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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ARTES BACHARELADO EM DESIGN NÍCOLAS DA CUNHA CONRADO PAPO DE EMPREENDEDOR: UMA ANÁLISE ESTÉTICA E SEMÂNTICA DOS LOGOS DE STARTUPS DO IMD - UFRN NATAL/RN 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · 2019-02-10 · Este trabalho de conclusão de curso têm como foco principal investigar as identidades visuais de cinco startups

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES

BACHARELADO EM DESIGN

NÍCOLAS DA CUNHA CONRADO

PAPO DE EMPREENDEDOR:

UMA ANÁLISE ESTÉTICA E SEMÂNTICA DOS LOGOS DE STARTUPS DO IMD -

UFRN

NATAL/RN

2017

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NÍCOLAS DA CUNHA CONRADO

PAPO DE EMPREENDEDOR:

UMA ANÁLISE ESTÉTICA E SEMÂNTICA DOS LOGOS DE STARTUPS DO IMD -

UFRN

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito para obtenção

do título de Bacharel em Design pela

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Dino Lincoln

Figueiroa Santos

NATAL/RN

2017

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NÍCOLAS DA CUNHA CONRADO

PAPO DE EMPREENDEDOR:

UMA ANÁLISE ESTÉTICA E SEMÂNTICA DOS LOGOS DE STARTUPS DO IMD -

UFRN

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito para obtenção

do título de Bacharel em Design pela

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Dino Lincoln

Figueiroa Santos

Aprovado em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Dino Lincoln Figueiroa Santos

Orientador

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. Dr. Anderson Paiva Cruz

Membro

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. Me. Maurício Fontinele de Alencar

Membro

NATAL/RN

2017

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AGRADECIMENTOS

À Jesus Cristo, pelo diário sustento.

Aos meus pais, pela perseverança e esperança.

À minha Vevé, por tudo o que ela significa e é para mim.

Ao Dino, por ter sido um verdadeiro mestre.

A todos que contribuiram, pelo menos por um segundo, para a finalização de minha

graduação.

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“O êxito da vida não se mede pelo caminho

que você conquistou, mas sim pelas

dificuldades que superou no caminho”

Abraham Lincoln

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RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso têm como foco principal investigar as

identidades visuais de cinco startups do Instituto Metrópole Digital da UFRN, com o

propósito de averiguar se há uma correspondência entre o mapa conceitual dos próprios

diretores da empresa e o do público em geral. Em outras palavras, este tcc pretende

analisar se a mensagem que a startup quer transmitir com sua marca está sendo

entendida. No processo de elaboração foi reunido, de início, os conteúdos os quais

seriam necessários para uma melhor compreensão e finalização da pesquisa. Após isso,

foi elaborado questionários com as identidades visuais das empresas analisadas e

aplicados a pessoas aleatoriamente, como também aos diretores das startups. Em

seguida foram feitas todas as devidas investigações e chegou-se aos resultados

correspondentes. Por fim, o tcc sugere três passos possíveis a ser tomados a fim de dar

continuidade ao processo de pesquisa na área abordada neste trabalho acadêmico.

Palavras Chave: identidade visual, marca, startup, estética, empreendedorismo

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ABSTRACT

The focus of this academic paper is to investigate the visual identities of five

startups of the "Instituto Metrópole Digital" of UFRN, in order to determine if there is a

correspondence between the conceptual map of the company directors themselves and

the general public. In other words, this tcc intends to analyze if the message that the

startup wants to transmit with its brand is being understood. At the beginning, in the

process of elaboration was gathered the contents that would be necessary for a better

understanding and finalization of the research. After that, questionnaires were prepared

with the visual identities of the companies analyzed and applied to random people as well

as the directors of the startups. Subsequently, all the necessary investigations were

carried out and the corresponding results were obtained. Finally, this tcc suggests three

possible steps to be taken to continue the research process in the focus area in this

academic paper.

Keywords: visual identity, brand, startup, aesthetics, entrepreneurship

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema da criação da percepção da marca................................................20

Figura 2 – Pontos de contato com a marca.....................................................................21

Figura 3 – Escala de estética de Aristóteles....................................................................32

Figura 4 - Escala demonstrativa da posição onde se encontra a startup Natal Makers na

escala de Aristóteles........................................................................................................39

Figura 5 - Nova identidade visual da empresa Natal Makers............................................41

Figura 6 - Escala demonstrativa da posição onde se encontra a startup Surfmappers na

escala de Aristóteles........................................................................................................42

Figura 7 - Escala demonstrativa da posição onde se encontra a startup WebOne na

escala de Aristóteles........................................................................................................45

Figura 8 - Escala demonstrativa da posição onde se encontra a startup Studio Gepetta

na escala de Aristóteles...................................................................................................48

Figura 9 - Escala demonstrativa da posição onde se encontra a startup Aresta 3D na

escala de Aristóteles........................................................................................................50

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Relação entre função e atuação do design gráfico......................................25

Quadro 2 - Nome das startups analisadas e suas identidades visuais.............................35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Panorama dos conceitos relacionados ao branding......................................23

Tabela 2 – Tabela para avalição de marcas proposta por Strunck (2007).....................34

Tabela 3 – Exemplo de tabela de equivalências.............................................................37

Tabela 4 – Natal Makers – ponto de vista do público......................................................40

Tabela 5 – Natal Makers – ponto de vista da empresa...................................................40

Tabela 6 – Natal Makers – opiniões convergentes..........................................................40

Tabela 7 – Surfmappers – ponto de vista do público......................................................43

Tabela 8 – Surfmappers – ponto de vista da empresa....................................................43

Tabela 9 – Surfmappers – opiniões convergentes..........................................................43

Tabela 10 – WebOne – ponto de vista do público...........................................................45

Tabela 11 – WebOne – ponto de vista da empresa........................................................46

Tabela 12 – WebOne – opiniões convergentes...............................................................46

Tabela 13 – Studio Gepetta – ponto de vista do público.................................................48

Tabela 14 – Studio Gepetta – ponto de vista da empresa..............................................49

Tabela 15 – Studio Gepetta – opiniões convergentes.....................................................49

Tabela 16 – Aresta 3D – ponto de vista do público.........................................................51

Tabela 17 – Aresta 3D – ponto de vista da empresa......................................................51

Tabela 18 – Aresta 3D – opiniões convergentes.............................................................52

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................12

2. OBJETIVOS....................................................................................................14

2.1. OBJETIVO GERAL...................................................................................14

2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO..........................................................................14

3. PROCESSOS METODOLÓGICOS................................................................15

4. REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................16

4.1. MARCA E IDENTIDADE VISUAL.............................................................16

4.2. BRANDING – GESTÃO DE MARCA........................................................21

4.3. DESIGN GRÁFICO...................................................................................24

4.4. CONCEITO DE MARKETING...................................................................27

4.5. DEFINIÇÃO DE ESTÉTICA......................................................................29

4.5.1. CONCEITO DE ESTÉTICA.................................................................29

4.5.2. CATEGORIZANDO ESTÉTICA...........................................................30

5. PREPARATIVOS DA ANÁLISE......................................................................32

5.1. AS TÉCNICAS..........................................................................................33

5.2. AS STARTUPS.........................................................................................34

5.3. FUNCIONAMENTO DA ANÁLISE............................................................36

6. A ANÁLISE E SEUS RESULTADOS..............................................................38

6.1. NATAL MAKERS.......................................................................................38

6.2. SURFMAPPERS.......................................................................................42

6.3. WEBONE..................................................................................................44

6.4. STUDIO GEPETTA...................................................................................47

6.5. ARESTA 3D..............................................................................................50

6.6. CONCLUSÕES.........................................................................................53

7. DESDOBRAMENTOS....................................................................................54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................55

ANEXOS....................................................................................................................60

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1.0 INTRODUÇÃO

Para se aventurar no mundo dos negócios, segundo Flávio Augusto (2015),

empreendedor de renome brasileiro, inicialmente você precisa ter coragem. Afinal,

segundo a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, 25% das startups vão a

falência no primeiro ano de vida. Do restante, 36% fecham suas portas no segundo ano

e 44% no terceiro. Entretanto, não deixam de existir corajosos que tentem a sorte em

busca do sucesso profissional e financeiro. Por tais motivos, este trabalho têm por

principal objetivo auxiliar aos empreendedores para que possam enfrentar o mercado

mais conscientes daquilo que devem melhorar em suas marcas e empresas a fim de

almejarem o tão sonhado sucesso.

O escopo deste trabalho de conclusão de curso têm a finalidade de analisar

esteticamente e semanticamente cinco logos de startups escolhidas no Instituto

Metrópole Digital (IMD) da UFRN. Este tcc está fundamentado na análise dos mapas

conceituais em torno dos logos e têm como propósito averiguar se o ponto de vista da

própria empresa sobre ela mesma está em consonância com o do público em geral. É

sabido que esse tipo de investigação não garante o futuro promissor das startups, mas,

certamente, a divergência entre ambos ângulos de visão pode significar um potencial

prejuízo a qualquer negócio, substancialmente àqueles que estão iniciando, como as

startups.

A construção dessa pesquisa se deu primeiramente pelo embasamento téorico

dos conteúdos fundamentais para o entendimento da mesma. No capítulo 4, por exemplo,

será possível o aprofundamento de assuntos, tais como: marca e identidade visual,

branding – gestão de marca, design gráfico, conceito de marketing e a definição de

estética. Após isso, serão apresentados o modo como as análises foram realizadas e as

startups investigadas, no capítulo 5. Toda a análise foi alicerçada nas técnicas de Rocha

(2007) chamada “Peripatécnica”, a qual aborda o viés estético da identidade visual

abrigando-a em uma categoria da escala de Aristóteles, e na técnica de avaliação

semântica de Strunck (2007), que prevê um detalhamento das qualidades existentes no

logo das empresas. Ainda no capítulo 5, este trabalho exibe as cinco startups as quais

tiveram suas IDs exploradas. Elas foram: a Natal Makers, Surfmappers, WebOne, Studio

Gepetta e a Aresta 3D. Para isso, foi entrado em contato com cada uma delas

particularmente a fim de obter a devida autorização para uso neste tcc.

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A coleta de informações foi executada a partir da aplicação de questionário – o

qual encontra-se no anexo - a vinte pessoas escolhidas aleatoriamente no Departamento

de Artes (DEART) da UFRN e aos próprios diretores das startups. Como resultado, foram

geradas tabelas, as quais com análise comparativa de dados, chegou-se a conclusões

individuais sobre cada identidade visual. Foi comprovado, por exemplo, que duas das

cinco empresas investigadas têm visões diferentes, acerca de si mesmo e seu logo,

quando comparadas as visões dos participantes, o que reflete a transmissão de uma

mensagem por parte da startup, a qual o público em geral não está sendo capaz de

absorvê-la e entende-la da forma desejada. As outras três empresas não se mostraram

como exemplos ideais, mas, inegavelmente, estão conseguindo imprimir a mensagem

pretendida de modo mais eficaz.

E como fechamento deste trabalho de conclusão de curso, o último capítulo

chamado de “Desdobramentos” apresenta três maneiras as quais esta pesquisa poderia

ser aprofundada e dada continuidade, como por exemplo a análise deste próprio tcc por

parte dos alunos do bacharelado em design da UFRN e a criação de uma parceria entre

o curso e o Instituto Metrópole Digital, a fim desses alunos desenvolverem, como forma

de exercício, as futuras identidades visuais das empresas incubadas no IMD abrindo para

a possibilidade de um desenvolvimento mais eficaz dos logos dessas startups.

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2.0 OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

O escopo desse projeto tem por objetivo comparar a mensagem transmitida em

torno de uma marca, confrontando a visão da empresa sobre si mesma e a visão dos

entrevistados sobre a startup e, por fim, averiguar se esta identidade visual reflete o que

os empresários desejam que ela imprima no cliente.

2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO

• Proporcionar um feedback aos empresários sobre a eficiência de suas identidades

visuais;

• Revelar a importância do projeto de marca/ identidade visual na construção da

imagem de startups;

• Aplicar a “Peripatécnica” em uma avaliação de identidades visuais.

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3.0 PROCESSOS METODOLÓGICOS

Este trabalho de conclusão de curso baseou-se, inicialmente, em revisão literária

dos principais temas, os quais seriam necessários para a compreensão da temática da

pesquisa. Nesse sentido, esta primeira parte foi dividida em cinco subdivisões, tais como:

marca e identidade visual, fundamentada em autores como Tavares (2003), Batey (2010),

Serralvo (2008), Aaker (1996), Kapferer (2003) e Wheeler (2008); branding – gestão de

marca baseada, principalmente, em Kotler (2006) e Tomiya (2010), especialistas da área;

design gráfico abordando conceitos do AIGA (2007) – instituto americano de artes

gráficas, Frascara (2005) e ADG (2004) – associação brasileira de design gráfico;

marketing suportada em autores como Cobra (2003) e Kotler (2000); e, por fim, o tema

da estética fundamentada em Aranha e Martins (1990) e Bonfim (1997).

Em seguida, a partir da elaboração de questionários, houve a pesquisa de campo

para o coleta da opinião tanto de voluntários escolhidos aleatoriamente quanto dos

diretores das startups analisadas. Esta etapa tinha como propósito a captura suficiente

de dados para a investigação comparativa dos mapas conceituais em torno da marca da

empresa a fim de avergiuar a correspondência ou não entre eles.

Além disso, a etapa final da comparação de dados foi fundamentada nas

metodologias de Rocha (2007) – chamada “Peripatécnica” - e Strunck (2007), as quais

abordavam investigações em design nas áreas da estética e semântica dos elementos

gráficos, respectivamente. Finalmente, de posse de tais informações, foi possível se

chegar nos devidos resultados e concluir quais das startups obtinham mapas conceituais

convergentes com os dos participantes ou não, e assim entender se as mensagens

impressas nas identidades visuais, de fato, estavam sendo entendidas.

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4.0 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresenta os principais conceitos que foram de suma importância

para a composição deste trabalho de conclusão de curso. Ele está dividido em cinco

seções, as quais são: marca e identidade visual, branding – gestão de marca, design

gráfico, marketing e a definição de estética.

Esses tópicos foram abordados a fim de se construir uma base firme de

conhecimento sobre as áreas discutidas com o propósito de se entender o que cada um

desses conceitos são de fato e como são trabalhados.

4.1. MARCA E IDENTIDADE VISUAL

O que é encontrado na literatura sobre a história das marcas é que elas surgiram

há centenas de anos, autores como Tavares (2003), Perez (2004) e Serralvo (2008)

afirmam que desde o antigo Egito, a civilização já utilizava símbolos como uma forma de

identificar produtos. Já em outras literaturas, a origem das marcas na prática são

reconhecidas no momento em que, com brasa, os produtores marcavam seu barris de

bebidas destiladas. Há ainda quem jugue que apenas nas marcações de gado com fogo

as marcas surgiram.

O registro das marcas passa a ocorrer no século XVI, quando os destiladores escoceses embarcavam seus tonéis de uísque com o nome do fabricante marcado a fogo na parte superior. As marcas tornaram-se até esse momento, uma proteção ao consumidor, que podia identificar a origem da mercadoria. (TAVARES, 2003)

Ainda segundo o autor citado acima, já no século XIX, as marcas eram utilizadas

como uma forma de agregar o valor percebido do produto. Essa prática era feita por meio

de associações. Segundo Tavares (2003), a marca passou por diferentes tendências de

evolução. A primeira delas, por exemplo, associava-se o nome do proprietário ao nome

do estabelecimento; a segunda, por sua vez, associava algum topônimo (origem de um

nome geográfico) ao estabelecimento; a terceira já envolvia o nome do produto aos

processos de produção; e, por fim, a quarta associação era feita entre o nome com os

recursos mercadológicos.

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Observando o que já foi citado, percebe-se que a evolução e diferenciação das

marcas foram positivas, pois direta ou indiretamente contribuiram para a construção do

valor de uma marca. Para Batey (2010), algumas das associações acima permanecem

até os dias de hoje, porém, atualmente, é mais comum observar as marcas em busca de

um constante aprimoramento em relação ao contexto mercadológico e social.

Segundo Serralvo (2008), durante a revolução industrial e os anos que se

seguiram no século XIX, as marcas ganharam muito mais força devido a produção em

grande escala por parte de inúmeros neo-produtores da época. Surgia, então, a

necessidade de diferenciação entre elas no ambiente que se tornava cada vez mais

competitivo. A diferença era baseada na imagem e as marcas começaram a ter a

finalidade de particularizar os produtos e reduzir a importância do preço na decisão da

compra. Desse modo, surge, de fato, pela primeira vez o conceito de “valor de marca”

difundido por David Aaker.

Para Batey (2010), neste século, a “posse” da marca é passada com mais

frequência ao consumidor. Complementa Gobé (2010) afirmando que é preciso ter uma

conexão emocional das marcas com as pessoas e suas expectativas. As marcas se

tornaram uma fonte de referência, uma linguagem visual e sensorial que nos ajuda a

comunicar nossos sentimentos, nossas crenças e emoções.

É visivelmente perceptível a evolução que as marcas tiveram no decorrer do tempo

e, com o propósito de fortificar o estudo das marcas, se faz necessário conhecer alguns

conceitos importantes. Por exemplo o conceito de marca oficialmente utilizado pelas

organizações de marketing e pela academia é descrito pelo dicionário da American

Marketing Association (AMA). Para ela, a marca pode ser definida como:

Um nome, termo, desenho, símbolo ou qualquer outra característica que identifique e diferencie os produtos e bens de um ofertante de outros ofertantes. O termo legal para marca é trademark. A marca identifica um item, uma família de itens ou todos os itens de um ofertante. (AMA)

A partir desse momento, o conceito de marca passa a ser mais extenso que o

conceito de empresa, já que a marca engloba a visão de mundo e de negócios, que

inspira e orienta pessoas e empresas a criarem produtos, serviços, sistemas,

procedimentos, hábitos e costumes que satisfaçam os objetivos, expectativas e

necessidades de todos os envolvidos. Para Aaker, (1996) a marca, “simboliza uma

cultura, um jeito de ser e fazer, que estão além das paredes da empresa, que é um

organismo juridicamente definido, com responsabilidades estruturadas e objetivos

específicos”.

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Por outro viés, Batey (2010) conceitua marca como um agrupamento de

significados. Perez (2004) concorda com esse conceito e ainda acrescenta, explicando

que uma marca é o resultado da junção entre símbolo e afeto pactuada por uma

organização, sua oferta material e seu público alvo. Provalmente, quando os

consumidores são interpelados a cerca de alguma marca, não é citado o símbolo ou

mesmo a tipografia usada, mas sim o significado do valor abstrato que é descrito a partir

de pontos positivos e negativos de uma marca específica.

Wheeler (2008) corrobora com Perez acerca da marca ser abstrata e invocar os

sentidos, e ainda atesta que a identidade é apenas uma expressão da mesma, sendo, na

maioria das vezes, visual e verbal. Chevalier e Mazzalovo (2007), chama a atenção para

a identidade como elemento principal de uma marca, “para obter sucesso em um contexto

tão rapidamente mutável, a evolução das marcas deve ser progressiva e contínua. Neste

ambiente de tendências diversas e contraditórias, o elemento estável é a identidade da

marca”.

Segundo Kapferer (2003), a identidade é um conceito de emissão. O autor ilustra

em sua obra que se pode descrever a identidade da marca por uma figura de seis faces,

em que são consideradas, além dos aspectos físicos da marca, a sua comunicação com

os públicos social e organizacional. Além disso segundo ele:

Físico – corresponde aos logos, cores, design, ou seja, aspectos físicos que as

marcas sustentam. Esse tipo de característica é tangível e, por conta disso, é expressada

de maneira mais direta pelos consumidores.

Personalidade – como o nome já descreve: é a personificação da marca. Ela

agrega em si características e valores humanos para que possa ser exteriorizada. Desse

modo, as marcas ganham a possibilidade de serem analisadas pelo ângulo da psicologia

e, de fato, terem sobre isso uma personolidade na percepção dos consumidores.

Cultura – esse aspecto diz respeito a conciliação de um sistema de valores, uma

fonte de inspiração e energia a marca. Esta face cria uma ligação entre a marca e o nome

da empresa, principalmente quando ambos possuem o mesmo nome.

Relação – toda marca é fonte de relacionamento, fornece a oportunidade de trocas

entre os consumidores, principalmente. A experiência com a marca vivida pelo

consumidor é uma das origens da relação entre ambas as partes.

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Reflexo – a marca espelha o consumidor. Muitas vezes, se confunde os conceitos

de reflexo e consumidor alvo. O primeiro termo diz respeito a imagem do público alvo, de

fato, não necessariamente o público alvo. Já a segunda expressão representa os

consumidores em potencial na visão daquela determinada marca.

Mentalização – é o espelho interno do consumidor. É como o cliente se enxerga

e projeta sua imagem externamente a partir da utilização daquela marca. Por exemplo,

um cliente da fábrica da Ferrari ao comprar uma se enxerga como alguém bem sucedido.

Compreende-se, portanto, que a marca em si é composta de valores concretos e

abstratos, e ainda que sua identidade visual é algo essencial. Além disso, como

atualmente as mudanças de valores acontecem com muito mais frequência e com foco

nos clientes, se faz necessário analisar a imagem da marca, que para Kapferer (2003):

A imagem é um conjunto de recepção, a imagem trata da maneira pela qual o público decodifica o conjunto de símbolos provenientes dos produtos, dos serviços e das comunicações emitidas pela marca. A imagem é o resultado. (KAPFERER, 2003)

A diferença determinada por Tomiya (2010) e confirmada por Neumeier (2006) da

identidade visual da marca e a própria imagem da marca é que a primeira acontece de

dentro para fora, ou seja, é construída internamente, todavia a segunda é estabelecida

de fora para dentro, pelos próprios consumidores, sociedade, clientes. É a imagem ou

percepção da marca. A figura 1 abaixo ilustra de maneira clara que a criação de uma

percepção sobre uma marca específica, deve, portanto, ser consolidada em todos os

aspectos de contato da marca.

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Figura 1 – Esquema da criação da percepção da marca. Fonte: Tomiya (2010)

Para Keller (1993) imagem de marca seria as interpretações e visões que os

próprios consumidores tem sobre a marca e que são externadas a partir de assosciações

criadas na memória desse cliente. Essas associações, para o autor, são melhor ilustradas

como nós que carregam significados e informações e se unem as marcas. São por sua

vez classificadas por Keller (1993) como os atributos, benefícios e atitudes. Os atributos

são em suma características descritivas do produto ou serviço.

Diante disso, fica claro perceber que para uma marca se tornar bem sucedida no

ambiente mercadológico atual, é primordial o cuidado com o controle total de sua

identidade e imagem. Segundo Wheeler (2008), cada ponto de contato é uma

oportunidade para fortalecer uma marca e comunicar sua essência. A Figura 2, mostra

esses pontos de contato na perspectiva do autor.

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Figura 2 – Pontos de contato com a marca. Fonte: Wheeler (2008)

Tomiya (2010) acrescenta sobre esses pontos de contato alertando que caso eles

não estejam respeitando os atributos da marca, com grande possibilidade, provocarão a

destruição do seu ativo mais valioso, já que para a autora uma experiência ruim pode

transformar uma empresa permanentemente.

4.2. BRANDING – GESTÃO DE MARCA

Segundo Aaker e Joachimsthaler (2000), o método de gestão de marca foi criado

no início da década de 30 por uma empresa norte-americana chamada Procter&Gamble.

Os autores evidenciam o fato de que o sistema clássico de gestão de marca tinha a

finalidade de solucionar os problemas nos setores de vendas de maneira tática e reativa,

em outras palavras, se identificava o problema e iria em busca da solução por meio da

análise do produto, preço, promoção e ponto de distribuição. Conjunto esse que

posteriormente se tornaria tão conhecido nos estudos de marketing denominado como

4Ps.

Com o aumento da complexidade dos mercados e das pressões competitivas, o modelo clássico de gestão migrou para o modelo de liderança de marca, que enfatiza a estratégia, tem escopo mais amplo e é impulsionado pela identidade da marca (AAKER; JOACHIMSTHALER, 2000).

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Já o termo branding deriva-se do entendimento sobre gestão de marca dos

autores Keller, Kevin e Machado (2006). Eles afirmam que este conceito “pode ser

definido como o conjunto de atividades que visa a gestão das marcas de uma organização

como diferencial competitivo”. Corroborando com essa ideia, Wheeler (2012) acrescenta

afirmando que a gestão de marca deve ser um processo metódico em busca do

desenvolvimento e ampliação da fidelidade do cliente. Aaker (2007) explica dizendo que

o branding alinha as ações estratégicas com o propósito de construir e a projetar a marca

no setor mercadológico. Já para Guimarães (2003), o branding é uma filosofia de gestão

da marca, ou seja, um modo de agir e pensar sobre a marca.

Outros autores como, Aaker (2011), Tomiya (2010), Keller (2008), Serralvo (2008),

Tybout e Calkins (2006) e Kapferer (2003) acreditam, que branding é fruto de uma relação

entre o Design Gráfico, Marketing e Publicidade, e que pode ser vista como uma filosofia,

assim como Guimarães (2003) pensa, tendo em vista a melhoria constante da marca.

Segundo Tomiya (2010), “branding é um processo estruturado, consistente e

integrado, que garante a melhoria continua da entrega da promessa da marca, desde a

definição dessa promessa até a implantação em todos os seus pontos de contato com os

públicos estratégicos”.

Serralvo (2008) têm uma visão peculiar sobre o tema, acreditando que nos dias

de hoje há uma presença emocional muito atuante na construção das marcas. Tal

emoção leva o branding a se tornar um conjunto de ações ligadas a administração das

marcas, que tende a guiá-las por um caminho o qual toque emocionalmente o

consumidor, além de não deixar de lado sua origem econômica.

Assim, Serralvo (2008) esclarece que a fim de expressar o lado emocional da

marca, as empresas devem:

• Enxergar os consumidores como pessoas as quais necessitam de produtos para

suprir suas necessidades e de experiências para suprir seus desejos;

• Conquistar a confiança dos clientes;

• Fazer parte das aspirações dos clientes, o que é muito maior do que simplesmente

tornar a marca conhecida;

• Buscar a presença emocional da marca;

• Procurar construir um relacionamento amigável com o cliente.

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A cerca do valor da marca, Aaker (2007) com o termo Brand Equity, explica como

um conjunto de pontos positivos e negativos, além do nome e símbolo vinculados, que

podem aumentar ou diminuir o valor do produto ou serviço apresentado aos clientes.

Para o planejamento estratégico da marca, o autor Kapferer (2003) afirma que a

identidade é “a pedra fundamental para a estratégia da marca”. Essa identidade ainda

inclui “um conjunto de associações que o estrategista de marca procura criar ou manter”.

Em resumo, uma marca sólida e consistente deve ter em si uma identidade forte para que

sua imagem seja fixada na mente de seus clientes.

Já o posicionamento de marca, conforme Tomiya (2010), é a parte que será

frequentemente divulgada para o público-alvo e que revela quais são as vantagens dela

sobre seus concorrentes. O posicionamento deve esclarecer de modo breve os seus

consumidores e os objetivos, além de distinguir os diferenciais competitivos da empresa.

Em resumo, abaixo estão pontuados o que cada autor considera como conceito

relacionado ao branding.

Branding

Autores Conceitos

Tomiya ▪ Promessa da marca

▪ Posicionamento da marca

Serralvo ▪ Emoção na construção da marca

▪ Construção da marca

Aaker ▪ Valor da marca

Kapferer ▪ Planejamento estratégico da marca

Tabela 1 – Panorama dos conceitos relacionados ao branding. Fonte: Adaptado de Tomiya (2010)

Portanto pode-se perceber que a criação de uma forte identidade visual para a

marca é imprescindível e para se ter um bom e sólido branding é importante que a

identidade visual seja construída a partir da colaboração entre o designer gráfico, o

publicitário e o setor de marketing.

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4.3. DESIGN GRÁFICO

O design gráfico surge para o mundo com a perspectiva de atuação em projetos

de empresas e grandes companhias por volta do século XX. Inicialmente, segundo Hollis

(2000), o grupo que executava tais trabalhos eram denominados “artistas comerciais” e

ocupavam uma posição no mercado que estava em grande crescimento na época.

Segundo Strunck (2007), a função do design gráfico seria externar as expressões

visuais das empresas e auxiliar na busca de diferenciação e posicionamento destas no

mercado frente as concorrentes. Com a intenção de tornar o termo design gráfico

compreensível a todos, a literatura busca de diferentes formas explicar com definições e

conceitos o que seria a dimensão desta atividade.

Na visão, por exemplo, do AIGA, uma grande organização de designers gráficos

dos Estados Unidos, esse exercício

[...] trabalha com imagens desenhadas, pintadas, fotografadas ou geradas por computador, mas também projetam as formas de letras que compõem várias fontes encontradas em créditos de filmes e anúncios de TV; em livros, revistas e menus; e mesmo em telas de computador. Os designers criam, escolhem e organizam esses elementos - tipografia, imagens e o chamado "espaço em branco" em torno deles - para comunicar uma mensagem. O design gráfico é parte da sua vida diária. De coisas humildes como embalagens de goma para coisas enormes como outdoors para a camisetas que você usa, o design gráfico informa, persuade, organiza, estimula, localiza, identifica, atrai atenção e proporciona prazer. (AIGA, 2007)

É interessante observar o quão amplo é o design gráfico a partir da definição da

organização norte-americana, posicionando-o como o autor que é responsável pela boa

comunicação visual entre empresa e consumidor e provedor da atração visual.

Já segundo a Associação de Designers Gráficos (2000), conhecida como ADG, o

conceito de design gráfico é definido como a prática de planejamento e projetos

relacionados a linguagem visual, organizando blocos de textos e imagens das mais

diversas formas e aplicando-os a variadas mídias e suportes. Incluindo ainda projetos

gráficos, identidades visuais, projetos de design editorial, sinalização e web.

O design gráfico ainda teria como responsabilidade projetar, organizar, programar,

coordenar e selecionar os elementos necessários para a produção de materiais

destinados à comunicação visual promovendo uma eficiente comunicação não verbal.

(FRASCARA, 2005)

A partir dos conceitos citados por tais autores, é possível vermos semelhanças

entres eles e como conversam entre si na perspectiva de atribuirem ao design gráfico a

função de projetar materiais gráficos, os quais representem a imagem da empresa frente

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aos consumidores e concorrentes, determinando o caráter estratégico no processo da

gestão empresarial.

Para intensificar o lado estratégico do design gráfico dito acima, Hollis (2000) e

Frascara (2005) apresentam respectivamente, as funções e as áreas onde o designer

gráfico atua (tabela 2). No quesito “funções”, a primeira e, certamente, a principal seria a

de identificar, ou seja, tornar uma companhia diferente das demais. Em complemento,

teríamos a função de informar, na perspectiva de promover os valores da empresa e

fortalecer sua própria imagem perante o mercado. E, por fim, a terceira função seria a de

promover, no sentido de agarrar a atenção do consumidor e proporcioná-lo uma

experiência com uma mensagem inesquecível daquela companhia. Já as áreas de

atuação, podem ser destacadas como: o design para informar, que necessita aptidão

para apresentar informações de maneira verbal e não verbal; design para persuadir, o

qual se destaca nas áreas da publicidade, propaganda e comunicação, e tem função de

influenciar o público-alvo; design para educar, no sentido de auxiliar no entendimento da

mensagem que deseja ser transmitida; e, finalmente, o design para administrar, que

coopera na organização da informação no ambiente macro, em um sistema.

Funções Atuações

Identificar Informação

Informar Persuasão

Promover Educação

Administração

Quadro 1 – Relação entre função e atuação do design gráfico. Fonte: Adaptado de Hollis (2000) e

Frascara (2005)

Diante de tudo que já foi exposto, o design gráfico instaura-se como objeto

concretizador da comunicação institucional e encontra base nos conceitos de Fuentes

(2006) ao compreender o mundo de modo mais visual, agindo de maneira é criar um elo

entre emissor e receptor. A esta área fica atribuída a imagem de comunicador, estreitando

os conceitos relativos a informação, promoção e persuasão, delimitando sua posição no

mercado frente a comunicação institucional, consolidando as estratégias relacionadas e

implantadas, otimizando a interpretação, a ordenação e apresentação visual das

mensagens, estabelecendo a harmonia entre os fatores estéticos da forma e do

conteúdo, posicionando-se como especialista na comunicação visual, articulando de

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maneira estratégica os conceitos de linguagem visual, comunicação, percepção visual,

administração dos recursos econômicos, tecnológicos e mídias. (FRASCARA, 2005)

O autor afirma ainda sobre comunicação visual que, para que ela possa influenciar

o conhecimento das pessoas, as atitudes e o comportamento delas, deve ser bem

entendida, proporcionando uma atração e convencimento por parte delas. Frascara

(2005) acrescenta que as mensagens visuais devem ser elaboradas tendo como alicerce

um conhecimento a respeito da percepção visual, da psicologia do conhecimento e da

conduta. O design gráfico, tendo por foco o ser humano, atua de maneira a criar a melhor

relação entre forma e conteúdo, contribuindo para a compreensão do que é verbal e não

verbal, usando, sobretudo, um conjunto amplo de elementos e linguagem visual. Sobre

esse tipo de linguagem, Dondis (2000) e Munari (2000), concordam afirmando que ela

deve ser vista como algo próprio do homem, evoluindo, pois, de forma auditiva, pura e

primitiva, até a habilidade do ler e escrever. O autor reforça dizendo que dentre as formas

de comunicação humana, a visual é a única que não segue regras ou métodos pré-

estabelicidos, tanto para a expressão, tanto para o entendimento.

Dondis (2000) complementa acerca da comunicação, afirmando que o design

gráfico deve ser executado de maneira racional e conduzida pela consciência, valendo-

se da união das experiências, formação, conhecimentos diversos, pensamento crítico e

reflexivo de cada um. Com isso, os elementos visuais são trabalhados a fim de se

contituirem como uma mensagem a qual deve ser entendida de forma objetiva.

Seguindo a mesma ótica de pensamento, Niemeyer (2002); ADG (2004) e

Fascioni (2006), afirmam que ao design gráfico é atribuído uma responsabilidade quanto

ao branding, uma vez que trabalhá-lo em uma perspectiva estratégica, contribui

necessariamente para uma melhor relação entre os elementos visuais de uma marca.

Segundo Niemeyer (2002), está sob conduta do designer gráfico a elaboração de

todo o sistema de identidade visual de uma empresa, não apenas no desenvolvimento

do logotipo e/ou símbolo. Todavia, deve-se atribuir a este profissonal a responsabilidade

quanto a concepção da imagem como um todo da empresa frente ao mercado,

posicionando o designer gráfico como um agente ativo do branding, bem como do

planejamento estratégico da empresa.

ADG (2004) corrobora com Niemeyer (2002) dizendo que o desenvolvimento

dessa identidade visual completa é:

[...] trabalho do designer gráfico por excelência [...] não se tratando mais apenas a coordenar o conjunto de mensagens visuais de uma corporação, mas de planejar estrategicamente a construção de imagem. Abre-se uma área de atuação de amplo alcance, que engloba desde a estrutura administrativa da empresa até as diversas formas de contato com os stakeholders. Na

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sociedade da imagem, é vital que uma corporação saiba construir e administrar sua própria marca, sob pena de sucumbir num mercado cada vez mais competitivo. O nome do profissional responsável por essa tarefa é o designer gráfico.

Fortalecendo ainda mais esse ponto de vista, Fascioni (2006) afirma que uma das

funções do design gráfico, se não a mais importante, é traduzir o que de fato a corporação

é, tendo o cuidado para que não se tenha contradições entre essa realidade e o que a

comunicação visual pretende transmitir.

4.4. CONCEITO DE MARKETING

O mercado atualmente é marcado por uma característica de mudança muito

intensa gerando constantemente novas tecnologias. Há forte investimento nessa área

devido a necessidade de diferenciação das empresas perante seus concorrentes. Essas

frequentes mudanças interferiram diretamente na maneira de se administrar uma

companhia, forçando-as a atuarem como um sistema aberto em interação com o

ambiente.

Tendo, pois, em mãos um empresa bem estrutura sistematicamente, a área do

marketing é apresentado como o principal no quesito relacionamento entre empresa e

ambiente externo, o qual inclui os consumidores e clientes. O marketing, portanto, possui

a fundamental função de desenvolver as companhias a partir da criação de métodos de

geração de valor para o público-alvo da empresa. Nesse ponto de vista, esta área se

torna uma atividade a qual envolve criação, comunicação e entrega de valor aos clientes,

sem deixar de lado a todos, que de forma direta ou indiretamente, estão ligados ao objeto

a ser comercializado.

A palavra marketing tem sua origem na língua inglesa, que traduzida literalmente

significa mercado. Desta maneira, pode-se afirmar, que marketing caracteriza-se por ser

o estudo de mercado, uma vez que seja uma ferramenta de administração a qual permite

a observância das tendências de mercado, bem como novas oportunidades de consumo,

visando, naturalmente, a satisfação do cliente e, desta maneira, atendendo aos objetivos

financeiros das organizações.

O caminho a ser percorrido pelo marketing, basicamente, é apresentar o produto

aos pontenciais consumidores, fazê-los desejar adquirir tal produto e, finalmente, levá-

los a comprá-lo. Essencialmente, a área do marketing deve estar atenta aos mínimos

detalhes do produto ou serviço a ser lançado. Nessa ótica, Las Casas (1994), conceitua

marketing como a atividade com o fim de satifação do cliente a partir de relações de troca,

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tendo em vista a busca por alcançar os objetivos tanto da empresa quanto dos

consumidores e, claro, sempre considerando o ambiente de atuação e o resultado do

relacionamento entre companhia e cliente.

Já para Cobra (2003), o marketing, essencialmente, é um estado de mente, ou

seja, os profissionais da área adotam a mentalidade do público consumidor e apoia suas

decisões com base na necessidade deles. Para Giuliani (2003), seria um conjunto de

elementos com o fim de se adaptar o produto ou serviço a ser lançado no mercado, com

o propósito de prender o cliente a empresa, tornando-o fiel.

Um dos conceitos mais propagados e utilizados é de Levitt (1990), o qual afirma

que marketing nada mais é que a ação de obter e reter clientes. Nos dias de hoje,

certamente, essa área engloba muito mais do que apenas obter e reter clientes. A

empresa, por exemplo, necessita realizar pesquisas com seu público-alvo para melhor

entende-los, e assim apresentar novos produtos e serviços de forma mais eficaz, os quais

estejam de acordo com o gosto e necessidade de seus possíveis consumidores.

Para que uma empresa atinja as metas de forma eficaz atualmente, McDaniel

(2006) articula um conceito de marketing que depende de três tipos de orientação: do

consumidor, de metas e de sistemas. A primeira delas diz respeito a busca pela

identificação do indivíduo ou empresa mais propensa a comprar um produto que satisfaça

os desejos do público-alvo. Já a orientação de metas, segundo McDaniel (2006),

acontece quando a empresa é orientada para o consumidor na medida em que a empresa

também atinge suas metas. Por último, a orientação de sistemas diz respeito a

organização como um todo que seja funcional.

Toda empresa que tenha em vista um crescimento de sucesso necessita

desenvolver de forma eficiente seu processo de marketing, utilizando, sem sombra de

dúvidas, métodos e ferramentas que a ajudem a potencializar os resultados. Do ponto de

vista de Kotler (2000), em complemento, o marketing acontece primeiramente com as

análises das oportunidades do mercado, partindo, por consequência, para a escolha do

público-alvo , a concepção de estratégias, o planejamento de ações e a execução delas.

O bom resultado e andamento ao longo desse percurso depende essencialmente dos

esforços aplicados em cada etapa e do controle dos resultados alcançados.

Para finalizar esse tópico, Nickels e Wood (1999) também conceituam marketing

dividindo-o em três partes, desta vez em princípios que são: uma orientação para o

consumidor-alvo; o gerenciamento e integração de todas as atividades de marketing; e

uma orientação para o lucro. Em outras palavras, os autores citados acreditam que as

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empresas deveriam se concentrar, sobretudo, na satifação dos desejos de seus clientes

a fim de atenderem seus próprios interesses de longo prazo, como a lucratividade.

4.5. DEFINIÇÃO DE ESTÉTICA

4.5.1. CONCEITO DE ESTÉTICA

Segundo Aranha e Martins (1990) a origem etimológica da palavra estética “vem

do grego aisthesis com o significado de ‘faculdade de sentir’, ‘compreensão pelos

sentidos’, ‘percepção totalizante’”. Apesar de seu significado grego, o conceito formal

dessa palavra só se deu ao longo da história a partir do pensamento de inúmeros filósofos

e estudiosos. Ainda para Bomfim (1997), a área da estética pode ser visualizada de três

pontos de vistas diferentes: o emocional, racional e moral. Abaixo encontra-se uma

melhor definição de cada um desses grupos:

A Estética quanto à Emoção: A primeira lente a enxergarmos esta área será pelo

viés da emoção cujo teor envolve a subjetividade do sentimento, o efeito no ser humano

e os estímulos sensoriais. Sua base e origem foi construída, sobretudo, na Grécia antiga

antes de Cristo. Tais pensadores e pensamentos foram fundamentais para a elaboração

do pensamento ocidental e, futuramente, o conceito de estética. Os nomes mais

relevantes desta categoria seria:

Heráclito (540-480 a.C.) – foi um filósofo grego pré-socrático, o qual era famoso

por sua insistência na mudança sempre presente como sendo a essência fundamental

do universo. Além disso, ele possuia um forte compromisso com a unidade dos opostos

no mundo, afirmando que "o caminho para cima e para baixo é um e o mesmo". Heráclito

também foi o criador de uma chamada "lei universal" a qual regia a todos - Logos - que

traduzida literalmente do grego significaria "razão".

Sócrates (470 a 399 a.C.) – era um filósofo grego clássico nascido em Atenas e

conhecido como um dos fundadores da filosofia ocidental. Sócrates também tornou-se

famoso, principalmente, pelo seu contributo para o campo da ética e seu lema "conhece-

te a ti mesmo", o qual exprimia a ideia de que o perfeito conhecimento do homem é o fim

da razão enquanto a moral seria o centro para o qual convergem todas as partes da

filosofia.

Platão (428 a 347 a.C.) – foi um filósofo na Grécia Clássica e o fundador da

Academia em Atenas, a primeira instituição de ensino superior no mundo ocidental.

Também foi aluno de Sócrates e professor de Aristóteles e considerado a figura mais

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fundamental no desenvolvimento da filosofia, especialmente a tradição ocidental. Foi

autor de uma vasta coleção de obras e sua principal teoria era da existência de dois

mundos: o físico e o das ideias.

Aristóteles (384 – 322 a.C.) – foi um grande filósofo grego e professor de Alexandre

o Grande. Aristóteles fundou sua própria escola, o Liceu, em Atenas, onde passou a maior

parte do resto de sua vida estudando, ensinando e escrevendo. Ele acreditava que a

inteligência aproximava o homem da divindade, sendo assim a maior das virtudes

humanas. Aristóteles ainda contribuiu com seus conhecimentos para a ética, a política, a

física, a lógica, a psicologia, a poesia, a retórica, entre outras áreas.

A Estética quanto à Razão: Em complemento, a segunda lente pelo qual

enxergaremos a estética é a razão. Nesse sentido, o nome que mais contribuiu, afirmando

que a razão seria inferior ao sentimento, no que diz respeito a estética, foi:

Alexander Gottlieb Baumgarten (1714 – 1762) – filósofo alemão que apropriou-se

da palavra estética, que sempre significou "sensação", para significar gosto ou "senso"

de beleza. Ao fazê-lo, ele deu à palavra um significado diferente, inventando assim seu

uso moderno. Baumgarten acreditava que a arte seria a união entre inteligência e

sentidos, tornando-se um conjunto entre elementos objetivos e subjetivos. A obra que

traz a cerca do pensamento estético é “Estética: a lógica da arte e do poema”.

A Estética quanto à Moral: Por último temos a lente da moral para observarmos a

estética. Esta etapa diz respeito a elencar quais ações seriam consideradas corretas no

âmbito da estética. O autor mais relevante nesse sentido seria:

Gottfried Wilhelm Leibniz (1646 a 1716) – foi um polímata, filósofo, cientista,

matemático, diplomata e bibliotecário alemão. Leibniz deixou uma vasta obra escrita

onde, a partir do pensamento de Descartes e Aristóteles, afirmava que a vida se vivida

segundo um padrão ético honroso, livraria o indivíduo de punições por parte de Deus.

Além disso, baseava sua ética como consequência de um princípio de causa e

consequência.

4.5.2. CATEGORIZANDO ESTÉTICA

Para este trabalho de conclusão de curso, o pensamento de estética mais

relevante seria o aristotélico, uma vez que esse filósofo se pauta na realidade e divide

esta área em categorias que serão apropriadas nas análises dos logotipos e símbolos

apresentados a frente. Essa categorização acontece a partir de uma escala constituída

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pelos seguintes elementos: beleza do horrivel, beleza do feio, risível, gracioso, belo e

sublime.

Segundo Suassuna (1996), Aristóteles sofria uma grande influência do teatro

grego na construção da escala citada e, por este motivo, criou mais duas categorias: o

cômico e o trágico, sendo o primeiro a expressão mais negativa e o seguinte a expressão

mais positiva. Todavia, elas são apenas aplicadas em situações e conceitos,

normalmente ligadas a algum ensinamento, o que não serão utilizadas neste estudo.

Abaixo temos a definição do que seria cada uma das categorias de Aristóteles:

Sublime: este categoria seria o ápice na escala da estética positivamente e, vale

ressaltar, de forma exagerada. Ele representaria o que há de mais correto e virtuoso.

Agregaria a mais perfeita hamornia entre as coisas. Dessa forma, esse elemento é capaz

de causar o maior impacto no receptor e estar sempre conectado a ideia de elevação do

espírito, perfeição e nobreza.

Belo: este segundo elemento possui características muito positivas e valorosas,

contudo não é visto de maneira demasiado como o Sublime, apesar de ainda ocupar uma

posição acima da média. Agrega em si também conceitos como elevação, harmonia,

imponência, porém sentidas em um patamar abaixo da categoria acima.

Gracioso: esta terceira categoria encontra-se ainda no lado positivo da escala

ocupando uma posição abaixo das anteriores. O Gracioso representa uma expressão da

beleza em intensidade menor, mas continua incluindo características harmoniosas e

agradáveis. O que lhe difere das categorias citadas acima é apenas a grandiosidade a

qual a esta lhe falta.

Risível: o primeiro do lado negativo da escala, a esfera do Risível está na mesma

proporção que ao Gracioso representando expressões de intensidade diminuida, contudo

no contexto negativo, não havendo, por conseguinte, defeitos graves. Ainda, esta

categoria é capaz de gerar desarmonia e sensações desconfortáveis àqueles que tem

contato com ela. Basicamente, este conceito é entendido como uma distorção dos demais

conceitos.

A Beleza do Feio: para Aristóteles o Belo está para o lado positivo, assim como a

Beleza do Feio está para a porção negativa da estética e ocupa um patamar acima do

Risível por seu caráter mais intenso. Vale salientar que a categorização do lado negativo

da escala é vista por Aristóletes como sendo gerada propositadamente e, por este motivo,

neste caso específico, tal esfera não é chamada apenas de “feio” por não se tratar de

juízo de valor, sendo, portanto, algo intencional. Esta categoria ter por objetivo impactar

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o receptor com sensações desagradáveis podendo até causá-lo algum prazer com a

experiência.

A Beleza do Horrível: este último elemento é o que teremos de mais intenso

negativamente nas análises deste trabalho de conclusão de curso. Assim como outros

anteriores, a Beleza do Horrível também tem um correspondente, o qual seria o Sublime.

Poderemos encontrar na esfera da Beleza do Horrível também o exagero visto em seu

oposto positivo. Nesta categoria se encontra as ações mais graves e perversas praticadas

pelo ser humano. Em outras palavras, seria retratadado, basicamente, a escuridão da

vida.

Por fim temos as categorias Trágico e Cômico, as quais não serão aprofundadas

no escopo desse projeto pelo fato de não serem necessárias na análise de logotipos.

Todavia, por se tratarem de situações, a primeira seria constituída de ações limites e

complexas das quais se geraria sensações de terror e piedade no público. E a outra

categoria, apesar de normalmente associarmos o “cômico” ao engraçado, para

Aristóteles, essa esfera representaria a distorção da realidade, uma fantasia.

Abaixo encontra-se uma imagem ilustrativo do que como seria a escala de estética

proposta por Aristóteles.

Figura 3 – Escala de estética de Aristóteles. Fonte: Suassuna (1996)

Em suma, Aristóteles foi capaz que criar uma graduação de conceitos estéticos

entre o extremamente belo e o extremamente horrível passando por suas classificações

intermediárias de acordo com a variação de suas respectivas intensidades.

5.0 PREPARATIVOS DA ANÁLISE

Neste capítulo será visto as startups que foram analisadas, o que elas fazem e,

por fim, o caminho trilhado na análise dos logos dessas empresas. Todavia, antes de

qualquer progresso, se faz necessário definir-se quais as técnicas utilizadas na análise

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em questão. O capítulo, ainda, encontra-se divido em três seções: as técnicas, as startups

e o funcionamento da análise.

5.1. AS TÉCNICAS

Como é sabido entre os designers, técnicas para avaliações estéticas e

semânticas em design em geral são carentes na literatura, uma vez que, olhando pelo

ponto de vista artístico a qual essa esfera, direta ou indiretamente, está inserida, torna o

“design” um tanto subjetivo, o que inevitavelmente contribui para uma dificuldade no

quesito avaliação daquilo que seria bom ou ruim, bonito ou feio, coerente ou incoerente.

Tendo em vista o que foi citado, percebeu-se que havia uma relativa escacez de

técnicas as quais analisavam o design por este ponto de vista e, a fim de tornar este

trabalho mais completo, foi escolhido duas delas, que unidas, gerariam resultados e

contribuições mais acertivas às empresas em questão. A primeira técnica utilizada foi

desenvolvida por Rocha (2007) e é chamada de “Peripatécnica”, nome este inspirado na

escola ao ar livre de Liceu criada por Aristóteles, “Peripatética”. Toda ela está

fundamentada no que foi exposto no capítulo de referencial teórico na seção estética,

onde foi apresentado a escala deste filósofo. Rocha (2007) apenas aplicou a escala sobre

trabalhos de design como capas de CDs, design automotivo, design de games, e as

interpretou de maneira a constatar se o que havia sido desenvolvido estava na mesma

categoria estética a qual o público em geral sugeria como mais apropriada.

Do ângulo semântico, foi escolhida a técnica de avaliação de marcas sugerida por

Strunck (2007), em que o autor analisa qualidades encontradas na identidade visual da

empresa em investigação. Ele sugere esse tipo de pesquisa, uma vez que acredite que

“é fundamental que se tenha em mente que os elementos criados irão ser consumidos

por determinado público e que as pessoas que trabalham numa empresa têm,

normalmente, uma visão muito viciada dela própria.” (STRUNCK, 2007)

Para sua técnica, o autor sugere a aplicação de um questionário a um certo

número de pessoas contendo, por exemplo, a tabela 3 abaixo, em que são registradas

qualidades cujas identidades visuais podem possuir. Sua escala analítica varia entre

definir essas qualidades como inexistentes, com a opção “neutro”; pouco presente, na

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aba “mais ou menos”, representada pela simbologia “+/-” ou, por fim, muito presente, com

a opção “muito”.

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

Tabela 3 – Tabela para avalição de marcas proposta por Strunck (2007). Fonte: Strunck (2007)

As qualidades que compõe a tabela de Strunck (2007) são postas sempre com

seus respectivos antagônicos. A maioria delas são claras e de fácil interpretação para

qualquer pessoa. Outras são melhor entendidas por aqueles que já tiveram algum contato

com área do design, mas, certamente, não é complexo o entendimento do uso de tais

adjetivos para qualificar identidades visuais.

Com a união dessas duas técnicas, o objetivo deste trabalho de conclusão de

curso teria fundamento para fazer uma boa avaliação estética e semântica das marcas a

partir do logo das empresas e, por consequência, contribuir para o melhoramento da

imagem delas frente ao mercado e seu público-alvo.

5.2. AS STARTUPS

Nesta seção serão apresentadas as startups que foram escolhidas para que seus

logos fossem avaliados. Como desdobramento do trabalho de conclusão de curso I, a

qual tinha como temática propor meios para fortalecer as startups e garanti-las uma

sobrevida maior do que, naturalmente, se ver hoje no mercado, este projeto tem, como

uma de suas ideias, contribuir com a pós sobrevivência dessas empresas. As startups

conseguiram superar seus primeiros anos de vida, e agora? Como posso fortalecê-las?

Um dos caminhos é ter uma boa imagem a ser divulgada ao público.

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Nesse sentido, foram selecionadas cinco startups que compõe a “Inova” – a

incubadora de empresas de tecnologia da informação do Instituto Metrópole Digital na

UFRN. Abaixo segue o quadro 1 composto pelo nome das empresas e suas respectivas

identidades visuais:

Nome da startup Identidade visual

Natal Makers

Surfmappers

WebOne

Studio Gepetta

Aresta 3D

Quadro 2 - Nome das startups analisadas e suas identidades visuais. Fonte: Autor (2017).

A Natal Makers é uma empresa nascida no Rio Grande do Norte que presta

serviços no desenvolvimento de dispositivos embarcados – o que nada mais é que um

sistema microprocessado no qual o computador é dedicado ao dispositivo ou sistema que

ele controla. Esta startup participa de todas as etapas da elaboração de projetos dos

sistemas, prestando assistência desde a concepção da ideia até a sua implementação

em hardware e software. Sua missão, segundo a própria empresa, “é transformar ideias

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em realidade, por meio do uso de sistemas embarcados e tecnologias associadas,

eliminandos os obstáculos criativos, técnicos e comerciais.”

Já a Surfmappers é um website para fotógrafos de surf venderem suas fotos e

estarem sempre em contato com o cliente desse nicho. A plataforma também tem um

caráter de rede social para os surfistas e seus fotógrafos. Nela é possível navegar por

diferentes portfólios e adquirir a fotografia a partir do pagamento. Basicamente, esta

startup é uma recriação, na esfera do surf, de sites como “shutterstock” e “gettyimages”.

A startup chamada WebOne é uma empresa que trabalha no ramo médico com

especialidade em telerradiologia e armazenamento de imagem médica. Além disso, essa

startup promove consultoria a outras empresas sobre instalação dos produtos, operação

de recursos, cuidados e manutenção.

O Studio Gepetta é um estúdio especializado em animação digital para empresas.

Esta startup é capaz de produzir uma comunicação empresarial por meio de contação de

histórias, transmitindo de forma simples e conectada ao público, produzindo conteúdos

para comunicação interna, institucionais e marketing. A empresa foi fundada em 2015 e

seu conceito inovador tem suas origens na França, fazendo com que consultores em

comunicação estratégica e equipe criativa em ilustração e motion design, trabalhem de

mãos dadas para o benefício corporativo.

Por fim, temos a startup que tem por foco a impressão 3D chamada Aresta 3D.

Esta empresa trabalha com produtos personalizados, scanner 3D, construção de

máquinas, engenharia mecatrônica e engenharia mecânica.

5.3. FUNCIONAMENTO DA ANÁLISE

O que será apresentado neste tópico é o modo como a análise foi realizada. Ela

consistiu na elaboração de um questionário, o qual encontra-se no anexo A no final deste

trabalho, composto pelas duas técnicas apresentadas previamente e aplicados a vinte

pessoas de forma aleatória no Departamento de Artes da UFRN. Além disso, foram

organizados outros questionários, que apenas continham a tabela de Strunck (2007), e

aplicados às startups em investigação.

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Esse processo teria por fim, primeiramente, classificar, baseado na resposta do

público em geral, a que categoria estética a identidade visual analisada pertenceria

alocando-a na escala de Aristóteles, etapa da técnica de Rocha (2007). Após isso,

comparar, a partir da tabela de Strunck (2007), semanticamente qual a visão do público

em geral sobre a marca em análise e o ponto de vista da própria empresa.

Para a aplicação da “Peripatécnica” de Rocha (2007), vale salientar que o autor

indica palavras-chaves – palavras equivalentes, segundo ele - das quais o designer pode

se valer na interpretação das respostas do público. Contudo ele afirma que não

necessariamente as pessoas se expressarão usando uma dessas palavras-chaves e, por

tal motivo, esta análise deve ser feita com cuidado. O autor construiu uma tabela de

equivalência (tabela 4 apresentada abaixo) onde coloca lado a lado a categoria proposta

por Aristóteles e sinônimos, gírias e expressões que possuam significado ou sentidos na

mesma proporção.

Categoria da estética Termos de equivalência

Beleza do Horrível Tenebroso, grotesco, “podre”, asqueroso, horrível...

Beleza do Feio Feio, pobre, nojento, seboso, desagradável...

Risível Feioso, desengonçado, sem graça, ruim, confuso...

Gracioso Fofo, meigo, engraçadinho, bonito...

Belo Lindo, irado, bacana, refinado, interessante...

Sublime Incrível, maravilhoso, divino...

Tabela 4 – Exemplo de tabela de equivalências. Fonte: Adaptado de Rocha (2007)

Já com relação a análise da tabela de Strunck (2007), ela se daria em duas etapas:

inicialmente uma avaliação de respostas correspondentes, onde seria observado se o

ponto de vista do público em geral ocupa os mesmos lugares na tabela do ponto de vista

da empresa sobre ela mesma. O resultado dessa primeira fase seria uma porcetagem de

correspondência, a qual indicaria se ambas as visões se convergem ou divergem.

Entretanto o produto dessa etapa seria muito superficial para se chegar a conclusões

relevantes.

Por outro lado, a segunda etapa seria posta em prática com o fim de aprofundar-

se na investigação dos dois ângulos de visão. Ela seria um fase de observação apurada

e detalhada sobre cada qualidade encontrada na tabela, em que seria visto se tanto o

público em geral e a startup comungam da mesma opinião (ocupando o mesmo lugar na

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tabela), se ela diverge em intensidade, mas participa da mesma esfera semântica (por

exemplo, ambos acreditam que o logo possue uma determinada qualidade, mas o público

opinou como uma qualidade muito presente e a empresa como uma qualidade

intermediária) ou se as opiniões são totalmente contrárias em intensidade e sentido (por

exemplo, quando o público opinou em uma característica para a identidade visual e a

empresa enxerga de forma antagônica).

Tendo em mãos os resultados dessa análise em três partes, será possível

entender se de fato a marca analisada transmite as pessoas a mensagem esperada pela

empresa e, em caso negativo, propor mudanças direcionadas a startup.

6.0 A ANÁLISE E SEUS RESULTADOS

Finalmente neste tópico será abordado a análise das marcas das startups,

descritas no capítulo anterior, juntamente com seus resultados. A pesquisa foi aplicada a

vinte pessoas aleatoriamente no Departamente de Artes da UFRN e dentre elas 95% -

equivalentes a 19 pessoas - entre jovens e adultos, cursavam alguma graduação em

design ou já haviam cursado, o que demonstra uma investigação especialista, uma vez

que o público em geral tinha conhecimentos na área e poderiam utilizá-los em uma

análise minunciosa.

Este capítulo encontra-se dividido em cinco partes, as quais correspondem a cada

startup analisada.

6.1. NATAL MAKERS

Após a aplicação dos questionários, foi-se obtido que cerca de 55% das pessoas,

ou seja, 11 participantes se viam como potenciais clientes da empresa. Esta pergunta foi

elaborada com a intenção de demonstrar se, mercadologicamente falando, essa startup

possuia uma considerável porcetagem de clientes, o que, naturalmente, ajudaria a

empresa a se manter como fornecedora daquele determinado serviço. O valor apurado

demonstra que a Natal Makers detêm um nicho de mercado bom pelo seu valor

relativamente alto.

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Todavia, apesar do grande número de clientes potenciais da empresa, os

comentários sobre a marca foram negativos majoritariamente. Houveram críticas,

principalmente, a tipografia usada no logotipo, afirmando-se que ela se tratava de ser

uma “fonte desagradável”, “inadequada” e “feia”. Foi citado também por vezes que a

marca era “confusa” e que lembrava algo relacionado a picolés pelo formato da letra “m”

em “makers”. Aplicando tais comentários a técnica de Rocha (2007), a categoria a qual

se mostra mais apropriada a logo do Natal Makers seria uma variação entre o Risível e a

Beleza do Feio. Percebe-se, portanto, que a identidade visual investigada encontra-se

inserida na porção negativa da tabela de Aritóteles e o que, consequentemente, exigiria

dos diretores da startup uma possível tomada de decisão para a mudança dela.

Figura 4 - Escala demonstrativa da posição onde se encontra a startup Natal Makers na escala de

Aristóteles. Fonte: Autor (2017)

Naturalmente com o resultado da aplicação da primeira metodologia, é percebido

que, provavelmente, a mensagem que a empresa deseja transmitir dela mesma não está

sendo compreendida, uma vez que seu produto foi negativo.

Já com relação ao preenchimento da tabela de Strunck (2007), os resultados, tanto

do ponto de vista das pessoas quanto do ponto de vista da própria empresa, encontram-

se abaixo respectivamente:

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QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino 4 14 1 1 Masculino

Velho 1 10 3 4 2 Novo

Bonito 2 6 5 7 Feio

Refinado 1 5 9 5 Bruto

Passivo 6 10 2 2 Ativo

Caro 3 11 6 Barato

Charmoso 1 7 8 4 Seco

Com estilo 3 1 7 9 Sem estilo

Comum 7 5 5 3 Diferente

Amigável 4 5 8 3 Hostil

Relacionado ao negócio 2 4 3 8 3

Não relacionado ao negócio

Tabela 5 – Natal Makers – ponto de vista do público. Fonte: Autor (2017)

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

Tabela 6 – Natal Makers – ponto de vista da empresa. Fonte: Autor (2017)

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

Tabela 7 – Natal Makers – opiniões convergentes. Fonte: Autor (2017)

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O que podemos concluir primeiramente nessa etapa da investigação é que os dois

distintos ângulos de visão convergem em torno de 27% - o que resulta em apenas três

respostas similares. Ambos concordaram em acreditar que a identidade visual analisada

têm características de aparentar ser mais ou menos “velha” e “barata” e muito “sem

estilo”.

Contudo, apesar das respostas não terem sido exatamente as mesmas e, por

conseguinte, a porcentagem de correspondência ter sido baixa, as duas opiniões ainda

se aproximaram na qualidade “bonito-feio” participando juntas da esfera tendenciosa para

o lado “feio”. As outras qualidades analisadas, de fato, apresentam uma variação de

opinião considerável, por exemplo a startup acreditar que seu logo seja amigável para o

público, e, por outro lado, este mesmo público se mostrar neutra diante desse aspecto.

Ou melhor, a empresa visualizar uma correspondência entre sua marca e o ramo de

atuação, porém essa mesma relação não ser percebida pelo público entrevistado.

Em conclusão a esta análise da Natal Makers, o que se pode observar é a

diferença de opiniões quanto a mesma identidade visual. Isso demonstra a

dissemelhança entre a mensagem transmitida pela startup e a recebida pelo receptor,

confirmando, portanto, a primeira suposição após resultado da técnica de Rocha (2007).

Além disso, durante o processo de escrita deste trabalho de conlcusão de curso e

após aplicação de todos os questionários ao público em geral e análise realizada, a

empresa Natal Makers informou uma atualização em sua identidade visual – ilustrada

abaixo na figura 5. Todavia, infelizmente, pelo informativo ter ocorrido em meados do mês

de outubro, não foi possível a investigação da mesma.

Figura 5 – Nova identidade visual da empresa Natal Makers. Fonte: Natal Makers (2017)

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6.2. SURFMAPPERS

Assim como foi feito com a startup anterior, procurou-se saber o percentual de

pessoas dentre os participantes da pesquisa os quais se viam como possíveis clientes

da Surfmappers. Com isso, teve-se como resultado que apenas 15% - equivalentes a 3

voluntários – se enquadravam nesse grupo, revelando, consequentemente, um nicho

mercadológico muito restrito.

Dentre todas as identidades visuais avaliadas, esta empresa foi a mais elogiada

por sua marca. De maneira geral, os comentários foram críticas positivas quanto as cores

e a tipografia usadas, classificando-as como: “agradáveis” e “bonitas”. Adjetivos tais

como: “claro”, “refrescante”, “jovem”, “atual”, “amigável” e mais ou menos “refinado” foram

usados para qualificá-lo. Houveram ainda citações isoladas como: “confuso quanto a ser

uma plataforma web” e “perfeitamente adequada a proposta”, porém que não se

sobressairam no contexto geral. Portanto, embasados nos comentários acima, a

categoria estética que melhor resume essa identidade visual seria o Belo.

Figura 6 - Escala demonstrativa da posição onde se encontra a startup Surfmappers na escala de

Aristóteles. Fonte: Autor (2017)

Tendo, pois, esse resultado é esperado que a mensagem impressa nas pessoas

a partir da identidade visual, de fato, esteja sendo bem compreendida, uma vez que, ao

menos esteticamente, esta identidade visual é observada positivamente.

Com relação a tabela de qualidades da marca, os resultados e conclusões

encontram-se abaixo:

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QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino 10 8 2 Masculino

Velho 1 6 8 5 Novo

Bonito 5 8 5 2 Feio

Refinado 2 5 9 4 Bruto

Passivo 5 6 5 4 Ativo

Caro 3 5 8 4 Barato

Charmoso 3 6 7 4 Seco

Com estilo 5 8 4 4 Sem estilo

Comum 3 6 6 4 1 Diferente

Amigável 10 7 3 Hostil

Relacionado ao negócio 12 6 1 1

Não relacionado ao negócio

Tabela 8 – Surfmappers – ponto de vista do público. Fonte: Autor (2017)

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

Tabela 9 – Surfmappers – ponto de vista da empresa. Fonte: Autor (2017)

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

Tabela 10 – Surfmappers – opiniões convergentes. Fonte: Autor (2017)

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Sobre a porcentagem de correspondência entre a tabela dos entrevistados e a

tabela da própria empresa, o valor obtido foi de 64% - 7 respostas iguais do total de 11 -

expondo uma harmonia entre ambos pontos de vista. Além disso, se observada a tabela

com cuidado, percebe-se que as demais respostas não foram exatamente iguais, mas

possuem proximidades entre elas. Curiosamente, na análise das tabelas preenchidas de

Strunck (2007), o que se pode concluir é que o próprio público entrevistado têm um olhar

mais positivo sobre a startup que ela mesma. Isso pode ser visto na qualidade

“relacionado ao negócio – não relacionado ao negócio”, em que os participantes optaram

majoritariamente por acreditar que a ID, de fato, está muito relacionada ao negócio,

contudo a própria Surfmappers marcou como se sua marca estivesse apenas “mais ou

menos” relacionada ao ramo mercadológico.

Em conclusão, o produto da análise que se pode extrair é que, não de maneira

total, mas grande parte da mensagem e percepção da startup sobre ela mesma e sobre

sua identidade visual é percebida e entendida da mesma forma pelo público em geral.

Portanto, as duas metodologias aplicadas conversaram entre si de maneira coerente.

6.3. WEBONE

Com a aplicação dos questionários, obteve-se que apenas 15% do público

entrevistado, o que consiste em 3 participantes, se enxergava como potenciais clientes

da empresa da área da saúde. Tal valor nos direciona a pensar que esta startup atua

sobre um público-alvo muito específico.

Sobre a avaliação estética da marca, as pessoas apresentaram comentários

positivos e negativos de maneira equilibrada. Favoravelmente definiram a ID como

“interessante”, “bonita”, “têm cores adequadas e agradáveis”. Em contra partida, mais de

50% dos entrevistados queixaram-se de achar a marca “confusa”, especificamente, seu

símbolo. A palavra “confusão”, indiscutivelmente, foi a mais citada, o que, por

consequência, abriga esse logo na categoria Risível da escala. Outras pessoas ainda,

comentaram não ver relação entre o nome da empresa e o símbolo da identidade visual

com a área de atuação da startup.

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Figura 7 - Escala demonstrativa da posição onde se encontra a startup WebOne na escala de

Aristóteles. Fonte: Autor (2017)

Facilmente, com o resultado da aplicação da primeira metodologia, é percebido

que há uma grande probabilidade de que a mensagem a qual a startup deseja transmitir

não está sendo entendida já que seu produto foi negativo.

Sobre o preenchimento da tabela de Strunck (2007), os resultados encontram-se

abaixo apresentados da mesma maneira que as anteriores:

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino 1 13 4 2 Masculino

Velho 1 7 5 4 3 Novo

Bonito 2 3 4 9 2 Feio

Refinado 1 3 8 7 1 Bruto

Passivo 1 7 8 4 Ativo

Caro 1 5 10 2 2 Barato

Charmoso 1 3 6 8 2 Seco

Com estilo 2 3 4 8 3 Sem estilo

Comum 5 4 8 3 Diferente

Amigável 2 6 9 3 Hostil

Relacionado ao negócio 1 2 10 1 6

Não relacionado ao negócio

Tabela 11 – WebOne – ponto de vista do público. Fonte: Autor (2017)

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QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

Tabela 12 – WebOne – ponto de vista da empresa. Fonte: Autor (2017)

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

Tabela 13 – WebOne – opiniões convergentes. Fonte: Autor (2017)

A primeira vista é possível visualizarmos que a correspondência entre ambas as

respostas não é alta, obtendo apenas 18% de proximidade entre elas, ou seja, duas

respostas iguais. Além disso, quando observado as tabelas com cuidado, pode-se

enxergar que em determinadas qualidades os pontos de vista são totalmente contrários.

Para melhor ilustrar, pode-se citar o exemplo da qualidade “bonito - feio”, em que,

segundo a própria empresa, sua identidade visual seria tida como muito bonita. Contudo,

no ponto de visto do público em geral, essa mesma ID ocuparia a posição de mais ou

menos feia. Igualmente ao exemplo apresentado, pode-se trazer quanto a qualidade “com

estilo – sem estilo”, em que para a WebOne, sua marca carregava em si uma presença

forte da qualidade “estilo”, o que contrariamente, a visão dos entrevistados mostra como

sendo um logo “sem estilo”.

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Particularmente na investigação desta startup, pode-se observar que as pessoas

demonstraram uma imparcialidade grande a análise, uma vez que, cerca de 64% das

respostas – 7 do total de 11 - ocuparam a posição “neutro”, a qual revela que para o

público esta ID não apresenta características visuais fortes.

Finalizando essa investigação, o que se pode concluir sobre a mensagem

transmitida pela empresa com base em sua marca é que ela não está sendo entendida

da forma desejada pela startup, confirmando o primeiro resultado da “peripatécnica”. Com

base nas tabelas preenchidas, pode-se ver que a empresa têm um olhar muito mais

“romântico” sobre sua ID do que as pessoas, característica que prejudica o negócio frente

ao mercado.

6.4. STUDIO GEPETTA

Com a aplicação dos questionários aos participantes, a pesquisa obteve que cerca

de 80% - equivalentes a 16 pessoas – dos entrevistados se enxergavam como potenciais

clientes da empresa de animação. Este percentual elevado mostra uma procura frequente

pelo tipo de serviço, o qual a startup se propõe a realizar, e, ainda, uma extensa parcela

do mercado dominada pela empresa.

Sobre a avaliação estética da identidade visual do Studio Gepetta, a ID da startup

foi abrigada na posição que varia entre Gracioso e Belo na escala de Aristóteles, etapa

da técnica de Rocha (2007), uma vez que os comentários feitos foram, sobretudo, de

caráter positivo. Adjetivos como: “bom”, “agradável”, “claro”, “tipografia e cores boas”,

“interessante”, “legal”, “limpa” e “eficiente” foram usadas para classificá-la. Ainda,

houveram críticas como: “imitação do Google”, “sem vida” e “apagada” que também foram

observadas, contudo de maneira isolada e em menor presença.

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Figura 8 - Escala demonstrativa da posição onde se encontra a startup Studio Gepetta na escala de

Aristóteles. Fonte: Autor (2017)

Obtendo um produto no lado positivo da “peripatécnica” de Rocha (2007), é

esperado que os mapas conceituais da empresa e do público geral estejam em

convergência. Todavia, para o fim de uma investigação mais minunciosa e detalhada, as

tabelas de Strunck (2007) foram preenchidas pelos participantes e pelos próprios

diretores da empresa em questão como mostradas abaixo:

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino 2 14 3 1 Masculino

Velho 3 1 6 10 Novo

Bonito 11 2 5 1 1 Feio

Refinado 6 9 4 1 Bruto

Passivo 8 8 4 Ativo

Caro 4 11 3 2 Barato

Charmoso 5 6 4 3 2 Seco

Com estilo 8 5 4 2 1 Sem estilo

Comum 1 5 3 9 2 Diferente

Amigável 6 9 3 2 Hostil

Relacionado ao negócio 6 9 3 2

Não relacionado ao negócio

Tabela 14 – Studio Gepetta – ponto de vista do público. Fonte: Autor (2017)

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QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

Tabela 15 – Studio Gepetta – ponto de vista da empresa. Fonte: Autor (2017)

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

Tabela 16 – Studio Gepetta – opiniões convergentes. Fonte: Autor (2017)

Primeiramente com o cálculo da porcentagem de correspondência, foi obtido que

64% - correspondente a 7 de 11 - das respostas foram iguais em ambas as tabelas. Sem

sombra de dúvida, este valor expõe uma consonância nos pontos de vistas sobre a

identidade visual analisada. Em acréscimo, ao olharmos detalhadamente a tabela de

correspondência, é possível concluir que as demais respostas fazem parte da mesma

esfera de sentido, uma vez que todas variam apenas com relação a intensidade da

presença da qualidade. Além disso, em análise a tais respostas, pode-se dizer que a

visão da própria empresa sobre si mesma é mais otismista que a do público,

contrariamente ao caso da startup “Surfmappers”. Comprova-se tal afirmação nas

qualidades “refinado – bruto”, “amigável – hostil” e “relacionado ao negócio – não

relacionado ao negócio”, onde o Studio Gepetta assinalou que tais características

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estavam “muito” presentes na ID, enquanto os participantes acharam que elas estavam

“mais ou menos” presente.

Finalizando esta penúltima pesquisa, pode-se inferir que o mapa conceitual do

Studio Gepetta converge com o dos entrevistados, de maneira geral. Tem-se, portanto,

uma consonância nos resultados de ambas as metodologias.

6.5. ARESTA 3D

Assim como foi feito com as demais empresas acima, iniciaremos a análise da

Aresta 3D observando o percentual de potenciais clientes da startup. Similarmente a

empresa anterior, a Aresta 3D obteve que por volta de 80% - o que representa 16 pessoas

– dos entrevistados acreditavam que poderiam ser clientes dela. Número bastante

elevado e demonstrativo de um mercado considerável, além de expressar que o serviço

o qual essa empresa se propõe a fazer é procurado pelo público em geral.

Com relação aos comentários obtidos na pesquisa sobre a startup, a maior porção

possui um caráter negativo por meio de expressões como “não inovadora”,

“desagradável”, “velho”, “mal acabado”, “sem graça”, “descuidado”, “símbolo e tipografia

sem relação”. Na esfera positiva foi obtido comentários como “boa” e “ok”. O que se pode

observar é que ambos os sentidos não expressam grande intensidade negativa ou

positiva, contudo percebe-se uma presença maior de comentários negativos do que

positivos e isso leva a esta identidade visual a ocupar a categoria Risível, quando aplicada

a Peripatécnica de Rocha (2007).

Figura 9 - Escala demonstrativa da posição onde se encontra a startup Aresta 3D na escala de

Aristóteles. Fonte: Autor (2017)

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É percebido, a partir do produto dessa primeira metodologia, que, provavelmente,

a mensagem a qual a empresa gostaria de imprimir nas pessoas não está sendo

entendida já que seu produto foi negativo.

Já na segunda etapa da aplicação do questionário ao público e a própria empresa,

foi gerado as seguintes tabelas:

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino 1 13 6 Masculino

Velho 4 10 3 2 1 Novo

Bonito 1 3 10 6 Feio

Refinado 1 1 9 8 Bruto

Passivo 4 3 10 3 Ativo

Caro 2 6 7 5 Barato

Charmoso 3 10 7 Seco

Com estilo 1 2 3 6 8 Sem estilo

Comum 8 6 3 3 Diferente

Amigável 1 6 9 3 1 Hostil

Relacionado ao negócio 8 8 2 1 1

Não relacionado ao negócio

Tabela 17 –Aresta 3D – ponto de vista do público. Fonte: Autor (2017)

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

Tabela 18 – Aresta 3D – ponto de vista da empresa. Fonte: Autor (2017)

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QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

Tabela 19 – Aresta 3D – opiniões convergentes. Fonte: Autor (2017)

Sobre a porcentagem de correspondência entre as respostas, pode-se afirmar que

foi um valor elevado chegando a quase 50%, o que traduz-se em 5 respostas idênticas.

Vale salientar que este número só diz respeito as respostas exatamente iguais, contudo

ao analisarmos as demais, percebe-se que majoritariamente a diferença entre a

classificação da qualidade está diferenciada apenas pela intensidade, ou seja, um dos

pontos de vista enxergava um presença relativa daquele item, enquanto o outro lado

acreditava em uma presença maior do mesmo aspecto.

Em geral, os dois ângulos de visão encontram-se em grande concordância.

Destaca-se apenas a qualidade “velho – novo”, em que é possível visualizar uma

discrepância de opinião onde a própria empresa considerou sua ID como “mais ou menos

nova”, mas os entrevistados como “mais ou menos velha”.

Em resumo, o que é factível afirmar é que o caso analisado da Aresta 3D

demonstra uma convergência entre a mensagem impressa pela marca da empresa e a

mensagem recebida pelo público. O resultado final demonstra uma dissonância entre a

primeira metodologia e a segunda, uma vez que a “peripatécnica” de Rocha (2007)

sugeria que os mapas conceituais deveriam ser diferentes, porém, por outro lado, a tabela

de Strunck (2007) demonstrou o contrário.

Ademais, durante o processo de análise e escrita deste trabalho, tristemente essa

startup comunicou, sem justificativas, que estavam encerrando suas atividades.

Infelizmente, a Aresta 3D se tornou mais uma das neo-empresas a entrar nas estatísticas

de falência em seus primeiros anos de vida.

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6.6. CONCLUSÕES

A partir da aplicação dos questionários e reunião e organização dos dados, tornou-

se possível as análises pretendidas no início deste trabalho de conclusão de curso.

Posteriormente a esses passos e baseado nos resultados gerados, conclui-se, portanto,

que as startups Natal Makers e WebOne foram aquelas as quais demonstraram um

dissonância entre a mensagem pretendida pela empresa e a entendida pelos

participantes da pesquisa. Já as demais startups – Surfmappers, Studio Gepetta e a

Aresta 3D – estão sendo capazes de comunicar sua marca as pessoas, não de maneira

ideal e desejada, contudo de modo mais eficiente quando comparado as duas citadas

acima.

E, por fim, com relação a avaliação estética do público participante sobre as

identidades visuais que foram investigadas, pode-se dizer que apenas as empresas

Surfmappers e o Studio Gepetta obtiveram resultados na esfera positiva na escala de

Aristóteles, tais como “Belo” e “Gracioso – Belo”, respectivamente. Contrariamente, as

startups WebOne e Aresta 3D foram classificadas na categoria “Risível” na técnica de

Rocha (2007) ocupando, consequentemente, posições no lado negativo da escala. Na

pior das classificações ficou a empresa Natal Makers sendo posta entre “Beleza do feio

– Risível”.

Portanto, obteve-se que das cinco startups analisadas, quatro delas se mostraram

com resultados entre as metodologias coerentes e apenas a Aresta 3D divergiu das

demais, apresentando um resultado na “peripatécnica” e outro nas tabelas de Strunck

(2007). Enfim, esses resultados têm por pretenção auxiliar a tais empresas a se

reavaliarem e levá-las a tomarem decisões de melhorias sobre elas mesmas.

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54

7.0 DESDOBRAMENTOS

Como continuidade deste trabalho de conclusão de curso poderia ser feito

investigações mais aprofundadas de cada uma dessas startups com o fim de não apenas

analisar suas identidades visuais e tirar conclusões a partir disso, mas também agregar

novos elementos - semiológicos e de gestão, por exemplo - a análise e, ao final, obter-se

um resultado mais amplo e completo, o qual transmitisse uma maior segurança quanto a

possibilidade da empresa obter sucesso ou fracassar.

Na área computacional, poderia ser desenvolvido uma plataforma web ou mesmo

um software de análise de empresas baseados em diversas técnicas de design e

administração, os quais entregassem à empresa um know-how acerca delas mesmas e

pudessem contribuir dando direcionamentos do que deveriam executar a fim de fortalecer

a startup.

Por fim, como atividade para os próprios alunos do bacharelado em design da

UFRN, este trabalho poderia ser disponibilizado para análise e proposto aos estudantes

que desenvolvessem novos redesigns das identidades visuais das startups estudadas.

Isso contribuiria para uma maior visibilidade do curso de design pela universidade federal,

uma valorização do designer junto ao desenvolvimento de uma empresa, além de uma

cooperação do bacharelado para com o IMD assegurando que suas empresas incubadas

gozassem de uma marca bem elaborada e profissional.

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55

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ANEXOS

1. Anexo A – Questionário aplicado as empresas e público em geral:

Questionário de Avaliação de Logos – TCC 2 – Nícolas Conrado

Este questionário tem por objetivo analisar a percepção semântica e estética do

público em geral acerca da construção de logos e comparar com a percepção da própria

empresa sobre seu logo a fim de constatar se a mensagem da startup a ser transmitida

as pessoas realmente está sendo recebida.

• Natal Makers

1) Você cursa ou já cursou algum curso superior em Design: ( ) SIM ( ) NÃO

2) Você seria um potencial cliente desta empresa: ( ) SIM ( ) NÃO

3) Esteticamente falando, qual a sua opinião acerca do logo apresentado acima?

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

4) Segundo seu ponto de vista, preencha a tabela abaixo indicando quais as qualidades que

você percebe no logo em análise.

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

A Natal Makers trabalha no desenvolvimento de dispositivos embarcados, participando ativamente de todas as etapas da elaboração de projetos dos sistemas, prestando assistência desde a concepção da ideia até a sua implementação em hardware e software.

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• Surfmappers

1) Você seria um potencial cliente desta empresa: ( ) SIM ( ) NÃO

2) Esteticamente falando, qual a sua opinião acerca do logo apresentado acima?

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

3) Segundo seu ponto de vista, preencha a tabela abaixo indicando quais as qualidades que

você percebe no logo em análise.

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

O Surfmappers é uma plataforma para fotógrafos de surf venderem suas fotos e estarem sempre em contato com o cliente desse nicho.

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• WebOne

1) Você seria um potencial cliente desta empresa: ( ) SIM ( ) NÃO

2) Esteticamente falando, qual a sua opinião acerca do logo apresentado acima?

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

3) Segundo seu ponto de vista, preencha a tabela abaixo indicando quais as qualidades que

você percebe no logo em análise.

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

O WebOne é uma empresa especializada em telerradiologia e armazenamento de imagem médica.

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• Studio Gepetta

1) Você seria um potencial cliente desta empresa: ( ) SIM ( ) NÃO

2) Esteticamente falando, qual a sua opinião acerca do logo apresentado acima?

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

3) Segundo seu ponto de vista, preencha a tabela abaixo indicando quais as qualidades que

você percebe no logo em análise.

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

O Studio Gepetta é um estúdio especializado em animação digital para empresas. Esta empresa é capaz de produzir uma comunicação empresarial por meio de contação de histórias, transmitindo de forma simples e conectada com o público, produzindo conteúdos para comunicação interna, institucionais e marketing.

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• Aresta 3D

1) Você seria um potencial cliente desta empresa: ( ) SIM ( ) NÃO

2) Esteticamente falando, qual a sua opinião acerca do logo apresentado acima?

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

3) Segundo seu ponto de vista, preencha a tabela abaixo indicando quais as qualidades que

você percebe no logo em análise.

QUALIDADES Muito +/- Neutro +/- Muito QUALIDADES

Feminino Masculino

Velho Novo

Bonito Feio

Refinado Bruto

Passivo Ativo

Caro Barato

Charmoso Seco

Com estilo Sem estilo

Comum Diferente

Amigável Hostil

Relacionado ao negócio

Não relacionado ao negócio

A Aresta 3D é uma empresa especializada em

Impressão 3D na cidade do Natal. Ela trabalha

com produtos personalizados, scanner 3D,

construção de máquinas, engenharia

mecatrônica, engenharia mecânica.