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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS COMUNICAÇÃO E ARTE CURSO LICENCIATURA EM MÚSICA CRISTIANE SANCHES DIAS O PAPEL DA MÚSICA NA ESCOLA ESPAÇO EDUCAR MACEIÓ 2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE … · início do século XX a educação européia, como: Edgar Willems, Jacques Dalcroze, Carl Orff,e Zontán Kodály. Não obstante

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS COMUNICAÇÃO

E ARTE CURSO LICENCIATURA EM MÚSICA

CRISTIANE SANCHES DIAS

O PAPEL DA MÚSICA NA ESCOLA ESPAÇO EDUCAR

MACEIÓ 2009

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CRISTIANE SANCHES DIAS

O PAPEL DA MÚSICA NA ESCOLA ESPAÇO EDUCAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para obtenção de título de Licenciado em Música pela Universidade Federal de Alagoas

Orientadora: Professora Doutora Regina Cajazeira.

MACEIÓ 2009

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O PAPEL DA MÚSICA NA ESCOLA ESPAÇO EDUCAR

CRISTIANE SANCHES DIAS

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado para obtenção do grau de Licenciatura em Música, pela Banca Examinadora formada por:

Orientador: Prof.ª Dr.ª Regina Cajazeira, Ufal.

Membro: Prof. Rui Cippelli de Brito, Ufal

Membro: Prof. Milson Casado Fireman, Ufal

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AGRADECIMENTOS

Ao meu DEUS; Aos meus pais e irmãos; Ao meu esposo e filha; Ao Colégio Batista Mineiro em Belo Horizonte- Minas Gerais Aos professores da UEMG ( Universidade Estadual de Minas Gerais); A minha orientadora doutora e professora Regina Cajazeira; A coordenadora, doutora e professora de Música da UFAL Rita Namé; Aos professores da UFAL ( Universidade Federal de Alagoas ); À Escola Espaço Educar e colegas de trabalho.

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RESUMO

O trabalho tem como objetivo saber a opinião dos diretores, coordenadores e professores da Escola Espaço Educar com relação ao papel da música na escola. Baseado no histórico sobre as leis e a pedagogia da musica, desde 1930 até os nossos dias, propus um questionário para que diretores, coordenadores e professores pudessem opinar sobre o papel da música na escola. A pesquisa que originou este trabalho justificou-se pela necessidade de reflexão e sugestões para uma preocupação das escolas com os seus alunos com relação ao desenvolvimento da imaginação, do potencial criativo, da expressão emocional, do prazer estético, da comunicação e outras categorias de justificativas para a verdadeira função da educação musical. Após a analise das respostas pude constatar que apesar da escola pesquisada preocupar-se com o desenvolvimento musical dos seus alunos, após 28 anos profissionais como educadora musical conclui que a música até hoje continua exercendo papel de aparecer somente nas comemorações do calendário escolar. Palavras-chaves: música na escola fundamental – função da música na escola – educação musical infantil

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1-Tempo de trabalho na escola 19 Gráfico 2-Vivência dos professores com a música 20 Gráfico 3-O papel da música na escola 21 Gráfico 4-Repertório escolar 21 Gráfico 5-Participação nas aulas de música 22 Gráfico 8 - Grau de importância da música 23 Gráfico 9-Importância da música na Escola Espaço Educar 24

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 08

2 A MÚSICA NA ESCOLA: HISTÓRICO E CONCEPÇÕES 10

2.1 Metodologia e legislação 10 2.2 A função da música na escola 14 2.3 Bases para a pesquisa 16

3 MÚSICA NA ESCOLA ESPAÇO EDUCAR 18 3.1 Contexto da pesquisa 18 3.2 Aplicação da pesquisa 19 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 25 5 CONCLUSÃO 27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29 ANEXOS 30 .

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1 INTRODUÇÃO

Como trabalho de conclusão de curso de licenciatura em música será

apresentado uma pesquisa na Escola Espaço Educar, onde leciono atualmente,

na busca de saber a opinião dos diretores, coordenadores e professores de

outras disciplinas, sobre o papel da música na escola.

Meu trabalho profissional como professora de música foi iniciado numa

escola privada na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Naquele ano, 1981,

não era fácil encontrar materiais de estudo relacionados à música na escola.

Foi oferecido, como material didático, um caderno com diversas partituras de

músicas folclóricas e populares, escrito à mão. A professora que atuava neste

período possuía um caderno de anotações, único material existente na escola,

construído por ela mesma durante vários anos de atuação ensinando música.

As aulas eram semanais acrescidos de momentos culturais promovidos pela

escola. A função da professora de música era tocar piano e ensinar canções

relacionadas com o tema, de acordo com o calendário das festas escolares.

Caso não conhecesse nenhuma música sobre o assunto proposto, poderíamos

escolher um poema para adequar, ou compor uma nova melodia. As aulas

tinham a duração de 30 minutos para cada turma. Ao final do ano preparavam-

se as festas de formatura dos alunos da pré-escola e 4ª série. Durante esses 20

anos de trabalho, a música esteve presente na escola durante as festas e

momentos culturais e, dessa forma, alcançava os objetivos propostos pela

escola.

Embora já trabalhasse como professora de música desde 1981, só iniciei o

curso de licenciatura em música no ano de 2002, na Universidade Estadual de

Minas Gerais. Tenho lembrança das aulas de Didática Musical quando meus

colegas questionavam o porquê de ensinar música para crianças. Não sentiam

necessidade e empenho de ensinar música em escolas regulares e achavam

que as aulas de didática musical eram apenas brincadeiras e movimentos

corporais. O que seria a música na escola? Perguntava Maria Betânia Parizzi, a

professora de Didática Musical. As respostas apresentadas diziam que a

música tinha a função de passatempo, sendo utilizada em ocasiões como:

9

entrada e saída da escola, recreio, momentos patrióticos - quando os alunos

eram obrigados a cantar o hino nacional; nos momentos de higienização; para

movimento corporal; motricidade; e festividade escolar como páscoa, dia do

índio, dia das mães, festa de São João, entre outras.

Os estudos universitários me fizeram questionar sobre o papel da música

na escola. Passei a diferenciar educação musical de musicais. Ensinando a

cantar e coreografar estava fazendo musicais. Percebia que não fazia um

trabalho produtivo, por isso, vivia frustrada com o resultado. Constatei que as

crianças não gostavam da aula de música e só participavam porque eram

obrigadas. Comecei a conversar e a questionar com a direção sobre o papel da

música na escola. Levantava questões como: Qual deveria ser o repertório?

Qual a função do professor de música? Dessa forma, minha vontade de

conversar, pesquisar e questionar foi aumentando. Precisamos saber o que

pensam os diretores, coordenadores e professores de outras disciplinas sobre o

papel da música na escola para atuarmos de maneira conjunta, satisfazendo o

aluno, o professor de musica, colaborando com os outros professores e com a

direção da escola.

Como base para o trabalho, é apresentada no capítulo 2 um estudo sobre

as leis que regulamentam a musica na educação brasileira, seus objetivos e

metodologias aplicadas; no capítulo 3, é apresentado as respostas dos

questionários respondido pelos professores sobre o papel da música no Espaço

Educar; no capítulo 4, analiso suas respostas; e no capítulo 5, concluo o

trabalho. Procuramos dessa forma responder uma questão que há anos me

intrigava. Esperamos também fazer meus colegas pensarem sobre a música na

escola e verificarem a melhor maneira de atuarem para que o professor de

música, a direção escolar e os alunos aproveitem melhor o que a música pode

dar, colaborando para o desenvolvimento do aluno e tornando o ambiente

escolar alegre e harmonioso.

10

2 A MUSICA NA ESCOLA: HISTÓRICO E CONCEPÇÕES

2.1 Metodologia e legislação O ensino de música nas escolas brasileiras iniciou-se no século XX. A

aprendizagem era baseada nos elementos técnico-musicais e era

realizada, principalmente, por meio do solfejo. No fim da década de 1930,

no entanto, Antônio Sá Pereira e Liddy Chiaffarelli Mignone buscaram

inovações metodológicas. Sá Pereira defendia a aprendizagem pela

própria experiência com a música; Chiaffarelli propunha jogos musicais e

corporais e uso de instrumentos de percussão (SUBTIL, 2005, p.60).

A oficialização da educação musical nas escolas brasileiras teve inicio

nos anos 30, com a implantação do Canto Orfeônico, idealizado pelo

maestro e compositor Villa-Lobos1, durante o governo do presidente

Getulio Vargas.

Sabe-se, também, que a música das escolas participou da trama de relações da época, podendo até afirmar haver o canto orfeônico se constituído um discurso cantado do sistema. A escola, portanto participou, cantando patrioticamente, das mudanças que foram ocorrendo no País (FUKS, 2007, p. 18).

Em 1931, o maestro organizou uma concentração orfeônica

chamada Exortação Cívica, com 12 mil vozes. Após dois anos, assumiu a

direção da Superintendência de Educação Musical e Artística, quando a

maioria de suas composições se voltou para a educação musical. (Em

1932, o presidente Getúlio Vargas tornou obrigatório o ensino de canto nas

escolas e foi criado o curso de pedagogia de música e canto) (SUBTIL,

2005, p.61).

Embora o objetivo do projeto fosse louvável, sua implantação

esbarrou em uma série de obstáculos, tais como: capacitação inadequada

dos professores para trabalhar com uma metodologia rigorosa, ou ainda, a

inadequação de um método baseado em moldes europeus num país com

1 Naquela época, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) ganhava destaque. Em 1927, três anos

depois de conviver com o meio artístico parisiense, ele voltou ao país e apresentou, em São Paulo, um plano de educação musical.

11

pouca tradição de educação musical. O canto orfeônico acabou se

transformando num curso anacrônico de teoria musical centrada nos

aspectos técnicos do código musical e na memorização de cantos

folclóricos e cívicos.

Com o declínio do Estado Novo, em 1942, a escola brasileira

passou por uma nova organização. A aula de música, então chamada de

canto orfeônico, estava disposta com o titulo de “Educação Moral e

Cívica”, não deixando dúvidas sobre o papel que a música assumiria no

processo escolar. Naquele período os objetivos da aula de música

passam a ser oficialmente o de espírito de disciplina, a dedicação aos

ideais e a consciência da responsabilidade. Confirmando assim, o papel da

música para a manipulação ideológica e política (SUBTIL, 2005, p.63).

Na década 1960 o canto orfeônico foi substituído pela educação

musical ampliando o interesse dos músicos brasileiros e contribuindo para

o desenvolvimento da música. Grandes mestres no Brasil como: Anita

Guarnieri, Isolda Bacci Bruch, Liddy Chiafarelli Mignone e outros foram

herdeiros diretos dos educadores musicais que revolucionaram deste o

início do século XX a educação européia, como: Edgar Willems, Jacques

Dalcroze, Carl Orff,e Zontán Kodály. Não obstante as diferenças existentes

entre as propostas, objetivos e procedimentos metodológicos de cada

abordagem, tinham em comum a desvinculação da aula de música do

ensino de instrumento, o incentivo à prática musical, o uso do corpo e a

ênfase no desenvolvimento da percepção auditiva (FONTERRADA, 2008,

p. 214).

Nesse contexto a lei nº. 4.024/61, insere a Educação Musical como

prática educativa que consistia de duas partes: a primeira, de estudo

sistemático sobre a música, e a segunda, de prática de Canto Orfeônico.

Na análise de Fuks (apud Loreiro, 2003, p.18), misturam-se nesse período

várias tendências e estilos como: música erudita, música popular, a

educação musical orfeônica e a tendência pró criatividade. Esse complexo

sonoro acaba gerando um processo que conduziria, em 1971, à integração

da educação musical com as artes plásticas e as artes cênicas. A lei nº.

5.692/71 instituiu a obrigatoriedade da Educação Artística, modificando

mais uma vez os rumos das práticas musicais escolares. Com a diluição

12

dos conteúdos das linguagens artísticas, provocada por essa proposta, as

atividades musicais na educação artística tornaram-se escassas. Esse

contexto legal, porém, não impediu a criação de novos espaços e a

perpetuação de antigos rituais escolares, como a Hora Cívica e as bandas

marciais, projetos interdisciplinares e até festivais de música (CAMPOS,

2005, p.76).

Na década de 1971 a lei 5692; Art. 7º dizia: Será obrigatória a

inclusão de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística

e Programas de Saúde nos currículos plenos dos estabelecimentos de lº e

2º graus.

Conforme escritos no livro Educação Musical no Brasil.

A tendência centralizadora do regime militar de 1964-85 inibiu o movimento da criatividade e outras áreas ligadas com a educação, provocando um efeito danoso da educação brasileira. Essa tendência política foi visível na lei 5692, sancionada em 1971, que institui políticas

na educação artistica. (OLIVEIRA,2007, p. 7).

Após um período de trinta anos a arte deixa então o seu rigor

técnico, científico e político para se tornar veículo de expressão humana. A

música, seguindo esse caminho, cede lugar aos sentimentos, buscando a

liberdade (SUBTIL, 2005, p.62).

Na década de 1990, o ensino de artes passou a contemplar as

diferenças de raça, etnia, religião, classe social, gênero, opções sexuais e

o olhar mais sistemático sobre outras culturas. O ensino passou a ter

valores estéticos mais democráticos. Na prática, o que ocorreu foi uma

diluição dos conteúdos específicos de cada área, principalmente na

formação do professor. As artes plásticas acabaram predominando sobre

as outras linguagens, e a música foi gradualmente sendo deixada de lado

(CAMPOS, 2005, p.76).

O contexto educacional começou a mudar após 1995, quando

reformas curriculares tornaram-se necessárias de acordo com a nova Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de dezembro de 1996,

que reconhece o ensino das artes no Art. 26, incluindo música, dança,

teatro e artes visuais, nas

13

suas especificidades (OLIVEIRA, 2007, p.7). Após uma ausência de cerca

de trinta anos dos currículos escolares, a música foi contemplada pela Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394/96, com o

reconhecimento do seu status como disciplina, o que, ao menos em teoria,

permite que retorne seu lugar na escola. É grande o fosso que separa as

intenções dos documentos oficiais da sua efetiva implantação nas escolas.

Nesse tempo o ensino de música na escola perdeu a tradição. Há poucos

professores especialistas formados e as escolas ainda hesitam em inserir

a música em seus programas. Atualmente, existem nas escolas brasileiras

diversas práticas, modelos e concepções de ensino de música envolvendo

diversas formas de organização e projetos de articulação com as escolas.

A atual LDB dividiu o ensino em dois níveis: a Educação Básica

inclui a educação Infantil (creche e pré-escola), Educação Fundamental

(antiga 1ª à 8ª série) e o Ensino Médio e a Educação Superior.

Acompanhando o processo de implantação da lei de Diretrizes e Bases da

Educação, o MEC propôs três documentos para a elaboração de currículos

destinados ao ensino básico: Referencial Curricular Nacional para a

Educação Infantil, Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino

Fundamental e os Parâmetros Curriculares nacionais: Ensino Médio.

Agora a nova lei 11.769, de 18 de agosto de 2008, altera a lei 9.394,

de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para

dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica.

Todas as escolas públicas e particulares do Brasil terão de acrescentar, no

prazo de três anos, mais uma disciplina na grade curricular obrigatória. A

música é conteúdo optativo na rede de ensino, a cargo do planejamento

pedagógico das secretarias estaduais e municipais de educação. No

ensino geral de artes, a escola pode oferecer artes visuais, música, teatro

e dança.

Com a alteração da LDB, a música passa a ser o único conteúdo

obrigatório, mas não exclusivo. Ou seja, o planejamento pedagógico deve

contemplar as demais áreas artísticas. Até 2011, uma nova política definirá

em quais séries da educação básica a música será incluída e em que

freqüência.

14

A lei não torna obrigatório o ensino em todas as séries. O objetivo é

oferecer uma formação geral para as crianças articulando a música com as

outras dimensões da formação artística e estética.

O MEC recomenda que, além das noções básicas de música, dos

cantos cívicos nacionais e dos sons de instrumentos de orquestra,

regionais e folclóricos, os alunos aprendam cantos, ritmos, danças para,

assim, conhecer a diversidade cultural do Brasil.

.

2.2 A função da música na escola

Atualmente verificam-se quatro configurações possíveis sobre o papel

da música na escola:

1- Música como atividade opcional ou extracurricular;

2- Música como uma disciplina específica, ministrada por professores

licenciados;

3- Música como parte da disciplina de educação artística, ministrada

pelos professores chamados de polivalentes;

4- Música como parte das atividades do currículo das séries iniciais do

ensino fundamental, ministradas por professores unidocentes2.

Nesse último caso, a música na escola na maioria das vezes um

sentido funcional, aparecendo como ilustração ou pano de fundo para

outras atividades ou mesmo como motivação ou recurso para outras

áreas.

Verificamos a necessidade de contar com o professor de séries iniciais,

da Educação Infantil e Ensino Fundamental, para trabalhar com música,

uma vez que, o professor especializado em música, nem sempre está

presente na escola. Constatamos em seminários, palestras e oficinas de

música a inclusão do professor regente recebendo orientações para

trabalhar com música. Essa é uma solução emergencial, devido ao

escasso número de professores licenciados em música atuando nas

2 Professores que atuam como único mestre de uma turma, também chamado de professor

generalista ou multidisciplinar.

15

escolas. É uma possibilidade de potencializar o ensino de música nas

escolas, permitindo o trabalho colaborativo entre professores

especializados de música e professores da Educação Infantil e Ensino

Fundamental (SOUZA, 1995, p.20)

Sabemos que os desafios para incluir a música na escola são enormes.

Para tanto, será necessário um amplo debate sobre o valor da música

enquanto conhecimento. Sem isso, as iniciativas de recolocação da

música na escola correm o risco de não se sustentarem em longo prazo.

Precisamos também repensar os modos de implantação do ensino e

prática musical, para que não se repitam os erros do passado. O

significado do ensino de música nas escolas deve ter como fim a formação

de pessoas que sejam capazes de realizar seus projetos a partir de

múltiplas linguagens, do que a formação de músicos talentosos (CAMPOS,

2006, p.15).

A área da educação musical está empenhada em fazer uma auto-

análise e uma reflexão científica sobre a didática da música, trazendo

argumentos para assegurar o seu lugar junto a outras disciplinas. Novas

teorias, estudos e resultados de pesquisa nas áreas da psicologia da

música, antropologia e sociologia como exemplos: inteligências múltiplas,

etnometodologia e a música como uma prática social, vêem

desenvolvendo o antigo trivium: ler, escrever e fazer contas. Assim, não se

deve subestimar o papel da área de educação e das outras ciências como

impulso para a reflexão científica da educação musical e da reflexão sobre

a didática da música. Há, portanto, uma modificação nas formas de

conceber os métodos de ensino, os planejamentos de uma aula de música

e a definição de necessidades para que diretrizes possam se concretizar.

Torna-se clara a necessidade de repensarmos o que esperamos ou

pretendemos para a educação musical escolar, pois ela pode servir a

diferentes funções e propósitos (Souza, 1995, p.21).

Merrian (1964) indica 10 funções da música na sociedade:

expressão emocional; prazer estético; entretenimento; comunicação;

representação simbólica; resposta física; reforço as conformidades a

normas sociais; validações de instituições sociais e rituais religiosos;

contribuir para a continuidade e estabilidade da cultura; e, também, para a

16

interação social. Essas funções estão presentes nas atividades de

educação musical nas escolas.

Para justificar a inserção da educação musical no currículo escolar,

Hentschke assegura que:

A música proporciona à criança: o desenvolvimento das

suas sensibilidades estéticas e artísticas, o desenvolvimento da

imaginação e do potencial criativo, um sentido histórico da nossa

herança cultural, o desenvolvimento cognitivo, afetivo e

psicomotor, o desenvolvimento da comunicação não verbal

(HENTSCHKE, 1995, p. 117)

A música é um elemento importante na rotina diária de uma sala de

aula para enriquecer a experiência da criança de inúmeras formas. Se o

professor tocar ou cantar diversas músicas em diferentes situações

durante todo o dia escolar, a criança assimila outras situações de

aprendizagem, tais como: habilidades sociais e estruturas de linguagem.

As crianças são sempre aprendizes por inteiro, elas aprendem um pouco

de cada coisa, de cada vez, sempre que tiverem oportunidade. Assim

como assimilam os sons oriundos do processo de aprendizagem da

linguagem, elas também aprendem os sons musicais experimentados

como parte do seu contexto (HENTSCHKE, 1995, p.118)

Há diferentes maneiras de o professor encorajar as crianças a

vivenciar música: cantando junto com os alunos; ouvindo e gravando as

canções executadas por eles; dançando com a criança enquanto ouve a

música, tocando um instrumento ou reproduzindo um CD, para

acompanhar as atividades enquanto elas se movimentam, brincam,

escrevem, desenham etc., atividades estas sempre integradas com a

música.

2.3 Bases para a pesquisa

N a metodologia de pesquisa foi utilizada questões formuladas em

forma de questionário escrito. De acordo com Macedo,

17

Historicamente, o questionário é um recurso de pesquisa

vinculada às pesquisas quantitativas com claro interesse nomotético, isto

é, a partir de um tratamento estatístico das respostas obtidas numa

amostra, generalizarem suas conclusões. Ademais, as perguntas

elaboradas devem ser claras, precisas, bem próximas ao contexto de vida

do respondente. (1998, p. 169 )

Para Thiollent (1947) com método pesquisa-ação pode ser

associada ao processo de investigação podendo ser utilizado no contexto

das pesquisas em educação. Pelo fato de estar fazendo uma pesquisa no

mesmo local onde trabalho, os professores pesquisados (também meus

colegas) participaram do processo de investigação, dando opinião e,

principalmente, interessados nos resultados. O fato de associar pesquisa-

ação e aprendizagem é, sem dúvida, relevante para a pesquisa

educacional.

Quanto ao uso de questionário, Thiollent assegura que:

A elaboração de questionário e formulários convencionais são

úteis para que os pesquisadores possam dominar os aspectos técnicos

da concepção, da formulação e da codificação. No contexto particular de

pesquisa-ação, os questionários obedecem a algumas das regras dos

questionários comuns (clareza das perguntas, perguntas fechadas,

escolha múltiplas, questões abertas, etc...) (THIOLLENT, 1947, p. 65).

O questionário realizado na Escola Espaço Educar foi elaborado de

perguntas fechadas, simples e direcionadas aos diretores, coordenadores

e professores para saber se a função da música é praticada com o intuito

de desenvolver os alunos na musicalização, objetivando a expressividade,

criatividade, raciocínio, concentração, audição e outros; ou, somente para

as apresentações do calendário escolar.

18

3 MÚSICA NA ESCOLA ESPAÇO EDUCAR

3.1 O contexto da pesquisa

A Escola Espaço Educar iniciou suas atividades em 10 de dezembro

de 1996. Seus fundadores compartilhavam o desejo de trazer para Maceió

uma proposta inovadora em Educação Infantil e Ensino Fundamental, nas

suas quatro primeiras séries. Com bases conceituais sólidas, metodologia

atualizada e currículo aberto às novas demandadas pelo desenvolvimento

sócio-cultural. A cultura organizacional existente no Espaço Educar,

compartilhada por todos os educadores, é reconhecidamente admirável

pela sua capacidade de refletir acerca do que se faz, permitindo assim

avançar continuadamente no desenvolvimento da sua missão, apoiado em

valores necessários ao convívio como diálogo, respeito e solidariedade.

Nos seus 12 anos de existência, o Espaço Educar solidificou sua proposta

pedagógica, conquistando a admiração da comunidade.

De acordo com a proposta do Espaço Educar a escola é o lugar

onde a criança constrói conhecimento. Desde a educação infantil a escola

assume o papel de produtor e o professor de mediador, capaz de utilizar

diversas estratégias didáticas para atendê-la. No ensino fundamental, é

oferecido situações de aprendizagem que priorizam o estabelecimento de

relações e a valorização dos conhecimentos trazidos pelos alunos. Deste

modo, permitimos que a criança seja ator e não mero espectador do

conhecimento. Damos asas a sua criatividade, seus sonhos e

potencialidades. Aguçamos sua curiosidade, tornado o aprendizado um

possível e prazeroso desafio que se realiza a cada dia. A base teórica

escolhida pela escola é construtivismo, tendo como exemplo os principais

educadores: Jean Piaget e Lev Semenovith Vygotsky e sua metodologia

de referência são: pedagogia de projeto.,

A equipe é formada por 125 profissionais, sendo 3 diretoras, 8

coordenadoras pedagógicas e de disciplina, 59 professores e 55

19

funcionários da cozinha, serviços gerais, segurança, bibliotecárias,

psicóloga, nutricionista e apoio técnico-administrativo. O objetivo é educar

para felicidade, baseado no educador japonês, Tsunessaburo Makiguti,

cuja filosofia educacional esta fundamentada na “teoria da criação de

valor”. Por isso, o investimento não é apenas em tecnologia, mas

principalmente na valorização do ser humano. Cotidianamente a escola

tem a preocupação em oferecer aos alunos diferentes oportunidades de

aprendizagem, é exigida qualidade e dedicação de todos para transformar

a escola num ambiente agradável, onde se procura rimar “aprender” com

“prazer”.

3.2 Aplicação da pesquisa

A pesquisa tinha como questão principal o papel da música na

escola e como questões secundárias: Qual a formação musical dos

diretores, coordenadores e professores; Qual o papel da música no

processo educativo da escola; Quais momentos a música deve estar

presente na escola; Que tipo de repertório deve ser utilizado; Qual o papel

do professor de música.

Foram distribuídos entre a direção, coordenadores e professores 50

questionários, com nove questões que abrangiam assuntos sobre a

vivência dos professores com a música, tempo de trabalho na escola e

suas opiniões sobre uso e a função da música na escola. (ver anexo p.

29). Foram respondidos 40 questionários.

Na primeira questão queríamos saber por quanto tempo os

professores atuavam na escola, pois entre 1996 e 2001 as aulas de

músicas eram ministradas pelos professores generalistas. O primeiro

professor de música foi contratado a partir de 2001. Com o resultado

positivo das aulas de música e o crescimento da escola, entre 2005 e 2008

foram contratados mais dois professores. Hoje a escola possui três

professores de música.

20

Gráfico 1 – Professores & tempo de trabalho

267

7

01 a 05 anos

06 a 08 anos

09 a 12 anos

Fonte: SANCHES, Cristiane Dias, Pesquisa de Campo, 2009.

A maioria da equipe de 26 professores estão atuando de 01 a 05

anos no Espaço Educar. A escola possui 07 professores que estão na

escola desde a sua fundação. E 07 professores lecionam na escola antes

de contratação de um professor de música específico. Em relação à

vivência dos professores com a música, dos 40 professores que

responderam o questionário, 33 professores não estudam música e

apenas 07 tocam algum tipo de instrumento ou participam de grupo

musical.

Gráfico 2 - Vivência dos professores com a música

7

33

sim

não

Fonte: SANCHES, Cristiane Dias, Pesquisa de Campo, 2009.

Alguns professores relataram que não tinham conhecimento musical

antes de trabalhar na Escola Espaço Educar, mas que, participando das

atividades musicais e das reuniões onde o assunto música é discutido,

estão adquirindo conhecimentos musicais para a sua vida. Na opinião de

uma professora: “Aprender o uso de instrumentos musicais”. Outra professora

21

salientou: ”Conhecer as notas musicais.” Como algo interessante que aprendeu

nas aulas de música do Espaço Educar.

Sobre a questão do papel da música na escola os professores

assinalaram mais de uma opção. Trinta e cinco optaram que o papel da

música na Escola Espaço Educar é adquirir conhecimento cultural e vinte e

duas marcaram conhecimento musical, dezessete marcaram disciplinar, 15

optaram divertir e nove outros.

Gráfico 3- O papel da música na escola

17

15

35

22

9

Disciplinar

Divertir

Conhecimento

Cultural

Conhecimento

Musical

Outros

Fonte: SANCHES, Cristiane Dias, Pesquisa de Campo, 2009.

Os resultados que apontam que a minoria foi da opinião que a

música também tem a função de: “Desenvolver a sensibilidade, criatividade.”

Interessante “foi o comentário de outra professora que disse:” A música deixa

as crianças calmas e permite que aprendam a ouvir”.

Quanto à questão sobre o repertório escolar, trinta professores

assinalaram que a música popular deve ser a prioridade na Escola Espaço

Educar e dezessete assinalaram que deveriam ser cantados e escutados

apenas música tradicional, onze marcaram música erudita, três música

religiosa e uma pessoa optou por música de sucesso atual.

22

Gráfico 4 – Repertório Escolar

17

30

113 1 Tradicional

Popular

Erudita

Religiosa

Sucesso Atual

Fonte: SANCHES, Cristiane Dias, Pesquisa de Campo, 2009.

A questão de número cinco conforme gráfico abaixo aponta que

trinta professores não participam das aulas de música na Escola Espaço

Educar, somente 10 professores assistem as aulas de música.

Gráfico 5- Participação nas aulas de música

10

30

sim

não

Fonte: SANCHES, Cristiane Dias, Pesquisa de Campo, 2009.

Os professores que não participam das aulas de música justifica

que nesse horário estão envolvidos em outras atividades da escola como:

reunião pedagógica e atendimento aos pais. Todos os professores gostam

da aula e quando tem uma oportunidade ou reunião que envolve o tema

Música, toda a equipe participa unanimemente.

Com relação à questão de número seis, se os alunos gostam das

aulas de música, a resposta foi unânime dizendo sim. Nas atividades

musicais e nas aulas de educação musical na Escola Espaço Educar

23

percebe-se a alegria das crianças com relação às atividades em que a

música está envolvida.

Na questão de número sete os professores opinaram sobre quais as

atividades realizadas pelo professor de música que eles consideravam

mais importante. Responderam que, a música é um elemento importante

na rotina de uma sala de aula, entretanto, quando a educação musical é

ministrada por um professor específico, relataram que proporciona para a

criança um “desenvolvimento da sensibilidade, da compreensão, da consciência

corporal, do ritmo, da sonoridade e contextualização dos conteúdos pedagógicos e

“aprendem a ouvir melhor.”

Acrescentaram ainda que as aulas de música melhoram na postura,

concentração e disciplina promovendo momentos lúdicos, um trabalho

corporal favorecendo um desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor,

proporcionando na criança um aproveitamento individual e nas atividades

de grupo aproveitando o potencial de cada uma.

Na questão oito os professores enumeram o grau de importância

das disciplinas para o futuro profissional e social dos alunos. Foi

surpreendente o resultado:

Com trinta e cinco votos a disciplina história deve a opção mais destacada;

com trinta e dois votos, música, ciências e artes; com trinta e um votos

língua estrangeira e educação física; com trinta votos matemática e

português; com vinte e nove votos geografia e com vinte e oito a disciplina

de informática. A música obteve um equilíbrio igualando-se com as

disciplinas de artes e ciências.

Gráfico 8- Grau de importância da Música

2935

31

30323130

32

28 32

Geografia

História

Educação Física

Português

Artes

Língua Estrangeira

Matemática

Ciências

Informática

Música

Fonte: SANCHES, Cristiane Dias, Pesquisa de Campo, 2009.

24

Os professores questionaram esta pergunta, na opinião da maioria

todas as disciplinas têm um papel fundamental no ambiente escolar.

A questão nove enumera por ordem de importância a interferência

da música na Escola Espaço Educar: Trinta e cinco votaram na

comemoração do calendário escolar, trinta e quatro nas aulas de música;

vinte e sete assinalaram a música importante como apresentação dos

projetos da escola e vinte e cinco votaram na apresentação somente nos

projetos de música. A maioria assinalou a significativa participação da

música nas comemorações do calendário escolar na Escola Espaço

Educar.

Gráfico 9- Importância da Música na Escola Espaço Educar

Quantidade de respostas

25

27

35

34

Apresentação -

Projeto de música

Apresentação dos

projetos

Comemoração do

calendário escolar

Aulas de música

Fonte: SANCHES, Cristiane Dias, Pesquisa de Campo, 2009.

25

4 ANALISE DOS RESULTADOS

A partir da execução deste trabalho, que teve como objetivo

pesquisar o papel da música na Escola Espaço Educar, foi possível

através do questionário ter acesso à opinião dos diretores, coordenadores

e professores sobre o que acham da educação e sua formação musical,

quais os momentos, tipo de repertório e o papel do professor de música na

escola.

Como foi mencionado na introdução e na fundamentação teórica

desta monografia o porquê de ensinar música para as crianças, qual seria

a diferença de educação musical e musicais, não basta sancionar uma lei

com a obrigatoriedade de aulas de música para o ensino fundamental e

pensarmos na formação de um professor supostamente ideal, se

ignorarmos como os diretores, coordenadores e professores percebem a

presença da música na escola. Conforme dito, no ano 1981 as aulas eram

semanais com duração de 30 minutos acrescidos de momentos culturais

promovidos pela escola, atualmente as aulas de música têm a duração de

50 minutos acrescidos de apresentação de projetos onde o repertório

musical é incluído e acrescido determinadas canção conforme o tema

apresentado. Nesse sentido, a pesquisa que originou este trabalho

justificou-se pela necessidade de reflexão e sugestões para uma

preocupação das escolas com os seus alunos com relação ao

desenvolvimento da imaginação, do potencial criativo, da expressão

emocional, do prazer estético, da comunicação e outras categorias de

justificativas para a verdadeira função da educação musical.

Na aproximação com a idéia de projeto, menos disciplinar e mais

flexível, que o eixo intra/transdisciplinar a Escola Espaço Educar amplia

mais o conhecimento dos alunos. Como projeto, muitos temas são

desenvolvidos e aprofundados sem a rigidez característica da organização

disciplinar. Isso implica numa maior flexibilidade em termos de

configuração, espaço temporal, liberdade de escolha do tema, repertório

musical selecionados pelos professores regentes e uma melhor atuação

do professor de música como orientador do trabalho tornando as aulas de

26

música mais adequadas e agradáveis. Durante a aplicação do questionário

alguns professores fizeram comentários sobre o quanto têm aprendido

através da aula de música que os professores especializados ministram

com os seus alunos.

Em relação ao repertório o conhecimento cultural e artístico dos

professores mostrou que a mídia e os meios de comunicação estão pouco

preocupados com o que as crianças estão ouvindo o sucesso atual não

pode ser trabalhado nas escolas e sim discutido por todos para uma

melhoria. No ponto de vista dos professores a música tradicional

classificada em segundo plano, deveriam ser as cantigas de roda, cantos

patrióticos e músicas folclóricas que estão ficando esquecidas nas escolas,

pois, atualmente os alunos e os adultos só querem cantar tocar e ouvir

música popular. Como sugestão deveria selecionar o tipo de música

popular entre: regional, internacional, brasileira, infantil para ser trabalhado

na escola. E quanto à música erudita, no Espaço Educar é ouvido como

som ambiente e um pouco trabalhado nas aulas de música. Sugiro para

que nas reuniões gerais quando for falado sobre o tema música que este

estilo musical seja estudado e ouvido pelos diretores, coordenadores e

professores para termos um conhecimento histórico da música e da

contribuição que este estilo musical pode dar aos alunos.

Quanto ao grau de importância que as disciplinas exercem na vida

da escola destaco a preocupação que a Escola Espaço Educar teve com

todas as áreas, ocorreu um equilíbrio na formação da aprendizagem dos

alunos nesta escola. Os professores que responderam ao questionário

falaram em conversa informal que não existe distinção de matérias

específicas no Espaço Educar.

Porém o que mais me chamou a atenção é que, na última questão

mediante a resposta dos professores, pude constatar que apesar de

estarmos no ano de 2009, 28 anos após o meu início na profissão de

professora de música, a Música continua a exercer o papel de aparecer

somente nas comemorações do calendário escolar.

27

5- CONCLUSÃO

Depois de 28 anos de trabalho profissional como professora de

música, mediante a pesquisa realizada na Escola Espaço Educar e com

um material didático musical variado que encontramos hoje, constatei que

a escola apresenta um desenvolvimento musical avançado, estando na

frente de muitas escolas brasileiras e mesmo antes do governo federal ter

lançado a lei n. 11.769 que obriga a música nas escolas, a Escola Espaço

Educar já tinha incluindo na sua grade curricular aulas de educação

musical.

Atualmente, o tempo das aulas foram acrescidos 15 minutos

totalizando 50 minutos semanais de musicalizacão nas escolas. No

Espaço Educar a direção viu a necessidade de contratar 03 professores

licenciados em musica, não só para cantar e tocar canções relacionadas

com o tema, de acordo com o calendário das festas tradicionais e sim

preocupadas com a sua metodologia: pedagogia de projetos, aceitando

idéias e posicionamento dos professores de musica sobre o conteúdo

musical, mesmo assim, a escola tem a opinião que o desenvolvimento

musical ajuda na sensibilidade, compreensão, conhecimento cultural e

contextualização dos conteúdos pedagógicos relacionados com sua

metodologia de ensino e somente nas aulas de música esta sendo

adquirido um espaço para o assunto especifico e os objetivos propostos

pela escola relacionados a programações de final de ano, formaturas,

festas juninas e outras continua o mesmo que há anos atrás.

Cabe ainda dizer que dentro das universidades no curso de

licenciatura em música os próprios alunos não desejam ensinar a

linguagem musical para crianças e sim a tocar,cantar e formar pequenos

conjuntos musicais.

A música hoje em dia na Escola Espaço Educar é diversificada,

escuta-se cantigas de roda, folclóricas, infantis e instrumentais. Com o

resultado da pesquisa detectei que a preferência musical dos diretores,

28

coordenadores e professores é a música popular, no entanto a música

erudita pode contribuir mais para o desenvolvimento das crianças a nível

musical e conhecimento das outras disciplinas porque ela oferece um

raciocínio lógico, maior concentração, expressão corporal, emocional e

principalmente relacionando a historia da música, porque e estudado a

evolução da composição, da estética, da escrita, da linguagem musical, da

época, do estilo, dos instrumentos musicais, deste os acústicos ate os

eletrônicos e do estilo musical da época.

Concluindo, a Escola Espaço Educar realiza um bom trabalho

musical, diferenciando das outras escolas, porem continua com a mesma

mentalidade das outras escolas onde eu trabalhei. A música continua

exercendo a importância na escola somente no que diz respeito à

comemoração do calendário escolar.

29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, N. Ação e música!: Os efeitos dos espetáculos nas práticas

musicais escolares. Revista da ABEM: Porto Alegre, v.13,75-82, set.

2005.

EDUCAR, Escola Espaço. Disponível em http://www.escolaespacoeducar

Acesso em: 21 ago. 2009.

FONTERRADA, M. De Tramas e fios: um ensaio sobre a música e educação, 2ª ed. São Paulo: Unesp; R.J. Funarte, 2008. GRANJA, C. Musicalizando a escola: música, conhecimento e educação/ São Paulo: Escrituras Editora, 2006. HENTSCHKE, L., BEM DEL L. Ensino de Música - proposta para pensar e agir em sala de aula/ São Paulo: Moderna, 2003. LUCKESI C; BARRETO E.; COSMA J.BAPTISTA N. -FAZER UNIVERSIDADE- uma proposta metodológica. Cortez, 1.ed. 1984 - São Paulo: IV parte Capítulo III. OLIVEIRA A.; CAJAZEIRA R. Educação Musical no Brasil. Salvador, 2007. SUBTIL, M. Mídias, música e escola: práticas musicais e representações sociais de crianças de 9 a 11 anos. Associação Brasileira de Educação Musical - nº.13- Setembro 2005. THIOLLENT, M, 1947. Metodologia da pesquisa-ação. 9.ed.- São Paulo: Cortez, 2000 (Coleção temas básicos de pesquisa-ação). ZAMPRONHA, M., Da música, seus usos e recursos- 2.ed.Ver. e ampl. São Paulo: UNESP, 2007.

BRASÍLIA. Ministério da Educação e Cultura. Ensino de música será

obrigatório. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/index.ph> Acesso em

21 ago. 2009.

Makiguti, Tsunessaburo. Educação de Valor. Disponível em <http://pt

wikipédia.org/wiki/tsunessaburo-Makiguti> Acesso em: 27. out.2009.

30

ANEXO

Modelo do questionário aplicado

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS COMUNICAÇÃO E ARTE CURSO LICENCIATURA EM MÚSICA

Caro Educador Solicito à sua colaboração para registrar, através de questionário, sua opinião sobre a Música na Escola Espaço Educar. Sua participação será de grande valia para sabermos realmente que função a Música pode ou dever exercer na escola levando em conta a visão dos diretores, coordenadores e professores. Sua cooperação contribuirá para a minha conclusão no curso de Licenciatura em Música na UFAL. Agradeço sua colaboração. Cristiane.

1- Há quanto tempo você ensina no Espaço Educar e em qual série? _________________________________________________________________________________________

2- Você toca algum instrumento ou participa de algum conjunto musical? ( ) Sim ( ) Não

3- Em sua opinião a música na escola tem a função de: ( ) Disciplinar ( ) Divertir ( ) Conhecimento Cultural ( ) Conhecimento Musical ( ) Outros: _______________________________

31

4- Que tipo de música deve ser cantada na escola? ( ) Tradicional ( ) Popular ( ) Erudita ( ) Religiosa ( ) Sucesso atual

5- Você participa da aula de música?

( ) Sim ( ) Não Você gosta da aula de música? ( ) Sim ( ) Não ( ) Nem sempre

6- Os alunos gostam da aula de música? ( ) Sim ( ) Não ( ) Nem sempre

7- Quais as atividades realizadas pelo professor de música você considera mais importante?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8- Enumere de 1 a 10 conforme sua opinião o grau de importância das disciplinas para o futuro profissional e social dos alunos:

( ) Geografia ( ) História ( ) Educação Física ( ) Português ( ) Artes ( ) Língua Estrangeira ( ) Matemática ( ) Ciências

( ) Informática ( ) Música

9- Enumere por ordem de importância a função da música na escola:

( ) Apresentação dos projetos de música ( ) Apresentação dos projetos ( ) Comemoração das festas do calendário escolar ( ) Aulas de música

32

Documento: