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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITOS AGUDOS DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA NO DESEMPENHO
NEUROMUSCULAR DOS MEMBROS INFERIORES DE IDOSOS:
ENSAIO CONTROLADO, RANDOMIZADO E CEGO.
LIDIANE CRISTINA CORREIA BULHÕES
NATAL/RN
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITOS AGUDOS DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA NO DESEMPENHO
NEUROMUSCULAR DOS MEMBROS INFERIORES DE IDOSOS:
ENSAIO CONTROLADO, RANDOMIZADO E CEGO.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como pré-requisito para a
obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.
Orientador: Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro
NATAL/RN
2017
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS
Bulhões, Lidiane Cristina Correia.
Efeitos agudos da plataforma vibratória no desempenho neuromuscular dos membros inferiores de idosos: Ensaio
Controlado, Randomizado e Cego / Lidiane Cristina Correia
Bulhões. - 2018.
62f.: il.
Dissertação (Mestrado em Fisioterapia) - Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de
Pós-Graduação em Fisioterapia.
Orientador: Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro.
1. Exercício - Dissertação. 2. Vibração - Dissertação. 3.
Envelhecimento - Dissertação. 4. Torque - Dissertação. 5.
Potência - Dissertação. I. Brasileiro, Jamilson Simões. II.
Título.
RN/UF/BSCS CDU 616.8:615.8
Elaborado por Adriana Alves da Silva Alves Dias - CRB-15/474
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:
Álvaro Campos Cavalcanti Maciel
iv
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITOS AGUDOS DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA NO DESEMPENHO
NEUROMUSCULAR DOS MEMBROS INFERIORES DE IDOSOS:
ENSAIO CONTROLADO, RANDOMIZADO E CEGO.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro – Presidente – UFRN
____________________________________________
Profa. Dra. Catarina de Oliveira Sousa – Membro Interno – UFRN
____________________________________________
Prof. Dr. José Jamacy de Almeida Ferreira – Membro Externo – UFPB
Aprovada em ____/____/____
v
Dedicatória
“Aos meus pais, por todo amor e carinho
que me dedicam e ao meu avô Geraldo Magela,
que me ensinou a enfrentar os desafios da vida”.
vi
Agradecimentos
Agradeço a Deus simplesmente por tudo. Pela vida, pelo amor e força que vem me
dando durante esses anos, por deixar meu caminho sempre leve e suave, me fazendo ter a
certeza que tudo iria dar certo na graça de Deus. Agradeço a Deus e a Maria, minha mãezinha
do céu, pela intercessão diária, até nos momentos em que eu achava que estava no caminho
certo, eles vieram e me colocaram no caminho mais certo ainda, ou melhor, na base mais certa
ainda, com as melhores pessoas, me mostrando que tudo acontece da melhor forma e o mais
importante é tomarmos posse e acreditarmos que eles estão no comando de tudo.
A minha mãe Regina, que sempre me incentivou e me deu forças para chegar até aqui,
soube me compreender nas ausências familiares e me ajudou da sua maneira, em forma de
carinho e amor.
Ao meu pai, Fernando, que além de ter sido um voluntário mais que especial, me
ajudou em todos os momentos, principalmente nos momentos de aflição, de insegurança,
sempre tinha uma palavra de confiança e de fé e nunca me deixou esquecer que Maria estava
comigo.
Obrigada por tudo meus amados pais. Vocês com certeza foram fundamentais para
que eu chegasse até aqui. Essa vitória tem o nome de vocês.
A Daniel, meu marido, meu amor, meu amigo, companheiro de tantos anos, que
sempre me estimulou e sonhou meus sonhos junto comigo. Com seu jeito sereno e tranquilo
sempre esteve ao meu lado, demonstrando compreensão e apoio e lembrando sempre que nem
tudo é para ontem. Obrigada por tudo, essa vitória também é sua, te amo.
Aos meus familiares que sempre entenderam minha ausência e me mandaram sempre
força e garra, em especial aos meus avós que já viraram estrelinha e que me iluminaram
durante toda essa jornada e a minha avó Neves que presente, rezou muito pelo meu sucesso.
Aos meus tios, obrigada pelo apoio, em especial a meu tio Joaquim, meu voluntário,
sempre disposto e disponível. Muito obrigada família.
Aos meus amigos Fabieli Fontes e Bartolomeu Fagundes pelo apoio incondicional,
desde a seleção do mestrado, aos estudos em casa e aos momentos de estresses e alegrias
nesses 2 anos. Obrigada por serem essas pessoas tão abençoadas e iluminadas para mim.
Aos meus amigos de longa data, em especial a Daniele Maria e Larissa Varella, por
serem essenciais na minha vida, sempre apoiando as minhas escolhas e vibrando com minhas
conquistas. Obrigada pelo amor e amizade.
vii
Aos meus ex-amigos de trabalho, mas eternos amigos de vida, Clécio Gabriel, João
Luiz, Denise, Aline Falcão, Karen, Luciana, obrigada por serem tão especiais e por me
transmitirem força e confiança em todos os momentos. Vocês são muito queridos e estão
guardados no meu coração.
A Jamilson Brasileiro, pelo excelente professor-orientador-pai-amigo, sempre me
incentivando e mostrando o meu potencial. Obrigada pelas palavras de conforto, segurança,
pelo silêncio em alguns momentos e pelas reuniões em sua sala, sempre tão proveitosas,
realizadas após uma mensagem simples e direta no whatsapp, como “Suba”. Obrigada por ser
esse mestre capaz de elogiar e ao mesmo tempo puxar as orelhas e com um sorriso no canto
da boca, falar “acredite em você, dará tudo certo”. Você é um exemplo de professor que tenho
em minha vida e que quero seguir. Obrigada por acreditar em mim e o mais importante, por
me fazer acreditar em mim mesma.
Aos meus amigos da base de pesquisa, Araken, Marcel e Rafael, sempre dispostos a
ajudar, em especial a Dani meu companheiro de coleta, obrigada pelos ensinamentos no
manuseio e zelo com os equipamentos e na tranquilidade em afirmar que tudo vai dar certo
“vdc”.
As meninas da base, Lia, que foi a primeira a me dar boas vindas à família LAPERN,
e que por sermos tão parecidas, sempre discutíamos, porém, sempre seguido de muito carinho
e amizade. A Samara, pela amizade e doses diárias de carinho, dadas desde o primeiro
encontro, me recebendo de braços abertos, mas sem esquecer a hierarquia. A Karinna pela
disponibilidade e atenção nas avaliações e marcações da agenda semanal. As IC’s, Lidiane e
Fernanda e a mestranda Sâmara, love, obrigada pelos risos tornando os dias mais leves e
coloridos. Muito bom saber que vocês estão comigo e tornam essa caminhada cheia de amor e
suavidade. A vocês meus sinceros agradecimentos.
Aos funcionários do departamento de Fisioterapia, por toda atenção e cuidado diário,
desde a entrada com um animado “bom dia, é um prazer ter você no departamento” até a saída
com um “volte logo”. Obrigada, “Primo”, “Marcão”, Patrícia e Marleide.
Aos meus voluntários, maravilhosos e pacientes, muito obrigada pela disponibilidade e
bom humor oferecidos diariamente para todos do laboratório.
Por fim, gostaria de agradecer a professora Catarina Sousa e ao professor Jamacy
Ferreira, pela disponibilidade em contribuir de forma a engrandecer esta pesquisa e
consequentemente com meu crescimento científico.
viii
Sumário
Dedicatória.................................................................................................................. v
Agradecimentos......................................................................................................... vi
Lista de Figuras........................................................................................................... x
Lista de Tabelas.......................................................................................................... xii
Lista de Abreviaturas e Siglas.................................................................................... xiii
Resumo....................................................................................................................... xiv
Abstract....................................................................................................................... xv
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 16
1.1 Delimitação do Problema................................................................................. 17
1.2 Objetivos.......................................................................................................... 20
1.2.1 Objetivo Geral.......................................................................................... 20
1.2.2 Objetivos Específicos............................................................................... 21
1.3 Hipótese Científica........................................................................................... 21
2 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................. 22
2.1 Caracterização da Pesquisa.............................................................................. 23
2.2 População e Amostra....................................................................................... 23
2.3 Critérios de Inclusão e Exclusão ..................................................................... 23
2.3.1 Critérios de Inclusão................................................................................. 23
2.3.2 Critérios de Exclusão............................................................................... 23
2.4 Cálculo Amostral............................................................................................. 24
2.5 Aspectos Éticos................................................................................................ 24
2.6 Procedimentos da Pesquisa ............................................................................. 24
2.6.1 Avaliação inicial (AV1)........................................................................... 25
2.6.2 Alocação da Amostra .............................................................................. 31
2.6.3 Protocolo de intervenção após 48 horas................................................... 31
2.6.4 Avaliação final (AV2).............................................................................. 32
2.7 Fluxograma do Estudo..................................................................................... 33
2.8 Processamento e análise dos dados.................................................................. 33
3 RESULTADOS...................................................................................................... 34
3.1 Desempenho Isocinético.................................................................................. 36
3.1.1 Pico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW)....................... 36
3.1.2 Potência.................................................................................................... 37
ix
3.2 Atividade Eletromiográfica – RMS normalizado pelo pico............................. 38
3.3 Baropodometria................................................................................................ 39
3.3.1 Amplitude Ântero-Posterior..................................................................... 39
3.3.2 Amplitude Médio-Lateral......................................................................... 40
3.3.3 Velocidade Ântero-Posterior.................................................................... 40
3.3.4 Velocidade Médio-Lateral........................................................................ 41
4 DISCUSSÃO.......................................................................................................... 42
4.1 Desempenho isocinético.................................................................................. 43
4.2 Atividade eletromiográfica dos músculos Vasto lateral e Sóleo.................... 45
4.3 Oscilação postural (velocidade e amplitude ântero-posterior e médio-lateral) 46
5 CONCLUSÃO........................................................................................................ 48
6 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 50
APÊNDICES E ANEXOS........................................................................................
x
Lista de Figuras
Figura 1: Diagrama esquemático da resposta do músculo durante o estímulo vibratório.. 19
Figura 2: Sistema de baropodometria utilizado no estudo................................................. 27
Figura 3: Posicionamento do voluntário na baropodometria para avaliação da oscilação
do centro de pressão........................................................................................................... 27
Figura 4: Conversor analógico-digital utilizado para captar os sinais eletromiográficos.. 28
Figura 5: Eletrodos autoadesivos de superfície utilizados para a coleta da EMG.............. 28
Figura 6: Posicionamento dos eletrodos para os músculos VL e sóleo.............................. 29
Figura 7: Dinamômetro isocinético computadorizado utilizado para a avaliação
isocinética........................................................................................................................... 29
Figura 8: Posicionamento do voluntário no dinamômetro isocinético computadorizado
utilizado para a avaliação isocinética................................................................................. 30
Figura 9: Plataforma vibratória utilizada para o protocolo de intervenção........................ 31
Figura 10: Posicionamento do voluntário na plataforma vibratória durante o protocolo... 32
Figura 11: Fluxograma com as etapas do experimento...................................................... 33
Figura 12: Média e desvio padrão do pico de torque normalizado pelo peso corporal
(PT/BW) dos extensores do joelho, antes e após a aplicação do protocolo no GP e GE... 36
Figura 13: Média e desvio padrão do pico de torque normalizado pelo peso corporal
(PT/BW) dos flexores plantares, antes e após a aplicação do protocolo no GP e GE........ 37
Figura 14: Média e desvio padrão da potência dos extensores do joelho, antes e após a
aplicação do protocolo no GP e GE................................................................................... 37
Figura 15: Média e desvio padrão da potência dos flexores plantares, antes e após a
aplicação do protocolo no GP e GE................................................................................... 38
Figura 16: Média e desvio padrão do RMS normalizado do músculo vasto lateral, antes
e após a aplicação do protocolo no GP e GE...................................................................... 38
Figura 17: Média e desvio padrão do RMS normalizado do músculo sóleo, antes e após
a aplicação do protocolo no GP e GE................................................................................. 39
Figura 18: Média e desvio padrão do valor da amplitude ântero-posterior, antes e após a
aplicação do protocolo no GP e GE................................................................................... 39
xi
Figura 19: Média e desvio padrão do valor da amplitude médio-lateral, antes e após a
aplicação do protocolo no GP e GE................................................................................... 40
Figura 20: Média e desvio padrão do valor da velocidade ântero-posterior, antes e após
a aplicação do protocolo no GP e GE................................................................................. 40
Figura 21: Média e desvio padrão do valor da velocidade médio-lateral, antes e após a
aplicação do protocolo no GP e GE................................................................................... 41
xii
Lista de Tabelas
Tabela 1: Características antropométricas da amostra. Valores da média ± desvio
padrão, p valor e o intervalo de confiança (IC – 95%), para as variáveis analisadas......... 35
Tabela 2: Homogeneidade entre os grupos, antes da intervenção. Valores da média ±
desvio padrão, p valor e o intervalo de confiança (IC – 95%), para as variáveis
analisadas............................................................................................................................
35
xiii
Lista de Abreviaturas e Siglas
ACSM Colégio Americano de Medicina Esportiva
ANOVA Análise de Variância
AP Ântero-Posterior
AV1 Avaliação Inicial
AV2 Avaliação Final
CIVM Contração Isométrica Voluntária Máxima
cm Centímetros
CNS Conselho Nacional de Saúde
EIAS Espinha Ilíaca ântero-posterior
EMG Eletromiografia
GE Grupo Experimental
GP Grupo Placebo
Hz Hertz
IMC Índice de Massa Corpórea
IPAQ Questionário Internacional de Atividade Física
ML Médio-lateral
mm Milímetros
MMII Membros inferiores
o/seg Graus por segundo
OTG Órgão Tendinoso de Golgi
PT/BW Pico de torque normalizado pelo peso corporal
RMS Root Mean Square
RRMC Razão de Rejeição de Modo Comum
SENIAM Surface Electromyograph for the Non-Invasive Assesment of Muscle
SPSS Statistical Package for the Social Science
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
VL Vasto Lateral
W Watts
α Alfa
xiv
Resumo
Introdução: Os idosos tendem a apresentar redução no trofismo, na amplitude de ativação
muscular e na força, o que pode impactar negativamente na sua funcionalidade. Estudos têm
sido realizados com exercícios na plataforma vibratória, porém, existe uma escassez na
literatura no que se refere aos possíveis efeitos neurofisiológicos agudos desta técnica em
sujeitos idosos. Objetivo: Analisar os efeitos agudos de uma sessão de exercício na
plataforma vibratória sobre o desempenho neuromuscular dos membros inferiores em idosos.
Métodos: Trata-se de um ensaio controlado, randomizado e cego, no qual 44 voluntários, de
ambos os sexos, com idade média de 68,5 ± 2,67 anos, foram submetidos a uma avaliação da
oscilação postural (baropodometria), do desempenho isocinético e da atividade
eletromiográfica dos músculos vasto lateral (VL) e sóleo, do membro dominante. Em seguida,
foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos, com 22 participantes cada: grupo placebo
(GP) – executou um protocolo de exercício com a plataforma desligada; e grupo experimental
(GE) – realizou um protocolo de exercício com a plataforma ligada, numa frequência de 40
Hz e amplitude pico a pico de 4 mm. Ambos os grupos realizaram o mesmo protocolo de
exercícios na plataforma, composto por 4 séries de 90 segundos de duração e intervalo de
repouso de 1 minuto, em semi-agachamento bipodal estático, a 400 de flexão de joelho. Ao
final das intervenções os voluntários foram submetidos a uma reavaliação idêntica a realizada
antes do protocolo de exercícios. Os dados foram analisados no software SPSS 21.0,
atribuindo-se nível de significância de 5% (p ≤ 0,05). Para análise da normalidade dos dados
foi usado o teste de Kolmogorov-Smirnov e para atestar a homogeneidade entre os grupos foi
utilizado um teste “t” para medidas independentes. Para comparação intra e intergrupo foi
utilizada uma ANOVA modelo misto. Resultados: Houve diferença significativa intergrupo
no valor do RMS para o VL e intragrupo no RMS do sóleo, após o protocolo de intervenção
no GE. Na avaliação do desempenho isocinético, o pico de torque dos extensores do joelho
apresentou aumento intragrupo no GE e nos flexores plantares foi observado aumento
intragrupo para o GP e GE; para a variável potência houve aumento intragrupo, em ambos os
grupos. Não foi observada diferença significativa na oscilação postural. Conclusão: O
protocolo de exercício na plataforma vibratória promove um maior recrutamento
neuromuscular do vasto lateral em indivíduos idosos. Entretanto, de maneira imediata, não
foram observadas alterações na oscilação postural, nem no desempenho isocinético desses
sujeitos.
Palavras-chave: Exercício; vibração; torque; envelhecimento; potência.
xv
Abstract
Background: Elderly people tend to present a decrease of the trophism, amplitude of
muscular activation and strength, which causes significant negative implications in their
functionality. Studies about exercise on the whole body vibration have been performed,
however, there is a lack in the literature regarding the possible neurophysiological acute
effects of this technique in elderly people. Objective: To analyze the immediate effects of an
exercise session on the vibratory platform on the lower limb neuromuscular performance of
elderly. Methods: This is a ramdomized, blind, controlled trial, in wich 44 volunteers, of both
genders, mean age of 68,5 ± 2,67 years, were submitted to an evaluation of the postural
oscillation (baropodometry), isocinetic performance and electromyographic activity of the
vastus lateralis (VL) and soleus muscle of the dominant limb. After, they were randomly
assigned in two groups, with 22 participants each: placebo group (PG) – underwent a series of
exercises with the vibrating platform off; and experimental group (EG) - underwent a series of
exercises with the vibrating platform on, configured at frequency of 40 Hz and a displacement
amplitude of 4 mm. Both groups executed the same exercise protocol in the platform,
composed of a bipodal isometric squat at 400 of knee flexion, being 4 series of 90 seconds of
duration, with interval of 1 minute. At the end of the intervention, the volunteers were
submitted to a re-evaluation identical to the previous performed before the exercise protocol.
Data were analyzed using SPSS 21.0 software, assigning a level of significance of 5% (p ≤
0,05). To the analysis of normality of data it was used the Kolmogorov-Smirnov test and to
attest the homogeneity between groups, a paired-sample test t. To analyze the differences
between and within group, it was used a mixed model ANOVA. Results: There was a
significant between-group increase in RMS for the VL and within group for soleus RMS after
the intervention protocol in the EG. For isokinetic performance, there was an within group
increase in peak torque of knee extensors on EG and of plantar flexors on PG and EG; for the
variable power, there was an within group increase in both groups. It was not observed
significant differences on postural oscillation. Conclusion: The protocol of exercise on the
whole-body vibration promotes a greater neuromuscular recruitment of VL muscles in
elderly. However, it was not observed immediate effects on postural oscillation or in
isokinetic performance in this population.
Keywords: Exercise; vibration; torque; elderly; power.
16
1 INTRODUÇÃO
17
1.1 Delimitação do problema
O envelhecimento é um fenômeno que atinge todos os seres humanos e trata-se de um
processo natural do ciclo da vida, o qual determina inúmeras alterações fisiológicas. Dentre
elas, observa-se a diminuição da elasticidade da pele, perda da massa óssea, alterações
hormonais e imunológicas, aumento do tecido adiposo, atrofia cortical do cérebro, diminuição
da capacidade visual e auditiva, dos reflexos posturais, do equilíbrio e da propriocepção, além
da diminuição do trofismo, força e potência muscular (1,2).
A partir dos 40 anos de idade, inicia-se o processo de perda de massa muscular,
diminuição de força e alterações na composição muscular, devido à deposição de gordura,
com consequente diminuição da sua funcionalidade, o que se denomina sarcopenia. Por meio
de uma análise histológica, pode-se perceber que, durante o processo de sarcopenia, há uma
perda preferencial pelas fibras musculares tipo II e uma diferenciação das fibras tipo II em
tipo I. Essas mudanças impactam sobre a força e a potência muscular (3,4).
A associação dessas alterações pode acarretar incapacidades ou algum nível de
dependência para esses indivíduos, já que a sarcopenia é considerada como um dos fatores
mais importantes que levam a fragilidade, deficiência, diminuição da força muscular e
potência nos idosos. A diminuição da massa muscular se torna constante após os 60 anos de
idade, com cerca de 1% a 3% de perda por ano, comprometendo significativamente a
independência funcional (1,5).
O Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) afirma que o déficit da força
muscular relacionado ao envelhecimento acarreta diminuição do envolvimento nas atividades
básicas de vida diária, como caminhar, subir escadas e sentar em uma cadeira. Os idosos
passam a apresentar limitações que não os permitem realizar essas atividades de forma
independente (5,6).
Associado ao déficit de força e massa muscular, o idoso pode apresentar alteração na
estabilidade postural, visto que os músculos, principalmente os flexores e extensores do
joelho e tornozelo, são fundamentais para manter essa estabilidade. A redução de força desses
grupos musculares tem um impacto negativo sobre o equilíbrio e contribui de forma direta no
evento de quedas (7).
A prática de atividade física pode retardar o declínio ou aumentar tanto a força quanto
a potência muscular e consequentemente, a capacidade funcional do indivíduo, ao longo do
18
tempo (8). Tal fato decorre da plasticidade neuromuscular, cuja característica permite
diferentes adaptações do sistema musculoesquelético de acordo com o estímulo que lhe é
dado (9).
Assim como a prática de atividade física, a vibração provocada pela plataforma
vibratória produz estímulos mecânicos capazes de induzir às adaptações no sistema
musculoesquelético. Desta forma, o exercício de vibração do corpo inteiro vem sendo
utilizado como alternativa clínica para treinamento e reabilitação de idosos, surgindo como
um possível potencializador e otimizador do desempenho neuromuscular e do controle da
oscilação postural (10–12). Estudos afirmam que durante o treinamento na plataforma, há
uma potencialização do circuito neural, o que facilitaria uma contração muscular (13,14).
Segundo Tsuji et al., (10), esse exercício associado a plataforma vibratória apresenta
grande potencial na área da saúde geriátrica por ser um método de baixo impacto, seguro,
orientado e acompanhado, para aqueles que não são atraídos ou são impossibilitados de
realizar o exercício tradicional.
A oscilação produzida pela plataforma vibratória propaga-se para todo o corpo do
indivíduo. Sugere-se que esse estímulo vibratório seja transmitido através da tensegridade
tecidual, já que o corpo humano, por meio dos músculos e tendões, funciona com uma mola,
capaz de absorver energia mecânica e consequentemente, absorver também o estímulo
vibratório (15). Porém, acredita-se que, as estruturas mais estimuladas pela vibração são
aquelas localizadas anatomicamente mais próximas da plataforma, em razão da mesma ser
atenuada pelos músculos durante seu trajeto (16). Cochrane e Stannard (17) relatam que os
grupos musculares menos expostos à vibração não apresentam alterações fisiológicas que
potencializem o desempenho muscular. Com isso, sugere-se que a intervenção seja realizada
de forma combinada com algum exercício físico (8).
Para realização desse método, frequência, amplitude e tempo de exposição são os
parâmetros determinantes para o protocolo de treinamento. A frequência, expressa em Hertz
(Hz), refere-se às repetições dos ciclos oscilatórios. A amplitude, dada em milímetros (mm), é
a extensão do deslocamento da base vibratória enquanto que o tempo de exposição, que pode
ser contínuo ou intermitente, vai ser determinado de acordo com o propósito do tratamento.
Após o ajuste destes parâmetros, o indivíduo posiciona-se sobre a plataforma para que a
vibração seja iniciada. Vale salientar que variações no posicionamento e nos ângulos
articulares proporcionarão mudanças na extensão da vibração e na distribuição do estímulo
para as estruturas (18,19).
19
A plataforma vibratória gera uma vibração sinusoidal vertical provocando estímulos
mecânicos que são transmitidos para o corpo, que sugere promover uma excitação dos
receptores sensoriais Ia, mais especificamente do fuso muscular (19). Isto conduz a um
aumento da taxa de disparo, que por sua vez estimula os potenciais motores, causando uma
ativação dos motoneurônios alfa (α) de músculos homônimos e sinergistas, além de inibir a
ação dos motoneurônios α dos antagonistas. Consequentemente, quanto maior o número de
motoneurônios ativos, maior será o recrutamento de unidades motoras e possivelmente, maior
a geração de força e potência muscular no indivíduo (15,20).
Além do fuso muscular, outras estruturas como pele, articulações, terminações
nervosas livres e Órgão Tendinoso de Golgi (OTG) são sensíveis ao estímulo vibratório.
Porém, se a vibração for percebida pelo OTG, ocorrerá um estímulo inibitório dos potenciais
motores para os motoneurônios α, resultando na inibição da contração muscular (Figura 1).
Entretanto, o OTG e as terminações nervosas livres são menos sensíveis a vibração, quando
comparados ao fuso muscular (9).
Figura 1: Diagrama esquemático da resposta do músculo durante o estímulo vibratório.
Fonte: Cardinale & Bosco, 2003.
Autores apontam que esses estímulos vibratórios estimulam preferencialmente fibras
do tipo II, promovendo a diminuição do seu limiar de recrutamento (21). Para o idoso, esse
recrutamento seria importante, já que, pelo processo de sarcopenia e a síndrome da
fragilidade, eles apresentariam uma diminuição desse tipo de fibra muscular (22).
20
Contudo, estudos que avaliam os efeitos agudos da plataforma vibratória em idosos
não apresentam uma clara elucidação acerca das implicações desse método no desempenho
neuromuscular nesta população, devido à escassez da literatura. Isso se deve ao fato de que, a
maioria das pesquisas, vem sendo realizadas com atletas (17,23), adultos saudáveis (13,14,24)
ou em sujeitos em processo de reabilitação (25).
Dos poucos estudos que avaliaram o efeito imediato em idosos, apenas o de Marín et
al.,(26) inferiu durante a vibração, com variações de frequências (25, 35 e 45 Hz), a atividade
eletromiográfica. O estudo de Giombini et al., (27) avaliou a potência máxima dos membros
inferiores (MMII), por meio da plataforma de força e eletromiografia, a fim de identificar a
melhor frequência de ativação. Porém, nenhum deles realizou a associação da eletromiografia
e dinamometria, nem avaliou o efeito imediatamente após o exercício com vibração. Outras
variáveis como mobilidade funcional, flexibilidade, respostas hormonais e percepção
subjetiva de esforço também foram estudadas nesta população (10,28).
A plataforma vibratória tem sido um recurso amplamente utilizado em academias e
centros de reabilitação como um potencializador da atividade muscular, estando presente na
conduta terapêutica. No entanto existe uma escassez na literatura no que se refere aos
possíveis efeitos neurofisiológicos agudos desta técnica na população idosa. Os resultados
encontrados em outras populações, como apresentado anteriormente, não devem ser
estendidos aos idosos, uma vez que, a condição muscular entre as duas populações é bem
divergente.
Desta forma, o estudo justifica-se por avaliar o efeito do exercício com vibração, de
forma concomitante, na atividade dinamométrica e eletromiográfica, além da avaliação da
oscilação postural em idosos, visando elucidar os reais benefícios da plataforma vibratória
nesta população.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar os efeitos agudos de uma sessão de exercício na plataforma vibratória sobre o
desempenho neuromuscular dos membros inferiores em idosos.
21
1.2.2 Objetivos Específicos
Analisar a influência imediata da plataforma vibratória na atividade eletromiográfica
dos músculos vasto lateral (VL) e sóleo, antes e após o protocolo de intervenção, por meio da
variável Root Mean Square (RMS);
Comparar o desempenho isocinético dos extensores do joelho e flexores plantares do
tornozelo, antes e após a realização da intervenção na plataforma vibratória, por meio das
variáveis: pico de torque normalizado pelo peso corporal e potência;
Avaliar a oscilação postural na baropodometria antes e após o protocolo sobre a
plataforma vibratória, por meio das variáveis amplitude e velocidade de deslocamento.
1.3 Hipótese Científica
Hipotetizamos que o exercício realizado na plataforma vibratória induzirá a um
aumento imediato no desempenho isocinético dos músculos que agem na extensão do joelho e
flexão plantar do tornozelo, com aumento no recrutamento neural dos músculos avaliados.
Acreditamos ainda que a oscilação postural será reduzida após a aplicação do protocolo de
intervenção na plataforma.
22
2 MATERIAIS E MÉTODOS
23
2.1 Caracterização da Pesquisa
Trata-se de um ensaio clínico controlado, randomizado e cego desenvolvido no
Laboratório de Análise da Performance Neuromuscular (LAPERN) do Departamento de
Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
2.2 População e Amostra
A população do presente estudo foi formada por idosos residentes na cidade de
Natal/RN, com idade entre 65 e 75 anos, de ambos os sexos, sem distinção de raça,
escolaridade ou estado civil. A amostra da pesquisa foi do tipo não probabilística, composta
por 44 voluntários, os quais foram alocados aleatoriamente em dois grupos distintos: grupo
placebo (GP) e grupo experimental (GE).
2.3 Critérios de inclusão e exclusão
2.3.1 Critérios de inclusão
Foram considerados como critérios de inclusão: indivíduos com idade entre 65 e 75
anos, de ambos os sexos, que apresentassem integridade das articulações do quadril, joelho e
tornozelo e que não relatassem antecedentes de lesão osteomioarticular no membro avaliado,
nos últimos seis meses, bem como não terem experiências prévias com exercícios na
plataforma vibratória. Além desses critérios, os idosos não deveriam apresentar implantes
metálicos nos MMII, doenças cardiovasculares descompensadas ou não tratadas, osteoporose
avançada, doenças neurodegenerativas, distúrbios vestibulares e déficit visual ou auditivo não
corrigidos.
2.3.2 Critérios de exclusão
Seriam excluídos da pesquisa, os idosos classificados como ativo ou muito ativo, de
acordo com o resultado do questionário internacional de atividade física (IPAQ - ANEXO A),
seguindo as recomendações do American College of Sports Medicine (6,29), que relatassem
desconforto cardíaco ou respiratório, náusea, vertigem, ou dor durante o protocolo de
24
avaliação ou intervenção. Seriam excluídos também, os idosos que não compreendessem ou
não realizassem de forma correta os comandos oferecidos nos protocolos de avaliação ou
intervenção, além daqueles que não retornassem ao laboratório após 48h da avaliação inicial.
2.4 Cálculo Amostral
O cálculo amostral foi realizado com o auxílio do programa EpiInfo 3.5.1, por meio da
variável potência média, como desfecho primário, considerando um estudo piloto realizado
com 10 voluntários. Foi adotado um intervalo de confiança de 95%, o poder do teste de 80% e
a razão do tamanho da amostra de 1:1 (controle/caso). Baseado nesses parâmetros, o número
amostral do estudo resultou em 44 voluntários.
2.5 Aspectos Éticos
Esta pesquisa foi submetida à apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
UFRN por meio da interface nacional Plataforma Brasil, conforme parecer de número
1.880.190. A presente pesquisa contemplou os aspectos éticos baseados na Resolução
466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e na Declaração de Helsinki para pesquisa
com humanos. Além disso, a pesquisa também foi registrada no site de registro de ensaio
clínico, ClinicalsTrails.gov, no qual obteve número de registro NCT03253042. Todos os
dados foram gravados em um banco de dados do laboratório sob sigilo e só foram
manuseados pelos pesquisadores responsáveis.
Todos os sujeitos foram devidamente informados e instruídos quanto aos
procedimentos programados. Estes, somente foram executados após a leitura, aceitação e
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice A), sendo
respeitada sua autonomia e garantia de anonimato.
2.6 Procedimentos da Pesquisa
Após aprovação pelo CEP, em consonância a resolução 466/2012, realizou-se um
estudo piloto visando adequação de todos os procedimentos de pesquisa, bem como o
treinamento dos pesquisadores envolvidos.
25
A presente pesquisa teve início com a seleção da amostra conforme os critérios de
inclusão descritos anteriormente. A avaliação ocorreu mediante agendamento telefônico, a
fim de possibilitar que o voluntário optasse pelo horário mais conveniente, entre as 08:00 e as
18 horas. Os voluntários receberam o TCLE para a leitura e devida assinatura. O processo de
coleta de dados ocorreu em 04 etapas: (1) avaliação inicial (AVI), (2) alocação da amostra, (3)
aplicação do protocolo intervenção após 48 horas e (4) avaliação final (AV2).
Para garantir o cegamento do estudo, o primeiro pesquisador realizou a avaliação
inicial e final, após o protocolo de intervenção, enquanto o segundo pesquisador alocou a
amostra e aplicou o protocolo de intervenção. Os dados estatísticos foram analisados por um
terceiro pesquisador, que tratou os grupos por cores. Cada grupo apresentou uma cor
específica que correspondeu ao protocolo executado, codificados pelas cores amarelo e roxo.
A equivalência entre cores e grupos só foi revelada para os demais pesquisadores após a
conclusão da análise estatística.
2.6.1 Avaliação Inicial (AV1)
Ficha de avaliação
Os voluntários preencheram uma ficha de avaliação (Apêndice B) padronizada,
contendo identificação, endereço, dados antropométricos (peso, altura, índice de massa
corporal - IMC), idade, estado civil, grau de escolaridade, profissão e dominância do membro
inferior. Também foram questionados sobre o uso de medicação, presença de doenças
neurodegenerativas, labirintite e osteoporose avançada. Os sujeitos considerados aptos à
inclusão deram continuidade no estudo.
Na avaliação dos dados antropométricos aferiu-se o peso dos voluntários por meio da
balança analógica CAMRY® e a estatura por meio de uma fita métrica convencional. Após a
medição do peso e altura foi calculado o IMC, dado pelo quociente entre a massa corporal
(expressa em quilograma – Kg) pela altura ao quadrado (expressa em metros – m).
Aplicação do Questionário internacional de atividade física (IPAQ) versão curta
Para a avaliação do nível de atividade física, foi utilizado o IPAQ. Esse índice
classifica o indivíduo como muito ativo, ativo, irregularmente ativo e sedentário, com base
nos parâmetros seguintes (29)
1. Muito ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:
a) realizar atividade vigorosa ≥ 5 dias/semana e ≥ 30 minutos por sessão;
26
b) realizar atividade vigorosa ≥ 3 dias/semana e ≥ 20 minutos por sessão +
moderada ou caminhada ≥ 5 dias/semanas e ≥ 30 minutos por sessão;
c) realizar caminhada ≥ 5 dias/semana e ≥ 30 minutos por sessão.
2. Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:
a) realizar atividade vigorosa ≥ 3 dias/semana e ≥ 20 minutos por sessão;
b) realizar atividade moderada ou caminhada ≥ 5 dias/semana e ≥ 30 minutos por
sessão;
c) realizar qualquer atividade ≥ 5 dias/semana e ≥ 150 minutos/semana
(caminhada + moderada + vigorosa).
3. Irregularmente ativo: aquele que realiza atividade física, porém de forma insuficiente para
ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à frequência ou
duração. Para realizar essa classificação, soma-se a frequência e a duração dos diferentes tipos
de atividades (caminhada + moderada + vigorosa).
4. Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos
contínuos durante a semana.
Para o presente estudo, foram classificados como sedentários os idosos que
cumpriram as recomendações necessárias para serem enquadrados como irregularmente ativos
e sedentários, de acordo com o resultado do IPAQ, seguindo as recomendações do American
College of Sports Medicine (6). Este define como sedentários indivíduos que tenham uma
prática de atividade física inferior a 150 minutos por semana.
O questionário foi autoaplicado nos voluntários que apresentaram facilidade de
leitura e entendimento. Caso os idosos tivessem dificuldade no entendimento do texto, um dos
pesquisadores realizava a leitura do questionário e explicava as perguntas, sempre de forma
isolada e reservada.
Avaliação Baropodométrica
Para avaliação da oscilação postural, foi utilizado o baropodômetro computadorizado
Eclipse 3000 (Guy-Capron® SA, França), com superfícies de 40 x 40 centímetros (cm) e uma
frequência de aquisição de 20Hz (Figura 2). Essa avaliação permite verificar, por meio da
quantificação postural, as oscilações corporais. Esse equipamento é composto de sensores
eletrônicos que reconhece as informações do apoio plantar, mas conserva a mobilidade
natural. A análise estabiliométrica da plataforma de pressão permite quantificar a amplitude e
a velocidade de oscilação do centro de pressão do corpo no sentido ântero-posterior e médio-
27
lateral. Para tanto, quanto menor o valor da amplitude e da velocidade de oscilação observada,
menor a variação da oscilação.
Figura 2: Sistema de baropodometria utilizado no estudo. Fonte: Arquivo LAPERN
O voluntário era orientado a ficar descalço sob a plataforma de pressão, em posição
ereta, cervical neutra e olhar fixo em um ponto determinado, buscando equilibrar-se na
postura estática, em apoio unipodal sobre o membro dominante com olhos abertos e com as
mãos apoiadas na cintura (Figura 3). O avaliador, inicialmente, demonstrou a posição e em
seguida realizou a familiarização com o voluntário. Entre a familiarização e o teste, foi dado
um intervalo de 1 minuto de repouso. Verbalmente, na hora do teste, o voluntário era
estimulado a buscar não oscilar o corpo. Se houvesse perda de equilíbrio ou se o voluntário
não conseguisse manter-se na posição durante o tempo de coleta, o teste era repetido. O teste
de aquisição dos dados foi de 14 segundos.
Figura 3: Posicionamento do voluntário na baropodometria para avaliação da oscilação do centro de
pressão. Fonte: Arquivo LAPERN
28
Avaliação da Atividade Eletromiográfica
A avaliação da ativação muscular do VL e sóleo foi realizada por meio da
eletromiografia (EMG) de superfície. Para aquisição e processamento dos sinais
eletromiográficos utilizou-se um módulo condicionador de sinais TeleMyo DTS Desk
Receiver® (Noraxon U.S.A. Inc., Scottsdale, USA) de 8 canais, com resolução de 16bits e
razão de rejeição de modo comum (RRMC) >100 dB. Os sinais foram captados numa
frequência de amostragem configurada em 1500 Hz, filtrados numa frequência entre 10 e 500
Hz e amplificados 1000 vezes (Figura 4).
Figura 4: Conversor analógico-digital utilizado para captar os sinais eletromiográficos. Fonte: Arquivo LAPERN
A captação do sinal foi realizada por meio de eletrodos autoadesivos de superfície
passivos (Figura 5), separados por uma distância intereletrodo de 2 cm. Os sinais captados
pelos eletrodos foram transmitidos via wireless para o conversor, que era conectado a um
notebook, o qual recebe o sinal e o armazena em arquivo. Para análise e processamento do
sinal foi utilizado o software MyoReserch 3.2 (Noraxon®
, USA).
Figura 5: Eletrodos autoadesivos de superfície utilizados para a coleta da EMG. Fonte: Arquivo
LAPERN
A avaliação eletromiográfica foi realizada concomitantemente a avaliação
dinamométrica, cuja análise ocorreu por meio da variável Root Mean Square (RMS)
normalizada pelo pico durante uma contração isométrica voluntária máxima (CIVM).
Os voluntários foram submetidos à preparação da pele por meio da tricotomia e
limpeza com álcool a 70%, antes da fixação dos eletrodos. Estes foram posicionados segundo
os critérios do SENIAM (Surface EletroMyoGraphy for the Non-Invasive Assessmentof
Muscles). Para o VL traçou-se uma linha da espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) ao bordo
29
lateral da patela, sendo o eletrodo posicionado a 2/3 dessa distância. O eletrodo do músculo
sóleo foi colocado a 2/3 da linha que vai do côndilo medial do fêmur ao maléolo medial,
conforme demonstrado na Figura 6 (30).
Figura 6: Marcação e posicionamento dos eletrodos para os músculos VL e sóleo. Fonte: Arquivo
LAPERN
Avaliação da Dinamometria Isocinética
A avaliação do desempenho neuromuscular dos extensores do joelho e flexores
plantares do tornozelo foi realizada por meio do dinamômetro isocinético computadorizado
(Biodex Multi-Joint System 4, Biodex Biomedical System Inc, New York, USA). Esse é
composto essencialmente por uma cadeira, uma unidade de recepção de força conectada a um
braço de alavanca e uma unidade de controle, cujo monitor oferece feedback visual ao
voluntário durante a execução dos testes (Figura 7).
Figura 7: Dinamômetro isocinético computadorizado utilizado para a avaliação isocinética. Fonte: Arquivo
LAPERN
Os voluntários foram posicionados sentados sobre a cadeira do dinamômetro
isocinético na posição para avaliação de joelho e tornozelo do membro dominante e
estabilizados por faixas na região do tórax, pelve e coxa do membro não avaliado, a fim de
evitar movimentos compensatórios durante os testes. O eixo de rotação do dinamômetro foi
alinhado com cada articulação avaliada (Figura 8). Além disso, a medida do fator de correção
30
da gravidade foi aplicada, considerando o peso do membro avaliado em completo
relaxamento.
Figura 8: Posicionamento do voluntário no dinamômetro isocinético computadorizado utilizado para a avaliação
isocinética. Fonte: Arquivo LAPERN
Inicialmente foi realizada uma CIVM dos extensores de joelho, com a articulação
posicionada a 60º e dos flexores plantares do tornozelo, com a articulação posicionada a 90º,
ambas, por um período de 5 segundos, para a normalização do sinal eletromiográfico através
do pico, durante uma CIVM. Nesta pesquisa, os dados foram normalizados conforme as
recomendações de Dvir (31).
Antes de cada avaliação, foi realizada a familiarização do voluntário com o
equipamento. Para isso, o indivíduo executou duas contrações submáximas à 60º/segundo
(0/seg), seguida de um intervalo de repouso de 60 segundos, para o início dos testes.
Para as avaliações concêntricas, foram realizadas cinco contrações máximas numa
velocidade angular de 60°/seg para os extensores de joelho e flexores plantares do tornozelo.
Para a avaliação da extensão do joelho, foi realizada com o joelho posicionado a 90º até a
extensão completa e para os flexores plantares do tornozelo, iniciava-se com 30º de
dorsiflexão até 30º de flexão plantar. Foram utilizados os maiores resultados obtidos em cada
série para análise.
Durante a realização da avaliação, os voluntários foram orientados a utilizarem o
apoio lateral para os membros superiores como forma de evitar movimentos compensatórios e
assim realizar a força muscular máxima durante a execução das avaliações. Foi fornecido
encorajamento com o feedback visual pelo monitor do computador, bem como encorajamento
31
verbal, durante todas as contrações, com frases enfáticas, tais como: “Força, força, o máximo
de força, vai!”. Esses comandos foram realizados de maneira padronizada pelo mesmo
pesquisador em cada avaliação, com a finalidade de manter o mesmo timbre e intensidade de
voz.
Nesta avaliação foram analisadas as variáveis pico de torque normalizado pelo peso
corporal (PT/BW, expresso em porcentagem) e potência (expressa em Watts – W).
2.6.2 Alocação da amostra
Os indivíduos da amostra foram aleatoriamente divididos, utilizando o método de
blocos aleatoriamente permutados por meio do site randomization.com em 02 (dois) grupos
iguais: GE e GP. Após a randomização, a ordem de cada voluntário foi colocada em
envelopes numerados, opacos e selados. Esses envelopes só eram abertos no momento da
avaliação. Os participantes não foram informados em qual grupo estariam alocados,
permitindo o cegamento destes durante toda a pesquisa.
2.6.3 Protocolo de Intervenção após 48 horas
Em ambos os grupos, o protocolo de intervenção na plataforma vibratória realizou-se
48 horas após a AV1, constando de uma única sessão.
A aplicação do protocolo de intervenção utilizou-se da plataforma vibratória de
modelo Power Plate® pro5™ (Power Plate International Ltd., Power Plate North America,
Inc.) com frequência configurável de 25 a 50 Hz, amplitude de pico a pico configurável entre
baixa (2 mm) ou alta (4 mm), aceleração pico mínima de 24,62ms2 (2,5g) e máxima de 197
ms2 (20g) e seleções de tempo entre 30, 45 ou 60 segundos (figura 9).
32
Figura 9: Plataforma vibratória utilizada para o protocolo de intervenção. Fonte: Arquivo LAPERN
Os voluntários foram posicionados sobre a plataforma vibratória, descalços, no centro
da plataforma, tronco ereto, cabeça na posição neutra, apoio bipodal, com os joelhos fletidos a
40º (32), na posição de semi-agachamento, sempre monitorado pelo mesmo pesquisador, por
meio de um goniômetro universal (Figura 10). Os membros superiores ficaram apoiados no
suporte de apoio da plataforma, para assegurar que não haveria perda de equilíbrio durante o
protocolo. Durante os intervalos entre as repetições, o voluntário permanecia sentado em uma
cadeira posicionada ao lado da plataforma vibratória.
Figura 10: Posicionamento do voluntário na plataforma vibratória durante o protocolo de intervenção. Fonte:
Arquivo LAPERN
33
Os integrantes do GE realizaram um protocolo de intervenção associado à plataforma
vibratória, formado por exercício de semi-agachamento estático. A sessão de exercício foi
composta por 4 séries com 90 segundos de duração, com intervalo de repouso de 1 minuto,
que fornece o equivalente a 3600 vibrações verticais, totalizando 14.400 vibrações por sessão
de treinamento. A plataforma vibratória era ligada no início de cada série, configurada em
uma frequência de vibração de 40 Hz e amplitude pico a pico de 4 mm (22).
Os voluntários do GP realizaram o mesmo programa de exercícios proposto, porém a
plataforma permaneceu desligada durante todo o momento. Um dispositivo de alta frequência
foi acoplado na lateral da plataforma com o intuito de produzir um som, de forma similar ao
da plataforma ligada.
2.6.4 Avaliação final (AV2)
Imediatamente após a intervenção, os voluntários foram submetidos a uma nova
avaliação (AV2) com os mesmos procedimentos da avaliação inicial, para analisar os efeitos
imediatos da intervenção.
34
2.7 Fluxograma do Estudo
Figura 11: Fluxograma com as etapas do experimento.
2.8 Processamento e Análise dos dados
Para análise estatística foi utilizado o software Statistical Package for the Social
Science (SPSS, IBM, New York, USA) versão 21, adotando-se nível de significância de 5%
(p<0,05) em todos os procedimentos estatísticos.
Para a estatística analítica foi aplicado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a
normalidade da distribuição dos dados e um teste “t” para amostras independentes a fim de
analisar a homogeneidade entre os grupos na baseline. A análise descritiva foi realizada por
medida de tendência central e dispersão. A análise inferencial, para os dados paramétricos,
variáveis dinamométricas e eletromiográficas, foi realizada através de uma ANOVA modelo
misto com medidas repetidas para comparação entre os grupos e os momentos pré e pós-
intervenção. Já para a análise dos dados da baropodometria, considerados não paramétricos,
foi realizado o teste de Mann-Whitney para análise intergrupo e Wilcoxon para intragrupo.
35
3 RESULTADOS
36
No presente estudo, 44 idosos foram avaliados, sendo 22 no grupo placebo (GP) e 22
no grupo experimental (GE). Nenhum voluntário foi excluído da pesquisa durante o processo
de coleta dos dados, não ocorrendo, portanto, perdas amostrais neste estudo.
Os voluntários dos dois grupos apresentaram homogeneidade quanto às médias de
idade, peso, altura e IMC, não sendo observada diferença significativa em nenhuma dessas
variáveis (Tabela 1).
Tabela 1: Características antropométricas da amostra. Valores da média ± desvio padrão, p valor e o intervalo de
confiança (IC – 95%), para as variáveis analisadas.
AMOSTRA = 44
VARIÁVEIS
GP (n= 22)
PRÉ
GE (n = 22)
PRÉ
p
IC (95%)
Idade (anos) 68,09 ± 2,65 68,54 ± 2,28 0,546 67,5 – 69,0
Peso (Kg) 69,25 ± 10,41 66,03 ± 8,35 0,264 64,7– 70,5
Altura (m) 1,64 ± 0,079 1,60 ± 0,074 0,082 1,59 – 1,64
IMC (kg/m2) 25,59 ± 3,14 25,76 ± 3,16 0,860 24,7 – 26,6
A Tabela 2 apresenta a homogeneidade quanto às médias entre os grupos para as
variáveis: pico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW), potência, RMS
normalizado, amplitude e velocidade ântero-posterior (AP) e médio-lateral (ML) em apoio
unipodal, sobre o membro dominante.
Tabela 2: Homogeneidade entre os grupos, antes da intervenção. Valores da média ± desvio padrão, p valor e o
intervalo de confiança (IC – 95%), para as variáveis analisadas.
AMOSTRA = 44
VARIÁVEIS
GP (n= 22)
PRÉ
GE (n= 22)
PRÉ
p IC (95%)
PT/BW extensores do joelho (%) 153,05 ±47,7 144,73 ±31,30 0,498 136,6 – 161
PT/BW flexor plantar (%) 81,39 ±21,32 77,98 ±25,41 0,632 72,6 – 86,7
Potência extensores do joelho (J) 55,25 ±15,61 50,90 ±11,45 0,298 48,9 – 57,2
Potência flexor plantar (J) 24,25 ± 8,45 21,56 ± 9,10 0,316 20,2 – 25,5
RMS Vasto lateral (%) 62,34 ±10,06 66,22 ±15,45 0,330 60,0 – 68,2
RMS Sóleo (%) 87,30 ±13,12 78,52 ±12,83 0,063 78,2 – 85,8
Amplitude AP (mm) 23,14 ±12,20 23,56 ±15,44 0,927 18,8 – 27,8
Amplitude ML (mm) 18,52 ±6,88 19,43 ±5,93 0,674 16,7 – 21,0
Velocidade AP (mm/s) 17,25 ±3,88 17,47 ±3,78 0,861 16,0 – 18,6
Velocidade ML (mm/s) 11,77 ±4,59 11,76 ±4,10 0,995 10,3 – 13,2
As comparações analisadas antes e após o protocolo de intervenção estão apresentadas
a seguir, em forma de gráficos, com representatividade da média e desvio padrão e as
eventuais diferenças intra e intergrupos.
37
3.1 Desempenho Isocinético
3.1.1 Pico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW)
Observa-se na Figura 12 que o pico de torque normalizado pelo peso corporal dos
extensores do joelho não apresentou diferença significativa na avaliação intergrupos
(p=0,765). Na avaliação intragrupo, o GP não apresentou diferença significativa (p=0,180),
porém, para o GE foi observada diferença intragrupo (p=0,035) entre a avaliação pré e pós,
com aumento de 10,1% no pico de torque normalizado.
Figura 12: Média e desvio padrão do pico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW) dos extensores do
joelho, antes e após a aplicação do protocolo no GP e GE. *p<0,05.
Para o PT/BW dos flexores plantares, a Figura 13 demonstra que não foi observada
diferença na comparação intergrupos (p=0,432). Entretanto, observou diferença significativa
na avaliação intragrupo, tanto para o GP (p=0,001) quanto para o GE (p=0,004), com aumento
do pico de torque de 12,76% e 11,28% respectivamente.
38
Figura 13: Média e desvio padrão do pico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW) dos flexores
plantares, antes e após a aplicação do protocolo no GP e GE. ** p<0,001 e *p<0,05.
3.1.2 Potência
Na análise da potência dos extensores do joelho, não foi observada diferença na
avaliação intergrupo (p=0,097). Já na avaliação intragrupo, o GP (p=0,001) e o GE (p=0,001)
apresentaram diferença significativa da potência, com aumento de 22,35% e 17%,
respectivamente (Figura 14).
Figura 14: Média e desvio padrão da potência dos extensores do joelho, antes e após a aplicação do protocolo no
GP e GE. **p<0,001.
Para análise da potência dos flexores plantares, observa-se na figura 15 que não
apresentou diferença significativa intergrupo (p=0,195). Já na avaliação intragrupo, o GP
39
apresentou um aumento de 26,52% (p=0,001) enquanto o GE teve um aumento de 22,87%
(p=0,001).
Figura 15: Média e desvio padrão da potência dos flexores plantares, antes e após a aplicação do protocolo no
GP e GE. **p<0,001.
3.2 Atividade Eletromiográfica – RMS normalizado pelo pico
Com relação à análise realizada nos dados do RMS normalizado pelo pico, no músculo
vasto lateral pode-se observar uma diferença intergrupo na avaliação após a aplicação do
protocolo sobre a plataforma vibratória (Figura 16, p=0,034) com diferença de 16,9%, no GE.
Entretanto não houve diferença significativa na avaliação intragrupo: GP (p=0,218) e GE
(p=0,508).
Figura 16: Média e desvio padrão do RMS normalizado do músculo vasto lateral,
antes e após a aplicação do protocolo no GP e GE. *p<0,05.
40
Para o RMS normalizado do músculo sóleo, pode-se observar na figura 17, que não
houve diferença na comparação intergrupo (p=0,241). Para a avaliação intragrupo, o GP não
apresentou diferença (p=0,632), porém o GE apresentou diferença significativa (p=0,001)
com aumento de 20,5%.
Figura 17: Média e desvio padrão do RMS normalizado do músculo sóleo, antes e após a aplicação do
protocolo no GP e GE. **p<0,001.
3.3 Baropodometria
3.3.1 Amplitude ântero-posterior
Na avaliação da amplitude ântero-posterior unilateral do membro dominante, observa-
se na Figura 18 que não foi encontrada diferença significativa na comparação intergrupo
(p=0,123), nem na comparação intragrupo para o GP (p=0,127) e GE (p=0,426).
Figura 18: Média e desvio padrão do valor da amplitude ântero-posterior, antes e após a aplicação do
protocolo no GP e GE.
41
3.3.2 Amplitude médio-lateral
Na Figura 19, observa-se que a variável amplitude médio-lateral não apresentou
diferença significativa intergrupo (p=0,129), nem na comparação intragrupo: GP (p=0,132) e
GE (p=0,972).
Figura 19: Média e desvio padrão do valor da amplitude médio-lateral, antes e após a aplicação do
protocolo no GP e GE.
3.3.3 Velocidade ântero-posterior
Para a análise da velocidade ântero-posterior, observa-se na Figura 20 que não houve
diferença significativa intergrupos (p=0,957), assim como na avaliação intragrupo: GP
(p=0,717) e GE (p=0,155).
Figura 20: Média e desvio padrão do valor da velocidade ântero-posterior, antes e após a aplicação do
protocolo no GP e GE.
42
3.3.4 Velociade médio-lateral
A análise realizada para a velocidade médio-lateral, demonstrado na Figura 21, revela
que não há diferença significativa na comparação intergrupo (p=0,093), como também na
avaliação intragrupo: GP (p=0,063) e GE (p=0,667).
Figura 21: Média e desvio padrão do valor da velocidade médio-lateral, antes e após a aplicação do
protocolo no GP e GE.
43
4 DISCUSSÃO
44
Para a maioria das variáveis analisadas, não foi observada diferença significativa na
comparação intergrupos, após a aplicação do protocolo sobre a plataforma vibratória, salvo
para variável RMS normalizado do vasto lateral (p=0,034). Entretanto, foram inferidas
diferenças significativas entre a avaliação pré e pós para algumas variáveis na comparação
intragrupo.
4.1 Desempenho isocinético
O presente estudo revelou um aumento de 10,1% no PT/BW concêntrico dos
extensores do joelho na comparação intragrupo para o GE, porém como não houve alteração
intergrupo, não se pode afirmar que o estímulo vibratório interferiu nesta variável.
Resultados contrários foram encontrados no estudo de Stewart, Cochrane e Morton
(33), no qual observaram um aumento de 3,8% no pico de torque isométrico dos extensores
do joelho, em adultos jovens, após dois minutos de exercícios na plataforma vibratória, com
frequência de 26 Hz e amplitude pico a pico de 4 mm. Estes autores afirmam que o aumento
desta variável, possivelmente, pode ser atribuído aos estímulos mecânicos, provocados pela
vibração que são transmitidos para o corpo, durante o exercício. Entretanto, no estudo não
está apontado se o aumento observado (3,8%) atingiu um nível crítico de relevância clínica.
A divergência nos resultados observada entre os estudos pode ser atribuída à forma de
avaliação do pico de torque. O presente estudo avaliou esta variável durante uma contração
concêntrica máxima, enquanto que os autores citados acima avaliaram por meio de uma
contração isométrica máxima dos extensores do joelho. Sugere-se que este padrão de
contração seja mais sensível para protocolos de exercícios realizados em isometria, de acordo
com o princípio da especificidade. No presente estudo, optou-se pela avaliação através de uma
contração concêntrica devido à proximidade do gesto funcional e também pela possibilidade
de avaliar outras variáveis do desempenho isocinético.
Com relação ao PT/BW dos flexores plantares, não foi observada diferença na análise
intergrupos, porém, foi encontrado aumento significativo na comparação intragrupo, para o
GP e o GE. Desta forma, como o aumento foi semelhante entre os grupos, sugere-se que esse
efeito não estar relacionado à vibração.
Resultados contrários foram demonstrados por Rees, Murphy e Watsford (34), que
observaram, em idosos, um aumento de 18% no torque dos flexores plantares para o grupo
que realizou exercício com o estímulo vibratório, sem, entretanto, encontrar alteração para os
flexores e extensores do quadril e joelho, após oito semanas de treinamento, com frequência
45
de 26Hz e amplitude de 5-8mm. Os autores sugerem que esse aumento seja decorrente da
localização anatômica dos flexores plantares do tornozelo, haja vista que as estruturas mais
estimuladas pela vibração são aquelas localizadas anatomicamente mais próximas da
plataforma.
Entretanto, esses resultados foram encontrados quando submetidos à vibração em
longo prazo, em cuja situação se verifica uma potencialização da sensibilidade do reflexo de
estiramento, resultando em possíveis melhorias na performance neuromuscular (35). Com
isso, acredita-se que a divergência dos resultados encontrados entre o presente estudo e os
dados observados por Rees, Murphy e Watsford (34) esteja relacionada ao tempo prolongado
de intervenção, visto que o presente estudo utilizou uma única sessão de vibração.
Em relação à variável potência, não foi encontrada diferença na comparação
intergrupos, porém observou-se um aumento tanto da potência dos extensores do joelho
quanto dos flexores plantares, para os dois grupos avaliados, na comparação intragrupo. Com
isso, infere-se que, de maneira imediata, a potência não foi modificada pelo estímulo
vibratório.
Todavia, no estudo realizado por Ronnestad (36), mesmo não analisando
especificamente essa variável, foi sugerido melhoras da potência por meio de algumas
medidas indiretas. O autor avaliou a potência e altura do salto vertical, após uma única sessão
de vibração em adultos jovens e observou que a frequência de vibração em 50 Hz e a
amplitude de 3 mm proporcionaram melhora considerável nesta variável, posteriormente ao
protocolo de exercício.
Resultados semelhantes foram encontrados por Turner, Sanderson e Attwood (37), ao
avaliarem, em adultos jovens, os efeitos agudos em um grupo sem vibração e com vibração
nas frequências de 30, 35 e 40 Hz. Os autores observaram um aumento médio de 6% da
potência, por meio da altura do salto vertical, com a frequência de vibração de 40 Hz.
Nos estudos acima, vale ressaltar que estes foram realizados com adultos jovens e,
segundos os autores, a resposta do aumento da potência foi atribuída a maior potencialização
neural provocada pelo aumento da sensibilidade do fuso muscular diante do estímulo
vibratório (36,37).
A divergência nos resultados observada entre os estudos acima citados e os
encontrados na presente pesquisa pode ser atribuída à instrumentação utilizada nas avaliações.
O presente estudo utilizou o dinamômetro isocinético, ferramenta padrão-ouro para análise do
desempenho neuromuscular, o qual fornece medidas de grupos musculares isolados, o que
aumenta a especificidade da avaliação. Ao contrário do que observamos pelos testes
46
funcionais como os de salto, que não apresentam especificidade, já que envolve vários grupos
musculares e articulações.
Desta forma, após a análise das variáveis do desempenho isocinético realizadas no
presente estudo, acredita-se que tais ganhos sejam decorrentes do exercício de semi-
agachamento realizado no protocolo de intervenção, já que este foi comum para os dois
grupos. Esse dado corrobora o estudo de Escamilla (38), que considera este exercício efetivo
na ativação da musculatura dos MMII por meio de um aumento da atividade do quadríceps,
isquiotibiais e tríceps sural. Outra possível explicação para o aumento do desempenho
isocinético nos dois grupos seria a de que os voluntários poderiam, durante o procedimento de
avaliação no dinamômetro isocinético, ter se familiarizado com o teste, ocorrendo um
processo de aprendizagem durante a sua execução.
Assim sendo, sugere-se que, de maneira imediata, a plataforma vibratória não foi
capaz de interferir no desempenho isocinético dos extensores do joelho e dos flexores
plantares em idosos.
4.2 Atividade eletromiográfica dos músculos Vasto Lateral e Sóleo
Os resultados do presente estudo revelaram um aumento significativo de 16,9% no
RMS normalizado do VL, após o protocolo de intervenção, na comparação intergrupo, no GE.
Com isso, sugere-se que a vibração foi capaz de alterar, de maneira imediata, a ativação
muscular do VL.
Para explicar esse aumento, Bogaerts et al., (39) levantaram a hipótese de que os
estímulos vibratórios aumentam a taxa de disparo das unidades motoras, provavelmente pela
facilitação do controle neural, em resposta à ativação muscular pelo reflexo vibratório tônico.
Isso se deveria ao aumento do sincronismo das unidades motoras, da co-contração dos
músculos sinergistas e da inibição dos músculos antagonistas.
Com isso, podemos supor que o estímulo vibratório associado ao exercício foi capaz
de proporcionar um maior predomínio dos estímulos excitatórios, provocados pelas vias
aferentes Ia, do que os estímulos inibitórios gerados pelo OTG e os mecanorreceptores. Nossa
justificativa é confirmada pelo modelo teórico de Cardinale e Bosco (9), o qual afirma que a
interação entre as propriedades mecânicas da unidade músculo-tendínea e o reflexo de
estiramento regula a rigidez muscular para amortecer as ondas de vibração.
47
Entretanto, resultados contrários foram observados por Borges et al., (24), cujo estudo
não revelou diferença no valor do RMS normalizado do VL, durante a avaliação isocinética,
após os protocolos de exercício realizados com ou sem vibração. Apesar dos autores
utilizarem parâmetros semelhantes de frequências (30 e 50 Hz) ao do presente estudo, a
população por eles avaliada foi com mulheres na faixa etária entre 18 e 28 anos. É possível
supor que os resultados divergentes sejam decorrentes das populações avaliadas, já que em
idosos, de acordo com Piasecki et al., (40) os estímulos vibratórios são mais efetivos na
ativação de musculaturas mais fragilizadas, devido à própria condição muscular e às
alterações neurofisiológicas, como a sarcopenia.
Na comparação intragrupo do RMS normalizado do sóleo, foi observada diferença
significativa no GE, porém como não houve alteração intergrupo, não se pode afirmar que o
estímulo vibratório interferiu na amplitude de recrutamento desta musculatura.
Supõe-se que esses resultados sejam decorrentes da composição muscular do VL, já
que este é formado, em sua maioria, por fibras musculares de contração rápida (tipo II),
diferentemente do músculo sóleo. Como os estímulos vibratórios preferencialmente diminuem
o limiar de recrutamento de unidades motoras desse tipo de fibra muscular, os efeitos seriam
mais evidentes no VL.
Uma hipótese para tal fato é a alteração na excitabilidade do motoneurônio causada
por uma maior sensibilização pós-vibração, na fibra tipo II, agindo sobre o fuso muscular
(21). Acredita-se que para a prática clínica em idosos esse recrutamento seria importante, já
que pelo processo de sarcopenia eles apresentariam uma diminuição desse tipo de fibras
musculares.
Assim, levando-se em consideração os resultados observados neste estudo, sugere-se
que o protocolo de intervenção proposto na plataforma vibratória, promove aumento, de
maneira imediata, no recrutamento neuromuscular do VL em idosos.
.
4.3 Oscilação postural (velocidade e amplitude ântero-posterior e médio-lateral)
As variáveis amplitude e velocidade de deslocamento ântero-posterior e médio-lateral
não apresentaram diferença significativa na comparação intergrupos. Os resultados dessas
variáveis, no GP e GE evidenciam uma tendência na diminuição da oscilação postural, porém,
também não foi observada diferença significativa para comparação intragrupo. Com isso,
48
infere-se que a plataforma vibratória não foi capaz de modificar, de maneira imediata, a
amplitude nem a velocidade de deslocamento do centro de pressão, na população estudada.
Uma possível explicação para esses resultados deve-se ao fato de que a amostra foi
composta por idosos independentes e funcionais, corroborando o estudo de Rogan et al., (7),
no qual afirma que os idosos necessitariam apresentar um maior nível de dependência
funcional e desequilíbrio, para serem observados ganhos nessas variáveis. Isso ofereceria um
maior potencial para estimular a adaptação do sistema sensório motor, sendo assim capaz de
promover maiores alterações na velocidade e amplitude do centro de pressão.
Rees, Murphy e Watsford (41) supõem que a vibração possa agir como um estímulo
mecânico, capaz de aumentar a atividade muscular, ativar os receptores articulares e gerar
maior potencial nas propriedades neuromusculares. Tais alterações são responsáveis por
influenciar o controle e execução de movimentos funcionais, como aqueles exigidos no
equilíbrio. Esses fatores associados produziriam uma menor oscilação postural, entretanto,
isso não foi observado nos resultados do presente estudo. Isto pode ser explicado pela forma
adotada durante a avaliação, que não representou um alto nível de desafio, ainda que tenha
sido utilizado o apoio unipodal. Pollock et al. (42) sugerem que o estímulo vibratório não é
capaz de alterar o controle postural quando este é avaliado por meio de tarefas simples e com
baixo desafio.
Um estudo crossover realizado por Tsuji et al., (10), com 18 idosos com média de
idade de 69,1 anos, apontou um aumento significativo no equilíbrio dinâmico, para o grupo
plataforma vibratória, após uma única sessão de vibração, realizada com frequência de 40Hz e
amplitude de 2-4mm. Os autores citam que essas alterações seriam decorrentes de facilitações
neuromusculares, posteriormente ao exercício com vibração. Apesar do protocolo e dosagem
da intervenção ter sido semelhantes ao da presente pesquisa, a instrumentação usada e o tipo
específico de controle postural avaliado foram diferentes. Os autores avaliaram o equilíbrio
dinâmico por meio do teste de alcance funcional, o que poderia explicar a divergência entre os
resultados.
Por outro lado, em consonância com os resultados encontrados no presente estudo,
Borges et al., (24), ao analisarem o efeito de uma sessão de vibração, não encontraram
diferenças na oscilação postural de mulheres jovens, para as variáveis amplitude e velocidade
ântero-posterior e médio-lateral. Embora a população dos estudos em questão tenha sido
distinta, sugere-se, conforme os autores, que o estímulo vibratório não influencia
significativamente na oscilação postural de pessoas saudáveis e ativas, uma vez que estas não
apresentam comprometimentos patológicos.
49
Desta forma, sugere-se que uma sessão de exercícios na plataforma vibratória não
provoca alterações neurogênicas significativas, que resultem em menores índices de oscilação
postural. Com isso, recomenda-se que futuros estudos envolvam uma avaliação da oscilação
postural com atividades mais desafiadoras, além da inclusão de idosos com um maior grau de
dependência.
50
5 CONCLUSÃO
51
Os resultados do presente estudo sugerem que uma sessão de exercício, associada à
vibração de corpo inteiro, promove um maior recrutamento neuromuscular do vasto lateral em
indivíduos idosos. Entretanto, de maneira imediata, não foram observadas alterações na
oscilação postural nem no desempenho isocinético desses sujeitos.
52
6 REFERÊNCIAS
53
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57
APÊNDICES E ANEXOS
58
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Esclarecimentos
Este é um convite para você participar da pesquisa: “Efeitos agudos da plataforma
vibratória no desempenho neuromuscular dos membros inferiores de idosos: ensaio
controlado randomizado e cego” orientado pelo Profo
Dr. Jamilson Simões Brasileiro. Sua
participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento,
retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.
Essa pesquisa procura avaliar os efeitos imediatos da plataforma vibratória no
desempenho dos músculos dos membros inferiores. Caso decida aceitar este convite, você
será submetido aos seguintes procedimentos: aplicação da ficha de avaliação, questionário,
avaliação da oscilação postural (equilíbrio), avaliação eletromiográfica (atividade elétrica) dos
músculos da coxa e da perna dominante, avaliação do desempenho do membro inferior
dominante e exercício em cima da plataforma vibratória.
Na ficha de avaliação serão questionados seus dados pessoais como nome, endereço,
estado civil, dominância, data de nascimento, se você apresenta alguma doença preexistente,
se faz uso de medicação e se apresenta implantes metálicos. O questionário é feito por
perguntas de marcar e avaliará seu nível de atividade física. O mesmo poderá ser respondido
por você ou se preferir poderá ser lido e preenchido pelo pesquisador. Nas duas situações o
pesquisador estará à disposição para tirar quaisquer dúvidas. A etapa seguinte será a avaliação
do equilíbrio, na qual você ficará em pé, sobre sua perna dominante, em uma plataforma. Para
a avaliação eletromiográfica (atividade elétrica do músculo) será realizado tricotomização
(depilação) e limpeza de uma pequena região da pele na parte anterior da coxa e lateral da
perna para fixação de eletrodos autoadesivos a fim de captar a atividade dos músculos do
membro inferior. Vale salientar que durante esse procedimento você não sentirá nenhuma dor
ou desconforto. Para a avaliação dinamométrica (força muscular), os pesquisadores irão
orientar quanto ao melhor posicionamento na cadeira, assim como o movimento que precisará
ser realizado. Durante este procedimento você será encorajado verbalmente para desempenhar
os movimentos solicitados da melhor forma possível. Após 48 horas dessa etapa de avaliação
inicial, você retornará a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), para o
Laboratório de Análise da Performance Neuromuscular (LAPERN), conforme horário
combinado, onde será realizado o protocolo de intervenção (exercício) na plataforma
vibratória. Através de um pré-sorteio, você será colocado em um grupo que realiza o exercício
com a plataforma ligada ou em outro grupo que realiza com a plataforma desligada. Após,
será repetida a avaliação do primeiro dia. Caso necessite, você poderá solicitar ajuda de custo
para o transporte de ida e volta a UFRN.
59
A sua participação terá como benefício o conhecimento sobre o seu desempenho
muscular e poderá contribuir para esclarecer qual o efeito imediato da plataforma vibratória
no desempenho muscular da coxa e da perna em idosos. Todas as informações obtidas serão
sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados
em lugar seguro, durante 05 anos, como previsto em lei, e a divulgação dos resultados será
feita de forma a não identificar os voluntários.
Em qualquer momento, se você sofrer algum dano a sua saúde que seja
comprovadamente em decorrência da avaliação, você terá direito ao tratamento necessário,
caso seja solicitado. Além disso, os pesquisadores, que são profissionais da área da saúde,
também estão aptos a prestar assistência caso ocorra alguma intercorrência durante a
avaliação e/ou protocolo de intervenção. Ao final do atendimento você receberá um relatório
fisioterapêutico sobre sua condição muscular. Em momento algum os pesquisadores deverão
apresentar-lhe alguma forma de remuneração ou indenização.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135. Este
documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador
responsável, Jamilson Simões Brasileiro.
Consentimento Livre e Esclarecido
Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e
benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa “Efeitos agudos
da plataforma vibratória no desempenho neuromuscular dos membros inferiores de idosos: ensaio
controlado randomizado e cego”.
Participante da pesquisa: _______________________________________________
RG: Data ____/____/____
Compromisso do pesquisador
Como pesquisador responsável pelo estudo “Efeito agudos da plataforma vibratória no
desempenho neuromuscular dos membros inferiores em idosos: ensaio controlado randomizado e
cego” declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos
metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse
estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo. Declaro
ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as
normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS,
que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
_______________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
60
APÊNDICE B – FICHA DE AVALIAÇÃO
FICHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Nº _____
Data da avaliação: ___/___ /___ Grupo:__________________
Nome:_________________________________________________________________
Endereço:______________________________________________________________
Escolaridade: ( ) ensino fundamental ( ) ensino médio ( ) ensino superior
Telefone:___________________ e-mail:______________________________________
Ocupação: _____________________________________________________________
CPF_____________________________ Data de Nasc.: _____/_____/_____
Idade: _______ Massa corporal: _______kg Altura: _________m IMC: ______
Dominância: ( ) Esquerdo ( ) Direito Hipertensão: ( ) Não ( ) Sim
Faz uso de algum medicamento? ( ) Não ( ) Sim
Qual(is):_______________________________________________________________
Labirintite ( ) Não ( ) Sim Osteoporose avançada? ( ) Não ( ) Sim
História de lesão, trauma ou doença no MMII nos últimos 6 meses: ( ) Não ( ) Sim
Qual: _________________________________________________________________
Presença de dor na articulação do quadril, joelho, pé ou tornozelo? ( ) Não ( ) Sim
Local: _________________________________________________________________
Presença de implantes metálicos nos MMII? ( ) Não ( ) Sim Local:______________
Déficit visual corrigido ( ) Não ( ) Sim Déficit auditivo corrigido ( ) Não ( ) Sim
Doenças neurodegenerativas? ( ) Não ( ) Sim Qual:_________________________
61
ANEXO A - QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA – IPAQ -
Forma Curta -
Nome:_______________________________________________________________________
Data: ___/____/_____ Idade: ___________ anos Sexo: ( ) F ( )M
Você trabalha de forma remunerada: ( ) Sim ( ) Não
Quantas horas você trabalha por dia: ______________________
Quantos anos completos você estudou: ______________________
De forma geral sua saúde está: ( ) Excelente ( ) Muito Boa ( ) Boa ( ) Regular ( )
Ruim
Nós estamos interessados em saber que tipos de atividades físicas as pessoas fazem como parte do seu
dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que esta sendo feito em diferentes países ao redor do mundo.
Suas respostas ajudarão a entender que tão ativos nós somos em relação à pessoas de outros países. As
perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física em uma semana NORMAL,
USUAL ou HABITUAL. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de algum lugar
a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas
respostas são MUITO importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo.
Obrigado pela sua participação!
Para responder as questões lembre que:
Atividades VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal;
Atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte do que o normal.
Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo menos 10
minutos contínuos de cada vez:
1.a) Em quantos dias de uma semana normal você realiza atividades VIGOROSAS por pelo menos
10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar
rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer exercícios domésticos pesados em casa, no quintal ou no
jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que faça você suar BASTANTE ou aumentem
MUITO sua respiração ou batimentos do coração.
Dias __________ por SEMANA ( ) Nenhum
1.b) Nos dias em que você faz essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos,
quanto tempo no total você gasta fazendo essas atividades por dia?
Horas: _______ Minutos: ___________
62
2.a) Em quantos dias de uma semana normal você realiza atividades MODERADAS por pelo menos
10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica
aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer exercícios domésticos casa, no
quintal ou no jardim como varrer, aspirfar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que faça você suar
leve ou aumentem Moderadamente sua respiração ou batimentos do coração. (POR FAVOR NÃO
INCULA CAMINHADA)
Dias __________ por SEMANA ( ) Nenhum
2.b) Nos dias em que você faz essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos,
quanto tempo no total você gasta fazendo essas atividades por dia?
Horas: _______ Minutos: ___________
3.a) Em quantos dias de uma semana normal você caminha por pelo menos 10 minutos contínuos
em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por
prazer ou como forma de exercício?
Dias __________ por SEMANA ( ) Nenhum
3.b) Nos dias em que você caminha por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total
você gasta caminhando por dia?
Horas: _______ Minutos: ___________
4.Estas últimas perguntas são em relação ao tempo que você gasta sentado ao todo no trabalho, em
casa, na escola ou na faculdade e durante o tempo livre. Isto inclui o tempo que você gasta sentado no
escritório ou estudando, fazendo lição de casa, visitando amigos, lendo e sentado ou deitado
assistindo televisão.
4.a) Quanto tempo por dia você fica sentado em um dia da semana?
Horas: _______ Minutos: ___________
4.b) Quanto tempo por dia você fica sentado no final de semana?
Horas: _______ Minutos: ___________