46
A BANANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE … indea/Apresentacao... · significativa dos ingressos relativos à exportação agrícola. (Fioravanço, 2003). IMPORTÂNCIA SÓCIO-ECONÔMICA

  • Upload
    doanh

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

A BANANA

A BANANA

É uma das frutas mais importantes do mundo, tanto no

que se refere à produção quanto à comercialização. Para

muitos países, além de ser um alimento complementar

da dieta da população, a banana apresenta grande

relevância social e econômica, servindo como fonte de

renda para muitas famílias de agricultores, gerando

postos de trabalho no campo e na cidade e contribuindo

para o desenvolvimento das regiões envolvidas em sua

produção. Para outros países, a banana é um produto de

exportação responsável por uma parte muito

significativa dos ingressos relativos à exportação

agrícola. (Fioravanço, 2003).

IMPORTÂNCIA

SÓCIO-ECONÔMICA

A BANANA

Em 2005 foi a fruta mais produzida no mundo com

a quantidade de 105.699.014 toneladas. O Brasil é

o segundo maior produtor, com 6,7 milhões de

toneladas em 520 mil hectares.

Os cinco principais países produtores são Índia

com 17 milhões de toneladas, Brasil com 6,7,

China com 6,4, Equador com 5,9 e Filipinas com

5,8 milhões de toneladas(FAO 2006).

PRODUÇÃO

A BANANA

NO BRASIL

É uma das frutas mais populares fazendo parte da

dieta alimentar das mais diversas classes sociais.

(Alves, 1997 e Cordeiro & Kimati, 1997). A

produção brasileira de banana é particular no

sentido de sua distribuição espacial, estando

presente em todos os estados e ocupando, em

alguns, elevada importância social e econômica.

À banana cabe papel fundamental como

importante fonte de alimentação, fixadora de mão-

de-obra no meio rural e geradora de divisas para o

País (Souza & Torres Filho, 1997).

A BANANA

Diferentes tipos de bananas são importantes em

diferentes regiões do mundo, porém, em todas elas

os produtores de bananas e plátanos estão

enfrentando problemas para o seu cultivo devido em

grande parte ao aumento de pragas e doenças, mais

especificamente devido à rápida disseminação

mundial da Sigatoka negra (Mycosphaerella

fijiensis), a qual são suscetíveis a maioria dos

cultivares importantes (Rosales et al., 1998).

PROBLEMAS ENFRENTADOS PELOS PRODUTORES

SIGATOKA NEGRA

BIOLOGIA, SINTOMATOLOGIA,

PREVENÇÃO E CONTROLE

A DOENÇA SIGATOKA NEGRA

Ocorrências :

Mundo - Ilhas Fiji - Vale de Sigatoka – 1963

Brasil - Tabatinga - Amazonas - 1998

Mato Grosso - Lambari D’oeste - 1999

A DOENÇA SIGATOKA NEGRA

Ampla variabilidade genética e patogênica

Adaptação a diversas condições ambientais

Facilidade de apresentar populações resistentes

SIGATOKAS - DISTRIBUIÇÃO

CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA

Classe: Ascomicetos

Sub Classe: Loculoascomycetidae

Ordem: Dothideales

Família: Dothidaceae

Gênero: Mycosphaerella, cujo estádio

anamórfico é o fungo Pseudocercospora fijiensis

(Morelet) Deighton.

www.aps.org.

SIGATOKA NEGRA

Mycosphaerella fijiensis Morelet – F. Sexual

Pseudocercospora fijiensis (Deighton)- F. Assexual

Esporos:

Esporo sexuado => Ascósporos

Órgão sexual feminino: Peritécio

Órgão sexual masculino: Espermagônios

Esporo assexuado => Conídio

Estrutura: conidióforos www.aps.org.

Áscósporos

Conídios

Sobrevive 8 semanas no peritécio

Sobrevive 3 a 4 semanas sobre a

folha

Áscósporos

Conídios

Meios Naturais : Água e correntes de ar

Meios Mecânicos: Homens e animais

Obs.

O homem mediante transporte incontrolado de plantas e

partes da planta da bananeira doentes, pode converter-se

no agente disseminador mais rápido e efetivo.

Plantas e partes da planta como folhas, mudas e frutos

DISSEMINAÇÃO

Os esporos podem ser transportados a longas

distãncias para áreas não infestadas aderidos nas

embalagens, nos frutos, nas roupas das pessoas e nos

veículos que circulam por áreas de produção infestadas.

Há estudos que indicam a sobrevivência de conidios até:

•60 dias em folhas de bananeira e tecidos de algodão;

•30 dias em papelão, madeira, plástico e pneu;

•18 dias em frutos, e:

•10 dias no ferro

DISSEMINAÇÃO

COMPONENTES CLIMÁTICOS

FUNDAMENTAIS PARA INFECÇÃO,

PRODUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO FUNGO

TEMPERATURA

Temperaturas altas não são limitantes, se existir água livre na folha

Temperaturas abaixo de 21-22º - Provocam considerável declínio na

taxa de infecção e no desenvolvimento da doença.

UR>90% (ORVALHO) – O esporo, uma vez

depositado na folha, germinará se um filme de água estiver presente na

mesma.

CHUVA – Essencial para liberação de ascósporos

: . T. e UR baixa. => Fatores limitantes ao progresso da doença

Germinação e Infecção: Em condições favoráveis

de temp. e umidade a germinação do esporo ocorrerá em 2- 6 h.

Após a germinação haverá o crescimento da hifa sobre a folha por

2 a 6 dias, até que se forme o apressório e penetre por um

estômato aberto ou fechado.

Condições Favoráveis T>21ºC, UR>90%

Incubação: Período de tempo transcorrido entre a

inoculação e o aparecimento dos primeiros sintomas.

Condições Favoráveis T: 25-28º C, UR>90%

Duração: 15 - 76 dias

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS IDEAIS

Estudos sobre a influência da temperatura no

tubo germinativo de áscosporos de Mycosphaerella

fijiensis mostraram que:

O mínimo crescimento do tubo germinativo ocorreu a 12º;

A temperatura ótima foi de 27º;

A temperatura máxima foi de 36º;

Não houve crescimento em temperaturas iguais ou

inferiores a 11º ou superiores a 37º;

Temperatura inferior a 21º causa redução de 50% .

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS IDEAIS

RELEVO

Altitude

Influência da altitude no desenvolvimento de lesões

Baixas altitudes Média à altas

Altitudes

Mycosphaerella fijiensis Mais rápido Mais lento

Mycosphaerella musicola Mais lento Mais rápido

UR

T

P

T

CICLO DE VIDA

DIFERENÇAS OBSERVADAS ENTRE CONÍDIOS E ASCÓSPOROS

Conídio AscósporosProduzido diariamente quando orvalho está

presente.

Produzido periodicamente quando chuva está

presente.

Produzido em ausência de chuva. Produzido em presença da chuva

Produzido em todas as folhas infectadas. Produzido principalmente nas folhas que

ocupam as posições a partir da folha 5

São produzidos em lesões jovens, estádios 2,3

e 4.

A produção geralmente inicia-se em lesões no

estádio 5, atingindo o amadurecimento no

estádio 6.

Liberado pelo orvalho e chuva. Liberado principalmente por chuva

Disseminado por gotas de água que escorrem

pelas folhas da planta

.

Disseminado pelo vento.

Infecção sobre toda a folha, mas com tendência

basal

Infecção, principalmente apical.

Sobrevive 3-4 semanas sobre a folha Sobrevive 8 semanas no peritécio

Temperatura ótima para germinação e

crescimento de tubo germinativo mais baixa

Temperatura ótima mais alta

Pode aumentar infecção no período seco Pouca ou nenhuma infecção no período seco.

A DOENÇA SIGATOKA NEGRA

A Sigatoka negra é uma doença policíclica, com

uma seqüência constante de infecção, colonização,

esporulação, dispersão e infecção ramificada devido as

duas formas de esporos.

SIGATOKA NEGRA - SINTOMAS

SIGATOKA NEGRA - SINTOMAS

SIGATOKA NEGRA - SINTOMAS

SIGATOKA NEGRA - SINTOMAS

SIGATOKA NEGRA - SINTOMAS

SIGATOKA NEGRA X SIGATOKA AMARELA

Estádios de desenvolvimento de lesões

Estádios Discriminação dos sintomas

1 Descoloração ou pontos

despigmentados na face inferior

da folha

2 Pequenas estrias marrons-claras

3 Expansão radial e longitudinal

das estrias, que são

visualizadas em ambas faces da

folha;

4 A estria adquire coloração

marrom-escura e formato de

mancha.

5 A mancha apresenta um halo de

cor escura proeminente,

circundado por um pequeno

halo amarelo.

6 A mancha adquire formato

próximo à elipse, com o centro

deprimido de coloração cinza-

palha e com pontuações

escuras.

2

3

4

5

6

6

Avaliação da severidade da doençaPlantas antes do florescimento

Avaliação em Plantas após a emissão do cacho

Escala de Stover modificada por Gauhl, (1993)

GRAU 1 - Até 10

manchas/folha

GRAU 2

< de 5% da área

foliar lesionada GRAU 3

6-15%

GRAU 6

> 50%

GRAU 4

16-33%

GRAU 5

34-50%

DANOS CAUSADOSAs perdas podem atingir até 100% em bananeiras verdadeiras e 70%

dos plátanos

DANOS CAUSADOSPerda Prematura das folhas em função da doença;

Os frutos não se desenvolvem, ficam pequenos, com

maturação precoce e desuniforme devido a redução

da área foliar e produção de toxinas pelo fungo;

Quebra de cachos

CONTROLE

Objetivo do Controle : Manter um número máximo de

folhas sadias durante todo o ciclo da cultura para obtenção

de boas colheitas com qualidade e produtividade.

Obs. É necessário um mínimo de 10 folhas para produção de um

bom cacho.

Tipos de controle:

• Controle Legislativo

• Genético: Uso de variedades resistentes

• Cultural: Poda de folhas afetadas

• Químico: Fungicidas sistêmicos e de contato.

CONTROLE LEGISLATIVO

Prevenção:

Nos locais onde a doença ainda não ocorre, deve se

observar os princípios da exclusão, ou seja, regulamentar

ou proibir o trânsito de materiais hospedeiros suscetíveis

que possam introduzir o patogeno em regiões não

infestadas.

Outras Medidas

•Caracterização de Áreas Livres da Sigatoka Negra

• Implantação de Sistema de Mitigação de Risco

para Sigatoka Negra

CONTROLE GENETICO

Estratégia ideal do ponto de vista econômico e de

preservação do meio ambiente, principalmente em regiões

onde é baixo o nível de adoção de tecnologias e ou de

retorno econômico.

Utilização de Cultivares Resistentes à sigatoka negra.

Cultivares recomendados

Para consumo in natura: Caipira, Thap maeo, FHIA 01, FHIA

02, FHIA03, FHIA 18, ouro e Conquista.

Para consumo após cocção: FHIA 20, FHIA 21, Figo e

Pelipita.

CONTROLE QUÍMICOÉ a estratégia de controle mais utilizada, porém em função

do custo é mais implementado em lavouras onde se adotam altos

níveis de tecnologia.

A Estratégia requer programas de controle à base de fungicidas

residuais preventivos, no mesmo ritimo que o da emissão foliar, ou

seja, a cada 7-10 dias em condições ótimas.

As pulverizações devem ser dirigidas para as folhas 1,2 e 3, a

partir da folha vela ou bandeira, isto porque o controle tem que ser

obrigatoriamente preventivo.

A Embrapa recomenda os seguintes produtos para o

controle da Sigatoka negra:

Óleo mineral agricola: 10-15l/ha, mancozeb: 1500g/ha,

propiconazole:100g/ha, tebuconazole: 100g/ha, triadimenol:

100g/ha, azoxistrobin: 100g/ha, trifloxistrobin:75g/ha,

difenoconazole: 100g/ha, hexaconazole: 100g/ha.

CONTROLE CULTURALMedidas complementares de controle:

• Drenagem do solo, visando reduzir a formação de

microclima favorável a doença;

• Desfolha ou eliminação de folhas baixeiras infectadas ou

as partes afetadas. Considerando que a bananeira precisa

de pelo menos dez folhas viáveis, na época de

florescimento para a produção do cacho.

• Utilização de espaçamento correto para:

•Evitar superpopulação de plantas, reduzindo a competição;

•Melhorar a ventilação dentro da lavoura reduzindo a

formação de microclima favorável à doença.

Adubação balanceada contribui para a redução da

severidade.

CUIDADOS PARA EVITAR A

DISSEMINAÇÃO DA SIGATOKA NEGRA

Uso de material propagativo sadio, oriundo de viveiros

registrados no Ministério da Agricultura e que tenha

certificação Fitossanitária.

Não transportar mudas,frutos, folhas ou qualquer outra

parte da planta da bananeira de regiões infestadas e sem

certificado fitossanitário de origem.

Não utilizar folhas de bananeira para acondicionar

qualquer produto

CUIDADOS PARA EVITAR A

DISSEMINAÇÃO DA SIGATOKA NEGRA

Não transportar:

•Bananas cacho;

•Folhas de Bananeira;

•Bananas não produzidas em Área Livre de Sigatoka Negra,

ou de Sistema de Mitigação de Risco – SMR.

Não permita a entrada na lavoura de veículos,

máquinas, implementos, pessoas, ferramentas, embalagens,

materiais, etc, oriundos de áreas ou regiões infestadas.

CUIDADOS PARA EVITAR A

DISSEMINAÇÃO DA SIGATOKA NEGRA

O técnico que realiza a certificação de origem deve

tomar alguns cuidados para não se tornar um agente

disseminador do fungo causador da doença sigatoka negra:

•Quando for realizar uma visita de inspeção em uma

propriedade tomar as seguintes precauções:

•Lavar o veículo, pulverizar as partes baixas com produtos

erradicantes de esporos;

•Utilizar roupas, bonés ou chapeus limpos;

•Etc.

Acompanhamento do proprietário ou seu

representante

Oferecer uma parte de material para análise

Registro da opção /declaração do proprietário no

Termo de Inspeção

Modelo de DeclaraçãoDeclaro para devidos fins, que opto por dispensar ou

não, parte da amostra da planta de bananeira oferecido

pelo fiscal para análise laboratorial.

COLETA DE AMOSTRAS PARA

ANÁLISE

Coleta

Folha com sintomas

Características:

Folhas com limbo verde

Dimensão: acima de 10cm

Cuidados - não danificar as plantas.

Acondicionamento:

Em folha de jornal

Envelope

Ficha de Coleta - FORMULÁRIO 10 – BANANA

Quantidade - suficiente para análise (5 partes)

METODOLOGIA

Coleta de Amostra para planta com suspeita de Sigatoka

Negra

OBRIGADA!

Engª Agrª Márcia B. Martins

Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal-CDSV

Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso-INDEA/MT

www.indea.mt.gov.br - [email protected]

(65) 3613 60 16 / 6017