presença da equipe do Telessaúde do Rio Grande do Sul mais representantes
da DAB/SESAB e NUTICS.
Em outra oportunidade, houve apresentação do Telessaúde Bahia para Coordenadores
da Atenção Básica e representantes de DIRES, no Auditório do Centro de Diabetes e
Endocrinologia da Bahia ( CEDEBA), no dia 30 de Julho de 2013. Nessa oportunidade foram
obtidos contatos desses representantes e feita o pré-agenda das respectivas datas das viagens
para as oficinas de capacitações presenciais nos municípios
Posteriormente, já com as atividades na sede do NTC, foram confirmadas as datas com
as DIRES através de ligações e e-mails e estabelecendo contatos para identificar junto a eles
os locais com conexão com a internet e de fácil acesso para a realização do treinamento. Foi
dada se preferência instalações como o Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE). A partir
daí, foram adquiridas outras parcerias que colaboraram com a implantação do projeto nos
municípios.
Entre os meses de: Agosto; Setembro; Outubro e início de Novembro de 2013, mais de
dois mil representantes de todas as equipes de Saúde da Família das Macrorregiões de Saúde
da Bahia foram treinados. Com esses treinamentos, foram visualizados os municípios e
equipes que ainda não tinham sido cadastrados na plataforma do MS.
A partir desse levantamento foi possível acompanhar e priorizar os municípios,
envolvidos que não estavam cadastrados, realizando contatos com os coordenadores da
atenção básica, para que as equipes se cadastrassem e quanto as cadastradas, foi reforçado o
uso da plataforma.
Segundo Bahia, 2013. Nos dias 03, 04 e 05 de setembro, mais de 200 representantes
de equipes de Saúde da Família das microrregiões de Ilhéus, Itabuna participaram do I Ciclo
de Treinamentos de Profissionais da Atenção Básica para Uso dos Serviços do TelessaúdeBA
As oficinas estão sendo ministradas por integrantes da equipe de campo do Núcleo Técnico-
27
Científico do Projeto Telessaúde Brasil Redes - Bahia (TelessaúdeBA), pertencente à
Fundação Estatal Saúde da Família (Fesf-SUS). Ladjane Armede é a técnica responsável pela
macrorregião Sul.
A citada técnica presenciou na microrregião de Itabuna queda na rede de Internet
durante os três dias de treinamento, o que impossibilitou o acesso à rede institucional do NTE,
à plataforma do MS. Mesmo diante dessa situação, foi necessário o uso de um modem portátil
3G desbloqueado, de uso pessoal, o que possibilitou a continuidade do trabalho sem prejuízo
aos participantes.
Logo após encerramento do 1º semestre de programa onde ocorreram várias
capacitações presenciais, as atividades do NTC \ Ba, consistem ainda em: web de treinamento
(WT) com os municípios e também web de acompanhamento (WA), dando suporte na
implantação, acompanhamento e monitoramento/avaliação, além do contato direto com o
NTC Rio Grande do Sul , pois eles dão apoio em esclarecimento de dúvidas que venham a
surgir durante o nosso processo de trabalho.
As oficinas foram ministradas por integrantes da equipe de campo pertencente ao
NTC, voltadas para todos os profissionais do campo da Atenção Básica (AB), a exemplo de
médicos, Enfermeiros, auxiliares/ técnicos de Enfermagem, dentistas, auxiliares/ técnicos de
saúde bucal e agentes comunitários de Saúde bem como profissionais do Núcleo de Apoio a
Saúde da Família (NASF).
Tendo como objetivo de implantação primordial de ampliar a resolubilidade da
Estratégia de Saúde da Família em todo o estado, o desafio inicial do Núcleo foi realizar
treinamentos com 70% das mais de 2.700 equipes de Saúde da Família da Bahia e 417
Municípios da Bahia da AB. Mas no final do treinamento que foi no mês de novembro: 2843
profissionais; 401 municípios; 592 treinamentos e 148 turnos. Ultrapassando a meta que era
de 70%, atingindo 96% das equipes da Bahia (BAHIA, 2013).
As fotos abaixo documentam o 1º Ciclo de treinamento do TelessaúdeBA nas regiões
de saúde da Bahia, além da Macrosul, demonstrando a satisfação das EqESF contempladas
com visitas do NTC. As capacitações eram feitas em sala de Informática dos NTE,
visualizadas nas imagens. As aulas das capacitações eram ministradas com recurso áudio
visuais. Isso foi importante, pois valorizaram os profissionais, que retornaram a seu local de
trabalho com a função de multiplicadores.
28
Figura 2: As fotos das capacitações do 1º Ciclo de treinamento do TelessaúdeBA (2013).
Através do link: http://telessaudebahia.saude.ba.gov.br, poderemos ter acesso a pagina
do Telessaúde Bahia das redes e também da plataforma do MS (ver Anexo 2) caso não
queiram acessar direto podem acessar pelo endereço eletrônico:
http://www.plataformatelessaude.ufrgs.br, onde o acesso se dará com login: seu e-mail
pessoal e a senha inicial será 123, onde automaticamente será redirecionado autorização de
seu acesso para seu email pessoal. Isso evitará que outras pessoas tenham acesso a seu perfil
na plataforma do MS não romper o sigilo profissional.
Foi explicado nas capacitações de implantação do programa que o profissional poderá
ter acesso através de: Tablete; celulares e entre alternativas que possua uma conectividade não
dependendo exclusivamente do computador da unidade.
29
6. RESULTADOS
Através do relato de experiência de um agente que executou atividades de implantação
do programa em campo e de informações registradas das ações.
Chegamos aos fatores que facilitadores da implantação: A cooperação de instituições
de ensino; ter um modem portátil e desbloqueado para uso de qualquer telefonia de celular
que seja predominante naquele município a fácil adaptação de alguns profissionais além da
fácil aceitabilidade; apoio estadual, da SESAB \DAB e COSEMS e apoio local DIRES;
Coordenadores da Atenção Básica e IES; Contribuições de outros programas/projetos e
parceiros como a UFBA\ ISC e o Núcleo do Rio Grande do Sul.
E os principais desafios encontrados em campo foram: a baixa ou falta de
conectividade à rede em algumas localidades; necessidade de apoio maior por parte dos
gestores; resistência de alguns profissionais e gestores além da falta de interesse em ser
capacitado para tal, a dificuldade na liberação dos profissionais das unidades de saúde. A falta
de conhecimento dos profissionais que estar envolvidos no atendimento desta clientela
dificulta a prática, pois precisamos, muitas vezes, dos meios de comunicação escrita e falada
para quer venha ver uma adesão ao referido programa do Ministério da Saúde.
Através das atividades em campo do agente participante da implantação nos
municípios da Bahia, foram gerados para a SESAB/ DAB, dados estatísticos de comprovação
sobre a implantação. Os dados demonstrados nos gráficos e tabelas abaixo exibem o impacto
da implantação do programa, norteando qualitativamente a atividade de implantação
executada.
O gráfico 1, logo abaixo compõem um recorte daqueles municípios que
encaminharam, através de ofício, informações sobre o processo de implantação do Programa
Telessaúde. Em uma perspectiva futura, quando os serviços de Telessaúde ampliarem seu
espectro de atuação, poderão ser caracterizados como “metasserviços de saúde”.
30
Gráfico 1: Analise de pontos implantados do TelessaúdeBA ( 2013)
Fonte: DAB / SESAB (http:// dab. saúde. gov.br) –Telessaúde
A analisar o gráfico 1 acima, destaca-se que as macrorregiões Sul e Oeste se
evidenciam com mais de 80% dos pontos já implantados. Já as macrorregiões do Extremo-sul
e Sudoeste são inferiores a 40%. O baixo percentual, entretanto, não indica necessariamente a
falta de implantação ao programa, dar-se-á também, pela ausência de informações enviadas
pelos municípios que compõem cada região. Macrorregiões Norte, inferior a 30%, Oeste,
Nordeste, Leste, Centro-norte e Centro-leste, inferiores a 40%, ver demonstrativos abaixo.
Gráfico 2: Analise de Conectividade por UBS no Telessaúde ( 2013)
Fonte: DAB / SESAB (http:// dab. saúde. gov.br ) –Telessaúde
31
A analisar o gráfico 2 acima, destaca-se que as macrorregiões Sudoeste e Extremo Sul
se evidenciam com mais de 60% das unidades básicas de saúde (UBS) com conectividade. Já
a macrorregião do Norte é inferiores a 20%. O baixo percentual, entretanto, não indica
necessariamente a difícil ou falta de conectividade em algumas áreas remotas, mais também a
falta de uso do programa.
Desde o início de agosto de 2013, quando foi iniciado o I Ciclo de Treinamentos, já
foram direcionadas à plataforma aproximadamente 400 solicitações mensais de
teleconsultorias pelos profissionais, voltada diretamente ao processo de trabalho das EsESF.
O treinamento presencial foi importante para o uso da plataforma, pois fez parte do
processo de apoio local junto às equipes de saúde.
A tabela abaixo mostra os depoimentos de alguns profissionais que participaram das
capacitações presenciais, coletadas em entrevistas dadas ao jornal da FESFSUS.
Tabela 1: Entrevistas do jornal InfoFESF EM DIA, com os profissionais que
participaram das capacitações do TelessaúdeBA ( 2013)
Nome Profissão / Municípios Relato
Jonas Correia Médico no município de
Rio de Contas,
Vislumbra cenários de aproveitamento do
Telessaúde/BA no seu cotidiano profissional.
“Percebo que é um programa que vai apoiar
muito o nosso trabalho, sobretudo, em
municípios distantes e com pouca estrutura.
Além disso, creio que será instrumento para
pesquisa, estudo e educação, facilitando,
assim, o nosso retorno com relação aos
pacientes e gerando confiança na unidade e na
equipe como um todo”, acredita Correia.
Luciana Sena Enfermeira no município
de Pojuca
Define o TelessáudeBA como sendo de “suma
importância na rotina dos profissionais, uma
vez que eles se deparam, constantemente, com
situações adversas e que essa é uma
ferramenta que poderá dissolver dúvidas
geradas em casos como esses”.
Maria do Agente Comunitária de Ressalta a importância do Telessaúde no dia a
32
Carmo Saúde de Dias D´Ávila dia dos profissionais do campo da Atenção
Básica. “Acredito que aumentarei meus
conhecimentos com o projeto e, ainda, inovar
minha atuação em visitas domiciliares”,
ressalta a profissional.
Vívian
Rodrigues
Médica da Saúde da
Família no município de
Santa Cruz da Vitória
Mostrou-se impressionada com a rapidez e
eficiência do treinamento. “Em poucas horas
saí capacitada e pronta para usar o programa.
Na prática, será muito bom poder tirar essas
dúvidas que nos acometem no dia a dia, com
profissionais gabaritados como são os
teleconsultores”, aponta a médica.
Lícia Freira Enfermeira no município
de Ibirapitanga
Confessa que ficou “surpresa com o projeto e
com o modo como a oficina foi realizada”. Ela
crê que é “mais uma ferramenta, no bom
sentido”, que, “objetivará o atendimento na
atenção primária reduzindo, inclusive, o
número de negligências”.
Fonte: FESFSUS, disponível em http:/ www.fesfsus.ba.gov.br , acessado em 20 de março 2014.
Importante ressaltar que todos os 65 municípios da Região Macro Sul de Saúde
participaram dos treinamentos presencial e somente três desses foram à distância, totalizando
os 68 pertencentes a essa região de saúde. Perfazendo o total de 402 equipes dessa alcançadas
pelo Núcleo Técnico-Científico do TelessaúdeBA (NTC). Os demais componentes do NTC
capacitaram em outras regiões perfazendo um total de mais de duas mil e quinhentas equipes
aptas no uso do Telessaúde.
Através da análise das tabelas 2 e 3, abaixo, pode se visualizar que o maior
quantitativo de pontos implantados e de conectividade na base de dados da Plataforma foi o
da Região Sul. Isso é o reflexo do contato feito pré e pós-treinamento, onde cada um que foi
capacitado tornou - se multiplicador na divulgação de cadastramento para o Telessaúde/BA.
Esses dados representaram um importante avanço para o Programa.
Tabela 2: Analise de pontos implantados do TelessaúdeBA ( 2013)
33
Implantação do Telessaúde por Macrorregião Sim Sem Informação
Centro-leste 41 32
Centro-norte 30 8
Extremo-sul 7 14
Leste 36 12
Nordeste 17 16
Norte 21 6
Oeste 32 5
Sudoeste 22 51
Sul 57 10
Fonte: DAB / SESAB (http:// dab. saúde. gov.br) –Telessaúde
Em relação às UBS que informaram sobre sua conectividade é possível verificar que,
em geral, é imperativa entre as macrorregiões e microrregiões a baixa conectividade das
unidades em todo o Estado, com destaque para as da Leste e Sul. Como a realidade da
estrutura física da maioria das Unidades de Saúde não permite isso atualmente, o computador
que tenha acesso à Internet e seja disponibilizado para as atividades de Telessaúde deve ficar
em sala que permita a troca confidencial de informações entre profissional de teleconsultor a
fim de evitar que situações sigilosas de pacientes sejam discutidas na frente de outros
profissionais da equipe de saúde.
Tabela 3: Análise de Conectividade por UBS no Telessaúde ( 2013)
Quantidade de UBS com conectividade por Macrorregião Sim Não
Centro-leste 93 193
Centro-norte 43 93
Extremo-sul 26 29
Leste 143 268
34
Nordeste 39 56
Norte 35 105
Oeste 62 90
Sudoeste 75 44
Sul 100 133
Fonte: DAB / SESAB (http:// dab. saúde. gov.br ) –Telessaúde
Conclui-se que, a implantação do programa, abordado neste relato, levou na obtenção
de resultados sólidos sobre essa ação. Várias dificuldades foram e continuam sendo
enfrentadas. Porém, sem dúvida alguma, os fatores facilitadores e dificultadores foram
relevantes. Entretanto, muitos desafios necessitam ser superados para a inclusão total do
Telessaúde nas rotinas do processo de trabalho das EqESF.
.
35
6. DISCUSSÃO
Por meio da analise de dados coletados, gerou material suficiente para esse relato de
experiência, fruto do trabalho de um agente executor, que participou da implantação do
programa. De acordo com os resultados obtidos, pode-se visualizar que teve plena aceitação
dos municípios.
Durante a realização dos treinamentos nas macrorregiões de saúde da Bahia, foi
sugerido que em cada equipe de saúde fosse representado por um profissional, que teria a
função de multiplicador do Programa Telessaúde Brasil Redes Bahia, juntamente como os
CAB.
Toda essa mobilização não teria efeito sem interação das Dires (Diretoria Regional de
Saúde), que com o NTC, fizeram um movimento de acolhimento das propostas do programa
frente aos coordenadores e os profissionais da AB. As DIRES: 5º; 6°; 7º e 13º na região Sul,
se destacaram junto aos municípios nos contatos diretos pelos meios de comunicação (email,
telefone e outros).
O NTC executa os serviços de implantação do projeto na Bahia. As oficinas foram
realizadas nos seguintes locais: Núcleo de Tecnologia e Educação (NTE) e o polo da
Universidade Aberta do Brasil, entre outros.
Através da plataforma do MS, onde se realizam as teleconsultorias (uso individual), o
gestor e outros profissionais só tem acesso mediante cadastramento realizado na site do
Telessaude/Ba, com o email pessoal e ser exclusivo da AB.
Os profissionais das cidades estavam bastante interessados no Telessaúde/BA,
principalmente, em iniciar as solicitações de teleconsultorias. Quando apresentamos a
plataforma a eles, muitos demonstraram satisfação ao perceberem que é uma estrutura de fácil
manuseio, que veio para apoiá-los.
Surgiram dúvidas com frequência durante os treinamentos. Muitos achavam que
apenas profissionais com nível superior poderiam acessar a plataforma e, com as oficinas, isso
foi desmistificado. Agentes comunitários de saúde, auxiliares de saúde bucal, técnicos de
enfermagem, dentre outros integrantes das equipes de Saúde da Família que não possuem
nível superior, também podem utilizar a plataforma do MS.
Foi tudo muito proveitoso e o melhor foi ter tido o retorno dos participantes que, em
sua maioria, garantiram utilizar o serviço de modo contundente.
Incluir esse programa no processo de trabalho é um desafio, por diferentes razões.
Como exemplo os padrões de rotinas viciosas de trabalho, ou seja, mecanizações nas ações
36
dos serviços de saúde. Sabemos que algumas mudanças geram conflito e insegurança para
aquele que executa suas atividades mecanizadas, mas para aqueles que gostam de novidades,
o Telessaúde chegou como uma ferramenta de apoio no seu dia a dia.
A tecnologia deve ser apenas o meio e não o fim. O objetivo deve sempre ser a
melhoria do atendimento à saúde da população e não a aplicação da tecnologia. Não se
implanta e se mantém um sistema de Telessaúde de forma completamente virtual. Reuniões
presenciais são de suma importância para o estabelecimento de uma relação de confiança e
amizade. Para se mantiver um sistema em funcionamento com bons resultados é necessário
um sistema de gestão eficiente e eficaz. No entanto, por melhor que sejam os resultados
clínicos e melhoria de qualidade no atendimento dos pacientes, particularmente nos
municípios remotos, o fator econômico tem que ser levado em consideração na avaliação
global do sistema (FIGUEIRA, 2008).
Para aderir ao Telessaúde, o gestor deve apresentá-lo aos seus profissionais. Cada
município aderido apenas apoia e estimula a inscrição dos profissionais do seu município no
Programa e recebe o financiamento através do Fundo a Fundo ou um kit com computador,
webcam e entre outros, além de orientações para utilização do material. E o profissional já
apresentado e cadastrado deve acessar no mínimo uma vez por mês.
O Telessaúde surge como uma grande evolução tecnológica voltada para atender
demandas na área da saúde nos segmentos clínicos, administrativos e educacionais. É uma
estratégia para a implementação da gestão focada na qualidade dos serviços prestados através
da melhoria do processo de trabalho. Essa busca por novos meios ou abordagens, com base
científica, aperfeiçoaram a sua qualidade, a equidade da oferta, a efetividade, a eficácia e o
atendimento das necessidades da população por meio da aplicação de novos conhecimentos
(CARNEIRO, 2013.).
A Bahia hoje já está com representatividade incorporando os outros núcleos fundados
pelo MS, após período de Treinamento das equipes da ESF para o Telessaúde. Podemos
visualizar a área de cobertura do Programa Telessaúde Brasil Rede, claramente no mapa (ver
Anexo 1).
Apesar de estamos em pleno século XXI, alguns profissionais ainda não sabem usar
um computador ou não tem acesso a internet. Por isso, a equipe de campo do NTC ajuda o
profissional nas dificuldades que venham a surgir durante a utilização da Plataforma do MS.
37
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Implantação do Programa Telessaúde Brasil Redes – Bahia trouxe inovações e
geraram grandes expectativas para os profissionais da Atenção Básica, porque alguns deles
pensavam que seria somente mais uma ferramenta de trabalho a ser incorporados aos demais
Programas do Ministério da Saúde. Muitos demonstram algum tipo de resistência, mas no
decorrer dos processos das capacitações muitos visualizaram como um apoio nas suas rotinas
de trabalho.
O treinamento presencial foi importante para o uso da plataforma do MS pelos
municípios da Bahia. Até hoje há uma procura muito grande pela EqESF por
teleleconsultorias.
Foi importante salientar o papel relevante dos monitores de campos (Técnico de
Suporte para Tecnologias Específicas) em todas as etapas e ações desenvolvidas: contato os
coordenadores, com os membros da equipe, com os responsáveis pelas DIRES, como também
a realização dos treinamentos presenciais e à distância, atividades de inclusão de inúmeros
profissionais que haviam realizado o pré-cadastramento de cada microrregião de saúde da
macrorregião Sul, já citadas anteriormente.
Pode-se concluir que um agente executor na implantação é muito importante, o mesmo
possibilitou um grande movimento, no 2º semestre de 2013, nas regiões da Bahia, gerando
dados satisfatórios para o Programa, e principalmente na identificação e tratamento dos
fatores de impacto da implantação, descritos neste estudo.
38
9. RECOMENDAÇÕES
O 1 º Ciclo de treinamento foi muito importante, pois nasceu em meio às capacitações
uma credibilidade das EqESF. Apesar das dificuldades encontradas, foi muito satisfatório para
um agente executor que participou dessa fase de Implantação do TSBA, isso é decorrente das
facilidades encontradas em campo que favoreceram o sucesso obtido como ultrapassagem da
meta exigida pelo MS. Algumas recomendações geradas para o 2º Ciclo de Treinamento do
NTC do TSBA e para processo de trabalho:
1. Que o agente executor continue a divulgação do projeto TSBA, e que venham
estimulara cada vez mais o gestor do município juntamente com as EqESF;
2. O Gestor do Município pode melhorar a conectividade de suas regiões de saúde para
que o profissional que ficou capacitado no município possa usar o TSBA, para não
haver desses profissionais;
3. Que o agente executor em visita de campo tenha um modem portátil desbloqueado
para que na falta de conectividade possa ser utilizado;
4. Que o gestor de cada município, nomeie uma pessoa para ser responsável pelo TSBA,
ou seja, que seja o multiplicador do Programa;
5. Continuar o agente executor as webs de treinamento (WE) e as webs de
acompanhamento (WA) para dar reforço do TSBA, estimulando com isso o uso da
plataforma do MS.
39
REFERÊNCIAS
BAHIA, Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (SESAB). Telessaúde Brasil Redes Bahia.
Brasil, 2013. Disponível em <http://dabsistemas.saude.gov.br>, Acesso em: 15 de Dezembro
2013.
BAHIA. Fundação Estatal Saúde da Familia, InfoFESF EM DIA, Informativo Semanal,
2013. Disponível em: <http://www.fesfsus.ba.gov.br>. Acesso em: 30 de Novembro 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Telessaúde Brasil Redes. Brasil, 2010a. Disponível em:
<http://www.telessaudebrasil.org.br>. Acesso em: 15 de Novembro 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Telessaúde para Atenção Básica / Atenção
Primaria a Saúde, Ministério da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2012.123 p. : il. – (Serie A. Normas e Manuais Técnicos)
ISBN: 978-85-334-1921-6
CARNEIRO, Vanessa Florêncio, BRANT Luiz Carlos. Telessaúde: Dispositivo de
Educação Permanente em Saúde no Âmbito da Gestão de Serviços Revista Eletrônica
Gestão & Saúde (online), 2013, vol.4, nº. 2, p.494-16. ISSN: 1982-4785. Disponível:
http://gestaoesaude.unb.br/ Acesso em: Agosto. 2013. Revista Eletrônica Gestão & Saúde,
ISSN: 1982-4785 Área de avaliação: Saúde Coletiva (B4)
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução no 1.643, de 7 de agosto de
2002. Define e disciplina a prestação de serviços através da telemedicina. Diário
Oficial da União, Poder executivo, Brasília, DF, 26 ago. 2002.
FIGUEIRA, Renato Minelli et al. Boas práticas em Teleassistência: a experiência de dois
anos do Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da UFMG, Universidade Federal
de Minas Gerais, Brasil. Disponível em: < http://www.sbis.org.br/>. Acesso em: Setembro.
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GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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MORAES, Ilara Hammerli Sozzi de. SILVA, Angélica Baptista Silva. O caso da Rede
Universitária de Telemedicina: análise da entrada da Telessaúde na agenda política
brasileira. Physis (online) Rio de Janeiro 2012, vol.22, n.3, ISSN 0103-7331. Disponível
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SANTOS, Adriano Azevedo et al . Ambiente virtual no suporte a curso de capacitação em
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Rev Panam Salud Pública (Washington) , ISSN 1020-4989. Área de avaliação: Saúde
Coletiva (B1)
41
ANEXO 1
Figura 3 – Área de cobertura do Programa Telessaúde Brasil Redes
Fonte: Programa Telessaúde Brasil Redes (BRASIL, 2010).
Figura 4 – Área de cobertura do Programa Telessaúde Brasil Redes
Fonte: Programa Telessaúde Brasil Redes (BRASIL, 2013).
42
ANEXO 2
Figura 5: home page do Programa Telessaúde Brasil Redes Bahia.
Fonte: SESAB/ DAB, disponível: \\http: telessaudebahia.saude.ba.gov.br , acessado em 20-12-2013