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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO ANNE MARJORIE PARENTE RODRIGUES ALCOFORADO PROGRAMA AGENTES LOCAIS DE INOVAÇÃO: UMA AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE INOVAÇÃO PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO RIO GRANDE DO NORTE Natal/RN 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

ANNE MARJORIE PARENTE RODRIGUES ALCOFORADO

PROGRAMA AGENTES LOCAIS DE INOVAÇÃO: UMA AVALIAÇÃO DA

POLÍTICA DE INOVAÇÃO PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO RIO

GRANDE DO NORTE

Natal/RN

2019

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ANNE MARJORIE PARENTE RODRIGUES ALCOFORADO

PROGRAMA AGENTES LOCAIS DE INOVAÇÃO: UMA AVALIAÇÃO DA

POLÍTICA DE INOVAÇÃO PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO RIO

GRANDE DO NORTE

Defesa de mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Administração da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (PPGA/UFRN),

como requisito para a obtenção do grau de Mestre

em Administração

Orientadora: Raquel Menezes Bezerra Sampaio.

Natal/RN

2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Alcoforado, Anne Marjorie Parente Rodrigues.

Programa Agentes Locais de Inovação: uma avaliação da política

de inovação para as micro e pequenas empresas do Rio Grande do Norte / Anne Marjorie Parente Rodrigues Alcoforado. - 2019.

141f.: il.

Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas,

Programa de Pós Graduação em Administração. Natal, RN, 2019.

Orientador: Prof. Drª. Raquel Menezes Bezerra Sampaio.

1. Programa Agentes Locais de Inovação - Dissertação. 2.

Inovação - Empresas de Pequeno Porte - Dissertação. 3. Regressão

- Dissertação. I. Sampaio, Raquel Menezes Bezerra. II.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/Biblioteca do CCSA CDU 005.342

Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

PROGRAMA AGENTES LOCAIS DE INOVAÇÃO: UMA AVALIAÇÃO DA

POLÍTICA DE INOVAÇÃO PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO RIO

GRANDE DO NORTE

ANNE MARJORIE PARENTE RODRIGUES ALCOFORADO

Defesa de mestrado apresentada e aprovada em 31 de julho de 2019, pela banca

examinadora composta pelos seguintes membros:

______________________________________

Raquel Menezes Bezerra Sampaio, Drª.

Orientadora

_______________________________________

Luciano Menezes Bezerra Sampaio, Dr.

Examinador Interno

________________________________________

Lucia de Fátima Lucio Gomes da Costa, Drª.

Examinador Externo

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Dedico este trabalho ao meu filho, Enzo, que

me inspira a cada dia a manter meu olhar

ávido por viver de uma maneira intensa

através do seu olhar curioso e do seu coração

puro e aberto para todos os desafios que o

mundo nos reserva.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, ao meu marido, Hudo Alcoforado, que SEMPRE me apoia, me orienta

e me incentiva em todos os momentos da minha vida, fáceis ou difíceis. Além de ser hoje um

pedaço de mim. Sempre vou amá-lo.

Ao meu filho lindo, Enzo, que mesmo dentro do seu encantado universo infantil torce

pela minha vitória e me dá incentivo para continuar minha trajetória e conquistar todos os

meus objetivos.

Aos meus pais e meu irmão, que me ajudaram na construção da minha essência e hoje,

mesmo de longe, sempre torcem pela minha vitória. Serei eternamente grata.

A minha orientadora, Raquel Sampaio, por ter me dado todo o suporte necessário para

a realização desse trabalho, ao me presentear com sua paciência e presteza, além de sempre

acreditar em mim.

Aos meus professores do mestrado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

pela fonte de conhecimento que foram na minha formação acadêmica, sendo também meus

formadores de vida. Nunca esquecerei a importância que cada um exerceu em minha vida.

Aos meus colegas de mestrado que me ajudaram a construir conhecimento e juntos a

mim compartilharam experiências. Também agradeço aos meus amigos fora do ambiente

acadêmico que torceram pela minha vitória em todos os momentos desses longos quatro anos.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte e todos os funcionários do Programa

de Pós-Graduação em Administração que sempre prestaram a assistência necessária para que

eu conseguisse alcançar todos os meus objetivos.

Ao SEBRAE Nacional e do Rio Grande do Norte pelo suporte e orientação nos dois

anos que atuei como ALI (Agente Local de Inovação). Ao gestor nacional do Programa

Agentes Locais de Inovação, Thiago Cunha, pela sua presteza e assistência fundamentais para

o sucesso desta pesquisa.

Enfim, agradeço às pessoas que, direta ou indiretamente, deixaram marcas em mim e,

assim, contribuíram e continuarão contribuindo na minha jornada.

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“Tu te tornas eternamente responsável por

aquilo que cativas.”

Antoine de Saint-Exupéry

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RESUMO

As Empresas de Pequeno Porte possuem uma elevada importância socioeconômica no cenário

mundial e brasileiro, devido à sua geração de emprego e renda para a população. Ademais,

diante da intensa globalização e desenvolvimento mundial, essas empresas também têm sido

relevantes no processo inovativo dos países. No Brasil, ao longo das últimas décadas, várias

políticas, ações, leis e entidades foram desenvolvidas no fomento a essas empresas e a sua

inovação. Esta dissertação tem por objetivo analisar a associação de características das

empresas participantes do Programa Agentes Locais de Inovação do SEBRAE com a

focalização do Programa com os níveis de e ganhos de inovação alcançados no ciclo 16/18 no

âmbito do Estado do Rio Grade do Norte, através da uma avaliação econométrica utilizando o

método de regressão. Assim, este trabalho realizou uma análise gerencial do Programa através

da mensuração das características dos empresários e empresas participantes do Programa nas

empresas brasileiras do Estado do Rio Grande do Norte que revelou a importância e força das

empresas localizadas na capital, centro político, econômico, financeiro e social do Estado e,

por isso, já mais estruturados na maturidade global de inovação organizacional e mais

engajados no desenvolvimento das ações de inovação propostas pelo Programa frente a sua

forte concorrência do mercado. Assim, a localização em Natal pode ser usadas pelos gestores

do ALI como meio de seleção das empresas mais propensas a focalizar nos resultados do

Programa e também podem utilizar-se das ações realizadas por esta empresa como modelo de

expansão das mais variadas ações de inovação (em variadas dimensões) para as outras MPEs

do Estado proporcionando avanços em inovação na economia do RN. Entretanto, o principal

resultado observado pelo trabalho foi a relevância da política de inovação do Programa ALI

no Estado como elemento fomentador de inovações no mercado de todo o Estado.

Palavras – chave: Programa Agentes Locais de Inovação. Empresas de Pequeno Porte.

Regressão.

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ABSTRACT

Small Enterprises have a high socioeconomic importance in the world and Brazilian scenario,

due to their generation of employment and income for the population. In addition, given the

intense globalization and global development, these companies have also been relevant in the

innovative process of the countries. In Brazil, over the last decades, several policies, actions,

laws and entities have been developed in the promotion of these companies and their

innovation. This dissertation aims to analyze the association of characteristics of companies

participating in the SEBRAE Local Innovation Agents Program’s with the program’s focus on

the levels of and gains of innovation achieved in the 16/18 cycle within the State off Rio

Grande do Norte, through an econometric evaluation using the regression method. Thus, this

work performed a managerial analysis of the Program by measuring the characteristics of

entrepreneurs and companies participating in the Program in Brazilian companies in the state

of Rio Grande do Norte, which revealed the importance and strength of companies located in

the capital, political, economic, financial center. and the state social and, therefore, already

more structured in the global maturity of organizational innovation and more engaged in the

development of the innovation actions proposed by the Program in face of its strong market

competition. Thus, the location in Natal can be used by ALI managers as a means of selecting

the companies most likely to focus on the Program's results and may also use the actions

taken by this company as a model for expanding the most varied innovation actions ( in

various dimensions) to the other MPEs of the State providing advances in innovation in the

economy of RN. However, the main result observed by the work was the relevance of the

innovation policy of the ALI Program in the State as an element that fosters market

innovations throughout the Rio Grande do Norte.

Key Word: Local Innovation Agents Program. Small Business. Regression.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Porte das Empresas ................................................................................................ 60

Gráfico 2 – Setores das Empresas ............................................................................................ 61

Gráfico 3 – Regiões do RN ...................................................................................................... 61

Gráfico 4 – Gêneros dos Empresários ...................................................................................... 63

Gráfico 5 – Empreendimentos Anteriores ................................................................................ 63

Gráfico 6 – Empréstimos para a Empresa ................................................................................ 64

Gráfico 7 – Dificuldade de Pagamento .................................................................................... 64

Gráfico 8 – Último Ciclo das Empresas Analisadas ................................................................ 65

Gráfico 9 – Análise comparativa dos graus de inovação nos momentos TO e T1 ................... 68

Gráfico 10 – Evolução da Inovação Global do Radar 0 e do último Radar ............................. 70

Gráfico 11 – Evolução da Inovação Global do Radar 0 e do último Radar ............................. 71

Gráfico 12 – Evolução da Inovação Global do Radar 0 e do último Radar ............................. 72

Gráfico 13 – Evolução da Inovação Global do Radar 0 e do último Radar ............................. 73

Gráfico 14 – Evolução da Inovação Global do Radar 0 e do último Radar de acordo com o

alcance da empresa em número de ciclos ................................................................................. 74

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Conceitos de Inovação ........................................................................................... 27

Quadro 2 – Tipos de Inovação segundo a OCDE ..................................................................... 28

Quadro 4 – Dimensões do Radar da Inovação de Sawhney e definições dessas utilizados pelo

Radar da Inovação .................................................................................................................... 33

Quadro 3 – Evolução Nacional do programa ALI .................................................................... 39

Quadro 5 – Análise dos trabalhos sobre o ALI ........................................................................ 47

Quadro 6 – Equivalência dos escores com a situação da empresa perante a inovação ............ 53

Quadro 7 – Resumo da estratégia de análise de dados ............................................................. 54

Quadro 8 – Variáveis observáveis das empresas ...................................................................... 55

Quadro 9 – Cidades atendidas pelo ALI/RN ............................................................................ 62

Quadro 10 – Grau de Inovação momento T0 ........................................................................... 65

Quadro 11 – Evolução no Grau de Inovação ............................................................................ 66

Quadro 12 – Evolução das médias dos graus de inovação por dimensão nos instantes de tempo

T0, T1 e a diferença percentual entre as médias ....................................................................... 67

Quadro 13 – Inovação Global para o Radar 1 (T0) .................................................................. 67

Quadro 14 – Inovação Global para o último Radar (T1) .......................................................... 67

Quadro 15 – Estatística descritiva dos radares T0 e T1 por setor ............................................ 69

Quadro 16 – Estatística descritiva dos radares T0 e T1 por setor ............................................ 70

Quadro 17 – Estatística descritiva dos radares T0 e T1 por porte da empresa ......................... 71

Quadro 18 – Estatística descritiva dos radares T0 e T1 por porte da empresa ......................... 73

Quadro 19 – Estatística descritiva dos radares T0 e T1 pelo último ciclo que a empresa

realizou no Programa ................................................................................................................ 74

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2 – Radar da Inovação segundo Sawhney ..................................................................... 32

Figura 1 – Etapas do Programa Agentes Locais da Inovação .................................................. 42

Figura 3 – Região de atuação do ALI/RN ................................................................................ 51

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Estatística de Y Inicial ............................................................................................ 76

Tabela 2 – Regressão de Y Inicial ............................................................................................ 76

Tabela 3 – Regressão de Delta Y.............................................................................................. 78

Tabela 4 – Regressão da Dimensão Oferta ............................................................................... 81

Tabela 5 – Regressão Dimensão Plataforma Z ......................................................................... 83

Tabela 6 – Regressão da Dimensão Marca ............................................................................... 86

Tabela 7 – Regressão da Dimensão Clientes ............................................................................ 88

Tabela 8 – Regressão da Dimensão Soluções .......................................................................... 90

Tabela 9 – Regressão em Relacionamento ............................................................................... 93

Tabela 10 – Regressão Agregação de Valor ............................................................................. 96

Tabela 11 – Regressão Dimensão Processo ............................................................................. 98

Tabela 12 – Regressão de Organização .................................................................................. 101

Tabela 13 – Regressão Cadeia de Fornecimento .................................................................... 104

Tabela 14 – Regressão Dimensão Presença ........................................................................... 106

Tabela 15 – Regressão da Dimensão Rede ............................................................................. 108

Tabela 16 – Regressão Amb. Inovadora ................................................................................. 110

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LISTA DE SIGLAS

EPP - Empresas de Pequeno Porte

ME - Médias Empresas

MPE - Empresa Média e Pequena

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

FNQ - Fundação Nacional da Qualidade

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................................................... 24

2.1 Inovação ...................................................................................................................................... 24

2.2 Inovação em micro e pequenas empresas .................................................................................... 30

2.3 O modelo Radar da inovação ...................................................................................................... 31

3.1 O Programas Agentes Locais de Inovação .................................................................................. 37

3.2 Avaliação de políticas de Inovação ............................................................................................. 44

3.2.1Avaliações do Programa Agentes Locais de Inovação (ALI) ............................................... 45

4 DADOS E METODOLOGIA ................................................................................................................... 50

4.1 Caracterização da pesquisa .......................................................................................................... 50

4.2 Abrangência do estudo ................................................................................................................ 50

4.3 Coleta de dados ........................................................................................................................... 52

4.4 Análise dos dados ........................................................................................................................ 53

4.4.1 Análise descritiva do perfil das empresas ............................................................................ 54

4.4.2 Avaliação do Programa ALI ................................................................................................ 56

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................................................... 60

5.1 Análise Descritiva das empresas ................................................................................................. 60

5.1.1 Características das empresas pesquisadas ............................................................................ 60

5.1.2 Características dos empresários............................................................................................ 62

5.1.3 Características iniciais e finais Programa ALI/RN .............................................................. 64

5.1.3 Comparativos por setor ........................................................................................................ 69

5.1.4 Comparativos por região ...................................................................................................... 70

5.1.5 Comparativos por porte ........................................................................................................ 71

5.1.5 Comparativos por sexo ......................................................................................................... 72

5.1.6 Comparativos por último ciclo executado pela empresa no programa ................................. 73

5.2 Análise Evolutiva das empresas participantes do Programa ALI/RN ciclo 2016/2018. ............. 75

5.2.1 Análise das empresas participantes ( ................................................................. 75

5.2.2 Evolução geral das empresas participantes do ALI/RN (ΔY) ............................................... 78

5.3 Avanço das dimensões da Inovação nas empresas do RN, ciclo 16/18 .................................. 80

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................... 114

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REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 120

APÊNDICE A ......................................................................................................................................... 127

APÊNDICE B ......................................................................................................................................... 133

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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos tempos, a competitividade no mercado ganhou força com globalização

das informações, dos produtos e serviços e, consequentemente, da economia. Estes fatos

tornaram os consumidores mais exigentes e difíceis de fidelizar em virtude da ampla

possibilidade de escolhas existentes no mercado real e, mais recentemente, também no

mercado virtual. Assim, o ambiente ficou altamente competitivo e o mercado instável. A fim

de sustentar a sobrevivência dos negócios neste cenário, nas últimas décadas, as empresas

encontram-se em uma incessante busca por estratégias que proporcionem novas formas de

antecipar, conciliar e satisfazer as necessidades do mercado e de seus clientes (ZENG et al.

2017).

Com esta evolução do campo organizacional, observa-se um desenho ambiental em

que as mudanças têm se apresentado de forma rápida e desordenada (TOFFLER, 1985;

HAMEL e PRAHALAD, 1995; HAMEL, 2000). Desta maneira, as organizações tem buscado

“repensar” seus produtos/serviços, processos, e relacionamento com o mercado e com os seus

clientes internos e externos através da inovação organizacional, objeto de estudo deste

trabalho.

A inovação como fenômeno estratégico de crescimento e desenvolvimento da firma

começou a ser explorada, no início do século XX (década de 30) por Schumpeter, na sua

Teoria de Desenvolvimento Econômico (MILLER, 2018). Esta teoria se pautava na ideia de

que as organizações (firmas) passam a assumir o papel de agentes capazes de dinamizar o

mercado através da inovação (TIGRE, 2016). Desta forma, a inovação organizacional passou

a ser entendida como uma via capaz de gerar riquezas e oferecer melhores soluções para o

mercado competitivo. Essa teoria, nada mais é do que uma visão mais ampliada do papel das

organizações no meio em que estão inseridas.

Ratifica-se, assim, que as mudanças no âmbito das organizações estão relacionadas ao

desenvolvimento de uma nova compreensão acerca da dinâmica existente no ambiente

organizacional/institucional (ANDRADE, 2005). Na prática mercadológica, esse acelerado

desenvolvimento empresarial exige dos gestores uma imersão sistêmica nos seus negócios

para acompanhamento sustentável dentro da dinâmica do ambiente.

Em relação aos estudos acadêmicos, a entrada da Teoria do Desenvolvimento

Econômico no meio organizacional marcou o afastamento das rígidas orientações da

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economia neoclássica, e a inserção de novas bases conceituais de inovação promovendo, desta

maneira, orientação para continuidade das pesquisas neste campo das empresas. A corrente de

estudos nesta área passou assim a evoluir. Essa evolução deu-se, segundo Fernandes et al.

(2013), em fases: origem, integração, distinção e sistematização ampliando, desta maneira, a

realização de trabalhos acerca da geração de inovação no meio organizacional (CROSSAN;

APAYDIN, 2010) e, consequentemente, desenvolvendo os conceitos e modelos de análise do

temo.

Nesta jornada conceitual, o termo inovação agregou várias dimensões e, atualmente,

refere-se a novos produtos, serviços, operações, parcerias, estratégias de marketing e canais

de conhecimento (SAWHNEY; WOLCOTT ; ARRONIZ, 2006; CHEN; SAWHNEY, 2010;

QUANDT; BEZERRA; FERRARESI, 2015 SILVA; DI SERIO, 2017) advindos da

capacidade e das competências organizacionais em introduzir e praticar a inovação

(DOTZEL; SHANKAR; BERRY, 2013) adaptando-se às mudanças contínuas do ambiente

externo à empresa.

Entretanto, inovar não é uma tarefa simples, nem no campo teórico, nem no campo

prático. Estudar inovação requer muita persistência, visto que, ainda é rara a utilização em

estudos que visualizam a inovação de gestão (PERDOMO-ORTIZ; GONZALEZ-BENITO;

GALENDE, 2006; PERDOMO-ORTIZ; GONZALEZ-BENITO; GALENDE, 2006; KIM;

KUMAR; KUMAR, 2012; BON; MUSTAFA, 2013; RUIZ-MORENO et al., 2016). Essa

lacuna teórica nos estudos em inovação organizacional, a inovação que foca nos processos e

variantes internas de gestão, revela uma baixa robustez dos projetos de incentivo a inovação

que os governos colocam em ação nos países na década de 90 (AVELLAR E BOTELHO,

2016) que acabaram por propiciar falta de transparência na prestação de contas com a

sociedade perante seus projetos de evolução da economia (geração de emprego,

produtividade, desenvolvimento, entre outros indicadores econômicos).

Assim, a falta de alinhamento dos estudos sobre inovação além de provocar

sobreposições de conceito no tema, também retarda estudos consistentes que poderiam

impactar positivamente no mercado acadêmico e prático.

Operacionalizar a inovação nas organizações também não é uma missão simples, exige

uma gestão sistêmica do ambiente interno e externo. Esse nível de gestão é, muitas vezes,

alcançado por empresas de tecnologia que devido a sua base de surgimento já ser inovativa

consegue acompanhar o mercado com uma maior facilidade ou por grandes empresas

multinacionais que já alcançaram esse tipo de gestão por experiência.

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Já nas Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do Brasil, campo de aplicação deste

trabalho, a inovação ainda se mostra incipiente. Falta de experiência dos empresários em

compreender o mercado, os concorrentes, os marcos regulatórios do setor; além de se

depararem com os altos investimentos no negócio e o pouco retorno inicial

(OSTERWALDER, 2011; BLANK, 2014), somados à dificuldade de acesso ao crédito; ao

baixo nível de qualificação profissional; à informalidade e à baixa intensidade tecnológica

(NOGUEIRA, 2017) são, dentre outros, fatores que desaceleram o processo de inovação nas

empresas brasileiras de pequeno porte. Ademias, somada à falta de maturidade organizacional

das MPEs (NOGUEIRA, 2017) que as inabilitam a receber e gerenciarem os recursos dos

programas de inovação que possam ser desenvolvidos é também carente os estudos que

abrangem inovação nas MPEs fato este que as levam a cada vez menos conhecimento do

contexto em que se inserem e mais distantes da evolução de mercado tão sonhada para os

países.

Apesar desses inúmeros desafios e barreiras ao desenvolvimento da inovação prática e

conceitual no Brasil, manter as MPEs longevas no cenário econômico é de suma importância

para o país, pois é nessas empresas que gira a maior parcela da economia do Brasil: maiores

geradoras de empregos formais e responsáveis por movimentar 27% do PIB brasileiro

(SEBRAE, 2014). O Rio Grande do Norte (RN), Estado alvo deste estudo, em 2015 ocupava a

17ª posição no Brasil em número de MPEs (165.330 empresas). Portanto, as MPEs brasileiras

devem ser estudadas, pois são vistas como um dos principais agentes no processo de

desenvolvimento econômico de uma nação (TEXEIRA; FEITOZA, 2015).

No Brasil, a Lei Complementar nº 123/2006 identifica as MPEs sob o critério da

receita bruta anual. As microempresas são as empresas que possuem receita bruta igual ou

inferior a R$ 360 mil, enquanto as pequenas empresas são aquelas que possuem receita bruta

maior que R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 4,8 milhões.

Em face das dificuldades encontradas pelo empresariado, surgiram iniciativas,

especialmente na última década, com o objetivo de apoiar as MPEs no processo de inovação

de seus negócios, tendo em vista que suas empresas representam uma força motriz para o

desenvolvimento econômico e social de um país. Esses incentivos às MPEs tiveram como

marco a promulgação da Lei Complementar nº123/2006 que instituiu o Estatuto Nacional da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (BRASIL, 2006), conhecida como Lei Geral

das Micro e Pequenas Empresas ou Lei do Supersimples (NOGUEIRA, 2017). Assim,

políticas públicas voltadas ao segmento (ARROIO; SCERRI, 2014), além de ações,

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instrumentos legais específicos, incentivos fiscais (Lei do Bem), apoio financeiro (por meio

do FINEP e BNDES), parcerias e novos programas (NOGUEIRA, 2017) destinados ao

fomento vem sendo implementados no país.

Uma dessas estratégias usadas para alavancar a inovação no País dá-se por meio de

programas de incentivo à inovação como o Programa ALI (Agentes Locais de Inovação)

idealizado pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que

presta assistência empresarial a MPEs no Brasil, em parceria com o CNPq (Conselho

Nacional de Pesquisa). O SEBRAE idealizou o Programa ao observar a dificuldade de

longevidade das micro e pequenas empresas, e a carência do entendimento do que significa

um processo de inovação pelos micro e pequenos empresários brasileiros e da sua aplicação

dentro das suas firmas.

Assim, o programa Agentes Locais de Inovação (ALI), objeto de estudo deste

trabalho, tem como objetivos fomentar e desmitificar a cultura da inovação nas micro e

pequenas empresas, aumentar a competitividade e auxiliar no gerenciamento de projetos e

soluções inovadoras nas empresas contempladas por meio de um acompanhamento presencial

e personalizado de 30 meses com agentes treinados pelo SEBRAE baseados na metodologia

do professor Mohanbir Sawhney, da Kelogg School of Management (EUA) que baseia a

inovação em 12(doze) dimensões que convergem para compor ou alterar o estágio de cada

empresa, acrescida da dimensão “ambiência inovadora” necessária para adaptação da

metodologia ao território e cultura das micro e pequenas empresas brasileiras. O

acompanhamento é realizado diretamente com os empresários responsáveis pelas empresas

que respondem um questionário estruturado nas dimensões da inovação (metodologia) feitas

pelos agentes durante todo o acompanhamento. Estas respostas geram escores para cada

dimensão da inovação, assim como também um grau de inovação global (ambos medidos no

início (T0) e no fim (T1) dos 30 meses), que estruturam o panorama de inovação das

empresas e, assim, permitem análises e estruturação de planos de ação para alavancá-las no

mercado em que estão inseridas. O acompanhamento dos agentes é, assim, avaliativo,

norteador e incentivador das micro e pequenas empresas.

Desta maneira, o Programa oferece suporte necessário para que as MPEs, na figura de

seus empresários, consigam impulsionar-se e desenvolver-se no mercado explorando as

oportunidades existentes no seu contexto e aprimorando os seus processos já existentes,

sendo, desta maneira, um catalizador do processo de inovação nas MPEs assistidas.

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O programa ALI é direcionado, em sua metodologia, para as empresas de Pequenos

Porte (EPPs) e também para as microempresas (MEs) do Brasil. Contudo, diante da enorme

dimensão territorial do País, e consequentemente, da diversidade econômica, política,

econômica e sociais de cada Estado é necessário que o Programa conheça, entenda, respeite e

atue levando-as em consideração. Observar o Programa ALI nas individualizadas regionais é,

assim, um requesito essencial para que o programa avance nos resultados, proporcione

inovações nas organizações regionais e faça a diferença no cenário brasileiro da inovação.

Assim, surgiu a seguinte problemática: Quais características das empresas

participantes do ALI (Agentes Locais de Inovação) podem contribuir para a sua evolução no

programa a partir da análise dos níveis e ganhos de inovação alcançados no Estado do Rio

Grande do Norte?

Portanto, para auxiliar no desenvolvimento dos objetivos do Programa ALI no estado

do RN, conhecer o perfil das empresas participantes e usar as características das empresas e

dos empresários para direcionar ações de inovação organizacionais às empresas e guiar

medidas gerenciais do SEBRAE para melhor orientar o programa no Estado é de suma

importância.

Diante do contexto, o objetivo geral deste estudo é analisar a associação de

características das empresas participantes com o progresso no programa e com os níveis e

ganhos de inovação alcançados no ciclo 16/18 no âmbito do Estado do Rio Grande do Norte.

Posto isto, são propostos os seguintes objetivos específicos:

a) Mapear o perfil das empresas e dos empresários participantes do Programa ALI,

ciclo 16/18, no Rio Grande do Norte.

b) Examinar a variabilidade das notas de cada dimensão da inovação, obtidas pelos

participantes do Programa ALI, ciclo 16/18, no Rio Grande do Norte, conforme características

observáveis das empresas.

c) Avaliar, de acordo com as características dos participantes do Programa ALI, a

evolução alcançada no grau de inovação, ao longo do ciclo 16/18, no Rio Grande do Norte.

Desta forma, o presente estudo se justifica não apenas pela já explicitada relevância do

Programa ALI, como uma das estratégias para estimular a inovação em MPEs, mas pela

escassez de pesquisas científicas que discutam os estímulos às MPEs brasileiras (leis, apoio,

incentivos e programas) quanto a seu alinhamento ao contexto aplicado e a sua efetividade,

ultrapassando a mera quantificação da dimensão do universo das empresas beneficiadas

(NOGUEIRA, 2017). Assim como, são incomuns análises da concordância do desenho dessas

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políticas a população participante (critérios de seleção, características e transparência da

seleção), o que aponta para a necessidade de ampliar discussões sobre a efetividade desse

programa. Os estudos, até então realizados, do ALI (conforme a revisão sistemática presente

no apêndice A) são focados na análise das impressões (qualitativos) dos agentes e empresários

em relação aos avanços da inovação dentro das organizações.

Os estudos com o propósito geral de avaliar a efetividade das políticas de incentivo à

inovação começaram a avançar nas últimas décadas e apresentam metodologias diversas e

robustas para tal. Nos últimos anos, verificou-se a predominância de estudos que utilizam

técnicas econométricas (AVELLAR E BOTELHO, 2016) de maneira que se consiga

perceber a efetividade, os benefícios e as desvantagens das políticas de inovação das MPEs.

Assim, os estudos anteriores são limitados a estudos de caso que não geram

impressões confiáveis para universalização das conclusões da pesquisa, tampouco modelos

para fomento da inovação no País. Analisar os dados de forma empírica e fidedigna, como os

recentes estudos econométricos, é assim uma lacuna dos estudos do ALI.

Por todo o exposto, pretende-se que esse estudo colabore com a pesquisa empírica

avaliando a efetividades das estratégias que fomentam a inovação (os programas de inovação)

e sua gestão no ambiente organizacional do Brasil, especialmente no âmbito das Micro e

Pequenas Empresas. Com isso, o estudo busca contribuir para o fomento a maiores discussões

sobre o tema entre acadêmicos, gestores de políticas públicas e privadas de inovação,

profissionais da área e, também, micro e pequenos empresários proporcionando, assim, um

aprimoramento dos instrumentos de incentivo à inovação já existentes no ambiente

organizacional brasileiro e, paralelamente, incentivaria a ampliação e diversificação desses

instrumentos de forma eficaz nas MPEs.

Adicionalmente, cabe ressaltar como implicação gerencial para o programa ALI, a

discussão promovida neste estudo pode subsidiar decisões do SEBRAE RN no que se refere à

implementação de melhorias no Programa ALI para o Rio Grande do Norte, no sentido de

ajustar o direcionamento da sua oferta com base na avaliação de características das empresas.

Assim sendo, para sistematizar o processo de pesquisa e possibilitar o melhor

entendimento de seus resultados, esta dissertação foi dividida em seis seções: introdução;

referencial teórico; avaliação de políticas de inovação; dados e metodologia; análise e

discussão dos resultados; e considerações finais. Esta primeira seção é composta pela

introdução, que apresenta o tema inovação e contextualiza o problema de pesquisa e seus

objetivos.

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A segunda seção, contextualiza, conceitua e caracteriza a inovação nas organizações e

discute sua integração às Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Também é incorporada a essa

seção toda descrição do Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), programa que liga a

inovação às MPEs no Brasil.

A terceira seção apresenta o embasamento teórico sobre o objetivo da pesquisa

(avaliação de políticas de inovação), por meio de tópico de avaliação de políticas de inovação

e traz uma análise da revisão sistemática da literatura que analisa a evolução dos estudos

sobre o Programa ALI.

Em seguida, a seção de dados e metodologia descreve as estratégias selecionadas para a

operacionalização da pesquisa, trazendo informações sobre a caracterização e abrangência do

estudo, procedimentos de coleta e análise dos dados, incluindo o processo de seleção de

variáveis e a definição do modelo utilizado.

A quinta seção apresenta os principais resultados da pesquisa, agrupados em duas etapas:

avaliação do perfil das MPEs participantes do Programa ALI no RN e análise da evolução

(antes e depois) do Programa nas MPEs do RN utilizando a regressão como metodologia, que

assim procuram satisfazer os objetivos específicos do estudo. Na última seção, são

apresentadas as considerações finais da pesquisa, incluindo suas limitações e sugestões para

futuros estudos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Com o intuito de reunir elementos capazes de compor uma lupa teórica para o estudo

da avaliação do Programa Agentes Locais de Inovação recorreu-se a este referencial teórico

como meio de trabalhar conceitos importantes para o entendimento da pesquisa

2.1 Inovação

Nos últimos anos, períodos de aceleradas mudanças econômica, política e,

principalmente, tecnológica causaram o acirramento da concorrência e, consequentemente, o

surgimento de novas formas de estruturação nas organizações de todo o mundo. Assim sendo,

as empresas foram conduzidas, pelo contexto, a constantemente melhorar seu desempenho

organizacional seja através da minimização dos custos, da maximização da produtividade, da

expansão dos produtos ofertados ou da melhoria na qualidade dos processos. Além desse

aprimoramento interno das organizações para sobreviverem no mercado em que estão

inseridos, outros desafios externos colocam as organizações em constante redirecionamento

no mercado como a participação em novos mercados, o estabelecimento de diferentes

relações, a detecção de novas oportunidades, entre outros. Barbosa, Sacomano e Porto (2007)

asseguram que, diante de tamanha competição, as organizações, sob as perspectivas

fundamentadas no aumento de informações e conhecimento, reorganizem seus processos e

relacionamentos. Desta forma, no cenário atual é necessário que as empresas consigam se

adaptar e atender as demandas do mercado sendo a inovação um fator essencial para essa

sobrevivência no mundo dos negócios.

Nesse contexto competitivo e globalizado, a inovação tornou-se uma atividade-chave

no mundo dos negócios, bem como para a economia dos países, em razão de transformar

incessantemente a sociedade em que se vive (TIDD; BESSANT; PAVIT, 2005). Desta forma,

a inovação relaciona-se diretamente com a viabilidade de uma empresa obter vantagem

competitiva no meio em que atua e, portanto oferecer desenvolvimento às sociedades

modernas.

De acordo com Strobel e Kratzer (2016), as atividades inovadoras não só aumentam a

probabilidade de vantagem competitiva e crescimento de cota no mercado, mas também,

desencadeiam mudanças sociais e econômicas.

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As primeiras definições de inovação remetem à antiguidade grega e romana, onde a

novidade era relativamente rotineira e aceita, uma vez que não alterava a ordem presumida

como “natural” das coisas (GODIN; LUCIER, 2012). No entanto, os conceitos de novidade e

inovação eram postos de forma distante, sendo a novidade tida como “boa” enquanto a

inovação era tida como “má”.

Com o advento da Revolução Francesa e seus ideais liberais, a inovação passou a ser

vista como algo positivo no século XIX, quando gradativamente começou a receber novos

significados, abandonando a associação de ação de mudança de costumes estabelecidos, para

ser relacionada à criatividade e à invenção de algo útil para a sociedade (MOLDASCHL,

2010).

Enquanto fenômeno econômico e social, o interesse pelo estudo da inovação, no meio

acadêmico remetem-se aos trabalhos de Joseph Alois Schumpeter, economista da escola

clássica, que destacou a importância da inovação para o desenvolvimento econômico, por

meio da evolução tecnológica. Em seu artigo de 1928, “The Instability of Capitalism”,

defendeu a inovação como a força que conduzia o capitalismo (LOW, 2006). Mais tarde,

Schumpeter reforçou essa ideia em seu livro “Capitalism, Socialism and Democracy”

assegurando que o fator impulsionador que mantém o mecanismo capitalista em movimento

tem origem nos novos consumidores, de novos bens, de novos métodos de produção ou de

transporte, de novos mercados, de novas formas de organização industrial que a empresa

capitalista cria (SCHUMPETER, 1950).

Dessa forma, Schumpeter (1950) define inovação como um processo de constante

procura pela vantagem estratégica através da criação de algo novo que proporcione novas

fontes de lucratividade, a qual deriva na destruição de velhas regras e no estabelecimento de

novas.

Apesar de o conceito ser explorado de forma constante, não há ainda uma

conceituação que seja aceita por todos do meio acadêmico ou organizações. A origem latina

da palavra “innovare” tem em sua linhagem a ideia de renovação. Mas, como conceito, a

origem da definição de inovação é difusa.

O próprio Schumpeter (1982), em estudos posteriores, apresenta a inovação

organizacional em cinco dimensões: introdução de novos produtos, melhores métodos de

produção, novos mercados, desenvolvimento de novas fontes provedoras de insumos e

criações de novas estruturas de mercado.

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Afuah (1998) classifica a inovação de acordo com as suas características: tecnológicas,

mercadológicas e administrativas ou organizacionais. Sendo a inovação tecnológica o

conhecimento dos componentes, das ligações entre eles, métodos, técnicas e processos

embutidos em um produto ou serviço. Já a inovação mercadológica consiste no conhecimento

novo que compõe os canais de distribuição, os produtos, as aplicações ou as necessidades e

prioridades do consumidor no intuito de melhorar o que é conhecido como quatro P’s:

produto, preço, promoção e praça/lugar. Com relação à inovação administrativa, esta envolve

as inovações relacionadas à estrutura organizacional e aos processos administrativos. Assim, a

definição e a classificação do autor estão ligadas a estratégias, estruturas, sistemas ou pessoas

na organização.

Chang e Hughes (2012) resumem dois tipos de inovação: exploratória e explorada,

onde a primeira atende às necessidades novas ou emergentes com novas tecnologias,

materialmente diferentes do que já existe e a segunda satisfaz as necessidades dos clientes nos

mercados já estabelecidos com melhorias nas tecnologias existentes. Além disso, os autores

acreditam que o processo de inovação envolve a estrutura, a gestão e o ambiente interno de

uma empresa.

Strobel e Kratzel (2016), a definiram como criatividade, disponibilidade de recursos,

fusões e aquisições, desinvestimentos, redução, centrando principalmente na introdução de

novos produtos e processos, bem como implementar novas ideias que criam valor.

Conceituar inovação depende, muitas vezes, da perspectiva de quem analisa e os

acontecimentos da época. Compreender as diferenças não é tarefa simples ou objetiva, como

pôde ser observado nas divergências conceituais de inovação conferidas pelos autores que a

definem. Apesar das diferentes óticas entre autores (O quadro 1 compacta alguns conceitos de

autores sobre Inovação defendidos em seus trabalhos), é universal a vasta relevância que a

inovação traz para a humanidade, sendo considerada como fonte de prosperidade, progresso e

competitividade de uma nação, ao passo em que ajuda a melhorar a qualidade de vida e a

experiência humana. Para as empresas, a inovação contribui para o reconhecimento das

oportunidades do mercado, traduzir ideias brilhantes em prática por meio da introdução de

produtos novos ou melhorias, serviços, tecnologias, processos, bem como capacidades

organizacionais (ALSAATY; HARRIS, 2009).

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Quadro 1 – Conceitos de Inovação

Referência Conceito Schumpeter (1950) Inovação consiste em uma nova combinação de meios

de produção podendo ser a introdução de novos bens,

novos métodos e novos mercados.

Barnett (1953) A inovação é qualquer pensamento, comportamento ou

coisa diferente das formas existentes.

Drucker (1973) Inovação é a ferramenta através da qual exploram a

mudança como uma oportunidade para um negócio ou

serviço diferente.

Freeman (1982) A inovação inclui técnica, design, fabricação,

gerenciamento e atividades comerciais pertinentes ao

marketing de um produto novo (ou incrementado) ou

primeiro uso comercial de um processo ou equipamento

novo (ou incrementado).

Van de Ven (1986) O desenvolvimento e implementação de novas ideias por

pessoas de uma ordem institucional.

Porter (1992) A inovação é o meio pelo qual as empresas alcançam

vantagem competitiva através de novas tecnologias e/ou

novas formas de fazer as coisas.

Afuah (1998) Inovação pode ser entendida como o uso de novos

conhecimentos para ofertar um novo produto ou serviço

que o consumidor deseja.

OCDE (2005) Manual de Oslo

Inovação é a implementação de um produto (bem ou

serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um

processo, ou um novo método de marketing, ou um novo

método organizacional nas práticas de negócios, na

organização do local de trabalho ou nas relações

externas.

Prahalad (2006) Inovação consiste na adoção de novas tecnologias que

permitem aumentar a competitividade das empresas

Moreira e Queiroz, (2007) Inovação é uma simples equação:

inovação = ideia + implementação + resultado, ou seja,

uma ideia só se transforma em inovação se for

implementada com sucesso no mercado.

Tidd, Bessant e Pavitt (2008); Inovação caracteriza-se como o processo que faz uma

oportunidade se transformar em uma nova ideia

colocada em prática da maneira mais ampla possível.

Alssaty e Harris (2009)

Inovação pode ser uma melhoria nas técnicas de gestão

que proporcionam processos de negócios ou pode ser

uma descoberta científica ou tecnológica que aprimore

um produto ou serviços da empresa.

Ram, Cui e Wu (2010) Inovação constitui a um processo por meio do qual uma

ideia, objeto, prática, tecnologia ou processo é criado,

reinventado, desenvolvido, difundido, aprovado e

utilizado – que, desta forma, - crie ou agregue valor para

a unidade de adoção.

Bigliardi et al. (2011) A inovação trata-se da introdução com sucesso de algo

novo e utilizável, como, por exemplo, a introdução de

novos métodos, técnicas, ou práticas ou novos ou

alterados serviços.

Strobel e Kratzer (2016) Inovação é um processo constituído de uma série de

fases: desenvolvimento de um produto ou serviços;

identificação das oportunidades, exploração dos avanços

tecnológico; e, desenvolvimento e transformação de

produtos que já existem.

Fonte: Facundes (2018) adaptado pela autora

Por isso, faz-se necessário entender o conceito de inovação, tanto para evitar

problemas de interpretação em pesquisas acadêmicas, conforme constatado, quanto para

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fomentar políticas públicas de estímulo à inovação. Em consonância, no Brasil, como forma

de normatizar o termo, foi criada a Lei de Inovação, Lei n° 10.973/2004 (BRASIL, 2004), a

fim de estabelecer medidas de incentivo à inovação, à pesquisa científica e tecnológica no

ambiente produtivo. Na referida lei, o termo inovação foi conceituado como a “introdução de

novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos,

processos ou serviços”.

Para o referente trabalho, o conceito empregado é o que consta no Manual de Oslo

(2005), documento de referência da Organização para Cooperação e Desenvolvimento

Econômico (OCDE), o qual orienta a coleta de dados e a interpretação dos resultados em

pesquisas sobre inovação. Em suas primeiras edições, constava que a inovação era a

introdução de um novo ou melhoramento de produto e processo. Já em sua última versão, a

OCDE introduziu dois novos tipos para inovação: inovação de marketing e inovação

organizacional. Estas já foram testados em vários países que participam da OCDE, obtendo

assim, resultados positivos (OCDE, 2005).

Quadro 2 – Tipos de Inovação segundo a OCDE

TIPOS DE INOVAÇÃO Explicação

Inovação de produto Introdução de novos bens e serviços e/ou melhoramentos

significativos nas características funcionais ou de uso dos bens e

serviços já existentes. Utiliza-se de novos conhecimentos ou

tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou combinações

para conhecimentos ou tecnologias previamente existentes.

Inovação de processo Implementação de um método de produção ou distribuição novo ou

significativamente melhorado. Podem reduzir custos de produção ou

de distribuição, melhorar a qualidade, ou ainda produzir ou distribuir

produtos novos ou significativamente melhorados.

Inovação de marketing Prática de um novo método de marketing com mudanças

significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no

posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de

preços. Visam melhor atender as necessidades dos consumidores,

abrindo novos mercados, ou reposicionando o produto de uma

empresa no mercado com o objetivo de aumentar as vendas.

Inovação organizacional Implementação de um novo método organizacional nas práticas de

negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em

suas relações externas. Destinam-se à melhoria do desempenho de

uma empresa por meio da redução de custos administrativos ou de

custos de transação, estimulando a satisfação no local de trabalho (a

produtividade do trabalho) ganhando acesso a ativos não

transacionáveis (conhecimento externo não codificado) ou reduzindo

os custos de suprimentos.

Fonte: OCDE

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Observando a complexidade do processo de inovação e seus inúmeros conceitos ao

longo do tempo, podemos observar que como já observava Schumpeter muitos autores

utilizam-se em seus conceitos das ideias defendidas por ele de inovações “radicais” e

“incrementais” como parte do processo de mudança/inovação organizacional. Releva-se,

assim, a ideia de que a inovação acontece de forma descontínua nas empresas.

Segundo Zawislak (1994), a inovação empresarial pode ser fruto de um progresso

técnico oriundo de uma contínua atividade de adaptação e de melhoramento, ou seja,

inovações que são introduzidas em etapas dentro das organizações. O autor também pontua

que em longo prazo, essas modificações na técnica e/ou na tecnologia, dadas por um conjunto

de inovações incrementais são extremamente relevantes para a sustentabilidade das empresas,

principalmente nas empresas foco destes estudos, as MPEs, que tem, devido a sua estrutura,

base inovações gradual. Em contrapartida, Zawislak (1994), afirma que as inovações radicais

são aquelas responsáveis por fazer a técnica evoluir de um nível para outro sem passar por um

processo gradual de desenvolvimento. Por não passar por esse processo gradual (e

consequentemente mais lento), esse tipo de inovação causa um spill over mais sensível do que

as inovações incrementais, atingindo o sistema de maneira mais rápida, não havendo tempo

para adaptação gradual.

Considerando esses tipos de inovação, Schumpeter (2006) coloca a inovação no centro

do debate de desenvolvimento econômico considerando-a uma variável endógena, ou seja,

que ocorre no interior da própria indústria em que as empresas inseridas.

Além de elucidar inovação do ponto de vista econômico, Schumpeter também foi

responsável por trazer à tona o relacionamento entre as empresas e o caráter de cooperação

com a concorrência. Essa relação, segundo ele, é responsável pelo processo ativo de criação

de atividades econômica nas organizações. Desta maneira, é aceito também a presença de

forças externas atuando ao longo do processo de inovação tornando-o, assim, imprevisível.

Esse entendimento implica em mudanças na forma como o processo do capitalismo evolui,

uma vez que as empresas passam a enxergar seus concorrentes de outra maneira, pois

entendem que as empresas estão situadas em um momento do tempo, tendo ainda um passado

e futuro para visitar e não as compreendendo apenas em termos de preços, mas também

levando em consideração novas tecnologias, novas fontes de oferta, novos tipos de

organização etc. (CLEMENTE; CAULLIRAUX, 2007).

Portanto, como enfatiza Souza et al. (2009) a inovação é um processo complexo,

descontínuo e incerto, sendo influenciado por fatores internos e externos à organização. Por

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isso, para inovar no meio organizacional, é necessário a junção de vários recursos através de

uma gestão profissional que seja capaz de avaliá-la e administrá-la, segundo diferentes

aspectos, na intenção de abranger todas as áreas da organização. A jornada de inovação,

assim, estende-se desde a geração da ideia, avaliações, adoção, difusão até, finalmente, a

comercialização (ALSAATY; HARRIS, 2009).

Posto isto, Tigre (2006) afirma que a inovação consiste numa ferramenta importante

para maximizar a produtividade e a competitividade das organizações, bem como para

impulsionar o desenvolvimento econômico das regiões. Esse desenvolvimento não se dá pelo

mero crescimento de atividades econômicas, mas fundamentalmente por um processo de

transformação da estrutura produtiva no sentido de incorporar novos produtos e processos e

agregar valor à produção por meio da intensificação do uso da informação e do conhecimento.

2.2 Inovação em micro e pequenas empresas

As micro e pequenas empresas são de extrema relevância para o progresso e expansão

das economias mundiais. No Brasil, campo de estudo deste trabalho, a economia é

extremamente dependente deste segmento de empresas: 6,6 milhões de empresas sendo a

força motriz na geração de empregos formais do país (52,1%) e responsável por movimentar

27% do PIB brasileiro (SEBRAE, 2014). Assim, para o desenvolvimento econômico do país

é primordial que as MPEs sejam priorizadas e fortalecidas em gestão da inovação e inovação.

Em 1997, Schumpeter destacou a importância das pequenas empresas como fonte de inovação

para as economias.

Entretanto, há um debate entre os teóricos em relação à capacidade de inovar das

pequenas frente às grandes empresas, sendo essa questão decorrente da enorme diferença na

organização do setor e do sistema de inovação em que eles se encontram (AVELLAR;

BOTELHO, 2016). Para as grandes empresas existem vantagens materiais devido ao maior

acesso a incentivos financeiros para P&D (Pesquisa e Desenvolvimento)(advindas das fortes

exigências do mercado financeiro), enquanto que para as pequenas empresas, existem

vantagens comportamentais como maior flexibilidade e capacidade de adaptação às mudanças

do mercado - devido à resposta rápida que são capazes de dar, graças à flexibilidade estrutural

(ROVERE, 2000). Todavia, é importante destacar um ponto citado por Maia (2012): a maior

capacidade de captar recursos formais em P&D não deve ser utilizada como meio de

subestimar a capacidade de inovação da pequena empresa. Para o contexto destas empresas:

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empreendedores com baixo conhecimento de gestão empresarial, condições de crédito pouco

favoráveis, menos acesso a informações tecnológicas e baixo emprego de tecnologia, e baixa

qualificação dos funcionários acabam por tornar mais eficiente e relevante a aplicação de

gastos não formais relacionados à inovação, como, por exemplo, consultorias, treinamentos e

inovações em gestão da inovação. Estas inovações organizacionais e, muitas vezes,

incrementais poderiam criar um ambiente favorável para que as MPEs brasileiras alçasse por

caminhos inovativos mais arrojados e disruptivos.

Tendo em vista o exposto, a inovação é uma questão estratégica para os vários setores

na economia brasileira nos dias atuais. Essa relevância, também é evidente no setor das

MPEs, pois as práticas inovativas podem contribuir para o desenvolvimento das MPEs e para

a produtividade brasileira, entre outros benefícios potenciais. Por isso, faz-se, necessário e

imprescindível, o desenvolvimento de políticas e programas de incentivo a inovação e a

gestão da inovação na economia brasileira, além de incrementos as formalidades legais de

incentivo ao segmento já existente (leis e entidades).

Nesse sentido, em meio ao crescimento de ações direcionadas a apoiar o segmento de

MPEs (estruturas jurídicas, institucionais, planos, políticas, programas e ações), o próximo

tópico irá discutir o Programa Agente Locais de Inovação (ALI) um dos poucos programas de

inovação existentes que possuem como viés o incentivo a inovação e gestão da inovação. Este

Programa foi modelado para atender de forma personalizada às MPEs brasileiras e

congruentes às suas reais necessidades diante do atual mercado.

2.3 O modelo Radar da inovação

A obra de Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006), que é base da metodologia do

Programa Agentes Locais de Inovação, demonstra que uma empresa que deseja inovar no seu

negócio deve analisar e explorar a organização sob diferentes perspectivas ou dimensões que

juntas compõem um novo framework do processo de inovação denominado pelos autores de

Radar da Inovação. O estudo é embasado em resultados obtidos de pesquisas de campo,

pesquisas acadêmicas e pesquisa bibliográfica cobrindo aspectos conceituais da inovação, do

processo de inovação e dos mecanismos em uso para sua avaliação (Bachman e Destefani,

2008).

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A determinação do Radar da Inovação se sustenta em três pilares: o que avaliar

(dimensões da inovação), como medir (escala usada) e que período de tempo considerar

(Bachmann e Destefani, 2008).

2.3.1Dimensões do Radar da Inovação

A ferramenta contempla quatro dimensões principais: ofertas, clientes, processos e

presença. O aprofundamento dessas quatro dimensões gerou mais oito dimensões

complementares: plataforma, soluções, experiência dos clientes, captação de valor,

organização, cadeia de suprimentos, redes e marca. Desse modo, a ferramenta contempla 12

dimensões, entendidas como etapas do processo de inovação. Com o propósito de simplificar

a leitura e interpretação dos resultados obtidos com a aplicação do modelo, optou-se pela

utilização de um gráfico “radar”, que associa valores agregados de várias dimensões,

evidenciando os resultados mais significantes. Nele, cada dimensão tem seu próprio eixo de

valor, a partir de um centro comum e as linhas fazem a ligação de todos os valores da mesma

sequência. Assim, cada dimensão discorre sobre características que evidenciam a inovação

nas empresas. A Figura 2, apresenta a representação gráfica do modelo, acompanhada do

Quadro 4 que apresenta de forma resumida a definição das dimensões que compõem o

modelo de Radar da Inovação.

Figura 1 – Radar da Inovação segundo Sawhney

Fonte: Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006, p. 77)

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Quadro 3 – Dimensões do Radar da Inovação de Sawhney e definições dessas utilizados pelo

Radar da Inovação

DIMENSÃO DEFINIÇÃO

OFERTA Capacitação no desenvolvimento de novos produtos ou

serviços ao mercado.

PLATAFORMA Capacidade na utilização de componentes, métodos, recursos

ou tecnologias comuns para oferecer novos produtos ou

diferentes versões de produtos: aumento competitividade ou/e

especificação de consumidores.

MARCA Solidez na utilização de símbolos (marca) da empresa como

diferencial mercadológico ou para alavancagem do negócio.

CLIENTES Inteligência na identificação das necessidades e manifestações

dos clientes e do mercado a fim de alcançar melhores

resultados para seus produtos/serviços.

SOLUÇÕES Poder de combinação customizada e integrada de bens,

serviços e informações capazes de solucionar problemas dos

clientes: soluções complementares ou integração de recursos.

Visar aumento de fidelidade dos clientes e de rentabilidade do

negócio.

RELACIONAMENTO Aptidão na interação da empresa com os consumidores

AGREGAÇÃO DE

VALOR

Capacidade de explorar “gaps” existentes nos recursos

do negócio ou nas oportunidades de interação

agregando, desta maneira, mais valor aos seus clientes

e gerando novos fluxos de receita.

PROCESSO Propensão à inserção de novidades ou à redefinição dos

principais processos operacionais na busca de melhoria na

eficiência, eficácia ou qualidade do negócio (processos,

sistemas, softwares ou aspectos ambientes).

ORGANIZAÇÃO Tendência à melhoria na estrutura organizacional da empresa

(parcerias, distribuição e responsabilidades dos

colaboradores): visão externa e estratégica da empresa.

CADEIA DE

FORNECIMENTO

Pensamento diferenciado com os agentes logísticos

(transporte, estocagem e entrega.)

PRESENÇA Competência na criação de novos canais de distribuição

(intermediação) e pontos de presença.

REDE Habilidade em melhorias nas redes de ofertas através da

conexão e comunicação com os clientes e os fornecedores.

Fonte: Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006) e Bachmann e Destefani (2008), adaptado pela autora

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Para utilização no Programa Agentes Locais de Inovação, a consultoria Bachmann &

Associados reconfigurou o modelo apresentado por Sawhney Figura 2 e Quadro 4

acrescentando-lhe a dimensão Ambiência Inovadora. Essa dimensão representava a efetiva

adaptação da metodologia indiana à realidade das MPE´s brasileiras que possui

especificidades internas como restrições financeiras (dificuldade de acesso a crédito, riscos

financeiros), de conhecimento (dirigente sem formação adequada à condução dos processos

inovativos) (Nogueira, 2017) e culturais (proprietários relutantes em delegar autoridade ou

tomada de decisões (Hausman, 2005)). Como a abordagem original não destaca o ambiente

interno da organização, a inclusão da dimensão passava a considerar o clima organizacional

propício à inovação como pré-requisito para uma empresa inovadora. Esta dimensão,

portanto, avalia também a importância que a empresa dá aos fatores que contribuem para criar

uma ambiência favorável à inovação, como fontes externas de conhecimento, propriedade

intelectual, ousadia inovadora, financiamento da inovação e coleta interna de ideias.

Carvalho (2015) em sua pesquisa explica que quando o Radar da Inovação foi

adaptado para o contexto das MPEs por Bachmann e Destefani (2008), continha potencial

para colaborar no alcance de vantagem competitiva, uma vez que direciona para quais

dimensões as empresas de um determinado setor têm inovado, ao passo que sinaliza quais

dimensões ainda são pouco exploradas e, portanto, podem distinguir uma empresa em relação

aos seus concorrentes setoriais. Por isso, é possível dizer que o Radar da Inovação, de

Sawhney, Wolcoot e Arroniz (2006), permite uma ampliação do que são ações de inovação

em uma empresa e, por consequência, possibilita uma avaliação mais abrangente da inovação

organizacional.

Desta maneira, conforme afirma o manual de capacitação do Programa, a metodologia

considera quaisquer inovações de produto, mesmo as estéticas e de design, por considerar que

estas podem ser um primeiro passo dado pelo empreendedor no uso do conhecimento (de

produto e de mercado) com o objetivo de aumentar a competitividade. Além dos aspectos

tecnológicos, o Radar da Inovação também leva em conta a adoção de práticas de gestão que

são comuns nas organizações maiores e que, nas Empresas de Pequeno Porte (EPP),

representam alguma novidade. Finalmente, o Radar da Inovação avalia o quanto o ambiente

interno é propício à inovação. Afinal, é amplamente aceito que “Uma empresa inovadora é

um local onde as pessoas estão capacitadas a resolver problemas e onde a criatividade é parte

da cultura organizacional”. Portanto, a determinação do Radar da Inovação é uma orientação

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sobre quais dimensões podem se transformar em oportunidades para a empresa inovar no

mercado.

Tendo em vista que o Radar da Inovação proporciona essa visão mais abrangente de

inovação, o Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), do SEBRAE, conforme dito

anteriormente, passou a utilizá-la na avaliação do grau de inovação de MPEs.

2.3.2 Escala de medição: Grau de Inovação (GI)

A metodologia do Radar da Inovação permitiu a mensuração do indicador grau de

inovação (GI) de uma empresa. A dificuldade de medir o Grau de Inovação é bem

demonstrada por levantamento realizado por consultoria nos Estados Unidos (Bachmann e

Destefani, 2008). O grau de inovação das organizações, e até de países, é tipicamente

avaliado por meio de indicadores como número de patentes, volume de recursos

aplicados em P&D e outras métricas. Estas formas de avaliar o grau de inovação permitem

avaliar também a eficácia do processo de inovação (Bachman e Associados, 2008).

No entanto, a metodologia do Radar da Inovação sugere uma alternativa prática para

avaliar o Grau de Inovação nas organizações brasileiras de maneira que a inovação não fosse

caracterizada como um evento ou fato isolado, mas fruto de um processo. Daí a preocupação

em avaliar não o simples resultado (número de inovações), mas a maturidade dos processos de

inovação das empresas. Muitos novos empreendimentos decorrem de uma única ideia de

sucesso, frequentemente casuísta; isto não é suficiente para caracterizar tal organização como

inovadora. Assim, é dado um escore maior àquelas empresas que tem uma prática estruturada

(ação sistemática) para buscar e gerar inovações. A escala de medição também é alinhada

com o Manual de Oslo que orienta que os pontos de vistas das empresas devem ser

registrados em bases binárias (importante/não importante) ou restringindo a faixa de respostas

(BACHMANN; DESTEFANI, 2008).

A medição é, então, realizada através das dimensões do processo da inovação que são

compostas por variáveis que ao serem analisadas terão a sua pontuação de acordo com os

critérios previamente estabelecidos pela metodologia (Manual de Capacitação do Programa

ALI). O cálculo do grau de inovação (GI) das empresas é realizado com base na avaliação de

cada uma das variáveis que compõem as treze dimensões pesquisadas no diagnóstico de

inovação (DI). O grau de inovação da empresa é, dessa forma, obtido a partir da divisão do

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somatório dos valores das médias obtidas em cada dimensão (treze dimensões) levando em

conta seus respectivos pesos (as dimensões possuem peso 1, com exceção da dimensão

ambiência inovadora que possui peso 2 devido aos seu grau de importância no cenário

brasileiro) pelo número total de dimensões (treze dimensões). Portanto, o grau de inovação é

um indicador utilizado para mensurar o grau de maturidade no uso do processo de gestão da

inovação em Empresas de Pequeno Porte. O grau de inovação trata-se de uma medida não

absoluta, mas uma referência sobre as diferentes oportunidades para inovar existentes na

empresa avaliada.

Portanto, o Radar da Inovação estimula a confecção e disponibilidade de dados

quantitativos quando transforma as informações obtidas pelos gestores das empresas

assistidas pelo Programa ALI em graus de inovação. Essa inovação do Programa tem como

base romper a máxima de que as Empresas de Pequeno Porte possuem, predominantemente,

dados qualitativos advindos da menor disponibilidade de informações típica desse tipo de

empresa.

O Radar da Inovação se diferencia da conhecida Taxa de Inovação, adotada pela

PINTEC (Pesquisa de Inovação realizada a cada três anos pelo IBGE que levanta informações

para construção de indicadores nacionais sobre as atividades de inovação empreendidas pelos

setores da indústria, serviços, eletricidade e gás brasileiros). Enquanto a Taxa de Inovação

corresponde ao percentual de empresas que implementaram inovação de produto ou processo

em relação ao total de empresas respondentes, o Radar da Inovação tem um enfoque mais

limitado e avalia a inovação internamente à organização (MANUAL DE CAPACITAÇÃO

ALI, 2014).

2.3.3 Horizonte temporal

O Grau de Inovação das organizações tem como objetivo primordial acompanhar

a evolução das mesmas de forma bastante pontual (BACHMANN; DESTEFANI, 2008). Para

isto, há necessidade de se estabelecer um período de tempo para ser considerado na

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avaliação. Em virtude da morosidade na apresentação de resultados nos processos de

inovação, assim como a rápida desatualização nos resultados obtidos e práticas adotadas no

mundo globalizado, a metodologia construída por Bachmann & Associados para o Programa

Agentes Locais de Inovação, baseada no Radar da Inovação, acompanhando diversos

trabalhos da mesma orientação, tomou por base um um horizonte de 3 anos para o

levantamento dos dados e o acompanhamento da evolução dos graus de inovação.

3 PROGRAMA AGENTES LOCAIS DE INOVAÇÃO (ALI) E CONTRIBUIÇÕES DA

LITERATURA EMPÍRICA PARA AVALIAÇÃO

Com o propósito de entender o funcionamento do Programa ALI e, assim, propor

análises mais consistentes sobre sua atuação e propor contribuições coerentes ao

funcionamento do ALI explorou-se este tópico como forma de que o trabalho tenha

alinhamento com as etapas do trabalho dos agentes na aplicação do ALI .

3.1 O Programas Agentes Locais de Inovação

O programa Agentes Locais da Inovação (ALI) foi criado em 2007 e foi iniciado no

primeiro semestre de 2008 pelo SEBRAE do Paraná e do Distrito Federal como uma

proposta-piloto que, fundamentada em uma metodologia indiana, procurava verificar a

aplicabilidade e a viabilidade no território brasileiro de uma ferramenta capaz de alargar a

participação e a sobrevivência das micro e pequenas empresas através da inovação

(SEBRAE, 2015). Este projeto era viabilizado por meio da prática continuada de ações de

inovação nas Empresas de Pequeno Porte por meio de uma orientação proativa, gratuita,

especializada e personalizada.

Definido o objetivo, o SEBRAE, inicialmente, contratou uma empresa de consultoria,

a Bachmann & Associados, para dar andamento ao projeto. Na ausência, no entanto, de

experiências similares no País, a contratada utilizou a metodologia do professor Mohanbir

Sawhney, da Kelogg School of Management (EUA) que baseia a inovação em 12(doze)

dimensões que convergem para compor ou alterar o estágio de cada empresa, acrescida da

dimensão “ambiência inovadora”. Essa nova dimensão permitiria englobar, à medida de

inovação das MPEs brasileiras, a importância do contato da empresa, dos seus gestores e dos

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seus funcionários com diferentes fontes de conhecimento externo como, por exemplo,

universidades, associações técnicas, entidades do sistema S, instituições financeiras, entre

outras. DRUCKER (2010), também reforça a importância dos empreendedores buscarem

nessas fontes de conhecimento externas informações sobre as mudanças e os sintomas que

indicam o surgimento de novas oportunidades para que uma inovação possa ter êxito.

Assim, a partir do diagnóstico de cada uma 13 (treze) dimensões propostas evoluiu-se

para a mensuração média e, após essa mensuração foi-se para a identificação de uma métrica

que situasse em determinado estágio o patamar de inovação das empresas, chamado de Grau

de Inovação Global (GIG). Logo, o diagnóstico é o instrumento utilizado para analisar a

situação/estágio em que a empresa se encontra com relação à inovação (SEBRAE, 2015).

Desta forma, o primeiro passo da Bachmann & Associados foi o levantamento do

estágio de inovação das micro e pequenas empresas do Paraná através da medição do Grau de

Inovação nas Pequenas e Médias Empresas no início do Projeto Agentes Locais de Inovação,

indicador resultante da média dos escores (grau de maturidade) de cada uma das dimensões da

inovação consideradas pela metodologia utilizada como base.

Testado, o projeto-piloto mostrou-se uma alternativa inteligente para levar

gratuitamente a inovação aos pequenos negócios. Em 2010, o projeto Agentes Locais de

Inovação deu seu primeiro salto: passou de projeto-piloto para tornar-se um programa de

alcance nacional, envolvendo diversos estados brasileiros. Em 2012, um novo marco: o

SEBRAE ganhou um novo aliado no Programa, o Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq), que proporcionou a solidificação do Programa no cenário

nacional quando passou a atuar em todo o território brasileiro.

Assim, nos primeiros três ciclos de atuação do programa (2008 a 2014), houve um

aumento de, aproximadamente, 350% no atendimento as empresas (conforme quadro 3

abaixo), permitindo, desta forma, uma expansão de atuação para todos os Estados do Brasil

como uma estratégia de acompanhamento e estímulo à inovação do SEBRAE. Essa extensão

do programa revela além de seu crescimento, a sua aceitação pelos clientes advinda,

sobretudo, dos resultados obtidos através da prestação da mentoria à suas empresas.

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Quadro 4 – Evolução Nacional do programa ALI

Ano

2008-2009

(1º ciclo de

atuação)

2010-2012

(2 ºciclo de

atuação)

2013-2014

(3º ciclo de

atuação)

Status do ALI Projeto-piloto Programa Programa + parceria

CNPq

Número de ALIs 30 30 100

Número de

empresas 1504 1632 5200

Fonte: Programa ALI, uma história de sucesso – SEBRAE/NA (2014)

As atividades práticas do programa são realizadas pelos agentes locais de inovação

(ALIs). Desde 2010, o ALI atua com bolsista extensionista do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através de parceria firmado por meio do

Acordo de Cooperação Técnica nº 55/2014 entre o CNPq e o SEBRAE. Anteriormente a

parceria com o CNPq, a parceria era firmada em cada estado com as fundações estatuais de

amparo à pesquisa (FAPs). O benefício trazido pela parceria com o CNPq foi referente

principalmente em relação à uniformização em relação a valores e regras das bolsas de

capacitação e de campo para as 27 UF (Unidades Federais). Este fato possibilitou que o

Programa fosse operacionalizado de maneira padronizada, abrangendo todos os estados do

Brasil. (SEBRAE, 2014).

No entanto, os agentes são selecionados por processo seletivo (prova escrita)

conduzido pela empresa terceirizada CONCEPÇÃO CONSULTORIA TÉCNICA

ESPECIALIZADA LTDA e, posteriormente, capacitados em um processo imersivo e

intensivo de um mês por instrutores do SEBRAE para que sejam capazes de atuar na

proposição de ações visando incrementar a competitividade e inovação nos pequenos

negócios (SEBRAE, 2014). Os agentes são capacitados nos campos cognitivos, atitudinal e

operacional segundo o manual de capacitação ALI. De acordo com Néto e Teixeira (2011), o

referido projeto treina os agentes selecionados nos conceitos de inovação, em ferramentas

voltadas para a busca de soluções inovadoras, e os orienta com informações sobre as

entidades que podem colaborar para fomentar a inovação nas MPEs.

Os Agentes Locais de Inovação (ALI) acompanham as empresas localizadas nos

setores e segmentos contemplados pelo programa que variam de acordo com as necessidades

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de cada Estado (levantamento realizado pelos escritórios regionais do SEBRAE) durante 18

meses. Cada agente fica responsável pelo acompanhamento de 40 empresas

concomitantemente dos setores predeterminados, porém a escolha dentro do setor é realizada

pelo agente. Este fator pode causar, no entanto, vieses de seleção (comodidade do agente por

localização, indicação, influência ou outros fatores).

Essencialmente, a execução das atividades do programa é caracterizada por visitas

sistemáticas do Agente Local de Inovação (ALI) aos empreendimentos. Primeiramente, os

agentes visitam as empresas (com base no perfil de empresas definido pelo programa: MPEs)

e as sensibilizam para os objetivos, benefícios e ações do programa a fim de conquistar a

adesão voluntária da empresa ao programa. Desta forma, a empresa que aderir ao projeto

receberá uma posterior visita do ALI para um diagnóstico completo alicerçado nas dimensões

da inovação defendidas por Sawhney (2006) e Drucker (2010) que foi denominado de Radar

da Inovação, e na análise das oportunidades de melhoria a serem exploradas (através do

instrumento matriz SWOT). Assim, com base nesse diagnóstico global, o agente proporá a

construção de um plano de ação, validado por um consultor sênior, para inserir soluções

inovadoras no ambiente da empresa. Depois de definido, esse plano será implementado sob a

responsabilidade da empresa com o acompanhamento e orientação do ALI (SEBRAE, 2014).

Dessa maneira, o SEBRAE (2014) explica que o Programa funciona da seguinte

forma, os Agentes visitam os empreendimentos oferecendo soluções e apresentando respostas

às demandas do negócio e o programa segue em sete etapas, que são:

(1) Sensibilização: momento que a empresa tem o primeiro contato com a proposta do

Programa ALI, sendo pré-requisito não participar de outros projetos do SEBRAE. Nesta

etapa, a empresa é apresentada à proposta do Programa para que conheça seus objetivos e

verifique seu interesse de participação espontânea;

(2) Adesão: momento em que a organização (empresário) de maneira formal assume o

compromisso perante o Programa. A empresa aderente pode a qualquer momento desistir de

participação no programa através da assinatura do termo de desistência quando não mais

poderá ter acesso ao acompanhamento do agente ALI exclusivo;

(3) Diagnóstico Empresarial: etapa em que ocorre a apresentação de informações de

gestão pelos empresários que são solicitadas pelos agentes que seguem o mesmo questionário

utilizado pelo Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas (MPE BRASIL)

do SEBRAE. Este questionário tem como base o modelo de excelência em gestão da FNQ e

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possui 37 questões, com 4 opções de resposta, envolvendo os 8 critérios de excelência em

gestão do MEG, voltado para Empresas de Pequeno Porte;

(4) Radar da Inovação: esta etapa consiste também em levantamento de informações

pelos agentes junto aos empresários. Desta vez, entretanto, segue-se o questionário Radar da

Inovação que tem como base a inovação nas MPEs. Assim, este instrumento que também

servirá como base para esta dissertação será minuciosamente detalhado no próximo tópico;

(5) Devolutiva: etapa em que o ALI elabora um relatório, a ser entregue aos gestores

da empresa, sobre as informações e os dados coletados nas etapas de Diagnóstico Empresarial

e Radar da Inovação. Este servirá de base para estruturação do plano de ação;

(6) Matriz F.O.F.A (forças, oportunidades, fraquezas e ameaças): etapa realizada,

depois do recebimento da etapa Devolutiva, em que o ALI elabora, em conjunto com o

empresário, uma análise do ambiente interno e externo da empresa de forma visual. Serve

para estruturar o plano de ação de acordo com a necessidade do empresário (após as etapas

padronizadas anteriores que oferece várias ideias baseadas nos instrumentos validados).

(7) Início e Monitoramento do Plano de Ação: etapa em que, em conjunto com o

empresário, o ALI planeja, minuciosamente, as ações de inovação e gestão da inovação que a

empresa implementará na empresa. Essa estruturação deve estar de acordo com o resultado

gerado pelo Radar da Inovação e as necessidades percebidas na empresa (matriz fofa).

Também se planeja as visitas de acompanhamento e suporte à empresa no desenvolvimento

dessas ações planejadas até a finalização das mesmas. Quando as ações dos planos de ação

são concluídas, o ciclo é finalizado e um novo ciclo de acompanhamento é iniciado. Este novo

ciclo revisa todas as ferramentas utilizadas no ciclo anterior com o objetivo de relembrar os

empresários e, desta forma, abrir os seus horizontes em relação as dimensões da inovação e

incentivar o planejamento e a execução de um novo plano com novas ações em diferentes

dimensões da inovação. Assim, os planos de ações são acompanhados e atualizados em média

por dois a quatro ciclos de duração média de seis meses.

Todas as etapas do programa são realizadas em conjunto: agentes locais de inovação

(ALIs), empresário(s) e consultor sênior do SEBRAE. O Consultor Sênior é um experiente

profissional que supervisiona, monitora e valida todas as etapas do Programa. Ele é contratado

via SGC (Sistema de Gestão de Credenciados) ou Licitação ou Contratos e deve residir na

região em que o ALI tem responsabilidade de acompanhar, sendo um especialista no

segmento que deve ser acompanhado pelo extensionista. As áreas de prioritário interesse para

atuação do Consultor Sênior devem ser: inovação ou desenvolvimento setorial; gestão da

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produção e da qualidade; ou empreendedorismo. Esse recurso permite um atendimento

diferenciado às empresas assistidas pelo Programa.

Figura 2 – Etapas do Programa Agentes Locais da Inovação

Fonte: Guia Rápido do ALI – SEBRAE/NA (2015)

Nesse contexto, Néto e Texeira (2011) explicam que o programa ALI foi concebido

visando estimular a cultura da inovação na cultura empresarial das MPEs, promovendo a

ampliação da sua capacidade competitiva, e aproximar as MPEs das instituições de ciência e

tecnologia (C&T) para transferir tecnologia ou estimular projetos de pesquisa. Em

consonância, Carvalho (2015), explana que a criação do programa ALI tem como objetivo

fomentar a prática da inovação para as MPEs e sensibilizar os empresários sobre a

importância da inovação como fator de sucesso. Paredes (2015) complementa explicando que

a proposta do Programa ALI visa um acompanhamento específico em MPEs dos setores de

comércio, indústria e serviços tomando como direção a realização de diagnósticos focados na

avaliação da inovação organizacional, no ambiente da administração, empreendedorismo e

responsabilidade social. Segundo ele o programa ainda visa uma análise dos ambientes

internos e externos e a conjectura de planos de ação para as empresas participantes. Para

Colbari (2015), o projeto ALI merece destaque por operar na proteção dos pequenos negócios,

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propiciando as MPEs o acesso ao conhecimento e à inclusão do “espírito” da inovação. O

SEBRAE (2014), gestor do Programa, afirma que Projeto Agente Locais de Inovação é uma

proposta para acompanhar e dar suporte aos empresários de micro e pequenas empresas na

prática da gestão da inovação, de modo a tornar suas empresas inovadoras.

Para continuidade plena, o Programa passa por constantes reestruturações baseadas nas

demandas do mercado e análises dos acompanhamentos. Para o ciclo 2016-2019, foco desse

estudo, o SEBRAE lançou uma série de diretrizes estratégicas que devem acompanhar o

Agente Local da Inovação (descritas no Guia Rápido dos Agentes Locais da Inovação,

fornecido pelo SEBRAE durante o treinamento dos ALIs). São eles:

1° Atuação setorial: direciona o extensionista para atuar com empresas do mesmo

segmento, para que seja possível um diálogo mais uniforme com os empresários, pois o

agente terá maior conhecimento naquela área de atuação. Essa diretriz requer um alinhamento

entre o Coordenador Estadual do ALI e o gestor das Unidades de Atendimento para

priorização dos setores a serem atendidos pelos ALIs;

2° Utilização do SistemALI: visando dar suporte às decisões que são consideradas

estratégicas nos programas, projetos e produtos. Algumas informações interessantes que

podem ser encontradas no SistemALI e podem ser utilizadas pelo SEBRAE/UF: quantidade

de empresas por segmentos, evolução do grau de inovação e gestão das empresas atendidas,

ações com maior recorrência nos planos de ação e indicadores para mensurar os impactos das

ações de inovação e gestão;

3º Alinhamento do Programa com os produtos do SEBRAE: tem por base direcionar

as ações das empresas propostas pelos agentes aos produtos fornecidos pelo SEBRAE como,

por exemplo, o SEBRAEtec (que possui produtos e serviços direcionados a área de tecnologia

e inovação), entre outros.

Além do acompanhamento prático das empresas, descrito acima detalhadamente, os

agentes ALIs, em virtude da parceria com o CNPq que visa uma amplitude de estudos

acadêmicos, devem executar também trabalhos científicos através da confecção de artigos

científicos e estudos de caso das empresas atendidas. Esse trabalho tem por objetivo

proporcionar uma aproximação de todos os envolvidos (ALIs, empresários, gestores, entre

outros) com a academia gerando, sobretudo, uma ampliação dos estudos de inovação nos

pequenos negócios. Segundo o texto “Programa ALI, uma história de sucesso” (SEBRAE,

2014) é possível afirmar que a aproximação com a academia interfere positivamente na

ampliação dos estudos de inovação nos pequenos negócios graças à produção de diversos

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artigos científicos produzidos pelos agentes, como requisito do trabalho realizado. Para

realizar a produção acadêmica com assertividade, os ALIs são acompanhados por um

orientador acadêmico com doutorado na área de inovação que são selecionados via processo

seletivo.

3.2 Avaliação de políticas de Inovação

Conforme Avellar e Botelho (2016), diversos países adotaram, especialmente a partir

dos anos 1990, políticas de incentivo à inovação. O desenho destas políticas e os

instrumentos utilizados por elas variaram entre países, mas, em geral, houve uma combinação de

instrumentos de incentivo fiscal e de incentivo financeiro como, por exemplo, subvenção

econômica (cunho fiscal) e empréstimos subsidiados que buscavam estimular atividades

inovativas, promovendo a redução dos custos envolvidos aos gestores.

No Brasil, conforme Nogueira (2017, pág. 99), pode-se constatar pelo levantamento dos

instrumentos de apoio as MPEs, que a princípio, o país avançou no suporte a legislação, a

ações e aos órgãos direcionadores, como o SEBRAE. No entanto, o que se pode observar,

neste contexto, é uma pulverização das ações e instrumentos de fomento à inovação, expondo,

assim, uma carência de foco e de coordenação nos projetos a favor da inovação nas MPEs

brasileiras, ditas como pilares do desenvolvimento econômico.

Também se observa uma lacuna de estudos que avaliem as modalidades de políticas e de

instrumentos existentes, de modo a se poder verificar sua eficiência e eficácia isoladamente e

em conjunto, especialmente daqueles instrumentos que têm logrado uma abrangência mais

compatível com as dimensões do país. Impactos na geração de empregos, no adensamento das

cadeias produtivas, na produtividade, na longevidade dos empreendimentos, no

desenvolvimento regional e sub-regional, na rentabilidade, na exportação e na inovação são

alguns dos indicadores econômicos que merecem ser avaliados. Esta é uma importante lacuna

a ser urgentemente preenchida pelos pesquisadores e estudiosos que se debruçam sobre o

tema.

Quando se examina os estudos sobre políticas de inovação no segmento das MPEs e seus

efeitos, percebe-se que os estudos são ainda mais escassos. Conforme aponta Avellar e

Botelho (2016) em uma minuciosa revisão sistemática da literatura sobre as políticas de

inovação pelo mundo, esse segmento só passou a ser objeto dos programas de inovação em

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meados de 1980, inicialmente, pelos países da OECD (Organização para Cooperação e

Desenvolvimento Econômico) com o Small Business Innovation Research (SBIR),

implementado no âmbito do Small Business Innovation Development Act (1982) nos Estados

Unidos, fato este que gerou o primeiro estudo apenas em 1996 com Lener; em 2008 pelos

países europeus com reconhecimento do papel central das Empresas de Pequeno Porte na

economia com a Lei das Pequenas Empresas para a Europa (Small Business Act); na América

Latina, somente nos anos 2000 com ações de políticas mais articuladas ao segmento que

estudos foram desenvolvidos por Acevedo e Tan (2010), Dini e Stumpo (2011) e Ferraro

(2011); e no Brasil, os principais estudos são os desenvolvidos por Avellar (2008, 2009), De

Negri et al. (2008) e Araújo et al. (2012), Avellar e Alves (2008), e Matos e Arroio (2010).

No entanto, são raros os trabalhos que avaliam os incentivos de cunho organizacional

(programas de desenvolvimento empresarial) voltado para otimização dos processos

empresariais necessários, inclusive, para a aderência aos programas de incentivo fiscal e

financeiro. Todos os trabalhos que os avaliam têm por objeto um ou mais programas de

incentivo a inovação que possuem por instrumento a injeção de incentivos e dinheiro nas

empresas. Na realidade, entretanto, a maioria das Empresas de Pequeno Porte do Brasil

possui baixo nível de maturidade organizacional (NOGUEIRA, 2017) fato que as tornam,

muitas vezes, incapacitadas de receberem ou gerenciarem de forma eficaz os recursos

oriundos dos programas de benefícios fiscais e/ou créditos incentivadores.

Desta forma, programas de incentivo a gestão da inovação são necessários para a

estruturação do segmento das MPEs brasileiras, assim como a mensuração dos seus efeitos é

essencial para a evolução dos programas, do segmento e, sobretudo, da economia brasileira,

dependente das MPEs.

3.2.1Avaliações do Programa Agentes Locais de Inovação (ALI)

O Programa Agentes Locais de Inovação é um projeto brasileiro que já vendo sendo

aplicados nas MPEs da Brasil por mais de uma década (desde de 2008), com a adesão de mais

de 50 mil empresas atendidas ( Anprotec, 2015), desta forma, já trata-se de uma proposta de

inovação sólida no mercado. No entanto, para continuidade do projeto tendo em vista o

pesado investimento financeiro (em torno de 362 milhões de reais por ano) que o SEBRAE

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junto ao CNPq realiza para proporcionar viabilidade na execução das atividades de todas as

etapas do ALI (acompanhamento com bolsistas, palestras, treinamentos, entre outros).

De fato, ao alcançar dimensão nacional e presença cativa no plano estratégico anual do

SEBRAE e do CNPq, o programa, aparentemente, atinge benefícios as empresas assistidas.

Contudo, devido ao vultoso aporte financeiro despendido por esses órgãos, esses benefícios

precisam ser gerenciados. O instrumento Radar da Inovação foi construído com o intuito de

contribuir para a mensuração através do seu grau de inovação propiciando aos gestores do

programa ALI uma gestão por resultados do ALI.

Porém este tipo de mensuração camufla os efetivos resultados do programa, visto que,

atribui todas as evoluções das empresas ao ALI quando, na verdade, as empresas poderiam

evoluir organicamente (evolução natural e seletiva do mercado) ou por incentivos de outros

fatores (outros programas, incentivos, leis ou características do negócio). Por isso, é

necessário um estudo mais aprofundado dos resultados obtidos pelas empresas diante das suas

características e da realidade que estão inseridas. Desta forma, será visto os reais benefícios

obtidos das inovações propostas pelo ALI perante o contexto, proporcionado aos gestores um

realinhamento do Programa a sua eficiência.

Os estudos com o propósito geral de avaliar as políticas de incentivo à inovação

aumentaram e apresentam metodologias diversas. Entretanto, nos últimos anos verifica-se a

predominância de estudos que utilizam técnicas econométricas, a fim de comparar grupos de

empresas contempladas pelos programas com grupos que apresentam características

semelhantes, ou possibilidades semelhantes de terem sido selecionadas como objeto de apoio,

de modo a apreender a efetividade das políticas públicas (AVELLAR E BOTELHO, 2016).

Esse levantamento foi executado com bastante diligencia e responsabilidade por Avellar e

Botelho (2016) averiguando estudos no Brasil e no mundo.

Outra linha de análise encontra-se no estudo de Salles Filho et al. (2011), que realiza

uma comparação entre os resultados de dois programas de incentivo: PIPE (Programa de

Apoio à Inovação em Pequenas Empresas), programa implementado pela FAPESP (Fundação

de Apoio à Pesquisa em São Paulo) com os encontrados para o SBIR.

Essas duas linhas de análise, no entanto, analisam os efeitos dos programas e

políticas existentes de forma isolada ou comparativa a outros programas. Essas formas são

bastante úteis, porém diante da realidade brasileira em que os programas são adaptados dos

programas ou metodologias de sucesso internacionais, como o Programa ALI é muito

importante uma avaliação paralela de focalização do programa: reconhecimento das

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características e a identificação adequada da população elegível ao programa conforme o

desenho da política (Guia Prático de análise ex post CGU, 2018).

O Programa ALI que já nasceu com formulação voltada para as MPEs (através do

instrumento Radar da Inovação), ou seja, com a população elegível já definida em seu

desenho estrutural (pelos gestores do Programa) precisa validar essa sua focalização dentro de

cada Estado brasileiro haja vista suas dimensões territoriais e, consequentemente, sua

diversidade de mercado. Validar a focalização e avaliar a consistência do desenho do

programa torna-se, assim, essencial para que as empresas selecionadas evoluam

compativelmente ao objetivo do Ali seja por relação lógica aos mecanismos de intervenção ou

por ser mais atingida pelos problemas do grupo selecionado (Guia Prático de análise ex post

CGU, 2018).

Desta forma, este estudo também recorreu a um trabalho de revisão sistemática da

literatura, que tinha por objetivo levantar os artigos produzidos e publicados no Brasil sobre o

Programa Agentes Locais de Inovação e seus métodos de análise de resultado até então

utilizados. Após os refinamentos necessários (demonstrados na revisão sistemática no

APÊNDICE A) e posterior investigação desses, o Quadro 5 foi gerado como produto.

Quadro 5 – Análise dos trabalhos sobre o ALI

N° Metodologia Variáveis Dimensões

1

Analises comparativa:

diferenças de médias de

cada dimensão,

diferenças de médias do

grau de inovação global

e;

uma análise estatística

dos dados;

Conclusão: O que

realmente importa é o

perfil empreendedor do

gestor empresa

Variáveis não correlacionadas

ao GI:

Gênero;

tempo de empresa

.

Variáveis correlacionadas ao

GI:

número de

funcionários;

empresas que já

utilizaram

serviço/produto do

SEBRAE antes de

serem acompanhadas

pelo Programa ALI;

nível de

escolaridade.

Evolução de todas as

dimensões com exceção das

dimensões:

cadeia de

fornecimento e;

presença

O que realmente importa é o

perfil empreendedor do gestor

empresa

2 Estudo de caso (3

empresas: Farmácias de

manipulação);

Analise qualitativa/

observacional;

Analisa as dimensões;

-

Dimensão destaque:

Ambiência inovadora

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Conclusão: processo

incremental e endógeno

3 Estudo 1 caso;

Variação do GI e do

grau de cada dimensão

(antes e depois);

Analise observacional de

cada dimensão (análise

de conteúdo);

Conclusão: inovação

incremental para MPEs.

-

As dimensões destaque:

Processos;

Organização;

Rede e;

Ambiência

Inovadora.

5 Analise qualitativa das

dimensões mais

utilizadas

Conclusão:

o Distanciamento

do empresário:

o Redução dos

investimentos

em inovação;

o Mortalidade de

algumas

empresas:

Melhorar o processo de

seleção das empresas e;

Concentrar a

formação/especialização

dos agentes para maior

contribuição

-

As dimensões destaque:

Clientes;

Ambiência

Inovadora ;

Marca

8 Avaliação de

desempenho das

empresas do ALI de

Campo Grande do setor

de indústrias.

número de ciclos

realizados no

programa (falta de

uniformidade)

As dimensões destaque

negativo:

Marca;

Gestão de inovação;

Layout

13 Estudo qualitativo em

3000 MPEs (Paraná).

Comportamento da inovação:

GI por dimensão:

Setores;

Região

-

14 Pesquisa qualitativa

(entrevista com agentes)

-

-

TOTAL 7

Fonte: Elaboração da autora com base nos artigos filtrados pela revisão sistemática (Apêndice A).

Esta análise permitiu observar que os estudos sobre o Programa ALI se concentram,

sobretudo em estudos de caso e/ou entrevistas com os agentes que aplicam o Programa afim

de que através de análises qualitativas chegue-se a conclusões sobre os resultados das

empresas. Os estudos que fazem avaliações quantitativas reforçam também o viés para análise

dos resultados da contribuição de cada dimensão na conquista de competitividade. Nenhum

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dos estudos, no entanto, fez uma análise da focalização do Programa ao contexto de aplicação.

Porém, um dos trabalhos (n°5) levantou a questão através da necessidade de melhorar o

processo de seleção das empresas que serão assistidas para que assim consigam se adequar a

configuração do programa e receber todos os benefícios do programa. Essa seleção das

empresas proposta é fruto de um estudo da focalização.

Portanto, este trabalho fará a análise da evolução das empresas participantes do

Programa ALI, programa de inovação do SEBRAE e CNPq voltada para às Micro e Pequenas

Empresas brasileiras no contexto do estado do Rio Grande do Norte (RN), por meio da

metodologia econométrica de regressão linear multivariada. Assim, esta dissertação pretende

investigar o perfil de empresas que mais se beneficiou do programa (melhores resultados) e,

assim, ajustar e/ou alinhar o programa à realidade das MPEs, tão importantes na economia

brasileira. Desta maneira, o programa conseguirá, como o apoio das análises realizadas neste

trabalho, selecionar empresas de forma consistente para o desenho (metodologia) do ALI e

propor medidas eficazes para todas as empresas selecionadas, ajudando-as na conquista de

competitividade no mercado através das ações de inovação propostas pelo ALI e seu Radar da

Inovação.

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4 DADOS E METODOLOGIA

4.1 Caracterização da pesquisa

O presente estudo será caracterizado segundo seus fins e seus meios, para tal

utilizará a taxionomia proposta por Vergara (2016). Quanto aos fins trata-se-á de uma

pesquisa descritiva e explicativa. É descritiva posto que serão apresentados diversos aspectos

que caracterizam as MPEs do Brasil, assim como características do fenômeno da inovação e

suas práticas nas MPEs, buscando estabelecer relações entre eles. Já seu caráter explicativo

reside no fato de buscar esclarecer alguns dos aspectos que influenciam /contribuem para essa

relação (através das dimensões). Já quanto aos meios será uma pesquisa bibliográfica,

documental e experimental.

4.2 Abrangência do estudo

O estudo foi realizado com as MPEs participantes do Programa ALI do Estado do Rio

Grande do Norte em três regiões: Natal (Região Metropolitana), e Oeste e Seridó (interior do

RN). As regiões estão caracterizadas na Figura 3.

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Figura 3 – Região de atuação do ALI/RN

Fonte: Edital do Programa ALI RN (2016).

De acordo com dados do SEBRAE Nacional, o programa contemplou um universo de

800 MPEs do RN pertencente aos três setores da economia (indústria, comércio e serviços)

procurando contemplar a heterogeneidade das MPEs.

Este estudo, no entanto, após filtros (ausência de dados das empresas, duplicidade de

empresas, ausência de empresas, empresas que desistiram presente na base, erros/troca de

grande parte das datas dos dados das empresas) geraram inviabilidade no uso de 64% das

empresas contidas na base de dados fornecida pelo SEBRAE Nacional (a base de dados

utilizada pelo programa, chamado de SISTEMALI, é frágil e apresentação erros que torna

impossíveis a realização de pesquisas). Logo, para este estudo que prioza a utilização de

dados robustos foram consideradas como amostra apenas 286 empresas.

Em relação ao período analisado, a pesquisa abrange o terceiro ciclo do Programa no

Estado compreendido entre os anos de 2016 a 2018.

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4.3 Coleta de dados

Os dados utilizados nas diferentes etapas da pesquisa foram coletados na base do

SEBRAE Nacional com sede em Brasília-DF pelo setor de Tecnologia da Informação (TI) do

SEBRAE Nacional com base nas informações solicitadas pela pesquisadora em planilha

estruturada. O pedido foi realizado formalmente a gerência do Programa ALI Nacional

através de documento oficial comprometendo-se com a pesquisa unicamente para fins

acadêmicos e prezando pela manutenção do sigilo dos dados e das empresas pesquisadas.

Os referidos dados dizem respeito a dados e informações das empresas relativas a

aspectos gerais, operacionais, econômico, administrativos e de gestão das MPEs do RN

participantes do Programa ALI. Vale ressaltar que a base de dados foi utilizada é alimentada

com dados e informações dos agentes locais de inovação (ALIs) colhidas durante as visitas de

acompanhamento às empresas participantes do Programa com base nas respostas dos

empresários (ou responsáveis pelas empresas) ao questionário estruturado (Radar da

Inovação) que são sistematizadas, instantaneamente, em um sistema interno do Programa

denominado SistemAli.

Os dados foram colhidos no ciclo de 2016/2018 do Programa ALI no estado do Rio

Grande do Norte. Este estudo é longitudinal, onde foram coletados os dados para análise em

dois momentos: momento de adesão da empresa ao Programa ALI (T0) e momento do último

ciclo desenvolvido pela empresa no Programa ALI (T1) no estado, havendo, no entanto, um

acompanhamento ao longo do tempo do fenômeno em estudo. O momento 1 compreende a

sensibilização do empresário para adesão ao programa, onde lhe são apresentados os objetivos

e método de funcionamento, com posterior aplicação do diagnóstico Radar Inovação para

avaliar o que a empresa tem desenvolvido de inovação nos últimos três anos, relacionado às

13 dimensões do radar adaptado por Bachmann e Destefani (2008). O momento 2 dá-se no

último ciclo desenvolvido pela empresa durante o acompanhamento pelo ALI. É importante

resaltar que a evolução das empresas, por depender de fatores internos e externos da empresa,

não se apresenta de forma uniforme para todas as empresas, desta forma, umas empresas

evoluem mais rápidas e outros mais lentamente. Por isso os últimos ciclos das empresas são

diferentes e devem ser levados em consideração nas avaliações de programas como variáveis

explicativas.

A ferramenta usada no trabalho de Sawhney et al. (2006) e adaptada por Bachmann e

Associados (já discutida neste trabalho) que tem como intuito mensurar o grau de inovação

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em MPEs a partir da concepção de dimensões inovativas, sendo, desta forma, capaz de

mensurar a propensão a inovar de cada empresa. O indicador, resultante da média dos escores

(grau de maturidade) de cada uma das dimensões da inovação, obtido pelas respostas a 42

questões objetivas, resulta em uma métrica útil para mensurar o Grau de Inovação. Além

disso, o método permite diagnosticar possíveis formas para inovação por parte das empresas.

O diagnóstico de inovação é dividido em dois blocos. O bloco I aborda 93 questões

relacionadas ao perfil da empresa e contém informações a respeito da caracterização da

empresa: razão social, nome fantasia, CNPJ, endereço, telefone, Código Nacional de

Atividade Econômica (CNAE), número de pessoas ocupadas e porte dos clientes. Esta parte é

aplicada unicamente no momento de adesão da empresa ao Programa e neste estudo será

utilizado como variáveis.

O bloco II, denominado de cálculo do grau de inovação, é formado pelas treze

dimensões e por 42 questões objetivas. Cada dimensão é composta de um conjunto de

variáveis/perguntas que recebem a pontuação escalar de 1, 3 ou 5, de acordo com a situação

da resposta dada pelo empresário a cada questão. As variáveis terão a sua pontuação conforme

as situações mostradas no Quadro 6:

Quadro 6 – Equivalência dos escores com a situação da empresa perante a inovação

Escore Situação

1 Organização pouco ou nada inovadora

3 Organização inovadora ocasional

5 Organização inovadora sistêmica

Fonte: Adaptado de Bachmann e Destefani (2008)

A aplicação desse segundo bloco dá-se em todas as dimensões de inovação trabalhadas

pela metodologia de Bachmann e Destefani (2008).

4.4 Análise dos dados

Os dados coletados na pesquisa foram analisados em 2 etapas. Na primeira etapa, foi

desenvolvida uma análise descritiva dos dados gerais das empresas e dos empresários através

de estatística descritiva buscando compreender o perfil das MPEs participantes do Programa

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no RN. Em seguida, foi realizada uma avaliação da focalização do Programa ALI no RN,

permitindo o aprofundamento da investigação sobre as características (variáveis) das

empresas mais beneficiadas com o Programa considerando o contexto. Essa avaliação

resultará em um perfil de empresas adequadas a receber o programa ALI ou/ e permitirá

possíveis adequações do programa diante da realidade. No Quadro 7 está apresentado um

resumo da estratégia de análise de dados e sua vinculação aos objetivos desta pesquisa. Nos

tópicos seguintes estão detalhadas as etapas definidas para a análise de dados.

Quadro 7 – Resumo da estratégia de análise de dados

Objetivo geral: Analisar a estratégia de focalização do Programa ALI a partir dos resultados alcançados no ciclo 16/18 no âmbito do Estado do Rio Grande do Norte.

Objetivos específicos Etapa Ferramentas

a) Mapear o perfil das empresas e dos empresários participantes do Programa ALI, ciclo 16/18, no Rio Grande do Norte.

Análise descritiva EXCEL

b) Examinar a variabilidade das notas de cada dimensão da inovação, obtidas pelos participantes do Programa ALI, ciclo 16/18, no Rio Grande do Norte, conforme características das empresas.

Regressão STATA

c) Avaliar, de acordo com as

características dos participantes do

Programa ALI, a evolução alcançada

no grau de inovação, ao longo do

ciclo 16/18, no Rio Grande do Norte.

Regressão EXCEL

Fonte: Elaboração da autora.

4.4.1 Análise descritiva do perfil das empresas

A primeira etapa visa atender o objetivo “a” da pesquisa e, portanto, desenvolver uma

avaliação do perfil das empresas participantes do Programa ALI no RN, por meio do método

de estatística descritiva. Os valores (percentuais) que serão obtidos as respostas às questões já

estruturadas pelo desenho do Programa fornece, assim, elementos comparativos e sugestivos

para o aperfeiçoamento da aplicação do referido Programa de incentivo a práticas de

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inovação, pois é capaz de captar as particularidades e especificidades da realidade das

empresas alvos do Programa no Estado.

A execução da análise descritiva será realizada com auxílio do Excel que permite uma

melhor visualização dos resultados na geração dos gráficos representativos desses resultados.

Para aplicação da análise em questão, serão realizadas escolhas quanto ao conjunto de

variáveis disponíveis em questionário estruturado pelo Programa ALI para serem examinadas.

4.4.1.1 Variáveis selecionadas

Como se observa na literatura acadêmica existe uma diversidade considerável de

variáveis que podem ser usadas como delineadora do perfil das unidades trabalhadas nos

estudos, neste caso, para retratar as empresas MPEs estudadas. Tomando como base os

estudos existentes e considerando as características desta pesquisa (objetivos, disponibilidade

de dados e formatação do Programa ALI) foram selecionadas treze variáveis do questionário

de entrada, já estruturado pelo Programa, aplicado às empresas participantes para compor a

análise descritiva conforme disposto no Quadro 8.

Quadro 8 – Variáveis observáveis das empresas

Variável DEFINIÇÃO

Setor Ramos de atividade que podem ser exploradas pelas

empresas: indústria, comércio ou serviço.

Faixa de faturamento Modalidade da empresa baseada na faixa de faturamento

anual, segundo a regulamentação da Lei complementar

123: ME (até trezentos e sessenta mil reais) ou EPP (entre

trezentos e sessenta mil reais e quatro milhões e

oitocentos mil reais).

Neste estudo representará o porte da empresa.

Cidade Cidade a que pertence a empresa.

Neste estudo foi utilizada para classificar a região do RN.

Sexo Gênero a que pertence a pessoa responsável pela empresa

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Empreendedor anterior Participação anterior do empreendedor em outro

empreendimento

Utilização de empréstimo Uso (anterior ou presente) de recursos financeiros

advindos de empréstimos

Dificuldade no pagamento Relato de dificuldade de pagamento da empresa.

Último ciclo desenvolvido no

programa ALI

Último ciclo que a empresa realizou durante

acompanhamento no programa ALI.

Fonte: Elaboração da autora

4.4.2 Avaliação do Programa ALI

A segunda parte visa atender os objetivos “b” e “c” do estudo e, desta forma, avaliar e

compreender as principais relações entre os graus de inovação (das dimensões e globais) com

as variáveis observáveis e contextuais das empresas atendidas pelos ALI/RN por meio de

metodologia de regressão linear multivariada. A análise estimará, desta forma, o perfil de

empresas adequadas a receber toda a contribuição do Programa ALI, ou seja, qual parcela das

empresas está mais apta a se beneficiar das práticas de inovação nas MPEs atendidas pelo

Programa ALI.

Para tal, será definido o modelo de avaliação que será aplicado aos resultados dos graus

de inovação geral (variável dependente ou de resposta) e, também aos graus de inovação das

dimensões da inovação (ambos indicadores da metodologia utilizada na estruturação do

Programa ALI: Radar da Inovação) das MPEs atendidas pelo Programa no terceiro ciclo do

Rio Grande do Norte entre os anos de 2016 e 2018. A execução da avaliação será feita com

auxílio do EXCEL. A aplicação da análise da evolução prevê algumas escolhas quanto à

estimação do modelo econométrico e especificação do modelo e metodologias e que serão

utilizadas como instrumentos para analise do Programa ALI no RN. Tais particularidades

serão detalhadas nos tópicos a seguir.

4.4.3.2 Modelo econométrico

O modelo de inovação aqui proposto busca uma relação entre a variável dependente

(variável de resposta) com variáveis independentes específicas (variáveis explicativas) a fim

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de identificar características das empresas e empresários que são relevantes para que as MPEs

realizem mais práticas inovativas (segundo a metodologia do Radar da Inovação). Para isto,

será utilizada a comparação da medida do grau de inovação global obtido pelas empresas no

instrumento do Programa (questionário Radar da Inovação) com as variáveis de perfil das

empresas atendidas pelo ALI-RN.

A regressão linear é uma tentativa de modelar uma equação matemática linear que

descreva o relacionamento entre duas variáveis (CURRAL, 1994). Há diversas maneiras de

uso dessas equações de regressão, em situações envolvendo duas ou mais variáveis. Este

trabalho, por exemplo, pretende explicar as variações nos graus de inovação em função das

variáveis que caracterizam o perfil das empresas ou seus empresários. Deve-se notar,

entretanto, que a lógica de uma relação causal deve advir de fenômenos externos ao âmbito da

estatística. A análise estatística de regressão apenas modela qual relacionamento matemático

pode existir, se existir algum (HOFFMANN, 2006). Ainda como aplicação da regressão pode-

se estar interessado em predizer valores futuros de uma variável. Por exemplo, através de

avaliação das variáveis de perfil das empresas pode-se avaliar o potencial de evolução dos

graus de inovação. É de presumir que haja um relacionamento matemático entre o resultado

do teste e o potencial futuro. Embora tais relações possam assumir uma grande diversidade de

formas, discutiremos apenas as equações lineares.

As equações lineares são importantes porque servem para aproximar muitas relações

da vida real, e porque são relativamente fáceis de lidar e de interpretar (RODRIGUES et al.

2013, p.609).

A regressão múltipla é mais receptiva a análise ceteris paribus, pois ela nos permite

controlar explicitamente muitos outros fatores que, de maneira simultânea, afetam a variável

dependente (WOOLDRIDGE, 2007, p.64).

Para o estudo, a equação linear múltipla é:

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As variáveis explicativas do modelo são:

Serviços e indústria são variáveis dummy para o setor de serviços e da indústria,

respectivamente. O setor de referência será o comércio.

Mulher é uma variável dummy para empresas presididas por mulheres e a categoria de

referência é composta por empresas com empresários do sexo masculino;

EPP é uma variável dummy para empresas do tipo EPP. A categoria de referência é

ME;

Natal e Seridó são variáveis dummy para as empresas localizadas na Região de Natal

e do Seridó. Oeste é a categoria de referência formada por empresas localizadas na

região Oeste do Estado.

Empreendedor é uma variável dummy para os empresários que já empreenderam

anteriormente. A categoria de referência é composta por empresários que estão

empreendendo pela primeira vez no mercado;

Empréstimo é uma variável dummy para os empresários que já solicitaram

empréstimos para as empresas. A categoria de referência é composta por empresas que

não solicitaram empréstimos;

Pagamento é a variável dummy para as empresas que possuem dificuldade de realizar

seus pagamentos. A categoria de referência é formada pelas empresas que não

possuem dificuldades de pagamentos;

Ciclo 1, ciclo 2, ciclo 3 são variáveis dummy para as empresas que avançaram no

programa até o ciclo 1, 2 e 3, respectivamente. A categoria de referência é formada

pelas empresas avançaram até o ciclo 4;

Como todas as variáveis do modelo são qualitativas e assim usamos variáveis

dummy independentes na mesma equação tem-se que o parâmetro ( n) fornece o

diferencial proporcional (aproximado) em Y entre aqueles que apresentam ou não a

característica de n considerada, mantendo fixas as outras variáveis explicativas.

O segundo modelo utilizado neste trabalho analisa mudanças nos graus de inovação

ao longo da participação de uma empresa no programa (ΔY):

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Nesta equação as variáveis explicativas são as mesmas da equação anterior, mas

foram excluídas as variáveis referentes ao número de ciclos concluídos pelas empresas já que

elas estão diretamente relacionadas com a evolução no grau de inovação ao longo da

participação no programa.

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60

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1 Análise Descritiva das empresas

Para um entendimento mais profundo da realidade das empresas atendidas pelo

ALI/RN foram realizadas análises descritivas das empresas, empresários e do programa.

5.1.1 Características das empresas pesquisadas

Primeiramente, foram analisadas as estatísticas descritivas da amostra viável de 286

micro e pequenas empresas assistidas pelo Programa ALI no estado do Rio Grande do Norte

(RN) durante o ciclo de 2016/2018.

As empresas, por descrição do programa, pertencem ao porte de ME- microempresas

com receita igual ou menor que R$ 360 mil anuais ou EPP - Empresas de Pequeno Porte com

receita maior que R$ 360 mil e menor que R$ 3,6 milhões anuais. Na amostra analisada a

distribuição de atendimento quanto ao porte das empresas foi de 47,20% de MEs e 52,8% de

EPPs atendidas, demonstrando um equilíbrio no atendimento aos portes de empresas

abarcados pelo programa, conforme Gráfico 1.

Gráfico 1 – Porte das Empresas

Fonte: Elaboração da autora

A distribuição das empresas atendidas pelos ALI no Estado por setor mostra uma

prevalência em comércio (49%), seguido do setor de serviços (39%) e do setor de indústrias

(12%), conforme Gráfico 2.

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Gráfico 2 – Setores das Empresas

Fonte: Elaboração da autora

Em relação às três regiões do Estado do RN que são atendidas pelo Programa ALI no

ciclo 16/18, observa-se que Natal (Região Metropolitana) possui predominância no

atendimento com 56,29% das empresas (161empresas); já o Oeste possui 25,52% (73

empresas); e o Seridó tem 18,18% (52 empresas) das empresas do ALI, conforme Gráfico 3.

Fonte: Elaboração da autora

Fonte: Elaboração da autora

As empresas atendidas estão distribuídas pelas cidades do RN segundo o Quadro 9.

Gráfico 3 – Regiões do RN

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Quadro 9 – Cidades atendidas pelo ALI/RN

CIDADES N°

EMPRESA %

AÇU 21 7,34%

ALTO DO RODRIGUES 1 0,35%

ANGICOS 1 0,35%

BOA SAÚDE 1 0,35%

BOM JESUS 3 1,05%

CAICÓ 15 5,24%

CURRAIS NOVOS 13 4,55%

EXTREMOZ 1 0,35%

IPANGUAÇU 1 0,35%

ITAJÁ 2 0,70%

JARDIM DO SERIDÓ 3 1,05%

MACAÍBA 2 0,70%

MACAU 5 1,75%

MONTE ALEGRE 1 0,35%

MOSSORÓ 43 15,03%

NATAL 141 49,30%

NÍSIA FLORESTA 1 0,35%

PARELHAS 3 1,05%

PARNAMIRIM 10 3,50%

SANTA CRUZ 3 1,05%

SÃO BENTO DO TRAIRI 2 0,70%

SÃO JOSÉ DE MIPIBU 1 0,35%

SÃO VICENTE 1 0,35%

SENADOR ELÓI DE SOUZA 1 0,35%

SERRA CAIADA 3 1,05%

SÍTIO NOVO 1 0,35%

TANGARÁ 1 0,35%

TIBAU DO SUL 5 1,75%

Total geral 286 100,00% Fonte: Elaboração da autora

5.1.2 Características dos empresários

Em relação ao perfil dos empresários das empresas analisadas, 42% são mulheres e

58% homens. Confirmando a expansão do número de mulheres empreendedoras nas MPEs

brasileiras, mas certificando ainda preponderância de homens nessas empresas no RN,

conforme Gráfico 4.

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Gráfico 4 – Gêneros dos Empresários

Fonte: Elaboração da autora

Os empresários da amostra são formados por 81,47% (233) de empresários de

primeira viagem, ou seja, a empresa que participa do ALI é seu primeiro empreendimento não

possuindo, desta forma, experiência de mercado. Os outros 19% (53 empresários) já

empreenderam antes com outras empresas (Gráfico 5).

Gráfico 5 – Empreendimentos Anteriores

Fonte: Elaboração da autora

A maioria dos empresários da amostra (51,75%, ou 148 empresários) já realizaram

empréstimos para sua empresa, enquanto 48,25% (138 empresários) não realizaram

empréstimos para viabilizar a sustentabilidade da sua empresa (Gráfico 6).

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Gráfico 6 – Empréstimos para a Empresa

Fonte: Elaboração da autora

O cenário também parece confiante para os empresários, visto que, 81,47% (233

empresários) relataram não possuem dificuldades diante dos seus pagamentos (Gráfico 7).

Gráfico 7 – Dificuldade de Pagamento

Fonte: Elaboração da autora

5.1.3 Características iniciais e finais Programa ALI/RN

No início do acompanhamento do programa ALI é detectado o grau de inovação para

cada dimensão, assim como o grau de inovação global (Quadro 10). Desta forma, no início do

Programa (T0) a média dos graus de inovação global das empresas foi de 2,38. Como a escala

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varia de 1 a 5, este valor corresponde ao segundo quarto da escala. Essa situação indicava que

a inovação ainda era incipiente.

Quadro 10 – Grau de Inovação momento T0

ESTAT. Oferta Plataforma Marca Clientes Soluções Relacionamento Agregação de valor

MEDIA 2,84 3,17 3,74 2,33 2,01 3,35 1,56

ESTAT.

Processos Organização Cadeia fornecimento

Presença Rede Ambiência Inovadora

Grau de inovação global

MEDIA 1,83 2,07 1,85 1,61 2,80 2,07 2,38 Fonte: Elaboração da autora

No final do acompanhamento, pode-se realizar uma análise bastante interessante a

respeito das empresas e da sua evolução durante os 30 meses de acompanhamento do

programa AL: analise da quantidade de ciclos que as empresa realizaram durante todo o

acompanhamento pelo ALI e as médias dos graus de inovação alcançados de forma global e

também para cada dimensão da inovação. Das 286 empresas analisadas, 12 empresas (4,20%)

alcançaram apenas o ciclo 1(segundo ciclo do programa); 144 empresas (50,35%) foram até o

ciclo 2; 111 empresas (38,81%) alcançaram o ciclo 3; e 19 empresas (6,64%) conseguiram

chegar ao ciclo 4 (Gráfico 8). Esse analise mostra um comprometimento dos empresários com

o Programa e, consequentemente, como o avanço das inovações nas empresas atendidas.

Gráfico 8 – Último Ciclo das Empresas Analisadas

Fonte: Elaboração da autora

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O reflexo da dedicação dos empresários ao Programa pode ser observado com a

evolução dos graus de inovação no último ciclo de acompanhamento das empresas pelo

Programa através da mensuração final (Quadro 11).

A média dos graus de inovação global das empresas subiu de 2,38 para 2,99.

Quadro 11 – Evolução no Grau de Inovação

ESTAT. Oferta Plataforma Marca Clientes Soluções Relacionamento Agregação de valor

MEDIA 3,25 3,75 4,07 3,03 2,54 4,03 2,16

ESTAT. Processos Organização Cadeia fornecimento

Presença Rede Ambiência Inovadora

Grau de inovação

global MÉDIA 2,46 2,82 2,43 2,16 3,52 2,81 2,99

Fonte: Elaboração da autora

Comparativamente nos dois momentos de avaliações deste estudo: adesão (momento

anterior ao acompanhamento do ALI- T0) e último ciclo da empresa no Programa (T1),

percebe-se, segundo a Quadro12, que houve uma evolução no Grau de Inovação médio em

todas as dimensões da inovação das empresas participantes do Programa ALI. Pode-se, assim,

dizer que com o acompanhamento do Programa ALI, houve e foi verificado, de alguma

forma, estímulo à ações de inovação, melhorias nas empresas e incentivo aos empresários no

conhecimento das inovações de seu setor (Gráfico 9) em torno de 25,6% na média do Grau de

Inovação Global.

Verifica-se também evolução positiva para todas as dimensões, mesmo que o não

tenha apresentado numericamente um salto tão grande. Assim, denota-se que, paulatinamente,

a cultura da inovação se alicerça em diferentes ações voltadas para as várias dimensões da

inovação. Isto se consolida na constatação que as dimensões que mais cresceram

percentualmente são diferentes das dimensões que apresentaram a maior média absoluta em

T1.

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Quadro 12 – Evolução das médias dos graus de inovação por dimensão nos instantes de tempo

T0, T1 e a diferença percentual entre as médias

O P M C S R AV Pro Org. CF Pres. Rel. AI GI

T0 2,84 3,17 3,74 2,33 2,01 3,35 1,56 1,83 2,07 1,85 1,61 2,80 2,07 2,38

T1 3,25 3,75 4,07 3,03 2,54 4,03 2,16 2,46 2,82 2,43 2,16 3,52 2,81 2,99

% 14,5 18,2 8,9 29,6 26,0 20,1 38,7 34,97 36,5 31,8 34,4 25,4 35,7 25,6

Fonte: Elaboração da autora

Os resultados permitiram estabelecer o ranking das dimensões que mais cresceram: 1º

- Agregação de Valor (38,7%); 2º - Organização (36,5%) e 3º - Ambiência Inovadora

(35,7%).

Quadro 13 – Inovação Global para o Radar 1 (T0)

O1 P1 M1 C1 S1 R1 A1 PRO1 ORG1 CF1 PRES1 REL1 AI1 GI1

Média 2,84 3,17 3,74 2,33 2,01 3,35 1,56 1,83 2,07 1,85 1,61 2,80 2,07 2,38

Desvio Padrão

1,1812 1,672 0,947 0,905 1,03 1,28 0,787 0,61 0,974 1,11 0,955 1,467 0,7132 0,5496

MÁX 5 5 5 5 5 5 4 3,7 5 5 5 5 4,3 3,8

MIN 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,2

N° OBS.

286 286 286 286 286 286 286 286 286 286 286 286 286 286

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Radar 1 do Programa ALI - SEBRAE RN (2016/2018).

Inicialmente, segundo observa-se no quadro 13 acima, as empresas da amostra quando

iniciaram sua participação no Programa ALI (T0) tinham como dimensões mais bem

avaliadas: marca, relacionamento e plataforma, ou seja, possuíam sua empresa (marca) forte

no mercado devido a um forte relação com o cliente e sua diversidade de produtos.

Quadro 14 – Inovação Global para o último Radar (T1)

O2 P2 M2 C2 S2 R2 A2 PRO2 ORG2 CF2 PRES2

REL2 AI2 GI2

Média 3,25 3,75 4,07 3,03 2,54 4,03 2,16 2,46 2,82 2,43 2,16 3,52 2,81 2,99

Desvio Padrão

1,147 1,578 0,818 1,243 1,19 1,142 1,259 0,784 1,224 1,422 1,333 1,445 0,978 0,779

MÁX. 5 5 5 5 5 5 5 4,7 5 5 5 5 5 5

MIN. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,5

N° OBS.

286 286 286 286 286 286 286 286 286 286 286 286 286 286

FONTE: Elaboração própria a partir dos dados do último Radar do Programa ALI - SEBRAE RN (2016/2018).

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Com o acompanhamento das empresas da amostra pelo Programa ALI observa-se que

ao final do acompanhamento (T1) as empresas tiveram como dimensões mais bem avaliadas

as mesmas dimensões que já eram mais fortes em T0 .

Porém, ao cruzar essas informações com o quadro 12, percebe-se que as dimensões

que mais cresceram percentualmente são diferentes das dimensões que apresentaram a maior

média absoluta em T0 e T1. Ou seja, o programa proporcionou uma abertura de horizontes

aos empresários que acabaram por proporcionar evoluções em dimensões que elevaram seu

sucesso no mercado e que anteriormente ao acompanhamento não eram compreendidas e

trabalhadas pelos empresários.

Gráfico 9 – Análise comparativa dos graus de inovação nos momentos TO e T1

Fonte: Elaboração da autora

O Gráfico 9 podemos observar que na maioria das dimensões as empresas ainda

continuaram classificadas como moderadamente inovadoras ou ocasionais (de acordo com

classificação do Quadro 6 que demonstra a situação das empresas segundo a metodologia do

Radar da Inovação). O efeito positivo levou algumas dimensões a mudarem de status como a

dimensão oferta e relacionamento que passaram de pouco a moderadamente inovadoras,

demonstrando que o Programa proporcionou ações nessas dimensões com novos produtos no

mercado e melhora no relacionamento com os clientes que estão intimamente relacionadas.

Essa melhoria da média da inovação corrobora Simpson et al. (200645 apud

LAFORET, 2013), que argumenta que as empresas que têm a perspectiva ampla da

organização orientada para a inovação experimentam maior eficiência operacional e

produtividade. Segundo Teixeira (2017) isso decorre de inovações de processos

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intraorganizacionais: as empresas orientadas para a inovação experimentam a satisfação dos

funcionários, alto desempenho e retenção. Consequentemente, esse ambiente orientado para a

inovação é mais propenso a uma maior satisfação e autorrealização, bem como, teoricamente,

aumenta a participação da empresa no mercado.

Para melhor compreensão os fatores que influenciam na inovação em MPE será dada

continuidade aos comparativos entre o Radar 0 (T0) e o último Radar (T1) . Será apresentada

a evolução do desempenho das empresas participantes no Programa ALI considerando fatores

observáveis (de perfil) das empresas.

5.1.3 Comparativos por setor

O Programa ALI conseguiu com que todos os setores alcançassem avanços nas médias

do grau de inovação global, contudo esses progressos não foram suficientes para mudar a

classificação de todos os setores para inovador sistemático (segundo classificação do Quadro

6). Por meio da evolução percentual serão analisados os avanços de todos os setores

participantes (Quadro 15).

Quadro 15 – Estatística descritiva dos radares T0 e T1 por setor

SETOR MÉDIA DESVIO PADRÃO MÁXIMO MÍNIMO N°OBS. DIFERENÇA %

INDÚSTRIA T0 2,34 0,62 3,60 1,20 34 38%

T1 2,96 0,79 4,40 1,50 34

COMÉRCIO T0 2,32 0,57 3,70 1,20 139 39%

T1 2,93 0,83 5,00 1,60 139

SERVIÇO T0 2,50 0,50 3,80 1,40 113 43%

T1 3,07 4,80 4,80 1,60 113

Fonte: elaborado pela autora

Observa-se que os setores que mais obtiveram crescimento percentual em relação ao

Radar 0 foram: 1º- serviços (43%); 2º- comércio (39%); e 3º- indústria (38%).

Esse crescimento observado nas empresas atendidas pelos no ALI no Rio Grande do

Norte é destacado no gráfico 10.

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70

Gráfico 10 – Evolução da Inovação Global do Radar 0 e do último Radar

Fonte: elaborado pela autora

5.1.4 Comparativos por região

Ao elaborar o comparativo por regiões pode-se averiguar, por meio da diferença

percentual entre as médias do Radar 0 e do último Radar, que a região que mais cresceu foi a

região Oeste. As MPE participantes do Programa ALI situadas nesta região obtiveram uma

evolução do T0 para o T1 em 74% (TABELA A). No Radar 0 apenas as empresas da região

de Natal (que cobre a capital e sua região metropolitana) atingiram um média de inovação que

as categorizavam como moderadamente inovadoras.

Quadro 16 – Estatística descritiva dos radares T0 e T1 por setor

SETOR MÉDIA DESVIO PADRÃO MÁXIMO MÍNIMO N°OBS. DIFERENÇA % MÉDIA

NATAL T0 2,47 0,524194146 3,8 1,2 161 26%

T1 3,21 0,770247399 5 1,7 161

OESTE T0 2,33 2,326027397 3,6 1,2 73 74%

T1 2,59 0,647204503 4,8 1,5 73

SERIDÓ T0 2,19 0,55130108 3,4 1,2 52 33%

T1 2,86 0,7594112 4,6 1,5 53

Fonte: elaborado pela autora

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O Gráfico 11 apresenta a evolução dos Radares da Inovação por região. Todas as regiões

obtiveram uma média maior após o acompanhamento do Programa. Entretanto, em termos

percentuais a região que melhor média apresentou do Radar 0 para o último Radar foi a

região Oeste. As empresas da região Oeste melhoraram 74%. A segunda região que mais

evoluiu foi do Seridó com 33% e, em terceiro Natal com 26%.

Gráfico 11 – Evolução da Inovação Global do Radar 0 e do último Radar

Fonte: elaborado pela autora

5.1.5 Comparativos por porte

O comparativo por regiões permite averiguar, por meio da diferença percentual entre

as médias do Radar 0 e do último Radar, que o porte de empresas que mais cresceu foram as

Microempresas (ME). As empresas participantes do Programa ALI situadas neste porte

cresceram do T0 para o T1 em 47% (Quadro 17). No entanto, foram as empresas de Pequeno

Porte (EPP) que atingiram uma média de inovação global que as categorizavam como

moderadamente inovadoras (acima de 3).

Quadro 17 – Estatística descritiva dos radares T0 e T1 por porte da empresa

PORTE MÉDIA DESVIO PADRÃO MÁXIMO MÍNIMO N° OBS. DIFERENÇA %

EPP T0 2,480132 0,558094361 3,8 1,2 151 32%

T1 3,156291 0,770590783 5 1,6 151

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ME T0 2,27037 0,520056552 3,3 1,2 135 47%

T1 2,802963 0,748624683 4,8 1,5 135

Fonte: elaborado pela autora

O Gráfico 12 apresenta a evolução dos Radares da Inovação por porte de empresas. Os

dois tipos de empresa (EPP e ME) obtiveram uma média maior após o acompanhamento do

Programa. Entretanto, em termos percentuais o porte de empresas que melhor média

apresentou do Radar 0 para o último Radar foram as MEs. As empresas EPPs melhoraram

32%.

Gráfico 12 – Evolução da Inovação Global do Radar 0 e do último Radar

Fonte: elaborado pela autora

5.1.5 Comparativos por sexo

O comparativo por sexo permite averiguar, por meio da diferença percentual entre as

médias do Radar 0 e do último Radar, que gênero de empresários que mais evoluiu foi o

feminino. As empresárias participantes do Programa ALI cresceram do T0 para o T1 em 45%

(Quadro 18). No entanto, foram as empresas que possuem homens na frente do negócio que

atingiram uma média de inovação global que as categorizavam como moderadamente

inovadoras (acima de 3).

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Quadro 18 – Estatística descritiva dos radares T0 e T1 por porte da empresa

SEXO MÉDIA DESVIO PADRÃO

MÁXIMO MÍNIMO N° OBS. DIFERENÇA %

MASCULINO T0 2,361983 0,541334 3,8 1,2 121 31%

T1 3,047934 0,824025 5 1,6 121

FEMININO T0 2,395152 0,556865 3,7 1,2 165 45%

T1 2,946667 0,744372 4,9 1,5 165

Fonte: elaborado pela autora

O Gráfico 13 apresenta a evolução dos Radares da Inovação por sexo dos empresários.

Os dois gêneros de empresários obtiveram uma média maior após o acompanhamento do

Programa.

Gráfico 13 – Evolução da Inovação Global do Radar 0 e do último Radar

Fonte: elaborado pela autora

5.1.6 Comparativos por último ciclo executado pela empresa no programa

Em relação ao comparativo pelo último ciclo executado pelas empresas no Programa

comparativo observa-se, por meio da diferença percentual entre as médias do Radar 0 e do

último Radar, que as empresas que mais evoluíram no grau de inovação foram as empresas

que alcançar o mais ciclos. As empresas participantes do Programa ALI que alcançaram o

ciclo 4 aumentaram seu grau de inovação em 66%, as que foram até o ciclo 3 tiveram 50% de

aumento, as que chegaram ao ciclo 2 cresceram 28% no GI e as empresas que chegaram só

até o ciclo 1 evoluíram apenas 9% (Quadro 19). No entanto, foram as empresas que

alcançaram só até o ciclo 1 e 2 que conseguiram atingir um média de inovação global que as

categorizavam como moderadamente inovadoras (acima de 3).

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Quadro 19 – Estatística descritiva dos radares T0 e T1 pelo último ciclo que a empresa

realizou no Programa

último ciclo MÉDIA DESVIO PADRÃO

MÁXIMO

MÍNIMO

N° OBS. DIFERENÇA %

1 T0 2,20 0,34 2,8 1,6 12 66%

T1 2,54 0,54 3,9 2 12

2 T0 2,34 0,53 3,5 1,2 144 50%

T1 2,84 0,66 4,5 1,6 144

3 T0 2,46 0,57 3,8 1,2 111 28%

T1 3,19 0,84 5 1,5 111

4 T0 2,35 0,62 3,5 1,4 19 9%

T1 3,25 1,03 4,8 1,6 19

Fonte: elaborado pela autora

O Gráfico 14 apresenta a evolução dos Radares da Inovação para todas as empresas

assistidas pelos ALI. Os dois tipos de empresa (EPP e ME) obtiveram uma média maior após

o acompanhamento do Programa.

Gráfico 14 – Evolução da Inovação Global do Radar 0 e do último Radar de acordo com o

alcance da empresa em número de ciclos

Fonte: elaborado pela autora

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Esta análise do perfil das empresas, do perfil dos empresários das empresas analisadas

e do grau de comprometimento das empresas com o programa ALI permitiu a obtenção de

uma ideia inicial da distribuição das características observadas na amostra e de sua relação

com os graus de inovação global. No entanto, esta análise descritiva não é capaz de isolar a

associação de uma característica, mantendo fixas as demais variáveis de perfil das empresas.

A seguir, será usada a análise da regressão múltipla com a finalidade de se obter uma relação

entre as variáveis das empresas disponíveis no momento do cadastro, o grau de inovação no

radar 0 (T0) e a variação do grau de inovação entre o último radar (T1) e o radar 0 (T0).

5.2 Análise Evolutiva das empresas participantes do Programa ALI/RN ciclo 2016/2018.

Para uma compreensão mais efetiva da evolução das empresas atendidas pelo ALI/RN

ciclo 2016/2018 foram realizadas análises econométricas. Essas análises visam avaliar, de

acordo com as características observáveis dos participantes do Programa ALI, a evolução

alcançada no grau de inovação, escala de medição do instrumento Radar da Inovação.

As variáveis observáveis são colhidas pelos agentes locais de inovação, como requisito

obrigatório (contratual) de adesão ao programa, diretamente dos responsáveis pelas empresas.

Esses dados são armazenados no sistema e formam uma base de dados importante, sólida e

confiável das empresas participantes.

Essa base de dados das variáveis servirá nesta pesquisa como fator de observação da

seleção das empresas. A seleção das empresas que participam do ALI/RN é realizada,

primeiramente, pelo filtro administrativo gerencial dos escritórios regionais do SEBRAE

(setores, regiões, parcerias) e, posteriormente, por conveniência dos agentes (proximidade,

conhecimento do setor, networking).

5.2.1 Análise das empresas participantes (

Este trabalho, inicialmente, examinou a partir das características dos participantes do

Programa ALI, ao longo do ciclo 16/18, no Rio Grande do Norte seu grau de inovação global

inicial ( , ou seja, antes de receber o tratamento (Programa ALI).

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Tabela 1 – Estatística de Y Inicial

Estatística de regressão

R múltiplo 0,34

R-Quadrado 0,12

R-quadrado ajustado 0,08

Erro padrão 0,53

Observações 286

Fonte: elaborado pela autora

Através relação obtida entre as variáveis observáveis (dummy) com o grau de

inovação inicial pela regressão múltipla observamos que o coeficiente de determinação (R-

quadrado) indica que aproximadamente apenas 12% de grau de inovação inicial ( é

explicada pelas variáveis observadas embutidas no modelo. Naturalmente, existem outros

fatores que não entraram no modelo e que explicam o grau de inovação de uma empresa.

Contudo, esse modelo foi sugerido a fim de utilizar as informações da base de dados do

SEBRAE para verificar a focalização do Programa ALI no RN, sendo, dessa forma, uma

ferramenta que permita um melhor direcionamento nas empresas participantes no Estado

permitindo, desta maneira, que os reais objetivos do Programa sejam atingidos pelas empresas

mais bem qualificadas a recebê-lo.

Contudo, o valor p do teste F (F de significação da regressão) é menor que 0,05 temos

evidências estatísticas que o modelo ajuda a prever a variável resposta grau de inovação

inicial ( .

Tabela 2 – Regressão de Y Inicial

Fonte: elaborado pela autora

Coeficientes Erro padrão Stat t valor-P 95% inferiores 95% superiores

Interseção 2,10 0,1395648 15,0233 1,4E-37 1,821957542 2,371477534

Serviço 0,14 0,0692075 1,95771 0,05128 -0,00075992 0,27173648

Indústria -0,03 0,1031383 -0,2554 0,79862 -0,229387 0,176707927

EPP 0,19 0,0667014 2,82382 0,0051 0,057038099 0,31966697

Seridó -0,14 0,1015602 -1,3409 0,18106 -0,3361251 0,063756382

Natal 0,14 0,0822379 1,72292 0,08604 -0,02021174 0,30359042

Mulher -0,01 0,0650103 -0,1305 0,89626 -0,13646928 0,11950102

Empreendedor -0,12 0,0823396 -1,468 0,14325 -0,28297845 0,041224169

Empréstimo 0,06 0,0682037 0,82105 0,41234 -0,07827353 0,190270577

Pagamento -0,06 0,0865004 -0,6652 0,50648 -0,22783327 0,112751964

Ciclo 1 -0,03 0,2028537 -0,1362 0,89179 -0,42697908 0,371733553

Ciclo 2 0,02 0,1313622 0,15647 0,87578 -0,23805798 0,279165471

Ciclo 3 0,20 0,1337069 1,52013 0,12964 -0,05997576 0,466479411

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O intercepto é 2,10, que representa o valor médio do grau de inovação inicial para as

empresas do setor do comércio da região Oeste dirigidas por homens que não empreenderam

anteriormente, não pediram empréstimo e que tenham alcançado o ciclo 4 no

acompanhamento com o Programa, ou seja, o valor médio para empresas na qual as categorias

estão sendo usadas como categorias de referência.

Os coeficientes de regressão descrevem o relacionamento entre cada variável preditora

(x) e a variável resposta ( Assim, o valor do coeficiente representa a mudança

média no grau de inovação inicial, levando em consideração a unidade (1) do preditor (x),

variável categórica (dummy).

Nota-se que apenas possuem significância estatística as variáveis: EPP, Serviço e

Natal. Esta última entra levando em consideração a referencia máxima de 10% de

significância. As outras variáveis podemos perceber que não são significativas nem a 10% de

significância. Logo, esta informação dá indícios de que essas variáveis não afetam no grau de

inovação inicial ( das empresas no RN.

O coeficiente estimado da variável EPP é 0,19. Os coeficientes das variáveis dummy

representam a diferença média entre a categoria e a categoria de referência, mantida as outras

variáveis constantes. Assim podemos dizer que quando a empresa é uma EPP, o grau de

inovação inicial da empresa já inicia em 0,19 a mais que quando ME (Microempresa). Esse

valor representa 0,038% do valor do grau de inovação (1 a 5). Isso nos permite inferir que o

porte da empresa é relevante para a empresa já possuir uma melhor maturidade para receber o

programa (benefícios, sugestões, ações, parcerias, orientações de inovação). É importante

observar que, atualmente, o SEBRAE/RN ao direcionar o Programa ALI para as empresas

possui como requisito inicial de entrada nos Programa apenas o porte de EPP, os setores são

direcionados por caráter gerencial. O Programa é apenas aberto para as empresas ME no final

do período máximo de adesão ao programa como uma maneira de completar as vagas

destinadas ao Programa no estado. Esta análise, nos permite validar que a focalização do

programa é mantida quando o programa atende EPPs e acaba por perder direcionamento ao

incluir MEs. Parece ser mais válido abrir o programa no final do período de adesão para

outros setores ou regiões que para as MEs do mesmo setor e região. Certamente, as EPPs está

mais adequada a receber toda a contribuição e desenho do ALI permitindo assim alcançar

mais e melhores benefícios das práticas de inovação fomentadas pelo Radar da Inovação.

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De maneira geral, o resultado de não significância estatística também é interessante,

pois está indicando também que não há diferença significativa no grau de inovação inicial das

empresas e dará respaldo análise da evolução de inovação realizada a seguir. Mais ainda,

como as dummies de ciclos não foram significantes, isto indica que o fato de algumas

empresas evoluírem mais ou menos durante acompanhamento no programa, não está ligado às

condições iniciais com as quais elas entraram no programa. Assim, se houve diferenças

consistentes de ganhos no grau de inovação das empresas, estes ganhos não podem ser

justificados por uma diferença inicial entre as empresas.

5.2.2 Evolução geral das empresas participantes do ALI/RN (ΔY)

O segundo modelo utilizado neste trabalho analisa mudanças nos graus de inovação

ao longo da participação de uma empresa no programa (ΔY):

Tabela 3 – Regressão de Delta Y

(1)

VARIÁVEL

Serviço -0.0414

(0.0663)

Indústria -0.0445

(0.0837)

EPP 0.0328

(0.0612)

Seridó 0.439***

(0.0827)

Natal 0.517***

(0.0705)

Mulher 0.155***

(0.0567)

Empreendedor 0.0495

(0.0684)

Empréstimo 0.0209

(0.0591)

Pagamento -0.169**

(0.0712)

Constant 0.187***

(0.0534)

Observações 286

R-quadrado 0.198

Valor do teste F 0

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

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A relação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a variação

do grau de inovação ( ) através da regressão múltipla apresenta como coeficiente de

determinação (R-quadrado) 0,198 que indica que 19,8 % da variação do grau de inovação é

explicada pelas variáveis observadas embutidas no modelo. Portanto, temos que outros fatores

interferem nessa relação, mas não estão sendo levados em consideração no modelo (apenas

19,8%). Esse modelo foi proposto com o intuito de utilizar as informações da base de dados

do SEBRAE para verificar se a evolução da empresa está relacionada às suas características

iniciais permitindo, desta maneira, uma análise da possível interferência das empresas

selecionadas nos resultados dos programas. Diferentemente do modelo de análise de grau de

inovação global inicial , o modelo de análise de variação do grau de inovação global

( ) não utilizou como variável dummy o último ciclo realizado pela empresa durante

acompanhamento visto que o objetivo ao analisar a variação passa a ser observar as

características que podem ser utilizadas para focalizar o Programa de forma mais efetiva em

relação aos objetivos proposto pelo desenho do ALI. Sendo assim, a quantidade de ciclos que

a empresa realizará, sendo imprevisível (pois se desenvolve de acordo com a realização da

empresa durante acompanhamento), não poderia ser utilizado no modelo.

O valor p do teste F (F de significação da regressão) é menor que 0,05. Assim sendo,

temos evidências estatísticas que o modelo ajuda a prever a variável resposta variação do grau

de inovação ( ). Desta forma, podemos usar a relação de saída da regressão para análise da

variação do grau de inovação das empresas que são acompanhadas pelo programa ALI no RN

como forma de analisar as características que devem ser priorizadas pelo SEBRAE como

forma de ajustar a focalização do ALI.

Da Tabela acima observa-se que o intercepto é 0,19, representando o grau de inovação

para as empresas do setor do comércio da região Oeste dirigidas por homens que não

empreenderam anteriormente e que não pediram empréstimo.

Verificamos que as variáveis: mulher, Natal e Seridó apresentam-se com o sinal do

coeficiente positivo, ou seja, as empresas que possuem essas características possuem a

tendência média de aumentarem mais o grau de inovação das empresas quando inseridas no

ALI/RN do que as categorias de referência. Assim podemos dizer que quando a empresa

localiza-se no Seridó, ou em Natal, ou é administrada por uma mulher, ela tende a aumentar o

grau de inovação da empresa durante o acompanhamento com o Programa em média (0,44),

(0,52), (0,16) a mais do que empresas localizadas no Oeste e dirigidas por homens,

respectivamente. Já a variável Pagamento apresentou um sinal negativo, indicando que

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empresas que estão pagando empréstimos tem pior evolução no grau de inovação do que as

empresas livres de empréstimos num valor médio de -0.17 do grau de inovação. Destas,

apenas a variável Natal era significante na regressão do estado inicial do grau de inovação. No

entanto, a diferença em T0 entre Natal e Oeste era de apenas 0.14 a favor de Natal. Assim,

mesmo que descontarmos essa diferença inicial, restando ainda um ganho relativo maior para

Natal em 0.38 no grau de inovação.

Desta forma, podemos inferir que essas características podem ser usadas pelos

gestores do Programa ALI como meio de ajustar a seleção das empresas participantes, visto

que essas regiões (Seridó e Natal), sexo (Mulher) e que não estão pagando empréstimos

(Pagamento) ajudam no ( Assim, parece válido priorizar essas características na seleção

das empresas participantes e direcionar planos de ação para empresas com essas

características, possibilitando, desta forma, que as empresas se engajem mais ao ALI, obterem

melhores benefícios de inovação e desenvolverem-se mais proporcionando, deste modo,

avanços na economia das MPEs brasileiras e gerando melhores resultados ao programa

Agentes Locais de Inovação.

5.3 Avanço das dimensões da Inovação nas empresas do RN, ciclo 16/18

É interessante analisar também o comportamento sobre a evolução das empresas em

relação às dimensões propostas pelo instrumento Radar da Inovação. Para saber (re)orientar o

Programa e os agentes para as corretas ações de inovação direcionadas para as empresas no

âmbito de cada Estado foi realizada uma análise das variabilidades das notas de cada

dimensão da inovação propostas pelo Radar da Inovação. Esse estudo tem, assim, como

objetivo avaliar dimensões do grau de inovação que pouco exploradas na literatura, a fim de

identificar avanços nas dimensões que compõem o grau de inovação.

Este investigação, inicialmente, examinou todas as 13 dimensões da inovação

trabalhadas pelo ao longo do ciclo 16/18 no Rio Grande do Norte. Essa relação foi arranjada

através da metodologia de regressão similar a metodologia utilizada para o grau de inovação

inicial( ) e para mudanças no grau de inovação ( ).

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5.3.1 Oferta

Tabela 4 – Regressão da Dimensão Oferta

(1) (2)

VARIABLES O1 DeltaO

Serviço -0.470*** -0.142

(0.146) (0.106)

Indústria -0.753*** 0.0332

(0.195) (0.125)

EPP 0.195 -0.193*

(0.138) (0.101)

Seridó -0.338 0.382***

(0.222) (0.128)

Natal 0.426** 0.328***

(0.185) (0.111)

Mulher 0.0838 0.0930

(0.141) (0.0921)

Empreendedor -0.170 0.0847

(0.185) (0.127)

Empréstimo 0.0443 0.0930

(0.141) (0.0959)

Pagamento 0.127 -0.257**

(0.168) (0.118)

Ciclo 1 0.194

(0.338)

Ciclo 2 -0.0464

(0.238)

Ciclo 3 0.249

(0.246)

Constant 2.705*** 0.256***

(0.269) (0.0959)

Observações 286 286

R-quadrado 0.128 0.060

Teste F 1.24e-05 0.00681

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

5.3.1.1 Dimensão oferta inicial ( ) : O1

A tabela acima apresenta os resultados estimados para a Oferta.

O valor médio do grau de inovação inicial de oferta para as empresas do setor do

comércio da região Oeste dirigidas por homens que não empreenderam anteriormente, não

pediram empréstimo e que tenham alcançado o ciclo 4 no acompanhamento com o Programa

é de 2,705.

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Verificamos que as variáveis: serviço indústria e Natal são significantes.As empresas

do setor de serviços tem inicialmente um valor menor da dimensão de oferta do que as

empresas do comércio e aproximadamente 0,47 e 0,75, respectivamente.

O coeficiente estimado da variável Natal é 0,426. Assim, quando a empresa localiza-se

em Natal, o grau de inovação inicial da dimensão oferta da empresa já inicia em 0,426 a mais

que quando em outras regiões do Estado. Esse valor representa 8,52% do valor do grau de

inovação (1 a 5). Isso nos permite inferir que a região da empresa no Estado é relevante para a

empresa já possuir uma melhor maturidade benefícios, sugestões e ações nesta dimensão. Esta

análise nos permite validar que a focalização do programa é mantida quando o programa

atende empresas em sua maioria empresas de Natal e direciona 50% dos agentes do Estado

para essa região. Sendo Natal a capital do estado e abarcando também a sua região

metropolitana é compreensível que novas ofertas de produtos sejam primeiramente

apresentadas ao mercado por esta região visto que nela estão os principais mercados

consumidores do Estado (maioria das pessoas; maiores rendas; maioria das empresas que

produzem, vendem e consomem novidades) permitindo assim alcançar mais e melhores

benefícios nesta dimensão da inovação.

5.3.1.2 Diferença na dimensão oferta ( ): DeltaO

A interação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a

variação do grau de inovação da dimensão ( ) através da regressão múltipla apresenta

como coeficiente de determinação (R-quadrado) 0,6 que indica que apenas 6% da variação do

grau de inovação é explicada pelas variáveis observadas embutidas no modelo.

O aumento médio no grau de inovação da dimensão oferta para as empresas do setor

do comércio da região Oeste dirigidas por homens que não empreenderam anteriormente e

que não pediram empréstimo (categorias de referência) é de 0.256.

No entanto, a análise do p-valor nos permite notar que EPP possui significância a

10%, Pagamento possui significância a 5% e Natal e Seridó a 1%. As demais variáveis,

rejeitam a hipótese de significância a 5% e 1% e, desta forma, não explicam a variação no

grau de inovação da dimensão oferta das empresas que participam do Programa ALI/RN,

visto que não apresentaram diferença significativa com a categoria de referência.

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Desta maneira, quando a empresa localiza-se no Seridó ou em Natal, tende a aumentar

o grau de inovação da empresa durante o acompanhamento com o Programa em média 0,382

e 0,328, respectivamente, com relação a região do Oeste. Já empresas com dificuldade no

pagamento ou do tipo EPP tem uma evolução pior do que empresas sem dificuldade no

pagamento ou do tipo ME em 0,257 e 0,193, respectivamente. Desta forma, podemos inferir

que essas características podem ser usadas pelos gestores do Programa ALI como meio de

ajustar a seleção das empresas participantes, visto que essas regiões (Seridó e Natal) ajudam

no e dificuldades no pagamento e EPP pioram a oferta de produtos (coerentemente a

realidade econômica do mercado). Assim, parece coerente priorizar essas regiões na seleção

das empresas participantes e direcionar planos de ação para desenvolvimento de inovação em

ofertas para as outras regiões com bases nos modelos dessa região. No entanto, a priorização

das EPPs pelo programa não está de acordo com a maior evolução da Oferta.

5.3.2 Plataforma

Tabela 5 – Regressão Dimensão Plataforma Z

(1) (2)

VARIÁVEL P1 DeltaP

Serviço 1.508*** -0.235

(0.176) (0.168)

Indústria 1.433*** -0.393*

(0.231) (0.207)

EPP 0.0710 -0.115

(0.173) (0.159)

Seridó 0.121 0.312

(0.282) (0.196)

Natal 0.623*** 0.811***

(0.213) (0.167)

Mulher 0.161 0.431***

(0.167) (0.154)

Empreendedor -0.283 -0.0311

(0.200) (0.177)

Empréstimo 0.0585 -0.134

(0.176) (0.155)

Pagamento -0.196 -0.309

(0.236) (0.217)

Ciclo 1 -0.691

(0.517)

Ciclo 2 -0.592**

(0.266)

Ciclo 3 0.0414

(0.288)

Constant 2.876*** 0.214

(0.304) (0.155)

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Observações 286 286

R-quadrado 0.298 0.104

Teste F 0 0.000208

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

5.3.2.1 Dimensão plataforma inicial ( ) : P1

Através da relação obtida entre as variáveis observáveis (dummies) com o grau de

inovação inicial da dimensão Plataforma pela regressão múltipla observamos que o

coeficiente de determinação (R-quadrado) indica que aproximadamente apenas 29,8% de grau

de inovação inicial de oferta ( é explicada pelas variáveis observadas colocadas no

modelo.

Contudo, sendo o valor p do teste F (F-test) menor que 0,05, temos evidências

estatísticas que o modelo ajuda a prever a variável resposta grau de inovação inicial de

plataforma ( . Desta forma, podemos usa a relação de saída da regressão para

análise do grau de inovação inicial da dimensão plataforma do programa ALI no RN.

O intercepto é 2,876, ou seja, trata-se do valor médio do grau de inovação inicial de

plataforma para as empresas inseridas nas categorias de referência.

Verificamos que as variáveis: EPP, Natal, mulher, empréstimo, pagamento, ciclo 1 e 3

apresentam-se com o sinal positivos, ou seja, as empresas que possuem essas características

possuem a tendência média de possuírem grau de inovação inicial de oferta aumentado.

Enquanto que as variáveis: serviço, indústria, seridó, empreeendedor anterior e ciclo 2

possuem uma tendência oposta (diminuição do

No entanto, a análise do P-valor nos permite notar que apenas possuem significância a

variável ciclo 2 (5% de significância) e serviço, indústria, Natal (a 10% de significância) . As

outras não afetam no grau de inovação inicial da dimensão plataforma ( das

empresas no RN.

Os coeficientes das variáveis dummy representam a diferença média entre a categoria

e a categoria de referência, mantida as outras variáveis constantes. Assim podemos dizer que

quando a empresa é do setor de indústria ou serviços já possuem grau de inovação inicial de

plataforma mais avançado, ou seja, já possuem maior variedade de produtos que o setor de

comércio. A região de Natal também é uma característica que inicialmente já proporciona

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maior maturidade inicial da dimensão plataforma e, também coerente à realidade econômica e

social da capital e região metropolitana que demanda maior variedade de produtos e serviços.

5.3.2.2 Diferença na dimensão plataforma(ΔP) : DeltaP

A interação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a

variação do grau de inovação da dimensão plataforma (ΔP) através da regressão múltipla

apresenta como coeficiente de determinação (R-quadrado) 0,104 que indica que 10,4% da

variação do grau de inovação é explicada pelas variáveis observadas embutidas no modelo..

O valor p do teste F (F-test) é menor que 0,05 evidenciando estatísticamente que a

relação de saída gerada para análise da evolução da dimensão plataforma das empresas que

são acompanhadas pelo programa ALI no RN é uma forma capaz de verificar as

características que devem ser priorizadas e fomentadas pelo SEBRAE para que haja inovação

em plataforma (variedade de produtos).

O intercepto é 0,214 trata do valor médio do grau de inovação da dimensão plataforma

para as empresas da categoria de referência (comércio, da região Oeste, dirigidas por homens,

que não empreenderam anteriormente e que não pediram empréstimo).

Verificamos que as variáveis: indústria, Seridó, Natal, mulher apresentam-se com o

sinal do coeficiente positivo, assim as empresas que possuem essas características possuem a

tendência média de aumentarem o grau de inovação de plataforma das empresas quando

inseridas no ALI/RN. Diferentemente das demais variáveis dummies.

A análise do P-valor nos permite notar que apenas Natal e mulher possuem

significância a 1%. As demais variáveis, rejeitam a hipótese de significância a 5% e 1% e,

desta forma, não explicam a variação no grau de inovação da dimensão plataforma das

empresas que participam do Programa ALI/RN, visto que não apresentaram diferença

significativa com a categoria de referência.

Desta maneira, podemos dizer que quando a empresa localiza-se em Natal, ou possui é

administrada por mulher, tendem a aumentar o grau de inovação da empresa durante o

acompanhamento com o Programa em média (0,811), (0,431), respectivamente, em relação as

variáveis categóricas Oeste e homem. Ou seja, essas variáveis tendem a ajustar o grau de

inovação da plataforma ( em 16% e 8,6%, respectivamente, em relação à pontuação

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máxima de 5. Desta forma, podemos inferir que essas características podem ser usadas pelos

gestores do Programa ALI como meio de ajustar a seleção das empresas participantes, visto

que a região de Natal e mulheres estam mais propensas a receber inovação em plataforma.

Assim, parece coerente priorizar esses caracteres na seleção das empresas participantes e

direcionar planos de ação para desenvolvimento de inovação em plataforma (variedade) para

as outras regiões com bases nos modelos dessa região.

5.3.3 Marca

Tabela 6 – Regressão da Dimensão Marca

(1) (2)

VARIABLES M1 DeltaM

Serviço 0.0892 -0.0744

(0.123) (0.0819)

Industria -0.467** 0.238

(0.218) (0.161)

EPP 0.0918 0.0841

(0.122) (0.0807)

Seridó -0.119 0.0408

(0.153) (0.104)

Natal 0.101 0.114

(0.151) (0.0896)

Mulher 0.00136 0.00343

(0.117) (0.0803)

Empreendedor 0.142 -0.0263

(0.134) (0.0891)

Empréstimo -0.0758 0.0895

(0.122) (0.0805)

Pagamento 0.0206 -0.109

(0.170) (0.0915)

Ciclo 1 -0.0596

(0.325)

Ciclo 2 -0.0381

(0.197)

Ciclo 3 0.0490

(0.193)

Constant 3.684*** 0.195**

(0.207) (0.0911)

Observations 286 286

R-squared 0.049 0.043

F-test 0.344 0.346

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

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87

5.3.3.1 Dimensão marca inicial ( ) : M1

Observamos que o coeficiente de determinação (R-quadrado) indica que

aproximadamente apenas 29,8% de grau de inovação inicial da dimensão marca (

é explicada pelas variáveis observadas colocadas no modelo.

Contudo, sendo o valor p do teste F (F-test) maior que 0,05, não temos evidências

estatísticas que o modelo ajuda a prever a variável resposta grau de inovação inicial de marca

( . Desta forma, não podemos usa a relação de saída da regressão para análise do

grau de inovação inicial da dimensão marca do programa ALI no RN.

5.3.3.2 Diferença na dimensão marca (Δm) : DeltaM

A interação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a

variação do grau de inovação da dimensão marca (ΔP) através da regressão múltipla apresenta

como coeficiente de determinação (R-quadrado) 0,043 que indica que apenas 4,3% da

variação do grau de inovação da dimensão marca é explicada pelas variáveis observadas

embutidas no modelo.

O valor p do teste F (F-test) não é menor que 0,05 evidenciando estatísticamente que a

relação de saída gerada para análise da evolução da dimensão plataforma das empresas que

são acompanhadas pelo programa ALI no RN não é capaz significante.

Desta forma, podemos inferir que a evolução da dimensão marca não apresenta relação

com as características das empresas e empresários. Provavelmente, essa dimensão está mais

ligada a características não elencadas para o modelo como variáveis externas a empresa que

parece ser bem compreensível já que esta dimensão está ligada a investimentos que a empresa

realizada em propagandas ou outros negócios para alavancar a marca da empresa.

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88

5.3.4 Clientes

Tabela 7 – Regressão da Dimensão Clientes

(1) (2)

VARIABLES C1 DeltaC

Serviço 0.204* -0.0180

(0.118) (0.121)

Indústria -0.0579 -0.0102

(0.165) (0.173)

EPP 0.225** -0.110

(0.108) (0.112)

Seridó -0.0430 0.654***

(0.154) (0.156)

Natal 0.364*** 0.603***

(0.130) (0.125)

Mulher 0.136 0.192*

(0.111) (0.108)

Empreendedor -0.0536 -0.0789

(0.149) (0.127)

Empréstimo 0.104 0.0234

(0.108) (0.114)

Pagamento 0.0206 -0.206

(0.154) (0.148)

Ciclo 1 0.464

(0.331)

Ciclo 2 0.220

(0.224)

Ciclo 3 0.504**

(0.229)

Constant 1.514*** 0.260**

(0.228) (0.112)

Observations 286 286

R-squared 0.106 0.088

F-test 0.00102 0.000132

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

5.3.4.1 Dimensão clientes inicial ( ) : C1

Verifica-se que o coeficiente de determinação (R-quadrado) indica que

aproximadamente apenas 10,6% de grau de inovação inicial da dimensão clientes (

é explicada pelas variáveis observadas colocadas no modelo.

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89

Contudo, sendo o valor p do teste F (F-test) menor que 0,05, temos evidências

estatísticas que o modelo ajuda a prever a variável resposta grau de inovação inicial de

clientes ( . Assim, podemos usar a relação gerada pela regressão para análise do

grau de inovação inicial da dimensão clientes do programa ALI no RN.

O intercepto é 1,514, ou seja, trata-se do valor médio do grau de inovação inicial de

clientes para as empresas inseridas nas categorias de referência.

Verificamos que as variáveis: serviços, EPP, Natal, mulher, empréstimo, pagamento,

ciclo 1, 2 e 3 apresentam-se com os sinais positivos: as empresas que possuem essas

características possuem a tendência média de possuírem grau de inovação inicial de clientes

maiores. Enquanto que as outras possuem uma tendência oposta (diminuição do .

No entanto, a análise do P-valor nos permite notar que apenas possuem significância a

variável ciclo 3 e EPP (5% de significância); Natal (1% de significância) e serviço (a 10% de

significância). As outras não afetam no grau de inovação inicial da dimensão clientes

( das empresas no RN.

Assim, em relação aos coeficientes das variáveis dummy podemos dizer que quando a

empresa possuem variáveis significativas como EPP, Natal, serviço, ciclo 3 já possuem grau

de inovação inicial de clientes (grau de maturidade em clientes) mais avançado, ou seja, já

possuem maior interação com seus clientes que quando comparados a variáveis categóricas.

5.3.4.2 Diferença na dimensão clientes (ΔC) : DeltaC

A interação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a

variação do grau de inovação da dimensão clientes (ΔC) através da regressão múltipla

apresenta como coeficiente de determinação (R-quadrado) 0,088 que indica que 8,8% da

variação do grau de inovação de clientes é explicada pelas variáveis observadas enrustidas no

modelo.

O valor p do teste F (F-test) menor que 0,05 evidencia, estatísticamente, que a relação

de saída gerada para análise da evolução da dimensão clientes das empresas que são

acompanhadas pelo programa ALI no RN é bom para verificar as características que devem

ser priorizadas e fomentadas pelo SEBRAE para que haja inovação em clientes (avanços nas

relações estabelecidas com os clientes e evoluções proporcionadas por esta relação).

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90

O intercepto é 0,260 trata do valor médio do grau de inovação da dimensão clientes

para as empresas da categoria de referência.

As variáveis: indústria, Seridó, Natal, mulher e empréstimos apresentam-se com o

sinal do coeficiente positivo, assim as empresas que possuem essas características possuem a

tendência média de aumentarem o grau de inovação da dimensão clientes das empresas

inseridas no ALI/RN. Já as demais variáveis dummies reagem de forma oposta.

A análise do P-valor nos permite notar que apenas Natal e Seridó possuem

significância a 1% e, mulher possui significância a 10%. As demais variáveis não são

responsáveis pela variação no grau de inovação da dimensão clientes das empresas que

participam do Programa ALI/RN, visto que não apresentaram diferença significativa com a

categoria de referência.

Desta maneira, podemos dizer que quando a empresa localiza-se em Natal ou Seridó

ou são administrada por mulheres, tendem a aumentar o grau de inovação da empresa durante

o acompanhamento com o Programa em média (0,603), (0,654), (0,192), respectivamente, em

relação as variáveis categóricas Oeste e homem. Ou seja, essas variáveis tendem a ajustar o

grau de inovação da dimensão clientes ( em 12%, 13% e 3,8%, respectivamente, em

relação à pontuação máxima de 5. Podemos depreender que essas características podem ser

usadas pelos gestores do Programa ALI como meio de ajustar a seleção das empresas

participantes, visto que a região de Natal e Seridó e administradas por mulheres estão mais

predispostas a receber inovação em clientes. Assim, é adequado a preferência dessas variáveis

na seleção das empresas participantes para melhorar a focalização e o desenvolvimento de

planos de ação com foco em inovação em clientes (identificação de oportunidades através dos

clientes ) para as empresas do RN usando como modelos as ações desenvolvidas pelas

empresas destaques desta dimensão.

5.3.5 Soluções

Tabela 8 – Regressão da Dimensão Soluções

(1) (2)

VARIABLES S1 DeltaS

Serviço 0.113 -0.0112

(0.138) (0.131)

Indústria 0.119 -0.0567

(0.180) (0.188)

EPP -0.0779 6.20e-05

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(0.127) (0.129)

Seridó -0.629*** 0.418**

(0.182) (0.166)

Natal -0.268* 0.645***

(0.158) (0.143)

Mulher 0.00545 0.292**

(0.126) (0.116)

Empreendedor 0.0748 -0.0788

(0.160) (0.135)

Empréstimo 0.275** -0.122

(0.133) (0.123)

Pagamento -0.198 -0.0574

(0.157) (0.142)

Ciclo 1 -0.189

(0.309)

Ciclo 2 -0.202

(0.261)

Ciclo 3 -0.0693

(0.261)

Constant 2.276*** 0.0617

(0.267) (0.108)

Observations 286 286

R-squared 0.073 0.095

F-test 0.0190 7.06e-05

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

5.3.5.1 Dimensão soluções inicial ( ) : S1

A relação gerada entre as variáveis dummies com o grau de inovação inicial da

dimensão soluções indica que o coeficiente de determinação (R-quadrado) 0,073, ou seja,

7,3% do grau de inovação inicial de soluções ( é explicada pelas variáveis

observadas colocadas no modelo.

Contudo, sendo o valor p do teste F (F-test) menor que 0,05, temos evidências

estatísticas que o modelo ajuda a prever a variável resposta grau de inovação inicial de

soluções ( .

O intercepto é 2,276, ou seja, trata-se do valor médio do grau de inovação inicial de

soluções para as empresas inseridas na categorias de referência.

As variáveis: serviço, indústria, mulher, empreendedor, empréstimo possuem o sinal

positivos, desta maneira, as empresas que possuem essas características possuem a tendência

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média de possuírem grau de inovação inicial de soluções alto. Enquanto que o restante das

variáveis possui uma tendência oposta (diminuição do

A análise do P-valor nos permite notar que apenas possuem significância a variável

Seridó (1% de significância), empréstimo (5% de significância) e Natal (1% de significância).

As outras não afetam no grau de inovação inicial da dimensão soluções ( das

empresas no RN. Constatamos, portanto, que¸ mantida as outras variáveis constantes, a

diferença média entre a Natal e Seridó e a categoria de referência (Oeste) são,

respectivamente, (-0,268) e (-0,629) configurando um cenário em que essas regiões afetam

negativamente o grau de inovação inicial da dimensão soluções (-5,4%) e (-12,6%). Essas

regiões são mais inclinadas a não proporcionar soluções complementares de produtos ou

serviços a seus clientes. Este informação deve ser observada e gerenciada pelos gestores do

Programa visto ser de imensa importância implementar planos de ação durante o

acompanhamento com o ALI para empresas inovarem em soluções visto ser uma

oportunidade para alavancar a renda das MPEs do RN. Também foi observado que as

empresas que fazem empréstimos tem predisposição em ter um grau de inovação inicial da

diemensão soluções 0,275 mais alto que as empresas que não realizam empréstimos, ou seja,

5,5% melhores nesta dimensão inicialmente

5.3.5.2 Diferença na dimensão soluções (ΔS) : DeltaS

O R-quadrado de 0,095 desta relação indica que 9,5% da variação do grau de inovação

da dimensão soluções é explicada pelas variáveis observadas do modelo gerado.

O valor p do teste F (F-test) é menor que 0,05 evidenciando estatísticamente que a

relação de saída gerada para análise da evolução da dimensão soluções é capaz de detectar

relações.

O intercepto é 0,06 trata do valor médio do grau de inovação da dimensão soluções

para as empresas da categoria de referência (comércio, da região Oeste, dirigidas por homens,

que não empreenderam anteriormente e que não pediram empréstimo).

Verificamos que as variáveis: EPP, Seridó, Natal e mulher apresentam-se com o sinal

do coeficiente positivo, assim as empresas que possuem essas características possuem a

tendência média de aumentarem o grau de inovação de soluções das empresas quando

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participam do ALI/RN. As outras variáveis são negativas e, por isso, apresentação oposto

comportamento.

A análise do P-valor nos permite notar que apenas Natal, Seridó e mulher possuem

significância a entre 1% e 5%. As demais variáveis, rejeitam a hipótese de significância a 5%

e 1% , pois não apresentaram diferença significativa com a categoria de referência.

Desta maneira, podemos dizer que quando a empresa localiza-se em Natal e Seridó ou

são administrada por mulher, tendem a aumentar o grau de inovação da empresa durante o

acompanhamento com o Programa em média (0,645), (0,418), (0,292), respectivamente, em

relação as variáveis categóricas Oeste e homem. Ou seja, essas variáveis tendem a ajustar o

grau de inovação de soluções ( em 12,9% , 8,4% e 5,8%, respectivamente, comparando-

se com à pontuação máxima de 5. Desta forma, podemos inferir que essas características

podem ser usadas pelos gestores do Programa ALI como meio de ajustar a seleção das

empresas participantes e, desta maneira, ajustar e focalizar o Programa para melhor

desempenho desta dimensão.

5.3.6 Relacionamento

Tabela 9 – Regressão em Relacionamento

(1) (2)

VARIABLES R1 DeltaR

Serviço 0.0628 0.208*

(0.168) (0.116)

Indústria -0.383 0.371**

(0.254) (0.169)

EPP -0.00961 0.0889

(0.157) (0.107)

Seridó -0.205 0.575***

(0.225) (0.153)

Natal 0.601*** 0.105

(0.185) (0.120)

Mulher 0.127 -0.0202

(0.152) (0.106)

Empreendedor -0.292 0.232

(0.202) (0.146)

Empréstimo 0.0862 -0.0967

(0.166) (0.113)

Pagamento -0.116 -0.0933

(0.219) (0.140)

Ciclo 1 0.0226

(0.357)

Ciclo 2 -0.0136

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94

(0.289)

Ciclo 3 0.493*

(0.283)

Constant 2.872*** 0.369***

(0.288) (0.126)

Observations 286 286

R-squared 0.104 0.073

F-test 0.000326 0.00332

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

5.3.6.1 Dimensão relacionamento inicial ( ) : R1

O R-quadrado indica que aproximadamente 10,4% de grau de inovação inicial de

relacionamento ( é explicada pelas variáveis observadas colocadas no modelo.

Contudo, sendo o valor p do teste F (F-test) menor que 0,05, temos evidências

estatísticas que o modelo ajuda a prever a variável resposta grau de inovação inicial de

relacionamento ( . Pode-se, assim, usar a relação de saída da regressão para análise

do grau de inovação inicial da dimensão relacionamento do programa ALI no RN.

O intercepto é 2,876, ou seja, trata-se do valor médio do grau de inovação inicial de

relacionamento para as empresas inseridas nas categorias de referência.

Verificamos que as variáveis: serviço, Natal, mulher, empréstimo, ciclo 1 e 3

apresentam-se com o sinal positivos (tendência média de possuírem grau de inovação inicial

de relacionamento alto. As demais variáveis possuem tendência oposta ( .

No entanto, a análise do P-valor nos permite notar que apenas possuem significância a

Natal (a 1% de significância) e ciclo 3 (10% de significância). As outras não afetam no grau

de inovação inicial da dimensão relacionamento ( das empresas no RN.

Assim, quando a empresa é da região de Natal tendem a possuírem grau de inovação

inicial da dimensão relacionamento mais avançado, ou seja, possuem maior relacionamento

com o cliente advindas de maior informatização ou adoção de outras interfaces que mantêm e

melhoraram esta troca com os clientes.

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95

5.3.6.2 Diferença na dimensão relacionamento (ΔR) : DeltaR

A interação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a

variação do grau de inovação da dimensão relacionamento (ΔR) apresenta como coeficiente

de determinação (R-quadrado) 0,073 que indica que 7,3% da variação do grau de inovação

desta dimensão é explicada pelas variáveis observadas contidas no modelo.

O valor p do teste F (F-test) mostra-se estatísticamente significante na análise da

evolução da dimensão relacionamento das empresas que são acompanhadas pelo programa

ALI no RN.

O intercepto é 0,369 trata do valor médio do grau de inovação da dimensão

relacionamento para as empresas da categoria de referência (comércio, da região Oeste,

dirigidas por homens, que não empreenderam anteriormente e que não pediram empréstimo).

Verificamos que as variáveis: serviço, indústria, EPP, Seridó, Natal e empreendedor

possuem o sinal do coeficiente positivo, assim as empresas que possuem essas características

possuem a tendência média de aumentarem o grau de inovação de relacionamento das

empresas quando inseridas no ALI/RN. Em contraposição encontram-se as demais variáveis

dummies.

A análise do P-valor nos permite reparar que Seridó possui significância a 1%,

indústria possui a 5% e serviço a 10%. As demais variáveis, rejeitam a hipótese de

significância e, desta maneira, não explicam a variação no grau de inovação da dimensão

relacionamento das empresas que participam do Programa ALI/RN (não apresentaram

diferença significativa com a categoria de referência).

Desta maneira, podemos dizer que quando a empresa localiza-se no Seridó tende a

aumentar o grau de inovação de relacionamento da empresa durante o acompanhamento com

o Programa em média (0,575) em relação às empresas do Oeste. E as organizações da

indústria possui tendência a elevarem seu em 0,371 em relação aos empresas de comércio

quando acompanhadas pelo ALI. Ou seja, essas variáveis tendem a ajustar o grau de inovação

da dimensão rede ( em 11,5% e 7,4%, respectivamente, em relação à pontuação máxima

de 5. Deve-se, assim, priorizar esses caracteres na seleção das empresas participantes e

observar as ações que estas empresas executam nesta dimensão para estimular as outras e,

assim direcionar a focalização e a evolução da dimensão relacionamento.

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5.3.7 Agregação de valor

Tabela 10 – Regressão Agregação de Valor

(1) (2)

VARIABLES A1 DeltaA

Serviço -0.0299 -0.115

(0.102) (0.139)

Indústria 0.0341 -0.518***

(0.179) (0.163)

EPP 0.126 0.0407

(0.104) (0.126)

Seridó -0.0281 0.489***

(0.152) (0.169)

Natal 0.0455 0.535***

(0.119) (0.154)

Mulher -0.0945 0.467***

(0.0927) (0.124)

Empreendedor -0.161 0.0251

(0.118) (0.141)

Empréstimo 0.0793 -0.228*

(0.104) (0.124)

Pagamento -0.0909 -0.138

(0.128) (0.156)

Ciclo 1 -0.245

(0.186)

Ciclo 2 0.179

(0.168)

Ciclo 3 0.257

(0.172)

Constant 1.343*** 0.238**

(0.169) (0.119)

Observations 286 286

R-squared 0.044 0.124

F-test 0.00115 0.000395

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

5.3.7.1 Dimensão agregação de valor inicial ( ) : A1

As variáveis observáveis (dummies) possuem relação com o grau de inovação inicial

da dimensão agregação de valor cujo coeficiente de determinação (R-quadrado) indica que

aproximadamente apenas 4,4% de grau de inovação inicial de agregação de valor (

é explicada pelas variáveis observadas inseridas no modelo.

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97

Contudo, sendo o valor p do teste F (F-test) menor que 0,05, apresenta evidências

estatísticas que o modelo ajuda a prever a variável resposta grau de inovação inicial de

agregação de valora ( .

No entanto, a análise do P-valor dos coeficientes nos permite notar nenhuma das

variáveis observáveis colocadas no modelo apresenta significância. Ou seja, as variáveis não

afetam no grau de inovação inicial da dimensão agregação de valor ( das empresas

no RN.

5.3.7.2 Diferença na dimensão agregação de valor (ΔA) : DeltaA

Observado agora a interação resultante da relação entre as variáveis observáveis

(dummy) com a variação do grau de inovação da dimensão agregação de valor (ΔA) através

da regressão múltipla tem-se como coeficiente de determinação (R-quadrado) 0,124 que

indica que 12,4% da variação do grau de inovação de agregação de valor é explicada pelas

variáveis observadas colocadas no modelo.

O valor p do teste F (F-test) é menor que 0,05 evidenciando estatísticamente que a

relação de saída gerada para análise da evolução da dimensão agregação de valor das

empresas participantes do ALI/RN é uma forma capaz de verificar as características que

devem ser priorizadas e fomentadas pelo SEBRAE para que haja inovação agregação de valor

(novas formas de gerar receita).

O intercepto sendo 0,238 revela o valor médio do grau de inovação da dimensão

agregação de valor para as empresas da categoria de referência (comércio, da região Oeste,

dirigidas por homens, que não empreenderam anteriormente e que não pediram empréstimo).

Percebemos também que as variáveis: EPP, Seridó, Natal, mulher e empreendedor

apresentam-se com o sinal do coeficiente positivo, assim as empresas que tem essas

características possuem a tendência média de aumentarem o grau de inovação de agregação de

valor das empresas quando inseridas no ALI/RN. As outras variáveis dummies consideradas

no modelo apresentam atuação oposta.

O P-valor nos permite notar que indústria, Seridó, Natal e mulher possuem

significância a 1%, enquanto empréstimo só é significante a 10%. As demais variáveis não

explicam a variação no grau de inovação da dimensão agregação de valor das empresas que

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participam do Programa ALI/RN, porque que não apresentaram diferença significativa com a

categoria de referência consideradas.

Desta maneira, podemos dizer que quando a empresa localiza-se em Natal, Seridó,

que são administradas por mulheres tendem a aumentar o grau de inovação da dimensão

agregação de valor da empresa durante o acompanhamento com o Programa em média

(0,535), (0,489),(0,467), respectivamente, em relação as variáveis categóricas Oeste e homem.

Ou seja, essas variáveis tendem a ajustar o grau de inovação da agregação de valor ( em

10,7% , 9,8% e 9,3% respectivamente, em relação à pontuação máxima de 5. Enquanto que

pertencer ao setor de indústria (-0,518) seria uma desvantagem em relação a pertencer ao

comércio em torno de 10,4%. Desta forma, podemos sugerir que essas características podem

ser usadas pelos gestores do Programa ALI como meio de ajustar a seleção das empresas

participantes, visto que a região de Natal e mulheres estão mais propensas a receber inovação

em agregação de valor. Assim, parece viável priorizar esses caracteres na seleção das

empresas participantes, pois obtenção de receita é o principal objetivo das organizações e

requesito básico para fomentar investimentos futuros das empresas em inovações.

5.3.8 Processo

Tabela 11 – Regressão Dimensão Processo

(1) (2)

VARIABLES PRO1 DeltaPRO

Serviço 0.150* -0.0731

(0.0781) (0.0750)

Indústria 0.0108 -0.0693

(0.124) (0.0938)

EPP 0.284*** 0.0711

(0.0739) (0.0738)

Seridó 0.0636 0.166*

(0.102) (0.0869)

Natal 0.211** 0.407***

(0.0859) (0.0846)

Mulher -0.0294 0.0290

(0.0739) (0.0650)

Empreendedor -0.130 0.0706

(0.0974) (0.0844)

Empréstimo 0.0842 0.0853

(0.0739) (0.0700)

Pagamento -0.163* -0.120

(0.0963) (0.0818)

Ciclo 1 -0.150

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99

(0.243)

Ciclo 2 -0.137

(0.208)

Ciclo 3 -0.00380

(0.205)

Constant 1.585*** 0.331***

(0.190) (0.0691)

Observations 286 286

R-squared 0.133 0.118

F-test 6.67e-06 2.18e-06

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

5.3.8.1 Dimensão processo inicial ( ) : PRO1

O R-quadrado indica que aproximadamente apenas 13,3% de grau de inovação inicial

de processo ( é explicada pelas variáveis observadas colocadas no modelo.

Contudo, sendo o valor p do teste F (F-test) menor que 0,05, temos evidências

estatísticas que o modelo ajuda a prever a variável resposta grau de inovação inicial de

processo ( . Desta forma, podemos usa a relação de saída da regressão para

análise do grau de inovação inicial da dimensão processo do programa ALI no RN.

O intercepto é 1,585, ou seja, trata-se do valor médio do grau de inovação inicial de

processo para as empresas inseridas na categorias de referência.

Verificamos que as variáveis: serviço, indústria, EPP, Seridó, Natal, empréstimo,

apresentam-se com o sinal positivos, ou seja, as empresas que possuem essas características

possuem a tendência média de possuírem grau de inovação inicial de processo alto. Enquanto

que as outras variáveis possuem uma tendência oposta (

No entanto, a análise do P-valor nos permite notar que apenas possuem significância a

variável EPP (1% de significância); Natal (a 5% de significância) e; serviço e pagamento (

10% de significância). As outras não afetam no grau de inovação inicial da dimensão processo

( das empresas no RN.

Como os coeficientes das variáveis dummy representam a diferença média entre a

categoria e a categoria de referência, mantida as outras variáveis constantes podemos dizer

que quando a empresa são EPP, da região de Natal, do setor de serviço e possuem dificuldade

no pagamento revelam que a empresa possuem uma predisposição de apresentarem grau de

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100

inovação inicial de processo mais alto, ou seja, já possuem processos já mais dinâmicos e

atualizados.

5.3.8.2 Diferença na dimensão processo (ΔPRO) : DeltaPRO

A interação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a

variação do grau de inovação da dimensão processo (ΔPRO) através da regressão múltipla

apresenta como coeficiente de determinação (R-quadrado) 0,118 que indica que 11,8% da

variação do grau de inovação de processo é explicada pelas variáveis observadas embutidas

no modelo.

O valor p do teste F (F-test) é menor que 0,05 evidenciando estatísticamente que a

relação de saída gerada para análise da evolução da dimensão processo das empresas que são

acompanhadas pelo programa ALI no RN é uma forma capaz de verificar as características

que devem ser priorizadas e fomentadas pelo SEBRAE para que haja inovação em processo

(atualização e novidades nos processos organizacionais).

O intercepto é 0,331 trata do valor médio do grau de inovação da dimensão processo

para as empresas da categoria de referência (comércio, da região Oeste, dirigidas por homens,

que não empreenderam anteriormente e que não pediram empréstimo).

Verificamos que as variáveis: EPP, Seridó, Natal, mulher, empreendedor e empréstimo

apresentam-se com o sinal do coeficiente positivo, assim as empresas que possuem essas

características possuem a tendência média de aumentarem o grau de inovação de processo das

empresas quando acompanhadas pelo ALI/RN. Comportamento oposto é revelado nas demais

variáveis dummies.

A análise do P-valor nos permite notar que apenas Natal (significância a 1% ) e Seridó

(significância a 5% ) diferença significativa com a categoria de referência.

Desta maneira, podemos dizer que quando a empresa localiza-se em Natal ou Seridó

tendem a aumentar o grau de inovação em processo da empresa durante o acompanhamento

com o Programa em média (0,407), (0,166), respectivamente, em relação a variável categórica

Oeste. Ou seja, essas variáveis tendem a ajustar o grau de inovação de processo ( em

8,1% e 3,3%, respectivamente, em relação à pontuação máxima de 5. Assim, podemos inferir

que essas características podem ser usadas pelos gestores do Programa ALI como meio de

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101

ajustar a seleção das empresas participantes, visto que as regiões de Natal e Seridó estão mais

propensas a receber e executar ações de inovação em processo que as localizadas no Oeste.

Assim, parece coerente priorizar esses caracteres na seleção das empresas participantes e

direcionar planos de ação para desenvolvimento de inovação em processo para a região Oeste

com base nas ações executadas por estas regiões.

5.3.9 Organização

Tabela 12 – Regressão de Organização

(1) (2)

VARIABLES ORG1 DeltaORG

Serviço 0.185 -0.101

(0.125) (0.121)

Indústria -0.119 0.00703

(0.193) (0.178)

EPP 0.156 0.0335

(0.119) (0.111)

Seridó -0.0999 0.449***

(0.147) (0.166)

Natal 0.574*** 0.632***

(0.136) (0.126)

Mulher 0.110 0.191*

(0.112) (0.104)

Empreendedor 0.0347 0.129

(0.145) (0.128)

Empréstimo 0.150 -0.101

(0.120) (0.110)

Pagamento -0.0815 -0.189

(0.158) (0.142)

Ciclo 1 -0.338

(0.253)

Ciclo 2 -0.0531

(0.209)

Ciclo 3 0.280

(0.215)

Constant 1.438*** 0.320***

(0.218) (0.112)

Observations 286 286

R-squared 0.147 0.100

F-test 4.83e-08 0.000174

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

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102

5.3.9.1 Dimensão organização inicial ( ) : O1

Através da relação obtida entre as variáveis observáveis (dummies) com o grau de

inovação inicial da dimensão Plataforma pela regressão múltipla observamos que o

coeficiente de determinação (R-quadrado) indica que aproximadamente apenas 29,8% de grau

de inovação inicial de oferta ( é explicada pelas variáveis observadas colocadas no

modelo.

Contudo, sendo o valor p do teste F (F-test) menor que 0,05, temos evidências

estatísticas que o modelo ajuda a prever a variável resposta grau de inovação inicial de

plataforma ( . Desta forma, podemos usa a relação de saída da regressão para

análise do grau de inovação inicial da dimensão plataforma do programa ALI no RN.

O intercepto é 2,876, ou seja, trata-se do valor médio do grau de inovação inicial de

plataforma para as empresas inseridas na categorias de referência.

Verificamos que as variáveis: EPP, Natal, mulher, empréstimo, pagamento, ciclo 1 e 3

apresentam-se com o sinal positivos, ou seja, as empresas que possuem essas características

possuem a tendência média de possuírem grau de inovação inicial de oferta aumentado.

Enquanto que as variáveis: serviço, indústria, seridó, empreeendedor anterior e ciclo 2

possuem uma tendência oposta (diminuição do

No entanto, a análise do P-valor nos permite notar que apenas possuem significância a

variável ciclo 2 (5% de significância) e serviço, indústria, Natal (a 10% de significância) . As

outras não afetam no grau de inovação inicial da dimensão plataforma ( das

empresas no RN.

Como os coeficientes das variáveis dummy representam a diferença média entre a

categoria e a categoria de referência, mantida as outras variáveis constantes podemos dizer

que quando a empresa é do setor de indústria ou serviços já possuem grau de inovação inicial

de plataforma mais avançado, ou seja, já possuem maior variedade de produtos que o setor de

comércio. A região de Natal também é uma característica que inicialmente já proporciona

maior maturidade inicial da dimensão plataforma e, também coerente a realidade econômica e

social da capital e região metropolitana que demanda maior variedade de produtos e serviços.

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103

5.3.9.2 Diferença na dimensão oferta (ΔP) : DeltaP

A interação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a

variação do grau de inovação da dimensão plataforma (ΔP) através da regressão múltipla

apresenta como coeficiente de determinação (R-quadrado) 0,104 que indica que 10,4% da

variação do grau de inovação é explicada pelas variáveis observadas embutidas no modelo..

O valor p do teste F (F-test) é menor que 0,05 evidenciando estatísticamente que a

relação de saída gerada para análise da evolução da dimensão plataforma das empresas que

são acompanhadas pelo programa ALI no RN é uma forma capaz de verificar as

características que devem ser priorizadas e fomentadas pelo SEBRAE para que haja inovação

em plataforma (variedade de produtos).

O intercepto é 0,214 trata do valor médio do grau de inovação da dimensão plataforma

para as empresas da categoria de referência (comércio, da região Oeste, dirigidas por homens,

que não empreenderam anteriormente e que não pediram empréstimo).

Verificamos que as variáveis: indústria, Seridó, Natal, mulher apresentam-se com o

sinal do coeficiente positivo, assim as empresas que possuem essas características possuem a

tendência média de aumentarem o grau de inovação de plataforma das empresas quando

inseridas no ALI/RN. Diferentemente das demais variáveis dummies.

A análise do P-valor nos permite notar que apenas Natal e mulher possuem

significância a 1%. As demais variáveis, rejeitam a hipótese de significância a 5% e 1% e,

desta forma, não explicam a variação no grau de inovação da dimensão plataforma das

empresas que participam do Programa ALI/RN, visto que não apresentaram diferença

significativa com a categoria de referência.

Desta maneira, podemos dizer que quando a empresa localiza-se em Natal, ou possui é

administrada por mulher, tendem a aumentar o grau de inovação da empresa durante o

acompanhamento com o Programa em média (0,811), (0,431), respectivamente, em relação as

variáveis categóricas Oeste e homem. Ou seja, essas variáveis tendem a ajustar o grau de

inovação da plataforma ( em 16% e 8,6%, respectivamente, em relação à pontuação

máxima de 5. Desta forma, podemos inferir que essas características podem ser usadas pelos

gestores do Programa ALI como meio de ajustar a seleção das empresas participantes, visto

que a região de Natal e mulheres estam mais propensas a receber inovação em plataforma.

Assim, parece coerente priorizar esses caracteres na seleção das empresas participantes e

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104

direcionar planos de ação para desenvolvimento de inovação em plataforma (variedade) para

as outras regiões com bases nos modelos dessa região.

5.3.10 Cadeia de Fornecimento

Tabela 13 – Regressão Cadeia de Fornecimento

(1) (2)

VARIABLES CF1 DeltaCF

Serviço -0.192 -0.0709

(0.144) (0.150)

Indústria -0.0142 0.0151

(0.218) (0.238)

EPP 0.408*** 0.0648

(0.128) (0.147)

Seridó 0.164 0.436**

(0.200) (0.180)

Natal 0.151 0.574***

(0.163) (0.151)

Mulher -0.206 0.108

(0.138) (0.140)

Empreendedor -0.154 0.151

(0.167) (0.193)

Empréstimo -0.100 0.411***

(0.140) (0.141)

Pagamento -0.172 -0.208

(0.166) (0.204)

Ciclo 1 -0.320

(0.356)

Ciclo 2 0.0651

(0.231)

Ciclo 3 0.117

(0.239)

Constant 1.729*** -0.0721

(0.251) (0.134)

Observations 286 286

R-squared 0.068 0.084

F-test 0.0802 0.000288

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

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105

5.3.10.1 Dimensão cadeia de fornecimento inicial ( ) : CF1

O (R-quadrado) da relação gerada indica que aproximadamente apenas 6,8% de grau

de inovação inicial da cadeia de fornecimento ( é explicada pelas variáveis

observadas colocadas no modelo.

Sendo o valor p do teste F (F-test) maior que 0,05, temos evidências estatísticas que o

modelo não é ideal para prever a variável resposta grau de inovação inicial de cadeia de

fornecimento ( .

5.3.10.2 Diferença na dimensão cadeia de fornecimento (ΔCF) : DeltaCF

A interação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a

variação do grau de inovação da dimensão cadeia de fornecimento (ΔCF) apresenta como

coeficiente de determinação (R-quadrado) 0,084 que indica que 8,4% da variação do grau de

inovação é explicada pelas variáveis observadas do modelo.

O valor p do teste F (F-test) é menor que 0,05 evidenciando estatísticamente que a

relação de saída é significativa para o exame da evolução da dimensão cadeia de fornecimento

das empresas que são acompanhadas pelo programa ALI no RN.

O intercepto é (-0,0721) trata do valor médio do grau de inovação da dimensão cadeia

de fornecimento para as empresas da categoria de referência (comércio, da região Oeste,

dirigidas por homens, que não empreenderam anteriormente e que não pediram empréstimo).

Verificamos que as variáveis: indústria, EPP, Seridó, Natal, mulher, empreendedor e

empréstimo apresentam-se com o sinal do coeficiente positivo, assim as empresas que

possuem essas características possuem a tendência média de aumentarem o grau de inovação

da cadeia de fornecimento das empresas quando inseridas no ALI/RN. As demais variáveis

dummies (serviço e pagamento) comportam-se de forma oposta.

A análise do P-valor nos permite notar que apenas Natal e empréstimo possuem

significância a 1% e Seridó a 5%. As demais variáveis, rejeitam a hipótese de significância a

5% e 1% e, desta forma, não explicam a variação no grau de inovação da dimensão cadeia de

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106

fornecimento das empresas que participam do Programa ALI/RN, visto que não apresentaram

diferença significativa com a categoria de referência.

Desta maneira, podemos dizer que quando a empresa localiza-se em Natal e Seridó ,

tendem a aumentar o grau de inovação da empresa durante o acompanhamento com o

Programa em média (0,574), (0,436), respectivamente, em relação as variáveis categóricas

Oeste. E a presença da variável aquisição de empréstimo para a empresas revela uma

tendência da organização em aumentar sua dimensão cadeia de fornecimento em (0,41). Essas

variáveis tendem a ajustar o grau de inovação da cadeia de fornecimento ( em 11,5%,

8,7% e 8,2%, respectivamente, em relação à pontuação máxima de 5. Desta forma, podemos

inferir que essas observáveis podem ser usadas pelos gestores do Programa ALI como meio

de ajustar a seleção das empresas participantes, visto que a região de Natal e Seridó estão

mais propensa a adotar soluções para redução de custos de transporte ou estoque que as

empresas da região Oeste. As empresas que já realização a aquisição de empréstimos também

estão mais inclinadas a adotar melhores soluções de cadeia de fornecimento, pois possuem

capital para a execução.

5.3.11 Presença

Tabela 14 – Regressão Dimensão Presença

(1) (2)

VARIABLES PRES1 DeltaPRES

Serviço -0.0835 -0.352***

(0.115) (0.134)

Indústria 0.111 -0.0769

(0.225) (0.190)

EPP 0.0497 0.100

(0.122) (0.137)

Seridó -0.222 0.634***

(0.158) (0.205)

Natal 0.0101 0.624***

(0.136) (0.139)

Mulher 0.0565 -0.00283

(0.118) (0.124)

Empreendedor -0.134 0.0797

(0.150) (0.159)

Empréstimo -0.0545 0.0413

(0.128) (0.126)

Pagamento 0.173 -0.404***

(0.188) (0.152)

Ciclo 1 0.0772

(0.379)

Ciclo 2 -0.216

(0.202)

Ciclo 3 0.0782

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107

(0.216)

Constant 1.710*** 0.220*

(0.213) (0.114)

Observations 286 286

R-squared 0.041 0.102

F-test 0.422 1.54e-05

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

5.3.11.1 Dimensão presença inicial ( ) : PRES1

O coeficiente de determinação (R-quadrado) indica que apenas 4,1% de grau de

inovação inicial de presença ( é explicada pelas variáveis observadas colocadas no

modelo.

Contudo, sendo o valor p do teste F (F-test) maior que 0,05, temos evidências

estatísticas que o modelo não é ideal para prever a variável resposta grau de inovação inicial

de presença ( . Desta forma, não é recomendável usar a relação de saída da

regressão para análise do grau de inovação inicial da dimensão presença do programa ALI no

RN.

5.3.11.2 Diferença na dimensão presença (ΔPRES) : DeltaPRES

A interação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a

variação do grau de inovação da dimensão presença (ΔPRES) através da regressão múltipla

apresenta como coeficiente de determinação (R-quadrado) 0,102 que indica que 10,2% da

variação do grau de inovação é explicada pelas variáveis observadas embutidas no modelo.

O valor p do teste F (F-test) é menor que 0,05 evidenciando estatísticamente que a

relação de saída gerada para análise da evolução da dimensão presença das empresas que são

acompanhadas pelo programa ALI no RN é capaz de verificar as características que devem

ser priorizadas e fomentadas pelo SEBRAE para que a inovação presença (novos pontos e

canais de venda) se desenvolva nas MPEs.

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108

O intercepto é 0,220 trata do valor médio do grau de inovação da dimensão presença

para as empresas da categoria de referência (comércio, da região Oeste, dirigidas por homens,

que não empreenderam anteriormente e que não pediram empréstimo).

AS variáveis: EPP, Seridó, Natal, empreendedor e empréstimo apresentam-se com o

sinal do coeficiente positivo. Ou melhor, só as empresas que possuem essas características

possuem a tendência média de aumentarem o grau de inovação de presença em relação às

empresas categóricas quando inseridas no ALI/RN.

A análise do P-valor nos permite notar que possuem significância a 1% apenas as

dummies serviço, Seridó, Natal e pagamento. As demais variáveis, rejeitam a hipótese de

significância visto que não apresentaram diferença significativa com a categoria de referência.

Desta maneira, podemos dizer que empresas com estas características possuem

tendência a aumentar o grau de inovação dimensão presença a da empresa durante o

acompanhamento com o Programa. Ou seja, essas variáveis tendem a ajustar o grau de

inovação da presença ( em relação à pontuação máxima de 5. Desta forma essas variáveis

podem ser usadas gerencialmente como meio de ajustar a seleção das empresas participantes.

5.3.12 Rede

Tabela 15 – Regressão da Dimensão Rede

(1) (2)

VARIABLES RED1 DeltaRED

Serviço 0.0709 0.293*

(0.192) (0.151)

Indústria -0.171 0.0264

(0.300) (0.221)

EPP 0.298 0.0412

(0.191) (0.144)

Seridó -0.251 0.769***

(0.283) (0.201)

Natal 0.0930 0.534***

(0.226) (0.142)

Mulher 0.200 0.0778

(0.177) (0.139)

Empreendedor -0.456* 0.194

(0.235) (0.181)

Empréstimo -0.0425 -0.0474

(0.196) (0.135)

Pagamento 0.0999 0.00362

(0.243) (0.187)

Ciclo 1 0.0288

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109

(0.558)

Ciclo 2 -0.00737

(0.365)

Ciclo 3 0.408

(0.376)

Constant 2.483*** 0.0855

(0.383) (0.148)

Observations 286 286

R-squared 0.054 0.077

F-test 0.217 2.07e-05

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

5.3.12.1 Dimensão rede inicial ( ) : R1

O R-quadrado indica que aproximadamente 5,4% de grau de inovação inicial de rede

( é explicada pelas variáveis observadas colocadas no modelo.

Contudo, sendo o valor p do teste F (F-test) maior que 0,05, temos evidências

estatísticas que o modelo não ajuda a prever a variável resposta grau de inovação inicial de

rede ( . Assim, não podemos usar a relação de saída da regressão para análise do

grau de inovação inicial da dimensão rede do programa ALI no RN.

5.3.12.2 Diferença na dimensão rede (ΔRed) : DeltaRED

A interação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a

variação do grau de inovação da dimensão rede (ΔR) apresenta como coeficiente de

determinação (R-quadrado) 0,077 que indica que 7,7% da variação do grau de inovação é

explicada pelas variáveis observadas contidas no modelo.

O valor p do teste F (F-test) mostra-se estatísticamente significante na análise da

evolução da dimensão rede das empresas que são acompanhadas pelo programa ALI no RN.

O intercepto é 0,0855 trata do valor médio do grau de inovação da dimensão rede para

as empresas da categoria de referência (comércio, da região Oeste, dirigidas por homens, que

não empreenderam anteriormente e que não pediram empréstimo).

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110

Verificamos que as todas variáveis possuem o sinal do coeficiente positivo (exceção

da variável empréstimo), assim as empresas que possuem essas características possuem a

tendência média de aumentarem o grau de inovação de rede das empresas quando inseridas no

ALI/RN.

A análise do P-valor nos permite reparar que Seridó e Natal possui significância a 1%,

e serviço a 10%. As demais variáveis, rejeitam a hipótese de significância e, desta maneira,

não explicam a variação no grau de inovação da dimensão rede das empresas que participam

do Programa ALI/RN (não apresentaram diferença significativa com a categoria de

referência).

Desta maneira, podemos dizer que quando a empresa localiza-se no Natal e Seridó

tende a aumentar o grau de inovação da dimensão rede da empresa durante o

acompanhamento com o Programa em média (0,534) e (0,769), respectivamente, em relação

às empresas do Oeste e as organizações do serviço possui tendência a elevarem seu em

0,293 em relação às empresas de comércio quando acompanhadas pelo ALI. Ou seja, essas

variáveis tendem a ajustar o grau de inovação da dimensão rede ( em 10,7% e 15,4%,

respectivamente, em relação à pontuação máxima de 5. Deve-se, assim, priorizar esses

caracteres na seleção das empresas participantes para focalizar a evolução da dimensão rede.

5.3.13 Ambiência Inovadora

Tabela 16 – Regressão Amb. Inovadora

(1) (2)

VARIABLES AI1 DeltaAI

Serviço 0.0998 0.0455

(0.0960) (0.0893)

Indústria -0.205* -0.0988

(0.118) (0.107)

EPP 0.337*** 0.158*

(0.0895) (0.0825)

Seridó 0.0919 0.420***

(0.142) (0.103)

Natal 0.00390 0.673***

(0.101) (0.0928)

Mulher -0.0849 0.0734

(0.0871) (0.0766)

Empreendedor -0.0319 -0.00487

(0.119) (0.0953)

Empréstimo 0.0561 0.0754

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111

(0.0925) (0.0829)

Pagamento -0.172 -0.158

(0.109) (0.0991)

Ciclo 1 0.000165

(0.253)

Ciclo 2 0.0516

(0.181)

Ciclo 3 0.0902

(0.183)

Constant 1.845*** 0.155**

(0.177) (0.0772)

Observations 286 286

R-squared 0.091 0.202

F-test 0.00348 0

Robust standard errors in parentheses

*** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Fonte: elaborada pela autora no Stata

5.3.13.1 Dimensão plataforma ambiência inovadora ( ) : AI1

Percebemos que o coeficiente de determinação (R-quadrado) indica que

aproximadamente 9,1% de grau de inovação inicial de ambiência inovadora (

é explicada pelas variáveis observadas colocadas no modelo.

Sendo o valor p do teste F (F-test) menor que 0,05, temos evidências estatísticas que o

modelo ajuda a prever a variável resposta grau de inovação inicial de ambiência inovadora

( . Posto isto, podemos usar a relação de saída da regressão para análise do

grau de inovação inicial da dimensão ambiência inovadora do programa ALI no RN.

O intercepto é 1,845, ou seja, trata-se do valor médio do grau de inovação inicial de

ambiência inovadora para as empresas inseridas nas categorias de referência.

Verificamos que as variáveis: serviço, EPP, Seridó, Natal, empréstimo, ciclo 1, 2 e 3

apresentam-se com o sinal positivo, ou seja, as empresas que possuem essas características

possuem a tendência média de possuírem grau de inovação inicial de ambiência inovadora

maior. Enquanto que as variáveis: indústria, mulher, empreeendedor anterior e pagamento

possuem uma tendência oposta (diminuição do

No entanto, a análise do P-valor nos permite notar que apenas possuem significância a

variável EPP (1% de significância) e indústria (a 10% de significância) . As outras não afetam

no grau de inovação inicial da dimensão ambiência inovadora ( das empresas

no RN.

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Podemos perceber que quando a empresa é uma EPP já possuem grau de inovação

inicial de ambiência inovadora mais avançado, ou seja, já possuem maior relação com fontes

externas de conhecimento que as MEs. O setor de indústria é uma característica importante a

ser observada pelos gestores do Programa, visto que apresenta uma menor maturidade inicial

da dimensão ambiência inovadora, ou seja, o setor possui menor engajamento externo que o

setor de comércio (predominante em participação no ALI segundo gráfico 2).

5.3.13.2 Diferença na dimensão ambiência inovadora (ΔAI): DeltaAI

A interação resultante da relação entre as variáveis observáveis (dummy) com a

variação do grau de inovação da dimensão ambiência inovadora (ΔAI) através da regressão

múltipla apresenta como coeficiente de determinação (R-quadrado) 0,202 que indica que 20,2

% da variação do grau de inovação é explicada pelas variáveis observadas embutidas no

modelo (sem consideração dos ciclos).

O valor p do teste F (F-test) é menor que 0,05 evidenciando estatísticamente que a

relação de saída gerada para análise da evolução da dimensão ambiência inovadora das

empresas que são acompanhadas pelo programa ALI no RN é uma forma capaz de verificar as

características que devem ser priorizadas e fomentadas pelo SEBRAE para que haja inovação

em ambiência inovadora (aquisição de conhecimento externo).

O intercepto é 0,155 trata do valor médio do grau de inovação da dimensão ambiência

inovadora para as empresas da categoria de referência (comércio, da região Oeste, dirigidas

por homens, que não empreenderam anteriormente e que não pediram empréstimo).

Verificamos que as variáveis: serviço, EPP, Seridó, Natal, mulher e empréstimo

apresentam-se com o sinal do coeficiente positivo, assim as empresas que possuem essas

características possuem a tendência média de aumentarem o grau de inovação de ambiência

inovadora das empresas quando inseridas no ALI/RN. Diferentemente das demais variáveis

dummies.

A análise do P-valor nos permite notar que apenas Natal e Seridó possuem

significância a 1%. A variável EPP possui significância apenas a 10% e as demais variáveis,

rejeitam a hipótese de significância e, desta forma, não explicam a variação no grau de

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inovação da dimensão ambiência inovadora das empresas que participam do Programa

ALI/RN, pois não apresentaram diferença significativa com a categoria de referência.

Portanto, podemos dizer que quando a empresa localizadas em Natal e no Seridó, e as

EPP, tendem a aumentar o grau de inovação da empresa durante o acompanhamento com o

Programa em média (0,673), (0,420), (0,158), respectivamente, em relação as variáveis

categóricas Oeste e ME. Ou seja, essas variáveis tendem a ajustar o grau de inovação da

ambiência inovadora ( em 13,5%, 8,4% e 3,2%, respectivamente, em relação à

pontuação máxima de 5. Visto que esta dimensão foi usada no Radar da Inovação como

diferencial (peso 2 no grau de inovação das empresas) para o contexto brasileiro das

organizações de pequeno porte devemos destacar que essas características devem ser usadas

pelos gerentes do Programa no RN como meio de ajustar a seleção das empresas

participantes, visto que As empresas das regiões de Natal e Seridó e as administradas por

mulheres estão mais propensas a receber principal dimensão da inovação (segundo Radar da

Inovação): ambiência inovadora. Assim, parece coerente priorizar essas variáveis na seleção

das empresas participantes como forma de captar as empresas mais propensas a desenvolver o

Radar da Inovação (objetivo do programa), assim como direcionar planos de ação para

desenvolvimento de inovação em ambiência inovadora: qualificar os agentes, fomentar o

relacionamento com entidades de fomento como Sistema S, universidades, associações

técnicas, empresariais e os próprios colaboradores das empresas.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inovação organizacional é associada a vários benefícios internos como minimização

de custos, maximização de produtividade e melhoria da qualidade dos processos e, benefícios

externos como novas oportunidades de mercado para seus produtos e expansão das relações

comerciais. Essas evoluções inovativas nas MPES, empresas base da estrutura econômica brasileira,

servem assim como impulso também a estrutura econômica brasileira e seu desenvolvimento

econômico. No entanto, o Brasil ainda convive com um cenário em que micro e pequenos

empresários possuem baixo conhecimento em gestão empresarial e baixo interesse em

desenvolvê-la que acaba por refletir na ausência de conhecimento em inovação nas MPEs.

Entretanto, mudanças recentes, notadamente as ocorridas nos últimos anos, na postura das

entidades e gestores públicos, ao enxergar a importância da inovação para o País têm gerado

alternativas para avanços no setor.

O Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), parceira do SEBRAE com o CNPq,

surgiu então como um meio para o fomento da inovação organizacional nas micro e

pequenas empresas brasileiras. Com metodologia própria para este segmento, o ALI através

da proatividade dos agentes assessoram os empresários in loco de maneira individualizada.

Contudo, desde o surgimento do Programa 2008 e sua expansão para todo o território

brasileiro em 2010, o Programa passou por algumas adaptações e reformulações com intuito

de estimular cada vez mais o avanço das MPEs no mercado brasileiro. Essas alterações no

desenho do Programa, no entanto, dão-se de maneira nacional, ou seja, não respeitam muitas

vezes as diferentes dinâmicas econômicas regionais e estaduais.

A fim de que o desenho do Programa nacional seja respeitado, já que possui bases

conceituais fortemente trabalhadas e estruturadas, é necessário que sejam realizadas ações

diferenciadas por meio dos escritórios regionais na execução do Programa em seus estados

em respeito das diferenças entre as diferentes realidades econômicas, financeiras e sociais de

cada região. Desta forma, é preciso que se estimule os agentes a direcionar os empresários

em ações focadas nas suas necessidades e também que os SEBRAE regionais direcionem a

seleção das empresas afim de que alcancem os objetivos do Programa em cada região.

Contudo, para direcionar essas ações, nos últimos anos as possibilidades trazidas

pela análise de dados roubaram a cena. O volume de dados disponíveis cresceu

exponencialmente e a exposição a análises melhorou constantemente, tornando-se um tópico

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de foco nas organizações. A convergência dessas tendências está fomentando a eficiência e a

inovação dos negócios. Segundo a consultoria McKinsey and Company, a oportunidade

pode ser imensa e saber aproveitar o poder de seus dados pode ajudar organizações

a utilizarem suas próprias ideias para diferenciar seus produtos e serviços no

mercado através da inovação, além de impulsionar a eficiência e estratégias de otimização de

custos.

Este trabalho realizou, assim, a análise econométrica dos dados do último período de

atuação do ALI no RN (2016 a 2018) com o intuito de conhecendo melhor as organizações

do Estado que adereriam a participação do Programa, analisá-las e gerar informação para que

os gestores possam direcionar ações e assim focalizar o ALI no Rio Grande do Norte.

Em relação ao perfil das empresas que participaram do Programa (maior

predisposição a aceitar participar do ALI) podemos dizer que as empresas são na sua maioria

EPP, do setor do comércio, da região de Natal, do sexo masculino, que nunca tinham

empreendido, que já realizaram empréstimos, mas não possuem dificuldade no seu

pagamento. Esse perfil de adesão é interessante a ser observado, pois revela as empresas que

estão mais inclinadas a aceitar o Programa e, desta forma, enxergam a inovação de uma

maneira diferenciada. É mister observar que a fase de adesão ao Programa ocorre

exclusivamente nos primeiros seis meses de inicio do Programa e é uma etapa difícil de ser

concluída, pois os agentes de maneira aleatória visitam as empresas e “vendem” a inovação e

o ALI. Saber esse perfil de aderência pode ajudar a direcionar os agentes nesta fase do

Programa, deixando esta etapa mais direcionada.

Também é interessante perceber que das empresas que foram acompanhadas pelo

ALI em torno de 50% conseguiram desenvolver apenas 2 ciclos de ações de inovação e

apenas 7% chegaram a desenvolver até o 4 ciclos (o sugerido como ideal pelo desenho do

programa). Essa informação identifica uma necessidade de maior estímulo aos empresários

para conclusão de ciclos que pode ser dado pelos agentes e por ações do próprio SEBRAE.

Os agentes, desta maneira, podem ser mais treinados em relação temas como motivação,

projetos, ações de inovação dentro do SEBRAE, entre outros. Todos essas intervenções

servirão como forma de estímulos, ao já inseridos empresários, a avançarem no

desenvolvimento de ações de inovação tornando os resultados do ALI mais consistentes.

O avanço das análises de forma econométrica deu as análises um papel fundamental

de relação entre as variáveis observáveis e consistentes contidas em bases de dados do

SEBRAE. Aproveitar esses dados colhidos pelos agentes diretamente com os empresários

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que participaram do Programa fazem desses dados fortes bases para utilizam e mensuração

de informações do próprio Programa.

A primeira análise do grau de inovação global inicial que contou com os as variáveis

porte, setor, região, sexo, empreendedorismo, financeiros (empréstimo e pagamento) e ciclos

realizados revelou que o porte EPP das empresas é importante para estabelecimento de um

grau de inovação inicial relevante, ou seja, antes das empresas aderirem ao programa já

apresentam um grau de maturidade de inovação. As EPPs, por serem empresas com maior

margem de lucro, possuem mais recursos financeiros para investir em inovações sejam estas

organizacionais ou tecnológicas. Como a mensuração do grau de inovação abarca todas essas

inovações, podemos dizer que as EPPs apresenta-se mais a frente em inovação que as MEs.

Desta forma, para que o Programa para se mantenha estimulante para as EPPs, ou seja, para

que as EPPs avancem em ações (ciclos) de inovação é necessário que os agentes sejam

habilitados em inovação mais avançadas para fomentar o avanço dessas empresas. A análise

foi mostrou-se contribuitiva, pois como apenas EPP mostrou- se significativa indica que não

houve seleção de amostra, já que, no início não há diferença significativa no grau de

inovação das empresas. Ou seja, o fato de algumas empresas evoluírem mais ou menos

durante acompanhamento no programa, não está ligado às condições iniciais com as quais

elas entraram no programa não podendo-se justificar os ganhos por uma diferença inicial

entre as empresas.

A análise do avanço do grau de inovação global contou com as mesmas variáveis,

com exceção dos últimos ciclos, visto que ao analisar essa diferença queremos prever quais

características que os gestores devem utilizar na seleção das empresas para melhor focalizar

o programa e os ciclos não podem ser previstos. Essa analise permitiu observar que apenas

as variáveis Seridó, Natal e mulher foram relevantes para as diferenças no grau de inovação

global nas empresas acompanhadas. Esses dados nos leva a considerar que essas

características podem ser usadas pelos gestores para seleção de empresas com maior

propensão de avanços no programa, ou seja, mais abertas a receber sugestões e informações

dos agentes locais, assim como também realizar as ações de inovações planejadas durante o

acompanhamento. Podemos verificar que apesar da maioria dos empresários aderentes ao

Programa ser do sexo masculino, são as mulheres a frente dos negócios que realizam mais

ações. A região de Natal por ser o centro da economia norte rio grandense apresenta além de

muito potencial também mais aceitação a receber e executar as ações de inovação e de seguir

planejamento.

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A análise do comportamento das dimensões também é uma observação que deve ser

realizada pelos gestores do Sebrae e do Programa ALI, pois valida o instrumento Radar da

Inovação de acordo com as características observáveis dos empresários do Rio Grande do

Norte. Essa validação nada mais é do que uma caracterização das dimensões da inovação no

Estado e é importante para que se (re)oriente o programa, os agentes e os direcionamentos

no Estado através de uma focalização cada vez mais consistente do ALI.

A primeira análise do grau de inovação inicial de cada dimensão em relação às

caraterísticas das empresas (com exceção dos últimos ciclos executados pelas empresas que

não tem caráter de previsibilidade) revela uma importante observação, apenas algumas

características foram significantes (apresentaram diferença significativa) para as dimensões

na caracterização das empresas antes de receber o programa (dimensão inicial). Assim as

características iniciais pouco interferem na justificação dos ganhos nas dimensões. A

variável Natal (empresa localizada em Natal) se apresentou como a mais frequência, sendo

relevante para as dimensões oferta, plataforma, clientes, relacionamento, processo,

organização. Esse fato nos levar a crer que nestas dimensões o grau inicial de inovação é

mais elevado muito provavelmente por questões econômicas e sociais que fazem desta

região propícia a diversificar seus produtos, serviços, relação com clientes, processos,

estratégias de mercado para ganhar competitividade visto que é uma região de maior

acirramento do mercado e com maiores oportunidades de acesso a informações e inovações.

Desta forma, é viável que se utilize dessa análise para que as demais regiões sejam

fomentadas com ações inovativas pelo SEBRAE de suas regiões para que consigam se

atualizar e ganhar destacar nas diferentes dimensões da inovação.

Outra característica significante e presente nas dimensões clientes, soluções,

processos, cadeia de fornecimento e ambiência inovadora é o porte das EPP. Isso revela que

esse porte de empresa tende a apresentar inicialmente melhores graus de inovação nas

referidas dimensões. Essa informação é evidente constatada pelos ganhos econômicos,

financeiros e sociais presentes nessas empresas. Em virtude de um maior faturamento e

estruturação organizacional essas empresas possuem graus de maturidade iniciais bem mais

expressivos fato que as coloca em situação privilegiada para receber o Programa e propiciar

mais avanços em inovação.

Na segunda análise se observa a relação entre a evolução no grau de inovação das

diversas dimensões da inovação. Essa investigação teve como objetivo analisar quais

características das empresas e dos empresários são relevantes para que as empresas alcancem

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maiores evoluções nas dimensões e, consequentemente, em inovação quando acompanhadas

pelo ALI/RN. Como a soma dessas dimensões forma o grau de inovação das empresas é

relevante observar o comportamento das dimensões de forma isolada e ao longo do

acompanhamento (considerar os ciclos que conseguiram alcançar no acompanhamento).

Nesta avaliação foi notado que a característica da empresa em estar situação em Natal

é um enorme diferencial. Apenas nas dimensões marca e relacionamento esta característica

não se mostrou significante, mas em todas as outras foi essencial pertencer a essa região para

conseguir avanços nos graus de inovação das dimensões. Mesmo quando os graus iniciais

das dimensões foram significantes também foi expressivo o avanço nos graus ao ser assistido

pelo programa. De fato, estar inserido na região de maiores oportunidades econômicas,

sociais e políticas favorece não só a uma maior maturidade inicial, assim como também a

avanços mais consistentes de inovação (maior receptividade, planejamento e execução de

ações de inovação), ou seja, no Programa. Assim para conquistar mais resultados no

programa deve-se focar em empresas de Natal. A Região do Seridó também demonstra

importância em várias dimensões (exceto plataforma, marca, soluções e processos) sendo

assim uma região que apesar de não possui grau de maturidade inicial alto mostrou-se

bastante aberta a receber boa parte dos tipos de inovação que o Programa propõe e conseguir

avançar no mercado. Utilizar-se das ações do Seridó e da Natal como modelo de expansão de

ações para a região do Oeste parece ser um bom recurso para incentivar a inovação no

Estado.

De fato, ao se analisar trabalhos com objetivos de avaliação de programas de inovação

podemos tomar dois caminhos: levantar as empresas com maiores ganhos (progressão no

Programa) e investir nelas para focalizar no resultado e alcance dos objetivos do desenho já

estruturado do ALI, ou investigar as empresas que não alcançam os objetivos do Programa e

criar soluções para que insiram-se mais fortemente no programa. Como se trata de um

programa de abrangência nacional e possui fortes bases metodológicas é importante que se

mantenha a configuração e delineamento do Programa e, desta forma, a empresa possa

avançar em diferentes dimensões da inovação. É importante notar que o avanço no grau de

inovação global é orientado pelas várias dimensões da inovação, logo a efetividade do

Programa é assumida como de sucesso quando alcança a empresa em várias dimensões. Fazer

com que o empresário perceba essa soma de dimensões é uma das principais missões dos

agentes e do ALI.

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As empresas de Natal são, desta forma, mais propensas a receber e aderir ao ALI

(muito por já possuir uma maior maturidade inicial de inovação/ y inicial); e a evoluírem no

grau de inovação global ( pois também evoluem significativamente em várias dimensões da

inovação). É mister reforçar a relevância que estar em um centro político, econômicos, social

e político como Natal e região metropolitana repercute na inovação. Levar à inovação a

economia brasileira é uma tarefa árdua e difícil haja vista à enorme abrangência territorial

brasileira e consequentemente a sua diversa economia e estrutura política e social. Assim, o

avanço brasileiro deve ser feita através da conquista em cada estado. E um estudo

direcionado através da análise econométrica do principal programa de estimulo a inovação

do país (Programa ALI) é interessante para que o programa seja ajustado em sua

estruturação, execução e finalização.

No entanto, assim como muitos estudos acadêmicos, algumas limitações foram

verificadas. Primeiramente, o acesso e viabilidade dos dados. Apesar do programa ALI

possuir sistema próprio para armazenamento dos dados colhidos, a sua base de dados ainda é

suscetível a erros. Ajustar e reforçar a segurança dos dados é uma sugestão para o SEBRAE

que de posse de dados mais seguros e consistentes pode realizar trabalhos eficazes na

geração de informação estratégica de inovação organizacional.

A frágil base de dados (falta de muitos dados temporais, por exemplo) propiciou ao

estudo diversas barreiras para maiores observações e obtenção de resultados mais

consistentes.

Como sugestão de estudos futuros é importante que seja realizado o cruzamento desta

base de dados do SEBRAE com bases como RAIS e Jucern a fim de formar um grupo

controle e, desta forma, possa-se ampliar o estudo para mensuração de efetividade do

Programa. Essa mensuração seria de grande importância para os gestores do ALI.

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127

APÊNDICE A – Protocolo de revisão sistemática da literatura do Programa ALI

FONTE DE DADOS

A escolha pela base de dados eletrônica a ser consultada levou em consideração a abrangência

da base, ou seja, se a base possui em sua coletânea publicações amplas sobre o tema em

questão. O Programa Agentes Locais de Inovação é um programa relativamente novo e,

portanto, ainda não possui artigos e trabalhos de impacto no cenário acadêmico. Dessa forma,

a base de dados eletrônica foi o Google Acadêmico.

STRING DE BUSCA

Os termos utilizados para o string de busca levaram em consideração as palavras-

chaves decorrentes de um levantamento preliminar da literatura. Para a pesquisa na área de

programa de inovação para micro e pequenas empresas (MPEs) identificaram-se as palavras

como: “Programa Agentes Locais de Inovação”, utilizada assim como o string de busca da

pesquisa.

O processo de execução da busca nos repositórios Google Acadêmico, levou em

consideração todos os anos. Assim, o quantitativo de trabalhos publicados para os strings de

busca “Programa Agentes Locais de Inovação” teve como resultado o quadro quantitativo

demonstrado a seguir.

Quadro 01: Procedimento de pesquisa em base eletrônica de dados: Google Acadêmico. Base de dados: Google Acadêmico Data de consulta ao banco: 05 de abril de 2019.

FILTROS DESCRIÇÃO RESULTADOS

String de Busca

“Programa Agentes Locais de Inovação” 211

Total da base de dados

211

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

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128

PROCESSO DE SELEÇÃO

Após a realização da busca inicial que totalizou um quantitativo de 211 trabalhos

publicados que possuem em seu corpo de texto o string “Programa Agentes Locais de

Inovação”, seguiu-se com a aplicação de filtros de pesquisa de forma a proporcionar uma

melhor delimitação dos trabalhos para a execução dessa pesquisa.

Para tal, com o intuito de ter na base somente artigos relacionados ao Programa

específico em questão, optou-se por refinar a busca de trabalhos que tivessem validação a partir

de 2008 (ano de início dos testes do Programa pelo SEBRAE) e estivessem no idioma português,

visto ser um programa utilizado somente no Brasil. O produto dessa análise encontra-se no quadro

a seguir.

Quadro 01: Procedimento de pesquisa em base eletrônica de dados: Google acadêmico

Base de dados: Google acadêmico Data de consulta ao banco: 05 de abril de 2019.

FILTROS DESCRIÇÃO RESULTADOS

String de Busca 1

“programa agentes locais de inovação”

211

Idioma

Pesquisar páginas em português

204

Período

2008-2019

200

Filtro 1:

Tipo de documento: Excluir as alternativas PATENTES e CITAÇÕES

175

Filtro 2

String no título do artigo (em pesquisa avançada no menu da plataforma)

14

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Após o processo de busca dos trabalhos publicados, juntamente com a aplicação dos

filtros descritos nos quadros anteriores obteve-se um quantitativo de 14 artigos na temática do

trabalho.

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129

Uma primeira análise observou a ordenação dos artigos por ordem relevância. Em

seguida, por meio de uma análise qualitativa dos artigos, foi observando se o título, resumo e

palavras-chaves do trabalho analisado possuíam alinhamento a temática trabalhada ou a

metodologia utilizada neste trabalho. Caso o artigo estivesse fora do escopo, ele seria

removido. Após a realização dessas análises permaneceram no estudo 7 artigos na temática

em análise.

Quadro 02: Artigos selecionados segundo filtros aplicados na base eletrônica de dados:

Google Acadêmico N° Nome Autores Tipo Alinhamento 1

1

Análise do grau de inovação das

micro e pequenas empresas do

segmento alimentício atendidas pelo

programa agentes locais de inovação

na região oeste do estado de Goiás.

Camilla Rodrigues de Paula

TCC Análise do GI

Goiás

Setor alimentos

(50)

2 Inovação como estratégia competitiva

de pequenas empresas: estudo de

casos com farmácias participantes do

programa agentes locais de inovação

em Rondônia.

Váldeson Amaro Lima, Carlos

André da Silva Müller

Artigo Análise do GI

Rondônia

Farmácias (3)

3 Análise do Processo Inovativo em

Pequena Empresa: Estudo de Caso

a Partir do Programa Agentes

Locais de Inovação.

Leisianny Mayara Costa Silva; Ana

Regina Bezerra Ribeiro; Bruno

Ferreira Frascaroli; Rodolfo Araújo

de Moraes Filho

Artigo

Análise do

Radar + quali

Paraíba

Estudo de caso

(1)

4 Programa Agentes Locais de

Inovação: proposição de

metodologia para indução ao

registro de propriedade industrial

Bárbara Samanta de Oliveira

Artigo Fora do escopo

5 Análise e experiência geral do

programa Agentes Locais de

Inovação referente ao ano de 2016.

Carlos César Ribeiro Santos

Artigo

Análise das

dimensões mais

utilizadas;

Brasil

6 Análise e experiência do programa

agentes locais de inovação – ciclo 3.

Renelson Ribeiro Sampaio

Artigo

Fora do escopo

7 Aspectos inovadores das micro e

pequenas empresas participantes do

programa agentes locais de inovação

no ciclo III em Sergipe.

Gabriel Silva das Virgens, Maria

Conceição Melo Silva Luft, Maria

Elena Leon Olave, Larissa Soares

de Queiroz

Artigo

Fora do escopo

8 Avaliação do desempenho em

inovação e gestão do segmento de

indústria no programa agentes locais

de inovação.

José F. Vianna Artigo Avaliação de

desempenho;

Campo Grande

9 Análise e descrição das diferentes realidades

do programa agentes locais de inovação –

RN

Napiê Galvê Araujo Silva Artigo Fora do escopo

10 Contribuição à etapa de adesão das Ivan Julio Apolonio Callejas Fora do escopo

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130

empresas ao programa agentes locais

de inovação considerando o estágio

de maturidade

Artigo

11 Políticas públicas para o

desenvolvimento associado com a

inovação: Uma análise da formulação

e de narrativas de atores envolvidos

na implementação do Programa

Agentes Locais de Inovação – ALI –

em Campina Grande

Alênicon Pereira de Souza TCC Fora do escopo

12 PROGRAMA ALI Sebrae/CNPq:

expectativas e realizações dos

agentes locais de inovação em

Ribeirão Preto/SP de 2012 a 2014.

CRISTIANE BASSI JACOB Artigo Fora do escopo

13 Políticas de estímulo à inovação em

micro e pequenas empresas:

contribuições do Programa Agentes

Locais de Inovação (Brasil) e da rede

PME Inovação (Portugal).

Josélia Elvira Teixeira Tese Análise

quantitativa de

dados;

Paraná

3000 MPEs

14 A Aferição de Inovações em Micro e

Pequenas Empresas (MPEs): um

estudo sobre o alinhamento entre

indicadores utilizados no programa

Agentes Locais da Inovação e

aqueles utilizados em nível nacional e

mundial.

Cristina Mayala Cavaletti TCC Análise de

indicadores;

Brasil

TOTAL 7

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Protocolo: Programas Agentes Locais de Inovação

Tema:

Programa Agente Locais de Inovação para o conhecimento dos trabalhos publicados e de suas

analises neste tema, assim como também das metodologias aplicadas nos estudos neste

Programa.

Objetivo:

Reunir elementos que possam enriquecer o conhecimento do programa e os tipos de análise

realizadas até então.

Fonte primária:

Google Acadêmico

String de busca:

Programa Agentes Locais de Inovação (título do artigo).

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Critérios de inclusão:

Tema: Programas Agentes Locais de Inovação;

Confirmação de utilização de análise do desenvolvimento das empresas frente à

aplicação do Programa.

Disponibilidade de texto completo.

Apontamentos da pesquisa:

Data: 05/04/19

Google Acadêmico

Inicial: 14

Final: 7

Revisões detalhadas: N° Nome Metodologia Local

Observações

1

Análise do grau de inovação das

micro e pequenas empresas do

segmento alimentício atendidas pelo

programa agentes locais de inovação

na região oeste do estado de Goiás.

Análise do GI

Goiás

Setor alimentos

(50)

2 Inovação como estratégia competitiva

de pequenas empresas: estudo de

casos com farmácias participantes do

programa agentes locais de inovação

em Rondônia.

Estudo de caso (3 empresas:

Farmácias de manipulação);

Mensuração do GI (CICLO 0 E 1);

Análise qualitativa/ observacional (a

partir dos recursos e competências);

Analisa as dimensões em destaque

positivo e negativo

Conclusão: processo incremental e

endógeno

Porto

Velho

Inovação nas

MPEs

3 Análise do Processo Inovativo em

Pequena Empresa: Estudo de Caso

a Partir do Programa Agentes

Locais de Inovação.

Estudo de caso;

Variação do Gi e do grau de cada

dimensão;

Análise de cada dimensão

Artigo

Ordem

cronológica

conceitual da

inovação;

Tipo de

inovação e os 4

Os da inovação;

Inovação nas

MPEs;

Elementos que

contribuem com

a inovação nas

mpes;

*Além do

financiamento

(171);

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132

5 Análise e experiência geral do

programa Agentes Locais de

Inovação referente ao ano de 2016.

Artigo

Análise das

dimensões mais

utilizadas;

Brasil

8 Avaliação do desempenho em

inovação e gestão do segmento de

indústria no programa agentes locais

de inovação.

Artigo Avaliação de

desempenho;

Campo Grande

13 Políticas de estímulo à inovação em

micro e pequenas empresas:

contribuições do Programa Agentes

Locais de Inovação (Brasil) e da rede

PME Inovação (Portugal).

Tese Análise

quantitativa de

dados;

Paraná

3000 MPEs

14 A Aferição de Inovações em Micro e

Pequenas Empresas (MPEs): um

estudo sobre o alinhamento entre

indicadores utilizados no programa

Agentes Locais da Inovação e

aqueles utilizados em nível nacional e

mundial.

TCC Análise de

indicadores;

Brasil

TOTAL 7

Fonte: Elaborado pela autora (2017)

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APÊNDICE B – Questionário Radar da Inovação

Empresa: CNPJ:

A - Dimensão Oferta

Item 1 - Novos produtos

( ) a. A empresa lançou, com sucesso, mais de um novo produto no mercado nos últimos 3 anos. ( ) b. A empresa lançou, com sucesso, um novo produto no mercado nos últimos 3 anos. ( ) c. A empresa não lançou, com sucesso, qualquer novo produto no mercado nos últimos 3 anos.

Evidência.

Item 2 – Ousadia

( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa retirou do mercado mais de um produto que não teve sucesso. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa retirou do mercado um produto que não teve sucesso. ( ) c. Nos últimos 3 anos, todos os produtos colocados no mercado tiveram sucesso. Nota: Caso não tenha sido colocado qualquer novo produto no mercado, também prevalece este escore.

Evidência.

Item 3 - Resposta ao meio ambiente

( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa mudou características de mais de um produto por razões ecológicas. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa mudou alguma característica de um de seus produtos por razões ecológicas. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não mudou qualquer característica de seus produtos por razões ecológicas.

Evidência.

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134

B - Dimensão Plataforma

Item 4 - Sistema de produção

( ) a. Os recursos físicos e de conhecimento para produção ou atendimento servem à mais de uma família de produtos. ( ) b. Os recursos físicos e de conhecimento para produção ou atendimento servem à uma família de produtos. ( ) c. Os recursos físicos e de conhecimento para produção ou atendimento servem à apenas um produto.

Evidência.

Item 5 - Versões de produtos

( ) a. O mesmo produto é oferecido em mais de duas versões, para atingir novos mercados ou grupos de consumidores. ( ) b. Algum produto é oferecido em duas versões, para atingir novos mercados ou grupos de consumidores. ( ) c. Cada produto é oferecido em uma única versão.

Nota: No caso de empresa com mais de um produto, basta que um deles tenha mais de uma versão para estabelecer o escore.

Evidência.

C - Dimensão Marca

Item 6 - Proteção de marca

( ) a. A empresa tem uma ou mais marcas registradas. ( ) b. A marca da empresa não é registrada. ( ) c. A empresa não tem uma marca.

Nota: Devido à demora dos processos burocráticos, basta que a solicitação de registro tenha sido feita para que a marca possa ser considerada.

Evidência.

Item 7 - Alavancagem da marca

( ) a. A empresa usa sua marca em propaganda ou associada a outros tipos de produtos ou negócios que possam trazer prestígio. ( ) b. A empresa usa sua marca exclusivamente em seus produtos. ( ) c. A empresa não usa sua marca nos produtos ou negócio. Nota: Caso a empresa não tenha uma marca, também prevalece este escore.

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135

Evidência.

D – Dimensão Clientes

Item 8 - Identificação de necessidades

( ) a. A empresa tem uma sistemática para colher informações sobre as necessidades dos clientes. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa identificou ao menos uma necessidade não atendida de seus clientes. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não identificou qualquer nova necessidade de seus clientes.

Evidência.

Item 9 - Identificação de mercados

( ) a. A empresa tem uma sistemática para identificar novos mercados para seus produtos. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa identificou ao menos um novo mercado para seus produtos. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não identificou qualquer novo mercado para seus produtos.

Evidência. Item 10 - Uso das manifestações dos clientes – Resultado

( ) a. A empresa lançou mais de um novo produto, ou versão, nos últimos 3 anos, em decorrência de informações sobre necessidades dos clientes. ( ) b. A empresa lançou apenas um novo produto, ou versão, nos últimos 3 anos, em decorrência de informações sobre necessidades dos clientes. ( ) c. A empresa não lançou nenhum novo produto, ou versão, nos últimos 3 anos, em decorrência de informações sobre necessidades dos clientes.

Evidência.

E - Dimensão Soluções

Item 11 - Soluções complementares ( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa ofertou mais de uma nova solução complementar a seus clientes, criando novas oportunidades de receita. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa ofertou uma nova solução complementar a seus clientes, criando nova oportunidade de receita. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não ofertou qualquer nova solução complementar, isto é, fora de seu negócio central.

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Evidência.

Item 12 - Integração de recursos ( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa ofereceu mais de uma nova solução a seus clientes, com base na integração de recursos/produtos/serviços. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa ofereceu uma nova solução a seus clientes com base na integração de recursos/produtos/serviços. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não ofereceu novas soluções a seus clientes com base na.integração de recursos/produtos/serviços.

Evidência.

F - Dimensão Relacionamento

Item 13 - Facilidades e amenidades

( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou mais de uma nova facilidade, interface ou recurso para melhorar o relacionamento com os clientes. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou uma nova facilidade, interface ou recurso para melhorar o relacionamento com os clientes. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não adotou qualquer nova facilidade, interface ou recurso para melhorar o relacionamento com os clientes. Nota: Exemplos de recursos são: senhas, cafezinho, cartão de aniversário, vitrine, design diferenciado, etc. Evidência.

Item 14 – Informatização ( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou mais de um novo recurso de informática para se relacionar com os clientes. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou um novo recurso de informática para se relacionar com os clientes. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não adotou qualquer novo recurso de informática para se relacionar com os clientes. Nota: São exemplos de recursos: site, redes sociais, câmeras online, cookies, etc. Evidência.

G - Dimensão Agregação de valor

Item 15 - Uso dos recursos existentes ( ) a. A empresa tem uma sistemática para adotar novas formas de gerar receitas usando as instalações e recursos já existentes. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou alguma nova forma de gerar receita usando as instalações e recursos já existentes. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não adotou novas formas de gerar receitas usando as instalações e recursos já existentes.

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Evidência.

Item 16 - Uso das oportunidades de interação

( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou mais de uma nova forma de gerar receita facilitando o relacionamento de parceiros com seus clientes. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou alguma nova forma de gerar receita facilitando o relacionamento de parceiros com seus clientes. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não adotou qualquer nova forma de gerar receita facilitando o relacionamento de parceiros com seus clientes.

Evidência.

H - Dimensão Processos

Item 17 - Melhoria dos processos

( ) a. A empresa sistematicamente modifica seus processos (execução, controle, marketing, etc.) ou instalações, para obter maior eficiência, qualidade, flexibilidade ou rapidez no atendimento. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa modificou pelo menos um processo (execução, controle, marketing, etc.) ou instalações, para obter maior eficiência, qualidade, flexibilidade ou rapidez no atendimento. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não modificou qualquer de seus processos (execução, controle, marketing, etc.) ou instalações, para obter maior eficiência, qualidade, flexibilidade ou rapidez no atendimento. Evidência.

Item 18 - Sistemas de gestão ( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou pelo menos duas novas práticas de gestão. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou pelo menos uma nova prática de gestão. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não adotou qualquer nova prática de gestão. Nota: Alguns exemplos de novas práticas: GQT, MEG, Just in Time, reengenharia, Manual de Boas Práticas, Manual de Procedimentos, Benchmarking, Terceirização, etc.

Evidência. Item 19 – Certificações

( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa recebeu mais de uma nova certificação de processo ou de produto. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa recebeu uma nova certificação de processo ou de produto.

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( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não recebeu qualquer certificação de processo ou de produto.

Nota: Alguns exemplos de certificações são: ISO9001, ISO14001, OHSAS18001, SA8001, acreditação, certificação voluntária, PAS, etc.

Evidência.

Item 20 - Softwares de gestão

( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou algum novo software para a gestão administrativa ou da produção com o propósito específico de ganhar diferenciação. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou ou substituiu algum software para a gestão administrativa ou da produção. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não adotou qualquer novo software para a gestão administrativa ou da produção. Evidência. Item 21 - Aspectos ambientais (Ecológicos) ( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa fez mais de uma mudança nas instalações ou na forma de trabalhar por razões ecológicas. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa fez uma mudança nas instalações ou na forma de trabalhar por razões ecológicas. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não fez qualquer mudança nas instalações ou na forma de trabalhar por razões ecológicas.

Evidência. Item 22 - Gestão de resíduos

( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa transformou parte de seus resíduos em uma oportunidade de gerar receita. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa alterou a destinação de seus resíduos, visando menor impacto ambiental ou benefícios para terceiros. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não alterou a destinação de seus resíduos. Evidência.

I - Dimensão Organização Item 23 – Reorganização ( ) a. A empresa sistematicamente reorganiza suas atividades, ou modifica a forma de trabalhar dos colaboradores, para obter melhora em seus resultados. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa reorganizou suas atividades, ou modificou a forma de trabalhar dos colaboradores, para obter melhora em seus resultados.

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( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não reorganizou suas atividades, ou modificou a forma de trabalhar dos colaboradores, para obter melhora em seus resultados. Evidência. Item 24 – Parcerias ( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa fez duas ou mais parcerias com outras organizações, para fornecer produtos melhores ou ganhar competitividade. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa fez uma parceria com outra organização, para fornecer produtos melhores ou ganhar competitividade. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não fez qualquer parceria com outra organização, para fornecer produtos melhores ou ganhar competitividade. Evidência. Item 25 - Estratégia competitiva ( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa fez uma mudança radical na estratégia competitiva. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa fez uma mudança significativa na estratégia competitiva. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não fez qualquer mudança significativa na estratégia competitiva. Evidência.

J - Dimensão Cadeia de fornecimento Item 26 - Cadeia de fornecimento ( ) a. A empresa sistematicamente adota novas soluções para reduzir o custo do transporte ou dos estoques das matérias primas e produtos. ( ) b.Nos Nos últimos 3 anos, a empresa adotou uma nova solução para reduzir o custo do transporte ou dos estoques das matérias primas e produtos. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não adotou qualquer nova solução para reduzir o custo do transporte ou dos estoques das matérias primas e produtos. Evidência.

K - Dimensão Presença Item 27 - Pontos de venda ( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa criou pontos ou canais de venda diferentes dos existentes anteriormente, compartilhando recursos com terceiros. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa criou pontos ou canais de venda diferentes dos existentes anteriormente.

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( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não criou pontos ou canais de venda diferentes dos existentes anteriormente. Evidência. Item 28 – Intermediação ( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa estabeleceu relação com intermediários para a venda de seus produtos em novos mercados. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa estabeleceu relação com intermediários para a venda de seus produtos. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não estabeleceu novas relações com intermediários para a venda de seus produtos. Evidência.

L - Dimensão Rede Item 29 - Diálogo com o cliente ( ) a. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou novas formas de trocar informações com os clientes, usando ou não a tecnologia da informação, para ganhar eficiência em seus processos. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa adotou uma nova forma de trocar informações com os clientes, usando ou não a tecnologia da informação, para ganhar eficiência em seus processos. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não adotou qualquer nova forma de trocar informações com os clientes, usando ou não a tecnologia da informação, para ganhar eficiência em seus processos. Evidência.

M - Dimensão Ambiência inovadora Item 30 - Fontes externas de conhecimento – I ( ) a. A empresa faz uso rotineiro de consultorias ou do apoio de entidades como o SEBRAE, SENAI, SESI, SENAC, universidades, empresas júnior, etc. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa fez uso eventual de consultorias ou do apoio de entidades como o SEBRAE, SENAI, SESI, SENAC, universidades, empresas júnior, etc. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não fez uso de consultorias ou do apoio de entidades como o SEBRAE, SENAI, SESI, SENAC, universidades, empresas júnior, etc. Evidência.

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Item 31 - Fontes externas de conhecimento – II ( ) a. A empresa sistematicamente busca novas informações e tecnologias em eventos (seminários, congressos, etc.) e associações técnicas ou empresariais. ( ) b. A empresa eventualmente busca novas informações e tecnologias em eventos (seminários, congressos, etc.) e associações técnicas ou empresariais. ( ) c. A empresa não busca novas informações e tecnologias em eventos (seminários, congressos, etc.) e associações técnicas ou empresariais. Evidência. Item 32 - Fontes externas de conhecimento – III ( ) a. A empresa tem por prática buscar conhecimentos ou tecnologias junto aos fornecedores, concorrentes ou clientes. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa absorveu algum tipo de conhecimento ou tecnologias junto aos fornecedores ou clientes. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não absorveu qualquer tipo de conhecimento ou tecnologia junto de fornecedores ou clientes. Evidência. Item 33 - Fontes externas de conhecimento – IV ( ) a. A empresa sistematicamente adquire informações, técnicas ou não, pagando taxas ou royalties por invenções patenteadas, ou absorve know-how e competências. ( ) b. Nos últimos 3 anos, a empresa adquiriu informações, técnicas ou não, pagando taxas ou royalties por invenções patenteadas ou know-how e competências. ( ) c. Nos últimos 3 anos, a empresa não adquiriu informações, técnicas ou não, pagando taxas ou royalties por invenções patenteadas ou know-how e competências. Evidência. Item 34 - Financiamento da inovação ( ) a. A empresa já utilizou algum dos programas de apoio financeiro subsidiado para atividades inovadoras. ( ) b. A empresa já solicitou algum dos programas de apoio financeiro subsidiado para atividades inovadoras. ( ) c. A empresa nunca solicitou qualquer dos programas de apoio financeiro subsidiado para atividades inovadoras. Evidência. Item 35 - Coleta de idéias ( ) a. A empresa tem um sistema formal para colher sugestões dos colaboradores.

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( ) b. A empresa tem um sistema informal para colher sugestões dos colaboradores. ( ) c. A empresa não tem qualquer sistema, formal ou informal, para colher sugestões dos colaboradores. Evidência.